Informativo Toca de Assis Outubro 2018

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BOLETIM MENSAL

OUTUBRO/2018

“Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja”

São Francisco teve a Q uando grande experiência com o crucifixo de São Damião, o Cristo crucificado deu uma missão ao pobre de Assis, que ele fosse reconstruir a Sua Igreja, que estava em ruínas: “Francisco, não vês que a minha casa se destrói? Vai, pois, e restaura-a para mim” (LTC 13,7). São Francisco teve um discernimento imediato e literal e colocou todos os seus esforços para reformar a pobre Igrejinha de São Damião, que estava em ruínas na época e que mais tarde se tornaria o Mosteiro de Santa Clara e suas irmãs. Ele também reformou a Porciúncula, que se tornaria mais tarde o berço da Ordem Franciscana, e a Igreja de São Pedro, todas em Assis. Foi somente mais tarde que ele foi compreender o que Jesus havia lhe pedido. São Francisco atendeu ao pedido do Crucificado, reconstruiu a Igreja de sua época acolhendo, respeitando, amando e obedecendo a ela, como nos exorta em seu testamento: “E o Senhor me deu tal fé nas igrejas, que assim simplesmente orava e dizia (…)” (Test 4). Existiram muitos movimentos pauperísticos em sua época. O

amor aos pobres e imitar a pobreza de Cristo não foram novidades franciscanas do seu século, existiam muitos movimentos que abraçaram essa vida: os valdenses, os pobres de Lião, os humiliates, mas o que fez o movimento franciscano se diferenciar desses outros movimentos foi que São Francisco nunca permitiu que se criticasse a conduta da Igreja; ele foi um grande testemunho para a Igreja de sua época, fazendo e vivendo a vontade de Deus sem julgar qualquer outro ou a própria Igreja, mostrando grande amor e respeito pelos sacerdotes, porque traziam o corpo e o sangue de Cristo: “Bem-aventurado o servo que tem fé nos clérigos que vivem retamente segundo a forma da Igreja Romana. E ai daqueles que os desprezam, pois, mesmo que sejam pecadores, ninguém deve julgá-los, porque só o próprio Senhor reservou o direito de os julgar. Pois como é maior o ministério a eles confiado do santíssimo corpo e sangue do Nosso Senhor Jesus Cristo, que eles recebem e só eles administram aos outros (…)” (ADM 26-1,3). Quando foi pedir a aprovação da sua regra ao Papa Inocêncio III, indo

até Roma, o Papa teve um sonho: “(…) o Senhor Papa muito se admirou, especialmente porque, antes da vinda do bem-aventurado Francisco, ele tivera uma visão na qual a Igreja de São João do Latrão ameaçava ruir e um homem religioso, franzino e desprezível, a sustentava com seus ombros” (LTC 51,5). Esse sonho se comprova, São Francisco foi um santo eucarístico, escreveu sobre a Eucaristia e sua importância, como vemos em I Admoestações: o corpo do Senhor. Aproximou os fiéis mais pobres da Igreja por meio da sua pregação simples, pediu o perdão de Assis para que os pobres tivessem um acesso melhor para obter a indulgência e assim poder comungar com mais frequência. São Francisco obedeceu ao pedido de Jesus de reconstruir Sua Igreja, acolhendo, amando e respeitando. Muito mais do que com pedras ou com palavras, amou a Igreja com o seu próprio testemunho de vida. São Francisco de Assis, rogai por nós!

Irmã Verônica

Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento


Filhas da Pobreza, dom de Deus para a Igreja “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou o coração humano, o que Deus tem preparado para aqueles que O amam.” (1Cor 2,9) é um grande dom que reflete a grandeza, A vida a sabedoria, a bondade, a beleza e o amor de

Deus. O homem, nesse seguimento, é guardado por um grande mistério do qual nem sempre tem assim tanta clareza, pois ele precisa de tempo para ser assimilado, internalizado e ganhar forma. Eu compararia isso com a parábola em que Jesus nos revela os mistérios do Reino: “O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra. Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber. Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga”. O homem nasce de Deus e passa a vida a procurá-lo. Há uma frase de Santo Agostinho que ilustra bastante esse pensamento: “Fizeste-nos, Senhor, para Ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em Ti”. É da natureza finita e imperfeita do homem almejar à eternidade e à perfeição de Deus. É na juventude que essa semente de vida que há no homem procura um solo fértil para morrer e dar furtos, uma fase da vida, se posso assim dizer, em que se tem uma predisposição maior para esse encontro. Foi justamente com essas disposições que alguns jovens, pondo-se a procurar por Deus, encontraram-No no Santíssimo Sacramento e solicitamente saíram pelas ruas a cuidar dos pobres e abandonados, descobrindo neles a presença de Cristo. Nasce dessa procura um novo dom na Igreja, gerado no coração de Jesus Sacramentado para o seu próprio coração nos pobres e sofredores de rua, para levar a eles a

Boa-Nova do amor divino e restaurar-lhes a dignidade de filhos de Deus: a Fraternidade Toca de Assis. Sem se perceber, essa semente cresce a partir de uma experiência profunda nas ruas, praças e igrejas de Campinas e algumas jovens sentiram o chamado a uma radicalidade maior no seguimento do Evangelho, sob a inspiração da forma de vida de São Francisco e Santa Clara por meio da vivência de fraternidade, no acolhimento dos pobres e na prática dos conselhos evangélicos por amor ao Reino dos Céus. Foi assim que, em 1997, algumas irmãs iniciaram a vivência fraterna em comum na primeira casa religiosa feminina da Fraternidade Toca de Assis, aparecendo ali os primeiros sinais de vida consagrada na Fraternidade. Em 2000, essa obra começa a se organizar como Sociedade Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento, sendo erigida como uma associação pública de fiéis e, em 2010, o então arcebispo de Campinas, Dom Bruno Gamberini, aprova as constituições ad sperimentum como um futuro instituto religioso de direito diocesano. Deus Se manifesta na história de formas diversas; a dimensão do Seu amor, como diz o salmista, “não tem medidas nem limites” e hoje recordo aqui mais uma das manifestações de Deus, que é o nosso instituto religioso. Em 7 de outubro celebramos mais um ano de vida. Agradeço a Deus por esse dom, na vida da Igreja, na minha vida, na vida das minhas irmãs que na alegria e no escondimento o tem testemunhado com verdade. Agradeço ainda a todos os amigos e benfeitores que acompanham e acreditam nessa obra de Deus. Deus abençoe a todos.

Irmã Judá

Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento


“Come este livro e vai falar a casa de Israel” Ez. 3, 1

gostaria de refletir H oje com o leitor sobre a di-

mensão do alimento espiritual que é a palavra de Deus. Com efeito o profeta Ezequiel tem uma visão que simboliza Deus concedendo um livro, um rolo (como eram os livros antigos), para início de sua missão de profetizar ao povo rebelde e obstinado ao pecado e corrupção. O Profeta come e diz que em sua boca era doce como mel. Assim como alimento material é essencial para a nossa sobrevivência carnal, de igual modo, o católico batizado precisa deste alimento espiritual que é a palavra de Deus! Um católico que não tem intimidade, que não sabe manusear a Bíblia, que não tem o hábito de se alimentar diariamente dela, me pergunto como estará sua vida espiritual? Na visão do profeta Ezequiel ele não lê somente o livro, mas ele come se alimenta dele. Aqui temos duas alusões 1º não basta ler a Bíblia é preciso viver o que ela diz, encarnar esta Palavra, pois o alimento que ingerimos de alguma forma se transforma em nós; com a sagrada escritura é o contrário, quanto mais lemos e meditamos, mais nos tornamos semelhantes a ela, ou seja, o verbo de Deus vai nos transformando em criaturas novas¹ conforme nos exorta o apóstolo Paulo: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” 2º: Se alimentar da palavra de Deus é comungar o Santíssimo Sacramento, pois Cristo Jesus é o verbo de Deus encarnado; ao participarmos do Santo sacrifício participamos necessariamente da mesa da palavra antes de nos aproximarmos da mesa eucarística. “Abri então a boca e comi”² Toda vez que nós comungamos a sagrada Eucaristia, estamos nos alimentando da palavra de Deus e recebemos vida espiritual. Como o mundo seria um lugar bem melhor, se os católicos de fato, se alimentassem das sagradas escrituras e não somente usassem a Bíblia como objeto de estética e amuleto de proteção em suas ca-

sas; imagino como as famílias seriam mais felizes, se parassem de assistir novelas e juntos começarem a lerem o Evangelho e fizessem uma meditação da Palavra em seu dia e partilhassem suas experiencias. É o que o Papa Francisco tem nos indicado: “O Evangelho é palavra de vida: não oprime as pessoas, ao contrário, liberta quantos são escravos de muitos espíritos malignos deste mundo: o espírito da vaidade, o apego ao dinheiro, o orgulho, a sensualidade... O Evangelho muda o coração, muda a vida, transforma as inclinações ao mal em propósitos de bem. Eis por que vos peço sempre que tenhais um contato diário com o Evangelho, que o leiais todos os dias, um trecho, um excerto, que o mediteis e que o leveis convosco por toda a parte: no bolso, na bolsa... Ou seja, alimentai-vos todos os dias nesta fonte inexaurível de salvação. Não vos esqueçais! Lede um trecho do Evangelho todos os dias.”³ ¹ II Cor. 5,17 ² Ez. 3, 2 ³ ANGELUS 1\02\15

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BOLETIM MENSAL TOCA DE ASSIS Outubro • 2018

Periodicidade: mensal • Distribuição: gratuita • Tiragem: 5.000 exemplares Direção: Ir. Xavier • Revisão: Marcus Facciollo • Diagramação: Rodrigo Reis


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