Plano Brasilia

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Plano

22 de março de 2011 Ano 9 · Edição 89 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

EDITORA

Estrangeirismos As palavras que adaptamos `a língua portuguesa 89

MESA REDONDA Toninho do Psol saúde O glaucoma justiça Vetuval Vasconcelos








Sumário

28 32

13 46

48

60

12 Cartas

38 Cotidiano

13 Mesa Redonda

40 Planos e Negócios

64 Mundo Animal

16 Panorama político

42 Automóvel

66 Jornalista Aprendiz

18 Brasília e Coisa & Tal

44 Paisagismo

68 Cinema

20 Política Brasília

46 Esporte

70 Vinho

22 Dinheiro

48 Personagem

72 Tá Lendo o Quê?

24 Capa

50 Saúde

74 Frases

28 Cidadania

52 Beleza

75 Justiça

30 Gente

54 Comportamento

76 Diz aí, Mané

32 Cidade

56 Artes Plásticas

78 Cresça e Apareça

34 Educação

58 Agenda Cultural

80 Ponto de Vista

36 Tecnologia

60 Gastronomia

82 Charge

62 Música



Expediente

Carta ao leitor Prezado leitor,

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira DIRETOR DE ARTE Theo Speciale DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr. Fotografia Gustavo Lima

EQUIPE DE REPORTAGEM Alessandra Bacelar, Aline Ricciardi, Fernanda Azevedo, Larissa Galvão, Maíra Elluké, Michel Aleixo, Tássia Navarro, Veronica Soares e Virgínia Ciarlini COLABORADORES Adriana Marques, Ailane Silva, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Mauro Castro, Regina Ivete Lopes, Ricardo Movits, Rodrigo Falcão, Romário Schettino, Tarcísio Holanda, Vetuval Vasconcelos IMPRESSÃO IBEP Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Mais uma semana e mais uma edição da nossa revista Plano Brasília, feita com muito carinho especialmente para você que é o nosso principal alvo. Sempre pensando em proporcionar uma excelente e agradável leitura, com assuntos ultra interessantes, nossa equipe de reportagem está sempre atenta a todos os acontecimentos que estão aí, na boca do povo como pautas do dia. Em nossa matéria de capa falamos de “Estrangeirismos”. Aquelas palavras que vieram de fora, se acomodaram no nosso cotidiano e que hoje fazem parte de nossas vidas. Devido o Brasil ser um país bem diversificado e de origem latina, a língua portuguesa recebe, diariamente, novos vocabulários oriundos de diversas influências culturais. Afinal, quem nunca falou “ok” ao invés de certo? Diz “hot dog” em vez de cachorro quente? Convidou amigos para ir a um “fast food” ou a uma “happy hour”? Isso é comum no cotidiano. Palavras provenientes de outros idiomas são utilizadas a todo instante e encontradas por toda parte. Bares, restaurantes, lojas, shoppings, o comércio também investe bastante na diversidade linguística. Os avanços tecnológicos, as descobertas científicas vindas do exterior, a informática e, principalmente, a globalização têm contribuído para que novos vocábulos sejam aderidos à língua portuguesa. Muitas dessas expressões estrangeiras já receberam transformação gramatical no português. Como lanche, vinda de “lunch”, futebol, vinda do “football” e várias outras. O alerta referente ao assunto vem de “doutores” na língua portuguesa. A preocupação deles se refere ao cuidado que todos nós devemos ter com a pronúncia e a escrita desses estrangeirismos aportuguesados. Por incrível que pareça, embora já seja comum todos dizerem “self service”, “delivery” e outros termos vindos da terra da Rainha Elizabeth ou do Tio Sam, o assunto, há quase uma década, tem sido tratado na esfera governamental com o rigor que merece. O deputado federal Aldo Rebelo, do PCdoB de São Paulo, luta pela aprovação de projeto de lei seu que combate esse “estrangeirismo” e considera ser de extrema necessidade que os brasileiros dêem mais atenção à fala e à escrita do nosso idioma. Na editoria de saúde, falamos sobre o “Glaucoma”. Uma doença de difícil diagnóstico e que é a segunda maior responsável pela perda total da visão. Dados da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, registram que em nosso país existam, pelo menos, um milhão de pessoas com a doença que não tem cura, mas que pode perfeitamente ser controlada quando detectada em seu estágio inicial. O nosso entrevistado desta edição é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Toninho do PSOL, conhecido pela ativa militância política contra a ditadura militar e candidato ao governo do DF por duas vezes. À Plano Brasília ele fala da atual e antiga política do Distrito Federal e tece comentários sobre o regime “rorizista” que imperou no DF e que, ema sua opinião, está agonizando. Uma leitura imperdível. É isso, leitor. Esperamos que todos tenham uma excelente leitura. Nos falamos na próxima edição. Até lá!.



Cartas Sr. redator,

Senhor Redator,

Gostaria de elogiar o formato da revista Plano Brasília e a pauta de assuntos nela abordados. Em especial, destaco, na edição 87, o artigo do professor Bohumil Med que, com tanta objetividade, mas com riqueza de informação cultural, nos brindou com o breve histórico da festa mais popular do mundo, na matéria intitulada “A música é a única linguagem completa da alma”. A tratativa de tema tão popular, de maneira tão culta, enriquece nosso conhecimento de maneira melodiosamente agradável. Parabéns.

Muito boa a matéria da capa “Intolerância Religiosa”, porém pecou ao cometer alguns errinhos de ortografia, como extermínio com “s” e o fato da autora Veronica Soares, escrever o nome de Hitler com “R”.

Eliane Geter Asa Norte

André Souza. Prezado Senhor, Parabéns a toda a equipe da Revista Plano Brasília. Gosto muito de como os assuntos são abordados e da variedades de conteúdos. É muito bom saber que na capital federal existe uma revista semanal de boa qualidade. Vocês todos estão de parabéns.

Senhor Redator boa tarde, Na edição de n° 85, pág. 46 tem uma entrevista de esporte falando sobre o jiu-jitsu e dá uma breve explicação sobre o MMA citando o nome de Vitor Belfort e Anderson Silva. Minha sugestão é uma matéria falando sobre o MMA que é o esporte previsto para ter a maior porcentagem de crescimento em 2011 em vários países e em Brasília já temos 2 atletas (Paulo Thiago e Rani Yarya) contratados pela UFC que é o maior evento de MMA do mundo e diversos atletas lutando pelo Brasil. Brasília hoje é uma cidade que tem Centro de Treinamento (CT) de diversas artes marciais em um único espaço e com toda a estrutura para o preparo e treino dos atletas. Att, Gustavo Gouveia

Joana Darc Lago Sul

Erramos: Pedimos desculpas aos nossos leitores pelos crassos erros cometidos na matéria de capa “Intolerância Religiosa”, da edição passada. Grafamos as palavras “extermínio”, com “s” e Hitler com “r”.

Fale conosco Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.


Mesa Redonda

Toninho do PSOL Equipe Plano Brasília: Veronica Soares, Edson Crisóstomo, Liana Alagemovits e Virginia Ciarlini | Fotos: Gustavo Lima

T

oninho do PSOL foi um dos fundadores do PT e da CUT e também é conhecido pela ativa militância política contra a ditadura militar. Candidato ao governo do DF por duas vezes, obteve expressividade nas campanhas mesmo com recursos escassos. É presidente do PSOL no DF e defende o fim do modelo coronelista na política brasileira. Como prova disso, protocolou pessoalmente, no Congresso Nacional, ao lado do deputado Chico Alencar, o primeiro pedido de abertura de sindicância contra a deputada Jaqueline Roriz. Toninho luta pelo fim do rorizismo na capital federal e ressalta que esse é um modelo que finalmente está chegando ao fim. PB> Como é um partido pequeno enfrentar grandes partidos em eleição? Toninho>Somos herdeiros de uma experiência política muito importante na história do país. Fui fundador do PT no histórico 10.02.1980, no colégio Sion de SP. Naa época, as dificuldades para a construção do PT eram muito grandes. A ditadura militar, a legislação eleitoral extremamente restritiva e a dificuldade grande para que as pessoas compreendessem uma proposta nova como era a do PT. Após 30 anos, concordando ou não com as teses do PT, reconhecemos que hoje é uma das maiores agremiações partidárias do país. É uma pena que o PT tenha perdido o rumo e passou a ser um partido da ordem. Espero que o PSOL não se transforme nisso. A nossa origem é nos movimentos sociais e mesmo com dificuldades para ser implantado, estamos presentes nos 27 estados do país. Temos representação na câmara e no senado, em algumas

assembléias estaduais e em câmaras de vereadores. OPSOL está pronto para dar o salto com coerência e princípios. Acho que isso é que vai fazer com que a gente cresça junto à opinião pública e ao eleitorado. Sou otimista, apesar das dificuldades iniciais para a implantação de um projeto político como esse do PSOL, de esquerda, socialista e radical, porque vai à raiz dos problemas. Acredito que há espaço para projeto como o do PSOL. Você foi responsável por um crescimento, em nível nacional, com relação a sua posição de enfrentamento do escândalo Jaqueline Roriz. O escândalo foi surpresa para você? Não. Na verdade, através das principais lideranças, nosso partido nunca teve ilusão sobre os métodos utilizados pelo ‘’rorizismo’’ no DF. Desde quando Roriz veio de Goiânia, deixou a prefeitura da capital do estado para assumir o governo do DF, trouxe consigo um modo de fazer política extremamente atrasado e populista. Por isso, essa longa duração de influência política na capital da república. Eterna? Não. Nesse momento sinto que o rorizismo está perdendo completamente a base de sustentação, tanto dos parlamentares que lhe são fiéis como no meio do povo. Felizmente, o rorizismo está em franca decadência. O rorizismo será matéria de estudo de cientistas políticos. Logo, acho que o rorizismo está agonizando. Espero, para o bem da democracia que nas próximas eleições não tenhamos esse populismo representado pelo projeto de Roriz e família.

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Ela foi então, vamos dizer o último tiro (de misericórdia) do rorizismo? Eu acredito que sim e ao mesmo tempo, vejo também, no momento, uma atitude importante da sociedade brasiliense, dos meios de comunicação, da imprensa, de setores organizados que não admitem mais esse tipo de prática política no nosso meio. O PSOL foi o primeiro partido a protocolar no Congresso Nacional um pedido de investigação contra Jaqueline Roriz. Como ela não era uma parlamentar na época da gravação, talvez não haja investigação. É possível? Esse argumento, me parece, não se sustentar. Um exemplo foi a situação do chefe do clã, Joaquim Roriz. Quando senador, foi aberto contra ele, em 2007, um processo na Comissão de Etica do senado. Caso ele não renunciasse, seria cassado pela transação absurda e vergonhosa da bezerra de ouro por R$ 2 milhões. Tudo aconteceu antes dele ser eleito senador. De forma que essa tese não se sustenta. Espero que a Câmara, diante do clamor das ruas e da opinião pública, não se renda a esse argumento. A população está acima dessa questão temporal e o ato cometido por ela, assemelha-se a um roubo, a um assalto. Ela deve responder com todo direito de defesa, é óbvio, pois o parlamento permite isso. Espero que a Câmara dos Deputados aja com extremo rigor. Você decidiu não participar do governo Agnelo. O PSOL é oposição ou não? Nós temos uma clara postura frente ao governo Agnelo. Consideramos que a aliança que ele promoveu no DF foi tão ampla que arregimentou setores da vida política do DF que possuem um passado extremamente questionável do ponto de vista ético, político e não considero que o governo Agnelo represente efetivamente a mudança do DF. Essa foi a razão principal pela qual o PSOL não fez e não fará parte. Queremos autonomia e independência para aplaudir medi14

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Nosso partido nunca teve ilusão sobre os métodos utilizados pelo ‘’rorizismo’’ das que seja em defesa do povo do DF. Quero criticar com veemência toda e qualquer medida que ele adote para atender aqueles que sempre mandaram na política do DF. Autonomia, independência e se necessário crítica. Isso é bom para a democracia. Fico imaginando um governo constituído por 15 partidos. Que autonomia tem um partido político ali naquela frente para falar ao Agnelo ‘’você está errado. Você não fez o que deveria ter feito’’. Eles estão muito comprometidos. Seja na distribuição dos cargos e na distribuição das obras caríssimas. O GDF tem recursos elevados para aplicação em obras públicas. É óbvio que há um interesse muito grande de diversos segmentos em relação às mesmas. Somos oposição porque é importante que haja oposição para fortalecimento da democracia. Não concordo com o arco de alianças que

Agnelo ele fez e nem com o modo dele governar. Ele abriu demais a guarda para setores que já estavam varridos do cenário do DF e para a herança rorizista que agoniza. Setores que sempre deram sustentação a esse pensamento político, hoje principais aliados de Agnelo. Por isso, sobrevivem nesse governo, mandando como pode nas áreas das finanças públicas e obras. Praticamente em todos os investimentos. O PSOL tem independência e autonomia frente ao governo. Agora eu quero deixar registrado que torço muito para que o governo dê certo. Amo Brasília e quero que haja um governo próspero, honesto e ético, porque é isso que a população espera dos governantes. O PSOL é vigilante e oposição do GDF. Fazer uma campanha política naturalmente não é fácil sem recursos e com tempo escasso. Como foi a campanha do PSOL, a diversidade de doações e do seu publicitário fazendo campanha para Weslian. Quero ressaltar que o publicitário que fez a minha campanha, o Dimas Thomas, fez a da Arlete Sampaio e a do Lula. É um excelente profissional, requisitado por todas as forças políticas aqui do DF e se apresentou para ajudar na campanha doando o custo do próprio trabalho. Gastamos R$ 58 mil na campanha. Recursos próprios. Da minha companheira Maninha, que foi candidata a deputada e dos militantes. Todo esse dinheiro, cada tostão, foi prestado contas. Uma campanha bancada pelo empresariado, de R$ 18 milhões e a outra de R$ 19 milhões, obviamente que campanhas com esse volume, vão gerar governos que trabalharão para devolver o que foi investido. O PSOL está apresentando projetos na comissão da reforma que prevê o financiamento exclusivamente público para as campanhas eleitorais, com acompanhamento da sociedade, dos órgãos de controle das contas públicas com os respectivos tribunais de contas dos estados e também o TCU, e nós, a população e o povo acompanhando


as contas de cada candidato neste processo eleitoral. Espero que na reforma seja instituída a revogabilidade de mandatos para evitar que político que diz que vai fazer algo e não faz. Espero que, com esses itens da reforma política, a gente não fique na dependência de favores, da bondade, da esperteza ou malandragem daqueles que financiam campanhas políticas segundo as regras atuais. Tomara que a opinião pública faça um bonito movimento para que nós democratizemos as campanhas e tenhamos mais transparência e honestidade no uso do dinheiro público. As coligações do Agnelo com diversos partidos parecem estar dificultando a governabilidade. O seu partido faria esse tipo de coligação para barrar, por exemplo, candidato forte como era o Roriz? Com essa amplitude certamente não. O PSOL nasceu com uma ideologia. É um partido socialista com um programa político que bate, conflita, é contraditório com os programas da maioria dos partidos políticos, tendo semelhanças importantes com alguns partidos da esquerda, inclusive do ponto de vista programático até mesmo com o PT. Temos algumas identidades, algumas bandeiras. Uma pena que o PT abandonou e não levanta mais nem luta mais por elas. Mas, de qualquer forma, o PSOL não está fechado à possibilidade de coligações no futuro com os iguais. Que bandeiras são estas? O PT sempre defendeu a democratização dos meios de comunicação de massa. Está no manifesto de fundação que era a favor da reforma agrária, de taxar o capital financeiro e especulativo. Enfim, eles ainda não apagaram isso do programa. Não praticam mais, porém está lá e por isso eu digo que temos identidades em alguns aspectos programáticos também com outros partidos. É importante dizer que o PDT tem uma plataforma nacionalista. O Cristovam no senado expressa esse ponto de vista, muitas

Autonomia, independência e se necessário crítica. Isso é muito bom para a democracia vezes. O Reguffe, nosso jovem Deputado Federal, expressa também essa vontade de mudar a política tanto no DF quanto em nível nacional. Logo, nós podemos ter uma linha de abertura, de diálogo para as eleições que virão e obviamente para debater alianças nós precisamos sentar. Ver programas, compromissos entre os iguais. Com os diferentes, não tem. O PSOL jamais vai sentar com partidos que tenham mensaleiros. Não tem jeito, senão o PSOL acaba e vai ficar igual aos demais partidos. Queremos disputar o poder político no DF e no Brasil e ampliar nossa bancada. Na sua base de campanha, se falou em governar com a participação popular. O que é isso nesse momento tão importante que é a discussão da democracia tão jovem e tão frágil desse país?

No processo político no DF vi mais jovens participando da vida política. Um engajamento diferenciado da juventude. É verdade que não foram em grandes manifestações de rua, mas vi literalmente uma tomada da internet, deste meio de comunicação e vi um voto animado e consciente da nossa juventude em relação à questão política. No entanto, repito, sobre a possibilidade de alianças no DF, acho que o debate está aberto. As forças políticas vão se aproximar e se distanciar à medida que o debate político vai tomando corpo na sociedade. Por de decisão da direção nacional e local, o PSOL está aberto a dialogar em torno de projetos para o DF e para o Brasil com base nessa plataforma de mudanças. Realmente, não estamos satisfeitos com o rumo da política aqui no DF e no país. Há uma mesmice e uma mediocridade. Todos têm governo. Gostaria de fazer um apelo aos leitores para que se mobilizem para esse projeto da reforma política, porque se ficar apenas no âmbito do congresso nacional, a reforma é “faz de conta” e não vai alterar coisa nenhuma. No DF, espero, sinceramente, que o nosso povo se mobilize mais, que tenha uma postura de maior controle sobre nossas autoridades. Não foi possível falar da câmara legislativa do DF, mas, por sua composição e prática política hoje, é uma câmara que carece de credibilidade, de apoio e participação popular. Espero que os parlamentares mudem isso também. Não é fácil com esta composição conservadora que está aí. Sou muito otimista com o futuro da política no DF. A juventude e as pessoas conscientes tem dado demonstrações de que não aceitam mais a corrupção, a falta de ética e este tipo de política tão atrasada que insiste em permanecer e que tudo o que tem sido denunciado seja apurado. Espero que o Durval Barbosa divulgue o quanto antes todas as fitas que ele tem para ver quem é quem na política do DF. É aguardar! Assista a entrevista na integra no site www.planobrasilia.com.br

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Panorama Político

tarcísio holanda

Reforma política chegará em Abril “S

e fosse viável mudar – responde o senador – o ideal seria ter eleição presidencial e para senador e deputado federal numa data, e outra para governador, deputado estadual, prefeito e vereador. As eleições federais junto com a de governador criam problemas enormes num país multipartidário, onde a maior parte das coligações nacionais difere das estaduais” – afirmou o senador Francisco Dornelles, presidente da comissão de senadores que estuda a reforma política no Senado. Francisco Dornelles, anunciou que a proposta estará pronta até o dia 8 de abril. Na entrevista que concedeu, Dornelles, que é um político bastante pragmático, observa que “não há um brasileiro que não queira a reforma política”. Contudo, o problema é chegar a uma proposta consensual, pois a verdade é que “cada um tem a sua”. Ciente dos óbices, Dornelles adverte que é necessário fazer um esforço para que, até aquela data, seja possível construir uma proposta consensual que tenha a virtude de acabar com o voto proporcional, a grande distorção do sistema brasileiro. Existem três alternativas – anota o senador carioca, dizendo: “Uma sugere manter o sistema proporcional, cujo principal defeito é votar em um candidato e eleger outro, levando cada partido a ir atrás do puxador de votos. A segunda seria o Distritão, com voto majoritário para deputado federal. Consideraríamos cada Estado um Distrito, e os mais votados seriam eleitos. Acaba com a possibilidade de o eleitor votar em um candidato a eleger outro. A terceira alternativa é o voto em lista, e o eleitor vota na lista do

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partido”. O sistema favorece candidatos com mais recursos? A maior distorção do voto proporcional é o fato de você votar em um candidato e eleger outro.

Os vícios de hoje Dornelles sustenta que o endinheirado pode ser eleito no sistema de hoje, ajudando a eleger outros sem voto. No Distritão, o endinheirado seria eleito, “mas seus votos não ajudariam outros”. No sistema de lista, o rico pode comprar lugar na lista. “Então, não há como dizer que o Distritão favorece o endinheirado. Não prevalece a crítica de que o Distritão acaba com o sentimento partidário. Hoje é a mesma situação. Votamos na pessoa sabendo que pertence ao partido. No Distritão, seria mantido. No voto de lista é a pior situação, porque o eleitor não saberá em quem estará votando” – comenta o senador Francisco Dornelles, revelando claramente sua simpatia pelo Distritão.

O problema do suplente de senador A Comissão da Reforma Política do Senado vai definir uma solução para o problema do suplente do senador, um sujeito que não tem votos e pode ganhar um mandato de oito anos, se o titular morrer, por exemplo. E isso já ocorreu. Dornelles diz que uma das opções seria acabar com o suplente, o que seria um problema, pois o Estado não pode ficar sem representante. Outra hipótese seria manter o suplente para ele substituir, mas não suceder ao titular da vaga. Se o senador se afasta temporariamente, ele substitui. Se se afasta de forma definitiva, convoca-se uma nova eleição. Uma reforma política

cujo objetivo seja apenas abrir uma janela para o troca-troca ficaria desmoralizada.

A fidelidade partidária Dornelles defende a tese de que um candidato eleito por um partido tem a obrigação de permanecer filiado a ele por, pelo menos, três ou quatro anos e afasta a hipótese de acabar com a reeleição, sustentando que a maioria é a favor do instituto. O senador Francisco Dornelles também julga difícil unificar o calendário eleitoral, argumentando ser impossível juntar uma eleição federal com eleições municipais.

Eleições em um dia “Se fosse viável mudar – responde o senador – o ideal seria ter eleição presidencial e para senador e deputado federal numa data, e outra para governador, deputado estadual, prefeito e vereador. As eleições federais junto com a de governador criam problemas enormes num país multipartidário, onde a maior parte das coligações nacionais difere das estaduais”. Dornelles tem dúvidas sobre o financiamento público, indagando quem ajudaria a financiar os candidatos. E quem definiria a distribuição do dinheiro? ele indaga. Também pergunta se o dinheiro iria fortalecer as cúpulas partidárias. E observa que o financiamento só teria possibilidade de passar no sistema de voto em lista.

A reforma mais reclamada O senador Francisco Dornelles tem posições sensatas a respeito do que deva ser uma reforma política. Para quem estuda e conhece o tema há dezenas de anos, como é o caso dele e de outros


políticos experientes, suas opiniões são óbvias e refletem o pensamento de ampla e expressiva parcela de parlamentares. O problema é que, em matéria de reforma política, a dificuldade é que cada uma considera a sua a melhor proposta e é isso que dificulta a obtenção do caminho consensual e uma mudança tão reclamada pela modernização do país. Porém, não podemos continuar com o sistema político que está aí e que se baseia no defeituoso voto proporcional, sob pena de manter o país em crise. É preciso que algumas lideranças conscientes trabalhem para mobilizar e construir uma maioria capaz de formular uma proposta definitiva para essa reforma tão reclamada pelo Brasil. Não dá mais para conviver com esse impasse, sob pena de preparar o país para a emergência de novas crises, em futuro próximo.

PROJETO DO PARTIDO LIBERAL “Temos orgulho de defender um tamanho adequado para o Estado, a redução da carga tributária e a irrestrita liberdade de imprensa” – declara o novo presidente do DEM, revelando-se envaidecido com o programa liberal de seu partido. O senador José Agripino Maia acaba de ser eleito presidente do DEM, o antigo PFL, que sofre a pior crise de sua história, desde a criação, em 1984, quando apoiou a eleição indireta de José Sarney para presidente da República. Agripino Maia desfraldou a bandeira da ressurreição dos ideais liberais do velho PFL, que nem devia ter mudado de nome. O ex-presidente Lula, em uma declaração infeliz, conclamou: “Temos que extirpar o DEM da política”. Uma afirmação nada democrática. José Agripino Maia, ao

contrário, acaba de proclamar: “Nenhum partido tem o nível de convergência que nós temos no campo das idéias”. E ele tem razão, pois o DEM é o único partido de idéias liberais no Brasil.

A história de uma legenda liberal “Somos o último partido liberal da política brasileira, a única legenda em condições de defender os princípios liberais como formulação partidária” – enfatizou José Agripino Maia, acrescentando: “Temos orgulho de defender um tamanho adequado para o Estado, a redução da carga tributária e a irrestrita liberdade de imprensa”. Ainda que tenha sido esmaecida, nos últimos tempos, não se pode negar a tradição liberal do DEM, lamentando que suas figuras mais importantes, como os ex-senadores Marco Maciel e Jorge Bornhausen, não estejam no Congresso. Eles tinham alto grau de representatividade e são dois políticos experientes que fazem muita falta à pobre atividade política brasileira.

A defesa da livre iniciativa “Assumimos por inteiro a participação do capital privado nas setores em que o Estado não tem dinheiro para investir: infra-estrutura, energia, aeroportos, portos”. Agripino foi cabeça de uma chapa única e acabou acolhendo figuras expressivas do partido que estavam aliadas ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, como Marco Maciel e Jorge Bornhausen. Com isso, isolou Kassab e diminuiu os prejuízos que o prefeito poderia causar ao partido, se conseguir criar nova legenda. Esperava-se que Kassab atrairia para seu partido dezenas de militantes do DEM. Depois do êxito de sua ação política, Agripino como que comemora, ao advertir

que o prefeito de São Paulo “não leva mais de três” políticos do DEM.

Da Arena ao DEM O senador José Agripino Maia tem consciência do papel histórico importante que desempenharam os liberais no processo de redemocratização do país, passando pela antiga Arena e o PDS, oriundos do regime militar, até chegar ao PFL, que comandou a redemocratização junto com o PMDB de Ulysses Guimarães. Tanto que se lembra de fazer a seguinte pregação: “Fomos responsáveis pela transição democrática. Os nossos votos asseguraram a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral”. E não ficou só nisso o senador potiguar: “Foi graças ao nosso trabalho que a CPMF, o imposto do cheque, caiu no Senado. O PSDB veio atrás. Um partido com essa história só tem de que se orgulhar”.

Perda de quadros Embora essa trajetória seja irrecusável, o DEM tem reduzido seus quadros na Câmara e no Senado, nos últimos tempos. O partido, que já elegeu os governadores do Nordeste, já não tem essa presença na região e perdeu expressão nacional. José Roberto Arruda, que era do DEM, caiu do governo do Distrito Federal, em meio a um escandaloso processo de corrupção que havia montado na capital federal. Nas eleições de 2010, o DEM só elegeu dois governadores: Raimundo Colombo, de Santa Catarina, e Rosalba Ciarlini, do Rio Grande do Norte. Reeleito senador, Agripino defende papel oposicionista para seu partido e promete que o DEM será representado em todos os municípios brasileiros, a curto prazo


Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

Destino de Jaqueline Pilhada pela “Durval Filmes”, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) se prepara para enfrentar ações na Justiça comum, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e no Supremo Tribunal Federal. Com tantos processos, dificilmente ela escapará de alguma condenação. Se acolhidas as denúncias, ela terá também os bens indisponíveis. O que ninguém entende é por que o filme só foi exibido depois de eleita a deputada.

Demissão na Educação Demitido junto com sua equipe, Jacy Braga deixa a chefia da Unidade de Administração Geral (UAG), da Secretaria de Educação, e envia carta explicando seu trabalho e exige respeito ao seu profissionalismo e à sua honra. Ele não está nada satisfeito com a secretária Regina Vinhaes: “Vou protocolar documento solicitando à secretária que torne público qual foi o processo (da Caixa de Pandora), seu número, datas em que esteve sob minha responsabilidade (e que teria desaparecido). Solicitarei o mesmo ao secretário da Transparência”. Jacy é um competente funcionário público e jamais faria qualquer coisa para prejudicar alguém, muito menos o governo do petista Agnelo Queiroz.

Grassi explica - I Em conversa com Bruno de Pierro, do site www.brasilianas.org, Antonio Grassi, presidente da Funarte, rebateu as criticas de que a nova gestão do Ministério da Cultura (MinC), sob o comando da ministra Ana de Hollanda, está adotando postura mais conservadora em relação aos direitos autorais. A polêmica toda gira em torno do anteprojeto que atualiza a Lei do Direito Autoral (nº 9.610/98), gestada no Ministério do Planejamento. A decisão da ministra de retirar Creative Commons (CC) do site do MinC e de suspender a revisão da Lei do Direito Autoral geraram a maior confusão. Muitos contra e outros tantos a favor ao anteprojeto. Para Grassi, a decisão de frear as mudanças na LDA se deve ao fato de que “houve uma mudança e a praxe é a Casa Civil devolver o projeto para que a nova gestão tenha conhecimento”.

Grassi explica - II Sobre a retirada da logo do Creative Commons do site do MinC, Grassi disse que conversou com a ministra e ela “utilizou como justificativa o fato de existirem vários licenciamentos possíveis e que não havia nenhum contrato que obrigasse o ministério a vincular a marca do CC”. Para Grassi, existem usuários de internet e aqueles que são contra a posição do CC. Citou casos de artistas, como Carlos Lyra, Hermínio Bello de Carvalho e Aldir Blanc, que tem se manifestado a favor da retirada do CC. “São pessoas que sobrevivem do direito autoral. Vejo pessoas no twitter criticando esses compositores, como se eles fossem [representantes] do neoliberalismo mais antiquado”.

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Homenagens A Comissão de Anistia prestou homenagens a quatro mulheres que perderam seus parentes durante o regime militar brasileiro. A cerimônia ocorreu no Salão Negro do Ministério da Justiça, dia 15 de março, com o nome de Anistia Cultural. As mulheres homenageadas foram Margarita Babina Gaudenz, Helena Jorio de Vasconcelos, Linda Tayah de Melo e Iracema Maria dos Santos. Todas representam o sofrimento do povo brasileiro massacrado pelo golpe militar de 1964. Iracema contou como seu irmão João Domingues da Silva, com apenas 20 anos, foi torturado e morto pelo Exército brasileiro em 1969. Que essa cerimônia sirva para que não se esqueça e para que não se repitam tragédias como essa em nossa história, jamais!

Aruc e Imprensa A Imprensa Nacional e a Escola de Samba Aruc (Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro) comemoraram mais um título de carnaval. A união entre o órgão e a entidade vem da mudança para Brasília; ambas chegaram no dia 21 de abril de 1960. Foi na Aruc que se encontraram os funcionários transferidos do Rio de Janeiro adeptos do bom samba. Os servidores participaram do grupo que criou a Aruc, sob a inspiração da Portela. Vários participaram de sua direção (o carnavalesco atual, Wellington Campos, mais conhecido como Vareta é aposentado da Imprensa Nacional) e levaram a escola a saudar a Impressão Régia em 1965. No Ceilambódromo, em 2011, os 50 anos do carnaval de Brasília foi lembrado com uma ala de trabalhadores da Imprensa Nacional enaltecendo o tema do primeiro título. Desfilaram: Helenilda Lima, Zélia Lima, Janaina Gomes, Jhayre Kelly, Marcia Regina e Maria Ivone Vieira, além do próprio diretor-geral, Fernando Tolentino. Com tanto samba no pé só podia sair vencedora.

Internet e rebelião – I O sociólogo e diretor do Instituto Interdisciplinar sobre Internet na Universitat Oberta de Catalunya, Manuel Castells, faz uma reflexão sobre o que se passa no cenário mundial – especialmente sobre o que ocorreu na Tunísia e no Egito – e oferece caminhos para entender um movimento cidadão que tira o máximo proveito dos novos canais de


Comunicando comunicação ao seu alcance. Em entrevista a Jordi Rovira (reproduzida no Brasil pelo site Outras Palavras, com tradução de Cauê Seigne Ameni) ele afirma: “No meu livro ‘Comunicação e Poder’, dediquei muitas páginas para explicar, a partir de uma base empírica, como a transformação das tecnologias de comunicação cria novas possibilidades para a auto-organização e a automobilização da sociedade, superando as barreiras da censura e repressão impostas pelo Estado. Claro que não depende apenas da tecnologia. A internet é uma condição necessária, mas não suficiente. As raízes da rebelião estão na exploração, opressão e humilhação. Entretanto, a possibilidade de rebelar-se sem ser esmagado de imediato dependeu da densidade e rapidez da mobilização, e isto se relaciona com a capacidade criada pelas tecnologias do que chamei de ‘autocomunicação de massas’.”

Internet e rebelião – II Ao ser perguntado se a juventude egípcia desempenhou um papel chave nas insurreições populares graças ao uso das novas tecnologias, Castells afirmou: “De acordo com uma pesquisa recente (2010), da empresa informação Ovum, cerca de 40% dos egípcios maiores de 16 anos estão conectados à internet – se levarmos em conta não apenas as ligações domiciliares, mas também os cibercafés e os centros de estudo. Entre os jovens urbanos, as taxas chegam a 70%. Além disso, segundo dados recentes, 80% da população adulta urbana está conectada por celulares. E, de qualquer maneira, estamos falando de um país com 80 milhões de habitantes. Ainda que apenas um quarto deles estivessem conectados, já poderia haver milhões de pessoas nas ruas. Nem todo o Egito se manifestou, mas um número de cidadãos suficiente para que se sentissem unidos, e pudessem derrotar o ditador”.

Internet e rebelião – III Até que ponto o poder dispõe de ferramentas necessárias para sufocar as insurreições promovidas pela rede? Manuel Castells responde: “Não as tem. No Egito, inclusive, tentaram desconectar toda a rede e não conseguiram. Houve mil formas, incluindo conexões fixas de telefone a número no exterior, que transformavam automaticamente as mensagens em tweets e fax no país. E o custo econômico e funcional da desconexão da internet é tão alto que tiveram que restaurá-la rapidamente. Hoje em

dia, um apagão da rede é como um apagão elétrico. Ben Ali (na Tunísia) não caiu tão rápido, houve um mês de manifestações e massacres. O Irã não pode se desconectar da rede: os manifestantes estiveram sempre se comunicando e expondo suas ações em vídeos no YouTube. A diferença é que ali, politicamente, o regime teve força para reprimir de forma selvagem sem que interviesse o Exército. Porém as sementes da rebelião estão plantadas e os jovens iranianos, 70% da população, estão agora maciçamente contra o regime. É questão de tempo”.

Internet e rebelião – IV Castells não acredita que existam condições para que possa ocorrer na China um movimento popular parecido com o que está percorrendo o mundo árabe. Para ele, “72% dos chineses apoiam seu governo. A classe média urbana, sobretudo os jovens, estão muito ocupados enriquecendo-se. Os verdadeiros problemas do campesinato e operário – ou seja, os verdadeiros problemas sociais da China – encontram-se muito longe. O governo resguarda-se demais, porque a censura antagoniza muita gente que não está realmente contra o regime. Na China, a democracia não é, hoje, um problema para a maioria das pessoas, diferente do que ocorria na Tunísia e no Egito. Como esta comunicação mudou, e muda a cada dia, é uma questão que se deve responder por meio de investigação acadêmica, não através de especialistas em fofocas. E por isso empreendemos o Projeto Internet Catalunha na UOC”.

Internet e rebelião – V Ao ser abordado sobre se a aliança entre meios de comunicação convencional e novas tecnologias é o caminho a seguir no futuro, Castells foi categórico: “Os grandes meios de comunicação não têm escolha. Ou aliam-se com a internet e com o jornalismo cidadão, ou irão se marginalizando e tornando-se economicamente insustentáveis. Mas hoje, essa aliança ainda é decisiva para a mudança social. Sem Al Jazeera não teria havido revolução na Tunísia”. E-mail: romario@abordo.com.br

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Política Brasília Por: Veronica Soares

da Câmara afirmou que os gastos da deputada ainda estão sendo checados pela administração da casa. Conforme Maia, se ficar comprovado o uso indevido da verba, a Casa irá exigir a devolução do dinheiro.

Capítulo III Também na quarta-feira (16), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados recebeu do PSol, pedido para investigação de conduta de Jaqueline Roriz. Com base nas duas denúncias (verba indenizatória e participação no escândalo do mensalão), o PSol pede a instauração de processo disciplinar sobre eventual quebra de decoro parlamentar. O presidente do Conselho, o deputado José Carlos Araújo (PDT-BA), eleito na quarta-feira, terá a missão de escolher o relator do caso e abrir o processo contra a deputada do PMN. A partir da abertura do processo, o Conselho terá um prazo de 90 dias para analisar o caso.

Capítulo IV - A confissão

Novela Jaqueline Roriz - Capítulo I Depois de aparecer em um vídeo, ao lado do marido Manoel Neto, recebendo um pacote de dinheiro de Durval Barbosa, a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) resolveu entrar com um pedido de licença médica na Câmara Federal, alegando problemas de pressão alta. A licença de cinco dias pedida pela deputada, não impediu a abertura de processo contra ela no Conselho de Ética da Casa. Na quarta-feira (16), o presidente da Câmara Federal, Marco Maia (PT/RS), encaminhou denúncia contra ela ao Corregedor da Casa, deputado Eduardo da Fonte (PP/PE). Agora, cabe ao corregedor, a incumbência de elaborar parecer sobre o caso e recomendar ou não a abertura de um processo por quebra de decoro pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.

Capítulo II Outra notícia que veio a público no início da semana complicou ainda mais a vida da deputada. Comenta-se que Jaqueline teria usado verba parlamentar indenizatória para pagar o aluguel de uma sala que pertence ao seu marido. Sobre as novas denúncias, o presidente

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Junto com o documento do pedido de licença médica entregue na Câmara dos Deputados, Jaqueline admitiu que esteve mais de uma vez no escritório de Durval Barbosa, em 2006. Em nota à imprensa, a deputada admite ter recebido dinheiro do delator do esquema de corrupção que abalou e mudou os rumos da política no Distrito Federal. “Durante a campanha eleitoral de 2006 estive algumas vezes no escritório do senhor Durval Barbosa, a pedido dele, para receber recursos financeiros para a campanha distrital, que não foram devidamente contabilizados na prestação de contas”, declarou na nota.

Capítulo V - Cão de guarda I Jaqueline Roriz (PMN) está numa redoma de vidro desde que o vídeo, em que aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa, foi divulgado pela imprensa. Segundo uma fonte, ela está à base de remédios e completamente alheia às notícias diárias que jornais divulgam. Está tentando se recuperar do baque para poder se pronunciar publicamente sobre o caso. Jaqueline estaria atendendo apenas telefonemas de amigos e pessoas próximas para evitar ser “contaminada” pela onda de escândalos que tomou conta das páginas dos jornais. Quem a acompanha 24 horas por dia é o marido, Manoel Neto, que no vídeo, aparece guardando a gorda quantia de dinheiro numa mochila. Agora, mais do que nunca, Neto tem sido um verdadeiro cão de guarda da esposa.


Cão de Guarda II Falando em esposo prestativo, segundo uma fonte que não quis se identificar, no primeiro mandato de Jaqueline Roriz na Câmara Legislativa, era Neto quem ditava as ordens no gabinete da esposa. Apesar de não trabalhar diretamente no local, segundo a fonte, ele ligava, cobrava e, inclusive, indicava para demissão o funcionário que não seguisse as suas ordens.

Cão de Guarda III Outra denuncia feita pelo Jornal Correio Braziliense na semana passada, afirma que o nepotismo reinava no gabinete de Jaqueline na época em que ocupou o cargo de deputada distrital. Segundo o jornal, uma filha, três enteadas e dois genros de Manoel Neto foram empregados no gabinete, entre 2007 e 2010. Os parentes do casal ocuparam cargos de confiança (de livre indicação do parlamentar) e recebiam salários entre R$ 6.680 e R$ 11.954. Juntos, eles teriam recebido, no período de quatro anos, o equivalente a R$ 1,5 milhão da Câmara Legislativa. Ainda de acordo com a reportagem, há relatos de servidores que atuaram no gabinete dela durante o período, deram conta de que os “funcionários-parentes” sequer apareciam para cumprir expediente.

primeira vez que um integrante da família Roriz se pronunciou publicamente sobre o caso desde a divulgação das imagens de Jaqueline.

Cineasta” Durval Barbosa O chamado 31º vídeo da sessão Durval Barbosa causou burburinho no âmbito político do Distrito Federal. Nos corredores da Câmara Legislativa, no poder executivo e nas mesas dos bares não se fala em outro assunto: a pauta do momento é o vídeo em que aparece a deputada federal Jaqueline Roriz pegando dinheiro das mãos de Durval Barbosa. Junto com o assunto principal, várias pontos de interrogações e três perguntas que não se calam: 1ª) Existem outros vídeos? 2ª) Quais políticos teriam sido filmados no gabinete da nova revelação do cinema brasileiro, o “cineasta” Durval Barbosa? 3ª) porque o vídeo só apareceu agora?

Capítulo VI - Defesa da irmã? A deputada distrital Liliane Roriz (PRTB) surpreendeu os colegas distritais ao subir à tribuna da Câmara Legislativa na última semana para pedir, de forma emocionada, rigor nas investigações que correm contra a irmã, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN). “Minha solidariedade fraternal como irmã não pode nem deve se confundir com minha responsabilidade política de exigir transparências nos atos de qualquer pessoa pública”, declarou. Foi a

Questionado sobre há quanto tempo o Ministério Público Federal tinha conhecimento do vídeo de Jaqueline, o procurador-geral, Roberto Gurgel, afirmou que o MPF teve acesso à gravação há cerca de duas semanas, poucos dias antes de o vídeo vazar. Por outro lado, Durval, em nota à imprensa, negou que teria entregue um novo material (vídeo) ao Ministério Público. “Não entreguei nada ao Ministério Público recentemente, contra qualquer pessoa, sejam vídeos, sejam novos fatos”. Não se sabe qual seria a versão verdadeira. A única coisa que se sabe é que os políticos andam preocupados com a divulgação de novos vídeos. Todos aguardam novas surpresas do rolo compressor chamado Durval.

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Dinheiro

mauro castro

BARATO QUE

SAI CARO

A

história se repete diariamente, diversas promoções de operadoras de celular que apresentam vantagens incríveis. A conseqüência natural é aumento de vendas. Há uma enorme quantidade de pessoas que precisam adquirir ou trocar a linha de celular. A compra é rápida. Chegar à loja, mencionar a promoção conhecer o novo aparelho e ouvir algumas informações complexas sobre o plano promocional. Poucas pessoas prestam atenção, nessa hora sobre assuntos relacionados a contratos e clausulas de retenção do consumidor. O que eles nomeiam como plano de fidelização parece mais um plano de escravidão para o consumidor. O fato é que o tempo passa. Os primeiros momentos com o novo equipamento parecem encantador. Novas funções e um mundo de descobertas que devem ocorrer gradativamente – não vale ler o manual, pois pode precipitar as coisas. À medida que as contas vão aparecendo e pequenas polêmicas entre consumidor e operadora se consolidam. O encantamento desaparece até que chega o dia de ligar para a central de atendimento e solicitar o cancelamento da linha. O consumidor nem lembra bem da felicidade inicial quando visitou a loja e recebeu aquele belíssimo equipamento. No atendimento, a operadora, após um tempo relativamente longo de espera, informa sobre algumas dificuldades para cancelar. Multas previstas no contrato, parcelamento do equipamento – que o consumidor achava que era de graça – e o saldo restante a pagar. Tudo isso vira uma pequena barreira, próximo a intransponível. Boa parte dos consumidores ou cancelam e pagam por pura raiva, ou desistem e se convencem que não é tão ruim assim aquela operadora. Qualquer promoção oferecida pelas empresas de serviço tem algum preço não declarado ou não percebido pelo consumidor. A dificuldade é superar o impulso de compra e a persuasiva campanha publicitária. Por isso, ao chegar a uma loja que oferece grandes vantagens promocionais fica a mensagem para ler nas entrelinhas. Entender que o barato pode sair caro.

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CURTAS

A inflação apertou em 1,44% a mais em fevereiro para abastecer o carro, fazer a manutenção e pagar impostos e seguros. Em apenas dois meses, a inflação dos itens relacionados ao seu carro já atingiu 2,3%. O preço do álcool que sempre sofre alteração no fim e no início de cada ano, é um dos vilões desta inflação. Esse item subiu 4,49% em fevereiro. Sempre bom lembrar, que ao comprar um carro, o proprietário sempre leva uma lista de novas aquisições.

Os bancos reduziram a expectativa para o avanço do crédito ao consumidor neste ano, principalmente no segmento de automóveis. Em fevereiro, os bancos esperavam que o crédito às pessoas físicas crescesse 17% neste ano, percentual que caiu para 16,5% em março. No ano passado, o crédito pessoal cresceu 18,8%. Ainda não foi sentida efetivamente todas as ações de retenção do crescimento de crédito, realizadas pelo governo. Espera-se que em 2012, portanto daqui há algum tempo,teremos como verificar se tudo está correndo bem.

Em 2010, as empresas que mais causaram problemas aos consumidores foram às relacionadas à área de serviços. De certa forma, natural se pensarmos que a prestação de serviços tem um alto grau de variação e depende muito da participação e entendimento do consumidor. Dentre as prestadoras de serviços ficam na fila as empresas públicas, as de telefonia e empresas financeiras. Tudo isso sempre ligado ao aspecto de alta expectativa do consumidor na hora da aquisição. Basta ligar os pontos. De um lado as empresas prometem ser eficientes, na outra ponta o consumidor se desespera para entender o que aconteceu com as promessas.


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Capa

Por: Alessandra Bacelar | Fotos: Paulo Negreiros e Gustavo Lima | Ilustração: Theo Speciale


Estrangeirismos N

ão é de hoje que os brasileiros assimilam novas culturas, e as múltiplas linguagens vêm como consequência. O Brasil é um país bem diversificado. Apesar da origem latina, a língua portuguesa recebe novos vocabulários a cada dia, os chamados “estrangeirismos”. Mesmo não fazendo parte da língua materna, essas palavras retratam as diversas influências culturais vindas de fora. Quem nunca preferiu falar “ok” ao invés de certo, ou falou “hot dog” em vez de cachorro quente? Ou convidou os amigos para ir ao “fast food” ou ao “happy hour”? Já é comum no cotidiano. Palavras provenientes de outros idiomas são utilizadas a todo instante e encontradas por toda a parte. Bares, restaurantes, lojas, shoppings, o comércio também investe bastante na diversidade linguística. Os avanços tecnológicos, as descobertas científicas vindas do exterior, a informática e principalmente a globalização têm contribuído para que novos vocábulos sejam aderidos à língua portuguesa. Muitas expressões estrangeiras já receberam transformação gramatical para aderirem ao português. Como lanche, vinda de lunch, futebol, vinda do football, entre outras. Mas é necessário tomar cuidado com a pronúncia e escrita de palavras “aportuguesadas”, porque muitas delas receberam modificações ortográficas para serem assimiladas da melhor forma à gramática portuguesa. No próprio alfabeto já foram incorporadas as letras k,w e y, antes utilizadas somente em palavras estrangeiras. Com a nova ortografia, as palavras derivadas do tupi guarani recebem o hífen, como anajá-mirim e capim-açu, por exemplo. Segundo linguistas da gramática portuguesa, é necessário que a educação brasileira esteja adaptada às novas mudanças na língua original. Além de reformular os materiais didáticos e ensinar português de acordo com a nova ortografia, é preciso agregar as novas palavras ao ensino brasileiro de forma adequada. Saber quando utilizar novas expressões e como explorar melhor o vocabulário brasileiro, que é rico em sinônimos e amplo como um todo. O governo federal, por meio da Empresa Brasil Comunicação – EBC, disponibiliza a seus órgãos vinculados, juntamente aos jornais impressos brasileiros, revisão de texto

de acordo com a atual ortografia. O chefe de revisão de texto da EBC e professor de português, Leonel Batista afirma que palavras estrangeiras, quando bem utilizadas, contribuem para o enriquecimento da língua portuguesa. “Somos parte de uma sociedade receptiva a outras culturas. Deveríamos utilizar estrangeirismos para enriquecer nosso vocabulário. Mas essas palavras são usadas de forma desregrada. Muitas vezes pelo desconhecimento da própria língua”, lamenta o professor. O colega de trabalho, Francisco de Assis, revisor de texto e professor de português, acrescenta: “O importante é que você se comunique bem. Em nossa língua temos um universo de palavras e novidades que só contribuem para nosso vocabulário. Tudo isso é benéfico, mas a educação brasileira precisa se adaptar a essas mudanças”, afirma ele. Um polêmico projeto em defesa da língua portuguesa já tramitou 8 anos no Congresso Nacional e está pronto para votação na Câmara dos Deputados novamente. O projeto de lei 1676, promovido pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB) tem como ideia central a valorização da língua portuguesa por meio de uma reforma educacional no Brasil. De acordo com o projeto, o combate aos estrangeirismos é necessário para os brasileiros darem mais atenção a fala e a escrita do próprio idioma. “Não sou contra os outros idiomas, pelo contrário, acho benéfico conhecermos outras línguas, mas nós temos um idioma rico, que precisa ser valorizado. Estrangeirismos trazem exclusão linguística àqueles que não fazem parte desta realidade,” afirma o deputado. Em sua tese, ele enfatiza que um dos elementos mais marcantes da nossa identidade nacional é o fato de termos um imenso território com uma só língua e que a educação brasileira deve preservá-la. “A educação define o destino do país e das pessoas, é necessário que a educação brasileira passe por uma reformulação, prezando sempre o idioma pátrio”, acrescenta o deputado Aldo Rebelo. No prefácio de sua Gramática Metódica da Língua Portuguesa, Napoleão Mendes de Almeida faz a citação "Conhecer a língua portuguesa não é privilégio de gramáticos, senão dever do brasileiro que preza sua nacionalidade. A língua é a mais viva expressão da nacionalidade. Como havemos

Com a globalização, é inevitável vir palavras novas para nosso vocabulário. Isso ajuda na comunicação entre os povos

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Kátia Falcomer, Supervisora Acadêmica Geral da Casa Thomas Jefferson

Deputado Aldo Rebelo (PCdoB)

de querer que respeitem a nossa nacionalidade se somos os primeiros a descuidar daquilo que a exprime e representa o idioma pátrio?". A citação trouxe polêmica no Congresso, pois foi trazida à discussão como ponto de referência ao determinado projeto de lei. Mas para muitos a tendência do estrangeirismo veio para ficar. “Com a globalização, é inevitável vir palavras novas para nosso vocabulário. Isso ajuda na comunicação entre os povos. Entretanto, o uso inadequado dessas palavras pode comprometer todo o discurso”, garante a Supervisora Acadêmica Geral da Casa Thomas Jefferson, Kátia Falcomer. Conforme a supervisora acadêmica, o inglês já faz parte do nosso cotidiano, desde a criança que tem a curiosidade de descobrir as palavras diferentes que escuta no videogame à população em geral, que logo ao sair de casa já se depara com outdoors com várias palavras estrangeiras, além de outros segmentos do comércio, que tem utilizado outros idiomas de forma desregrada. “Mesmo com o desconhecimento de outro idioma, as pessoas devem se policiar quanto a pronúncia de palavras provenientes de outras línguas, se não você não conseguirá assimilar o benefício de enriquecer seu vocabulário”, acrescenta ela. O bombardeio de estrangeirismos por toda a parte traz riscos, como erros grotescos. Em vários estabelecimentos

encontramos várias palavras estrangeiras escritas de forma errada. Outro risco é o público não entender o que significa e muitas vezes deixar de comprar algo ou assimilar um serviço por conta disso. Em Brasília é fácil encontrar locais acontecem o fato. É o caso do restaurante “self-service” da Brenda, na 711 Norte. “Aqui servimos tanto prato feito quanto servimos por kilo, mas a maioria dos clientes não consegue nem pronunciar a palavra “self-service” direito e outros nem entendem o que é, apesar de ser muito comum no comércio”, afirma ela. Em diversas quadras da W3 Sul também podemos encontrar quadrinhos com palavras como “self-service”, “la carte”, “delivery”, entre outros estrangeirismos que já fazem parte dos serviços de gastronomia. A informática é um ramo propício a palavras de origem americana e inglesa, já que grande parte da tecnologia digital provém desses países. Toda a linguagem vem de fora. Desde a teoria da computação, como “bytes”, “hardware”,"software", seus periféricos, como "driver", "hard disk", “mouse" ou programação, como “backup”, etc. Não tem como fugir, termos estrangeiros fazem parte da linguagem de computação e não tem como “aportuguesar” tantas palavras. Segundos especialistas em informática, é necessário que todos se adaptem a essa linguagem. Ao invés de lutar contra os estrangeirismos, o melhor a fazer é empregá-los somente quando necessário.

Não sou contra os outros idiomas, pelo contrário, acho benéfico conhecermos outras línguas, mas nós temos um idioma rico, que precisa ser valorizado

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Jhenniffer Corrêa, fotógrafa


Chefe de revisão de texto da EBC e profº de português, Leonel Batista

Revisor de texto da EBC e profº de português, Francisco de Assis

Os estrangeirismos estão presentes até no nome de pessoas. Em Brasília, no 1º Ofício de Registro Civil, cartório Marcelo Ribas, todos os dias há registros de nomes provenientes de outros idiomas e geralmente escritos de maneira errada. “É comum registrarem aqui nomes diferentes. Normalmente, são pessoas menos instruídas, que ouviram a pronúncia do nome e não sabem escrevê-lo. Acabam inventando uma nova forma de escrita”, comenta o escrevente do cartório, Marcus Antônio Costa. A fotógrafa Jhenniffer Corrêa, 20 anos, afirma que já sofreu no colégio por conta de seu nome. “Os professores nem os alunos sabiam escrevê-lo de forma correta. Cansei de ter que soletrá-lo. Além dele ser de origem americana, meu pai “enfeitou” sua escrita”, brinca. Já o estudante Maicow Silva, 21 anos, conta que sua mãe escolheu seu nome por causa de um filme que viu. “Na época, minha mãe não sabia como escrevia meu nome, então tentou registrá-lo da mesma forma que ouviu. Mas muitos não entendem porque ele se escreve assim”, conta. Embora haja dificuldades na pronúncia e escrita, ambos afirmam gostarem do nome que possuem. Para muitos, os estrangeirismos traz a ideia de “status”. Qual seja o nome, próprio ou não, no comércio, nas ruas, todo o país tem usado palavras estrangeiras abundantemente. Muita das vezes de forma desnecessária. A polêmica já gerou até letra de música, como canta Zé Ramalho, na música Estrangeirismo: “...tanta coisa, tanto nome sem eu saber pronunciar é : fast Food , delivery , self-service , hot dog , catchup, meu Deus, onde é que eu vim parar?” A canção retrata a confusão causada por tantas palavras estrangeiras que o brasileiro se depara em seu dia a dia. Segundo especialistas da língua portuguesa, nosso vocabulário possui uma gama repleta de sinônimos e antônimos, palavras dos mais diversos gêneros. Cícero Sandroni, presidente da Academia Brasileira de Letras, já entregou aos ministros brasileiros os exemplares da Reforma Ortográfica Brasileira, que entrará em vigor, oficialmente, a partir de janeiro de 2012. A reforma “aportuguesou” 349.737 palavras, da responsabilidade do filólogo Evanildo Bechara. De acordo com a Academia Brasileira de Letras, o português é o idioma com mais amplitude vocabular da América Latina. Os estudiosos literários acrescentam que todo ano novas palavras são acrescidas ao vocabulário brasileiro, pelos “aportuguesamentos” da língua. Esse processo se deve justamente pelos

Escrevente de cartório, Marcus Antônio Costa

estrangeirismos que chegam ao país, naturalmente por todo o processo de globalização. O que realmente é preciso, a língua portuguesa assimila de forma mais acessível à língua materna. Podemos verificar alguns exemplos:

RECENTES PALAVRAS TRAZIDAS PARA O PORTUGUÊS Bandeide - aportuguesamento do inglês Band-aid, marca registrada de curativo Mause - aportuguesamento do inglês Mouse, periférico de informática Escâner - aportuguesamento do inglês scanner, aparelho de informática Piquenique - aportuguesamento do inglê pick nick que significa pequena excursão Treiler - aportuguesamento do inglês trailler, que é veículo motorizado Recorde - aportuguesamento do inglês Record, que quer dizer melhor atuação PALAVRAS ORIGINADAS DE OUTROS IDIOMAS Abajur - do francês, abat-jour Coquetel - do inglês, cocktail Clube - do inglês, Club Alô - do francês, allô Batom - do francês, baton Estoque - do inglês, stock Acampar - do italiano, accampare Carnê - do francês, carnet Chicote - do espanhol, chicot Guichê - do francês, guichet Maiô - do francês, maillot Entre a valorização da língua matriz e a assimilação de novas palavras vale a busca do equilíbrio em enriquecer o vocabulário brasileiro sem desprestigiar a língua portuguesa. É o que linguistas, filósofos e políticos têm buscado e, unanimemente, concluído. Cada brasileiro deve conhecer o próprio idioma para depois entender vocábulos provenientes de outras línguas. Como dizia o historiador Darcy Ribeiro: “Tradições culturais distintas dão lugar a um povo inovador, num novo modelo de estruturação societária”. O Brasil possui uma sociedade livre, graças a busca constante de novas estruturas, como acontece na economia e na política brasileira. As lutas do país se avançam hoje na educação. Uma nova estrutura linguística está sendo construída. Os brasileiros precisam abraçar a causa, começando pelo prestígio de seu idioma.

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Cidadania

Por: Aline Ricciardi | Fotos: Divulgação

Acessibilidade,

direitode todos Garantida por lei e só na teoria

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odos os dias, vários cidadãos portadores de necessidades especiais enfrentam dificuldades na hora de se locomoverem pelas ruas da cidade e pegar ônibus. Locais como a ermida Dom Bosco, Espaço Lúcio Costa, na Praça dos Três Poderes e a Catedral Metropolitana de Brasília denotam bem a dificuldade que pessoas com deficiência física têm para visitarem esses e outros lugares, até mesmo cartões postais da cidade. A lista de locais sem acessibilidade é extensa. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem hoje 360 mil pessoas com deficiência no Distrito Federal.

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Considerada Patrimônio histórico da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação (UNESCO), Brasília é exemplo de arquitetura moderna para o mundo. Porém, deixa muito a desejar no quesito acessibilidade. A maioria dos pontos turísticos não tem rampas de acesso e nem banheiros adaptados para pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida. O funcionário público Marcos Duarte, diz que deixou de frequentar vários pontos turísticos da cidade. “Conheço todos os pontos turísticos de Brasília, mas não os visito para não passar raiva”. Já o auxiliar administrativo Patrick

Feitosa, reclama da dificuldade que tem para frequentar vários pontos da cidade sozinho. “Quase sempre é preciso pedir ajuda a três ou quatro seguranças do local para me locomover”, informa. Apesar disso, o bom é que o governo e a classe empresarial começam a visualizar melhores condições de trafegabilidade para cadeirantes e pessoas com deficiência visual. Políticas públicas que assistem o direito de ir e vir para o segmento e que obrigam a implantação de acessibilidade estão sendo implantadas e fiscalizadas. Nos últimos anos, a Universidade de Brasília (UnB) tem investido mais de um milhão de reais em


obras de acessibilidade como rampas e elevadores especiais para facilitar o livre acesso dos alunos portadores de deficiência. Impressionados com o número de pessoas especiais na cidade, a Agência de Fiscalização do Distrito Federal, (Agefis), vem tentando alinhar políticas e práticas de gestão de pessoas às orientações estratégicas do Governo por meio do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para um desempenho de qualidade. O objetivo é orientar a população sobre a falta de acessibilidade para portadores de necessidades especiais. Assim, a Agefis vem promovendo ciclos de palestras com o tema “Acessibilidade”, sob a coordenação da Comissão Permanente de Acessibilidade do GDF, com a participação da Associação Brasiliense de Deficientes Visuais. Durante a palestra, Márcia Muniz da Comissão Permanente de Acessibilidade do governo local salientou que a falta de acesso ocorre porque antigamente as pessoas não tinham essa preocupação. Mas deixa claro que as antigas construções da cidade estão com projeto de acessibilidade em andamento. Como a maioria das construções é de autoria de Oscar Niemeyer, as obras podem demorar um pouco para acontecer, uma vez que o arquiteto e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) precisam autorizar as melhorias. O evento, que acontece no Auditório da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), na Asa Norte, inclui a apresentação do Projeto Artes Táteis e Exposição de Obras de Escultores com deficiência visual. Para exemplificar bem a questão, servidores da agência percorreram calçadas próximas ao local do evento em cadeiras de roda, com o objetivo de sensibilizar a população sobre os problemas enfrentados

pelos deficientes físicos em vários pontos da cidade. O acontecimento faz parte do projeto “Quintas de Primeira”, realizado sempre em uma quinta-feira de cada mês com temas de interesse dos brasilienses. Conforme o gerente de Capacitação da Agefis, Marcelo Vicente de Santana, o “Quintas de Primeira” objetiva compartilhar conhecimento, valorizar e qualificar o servidor público para o atendimento das políticas de governo. “Sempre com a preocupação de oferecer à sociedade serviços públicos de qualidade, além da contribuição com a gestão pública do Estado”, esclarece. As palestras são abertas ao público e servidores do GDF. As inscrições são feitas no local, com direito a certificado de participação.

Ciclo de Palestras 2011 Março 31 Brasília e o Tombamento Palestrante: Vera Ramos Abril 14 Brasília – Cidade Parque Palestrante: Jane Jucá Maio 12 A Importância do Planejamento Estratégico Palestrante: Mara Araújo Junho 16 Excelência no Atendimento ao Cidadão Palestrantes: Giuliana Oliveira e Marcelo Santana Julho 16 Gerenciamento de Resíduos Sólidos Palestrante: Juliane Berber Serviço Agência de Fiscalização do Distrito Federal SHN Qd. 02, Ed. Brasília Imperial, 2º andar (61) 3961.5204 Associação Brasiliense de Deficientes Visuais SGAS 903 cj. C Parte “A” (61) 3323.2390

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Gente

Por: Edson Crisóstomo

Natalie Cole

Alana Carvalho

Márcia Lima e Márcia Galvão

Caixa Rápido

Política Mercado de Trabalho O projeto de Lei que regulamentaria a profissão de Lobista repousa há 20 anos sem chegar a uma única votação. O ex-senador Marco Maciel saiu da vida de parlamentar sem aprovação de seu projeto.

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Maurício Medeiros e Andrea Carvalho

Pode até acontecer... Não duvide se na famigerada Câmara Legislativa surgir um Projeto de Lei que regulamente o Assessor de Logística para o transporte de valores não contabilizados em campanha política, acabando com essa exposição excessiva na mídia de cuecas, meias, malas, bolsas, marido, etc, etc...

Me dá um dinheiro aí... O Comitê de Financiamento de Atividade Produtiva do Distrito Federal “COFAP” e o Secretário de Desenvolvimento Marcelo Dourado, avisam aos empreendedores que são R$ 879 milhões do Fundo Constitucional do Centro-Oeste “FCO”. Hora de atualizar cadastro e empreender.


João Carlos de Almeida e Wanderval M. Calaça

Gustavo Reis, Rodrigo Nogueira, João Carlo de Almeida e José Celso Gontijo

Paulo Sérgio e Adriana Ambrósio

Alexandre Jorge, Alexandre Jorge Filho, Zé Eduardo (Parma-Itália) e Washington (Porto- Portugal)

Geleia Geral Mais Crédito Deixando claro que o viés de um novo tempo, está sendo implantado no BRB, o seu presidente Edmilson Gama, convocou o Governador Agnelo, o presidente da Ademi Adalberto Valadão e comunicou a disponibilidade de recursos na ordem de R$ 400 milhões para o setor da construção civil.

Roteiro Decididamente nossa cidade começa a fazer parte do circuito dos artistas internacionais. Quem vai soltar a voz no dia 12 será Natalie Cole, que já ganhou nove vezes o Grammy, vale muito conferir.

Brasília como capital sertaneja No dia 26 de março, a dupla Chitãozinho e Xororó traz à Brasília o show da turnê de comemoração dos 40 anos de sucesso. O repertório traz uma viagem cronológica da carreira dos músicos. Ingressos à venda na Central de Ingressos do Brasília Shopping, pelo site www.livepass.com.br ou pelo telefone 4003-1527.

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Cidade

Por: Aline Ricciardi | Fotos: Divulgação

Pontão do Lago Sul Local preferido pelas noivas na hora da foto

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rasília é agraciada com inúmeros pontos turísticos que são verdadeiros cartões postais. Noivas e aniversariantes dividem esses espaços com os turistas, para sessões fotográficas e books que vão imortalizar momentos marcantes de suas vidas. É o caso do Pontão do Lago Sul que, diariamente, é cenário para noivas e outros personagens. Situado às margens do Lago Paranoá, a praia dos brasilienses e da Ponte Costa e Silva, mais conhecida como a segunda ponte, que liga o Lago Sul ao Plano Piloto. O Pontão é passagem obrigatória para quem mora ou está visitando a cidade. Atrativos não faltam para quem quer simplesmente curtir um belo por do sol que, aliás, é um lindo espetáculo e privilégio para todos. A orla, com 1,2 mil metros, conta com quatro píeres que facilitam o acesso das lanchas, barcos e jet skys que aparecem por lá. De acordo com a empresa Uma Comunicação Assessoria de Imprensa, as margens do Pontão do Lago Sul abriga as principais competições de diversas modalidades esportivas do Distrito Federal e do país como o Campeonato Brasileiro Mormaii de Wakesurf e o Circuito de Natação em Águas Abertas. Destaque também para a Corrida das Pontes que reúne tradicionalmente mais de dois mil competidores. Conforme a administradora do local, Sandra Campos de Oliveira Viana Peres, o espaço construído é parte in-

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tegrante do Projeto Orla, uma ação inovadora no âmbito do Governo Federal. O local também serve de palco para feiras, exposições e shows como a apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, a Bsb Mix e exposição de carros. Segundo a administradora, o local oferece variadas opções de lazer e entretenimento, reunidas no mesmo lugar. Inaugurado em março de 2002, o Pontão do Lago Sul foi construído para desenvolver o turismo, negócios, cultural e gastronômico em Brasília. Situado numa área de 134 mil metros quadrados, oferece 1,5 mil vagas de estacionamento com total conforto e segurança. O Pontão do Lago Sul começou a ser construído a partir de julho de 1996, com a publicação de edital de Concorrência Pública pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap). Para usar o espaço como cenário fotográfico, a administração do local estipulou uma taxa de R$ 50 a título de contribuição para a manutenção e preservação. Alguns fotógrafos da cidade se mostram descontentes com tal cobrança e, pelo fato do espaço ser público, acreditam que a atitude é indevida. Para a administradora do local, Sandra Campos, o Pontão do Lago Sul faz parte da uma parceria público privada que é quando o parceiro privado assume o compromisso de disponibilizar


à administração pública ou à comunidade certa utilidade mensurável, mediante a operação e manutenção de uma obra por ele previamente projetada, financiada e construída. No caso, a parceria tem a participação da Terracap, GDF e a Empresa Sul Americana de Montagens S/A (ESAM) como cessionária. Para trabalhar no local, no caso dos fotógrafos, além do cadastro é feito o recolhimento da taxa de manutenção (R$ 50,00). Atitude respaldada por meio de licitação que faculta o direito de exploração comercial. Outro local que cobra taxa de manutenção e que também costuma ter a preferência de noivas, debutantes e candidatas a modelos é o Jardim Botânico. Segundo o diretor local, Geanito Sebastião Filho, diferentemente do Pontão do Lago Sul, a única taxa a cobrada é a de R$ 2,0. O valor é exigido de todo e qualquer cidadão que visita o local para apreciar e ficar mais perto da natureza. No caso de fotografia, nenhum valor é acrescido à taxa cobrada na portaria. “ O profissional faz o seu cadastro no local, paga a taxa e pronto: é só tirar as fotos e conferir o resultado final”, diz o diretor do local.

Serviço Pontão do Lago Sul Endereço: SHIS QL 10, Lote 1/33 – Lago Sul Telefone: 61 3364.0580 E-mail: pontão@pontaodolagosul.com.br Uma Comunicação Assessoria de Imprensa Fone: 61 3347.8909/ 3447.4505/ 9987.0916 E-mail: uma@umaassessoria.com.br Jardim Botânico de Brasília Endereço: SMDB conjunto 12 Telefones: 61 3366-2141 / 3361-3654 / 3366-4482 / 3366-4735 Site: www.jardimbotanico.df.gov.br

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Educação

Por: Tássia Navarro | Fotos: Gustavo Lima

O universo da matemática No mundo da deficiência visual M

uita gente assegura que estudar matemática é um bicho de sete cabeças. Vários deficientes visuais também acham a mesma coisa. Para facilitar a vida dessas pessoas com relação ao universo numérico, é possível estudar a disciplina usando o método braile. Contas de multiplicação, divisão, subtração e até a geometria tornaram-se acessíveis aos portadores de deficiências visuais por meio de métodos como o sorobã e geoplano. O sorobã, aparelho de cálculo adaptado e de procedência japonesa, é divido em dois retângulos por uma régua de numeração que apresenta, de três em três eixos, um ponto em relevo que separa as classes dos números. O geoplano é constituído por uma placa de madeira de tamanho indeterminado, com superfície perfurada por vários pregos, onde se utiliza elásticos que

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Fernando Rodrigues, professor de matemática do CEEDV

são presos de um prego a outro para formar desenho de figuras geométricas como quadrados, retângulos e triângulos de vários tamanhos. Conforme o professor de matemática do Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV), Fernando RodriLetras braille servem como material de apoio gues, 34 anos, os dois aparelhos, Para o professor, que perdeu assim como os palitos de sorvete, as a visão aos seis anos de idade por letras em braille e outros métodos que descolamento de retina, as maiores servem como auxiliares no aprendidificuldades encontradas pelos aluzado, possibilitam a aproximação nos portadores de deficiência visual da pessoa com deficiência visual à em aprender a matemática são a matemática e à geometria não só na falta de preparo dos profissionais teoria, mas também na prática.


três anos, pelo mesmo motivo que Fernando, é, em partes, mais fácil, pois já tem conhecimento do que é quantidade e tamanho. “De todas as matérias que venho aprendendo adaptadas para os deficientes visuais, a que mais tenho tido facilidade é a matemática. Me dou muito bem com o sorobã”, conta. Servidor concursado da Secretaria de Educação e um exemplo de superação, Fernando, que não enxerga nada, sempre gostou de matemática. Ele conta que por mais que tivesse facilidades com a matéria, nunca se imaginou professor da matéria. Como sempre percebeu David Ribeiro manipulando o sorobã o déficit na educação para os deficientes visuais, decidiu estudar pedagogia para ajudar aos que também passam pelas dificuldades que ele passou. Pensando em se especializar para oferecer melhor qualidade de ensino, fez um curso pela Secretaria de Educação que era para ensinar matemática aos videntes. Conta que quiseram expulsa-lo do curso pelo Palitinhos de sorvete servem como material de apoio fato de ele ser cego. “O conteúdo trabalhado é o e a falta de vontade de algumas mesmo tanto para cegos quanto para pessoas. “O deficiente visual que videntes. Então bati o pé e conclui o quiser, aprende rápido. Mas precisa curso”, lembra. acreditar e ter as adaptações necesHoje, professor da escola onde sárias”, explica. estudou, casado e com uma filha, Com relação à dificuldade de Fernando se dedica a dar melhor aprendizagem, Fernando, que qualidade de ensino para seus aluleciona matemática há cinco anos, nos. “Tem muito aluno que desiste explica que para os deficientes visu- do ensino. Eu quero fazer o possíais é a mesma que tem os videntes, vel para facilitar a matemática para como eles caracterizam as pessoas que eles não desistam”, assegura. com visão. “A matemática, a física e a química estão no mesmo nível de dificuldade. É preciso adaptá-las ao Serviço que é concreto para os deficientes Centro de Ensino Especial de Deficientes visuais”, esclarece. Visuais Para David Ribeiro, 60 anos, SGAS 612, Cj J - Asa Sul que perdeu parcialmente a visão há (61) 3901.7607

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Tecnologia

Da Redação | Fotos: Divulgação

A busca da energia perfeita! Chega de picos de voltagens

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ão é de agora que a qualidade da energia elétrica consumida geralmente sujeita a população a ruídos na energia. E o que é pior, quando ocorre a falta, o retorno vem sempre acompanhado de alta voltagem e não é raro, que equipamentos eletroeletrônicos entrem em curto circuito e queimem, causando prejuízos para a população. Há pouco mais de dois anos, uma empresa brasiliense em parceria com engenheiros eletricistas do pólo petroquímico de Pernambuco desenvolveu um Dispositivo de Proteção de Surtos (DPS) que vem revolucionando expectativas e promovendo proteção das redes elétricas em todo tipo de organização. São estabelecimentos governamentais, universidades, laboratórios, hotéis, residências, condomínios, supermercados, indústrias, clínicas, hospitais e comércio em geral.

Trata-se de um equipamento com tecnologia digital de alta performance, baseado em pastilhas de óxido de zinco como elemento ativo contra surtos de tensão. Essa tecnologia é largamente utilizada em equipamentos de proteção de surtos na rede elétrica, provocadas por descargas atmosféricas. O equipamento opera com tempo de resposta na ordem de 8 a 20 micros segundos e permite drenar os surtos de tensão para o fio terra, atenuando ruídos e indicando o número de surtos. Ideal para proteger equipamentos eletroeletrônicos. O DPS também possui alarme sonoro e monitora a qualidade do aterramento. Os sinais ruidosos, fenômenos que ocorrem no sistema elétrico, geralmente aleatórios e de presença praticamente constante, e os surtos de tensão que podem ser impulsivos ou oscilatórios com amplitudes que atingem milhares

de volts são fenômenos que ocorrem no sistema elétrico quando há induções sobre as redes da concessionária de energia elétrica. Situação que resulta na queima dos equipamentos e aborrecimentos de toda ordem. Esses fenômenos também são os principais responsáveis pela queda de rendimento dos motores, reatores e lâmpadas e interferem negativamente nos sistemas de segurança, centrais telefônicas, interfones, centrais de controle de elevadores, microcomputadores, home theater etc, o que acarreta o aumento dos custos com manutenção e a diminuição da vida útil de aparelhos eletroeletrônicos. Na busca da excelência da qualidade da energia elétrica, as concessionárias vêm investindo nas linhas de transmissão e melhorando os pontos de distribuição de modo a minimizar os efeitos nocivos dessas variações. Em alguns casos, a rede elétrica convencional foi ampliada ou substituída por rede elétrica compacta. Esta com maior proteção contra curtos devido à tecnologia. Todavia, só isso não basta para proteger as residências e os estabelecimentos comerciais. O DPS está de acordo com a Norma Técnica NBR 5410/2004, que recomenda que instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais disponham de dispositivos de proteção anti-surtos de tensão e filtros de ruídos. Serviço Gênese Informática Ltda (61) 3326-3071 / 8153-7298 E-mail: geneseinfor@geneseinfo.com.br

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Cotidiano

Por: Larissa Galvão | Fotos: Divulgação

Anjos da

casa Seu lar em boas mãos

C

om a correria que rodeia o dia a dia dos cidadãos brasilienses, é cada vez mais comum as pessoas acabarem não tendo tempo para resolver “probleminhas” domésticos em suas residências. Existem também aquelas que moram sozinhas e não entendem nada de serviços gerais, como hidráulica, pintura, elétrica ou outros reparos. Como a modernidade vem para todos, agora para deixar seu imóvel funcionando nos “trinques” e novo, não há mais necessidade de acionar tantos profissionais e nem se aborrecer com eventuais serviços prestados por pessoas não qualificadas, já existem empresas que oferecem pessoas treinadas e que em um único atendimento presta todos os

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serviços solicitados.E o que é melhor, com a rapidez e a garantia desejados pelos contratantes. É perfeitamente possível ter um homem “faz tudo” em casa fazendo apenas uma ligação e sem precisar insistir muito. Lin Anderson, sócio da empresa Anjos da Casa, sucesso no Distrito Federal há cinco anos, conta que o empreendimento foi criado ao ver que as pessoas não tinham mais tempo e dedicação em seus afazeres. O resto do tempo que sobra é dividido entre a atenção que a família requer e o descanso necessário para repor as energias. Logo, o ‘anjo’ faz desde pequenos reparos, como arrumar a pia


que está pingando até orçamentos de materiais de construção. “Os clientes ligam, solicitam os serviços e pedem urgência no atendimento e na feitura dos serviços”, conta. Anderson diz que alguns clientes chegam a brincar: “me mande um anjo por que o caso aqui é para um anjo resolver”, exemplifica. A ideia dos “Anjos da Casa” é atender donas de casa com rapidez e honestidade, sem que elas precisem incomodar seus maridos ou pedir favores. “A quantidade de profissionais não qualificados, sem referências e desonestos na área é muito grande. Assim, o cliente corre o risco de, ao contratar um serviço, ficar insatisfeito e sofrer prejuízo financeiro e ainda ser maltratado pelo profissional’”, afirma. A viúva Wanda Moreira, 43 anos, acha que foi uma grande sacada no mercado. “Não somente eu, mas existem várias pessoas que são sozinhas e não tem condições de resolver certos problemas de casa”, diz. Depois de ter visto o carro da empresa, ela não teve dúvidas em acionar os serviços da Anjos da Casa. Primeiramente para solucionar a goteira da pia da cozinha e hoje sempre que precisa a empresa que resolve problemas domésticos é solicitada. E não são apenas as donas de casa que utilizam os serviços

da “Anjos da Casa”. Em Brasília, existem muitos casos de homens e mulheres que passaram em concursos públicos, moram sozinhos e não tem tempo para resolver os reparos da casa. É o caso de Leonel Rodrigues, 28 anos que mora há dois anos na cidade e já teve que pedir ajuda aos profissionais. “Casa de mãe e pai é diferente da nossa. No meu apartamento foram feito uns reparos que eu nunca imaginei que pudesse dar problema”, conta. Serviço Anjos da Casa (61) 4141.4006 www.anjosdacasa.com.br

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Planos e Negócios

alex dias

Nippon Restaurante Há mais de 30 anos em Brasília, o Nippon Restaurante possui um cardápio variado com ostras, lulas, ceviches yakisobas, tempurás e pratos contemporâneos. Além do tradicional restaurante japonês na 403 sul, os brasilienses também podem usufruir dos serviços do Nippon Gourmet, na 207 Sul. Um espaço completo com frutaria, confeitaria e padaria, no térreo, onde podem ser encontradas frutas exóticas (pitaya, tamarindo), pães e doces produzidos pela casa (mousses, croissants) e produtos importados finos, como vinhos, queijos, temperos e algas marinhas. Na parte superior, encontra-se o restaurante que traz o melhor da culinária japonesa e pratos franceses com receitas assinadas por Jun Ito, proprietário da casa, e pelo chef Manoel Facundo, como filé ao molho e shitake, filé ao poivre, filé café de Paris e flié marchand de Vin, que são servidos tanto no rodízio como a la carte. Além dos saquês e drinks orientais, o cardápio é acompanhado por uma excelente carta de vinhos argentinos e chilenos, que em breve será incrementado com rótulos franceses, italianos e portugueses.

Serviço Nippon Restaurante CLS 207, Bl. C, lj. 27 (61) 3244.2477 CLS 403, Bl. A, lj. 20 a 28 (61) 3224.0430

El Paso Texas Inspirado em restaurantes mexicanos que surgiram no Sul dos Estados Unidos, o El Paso Texas oferece comida mexicana, adaptada às características tradicionais ao paladar do brasiliense, sem perder o toque do tempero forte. A história do El Paso passa pelo início do trabalho gastronômico de David Lechtig que, em 1992, inaugurou seu primeiro restaurante self-service, o Sancho Pança. Três anos mais tarde, David lançou na 404 sul o restaurante que viria se tornar a grande referência de comida tex-mex em Brasília. O El Paso já nasceu como um grande sucesso e, desde 2003, com a inauguração do segundo restaurante, desta vez no Terraço Shopping, esse sucesso vêm aumentando cada vez mais. O atendimento diferenciado, iguarias únicas e ambiente temático marcam o ambiente, transformando sua decoração em um capítulo à parte. Peças do folclore e cultura mexicana (desde pedaços de carros antigos, até fotos de personalidades como Pancho Villa e Emiliano Zapata), além de pinturas e quadros, ornamentam os salões dos restaurantes.

Serviço El Paso Texas SCLS 404 Bl. C, lj. 23 - Asa Sul (61) 3323.4618 Terraço Shopping (61) 3233.5197

Alameda Shopping Fundado em 1990, em Taguatinga pelos Irmãos Rodopoulos, o Alameda Shopping foi o terceiro shopping do Distrito Federal. Em 2000, o shopping deu início à parte do projeto de revitalização. As primeiras etapas foram a atualização da marca, a construção do edifício-garagem como 3.500 vagas rotativas por dia e a comercialização das 324 salas que compõem as duas torres de escritórios. Em 2009, o shopping registrou um crescimento acima da média, tendo como destaques de desempenho o aumento das vendas e do fluxo de veículos no estacionamento. O centro de compras do Alameda comemorou um crescimento líquido de 14,09% em relação a 2008. O resultado satisfatório foi reflexo do crescimento das receitas com aluguel, o que evidencia um aumento no faturamento

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das lojas. Em paralelo, o crescimento das vendas foi de 5,17%, comparado ao ano anterior, representando um aumento acima da média nacional do varejo. O faturamento foi atribuído ao mix acertado de lojas, planejado para agradar a vários perfis de público. Por ocasião dos 20 anos do shopping, no ano passado, foram investidos R$ 2 milhões em reformas estruturais para o conforto dos seus freqüentadores. A Praça de Alimentação teve sua capacidade de atendimento aumentada em 30% e o projeto privilegiou o conforto e a praticidade.

Serviço Alameda Shopping CSB 02 lt. 01 a 04 – Taguatinga (61) 3352.1234 sac@alameda.com.br www.alameda.com.br


Crocs Implanto Odontologia Especializada Visando conforto e praticidade aos seus pacientes, os odontólogos Ricardo Vilela, Enio Bicudo e Cristiano Caetano decidiram unir suas especialidades e fundaram em 2003, a Implanto Odontologia Especializada. Planejada a partir do compromisso de oferecer um trabalho com equipe de alta qualidade, a empresa alia atendimento humanizado a uma execelente estrutura e equipamentos de ponta, permitindo agilidade na conclusão dos tratamentos. Referência em implantes no Distrito Federal, já realizou mais de 10 mil procedimentos com alto índice de aprovação e satisfação. Confira alguns dos tratamentos da Implanto: Implante Zigomático, Carga Imediata, Plástica Dental e Implante Guiado por Computador.

Serviço Implanto Odontologia Especializada L2 Centro Médico Hospitalar SGAS 614 Cj. E, sl. 224/230 - Asa Sul (61) 3245.1122 www.implanto.com.br

O Boulevard vai ser o primeiro shopping de Brasília a abrigar uma loja Crocs. A inauguração do espaço dedicado exclusivamente à marca aconteceu na última terça-feira, 15 de março. De acordo com o proprietário da loja, Filipe Azevedo, o objetivo é aproximar a marca do cliente e proporcionar mais conforto e comodidade. “Esta é a nossa primeira loja em um shopping de Brasília. Escolhi o Boulevard porque ele está se tornando um dos mais importantes centros de comércio e lazer do Distrito Federal. Além disso, sua localização e público são diferenciados”, complementa. Desde sua chegada ao Brasil, há 4 anos, a Crocs conquistou enorme sucesso entre consumidores de diversos perfis e idades. E, em Brasília não foi diferente. Os confortáveis e coloridos calçados se tornaram uma verdadeira febre na região. E foi justamente essa identificação instantânea do brasiliense com a marca que motivou o empresário a abrir a primeira loja na cidade em 2008. Atualmente, existem 4 lojas Crocs em Brasília. Com um espaço de 44 m2, a nova loja vai comercializar todos os modelos da marca disponíveis no Brasil. “Os públicos infantil e juvenil ainda são nossos maiores consumidores, mas aos poucos, os adultos estão conhecendo a qualidade dos calçados da marca e aderindo a Crocs”, destaca o empresário.

Serviço Crocs CLSW 102 Bl. B lj. 24 - Sudoeste (61) 3344.2202 CLS 410 Bl. C lj. 21 – Asa Sul (61) 3242.4658 Av. Araucárias Lt. 1325 lj. 21 – Águas Claras (61) 3568.7906

Antarctica Sub Zero A Ambev movimentou o mercado de cervejas pielsen em julho de 2009 com o lançamento da Antarctica Sub Zero. No início de abril, a novidade chega aos pontos de vendas de Brasília. O diferencial da cerveja é a combinação de um líquido especialmente elaborado para ser mais refrescante com o seu moderno processo de fabricação, fruto da troca de conhecimento entre o Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Ambev e outras áreas de referência da AB InBev. Para ser produzida, Antarctica Sub Zero passa por um sistema de dupla filtragem a frio, realizada a uma temperatura de -2° Celsius. Durante o procedimento, a linha de produção fica coberta por uma fina camada de gelo e a cerveja chega quase a congelar. O líquido resultante de cor dourada tem como principais características: amargor menos marcante e refrescância acentuada.

Serviço Antárctica Sub Zero www.ambev.com.br

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Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

CHERY CIELO MODERNIDADE, DESIGN E TECNOLOGIA

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Chery, maior montadora independente da China, realizou em maio de 2010 o lançamento do segundo modelo da marca no Brasil: o Cielo, nas versões Hatchback e Sedan. Com design exclusivo, elementos modernos e porte esportivo, o segundo modelo da fabricante chinesa trouxe ao mercado nacional um carro completo, com preço altamente competitivo. No Brasil, o modelo recebeu o nome diferente do comercializado na China. Cielo foi escolhido por meio do concurso cultural “Seja o autor do nome do mais novo carro da Chery”, campanha organizada pela marca para batizar o veículo no mercado nacional. Líder de vendas da marca na China, o veículo estreou para brigar no segmento de carros médios, na faixa de até R$ 50 mil, e ganhou fôlego na disputa, pois chegou completo de fábrica – vidros e travas elétricas, direção hidráulica e ar condicionado – além de ter como itens, básicos em suas duas versões uma série de atrativos normalmente encontrados como opcionais. Além disso, o Cielo – assim como todos os modelos comercializados pela Chery Brasil – possui três anos de garantia e Chery Assistance.

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MODERNIDADE E ELEGÂNCIA BY PININFARINA O design inovador do Cielo é assinado pelo renomado estúdio de design italiano Pininfarina, responsável pelo desenho de carros como Ferrari e Maserati. O resultado é uma moderna frente em U, linhas consistentes, janelas laterais e espelhos retrovisores decorados com frisos cromados, faróis em formato de diamante e lanternas triangulares, que tornam o carro esportivo e moderno. A lataria de 1800 mm de largura não só acompanha a linguagem visual do automóvel, como também oferece maior espaço interno e conforto na direção. Detalhes luxuosos foram incorporados ao modelo, como as rodas com seis raios e 16 polegadas. O Cielo possui ainda lanterna de indicação lateral nos frisos e linhas laterais elegantes que contribuem na melhora da eficiência aerodinâmica. Além disso, o modelo apresenta farol com altura ajustável e antena integrada ao teto (hatch), que permite notável melhora no fluxo de ar e elimina efetivamente ruídos de vento causados pela antena quando externa. Porém, o maior diferencial do Cielo são as maçanetas traseiras ocultas – mudando a concepção tradicional – que garantem um look moderno e uma aparência esportiva próxima a dos carros de corrida de duas portas.


FUNÇÕES AGREGADAS: UM CARRO COMPLETO

a carroceria com zona de deformação programada garante a segurança dos passageiros em caso de colisão.

POTÊNCIA GARANTIDA PELOS MELHORES FORNECEDORES

No Sedan, o ângulo de inclinação do pilar C é maior e a traseira é menor, trazendo o senso esportivo ao Cielo e tornando-o mais cauteloso e muito mais firme. Já no Hatchback, o escapamento duplo e o brake light singular, além da linha frontal elegante, tornam o carro diferente, moderno, conciso, energético e resistente.

SEGURANÇA CINCO ESTRELAS PARA OS PASSAGEIROS O Chery Cielo é equipado com freios a disco ABS + EBD nas quatro rodas, que mantêm a estabilidade e eficiência do equipamento durante a frenagem. Além disso, em caso de acidentes, os duplos air bags protegem não apenas a cabeça e peito do motorista e co-piloto, como também o abdômen, em caso de colisões laterais. O modelo conta com sistema multilink independente de suspensão traseira, garantindo uma direção suave, normalmente apenas encontrada em sedans de luxo. No carro são adotadas 50% de placas de aço galvanizado, com aplicação da tecnologia, Soldagem à Laser de Placas com Diferentes Espessuras. Além disso, os cintos de segurança nos bancos dianteiros com pré-tensionadores e limitador de força garantem a proteção dos ocupantes. Por sua vez,

O motor ACTECO 1.6L MT a gasolina do Chery Cielo foi desenvolvido pela Chery em conjunto com a Austrian AVL, a maior designer europeia e líder mundial em pesquisa e desenvolvimento de motores. Garantindo um produto potente e econômico – que foi exaustivamente testado em 100 mil Km por 66 dias em rodovia pública – o motor do modelo é um forte testemunho sobre a força e qualidade do produto. Com quatro cilindros, duplo comando de válvulas e distância entre eixos de 2550 mm (tanto hatchback quanto sedan), o motor permite uma velocidade máxima de 170 km/h. O Chery Cielo adota os sistemas de suspensão McPherson dianteira e multilink traseira, que é uma estrutura mais compacta e concisa. A famosa empresa de engenharia automobilística UK Mira é responsável pela calibragem e melhoria do sistema de suspensão de quatro elos e direção do Cielo, que possui câmbio mecânico com cinco marchas, tudo isso resultando em controle de primeira classe. O modelo conta também com sistema de comando de embreagem hidráulico que garante o controle combinado com a embreagem, ao mesmo tempo em que prolonga a vida útil e reduz os custos de utilização. Para meados de 2011, a Chery traz o Cielo com transmissão automática e motor 1.8L para ser comercializado no mercado automotivo brasileiro.

Além de todas as características básicas, o Chery Cielo traz ainda funções agregadas, incluindo alarmes de chave em ignição, porta aberta e alerta de quilometragem para revisão programada. O painel integra as funções de relógio, quilometragem, indicador de temperatura externa e consumo instantâneo de combustível, permitindo controle da eficiência mecânica por parte do condutor. Além disso, facilmente regulável, todas as facilidades podem ser ajustadas de acordo com os hábitos de direção dos proprietários. Sua tela multifunção é configurada juntamente com uma porta USB, que comporta também entrada de CD e sistema de som de alta qualidade.

CHERY CIELO: TECNOLOGIA DE CARRO DE LUXO Apesar do preço competitivo para a versão 1.6L MT, o Cielo chega equipado de fábrica com itens de qualidade e tecnologia encontrados normalmente apenas em carros de luxo. Visando maior conforto e segurança para os condutores, o Chery Cielo conta com aviso de colocação do cinto de segurança, radar de marcha à ré, siga-me até em casa, ajuste da posição da coluna de direção, retrovisor elétrico, entre outras comodidades. O radar de marcha à ré, acionado quando adotada esta posição do câmbio, informa através de sensores a proximidade com objetos externos, garantindo maior facilidade ao estacionar. A facilidade “siga-me até em casa” controla os farois após o desligamento do carro, permitindo que esses fiquem acesos por 30 a 120 segundos (tempo regulável) após a retirada da chave da ignição, iluminando o caminho do condutor até a porta de casa. Serviço Chery Brasil comunicacao@cherybrasil.com.br www.cherybrasil.com.br (11) 4028-8500

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Vida Moderna Moderna

Por: Virgínia Fernanda Ciarlini Azevedo | Fotos: | Fotos: Jhenniffer Divulgação Corrêa| Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Carreira X Filhos Mulheres estão abrindo mão de ter uma família em nome da profissão

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ue as mulheres estão conquistando lugares de destaque no mercado de trabalho todo mundo já sabe. E, não foi à toa que o país elegeu recentemente, a sua primeira presidenta e, a equipe de gestão do alto escalão escolhida por ela conta com outras profissionais femininas que se destacaram em suas áreas de atuação. Elas estão estudando mais e, consequentemente, tendo melhores oportunidades. Conforme o presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Sebastião Luiz de Mello, o público feminino tem ocupado, inclusive, áreas profissionais tipicamente dominadas pelos homens como a construção civil, o transporte e a segurança. Porém, a maternidade ainda incomoda alguns empregadores. Apesar do destaque no mercado de trabalho, muitas mulheres ainda encontram resistência para crescer dentro das empresas. Levantamento realizado pelo grupo multinacional Regus em 2010, aponta que 44% das empresas brasileiras pretendiam contratar profissionais com filhos. Mas, no início deste ano, somente 36% destas continuam pensando da mesma maneira. No país, 57% das

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empresas afirmaram que desejam aumentar o seu pessoal, mas apenas 38% delas declararam que contratariam mulheres com filhos. Conforme o levantamento, a preocupação relatada pelos empregadores brasileiros vai desde a possibilidade das funcionárias tirarem licença

maternidade para dar luz a outro filho (39%), até a possibilidade de estarem desatualizadas profissionalmente (29%). Para conquistar ascensão profissional, boa parte das mulheres precisa abrir mão da vida pessoal, abdicando, inclusive, de ter filhos.


A jornalista Márcia Leite fez essa opção. Para ela, a maternidade muda completamente a vida da mulher, tanto no âmbito profissional, como no pessoal. Conforme Márcia, ela nunca desejou ser mãe igual às outras mulheres e o fato de que a maternidade poderia dificultar a sua ascensão profissional, ajudou a reforçar a sua decisão. A jornalista é casada, e o marido também não deseja ter filhos. Conforme ela, uma de suas maiores preocupações era a de se relacionar com uma pessoa que também não quisesse filhos. “Tive sorte”, acredita. A trabalhadora, universitária e mãe de Letícia de 11 anos, Joelma Aparecida tem uma rotina bem complicada. O fato de morar longe faz com que ela tenha que se levantar às 5h da manhã de segunda à sexta-feira, já que tem que levar a filha para o Inglês antes de ir para a faculdade de manhã. Às 11h, quando saí da universidade, pega a filha para almoçar e depois a deixa na escola e segue para o trabalho

Marcia Leite e o marido Alexandre Lobo

que começa às 13h e só termina às 21h. Conforme Joelma, ela procura se adaptar à rotina da filha. Para isso, ela tem que fazer um verdadeiro jogo de cintura e afirma ver com naturalidade o fato de, às vezes, precisar deixar a família um pouquinho de lado em nome da profissão, pois considera uma conseqüência dos novos tempos. Joelma assegura que, raramente, tem tempo para si mesma. E, conforme ela, às vezes se ressente do fato. “É difícil ser mãe, estudante e ainda mulher que trabalha, e em alguns momentos dou uma surtada”, diz. Porém, aprende muito com toda essa rotina e com a sua filha. Joelma não pretende ter mais filhos, conforme ela, já tem um cotidiano corrido com apenas uma filha, se houvesse outros, seria impossível conciliar a profissão com a família. Mas, ela não considera a maternidade um sacrifício. Para ela, se a mulher estiver preparada tanto financeiramente quanto emocionalmente,

ela pode sim ter filhos. “Não acho necessariamente que sacrifique. Acho que a vida torna-se mais corrida, com mais responsabilidades”, garante. Para ela, ter filhos é uma experiência única e valida. “Acho que toda mulher tem que ter pelo menos um. Fácil não é, mas é gratificante e muitíssimo prazeroso”, assegura. Para não prejudicar a carreira da mulher nos casos de gravidez, especialistas garantem que uma forma de aliar o interesse da profissional com o da empresa é antecipar a volta ao trabalho com um modelo especial de horários. Pode, ainda, criar horários flexíveis que permitam a amamentação ou levar o filho ao médico. A mulher também pode se planejar e, nesse caso, é interessante comunicar à empresa sobre os planos para evitar surpresas futuras. Além disso, o planejamento permite que a futura mamãe encaixe a licença maternidade em um período mais sossegado de sua carreira. Outra forma é preparar o profissional que irá substituí-la no período da licença maternidade. Segundo o presidente da CFA, salvo em casos excepcionais indicados pelo médico, a mulher pode trabalhar até o último mês de gestação. “É tempo suficiente para capacitar o substituto, evitando que a empresa pare de andar por conta da ausência da profissional”, informa. Para ele, é preciso incentivar as empresas a não dispensar mão-de-obra feminina. “As empresas podem criar programas que permitam a essas profissionais realizarem projetos pessoais sem prejudicar o crescimento da organização”, conclui.

Serviço Conselho Federal de Administração (CFA) SAUS Qd 01 bl. L - Ed. CFA (61) 3218.1800

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Esporte

Por: Maíra Elluké | Fotos: Gustavo Lima

O balé das piscinas A

Concentração e disciplina são essenciais para a prática do nado sincronizado. Um esporte exclusivamente feminino

paixonadas pelo esporte, as gêmeas Júlia e Luisa Cruvinel, 10 anos, até parecem que estão brincando na água durante os treinos de nado sincronizado. Quem vê assim não imagina que o esforço da dupla foi recompensado com duas medalhas de ouro (uma pelo dueto e outra pela equipe, na categoria infantil), durante o último campeonato nacional da modalidade, ocorrido em novembro do ano passado, em Fortaleza, no Ceará. A sorridente Luisa fala com firmeza aonde pretende chegar com a prática do esporte. “Eu quero ser profissional. Acho o esporte lindo e ele me ajuda a ter uma boa postura”, conta. A apresentação premiada da dupla chegou a render elogios por parte da supervisora técnica de nado sincronizado da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Sônia Hercowitz. Fabíola Goulart, 38 anos, treinadora das pequenas campeãs e professora da modalidade no Centro Interescolar de Educação Física (CIEF), destaca que para praticar com desenvoltura as coreografias na água é preciso seguir alguns pré-requisitos. “A modalidade exige atenção, já saber nadar e ter mais de sete anos”, explica. Além disso, Fabíola destacou que a prática do nado

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sincronizado desenvolve importantes habilidades nas atletas. “O esporte ajuda a aumentar a flexibilidade, melhorar a noção espacial e corporal e a coordenação motora”, afirma. Muito difundido no Rio de Janeiro e em São Paulo, nos últimos anos, as paulistas passaram a rivalizar com as cariocas nos campeonatos brasileiros. Já na capital do país, o esporte ainda é pouco praticado. A também professora do CIEF e amante do esporte, Anayses Santana, 25 anos, afirma que a modalidade precisa ser mais divulgada não só em Brasília, mas em todo país. “Pouca gente conhece o nado sincronizado. É preciso despertar interesse nas pessoas para que o esporte cresça e haja mais incentivo para apoiar as atletas daqui”, desabafa.

Origem e regras

A modalidade nasceu na Europa, no final do século XIX. No começo, as demonstrações de acrobacias na água aconteciam durante os intervalos das competições da natação e eram feitas só por homens. Hoje, é um esporte exclusivamente feminino. A primeira disputa – ainda masculina – ocorreu em Berlim, em 1891. Existem, porém, alguns registros de apresentações artísticas

– semelhantes ao nado sincronizado – na antiga Grécia. O nome do esporte nasceu em 1933, quando o nadador norte-americano Norman Ross batizou a modalidade definitivamente de “nado sincronizado”. Dessa forma, o esporte começou a ser praticado e divulgado, na época. O formato atual foi desenvolvido na mesma época pelo estudante Frank Havlicek, que estabeleceu as primeiras regras. O nado sincronizado é um dos poucos esportes olímpicos exclusivos do sexo feminino. Os outros são a ginástica rítmica e o softbol. Presente oficialmente nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952 até os jogos do México, em 1968, apenas como esporte de exibição, o nado sincronizado começou a ser disputado oficialmente em 1953, no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos daquele ano. Dois anos depois, em 1955, entrou no programa oficial dos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México. O nado sincronizado se resume a um conjunto de exercícios interligados que formam uma série. E deve ser – literalmente – executado em sincronia, atendendo a especificações técnicas e artísticas, submetido a julgamento. As


apresentações podem ser feitas em duplas ou em conjuntos de oito integrantes. Vence quem conseguir somar mais pontos, distribuídos pelos dez juízes responsáveis pela avaliação dos movimentos. As pontuações são distribuídas em uma escala de 0 a 10 pontos por avaliador – que considera 50% dos pontos pela parte técnica e os outros 50% pela artística. A treinadora Fabíola Goulart destaca que a competição é separada em duas partes distintas: a rotina técnica e a rotina livre. Na primeira, os conjuntos precisam “apresentar certas especificidades técnicas pré-estabelecidas, tais como o controle da atleta sobre seu corpo e as figuras formadas na piscina”, explica. Essa parte da competição deve ser feita em dois minutos e vinte segundos (para a dupla) e em dois minutos e cinquenta segundos (para as equipes). Já na rotina livre, as duplas e equipes têm liberdade para apresentar o que desejarem. Nesse formato de exibição, a tendência é que os juízes analisem a criatividade e a beleza dos movimentos das atletas. Esse trecho da disputa tem a duração de três minutos e meio para as duplas e quatro minutos na competição entre equipes.

Local, técnica e equipamentos As provas de nado sincronizado são realizadas em um quadrado de 12m x 12m e 3m de profundidade, instalado dentro de uma piscina com dimensões maiores – normalmente olímpicas (com

As professoras do CIEF, Anayses Santana e Fabíola Goulart

50m de comprimento). Já os aspectos julgados na rotina técnica da modalidade são, basicamente, a altura, velocidade, técnica e suavidade dos movimentos, além dos desenhos obrigatórios formados pelos conjuntos, avaliados quanto aos ângulos e posições formadas. Por isso, as atletas do nado sincronizado devem ter uma preparação física e técnica específica, muito semelhante a dos ginastas, já que a graciosidade dos movimentos também conta na avaliação dos juízes. Fabíola Goulart lembra ainda que existem algumas posições básicas que são utilizadas pelas praticantes da modalidade, especialmente na rotina técnica. Um “delfim”, por exemplo, acontece quando a nadadora executa uma volta completa sob a água. Já um “flamenco” ocorre quando a atleta eleva uma perna sobre a água e a outra até o peito. Uma “grua”, por sua vez, acontece quando as pernas formam um ângulo reto e a cabeça da nadadora fica sob a água. Já chamada “carpa” acontece quando a cabeça e o tronco ficam sob a água, formando um ângulo reto com o resto do corpo. Já uma “perna de balé” ocorre quando a nadadora, de costas, levanta uma perna em direção perpendicular à superfície. O equipamento mais característico do nado sincronizado é o nose clip. Trata-se de um arame coberto de plástico que impede a entrada de água no nariz das atletas enquanto elas fazem acrobacias submersas na água. Aquelas que não se sentem bem usando o acessório podem competir com um protetor gelatinoso no local. Durante as apresentações, as nadadoras devem manter os cabelos presos em um coque. Para enfeitar o penteado, muitas passam gel fixador. Todas as atletas devem usar o maiô – geralmente em cores chamativas – como peça obrigatória da indumentária. A maquiagem completa o charme das bailarinas das águas. Serviço CIEF - Centro Interescolar de Educação Física SGAS 907/908 Sul Módulos 25/26 – Asa Sul (61) 3901.2625 www.cief.org.br

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Personagem

Por: Michel Aleixo | Fotos: Gustavo Lima

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Paulo

Iolovitch “A arte é uma coisa maravilhosa que eu não sou o dono. Só chego até ela. É um estado, como o amor. Se você não amar com perfeição ela fica lá enquanto você está de fora do processo”.

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ncontrar Paulo Iolovitch significa entrar em seu mundo, literalmente. Seu apartamento na Asa Sul é uma espécie de casamata onde o artista de 75 anos, demarcou seu território. Na porta de entrada, pintou a fachada de uma cidade mineira. Na sala de estar, dezenas de quadros de artistas brasileiros de várias gerações estão espalhados. Entre famosos e anônimos, até um Portinari jaz em seu espaço intimista. Todas as paredes têm algum tipo de rabisco, quadros, fotos de mulheres seminuas e outras obras de arte. Iolovitch é lenda viva da arte brasileira e parece não se importar com isso. Nascido em São Paulo e criado em Porto Alegre, Iolovitch tem descendências romenas e russas. Começou a praticar seu dom oficialmente aos 15 anos, quando sua mãe o levou a um curso técnico. De lá saiu formado decorador de vitrines e não parou mais de trabalhar e dar vazão à criatividade nata. Depois cartazista, diagramador de jornais, ilustrador. Sempre optando por empregos de meio expediente que lhe permitiram dedicar a outra parte do dia à pintura. Anos depois, a serigrafia dominou a profissão. Homem de pincel que é, nunca se adaptou a mudanças e só a arte serviu-lhe de sustento. “O museu nasceu antes da arte, a caverna. Então surgiu primeiro o abrigo e o homem foi lá e colocou sua arte nele. E essa arte é eterna e imorredoura. Não tem melhor ou pior”. Assim são as pregações de Iolovitch, que alterna a entrevista em uma aquarela de assuntos. Arte é o que ele tem menos interesse de conversar a respeito. Encontrá-lo já é um desafio. O artista prefere o anonimato. Não possui telefone. O cineasta Mário Pacheco que em 2005, produziu o documentário “O Pintor de Entrequadras” forneceu o endereço. “Um dos homens mais ricos do mundo é um magnata da telecomunicação. Prefiro não compactuar com isso”, explica Iolovitch. A política é seu tema favorito. Estar com ele é ouvir uma verborragia de acontecimentos da história e da contracultura brasileira e


sua participação neles. “Eu estava em frente ao Palácio Piratininga em Porto Alegre quando o Brizola tentava impedir o golpe militar no estado”, lembra. “Sou um testemunho vivo da história do Brasil do século XX porque sou um homem de rua”, orgulha-se. Iolovitch é artista “marginal” por opção. Ele costuma passar o dia vendendo quadros na rua a preços ínfimos. Muito aquém do seu verdadeiro valor artístico, atestado por diversos prêmios recebidos nas últimas décadas. Seu estilo atravessa várias escolas da arte. Também é comum ver suas pinturas penduradas num varal na 304 Sul, onde os transeuntes param e negociam a venda com o porteiro do bloco. Talvez Iolovitch seja a quintessência da figura do artista de vanguarda no Brasil de hoje. Aqueles que preferem não tirar dos editais públicos o seu sustento. “A arte é uma coisa maravilhosa que eu não sou o dono. Só chego até ela. É um estado, como o amor. Se você não amar com perfeição ele fica lá enquanto você está de fora do processo”, assegura. Chegou em Brasília em 1962 e um episódio marcou para sempre sua relação com a cidade. Ele ocorreu dois anos depois, quando uma exposição de seus trabalhos no Teatro Nacional foi alvo de vândalos. “Brasília não tem cultura. Está cada vez pior. Deveriam permitir logo que ela se torne uma megalópole. Deveriam preservar apenas o Plano Piloto como uma Cidade-Estado, igual ao Vaticano”, acredita. Durante um período, Iolovitch assinava as obras apenas com um traço azul. Tudo começou pelo medo do artista de ser perseguido por causa de seu sobrenome, o que ocorreu com seus avós na Europa, durante a Primeira Grande Guerra. Um dia discutindo com Paulão de Varadero, compositor do Pacotão, Iolovich pediu-lhe um pseudônimo. O músico afirmou que o artista deveria se chamar “azul”. “Tu não é vermelho. Tu é Roriz, tu é azul”, disse. Quando chegou em casa, ao invés de assinar a palavra, Iolovitch preferiu riscar apenas um traço. Mas ele garante que é fã mesmo de Roriz. “Acho ele o maior comunista que já passou por aqui. Os comunistas só falam o que os outros têm que fazer. O Roriz pelo menos faz”.

Num certo momento da conversa, Iolovitch exibe vários de seus quadros. Sua pintura é compulsiva. São inúmeras telas empilhadas, diversos temas, a maioria sobre posições políticas. “Esse aqui eu gostaria muito que fosse publicado”, pede. Ele segura um quadro que faz homenagem a Niemeyer, seu maior ídolo. Na tela a frase: “O espermatozóide que deu certo”. Para ele, o arquiteto é um avião. “O gênio não foi Juscelino, nem Lúcio Costa. O gênio é Niemeyer porque ele plasmou no concreto o tipo do homem do terceiro milênio. Sem grades, tudo flutuando. Como a pessoa tem que ser”, justifica. Sua filosofia de vida é hinduísta. O que explica seu desapego aos bens materiais. “Se você mentalizar dinheiro você consegue bicho! Eu mentalizo Deus. Aprendi com meus mestres a fazer isso”, garante. Sobre seu próprio destino é enfático: “Estou projetando morrer este ano. Não sei por que Deus me permite viver tanto, quando meus amigos já se foram. Já fiz o que tinha de fazer”. A afirmação é feita com total espiritualidade. Não existe sinal de ressentimento, apenas redenção. Mário Pacheco acompanhou Iolovitch por três anos para fazer o documentário e até hoje mantém a amizade. É ele que ajuda a entender a significância do artista. “Posso te garantir que ele já pintou mais de um milhão de telas”, diz. “Ele chegou a Brasília para ser um pintor da corte. Mas se desencantou com o status quo e decidiu ser um artista marginal. Ele não tem o reconhecimento que merece”, assegura o cineasta. Na despedida da entrevista, Iolovitch é humilde. “Espero que tudo que lhe falei ajude a fazer o seu trabalho”. Ele tece mais ensinamentos, como quem tem necessidade de passar uma mensagem. “Entenda que as veias que conduzem o cérebro vão se ajeitando de acordo com o que o mundo lhe oferece”. No hinduísmo, a morte é apenas uma mudança de cenário para a alma. Ela nunca se modifica. É a essência intacta do ser. Talvez essa seja uma explicação singela da compulsão de Iolovitch em produzir arte apenas pelo prazer de criar.

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Saúde

Por: Michel Aleixo | Fotos: Divulgação

Glaucoma De difícil diagnóstico, a doença é a segunda maior responsável pela perda total da visão

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oi em uma consulta de rotina que o administrador de empresas, Paulo Henrique Sousa, 42 anos, soube que tinha glaucoma. Silenciosa, a doença não manifesta dores ou sintomas. Se não descoberta a tempo, aos poucos, ela causa a perda total da visão. “Fui checar minha miopia porque eu estava tendo frequentes dores de cabeça. Quando fiz o exame soube que estava com glaucoma de ângulo aberto”, conta. Segundo ele, o fator sorte o ajudou bastante. “Como estava no início, hoje consigo controlar a evolução da doença”, conta o empresário. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), a doença é a maior causadora de cegueira irreversível em todo o mundo. No Brasil são pelo menos um milhão de casos. O glaucoma é caracterizado por danos no nervo óptico, causado por aumento da pressão intraocular que provoca privação da chamada percepção periférica – a propriedade da visão de perceber o que está fora do foco principal.

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Entre seus variáveis, o mais comum é o glaucoma de ângulo aberto, ou crônico simples, que representa cerca de 80% dos casos. Sua maior incidência é em pessoas com idade acima dos 40 anos e é causado por uma alteração anatômica na região da câmara ocular, que impede a saída do humor aquoso –líquido que preenche a câmara – causando, assim, o aumento da pressão do olho. Já o glaucoma de ângulo fechado, se caracteriza por um aumento súbito dessa pressão, que pode ocorrer

em indivíduos de qualquer idade. Existe, ainda, o glaucoma congênito, uma forma mais rara que acomete os recém-nascidos. Já o glaucoma secundário é decorrente de enfermidades como o diabetes, uveítes e cataratas.

PREVENÇÃO O médico oftalmologista Daniel Moon Lee afirma que por carecer de sintomas, a prevenção do glaucoma é delicada. “A única opção eficaz de se prevenir são nas consultas periódicas”, afirma.

O Dr. Daniel Moon Lee alerta que a doença não tem sintomas visíveis


Combate à enfermidade. Na data, a Associação Brasileira dos Amigos, Familiares e Portadores de Glaucoma (Abrag), promove mutirões e eventos de prevenção com exames gratuitos oferecidos à população. Este ano, a associação comemora uma década de existência. O Dr. Paulo de Arruda Mello, presidente científico da entidade afirma estar trabalhando para estender a comemoração da data entre todos os estados. “Também pretendemos ampliar o apoio logístico aos médicos de todo o país. A proposta é trabalhar com gestores para que o glaucomatoso tenha acesso à saúde e que a legislação seja cumprida”, garante.

TRATAMENTO

Fonte: Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Segundo ele, a partir do 40 anos de idade, todas as pessoas devem procurar um especialista para avaliação anual. “Infelizmente, a maioria dos pacientes só procura o

médico quando as sequelas já estão presentes”, lamenta. Exatamente por isso, uma Lei Federal de 2002 instituiu o dia 26 de maio como o Dia Nacional de

O exame de pressão ocular aponta os primeiros indícios do glaucoma

Os cuidados com o glaucoma são complexos. Isso porque o tratamento depois que a doença é diagnosticada serve apenas como um paliativo. “A única solução é amenizar a pressão intraocular. Mas isso, não vai fazer com que os mecanismos que causaram o aumento dessa pressão cessem”, explica Moon Lee. Conforme ele, inicialmente é feito uso de colírios que visam baixar a pressão intraocular da visão. Similar aos pacientes de pressão sanguínea alta, a medicação não cura e sim controla. Em casos mais graves, a cirurgia a laser é um recurso utilizado. No entanto, mesmo após o procedimento, o paciente deve continuar a terapêutica com medicamentos. O tratamento cirúrgico é deixado para última instância, pois, apesar da alta sofisticação das técnicas atuais, a falta de êxito de uma operação mais invasiva pode significar a perda total ou imediata da visão. Definitivamente, as visitas periódicas ao médico oftalmologista são a melhor alternativa para prevenção deste mal. Serviço INOB - Instituto de Olhos e Microcirurgia de Brasília SHLS 716 Centro Clínico Sul Torre II Térreo (61) 3298.6060

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Moda Produção: Camila Penha | Fotos: Estúdio Dephot e Divulgação

O inverno chegou A

s coleções de inverno 2011 estão disponíveis na maioria das lojas. Algumas tendências bem fortes para esta estação já podem ser vistas nas ruas, passarelas e editoriais de moda. Invista bastante nas rendas, pêlos, peles e estampas animais. De preferência, escolha as peças falsas que são mais adequadas ao nosso clima e à boa moral. Solte a felina que existe em você com bastante estilo e elegância.

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Comportamento

Ansiedade Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Divulgação | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

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Despreparo emocional diante de situações difíceis

s mãos suam e tremem. O coração pula. O estômago se agita. A boca fica seca e o corpo rígido. Esses são alguns dos sintomas da ansiedade. Sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central, que acontece quando o indivíduo se vê diante de uma situação estressante. Prima do medo, a ansiedade acontece porque o ser humano teme enfrentar determinadas situações. Diferente do medo, sentimento que deriva de uma situação de perigo real, a ansiedade representa uma espécie de perigo subjetivo. Um risco apenas para o sujeito que imagina e antecipa o momento de estresse. A pessoa então fica tensa e apreensiva e daí surge a ansiedade. Conforme o psicólogo Fábio Caló, do Instituto de Psicologia Aplicada (Inpa), a ansiedade é um sentimento normal que acontece quando a pessoa se encontra em uma situação ou momento difícil. Pode ser uma reunião de negócios ou uma discussão, por exemplo. Segundo ele, nesses momentos, além da sensação de apreensão, o indivíduo pode sentir aceleração cardíaca, pulsação e tônus

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muscular quando o corpo fica tenso. Podem ocorrer também outras sensações, que variam de uma pessoa para pessoa. Caló acredita que as pessoas que mais sofrem com a ansiedade são aquelas que não estão preparadas para enfrentar situações difíceis, como o aluno que não estudou para a prova, o profissional que não se preparou para a reunião da empresa, ou a pessoa que não se sente pronta para discutir o relacionamento amoroso. Para o especialista, a ansiedade se torna um problema quando começa a causar prejuízos para o indivíduo. Pode ser de ordem financeira ou pessoal. A pessoa não consegue dormir ou se concentrar nas atividades corriqueiras. Sente angústia, desânimo e depressão que é consequência da sensação de fracasso por não obter sucesso nos relacionamentos e nas tarefas do dia a dia. Dai o individuo passa a fugir das situações que lhe causam a ansiedade. O sentimento se torna então o transtorno de ansiedade obsessiva. A pessoa que sofre o transtorno pode ter propensão genética para a doença ou um histórico de preocupação excessiva. Segundo o psicólogo, a ansiedade pode fazer

parte de outros tipos de transtorno também, como a síndrome do pânico. A universitária Lilian Carla Lima, 21 anos, sofre bastante com a ansiedade. Ela não consegue ficar parada. Sempre tem que estar conversando com alguém, roendo as unhas ou mexendo em alguma parte do corpo como o pé, por exemplo. E a vida acadêmica não é menos afetada. Lilian

A universitaria Lilian Carla Lima


sente a necessidade de entregar todos os trabalhos adiantados e, por causa disso, fica estressada. “Fico ansiosa para fazer os trabalhos adiantados e por isso acabo ficando de mau humor”, conta. Devido a toda essa ansiedade, a universitária sofre com problemas de saúde. Ela tem síndrome do intestino irritável e disfunção na articulação temporomandibular, dor ou irritação em articulações localizadas na face, também chamada de ATM. Ela sente dores na mandíbula, pescoço e cabeça. A jornalista Flavia Trindade, 27 anos, também sofre “bastante” com o problema. Conforme ela, o sentimento excessivo vem de família. Flávia não consegue ficar parada. Se está sentada fica se sacudindo. Se está em pé, fica andando de um lado para outro ou estalando os dedos. Ela também sente falta de apetite e não consegue comer nada até resolver a situação que provoca ansiedade. Dependendo do caso (se for noticias boas) não para de falar ou tem crise de riso. A ansiedade da jornalista costuma aumentar em situações que ainda vão acontecer ou quando não consegue fi-

A jornalista Flavia Trindade

Dicas para controlas a ansiedade • Procure praticar exercícios físicos, dê preferência a atividades que acalmem o sistema nervoso como ioga e longas caminhadas diárias. • Pratique também, exercícios respiratórios. Sempre que se sentir ansioso procure inspirar e respirar. • Diante de uma situação que provoca a ansiedade, pare, pense no caso e reflita se a situação é tão problemática como parece ser. • Deixe de lado a situação que lhe provoca ansiedade e procure pensar em assuntos mais amenos e tenha pensamentos felizes. nalizar uma tarefa. “Quero que tudo aconteça ao mesmo tempo e que saia como eu planejei. Quando sai dos “trilhos” quase tenho uma síncope nervosa”, confessa. Por causa do problema, Flavia já teve muitos prejuízos e um deles é o termino de um relacionamento que teve há alguns anos. “Eu não esperava que o parceiro tomasse iniciativa e sempre passava por cima do que ele queria”, conta. Segundo ela, as atitudes provocadas pela ansiedade fizeram com que o namorado se cansasse do relacionamento, o que resultou num termino conturbado e sofrido. Devido ao problema, Flávia fez tratamento psicológico durante um ano. Hoje, se declarando bem melhor, diz que consegue se controlar e poucas pessoas percebem o problema. Como todas as síndromes, a ansiedade obsessiva tem tratamento. Nos casos mais graves a pessoa pode ter um acompanhamento psicológico e psiquiátrico aliado a remédios. Para a ansiedade normal, que não caracteriza doença, o individuo pode recorrer a técnicas para controlar o sentimento, com exercícios físicos e respiratórios. Serviço Instituto de Piscicologia Aplicada (InPA) CSGAS 910 bl. E sl. 42 - Mix Park Sul (61) 3242.1153

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Artes Plásticas

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Divulgação

A Beleza do Caos Onde se pode ser artista

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abe aquela obra de arte que você sempre teve vontade de opinar? Aquela mesma, que você costuma olhar e achar que esta faltando alguma coisa, mais especificamente o seu palpite para ficar melhor? Para quem sempre quis fazer parte de uma obra e nunca teve a oportunidade, o artista dinamarquês Søren Dahlgaard, na sua exposição individual “A Beleza do Caos: pintura expandida”, no Espaço Cultural Contemporâneo (ECCO), deixa você dar palpite na produção. As obras são criadas em processo gestual e performático, aleatório e dinâmico, feito na presença do público e a tela é o corpo do próprio Dahlgaard. Esta é a primeira exposição individual do jovem artista dinamarquês no Brasil, que apresenta sua obra inovadora e única. A produção conta com a participação ativa do público, em interatividade intrigante e curiosa. Conforme a assessoria do ECCO, o objetivo é quebrar o paradigma técnico e conceitual na produção artística e mostrar o caos da arte de Søren Dahlgaard. As obras possuem uma beleza estética, vislumbrando novos ângulos e interpretações sobre as vastas possibilidades da pintura e da performance. A maioria das obras são inéditas e produzidas no Brasil. Sendo várias resultantes de processos performáticos, inclusive durante a abertura. Søren Dahlgaard utiliza a natureza e objetos do cotidiano como matéria prima, por exemplo, pão, utensílios, objetos decorativos ou utilitários para criar suas obras e servem como ferramentas ou são transformados em obras de arte. Segundo

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a assessoria do ECCO, o deslocamento de elementos universais e cotidianos, como o pão e corpo, para novos usos e a presença essencial do público da produção da obra, sugere reavaliar o lugar-comum da relação entre arte, estética e conceito. A exposição procura reunir obras de várias séries distintas do artista, de modo a dar uma visão ampla da obra

que desafia a narrativa pictórica tradicional no trabalho. O método é contestado por meio da narrativa e a arte esta fortemente ligada ao conceito da arte performática japonesa do pós-guerra, do movimento da vanguarda de Nova York da década de 1960, bem como o Land Art dos anos 1970. A obra traz elementos novos e incorpora um tipo de humor característico em seu trabalho que é mais aparente nas performances e nas séries fotográficas encenadas. O artista apresenta várias performances isoladas na exposição em pintura / ação, além de retratos com produção interativa como a série de “massa e de retratos com tinta”, onde o público é parte essencial da produção. O autor personifica-se na obra e vice-versa, em processo dinâmico e intrigante que subverte o conceito da criação da obra de arte.

O artista Søren Dahlgaard nasceu em 1973, em Copenhagen, Dinamarca. Estudou

na Slade School of Fine Arts em Londres e formou-se em 2002. Há mais de dez anos faz performances e participa de exposições individuais e coletivas em vários países, sendo um dos mais jovens e promissores artistas europeus. Sua obra é única e arrojada. Incorpora certo despojamento crítico que colabora para contextualização mais ampla e atual da pintura, inclusive utilizando de modo radical e ousado a participação do público. A exposição em Brasília tem curadoria de Karla Osorio Netto, do ECCO, e o apoio da Embaixada da Dinamarca. Serviço A Beleza do Caos: Pintura Expandida Espaço Cultural Contemporâneo SCN Qd. 3 lt. 5 (ao lado da concessionária JORLAN) www.eccobrasilia.com.br (61) 3327.2027 ramais 20, 22 ou 25 Horários: De terça a domingo das 9h às 19h, até 01 de maio.

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Agenda Cultural Por: Maíra Elluké

Romântico incurável O cantor britânico Seal se apresenta pela primeira vez na capital

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Divulgação

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epois de passar por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte com sua nova turnê, Seal chega a Brasília no próximo dia 23. Dono de uma voz rouca e inconfundível, ele apresenta o show do sexto disco da carreira. Intitulada de “Commitment”, a turnê que está agora no Brasil, já passou por países como Alemanha, República Tcheca, Áustria, Rússia, Itália, Espanha, Turquia, França, Inglaterra, e EUA. De volta ao Brasil – e pela primeira vez em Brasília – Seal traz ao público um show intimista. O sempre apaixonado não esconde o sentimento, que sempre está impresso em seus trabalhos. Mais uma vez, ele deixa transparecer o romantismo em seu novo disco. Além disso, também apresentará músicas do álbum “Soul”, uma compilação impressionante de canções clássicas do estilo. O disco já vendeu mais de 3,5 milhões de cópias em todo o mundo. Para completar o set list do show, Seal nem ousa deixar de fora os sucessos “Crazy”, “Prayer For the Dying”, “Love’s Divine” e “Don’t Cry”, que foram os responsáveis por elevar o número de vendas de seus álbuns. A música “Kiss From A Rose”, da trilha sonora do filme Batman Forever – pela qual recebeu três prêmios Grammy em 1995 –, também está no topo das canções mais famosas do cantor. O disco “Seal 6: Commitment” chegou às lojas em setembro do ano passado e traz uma nova faceta do artista, que se mostra de forma intensa, numa maior sintonia com o amor e a família. Tais emoções ficam explícitas nas músicas “Secret”, “The Weight of My Mistakes”, “Best of Me” e “If I’m Any Closer”. Ao longo de sua notável carreira, que já ultrapassa mais de duas décadas, Seal já vendeu mais de 15 milhões de álbuns em todo o mundo e fez sucesso – não só com os fãs, mas principalmente com a crítica especializada. Ao transitar por vários gêneros musicais com desenvoltura, Seal consolida-se cada vez mais como um dos melhores cantores românticos da atualidade.


Biografia de sucesso Nascido em um berço miscigenado, Seal é filho de nigerianos e neto de brasileiro, mas foi criado na Inglaterra. Depois de se formar em arquitetura, o cantor teve vários empregos nos arredores de Londres, incluindo as ocupações de engenheiro elétrico e desenhista de roupas de couro. Um passado jamais imaginado, diante do grande sucesso que alcançou nos palcos pelo mundo. Em meados dos anos 80, Seal iniciou sua carreira, cantando em clubes

Divulgação

O produtor da Park Show, João Maione

e bares. Foi nessa época que se juntou à banda de funk “Push” e chegou a fazer uma turnê no Japão. Quando estava na Ásia, formou uma banda na Tailândia e viveu o blues na pele. Ao retornar para seu país de origem, Seal conheceu um produtor de techno, que o ajudou fazer da música “Killer” um verdadeiro hit. A partir daí, Seal não parou mais de produzir e viu na música um caminho promissor. Ele então surgiu na cena inglesa com sua distinta fusão de soul, folk, pop, dance e rock. Mistura autêntica que o fez agradar diferentes públicos. Depois do sucesso de sua estreia, Seal levou três anos para completar seu segundo álbum. Entre os dois discos, ele apareceu no álbum Stone Bianca Prado, 21 anos: Fã do cantor desde criança Gustavo Lima

Ele também se saiu bem ao se arriscar na dance e no pop music, incorporando o gênero house/ rave britânico em seu álbum de estreia, “Seal”, em 1991. Ao voltar às raízes, em 2007, com o dançante “System”, o cantor também foi feliz. Em 2008, Seal viajou pelo mundo da soul music, quando lançou o álbum “Soul”, produzido por David Foster (também produtor de seu novo trabalho). O álbum ficou em primeiro lugar na França, permanecendo no topo da parada por 13 semanas consecutivas. A vinda de Seal para Brasília é uma produção da Time For Fun, com co-produção da Park Show. Para o produtor João Maione, apesar de faltar estrutura na cidade para receber grandes nomes da música mundial, os produtores locais têm trabalhado para trazer mais eventos de grande porte ao público brasiliense. “Seria interessante recebermos um apoio do governo na divulgação dos shows e subsídios, para conseguir movimentar o turismo da capital”, desabafa. Ainda de acordo com Maione, o show – que terá uma produção com telões LED de alta definição para ambientar o local – será imperdível. “Esse show promete ser um dos maiores eventos que Brasília já recebeu. Promete entrar para a história do entretenimento da cidade”, revela.

Free - um tributo a Jimi Hendrix, cantando uma versão de Jeff Beck para “Manic Depression”. Já no verão de 1994, ele lançou seu segundo álbum. Antecedido pela balada “Prayer for the Dying”, o álbum vendeu um milhão de cópias na primavera de 1995, mas o disco não decolou realmente, até um ano depois do seu lançamento, quando “Kiss from A Rose” apareceu no filme “Batman Forever”. A música tema se tornou single número 1 e ficou 12 semanas no topo da parada de sucessos. A famosa canção levou o segundo álbum de Seal a faturar disco duplo de platina. Dois anos depois de seu lançamento, o álbum vendeu, somente nos EUA, mais de quatro milhões de cópias.

Sonho realizado Assim como os milhões de fãs de Seal pelo mundo, a estudante de Publicidade Bianca Prado, 21 anos não vê a hora de ver seu ídolo no palco. Bianca, que comprou o ingresso para a apresentação com algumas semanas de antecedência, afirma estar em êxtase por poder ver e ouvi-lo ao vivo. “Vou realizar um sonho neste show. Assisti-lo na minha cidade vai ser maravilhoso”, comemora. Desde criança, a jovem acompanha a carreira de Seal e espera com ansiedade pelo dia da apresentação. “Tenho uma música dele para cada época da minha vida”, relembra. Entre as músicas preferidas, Bianca destaca “Fly Like an Eagle”, “Dreaming in Metaphors”, “Amazing” e o dueto com sua esposa, a alemã Heidi Klum, na música “Wedding Day”. Serviço Seal – Turnê Commitment Ginásio de Esportes Nilson Nelson 23/03/2011, a partir das 21h30 Ingressos: R$100 (pista) e R$150 (pista Premium) – Valores de meia-entrada Bilheteria oficial: 1º piso do Brasília Shopping ou pelo site www.ticketsforfun.com.br

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Gastronomia Por: Virginia Ciarlini e Larissa Galvão | Fotos: Gustavo Lima

Retiro do Pescador Capricho no preparo ao gosto do brasiliense

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á quinze anos à beira do Lago Paranoá, o Restaurante Retiro do Pescador sempre impressiona, tanto pela comida, quanto pela localização. Os pratos fartos de beira de praia, bem ao gosto do brasiliense, que mistura de tudo um pouco, são a especialidade. A exemplo das moquecas servidas em panelas de barro, que segundo Cristiano Queiroz da Silva, proprietário da casa, são pratos menos baianos e nem tanto capixabas e assim ficam bem ao gosto do freguês. Há moquecas de peixe, de camarão e a especial que é preparada com peixe, camarão, mexilhão, lula e polvo. Mas o destaque desse restaurante fica por conta da tainha assada com farofa de camarão. O peixe é temperado com molho shoyu e vinho branco, e a farofa, só encontrada no Retiro do Pescador é feita com farinha amarela e camarões médios. “O prato é simples, saboroso, exclusivo e com o toque do camarão para enobrecer o peixe”, destaca Cristiano. No Retiro do Pescador, o consumo mensal da tainha inteira assada é de duzentos quilos. A casa funciona de terça a domingo. “A vocação da casa é de beira de praia, e todo dia é dia de praia”, assegura Cristiano. O restaurante é construído em um deck de madeira que avança sobre o lago e potencializa o visual do melhor cartão postal da cidade.

Camarão 206 Um show de Frutos do Mar

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tempero baiano do restaurante Camarão 206 já é tradição em Brasília. Há mais de 20 anos no mercado, a casa atua no segmento de peixes e frutos do mar com um cardápio bem variado. São, aproximadamente, sete pratos quentes como moqueca, bobó de camarão e truta grelhada, servidos no buffet, que funciona somente durante o almoço. No jantar, as opções são a la carte. O carro chefe da noite é a sequência de camarão, que pode ser seguida dos deliciosos profiteroles (sorvete de creme com cobertura de chocolate quente) de sobremesa. E quem quiser pode aproveitar a tarde para degustar a linha de salgados que a casa oferece. Os chefes Assuélio Batista e Moacir Rodrigues receberam o desafio de lançar novos pratos na casa sem perder a tradição que segue há anos. E por isso, a casa destaca dentre as suas especialidades, o Fetuccini Frutos do Mar, um prato

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Tainha assada com farofa de camarão Fettuccini frutos do mar


Assuélio Batista e Moacir Rodrigues - Camarão & Cia

novo onde há uma mistura de massas, lula e camarão. De origem mediterrânea é a nova aposta dos sócios Valdomiro Nunes e José Adjuto. “A ideia é ter no cardápio, além dos pratos tradicionais da casa, uma culinária mais sofisticada e light”, destaca Adjuto. Além dos deliciosos pratos com frutos do mar, quem for ao restaurante pode apreciar quadros expostos com belas pinturas. As obras, que foram feitas por artistas plásticos em início de carreira, embelezam o ambiente. Pensando sempre na conquista e satisfação de seus clientes, o restaurante abre todos os dias para almoço e jantar. Uma ótima opção para quem aprecia uma gastronomia de qualidade.

The Plates

Ambiente retrô no melhor estilo das lanchonetes americanas

não poderiam ficar de fora do cardápio. As salsichas são importadas e caem muito bem com os pães, também exclusivos, que chegam de outro estado para melhor casar com a proposta gourmet das carnes branca e vermelha. Mas nem só de sanduíches se deliciam os frequentadores. Os pratos de picanha ao alho, filés e parmegianos de frango e carne também garantem o sucesso do The Plates Burguer & Grill. Os sócios Marcelo Vicente, Marcelo Neri e Roberto Faria comemoram o segundo ano de casa sempre cheia e ressaltam que nos primeiros seis meses já foram reconhecidos como destaque gastronômico da cidade. Os horários de funcionamento do The Plates Burguer & Grill variam por conta da diversidade oferecida. O funcionamento no local é: De segunda a quarta-feira das 11h30 às 23h30. De quinta a sábado das 11h30 à meia noite. Domingo das 17h à meia noite e o almoço, de segunda a sábado, das 11h30 às 15h.

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he Plates Burger & Grill é uma hamburgueria tradicional que foge do padrão. Todos os sanduíches da casa podem ser servidos com a carne grelhada ou, como diferencial, empanadas, além de cada hambúrguer pesar 160 gramas. O ambiente tem o estilo retrô, que remete os apreciadores do hambúrguer gourmet às lanchonetes dos Estados Unidos dos anos 60. O carro chefe dessa especialidade culinária é o hambúrguer de picanha, e o inusitado e a exclusividade, ficam por conta do hambúrguer de camarão para aqueles que cultuam a carne branca. E com a consciência coletiva de que o consumo de carnes vermelhas tem que ser controladas no dia a dia, a casa oferece hambúrguer vegetariano. Todas essas delícias são servidas com batata frita importada, sequinha e crocante, e com uma maionese única temperada com especiarias idealizada para combinar com o sabor raro dos sanduíches. E claro, os hot dogs Serviço Camarão 206 SHC Sul 206 Bloco A Loja 02 Asa Sul Tel.: (61) 3443-4841

The Plates SCRN 706/707, Bl. E, Lj. 6 Tel.: (61) 3447-8605 Delivery: (61) 3347-2004 Site: www.theplates.com.br

Picanha com alho e farofa de ovo | Hambúrguer de camarão com fritas

Retiro do Pescador Setor de Clubes Esportivos Sul Clube da Imprensa, trecho 1 – conjunto 2 – lotes 1A e 1B Tel.: (61) 3306-2614/2453

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Música

Por: Tássia Navarro | Fotos: Gustavo Lima

Sucatas que se transformam em música Grupo Patubatê utiliza instrumentos feitos de materiais reciclados

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atas, toneis, panelas, escapamento de carro, tudo isso e muito mais transformados em instrumentos musicais. Uma amplitude de sons formada por instrumentos feitos de sucatas, misturados com música eletrônica. Pensando assim, ninguém imagina que a combinação dá certo, mas o grupo Patubatê mostra como a melodia agrada aos ouvidos de muitos. Os percussionistas Fred Magalhães, 36 anos, Fernando Mazoni, 32 e Gustavo Lavoura, 30, juntam seus enormes talentos musicais com o do DJ Leadronik, 41 anos e prendem a atenção do público com uma performance em palco que vai desde a mistura de sons às coreografias. A ideia, que no começo era só de percussão com sucata, hoje envolve temas importantes como a sustentabilidade, por exemplo. Fred, um dos fundadores do grupo conta que a junção do que mais gostam de fazer, que é música, com a preocupação em passar para o público a importância de reciclar é um dos fatores que mais atrai as pessoas. E com toda essa sucata transformada em instrumentos pelos próprios integrantes do Patubatê, ritmos como o ma-

racatu, funk, frevo, samba e axé, entre outros, viram repertório do grupo. “A gente procura misturar todos os sons brasileiros e transformá-los em músicas próprias. Algo que passe para o público a identidade do Patubatê”, explica Fred. Essa mistura de ritmos é reforçada com a participação de Fernando e Gustavo, integrantes que também se identificaram com a proposta do Patubatê e antes haviam se envolvido em bandas de estilos diferentes e que não imaginavam fazer o que fazem hoje. “Toco há 13 anos. Já toquei em banda de pagode, axé. De tudo um pouco. Mas o casamento com o Patubatê deu certo”, diz Gustavo. Fernando “chegou invadindo”, como diz Fred. “Entrei no grupo com a intenção de me divertir. Não pensei que seria a minha profissão. É especial tocar com instrumentos não convencionais porque interagimos melhor com o publico e com nós mesmos. É uma energia muito boa”, afirma. O trabalho do Patubatê envolve, além da música, oficinas de reciclagem. Ensinam como construir instrumentos com garrafas pets. Com baldes de

Grupo Patubatê manipulando instrumentos feitos de sucata

planta, o grupo ensina a fazer tamborim de madeira, chocalhos de latas de refrigerantes, entre outros. “A intenção é mostrar como reutilizar esses materiais que iriam para o lixo”, conta Fred. Para breve, na agenda do grupo consta uma oficina de reciclagem para quase 400 crianças carentes africanas quando a turnê passou pelo continente. Para o sucesso do projeto, Fred diz que as crianças serão divididas em grupos e atendidas em horários diferenciados. De acordo com o DJ Leandronik, que passou a integrar o grupo em 2004, o trabalho que realizam é não só importante para eles, mas também para preservar o meio ambiente. Apaixonado pela música, o DJ havia trabalhado por um tempo como produtor musical e, anos depois, conheceu o grupo e adorou o projeto. “O Patubatê foi uma grande realização profissional para mim. A parte eletrônica valoriza mais o que está sendo trabalhado em palco pelos percussionistas”, afirma. Há mais de dez anos na estrada, o Patubatê já passou por todos os estados brasileiros. Fizeram turnê internacional na Polônia, Estados Unidos e Alemanhã. Tocaram no “rock in Rio” em Lisboa (Portugal) e Madrid (Espanha). Agora, o grupo se prepara para mais uma turnê internacional. Vão para a África fazer shows em Camarões, Gabão, Quênia e Botswana. O grupo também já abriu shows de artistas renomados como Nando Reis, Frejat e Maria Rita. Atualmente, o Patubatê está trabalhando para o lançamento do primeiro DVD de sua carreira. A estimativa é de que o mesmo saia ainda este ano. Serviço Patubatê (61) 9216.2662 / 7813.2945 Assessoria: (61) 8464.0129 (Andréia) www.patubate.com

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Bohumil Med*

O TRIUNFO DA MÚSICA E

sse é o título de um livro recém lançado pela Companhia das Letras, em que o autor, Tim Blanning, perscruta a ascensão de músicos e compositores e de sua arte através da história, quer sejam eles um Liszt (erudito) ou um Paul McCartney (popular). Os desfiles das escolas de samba deste ano vieram corroborar o que demonstra Blanning, ao consagrar na avenida duas figuras do meio musical.

JOÃO CARLOS MARTINS Parecia inacreditável, mas, de casaca, lá estava o maestro erudito, cheio de garbo, regendo a bateria que marcou o ritmo das evoluções de passistas, porta-bandeiras, baianas e do povo em geral. Músico virtuoso e determinado, João Carlos Martins, um dos melhores intérpretes de Bach, sofreu muitas agruras ao longo da vida. A pior delas foi o grave problema com as mãos que interrompeu a brilhante carreira de pianista internacional. Deixou-se abater? Não. Venceu o infortúnio trocando os teclados pela batuta. Tornou-se o maestro aplaudido nas salas de concertos e, agora, também na avenida. Baseado na história do músico, o enredo da Vai-Vai de São Paulo entu-

siasmou de tal forma os integrantes da escola, que os conduziu a um desfile nota 10. Levou o público ao delírio e arrebatou o título de campeã do desfile paulista. Essa conquista é mais um exemplo que poderia constar no livro “O triunfo da música”.

ROBERTO CARLOS Outro bom exemplo é o rei Roberto Carlos. Com carreira artística consistente e douradora, o cantor popular ganhou admiração dos brasileiros e igualmente inspirou tema carnavalesco. Desfilando em cima de um carro alegórico e acenando para a multidão, lembrou a volta triunfal de um imperador romano depois de uma guerra ganha. Beija-Flor, a escola de samba fluminense que o homenageou, sagrou-se campeã do desfile no Rio de Janeiro. Acompanhando a trajetória de músicos e compositores ao longo da história, desde quando eram escravos, servos e, mais tarde, funcionários dos nobres e da Igreja – o compositor Josef Haydn (1732/1809) passou quase a vida toda como simples funcionário de um nobre –, chegamos a Mozart, o primeiro a se libertar do jugo dos empregadores e iniciar carreira de músi-

co autônomo. De lá para cá, muitos músicos enriqueceram e granjearam glória e prestígio. Transformaram-se em artistas globalizados e até inspiraram escolas de samba. Isso é o triunfo da música.

ÓPERA NA AVENIDA A música erudita esteve presente no enredo de mais duas escolas de samba. A Unidos de Vila Maria escolheu como tema o Teatro Amazonas e cantou na avenida “A ópera vai te emocionar / A orquestra na regência do maestro / Faz a platéia delirar”. O Theatro Municipal de São Paulo também foi lembrado. A Unidos do Peruche representou óperas famosas e cantou: “Palco divino de estrelas / Bravo! Bravíssimo! / A ópera trouxe emoção / E conquistou meu coração”. No Rio de Janeiro, músicos eruditos criaram o bloco “O Feitiço do Villa” e brincaram o carnaval com música clássica em ritmo de samba, na figura de Villa-Lobos, o maior compositor brasileiro.

*Bohumil Med Professor emérito da Universidade de Brasília. Com a colaboração de Regina Ivete Lopes

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Mundo Animal

Por: Veronica Soares | Fotos: Gustavo Lima

Leishmaniose

Visceral

O médico veterinário da Point Animal, Pedro Henrique Siqueira

Conhecida por Calazar, a doença avança no Distrito Federal

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á um mês, o servidor público Lucas Ramalho, 30 anos, teve que tomar uma das decisões mais difíceis de sua vida: levar uma de suas melhores amigas para o sacrifício. A eutanásia de Dandara, uma cadela da raça Pastor Alemão, era inevitável, pois ela foi diagnosticada com Leishmaniose Visceral, doença letal, popularmente conhecida por Calazar. A leishmaniose visceral pode ser considerada uma doença grave, de curso lento e de difícil diagnóstico. É causada pelo protozoário Leishmania é transmitido pela picada do inseto flebotomíneos infectado, conhecido como mosquito-palha. O cão é considerado o principal reservatório da doença no meio urbano, mas não é o único. De acordo com o médico veterinário da Point Animal, Pedro Henrique Siqueira, apesar de ser mais comum em cachorros, a doença é transmitida para outros mamíferos, inclusive para o homem. No meio rural, os animais silvestres atuam como reservatórios da doença. Uma resolução do Ministério da Saúde e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento proíbe, em todo território nacional, o tratamento da leishmaniose visceral em cães infectados. Para estes, a eutanásia é a única recomendação. Mas, segundo o ve-

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terinário, dependendo do caso, mesmo sendo proibido pelo Ministério, alguns profissionais ainda desobedece a norma. “Em muitos casos, quando a doença está no início o tratamento é recomendado. Mas quando a doença é crônica, a única alternativa é o óbito do animal”, ressaltou. Apesar dos sintomas da leishmaniose visceral, a doença é difícil de ser detectada. Além disso, os exames para descoberta da enfermidade são de altíssimo custo. Conforme o especialista, todas as semanas, ao menos dois casos da doença são confirmados em seu consultório. “Em muitos casos, os resultados dos primeiros exames podem ser negativos. O contrário também pode acontecer. Ou seja, os primeiros resultados podem dar positivos e o último negativo”, lembrou o veterinário. Dados da Secretaria de Vigilância Ambiental mostram que algumas áreas do Distrito Federal merecem atenção. Os focos do mosquito transmissor foram detectados no Lago Sul, Lago Norte, Varjão, Vila Rabelo, Sobradinho II, Grande Colorado e no Jardim Botânico. Segundo a veterinária da Vigilância Ambiental, Maria Isabel Rao Bofill, a proximidade dessas cidades com regiões de mata é o principal fator para a incidência de casos da doença nessas localidades. Ela explica que


o mosquito é bastante comum nas regiões de cavernas e de floresta. Nesse meio, animais como raposa, cachorro do mato e o gambá são alguns dos seus reservatórios. “A ocupação desordenada do solo no Distrito Federal sem nenhum estudo prévio contribui para o aumento dos casos da doença em algumas áreas isoladas”, alertou. O aumento de casos da doença no meio urbano merece atenção, porque ao picar o cão doente, o mosquito pode transmitir a doença para o dono dele. Ela adverte que não ocorre transmissão direta da doença de homem para o homem, do animal ao homem e nem de um animal para outro animal. “O mosquito pica um cachorro com a doença, e ao picar o homem este também é infectado. É bom ressaltar que a transmissão ocorre somente

Sintomas da doença no cão Emagrecimento excessivo; Crescimento exagerado das unhas; Feridas nas orelhas, patas e focinho; Perda de pelo no corpo e ao redor dos olhos. Como evitar Utilizar coleiras repelentes; Procurar um médico veterinário caso haja suspeita de cão doente; Podar as árvores evitando sombreamento excessivo; Limpar quintais e jardins; Acondicionar os restos da poda em sacos plásticos para a coleta pública; Manter o abrigo dos cães em local ventilado, não úmido e iluminação solar; Limpar diariamente o abrigo de animais, canis, galinheiros e etc; Evitar criação de aves, principalmente em áreas urbanas; Acondicionar e destinar corretamente o lixo; Materiais como madeiras, devem ser mantidos em estrados, com altura mínima de 40 cm do solo e materiais em desuso, como restos de obras, devem ter um destino adequado.

Médico veterinário do Instituto de Sanidade Animal (ISA), Carlos Vilarim (1)

com a picada do mosquito infectado”, lembrou. Segundo Isabel, muitos dos cachorros que são tratados, mais cedo ou mais tarde, acabam sendo sacrificados no departamento de Zoonose. Atualmente, a Vigilância Ambiental oferece dois exames de graça para os animais que apresentarem sintomas da doença. Apesar de existir o tratamento, o médico veterinário Carlos Vilarin, do Instituto de Sanidade Animal (ISA), não o recomenda. Segundo ele, muitos donos de cachorros ainda optam por tentar salvar a vida do animal e, com isso, arriscam em fazer o tratamento. Para ele, quando o dono do animal faz isso, deixa de pensar no coletivo, pois a leishmaniose é uma doença grave e quando da possibilidade de alongar a vida do animal, a principal desvantagem do tratamento é que não é eficaz: apenas prolonga a vida do cão doente. “Ao optar pelo tratamento, a pessoa pode colocar em risco a vida da própria família. Se essa pessoa tem um idoso ou criança em casa, isso pode ser mais um agravante”, explica. Segundo o médico, outro meio de prevenção para que o animal não seja infectado é a vacinação. Hoje, já existem no mercado duas vacinas para prevenir a infecção da doença. Mesmo existindo maneira de prolongar a vida a cadela Dandara, Lucas Ramalho não quis correr riscos. Logo no início, quando o animal começou a ficar apática e

apresentar feridas em todo o corpo, ele procurou ajuda de um especialista. Na primeira consulta, vendo as condições da cadela, o veterinário solicitou que o exame sorológico fosse feito. O primeiro resultado foi negativo e outros exames tiveram que ser realizados até o diagnóstico final de leishmaniose visceral. Apesar da dor, Lucas optou pelo sacrifício de Dandara, pois queria evitar o contágio de outros animais no condomínio onde mora. “Foi difícil sacrificar um animal, mas tivemos que tomar uma decisão pensando na saúde coletiva. Na saúde de outros animais e dos vizinhos”, ressaltou. Depois da morte de Dandara, Lucas disse que está mais atento com as duas outras cadelas de estimação. “Antes não estávamos atentos, porque a Dandara foi o nosso primeiro animal de estimação. Agora que sabemos, tomamos alguns cuidados simples, como colocar coleiras antimosquitos e dar vacinas”, disse. Serviço Point Animal - Consultório Veterinário SCLRN 715 bl. G lj. 19 (61) 3347.9305 Instituto de Sanidade Animal (ISA) CA 05 - cj. E bl. 01 - lj. 105 Lago Norte (61)3468.2560 Diretoria de Vigilância Ambiental (61) 3344.0784

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Jornalista Aprendiz Por: Ailane Silva

Planaltina tem centro de referência em medicina alternativa Métodos alternativos para tratamentos de saúde são econômicos e de fácil acesso para a população de baixa renda

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ara quem não sabe, a população do Distrito Federal tem acesso a medicamentos fitoterápicos para tratamentos de inúmeras doenças, desde uma simples tosse até mesmo sinusite e vitiligo. A distribuição é feita pelo Centro de Medicina Alternativa de Planaltina (CEMA). Tudo começou em 1984, quando o então diretor do Hospital Regional de Planaltina, Carlos Alberto Camargo Campos deu início ao cultivo de ervas medicinais em uma área da instituição. Hoje, o CEMA da Regional de Saúde oferece tratamentos com uso de fitoterápicos e distribuição de ervas medicinais “in natura”. São mais de 150 espécies diferentes de plantas em aproximadamente 20 mil metros quadrados. Além disso, a instituição dispõe de laboratório farmacêutico para manipular a produção dos cremes, pomadas, tinturas e xaropes, entre outros produtos. Só em 2009, o CEMA atendeu a 31 mil pessoas, sendo 1.588 no ambulatório de homeopatia adulto, 483 na homeopatia infantil, 917 na psicologia e 1.176 na psicologia de grupo. Ainda se soma os grupos de auto-massagem com 2.715 atendi-

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mentos, shantala 36, terapia comunitária 647 e eventos sobre educação e saúde 23.502 atendimentos. O médico responsável pelo projeto, Carlos Alberto, na época, foi instigado a iniciar esse projeto por causa dos pacientes e das mães com seus bebês que contavam, durante as consultas, fazer uso de remédios caseiros enquanto aguardavam o dia do atendimento. Assim, a cultura da comunidade em fazer uso de plantas medicinais como “chazinhos”, ervas comestíveis, medicinais e raízes no combate a várias doenças, deu origem a idéia de cultivar um canteiro na própria unidade de saúde.

Troca Logo depois da iniciativa de criação do espaço para o cultivo das ervas, foi estabelecida uma parceria entre o CEMA e a Universidade de Brasília (UnB), em que as duas instituições faziam a troca de mudas de plantas e também um intercâmbio sobre as propriedades de cada uma delas. Dessa forma, o número de espécies foi crescendo e assim muitos tipos de enfermidades eram resolvidas. Mas foi apenas em junho de 1999, que a unidade passou a existir

legalmente. O centro atualmente é coordenado pelo médico Cláudio Werneck Muniz. A equipe é integrada por 36 profissionais de níveis superior e médio. Os trabalhos feitos pelo CEMA visam orientar as pessoas quanto aos cuidados com a própria saúde, melhorando a qualidade de vida. “Procuramos orientar as pessoas ao invés de tratar as doenças. A gente acha que essa abordagem diferente vai evitar a internação e reduzir a prestação de serviço hospitalar, que são caríssimos”, explicou Werneck. De acordo com a diretoria do hospital, entre os medicamentos fabricados estão pomada para tratamento de vitiligo e manchas na pele, xaropes para combater a gripe e a bronquite, antiinflamatórios, diuréticos e compostos calmante/digestivo.

Tóxicas Claúdio Werneck destacou ainda que há muitas plantas tóxicas e, por isso, é preciso orientação quanto a sua utilização. “Nós só usamos plantas listadas pelo Ministério da Saúde que já foram estudadas e liberadas. O confrei, por exemplo, é uma planta que já foi muito usada para fazer


chás, mas ela ataca o fígado. Nós a usamos, mas só para tratamentos externos”, diz. Outras ervas que podem causar malefícios se administradas de forma incorreta são a espirradeira, com efeitos cardiotóxicos; a beladona, em que a ingestão de apenas uma folha pode ser fatal para um adulto; e a buchinha, que entre as suas utilidades, é usada para sinusite. Além disso, o médico conta que o projeto procura seguir a cultura popular, mas deixa claro que, para isso, é realizada uma série de estudos. Ele faz alerta para alguns medicamentos populares que não têm eficácia comprovada. “A folha de abacate é usada pelas pessoas

como diurético, mas ela não tem essa ação comprovada cientificamente”, afirma. Uma das vantagens de utilizar a medicina alternativa é a economia, pois a própria comunidade pode produzir o seu medicamento, lembrando que com a devida orientação, oferecida pelo CEMA, por meio de palestras ou por pessoas capacitadas para isso. Na unidade, é possível fazer agendamento para a realização de consultas homeopáticas; participar de grupos de auto-massagem, que inclui o uso da medicina chinesa; terapia comunitária, com a presença de psicólogos; e oficinas integrativas de educação em saúde.

Todos os remédios medicinais são distribuídos gratuitamente à população. Para marcar consultas homeopáticas ou participar das atividades oferecidas, os interessados devem procurar o Cema, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Ou ligar para 3388.9760, 3388.9678 e 3388.9740.

Serviço Ailane Silva Estudante do 5º semestre de Jornalismo na UNIP

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Cinema

Ricardo Movits *

Segredos subliminares Parte I

PÓS-PRODUÇÃO

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ão três os processos básicos para a materialização de um filme. Pré-produção, produção e pós-produção. Claro que outros processos integram estes principais e em todos eles existem técnicas e “segredos” que poucas pessoas percebem. Na pós-produção de um filme é que se concentra a maior parte desses “truques” técnicos que estimulam emocionalmente o público, quase sempre, sem o conhecimento dele. Um dos “segredos” ocultos em diversos filmes é o uso de mensagens subliminares. A mensagem subliminar é toda aquela que os sentidos humanos não conseguem assimilar, mas o subconsciente capta e a envia ao cérebro influenciando as emoções e as atitudes de todos expostos a tal mensagem.

PRIMEIRA EXPERIÊNCIA NO CINEMA A primeira experiência relatada ocorreu em 1957 quando James Vicary, um especialista em marketing, testou uma nova técnica de vendas que ele chamou de “projeção subliminar”. Essa técnica consistia em usar um projetor conhecido como taquistoscópio, que emitia um slide numa velocidade de 1/3.000 segundos. A velocidade era tão alta, que o olho humano não podia perceber. Ele inseriu frases durante a exibição do filme “Picnic”, com Kim Novac, traduzido no Brasil como “Férias de Amor”. As frases foram “Drink Coke” (beba coca-cola) e “Eat Popcorn” (coma pipoca). Nas noites em que as frases foram projetadas as vendas de Coca-Cola aumentaram em 57,7%, e as vendas de pipoca em 18,1%.

O EXORCISTA Um dos primeiros filmes a utilizar a técnica subliminar, não como propaganda de produtos, mas como parte do som, foi “O Exorcista” de 1973. Indicado a 10 estatuetas do Oscar, o filme ganhou duas: melhor roteiro adaptado e melhor som. O diretor William Friedkin usou e abusou da técnica subliminar para imprimir sensações de desconforto e medo no público. Por exemplo, inseriu o zumbido de vários enxames furiosos de abelhas africanas, mais conhecidas como “abe-

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lhas assassinas”, antes das cenas de maior tensão. Esses sons foram misturados em 16 freqüências diferentes. O som de enxames furiosos é suficiente para provocar nas pessoas o desejo de fugir e o medo da dor. Em uma cena em que os lobos estão brigando num lugar deserto, os sons emitidos pelos animais se mesclam ao grunhido de porcos sendo degolados em um abatedouro. Estes sons de porcos também foram usados em baixa freqüência (cerca de 16 Hz) alternados com sons de orgasmo feminino, nas cenas em que a criança estava prestes a ser possuída pelo demônio. O diretor William Friedkin contratou a atriz Mercedes McCambridge, com uma voz extremamente sensual, para dublar a voz da criança nas cenas de possessão. O objetivo é de causar mal estar, excitação e desconforto no público. Neste filme existe a primeira referência que se tem notícia, sobre backward masking no cinema. Backward Masking é uma técnica utilizada para inclusão de mensagens subliminares invertidas em músicas, trilhas sonoras, jingles, etc. Trata-se de uma inversão fonética, e não, silábica, como muitos imaginam. Sendo assim, elas somente serão perceptíveis conscientemente, se a música for executada ao contrário. Este nome é dado não apenas ao enxerto destas mensagens, mas também ao processo de se retroceder ou inverter as músicas ou sons em geral, que contenham as mensagens subliminares. A cena no filme acontece quando o padre, tentando desvendar as misteriosas e ininteligíveis frases pronunciadas pelo demônio através da menina, utilizando um gravador de rolo, inverte o sentido da rotação da fita. Todas estas inserções subliminares acabam justificando, não só as reações de excitação sexual, mas também as reações histéricas de medo geradas pelo filme. Na próxima edição veremos outros filmes e outras técnicas de mensagens subliminares no cinema. *Ricardo Movits, cineasta, artista plástico, poeta, escritor, compositor e produtor cultural, nasceu no Rio de Janeiro em 1965. É membro da Academia Maçônica de Letras e autor de várias peças teatrais e roteiros para cinema, teatro e televisão.


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Vinho

Antônio Duarte*

O Gosto O

sentido do gosto se localiza na língua, nas chamadas papilas gustativas. Estas só detectam quatro sabores: doce, ácido, amargo e salgado. Cada um desses sabores é percebido em uma determinada zona da língua. O sabor doce é detectado somente na ponta da língua de forma instantânea. O salgado é percebido nos lados. O gosto amargo é sentido na parte posterior, no fundo quando já estamos deglutindo. Por fim temos o sabor ácido, que exerce um impacto completo na língua, mas sobretudo nas bordas superiores. Ao degustar um vinho, descobrimos primeiro o seu sabor doce e depois a sua acidez. Além disso, podemos perceber na boca as texturas da bebida e apreciar se a mesma é espessa, seca ou cremosa. Nos vinhos, os sabores doces vem do álcool. Os salgados provêm dos compostos, formados pelos ácidos minerais contidos no vinho como cobre e potássio, que são encontrados em pequenas proporções. O gosto amargo são proporcionados pelos taninos, compostos que dão ao vinho tinto cor e sabor. Os taninos são encontrados na pele das uvas, nas sementes, na madeira das barricas e na polpa. Este último, em uma menor quantidade. Portanto, temos taninos bons e maus e cabe ao enólogo harmonizá-los. Os quatros sabores nos oferecem preciosas informações sobre o vinho. Uma persistência gustativa linear com sabores somente frutados, estamos diante de um vinho simples. Se ao contrario, o nosso vinho apresenta-se com notas carameladas, madeira, aromas de café ou de tabaco, estaremos sem dúvida diante de um vinho de grande qualidade. Esses estímulos gustativos podem ser percebidos por via direta ou indireta, onde temos a junção do olfativo com o gustativo que denominamos retronasal. O gosto também fornece outras informações importantes como graduação alcoólica, corpo e volume, além dos estímulos gustativos produzidos pela superposição dos sabores entre si. Nesta fase, analisamos o equilíbrio de seus componentes, a adstringência, a sua persistência em boca e o seu retrogosto. Na degustação, o gosto é um órgão importante para a descrição de todas as sensações que detectamos e que nos proporciona as informações sobre o vinho em questão.

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Assim, os vinhos brancos e os doces têm uma estrutura ácido-doce. Se a acidez domina, trata-se de um vinho mais simples. Talvez se trate de um vinho elaborado com uvas não muito maduras, ou seja, colhidas antes de seu pleno amadurecimento. Os sabores doces devem estar acompanhados de um gosto de frutas ou de madeira, pois ao contrario, são vinhos simples. O vinho tinto tem como diferença do branco, os seus taninos. Se deixam um gosto amargo e uma sensação áspera são indicadores de uma colheita antecipada ou de algum defeito no processo de elaboração. Quando os vinhos apresentam taninos maduros é indicativo de uma boa elaboração. O equilíbrio entre o doce, ácido e amargo é importantíssimo para o bom vinho tinto. Este é o segredo da boa qualidade de um vinho: equilíbrio, harmonia, casamento do sabor doce do álcool com os sabores da acidez, do salgado e do amargo.

*Antônio Duarte Presidente da filial brasiliense da Associação Brasileira de Sommeliers


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Boa leitura com um bom café

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Fotos: Divulgação

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Belarmindo Gama Filho

Dr. Gustavo Guimarães Cirurgião Plástico

Empresária e franqueada das lojas Folic

Presidente da Abrace

Livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo

Livro Médico de Homens e de Almas

Autor José Saramago

Autor Taylor Caldwell

Livro Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes Autor Stephen Covey

Livro José Alencar, Amor à Vida – A Saga de um Brasileiro Autor Eliane Cantanhede

Nesse polêmico romance do autor português, a figura de Jesus Cristo é apresentada na sua dimensão mais humana e carnal. É a saga do Cristo sob o ponto de vista dele próprio. Se os evangelhos santificaram Cristo, Saramago trata de humanizá-lo.

Um romance, que mesmo sendo ficção, revela dados importantes sobre vida de São Lucas, um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. A obra, que levou quarenta e seis anos para ser produzida, está dividida em duas partes, com cinquenta e quatro breves capítulos. Conta minúcias da vida de seu protagonista, cuja missão fora se dedicar ao serviço da saúde, como médico, utilizando a tecnologia e as habilidades, para curar pessoas.

Em sua abordagem inicial o autor ressalta a dificuldade passada por um de seus filhos na escola, um menino imaturo que ia mal nos estudos, esportes. Ele e sua esposa tentavam dar apoio, incentivando-o em tudo, mas de nada adiantava. Perceberam que se quisessem mudar a situação, eles precisariam mudar primeiro, mudando a percepção. Outro ponto abordado foi o das duas figuras, a velha senhora e a bela moça. Cada um de nós tem tendência para pensar que vê as coisas como elas são, objetivamente. Mas não é bem assim, vemos o mundo, não como ele é, mas como fomos condicionados a vê-lo.

Ler a história de José Alencar me emociona muito e me traz o grande exemplo de comprometimento com o próximo dele e de sua esposa Mariza, que mesmo com o esposo em tratamento permaneceu à frente de várias ações para ajudar a Abrace. Seu apoio foi fundamental para que a instituição concretizasse a construção do Hospital da Criança de Brasília. Eles são de uma solidariedade imensa e não medem esforços para ajudar ao próximo. Ou seja, o livro traz a história do menino do interior, sem grandes recursos, mas com espírito empreendedor, que se torna grande empresário,Vice-Presidente da República e, acima de tudo, um exemplo de paciência, perseverança, fé e muita vontade de viver.

Presidente do Zoológico de Brasília

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Simone Amorim

Ilda Peliz


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Frases Do atrito de duas pedras chispam faíscas; das faíscas vem o fogo; do fogo brota a luz. Vitor Hugo

Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra. Malachy McCourt

Lançando-se plumas aos ventos, jamais se recolherá todas. André Luís

Inveja é conseqüência da incapacidade. Friederich Von Schiller

É preciso já ser sabido para amar a sabedoria. Friederich Von Schiller

Dois homens olham da mesma janela: um vê a lama, outro, as estrelas. Frederick Langbridge

A liberdade é defendida com discursos e atacada com metralhadoras. Carlos Drummond de Andrade

Levante todos aqueles que estiverem caídos em seu redor. Você não sabe onde seus pés tropeçarão. André Luís

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Lembrar é fácil para quem tem memória. Esquecer é difícil para quem tem coração. William Shakespeare


Justiça

Vetuval Vasconcelos*

Conversão da execução cível de definitiva para provisória

A

execução embasada em título executivo extrajudicial, no regime procedimental revogado pela Lei 11.382/06, começava e terminava sob a forma de execução definitiva em consonância com a antiga redação dada ao art. 587 do CPC e ao enunciado da súmula 317 do STJ. No entanto, desde então, o procedimento de execução do título executivo extrajudicial passou a contar com a possibilidade de conversão incidental da execução definitiva em provisória, se atendidos os requisitos previstos na atual redação do art. 587 do Código de Processo Civil. Anota-se, por outro lado, que a execução lastreada em título executivo judicial caso iniciada sob o regime da execução definitiva não lhe sucede a conversão em provisória. Admite-se, todavia, de modo excepcional, como espécie natural da sucessão dos atos procedimentais, a suspensão do curso do procedimento do cumprimento de sentença e a conversão da execução provisória em sua forma definitiva. Sobre esse tema, Humberto Theodoro esclarece que “Com o advento da Lei 11.382, de 06.12.2006, a execução provisória que antes somente cabia em face do título judicial passou a ser admissível, em certos casos, também para os títulos executivos extrajudiciais” [THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil, volume II, 44 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 132-133]. Ainda, sobre o conceito de execução provisória, Scarpinella esclarece que o “que é provisório na hipótese, no sentido colocado de depender, em alguma medida, de ulterior confirmação jurisdicional, é o título que fundamen-

ta a execução e não os atos executivos, ou a execução propriamente dita. É o título executivo e não a execução que carece de uma confirmação ulterior; é ele, o título, e não ela, a execução, que produz efeitos imediatos sob condição resolutiva” [BUENO, Cássio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil. Tutela jurisdicional executiva. Vol. 3. São Paulo: Saraiva 2008, p. 134]. Nesse diapasão, tem-se que a provisoriedade não reside nos atos processuais executórios, mas no título executivo que ainda pende de solução definitiva quanto ao acertamento da relação jurídica de direito material, especialmente quanto à sua existência. No que pertine ao direito processual a execução provisória enseja apenas a antecipação no tempo “de atos jurisdicionais executivos com vistas à realização concreta da tutela executiva” [bidem]. Pois bem, a conversão incidental da execução do título extrajudicial de definitiva para provisória admitida no art. 587 do CPC depende concomitante: [i] da suspensão do curso da ação de execução por ocasião do recebimento da ação de embargos ao direito de executar [art. 739-A do CPC]; [ii] improcedência do pedido carreado na ação de embargos de primeira fase; [iii] e, interposição tempestiva do recurso de apelação pelo executado-embargante. Esclarece-se, ademais, que neste caso o recurso de apelação será recebido sem o efeito suspensivo por força do disposto no art. 520, inciso V, do CPC, de modo a propiciar o destravamento do procedimento executório, até então paralisado. Para obter a suspensão do curso da ação de execução [art. 739-A do CPC], o executado-embargante deve, preli-

minarmente, garantir a execução por meio de penhora, depósito ou caução real ou fidejussória. Além disso, desde logo, tem a obrigação de demonstrar a relevância dos fundamentos da matéria embargada, bem como ilustrar com prova pré-constituída que o prosseguimento da execução manifestamente acarretar-lhe-á grave dano de difícil ou incerta reparação. Como se observa, o legislador da Lei 11.382/06, ante a existência de recurso de apelação sem efeito suspensivo aviado em razão da improcedência do pedido do embargante e a concreta possibilidade de destravamento do procedimento executório, adotou medida conciliatória do interesse das partes, ou seja, optou por admitir a transformação do procedimento executório, que até então fluía como definitivo, em execução provisória. Scarpinella adverte que a nova sistemática “tem tudo para ser alvo de severas críticas da doutrina e jurisprudência”, pois se mostra na “contramão daquilo que há muito tempo se havia sedimentado”. Porém – destaca – que o legislativo fez uma perceptível opção entre as duas alternativas, mas, conclui o renomado professor, a escolha inserida no art. 587 do Código de Processo Civil é constitucional. Por fim, alerta o referido autor, não ser o título executivo extrajudicial o convertido em provisório, e consequentemente a obrigação nele registrada, mas, ao contrário do que ocorre no cumprimento de sentença, é a decisão judicial que rejeita o *Vetuval Martins Vasconcelos Promotor de Justiça/DF e Professor do curso de direito do UNICEUB/DF

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Diz Aí, Mané

U brasil, É um paiz de primero mundo na minha opinião

As glândulas salivares só trabalham quando a gente tem vontade de cuspir

A insônia consiste em dormir ao contrário

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Lenda é toda narração em prosa de um tema confuso

Os ruminantes se distinguem dos outros animais porque o que comem, comem por duas vezes

O problema da amazônia tem uma percussão mundial. Várias Ongs já se estalaram na floresta.

O batismo é uma espécie de detergente do pecado original

Caracter sexual secundário são as modificações morfológicas sofridas por um indivíduo após manter relações sexuais.

A fé é uma graça através da qual podemos ver o que não vemos


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Cresça e Apareça

Adriana Marques*

Sou maior do que isso.

Sou enorme!

V

ivemos a era da potencialização de resultados... Todos querem saber o que fazer para que seus objetivos sejam alcançados. Todos querem a fórmula mágica para serem mais felizes e se sentirem mais realizados. A grande decepção para muitos e a enorme descoberta para outros tantos, é que a tal fórmula mágica não existe. Nunca existiu. Em outros tempos, era mais fácil ser bem sucedido financeiramente. As opções eram restritas e ter um pequeno diferencial competitivo podia render ótimas recompensas. Era uma questão de oferta e demanda. Empresas se aprimorando, o país crescendo, os times de trabalho sendo formados. Não se tinha realmente parâmetros válidos para entender o que valia ou não valia a pena. Era uma questão de estar no lugar certo, com as pessoas certas. Hoje, buscar diferenciais, conhecimento e informação é obrigação de qualquer pessoa. E não adianta sentar e chorar. Isso não vai te levar de volta ao tempo quando tudo era bem mais fácil. E, se com tudo isso – cursos, pós-graduações, livros, pesquisas, workshops e tudo o mais – ainda não percebermos os resultados acontecerem? Vamos direto a alguns princípios do Coaching. Primeiro defina que você não é refém de nada. Decida nunca se colocar de vítima das circunstâncias. Isso te dará fôlego para seguir em frente. Você como autor da própria história. Depois pergunte-se, de forma sincera, qual tem sido o nível de compromisso com a sua própria vida. Não estou falando de amor próprio ou autoestima. Estou falando de traçar objetivos e ser fiel à sua decisão. Refazer as suas escolhas todos os dias. Quem quer ter um carro novo tem que ser fiel a esta decisão. Se isso não acontecer, você provavelmente gastará o dinheiro com outras coisas. Seu carro vai lhe

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custar, muitas vezes, saída com os amigos, agrados para seus filhos. Pode ser caro. Mas quem quer ter sucesso, precisa se manter fiel às suas decisões. Além disso, quem quer viver dias melhores precisa aprender o valor da palavra teimosia. Isso mesmo. Esta palavra é valiosa. Ser teimoso significa tentar vários caminhos, não poupar esforços, ser incansável. O mal da gente, muitas vezes, é achar que já tentamos de tudo e que, se não aconteceu, não era para ter acontecido. Quando a gente é criança, primeiro tentamos várias vezes até conseguir ficar sentado. Depois, caímos,uma vez atrás da outra, até termos a habilidade e andar. É tanta alegria que tem até aplauso... Quando a gente vira adulto, esquece de quantas tentativas são necessárias para se ter sucesso. Nos conformamos em não sermos a referência, o expoente, o super potencial. Esquecemos como a sensação de vitória é sensacional. O meu desafio, todos os dias, é ser melhor do que eu enxergo poder ser. Alguns dias, é fácil ter este sentimento. Outros, a vida parece me pregar peças pouco engraçadas. Mas eu não permito que isso determine o sucesso do meu dia, da minha semana, dos meus projetos. Por isso, o desafio que eu lanço a você, é que mesmo quando o desânimo lhe abater, mesmo que o universo te mostre as dificuldades no caminho, respire fundo e pense: “ Eu sou maior do que isso. Eu determino o meu tamanho e eu escolho ser enorme”.

Você é muito maior do que você imagina! Sucesso!

*Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.



Ponto de Vista

Roney Nemer*

Novos

P

temas, novos desafios

lanejar, projetar e viver o presente com visão futurista. As lições aprendidas na faculdade de arquitetura, há mais de 20 anos, baseiam mais uma empreitada. Presidir a Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo (CDESCTMAT) da Câmara Legislativa é tarefa tão grande quanto a abrangência de assuntos nela tratados. Falo com a experiência de já ter presidido a comissão no primeiro mandato que exerci. Audiências públicas, debates, visitas e propostas foram ações recorrentes no período em que eu e os demais membros que compunham a comissão nos debruçamos sobre as demandas. Hoje, vejo novos temas para discussões, novos desafios, novos companheiros de trabalho e uma nova disposição. Nortear o crescimento do DF, seguindo o caminho da preservação é o objetivo de todos os que têm compromisso com o futuro de nossa cidade. Como ao longo de toda a minha vida pública, terei como objetivo o fortalecimento da família por meio da geração de novos postos de trabalho. A geração de emprego e renda continuará a ser tratada como prioridade, principalmente por refletir nos demais setores da sociedade.

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Sabemos que a criminalidade, o uso de drogas e a violência são, em grande parte, conseqüências da falta de emprego. A falta de oportunidades atinge desde adolescentes recém chegados ao mercado de trabalho, até experientes profissionais, preteridos devido à idade avançada. Buscaremos garantir cidadania aos pais de família por meio da abertura do mercado de trabalho. Os desafios rumo ao desenvolvimento não serão pequenos. A cidade, que será uma das sedes da Copa do Mundo de Futebol em 2014, deve estar preparada para receber um número gigantesco de turistas. Estaremos sob os olhares do mundo inteiro. Uma oportunidade ímpar. Estudos apontam que cada turista movimenta mais de 20 setores da economia. Ganha o manobrista do hotel, a vendedora de flores, o engraxate e o dono do restaurante; ganha Brasília. O DF deve estar preparado para o turismo esportivo, cívico, político, empresarial, religioso, ecológico e etc. Unir as necessidades do presente às aspirações de um futuro melhor será nosso objetivo. Outro tema que merece atenção especial é a questão dos alvarás de funcionamento e suas concessões. Depois da publicação de uma por-

taria, em 2010, cerca de onze mil estabelecimentos comerciais do DF passaram a ser considerados irregulares. A situação gerou instabilidade e insegurança aos empregadores e funcionários de empresas instaladas com concessões precárias. Inúmeras famílias passaram a conviver com o fantasma do desemprego. A Agência de Fiscalização passou a ser vista como vilã por parte dos comerciantes, quando sabemos que o Fiscal, ao não cumprir seu papel, pode sofrer sanções e ser responsabilizado por possíveis conseqüências. Para a resolução definitiva do problema, já estamos envolvidos na elaboração de um projeto de lei, de autoria do executivo, que determinará as novas regras para a concessão, dessa vez, de forma a não existirem questionamentos futuros. Mantendo os pés no presente e o olhar voltado ao futuro. Assim, acredito que conseguiremos construir um Distrito Federal melhor para as futuras gerações. Assim, acredito que conseguiremos soluções para os problemas que hoje nos afligem. *Rôney Nemer Deputado distrital e preside a Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo (CDESCTMAT) da CLDF.


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Charge

Eixo Monumental

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