BOLETIM MENSAL
JUNHO/2019
NO CORAÇÃO DA FAMÍLIA!
jubileu de 25 anos, não podemos nos esqueN este cer de contar um pouco da história da Toca de Assis e onde tudo começou: Campinas (SP), em especial nossa Casa Mãe (Casa de Aliança São José). Na querida cidade foi onde Deus suscitou os primeiros corações generosos, leigos, religiosos, seminaristas e padres, a amar Jesus no pobre abandonado e Nele encontrar a fonte de todo o amor. Desde aquele 13 de maio de 1994 vivemos renovando nosso “sim” na adoração a Jesus Sacramentado e no amor aos nossos irmãos mais pequeninos. Eis que, em 1997, alugamos nossa primeira casa, a Casa Mãe, para, a partir daí, levarmos a família a mais quatro Estados brasileiros e a Quito, no Equador. Pela divina providência, em 2002, a Fraternidade Toca de Assis efetuou a compra da casa e, em 2003, concluiu a quitação da última parcela. Atualmente, nessa casa moram 12 religiosos, sendo sete do governo geral do Instituto Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento e diretoria da Fraternidade Toca de Assis e cinco são membros da missão, além de dois irmãos acolhidos. Portanto, a Casa abriga funções administrativas do Instituto e de parte da Toca de Assis e há ainda o apostolado. Assim como em todas as nossas outras casas fraternas, os religiosos encontram com Jesus no Santíssimo Sacramento no lugar mais importante, a capela, e levam o amor de Deus aos irmãos mais pequeninos pelo apostolado nas terças e quartas-feiras e no quinto domingo de cada mês.
Nas noites das terças-feiras são realizadas as pastorais itinerantes no centro da cidade, em que são distribuídos cerca de 40 lanches. Já as quartas-feiras, às 19h30, são dias de voltar ao local onde tudo começou: a praça da Igreja do Carmo. Aí são distribuídas 200 marmitas e são realizados momentos de evangelização e restauração da dignidade dos irmãos abandonados de rua por meio de um gesto de escuta, oração e de olhar o pobre com a dignidade de filhos de Deus. A cada quinto domingo do mês, o encontro com Jesus pobre abandonado acontece por meio da Pastoral Bom Samaritano, de 8 às 14h, no espaço pertencente ao governo. No dia, os irmãos pequeninos alimentam-se, há banho, corte de cabelo e barba e o momento de evangelização. Portanto, onde tudo começou a história perpetua-se e “ainda que muitos não entendam nossa busca, adoramos sendo pobres com os pobres”. Que nosso Senhor suscite mais corações generosos decididos a dar seu “sim” a Ele e ao próximo, que podem ser a mesma pessoa. “Em verdade Eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a Mim que o fizestes!” (Mt 25,40)
filhos da pobreza do santíssimo sacramento
“FELIZES OS POBRES, PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS!”
grande alegria e muita honra que hoje tenho a Écom oportunidade de partilhar um pouco das maravilhas
que Deus opera nas vidas de Seus amados filhos. Refiro-me àqueles pequeninos com os quais temos a graça de morar hoje, aqui na missão de Macaé (RJ) . Falo da nossa querida Dalva! Ela é natural de Macaé e está conosco desde 2011. Começou morando com uma família de criação, a quem chamava os seus membros de avô e avó, e diz ter sido o melhor tempo de sua vida, pois foi dessa família que recebeu educação e cuidados. Já quando adolescente foi morar com sua mãe e seus dez irmãos – uma família bastante pobre, com alguns de seus membros apresentando problemas psiquiátricos. Chegou a trabalhar em casas de família, bem como num hotel (serviços gerais) e numa lavanderia. Porém, com mais ou menos 17 anos começou a se envolver em alguns relacionamentos que não deram certo, acabou engravidando e teve dois filhos. Um deles, Gabriel, permaneceu com ela até completar 1 ano; todavia, pela falta de condições, entregou-o para uma vizinha conhecida da família. Por todas essas circunstâncias, transtornos e tropeços foram se desencadeando os problemas de ordem psiquiátrica: relata que se sentia confusa e com a cabeça “cheia” e, como escape, foi para as ruas... Adquiriu os vícios do álcool e do cigarro, tendo-os, muitas das vezes, como seu café da manhã, e dessa forma percorreu toda a cidade de Macaé, durante anos, com um saco e um gato nas costas, ficando conhecida como “Índia”, por força dos seus traços e pelos trajes que usava. Vivia na marquise do mercado de peixes da cidade e amava caminhar pelas praias. Conta-se que todos os dias ia até uma padaria e por lá ficava, admirando as vitrines – jamais, porém, tendo o hábito de incomodar quem passava! – e, dada sua situação, acabava ganhando alguma coisinha... Na verdade, vivenciou muitas experiências difíceis e dolorosas, principalmente por ser mulher e sempre andar sozinha. Soube, contudo, nas ocasiões de sufoco escapar dessas situações, sempre saindo correndo...
Após longos 28 anos nas ruas e nessa vida sofrida, ultimou por ser retirada dessa situação pelo Centro de Cidadania, porém, não se adaptou ao local e sempre escapava para a rua, até que, numas dessas idas e vindas, contataram-nos visando a que a acolhêssemos e, pela graça de Deus, assim foi feito! Chegou à nossa casa com um quadro bem debilitado. Era muito introvertida, tinha diversas manias que adquiriu nas ruas (acumulava recicláveis, fazia as necessidades no quintal, etc.), não podia ganhar nenhuma moeda nem ver o portão aberto que logo pensava em fugir, enfim, uma situação delicada e que demandava das irmãs todo um cuidado especial. Chegou a conseguir sair por duas vezes e, numa delas, só voltou para casa por causa do frio! Não era muito de conversar com as pessoas, respondia laconicamente e só falava o necessário, era muito quieta e passava a maior parte do dia no quintal, deitada nos bancos, tomando sol. Mas, com o passar dos anos, pela graça e pelo amor de Deus e com o cuidado de cada uma das irmãs, ela foi se adaptando e vendo, aos poucos, a casa como sua. Entrou, então, num processo de verdadeira mudança e hoje posso dizer que essas foram as obras de Deus mais visíveis que pude contemplar! Ela começou a fazer parte de tudo, a expor o que gostava, a rezar o Terço com as irmãs, a interagir nas catequeses e, por livre e espontânea vontade, foi batizada. Hoje, Dalva assume verdadeiramente as suas funções na casa, que tem como sua; ama cozinhar, fazer bolos, alimenta o sonho de ter uma padaria, conversa, canta e brinca com as irmãs. É, na verdade, um membro do nosso Instituto e tem contato regular com a sua família. Mas, com certeza, vê na Toca de Assis uma nova família, à qual indubitavelmente se integrou. Dalva já está conosco há oito anos e é, hoje, outra pessoa, obra viva do amor e do cuidado de Deus.
IRMÃ LÍVIA
Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento
MÃE, CAPELA DO SANTÍSSIMO, EXPÕE PARA NÓS O TEU FILHO 13 de maio de 2019, é um dia espeA segunda-feira, cial para toda a família Toca de Assis. Nessa data,
lembramos os 102 anos da aparição de Nossa Senhora em Fátima, Portugal, e comemoramos os 25 anos da nossa família religiosa. Como não se rejubilar no dia em que a Mãe Amorosíssima vem encontrar-nos para levar-nos ao Seu Divino Filho?! A Fraternidade Toca de Assis sempre esteve sob a proteção da Mãe Santíssima, a capela do Santíssimo, a Mãe que ensina-nos a adorar o seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, no Santíssimo Sacramento. “‘Feliz daquela que acreditou’ (Lc 1,45); Maria antecipou também, no mistério da encarnação, a fé eucarística da Igreja. E, na visitação, quando leva no seu ventre o Verbo Encarnado, de certo modo ela serve de ‘sacrário’ – o primeiro ‘sacrário’ da história –, para o Filho de Deus, que, ainda invisível aos olhos dos homens, presta-Se à adoração de Isabel, como que “irradiando” a sua luz através dos olhos e da voz de Maria. E o olhar extasiado de Maria, quando contemplava o rosto de Cristo recém-nascido e O estreitava nos seus braços, não é porventura o modelo inatingível de amor a que se devem inspirar todas as nossas comunhões eucarísticas?”1. “Ela é virgem, esposa e mãe”, o verdadeiro exemplo de mulher a ser seguido em todos os estados de vida. “A virgindade e a maternidade coexistem nela [Maria Santíssima]: não se excluem, nem se limitam reciprocamente. Antes, a pessoa da Mãe de Deus ajuda todos – especialmente todas as mulheres – a perceberem de que modo essas duas dimensões e esses dois caminhos da vocação da mulher, como
pessoa, desdobram-se e completam-se reciprocamente”2. Ela (a Virgem Piíssima), o sacrário do amor, é a nossa intercessora nestes 25 anos de testemunhos de dores, tristezas, alegrias, dificuldades. A mãe que sustenta a nossa vocação no caminho ao qual Deus nos chama a amá-Lo sem reservas, em cada comunhão, encontro com Jesus no pobre nas ruas e nos sacrários, nas perdas de irmãos queridos. Ela é a mãe que nunca desampara. Na nossa rotina de orações, de vivência do carisma, sempre há um lugar especial para Nossa Senhora. Leigos, religiosos e acolhidos espalhados por todo o Brasil e em Quito, Equador, estão unidos a uma mesma mãe pelas práticas de oração do Santo Rosário, Santo Terço, Cenáculo, todos com um mesmo fim: amar cada vez mais o nosso Amado. O próprio Padre Pio, nosso patrono, recebeu grande graça de Nossa Senhora de Fátima ao ser curado de grave doença que o abatia. São Padre Pio aconselha a “amar a Senhora e a rezar o Rosário, porque o Rosário é a arma contra os males do mundo”3. 1 - Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia. 2 - Mulieres Dignitatem, São João Paulo II 3 - Padre Pio era devoto de Nossa Senhora de Fátima e recebeu dela uma graça. Texto publicado em 9 de maio de 2019 no site ACI Digital.
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tocadeassis BOLETIM MENSAL TOCA DE ASSIS Junho • 2019
Periodicidade: mensal • Distribuição: gratuita • Tiragem: 5.000 exemplares Direção: Ir. Xavier e Ir. Maria Fernanda • Revisão: Marcus Facciollo Editor: Rafael Belucci • Diagramação: Ana Carolina Andrade