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Plano

DezemBRO de 2011 Ano 9 · Edição 105 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

Violência DF e entorno viram “zona de guerra”

MESA REDONDA Eduardo Brandão cotidiano Seis mil vagas temporárias neste final de ano Ponto de Vista Chico Leite 105




Sumário

40

09

30

44 48

58

38 Planos e Negócios

64 Mundo Animal

09 Mesa Redonda

40 Automóvel

66 Jornalista Aprendiz

14 Brasília e Coisa & Tal

42 Vida Moderna

16 Panorama político

44 Esporte

18 Política Brasília

46 Personagem

20 Dinheiro

48 Saúde

72 Tá Lendo o Quê?

22 Capa

50 Moda

74 Frases

26 Cidadania

52 Artigo

75 Justiça

28 Gente

54 Comportamento

30 Cidade

56 Cultura

32 Educação

58 Artes Plásticas

34 Tecnologia

60 Gastronomia

80 Ponto de Vista

36 Cotidiano

62 Agenda Cultural

82 Charge

08 Cartas

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68 Propaganda e Marketing 70 Vinho

76 Diz aí, Mané 78 Cresça e Apareça


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Expediente

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA Editora Chefe Elisa de Alencar Chefe de Redação Joaquim Jodelle

DESIGN GRÁFICO Eward Bonasser Jr, Líbio Matni e Raphaela Christina CRIAÇÃO DE ANÚNCIOS: Paula Alvim FOTOGRAFIA Fábio Pinheiro e Victor Hugo Bonfim EQUIPE DE REPORTAGEM Alexandra Dias, Janaína Camelo, Djenane Arraes, Michel Aleixo, Pedro Wolff e Yuri Achcar ESTAGIÁRIOS: Fernanda Azevedo e Luiz Felipe Brandão COLABORADORES: Adriana Marques, Andrea Rodrigues, Antônio Duarte, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Chico Leite, Eliane de Almeida, Liana Alagemovits, Mauro Castro, Romário Schettino, Tarcísio Holanda e Vetuval Martins Vasconcelos IMPRESSÃO Teixeira Gráfica e Editora TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br 1ª Quinzena de Dezembro, 2011 Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

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Carta ao leitor “Cuidado! Você está entrando na região mais violenta do planeta, o Entorno do Distrito Federal” . A placa, colocada na estrada, à entrada de Valparaiso, em Goiás, pelo Sindicato da Polícia Civil do Entorno de Goiás (Sindpol-GO), não é apenas uma advertência, é a constatação viva de que o Distrito Federal e os 19 municípios do Entorno podem ser consideradas praticamente uma “área de guerra”. A Revista Plano Brasília, nesta edição, traz uma Mesa Redonda com o secretário do Meio Ambiente, Eduardo Brandão, abordando a questão do desenvolvimento sustentável, comemorando, ainda que de forma contida, o fato de que o orçamento da secretaria passou de irrisórios R$ 1,5 milhão para R$ 300 milhões. Ainda abordando a questão ambiental, entrevistamos o servidor público Wesley Junqueira Alves, que preside o grupo de preservação Criadores de Animais Silvestres Nativos e Exóticos do DF (Case-DF). Wesley cria uma jiboia macho de 1,60m. A jiboia se chama Panthro. No que diz respeito a divertimento – é o que não falta em Brasília. O tradicional Clube do Choro, com seus 34 anos, ganha mais espaço físico. Os chorões saem do subsolo e podem, agora, fluir seu som na ampla Esplanada. Já a cantora de MPB, Adriana Samartini, que vem se apresentando nos finais de semana no Bier Fass do Pontão do Lago Sul, atrai cada vez maior admiradores. Vem do Sindivarejista a informação de que o comércio, neste final de ano, deverá criar 6 mil empregos temporários. Quatro matérias desta edição destacam-se, no que diz respeito à prestação de serviços. A primeira delas traz informações aos viajantes que deixam para tomar providências em cima da hora, quando pretendem viajar no final de ano. Para que a viagem não sofra atrasos ou não se inviabilize totalmente, a matéria ensina que todos os detalhes devem ser encaminhados com antecedência. Outra matéria ensina aos pais de alunos em escolas particulares, cujas mensalidades aumentarão 11 por cento em média. No próximo ano, como contestar adendos inaceitáveis. Muito importante, também, principalmente neste final de ano, para quem deseja fazer festa sem ter grandes aborrecimentos, é a iniciativa de duas empresárias que criaram a Duppla Eventos. Monique Mihelssen e Melissa Scolari, que tinham muita experiência em organização de eventos empresariais, resolveram se lançar em festas particulares. Há três anos vêm obtendo muito sucesso. O médico Célio Menicucci, que chegou em Brasília em setembro de 1958, aos 26 anos de idade, é o Personagem desta edição. Agora, são 53 anos de vivência médica na cidade. No início, lembra, eram apenas 11 médicos cuidando de tudo e de todos, no antigo Hospital do IAPI, no Núcleo Bandeirante. Durante todo esse tempo, ele viu o atendimento médico involuir para o caos que é hoje – culpa, segundo diz, do crescimento desmesurado da cidade.


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Cartas

Fale conosco

Li a matéria “Transformando dor em solidariedade” e gostaria de saber como entrar em contato com o projeto, pois na revista não tem essa informação. Aliás, gostaria de deixar essa idéia de que, com esse tipo de matéria, vocês coloquem as informações de contato. Isso facilita a quem se interessar em ajudar, às vezes o tempo não deixa a pessoa procurar por essas informações, no entanto se elas constarem no final da matéria, facilita. Atenciosamente, Wanda Sá Antero

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br

Prezados, gostaria de parabenizá-los pela matéria da página 63 ( Música Erudita em Brasília). Sugiro que seja feita uma matéria divulgando a música erudita na edição que antecederá o próximo encontro, Desde já agradeço, Darlan Pissolatti

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação.

Parabéns Roberto! Qual não foi a minha surpresa ao encontrar na caixa de correio de minha casa um exemplar plastificado de uma revista que eu nunca havia lido - Plano Brasília. Li, me agradei do nível e do conteúdo, procurei o expediente para saber quem são os felizes responsáveis, e encontrei uma casta notável de profissionais do jornalismo da nossa capital. Que maravilha! Vi, também, que um dos gerentes comerciais viria a ser exatamente você, um nome que representa garra acima de tudo, um enfrentador de todas as dificuldades, “que enverga mas não quebra”. Um lutador respeitável e por demais simpático. Um autêntico vencedor. O sucesso comercial da revista será inevitável. Mais uma vez, parabenizo você, a diretoria e todo corpo de profissionais. Um abraço do amigo. José Claudino Ramos Sobrinho

Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.


Mesa Redonda

Eduardo Brandão Equipe Plano Brasília: Alexandra Dias, Edson Crisóstomo, Liana Alagemovits, e Yuri Achcar | Fotos: Victor Hugo Bonfim

E

duardo Brandão é a cara do Partido Verde em Brasília. Candidato a governador do Distrito Federal nas últimas eleições, apoiou a chapa encabeçada por Agnelo Queiroz no segundo turno, depois que o petista assinou uma carta em que privilegiava o desenvolvimento sustentável da capital. Com a vitória de Agnelo nas urnas, assumiu a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Engenheiro civil formado pela Universidade de Brasília (UnB), Eduardo Brandão nasceu no Rio de Janeiro, mas tem bastante intimidade com o DF. A família se mudou para Brasília em 1958. O pai foi construtor e trabalhou na obra da barragem do Lago Paranoá. Confira os principais trechos da mesa redonda do secretário de Meio Ambiente com a equipe da Plano Brasília.

PB > Em meio às denúncias, como o se-

infelizmente, Brasília tem essa cultura

nhor avalia a situação no Governo do DF?

do denuncismo, de fazer politicagem.

EB > Importante é o governo não ficar

Se tem um problema, vamos apurar.

refém desse tipo de política. O Estado

Infelizmente, já passamos por perío-

tem que trabalhar, continuar, e nós

dos super sombrios. Toda vez que me

estamos continuando. Eu não sei de-

perguntam de política, eu fico feliz em

finir a quem interessa deixar Brasília

falar. Se for politicagem, precisa ser

cada vez pior, aquela coisa do “quanto

apurado. A verdade sempre vem à tona.

pior, melhor”. Então, na Secretaria do

Precisamos saber da responsabilidade

Meio Ambiente e Recursos Hídricos,

de cada um. Se nos deixarmos imobi-

nós estamos trabalhando. A ordem é

lizar por causa disso, cada vez será pior

não se deixar imobilizar. Esse tipo de

para o cidadão do Distrito Federal.

coisa acaba tomando conta da pauta da mídia e as pessoas começam a

Um dos grandes projetos da Secretaria do

falar disso o tempo todo e esquecem

Meio Ambiente é o da inspeção da polui-

o trabalho. Particularmente, eu de-

ção veicular. Quais são os desafios para a

testo politicagem. E isso, para mim, é

sua implementação?

politicagem. Eu adoro política. Acho

Na verdade, temos uma resolução do

que a política é uma grande arte, um

Conama sobre a questão da poluição

ponto forte de qualquer cultura. Mas,

veicular, tanto na questão de gases

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como de ruídos. Temos dois modelos

ambiental onde ele vive. No período

implantados hoje no Brasil. Um em

de seca, temos um índice enorme de

São Paulo, outro no Rio de Janeiro. O

doenças respiratórias, com hospitais

de São Paulo é um projeto feito pela

abarrotados. As crianças e os idosos

Secretaria do Verde, que vai muito bem

são os que mais sofrem. À medida em

nesse controle de ruídos e emissões.

que a população começa a ter esse

No Rio, fizeram um modelo diferente,

entendimento, ela se torna parceira

juntando outras inspeções veiculares.

nesse processo. Porque a ideia não é

O Detran tem a estrutura orgânica

obrigar o cidadão a pagar mais uma

do processo, a base de dados. A nossa

taxa e fazer mais uma revisão, é ter

responsabilidade é o controle da emis-

o entendimento da importância disso

são de gases e ruídos. Conhecemos as

muito ruim. O primeiro trabalho que

duas experiências. Uma, isolada, fun-

estamos fazendo no Ibram (Instituto

ciona muito bem. A outra não. Mas,

Brasília Ambiental) é de recuperação

E o transporte coletivo também vai passar

de qualquer forma, temos que tentar

dos equipamentos, que estavam todos

por essa fiscalização?

desenhar um terceiro modelo. Não

sucateados,

nossa

Principalmente. Já estamos inclusive

tem sentido o cidadão ter que fazer

equipe para emitir relatórios de

encaminhando um projeto proibindo

duas

inspeções

veiculares.

e

reabilitando

para a sua própria saúde.

Aquela

o uso do diesel 500 no DF. É o diesel

inspeção de segurança do veículo em

que mais polui e Rio e São Paulo já

si está sendo reeditada pelos órgãos

fizeram isso. O transporte urbano

competentes. Já pensou agora fazer uma inspeção num canto e outra no outro? Hoje, conferem o extintor, os freios... e amanhã, a emissão de gases? Não tem sentido. Rio e São Paulo já têm uma cultura da população sobre a qualidade do ar. Morei em São Paulo. Ligava o rádio e entre as notícias do trânsito já comentavam a qualidade do ar. Aqui, não temos isso. Precisamos fazer a população entender a importância disso. O último levantamento da qualidade do ar que tivemos aqui no Distrito Federal foi realizado em 2008. E foi o pior resultado do Brasil. E por que isso aconteceu?

Infelizmente, já passamos por períodos super sombrios. A verdade sempre vem à tona. Se nos deixarmos imobilizar por causa disso, cada vez será pior para o cidadão

é fundamental quando se fala em buscar a sustentabilidade. Ele tem que passar por uma grande transformação. Acho que temos o pior transporte público do País. É uma guerra, não é fácil mudar isso. O nosso metrô ainda está longe de atender grande parte da população. Quando a gente fala em qualidade de vida, meio ambiente e sustentabilidade, transporte e mobilidade são fundamentais. Está tudo ligado. E como está a execução dos projetos? O que a Secretaria de Meio Ambiente já conseguiu fazer e o que ainda encontra dificuldade?

Ninguém entende isso, tanto verde,

Neste primeiro ano, nos dedicamos a

céu azul... O que acontece? Temos

alguns vetores. O primeiro, em relação

períodos definidos em Brasília, o

qualidade do ar em vários pontos da

aos resíduos sólidos. O segundo, que

seco e o chuvoso. Na seca, há muitas

cidade. Para que o cidadão comece a

já está em prática, é o Brasília Cidade

partículas em suspensão, agregadas à

entender que o controle de poluição

Parque. O terceiro é a educação am-

poluição veicular. Em regiões como a

veicular não é mais uma taxa que ele

biental. E o quarto, que permeia isso

Fercal, onde as indústrias de cimento

vai pagar para o Estado: é um retorno

tudo, é dar celeridade, transparência

emitem mais gases, a situação fica

para a saúde dele, para a condição

e rigidez a todos os processos de licen-

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ciamento ambiental. Com relação aos

ao lado, de Melchior. É todo um tra-

resíduos sólidos, temos um objetivo

balho organizado. Com esse aterro,

básico: fechar o lixão da Estrutural.

o galpão e as áreas de transbordo e

Para fazer isso, temos que tratar os re-

tratamento de resíduos da construção

síduos comerciais e domiciliares, que

civil. As ATTRs, como chamamos,

giram em torno de 2,5 mil toneladas

têm o objetivo de transformar o entu-

por dia, os resíduos da construção

lho em latas de alumínio. O Brasil é

civil, em torno de 5 mil toneladas por

o país que mais recicla latas de alumí-

dia, e a questão social, que é retirar

nio. Não encontramos essas latas em

os catadores daquelas condições. No

lugar nenhum porque foi agregado

primeiro

um valor econômico e social ao pro-

momento,

fizemos

uma

grande mudança na gestão do lixão.

Dizem que Samambaia vai receber o

duto. Há um destino para a lata, que

O resíduo passa por três etapas: cole-

lixo de Brasília. Isso é uma grande

também queremos dar ao entulho.

ta, tratamento e deposição final.

bobagem. É um aterro sanitário, não

Ele vai ser todo direcionado para

tem urubu, catador... Esse aterro

essas áreas e vai ser transformado em

E a coleta seletiva?

controlado, você vai olhar de fora e

brita, pó de cimento, tijolo, canaleta.

Temos alguns projetos piloto e outros

vai parecer um talude, um gramado.

E esse material vai ser usado nas

que já existiam. Das 2,5 mil toneladas

obras do próprio governo. A ideia

por dia, estamos trabalhando com

é que o valor do entulho fique tão

aproximadamente 100 toneladas. Só.

interessante que ninguém vai querer

Sem triagem e destinação final adequada não podemos ampliar a coleta seletiva. Porque não organizamos as cooperativas de catadores. Elas separam os materiais e enviam para Belo Horizonte, onde há indústrias de transformação. Precisamos trazê-las para cá. E depois a deposição adequada, que seria um aterro sanitário, não um lixão. Quanto à triagem, já colocamos o edital na rua para a construção de um galpão de 1,6 mil metros quadrados, na própria Vila Estrutural, para tirarmos os catado-

Dizem que Samambaia vai receber o lixo de Brasília. Isso é uma grande bobagem. É um aterro sanitário, não tem urubu, catador

jogá-lo fora. Isso é sustentabilidade: criar aos olhos da área ambiental, um vetor de desenvolvimento econômico e social. E qual é a maior realização da secretaria até agora? É o projeto Brasília Cidade Parque. O conceito vem de Lúcio Costa, que pensou a cidade como um parque. E aplicá-lo é resgatar a qualidade de vida da capital e proteger o meio ambiente. Depois de 15 anos, já lançamos seis parques. Construção

res das condições subumanas em que

e implementação. Cercas, aparelhos

trabalham. Já estamos separando

de ginástica, pista de cooper. Porque

as áreas para termos outros cinco

os 68 parques e 20 áreas protegidas

galpões. E o aterro sanitário de Sa-

Só irá para lá o material orgânico,

no DF estavam só no papel, en-

mambaia será muito importante.

que já passou por uma triagem. Esse

quanto a especulação e a grilagem

material é depositado com uma capa

tomavam conta. Começamos uma

Já existe em Samambaia um movimento

de impermeabilização, tem drena-

gestão com um orçamento de R$ 1,5

contrário à instalação do aterro sanitário

gem para chorume e para gás. Com

milhão. E como fazer isso? Fomos

na cidade.

o tempo, estaremos gerando energia

em cima das resoluções do Conama

As pessoas têm que saber distinguir

com esse gás e o chorume será tratado

e do Conam e recriamos as câmaras

um aterro sanitário de um lixão.

na estação de tratamento de esgoto

de compensação ambiental e flo-

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çamos o Parque do Guará, o Jequiti-

tamente sensível, contígua a um

bás, que estamos revitalizando o Par-

parque maravilhoso. Eu pergunto

que Olhos D’Água e implementando

à população: será que é tão im-

o Parque da Asa Sul. Até o fim do

portante ter um minishopping ali,

ano, vamos lançar um cadastro. Não

para depois os próprios moradores

será necessário cobrar. Quem estiver

ligarem para o Ibram reclamando

inadimplente com as compensações

do barulho ou que

ambientais e florestais não terá

de estacionamento? Não precisa-

novos empreendimentos analisados

mos de um shopping ali. Estamos

pelo órgão ambiental. 90% dos

fazendo todos os esforços para que

não há vagas

possamos incorporar aquela área ao Parque Olhos D’Água. Ali você vai restal. Todo empreendimento que causa impacto ambiental, como a impermeabilização de uma grande área, gera um valor a ser pago como compensação ambiental. No caso da compensação florestal, para cada espécie que chamamos de indivíduo arbóreo derrubado é necessário o pagamento de 30 outros indivíduos arbóreos

para

substituir

aquele,

no caso de vegetações nativas, e 10 para vegetações exóticas. Nós descobrimos que isso raramente era cobrado ou apontado no processo de licenciamento. Teve um empreendimento em que a compensação seria de R$ 8 milhões e esqueceram de cobrar. Estamos levantando todos os

Não estou preocupado se ali (212/213 Norte) há nascente ou não. Já existe o propósito do próprio governador de assegurar a área para a poligonal do Parque Olhos D’Água

ter uma estação do metrô próxima. É um parque que pode atender toda a população do DF. Sempre o meio ambiente abre mão em nome do adensamento, da moradia, da construção de uma estrada. Não faz sentido. Já existe o propósito do próprio governador de assegurar a área para a poligonal do parque. Agora, a Terracap vai discutir com o proprietário como vai ser feito o ressarcimento. Vai ser caro? Isso aí é ínfimo perto do benefício para toda a população. O senhor foi subsecretário de Meio Ambiente no governo Arruda. Agora, está à frente da Secretaria no governo Agnelo.

empreendimentos que não pagaram

Dá para comparar as duas gestões?

e os novos.

Não dá para fazer nenhum tipo de comparação. Ali, estávamos em

O orçamento inicial, então, deu um salto?

empreendedores são os mesmos.

uma subsecretaria com um projeto

Saímos de um orçamento de R$ 1,5

Por isso temos seis parques e vamos

bastante limitado. Chegamos com

milhão, estamos por volta de R$

chegar a 68.

três anos de governo e saímos

200 milhões e temos como meta

depois de onze meses. Hoje, o

atingir os R$ 300 milhões. Vamos

Próximo ao Parque Olhos D’Água, há

nível de responsabilidade é outro.

implementar os 68 parques. Brinco

uma reivindicação popular para que na

Temos o SLU (Serviço de Limpeza

que deixamos de ser o primo pobre

região entre as quadras 212 e 213 Norte

Urbana), o Ibram, a Adasa (Agência

e nos tornamos o primo remediado.

sejam evitadas construções, porque a

Reguladora de Águas, Energia e Sa-

E a operacionalidade disso também

área é considerada de proteção ambien-

neamento Básico), o Jardim Botâni-

é muito interessante. Estamos privi-

tal. O que a Secretaria pensa a respeito?

co e o Zoológico, todos pendurados

legiando o pagamento em serviços,

Não estou preocupado se ali há

na secretaria, que tem a obrigação

não em pecúlio. Foi assim que come-

nascente ou não. A área é absolu-

de fazer as políticas públicas.

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Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

As trapalhadas do irmão

Dilma versus malfeitos A imprensa brasileira tem pautado o governo Dilma Rousseff. É ministro atrás de ministro caindo por causa de denúncias e malfeitos. A bola da vez é o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do PDT, que depois de falar besteiras fez juras de amor a Dilma em público. Será que ele sobrevive? A presidenta sabe o que quer, ou o que não quer, mas nem sempre isso está muito claro. Vamos aguardar o próximo dossiê.

Wilson Dias/ABr

A deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD) tem um irmão trapalhão. Acusado de tentar comprar o “depoimento” de Daniel Tavares contra o governador Agnelo Queiroz, Eduardo Pedrosa acabou por complicar ainda mais a vida da irmã, e levou junto a deputada distrital Celina Leão, companheira de partido de Eliana, e presidente da Comissão de Ética da Câmara Legislativa. Entre o lobista e o governador, Daniel ficou com o governador. O líder do PT, deputado Chico Vigilante, está convencido de que o depósito bancário foi pagamento de dívida pessoal. “Não tem nada a ver com propina”, bradou Vigilante, que acredita ser esta mais uma armação com vistas ao “terceiro turno” eleitoral. As investigações que estão em curso no Ministério Público dirão a palavra final.

Oposição em transe A turma de Eliana Pedrosa tenta articular uma oposição a Agnelo Queiroz, mas falta-lhe oxigênio. Ela, Celina Leão e Liliane Roriz entraram para o PSD, mas não conseguem passar de um trio à direita, sem articulação e sem poder de fogo. Já o PSol e o PSTU, que fazem oposição à esquerda, carecem de representação social volumosa para surtir algum efeito. Enquanto isso, Agnelo sai fortalecido em sua base governista, em torno da qual se prepara para enfrentar o desgaste político. Falta ainda ganhar a população, que anda descrente e carente de comunicação direta. Dificilmente as oposições conseguirão um impeachment de Agnelo. A propósito, o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, já disse que não há comparação entre a situação de Agnelo e a de Arruda.

Jaques Pena no BRB Divulgação

O novo presidente do Banco de Brasília (BRB) é um militante petista e já presidiu a Fundação Banco do Brasil. Sua experiência de bancário deverá ajudá-lo na nova experiência de banqueiro. O BRB, que vinha se recuperando com a gestão de Edmilson Gama da Silva, tem um longo caminho a percorrer para se consolidar com o Banco do Desenvolvimento do Centro-Oeste. Essa pode ser a missão de Jaques Pena.

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Ameaças ao Irã A notícia de que o Irã estaria construindo sua bomba atômica caiu como se fosse uma delas em vários círculos diplomáticos. A ameaça de Israel de atacar o Irã, um dos maiores e mais poderosos países do Oriente Médio, não pode ser vista com passividade. Os especialistas dizem que o Irã não é uma Líbia, um Iraque ou um Afeganistão. Invadir o Irã, como pretendem patrocinar Estados Unidos e Israel, é muito mais complexo do que parece. As recentes ameaças são um sinal de que a diplomacia norte-americana perde espaço no concerto das nações são uma prova de que Israel está se sentindo enfraquecido. A opção pela política do porrete (“big stick”) é um risco calculado que pode custar muito caro ao mundo.


Comunicando

Coisa de grego A Grécia está em estado de choque, foi parar na UTI. Enquanto tenta se entender com os europeus, o mundo financeiro respira com aparelhos. A irresponsabilidade dos governantes, aliada à crise do capitalismo ocidental sustentado na especulação das bolsas, aponta para o fim do modelo. Está na hora de surgirem novas idéias e novas soluções.

As passagens subterrâneas do Eixão continuam abandonadas, assim como as escadas rolantes da Rodoviária do Plano Piloto. A cidade moderna não consegue superar seus pequenos impasses. Tão nova e já decadente. Se forem olhar nos arquivos da Administração Regional de Brasília, na Secretaria de Obras e nos anais de dezenas, ou centenas, de seminários, encontrarão soluções para todos esses problemas. Limpar a sujeira e tornar utilizáveis as passagens do Eixão e a rodoviária não é impossível. É só começar.

Economia criativa

Marcello Casal Jr./ABr

Truculência no Noroeste

O Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura do DF, selecionou os projetos culturais que irão receber os cerca de R$ 40 milhões este ano. Essa produção artística vai irrigar todas as cidades do Distrito Federal no próximo ano. É um dos maiores programas de distribuição de recursos na área cultural dos últimos tempos, que conta com a descentralização e a democratização do acesso.

Comunicação

A reivindicação dos indígenas no Noroeste não é descabida. Faltam diálogo e interlocutor qualificado para encontrar a solução. Alguma coisa está fora dos eixos. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados foi acionada porque a Câmara Legislativa não foi capaz de cumprir esse papel. Que futuro espera Brasília se a especulação imobiliária não pode ser contida? O Parque Olhos d´Água da Asa Norte ainda espera por uma solução.

Enquanto os Conselhos de Comunicação Social da Bahia e do Rio Grande do Sul seguem o caminho da implantação, a proposta para o CCS de Brasília nem sequer saiu das gavetas, onde dorme o sono da indiferença. Felizmente a Secretaria de Comunicação Social do GDF retoma a idéia de realizar um Seminário de Comunicação para discutir o tema e outros assuntos, mas ainda não se pode saber quando será realizado. A idéia realizá-lo só em março do ano que vem. Será?

E-mail: romario@abordo.com.br

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Divulgação

Silvio Berlusconi, conhecido pelos seus aliados como Berlusca, perdeu a batalha da crise européia. Apeado do governo pelos seus próprios aliados, para o bem da Itália e dos italianos, o fanfarrão enfia a viola no saco e vai cantar em outro lugar.

Subterrâneos da sujeira Ricardo Stuckert/PR

Cai o Berlusca


Panorama Político

tarcísio holanda

Plano ambicioso de Eduardo Campos “Como diz o Lula, nunca nesse país se combateu tanto a corrupção” – disse o ex-deputado José Dirceu, rebatendo as denúncias de corrupção no governo. O governador de Pernambuco é notório candidato a presidente da República. Neto do ex-governador Miguel Arraes, ele tenta conquistar o poder central, que o avô não conseguiu. Essa escalada o coloca em curso de colisão com o PT, do qual Eduardo Campos terá de se afastar, se é que quer fazer o seu voo solo. Ligado pessoalmente a Lula, ele se julga a única alternativa presidencial do PSB. E Ciro Gomes? Parece que se desinteressou de política. Já não se ouve falar dele. Eduardo Campos aliou-se a Gilberto Kassab, o que inclui um acordo na Câmara entre o PSD do prefeito paulistano e o seu PSB. Os dois partidos unidos somam 83 deputados, três acima do PMDB e três a menos do que o PT. Na eleição de 2012, o governador tem candidato a prefeito de Recife. Eduardo Campos pensa em se aproveitar da fragilidade do prefeito de Recife, o petista João Costa, lançando a candidatura de Fernando Bezerra Coelho, que o fez ministro da Integração Nacional de Dilma. O governador quer que o PSB eleja o maior número de prefeituras no Nordeste - além de Pernambuco, no Ceará, Piauí e Paraíba. Ele tem hoje excelentes relações na oposição, uma vez que o PSB apóia os governos do PSDB em Minas Gerais, no Paraná e em Alagoas. No governo de São Paulo, já indicou o deputado Márcio França, que é presidente do PSB paulista

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e integra o secretariado do governador Geraldo Alckmin. Em Pernambuco, na verdade, o governador Eduardo Campos não tem oposição, uma vez que atraiu os prefeitos do PSDB para o seu lado e isolou o DEM.

Pragmatismo Agora, empreende um trabalho de sapa para isolar o PMDB do ex-governador e senador Jarbas Vasconcelos, a única voz importante que lhe move oposição. O governador foi acusado de empregar velhas práticas oligárquicas para fazer de sua mãe, Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União. Apesar disso, cultiva a imagem de um político que exige racionalidade na gestão pública. Se Dilma Rousseff fizer um bom governo e chegar bem a 2014, como candidata à reeleição, ele adiaria sua candidatura presidencial para 2018. Do mesmo modo, se Dilma Rousseff chegar à próxima eleição enfraquecida, criando-se condições para uma nova candidatura de Lula a presidente da República, o governador pernambucano não teria senão que adiar o projeto presidencial para 2018.

Tem tempo para esperar Também imagina o governador de Pernambuco que, se Dilma, mesmo fragilizada, tentar a reeleição, esta poderia ser a oportunidade de empinar a sua candidatura a presidente

da República. Aos 46 anos, Eduardo Campos sabe que tem tempo para esperar a sua chance. Mesmo nas eleições de 2018, estará com 53 anos, jovem ainda. Ele especula sobre as suas possibilidades em conversas com políticos de suas relações. Assim, não considera absurdo que, na hipótese de Dilma Rousseff ser candidata a presidente da República, ele possa vir a ser o seu vice, julgando-se com mais apelo popular do que o vice-presidente Michel Temer. É uma hipótese a considerar, caso se confirme o plano do governador de Pernambuco de fazer o PSB ultrapassar o PMDB.

Polícia Federal nos cascos de Lupi A Polícia Federal instaurou investigação para apurar se procede a denúncia de que Carlos Lupi, ministro do Trabalho e hoje acossado por escândalos, teria viajado em avião pago por dono de uma ONG. O Ministério garante, em nota oficial, que o avião era um Sêneca, não um King Air, o que muda pouco a história. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, confirmou que o próprio ministro Carlos Lupi pedira que ele mandasse a Polícia Federal investigar as denúncias. É realmente muito estranha a persistência com que se apresentam denúncias contra Lupi. Segundo elas, ONGs com negócios no Ministério cobrariam propinas de 5% a 10% sobre o valor dos convênios.


Ministra diz que

há bandidos de toga “O senhor conhece algum colarinho-branco preso?”– indagou a ministra Eliana Calmon, quando o repórter indagou por que os juízes desonestos não são presos.

A

ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), reiterou que há, sim, “bandidos de toga” na Justiça brasileira. Entrevistada no programa “Roda Viva”, da TV - Cultura (São Paulo), a ministra atribuiu as reações que surgiram após declarações que fez nesse sentido ao corporativismo das entidades de classe. Sustentou que, com o advento da internet, houve uma significativa abertura da sociedade, que se submete a um processo de transparência irreversível. Dessa maneira, os juízes já não podem ser julgados secretamente. “Até o mundo árabe caiu” – sentenciou. Entre as entidades que resistem a essa transparência, Eliana citou a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros). A entidade de classe dos magistrados decidiu contestar o poder do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para investigar e aplicar medidas punitivas aos juízes. Argumenta que a corregedoria do CNJ, na qualidade de “órgão censor, começa a investigar comportamentos, atitudes. E isso começa a desgostar a magistratura.” Ela julga que se trata de um fenômeno “cultural”, lembrando que a categoria sempre tratou os seus problemas “intramuros”. Lembrou que a AMB defende que os juízes “corruptos devem ser

investigados sigilosamente, secretamente.” Trata-se, segundo a ministra, de um hábito cultural “de dois séculos”, que é incompatível com os dias de hoje. O mundo mudou.

Imunidade dos desembargadores O ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, é favorável a que a investigação dos magistrados seja promovida pelas corregedorias dos Tribunais de Justiça dos Estados. O Conselho Nacional de Justiça, de acordo com sua opinião, pode e deve intervir, mas só nos casos em que a justiça estadual se mostrar compassiva e ineficiente. A ministra tem opinião diferente, achando que a tese segundo a qual o fortalecimento das corregedorias reduziria o nível de corrupção no Judiciário não corresponde à realidade. Lembrou que as corregedorias funcionam para os juízes de primeira instância, não para os desembargadores. Ela disse: “Os desembargadores não são investigados pelas corregedorias” – disse, acrescentando: “São os próprios magistrados, colegas, que sentam diariamente junto deles, que se conhecem há 10, 20, 30 anos, que vão investigar.” Diante disso, julga que, além de ineficaz, esse sistema é “injusto” com os

próprios magistrados, compelidos a julgar velhos conhecidos. O certo, segundo ela, é que, havendo a corregedoria nacional do CNJ, “essa atividade de investigação de desembargadores passe para o órgão superior.” Eliana disse que há “bandidos de toga”, o ministro Peluso recebeu no gabinete da presidência do Supremo Tribunal Federal os corregedores dos Estados. Após a reunião, foi exposto no site do CNJ, na internet, um banco de dados revelando que há 700 processos contra juízes. Eliana Calmon disse que não se sentiu desprestigiada por Peluso, observando que os corregedores também estiveram em seu gabinete. E todos concordaram, segundo ela, em que a Justiça brasileira não está isenta de convívio com bandidos. Revelou, ainda, que a Corregedoria do CNJ conta com um cadastro com mais informações do que o que foi divulgado por determinação de Peluso. Segundo a Corregedoria, há mais de 2.300 juízes que respondem a processos disciplinares, e não só 700. Seriam todos bandidos? A ministra disse que só a conclusão dos processos revelará os desonestos. E por que os desonestos não vão para cadeia? “O senhor conhece algum colarinho-branco preso?” – indagou ao repórter.


Política Brasília

Yuri Achcar

O inferno astral de Agnelo

Elza Fiúza/ABr

O governador do DF, Agnelo Queiroz, completou 53 anos com festa concorrida em uma churrascaria de Brasília. O ingresso custava R$ 50. Seiscentas pessoas eram aguardadas pela produção do evento, mas o número ultrapassou 800. O tumulto foi inevitável. Pelo menos 100 penetras invadiram o espaço sem pagar entrada. O espaço ficou pequeno e os garçons eram disputados a tapa. Com a festa, Agnelo e toda a base aliada esperam encerrar o período mais difícil deste primeiro ano de governo, com denúncias que envolveram o nome do governador e atingiram repercussão nacional.

publicação da primeira reportagem sobre o assunto, na revista Veja, Daniel foi exonerado e sumiu do mapa. Reapareceu em outubro, gravando um depoimento à deputada Celina Leão (PSD), na casa da deputada Eliana Pedrosa (PSD), em que contou detalhes de como ocorreriam os repasses (a íntegra do depoimento está no blog da coluna, no site da Plano Brasília). Entregou à deputada um comprovante bancário. Em 2008, depositou R$ 5 mil na conta de Agnelo. Disse que era parte do pagamento de propina. Agendou depoimento formal à Comissão de Ética da Câmara Legislativa, presidida por Celina. Mas desistiu.

Duas versões

Primeiro João Dias... De acordo com depoimentos da Operação Shaolin, realizada pela Polícia Civil do DF no ano passado, Agnelo Queiroz teria recebido parte do dinheiro desviado por ONGs que participavam do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, comandando por ele entre 2003 e 2006. O governador argumenta que tudo não passou de uma armação de adversários políticos para tentar abatê-lo durante a campanha. Agnelo foi eleito, mas seu sucessor no ministério, Orlando Dias, caiu diante das denúncias do policial militar João Dias Ferreira, um dos presos na operação, que poupou Agnelo de ataques. Depois do vazamento de gravações telefônicas entre o governador e o PM, em que João Dias pede ajuda para enfrentar as acusações, Agnelo confirmou que era próximo a ele: ambos disputaram as eleições de 2006 pelo PCdoB, que ainda comanda o Ministério do Esporte, agora com Aldo Rebelo.

... depois Daniel Tavares Em junho deste ano, Daniel Tavares apareceu na mídia como um ex-lobista da União Química que estaria chantageando o governador. Teria documentos que comprovariam o pagamento de propina a Agnelo quando ele era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na ocasião, Daniel Tavares trabalhava na Administração de Brasília. A esposa dele também chegou a ser nomeada, mas nunca assumiu o cargo. Com a

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Daniel Tavares gravou outro depoimento, divulgado pelo líder do PT, deputado Chico Vigilante, em que desmente o pagamento de propina e confirma a versão de Agnelo Queiroz: tudo não passaria de um empréstimo pessoal entre duas pessoas que se conhecem desde os anos 90. Em entrevista à TV Record, Daniel Tavares acusou o irmão de Eliana Pedrosa, Eduardo, além das duas deputadas, de armarem um esquema para tentar derrubar o governador. Mentiria para receber R$ 400 mil, mais um emprego com salário de R$ 10 mil e auxílio-aluguel de até R$ 4 mil. Daniel desapareceu de novo. As deputadas negam qualquer armação ou negociação envolvendo dinheiro. Celina Leão acusou o líder do PT de ter comprado o desmentido e procurou a Polícia Federal. Vigilante também negou envolvimento no caso. Por envolver um governador, a PF pediu ao Superior Tribunal de Justiça autorização para apurar o assunto.

Para-raio de corrupto Ainda que nada esteja provado contra Agnelo Queiroz, é no mínimo instigante a capacidade do governador de se envolver com pessoas de caráter duvidoso. Enquanto João Dias procurou ajuda dele para enfrentar denúncias de irregularidades no repasse de verba do programa criado pelo próprio Agnelo, Daniel Tavares pegou um empréstimo de R$ 5 mil com o amigo. Por acaso, um trabalhava em uma grande empresa do ramo farmacêutico e outro era diretor da Anvisa. Para as lideranças petistas, a explicação é simples: Agnelo é um bom homem, que gosta de ajudar as pessoas, e gente de má índole tenta se aproveitar disso. E quantos João Dias e Daniel Tavares ainda cercam o governador?

Cúpula e militância fora de sintonia Apesar da aparente tranquilidade da cúpula governista em meio às denúncias, a militância petista está bastante irritada com a gestão Agnelo. Apesar


Impeachment? CPI? Mas que nada... Em meio à crise, 19 dos 24 deputados distritais assinaram nota de apoio a Agnelo. Em seguida, a base governista derrubou requerimentos de convocação de testemunhas e asfixiou a tentativa da oposição de criar a CPI do Segundo Tempo. Os cinco pedidos de impeachment de Agnelo foram arquivados pelo presidente da Casa, Patrício (PT). De acordo com a Procuradoria da Câmara Legislativa, PSDB e DEM não teriam legitimidade para assinar a proposição porque são partidos políticos. Entre os pedidos de pessoas físicas, alguns não tinham informações básicas sobre os autores dos pedidos e outros não demonstraram fatos suficientes para uma medida tão drástica como o afastamento do governador.

Nem pesquisa abala os aliados Na mais recente pesquisa do Instituto O&P Brasil,o governo do DF é reprovado por 67,1% dos brasilienses, Agnelo é considerado culpado pelos desvios no Ministério do Esporte por 70,7% e para 33,4% ele deveria deixar o governo. A CPI é defendida por 65% dos entrevistados. Pior: se as eleições fossem hoje, o governador perderia para Joaquim Roriz e até mesmo José Roberto Arruda. Foram ouvidas 900 pessoas e a margem de erro é de 3,3%. Da boca para fora, ninguém no governo parece preocupado. Preferem desqualificar a pesquisa. O instituto pertence a um irmão de Eduardo Jorge, dirigente do PSDB. E cadê o outro levantamento que mostra o contrário?

Daniel Tavares e Durval Barbosa: a dupla dinâmica Muita gente no Buriti sequer imagina, mas o homem que derrubou o governo Arruda é muito próximo do chantagista arrependido. Se conheceram ainda no governo Roriz, quando Daniel Tavares teria começado a operar no esquema de arrecadação e distribuição de propina para aliados. Neste período, pelo menos três políticos do DF receberam dinheiro de Daniel. Dois deles têm mandato. E um herdou a antiga “equipe” especializada em arrecadar recursos, como dizem, não contabilizados. Prudentemente, esses funcionários não constam da lista de nomeados. É o contrário dos fantasmas: trabalham, mas não existem. Vivem de comissão.

A casa em Miami de João Dias Que o policial militar João Dias vive muito bem, obrigado, todo mundo já sabe. Mansão de luxo, carros importados... mas nada se falou ainda de uma certa casa em Miami, oferecida por João Dias para um grupo bem seleto de amigos desfrutar as férias.

Propina para indicar emendas Pessoa ligada ao esporte visitou os gabinetes dos distritais em busca de apoio para um projeto. Garantiu os recursos com um deputado, que vai apresentar a emenda ao Orçamento 2012. Mas ouviu do assessor que 10% do valor terá que ser “devolvido” ao parlamentar. Sem alternativa, aceitou o negócio.

Troca de partido Depois do PSD captar quatro distritais de outros partidos (Eliana Pedrosa, ex-DEM; Celina Leão, ex-PMN; Liliane Roriz, ex-PRTB; e Washington Mesquita, ex-PSDB), chegou a vez de outro recém-nascido conquistar o coração de um parlamentar. Wellington Luiz anunciou a troca do PSC pelo PPL. Na teoria, ele deixa de ser um social-cristão para se tornar um defensor da pátria livre, seja lá o que isso signifique. Na prática, se livra da pressão do presidente regional do PSC, Joaquim Roriz, e está livre para integrar a base governista. Divulgação

de acreditar na inocência do governador, avalia que o desgaste poderia ter sido evitado com a escolha de outro nome nas prévias. E mais: o secretário de governo, Paulo Tadeu, continua comandando com mão de ferro as nomeações, deixando várias correntes do PT sem representação no governo.

Salário alto, corrupção baixa? Esse é o argumento do deputado Wellington Luiz (PPL) para defender o aumento do salário da polícia mais bem paga do País, que continua em greve. Em frente à sede da Polícia Civil do DF, ele colocou uma faixa em que considera feliz a sociedade em que o policial luta por melhores salários, porque significa que ele só depende do que ganha e não vai se corromper. Por essa lógica, toda pessoa de baixa renda roubaria e os ricos, por sua vez, jamais fariam algo do tipo. Como se vê nos noticiários, o caráter não se mede pelo tamanho da conta bancária.

Sem poder roubar, greve! Policial civil de Goiás que atua no Entorno do DF reencontrou velho conhecido e desabafou. Antigamente, não se preocupava com o valor do salário, porque sempre conseguia complementar a renda achacando os criminosos. Quando prendia um traficante, cobrava um por fora para liberá-lo. Agora, porém, afirma que não pode confiar em ninguém da corporação, tem medo de perder o emprego e se viu obrigado a cortar a renda paralela. “Tenho que viver do salário, o jeito foi partir pra greve!”. E-mail: yuriachcar@gmail.com

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Dinheiro

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mauro castro

O limite entre a tecnologia e o investimento

gora não tem jeito. A tecnologia tornou empresas e pessoas reféns ameaçados de retrógrados e ultrapassados. O que pouca gente entende é que há um limite entre o bom senso na hora de gastar para obter a mais nova tecnologia e quais os benefícios que esta nova tecnologia traz. Para os ávidos em atualização, qualquer esforço vale a pena. Ouvir uma propaganda prometendo 100 megas de internet é encantador, mesmo que em muitos casos o consumidor não entenda bem o que isso significa. Esse entendimento transcende o fato de ser a internet mais rápida. A rigor, o entendimento deveria ser o quanto a velocidade trará de qualidade no dia a dia de quem comprou o serviço. Tecnologia não fica apenas em velocidade, tange a multifuncionalidade. São aparelhos de celular imitando computadores, televisores simulando celulares e carros em que a publicidade dá foco em como o motorista irá falar ao telefone e não em como irá dirigir. Tudo convergente. Uma salada tecnológica. A verdadeira busca pela atenção de um consumidor incauto, que pode ser tomado pelo pequeno diferencial. Essas coisas remetem ao que se tem em casa ou no escritório, que ficam caducos, ultrapassados e sucateados tecnologicamente em uma velocidade assustadora. As

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pessoas se preocupam em como inserir mais um valor no orçamento para comprar Atualização Tecnológica. Uma compra que não tem nome de produto. Serve para qualquer coisa: celulares, TVs, tablets, computadores, máquinas de lavar e, daqui há pouco, até tostadeiras.... As pessoas estão procurando espaço orçamentário para a rotina de tranqueira tecnológica que vão incorporar. Tudo sem saber como tirar máximo proveito do que investiu. Para as empresas o negócio é diferente. A pergunta é como evitar os constantes vazamentos de caixa por conta de atualização de equipamentos, softwares e capacitação de todos em tudo que chega de novo na organização. Alguns empresários se esforçam em tentar bloquear investimentos, ancorando a empresa em sistemas obsoletos como ADSL, desktops e telefonia analógica. Outros tentam argumentar os altos custos de Internet dedicada, Redes virtuais, centrais digitais, home-offices e voz por internet. Uma balança perigosa em tempos de lucros mais magros. Entre a tecnologia e o que se gasta para estar próximo a ela está o seu bolso. O orçamento sofrido. Todos empenhados em manter-se em uma sociedade insaciável de novos meios de se tornar auto-atualizada .

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Capa

Por: Michel Aleixo e Joaquim Jodelle | Fotos: Fábio Pinheiro e Victor Hugo Bonfim

Grande

Brasília Com aspectos de metrópole, a violência do Distrito Federal e entorno pode ser considerada uma só?

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N

Sinpol - GO

a noite de sábado, 8 de outubro, detentos do presídio de Cristalina, Goiás, realizaram uma tentativa de fuga cinematográfica. Portando armas de fogo e aproveitando-se do horário de visitas, alguns detentos tentavam escapar da casa de detenção pela porta da frente, quando foram surpreendidos pelos guardas de plantão. Os fugitivos trocaram tiros com os agentes e, em meio ao tumulto, utilizaram o sargento da Polícia Militar, Divino Albino Batista, como escudo. Divino foi baleado no abdome e chegou a ser socorrido, mas faleceu a caminho do Hospital Municipal de Cristalina. Os detentos Fernando da Silva Ferraz e Bento Jorge da Silveira também foram mortos a tiros durante a ação. Um terceiro conseguiu fugir. No dia seguinte, a 150 quilômetros dali, em Sobradinho II, Distrito Federal, uma mulher de 39 anos foi assassinada com tiros à queima roupa. De acordo com o delegado-chefe da 35ª Delegacia de Polícia, Daniel Gomes, Rita de Cássia Batista Alves vinha sendo ameaçada por um traficante local. Motivo: a cobrança de uma dívida de R$ 150 do seu filho. Segundo o depoimento do jovem, ambos eram viciados em crack. Não existia relação direta entre as duas ocorrências. Porém, elas ilustram o crescimento da violência no Distrito Federal e no entorno. Alguns dados das secretarias de segurança pública do Goiás e DF, ratificam a quase simbiose, que unifica a criminalidade de ambas as regiões. De janeiro a junho de 2011, as trinta regiões administrativas do DF registraram 338 homicídios, 3.584 furtos a residências e 356 estupros. No mesmo período, os 19 municípios goianos e mineiros que circundam o DF em todas as direções,

compondo o entorno, somaram 380 homicídios, 1.102 furtos a residências e 58 estupros. Brasília tem um número maior de roubos e estupros. Mas vale lembrar, que a capital possui 2 milhões e quinhentos mil habitantes, enquanto que o entorno, apenas 1,2 milhões. O entorno registra quase 40% dos casos de homicídio registrados no estado em 2010, embora concentre apenas 20%

Trabalho há 22 anos nessa região e posso garantir que a situação só tem piorado da população. A média de assassinatos na região é o triplo da nacional. Em Brasília, as tentativas de homicídio em 2011 já ultrapassam o mesmo período do ano passado em 25%. Os números são alarmantes em ambas as regiões.

Essa dura realidade fez com que o Sindicato dos Policiais Civis do Entorno (Sinpol-GO) instalasse este ano um outdoor na entrada da cidade de Valparaíso, onde se lia: “Cuidado! Você está entrando na região mais violenta do planeta, o entorno do DF.” “Foi uma forma de chamar a atenção dos governos de Goiás, DF e União para a situação crítica em que nos encontramos”, afirma o presidente do sindicato, o agente de polícia Silveira Alvez de Moura. Para ele, a crescente violência no entorno pode ser atribuída a inúmeros fatores. Mas o combate a ela é desigual em termos de equipamentos e contingente, se comparadas as polícias do DF e Goiás – a Secretaria de Segurança Pública do DF incomparavelmente muito mais bem equipada. “Trabalho há 22 anos nessa região e posso garantir que a situação só tem piorado”, lamenta o policial. Segundo Silveira, o contingente do entorno é de 390 policiais civis. Número insuficiente para uma população com mais de um milhão de habitantes. Número quatro vezes maior do que quando Silveira começou a trabalhar na região. “O efetivo policial não acompanhou esse crescimento”, garante. Outra queixa da categoria é a desigualdade salarial entre policiais civis do Goiás e DF. Atualmente o salário inicial de um policial civil goiano é de R$ 2.700. Enquanto que em Brasília eles não começam recebendo menos de R$ 7 mil, em média. Em relação ao outdoor, muitos moradores da cidade não gostaram do protesto dos policiais. Uma semana depois, um servidor público ateou fogo na “peça publicitária”. A imprensa de todo o país noticiou o acontecimento. Silveira diz que chamar atenção O polêmico outdoor instalado pelo Sinpol - GO, como uma forma de protesto, pedindo uma atitude por parte dos governos e da União

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Fábio Pinheiro

bém é resultado disso. “60% da população do entorno migrou de Brasília buscando um RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO custo de moradia mais O nascimento de Brasília barato”, garante o chefe sempre representou um exemdo Gabiente de Gestão plo elogiável de planejamento. de Segurança Pública Sem dúvida, o maior feito da do Entorno, coronel história recente do país. A muEdson Costa Araujo. Ele dança da capital da República não tem dúvidas de que para o interior desenvolveu a um esforço global para região e fomentou a economia Para o Secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar, o entorno solucionar os problemas dos estados do Centro-Oeste, acaba sobrecarregando o Distrito Federal pela falta de infraestruda região vai diminuir a colocando-os “no mapa” como tura, educação e saúde criminalidade também se costuma dizer. No entanto, na maioria das vezes que a grande reali- Enquanto cidades como Águas Lindas no Distrito Federal. “Essa população zação de Juscelino Kubitschek é vanglo- de Goiás possui apenas R$ 2,8 mil de não só trabalha em Brasília, mas riada, raramente é citada também a falta renda por habitante. Testa define essa tem toda a sua vida voltada para ela. desse mesmo tipo de planejamento, desigualdade econômica como peça Inclusive votam no DF. É hora dos no que diz respeito ao amparo dos chave da falta de infraestrutura do governos reconhecerem que estamos candangos que construíram a cidade, entorno. Para ele, educação e saúde lidando com uma única grande meque convencidos do lema “capital da deficitárias e a falta de empregos trópole”, ressalta. A estudante Carolina Annoni, 24 esperança” decidiram estabelecer-se na faz com que a maioria da população região após a inauguração. Ou ainda, a recorra ao Distrito Federal, transfor- anos não vê distinção na violência falta do mesmo esforço político-social mando tais locais em “cidades dormi- do entorno ou Brasília. Moradora dedicado à criação de Brasília, no que tório”. “Os pais trabalham no Distrito de Valparaíso há três anos, Carolina concerne às cidades que já existiam, Federal, enfrentando um transporte já foi assaltada tanto em sua cidade cresceram ou foram criadas em função público precário que os obriga a como em Taguatinga. Para ela, a crida nova capital. passar o dia inteiro fora. Com a falta minalidade está em todos os lugares. Para muitos especialistas, essa ne- de lazer, creches e opções para os “Minhas aulas são em Brasília e por gligência resultou na delicada equação jovens nessas cidades, está formado isso preciso ir para lá constantemente. que o entorno e até as cidades satélites o quadro para o crescimento da vio- Mas acaba que até nos fins de semana, se encontram hoje. Sem esquecer dos lência. O crime tem uma organização também passo a maior parte do tempo inúmeros assentamentos, posteriormen- bem complexa e ele se aproveita da no DF. Lá existem muito mais opções te transformados em cidades-satélites, desorganização total dos governantes de lazer”, diz. “Se Valparaíso oferecesse bons cursos e escolas, eu preferiria criadas sem os mínimos equipamentos para proliferar”, afirma o sociólogo. urbanos. “Na época da construção de Com o passar do tempo, a negli- estudar aqui com certeza”. Brasília, cidades como Brazlândia, gência dos três governos, distrital, Luziânia e Planaltina sobreviviam numa estadual e União começou a causar ESFORÇO CONJUNTO economia de subsistência”, explica um efeito negativo ainda maior. O policial Silveira Alvez tem o sociólogo e pesquisador da UnB, E os estudiosos entendem que o certeza de que o outdoor de alerta Antônio Testa. “Os trabalhadores que crescimento da violência no DF tam- sobre a violência do entorno fez vieram para cá não foram acolhidos no com que a presidente Dilma se Plano Piloto e, por isso, migraram para preocupasse em incluir medidas a região do entorno, onde o custo de mais enérgicas contra a violência no vida era, e é, incomparavelmente mais entorno, na segunda fase do Prograbarato. É desnecessário dizer que esses ma de Aceleração do Crescimento locais não estavam preparados para (PAC II) do governo federal. “Até a acolher esse contingente”, completa. oposição no congresso exigiu proviPassados 50 anos, dados do censo dências”, comemora o presidente do 2010 do IBGE apontam que o Distrito Sinpol–GO. É unanimidade entre os Federal é a unidade da federação com entrevistados que só um trabalho a maior renda per capita, R$ 45 mil. em conjunto entre os governos pode Divulgação

para o problema era a intenção do protesto.

Para o Coronel Edson Costa Araujo, só um esforço em conjunto diminui os problemas de criminalidade no entorno

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Fábio Pinheiro Victor Hugo Bonfim

aplicação dos tais recursos. ser eficaz para amenizar os “Em ano de eleição muita problemas da região. coisa é prometida e muito O secretário de segurança pouca é feita”, critica. do entorno reconhece que a Quanto mais tempo maioria dos esforços anteriores passa, a especulação imobimal saíram do papel. Mas os liária aliada ao crescimento bons resultados de ações como populacional e econômico do a convocação da Força Nacional Distrito Federal está acentude Segurança para atuar no ando o efeito da conurbação entorno é a prova de que o geográfica de toda a região. Goiás não pode ser o único Esse fenômeno ocorre quanresponsável pelo combate a do a malha urbana de duas violência. “Não temos um núou mais cidades se unem em mero suficiente de delegacias e razão do crescimento acencontingente. Estamos falando tuado e desordenado. Tal de um investimento de mais de processo acaba criando reum milhão de reais. Mas nós já giões metropolitanas como, fizemos um levantamento de “É desnecessário dizer que esses locais não estavam preparados para acolher esse contingente” afirma Antônio Testa, por exemplo, São Paulo e todas essas necessidades. Basta sociólogo e pesquisador da UnB Rio de Janeiro. Com apenas que o Distrito Federal, Goiás 50 anos de história, os govere União unam forças para as melhorias virarem realidade”, garante o a responsabilidade para o outro. nantes não podem mais procrastinar coronel Edson. Esse tipo de parceria deve começar ações e soluções para a região mais O secretário de Segurança Pública com uma séria distribuição e geren- populosa do Centro-oeste. Basta do Distrito Federal, Sandro Avelar, ciamento de recursos”, defende o aprender com os erros e acertos de também acredita na necessidade da sociólogo, que estuda o problema da outras áreas metropolitanas brasiparceira. Ele lembra que a falta de região há 30 anos. Para ele, a gestão leiras, onde a violência urbana tem infraestrutura, educação e saúde integrada deveria ser colaborativa em amplitude equivalente à dimensão no entorno sobrecarrega o Distrito três níveis: os prefeitos executando de sua população e contraste social. Federal, que é obrigado a acolher as tarefas; os governos estadual e tal demanda. A curto prazo, Sandro distrital disponibilizando recursos e gostaria que fossem restabelecidos cobrando ações gerenciais e a União convênios como o que permitia que exigindo dos governadores a correta policiais do DF atuassem também nas cidades do entorno “Se Valparaíso oferecesse bons cursos e escolas, eu preferiria estudar aqui”, alega a estudante Carolina Annoni de Minas Gerais e Goiás. “Essa medida surtiu efeito há dois anos atrás. Atualmente, a polícia de Brasília está visando combater fortemente a entrada do crack nessa região. Infelizmente o tráfico no DF é abastecido por essas cidades. Não tenho dúvidas de que a droga é o elo negativo que úne todos esses problemas”. Para Antônio Testa, tal esforço conjunto não pode se limitar a ações passageiras de combate ao crime. “Sem programas sócio-educativos o problema não vai se resolver. Há anos, um governo joga

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Cidadania

Por: Pedro Wolff | Fotos: Divulgação

Universidade

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Sustentável

atual tendência mundial para campus de Universidade é a mobilidade sustentável. Esse conceito utiliza políticas de transporte e circulação que visam proporcionar acesso amplo e democrático ao espaço urbano. Os campi Gama e Ceilândia da Universidade de Brasília (UnB) estão dentro deste conceito, que visa criar uma relação harmoniosa e não predatória entre estudantes, comunidade e meio ambiente. Os campi Ceilândia e Gama já oferecem aula, mas não estão com o projeto concluído. O campus de Ceilândia tem previsão de entrega para março de 2012. Segundo dados do Centro de Planejamento Oscar Niemeyer (Ceplan), está prevista para janeiro de 2012 a entrega dos

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módulos restaurantes, laboratório e sala dos professores do Gama. Há ainda a UnB Planaltina, que carece de licença ambiental para começar as obras. Muito tem se falado na mídia sobre as instalações das novas unidades da UnB, mas deu-se pouco espaço para o trabalho realizado pelo Laboratório de Sustentabilidade Aplicadas à Arquitetura (Lasus) da UnB. O professor Caio Frederico e Silva fez parte da equipe que desenhou os projetos da universidade no Gama e Ceilândia. “A ideia foi ordenar o crescimento com as demandas dos alunos, do curso e da própria faculdade, em respeito à natureza ali presente”, resume o docente.

Caio Frederico comenta que este conceito de novo urbanismo está presente nas mais recentes edificações de Universidades construídas na Ásia, Europa e Estados Unidos, todas focadas na mobilidade sustentável. “Hoje a visão é de um campus verticalizado e densificado. É muito custoso deixá-lo com pouca densidade de pessoas, porque se gasta mais em transporte e energia, entre outros”, explica o professor. Além de observar a tendência mundial, a equipe do Lasus se preocupou em preservar uma forte relação de identidade com o Campus Darcy Ribeiro. Ou seja, tem que haver um edifício âncora e emblemático, que no caso é o Instituto Central de Ciência (ICC), o popular Minhocão. As novas unidades seguem essa tendência de


professora Marta Romero, para estudar as condições da natureza local. O professor Caio Frederico disse que a vantagem que sua equipe teve foi a de dispor de um estudo aprofundado sobre o clima de Brasília. “Fomos a campo medir os elementos climatológicos. Como os ruídos, a ventilação predominante e a umidade relativa”, diz Caio Frederico e Silva. Na região do Gama, foi observado que a vegetação predominante é o murundu. Este bioma úmido é muito frágil e não suporta edificações. A partir do trabalho de observação, a equipe do Lasus instalou o campus de modo que o vento sudeste, o da seca, leve a umidade dessa vegetação para o campus. Houve também um cuidado especial para que a água da chuva não afogue essa vegetação: foram construídas microbacias para drenar esta água para lençóis freáticos. O Campus da Ceilândia está sendo construído ao redor da Área de Proteção Ambiental Arie Parque JK. Além disso, o interior dos dois campi

várias salas reunidas, que servem de ponto de encontro para os alunos, e têm vários usos dinâmicos. Os Campi Gama e Ceilândia possuem um planejamento de longo prazo, para permitir sua evolução natural. E têm como princípio a integração entre os locais de ensino e os de pesquisa. A comunidade também faz parte desta integração, utilizando-se da Universidade como uma área de lazer. O projeto foi feito para favorecer o pedestre, de modo que qualquer pessoa demore não mais do que 15 minutos para caminhar entre um prédio e outro. Cada campus terá uma ciclovia em seu interior e os carros só chegarão até as áreas externas da Universidade.

Ecologia A mobilidade sustentável nestes novos campi abrange também aspectos ambientais. Depois de todo o apanhado teórico, entre os anos de 2009 e 2010 seis arquitetos foram para campo sob coordenação da

está protegido dos extremos climáticos, inclusive dos ruídos dos carros. As estruturas verdes contarão com drenagem pluvial sustentável e com reutilização da água. Os quiosques pelos campi terão vegetação hidropônica no telhado, o que favorecerá a taxa de umidade. Os edifícios terão coberturas verdes e com placas fotovoltaicas, com capacidade de dar energia elétrica para todas as áreas comuns do prédio. O pesquisador conta que todas as diversidades influenciaram na obra final de arquitetura. Caio Frederico conta que todo o interior da faculdade está protegido dos extremos climáticos. Serviço UnB Gama Área Especial 2 Lote 14 Setor Central - Gama (61) 3107.8219 UnB Ceilândia QNN 14 Área Especial Guariroba - Ceilândia Sul (61) 3376.7487

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Respeite a sinalização de trânsito


Gente

Por: Edson Crisóstomo

Inauguração da filial Brasília da Nascimento Turismo

Plinio Nascimento, Elcio Vieira e Cleiton Feijo

Silvia Paes Leme, Leila Nascimento, Marcia Mello, Ana Tereza e Eduardo Nascimento

Política Ainda para este ano O governador Agnelo Queiroz, o vice Tadeu Filippelli, os secretários de todas as pastas, além da primeira dama e presidentes de empresas públicas estiveram reunidos no último dia 21 para estabelecer as prioridades ainda para o ano de 2011. Entre elas estão o Hospital da Criança, a prestação de contas de convênios com a União, a construção de ciclovias, a agilidade na liberação de alvarás, a possível sede de abertura dos Jogos Mundiais Universitários em 2017, além da agenda legislativa. Em nove de dezembro o grupo volta a reunir-se para apresentar novas medidas também para esse ano.

Equipe Filial Brasília e Diretoria da Nascimento

Cleiton Feijo, Ian Gillespie, Eduardo Nascimento e Plinio Nascimento

Caixa Rápido Incentivo para a economia verde Os estabelecimentos industriais terão direito, até 31 de dezembro de 2014, ao crédito presumido do Imposto na aquisição de resíduos sólidos a serem utilizados como matérias-primas ou produtos intermediários na fabricação de seus produtos. É o que estabelece o Decreto nº 7.619 , de 21 de novembro de 2011, publicado no Diário Oficial da União (DOU), do dia 22/11/2011. Os resíduos sólidos são materiais, substâncias, objetos ou bens descartados resultantes de atividades humanas, e deverão ser adquiridos diretamente de cooperativas, constituídas de, no mínimo, vinte cooperados pessoas físicas, sendo vedada a participação de pessoas jurídicas.


Cleiton Feijo, Leila Nascimento, Eduardo Nascimento, Elcio Vieira e Plinio Nascimento

Elcio Vieira, Eliane Reis Carvalho, Luis Melo, Cleiton Feijo e Plinio Nascimento

Cleiton Feijo, Elcio Vieira, Anderson Wolf Silva e Suimeiry Siqueira

Liliane Roriz e Samanta Sallum Equipe Filial Brasília

Geleia Geral Já imaginou escolher o final do filme? Até o dia 4 de dezembro, A Mostra Internacional de Filmes Interativos do CCBB Brasília exibe 12 filmes de Israel, Brasil, EUA, Portugal e República Checa, clássicos e atuais. Em comum está a possibilidade de o público interagir e mudar o enredo do filme. Alguns filmes oferecem 11 possibilidades de final. Além disso, o espectador tem a possibilidade de interagir com o filme durante o seu desenrolar. A cada cinco ou dez minutos, um menu aparece no canto da tela e o espectador, munido de um controle remoto, escolhe pra onde a história ou as personagens devem seguir. Para consultar a programação acesse o site: http://www.clicaemcinema.com.br

A Biblioteca Demonstrativa faz anos Quarenta e um anos de existência pulsante. A Biblioteca Demonstrativa de Brasília fará um show comemorativo no dia 28 de novembro, às 19h30, para celebrar o sucesso da entidade e seus projetos, encerrando as apresentações do Bibliomúsica deste ano. Como referência de Biblioteca Pública, a Demonstrativa já tem público cativo para suas atividades. A homenageada do ano será a cantora Cely Curado, que será interpretada pela BRAPO – Brasília Popular Orquestra. A entrada é franca. A Biblioteca Demonstrativa fica na W3 Sul, EQ. 506/7 e o telefone de contato é o: 3443-5682 ou 3244-3015


Cidade

Por: Luiz Felipe Brandão | Fotos: Wesley Fernandes

De olho na D

copa do mundo

de

2014

Após as demolições, aumenta o ritmo das construções no setor hoteleiro 30

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ois novos hotéis de 17 pavimentos e 528 apartamentos cada um serão construídos no lugar dos demolidos Alvorada Hotel e Hotel das Nações. Eles farão parte da enorme infraestrutra da cidade para receber os turistas que virão para a Copa das Confederações, em 2013, e Copa do Mundo de 2014. Segundo o superintendente da Construtora JC Gontijo, Gustavo Fantato, depois de uma avaliação, decidiu-se não aproveitar nada das antigas estruturas. As novas obras deverão durar de 18 a 24 meses. A implosão dos antigos hotéis, no último dia 2 de novembro, atraiu uma multidão ao Setor Hoteleiro Sul, pois ambos já faziam parte do patrimônio histórico de Brasília – o Hotel das Nações construído em 1965 e o Alvorada, em 1975. Tanto no Setor Hoteleiro Sul como no Hoteleiro Norte, e também na cidade-satélite de Taguatinga, novos projetos estão em andamento,

todos com o mesmo objetivo de receber turistas de todo o mundo que assistirão sete dos jogos. A previsão é de que serão oferecidas centenas de novas vagas na área de construção civil em Brasília.

A JC Gontijo está se preparando para construir um centro clínico de referência nacional ao lado do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). O projeto de construção está em processo de aprovação pela Administração de Brasília e será liberado daqui a 30 dias. Antigas demolições: A Construtora JC Gontijo tem em seu histórico demolições de grandes estruturas. No ano passado, no dia 19 de setembro, ela demoliu o esqueleto de um hotel abandonado há mais de 17 anos, ao lado do Brasília Shopping. A obra inacabada servia de abrigo para mendigos e também usuários de drogas. Agora, a JC Gontijo está preparando o terreno para a construção de mais um hotel no Setor Hoteleiro Norte.


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Educação

Por: Pedro Wolff | Foto: Victor Hugo Bonfim

Reajuste nas

mensalidades

escolares

será de 11%

O

s pais com filhos matriculados na rede particular de ensino já estão acostumados com o reajuste anual. Este ano, a média será de 11%, segundo dados apresentados pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF). Os motivos para o reajuste são a inflação, melhorias na infraestrutura das escolas, impostos e taxas diversas. Para a administradora Kelbya Oliveira Lacerda, 32 anos, na verdade, o aumento este ano foi maior que 11%. Ela calculou em 20% o aumento no valor da mensalidade de seu filho Caio Lacerda Brito, 10 anos. Kelbya diz estar insatisfeita

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mas ainda não teve oportunidade de conversar com a direção da escola sobre as razões para este aumento. “A única coisa que eu tenho certeza é que não houve nenhuma melhoria na infraestrutura ou na formação letiva de meu filho”, dispara. Caio estuda na rede particular desde o maternal. E Kelbya diz que os anos seguidos de aumentos vêm diminuindo sua qualidade de vida. “Temos que cortar no nosso lazer. Por exemplo, as viagens em feriados para Caldas Novas não existem mais”, diz, insatisfeita. Agora, diante de mais este aumento, a solução que ela e as mães dos colegas de seus filhos tiveram foi pesquisar outras escolas com

um preço mais em conta. Kelbya não quer seu filho na escola pública por causa das greves, além das inúmeras reclamações que ouve de seus parentes quanto à qualidade do ensino. O Sinepe-DF é o responsável por calcular o reajuste médio das escolas particulares. Sua presidente, Amábile Pácios, explica que o reajuste é necessário “porque, sem ele, as escolas simplesmente fecham”. Ela comenta ser dispendioso para a instituição arcar com os aumentos dos custos durante o ano, para somente no final do período letivo poder reajustar. E complementa que esta é uma política necessária para que não haja


um repasse em índice inferior para não comprometer a saúde financeira da empresa. A média deste ano ultrapassou a inflação dos últimos 12 meses. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação está calculada em 6,87%. Mas Amábile diz que este aumento não pode ser considerado abusivo, porque cada instituição tem sua planilha de custos, que não é medida pela inflação. Para os pais que queiram saber junto à instituição as causas do aumento, eles devem procurar o gestor da escola para ter conhecimento da planilha. “Os pais têm que se adequar à sua realidade”, afirma Amábile. Ela observa que as escolas particulares têm uma grande variedade de propostas pedagógicas, como curso de línguas, por exemplo, justificando porque os preços são diferentes uma das outras. O presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Idebec), José Geraldo Tardin, considera este aumento de 11% normal, por estar dentro do “equilíbrio contratual”.

“O aumento não pode ser considerado abusivo porque este setor não é tabelado”, diz Tardin. Ele aconselha os pais para analisar a orientação pedagógica de cada escola. E também para checar o diploma dos professores e se eles estão se atualizando com cursos e palestras. Uma forma de se obter parâmetros é comparar os serviços praticados pelas escolas concorrentes. Geraldo Tardin alerta, contudo, aos pais para ficarem atentos na hora de matricular seus filhos, para que não haja cláusulas abusivas no contrato. Por exemplo, quando a escola pede aos pais dos alunos para pagarem por materiais que são de sua competência. Exemplo: copos descartáveis, papel toalha. O reajuste anual das escolas é regido pela Lei nº 8.170/91. A lei diz que a escola deve estipular o reajuste com base no seu planejamento pedagógico e econômico-financeiro. As instituições de ensino também obedecem a Lei de Diretrizes e Bases, que determina que as taxas, mensalidades e as contribuições são as modalidades de cobrança permitidas.

Kelbya Oliveira fala das dificuldades de pagar as mensalidades de seu filho. Mas diz não abrir mão do ensino particular por conta de sua qualidade

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Tecnologia

Por: Tatiane Alexandra Dias | Ilustração: Raphaela Christina Por: Barbosa

EAD.

Capacitação profissional ao alcance de todos Criatividade, tecnologia e sustentabilidade são as palavras de ordem para o crescimento profissional do país.

A

melhor distribuição de renda, investimentos em infra estrutura e a exploração de novas fontes de recursos naturais, além dos eventos esportivos internacionais que serão sediados no país, dão ao Brasil, na contra-mão da crise mundial, um único norte: crescimento. O país tende a crescer por ter uma população jovem, oferta de emprego para suprir a demanda de infra estrutura e a grande concentração de recursos naturais. Claro que, com todas as nossas pendências sociais, faz-se necessário um programa de inclusão social em todos os níveis, para que esse crescimento não ocorra de forma caótica. No que diz respeito à educação e qualificação profissional, os investimentos tecnológicos, que chegam ao país em maior escala, mostram o caminho da inclusão social e mudam o cenário do abismo que separava o aprimoramento profissional da maioria dos cidadãos. Para garantir esse crescimento, faz-se necessária a oferta de profissionais qualificados, principalmente nas funções mais básicas de prestação de serviços. Segundo Carlos Vasconcelos, diretor de Planejamento da empresa Avant Brasil, especializada na criação, inovação e suporte de tecnologias educacionais,

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essa revolução tecnológica potencializou uma antiga ferramenta de formação profissional e acadêmica, o Ensino a Distância, ou EAD. Tradicionalmente utilizada para cursos acadêmicos, com uma série deles certificados pelo Ministério da Educação, hoje vivencia uma nova vocação: os chamados Cursos Livres, que tem objetivo de qualificar, capacitar, mas sem vínculo com o MEC. Por ser mais rápido, eficiente e acessível, uma empresa pode proporcionar cursos livres de capacitação sob demanda, dentro da própria sede, evitando custos adicionais de deslocamento, alimentação ou pagamento de um profissional especializado para ministrá-los. Em outros casos, pode-se otimizar custos, optando pelos cursos já existentes, que podem ser imediatamente disponibilizados e não precisam de um profissional especializado para produzi-los, reitera Carlos. Hoje são 104 Pontos de Acesso à internet banda larga em Brasília, com a meta de ampliá-los para 400 unidades até 2014, atendendo um total de 1 milhão de pessoas. Uma experiência do governo do GDF demonstrou que a sede por aperfeiçoamento profissional está no anseio de todo cidadão. Entre 2009 e 2010, um

programa que oferecia cursos à distância, com a expectativa de atender 2000 alunos, teve 13934 matriculados e 6198 concluíram os cursos, evidenciando que só depende de oportunidade para que o país se qualifique. O desafio, depois da acessibilidade à rede em banda larga, é compor uma grade de cursos que capacitem o cidadão para as demandas reais do mercado. Para quem ainda tem dúvida da funcionalidade dessa ferramenta, estudos recentes do Inep (Instituto Nacional de Pesquisa e Estudos Educacionais), sobre um levantamento feito com base nos resultados do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade), mostraram que o desempenho de alunos do ensino a distância, em sete das 13 áreas avaliadas, foi melhor do que os que cursaram a modalidade presencial. Além disso, um curso de qualidade é acessado por todos usuários com o mesmo padrão, ao passo que os cursos presenciais passam pela decodificação do ministrante, que pode alterar em termos de qualidade e didática. Serviço Avante Brasil. Empresa de criação, inovação e suporte de tecnologias educacionais (61) 3033.2412 contato@avantebrasil.com.br



Cotidiano

Por: Luiz Felipe Brandão | Foto: Divulgação

Emprego Temporário

Expectativa cresce em Brasília

O

Sindicato do Comércio Varejista do DF – Sindivarejista está fazendo uma parceria com o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) para oferecer cursos de qualificação para candidatos a empregos temporários no comércio, neste final de ano. Dados do Sindivarejista apontam que o aumento na procura por emprego nesta época tem crescido muito. O comércio do DF deverá criar 6 mil empregos temporários, sendo que 20% deles serão efetivados entre janeiro e março. O presidente do Sindivarejista, Antonio Augusto de Moraes, disse que lojistas mostram-se otimistas com relação às vendas para o Natal e estimam crescimento entre 5% e 6%. A unidade do Senac que está capacitando os candidatos fica localizada no Plano Piloto, no Ed. Jessé Freire, no Setor Comercial Sul. A matéria do curso será sobre Planejamento e Controle de Estoque. Até hoje, as 28 mil lojas de rua e de shoppings já requisitaram ao Balcão de Empregos do Sindivarejista dois mil candidatos a empregos de fim de ano. Eles começam a trabalhar nos próximos dias. Os comerciantes do Distrito Federal começaram a reforçar o quadro de funcionários para atender as demandas de Natal. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Fecomércio, 54% dos empresários do setor farão o uso de mão de obra temporária no período. Em 2010, este índice não chegou a 30% (28,8%). O levanta-

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mento mostra que o número ainda pode aumentar, tendo em vista que 7% dos Atualmente, as lojas procuram funcionários que se identifiquem com a marca entrevistados estão indecisos. A pesquisa ouviu 212 lojis- quinzena do mesmo mês. Outros 36% tas de dez segmentos, entre 3 e 7 de já estão contratando na primeira quinzena de novembro e 14% contratarão outubro de 2011. “Esperamos um excelente Natal este na segunda quinzena deste. Apenas 2% ano. Colocamos o Serviço Nacional de iniciarão a contratação em dezembro. Os comerciantes priorizam Aprendizagem Comercial (Senac) do DF para treinar mais de 3 mil pessoas nas um perfil pró-ativo do candidato, funções de vendedor, caixa e estoquista. 29% valorizam experiência e 29% Tudo para que o comerciante empregue querem disponibilidade em tempo um profissional temporário capacitado integral. O restante valoriza outras e que este mesmo funcionário seja características, como capacidade efetivado posteriormente”, afirma o de trabalhar em equipe (9%), por presidente do Sistema Fecomércio-DF, exemplo. Em relação à efetivação dos funcionários temporários, 62% Adelmir Santana. De acordo com a pesquisa, os em- das empresas pretendem efetivá-los, presários de Lojas de Departamento 9% não e 29% ainda não sabem. são os mais propensos a contratar Neste período de Natal, o comércio funcionários temporários. Todos eles varejista do Distrito Federal deverá (100%) responderam que irão ampliar aumentar o seu quadro de funcionáo quadro funcional. São seguidos rios em 9,1% e espera-se que 3,5% pelos comerciantes de Calçados (83% seja o crescimento total do mercado vão contratar), Perfumaria (80%), Ma- via efetivação de temporários. Dados da assessoria de comuterial Esportivo (71%), Livraria (67%) e Supermercado (53%). Entre os que nicação do Pátio Brasil informam, não vão contratar, 74% afirmaram que segundo o superintendente do que as equipes estão completas, 19% Shopping, a expectativa neste Natal é só contratam definitivamente, 4% não de crescimento de cerca de 10% nas contratam por ignorar alterações no vendas. O Shopping deverá ter um movimento e 3% trabalham apenas aumento de 5% no movimento, que atualmente fica na média de 50 mil com Jovem Aprendiz. Em relação aos empresários pessoas por dia. que abrirão vagas temporárias, 5% Serviço iniciaram a contratação na segunda quinzena de setembro, enquanto 18% SENAC contrataram na primeira quinzena de SIA Trecho3 Lt. 213/215 outubro e 25% a partir da segunda (61) 3313.8877


Secretaria de Seguranรงa PLANO BRASร LIA DEZEMBRO DE 2011

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Planos e Negócios

alex dias

EduBrazuca Não é de hoje que milhões de pessoas no mundo usam as mídias digitais para se comunicar e também para estabelecer relações interpessoais. Twitter, Orkut e Facebook surgiram para estreitar laços, diminuir a distância geográfica e deixar o mundo mais conectado. Mas que tal começar a usar essas ferramentas para aprimorar ou adquirir conhecimentos? Esta é a proposta do EduBrazuca, um site para quem busca mais conhecimentos. O nome EduBrazuca foi definido com o objetivo de associá-lo à educação do Brasil, alinhado com a meta de torná-lo a maior referência para busca de informações sobre cursos e instituições, além da disponibilização de ferramentas educacionais baseadas na internet. O projeto EduBrazuca foi criado para suprir algumas carências de mercado, identificadas por seus idealizadores, por intermédio de uma ampla experiência no mercado de internet e e-learning. Júlio Cesar Ferreira, vice presidente do site, destaca que qualquer pessoa que busque qualificação profissional poderá usufruir dos benefícios oferecidos pela mídia social. O portal tem como objetivo ser uma grande comunidade de compartilhamento de conhecimento e conteúdo. E por isso, já no lançamento do site, será possível inscrever-se em diversos cursos online que estarão disponíveis para os internautas. A expectativa dos organizadores é atingir 10 milhões de usuários em seis meses.

Serviço EduBrazuca (61) 3362.2600 suporte@edubrazuca.com.br www.edubrazuca.com.br

Maria de Fátima Cake Designer As comemorações de final de ano chegaram e, por ser um momento de celebração, onde as famílias se reúnem, a data também se tornou um símbolo de união. Para adoçar ainda mais o momento, a *cake designer *Maria de Fátima está com uma enorme lista de sugestões de doces presentes, que podem formar uma bela cesta. Há uma variedade interminável de guloseimas, todas personalizadas em clima natalino. Dentre tantas delícias podem ser destacados: bombons decorados; bota de papai Noel de chocolate *black*; topiaria de bombons; pirulitos de chocolate; *cupcake*; bombons no formato de anjinhos e papai noel; casadinhos belga; caixinha com biscoito negresco glaçado no chocolate belga; bolas natalinas feitas de chocolate e caixa com biscoitos amenteigados – que podem ser penduradas na árvore; xícara com chocolate belga na colher; saquinho com guloseimas de chocolate belga e confeites; garrafas com chocobol ou MM´s; bisnaga de brigadeiro; panelinha esmaltada e de louça com brigadeiro mole; dentre vários outros. Todos podem ser adquiridos individualmente ou encomendados para grande quantidade. Presenteie!

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INDÚSTRIAS ROSSI ELETROMECÂNICA A Indústrias Rossi Eletromecânica nasceu em 1984 e iniciou suas atividades em uma pequena serralheria na cidade satélite de Taguatinga, em Brasília. Graças à criatividade e ao empreendedorismo do casal Gilberto e Fátima Rossi, hoje os produtos Rossi são reconhecidos internacionalmente. Em seus 27 anos de história, o casal construiu uma das maiores indústrias do Distrito Federal. A Rossi, atualmente, ocupa um espaço de 10 mil metros quadrados, no Parque Industrial de Águas Claras, onde instalou uma nova planta industrial. A Rossi desenvolve, por meio de pesquisas e tecnologia, produtos de alta qualidade, sempre com o foco na segurança e conforto dos seus clientes. Com uma linha de produtos diversificada, a Indústrias Rossi disponibiliza ao mercado produtos que geram comodidade e tranquilidade a seus consumidores.

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Tecsono

CENTRAL CONNECTION

Os problemas durante o sono são muitos. O que deveria ser um simples momento de descanso e restauração pode causar mazelas em pessoas. Mas se você tem dificuldades de concentração, dores de cabeça e cansaço pode estar sofrendo de Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (Saos). Este distúrbio é caracterizado pela suspensão da respiração durante o sono.

A empresa surgiu pela necessidade de conectar, de forma responsável, pessoas, empresas e negócios, acompanhando o crescimento tecnológico e inovador da comunicação digital. As pessoas estão conectadas à internet de alguma forma, através de notebooks, netbooks, tablets, smartphones, televisores, videogames etc. Por meio de seus diversos serviços de marketing digital, tais como a criação e desenvolvimento de websites profissionais, blogs, divulgação nos principais sites de buscas, e-mails empresariais, e-mail marketing, redes sociais, serviço de mensagens personalizadas, a empresa vem tornando-se referência na área de comunicação digital.

De acordo com Graziele Cristina da Silva Oliveira Prates, 31 anos, fisioterapeuta do sono a interrupção da respiração por um período mínimo de dez segundos, em uma freqüência maior que cinco episódios por hora, devido ao abalamento das vias aéreas podem chegar até levar a morte. A diminuição da oxigenação no sangue pode levar até a morte. “As conseqüências mais freqüentes são o aumento da pressão arterial, alteração do ritmo do coração, infarto agudo do miocárdio, derrame cerebral e sonolência diurna excessiva”, disse a fisioterapeuta do sono. Uma solução é comprar ou alugar equipamentos para o tratamento da doença; A Tecsono dispõe equipamentos específicos como máscaras CPAP e BIPAP e aparelhos de oxigênio domiciliares como concentrador e cilindro portátil de O2, a empresa disponibiliza profissionais qualificados em relação à polissonografia, orientação e suporte aos pacientes. Há também a disposição dos clientes umidificadores aquecidos.

Seja para empresas, profissionais liberais ou qualquer outra atividade, a Central Connection possui uma equipe extremamente qualificada com soluções para atender qualquer necessidade. Os preços são acessíveis a todos, com planos a partir de R$ 29,00 mês. “A internet se tornou, em pouco tempo, a ferramenta mais eficaz de comunicação, alcançando em tempo real diversas ações voltadas à redução de custos e gerenciamento de negócios em todo o mundo. Quem não acompanhar este processo ficará para trás” diz o Gerente Comercial Warley Lima.

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VERSÁTIL VIDROS Uma empresa dinâmica, atuando na área de distribuição de vidros, buscando incessantemente a excelência do produto acabado, sempre oferecendo qualidade elevada a um preço justo. Desenvolver e fornecer soluções inteligentes em vidro, que proporcionem conforto e decoração, valorizando ambientes. “Serviços de altíssima qualidade e preços competitivos são a razão de nosso sucesso”, informa Luzimar, dono da empresa. A Versátil Vidros trabalha com soluções em vidros nas seguintes linhas: aplicação de jato de areia, box para banheiro, espelhos modelados e com bisotê, fechamento de área e varandas, molduras, portas e janelas de vidro temperado, prateleiras, tampo para

mesa lapidado e com bisotê, vidro temperado, vitrine de lojas., etc. “Nosso diferencial está na pontualidade da entrega dos serviços, com a garantia e a responsabilidade de profissionais competentes e comprometidos com o cliente”, enfoca Luzimar. A empresa sempre busca novas tecnologias para poder satisfazer as constantes mudanças de demanda do mercado, visando sempre a melhor qualidade para seus produtos.

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Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

Veloster

Vence Car Awards 2012 como Carro Design e recebe cinco estrelas no EURO NCAP

O

Hyundai Veloster conquistou o título de “Carro com Melhor Design” na premiação Car Awards 2012, promovida pela revista especializada Car Magazine. O veículo registrou o melhor percentual de votos entre todas as categorias, obtendo 46% do total de 79.822 votos dos internautas. O Veloster ficou à frente dos concorrentes Ford New Fiesta, Audi A7 Sportback, Chevrolet Camaro e BMW Série 7. A votação, realizada pelo hotsite do prêmio no período de 30 de setembro a 10 de outubro, foi dividida em 11 categorias com o intuito de obter maior precisão no resultado final. Além disso, visando a credibilidade, foram aplicados filtros que eliminaram automaticamente qualquer voto em duplicidade.

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A importância da premiação se dá pelo fato dos próprios consumidores terem a liberdade de votar em qualquer uma das categorias. Dessa forma, o objetivo é favorecer a opinião do consumidor final.

Inspiração em motocicletas Com um conceito de parecer que foi esculpido a raios de luz, o desenho exclusivo do Veloster foi inspirado em uma motocicleta esportiva de alto desempenho. Os traços do carro são dinâmicos e audaciosos, com molduras de aparência forte e polidas. O cupê tem sua coluna A na cor preta, o que a destaca do vidro e transmite a aparência de um visor de capacete de motocicleta.


A terceira porta O Veloster combina o estilo de um cupê e a funcionalidade de um hatchback, ao mesmo tempo incorporando uma porta lateral de passageiros adicional. No passado, alguns cupês usaram pequenas portas de acesso com dobradiças posteriores. Esses cupês sempre apresentaram uma dificuldade, pois a porta do motorista tinha de ser aberta antes da porta traseira, o que era inconveniente tanto para o motorista como para o passageiro, tornando as manobras em situações de estacionamento apertado extremamente difíceis. Melhor nos quesitos proteção para crianças e adultos O novo Hyundai Veloster foi um dos destaques nos últimos testes de impacto feito pela Euro NCAP, organização que aponta os veículos mais seguros à venda no mercado europeu. O modelo conquistou cinco estrelas, o que representa a classificação máxima possível. Com o intuito de chegar a um resultado mais verdadeiro possível, o estudo foi divido em vários segmentos. O Veloster recebeu as melhores notas em dois quesitos: proteção para as crianças, com 89% dos pontos; e em proteção dos ocupantes adultos, com 96%. Na proteção dos pedestres, a nota foi de 49% e o pacote de itens de segurança recebeu pontuação de 71%. O veículo foi submetido a uma intensa bateria de testes de impacto, sendo analisada uma gama de itens que envolvem airbags, freios e controle do automóvel pelo condutor. Veloster no Brasil O recém-chegado cupê Hyundai Veloster já ocupa a quarta posição entre os hatch médios mais vendidos no Brasil. De acordo com dados do RENAVAM, somente neste mês de outubro (26 dias) foram emplacadas cerca de 1.600 unidades do novato sul-coreano. No ranking, o Veloster fica logo atrás do outro hatch da marca, o i30, que soma cerca de 1.900 unidades emplacadas este mês.

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PLANOPLANO BRASÍLIA BRASÍLIA 20 DE DEZEMBRO SETEMBRO DE 2011

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Vida Moderna

Por: Pedro Wolff | Foto: Divulgação

Duppla Q

Eventos

ue tal a sensação de se sentir um convidado em sua própria festa? Sem ter nenhuma dor de cabeça ou preocupação, apenas estar entre os amigos para se divertir. Hoje em dia é possível fazer isso em Brasília, basta contratar os serviços da Duppla Eventos Personalizados. Trata-se de uma empresa focada na organização de festas e tem como objetivo cuidar de cada detalhe envolvido no evento. Porque, afinal, por mais que as pessoas queiram e gostem, não têm tempo livre em suas agendas para organizar um aniversário de família, um batizado, uma festa de final de ano, por exemplo. A ideia de criar a Duppla Eventos Personalizados foi das empresárias Monique Mihessen e Melissa Scolari. Monique é formada em relações públicas com gestão em eventos e Melissa em ciência da computação com especialização em promoção de eventos. Antes, elas trabalhavam com eventos, só que somente para o meio empresarial. Há cerca de três anos receberam um pedido para organizar uma festa para pessoa física, algo bem diferente do que estavam acostumadas a fazer. “Tivemos um retorno positivo do nosso cliente”, conta Monique. A partir desse trabalho, as duas sócias perceberam o filão no mercado. “Aos poucos fomos conquistando o mercado. E hoje o melhor é ver a fidelização. Nossas contratantes comentam entre amigos e estamos vivendo dessa propaganda boca a boca”, comemora Melissa Scolari. O trabalho dessa dupla de empresárias é organizar toda a festa. Do convite à lembrança, passando pela decoração, fotografia, bufê, filmagem, bebidas, garçons, limpeza entre outros. A primeira etapa do trabalho é uma triagem nos gostos de quem contrata. E Monique Mihessen explica que o diferencial de seu trabalho é a forma do atendimento. Ela e Melissa vão até onde o interessado estiver. “Uma vez, a reunião foi durante a natação do filho da cliente”, lembra. Nessa primeira visita, a atuação da Duppla Eventos Personalizados é levantar o perfil do cliente e de seus convidados. Depois, é estudada uma planilha de custos, para poder apresentar a primeira proposta. “Tentamos entender o perfil dos clientes. Como, por exemplo, se haverá consumo de bebida alcoólica ou não. Preferências de som entre outros”, explica Melissa Scolari. Na planilha de orçamento, todos os itens e serviços são discriminados para o contratante fazer suas escolhas e adequar ao seu orçamento. Nesse momento, pode-se escolher entre outras coisas, a quantidade de profissionais que irão atuar na pro-

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gramação. São estes os recepcionistas, manobristas ou coordenador de trânsito, seguranças, equipe de bar temático ou uma banda. Aprovada a proposta, as duas sócias tomam conta de tudo e não há mais nada para se preocupar. Hoje, após três anos nesse mercado, Monique Mihessen diz que o maior desafio é se reinventar, para não deixar o trabalho ficar repetitivo. A promotora de Justiça Marina Mello Lima Almeida é uma das clientes satisfeitas com o serviço. Ela contratou a Duppla Eventos e diz que ficou totalmente satisfeita com a organização da festa de aniversário de um ano de seus filhos gêmeos. “Você não quer ter trabalho. No meu caso, não resisti e acabei me envolvendo, porque queria ajudar na organização da festa de meus filhos”. Marina Almeida diz que talvez não soubesse como montar uma festa. “Eu mesma nunca saberia onde eu iria conseguir alugar móveis de demolição”. A promotora elogia, e recomenda, o trabalho da dupla de empresárias, que conseguiram entender perfeitamente a sua vontade e dar ao primeiro aniversário de seus filhos um trabalho de bom gosto.

A cake designer Com essa inovadora forma de programar festas, a Duppla Eventos Personalizados desenvolveu grandes parcerias, o

Os clientes fazem suas decisões e Monique e Melissa as realizam

que faz com que o projeto final seja bem sucedido. Em sua lista de parcerias, encontra-se a cake designer Maria de Fátima e a Banqueteria Rio 40. Segundo Monique Mihessen, uma parceria de sucesso é fundamental para o bom andamento do trabalho, não apenas por ter garantida a qualidade do produto oferecido, mas principalmente por liquidar problemas advindos de uma má mão de obra. “Já produzi mais de 30 festas contando com os produtos da Maria de Fátima e nunca tive reclamação, o que já me aconteceu quando não tinha a parceria dela”, acrescenta a empresária, que ainda destaca o fator conhecimento como facilitador do trabalho. Ela relata que, ao trabalhar em parceria, o empresário acaba por conhecer o trabalho desenvolvido pelo parceiro, o que facilita na hora de contratação do produto para a festa a ser organizada, indo a favor do que realmente o dono da festa deseja. O outro lado também se sente premiado. “Foi graças à parceria com a Duppla que consegui aumentar ainda mais a minha carta de encomendas, o que me fez buscar novidades na gastronomia e com isso oferecer bolos, tortas, doces de forma ainda mais diferenciada, sem perder a qualidade. E hoje isso me diferencia no mercado”, afirma a cake designer Maria de Fátima.O resultado desta parceria é visto na concepção da festa, onde toda a programação é posta à prova e os resultados positivos são vistos sem direito a uma segunda vez. “Conheci o trabalho desenvolvido pela Duppla Eventos por meio de um parceiro da empresa e essa apresentação me rendeu e me rende bons frutos até hoje”, afirma Cristina Oliveira, cliente da empresa. Ela diz que foi uma maneira de aliar qualidade, bom gosto e criatividade em uma festa, algo que ela sozinha não conseguiria fazer. “Principalmente com relação ao preço dos produtos, já que com a Duppla fiz coincidir o meu desejo com o custo da festa”, diz ela. Serviço Duppla Eventos SCN Qd. 01, bl. F sl. 305 Ed. América Office Tower (61) 3033.8683

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Esporte

Por: Luiz Felipe Brandão | Fotos: Divulgação

Basquete na capital O Time de Basquete de Brasília Uniceub/BRB é o atual recordista em público no novo Basquete Brasil (NBB)

O

Brasilia Uniceub/BRB é bi-campeão da nova Liga Nacional de Basquete Brasileiro (NBB), título conquistado no último dia 24 de maio, após vencer o time paulista de Franca. Antes da conquista deste título, a equipe de Brasília fez um amistoso contra Flamengo/ Rj, no ginásio Nilson Nelson, atingindo a marca de oito mil espectadores. E batendo um novo recorde de público em uma partida oficial. José Vidal, técnico do time do Uniceub/BRB, disse que o trabalho e a dedicação dos jogadores foram fundamentais para essa série de vitórias. “A equipe é muito unida e entrosada. O resultado desse esforço é a convocação de quatro de nossos jogadores para a seleção brasileira”, comentou. A NBB começou este ano para o time de Brasília na última segunda-feira, 21 de novembro, contra o Joinville de Santa Catarina.O jogo foi eletrizante, o time de Brasília chegou a ficar vinte pontos à frente do placar, ficando no final da partida com 12 pontos de vantagem – 82 a 70, sua primeira vitória no campeonato. A equipe fará outro jogo do campeonato nacional e depois viaja para o Uruguai, onde joga o hexagonal final do campeonato sul- americano, entre os dias 29 de novembro próximo, até 3 de outubro de 2012. Nesse intervalo, a equipe dará sequência ao NBB, durante cinco meses. O atacante Alex, também da Seleção Brasileira, mora em Brasília desde 2006. Ele afirmou que o torcedor brasiliense adotou o basquete como esporte, porém o reconhecimento só veio com os resultados. Quando o público lotou o ginásio para assistir o jogo contra seu maior rival, o Flamengo, a gratificação foi maior. “Pois a satisfação de jogar em casa é muito boa, mas com o ginásio lotado foi maior”. Brasília, definitivamente, entrou para o circuito nacional de basquete, e agora pretende manter o título de recorde em público e reafirmar o título de popularidade conseguido. Esse mérito também é decorrente do investimento dos patrocinadores, que acreditam na força da equipe candanga para ganhar mais visibilidade, e para realizar o sonho de conquistar mais um título.

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Serviço www.pt-br.facebook.com/UniCEUBBRB


O inglês como deve ser.

www.thomas.org.br | 3442-5500 PLANO BRASÍLIA DEZEMBRO DE 2011

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Personagem

Por: Pedro Wolff | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Uma vida atendendo

a capital

Um exemplo de dedicação de um médico pioneiro que jamais deixou de amar Brasília e sua gente

H

oje com 80 anos, 53 anos deles em Brasília, o médico Célio Menicucci já atendia a população da cidade antes mesmo da inauguração. Este pioneiro que viveu cada década da cidade se dedicou à reumatologia e atende ao público em seu consultório no Setor Hospitalar Sul (SHS).

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Mas o que muita gente não sabe é que a história de vida deste mineiro nascido em Lavras (MG) mostra detalhes da história da capital que, sem a sua memória, se perderiam. Com 26 anos, Célio Menicucci chegou a Brasília em 1958, dois anos antes de sua inauguração.


Ele, como os candangos da época, vieram movidos pelo espírito de aventura e acreditando que aqui seria o berço do Brasil moderno. Hoje em seu consultório, ele diz com muita felicidade que essa visão se realizou. “Brasília é hoje um polo importante. Não somente por definir a política nacional, mas pelo seu comércio e indústria”. Logo que chegou ao canteiro de obras que era a capital, sua primeira instalação foi em um acampamento na Cidade Livre, atual Núcleo Bandeirante. O pioneiro lembra que quatro pessoas ficavam alojadas em dois beliches por quarto. “Nessa época Brasília era uma terra virgem, onde o que se viam eram os Jipes, e para quem não tinha, lhe restavam os ônibus. E o trabalho era incessante de sol a sol”, lembra. Seu primeiro trabalho foi no hospital do extinto Instituto de Aposentadoria e Pensão Industriais (IAPI, atual INSS). Ele se lembra de como a carga de trabalho era puxada: 11 médicos para atender cerca de 80 pacientes por dia. “E você tinha que fazer de tudo, pois não havia especialistas. Éramos todos policlínicos. Atendíamos partos, pequenas cirurgias, obstetrícia, pediatria entre outros”. Com uma cidade em gestação, era de se esperar que a maior demanda no hospital fosse de acidentes de trabalho. Célio lembra que de onde mais vinham acidentados era da construção do prédio do anexo do Senado. “Recebíamos pacientes diariamente, e eram acidentes gravíssimos, entre fraturas e traumas cerebrais”. Lembrando que nessa época o Senado era uma estrutura metálica de 28 andares, toda vazada, e que os operários pareciam não ter muita noção de segurança. Muitas amizades foram construídas na época, inclusive com o personagem mais ilustre da cidade, o presidente Juscelino Kubitschek. Célio foi amigo íntimo do então presidente e da Dona Sarah. “Juscelino era uma pessoa afável, risonha e que nem parecia ser presidente”, diz. Ele complementa que JK tinha grande

poder de aglutinação e era um líder com todas as letras maiúsculas. Já Dona Sarah era mais reservada, mas tinha o coração bastante aberto, sempre tratando com muito respeito os candangos. Amizades à parte, Célio e JK se conheceram de uma forma inusitada: ele estava de plantão no hospital, o telefone tocou e a pessoa do outro lado da linha disse que era o presidente; Célio respondeu prontamente que era

Éramos todos policlínicos. Atendíamos partos, pequenas cirurgias, obstetrícia, pediatria entre outros o Papa. Mas tudo foi resolvido sem maiores percalços. JK pediu-lhe para que fosse examinar o seu cunhado, o então deputado federal Gabriel Passos. O diagnóstico: crise aguda na vesícula. Gabriel Passos, JK e Célio Menicucci foram às pressas para o Rio de Janeiro, onde o doente foi operado. Voltando a comentar o início da construção da cidade, o médico lembra o entusiasmo geral que todos compartilhavam, candangos e autoridades. “Era uma batalha campal, no bom sentido. Todo mundo trabalhando com muita improvisação. Tudo para deixar Brasília pronta para a sua inauguração, que viria dois anos depois. “E a inauguração de Brasília foi uma apoteose. A cidade se povoou”, lembra com entusiasmo. Vieram pes-

soas do mundo inteiro. “Nessa época eu já morava num prédio JK na 412 sul. Eu me lembro que a Novacap distribuiu colchões para receber os visitantes. Somente no meu apartamento, oito pessoas ficaram hospedadas, espalhadas pela sala e quarto”. Depois da inauguração, o pioneiro garante que o entusiasmo continuou para os candangos trabalhadores. Uma das contribuições que Célio Menicucci fez para a cidade foi a fundação da Sociedade de Reumatologia de Brasília, em 1966. Ele também foi secretário de saúde em dois governos. No início da cidade, o atendimento médico era estruturado em postos de saúde e as complicações maiores eram encaminhadas para os Hospitais Distritais, sendo que o primeiro é o atual Hospital de Base de Brasília (HBB-DF). Ao comentar a atual situação da medicina na capital do país, o médico garante que se nosso sistema hospitalar não fosse sobrecarregado, com demandas vindas de outros estados, “com certeza seria a melhor do país”. Mas não são somente os louros na cidade que Menicucci acompanhou. Ele diz que o a doação indiscriminada de lotes ocorridos na década de 1980 deixou a cidade caótica. Isso, segundo ele, piorou o sistema de saúde, como também criou o caos social. Ele reforça suas palavras com o pensamento de Oscar Niemeyer, com quem também conviveu na época de construção de Brasília. “Ele tinha em mente que Brasília fosse uma cidade exemplar, dentro de um critério administrativo. Como Washington, nos Estados Unidos. Uma capital estatal, não essa metrópole que é hoje”. Hoje ele vê que Brasília está em um desenvolvimento além de sua capacidade. “Mas aqui o horizonte é amplo. A cidade vai comportar esse boom demográfico”. E conclui dizendo se sentir envaidecido por ser um pioneiro e viver nessa cidade onde criou seus três filhos e seis netos. Ele se diz cada vez mais satisfeito por ter escolhido Brasília para viver.

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Saúde

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Divulgação

Maquiagem:

Instrumento de risco?

S

Cuidado, o mau uso de cosméticos pode ser um risco para sua saúde

abe quando você chega, supercansada, daquela festa em que se divertiu bastante e não tem coragem pra mais nada, a não ser cair na cama? Tirar a maquiagem, então, nem pensar. Pois é, um hábito como esse é um risco para sua saúde, dormir com maquiagem deixa os poros do rosto obstruídos. Segundo o dermatologista Milton Blanco de Abrunhosa Trindade Filho, o mau uso da maquiagem pode causar envelhecimento precoce da pele, acne, alergia, dermatites, entre outros. Dizer que passar maquiagem todos os dias estraga a pele é um mito, mas segundo Trindade, a pessoa tem que limpar o produto corretamente, e manter a pele sempre higienizada. E aquele batom que a mulher guarda na bolsa ou no carro e às vezes está até vencido. Muito cuidado, pois ele também pode trazer riscos. “Certos cosméticos e até maquiagens não devem ser expostos ao sol”, afirma o dermatologista. Se os produtos não estiverem bem separados na bolsa, onde tem também dinheiro, podem sofrer contaminação por bactérias. Quanto aos cosméticos, seria melhor que ficassem em casa, de preferência na porta da geladeira. Usar produtos vencidos é

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igualmente perigoso, pois tem seus componentes químicos alterados.

Cosméticos sem receita?! Imagine aquela famosa prateleira de cosméticos no supermercado ou de uma loja especializada. Há aqueles produtos que prometem tirar a oleosidade, espinhas e outros tratamentos. Por que não comprar, vai que dá certo não é mesmo? Errado! Trindade adverte as pessoas que compram por conta própria cosméticos de tratamento facial, por exemplo, contra acne, oleosidade ou aqueles que previnem o envelhecimento. “Estes produtos só devem ser comprados e usados se prescritos por um dermatologista, por que para cada tipo de pele existe uma concentração mais adequada que só o especialista, após exame do paciente, pode definir”, afirma. Conforme o dermatologista, se mal utilizados estes produtos podem ou não fazer o resultado esperado e ainda causar dermatites de contato, por concentrações superiores às que a pele pode suportar. A pessoa que resolve se tratar por contra própria com cosméticos corre muitos riscos. Um tratamento de manchas na pele, por

exemplo, pode causar um efeito oposto, aumentando as manchas. Pode causar também um aumento na acne ou uma grande irritação na pele, com ferimentos. Trindade orienta que é necessário tomar certos cuidados na hora de comprar os produtos. “É importante observar se não são produtos muito oleosos ou que contenham metais pesados como o chumbo, que em contacto com os lábios (no caso dos batons) pode levar a intoxicação”, diz. Para aquelas pessoas que desenvolvem alergia a algum tipo de cosmético ou maquiagem, Trindade aconselha a pessoa a suspender imediatamente o uso de toda a maquiagem do fabricante que lhe causou alergia. No caso do cosmético, deve interromper o uso e levar o medicamento para seu médico analisar a fórmula e descobrir qual componente foi o responsável pela alergia. Conforme o dermatologista, as crises alérgicas causadas por um produto têm cura, mas a alergia a determinado produto não. “A paciente sempre será alérgica e nunca mais poderá usá-lo”, afirma. Conforme Milton Trindade, somente o Dermatologista pode indicar produtos antialérgicos como maquiagens e cosméticos.


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Moda

Por: Pedro Wolff | Fotos: Fábio Pinheiro e Divulgação

Brasília a

Capital da Moda

Diversidade de grifes e projetos sociais dividiram a passarela

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11ª Edição do Capital Fashion Week (CFW) fez de Brasília capital da moda. Entre os dias 28 e 30 de novembro, desfilaram grifes nacionais e locais que mostraram as tendências para o verão. E o mais importante: mostrou a cara de Brasília no mundo da moda. A nova Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) cedeu espaço para esse importante evento do calendário. Além dos desfiles, foram realizadas palestras voltadas ao mundo da moda. Apresentaram seus looks Hudson Lucas, Eliana Murargy e a Anapolina Luciana Machado: os três selecionados do concurso Novos Talentos. Os estilistas experientes Ana Paula Osório, Camila Prado, Ivan Hugo e Romildo Nascimento também marcaram presença. A CFW abriu espaço para as coleções criadas pela ONG Paranoarte e o Projeto Fashion Inclusivo de Sobradinho. A joalheira Miranda Castro, a multimarcas infantil Vila Kids e a grife francesa Sakina e cinco alunos do IESB foram outros destaques. O primeiro desfile foi da designer de jóias Miranda Castro. Ao todo foram 23 entradas com aneis e pulseiras inspirados na figura de Marilyn Monroe. Entre as várias beldades, desfilaram para a sua marca à atriz global Flávia Alessandra e a filha do governador Agnelo Queiroz, a modelo Fernanda Queiroz. A moda infantil foi representada pela multimarca Vila Kids, que trouxe a passarela 35 looks defendidos por crianças entre dois e 12 anos. A estilista brasiliense Anna Paula Osório apresentou uma coleção focada na sustentabilidade. Para tanto, ela confeccionou peças com o tecido Hemp com fibras extraídas no cânhamo do caule do tronco da planta cannabis sativa.

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Artigo

Andrea Rodrigues*

Fotos: Divulgação

A falar com os meus

botões...

Brinquedos verdes, um negócio da China para o nosso planeta!

Q

uem não se lembra daquelas imensas lojas de brinquedos que aparece nos filmes americanos com a temática natalina? Em 2008, uma das mais famosas e tradicionais lojas de brinquedos de Nova York, a FAO Schwartz, surpreendeu seus clientes com algumas opções de brinquedos ecologicamente corretos com o selo Earth Friendly. O ursinho My First Green Teddy, por exemplo, era feito de material orgânico. A FAO Schwartz foi comprada em 2009 pela gigante Toys “R” Us, que, na sequência incorporou a filosofia em seus produtos e anunciou um aumento no número de coleções exclusivas. O lançamento fez parte da iniciativa “Good Green Fun” com tradução ao pé da letra “Boa diversão verde”, que destacava os produtos verdes em embalagens com cores terra, selados por um grande R, acompanhados por uma folha verde e circundados pelas palavras Renew, Reuse, Re-think (Renove, Reutilize, Repense). As bonecas e os animais de algodão, além de apropriados para todas as idades, são tingidos com tinta a base de substâncias naturais ou de água. O algodão não é tratado, nem processado e não leva coloração branca. No inicio desse ano 2011 na última Spielwarenmesse na Alemanha – uma das feiras mais importante de brinquedos conhecida por antecipar tendências –, em meio a uma enxurrada de eletrônicos vindos de todos os continentes, o “Toys Go Green” (brinquedos ficam ecológicos), chamaram a atenção de lojistas de 117 países para 59 lançamentos que ludicamente conscientizam a criança da importância de ambientes sustentáveis. Microempresas, como a portuguesa Science4you, que, com um catálogo de 28 itens, desembarcou timidamente no Brasil neste segundo semestre do ano. Sensibilizar crianças e jovens para a importância da utilização de materiais e energias sustentáveis foi o primeiro objetivo da Science4you, criada em 2008 pelo economista Miguel Pina Martins, 26. “Eu também queria dar o exemplo, usando só materiais sustentáveis”, disse.

No Brasil A maioria das grandes empresas de brinquedos ainda não se comprometeu com lançamentos de produtos verdes. Mas existem algumas iniciativas pontuais no rumo do 52

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pensamento verde, como os brasileiros Richard e Christian Machado, que há dois anos investiram R$ 200 mil na Pense Brinquedos. “Estimamos fechar ente ano de 2011 batendo R$ 500 mil de faturamento”, diz Richard, 31, que ganhou prêmios internacionais pelo triciclo feito pela empresa. “Temos produtos de papelão e madeira certificada e revestidos com PET reciclado.” A presença dos Brinquedos verdes ou chamados de Eco – sustentáveis fazem parte do cotidiano de várias crianças brasileiras. Alguns exemplos são as oficinas de brinquedos reciclados feito a partir de sucatas e materiais descartados. Também é possível encontrar em lojas especializadas de brinquedos lúdicos opções de marcas importadas e nacionais de brinquedos ecos-sustentáveis que oferecem todas as garantias, selos e clareza dos meios de produção. E também existe um grande movimento organizado de incentivo as feiras de troca de brinquedos e doações de brinquedos usados para serem restaurados ou reinventados para terem sua vida útil prolongada.

Os vários seguimentos dos brinquedos eco-sustentáveis...

Há também os feitos apartir de materia prima reciclada. Eles reutilizam materiais para serem usados como material base para confecção de outros novos. Por último, há os brinquedos feitos apartir de matéria prima certificada, como os de madeira ou de bambu provenientes de áreas reflorestadas e certificadas pelo FSC (Forest Stewardship Council). Este selo garante que as árvores usadas não são de florestas nativas e sim de espaços de reflorestamento com esta função. Agora é só você escolher com o que vai brincar... Nossas crianças e o meio ambiente agradecem! *Andrea Rodrigues é Artista plástica, Pós graduada em Arte e Educação e Novas Tecnologias. Professora Universitária de moda. Atualmente engessou no desafio do ramo empresarial na área infantil com seu projeto pessoal na criação da loja/Marca Boo-moda e Lúdicos (Brinquedos eco-sustentáveis) Serviço Boo Moda e Lúdicos CLSW 101 Bl. A, lj. 32, Ed. Multicenter Sudoeste (61) 3442.1050

Podemos dizer que existem várias opções de brinquedos que promovem o pensamento verde. Na hora do brincar, brinquedos eco-sustentáveis não são apenas aqueles encontrados na loja. Existem os brinquedos reciclados inventados apartir de materiais alternativos que seriam descartadas e são reaproveitados. Sua particularidade é o insentivo a inventividade, criatividade e capassidade de materialização de algo novo e divertido.

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Comportamento

Eliane de Almeida*

Ilustração: Raphaela Christina

Felicidade X

Síndrome do

pânico

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ivemos num mundo onde a felicidade e a perfeição física são impostas de maneira avassaladora. Estamos impregnados pelos meios de comunicação de massa, por figuras lindas, ícones de perfeição física e felicidade, constante em tudo o que vivemos e fazemos. Tudo se passa em segundos, do desejo até à realização. A mensagem é que a felicidade está em cada clic mágico ou em cada esquina, nos aguardando. Basta estender as mãos e os milagres acontecem. Explosões de gratificações, sucessos e felicidade retumbante.

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Nenhuma luta, nenhum esforço, nenhum obstáculo, nada nos separa desta felicidade cultuada e idealizada. Esta imposição condicionante nos compele a construir um estilo de vida, onde elaborar frustrações e nos indagar sobre as dores íntimas que nos acometem a todos, na grande jornada de nossas vidas, ficou relegado ao plano do proibido. É proibido expressar medos, frustrações, inquietações, limites pessoais. A crença geral que se cria nesta atmosfera, principalmente nas classes média e alta, é que somos todos fadados ao sucesso


e à felicidade porque estamos vivos, somos inteligentes e a vida será sempre pródiga. As famílias destas classes sociais criam seus filhos com estas ilusões acerca da vida. Originam-se daí pessoas com pouquíssima capacidade de adaptação à vida como ela é. É preciso negar a verdade das estatísticas que mostram que não há emprego para todos. Não vivemos numa sociedade saudável e igualitária. A competição selvagem e as ilusões acerca da vida destroem nossos traços de humanidade frágil e limitada. É preciso vencer a despeito de tudo e de todos, nem que seja aos gritos, afinal, temos que ser felizes. Felicidade está ligada ao sucesso pessoal, à imagem física perfeita, à aquisição dos últimos modelos da tecnologia, todos descartáveis: celulares, iPad, iPhone, televisores em 3D, computadores de última geração ou o carro de sucesso do ano. Objetos de desejos descartáveis é igual a prazeres descartáveis e, conseqüentemente, um conceito de felicidade descartável e destituída de qualquer significado. Felicidade ainda é participar de todas as redes de relacionamento, com cada vez mais estrondosos números de “amigos seguidores”. É preciso estar nos mil e um eventos disponíveis durante toda a semana. Sair para as baladas e “pegar” todas ou todos. Conceito de vínculo fácil, superficial e descartável. Tanta oferta para ser feliz, como não o ser? Ser feliz é a ordem do momento. Estamos todos, no fundo, sendo convidados a ultrapassar todos os nossos limites pessoais, para realizar tantas façanhas. Pagamos sim, um preço altíssimo por esta conquista de ideal de felicidade. Tanta idealização de felicidade não nos prepara para as realidades da vida. A primeira delas é de que a vida não é justa. Outra mais, não é possível viver sem sofrer. Mais outras verdades sobre a vida: frustrações são inerentes a ela e viver não é nada fácil. Só estas primeiras verdades acerca da vida como ela é, aniquilam todos os sonhos ideais de felicidade. E onde está um processo de aprendizado de como elaborar frustrações? Como digerir nossos limites

como pessoas? Como deixar vir à tona inquietações como esta: Por que estou sofrendo se deveria estar feliz? Aqui estão algumas constatações esclarecedoras. Somos seres relacionais. O meio exerce influência constitucional em nossa formação como pessoas. O impacto do meio em nosso psiquismo é mais determinante em nossa construção psíquica e física do que nosso código genético. Assim, esta dança relacional entre você e o meio ambiente, constituída de suas relações com as pessoas, com a família, o social e cultural, determina o estilo de vida a ser escolhido por você. Na era digital, e no início do século XXI, o estilo de vida que o meio ambiente determina em sua formação como pessoa, de forma acachapante, é que é preciso ser feliz a despeito de tudo. Atividades físicas excessivas e deformantes, cirurgias plásticas onde surgem verdadeiras caricaturas, relacionamentos quantitativos e simplesmente a cultura do muito, do excesso. Excesso de bebida, excesso de estímulos, excesso de informação, excesso de prazeres, excesso de pressões. Estes excessos nos impelem a uma reação permanente de stress, vivendo sempre nos limites máximos. Não há espaço para crescer se dando conta dos limites pessoais e da fragilidade da existência. Vivemos reféns de imagens ou máscaras com as quais tendemos a nos revestir, para esconder a verdade interior. Este roldão de excesso de estímulos, que forjam sensações quantificadas e superficiais, nos remete à polaridade oposta destas expressões de sensações – a Síndrome do Pânico. Ela nada mais é do que a expressão adoecida de nossa condição de simples seres humanos, limitados, finitos e mortais. É a expressão do medo exacerbado, oriundo do instinto de sobrevivência sobrecarregado destes acúmulos de exigências distorcidas do meio. Nossos jovens com menos de 35 anos estão mais expostos à Síndrome do Pânico. Ela, em suas vidas, funciona como um grito de alerta, como um pedido de socorro desesperado, nesta

luta pela sobrevivência, para a qual estão despreparados emocionalmente. Assim, felicidade idealizada e descartável é o caminho mais fácil para a vivência dos sintomas da Síndrome do Pânico. Seus principais sintomas são o oposto do ideal de felicidade. Uma experiência desta Síndrome é a vivência mais avassaladora que alguém pode experimentar. Seu início é sem aviso prévio e seus sintomas são similares aos de uma morte iminente. Caracteriza-se por um pico de ansiedade aguda com repercussão física, onde o coração acelera; a respiração fica quase impossível; tremores pelo corpo com tensão muscular; sudorese; boca seca; aumento da pressão sanguínea; dores no estômago; tonturas e sufocação. Neste vazio que se produz entre ilusão e felicidade idealizada versus realidade da vida, instalam-se estes e outros sintomas, medos, fobias e incapacitações para a vida. Nossos jovens, antes despreparados para enfrentar a vida, agora estão incapacitados e impotentes diante dela. Começam a elaborar estratégias de fuga, como isolamento, sonhos idealizados e inalcançáveis, depressão, passividade e outros mais, para se retirarem da verdadeira luta pela sobrevivência. É preciso recuar, tomar fôlego e tempo para começar o enfrentamento necessário, acerca da realidade da vida. Continuar fugindo e relacionando-se com ela como se nada de importante estivesse acontecendo é continuar um processo de negação predatório de todas as capacidades pessoais de nossos jovens. É preciso, urgentemente, repensar sua inserção no mundo; repensar sua construção como pessoa; repensar valores e conceitos estereotipados do meio, principalmente o de felicidade; resgatar a condição humana frágil e falível; aceitar seus limites sem medo e recomeçar por um novo caminho. *ELIANE DE ALMEIDA Psicóloga com especializações em Psicologia Clínica e Hospitalar Criadora da Psicologia Temática em Grupo elianealmeida@brturbo.com.br

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Cultura

Por: Luiz Felipe Brandão | Fotos: Divulgação

Cantora de MPB lota Bier Fass, aos domingos

A

brasiliense Adriana Samartini estreou o projeto cultural “Bier Festa” no dia 3 de outubro do ano passado, dia de eleição no país, no restaurante do Pontão do Lago Sul, Bier Fass. A cantora ficou preocupada, pois achava que não teria público para seu show. Surpreendentemente, desde a primeira apresentação não sobrou espaço. A não ser no dia dois de janeiro, feriado de fim de ano e também por causa da chuva. O Bier Festa é um projeto dançante realizado todo o domingo no Pontão que entrou no roteiro da capital. Um mês após o inicio de sua divulgação, Adriana recebeu um convite de uma produtora da Rede Globo para acompanhar os bastidores do show da cantora baiana Ivete Sangalo, que foi realizado ao vivo no programa do Faustão. Depois de conhecer a cantora baiana, Adriana Samartini voltou para a cidade para fazer uma apresentação no baile do Sapucapeta, em maio, com a banda carioca. O Sapucapeta, comandado pelo sambista Leandro Sapucaí, jamais havia realizado um show em Brasília. Adriana fez a abertura do Brasília Indoor 2011, a única atração nos dois dias de festa. “Graças a Deus, eu, filha da casa, tive a oportunidade de cantar nos dois dias”,comemorou. Além disso, acompanhou todos os shows em cima do trio elétrico, a convite da produção do evento. Adriana nos contou que fez um pequeno estágio, pois teve a oportunidade de conhecer o vocalista da banda Eva, Saulo, e também Tuca Fernandez, ex- cantor da Banda Jammil. Em seus shows, a cantora brasiliense recebeu convidados, como a cantora Gil Melândia, ex- banda Beijo, no dia 8 de julho, na Noite das Divas, na boate Hype no Gilberto Salomão. Uma semana antes do Brasília Indoor, Adriana Samartini recebeu em seu show o cantor André Lelis, no show intitulado “Esquenta”, evento que acontece sempre em Brasília antes dos feriados. Após o show com Lelis, Adriana foi

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chamada para tocar com ele em cima do trio elétrico, no bloco “Me ama” onde surgiu a possibilidade de cantar no carnaval de Salvador, em 2012. Os convites para tocar com grandes nomes da música brasileira surgiram a partir da carreira solo. A oportunidade do restaurante no Pontão do Lago Sul se tornou uma vitrine para a cantora, a ponto de até o roqueiro Digão, dos Raimundos, viver dando canja em seus shows. O cantor Latino, o ex- lutador de boxe, atualmente deputado federal Popó e o ex-BBB Fernando Fernandes. No mês passado, Adriana cantou na despedida do vocalista da banda Exaltasamba, Thiaguinho, apresentando-se para 40 mil pessoas, no Pavilhão do Parque da Cidade – o maior público de sua carreira. “Minha perna tremeu quando subi no palco e vi aquele tanto de gente na plateia”, desabafou Adriana Samartini. Dos patrocínios, Adriana Samartini não poderia deixar de lembrar da grande parceria que aconteceu depois do sucesso no Bier Festa, com o Hospital Odontológico CIR Premier, que deu de presente um sorriso novo para ela. Hoje, a cantora tem o patrocínio da estilista Mariana Di Biase; as fotos dos shows e de divulgação são da fotógrafa Luiza Guedes. Adriana é produzida, desde o começo da sua carreira, pelo salão de beleza Beethoven hair make up.

OS PROJETOS PARA O FINAL DE 2011 E COMEÇO DE 2012: - apresentar-se em Salvador com o cantor André Lelis - abrir o carnaval em Brasília - continuar com o projeto no Pontão aos domingos - fazer o reveillon 2011/2012 do Pontão. O foco da cantora para 2012 é também realizar shows fora da cidade. Por esse motivo o final de 2011 para Adriana está sendo uma fase de laboratório, para a elaboração de seu repertório e criação de seu CD e DVD. CURIOSIDADES QUE ACONTECEM EM SEUS SHOWS O show dura em média 2h mas, de abril desse ano para os domingos atuais, está acontecendo uma situação inusitada alguns empresários que estão na platéia pagam na hora o cachê, para mais meia hora de show. Talento não falta para a cantora conseguir alcançar seus objetivos O Projeto da cantora brasiliense é composto por guitarra, bateria, contra baixo, sax e percussão

Serviço Contato para shows: Fábio Cipriano Chaves (61) 7814.5886 | 8148.0010

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Artes Plásticas

Por: Alexandra Dias | Fotos: Fábio Pinheiro

Norma Bonilla

Cinquenta anos de reinvenção da arte ceramista Especializada em arte mural, a artista plástica materializa a modernidade com as técnicas mais ancestrais e primitivas dos povos indígenas

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inquenta anos vivendo da arte como ceramista não tiram o viço de Norma Bonilla, ao falar de seus murais artísticos, em que se especializou ao longo da trajetória que começou no Uruguai, quando cursou Artes Plásticas, antes de aportar no Brasil.

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Com referência nas obras indígenas, pelo olhar antropológico e conhecimento arqueológico, adquirido ao longo da infância e juventude, veio ao país conferenciar sobre o tema e nunca mais voltou. A primeira parada foi em Florianópolis, onde, movida pelo que

chama de missão, materializou o projeto, que viceja até hoje unindo promoção social e artística a quem não tem condições de investir em formação profissional. Por 22 anos, a ODAC – Oficina de Arte Comunitária-, mantida pela então Diretora, ensinou e ensina o ofício de ceramista


indígenas contrastam com esses mente fortes e, no caso de Norma, elementos de vanguarda, dando com linhas bem definidas. “Na condimensão antes inexplorada à cepção já é definido o setor áureo, obra. O novo e o arcaico que se que representa o ponto estratégico de entrosam em perfeita harmonia. equilíbrio da obra, aquele que conduDos muros nasceram os zirá o olhar, explica a artista. Admiradora assumida de Kanmurais e, diferente deles, não cercam, impedem a passagem ou dinsky, a artista alia seu lado sensível às dividem, mas sim, recepcionam, questões extra físicas e à possibilidade convidam e abraçam aquele criativa, justificando a teoria de Kanque se depara com as formas dinsky, de “Ponto e linha sobre um cravadas na parede. No caso plano”, para a concepção da cerâmica. da artista, a predominância das De um ponto se traça um plano ilimitalinhas fortes e o relevo ajudam do e infinito. O quântico fundido à arte. O volume no caso dos murais é nessa tarefa de impactar os olhos e os sentidos, com cores oriundas um diferencial de interatividade que da própria natureza, dando um “invade” o espaço físico do observador e provoca reações que, afirmadamente, gosto terroso àquilo que se vê. A primitividade, impregnada são muito diversas das provocadas pela nas metodologias, também pintura convencional. Como ambição hoje, Norma deexercem o fascínio sobre o observador, que de pronto se seja que a arte de produzir murais se identifica com objeto. As pes- propague e se perpetue com as novas soas, de alguma forma, sempre gerações, e pretende produzir peças em se reconhecem na obra: argila, seu ateliê particular, intimista, diferente cores vivas e formas expressivas, do ateliê da ODAC, onde chegava a como os desenhos primitivos circular em torno de 150 pessoas nos e da primeira infância, propõe processos profissionalizantes. Primitivo e contemporâneo se fundem nas obras de Norma O Senado Federal tem um mural essa interatividade. e arte muralista a pessoas em situação Um cliente de Santa Catarina, que da artista, adquirido em uma de suas de vulnerabilidade social. adquiriu um mural vinte anos atrás exposições na Capital, que adotou pelo Hoje, a ONG, sob a direção de e mudou-se de casa, chegou a dizer lado profissional e acaba revezando Marcondes Ribas Mendes, fornece para Norma que deixaria a esposa, com Florianópolis, onde tem seu legatambém cursos de terapias quânticas vi- mas seu mural não, tamanha a afeti- do particular, filhos e netos. bracionais, para o mesmo público alvo vidade que desenvolveu por sua peça. Quando questionada se define sua que precisa de um ofício e nesse caso, obra como brasileira, ela afirma: “a com o propósito de cuidar do próximo. Passo a Passo arte não tem fronteiras”. O mais perto Outra grande influência na arte de Todo mural antes de ser conce- que arrisca é que trata-se de um olhar Norma Bonilla vem do idealizador do bido passa pelo “rabisco”, esboço ou Latino Americano. Construtivismo e também uruguaio desenho, onde seu idealizador já o Resumindo, a arte muralista repreTorres Garcia. A artista,porém, em contempla em relevo, cores, geral- senta a própria abstração da forma. sincronia com seu tempo, Como preferidas em terinovou e acrescentou à mos de nacionais e autêntiPigmentos extraídos de pedras são usados para o tingimentécnica tradicional elemento das obras cas, Norma aponta a arte tos que a projetam para a Tapajônica e a Marajoara. modernidade, como por “Mas tem que ser a verdaexemplo o uso das sombras deira, concebida conforme o que, nesse caso, significou as tradições e raízes.” uma revolução para a modalidade, ao conceder Serviço Norma Bonilla – Arte Muralista o aspecto tridimensional (61) 9119.7432 aos seus murais. Suas técnorma_bonilla@hotmail.com nicas predominantemente www.odac.org.br

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Gastronomia Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Fabio Pinheiro

Play Time A alta gastronomia presente nos motéis

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abe aquele programa romântico, com direito a jantar fora e depois uma comemoração especial no motel? Com a presença da alta gastronomia nesses estabelecimentos, ficou muito mais fácil e prático para o casal organizar um agradável (e inesquecível) encontro íntimo. A cada dia, os motéis estão oferecendo aos clientes mais do que uma esplêndida decoração, estão inovando, e a cozinha requintada faz partes dos novos serviços oferecidos. O Flamingo Motel, da rede Play Time, é um desses estabe-

lecimentos, conforme a gerente administrativa, Elza Bezerra. Há alguns anos, o proprietário da rede Play Time de motéis, Jeovane Morais, decidiu inovar e melhorar os serviços da sua rede. Diz Elza que o cardápio do Flamingo Motel é bem diversificado. “Nós elaboramos o cardápio de acordo com o gosto do cliente. Tem cliente que pede um prato. Se não tiver, a gente faz”, diz. O cardápio do Flamingo Motel oferece saladas, aves, carne vermelha, peixes, frutos do mar e sanduíches. Há também a linha de petiscos e sobremesas, como frango a passarinho e queijos finos. Sem contar a carta de vinhos, que oferece rótulos de vários países. “Temos pratos da cozinha espanhola, da francesa, mais regionais, oferecemos uma gastronomia diversificada e de qualidade”, afirma Elza. Segundo a gerente, todos os pratos têm boa aceitação. Dois pratos requintados que fazem muito sucesso são o Serigado à Belle Meumiére e o Cordeiro com Fettuccine. O Serigado à Belle Meumiére é um prato preparado com filé de Serigado grelhado (peixe),molho de camarão, champignon, alcaparras e tomates. O peixe é acompanhado por purê de batatas gratinadas e arroz branco. Já o cordeiro é um prato preparado com costelas de cordeiro maturadas, guarnecidas com fettuccine, preparado com tomate, cebolinha e azeitonas pretas. Sirvam-se!

Cordeiro com fetuccine, uma receita exótica da alta gastronomia Serigado à Belle Meumiére, para o casal que prefere um prato mais leve

Serviço

Motel Play Time EPIA Norte SPM lt. 4 (61) 3302.2525 ramal 7 www.playtime.com.br

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Agenda Cultural

Por: Alexandra Dias | Fotos: Fábio Pinheiro

Nova sede do Clube do Choro:

e fez-se a luz O tradicional Clube do Choro de Brasília sai do subsolo e emerge num prédio amplo e marcante como sua própria história junto à capital

Como a música, que “não tem canto”, e sempre leva seu reflexo a quem ouve. Assim é a nova Sede do clube do choro de Brasília.

B

rasília nasceu regada ao Choro. Filho de violeiro, o Presidente Juscelino Kubitschek fazia questão de trazer, desde suas primeiras vindas ao então descampado que seria a nova capital do país, músicos para alegrar as noites cheias de céu do Planalto Central. O violinista Dilermano Reis era um dos escalados para essa missão de alegrar a comitiva. A vocação floresceu e em setembro de 77 estava fundado o Clube do Choro de Brasília. Graças à direção apaixonada de Reco do Bandolim e toda diretoria, além do público cativo e colaboradores, o Clube superou os desafios do passado e hoje se consolida como instituição-referência, com o projeto de música instrumental brasileira mais duradouro e bem sucedido do país. Na marca de 1.600 shows, envolvendo cerca de 800 artistas de todo o país, e assistidos por uma platéia estimada em 450 mil pessoas. O segundo grande motivo de brinde é a inauguração, no último dia 10, da tão esperada Nova Sede do Clube, projetada por Niemeyer, que desautorizou a sinalização da fachada, por considerar tamanha a relevância da instituição para a capital, que dispensa apresentações. Com capacidade para 800 pessoas, aparelhagem de última geração, a ampliação da Escola de Choro para 1000 alunos, e um centro de memória aberto a pesquisadores, o Choro ganha o espaço que sempre mereceu na cidade, que vai ter mais espaço para prestigiar sua mais ilustre cria.

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Dona Conceição, Diretora da Biblioteca Demonstrativa de Brasília e frequentadora assídua do Clube.

Serviço Clube do Choro SDC, bl. G, Eixo Monumental. (61) 3224.0599 Bilheteria 2ª a 6ª, das 10h00 às 22h00 e sábado, das 19h00 às 22h00.


Música

Bohumil Med*

A MÚSICA NA MAÇONARIA

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onforme citação das professoras Clarice Mello e Liana Justos, “A música não é somente um entretenimento. É uma grande fonte de união entre as pessoas. Ela muda a ótica perante a vida, desenvolve a auto-estima e o pensamento lógico-matemático. A música faz parte da formação cultural das pessoas”. Complemento dizendo que ela também tem o poder incontestável de influenciar e doutrinar as pessoas. Por isso está presente nos movimentos sociais e políticos, nos rituais religiosos de todas as crenças, entre tantos outros eventos. Na divulgação do cristianismo, por exemplo, foi peça fundamental. Em tempos idos, a igreja católica estruturou o cantochão (coletânea do repertório do papa Gregório I) como canto oficial litúrgico. No período barroco, encomendou a grandes compositores inúmeras obras entre missas, oratórios, réquiens, executadas até hoje em salas de concerto do mundo todo. Atualmente, a iniciativa na música religiosa está mais concentrada nas igrejas evangélicas, que estão conquistando cada vez mais adeptos. E a música tem nisso grande mérito.

SOCIEDADE SECRETA Importante também é o papel da música nas reuniões das socie-

dades secretas, das quais, hoje, a menos secreta é a maçonaria, que muitos pensam ser uma religião. Na verdade, é uma associação restrita a pessoas (homens) selecionadas. Com origem no antigo Egito, passando pelos construtores das catedrais medievais, a maçonaria esteve presente em importantes momentos históricos da humanidade, como a Revolução Francesa, a Independência dos Estados Unidos e a do Brasil, só para citar alguns.

NOS RITUAIS MAÇÔNICOS Existe música litúrgica maçônica especialmente composta para acompanhar os rituais. Quem cuida disso é um departamento da loja, chamado Coluna de Harmonia. No século XVIII, era formado por organista, coro e pequena orquestra. Atualmente, esse conjunto está reduzido a um DJ, que seleciona os discos próprios para cada situação. Muitos foram os compositores que escreveram obras litúrgicas maçônicas. Quem mais se destacou foi Mozart, que era maçom, e compôs, entre outras obras, a Marcha Funeral Maçônica – KV 477 e a KV 479 e a Pequena Cantata Maçônica KV 623. Das grandes óperas de sua autoria, a Flauta Mágica apresenta a iniciação de um profano e uma simbologia tipicamente maçônica.

Além da música específica para cerimônias maçônicas, existem muitas obras profanas escritas por maçons. Só o austríaco Josef Haydn escreveu seis sinfônicas (conhecidas como sinfonias parisienses), dedicadas a uma orquestra formada pelos maçons de uma loja em Paris A lista dos compositores é bem maior do que se pode imaginar e inclui autores de primeira grandeza. Pertenceram à irmandade Johan Christian e Wilhelm Friedrich, filhos de J. S. Bach, o austríaco Franz Schubert, o pianista e compositor húngaro Franz Liszt, o finlandês Jean Sibelius, o francês Erik Satie, o italiano Giacomo Puccini e o americano George Gershwin. Na música popular, destacaram-se o autor de marchas americanas John Philip Sousa e o jazzista Duke Ellington. O Brasil também teve seus compositores e artistas maçons. O mais conhecido é Carlos Gomes, autor da ópera O Guarany, e o rei do baião, Luiz Gonzaga. Até Dom Pedro I consta entre os compositores maçônicos como autor do Hino da Maçonaria. Assim sendo, é com muita música que se comemora, em 20 de agosto, o dia do maçom, a quem dedicamos este artigo e os nossos parabéns. *Bohumil Med Professor emérito da Universidade de Brasília. Com a colaboração de Regina Ivete Lopes

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Mundo Animal

Divulgação

Por: Pedro Wolff | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Bichinhos Estranhos

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nir o amor a animais silvestres e o engajamento ambiental. Esse é o sentimento que move o servidor público Wesley Junqueira Alves, 32 anos. Por isso, há dois anos ele fundou e preside o grupo dos Criadores de Animais Silvestres Nativos e Exóticos do Distrito Federal (Case-DF). Hoje com 400 filiados na capital federal e em outras cidades do Brasil, o grupo atua na preservação das espécies por meio do combate ao comércio ilegal e do incentivo à implantação de criadouros autorizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Esses defensores da fauna também têm seus animais de estimação. Alguns nada comuns, como iguanas e teiús. Com 1,60m de comprimento, a jibóia Panthro (é macho) é o animal que faz companhia a Wesley há pouco mais de um ano.

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A cobra foi adquirida em um viveiro do Pará. Mas o presidente da Case-DF informa que “99% das serpentes criadas no país são ilegais”. E acrescenta que de acordo com dados da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), “para cada animal silvestre contrabandeado, nove morrem pelo caminho”. Wesley cita quanto o Brasil perde em receita ao não estimular o comércio de forma sustentável de animais silvestres. “Esse mercado movimenta no mundo quase 70 bilhões de dólares. Desse total, o Brasil participa com menos de 7%”, enfatiza. Ele reforça que a Holanda, por exemplo, exporta 20 vezes mais papagaios brasileiros do que o próprio Brasil. Isso porque, aqui no país, é muito grande a burocracia para regulamentação de um criadouro de qualquer espécie de animal, argumenta o presidente do Case-DF. O Ibama é o responsável pela concessão das licen-

ças e, na opinião de Wesley, “o órgão faz tantas exigências que desestimula muitos criadores, além do processo ser muito demorado”. O analista ambiental do Ibama, Felipe Alves Barroso, destaca que os interessados em ter um criadouro devem apresentar documentos necessários. Em seguida, o Ibama fará uma inspeção para avaliar se o empreendedor está apto. Ele diz ser necessária essa burocracia para evitar maus tratos ou risco de fuga dos animais. Um fator que dificulta a liberação de licenças, admite Felipe Alves, é a falta de estudo sobre esses animais. “É preciso estudar as reações dos animais para garantir a segurança dos seres humanos”, esclarece. O analista ambiental alerta que posse ilegal de animal constitui um crime ambiental. Os interessados devem checar com o Ibama da sua região quanto à legalidade da loja ou criadouro.


A equipe do CASE-DF, dedicada ao amor pelos animais silvestres

Como nasceu o Case-DF Hoje, o grupo Case-DF costuma realizar campanhas em shoppings e parques para mostrar às pessoas a importância da preservação e do combate ao tráfico. E o apoio à causa já chegou ao Congresso Nacional. A “bancada eco-passarinheira”, a Frente Parlamentar de Proteção Animal e alguns parlamentares, de forma independente, apóiam a causa. Nos encontros do grupo, há a preocupação de mostrar às pessoas que aqueles animais um tanto incomuns nasceram em um ambiente doméstico e que são mansos. Wesley Junqueira Alves garante que sua cobra de 1,60m de comprimento é um animal manso e causa mais curiosidade e admiração do que medo nas pessoas. “É como qualquer outro animal de estimação que tem suas peculiaridades como qualquer outro”, comenta. Uma das peculiaridades às quais Wesley se refere é a do réptil não ser tão afetivo como um mamífero. Mas, independente disso, ele desperta admiração por sua imponência, elegância e independência. Uma das vantagens de criar esses animais é que se pode criar em espaço pequeno. “Na hora que você não quer contato com ele,

você pode deixá-lo no terrário, e ele não ficará estressado”. Wesley diz que essa independência lhe causa admiração e mesmo assim ele assiste TV com o Panthro e o leva para pegar sol. Mas Wesley nem sempre teve esse amor por serpentes e de-

mais animais silvestres. Ele conta que, quando era mais jovem, era comum matar as cobras que apareciam na chácara de sua avó. Aos 15 anos ele começou a se questionar e percebeu que a maioria das cobras que ele matou não era peçonhenta. “Fui vendo o papel que elas desempenham no equilíbrio na natureza e aos poucos comecei a amar estes animais”. Serviço Case-DF | Wesley Junqueira (61) 8448.6766 wesley@casedf.com.br

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Jornalista Aprendiz

Por: Suélem Santos | Fotos: Suélem Santos

Fátima Estrela ensaia sua dança para apresentação de final de ano no Teatro Nacional, em Brasília

Ballet na terceira idade promove qualidade de vida Espírito de equipe, confiança no próximo, no grupo e uma força muito grande se transformam em uma esplêndida aula

R

odrigo Mena Barreto, bailarino e professor de ballet clássico e contemporâneo, jazz e pole dance, atua no ramo há mais de 20 anos. Seu método de aula é o Vangova, que intercala de movimentos fracos e fortes. Suas aulas são voltadas ao público da segunda e terceira idade e acontece há seis anos, duas vezes por semana.

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Barreto é diretor e coreógrafo da “Duo Companhia de Dança” e, com 10 anos de trabalhos ininterruptos, ganhou prêmios nacionais e internacionais. O grupo é formado apenas por bailarinos e em 2010 a Companhia apresentou o espetáculo “10 anos, 10 momentos, um Duo”. “Minhas alunas são dedicadas. Depois de um


ano de aula, elas querem subir no palco, vestir um tutu bandeja e se deliciar com a emoção do palco”, diz o professor. Segundo dados do IBGE, no ano de 2030 o Brasil terá a sexta população mundial em número absoluto de idosos. Um corpo bonito não é essencial, mas sim, um corpo saudável, livre de tensões e doenças. Diante desse fato, surge a preocupação de se criar estratégias para que possam viver do melhor modo possível. Regina Corvello, professora de ballet clássico há mais de 35 anos, diz ter orgulho das bailarinas da terceira idade, pois se dedicam a essa arte com disciplina. Ensinar esse público não é fácil, mas os benefícios adquiridos pela dança são enormes, comenta ela. A postura melhora, os músculos inferiores ficam firmes, a flexibilidade, o equilíbrio e a coordenação motora são totalmente revigorados, sem contar com a criatividade, o dinamismo e a espontaneidade. “A dança em

qualquer modalidade é rejuvenescedora”, completa Regina. As aulas são desenvolvidas tendo como base brincadeiras e recreações. “Muitas brincadeiras de crianças são usadas em minhas aulas como forma de preparação física. Pular cordas traz resultados especialmente bons em diversos grupos musculares e também como forma aeróbica de treinamento”, diz Rodrigo Barreto. A fisioterapeuta Valmirene Carvalho afirma que a dança levanta a auto-estima e melhora a saúde das bailarinas da terceira idade. Dançar trabalha com todo o corpo e, por envolver trabalho muscular, favorece o fortalecimento de todo o sistema cardiovascular e alivia o stress. “Faço ballet há onze anos e sou a bailarina da família. Dançar é uma terapia, por isso não pretendo parar tão cedo, é minha fonte da juventude”, conclui Fátima Estrela, uma das bailarinas da turma com mais de cinquenta anos de idade.

Serviço Suélem Santos é estudante do 6º semestre de jornalismo da UNIP

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Propaganda e Marketing

Carlos Grillo*

Apresento-lhes

Patrão Vasques

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m seu “Livro do Desassossego”, o escritor português Fernando Pessoa apresentou ao mundo o Patrão Vasques. Um personagem presente não só na vida dele, mas também na história de cada um de nós. O Patrão Vasques é “visível para uns e invisível para outros”. É todo aquele, ou tudo aquilo, que nos impõe “o obstáculo ocasional de ser dono” de nossas horas. Pode ser uma empresa, um emprego, uma profissão, uma causa, um chefe, ou o conjunto de tudo isso. O Patrão Vasques em um momento nos seduz e n’outro nos decepciona. Desperta amores e provoca ódios. Ora nos parece belo e gentil, ora revela-se carrancudo e grosseiro. Trata-se, enfim, de uma alegoria da vida, com todos os seus ciclos. Em minha carreira, tive inúmeros patrões Vasques. O primeiro deles, entre os mais representativos, foi a publicidade. Por doze anos, dediquei a ela muitas das minhas horas. Dias a fio. Noites sem sono. Foi minha profissão e também minha causa. Eu acreditava na propaganda e no que poderia fazer com ela. Mantenho até hoje essa crença, mas, certa feita, o encanto desbotou. Conheci o below the line. Ou melhor: o marketing promocional. Tomei coragem, deixei a publicidade e criei a Fermento Soluções em Comunicação. Era final de 2004, início de 2005. Estava eleito meu novo Patrão Vasques. A ele, dediquei com o mesmo carinho e empenho mais um enorme quinhão de tempo e energia. À época, o marketing promocional, outrora desprezado e aparentemente sem graça, ganhava musculatura e chamava a atenção. Embora ainda tímido, já atraía o meu olhar e o de muitos outros profissionais de comunicação ao redor do planeta. Ele refletia a promessa arrebatadora da revolução – alinhada à realidade da internet, da interação, do tempo real e das experiências sensoriais – que tomava de assalto as nossas vidas. Na Fermento,

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entreguei-me à aventura. Vivi, embriagado de adrenalina, as conquistas de uma grande expedição. Em meados de 2008, no entanto, cedi ao desejo de segurança. Congelei a Fermento e tornei-me sócio da Casanova, atual Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais. Mas a motivação da terra firme durou só até setembro de 2011. Difícil saber a hora exata de trocar um Patrão Vasques por outro. Não há fórmula ou manual que defina isso. No entanto, arrisco um palpite, inspirado pelo mesmo “Livro do Desassossego”. Segundo o genial poeta luso: “Tenho que escolher o que detesto – ou o sonho, que a minha inteligência odeia, ou a ação, que a minha sensibilidade repugna; Resulta que, como detesto ambos, não escolho nenhum; mas, como hei de, em certa ocasião, ou sonhar ou agir, misturo uma coisa com outra.” Em outras palavras: devemos mudar, sem receios, dúvidas ou remorsos, quando estamos sonhando mais do que agindo ou quando passamos a agir sem mais sonhar. A Monumenta, por exemplo, foi um Patrão Vasques que me deu grandes alegrias. As conquistas da conta da CAIXA, de um Clio Awards e de um Leão no Festival de Cannes foram algumas delas. Outra, talvez a maior de todas, foi conviver com pessoas incríveis como Marthinha Letícia e Edu Peres. Juntos, nós dividimos momentos especiais, mas também a tristeza sutil de ver nossos sonhos sucumbirem às nossas ações. Juntos, decidimos nomear um novo (porém antigo) Patrão Vasques. A Fermento está de volta.

*Carlos Grillo Sócio-Diretor da Fermento Soluções em Comunicação E-mail: grillo@fermentopromo.com.br Twitter: @carlosgrillo


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Vinho

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Antônio Duarte *

Por que Carvalho no vinho?

s celtas eram excelentes carpinteiros. Foram os inventores do barril para o transporte de vinho, substituindo as pesadas e frágeis ânforas, que, além disso, eram de difícil manuseio. Ao longo da história, foram usados diversos tipos de madeira, como acácia, mogno, pinheiro. De todas, o carvalho foi o que se mostrou de melhor qualidade, não só para a fermentação mas também para o amadurecimento dos vinhos de qualidade e cujo sabor tem mais afinidade com a bebida. O carvalho, pelo seu poder de transferir para o vinho taninos, aromas e sabores agradáveis, pela capacidade, com sua porosidade, de microoxigenar, estabilizando e decantando os sólidos do vinho, é o ideal para afinar as suas características . Ao amadurecer os vinhos em barricas de carvalho, alguns eventos ocorrem: Álcool e água evaporam através da madeira, concentrando-o. O oxigênio se dissolve no líquido, provocando a ocorrência de reações químicas que dependem deste elemento, amaciando-o, diminuindo sua adstringência, pela condensação e precipitação dos seus taninos. As substâncias do carvalho são extraídas, adicionando-se ao vinho. Entre estas substâncias estão componentes da cor, aroma e sabor, além dos taninos da madeira. Para esse amadurecimento do vinho na madeira é importante o

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trabalho dos enólogos, que terão que tomar diversas decisões, para assegurar que a qualidade e a quantidade do carvalho que serão adicionadas sejam bem balanceadas com as características e intensidades dos aromas e sabores das variedades do vinho. Estas decisões começam no processo de fabricação das barricas. Há mais de 200 espécies de carvalho, mas apenas três são as mais adequadas - duas européias e uma americana. A França é a grande referência. Outros países produtores na Europa são Rússia, Hungria, República Checa e Eslovênia. Os melhores carvalhos franceses vem de: Vognes, Allier, Aroncais, Limbursin e Nerves. O carvalho americano permite um melhor aproveitamento, porque pode ser serrado e consequentemente é mais barato que o europeu, que tem um aproveitamento menor, pois o corte é feito no sentido das fibras num processo quase manual. Os custos para o americano são de 500 dólares, enquanto para o francês ficam por volta de 800/1.000 euros.

Quais as diferenças: Carvalho americano: Libera aromas mais intensos que o francês e são de coco, baunilha, lácteos, noz-moscada, cedro e frutas secas. Seus taninos são mais agressivos. O ponto de corte de suas árvores é aos 60 anos. É rico em tilose, que o faz mais duro e pouco permeável. Pode ser cortado com serra e em varias direções,

rompendo mais células e liberando mais compostos aromáticos. Seu rendimento é ao redor de 40% . O carvalho francês e europeu: Grãos mais fechados que os americanos. Excelente qualidade média. Menor tilose. Cortes com cunha de aço, sendo sempre feito no sentido das fibras, objetivando aduelas impermeáveis. Maior elegância, aromas mais complexos, taninos suaves e aromas associados à baunilha, cravo, pimenta preta e nozes. Seus sabores são completamente diferentes dos americanos. Menor aproveitamento, em torno de 20%, o que explica também seu maior preço. Após o corte, o carvalho tem que passar por um período de amadurecimento antes de ser usado na fabricação das barricas. O processo pode ser natural ou artificial. No natural, as aduelas passam de 16 a 36 meses a céu aberto, sujeitas a todas as intempéries climáticas de um local limpo e sem risco de contaminação química. Nesse tipo de secagem, fenóis e taninos diminuem e aumentam os valores dos compostos aromáticos, como as vanilinas, eugenóis e lactonas. Já no processo artificial, muito usado nos Estados Unidos, os sabores são ásperos, os taninos mais agressivos e adstringentes e aromas de madeira verde. *Antônio Duarte Presidente da Associação Brasileira de Sommelier


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Editora Nórdica

O livro nos leva a uma reflexão de vida, a enfrentar os problemas ao invés de evitá-los, a valorizar mais aqueles que amamos, a perdoar, mesmo sabendo que é mais fácil perdoar os defeitos que possuímos, e que todos os seres humanos são exatamente iguais. A arte da felicidade é um livro que merece ser lido, pois nos impregna de mensagens positivas sobre a simplicidade da vida e como vivê-la da melhor forma.

O livro é um romance histórico que reconstitui os momentos finais da vida de Tolstói. Mostra a angústia do escritor diante do conflito de viver entre a riqueza material e uma vida desprovida de luxo, pela qual ele optou na velhice. Conta a história de sua fuga de Iasnáia Poliana, sua fazenda na Rússia, até a morte na estação de Astapova. A obra oscila brilhantemente entre a ficção e a realidade.

Uma biografia inteligente e honesta. Eric Clapton é um músico consagrado pela forma de tocar e pela criação de suas músicas, um verdadeiro fenômeno!

Ganhei o livro de aniversário e não larguei até devorar todas as 1200 paginas. Um livro, um clássico, um retrato fiel do período medieval japonês. Uma revelação de como o Oriente ainda nos encanta com seus mistérios. Nos dias atuais, com tanta corrupção e falta de princípios, o livro retrata o que ainda hoje se vê no Japão, a honra acima de tudo, muitas vezes paga com a própria vida. Inimaginável para nós ocidentais, mas um exemplo de sentido para a vida.

Arquiteta e designer de interiores

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Arquiteta


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Frases Quando o poder do amor superar o amor pelo poder, o mundo conhecerá a paz.

O homem é do tamanho do seu sonho. Fernando Pessoa

Jimi Hendrix

Deus não consiste na força, mas na verdade. Fiódor Dostoiévski

Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela. Mas há, também, aquelas que fazem de uma simples mancha amarela, o próprio Sol.

A vida se contrai e se expande proporcionalmente à coragem do indivíduo. Anais Nin

Quando você pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas. Luís Fernando Verissimo

Pablo Picasso

Os erros passam, a verdade fica. Denis Diderot

Tudo o que recebemos vem dos outros. Ser é pertencer a alguém. Jean-paul Sartre

O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar.

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Charlie Chaplin

Clarice Lispector


Justiça

A

Vetuval martins vasconcelo *

Execução por quantia e impenhorabilidade do bem de família

sociedade, ao longo de sua trajetória, experimentou significativos avanços que repercutiram positivamente na definição das relações jurídicas vivenciadas em cada momento histórico. No que concerne aos direitos fundamentais do homem, conviveu-se com a experiência dos Estados feudal, absolutista, liberal, social e democrático de direito, sem esquecer a fase embrionária, restrita apenas às doutrinas jus naturalistas (filosofia, religião e direito natural), sucedida pelas ideias do Iluminismo, que defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Posteriormente, os valores da dignidade da pessoa humana, da liberdade e da igualdade dos homens passaram a constar dos textos constitucionais dos Estados modernos, a partir da concepção e da experiência do Estado Liberal. Vicente Grego proclama que o processo de execução de hoje é produto de detida evolução centrada na humanização do procedimento executório, que evoluiu da execução pessoal para a patrimonial [GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. Vol. 3, 18 ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 8]. Os Estados Unidos da América, por razões econômicas e outras impostas por seu processo de colonização, foi a nação pioneira na regulamentação, em seu ordenamento jurídico, do bem de família. No Brasil, somente com o Código Civil de 1916 é que o bem de família convencional foi incorporado ao ordenamento jurídico, não obstante diversas iniciativas legislativas que o precederam. A partir da última metade do século passado, o País, todavia, passou a conviver com elevados índices de inflação de preços de bens e serviços essenciais aos indivíduos, à família e à sociedade em geral. A derrocada dos diversos planos econômicos levou à ruína relativa parcela de devedores e suas famílias, pois subitamente tais devedores se viram sem condições materiais de honrar compromissos financeiros aumentados exclusivamente pelo processo inflacionário galopante que, a um só tempo, protegia o capital empresarial, sobretudo o de índole financeira, enquanto sangrava diuturnamente o poder aquisitivo da população assalariada. Em meio a esse cenário econômico de imprevisibilidade, o Congresso Nacional aprovou a Medida Provisória nº 143/90, logo transformada na Lei 8.009/90, que, dentre

outras virtudes, diminuiu a angústia de milhões de devedores com hipossuficiência econômica ou financeira, já que estavam na iminência de perderem até mesmo o teto que servia de abrigo aos integrantes da entidade familiar. A partir daí, passaram a coexistir duas espécies de bem de família: o voluntário e o obrigatório ou legal, os quais convivem com harmonia. A Lei 8.009/90 gestou um bem de família diverso daquele instituído no Código Civil, mas sem assinalar qualquer grau de incompatibilidade entre eles. A impenhorabilidade do bem de família constitui limitação ao direito fundamental à tutela executória, pois restringe a atividade executiva que se justifica como meio de proteção de alguns bens jurídicos relevantes, como a dignidade do executado e a de sua família, que têm direito a um ‘patrimônio mínimo’. Assim, a impenhorabilidade serve como limitação à política de execução forçada. Ressalta-se no caso a existência de certa antinomia entre o direito fundamental do credor em penhorar os bens do executado e a impenhorabilidade do bem de família, o qual se dedica a garantir a dignidade do executado e a de sua família. Surge então a necessidade de sopesar tais princípios sob a ótica da aplicação da ponderação. Sob a influência da teoria da dimensão objetiva dos direitos fundamentais, no caso concreto, o órgão jurisdicional deve garantir, segundo circunstâncias, necessidades ou exigências, o equilíbrio entre a restrição e a proteção a direitos fundamentais quando postos em conflito ou em rota de colisão. Os modelos de argumentação propositivos à resolução de oposição entre princípios definidores dos direitos fundamentais da pessoa humana se posicionam com expressiva importância sob o aspecto da normatividade. Denota-se que os direitos fundamentais não são absolutos ou ilimitados, mas submetidos a parâmetros oriundos de outros direitos fundamentais que formam o sistema jurídico de determinada sociedade. Então, quando há entrechoque entre princípios constitucionais a solução desse conflito não implica a eliminação de um deles, mas a aplicação de ambos em ambiente impregnado pelas forças do princípio da proporcionalidade. (*) Vetuval martins vasconcelo Professor do curso de Direito do UNICEUB e Promotor de Justiça/DF

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Diz Aí, Mané

Atualmente as pessoas são obrigadas a opinar por uma profissão quando ainda são muito jovens

O objetivo da Sociedade Anônima é ter muitas fabricas desconhecidas

Os crustáceos fora dágua respiram como podem

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As glândulas salivares só trabalham quando a gente tem vontade de cuspir

O verdadeiro sentido de nossas vidas se encontram no sofrimento de outras pessoas

A prosopopéia é o começo de uma epopeia

Todo farmacêutico é um médico fracassado

A palavra farmácia já é um nome atraente

A Previdência Social assegura o direito a enfermidade coletiva


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Cresça e Apareça

Adriana Marques*

O quanto a sua estrela merece S

brilhar?

abe aquele dia comum, quando nada acontece de muito diferente - embora cada dia seja especial - e você se depara com certas questões bem mais profundas do que estava planejando? Hoje é um destes dias. Pare pra pensar no motivo pelo qual tantas vidas são trazidas ao mundo todos os dias. Tantas pessoas, tantas missões, tantos propósitos! O universo é composto por todas elas... E só é o que é pela contribuição de cada uma. O que nós fazemos, todos os dias, gera reflexos para a eternidade. O que deixamos de fazer, também. Onde reside o poder da decisão de fazer mais ou menos? Alcançar resultados menores ou maiores? Encontrar motivos para ser alguém de resultados muito ou pouco expressivos? Este poder é muito mais simples do que parece. E muito mais poderoso. Esta decisão é o compromisso diário de fazer a sua parte, dar o seu melhor (dentro, até, dos limites vividos a cada dia), ser a pessoa da qual vai se orgulhar de ter sido daqui a 15 ou 20 anos.

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Falar de trajetórias individuais é contabilizar a quantidade de ações bem sucedidas ao longo do seu caminho; a colheita das boas sementes que plantou; as vitórias consecutivas dos pequenos e grandes projetos. O caminho, afinal de contas, é a construção sólida de trabalho consistente, algumas vezes demandando mais, outras menos, esforço, energia e dedicação. A reflexão é: o quanto a sua estrela tem capacidade de brilhar? O quanto você tem permitido que ela brilhe? O quanto você MERECE que ela brilhe? Independente do ânimo, muito além da motivação, reside o chamado para uma vida plena. A sua chance absoluta de fazer a diferença na vida das pessoas - a começar por você mesmo! - causando o bem, contribuindo com um mundo de prosperidade. A verdadeira motivação é aquela respaldada pela firme decisão de fazer as coisas acontecerem. Saber aonde se quer chegar no futuro é a inspiração essencial para que o caminho seja de prosperida-

de. É isso que traz a sensação clara de realização e propósito. A sua estrela é forte, linda e poderosa. Só você pode permitir que ela brilhe! Despeça-se do que te draga energia. Feche, de uma vez por todas, ciclos inacabados. Diga adeus aos projetos que já não servem. Faça uma “faxina” interna, deixando prevalecer a certeza de que você é merecedor de sucesso, saúde e tudo o mais que escolher ter! Tome um banho de luz e acenda o maior de todos os brilhos: a sua estrela, única, com o destaque merecido num céu de milhares de outras estrelas, enlouquecidas, com cada uma que chega para aumentar a força positiva de uma vida que dá certo! Assuma as rédeas. Acenda sua estrela. Faça valer a pena. Você foi feito para brilhar!

*Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching, master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do Coaching Club.



Ponto de Vista

Chico Leite*

Passado desleixado, futuro planejado:

os caminhos para Brasília P

lanejar. Esse é um verbo raramente conjugado com seriedade na definição do futuro das cidades, ao menos por aqui. Em contrapartida, é comum lermos alguma reportagem informando que determinada cidade alemã, japonesa, canadense ou americana realizou planejamento para os próximos 20, 30 ou até 50 anos. Isso soa estranho aos ouvidos brasileiros, acostumados a propostas e promessas “novíssimas” a cada quatro anos. Enquanto padecemos de falta de planejamento, os problemas estruturais se intensificam: transporte público aos frangalhos, currículos escolares defasados, trânsito cada vez mais intenso, déficit previdenciário nas alturas, juros exorbitantes, criminalidade crescente, evasão intelectual de acadêmicos para universidades estrangeiras – são numerosos os sintomas da nossa inobservância histórica de planejamento. Sérgio Buarque de Holanda, em seu clássico diagnóstico sobre a nossa sociedade, o monumental “Raízes do Brasil”, observou como a vila colonial portuguesa foi construída sem rigor nem método, definindo em uma palavra o que caracterizou a formação das nossas cidades: desleixo. É importante que as novas gerações conheçam essa conclusão sociológica sobre nossas raízes. Somente alcançaremos a cultura do planejamento quando acertarmos as contas com o passado e aprendermos com nossos erros históricos. Por isso é tão importante investir em educação. Professores bem remunerados, escolas com boa infraestrutura, currículos pedagógicos em consonância com os desafios da contemporaneidade: eis o passo essencial para a mudança sócio-estrutural que desejamos. Brasília, a capital planejada, precisa dar exemplo de planejamento e de capacidade de gestão ao resto do país. A missão é árdua, mas acredito que temos plena capacidade de êxito nessa tarefa. Abrigamos, em nosso território, uma das melhores universida-

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des brasileiras – embora a UnB ainda sofra com problemas de orçamento e estruturação. Nesse sentido, é imprescindível que o Poder Público incentive a formação de cientistas que fortaleçam essa guinada cultural rumo ao desenvolvimento. Hoje, a Lei Orgânica do Distrito Federal determina que apenas 0,5% da nossa receita corrente líquida seja investido em pesquisa. Esse absurdo me motivou a apresentar, junto com outros parlamentares, uma proposta de emenda à Lei Orgânica que altera esse percentual para 2% - um aumento de 300% no investimento em ciência e tecnologia no DF. A cidade que deixaremos para as novas gerações só alcançará pleno desenvolvimento se nossos dirigentes forem convencidos da importância da execução de políticas públicas de médio e longo prazos. Urge definirmos criteriosamente os rumos para a legítima comemoração do centenário da capital que, ao contrário das antigas vilas portuguesas, nasceu planejada. Para isso é preciso incorporar a ideia central de que o “fazer político” deve estar associado ao trabalho de equipes técnicas capazes de identificar e elaborar os planos a serem executados. Jamais ultrapassaremos a condição ancestral exposta por Sérgio Buarque de Holanda se continuarmos menosprezando a importância da pesquisa científica e do desenvolvimento tecnológico – e, é claro, da educação ofertada no DF. As políticas de gestão precisam estar além do “tempo de cada governo”, em sólida consonância com as diretrizes das instituições públicas e em permanente contato com a sociedade brasiliense. Cumpre planejar democraticamente o futuro.

*Chico Leite Procurador de Justiça, professor e deputado distrital pelo PT


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Charge

Eixo Monumental

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AMAR UMA CIDADE É AJUDAR A CONSTRUIR O SEU FUTURO

O Colégio Seriös é a mais nova escola de Brasília. E quando dizemos “nova”, não estamos falando apenas do tempo de existência, mas principalmente da maneira de pensar e de ensinar. Graças ao seu projeto pedagógico diferenciado e de continuidade, que inclui aulas de mandarim, de circo, de gastronomia, de empreendedorismo e de educação financeira, o Seriös ajuda a construir um futuro melhor para os seus filhos. Assim, eles estarão mais preparados para conceber um belo amanhã para a nossa cidade.

Presente no futuro do seu filho Reserva de vagas: (61) 3049

8800 • (61) 9949 6606 • 902 sul


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