BOLETIM MENSAL
SETEMBRO/2018
Padre P io e o amor aos pobres “Homem das dores habituado ao sofrimento.” (Is 53,3)
é uma virtude que expressa bem a vida S acrifício de São Pio. Muitas pessoas conhecem esse
homem pelo grande e admirável zelo eucarístico que possuía. De fato, sua vida era uma missa e a missa era sua vida. No entanto, muitos não percebem seu grande amor e zelo pelos pobres, pelos doentes. Hoje, gostaria de levar o leitor a refletir sobre isso. Talvez esse amor aos pobres fosse na mesma medida de seu amor pela Eucaristia, pois na mesma medida que amamos a Deus, amamos nosso próximo, segundo a carta de São João1. Em certo momento de sua vida, decidiu construir um hospital que pudesse aliviar a dor e o sofrimento das pessoas, principalmente dos pobres. Surgiu então a Casa Sollievo della Sofferenza, um hospital que se tornou símbolo do que havia no interior do seu coração: o amor ao próximo! Sua inauguração ocorreu em maio de 1956. Tornou-se, ao longo dos tempos, um dos mais modernos hospitais da Europa e com fácil acesso aos pobres. Com efeito, São Pio desejava aliviar o sofrimento da humanidade não por uma filantropia ou utopia, mas porque era um homem que convivia com o sofrimento. Seu corpo carregava as chagas de Cristo, Nosso Senhor, suas mãos, seus pés e seu lado traziam em si os estigmas de Jesus. Isso causava dores corporais e morais terríveis, uma vez que por eles era caluniado e perseguido por muitas pessoas. Talvez, por isso, Padre Pio fosse tão sensível ao sofrimento humano, porque sofria ele mes-
mo muito. Somente quem sabe lidar com seu próprio sofrimento saberá lidar com o sofrimento do outro. Se eu não entendo qual o sentido do sofrimento em minha vida, jamais conseguirei me compadecer do próximo. Na regra de vida dos Filhos da Pobreza explica-se qual a inspiração de o escolhermos como nosso padroeiro: “São Pio de Pietrelcina nos inspira ao amor e zelo pelo Mistério Eucarístico e no desejo de aliviar o sofrimento dos pobres”2. O nome que nosso patrono indicou para o hospital nos revela que o sofrimento aliviado já é muita coisa e alguns sofrimentos Deus permite que perdurem para que se tornem redenção em meio ao mundo, como o foi na vida de São Pio. Quando saímos às ruas ao encontro dos sofredores de rua, devemos ter essa consciência de que podemos aliviar as dores corporais dos irmãos com um alimento, uma roupa, um cobertor, assim como aliviar as dores morais por meio de nosso sorriso, nossa companhia e oração por eles. São Pio nos questiona como vivemos nosso sofrimento cotidiano. Ele nos ensina como transformá-lo em sacrifício e tornar sagrada a nossa dor moral e corporal. Desse modo, saberemos acolher os pobres e abandonados que sofrem no corpo e na alma. Qual é o sentido que você dá ao seu sofrimento? 1Jo 4,20: “Se alguém diz: ‘Eu amo a Deus’, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” 2 Constituições FPSS, artigo 9. 1
IrmãoVaticanoMaria doSantíssimoSangue de Cristo Deus Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento
Os três arcanjos
SãoMiguel,SãoGabriel eSãoRafael
alegria, celebramos no C om dia 29 de setembro a festa
dos três arcanjos, que na Sagrada Escritura são mencionados pelos nomes Miguel, Gabriel e Rafael. São João Paulo II nos exorta “a refletir sobre a figura e a função desses singulares príncipes da milícia celeste e a honrá-los com a oração. Cada um de nós deve procurar sentir os três arcanjos como amigos e protetores junto de Deus e invocá-los frequente e confiadamente”. Qual é a tarefa dos três arcanjos? Eles estão na presença de Deus, são “cheios” da Sua luz e do fogo do Seu amor e, por isso, são também “espíritos ao serviço de Deus, que lhes confia missões para o bem daqueles que devem herdar a salvação” (Hb 1,14). Os seus nomes, que terminam com a palavra “El”, que significa “Deus”, revelam a sua missão. SÃO MIGUEL O seu nome significa “quem como Deus”. Deus quis que os anjos servissem livremente o Seu desígnio de salvação. Ele lhes revelou o Seu plano de amor de Se fazer homem na plenitude dos tempos (cf. Ap 12) e de unir em Cristo tudo o que há no céu e na terra (cf. Ef 1,10). Cada anjo teve que decidir-se se queria servir a Cristo, o Verbo encarnado, e aos seus irmãos “menores”, os seres humanos, para conduzi-los no caminho da salvação. No livro do Apocalipse lemos: “Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu” (Ap 12,7-8). Uma vez que Lúcifer e seus anjos se revoltaram contra Deus, o arcanjo Miguel lançou o grito de batalha “quem como Deus”, como que dizendo “ninguém é como Deus”. Mesmo se Deus Se fizer homem, queremos servir a Deus. Assim, São Miguel é o humilde servo de Deus, que declarou guerra contra Satanás. Ele é o anjo da humildade que nos ajuda na luta contra a soberba e como anjo da fé nos fortalece em meio às provações. Deus o fez príncipe da milícia celeste e protetor da Igreja. Invoquemo-lo muitas vezes no combate contra os poderes infernais rezando a
oração: “São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate (...) ”. SÃO GABRIEL Este arcanjo, cujo nome significa “força de Deus”, é o mensageiro de Deus por excelência, que foi enviado para transmitir a boa-nova da encarnação e pedir o “sim” de Maria: “Alegra-te, cheia de graça (...)” (Lc 1,28). Também a nós Deus envia o Seu anjo para nos transmitir a Sua palavra: “Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei. Está de sobreaviso em sua presença, e ouve o que ele te diz... porque Meu nome está nele” (Ex 23,20-21). Procuremos como Maria silenciar, escutar e obedecer ao nosso anjo da guarda para que Deus possa sempre de novo entrar na nossa vida e por meio de nós no mundo e assim continuar o mistério da encarnação até o fim dos tempos. SÃO RAFAEL Este arcanjo, de nome “medicina de Deus”, acompanhou Tobias na sua viagem: “Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o Anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus” (Tb 5,4). Do Arcanjo Rafael é referida a tarefa de cura. Ele curou a comunhão entre Tobias e Sara, afastando o demônio que quis destruir o seu amor conjugal. Em segundo lugar, ele curou o pai de Tobias de sua cegueira. Todos nós temos grande necessidade de cura, não somente das doenças físicas, mas também das espirituais. Invoquemos São Rafael com confiança para nos transmitir o amor de Deus que cura e salva: “São Rafael Arcanjo, vós, flecha de amor e remédio do amor de Deus, nós vos pedimos, feri o nosso coração com o amor ardente de Deus e nunca deixeis que essa ferida sare, para que, também no dia a dia, permaneçamos sempre no caminho do amor e tudo vençamos pelo amor. Amém!”. Pe.FidelisStoeckl ORC Anápolis, GO
Os pobres e meu chamado vocacional
constituições do nosso instituto religioso nos A strazem definições pontuais que iluminam nossa vida apostólica, das quais destaco o trecho que diz “Amor ao pobre abandonado de rua, reconhecendo nele o Senhor Jesus crucificado e ressuscitado, em comunhão com Seu corpo místico, a Santa Igreja”1. Com essa frase gostaria de registrar aqui o meu breve testemunho de nove anos de vida consagrada experimentados ao lado dos nossos irmãos em vulnerabilidade social. Tive o privilégio de aprender um pouco do que significa sensibilizar-se com os pobres já em casa com minha família, vendo gestos de caridade realizados por minha avó materna e principalmente por meus pais, sempre vinculados a esse apostolado na paróquia, posteriormente aprendendo com o carisma a amar esses irmãos a partir da contemplação da presença do Cristo neles. Gostaria de relatar minha experiência sobre três aspectos: o acolhimento, a pastoral de rua e os eventos que realizamos para restaurar a dignidade destes. Quão significativo é morar com os pobres! O legado de amor dado por Deus na profundidade de poder dizer que nos tornamos família com eles, certamente uma maneira privilegiada de vivenciarmos o amor gratuito, a paternidade espiritual e a fecundidade apostólica nesse ideal de vida. Graças a Deus pude experimentar essa vida em comum na maior parte do tempo, com os perfis de acolhida de idosos e pacientes psiquiátricos com suas exigências e aventuras, mas também com aqueles de reinserção social, com um apostolado evangelizador e de acompanhamento personalizado. Também as práticas da pastoral de rua, dentre elas as realizadas à noite de forma itinerante, que sempre me provocaram maior identificação; entendo ser esse (a noite) um momento em que aumenta a solidão, o desâ-
nimo e o sofrimento, decorrentes da falta de higiene, do frio, das circunstâncias do dia, por vezes sem nenhuma refeição de qualidade. Nesse momento, a presença amiga, afetuosa e espiritual dos religiosos e leigos oferece o alívio de necessidades e conforto afetivo. A passagem das Fontes franciscanas que diz “E devem alegrar-se quando estiverem entre pessoas vis e desprezadas, pobres e débeis, enfermos, leprosos e mendigos de rua”2 sempre foi uma grande motivação para que eu viva essa modalidade carismática em minha vocação. Por fim, expresso também a alegria de participar dos eventos que geralmente realizamos, os quais são peculiares ao nosso apostolado, sobretudo quando observo, aqui em Londrina, que os irmãos ficam com grande expectativa pela festa de Natal feita em um colégio no centro da cidade. Durante o ano, nas pastorais, comentam a espera por esse dia, evidenciando sua enorme importância e significado para suas vidas. Nesse ponto, a fundamentação bíblica que me alimenta encontra-se nas palavras de Jesus, que ensina que, quando der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos, assim será feliz porque eles não têm como lhe retribuir3. Concluo destacando o testemunho do Papa Francisco proclamando o Dia Mundial dos Pobres, promovendo auxílios múltiplos de ajuda no Vaticano, e seu testemunho de proximidade com os desfavorecidos da sociedade, que também muito me motiva nesse ideal. Constituições dos FPSS, capítulo 1, artigo 1, parágrafo 2. Fontes franciscanas, RNB 9, 2. 3 Cf. Evangelho de São Lucas 14, versículos 13-14. 1 2
Irmão Batista Servo do Cordeiro
Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento
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BOLETIM MENSAL TOCA DE ASSIS Setembro • 2018
Periodicidade: mensal • Distribuição: gratuita • Tiragem: 5.000 exemplares Direção: Ir. Xavier • Revisão: Marcus Facciollo • Diagramação: Rodrigo Reis