Tito, psicรณlogo
Amparo, 09/Jan/2021
Nos tempos atuais não cabem mais ações que lembram a mendicância, a submissão, o ato de nutrir a ignorância e o abuso do poder em detrimento da cidadania proativa.
Não cabe a nenhum membro da Câmara Municipal: - promover o assistencialismo através de atendimento ás solicitações que são de responsabilidade do executivo, por exemplo: tampar buracos, arrumar vagas em hospitais, arrumar consultas médicas, atender pedidos para reparos em estradas, providenciar vagas em ambulâncias, conseguir atendimento especial com médicos, dentistas e similares, além de outras distorções muito comuns. O vereador que procede com este desvio do padrão legislativo incentiva a submissão do cidadão ao seu poder de influência e ao invés de fiscalizar as falhas da gestão do secretário da área em questão, gera um vínculo de ‘assistencialismo barato’ e pernicioso ao processo de cidadania. Quem assim age está praticando a corrupção ideológica e funcional quanto ás prerrogativas do legislativo. Calar é ser conivente. Calar é prevaricar. Os integrantes da Câmara Municipal não podem se calar diante deste costumeiro abuso do poder, por falta de informações tanto do legislativo como do executivo quanto aos canais de atendimento ao cidadão.
Não se manifestar para a mudança deste estado de coisas é também ser conivente com a ‘mendicância’ dos nefastos pedidos aos vereadores, que na realidade deveriam ser diretamente feitos aos órgãos do executivo, via presencial, via virtual, via correios, via telefone ou através de representante legal. O que não pode mais é continuar a MENDICÂNCIA, que entre outros resultados alimenta campanhas eleitoreiras de candidatos de baixa utilidade para a coletividade. Também ao executivo cabem suas responsabilidades na manutenção destes atos corruptos, quando não dispõe e nem divulga maciçamente os canais de atendimento. O executivo para ultrapassar o padrão coronelista deve sair a campo divulgando em todos os meios possíveis quem são os servidores responsáveis para atendimentos gerais e específicos. Ah! Tem a ouvidoria? Já adianto que não tem validade dizer que a ouvidoria municipal está lá na prefeitura à disposição da população, pois este canal já não tem a credibilidade desejada também.
Os adeptos do procedimento ‘assistencialista’ preferem que tudo continue como está, pois não sabem agir de forma proativa, ao contrário mantém sua massa de manobra com atendimentos individuais e/ou de grupelhos oportunistas. “A sociedade perplexa e impotente vê escorrer pelo ralo da corrupção os impostos que paga religiosamente. E não enxerga essa montanha de dinheiro se refletir em investimentos e melhoria da qualidade de vida da população. Acreditar que basta anunciar bondades assistencialistas e atenderá as demandas econômicas e sociais que se acumulam, é equívoco mortal.” (in Perversão de ideias e assistencialismo, de Hélio Duque)
A fábula de La Fontaine: a GALINHA DOS OVOS DE OURO revela o egocêntrico e o avarento diante da vida. Será que algum vereador quer acabar com a sua ‘galinha de ovos de ouro’? Aqui estamos tratando de humilhações silenciosas. “O que mais me impressiona nos fracos, é que eles precisam humilhar os outros, para se sentirem fortes.” Gandhi