Plano
24 de janeiRO de 2012 Ano 10 · Edição 106 · R$ 5,30
BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r
Internet x Corrupção A vez das mídias sociais
106
MESA REDONDA Mourad Ibrahim Belaciano Meio Ambiente Urbanização ameaça parque Personagem Adeus, Boi Teodoro!
Sumário
09
32 46
52 60
50 08 Cartas
38 Educação
64 Agenda Cultural
09 Mesa Redonda
40 Tecnologia
66 Meio Ambiente
14 Brasília e Coisa & Tal
44 Cotidiano
68 Propaganda e Marketing
16 Panorama Político
46 Automóvel
18 Política Brasília
48 Vida Moderna
20 Dinheiro
50 Esporte
22 Capa
52 Personagem
28 Cidadania
54 Saúde
30 Gente
56 Moda
32 Cidade
58 Dança
78 Cresça e Apareça
34 Brasília
60 Cultura
80 Ponto de Vista
36 Mercado de Trabalho
62 Gastronomia
82 Charge
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PLANO BRASÍLIA
70 Vinho 72 Tá Lendo o Quê? 74 Frases 75 Justiça 76 Diz aí, Mané
Expediente
Carta ao leitor Caro leitor, Acaba de partir para outro plano, aos 91 anos bem vividos, uma figura que aportou em Brasília nos primórdios, vindo do Maranhão
DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br
terra natal via Rio de Janeiro. Por coincidência ou não, Teodoro
DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br
centenária daquelas plagas nordestinas- foi trabalhar no então
Freire, um bailante (ou brincante) do Boi desde menino – tradição incipiente campus da UnB, indo morar em Sobradinho, onde, com ajuda do reitor Darcy Ribeiro, criou o Centro de Tradições Culturais.
Plano
BRASÍLIA
E aí começou, há 45 anos, a brincadeira, ou seja, a introdução do
Editora-Chefe Elisa de Alencar
Brasília, retratada pela repórter Alexandra Dias, dizendo esperar
Chefe de Redação Joaquim Jodelle DESIGN GRÁFICO Eward Bonasser Jr, Líbio Matni e Raphaela Christina
Boi do Teodoro na cultura da nova capital. Na bagagem, a paixão de torcedor do Flamengo e da Mangueira – herança da passagem por terras cariocas. Antes de partir, deu uma entrevista à Plano que os herdeiros continuassem a tradição do Boi Bumbá. Na nossa capa, abordamos os 16 anos da internet na Brasil
CRIAÇÃO Paula Alvim
e as mudanças sociais que ela vem provocando no mundo, fato
FOTOGRAFIA Fábio Pinheiro e Victor Hugo Bonfim
observado nas inúmeras mobilizações ocorridas no coração
EQUIPE DE REPORTAGEM Alexandra Dias, Caroline Aguiar, Djenane Arraes, Janaína Camelo, Pedro Wolff e Yuri Achcar
do capitalismo como Occupy Wall Street e na Europa em plena
ESTAGIÁRIOS Fernanda Azevedo e Luiz Felipe Brandão COLABORADORES Andrea Monteiro, Antônio Duarte, Bohumil Med, Carla Ribeiro, Carlos Grillo, Carlos Vasconcelos, Cerino, Claudemir Neves, Eliana Pedrosa, Romário Schettino e Tarcísio Holanda IMPRESSÃO D’ARTHY Editora e Gráfica Ltda. TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br
ebulição, mas também num Oriente Médio (Egito, Tunísia, Síria etc) que parecia em letargia eterna. No Brasil, como assinala Pedro Wolff, mais especificamente em Brasília, a maior mobilização política feita na web foi a aprovação do projeto de lei do ficha limpa. Já Djenane Arraes, conversou com o documentarista e mentor do movimento Occupy Wall Street, Kalle Lasn, cujo apelo virtual surtiu efeito. Na comemoração dos 50 anos do Parque Nacional de Brasília, local de lazer, mas também de pesquisa, mostramos numa matéria, também de Djenane Arraes, as ameaças da especulação imobiliária e da urbanização desenfreada sobre a área. Ali estão as principais espécies da fauna e da flora representativas do cerrado. A Mesa Redonda deste número traz o professor Mourad Ibrahim Belaciano, diretor da Escola Superior de Ciências da
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Saúde do DF, classificada pelo MEC entre as quatro melhores do
Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.
país. Ele ressalta suas preocupações com o ensino nas escolas de medicina e também com a política da saúde pública na capital federal e no país.
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Cartas
Fale conosco
Parabéns pela matéria da página 46 sobre a história do doutor Célio Menicucci e sua dedicação à população do Distrito Federal. Muitos dos médicos que atendem as pessoas na nossa capital precisam se espelhar no exemplo do doutor Menicucci. Fiquei muito surpresa com a qualidade da revista. Carolina Dias Lago Norte
Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br
Caros, Gostaria de parabenizar a Revista Plano Brasília pela qualidade das matérias e fotos. Gosto muito dos temas abordados, principalmente quando tratam de meio ambiente, dia-a-dia, assim como dos assuntos ligados à comportamento como por exemplo a coluna da dra. Eliane. Dione Maria Lago Sul
As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.
Errata Por uma falha técnica, deixamos de publicar a resposta do professor Venicio Artur de Lima a uma das perguntas feitas na entrevista concedida a esta revista na edição 103. Por isso, publicamos aqui a pergunta e resposta: PB> Se os avanços são barrados pela influência dos grupos tradicionais de mídia, é possível enxergar uma crescente mobilização popular em torno do assunto, suficiente para colocá-lo na pauta política? VL> Com certeza. Já está na pauta. A convocação da 1a. CONFECOM (Conferência Nacional de Comunicação) e, depois, sua realização em dezembro de 2009, fizeram com que o tema entrasse na agenda pública apesar do boicote da grande mídia. Há divergências em relação ao número, mas cerca de 25, 30 mil pessoas foram mobilizadas em torno da CONFECOM nas inúmeras conferencias locais, regionais e estaduais. Além disso, há uma questão tecnológica que não pode ser ignorada nem mesmo por aqueles atores que são contra a regulação: a revolução digital e a consequente convergência tecnológica. Hoje um novo marco regulatório para o setor de comunicações é de interesse de todos.
Mesa Redonda
Mourad Ibrahim
Belaciano
Equipe Plano Brasília: Janaína Camelo,Pedro Wolff, Yuri Achcar, Elisa de Alencar, e Joaquim Jodelle | Fotos: Fábio Pinheiro
F
undador e diretor da Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal (ESCS), Mourad Ibrahim Belaciano formou-se em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 1974. Especialista em Epidemiologia e Estatística da Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública e mestre em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba, é também professor da Universidade de Brasília (UnB), tendo atuado principalmente nos temas ligados à saúde pública.
PB > O senhor é um especialista em saúde
que atendam a população. Hoje, os
pública. Por que temos tantos problemas na
sistemas todos estão se universali-
área e sem perspectiva de solução?
zando, buscando uma saúde integral.
MB >
A crise da saúde pública não
Hoje se apontam novas possibilidades.
é só do Distrito Federal, nem do Bra-
Mas sua realização ainda está muito
sil, mas de todo o mundo ocidental,
aquém, tendo em vista as pressões
desde a Segunda Guerra Mundial. Os
e os interesses pela manutenção do
sistemas de saúde que foram criados
sistema vigente que não
já nasceram defasados, em função da
São procedimentos de alto custo, em
evolução da sociedade. Eles incorpo-
desfavor das medidas mais simples
ram tecnologias a custos crescentes
e de atenção intermediária. Daí um
sem resolver de fato o problema de
pronto-socorro muito cheio, uma su-
saúde da população, que é o que faz
perespecialização e um encarecimento
as doenças surgirem. E esse modelo
de todo o sistema, que
hospitalocêntrico está superado. Nós
pois não tem uma fonte de financia-
precisamos criar novas tecnologias,
mento segura e estável.
funciona.
não aguenta,
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E esse problema não é só da saúde pública. Os
de Medicina, Associação Médica Brasileira,
planos particulares adotam o mesmo modelo?
Federação Nacional dos Médicos. Houve
Hoje a saúde privada também começa a
uma ruptura com o grupo que fez o diagnós-
mostrar o esgotamento desse modelo. No
tico e as proposições sobre o que fazer para
fundo, é um só: é a prática do profissional
mudar. Essa ruptura assustou as escolas mé-
privilegiando muito mais a doença e os
dicas, que se retraíram. Foi quando entrou
procedimentos do que a saúde pública
um secretário de saúde no DF, o Dr. Jofran
propriamente dita. Temos três grandes
Frejat, que acompanhou essas discussões nos
frentes para enfrentar essa questão. Em
anos 90 e quis que Brasília saísse na frente
primeiro lugar, o modelo assistencial está
na busca dessas soluções. Travávamos essa
defasado. Precisamos buscar um novo
A ESCS tem alguma diferença em comparação
discussão, de como melhorar o currículo, na
modelo não apenas de assistência, mas de
a outras instituições de ensino por ser distrital e
Universidade de Brasília (UnB). A UnB não
atenção à saúde. Em segundo lugar, há um
não estar vinculada a uma universidade federal?
quis fazer essa mudança e a Secretaria de
problema de gestão. O sistema tem que
Ela é distrital porque foi implantada pelo
Saúde se dispôs a criar dentro dela uma es-
modernizar a administração e a gestão
governo do Distrito Federal, embora as
cola. Na época, isso foi um espanto. Porque a
tanto no setor público, quanto no privado.
ideias venham sendo discutidas fora do DF.
missão da secretaria é saúde, não educação.
A gestão tem que incorporar a produtivi-
Mas foi criada uma fundação mantenedora,
dade profissional e ter custos assistenciais
a FEPECS (Fundação de Ensino e Pesquisa
compatíveis. Por exemplo, a incorporação
em Ciências da Saúde), e dentro dela
de tecnologia tem que ser avaliada antes de saber se eu posso incorporá-la ou não. Porque alguém vai pagar essa conta. E a terceira frente é a questão do envolvimento, onde entra a nossa Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). No que a ESCS contribui para uma melhor saúde pública? A escola se propõe a ser parte de um problema muito maior, mais complexo, que é esse conjunto de problemas que são os elementos constitutivos de uma crise gigantesca do mundo ocidental. Brasília não é exceção, até se adianta
O modelo assistencial está defasado. Precisamos buscar um novo modelo não apenas de assistência, mas de atenção à saúde.
elaborou-se um projeto do que melhorar na formação dos profissionais da área de saúde. O curso começou a existir em 2001. Desde 2009, temos também enfermagem. E como está a qualidade dos cursos da ESCS? Os dois cursos estão sendo bem implantados. O de medicina já mostrou que é um projeto vitorioso. É muito bem avaliado em todas as avaliações externas. Em 2004, 2007 e 2010 nós ocupamos a nota máxima do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) no ranking das escolas médicas brasileiras.
a essa crise. Por que parece que a crise
Esses alunos que estão sendo formados aqui
é mais aguda aqui? Porque é mais fácil
no DF estão indo trabalhar onde?
visualizar a situação. O Distrito Federal
Nós temos um quadro misto. O vestibular
é pequeno, a população está crescendo
A reforma da educação médica vem sendo
não é voltado apenas para o Distrito Fe-
e pressiona o sistema, demonstrando
formulada desde os anos 60. Mas só nos anos
deral. Recebemos gente de vários estados,
exaustão. Temos que buscar as soluções.
90 essas ideias ganharam consistência, o que
de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio
Algumas já vêm sendo montadas pelos
fazer para mudar e melhorar a formação
Grande do Sul, Piauí. Muitos desses estu-
gestores, já se discute os novos modelos
dos médicos? Quando elas foram colocadas
dantes se formam aqui e voltam para suas
assistencial e de gestão. E na área de re-
em prática, houve uma reação muito grande
regiões de origem. Mas um percentual
cursos humanos, temos uma nova escola.
das corporações médicas - Conselho Federal
significativo está concluindo o programa
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de residência. O fator de fixação do
ideia da dedicação exclusiva. Por que não
profissional não é o curso de medicina,
podemos ter essa dedicação exclusiva que
é a residência médica. Um contingente
várias outras categorias profissionais têm? O
expressivo de médicos formados pela
que o Dr. Campos da Paz conseguiu foi fazer
nossa escola está entrando na residência e
o médico trabalhar somente na Rede Sarah.
grande parte deles está hoje na Secretaria
Para isso, ele paga muito bem ao profissio-
de Saúde, como profissionais. A ESCS
nal e pode fazer essa exigência. Se eu tenho
formou apenas seis turmas.
um sistema sem carreira estruturada e que não paga bem, como é que vou fixar esse
Como convencer esses médicos a permanece-
profissional? O sistema é tão perverso que
rem na rede pública?
atrai os médicos que sucumbem à medicina
A ESCS forma um perfil de profissional, mas
O Dr. Campos da Paz, diretor da Rede Sarah,
comercial. Mas os médicos não são os únicos
a fixação dele é do mercado de trabalho. Aí
critica que muitos médicos estão interessados
culpados dessa história. Eles são parte da
vai depender do mercado não só público
apenas em ganhar dinheiro. Alguns colegas,
culpa. Precisamos torná-los parte da solução
como privado. É outro tema complexo. Eu
inclusive, alegam a existência de um conluio
do problema. Tem que haver uma política
diria que a escola faz o dever de casa; a Se-
entre os profissionais de saúde e a indústria far-
de Estado e chamar as categorias para uma
cretaria de Saúde, que deveria ter formulado
macêutica. Como combater esses problemas?
discussão séria. A medicina não está bem
políticas de fixação de profissionais, não faz
O Dr. Campos da Paz tem razão quando diz
na sociedade. E atrair os profissionais para
o dela. Ela começou a olhar a escola muito
que parte dos médicos acaba indo para a
uma carreira novamente atraente: cuidar da
recentemente. Precisamos de um vínculo
saúde da população, das famílias, do bem-
estrutural entre a ESCS e o mercado público
-estar do paciente. E não apenas cuidar de
de saúde, que ainda não existe. Enquanto
si. A legitimidade da profissão tem que ser
isso, estamos formando para o mercado, o que pulveriza boa parte da nossa formação. Daí a falta de profissionais em algumas especialidades? E além disso, da definição de que especialidades o sistema precisa formar mais e melhor. E não deixar que o mercado defina a formação, como ocorre hoje. Precisamos estabelecer melhor esse perfil. O Ministério da Saúde tem alguns estudos que apontam essas mudanças. O
O Distrito Federal é pequeno, a população está crescendo e pressiona o sistema de saúde, que mostra exaustão.
reconquistada na sociedade brasileira. E sobre a relação dos médicos com a indústria farmacêutica? Essa relação não é clara. Acredito que ela exista em alguns casos, mas não é flagrada, é escondida. O aumento dos custos no sistema, tanto público como privado, tem chamado a atenção inclusive da bioética. Até que ponto o procedimento que vou realizar é embasado cientificamente ou está entrando na prática profissional com outros
Pró-Residência é um programa que co-
interesses? Hoje, a chamada medicina base-
meça a oferecer mais vagas de residência
ada em evidências é um capítulo novo que a
nas especialidades em que há carência e
medicina comercial. Mas não podemos ge-
medicina abre para que só sejam incorpora-
o próprio mercado de trabalho público
neralizar. Acho que temos exemplos de pro-
das tecnologias e equipamentos que tenham
começa a privilegiar essas especialida-
fissionais que têm vontade de ficar no serviço
resultados eficazes a custos compatíveis. É o
des. Precisamos radicalizar e acelerar
público. O problema é que o serviço público
que um sistema universal tem que cuidar.
esse processo. Não basta só abrir mais
não está estruturado para incorporá-los.
Não adianta eu incorporar uma tecnologia
vagas. É preciso remunerar de forma
Precisamos rever a carreira dos profissionais
de alto custo. Uma neurocirurgia que eu
diferente algumas especialidades para
de saúde. Tem que ser atraente, digna, que
coloque um implante de um determinado
serem melhor incorporadas ao sistema.
fixe o profissional. E aí lançar de novo a
componente eletrônico no cérebro e custe
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Sobre esses medicamentos específicos de
do País, como apontou o Enade. Então, o
alto custo, muitos não chegam a ser usados.
que significa isso? Que dentro da Secretaria
Para não estragarem nas prateleiras, o
de Saúde temos nichos de excelência que
senhor conhece algum acordo da Secretaria
ainda conseguem fazer um ensino de
de Saúde com os hospitais particulares para
qualidade. O projeto político da escola é
que eles sejam trocados por medicamentos
inovador, tem uma ruptura com o currículo
básicos em falta na rede pública?
tradicional. Não é por disciplina, não coloca
Não conheço esse tipo de relação. O
o aluno dentro de uma redoma em um hos-
que acredito é que precisamos aumentar
pital universitário, afastado dos problemas
a capacidade de gestão do sistema. A
da sociedade e da rede. É um currículo que
judicialização está acontecendo porque
tem dois pilares: a problematização como
R$ 150 mil. Quem vai pagar essa conta? A
houve perda do poder técnico sobre os
sistema de ensino, que não é teórico ou
dúvida é: esse componente custa caro e é
procedimentos. É preciso recuperar esse
baseado na memorização. O indivíduo tem
necessário ser incorporado pelo meu siste-
poder técnico, que os próprios médicos
que conquistar o conhecimento em cima de
ma ou atende ao interesse de alguém que o
perderam. E os gestores também per-
uma aprendizagem significativa. Eu ofereço
está produzindo e o empurrando para cima
deram a capacidade de controle sobre o
problemas para ele, e ele vai buscar as so-
do profissional. No desespero, o paciente e a
sistema, a produção do trabalho médico.
luções. Estou formando o profissional que
família fazem uma pressão enorme.
vai saber identificar o problema e ir atrás da solução. O segundo pilar é a integração
Esse é um dos motivos do aumento de deci-
entre o ensino e o serviço. O nosso aluno
sões judiciais em favor dos pacientes?
não aprende somente as doenças comple-
A judicialização que está acontecendo no Brasil hoje é o fenômeno de você tentar restringir o uso desses componentes industriais e de laboratórios, mas que acaba imposto judicialmente. A Justiça está sem parâmetro para julgar. E acaba decidindo, de última hora, na urgência, um leito de UTI, uma cirurgia, que pode não ter protocolo ou validade. Precisamos redefinir as normas e as regras do sistema. Hoje, os grandes sistemas, mais complexos, começam a se estruturar em cima de protocolos assistenciais. Se eu sigo o protocolo, eu estou me defendendo de qualquer tipo de pressão, seja da
A ESCS fez o dever de casa. A Secretaria de Saúde, que deveria ter formulado políticas de fixação dos profissionais, não fez o dever dela
xas no hospital universitário. Ele está na rede pública, dentro do Saúde da Família, do ambulatório, do hospital intermediário e terciário e do pronto-socorro. Ele tem uma noção do sistema e vive esse sistema de uma maneira problematizada durante seis anos. Ele é orientado a como encarar a família, o paciente, a contextualizar a doença. Além de uma excelente formação técnica, ele sabe relativizar o uso dessa técnica em função do contexto em que ele se encontra. É por isso que ele está sendo bem avaliado. Acreditamos que é um modelo para o sistema de saúde brasileiro. Não
família, do juiz, ou da indústria. Mas para
só o público, o sistema privado um dia vai
ter protocolo, é preciso ter gestão. Um siste-
acordar para a necessidade de se investir
ma civilizado, com regras claras, eticamente
O que o senhor acredita que a ESCS trouxe
na formação dos médicos. É preciso cuidar
defensáveis, e que possa ser atualizado não
de inovação para a saúde?
da formação dos alunos como nossa escola
só em cima da evolução tecnológica, mas da
A Escola Superior de Ciências da Saúde
cuida. O nosso ensino é tutorial, com uma
capacidade dos custos. Eu acabo conceden-
nasce dentro de uma Secretaria de Saúde.
relação muito próxima entre professor e
do um procedimento ou uma medicação de
Portanto, tem um sistema de saúde como
aluno. Tudo é discutido e questionado em
alto custo, mas falta o medicamento básico.
referência. E aí há uma grande contradição.
busca de respostas para os problemas vivi-
O juiz não está sabendo disso. Ele mandou
O sistema de saúde que tem muitos proble-
dos pela sociedade e por ele mesmo, como
cumprir. E cumpre-se. Complicado isso.
mas consegue formar os melhores médicos
um futuro profissional.
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Brasília e Coisa & Tal
Romário Schettino
Cenário I A sucessão do governador Agnelo Queiroz ainda está na fase embrionária das especulações e da construção de cenários. No primeiro cenário, Agnelo e seu vice Tadeu Filipelli tendem a repetir a dobradinha tal como está. Isto é, se o governo decolar no segundo ano do mandato. Caso o desgaste político de Agnelo se aprofunde, a paralisia do governo continue e se as pesquisas não forem favoráveis, é possível inverter a equação. Para PT e PMDB é importante estancar qualquer possibilidade de ascensão da família Roriz.
Cenário II
Fabio Rodrigues Pozzebom / Abr
Uma segunda hipótese, segundo fontes da política candanga, é o senador Rodrigo Rollemberg sair candidato numa coligação PSB-PDT-PSD. Nessa hipótese, o cargo de vice poderia ser de Liliane Roriz ou de Celina Leão. Rollemberg precisaria convencer o eleitorado da viabilidade dessa aliança. Para o clã Roriz tudo pode e deverá ser feito para derrotar Filipelli, o “traidor” da família.
Os legados da Copa O que se espera dos investimentos na Copa de 2014 é que fique algo permanente para a cultura local. O secretário Hamilton Pereira tem tocado a pasta em duas frentes importantes: estruturas e políticas permanentes e eventos obrigatórios. O esforço é enorme e os resultados estão aparecendo. O Festival Internacional de Arte de Brasília é um exemplo. A festa do 21 de abril e o Festival de Cinema, são outros exemplos. A renovação no FAC e o envio da nova lei de incentivos fiscais para a Câmara Legislativa são medidas estruturantes. O grande salto virá com ampliação do quadro de pessoal por meio de concurso público, com as condições para que os espaços culturais funcionem plenamente e com qualidade. O Museu da República com acervo próprio e muito mais exposições internacionais, a Biblioteca Nacional funcionando a pleno vapor. O Polo de Cinema transformado em Escola de Audiovisual. Tudo isso com a imprescindível participação dos ministérios da Cultura e da Educação. A hora é essa e o governo Agnelo Queiroz se quiser marcar sua história tem que investir pesado nessas propostas. Aí sim podemos dizer que o legado da Copa valeu a pena.
Diploma
Núcleo duro Surge o primeiro núcleo duro do governo Agnelo Queiroz. Segundo fontes do Buriti, o núcleo é composto por quatro letras: RCAA. São letras fortes e bem articuladas. Adivinhem!
Gama espera Com o pedido de demissão do administrador do Gama, Adauto Almeida Rodrigues, o novo nome sairá de indicação do presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício. Agora sim, o Gama sai do lugar. Os críticos de Adauto dizem que ele não tinha aptidão para o cargo e só atravancou o progresso enquanto esteve à frente da administração.
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O plenário do Senado aprovou em primeiro turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 33/2009, que restabelece a exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista. Houve 65 votos a favor e sete contra. A obrigatoriedade do diploma de jornalista foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2009, quando a maioria dos ministros entendeu que limitar o exercício da profissão aos graduados em jornalismo estaria em desacordo com a liberdade de expressão prevista no texto constitucional. Se aprovada em segundo turno, depois do recesso, a PEC seguirá para exame da Câmara dos Deputados.
Avenida O debate sobre o futuro do Eixão da Morte continua animado. Além de revitalizar as passagens subterrâneas, surge a idéia de transformá-lo de rodovia a avenida, instalando semáforos, canteiro de flores com calçadas de pedra portuguesa, faixa de pedestre e redução da velocidade para 60km/hora. Excelentes
Comunicando sugestões. O governo mandou limpar as passagens e instalar novos pardais. Falta agora eliminar os buracos que tomaram conta do asfalto após as chuvas deste verão.
Fabío Pinheiro
Uma p... comédia
variedades urbanas cultas, isto é, os modos de falar e de escrever das camadas socioeconômicas urbanas mais letradas. Mas não é apenas mais uma descrição. Esta é a primeira obra publicada no Brasil que propõe a plena aceitação das características próprias da nossa língua. Assim, ela vai na contramão das manifestações puristas dos meios de comunicação, que ainda insistem em classificar como “erro” usos documentados há mais de um século na língua falada e também na língua escrita dos brasileiros mais letrados, incluindo nossos melhores escritores”. Essa gramática ainda vai dar o que falar, ou pensar.
Ricardo Stuckert/PR
Pior que o soneto
O ator Alexandre Ribondi sobe mais uma vez ao palco, para ajudar a esquentar o verão de Brasília. Desta vez, ele vem com a comédia stand-up “A Arte de Dizer Palavrão”, dirigida por Abaetê Queiroz, teve estreia marcada no dia 6 de janeiro, no Espaço Cultural Brasília Shopping, todas as sextas e sábados às 21h. Aos domingos, às 20h. Essa peça poderia se chamar a arte de contar piada, já que não existe uma boa piada sem um palavrão. Se o palavrão existe para ajudar você a desabafar na hora que bateu o dedo mindinho no pé da cama, não perca a nova comédia de Alexandre Ribondi, e “aprenda a viver melhor!”
Gramática de Bagno A Parábola Editorial começou a divulgação da Gramática Pedagógica do Português Brasileiro, de Marcos Bagno, neste mês. Em Brasília, o lançamento será em março, na volta às aulas. Segundo Bagno, “trata-se de uma obra que pretende descrever o português brasileiro contemporâneo, com atenção especial para as
O Orçamento do GDF para a área da Cultura, em 2012, reduziu em 30% na relação com 2011. Um retrocesso inconcebível, especialmente porque os cortes foram feitos – contra a lei - inclusive na área de custeio. Mas o pior são as chamadas emendas parlamentares, que chegarão a R$ 70 milhões só para eventos culturais. Ou seja, adeus política cultural do Estado em benefício da maioria. A Frente Parlamentar da Cultura está em contato com o Conselho de Cultura do DF para discutir algum tipo de controle na execução dessas emendas. As verbas são dirigidas a pessoas e projetos particulares, sem o menor critério de prioridade e, em muitos casos, em confronto com a legalidade. É por isso que eu digo, essas emendas podem ser piores do que o soneto.
A privataria tucana Chegou às livrarias “A Privataria tucana”, livro de 343 páginas do jornalista Amaury Ribeiro Jr. Resultado de 12 anos de trabalho, a obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, recolhidos dos arquivos da CPI do Banestado e outras fontes públicas. Amigos e parentes do ex-governador José Serra teriam operado um complexo sistema de irregularidades financeiras que prosperou no auge do processo de privatização do governo FHC. Entre a indiferença do PSDB, que tenta desqualificar o livro, o silêncio da grande mídia e a tentativa de instalação de CPI no Congresso Nacional, o livro continua sendo vendido em livrarias e pela internet. Ainda falta uma resenha qualificada sobre esse trabalho. Aguardemos a palavra dos especialistas, se é que aparecerá. E-mail: romario@abordo.com.br
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Panorama Político
tarcísio holanda
A tristeza e a desolação Na região serrana do rio O
Brasil é um país que não está preparado para enfrentar qualquer desastre natural. O Rio de Janeiro é uma eloqüente prova disso. Um ano após a tragédia que deixou um trágico balanço de mortos, moradores da região serrana do Rio de Janeiro reclamam do medo, do abandono e do desperdício de dinheiro público. Basta dizer que, só em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, morreram mais de 900 pessoas, segundo cálculos da Defesa Civil do Estado. Só em Teresópolis, a segunda cidade mais atingida, foram quase 400 mortos. Um ano depois, as três cidades que mais sofreram com a tragédia – Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis – estão inquietas, uma vez que as obras de recuperação não foram realizadas. É um estado de abandono que sensibiliza qualquer pessoa. Quando existem obras naquelas cidades, elas estão sendo executadas a um ritmo excessivamente lento, que intrigam e irritam os moradores da área. Todos eles mostram-se revoltados com a inoperância dos administradores, profunda decepção pelos bens perdidos e acumulados ao longo de uma vida e dolorosa saudade pelos amigos que morreram. É visível o medo que domina os habitantes da região serrana em face da expectativa de que virão novas tempestades, que poderão repetir os estragos já causados. E o que não faltam são encostas com desabamentos, quando chove, moradores que vivem em áreas de risco e obras cuja eficiência e celeridade são postas à prova, enquanto o medo
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PLANO BRASÍLIA
domina a todos. É um cenário físico e social desolado, que causa tristeza e uma certa melancolia.
A omissão dos prefeitos Enquanto isso, os prefeitos de Petrópolis, Paulo Mustrangi (PT), de Teresópolis, Arlei Rosa (PMDB), e de Friburgo, Sérgio Xavier (PSD), fogem de qualquer contato com a imprensa para evitar as inevitáveis cobranças. Cidade com pouco mais de 296 mil habitantes, Petrópolis teve os estragos concentrados no distrito de Itaipava, conhecida pelo luxo que exibiam os ricaços de lá. Ali está o vale do rio Cuiabá, localidade que concentrou as mais de 70 mortes que ocorreram no município. Os moradores guardam na memória a madrugada do dia 12 de janeiro de 2011, quando começaram a sentir os efeitos das chuvas e dos primeiros deslizamentos. O medo que domina os habitantes dessa área é de perder os últimos pertences em nova tragédia.
A repetição das tragédias, todo ano Em vários estabelecimentos da região são conhecidas as tábuas fixadas a alturas a partir de dois metros para preservar os bens de eventual enchente. Afinal de contas, a enchente do ano passado pode ter sido a maior, mas não foi a única – basta lembrar a de fevereiro de 2008, ainda lembrada e relatada pelos habitantes. Curioso é que, ainda hoje, ao lado de montes de areia retirados do rio, uma retroescavadeira parada provoca a ira e a incredulidade
dos vizinhos. “Não é possível que todo ano se repita a mesma tragédia. Essas obras aí são para enganar bobo. Só eu tive mais de 100 mil reais de prejuízo. Apresentei todos os documentos para obter facilidades de crédito, estou pagando o que perdi e tive de repor” – desabafa Ademir da Costa Maia, 56 anos, dono de loja de construção.
Paisagem assustadora “A gente tem que rebolar. As vendas caíram quase 100%” – acrescentou, desolado, o comerciante. A sua mulher, Sandra Helena da Ponte Maia, de 44 anos, se emociona ao lembrar que morreram 13 pessoas só em sua família. “Fora amigos, clientes, vizinhos... A gente sabe que o dinheiro para reconstruir veio ou de aluguel social (benefício individual de R$ 500 mensais) ou de favor” – diz, acrescentando: “Fiquei doente por causa disso aqui. É um estado de abandono total.” Segundo município mais afetado, Teresópolis teve quase 400 mortes em bairros urbanos e rurais e coleciona atualmente placas de obras executadas pelo Estado e que estampam cifras de milhões de investimentos que, na prática, mostram que ainda há muito por fazer. A cascata de Imbuí, por exemplo, o tradicional point de turistas, deu lugar a ruas enlameadas e a uma paisagem assustadora de encostas nuas e água escura de barro. Ao redor da cascata e em ruas próximas, obras de contenção ainda no começo, ou pela metade, ganharam pichações de supostos moradores indignados com a demora.
DESIGUALDADE É O DRAMA DO BRASIL “A inflação será menor e a expectativa do mercado é que os juros básicos caiam”, declarou o economista Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Brasil Central. A boa notícia é que o Brasil passa a ocupar o sexto lugar entre as maiores economias do planeta, segundo estudo de uma consultoria britânica. Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, advertiu que o país pode levar 20 anos para conquistar um padrão europeu. Ninguém ignora que o Brasil detém um dos piores quadros de desigualdade social e de renda no mundo, o que exigirá um esforço continuado dos governos, nos próximos anos, para mudar esse quadro infame. E o Brasil tem um dos maiores endividamentos do mundo. União, estatais e governos estaduais economizaram R$ 8,2 bilhões, em novembro, segundo o Banco Central. O resultado do setor público é positivo em R%$ 126,8 bilhões, ou 3,36% do PIB (Produto Interno Bruto), de janeiro a novembro. Tudo isso é para pagar a dívida.
Variação das contas Aquele montante representa 99% da meta de R$ 127,9 bilhões para o ano do chamado superávit primário, ou a economia que o país faz para pagar os juros da sua dívida. No mesmo período de 2010, o superávit foi de R$ 90,8 bilhões, ou 2,65% do PIB. Em novembro, o governo central (governo federal, Banco Central e INSS) registrou superávit de R$ 4,8 bilhões. Estados e municípios tiveram resultado positivo em R$ 2,6 bilhões e as estatais, de R$ 773 milhões.
De janeiro, a novembro, os juros devidos aos detentores de papéis públicos somaram R$ 2126,1 bilhões (5,72% do PIB), valor que supera o registrado em 2010, ou R$ 175 bilhões. Segundo o BC, esse aumento foi influenciado pela maior variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e de um patamar mais elevado da taxa Selic.
Dívida crescente O montante de juros foi maior do que a economia feita nos 10 primeiros meses, o que levou o setor público a registrar um déficit nominal de R$ 89,3 bilhões ou 2,36% do PIB. Em novembro a dívida líquida do setor público chegou a R$ 1, 508 bilhão, chegando a 36,6% do PIB, uma queda de 0,8 ponto percentual em relação ao mês anterior. O BC garante que a depreciação cambial contribuiu para esse resultado. Porém, o fato de o Brasil ocupar o 6º lugar entre as maiores economias do mundo, superando a da Inglaterra, teve grande destaque por parte do importante jornal londrino “The Guardian”. Segundo analistas brasileiros e estrangeiros, a classificação não esconde o fato de que a renda per capita e a qualidade de vida dos ingleses estão muito acima dos brasileiros.
A descolonização A notícia tem um gosto amargo para os britânicos, uma vez que os graves problemas econômicos e sociais que afetam a Inglaterra e quase toda a União Européia produzem uma crise de identidade nacional na maioria desses países. A Europa modificou a sua configuração política, várias vezes, e conheceu muito mais transformações, ao longo do último século, do que as
Américas. Durante a Segunda Guerra Mundial, os dois grandes líderes da democracia européia, Churchill e De Gaule, ligavam estreitamente o destino dos dois países à continuidade de seus domínios ultramarinos. Os dois achavam que a democracia britânica e francesa não era incompatível com a pressão exercida sobre os povos africanos e asiáticos. As revoltas tornaram inevitável a independência desses países e obrigaram a Inglaterra e a França a se reorganizarem de maneira distinta.
Honra ao Ceará A revista Veja publicou uma relação dos deputados federais mais bem avaliados na Câmara dos Deputados. Mauro Benevides, do PMDB, conquistou o décimo lugar, com 7,5 pontos, à frente do deputado Gastão Vieira, também do PMDB, ministro do Turismo, o que é bastante honroso para o Ceará, que ele tão bem representa naquela Casa. Mauro, que é o deputado do Ceará mais bem situado entre os avaliados, detém onze mandatos, honraria só conquistada pelo deputado Henrique Eduardo Alves (RN), filho do ex-ministro Aluisio Alves e líder do PMDB. Outra notícia que também honra o Ceará: o Departamento de Taquigrafia da Câmara publicou uma relação dos deputados que mais fizeram intervenções no Plenário. Mauro Benevides fez 620 intervenções, entre apartes e discursos que pronunciou da tribuna da Casa, sempre em defesa dos interesses do Nordeste e do Ceará, Estado que representa. Em segundo lugar está o petista baiano Amauri Teixeira, com 587 intervenções no Plenário da Câmara.
Política Brasília
Yuri Achcar
O dossiê Villela
Sangue, não Depois de ver o primeiro esboço do dossiê, Adriana pediu para que fosse retirada da borda das páginas a arte colorida que simulava manchas de sangue. “Gostaria de encontrar outra forma interessante, que não estampe o sangue que foi derramado, que era da minha família: de meus pais e da amiga”, argumentou.
A agonia dos micro-secretários Se o ano passado foi de poucos resultados para todo o GDF, imagine para as secretarias de pouca expressão, baixo orçamento e quase nenhuma visibilidade. A Secretaria de Assuntos Estratégicos, comandada pelo ex-candidato ao governo Newton Lins (PSL), tem 14 funcionários e não entregou um relatório sequer a Agnelo. O maior destaque de 2011 foi a organização do Seminário Brasília + 50, que debateu soluções para o transporte coletivo. Já o secretário do Idoso, Ricardo Quirino, que comanda uma equipe de 18 pessoas, comemorou em uma rede social que um senhor de 70 anos concluiu um curso de inclusão digital, graças a um convênio entre uma fundação e um centro universitário privado.
Divulgação
Adriana Villela, acusada pela polícia e pelo Ministério Público de ser a mandante do assassinato dos pais, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme e Maria Villela, e da empregada doméstica Francisca Nascimento, trabalhou pessoalmente na confecção de um dossiê de 100 páginas em que aponta contradições e falhas na investigação realizada pela 1ª Delegacia de Polícia e, posteriormente, pela Corvida – delegacia especializada em homicídios. O julgamento do caso será retomado pelo Tribunal de Justiça do DF no dia 15 de fevereiro. O crime ocorreu no dia 28 de agosto de 2009.
Adeus, perfil técnico Com as trocas de comando na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros, nos primeiros dias do ano, o governador Agnelo Queiroz deixou o discurso de lado e adotou o pragmatismo político. Na PM, assumiu o coronel Sebastião Davi Gouveia, no lugar do coronel Paulo Roberto Witt Rosback. A indicação foi do presidente da Câmara Legislativa, Patrício (PT). Já os bombeiros trocaram o coronel Márcio de Souza Matos pelo coronel Gilberto Lopes da Silva, indicado pelo deputado distrital Aylton Gomes (PR). Não foi por acaso que as nomeações saíram assinadas pelo governador interino, Tadeu Filippelli (PMDB), enquanto Agnelo curtia as férias.
O BBB do Sombra O jornalista Edson dos Santos, o Sombra, tem a própria casa vigiada por mais de 50 câmeras. O monitoramento é 24 horas por dia e os vídeos também registram o som ambiente. O jornalista tem centenas de gravações arquivadas, estreladas por diversas autoridades, políticos e empresários. Chantagem? Sombra jura que não. Seria apenas uma forma de continuar vivo. Com certeza, a próxima vítima já está no alvo do jornalista. Em parceria com Durval Barbosa, Sombra formou a dupla mais poderosa da Capital da República. Derrubaram um governo e mantêm outro sob ameaça.
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PLANO BRASÍLIA
Nota legal, mas lenta Logo no primeiro dia do prazo, muita gente não conseguiu acessar a página da Secretaria de Fazenda na internet para trocar os créditos acumulados por descontos no pagamento do IPTU ou IPVA. Cerca de 400 mil contribuintes estão cadastrados no Programa Nota Legal e 18 mil conseguiram fazer a indicação nas primeiras 24 horas. Para evitar lentidão no sistema, a Secretaria de Fazenda orienta as pessoas a acessarem o site www.notalegal.df.gov.br fora dos horários comerciais. Deixar para a última hora, então, nem pensar. O prazo se encerra no dia 15 de fevereiro. O total de créditos ultrapassa os R$ 196
milhões. Quem não usá-los em 2012, pode acumular para o ano seguinte.
Fabio Pinheiro
O adeus a Seu Teodoro
Ameaças e controvérsias Aliados de Alisson Domingos defendem o amigo. Para eles, a história é ao contrário. José Jorge é que estaria devendo dinheiro, além de ter ficha na polícia por posse ilegal de arma de fogo e desacato à autoridade. Pelo sim, pelo não, no ano passado, o ex-sócio do neto de Benedito registrou uma ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia, no centro de Taguatinga, em que acusa Alisson de mandar uma terceira pessoa ameaçá-lo na porta do bar. Em depoimento, o neto do deputado confirmou que manteve a sociedade com José Jorge por cerca seis meses, e desfez o negócio por “desentendimentos financeiros”. Mas que nunca chegou a ameaçá-lo.
E a investigação?
Que família, Benedito! O deputado distrital Benedito Domingos (PP) corre o risco de ter de explicar mais uma denúncia envolvendo familiares. José Jorge Oliveira Brito, ex-sócio de um neto do deputado, Alisson Gonçalves Domingos, protocolou na Comissão de Ética da Câmara Legislativa uma representação contra Bené. Ele afirma que o neto do deputado deu calote na compra de 50% de participação em um bar na Praça do DI, em Taguatinga, em 2010. Coisa de R$ 500 mil. Segundo o ex-sócio, Alisson justificou que o dinheiro seria repassado por Benedito, mas ele estava com os bens bloqueados pela Justiça por conta da Operação Caixa de Pandora.
Já na Câmara Legislativa... ... os deputados da Comissão de Ética preferiram aguardar a decisão da Justiça, antes de tomar qualquer decisão sobre uma possível quebra de decoro parlamentar de Benedito Domingos. O deputado sempre alegou inocência e espera poder comprová-la no decorrer do processo. Sobre Alisson, Benedito afirma, por meio da assessoria, que não tem nenhum envolvimento no assunto. Seria, inclusive, um neto distante, do qual ele não tem nem mesmo o número de telefone. Divulgação
(Seu Teodoro Freire, expoente cultural de Brasília com o Bumba-meu-boi de Sobradinho, morreu aos 91 anos, depois de uma parada cardíaca. O governador em exercício, Tadeu Filippelli, compareceu ao velório, que reuniu centenas de amigos e admiradores no mesmo espaço onde eram realizadas as festas, o Centro de Tradições Populares, fundado por ele em 1963. O governador Agnelo Queiroz lamentou o fato, em nota: “A cultura do Distrito Federal fica mais pobre com a perda do mestre Teodoro. Era um entusiasta, um ícone da cultura brasileira que manteve vivo um pedaço da tradição maranhense, da cultura popular no DF.” Mas o fato é que o Mestre Teodoro morreu sem ver concretizado o sonho de ampliar os projetos culturais em uma nova sede para o Centro de Tradições Populares.
O caso está no Juizado Especial Criminal de Taguatinga. A primeira audiência sobre o assunto estava marcada para novembro do ano passado, mas foi adiada porque o ex-sócio de Alisson Domingos afirmou ter sofrido novas ameaçadas, incluindo a explosão de bombas na porta de casa. Outras denúncias contra Benedito Domingos, um dos filhos, outro neto e uma nora do deputado já estão no Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF. Para o Ministério Público, eles devem responder por formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção passiva. A suspeita é favorecimento a empresas ligadas a familiares do parlamentar nos contratos firmados pelo Executivo para enfeites de Natal de 2007 a 2010, decoração do carnaval de 2008 a 2010 e a comemoração dos 50 anos de Brasília.
E-mail: yuriachcar@gmail.com | Twitter: @yuriachcar
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Dinheiro
* Carlos Vasconcelos
Ensaios para uma Liderança Mundial? Parte II
CATALIZADORES NO BRASIL Por aqui, foi adotada uma formula citada nesta edição de dezembro do Le Monde Diplomatique Brasil> combate a pobreza + gasto social + emprego + renda + crescimento econômico + políticas universais + valorização do salário mínimo = desenvolvimento social e econômico. Até novembro de 2011, havíamos gerado mais 2,3 milhões de empregos formais, o equivalente a toda população junta dos países europeus menos populados (San Marino, Mônaco, Liechtenstein, Vaticano, Andorra, Islândia, Luxemburgo, Montenegro e Chipre). Isto que novembro foi o pior mês para geração de empregos dos últimos 11 meses. Mas será que tudo isto aponta realmente para um novo cenário de lideranças mundiais? O Brasil terá em breve um papel decisivo e atuante na condução da nova ordem mundial? Isto é impossível de prever. O que é possível avaliar é o quão legitima e participativa poderá ser esta liderança, dados os modelos de desenvolvimento adotados.
SEM MODELOS PERFEITOS Existem vários países (como Suécia, Escandinávia e Bélgica) cuja população goza de excelente qualidade de vida, mas que são inexpressivos mundialmente no cenário econômico, político e militar. Existe também o inverso, onde países como a China e a Índia possuem grande participação e representatividade nos cenários acima, mas a população sofre com a desigualdade
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social, repressão intelectual e destruição ambiental.
CRESCIMENTO X DESENVOLVIMENTO O IBGE acabou de divulgar os primeiros dados do censo Brasil 2010. Metade da população brasileira ainda vive com R$ 375,00 por mês. E estamos falando de uns pais que produz 19 milionários por dia desde 2007. São ao todo, somos 137 mil brasileiros milionários e 30 bilionários. Um dos principais fatores que contribuem para esta desigualdade é o nosso modelo tributário: pagamos mais impostos sobre o consumo, do que sobre o patrimônio adquirido. Resultado: um sistema que funciona como um Robin Hood às avessas, dificultando o acesso aos bens de consumo primário e de capital, e diminuindo a carga sobre que já os possuem. Outro fator gerador de desigualdade é o difícil acesso à educação de qualidade. Temos uma formação básica omissa e um ensino superior vazio de compromisso social e científico. Nosso processo meritocrático de acesso ao ensino superior não leva em consideração que os ricos fazem boas bases em escolas particulares e depois entram com facilidade nas universidades públicas e gratuitas. Enquanto isso, os mais pobres sofrem com o sucateamento das escolas e do ensino, e chegam para disputar com os ricos as mesmas vagas na universidade pública. Resultado: faculdades privadas cheias de trabalhadores pagando do próprio bolso para fazer nível superior na parte da noite. Isto sem falar na
capacitação e qualificação profissional, onde vivemos algo inédito: sobram vagas no apagão de mão de obra vivido pelo Brasil.
REVIVENDO A HISTÓRIA Precisamos estar atentos para não recair no mimetismo e aprender com os erros dos europeus e dos norte-americanos. Se eles não aumentaram o consumo, não contrataram mais no setor publico e não reduziram os impostos e taxas de juros de maneira significativa, é porque eles já tinham feito isto 30 anos atrás e não havia mais como fazer. A taxa básica de juros nos EUA fica entre 0 e 0,1% ao ano. Os programas sociais são imensos na Europa, o governo já empregava boa parte da população e os impostos já incidem bem menos sobre o consumo (basta comparar os preços dos carros ou eletrônicos aqui e no exterior) e mais sobre a renda (por exemplo, a carga tributária alemã é uma das maiores do mundo). Cabe a nós, brasileiros, construir o país com o perfil de liderança que queremos assumir diante do mundo e de nós mesmos. Se não formos capazes de refletir sobre estes assuntos internos, também teremos dificuldades em evitar os erros já cometidos por outros países há 30 anos. (*) Carlos Vasconcelos Pernambucano e pós-graduado em economia pela UnB.Trabalha em Brasília desde 2003 e hoje é Diretor de Planejamento da Empresa Avante Brasil, desenvolvendo soluções tecnológicas para a Educação a Distância.
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Capa
Por: Pedro Wolff | Fotos: Fábio Pinheiro e Victor Hugo Bonfim
Mundo virtual vai à luta
por um
mundo ideal
Internet é a nova arma para fomentar movimentos sociais da atualidade
E
m 2012 comemoramos 16 anos de internet no Brasil. Apesar da pouca idade, as mudanças sociais provocadas por este meio já mudaram para sempre a história da humanidade. O maior exemplo foi a Primavera Árabe, como ficou conhecida a onda de protesto no mundo árabe nos anos de 2010 e 2011. A utilização das redes sociais pode ser considerada como o catalisador da onda de protestos que culminou com a derrubada de regimes ditatoriais. Sem o uso do twitter e do facebook, talvez a mudança geopolítica não tivesse acontecidona mesma velocidade da mobilização popular. No Brasil, as redes sociais foram muito importantes para a aprovação da Lei Ficha Limpa. Brasília viu 40 mil pessoas
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marchando contra a corrupção, e tudo começou com um evento no facebook. Sociólogos, historiadores, empresários e políticos não só estudam esse novo comportamento, como utilizam esses tipos de ferramentas. A sociedade civil faz uso desta plataforma para fiscalizar e pressionar a classe política e é capaz de “mover montanhas”. Especialistas ouvidos pela Revista Plano Brasília foram unânimes em afirmar que para surtir efeito, uma mobilização tem que sair do virtual. A outra certeza é a de que a internet é apenas uma ferramenta, e que é preciso um ideal ou indignação comum para se conseguir “mover montanhas”. Nessa reportagem serão apresentados diferentes pontos de vista da sociedade civil sobre formas de atuação na internet. A mídia tradicional, como explica a teoria da comunicação, trabalha de forma unidirecional, figurando o
emissor e o receptor. As novas mídias são multidirecionais. Por exemplo: uma pessoa posta uma mensagem e várias outras compartilham. Essa ideia gera discussões, provocações, e pode até se transformar em outra coisa. Com um pequeno empurrãozinho pode gerar uma repercussão gigantesca. Foi mais ou menos como aconteceu com a Marcha Contra a Corrupção, ocorrida no dia 7 de setembro de 2011. Pouca gente sabe que as organizadoras do protesto, as irmãs Daniella e Lucianna Kalil, quase desistiram da marcha e consideram o fator sorte para o sucesso da empreitada. Tudo começou com um simples evento no facebook, criado com poucos cliques de um mouse. “Achávamos que não ia dar certo porque na página do evento houve muita baixaria entre pessoas de diferentes orientações políticas”, diz Daniella Kalil.
A corretora de imóveis lembra que chegou a cogitar a retiradada própria página do ar. Porém, na época, ocorreu a absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz e isso gerou uma forte indignação popular. “A coisa tomou proporções imensas, com uma média de cinco mil confirmações de presença por dia. Ao término havia 35 mil e outros 120 mil no talvez”. Daniella passou a receber convites lançados de forma independente pelos internautas. Foram tantos que, segundo ela, o próprio Facebook bloqueou cerca de 300 mil convites. Por fim, um grupo de advogados cedeu caminhões de som e o sucesso foi tamanho que ainda em 2011 houve uma segunda edição. Daniella adianta que para a próxima pretende trazer delegações de outros estados de ônibus.A repercussão também modificou sua vida virtual: até o fechamento desta edição Daniella tinha 4.700 amigos no Facebook. Brasília testemunhou no final do ano outro protesto organizado pelas redes sociais. O #OcupeBrasília, financiado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), inspirou-se no movimento Ocupe Wall Street. Deslocaram-se para Brasília 220 estudantes de 22 estados e acamparam na Esplanada dos Ministérios, com objetivo de solicitar 10% do PIB e 50% do faturamento do Pré-Sal para a educação. Entre atividades culturais, futebol e muito protetor solar, apresença da internet foi constante, tanto por conexão 3G ou celular. “Passamos o tempo todo postando fotos e mostrando nosso trabalho. Sem a internet, acho que seria impossível disseminar nossas idéias tão rápido”, comentou
Alexandre Silva, 25 anos, coordenador do movimento. A repercussão, comenta Alexandre Silva, fez com que o assunto #OcupeBrasília figurasse como um dos assuntos mais comentados mundialmente no Twitter. Mesmo dentro da UNE, Alexandre diz que 90% da comunicação é online, apesar de produzir informativos e jornais.
Adote um Distrital A Marcha da Corrupção e o #OcupeBrasília foram manifestações políticas organizadas na internet. Mas o meio virtual também promove outras formas de mobilização política. O “Adote um Distrital”, por exemplo, fiscaliza a vida dos 24 parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Leonardo Oliveira, 28 anos, é um dos coordenadores do projeto. Ele diz que o movimento foi inspirado no Adote um Vereador, de São Paulo. E a onda continua, pois Curitiba ganhou a sua versão. A metodologia de atuação do grupo é tentar simplificar ao máximo para o cidadão comum tudo que acontece na CLDF. “O portal da câmara produz milhares de informações, mas como facilitar o entendimento do que é tratado ali para a população?”, questiona. Para trazer a vida política da cidade para os eleitores, o grupo faz um apanhado de tudo que é produzido ou observado e dispõe em uma planilha Excel. O Adote um Distrital traduz para os leigos as 801 Leis Orçamentárias Anuais (LOA). “Tivemos sucesso em mapear todas as obras de
responsabilidade do governo local no mapa do Google”. E se você quiser adotar um deputado, basta se cadastrar na página do grupo que receberá todas as informações do distrital de sua escolha. E mesmo diante de ideologias políticas diferentes entre os coordenadores, Leonardo diz que o grupo fiscaliza de forma igual os 24 deputados da Casa. Todo esse trabalho é difundido nas redes sociais. Para Leonardo Oliveira, elas aproximam os grupos que se identificam para depois ir a campo. Ele cita como era a militância na época do seu pai. “Há 20 anos, quando as pessoas iam às ruas não sabiam exatamente porque estavam lá. Hoje elas lêem antes de sair de casa e sabem exatamente porque estão protestando”. Ele prossegue o raciocínio comentando que antigamente o povo não só era reprimido, como também não era ouvido. “Hoje você não está mais limitado ao seu grupo de amigos e familiares”. Leonardo passa dez horas do seu dia na internet. Em um ano de trabalho à frente do Adote um Distrital, ele diz que as pessoas estão mais interessadas na política. “Porque antes a população via a CLDF apenas como um reduto de canalhas”. Hoje, cada um pode receber todas as informações a respeito de um político.
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Ficha Limpa O diretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) Osíris Barbosa, 45 anos, diz que a militância na internet foi fundamental para o sucesso da aprovação do Ficha Limpa. “Em duas semanas foram registradas dois milhões de assinaturas eletrônicas”, dispara. Hoje o MCCE luta por uma reforma no sistema eleitoral. Eles militam para que as assinaturas colhidas na internet tenham relevância na pauta do Congresso, por ocasião da criação de leis de iniciativa popular. Ele esclarece que para um cidadão sugerir esse tipo de lei, basta apresentar o documento de identidade e não mais o título de eleitor. Entrando na discussão proposta pela revista, Osíris Barbosa considera que a mídia tradicional ainda tem mais credibilidade frente às novas mídias. “Porém, a internet tem a vantagem de uma pessoa receber a informação vinda de uma pessoa amiga, e isso traz uma credibilidade”. Sem contar que o seu poder de mobilização é imensurável. Por serem de natureza semelhante, tanto o Adote um Distrital, quanto o MCCE sonham com a extinção da corrupção que assola o país de norte a sul.
Gestor de Redes Sociais
Alexandre Silva diz que sem a internet o #OcupeBrasilia não teria o mesmo impacto.
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Atualmente existem pessoas que se dedicam, profissionalmente, à criação de sites de relacionamentos. Aurélio Araújo trabalha como consultor de gestão e redes sociais. Ele comenta como uma mobilização na internet deve ocorrer. “Reunir pessoas é o primeiro passo. Mas uma passeata não é o suficiente. É preciso mobilizar as pessoas para buscar soluções, senão qual o será seu retorno prático?” questiona o gestor em redes sociais. Ele cita como exemplo de mobilização mal sucedida o Movimento Fora Sarney que não conseguiu ganhar as ruas e elogia a Marcha da Corrupção. Ressalta, porém, que é necessário que se apresente uma solução. “O exemplo bem sucedido que temos hoje, no Brasil, é o da Ficha Limpa”. Aurélio Araújo vai além na discussão e comenta que a internet tem tido poder
muito maior que a televisão. Ele citou um caso onde as redes sociais influenciaram a própria TV durante a transmissão dos jogos Pan-americanos. O público considerou que a Rede Globo não noticiou devidamente os jogos por conta dos direitos exclusivos da TV Record. Houve uma mobilização no Facebook que obrigou a Rede Globo a inserir flashes dos jogos durante seu principal jornal. “Hoje a própria TV busca ser mais interativa, e os televisores estão navegando na internet”, complementa. Isso influencia, mesmo que timidamente, o meio político e industrial. Aurélio diz ter conhecimento de apenas um deputado que mantém um profissional responsável por redes sociais, e um assessor de comunicação que trata das demais tarefas ligadas à comunicação. “O que os políticos e as empresas não sabem é que eles são falados nas redes sociais. Falta um profissional para traçar estratégias de comunicação”. E essa comunicação chega até a classe D, assegura o gestor de mídias sociais. “Todas as comunidades possuem Lan Houses e estas lojas que servem de ponto de encontro para os jovens. E mesmo para essa classe já temos estratégias de mercado elaboradas”. Agora, caso um político esteja interessado em contratar os serviços de comunicação interativa, Aurélio comenta que na internet o público é mais sensível. “Se eles percebem algo de negativo ou que não esteja claro começam a repercutir negativamente”. O consultor acrescenta que as redes sociais servem como termômetro para os políticos perceberem como o eleitorado o enxerga e para amplificar as ações. Devem, também, ter a consciência que as pessoas estão lá a procura de diversão. Outra postura a ser observada é a continuidade da interação no mundo real, comparecendo aos eventos e cumprimentando o povo. Saindo do mundo político e entrando no empresarial, Aurélio considera que a cidade de São Paulo está mais atenta as redes sociais. E mesmo São Paulo precisa avançar nesse mercado.
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Os Estados Unidos é um referencial. Lá ocorrem constantemente seminários onlines, existem departamentos de universidades e grupos profissionais lidando com esta plataforma de comunicação. Em relação a Brasília, Aurélio diz que apesar de existirem muitas pessoas interessadas no assunto, o tema ainda é abordado de maneira difusa.“Não há algo sistematizado para estender as redes sociais”, diz Aurélio. A rotina de um profissional dessa área é monitorar e estudar tudo que é dito nas mídias sociais para traçar suas estratégias. “Quanto mais você compartilha e divide, acaba aprendendo com os outros.” E hoje, apesar de ser um nicho altamente tecnológico, o serviço ainda é feito manualmente, pois existem inúmeros softwares para fazer triagem de palavras, mas o computador não entende ironias, metáforas ou cinismos. “Portanto, o recurso humano é fundamental”. O consultor e professor de marketing e internet do Uniceub, Evaldo Bazeggio, têm opiniões semelhantes às de Aurélio. Ele diz que no meio político o modelo utilizado nas redes sociais ainda se limita a observação. “Na minha visão ainda não perceberam seu potencial e importância”. Ele fala que um gestor de mídias sociais não é mais opção para o meio político, é obrigação. A única exceção a esta regra, diz o professor, é o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que já era adepto das redes sociais e hoje possui uma equipe de comunicação interativa. Evaldo diz que para um político de mais de 40 anos precisa primeiro desmistificar a internet, ou seja, perder o medo. Depois, é perceber o que as pessoas estão falando deles, o chamado monitoramento e traçar uma estratégia de conversação. Ele dá como exemplo dessa falta de interatividade com o eleitor é quando você envia um e-mail para um parlamentar. “Ele dificilmente irá lhe responder”. Porém, diz Bazeggio, as chances de se obter uma resposta por meio das mídias sociais são maiores. “Porque lá ele é obrigado a lhe responder”. Outro ponto que a classe política tem que levar em consideração, é que
Contra o cassino global
entrevista com o Mentor do movimento Occupy Wall Street
Por Djenane Arraes
O movimento Occupy Wall Street nasceu para ser repercutido no Twitter. Depois de uma sessão de brainstorm, o documentarista Kalle Lasn e demais integrantes da Adbuster Media Foundation, sediada no Canadá, criaram um cartaz com uma bailarina em cima de búfalos com a frase “What is our demand?”. Em português: “Qual é a nossa demanda?”. Na parte inferior do cartaz trazia a hashtag #occupywallstreet, a data 17 de setembro, e a convocação: “traga a barraca”. O cartaz foi impresso e colocado em praças de grande circulação em Nova York. Na data sugerida, ainda sob os eventos que lembravam os dez anos dos atos terroristas de 11 de setembro, surpreendentemente as pessoas atenderam ao chamado. A princípio foram às ruas os desempregados e aqueles que sofriam duramente a recessão provocada pela crise econômica enfrentada pelos Estados Unidos. Occupy Wall Street cresceu e se espalhou incensado pela má reação dos policiais, pela ampla repercussão na internet e pela cobertura jornalística. De repente, o mundo pôde assistir passeatas frequentes que envolviam desde a atriz Anne Hathaway (que tem fortuna estimada em U$ 58 milhões), até estudantes pobres. Os cartazes que carregavam tinham os mais variados dizeres. “Limitação dos direitos políticos das corporações.” “Fim imediato das guerras.” “Aumento dos impostos aos milionários.” “Quadros negros, balas não”. Ou seja, cada um levou a própria demanda. No entanto, o estoniano Kalle Lasn não estava lá. Não acampou com os manifestantes. Isso não o impediu de ter o rosto
veiculado nas mídias como um quase-líder. Ele, um homem de 69 anos que viveu até os sete anos num campo de refugiados na Alemanha, se define como anarquista que deseja a queda do atual modelo capitalista vigente: algo que chama de cassino global. Este é, para ele, um mal que precisa ser derrubado por todos, independentemente da orientação política e ideológica.
Você diz que o Occupy Wall Street é um movimento novo porque é realizado por uma geração que nasceu com a internet. E o que mais? O Occupy foi abraçado por milhares de jovens ao redor do mundo que perceberam que o futuro não faz sentido dentro deste buraco de crises ecológicas, políticas e econômicas. Daí a razão de elas terem se levantado e saído às ruas. O sentimento de um futuro negro é o que tem movido as pessoas. Claro que, diferente das gerações anteriores, esta cresceu na cultura da internet e sabe como usar redes sociais para organizar movimentos. Isso pode ser em forma de protestos tradicionais ou talvez em flashmobs. Eles possuem este poder incrível que a internet proporciona. É por isso que o Occupy Wall Street transformou-se num movimento mundial.
Qual a vantagem que existe num movimento sem líderes que possam responder por ele e sem uma orientação ideológica pré-estabelecida? Claro que não existiram inicialmente solicitações claras nas ruas e tampouco se discutiram mudanças no programa político e social. Mas o fato de simplesmente
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existir começou a provocar discussões mais profundas nos Estados Unidos e depois no mundo. Aí sim proporcionou a formulação de um debate concreto sobre demandas claras para mudanças na política social. Realmente acredito que isso sim pode ser o pontapé para futuras mudanças dentro do sistema de capital. Talvez possamos mostrar para as pessoas que por trás da economia existe um cassino global. Wall Street é como uma gigante Las Vegas onde se fazem as mais diferentes apostas, cujo único objetivo é produzir dinheiro, sem a preocupação de estabelecer uma economia real que possa impactar positivamente na vida das pessoas.
O senhor é contra o sistema capitalista praticado no mundo de hoje. Mas existe um sistema ideal? O senhor teria um nome para um sistema mais justo que caberia no mundo de amanhã?
Divulgação
Eu não sei o que esse novo sistema será. Está aí a beleza desta história:
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mudanças puderam ser efetivadas por meio de um movimento espontâneo. É mais ou menos como um jazz em que não sabemos qual será a próxima nota. Não sou capaz de dizer o que vai acontecer, mas posso especular situações para o próximo ano [2012] na economia global devido, principalmente, à crise europeia. Talvez possamos saber mais notícias sobre o Brasil, que é um dos países mais bem-sucedidos da atualidade, ao passo que Estados Unidos, Europa e Japão vão decair um pouco mais. Isso é mais combustível para os jovens continuarem a sair às ruas e lutar por uma economia mundial diferente.
Em Brasília e no Brasil existe o movimento que também nasceu na internet chamado “Marcha Contra a Corrupção”, motivado por escândalos no governo. O senhor acredita O organizador do movimento, Kalle Lasn
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a juventude não assiste mais televisão como os mais velhos e que o foco dos novos eleitores são as redes sociais. “Há muito a se aprender sobre o tema e não podemos afirmar que exista um especialista sobre o assunto, porque todo dia está mudando”. Evaldo diz que no meio acadêmico, as pesquisas sobre mídias sociais estão mais avançadas em estratégias de marketing para o empresariado. Porém, para discussões de cidadania incluem política, ainda patinam.
Mobilização no Mundo Outra forma de mobilização política é por meio das petições online. O www. peticoesonline.com é uma organização mundial que trata do assunto. Segundo seu co-fundador Nik Dicampli, eles notaram que a maior demanda oriunda da América do Sul é sobre Direitos Humanos. Nik Dicampli diz que o Internet Petition Network trabalha em duas diferentes categorias de causas: petições locais e internacionais. “Pensamos que os problemas locais são tão importantes, quanto os de alcance internacional”. Nossa meta, diz ele, é dar maior voz às pessoas que normalmente não tem outra forma de expressar seus problemas e encontrar outras pessoas que compartilhem da mesma ideia. Para ele é uma forma de conectá-las para lutarem juntas. “Em nossa rede internacional nós encontramos petições de liberdade, direitos humanos e dos animais e ambientais, tanto no âmbito internacional, quanto no local”. Ele comenta sobre o crescimento do site. O petições online começou na Itália quando o país queria retomar o programa de energia nuclear e hoje já se encontra em 32 nações. “Damos um megafone aos problemas das pessoas”, resume. Na Europa e em outros países, por exemplo, a luta é por preservação das águas públicas. Também lutamos pelo direito das mulheres. Na Rússia,o site luta para garantir a democracia onde existiram muitos problemas, após as eleições.
O profissional de imprensa
Victor Hugo Bonfim
Sérgio Ludtke é editor da revista Época Online e deu sua versão para IPad. Ele diz que as redes sociais proporcionam uma agilidade impressionante na troca e multiplicação das informações. “Isso acontece porque as redes ou mídias sociais na internet proporcionam a cada cidadão seu próprio canal e ele repercute imediatamente” e considera que a abrangência disso vai depender da reputação dos indivíduos envolvidos e da capacidade de multiplicação que suas redes tiverem. Sérgio prossegue afirmando crer que a tecnologia vai ser cada vez mais usada para comunicação e para registrar e compartilhar informações. “Hoje você encontra com mais facilidade um sujeito com um celular que pode captar imagens do que alguém com uma caneta na mão. Essa tecnologia faz parte do vestuário das pessoas”. Há algumas causas que podem se tornar unicamente virtuais, “mas é difícil para elas criar fatos. Pessoas reunidas no mundo real geram a repercussão no mundo virtual”. Ele lembra que no Brasil, movimentos como o das Diretas ou dos
caras-pintadas conseguiram mobilizar muita gente antes das redes sociais. E considera que o sucesso depende muito do ambiente que está criado e das redes que os líderes do processo conseguem usar. “As redes sociais conseguem um impacto imediato e ampliam as ideias defendidas por esses movimentos. Além disso, todo sujeito envolvido nesse processo é também uma testemunha, um repórter que registra o movimento. Essa multiplicação de registros capta o que antes era impossível captar e ajuda a alimentar o movimento”. Questionado sobre a força de cada meio de comunicação, ele diz que tudo depende do público que se quer atingir. “No Brasil, a televisão é muito mais abrangente e tem mais força quando se pretende fazer algo que chegue a todos os lugares e pessoas. As redes sociais digitais dependem do acesso à internet via computador ou telefones celulares”. É um número menor, mas já significativo. A diferença, que poderá ser definidora da resposta, é a propriedade do canal. Na internet qualquer cidadão tem seu próprio canal e ele pode ser multiplicado muito rápido.
Gestor em mídias sociais, Aurélio Araújo, afirma que para uma mobilização virtual surtir efeito ela precisa chegar ao mundo real
que a corrupção é a maior ameaça à democracia? As mídias americanas gostam de escrever sobre corrupção na África e nos países emergentes. Falam sobre extorsões praticadas por policiais. Mas isso se vê todos os dias em todos os países. Acredito que esse tipo de corrupção não é o mal maior. O problema está no alto escalão. Posso dizer que o lugar mais corrupto do mundo é Washington DC. É onde estão as casas dos ladrões e dos lobistas que atuam nas grandes corporações e em Wall Street. Para você ser eleito para o Congresso, por exemplo, vai ter que depender do dinheiro dessas corporações. O processo político americano é corrupto e fica difícil estabelecer a democracia neste meio. E não são apenas as pessoas do Occupy Wall Street que denunciam isso. Muita gente do Tea Party concorda que os Estados Unidos não são mais o topo da democracia, mas sim um estado corporativo. Chamam isso de “corpocracy”.
O senhor acredita que o Occupy Wall Street é um indicador para uma revolução global? Acho que isso depende muito da forma em que essa crise econômica atinge cada um. No momento, pesa mais na Grécia, na Itália e na Espanha. Talvez outros países estejam enfrentando dificuldades semelhantes. Mas a situação não está ruim o suficiente para provocar algum tipo de revolução. Se a economia global entrar em colapso, se o índice Dow Jones tiver uma espantosa baixa a ponto de lembrar o cenário de 1929, aí sim penso que o movimento Occupy Wall Street possa crescer para um movimento de revolução global.
O jornal de divulgação do movimento, fazendo sátira ao famoso Wall Street Journal PLANO BRASÍLIA
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Cidadania
Por: Janaína Camelo | Fotos: Fábio Pinheiro e Divulgação
Obrigado, Tia
Angelina
Tia e crianças, em aprendizado mútuo.
Centro de assistência social criado por moradores do Varjão faz história atendendo crianças carentes
C
om a mesma qualidade de vida que tem uma cidade quase que esquecida, apesar dos seus mais de 50 anos, o Varjão se orgulha. Se orgulha de um dos maiores frutos conquistados por moradores com ideais de uma comunidade melhor. Se orgulha do Centro Social Comunitário Tia Angelina, construído na quadra 4 da cidade, desde 1990. Ele leva o mesmo nome de sua fundadora, a Nair Queiroz faz questão de tocar o projeto dona Angelina Pereira de Matos, fundado pela mãe. antiga moradora do Varjão e que desde sempre lutou pelas boas condições Tudo é financiado por meio de doções, de vida de seus vizinhos. Ela morreu em exceto a educação infantil, que é custeada 2006, mas seu maior triunfo continua pela Secretaria de Educação, graças a um rendendo histórias. convênio firmado com o GDF. O Centro Social Comunitário Tia No Varjão, quem não está no Centro Angelina é creche, escola infantil e espaço Comunitário Tia Angelina já esteve um para atividades extracurriculares. Atende dia. Muitos moradores da cidade, hoje desde bebês de 1 ano até adolescentes de adultos, passaram pelas mãos de Angeli14 anos. Todos são crianças carentes. Para na quando pequenos. Em 1984, Angelina aqueles que não vão bem na escola de foi escolhida para inaugurar a primeira origem e já não freqüentam mais a edu- creche do Varjão, criada em parceria com cação infantil, recebem no centro aulas de a UnB. Ela foi notada pelas suas posições reforço, em horário contrário ao da escola. a favor da comunidade e falava da falta
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Uma parede pintada pelas crianças.
de uma creche como um dos principais problemas da cidade. Foi aí que as primeiras crianças receberam os cuidados de Tia Angelina, como a moradora passou a ser chamada. No entanto, a criação do famoso centro social não começou ali. Depois de anos a frente da primeira creche do Varjão, Tia Angelina deixou o trabalho. Dizia que a política comunitária utilizada na criação da creche teria se transformado em uma política partidária e passou a cuidar das crianças em sua própria casa, na época
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Equipe de professores que faz o centro social funcionar.
era 1999 e os sete filhos de Tia Angelina passaram a tomar conta da creche. “Começamos a mostrar nosso trabalho”, diz Nair. Mas nem tudo foi fácil. Na época, um galpão no terreno que guardava materiais de construção pegou fogo num incêndio que teria sido criminoso. Depois de pedir ajuda em jornais e televisão, os filhos de tia Angelina receberam as primeiras grandes doações. “Há males que vem pro bem. A embaixada do “É um prazer fazer a diferença na vida dessas Japão viu as reportagens e crianças”, diz a pedagoga Hérica Araújo. pediu um projeto da creche um barraco de dois cômodos. “Passamos que queríamos”, lembra Nair. Hoje o Centro Social Comunitário a conviver com essas crianças. Nós chegávamos em casa, tinha criança dormindo na Tia Angelina conta com três grandes minha cama, comendo nossa comida”, re- blocos com várias salas de aula, galpões, corda aos risos a pedagoga Nair Queiroz, auditórios e até oficinas de artesanato. Tudo a base de doações. Em dezembro uma dos sete filhos de Tia Angelina. Nair é hoje presidente do Centro último, a instituição ganhou mais um Comunitário Tia Angelina. Ela conta que presente. Um auditório doado pela com o tempo, para atender a demanda embaixada do Canadá. de tantas crianças, o lote com um barraco passou a ter dois barracos, depois três... Artesanato gera renda Além das doações, existem outras fonAté chegar a ser construído um grande telhado e uma sustentação de base. O ano tes de renda que garantem a sobrevivência
do Centro Comunitário Tia Angelina: as oficinas de artesanato e o bazar. Lá, as mulheres que freqüentam o Centro, aprendem a fazer caixinhas de presente, sabonetes e até cestas de chocolate. As aulas são gratuitas e representam uma boa oportunidade de gerar uma renda extra para quem quer aprender. Hoje, 30 mulheres frequentam as oficinas. “Muitas são ex-presidiárias e não conseguem voltar ao mercado de trabalho”, aponta Nair. Parte dos produtos artesanais é vendida junto com roupas e acessórios doados ao bazar beneficente, e gera uma boa renda a cada mês. Mas o centro não quer parar por aí. E o sonho é grande. A intenção é montar uma loja para vender as mercadorias produzidas nas oficinas.
Experiência marcante Cinquenta e uma pessoas fazem o Centro Social Tia Angelina funcionar. A equipe conta com professores, funcionários da administração, diretores, coordenador pedagógico, vigias e pessoal de serviços gerais. E a experiência de conviver ali é marcante. A professora Hérica Araújo sabe bem o que é isso. Nos 25 anos trabalhando como pedagoga, nunca antes havia se relacionado com crianças tão carentes de afeto. “Aqui chegam meninos e meninas muito arredios, que não sabem o que é um beijo, um abraço”, lamenta a professora. Segundo ela, as atitudes são um reflexo da realidade que vivem. “Mas a gente ensina e insiste no amor com elas, que acabam aprendendo. É um prazer fazer a diferença na vida delas”. Serviço Centro Social Comunitário Tia Angelina (61) 3468.2838 PLANO BRASÍLIA
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Gente
Por: Edson Crisóstomo
Katia Cubel
Orquestra Republicana
Célio René e equipe do Centro Olímpico em Brazlândia
Orquestra À Base de Corda de Curitiba
Política Legalização de terras no DF Produtores rurais usuários de terras sem escrituras iniciaram, processo de regularização de áreas agrícolas junto ao Governo do Distrito Federal, durante lançamento da Caravana da Regularização – GDF legalizando as terras rurais! O evento é o primeiro de uma série de 11. As etapas serão realizadas sextas e sábados até 21 de julho. A campanha está sendo realizada pela Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). O objetivo é esclarecer dúvidas, orientar e dar o suporte necessário à população rural para que possa requerer e obter o título de concessão de terras. A caravana abrangerá todos os núcleos agrícolas do DF
GDF inaugura segunda Farmácia Especializada O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, acompanhado da primeira-dama, Ilza Queiroz, e do secretário de Saúde, Rafael Barbosa, inaugurou nesta sexta-feira (27) a segunda Farmácia Ambulatorial Especializada do DF. Localizada na Praça do Cidadão, em Ceilândia, a nova unidade descentralizará o atendimento a pacientes com doenças crônicas que recebem do governo, de forma gratuita, medicamentos de alto custo e de uso prolongado. De acordo com o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, a descentralização trará dignidade aos cerca de 27 mil usuários cadastrados para receber os medicamentos.
Grupo Imbaúba
Orquestra Popular Bomba do Hemetério
Caixa Rápido Estádio a todo o vapor O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, no canteiro de obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Foi à primeira visita do ministro ao estádio e também a primeira de uma série de vistorias que Rebelo realizará nos próximos dias nos estádio das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. O governador Agnelo Queiroz aproveitou o encontro para anunciar que as obras estão com 50% de sua execução concluída e que a arena será denominada Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. O ministro se surpreendeu com o andamento dos trabalhos.
Milton Nascimento emociona Brasília
Liliane Roriz e Samanta Sallum O espetáculo “O menino que vendia Palavras”
Geleia Geral Reconhecimento nacional O Prêmio Engenho - O Dia em que o Jornalista Vira Notícia foi reconhecido como um dos mais influentes prêmios de comunicação do país, ao lado de realizações como Prêmio Esso de Jornalismo, Ayrton Senna de Jornalismo, Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, Comunique-se, Abril de Jornalismo, entre outras. Criado pela jornalista Kátia Cubel, o Prêmio Engenho chega este ano à sua 9ª Edição e agora com o destaque de estar no ranking dos melhores. “O mérito é, sobretudo, dos jornalistas que atuam na Capital do país e que nos dão a oportunidade de destacar o trabalho realizado aqui e enfatizar valores como ética, transparência, democracia e liberdade de expressão”, comenta Kátia Cubel.
Cidade
Por: Djenane Arraes
Abastecimento
Normalizado
CEB deve investir mais de R$ 200 milhões em 2012 em linhas e subestações em todo o DF
Marcello Casal Jr./ABr
A
s luzes que fizeram a decoração de fim de ano em Brasília, montadas pela Companhia Energética de Brasília (CEB), podem ter anunciado o fim de um período pouco iluminado que a empresa enfrentou nos últimos anos. O diretor de engenharia da CEB, Mauro Martineli, informou que para 2012 serão investidos cerca de R$ 220 milhões para construção de novas subestações, troca de cabos e para a expansão e melhoria das redes de baixa, média e alta tensão. São ações que visam sanar problemas como a sobrecarga do sistema que provocavam os famigerados apagões pela cidade. “Não é segredo que nossos sistemas trabalham no limite e sofremos com sobrecargas. São conseqüências da falta de investimento no passado”, informou Martineli. Os recursos para as melhorias vêm das taxas
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tarifárias pagas pelo consumidor. A CEB deveria ter investido R$ 430 milhões nos últimos quatro anos. Conseguiu usar pouco mais da metade: R$ 279,8 milhões, pois parte do dinheiro estava comprometido com o pagamento de dívidas e juros que a empresa estava submetida. “Pagamos R$ 30 milhões por mês só de ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]”. A CEB possui um débito de R$ 870 milhões, a dívida deverá ser sanada por meio de um empréstimo feito pelo Governo do Distrito Federal (GDF) – sócio majoritário da Companhia –, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outra solução para aportar recursos e minimizar os problemas pelos quais a Companhia vem passando, é colocar à venda terrenos não-utilizados por ela. Segundo Mar-
tineli, a CEB espera arrecadar cerca de R$ 400 milhões por estes espaços. Aproximadamente R$ 2 bilhões são arrecadados anualmente pela Companhia por meio das tarifas – principal fonte de recursos da empresa. “É bom ressaltar que nós temos a terceira menor tarifa do Brasil, apesar do consumo de energia per capita do DF ser o maior do País”, ponderou o diretor. O problema é que apenas 19% deste recurso vai para a distribuidora. O valor remanescente é destinado ao custeio da energia comprada principalmente de Furnas. Várias licitações da Companhia não cumpriram o cronograma, pois o Tribunal de Contas do Distrito Federal alongou-se em suas análises. “Também tivemos dificuldades em obter licenças ambientais para a realização de obras, como também em conseguir a posse de terrenos públicos
para a construção das subestações”, disse Martineli. Com o problema do endividamento por hora resolvido, a CEB teve condições de voltar a investir pesado. O interesse vai além da normalização e melhoria do sistema. Estamos empenhados em melhorar o DEC e o FEC, que são os indicadores de qualidade dos serviços estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O DEC indica o tempo médio em que os consumidores ficaram sem energia elétrica. O FEC denuncia o número médio de vezes que essa interrupção aconteceu.
Linhas para a Copa Se os investimentos para 2012 são urgentes e necessários para manter as luzes acesas em Brasília, outros mais estão previstos para a Copa do Mundo. Entre as obras programadas está a construção da subestação do Estádio Nacional de Brasília. Outras duas subestações, a Brasília Centro
e a do Sudoeste, serão ampliadas, além de serem feitas as ligações entre elas. “A novidade é que a subestação do Estádio será do tipo compacta. Isso significa que ela ocupará menos espaços e usará tecnologia GIS”, disse Martineli. Implica dizer que será instalada e usada pela primeira vez no Distrito Federal uma tecnologia aplicada em áreas de populações densas e de tamanho reduzido. Por outro lado, a GIS – Gas Insulated Switcgear –, oferece mais economia e confiabilidade em linhas de alta-tensão. O impacto ambiental é menor, os ruídos são reduzidos, e ela não interfere nos sinais de rádio. O investimento será de R$ 54 milhões, que serão aplicados até junho de 2013, bem a tempo do chute inicial da Copa das Confederações. “A Copa do Mundo é um presente para a cidade e não é por causa da festa e dos jogos de futebol”, explicou Martineli.
“O maior legado de um evento com essas dimensões são os investimentos que nos obrigam a fazer e que vão ser deixados para o benefício da população”. As obras vão ser acompanhadas pelo GT Copa 2014 criado pelo Ministério de Minas e Energia. Outro investimento da CEB que deve chegar ao consumidor até o final de 2014 é a Telemedição. Significa que a medição de energia consumida por cada casa será feita à distância. “A telemedição diminui a possibilidade de erros e fraudes, além de reduzir os custos para a empresa, porque o monitoramento é feito 24 horas por dia. Por hora, ela é aplicada apenas nas grandes empresas. Em breve chegará para todos”, concluiu o diretor da CEB. Serviço Companhia Elétrica de Brasília - CEB Atendimento 24 horas 0800 61 0169
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Brasília
Da Redação | Fotos: Divulgação
Alavanca na
economia
de Brasília Administração de Brasília pretende normalizar liberação de alvarás em três meses
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Administração Regional de Brasília entregou no dia 21 de janeiro cerca de 300 alvarás e licenças de funcionamento de estabelecimentos comerciais do Plano Piloto. Essa foi a maior entrega de alvarás e licenças concedidas pela Administração Regional nos últimos dez anos. O trabalho foi resultado de um mutirão proposto pelos servidores do órgão, para expedição de alvarás e licença em tempo hábil. A emissão de alvarás estava atrasada desde os governos anteriores. Na cerimônia de entrega das autorizações compuseram a mesa da cerimônia o administrador de Brasília, Messias de Souza, o secretário de Micro e Pequenas Empresas, Raad Massouh, o coordenador das Cidades, Francisco Machado, o representante da Federação do Comércio, Antônio Augusto de
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Moraes e o vice-presidente da Associação Comercial do DF, Hélio Queiroz. Estiveram presentes também empresários e representantes do Sindhobar-DF, da Associação de Comerciantes do DF, entre outros. À frente do mutirão, Messias de Souza considera este um passo muito importante para ajudar no desenvolvimento econômico da cidade. “Havia mais de mil processos parados. Eu mesmo participei dessa concentração de esforços”, disse o administrador. Messias garante que o esforço de entrega de alvará irá se estender e que em três meses espera normalizar a situação. “Este é um momento virtuoso da cidade, com muitos novos empreendimentos querendo nela se instalar”, comentou Messias. O administrador adiantou que este esforço chegará também para aprovação de projetos
de obras arquitetônicas. “Estamos montando uma força-tarefa de engenheiros e arquitetos para, em 90 dias, fazer outro mutirão”.
Alvarás O presidente em exercício da Fecomércio-DF, Miguel Setembrino, afirmou que a instituição sempre reivindicou mais agilidade no processo de obtenção dos alvarás para os empresários. “Em 2010, havia mais de 11 mil empreendedores sem a documentação. A Fecomércio vê com bons olhos essa iniciativa“, ressalta Setembrino. Elies Soares, vice-presidente Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Distrito Federal (Sescom-DF) considerou a atitude da Administração de Brasília louvável.
O administrador Messias de Souza cita o bom momento na economia da cidade, onde muitos novos empreendimentos deverão se instalar. E pretende normalizar a situação dos alvarás em até 90 dias.
“Foi demonstrado boa vontade para resolver as pendências de alvarás. Agora espero que este processo não pare, e seja realizado de uma forma mais assídua”, disse, completando: “se cem alvarás forem liberados por quinzena, em pouco tempo se colocará essa situação em ordem”. Elies diz não saber qual o motivo dos alvarás estarem parados na Região Administrativa I do Distrito Federal, visto que em cidades como Taguatinga, SIA, Sudoeste e Lago Sul o mesmo processo demora um mês. Hoje pela demanda dos empresários não podem esperar cerca de seis meses para conseguir uma liberação no Plano Piloto. “Não sei quanto estas liberações irão representar para a economia do Distrito Federal, mas representa muito para o empresariado”, comenta. Ele, como representante de sindicato, cita que havia 15 alvarás
de clínicas pendentes. E estas não podem assinar convênios enquanto não ganhar esta autorização. “Nosso sindicato tem cerca de 300 associados, e 80% nos reclamam diariamente desta situação. Agora se o mutirão da administração continuar em breve se resolverá esse imbróglio”.
primeiro negócio Um comerciante, para ter sua loja, precisa primeiro alugar um espaço. É realizada uma consulta prévia para saber se pode desenvolver esta atividade. A consulta dura entre cinco a dez dias. Depois, é preciso registrar o contrato social da empresa na Junta Comercial, processo que varia entre dez e 15 dias. A terceira etapa é junto ao Governo do Distrito Federal: conseguir a liberação da inscrição estadual, que gira em torno de três dias. Por fim, precisa do alvará para se regularizar.
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Mercado de Trabalho
Por: Pedro Wolff | Fotos: Divulgação | Ilustração: Raphaela Christina
Está
sobrando
vaga
Setores da economia do DF sofrem com baixa qualificação dos funcionários
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e acordo com dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em outubro do ano passado, o número de desempregados no Distrito Federal era de 172 mil. Mesmo que o mercado ofereça boas ofertas de trabalho, vários setores da economia carecem de mão de obra especializada. Cleiton Machado, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) foi incisivo: “Na minha avaliação, quem está desempregado, ou não quer trabalhar ou está desqualificado”. Ele se refere aos problemas de seus colegas que ele acompanha, por exemplo: encontrar profissionais capacitados como garçons.
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Este problema gera um custo adicional para o empresariado. Os patrões têm que investir tempo e dinheiro para dar qualificação. “No meu entender, esse papel de educar e qualificar é do governo”. Cleiton acrescenta que pode ocorrer um desgaste ainda maior quando, depois de capacitado por uma empresa, o funcionário decidir procurar emprego na concorrente. O presidente do Sindhobar comenta também que a baixa escolaridade reflete na falta de especialização. Devido a esses fatores, o Sindhobar faz convênios com entidades como o Senac para preparar os trabalhadores. No setor de bares, o cargo mais carente de mão de obra é o de garçom, que representa um terço do
quadro de empregados da empresa. E diz que para a cidade receber a Copa do Mundo essa categoria profissional tem que saber uma língua estrangeira. Mais do que o próprio dono, porque o contato com o cliente praticamente se limita aos garçons. “Não precisa ser um inglês fluente, o garçom precisa entender o técnico como uma coca-cola com gelo e limão”. Na área da construção civil o problema é semelhante. Ezídio Santos, presidente da comissão política e de relações trabalhistas do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), fala das dificuldades para se contratar de um ano e meio para cá. Devido ao boom no setor, houve um aumento significativo na procura por profissionais
especializados na área da construção civil. “Temos dificuldade de arrumar eletricista, carpinteiro, armador e bombeiro hidráulico”, enumera. Esse déficit fez com que as empresas investissem para reter empregados, oferecendo salários atrativos e assistência médica. “Hoje a rotatividade diminuiu porque o empresariado investe mais em curso de capacitação e oferece até curso de informática”. O presidente do Sinduscon-DF, Julio Cesar Peres diz que a solução para se investir na capacitação dos profissionais é um planejamento de longo prazo. “De 2004 a 2010, o número de empregos no setor saltou de 1,8 milhão para 2,9 milhões, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Até outubro de 2011, o setor gerou 309.425 vagas com carteira assinada”, destaca Júlio Cesar Peres. Ele afirma que para minimizar essa defasagem de mão de obra qualificada no DF, as entidades do setor da Construção Civil têm feito a sua parte. Como é o caso do Serviço Social do Distrito Federal (Seconci-DF), que oferece cursos nas áreas de Segurança do Trabalho, Alfabetização e Capacitação. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) também tem contribuído por meio de cursos técnicos e de qualificação profissional. No caso das lojas, uma solução de curto prazo para suprir a demanda é investir nos temporários. Antônio Moraes, do Sindivarejistas, diz que o comércio do DF cria em média seis mil empregos temporários a cada ano. “É preciso oferecer capacitação ao funcionário para que ele possa atender melhor o consumidor. O cliente hoje é muito mais exigente”. O presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio), Adelmir Santana, faz uma análise da realidade atual. Ele explica que houve descompasso do crescimento
da cidade com a formação de mão de obra. “Houve certa negligência na área dos cursos técnicos e, mesmo hoje, o esforço do Senac e Senai não consegue atender esta demanda”. Ele considera necessário que sejam pesquisadas quais as reais demandas do mercado, para não haver uma superposição de determinada função. Como, por exemplo, formar mais funcionários de uma categoria e a outra ficar defasada.
Júlio Peres defende efetiva capacitação dos profissionais no setor de serviços
Serviço SENAI SIA trecho 3, lote 225 (61) 3361.6000 SENAC SIA trecho 3 lt. 213/215 (61) 3313.8877 SECONCI-DF SCS Quadra 08, Bloco B-50, Ed. Venâncio 2000 sl. 810 a 844 (61) 3213.2288
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Educação
Por: Redação | Fotos: Divulgação
É português
brasileiro
M
arcos Bagno nasceu em Cataguases, Minas Gerais, graduou-se em Letras na Universidade Federal de Pernambuco, tendo vivido também em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, onde se encontra atualmente como professor de Línguas Estrangeiras e Tradução, na UnB. Incursiona na área de Linguística e Línguas Clássicas; é pesquisador de Educação, na crítica do ensino e investigação científica e acadêmica. É escritor de livros infanto-juvenis. Acaba de tirar do forno a “Gramática Pedagógica do Português Brasileiro”, que será lançada em março na capital federal.
Qual o projeto desta gramática? Trata-se de uma obra que pretende descrever o português brasileiro contemporâneo, com atenção especial para as variedades urbanas cultas, isto é, os modos de falar e de escrever das camadas socioeconômicas urbanas mais letradas. Mas não é apenas mais uma descrição. Esta é a primeira obra publicada no Brasil que propõe a plena aceitação das características próprias da nossa língua. Assim, ela vai na contramão das manifestações puristas dos meios de comunicação, que ainda insistem em classificar como “erro” usos documentados há mais de um século na língua falada e também na língua escrita dos brasileiros mais letrados, incluindo nossos melhores escritores. Por que essa insistência em classificar esses usos como “errados”? Porque nossa tradição gramatical e pedagógica ainda sofre de um arraigado espírito colonizado. Muitos desses supostos “erros” só recebem essa classificação porque não fazem parte dos usos dos portugueses, do outro lado do Atlântico. Pode parecer inacreditável, mas muitas das prescrições da pedagogia tradicional 38
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de língua, até hoje se baseiam nos usos que os escritores portugueses do século XIX faziam da língua. Se tantas pessoas condenam, por exemplo, o uso do verbo “ter” no lugar de “haver”, como em “hoje tem feijoada”, é simplesmente porque os portugueses, em dado momento da história de sua língua, deixaram de fazer esse uso existencial do verbo “ter”.
Existe, portanto, uma grande distância entre o que se considera como “língua certa” e o que os brasileiros mais letrados realmente usam? Exatamente. Temos de um lado uma norma-padrão extremamente conservadora e anacrônica, que não se inspira em nenhum uso real contemporâneo. De outro, temos um conjunto de variedades urbanas prestigiadas que são, de fato, a norma empregada pelos brasileiros que tiveram acesso a uma boa educação e ocupam os postos privilegiados da sociedade. Assim, se é para ensinar alguma norma de prestígio, que seja pelo menos essa norma real, viva, que circula em nossa sociedade. Pode parecer um projeto elitista (e de fato é), mas não devemos esquecer que os estudos sociolinguisticos têm revelado que as camadas sociais não privilegiadas tendem a se espelhar nos usos e hábitos das camadas prestigiadas. Por que o “pedagógica” no título da obra? Porque é uma obra que pretende contribuir para a formação docente, para que as professoras e os professores de português (e de outras disciplinas também, é claro) conheçam mais profundamente e com melhores bases teóricas o seu objeto de trabalho, que é o português brasileiro. Esta gramática segue o modelo tradicional, com as mesmas divisões do conteúdo?
Nem de longe. A divisão tradicional reflete um apego a uma abordagem da língua que remonta nada menos do
que a 2.300 anos atrás, quando surgiu a própria disciplina chamada “gramática” no mundo de língua grega. De lá para cá, as obras chamadas “gramáticas” modificaram pouco sua apresentação. Assim como outras obras recentes dedicadas ao estudo e à descrição do português brasileiro contemporâneo, a Gramática pedagógica do português brasileiro exibe um projeto epistemológico próprio, uma concepção de língua e de linguagem que abraça determinados construtos teóricos e rejeita outros. Como é então que a obra se apresenta? Ela é dividida em cinco partes, cada qual com seus capítulos específicos. A primeira parte apresenta uma concepção de língua baseada nas atuais investigações que definem a linguagem como um fenômeno sociocognitivo. O que quer dizer isso? A língua que nós falamos não é simplesmente uma faculdade biológica, inscrita no nosso DNA. Ela se vincula intrinsecamente à natureza social de toda atividade humana. A própria cognição humana é resultante dessa interação entre capacidades cerebrais e atividade sociocultural. Sem cultura, sem sociedade, sem história não existe linguagem.. O que contém a segunda parte? A segunda parte se dedica à investigação do fenômeno da mudança linguística: como e por que as línguas mudam? A resposta está, novamente, na natureza sociocognitiva da linguagem. Não é “a língua” que muda: são os próprios falantes, em interação social, que mudam a língua. Em se-
guida, passamos à história da língua portuguesa, desde sua origem na Galiza (noroeste da Península Ibérica) até os dias atuais no Brasil. Depois ao estudo da formação do léxico da língua, com ênfase na etimologia, uma área que atrai muita gente, mas que é vítima de muitas investidas de curiosos que não têm formação adequada para tratar do tema. E quando se entra de fato na descrição do português brasileiro? Na terceira parte da obra o leitor encontra a história da fonologia da língua, mostrando as principais mudanças ocorridas desde o latim até o português brasileiro atual. Em seguida, vem uma discussão sobre as relações entre língua falada e língua escrita, relações ainda muito sujeitas a visões pouco consistentes que tentam separar esses dois usos da língua como se fossem radicalmente diferentes, quando de fato não são. Na quarta parte, a história da disciplina gramatical, como, onde e porque surgiram as classes gramaticais, os conceitos e as definições que usamos até hoje. Passa-se daí a uma análise de alguns conceitos fundamentais para o entendimento das línguas humanas em geral. Finalmente,
entra-se na descrição da gramática do português brasileiro, com nove capítulos dedicados às diferentes classes gramaticais, que são apresentadas aqui segundo uma divisão muito pouco convencional, precisamente para mostrar que a língua é um objeto de estudo sempre sujeito a teorizações diversas e que a abordagem tradicional é apenas uma (e nem de longe a melhor) das possibilidades de fazer essa teorização. O caráter pedagógico da obra se limita a essas descrições então? Não. Na abordagem de cada classe gramatical, explicitamos como se deve agir em sala de aula no tratamento dos fenômenos linguísticos em análise. Há vários momentos em que o texto se dirige aos docentes com indicações claras sobre o que fazer na prática pedagógica. Além disso, os dois últimos capítulos têm finalidades claramente didáticas. Como é possível saber quais são os usos realmente presentes nessas normas urbanas de prestígio? Nós contamos, no Brasil, com um material precioso de língua falada urbana. É o corpus do projeto NURC (Norma Urbana Culta), iniciado nos
anos 1970 e que prossegue até hoje. São milhares de horas de gravação da língua falada por brasileiras e brasileiros com antecedentes urbanos e escolaridade superior completa. É ali que encontramos a verdadeira gramática do português brasileiro culto, gramática que já deixou de obedecer há muito tempo uma série de prescrições tradicionais. Para a língua escrita, abandona-se a prática milenar das citações literárias em favor de textos recolhidos de jornais, revistas, ensaios acadêmicos, produção científica etc., além de textos que circulam na internet. Qual a origem das fotografias que ilustram a obra? Por ser uma gramática do português brasileiro, pensamos que seria interessante ilustrá-la com fotos da época da construção de Brasília, um projeto integralmente brasileiro. Assim, homenageamos a cidade quando completa seu primeiro meio século de vida. Obtivemos as fotos por gentileza do Arquivo Público do Distrito Federal e do Centro de Documentação da Universidade de Brasília. Serviço Parábola Editorial, 2012 www.parabolaeditorial.com.br
PLANO BRASÍLIA
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Tecnologia
Por: Tatiane DjenaneBarbosa Arraes | Ilustração: Raphaela Christina Por:
Mundo
Smartphone
Previsão de crescimento de vendas para 2012 de tablets e smartphones indica mudanças de hábitos do consumidor que podem anunciar o fim dos PCs
O
dia 16 de dezembro ainda não havia sequer chegado, mas na entrada das lojas filas se formavam em todo território nacional. As pessoas não estavam à espera do início da venda de ingressos de um show de um artista famoso ou de algum filme sensação, como tornou-se comum. As filas, algumas delas descritas como quilométricas, eram para a compra do caríssimo iPhone 4S, cuja venda começaria à meia-noite do dia 16. O valor do aparelho em questão pode chegar a “bagatela” de R$ 2,7 mil, dependendo da capacidade de armazenamento de dados que tiver. Mesmo assim existe a estimativa de que as operadoras de telefonia registraram recordes em vendas no lançamento de um iPhone no País. Apenas a TIM contabilizou a venda de 2 mil unidades em uma única madrugada. Ao passo que o iPhone continua a ser um desejado objeto de consumo, a Samsung – principal concorrente – comemorou ainda em outubro o recorde de vendas de mais de 300 milhões de celulares em um ano. Destes, 30 milhões foram em vendas dos modelos Galaxy e Galaxy S. Outras empresas correm atrás das preferidas pelos consumidores. A Panasonic, por exemplo, anunciou a chegada do novo smartphone da marca para o próximo mês de março. O aumento da procura por esses tipos de aparelhos hoje é superior ao crescimento de vendas dos PCs. Segundo as estimativas da Nielsen Media Research, cerca de 645 milhões de smartphones devem ser vendidos no mundo em 2012. Isso representa aumento de 40% em relação ao ano anterior. Ao passo que a venda de PCs deve ser de 370 milhões de unidades – crescimento de apenas 4,5%. De acordo com relatório da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), cerca de 15,3 milhões de computadores pessoais foram vendidos em 2011. Crescimento de 9% em relação ao ano passado. Estes são dados e informações que indicam mudanças de hábitos significativas do consumidor de informática. A tendência é
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de que as pessoas passem a usar mais smartphones e tablets para acessar a internet e aplicativos do que os “velhos” PCs. É o caso, por exemplo, do funcionário público Bruno Soares, 28, que hoje é um ávido usuário das novas plataformas. “São mais cômodos”, disse Bruno. “Hoje em dia o celular e o tablet são ferramentas que fazem tudo que um usuário comum precisa: e-mail, navegar na internet, Facebook, Youtube e etc.” O funcionário público apontou algumas vantagens da razão destas plataformas serem tão bem-sucedidas: portatibilidade, comodidade e preço. “É muito mais confortável navegar na internet deitado em uma rede, do que sentado numa cadeira com as costas curvadas.”
PCs ainda resistem Mas os celulares e tablets ainda não conseguem acompanhar os PCs quando o assunto é trabalho profissional. Isso porque ainda não possuem um processador tão poderoso e mecanismos que possam rodar programas avançados. “No meu caso, uso apenas o iMac para trabalhos mais avançados como Photoshop e iPhoto (programas que uso para editar e organizar meu álbum de fotos). A partir do momento em que eles estão organizados, sincronizo com o iPad e vejo as fotos pelo tablet porque é muito mais confortável”, explicou Bruno. É apostando nisso, e apesar da desaceleração do crescimento do mercado, que empresas continuam a investir em PCs. É o caso da Dell, que anunciou o lançamento do ultrabook, um intermediário entre o tablet e o notebook. O formado é ultrafino e leve, mas o processador igualmente poderoso, capaz de rodar programas profissionais. A expectativa é que o formato abocanhe 13% do mercado de computadores portáteis em 2012. Isto é: se o consumidor pagar o preço mesmo com a crise econômica. Nos Estados Unidos um ultrabook sai por U$ 1 mil. Mas no Brasil o consumidor desembolsa entre R$ 3 mil e R$ 7 mil.
Cotidiano
Por: Janaína Camelo | Fotos: Fabio Pinheiro
Cremação
que faz bem Único crematório do DF para animais domésticos abre as portas e alivia as dores de quem perde seu animal de estimação.
N
os últimos anos, corpos de dezenas de cães e de gatos têm sido jogados em terrenos baldios do Distrito Federal. Não por culpa de seus donos, na maior parte das vezes, mas por falta de local que ofereça um final digno ao bichinho de estimação. O único cemitério público para animais domésticos que já existiu no DF foi desativado porque não era regularizado. A saída sempre foi fazer um cemitério improvisado no quintal de casa ou se desfazer do animal em locais impróprios. Mas a opção não existia. Há cinco meses, vem funcionando no DF um crematório particular destinado a animais domésticos de pequeno porte e a novidade tem aliviado a dor da perda de um Pet. O nome é Paraíso Animal, fica no Lago Oeste, Sobradinho, e tem recebido em média, dois animais por dia. O nome do dono é Luiz Felipe Lopes, que junto com o pai criou o crematório para animais domésticos a partir de uma necessidade, segundo ele. “Um exemplo foi minha avó. Ela tinha um animal de estimação que quando morreu foi enterrado no quintal de uma chácara, pelo próprio veterinário. Acabou que a chácara foi vendida e minha avó nunca mais pode visitar o local onde o animal foi enterrado”, conta Luiz Felipe. O serviço é completo. Tem um traslado, onde a empresa busca o 44
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animal no local que ele estiver, e um serviço de cremação individual, que inclui uma mídia de DVD com a filmagem do processo de cremação. O proprietário recebe as cinzas do animal em uma urna funerária, junto com um certificado de cremação. Quem escolhe por usar o serviço pode pagar um valor a partir de 600 reais. O preço varia de acordo com o tamanho do animal.
Perda Dois meses atrás, a analista Priscila Beraldi perdeu a cachorrinha Mel, que tinha 10 anos de idade. Um câncer levou a pet depois de ela passar por um longo tratamento contra a doença, que incluía sessões de quimioterapia. “Quando vimos que ela não iria sobreviver, procuramos em Brasília, alguma empresa que oferecia serviços de funerária para animais de estimação. Não foi fácil encontrar”, lembra. Mel foi cremada na Paraíso Animal com toda tranquilidade para a dona, que se diz satisfeita.A husky siberiana Brisa, de 4 anos, não teve a mesma sorte. Nem sua dona. A estudante Sara Santos, de 25 anos, perdeu a Brisa depois que a cadela contraiu um vírus que paralisou seus
movimentos. Depois de dois dias internada, Brisa precisou tomar uma injeção letal. Apesar de ter vivido confortavelmente ao lado de sua dona, ela terminou sua jornada sem um final feliz. “O veterinário não tinha conhecimento sobre um local que poderíamos levar o corpo da Brisa. Coloquei-a num saco e dirigi horas até que encontrei uma obra inacabada, onde tive que deixá-la”, lamenta a estudante.
Responsabilidade ambiental Enterrar em local impróprio há riscos de contaminação do solo. É importante que qualquer animal seja enterrado em uma área onde não exista lençol freático. “Se esse animal tiver morrido de algum tipo de doença infectocontagiosa e colocado em local impróprio, ele pode contaminar o solo. A cremação é o método mais seguro”, alerta a veterinária Elisangela Salvino Leite. “A gente se preocupa com o corpo porque aqui em Brasília o lbram ainda não liberou uma área para a implantação de um cemitério de animais”, observa. Uma área no Setor de Indústria e Abastecimento foi reservada para o cemitério de animais do Distrito Federal, mas o local ainda aguarda pela liberação do Ibram.
A cremação, além de ser um ato de respeito ao animal é também um ato de respeito à natureza, porque neste tipo de processo não há agressão ao meio ambiente. Para funcionar, a Paraíso Animal passou por um longo processo de legalização ambiental para conseguir autorização. Foram seis anos até finalmente ter em mãos a licença para operar. O processo de cremação é composto por fornos especiais que filtram os resíduos sólidos e assim não emitem poluentes no ar. Além disso, no lote da empresa, foram plantadas mais de mil árvores nativas do cerrado. Uma reserva legal onde podem ser vistas árvores do tipo Ipês, Aroeiras, Tamboris do Cerrado, Cerejeiras e Pequizeiros.
das vezes, dispõem de estrutura para refrigeração de animais. Já nas clínicas veterinárias, quando acontece a morte, o correto é o estabelecimento orientar como o proprietário pode proceder com o corpo do animal. “Indicamos ou a Paraíso Animal ou um cemitério em Santo Antônio do Descoberto, onde é legalizado”, afirma a empresária Kenia Silva, dona da clínica veterinária e pet shop Dog Way. Mas segundo ela, nem sempre o proprietário segue o conselho. “Ressaltamos para o dono que deixar o cão ou gato em qualquer local não é o correto, mas muitos admitem que não podem, que não tem recurso, e acabam enterrando em chácaras ou no quintal de casa”.
Congelamento
Serviço Crematório Paraíso Animal Núcleo Rural Lago Oeste Rua 21 Ch. 898-E - Sobradinho (61) 3483.7070 | 81522804
Quando morto num hospital veterinário, o animal é congelado. Os hospitais, na maior parte
Clínica veterinária Dog Way Qd 1. lt. 5 lj. 3 Vargem Bonita – Park Way
Kenia Silva: “Método seguro e respeito ao animal”
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Automóvel
Da Redação | Fotos: Divulgação
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Novo Palio
novo Fiat Palio chega a ao mercado brasileiro como uma evolução natural de seus antecessores: aprimorado, imponente, completo, em total sintonia com os desejos do consumidor. Suas linhas atraentes, totalmente redesenhadas pelo Centro Stile Fiat, na Itália, são modernas e harmoniosas, requintadas e esportivas, deixando claro imediatamente que se trata de um Fiat, mas sem deixar de exibir a sua forte personalidade. Três motores equipam o novo Fiat Palio: Fire 1.0 EVO, Fire 1.4 EVO e 1.6 16V E.torque, todos Flex. As versões 1.6 16 v podem vir com câmbio mecânico ou Dualogic®. No total, o novo modelo chega ao mercado com seis versões para contemplar os mais variados gostos, necessidades e orçamentos. São elas: Attractive 1.0, Attractive 1.4, Essence 1.6
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16 v, Essence 1.6 16V Dualogic, Sporting 1.6 16V e Sporting 1.6 16VDualogic. O Fiat Palio que será visto nas ruas a partir de agora representa um passo além em relação ao hatchback anterior – ele está maior e mais bonito. O design absolutamente contemporâneo, concebido pelo Centro Stile Fiat, da Itália, é totalmente afinado com as tendências mundiais, mas também remete à identidade da marca Fiat. E divide o palco com a funcionalidade, a praticidade e o acabamento apurado, tornando o novo Fiat Palio o modelo de referência em seu segmento. O novo Fiat Palio traz o DNA do design italiano que alia funcionalidade e uma bela estética. Sua linha de cintura elevada e inclinada define a vocação do modelo ao revelar esportividade. Também o pára-
-brisa bem inclinado denota dinamismo, enquanto as curvas suaves formam um perfil entre um hatchback e um mono volume, com modernidade e sofisticação. Já o desenho harmonioso e dinâmico dos vidros, em conjunto com o vinco lateral que nasce no pára-lama dianteiro e termina logo após a traseira, alonga o modelo e determina um elemento bonito e forte. Nas versões Attractive e Essence o quadro de instrumentos traz fundo preto e contém velocímetro, conta-giros, relógio e hodômetros total e parcial digitais, termômetro do líquido de arrefecimento e medidor de combustível analógico, e luzes-piloto. Os números são em branco com os ponteiros em vermelho, propiciando sempre uma leitura fácil e não distraindo a atenção do motorista. A versão Sporting recebeu quadro de instrumentos diferenciado. Ele possui os mesmos medidores das demais versões, mas com serigrafia degradê, números maiores e ponteiros brancos, além do logotipo Sporting ao centro. O Fiat Palio Fire 1.0, nas versões de duas e quatro portas, permanece com a mesma carroceria e con-
tinua sendo a versão de entrada do modelo. O novo Fiat Palio será oferecido em 14 cores diferentes. Nas versões Attractive e Essence, são quatro cores sólidas e oito metálicas, incluindo a nova cor Azul Cosmos. A versão Sporting conta com sete cores, duas exclusivas: Vermelho Modena e Amarelo Indianápolis , escolhidas especificamente para acentuar sua aura esportiva.
GARANTIA DE FÁBRICA O novo Fiat Palio tem garantia contratual de um ano sem limite de quilometragem. E durante a vigência da garantia geral o dono do veículo tem direito a assistência 24 horas, que executa serviços de urgência como reboque, socorro mecânico e veículo reserva em qualquer local do Brasil. As revisões do novo Fiat Palio só acontecem a cada 15 mil quilômetros ou um ano. O dono de um novo Fiat Palio conta com mais de 560 pontos de atendimento Fiat, entre concessionárias e postos assistenciais, espalhados por todo o país para lhe dar o suporte.
Serviço Estação Fiat / SIA Em frente ao Bradesco SIA Sul Trecho 02 Lt. 230 e 310 (61) 3403.6363
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Vida Moderna
Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Victor Hugo Bonfim e Divulgação
Maquiagem em casa?!
Profissionais da beleza não estão atendendo apenas nos salões, eles também vão às residências
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er que ir sempre ao salão para cuidar da beleza é coisa do passado. Os profissionais do ramo estão indo à casa das pessoas. Sejam cabeleireiros, maquiadores ou manicures, muitos estão se especializando no atendimento em domicilio. A maquiadora Julia Flávia de Sousa Leite, 25 anos, é um desses profissionais. Após o curso de maquiagem que fez na Espanha, Julia começou a trabalhar em salões de beleza de Brasília. Não gostou, trabalhava muito e a remuneração era baixa. Após algum tempo, resolveu migrar para 48
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os estúdios fotográficos e atendimentos em domicilio, onde obteve sucesso. “Eu percebi que as pessoas estavam querendo mais comodidade, alguém que atendesse em casa, ajudasse a colocar um vestido”, conta Julia. A maioria das clientes, ela conheceu nos salões e estúdios em que trabalhou. “As pessoas perguntam: você atende em casa também? Eu digo sim, elas sempre acham legal e pedem meu telefone”, revela. A maquiadora atende mulheres de todas as idades, e em diversos locais de Brasília. Suas clientes são pessoas que
buscam maior comodidade na hora de se arrumar para um evento. A gerente comercial Luciana Estrella, 24 anos, é cliente de Julia há mais de um ano. Luciana começou a se interessar pelo serviço devido à comodidade. “É mais pratico e confortável ser atendida em casa, e a qualidade do serviço é a mesma”, conta. Luciana costuma utilizar os serviços da maquiadora Julia quando vai a um evento que pede uma maquiagem mais elaborada, com uma combinação de cores da moda e cílios postiços. Os horários de Julia sempre se adaptam aos dela, diz Luciana, “além de não ter que ficar esperando vaga em salões cheios”. Outro fator que leva Luciana a preferir o atendimento em domicilio é o trânsito. “Recebendo a pessoa em casa não tenho que pegar
trânsito, evito engarrafamentos”, diz. Para ela também é mais cômodo utilizar sempre os serviços da mesma profissional, que já conhece seus hábitos e gostos. Além de ir à residência das pessoas, Julia Flávia também tem um studio de maquiagem em casa, onde atende as clientes que preferem um local mais reservado, mas preferem um espaço que não seja a sua própria casa. Julia Flávia também atende homens. “A maioria das vezes eu vou maquiar as esposas, os maridos aproveitam e dizem: “passa um pó em mim para eu ficar bonitão”. Serviço Julia Flavia (61) 8584.9496 www.maletademaquiagem.com
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Esporte
Por: Luiz Felipe Brandão | Fotos: Divulgação
Esporte de
Aventura
Rafting, o esporte que junta ecologia e natureza
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rasília é a cidade do Centro-Oeste que conta com o maior número de adeptos de rafting – prática de descida em corredeiras, utilizando botes infláveis e equipamentos de segurança (coletes e capacete). Embora o Distrito Federal propriamente dito não tenha rios ideais para este esporte, municípios vizinhos de Goiás os têm de sobra para o deleite dos brasilienses. Quando a estação chuvosa começa, os botes descem as corredeiras. A equipe Itakamã, por exemplo, conhece os caminhos do rio Corumbá como nenhuma outra. A cidade secular goiana banhada pelo leito é ponto de mochileiros e praticantes de esportes de aventura e costuma receber muitos turistas ao longo do ano. Para Maurício Martins, da equipe Itakamã, a preferência por Corumbá é porque o rio não oferece riscos de tromba d’água – quando o volume de água sobe subitamente. “O rio tem grande volume e não oferece risco porque praticamos o esporte próximo à nascente. Além disso, as margens são largas e com grande vazão”, disse.
A equipe Itakamã também abre espaço para a prática de amadores e turistas em busca de emoções diferentes. Não precisa sequer ter experiência, os profissionais garantem a segurança e há guias especializados em caiaques auxiliares que acompanham todo o trajeto dos botes de visitantes. O rafting é um esporte para ser praticado a partir da idade dos 15 anos. Mas não é recomendado para pessoas com problemas cardíacos ou alguma limitação física que comprometa os comandos do guia e as remadas.
Os Esportes de aventura e onde praticá-los: Arvorismo: É a pratica do passeio sobre cordas na copa das arvores, saiba mais entrando no site da equipe de aventura Itakamã para obter mais informações. O local mais próximo de Brasília fica na Pousada dos Angicos: a 40 km de Brasília, com 75 metros de circuito e cinco percursos; Escalada e Montanhismo: É a pratica do Alpinismo e tem como origem a pratica da escalada nos Alpes. No entanto no Brasil é muito utilizada para se referir a escalada em geral. Local de escalada no Distrito Federal fica na Fercal, depois de Sobradinho II, cerca de 60 km do Plano Piloto Slack Line: É a pratica da Corda Bamba ou Slack Line que surgiu para a busca do equilíbrio físico e da concentração. Equipamento Básico: Corda ou fita e alguns mosquetões. Curso: Feito em cima da grama e a 1 metro do chão, permite com que as pessoas desenvolvam a psicomotricidade, o equilíbrio, a concentração e a consciência corporal.
Serviço Para mais informações e valores de pacotes: SHCN CL 208 Bl. B lj. 23 Galeria (61) 3202.1027 | 9942.5098 www.itakama.com.br contato@itakama.com.br
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Personagem
Por: Alexandra Dias | Fotos: Fábio Pinheiro
Ai,
meu
Boi morreu 52
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Feito o texto, antes de publicada a revista, Teodoro se foi, aos 91 anos, 45 de Boi, deixando na lembrança dos brasilienses traços marcantes da cultura maranhense
D
os 91 anos de vida de Teodoro Freire - esse maranhense radicado em Brasília, recentemente falecido - 45 foram dedicados ao Boi Bumbá e sua perpetuação fora das terras de origem. Boi Teodoro era um homem dadivoso. Seu coração, cultural por essência, pulsava paixões e recriava o entusiasmo pela vida. Depois do Maranhão, carregando o Boi na alma, aportou no Rio de Janeiro, onde se reconheceu no clube do coração, o Flamengo, e na Escola de Samba Estação 1ª da Mangueira. No início de Brasília, Teodoro veio trazendo na “bagagem” todo esse legado. Nascia o Boi Teodoro de Sobradinho. Desde menino, ainda em sua terra natal, se encantou pelo Boi. Fugia de casa para acompanhar a “brincadeira”. No Rio de Janeiro começou a propagar a tradição e ainda lembrava, já em Brasília, da recepção dos cariocas ao assistirem o que seriam as primeiras apresentações fora do Maranhão. Depois de quase meio século em Brasília, o amor brotou na semente que o suor regou e o Boi Teodoro estaria completando, em janeiro, exatos 45 anos de existência. Fácil, não foi. Propagar a cultura nordestina por aqui contou com o auxílio dos grandes amigos que fez, principalmente na UnB, seu local de oficio, por opção, já que rejeitou trabalhar no Congresso Nacional para permanecer ao lado do pensamento e da cultura: a universidade. Na UnB, conheceu Darcy
Mestre Teodoro contava com o apoio da família e amigos para manter a tradição viva
Ribeiro, Dr. Dino, além de professores e alunos que sempre fez questão de rever, quando possível. Para matar a saudade que sentia da Festa, Teodoro fundou em Sobradinho o Centro de Tradições Culturais, onde o boi ganhou vida e adeptos, trazendo um pedaço do nordeste para o centro-oeste. Sem incentivo financeiro, valeu até mesmo bancar o centro com seus próprios recursos, contando com o apoio de sua esposa, filhos, amigos e “brincadores” para fazer pulsar a tradição. Ainda recentemente, o velho boi, com sorriso de menino, dizia-se satisfeito por ter trazido uma parte importante da cultura raiz de seu Estado para Brasília. Quando questionado sobre o que mais o fascinava no Boi, ele garantia: “Tudo”, ou, “o conjunto”. “Desde o sopro do apito pelo Amo (quem canta a toada do Boi) para a reunida dos bailantes (brincantes), até mesmo a chegada da toada de despedida. O batuque, o Batizado e a Matança do Boi. Tudo é lindo”, repetia. O Boi menino lamentava pela falta de ações de valorização e propagação da cultura popular. “Somos
considerados Patrimônio Cultural Imaterial do Governo do Distrito Federal e não temos nenhuma política concreta que garanta a nossa sobrevivência”, criticava. De Bailantes (brincantes), restaram ao todo 75, e de pessoas ligadas às famílias e amigos dos brincantes, mais de 400.
Essa magia, na verdade, é muito particular e desperta de cada jeito no coração de quem vê e sente o folguedo Para garantir a proposta original, o Centro também recebe variados grupos culturais. “Se
Alegoria da vestimenta dá o tom lúdico do folguedo
tivéssemos recursos próprios ou políticas que garantissem os custos, iríamos realizar o intercâmbio cultural frequentemente com o Estado do Maranhão e Brasil todo”, queixava-se o Boi, completando: “Ainda que muitos dos apaixonados sequer sejam nordestinos ou descendentes. Essa magia, na verdade, é muito particular e desperta de cada jeito no coração de quem vê e sente o folguedo.” Mas o Boi queria mais. Sua vivência na universidade o fazia sonhar com muito mais cultura para as crianças e jovens. A alegria de ter conseguido criar aqui um Bumba-meu-boi e Tambor-de-crioula o fez crer, sim, que isso seria possível. Saudades, sentia da terra natal, do “meu interior” São Vicente de Férrer, mais precisamente o “lugarejo Castanho Claro” e esperança tinha de que as novas gerações vivam e perpetuem as manifestações culturais e com incentivo público. Consagrado e admirado, Teodoro deu a receita: “Feliz daquele que teve e tem um folguedo cultural para se apaixonar, viver e conviver com a tradição cultural!”
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Saúde
Por: Janaína Camelo | Fotos: Fabio Pinheiro | Ilustração: Eward Bonasser Jr.
Férias sim,
doenças não A época é de férias, mas também propícia para doenças. Tome cuidado e evite os males comuns do verão
O
verão está aí. Trazendo férias, calor, sol, mar. E doenças também. É nesta época do ano que as pessoas se tornam mais suscetível a certos males. Micoses, intoxicação alimentar, insolação, desidratação, otite e também a dengue são alguns dos mais frequentes nos meses de verão e podem estragar suas férias, caso adquira algum desses. Além das condições climáticas da época, alimentação fora de casa, exposição excessiva ao sol, banhos de mar oude piscinas são alguns dos fatores que podem causar dores e incômodos nas suas férias. Para prevenir, todo cuidado é pouco. A solução não é fácil, ainda mais em pleno verão, quando a regra é aproveitar os dias de folga. No entanto, a decisão de prevenir tais doenças pode salvar seus dias de descanso. Evitar o consumo de alimentos em locais de lazer já é um bom começo. A intoxicação alimentar é um das doenças mais frequentes no verão. O hábito de comer fora de casa, em restaurantes self-service e em praias, onde os alimentos ficam por um longo período expostos à
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temperatura ambiente, é o maior causador da intoxicação alimentar. Peixes e frutos do mar crus também são grandes vilões. “O melhor é optar pelo alimento cozido. Quando crus, eles tem a maior chance de estarem mal lavados e assim, contaminados, inclusive pelo vírus da Hepatite A”, alerta o infectologista Alexandre Cunha, do laboratório Sabin. Uma pessoa contaminada por um micro-
Rolf: Dores de ouvido depois de um banho de mar.
organismo pode desenvolver vários sintomas, como diarréia, vômitos, náuseas, febre e desidratação. Outras doenças que entram no ranking das mais frequentes no verão são a insolação e a desidratação. Apesar de parecerem brandas, requerem atenção e cuidados. A desidratação é a perda de líquidos e de sais minerais do corpo em demasia. Perdemos água através do suor, da urina, fezes e respiração. No verão, vários fatores aumentam esta perda, que podem causar a desidratação. Para evitar isso, a ingestão de água é fundamental. Já a insolação é provocada por exposição prolongada ao sol. Pode causar náuseas, vômitos, falta de ar e alta temperatura corporal. Nos casos mais graves, até inconsciência e queimaduras pelo corpo. A orientação dos médicos é ingerir água com frequência quando perceber o início dos sintomas. Os alertas servem também para as doenças de pele e micoses. Geralmente a pele se torna mais úmida no verão, seja por idas à praia e piscinas ou mesmo pela transpiração, que aumenta nesta época. Essa
condição é propícia para a proliferação de fungos e bactérias e causam doenças comopsoríase,pano branco, brotoejas, frieiras e até a acne. Mas a doença de pele mais grave é o câncer, causado pela exposição excessiva ao sol. Evitar tomar sol entre às 9h e às 16h, e o usar protetor solar é fundamental. Uma doença que aparece muito no verão, principalmente em banhistas, é a otite externa, inflamação do canal auditivo. O ouvido é úmido e por isso favorece o surgimento de microorganismos, ainda mais após banhos de mar e piscinas. E foi este tipo de inflamação que perturbou a vida do professor de 33 anos, Rolf Bravim Eurich, quando passava uns dias em Vila Velha, Espírito Santo. “Não esperava ter isso. Na verdade nem sabia que o que eu tinha era otite. No final de um dia de praia, senti um dos meus ouvidos dolorido e ficou assim por uns três dias. Nem aproveitei bem o tempo livre que eu tinha.”, lembra. Outra inflamação bem conhecida nas férias é a conjuntivite bacteriana, uma inflamação na pele que
cobre os olhos causando coceiras e muito incomodo. Pode ser contraída em piscinas não tratadas e “pega” fácil, por isso evite usar toalhas de outras pessoas e não ter contato com quem estiver doente.
Dengue A dengue é disparada a doença de verão que mais preocupa e lota hospitais durante os meses de calor. Campanhas na mídia e trabalhos de prevenção através dos agentes comunitários da Secretaria de Saúde já começaram. Até outubro de 2011, Brasília notificou cinco mil 863 casos de dengue e a tendência nesta época de verão é o número se multiplicar. “Depois do surto de 2010, conseguimos o apoio das administrações regionais e do SLU”, revela o chefe do Núcleo de Endemias da Secretaria de Saúde, Dalcy Albuquerque Filho. Segundo ele, quase a totalidade dos focos do mosquito Aedes aegypti estão dentro de casas. “As pessoas devem fiscalizar detalhes em sua casa, como ralos, calhas, garrafas e reservatórios de água”, ressalta.
Veja as dicas para um verão sem doenças e preocupações Água nunca é demais A ingestão de água é uma das principais orientações dos médicos para esta época de calor. Por causa das altas temperaturas, eliminamos mais líquidos que o normal, o que pode causar uma desidratação. Ao sair de casa, seja prevenido, tenha sempre uma garrafa com água à mão.
Tudo seco Mar e piscina é tudo de bom quando o tempo está quente. Mas lembre-se: fungos e bactérias adoram locais úmidos e escondidos. Por isso, seque-se bem a cada mergulho e nada de ficar de sunga e biquíni molhados por muito tempo.
Alimentos e higiene Evite consumir alimentos em locais de lazer, como praias, clubes e restaurantes self-service. Nunca se sabe, mas às vezes estes locais não possuem higiene adequada para a conservação de alimentos, que podem acabar contaminados. A dica é procurar saber a origem dos produtos e observar a higiene do local.
Não asse A exposição ao sol deve ser sempre moderada. Evite o sol entre às 9h e às 16h. E quando exposto à ele, faça o uso do protetor solar com fator de proteção indicado para sua cor de pele. Tomando estas precauções, estará livre de queimaduras, de insolação e de futuras doenças da pele, como o câncer. PLANO BRASÍLIA
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Moda
Por: Andrea Monteiro | Fotos: Victor Hugo Bonfim e divulgação
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Dança
Por: Janaína Camelo | Fotos: Arquivo Gambiarra
Dançarinos no
Museu da República Todo primeiro domingo do mês, música e dança se encontram na Esplanada
P
assos de danças levados ao som de ritmos contagiantes em meio aos precisos traços arquitetônicos que formam o coração da capital federal. É assim, ao lado do Museu Nacional, destoando da paisagem impecável da Esplanada, que dançarinos vestidos com calças largas, tênis e boné na cabeça se juntam ao som de música, muita música. E ali dançam. Mexem corpo, cabeça e pés. Dançam em pé e dançam no chão. Um tipo de freestyle. Sem coreografias ensaiadas, se agitam com Ragga, Hip Hop
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music, House, R&B e também o Soul Funk, um black music anos 50. Todos são estilos de música ligados a danças urbanas. O termo Jam significa reunir pessoas, como artistas e músicos, para improvisação. Por isso, o espetáculo no Museu é chamado pelos dançarinos de Jam do Museu. Acontece todo primeiro domingo do mês, com início às 3 horas da tarde, passando pelo crepúsculo e com um final só às 10 da noite. É um ponto de encontro entre dançarinos, coreógrafos, bailarinos,
estudantes de dança, apreciadores, crianças, jovens e adultos, a fim de trocar experiências voltadas para as danças urbanas. “Tive a ideia de criar a Jam do Museu porque vi que estava faltando dança urbana aqui em Brasília e também para fugir do clichê de que dança em Brasília só acontece em academias”, explica o dançarino Eric Oliveira, idealizador do evento. Ele conta que após viagens a São Paulo, para participar de campeonatos de dança, percebeu que a dança em Brasília estava mal vista pelos colegas dançarinos de
outros estados. “Estávamos ficando para trás”, diz Eric. A intenção, segundo os dançarinos de Brasília, é transformar a rua em dança e a dança em rua. Foi aí que começou a corrida atrás de um espaço para promover a dança de rua na capital. A administração do Museu Nacional da República cedeu a área externa do espaço. Eric e amigos formaram a equipe de produção “Gambiarra” e, em março do ano passado, aconteceu a primeira edição da Jam do Museu. “O espaço do Museu Nacional foi perfeito porque facilitou a locomoção de todas as pessoas que queriam ir ao evento, já que ele fica ao lado da rodoviária”, aponta a dançarina Ana Carolina Albuquerque, que faz parte da equipe de produção . Hoje, a Jam do Museu reúne cerca de 300 pessoas a cada domingo. Mas os domingos não acontecem só promovendo a dança, relaciona-
mentos de amizades surgem a cada evento. Segundo Eric, esse foi outro propósito de criar a Jam do Museu. “Aqui em Brasília, tínhamos muita rivalidade entre grupos de dança. Agora, muita gente se conciliou. A intenção é dançar e não se preocupar com mais nada”, explica. Até casais de namorados surgiram depois que começaram as danças ao lado do Museu Nacional.
Na internet Quem fica sabendo sobre a Jam do Museu, se não é dançarino de dança urbana, é frequentador de redes sociais. É só assim que o evento é divulgado, em convites pelo Facebook. “No momento a internet é nosso maior meio de divulgação”, afirma Ana Carolina. No Facebook, a Jam do Museu tem até uma comunidade que reúne online, seus adeptos e divulga demais eventos de dança programados para acontecer na cidade.
A estudante Aline Sugai, de 18 anos, é um desses adeptos e não perde um evento no Museu Nacional. Ela dança Hip Hop desde os 11 anos, mas ultimamente precisou diminuir os ensaios, devido aos estudos. Segundo ela, a Jam do Museu é a oportunidade que encontrou para colocar seus passos de dança em dia. “A Jam me trouxe de volta para esse mundo que faz parte de mim. Eu costumo chamar os domingos de ‘santo domingo’, porque realmente me encontro neles, e me sinto bem naquele lugar. A dança em Brasília, com certeza, não é mais a mesma depois desse evento”, revela. A Jam do Museu é totalmente aberta ao público e a “entrada” é gratuita.
Serviço Comunidade Jam do Museu Facebook.
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Cultura
Por: Luiz Felipe Brandão | Fotos: Divulgação
De Brasília para o mundo A Banda Lucy and the Popsonics conquista seu espaço no cenário internacional.
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O
s amantes de um bom rock indie da capital federal sabem muito bem que Lucy and the Popsonics nasceu em Brasília. O casal Fernanda e Phil Popsonics começou a carreira juntamente com Lucy, a bateria eletrônica, em 2007. A plataforma usada naquele momento para divulgação foi a rede social Myspace, que na época se destacava por revelar Kate Nash, Lily Allen e Mallu Magalhães. A bateria de Lucy e o casal chamaram atenção pela música descomprometida. Eles queriam ser o seu tamagotchi – referência a uma das músicas de sucesso. O bom humor chamou a atenção e o sucesso chegou. Paralelo ao circuito brasiliense, que inclui o festival Porão do Rock, a banda foi convidada a fazer shows fora do país. Foi um dos representantes nacionais no SXSW, um dos maiores festivais indies do mundo que é realizado anualmente no Texas, Estados Unidos. A exposição obtida em um dos festivais mais cobiçados pelas bandas indies do mundo abriu portas e janelas para o circuito europeu e norte-americano. O lançamento do primeiro disco “A Fábula (ou a farça) De Dois Eletropatas” aconteceu na Europa em 2009. Para a vocalista e baixista Fernanda Popsonic, a carreira nacional ainda não deslanchou da mesma forma como a internacional. O cenário musical europeu, por exemplo, vive um momento mais atraente. Os fãs pelo mundo se surpreendem mais ao saber que a banda é brasiliense. Isso por iniciativa de Fernanda e Phil que em seus shows reafirmavam o local de origem diante da platéia. “O último susto que tomei foi quando conversei com Hince (da banda The Kills) e disse que éramos daqui. Ele disse que o sonho dele era conhecer
Brasília e que Oscar Niemeyer havia mudado a vida dele”, contou Fernanda.
Projetos em telepatia Fernanda e Phil são casados há três anos, mas convivem juntos há 13. Ela garante que a sintonia entre os dois é fina e apuradíssima. Tal como Rita Lee e Roberto de Carvalho, eles funcionam em telepatia nesta parceria musical. “O relacionamento é bastante tranqüilo, pois os dois têm muitos interesses em comum. Isso é um fator que facilita a relação com a banda. Sabemos trabalhar juntos, não precisa haver muita discussão para que nos organizemos”, garantiu Fernanda. Os interesses comuns que levaram ao casamento e a formação da banda resultaram em, por enquanto, dois discos de carreira. O segundo disco, “Fred Astaire”, teve produção de John Ulhoa, guitarrista do Pato Fú. Produção que também entrou na onda da telepatia, segundo Fernanda, por serem bandas parecidas. “Trabalhamos duro por volta de 12 horas diárias. Foi cansativo, mas foi delicioso. Somos grandes amigos hoje”. O terceiro trabalho está à caminho. Hoje, Lucy and The Popsonics têm o desafio de se reinventar. Atualmente estão vivendo esse processo de renovação. “Queremos começar a compor o próximo disco em breve. Recentemente estamos escutando de tudo em casa e gostamos de muitas coisas diferentes”. Lucy and the Popsonics é o exemplo de que Brasília continua sendo um grande celeiro de novas bandas. Eles ainda foram além. Na terra do internacional Hamilton de Holanda, eles provaram que o pop local também é universal.
Discografia
A fábula (ou a farsa?) de dois eletropandas
Fred Astaire Serviço www.myspace.com/lucyandthepopsonics
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Gastronomia Por: Pedro Wolff | Fotos: Divulgação
Gastronomia, valores e poesia Personagem de livro inspira movimento cultural
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o dia 12 de dezembro, corpo e alma se juntaram na 2ª edição do Desafio Gastronômico do Pai Poeta, realizada no restaurante da Asbac, no Setor de Clubes Sul. Os dois eventos simultâneos fizeram a festa na entrega da premiação para o concurso de poesia do Pai Poeta e em noite memorável de de homenagem ao chileno Pablo Neruda. No sarau, as poesias e na cozinha, a literatura. O chef Francisco Ansilero foi desafiado preparar um prato baseado no poema “Caldillo de Congrio”, de Neruda. O premiado da noite do concurso foi o maestro Flávio Souza Fonseca, que conseguiu, por meio da poesia, se aproximar da figura da paternidade responsável ilustrado pelo personagem do “Pai Poeta”.
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Este prêmio foi a continuação de uma série de ações que começaram, a partir da publicação do livro “Pai Poeta”, lançado em 2007, e que reúne contos, crônicas, filosofias e poesias. A repercussão da obra formou um grupo e, a partir daí, veio o site, o desafio e todo o resto. Mas quem é este personagem? O Pai Poeta é o personagem principal do conto que deu nome ao livro. Ele foi escrito pelo casal de médicos cardiologistas Marisa Carla Queiroz e Renan Lins Alves da Cunha. O conto é ambientado no século XIV e se passa na fictícia ilha de Rostand, localizada próxima à Bretanha. Esta ilha é dividida por dois reinos de características distintas: Gaitum, com sua vocação bélica e Poetum com sua forte inclinação para a poesia. Ambas as ilhas
O criador do personagem traz para a nossa realidafabricavam pão, porém o desenvolvido reino de Gaitum não dispunha de eucaliptos para fabricar o papel para de a figura da paternalidade responsável, mote do Pai cobrir o alimento e exportar para além de suas frontei- Poeta. Com seus quatro Pês de Paternidade responsável, Pacifismo, Poesia e Pão, Lins cita a importância da força ras ultramarinas. No reino da poesia, o papel, além de cobrir o pão deste personagem, ao analisar o retrato atual da família era usado para copiar as prosas em versos produzidas brasileira, na qual muitas crianças crescem sem pai. “E por aquele povo tão feliz. O padeiro, o futuro Pai Poeta, para construir um país forte é preciso uma educação fazia este nobre trabalho para a população acordar familiar para formar profissionais virtuosos”, salienta. lendo poesias. Os embrulhos chegaram até o sobera- É o ideal do pacifismo. no do reino da guerra que secretamente colecionava alguns exemplares. Movimento Eis que em determinado momento, Gaitum resolve Uma das integrantes do movimento cultural ressalta conquistar Poetum para assegurar a matéria prima para que o personagem título é ainda mais abrangente. a produção do papel, os eucaliptos. E seus soldados co- “As pessoas estão muito preocupadas com o viés de meçam a patrulhar a fronteira dos dois reinos. Ao per- desenvolvimento sustentável e a última instância é o ceber a movimentação, o resgate dos valores de cireino da poesia envia três dadania”, diz a psicóloga espiões para Gaitum que Shang-sy May. acabam sendo capturaEla, de uma forma dos. Sob o risco de pena mais objetiva, explica capital e na tentativa de como é o projeto do Pai salvar seus espiões, o Poeta. “Dois médicos rei de Poetum envia um queriam humanizar a desafio que deixa o sobemedicina e escreveram rano do reino vizinho de um livro. Depois virou queixo caído. A proposta site e agora através era resolver a crise, por da ferramenta poesia meio de um campeonato está abarcando várias de poesia. manifestações sociais e A única coisa que o culturais”, diz Shang-sy desafiante queria era o May. Ela conta que outra retorno com vida de seus atividade do grupo é a O poema Caldillo de Congrio, de Neruda, servido à mesa três compatriotas, o que Confraria Pai Poeta. Lá não garantiria o cancelase formam vários grupos mento da invasão. Caso perdesse, todos poderiam ser para fabricar pães caseiros e compor poemas. Ao final, mortos, os prisioneiros e o desafiante da poesia. O pai todos os grupos comem os pães, acompanhados com de um dos três prisioneiros resolveu ir para o desafio vinho e muita poesia. Outra atividade do grupo é o para salvar o filho. Ao final, o padeiro vence o desafio e Curso Pai Poeta Aprendiz, onde são ensinados os valoé conclamado pelo povo como “Pai Poeta”. Esta sinopse res do Pai Poeta, principalmente no que diz respeito à apresentada aqui não faz jus ao lirismo e a beleza do paternidade responsável. livro, nem as mensagens que o recém-grupo sócioOs ideais do Pai Poeta levaram o Maestro Flávio -cultural deseja transmitir, é apenas um aperitivo para Souza Fonseca ser o vencedor da 2ª Edição do Cono leitor que se liga nos movimentos da capital. curso Pai Poeta. Nesta segunda edição do concurso foram inscritos poemas com o tema “Pais e Filhos”. O maestro foi quem melhor encarnou o espírito do Renan Lins, o criador “O pão quando você faz é como o seu filho. A criação. Do Pai Poeta que será representado por ele até a próxima pão você cria alimento para a vida. E a poesia é o alimento edição do concurso. para a alma”, poetiza o criador do livro e idealizador do Serviço movimento cultural Renan Lins. O médico-filósofo-poeta Pai Poeta busca neste poema falar de maneira simbiótica tudo que Contato: Bruno o Pai Poeta representa. Lins diz que este poema é uma (61) 3347.0111 alegoria para resolver os conflitos sangrentos e mutiláveis www.paipoeta.com.br que tanto estamos acostumados a assistir nos noticiários.
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Agenda Cultural Da Redação
º 1 de Artes
Festival Internacional
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esde a primeira semana de janeiro, a capital recebe mostra internacional inédita de música, performances artísticas e exibições audiovisuais para diversas regiões administrativas do DF. A programação é totalmente gratuita e conta com grandes artistas do Brasil e do exterior. Começou no dia 4 de janeiro o 1º Festival Internacional de Artes de Brasília (Festiartes), realizado pelo Governo do Distrito Federal, por meio de parceria entre as secretarias de Estado de Cultura e Educação. A programação vai até o dia 12 de fevereiro com destaques paraos cantores Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Ney Matogrosso, Milton Nascimento e Vanessa da Mata, além de atrações internacionais, como o Circo da China. “Este festival amplia e democratiza as opções de cultura e lazer para a população, porque será um evento gratuito, em diversos pontos do Distrito Federal”, destacou o governador Agnelo Queiroz. O festival tem como palcos, os espaços do Teatro Nacional,Centro de Convenções, Biblioteca Nacional, Museu da República, Cine Brasília e regiões administrativas. O secretário de Cultura, Hamilton Pereira, afirma que a intenção do Festival é democratizar o prazer de apreciar diferentes manifestações culturais no conjunto de cidades do DF. “Queremos ir além dos eventos e oferecer reflexões sobre a diversidade cultural, além do contato com ícones da cultura brasileira”, destacou. A programação do Festiartes tem ainda nomes como Pedro Mariano, Trio Corrente, a cirandeira pernambucana Lia de Itamaracá e o mexicano Jorge Fernández, bem como apresentamostras de cinema, teatro, dança, exposições e oficinas.
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Um ano de investimentos – Neste primeiro ano de gestão, o novo Governo do Distrito Federal tirou o DF da situação de colapso institucional, promovendo um processo de reconstrução de credibilidade, autoestima e imagem pública da capital do país. As Políticas Públicas de Cultura tiveram como base as discussões realizadas na 3ª Conferência Distrital de Cultura, que mobilizaram cerca de 6 mil pessoas em 47 assembleias, que foram realizadas em todas as Regiões Administrativas. Nas conferências, foram instituídos os Conselhos Regionais de Cultura e aprovadas as diretrizes gerais das políticas públicas ligadas à área. O Fundo de Apoio à Cultura (FAC) foi, em 2011, um importante instrumento de fomento para o setor cultural. O FAC investiu R$ 35 milhões, por meio de editais, para apoiar iniciativas culturais nas 30 Administrações Regionais do DF. Festival de Ópera – Diversas ações marcaram o setor cultural do DF em 2011. Um dos destaques foi o primeiro Festival de Ópera, realizado em junho. O evento teve à frente o maestro Claudio Cohen, regente da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional. As apresentações, no Teatro Nacional, tiveram entrada franca e levaram aos palcos, entre outras, peças de Mozart e Leoncavallo. Além da realização da 44ª Edição do Festival de Cinema, do lançamento do Plano do Livro e da Leitura, iniciativas da sociedade também receberam apoio do GDF, como o Cena Contemporânea. Perspectivas para 2012 – O governador Agnelo Queiroz enviará à Câmara Legislativa a Lei de Incentivo à Cultura logo na abertura dos trabalhos na Casa, no começo de
fevereiro. O objetivo é que a lei entre em vigência ainda neste exercício, ampliando a oferta de recursos para o setor, de forma a qualificar os bens e serviços culturais.
Próximos eventos do Festiartes Música 11 de fevereiro 20h – Show de Cacai Nunes (BSB) Show de Roberto Correia (BSB) Local: Sala Vila Lobos do TNCS 12 de fevereiro 20h – Show da cantora Luiza Possi (SP) Local: Sala Vila Lobos do TNCS Teatro e circo 1º de fevereiro 21h – Espetáculo de dança Buquê, As Margaridas (BSB) Local: Sala Martins Penna do TNCS 5 de fevereiro 16h – Espetáculo O Marajá Sonhador – Eliana Carneiro (BSB) Local: Sala Martins Penna do TNCS 10 de fevereiro 20h – Apresentação do Circo da China Local: Sala Vila Lobos do TNCS 11 de fevereiro 21h – Espetáculo Heróis Caminho do Vento Local: Sala Martins Penna do TNCS 12 de fevereiro 16h – Espetáculo O Cano – Grupo Udi Grude (BSB) Local: Sala Martins Penna do TNCS Cinema Local: Cine Brasília 1º de fevereiro 20h - Mostra CCBB em cartaz: Retrospectiva Lars Von Trier 4 de fevereiro 20h - Mostra CCBB em cartaz: Retrospectiva Lars Von Trier 5 de fevereiro 0h - Mostra CCBB EM CARTAZ: Retrospectiva Lars Von Trier
Música
Bohumil Med*
A influência da música D
ia desses, durante uma degustação de vinhos importados, o palestrante atribuiu a ótima qualidade e o paladar diferenciado de uma das marcas ao fato de as garrafas permanecerem guardadas em uma adega, “ouvindo” cantos gregorianos durante 24 horas por dia. O tal enólogo estava convicto de que a música, principalmente aquela, realmente influenciava na qualidade do vinho, por sinal excelente e de preço razoável. A música também colabora no tratamento de várias doenças. Isso os antigos já sabiam. Na antiguidade, os egípcios acreditavam que a música beneficiava a fertilidade da mulher. Aquiles, o herói grego retratado por Homero em A Odisséia, teve a cura de um joelho ferido numa caçada de javalis, graças ao entoar de trovas. Hoje, existe uma especialidade na medicina, a musicoterapia, que estuda profundamente os efeitos medicinais da música na recuperação de doentes. Vale ressaltar que esses estudos não devem ser confundidos com receitas baratas e duvidosas que sugerem, por exemplo: Para dor de dente, ouvir tal música; para dor de barriga, ouvir aquela outra, etc.
NO MUNDO ANIMAL Animais também são suscetíveis à música. Recentemente, pesquisas científicas revelaram que cardumes de peixes “dançam” em círculos ao som de Beethoven. Cobras venenosas reagem mansamente
ao som dos encantadores. Há até preferências musicais. Ratos colocados em duas caixas interligadas uma com música de Bach, outra com som de rock elegeram Bach. Os que estavam na primeira caixa (a de Bach) permaneceram. E os que ouviram rock fugiram para a caixa onde se tocava a música do compositor alemão. Mesmo em nossa casa, sem nenhum treinamento, cães reagem com latidos e uivos aos sons desagradáveis de um aprendiz de violino ou de uma música desarmoniosa ou muito alta.
EXPERIÊNCIAS COM PLANTAS Algumas plantas parecem revelar gosto instintivo pela música. Estudos na Universidade Annamalai, na Índia, mostraram que abetos balsâmicos expostos à música de alaúde cresciam mais rápido e viçosos do que outras plantas da mesma espécie, sem direito à serenatas. Do mesmo modo, plantas de arroz rendem consideravelmente mais do que a média quando crescem ao som da música. A exemplo dos ratos, plantas também têm boas preferências musicais. Na Universidade de Denver, exemplares expostos à música de rock e heavy metal cresceram a uma altura anormalmente elevada ou se atrofiaram e morreram no espaço de duas semanas. Em contrapartida, as plantas cultivadas ao som de Handel e Bach desenvolveram-se muito bem e até se inclinaram na direção da fonte de música. Ainda em Denver, Dorotht Retallack
expôs por três semanas quatro grupos de feijões, abóboras, milho, e outros vegetais a tipos diferentes de música. O primeiro grupo, “ouviu” música de Led Zeppelin, O segundo, música contemporânea de vanguarda. O terceiro, nenhuma música e o quarto curtiu música plácida e sacra. Após 10 dias, as plantas do primeiro grupo (Led Zepellin) se curvaram na direção oposta à saída do som e, duas semanas depois, definharam-se. O grupo exposto à música de vanguarda também se inclinou para longe do som, mas não morreu. O terceiro grupo não se alterou, mas as plantas beneficiadas pela música sacra cresceram duas polegadas a mais e se envergaram na direção do som. E assim, várias outras experiências por este mundo afora vêm provando a benéfica influência da música no desenvolvimento de plantas e sementes, que se mostram mais resistentes à geada, crescem mais depressa e produzem mais quando tratadas com som. Voltando ao tópico inicial, considerando as pesquisas descritas, a afirmação de que a música influi na qualidade do vinho engarrafado parece possível. O que não se precisa é de pesquisas científicas para conhecer o efeito do vinho sobre a música, seus criadores, executores e ouvintes. Mas isso é assunto para outro artigo. *Bohumil Med Professor emérito da Universidade de Brasília. Com a colaboração de Regina Ivete Lopes
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Meio Ambiente
Por: Djenane Arraes | Fotos: Victor Hugo Bonfim
Mancha verde ameaçada Parque Nacional de Brasilia sobrevive ao longo de cinco décadas, sempre ameaçado pela especulação imobiliária
S
ão 42 mil hectares de cerrado preservado por lei há 50 anos. Chegar ao coração do Parque Nacional de Brasília e olhar a imensidão verde que abriga centenas de espécies de animais e plantas,traz a sensação de quietude. No dito popular: é chão que não acaba mais, mas acaba. A imensa mancha verde está ilhada e ameaçada pelo avanço desenfreado das cidades do Distrito Federal e por todos os problemas gerados pelo adensamento populacional. O que muita gente pensa ser apenas o clube Água Mineral, não sabe que naquele “mato torto” nascem águas que abastecem parte do DF, ajudam a regular o clima e servem de base a dezenas de estudos científicos. A equipe de reportagem da Plano Brasília acompanhou os agentes ambientais federais Valdivino Bernardes de Moraes e Otaciano Matos, subchefe da fiscalização em uma expedição que começou a partir da Administração que fica ao lado do clube Água Mineral, o único espaço aberto à visitação pública que tem acesso pela via EPIA. Os caminhos pelo Parque começaram pela via Epia e depois pela via EPCT,
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que dá acesso ao chamado Lago Oeste para que os agentes pudessem abrir um dos portões a um grupo de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB). Ainda no asfalto, Otaviano apontou para algumas construções. “São áreas invadidas. Essas pessoas se dizem donas, mas não possuem documentos para comprovar posse.” Os processos estão à espera de uma decisão na justiça, cuja lentidão é motivo de crítica por parte do agente. O Lago Oeste é separado do Parque pela estreita Epct, onde constatamos a existência de áreas invadidas e abastecidas por poços artesianos que, além de impactar negativamente o meio ambiente, também não estão regularizadas e passíveis de constantes autuações por parte do poder público. Outro esforço é desocupar áreas que foram anexadas ao DF para abrir espaços até o estado de Goiás na tentativa de se formar um corredor natural para que os animais tenham por onde sair para regiões próximas. Na estrada de chão que margeia os limites da área, mais invasões.É possível encontrar carcaças de carros e de gado pelo caminho.
“Muitos ladrões ateiam fogo nos carros aqui. Eles tiram pneus, rádio, algumas peças e queimam o resto só por causa das digitais”, explicou o agente.
Montanha de dejetos À medida que se avança na estrada, os sinais da cidade Estrutural e do lixão começam aparecer. Moscas, urubus e sujeira – literalmente uma montanha de sujeira –, tomam conta da paisagem. Grandes tubos são visíveis no alto da montanha de dejetos. Eles são fundamentais para a liberação do gás metano, mas podem provocar o efeito estufa. A inalação da substância também causa asfixia e paradas cardíacas. Outro produto do lixo é o chorume, a substância líquida resultante da decomposição da matéria orgânica. Este material é extremamente poluente e os danos à saúde são imprevisíveis. No lixão de Brasília, o chorume é depositado num enorme tanque isolado por lonas. Existe o temor de que o material contamine o solo e os lençóis freáticos. É possível ver tocos de plástico e metal ao longo da pista próxima à
montanha de sujeira. São tubos por onde a Companhia de Saneamento do DF (Caesb) retira amostras de água dos lençóis freáticos que passam por ali para analisar os índices de contaminação. Outro alvo de constante análise é a nascente do córrego Peito de Moça. A água brota da terra há poucos metros de casa construída ilegalmente e de uma carcaça de carro incendiado. “Antigamente a água jorrava como se fosse um cano quebrado”, lembrou o agente Valdivino. “Mas daí construíram essa casa e furaram um poço. Agora a nascente está minguando”. A população que vive abaixo da linha da pobreza também invade o Parque para pescar na barragem de Santa Maria. Caçadores também atuam clandestinamente lá dentro. O bicho homem também é responsável pela entrada de cachorros e gatos. No meio natural, explica o biólogo Guth Berger, os animais domésticos tornam-se selvagens e caçam animais menores, provocando desequilíbrio na frágil cadeia do Parque. “Os felinos, por exemplo, são animais que costumam caçar apenas para matar. Faz parte do instinto deles. Já ouvi algumas histórias sobre matilhas de cachorros lá dentro”, explicou. Esses problemas não estão concentrados apenas nos limites da área de preservação. No interior, próximo à barragem de Santa Maria, existem algumas clareiras de terra vermelha e solo duro. “Isso está aí desde a época da construção de Brasília”, disse Otaciano. “Extraíram tantos minerais que nem grama conseguiu nascer de novo.
Mas há projetos para tentar recuperar essas clareiras.”
Ciência bem-vinda “Vou mostrar a você o lado feio e o bonito do Parque”, prometeu Otaciano antes de embarcarmos na caminhonete para a ronda. O lado bonito é a própria exuberância do cerrado. Podemos encontrar campos sujos, limpos e até pinturas rupestres. Há cerrado denso e galerias – que se assemelham muito com o aspecto da mata Atlântica. O lado feio é todo o tipo de mal que as pessoas causam àquele ambiente. Mas existe a ação humana que é desejável: a científica. Existem dezenas de grupos de pesquisadores que atuam dentro do Parque Nacional de Brasília. Depois de liberar a entrada para os pesquisadores da UnB a caminho do interior, a equipe de reportagem cruzou com alguns desses pesquisadores. O primeiro deles, um grupo de analistas ambientais, fazia mapeamentos de espécies de pássaros. Naquele ambiente também são encontrados animais ameaçados de extinção como o Lobo-Guará e a Sussuarana, além de capivaras, antas, tamanduás e diversas espécies de répteis e anfíbios. Ao longo da estrada de chão, onde não raras às vezes minas d’água surgiam por ali, existem laços de panos de cores fortes, recurso que pesquisadores utilizam para demarcar áreas. Algumas delas estão cercadas com linhas e barbantes. “Tem muito estudos sobre plantas medicinais por aqui”, disse Otaciano. “A estrela do momento dos pesquisadores
é a ‘Canela de Ema’, uma planta medicinal e que também pode ser combustível”. Estima-se que 10% das espécies de árvores e arbustos sejam medicinais, como a popular arnica-brasileira que é muito usada pela população como anti-inflamatório e analgésico.
Tremores registrados Em alguns pontos do Parque é possível ver instrumentos redondos de metal que lembram grandes teias de aranha fincadas ao chão. Perto delas existem outros aparelhos fixados em bases de cimento. São as estações sismográficas de alta sensibilidade, administradas e usadas pelo Observatório Sismológico da UnB. Algumas delas estão em atividade desde 1968, quando a Unesco recomendou a instalação do equipamento no Parque Nacional de Brasília. “O Parque foi escolhido para se instalar os arranjos por sua localização, pela geologia favorável, e por ser um ambiente de quietude sísmica. Ou seja, não havia trafego de carros e de pessoas”, explicou Lucas Vieira Barros, chefe do Observatório Sismológico. No parque estão também instalados aparelhos de alta sensibilidade capazes de registrar explosões nucleares realizadas no subsolo e na atmosfera. “Se um país fizer um disparo clandestino, isso será registrado em nossos sistemas”, explicou Barros. É que o Centro Sismológico de Brasília faz parte de uma rede mundial de monitoramento de abalos e o trabalho dos geólogos da UnB tem papel fundamental neste processo por ser uma das principais bases da América do Sul.
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Propaganda e Marketing
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Atenção
senhores passageiros F
omos criados para entrar na escola ainda cheirando a cueiro. E daí em diante estudar muito, evitar a repetência, nos preparar bem para encarar o vestibular, entrar numa faculdade, aprender uma profissão, batalhar um emprego estável – de preferência no serviço público – e garantir um futuro adequado como empregado modelo até a tão sonhada aposentadoria. A educação no Brasil, e em boa parte do mundo ocidental, é desenhada para forjar servidores ao invés de empreendedores. A nossa realização profissional está na segurança e não na satisfação em si. Somos programados para evitar riscos e não para enfrentá-los. Nos vemos impelidos a evitar o comando e navegar apenas na zona de conforto. A viver como passageiros, se possível e com o devido esforço, na primeira classe. Crescemos alimentando o sonho de trabalhar na Coca-Cola, na Pepsi Co ou na Ambev, quando poderíamos pensar na criação de uma nova marca de bebidas. Desejamos uma posição de destaque na Procter & Gamble ou na Gessy Lever, quando poderíamos aproveitar nossas aulas de química para desenvolver produtos concorrentes ou que possam ser vendidos para essas empresas. Almejamos a estabilidade de vagas nobres no Senado, na Câmara dos Deputados, nos tribunais superiores, nas autarquias federais e nas grandes empresas públicas. Os exemplos a serem seguidos, saudados pela mídia e pela imprensa, são os primeiros colocados nos concursos públicos. E, assim, estabelecemos uma visão míope, mas conveniente, de sucesso. Nossas ambições pessoais, de modo sutil e gradual, são alinhadas por baixo. Brasileiros notáveis como Eike Batista, Sílvio Santos, Antônio Ermírio, Abílio Diniz, Nizan Guanaes, Washington Olivetto, Luciano Huck, Victor Civita e Paulo Skaf, além de brasilienses como Paulo Otávio, Avaldir Oliveira e Carlos Guerra são pontos fora dessa curva. Alguns foram impulsionados por heranças, outros por rebeldia e inconformismo, outros pelo talento
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natural. Seja como for, todos eles tem uma característica em comum: receberam uma educação diferenciada. E não se trata apenas da educação formal, mas também daquela que recebemos em casa. Entre outros problemas, ainda vemos o sucesso como pecado e confundimos lucro com falta de escrúpulos. No nosso país, no lugar de orgulho, encaramos as grandes realizações com olhares desconfiados e até uma falsa repulsa. Erramos duas vezes ao optar por uma educação voltada à conquista de um bom emprego e à segurança do salário garantido no final do mês. Primeiro ao podar o ímpeto empreendedor do nosso povo, desperdiçar sua criatividade e, com isso, criar barreiras sociais para o desenvolvimento. Segundo ao formar um sem números de servidores avessos a desafios e despreparados para assumir papéis de liderança. Entramos na faculdade sem saber noções básicas de administração. E, muitas vezes, saímos dela praticamente da mesma forma. A ignorância estimulada, somada ao medo de arriscar, resulta em profissionais medianos, subservientes e cumpridores de tarefas. Um perfil inócuo para um país carente de empreendedores e, ao mesmo tempo, indesejado para qualquer empresário com um mínimo de conhecimento e autoconfiança que necessita preencher suas vagas. Descontado qualquer traço de otimismo, o Brasil de fato já decolou. Mas sem o combustível da educação, em especial da educação empreendedora, nossa autonomia de vôo será curta. E, lá na frente, quando recolhermos as caixas pretas e analisarmos seus conteúdos, nos restará lamentar o desastre anunciado e especular em vão sobre os culpados. Quais sejam: todos nós que ignoramos o problema ou que o conhecemos, mas damos de ombro.
*Carlos Grillo Sócio-Diretor da Fermento Soluções em Comunicação E-mail: grillo@fermentopromo.com.br Twitter: @carlosgrillo
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Vinho
Antônio Duarte *
Pelos caminhos da A
Borgonha
o convidado muito apressado o vinicultor da Borgonha responde quase sempre. “É preciso esperar para ver”. Eles são a imagem de seus vinhos, gostam de dar tempo ao tempo antes que estes revelem todos os seus segredos após descansarem no mínimo 16 meses em barricas de carvalho, só então revelam seus segredos, os segredos da Borgonha, um nome que estimula o desejo da descoberta. Comece sua viagem por Lyon, cidade tombada pela Unesco como Patrimônio Mundial que oferece uma visão clara dos diferentes períodos de sua história. Seu patrimônio religioso e romano está presente em magníficos monumentos que adornam muitos de seus bairros. Fundada pelos Romanos na província da Gália, pelos anos 43 a.C. é uma das maiores cidades francesas e onde nasceu o imperador romano Cláudio. Cidade que rivaliza com Paris, com muitas óperas, lojas de luxo, museus de nível internacional, como o de Belas Artes, onde está o mais importante acervo da França depois do Louvre e o museu de Tissus, que tem uma extraordinária coleção de sedas e tapeçarias datadas do inicio do cristianismo. Lyon tem muito a oferecer, como o bairro de Vieux Lyon, repleto de ruas empedradas, palácios renascentistas e muitos restaurantes chiques. Lá também ficava a antiga cidade de Lugdunum, fundada pelo imperador romano Júlio César em 43 a.C. Hoje nos dois teatros construídos na época do Império Romano, temos concertos que vão de óperas a show de rock.
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Lyon é também cidade onde Paul Bocuse instalou seu famoso restaurante. Magnífico e requintado, com uma comida dos deuses e uma impressionante adega, não há quem não se encante com sua comida e seu luxo. É visita obrigatória. Vale a pena começar nossa visita por Lyon, pois esta é considerada o centro gastronômico da França, onde você pode encontrar a verdadeira cozinha regional francesa, onde as “mères de Lyon”, figuras importantes, foram as cozinheiras, que formaram gerações de grandes chefes de cozinha como Bocuse. Uma curiosidade da cidade são os Traboule, caminho, as vezes estreito que liga uma rua a outra, através de um ou mais edifícios. É uma rua de pedestre, coberta ou não, que se inicia num corredor de entrada e é um atalho que liga ruas paralelas de grande comprimento. Mas falar desse lugar tão agradável e longe das grandes cidades, que é a Borgonha temos que ir mais além de Lyon. É uma região rica em história e patrimônio, com abadias romanas, cidades ducais, castelos de telhado envernizado e charmosos vilarejos. Vamos descobrir esta região situada no centro leste francês e que se estende numa faixa de aproximadamente 300 km, desde Chablis, ao norte, quase fronteira com Champagne, até Beaujolais, perto de Mâcon, no sul, já beirando o Reno. A região tem pelo menos cinco das melhores sub-regiões produtoras de vinho da França, que são: Cote d’Or, Chablis, Côte Macconnaise, Côte Chalonnaise e Beaujolais. Mas a Borgonha não é famosa apenas por seus vinhos, mas também
pela sua rica e saborosa culinária bem diversificada como gougères dourados, pôchouse, o bouillabaisse borgonhês, presunto du Morvan, frangos de Bresse, ovos em Meurette, etc. As suas uvas são a Pinot Noir, tinta que produz vinhos de médio corpo até bastante estruturados. É a uva do seu mais famoso, consagrado vinho e mais caro do mundo, que é o “Romanée-Conti”. Sua produção é de apenas 6.000 garrafas/ano. Gamay, esta, da sub-região de Beaujolais cujos vinhos vão de muito leves e de pouca estrutura, mas de grande marketing como o “Nouveau” até os de média estrutura como os Crus de Beaujolais. Outras castas não famosas e pouco importantes são César e Tressot. No capítulo das brancas reina absoluta a Chardonnay que produz vinhos de médio corpo a longevos de grande complexidade como os Grand Cru e Premier Cru da Côte de Beaune. Temos também a Aligoté, que produz vinhos simples, mas muito agradáveis e a Melon de Bourgogne que elabora vinhos genéricos geralmente em Auxerrois e Chatillon. Aqui uma curiosidade. A sub-região de Beaujolais ganhou o direito de pertencer à Borgonha por decisão judicial. Os produtores não a consideram borgonhesa pelo caráter de seu vinho e a uva não ser Pinot Noir. Nas próximas edições vamos degustar cada uma das sub-regiões da Borgonha.
*Antônio Duarte Presidente da Associação Brasileira de Sommelier
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Um imóvel irregular não existe perante a lei e pode trazer uma série de problemas ao seu proprietário, já que não pode ser vendido, registrado ou transferido. Com o programa Regularizou, é seu!, você poderá regularizar sua casa, comércio, condomínio, templo religioso ou entidade de assistência social e assim proteger seu patrimônio. Afinal, com o imóvel regularizado, você ganha o direito de ter a escritura em seu nome e, assim, a garantia de que ninguém irá tomá-lo. Ter um imóvel próprio é uma das maiores conquistas que se pode ter. Por isso, não o coloque em risco: regularize. Acesse www.regularizar.df.gov.br e saiba mais.
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Boa leitura com um bom café
Tá lendo o quê?
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Fotos: Divulgação
Alexandre Sant’Ana
Analista de Implementação
www.qualycream.com.br
Carmen Ganzelevitch Conselheira da ACDF
Cristiano Araújo
Alexandre Ribondi
Deputado Distrital
Ator e jornalista
Livro Fragments Autor Marilyn Monroe
Livro O Último Templário
Livro Contos e Crônicas 2
Autor Raymond Khoury
Autor Nena Medeiros
Livro A vida quer é coragem: A trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil Autor Ricardo Batista Amaral
Editora Ediouro
Editora All Print
Editora Sextante
Editora Farrar Straus & Giroux
O FBI instaura uma investigação sobre um roubo em uma exposição de relíquias do Vaticano, no Museu Metropolitan de Nova Iorque. Os dois investigadores se envolvem em uma corrida mortal por três continentes em busca do local de descanso do Templo do Falcão e da perturbadora verdade sobre sua carga.
“Gosto muito de crônicas. O livro retrata muito bem o cotidiano de cada um de nós, quer na vida real ou na ilusão que todos temos. Gosto especialmente de prestigiar a cultura da nossa cidade, Nena Medeiros, é cidadã brasiliense, minha amiga e excelente escritora.”
O livro conta a trajetória pessoal da presidenta Dilma Roussef. A construção, passo a passo, da figura política de Dilma e de sua imagem eleitoral para estrear em uma eleição com 57 milhões de votos é o eixo central do livro. Também é possível conhecer histórias da clandestinidade, prisão e tortura na ditadura militar. Detalhes da chefia da Casa Civil, que assume em plena crise do mensalão e a luta contra o câncer são outros temas que desfilam cheios de detalhes no livro.
“Ando lendo o meu presente de Natal, que é Fragments - Poems, Intimate Notes, Letters by Marilyn Monroe. O livro é editado pela dupla Stanley Buchthal e Bernard Comment, com belíssimas fotos da atriz. Como se trata de publicação pra ir lendo aos pouquinhos, sem preocupação com o fim da história, o livro está no meu banheiro, ao lado de outro que não largo nunca: 10 Años con Mafalda, do Quino.
Ki-Filé Cavalcante
Sabores Brasileiros 72
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405 Norte
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Frases Um quadro só sobrevive, graças aquele que o olha. Pablo Picasso
O brasileiro só tem três problemas: Café, almoço e jantar. Chico Anísio
Quando o emprego vira um luxo, o salário fica um lixo.
Há dois tipos de pessoas: As que fazem as coisas, e as que dizem que fizeram as coisas. Tente ficar no primeiro tipo. Há menos competição. Indira Ghandi
O homem é o único animal que se ruboriza. Ou que tem razões para isso. Mark Twain
Boia fria, José Maria de Jesus
Imaginação é mais importante que inteligência. Albert Einstein
Aprender com a experiência dos outros é menos penoso do que aprender com a própria. José Saramago
Nos processos de seleção, as empresas descartam os criativos e ficam com pessoas sem imaginação. Depois as mandam fazer cursos de criatividade. Domenico De Mazzi
A economia compreende todas as atividades do país, mas nenhuma atividade do país compreende a economia. Millôr Fernandes
Justiça
Claudemir neves *
De olho no
minha casa, minha vida
O
ano de 2012 traz uma novidade para o Minha Casa, Minha Vida. O Sistema Cofeci-Creci (Conselho Federal e Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis) passará a fiscalizar a regularidade de conduta de corretores de imóveis, empresas do mercado imobiliário e outros agentes na comercialização de imóveis beneficiados com recursos oriundos desse programa. A incumbência resulta de um convênio firmado entre nós, uma autarquia federal, e a Caixa Econômica Federal, entidade incumbida pelo governo da gestão financeira do programa. A convite da Caixa, a estrutura de fiscalização de todos os Crecis (Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis), presentes em 25 estados, passa a ter mais uma atribuição em sua rotina. Irá atuar de norte a sul do país para evitar desvios nos recursos e nas metas da atual política de redução do déficit habitacional brasileiro, ainda estimado em sete milhões de unidades pelo Ministério das Cidades. O principal objetivo do Minha Casa, Minha Vida é facilitar à base da pirâmide social a aquisição da casa própria e, assim, reduzir o déficit habitacional no país. Ambas as bandeiras são compartilhadas por nossa categoria, cerca de 240 mil corretores de imóveis em atividades e 35 mil empresas imobiliárias. A estrutura do Sistema Cofeci-Creci irá atuar na ponta da comercialização, no contato entre quem vende imóveis incluídos no programa e o mercado consumidor específico: famílias com renda de 0 a 3 e de 3 a 10 salários mínimos que buscam crédito para adquirir sua moradia. No primeiro caso, 0 a 3, os recursos são do FAR - Fundo de Arrendamento Residencial, e o cadastro de interessados só podem ser feito pelas Prefeituras através das COHAB`s. De 3 a 10 salários mínimos os recursos são
do FGTS e abrange tres tipos de linha de créditos: carta de crédito, imovel na planta e investimento à linha de produção. Teremos a responsabilidade de verificar junto a imobiliárias, construtoras, incorporadoras e profissionais se os contratos firmados com o consumidor estão dentro das regras estabelecidas pelo Minha Casa, Minha Vida. Desde 1967, cabe ao Sistema Cofeci-Creci regulamentar e fiscalizar a profissão de corretores de imóveis, a abertura e a atuação de empresas imobiliárias e o funcionamento do mercado imobiliário como um todo. Além de credenciar profissionais com a devida formação a atuarem como corretores de imóveis, cuidamos de manter equilibradas as relações entre o segmento e a sociedade, tendo como primeiro plano as necessidades do cidadão brasileiro. Do Acre ao Espírito Santo, do Pará ao Rio Grande do Sul, em todas as regiões e Estados, atuamos pelo cumprimento da lei e pela sua evolução em defesa das necessidades da população. Nosso Departamento de Fiscalização está inserido nesse contexto. Temos uma rede nacional de agentes fiscais eficientes, com alta credibilidade e legalmente investidos de autoridade para o exercício de suas funções. Por isso, prontamente, atendemos o chamado da Caixa, que resultou no acordo assinado no ano passado. Em linhas gerais, nossa equipe irá averiguar se o valor de comercialização do imóvel, que varia conforme a cidade em que se localiza, está dentro dos limites estabelecidos pela Caixa; se o comprador se adequa ao perfil socioeconômico do público-alvo do programa; e se há qualquer tipo de cobrança indevida do comprador (o beneficiado pelo programa Minha Casa, Minha Vida). É importante salientar que os honorários do corretor
de imóveis devem ser pagos por quem coloca o imóvel à venda. Em qualquer circunstância, com mais ênfase ainda no contexto do Minha Casa, Minha Vida, o comprador nada deve ao corretor imobiliário. Atribuições como a averiguação da qualidade, celeridade ou pontualidade das obras, idoneidade dos construtores, conteúdo do contrato entre os executores dos projetos e o agente financeiro, entre outras situações anteriores, e posteriores, à fase da comercialização não compõem o escopo da nossa parceria com a Caixa. Além de atuar proativamente na fiscalização, estaremos também recebendo denúncias da população. Iremos averiguar as condições de comercialização de projetos habitacionais em todo o país. Todo material publicitário e todo plantão de vendas que tiver uma placa Minha Casa, Minha Vida será checado e poderá ser visitado. Para viabilizar um canal específico com o público, o Cofeci orientou todos os Crecis a criar um link em sua home-page para receber informações, processá-las e providenciar a checagem in loco. Ao constatar qualquer irregularidade, nossa Fiscalização irá lavrar um documento descrevendo a situação encontrada e encaminhá-lo para uma comissão interna do Creci do respectivo Estado, formada por três conselheiros e batizada de Pró-Casa. Caberá a essa comissão fazer uma apuração prévia e enviar relatório das irregularidades constatadas para a Caixa e para o Ministério Público Federal, que tomarão as medidas cabíveis para cada caso. (*) Claudemir neves Diretor Nacional de Fiscalização Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Sistema Cofeci-Crecis)
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Diz Aí, Mané
“A Terra é um dos planetas mais conhecidos no mundo.”
“As plantas se distinguem dos animais por só respirarem a noite.”
“O Ateísmo é uma religião anônima.”
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“É preciso melhorar as indiferenças sociais e promover o saneamento de muitas pessoas”
“Na América do Norte tem mais de 100.000 Km de estradas de ferro cimentadas.”
“O objetivo da Sociedade Anônima é ter muitas fabricas desconhecidas.“
“Os crustáceos fora dágua respiram como podem.”
“A prosopopéia é o começo de uma epopéia.”
“A respiração anaeróbia é a respiração sem ar que não deve passar de três minutos.”
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Cresça e Apareça
Q
A caminho da vitória
uando analisamos a trajetória de pessoas que conseguiram alcançar excelentes resultados em suas vidas qual característica sobressai? Certamente uma combinação delas, as tornam singulares no que fazem. Entre elas, seria a capacidade de tomar boas decisões? Estar na hora certa e no lugar certo quando o bonde da oportunidade passa? Ter bons parceiros? Ter disposição? Ter ritmo? Muitas pessoas têm forte tendência de buscar o caminho mais largo, mais fácil. Seguir a Lei do menor esforço. Ao contrário da formiga que no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento. O senso comum pressupõe que o esperto é quem fica encostado enquanto outros produzem. Ou aquele que consegue tirar um cochilo no meio do expediente, sem ser descoberto. Não sabe o coitado que o tempo é cruel, indolente. Esse tipo de gente desconsidera o efeito do tempo e não avalia o custo para si próprio de desperdiçar a própria vida. O famoso sambista que me perdoe, mas insisto em afirmar, o “deixa a vida me levar, vida leva eu” é só para cantar... O que faz a diferença? A diligência. Ela é o coelho na manga dos vencedores. Diligência entendida como zelo, dedicação, devoção. Tenha
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carla ribeiro*
certeza: quando você é zeloso é bem sucedido. Não há outro resultado possível. A aplicação da diligência em qualquer área da sua vida sempre trará o sucesso. Aplicar a diligência significa buscar a excelência. Nesse sentido, importante que se diga, é preciso utilizá-la em todas as áreas da vida: no casamento, no trabalho, nas relações interpessoais, na vida espiritual. Você sai da mediocridade e colhe resultados inestimáveis. Quando você é diligente, busca conselhos, por isso, está apto a tomar boas decisões. Estará nos lugares certos na hora certa porque sabe onde deseja chegar. Tem bons parceiros porque sabe a importância das parcerias para desenvolver grandes projetos. Afinal, elas são necessárias especialmente quando os parceiros têm habilidades que não temos. O diligente também sabe que precisa se esforçar. Ele não tem medo de suar. Lapida para conseguir a melhor forma na rocha. Por isso, ele tem disposição. Na luta para ser diligente é preciso tirar uma pedra do meio do caminho: a preguiça. Ela se manifesta no comodismo egoísta, na ignorância e na irresponsabilidade. Não se iluda, eles adjetivam nossas vidas em muitos momentos.
Para vencê-la - a preguiça - é preciso, primeiro, assumir o controle da sua vida, porque o palco é o seu lugar e não na platéia. Afinal, a história é sua; Em segundo lugar, defina o que você quer. Você, assim como a menina Dorothy (Mágico de Oz), precisa saber o que deseja para escolher o melhor caminho. Em terceiro lugar, busque bons conselhos; na multidão dos conselhos há sabedoria. Por último, persiga a sabedoria como um bem precioso. Ela é mais do que conhecimento. É a percepção da forma mais inteligente de resolver as questões do dia-a-dia, obtendo os melhores resultados. É algo divino! O sábio contribui para a evolução moral do ser humano, porque decide corretamente. O resultado da diligência é um produto puro, de qualidade. Por isso o zelo deve estar ligado a conquista de algo valoroso e digno. “Os planos do diligente tendem à abundância, mas o fazer de qualquer jeito à pobreza.”(Pv 21:6). Seja diligente e faça de 2012 um ano maravilhoso! Seja feliz!
*Carla Ribeiro é Advogada, Mestre em Sociologia, Tetracampeã mundial de karate e presidente do projeto social Formando Campeões
Ponto de Vista
Eliana Pedrosa*
Flores Raras
Cuidam-se das flores raras e, por raras, são cuidadas. E os nossos meninos e meninas que são raros? Não se cuidam?
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uidam-se muito mais das flores. Talvez porque não gritem, não chorem. Cuidam-se mais das flores do que de pessoas. Cuidam-se porque são belas, e enfeitam nossas casas e cidades. Cuidam-se das flores raras e, por raras, são cuidadas. E os nossos meninos e meninas que são raros? Não se cuidam? Se você quiser procurar saber sobre uma doença rara de A a Z, é simples: basta entrar em um site de busca na internet e pesquisar. O problema não é achar a doença. É achar onde tratá-la, onde procurar um hospital ou unidade de saúde que tenha o mínimo de informação sobre a doença. Se você quiser procurar sobre uma flor de A a Z, é simples: basta entrar em um site de busca na internet e pesquisar. Você pode achar a flor e como tratá-la, pode ainda conseguir contato com universidades e instituições públicas e particulares, e saber como mantê-la, multiplicá-la e, mais ainda, pode saber como pode usar verbas públicas para cultivar aquelas tão lindas e raras flores. A bela orquídea não é uma flor fácil de cultivar, nem tampouco fácil de tratar. O primeiro passo para cultivar uma orquídea com sucesso é a identificação correta do gênero ou espécie e o conhecimento de seu habitat de origem, para saber de suas necessidades naturais em seu meio. Vejam as falas de produtores e pesquisadores: (...) “São cerca de 90 exposições anuais por todo o Brasil, para dois dias de exposição, geralmente levo 400 espécies e vendo cada muda que levo”, diz um dos expositores. Oficialmente não há definição, no Brasil, para doenças raras. Todavia, adotou-se a abordagem européia, tendo como entendimento que rara é a doença que tem incidência igual ou inferior a 1 em
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cada 2.000 indivíduos da população. O tratamento dessas doenças deve ser multidisciplinar, 80% são de origem genética, frequentemente são crônicas, debilitantes em longo prazo e potencialmente fatais. Algumas características da síndrome de Edwards ou trissomia 18 são atraso mental, atraso do crescimento e, por vezes, malformação grave do coração. A boca é pequena e o pescoço geralmente muito curto. Calcula-se que 95% dos casos de trissomia 18 resultem em abortos espontâneos durante a gravidez. Esta síndrome genética pode ser diagnosticada ao nascimento, ou mesmo algum tempo depois, mas por se tratar de uma síndrome extremamente complexa, as más formações descritas na literatura são diversas, mais de 150. Em outubro do ano passado, um jornal local de grande circulação contou a história de Valentina, uma menina que nasceu com uma doença rara que só lhe permitiria viver por, no máximo, quatro meses. Ela é portadora da síndrome de Edwards e já havia completado 2 anos, 11 meses e 20 dias. Surpreende a cada dia seus pais e médicos, supera obstáculos, graças ao amor, a dedicação e, sobretudo, a condição financeira favorável dos pais que, aliados a insistência de uma equipe médica, conseguiram fazer com que a pequena guerreira teimasse em viver para mostrar que tudo é possível quando se tem vontade, ajuda e persistência. Contudo, centenas de outras crianças e até adultos não podem contar com o apoio e o amor que teve a pequena Valentina. A maioria morre ou é abandonada e acaba também por morrer na rua ou em algum corredor de hospital. Não porque os profissionais de saúde não lhes assistam, mas por falta de conhecimento
sobre a doença e de como tratá-la. Outras vezes porque o próprio poder público é displicente, não faz o que deveria fazer, como no caso dos fenilcetonúricos que sofrem mensalmente porque não sabem se vão ou não receber o medicamento que os fará sobreviver, medicamento que só o governo pode comprar e distribuir. As doenças raras nem sempre aparecem só na infância, ela podem aparecer em pessoas até com mais de 50 anos como é o caso de uma mulher que aos 52 descobriu ter “cancro de mama genético” e tem passado por momentos difíceis, justamente porque o diagnóstico é difícil, por vezes demorado, o tratamento é caro e os medicamentos nem sempre são acessíveis. O grande problema das doenças raras é a falta de investimento em pesquisas e, principalmente, de informação sobre como lidar com o paciente portador. Alguns países do mundo já estão trabalhando em pesquisas e centros de ajudas às famílias que tem filhos com enfermidades raras. São lugares de pesquisa, mas, acima de tudo, são espaços de convivência, informação, abrigo e tratamento de pacientes com doenças ainda desconhecidas pela humanidade. As flores raras têm laboratórios de pesquisas, estufas e técnicos que trabalham o tempo todo para que elas vivam e continuem a preencher nossos jardins, casas, matas e vales. As nossas crianças raras também tem o direito de deixar sua herança que será o estudo genético para evitar o nascimento de bebês com doenças incuráveis. Mas isso só será possível se houver pesquisa, centros e técnicos que trabalhem o tempo todo para que elas vivam.
* Eliana Pedrosa Deputada Distrital
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Charge
Eixo Monumental
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