CLIC UMA HISTÓRIA ESPETACULAR em 3 Capítulos PORT/INGLÊS

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Capítulo 1 Em um final de semana alimentando a minha ociosidade, como um intruso, claro que fazendo de conta que nem prestava a atenção, fiquei no meu canto ouvindo as falas e os cantos de uma apresentação que envolvia Milton Nascimento e Caetano Veloso. O que cantavam não era novidade, mas suas falas me prendiam cada vez mais e também me encantavam, pois aquela conversa fazia uma espécie de tradução para outra língua quanto à „coisas‟ que envolveram a canção “A Terceira Margem do Rio”. Eu, ainda quietinho no canto, atento ao DVD, ouvia os autores da desta obra prima falarem da outra: “A Terceira Margem do Rio” que se trata da criação de Guimarães Rosa. Então a minha imaginação foi mais longe ainda, ou melhor, foi para o outro lado do rio. Qual rio? Fui para o outro lado do rio Camanducaia que corta a minha cidade em duas fatias, sendo uma mais próxima do sul de Minas e a outra „virada‟ pro lado de „sum paulu‟ como dizem os mineiros. E esta „salada‟ com um misto de mineirice baiana, sob foco paulista, provocou reflexões e interpretações sobre as palavras que em determinado momento são cantadas por Milton e Caetano: “Meio a meio o rio ri por entre as árvores da vida O rio riu, ri por sob a risca da canoa O rio viu, vi e ninguém jamais ouviu O rio, ouviu, ouvi a voz das águas


Asa da palavra, asa parada agora Casa da palavra, onde o silêncio mora” A Terceira Margem do Rio creio pode ser o retrato simbólico do inconsciente, do que não está escrito, do que não é visto pelos olhos comuns. A terceira margem é algo que está além do conhecido ou da sabedoria convencional. Os rios tem as suas duas margens, assim como o „rio bucal‟ com suas margens delineadas pelos lábios humanos. Mas ao se mergulhar no oculto e tentando interpretar o que está sob as águas do consciente é possível tomar consciência da „Terceira Margem do Rio‟ que nos permite dar passos para a nossa evolução pessoal e social.


Chapter 1 On a weekend absorbed in my idleness, as an intruder, of course making sure i didn't even pay attention, I was for myself, Listening to the lines and songs of a presentation that involved Milton Nascimento and Caetano Veloso. What they sang was nothing new, but their lines held me more and more and also enchanted me, because that conversation made a kind of translation into another language like the 'things' that involved the song "The Third Bank of River". I was still quiet, attentive to the dvd, i heard the authors of this masterpiece talk about the other: "The Third Bank of River" that is the creation of Guimarães Rosa. So I let my imagination go even further, or rather, went to the other side of the river. What river? I went to the other side of the Camanducaia's River that cuts my city in two parts, one closer to the south of Minas Gerais and the other 'turned' to the side of São Paulo. And this 'salad' with a mixture of accents from Bahia and Minas Gerais, two Brazilian states, under São Paulo's focus, provoked me reflections and interpretations about the words that are sung at some point by Milton and Caetano: "Half and half the river laughs through the trees of life The river laughed, laughs by under the stripe of the canoe The river saw, sees but nobody has ever heard The river heard, hears the voice of the waters Wing of the word, still wing House of the word, where the silence dwells" The Third Bank of River, I believe it can be the symbolic portrait of the unconscious, something that is not written yet nor seen by the common eyes. The third bank is something that is beyond the known or conventional wisdom. The rivers have both banks, as well as the 'oral river' with its banks outlined by human lips. But by diving into the occult and trying to interpret what is under the waters of the conscious, it is possible to become aware of the 'Third Bank of River' that allows us to take steps towards our personal and social evolution.


Capítulo 2 Porém a „Terceira Margem do Rio‟ que estamos tratando vai além das imagens cantadas na canção de Milton Nascimento e Caetano Veloso que repete: “O rio riu, ri por sob a risca da canoa O rio viu, vi e ninguém jamais ouviu O rio, ouviu, ouvi a voz das águas” Esta composição de complexos significados e de difícil entendimento para ouvintes menos atentos é similar à diversidade de interpretações e reflexões como aquelas provocadas pelo livro Guimarães Rosa que tem exatamente como título: “A Terceira Margem do Rio”. Mas a nossa „Terceira Margem do Rio‟, aqui deste texto, tem um nome e ações que vão muito além das palavras e discursos banais! A „terceira margem‟ tem uma vivência repleta de flores e frutos que podem ser conferidos diariamente em qualquer de ambas margens do Rio Camanducaia, que vem de Minas e corta o Circuito das Águas. A „Terceira Margem do Rio‟ é na realidade um excepcional exatleta de futebol, bancário aposentado, idealista atestado, um ex-vereador com irreparável dignidade, um cidadão comum sem mestrados ou doutorados, porém um mestre nas coisas que vão além das duas margens do Rio Camanducaia. Magalu, apelido de Walter Luiz Martins é a nossa „Terceira Margem do Rio‟. Magalu há quase quatro


décadas, com incansável empenho tem semeado milhares árvores frutíferas e floríferas não somente nas margens do Camanducaia, como também em outras áreas da cidade e até em outros estados tais como em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais.. Tudo feito com dedicação, entusiasmo e sob efeitos de um declarado vigor voluntário; sem qualquer remuneração ou moeda de troca. E tudo começou quando ainda a palavra Ecologia nem estava na moda. Começou mesmo sendo tratado com desprezo por alguns e até de louco por outros medíocres; e a todos nós, após quase quarenta anos, o Rio Camanducaia e a nossa cidade têm como presente uma reserva florestal digna de preservação para sempre. Pena que alguns garotos ao atirarem pedras nas mangueiras não saibam do esforço, da dedicação e principalmente do conhecimento que é determinante para a preservação ambiental. Pena que alguns gestores banais e egocêntricos não tenham ainda valorizado devidamente o potencial voluntário que esta „Terceira Margem do Rio‟ tem a prestar como serviços a favor da natureza.


Chapter 2 But the 'Third Bank of River' that we are daydreaming goes beyond the images sung in the song by Milton Nascimento and Caetano Veloso that repeats: "The river laughed, laughs by under the stripe of the canoe The river saw, sees and nobody has ever heard The river heard, hears the voice of the waters. This composition of complex meanings and a little bit difficult understanding for those that are less attentive listeners is similar to the diversity of interpretations and reflections as those provoked by the book Guimarães Rosa which has exactly as its title: "The Third Bank of River". But our 'Third Bank of River', here in this text, has a name and actions that go far beyond banal words and speeches! The 'third bank' has an experience full of flowers and fruits that can be checked out daily even either sides of the Camanducaia River, which comes from Minas Gerais and cuts through the Waters' Circuit. The 'Third Bank of River' is actually an exceptional former football athlete, retired banker, idealist attest, a former councilman with unquestionable dignity, an ordinary citizen without masters or doctorates, but a master in things that go beyond the two banks of the Camanducaia River. Magalu, nickname of Walter Luiz Martins is our 'Third Bank of River'. Magalu, for almost four decades, has been sowing thousands of fruit and flower trees with tireless efforts not only on the banks of the Camanducaia, but also in other areas of the city and even in other states such as Goiás, Mato Grosso and Minas Gerais.. Everything Magalu does, he does with total dedication, enthusiasm and under the effects of a declared voluntary vigor; without any remuneration or currency of exchange. And everything started when the word Ecology was not part of our conversation at that time. He began even being treated with contempt by somebody and even crazy by mediocre others; and to all of us, after almost forty years, the Camanducaia River and our city has as a gift a forest reserve worthy of preservation forever Very sad to know and see bad boys throw stones at hoses, they don't know the effort, dedication and especially the knowledge that is determinant for environmental preservation. It is very bad that some banal and self-centered managers have not yet properly valued the voluntary potential that this 'Third Bank of River' has to provide as services in favor of nature.


Capítulo final Magalu não planta somente nas margens do rio, planta também ideias e projetos que lamentavelmente muitos políticos surdos não conseguem ouvi-lo; tal como exemplo a proposta feita há mais de seis anos no que refere à captação de água acima de uma empresa que é suspeita de gerar poluição das águas. Pena que a grande maioria das pessoas desconheça que Magalu teve ação primordial também no repovoamento do Rio Camanducaia, através do despejo de vinte mil alevinos de curimbatás e piaparas. O primeiro ocorreu anos passados bem próximo á ponte da Rua Anna Cintra, com o devido registro do jornal A Tribuna de Amparo. Em outros momentos este repovoamento ocorreu também no Distrito de Três Pontes e nos limites da cidade de Monte Alegre do Sul. Pode ser mera coincidência, mas cheguei a pensar que Caetano Veloso se referia a este „menino do rio‟ quando cantou em uma canção a estrofe: “Menino vadio, Tensão flutuante do Rio Eu canto prá Deus Proteger-te...” Sim, mera coincidência, mas muito pertinente esta sagrada intenção musical já que o cidadão Magalu é a nossa „Terceira Margem do Rio‟ sem qualquer dúvida. Quando ele caminha pelas beiradas do rio nota-se em suas mãos sementes para nutrir esta cidade. Quando você estiver caminhando pelas marginais ou colhendo algumas mangas, amoras, jabuticabas, goiabas entre outras frutas, observe as flores ou curta o frescor sombras das árvores sob o canto das águas do Rio Camanducaia. E diante deste palco agradeça; agradeça sim, mesmo que


silenciosamente este „menino do rio‟ que ao longo de quase 40 anos nos deu de presente uma reserva ambiental de inestimável valor. E ao completar 83 anos de idade em 16 janeiro, Magalu, um romântico ecologista voluntário, merece nossos mais declarados aplausos, votos de congratulação e para tanto cantemos juntos, tal como Milton Nascimento e Caetano nos falaram: “O rio riu, ri por sob a risca da canoa O rio viu, vi e ninguém jamais ouviu O rio, ouviu, ouvi a voz das águas: Magalu: “A Terceira Margem do Rio”

Tito, psicólogo CRP 06-1631-3 email fhoo@uol.com.br Autor do Projeto “UMA MENSAGEM PRA VOCÊ”, inédito em todo mundo, desde 2010, com registro no Ministério da Cultura (2013) e Direitos Autorais Reservados. Indicado em março/2018 como o único projeto brasileiro para representar o pais na UNESCO PRIZE 2018 em evento contra a intolerância e a violência.

Tradução Elsa Baldasso Trabalhou na empresa Banespa, Aposentada. Graduação em Letras - Português/Inglês na Faculdade de Ciências e Letras Plínio Augusto do Amaral Parceira e colaboradora do Projeto Magalu “Terceira Margem do Rio”


Final chapter Magalu not only plants on the banks of the river, he also plants ideas and projects that unfortunately many deaf politicians are not able to hear him; as an example, the proposal made more than six years ago regarding the capture of water above a company that is suspected of generating water pollution. What a pity that the vast majority of people are unaware that Magalu had primary action also in the restocking of the Camanducaia River, through the dumping of twenty thousand fingerlings of curimbatás and piaparas. The first one occurred years ago, close to the bridge of Anna Cintra Street, with the proper record of the weekly newspaper "A Tribuna" de Amparo. At other times this repopulation also occurred in the District of Três Pontes and on the city limits of Monte Alegre do Sul. It may be a mere coincidence, but sometimes I think Caetano Veloso referred to this 'river boy' when he sang the stanza in a song: "Stray boy, Floating tension of Rio I sing to God, Protect you..." Yes, mere coincidence, but very pertinent this sacred musical intention since the citizen Magalu is our 'Third Bank of River' without any doubt. When he walks along the banks of the river you can notice his hands are never empty, but there are always seeds to nourish this city. When you are walking through the marginals or picking up some fruits like mangoes, blackwalks, jabuticabas, guavas among other fruits, pay attention how lovely are the flowers and enjoy the nice shadows of the trees under the corner of the waters of the Camanducaia River. And going through this route, say: thank you Magalu, even if quietly this 'river boy' who for almost 40 years has given us a gift an environmental reserve of inestimable value. And on January, 16th, is the date of his birthday, now he is 83 years old, Magalu is a romantic volunteer ecologist, he deserves our most declared applause, congratulations and for celebrating his life, I invite you to sing together, as Milton Nascimento and Caetano told us: "The river laughed, laughs by under the stripe of the canoe The river saw, sees and nobody ever heard The river heard, hears the voice of the waters". Magalu: "The Third Bank of River". Tito, psicólogo CRP 06-1631-3 email fhoo@uol.com.br Author of the Project “A MESSAGE FOR YOU”, unprecedented in the world, since 2010, registered with the Ministry of Culture (2013) and Copyright Reserved. Named in March / 2018 as the only Brazilian project to represent the country at UNESCO PRIZE 2018 in an event against intolerance and violence.



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