Plano Brasília 95

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Plano

17 de maio de 2011 Ano 9 · Edição 95 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

Quando

o coração dói

MESA REDONDA Érika Kokay COTIDIANO Significado das flores

95

JUSTIÇa Vetuval Martins Vasconcelos






Sumário

11

34

32

46 60

48 10 Cartas

38 Cotidiano

62 Música

11 Mesa Redonda

40 Planos e Negócios

64 Mundo Animal

16 Brasília e Coisa & Tal

42 Automóvel

66 Jornalista Aprendiz

18 Panorama político

44 Vida Moderna

68 Propaganda e Marketing

20 Política Brasília

46 Esporte

70 Vinho

22 Dinheiro

48 Personagem

72 Tá Lendo o Quê?

24 Capa

50 Saúde

74 Frases

28 Cidadania

52 Moda

75 Justiça

30 Gente

54 Comportamento

76 Diz aí, Mané

32 Cidade

56 Teatro

78 Cresça e Apareça

34 Educação

58 Exposição

80 Ponto de Vista

36 Tecnologia

60 Gastronomia

82 Charge


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Expediente

Carta ao leitor

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira

DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr, Joana Nóbrega, Paula Alvim e Werley Kröhling Fotografia Gustavo Lima, Victor Hugo Bomfim EQUIPE DE REPORTAGEM Ana Paula Resende, Fernanda Azevedo, Larissa Galvão, Maíra Elluké, Michel Aleixo, Tássia Navarro, Veronica Soares, Virgínia Ciarlini e Yuri Achcar COLABORADORES Adriana Marques, Antônio Matoso, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Julianna Caetano, Luis Turiba, Mauro Castro, Regina Ivete Lopes, Rejane Pitanga, Romário Schettino, Tarcísio Holanda, Vetúval Martins Vsconcelos. IMPRESSÃO IBEP Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Prezados leitores, Aqui estamos nós mais uma vez, felizes por levar até vocês mais uma edição da Revista Plano Brasília, feita carinhosamente para todos os nossos fiéis prestigiadores. Pra variar, os assuntos elencados por nossa equipe para constar nas 84 páginas da revista, foram motivo de várias reuniões de pauta. Afinal, temos o sério compromisso de levar até vocês informações importantes de um jeito, forma e conteúdo bem leves, para que ninguém precise de um dicionário por perto para lê-la. Na nossa matéria de capa “Quando o coração dói”, tratamos de situações vivenciadas por pessoas comuns que, sem pedir, dar autorização ou permissão, atravessaram fases “negras” na vida que dilaceraram, literalmente, seus corações, como morte de pessoas queridas, fim de relacionamentos e outros pois, conforme especialistas no assunto, as perdas na vida de qualquer indivíduo são diárias. Essas “perdas” começam a partir dos próprios nascimentos e acompanham a todos até a morte. Nessa lista, além das perdas conscientes, sobram espaços para as inconscientes, como dos sonhos, expectativas impossíveis e ilusões perdidas ao longo dos tempos. Mas, infelizmente, as perdas mais significativas, como a morte de um ente querido ou separação da pessoa amada podem deixar marcas muito profundas na vida de uma pessoa... Uma leitura que você não deve perder. Outra reportagem imperdível e bem leve é “O que dizem as flores”. Pouca gente sabe, mas essas maravilhas que enfeitam o mundo traduzem sentimentos, qualidades e afeto. Brasília é o segundo lugar do país onde mais se consome flores, só perdendo para São Paulo. Mas o que elas significam? Em torno delas foram criadas várias lendas e mitos, com diversificação de significados e representatividades. Presentear com rosa vermelha significa paixão. A tulipa, independente da cor, representa a sensibilidade e a elegância de uma pessoa, a orquídea, requinte e pureza espiritual e por ai vai. Outra matéria que deve ser lida é sobre “Diabetes”. Uma doença que atinge cerca de 7% da população mundial e a incidência maior está entre adultos e adolescentes. Em duas páginas, mostramos que, seguindo à risca todas as instruções médicas com alimentação saudável e a prática de atividade física, é perfeitamente possível conviver com o mal e sem maiores complicações. A doença está entre as cinco com maior índice de mortalidade do mundo. No Brasil, 10 milhões de pessoas têm diabetes e, segundo o Ministério da Saúde, 50% dos brasileiros sequer sabem que são portadores da doença que aumenta de três a cinco vezes o risco de complicações cardiovasculares (infarto e isquemia cerebral) e é a primeira causa de falência renal, cegueira, amputação e disfunção erétil, além de diminuir a expectativa de vida em cinco a 10 anos. É isso caro leitor. Esperamos que todos tenham uma excelente leitura. Até a próxima. Tchau!



Cartas

Li a matéria sobre educação integral da edição passada da revista Plano Brasília. Espero que o projeto realmente saia do papel, visto que há muito já existe a intenção de implantar a educação integral em Brasília. É uma necessidade da população que estuda em escolas públicas. Maria da Conceição Asa Sul

Belíssima a matéria sobre o trabalho de Tunico Lages. São iniciativas assim que fazem a diferença e nos levam a repensar nossas atitudes em relação ao meio ambiente. Com tantas desgraças acontecendo ainda somos capazes de continuar maltratando a natureza. Gostei muito do trabalho do designer.

É importante que os meios de comunicação mostrem a realidade do Distrito Federal. Não só a realidade da política, mas a realidade da rotina dos brasilienses. A degradação do SCS é uma rotina para as pessoas que trabalham no setor e que passam diariamente por lá. Acredito que esse tema daria uma série abordando mais profundamente cada um dos vários problemas citados de forma superficial na matéria. Talita Viana Núcleo Bandeirante Prezados Senhores, A Revista Plano Brasilia a cada edição está melhor, com assuntos ultra interessantes. Parabéns a todos. Continuem assim sempre.

Ludmila Cardoso Lago Norte

Arthur César Setor Sudoeste

Fale conosco Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.


Mesa Redonda

Érika Kokay Equipe Plano Brasília: Romário Schettino, Virgínia Ciarlini, Édson Crisóstomo, Yuri Achcar e Liana Alagemovits | Fotos: Gustavo Lima

Deputada distrital por oito anos na capital e hoje deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores, Érika Kokay é membra das Comissões de Direitos Humanos, de Reforma Política e de Seguridade Social e Família. Em entrevista à revista Plano Brasília ela fala das necessidades da formação de um conselho de comunicação como forma de democratizar a informação no país, além de abordar sobre as condutas pouco éticas de parlamentares acusados de corrupção na capital. PB> A senhora está fazendo falta na Câmara Legislativa, isso é senso comum. Tem saudades? Érika> Acho que a Câmara Legislativa cumpriu a função muito importante de discutir os problemas da cidade. Lá se vivenciam os anseios de segmentos que, muitas vezes, não tem voz. São aqueles que foram emudecidos pela desigualdade e discriminação. Já o universo da Câmara Federal é outro. É extremamente rico, importante, com um debate qualificado e com várias vertentes. Mas diria que gostei muito de ser deputada durante oito anos.

Carrego como um ensinamento e um aprendizado muito grande e uma oportunidade que a vida me deu, pois considero que a vida tem sido muito generosa com todos nós. Especialmente com a minha geração, que enfrentou a ditadura militar, e ainda continuamos enfrentando. Ela vem aos pedaços e é preciso enfrentar todos os resquícios. Mas, ainda assim, a nossa geração teve uma generosidade histórica por esse enfrentamento e por ter eleito o primeiro presidente operário num país de casas grandes e senzalas, em que a elite sempre se sentiu européia ou estadunidense e nunca se sentiu brasileira. Ainda elegemos uma mulher para presidir o Brasil. PB> A sua história indicou na formação do governo Agnelo, que deveria ser uma secretária. Porque a senhora não aceitou o convite? Érika> Lembro que em uma determinada ocasião conversando com o governador Arruda sobre o direito das relações homo afetivas serem igualados aos direitos dos casais heteros, no que diz respeito ao instituto da previdência. Naquela

ocasião estava vaga a secretaria de justiça e o Arruda me convidou para assumir dizendo que devemos compor um grande consenso seguindo o exemplo de Minas Gerais. Acho que temos que ter cuidado com isso porque temos projetos políticos diferenciados na sociedade e os consensos tendem a ser superficializados ou hipócritas. No encontro eu disse que seria secretária, mas em 2011 com o nosso governo e ao chegar em 2011 achei que deveria cumprir uma função na Câmara Federal. Até porque havia uma discussão de uma construção de uma secretaria de direitos humanos. Creio que a gente não pode desmembrar os direitos humanos. É um equívoco tentar fazer um modelo de estado para contemplar pessoas, pois ele tem que ser a partir da necessidade das políticas públicas. De organizar o Estado e o governo em função de tais políticas. Então criar uma Secretaria de Direitos Humanos desmembrada da Secretaria de Justiça, tendo já uma Secretaria da Criança, uma da Mulher e uma da Juventude, que nós já defendíamos. Senti um arranjo que não estava sendo

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feito a partir das necessidades das próprias políticas públicas, mas um arranjo sendo feito para que nós pudéssemos ter determinados secretários ou secretárias. PB> A UnB está em frangalhos. Uma universidade que era o orgulho de Brasília. Recentemente houve a demissão, em massa, da diretoria do HUB, que é também uma referência. Como a senhora vê isso e qual seria a solução plausível para essas instituições? Érika> Tivemos uma audiência pública acerca da medida provisória 520 que diz respeito a criação de uma nova empresa para coordenar ou dirigir os hospitais universitários. A crise específica da demissão foi do HUB, que realmente tem problemas. A de financiamento é uma delas que, inclusive, se expressa na relação contratual porque temos ali várias formas de contratação de servidores. Temos servidores públicos, terceirizados e também o que chamamos de “recibado”, que são aquelas pessoas que trabalham e assinam um recibo de que trabalharam. Essas não têm vínculo. É inadmissível isso. Acho que o Estado tem um débito com esses servidores que tem 15, 20 anos e não têm nenhum direito trabalhista conquistado. E essa realidade não é só do DF, existem em outros hospitais universitários. Então discutimos essa Medida que cria uma empresa para dirigir esses hospitais. Tenho algumas questões que precisam ser resolvidas. Primeiro é que nessa Medida não há nada que indique que o SUS será a única porta de entrada. Teoricamente não há nada que impeça que se receba pessoas de planos de saúde ou de empresas e acho que os hospitais universitários têm que ser 100% SUS. Segundo é que o SUS pressupõe o controle social, e onde estará esse controle? E a terceira coisa é que um hospital escola tem que ter autonomia, pois lutamos por isso. Sou egressa da UnB e tenho absoluta certeza de que democracia, ciência e cultura não se desenvolvem sobre botas e baionetas, sejam literais ou metafóricas. Não pode ser uma empresa criada que vai reger qual é o funcionamento de um hospital universitário porque ele também é um hospital escola e está intrinsecamente li-

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gado a formação dos nossos profissionais. Ele tem uma função estruturante porque dali vão ser formados os nossos profissionais que vão estar efetivando políticas públicas ou vão estar no exercício de profissões, independente de estarem no serviço público. Mas enfim, precisam ter uma formação que precisa ser, inclusive, humanista, e que precisamos resgatar em todas as esferas. Portanto, temos problemas na Medida Provisória. São 26.500 servidores com vários vínculos diferenciados. Estes serão tratados como coisas? Acho que estamos numa etapa

A democratização da comunicação passa a ser uma necessidade de regulamentação e a regulação inclusive dos meios de comunicação da história da humanidade que é meio shakespeariana, que é a discussão do ser ou não ser. É uma necessidade que temos que ter estabelecida a subjetividade, as singularidades. Tive uma reunião com os servidores do HUB. É preciso que a gente trabalhe a Medida. É uma discussão que vai concentrar os hospitais universitários, mas trabalhar com o estado assumindo o débito que tem. Essas são discussões que queremos fazer na Câmara. Não considero que seja um processo de privatização porque é uma empresa pública,

então há uma diferença com o crime que foi cometido em Brasília com a Real Sociedade Espanhola e outras coisas que o valha, que ali tem a variável de lucro e não haverá a variável de lucro porque é uma empresa pública que não sobrevive a partir do próprio lucro. Mas é preciso que a gente não fira o SUS, e é essa discussão que a gente está fazendo. PB> O governador fala do projeto de uma universidade distrital. A senhora é contra? Érika> Não é que eu seja contra o projeto. É preciso resgatar o sonho. Os meninos perderam a capacidade de sonhar. É preciso resgatar a historicidade. A história, hoje cindida, é o universo enquanto a gente se reconhece como ser humano. Vivemos na lógica do aqui e agora, na lógica imediatista, do consumo de droga e do consumismo. Isso tem que ser rompido. É preciso a perspectiva de sonho. Sempre me incomodou perguntar para um menino se ele estuda e ele responder que não, pois já terminou o primeiro ou o segundo grau. Ou seja, é uma possibilidade de sonhar periférica e absolutamente limitada. Então, quando se abre a possibilidade de ter um curso superior, e isso acontece com as escolas técnicas, é extremamente salutar porque abre expectativas. É como a Dilma falou, nós mulheres podemos, isso significa que cabe a possibilidade de sonhar de ser presidente da república. Esse sonho não estava dado pela história sexista desse país. Portanto, penso que talvez o melhor não seja construir uma universidade distrital, mas contribuir na ampliação da própria UnB, porque esta faz parte da história libertária, da construção da democracia, da história dessa cidade e desse país. Ela já nasceu rebelde enfrentando uma lógica de que Brasília seria uma cidade apenas administrativa e que por isso não deveria ter universidade. Ela construiu uma história diferente para o país e tem quebrado muros e dialogado com a comunidade. Então porque vamos construir uma universidade distrital se temos uma universidade em que o governo local pode discutir como ampliar as oportunidades de acesso para o conjunto da população.


PB> Já está ampliando, certo? Érika> Certo, mas primeiro tem que resolver o campus de Ceilândia que tem que ter uma contrapartida que não se resolveu até hoje e que não é culpa desse governo, diga-se de passagem, é uma herança maldita. Mas tem que ser resolvido. Como falar em universidade distrital quando o campus de Ceilândia em que a inauguração já foi marcada e remarcada inúmeras vezes? Situação que passa a prejudicar a própria qualidade acadêmica dos estudantes no continuar com esse nível de indefinição. O governo tem que dedicar, nesse primeiro momento, a dar condições de funcionamento ao campus de Ceilândia e do Gama no que lhe couber, e trabalhar na perspectiva de ampliação da UnB. Penso que deveria ser isso. PB> Ano passado a senhora foi relatora na comissão de ética da CLDF no processo contra a deputada Eurídes Brito que acabou tendo o mandato cassado. Houve, inclusive, uma discussão entre Eurídes Brito e a agora deputada federal Jaqueline Roriz, por conta da defesa de Eurídes que afirmava que foi a pedido de Joaquim Roriz que ela teria recebido esses recursos de Durval Barbosa. Não se comprovou o fato naquela investigação. Depois das eleições e de tudo que enfrentou na CLDF, surpreendeu a senhora aparecer um vídeo com Jaqueline Roriz na mesma situação? Érika> Acho que isso foi um esbulho com a sociedade, um escárnio. Nós temos o direito de saber o que fizeram com os nossos próprios recursos. Temos o direito de conhecer as bolsas, as mochilas e as meias que depositaram os nossos recursos públicos. O povo de Brasília foi impedido de conhecer a dimensão real desses vídeos. Fico muitas vezes pensando, porque o Durval Barbosa iria depor hoje na Câmara e depois disse que não iria depor mais. Ele tem um nível de arrogância com os poderes que é impressionante. Se é verdade que ele esqueceu esse vídeo em algum canto, digamos assim, ele enfrentou ou achincalhou o poder judiciário, o Ministério Público e agora o poder Legislativo. Ele disse que ia depor no poder legislativo

sobre o caso da deputada Jaqueline Roriz e depois simplesmente disse que não vai porque alguém pode dizer isso, aquilo ou aquilo outro. Isso é um escárnio. É um absurdo que o povo de Brasília não tenha conhecimento de tudo o que diz respeito a Caixa de Pandora que foi alimentada e construída com os recursos do próprio povo. E quando achamos que não haverá mais demonstração de cinismo, cada dia que passa a gente vê mais e mais. A deputada Jaqueline Roriz se posicionou, à época, com relação ao caso da deputada Eurídes Brito, como se tivesse absolutamente preservada ou à distância de tudo que foi colocado como Caixa de Pandora e ela estava isenta, como se não tivesse nenhum tipo de relacionamento, emitindo opiniões. Isso é cinismo. E dizer que por ter acontecido antes do mandato, da diplomação do exercício do mandato, não pode ser investigada é outro cinismo. A sociedade não conhecia o processo dela, então, votou sem conhecer todos os fatos. Os deputados, em que houve a divulgação, nenhum deles pode concorrer ou se candidatar. Não é que eles foram refutados nas urnas. Em situações semelhantes a dela, os deputados que tiveram essas imagens divulgadas para a sociedade não puderam disputar a eleição. Mas enfim, por tudo isso é que fizemos um movimento no congresso e chamamos a bancada do DF para que tivessem uma posição porque nós representamos o povo de Brasília e temos que ter uma posição acerca disso. Creio que a tese da temporalidade foi vencida até porque disseram que havia muitos precedentes e não tem nenhum. Porque cada caso tem suas especificidades, se diferencia dos demais e tem que ser analisado nas condições próprias com suas peculiaridades. E o fato do relator já ter marcado diligências, inclusive essa de escutar da oitiva do Durval Barbosa, que acabou por não se realizar porque não tem o poder de convocar, apenas de convidar. Mas significa que essa tese já está vencida porque se o relator está investigando, significa que não há mais discussões preliminares se é cabível ou não a investigação. Creio que não precisa nem de muitas diligências, os

fatos pulam para dentro da nossa casa de forma absolutamente irrefutável. PB> A senhora acha que a deputada Jaqueline Roriz vai ser cassada? Érika> Não há dúvidas de que foi quebrado o decoro parlamentar. O que é indigno em 2006 continua sendo hoje. E quando a gente fala em decoro parlamentar, estamos falando do decoro do parlamento. São fatos que mancham a imagem do parlamento, fatos que flexibilizam o conceito de ética, o rigor que se tem com os recursos públicos, portanto, não tenho dúvida nenhuma de que a deputada deve ser cassada. Creio que o parecer do relator apontará neste sentido, porque não tem muito o que se contestar. Quanto a deputada Eurídes, pouco me importa se o recurso veio do Roriz, o que importa é que os recursos são públicos. Se o recurso foi para a campanha de Roriz ou de quem quer que seja, isso não a isenta de responder com a perda do mandato pelo crime que foi cometido, como de fato não a isentou. Ela se apossou de recursos públicos sabendo disso, como a deputada Jaqueline Roriz também sabe que é público, inclusive reconheceu que era um caixa dois, ou seja, reconheceu que o recurso foi para sua campanha, inclusive diferentemente da Eurídes, Jaqueline é ré confessa. O recurso público tem que ser utilizado de forma republicana para o conjunto da população e políticas públicas. Espero que ela seja cassada. PB> Nós tínhamos uma percepção de mídia amestrada nessa cidade e durante oito anos, envolvidos com o veículo revista vimos esse

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povo batendo muito no PT. Pós eleição, ficamos admirados, parece que todos nasceram dentro do PT. São sindicalistas de carteirinha e amigos do PT. Como a senhora vê o posicionamento da mídia nesse momento? Érika> Acho que esse país não pode mais se furtar de fazer uma discussão da democratização na comunicação porque isso passa a ser absolutamente estruturante e dela dependem outras questões. Por exemplo, a questão de igualdade de direitos entre homens e mulheres é estruturante, porque dela depende o reconhecimento humano, a noção de democracia. A democratização da comunicação passa a ser uma necessidade de regulamentação e a regulação inclusive dos meios de comunicação. Muitas vezes penso que nós não temos de fato liberdade de imprensa. Nós temos liberdade de impressão e isso precisa ser rompido, o governo local tem a possibilidade de estimular as redes sociais, as comunicações alternativas, de lutar pela regionalização dos conteúdos nos meios de comunicação que é pífia. PB> Tem que se instalar um conselho de comunicação prevista na Lei Orgânica. Érika> Isso mesmo. O conselho tem que ter o poder de elaborar uma política de comunicação. O governo local tem que avançar nisso. Acho que a gente não lutou 12 anos enfrentando a barbárie dessa cidade, uma era de ocupação desordenada do solo, um misto de Luís XIV com uma república velha, com elementos da ditadura militar. Hoje, se não temos baionetas e botas literais, temos através da mídia que tem o poder de formar desejos. Fico muito impressionada com isso. Entro numa instituição como o Caje e os meninos desejam as mesmas coisas. O comportamento e as atitudes não são mais a síntese das relações pessoais e familiares, do sentimento e pensamento. São engolidos, elaborados do mercado pelos grandes meios de comunicação. Portanto, a discussão é absolutamente fundamental e estruturante. Isso significa que os governos, inclusive o nosso, têm que ter uma outra lógica que não pode ser estar de bem dos grandes meios de

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comunicação para que não sofram qualquer tipo de oposição pelo poder que as mídias construíram. A lógica é a da autonomia e democratização de fato na comunicação. Criar o conselho, elaborar políticas, fiscalizar. Isso tem que ser feito. Esses são espaços que a história nos oferece. Eles vieram construídos com muita luta e com muita dor inclusive o fato de termos um governo democrático popular que tem que ter a condição de elaborar políticas de estado. Não podemos mais ter quatro anos de governo com políticas apenas de governo, porque quando este muda, temos uma destruição. O que ficou do governo Cristovam, como a faixa de pedestre, foi internalizada porque a população se apropriou dessa política de governo, então elas passam a ser permanentes, sustentáveis e duradouras. Duvido que alguém consiga, qualquer governo que seja, acabar com o Bolsa Família, por exemplo. A população se apropriou dela. Tem que haver um exercício prático para que a população possa se apropriar das conquistas. A legislação da comunicação, que não é cumprida, precisa ser aprimorada e aprofundada e exercida nesse aspecto. Penso que no governo Agnelo, que é o meu governo, tenha que ter rumo e cara, que saiba exatamente a que veio, mas tem que representar uma oportunidade e espaços para que tenhamos maior controle social, maior democratização na gestão, e na elaboração na fiscalização de políticas. E digo mais, o nível de corrupção que esse país e essa cidade vivenciou é impressionante, significa que você teve os poros do estado obstruídos por um processo de corrupção extremamente violenta. Digo corrupção generalizada e falência múltipla de órgãos. Mas, significa que, dentre outras coisas, os instrumentos de controle estavam fragilizados, tanto controle interno, de estado, que significa Ministério Público e outros mais, mas também o controle social que não existia. Como é que se permite que esse nível de corrupção, que vai dos tostões aos milhões, esteja em cofres ocultos de forma tão evidente e que não haja nenhum tipo de reação. Por isso digo, faltou e é preciso ter controle social.

Tinha que ter conselho de cidades, de comunicação, de saúde. Não sei porque o governo Agnelo vetou o projeto do conselho de saúde, pois estamos sem um projeto que aumente inclusive o número de participantes. Acho que aqui se tem o menor conselho de saúde do Brasil. Sei de cidades de três mil habitantes que tem um conselho de 10 pessoas e aqui se tem um conselho de dez pessoas com dois milhões e quinhentos mil habitantes. As vezes fico pensando que a gente deveria ter tido uma intervenção no DF para sanear e entregar o DF para o governo eleito. Digo isso porque era preciso e vamos perder um grande tempo fazendo as auditorias necessárias e algumas talvez não sejam concluídas. Poderíamos ter um órgão fora das relações concretas da cidade que teria a isenção e a possibilidade de fazer uma grande auditoria no DF, em todos os aspectos. Cada dia que passa são novas denúncias que surgem e a gente tem a impressão, às vezes, que são inesgotáveis. Não termina nunca o nível de corrupção que aconteceu no governo. PB> Agradecemos sua presença e deixamos as considerações finais para a senhora. Érika> Agradeço a oportunidade. Acho que a Plano Brasília é uma revista que traz matérias absolutamente importantes para a formação da sociedade. precisamos aproveitar o momento que Brasília está vivenciando para que possamos avançar na devolução de Brasília para nós mesmos. Alguém se apropriou da cidade e é preciso que ela esteja de volta. Isso indica que é preciso, muitas vezes, trabalhar com uma lógica que não seja a lógica do consenso. Me preocupa muito quando se fala o seguinte: vamos ter uma base na CLDF de vinte pessoas, penso que se quer construir um consenso, isso significa se negar as diferenças, os projetos diferenciados que existem da sociedade e ao mesmo tempo, a função do próprio parlamento que é a possibilidade de se ter o contra ponto, pois é assim que caminha a humanidade. Quero parabenizar vocês pela revista e dizer que bom que temos a Plano Brasília.


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MI Registrado sob o nº R7/60.070 no Cartório do 2º Ofício de Registro de Imóveis do DF. Projeto aprovado com destinação comercial.

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Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

Distrital enrolado

Fábio Rivas / CDLF

Aliás, distrital enrolado é o que não falta. O deputado Aylton Gomes (PR), além de ser obrigado a entregar todos os cargos que possui no governo Agnelo Queiroz vai se submeter à Comissão de Ética do seu partido. O deputado federal Izalci Lucas, presidente da sigla no DF, rompeu com o governador e não está disposto a manter em seus quadros um deputado que desobedece a resolução partidária e ainda está com seus bens indisponíveis pela Justiça.

Brasília 100 anos Para pensar Brasília daqui a 50 anos o deputado federal Izalci Lucas (PR-DF) vem articulando o Movimento Brasília 100 anos. A primeira região a se debruçar sobre o seu futuro é o Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA). Izalci já reuniu empresários para realizar estudos e seminários com o objetivo de planejar os novos caminhos para a cidade. Essa iniciativa pretende percorrer todas as cidades do DF e estimular o debate em todas as áreas: saúde, educação, segurança, transporte e, por que não, cultura. Se a turma do Izalci tiver sensibilidade, a idéia não é só muito importante, como necessária. Será que ele está se preparando para disputar o cargo de governador?

Senador turrão

Conferência - I A III Conferência de Cultura do DF reuniu, durante os meses de março e abril, mais de cinco mil pessoas em todas as cidades. O encerramento se deu no dia 1º de maio, no Museu da República, com a presença de 435 delegados e delegadas e a aprovação das 21 diretrizes que irão nortear as políticas públicas de cultura do governo Agnelo Queiroz. No encerramento da Conferência, anunciou-se a posse dos 30 conselhos regionais de cultura que atuarão nas decisões do Orçamento Participativo e acompanharão sua execução. Atenção especial foi dada à área rural do DF, ao Entorno e às minorias (negros, indígenas e ciganos Calon). “Queremos construir uma política que abrigue a diversidade cultural do Distrito Federal e do Entorno”, enfatizou o secretário de Cultura, Hamilton Pereira.

Conferência - II Entre as 21 diretrizes estão a criação imediata do Conselho de Comunicação Social, previsto no artigo 261 da Lei Orgânica do Distrito Federal; implantação de um sistema cultural que integre cultura e educação; valorização das manifestações culturais das minorias; aperfeiçoar, descentralizar, democratizar e ampliar o acesso ao Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e instalar complexos multiuso em todas as cidades e Entorno. Nos próximos 45 dias, os delegados se reunirão em quatro seminários para definir as ações respectivas a cada uma das diretrizes traçadas. Para encerrar o evento foi exibido um vídeo de 12 minutos sobre a história do Primeiro de Maio. “Maio Nosso Maio”, tem a direção de Farid Abdelnour, e pode ser visto no Youtube.

SECS

Irritado com a pergunta de um repórter, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) partiu para a ignorância. Tomou o gravador, apagou a fita e ainda ameaçou de bater no jornalista. Esse senador pirou?

Aeroportos A presidente Dilma Rousseff ameaça privatizar aeroportos. Vai começar pelo de Brasília, Guarulhos e Viracopos. Por que, em vez disso, Dilma não extingue a incompetente Infraero e cria uma empresa pública para o setor? Assim, ela não seria chamada de neoliberal, como FHC.

Ecad derruba Ana A ministra Ana de Holanda está cai não cai. Seus apoiadores estão tirando o time de campo. Ana não soube costurar politicamente sua gestão em torno de questões polêmicas como o novo projeto de lei sobre os direitos autorais e a insustentável existência do Ecad.

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Victor Hugo Bonfim

Comunicando

Festa de arromba

Bin Laden O arquiinimigo dos EUA foi morto numa megaoperação cinematográfica no Paquistão. O sumiço com o corpo de Osama Bin Laden e a decisão de Barack Obama em não exibir as fotos provocam desconfianças nos amigos e nos inimigos dos Estados Unidos. Obama tem razão ao dizer que quis fazer das imagens um troféu a ser exposto, mas nada disso surtirá efeitos se os norte-americanos não mudarem sua política externa e abrir espaço para a multipolaridade defendida pelas nações emergentes.

FrenteCom

RenattodSousa

A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) é presidenta da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular. Nome comprido, mas muito sugestivo. A primeira tarefa da FrenteCom foi encontrar-se com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para discutir o anteprojeto do novo marco regulatório do setor, o Plano Nacional de Banda Larga e propostas aprovadas na I Conferência Nacional de Comunicação.

Democracia Para entender por que o Congresso Nacional é assim devemos freqüentar as assembleias dos condomínios residenciais de classe média do Plano Piloto. É uma aula de democracia. Em poucos minutos você vê uma enxurrada de preconceitos, racismo, intolerância, manipulação e truculência. Os menos avisados ainda acham que democracia é votar. Vamos votar, vamos votar! Esquecem que antes de votar é preciso debater. Aí a irritação aumenta. Para que debater? Poucos sabem que o voto é um detalhe na democracia. Mas, é esse tipo de gente que elege maus políticos e depois ficam dizendo que é tudo igual. Uma parte dos eleitos são cópias fiéis de seus eleitores.

Civilidade Uma iniciativa digna de ser copiada e estimulada é a adotada pela prefeitura da SQN 215. A prefeita mandou instalar caixinhas com sacos de plástico para a coleta das fezes dos animais domésticos. Assim, o gramado fica mais limpo e menos contaminado.

Divulgação

Brasília comemorou seus 51 anos com uma festa de arromba. Cerca de quinhentas mil pessoas freqüentaram todos os eventos culturais e esportivos na Esplanada dos Ministérios e cidades históricas. O secretário Hamilton Pereira está animado com os primeiros resultados de sua gestão.

E-mail: romario@abordo.com.br

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Panorama Político

tarcísio holanda

EXÓTICAS OPINIÕES SOBRE A

A

INFLAÇÃO

oposição se enfraqueceu com o sucesso desses oito anos de Lula, que favoreceram a vitória eleitoral de Dilma Rousseff em 2010. DEM e PSDB já estão falando em uma fusão dos dois partidos, o que não parece ser o caminho certo. O DEM é notoriamente um partido de centro-direita, enquanto ao PSDB foi reservado, desde a sua fundação por Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, o papel de partido da social-democracia brasileira. A fusão, portanto, comprometeria o papel de centro-esquerda do PSDB, uma vez que seria fatal a influência dessa inclinação de centro-direita. Por isso, não acreditamos que essa proposta venha a ter êxito, pois haverá forte oposição no PSDB. O ex-presidente Lula, que fala sobre tudo, e nem sempre com a devida propriedade, o que é constrangedor, emitiu suas exóticas opiniões sobre a oposição. “Oposição é o bicho mais fácil de crescer. Oposição é que nem carrapicho (uma planta espinhenta que fere pessoas e bichos). Eu fui oposição a vida inteira. A gente cresce sem ninguém precisar plantar”. Lula fez essas declarações em um congresso de metalúrgicos, realizado em Guarulhos, na Grande São Paulo. Em seguida, agradeceu o apoio que nunca lhe faltou do sindicalismo, em momento difícil de seu governo, que foi aquele em que explodiu o escândalo do Mensalão, envolvendo muitos figurões da República.

Grato à solidariedade dos sindicalistas “Em um momento difícil, em um momento de uma crise delicada no país, quem assumiu o governo não foi nenhum jornal, nenhuma televisão ou um empresário. Foi exatamente o movimento sindical que assumiu a defesa do governo” – disse Lula, em agradecimento aos líderes sindicais. Fez um apelo aos sindicalistas para que tivessem a mesma atitude que tiveram com ele para com o governo de Dilma Rousseff. “Vocês tem de fazer com o governo Dilma o que fizeram com o meu governo” – acrescentou. Depois, explicou seus erros: “Sei que, às vezes, ficam chateados ou decepcionados. Podemos cometer um erro, mas é nosso. Se ela cometer um erro, ela é nossa”.

Lula pede apoio para Dilma Lula conclamou: “É nossa obrigação dar sustentação para ela para o país continuar crescendo”. Referiu-se ao momento crítico na economia, com a ameaça da inflação, conclamando a todos: “Temos a obrigação de não permitir que a inflação volte neste país. Quem perde com a inflação não é a Dilma ou Guido (Mantega, ministro da Fazenda). É quem vive do salário

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e precisa comprar comida todos os dias”. Em manifestação de solidariedade à batalha de Dilma contra a inflação, disse: “Todos nós, homens e mulheres, precisamos ser guerreiros contra a inflação”. Explicou que a crise econômica foi gerada lá fora, porque a economia mundial está atrelada ao dólar.

A inflação é norte-americana Procurou eximir os brasileiros de responsabilidade com a crise, dizendo: “O problema da crise econômica não é nosso, não é porque vocês ganharam aumento de salário. Na verdade, é porque a economia mundial é atrelada ao dólar, e o país que produz o dólar – os Estados Unidos – resolveu fazer um ajuste fiscal”. O excesso de dólar no mundo pode ajudar os Estados Unidos, mas tem efeito perverso sobre o do mundo, sobretudo os emergentes, alimentando a inflação. Claro que Lula atribuiu a responsabilidade pela crise ao governo dos Estados Unidos. Afinal de contas, “carrapicho cresce sem ninguém precisar plantar”, como diz o próprio Lula. Com a inflação, ele não quer assumir culpa.

Dutra deixa a presidência do PT O ex-senador José Eduardo Dutra foi recebido, na noite do dia 28 de abril no Palácio da Alvorada para uma conversa que já se impunha, pelo menos para o político sergipano. Dutra foi obrigado a se retirar da cena política desde o dia 22 de março, quando foi acometido de um problema de saúde, de que ainda não se livrou. Pelo que se diz, são problemas relacionados com o sistema cardiorrespiratório. José Eduardo Dutra comunicou à presidente que vai renunciar à presidência nacional do PT para ter mais tempo de cuidar da saúde. Mas ele já fez a comunicação formal em uma reunião do Diretório Nacional do PT, realizada na sexta-feira (29 de abril). Dilma e Lula advogam uma solução rápida para a escolha do novo presidente nacional do PT, naturalmente com receio de que isso seja objeto de uma luta interna. O nome mais forte é o do ex-ministro da saúde e senador Humberto Costa (PT-PE). Uma parcela de petistas defende o adiamento da escolha do novo presidente para setembro.

AMEAÇA DE MEXICANIZAÇÃO NO BRASIL? “Domínio exercido mediante o aparelhamento da estrutura do Estado, o controle das máquinas sindicais e o anestesiamento dos meios de comunicação” – lembra o ex-governador de Pernambuco, Roberto Magalhães, o que se verificou no México sob domínio do PRI.


É público e notório que o PT já está com 12 anos de poder garantidos. O ex-governador de Pernambuco e ex-deputado federal Roberto Magalhães, um político de perfil conservador, mas muito respeitado, o Brasil corre o risco de sofrer um processo de mexicanização. Basta lembrar que o México foi governado pelo PRI (Partido Revolucionário Institucional) de 1929 a 2000. Era uma “estrutura política de poder, segundo o figurino democrático e republicano, com eleições, direito de voto e separação de poderes. Mas o PRI era o partido de sucessivos presidentes da República e tendo o poder como instrumento obtinha sempre vitórias eleitorais, ao ponto de um candidato a presidente da República do PRI eleger-se com 95,7% dos votos válidos. O México adotou, de 1824 até 1962, “o sistema eleitoral de distritos com voto majoritário e unipessoal, o que limitava a formação de uma oposição consistente contra a maioria governista quase vitalícia”, como observa, em artigo publicado, o ex-governador Roberto Magalhães, preocupado em que se repita no Brasil com o PT o mesmo fenômeno. Lembra o político pernambucano que a reforma de 1962 acabou suavizando “o rolo compressor governista, mas somente na década de 90, com a eleição do presidente Vicente Fox, teve fim a “ditadura democrática” do PRI”. Magalhães diz ter encontrado artigo do falecido senador Jefferson Peres, na Folha de S. Paulo (5/02/2004), “Mexicanização em marcha”?, em que ele vislumbrava o mesmo perigo.

A profecia de Jeffeson Peres “Parece incrível que ainda no primeiro mandato de Lula, o senador Peres vislumbrasse com argúcia o que ainda estava por vir” – brada Roberto Magalhães, observando que o PRI e o governo “dominavam o poder e a sociedade”, acrescentando: “Domínio exercido mediante o aparelhamento da estrutura do Estado, o controle das máquinas sindicais e o anestesiamento dos meios de comunicação”. Lembra que Vargas Llosa, o romancista peruano, chamou esse sistema de “ditadura perfeita”. O ex-governador Roberto Magalhães discorda apenas do anestesiamento da imprensa, sustentando que “ela tem sido a voz predominante para denunciar e se opor às versões de uma propaganda massiva do governo federal em defesa do pensamento único oficial”.

Tentativa de calar a imprensa E acrescenta: “É isso o que temos assistido no Brasil, inclusive a tentativa do poder de restringir a liberdade de imprensa, como ocorre há quase dois anos com o Estadão (O Estado de S. Paulo), que está proibido de noticiar escândalo que envolve membro da família do ex-presidente da República”. Não vemos tal ameaça de o Brasil se transformar em novo México. O Estado ficou proibido de noticiar suposto escândalo envolvendo filho de Lula por uma decisão judicial, da qual cabe recurso a instâncias superiores. O que houve no México foi uma revolução e depois de um processo de dominação do poder pelo Partido Revolucionário Institucional, que era o partido único.

Não há condições para que se exerça esse domínio no Brasil, como ocorreu no México.

Longe da cópia mexicana Mas o próprio Roberto Magalhães reconhece que não existe semelhança entre o Brasil do PT e o México do PRI, tanto que diz: “O Brasil não vive uma cópia exata do modelo mexicano do PRI, uma vez que os tempos são outros e a globalização exige meios mais sofisticados na monopolização do poder. Temos, hoje, um episódio em curso, a criação PSD de Kassab (prefeito de São Paulo), que enfraquecerá a oposição, e o que Lula pregou publicamente, ao dizer que era preciso “arrasar o DEM”. Ele observa que o PSDB também será atingido e indaga: “Pergunta-se: coincidência ou manobra da base governista?”A oposição precisa estar atenta ao desenvolvimento desse processo, para não ficar ainda mais murcha, porém não vemos mexicanização política no Brasil. O ex-governador de Pernambuco não se mostra desanimado, assinalando: “Resta aos oposicionistas que se dispõem a resistir, na luta pela causa maior, colocar em segundo plano as ambições e os projetos pessoais, unindo idéias e forças para conter a iminente mexicanização do país”. Claro que o PT exerce, hoje, total domínio sobre os instrumentos do poder e não tem uma oposição que ameace esse predomínio. Mas, o Brasil e o mundo, como o próprio Magalhães notou, são muito diferentes dos tempos em que o PRI monopolizava inteiramente os instrumentos do poder no México.


Política Brasília

Yuri Achcar

Depoimento de Durval não é imprescindível

Sem Durval, apenas três depoimentos estão confirmados. Todos de testemunhas de defesa de Jaqueline Roriz. Elas vão falar apenas de uma das acusações contra a deputada: o uso da verba indenizatória para o pagamento da taxa de condomínio do escritório político, que funciona em uma sala do próprio marido da parlamentar, Manoel Neto. As outras três acusações não contam com testemunhas arroladas: o recebimento de dinheiro ilícito flagrado no vídeo, a sonegação de Imposto de Renda – já que os valores recebidos não foram declarados ao Leão – e o suposto recebimento de propina para aprovar o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) em 2009, quando era deputada distrital. A ideia do relator é não desviar o foco das investigações com depoimentos desnecessários, nem dar prosseguimento às acusações sem provas. A denúncia sobre o PDOT, por exemplo, envolveria quase a totalidade dos deputados. Mas até hoje, o único indício do fato é a palavra de Durval Barbosa. O suposto uso irregular da verba indenizatória também é terreno espinhoso para os parlamentares e abriria precedente para uma verdadeira caça de deputados. O relatório final será concentrado no vídeo e no dinheiro recebido por Jaqueline para dificultar os argumentos da defesa.

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O relator do processo contra Jaqueline Roriz (PMN-DF) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (PSDB-SP), marcou para o dia primeiro de junho a entrega do parecer aos conselheiros. O futuro político da deputada pode ser decidido no mesmo dia, desde que não haja algum pedido de vista do processo. Tudo indica que os membros do conselho vão recomendar a cassação do mandato de Jaqueline por quebra de decoro parlamentar. Depois disso, caberá ao Plenário da Casa decidir se acata a sugestão do Conselho de Ética. Entre os 512 colegas de Jaqueline, é difícil encontrar alguém que se manifeste em defesa da deputada.

Duas mil páginas de documentos O relator Carlos Sampaio já se debruça sobre todo o material recebido. São cópias do inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal, de documentos do Ministério Público e da Procuradoria-Geral da República, de depoimentos de Durval Barbosa e, ainda, de todos os relatórios da CPI da Corrupção, que investigou o escândalo revelado pela Operação Caixa de Pandora na Câmara Legislativa. Ao todo, são duas mil páginas de informações.

A cereja do bolo Para convencer os colegas da necessidade de cassar o mandato de Jaqueline Roriz, Carlos Sampaio vai apresentar no relatório final trechos de pronunciamentos da então deputada distrital condenando colegas que

Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Quatro acusações

O dia D de Jaqueline Roriz Fábio Rivas/CLDF

Casal Jr/ABr

Mesmo com o cancelamento do depoimento do delator do suposto mensalão do DF aos membros do Conselho de Ética, o relator Carlos Sampaio acredita que já tem elementos suficientes para concluir o trabalho. “A vinda de Durval era mais uma vontade de outros conselheiros do que da relatoria. Seria bom para tirar dúvidas dos deputados, mas não é imprescindível. A íntegra do depoimento prestado à Polícia Federal traz as informações mais relevantes sobre o assunto”, esclareceu o relator.


Relatório duplo Carlos Sampaio apresentará dois relatórios ao Conselho de Ética. No preliminar, vai alegar que é possível investigar parlamentares por fatos anteriores ao mandato quando a divulgação do ocorrido vier depois das eleições. A tese é defendida pela Ordem dos Advogados do Brasil e pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Jaqueline recebeu dinheiro de Durval Barbosa em 2006, para o caixa dois da campanha a deputada distrital. Mas o vídeo só foi divulgado em fevereiro deste ano, quatro meses depois das eleições em que ela conquistou uma vaga na Câmara Federal. Já o segundo relatório deve apresentar os argumentos e provas para recomendar a cassação do mandato de Jaqueline.

Enquanto isso, na Câmara Legislativa... Divulgação

Benedito Domingos segue os passos da ex-colega Jaqueline Roriz e enfrenta a Corregedoria da Casa. Depois de ser notificado, na segunda-feira passada pelo corregedor Wellington Luiz (PSC), Benedito pretende usar os 10 dias úteis a que tem direito para apresentar a defesa. O deputado promete dar todos os esclarecimentos necessários. Benedito Domingos é acusado pela Polícia Civil do DF de formação de quadrilha e de ter beneficiado parentes em licitações públicas quando foi administrador de Taguatinga, entre 2007 e 2008. Ele nega as acusações. Depois que receber a defesa, o corregedor tem 15 dias para emitir um parecer sobre o caso à Comissão de Ética da Casa.

CPI do Pró-DF larga na frente A primeira comissão parlamentar de inquérito a ser instalada na Câmara será a que vai investigar denúncias de cobrança de propina para a distribuição de lotes do programa Pró-DF a empresários da capital. Vão integrar a CPI: Chico Leite (PT), Olair Francisco (PTdoB), Eliana Pedrosa

(DEM), Professor Israel Batista (PDT) e Aylton Gomes (PR). As outras duas CPIs, do DFTrans e da Saúde, seguem no freezer.

GDF mantém suspensão do programa Os benefícios do Pró-DF concedidos no ano passado, que já estavam suspensos desde janeiro, vão continuar assim por mais 60 dias. A determinação foi do governador, Agnelo Queiroz. Novos pedidos de ingresso no programa também continuam suspensos. “Vamos moralizar a concessão de terrenos no DF. O patrimônio público não pode ser dilapidado para interesses particulares”, afirmou o governador.

Combustível nos supermercados A Câmara Legislativa deve votar nesta semana projeto que autoriza a venda de combustíveis em supermercados e hipermercados do Distrito Federal. A proposta, de autoria do deputado Chico Vigilante (PT), foi discutida em comissão geral na semana passada e ganhou força depois que a Agência Nacional do Petróleo reconheceu a existência de um cartel que controla os preços do setor – o que todo brasiliense já sabia.

Tentativa de suborno No Plenário, o deputado Olair Francisco (PTdoB) afirmou que o chefe de gabinete do parlamentar, Manoel Carneiro recebeu proposta de suborno durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para que ele retirasse de pauta o projeto que acaba com o monopólio dos postos de combustíveis. Olair disse que a pessoa afirmou ser representante da Associação Comercial. “É muito cara de pau uma pessoa vir ao parlamento tentar subornar um deputado e oferecer benefício”, indignou-se o distrital, afirmando que teria pedido a prisão imediata da pessoa se a proposta fosse feita diretamente a ele.

Sob investigação O presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício (PT), afirmou que a Polícia Legislativa está apurando o caso. “Qualquer ameaça ou irregularidade cometida no Legislativo não ficará sem apuração”, esclareceu. Em nota, a Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) negou que a “entidade, ou qualquer um de seus representantes legais” tenha procurado o parlamentar para propor qualquer ato ilícito. O episódio deixa claro que modificar o atual cenário será um desafio e tanto. Gustavo Lima

foram flagrados em vídeos recebendo propina. Já é folclórico o bate-boca de Jaqueline com Eurides Brito, que teve o mandato cassado depois de aparecer em um vídeo embolsando dinheiro. Como Eurides alegou que encontrou Durval a pedido de Joaquim Roriz, pai de Jaqueline, acabou xingada pela filha do ex-governador: “É uma cara-de-pau!”.

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Dinheiro

mauro castro

BOLSA OU BOLSINHA A

o terminar de escrever este artigo a Bolsa de Valores continuava a me desanimar. Olha que sou um entusiasta da Bolsa. O mês de abril não deixou boas recordações sobre o mercado de ações. O mundo dos investidores aprecia um início de ano vacilante, longe das boas perspectivas do meio do ano passado. O fato é que há muita incerteza política e muitos nós para serem desatados na economia mundial. O investidor menos profissional, ou casual, em Bolsa deve ficar assustado com os resultados modestos, para não comentar os que perderam dinheiro nesta temporada de início de ano. A aversão ao risco trazida por resultados corporativos abaixo do esperado – tudo dependente de uma recuperação mais firme da economia mundial, e com foco em Wall Street, somado a isso as intervenções indiretas do governo na gestão da Petrobrás e Vale, que pesaram na mídia e provocaram reações no investidor, fez a Bolsa se arrastar e fechar abril como um investimento de risco, definitivamente. A morte de Osama Bin Laden, na primeira semana de maio pode trazer mais conforto para os investidores. De um ponto de vista prático, quanto mais estável estiver o cenário político melhor será para o ambiente econômico. Porém, a morte de Osama cria um período de espera. Uma espera por possíveis reações e declarações por todo o mundo. O certo é que esse impreciso período colocará os principais investidores com um maior grau de cautela. Somado ao fator Osama, tem o conjunto de crises nos países do Oriente Médio. Elementos que batem diretamente na questão Petróleo e, portanto, em cheio na economia. Fechar próximo dos 60 mil pontos não é nada confortável para expectativas de mais de 70 mil pontos no final do ano de 2010. O mercado nos Estados Unidos e Europa é vendedor. Esta forte pressão de vendas empurra os preços das ações para baixo. Tudo isso acontece em pleno processo inflacionário que estacionou na economia brasileira. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a política está na medida certa. Enquanto isso, o presidente do Banco Central afirma que avançaremos além da meta inflacionária. Natural imaginar que o investidor ficará muito mais cuidadoso na hora de colocar o dinheiro em mercado de ações. Após o Ibovespa recuar 3,6% no mês de abril, os analistas apontam para uma possível recuperação no mês de maio, estimulado pelas projeções de valorização das ações da Vale e da Petrobras. Duas figuras marcantes na Bolsa. Não é incomum acontecer de alguns papéis serem predominantes

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na formação do índice de uma bolsa de valores. O que nos leva à pergunta se a nossa Bolsa deve sofrer os reflexos dessas duas grandes empresas. Saber se a nossa bolsa é grande, ou apenas uma bolsinha dependente dos resultados de dois gigantes das commodities. Enquanto isso, em tempo, ainda compensa investir nas duas. Para maio, permanece a escrita, VALE e PETROBRÁS no pacote de ações.

Curtas Os genéricos, produtos farmacêuticos com baixo valor, estão em crescimento. Quase virando um hábito chegar à farmácia e solicitar o remédio com a observação de ser um genérico. Nem todos os médicos concordam com esta medida econômica. Há doutores que exigem do paciente a compra do remédio de marca. Certo ou errado, os genéricos estão imbatíveis. Desde 2001, não houve registro tão expressivo de vendas como neste primeiro trimestre de 2011. Foram comercializadas 120 milhões de unidades, o que representa alta de 32% em relação a 2010. Tudo isso reflete o momento econômico que passa nosso país. Somado ao fato que há um deslocamento social, a classe média, grande consumidora desses produtos, continuará fazendo do genérico um sucesso. A Caixa Econômica Federal vai promover a sétima edição do Feirão da Casa Própria, entre os dias 20 e 22 de maio em Brasília. Será no Centro de convenções Ulysses Guimarães. Para quem ainda não comprou imóvel na nossa cidade – coisa que está ficando rara – pode aproveitar esta oportunidade de agilidade e condições favoráveis de juros. Lembrando aos desavisados de plantão que, outros bancos privados oferecem condições tentadoras para a classe média. Onde não tem para ninguém, em relação à CAIXA, é para a população de baixa renda. Vale a visita. Segundo dados do Sips (Sistema de Indicadores de Percepção Social), divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na primeira semana de maio, o transporte público é utilizado por 64,98% dos moradores das capitais para se locomoverem e o principal motivo para a escolha desse meio de transporte é o fato dele ser mais barato, apesar de sofrível na capital federal. Os carros são o segundo meio de transporte mais utilizado nas capitais. As motos são o meio mais utilizado por 5,57% e as bicicletas, por 3,22%. Segundo os entrevistados, a troca da moto por ônibus seria feita se estes meios fossem mais rápidos, estivessem disponíveis ou se fossem mais baratos. Já para aqueles que andam de carro, a principal condição para andar de transporte público seria, respectivamente, a rapidez, disponibilidade ou o conforto.


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Capa

Por: Verônica Soares | Fotos: Vitor Hugo Bonfim

Quando

o coração dói As perdas nossas de todos os dias

E

ra um final de tarde de uma primavera. Um homem. Uma mulher e um coração partido. A história de amor da jornalista Núbia Souza tem começo, meio e fim. Mas, diferentes das histórias que vemos em novelas, filmes e contos de fadas, esta não teve um final feliz. Para ser exato, o término teve hora e data marcada: dia 18 de novembro de 2008. Núbia perdeu o marido Charles, com quem havia se casado há apenas cinco meses, em um trágico acidente de trânsito. A famosa frase do poeta Carlos Drummond de Andrade que diz: “a dor é inevitável e o sofrimento é opcional” pode até levar à ideia de que o sofrimento pode ser uma escolha.

Mas, a partir daquele momento, em Núbia, os dois sentimentos foram conseqüência da tragédia que abateu a recém construída família. Para a jornalista, naquela época, a palavra sofrer foi o verbo que ela mais conjulgou. “Foi muita dor e falta”, lamenta. Não comer. Não dormir e não falar foram as válvulas de escape mais fáceis encontradas por ela para lidar com um problema que lhe partia o coração e a alma e que não tinha e nem encontraria uma saída para sanar. Durante três meses, a única reação espontânea era o choro. Entrou em depressão. Ficou um ano sendo acompanhada por psicólogos na UnB. Conforme seus relatos, o coração dela doía muito e parecia

sangrar. “Realmente, até hoje, três anos depois daquele trágico dia, é muito difícil falar sobre isso e, até mesmo, pensar, lembrar, imaginar ou coisa parecida”, desabafa. O sentimento de “dor extrema” no coração vivenciado por Núbia é mais comum do que se imagina. As perdas que temos durante nossas vidas não se resumem apenas na morte das pessoas queridas. Além das separações e partidas das pessoas amadas, como por exemplo, o afastamento de um filho, e, até mesmo a morte de um animal de estimação pode levar qualquer pessoa a sentimentos de profunda tristeza. Segundo a psicóloga Cristina Moura, especialista em intervenção


em crise, luto e prevenção do suicídio, as perdas na vida de qualquer indivíduo são diárias. O ser humano sofre perdas em toda a sua vida. Elas começam a partir do próprio nascimento e que o acompanha até a morte. Nessa lista, além das perdas conscientes, ainda há espaço para as inconscientes, como dos sonhos, expectativas impossíveis e ilusões perdidas ao longo dos tempos. Mas, são aquelas mais significativas (como a morte do ente querido ou separação) que podem deixar marcas tão profundas na vida de uma pessoa, como aquelas que ficaram no coração de Núbia. Mas, em primeiro lugar, de acordo com a especialista, a reação (seja ela negativa ou positiva) que cada ser humano tem no momento da perda vai depender do vínculo afetivo e da representatividade que a pessoa ou animal perdido tinha na vida desse mesmo indivíduo. “A forma como a pessoa reage na situação exata da perda depende da maneira como a personalidade dela se estrutura ao longo de sua vida”, ressalta. Dessa forma, uma criança que perde um passarinho ou animal de estimação que os pais a ensinaram, desde cedo, a lidar com a morte e com a separação de forma natural, quando se tornarem adultas, esses indivíduos terão mais facilidade em lidar com as perdas quando elas ocorrerem. A sensação de coração partido é mais difícil de explicar do que se imagina e nem todas as pessoas que perdem uma pessoa querida vão esboçar sentimento igual ou parecido. A dor é individual. Única. Só a partir do momento em que alguém passa por uma experiência dessas poderá saber como será a sua reação. Mesmo assim, segundo a psicóloga, a pessoa pode mudar de comportamento à medida em que o tempo passa. “Quando uma pessoa sofre uma perda, muitas vezes, no início demonstra fortalecimento. Já depois de passado esta primeira etapa, o processo de depressão e de sofrimento extremo reaparece em um estágio bem mais elevado”, garante.

Foi aparentando fortaleza em pessoa que a dona de casa Gilda Augusta Ferreira, 62 anos, conseguiu passar os primeiros três meses em que uma tragédia bateu na porta da casa da família. Em 2006, ela perdeu o filho, José Inácio, quando em 29 de setembro, o avião da empresa Gol Linhas Aéreas que fazia o trajeto Manaus/Brasília, caiu no estado de Mato Grosso, vitimando as 154 pessoas que estavam a bordo. Apesar da dor de mãe em ter perdido um filho querido, no início do acidente, ela se fez forte e não demonstrou se abater. Inclusive, era

A forma como a pessoa reage na situação exata da perda depende da maneira como a personalidade dela se estrutura ao longo de sua vida ela quem dava conselhos para a nora e para os outros membros da família, a fim de que todos se mantivessem fortes num momento de profunda tristeza para toda a família. Talvez dona Gilda tenha enganado todos da família, mas o bom e velho coração de mãe não se deixou enganar. Apesar de mostrar que não estava sofrendo, o extremo da dor da perda do filho veio quatro meses depois, durante uma viagem que ela fez para Salvador. Segundo ela, quando chegou à capital

baiana, ver os aviões no pátio do aeroporto, a fez pensar profundamente na tragédia que custou a vida do seu filho. “Aquilo foi um baque para mim. O Inácio tinha morrido dentro de um avião daqueles”, lembra. Durante a viagem, a tristeza foi tanta que ela sofreu três infartos. Teve que ser internada. E, logo depois de se recuperar do ocorrido, já em Brasília, entrou em depressão. “Não tem como descrever a dor. É um vazio dentro do coração que nunca será preenchido. É como se tivesse tirado um pedacinho do meu coração e não tem como ser colocado outro no lugar”, relata. O sofrimento foi inevitável. Além da dificuldade em lidar com perdas em si, segundo a especialista, outros fatores sociais também são determinantes na superação do momento de tristeza. Por exemplo, o fato da sociedade não tolerar os sentimentos de tristeza e de dor. No momento exato de sofrimento do indivíduo (separação ou morte), essa intolerância e desrespeito à dor do outro pode ser ponto crucial. Em qualquer situação, a dor do outro tem e deve ser respeitada. É um processo natural. “No primeiro momento em que ocorrer a separação, o grupo

A psicologa Eliana

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César de Souza, 47 anos

social (amigos e familiares) tem que respeitar a tristeza. É normal”, alerta. Outro sentimento desprezado pelo grupo social é o choro. “É importante que as pessoas tenham espaço para chorar. Esse momento deve ser respeitado”, pondera. Segundo ela, se esses dois processos naturais para uma pessoa que passou por alguma experiência que a fez sofre forem quebrados, com o passar dos tempos, os sentimentos de dor e de tristeza não respeitados no primeiro momento poderão causar conseqüências mais traumáticas ainda. Ao mesmo passo em que no primeiro momento, a interferência de amigos e família é vista com maus olhos, é esse mesmo grupo social que será essencial para recuperação do mesmo coração ferido e por trazer a pessoa de volta à vida cotidiana. “É importante a ajuda de terceiros. Mas em momento nenhum, pode-se interferir no sentimento do outro”, ressalta a psicóloga. Segundo ela, nesse caso, o melhor a ser feito é perguntar para a pessoa qual é a ajuda que pode oferecer. “Tem momentos em que a pessoa necessita ficar sozinha. Em outro momento pode querer chorar, ou querer a companhia de amigos e família. Isso deve ser respeitado parar não ter conseqüências mais traumáticas

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A sensação de coração partido é mais difícil de explicar do que se imagina e nem todas as pessoas que perdem uma pessoa querida vão esboçar sentimento igual ou parecido posteriormente”, observa. Mesmo assim, se esse sentimento ultrapassar um longo período de tempo pode comprometer a saúde da pessoa. Nesses casos, as principais consequências são a depressão, a ansiedade e a tendência ao suicídio. “Quando a

pessoa entra nesse processo extremo do sentimento de dor, é importante buscar ajuda profissional”, alerta. Para Eliana Oliveira, psicóloga que atua na área de Terapia do Luto, Psicoterapia Cognitiva Comportamental e na área de Dependência Química, o sofrimento é um sentimento pertinente a todos que sofrem uma perda, principalmente sendo uma perda por acidentes ou suicídios. Com isso, nesses casos, as conseqüências e o sentimento de dor são mais traumáticos. “Por exemplo: a morte lenta e demorada nos dá a oportunidade de despedir, de poder curar feridas antigas, raivas, brigas, assuntos mal resolvidos além de nos deixar exercer o desapego”, lembra. Diferente dos dois casos citados, como essas duas mulheres não estavam esperando ou se preparando para a morte dos entes queridos, a dor e a sensação de perda foram mais traumáticas para o coração das duas. Mas vale ressaltar que cada pessoa vai reagir de uma forma diferente e nem todas que perderam alguém querido por acidente vai sofrer da mesma maneira. “Isso vai depender de como ela vê a morte. De como ela lida com as perdas e com o sofrimento. As reações têm muito a ver com o interior, com os medos da pessoa, com a dificuldade de desligar, de dependência da pessoa que está partindo”, ressalta. A morte de um filho, por exemplo, fica mais complicado de ser superado. “É natural que esperamos que os velhos, os pais, morram antes. Nesse caso, vem a inversão da ordem natural da vida”, enfatiza.

Dor sem fronteiras Afinal, quem tem mais tendência para sofrer? O homem ou a mulher? Para aqueles que insistem em dizer que as mulheres são mais emotivas, quando o assunto é sofrimento, não há distinção de gênero. O sintoma do “coração partido” pega homens e mulheres com a mesma intensidade. Mas, diferente do sexo masculino,


as mulheres tendem a expressar de forma mais clara esse sentimento. Aquele choro e o desabafo com as amigas é visto de forma sadia e podem ajudar na hora da recuperação. Já os homens, muitas vezes, por ter dificuldade de expressar o sentimento, têm tendência a prolongar a sensação de angústia no peito. Para o estagiário César de Souza, 47 anos, o extremo sentimento de dor veio quando da sua separação da esposa. Mas não foi a separação da mulher que o fez sofrer. Neste caso, foi a distância do filho João Pedro, na época com seis anos, que o nocauteou. Quando a dor da saudade bateu no peito de Cesar, sozinho na casa sem o filho, passou noites em claro chorando. O amor do pai era grande e com a separação, a dor foi inevitável. Ele entrou em depressão. “Foi muito dolorido. Não tem como descrever a dor que senti. Não conseguia ver a possibilidade de viver longe do meu filho. Era uma dor que não passava”. Queria me isolar, recorda. Na época, até mesmo o trabalho foi prejudicado. Durante os três meses em que ficou em depressão, emagreceu aproximadamente seis quilos. Perdeu a vontade de viver, comer e trabalhar. “A dor era muito grande. Se eu morresse não ia fazer diferença”, lembra. O sofrimento dele só teve fim quando começou a restabelecer a rotina com o filho. Levar à escola e passar os finais de semanas juntos. Hoje, César mora em Brasília e filho na capital mineira. Mas, diferente do sentimento profundo de tristeza que ocorreu na primeira separação, agora César conseguiu superar a distância. Além de falar com o filho por telefone uma vez ao mês, viaja até Belo Horizonte para matar a saudade do menino. A foto de João Pedro que está sempre no bolso lhe traz a sensação de que estão sempre próximos.

Inevitável tristeza Numa sala nos fundos de uma igreja na Asa Sul, uma reunião de

mulheres chama a atenção. Numa das placas a descrição: “As pessoas que você vê aqui e o que ouve aqui deve deixar aqui”. O grupo Mulheres que Amam Demais Anônimas (MADA), tem reuniões semanais. Apesar de parecerem anônimas, são mulheres comuns: mães, donas de casa, juízas, advogadas, psicólogas, costureiras, empregadas domésticas. Algumas sofrem a dor da perda. Muitas não aceitam a separação do marido. Outras querem apenas entender a relação de homem e mulher. Casamentos duradouros e curtos: 10, 20, 30 anos. Não importa. Ali, ninguém dá conselho. Respeita-se toda forma de amor e de dor. Duas vezes por semana, em

O sintoma do “coração partido” pega homens e mulheres com a mesma intensidade duas horas de reunião, essas mulheres expõem as suas aflições, seus medos, frustrações e experiências. Para todas, quando começam a freqüentar o ambiente, a dor da separação é quase inaceitável. Talvez muitas se separem. Talvez outras voltem para os seus maridos. Apenas depoimentos das experiências vividas por cada uma delas. O medo da separação, a insegurança, a falta de confiança e o medo de viver sozinha apavora muito as mulheres freqüentadoras do Mada. A única coisa que elas têm em comum é o desejo de superar a dor de, talvez,

um coração partido. E como todas dizem ao terminar os seus depoimentos: “Só por hoje”. Segundo a psicóloga Eliana, todos os momentos em que sentimos perder o que nos faz feliz vai ocasionar dor. “Com nosso apego material, com nossa forma de querer ter tudo sobre controle pessoal, quando algo acontece e percebemos que a perda aconteceu independente de nossa vontade é mais frustrante”, explica. Em momentos críticos da separação entre marido e mulher, o indivíduo vai lidar com a vaidade, egoísmo e, até mesmo, com as ameaças. “Mas nunca pensamos e nem desejamos que o outro fosse feliz sem a nossa presença e ficamos agarrados a pequenas coisas que só vai piorar a situação”, ilustra. Para ela, apesar de não parecer fácil o afastamento, mas o amadurecimento emocional de cada um tem que aparecer em algum momento. “O importante é que se a pessoa tiver dificuldade em superar, que procure orientação com um profissional e não ficar tentando resolver sozinho”, finaliza. No caso das Mulheres que Amam Demais Anônimas, a troca de experiências entre elas é fundamental para a superação de cada uma.

Gilda, uma ano depois da morte de Inácio

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Cidadania

Por: Afrânio Pedreira | Fotos: Victor Hugo Bonfim | ilustração: Eward Bonasser Jr.

Diabetes: Doença

atinge

cerca de da % população

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mundial

A incidência é maior entre adultos e adolescentes

“S

er diabético não significa conviver com danos irreversíveis”. É o que qualquer conhecedor da doença costuma dizer. E “eles” vão além: “Siga as recomendações médicas; tenha uma alimentação sadia; pratique atividades físicas; perca o excesso de peso e use a medicação rigorosamente”. Conselhos que valem muito para quem têm a doença e também para quem não pretende tê-la. Afinal, os números são alarmantes. Cerca de 12% da população brasileira - aproximadamente 22 milhões de pessoas - tem a diabetes. Conforme a Organização Mundial da

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Saúde (OMS), em 2006 havia cerca de 171 milhões de pessoas diabéticas. A estimativa é de que, em 2030, esse número dobre. A diabetes está na lista das cinco doenças de maior índice de mortalidade do mundo. No Brasil, 10 milhões de pessoas têm a doença. A incidência aumenta em adultos e adolescentes, tendo como principal causa o crescente aumento de peso. Segundo o Ministério da Saúde, 50% dos brasileiros sequer sabem que são diabéticos. A doença aumenta de três a cinco vezes o risco de complicações cardiovasculares (infarto e isquemia cerebral) e é a primeira

causa de falência renal, cegueira, amputação e disfunção erétil, além de diminuir a expectativa de vida em cinco a 10 anos. Com base nas estatísticas e nas complicações advindas da doença é que o diabético, ao receber a notícia de que é portador do mal, às vezes entra em “parafuso” e chega a pensar que sua vida acabou. Foi o que aconteceu com o profissional liberal, A.E.S. “Quando descobri, tive a nítida sensação de que o mundo tinha acabado. Adeus farras, cervejinhas e tudo de bom que a vida oferece”, lembra. O caso de A.E.S, não é isolado. Existem vários. Que o diga a en-


fermeira Maria Vilma dos Santos, responsável pelos grupos de hipertensão e diabetes do Centro de Saúde N° 8, da 514/515 Sul que, além de prestar assistência médica a todos os portadores da doença – são 440 cadastrados naquela unidade – também estabelece grupos de apoio a todos. Enquanto o auxílio médico consiste nas habituais verificações da taxa glicêmica (quantidade de açúcar no sangue); peso; altura, índice da massa corporal; vacinações; consultas médicas, inclusive com nutricionista e no fornecimento de medicação específica, glicosímetro (aparelho de medição das taxas) e fitas glicêmicas, os grupos de apoio se encarregam de trabalhar o lado emocional do diabético e a reeducação dos seus hábitos alimentares e o sedentarismo. “Todo o trabalho é em prol da prevenção das complicações”, assegura Vilma. Segundo a enfermeira, a validade do trabalho é atestada e gratificada quando algum dos seus pacientes chega até ela falando da sua condição de portador do diabete com consciência de que as suas taxas estão normalizadas. “Seguindo as orientações, todos têm vida normal”, categoriza. Samara Rocha da Costa, 44 anos, diabética desde criança, assegura que, embora com alguns probleminhas, leva

Reunião de Grupo de Apoio

Dra. Jussara diz que os grupos de apoio ajudam muito

uma vida normal e que seus cuidados não são extremados. Aos 12 anos, com um tratamento severo, em que seguiu todas as regras à risca, ficou “curada” – sem complicações – até os 21 anos. “Eu gosto muito de um docinho. Adoro chocolate. Quem não gosta?”, indaga risonha. E foi justamente esse gosto por docinho que fez com que a doença voltasse e se instalasse de vez na vida da simpática Samara. Fazendo força extremada para recusar um “chocolatezinho” e, confessando que, às vezes, é impossível resistir à tentação, ela diz que o controle de suas taxas de açúcar é feito mais à base de medicação. Mesmo dando uma de desobediente no tratamento quando o assunto

são os doces e os chocolates, Samara vê validade nos grupos de apoio a diabéticos. “Eles são importantes. Lá a pessoa vê que muita gente também passa e enfrenta o mesmo problema”, ressalta. Conforme ela, que participa do grupo de apoio “Luzes”, as reuniões acontecem a cada dois meses e nelas são tratados assuntos que vão do individual ao coletivo. “Trocamos experiências de todos os tipos. Com isso crescemos”, enfatiza. “Ela está certa. Os grupos servem como apoio para todos, principalmente para aqueles que acabaram de descobrir a doença e acham que sua qualidade de vida está totalmente comprometida”, diz a médica Jussara Coelho Paulo da Rocha, gerente do Centro de Saúde n° 8. Segundo a especialista, o segredo para que o diabético tenha uma vida saudável e com qualidade é fazer o tratamento “direitinho”. “É isso que nós queremos. Hipertensivos e diabéticos com qualidade de vida”, completa Vilma dos Santos. No Centro de Saúde n° 8 existem 22 grupos de apoio a diabéticos e 20 a hipertensivos.

A doença Diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue. Quando não tratada causa doenças como infarto do coração, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas visuais e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações. A doença ainda não tem cura. Os sintomas mais comuns do diabetes são muita sede, freqüente vontade de urinar, muita fome, cansaço, turvação da visão e emagrecimento. Em alguns casos, a doença pode ser assintomática e retardar o diagnóstico e o tratamento. Serviço Centro de Saúde Nº 8 – Asa Sul SQS 514/515 (61) 3245.2726

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Gente

Por: Edson Crisóstomo

Ione Morais, Cláudio Henrrique Sousa e Helvio Jobim Neto

Vera Melo e Se

Foto: Luiz Antonio Ribeiro

Helena Mazzaro e Clarice Dewes

Michele Alves e João Henrrique Sousa

Tatiana Guerra e Luciana Nóbrega

Exposição de Tarcisio Viriato no STJ

Política Será o Benedito? A assessoria do deputado distrital Benedito Domingos (PP) assumiu uma nova estratégia de marketing para tentar livrar a cara do distrital das constantes denúncias que vem estampando as capas dos principais jornais da capital. Uma nova estratégia será o Blog lançado na semana passada. De acordo com a nota envida por sua assessoria, “a nova página será uma ferramenta de combate aos boatos, injúrias e calúnias ditas sobre o parlamentar. Benedito Domingos afirma que vai rebater todos os boatos com a verdade, simples e clara”.

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Tudo acaba em Pizza Um protesto bem-humorado tomou conta da Câmara Legislativa do Distrito Federal na semana passada. Dessa vez, o servidores ofereceram pizza para aqueles distritais que não abrem mão de preencher 50% das vagas da Casa com cargos comissionados. A categoria quer que 100% das vagas da estrutura sejam preenchida por funcionários concursados. Por sua vez, os políticos não abrem mão de indicar 50% deles. Tá aí, pizza para os que gostam de pizza.


everino Melo

Alessandra Melo, Jackeline Viana e Luciana Melo

A nova diretoria da Associação dos Servidores do Ministério Público (ASMPF)

Caixa Rápido Nova Diretoria da ASMPF A nova diretoria da Associação dos Servidores do Ministério Público, para o triênio 2011-2014, foi empossada na noite de 29 de abril. A cerimônia aconteceu no Foyer do Auditório JK, na PGR. Reeleito, Marcos Ronaldo, pontuou os desafios da nova gestão. Participaram da cerimônia o secretário-geral do MPU, Lauro Cardoso; deputado federal Policarpo (PT-DF); vice-presidente da OAB-DF, Emens Pereira de Souza e o Subprocurador-geral da República, Francisco Xavier Pinheiro.

Cristhiane Raupp, Clárissa Braga e Manuella Leite

Roberto Mattus na Plano Brasília

Geleia Geral Na redação O representante do CIEE, Roberto Mattus esteve na redação da Plano Brasília para falar da nova sede da instituição no Sudoeste. Mattus informou que, com as novas instalações, o CIEE deve aumentar em 50% o número de atendimentos no DF. Hoje, o CIEE de Brasília tem mais de 16 mil estudantes em estágio e três mil jovens em programas de aprendizagem em 1,3 mil organizações parceiras.

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Cidade

Por: Michel Aleixo | Fotos: Victor Hugo Bonfim

A Guerra dos

Combustíveis Enquanto governo e empresários trocam acusações, cidadãos protestam

O

botão de ignição é acionado via internet. No facebook e twitter (duas das redes sociais mais populares da atualidade), uma equipe de 15 pessoas começa a disparar a convocação “Movimento contra a cartelização dos combustíveis no DF. Apartidário e Apolítico. Participem da carreata”. Em poucas horas, a chamada recebe confirmação de centenas de motoristas indignados com os aumentos constantes da gasolina e etanol nos postos da capital. Nas carreatas, o protesto é simples: param nos postos, abastecem apenas R$ 0,50 e exigem nota fiscal. É assim que o Movimento Contra a Cartelização dos Combustíveis no DF está fazendo barulho na cidade. “Tudo começou em novembro de 2009, quando fizemos uma carreata na BR 070, onde fomos abastecer no posto de gasolina de Engenho das Lajes”, explica Charles Guerreiro, 42 anos, coordenador do movimento. Na ocasião, a gasolina custava R$ 0,40 mais barato na cidade goiana, que fica a 48 km de Brasília. Desde então o Movimento Contra a Cartelização dos Combustíveis no DF já realizou mais de 50 protestos. Adesivos estão sendo espalhados pela cidade, assinaturas estão sendo recolhidas. Mas por que o preço dos combustíveis gera tanta controvérsia? As diversas razões podem se resumir a uma única polêmica. Em recente pesquisa divulgada pelo movimento, constatou-se que em 111 postos da cidade, a diferença de preço no litro da gasolina não passou de R$ 0,01. Não é de hoje que os empresários são acusados de formar um cartel. “O cartel é um acordo explícito ou implícito entre comerciantes concorrentes para fixação de preços,” explica o advogado Samuel Dias. O objetivo desse esquema é muito simples, oprimir a livre concorrência e garantir a mesma margem de lucro para todos os envolvidos. “Temos 318 postos de combustíveis na cidade, dos quais uma única rede, a Gasol é dona de 92 deles”, crítica Charles Guerreiro.

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Em 2003, foi criada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a CPI dos Combustíveis. Encabeçada pelo deputado petista Chico Vigilante, a comissão apontou indícios de formação de cartel nos postos da cidade, no período de 1994 a 2003. O relatório final da CPI ainda acusou os empresários de cometerem crimes ambientais e de sonegação de impostos. Na prática, nada se provou, não houve punição.

GASOLINA NAS COMPRAS DO MÊS Em todos os outros estados da federação é permitida a instalação de bombas de abastecimento em super e hipermercados. A prática foi vetada em Brasília pela Lei Complementar Nº 294/2000, que proibiu a “edificação de postos de abastecimento, lavagem e lubrificação nesses estabelecimentos”. O embate jurídico está parado no STF, sob a alcunha do ministro Celso de Mello, que ainda não se posicionou sobre o tema. O Ministério Público do DF e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também defendem a validade da lei. Cansando de esperar, Chico Vigilante apresentou em fevereiro deste ano, um novo projeto de lei, com o mesmo objetivo. Para o parlamentar, a formação de cartel em Brasília é clara. “Em 10 anos, essa proibição sem sentido deu um lucro de R$ 34 milhões para os donos de postos de combustíveis do DF”, afirma.


Para Alexandre Seabra, representante da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), tudo o que o setor quer é um livre mercado. “Queremos oferecer um melhor produto com mais qualidade. É a lei da oferta e da procura. Em um primeiro momento, garantimos um preço pelo menos 10% menor”. Na quinta-feira, 5 de maio, uma Comissão Geral da CLDF reuniu empresários, parlamentares, representantes do sindicato e cidadãos para discutir a validação da lei dos postos nos supermercados. Ficou definido que o projeto vai para votação no plenário da casa ainda na primeira quinzena de maio. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), José Carlos Fonseca, diz que o sindicato não é contra a instalação das bombas de abastecimentos nos supermercados. Desde que a concorrência seja justa. Ele é taxativo ao afirmar que os grandes supermercados são gerenciados por oligopólios (grupo de empresas que dominam determinados mercados). “Se isso se concretizar, os donos de postos independentes e pequenos empresários serão devorados. Isso já aconteceu em países como a França

e EUA”. O presidente alerta que um hipermercado, que vende mais de 40 mil itens além de combustíveis, não concorre de forma isonômica como outros da mesma categoria. Já o diretor da Rede Gasol de Combustíveis, Antônio José de Sousa, vai além. Para ele, bombas de abastecimento em supermercados põem em risco a população, visto que tais estabelecimentos ficam em áreas residenciais. Ao ser questionado que os postos que já existem no Plano Piloto também ficam próximos aos blocos residenciais, Antônio justifica-se lembrando que estes “já faziam parte do projeto de construção de Brasília”.

O PODER DO POVO No meio a tanta controvérsia, os protestos convocados pelo Movimento Contra a Cartelização dos Combustíveis no DF, Sindicato dos Bancários e até pelo próprio Chico Vigilante estão atingindo uma média de dois por semana. Os organizadores não concorrem entre si. Nesse caso, a união é que está fazendo a diferença e a força. Bruno de Oliveira, 28 anos, tem prazer em repetir a frase “Abasteça 50 centavos e me dê a nota fiscal, por favor?”. O técnico de Informática já participou de duas carreatas de protesto. Os buzinaços estão reunin-

Charles Guerreiro, coordenador do Movimento Contra a Cartelização dos Combustíveis no Distrito Federal

do pelo menos 100 motoristas por vez. Charles Guerreiro é cauteloso em relação à participação de políticos nas manifestações. “Nosso movimento não exige apenas postos nos supermercados. O governo também tem sua parcela de culpa nessa guerra com as altas taxas de impostos e a precariedade do transporte público. O que não queremos mais é ver o cidadão ser desrespeitado”. Para o Sindicombustíves-DF, Brasília não vive nenhum cartel e sim um paralelismo. Ou seja, os postos estão relativamente próximos uns aos outros. Com isso, os empresários se pautam pela movimentação dos postos da região. “Os pequenos empresários cobram os mesmos preços dos grandes porque precisam se manter na margem de lucro necessária para sua manutenção”. Chico Vigilante rebate: “No Piauí os impostos são os mesmos e existe uma variação de R$ 0,10 de preço nas bombas”. Nessa queda de braço, o Movimento Contra a Cartelização dos Combustíveis no DF garante que se não fossem suas ações, os preços estariam ainda mais altos. “Queremos que o movimento desperte nas pessoas uma revolução de atitude. Devemos passar da reclamação para a ação”, proclama Charles Guerreiro. Chico Vigilante, deputado distrital

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Educação

Por: Ana Paula Resende | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Iesb abre

novos cursos

Oportunidade para quem quer ir mais longe nos estudos

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ngenharia Civil, Marketing e Comunicação Digital, Gerência de Projetos, Gestão Pública, Gerontologia e Saúde do Idoso, Marketing Esportivo, Extensão em Marketing de Relacionamento. Estes são os novos cursos que o Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb) vai oferecer no próximo semestre. Com exceção da

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engenharia, que é de graduação, os outros cursos são pós-graduação, com durações diferenciadas. Conforme a direção da faculdade, a grande novidade fica por conta do curso de Marketing e Comunicação Digital, que reúne, em uma visão profunda, moderna e inovadora, os mais atuais e relevantes termos da área

como e-commerce, mobile marketing, mídias sociais, computação em nuvem, consumidor digital, eGov , colaboração em rede, política online e etc. As aulas acontecerão em laboratórios de última geração, construídos exclusivamente para esse novo segmento. Mas esse não é o único curso de tecnologia sofisticada do Iesb. O


O professor Marco Antônio se prepara para o próximo semestre.

instituto abriga atualmente, entre pós-graduação, graduação, ensino à distância e tecnólogos, 20 diferentes cursos superiores. “Todos os nossos cursos são considerados de ponta”, orgulha-se a coordenadora geral da pós-graduação, Amélia Regina Alves. Segundo ela, a faculdade possui estrutura suficiente para abrigar os sete novos cursos. “Não se trata só de infraestrutura e modernidade, se trata de qualidade. Principalmente qualidade no ensino”, ressalta. E a preparação para o próximo semestre já movimenta professores, coordenadores e funcionários do Iesb. “Temos de nos antecipar para melhor atender aos alunos”, comenta o professor Marco Antônio Lucinda. Ele ressalta que o trabalho é tanto que Amélia Regina, coordenadora de pós-graduação do IESB

precisa ser feito com antecedência. “Em nossa mente já estamos no outro semestre”. Além de professor, Marco é quem coordena o curso de Gestão da Qualidade e Gerência de Projetos, que tem a parceria do Project Management Institute – PMI, tido como a instituição que gera o padrão ANSI – um dos cursos de maior referência do Iesb. Tanto investimento pode fazer com que, em um curto prazo, o Iesb venha a se tornar um Centro Universitário. Para isso, a instituição deve cumprir as exigências estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE): quantidade mínima de cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), número mínimo de professores com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado, biblioteca com integração efetiva na vida acadêmica da instituição, além de condições relacionadas a penalidades e obrigações jurídicas. Contudo, segundo a especialista em psicologia social e do trabalho, Amélia Regina, o objetivo maior dos progressos é proporcionar o melhor para a eles. “Queremos que nossos alunos façam a diferença no ambiente em que forem trabalhar. Tudo o que fazemos aqui é para oferecer aos estudantes os requisitos interdisciplinares e multifacetados que o mercado exige hoje em dia”, afirma. O curso de engenharia civil, que visa preparar o profissional com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, faz parte do segundo vestibular de 2011, que acontece no dia 29 de maio. A instituição oferece ainda a opção de vestibular agendado. Em ambos os casos , as inscrições devem ser feitas até o dia 27 de maio, através do portal www.iesb.br. Já para integrar o corpo discente de pós-graduação, o candidato será submetido a uma avaliação curricular, na qual será julgado o valor que o curso agregará àquele profissional, bem como a necessidade e funcionalidade do conteúdo estudado para sua carreira.

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Tecnologia

Por: Michel Aleixo | Fotos: Divulgação

Dual Deep

Aparelho promete revolucionar a medicina estética

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oas notícias para quem busca um tratamento eficaz contra os males da pele como linhas de expressão, rugas, flacidez, cicatrizes de acne, cirúrgicas e até quelóides. Acaba de chegar ao Brasil o Dual Deep, um dos aparelhos mais modernos na área da dermatologia. Através de laser CO2 fracionado, o aparelho renova parte da camada danificada da pele facial, ao mesmo tempo em que realiza o rejuvenescimento profundo da região. “O aparelho oferece maior eficácia em rugas profundas e cicatrizes, com menos sessões”, explica Cristiano Velasco, medico responsável pelo tratamento na Clinica Laser e Plástica Daher. O Dual Deep dispõe de duas tecnologias distintas para maximizar seus resultados. Com o Pulso Super Rápido (PSR) o tempo do laser é tão rápido e de forma tão controlada, que o dano térmico provocado pelo calor é mínimo. Isto faz com que o temido “efeito rebote” não apareça (pigmentação da pele) e o período de recuperação seja de 4 a 5 dias, bem menor que os antigos sistemas (10 dias). A segunda tecnologia é chamada de Sistema Deep, no qual o tratamento utiliza uma ponteira de 120 mc. Isso permite com que o feixe de laser chegue até 2,5 mm de penetração. Única no mercado, jamais um aparelho de laser fracionado conseguiu atuar tão profundamente com tanta segurança. Isso promove uma completa revitalização da derme profunda. Toda a operação é controlada pelo médico através de uma tela touch screen intuitiva. “Enquanto com outros aparelhos é necessário maior número de sessões, com o Dual Deep é possível realizar um tratamento completo com apenas 2 sessões”, garante Cristiano Velasco. Com o intuito de diminuir o desconforto durante o procedimento, o médico costuma utilizar um aparelho chamado Siberian, que promove um jato de ar em baixíssima temperatura (-15º C), causando um resfriamento da pele durante a aplicação.

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PLANO BRASÍLIA 22 DE MARÇO DE 2011

INDICAÇÕES O Dual Deep é indicado para o rejuvenescimento de homens e mulheres que apresentam linhas de expressão, rugas, flacidez, cicatrizes de acne, cirúrgicas e quelóides, incluindo aqueles que já se submeteram a outros tratamentos e tiveram resultados pouco satisfatórios. “Quem já se submeteu a métodos como a luz pulsada, infravermelho ou até radiofrequência vão gostar dos resultados do Dual Deep”, assegura Fernando Emiliozzi, diretor da Skintec, importadora do aparelho no Brasil. Outra indicação é para aqueles pacientes que já foram submetidos a cirurgia plástica, com a finalidade de melhorar a textura da pele, rugas residuais e formação de colágeno, retardando o envelhecimento e aumentando o tempo de resultado da plástica. A empresária Valdilene Claudia Silverio, 39 anos, estava com a pele mal tratada e com autoestima baixa diante de um diagnóstico de vitiligo (doença não-contagiosa em que ocorre a perda da pigmentação natural da pele). Já em sua primeira sessão com o Dual Deep, teve uma excelente resposta com relação ao clareamento da pele, melhora das rugas ao redor da boca e olhos. “Fiquei apaixonada com os resultados”, comemora a empresária. Recém autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para ser utilizado nas clínicas brasileiras, o Dual Deep chega nas primeiras semanas de maio na Clinica Laser e Plástica Daher, no Lago Sul. Serviço Laser e Plástica Daher SHIS – QI 7 – Conj. F Hospital Daher Lago Sul (61) 3213.4849 / 3213.4922



Cotidiano

Por: Tássia Navarro | Fotos: Gustavo Lima

O que dizem

as flores? Elas podem significar e representar muitas coisas

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rasília é o segundo lugar onde mais se consome flores no país. Só perde para São Paulo. Na hora da escolha, optar pela cor e espécie é essencial. Mas o que elas significam? Em torno das flores foram criadas diversas lendas, mitos, significados e representatividade. Muitas vezes, elas traduzem sentimentos e qualidades, mas muitas pessoas compram apenas pela beleza. Hábito comum há décadas, presentear com flores e arranjos florais agrada homens e, principalmente, mulheres. A perfeição, o formato, a cor e o perfume que exalam são bastante levados em consideração. Além disso, o que elas significam está, cada vez mais, importando para o comprador. Existem muito mais significados para as flores do que podemos imaginar. Presentear com rosa vermelha, como muitos já sabem, é sinal de paixão. A tulipa, independente da cor, representa a sensibilidade e a elegância de uma pessoa. Orquídea significa requinte e pureza espiritual. Independente da espécie, as flores fazem parte das principais celebrações da vida e lembrança de bons momentos. Elas têm o poder de transformar um dia comum em especial. Um ambiente simples em aconchegante e um momento

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Significado das flores Acácia amarela Acácia Branca ou Rosada Amor Perfeito Azaléia Branca Camélia Branca Camélia Rosada Camélia Vermelha Cravo Amarelo Cravo Branco Cravo Rosado Cravo Vermelho Crisântemo Amarelo Crisântemo Branco Crisântemo Vermelho Dália Amarela Dália Rosada Dália Vermelha Girassol Hortência Jasmim Lírio Magnólia Margarida Miosótis Narciso Papoula Rosa Amarela Rosa Branca Rosa rosa Rosa Laranja Rosa Champagne Sempre-viva Tulipa Violeta

Amor secreto Constância, elegância Meditação, recordações, reflexão Romance Beleza perfeita Grandeza da alma Reconhecimento Desdém Amor ardente, ingenuidade, talento Preferência Amor vivo Amor frágil Verdade “eu amo” União recíproca Delicadeza Olhos abrasadores Dignidade, glória, paixão Frieza, indiferença Amor, beleza delicada, graça Casamento, doçura, majestade Amor à natureza, simpatia Virgindade Amor sincero, fidelidade Egoísmo, vaidade Fertilidade, ressurreição, sonho Felicidade, amizade Pureza e paz Carinho Encanto Admiração Eternidade, imortalidade Elegância, sensibilidade Lealdade, modéstia


Horários Campânula Chicória Flor do Linho Malmequer Morrião Malva Onze Horas Erva Leiteira Boas noites Gerânio

Abre entre 2h30 e 3h30 Abre entre 3h30 e 4h30 Abre entre 4h30 e 5h30 Abre entre 5h30 e 6h30 Abre entre 6h30 e 7h30 Abre entre 8h30 e 9h30 e fecha entre 12h30 e 13h30 Abre entre 11h30 e 12h30 Fecha entre 13h30 e 14h30 Fecha entre 17h30 e 18h30 Espalha mais perfume a partir das 19h30

qualquer em inesquecível. Segundo a empresária Marlene Marques, o ato de dar ou receber flores não deixou de ser especial mesmo nos dias de hoje. “Atualmente os homens tem vergonha de dar flores ou até acham antiquado. Mas a verdade é que toda mulher adora receber flores”, ressalva. Para a funcionária pública Gisele Freitas, 29 anos, a maioria das pessoas não sabe o que significa a flor que está comprando. “Muitas vezes, até mesmo os vendedores de floriculturas não sabem”, conclui. Gisele é neta de florista e desde pequena está em contato com os vários tipos de flores. “Aprendi muito sobre o significado delas com minha avó”, conta.

Conforme ela, a mensagem passada por meio das flores vai muito além do gesto de carinho. “Se a pessoa conhece o significado delas não precisa nem falar o que quer expressar com aquele presente”, enfatiza. Além do tipo, a cor da flor também diz muito. A tradicional rosa, por exemplo, foi a primeira espécie a aparecer nos jardins asiáticos há 5 mil anos. Como todos sabem, a rosa vermelha representa paixão, a rosada romantismo e a branca, paz. Mas as outras cores também tem significado. “No caso da rosa, a amarela, por exemplo, significa felicidade e amizade, a laranja, encanto e a champagne simboliza admiração”, esclarece Gisele. A mistura das cores em um buquê pode simbolizar os mais variados sentimentos. As flores vermelhas, juntamente com as brancas, por exemplo, representam união e harmonia. “Os

tons claros transmitem amizade e solidariedade. Os mais fortes estão relacionados ao amor e à felicidade”, explica Gisele. Fora a espécie e a cor, saber qual o melhor tipo de flor para presentear jovens ou senhoras também é importante. Geralmente, as rosas brancas, amarelas ou rosadas agradam mais as moças. Já as laranjas e champagne são ideais para senhoras. E, fugindo aos sentimentos, as flores são utilizadas ainda no tratamento de doenças, tanto físicas como emocionais. O chá da rosa é recomendado para os distúrbios menstruais e o combate a dores de cabeça. O chá de violeta é ideal para tosses e dores de garganta. Além de servirem para alegrar o ambiente e encantar a visão e o olfato, as flores também podem indicar as horas. Elas se abrem, se fecham ou exalam um perfume mais intenso em certas horas do dia ou da noite.

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Planos e Negócios

alex dias

D’pil A D’pil é uma empresa especializada em fotodepilação, fototerapia e fotorejuvenescimento. A fotodepilação consiste na eliminação do pelo através da luz. O calor é absorvido pela melanina presente no pelo, provocando um superaquecimento do folículo piloso e das células germinativas que ficam ao seu redor, destruindo o folículo e os vasos que nutrem. A fototerapia de manchas e acnes com sua tecnologia diferenciada, a D´pil oferece também tratamentos de rejuvenescimento e de manchas e acnes, que atenuam rugas e linhas de expressão, tratam lesões de pigmentação, unificam, iluminam e melhoram a aparência da pele deixando-a mais jovem e saudável. As unidades D’pil oferecem o tratamento de rejuvenescimento através da tecnologia da Luz Intensa Pulsada. O calor da luz estimula a liberação de colágeno, deixando a pele com aspecto mais jovem e saudável. Este tratamento atenua as rugas e linhas de expressão e dá luminosidade a pele. Fique ainda mais jovem com a D’pil.

Serviço D’pil SCLN 203 Bloco D Loja 15 (61) 3034.6031

Lançamento do Jet SkiSea X Brasília Observando que Brasília possui a terceira frota de barcos do Brasil, foi lançado no dia 09 de abril o Jet SkiSea Xna marina Nauss, representante da marca em Brasília, localizada no Lakeside Hotel. No evento foi oferecido o test drive para apresentação do produto onde a pesquisa de satisfação mostrou a absoluta certeza de que esses jets ainda vão dar o que lafar em Brasília. Com duas opções de modelo, com motores potentes e porte robusto, ambos para transportar até 03 pessoas, essas motos náuticas fabricadas na China, ainda oferecem 01 ano de garantia. Com tecnologia avançada, design inovador e segurança, os brasilienses agora terão a oportunidade de desfrutar mais o lazer e aproveitar os 42Km2 de extensão do Lago Paranoá. Sea X Brasília chegou para agitar as marolas de Brasília.

Serviço Maria de Fátima Cake Designer & Café Designer SHCGN Qd. 716, Bl. “C” Lj. 30 – Asa Norte (61) 3368.9321 / 3034.6777 www.mariadefatimabolos.com.br

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Um Show de Quarto Na hora de pensar os detalhes para o quarto do bebê e das crianças, as mães de Brasília contam com uma ajuda importante. Em comemoração ao primeiro aniversário, a “Uma Casa” oferece consultoria personalizada para a montagem do quarto com sofisticação e nas tendências fashions. “Cores, iluminação, tamanho dos móveis, todos os detalhes precisam ser analisados com cuidado na hora de compor o quarto dos bebês”, explica Luciana Nóbrega, sócia-proprietária da Uma Casa. Com estilo, sofisticação e tendências fashions, os tradicionais protetores de berço, almofadas, colchas, persianas, cortinas, papéis de parede, tapetes e trocadores ganham toques especiais. A cor azul para meninos e rosa para meninas e as tradicionais estampas infantis ganham composições que dão lugar ao xadrez, às cores listradas, o colorido das formas geométricas e tons variados como branco, verde, azul e bege. Tudo focado no bem-estar e saúde das crianças. “O primor da confecção, associado à escolha inusitada de tecidos e cores, mostra bom gosto e versatilidade dos serviços e produtos oferecidos”, ressalta a proprietária Tatiana Guerra. A Uma Casa oferece atendimento personalizado.

Serviço Uma Casa SHIS QI 13, Bl. “F”, loja 5 - Lago Sul. (61) 3364.3682


Brechó Vintage A Badulake traz mais uma novidade para você. O Brechó Vintage, onde você poderá comprar, vender e se divertir com peças diferenciadas e originais. A moda vintage é uma moda retrô, uma recuperação de estilos dos anos 1920, 1930, 1940, 1950 e 1960. Alguns estilistas atribuem ao retorno das modas setentistas, oitentistas e noventistas certo teor “vintage”, mas, por serem relativamente recentes, o termo não é devidamente atribuído a estas décadas. O resgate da moda “pin-up” é um excelente exemplo de “moda vintage”. Roupas com tecidos propositalmente “desgastados” também são chamados vintage, justamente por ter uma aparência de usado, antigo, de outra época. Mas também sendo usada em outras épocas, a Moda vintage é um estilo único. Vintage não é tendência, por isso, nunca “sai da moda”.

Serviço Brechó Vintage - by Badulake SCLN 115, Bl. C, Lj. 19 - Asa Norte (61) 3041.7416

Sabores italianos em Brasília Desde 12 de abril, a cidade tem um restaurante italiano novo. É o Avenida Paulista Pasta Pizza i Vino, franquia curitibana que chega à capital federal pelas mãos dos sócios Roberto Magnani, arquiteto especializado em projetos e implantação de empreendimentos gastronômicos, e Silvio Perissinotti administrador de empresas. A dupla escolheu Brasília para sediar a primeira filial fora de Curitiba por identificar no público da cidade a mesma percepção de qualidade presente em São Paulo. “Essa também foi a mola propulsora para a escolha de Curitiba como sede da nossa primeira casa”, explica Roberto, que, ao lado do sócio investiu cerca de R$ 4 milhões no empreendimento. A experiência gastronômica no Avenida Paulista Pasta Pizza i Vino é uma verdadeira viagem por várias regiões da Itália, com mais ênfase nos sabores do norte e do centro daquele país. A casa funciona para almoço e jantar. Durante o dia, é servido um menu completo (R$ 40,00, de segunda a sexta; R$ 46,00, sábado, domingo e feriado), disponibilizando em mesas de antepastos e saladas exclusivas, estação de pastas artesanais e pizzas individuais. À noite, as mesas continuam montadas (R$ 40,00) e os 38 sabores de pizzas e as sobremesas passam a ser servidas a la carte. Criado por Denise e Juliana Zuba, o projeto arquitetônico da casa mescla toques de rusticidade e sofisticação usando elementos como tijolos aparentes, ladrilhos hidráulicos, vidro na forma rústica de arandelas e enormes panos transparentes. O aço corten muito presente, figura na sua forma aparente em diversos elementos da adega e ornamentando bares. A casa tem três pavimentos, sendo o terceiro um terraço de onde se tem uma privilegiada vista da ponte JK.

Serviço Avenida Paulista Pasta Pizza e Vini SCES, Trecho 2, Lote 41 (61) 3255.6000

Farmacotécnica A Farmacotécnica – Instituto de Manipulações Farmacêuticas, empresa genuinamente brasiliense, oferece assistência farmacêutica há 35 anos, com o objetivo de dar opções ao médico de prescrever o medicamento sob medida e na dose certa para cada paciente. Para isso, trabalha com farmacêuticos especializados em manipulação, credenciados pela Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag). A sua missão é manipular medicamentos com precisão, produzir e comercializar produtos diferenciados no mercado. Atualmente, a Farmacotécnica conta com oito farmácias equipadas com laboratórios de última geração. Sua estrutura compreende laboratórios de sólidos, semi-sólidos e de líquidos, laboratórios de controle de qualidade e uma chácara de cultivo de ervas medicinais.

Serviço Farmacotécnica (61) 3245.7667

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Automóvel

Da Redação || Fotos: Fotos:Divulgação Divulgação

Superior

em tudo Hyundai lança ix35 no Brasil

O

IX35 é o veículo mais natural e intuitivo que existe. Com transmissão de seis velocidades automática, suave e silenciosa, não se percebe os movimentos. Motor 2.0 potente, leve e altamente eficiente. Ignição com botão Engine Start / Stop é mais do que um toque de estilo. Um verdadeiro sonho que se tornou realidade e com direito a tudo.

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Câmera de ré com monitor LCD no retrovisor interno para manobras; partida sem chave sistema de ignição com botão Start/Stop; ar-condicionado; sistema de som com disqueteira no painel com mp3; controle para ipod, entrada auxiliar e entrada usb. Ambiente ergonômico; teto solar panorâmico com abertura total sobre as duas fileiras de bancos. Digital Bi-zone com sensor de umidade; deslizamento no encosto da cabeça; controle de estabilidade eletrônico; amortecedores que corrigem irregularidades no piso; controle Hill-Start que facilita a saída do carro em subidas. Eficiência no motor 2.0 VVT-i 168 CV THETA II mais suave, silencioso, potente e econômico. Piloto automático; controles no volante; direção elétrica MDPS; câmbio automático de 6 marchas com trocas imperceptíveis; bancos de couro legítimo com ajuste elétrico multidirecional; 10 air bags frontais, laterais e de cortina. Não se sabe ao certo qual é a sensação que os SUVs como são mais conhecidos os veículos utilitários esportivos – causa. Para alguns inveja. Para muitos admiração, pois não há como ignorar a imponência, a aparência distinta e o tamanho destes automóveis. E mais, os SUVs são carros para toda família. Também conhecidos como off-roads SUVs podem ser encontrados nas modalidades cinco e sete lugares. A altura elevada e os espaços interiores maiores também são atrativos, uma vez que oferecem maior segurança para o motorista e ainda tornam os carros eficientes no transporte de reboques. E para quem já se decidiu por adquirir um SUV, ou por adquirir um modelo mais novo, a dica é que a cor do momento não é mais o preto ou o prata, predominantes por aí. Cada vez mais as SUVs na cor branca vem sido solicitadas. Brasília vem se destacando no setor e as SUVs têm despertado o sentido de aventura de quem possui bom gosto e que está seguindo uma tendência. Nem mesmo a elevação de custos associados (impostos, seguro e combustível), tem sido barreira para os consumidores dos utilitários esportivos. Ainda assim, muitos desses carros já estão saindo de fábrica na versão Flex, que permite a utilização do biodiesel e do etanol. Montadoras estão investindo no aumento da segurança, com instalação de bolsas de ar e proteção, freios anti-bloqueio, controle de tração, entre outros.

Serviço Toksan BR 040 Km 8.5 - Valparaíso - GO (61) 3669 1213 www.toksan.com.br

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Vida Moderna

Por: Tássia Navarro | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Pilhando a acessibilidade Site de vendas coletivas oferece acessibilidade para surdos

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m meio à febre dos sites de vendas coletivas surge com um diferencial o Oito Pilha. Criado recentemente, o site oferece o mesmo que todos os outros, mas com o intuito de atender também ao público de surdos. Idealizado pelos empresários Renata Fonseca, 29 anos, Luana Leal, 26 e Fernando Fonseca, 28, o site é o primeiro do Brasil a proporcionar acessibilidade a pessoas surdas. Outro diferencial do endereço é que as empresas anunciantes podem solicitar serviço de consultoria para atender a este público. A empresa tem a opção de pagar para que uma consultora vá ensinar aos funcionários o suficiente para que possam atender os surdos com maior facilidade. “São coisas básicas como bom dia, boa tarde e boa noite”, explica Renata. “Oito pilha, um real”. Esta foi a frase que motivou a criação do serviço. Sem nenhuma relação com o tratamento proporcionado aos surdos, o nome surgiu da expressão que há alguns anos era muito utilizada por camelôs que vendiam pilhas nas ruas ou em bancas de feiras. “O nome não tem relação com a adaptação que fazemos para os surdos, pois o intuito não é usar a acessibilidade para faturar. É ajudar pes-

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soas que tem o direito dessa acessibilidade”, ressalta Luana, uma das sócias. A ideia de adaptar o site para surdos partiu de Luana. Ela sempre teve envolvimento com esse público e está concluindo sua pós-graduação em Língua Brasileira de Sinais (Libras), linguagem utilizada por surdos. E ela e uma outra professora da linguagem de sinais que fazem os vídeos que vão ao ar com todas as ofertas. “É um público que está presente na comunidade. Por que não ajudá-los?”, indaga Renata. Em 2000, conforme Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de surdos no Brasil era de 166.400, sendo 80 mil mulheres e 86.400 homens. Para Paulo Roberto Barbosa de Andrade, 24 anos, surdo, formado em Sistemas de Informação e funcionário da administração da Polícia Militar do Distrito Federal, falta informação voltada para esse público. “Acredito que alguns surdos não entendem como podem acessar o site para comprar por não terem acessibilidade. Não saberem o que é compra coletiva”, opina.


Segundo ele, o primeiro contato que teve com sites de compras foi em janeiro deste ano. “Eu fui comprar um produto em um famoso site de compras coletivas pela primeira vez, sem acessibilidade. Consegui entender como funciona a compra porque tenho facilidade para acessar qualquer site por causa do meu conhecimento na área de tecnologia”, relata. Para Paulo Roberto, a criação do site “Oito Pilha” é um grande passo. A tecnologia deve desenvolver informações fortes para que os surdos possam entender como funciona todo o processo das compras coletivas pela internet e os endereços devem disponibilizar acessibilidade. “Acessei o site e ele mostra os vídeos em Libras explicando as ofertas para os surdos. Não comprei nada, mas se aparecer algo interessante, vou comprar”, confessa.

ACESSIBILIDADE A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a linguagem utilizada entre os surdos. Possui estruturas sintáticas, semânticas e morfológicas, entre outros elementos da linguística específica, e deve ser respeitada como qualquer outra língua. A Lei nº 10.436/2002, dispõe sobre a Libras, reconhecendo-a como meio legal de comunicação e expressão dos surdos do Brasil. Para que a inclusão real desse público tenha um início considerável, mesmo que aos poucos, é necessário que os meios de comunicação facilitem o acesso à informação. “É utópico acreditar que apenas atitudes como essas resolverão as questões da inclusão social. Essa é uma iniciativa que tenta despertar a atenção da sociedade para um público possuidor de uma cultura extremamente rica, como é a cultura surda, mas muito esquecida pela maioria das pessoas que se diz normal”, afirma Luana. Ela explica que muitos surdos conseguem ler os anúncios do site, pois conhecem a Língua Portuguesa, mas para ele é melhor conversar na língua em que domina. “Além disso, a

estruturação da Libras e a composição de frases e textos escritos pelo surdo segue uma lógica diferenciada. Se essa estrutura não for respeitada, algumas interpretações equivocadas podem surgir”, enfatiza Luana.

O SITE O Oito Pilha possui parceria com empresas de diversos ramos do mercado (alimentação, estética, saúde, automóveis etc) permitindo, assim, que as pessoas usufruam de serviços e produtos com descontos. “O mais importante desse negócio é garantir a satisfação tanto do cliente quanto da empresa. Não adianta apenas vender cupons promocionais ou aumentar o número de clientes para a empresa, é preciso que essa ligação seja vantajosa para todos os envolvidos no processo”, completa Renata. Para atender as necessidades das empresas é possível que elas façam anúncios com promoções para a utilização dos cupons em dias específicos. Dessa forma, é possível atender melhor os clientes, sem fazê-los esperar muitos dias para usar o cupom. “O nosso diferencial é atender às necessidades também das empresas anunciantes, que precisam aumentar as vendas em determinados dias ou departamentos, sem restringi-los a regras impostas pelo site. Queremos que a empresa se sinta à vontade”, esclarece o empresário Fernando Fonseca. Expressões como “tô pilhado”, “energia” e “pilha” são utilizadas no site para unir o tema do site com as pessoas que o utilizam. De uma maneira bem simples, o usuário se cadastra e recebe informações sobre promoções diárias. Para aproveitar uma promoção, basta um clique em “comprar” e automaticamente a pessoa é transportada para um site seguro de pagamento.

Serviço www.oitopilha.com.br (61) 4063.7150

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Esporte

Por: Ana Paula Resende | Fotos: Victor Hugo Bonfim

UniCEUB na

LNB

Time de basquete masculino luta pelo bicampeonato

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equipe do Centro Universitário de Brasília está disputando as semifinais da Liga Nacional de Basquete (LNB). Desde a semana passada, o time de Brasília joga contra o Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, nos playoffs (desempate). O Pinheiros tem vantagem sobre o UniCEUB, joga três vezes em casa. Até agora, o UniCEUB, que antes era chamado Universo, está na frente do Pinheiros por dois jogos a um. Os outros dois times que se enfrentam nesta etapa são o Franca Basquetebol Cube, também de São Paulo e o Flamengo, do Rio de Janeiro. O time de Franca venceu três jogos seguidos e já está classificado para as finais. Como as quatro equipes chegaram às semifinais com a mesma pontuação - 48 pontos, com 20 vitórias e oito

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derrotas - a etapa vai ser decidida através de uma melhor de cinco. Aquele que vencer três partidas se classifica para as finais. O UniCEUB BRB é o atual campeão da LNB. Nos últimos anos, a equipe venceu ainda o Campeonato Brasileiro de 2007, foi vice-campeão brasileiro em 2008 e 2009, vencedor da Liga das Américas em 2009 e do NBB 2010 (Novo Basquete Brasil), além do campeonato Sul-americano de 2011. Com tantos títulos, o treinador da equipe, José Calos Vidal, 48 anos, está confiante. “Chegar às semifinais com o time que temos era quase uma obrigação. Agora precisamos acertar alguns detalhes táticos para chegarmos às finais, como esperamos”, afirma. No comando do time há um ano, Zé Vidal, como é conhecido, sabe que esta

é uma série difícil. “As equipes se reforçaram de 2010 para cá, então houve um equilíbrio maior neste ano”, comprova. Com o objetivo de levar mais este campeonato, o time do UniCEUB segue treinando duas vezes ao dia. Para Zé Vidal, a equipe precisa investir na defesa para enfrentar o Pinheiros. “O time joga muito no contra-ataque. Precisamos apertar a marcação nos dois cestinhas deles, o Marquinhos e o Shamell”, conta. Mas o cestinha no último confronto foi um atleta do UniCEUB. Com 29 cestas e dez rebotes, Guilherme Giovannoni, de 30 anos, lidera o rancking desta rodada. “Estou no UniCEUB BRB há um ano. Espero poder contribuir com o time nesta semifinal para vencermos a LNB, como em 2010”, ressalta. Em sua melhor fase, o jogador já venceu três mundiais


pela seleção brasileira. O técnico Vidal aposta em Guilherme como destaque do time, juntamente com outros dois jogadores, também convocados pela seleção: “temos um forte tripé: Nezinho, Alex e Guilherme. São nossos jogadores mais fortes no momento”. Apesar de o time ser de Brasília, os únicos dois jogadores do Uniceub BRB nascidos na cidade são Arthur Belchor, 28 anos, e Frederico Rossi, 31. “É gratificante jogar e ser campeão pelo UniCEUB. Em um time que só tem gente de fora, incluindo atletas de seleção Mascote do UniCEUB BRB anima a torcida. brasileira, é bom representar minha cidade”, enfatiza. Emser fácil, vamos precisar de uma bora confiantes e esperançosos, defesa forte, contrataque rápido todos sabem do desafio que irão e ataque armado organizado”, enfrentar nas semifinais. “Não vai diz Arthur. Já Rossi, parece não

se assustar com a dificuldade da próxima partida. “Sei que será um confronto duro, mas apesar de forte, o Pinheiros tem o mesmo nível do Unitri”, compara o jogador brasiliense. Nas quartas de final, o UniCEUB venceu o Unitri Universo por 3X2. Outro fator importante para o bom desempenho do UniCEUB é a presença da torcida. Para as semifinais, o clube instalou arquibancadas extras no ginásio da CEB, onde também acontecem os treinos. “A torcida tem sido muito assídua. Dá um gás a mais para o time”, reconhece o treinador. “O ginásio lota em todos os jogos do UniCEUB. Inclusive aconselho os torcedores a chegarem mais cedo para os jogos”, completa.

Zé Vidal instrui a equipe do UniCEUB BRB Brasília.

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Personagem

Por: Virginia Ciarlini | Fotos: Victor Hugo Bonfim

A arte milenar do mosaico

nas mãos de Rosana F

ragmentos de muitas histórias estão expostos do piso ao teto da loja de azulejos de Rosana Cardoso. Alguns fora de linha, outros exclusivos, muitos em quantidade mínima, mas com certeza, uma infinidade de peças e cores dá o tom do que essa brasiliense manifesta na arte de criar mosaicos. A arte decorativa de fazer mosaicos é milenar e o apogeu dessa prática está expressa em pisos e paredes da época greco-romana. A criação de um mosaico nasce de pequenas peças de vidro, mármore, cerâmica, conchas e o que mais puder

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ser usado para formar desenhos e preencher espaços. Sejam eles caminhos por onde passamos, paredes que admiramos, mesas que nos reunimos ou quadros que contemplamos. A origem da palavra é grega, vem de mouseîn, o mesmo que originou a palavra música e muitos significados a definem. Começando por musa, também pode ser traduzido como próprio das musas ou mesmo paciência delas. O fato é que o termo está muito bem aplicado no resultado de uma peça feita de mosaico: beleza, harmonia e paciência. E é assim, com incrível capacidade de concen-


tração e habilidades que harmonizam pequenos pedaços de cores quentes, que Rosana está no ramo há 25 anos. Ela ressalta que foi precursora em mosaicos na cidade e desde que começou, manda fazer azulejos em fábricas de São Paulo. “Gosto de trabalhar com cores fortes e quentes e os azulejos normalmente tem predomínio de tons pastéis e a vida do mosaico é a cor”, diz. É preciso expressar vida, energia, alegria e vibração em um desenho. “As cores atraem as pessoas”, enfatiza a artista. E mesmo com a demanda de tanta intensidade na criação de uma peça, ela ressalta que tem que estar tranqüila e em paz de espírito. “É quase uma terapia quando se pratica a arte do mosaico”, confessa. Durante o processo de criação ela sempre desenha o que está pretendido. No entanto, nem sempre segue esse desenho. Ela justifica que há um processo de adaptação de cores para que a peça se torne bonita e harmoniosa e isso flui na hora. “As peças vão se encontrando e se reunindo como se fosse um casamento”, afirma. A clientela é variada, mas sem dúvida ousada, destaca Rosana. Ela diz que as pessoas estão, cada vez mais, buscando o mosaico para as mais diversas peças. São vasos, bancos, caixinhas de madeira, porta retratos, moldura de

espelhos e assinatura visual de lojas. “As pessoas têm me procurado para fazer mosaico em peças antigas, parede de cozinha de fazenda, piso de churrasqueiras e por aí vai”. Ela destaca que tem cliente que chega com o desenho pronto e com as cores definidas e há outros que a deixam a vontade. Em ambos os casos, é importante conhecer os espaços que retratam as personalidades das pessoas para provocar uma interação imprescindível na criação de uma peça. É preciso muita conversa para se definir o que será criado. Os desenhos podem ser geométricos, de bichos, de flores e o que mais existir de formas na natureza. Quando o desenho é grande e será fixo, os cuidados são ainda maiores, pois o processo de criação, na casa da pessoa, gera ansiedade e muitas vezes se decide por mudar o local da peça. “Em uma ocasião fiz um carro de boi de um metro de altura por dois de largura, para o chão de uma casa de fazenda e durante o processo o cliente quis que fosse para a parede”, lembra. O processo para se fazer uma peça é simples e as ferramentas também. Para o mosaico em pisos, primeiro se amplia o desenho para o tamanho final e sobreposto ao desenho vem um plástico. Na sequência vem a talagarça, que é um tipo de tecido de fios bem espaçados

em que as pequenas e moldadas peças de azulejos são coladas com uma boa cola branca. Dessa forma, é possível transportar o mosaico já pronto para uma prancha de madeira e por fim, instalar na parede. Para o mosaico no chão, a talagarça vem em cima do piso e as peças são fixadas com argamassa. E em peças pequenas, a arte vai fluindo sem maiores preparações, mas os cuidados com as bordas e os acabamentos são redobrados. Para Rosana, quem lida com arte tem que gostar muito do que faz, pois mexe com o emocional e o psicológico. Foi assim que ela começou. E o que era apenas um hobby, um lazer, passou a ser mais uma fonte de renda. A loja dessa artista parece uma colcha de retalhos. As paredes são recobertas com peças inteiras ou fragmentadas. Também há grande variedade de ladrilhos hidráulicos em que ela produz inúmeros painéis em patchwork. “Amo cores! E dessa paixão crio um mundo em cada trabalho finalizado”, conclui.

Serviço Arte Decora Azulejos e Pisos Antigos W3 sul – Quadra 514 – bloco C – Loja 33 (61) 3343-1313/ 3343-0101/ 9294-6769

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Saúde

Por: Tássia Navarro | Fotos: Divulgação | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Conjuntivite

incomoda

brasilienses

Estiagem e queda da temperatura são as principais causas da doença

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m decorrência do aumento do número de pacientes com diagnóstico de conjuntivite na capital federal, a Secretaria de Saúde confirmou a epidemia do tipo viral. A doença que, muitas vezes, não preocupa quem a contrai pode deixar sequelas. A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva ocular, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Conforme a oftalmologista Juliana Lasneaux, sub especializada em plástica ocular (cirurgia de pálpebras), há seis anos na área, existem dois tipos de conjuntivite: a bacteriana e a viral. As duas são transmissíveis. “Conjuntivite pega e não é pelo ar. É pelo contato com secreções ou lágrimas da pessoa contaminada. Em geral, quando causada por bactéria há produção abundante de secreção

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amarelada. Já na conjuntivite viral, também há secreção, mas predomina o lacrimejamento e o inchaço dos olhos”, explica. A falta de chuva e a queda de

A oftalmologista Juliana Lasneaux

temperatura aumentam a incidência da doença. De acordo com a oftalmologista, no caso da conjuntivite viral, a demora do diagnóstico ou tratamento indevido pode ocasionar sequelas como cicatrizes na conjuntiva que se chama simbléfaro ou cicatrizes infiltradas na córnea. “Isso pode acarretar a diminuição da acuidade visual que pode ser passageira ou, em casos mais graves, permanente”, alerta. O diagnóstico da doença é clínico, com exame feito por médico especialista. Os principais sintomas são coceira, olhos vermelhos, ardência, lacrimejamento, secreção e sensação de corpo estranho nos olhos. A prevenção é feita com simples atos, como lavar as mãos frequentemente com água e sabão, não compartilhar toalhas, lenços, fronhas de travesseiro e evitar coçar os olhos. Os bejos e abraços tambem não são


recomendados nessa época . Em casos de pessoas que contraíram a doença, o uso de lentes de contato não é indicado durante o tratamento prescrito pelo médico. A estudante Ana Cláudia Vieira, 17 anos, contraiu recentemente conjuntivite. Ela conta que em sua turma, além dela, suas duas melhores amigas tiveram a doença na mesma época. “Primeiro uma pego. Ficou por cinco dias de atestado. Eu fui visitá-la e acabei pegando também. Depois outra amiga minha que nem nos viu também ficou com conjuntivite”, conta. A propagação da doença se dá pelo contato físico do olho com as mãos, com objetos e pelo uso de

toalhas contaminadas. “Nunca ocorre pelo ar”, enfatiza a especialista. Segundo ela, o problema deve ser tratado com colírios apropriados para cada caso e nada de automedicação. Tratamentos caseiros com chás, limão, leite materno e tantos outros relatados por pacientes não são recomendáveis. Em geral, a conjuntivite atinge os dois olhos, pode durar de sete a 15 dias, chegando até um mês nos casos mais graves. Apesar de existir ocorrências, a doença não costuma deixar sequelas. “Ao apresentar qualquer sintoma da doença, o paciente deve procurar ajuda médica o quanto antes. Quanto mais rápido o início do tratamento, menor o risco

de complicações”, ressalta Juliana Lasneaux. O tratamento visa minimizar os sintomas, uma vez que a doença tem cura espontânea. Mas a visita ao oftalmologista é fundamental. Uma reação relativamente comum à conjuntivite viral é uma infiltração na córnea, na qual o paciente apresenta visão embaçada. “Por isso, os casos devem ser acompanhados de perto pelo médico, que pode indicar o uso de colírio adequado”, conta. Conforme a especialista, o alerta é de que, durante o período de surto da doença, para prevenção é fundamental separar objetos de uso pessoal como toalhas e utilizar lenços descartáveis.

Serviço Hospital Pacini Oftalmologia SEPS, Qd 715/915, Lotes A e B – Asa Sul (61) 3214.4747 www.hospitalpacini.com.br

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Moda Por: Camila Penha | Fotos: Estúdio Dephot

Atenta às É

Novidades

um grande mito achar que estilo e conforto não podem andar juntos. A übermodel, Gisele Bündchen assina sua primeira coleção completa para a C&A, seguindo o seu próprio estilo de vestir. O que aliou as mais novas tendências da moda com um estilo despojado, trazendo bastante conforto. Várias lojas também trazem ótimas peças que se encaixam neste conceito. Abuse de macacões e vestidos que tenham tecidos agradáveis e de acessórios que também sigam a linha do “conforto sem perder o charme”. Assim, você estará pronta para qualquer ocasião, com o melhor dos complementos: o sentimento de estar bem.

Look Gisele Bündchen para C&A

Perfume Miss Dior Chérie para Lord Vestido Gisele Bündchen para C&A

Chapéu Basic Collection

Macacão Enjoy e Pulseira Gisele Bündchen para C&A

Bolsa Mr. Cat

Sandália Mr. Cat Tênis Mr. Cat

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Vestido e cinto Gisele Bündchen para C&A

Sapato Mr. Cat

Vestido e cinto Maria Moça Bota Mr. Cat

Blusa Gisele Bündchen para C&A

Perfume Lady Million Paco Rabanne para Lord

Bolsa Gisele Bündchen para C&A

Saia Gisele Bündchen para C&A

Bota Mr. Cat

Serviço Basic Collection SCLS 114 Bl. C Lj. 17 (61) 3345.4366 C&A www.cea.com.br

Look Folic

Folic Brasília Shopping (61) 3202.9333

Maria Moça Terraço Shopping (61) 3344.9504

Lord Perfumaria Boulevard Shopping (61) 3556.6641

Mr. Cat Shopping Pátio Brasil (61) 3041.8888

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Comportamento

Por: Ana Paula Resende | Fotos: Divulgação

A cruel

seca de

Brasília

Convém redobrar cuidados com a pele e os olhos

A

cada ano, nessa época, a sensação que o brasiliense tem é de que o período da seca chegou mais cedo na região. Mas, segundo informações do instituto de meteorologia Climatempo, apesar do incômodo que o clima já causa, a seca ainda não chegou de fato. Brasília está apenas iniciando um período menos úmido, mas ainda não é o mais seco do ano. Conforme a meteorologista Josélia Pegorim, tecnicamente define-se a seca como um período prolongado sem chuva. A época da seca propriamente dita deve vir com a primavera. É comum que até o começo dessa estação, em setembro, a umidade do ar na região do Distrito Federal fique abaixo do recomendado para a saúde. “Acima de 50% é confortável para as pessoas, mas em Brasília são comuns tardes com umidade do ar a 30%”, informa. “Os níveis na cidade podem chegar até menos do que 15%, 12%, valores críticos que já colocaram a cidade em estado de emergência”, acrescenta a meteorologista. O ar seco é característica do clima da região Centro-Oeste no

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outono e no inverno. “Seja de frio, de calor, baixa umidade, qualquer situação extrema causa efeito nocivo à saúde humana”, adverte Josélia. Ela explica que os níveis de umidade do ar interferem negativamente em toda a saúde respiratória. “O ar fica muito empoeirado, as partículas entram nas vias respiratórias e Dr. Tokarsk aconselha a não exposição ao sol forte

causam irritações, ferem vasos sanguíneos e quem tem asma ou doenças alérgicas em geral, como rinite, sofre mais, pois elas são agravadas”. Os desconfortos decorrentes da seca em Brasília já começaram para muitos. Todo ano, o brasiliense Adriano Costa Pedreira, de 23 anos, tem constantes dificuldades nessa época. “Meus lábios ficam rachados, minha mão ressecada e o pior, meu nariz sangra muito”, diz. Ele conta ainda que quando criança os sangramentos ocorriam cerca de três vezes por semana, no período de seca. “Minha mãe é médica e me dizia que era comum sair sangue pelo nariz em tempo de seca, então nunca me alarmei muito”, relata o estudante de Publicidade. Segundo conta, não dá para evitar que o nariz sangre, mas quando acontece, ele, habituado, já sabe o que fazer: “Aperto um pouco o nariz na parte de cima e fico quieto com a cabeça para trás”. Apesar da seca estar mais intensa


a cada ano, Adriano considera que seu corpo está acostumado com o clima de Brasília. “Hoje sangro menos, umas quatro vezes por época”, comenta. A seca pode afetar qualquer organismo. A pele e os olhos são especialmente comprometidos, por sua delicadeza. “Quando minha boca resseca eu passo manteiga de cacau”, conta Adriano, mas admite que não tem a mesma atenção com a pele. “É muito difícil eu passar hidratante. Não passo nem quando minha mão ou outra parte do corpo está muito prejudicada”, reconhece o publicitário. Mas é desde agora que os brasilienses precisam se atentar para as conseqüências que o período da seca trará, para que possam se prevenir e ter menos problemas mais tarde. O dermatologista Erasmo Tokarski explica que o principal problema é a perda de água: “A falta de hidratação atrapalha o funcionamento das glândulas sebáceas e sudoríparas. Em contato permanente com as intempéries climáticas, a pele

acaba sendo b a s t a n t e afetada, ficando com um aspecto áspero e sem brilho. Não se trata apenas de estética, isso pode causar um grande desconforto na pessoa”. De acordo com Tokarski, as áreas mais afetadas costumam ser joelhos, cotovelos, pés, pernas, braços e mãos. “Nesse período, doenças como psoríase, dermatite atópica e a seborréica podem ser agravadas”, alerta. Para amenizar os incômodos, o dermatologista dá algumas dicas: Evitar a exposição ao sol das 10h às 16h (horários de maior incidência de raios ultravioleta. Além de prejudicar a pele, tomar sol nesse período acelera a desidratação); Usar cremes hidratantes, de preferência os que contenham uréia, glicerina ou vaselina na fórmula, já que essas A síndrome do olho seco agrava nesse tempo, diz Sebastião

substâncias hidratam e criam uma película protetora na pele, impedindo maior perda de água; Não tomar banhos quentes e demorados, pois agrava o desgaste da pele; Preferir sabonetes com PH neutro; Usar sapatos fechados para proteger os pés da poeira, além de hidratá-los; Esfoliar a pele com frequência e não praticar a automedicação.

Cuidados com os olhos É bastante comum que na época da seca as pessoas tenham irritações também nos olhos, além de coceira, ardência, vermelhidão e vista embaçada. O oftalmologista retinólogo Sebastião Ferreira Neto enfatiza que quando a seca chega é preciso redobrar os cuidados com os olhos. “Apesar de estar frio e seco, o sol está intenso, portanto os óculos escuros continuam indispensáveis para evitar mais ressecamento e até queimaduras”, assegura. Ele dá ainda outros conselhos, como lavar sempre as mãos para não levar impurezas aos olhos e evitar coçá-los: “Quem trabalha em frente ao computador e exposto ao ar condicionado deve tomar mais cuidado ainda, pois ambos causam a baixa de lubrificação dos olhos”, recomenda. No período mais seco do ano, doenças nos olhos podem surgir. A síndrome do olho seco pode ser agravada com a seca ou com o frio. Sebastião enfatiza a importância de não se automedicar e de evitar usar lentes de contato se estiver com algum tipo de alergia ou perceber um ressecamento maior nos olhos. “Se o olho estiver irritado a pessoa deve lavá-lo com água fria e se os sintomas não desaparecerem, procurar um oftalmologista, mesmo que não seja aparentemente grave”, alerta. “Outro cuidado importante é evitar o contato com agentes irritantes e que causem alergia, como fumaça, pólen e poeira”, completa.

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Teatro Exposição

Por:Redação Maíra Elluké | Fotos: Kazuo Okubo Da | Fotos: Divulgação

o amor

Como cultivar M

Espetáculo do grupo de comédia G7 revela segredos para um casamento feliz e duradouro

ais uma noite de comédia e mais uma vez a sala de teatro está lotada. Mal os atores entram em cena e as gargalhadas já são unânimes. Assim tem sido a rotina do quarteto, que acaba de encerrar uma temporada de sucesso absoluto com o espetáculo “Como Passar em Concurso Público”, que ficou quatro anos em cartaz com mais de mil apresentações e levou cerca de 450 mil pessoas ao teatro. Agora, o G7 volta aos palcos da cidade com uma nova peça que tem como tema o amor. “Manual de Sobrevivência ao Casamento” revela algumas regras para deixar o casamento mais leve e sem cair na monotonia.

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O grupo conta a história de duas pessoas que decidem se casar no ardor da paixão e com o passar do tempo sofrem as consequências dos conflitos da vida de casal. Morar junto, dividir o banheiro, traição, trabalhos domésticos e uma infinidade de problemas que surgem quando se passa a viver com um companheiro são os combustíveis do novo espetáculo. Para o ator Frederico Braga, as inspirações para a nova montagem surgiram de observações do cotidiano. “Nossa cidade, nossos amigos, nosso país. As inspirações vieram de todos os lugares. De um café que tomamos na esquina, de um livro que lemos, de uma discussão que travamos


com nossas namoradas. A inspiração vem de quem sabe observar o que o rodeia”, conta. Cada vez mais referência no cenário teatral brasileiro, o grupo agora debruça seu poder criativo sobre o universo do casamento, por se tratar de um tema ainda atraente para grande parcela da sociedade. O espetáculo é uma reflexão cômica não apenas para quem pensa em se casar, mas também para aqueles que já estão à beira do altar ou que já são casados há muito tempo. Até para aquelas que fogem dessa história de véu e grinalda e para aqueles que não se imaginam ao lado de uma única mulher a vida inteira. A peça busca passar uma mensagem positiva e respeitosa sobre essa poderosa instituição. “Além disso, queremos provocar o espectador a pensar, um pouquinho que seja, sobre si mesmo”, completa Braga.

Mais uma vez, com muito bom humor, o G7 prova não só que casar é uma ciência, que depende de boa vontade e diálogo, mas também propõe uma reflexão sobre a necessidade quase que instintiva que o ser humano possui de ser feliz ao lado de outra pessoa, diferente de outros exemplos encontrados na natureza. Dessa maneira, o grupo indaga o público com a questão: Será possível ser feliz sozinho? O lançamento dessa nova temporada, em maio, não foi por acaso. Foi uma forma de homenagear as mulheres e mais precisamente, as noivas. “A mulher é o ser mais instigante de todo o mundo. Complexo, meigo, bravo, forte. As mulheres são a maior fonte de inspiração de qualquer artista”, revela Frederico. Ainda de acordo com o grupo, o “Manual de Sobrevivência ao Casamento” é uma ode ao amor e um reconhecimento da luta diária que é sobreviver ao casamento.

O processo de criação do espetáculo foi intenso, com a preparação do texto em quatro meses, mais três meses de ensaios e produção. Ao longo desse período, os atores entrevistaram casais, grupos de homens e mulheres separadamente, pessoas de todos estados civis, além de consultarem livros sobre o assunto e realizarem entrevistas com especialistas da área. Em 10 anos de espetáculos, pode-se dizer que o G7 cresceu e realiza agora sua comédia mais madura, divertida e instigante. Uma prova de que o aperfeiçoamento vem com o tempo.

Trajetória de gargalhadas e sucesso Formado por Frederico Braga, Felipe Gracindo, Benetti Mendes e Rodolfo Cordón, o G7 completa 10 anos em agosto deste ano. Durante esses anos, 16 espetáculos foram apresentados pelo grupo. Entre os sucessos estão “A Comédia como ela é” (2008) , “Eu Odeio Meu Chefe” (2009) e “Paixão Nacional” (2010). Mas nenhuma montagem trouxe tanta visibilidade ao grupo do que “Como Passar em Concurso Público”, revela o ator Frederico Braga. “Essa foi a peça da gente que mais mexeu com o imaginário brasileiro. O sonho do emprego estável, uma vida mais confortável. Concurso público é a porta de entrada da grande classe média brasileira”. O grupo planeja um novo espetáculo para o segundo semestre, além do lançamento de um DVD do sucesso “Como Passar em Concurso Público”, no dia 3 de agosto, na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional, que acontece junto com a comemoração de 10 anos do grupo. Para 2012, está prevista uma turnê por 15 capitais do país. Serviço G7 - Manual de Sobrevivência ao Casamento Até 31 de julho - Sábados às 21h e aos domingos às 20h Local: Teatro La Salle - 907 sul Ingressos: R$ 25 (meia) Informações: (61) 8129-4709 www.simplesmenteg7.com

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Exposição

Por: Redação | Fotos: Divulgação

História, arte e beleza A riqueza da cultura islâmica retratada em mostra no CCBB

É

inegável a contribuição que a civilização árabe-islâmica deu para a arte em todo o mundo. Fruto de um processo de fusão de inúmeras culturas, a arte islâmica adquiriu personalidade própria ao logo dos anos. E é um pouco desse turbilhão cultural que a exposição “Islã: Arte e Civilização” traz a Brasília. Recheada de peças arquitetônicas, vestuário e adornos de diversos formatos e materiais, a mostra é um verdadeiro passeio por 13 séculos de história da cultura do Islã. Formada por mais de 300 peças históricas trazidas de museus da Síria, Irã e África, a exposição foi considerada a 13º mostra mais visitada no mundo, em 2010, e ainda conquistou o primeiro lugar no ranking de exposições temáticas mais visitadas no mundo, conforme a revista britânica Art Newspaper. Organizada por salas temáticas, as galerias são formadas por cores

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características da arte islâmica – em que predominam as cores verde e azul. Além desses conjuntos, a mostra abriga obras do norte da África, de países como Nigéria, Mali, Niger, Mauritânia, Marrocos, Líbia, Burkina Faso e da cultura Tuaregue, povos nômades do Saara, vindos dos acervos da BibliASPA (Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes) e do Acervo Casa das Áfricas. Há de tudo um pouco nessa exposição, que tem curadoria do professor Paulo Daniel Farah e Rodolfo de Athayde. De peças de mobiliário, passando por objetos de cerâmica, tapetes, roupas, armas, mosaicos, instrumentos musicais e uma sala exclusivamente dedicada à caligrafia. Na cenografia, estão presentes padrões copiados do nicho direito da Grande Mesquita de Damasco, marco da primeira etapa da arte islâmica, construída entre os anos 706 e 715 a.C., e decorada com

influência bizantina. Entre os destaques da mostra estão os fragmentos originais do Palácio Al-Hir Al-Gharbi, na Síria, com peças que evidenciam a influência greco-latina e vitrines com objetos de cerâmica e vidro, dos séculos VII ao XIII, como lâmpadas de azeite em cerâmica azul esmaltada. Outro destaque é um antigo exemplar do século IX de uma página do Alcorão em letras cúficas - escrituras sobre pele de gazela. Há ainda uma pedra de basalto com inscrições em árabe, talvez um dos mais antigos testemunhos da língua, datada do século VIII, e tábuas de escritura africanas, utilizadas na alfabetização e no aprendizado geral, e objetos para talhar e escrever. “Na caligrafia árabe, as letras adquirem formas distintas conforme sua posição na palavra. Dessa forma, a caligrafia representa uma arte extremamente refinada a qual se agregam os arabescos, entre o geométrico e o vegetal”, explica Daniel Farah.


Uma peça de madeira maciça com inscrições, usada como parte de uma barreira no século XI também está exposta. A viagem ao interior do Islã segue com a Miniatura de Shahnameh e outros desenhos similares, que ilustram textos do século XV e pertenceram à livraria Real de Teerã, e uma série de objetos científicos. As peças se relacionam com um painel sobre o saber no mundo islâmico: as aventuras da Casa da Sabedoria, criada em Bagdá no século IX, os feitos do filósofo e médico Avicena, o resgate de Aristóteles pelo filósofo andaluz Averroes, entre outras mentes brilhantes que fizeram florescer essa civilização. Durante a exposição o público poderá ainda interagir com uma tela sensível ao toque, onde será reproduzida os padrões geométricos do

Islã, além de passear virtualmente pelas mesquitas.

Religião A curadoria da mostra privilegiou os objetos que não fazem parte da cultura religiosa muçulmana justamente para desfazer um equívoco comum entre os ocidentais, o de que a arte islâmica se resume a motivos geométricos e arabescos, abolindo a figura humana e animais, por serem criações divinas. Tapetes de oração são as únicas referências religiosas da exposição. Outras peças de tapeçaria em que abundam pequenos quadrúpedes e espécies vegetais, embora conservando a simetria, forte evidência da inclinação mimética do artesão para imitar a natureza e o Criador. Apesar da censura

à representação figurada, expressa particularmente após o nono século, não há, segundo o curador Farah, qualquer interdição explícita à representação de seres vivos no Alcorão.

Serviço Islã: Arte e Civilizações Local: Centro Cultural Banco do Brasil – SCES Trecho 2 lote 22 Até 3 de julho - De terça a domingo, das 9h às 21h - Entrada franca Classificação livre

: NTA

ESE

APR

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Gastronomia Por: Maíra Elluké | Fotos: Roberto Paixão e Divulgação

Salada

Cultural

Ambiente ousado e divertido que mistura gastronomia e cultura

M

úsica, cinema, arte e gastronomia. Algumas das melhores coisas da vida em um só lugar. Essa é a proposta do recém lançado Salada Cultural. “A possibilidade de trabalhar e me divertir foi o que me fez criar o restaurante”, revela Sérgio Pedrosa, músico e proprietário do local. Com um cardápio – assinado pelo chef André Rabelo – cheio de misturas de especialidades e culturas de vários países do mundo, a casa é um verdadeiro caldeirão de sabores para qualquer paladar. No almoço, o restaurante oferece comida a quilo com um cardápio fixo, mas sempre com um item especial do dia, que inclui pratos típicos da comida brasileira, massas e frutos do mar. Para o jantar, os pratos variam entre caldos e sopas, entradas frias, sanduíches e risotos. Entre os destaques da casa está o Spaghetti alla Matriciana. Trata-se de um prato tradicionalmente italiano, servido com queijo parmesão em lascas. A massa é um prato típico romano, originário da cidade italiana de Amatrice. Para acompanhar as delícias da casa, não faltam bebidas de qualidade, que vão desde o tradicional chopp, passando por drinks especiais. Além disso, o

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Salada Cultural oferece uma carta variada de vinhos e espumantes franceses, chilenos, portugueses e africanos. Além da boa comida, o diferencial do restaurante é a forte presença cultural. Com um ambiente repleto de referências a artistas clássicos, filmes, música, países e regiões do mundo, o Salada Cultural abriga sempre o som de uma boa música. Exposições, saraus e lançamentos de livros também fazem parte do cotidiano do local. “Pretendemos fazer diversos tipos de eventos por aqui, como festivais de cinema e shows. Ou seja, um sempre culturalmente efervescente”, finaliza Sérgio Pedrosa.

Serviço Salada Cultural – Restaurante e Bistrô 716 Norte Bloco A Telefone: (61) 3347-5319. De segunda a domingo, das 11h30 à 1h


Giappa Três especialidades em um

O

restaurante é uma saborosa ousadia, que combina a tradição e o rigor da culinária japonesa, com o sabor característico dos pratos italianos, sem esquecer dos deliciosos petiscos de boteco. Três cozinhas de bom gosto em um único restaurante. O Giappa é o resultado da união de três empresários do setor alimentício – Salti Sun, chefe do Grande Muralha, especializado na cozinha oriental, Gil Guimarães, proprietário do Baco e Parrilla Madrid, e Jael Silva, ex-Carpe Diem. A intenção da casa é oferecer bons pratos em um ambiente descontraído e jovem, afirma Gil Guimarães. “Oferecemos algo novo na cidade. Afinal não é qualquer lugar que oferece três tipos de comida com qualidade”, declara. Na entrada da casa foi montado um sushi bar onde é oferecido um cardápio variado de comidinhas orientais que podem ser degustadas

de acordo com o gosto do cliente. São 16 variedades de peças, que incluem novidades como o Baterá de Salmão – uma espécie de sanduíche japonês – cinco tipos de pratos quentes e dois tipos de sobremesa. Na parte externa da casa, que dá acesso ao estacionamento do shopping, são oferecidos petiscos como Tempurá de ovo de codorna, servido com molho agridoce, espetinho de camarão empanado e pastéis com recheios variados. Delícias que podem ser acompanhadas de rodadas de chope ou por drinks de caipisaquês (caipirinha de saquê) de Jun Daiti, a versão moderninha da bebida milenar japonesa. O menu a la carte traz pratos especiais como rosbife de atum com crosta de gergelim e molho teriaki e sudaku de salmão marinado no limão siciliano com cebolinha. Agora, se a preferência é pizza, no Giappa pode-se encontrar todas

as opções. São 18 sabores, entre os destaques estão a brazuca (mozarela, catupiry, carne-seca acebolada, queijo coalho e molho de tomate), a camarão thai (crustáceos puxados no alho e óleo, catupiry e gengibre) e a giappa (lascas de rosbife de atum fresco, mozarela, gengibre, gergelim e shoyu com saquê, maçã e pêra).

Serviço Giappa ParkShopping – Térreo Tel: (61) 3234-7871. De segunda a domingo, a partir das 12h

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Música

luis turiba

Nosso Som,

o novo espaço de

samba de Brasília

B

rasília é um celeiro de grandes Anjos ( violonista, professor, também músicos e de boa música. Daqui lançou dois CDs: o “Galinha Caipira saíram nomes que se projeta- Completa” e “Primeiro”, do grupo ram mundo afora. Mas muitos nomes Aquário, que integra com Pedro e da música brilham na capital federal, Eduardo Belo). E nos dois blocos agora chamada em muitos lugares haverá sempre dois convidados do Brasil de “Capital da Música”. especiais, que virão para mostrar Brasília tem grandes instrumentistas seus trabalhos autorais, um no bloco e grandes compositores. Por isso, instrumental e outro no bloco do precisa conhecer melhor suas jóias, antes que elas saiam por aí, fazendo sucesso – e morando longe daqui. Foi pensando nisso que um grupo de pessoas da música e da noite se uniram e conceberam o Projeto Nosso Som. São eles: Marquinhos Benon, Rafael dos Anjos, Pedro Vasconcelos, todos músicos e Jaime Carneiro, proprietário do Poizé Bar e Restaurante. Samba de qualidade no Poizé Uma parceria entre empresários e artistas que vai dar o que samba. Os homenageados de cada falar, tocar e cantar. O Projeto Nosso Som objetiva di- noite apresentarão suas obras e ainda vulgar e valorizar os compositores de terão outras executadas pela banda Brasília na música instrumental e no e pelo cantor Marquinhos Benon. samba. O Projeto vai acontecer toda O convidado do Instrumental, no segunda-feira e será dividido em dois primeiro evento foi Henrique Neto, blocos: no primeiro, das 19 às 20:30 violonista, professor e compositor h, música instrumental sob direção que acaba de gravar seu primeiro CD musical de Pedro Vasconcellos (cava- solo, quase todo autoral, intitulado quinista, lançou recentemente dois “Caminhos Abertos”, e que será lanCDs: “Primeiro”, do grupo Aquário, e çado oficialmente nos dias 22 , 23 e “A Comédia do coração”, com o bai- 24 de junho, no Clube do Choro. O xista Ebinho Cardoso). No segundo convidado do Samba foi Cacá Pereira, bloco, das 21 às 23 h, samba legítimo cantor e compositor muito conhecido com o intérprete Marquinhos Benon, em Brasília, que lançou o CD “O com Direção Musical de Rafael dos mundo era o céu”, totalmente auto-

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ral, e se apresenta também no Clube do Choro no dia 18 de junho.

A hora e a vez da banda tocar Nas duas partes da noite, haverá uma banda de alta qualidade acompanhando os convidados e mostrando também suas performances: Dudu (violão 7 cordas), Juninho Alvarenga (percussão), Thiago Viegas (pandeiro, percussão), Dinho Braga (surdo), além dos dois diretores musicais, com Marquinhos Benon cantando sambas de compositores da cidade e de outros grandes nomes da Música Popular Brasileira.

Investimento A iniciativa do Poizé Bar e Restaurante é pioneira e fomenta música autoral da cidade criando e fortalecendo o mercado. Na noite de abertura, foi oferecido um coquetel de lançamento do Projeto, onde, além da imprensa, estiveram presente músicos e apreciadores da boa música, os próprios artistas, intrumentistas-compositores e compositores-intérpretes. O Poizé Bar e Restaurante fica na 305 norte, e o Projeto Nosso Som acontecerá toda segunda-feira, das 19 às 23 h.

Serviço Poizé Bar e Restaurante SCN 305, Bl. E, Subsolo (61) 3036.6863


Bohumil Med*

Quarteto de Brasília

Jubileu de Prata

E

ste ano, o Quarteto de Brasília comemora 25 anos de atividades ininterruptas. Para um grupo de artistas, entre os quais se mesclam negócios, estética, sensibilidades e laços sentimentais, é muito mais do que um casamento. E comemorar um quarto de século é raríssimo. Há que haver muito amor à música e alto nível profissional. E os há. As qualidades artísticas dos integrantes, milhares de horas de ensaios, inúmeras gravações e centenas de concertos são o segredo que alicerça a tão duradoura sobrevivência do conceituado conjunto brasiliense, cujo reconhecimento está registrado na forma de títulos, placas e honrarias e de calorosos aplausos do público que compra os discos e freqüenta os concertos.

QUEM É QUEM A voz principal do conjunto compete ao primeiro violino executado pela virtuose Ludmila Vinecka. Formada no Conservatório Musical de Praga, República Tcheca, onde nasceu, Ludmila mudou-se em 1971 para o Brasil e se fixou em Brasília. Foi professora da Escola de Música, da Universidade de Brasília, atuou como spalla da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional e se apresentou como solista em concertos de várias orquestras.

As notas mais graves são a praia do violoncelo capitaneado por Antonio Guerra Vicente. Formado na Escola Nacional de Música da UFRJ, com pós-graduação em Paris, Guerrinha (para os íntimos) é um dos mais conceituados e respeitados violoncelistas no Brasil. Tocou durante vários anos na Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio, participou de vários conjuntos camerísticos, tocou como solista em recitais e orquestras e foi professor da UnB. Colocou essa prática a serviço do quarteto do qual é líder espiritual. Entre os dois extremos, (notas agudas do primeiro violino e graves do violoncelo) garantem o equilíbrio as vozes intermediárias do segundo violino defendido por Claudio Cohen, cuja larga experiência como solista e camerista o conduziram ao cargo de regente titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional; e a viola confiada a Glêsse Collet, doutora em música, com formação na UnB, na Alemanha e nos Estados Unidos, e extenso currículo que inclui concertos, gravações e aulas e cargos administrativos na UnB.

QUARTETO DE CORDAS Mas o que é exatamente esse tal de quarteto? Como o nome diz, é um grupo de quatro instrumentistas, que pode ser

de cordas (o mais comum, formado por dois violinos, viola e violoncelo) ou de outros instrumentos. Executam obras escritas para essa formação que também recebem o nome de quarteto. Sem a mesma sonoridade que uma orquestra ou uma banda, os quartetos geralmente se apresentam em salas menores ou câmaras (como antigamente para os nobres – daí o nome de música ou conjunto de câmara). O primeiro grande compositor que dedicou parte da obra a quarteto de cordas foi Haydn (1732/1809). Ele compôs nada menos do que 83 quartetos. Mozart (1756/1791) aperfeiçoou a forma dando maior independência polifônica e individualização aos instrumentos. Mas só escreveu três quartetos. O apogeu do quarteto de cordas veio na obra de Beethoven (1770/1827), com 16 peças. Os compositores românticos Schubert, Schumann, Mendelssohn, Brahms; os nacionalistas Smetana, Dvorak, Borodin e os modernos Debussy, Ravel também acrescentaram valiosas contribuições para essa forma musical que encontrou no Quarteto de Brasília intérpretes ideais. *Bohumil Med Professor emérito da Universidade de Brasília. Com a colaboração de Regina Ivete Lopes

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Mundo Animal

Por: Verônica Soares | Ilustração: Werley Kröhling

Bafo de

Onça Gatos e cachorros também têm

E

ngana-se quem pensa que o desagradável mau hálito e as incômodas dores de dente são coisas exclusivas dos humanos. No mundo animal também tem dessas coisas. Com cães e gatos não é diferente. Então, convém observar a saúde bucal do seu bichinho de estimação. Com certeza, de uma forma especial e toda dele, ele vai saber agradecer o cuidado. Entre os problemas mais comuns que acometem cães e gatos estão os que afetam a gengiva. Um é o tártaro, uma placa bacteriana que endurece na superfície do dente e que causa sérios problemas como a cárie e a gengivite. O agravamento desses males, em muitas das vezes, pode custar o dente do animal. Apesar da seriedade, os casos podem ser prevenidos com uma simples escovação diária dos dentes dos pets. Outro problema comum entre cães e gatos são dentes fraturados, que devem ser tratados antes que infeccionem e provoquem dores. Segundo o veterinário Paulo Ta-

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vares, é muito comum o mau hálito periodontal, que pode ser resolvido pela profilaxia de escovação dos dentes, chamada tartarectomia. Ou melhor dizendo, a limpeza de tártaro. “A limpeza é importante porque pode evitar gengivite, perda de dentes e doenças mais sérias como a miocardite. Essas bactérias da boca podem correr o corpo e levar a formações de outras doenças”, esclarece. Além de fazer bem para boca do animal, segundo o veterinário, a prevenção do tártaro auxilia em outras intervenções, como no pré-operatório de outras cirurgias importantes, como cardíacas e renais. Além das eletivas, como castração e retirada de nódulos. A escovação nos dentes dos animais de estimação é simples e pode ser feita em casa pelos próprios donos. Além disso, uma visita ao veterinário para verificar a saúde bucal do animal, deve ser feita pelo menos uma vez


ao ano. Mesmo assim, o número de visitas varia para cada animal. Em alguns casos, é necessário que se faça a prevenção bem mais do que o mínimo recomendado. “Isso vai depender da sua alimentação e até mesmo seus genes”, ressalta. O mau hálito também poder ser o principal sinal de que algo não vai bem com a saúde oral. Sangramento, salivação excessiva, gengivas vermelhas, tártaro são também comuns. Mesmo com dor de dentes, raramente o animal vai parar de se alimentar. O instinto de sobrevivência dos bichos faz com que eles comam mesmo sentindo dor. Por isso, a necessidade da atenção redobrada com a saúde bucal do animal. Hoje, já existem no mercado pet produtos que ajuda a prevenir o mau hálito. “Alimentação adequada e alguns biscoitinhos vendidos no pet shop ajudam a limpar a boca do animal”, explica. Outro problema sério e que também costuma acometer os pets é o câncer: a boca é o quarto local mais comum de aparecerem a doença. Vale ressaltar que qualquer coisa que afete a saúde bucal do animal, consequentemente, afetará todo o organismo, uma vez que a saúde começa pela boca. No caso das doenças periodontais, que provocam mau hálito, gengivite, tártaro e outras, ficam mais evidentes, Mas as bactérias da placa que causam a doença vão para a corrente sanguínea, afetando órgãos como coração, pulmão, fígado e rins. Além dos problemas já citados, os donos de animais devem ficar atentos a um outro mal que aco-

mete boca dos cães e gatos e pode complicar a saúde do bichinho ainda mais. Por exemplo a oclusão (doença que afeta o encaixe entre os dentes), também é um problema que pode comprometer a saúde do animal. Por sua vez, essa deformidade é muito mais freqüente em cães do que em gatos. Segundo o especialista, este encaixe é fora do padrão, e o animal pode ter dificuldade para mastigar os alimentos. Se essa mastigação ficar comprometida, irá causar o acumulo de placa bacteriana mais facilmente, o que também leva à doença periodontal. Além disso, quando um ou mais dentes tocam em outros ao fechar e abrir a boca do animal, causa desconforto e desgaste da dentição. E esse desgaste pode levar à exposição do “nervo” do dente (polpa) causando intensa dor e infecção. Para todos os efeitos, a prevenção é muito mais barata e é o melhor remédio para os pacientes. Três recomendações são fundamentais para manter a saúde da boca: 1) Faça uma visita a um veterinário especialista em saúde oral; 2) Inicie em casa, sob a orientação deste profissional, uma rotina de cuidados odontológicos. A escovação é a principal e insubstituível. Já existe um produto que é colocado na água de beber que ajuda na prevenção. Algumas rações têm substâncias, formato e textura que ajudam no controle da placa bacteriana; 3) Faça pelo menos uma avaliação odontológica anual. Serviço Clinica Veterinária ProntoVet SCLN 413, Bl. A loja 30/ 40 (61) 3447 4455

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Jornalista Aprendiz Por: Julianna Caetano

Mercado de Ações Uma linha tênue entre o lucro e a perda

O

mercado de ações é uma das opções para quem quer investir dinheiro e ter lucro rápido. É claro que existem riscos e, por esse motivo, talvez ainda seja uma alternativa pouco conhecida da classe ativa e consumidora do Brasil. Atualmente, jovens entre 25 e 30 anos, se tornam empresários bem sucedidos, que querem investir, mas a incerteza da bolsa de valores as vezes fala mais alto. O economista Anderson Roberto Bonfim Barbosa, MBA em Mercado de Capitais pela FGV explica esse vasto mercado financeiro de ações e as opções de investimentos que estão disponíveis. Uma empresa tem o capital social dividido em pequenas parcelas chamadas ações (também chamadas simplesmente de “papéis”), que seria uma unidade de títulos emitidos por sociedades anônimas. Quando as ações são emitidas por companhias abertas ou assemelhadas, são negociadas em bolsa de valores ou no mercado de balcão. As Blue Chips, por exemplo, são ações com maior procura e liquidez no mercado por serem de empresas tradicionais e de grande porte. O HomeBroker é um dos canais de comunicação entre o investidor e a bolsa de valores, sendo possível enviar ordens diretamente para bolsa através da internet, além de acompanhar cotações em tempo real e ter acesso ao book de ofertas. É um dos motivos da popularização da bolsa no Brasil, visto que agora é muito mais fácil comprar e vender ações, sem que seja preciso ligar para a mesa de operações. Mas nem todas as corretoras oferecem esse serviço e algumas costumam cobrar

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uma tarifa por ele. Os valores são diferenciados e é preciso pesquisar melhores preços. Mercado de Ações é um ambiente público e organizado para negociação de alguns títulos mobiliários (ações, opções de ações etc.). Ações são títulos nominativos, negociáveis, que representam uma fração do capital social de uma empresa. Ao comprar uma ação, o investidor se torna sócio da empresa, de um negócio. Portanto, passa a correr o risco dos lucros e prejuízos como qualquer empresário. Quem compra uma ação na Bolsa de Valores está levando uma pequena parte de uma empresa de terceiros e passa a ser chamado de acionista minoritário. A liquidez do mercado acionário permite ao investidor ter a opção de se retirar da sociedade e migrar para outro negócio mais atraente a qualquer momento Para investir no mercado de ações, as transações podem ocorrer por intermédio das bolsas de valores ou nos chamados mercados de balcão (onde são comercializados títulos não negociados em bolsas, dentro das normas legais previstas em lei e regulamentos, sem coordenação de entidades privadas de autorregulação). Nas economias modernas, a maioria das operações no mercado acionário ocorre por intermédio das bolsas de valores. Para investir em ações é necessário que o investidor procure uma corretora, que mantém funcionários especializados em orientar a seleção dos papéis de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. No Brasil, a única bolsa de valores de mercadorias e futuros em operação é a Bolsa de

Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA). O mercado acionário do país é controlado por um órgão ligado ao governo federal, uma autarquia especial – a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) -, que é responsável por disciplinar, fiscalizar e promover o mercado de valores mobiliários. Existem dois tipos de ações: as ordinárias (ON) e as preferenciais. As ONs são ações que proporcionam participação nos resultados econômicos de uma empresa e confere ao titular o direito de voto em assembléia e não dão direito preferencial a dividendos. Já as PNs são parcelas representativas do capital social de uma empresa, sem direito a voto e com prioridade na distribuição de dividendos. Na extinção da empresa, os detentores deste tipo de ação tem prioridade na restituição do capital. Ao analisar os últimos dez anos de investimentos no mercado acionário, foi possível verificar que duas vertentes se destacam. Em primeiro lugar estão as notas do tesouro nacional e, em segundo, o mercado acionário propriamente dito. A diferença entre elas é que o tesouro direto é um programa de venda de títulos a pessoas físicas desenvolvido pelo Tesouro Nacional com o objetivo de captar fundos para financiamento da dívida pública. Não é preciso muito dinheiro para começar a investir, pois é possível comprar frações de títulos de até 0.2 (em torno de R$ 200) e possuir algumas vantagens peculiares. É uma ótima opção de rentabilidade, condicionada principalmente por causa das taxas de administração serem mais baixas que aquelas cobradas pelos


fundos tradicionais. Têm-se a possibilidade de diversificar os investimentos, obtendo variadas rentabilidades como pós-fixadas (pela taxa básica da economia), prefixadas e indexadas a índices de preços. A liquidez é garantida pelo Tesouro Nacional. Os títulos públicos são considerados de baixíssimo risco pelo mercado financeiro e podem ser comprados e vendidos on line. Para isso, é necessário ter uma conta em uma corretora e solicitar a liberação da senha para o Tesouro Direto. Com essa senha é possível acessar o site do Tesouro para efetuar compras e vendas de títulos. Vale lembrar que, se for preciso vender os títulos antes da data de vencimento, o rendimento poderá ser abaixo do valor esperado e talvez até negativo. As compras podem ser feitas diariamente, das 9h às 5h da manhã do dia seguinte. Já as vendas, apenas ocorrem nas quartas-feiras.

Volátil, mas rentável

O mercado de ações é muito volátil. Apesar de o investidor ter a possibilidade real de ganhos de capital e maior rentabilidade num curto ou médio prazo, também está sujeito ao risco de perdas constantes e incertezas devido às oscilações do mercado. Seja nacional ou internacional. Nesse mercado de risco, a melhor opção de investimento está intrinsecamente vinculado ao perfil de cada investidor. Para aqueles que buscam maiores retornos e que não necessitam de resultados no curto prazo, o mercado acionário é considerado mais atrativo. O investidor precisa compreender a situação momentânea e controlar o sentimento mais imediatista de mudar sua aplicação devido às oscilações ocorridas.

Serviço (*) Julianna Caetano é estudante do 7° semestre de jornalismo da Universidade Paulista (UNIP)

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Propaganda e Marketing

Carlos Grillo*

O MELHOR DO BRASIL, PELO

O

MELHOR DO BRASIL

saudoso folclorista potiguar Câmara Cascudo certa vez disse que “o melhor do Brasil é o brasileiro”. Inspirada nesse aforismo, a agência Lew Lara criou, ainda no governo Lula, uma conhecida campanha publicitária que concluía “Eu sou brasileiro e não desisto nunca”. Percepção ou realidade? Um estudo recente, batizado de Projeto Brasilidade, mapeou o que o brasileiro pensa de si mesmo após 20 anos de democracia e estabilidade econômica. O trabalho, realizado pelo instituto de pesquisa República – Opinião dos Brasileiros, traz resultados fascinantes, sinceros e, sobretudo, úteis. Dados que podem auxiliar os gestores na formulação de políticas públicas e ensinar as empresas de comunicação e marketing a conversar com os brasileiros e, com isso, produzir ações mais efetivas. Segundo o sociólogo e cientista político Rodrigo Mendes Ribeiro, diretor-geral da República e coordenador da pesquisa, o estudo revela “um novo Brasil, com importantes mudanças que originaram uma sociedade mais complexa e rica, que não cabe mais nos estereótipos, cujo fardo histórico está sendo abandonado para abrigar novos traços de brasilidade”. Sua conclusão é baseada em elevado grau de coesão das opiniões em torno de características comuns aos brasileiros, independentemente de matizes regionais ou socioeconômicas. Vejamos alguns pontos interessantes: Autoestima elevada: 78% dos entrevistados afirmaram ter “orgulho de ser brasileiro”; há otimismo, o futuro é visto com bons olhos; e o “jeitinho brasileiro”, em geral associado a características negativas, ganhou uma dimensão muito mais positiva. É o atributo que, na visão dos entrevistados, mais define o que é “ser brasileiro” hoje. Significa ser dotado de “criatividade”, “flexibilidade”, “improviso”, “jogo de cintura” e “um jeito de resolver os problemas mantendo a alegria”. Esses dados põem por terra o “complexo de vira-lata”, expressão cunhada por Nelson Rodrigues, associada ao “ser brasileiro”. Por “complexo de vira-lata”, Rodrigues entendia “a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”. Identidade do brasileiro: em contraposição ao ser humano em geral, o brasileiro se considera “mais batalhador”, “mais alegre”, “mais solidário”, “mais criativo/inovador”, “mais prestativo”, “mais justo”, “mais bonito”, “sempre dá um jeitinho”, “mais sofrido”, “mais patriota”, “tem jogo de cintura”.

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Consciência de ser brasileiro: a pesquisa revela características como “sou batalhador” (25%); “não perco a esperança nunca” (22%); “adoro futebol” (22%); “convivo bem com todo tipo de gente” (20%); “adoro conviver com amigos” (17%); “sei me virar com pouco dinheiro” (16%); “adoro música” (15%); “sei que para tudo tem um jeitinho” (11%). Traços que revelam um ser alegre, emocional e musical que vive o presente e tem na adaptação e na flexibilidade sua maior ferramenta de vida. Um lutador otimista que gosta do convívio e vive com pouco. Orgulho e vergonha de ser brasileiro: por um lado, o que mais traz orgulho aos brasileiros são as belezas naturais (46%), o Carnaval (33%), os símbolos nacionais (26%) e o povo (31%) – espírito, capacidade, jeito. Por outro lado, a vergonha manifesta-se, sobretudo, na rejeição aos políticos e aos partidos. Há uma unanimidade nacional negativa pela forma como o país é governado e por seus políticos; diante dessa percepção e por não vislumbrar saída, a democracia é questionada. Sobre o Projeto Brasilidade: a pesquisa foi conduzida no mês de março de 2010, com quatro grupos focais e 1.272 entrevistas (homens e mulheres, de 18 anos a 70 anos), residentes nas principais cidades brasileiras, pertencentes às classes A, B, C, D e E (critério Brasil). Do Sudesde, 55% dos entrevistados; 19% do Nordeste; 14% do Sul; 7% do Centro-Oeste; e 5% do Norte, sendo 48% dos entrevistados do sexo masculino e 53% feminino. A maioria dos entrevistados é jovem – 25,1% possuem entre 30 e 39 anos; seguidos de 21,9% com idade entre 18 e 24 anos; e 14,2% com idade entre 25 e 29 anos. Os entrevistados na faixa etária entre 50 e 59 anos são 12,1%; entre 60 e 64 anos são 3,5%; e entre 65 a 70 anos, 4,2%. O melhor do Brasil está aí. Agora o que precisamos é pensar ações para fazer um Brasil Melhor. Fica o desafio. Para saber mais sobre a pesquisa, acesse o site: www. republicaopiniao.com.br. Até semana que vem.

*Carlos Grillo Sócio Diretor da Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais Email: grillo@monumenta.com.br Twitter: @carlosgrillo


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Vinho

Antônio matoso*

O SERVIÇO DE VINHOS EM RESTAURANTES

É

triste dizer isso, mas no Brasil, de uma maneira geral, o serviço de vinhos na maioria dos restaurantes é sofrível, lamentável, às vezes, enervante, ofensiva. Ok, a gente pode admitir que no país não existe muita cultura de se beber vinhos, mas se o proprietário dispõe algumas garrafas em seu restaurante, deveria ter um mínimo de conhecimento para selecionar, comprar, armazenar e servir. Cervejas e cachaças requerem um mínimo de “tratamento”, mas algum cuidado é dispensado a elas e por que não se empenhar o mesmo grau com o vinho? Por que vende pouco? Então, é preferível não oferecer o produto ao cliente, do que oferecê-lo em más condições. É certo que alguns restaurantes mais finos têm serviços impecáveis, mas é um percentual que não chega a 1%, estimo. E nem todos os “mais finos” têm serviços impecáveis. São pouquíssimos a quem poderíamos atribuir notas de 90 a 100. E não podemos atribuir a “culpa” à falta de hábito de se consumir vinhos no país. Se há um “culpado”, é o proprietário do estabelecimento que, para maximizar seus lucros, não quer “gastar” um valor mínimo que seja para subsidiar cursos aos seus colaboradores e a si mesmo. Esquece que esse pessoal mal treinado, da recepção à cozinha, é quem constrói ou destrói a imagem do local. A começar pela seleção dos vinhos disponíveis para o cliente, que muitas vezes não estão orientados aos tipos de pratos que o cardápio oferta. Uma Carta de Vinhos, separada do cardápio de comidas, já é algo “possível de existir” apenas em restaurantes

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“caros”. Esperar que em um restaurante haja uma pessoa que conheça todos os vinhos ofertados e saiba indicar quais podem melhor harmonizar com determinado prato, é evento tão raro quanto acertar na loteria. Louvado sejam os pouquíssimos restaurantes que treinam seus colaboradores. Que elaboram Cartas de Vinhos esmeradas e orientadas às comidas do cardápio. Que têm os profissionais adequados para bem orientar os clientes e que armazenam seus vinhos da maneira correta. Existem sim, mas são raros. Já tive a infelicidade de ir a um restaurante especializado em peixes que só dispunha de dois vinhos brancos, contra duas dezenas de tintos. O que dizer então das taças e da temperatura de serviço do vinho? Ora, é sabido que um vinho é melhor apreciado a uma temperatura adequada ao seu tipo ou classe (genericamente, sem entrar muito no tema, espumantes a 6-8°C, brancos secos de 8-12°C, tintos secos de 14-18°C, etc.). Qual não é, para nosso desespero, receber um vinho branco à mesa de um restaurante, à temperatura da geladeira quando o garçom o pegou, e chega sem balde com gelo e água e ali fica esquentando até a temperatura ambiente. Sem falar que alguns tintos nos são servidos à temperatura ambiente do local, ali pelos 25-28°C. Pelo amor de Deus! E tem garçom que ainda torce o nariz se pedirmos para trazer um balde com gelo e água. Às vezes, só nos trazem o balde com enormes “icebergs” e sem água. Já teve um caso em que o garçom teimou comigo que vinho tinto deveria ser servido à temperatura ambiente (“ele aprendeu num curso” -

sic). Ainda bem que o vinho escolhido tinha a recomendação no contra-rótulo para ser servido a 16-18°C. Mostrei ao renitente e ele, não satisfeito, disse-me que não dispunha de termômetro ali, mas que “certamente” a temperatura do local deveria ser de 16-18°C”. Acreditem, se quiserem! Esperar então, que um vinho seja servido na taça mais apropriada ao tipo é devaneio, utopia. O mais comum é que o coitado do vinho seja servido naquelas taças pentagonais de vidro de 3 mm de espessura, 4 cm de profundidade, com haste para empunhá-la tão curta que mal comporta dois dedos da mão. Se você se atrever a executar qualquer aeração do vinho com essas taças, é risco certo de vê-lo se espalhar pela mesa, sobre as pessoas... Taça de cristal, só em locais especializados. E olhe lá. E pior de tudo é quando nos empurram vinhos encalhados, do quais querem se livrar e que nos chega “estragado”, o que podemos constatar logo ao prová-lo. Você acredita que conseguirá convencer ao garçom, ao gerente e ao proprietário, que o mesmo está estragado e tem de ser trocado? Já começa que certamente não haverá nenhum “perito” no local para dar a razão óbvia ao cliente e a solução é recusar mesmo e não voltar mais ao local. E de pensar que estamos na capital do país e vem aí uma Copa do Mundo com milhares de turistas desavisados...

*Antônio matoso Engenheiro e enófilo, apreciador sistemático de vinhos desde 1982, monitor de grupos de degustação e professor dos cursos Básico e Avançado da ABS-Brasília.


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Boa leitura com um bom café

Tá lendo o quê?

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Máximo Migliari

Gustavo Gomes

Livro Rework

Consultor em usabilidade da Click Lab Diretor do Grupo Núcleos Medicina Nuclear

Elke Oliveira

Sérgio Maggio

Proprietária da Academia Malhart

Diretor de Mitos do Teatro Brasileiro (CCBB)

Livro Emagrecimento: Quebrando Mitos e Mudando Paradigmas Autor Paulo Gentil

Livro “Vivendo em Voz Alta”

Autor Jason Friedman e David Hansson

Livro Todos se comunicam poucos se conectam Autor John c. Maxwell

Editora Crown Business

Editora Thomas Nelson

Editora Sprint

Editora Lua de Papel

Quem trabalha com desenvolvimento web, ou design, já deve ter ouvido falar na 37signals. Se não, saiba que essa pequena empresa está liderando uma grande revolução no mundo empresarial. Jason Friedman e David Hansson reescrevem a fórmula inovadora e poderosa da empresa. O livro já se encontra na lista dos bestsellers do New York Times. O livro é recomendado para qualquer pessoa interessada em gestão, mesmo os que não são do ramo da Internet. É leitura empolgante e leve. A versão em português não deve tardar.

Várias vezes temos boas idéias, mas não conseguimos convencer as pessoas a usá-las; temos estratégias inovadoras, mas as pessoas preferem seguir velhas fórmulas. Ou ainda, colegas novatos conseguem avançar na carreira e permanecemos estagnados em um cargo. Uma ótima leitura. Recomendo.

O livro indica novos caminhos de atividades físicas voltadas para perda de gordura corporal. Cita diversos estudos científicos que comprovam que muitos métodos utilizados atualmente são ineficientes. Como o mito de que para emagrecer é necessário fazer atividades de baixa intensidade e de longa duração, como caminhar durante uma hora, por exemplo. O autor demonstra que treinamentos intervalados e a musculação realizada com alta intensidade são os exercícios mais eficientes. É excelente para quem deseja se atualizar sobre o assunto.

O livro reúne crônicas escritas pelo ator, dramaturgo e diretor Miguel Falabella que foram publicadas no jornal carioca “O Dia” e na revista “IstoÉ” nos últimos dez anos. Trata-se de um livro de memórias do autor, recheado de momentos intensos e que leva qualquer um a uma deliciosa viagem.

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Autor Miguel Falabella


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Frases Para os erros alheios temos os olhos de um lince; para os nossos próprios, os olhos de uma topeira.

Casar-se uma vez é um dever, duas vezes é uma tolice e três vezes, uma loucura.

Provérbio da Boêmia

Provérbio holandês

Quem queimou a língua nunca esquece de soprar a sopa.

Se estão dando, pegue. Se vierem buscar, corra. Provérbio russo

Provérbio alemão

Quem procura um amigo sem defeitos nunca terá amigos.

Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos.

Provérbio turco

Provérbio antigo

Amor de jovem é água no cesto. Provérbio espanhol

Não há remédio para o medo. Provérbio

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Começar já é metade de toda ação. Provérbio grego

Saber demasiado é envelhecer precocemente. Provérbio Indiano


Justiça

Vetuval Vasconcelos*

MEIOS EXECUTÓRIOS DA EXECUÇÃO FORÇADA N

a visão de Araken de Assis, no campo da execução cível, “basta a sinalização do senso comum para indicar que, conforme o objetivo colimado [...] o meio de atuação variará de maneira dramática. Impedir a poluição de um lençol freático por indústria química, despoluir águas do açude e compelir o obrigado inadimplente a entregar determinada quantia são metas díspares, inconfundíveis, que exigem técnicas executivas equivalentemente desiguais. O inadimplemento de deveres próximos ou remotos, oriundos de direitos relativos ou absolutos, já implica condutas dessemelhadas. E a efetivação coativa das pretensões respectivas, mediante execução, corresponderão, simetricamente, mecanismos bastante diferentes” [ASSIS, Araken. Manual da execução. 12 ed. São Paulo: RT, 2009, p. 137]. Além disso, indicação do meio técnico executório adequado à espécie implica também na precisa identificação do bem jurídico demandado. São eles: [i] genus quando o objeto da obrigação devida for pecúnia ou quantia; [ii] corpus se a dívida recai sobre coisa certa ou incerta; e [iii] facere e non facere se a obrigação se reporta à prática ou à abstenção de uma atividade por parte do devedor. Assim, sopesadas todas vertentes e valores que envolvem o tema, tem-se que meio executório consiste na reunião de vários atos processuais que veiculam força

executiva e, portanto, destinados à obtenção, no plano material, do bem da vida que o executado deve ao exequente [ASSIS, Araken. Manual da execução. 12 ed. São Paulo: RT, 2009, p. 138]. Os meios executórios são classificados em duas categorias: a sub-rogação e a coerção. O meio executório sub-rogação tipifica a execução direta em que o Estado-jurisdição ingressa na esfera jurídica do devedor e por meio da expropriação, desapossamento ou transformação realiza a sanção jurídica tendente a prover a satisfação material da obrigação inadimplida. Por sua vez, o meio executório coerção caracteriza a execução indireta, de efeito acessório ou secundário, e tem por finalidade apenas captar a vontade do executado no sentindo de despertar-lhe o interesse no imediato cumprimento da obrigação ante a possibilidade de concretização de medida coercitiva de caráter pessoal ou patrimonial. Emprega-se o meio sub-rogação na espécie expropriação quando a obrigação for de pagar quantia. A expropriação começa com a afetação de bens do devedor e compreende: [i] penhora em dinheiro e outros bens do devedor, se solvente; [ii] arrecadação dinheiro ou outros bens do devedor, se insolvente; [iii] requisição ou precatório quando a parte devedora for a Fazenda Pública. Se a afetação não recaiu sobre dinheiro, seguem-se as fases subseqüentes da expropriação que

são: desconto, adjudicação, alienação (particular ou pública) ou usufruto. Sendo o devedor insolvente a venda dos bens arrecadados se dará somente sob a modalidade de alienação pública. Na seara da execução para entrega ou restituição de coisa a sub-rogação dar-se-á por meio do desapossamento voluntário (entrega, restituição ou depósito da coisa) ou involuntário (busca e apreensão ou imissão na posse da coisa). Quanto o objeto da obrigação for a de fazer ou não fazer a sub-rogação opera-se por meio da transformação levada a efeito pelo próprio devedor, credor ou terceiro, correndo todas as despesas por conta do devedor. Ressalta-se que na execução de obrigação para entrega de coisa ou de obrigação de fazer ou não fazer, caso a obrigação não seja cumprida no prazo determinado pelo juiz ou pela lei, pode o credor optar pela conversão da obrigação específica pelo equivalente em dinheiro, prosseguindo-se na execução na modalidade de sub-rogação por expropriação. Por fim, o meio coerção compreende a coação pessoal (prisão civil) e a patrimonial (multa ou astreinte), aquela reservada apenas às obrigações de pagar alimentos decorrentes do parentesco e se instituídas por título executivo judicial. (*) Vetuval Martins Vasconcelos Professor do Curso de Direito do Uniceub e Promotor de Justiça-DF

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Diz Aí, Mané

“Na cama dos deputados foram votadas muitas leis mais as que foram votadas no banheiro deles”

“Uma vez que se paga uma punição xis, se ganha depois vários xises”

“A fiscalisação tem que ser preservativa”

“A insônia consiste em dormir ao contrário”

“O que vamos deixar para nossos antecedentes?”

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“Lenda é toda narração em prosa de um tema confuso”

“As vezes penso comigo mesmo e chego a mesma conclusão que chegou Renato Russo: Que país é esse?”

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“O batismo é uma espécie de detergente do pecado original”

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“Até a Xuxa hoje em dia se prelcupa com a situação dos animais”


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Cresça e Apareça

Adriana Marques*

As expectativas de todos nós M

uito tem-se falado sobre o quanto a expectativa que geramos em relação ao futuro é decisiva nos resultados que apresentamos. Alguns autores e estudiosos sinalizam para o quanto a geração de expectativas pode ser perigosa. Outros afirmam ser este o motor propulsor que nos coloca na direção de nossas metas e objetivos. A expectativa pessoal é algo que pertence a cada um de nós. Somos responsáveis pelo que esperamos em relação às pessoas, aos fatos e ao mundo. Se, por um lado, gerar altas expectativas significa risco de frustração, por outro, é ela quem nos nutre de energia e motivação para entrarmos em ação e corrermos atrás de nossos sonhos. Algumas pessoas preferem se proteger. Uma vez que não criam altas expectativas, não correm o risco de se decepcionarem com tudo aquilo que foge de seu controle. Mas, se por um lado se preservam, por outro, deixam de acreditar nos relacionamentos, nos seus projetos e no universo que permeia sua vida. Alguém que deixa de gerar expectativas positivas sobre o futuro passa a ser morno, com pouco vigor e entusiasmo. Passa a perceber resultados menos positivos em seus projetos. Não podemos viver sozinhos. Somos, essencialmente, seres sociais. Precisamos uns dos outros. Nosso dia-a-dia envolve terceiros. Nossos planos impactam outras pessoas. Como achar que poderemos ser capazes de trilhar nosso caminho sem a ajuda, dedicação e cumplicidade daqueles em quem confiamos? Se o medo é de se decepcionar, existem algumas coisas que podem ser feitas. Por exemplo, quando tratamos de relacionamentos, sejam de amizade, amor ou laços profissionais, devemos deixar claro o que esperamos deles. O que é demonstração de confiança para um, pode não ser para o outro. O que parece ser óbvio em relação a fidelidade para um pode, certamente, não ser para o outro.

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Para evitar a frustração, devemos fazer uma checagem de entendimento. E o que isso significa? Ambas as partes envolvidas em uma situação ou relação expor com clareza, de forma verbal, o que cada parte tem como objetivo. Ao nos posicionarmos, garantimos a diminuição dos mal-entendidos. Parece fácil, mas este é um exercício difícil. A boa notícia é que vale a pena praticá-lo. Garantir uma comunicação clara, sem ruídos, que exponha suas necessidades e anseios, permitirá, a todos, estarem confortáveis e seguros nas relações pessoais e profissionais. Comece praticando agora! Quais são as relações que causam desconforto? O que realmente incomoda? Uma vez que você tenha esta resposta, externalize e deixe claro, através de uma boa conversa, os riscos de não haver um combinado. Vá atrás de boas companhias. Cuide dos seus relacionamentos. Releve os erros pela imaturidade ou descuido. Perdoe. Crie expectativas positivas sobre o futuro. Alimente-se delas. O futuro é próspero para quem acredita e faz. *Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.



Ponto de Vista

Rejane Pitanga *

Mulheres:

Lutas, Conquistas e Desafios M

ais de um século se passou depois que as operárias de Nova Iorque morreram queimadas num fábrica têxtil após iniciarem uma greve para exigir melhores condições de trabalho e uma jornada digna. De lá para cá muita coisa mudou, principalmente nos últimos anos quando conseguimos aprovar a Lei Maria da Penha, que garante proteção às mulheres vítimas de agressões e violência doméstica e, mais recentemente, a licença maternidade de seis meses que garante às mães o direito de aliar sua vida profissional com o cuidado com os filhos. Mais que isso, permite que o tempo de amamentação ideal para os bebês, que é de no mínimo seis meses, possa ser seguido evitando uma série de doenças infantis e garantindo o crescimento saudável das crianças e que, sem dúvida, fortalece a relação entre mãe e filho, fundamental nos primeiros meses de vida. Mas há ainda um longo caminho a ser trilhado para de fato garantir igualdade de direitos e de oportunidades. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 35% dos lares em 2009 eram chefiados por mulheres. O que a princípio se apresenta como um dado animador revela a força da desigualdade de gênero no país. O Ipea observou o surgimento de um fenômeno batizado de “feminização da pobreza”. Ele decorre do fato de as mulheres ainda possuírem renda inferior a dos homens. Sem contar que a maior parte das famílias chefiadas por mulheres é de mães com seus filhos, o que representa mais uma sobrecarga de recursos e tempo para elas. Assim, precisamos mudar esse quadro. O fato de representarmos mais da metade da população não tem se mostrado suficiente para influenciar nessa mesma proporção no empoderamento das mulheres no mundo político e no mercado de trabalho. A eleição da presidenta Dilma Rousseff é sem dúvida alguma um marco para a história do Brasil que já começou a abrir os caminhos para uma ocupação mais justa dos espaços públicos. Como prometido, ela ampliou a participação feminina no governo, também,

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nos mais altos cargos, ocupados majoritariamente por homens. Mas não podemos parar por aí. Um salto imenso terá que ser dado na luta pela igualdade com a reforma política. É uma excelente oportunidade para garantirmos que os espaços sejam divididos de maneira equânime entre homens e mulheres. A implantação do voto em lista – com alternância de sexo – é fundamental. Na Câmara Legislativa tenho trabalhado pela aprovação do projeto, apresentado por mim, que prevê a garantia de 5% das vagas de trabalho na construção civil às mulheres. Protocolei a criação da Frente Parlamentar de Enfrentamento da Violência contra a Mulher para trabalharmos no combate e prevenção desse problema que dizima milhares de mulheres no DF e no Brasil. Também apresentei projeto de lei que institui a alteração do regimento interno da Casa garantindo no mínino 30% de cada um dos gêneros na mesa diretora e propus a criação da Bancada Feminina na Câmara. No GDF, a criação da Secretaria de Mulheres, resultado da lutas das mulheres, é de extrema importância para implementar as políticas públicas de valorização feminina e mostra avanço e sensibilidade do novo governo. Essa é uma luta diária que não pode ficar restrita. É preciso fazer a nossa parte, como denunciar um companheiro agressor que se julga no direito de maltratar física e psicologicamente uma mulher. Infelizmente, cinco mulheres são espancadas no país a cada dois minutos, como mostra estudo da Fundação Perseu Abramo. Os avanços são numerosos, mas infelizmente ainda longe do ideal. Merecemos comemorar com muito orgulho o Dia Internacional das Mulheres que não nos deixa esquecer conquistas fundamentais, mas sem nunca perder de vista o sonho de uma sociedade justa, livre de preconceitos e com igualdade entre homens e mulheres. (*) Rejane Pitanga Deputada Distrital - PT


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Charge

Eixo Monumental

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