Considerando a solicitação explícita pedindo apoio da população diante do cenário catastrófico que se vivencia em nossa cidade; Considerando que comerciantes não são elos isolados na rede de conexões de nossa sociedade, mas sim existe uma coexistência presente e necessária que envolve clientes em geral; Considerando o número expressivo de membros da classe de empresários, colaboradores, clientes, prestadores de serviços anexos e fornecedores em geral; Considerando a minha irreverente teimosia de não atender ao padrão da zona de conforto e muito menos de um jeito egocêntrico de ser;
Considerando ainda que, mesmo sob o risco de ser enquadrado na arrogância, tenho prestado serviços voluntários nesta cidade há décadas e em destaque especial um projeto bem no centro urbano, desde 2010, com mais de 4 milhões de mensagens proativas já distribuídas; E registrando que ouso somar como argumentos os três títulos de mérito a mim declinado pelo Lions Clube e dois pela Câmara Municipal, assim sendo venho fazer um convite. Era para ser um simples convite, mas creio ser pertinente uma convocação pública junto à Associação Comercial e Empresarial de Amparo. Esta convocação é no sentido de sair do padrão convencional até o momento atuado para ousar tomar a frente como liderança principal no enfrentamento desta crise pública e organizacional. Quando proponho a ousadia de novas ações é para privilegiar o coletivo da nossa comunidade. A ACEA pode e deve. A ACEA pode e deve agir com mais amplitude e alcance para cativar a população amparense, abrindo suas visões para os cenários dramáticos que vão muito além dos lucros e patrimônios financeiros. A população amparense precisa ser sensibilizada para a importância do mercado de negócios que implicam em empregos, em constituição de famílias, em progresso individual e coletivo, em desenvolvimento educacional-profissional, em saúde física e mental, em desenvolvimento dos índices de vida da cidade.
A crise de 29 dos Estados Unidos pode ser uma lembrança de poucos, mas certamente da ignorância de muitos e aquele cenário catastrófico me incomoda ao me defrontar já com lojas fechadas, com demissões em série, com restrições de negócios e em um diagnóstico breve me chama a atenção para o individualismo em todos os níveis. Até mesmo na classe dos empresários não se evidencia isolamentos, distanciamentos de ações cooperativas e/ou de cumplicidade. Este padrão individualista é cada vez mais constante em nosso sistema social e merece ser enfrentado com técnicas e táticas inovadoras por uma liderança expressiva, com perfil de comunidade, com agilidade de um enxadrista em pelo jogo de pressão do adversário. Adversário, eis um a ser enfrentado. O individualismo é um dos adversários a ser transformado em parceria eficaz e agregadora. ‘Vestir a camisa’ não do negocio, nem do comércio, mas sim da cidade como um todo, eis uma visão mais ampla. Salvar o comércio é salvar empregos. É salvar sonhos. É salvar formação educacional; É salvar futuros empreendedores. É salvar tributos municipais. É salvar anúncios em jornais, rádios e panfletos. É salvar a saúde física. É salvar preventivamente a saúde mental. É salvar uma cidade do caos. Vem aí um tornado! Em 80 enquanto na SIU em Carbondale, no estado de Illinois, fui alvo de um alerta que a cada 15 minutos um som emitido em todo o campus universitário anunciava a chegada de um tornado.
Aquele som emitido foi tornando mais breve e os cartazes em todos os cantos avisavam os alunos, professores e funcionários do horário provável da chegada do tornado. Os procedimentos eram claros para todos quando a irmos para os diversos subsolos do campus até que um aviso declarasse o término da devastação. Quanto saimos dos abrigos tomamos a verdadeira noção do potencial de destruição daquela passagem de ventos potentes. Árvores, carros, telhados e tudo mais sofreram com a força do temporal. E agora, passados mais de 40 anos me vejo novamente com a imagem de um tornado diferente, com destruição silenciosa, com a força de um poder vindo de um narcisismo boçal, com inúmeros exemplos de individualismo, tal qual lá nas terras do Tio Sam eu e milhares de pessoas praticamos, cada um buscando a proteção de si, de forma egoísta, individualista, diante do terror que se avistava. Aqui outro ‘tornado’ está vindo e temos que agora nos abrigar para salvar vidas. Vidas de empresas, vidas de empregados, vidas de prestadores de serviços, vidas de fornecedores, vidas de familiares que não podem sair de casa, vida de idosos que agora sofrem com a depressiva forma de tratar uma cidade. Enfrentar é preciso. Criar é preciso. Diante deste ‘tornado’ nosso temos a vantagem de traçar planos ousados e abrangentes para atrair mais gente com nossos alarmes que não podem ser limitados nas redes sociais. Nem com discursos somente.
Temos que inventar novas formas de contaminar proativamente toda a comunidade. Temos que inventar ‘alarmes’ não para aterrorizar, mas sim para sensibilizar quanto ás conexões que nos envolvem que vão muito além dos negócios comerciais, pois creio que todo este emaranhado de elos nos leva até as conexões metafísicas e/ou espirituais. É preciso criar algo mais e com urgência, com abrangência. Um fórum de discussão seria uma oportunidade de aproximação de novos membros com novas propostas e principalmente um novo jeito de enfrentar o narcisismo da gestão municipal. Se o contingente de empregados do comércio perfaz algo como 2.000 profissionais, se cada um deles atrair mais um ou dois apoiadores, então talvez 4.000 ou 6.000 amparenses passem a ser multiplicadores de propostas coletivas, abrangentes, conciliadoras, criativas, com alta essência de cidadania e principalmente com a construção de uma coletividade que deveria prosseguir mesmo depois da superação dos obstáculos. A omissão denunciada. Ao tecer tais considerações agrego a este enfrentamento uma postura de omissão danosa para toda a sociedade. Se a contaminação do vírus depende de posturas comportamentais de cada um de nós, se as medidas previstas nos protocolos declinam a necessidade de atitudes desejáveis, não é compreensível até o momento a total falta de um programa de prevenção comportamental voltado para a educação da população para o enfrentamento da pandemia.
Nenhum programa de Educação Comportamental Preventivo foi estabelecido em nosso município, além dos discursos inócuos, das ‘laives’ com credibilidade questionáveis, dos carros de som com falas de baixo impacto e até o gerenciamento da saúde servindo com ‘acertos’ fisiológicos, agora com uma indicada vindo do ‘exterior’. Será que somos tão incompetentes para dirigir a saúde municipal? Será que não tem nenhum profissional digno de assumir tal cargo com decência, sem discursos de R$ 0,50 (cinquenta centavos) como o anterior? Mas a omissão quanto a uma proposta de EDUCAÇÃO COMPORTAMENTAL NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA nem foi objeto de discussão, elaboração, criação e implantação na cidade. A Secretária de Educação nem veio a público discutir amplamente tais questões que tem implicações sérias para a coletividade como um todo. A secretaria de saúde pareceu perdida no caos gerencial. Em cinco meses de gestão já três secretários de saúde. E esta questão deveria também ser pauta de enfrentamento por parte de uma liderança municipal a ponto de levar ao ministério público tal omissão, pois a prevenção ficou delegada ao ostracismo e amadorismo, enquanto vidas eram ceifadas pelo vírus.
A prevaricação do poder municipal neste item é evidente já que em nenhum momento apresentou ao público um programa de EDUCAÇÃO COMPORTAMENTAL NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA. Suas ações foram triviais, reativas, sem planejamento preventivo, sem envolvimento da população, sem comunicação ampla e principalmente sem credibilidade. Se atingimos os atuais níveis caóticos, que ferem as vidas das pessoas, maltratam as histórias das empresas e enterram futuros, tais quadros tem também entre suas causas a omissão governamental diante de ações proativas e eficazes na prevenção comportamental. Sem dúvida alguma houve a omissão aqui denunciada e então se enquadra na prevaricação judicial que deveria ser responsabilizada oficialmente. Eis aqui então esta convocação junto à ACEA para dar um salto enorme na qualificação de suas ações e então salvar Amparo do engodo, da hipocrisia, do narcisismo e do amadorismo danoso à nossa saúde física, mental, espiritual e social. Saúde física, mental, espiritual e social que deve ser o mantra de uma ação coletiva de alto impacto e com urgência. Sem mais, eis a minha colaboração inicial. Amparo 10 junho 2021 Tito, psicólogo