PUBLICAÇÃO DA FRATERNIDADE DE ALIANÇA TOCA DE ASSIS | ABRIL 2018
Silêncio e Oração
Silêncio e Oração
N
a vida contemplativa de modo particular, na vida integralmente contemplativa , considero importante prestar atenção ao silêncio habitado pela Presença. Este é um espaço necessário de escuta e ruminação da Palavra, além de ser pressuposto para um olhar de fé que capte a presença de Deus na história pessoal, na história dos irmãos e das irmãs que o Senhor vos dá e nas vicissitudes do mundo atual. O silêncio é o vazio de vós próprios e, com isso, dá abertura ao acolhimento; no ruído interior, não se pode receber nada nem ninguém. Vossa vida integralmente contemplativa requer tempo e capacidade de fazer silêncio para escutar Deus e o grito da humanidade. Por isso, cale-se a língua da carne e fale a do Espírito, movida pelo amor que cada um de vós tem por seu Senhor. Sirva-vos de exemplo o silêncio de Maria Santíssima, que pôde acolher a Palavra porque era mulher de silêncio, silêncio este que não era estéril, vazio, mas, ao contrário, era cheio, rico. O silêncio da Virgem Mãe era também pleno de caridade, predispôs ao acolhimento do Outro e dos outros.
A oração litúrgica e pessoal é uma necessidade fundamental para alimentar vossa contemplação: se a oração é o “cerne” da vida consagrada, por maior razão o é da vida contemplativa. Hoje, muitas pessoas não sabem rezar. Muitos simplesmente não sentem a necessidade de rezar ou reduzem seu relacionamento com Deus a uma súplica nos momentos de provação, quando não sabem para quem se voltar. Outros diminuem sua oração a um simples louvor nos instantes de felicidade. Ao rezar e cantar os louvores do Senhor com a Liturgia das Horas, dais voz também a essas pessoas e, como fizeram os profetas, intercedeis pela salvação de todos. A oração pessoal ajudar-vos-á a permanecer unidos ao Senhor, como os ramos à videira; assim, vossa vida dará fruto em abundância ( Jo 15, 1-15). Lembrai-vos, porém, de que a vida de oração e a vida contemplativa não podem ser experienciadas como uma espécie de retirada, fechando-vos em vós mesmos, mas devem dilatar o coração para abraçar a humanidade inteira, especialmente aquele que sofre. Mediante a oração de intercessão, tendes um papel fundamental na vida da Igreja. Rezai e intercedei por tantos irmãos e irmãs presos,
migrantes, refugiados e perseguidos, por tantas famílias feridas, pelas pessoas sem trabalho, pelos pobres, pelos doentes, pelas vítimas das várias dependências... (limito-me a citar algumas situações que se tornam, dia a dia, mais urgentes). Sois como aquelas pessoas que levaram um paralítico à presença do Senhor para que Ele o curasse (Mc 2, 1-12). Por meio da oração, dia e noite, aproximais do Senhor a vida de tantos irmãos e irmãs que, por variadas circunstâncias, não O podem alcançar para experimentar sua misericórdia sanadora, enquanto Ele os espera para lhes conceder a graça. Com a vossa oração, podeis curar as chagas de tantos irmãos. A contemplação de Cristo tem na Virgem Maria seu modelo insuperável. O rosto do Filho pertence-lhe por título singular. Mãe e Mestra de perfeita configuração com o Filho, mediante sua presença exemplar e materna, serve-nos de grande apoio na fidelidade diária a uma oração peculiarmente filial (At 1,14). Referência: Constituição Apostólica - Vultum Dei Quaerere de Papa Francisco
ir. Estevão servo da Virgem maria filhos da pobreza. WWW.TOCADEASSIS.ORG.BR
Fé sem obras é morta
Q
ueres, porém, ó homem insensato, a prova de que a fé sem obras é vã?” (Tg 2-20)
“De fato, alguém pode objetar-lhe: ‘Tu tens fé e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a fé pelas minhas obras’” (Tg 2-18) Se cremos, pela fé, que Deus resumiu toda a lei e os profetas em seu filho Jesus, que nos disse “Dou-vos um mandamento novo que: vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos uns aos outros” ( Jo 13-34), nossa fé deve nos levar sempre às necessidades de nosso próximo, porque, se eu acredito, eu obedeço. Percebemos por meio das epístolas de São Tiago que nossa fé vai “tomando um rosto” quando o apóstolo diz: “Meus irmãos, se alguém disser que tem fé, mas não tem obras, que lhe aproveitara isso?” (Tg 2-14). E o que é ter fé segundo a Santa Mãe Igreja? “A fé é a resposta do homem a Deus que se revela e a Ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último da sua vida” (CIC p. 26). Entretanto, escutá-lo, respon-
dê-lo e segui-lo é um ato livre de amor, que nos leva a ações efetivas, o que nós chamamos de obras de caridade. São Tiago nos exorta a ter essa postura: “O homem é justificado pelas obras e não simplesmente pela fé”. Ele também afirma: “Falai, pois, e agi como os que hão de ser julgados pela lei da liberdade”. O que é essa liberdade senão nossa entrega, nossa doação por amor e pelo amor? Essa liberdade está no agir, no comportamento... Somos livres, porque somos olhados por Ele, resgatados e escolhidos por Ele. Quando somos tocados por Ele, começamos a testemunhar nossa fé. E podemos levar as pessoas a se questionarem: “Por que ele(a) se comporta dessa maneira?”. A fé em um Deus que se Encarnou, que pisou nosso chão. E precisamos revelar às pessoas. É bom lembrar que Jesus não fazia nada para promover a si mesmo, mas sim para desvelar o Pai. Hoje mais do que ontem, temos a tarefa de “tornar Deus presente. E Deus se torna presente porque a Encarnação de Deus é verdadeira” (Padre Divo Barsotti, místico italiano). E, se não estivermos alicerçados na fé, nossas obras não serão verdadeiras.
Sendo assim, um mero assistencialismo não revela Deus; e uma vida de espiritualidade e oração sem caridade também não o faz. Como nos diz São Tiago no capítulo 2, versículo 19 de sua epístola “Às doze tribos da dispersão”: “Tu crês que há um só Deus? Ótimo! Lembra-te, porém, que também os demônios creem, mas estremecem”. Mais adiante, no versículo 22, assevera: “Já vês que a fé concorreu para as suas obras e que pelas obras é que a fé se realizou plenamente”. São Tiago, nesse trecho, falava de Abraão, que acreditou e “foi justificado ao oferecer o seu filho Isaac sobre o altar” (T g 2-21). Igualmente, se quero falar de Deus para um irmão que passa fome, serei eu justificado somente pela fé ou por ter suprido uma necessidade? Que Virgem Maria nos ajude a testemunhar nossa fé!
ir. Marina Alegria do Cristo servo filhas da pobreza. WWW.TOCADEASSIS.ORG.BR
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