BOLETIM MENSAL
JANEIRO/2019
Natal daToca
“Jesus se fez pobre para os pobres” (2Cor 8,9): tema do Natal 2018 da nossa família religiosa remete-nos ao carisma da fraternidade.
da Toca é infinitamente mais do que um O Natal evento e uma ação de solidariedade. Para nós são
dias de grandes bênçãos e da alegria de amar Jesus no pobre, ir “Do altar de Deus ao altar dos pobres (...). Amor a Deus e amor ao próximo fundem-se num todo: no mais pequenino, encontramos o próprio Jesus e, em Jesus, encontramos Deus” (Deus Caritas Est)1. “O que é ser pobre para os pobres? Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, ‘esvaziou-Se’, para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fl 2,7; Hb 4,15). A encarnação de Deus é um grande mistério, mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas Suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. (...)2.” Nesses dias de realização do Natal, unem-se pessoas com o mesmo objetivo: amar Jesus, por meio de ações semelhantes ao nosso apostolado, as quais pretendem aliviar as dores físicas e espirituais dos pequeninos. Nosso Natal dos Pobres realizou-se em cidades onde temos casas de missão e outras nas quais há grupos de leigos que procuram vivenciar o carisma: Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ), Santos (SP), Cotia (SP), Curitiba (PR), Londrina (PR), Belo Horizonte (MG), Sete Lagoas (MG), Fortale-
za (CE), Juazeiro do Norte (CE), Natal (RN), Quito (capital do Equador), Vitória (ES), Brasília (DF), Itapetininga (SP). Muitas pessoas estiveram envolvidas na realização do nosso Natal, por providência divina: os irmãos e irmãs do ramo contemplativo, que contribuíram com uma silenciosa e escondida oração; os religiosos e os leigos, que organizaram e coordenaram as atividades; os voluntários, que se doaram; e os inúmeros benfeitores. É esse amor de Cristo que nos sustenta. “Caritas Christi urget nos” (A caridade [amor] de Cristo nos impele [impulsa]). A nossa força vem também, e principalmente, da adoração ao Santíssimo Sacramento e das santas Missas, pilares do nosso carisma. “A Eucaristia é o Sacramento que representa e produz a caridade”, afirma São Tomás. A todos que de diversas formas colaboraram com o Natal da Toca, nosso agradecimento! Neste mês, a Igreja celebra a festa do Santo Nome de Jesus, que nos lembra que o Menino nascido em dezembro recebeu o nome de Jesus, o Salvador, Aquele que nos veio salvar. O Arcanjo São Gabriel deixou claro a José o significado desse nome: “Porque Ele salvará o Seu povo de seus pecados”. Não tenhamos medo de amá-Lo e dar testemunho da nossa fé. 1 2
Carta Encíclica Deus Caritas Est, do Sumo Pontífice Bento XVI. Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2014.
Instituto dos Filhos daPobreza do Santíssimo Sacramento
“Quando o tempo chegou aP lenitude,Deus enviou o seuFilho, nascido de umaMulher...” (Gl 4,4)
passagem da Carta aos N essa Gálatas, encontramos sinte-
tizados o mistério da encarnação e o mistério da maternidade divina de Maria. Ela é Theotókos, porque no seu seio a divindade do Filho de Deus se uniu à humanidade e ela, por obra do Espírito Santo, deu à luz Jesus Cristo, que é o Filho de Deus. O teólogo Jean Galot diz que “o nome glorioso de ‘Mãe de Deus’ que a Igreja reconheceu a Maria exprime o limite extremo do amor divino que se uniu tão humildemente ao ser que havia criado”1. Há essa íntima relação entre o mistério da encarnação e o mistério da maternidade divina porque, para usar uma expressão do então Cardeal Ratzinger, “Um abismo infinito se abre quando dizemos ‘O Filho de Deus Se fez homem’”. Como uma semente que precisa da terra para germinar e dar frutos, Jesus quis precisar da “terra da Mãe”: “O mistério
de Maria significa precisamente isso: que a Palavra de Deus não permaneceu sozinha; assumiu, antes, em si o outro, a terra; na ‘terra’ da Mãe a Palavra se tornou homem e agora, empastada com a terra da humanidade inteira, pode retornar a Deus”2. Encarnando-Se, Jesus aceita todo um caminho de pobreza, que começa com a infância. Maria não somente gerou e deu à luz o Filho de Deus, mas também O educou e O acompanhou em Seu crescimento humano. Assim, exerceu sobre Jesus o que uma mãe exerce sobre o seu filho: “Jesus foi tão autenticamente educado por Sua mãe quanto foi verdadeiramente nascido dela... Foi, portanto, esse coração materno que se tornou responsável pela fisionomia do Salvador; foi ele que traçou secretamente o primeiro esboço da figura de Cristo descrita nos Evangelhos”3. Misterioso intercâmbio de amor: o Criador de todas as coisas, que criou
Jean Galot, O coração de Maria. Editora Flamboyant, São Paulo, 1962, p. 176. Joseph Ratzinger, O caminho pascal. Editora Loyola, São Paulo, 1986, p. 25. 3 Jean Galot, O coração de Maria. Editora Flamboyant, São Paulo, 1962, pp. 180-181. 4 Joseph Ratzinger, O caminho pascal. Editora Loyola, São Paulo, 1986, p. 65. 5 Stylianos Harkianakis, em Joseph Ratzinger, O caminho pascal. Editora Loyola, São Paulo, 1986, p. 66.
o ser humano à Sua imagem e semelhança, elevou “a obra de Suas mãos” a tão grande dignidade, a ponto de então, com a maternidade de Maria, “deixar-Se” modelar por uma de Suas criaturas. Maria imprimiu no Filho de Deus os traços de sua humanidade. Então, o que aprende Jesus de Sua mãe? Hans Urs von Balthasar nos responde: “Aprende o ‘sim’. Não qualquer ‘sim’, mas a palavra ‘sim’, que sempre avança, sem se cansar”4. Por isso, com toda a Igreja, proclamamos: “Honramos a Mãe de Deus e depositamos nela todas as nossas esperanças porque sabemos que ela tudo pode. E sabeis por que tudo pode? Seu Filho não deixa de atender algum desejo seu, porque não restituiu mais aquilo que tomou emprestado dela. Tomou dela a sua carne que divinizou, mas que não devolveu mais. Essa é a razão porque nos sentimos tão seguros no jardim da Mãe de Deus”5.
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Irmã Rosa de Santa Maria
Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento
Epifania e a Virtude da Alegria
“Vimos Sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo.” (Mt 2,2)
A
liturgia da Igreja celebra neste mês de janeiro a solenidade da Epifania, a manifestação do Senhor aos povos. Então, refletindo sobre a Epifania, podemos nos perguntar: por que uma estrela? O que ela simboliza? Você já parou para meditar no que simboliza uma estrela para si? O que simboliza a estrela para a cultura do mundo? Já parou e contemplou as estrelas no céu, numa noite serena e acolhedora? Consegue ver o amor de Deus? Consegue enxergar sua manifestação por meio da criação? A liturgia nos convida a meditar a manifestação do Nosso Senhor para conosco. Ela nos exorta sobre as vezes que queremos ver e sentir grandes epifanias e milagres com sensações e sinais escandalosos, mas esquecemos e desprezamos as manifestações simples e profundas em que Deus Se revela no cotidiano; somente um coração simples e humilde consegue perceber e seguir tais sinais, como foi o caso dos pastores, que disseram uns aos outros “Vamos a Belém ver este acontecimento que o Senhor nos revelou”1. Desse modo, perguntamos: qual é sua Belém hoje? Ou seja, qual é a coisa simples, mas que lhe traz alegria e satisfação, que lhe revela o amor de Deus? Você agradece e louva a Deus por isso? Veja, Deus se manifesta por meio de sua família, de seus filhos e de seus pais. O Senhor pode se revelar por meio do seu emprego, do seu estudo ou, ainda, da sua comunidade; enfim, a nós cabe buscar esse coração sensível e humilde para reconhecer Sua manifestação de amor por nós, pecadores.
Lc 2,15. Mt 2,10. 3 Mt 2,11. 4 São Leão Magno, Sermão 3, Epifania do Senhor. 5 Mt 2,10. 1 2
Creio que, assim como existem muitas estrelas no firmamento, existem muitas revelações de Deus para nós! Outra pergunta que podemos fazer a esse respeito é “Quanto tempo levou a viagem dos magos?”. Percebe-se que eles vieram de longe; talvez tenham levado semanas, meses ou anos. Não sabemos ao certo, mas acredito que empregaram uma grande peregrinação e, ao verem a estrela, sentiram profunda alegria2. Ao seguirem essa manifestação de Deus, prostraram-se para adorar3 o Rei dos Reis, o Senhor Jesus. Isso nos ensina que a estrela foi a grande motivação para seguirem sua peregrinação até chegar ao encontro com Deus. De igual modo, nós também devemos buscar as alegrias de Deus, suas manifestações, para sentirmos força e motivação em nossa caminhada rumo à pátria celeste, como afirma a oração da coleta da liturgia da Epifania: “Ó Deus, que hoje revelastes o Vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos Vossos servos e servas que já Vos conhecem pela fé contemplar-Vos um dia face a face no céu”. “Celebremos com alegria espiritual o dia das nossas primícias e do chamado dos primeiros povos pagãos à fé4.” “Ao verem de novo a estrela ficaram radiantes de alegria5.”
Irmão Vaticano Maria do Santíssimo Sangue de Cristo Deus Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento
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Nossa fraternidade possui dois institutos de vida religiosa, com membros que ao vivenciar nosso carisma desejaram se entregar totalmente a Deus, seguindo o caminho da vida consagrada. São eles: as Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento e os Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento. SE VOCÊ SENTE O CHAMADO DE DEUS PARA FAZER PARTE DESSA OBRA, ACESSE E FAÇA SEU CADASTRO:
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BOLETIM MENSAL TOCA DE ASSIS Janeiro • 2019
Periodicidade: mensal • Distribuição: gratuita • Tiragem: 5.000 exemplares Direção: Ir. Xavier e Ir. Maria Fernanda • Revisão: Marcus Facciollo • Diagramação: Jean Mendonça