Plano Brasilia

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Plano

08 de fevereiro de 2011 Ano 9 · Edição 83 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

EDITORA

Entrevista Eduardo Brandão JUSTIÇA Roberto Caldas 83

Ponto de vista Raad Massouh





Conferência pela Internet: Já Chegou, Funciona e Gera Muita Economia! Os gastos com viagens e videoconferências, destinados a reuniões, conferências e encontros, são expressivos. O webAula Conference, surgiu para reduzir custos empresariais. Em seu ambiente virtual é possível a interação palestrante /participante, por meio de áudio, vídeo, Power Point, compartilhamento da área de trabalho, área de desenho, etc.

Veja algumas das aplicabilidades do webAula conference. Reuniões: Comerciais De projetos Administrativas

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Brasília (61) 3038 - 3200 Belo Horizonte: (31) 2129 - 0550 www.webaula.com.br

Palestras: Para grupos on-line Para auditório




Sumário

48 12 Cartas

32

28

13

48

40 Planos e Negócios

60

66 Jornalista Aprendiz

13 Entrevista

42 Automóvel

16 Panorama político

44 Vida Moderna

18 Brasília e Coisa & Tal

46 Esporte

20 Política Brasília

48 Personagem

22 Dinheiro

50 Saúde

73 Justiça

24 Capa

52 Moda

74 Frases

28 Cidadania

54 Comportamento

75 Nutrição

30 Gente

56 Cultura

32 Cidade

58 Agenda Cultural

34 Educação

60 Gastronomia

36 Tecnologia

62 Música

80 Ponto de Vista

38 Cotidiano

64 Vinho

82 Charge

68 Mercado Imobiliário 70 Propaganda e Marketing 72 Tá Lendo o Quê?

76 Diz aí, Mané 78 Cresça e Apareça



Expediente

Carta ao leitor

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira DIRETOR DE ARTE Theo Speciale

DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr. e Monique Valente Fotografia Gustavo Lima EQUIPE DE REPORTAGEM Alessandra Bacelar, Fernanda Azevedo, Larissa Galvão, Maíra Elluké, Michel Aleixo, Ricardo Borges, Tássia Navarro, Veronica Soares e Virgínia Ciarlini COLABORADORES Adriana Marques, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cecília Garcia, Cerino, Luis Turiba, Mauro Castro, Raad Massouh, Regina Ivete Lopes, Renato França, Ricardo Movits, Roberto Caldas, Rodrigo Barreto, Romário Schettino e, Tarcísio Holanda. IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Prezado leitor, Aqui estamos nós com mais uma edição feita carinhosamente para você que é especial para toda a nossa equipe. A matéria de capa, em quatro páginas, trata de um assunto que pode ser chato para uns e politicamente correto para outros, já que o “fazer as coisas bem feitas” são sempre consideradas como produto final perfeito. Nessa reportagem sobre “Perfeccionismo”, mostramos que a mania que muitos têm de sempre obter 100% de resultado satisfatório é considerada uma síndrome e que esse tipo de comportamento é consolidado ao longo da vida. Os sintomas, o comportamento e o desejo, aliados a uma formação rígida e inquestionável levam qualquer pessoa a temer uma adaptação de situações diferentes do padrão que está na sua própria cabeça e que qualquer ação em que os 100% de sucesso não seja atingido vale tanto quanto um zero. Especialistas definem o “Perfeccionismo” como um comportamento exageradamente rigoroso e disciplinado. A repetição da uma mesma ação inúmeras vezes é tida como pertinente. A psicologia enquadra o perfeccionista em dois tipos. O normal, quando a pessoa apenas se esforça para realizar uma tarefa bem feita, e o neurótico, quando há um esforço excessivo que gera ansiedade, compulsão e repetição desmedida em busca da perfeição. Temos certeza leitor que você vai se deliciar com a leitura. Outra matéria de comportamento que apostamos vai ser do agrado de todos é sobre o “Ciúme”. Uma conduta que, embora muita gente admita não ter, estatísticas apontam que o percentual é grande. Nela, apresentamos casos de pessoas que devido ao intenso ciúme e movidas por desconfianças tomam atitudes que, após os “ímpetos” se arrependem e temem perder o objeto da ação. Nesses casos, geralmente namorados, maridos e parceiros de relacionamentos amorosos. Enfim, o ciúme é sempre apontado como espelho de posse e insegurança. O lado bom de todos esses rompantes de ciumeira é que especialistas no assunto garantem que o sentimento é saudável e natural e que pode ocorrer com qualquer pessoa que esteja ligada emocionalmente a uma outra e ser motivado por um medo ou sensação de perda. O alerta fica por conta de quando o sentimento se torna excessivo. Nesses casos, o conselho é para que procure ajuda especializada. Na reportagem “Pontes de Brasília pedem socorro”, a rachadura descoberta na Ponte JK no final de janeiro, deu o alerta de que pontes e viadutos do Distrito Federal carecem de manutenções preventivas. Levantamento feito pelo Sindicato dos Engenheiros, Defesa Civil, Conselho Regional de Engenharia, Arquiteura e Agronomia do DF, quando da realização do Fórum Multidisciplinar no ano passado, além de pontes viadutos, outros equipamentos públicos como prédios e até mesmo a barragem do Lago Paranoá necessitam de vistoria e de manutenção permanentes. É isso leitor. Nós da Revista Plano Brasília esperamos que você goste. Boa leitura a todos.


Razões para o

sucesso das revistas 1 Revista é importante fonte de informação e análise. 2 O leitor de revista gosta de inovação. 3 Revista atinge todos os segmentos da sociedade. 4 São mais de 4500 títulos para atender aos interesses do leitor. 5 O leitor de revista tem poder de compra.

6 Revista é o primeiro passo para criar o hábito de leitura. 7 O leitor de revista valoriza a publicidade. 8 Revista gera credibilidade para produtos e marcas. 9 A combinação de revistas com outras mídias resulta em melhores resultados. 10 Revistas duram mais, seus anúncios também.

ANER: CONTEúdO é O NOssO fORTE. fonte: ANER e MPA – The Association of Magazine Media


Cartas

Fale conosco

Sr Editor, venho parabenizar a coluna do Bohumil Med do dia 17 de janeiro página 61 e também a iniciativa da revista ao abrir espaço para a música erudita. P.S.Neste número quantas reportagens ótimas sobre musica!!! PARABÉNS!!! João Rochael Lago Norte Caro redator, Parabenizo a toda a equipe dessa Revista Plano Brasilia que considero muito boa. As matérias são diversificadas, tem enfoque e conteúdo fáceis de compreensão e leitura. Achei a reportagem sobre cirurgias plásticas muito interessante, pois como estou querendo fazer redução de mamas, todo os alertas médicos foram observados e anotados. Fiquei muito sensibilizada com a reportagem sobre a solidariedade da população de Brasília para com os desabrigados do Rio de Janeiro. Quando as pessoas querem ajudar, elas sempre dão um jeitinho brasileiro. Parabéns a todos pela publicação. Verá Lúcia Costa Setor Sudoentes

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.


Entrevista

Da Redação | Fotos: Paulo Negreiros

Eduardo Brandão Secretário do Meio Ambiente

O

homem do meio ambiente no DF sabe da importância do assunto, mas está longe de ser um radical. Adepto do diálogo e da integração, Eduardo Brandão (PV) soube com maestria sair do lado da oposição no primeiro turno para compor a aliança com Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli na segunda etapa da disputa. Agora à frente da secretaria de Meio Ambiente, ele promete soluções fáceis e inteligentes para os parques do DF, e garante que o licenciamento para os casos mais simples e corriqueiros, será menos burocrático. Brandão é um polítco que parece pôr fim à imagem de eco-chatos que ainda permeia o imaginário daqueles que ainda não se conscientizaram da importância deste tema na vida de todos. Plano Brasília> A criação de uma nova Secretaria traz uma responsabilidade maior para a pasta? Eduardo Brandão> Acho que a criação dessa pasta já era uma necessidade que existia no Distrito Federal. Inclusive já teve uma Secretaria de Meio Ambiente que depois fundiu e se dividiu novamente. Quando você fala em uma Secretaria de Meio Ambiente, que é um projeto muito mais transversal em todos os sentidos, você está falando não só na questão da preservação, mas do desenvolvimento sustentável e da educação ambiental, unir todos esses processos. Isso dá uma dimensão muito maior. Então eu acho que foi uma atitude sensível e inteligente que o governador tomou. Não tinha sen-

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tido Brasília, Capital da República, não ter uma Secretaria de Meio Ambiente específica para tentar resgatar tudo isso, além do passivo ambiental que estamos recebendo. Seja na parte de resíduos sólidos urbanos, seja na parte dos nossos parques que estão absolutamente abandonados. A educação ambiental por exemplo era feita no Ibram (Instituto Brasília Ambiental), na Caesb, no SLU, no Jardim Botânico, na própria Secretaria. Enfim, tinham ações de educação ambiental em vários órgãos e companhias do governo. Qual é o problema disso? É aquele ditado: cachorro com muito dono morre de fome. Você tinha muitos esforços, bons e interessantes, mas espalhados. Ai você não consegue concentrar esse esforço para que ele tenha uma resposta maior na sociedade. Porque está todo ele dividido, espalhado e você vai desprendendo essa energia e acaba não conseguindo um resultado efetivo. O senhor falou do apoio do PV ao governo no segundo turno da campanha e o PSol tomou um rumo diferente, não apoiando nenhum dos lados. O senhor avalia que foi uma decisão acertada e que os militantes do Partido Verde compreenderam a coligação Um Novo Caminho, de Agnelo Queiroz? Essa decisão foi absolutamente coletiva e na época deixamos isso bem claro. Eu acho que mais importante do que atingir o poder é você contribuir. Então, se existe uma série de projetos e idéias que podemos contribuir e existe essa possibilidade, como políticos nós temos que essa responsabilidade. Não adianta viver só no sentido da disputa, o PV não pensa assim. Não é essa a nossa linha nem a nível regional, nem nacional. Tanto é que nacionalmente o partido tomou uma linha de independência. Isso não quer dizer que não vai contribuir ou que não vai fazer as suas críticas. Ou

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Não tinha sentido Brasília, Capital da República, não ter uma Secretaria de Meio Ambiente seja, se você não pode efetivamente participar da criação de um projeto por uma série de questões, você não é oposição por oposição. Brasília enfrenta sérios problemas relacionados à questão do meio ambiente. Quais são as prioridades? A gente tem basicamente três agendas, a marrom, a azul e a verde. Separando desse linguajar, na verdade a gente tem a questão específica de resíduos sólidos urbanos. A questão das águas e a questão do próprio verde, que engloba parques e as diversas áreas verdes. O desafio maior é criar, desenvolver políticas de meio ambiente que possam servir de grande exemplo para o Brasil inteiro. O maior desafio da população

brasileira é conseguir viver em cidades. Imagino que temos quase 80% da população vivendo nos centros urbanos. E a gente tem que aprender a viver nesses lugares. E esse é um problema que, em termos de humanidade, é muito recente. Há 50 anos, nós tínhamos um contexto completamente diferente deste que nós temos hoje. Viver e conviver nesses centros urbanos, no sentido de se ter qualidade de vida, de saber preservar suas riquezas para as próximas gerações e ter saúde. Nesse sentido é que nós estamos propondo, inclusive na reestruturação da Secretaria, quatro Subsecretarias: uma de políticas ambientais; uma de desenvolvimento sustentável; uma de saúde ambiental e outra, especifica para a questão dos condomínios. O que é isso? Quando eu sai, por exemplo, saúde ambiental, como é que a gente vai viver nesse aglomerado maluco à medida que nós vamos aumentando nossa qualidade de vida. Nós vamos produzindo mais resíduos sólidos, mais lixo. À medida que a gente vai melhorando nossa qualidade de vida, nós vamos liberando mais gases do efeito estufa. Enfim, você está sempre em um caminho qualitativo entre aspas, no sentido do desenvolvimento. Que é, vamos dizer, a princípio, contrário à questão da preservação do meio ambiente saudável. Então, essa Secretaria tem essa função: De fazer com que essas duas coisas passem a ter esse mesmo vetor. Essa necessidade que as pessoas têm de ter os seus parâmetros de consumo, seja ele qual for, faz parte de uma cultura. A medida que a gente vai aumentando e melhorando o nível de poder aquisitivo, a gente vai aumentando mais o nível de materiais que são necessariamente recicláveis. Porque se você não aprender a reciclar esses materiais, reutilizar, não tem jeito, não se chega a lugar nenhum. Será um caos. Esse é o grande desafio.


Quais são as reformas necessárias? Em grandes aspectos. O primeiro é o aspecto ambiental. Os desenvolvimentistas olham em primeiro lugar para o licenciamento. Então nós vamos ter uma reforma no processo de licenciamento. No caso nosso, do Ibram, o governador já encomendou e ele deve estar anunciando um novo modelo de simplificação das licenças. Esse equilíbrio tem que existir para que a gente possa ser parceiro da sociedade. Existem pequenos licenciamentos nos quais não há a necessidade de fazer toda uma burocracia. Nós estamos fazendo um estudo. O governador Agnelo já encomendou para que a gente faça uma reformulação no programa. Um licenciamento mais fácil, uma coisa bem transparente, que vai estar on line. Exemplo: se a pessoa tem um projeto sendo licenciado. Vai entrar no site e vai colocar o número do protocolo e vai saber exatamente o andamento do seu processo. Quer dizer, de uma forma muito transparente. Na questão que já vem sendo amplamente discutida e divulgada Nós temos aproximadamente 75 áreas protegidas e parques. Como tratar isso? Como conviver com essas áreas que a população necessita? Que a nossa saúde necessita? E como aproveitá-las da melhor forma? Temos alguns projetos e estamos modificando todos eles, pois se mostraram absolutamente ineficazes. Tanto é que nós encontramos uma herança maldita, que são os parques na situação que eles se encontram. Em um total processo de abandono. As pessoas muitas vezes nem entendem que aquilo é um parque. O que que é aquilo lá? Tinha uma cerca e o mato. Então a população acha que é terreno baldio. E para que serve? Serve para jogar entulho, para bandido invadir, serve para utilizar de forma irregular. A gente vai lançar um novo programa de parques nos próximos 100 dias. Todo ele será investido nos parques.

ter um espaço de convívio, um campo de futebol, um lugar para caminhada. As pessoas começam a entender que se trata de um parque.

A gente vai lançar um novo programa de parques nos próximos 100 dias Primeiro em projetos de parques perimetrais e lineares. O senhor pode explicar esses modelos? O DF tem muitos parques e áreas verdes enormes. Como que vamos fazer uma intervenção em uma área de 60 hectares? O Estado não tem capacidade para isso. E, ao mesmo tempo, nós precisamos preservar essa área e mantê-la de forma ambientalmente correta. O parque perimetral é assim, nós pegamos o perímetro de um parque, que normalmente é uma área que sofreu grande degradação por pressão urbana e criamos um vivencial no entorno desse perímetro. E o que é isso? É um parque de diversão, uma praça, uma área de lazer para as pessoas virem e terem um convívio com esses locais. Então onde tinha aqui um mato e terreno baldio e deixou de ser para

E elas passam a querer cuidar desse local, não é? Exatamente. E acaba a parte da invasão. Porque se todo dia eu acordo e vou caminhar no calçadão desse meu parque, eu vejo o cara entrando e digo: Perai, eu sou o primeiro a fiscalizar e ligar, não quero. Estão invadindo o parque. O Estado passa a ter uma capacidade de investimento nesse espaço que traz as pessoas para um convívio harmonioso com o meio ambiente e a sociedade passa a cuidar das nossas áreas. É uma solução simples, barata e altamente eficaz. Os parques lineares, isso já foi desenvolvido em São Paulo. É você ter um córrego aqui e isso vai para dentro da nossa agenda azul, que faz parte de toda a recuperação da bacia hídrica, das sete bacias que nós temos aqui no Distrito Federal, principalmente o assoreamento do Lago Paranoá. Você tem um córrego que na margem está tudo desmatado. Na época de chuva, a vazão, começa a carrear todo esse material até chegar em um ponto mais baixo, que é o Lago Paranoá. Então o Lago está morrendo. Mas se nós não recuperarmos os córregos, não vai adiantar, vira um ciclo vicioso. E eu recupero isso aqui criando o parque linear, que na verdade não é linear, porque ele é cheio de curvas, mas que acompanha o trajeto dos córregos. Calçadão e aquilo passa a ser um lugar agradável, um lugar de convívio em que, ao mesmo tempo que se vai recuperando as matas ciliares, toda essa borda dos nossos córregos, que também são projetos parados. Outros modelos de parques, mais vivenciais, nós vamos chamar a iniciativa privada para atuar junto conosco. É a única solução para esse tipo de parque.

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Panorama Político

tarcísio holanda

A visita de Obama ao Brasil E stá marcada para março a primeira visita oficial ao Brasil do novo presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, que se acha interessado em eliminar pontos de atritos nesse relacionamento criados durante o governo Lula, tais como a não condenação ao programa nuclear do Irã, a crise provocada pela deposição do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, e as restrições brasileiras ao acordo militar celebrado entre os Estados Unidos e a Colômbia. Tais desencontros foram a causa do adiamento da viagem de Barak Obama ao Brasil, que era para ter ocorrido em 2010, ainda no governo Lula. Os atritos criados pelo petista retardaram a viagem. Curiosa e significativa é a exclusão de Buenos Aires desse roteiro de viagem de Obama à América Latina, que se estenderá apenas ao Chile e a El Salvador. Compreende-se que o presidente norte-americano tenha evitado viajar ao Brasil, em 2010, que foi um ano eleitoral. Porém, é óbvio que aqueles atritos nas relações entre os dois países criados pelo governo Lula certamente contribuíram para evitar que o chefe do governo dos Estados Unidos viesse a nosso país durante o mandato do petista. O presidente dos Estados Unidos não poderia ignorar o notório peso político e econômico do Brasil na América Latina, ao viajar a essa região.

O PESO CHINÊS Há um outro dado, que Obama certamente não vai exprimir, mas que contribui para aumentar as preocupações da Casa Branca em relação ao Brasil. Trata-se do papel de destaque ocupado pela China nas relações com o Brasil, a ponto de se transformar, nos últimos anos, em nosso principal parceiro econômico. Os Estados Unidos encaram com apreensão o fato de um país asiático tê-lo superado nas relações econômicas com um país

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do peso do Brasil na América Latina. E isso pode influenciar outros países latino-americanos, conhecida como é a influência brasileira na região.

A GEOPOLÍTICA Ao longo da história, os Estados Unidos desempenharam o papel de principal parceiro econômico do Brasil e não podem encarar sem receio essa aproximação brasileira de um país com a importância política e econômica da China Continental. A importância que Obama confere ao papel econômico do Brasil na América do Sul e na América Latina pode ser conferida na imensa lista de empresários norte-americanos que integram a comitiva presidencial. Esse é um ponto que vai além dos interesses econômicos, pois o Brasil detém peso considerável no aspecto geopolítico nessa região e no mundo.

A VENDA DE ARMAS Outro interesse anima o governo de Obama. Os Estados Unidos são os maiores fabricantes de armas do mundo. O governo norte-americano sabe que se acha em pleno curso um programa de reaparelhamento das Forças Armadas brasileiras e não quer ser alijado desse processo por conhecidos concorrentes. Basta lembrar que o Brasil se inclinou a favor da compra de dezenas de caças franceses da marca Rafale para a Força Aérea Brasileira. Os Estados Unidos, grandes fabricantes de aviões comerciais e de combate, não querem perder cliente tão importante.

A SUPERAÇÃO DA ARGENTINA É impossível ignorar que o formidável peso que o Brasil passou a ter na América Latina e no mundo pôs em destaque a perda de importância da Argentina por aqui e lá fora. O formidável ritmo de expansão da economia brasileira fez com que o Brasil passasse a

ser cobiçado como parceiro pela maioria das grandes potências, desde os Estados Unidos e a China, sem esquecer a Rússia e os países da Comunidade Européia. A decisão de Obama de não incluir Buenos Aires em seu roteiro de viagem mostra que, na agenda norte-americana, Buenos Aires perdeu importância.

IMPORTÂNCIA DA ARGENTINA NO BRASIL Enquanto o presidente dos Estados Unidos trata Buenos Aires com desdém, o Brasil atribuiu absoluta prioridade à aproximação com a Argentina, no governo Lula, e procura lhe conferir o mesmo tratamento de relevo no governo de Dilma. A aliança do Brasil com a Argentina é considerada estratégica por todos quantos estudam os interesses permanentes do Brasil na América Latina. Tanto que a primeira viagem de Dilma ao exterior foi à Argentina. Ela está dando ao governo de Buenos Aires a mesma atenção cuidadosa que lhe dispensava o governo de Lula. Ainda hoje se lamenta no Palácio do Planalto e no Itamarati a inexplicável ausência da presidente argentina Cristina Fernándes Kirchner, em Brasília, no dia 1º de janeiro, quando Dilma Rousseff tomou posse na Presidência da República.

DILMA E AS CONTRADIÇÕES DA CONJUNTURA No Brasil de hoje, as contradições estão batendo à porta. As oposições falam em novo salário-mínimo de R$ 600, as centrais sindicais se contentariam com o piso de R$ 580, mas presidente Dilma Rousseff continua em posição firme oferecendo um mínimo de R$ 545 e reclamando uma severa contenção nos gastos públicos. O Congresso quer liberar as verbas dos parlamentares, que a equipe econômica cogita de incluir nos seu projeto de contingenciamento. Essa


promessa de política de austeridade certamente vai aumentar os problemas do governo de Dilma Rousseff com a sua maioria parlamentar no Congresso.

Convocação Na mensagem que acaba de enviar ao Congresso, a nova presidente da República convoca a classe política a apoiar o programa do governo de erradicação da miséria. Ao mesmo tempo, enfatiza a necessidade de construção de um sistema nacional de prevenção e alerta contra tragédias, como as que ocorreram na região serrana do Rio de Janeiro. Dilma não só se dispõe a por em prática uma política econômica de moderação nos gastos, como promete se empenhar com todas as suas forças em favor da aprovação pelo Congresso de uma reforma tributária, que enfatize a desoneração dos investimentos e da folha de pagamento.

O debate do salário-mínimo De um lado, promete conter as despesas públicas e, de outro, pretende adotar medidas destinadas a reativar a economia. Trata-se de um processo bastante contraditório, como se vê. Preocupada com o aumento dos gastos públicos, que impulsiona a inflação para o alto, a presidente Dilma Rousseff resiste às pressões por um aumento do salário mínimo para R$ 580 e reclama a necessidade de melhorar a qualidade dos gastos governamentais para manter vivo o compromisso fiscal do Executivo, advertindo o Congresso para as suas pesadas responsabilidades. Com isso, pode colocar em risco a unidade de sua base de apoio parlamentar.

O corte no Orçamento A equipe econômica já está estudando o tamanho do corte que fará no Orçamento da União para este ano, disposta a manter a meta de um superávit primário não inferior a 3,1%, o que representa a parcela de recursos reservada para pagar parte do principal e dos juros da dívida pública. Assim mesmo, em seu discurso, Dilma Rousseff garante que não cortará os recursos que considerar essenciais ao seu programa de expansão da atividade econômica. A chefe do governo afirma, de modo categórico, que as obras de infra-estrutura do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não serão alcançados pelo cortes programados.

Os paradoxos Dilma falou, em seu discurso, na importância da “harmonia entre os poderes”, reclamando trabalho em conjunto e senso de cooperação. Um claríssimo recado que dirigiu aos partidos que integram a base parlamentar do governo na Câmara e no Senado. É notório que a disputa por cargos do segundo escalão entre os partidos e os parlamentares poderão quebrar a tranqüilidade política e causar derrotas do governo em votações no Congresso. A definição do novo salário-mínimo poderá ser a oportunidade esperada por alguns parlamentares para manifestar seu inconformismo, infligindo derrotas ao Palácio do Planalto.

Falha no apoio político Os problemas já estão surgindo. O PCdoB, que integra a base parlamentar do governo, acaba de apresentar emenda propondo que o

novo salário-mínimo seja de R$ 580. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que é, também, o presidente do PDT, afirmou que o percentual de reajuste do novo salário-mínimo vai depender da habilidade da nova presidente da República. O próprio Carlos Lupi já defendeu aumento maior do que o teto de R$ 545 oferecido pelo Palácio do Planalto. Esta é uma questão que o governo terá de tratar com muito jeito para não entrar em conflitos com sua base parlamentar e com as poderosas centrais sindicais.

Indústria tem produção recorde A produção industrial teve um crescimento recorde, em 2010, comparativamente a 2009, de 10,5%, o maior crescimento experimentado pelo nosso parque industrial desde 1986, ou seja, em 24 anos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Convém lembrar que, a partir do final do ano passado, a produção industrial começou a cair de ritmo. Aqueles dados foram divulgados terça-feira passada e abrangem as 14 regiões do país que são habitualmente pesquisadas e que apresentaram essa alta taxa de expansão. Esse alto nível de crescimento de nosso parque industrial correu depois da acentuada retração, de 7,4%, que ocorreu em 2009. “A indústria conseguiu, em 2010, reverter a queda de 2009 em razão do bom desempenho no primeiro trimestre, quando o setor ainda gozava de incentivos do governo” – disse André Macedo, o técnico responsável pela pesquisa.


Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

Rosso pilotado Está cada vez mais claro que o governador-tampão Rogério Rosso esteve sob o controle de Durval Barbosa. Um dia antes da eleição indireta na Câmara Legislativa, um envolvido na Caixa de Pandora revelou a fontes seguras do governo atual que havia cerca de cinco ou nove fitas gravadas envolvendo Rosso. O compromisso assumido por Rosso foi não só manter cinco nomes de Durval no governo-tampão, mas nomear alguns após a demissão de outros, como aconteceu na Secretaria de Cultura. Daí o apoio de Rosso a Weslian Roriz. Entenderam?

Revolução no Cairo Depois da Tunísia chegou a vez do Egito. O presidente egípcio Hosni Mubarak está com os dias contados. A povo saiu às ruas para exigir mudança no poder. Esse é um sinal importante para que o Ocidente, especialmente Estados Unidos e Europa, revejam suas estratégias mundiais. O Brasil e o mundo querem o Egito democrático e é o que, parece, está acontecendo.

Carnaval sem liga O número de processos contra a Liga das Escolas de Samba de Brasília impede que ela receba as verbas do governo destinadas ao carnaval de 2011. O Ministério Público está de olho na falta de prestação de contas e na improbidade. A solução será entregar o dinheiro diretamente para as escolas livres de questionamentos. A Liga dança, mas não samba.

Wasny e Wilmar O líder do governo Wasny de Roure (PT) e o coordenador de Assuntos Legislativos, Wilmar Lacerda, terão um gabinete na Câmara Legislativa. A bancada governista, calculada hoje em até 18 deputados distritais é muito ampla e as negociações exigirão muita experiência política. Experientes, Wasny e Wilmar serão uma dupla fundamental para sustentar Agnelo e o presidente da Câmara, Patrício. Só no gabinete do governador anterior haviam duas mil nomeações. O festival de cargos de confiança chegou ao fim e essa moeda de troca também.

Corrupção no DF A herança maldita de Arruda/Rogério Rosso ainda vai dar muita dor de cabeça a Agnelo Queiroz. Pró-DF e DFTrans serão alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Legislativa, sob o comando de Chico Vigilante e Chico Leite, ambos do PT. Dessa forma, eles abrem o placar contra a corrupção. Ainda tem muita coisa a ser investigada. Muito trabalho também para a Secretaria da Transparência, sobre a qual todas as esperanças são depositadas.

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Mulheres na Casa Rosada O fato político mais relevante dos primeiros dias do governo Dilma Rousseff na área internacional foi sua visita à presidenta argentina Cristina Kirschner. Foi comovente ver a imagem dos saltos altos, em detalhe feito pelas câmeras de televisão, no ato de assinatura do acordo de cooperação atômica. Depois, a foto delas acompanhadas das mães e avós da Praça de Maio na sacada da Casa Rosada, é inesquecível. Aliás, mulheres brasileiras na diplomacia dão o tom. Maria Luisa Viotti, nossa embaixadora na ONU, está pautando o debate no Conselho de Segurança.


Comunicando Defesa de Battisti Circula no país um manifesto pela soltura imediata de Cesare Battisti, com as assinaturas iniciais de juristas, entre eles Marcelo D. Torelly, Professor do Curso de Direito da Universidade Católica de Brasília, Jose Ribas Vieira, professor da pós graduação em Direito da UFRJ e UFF, Nilo Batista, advogado e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Carlos Bruno Ferreira da Silva, procurador da República no estado do Espírito Santo. No total, são quase 700 assinaturas. O documento será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. No blog www.blogdaglobal. org pode-se assinar e encontrar vários materiais sobre o caso Battisti. Os cidadãos abaixo assinados expressam total inconformidade com a decisão do ministro Cézar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal, de manter preso o cidadão italiano Cesare Battisti e instam pela sua soltura imediata e inadiável, por ser de justiça. A situação atual constitui profundo desprezo a) à decisão do presidente da república pela não-extradição, b) ao estado democrático de direito e, sobretudo, c) à dignidade da pessoa humana.

Movimento quer Conselho - I O Movimento Pró-Conselho de Comunicação Social do DF (MPC) realizou no dia 3 de fevereiro, na Câmara Legislativa, ato de lançamento da campanha pela instalação do conselho previsto no artigo 261 da Lei Orgânica, aprovada em 1993. Os organizadores do movimento entendem que a comunicação é um direito humano básico e que esse Conselho será um instrumento público de sua defesa. O órgão colegiado deve assessorar o Poder Executivo na formulação e no acompanhamento da política regional de Comunicação Social. A proposta de criação de conselhos de Comunicação Social nos diferentes níveis da Federação foi também aprovada pela 1ª Conferência Nacional de Comunicação, realizada em Brasília em dezembro de 2009.

Movimento quer Conselho - II A proposta da Confecom prevê conselhos que: (a) sejam instâncias de formulação, deliberação e monitoramento de políticas de comunicações; (b) sejam vinculados ao Poder Executivo; e (c) tenham, na sua composição, representantes do Poder Público, da Sociedade Civil e da Classe Empresarial. Como ocorre, aliás, com todos os demais conselhos ligados aos setores do Título VIII (Da Ordem Social) da Constituição, que há anos funcionam normalmente, inclusive no DF. O manifesto é assinado por entidades como a CUT e Conselho Federal de Serviço Social e várias personalidades, entre elas os professores Venício A. de Lima, Hélio Doyle, o jornalista Antonio Carlos Queiroz, o reitor da UnB José Geraldo, e o poeta e secretário da cultura do DF Hamilton Pereira. O deputado distrital Wasny de Roure já havia apresentado o Projeto de Lei 1110/93, mas a “iniciativa foi arquivada por falta de apoio político”. No documento, os manifestantes afirmam que “agora temos um novo governo no DF, apoiado por forças democráticas e populares e uma nova Câmara Legislativa. É este o momento de criar o Conselho de Comunicação Social”.

Funarte espera A Funarte Brasília ainda espera pelo novo presidente da entidade Antonio Grassi. Tudo está parado há anos. O dinheiro público vai pro ralo e a cidade fica sem um espaço cultural de altíssima necessidade.

Trotes idiotas Os estudantes da UnB insistem na brincadeira de mau gosto. Os trotes, idiotas e condenáveis, continuam correndo soltos no campus. Até quando? Quando os pais ensinarem seus filhos a serem livres, responsáveis e humanistas. Chega de brutalidade e insanidade!

Refrigerante de maconha Um refrigerante de maconha, chamado “Canna Cola”, está sendo vendido no Colorado (EUA). A notícia saiu na revista “Time” e foi reproduzida pela imprensa brasileira. A bebida terá entre 35 e 65 miligramas de THC (tetrahidrocanabinol) que é o principal ingrediente psicoativo do “cannabis”, presentes no haxixe e na maconha. Quinze estados norte-americanos admitem o uso da maconha para fins medicinais. Scott Riddell, o criador da empresa que vende a bebida, disse que os níveis de THC são menores do que os de outras bebidas do mesmo tipo que já estão no mercado. E acrescentou: “o efeito no organismo é similar ao de uma “cerveja suave”. Aliás, cerveja de maconha já existe na Espanha. Enquanto isso, no Brasil, o tema liberação da maconha continua sendo tratado com hipocrisia.

E-mail: romario@abordo.com.br

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Política Brasília Da Redação

Por dentro do assunto Divulgação

Quem comanda o barco

Nesse encontro, Wilmar Lacerda, que é agora secretário de Assuntos Legislativos, teve papel de destaque. Para se aproximar ainda mais dos distritais, Wilmar, que é suplente do senador Cristovam Buarque (PDT) deve montar um gabinete na própria Câmara.

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Início capenga

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Meio ambiente integrado

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Na Câmara Legislativa, o assunto que deve tomar conta logo nos primeiros dias do ano Legislativo é a chefia das comissões permanentes. As duas mais importantes: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e de Economia, Orçamento e Finança (CEOF) estão na lista das mais desejadas. Ao que tudo indica, a de Justiça deve ficar para o petista Chico Leite, que acabou um pouco preterido, mesmo tendo sido o distrital mais bem votado, com cerca de 35 mil votos. Até o momento, a única indicação que foi feita pelo deputado foi a do Administrador de Águas Claras. Já a CEOF deve ficar com algum parlamentar do grupo de Alírio Neto (PPS), que assumiu a pasta de Justiça. O distrital mais cotado é Cláudio Abrantes (PPS), que era cotado para ser líder de governo, função que acabou cabendo a Wasny de Roure (PT). Wasny já assumiu que seu único comprometimento é com a ética. “Eu já tenho uma certa idade e não tenho outra vaidade a não ser entrar e sair da vida pública de cabeça erguida”, assinalou. O líder da bancada também já foi decidido: é Chico Vigilante, que não anda assim tão bem na relação com o governo. O ruido ficou ainda mais evidente com a ausência de Vigilante no café da manhã entre o governador e a base de apoio na Câmara.

A Câmara Legislativa iniciou os trabalhos de 2011 com gabinetes sem funcionários. Embora a liminar que proíbe contratações tenha sido derrubada, os 14 parlamentares novatos só foram liberados para contratar assessores a partir do dia 2 de fevereiro, um dia após o retorno aos trabalhos. Para o deputado Olair Francisco (PTdoB), a situação complica o andamento não só dos gabinetes, mas da própria Câmara. “Isso gera uma instabilidade muito grande. Esse retorno e abertura da Casa sem as contratações vai ficar muito complicado”, destacou. Olair é da vertente dos novatos que manteve os trabalhos com funcionários voluntários. Outros deputados preferiram manter os gabinetes fechados.

É consenso que o Meio Ambiente e as questões estruturais e de desenvolvimento caminharão juntos nesse governo. “Essa nova gestão tem que ser participativa e integrativa. Uma relação assim faz bem para a natureza e para o governo”, ressaltou o secretário de Meio Ambiente, Eduardo Brandão.


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Câmara dos Deputados”, garantiu a deputada. Questionada sobre a possibilidade de não ter tanto destaque em meio a tantos outros deputados (na Câmara Legislativa ela ganhou bastante notoriedade pela atuação na CPI da Codeplan), a deputada foi enfática: “Eu não faço política para me destacar, mas para trabalhar pela cidade”, disse. “Temos o compromisso com o governo e vamos fazer o máximo”, completou a federal. No cenário nacional, Erika vislumbra um crescimento da base de apoio e um avanço do que já foi alcançado pelo governo Lula. Kokay tem a intenção de participar – até como presidente – da Comissão de Direitos Humanos e Seguridade Social. Outras frentes que ela gostaria de participar são a de Defesa da Criança e do Adolescente e pela Livre Manifestação da Sexualidade.

Mãos às Obras Na Administração Regional de Sobradinho, que esta sob a chefia de Maria América, há muito trabalho – assim como nas demais RA’s. Uma das batalhas da administradora, após a resolução dos problemas relacionados ao mato e aos buracos é em relação a obras inacabadas. A finalização da feira , por exemplo, é aguardada há anos e foi uma das reivindicações mais ouvidas durante a campanha. A estação de tratamento de esgoto, também. América é moradora da região e durante a campanha política foi a pessoa responsável pela agenda de Agnelo Queiroz.

Lixão não Agência Brasil

Início com debate Mal começou o ano e a Câmara Legislativa já dá sinais de que terá um ano de muito debate com a população. Bom sinal. Para o dia 9 de fevereiro já está marcada uma audiência pública para discutir a democratização do sistema público de ensino. “Além das eleições diretas no âmbito escolar, nós queremos discutir a democratização do sistema educacional como um todo, permitindo a efetiva participação de todos os atores da comunidade escolar – professores, funcionários, pais e alunos – para fortalecermos a escola pública e valorizarmos um espaço que tem de ser de qualidade para toda a sociedade do Distrito Federal”, afirma a deputada Rejane Pitanga (PT), que já protocolou um projeto de lei sobre o assunto. Rejane Pitanga assumiu a cadeira aberta com a saída de Arlete Sampaio (PT), que assumiu a secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda. Rejane também já protocolou um pedido de audiência pública para o dia 14 de março em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Será às 10h, na Câmara Legislativa. Rejane assinou, junto com outros parlamentares, para a criação da Frente de Combate ao Crack. E pretende criar ainda a Frente Parlamentar de Combate à Homofobia e a de Enfrentamento da violência contra a mulher.

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Desmentindo

Surgiram rumores de que a deputada federal Erika Kokay (PT) iria para o Executivo. Os e-mails que rodaram a net foram desmentidos pela deputada. “Mesmo quando fui consultada sobre uma possível ida para o governo, minha opção foi pela

E por falar em Regiões Administrativas, a Estrutural deve ganhar um Centro de Referência em Assistência Social. A ação contará com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Social de Arlete Sampaio (PT). Serão intensificadas as ações de atendimento às famílias e haverá, segundo a secretária, uma busca ativa para cadastramento nos programas sociais e de transferência de renda. O lixão deve ser retirado do local até a metade do ano.

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Dinheiro

mauro castro

Hora das aulas e da mão no bolso O

nível de adrenalina sobe quando os moradores da tranqüila cidade de Brasília – essa que fica entre as latitudes 25/12 e 31/01 – descobrem que as aulas retornaram. São vários os motivos que vão de aspectos de trânsito até questões de bolso, mesmo. O fato é que as aulas trazem tantos impactos na vida das pessoas que ficaria impossível listarem todos. A idéia aqui é apenas olhar do ponto de vista do dinheiro. Todo pai e mãe sabem que o custo do material escolar é uma loucura – uma tortura crônica para a classe média – mas, o que pouca gente conta é que por ter tantas contas altas a pagar esquece das pequenas. São pequenas doses diárias de esvaziamento de carteira: lanche, atividades extracurricular, festinha de aniversário do colega, transporte, calendário festivo da escola (esse é cheio), passeio (alguns são doses nada pequenas) e o famigerado presente para você (dia das mães e dos pais). Tudo isso leva um dinheiro razoável, não contabilizado. Uma conta nunca feita que no final do mês deixa seu caixa furado, sem qualquer perspectiva de identificação de causa. Algumas pessoas simplificam chamando isso de Gastos Extras.....Por tudo isso, fica a dica: reserve no seu orçamento um dinheiro extra para as despesas não esclarecidas no contrato escolar.

FEVEREIRO JANE

Curtas Imposto de renda, breve na sua telinha.

Folga para financiar a casa própria.

Os programas para preenchimento e envio das declarações de Imposto de Renda da pessoa física 2011 (ano-base 2010) estarão disponíveis no site da Receita a partir de 1º de março. Lembre-se que para a entrega da declaração, deverá ser usado o programa de transmissão Receitanet Java, que também será disponibilizado na página da Receita.

O Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ampliou para R$ 170 mil o valor para financiamentos imobiliários com recursos do fundo para a população de baixa renda. A medida abrange os imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida. O novo teto atenderá à região do Distrito Federal. Em municípios cuja população seja superior a 250 mil habitantes, o valor máximo de financiamento é de R$ 130 mil, enquanto em municípios com mais de 50 mil habitantes o teto é de R$ 100 mil. Nas demais cidades, os moradores poderão financiar até R$ 80 mil. Uma pergunta interessante é saber como fica quem atravessa a divisa e vai para o Goiás.

Alugar está mais caro no Plano Piloto. Alugar um imóvel residencial no Plano Piloto e proximidades ficou até 140% mais caro em 2010, a conta é feita com base nos preços por metro quadrado informado nos sites de imóveis da cidade. Os proprietários felizes fazem as contas para renovações contratuais.

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Capa

Por: Virgínia Ciarlini | Fotos: Gustavo Lima e Divulgação

PERFECCI


IONISMO Tempo e desgaste para se atingir a perfeição. Um sentimento fantasioso que pode findar no sucesso ou no fracasso

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ma síndrome. Um comportamento consolidado ao longo da vida. Ou um enorme desejo de atingir os padrões estabelecidos por imagens propagadas pela mídia? Misturando todos esses elementos está formado um indivíduo perfeccionista. Os sintomas, o comportamento e o desejo aliados a uma formação rígida e inquestionável levam qualquer pessoa a temer uma adaptação de situações diferentes do padrão que está na própria cabeça. Qualquer ação em que não se atinja 100% de sucesso vale tanto quanto um zero. Conforme especialistas no assunto, esse é o raciocínio de um perfeccionista. Com um comportamento exageradamente rigoroso e disciplinado e as inúmeras vezes em que repete uma mesma ação, atribuir o status de perfeccionista a uma pessoa com essas características é mais que pertinente. Nesse contexto da busca pelos 100%, é possível classificar esse comportamento em dois tipos. O normal, quando a pessoa apenas se esforça para realizar uma tarefa bem feita. E o neurótico, quando há um esforço excessivo que gera ansiedade, compulsão e repetição desmedida em busca da perfeição. Isso, sem contar com a exigência de que os outros tenham que fazer parte desse modelo. Segundo a neuropsicológica, Mariana Wandalsen, do Instituto Brasiliense de Neuropsicologia e Ciências Cognitivas, “o perfeccionista determina um padrão e leva isso para as relações. É como se a pessoa quisesse vestir uma mesma roupa em todo mundo e o problema se estabelece quando a roupa, nem sempre, cabe em todos. Gerando assim, sofrimento e frustração”, conceitua. A busca excessiva pela perfeição passa pela preocupação com detalhes, regras, normas, organização e limpeza. Nem sempre todos juntos e nem sempre nessa ordem, mas uma compulsão pela falta de erros que resulta em um ciclo vicioso e repetitivo. Há muita energia física e muita carga emocional despendidas nesse processo, até que a coisa se torne aceitável para um perfeccionista.

Gostar de tudo bem feito e exigir um padrão de qualidade e excelência são atitudes louváveis em qualquer ser humano. Querer mais e melhor não é problema nenhum. A situação se complica quando o resultado perfeito passa a ser o único caminho para aceitação pessoal. O que fatalmente gera frustração e depressão quando o objetivo de perfeição não é atingido. A neuropsicóloga ressalta que “o processo de realização de uma tarefa, em qualquer meio é um comportamento saudável e prazeroso, mas manter o foco apenas nos resultados é desgaste na certa. A expectativa é exacerbada e o medo da desaprovação é latente”.

O papel de cada um no mundo real A questão da autoestima é ponto crucial do perfeccionista. Pois quando esta se baseia em padrões externos, a pessoa torna-se vulnerável e exageradamente sensível a críticas alheias e a defesa passa a ser a perfeição em todas as ocupações. Seja nas relações de família, de trabalho, com vizinhos, e por aí vai. “Pode-se dizer que a busca pelos 100% é um comportamento escravo dos êxitos”, complementa Mariana. Também é muito importante ressaltar a diferença entre compulsão e perfeccionismo. O compulsivo tem um comportamento baseado em ações absurdas e irracionais, enquanto o perfeccionista pretende, apenas, realizar qualquer coisa da melhor maneira possível. O que pode, muitas vezes, resultar em sucesso, pois se o produto final deu certo, o caminho trilhado foi perfeito. Exemplos de perfeccionistas de sucesso são inúmeros. O famoso cineasta Stanley Kubrick (1928-1999), diretor de 2001: Uma Odisséia no Espaço, por exemplo, tem muitas histórias de desgaste nas relações com artistas que dirigiu. Era comum ele repetir uma cena, pelo menos, quarenta vezes até, segundo ele, que o ator atuasse naturalmente. Outra característica desse cineasta e que é peculiar de personalidades perfeccionistas é a baixa produtividade. Kubrick realizou apenas 14 filmes durante a carreira. Só a

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produção de 2001: durou cinco anos. “Esse é um exemplo perfeito de um perfeccionista. Repetição, desgaste nas relações e preocupação com detalhes”, assegura a neuropsicóloga. Na capital, temos o exemplo de Fernando Junqueira, 55 anos, empresário há 20 anos na área de TI (tecnologia de informação) e velejador desde os 5 anos. Quando instigado a falar sobre a personalidade perfeccionista, característica atribuída pelas inúmeras tripulações que competem com ele, a risada foi enorme e ele imediatamente se intitulou como persistente e não perfeccionista. Fernando descreve as atitudes, quando está competindo em uma regata, como sendo resultado de um sem número de reflexões. “Organização em métodos. É preciso pensar antes de fazer. Regra, cooperação e atitude são palavras de ordem no barco, pois só assim levo todos ao mesmo raciocínio e comprometimento”, diz o velejador. Durante nossa conversa ele falou muito sobre eliminar os erros para acertar, sobre a persistência na conduta e sobre antecipar acontecimentos. “O resultado de uma regata é a conseqüência daquilo que se procura fazer com responsabilidade. O grau de sucesso é atingido por meio de uma conduta perfeita”, conclui Fernando. Segundo a Dra. Mariana, esse é um bom exemplo de perfeccionismo. “Nesse caso, ele reúne muitas características da personalidade perfeccionista e obtêm êxito nas empreitadas. Ele estabelece um padrão de comportamento e tenta contagiar todos os outros com o processo focado no resultado”. Já o modelo do estudante universitário Bernardo Prates, que cursa desenho industrial, os desgastes são intensos, principalmente, quando um professor pede um trabalho em grupo. É difícil aceitar, totalmente, as ideias dos outros integrantes. Segundo ele, é preferível expor as ideias depois que os colegas já fizeram as divagações, por saber que sempre pode acres-

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trar tudo, pois os rascunhos o ajudam a aprimorar a técnica para aperfeiçoar a obra final.

Relações interpessoais e perfeição

Mariana Wandalsen, Neuropsicóloga

Pode-se dizer que a busca pelos 100% é um comportamento escravo dos êxitos centar algo. Ele explica que, para se obter o desenho perfeito é necessário trabalhar a ideia antes de passar para o papel, aperfeiçoando os defeitos e corrigindo os erros. Nos trabalhos pessoais, Bernardo sempre procura algo para lhe servir de inspiração. Ele diz que, todo grande artista tem um foco principal. Uma espécie de orientação para se chegar ao objetivo final. O desenho perfeito. É claro que nem sempre essa inspiração vem rapidamente. “Ando com um caderno no qual gosto de registrar todas as ideias que me vem à cabeça. Sendo que várias delas permanecem inacabadas, mas sempre servem como rascunho ou originam ideias novas’’, assegura. Ele ressalta que é bom regis-

Nas questões amorosas, conforme doutores no assunto, o modelo do perfeccionista prejudica bastante as relações. Instala-se um ciclo vicioso em que o senhor perfeito, por medo, antecipa a própria desaprovação e conseqüente rejeição do parceiro. Esse medo gera insegurança e acaba por estabelecer um comportamento defensivo a posteriores críticas. Atitude que afasta as pessoas, pois o outro parece estar sempre pisando em ovos. E o ciclo não para por aí. Existe a tendência de esperar que o parceiro se enquadre nos próprios padrões irreais, exigindo e criticando desenfreadamente. Agindo assim, ele tenta evitar que o outro perceba erros e fraquezas, características humanas e que permitem que haja troca nesse tipo de envolvimento. No amor, ou em qualquer outra relação interpessoal, as pessoas tendem a gostar menos dos perfeitos e preferem aquelas que parecem mais próximas. Essa dificuldade nas ligações afetivas pode ter como conseqüência, relacionamentos pouco satisfatórios. Um certo casal jovem que prefere não se identificar, está tentando acertar os passos por meio de terapia conjunta. Eles dizem que o apoio de um mediador tem sido bastante eficaz, pois nos momentos de imposição de conduta e cobrança no dia a dia, a lembrança da terapia vem à tona e ambos respiram fundo e tentam retomar o prumo. Na relação desse casal, o que pega é o fato da esposa ser altamente perfeccionista e exageradamente organizada, a ponto de colocar etiquetas de identificação nas gavetas e em muitas dessas, as roupas são ensacadas. A limpeza da casa também só pode ser feita de maneira que até o sentido que o rodo é passado influencia no resultado. Segundo o marido, “acho


Fernando Junqueira - Velejador

que ela perde um tempo enorme impondo uma conduta que não fará diferença na pauleira do dia a dia. E pior ainda, tentando impor a mim um formato que está muito distante da realidade da maioria dos casais que trabalham e tem filhos”. O casal tem dois filhos e a situação estava se agravando, pois tentar contagiar todos estava se tornando uma tarefa árdua e sem garantia de sucesso. O esforço para impor uma conduta aos filhos, com base nas decisões perfeitas de uma só cabeça estava desgastando muito a relação em família. A retomada do equilíbrio era vital para a manutenção do casamento e nesse caso específico, a maturidade, o respeito e o carinho recíproco falaram mais alto. A ideia da terapia partiu da própria esposa, que cansada de desgastes e discussões eternas decidiu que não poderia fazer da vida em família o reflexo do que considera o próprio ideal de perfeição. A neuropsicóloga ressalta que esse é um caso peculiar em que o próprio perfeccionista não agüentava mais os repetitivos processos que pautavam todas as ações. O apoio do marido foi fundamental em aceitar uma terapia conjunta e também de preservar e potencializar a personalidade dos filhos. “É imprescindível contar com as pessoas mais próximas na tomada de decisões, principalmente aquelas decisões que derrubam, completamente, conceitos arraigados”, conclui.

Perfeccionismo em crianças A vida das crianças é geralmente cheia de atividades e conseqüentemente uma vida de descobrimentos e

Bernardo Prates - Estudante

aprendizados diários. Tudo é novidade, todos os dias. São compromissos na escola, nos cursos extracurriculares, nas festinhas semanais de aniversário dos amigos e dos familiares, enfim, em todas as relações. O desafio é constante. A conduta importa além do normal e a aparência conta muito. Dentro desse modelo de vida moderna, as cobranças são intensas. É uma quantidade exacerbada de compromissos que exigem além da conta de uma personalidade em formação. Um quadro de perfeccionismo tem todas as chances de se desenvolver, pois assim como as demandas são muitas, o medo do fracasso e da rejeição são latentes. Na opinião da neuropsicóloga, os pais precisam estar muito atentos aos indícios da mania de perfeição. É possível que em algum momento a criança tente esconder justamente esses sentimentos de rejeição e passe a dar muita importância a pequenos detalhes, além de desenvolver uma enorme ansiedade e expectativa com o resultado final de qualquer ação. “No momento em que a criança não quer mais ir a tantas festinhas, ou passa horas escolhendo uma roupa e se frustra porque nenhuma está adequada, sofre com competições desportistas, pois o resultado é incerto, e até mesmo uma enorme resistência aos amigos, é preciso rever conceitos em casa”, complementa Mariana. O conselho é tentar buscar um equilíbrio nos elogios e nas cobranças. Elogios exagerados podem desenvolver a idéia de que ela é amada apenas se fizer tudo bem certinho. Mesmo que os pais sejam extremamente amorosos e deem sinais explícitos de amor

independente das ações dos filhos, a criança em formação pode entender que só acertando terá a cumplicidade dos pais.

É possível mudar A boa notícia é que a mudança é possível. Com apoio psicológico, gradualmente o perfeccionista pode mudar os objetivos e passar a compreendê-los melhor levando em consideração os próprios desejos e vontades em primeiro lugar. Assim pode ir deixando as expectativas externas de lado e começando a focar nos procedimentos mais realistas e com resultados capazes de serem mantidos. “É muito importante potencializar a autoestima de um paciente perfeccionista. Se ele é capaz de realizar tarefas com tanta minúcia e repeti-las tantas vezes, é possível fazer com que ele se sinta capaz de trilhar um caminho prazeroso na construção das próprias ações”, explica a especialista. A dica é aprender a priorizar os mecanismos que desenvolvem as ações. Deixar de fazer tudo tão perfeito. Quebrar o objetivo do resultado perfeito e tornar o dia a dia mais prazeroso. Afinal, ninguém pode viver pela metade, desperdiçando oportunidades porque está com os olhos em uma única ação. “O perfeccionismo é uma fantasia”, conclui a neuropsicóloga.

Serviço IBNeuro - Instituto Brasiliense de Neuropsicologia e Ciências Cognitivas SCRS 504 Bloco C Entrada 37 1o. andar pela W3 Sul, Brasília – DF Fone: (61) 3226-3002

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Cidadania

Por: Larissa Galvão | Fotos: Gustavo Lima | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Big Brother na real Lentes que tudo vê.

H

á três anos, quem transitava pelas ruas de Sobradinho tinha comumente sua imagem gravada por uma das 13 câmeras que foram instaladas na cidade pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Os equipamentos foram colocados em pontos estratégicos, como saída de bancos, cruzamentos de trânsito e nas entradas e saídas daquela satélite. O objetivo era flagrar situações de desrespeito às leis de trânsito, depredação de bens públicos e ações de bandidagem. As filmagens dariam para montar um longa-metragem sobre o cotidiano dos moradores da cidade. Um reality show às avessas com, aproximadamente, 62 mil protagonistas e poucos espectadores. Essa pode ser a definição do monitoramento eletrônico que começou na cidade serrana de Sobradinho e, em pouco tempo, mesmo com o protesto de muita gente, se estendeu por Ceilândia e arredores da Rodoviária do Plano. O projeto da vigilância ostensiva não ganhou força e, por falta de continuidade no governo Arruda, está parado desde 2007. A idéia de fazer o monitoramento em algumas áreas de risco da

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cidade e diminuir a criminalidade, inibindo a ação de bandidos naquela localidade partiu de representantes da Administração Regional e do 13° Batalhão de Polícia Militar de Sobradinho. O projeto deu certo, mas parou por falta de incentivo e interesse do governo na época. Por considerar o serviço eficiente, o major Marcondes, do 13º BPM, acha que o mesmo deve continuar. “Quando o sistema foi implantado, o índice de pequenos furtos acabou. Acabou a mendicância na cidade. A ação dos cheiradores de cola e crack diminuiu consideravelmente”, informa. Segundo o major, o serviço foi parado devido à falta de manutenção nas câmeras que pararam de vez. Segundo a Codeplan, responsável pelo sistema, a manutenção dos aparelhos só parou quando o governo Arruda retirou a responsabilidade técnica e de informática da sua competência. Se o início do programa de Segurança Virtual causou um certo conforto entre os moradores no sentido da segurança, outros se sentiam persegui-


dos. É o caso da professora de educação física, Luciana Marchense. “Parecia que todos sabiam a hora que eu entrava e saia da cidade”, lembra. Embora tivesse gente que achasse a medida absurda, houve também quem comemorasse e parabenizasse pela idéia. “No fundo, a população sabia que estava sendo vigiada pelas câmeras e que o fato representava segurança”, assegurou o major. Diante disso, um paralelo com o livro “1984”, do escritor britânico George Orwell, que retrata uma sociedade totalitária controlada pelo Big Brother (líder fictício cujo nome batizou o programa mundial de TV) por meio de “teletelas”, se fez e foi oportuno na época. De acordo com a obra literária, o personagem principal escreve seu diário no único quarto que escapou do monitoramento estatal.

Outros Projetos Um projeto para a segurança foi feito no Itapoã, Região AdminisCâmera no Itapoã

trativa do Distrito Federal, que está entre os lugares mais violentos do pais, conforme levantamento feito pelo Ministério da Justiça. Em 2009, o governo Arruda juntamente com o Governo Federal, no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), instalou 25 câmeras de segurança em pontos estratégicos da cidade. Dados do 20° Batalhão de Polícia Militar, responsável pela manutenção, troca e controle das câmeras, revelam que dos cinco assaltos e furtos que eram praticados semanalmente em transportes coletivos, após a implantação do programa caíram para somente um a cada mês. Para o major Emerson, as câmeras são de fundamental importância na cidade. “Por ser um auxiliar e facilitar o nosso trabalho, tratamos de manter essas câmeras sempre em bom estado de funcionamento”, diz. Em 2010, o governador Agnelo Queiroz, colocou entre suas principais propostas de campanha, a

instalação de câmeras nas ruas das cidades satélites de Brasília, a restruturação dos postos comunitários e o aumento do efetivo de policiais. Com isto, talvez o projeto de “vigilância visual” volte. Major Emerson Moura

Sistema de controle

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Gente

Por: Edson Crisóstomo

Alberto Valério, Nelsinho Piquet e João Pedro

Tatiana Januário, Marco Aurélio de Melo, Margot Albuquerque, Francisco Caputo e Diomédio Filho

Paulo Octavio e Guilherme Siqueira

Mariane Vicentini e Hely Vicentini

Política Prestígio A cerimônia de abertura dos trabalhos da Câmara Legislativa foi prestigiada em peso pelo Poder Judiciário local. Cumprimentaram pessoalmente o presidente, deputado Patrício (PT), a presidente do Tribunal de Contas, Anilcéia Machado, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Otávio Augusto Barbosa, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, João Mariosi e o procurador do DF, Rogério Leite Chaves.

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Faltou quórum Tem causado polêmica no congresso, uma proposta pela extinção da ajuda de custo dos 13º e 15º salário dos deputados. Alguns deles encaminharam proposta aos recursos humanos, abrindo mão dos R$ 40,00 a mais, no bolso. São eles: Raad Massouh (DEM), Patrício (PT), Cláudio Abrantes (PPS), professor Israel Batista (PDT), Joe Valle (PSB) e Alírio Neto (PPS).


Janderson e Wingred curtindo uma tarde de sol no Brasília Country Club

Lucas e Luiza após partida de tennis no Country

Vai pra onde Reynaldo Jardim? Vou ser eterno, não quero ser moderno e nem vanguardista mais.

Caixa Rápido Mercado aquecido A promoção Verão Península já fez com que o estoque de apartamentos, do primeiro empreendimento bairro privativo da Via Engenharia e Organizações Paulo Octávio, sofresse forte redução. Era uma verdadeira peregrinação ao stand de vendas em Águas Claras.

Geleia Geral Engenho em movimento A jornalista Kátia Kubel acaba de comunicar o ingresso da engenho comunicação, em nova sede de agências de comunicação institucional no Brasil. A parceria com a paulistana Atitude Press também receberá agências carioca e paranaense. Mais sucesso a caminho!

Festa de arromba O clube AABB manda avisar que no dia 11 os saudosistas terão da velha e boa música para cantar e claro dançar muito, mas muito mesmo. Quem vai fazer o som são os grupos PHOLTAS, THE FEVERS e GOLDEN BOYS. Então, vamos dançar?

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Cidade

Por: Veronica Soares | Fotos: Gustavo Lima

Pontes de Brasília pedem socorro A rachadura na Ponte JK deu o alerta.

Danos na Ponte JK

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esde a sua inauguração, há oito anos, pelo ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, a Ponte Juscelino Kubitschek é alvo de polêmicas. Inicialmente orçada em R$ 40 milhões, no decorrer da construção o custo total da obra saltou para R$ 186 milhões. Apesar do alto valor do empreendimento, no dia 20 de janeiro deste ano, a ponte deu sinais de que merecia não só atenção por possuir uma vista panorâmica, mas, principalmente, relacionada a manutenção e a prevenção de danos em sua estrutura. Devido a um desnível e oscilações na estrutura, a ponte teve de ser interditada por algumas horas, causando bastante tumulto no trânsito. Segundo técnicos responsáveis pela vistoria no local, a falta de manutenção foi a principal causa do problema. A ponte JK tem uma extensão de travessia de 1200 metros. Em 2003, a Sociedade de Engenharia do Estado da Pennsylvania, nos Estados Unidos a elegeu como sendo a ponte mais

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bonita do mundo. Mesmo sendo considerado um exemplo de arrojo arquitetônico, desde a sua inauguração, em 2002, ainda não passou por qualquer reparação mais detalhada. Os transtornos vivenciados pelos usuários não se limitam à ponte JK. Das várias pontes que ligam as regiões do Distrito Federal à área central de Brasília, outras três merecem destaque: as pontes Costa Silva; das Garças e a do Bragueto. Segundo especialistas, todas estão precisando de manutenção. Os problemas estão à mostra e não precisa ser um técnico especializado para detectar a falta de manutenção. Quem passa por essas pontes diariamente pode enumerar uma série de falhas. A Ponte do Bragueto, por exemplo, tem armaduras expostas, blocos de concreto e buraco causado pela colisão de um veículo. Já quem necessita trafegar a pé pela ponte Costa e Silva não pode deixar de notar a falta de manutenção na calçada. Além disso, tem trincas e rachaduras aparentes. A Ponte das Garças,

que também liga o Lago Sul ao Plano Piloto aparenta problemas parecidos. Em todas elas, uma única certeza: a falta de manutenção foi o principal motivador dos problemas. O músico e compositor Alberto Salgado trafega com frequência pela Ponte Costa e Silva. Segundo ele, as más condições da ponte são notáveis. Para ele, além de ferir a imagem da cidade, a má conservação é uma ameaça constante à segurança dos usuários. “Com certeza existe uma verba destinada à manutenção preventiva de equipamentos públicos”, alertou. “É uma vergonha para os governantes que deixaram as pontes chegarem a esse estado. É uma ameaça não só para os motoristas. Os pedestres também correm riscos”, completou o músico. Segundo o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Distrito Federal, Ronildo Divino de Menezes, o alerta às autoridades já foi dado. “Em todo o Distrito Federal, pontes e viadutos precisam de manuten-


ção”, assegura. Segundo ele, além das pontes, outros equipamentos públicos como prédios, viadutos e, até mesmo, a barragem do Lago Paranoá necessitam de vistoria e de manutenção permanente.

lista, o CREA orientou o GDF para providenciar a contratação de empresas especializadas em monitoramento sistemático e manutenção desses locais. “O governo tem que fazer um acompanhamento dessas obras. Con-

Estragos na Ponte do Bragueto

Menezes lembrou que, em meados de 2010, no Fórum Multidisciplinar, realizado em Brasília, o Sindicato dos Engenheiros, Defesa Civil, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA/DF) foi realizado um levantamento de diversas obras do DF que estariam sujeitas a causarem problemas à população. O Fórum resultou na elaboração da cartilha de Prevenção contra Catástrofes. O documento faz uma alerta quanto aos problemas e dá dicas para uma série de medidas a serem adotadas para evitar que desastres venham ocorrer. Conforme o especialista, o levantamento das obras que deveriam ser monitoradas no DF foi repassado ao governo da época. Junto com a

tratar empresas especializadas para fazer a manutenção preventiva para evitar grandes tragédias”, assegura. Além das pontes do DF, a cartilha chama atenção para outros equipamentos. Pontos turísticos conhecidos como a Torre de TV e alguns prédios como o Anexo do Palácio do Buriti e o viaduto da rodoviária, por exemplos. Áreas de risco e a ocupação desordenada do solo também merecem atenção.

Ponte JK: medidas emergenciais Segundo o presidente do Sindicato dos Engenheiros, por ser uma obra de grande magnitude, na época da construção da Ponte JK, o modelo de edificação foi feito em laboratório

para ver a estabilidade da edificação. Com isso, estava previsto no projeto de construção que se fizesse um monitoramento sistemático da obra. “Se tivesse feito o monitoramento como o previsto, com certeza esses problemas de desgaste não teriam corrigido”, alertou. Para sanar os problemas ocorridos na Ponte Juscelino Kubitschek, o Secretário de Obras Luiz Pitimam anunciou uma série de medidas a serem tomadas e declarou que o problema de desnível e oscilação ocorrido foi solucionado de maneira emergencial. Novos aparelhos de apoio serão comprados e uma empresa será contratada para fazer a manutenção da ponte. A Novacap, por meio da sua assessoria de imprensa, informou que assumiu o compromisso de tratar junto ao governo do Distrito Federal a possibilidade de contratar uma empresa especializada em manutenção de pontes e viadutos. A assessoria também informou que desconhece a existência de contrato anterior com alguma empresa que viabilize a manutenção periódica das pontes e viadutos do DF. No caso da JK, especificamente, a própria Novacap fez o conserto. Calçou e nivelou a ponte até que os quatro aparelhos de apoios desgastados que causaram o problema sejam substituídos. Enquanto o problema na Ponte JK não for resolvido, somente os veículos de menor porte e os ônibus poderão circular na via e com velocidade de 40 km/hora. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Detran-DF) equipes do órgão estarão constantemente no local com radares para fazer o monitoramento da velocidade na pista. Os trabalhos relativos à Ponte JK estão sendo executadas pelos seguintes órgãos: Secretaria de Obras, Secretaria de Segurança Pública, Novacap, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Detran e Polícia Militar e UnB.

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Educação

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Divulgação

Escola FasTracKids Método aplicado em 53 países

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Método de ensino norte-americano na cidade

nos primeiros anos de vida que a criança adquire informações que vai acompanhá-lo por toda a vida. Pensando nisso, neste mês, a rede americana de escolas FasTracKids chega em Brasília prometendo revolucionar a educação infantil da capital. Direcionado para crianças de até oito anos de idade, o método educacional norte-americano visa aflorar exatamente o desenvolvimento cognitivo infantil. O nome pode parecer estranho. Mas traduzido para o português FasTracKids pode significar trilha do desenvolvimento cognitivo ou crianças à frente do seu tempo. Atualmente, o método está presente em 53 países e traduzido para 17 idiomas. A primeira franquia brasileira foi inaugurada em 2007, na capital pernambucana. Além de duas unidades de Recife e a de Brasilia , atualmente existem mais três em São Paulo e uma na capital maranhense, São Luis. A escola em Brasília terá capaci-

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dade para atender a 800 crianças em horários diferenciados. Além disso, os pequenos terão aulas apenas uma vez por semana, com duração de, no máximo, duas horas. A franqueadora master do Brasil e coordenadora da FasTracKids Recife, Ana Paula Harley é pioneira em implantar o método no país. “Nós ensinamos a criança a aprender de uma forma lúdica, espontânea, divertida, sem pressão, passando um currículo muito mais sofisticado do que o que ela tem na escola tradicional”, esclarece. A psicóloga Vanessa Ramos Lacombe é a responsável pela implantação do método em Brasília. Diretora da escola, Vanessa lembra que conheceu o método na Feira de Franquias realizada em São Paulo no ano passado. “Paixão à primeira vista”, sintetiza. Depois do primeiro contato, a psicolaga não teve dúvidas de que iria implantar o método na capital. No final de 2010 ela passou uma semana nos Estados Unidos fazendo treinamento para concretizar a

implantação do projeto em Brasília. Conforme a psicóloga, são nos primeiros oito anos de vida que a criança desenvolve diversos recursos sensoriais, motores, de compreensão, consciência e define a sua personalidade. E é justamente nesse ponto que o trabalho é focado. “O trabalho justamente faz uma estimulação cognitiva nas crianças, no sentido de aproveitar uma janela de oportunidades que o cérebro infantil tem”, enfatiza. Vanessa lembra que o método não vem substituir as escolas tradicionais, mas sim complementar o processo de aprendizagem. De acordo com ela, as pesquisas mostram que 80% das conexões neurais de uma pessoa são formadas no cérebro nos primeiros oito anos de vida. Além de trabalhar algumas matérias existentes nas escolas tradicionais, a técnica permite que os pequenos tenham contatos com áreas extracurriculares, como de economia, oratória, tecnologia, astronomia, comunicação e métodos de lições de vida.


Ensino de música

Outra vantagem do método é que os educadores não trabalham com a transmissão do conhecimento, mas sim com o estimulo à capacidade das crianças em desenvolver o pensamento crítico e capacidade de resolver os problemas que a vida venha apresentar futuramente. Entre os instrumentos didáticos, os professores utilizam tecnologia da computação, projeção de imagens e quadro eletrônico interativo. A psicóloga inúmera uma série de ganhos para as crianças. Segundo ela, vai de aumento da vontade de aprender até mesmo a lidar com situações mais diversas. “A criança vai ter uma preparação cognitiva para quando ela precisar usar os conhecimentos adquiridos”, esclarece.

Entenda mais O método está dividido em quatro programas: FasTracKids, FasTrack Tots, FasTrack Music e FasTrack Signing. FasTracKids – direcionado para crianças que tem entre 3 e 8 anos, programa principal do método que crianças nas idades pré-escolar e escolar a usarem habilidades de criatividade, comunicação e pensamento crítico através de tecnologia divertida e interativa. FasTrack Tots – O programa atende crianças na idade pré-escolar. Entre outras atribuições, o método permite que as crianças de 2 a 3 anos e meio sejam construtivamente curiosas ao desenvol-

verem sua comunicação,concentração, autoestima e habilidades sociais. FasTrack Music – Atende a crianças de 2 a 4 anos e objetiva levar as mesmas a se moverem, cantarem, atuarem e dividirem seu amor pela música. À medida que se envolvem no programa de música, elas melhoram memória, desenvolvimento cognitivo, habilidades de aprendizado e de expressão de emoções. O programa atende, também, crianças de 4 a 6 anos. Para estes, o programa é um pouco mais avançado. O método de aprendizagem é baseado no mesmo conceito do programa para crianças de 2 a 4 anos, mas o currículo é focado em preparar a criança para o ensino formal de música através de uma experiência divertida e positiva. FasTrack Signing – O programa é desenvolvido para bebês e crianças entre 6 meses e 2 anos, que irão eventualmente desenvolver sua capacidade de se comunicar verbalmente. Esse programa é desenvolvido especificamente para crianças, mas todo pai sabe que seu filho pode se comunicar muito antes de conseguir falar. Este programa só será implantado em Brasília na metade do ano.

Serviço FasTracKids EQS 110, Bl. A, Lj. 18/19 - Galeria Karim. (61) 3443 0124 brasilia.asasul@ fastrackids.com

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Tecnologia

Por: Maíra Elluké | Fotos: Divulgação

Encontro da geração conectada Brasilienses marcam presença em evento de inovação tecnológica, entretenimento e cultura digital

Crachá da sociológa Renata Florentino

E

m todo o mundo, a geração de jovens conectados e sempre ansiosos por novidades tecnológicas está inundando os locais de trabalho, o mercado e todos os nichos da sociedade. “Essa geração está introduzindo no mundo sua forma demográfica, sua sabedoria midiática, seu poder de compra, seus novos modelos de colaboração e criação de filhos, seu emprendedorismo e seu poder político”, destaca o estudioso da área, Don Tapscott, em seu livro “A Hora da Geração Digital”, lançado no ano passado. No Brasil não é diferente. Exemplo disso foi o sucesso da 4ª edição da Campus Party, que aconteceu entre os dias 17 e 23 de janeiro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. E os brasilienses marcaram presença no evento, que reuniu cerca de sete mil “geeks”, denominação usada para designar quem é louco por tecnologia e internet. Durante uma semana os participantes tiveram a possibilidade de trocar experiências, participar de palestras, painéis e oficinas sobre as novidades tecnológicas. Entre as principais atrações estavam o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, Tim Berners-Lee, o pai do “www”, Steve

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Campus Party 2011

Woznik, da Apple e Jon Maddog Hall, presidente da Linux International.

Nossa Senhora da Banda Larga e networking A socióloga e tuiteira de carteirinha Renata Florentino, 26 anos, viveu cada segundo da Campus Party intensamente. Ela chegou ao evento, no primeiro dia com um pouco de resistência e sem se sentir à vontade, mas acabou acampando e ficou os seis dias – Renata expressou a experiência em um blog em que escreve periodicamente. “Eram muitos estímulos simultâneos, barulho, muita luz. Mas depois que os olhos se acostumaram, consegui enxergar também muitas oportunidades, novidades, muitas pessoas bacanas, e depois aprendi a digerir melhor aquele monte de informação”, afirma. Ao olhar de fora, quem não conhece as discussões do mundo virtual pode achar que o evento é um encontro para nerds e sem importância. Renata destaca que a Campus Party vai além de um encontro sobre tecnologia. É uma verdadeira oportunidade para entender a cabeça e as discussões dessa geração. “A Campus Party conseguiu ir muito além

do gueto geek e nerd. O evento pautou temas importantes para sociedade discutir não só o mundo virtual, mas também no real”, completa.

Negócios na Campus Party O evento também foi uma oportunidade para a empresa brasiliense Intacto Engenharia de Sistemas mostrar a cara para o mercado. A empresa de TI especializada em soluções para a TV Digital interativa e desenvolvimento de sistemas de informação apresentou na Campus Party o ITVProject, por iniciativa do Ministério das Comunicações. Além disso, a empresa levou para o evento o aplicativo Namoro Geek que, de acordo com a analista de marketing da Intacto, Mariana Menseses, foi um verdadeiro sucesso dentro do evento. Desenvolvido para aplicação em TV Digital, o programa fazia com que os participantes do evento pudessem se conhecer e interagir com mais facilidade. “A receptividade do aplicativo foi grande, pois até quem não estava no evento poderia participar. Com isso, a saga pela busca do par ideal ficou mais divertida”, disse Mariana.


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Cotidiano

Por: Alessandra Bacelar | Fotos: Paulo Negreiros e Gustavo Lima

Listas escolares O corre-corre da volta às aulas

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ntra ano, sai ano e a mesma preocupação acompanha os pais: as enormes listas escolares. Mas será que tudo aquilo que está sendo pedido é realmente utilizado pelos alunos? São comuns, em listas pré-escolares, aqueles inúmeros tipos de papéis, tintas, resma, cartolina, papel de seda, tinta guache, canetinhas, lápis de cor. Enfim, a relação de itens é interminável. Muitas vezes, todo esse material não é utilizado ao longo do ano letivo. Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor, os pais não precisam comprar nada que ultrapasse o aprendizado do aluno. É importante uma conversa com a escola, afim de esclarecimentos sobre a real necessidade de todos os itens da lista escolar. Se não houver êxito nesse primeiro diálogo, o próximo passo é buscar os direitos lesados junto ao Procon, que tentará um acordo pacífico com o colégio reclamado. Caso persista o problema, a instituição de ensino poderá ser multada em valores a partir de R$ 212. A cada ano, a estudante Lorena Galvão, 27 anos, mãe de João Henrique, de 6 anos, sofre com as grandes listas escolares. Conforme ela, por experiência própria, quanto menor a série da criança, maior é a lista. “Este ano senti que a escola pediu muito mais do que meu filho vai usar. Mas é difícil negociar. Eles são irredutíveis”, desabafa. Se os pais dos estudantes reclamam, os colégios saem na defensiva. O colégio Marista, da 609 Sul, afirma que não é fácil fazer os pais entenderem que a lista tem seu caráter anual e que foi elaborada para as atividades de todo o ano letivo. Portanto, não teria como ser pequena.

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Outro fator preocupante são os preços. Geralmente, no início do ano, as papelarias tendem a aumentar os preços de seus produtos e, muitas vezes, de forma exorbitante. Pensando nisso, o Procon fez uma pesquisa com as papelarias do Distrito Federal para ajudar o consumidor a não cair em armadilhas. “Nosso objetivo é garantir ao consumidor a liberdade de pesquisar e comprar o que lhe for mais conveniente. Mas não se deve ater a pesquisa somente aos preços. É importante observar a qualidade dos produtos e levar em consideração o custo-benefício”, esclarece Oswaldo Moraes, diretor do Procon. Esta análise para o ano letivo de 2011 é referente aos preços de uma lista escolar básica praticada em 15 regiões do DF. Conforme a avaliação, entre 34 papelarias pesquisadas, a diferença de preços sofre variação de quase 140%. O resultado da pesquisa pode ser conferido no site do órgão: www.procon.df.gov.br. Por o consumidor estar de olho, o órgão alerta para que os comerciantes não extrapolarem quanto aos custos, pois a livre concorrência mostra prejuízos quando alguns comerciantes colocam seus produtos em uma margem de preço diferente do convencional. A ausência de lucro ocorre quando o valor do produto é exorbitante e o consumidor vai a procura de melhores preços. Na Papelaria Arco-íris, da 408 Sul, as vendas se multiplicam a cada dia. “Quanto mais próximo fica o dia de voltar às aulas, maior é a procura”, assegura Wesley Fernandes, gerente da papelaria. Mas, segundo ele, essa não é a principal causa do aumento de preços, logo no início do ano. “Com o reajuste anual dos fornecedores, somos obri-


gados a passar um valor mais alto aos clientes”, esclarece ele. Mas, além da necessidade da compra do material escolar que vai afetar de sobremaneira no bolso, nessa época é comum que os pais se depararem com outro agravante. A inovação na concepção, design e atrativo do material que agrada em cheio a criançada. Elas se sentem atraídas por materiais com desenhos animados e de personagens infantis, artistas de TV e outros bem modernos. É nítido que esses produtos tendem a ser bem mais caros do que os outros e a aquisição não chega a ser necessária. Uma conversa franca com os filhos sobre a real situação financeira da família, nesse caso, é uma boa pedida. Afinal, a consciência de valores deve ser trabalhada na mente da criança. A conversa antes das compras precisa ocorrer de acordo com a faixa etária do aluno. É importante que eles compreendam a realidade econômica a qual fazem parte e a diferença do que realmente precisa ser comprado e o

que passa a ser supérfluo. Vencida essa etapa, é possível economizar também quanto aos livros escolares. Em muitas escolas há uma política de deixar para outros, que farão a mesma série, o livro didático utilizado durante o ano e que se encontre em bom estado. “Escola que educa, ensina a amar e a respeitar” diz a psicopedagoga do Colégio Marista, Eleonora Cavalcante, que também afirma haver nas escolas particulares, o mesmo senso de ajuda ao próximo que existe nas escolas públicas. “Quando os alunos refletem sobre valores e atitudes, se sentem mais valorizados e entendem o valor do que têm”, acrescenta. Especialistas educacionais aconselham que a visita à papelaria não deve ser feita na última hora. Não apenas por questões econômicas, como também pelo fato da enorme probabilidade de não encontrar todo o material que consta na lista dos filhos: os estoques poderão estar esgotados ou a papelaria não trabalhar com determinados itens escolares.

Oswaldo Moraes, diretor do Procon

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Planos e Negócios

alex dias

Espaço F/508 O Espaço F/508 de Fotografia sediado na 413 Norte, em um ambiente híbrido de escritório, pequena galeria e loja conceitual que se integra ao estúdio e às salas de aula oferece aos seus clientes e parceiros cursos, workshops, palestras, bate-papos e projeções. Os cursos são oferecidos para amantes da fotografia em geral, em um ambiente aconchegante com duas salas de aula climatizadas para nove e 12 lugares, respectivamente. Na loja conceitual, os clientes e parceiros encontram livros teóricos e de trabalhos de fotógrafos, filmes instantâneos, chaveiros, camisetas, pastas portifólios, câmeras paloroid e produtos da Homotography, do Rio de Janeiro. Além de um estúdio onde todo o ambiente dispõe de conexão wi-fi, o Espaço F/508 tem uma galeria onde são encontrados produtos exclusivos e cuidadosamente selecionados relacionados à fotografia. O espaço também é alugado para eventos, em geral. Atualmente, as propostas da empresa são orientadas em torno de um intercâmbio cultural com a América Latina, porém sem deixar de incorporar as dimensões locais.

Liberty Mall Localizado no coração de Brasília, o Liberty Mall é um dos shoppings mais charmosos e aconchegantes da cidade. Em sua área construída, superior a 60 mil metros quadrados, estão 79 lojas nos ramos de vestuário, alimentação e livraria, entre outros. Além disso, o shopping também conta com duas torres de escritórios e quatro salas de cinema. Com um público predominantemente das classes A e B, o centro comercial participará da 9ª edição do Liquida DF – entre os dias 24 e fevereiro e 05 de março - cujas promoções podem chegar a 70%.

Serviço SCN Qd 2, Bl. D S/N° An T (61) 3328-8915 - 3328-8915

Serviço SCLN 413, Bl. D, Lj. 113 (61) 3347.3985

LIMPA TELHA BRASíLIA A empresa “Limpa Telha” é uma franquia nacional, atuando há 6 anos em todo o país com tecnologia própria e exclusiva, foi criada para atender uma demanda cada vez maior de pessoas que realizam reformas em suas residências ou estabelecimentos comerciais, visando o embelezamento e a valorização de seu imóvel. Assim, ao contrário do que muitos pensam, o tratamento de superficie executado pela franquia Limpa Telha Brasilia, não se restringe somente à limpeza de telhados. O produto é capaz de limpar muitas outras superfícies que, com o passar do tempo, acumulam fungos, ácaros e limo, como pedras, portões, madeiras e metais. Por ser um pruduto 100% alcalino, não prejudica a superficie tratada e nem o meio ambiente, já que não utiliza ácido em sua fórmula.

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Não possui um simples produto para limpeza, e sim um completo tratamento. Agimos removendo todas as camadas atingidas pelos fungos, até a limpeza completa do telhado ou de outras superficies. Serviços relacionados a telhados, como troca de telhas, alinhamento, eliminação de vazamentos, goteiras e calhas também são executados pela Limpa Telha Brasília que garante os serviços por até três anos. Os serviços são executados de forma rápida e limpa, evitando subir no telhado. A equipe foi toda treinada com cursos especializados pela franquia do Paraná

Serviço Limpa Telha Brasília SHIS QI 19 Bloco A loja 66 – lago Sul (61) 3364-2088 e 9220-2088 www.limpatelhabrasilia.com

aNTES

DEPOIS


Onodera Estética

Curinga dos Pneus O Grupo Curinga iniciou suas atividades em 1967 em Brasília, garantindo espaço no mercado e conquistando a confiança de clientes e fornecedores. Desde então, com objetivos claros, o grupo passou a atuar até mesmo em regiões distantes dos grandes centros, desbravando mercados novos e promissores. Hoje, passados mais de 40 anos, o grupo Curinga consolida-se como o segundo maior revendedor Goodyear da América Latina: presente em 9 estados e no Distrito Federal. Atuando no atacado e no varejo com cerca de 350 mil clientes cadastrados e uma média de 25 mil clientes atendidos por mês, oferecendo serviços automotivos e toda a linha de pneus Goodyear para veículos de passeio, camionetes, veículos de carga e transporte, máquinas agrícolas, industriais e de mineração.

Serviço CRS 503 Bloco C, Lojas 15/39 – Asa Sul SIA Trecho 02, Lote 1170-A Tel: 3905-5000

Foi inaugurada em Janeiro a primeira unidade da rede de clínicas de estética Onodera em Brasília, na quadra 102 do Sudoeste. Com 180m2, o espaço vai oferecer os procedimentos mais modernos para tratamentos estéticos faciais e corporais. A rede conta com 54 clínicas em 14 estados brasileiros. A Onodera Estética, reconhecida como pioneira no uso de aparelhos de última geração para tratamentos de beleza, com 30 anos de atuação no mercado de estética e mais de 500 mil mulheres atendidas, também se diferencia por oferecer atendimento personalizado às clientes, com acompanhamento médico e nutricional durante todo o tratamento. A Onodera Estética tem centro de pesquisa próprio, que desenvolve novas técnicas e soluções que ajudam a potencializar ainda mais os tratamentos realizados. Na Onodera, as clientes são inicialmente avaliadas por uma consultora de estética que indicará o melhor tratamento e, então, passam por consulta médica e nutricional. Só depois é iniciado o tratamento. Este procedimento visa minimizar riscos às clientes e apoiá-las na obtenção de melhores resultados.

Serviço Onodera Estética CLSW 102 Bloco A loja 80 – Sudoeste (61) 3046-8240

Natura Naturé Inspirada na fase em que a criança constrói novos vínculos, passa a interagir mais intensamente com as pessoas e com o mundo ao seu redor, a linha Natura Naturé traz produtos de banho para o corpo e perfumes feitos para pequenos e pequenas de três a sete anos de idade. São shampoos, condicionadores, sabonetes, colônias, loções hidratantes e creme para pentear. Suas formulações, além de seguras, possuem cores, texturas e fragrâncias diferenciadas e inusitadas, especialmente desenvolvidas para proporcionar momentos prazerosos de descobertas antes, durante e após banho. Como o nome já diz Naturé em tupi, é amigo da natureza, a linha busca incentivar essa amizade por meio de suas embalagens, que se transformam em brincadeiras que contam histórias sobre a água.

O Shampoo Lalalá e o Condicionador Bambambã foram desenvolvidos especialmente para o verão, pois formam um filme protetor que proporciona proteção contra o cloro. Preveni o ressecamento e deixa os fios hidratados e fáceis de desembaraçar. A fragrância especial remete à estação, devido à combinação das notas de frutas ensolaradas de cores amarelas, laranjas e vermelhas.

Serviço 0800-115566 snac@natura.net www.natura.net

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Automóvel

Por: Da Redação | Fotos: Divulgação

Jeep Grand Cherokee Renovado, estréia no Brasil

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otalmente reestilizado com perfil mais esportivo e interior refinado, a nova geração do Grand Cherokee irá surpreender os clientes pela atenção aos mínimos detalhes. Trata-se do mais luxuoso Jeep fabricado até hoje. No novíssimo Grand Cherokee, a Jeep marca que criou o segmento de utilitários esportivos (SUVs) de luxo há cerca de duas décadas, apresenta o equilíbrio ideal entre o requinte de um automóvel de passeio, com acabamento interno de primeira classe, economia de combustível aprimorada e funções inovadoras, sem deixar de lado a lendária capacidade off-road. Comercializado no Brasil nas versões Laredo e Limited, o Grand Cherokee é equipado com o novo motor Pentastar V6 de 3.6 litros, com 286 cv de potência e transmissão automática de cinco velocidades. O Jeep Grand Cherokee oferece um desempenho urbano superior, ao mesmo tempo em que mantém a lendária tração nas quatro rodas da marca Jeep, além da caixa de transferência de duas velocidades com torque por demanda e uma insuperável capacidade de reboque. O novo sistema de controle de tração Selec-Terrain™ permite que o motorista escolha o sistema de tração que melhor se enquadra às condições off-road ou urbanas. Os novos sistemas de suspensão traseira e dianteira independentes propiciam uma excelente dirigibilidade e conforto urbano. “Com o novíssimo Grand Cherokee, a Jeep criou um revolucionário SUV de luxo”, diz Mike Manley, CEO responsável pela marca Jeep no Chrysler Group LLC. “Nossos exclusivos e inovadores sistemas, tal como o controle de tração Selec-Terrain separam a Jeep dos demais e levam a Grand

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Cherokee a um novo patamar de capacidade 4x4. A nova geração do legendário veículo fornece a mistura ideal entre o refinamento, a manufatura, o design de primeira classe, a economia de combustível aprimorada e funções inovadoras em veículos urbanos.

Itens de Série •O mais forte e refinado Grand Cherokee 4x4 fabricado até hoje •Sistemas 4x4: Quadra-Trac II® •Novo sistema Jeep Selec-Terrain com cinco configurações de terrenos para se adequar às condições de rodagem •Novos sistemas de suspensão dianteira e traseira independentes •Novo chassi oferece um aumento de 146% na rigidez torcional para redução dos níveis de vibração, ruídos e asperezas.

Design Toda superfície do novo Jeep Grand Cherokee foi renovada e tratada para apresentar uma melhor aerodinâmica. Isto aprimora a economia de combustível e dá melhor fluidez ao design, com redução de 8,5% de arrasto, comparado ao modelo anterior. O coeficiente de arrasto (Cx) da Grand Cherokee é de aproximadamente 0,37, enquanto o Cx do modelo anterior é de 0,404. O novo interior apresenta materiais de primeira linha e acabamentos elegantes, bem como um maior espaço, tanto para passageiros como para cargas. •O Jeep mais luxuoso fabricado até hoje, com um admirável design externo e um interior refinado, com alto nível de acabamento


•A nova carroceria, com perfil esportivo, define o requinte do interior, que se destaca pelo conforto e aerodinâmica. •Materiais luxuosos no interior, agradáveis ao toque •Maior abertura das portas dianteiras e traseiras (78 graus) •Maior espaço para pernas e joelhos em relação ao modelo anterior, com 134 mm a mais de distância entre eixos •Maior volume de carga do porta-malas, oferece 11% a mais de espaço para bagagem

Tecnologia O Jeep Grand Cherokee apresenta a primeira aplicação do novo motor V6 de 3.6 litros Pentastar. Este novíssimo motor equipa de série o Grand Cherokee e apresenta um design inovador com duplo comando de válvulas sobre o cabeçote (DOHC) e bloco do motor em alumínio fundido de alta pressão em uma configuração de 60 graus. Ele está equipado com o Comando Variável de Válvulas (VVT) e fornece 286 cv de potência a 6.350 rpm e 347 Nm de torque a 4.300 rpm, o que garante ao cliente uma melhora no consumo de combustível superior a 10%. O motor está associado à consagrada transmissão automática W5A580 de cinco velocidades que permite trocas suaves de marcha com ótimo consumo de combustível. A transmissão W5A580 de cinco velocidades inclui um controle eletrônico adaptativo ou controle manual acionado pelo motorista, a Seleção Eletrônica de Marchas (ERS) e uma embreagem do conversor de torque modulada eletronicamente. •No Brasil serão comercializadas as versões Laredo e Limited equipadas com o novo motor V6 de 3.6 litros Pentastar. •O consumo de combustível do motor V6 de 3.6 litros é de

8,8 km/l com emissão de CO2 de 265 g/km •Mais de 10% de aumento na economia de combustível comparado com o modelo V6 anterior •O Comando Variável de Válvulas (VVT) do V6 fornece 286 cv de potência e 347 Nm de torque •Insuperável capacidade de reboque, de até 2.268 kg para o motor V6. Em junho de 2010, o novo Jeep Grand Cherokee conquistou o prêmio Top Safety Pick do Insurance Institute for Highway Safety (IIHS) - a mais alta distinção atribuída por esta instituição. Os veículos premiados com o ‘Top Safety Pick’ têm de atender aos mais altos padrões de desempenho em crash-tests, englobando itens de segurança de última geração para garantir a melhor proteção nos casos mais comuns de impactos. Desde seu lançamento, mais de 4,3 milhões de unidades do Jeep Grand Cherokee foram vendidos em todo o mundo. O modelo revolucionou o mercado de veículos utilitários esportivos e ganhou inúmeros prêmios em todo o mundo. Comercializado em mais de 100 países, o Grand Cherokee continuará a estabelecer padrões mundiais com seu refinamento de automóvel de passeio, liderança off-road e desempenho como um todo.

Serviço Brasília Motors SAIS, Lt. B, Núcleo Bandeirante (61) 3301.9900

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Vida Moderna

Por: Ricardo Borges | Fotos: Paulo Negreiro | Ilustração: Theo Speciale

Sistema Precisou? É só ligar

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o entardecer, um grupo de cinco amigos se reúne na casa de Marcos Barros, um jovem arquiteto que teve um dia bastante cansativo no trabalho. Pedro Carvalho, o mais velho da turma pergunta para Marcos onde estão as geladas. Marcos vendo aquela situação, não conseguiu esconder de Pedro e disse que tinha acabado a cerveja. Minutos depois, o rapaz mais velho da turma pegou o celular, fez uma ligação e, em 15 minutos estava a cerveja da galera. Situações como essa vêm crescendo gradativamente no cotidiano dos brasilienses. A cada mês, empresas locais vem lançando na capital federal novidades e concorrendo com grandes supermercados. O sistema delivery é uma delas. Lançado no país há algum tempo, o serviço de entrega rápida vem, a cada dia, conquistando espaço na cidade. Na quadra QNSW 6, do Sudoeste, uma loja recém chegada no comércio chama a atenção dos moradores. O Esquenta Delivery, entrega vodca, cerveja, espumante, energético, refrigerante, suco e cigarro, entre outros produtos que são lembrados de última hora pelos consumidores e em horários avançados da noite. “ Entregamos de quarta a domingo as melhores marcas de bebidas do mercado,com preços competitivos”, explica Pedro , responsável pelo estabelecimento. Segundo ele, as pessoas que gostam de receber os amigos em casa ou organizar uma super festa/balada pode contar com um serviço especializado e um atendimento de primeira. Carolina Martins Junior, estudante do curso de arte plástica, explica que os deliveries contribuem bastante nas horas mais abertas. “Sempre que preciso procuro o serviço. Nos momentos mais difíceis, o delivery tem auxiliado e facilitado a minha vida”, argumenta a estudante.

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Produto diferenciado Para quem gostar de comida diferente e receber uma “quentinha” em casa pode contar com serviço do Crepe au Chocolat. A loja foi inaugurada em 1992, quando a jornalista Madalena Rodrigues decidiu iniciar uma atividade bem diferente do que havia feito até então. Conquistando a clientela de Brasília, a loja dispõe de um sistema delivery de crepes e saladas irresistíveis, com cerca de 50 sabores de crepes, deliciosas saladas, chocolates quentes e gelados.

Sistema de entrega da Crepe au chocolat


Delivery “Nós oferecemos aos nossos clientes uma cardápio especial no sistema delivery, numa embalagem diferenciada, para que o crepe chegue ao cliente da melhor qualidade possível", explica Madalena Rodrigues. A loja tem dois estabelecimentos um na Asa Sul e Norte. A da Asa Sul, com capacidade de 150 lugares e um Espaço-arte, onde seus

clientes, parceiros e amigos podem apreciar obras de pintura, desenho e outras produções artísticas. O da Asa Norte com capacidade para 160 pessoas, inclui o salão principal, o Salão Verde e uma área externa ampla e agradável. O sistema Delivery da Crepe au Chocolat atende por dia de 30 a 35 clientes, no horário das 18h às 22h.

Curiosidade A parceria da empresa iFood de tecnologia com a Pizza Hunt de São Paulo apresentou, no mês passado, um novidade no mundo digital. Os paulistanos que tem iPhone e iPod Touch podem contar com um aplicativo diferenciado, em que sua plataforma permite fazer pedidos. O desenvolvimento do aplicativo custou para a rede R$ 300 mil, com o novo canal de compras (Delivery), a rede pretende oferecer ao consumidor comodidade e rapidez. A ferramenta já é utilizada nos Estados Unidos e mais de um milhão de pizzas foram comercializadas pelo celular em um ano. Outra meta da Pizza Hut é ampliar a relação de vendas delivery no meio digital. A Pizza Hut na cidade paulistana possui 17 restaurantes, que estão sob a gestão da Internacional Restaurante do Brasil (IRB), cujo controle acionário pertence ao grupo Brazil Fast Food Corporation (BFFC).

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Esporte

Por: Tássia Navarro | Fotos: Divulgação

Windsurf

Um dos esportes radicais mais praticados no Brasil

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onciliar o movimento da vela com a direção da prancha. Direcioná-la apenas com a ação do movimento do corpo. Planar sobre a água, utilizando a força do vento em uma prancha a vela. Isso é o prazer dos adeptos do Windsurf, esporte que virou febre no Brasil nos anos 70. O esporte, que surgiu em 1968, quando os amigos Hoyle Schweitzer (engenheiro aeroespacial) e Jim

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Drake (empresário e surfista), resolveram desenvolver um equipamento que unia uma vela a uma prancha de surf, é um dos mais radicais e mais praticados esportes no Brasil. O primeiro modelo de prancha, batizado de SK-8s, era feito em fiberglass, uma espécie de material caro para a época e que foi substituído por um polyetileno. O novo equipamento criou grande reconhecimento pelo

mundo e logo começaram a surgir escolas e campeonatos. De acordo com o instrutor de Windsurf da Escola Clube do Vento de Brasília, James Radde, o esporte é interessante porque, além da atividade física, permite o contato com a natureza. “É um esporte saudável para o corpo e para a mente. Com os equipamentos adequados, o aprendizado é rápido”, afirma.


sentem muito essa adaptação ao novo movimento, porque o corpo não está acostumado”, explica Isabel. Praticar windsurf pode parecer difícil à primeira vista. Mas a modernidade dos equipamentos facilitam todo o processo de aprendizagem. “No primeiro momento as dores musculares são o que mais incomodam”, ressalta Isabel. Segundo ele, a dificuldade é devido ao fato de não poder usar o trapézio, que auxilia para fazer menos força no velejo. O mesmo só pode ser usado quando já se tem uma habilidade maior na prática do esporte. Para praticar windsurf, os equipamentos necessários são: a vela, a retranca (objeto que mantém o formato da vela e direciona a prancha), o mastro, a extensão (utilizada para estender o mastro para a medida correta da vela) e a prancha. Mas o instrutor James aconselha que antes de comprar qualquer tipo de equipamento, a pessoa faça o curso. “Algumas escolas trabalham com equipamentos das melhores marcas, todos novos, além de oferecerem acompanhamento individualizado nas aulas”, explica.

Entenda o windsurf

Uma das vantagens do esporte é que ele pode ser praticado em lugares com ventos fracos. A combinação de surf e vela, geralmente agrada a surfistas e velejadores, pois permite que os surfistas entrem no mar em dias de ondas fracas e que os velejadores pratiquem o esporte com pouco vento. Segundo James, oito anos é a idade indicada para começar a praticar o esporte, pois os materiais estão mais evoluídos agora. A arquiteta Isabel Veiga, 41 anos, iniciou no esporte quando conheceu seu marido. Ela tinha 16 anos quando começaram a namorar e resolveu praticar windsurf junto com ele. “O que eu mais gosto no windsurf é essa coisa do contato com a natureza. De ser só você e o vento. Não precisar de motor para velejar. Do contato com a água, principalmente aqui em Brasília que o clima é muito seco. Desse frescor e dessa sensação de liberdade”, conta. Praticantes do esporte asseguram que o segredo do windsurf é planar sobre as águas. “É questão de jeito, mas tem um ‘quezinho’ de força. No começo os músculos

O esporte começou a ser disputado nos Jogos Olímpicos em 1984. No Brasil, as melhores condições climáticas para a prática do windsurf se apresentam no Nordeste. Tanto que o local é o escolhido para sediar a etapa brasileira do Campeonato Mundial. Aqui em Brasília, o Lago Paranoá é um dos locais preferidos para praticar o esporte. Acostumada a velejar em todo e qualquer lugar, Isabel não esquece a ilha de Coche, na costa venezuelana. Para ela, um local inesquecível. “É um lugar maravilhoso. Lá tem muito vento e o mar é bem lisinho. Não é aquele velejo com ondas, aquela coisa radical, mas eu gosto assim”, lembra. É dividido em seis classes: Fórmula (a velocidade é que conta), Wave (velejar nas ondas), Freestyle (velejador pode usar e abusar de manobras ousadas), Slalom (velejo com obstáculos), Mistral (atual prancha olímpica) e Raceboard (percurso parecido com o da Mistral, mas as pranchas podem variar). Algumas classes apresentam pequenas diferenças no formato e tamanho das pranchas e da vela, mas o conceito do esporte permanece o mesmo. Serviço Escola Clube do Vento Clube Naval de Brasília SCES Tr. 2 - cj. 13 Associação Atlética Banco do Brasil SCES Tr 2 s/n lt 16 (61) 8124.8596 instrutor@clubedovento.com www.clubedovento.com

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Personagem

Por: Virginia Ciarlini | Fotos: Gustavo Lima e Divulgação

TAMPINHA Com uma bandeja na mão e muita palhaçada!

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s histórias são muitas e engraçadas. A felicidade é logo estampada no seu rosto quando conta cada uma delas. Este é o retrato mais fiel do hoje garçom e motoboy, antes palhaço de circo e de rua, José Braz Ribeiro, o Tampinha, que consegue misturar todos esses movimentos com a desenvoltura de poucos. Performático, inteligente, safo e de boa conversa, essa criatura conquista qualquer um que esteja sob a mira das brincadeiras educadas. Começando pelas mulheres, que bastam sentar à mesa do bar para serem pedidas em casamento, “não deixo escapar nenhuma”, diz ele dando gargalhadas com o próprio gracejo. Para quem não o conhece, Tampinha atua no Armazém do Ferreira, na 202 norte, de segunda à sábado, a partir das 18h. E quem imagina que ele anda com um bloquinho de pedidos em apenas algumas mesas, está enganado. É comum, em qualquer estabelecimento gastronômico, cada garçom ter setores destinados, mas ele circula em todos. Equilibrando perfeitamente uma bandeja de salgados, as brincadeiras acontecem de um lado a outro do bar. “Abordar e quebrar a timidez é comigo mesmo”, ressalta ele.

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Piauiense de União, município com cerca de 40 mil habitantes, chegou a Brasília há 13 anos, como palhaço e com o sonho de espalhar a alegria peculiar da personalidade e do personagem. A profissão não deu certo, mas em uma festa de confraternização em que foi fantasiado, a performance chamou a atenção do Sr. Jorge Ferreira, proprietário do Armazém e patrão há 10 anos. Foi assim que o Tampinha palhaço tornou-se o Tampinha garçom. É claro que a indumentária não seria igual à de todos os outros profissionais da área. “Eu era palhaço e vivia todo apapagaiado”, comenta. Inicialmente, ele pendurava canetas no avental, mas eram muito pesadas e viviam caindo. Daí surgiu a idéia de pendurar bottons, pois eram um artefato próprio para prender nas roupas. Deu certo e hoje ele já soma mais de dois mil em vários aventais. Quando completa um, parte para outro e expõe o anterior no bar. Os bottons são os mais variados e todos ofertados pelos clientes. “Até filho de cliente lembra de mim quando viaja”, diz ele. Realmente é uma figura que faz a diferença no cenário da capital e do mundo. Ousado falar em mundo? Não para o Tampinha. O Armazém monta stands de degustação nas


mais diversas situações. Ele fez questão de citar, com muito orgulho, os 32 dias que passou em Joanesburgo, África do Sul, na Casa Brasil. Um espaço de exposição que apresentou a cultura das doze cidades sede brasileiras da Copa 2014. Pois é! O Tampinha estava lá com 613 bottons pendurados no avental. Além de fazer safári, pegar bebê leão no colo, visitar a casa de Nelson Mandela, também foi convidado para participar de um evento da FIFA para 400 pessoas em que estavam presentes autoridades políticas de vários países, Romário, Bebeto e claro, o ex presidente Lula. “Todos foram de terno e gravata e eu fui fantasiado de Tampinha. Na entrada os organizadores olharam botton por botton pra ver se tinha algum incompatível com os patrocinadores da FIFA. Nada de errado. Entrei!”. Nesse dia especial o encontro com Lula foi mais que hilário. “Pois num é que o presidente sabia quem eu era? Ele disse que a Dona Marisa tinha falado de mim e ele me reconheceu, pois a gente tinha se conhecido na inauguração de um badalado bar de Brasília em que eu estava vestido de Tampinha. Me emocionei! A

simplicidade daquele homem (Lula) faz qualquer um chorar”, ressaltou. O espaço Casa Brasil tinha mais de três mil metros quadrados. O suficiente para esse garçom performático fazer amizades e não ser esquecido. Mesmo sem o inglês, Tampinha não se apertou. “Na África foi o lugar onde eu mais economizei história e saliva porque não falo inglês. Eu mimiquei e sambei muito!”, relembra. Até agora falamos do palhaço, do garçom e do motoboy. Só falta falar sobre o orgulho de ser o Comendador Tampinha. É isso mesmo! A comenda Grau Oficial foi concedida pelo Governo do Estado do Piauí por ocasião da comemoração dos 187 anos de criação da República do Piauí. Mas a história que ele bate no peito para contar e a que ele considera a mais engraçada é a da própria família. Ele e a esposa criaram juntos quatro filhos. Um dele, dois dela e um dos dois. A graça é porque foram casados por dois anos e passaram dez separados e sem comunicação alguma. Quando se encontraram no Maranhão, terra dela, a primeira frase que trocaram foi “vamos nos juntar de novo”, ele conta rindo. E assim aconteceu. Reestruturaram a vida e estão juntos até hoje. Os mimos de agora são exclusivos da netinha de um ano. Segundo ele, o segredo para tanta história é a alegria de viver. “Eu tenho orgulho das minhas profissões e sou muito feliz porque acredito que cada ser humano tem que fazer o que gosta. Assim o tempo passa com mais beleza, harmonia e com muito mais risadas”, conclui.

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Saúde

Por: Michel Aleixo | Ilustração: Theo Speciale

Distúrbios do Sono Metade dos brasileiros não tem um sono de qualidade

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publicitário André Ramos, 31 anos, todas as manhãs trava uma luta consigo mesmo para sair da cama. Indo deitar às 22h, sua rotina noturna consiste em acordar por volta de 2h ou 3h da madrugada e, a partir daí, levar cerca de mais de uma hora para começar todo o processo do sono outra vez. Quando acorda para trabalhar nunca se sente descansado. O drama de André é bastante comum. Dados da Sociedade Brasileira do Sono (SBS) publicados em 2010 mostraram que 43% dos brasileiros não têm um sono restaurador e

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apresentam sinais de cansaço no decorrer no dia. Mesmo variando de acordo com a idade e hábitos, todo indivíduo deve dormir em média oito horas por dia. “A pessoa precisa descansar, recarregar as baterias. Só assim ela acorda disposta”, afirma a doutora pneumologista Maria de Lourdes Carvalho. E ela completa que “idosos dormem muito menos e bebês mais. Só o sono de qualidade dá vitalidade e motivação para enfrentar o dia”. Conforme a especialista, o sono é dividido em quatro estágios. No primeiro ele é leve, quando a pessoa se encontra semi acordada. Essa fase não passa de 10% do tempo total e é quando começa a distensão muscular. No segundo, as ondas cerebrais são mais lentas e inicia-se um sono leve. Um estágio que dura quase a metade do tempo. Na terceira fase, o indivíduo encontra-se em profundo re-

laxamento. “É a fase mais importante do processo, porque ocorre o máximo relaxamento físico e mental”, explica a médica. Na última fase acontece a situação fisiológica conhecida por REM. Sigla em inglês que significa “Rapid Eye Movement”, referente ao estágio onde os olhos movimentam-se rapidamente e começam os sonhos.

DISTÚRBIOS “Durante a noite, a pessoa passa pelo ciclo do sono várias vezes. Mas quem tem distúrbios pula certos estágios ou acorda sem perceber. Caso dos que sofrem de apnéia”, ressalta a médica. A Apnéia é a condição definida por paradas repetidas e temporárias da respiração durante a noite. Este distúrbio, que frequentemente é associado


aos roncos, é uma das doenças mais graves do sono. “O problema só pode ser diagnosticado através de exames clínicos. A maioria das pessoas nem sabe que sofre de apnéia e isso é muito arriscado, porque é grande o risco de problemas cardíacos”, salienta. De acordo com a especialista, 20% das mulheres em idade avançada sofrem de insônia em virtude da menopausa. Existem insônias leves que não passam de três semanas e geralmente são causadas por problemas externos como relacionamentos no trabalho ou afetivos. Se a insônia passar desse tempo é necessário acompanhamento médico.

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS Entre os principais razões que levam a problemas do sono estão o estresse, cafeína, má alimentação e o consumo de álcool. De acordo com a Dra. Maria de Lourdes, as noites mal dormidas podem causar hipertensão, baixa imunidade, obesidade, fadiga e até mesmo morte súbita. “É importante não levar os problemas para a hora de dormir. O travesseiro não é um bom conselheiro”, brinca. Hidroginástica, natação e banho quente antes de se deitar são algumas dicas da especialista para um boa noite de sono. “Entre no chuveiro e deixe a água descer pela nuca. Faça seus problemas descerem pelo ralo e vá para a cama”.

TRATAMENTOS André Ramos há quatro meses trata de seu mal com um neurologista especializado. O publicitário explica que desde que começou o tratamento estava receoso sobre a possibilidade de tomar medicações, por medo de ficar dependente das substâncias. “Desde o primeiro dia perguntei ao médico se era possível um tratamento que não envolvesse remédios”, conta. Para sua surpresa, nas consultas ele descobriu que apenas os aconselhamentos e a indicação de soluções simples do cotidiano puderam lhe ajudar e os medicamentos foram dispensados.

A Dra. Maria de Lourdes concorda com a preocupação do publicitário. Para ela, os pacientes que logo de cara utilizam-se de alguma droga, rapidamente tornam-se dependentes. “Infelizmente quem precisa desses remédios para dormir começam a aumentar a dose e o vício é inevitável”, lamenta. Em Brasília existem diversas clínicas especializadas no assunto. O Hospital Universitário de Brasília (HUB) dispõe de um Laboratório do Sono que atende a qualquer pessoa desde que com indicação médica. O centro funciona de segunda à sexta, das 8h às 12h. Centros clínicos particulares também oferecem tratamentos. Com diversas possibilidades de disfunções e conseqüências, cada indivíduo necessita de um acompanhamento adequado. Sendo assim, só a ajuda profissional pode solucionar o pânico silencioso das noites mal dormidas.

DICAS PARA UM SONO MAIS TRANQUILO Rotina Ir deitar e acordar no mesmo horário é o melhor caminho para acostumar o corpo a dormir na hora certa. Cama não é sofá Quem passa muito tempo deitado acaba sem sono. Então não use sua cama como sofá – ela serve apenas para dormir. Evite exposição à luz Se acordar no meio da noite, fique de olhos fechados. O hormônio que induz o sono só é produzido no escuro. Tenha paciência Se não conseguir adormecer em 15 minutos, é melhor não insistir. Levante, ande um pouco e só volte para a cama quando estiver sonolento. Atividade física Atividade física regular é fundamental para dormir bem. Mas evite ginástica ou esporte perto da hora de dormir, por causa da descarga de adrenalina. Serviço HUB – Av. L2 Norte, Qd. 605 (61) 3448-5280.

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Moda

Por: Camila Penha | Fotos: Estúdio Dephot

A VEZ DELES

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s homens também podem aproveitar o bom momento para as compras. O verão ainda nem acabou e as lojas estão em liquidação. Entre elas, a Vorix e a Los Dos possuem peças ótimas para incrementar o armário e usar nestes meses quentes de forma casual e descontraída. Para vestir-se bem nas horas de descontração com um charme a mais, preste atenção nos detalhes na hora da produção e invista em cores para alegrar o visual. Camisa pólo, camiseta e bermuda Penguin Chinelo Individual Tudo para Vorix Camisa pólo, bermuda e tênis Los Dos

Camisa pólo, cinto, bermuda, chapéu e tênis Los Dos

Camisa pólo e bermuda Individual Camisa Penguin Tênis Gola Tudo para Vorix

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Camisa pólo, camisa jeans, bermuda e tênis Los Dos

Camiseta Gola Camisa La Martina Bermuda Penguin Tênis Gola Cinto Vorix Tudo para Vorix

Modelo: Moysés Lacerda (Scouting Models)

Camisa pólo, camiseta, bermuda e tênis Los Dos

Camiseta e calça Penguin Chinelo Individual Tudo para Vorix

Serviço Los Dos Parkshopping (61) 3361.8300

Vorix Menswear Gilberto Salomão (61) 3364.0490

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Comportamento

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Divulgação | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Ciúme Espelho de posse e insegurança

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iúme! Palavra de cinco letras que causa muita polêmica, intrigas e certos estardalhaços. Representa sentimento milenar que já inspirou muitos poetas e escritores de diferentes nacionalidades e épocas no mundo. O grande William Shakespeare, poeta e dramaturgo inglês, não fugiu à regra. Em uma de suas obras, “Otelo”, o autor apelida o sentimento de monstro de olhos verdes. Momento em que o personagem principal discorre sobre a agonia de amar e desconfiar ao mesmo tempo. O personagem que sofre um transtorno parecido é Bentinho da obra “Dom Casmurro”, de Machado de Assis. Em eterno conflito, ele sempre pergunta se Capitu o traiu. E, como a arte imita a vida, muitas são as pessoas que padecem sob as garras desse “monstro de olhos verdes”. Juliana Rodrigues, de 22 anos, conta que sentia um intenso ciúme do ex- namorado. “Eu não sei por que me sentia assim. Era só com ele. Acho que é por que nosso relacionamento durou muitos anos”, lamenta. Conforme ela, durante o namoro, o casal costumava brigar por causa das desconfianças dela. “Tinha muito ciúme das amigas dele, mas ele também me dava motivos”, comenta. Segundo ela, os maiores problemas começaram com o término do namoro. Em um momento que considerou insano, Juliana chegou ao ponto de entrar na casa dele quando ele não estava para devolver os presentes que recebeu e pegar de volta os que ela havia lhe dado. “Eu comprei varias coisas pensando em construir um lar para nós. Eu não ia deixar que outras mulheres usufruíssem do que eu comprei”, desabafa. Já Dhiéssica Duarte, 21 anos, ciumenta confessa, garante que, apesar da declaração, exerce total controle sobre o sentimento. Conforme ela, costuma sentir ciúmes tanto dos amigos quanto do namorado. “Fico procurando alguma coisa comprometedora no Orkut do meu namorado. Já briguei com ele por causa de depoimentos”, confidencia. O psicólogo do Instituto de Psicologia Aplicada (InPA), Fabio Caló, explica que o ciúme é um senti-

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mento saudável e natural. Para ele, tem com o namorado Rodrigo pode ocorrer com qualquer pessoa Albuquerque, 20 anos, apesar da que esteja ligada emocionalmente a ciumeira é saudável. “De vez em outra. Como por exemplo, amigos, quando acontece de alguém sentir familiares, namorados e casais. ciúmes, mas nós superamos”, gaSegundo ele, o ciúme pode ser mo- rante. Conforme ela, o namorado tivado por insegurança afetiva de perder um ente querido ou quando a pessoa amada esta dando mais atenção a outra pessoa. O problema é quando o ciúme se torna excessivo. Caló considera que o sentimento passa a ser prejudicial no momento em que a pessoa começa a pensar tanto no tema que provocou o ciúme que afeta suas atividades normais. Para o especialista, esse tipo de obsessão pode trazer conseqüências graves. “O ciúme excessivo pode provocar o termino de um relacionamento. Levar o indivíduo a praticar atos violentos, ameaças e até mesmo cometer suicídio”, assegura. O conselho do psicólogo é que a pessoa que sofre do problema pode e deve procurar tratamento. E a melhor opção, conforme ele, é a psicoterapia O casal Maria Cristina e Rodrigo Albuquerque individual. Nos casos mais graves, o individuo pode ser avaliado também por um psiquiatra e fazer tratamento conjunto com os dois profissionais aliado a remédios. Outra opção para aquele também com problemas financeiros são as terapias de grupo. Conforme o psicólogo, esse tipo de tratamento é mais recomendável para quem enfrenta problemas com drogas, podendo ser benéfico para os ciumentos obsessivos, já que proporciona troca de experiências entre indivíduos que sofrem do mesmo transtorno. Maria Cristina Mendes de Sousa, 19 anos, acredita que o relacionamento que

Fico procurando alguma coisa comprometedora no Orkut do meu namorado. Já briguei com ele por causa de depoimentos

sente ciúmes desde o momento em que ela contou que vai viajar com a irmã para Porto de Galinhas, no litoral pernambucano. Rodrigo não poderá ir por causa do trabalho. “Ele ficou meio estranho. Acho que é normal, eu também ficaria assim se estivesse no lugar dele. Quando eu voltar vai ficar tudo bem”, ressalta. O casal tem quase um ano de namoro. Antes eles eram amigos e hoje, asseguram que sabem o que querem, que o relacionamento dê certo. Para os dois, é importante que a amizade dure e que a confiança seja mútua. Mas, enquanto a segurança e a confiança não chegam, o jovem casal deixa as explicações de lado e passam todo o tempo em que estão juntos trocando beijinhos e abraços. Serviço Instituto de Psicologia Aplicada (InPA) CSGAS 910 Bl. E Sl. 42 - Mix Park Sul (61) 3242.1153

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Cultura

Por: Luis Humberto de Faria Del´Isola | Fotos: Gustavo Lima

Patrimônio Histórico: Em busca do tempo perdido

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esperança, nem sempre é a última que morre. No caso do Patrimônio Histórico de Brasília, estamos correndo sério risco: o descaso do Poder Público está matando – lenta, segura e gradualmente - nossos sítios e monumentos históricos. Eles podem morrer antes que morra nossa esperança de salvá-los. Com raras – raríssimas – exceções, nos últimos anos a Capital da República viveu à míngua de uma política cultural séria. Tivemos governadores e secretários de cultura muito mais interessados em “eventos” do que em políticas públicas que valorizassem a cultura de Brasília e sua gente. Promoveram festas monumentais, pirotecnias estupendas, tambores e fanfarras. Vimos serem erguidas bibliotecas que não guardam livros e museus que não guardam acervo. E tudo isso, repita-se, tudo isto anunciado com tambores e fanfarras. E tudo isto, pago com verbas públicas, com o dinheiro de todos nós, pobres contribuintes. Pagamos, por duplas sertanejas e musas de axé ou expoentes de pagode, cachês assombrosos que fariam ruborizar qualquer servidor público – do público, explique-se – medianamente cônscio de suas funções republicanas. Indispensáveis, pois, os tambores e fanfarras fazendo estrépito, barulho grande para abafar inequívocos ruídos da grande farra com as verbas da cultura. Enquanto isso, o Catetinho transformava-se em ruína ameaçado por cupins, ratos,

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mofo, descaso. Enquanto isto, o Museu Vivo da História Candanga vive à míngua, mantido quase que exclusivamente pela dedicação do seu quadro de servidores – do público, esses, sem dúvida. Enquanto isto, o Cine Brasília foi deixado a apodrecer, sem conservação, sem público, sem programação, sem nada. A esperança, repita-se, nem sempre é a última que morre. Pelo andar da carruagem, nosso Patrimônio Histórico, nossos monumentos correm o risco de se acabar, deixando-nos só com a esperança – e com saudades do que tivemos um dia a ousadia de construir e que estamos levianamente deixando se perder. Um novo caminho? O governo Agnelo Queiroz se anunciou como sendo um caminho novo. Para o nosso Patrimônio Histórico, é bom que o seja mesmo. E que o seja rápido, antes de perdermos nossos monumentos, nossos sítios, nossa herança cultural. Na semana que passou, o sub-secretário de Cultura para o Patrimônio, Prof. José Delvinei Santos, acompanhado por Martita Icó, do Depha esteve em visita a vários monumentos tombados, em trabalho de mapeamento. Antes de chegarem ao Catetinho foram visitar a Casa Velha da Fazenda Gama, local da primeira visita de JK


Visita do sub-secretário de Cultura, José Delvinei Santos e Martita Icó, do Depha à Casa Velha.

ao Planalto Central (em 02/10/56). Ali, o presidente bossa nova tomou seu primeiro café no cerrado. Ali os pioneiros que vieram construir o Catetinho se alojaram. Ali se instalou a primeira estação de rádio do acampamento de obras. A Casa Velha foi integralmente restaurada sob o comando do historiador Jarbas Marques, vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico do DF. Restaurada e equipada com mobiliário de época, tombada pelo Patrimônio Histórico, tornou-se mais um museu da historia candanga. Tudo isso foi feito sem um único e escasso centavo de recursos do GDF, financiado pelos associados do Brasília Country Club, por doações da iniciativa privada e da Petrobrás. A comparação entre a Casa Velha e o Catetinho (que fica a menos de 1000m dela) é emblemática. Foi o que constatou Delvinei Santos: “Eu nem conhecia este museu! É um exemplo de parceria público-privado com foco no interesse coletivo. Está impecável.”. De fato, está impecável,

zelado, cuidado e guardado pela dedicação de associados de um clube social. A Secretaria de Cultura do DF jamais investiu um centavo ali. Nem para a sua divulgação. Roberto Caldas, presidente do BCC afirmou que “este tesouro da história de Brasília precisa ser revelado para os turistas e para os brasilienses. A Secretaria de Cultura, que não contribuiu em nada com a restauração, poderia pelo menos divulgar a Casa Velha”. Solicitação para isso não faltou. Em setembro de 2008, em ofício à Secretaria de Cultura, Roberto Caldas solicitou que o governo produzisse “folders” divulgando a Casa Velha junto com o Catetinho. Pedia ainda que o governo oferecesse capacitação a alunos de nível superior para que servissem de guia aos sítios históricos, com o treinamento sendo feito pelo Depha. E mais. Oferecia ao governo da época a possibilidade de que o BCC, que faz divisa com o Catetinho, pudesse oferecer apoio aos turistas que visitam a primeira Residência Presidencial. Tal apoio consistiria na possibilidade de os visitantes do Catetinho poderem se servir da estrutura do clube: sanitários, lanchonete, restaurante etc. Nem resposta obteve. O Secretário,

como sempre, preferiu pagar a uma dupla sertaneja qualquer... Em seguida os dirigentes do BCC acompanharam Dilvinei e Martita ao Catetinho. Ali o sub-secretário demonstrou a sua preocupação com o estado do monumento: “É preocupante, muito preocupante a situação a que chegou o Catetinho.”. O sub-secretário e os dirigentes do BCC estudam a possibilidade de integrar os dois museus em um mesmo roteiro, enriquecendo a cultura e favorecendo o turismo de Brasília. Delvinei já determinou que as próximas peças publicitárias do Catetinho e da Casa Velha sejam feitas em peça única, com verbas da secretaria de Cultura. Um novo caminho? O próprio Pedro Tierra, como é conhecido, Hamilton Pereira, em boa hora reconduzido à Secretaria de Cultura já declarou à Plano Capital que “é preciso fazer mais cultura e menos eventos”. Tomara que sim, antes que só nos reste a esperança. Serviço Casa Velha da Fazenda Gama SMPR, Qd.27, s/n°, conj.3 Núcleo Bandeirante - Brasília Country Club (61) 3338.8563

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Agenda Cultural

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Divulgação

Caixa e CCBB Cultural

locais durante todo o ano. Como a programação é diversificada, o público poderá conferir eventos de artes visuais, cênicas, música e mostras de cinema. Está também agendado para este ano, palestras, cursos e oficinas. Os conteúdos são educativos, voltados para construção da sociedade. “A programação eclética, de aspecto construtivo e educacional é composta por um vasto panorama da produção artística nacional e internacional de qualidade”, afirma a assessoria de imprensa do CCBB.

Destaques do CCBB

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ano de 2011 promete ser bastante animado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e no espaço cultura da Caixa Econômica Federal. Novidades é o que não vai faltar nos

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As exposições têm a programação contemplada por artistas brasileiros e estrangeiros. Um dos destaques do CCBB é a artista visual japonesa Mariko Mori, que vai expor suas obras no mês de fevereiro. A sua arte de vanguarda é aliada a um forte impacto físico e

visual, com obras que passam pela fotografia, vídeos, realidade 3D e instalações interativas. A contemporaneidade dá o tom da programação das Artes Cênicas. Os destaques são para “Breu” com texto nacional inédito de Pedro Brício. A peça narra o encontro entre duas mulheres, uma delas cega. Já “O Bosque”, de David Mamet, traz o estilo “new realist” americano. A construção dos diálogos é o ponto forte, tratando dos dilemas atuais da juventude como a incapacidade de comunicação. A exemplo dos anos anteriores, o cinema trás diretores consagrados, entre eles Alfred Hitchcock, Carl Theodor Dreyer, Luchino Visconti e Clint Eastwood. Também estão previstas retrospectivas nacionais como a da Companhia Cinematográfica Maristela, cujas produções da década de 1950 serão exibidas.


Na outa página, no canto esquerdo, a artista plástica Mariko Morki e suas esculturas. Demais fotos, e página da direita, exposição do fotógrafo José Caldas

no Brasil, sulcadas com certa deficiência visual. O artista plástico alemão Henrique Lemes exporá peças de xilogravura. Ele desenvolveu a técnica ao longo de sua carreira, tendo em vista as contínuas exposições em diversos países do velho continente. Sua última pesquisa resultou nas gravuras mais recentes, retratando as cenas de seu cotidiano como a série Café, bebida pela qual é apaixonado, e ainda a série Futebol, tema que é paixão nacional. Dono de uma técnica de traços firmes e contínuos que conferem ao entalhe de madeira e depois à gravura de elegantes desenhos.

Saiba Mais

Destaques da Caixa Cultural Prestigiando os artistas locais, uma das gratas surpresas da nova geração de artistas brasilienses, o cantor César de Paula, produzirá nesse mês de fevereiro um DVD, em um show, projeto solo de um estudioso e pesquisador filho da cidade de Ceilândia, que soube gerar um trabalho de, como ele mesmo diz: “música extemporânea brasileira”, que vai do balanço, samba-rock, bossa nova, jazz, soul, maracatu à modernidade eletrônica. O espaço também apresenta “Brasil e a transformação da paisagem”. Exposição de fotografias que propõe levar ao público de Brasília o recorte de 52 imagens da obra do fotógrafo José Caldas, reconhecido como um dos mais importantes documentaristas da natureza brasileira em atividade. Haverá também a exposição da fotografa Rosa Gauditano, com imagens de uma parcela significa-

tiva dos povos indígenas. As fotos vêm sendo documentadas pela fotógrafa nos últimos 20 anos. Rosa assina também autora de cinco livros de fotografias, entre eles “Índios, os Primeiros Habitantes”, “Raízes do Povo Xavante” e “Guarani M’Byá na Cidade de São Paulo”. Seu trabalho tem o foco na documentação da cultura dos povos indígenas no Brasil. Artista pioneiro na arte de gravar em metal no Brasil, Carlos Oswald terá obras expostas com o título “o Resgate de um Mestre”. A mostra trará cerca de 70 gravuras selecionadas criteriosamente, advindas de coleções particulares e da significativa coleção do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Será mostrado o trajeto percorrido pelo gravador, desde as suas primeiras gravuras, ainda feitas na Itália, país de seu nascimento, até as últimas, realizadas

A CAIXA e o CCBB realizam os projetos em seus espaços culturais por meio de seleção pública. Os centros divulgam anualmente os editais que antecedem as inscrições dos projetos. As comissões avaliadoras são formadas por colaboradores, profissionais do segmento artístico e empregados da CAIXA e do CCBB. A programação é montada anualmente pela equipe que selecionou os projetos que serão patrocinados. As apresentações que vão acontecer durane todo o ano de 2011 foram inscritos na seleção do primeiro semestre de 2010. O CCBB oferece transporte gratuito destinado a alunos e professores das instituições de ensino da rede pública. O trajeto tem como eixo a Esplanada dos Ministérios, fazendo paradas no Teatro Nacional, Setores Hoteleiros Norte e Sul, Bancário Sul, Biblioteca Nacional e na UnB. Em 2009 o transporte gratuito atendeu 38 mil visitantes. Serviço CCBB Brasília SCES, Tr. 2, Cj. 22 Horário: de terça a domingo, das 9h às 21h Caixa Cultural SBS Qd. 4 lt. 3/4 Horário: de terça a domingo, das 9h às 21h

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Gastronomia Por: Alessandra Bacelar | Fotos: Paulo Negreiros e Jennifer Negreiros

Parrilha Madrid O melhor da culinária espanhola

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uem não abre mão de uma boa carne tem que experimentar a suculenta picanha, ao molho de ervas finas do restaurante Parrilha Madrid. Com acompanhamento de arroz parrilheiro, o prato picanha prêmio é uma ótima especialidade do local. Todo o requinte espanhol também faz parte da combinação. Outro ponto forte do restaurante são as sobremesas. O destaque é para o delicioso petit gateau de doce de leite. Esse quitute é a opção ideal para quem gosta de fechar com “chave de ouro” o almoço.

Greens

Picanha ao molho de ervas finas do Parillha Torta de nozes

Naturalmente saboroso

P

ara os apreciadores de comidas naturais, boa pedida são as variadas saladas do Greens. O restaurante apresenta em cardápio rico em nutrientes, através de verduras e legumes, em suas mais saborosas combinações. Como a salada italiana, que encanta com sua cor e sabor. Seu tempero é suave e por ser um prato leve, cai bem a qualquer hora. Seja no almoço, jantar ou lanche, o restaurante preza pela alimentação saudável, combinando alimentos integrais e orgânicos. O Greens mostra que é possível alinhar bom sabor com baixos índices calóricos. No local, além dos serviços a “La carte e self service, também é oferecido produtos naturais, light e diet. Outro ponto forte são as sobremesas. Feitas com ingredientes com baixos índices de gordura, tortas, mouses e doces são apresentados no local, como deliciosos complementos das refeições. Excelente exemplo é a torta de nozes, que adoçada com açúcar mascavo e leves ingredientes, traz o gostoso sabor do fruto.

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Suculenta salada italiana do Greens


Serviço de excelência do Parrilha

O Convento

Pescado dos monges do Convento

Manjares divinos: da Europa ao Brasil

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om o intuito de aliar as tradições italianas à culinária brasileira, o restaurante Convento oferece um cardápio sofisticado, respeitando várias tradições. “Nossa ideia é adaptar tradicionais pratos europeus às raízes de nosso país. Na gastronomia é possível valorizar o melhor do Brasil, acrescentando opções de fora”, di a proprietária do local, Maria Crhistina. Em meio à demolição de um convento em Brasília, surge então o restaurante, sendo esse o motivo do seu nome. Em estilo medieval, decorado com antiguidades, o Convento nos remete à nobreza de grandes casarões e templos. Outro motivo de seu nome é o cotidiano de padres e freiras que nos remetem à ideia de personagens que sempre comeram muito bem. Já dizia o ditado “Comeu que nem um padre”. Cada prato do local guarda uma história. O pescado dos monges, especialidade da casa, traz à tona refeições diárias dos freis europeus. Eles adoravam peixes ao molho no jantar. A iguaria é servida em 180g de filé de robalo ao molho de limão siciliano, acompanhado com risoto de frutos do mar. Já a sobremesa doce de ovos guarda outra interessante história. Antigamente na Europa, as claras de ovos eram usadas para engomar as batinas dos padres e assim, sobravam as gemas. Para aproveitá-las, se faziam sobremesas. Nasce então o tradicional doce de ovos, que tem as gemas como seu principal ingrediente. O quitute fica ainda mais delicioso quando degustado com canela. Ele é um dos pedidos mais freqüentes do restaurante localizado na Casa da Itália, na 208 sul. O nome religioso também foi posto, com o intuito de remeter à ideia de comida divina.

Serviço Parilha Madrid CLS 408 Bl. D, Lj. 01 (61) 3343-0698 - 3343-0698 Greens CLS 202, Bl. B, Lj. 4 (61) 3321-5039 - 3321-5039 O Convento EQS 208/209 S/N° Lt. A (61) 3443-3104 - 3443-3104

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Música

Por: Michel Aleixo | Fotos: Mariana Costa

A FOTO OFICIAL DO IMPÉRIO Músicos da cidade tocam por 10 horas seguidas e criam projeto multimídia

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os standards do jazz aos clássicos do blues e do rock. Algumas das maiores composições da história surgiram de “jam sessions”. A expressão da língua inglesa que significa “sessão de improviso” é utilizada quando um grupo de músicos reúne-se para fazer um som sem compromisso. No último dia 15 de janeiro, cerca de 20 jovens da cidade se juntaram numa casa do Lago Sul e fizeram exatamente isso. O resultado da jam é “A FOTO OFICIAL DO IMPÉRIO”. “O nome é assim mesmo, em letras garrafais”, explica o idealizador, Luis Fernando, 29 anos, guitarrista da banda Club Silêncio. O projeto foi inspirado no grupo de rock dinamarquês Spleen United, que no ano passado fez uma sessão de 24 horas de música ininterrupta. “Assim que vi esse trabalho me veio um lampejo de fazer algo semelhante – talvez por tédio, talvez por vontade de fazer algo diferente ou provavelmente pelas duas coisas. Não foi difícil vender a idéia. Juntei outras bandas e amigos e descobri que eu não era o único que achava que as coisas precisavam de uma sacudida. É algo diferente, instigante e complexo”, conceitua Luis. Na reunião do Império, membros das bandas Club Silêncio, Tiro Williams, Watson, The Pro e outros

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artistas como Karla Testa e Rafael Oops (criolina) se revezaram numa sessão de 10 horas. “Muitos amigos chegavam e começavam a participar, seja tocando um bongo, uma meia lua. Quem estava lá estava livre para pegar um instrumento e entrar na música”, explica Gustavo Bill, produtor musical e também realizador da jam. “As mudanças eram mais ou menos como uma luta de wrestling: o cara estava cansado, levantava a mão e alguém ia e pegava o instrumento”. O objetivo era não parar o som em nenhum momento. Até as mudanças de bateristas não atrapalharam a improvisação. Mesmo com tanto improviso, A Foto Oficial do Império tornou-se um projeto multimídia. Todo o processo foi filmado e a intenção dos criadores é transformá-lo num documentário. Enquanto os músicos tocavam, o artista plástico Jean Matos desenvolvia uma arte gráfica. “O Jean esteve lá todo momento e criou ali mesmo o que seria a arte final do projeto. Além de ser um artista talentoso, o fato de ele ter acompanhado tudo de perto foi crucial para o resultado final. Ele teve bastante sensibilidade para captar tudo da melhor maneira possível”, explica Luis. Ao todo, o material em áudio e vídeo soma 12 horas de música e entrevistas. Bill explica que as gravações

serão depuradas para montar um disco com alguns dos temas criados. “Vamos distribuir tudo em partes, música, depoimentos e entrevistas”, conta. Tudo estará disponível gratuitamente no site da banda Club Silêncio. Luis Fernando pretende organizar outras edições do projeto e convidar mais bandas. “Vai rolar. Só não sabemos se no próximo semestre ou no início do ano que vem. A idéia é que tudo isso se torne um evento tradicional. Como teremos mais tempo pra formular as coisas, vamos fazer algo diferente e ainda mais elaborado”. A Foto Oficial do Império reflete a combinação entre as facilidades de distribuição, gravação e divulgação que a tecnologia trouxe à música e a compulsão da nova geração de artistas em criar algo novo. Gustavo Bill complementa “o projeto mostra um exato momento em Brasília e a música que criamos com essas pessoas”. Existe um termo alemão chamado zeitgeist, que se refere às realizações intelectuais e culturais de um determinado período no tempo. Talvez esta seja uma manifestação genuína dele.

Serviço www.clubsilencio.com.br


Bohumil Med*

Música erudita em Brasília “Meu coração transborda de gratidão à música, que tantas vezes me alentou e salvou da tristeza” Martinho Lutero UM CONCERTO DIFERENTE

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história da música vem de épocas muito remotas. Desde os tempos mais primitivos, vem passando por vários períodos; entre eles o medieval, a renascença, o barroco, o classicismo, o romantismo e a música moderna ou contemporânea que abrange aproximadamente os últimos cem anos. Apesar de ser mais recente, a música contemporânea é a menos conhecida. É aí que está o mérito da organização do Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília, ao incluir o tema como disciplina e formar uma orquestra exclusiva para estudar e interpretar esse tipo de música, a cujo concerto final tivemos a oportunidade de assistir no último dia 22. A abertura do concerto, sob a regência do maestro Jorge Lisbôa Antunes, foi dedicada ao papa do estilo contemporâneo, o alemão Karlheinz Stockhausen, autor da obra Do Sétimo Dia da qual foi interpretado o primeiro movimento Verbindung (que se traduz como união ou contato). No palco, cerca de 50 músicos pulavam, corriam, batiam os pés, subiam nas cadeiras, percutiam os instrumentos e até tocavam algumas notas. O que chocou o público mais conservador foi ovacionado pela platéia jovem. A segunda peça, Instruction 61, do compositor brasileiro Luis Carlos Vinholes (presente no auditório), consistia em improvisações indicadas por fichas mostradas alternadamente pelo maestro a cada naipe de instrumentos.

Schweizer, colega docente do compositor, na UnB. E para terminar, o filho (maestro) regeu Quatro Momentos Cromofônicos e Nec Plus Ultra, obras do pai, Jorge Antunes. O concerto foi um sucesso duplo. Os jovens músicos vibraram executando obras nada tradicionais e o público, em grande número, se dividiu entre os que aplaudiram sinceramente e os que saíram do auditório sem entender o que estava acontecendo, diante de uma linguagem musical tão inusitada e pouco executada. Maestro Jorge Lisboa Antunes

HOMENAGEM A recente morte do compositor argentino naturalizado brasileiro Emílio Terraza foi lembrada com a interpretação de sua obra Tango M46, executada pelo fagotista Hary

* Bohumil Med professor emérito da Universidade de Brasília Colaboração: Regina Ivete Lopes

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Vinho

Antônio Duarte*

A origem e a descoberta do Vinho do Porto

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vinho é produzido com uvas do Douro, armazenado em Vila Nova de Gaia, por ter clima mais úmido e favorável à guarda e, antigamente, para controle de produção pelo governo. A bebida ficou conhecida como “Vinho do Porto” a partir da segunda metade do século XVIII, porque era pela cidade do Porto que o vinho era exportado para o mundo. A descoberta do vinho tem várias versões e, até hoje, é polêmica. Uma das versões, defendida pelos produtores de descendência inglesa, diz que a origem é do século XVII, quando mercadores britânicos adicionaram brandy para evitar que estragasse. Outra versão diz que já na Época dos Descobrimentos era assim armazenado para se conservar durante as longas viagens. No século XVII ocorreu um fato que mudou a história desse vinho, e talvez por isso, os ingleses reivindiquem para si a descoberta. Era grande o desentendimento Inglaterra/ França, o que estava tornando impossível o comércio com os vinhos de Bordeaux. Pelo Tratado de Methuen, a Inglaterra diminuiu os impostos de importação dos vinhos portugueses, o que favoreceu o Douro. Como os vinhos do Douro não suportavam bem as viagens e para não desperdiçar a grande oportunidade comercial que se apresentava, os produtores decidiram adicionar álcool vínico durante a fermentação para que não se estragassem na viagem. Foi aí que perceberam que a prática preservava, mas também atribuía qualidades tais que o melhoravam significativamente. Está aí, a história desse vinho único no mundo.

A elaboração do Vinho do Porto Só o vinho produzido na Região Demarcada, respeitando normas de produção e envelhecimento rigorosa-

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mente controladas, pode utilizar a denominação Vinho do Porto. Durante o seu processo de envelhecimento, o vinho é submetido à provas de controle de qualidade, quer analítica, quer sensorial, pelo laboratório e pela Câmara de Provadores do Instituto do Vinho do Douro e do Porto (IVDP). Só os vinhos que são aprovados nos exigentes critérios de qualidade estabelecidos têm o direito de colocar o selo de garantia emitido pelo IVDP. Esse selo começou a ser usado a partir de 1941.

Os estilos de Vinhos do Porto Podemos dividir o Vinho do Porto em brancos e tintos.

Brancos O Vinho do Porto branco tem vários estilos, associados aos períodos de envelhecimento mais ou menos prolongados e diferentes graus de doçura, que resultam no modo como foi efetuada a sua elaboração. As uvas que predominam são: Malvasia Fina, Donzelinho, Gouveio, Codega e Rabigato. A doçura é variável, desde os muito doces chamados Lágrima (mais de 130 g/l), os Doces (entre 90 e 130 g/l), os Meio Secos (entre 60 e 90 g/l), Seco (entre 40 e 65 g/l) e os Extra Secos ( menos de 40 g/l). O teor alcoólico varia de 19 a 22 % vol. Exceto o Branco Extra Seco que, além de ser bastante seco, a sua graduação alcoólica é de 16,5 % e é o único que a fermentação se completa e a adição do álcool vínico é feita ao final da fermentação.

Tintos Os Tintos conforme seu tipo de envelhecimento podem ser Ruby ou Tawny.

ou menos intensa, e manter o aroma frutado e vigor dos vinhos jovens. Neste tipo de vinho, por ordem crescente de qualidade, insere-se as categorias Ruby, Reserva, Ruby, Late Bottled Vintage (L.B.V.) e Vintage. Os vinhos das melhores categorias, principalmente os Vintage, e em menor grau o L.B.V., poderão ser guardados, pois envelhecem bem em garrafas. Para o Ruby, em que se pretende uma cor vermelha e densa, são necessárias duas condições – 1ª seleção de castas mais tintureiras, como a Touriga e a Tinta Barroca; 2ª o envelhecimento é feito em cubas onde o vinho tenha pouco contato com o ar, mantendo, assim, a cor vermelho Ruby. No Porto Ruby, seu lote final para engarrafamento é de vinhos com idades de 3 ou 4 anos.

Estilo Tawny: Obtido por cortes de vinhos de grau de maturação variável, conduzida através do envelhecimento em barris ou tonéis. São vinhos em que a cor apresenta evolução, devendo integrar-se nas sub-classes de cor tinto-alourado, alourado ou alourado-claro. Os aromas lembram os frutos secos e a madeira; quanto mais velho é o vinho mais essas características se acentuam. As categorias existentes são: Tawny, Tawny Reserva, Tawny com indicação de idade (10 anos, 20 anos, 30 anos, 40 anos) e Colheita. São vinhos de corte de vários anos, exceto os Colheita, que se assemelham a um Tawny com indicação de idade com mesmo tempo de envelhecimento. Quando são engarrafados estão prontos para serem consumidos. Aconselham-se os vinhos das categorias Tawny com indicação de idade e de Colheita.

Estilo Ruby: São vinhos em que se procura conservar a evolução na sua cor tinta, mais

*Antônio Duarte é presidente da filial brasiliense da Associação Brasileira de Sommeliers.


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cie n tiz


Jornalista Aprendiz Por: Cecília Garcia

Passos da superação

À

Autoestima, coordenação motora e socialização de portadores de necessidades especiais estimuladas pela dança

s 8h30, de segunda à sexta, começam as aulas de dança. Ao som de Wilson Simonal e Guilherme Arantes, os alunos fazem o aquecimento. Alguns felizes e dispostos, outros com sono e preguiça, sem disposição para participar da classe. Depois do aquecimento vem o treino dos passos. Abraços e carinhos fazem parte do método para que os alunos do Centro Integrado Ensino Especial (Ciee) da 911/912 Sul e que têm deficiência mental se sintam bem com o grupo. Em fevereiro de 2000, professoras do Ciee resolveram ocupar os alunos com atividades extraclasses. Observando que muitos deles gostavam de dançar durante o intervalo com um aparelho de som improvisado no pátio, criaram o projeto “Eu Danço”. Hoje, cerca de 45 alunos com diferentes graus de comprometimento mental se revezam durante a semana nas aulas de dança, que duram duas horas. Sempre com um sorriso estampado no rosto, a “Loira do Eu Danço”, como a pedagoga Fátima Reis é conhecida, relata com orgulho as apresentações do grupo, mostrando álbuns de fotos. Mas adverte que o objetivo do trabalho não são as apresentações. “Não queremos descobrir

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artistas, mas de vez em quando aparece um. Trabalhamos a partir das habilidades de cada. Não forçamos. Só estimulamos suas potencialidades.” A dança do ventre feita com uma cobra de borracha é uma das apresentações em que a aluna Amanda se destaca. Sua mãe, Maria da Conceição Marques orgulha-se das habilidades da filha. “Lógico que foi uma dança dentro das limitações dela, mas foi lindo do mesmo jeito”, diz. O líder do grupo de pesquisa Deficiência Mental e Atividade Física da Universidade de Brasília (UnB), Jônatas de França Barros, afirma que exercícios físicos voltados para pessoas com comprometimento intelectual ajudam a atenuar muitos dos problemas apontados para essa faixa da população. “Consegue-se implementar métodos para essas pessoas melhorarem suas atividades da vida diária e que tenham possibilidade de independência”, assegura. Reginaldo, que gosta de dançar forró e axé, entrou logo no início do projeto Eu Danço e consegue perceber as melhoras. “Eu era muito atentado. Respondia às professoras, xingava”, relata. “Agora estou melhor. Descobri o que é certo e errado. Tenho disciplina”, conta. Mesmo depois

de sair do centro, ele não deixa de participar das aulas. “O papel que mais gostei de fazer, de todos, foi o deus da guerra, na apresentação sobre olimpíadas”, relembra. Fatinha, como a pedagoga também é conhecida, aponta que dentre as melhoras percebidas no grupo estão a socialização e o desempenho dos estudantes em outras áreas da educação. Para Álvaro Neto, estudante da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, participante do projeto, ao contrário do que muitos pensam, é o professor que se adapta ao aluno. “Quando sentem que podem confiar em nós, quando vão com a nossa cara, os alunos passam a fazer o que pedimos”, relata. Eliane faz todos os movimentos que os professores pedem. Deficiente mental e auditiva, frequenta as aulas de dança há seis anos. Apesar da adversidade que poderia ser um obstáculo a qualquer atividade musical, ela é uma das alunas mais dedicadas. A mãe Dalva Carvalho conta que a adaptação da filha foi demorada, mas quando ocorreu, se tornou mais sociável. “Quando você vê sua filha se apresentando, apesar da dificuldade, é pra ficar feliz da vida.” Uma participante do Eu Danço que deixou saudade foi Karine, bailarina xodó


da professora Fátima. Conceição Liz Teotônio diz que a filha “já nasceu dançando”. A menina morreu de leucemia, mas suas evoluções por causa da dança e do projeto ainda são lembradas por Conceição: “Ela se abriu pra vida”. “Eles têm a oportunidade de se expressar” Desde que estava no curso de graduação em Dança, concluído em 2008 na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Érika da Silva Ramos se dedica a pesquisar o impacto dos movimentos corporais na melhoria da vida de deficientes mentais. Seguiu os estudos numa especialização em Psicomotricidade e, para entender melhor o processo, aprendeu linguagem de sinais e ingressou no curso de Psicologia. Desde o ano passado, é coordenadora do Núcleo de Arte da Secretaria de Estado de Assistência Social no Amazonas. Érika Ramos destacou que a terapia psicomotora trabalha os elementos da mente, que são o

bem-estar, a autoestima, a cognição, junto com a parte motora, que é a coordenação, lateralidade, equilíbrio. “Eu busco estudar a terapia psicomotora por meio da dança, que é a arte na qual eu encontrei muita evolução com os deficientes mentais”, afirma. A pesquisadora disse ainda que fazer essa interação com os portadores de necessidades especiais significa ligar os movimentos da dança como o aspecto coreográfico, aos movimentos da terapia psicomotora, que é a parte do equilíbrio, da respiração e coordenação de músculos. A terapia contribui não só para a reabilitação do paciente, mas também ajuda a desenvolver as habilidades artísticas do praticante. “Todos os aspectos motores também vão ser atrelados nesse âmbito da terapia psicomotora. A parte artística é trabalhar o estético neles. Dar a oportunidade de pensarem com criatividade”, revelou Érika.

Serviço Cecília Garcia cursa o 8º semestre de Jornalismo na UnB

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Mercado Imobiliário

Rodrigo Barreto*

Avaliação Correta de um imóvel Como driblar a especulação e ainda obter sucesso na venda?

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fato da pessoa querer agregar maior valor monetário na hora da venda de seu imóvel, sem o auxílio de um profissional, com intuito de economizar, por não querer arcar com o custo devido pela transação imobiliária, gera, na maioria das vezes, conseqüências desastrosas. Com a crescente violência e com o aumento dos seqüestros relâmpagos, os donos de residências se arriscam muito para satisfazer uma necessidade pessoal em trocar de imóvel. O proprietário, na ânsia de vender rapidamente seu bem imóvel, recebe em sua residência, sem ao menos fazer uma rápida pesquisa sobre a pessoa que bateu à porta. Colocando em risco não somente a si, como toda sua família. Vender imóvel não é apenas o ato de anunciá-lo. Normalmente, o corretor bem preparado tem sua carteira de clientes, as imobiliárias tem sua relação de interessados num 1º imóvel ou lista de investidores. Há 3 anos, Brasília conta com a Rede Brasília de Imóveis – Rede Netimóveis – são nove imobiliárias parceiras e aproximadamente 100 corretores com suas carteiras de clientes a espera do imóvel certo. E isso sim é real. E essa parceria entre as imobiliárias facilitam as vendas. Quem ganha com isso? O consumidor. Hoje, boa parte dos aumentos no valor do imóvel deve-se ao proprietário que não quer pagar a comissão pelo trabalho do corretor, bem como a atitude do mal profissional que aceita trabalhar o imóvel, tendo que para isso superfaturá-lo. E isso vira uma bola de neve. Fazer avaliação de imóvel não é apenas olhar o jornal, ver alguns preços e assim estipular a quanto pretende vendê-lo. Acompanhar apenas o valor estipulado em anúncios não é uma avaliação e sim parte da avaliação de mercado. Existem vários aspectos intrínsecos na avaliação de imóvel: Quando analisamos anúncios em jornais ou internets, normalmente, não sabemos qual andar, posição do imóvel em relação ao sol, posição na quadra ou rua e, mesmo tendo algumas fotos, não podemos avaliar a qualidade de um acabamento. Desta forma, ao decidir vender um bem imóvel, deve-se ficar atento à tabela que

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rege o mercado local. O SECOVI/DF – Sindicato da Habitação do Distrito Federal – disponibiliza mensalmente em seu site, no link Boletim da Conjuntura Imobiliária, o valor médio dos imóveis por região e metragem quadrada. As diferenças de preço dos imóveis variam bastante, até no mesmo prédio. Exemplo: Um apartamento no primeiro andar, poente, de frente para o Eixo; não pode valer o mesmo preço de um apartamento no sexto andar, virado para a nascente, vista livre no meio da quadra. Ao contratar um corretor ou uma imobiliária para administrar ou vender seu imóvel, o consumidor ganha na segurança, conforto e tranquilidade que é oferecida ao proprietário e toda sua família, entre outros serviços oferecidos. Evitando, ainda, ligações diárias e indesejadas. Em países de 1º mundo, desenvolvidos – as pessoas falam: o médico da família, o advogado da família, entre outros profissionais responsáveis. O corretor de imóveis está inserido neste espaço. Tenha você também um corretor de imóveis. Não brinque, não arrisque, não economize. Invista, escolha um profissional para lhe prestar consultoria em imóveis e faça um excelente negócio. Pense nisso e boa sorte. *Rodrigo Barreto Administrador de Empresas atuante no mercado imobiliário pela Buriti Empreendimentos Imobiliários.


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Propaganda e Marketing

Carlos Grillo*

REFLEXÕES SOBRE UMA NOVA MÍDIA CHAMADA PÚBLICO S emana passada falei aqui sobre o novo marketing e a transformação do consumidor em um veículo de comunicação independente capaz de filtrar, produzir, veicular e divulgar o que lhe interessa. O custo cada vez menor de equipamentos de produção somado à oferta gratuita de ferramentas de divulgação pela internet criaram as bases desse cenário. Mas, se por um lado a tecnologia provocou alterações na forma de nos comunicarmos, por outro, a natureza e os desequilíbrios sociais nos obrigaram a repensar o conteúdo em si. Em “A economia do cedro”, o professor Carlos Julio capta esse movimento e lista alguns paradoxos que nos afligem: prosperidade x sustentabilidade; geração de riqueza x distribuição mais igual; pressão por resultados x qualidade de vida no trabalho; concorrência x valores e princípios; pensar x fazer. Com a mesma lente, mas outra abordagem, o guru de negócios Philipe Kotler diz que chegamos à era do Marketing 3.0, focada no ser humano e adequada a um mundo em que a lucratividade tem como contrapeso a responsabilidade corporativa. Uma correção de percurso em relação ao Marketing 1.0, centrado no produto, e ao Marketing 2.0, voltado para o indivíduo. Em suma, a dinâmica do mundo mudou e, a reboque, a comunicação. O profissional de marketing vive com isso um processo agressivo de adaptação que demanda tempo, investimento e, sobretudo, coragem para reaprender e

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recomeçar todos os dias. Abaixo deixo alguns pontos para reflexão: 1 – Atenção para as redes sociais: Facebook, Twitter etc. são as praças modernas. Cada dia mais, são nelas que as pessoas se encontram para trocar ideias e saber das novidades. Porém, como em toda praça, cruzamos com gente interessante e gente chata. Antes de embarcar nas redes sociais saiba o que dizer e como dizer. 2 - Os desejos do seu público-alvo não se resumem a sonhos de consumo: experimente acrescentar ao “é bom para você” o “é bom para o planeta”. 3 – Credibilidade e relevância: a informação nunca esteve tão pulverizada e abundante, mas também fácil e rápida de encontrar. O problema é: confiar no que? A credibilidade tornou-se o maior ativo do mundo pós-internet. 4 – Seja claro e sincero em sua comunicação: a sociedade está cada dia mais bem informada e os mecanismos de defesa do consumidor consolidados. Enterre as letras miúdas, as salvaguardas e os discursos sem atitudes. Qualquer deslize ou contradição pode correr o mundo com um clique. 5 – Ofereça experiências e não só palavras: o público quer ser ator da sua campanha e não só um espectador. Dê a ele experiências positivas e emocionais com a sua marca que ele irá compartilhá-las de modo espontâneo. 6 – Amplie seu mix de comunicação: na década de 90, o polêmico fotógrafo italiano da Benetton, Oliviero Toscani já dizia: “a publicidade é um cadáver

que nos sorri”. Bem, a propaganda tradicional não desapareceu, mas não para de perder espaço para outras disciplinas como marketing promocional, marketing digital e eventos. 7 – É tempo de mobilização: a sociedade busca causas para defender e líderes para conduzi-la. Você tem uma ideia? O quanto você acredita nela? Está disposto a investir em sua realização? Vá em frente. O momento é esse. 8 – Mais atitude, menos discurso: se você encara a sustentabilidade como um modismo, por exemplo, reveja sua posição. A menos que você tenha o que mostrar, não levante uma bandeira. 9 – Olhe para dentro: se os empregados da sua empresa não repercutem lá fora o que você prega em sua comunicação, suas chances de sucesso são mínimas. Cuide para ser dentro de casa o que você é ou diz ser na rua. 10 – Some esforços, inclusive com seus concorrentes: uma provocação é um exercício de desprendimento. Será que o pensamento coletivo e a responsabilidade corporativa não passam por redefinir o conceito de concorrência? No artigo da próxima semana, contarei alguns cases que ilustram um pouco do que escrevi acima. Até breve.

*Carlos Grillo Sócio Diretor da Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais Email: grillo@monumenta.com.br Twitter: @carlosgrillo


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Boa leitura com um bom café

Tá lendo o quê?

Locação, venda e assistência técnica de máquinas para café espresso Brasília: 106 Norte Bl.C Lj. 52 | Tel: 61.3033-1010 Goiânia: Rua 17 nº 64 - St Oeste | Tel: 62.3942 4588

Fotos: Divulgação

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Dr. Daniel Moon Lee

Gilberto Manso

Alessandra Pinheiro

Dr. José Sobral Neto

Livro Gamorra

Livro Como Conhecer Deus - A jornada da alma ao Mistério dos mistérios Autor Deepak Chopra

Livro Faça logo uma marca

Livro O que acontece quando morremos

Autor Frances Petit

Autor Dr. Sam Parnia

Este livro mostra didaticamente como todos podemos ter a experiência direta do Divino. Explicando os níveis e tipos de reação de nosso sistema nervoso, ele demonstra a necessidade do cérebro humano de encontrar um significado para o universo infinito e surpreendente. Todas as religiões traduzem um tipo de verdade, mas nunca a Verdade total (pois ela é indizível), apenas experienciada por poucos seres humanos. O leitor é convidado a galgar os sete níveis de espiritualidade possíveis, desde o mais básico ligado ao nosso instinto de lutar ou fugir, passando pelos níveis da ação, da intuição, da criatividade, da reação visionaria (do “eu” universal) até o último nível, o da bem-aventurança absoluta.

Como é gerente de marketing de um grande grupo, Alessandra Pinheiro está lendo “Faça Logo Uma Marca!, de Francesc Petit. Nesta obra, o principal assunto é a comunicação visual e nela a gerente de marketing do grupo Brasília Motors pode descobrir o que está por trás de uma grande marca. O autor aborda desde a concepção da marca até o dia de apresentá-la ao cliente e mostra que o aparentemente superficial universo das marcas é mais profundo do que muitas vezes se imagina.

O livro encara questões relativas à vida e à morte.Descreve em linguagem acessível ao público geral experiências de quase morte de pacientes que tiveram parada cardíaca recuperável e passaram por experiência de paz, sensação de desligamento do corpo físico, a existência de um túnel,de uma luz branca,de encontro com pessoas e as dificuldades encontradas para pesquisar o tema. Aborda a ética religiosa e científica sobre o assunto de maneira a entendermos o que acontece com o cérebro durante esta intercorrência e repercussões na vida futura.Os sobreviventes a este fenômeno tornam-se mais altruístas. Passam a ter menos medo da morte e desenvolvem maior fé em Deus independente de adotar uma religião.

Oftalmologista do Hospital de Olhos (INOB) Proprietário da Belini e Restaurante Bhumi Gerente de marketing do Grupo Brasília Motors Diretor do Instituto do Coração de Taguatinga

Autor Roberto Saviano

Fui presentado e achei a publicação excelente. Gamorra fala sobre a máfia de forma atual. O livro descreve as instalações do porto napolitano, explicando sua importância estratégica para o comércio mundial, passando por ligações com os chineses e com o mundo da alta costura italiana. O livro-reportagem de Roberto Saviano mostra ainda a origem dos tão importantes apelidos de mafiosos, algo que pode ser mais importante que o próprio nome da família. A publicação já vendeu mais de quatro milhões de exemplares em todo o mundo e vale a leitura.

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PLANO BRASÍLIA 2ª 08 SEMANA DE FEVEREIRO DEZEMBRO DE 2011 2010


Justiça

Roberto Caldas *

OAB – DIRETAS, JÁ! P

or mais incrível que possa parecer, nós, advogados, não elegemos, pelo voto direto, o Presidente da OAB Nacional (Conselho Federal). Elegemos os presidentes das OABs estaduais, mas o Presidente do Conselho Federal, que representa a Ordem dos Advogados do Brasil nacionalmente, este é eleito de forma indireta, pelo voto dos delegados indicados pelas seccionais. Comparando, seria o mesmo que eleger os governadores dos Estados pelo voto direto, mas não o Presidente da República, que seria eleito pelos Senadores e Senadoras, via indireta. Essa situação, que se arrasta desde que a OAB existe, mantém um resquício do chamado “entulho autoritário” e se aproxima a um feudo, onde os membros da Diretoria do Conselho Federal se revezam nos cargos de Tesoureiro, Secretário, Vice-Presidente, até chegar ao de Presidente da entidade. Meu espanto se explica pelo fato de a OAB ser conhecida e reconhecida como a entidade que mais lutou e luta até o hoje pela democracia, pelo estado democrático de direito, pelas liberdades de expressão e, principalmente, pelo direito ao voto direto em todos os graus. A OAB sempre esteve à frente dos movimentos contrários ao estrangulamento do regime; das tentativas de fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, liderou o movimento denominado

“Diretas Já” e foi co-responsável pela redemocratização do nosso país. E, apesar de toda essa atuação em prol de um dos maiores direitos do cidadão, que é o direito de votar e ser votado, a OAB continua a eleger o seu mandatário maior pela via indireta, sem a consulta aos 647.878 advogados regularmente inscritos na entidade, segundo informação do site da Ordem, atualizado até 2 de fevereiro de 2011. Argumentam os defensores da eleição indireta que seria muito difícil programar o processo eleitoral direto, pelas dificuldades de controle do poder econômico; as distâncias que envolvem o nosso país; a impossibilidade dos candidatos de se ausentarem das suas áreas de atuação para uma campanha “corpo a corpo” visto que, como profissionais liberais e escravos dos prazos, não teriam tempo suficiente para empreender viagens para todos os estados; entre outras explicações. Creio, contudo, que os avançados meios de comunicação e uma boa legislação eleitoral que coibisse e controlasse o excesso de gastos dos candidatos são suficientes para votarmos naquele que queremos como Presidente da Ordem. Aliás, esses mecanismos já são amplamente utilizados nas eleições das OABs estaduais, algumas com Colégio Eleitoral bastante expressivo (São Paulo, por exemplo, com 226.375 advogados regulares), e nem por isso as eleições deixaram

de ser diretas, muitos menos, não foram realizadas. Minha sugestão para resolver as dificuldades antes apontadas é a de unificar as eleições estaduais, de todas as Seccionais da OAB, e realizar no mesmo dia a eleição para a Diretoria do Conselho Federal da Ordem, como é feito nas eleições “casadas” para Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais, e utilizaríamos inclusive a urna eletrônica que, certamente, o Tribunal Superior Eleitoral disponibilizaria. A campanha eleitoral ocorreria de forma conjunta, as chapas estaduais apoiariam os seus candidatos à Diretoria do Conselho Federal e fariam a divulgação deles no âmbito de cada estado. Estaríamos, assim, cumprindo nosso dever cívico de eleger todos os mandatários da nossa Entidade. O atual Vice-Presidente do Conselho Federal, advogado brilhante e cidadão de grande valor, por quem tenho grande respeito, certamente, será indicado para a sucessão na presidência da Ordem. Contudo, ouso rogar a ele que reflita sobre o que foi dito neste humilde artigo e aproveite a oportunidade para mudar a história da nossa Ordem dos Advogados implantando a eleição direta no Conselho Federal. *Roberto Caldas Alvim de Oliveira Advogado em Brasília – especializado em Direito e Processo do Trabalho

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Frases Eu nunca penso no futuro. Ele não tarda a chegar. Albert Einsten

Precisar de dominar os outros é precisar dos outros. O chefe é um dependente. Fernando Pessoa

Maquiavel, fingindo dar lições aos Príncipes, deu grandes lições ao povo. Rousseau

Tudo o que os jovens podem fazer pelos velhos é escandalizá-los e mantê-los atualizados. George Bernard Shaw

Nada é tão útil ao homem como a resolução de não ter pressa. Henry Ford

Do sublime ao ridículo, só um passo é necessário. Napoleão Bonaparte

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Posso perdoar, mas esquecer é outra coisa. Napoleão Bonaparte

Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o Amor toma conta dele. Platão

Arte é aquilo em que o mundo se transformará, não aquilo que o mundo é. Karl Marx

As grandes naturezas produzem grandes vícios, assim como grandes virtudes. Platão


Nutrição

Dr. Renato França*

Faça valer

seu suor

C

om bastante freqüência ao questionar amigos e pacientes sobre o motivo de estarem sedentários, ouço comentários como: desisti de praticar esportes porque nunca evoluo mesmo, ou então, não “tenho genética boa” para isso. Esse pensamento soa para mim como certo conformismo. Mas, muitas vezes é resultado de experiências passadas que não resultaram em êxito, tanto em melhora da condição física como na melhora da composição corporal (redução da gordura e/ou aumento da massa magra). O que eu quero ressaltar é a importância da alimentação para quem está praticando exercícios físicos. Hoje em dia, se sabe que o treino é responsável por 20% a 30% do resultado. O restante é mérito de dieta e descanso adequados. Então, eu me pergunto por que muitas pessoas continuam insistindo em perder seu tempo e seu suor apenas iniciando uma rotina de treinos sem alterar minimamente seus hábitos alimentares? Vamos aqui dar uma abordagem geral de alguns pontos relevantes e fundamentais para um bom resultado. Costumo dizer que são quatro os momentos-chaves para um bom resultado: café da manhã, refeições pré e pós-treino e a última refeição do dia (ceia). Café da manhã: é a refeição responsável por quebrar o jejum noturno. Ele serve para estimular seu metabolismo a iniciar as atividades diárias. Quem não faz um bom café

da manhã tem menos disposição, mais sonolência e menor saciedade ao longo do dia, apresentando tendência a comer mais e pior nas refeições seguintes, principalmente no final do dia, momento no qual o metabolismo está mais lento. Alguns alimentos importantes no café da manhã são cereais integrais, frutas e alimentos protéicos (ovos, queijos, leite, produtos cárneos). Refeição pré-treino: tem o papel de fornecer energia direta para a execução do treino. Deve reabastecer os estoques de glicogênio muscular (reserva de carboidrato no músculo e fígado) e elevar moderadamente a glicemia. Deve prioritariamente fornecer carboidratos se for próxima ao treino (ex.: maltodextrina), mas se for feita com antecedência de uma a duas horas pode combinar também proteínas, fibras e gorduras boas (Ex.: Sanduíche com peito de frango, salada e azeite). Refeição pós-treino: serve para cessar o catabolismo (queima) muscular que ocorria durante o treino e iniciar o processo de reparo ao dano muscular e reabastecimento das reservas energéticas que foram depletadas no treino. Para isso, ela deve fornecer carboidratos e proteína de rápida absorção e, de preferência, ser baixa ou isenta em gorduras e fibras que retardam a digestão da refeição. Um exemplo é um mix de maltodextrina ou dextrose com whey protein. Ceia: essa refeição costuma não receber atenção e muitas pessoas tem

medo de comer em horário próximo a ir dormir, achando que vão engordar. Mas o principal papel dessa refeição é manter ótima a concentração de aminoácidos no sangue durante o sono. Esses aminoácidos servirão de substrato para o reparo ao dano gerado ao músculo durante o treino e promoverão a hipertrofia muscular durante o sono. Nessa refeição, deve-se garantir a ingestão de proteína, de preferência as de digestão mais lenta como carnes, clara de ovo, iogurte light ou suplementos específicos como caseína micelar. Essas são algumas dicas de refeições que devem ter total atenção na dieta de qualquer indivíduo que esteja praticando exercícios físicos, para que não se repitam os insucessos de tentativas anteriores em iniciar a prática de exercícios e não ter bons resultados. Para uma orientação não só qualitativa, mas também quantitativa, recomendo procurar um bom nutricionista para adequar suas necessidades a um plano alimentar individualizado. Obtendo bons resultados você terá maior estímulo para continuar a ter um estilo de vida mais saudável. Coma melhor e viva com mais saúde e performance! *Dr. Renato França CRN/1 5340 Nutricionista Funcional e Esportivo Clínica Renato França - Centro Clínico Santa Helena - Edifício Jaime Leal, Sala 117 (61) 3349-1101 (61) 8152-6767 renatonutricao@gmail.com

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Diz Aí, Mané

eles matam não somente aves mas também os desmatamentos de animais também precisam acabar

O que é de interesse de todos nem sempre interessa a ningém individualmente

O maior problema da floresta Amazonas é o desmatamento dos peixes

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No paíz enque vivemos, os problemas cerrevelam

Eles querem que nós nos matemos por eles a única solução é alugar o Brasil para os outros

Os animais acabam sem água para beber e para tomar banho

Menos desmatamentos, mais florestas aborizadas

A natureza foi descoberta pelos homens há 500 anos atrás

Tudo isso colaborou com a estinção do micro-leão dourado


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Cresça e Apareça

Adriana Marques*

Apelos busca nossos Q

objetivos

uem nunca se pegou imaginando ter uma vida diferente? Quem nunca sonhou alcançar um resultado praticamente impossível aos olhos alheios? Quem nunca desejou ter um corpo mais em forma e mais saudável? Então porque é que muitas vezes esses desejos e sonhos não se transformam em metas claras, objetivos a serem perseguidos com garra e disposição? A resposta pode ser mais simples do que pensamos. Na maioria das vezes que queremos mudar uma situação ou ter um resultado melhor do que normalmente alcançamos, esbarramos em uma questão fundamental: Qual será o preço dessa escolha? Para obtermos resultados diferentes é necessário começar a fazer escolhas diferentes das que foram feitas até então. A partir do momento que traçamos um objetivo estamos dizendo sim para algumas coisas e não para outras. Por exemplo, ao escolhermos desfrutar do prazer de comer tudo que é uma delícia, estamos dizendo SIM para as recompensas imediatas e, muitas vezes, dizendo NÃO para a nossa saúde ou estética corporal. O que acontece se de uma hora para outra tentamos mudar a nossa escolha do prazer imediato para a saúde e estética? Ou chegamos a conclusão de que precisamos parar de gastar nossas economias com boba-

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gens para economizar e, assim, tornar aquela viagem dos sonhos possível? A nossa consciência nos sinaliza a necessidade de mudar algumas coisas no nosso comportamento, mas a força do hábito nos faz repetir o que sempre fizemos porque é aquele o padrão de atitude que conhecemos. Falhamos na tentativa de atingir o nosso objetivo e isso nos deixa frustrados, com a sensação de incapacidade e fraqueza frente as dificuldades que se apresentam no nosso caminho. A decisão de perseguir um SONHO ter que ser acompanhada da decisão de nos comportarmos de forma diferente, de fazermos coisas diferentes e de optarmos por algo diferente do que estamos habituados “...TODO SANTO DIA”. Esse compromisso tem que ser relembrado e reassumido CONSTANTEMENTE. Na hora em que vamos nos alimentar, quando passeamos no shopping ou quando vamos encontrar os amigos. Temos que tomar a mesma decisão muitas e muitas vezes. Se é tão fácil, então qual a dificuldade? Quando queremos cortar ou diminuir da nossa alimentação batata frita, chocolate, queijos muito gordurosos ou qualquer coisa que dê água na boca, mas deponha contra nosso projeto, não estamos cortando só a comida em si, mas também experiências positivas como jantar

com amigos ou acompanhar a irmã nas “comprinhas” no sábado à tarde. Muitas vezes suas escolhas não vão agradar as pessoas com quem você convive. Elas vão estranhar, reclamar e, em alguns casos, até mesmo boicotar a sua decisão. Cabe, então, a você decidir se vale a pena ou não aguentar essa “pressão”... Os obstáculos que entram no caminho da obtenção dos nossos objetivos são chamados SABOTADORES dos nossos reais desejos. Os sabotadores certamente estarão presentes no nosso dia a dia. Não adianta fingir que eles não existirão por força do nosso desejo... Se não tivermos real consciência do que estamos nos propondo quando estamos dizendo sim ou não para alguma coisa, não conseguimos nos PLANEJAR de forma efetiva, para passarmos pelos obstáculos e realizarmos os nossos sonhos. Então...? Suas decisões têm um preço! Encare de vez o tamanho dessa CONTA e mãos à obra rumo a uma vida cheia de sucesso e felicidade!

*Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.


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Ponto de Vista

*Deputado Raad

Fim dos 14º e 15 º

salários dos deputados distritais A

Câmara Legislativa do Distrito Federal iniciou uma nova legislatura com 24 deputados distritais que prometeram em suas campanhas eleitorais trabalho firme, com muita transparência em benefício da população do Distrito Federal. Sempre lutei pela ética e moralidade na política brasileira e, assim vou continuar. Nos meus quatro primeiros anos de mandato, onde estive participando da Câmara como suplente, abri mão dos 14° e 15º salários. Cortei em 50 % a verba de gabinete e também reduzi em 50 % a verba indenizatória a que cada deputado tem direito. Fui reeleito e agora apresento um Projeto de Lei para acabar definitivamente com o pagamento de dois salários a mais por ano para cada parlamentar. Com isso, estaremos economizando cerca de R$ 1 milhão por ano. Essa é a segunda vez que apresento proposta nesse sentido. Em março de 2009, apresentei um projeto de lei que determinava o fim do 14º salário, pago em fevereiro, e do 15º salário, que os deputados recebem em dezembro. O projeto, lamentavelmente, não foi levado adiante e o “benefício” continuou. Agora, com uma Câmara Legislativa renovada, fiz um novo projeto de Lei e, como primeiro-secretário da Casa, encaminhei para que toda a Mesa Diretora assinasse a proposição. Os cinco integrantes da Mesa apoiaram a proposta e já temos diversas assi-

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naturas para que o processo caminhe pelas comissões temáticas e que vá, em breve, para o plenário e que seja votado pela maioria dos meus colegas. Tenho confiança que Brasília será exemplo para diversos municípios e Estados que ainda adotam essa medida para seus deputados. Todos os trabalhadores brasileiros recebem apenas até o 13º salário e assim cuidam de si e de suas famílias. Considero que os parlamentares, eleitos por esses mesmos cidadãos, não podem ter benefício maior do que o que eles têm. Não existe qualquer justificativa para que um brasileiro, eleito deputado, representante da comunidade em uma Casa de leis, perceba qualquer salário a mais que o restante da população. Abri mão de receber os 14º e 15º salários durante todo o meu período anterior e este ano já assinei um memorando ao Departamento de Recursos Humanos da Câmara Legislativa determinando que não sejam depositados na minha conta esses dois salários, que considero não ter direito, já que, repito, outros trabalhadores não os recebem. Os deputados são trabalhadores como médicos, professores, secretários, funcionários públicos, jornalistas, etc. A moral, a ética e a transparência na política não podem ficar só nos discursos. Têm que ser praticados no dia a dia, por cada um de nós e os deputados devem dar o exemplo. A Câmara Legislativa do Distrito Fede-

ral passou por graves problemas na legislatura passada, com escândalos que foram destaque nacional, mas tenho uma grande esperança de que agora o caminho trilhado por nós será outro. Tenho a esperança de que sejamos um grupo de parlamentares de quem nossos eleitores tenham orgulho do seu voto. Vamos trabalhar, elaborando bons projetos que melhorem as condições de vida de nossa população, principalmente nas áreas de saúde, educação, segurança e com aumento de emprego e renda para todos. Brasília precisa de bons hospitais, com médicos, equipamentos e remédios. Precisa de boas escolas, com a presença de professores para todas as matérias. Precisa de segurança para evitar a violência e acabar com as drogas. Somos a Capital do País, temos que ser exemplo e a Câmara pode ajudar muito nesse trabalho. Estamos com uma excelente oportunidade para mostrar à comunidade nossa disposição de realizar um trabalho sério. Não podemos perder essa chance de aprovar o projeto de lei acabando com esse “benefício”. Com essa aprovação, vamos começar mostrando aos eleitores que essa legislatura será completamente diferente do que passou.

* Deputado distrital Raad Massouh (DEM)


Conheรงa mais no site: www.gravopapers.com.br/FSC

SIG/SUL Quadra 08 | (61) 3343-2080

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Charge

Eixo Monumental

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