PUBLICAÇÃO DA FRATERNIDADE DE ALIANÇA TOCA DE ASSIS |FEVEREIRO DE 2017
Mistério da Eucaristia
FEVEREIRO DE 2017
Índice 3
Artigo especial
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De olho na rua
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Formação
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Santa Clara, a luz que clareou o mundo
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Coração da Toca
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Benfeitoria
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Toca para a Igreja
Mãe da Igreja
Publicada por
Fraternidade de Aliança Toca de Assis CNPJ. 02019254/0001-87 Escritório São José
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Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento vocacional@fpss.org.br Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento sav.nacional@filhasdapobreza.com.br Revista Toca de Assis
Publicação mensal interna da Fraternidadede Aliança Toca de Assis Presidente
Ir. Emanuel do Sacramento de Amor, fpss. Departamento de Comunicação
Ir. Judá, Leonardo de Souza e Adora Comunicação. Editora Chefe
Ir. Judá, fpss Projeto gráfico e Diagramação
Adora Comunicação Católica contato@adoracomunicacao.com (43) 3064-1633 SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO PATROCINADOR: (43)3064-1633 (43) 9 9630-3031 Revisão Textual
Camila Freitas Impressão e tiragem
10.000 exemplares Colaboradores nesta edição
Ir. Emanuel; Ir. Sara; Ir. Maristela; Ir. Judá; Irmã Maria de Deus; Ir. Verônica; Ir. Nínive Maria; Maria Irani Gomes; Denise Piva; Sidney Paco; Carol Blazi; Eduardo Vanzella; Edinéia Tocchio; Leonardo de Souza; Fernando Nunes; Daniel Ávila; Murilo Messias; João Aquino; Tamisa Graciano; Pe. Lucas Alves; Pe. Daniel Luz Rocchetti; Fábio Rocha; Pe. Luan Flávio de Oliveira; Regina Hirano.
prezado amigo leitor, paz e bem. No mês de fevereiro nosso “artigo especial” trata do Mistério da Fé e do Santíssimo Sacramento. Além disso, lembra-nos de que podemos contemplar o dom do céu nesta terra. No “de olho na rua”, entramos no processo da busca por Deus, que, acima de tudo, especialmente de nossas fraquezas, chama-nos para sermos filhos e filhas de Deus. O Amor gratuito de Deus será nossa “formação”. Nela procuraremos compreender um pouco da revelação cristã por intermédio da Doutrina Social da Igreja (dsi ). A coluna “mãe da igreja” se foca de modo mais profundo no Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Maria. Ademais, ajuda-nos a entender o motivo de tal devoção. O artigo “santa clara a luz que clareou o mundo” discorre sobre Santa Clara. Para tanto, parte de um dos pilares de sua regra: a vida fraterna em comunidade. Padre Lucas Alves da Diocese de Santos–sp apresenta, no “toca para a seu olhar para a Toca de Assis. Seu texto centra-se, em particular, em sua vivência com as Filhas da Pobreza.
igreja”,
O “coração da toca” contém o testemunho de Fábio Rocha. Para ele, conhecer a Toca de Assis proporcionou uma revelação, um movimento de, em suas palavras, “rasgar o véu que cobria meus olhos e enxergar que a felicidade verdadeira consiste em entregar-me às vontades de Deus”. Esperamos que a leitura desta edição contribua para suas práticas. Também desejamos que os textos e as experiências aqui presentes enriqueçam sua vida. Paz e bem! Uma boa leitura a todos! Departamento de Comunicação
O trabalho das irmãs do Instituto Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento. Profissão de Votos das Filhas da Pobreza, por Diego Alves
REVISTA
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hamo-me P.e Lucas Alves, sou padre da Diocese de Santos há sete anos. Antes de entrar no seminário, já acompanhava o trabalho da Toca de Assis. Em Santos, noto o zelo pastoral das Filhas da Pobreza com os mais necessitados na partilha do pão material e do espiritual. São irmãs dedicadas à oração e ao serviço do Reino. Com alegria, levam fé àqueles que perderam a esperança de viver e acreditar que são abençoados pelo Pai. Além do trabalho na comunidade sede, esforçam-se no apostolado de rua: visitam irmãos e irmãs em nome de Cristo, escutam seus clamores e suas angústias e oferecem, na simplicidade da própria vocação, o rosto misericordioso do Pai. O consagrado da vida religiosa não pertence a ninguém, e sim integra a missão de Jesus. Organiza suas energias, seu tempo e seus dons em favor da missão. Nossas irmãs an-
dam aonde tem gente, sobretudo aonde a vida é ameaçada e humilhada. Elas caminham, ouvem, veem, sentem felicidade e dores e procuram sempre renovar a esperança. Em nome da Igreja particular de Santos, querem romper barreiras, abrir caminhos novos, sem cair em superficialidades. Procuram intensamente o presente, porém sempre olhando para frente. Não se deixam arrastar pelos acontecimentos, mas sim marcam presença significativa dentro deles, na linha do Evangelho de Jesus. Percebo que, a cada dia, nossas irmãs buscam conhecer mais de perto a pessoa de Jesus Cristo para amá-lo e testemunhá-lo. A missão delas é amor, não uma carga insuportável. Rezo por elas para que sintam o mesmo anseio do Apóstolo Paulo: “Considero tudo uma perda diante do bem superior que é o conheci-
mento do meu Senhor Jesus Cristo. Por causa dele perdi tudo, e considero tudo como lixo, a fim de ganhar a Cristo e estar com ele” (Fl 3,8). Gosto de estar com as Filhas da Pobreza porque me sinto feliz, é como ser chamado a viver o ministério sacerdotal ao lado daqueles que a sociedade descarta. Em cada visita à comunidade sede, sinto a paz do mestre remover minhas inquietudes. Em cada eucaristia celebrada com a comunidade, noto a suavidade de Cristo preencher o coração daqueles que também amam a Toca de Assis. Sou grato por vocês fazerem parte de minha vida e do ministério sacerdotal que o bom Deus me confiou. Orações e preces. Deus abençoe a Missão de vocês. Com minha bênção.
pe. lucas alves Padre da diocese de santos-SP
Capa
Santa Missa na Casa Fraterna Bendita Árvore da Cruz por Sidney Paco
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Devoção à Virgem Maria “Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo” Nossa Senhora da Sabedoria
todo de São Luís ou seja, fazê-la sem realizar a leitura do Tratado da Verdadeira Devoção e sem se preparar devidamente ou deixar de renová-la continuamente, além de não levar a sério o grande chamado de Nossa Senhora para consagrar-se a Ela, seria desrespeitar o princípio desta devoção. Por consequência, se for para realizar a Consagração dessa forma, seria melhor não a fazer. Qual a finalidade desta devoção?
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emetemo-nos aqui ao Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, uma obra de São Luís Maria, escrita por ele pouco antes de sua morte. No livro, o santo fala sobre a necessidade da Consagração a Nossa Senhora. Este ato é uma pequena via de santidade, simples e eficaz. Esse trajeto precisa ser percorrido com seriedade e consciência, além de ser tomado por toda a vida, com f iel conf iança e continuidade. Tal percurso não pode ser feito de maneira estereotipada nem ter como finalidade somente a realização do sinal da Consagração, o qual explicaremos nos próximos artigos. Não fazer a Consagração pelo mé-
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A finalidade da entrega total a Nossa Senhora é nos unirmos intimamente a Nosso Senhor e crescermos em sua graça. Neste caminho, assumimos Nossa Senhora como mãe, mestra e educadora, confiamo-nos aos cuidados da Santíssima Mãe. A experiência de uma conversão profunda por meio da vivência radical das promessas do Batismo e, essencialmente, a renúncia a satanás são as características desta devoção. Porém, não podemos viver apenas marcados por uma devoção. O Catolicismo não é uma religião devocional, mas sim evangélica. Portanto, precisamos imitar a Santa Mãe, em especial, em sua vivência do evangelho de Nosso Senhor, uma vez que a única razão da existência desta Consagração é Jesus Cristo, Nosso Senhor. Aqueles que querem se entregar por meio de Maria Santíssima a Jesus necessitam reconhecer que foi Ela
também o caminho pelo qual Deus Pai quis, em sua sabedoria, confiar-nos a Salvação, Jesus Cristo. Este é o fim único para nós, escravos de amor. Tendo isso em vista, devemos consagrar: nosso corpo, com todos seus membros e seus sentidos, nossa alma, com todas suas potências; nossos bens exteriores, presentes e futuros; nossos bens interiores e espirituais, que são nossos méritos; nossas virtudes; e nossas boas obras passadas, presentes e futuras. Concluímos que o ato de Consagração é interior, profundo e sincero. Ele não deve ser feito sem pleno conhecimento e sem compromisso com seus propósitos. Quem o faz assume o papel de pensar em todos os momentos, com o Coração de Maria, nas mais sublimes maneiras de agradar a Jesus, na busca mais perfeita de viver o Santo Evangelho, de chegar a Jesus por meio de sua Mãe Santíssima, mas com singeleza e simplicidade, com o aroma suave Daquela que mais amou Jesus na terra e O ama mais intensamente no céu. O contato com este artigo não substitui a leitura do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria de São Luís Maria de Grignion de Montfort nem a realização das práticas de Consagração.
fernando nunes adora comunicação
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Amor Divino: a verdade do homem O Amor Trinitário é, para a Doutrina Social da Igreja, a origem e a meta de cada pessoa humana e o modelo de cada relação social.
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poesia sempre conseguiu expressar ideias e sentimentos profundos, em poucas e leves palavras. Em uma canção católica se diz: “Vitória, é o que vem depois da cruz! E ninguém há de condenar o que o Teu amor tocar!”. Várias vezes cantamos essa canção e talvez não compreendamos a profundidade da última frase citada. O que o Amor de Deus tocou? Tantas coisas e situações, poderíamos dizer, sobretudo se teologizássemos na espiritualidade e na mística. Mas, não! Este artigo quer esclarecer um pouco a Doutrina Social da Igreja, por isso essa questão não tem outra resposta a não ser: o Amor de Deus tocou o homem! Sim, Deus – o Eterno, o Infinito, o Soberano, o Altíssimo– encarnou-se e assumiu a condição de homem – temporal, finito, frágil e dependente. Com o Mistério da Encarnação, o humano foi tocado pelo Divino e santificado, sendo elevado a uma dignidade singular. Na missão de Cristo Senhor, o Pai se revela final e plenamente aos homens, e Cristo assume a humanidade e revela a face dos homens a eles mesmos.
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“O amor gratuito de Deus pela humanidade se revela, antes de tudo, como o amor fontal do Pai, de quem tudo provém; como co-
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municação gratuita que o Filho faz d’Ele, entregando-se ao Pai e doando-se aos homens; como fecundidade sempre nova do amor divino que o Espírito Santo derrama no coração dos homens. Com palavras e obras, e de modo pleno e definitivo com a Sua morte e ressurreição, Jesus revela à humanidade que Deus é Pai e que todos somos chamados por graça a ser filhos d’Ele no Espírito, e por isso irmãos e irmãs entre nós. É por esta razão que a Igreja crê firmemente que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontram no seu Senhor e Mestre”. (c d s i 31)
“A revelação cristã leva a uma compreensão mais profunda das leis da vida social. A Igreja recebe do Evangelho a revelação plena da verdade do homem. Quando ela cumpre a missão de anunciar o Evangelho, testemunha ao homem, em nome de Cristo, sua dignidade própria e sua vocação à comunhão de pessoas, ensina-lhes as exigências da justiça e da paz, de acordo com a sabedoria divina”. (c i c 2419).
Uma vez revelado e cumprido o desígnio de Deus à humanidade, ou seja, sua dignidade restabelecida pela graça, a Igreja é enviada para salvaguardar e promover o homem particular e socialmente.
A Igreja, com sua Doutrina Social, “rejeitou as ideologias totalitárias e ateias, associadas, nos tempos modernos, ao comunismo ou ao socialismo. Por outro lado, recusou, na prática do capitalismo, o individualismo e o primado absoluto
Legenda das fotos 1- Ícone da Santíssima Trindade de Andrei Rublev 2- Trinitas Dei. Flämischer Maler des 17. Jahrhunderts
"O Amor de Deus tocou o homem!"
da lei do mercado sobre o trabalho humano (c i c 2425)”. Para ela, o Amor Trinitário é a origem e a meta da pessoa humana. “A revelação em Cristo do mistério de Deus como Amor trinitário é também a revelação da vocação da pessoa humana ao amor. Tal revelação ilumina a dignidade e a liberdade pessoal do homem e da mulher, bem como a intrínseca sociabilidade humana em toda a profundidade: Ser pessoa à imagem e semelhança de Deus comporta um existir em relação, em referência ao outro ‘eu’, porque Deus mesmo, uno e trino, é comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Na comunhão de amor que é Deus, em que as três Pessoas divinas se amam reciprocamente e são o Único Deus, a pessoa humana é chamada a descobrir a origem e a meta da sua existência e da história.” (c d s i 34).
Pe. Daniel Luz Rocchetti Vigário Paroquial na Paróquia Nossa Senhora de Fátima Itaipuaçu/Maricá – Niterói
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Vivências na Toca de Assis Se há um exercício demasiadamente agradável, é lembrar-me das experiências que a Toca de Assis me proporcionou.
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mbevecido, enquanto recordava, vinha-me à cabeça uma das cartas de Santa Catarina de Sena, em que um trecho me tornou capaz de compreender um pouco mais a alegria que os irmãos e as irmãs encontraram em doar-se inteiramente à vida religiosa. Nele está escrito: “Quem possui o amor de Deus, nele encontra tanta alegria que cada amargura se transforma em doçura e cada grande peso se torna leve. E isto não nos deve surpreender porque, vivendo na caridade, vive-se em Deus”. Impossível não associar esse trecho ao carisma da fraternidade. Não à toa, Santa Catarina é patrona dos Institutos dos Filhos e das 8
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Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento. Em meio a tantas virtudes, o coração dela é amável, caridoso e fiel à vocação, é modelo para todos os filhos e as filhas da pobreza do Santíssimo Sacramento. Conheci a Toca de Assis por meio de amigos, fui recebido como se fosse uma visita ilustre e não me dei conta de que era mais um pobre que ali chegara. No primeiro dia, como de praxe, convidaram-me para conhecer o Precursor de todas as ações do instituto. Subi à capela, abri a porta e me deparei com outros irmãos ajoelhados em frente ao Santíssimo. Tomado pelo amor eucarístico que revestia aquele lugar, prostrei-me diante do Senhor; essa
foi minha primeira experiência de adoração verdadeira. Sufocava-me a tristeza pelos pecados e pelas indiferenças que havia cometido durante toda minha vida, mas a misericórdia de Deus me acolheu em Seus braços, como na parábola do filho pródigo. A partir desse mo1 mento, reconheci que não era Cristo que precisava de mim, mas eu que tinha ânsia em adorá-lo. Enlevado com o que estava vivendo, fui apresentado ao trabalho da fraternidade e prontamente me dispus a ajudar. Na pastoral de rua, conheci uma realidade que jamais poderia imaginar. Tantas vezes passei por aqueles lugares, e meu coração soberbo não permitia que eu
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enxergasse dezenas de famílias estendendo as mãos, suplicando por ajuda. Orgulhoso, fui entregar o primeiro lanche e, para minha surpresa, deparei-me com a recusa de um irmão que acabara de jantar. Ele poderia guardar o alimento e comê-lo mais tarde, mas sabia que aquilo saciaria a fome de outrem. Ali ingressei em uma grande escola de vida, e as pastorais são aulas de generosidade e amor ao próximo. Percebi que os braços estendidos eram, na verdade, para me resgatar
e atender à suplica de minha alma pelo Cristo que habita na pobreza. Fui submetido à mais profunda tristeza para rasgar o véu que cobria meus olhos e enxergar que a felicidade verdadeira consiste em entregar-me às vontades de Deus. A Toca de Assis proporcionou o nascimento de um novo homem, e isso só se deu pelas experiências que vivi na fraternidade, a qual é um exemplo de renúncia dos religiosos, que contagiam as pessoas com a alegria de
Legenda da foto 1- Fábio Rocha com Ir. Francisco da Cruz e Ir. Hariel 2- Adoração - Campinas, Capela Casa Mãe por Adora Comunicação 3- Santa Missa de N.Sra de Fátima e 22 anos da Toca de Assis, Templo Votivo 4- Fábio Rocha e Ir. Arimateia
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doar-se à Santa Igreja. Esses irmãos são verdadeiros instrumentos da paz do Senhor. Levam amor onde há ódio, perdão onde há ofensa, união onde há discórdia, fé onde há dúvida, verdade onde há erro, esperança onde há desespero. Até os que não conhecem a oração de São Francisco, poderiam recitá-la contando o testemunho de vida dessas pessoas, que são fiéis aos votos professados e pintam nossos corações de marrom.
Fábio rocha
leigo da toca de assis missão campinas - sp
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Santa Missa na Casa Fraterna Bendita Árvore da Cruz por Sidney Paco
Mistério da Eucaristia
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Eis o mistério da fé! ”. Com essa exclamação, o sacerdote, após a consagração, expressa a fé que a Igreja tem na Sagrada Eucaristia. É mistério não pelo fato de ser incompreendido, mas porque é Deus, é dom do céu para terra. Trata-se de um mistério da fé, pois exige abertura e confiança, em um constante deixar-se envolver. É mistério que envolve, pois, uma verdade da fé: “Deus caritas est” (Deus é amor, como visto em Jo 4,8).
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Igreja - Santíssima Trindade
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Na Eucaristia contempla-se o mistério que dá origem a todos os mistérios: a Santíssima Trindade. Jesus Cristo, Verbo Eterno do Pai, por amor, encarnou, viveu no meio da humanidade e se entregou por ela. Ele é o pão descido do céu para dar vida ao mundo ( Jo 3,16-17). Revela o jeito de ser e de agir de Deus na oferta de sua vida. O mesmo Espírito Santo, que animou o ministério de Cristo, foi derramado na vida da Igreja e se torna presente no meio do mundo ( Jo 14,26). Na Missa, o sacerdote invoca o Espírito Santo para gerar a presença real de Cristo, tornando, assim, o pão e o vinho em sacramento sinal visível do real e invisível do amor trinitário. A Igreja realiza o pedido de Cristo e celebra a Eucaristia, sinal do sacrifício de Cristo. No gesto da Igreja, que celebra e atualiza o mis12
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tério, a fé torna-se eucarística, pois é a Eucaristia que incrementa a vida nova. É da cruz que vem a Igreja: água e sangue, sinais dos sacramentos que dão origem e incremento batismo e eucaristia.
"...Todo fiel é instigado a cada vez mais mergulhar nesse mistério tão profundo..." O amor divino requer pertença e comunhão: viver em Cristo e deixar que Ele viva também em uma aliança de amor com Deus e com os irmãos. A vida do discípulo só tem sentido na comunhão com seu Senhor ( Jo 15, 9). É na união de Cristo com os fiéis que é gerada e edificada a Igreja, o Corpo de Cristo (1 Cor 12,27).
Por fim, a Eucaristia apresenta ao mundo outra face do mistério, a da caridade. O mistério atraí e escandaliza. Cria espanto em um mundo de falsa caridade, de egoísmos disfarçados de belos amores, de sentimentos maquiados. O mistério toca o mais fundo das relações, apontando para o amor sincero, não interesseiro. Faz com que se saia de um amor virtual e ilusório e se encontre um amor real, do qual toda e qualquer pessoal tem sede. Todo fiel é instigado a cada vez mais mergulhar nesse mistério tão profundo para dele tirar proveito. A vida de santidade passa por uma frutuosa e constante vivência dos sacramentos, sobretudo da eucaristia, o coração de todos os sacramentos.
mirra é um dos presentes que o menino Deus recebera dos reis magos, naquele momento talvez sem sentido, porém cada presente trazia um significado profundo do mistério de Jesus. São gregório Magno nos dá detalhes em uma de suas homilias: “Os magos tinham ouro, incenso e mirra: o primeiro, evidentemente, corresponde a um rei; o incenso é usado no sacrifício a Deus; a mirra, por fim, embalsama os corpos dos mortos.” No ouro os reis magos o proclamam rei, no incenso Deus e na mirra sua humanidade.
Outra leitura do que seja a mirra é encontrada nos Padres Gregos, que põem o seu significado nas “boas obras”: “Assim como a mirra preserva da corrupção o corpo dos defuntos, assim também as boas obras conservam Cristo continuamente crucificado na memória do homem, o qual, por sua vez, é conservado no Cristo”, diz um texto atribuído a São João Crisóstomo. Deus quer que ofereçamos a Ele obras espirituais, nossa mirra. O que Ele espera de nós verdadeiramente são uma fé viva, uma oração pura e uma vida santa.
Pe. luan flávio de oliveira
vigário da paróquia santa rita Arquidiocese de Campinas
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O Cristo que nos encontra Reflitamos sobre as seguintes palavras de Santo Agostinho: “Na procura de Deus é Ele quem se adianta e vem ao nosso encontro”.
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ser humano foi criado à “imagem e semelhança de Deus” e seu coração busca incessantemente o reencontro com O seu Criador. Mas em que nos assemelhamos a Deus? Qual imagem de Deus fazemos ou transmitimos para os outros? Se somos filhos de Deus e, como afirma São Paulo, “nós o somos”, por que não nos tratamos como irmãos?
Pastoral de rua, Fortaleza por: Adora Comunicação
Santa Missa por Sidney Paco
Existem muitas perguntas que somente encontrarão respostas quando o homem for capaz de silenciar e ouvir a voz de Deus que ressoa em seu interior. Isso porque o barulho do mundo tem tornado surda a humanidade. Esta, por sua vez, tem perdido a capacidade de amar, de se assemelhar a seu Criador, de atingir sua plenitude, por falta de condições necessárias, chegando a um vazio existencial.
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Diante das incertezas do mundo, o homem busca preencher esse vazio de tantas formas, com tantas coisas... O que acarreta na perda de sua dignidade de filho de Deus. Quantos de nossos irmãos de rua passaram ou passam por nossas vidas, usaram ou usam de forma abusiva substâncias como o álcool e as drogas e chegaram ao ponto de perder suas vidas? Muitos são os mecanismos criados pelo poder público e por outras organizações com o objetivo de
ajudar as pessoas em “situação de rua” a saírem dessa condição, porém nem sempre há êxito. Alguns buscam a recuperação, mas desistem ao longo do caminho, outros não acreditam nela; tantos são os conflitos… O que fazer? Ajudálos “7 vezes”? Ou auxiliá-los “70 vezes 7”? A vida humana é feita de buscas, de encontros e desencontros. Cada pessoa é única. Somos filhos do mesmo Pai, mas somos diferentes, não há uma receita para todos. Precisamos aprender a viver a uni-
"Na procura de Deus é Ele quem se adianta e vem ao nosso encontro." Santo Agostinho dade na diversidade, pois esta é expressão daquela. E somente seremos capazes de viver a fraternidade quando formos capazes de amar Deus, de voltar a nossa origem. Santo Agostinho dizia que “na procura de Deus é Ele quem se adianta e vem ao nosso encontro”. E o que dizer quando Ele bate a nossa porta, à “porta” de nosso coração, e não O reconhecemos e não deixamos que Ele nos encontre, porque não conseguimos “vê-Lo no
disfarce doloroso dos pobres”? Não esqueçamos, amados irmãos e irmãs, de quantos encontros tivemos com O Cristo em nossas casas fraternas, nas ruas e em tantos outros lugares e situações. Deus não cansa de nos procurar, de ir a nosso encontro. É Ele mesmo, pela graça de Seu Santo Espírito, que está a nos impulsionar, a reinflamar a chama do carisma em nossos corações, em nossas almas. Nosso apostolado é fruto de um coração verdadeiramente orante e adorador. Sem esse encontro com o Senhor, perdemos nossa capacidade de amar, de perdoar, de servir. Busquemos com coragem e confiança redescobrir e reencontrar nossa essência de “filhos e filhas” de Deus, por meio da experiência de oração com Sua Palavra e com os sacramentos. Façamos, em cada Comunhão Eucarística, em cada lectio divina, nosso encontro com a misericórdia de Deus para que possamos expressar Seus ensinamentos para nossos irmãos. Que a Virgem Maria nos conduza sempre ao encontro com Cristo. Amém!
IR. MARIA DE DEUS
filhAs da pobreza do santíssimo sacramento
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Santa Clara e a Vida Fraterna “Amém sempre as suas almas e as de todas as suas Irmãs.” (Benção 14). “Conserve a vida comunitária em tudo.”(RSC 4,13)
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anta Clara, ao escrever sobre o tema da vida fraterna, mostra sua sensibilidade em relação às necessidades de suas irmãs, a compreensão que tinha das limitações humanas e o modo como acolhia as fragilidades de suas companheiras, tanto em sua atuação como irmã quanto em suas responsabilidades como supervisora. Clara foi sensível, humana, terna, afetuosa, misericordiosa e compreensível, e, mesmo sendo muito disciplinada com ela mesma, sabia entender suas irmãs. Para podermos captar melhor o conceito de fraternidade de Santa Clara, devemos primeiro conhecer seu histórico familiar. Ela vinha de uma família numerosa e nobre, na qual a hierarquia era muito valorizada . Para a Igreja, na época, a vida religiosa só era possível nos mosteiros de vida contemplativa, silêncio e oração. Ela vivia no mosteiro São Damião, que, por ser pequeno, não tinha clausuras individuais. Ele chegou a ter 50 irmãs, que se espalhavam no grande dormitório e, se necessário, usavam as pequenas enfermarias para se acomodar.
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para sua época, eram grandes inovações. O silêncio nos mosteiros era rigoroso, mas Santa Clara, quando assume o cargo de Supervisora, revela como, em nome do amor, era sensível às necessidades de suas irmãs, em especial as doentes: “… com exceção da enfermaria, em que as Irmãs sempre podem falar discretamente para distrair as doentes e cuidar delas. Mas podem insinuar o que for necessário sempre e em toda parte, brevemente e em voz baixa” (r s c , 5, 3-4). Também mostra sua compaixão com as irmãs que, a princípio, serviam fora do mosteiro em relação ao Jejum: “As adolescentes, as fracas e as que servem fora do mosteiro sejam misericordiosamente dispensadas, como parecer à abadessa. Mas em tempo de manifesta necessidade as Irmãs não sejam obrigadas ao jejum corporal” (r s c , 3, 10-11). Legenda de foto
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Santa Clara realiza algumas inovações. Seus feitos, para nós, hoje, parecem simples e pequenos, mas,
1- Ícone de Santa Clara 2-Estátua de Santa Clara de Assis - Itália
Essa consciência de Santa Clara sobre suas irmãs impede que a severidade da regra se torne excessiva e revela sua humanidade extrema. A regra de Santa Clara era o amor, o amor do Filho de Deus. Celano destacou em seus escritos
"Clara foi sensível, humana, terna, afetuosa, misericordiosa e compreensível." a ternura dela. Santa Clara exortava as irmãs a anunciarem a paz. Isso começava entre elas próprias, ela as incentivava a se acolherem e se amarem: “Manifeste com segurança, uma à outra, sua necessidade. 1E se uma mãe ama e nutre sua filha (cfr. 1Ts 2,7) carnal, quanto mais diligentemente deve uma Irmã amar e nutrir sua irmã espiritual?” (rsc 8, 15-16).
Como era exercida a hierarquia dentro do mosteiro de São Damião? Santa Clara, a abadessa, era a primeira ser serva: “A abadessa, porém, tenha tanta familiaridade com elas que possam falar e fazer com ela como as senhoras com sua serva” (rsc 10,4). Além disso, todas tinham o direito de opinar: “E tratem aí, de acordo com todas as Irmãs, o que for necessário para a utilidade e o bem do mosteiro, porque muitas vezes o Senhor revela à menor o que é melhor” (rsc 4, 17-18). Santa Clara propaga a alegriada vida fraterna de uma maneira muito simples, volta-se às pequenas coisas, e nos ensina a vivê-la como Nosso Senhor fez com os seus. Com ela, descobrimos a completude de nos integrarmos como irmãs, inflamadas pelo amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos uniu. Paz e Bem!
IR. VERÔNICA
filhAs da pobreza do santíssimo sacramento
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Uma das maiores alegria s que tenho em ajudar a Toca, é ver o auxílio que eles prestam no encaminhamento dos irmãos para a reinserção social, vejo que a ajuda deles não é só dar um alimento ou um abrigo, vai além, traz novos horizontes de vida. Regina Hirano - Missão Londrin a, PR
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