Plano Brasilia

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Plano

01 de março de 2011 Ano 9 · Edição 86 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

EDITORA

Quando o medo toma

conta da razão MESA REDONDA Rodrigo Rollemberg PERSONAGEM Nicolas Behr 86

Ponto de vista Wasny de Roure






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do atendimento on-line ao usuĂĄrio


Sumário

12 Cartas

35

32

13 46

38 Cotidiano

48 60

62 Música

13 Mesa Redonda

40 Planos e Negócios

64 Mundo Animal

16 Panorama político

42 Automóvel

66 Jornalista Aprendiz

18 Brasília e Coisa & Tal

44 Vida Moderna

20 Política Brasília

46 Esporte

68 Propaganda e Marketing

22 Dinheiro

48 Personagem

24 Capa

50 Saúde

28 Cidadania

52 Moda

30 Gente

54 Comportamento

76 Diz aí, Mané

32 Cidade

56 Cultura

78 Turismo

34 Educação

58 Artes Plásticas

80 Ponto de Vista

36 Tecnologia

60 Gastronomia

82 Charge

70 Vinho 72 Tá Lendo o Quê? 74 Frases


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Expediente

Carta ao leitor Prezado leitor,

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira DIRETOR DE ARTE Theo Speciale DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr. Fotografia Gustavo Lima

EQUIPE DE REPORTAGEM Alessandra Bacelar, Aline Ricciardi, Fernanda Azevedo, Larissa Galvão, Maíra Elluké, Michel Aleixo, Tássia Navarro, Veronica Soares e Virgínia Ciarlini COLABORADORES Antônio Duarte, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Gustavo Ferreira, Mauro Castro, Regina Ivete Lopes, Ricardo Movits, Roberto Caldas, Romário Schettino, Tarcísio Holanda, Wasny de Roure IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Mais uma vez estamos aqui com uma nova edição para cumprir o nosso compromisso semanal de levar até você informações que, acreditamos ser do seu interesse. Pois “informar” é para nós, do setor comunicação, o verbo que mais gostamos de conjugar. Seja ele em que pessoa, tempo, número e modo for. Afinal, nosso compromisso é o de levar a informação. Sempre com esse objetivo, a da informação, na nossa matéria de capa “Fobias”, asseguramos que todos nós, em alguma etapa da vida tivemos ou teremos medo. O sentimento é bem comum. Tanto que é fácil encontrarmos à nossa frente pessoas que têm medo da morte, do desconhecido, de alguma ameaça de dor, de escuro, de altura e de andar de avião. Enfim, são tantos medos que todos nós temos e alguns, sem nenhuma explicação aparente. Especialistas dizem que esses medos são absolutamente normais e saudáveis. Mas alertam que, quando esses medos crescem incontrolavelmente e passam a atrapalhar as atividades rotineiras, impedindo que a pessoa viva normalmente, é preciso ligar o sinal de alerta. Definitivamente, algo está errado. A palavra fobia significa temor, medo intenso, persistente ou irracional, aversão instintiva, hostilidade ou uma reação mórbida diante de situações, animais, objetos ou lugares específicos. Dados recentes revelam que o número de pessoas que sofrem com as inúmeras formas apresentadas por esse problema, é cada vez mais alto. Temos certeza de que você leitor vai gostar de saber mais sobre o assunto e conhecer famosos que enfrentam o problema. Na nossa editoria de cidadania, apresentamos o “Projeto Pescar”, desenvolvido pelo Instituto Sabin que objetiva resgatar jovens carentes das áreas de risco, oferecendo cursos de capacitação profissional. Durante os cursos, de nove meses, além da profissionalização, os alunos aprendem inglês, informática, etiqueta, empreendedorismo e noções de recursos humanos. Os organizadores asseguram que com o projeto, além do resgate da cidadania e autoestima dos jovens, os alunos passam a entender a necessidade de sempre aprender coisas novas para conseguir posições melhores no mercado de trabalho. Uma leitura imperdível. Outra reportagem que acreditamos que vai ser do agrado de todos é “Solitários do DF”. Já foi comprovado que a capital do país é um dos lugares da federação que tem um grande número de pessoas que residem só e que, consequentemente, sofrem do mal da solidão. Na matéria, mostramos que o problema pode ser advindo de vários motivos. Como por exemplo, razões trabalhistas, separação conjugal e também por opção, onde a solidão pode até ser um recurso para esconder uma grande decepção e o isolamento foi a melhor saída. É isso, caro leitor. Esperamos que você tenha uma ótima leitura. Até a próxima edição!.



Cartas

Fale conosco

Sr. Redator, Venho parabenizar a revista pela entrevista com o ilustríssimo vice-governador Tadeu Filippelli. O relato feito foi de extrema importância para nós leitores e votantes curiosos sobre o andamento do Serviço Público e suas decisões, após uma eleição tão exaustiva e candente como a última. Temos bem presente na lembrança, os acontecimentos desastrosos do último chefe de governo autuado com o recebimento de propina nos jornais. A entrevista de Filippelli nos auxilia na esperança de que agora, o Governo realmente proceda conforme os ditames da conveniência e da lisura política. Como presidente do Clube da Menor Idade do lago Norte, na nossa opinião (minha e dos associados), ele disse tudo o que precisava ser dito. Democracia é ordem e plenitude social. Parabéns ao Tadeu Filippelli e a essa Revista . Eileen de Paiva e Mello, poetisa do Lago Norte Senhores, Parabéns pela excelente matéria "Drogas - a busca por soluções", publicada na Edição 85 de 22/2. Este é um tema que tem avançado com muita rapidez e está invadindo as nossas casas e nossas famílias. A matéria ouviu todos os lados e reforça que algo urgente precisa ser feito. Parabéns por toda a revista, está ótima. Helenilda Lima

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.


Mesa Redonda

Rodrigo

Equipe Plano Brasília: Romário Schettino, Edson Crisóstomo, Liana Alagemovits e Virginia Ciarlini Fotos: Gustavo Lima

Rollemberg

N

esta edição, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB/ DF), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal, aceita o convite da equipe da Plano Brasília e fala sobre o desafio de garantir, à frente da comissão, que o país cresça com sustentabilidade. O parlamentar também responde a assuntos como, por exemplo, as alegações de que supostamente, o governador Agnelo Queiroz tenha virado as costas para ele e para o senador Cristovam Buarque, que na campanha eleitoral dividiram palanques. Confira. PB> Durante a campanha, o senador Cristovam foi um grande incentivador da sua candidatura. Nesse momento nós o vemos afastado dessa composição de mesa, nomeações e um pouco magoado. O que o senhor acha que está acontecendo? Realmente eu tive a honra de fazer uma campanha junto com o Senador Cristovam, que é um político de maior respeitabilidade e por quem eu tenho profunda admiração. Em relação a esse afastamento, eu espero que seja temporário. Mas há um equívoco na condução do processo de montagem do governo e que precisa ser corrigido. O senador tem uma grande contribuição a dar ao DF. Ele é um parlamentar que talvez hoje seja um dos maiores conhecedores em educação do país. E, portanto, será um equívoco não consultá-lo sobre as políticas de educação a serem implementadas no DF. Eu acredito que são problemas de início de governo, que podem ter o rumo corrigido com o passar dos dias.

Tenho certeza de que Brasília está ganhando com o senhor no Senado e esperamos muito da sua atuação na presidência da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, que é uma comissão grande. Quais são os pontos prioritários? É uma responsabilidade muito grande poder presidir essa comissão. Temos temas quentes, polêmicos e importantes para o país. Na área de meio ambiente eu descreveria como os temas de maior polêmica, nesse momento, a construção e o licenciamento da Usina de Belo Monte, que na verdade é um processo em que a comissão pode ampliar esse debate e discussão, ouvindo especialistas. Porque o processo que está sendo discutido no âmbito do Judiciário, neste momento, é a licença prévia dada pelo Ibama, mas também temos a reforma do Código Florestal e, este sim, será um grande debate na comissão, pois já está em discussão na Câmara. E já existe uma perspectiva de ser votado, até final de março, início de abril e aí sim, esse debate vai para o Senado. Na área de Defesa do Consumidor, nós temos a revisão do Código de Defesa do Consumidor que completou vinte anos no ano passado. Hoje nós precisamos introduzir dois elementos que não existiam ou eram ainda muito tênues quando foram formulados pela primeira vez, pois são instrumentos de grande avanço jurídico e legislativo, que é a questão de regulamentar o comércio eletrônico, muito crescente no nosso país, e a questão do super endividamento. Hoje, temos quase 30 milhões de brasileiros que são consumidores de crédito e muitos vivem o processo de super endividamento com conseqüências

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graves para suas vidas. O Código precisa abordar com seriedade e com profundidade esses dois temas. Na área de fiscalização e controle, temos grandes obras estratégicas para o país. São elas: as obras da copa do mundo que precisam ser acompanhadas com todo rigor e transparência pela Comissão de Fiscalização e Controle, além do acompanhamento normal da execução orçamentária do Governo Federal. Pretendo fazer uma grande parceria com os órgãos de fiscalização e controle, especialmente com o Tribunal de Contas da União para modernizar os instrumentos de controle e dar total transparência na execução dos gastos públicos. O senhor falou da usina e os organismos internacionais prometem dar um certo trabalho. Dizem que não vão largar essa questão de jeito nenhum. Cineastas como o Cameron até saiu à frente para defender a questão da não conclusão do projeto, inclusive acendendo aquele mito que a gente tem da Amazônia ser brasileira ou não. Se o brasileiro sabe gerir muito bem seu patrimônio ecológico ou não. Como é que o senhor vê a situação? Eu respeito todas as opiniões de organismos e personalidades internacionais. Nós somos um país democrático, mas nós temos todas as condições, expertise e gente qualificada para fazer esse debate no âmbito nacional. Tanto na área ambiental, como nas áreas vinculadas à produção de energia e produção agrícola. A questão da construção da usina de Belo Monte é um assunto de interesse nacional e isso tem que ser amplamente debatido e com a participação de todos os setores da sociedade. Todos precisam ser ouvidos. A discussão fica em casa, embora todas essas opiniões sejam respeitadas e respeitáveis, mas entendo que temos expertise suficiente na comunidade científica e tecnológica. O Brasil tem sido referência na produção de energias limpas. Portanto, devemos fazer esse debate no âmbito local, procurando sempre levar em conta os interesses das populações ribeirinhas 14

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Hoje, temos quase 30 milhões de brasileiros que são consumidores de crédito e muitos vivem o processo de super endividamento e das populações da Amazônia. Tem que ser um grande debate, porque o país precisa efetivamente de energia e precisa também garantir, para as futuras gerações, sustentabilidade ambiental e qualidade de vida. Um dos grandes assuntos do momento no Senado é a reforma política. O presidente acabou de instalar uma comissão, e a Câmara também está instalando daqui a uns dias. Qual é a sua reforma política. Quais são os pontos fundamentais da sua defesa no Senado? A reforma política surge como se fosse a solução para todos os males da política brasileira. Cada um tem uma reforma política na cabeça e eu quero registrar que eu sou meio descrente de

uma reforma política efetiva, profunda, feita por pessoas que se elegeram beneficiadas pelo atual sistema eleitoral. Quando eu vejo o PMDB defender o distritão, que é fazer com que os mais votados de cada estado sejam os eleitos, pode parecer uma idéia simpática, mas isso não resolve alguns problemas da política. Torna a atividade política mais individualista. Vai enfraquecer terrivelmente os partidos políticos e não vai interferir em absolutamente nada no poder econômico nas eleições. No entendimento do PSB, a reforma política tem que ser para ampliar os instrumentos de participação popular. Para democratizar o processo eleitoral. Para reduzir o custo das campanhas eleitorais. Para fortalecer os partidos e para dar transparência. É por isso que nós apresentamos uma proposta de emenda à constituição que reduz significativamente o número de assinaturas para os projetos de iniciativa popular como foi o projeto que deu origem à Lei da Ficha Limpa. E com algumas mudanças significativas. Primeiro, nós estamos sugerindo que o número de assinaturas para apresentação de um projeto seja o mesmo exigido para criação de um partido, que é um número muito menor do que o número exigido hoje para um projeto de iniciativa popular. Seria meio por cento do número de votos válidos para Deputado Federal da última eleição, o que daria em torno de 490 mil assinaturas. Hoje, a exigência é de 1% do número de eleitores absolutos, o que dá em torno de um milhão e trezentos e cinquenta mil assinaturas. Então estamos defendendo, que a população possa, além de apresentar projetos de lei, apresentar também propostas de emenda à constituição. Só para complementar a questão da reforma política, há uma corrente na sociedade que defende a extinção do Senado. O senhor, que está no seu primeiro mandato, acha que essa é uma tese que deve ser discutida ou ela é absolutamente absurda? Acho que no Congresso Nacional todas as teses devem ser discutidas


todas as condições para fazer um bom governo. Me sinto compromissado com esse governo que ajudei a eleger. Mas fico muito preocupado em perceber que o governo acena com alianças e com partidos e pessoas que não estão dentro desse campo ético, claramente definido no curso da campanha eleitoral.

e debatidas. Nós não podemos ter nenhum tipo de preconceito ou de censura prévia sobre qualquer idéia. Eu, pessoalmente, sou a favor da existência do Senado. Tendo que isso é da tradição republicana brasileira e o Senado cumpre um papel importante como casa revisora. Voltando à questão do meio ambiente. O senhor é um grande defensor do Projeto Orla, e com o foco em Brasília e a copa chegando, como o senhor vê o desenvolvimento do turismo náutico na capital, considerando que a cidade foi toda edificada em torno do Lago Paranoá? Brasília tem no turismo, a grande vocação. Na verdade, as duas grandes vocações são as de se transformar num grande pólo de ciência, tecnologia e inovação e num grande centro turístico de eventos nacionais e internacionais. Mas, ao longo de todos os governos, o turismo nunca foi colocado com a prioridade que merece. Esperamos que agora, com o advento da copa do mundo, de uma olimpíada que o Brasil vai sediar, e com a possibilidade de que seja alçada à condição de grande centro turístico internacional, isso possa ser feito. Para isso, é preciso investir em alternativas de entretenimento e lazer. Para a população local e para os turistas que visitam a nossa cidade, o Projeto Orla é uma grande oportunidade para isso. Até porque o Lago Paranoá é o lugar mais bonito de Brasília que, além de gerar essas oportunidades de entretenimento, pode gerar milhares de empregos na área de hotéis, bares e restaurantes. Todos os governos gastam quantias muito grandes na divulgação, na propaganda do próprio governo. Vou propor ao Deputado Joe Valle a apresentar um projeto que defina um percentual em que o governo seja obrigado a gastar 1 ou 2% de toda verba de publicidade na promoção de Brasília. Pegando um gancho na reforma, nós assistimos, ao meu entender, um exemplo muito correto que foi a postura do PSB em relação ao ex Distrital Rogério Ulisses

Acho que no Congresso Nacional todas as teses devem ser discutidas e debatidas. Nós não podemos ter nenhum tipo de preconceito ou de censura prévia no episódio Pandora. Nesse momento, o governo Agnelo está convivendo com dezessete siglas de apoio e está numa situação complicada de atender a todos os interesses. Dizem que está sendo preparada uma pizza em benefício do Deputado Distrital Benedito Domingos. O que o senhor acha disso? Eu não conheço a situação específica do processo que envolve o Deputado Distrital Benedito Domingos. Qualquer opinião desse fato concreto eu estaria sendo leviano. Mas quero manifestar a minha preocupação com os rumos e com as alianças muito amplas e concessões que estão sendo feitas pela gestão do Governador Agnelo. Tenho muita confiança no governador. Entendo que ele reúne

Complementando a opinião sobre o governo Agnelo. Essa composição ampla foi defendida e a única pessoa que foi desalojada do PMDB foi Eurides Brito. No entanto, três deputados estão lá eleitos: Benício Tavares, Roney Nemer e o Benedito Domingos. Eles fazem parte de uma composição para conseguir uma maioria na Câmara Legislativa que tinha sido defendida e ainda é, como fundamental, para o sucesso do governo na Câmara? Eu me sinto muito a vontade para responder essa pergunta, porque o PSB foi o primeiro partido a declarar formalmente a candidatura do governador e nós defendemos a aliança com o PMDB como importante para ganhar as eleições e governar com tranqüilidade. Mas sempre deixamos muito claro que havia esse compromisso também do presidente do PMDB, deputado Tadeu Filippelli de que não haveria espaço no governo para as pessoas que tiveram na trajetória política, envolvimento com todas essas questões que nós queremos transformar em passado da cidade. Brasília não admitirá e não aceitará qualquer tipo de concessão no campo ético, seja de quem for. Considero um equívoco que o governador não esteja chamando o senador Cristovam e eu, que temos compromisso com o seu governo e com a cidade. Quando o senhor fala que gostaria que o governador chamasse o senhor e o senador Cristovam para discussões é porque existe alguma mágoa? Não tem nenhuma mágoa. Eu tenho pelo governador Agnelo, além de um grande apreço, um imenso respeito. Desejo muito sucesso a ele.

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Panorama Político

tarcísio holanda

O PT não é mais a sombra do que foi C

hicChico Alencar que, decepcionado com o PT trocou-o pelo PSOL, dá uma entrevista bastante significativa. Chico recorda a sessão plenária da Câmara dos Deputados, da última quarta-feira, em que os antigos companheiros petistas votaram a favor do salário-mínimo de R$ 545, fazendo ouvido de mercador às reivindicações das centrais sindicais por teto maior. Historiador, Chico lembra-se de citar um ensinamento antológico do famoso historiador inglês Eric Hobsbawm: “Os historiadores são recordadores profissionais daquilo que OS cidadãos esqueceram”. O que Chico Alencar quer dizer é que os petistas estão esquecendo a história e os compromissos históricos do PT. Da Revolução Francesa ficou em ensinamento: nada mais conservador do que um esquerdista no poder. Chico Alencar lembra-se de citar o caso do Vicentinho (PT-SP), o ex-todo-poderoso secretário-geral da CUT, agora deputado e que votou pelo salário-mínimo de R$ 545, esquecendo os seus antigos compromissos com os trabalhadores.

se bateu pelo mínimo”. A CUT não estava nas galerias? – perguntou-se, e Chico retrucou: “Apareceram seis ou sete. Ficaram num cantinho escondido. E logo foram embora. Enquanto estiveram lá, não se manifestaram. Não viraram de costas para o plenário, como os outros (líderes)”.

A Cut se ausentou

O PT esqueceu o Dieese

Indagou-se se Chico notara que a CUT (Central Única dos Trabalhadores), antes tão ofensiva na luta pelas suas reivindicações, fizera pouca pressão sobre os deputados. “A CUT não fez pressão nenhuma. Isso, sim, foi constrangedor, inclusive para mim. Desde a manhã, ao chegar à Câmara, eu procurava a CUT. Tinha lá um ou outro gato pingado. Omissão incompreensível para entidade que sempre

Chico Alencar acabou se lembrando do Dieese, um organismo que estuda o salário-mínimo ideal para fazer face às necessidades básicas de um trabalhador. “Citei porque ninguém mais se lembra dele. O Dieese sempre foi referência para o PT. E incomodava muito o PSDB e o PFL, hoje DEM, quando eram governo. Para o Dieese, o salário-mínimo ideal, o valor

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Pelega de vanguarda Perguntou-se a Chico Alencar o que achara de a Força Sindical ter assumido posição de vanguarda na luta contra o mínimo de R$ 545, na sessão de quarta-feira passada e Chico disse: “Foi outro ponto curioso de uma sessão repleta de excentricidades. A Força Sindical, que a CUT sempre considerou pelega, liderou o pleito dos trabalhadores. O Ivan Valente (PSOL-SP) brincou: “As coisas estão tão trocadas no Brasil que passou a existir o peleguismo combativo”. E o Paulinho da Força Sindical ouviu a pilhéria? “Fiz questão de chamá-lo. Paulinho olha o que o Ivan está dizendo aqui... E ele riu muito. O Paulinho me disse: “É, pelego tem limite também, né” – respondeu Chico Alencar.

que atenderia às necessidades do trabalhador tal como previsto no artigo 7º, inciso 4º da Constituição, é de R$ 2.227,53. Ninguém mais fala disso. O Dieese virou o grande esquecido” – respondeu Chico Alencar, assegurando que o PSOL propôs o salário-mínimo de R$ 700 com base na inflação dos produtos da cesta básica.

Contradição constrangedora Chico recordou o reajuste que os parlamentares se deram a eles próprios, aos ministros e ao presidente da República, assinalando: “Considero revelador que o salário-mínimo tenha sido num ambiente de incoerência máxima. Para o mínimo, aumento de 6,7%. Para os parlamentares, 61,8%. Para os ministros e a presidente, a elevação passou de 130%. Fiz questão de lembrar que o ministro Guido Mantega, tão preocupado com o quadro fiscal, não se queixou do aumento que recebeu. Chico foi mais além, ao lembrar que os deputados novos do PT estavam “incomodados, quietinhos”. E acrescentou: “Verifiquei que aquele PT do qual fiz parte morreu e não volta mais. Os dois deputados do PT que votaram num salário-mínimo um pouco maior (R$ 560) e os sete que faltaram à sessão conservam um pouco daquele velho espírito petista. Mas estão esmagados”. Aproveitei a entrevista de Chico Alencar porque ela é reveladora de um instante histórico, que não se pode ignorar.


SERRA ATACA O GOVERNO DE DILMA “Oferece cargos, loteia o governo, promove a troca de favores não republicanos em troca da submissão de parlamentares” – José Serra, sobre o comportamento do governo Dilma durante a votação na Câmara do projeto que fixa o salário mínimo em R$ 545. Quatro meses depois de sofrer uma derrota acachapante, como candidato a presidente da República, o ex-governador José Serra acaba de investir contra o governo de Dilma Rousseff, acusando-a de estar paralisada e de não cumprir as promessas que fez durante a campanha eleitoral. A crítica a Dilma Rousseff é mais uma contradição de José Serra que, durante a campanha eleitoral, intimidado pela altíssima popularidade de Lula, chegou a vincular seu nome à imagem do ex-presidente petista na propaganda partidária no rádio e na televisão. O ex-governador de São Paulo resolveu investir duro: “A herança maldita deixada por Lula é gigante, em razão do descontrole dos gastos”. Serra diz ser “lamentável” o comportamento do governo de Dilma durante a votação na Câmara da proposta de reajuste do salário-mínimo para R$ 545: “Oferece cargos, loteia o governo, promove a troca de favores não republicanos em troca da submissão de parlamentares”. Se estivesse no poder, Serra sabe que não teria opção diante das instituições político-eleitorais que aí estão, senão barganhar para construir maioria no Congresso, como fazem todos os governos. Diz que, ao fixar o mínimo em R$ 545, o governo busca “evidenciar ao mercado um

rigor fiscal que ele absolutamente não tem”. Como economista, Serra sabe que, após os gastos de Lula, teria que haver rigor fiscal.

Ou infla os gastos ou vai falir o país No Brasil é sempre assim – a momentos de expansão econômica sucedem momentos de contenção de gastos. Foi assim como Juscelino, que construiu a nova capital do país no cerrado, gastando demais e elevando a inflação aos picos. Seu sucessor, Jânio Quadros, chegou com uma tesoura, que não teve tempo de usar por causa da até hoje inexplicável renúncia. Pior é a conclusão que faz Serra diante dos gastos: “Ou o governo está inflando despesas de maneira enganosa ou vai falir o país em um ano”. José Serra nega que alimente a idéia de ser candidato a prefeito de São Paulo, em 2012. Sobre se vai concorrer ao Planalto, em 2012, afirma que isso, hoje, “é pura perda de tempo”. A proposta que fixa o novo salário-mínimo vai levar o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), a questionar a sua constitucionalidade em uma representação ao Supremo Tribunal Federal que já recebeu o apoio do PSDB e do DEM, os dois outros partidos oposicionistas. O artigo 3º, que fixa o novo salário-mínimo em R$ 545, já aprovado na Câmara e em votação no Senado, na próxima quarta-feira, define a regra do reajuste (inflação acrescida da variação do PIB nos dois anos anteriores) e confere poderes ao Executivo para fixar o salário-mínimo, anualmente, por decreto, até o ano de 2015. Nos próximos 4 anos, o

Congresso não vai opinar sobre o novo piso salarial. O deputado Roberto Freire sustenta que esse dispositivo institui uma espécie de Lei da Selva, dando a um dos poderes o direito de passar por cima do outro – no caso, o Poder Executivo sobre o Poder Legislativo. Freire julga que a presidente Dilma Rousseff se utiliza da ampla maioria de que dispõe no parlamento para enfraquecer o Poder Legislativo, usurpando-lhe a competência de legislar que a Constituição lhe confere. Freire apresentou emenda para tentar suprimir aquele artigo, mas foi derrotado. O deputado Roberto Freire pretende esperar pelo resultado da votação no Senado. Se aquele artigo for mantido no texto da proposta aprovada, ele baterá às portas do STF.

Clima favorável no Supremo Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal reconhecem que a representação de Freire vai gerar uma polêmica naquela corte. E o governo poderá sofrer uma derrota jurídica, que acabaria se convertendo em uma derrota política surpreendente. Um dos ministros lembra o inciso 4º do artigo 7º da Constituição, estabelecendo que o salário-mínimo “é fixado em lei”, com “reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo”. De sua parte, o governo sustenta que o Congresso é chamado a aprovar a lei a que se refere a Constituição e que os decretos que serão baixados posteriormente pelo Executivo estarão fundamentados na legislação que foi aprovada pelos congressistas.

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Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

Negociação difícil

Divulgação

Um coordenador e dois líderes seriam o suficiente para resolver, ou não, os problemas do governador Agnelo Queiroz (PT) na Câmara Legislativa. Os deputados distritais Chico Vigilante, líder do PT, e Wasny de Roure, líder do governo, e o coordenador de Assuntos Legislativos Wilmar Lacerda (todos são petistas) têm tarefas distintas, mas complementares, no trato com a difícil base aliada. O chamado Grupo dos 14 – que desestabiliza a dita maioria governista – inferniza a vida do trio escalado por Agnelo. O que se espera é que nada seja impedimento para que aqueles que mereçam ser punidos. “o sejam”, e que não emperrem o governo quando o interesse social for maior. Será isso, exigir muito?

Fábio Rivas/CLDF

Será o Benedito? O deputado distrital Benedito Domingos (PP-DF) está numa enrascada. As manobras do chamado Grupo dos 14 podem não ser suficientes para livrá-lo de uma cassação. Seu desespero é tão grande que já prometeu, de pé junto, nunca mais ser candidato a nada. O problema é que a sociedade não pode esperar o fim deste mandato sem nenhuma punição. A Comissão de Ética da Câmara Legislativa tem que agir sob pena de desgastar ainda mais a já desmoralizada imagem da Casa. Eurides Brito foi cassada. Será que vão deixar o Benedito sem sequer uma investigação? E o que dizer de Roney Nemer e Benício Tavares? A Caixa de Pandora ainda não foi esvaziada.

Transporte no DF Enquanto o GDF não encarar o problema do transporte coletivo não há como impedir engarrafamentos no trânsito de Brasília.

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Um serviço de transporte eficiente no sentido Leste-Oeste no Plano Piloto é fundamental. Nessas providências estão a reforma das passagens subterrâneas no Eixão e novas empresas para substituir essa que opera os chamados “Zebrinhas”, que são péssimos e ineficientes.

A CEB apagou A herança maldita do governo Arruda/ Rosso ainda não foi desvendada totalmente. O governador Agnelo Queiroz ainda deve um relatório detalhado do que encontrou ao assumir o GDF. Agora é a vez de a Companhia Energética de Brasília (CEB) acender as luzes sobre seus problemas. A CEB está quebrada. Todo mundo já sabia disso, haja vista tantos apagões em todas as regiões do DF.

Separação do lixo Com o anúncio do fim dos lixões no Brasil, todos os governos estão encarregados de resolver o grave problema dos resíduos sólidos até o ano que vem. Em Brasília ainda estamos longe de uma solução. Até hoje, por exemplo, não separamos o lixo orgânico durante a coleta. Agnelo prometeu fechar o lixão da Estrutural durante a campanha. Mas ainda não sabemos que providências estão sendo tomadas. Já está na hora da Secretaria do Meio Ambiente sinalizar com alguma medida.

Reforma política O presidente do Senado, José Sarney, instalou a comissão criada para elaborar o anteprojeto da reforma política. A comissão é formada por 12 senadores: Francisco Dornelles (PP-RJ) - indicado por Sarney para presidir o colegiado -, Itamar Franco (PPS-MG), Fernando Collor (PTB-AL), Aécio Neves (PSDB-MG), Demóstenes Torres (DEM-GO), Roberto Requião (PMDB-PR), Luiz Henrique (PMDB-SC), Wellington


Comunicando vai uma distância enorme. O movimento social árabe é, em grande parte, laico. Alguns são socialistas e, unanimemente, em favor do Estado Palestino, mas sempre desconfiaram, historicamente, dos persas do Irã. Israel e EUA que mudem suas pretensões, os árabes vêm ai, com ou sem Alá, rumo à democratização. Os árabes sabem muito bem o que significa viver num Estado ditatorial (como o Egito) armado até os dentes pelos EUA e sob pressão israelense.

A bola da vez Divulgação

Antonio Cruz/ABr

Dias (PT-PI), Jorge Viana (PT-AC), Pedro Taques (PDT-MT), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Eduardo Braga (PMDB-AM). Esses senadores contarão com o assessoramento técnico de três consultores legislativos - Fernando Antônio da Trindade, Flávia Cristina Mascarenhas Magalhães e Caetano Ernesto Pereira de Araújo - e de um servidor da Secretaria Geral da Mesa - Dirceu Vieira Machado Filho. A comissão terá 45 dias para elaborar o anteprojeto. A sociedade não só espera, como quer contribuir.

Mídias sociais Uma pesquisa da agência JWT, divulgada pela Folha de S. Paulo mostra que as mídias sociais (blogs, Twitter, Facebook, Orkut e afins) são “totalmente” pautadas pela mídia tradicional. A mídia tradicional, por sua vez, é “pouquíssimo” pautada pelas mídias sociais e, em especial, pelos blogueiros independentes. O fato é que essas mídias, no Brasil, são mais caixa de “ressonância” ao replicar notícias geradas pelos grandes jornais, revistas e TVs. Além disso, “maioria esmagadora do que se fala em mídias sociais é de caráter pessoal. E os blogs independentes, que nos EUA geram conteúdo original que pauta a mídia tradicional, são muito pouco relevantes no Brasil”, diz o vice-presidente de planejamento da JWT, Ken Fujioka, à Folha. Pelo visto, ainda falta muito para a chamada rede social cumprir qualquer papel transformador no país.

Pontão de Cultura

Com ou sem Alá

Engana-se quem pensa que o mundo árabe seguirá as orientações dos xiitas do Irã. Partidos como Hamas, Jihad Islâmica e Hezbollah até aceitam apoio financeiro iraniano, mas daí a conduzirem suas lutas sob a batuta dos ayatolás

O autointitulado líder da revolução na Líbia, Muamar Kadafi, não vai durar muito. Militares e diplomatas estão abandonando o barco com muita rapidez. Kadafi andou sumido das manchetes depois que fez um acordo com Tony Blair, ex-primeiro ministro da Inglaterra. Por esse acordo, a Líbia desistiu de levar adiante seu projeto nuclear e passou a receber, sob controle, tecnologias inglesas. A “revolução” foi por água abaixo e, junto, o seu governo autoritário. É muito difícil que ele se segure por muito tempo. Que Alá proteja os árabes.

A TV Comunitária de Brasília agora é um Pontão de Cultura. O projeto “TV em Movimento – escola de mídia comunitária”, apresentado ao Ministério da Cultura, foi aprovado e está em pleno funcionamento. A TV Cidade Livre, como é conhecida, se compromete a capacitar comunicadores sociais com o intuito de ajudar a democratizar a comunicação no Brasil, dar visibilidade às expressões e manifestações culturais e fornecer instrumentos e meios para o protagonismo das comunidades”. Mais informações e programação estão à disposição dos interessados pelo site www.tvcomunitariadf.com.br, pelo telefone (61) 3343-2713 e pelo e-mail: tvcomdf@ gmail.com Aproveite! A TV Cidade Livre pode ser assistida pelo Canal 8 da NET. E-mail: romario@abordo.com.br

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Política Brasília Por: Veronica Soares

Na última semana o governador Agnelo Queiroz, acompanhado de representantes da Fifa, visitou as obras do Estádio Nacional de Brasília, o antigo Mané Garrincha. Com capacidade para 70 mil lugares, o estádio é um dos fortes candidatos a receber jogos da Copa das Confederações em 2013 e a partida de abertura da Copa de 2014. Na vistoria, Agnelo Queiroz recebeu das empreiteiras que trabalham na reconstrução do Estádio a garantia de que as obras estarão concluídas até 31 de dezembro de 2012. O GDF pretende investir cerca de R$ 600 milhões para a construção do local. Mesmo sem saber de onde virão os recursos, de acordo com Agnelo Queiroz, parte do investimento poderá vir da venda de terrenos públicos, porém antes serão resolvidas quaisquer pendências legais. Além de sediar a solenidade de abertura do Mundial, Brasília também é forte candidata a abrigar o Centro Internacional de Mídia durante a Copa do Mundo de 2014. No último dia 31 de janeiro, o governador apresentou ao Comitê Organizador do evento, a proposta para que a capital federal seja a sede do Centro. O governador assumiu o compromisso de atender a todas as exigências para que 3.500 profissionais de imprensa do mundo inteiro tenham a capital do país como base da cobertura. A expectativa é de que, com isso, Brasília atraia uma injeção de investimentos de cerca de R$ 1 bilhão.

Projeto de Raad é tema do Adote um distrital O movimento Adote um Distrital, formado pela sociedade civil, encampou o projeto de lei do deputado Raad Massouh que acaba com o “ benefício” de dois salários extras para os distritais. Eles recebem 14º e 15º salários. Raad acha que os parlamentares são empregados como todos os outros trabalhadores que só recebem até o 13º. “Somos funcionários do povo que nos elegeu e todos só recebem 13 salários. Não há qualquer motivo que justifique esses adicionais. É importante que o processo tramite pela Casa e que todos os deputados votem, mostrando ao povo que os elegeu que transparência e moralidade não podem só ficar no discurso, tem que ir para ação”, disse o deputado. Para votar, basta acessar o site: www.adoteumdistrital.com.br

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Senado instala Comissão da Reforma Política

Compromisso com a educação A deputada distrital Rejane Pitanga (PT) começou o mandato cumprindo seu compromisso com a Educação do DF. O primeiro projeto protocolado por ela institui a Gestão Democrática no Ensino Público, com eleição direta para diretores, vice e membros

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do conselho escolar. O tema será debatido em audiência pública na segunda-feira (28), na Câmara Legislativa. Além de defender a Gestão Democrática, a deputada abraçou a causa pela igualdade de direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT). O primeiro passo é exigir que travestis e transexuais sejam chamados por seu nome social em órgãos públicos e empresas privadas. Proposta de autoria de Pitanga tramita na Câmara. A distrital está trabalhando para a criação da Frente Parlamentar pela Cidadania e Direitos Humanos LGBT e pela criação de um Conselho em Defesa da Cidadania LGBT na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do DF.

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Estádio Nacional de Brasília

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A Reforma Política voltou a ser debatido no Senado e Câmara Federal. Na última terça-feira (22), o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) instalou a Comissão da Reforma Política. O senador parece querer urgência. Para isso, ele pediu um prazo de 45 dias para que a Comissão, formada por 15 senadores, elabore o anteprojeto. A exemplo do Senado, a Câmara dos Deputados também vai instalar na terça-feira (1º) a comissão especial para discutir o assunto. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), disse a “Câmara estará conectada


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Mães crecheiras

O deputado Cristiano Araújo (PTB) apresentou nesta semana à Câmara Legislativa do DF um projeto de lei com o objetivo de aumentar as vagas disponíveis em creches públicas do DF. O projeto trata da criação de um programa de treinamento para

mães crecheiras que estejam dispostas a cuidar de crianças enquanto seus pais trabalham. A iniciativa prevê curso de 40 horas para as mães crecheiras, além de remuneração. Segundo levantamento de Cristiano, em Águas Lindas de Goiás, atualmente existem mais vagas em creches do que em todo o DF. “Precisamos corrigir esta distorção”, afirma

Partido cobra participação O Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) cobrou da deputada Liliane Roriz participação em um quarto dos cargos do gabinete e da verba indenizatória da distrital. Na exigência informada à deputada por notificações extrajudiciais de descumprimento das normas partidárias, em tom de ameaça, afirma que caso ela continue descumprindo o Estatuto do partido, pode sofrer sanções disciplinares. Entre as punições, a expulsão do PRTB o que lhe custaria a perda do mandato por infidelidade partidária. Mesmo com as exigências, Liliane não vai recuar e muito menos pretende dar ao partido os 25% dos cargos e verba pretendidos. Ela garante que irá até às últimas conseqüências. Segundo a deputada, durante a campanha, não lhe foi passado que ela deveria assinar termo de compromisso. “Os cargos do meu gabinete são para pessoas de confiança”, defende. Ela alega ter se filiado ao PRTB por um projeto partidário. Mas foi eleita pela transparência que pregou, pelo projeto político e pelo sobrenome “Roriz” que carrega. E não por um trabalho do partido. O presidente regional do PRTB, Caio Donato, alegou que o termo foi entregue por ele nas mãos de Liliane. Mas a deputada ignorou. Segundo ele, o partido só quer que a distrital cumpra o que determina o documento de fidelidade partidária e não há ainda a possibilidade de expulsão. A briga acirrada entre o presidente do partido e a distrital fez com que o comando nacional da legenda determinasse a dissolução do diretório regional. Por falar em Caio Donato, o agora ex-presidente do PRTB-DF foi detido, na semana passada, acusado de ameaçar feirantes do Shopping Popular de Brasília. Donato também responde pelo cargo de presidente da Associação dos Feirantes e chegou a ser preso em flagrante, em meados de novembro do ano passado, por comercializar boxes. Divulgação

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ao debate no Senado”. Com isso, ficou acertado entre as duas presidências das Casas, para que as duas comissões trabalhem, num primeiro momento, separadas e depois se juntem para as propostas serem votadas. Engrossando o coro pela agilidade na discussão da Reforma Política, o vice-presidente da República, Michel Temer afirmou que o Congresso deve ser “prático e objetivo” e concentrar-se nos pontos essenciais da reforma. Também participaram da sessão do Senado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

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Dinheiro

mauro castro

Carro: se puder compre agora N

em sempre o que é bom para uma pessoa servirá para outra. Mas, pensando em quem pode se arriscar a comprar um carro, neste início de ano, pode ser uma boa. O fato de muita gente estar desesperada com o saldo bancário e com o extrato do cartão de crédito faz com que o setor automobilístico tenha queda nas vendas. Uma coisa puxa outra. Os fabricantes estão lançando iscas para atrair a atenção dos potenciais compradores. Há uma tendência de se encontrarem em algumas concessionárias duas variáveis interessantes neste momento: promoções por baixo movimento de clientes e estoque de veículos 2010. A soma de tudo isso é a possibilidade de bons negócios para o comprador mais atento. Alguns erros devem ser tratados na hora de se aproveitar o momento. O primeiro é a marca de carro – carro é uma commodity. Tem aspectos de design que podem atrair mais a atenção de um cliente ou outro. Só que na hora de

fazer um bom negócio, não importa se o carro é de marca francesa ou chinesa.... Melhor mesmo é pensar que se trata de um item temporário para deslocamento. Outro erro comum é a cor. Se a cor não agrada pense no dinheiro e avalie quem vale mais. Há tempos que o consumidor brasileiro acredita que o carro é um símbolo de status. Está passando da hora de descobrir que o dinheiro enterrado em um carro não volta. Por isso fique atento às dicas. Primeiro avalie quais montadoras estão oferecendo bônus para seus carros. Verifique qual modelo se encaixa melhor no seu orçamento; compare sempre concessionárias que ofereçam os mes-

IR – está chegando a hora da largada

Curtas

O prazo para a entrega da declaração vai de 1º de março até 29 de abril. Por isso, quem quiser declarar no início do prazo tem que preparar a documentação. E é melhor ficar atento, pois a multa mínima para quem perder o prazo é de R$ 165,74. Para os que deixam para a última hora, fica a lembrança: imprevistos acontecem. Prepare já sua documentação e deixe tudo pronto para o dia que estiver inspirado.

Cuidado com lançamentos Com a grande quantidade de lançamentos em Brasília, um descuido dos compradores vem sendo recorrente. Trata-se da compra parcialmente financiada pela construtora e o restante pelo SFH – sistema financeiro da habitação. Até aqui não há problema. Tudo fica complicado quando o comprador não tem noção das regras do SFH em relação a limites

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mos modelos – não é bom comparar marcas diferentes. Ao identificar e escolher marca, modelo e concessionária comece a negociação. Em épocas de vendas baixas, os gerentes ficam mais sensíveis aos apelos dos clientes. Veja o que pode incluir no pacote: som, alarme, impermeabilização, película nos vidros ou outros detalhes de seu interesse. Os carros com motorização 1.0 estão sobrando nos pátios. Se estiver comprando um carro que servirá apenas como transporte na cidade, em Brasília, aproveite. São eficientes, econômicos e de baixa manutenção. Se tiver em condições e ainda não comprou seu carro, a hora é agora.

de financiamento e condições básicas para financiar. Já ocorre em Brasília, situação de pessoas que terminaram o pagamento da parte da construtora e não podem ter acesso ao imóvel, pois não tiveram o financiamento aceito – Seja pelo valor do saldo a pagar ou pela aprovação do cadastro do comprador.

Inflação continua animada Para tristeza das classes sociais menos favorecidas a inflação não está perdoando neste início de ano. As medidas tomadas pelo governo ainda não atingiram os objetivos. Para quem utiliza o salário para pagar educação, transporte e moradia tem tempos difíceis pela frente. Neste caso o melhor é fazer um ajuste orçamentário doméstico, administrando os gastos de forma a fazer sempre uma reserva, que pode ser o remédio contra o aumento dos preços.


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Capa

Por: Maíra Elluké | Fotos: Gustavo Lima

Medos que atrapalham

o dia a dia As fobias trazem inúmeros prejuízos para a vida de quem sofre com a doença. A sorte é que existe cura para quem está disposto a enfrentar o problema

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odos nós, em alguma etapa da vida, sentimos medo. O sentimento é comum. Ter medo da morte, do desconhecido, de alguma ameaça de dor é absolutamente normal e saudável. Na maioria das vezes, faz com que a pessoa se conheça mais profundamente e controle com mais facilidade suas emoções. Vale lembrar, que de acordo com registros históricos, graças ao medo, nossos ancestrais escaparam de ataques de animais e de outras ameaças naturais e assim, sobreviveram diante de situações adversas. Mas e quando o medo cresce incontrolavelmente e passa a atrapalhar as atividades rotineiras, impedindo que a pessoa viva normalmente? Quando o medo vira fobia e o sentimento que aflora é o de que você perde o controle diante de uma determinada situação, é preciso ligar o sinal de alerta. Definitivamente, algo está errado. Se você sente suas mãos encharcadas de suor ao apenas imaginar entrar num avião ou acha que vai morrer se ficar sozinho em algum lugar e só de pensar em ver qualquer tipo de inseto seu coração já dispara, cuidado. O medo exagerado pode ter se transformado em uma doença. Fobia - palavra de origem grega que significa temor, medo intenso, persistente ou irracional, aversão instintiva, hostilidade ou uma reação mórbida diante de situações, animais, objetos ou lugares específicos. Na visão de quem não sente nenhum tipo de medo fora do normal, falar em situações de pessoas com o problema parece engraçado ou banal. Mas para quem se desespera ao somente pensar em enfrentar situações específicas, o quadro é completamente diferente. Só quem já passou por uma situação de fobia sabe o significado real dessa pequena palavra de cinco letras, que de engraçada não tem nada. Para os especialistas, o fato é que o número de pessoas que sofre com as inúmeras formas apresentadas por esse problema é cada vez mais alto. A fobia é uma doença que se apresenta em diversos níveis e não respeita classe social, idade, sexo ou raça. Ao nos reportar aos antigos estudos sobre o assunto, chega-se à conclusão de que a fobia foi e ainda é um dos distúrbios psicológicos mais pesquisados no campo da Psicologia e Psiquiatria. Um dos casos mais famosos é o clássico “O pequeno Hans”, escrito no ano de 1909, pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud. No estudo, Freud descreve a fobia de seu filho Hans - que na época, com cinco anos - se recusava, com frequência, a sair de casa sob a alegação de ter medo de ser mordido por um cavalo. Ao final do estudo, Freud conseguiu curar o pequeno paciente e, a partir da experiência, chegou à conclusão de que “toda e qualquer fobia é manifestação de uma angústia mais profunda, muitas vezes sem relação aparente com o objeto do medo”. O escritor espanhol Miguel de Cervantes, em seu famoso livro “Dom Quixote” já definia – no século XVII – esse sentimento perturbador como: “Um dos efeitos do medo infundado é perturbar os sentidos e fazer com que

as coisas pareçam o que não são”. A reflexão do autor é atual. Depois que uma participante do reality show Big Brother Brasil 11 perdeu o controle diante das câmeras ao revelar em cadeia nacional que sofria de um medo desesperador de palhaços, o assunto veio à tona e pautou inúmeros veículos de comunicação. O programa semanal Fantástico chegou a fazer um especial sobre Fobias, o que revela ser um tema de relevância e que precisa ser discutido, embora seja envolto por tabus.

Sintomas e diagnóstico A fobia, na maioria das vezes, impede que o indivíduo leve uma vida normal, já que a pessoa evita de todas as formas possíveis o enfrentamento da situação que a exponha ante ao objeto do medo. É o que explica a psicóloga do Espaço Acalanto, Clarissa Kahn. “A doença é caracterizada por uma ansiedade, uma angústia, um mal-estar que tem um direcionamento”, assegura. Entre os principais sintomas estão o medo excessivo, descontrole emocional, taquicardia, sudorese, boca seca, paralisia de movimentos e em casos mais graves, pode ocorrer desmaios e crises de pânico. “A sensação vivenciada por quem sofre de fobia é a de um enfarto eminente. A pessoa acha que vai morrer”, afirma. Ao se deparar com esses sintomas, muitas vezes a pessoa não tem consciência de que precisa de ajuda. “Hoje ainda tem muita gente que tem uma certa resistência em fazer psicoterapia”, diz. Dessa forma, o tratamento é adiado. O que pode fazer o problema piorar. A psicóloga afirma ainda que em grande parte dos casos, após uma crise, é comum que a pessoa busque, primeiramente, ajuda em um consultório médico, já que os principais sintomas da doença são físicos. “É preciso, muitas vezes, receber um encaminhamento de um cardiologista, por exemplo. A pessoa realiza os exames e se dá conta de que não tem nenhum problema físico e sim, psíquico”, destaca. Entre as fobias mais comuns, Clarissa Kahn enfatiza: medo de altura (acrofobia), de lugares fechados, elevadores (claustrofobia), de lugares públicos (agorafobia) e de avião (aerofobia). Em casos extremos, a pessoa pode ficar com a vida paralisada. Não sai de casa e faz do medo o centro de todos os problemas de sua existência. A predisposição genética é um fator a se considerar ao investigar a razão de uma fobia. Nos casos específicos, como medo de agulhas, animais ou objetos, é importante identificar no histórico familiar a origem do problema, ou seja muito provavelmente a criança vivencia o pavor dos pais a determinada situação e o incorpora no subconsciente. Já nas fobias sociais são poucos os casos de traumas anteriores. Os fatores que são diretamente associados ao desenvolvimento desse tipo de fobia são: ambientais (como doenças na infância ou isolamento da criança), educacionais (pais que têm uma preocupação excessiva com os filhos) e modelação (quando os pais têm algum tipo de

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A psicóloga Clarissa Kahn, do Espaço Acalanto

Colocar o paciente diante do objeto de medo é arriscado. Nesse tipo de intervenção, o fóbico corre o risco de surtar, de entrar em crise fobia social e a criança aprende a se comportar de maneira igual).

Cachorros, insetos e o antissocial Ao ser convidada para ir à casa de um amigo ou conhecido, a biomédica Sylvia Aquino, 24 anos, sempre faz a mesma pergunta: Você tem cachorro? O curioso questionamento, na maioria das vezes, é mais importante do que saber o endereço da pessoa que Sylvia vai visitar. A jovem não sabe ao certo quando começou a fobia de cachorros, mas lembra que quando tinha cerca de três anos, um cão – da raça Pastor Alemão – que tinha em casa, após uma situação de estresse, tentou avançar nela. A partir dessa primeira demonstração de medo, os parentes de Sylvia tentaram fazer com que ela se aproximasse de todo e qualquer animal que chegasse em sua casa. Mas, com a atitude da família e com o passar do tempo, o problema só agravou. “Quanto mais eu demonstrava medo, meus irmãos e primos me assustavam, jogando o cachorro ou o coelho em cima de mim”, conta. Desde o episódio com o cachorro, Sylvia desenvolveu uma fobia que

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não se restringe ao “melhor amigo do homem”, mas se expandiu também a gatos, coelhos e qualquer animal com pêlos. Ao relembrar os tempos da infância, a biomédica revela que ainda hoje sente a mesma sensação ao chegar perto de animais. “Eu entrava em pânico. Só de lembrar o que acontecia me dá uma sensação ruim”, conta. Sylvia pretende iniciar um tratamento psicológico para acabar com a fobia, já que é um problema que afeta suas relações. “Às vezes passo por algumas situações constrangedoras. Não consigo ir a lugares onde tem animais. Só de pensar que um bicho desses pode chegar perto de mim fico trêmula”, relata. Casos como o de Sylvia são mais comuns do que se imagina. Grande parte das fobias nasce na infância, se desenvolve na adolescência e, se não for tratada, persiste na vida adulta. Quando uma criança desperta um medo de algum objeto ou animal é comum que os pais a façam enfrentar o problema. Mas, de acordo com Clarissa Kahn, a atitude é errada. O ideal é que o trabalho de enfretamento do medo seja feito em pequenas etapas. “Os pais não devem insistir.

O primeiro passo é conversar com a criança para descobrir o motivo daquela aflição”, esclarece. Apesar de julgar que o medo de insetos não prejudica sua vida, o estudante de Serviço Social, Agni Lima Batista, 18 anos, apresenta todos os sintomas de um fóbico. Ele sentiu que o medo de insetos passava do comum quando um dia, em uma livraria, ao folhear um livro viu uma centopéia – quilópode da classe Chilopoda, conhecida pelos intermináveis pares de pernas. “Estava com alguns amigos e ao ver o bicho, levei um susto. Senti uma agonia, uma aflição muito grande. Minha pressão baixou”, lembra. Entre os insetos que não suporta ver, destacam-se os besouros e baratas. A fobia de Agni é tão intensa que o estudante se sente mal até mesmo em ver programas de televisão que tenham os insetos como protagonistas. Já para o engenheiro de redes Fernando Andrade*, 36 anos, que sofre de fobia social, o relacionamento com o outro é o grande desafio. O fóbico social tem dificuldade de se relacionar, namorar, falar em público e compartilhar tarefas com quem quer que seja. A característica mais marcante desse tipo de fobia é o medo que a pessoa tem de ser julgada pelos outros. Na maioria das vezes, quem apresenta esse traço de personalidade é confundido com um perfeccionista incurável ou um tímido de carteirinha. Como é impossível agradar todas as pessoas, ele prefere se omitir. Dessa forma, não se expõe em reuniões, não faz apresentações em público, evita falar sobre suas ideias para os outros e assim acaba se fechando em uma concha, num mundo paralelo. Quando o problema foi diagnosticado, há dez anos, Fernando imaginava que era apenas antissocial. Na época, o engenheiro era estudante e evitava ao máximo fazer trabalhos em grupo, não tinha namorada, tinha poucos amigos e quase nunca falava com os colegas de trabalho. Além disso, tinha uma relação conturbada


A biomédica Sylvia Aquino, 24 anos, que sofre com o medo de cachorro

com a família, por não querer falar sobre seus problemas. Ao perceber que sua atitude diante da vida fazia dele um solitário, resolveu procurar ajuda. “Em um período de férias, cheguei a ficar uma semana sem sair de casa para não ter que falar com outras pessoas”, relata. Fernando tremia ao se imaginar fazendo uma apresentação na faculdade ou apenas ao pensar em interagir com pessoas numa festa. Por conta do problema, terminou seu curso com cinco anos de atraso e ainda precisou de uma autorização para entregar o trabalho de conclusão sem a clássica apresentação diante de uma banca examinadora – como é comum na maioria das instituições de ensino superior. Hoje, Fernando já tem uma vida mais sociável, graças a medicamentos e sessões de terapia que fazem parte de sua rotina há oito anos. “Sinto que já consigo lidar melhor com o problema. Desde que comecei o tratamento, minha vida andou”, comemora.

Tratamentos para superar o medo Uma das terapias mais usadas para pôr um ponto final nas fobias é a terapia cognitiva comportamental. Nesse tipo de tratamento, o fóbico é colocado frente ao objeto de seu medo. Dessa forma, o terapeuta pode ensinar ao paciente como controlar os sintomas físicos desencadeados pelo pavor. Essa estratégia, infelizmente não é 100% eficaz, já que muitos pacientes demoram a enfrentar situa-

O estudante Agni Lima, 18 anos, que tem fobia de insetos

ções reais e nem sempre a imaginação é suficiente para levar a uma visualização efetiva do problema. Para Clarissa Kahn, a psicoterapia, aliada à medicação – de acordo com o grau do problema – são as principais armas na guerra contra a fobia. “Colocar o paciente diante do objeto de medo é arriscado. Nesse tipo de intervenção, o fóbico corre o risco de surtar, de entrar em crise”, diz. O tratamento contra as fobias consiste em restabelecer no paciente as conexões perdidas. É um processo de duração indeterminada, que varia de acordo com a gravidade do medo. Outra alternativa é a hipnose. Depois de uma investigação detalhada do histórico do paciente, é possível, por meio da técnica, provocar certas alterações específicas no pensamento da pessoa que sofre com a fobia. “Essas alterações leva o paciente a ter novas atitudes diante do problema”, afirma o psicólogo e hipnoterapeuta do Instituto Delphos de Psicologia e Hipnose, Odair Comin. De acordo o neurocientista Júlio Peres, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro “Trauma e Superação: o que a Psicologia, a Neurociência e a Espiritualidade ensinam”, a busca pela solução do problema está no próprio comportamento do fóbico. Ao estudar a atitude dos pacientes que passaram por situações traumáticas ou que desenvolveram algum tipo de fobia ao longo da vida, Julio desenvolve novas formulações de

estratégias terapêuticas. “Durante as pesquisas, observei que a angústia e o crescimento pós-trauma podem caminhar juntos quando uma aliança de aprendizado com o sofrimento é construída. Dessa maneira, há uma melhora substancial na qualidade de vida”, afirma. Para ele, há cinco fatores envolvidos no tratamento que visam o controle e posteriormente a cura de traumas e fobias. O fóbico deve procurar desenvolver novos interesses, projetos e objetivos, apreciar e valorizar a vida, melhorar as relações familiares e interpessoais. Resgatar a religiosidade e espiritualidade no dia a dia e descobrir formas de superar as adversidades também estão na lista de desafios para quem deseja fazer da fobia uma coisa do passado.

Os famosos e suas fobias Nicole Kidman sofre de motefobia, que é o medo de borboletas. Christina Ricci tem botanofobia, que é o medo de plantas. Johnny Depp sofre com aracnofobia, espectrofobia e coulrofobia, ou seja ele tem medo de aranhas, fantasmas e palhaços.

Saiba +

Assista: “Filmefobia”, do diretor Kiko Goifman. O documentário explora os limites psicológicos das pessoas, colocando-as diante de suas fobias.

Leia: A Fobia, dos autores Charles Melman, Christiane Lacote e Roland Chemama. Editora Revinter Serviço Espaço Acalanto SRTVS Ed. Embassy Tower, sala 425 Telefones: (61) 3201-0069 / 8139-0099 * Nome fictício para preservar a identidade do entrevistado

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Cidadania

Cristiano Eduardo

Por: Veronica Soares

Projeto Pescar Capacita jovens-credito Cristiano Eduardo

Instituto Sabin e Projeto Pescar resgatam jovens carentes No curso, aulas de inglês, informática, etiqueta, empreendedorismo e noções de recursos humanos

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ar o peixe e ensinar a pescar. Com esse lema, pelo oitavo ano consecutivo, o Instituto Sabin em parceria com o “Projeto Pescar” promove cidadania e capacitação profissional para adolescentes em situação de vulnerabilidade social no Distrito Federal. Durante os nove meses da realização do curso profissionalizante de auxiliar de serviços, conforme conteúdo programático, os alunos selecionados têm aulas de inglês, informática, etiqueta, empreendedorismo e noções de recursos humanos.

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De acordo com a coordenadora do programa em Brasília, Edialeda Bergmann, das 100 unidades implantadas em todo o Brasil, o Instituto Sabin é a primeira empresa a implantar uma unidade do Projeto na região CentroOeste. Além do Brasil, empresas nos nossos vizinhos Argentina e Paraguai também trabalham com a parceria. A coordenadora explica que 60% do conteúdo ensinado são dedicados à formação pessoal dos alunos e os outros 40% visa a educação profissional. O resultado do trabalho faz a diferença para a sociedade como

um todo, uma vez que 85% dos jovens formados são inseridos no mercado de trabalho. “Acreditamos que, ao resgatar a cidadania e a autoestima dos jovens, eles passam a entender a necessidade de sempre aprender coisas novas para conseguir uma posição no mercado de trabalho”, conta Bergmann. A autoestima citada pela coordenadora pode ser percebida nos olhos do auxiliar de escritório Geyson Johnata Santos Assis, 23 anos, que fez o curso em uma das primeiras turmas do projeto, em 2005. Geyson que


Saiba mais O Projeto Pescar é uma rede que funciona por meio do sistema de franquia social. As empresas que participam da Fundação Projeto Pescar abre espaço para a formação pessoal e profissional de adolescentes de baixa renda em suas próprias dependências, encaminhando-os ao mercado de trabalho. Além de promover a aprendizagem básica para o exercício de profissões em diversas áreas da indústria, do comércio e da prestação de serviços,. O Projeto estimula os jovens a adotarem novos hábitos e atitudes de convivência e cidadania e atende estudantes com idade entre 16 e 19 anos. Os jovens passam por 800 horas/aula, com atividades teóricas e práticas. Ao final, recebem um certificado de conclusão do curso de auxiliar de serviços administrativos. As aulas são realizadas na unidade do Projeto Pescar localizada na QS 5 do Areal, em Águas Claras.

Cristiano Eduardo

Auxiliar de escritório Geyson Johnata Jennifer Corrêa

Para sócia-diretora do Laboratório Sabin, Sandra Costa, o curso oferecido vem de encontro à filosofia da empresa que é pautada na ética, no respeito e a na valorização dos seus colaboradores. Sandra explica que a realização do Projeto nada mais é do que transferir o trabalho desenvolvimento dentro da empresa para o desenvolvimento da sociedade onde ela está inserida. “Ao mesmo tempo em que a autoestima dos jovens é melhorada, trabalhamos com o desenvolvimento da sociedade”, explicou. “Notamos que depois do curso os jovens costumam adotar hábitos e comportamentos diferentes dentro da sociedade. Eles entram uma pessoa e saem outra. Isso é gratificante para todos”, ressalta. Para Janete Vaz, diretora-executiva do Laboratório, trata-se de uma oportunidade concreta de oferecer novas possibilidades para os jovens. “Queremos que eles cresçam como cidadãos conscientes de seus papeis no mundo”, afirma.

Estudante de direito Diarlis Bruno Santos

Cristiano Eduardo

mora em Santa Maria com a mãe e seis irmãs, disse que participou do projeto por acaso. “Eu fui acompanhar um amigo e acabei sendo selecionado para o curso. E isso foi um divisor de águas em minha vida profissional”, relatou. Segundo o estudante, antes de participar do programa, ele não se interessava pelos estudos. O trabalho em equipe, o respeito ao próximo e como se portar no ambiente de trabalho foi alguns dos ensinamentos que ele diz ter aprendido no curso e que vai levar para toda a vida. “Logo que concluir o curso fui selecionado por uma empresa de comunicação onde estou trabalhando há cinco anos. O curso foi fundamental para minha inserção no mercado de trabalho”, finalizou. Constatando um dado importante do Projeto Pescar que mostra que, depois de participarem do curso, os alunos dão seqüência aos estudos. Ingressam numa universidade ou fazem cursos técnicos profissionalizantes depois de terminar o ensino médio. Hoje, Geyson faz curso de montagem e configuração de computador e notebook. O curso também fez a diferença na vida do estudante de direito, Diarlis Bruno Santos, 23 anos. Segundo ele, apesar de conter no fundo sonhos de progresso, antes as perspectivas de vida eram poucas, pois, para ele, as circunstâncias não costumam favorecer os menos privilegiados economicamente. Atualmente, Diarlis trabalha como serventuário da justiça na função de auxiliar notarial em um Cartório da cidade. “Eu buscava algo no acaso, mas tudo parecia muito difícil. O que faz muitos desistirem e até mesmo tomarem caminhos errados”, comentou. “Um belo dia aparece o projeto Pescar, como uma luz no fim do túnel. Ele resgatou os meus sonhos e valores, pois o projeto acredita no jovem. O curso não prepara apenas para o mercado de trabalho, mas são ensinamentos que vamos levar para a vida toda”, enfatizou.

Dra. Janete e Dra. Sandra

Serviço Instituto Sabin www.institutosabin.org.br Informações: 3329-8000

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Gente

Por: Edson Crisóstomo

Embaixador de Portugal João Salgueiro e a jornalista Kátia Cubel

Gilmar Mendes e Vice-Presidente Michel Temer

Alcindo, Maria Luiza, Gabriela e Daniella Camargo

Patrícia, Daniella, Luciana e Luiz Fernando Camargo

Política Briga Paroquial Caio Donato ,aquele que vende boxes no Shopping Popular, presidente do PRTB-DF, cobrou a conta da Distrital Liliane Roriz, quer só 25% dos cargos comissionados no Gabinete da Parlamentar. Olha o nível. Mais comissionados... Lá pelas bandas da Secretaria de Agricultura, a coisa é mais feia. Estão querendo que o PSB cultive pragas. A folha corrida, digo, a ficha dos candidatos está chancelada por ex-parlamentar expert em grilagem. Uma beleza caro eleitor... Digo leitor.

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Caixa Rápido Câmbio Estabilidade é isso, o Conselho Monetário Nacional (CMN), autorizou as agências dos Correios (ECT) e lotéricas (CEF) a atuarem como correspondentes dos bancos em operações cambiais. Dólares e Euros poderão ser cambiados em até US$ 3 mil para cada operação.


Hercules e Helena Szervinsk

Isabela Veloso, Clarice Cafforo e Rebeca Veloso

Raquel Araujo, Fernanda Guedes, Wigberto Tartuce, Dayana Paula e Claúdia Gomes

Tâmara e Débora Almeida

Geleia Geral Aumento a caminho Toda essa crise vivida nesse momento na Líbia, já fez com que a Petrobras reajustasse os preços de querosene de aviação e nafta, assim acompanhando os preços praticados no barril de petróleo que vem aumentando seu custo diariamente.

Virou freguês O time do Uniceub/BRB está fazendo a diferença no campeonato nacional de basquete, estabeleceu a terceira derrota consecutiva ao time do Flamengo. Os cariocas perdem também a referencia de primeira Força do Basquete Nacional.

Folia Intensa movimentação na programação das boites e bares, samba e axé ditam o ritmo para os próximos dias.

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Cidade

Por: Alessandra Bacelar | Fotos: Gustavo Lima

Águas das chuvas por todo o DF Manilhas espalhadas em Vicente Pires

Poças d`água trazem problemas aos brasilienses

E

m Brasília, as chuvas têm sido constantes nos últimos dias. E segundo o Instituto Nacional de Meteorologia – Inmet, elas continuarão por todo o mês de março. Entretanto, a falta de infraestrutura presente na maioria das cidades satélites tem preocupado a população. O problema mais frequente é a dificuldade no escoamento da água das chuvas. Assim, o Distrito Federal fica tomado por poças d´águas, prejudicando o tráfego de automóveis e pedestres. Além de pistas alagadas, a água acumulada em ruas residenciais coloca em risco também a saúde dos moradores. Em Vicente Pires, muitos reclamam da água parada ao redor de suas casas. A grande preocupação é quanto a proliferação do mosquito da dengue dentre outras epidemias

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provenientes da água parada. “Já proibi meus filhos de brincarem nas ruas com medo deles ficarem doentes. O risco de contaminação é muito grande”, diz a dona de casa Joana Sousa, mãe de três crianças. No bairro Vicente Pires, próximo à cidade de Taguatinga, outro fator agravante é a demora da coleta de lixo no local. O entulho se espalha nas ruas, misturando-se a água parada. Isso facilita a contaminação e a multiplicação de mosquitos. Os bueiros também ficam inundados e os ratos vão aparecendo. Mas não é só em Vicente Pires que esses problemas acontecem. A falta de planejamento nas cidades satélites se agravam ainda mais com a falta de serviços básicos como saneamento, tem gerado revolta na população. Com a chuva, as paradas de ônibus


estão inundadas e não há espaço para as pessoas transitarem. Sem contar que os carros acabam molhando os pedestres. Para remediar o problema, o GDF providenciou o tapamento de buracos, que estavam agravando a situação das poças d`água. Britas foram colocadas sobre muitos declives nas regiões afetadas. Garis também trabalham na retirada de águas para-

das, assim como os agentes de saúde que têm intensificado as vistorias em residências por todo o DF, nesta época de chuva, onde epidemias devem ser combatidas com mais vigor. De Ceilândia à Taguatinga, o nível da água nas vias principais chega a 8 centímetros de profundidade, formando uma piscina de lama. É comum ver crianças brincando nas ruas e nessas poças, aumentando os riscos de contaminação. O Administrador da Ceilândia, Ari de Almeida reconhece os problemas que a população tem enfrentado no Entorno, mas não promete nenhuma medida imediata. “Não é possível fazer isso de forma rápida, mas em trabalho conjunto com a população poderemos trabalhar com melhores resultados”, afirma ele. A secretaria de Obras diz que tem feito a sua parte tapando buracos, revitalizando as pistas e limpando bueiros para diminuir as poças de água. Segundo a secretaria, mais de 3 mil homens e 1.150 máquinas estão envolvidos neste trabalho, com a possibilidade de dobrar o número de trabalhadores e equipamentos. Outro local que tem passado por reformas nessa época de chuvas é a rodoviária do Plano Piloto, que tem estado alagada em diversos pontos, prejudicando a entrada e saída de ônibus, pedestres e taxistas. Apesar dos brasilienses estarem enfrentando muitos problemas no DF por causa das chuvas, a população reconhece que medidas estão sendo feitas para amenizar a situação.

Pistas com buracos por toda parte

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Educação

Por: Michel Aleixo | Fotos: Gustavo Lima

Concursos Públicos O

Cortes no orçamento da União e do governo distrital não desanimam concurseiros

ajuste fiscal anunciado no dia 9 de fevereiro pelo Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG) pegou de surpresa os concurseiros de todo o país. Na ocasião, a ministra Miriam Belchior anunciou que o governo precisa cortar R$ 50 bilhões do Orçamento Geral da União. Com isso, os concursos públicos da esfera federal e até mesmo a homologação dos candidatos já aprovados estão suspensos até segunda ordem. A princípio, o consenso geral entre os estudantes que almejam a estabilidade financeira dos cargos públicos foi que a notícia serviu como um balde de água fria. Mas o crescimento no número de matrículas nos cursinhos preparatórios indica que professores e alunos estão encarando a decisão como um ponto a favor. “Não há com o que se preocupar”, garante José Wilson Granjeiro, presidente do curso preparatório Grancursos. Pelos cálculos do professor, mais de 28 mil vagas estão certas para 2011 em todas as esferas do poder público. “Quando o governo federal decide que momentaneamente alguns editais de concursos estão suspensos, ele se refere apenas ao

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executivo e áreas administrativas. Isso não dá 10% das vagas previstas”, explica. Na última semana, o Governo do Distrito Federal repetiu o discurso do poder executivo, anunciando a suspensão por até seis meses, das seleções previstas para 2011. No DF, os cortes se fazem necessários em virtude do rombo de R$ 500 milhões na folha de pessoal. O que ameaça a estabilidade do governo diante da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo a assessoria da Secretaria de Administração do GDF, as carências de cada área do governo serão analisadas caso a caso. Para o professor Granjeiro, tais anúncios tiveram um efeito contrário ao esperado. “Estou pensando até em enviar uma carta de agradecimento aos ministros e secretários”, brinca. “Houve um aumento significativo de alunos e a tendência é essa. Para se ter uma ideia, nós confirmamos 55 novas turmas num intervalo de cinco dias após essas notícias. Um aumento de 25%”.

MAIS TEMPO A proximidade de eventos importantes como a Copa do Mundo de 2014 e as

Olimpíadas de 2016, são as apostas do estudante Douglas Caixeta, 23 anos, de que os concursos das Polícias Federal e Rodoviária não serão atingidos. “Já estudo há dois anos. Não acredito que essas medidas vão ser tensas como as pessoas estão falando. As áreas do judiciário e legislativo não serão afetadas. Assim como cargos essências para a ordem pública como os da segurança pública. Não vou desanimar”, ressalta ele. Para o presidente do Grancursos, existe hoje uma consciência entre os alunos de que não se obtém a aprovação em concurso público num curto período de tempo. “Ninguém consegue passar estudando de véspera. Nem com quatro, seis meses. Isso não existe”, enfatiza Granjeiro. Para ele, um ano e meio é um tempo satisfatório para a aprovação. “Então o que está ocorrendo é que os alunos estão vendo esse período como um ótimo motivo para intensificar os estudos”, esclarece. A concurseira Nicolli Peracini, 27 anos, não tem dúvidas: “Tudo isso foi um incentivo para quem realmente quer se preparar. Dessa forma, os ‘turistas’ que não se dedicam de verdade estão


desistindo e quem realmente está a fim de passar tem mais tempo”, afirma a estudante que se prepara especificamente para concursos da área bancária.

COMISSIONADOS E TERCEIRIZADOS Muitos estudantes queixam-se do elevado número de cargos comissionados e terceirizados nos três poderes da república que, na teoria, tiram vagas de possíveis concursados. Segundo o site G1, estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Manager (Ipema) mostra que o número de contratações temporárias pelo governo teve um aumento de 10,79% no comparativo entre 2010 e 2009. Granjeiro acredita que os governos negligenciaram essa situação por muito tempo. “A justiça determinou que se dispensem esses contratos temporários e se reduza o numero de comissionados por efetivos”, salienta. Na opinião do professor, esses cargos não concursados é que são dispendiosos. “O TCU fez uma auditoria e constatou que um terceirizado custa três vezes mais que um efetivo”, lembra. “Que economia é essa no orçamento, que não afeta esses cargos que não tem continuidade. Os comissionados não têm compromisso com a visão estratégica do poder público”, reclama.

MELHOR ESTRATÉGIA Com ou sem cortes, dados do site Correioweb apontam mais de 10 concursos com inscrições abertas só no mês Nicolli Peracini, após essas medidas sobraram apenas os alunos que realmente querem estudar

de fevereiro. Numa situação de ampla concorrência e tantos editais diferentes, cada um com conteúdo programático específico, os concurseiros têm que optar entre estudar genericamente para vários ou dedicar todos os seus esforços para apenas um único concurso. A servidora pública concursada Aline Borba acredita que o segredo para a aprovação é não estudar para todos os concursos que aparecem. Ela acredita que as pessoas devem concentrar seus esforços em uma carreira específica, priorizando os concursos que são da mesma área. “Funcionou para mim”, assegura a relações públicas do Ministério da Pesca e Aquicultura. Granjeiro é enfático: “O que posso garantir é que os alunos devem se preocupar mesmo é com o choque de editais. Porque o segundo semestre promete muitas vagas”. Segundo o docente, dados da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento apontam que até 2015, 85% dos atuais servidores vão se aposentar. O que dá um total de quase 1 milhão de vagas só no Governo Federal. Sua fórmula para a aprovação é simples. Os estudantes devem procurar ajuda especializada e se privar do convívio social e lazer. “Hoje a carreira pública vem do merecimento. Não é que a pessoa não tenha capacidade, mas porque é muita informação para assimilar em pouco tempo. São matérias que ninguém vê no banco de escola ou da faculdade”. Douglas Caixeta aposta que a Copa do Mundo e as Olimpíadas vão necessitar de novos agentes de polícia, concurso a que vem se dedicando

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Tecnologia

Por: Da Redação | Fotos: Divulgação

Novidade para os twitteiros Nextel apresenta serviço para publicação de áudio via rádio no Twitter

A

Nextel lançou, neste mês, o “Push to Tweet”, novo serviço voltado para facilitar a comunicação dos seus clientes que são aficcionados pelo Twitter – microblog que permite a postagem de mensagens de até 140 caracteres. Em versão beta, a novidade permitirá aos usuários a postagem de mensagens de áudio com até um minuto, sem custo adicional, via rádio. O serviço é uma exclusividade da Nextel. Para começar a utilizar o serviço basta que o assinante Nextel acesse o site www.pushtotweet.com.br e fazer um breve cadastro – com nome, número de telefone, login de identificação e e-mail. O site verificará a compatibilidade do modelo do aparelho e em seguida enviará, via SMS, uma mensagem com senha para que seja liberado o acesso ao serviço. A partir daí, o usuário deve vincular sua conta do Twitter ao Push to Tweet e, em seguida, já pode começar a transmitir suas mensagens em formato de áudio para todos os seus seguidores. O processo é simples e segue o habitual “aperte e fale”, já conhecido por quem tem um Nextel. Por meio de um único toque, os clientes ligam para o número 50*5*5 do seu aparelho, gravam a mensagem e o link com o áudio irá para a página de postagem no Twitter instantaneamente. O serviço, uma extensão da Conexão Direta Nextel, é o primeiro a ser oferecido por uma operadora de telefonia no país. Ele está disponível inicialmente para os clientes que possuem os aparelhos Blackberry Curve 8350i e Motorola i1, e que tenham o pacote de dados (acesso à internet) habilitado. “Estamos atentos às tendências e, com o Push to Tweet, conseguimos unir o Push-to-talk, serviço oferecido com exclusividade pela Nextel, com uma das mais importantes

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e crescentes redes sociais”, afirma Tiago Galli, diretor de produtos e serviços da Nextel. O diretor afirma ainda que a empresa tem o compromisso de buscar nas novas tecnologias, aumentar a comunicação entre os usuários da Nextel. “Estamos comprometidos em oferecer aos nossos clientes um serviço de alto valor agregado, com soluções inovadoras que tornem sua comunicação mais ágil e produtiva”, assegura. O Push to Tweet foi desenvolvido pela Nextel Brasil em parceria com a NII Holdings, operadora líder de mercado na área de comunicação móvel para clientes corporativos que opera sob a marca Nextel na América Latina. O serviço será expandido nos próximos meses para os outros mercados nos quais a Nextel atua. A novidade agrada em cheio os usuários. É o caso da publicitária Aline Garrido, 29 anos, que usa o twitter para fins profissionais. Há três anos ela usa o serviço da Nextel e há duas semanas se cadastrou para poder utilizar a novidade. Para Aline, usar o Twitter com áudio . “A comunicação ficou mais rápida e direta. Poder literalmente falar com os seguidores é uma ótima função pra mim, que uso o Twitter no trabalho”, conta. Para a analista de mídias sociais, Fernanda Gouveia, 23 anos, que pretende aderir ao serviço na próxima semana, o serviço combina com a praticidade do Twitter. “Incluir o som nas postagens é fantástico. O Twitter que já é prático vai ficar, com certeza, muito melhor”, afirma. Serviço Nextel SHCN QD 502 Bloco B 23 loja 22 - Asa Norte Telefone da central de atendimento: 4003-0679


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Cotidiano

Por: Tássia Navarro | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Preparação

para

o

carnaval

Clubes de Brasília se preparam para oferecer a melhor folia aos brasilienses que não vão viajar neste carnaval

A

folia de momo está próxima. Nos próximos dias 5, 6, 7 e 8 de março, muitas festas acontecem por todo o Brasil. Essa é a época do ano de mais festa e animação para o povo brasileiro. E em Brasília, não vai ser diferente. Prova disso são as movimentações em clubes e bares da cidade que estão em compasso de contagem regressiva para receber o reinado de momo que promete ser em grande estilo. O alvo certo é o folião que vai permanecer na capital federal. No Brasília Country Club (BCC) além das atrações para os foliões adultos as crianças também vão ter festa dedicada especialmente a elas. O Iate Clube de Brasília também promete programação

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tanto para o público infantil quanto para o adulto. Neste carnaval de 2011, os dois clubes firmaram uma parceria em que a alegria vai estar solta. E no BCC, a festa começa mais cedo. O chamado “Grito de Carnaval” vai antecipar a abertura do reinado de Momo. A folia começa na quinta-feira, três de março, aproveitando a happy hour a partir das 18 horas no Bar da Sauna. “Queremos aproveitar o bom movimento das noites de quinta para inaugurar o Carnaval no Clube. É só aparecer fantasiado. Vir com algum adereço engraçado e pronto! O sócio já entra no clima da festa”, destaca o diretor social do local, Robertinho Barros.

No domingo, dia 6, é a hora da garotada se diverti no BCC. É o tradicionalíssimo “Baile Infantil do Country”, que começa a partir das 15 horas, na pérgula do clube. Para Fernanda Gomes, 38 anos, sócia do BCC, o baile da matinê é um alívio. “Como não vou viajar, ter um lugar de confiança para levar minha filha de seis anos para se divertir é muito bom”, afirma. No Iate, no mesmo dia e hora, acontece a tradicional “Matinê da Alegria”. Os pequenos sócios e seus convidados vão poder aproveitar para dançar, cantar, pular e se divertirem muito durante uma tarde inteira feita para eles. Os pequenos vão poder


desfrutar das incríveis brincadeiras e pintura de rosto com o grupo de animação “Ciranda” e regada a muitos refrigerantes e lanches como crepes, mini pizzas, churros e hambúrgueres. A diversidade de atrações, ambiente seguro e o clima de alto astral garantem alegria às crianças e aos pais que vão levar seus filhos para celebrar o reinado de momo. A alegria vai tomar conta dos espaços. É o que garante as diretorias do BCC e Iate Clube. O toque especial dos bailes vão ficar por conta dos coloridos das fantasias das crianças e os milhares de confetes e serpentinas espalhados pelos salões. E depois de levar os filhos para se divertirem é a vez dos pais e jovens se jogarem nas festas de Momo. Seguramente, uma das melhores opções para quem vai passar o carnaval em Brasília é curtir a agitação da segunda-feira, dia 7 de março dos dois clubes. Para entrar no clima da festa, basta os “grandinhos”

vestirem alguma indumentária carnavalesca ou até mesmo uma roupa descontraída e se atirar no “Baile da Folia”, em que o BCC e Iate Clube firmaram parceria. A folia, que promete marcar o carnaval de 2011 dos dois clubes começa às 22h, no Salão Social do Iate que vai estar devidamente decorado para a ocasião. E a expectativa dos organizadores é de a folia vai contagiar um grande número de sócios foliões. “Brasília tem um enorme clichê de que o carnaval é ruim, mas o pessoal não sabe escolher para onde ir. Estou empolgada para dançar muito mesmo estando em Brasília”, assegura Fernanda Gomes. Depois do alcançado sucesso de 2010, a cantora Dhy Ribeiro voltará a comandar o evento este ano. Com o melhor do samba, pagode e as tradicionais marchinhas de carnaval, o DJ Felippe Brown também vai fazer parte da folia. Bebidas e petiscos variados serão vendidos no local.

Programação BCC e Iate Quinta, 03/03 grito de carnaval (BCC), A partir da 18h. Domingo, 06/03 baile infantil (BCC), A partir das 15h. Matinê da Alegria (Iate) A partir das 15h. Segunda, 07/03 baile da folia (Iate), A partir das 22h.

Serviço Brasília Country Club SAIS ao lado do PHN Catetinho - SMPW (61) 3338.8563 Iate Clube de Brasília SCEN Tr. 2, Cj. 4 - Setor de Clubes Norte (61) 3329.8700

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Planos e Negócios

alex dias

Grupo Copalima O Copalima atende ao mercado de bares e restaurantes de Brasília desde 1976, quando a cidade estava em franco crescimento. Nesse período , o segmento começava a se estabelecer. Assim, com o intuito de atender a este público, o empresário Nilson Gonçalves com a esposa Áurea, em uma empreitada pioneira, fundaram a Copalimpa, uma loja voltada para artigos específicos do ramo da gastronomia e hotelaria, como maquinários para buffet, copos, pratos, panelas e etc. Com o passar dos anos, a loja foi atendendo não somente clientes corporativos, mas também donas de casas interessadas nos seus produtos. Em 2008, preocupado em atender melhor o novo público, Nilson criou a Copa Gift, uma loja voltada para utensílios domésticos e presentes requintados. Em dezembro de 2009, os produtos do grupo foram disponibilizados para venda on line. “E, para surpresa, devido aos bons preços e excelente qualidade, as maiores concentrações de venda foram de clientes de São Paulo e Rio de Janeiro”, explica Gleissiane Gonçalves, filha de Nilson e diretora financeira do grupo. Hoje a Copa Gift é referência para noivas na hora das listas do casamento. A novidade é que, no caso das listas, os noivos ganham parte do valor gasto nas compras em brindes ou créditos.

Serviço Copa Gift 313 Sul, Bl. A, Lja 09 (61) 3346-4440 Horário de funcionamento: De segunda à sexta das 9h às 19h; e aos sábados das 9h às 17h.

DF Veículos A Concessionária DF Veículos é mais do que um negócio. É uma paixão de família desde 1992. Desde a sua inauguração, no Setor de Indústria, a empresa possui como diretriz a excelência na venda de veículos Honda e na prestação de serviços de alto nível. Com o expressivo número de 3.500 veículos novos vendidos em 2010, nas duas unidades do grupo, a DF Veículos permanece como “A maior concessionária Honda do Centro-Oeste”. O prestígio recebido não se traduz apenas no número de vendas, mas também pelo reconhecimento e a satisfação dos clientes. A DF Veículos é Bicampeã do Prêmio Top of Mind e possui 2 Prêmios TSI – Índice de Satisfação Total do Cliente. Para a concessionária, esses prêmios representam o compromisso diário em proporcionar um serviço que supera expectativas e que faz da compra de um Honda uma experiência única. Além da venda de veículos novos e seminovos, a DF Veículos oferece peças e acessórios originais, serviços de manutenção e assistência técnica Honda, o Consórcio Nacional Honda, a GHB Corretora de Seguros e o Banco Honda.

Serviço DF Veículos SIA Sul, Quadra 1, Lote 250/280 (61) 2102.0000 / 2101.3300 www.dfveiculos.com.br

Yoggi 209 Sul

A rede fechou 2010 com 100 lojas e prevê 300 até 2012. O faturamento do ano ficou em R$ 96 milhões – 300% maior do que em 2009. Criada

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no fim de 2008 por dois jovens amigos cariocas, Alexandre Tenenbaum e Bruno Grossman, a partir de junho de 2010 a empresa ganhou três sócios famosos: o apresentador de TV Luciano Huck, o técnico de vôlei Bernardinho e o empresário Alexandre Accioly. A única marca do setor no Brasil a ter produção própria de frozen yogurt é o Yoggi. A fábrica na zona industrial do Rio de Janeiro produz 20 toneladas/mês de produtos com 0% de gordura. No primeiro semestre deste ano será inaugurada uma fábrica no Distrito Industrial de Três Rios, Norte Fluminense, com capacidade para produção de 300 toneladas/mês.

Serviço Yoggi 209 Sul CLS 209 Bl. B Lj. 27 (61) 3543.5451 www.yoggi.com.br

Telmo Ximenes

A rede de frozen yogurt Yoggi chega ao quarto ponto em Brasília. A nova loja, de 70m², fica na 209 Sul – na principal rua gastronômica do bairro. Com um investimento de R$ 470 mil, o empreendimento gera 10 empregos diretos e tem uma expectativa de atendimento de 4 mil clientes ao mês. A nova loja oferece os sabores naturais, jabuticaba, chocolate belga e manga – lançamento do verão 2011; além de extensa variedade de toppings, as famosas coberturas que acompanham o iogurte gelado. Os franqueados da nova loja da Yoggi na 209 Sul, Gustavo Baars, Ricardo Paternostro e Rafael Azevedo apostam no conceito de culto ao produto. Por isso, as fotos dos frozens são destacadas com grande glamour. A decoração é assinada pelo designer carioca Maneco Quinderé que prima por paredes de vidro nas cores verde, laranja e azul e o ponto alto é a iluminação especial indireta que “lava” as paredes, deixando o ambiente harmonioso.


Milauto Damel Pães de Mel Há cinco anos, a Damel Pães de Mel vem adoçando a vida do brasiliense. Os deliciosos pães de mel personalizados são assinados por Melina Moretti. Podem ser encontrados em vários sabores como maracujá, ameixa, limão, doce de leite, doce de leite com castanhas, doce de leite com chocolate, coco, leite condensado, damasco, brigadeiro, brigadeiro com castanhas, trufa de chocolate e trufa de café. Hoje, a Damel chega a produzir mais de sete mil pães de mel por mês. Aceita encomendas para festas corporativas, aniversários, bodas, formaturas, batizados, entre outros. Com o intuito de crescer e manter a qualidade do produto, novas parcerias junto a cerimoniais e buffets estão sendo fechadas. O objetivo da Damel é proporcionar satisfação e prazer aos apreciadores de pães de mel fornecendo produtos de qualidade com soluções personalizadas e inovadoras.

Serviço Damel Pães de Mel (61) 8470.4287 / 4101.0600 www.paodamel.com.br

Era o ano de 1993. Preocupada com a necessidade de Brasília e do DF em ter um atendimento personalizado para a venda de veículos, principalmente para quem procurava veículos importados, Hyunday ou multimarcas, a Milauto Veículos instalou-se na W3 Norte com o objetivo de atender a todo e qualquer cliente: desde aquele que deseja comprar um carro 0km, o que deseja comprar carros seminovos, até aquele que apenas deseja trocar de veículo. E ter todos os tipos de carro, em um mesmo espaço, tornou-se um dos nossos grandes destaques. Em 2001, a Milauto sentiu a necessidade de ampliar os serviços e nos mudamos para o SIA Trecho 2, em frente ao Detran. Com isso, passamos a ter mais do que revenda, troca, financiamento ou consignação de veículos 0km e seminovos, mas sim um espaço físico ainda mais aconchegante, com opções de lazer para adultos e crianças, como o Café Milauto, a Brinquedoteca e sala de TV e leitura. Outro diferencial em Brasília-DF. Temos ainda atendimento a domicílio, seguro-assistência, todos os veículos da Milauto possuem garantia. Com um atendimento personalizado que se aperfeiçoa a cada dia temos treinamento contínuo da nossa equipe. Atualmente a Milauto possui uma média anual de vendas de 2 mil carros, entre 0km e seminovos. A empresa oferece as formas mais fáceis e seguras na aquisição de veículos. Competência, credibilidade, respeito, conforto e atendimento personalizado são alguns dos traços que marcam os 18 anos de relacionamento da Milauto Veículos com você em Brasília.

Serviço Milauto SIA Tr. 2 Lt. 950 (61) 3202.2222 www.milauto.com.br

wPós A educação a distância vem progredindo a largos passos no país. Segundo a Associação Brasileira de Ensino à Distância, para 2011 é esperado um crescimento de 8% no segmento. Prova disso é o aumento da oferta de cursos de pós-graduação à distância. A WPós, programa de Pós-Graduação a Distância do Instituto AVM, lançou, recentemente, uma série de especializações na área de saúde e bem-estar voltados para Saúde Social, Enfermagem, Farmácia, Biomedicina, Nutrição, Fisioterapia e Educação Física. “Os cursos são consolidados em temáticas da gestão da saúde e de qualidade de vida, e foram pensados a partir de uma demanda da própria sociedade, cada vez mais preocupada em manter hábitos saudáveis”, diz Otávio Veiga, diretor da WPós. Segundo ele, a sua empresa não pretende oferecer, por exemplo, um curso de cirurgia cardíaca online, e nem qualquer outro que necessite da execução prática de procedimentos. Mas esclarece que as matérias abordadas são nos programas são assuntos possíveis de serem tratados com a metodologia de educação à distância e com professores altamente preparados.

As opções são várias: pós-graduação em Fisiologia do Exercício, Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia, Nutrição Esportiva, Obesidade e Emagrecimento, Psicologia do Esporte, Saúde e Segurança do Trabalho, Personal Training – Metodologia do Treinamento Personalizado, Terapia Intensiva: Uma abordagem Interdisciplinar, Saúde da Família, Reorganização Postural, Estrutura e Funcional, Especialização em Pilates – Uma Abordagem Multidisciplinar, Saúde do Idoso e Gerontologia, Cardiologia para Enfermagem, Educação Física Escolar, Atividade Física para Grupos Especiais e Saúde Pública. Segundo Otávio, o fato de o próprio Ministério da Saúde ter criado a Universidade Aberta do SUS, com cursos virtuais para os profissionais da saúde, reforça a eficácia da metodologia. O e-learning possibilita flexibilidade quanto aos horários de estudo.

Serviço WPós - pós-graduação a distância http://www.wpos.com.br/

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Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

Gol Rallye A versão aventura do Gol

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pós receber o título de “Carro do Ano" de 2009, no disputado prêmio da indústria automobilística brasileira, organizado pela revista Auto Esporte, o Gol começa 2011 robusto, seguro, confiável e versátil. Com um novo motor na transversal chega às lojas o novo Gol Rallye 1.6, agora com mais espaço interno e tecnologia. Um conceito de dirigir atual e inteligente proporcionado pelo novo câmbio automatizado ASG. A comodidade de um câmbio automático sem abrir mão da esportividade nas trocas manuais. Esta inovação tecnológica, aliada aos atributos já reconhecidos do Gol, permite ao carro mais vendido do Brasil uma combinação única e acessível. Conforto para o dia a dia nos grandes centros urbanos e versatilidade nos momentos de lazer. A nova versão vem com interior exclusivo, rodas de liga leve e sensor de estacionamento. Os destaques são a suspensão elevada e os novos pneus. Com maior distância do solo e pneus de uso misto, o Novo Gol Rallye está preparado para enfrentar terrenos acidentados. Faróis de neblina e de longo alcance integrados: Montados em conjunto em uma única peça, une funcionalidade e beleza. O Novo Gol Rallye também recebeu novos amortecedores, molas, barra estabilizadora mais espessa, além de uma distância livre do solo 28 milímetros maior. Ar condicionado, freios ABS e airbag duplo estão entre os opcionais.

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Tecnologia O modelo tem motor 1.6, contendo 99 cavalos, o que o torna um dos carros mais potentes de sua categoria. Tem uma ótima aderência a chãos molhados e escorregadios, ótimo para viagens com fortes chuvas, onde o asfalto se torna muito escorregadio. Momentos que requerem um veículo que tenha boa estabilidade para evitar acidentes.

Além disso, vem com: • Volante de direção multifuncional para sistema de airbag • Elemento de comando para rádio • I-System e display multifuncional

Design Interiormente a nova versão conta com um acabamento impecável, com revestimento no teto e colunas em tom

escuro. Os assentos e portas vêm com novo tecido e painel texturizado. O quadro de instrumentos ganharam a iluminação em LEDS. Para os passageiros traseiros, a novidade é a luz de leitura individual. Exteriormente, o Gol Rallye ganhou para-choque, faróis de neblina, aerofólio, ponteira de escapamento e lanternas escurecidas, todas dando um toque esportivo para o modelo. Outra novidade é a nova cor amarela que a marca apelidou de Solaris.

Opções A frente do Rallye remete à adotada na picape Saveiro Cross. O carro também ganhou adesivos nas laterais. São cinco opções de cores sólidas, incluindo a Amarelo Solaris, que estreou no CrossFox. O pacote de série inclui vidros e travas elétricas, direção hidráulica,

sensor de estacionamento, repetidores de setas nos retrovisores, spoiler traseiro, luz de leitura para passageiros do banco de trás e forração do teto e colunas na cor preta. O ar-condicionado é opcional. A configuração I-Motion traz também a possibilidade de troca de marchas por meio de borboletas atrás do volante. Serviço CENTRAL DE VENDAS VOLKSWAGEN Regional de Vendas 6 - Centro/Norte SCN Qd. 4 Bloco B, Torre C, Sala 1103 Centro Empresarial Varig Telefone: 3329-6293 DISBRAVE Aeroporto Internacional de Brasília Setor de Locadoras, Lote 2 Tel: 3218-9999

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Vida Moderna

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Jhenniffer Corrêa

Convergência

Digital

Ilha de convergencia digital

A mídia integrada entra na casa dos brasilienses

S

e pudéssemos entrar na casa de nossos pais e avós, no tempo em que eles eram jovens, nos anos 50 e 60, com certeza a sensação seria a mesma de quando assistimos a um comercial de margarina. A família americana reunida em volta de uma mesa redonda em uma cozinha ensolarada. Mas, os tempos mudaram. O conceito familiar não é o de antes. Hoje, ao entrarmos nos lares, podemos observar padrões e comportamentos diferentes. Os integrantes espalhados pela casa. Alguém mergulhado nas ondas da internet pelo computador. Uma outra pessoa em frente da televisão e, caso houver uma terceira, possivelmente não estaria em casa. É, são os tempos modernos.

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Se ele (tempo) muda, as “coisas” com certeza não ficam atrás. A tecnologia evolui a cada dia e, consequentemente, os costumes também. Nos últimos 10 nos, o salto tecnológico foi gigantesco. Tanto que, o que era considerado inovação há cinco anos, hoje é ultrapassado e obsoleto. Em 2006, comprar um computador era o máximo e, alguns anos depois, aquele computador “já não faz mais verão”. Agora, bom mesmo é um notebook em 3D. As novas tecnologias são impressionantes e surreais, “uma coisa de cinema”. Que tal uma televisão que entra na internet ou uma impressora que recebe e imprime e-mails. Hoje, as mídias estão caminhando para interagir com o homem em um único

aparelho. A conversão digital bate à porta, modifica o cotidiano sem percebemos. O professor de história, Jonas Mouro é um consumidor inveterado e adepto de inovações da área da informática. Ele adotou o sistema wireless em sua casa, que permite a integração de aparelhos sem precisar de fios ou cabos. Por exemplo, a impressora não precisa estar ligada ao computador para imprimir um documento. Pelo sistema adotado (wireless) pode se também ver um filme na televisão que esteja passando no computador. E sem nenhuma fiação. Para ele, o novo produto facilitou muito o dia a dia da sua família. “Sumi com os fios lá de casa. A minha esposa adorou. Ela odiava os fios. Hoje percebo que os cômodos ganharam mais espaço e


João Victor Dantas, Gerente da CTIS

O professor de historia Jonas Mouro

estética”, assegura. Mas, o professor faz uma ressalva. Ele considera que a maioria das pessoas não sabe lidar com novas tecnologias. Como ele mesmo diz, “a maquina deu um salto gigantesco, mas o homem não deu nem um passo em direção a ela”. Para ele, o fato é critico pois as inovações vieram para beneficiar o homem. Mas não adianta nada quando ele não sabe mexer na maquina. Mouro acredita que com essas novas tecnologias a sua vida se tornou sedentária. Segundo ele, hoje em dia quase não se precisa sair de casa. Tudo é feito pela internet. E ele teme pelo futuro de seus descendentes. “As crianças não sabem mais brincar na rua. Hoje é só computador. No futuro não existira mais cicatrizes. Eles não terão chances de cair de arvores como eu cai”, comenta. Para o gerente da Ctis do Conjunto Nacional, João Victor Dantas, as novas tecnologias que fazem à integração de mídias vieram facilitar e muito a vida

Ilha de convergencia digital

das pessoas. A loja da Ctis é a única da rede em Brasília que possui uma ilha de integração digital que contem produtos que estão fazendo sucesso entre os brasilienses. A televisão que entra na internet, o notebook em 3D citados acima e a impressora que recebe e-mails são destaques da loja. Há, também, uma filmadora que posta vídeo no youtube. A maior parte das novas mídias da Ctis trabalham com o recuso wireless, sistema que costuma ser mais aplicado em empresas, mas que várias pessoas já adotaram nas residências. Como a internet banda larga, a tendência do sistema é se tornar um produto que a maioria das pessoas irá adquirir. Para o estudante Matheus Dutra, as novas tecnologias são ótimas, mas existem algumas limitações. “Acho bom. Dá pra jogar vídeo game em 3D pelo computador, mas é preciso comprar tudo da mesma marca. Caso contrário não funciona”, assegura. Dutra é jovem, nasceu num período

O estudante Matheus Dutra

em que as pessoas já tinham acesso à informática. Por isso, está sempre esperando mais “evolução tecnológica”. Fato natural para uma geração que se acostumou ao novo. Diferente de Mouro, que caiu de uma goiabeira e ainda guarda a cicatriz na pele. Matheus provavelmente terá olhos cansados de tanto olhar para a tela do vídeo game. Consequências da cultura que marcam uma época e uma sociedade. Uma cultura social que se transforma a cada ano, a cada momento e que todos os dias deixa para trás costumes e tecnologias que em um curto espaço de tempo serão considerados obsoletos. Serviço CTIS Digital Conjunto Nacional (61)3262-0518 Horário de Atendimento: De segunda à sábado, das 10h às 22h. Domingos e feriados, das 14h às 20h.

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Esporte

Por: Tássia Navarro | Fotos: Divulgação

Peteca Esporte tipicamente brasileiro ganha espaço em clubes da cidade

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ogo de origem indígena-brasileira, a peteca vem ganhando cada vez mais popularidade em Brasília. No último sábado, 19 de fevereiro, o Brasília Country Club (BCC), onde praticantes do esporte tanto da capital federal quanto da vizinha Goiânia costumam se reunir para praticarem a peteca. Foi o cenário perfeito para uma grande competição, o Campeonato de Peteca (Compete). Oficializado como esporte em agosto de 1985 pelo Conselho Nacional de Desporto (CDN), a peteca é semelhante ao vôlei. Joga-se em dupla, em uma quadra dividida por uma rede. Diferentemente de outros esportes, o elemento principal do jogo não é uma bola, mas uma peteca que se golpeia com a mão. Constituída por uma base geralmente feita de borracha, que concentra a maior parte de seu peso, tem extensão feita normal-

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mente por quatro penas naturais ou sintéticas, o que proporciona equilíbrio ao objeto. Segundo a diretora do departamento de peteca do BCC, Rosa Magalhães, 53 anos, a partida de peteca é composta por dois tempos de 16 minutos ou 12 pontos. “Cada time tem 30 segundos para fazer o ponto. Se não fizer, a vantagem passa para o adversário. No caso de erro de saque, a vantagem também passa para o adversário”, explica. A peteca que desde antes do descobrimento do Brasil já era muito praticada pelos índios, tem nome de origem em tupi, “peteca”, que significa bater com a mão. Em todas as festas e rituais de tribos indígenas, a peteca estava presente. Na década de 1940, o jogo foi competido pela primeira vez em uma quadra de esportes, no estado de Minas Gerais. Somente nos anos 70, o esporte

tomou dimensões maiores e passou a ser disputado por pessoas de todas as idades, que já seguiam suas primeiras regras. Conforme Rosa Magalhães, vários clubes da cidade oferecem a modalidade esportiva para os associados. No caso do BCC, o esporte é praticado no local há cerca de 25 anos. A diretora pratica o esporte há 20 e conta que antes, praticava tênis e, por ter se encantado com a peteca, a antiga prática cedeu lugar à nova descoberta, principalmente pela forma descontraída que a peteca tem de jogar. “É um jogo mais amistoso. Não tem tanto aquele clima de rivalidade. É mais leve”, assegura Rosa. Ela e o marido praticam o esporte quatro vezes na semana para não perderem o pique. O advogado José Adilson, 44 anos, iniciou a prática do esporte por influência de amigos. Ele conta que um


Rosa Magalhães e participantes do Compete

grupo grande de colegas que costumam praticar o esporte, sempre o convidava e ele nunca ía. Hoje, acha uma ótima prática e ele é quem costuma convidar os amigos que não praticam. “Troquei o futebol pela peteca, porque é um esporte mais saudável e completo, que trabalha Jogo de Peteca no BCC

todo o corpo e tem a vantagem de não precisar de muita gente para jogar”, diz. O advogado trocou o esporte, paixão nacional (futebol), pela peteca há quase dois anos e diz não se arrepender. Mesmo sendo um esporte ainda pouco praticado, a peteca tem inúmeras vantagens e oferece vários benefícios para a saúde do atleta. É um esporte aeróbico, que aumenta a aptidão física dos praticantes, realiza movimentos agradáveis que proporcionam satisfação a quem joga, aprimora os reflexos e é considerado um meio de descarga psicológica para tensões e frustrações. Não há limite de idade para a prática e não necessita de grande espaço para ser jogado. É muito utilizado como recreação em escolas. No livro dos recordes de 2006, dois moradores de Brasília que praticavam o esporte no BCC conquistaram a marca de mais longa disputa de peteca do mundo. Em 2000, José Vinícius Marques Alves e William Ribeiro Mourão rebateram uma peteca por 4.800 vezes antes de deixá-la cair no chão. Serviço Brasília Country Club SAIS ao lado do PHN Catetinho (61) 3338.8563

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Personagem

Por: Larissa Galvão | Fotos: Jhenniffer Corrêa

eu, nicolas behr, tu, sqs 415, ele, bloco f, nós, apt. 303, vós, brasília df, eles, brasil

Nicolas

Behr 48

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O dono dessas palavras já virou patrimônio cultural da cidade

N

ikolaus Hubertus Josef Maria von Behr ou, somente, Nicolas Behr. O famoso escritor com nome de santo, de origem alemã, deixou sua terra natal, Cuiabá, no Mato Grosso, com apenas 14 anos para se aventurar na capital federal junto da família. Chegou à cidade e foi morar na 404 sul. Ao chegar aqui, teve a impressão de “sair do mato e cair na maquete”, como ele mesmo define. “Quando eu cheguei aqui o choque foi violento”, relembra. Com tantas formas de se revoltar, o menino escolheu a poesia como a melhor forma de expressar seus sentimentos. “Foi uma maneira que eu encontrei de sobreviver a essa cidade estranha”, revela. Hoje, Nicolas afirma que o adolescente revoltado que morava em si, ficou no passado. “Eu amadureci, cresci e foi bom eu não ter me matado aos 18 anos”, conta. Foi na escola Setor Leste, localizada na 912 Sul, onde cursou o Ensino Médio, que saiu seu primeiro livro de poesia mimeografado – recurso de impressão feito nos antigos mimeó-


grafos. “Iogurte com Farinha” nasceu depois de uma amiga comentar sobre o gosto de sua mãe por comer iogurte e farinha na mesma mistura. Daí a sua história de Nicolas, pelos caminhos da poesia, deslanchou. Começou a vender seus livrinhos e a renda era usada para fazer novos livros e ajudar nas despesas de casa. Sempre conseguia vender inúmeros exemplares, pois usava técnicas “infalíveis”, como ele mesmo diz. “Eu chegava nos casais de namorados e os garotos sempre compravam, para impressionar as garotas”, lembra. Aos 20 anos foi preso pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), porque “eles achavam que além de publicar meus livros, eu também era responsável pela publicação de manifestos estudantis pela liberdade democrática, a partir do mimeógrafo”, relembra. Sem encontrar nenhum aparelho e para justificar a prisão, foi processado por porte de material pornográfico, mas logo depois foi absolvido. Rebelde como todos os jovens daquela época, Nicola tinha amigos com os mesmos pensamentos e ideias. Renato Russo e Luis Turiba são alguns exemplos. Tanto que a música do Legião Urbana, “Travessia do Eixão”, é um dos poemas do escritor. Noélia, que é citada na letra também andava com a turma. Nicolas conta que sempre foi ousado. Já chegou a ligar para Carlos Drummond de Andrade para pedir opinião sobre uma paródia da obra do grande poeta. “Eu achei o telefone dele na lista telefônica, chamei de senhor Carlos”, relembra. Leu alguns exemplos de seu trabalho para Drummond por telefone e ‘levou um fora’. “Ele teve a grandeza de

me dar uma porrada dizendo: cuida da sua poesia, deixa a minha poesia em paz”, conta com orgulho. Foi aí que Nicolas teve o start para o sucesso. Ao se cansar da vida de vendedor de livros, começou a trabalhar em uma agência de publicidade. Abandonou a publicação das obras, mas nunca deixou a poesia de lado. Passou por diversos outros empregos. Casou-se. Porém, há aquele ditado que diz: “Trabalhe com aquilo que gosta e não terá que trabalhar um dia sequer na vida”, então, profissionalmente, em 1990, dedicou-se ao seu antigo hobby de cultivo de plantas nativas do cerrado – que é a principal fonte de renda de Nicolas. Além disso, na mesma época, voltou a publicar livros e teve três filhos, Erik, Klaus e Max. “naquela noite suzana estava, mais W3 do que nunca, toda eixosa, cheia de L2, suzana vai ser superquadra, assim lá na minha cama”. É com poesias assim que o apaixonado por Brasília, paga a dívida que tem com a capital. “Tudo que eu sou eu devo a Brasília”, revela. Com 52 anos, Nicolas também dá palestras sobre poesia em escolas. “minha poesia é o que estou vivendo agora: um homem atravessando a superquadra”, como diz um de seus poemas. Simples. Direto. Preciso. E o que os alunos acham disso? O escritor já ouviu crianças dizer que não era poesia, porque entendia tudo. Ou que não sabia que existia poeta vivo. Os bons poetas que estão vivos são poucos, ou ainda estão por vir. E Nicolas está cheio de vida e saúde e com mais um livro de poesia no forno para ser publicado.

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Saúde

Da Redação | Fotos: Gustavo Lima

Terapias para um sono de qualidade O mercado de colchões oferece uma gama de produtos que visam a melhoria da saúde

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uitas pessoas dormem por muitas horas e acordam cansadas. Outras dormem pouco e se sentem bem. Ambas as situações alteram-se quando se dorme em espaços e colchões diferentes. Repousar de forma adequada depende em primeiro lugar do tipo de superfície, textura e firmeza do colchão. A saúde depende do local onde os nossos ossos descansam. Atualmente, as pessoas têm tido uma grande preocupação

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com a cama e o colchão acaba ficando em segundo plano. Optar por um colchão barato, muitas vezes, pode significar a garantia de problemas no sono, que refletem na saúde. O grande problema das superfícies de repouso são os afundamentos. E quando as posturas de dormir e os afundamentos se dão por longos períodos de tempo, a coluna começa a deformar-se, facilitando o surgimento de hérnias, dores de coluna, pescoço e

cabeça. Com o objetivo de melhorar a qualidade do sono das pessoas, a equipe da Repouso Adequado busca novidades para oferecer o que há de melhor em terapias a seus clientes, além da comercialização de colchões. “Nosso maior motivador está na prestação de serviços que beneficiam preventivamente, através de um sono reparador”, diz Jair Souto, proprietário da loja. São produtos que melhoram a qualidade do sono e ainda oferecem tera-


pias magnéticas. Recomendados por especialistas para todas as pessoas, os produtos têm o foco de atender àqueles que trabalham sob muito estresse, pois traz em terapias agregadas ao produto, melhorando a qualidade do sono e atuando preventivamente, ao viabilizar uma longevidade saudável. É importante destacar que os produtos terapêuticos agregam qualidade de sono, saúde e vida. Viver mais e saudável é o principal objetivo da Repouso Adequado, já que dormir bem é tão importante quanto se alimentar ou fazer exercícios físicos. Conforme os proprietários da loja, os produtos melhoram significativamente dores nas costas, má circulação, cãimbras, dores de cabeça, insônia, estresse e outros problemas. O uso do campo magnético já é conhecido há muitos anos e desde a antiguidade existem vários relatos de tratamentos. Dizem os historiadores que Cleópatra usava uma pedra magnética na fronte, acreditando que era um agente rejuvenescedor. Na idade média, na Grécia, na China e em outros países, pedras magnéticas já eram usadas como terapias das mais diversas formas na recuperação da saúde. A Teramag do Brasil iniciou em 2007 o projeto Bioenergy, estudando a energia magnética intrínseca do ser humano ao estabelecer os efeitos das ondas eletromagnéticas de baixa frequência, quando aplicadas na reposição de energia celular. Algumas das terapias disponíveis nos produtos da Repouso Adequado são:

todo o organismo, fazendo com que o corpo funcione melhor. O infravermelho longo também é responsável pela quebra de micromoléculas de água no corpo, provocando assim a eliminação de toxinas tais como: colesterol, triglicerídeos (gorduras) e radicais livres (toxinas), pela urina ou através dos póros, com suores acentuados. O infravermelho longo é formado de platina, titânio, alumínio mais uma substância chamada colóide, que é a responsável pela união destes três metais.

Fainred A terapia ajuda a combater dores como: fibromialgia (inflamação dos nervos), artrose (inflamação e dores nas articulações) e artrite (corrosão das articulações dos joelhos). O fainred atua como um inflamatório e um analgésico natural, diminuindo as dores nefrálgicas fazendo um relaxamento e descontração dos nervos.

Magnetoterapia É responsável pela eliminação da energia estática e também de toda

a radiação que recebemos de telefone celular ou computador. Além disso, a terapia devolve o equilíbrio natural do homem com a terra, prevenindo assim uma ausência da terapia magnética. Atua sobre o sistema imunológico, alimentando a resistência do organismo contra bactérias e vírus que provocam diversos tipos de doenças.

Densidade progressiva É um sistema de amortecimento da espuma do colchão que permite o alinhamento correto. Dessa forma, a coluna vertebral é posicionada de forma correta e faz com que haja um melhor funcionamento dos órgãos internos que estão diretamente ligados, oferecendo uma noite de sono reparadora.

Serviço Repouso Adequado QMSW 5 lote 8 loja 5, Ed. Boulevard II Sudoeste (61) 3344.8857/ 9158.3505 www.repousoadequado.com

Infravermelho longo É um catalizador de luz que em contato com o corpo emite ondas eletromagnéticas que são idênticas aos raios solares emitidos nas primeiras horas do dia. Essas substâncias são responsáveis pela liberação da endorfina e serotonina. E, dessa forma, são capazes de ativar cerca de 60 trilhões de células do nosso organismo por vez. Assim, o infravermelho longo fará uma revitalização celular em

Superfície de um colchão magnético

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Moda Bigodes falsos

Por: Camila Penha | Fotos: Estúdio Dephot

Coração Carnavalesco C

omo diria Daniela Mercury na música É carnaval: ”Senhoras e senhores, bem-vindos a maior festa popular do planeta”. O carnaval é momento de brincadeira, de se fantasiar e aproveitar o feriado. Arrisque, use maquiagens bem coloridas e adereços divertidos. Mas não se esqueça do conforto na hora de se jogar nos blocos e festas.

Fantasia de gladiador

Espuma Chapéus

Máscaras de luxo

Asas de anjo Lança confetes em forma de champagne

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Gravatas

Colares havaianos

Serpentina Fantasia de havaiana

Peruca de palhaço

Tiaras diversas

Fantasia de Branca de Neve

Máscaras Buzina

Fantasia de Woody do desenho Toy Story

Óculos diversos

Serviço Casa e Festa QNG 28 Lote 24 - Taguatinga Norte (61) 3965-8898 SCRN 706/707 Bloco C Loja 04 - Asa Norte (61) 3963-8898 QSA 1 Lote 03 Loja 01 - Taguatinga Sul (61) 3201-7961

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Comportamento

Por: Alessandra Bacelar | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Solitários do DF M

Uma andorinha só não faz verão

udança de estado, seja por transferência do trabalho ou concurso público; os filhos casaram e a casa ficou mais vazia ou separação de casal. Muitos são os motivos que levam as pessoas a um novo ritmo de vida. O costume de morar só sempre foi comum. Entretanto, muitos costumam ficar sozinhos por quase todo o dia. É o caso do músico Artur Passos, que chegou a Brasília em 2010 a procura de trabalho. E, como ainda não conseguiu, fica sempre em casa. “Tem horas que dá até depressão,

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porque você precisa conversar e não tem ninguém por perto”, lamenta. Já a servidora da UnB, Glauce de Oliveira, veio para a capital após passar em um concurso público. “Não é fácil morar só quando não há nenhum parente na cidade e se conhece pouquíssimas pessoas na região”, comenta. E quem mora só e pertence à terceira idade enfrenta outros problemas. Como a aposentada Terezinha de Jesus, 80 anos, que tem medo de cair ou passar mal e não ter ninguém por perto na hora. “É um risco passar muito

tempo só. Uma vez passei mal em casa e foi difícil conseguir socorro a tempo”, comenta. Mas além de morarem sozinhas, algumas pessoas passam a maior parte do tempo sem terem nenhum contato com outras pessoas. E para alguns, essa rotina pode ser bem vinda. “Trabalho em casa a maior parte do dia e me sinto bem assim. Adoro trabalhar e assistir filmes sozinho. Minha concentração fica maior”, comenta o web designer Igor Ribeiro. Existem tarefas que realmente são mais propícias para se fazer


sozinho, como ler um bom livro, escrever ou refletir sobre a própria vida. Entretanto, especialistas revelam que quando a pessoa começa a se isolar em quase tudo que faz cotidianamente, tal comportamento pode trazer prejuízos para sua vida. Pessoas que vivem o tempo todo sozinhas tendem a ser mais inseguras e desconfiadas. “A solidão passa a ser um recurso para esconder uma grande decepção que as desmotivaram muito. Então, se isolam por não confiarem em ninguém ou por acharem que são autosuficientes, o que é um mito”, garante a psicóloga Fátima Rodrigues. Em opinião adversa, o psicólogo Ailton Silva diz que muitos jovens vão ao seu consultório para falar sobre a timidez, como sendo um grande problema. “Muitos confundem timidez com so-

lidão. A pessoa, muitas vezes, não é tímida e consegue ver vantagens em levar uma vida solitária. O isolamento, quando moderado, contribui para a autoreflexão”, comenta ele. Contudo, questões culturais também influenciam quanto ao comportamento das pessoas. Em Brasília, há uma mistura de culturas. Pessoas provenientes de diversos estados brasileiros, com costumes extremamente diversos. Assim, as dificuldades de convívio social também têm por consequência a heterogenia da cidade. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE apontam que até início deste ano, mais de 6 milhões de brasileiros moram sozinhos e que na capital federal, cerca de 35% da população também vive dessa

forma. Assim, Brasília passa a ser considerada como uma cidade onde prevalece uma cultura independente, tornando-se comum pessoas viverem isoladas. A solidão já virou até entretenimento. Recentemente o canal de TV aberta, SBT, apresenta no Brasil uma espécie de reality show com pessoas presas em cabines, para mostrar o quanto é difícil para o ser humano viver totalmente só. A ideia da mídia em mostrar que não é possível levar a vida de forma solitária muitas vezes é controversa. Já dizia o ditado “Uma andorinha só não faz verão”. Mas entre a popular fama de que solidão é prejudicial e a necessidade que cada um tem em se expor ou não deve prevalecer o equilíbrio dos dois extremos. É benéfico avaliar o lado social da vida.

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Cultura Da Redação

Auto do

Pesadelo de Dom

Bosco

Ópera de Rua inspirada nos escândalos de corrupção está de volta

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á estão definidas as datas da temporada 2011 do Grupo Ópera de Rua de Brasília. Com apoio do FAC-DF, as reapresentações do Auto do Pesadelo de Dom Bosco, de Jorge Antunes acontecem de 30 de abril a 5 de junho, todos os sábados e domingos às 16h, em 10 cidades do Distrito Federal. O espetáculo ao ar livre é um protesto político-cultural bem-humorado inspirado nos vídeos da Operação Caixa de Pandora, quando deputados foram flagrados recebendo propina. O maestro Jorge Antunes criou uma obra tragicômica que

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aborda a compra de bezerras de ouro e a doação de panetones, num cordel no qual os corruptos são julgados pelo povo. Nas apresentações, o público tem o direito de rir, protestar, vaiar e acompanhar um julgamento popular de 14 criminosos de uma comunidade medieval. No ato, os acusados se revezam em um estrado de 40 centímetros de altura, onde recitam sua defesa. Além disso, dezenas de cantores participam do Coro do Povo espalhados entre o público. A todo o momento, eles rebatem condenações conclamando

frases do tipo: “fogueira para a bruxa”, “prisão e trabalhos forçados para os outros acusados”. Enquanto isso, a música que mistura linguagens medievais e nordestinas guia o julgamento. Nas palavras do maestro, a obra constitui em uma atividade cultural na rua, de militância cultural. Um trabalho de democratização da cultura, de estetização da prática da cidadania, de contestação e de crítica e protesto contra a corrupção local nos poderes constituídos. As referências à crise política mais contundente da história de


Brasília estão por toda parte. Seja no figurino incrementado com xerox de dinheiro ao impacto do protesto realizado ao ar livre. Nesse formato, expectadores e artistas formam um uníssono de protesto Maestro Jorge Antunes, idealizador da ópera

cultural. Ao todo são 60 pessoas no elenco: cantores, atores, músicos e dançarinos. Entre os solistas, nomes como Timm Martins, Karina Martins, Marcos Zelaya e Marcos Sfredo. A orquestra, já conhecida como “Orquestra Panetônica” é integrada por músicos consagrados da cidade como Rênio Quintas, Sidnei Maia, Fernando Henrique, Marcus Lisbôa Antunes, Renata Tavares Linhares, Diogo Queiroz, Álvaro Henrique, Luiz Duarte, Bob Py, Felix Alonso, Carlitos e Éveri Sirac. O grupo Ópera de Rua ainda conta com a participação de 30 coralistas e do grupo de danças medievais “Le Roi Danse”. O livreto completo da ópera foi impresso em formato de cordel com ilustrações de Jô Oliveira. Principal compositor a arranjador, o maestro Jorge Antunes foi precursor da música eletrônica no Brasil e é Membro Titular Imortal da Academia Brasileira de Música.

Programação 30 de abril - Recanto das Emas (Skate Park) 1º de maio - Samambaia (Estacionamento da Feira Permanente) 7 de maio - Ceilândia Sul (Praça do Restaurante Comunitário) 8 de maio - Taguatinga Centro (Praça do Relógio) 14 de maio - Guará (Praça da Administração) 15 de maio - Cruzeiro (Estacionamento da Feira Permanente) 28 de maio - Sobradinho (Feira da Lua) 29 de maio - Planaltina (Praça em frente ao Museu) 4 de junho - Santa Maria (Praça da Administração) 5 de junho - Gama (Praça do Cine Itapoã)

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Artes Plásticas Por: Aline Ricciardi

A história de um

Brasil

recente

Vila da Felicidade

A presença humana está reconfigurando a paisagem brasileira. É a sustentabilidade de um desenvolvimento em xeque com o meio ambiente, interesses econômicos e culturas locais.

A

reorganização do espaço está determinada por uma gama complexa de fenômenos apresentados através da globalização. Preocupado em manifestar a transitoriedade das paisagens brasileiras, o fotógrafo sergipano José Caldas é especialista em representações da natureza e documentação geográfica. Na exposição “Brasil e a transformação da paisagem”, iniciada no último dia 02 e que fica até o dia 09 de março na Galeria Piccola I da Caixa Cultural Brasília. O público pode apreciar a mostra de 47 fotos que convida a todos a refletirem sobre como a história recente do Brasil vem imprimindo mudanças em sua paisagem natural. A exposição tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal. O fotógrafo publicou seu primeiro livro em 1994, intitulado “O

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Baixo São Francisco”. Além de participações em outros títulos, José Caldas também é autor de “Parque Nacional da Serra da Canastra” (2000), “Mata Atlântica, Coração Verde do Brasil” (2001) e “Oparapitinga – Rio São Francisco” (2002). Toda essa reestrutura territorial, apresentada através das imagens fotográficas de José Caldas, podem ser vistas na forma em que estão arranjados. É necessário lembrar que o território, do ponto de vista geopolítico, não é um dado natural e sim uma construção. A demarcação da extensão de terra objetiva impor o domínio humano sobre a existência em geral. Dessa forma, a ocupação humana no espaço está inerentemente ligada às características de localização e relação. À medida que o ser humano se deixa

levar pelos interesses econômicos, a paisagem brasileira vem se reconfigurando e criando uma nova história para o nosso país. Locais como a Serra da Canastra, a Mata Atlântica, Serra da Mantiqueira, Cerrado dos Tocantins e a Amazônia estão tocados pela presença humana através de vagões de trem abandonados, pelas barragens dos rios, pelas pegadas do garimpo e principalmente pelo crescimento das cidades. Situações que dificultam o desenvolvimento sustentável de uma nação. Ligado à tradição da fotografia do tipo documental, o artista não se limita às possibilidades de expressão simbólica e poética. Em visita à Vila da Felicidade, localizada em Manaus, Caldas capta imagens que representam os contornos do


Farol 1

mapa brasileiro. Em um de seus registros fotográficos na Chapada Diamantina, na Bahia, é visível a representação da presença humana através do prédio público amarelado e que encurta a distância entre o céu e a terra. As pesquisadoras Ângela Magalhães e Nadja Peregrino acentuam sobre o artista: “José Caldas não se detém apenas num formalismo vazio e anacrônico, haja vista que o conteúdo estético vem revestido de uma preocupação ecológica e política conectada com suas próprias Farol 2

indagações existenciais. Não à toa, é um trabalho “in progress”, que vem sendo realizado por mais de duas décadas, sem sinais visíveis de que tenha esgotado o seu interesse pelo assunto”.

Paisagens Representada do ponto de vista fotográfico, a paisagem está sob a influência do foco. Ou seja, ora está fomentada como meio de livre representação artística, ora como fruto de pesquisa que utiliza as imagens como plataforma para a

intuição de transformações sociais, econômicas e geográficas. Por sofrer modificações pelo homem, a paisagem se tornou dinâmica. Para ambientalistas, as paisagens naturais estão dando vez para prédios, casas, asfaltos e muito cimento. Os oceanos são invadidos por navios de todos os tipos. Os mesmos ainda complementam que a paisagem humanizada (artificial ou cultural) é a que está mais presente nos mais vastos recantos do planeta. No entanto, é preciso considerar que mesmo as plantas que existem nas paisagens bastante humanizadas, como as das grandes cidades, não apareceram e cresceram naturalmente. Elas foram plantadas pelas pessoas. Por esse motivo, a sua existência, naquele determinado local, é resultado da ação humana. As modificações nas paisagens, conforme muitos pesquisadores, também estão relacionadas com as novas descobertas que o ser humano vai realizando, em termos tecnológicos que fazem surgir novos modos de se produzir, novas mercadorias e novas formas arquitetônicas, entre outros. Percebemos, assim, que a noção de espaço geográfico é mais ampla que a de paisagem. Ao pensarmos no espaço geográfico estamos pensando nos elementos e aspectos que existam nas paisagens, mas também nas diversas ações que as pessoas realizam nas paisagens. Estudiosos asseguram que essas ações correspondem aos variados tipos de atividades humanas: trabalho, estudo, lazer. Envolvem, portanto, relações econômicas, sociais e políticas.

Serviço Exposição José Caldas Caixa Cultural SBS Qd. 4 lt. 3/4 Horário: de terça a domingo, das 9h às 21h

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Gastronomia Por: Virginia Ciarlini

Fulô do Sertão Tradicional comida nordestina

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acaxeira, jerimum, cuscuz e cabidela. Arrumadinho, escondidinho, charque e tapioca são elementos da cozinha nordestina do restaurante Fulô do Sertão na 404 norte. Há seis anos a casa é administrada com o pulso forte da paulistana Paula Caricatti e a cozinha é regida sob a batuta de Marilene Mendes, uma paraibana virada no mói de coentro* e cheia de criatividade. No Fulô do sertão, o charque, por exemplo, é servido sempre desfiado, como no prato Arrumadinho Paraibano, pois dessa forma é possível dessalgar a carne sem ressecá-la. Os acompanhamentos são fartos e cheios de sustança, e para quem gosta de mais uma ousadia, a manteiga de garrafa complementa o enxerimento dos pratos. As amigas de infância aplicaram no Fulô, elementos de uma viagem marcante pelo nordeste. Na decoração da casa o encantamento, as cores, a alegria e a receptividade remetem o cliente ao clima acolhedor de famílias nordestinas. E o sabor peculiar da comida vem da experiência de uma infância de dia a dia na cozinha em que se misturava temperos, se inventava pratos e se aprimorava a cada refeição servida. Como diz Marilene, “tem que se fazer o que gosta, pois tempero é da vida inteira”. O cardápio do Fulô é ousado e extenso. O consumo mensal é de meia tonelada de charque e também, mais meia tonelada de macaxeira adquiridos de fornecedores escolhidos a dedo. A galinha de cabidela, o prato mais nordestino da casa, a ave é comprada

em pé, ou seja, viva e escolhida pela chefe de cozinha. O restaurante funciona de segunda a segunda para almoço e apenas no domingo não funciona no jantar. E todas as quintas, sextas e sábados há atrações culturais, ao vivo, com apresentação de músicos, locais e nacionais, de MPB, samba, forró, choro e instrumental. *virada no mói de coentro - estar com tudo e não dever nada a ninguém, ser capaz das maiores realizações, por exemplo subir em um pé de coentro sem curvar seu caule.

HANÁ Confronto do tradicional. É dele que sai a novidade

H

á oito anos na 408 sul, o restaurante japonês Haná ousa e oferece novidades no cardápio, diariamente. Precursor do sef service de comida japonesa, a ideia é inovar sempre e o principal diferencial é a recriação rotineira do tradicional japonês e oriental. O confronto surge quando o Haná passa a oferecer uma diversidade de opções em que usa produtos nacionais, tailandeses e indianos, entre outros. São quarenta variedades de sushis no buffet e a liberdade de criar na hora é uma condição imprescindível no restaurante. Essas criações diferenciadas e adaptadas são chamadas de “Especiaizinhos”. O mote é o calor do brasileiro que é aberto a cores e sabores dos mais variados. Dema Mercadante é o idealizador do self service japonês e o gerente que circula pelas mesas ouvindo opiniões, histórias de viagens e decodifica os desejos dos clientes.

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Fotos: Paulo Negreiros

Desse movimento surgem criações inusitadas como o sushi quente de jerimum japonês com ricota temperada, que virou coqueluche na casa. E o sushi, quase canapé, com base de batata pringles sugerida por um cliente e que todas as mesas solicitaram a novidade? Segundo Dema, o sushi man já chegou a flambar uma dessas especiarias na mesa do cliente. E até agora só falamos das iguarias salgadas. Há também os pratos quentes como o salmão com molho de manga e pimenta rosa e a tilápia com leite de côco e capim santo. E os doces não ficam para trás. São sushis de melancia, morango e chocolate, goiabada e queijo e tudo mais, que caminha do tradicional ao extremo da criação.

Serviço Haná End: SCLS 408 – Bloco B – loja 35 Fone: (61) 3244-9999

Fotos: André Zimmerer

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camarão tem sido um dos destaques no cardápio do Bottarga Ristorante. O prato que leva o crustáceo grelhado e flambado, acompanhado com risoto de limão siciliano e aspargos tem sido oferecido aos clientes como sugestão. Já o camarão grelhado com crosta de aviú, e linguini ao molho bisque entrou neste ano definitivamente no menu coroado por dois anos seguidos com uma estrela no Guia 4 Rodas.O aviú é um pequeno camarão de água doce, muito encontrado na foz do Rio Tocantins. No prato do Bottarga ele é usado como uma farinha, empanando os camarões. O Bottarga se caracteriza por uma gastronomia franco-italiana, com apresentação contemporânea. O cardápio traz deliciosas opções de carne vermelha, aves, peixes, crustáceos, pastas e risotos, além de uma extensa carta de vinhos.

Camarão grelhado em crosta de aviú

Camarões grelhados e flambados

Fotos: Keka Azous

Fotos: Gustavo Lima

Bottarga Ristorante

Fulô do Sertão End.: SCLN 404 Bloco B. Telefone: (61) 3201-0129 Site - www.fulodosertao.com.br

Borttaga End.: SHIS QI 05- conjunto 09- Bloco D| Sobreloja Espaço Maria Tereza Telefone: (61) 3248- 0124

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Música

Por: Michel Aleixo | Fotos: Gustavo Lima

Saiabamba

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Grupo feminino aposta no samba de raiz

arque da Cidade, manhã de sábado. Uma roda de samba contrasta com os apressados atletas de fim de semana. Um pandeiro, atabaque, cavaquinho e até uma flauta transversal convidam quem estava de passagem a fazer uma pausa e contemplar os compassos do samba. Essa é a rotina de ensaios do grupo Saiabamba. Tudo começou em 2009, num grupo vocal que mistura música popular com artes cênicas chamado Laugi. Entre uma apresentação e outra, Juliana Rodrigues descobriu que suas pretensões para formar um grupo de música popular eram compartilhadas por outras meninas apreciadoras do samba. O que começou como brincadeira tornou-se hoje o projeto de vida de Juliana (vocal e pandeiro); Itana Moraes (violão e voz); Cris La Plata (cavaquinho e voz); Tati Moraes (tantan); Amanda Rodrigues (tamborim, cajon e vocais); Inaê Moraes, (ganzá); e Irene Egler, (surdo e vocais). “Tudo foi acontecendo muito rápido”, espanta-se a vocalista. “Em setembro de 2009, definimos um nome e começamos a ensaiar. Hoje temos 16 músicas próprias e duas datas mensais no Feitiço Mineiro”, orgulha-se. Os encontros no Parque começaram por um motivo muito simples: as sete musicistas moram em apartamentos. “Já tentamos ensaiar na casa de todo mundo, mas os vizinhos sempre reclamavam”, conta Inaê Moraes. O inusitado é que os ensaios ao ar livre começaram a ter a vantagem de divulgar o grupo. “As pessoas param, gostam do som e perguntam onde vamos tocar”, completa Juliana. Com influências de grandes nomes como Paulinho da Viola, Clara Nunes, Beth Carvalho e Martinho

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da Vila, o Saiabamba tenta misturar diversos gêneros musicais. “O nosso estilo não tem definição”, afirma Irene Egler. “Pegamos o samba rock, ritmos funqueados e colocamos nossa roupagem. Mas a essência é o samba de raiz”. Engenheira, dentista, jornalista, psicóloga, todas as integrantes do Saiabamba tem formação acadêmica. “Mas a nossa expectativa é viver da música. Esse é um consenso geral”, garante Juliana, que é a principal compositora. Para as meninas, o momento é propício porque o samba está na moda em Brasília. “Está cada vez mais fácil arrumar lugares para tocar”, explica Irene, que inclusive já tocou em bandas de rock. “Eu e a Tati migramos de estilo pelo potencial do samba. O que importa é a vontade de fazer música”. Mesmo com tantos objetivos em comum, é difícil o relacionamento entre sete mulheres. De vez em

quando acontece alguma briga. “São sete TPM’s juntas”, diverte-se Inaê. “Mas banda é isso, um casamento de muita gente. No fim das contas, nos amamos. Quando rola uma discussão, passa três minutos e fica tudo bem”, garante. O grupo atualmente está gravando seu primeiro trabalho de forma independente. Juliana explica que o disco será vendido a preço de custo, ou distribuido gratuitamente. “O que queremos agora é conseguir um produtor que aposte em nós. A ideia é lucrar com os shows e não com vendas”, diz. O grupo também disponibiliza todas as suas músicas em sua página na internet. Com determinação e talento, o Saiabamba prova que nem só de rock vive a capital. Serviço Saiabamba (61) 8121.6931 saiabamba.blogspot.com


Bohumil Med*

“A música é o único prazer sem vício”

Dr. Samuel Johnson (1709/ 1784)

CONHECENDO A NOSSA ORQUESTRA Comparada a muitas orquestras sinfônicas por este mundo afora, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) é uma jovem senhora de 30 anos. Foi fundada oficialmente em 1980, na gestão da professora Eurídes Brito e do Dr. Carlos Fernando Mathias, na época secretária de Cultura do DF e diretor da Fundação Cultural, respectivamente. O núcleo básico foi a Orquestra Sinfônica da Escola de Música de Brasília, regida pelo maestro Levino de Alcântara, então diretor da escola. A esse conjunto juntaram-se professores do Departamento de Música da UnB e músicos das bandas militares de Brasília. A batuta foi entregue ao maestro Claudio Santoro que acaba de voltar de longa temporada na Alemanha. Santoro comandou a orquestra por duas vezes até sua morte no palco, em 27 de março de 1989, durante o ensaio geral de abertura da temporada.

OS MAESTROS

Maestro Claudio Cohen

Assim como muitos postos da administração pública, a função de regente titular é de confiança do governador. Daí porque existe muita rotatividade. Dirigiram a orquestra os maestros Emílio de Cesar, Silvio Barbato, Julio Medalha, Elena Herrera e Ira Levin. Entre os maestros convidados, alguns famosos como os brasileiros Camargo Guarnieri, Isaac Karabtchevsky, Eleazar de Carvalho, John Neschling e

muitos estrangeiros de renome. As preferências musicais, estéticas e o estilo de trabalho de cada um moldaram as características interpretativas do conjunto, tornando-o um dos melhores do país.

AS APRESENTAÇÕES Além dos concertos sinfônicos, que incluíram solistas consagrados como Nelson Freire, Magdalena Tagliaferro e Antonio Meneses, constam do repertório óperas de grande sucesso que sempre lotaram as encenações. Destacamos A Flauta Mágica, de Mozart; Carmen, de Bizet; Madame Butterfly e La Bohème, de Puccini. Com o efetivo de 85 músicos (o ideal é cerca de cem), a orquestra, hoje sob a regência de Claudio Cohen (foto), se apresenta regularmente às terças-feiras na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional; em datas oficiais como o Dia do Trabalho, o aniversário de Brasília, o Sete de Setembro, (geralmente ao ar livre) e, ocasionalmente, em viagens pelo Brasil e pelo exterior. Em Roma, por exemplo, numa execução na Praça Navona, em frente à Embaixada brasileira, a orquestra foi ovacionada por 15 mil pessoas. Nos concertos realizados em Cuba, Lisboa e até na longíssima Correa do Sul, nossos músicos também foram muito aplaudidos por plateias acostumadas a frequentar conjuntos musicais de primeira categoria. A parte didática fica por conta de apresentações periódicas para alunos da rede escolar do Distrito Federal. A popularidade da orquestra é tanta que virou folclore e passou para os anais com o livro “História de uma Orquestra em Cordel”, de Clinaura Macedo, violinista da orquestra. * Bohumil Med professor emérito da Universidade de Brasília Colaboração: Regina Ivete Lopes

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Mundo Animal

Por: Aline Ricciardi | Fotos: Gustavo Lima

Amor aos pets Como todo ser vivo, cavalos precisam de cuidados básicos e o bom senso é a melhor receita

Q

uando falamos em animais como cães e gatos, imaginamos que o tratamento é mais simples do que em animais de grande porte como os cavalos. Errado. Como diz o ditado: “tamanho não é documento”. Como todo animal, eles também precisam de atenção. Na verdade, o cavalo é um animal pet. À medida que eles foram se adaptando a esportes como corridas e saltos, os mesmos tomaram outras proporções. Geralmente, cães e gatos são tratados por profissionais em clínicas e pet shops e os equinos são tratados em campo. O veterinário e professor de cirurgia e obstetrícia da Universidade de Brasília (UnB), Fabio Henrique Ximenes declara que “quando os cavalos não são devidamente tratados, as doenças mais comuns são as patologias de locomoção como tendinites, fraturas, artrites e manqueiras. Esse tipo de animal também sofre muito com cólicas, mais conhecido como abdômen agudo, doença causada

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por problemas no manejo alimentar”. Além dessas, outras enfermidades também causam bastante preocupação para os veterinários. Problemas promovidos por carrapatos e complicações respiratórias como adenite equina, garrotilha e influenza equina podem até sacrificar um animal desse porte. No tocante ao fator nutricional, esse bicho herbívoro necessita de alimentação por pelo menos duas vezes ao dia com muita fibra, sal mineral e água. Vale lembrar que o sal mineral dado para os equinos é diferente do sal mineral servido para os bois e vacas. Dependendo das tarefas do animal, os veterinários costumam incluir os concentrados de manutenção como forma complementar à alimentação. As quantidades variam de acordo com a atividade de cada um. Como cuidar de um cavalo é um trabalho que requer muito cuidado e dedicação, ferrar um equino que serve como sapato para proteger as patas contra pedras, vidros quebrados ou

Feto de cavalo


qualquer outro objeto que possa ferir o animal, é uma atitude definitiva na vida do animal. O casco precisa estar bem limpo e a superfície bem alinhada. Um bom ferreiro consiste em consertar os defeitos do casco. A partir dos dois anos de idade, o cavalo já possui estrutura para carregar uma pessoa leve e por pouco tempo no lombo. Quanto mais cedo ele reconhecer o seu dono, mais amigos eles ficarão. A sua plenitude acontece entre os quatro e cinco anos de idade. O ajuste do arreio é outra atividade que precisa ser feito com o máximo de cuidado. Se a sela não se apoiar na coluna pode causar o que os veterinários chamam de “pisadura” e o cavalo fica estragado para sempre. O correto é que a barrigueira da frente fique a pelo menos uns quatro dedos dos “braços” do animal e a segunda, logo atrás do meio da barriga. A dica é observar se o cavalo não está mastigando demais. É quase certo ele estar sentindo algum tipo de incômodo. Já ouviu alguém dizer que não se deve falar muito alto perto de um cavalo para que ele não se assuste e fique nervoso? Pois é. Por ser um animal facilmente estressável, os veterinários recomendam passeios diários para relaxar. Além de ser um bom exercício, claro. Como recompensa, um banho caprichado, uma boa comida e uma água fresquinha são uma boa pedida e tudo que eles precisam e merecem. Como o cavalo é um amigo do homem, ele vem sendo utilizado para tratamento equoterapêutico, que con-

siste na reabilitação ou educação de pessoas portadoras de deficiência física ou de necessidades especiais. As intenções desse tipo de tratamento foram criadas nos fundamentos básicos, ou seja na relação do praticante de equoterapia e o animal, juntamente com a abordagem interdisciplinar voltados para a saúde, educação e equitação. Fatima Barboza, coordenadora de Infraestrutura da Associação Nacional de Equoterapia explica que “a Ande-Brasil é uma sociedade civil, de caráter filantrópico, terapêutico, educativo, cultural, desportivo e assistencial, sem fins lucrativos, com atuação em todo o território nacional, tendo sede e foro em Brasília”. A associação conta com alguns profissionais como fisioterapeutas, tratadores, psicólogos, psicopedagogos, veterinários, entre outros. Os pacientes podem variar entre dois e oitenta anos, mas a maioria ainda é o público infantil. A coordenadora enfatiza que as pessoas que fazem tratamentos no local não são chamados de pacientes, mas de praticantes de equoterapia. A palavra Equoterapia é de propriedade da Ande-Brasil, registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) do Ministério da Indústria e Comércio, sob o nº 819392529, registros de marcas e patentes. Serviço Associação Nacional de Equoterapia www.equoterapia.org.br HUB - Granja do Torto

Aula de equoterapia

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Jornalista Aprendiz Getúlio Romão

Cidade do

Comércio

Por: Gustavo Ferreira

Taguatinga Norte - cidade independente.

Taguatinga é considerada o maior centro econômico do Distrito Federal. Concentra a maior diversidade de lojas e atrai moradores do entorno para as compras

D

e acordo com uma pesquisa sobre o comércio do Distrito Federal realizada no ano passado, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio/DF), Taguatinga apareceu como a cidade que mais possui lojas, totalizando 15 mil estabelecimentos comerciais. Além disso, a cidade é detentora do maior shopping aberto horizontal, localizado nas avenidas Comercial Sul e Norte. Nestes dois centros comerciais, pode-se encontrar todo tipo de mercadoria, desde parafusos a venda de automóveis, passando por roupas, calçados e outras utilidades. Por conta do crescimento desordenado, em 5 de julho de 1958, Taguatinga nasceu com capacidade de abrigar no máximo 30 mil habitantes. Mas devido a forte pressão social, hoje Taguatinga já possui mais de 300 mil habitantes, segundo dados da Administração Regional da cidade. Por conta do comércio forte e independente, a zona central de Taguatinga é frequentada especialmente pela população local, mas pessoas de outras cidades satélites também vão à cidade em busca de novidades. Estima-se que diariamente, 250 mil pessoas circulem por Taguatinga. Considerada o coração econômico do Distrito Federal, a cidade foi a primeira Região Administrativa criada ofi-

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cialmente para pôr fim aos aglomerados populacionais que foram criados, na área urbana central de Brasília, na época de sua inauguração. O administrador da cidade, Rubens Tavares e Souza, explica que a cidade cresceu muito rapidamente e Brasília não tinha condições de receber tantas pessoas que saíam de seus estados em busca de uma vida melhor. “Brasília se inchou depressa demais e Taguatinga surgiu para acolher as pessoas de fora”, relembra. Pioneiro em Taguatinga, Rubens sempre acompanhou de perto o desenvolvimento da cidade. Na opinião do administrador, o comércio da cidade é melhor desenvolvido por estar localizado entre as regiões de Samambaia, Ceilândia e Águas Claras. “Taguatinga é um grande centro econômico, pois está localizada no meio de uma região que possui mais de um milhão de habitantes”, afirma. O administrador acredita também que Taguatinga tem um perfil comercial diversificado e pode ser considerada totalmente independente. “Taguatinga sobrevive muito bem do comércio e não depende de nenhuma outra cidade satélite para se desenvolver”, disse. De acordo com números da Fecomércio, Taguatinga possui a maior arrecadação econômica do DF, sendo responsá-


vel por cerca de 45% do faturamento anual da economia local.

Comprar é mais barato em Taguatinga Estudante e microempresária, a moradora da Asa Norte, Luciana Soares, 15 anos, costuma ir a cidade semanalmente para comprar peças de montagem para bijuterias. Para ela, vale à pena sair do Plano Piloto em busca de peças novas. Em Taguatinga a diversidade de produtos e o preço baixo são as maiores vantagens. “Aqui encontro peças diferentes e como o valor é mais em conta, dá para gastar menos e comprar mais”, revela. Ana Paula Medeiros, 17 anos, nasceu e sempre morou na cidade. Hoje faz curso de técnico em Enfermagem e trabalha em uma videolocadora, localizada na quadra CNB. Antes de

começar a trabalhar em Taguatinga, a adolescente ia todos os dias para um estágio no Plano Piloto. Para ela, a cidade também é boa para se trabalhar. “O bom é que não preciso sair daqui para trabalhar. Gosto muito daqui e o salário que recebo é melhor do que eu recebia no Plano, então, para mim, compensa continuar trabalhando em Taguá”, fala com intimidade. O estudante Fernando Mendes Oliveira, 18 anos, também fica do lado da cidade quando se trata de oportunidades no comércio. Estudante do 3º ano do Ensino Médio, Fernando conseguiu seu primeiro emprego há um mês, em uma loja de roupas. “Tentei várias vezes arranjar alguma coisa no Plano Piloto, mas lá o comércio é mais fechado. Aqui tive mais chance de ser empregado”, afirmou.

Serviço Gustavo Ferreira é estudante do 5º semestre de Jornalismo no UniCEUB

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Propaganda e Marketing

Carlos Grillo*

Marca de Governo X Marcade Estado E

nquanto debatíamos os erros e os acertos da nova marca do Governo Federal, meu amigo André Fagundes, publicitário provido de senso crítico e excelente mau humor, lançou a provocação: governos devem ter marcas? Elas são mesmo necessárias? André acredita que não. Eu sempre tive dúvidas sobre o tema e aproveitei a ocasião para pensar a respeito. Parti da premissa de que só é legítimo um governo assinar suas peças de comunicação se isso trouxer algum benefício para a sociedade. A meu ver, uma tese justa, pois a publicidade oficial é custeada pelo erário público. Antes de prosseguir, é importante conceituar marca. Entre as inúmeras definições disponíveis, escolhi duas que se complementam. A primeira é a concepção clássica adotada pela American Marketing Association: “nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação deles, com o objetivo de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo e diferenciá-los da concorrência.” A segunda, mais moderna e aceita atualmente, diz que marca se traduz em “uma cultura e uma dinâmica de relações estabelecida entre a empresa/ produto e a comunidade, que cria valor para todas as partes integrantes do ecossistema em que esse valor é criado.” Em primeira análise, adaptados ao universo da gestão pública, os conceitos acima conferem legitimidade às marcas de governo como instrumentos de identificação e relacionamento com o povo. Nesse contexto, a marca assume responsabilidades importantes. Entre elas: ser um vetor das políticas públicas; prestar contas das ações desenvolvidas; oferecer transparência no uso dos recursos; estabelecer pontos de contato; abrir canais de diálogo; e criar vínculos com a sociedade. Existe, é claro, o risco de esses papéis serem desvirtuados e a marca servir a propósitos partidários e eleitoreiros. Para evitar que isso aconteça, temos mecanismos estabelecidos, a exemplo da lei que proíbe o governo de identificar suas peças em período de eleições. Dispomos também de órgãos destinados a defender o patrimônio nacional como é o caso do Ministério Público. E, no limite, ainda cabe a nós, cidadãos, fiscalizarmos e pressionarmos para que outros meios de proteção sejam criados e implementados. Tantos quanto forem necessários.

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Mas até que ponto é aceitável que um governo invista na construção de uma marca com dinheiro público? Bem, no cerne dessa resposta, encontra-se a natureza das ações. Campanhas institucionais cujo único objetivo é valorizar o próprio governo, são inaceitáveis. Já campanhas de mobilização social, educativas, informativas e outros esforços que visam ao bem comum, não só podem como devem ser assinadas. O problema está em definir o que é útil e gera valor para o coletivo. A linha que separa a informação pertinente do lixo publicitário é tênue e subjetiva. E, nesse caso, resta-nos o bom senso. Ações de prevenção da dengue ou do câncer de mama não deixam dúvidas. Placas de obras também não. O governo tem o dever de mostrar onde aplica nossos impostos e nós temos o direito de saber. Porém, o que dizer de campanhas de datas comemorativas? Dia do Servidor Público, por exemplo. Vale investir milhares, às vezes milhões de reais, para felicitá-los? Parece desperdício, mas, ao mesmo tempo, soa estratégico. Difícil bater o martelo. Seja como for, é positivo que os governos lancem mão de marcas, desde que elas trabalhem para fortalecer uma ainda maior: a do Estado. Em pesquisa global que determina o valor da marca de um país a partir de dados como exportações, governança e turismo, a marca Brasil foi avaliada em US$ 255 bilhões, 22ª no ranking. A lista é liderada pelos Estados Unidos: US$ 19,7 trilhões. O estudo, chamado Nation Brands Index, é realizado por Simon Anholt, especialista britânico em marcas e consultor da ONU. Em sua breve passagem pelo país no ano passado, Anholt deixou-nos um dever de casa: “O Brasil hoje tem a oportunidade (com a Copa e as Olimpíadas) de apresentar uma história e uma identidade para ser lembrada por várias gerações. Neste momento, o país precisa de uma visão organizacional de longo prazo”.

Pense nisso. E até semana que vem. *Carlos Grillo Sócio Diretor da Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais Email: grillo@monumenta.com.br Twitter: @carlosgrillo



Vinho

Antônio Duarte*

Cor do vinho do Porto

A

cor dos diferentes tipos de Vinho do Porto pode variar entre o retinto e o alourado-claro. Sendo possíveis todas as tonalidades intermédias (tinto, tinto-alourado, alourado e alourado-claro). Os Vinhos do Porto Branco apresentam tonalidades diversas (branco pálido, branco palha e branco dourado), intimamente relacionados com a tecnologia de produção. Quando envelhecidos em casco, durante muitos anos, os vinhos brancos adquirem, por oxidação natural uma tonalidade alourada claro muito semelhante à dos vinhos tintos muito velhos.

DOÇURA Em termos de doçura, o Vinho do Porto pode ser muito doce, doce meio-seco, seco ou extra seco. A doçura do vinho constitui uma opção de fabrico, condicionada pelo momento da interrupção da fermentação. No quadro seguinte, faz-se a caracterização dos vários tipos de Vinho do Porto quanto à doçura.

Classe de Doçura Açúcares (g/l) Extra-seco

< 40

Seco

40 – 65

Meio-seco

65 – 90

Doce

90 – 130

Muito doce

> 130

AGUARDENTAÇÃO OU BENEFÍCIO A aguardentação confere ao vinho características organolépticas peculiares. Melhora a estabilidade químico-

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-enológica, ao mesmo tempo que permite controlar o grau de doçura final do vinho. Assim, a fermentação deve prosseguir até o momento em que a quantidade de açucares não fermentados dá ao vinho a doçura desejada. O mosto (sumo de uvas frescas) em fermentação é então separado das partes sólidas (escorrimento). Passa para cubas onde é interrompida a fermentação por adição de aguardente vínica (benefício), em proporções determinadas. É determinante fazer-se uma escolha criteriosa do tipo de aguardente a aplicar no benefício, já que a sua composição química e o seu potencial aromático são fundamentais para a obtenção de um Vinho do Porto de alta qualidade. O Instituto do Vinho do Porto aplica um esquema de controle rigoroso a todos os lotes de aguardente vínica que irão ser utilizados na produção do Vinho do Porto. O controle qualitativo é realizado através da análise laboratorial e sensorial.

RECEITAS COM VINHO DO PORTO Drinques

½ Vinho do Porto Ruby 25 ml Champagne ou espumante brut q.b. 1 cereja Modo de Preparo Em uma taça flûte, colocar os vinhos do Porto e completar com o espumante. Uma cereja no fundo do copo enfeita o drink. 3 - Porto Manhattan : 2/3 de whiskey americano 1/3 de Vinho do Porto Gotas de angostura Modo de Preparo Misturar todos os ingredientes, mexer bem e servir gelado.

Pratos salgados

1 - Pastéis de bacalhau ao Porto 250g de bacalhau dessalgado 200g de batata ½ cebola 1 taça de vinho do Porto Tawny 125 ml 3 a 4 ovos Salsinha picada q.b. Sal, pimenta branca moída na hora Noz-moscada Azeite

Modo de Preparo

Modo de Preparo Num copo long drink, coloque o Porto, o gelo, o limão e a água tônica até completar. Mexer com a colher bailarina.

Fazer um purê com as batatas, bem amassadas. Cozinhar o bacalhau e desfiá-lo. Cuidado para não cozinhar demais. Numa tigela, junte purê, bacalhau, cebola, salsinha, o vinho do Porto, sal, pimenta e a noz-moscada. Incorporar os ovos um a um, até a massa ficar com boa consistência. Moldar os pastéis com duas colheres e fritar em azeite bem quente. NÃO USE FARINHA DE TRIGO NUNCA. Para acompanhar, vinho do Porto Tawny.

2 - Kir do Porto : ½ Vinho do Porto Branco 25 ml

*Antônio Duarte é presidente da filial brasiliense da Associação Brasileira de Sommeliers

1 – Portonic : 1 dose de Porto Branco 50 ml 3 cubos de gelo 1 rodela de limão Água tônica quanto baste


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Boa leitura com um bom café

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Fotos: Divulgação

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Empresária das lojas Fabrizio Giannone

Superintendente do Liberty Mall

Fernando Daltro

João Teodoro da Silva

Livro Marketing de baixo custo e alto impacto Autor John Jantsch Editora: Thomas Nelson Brasil

Livro A cabana Autor William P. Young Editora: Sextante

Livro 1808 Autor Laurentino Gomes Editora: Planeta Brasil

Livro A nuvem – 50 anos de história do Brasil Autor Sebastião Nery Editora: Geração Editorial

Este livro mostra como você pode desenvolver e executar um plano de marketing que dará aos seus negócios a vida e a longevidade que você sabia que poderia ter quando tomou a decisão de abrir seu próprio negócio. As três seções deste livro apresentam o sistema Marketing Silver Tape e mostram como aplicar os princípios desse marketing em seus negócios.

O livro, que é best seller mundial desde seu lançamento em 2008, impressionou a empresária com seu mote repleto de religiosidade e mensagens positivas. A obra conta a história de um homem que tem sua vida virada do avesso após o desaparecimento de sua filha. Após investigações, os indícios apontam que a menina pode ter sido assassinada em uma cabana remota. É lá que, quatro anos depois do início do mistério, ele irá buscar respostas ao ser convidado por um bilhete supostamente assinado por Deus. “A cabana é um livro que te transporta para o divino sem maiores barreiras. É uma história muito forte, mas que reforça que no final tudo vale a pena”, comenta Eliane.

O livro “1808”, de Laurentino Gomes é encantador, pois resgata e conta a vinda e história da corte lusitana no Brasil. O autor trata com maestria as condições políticas, econômicas e sociais de um importante momento da história brasileira, expondo os vícios e erros cometidos no passado. Recomendo esta leitura a todos que querem entender a origem de nosso país.

Trata-se de um livro de memórias que traz a retrospectiva histórica da vida política de nosso país, iniciando-se antes da Revolução de 64 e indo até os dias de hoje. Toda a narrativa é feita sob o ponto de vista do autor, o jornalista Sebastião Nery, que tem sido um expectador privilegiado dos bastidores políticos do Brasil. Profissional de imprensa, ele atuou nas principais redações, foi assessor político de figuras históricas, conviveu com personagens reais e testemunhou bastidores da política brasileira. Entre as personagens reais, figuras como Leonel Brizola, Juscelino Kubistchek e Lula. São 600 páginas que resumem o Brasil contemporâneo da últimas décadas. O livro todo é muito bom de se ler. A gente sente vontade de não interromper a leitura até que a obra termine.

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Eliane Veloso

Presidente do Cofeci


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Frases O corpo é para ser mostrado, não para ser coberto. Marilyn Monroe

Quer ter uma vida extraordinária? Tenha uma mente extraordinária. Fernando Viel

Se encontrar alguém que ama na sua vida, agarre-se a este amor. Lady Di

O problema com a censura é que eles se preocupam se uma garota tem peito. Deviam se preocupar se ela não tivesse. Marilyn Monroe

Estou tentando ganhar novos fãs. Eu amo os fãs que já tenho e isso é para eles. Lady Gaga

Se eu progredir, siga-me; se eu morrer, vinga-me; se eu recuar, mata-me! Benito Mussolini

Não preciso drogar-me para ser um gênio; Não preciso de ser um gênio para ser humano; mas preciso do teu sorriso para ser feliz. Charles Chaplin

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Há uma coisa tão inevitável quanto a morte: a vida. Charles Chaplin


Justiça

A

Roberto Caldas*

Prestação de serviços e a modernização do Brasil

terceirização do trabalho mediante a contratação de empresa prestadora de serviços ou de cooperativas de trabalho é questão que exige urgentemente normatização legal para evitar prejuízo maior ao crescimento do nosso país. Para melhor entender a questão, terceirizar o trabalho significa uma empresa contratar outra empresa ou uma cooperativa que disponibilizará mão de obra qualificada e especializada para a tarefa que se pretende realizar. São inúmeras as funções e atividades que podem ser terceirizadas, tais como: serviços em geral (segurança, limpeza, informática, atendimento ao público, atendimento via telefone, venda, instalação e reparação de equipamentos, recepção, entre outros tantos). Ainda, terceirização de manufatura de produtos, como fazem as montadoras de veículos que nada produzem e compram de empresas terceiras as várias peças que compõem um automóvel. Os médicos, por exemplo, são prestadores de serviços e se reúnem em cooperativas para oferecerem serviço de grande qualidade, sem a necessidade de vínculo direto com as instituições da saúde. O cooperativismo, aliás, não é novidade. Ao contrário, remonta ao

século XIX e nasceu como forma de organização, produção e trabalho alternativo aos existentes à época. A grande discussão nos dias de hoje é se é possível que uma empresa terceirize todas as suas atividades ou somente aquelas que não estão especificadas em seu contrato social. Um hospital tem, certamente, na sua natureza a prestação de serviços médicos, mas é plenamente aceito na Justiça do Trabalho a contratação de profissionais da área pela via da cooperativa. Uma montadora de automóveis existe para fabricar e vender automóveis, mas sabemos que ela não os fabricam, apenas os montam com as peças fornecidas pelas empresas prestadoras de serviços, que depois, são vendidos pelas empresas que comercializam o produto final. As atividades ligadas a serviços gerais, contudo são entendidas como de responsabilidade direta do empregador e não podem, em regra, ser terceirizadas para que se mantenha a ideia de que uma empresa é uma pessoa jurídica composta por pessoas físicas que desenvolvem as suas atividades com o objetivo de competir no mercado e auferir lucro. Essa concepção está ultrapassada, pois com o desenvolvimento

assustador da cibernética, a computação, a internet e todos os equipamentos colocados à disposição para realização de tarefas, não se pode pensar que a única possibilidade de trabalho e produção aconteça em uma empresa fechada entre quadro paredes recheada de pessoas. As grandes “empresas” virtuais atuam mundo afora e não dependem de mais de duas pessoas para existir, vender, lucrar e se tornarem conhecidas e respeitadas. Necessário, sem dúvida, que o Congresso Nacional se debruce sobre este assunto (existem vários projetos de lei em tramitação), para regular a matéria a fim de desregulamentar e flexibilizar o trabalho, o que fará crescer mais rapidamente todos os setores produtivos, beneficiando o desenvolvimento do país. Todos ganharão: o empresário por contar com um serviço de melhor qualidade sem precisar desembolsar encargos extras e o prestador de serviços por desenvolver atividade sua, sem subordinação e com melhores condições de trabalho e de qualidade de vida.

*Roberto Caldas Alvim de Oliveira Advogado em Brasília – especializado em Direito e Processo do Trabalho

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Diz Aí, Mané

Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos que recebemos todo dia.

Existem dois tipos de animais: os que vivem em cativeiro e os que não vivem. Ultimamente, surgiram um terceiro tipo que corresponde aqueles os que são presos pela polícia federal. Todos os fiscais são subordinados. É a propina.

Tudo isso colaborou com a estinção do micro-leão dourado.

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Ultimamente não se fala em outro assunto anon ser sobre... Imaginem a bandeira do Brasil. O azul representa o céu, o verde representa as matas, e o amarelo o ouro. O ouro já foi roubado e as matas estão quase se indo. No dia em que roubarem nosso céu, ficaremos sem bandeira.

O araras azuls ficavam sob voando as matas.

Os animais acabam sem água para beber e para tomar banho.

O direito humano para mim tinha que ser igual para todos.


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Turismo

Jaime Recena *

“Bem Receber Copa” Prepara Brasília para ser destino turístico mundial

O

“Bem Receber Copa” é muito mais do que um programa de capacitação de profissionais do turismo. Na verdade, ele marca o início de um projeto mais ambicioso, que é o de consolidar o Brasil como destino turístico internacional. Os cursos de capacitação gratuitos criados pelo Ministério do Turismo (Mtur), em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-DF), visam qualificar trabalhadores e empresários a prestarem um atendimento profissional consistente para quem aqui chega. Em Brasília, o programa “Bem Receber Copa” deverá capacitar, este ano, cerca de 130 empresas ou aproximadamente 1.3 mil profissionais. Devido à grande demanda pelos cursos no DF, estamos pleiteando junto ao Ministério a ampliação do número de vagas. A capacitação se divide em três cursos. O primeiro, de multiplicador, é voltado a gestores, proprietários de estabelecimentos, cargos de liderança em bares e restaurantes que serão responsáveis pela circulação do conhecimento em sua empresa. Durante este curso, os multiplicadores recebem material didático como vídeo-aula, livro, DVDs informativos, totens ilustrativos, folheterias, mapas e um kit de idiomas (inglês ou português). Mais do que o curso em si, o multiplicador terá de assumir o compromisso de atualizar o treinamento de seu quadro de pessoal para a Copa de 2014. O segundo curso, criado para atender garçons, hostess, maitres, commis e recepcionistas de estabelecimentos do ramo, visa formar profissionais com sólidos conhecimentos sobre o turismo e como encantar o visitante por meio de noções de hospitalidade e de técnicas de bem atendimento. Já o terceiro e último curso, de natureza mais técnica, trata da segurança alimentar. Dele participam chefes, cozinheiros e todos aqueles trabalhadores responsáveis pela manipulação segura de alimentos, a fim de evitar riscos à saúde do turista. Aqui é uma sugestão, assim não fica melhor?

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Ao todo, em Brasília, já formamos 16 turmas. Das quais, seis de multiplicadores, sete de atendimento e outras três relativas à segurança de alimentos. Em todo o país, deverão ser qualificadas 13 mil pessoas. Desse montante, a previsão é de que sejam qualificados três mil profissionais no curso de segurança dos alimentos, outros 7, 5 mil em atendimento e mais dois mil para o curso de multiplicador. Outra finalidade dos cursos é contribuir para a criação, nos próprios estabelecimentos, de Pontos de Informação ao Turista (TIP) e de Multiplicadores de Informação ao Turista (MIT), que vão agilizar o acesso dos visitantes a informações básicas como pontos de visitação, hospitais, localização de agências de viagem, disponibilidade de serviços como locação de carros, postos policiais e a respeito de atividades culturais. Trata-se de um trabalho gigantesco, que envolve a capacitação de profissionais como taxistas, garçons, recepcionistas, comerciantes e artesãos. No país, a expectativa é de que sejam capacitadas cerca de 300 mil pessoas, cujo conhecimento passa a ser um legado, um patrimônio material, humano e tecnológico às futuras gerações. A Abrasel tem por missão é representar e desenvolver o setor de alimentação fora do lar. Promovendo ações que contribuam para a profissionalização e fortalecimento da imagem e qualidade das empresas do segmento no Distrito Federal. Queremos que a capital federal apresente a excelência e diversidade de sua gastronomia. Essa é uma motivação a mais. Não somente de atender bem às diferentes culturas, mas para fazer com que o turista permaneça por mais tempo em nossa cidade. Llevando na bagagem de volta um sabor muito especial de Brasília. * Jaime Recena é empresário e presidente da Abrasel-DF



Ponto de Vista

*Wasny de Roure

Novo caminho, nova relação A

lguém já disse que liderar é construir relacionamentos duradouros, baseados na confiança, no exemplo, respeito e justiça. Eu também acredito que a grande busca da negociação da liderança é o consenso. O apego a tais pressupostos e convicções e a fidelidade à minha trajetória política – na qual sempre procurei observar princípios como esses – me motivaram e estimularam a aceitar o grande desafio de liderar o governo na Câmara Legislativa do Distrito Federal. A disposição do governador Agnelo Queiroz de construir uma relação de parceria e respeito com a Câmara Legislativa foi fator determinante para que eu assumisse esse papel de interlocutor e mediador. É gratificante estar ao lado de um governante que respeita a autonomia do Legislativo e a composição de forças da Casa, única maneira de atender aos reais interesses da população, que não aceita negociatas e nem práticas escusas dos seus representantes. O governador deixou claro em seu discurso de posse que nem sempre será possível concordar em tudo com os parlamentares. Mas externou de maneira inequívoca, a sua confiança na construção de um diálogo respeitoso e consequente, com a finalidade de compartilhar objetivos comuns para o bem do povo do Distrito Federal. Foi assim na composição das comissões permanentes da Câmara Legislativa e de seus presidentes, nas quais se fez representar todas as correntes políticas da Casa, atendendo ao princípio da proporcionalidade, da independência de

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cada partido, da ética nas negociações e do respeito ao regramento legal. Como líder, não tenho me furtado a debater – à exaustão – os projetos e iniciativas do Executivo com todos os deputados distritais, suas assessorias técnicas e representantes do governo. Entendo que, somente assim, construiremos uma relação de confiança, deixando claro que esse é um governo da transparência e que trata o interesse público com decência, cuidado e sem nenhum viés hegemônico ou autoritário. Exemplo disso foi o grande acordo que fizemos com todos os deputados para votar o chamado “pacote da saúde”, projetos que criaram 11.730 cargos na estrutura da Secretaria de Saúde, além da liberação de R$ 27 milhões para ações emergenciais no setor. Também negociamos a aprovação de outro projeto importante para o DF, enviado pelo governo, que vai viabilizar a contratação do empréstimo de US$ 55 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID. Esse dinheiro vai financiar a execução do Programa de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal – ADEs. São investimentos que irão beneficiar direta e indiretamente a população de seis regiões administrativas e parte dos moradores do Entorno, com a geração de emprego, bens e serviços. Vamos começar a discutir nos próximos dias o projeto que regulamenta no Distrito Federal o tratamento favorecido, diferenciado e simplificado para as microempresas de pequeno porte, cooperativas e microempreen-

dedor individual. Serão beneficiadas com a regulamentação mais de 87 mil microempresas e empresas de pequeno porte, além de milhares de microempreendedores individuais, como camelôs, borracheiros, manicures, barbeiros, eletricistas, costureiras, etc. É objetivo do governo mobilizar os deputados e todos os atores sociais envolvidos com esse tipo de empreendimento no DF. Um outro tema que já está em pauta e começamos a debater é a revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT). A intenção do governo é valorizar o papel do Legislativo local de propor soluções, de apresentar demandas e de mediar o debate com a sociedade. Somente assim, poderemos pensar o Distrito Federal e o seu planejamento urbano de forma harmônica, sustentável, juridicamente defensável e visando somente o bem estar da coletividade. Essas são apenas algumas iniciativas de um governo que ainda não completou dois meses de existência, mas já um bom começo de um projeto político que vem por um novo caminho: o do diálogo, da construção de relações respeitosas, do decoro no trato com a coisa pública e da sensibilidade social. Como líder do governo, tenho a honra, não a vaidade, de ser mais um ator na construção desse caminho novo. Líder serei enquanto merecer a confiança daquele que me convidou para essa missão. * Wasny de Roure é deputado distrital pelo PT e líder do governo na Câmara Legislativa


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Charge

Eixo Monumental

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