Publicação da Fraternidade de Aliança Toca de Assis - Novembro de 2015
Misericordia Vultus
ÍNDICE
Revista
Artigo Especial
Toca para a Igreja 33
Mãe da Igreja
Escritório São José Rua Amador Bueno, 45, Vila Industrial Campinas/SP. CEP: 13035-030 comunicacaocentral@tocadeassis.org.br Fone: (19) 3886-7086
Toca em Ação 44
NOVEMBRO 2015 Publicada por Fraternidade de Aliança Toca de Assis CNPJ: 02019254/0001-87
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Formação
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De Olho na Rua 6
Coração da Toca
SAV- Serviço de Animação Vocacional
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Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento
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vocacional@fpss.org.br
Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento
sav.nacional@filhasdapobreza.com.br Revista Toca de Assis Publicação mensal interna da Fraternidade de Aliança Toca de Assis
Presidente: Ir. Emanuel do Sacramento de Amor, fpss. Departamento Comunicação Ir Judá, Ir. Nínive, Leonardo de Souza e Anima Comunicação. Editor chefe: Ir. Nínive, fpss / Ir. Judá, fpss Projeto gráfico e Diagramação: Anima Comunicação +55 43 3064-1633 www.animacomunicacao.com Revisão Ortográfica: Larissa Nazário Impressão e tiragem: 10.000 exemplares Colaboradores nesta edição: Ir. Emanuel; Ir. Nínive Ir. Judá; Ir. Vaticano; Pe. Paulo Henrique; Ir. Gabriel; Ir. Sara Maria; Ir. Surieli; Ir. Verônica Maria; Leonardo de Souza ; Eduardo Vanzella; Fernando Nunes; Tamisa Graciano; Fábio Oliveira; Évelyn Renata; Oscar Nascimento. Capa Papa Francisco Imagem da Internet
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EDITORIAL Prezado amigo Leitor, Paz e bem! No mês de novembro nosso “ARTIGO ESPECIAL” é sobre a abertura da Porta Santa e o Jubileu Extraordinário, convocado pelo Papa Francisco. No “DE OLHO NA RUA” uma novidade: temos uma nova diretoria na Fraternidade Toca de Assis, e uma bela carta do novo presidente, Irmão Emanuel, que nos leva a meditar sobre os novos desafios que teremos pela frente. A “FORMAÇÃO” será sobre os “Fiéis Defuntos” que a Igreja, sendo mãe, jamais se esquece de seus filhos, mesmo aqueles que não estão mais aqui neste mundo . Se confiarmos, Graças abundantes vindas do Céu chegarão até nós pela intercessão da Virgem das Graças, também conheceremos a história de sua aparição na coluna “MÃE DA IGREJA”. Já no artigo “O MUNDO TEM SAUDADES DE FRANCISCO” veremos que este homem nada mais queria nesta vida além de seguir os passos do Divino Mestre o que de fato conseguiu. Em “TOCA PARA IGREJA” o Pe. Paulo Henrique de Alencar mostra o quanto a Fraternidade “provoca” no seu sacerdócio este pedido de renovação que a Igreja tanto pede e necessita. No "CORAÇÃO DA TOCA" vamos nos recordar da nossa querida Irmã Antônia: Uma mulher de Deus, cheia da ternura e da graça do Espírito Santo. Os que conviveram com ela jamais se esquecerão de seu sorriso bem humorado e de suas idias brilhantes. Sobre o Natal dos Pobres, veremos na coluna “TOCA EM AÇÃO” que na alegria poderemos acolher nossos convidados, que não são apenas os nossos parentes e amigos, mas sim o próprio Jesus Cristo na pessoa do próximo. Departamento de Comunicação
TOCA PARA A IGREJA
A Toca de Assis e uma provocacao a verdadeira renovacao da Igreja Uma provocação para que o meu sacerdócio seja um sinal nesse mundo, uma provocação à santidade, à unção, à doação.
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Toca de Assis representa uma semente lançada nessa terra fértil, talvez seja um dos modos de entender minha vida, plantada neste solo para frutificar. No dia 28 de julho, na cidade de Londrina, o Senhor me concedia dar os primeiros gritos de recém-nascido, mal sabia eu que esse nascimento seria a cada dia, até que no dia 28 de dezembro de 2013 o Senhor me fazia nascer para a sublime vida sacerdotal. Que alegria essa, a de ser um recém-nascido nas mãos de Deus, sou como um aprendiz que se coloca ao lado de tantos outros consagrados. Meu coração arde por ser de Deus e assim poder alargar os horizontes daqueles que estão ao meu lado para verem o que esse mundo não pode nos mostrar. No contato com um livro sobre a vida de São Francisco de Assis descobri que essa chama não estava presente somente em meu coração; quanta vitalidade, ousadia, frescor e liberdade na vida daquele jovem que deixou tudo para encontrar o Tudo da sua vida. Aquela marca que estava em Francisco também estava gravada em meu coração, é justamente aí que me encontrei com a Toca de Assis, a conhecia desde o tempo de seminário e essa proximidade cresceu ainda mais neste início do meu sacerdócio. A Toca é como o sonho do Senhor pela renovação da Igreja, revelado no tempo de Francisco. Como me encanta estar com tantos jovens consagrados e suas inquietações, jovens que aprenderam que o modo de não ser silenciados é estar ao lado do Senhor O Santíssimo Sacramento e ao lado do Senhor que se fez pobre nos pobres. A Toca de Assis é uma provocação à verdadeira renovação da Igreja que não está tanto em mudanças estruturais, mas no relacionamento com alguém que me leva a alguém. Uma provocação para que o meu sacerdócio seja um sinal nesse mundo, uma provocação à
Capela do Recanto Sagrado Coração de Jesus, Londrina-PR. Fotografia: Arquivo pessoal
santidade, à unção, à doação. Como me renova celebrar a Santa Missa com esses Consagrados, cada momento de partilha, de carinho e reverência pelo sagrado. Foi com vocês que aprendi expressões tão belas que se tornaram parte de mim: Jesus Sacramentado, Nosso Deus amado, Certeza do Céu e, é com vocês que quero continuar a aprender a ser padre. Que Deus os abençoe e a Virgem Maria os proteja a cada dia. Pe. Paulo Henrique
Pároco na Paróquia Santa Rita de Cássia Arquidiocese de Londrina-PR
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Capela Da Medalha Milagrosa – Rua Du Bac em Paris Imagem da internet
MÃE DA IGREJA
Nossa Senhora das Gracas e a Medalha Milagrosa “Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes Graças e serão abundantes para quem a usar com confiança.”
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onheceremos nesta edição o famoso título de Nossa Senhora das Graças, comemorado em 27 de novembro, uma aparição a Santa Catarina de Labouré, noviça das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.
Do interior humilde da França, Catarina, nascida em 1806, perde a mãe aos nove anos, confiando-se a Virgem Maria como Mãe. Com 23 anos deixa o mundo para seguir sua vocação, opondo-se ao seu pai.
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Em Paris, no dia 19 de julho de 1830, tem a primeira visita daquela que tanto desejara contemplar. De madrugada, seu anjo da guarda, sob a forma de um menino, acorda-a: “A Santíssima Virgem vos espera” e a conduz à capela, Catarina ouve o frufru de seu belíssimo vestido de seda e narra: “Dei um salto para junto d'Ela, ajoelhando-me ao pé do altar, com as mãos apoiadas nos joelhos de Nossa Senhora... Ali se passou o momento mais doce de minha vida. Ser-me-ia impossível exprimir tudo quanto senti.”
A Senhora anuncia sua missão, garante sua Maternal intercessão nos dias difíceis que viriam. Profeticamente anuncia a queda do trono na França, o que se deu na semana seguinte, bem como os terríveis conflitos da Revolução Francesa. Mostra o pé do Altar, onde Catarina deve se lançar e expandir seu coração e lhe diz: “aí as graças serão derramadas sobre todas as pessoas, grandes e pequenas, particularmente sobre aquelas que as pedirem com confiança e fervor”. Na segunda aparição, em 27 de novembro de 1830, a Virgem aparece sob uma esfera e em seus dedos, anéis revestidos de belíssimas pedras preciosas lançam raios fulgurosos para todos os lados, cada qual mais estupendo que o outro. Ela explica: “A esfera que vês representam o mundo inteiro, especialmente a
França e cada pessoa... Estes raios são o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que me pedem e os anéis que não partem raios simbolizam as graças que se esquecem de me pedir”. Faz Catarina compreender quão agradável é rezar a Ela, quanto Ela é generosa, quantas graças concede à quem lhe roga e que alegria Ela sente ao concedê-las. Naquele momento formou-se um quadro oval em torno de Nossa Senhora, no alto estava escrito: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós", em letras de ouro. E Catarina ouve: “Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças e serão abundantes para quem a usar com confiança...” O quadro pareceu girar e
no verso da medalha havia ao centro a letra "M" encimada por uma cruz, coroada de doze estrelas e embaixo os Corações de Jesus e de Maria. Somente após dois anos, seu diretor espiritual realiza a cunhagem das primeiras medalhas com a autorização do Arcebispo, coincidindo com o ataque da epidemia de cólera que dizimou milhares de pessoas, mas inúmeras graças e milagres foram observados com a nova Medalha chamada Milagrosa. Em 1839, mais de dez milhões de medalhas já rodavam o mundo. E infinitos prodígios aconteciam por toda a parte aos que a usavam com confiança. Grande fato que causou repercussão mundial à nova devoção foi a conversão de um jovem banqueiro judeu à fé católica, Afonso Ratisbonne que se tornou sacerdote. Cumprida a missão, Catarina viveu escondida em serviços humildes nos orfanatos e asilos da Congregação, sob sigilo total, até diante de suas irmãs. Faleceu aos 46 anos e seu corpo permaneceu incorrupto, inclusive seus olhos azuis conservaram-se intactos.
Representação da medalha milagrosa Imagem da internet Referências - A Medalha Milagrosa – História e Celestiais Promessas. Mons. João Clá Dias EP
Para nós, que não fomos agraciados com dons extraordinários, cabe acolher os dons que o Céu concede nos seus santos e buscar a vontade de Deus. Fato importante desta aparição são as graças inefáveis que não são derramadas na terra por não serem pedidas. E também nossa Divina Mestra nos indica o lugar para recorrer com confiança e abandono: o Altar de Deus, onde nos é dado o Santíssimo Sacramento. Façamos os anéis da Virgem das Graças voltarem a brilhar pela nossa súplica incessante, especialmente pela Igreja nestes tempos não menos difíceis que os de Catarina, mas existem riquezas de Graças, basta-nos buscá-las.
Ir. Gabriel
Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento
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FORMAÇÃO
As indulgencias no dia de finados "Uma conversão procedente duma caridade fervorosa pode chegar à total purificação do pecador, de modo que nenhuma pena subsista” (Cat. 1472).
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o dia de finados a Igreja lembra os fiéis defuntos. Quem são esses fiéis? São todos os que foram incorporados na Igreja pelo batismo (cf. Cân. 204). A Constituição dogmática Lumen Gentium do Vaticano II especifica os três estados da Igreja que persistem até a segunda vinda de Cristo: o estado da Igreja Peregrina na terra; da Igreja Glorificada, o qual celebramos no dia de todos os santos; e o da Igreja dos que já passaram pela terra, mas estão em purificação até que possam entrar na visão de Deus (o Céu). Todos nós formamos a única Igreja de Cristo “pois, todos os que são de Cristo, tendo o Seu Espírito, formam uma só Igreja e nela estão unidos entre si” (cf. Ef 4, 16) (LG 49). A Igreja, como uma mãe, não esquece seus filhos, por essa razão somos chamados no dia de finados a lucrar indulgências para nossos irmãos que estão em purificação. Rezamos, portanto, pelas almas do purgatório. É certo que as almas dos nossos irmãos têm a certeza do Céu, isso é motivo de gozo para nós e para eles. Há pessoas que tem a piedade de rezar pelas santas almas do purgatório, são chamadas ‘santas’ porque são destinadas ao Céu com certeza, no entanto, precisam de nossas orações para completar sua purificação. As almas do purgatório não merecerem nada para si mesmas depois dessa vida, por isso elas são muito gratas por nossas orações, e como os santos do Céu intercedem por nós, assim elas se lembrarão daqueles que foram seus benfeitores espirituais. Diante dessa preliminar, quero explicar hoje o que são as indulgências, para tal seguiremos com as palavras do Catecismo: “a indulgência é a remissão,
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Londrina-Pr Fotografia: Anima Comunicação
Portanto, o pecado pede reparação. Deus nos perdoa sim, mas os pecados têm consequências funestas para nós. Precisamos reparar o nosso mal! Deus é infinito e pode perdoar os pecados sem precisar de reparação, mas isso seria contra sua santidade e justiça. Ademais, reparando o mal que causamos com nosso pecado nos assemelhamos ao Verbo Encarnado que na obra redentora expiou aos nossos. Se Deus espera de nós reparação é porque quer ser glorificado nos seus ‘santos’ que ainda militam sobre a terra. Um meio de reparação são as indulgências lucradas, essas são a remissão da pena temporal causada pelo pecado. Há ainda outra pena, que infelizmente não pode ser reparada, a pena eterna causada pelos pecados mortais, são assim chamadas porquê
causam a morte eterna. Entretanto, a misericórdia divina apaga a pena eterna na confissão ou com uma contrição perfeita por parte do pecador privado da confissão sacramental antes da morte. Fica, portanto, apenas a pena temporal depois de absolvida a culpa. O fato de Deus esperar de nós a reparação do pecado não significa falta de sua misericórdia, é antes exigência de sua justiça e santidade, pois nada de impuro pode entrar no Céu (cf. Apc. 22, 27). O Catecismo explica que essas duas penas (temporal e eterna) “não devem ser consideradas como uma espécie de vingança, infligida por Deus, do exterior, mas como algo decorrente da própria natureza do pecado. Uma conversão procedente duma caridade fervorosa pode chegar à total purificação do pecador, de modo que nenhuma pena subsista” (Cat. 1472). De 1 a 8 de novembro, aos que visitarem cemitério rezando pelos defuntos nas condições exigidas para lucrar indulgência (confissão sacramental, comunhão eucarística, oração na intenção do Papa e desapego de todo o pecado) poderão lucrar uma indulgência plenária por dia (cf. Enchir. Indulgentiarum, n.13). Podemos lucrar indulgência para nós próprios e para as almas do purgatório, mas nunca por outra pessoa na terra, isso não é aplicável. Lembremos que entre as obras de misericórdia espiritual requeridas pela Igreja está a de rezar a Deus pelos mortos. O serviço de reparação é um bem maior que as obras de misericórdia corporal, porque “a necessidade maior de que o homem pode sofrer não é a física e temporal, mas a necessidade espiritual e eterna: a falta ou deficiência de comunhão com Deus [...] Por isso, como tal, a obra que socorre esta necessidade é a mais urgente e sublime”.1
Fontes de pesquisa: 1 THANNER, Pe. Nathanael, ORC. Revista Sapíentía Crucís, n.8 pg. 108. 2 A seguinte oração foi copiada do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica.
Campinas-SP Fotografia: Eduardo Vanzella
perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada [...]” (Cat. 1471). Percebemos nesse trecho a distinção de ‘pena temporal’ e ‘culpa’. Cada pecado é uma usurpação da glória que nós, criaturas, devemos a Deus. Fomos criados para Ele, e pecando O privamos da sua glória nas criaturas (em nós mesmos e na criação). Não que Deus tenha necessidade de nós, Ele nos criou por amor, nós é que temos necessidade Dele e pecando privamos a nós mesmos de nossa dignidade de filhos Seus. Com a confissão e a contrição sincera, Deus nos perdoa e apaga nossa culpa, mas o mal que causamos com os pecados trazem consequências para nós mesmos, para o próximo e a criação, além de termos privado a manifestação da glória de Deus em nós, suas criaturas. São Paulo chegou a escrever que toda a criação espera ansiosamente pela sua libertação e a manifestação gloriosa dos filhos de Deus (cf. 8,19).
Oração pelos defuntos (tradição Bizantina)2 Deus dos espíritos e de toda carne, que esmagastes a morte, aniquilastes o demônio e destes a vida ao vosso mundo; vós mesmo, ó Senhor, dai à alma do vosso servo (N. defunto) o repouso num lugar luminoso, num lugar verdejante, num lugar de refrigério, no qual estejam distantes o sofrimento, a dor e o lamento. Como Deus bondoso e benigno, perdoai toda culpa por ele cometida com palavras, com obras e com a mente; porque não há homem que viva e não peque; pois somente vós sois sem pecado, e a vossa justiça é justiça nos séculos e a vossa palavra é verdade. Porque sois a ressurreição, a vida e o repouso do vosso servo (N. defunto), ó Cristo nosso Deus, nós vos rendemos glória, e ao vosso unigênito Pai, com o santíssimo, bondoso e vivificante Espírito, agora e para sempre, pelos séculos dos séculos. Repouse em paz. Amém.
Ir. Sara Maria
Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento
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CORAÇÃO DA TOCA
Fazer memoria “Convida-nos como peregrinação interior, diante do horizonte da primeira hora, onde os espaços estão quentes de relação amiga, a inteligência é levada a abrir-se ao mistério, a decisão estabelece que seja bom pôr-se ao seguimento daquele Mestre que só tem palavras de vida eterna” (cf. Jo 6,68) Papa Francisco.
Irmã Maria da Consolação, Irmã Antônia e irmã Arimatéia no Capítulo de 2013. Fotografia: Arquivo Filhas da Pobreza
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iante do convite do Papa Francisco neste ano da vida consagrada, de fazer memória da nossa vocação, quero percorrer um pouco da história da nossa estimada Irmã Antônia, uma pessoa singular em minha vida e na vida do nosso Instituto. Quando ela descobriu a “pérola preciosa”, isto é, o nosso carisma, deixou tudo que o mundo lhe oferecia, entregando-se a si mesma a Deus e aos pobres para servi-los com toda alegria e fidelidade, tornando-se assim uma das irmãs fundadoras do nosso Instituto de Vida Consagrada Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento.
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Quem não se lembra daquele sorriso bem humorado e bem disposto, e de suas ideias brilhantes? Como nos ensina nossa patrona Santa Clara: “De todos os benefícios que recebi do Senhor Deus, o maior deles foi a vocação”, elevo minha profunda gratidão a Deus pelo exemplo de vida e vocação da Irmã Antônia, e agradeço ao Senhor a oportunidade de ter vivido meus primeiros anos de vida consagrada ao seu lado, uma mulher de Deus, cheia da ternura e da graça do Espírito Santo. Em sua breve passagem em nosso meio deu-nos um grande testemunho de autêntica Filha da Pobreza, deixan-
do-nos o exemplo de uma vida entregue a Deus através do amor e doação de si mesma; também nos ensinou o valor de manter viva a memória do nosso Instituto, iniciando os trabalhos do Arquico Geral e Secretariado. Com a sua clareza de espírito e capacidade de decisão, a sua seriedade, a sua simplicidade e a coragem de enfrentar verdadeiras intempéries com grandeza de alma, sempre a considerei como um ponto de referencia em minha vida, onde apontava o caminho certo, mesmo em situações muito difíceis. As vezes, nos desafios que a vida nos apresenta diariamente, perdemos de vista o que é verdadeiramente importante e no momento oportuno, pessoas nos ensinam como o outro é mais importante que qualquer trabalho ou ofício exercido por nós . A irmã Antônia foi uma dessas pessoas que sempre testemunhou essa verdade com a sua entrega generosa a Cristo e aos irmãos, não porque lhe sobrava tempo, mas como se diz: “quem ama se adianta”, sempre com seu coração materno e disposto, ia ao encontro daquele ou daquela que solicitava. Pela providência de Deus, pude testemunhar sua enorme dor quando teve que suprimir a Casa Nossa Senhora das Dores em Campinas; ela viajou quilômetros para garantir aos irmãos acolhidos um lugar com a mesma qualidade de vida. É edificante poder partilhar um pouco daquilo que pude viver com ela, do seu grande amor por Jesus e pelos pobres mais necessitados, aqueles que realmente dependem de nós em tudo (doentes acamados), eles eram “a pupila de seus olhos”. Em meio a tantos acontecimentos, era uma consagrada feliz e cheia de vida e sonhos, e como diz Monsenhor Jonas Abib: “Só é feliz quem vive a sua vocação”, ela realmente viveu e soube testemunhar a alegria de viver a vocação religiosa. Disposta a trilhar um caminho de santidade no mistério de Deus, a vida da nossa Irmã Antônia foi também como as pedras vivas, empregadas na construção da celeste Jerusalém que devem ser polidas neste mundo pelos golpes e aflições e que as muitas tribulações são necessárias para se passar para a suprema glória e a pátria esplêndida, onde nos sustenta o que nos disse São Paulo: “Os sofrimentos desta vida não se comparam à futura glória que se revelará em nós” (RM 8,18). Louvo e agradeço novamente ao meu Senhor pela possibilidade de mais uma vez ter partilhado da sua vida, como retribuição do dom gratuito da caridade, onde nos últimos meses de sua vida terrena, ao auxiliá-la em sua enfermidade, a vi muitas vezes pedindo a graça de aceitar o sofrimento com fé. Ela soube como São Francisco, cantar seu canto novo: “Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã a morte corporal, da qual nenhum homem vivente pode escapar: felizes
Irmã Perpétua e Irmã Antônia no Capítulo de 2013. Fotografia: Arquivo Filhas da Pobreza
os que ela achar conforme a tua santíssima vontade, porque a morte segunda não lhes fará mal... Louvai e bendizei ao meu Senhor...” (São Francisco de Assis) Todos nós passamos ou vamos passar pela experiência da perda de um ente querido, do mesmo jeito que sabemos que um dia morreremos. A vida não nos pertence, assim como nossos entes queridos não nos pertencem. Somos de Deus. Estamos aqui de passagem, estamos aqui viajando, não temos morada definitiva aqui, mas caminhamos para a Jerusalém Celeste. O Céu é a nossa Pátria. Gratidão Irmã Antônia, sua vida permanece fecunda em nossas vidas! Interceda por nós e receba nossas orações! Ir. Suriele
Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento
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ARTIGO ESPECIAL
Misericordia Vultus A misericórdia é a arquitrave que suporta a vida da Igreja.
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Rosto da Misericórdia, é o nome da bula de proclamação do Jubileu extraordinário da misericórdia que o Papa Francisco entregou solenemente durante a celebração que teve lugar na Basílica de São Pedro no passado mês de abril.
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- portas de misericórdia, pedir que Ele mesmo seja compaixão em nossas vidas, ensine-nos a ter clemência com o próximo, principalmente com os mais pobres e abandonados. Ao meditarmos a parábola do servo cruel, que é perdoado diante de uma dívida exorbitante, mas não foi capaz de perdoar a mísera dívida de seu companheiro, facilmente pode surgir o sentimento de indignação em nosso coração para com o servo cruel. Porém somente quem teve uma experiência com a misericórdia é capaz de ter misericórdia com o próximo! Esta passagem do Evangelho nos ensina que não basta sermos perdoados, é preciso saborear a Misericórdia divina.
Documento Misericoriae Vultus Imagem da internet
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“Chegou de novo para a Igreja o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão” explicou o bispo de Roma, reiterando que “a credibilidade da Igreja passa pelo estrado do amor misericordioso e compassivo”.
Igreja particular – na Catedral, que é a Igreja-Mãe para todos os fiéis, ou na Concatedral ou então numa Igreja de significado especial – se abra igualmente, durante todo o Ano Santo, uma Porta da Misericórdia.” 1
Esta bula papal declara que no dia 08 de dezembro, no próximo mês, terá início o ano da Misericórdia, com a abertura da “porta da misericórdia” conforme explica Papa Francisco: “Na festa da Imaculada Conceição, terei a alegria de abrir a Porta Santa. Será então uma Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança. No domingo seguinte, o Terceiro Domingo do Advento, abrir-se-á a Porta Santa na Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão. E em seguida será aberta a Porta Santa nas outras Basílicas Papais. Estabeleço que no mesmo domingo, em cada
Sem dúvidas o carisma da Toca de Assis será uma ótima maneira para vivenciarmos isto. Em cada sublime adoração pode-se adentrar nesta porta da misericórdia. Uma vez que, ao contemplarmos a Misericórdia Eucarística, a bondade suprema de um Deus que se faz alimento só por amor e por misericórdia aos seus filhos, não se contentou em dar a vida e nos salvar, mas quis permanecer entre nós, sustentando-nos a cada dia, procurando-nos a cada instante, deixando-se encontrar em cada porta de sacrário, que se torna a Porta da Misericórdia por excelência. Sendo assim, neste ano da Misericórdia, vamos ao encontro das portas dos sacrários
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Penso que existem duas maneiras de fazer esta experiência. A primeira seria ao escorregarmos em nossas fraquezas, cometemos pecados que ofendem a Deus, machucam o próximo e prejudicam a nós mesmos. No instante em que somos perdoados e acolhidos por Nosso Senhor podemos fazer esta experiência de saborear a Misericórdia no perdão de nossos pecados; A outra maneira seria prová-la através de nossa memória, recordando a bondade do Senhor em nossas vidas, lembrando-se de suas maravilhas, conforme fala o Salmo 135, 23: “De nós seu povo recordou-se, porque eterna é sua misericórdia”. Também nosso patrono São Francisco de Assis era um propagador da Misericórdia, conforme podemos perceber nesta carta enviada ao ministro geral da ordem dos frades menores: “não haja irmão no mundo, mesmo que tenha pecado a não poder mais, que, após ver os teus olhos, se sinta talvez obrigado a sair de tua presença sem obter misericórdia se misericórdia buscou. E se não buscar misericórdia, pergunta-lhe se não a quer receber.”2 Francisco estava sempre pronto a fazer o que fosse, quando alguém invocava a expressão: “Pelo amor de Deus”. Com efeito, esta presença de misericórdia é o desejo do Papa Francisco à nossa Igreja, como deixa bem claro
ARTIGO ESPECIAL
O beijo e o acolhimento de um fiel, portador de neurofibromatose doença que prova tumores pelo corpo. Imagem da internet
na bula: “Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia”3 Para este fim, o sumo Pontífice pede uma reflexão acerca das obras de misericórdia: “É meu vivo desejo que o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida
perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina".4 Colocamos aqui no final deste artigo as obras de misericórdia corporais e espirituais afim de que o leitor possa ser motivado a se preparar para vivenciar este magnífico ano da misericórdia. Que cada porta do sacrário seja uma porta de misericórdia para nós e, desta porta, abramos a de nosso coração e deixemos transparecer o rosto da Misericórdia de Deus em nossos atos e palavras.
OBRAS DE MISERICÓRDIA Corporais: 1. Dar de comer a quem tem fome; 2. Dar de beber a quem tem sede; 3. Vestir os nus; 4. Dar abrigo aos peregrinos; 5. Assistir aos enfermos; 6. Visitar os presos; 7. Enterrar os mortos. Espirituais: 1. Aconselhar os indecisos; 2. Ensinar os ignorantes; 3. Admoestar os pecadores; 4. Consolar os aflitos; 5. Perdoar as ofensas; 6. Suportar com paciência as pessoas molestas; 7. Rezar a Deus pelos vivos e defuntos. Fontes de pesquisa: 1 Misericordiae vultus bula de proclamação do jubileu extraordinário da misericórdia, n. 3 2 Carta de São Francisco de Assis a um Ministro dos Frades Menores 3 Misericordiae vultus bula de proclamação do jubileu extraordinário da misericórdia, n.12 4 Ibidem, n. 15
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Natal dos Pobres 2015 “Saciou de bens os famintos…”
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Natal é a época em que ficamos com o nosso coração mais sensível às pessoas, mais propensos à caridade devido a época em que lembramos o nascimento do Menino Jesus.
Na Toca de Assis sempre foi costume celebrar com grande solenidade esta data, seja na capela com o Nosso Senhor, o Santíssimo Sacramento, seja nas ruas com os pobres a quem chamamos de irmãos. A época natalina , para quem tem família, pode ser uma ocasião de celebrar a vida, a amizade, o calor humano, troca de lembranças etc, mas para quem não tem, pode se tornar uma das piores datas em que se pode recordar.
A frieza da calçada, o cobertor furado e o estômago que reclama falta de comida são apenas alguns lembretes que a justiça dos homens está ainda muito longe de chegar perto da caridade divina. Como o carisma da Toca de Assis é também fazer-se presente com os mais pobre, essa data é muito apropriada para celebrarmos juntos em familia, pois é o grito clamando por amor e misericórdia neste mundo em que se troca pessoas por presentes, em que se troca vidas por coisas irrelevantes. Todos os anos, a Toca de Assis promove o “Natal dos pobres”, quando buscamos levar ao coração dos irmãos em situação de rua um pouco de alento, carinho, amor e cuidado pessoal neste tempo em que a própria Igreja aguarda o nascimento daquele que veio ao mundo anunciar a boa nova aos pobres, de libertar os cativos e levantar aqueles que estão caídos. É sempre um dia de muita alegria, partilha, música, teatro, oração, Santa Missa, brincadeiras e claro, sempre tem aquela comida gostosa, feita pelos leigos e amigos da fraternidade. Queremos convidar a todos que queiram se dedicar a esta causa, levar um pouco de consolo aos corações sofri14
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dos. Venha fazer parte deste dia! Entre em contato com a casa mais próxima de você. Precisamos de toda a ajuda possível, pessoas para as equipes de trabalho, de material para compor as ceias, material de limpeza e higiene pessoal. Não deixe de participar deste dia feliz! Para participar basta entra em contato com a casa mais próxima de você, veja os endereços em nosso site>>> http://tocadeassis.org.br/onde-estamos.
LEGENDA DA FOTO Natal dos Pobres em Londrina-Pr Fotografia por: Anima Comunicação.
Leonardo Souza
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ELEIÇÕES TOCA DE ASSIS
Eleicao da nova Diretoria Toca de Assis Administrar é servir, como o próprio Senhor mesmo nos ensina: “Não vim para ser servido, mas para servir.” (Mt 20, 28)
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Toca de Assis é a obra social pertencente e administrada pelos Institutos Religiosos Filhos e Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento. Portanto, a Toca de Assis no âmbito civil, como pessoa jurídica de direito privado, natureza, associação e caráter assistencial, possui uma diretoria que administra os trabalhos por ela desenvolvidos. Auxiliando assim, os nossos institutos religiosos, em todas as atividades realizadas em nossas casas de missão espalhadas pelo nosso país.
No último mês de Agosto foi eleita a nova diretoria. Queremos, no entanto, agradecer pelos trabalhos desenvolvidos pela diretoria que encerrou seu mandato na pessoa da rev.ma Irmã Maria dos Anjos, Superiora Geral das Filhas da Pobreza, ex-presidente, e também acolher a nova diretoria na pessoa de seu atual presidente, Irmão Emanuel. Abaixo o discurso de posse do novo presidente: “Gostaria de saudar de forma especial aos nossos superiores gerais, nossos Reverendíssimos Irmão Hariel e Irmã Maria dos Anjos e também a todos os Filhos e Filhas da Pobreza aqui presentes, assim também como leigos, amigos, funcionários e convidados. Primeiramente, queríamos agradecer aos nossos superiores a confiança em nos indicar para tais ofícios, nos concedendo a responsabilidade de administrar a nossa Fraternidade Toca de Assis e também a esta assembleia reunida, que nos confirmaram através deste ato eletivo. Estamos, agora, diante de um novo tempo, um novo caminho e novas esperanças. A maior e única proposta que quero apresentar aos meus irmãos diretores e a toda a Fraternidade é a UNIDADE. Pois unindo forças somos capazes de fazer mais, de suportar uns aos outros, de viver a partilha e a caridade, e sem dúvida, já nos adiantar neste mundo, a vivência do convívio Celeste. Pois 16
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quando dividimos os nossos fardos uns com os outros, repousa sobre nós o fardo suave e leve do Senhor. Administrar é um dom concedido por Deus, é uma arte divina, vinda do mais alto dos Céus. Basta vermos a criação do Senhor, o estabelecimento da ordem e harmonia das coisas criadas. Administrar é servir, como o próprio Senhor mesmo nos ensina: “Não vim para ser servido, mas para servir.” (Mt 20, 28) Administrar também é amar, é exercer o maior de todos os mandamentos, colocando sempre o Senhor Deus acima de todas as coisas e através do exercício de nossos ofícios, amar ao próximo como a nós mesmos. Partilhando um pouco de uma experiência com a Palavra de Deus, pois acredito, assim como nos ensina Chiara Lubich e também os incentivos de São João Paulo II à espiritualidade de comunhão, que ao partilharmos o fruto que desta experiência colhemos, ele é frutificado na vida do outro, gerando assim, uma rede de unidade e caridade, nos incentivando mutuamente a fazer a diferença em meio a este mundo marcado pela individualidade e egoísmo. Em um momento de oração, fiquei muito feliz ao ouvir as palavras de indignação de Jesus, na liturgia do Evangelho do dia 8 deste mês. São elas: “Até quando deverei ficar convosco? Até quando vos suportarei?” (Mt 17,17) Ele, Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, o Verbo encarnado, veio até nós e viu nossa baixeza e falta de fé, e que bom que Ele mesmo chegou à esta conclusão, que precisaria nos suportar e ficar conosco. Minha alegria é saber que o Senhor está conosco! E é esta presença fortalecedora que nos impulsiona a trabalhar em favor deste grande carisma, que é dom provindo do próprio Deus. Temos também o dever de aplaudir em pé, a nossa Diretoria que encerra hoje o seu mandato, a Irmã Ma-
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ria dos Anjos, Irmã Dara, Irmão Joel e Irmã Maria Célia, que tiveram a coragem de enfrentar tantos desafios e acreditar, mesmo em meio a momentos difíceis, nesta obra de Deus. Por fim, dirigimo-nos aos nossos irmãos sofredores e abandonados de rua, que é a finalidade desta obra, na qual nós, Filhos e Filhas da Pobreza, temos o carisma de reconhecer neles o Senhor Jesus Crucificado e Ressuscitado e buscando aliviar-lhes o sofrimento e a restauração da dignidade de filhos de Deus, pois sem tal motivo e aspiração, seriam em vão todos os nossos esforços. Gostaríamos ainda, de nos confiar as vossas orações, assim como rezamos em nossas sublimes horas de adoração comunitária pelos governos de nossos institutos religiosos, também rezemos por nossos irmãos que hoje compõem a nossa diretoria. LEGENDA DA FOTO 1- Composição da nova Diretoria da Toca de Assis; 2, 3 e 4- Momentos da eleição. Fotografia por Leonardo Souza.
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Agradecidos imensamente pelo apoio e participação de todos, reforçamos que a Toca de Assis acontece e revela-se nos pequenos gestos de cada um de nós, membros desta grande família, se agirmos em comunhão e unidade, faremos uma experiência concreta de viver em Fraternidade. Concluo com as palavras do salmista: “Que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza! Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho, fazei dar frutos o labor de nossas mãos!” (Sl 89, 17)” Atenciosamente, Irmão Emanuel Fernando Nunes Anima Comunicação
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O MUNDO TEM SAUDADES DE FRANCISCO
Sao Francisco: O ano da vida consagrada “A Regra e vida destes irmãos é esta: Viver em obediência, em castidade, sem propriedade e seguir a doutrina e as pegadas (CF 1Pd 2,21) de Nosso Senhor Jesus Cristo...” (Fontes franciscanas Regra Não Bulada Capitulo 1 Vs 1) mostrar ao mundo e a Igreja de sua época o quanto nos é possível alcançar a santidade. “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.” (Fl 2,6-7) Um Deus que sendo Deus se encarnou e se fez pobre pequenino e indefeso para se tornar como um de nós, menos no pecado e experimentar nossas fraquezas e limitações humanas, um Deus que sempre toma a iniciativa de nos tocar por primeiro. A espiritualidade Franciscana tem como elemento principal as três Kenósis de Jesus, sua Encarnação, sua Paixão e Morte e a Eucaristia, mas uma grande intimidade com o mistério da Encarnação. Ilustração para o CD Vai e Reconstrói a minha Igreja, por Lucas Reis e Silva.
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o início da conversão de São Francisco e sua experiência com Deus, ele nunca teve a pretensão de fundar uma Ordem Religiosa, ele só tinha um desejo: Seguir os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
São Francisco abriu as portas de seu coração e se deixou levar pelo Espírito Santo, essa experiência foi tão intensa que levou outras pessoas a seguirem o estilo de vida de São Francisco, foi quando surgiram seus primeiros companheiros. São Francisco não seguiu uma meta, um ideal ou lutou apenas por uma causa social, ele seguiu a Nosso Senhor Jesus Cristo, como nos comprova a sua primeira Regra Não Bulada, formada quase em sua totalidade por citações bíblicas. São Francisco, em sua simplicidade no segmento de Jesus e levado pela força do Espírito Santo, realmente soube
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Nesse Ano da Vida Consagrada, São Francisco nos chama a viver esse segmento de Jesus Cristo no grande Mistério da Encarnação. E que nós, Filhos e Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento, saibamos viver esse mistério da nossa vocação ao qual fomos chamados: que nos tornemos pequenos, nos despojemos de nós mesmos para poder tocar a humanidade das pessoas mais sofridas e a de Jesus no Santíssimo Sacramento na adoração, atraiamos as pessoas com a simplicidade de nossas vidas e mostremos ao mundo que nosso Deus não é um Deus inalcançável, pois Ele quem primeiro veio a nos tocar. São Francisco hoje nos trás a simplicidade dessa Boa Nova e nos convida a seguir os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ir. Verônica Maria
Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento
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