SÍNDROME DE ELVIS ?

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Autoria Tito, psicólogo


DISSUMULADO - pessoa que oculta seus reais sentimentos ou intenções; fingido, falso, hipócrita: pessoa dissimulada. - que está escondido; não aparente; encoberto, oculto. - do latim "dissimulatus" significando falso ou encoberto. E daí? Qual o problema? E daí o problema começa quando nós mantemos algum tipo de relação com alguém hipócrita ou dissimulado. As nossas conexões com pessoas falsas podem nos levar a cenários diversos, entre eles o de permitirmos ser explorados sem ter clara noção dos possíveis abusos. O hipócrita gera uma situação típica do sugador egoísta, com o objetivo de satisfazer a si próprio, muitas vezes fazendo uso de pessoas honestas como serviçais de seus desejos. A síndrome de Elvis Vamos nos reportar ao estilo artístico do famoso Elvis Presley como um referencial simbólico incorporado pelos dissimulados. Elvis usava da fantasia com roupas extravagantes, colorido intenso, sendo que suas aparições tratavam de alimentar o perfil de Rei do Rock. Até os cabelos com gumex e alguns fios caindo na testa faziam parte do repertório comportamental do excelente artista. O palco era explorado para o encantamento, sendo toda a parafernália a fantasia encobrindo a vida privada e seus problemas. Embora sua qualidade artística não deva merecer descrédito, a dissimulação era prática constante. Agora transferimos para um quadro no qual outra pessoa usa dos artifícios comportamentais presentes no repertório do roqueiro e introjeta em seu processo mental passando a agir no que agora chamo de “Síndrome de Elvis”. Esta introjeção, ou assimilação não ocorre repentinamente, mas gradual e requerendo longo tempo e surge mais


claramente quando o nosso ator dos tempos atuais entra em cena, sobe ao palco e busca o encantamento da plateia. Seus traços comportamentais e até corporais denunciam esta concepção com a interiorização ou internalização da então da aqui rotulada “Síndrome de Elvis” A “Síndrome de Elvis” revela no repertório comportamental respostas como: - a dissimulação, a mentira praticada sem remorso, a oratória como se fosse uma canção para encantar, a limitação em ouvir a plateia (tal como fazem os cantores) e o uso de ‘assessores’ para seus espetáculos (alguns até circenses para chamar a atenção); - também faz uso, tal como o grande roqueiro, de um topete de cabelos caindo na testa, item que passa a ser o ‘logotipo’ para a realização de todo enredo. O que mais evidencia a internalização da “Síndrome de Elvis” e a capacidade de mentir descaradamente. A mentira passa a ser uma verdade em seu comportamento, pois busca a qualquer custo o poder, a liderança, isto é estar sozinho no palco. Para os menos atentos o palco pode ser a tela do celular, uma reunião com assessores, a oportunidade de comunicação escrita com seus fãs, sem deixar de registrar muitas fotos. Fotos aos milhares e os vídeos são os atestados do sentimento de prazer em desfilar ou assumir o palco das atenções, mas fica delegada à percepção de poucos a sua surdez para com a plateia. O sujeito acometido da “Síndrome de Elvis” tem memória curta, não tem habilidade para escutar o outro com empatia, tem um sorriso dissimulado (diria até hipócrita) e tem em sua essência algo que o tornará vítima de si mesmo, pois sua saga é insaciável, não satisfaz a si próprio, passando a ser enganado pela ostentação. Pobre vítima de suas mentiras, das dissimulações, dos engodos, já que ao longo do tempo sofrerá as dores do fracasso e perdas que a história lhe reserva. Tal qual como o ocorrido com o nosso cantor Elvis.


Então se: Um político disse algo ontem e hoje renega tal assertiva; Um agente público declarou que não iria fazer o que o outro fazia, mas ao assumir o palco começa a exercer tal qual a besta anterior: Se um gestor é acusado de mentiroso pelos seus parceiros e este episódio não ensina lições ao novo eleito; Se a omissão é marca frequente do líder quando acionado a esclarecer e responder; Se ao invés de ‘acabar com a mamata’ a ela se ata com um bando de chupins outrora criticados; Se não tem a coragem de vir a público praticar a transparência plena, que vai muito além das palavras; Se este agente defende como prioridades a fantasia de nomes de corporações, mas não toma iniciativa com a fome de cidadãos; Se um ator faz campanha de forma eleitoreira e depois joga no lixo toda sua credibilidade com a associação ao lixo institucional; Se este ator promete e não cumpre, mesmo que buscando justificativas frágeis como o pouco tempo, falta de recursos, etc; Se tudo isto ocorre com o senhor acometido pela “Síndrome de Elvis”, eu como simples observador sinto-me motivado a absorver uma clara constatação: - estou diante de um mentiroso, dissimulado, falso e hipócrita. Quem discordar desta constatação, por gentileza retrate toda a sua percepção, até que venha, em um ano e meio, a nova eleição. A rima não foi sem intenção. Fotos retiradas do Google imagens

17 fev 2021, Dia internacional do gato. Nem eu e nem mesmo Sofia sabíamos disto. Miauuuuuu! Amparo, SP Tito, psicólogo email fhoo@uol.com.br


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