CLIC E CONFIRA: AS BORBOLETAS NÃO TÊM DEPRESSÃO.

Page 1

Tito, psicólogo email fhoo@uol.com.br


Esta borboletinha, com tamanho máximo de um centímetro e quase invisível, no meio do mato tinha uma história para contar. Havia ido ela ao posto de saúde para uma consulta psicológica, já que andava voando solitária, sem perspectivas existenciais, enfim sentindo-se sem entusiasmo nas suas trilhas. Foi uma frustração total. A agenda da psicóloga estava lotada e só teria a possibilidade de marcação depois de longos meses. A nossa paciente pacientemente saiu voando pelo corredor da instituição e deu uma olhada geral na paisagem a sua frente. Olhou, olhou e resolveu dar uma chegada ao jardim na beirada da mureta, ficando bem ao lado da entrada da unidade pública. Focalizou um galho firme e ao plainar para assentar também verificou se tudo estava seguro e então pousou no galho. Agora é que começa a história. Pousada, sem pedir licença, foi aceita de forma incondicional pelo galho daquele capim, e entre ambos já surgia algo comum: a vivência solitária, ele como capim no meio de tantos outros capins e ela uma simpática borboleta no geral voando só, sem rumo. O diálogo entre eles não irei reportar por questão de respeito à privacidade animal e vegetal, mas entendi que várias lições foram trazidas á baila durante este contato de espécies completamente diferentes.


Uma das lições da Borboletinha é que a busca por mudanças está em sua própria filosofia de vida: a TRANSFORMAÇÃO. Desde o desconforto ao sair do casulo até chegar à plenitude de seus voos a Borboletinha nos revela a mediocridade que é vegetar na zona do conforto. Isto trouxe a lembrança de um episódio bíblico, em Apocalipse 3:15-16 que diz: “Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente”. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca.” Claro que Borboletinha jamais leu a Bíblia, assim como milhões de humanos e de capins, mas a lição inscrita neste preceito nos fala justamente da zona de conforto que atrofia, que é repugnante, que gera covardia, que não nutre a criatividade, que alimenta um bando de acomodados e doentes afetoemocionais. São coisas simples que revelam esta mornidão comportamental, como no exemplo de somente estar disposto a colar na escola (ou nas redes sociais), de fazer sempre o mesmo trajeto, de só reagir se provocado, de aceitar a lei do mínimo esforço, da


apatia e assim outras respostas mais no cenário cotidiano. É típico da mornidão comportamental o sujeito só ler a manchete do jornal, ou só segue a maioria como um gado obediente, ou até pagar por algo que não é justo ou legal. A Borboletinha em conversa com o galho discutiram horas e horas sobre esta ‘doença humana’, que para ambos era ilógica. O galho do capim até citou um fato corriqueiro que acontece com ele. Disse que o jardineiro do local a cada quinze dias passava por ali e cortava tudo. Ele também era um dos ceifados pela enxada afiada. Mas nem por isto ele deixava de crescer novamente, pois sempre tinha como motivação ficar a espera de alguma abelha, grilo, como também das borboletas para um bate-papo existencial. Dali saíram papos com profundas reflexões, afirmou o galho à nossa Borboletinha. Depois de quase duas horas de contato entre a bela borboleta e o capim eis que se aproxima lenta e cuidadosamente uma mulher para tirar um selfie de ambos os filósofos existenciais. A Borboletinha notando o ato dá um sorriso sutil com a aprovação automática do galho para várias


fotos. A moça ao ver seu registro ficou deslumbrada. Até parecia que conseguia ‘ler’ nas fotos toda a conversa entre os dois atores. Enviou para todos seus amigos aquela sua obra de arte. Naquele instante a moça fotógrafa estava justamente colocando em prática várias lições ocorridas nos diálogos entre a borboleta e o capim: a proatividade, o olhar além da mesmice, afastamento do estado de mornidão (estar morno), a busca pela superação, enfim a TRANSFORMAÇÃO, que alguns bestas ainda deturpam em nosso meio. A borboleta antes de se despedir do capim disselhe: - Que bom que plainei aqui em você. Não tinha a mínima noção de que você também era psicólogo. Agradecido, caro capim gordura! Ele sorriu e não contestou, mas se balançou ao ficar livre e já se preparando para novo assento ainda naquele dia. A moça fotógrafa ficou extasiada, pois pareceu ter até ter escutado também esta última fala, mas o toque marcante mesmo foi quando se tratou da passagem


bíblica que fala do ato de ser morno e ser vomitado por Deus. Aquela citação foi chocante, mas ela entendeu. Entendeu também que aquelas fotos seriam retratos para que também evitasse ser apática, morna, passiva, inútil e morna, isto é ser com a maioria ou a mesmice doentia. Daí é que veio a conclusão de que as borboletas jamais têm depressão, pois seguem a risca o preceito bíblico que alerta contra ser morno. Fotos: Márcia Tânia (Facebook) Fontes consultadas e figuras http://www.ufrrj.br/institutos/ib/ento/tomo06.pdf https://www.google.com/search?q=LEPIDOPTERA&rlz=1C1SQJL_ptBRBR922BR922&oq=LEPIDOPTERA&aqs=chrome..69i57j69i60l3&sourceid=chrome&ie=UTF-8 https://www.naturecloseups.com/posts/membracis-treehoppers-and-nymphs https://www.insetologia.com.br/2016/09/soldadinho-membracis-no-mato-grosso-do.html


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.