Plano
Ano 10 · Edição 114 · R$ 5,30
BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r
MULHERES Quantas cabem dentro
de uma?
MESA REDONDA Luis Otávio Neves Personagem Carlos Murilo, sobrinho de JK Ponto de Vista Robério Negreiros
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Sumário
1128
32
44 36
58
66 Meio Ambiente
10 Cartas
40 Cotidiano
11 Mesa Redonda
42 Planos e Negócios
16 Brasília e Coisa & Tal
44 Automóvel
18 Panorama Político
46 Vida Moderna
20 Política Brasília
48 Esporte
22 Visão de Brasília
50 Personagem
74 Frases
24 Capa
52 Saúde
75 Justiça
28 Cidadania
54 Moda
76 Diz aí, Mané
30 Gente
56 Comportamento
32 Cidade
58 Teatro
34 Mercado de Trabalho
60 Cultura
36 Educação
62 Gastronomia
80 Ponto de Vista
38 Tecnologia
64 Agenda Cultural
82 Charge
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PLANO BRASÍLIA
68 Propaganda e Marketing 70 Vinho 72 Tá Lendo o Quê?
78 Rindo à Toa 79 Cresça e Apareça
Expediente
Editorial Quantas mulheres cabem em uma só? Essa é a pergunta que a equipe da revista Plano Brasília tentou responder. Com os desafios da vida atual, a mulher moderna teve de mesclar fatores que faziam
DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br
parte da rotina de sua mãe e avó com os da correria do dia a dia e da busca pela realização profissional. Buscamos conversar com mães que conciliam a carreira com o cuidado dos filhos, mulheres que sabem que têm que batalhar muito, não só por elas, mas por
Plano
BRASÍLIA Editora-Chefe Carla Andrade
EQUIPE DE REPORTAGEM Ananda Moura, Camila Maxi, Cristiane Ferreira, Giuliana Soares, Thiago de Mello e Yuri Achcar COLABORADORES Antônio Testa, Bohumil Med, Carla Ribeiro, Carlos Grillo, Cerino, Fádua Faraj, Fernanda Duarte, Liana Alagemovits, Paulo Kunzler, Robério Negreiros, Romário Schetino, Tarcísio Holanda e Vetuval Martins Vasconcelos DESIGN GRÁFICO Alan de Carvalho e Zelito Rodrigues CRIAÇÃO Paula Alvim
sua família. Desvendamos os medos e as ansiedades deste grupo que cresce cada vez mais, sigam-nos! Em outra entrevista desta edição, o secretário de Turismo do GDF, Luis Otávio Neves, fala sobre o desafio que tem em mãos: preparar Brasília para receber os turistas durante a Copa do Mundo, em 2014. Ele ressaltou a necessidade de as políticas da cultura, de esporte e meio ambiente estarem relacionadas ao turismo. “São pilares que vão fazer com que consigamos atrair e manter os turistas na cidade”, comentou o secretário. Carlos Murilo é nosso personagem da semana. Ele conta
FOTOGRAFIA Fábio Pinheiro e Gustavo Serrate
algumas histórias que viveu durante o tempo em que morou com
REVISÃO Lígia Dib Carneiro
o tio Juscelino Kubitschek, em Belo Horizonte, após a perda do pai.
IMPRESSÃO Lotus Gráfica
Carlos ajudou na construção de diversas biografias do tio, incluindo
TIRAGEM 60.000 exemplares
a minissérie sobre Juscelino Kubitschek, de Maria Adelaide Amaral,
REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br
exibida pela Rede Globo em 2006. “Conversei bastante com a auto-
AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br
Projac, no Rio de Janeiro. Foi um trabalho bem feito, mas a emissora
PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br 6 de abril de 2012 Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.
ra, ela é muito inteligente. Depois fui acompanhar as gravações no
romantizou demais. Tem muita coisa que não aconteceu de fato,” sentencia. Além disso, a Plano Brasília vai mostrar que a capital federal, apesar de ser uma cidade jovem e ter sua culinária influenciada por diferentes regionalismos, tem muitos moradores e turistas que preferem degustar algumas das iguarias que já se tornaram tradição no planalto central, como o quibe do Bar Beirute, o pastel da Viçosa ou o filé à parmegiana, especialidade do Restaurante Roma. Boa leitura!
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Cartas Fiquei feliz ao ler na revista Plano Brasília a entrevista com o diretor da Faculdade de Medicina do DF, doutor Mourad Belaciano. Parabéns ao brilhante médico por sua lucidez e seu trabalho à frente da faculdade, colocando-a entre as melhores do País. Júlia Souto Asa Norte Gostaria de parabenizar a revista pela reportagem sobre o Parque Nacional de Brasília e a ameaça que vem sofrendo ao longo dos anos pela especulação imobiliária. Nós todos sabemos o quanto a preservação é importante, mas parece que os políticos não estão nem aí. Não fossem a sociedade e os cientistas, já teríamos perdido o nosso pulmão candango. Parabéns também aos colunistas pelos temas relevantes que têm sido abordados. Eliana Andrade Guará I A revista está de parabéns pelos temas abordados e pelos colunistas. Leio-a do início ao fim. Gostaria, no entanto, de sugerir uma matéria sobre a falta de banheiros públicos na capital. Estamos às vésperas de dois grandes eventos nacionais que terão lugar na nossa Brasília e não há banheiros públicos para quem circula na área central da cidade. Acompanhei dois turistas europeus, em visita a Brasília no mês de janeiro, e fiquei envergonhada quando me pediram para usar um sanitário e tive que levá-los a um restaurante. Ana Lúcia Lago Sul
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Fale conosco Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br
As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.
Mesa Redonda
Luis Otávio Neves Equipe Plano Brasília: Liana Alagemovits, Yuri Achcar, Romário Schettino, e Carla Andrade | Fotos: Fábio Pinheiro
O
secretário de Turismo Luis Otávio Neves assumiu a pasta no início do governo Agnelo, na cota do PSB. Já havia trabalhado na secretaria em outra gestão petista, no governo Cristovam, quando foi diretor de Captação e Eventos. Atuou também como consultor da Unesco para divulgação no exterior das cidades brasileiras que fazem parte do Patrimônio Cultural da Humanidade. Na Embratur, foi o responsável por desenvolver e implementar as ações de marketing promocional do Brasil no exterior. Agora o secretário tem o desafio de preparar Brasília para receber os turistas da Copa do Mundo, em 2014. Confira os principais trechos da entrevista com a equipe da Plano Brasília.
PB > Por que as políticas de turismo e de cultura
selho de Desenvolvimento do Turismo,
ainda não caminham juntas no DF? O turista tem
estamos buscando essa interação com os
que conhecer a programação cultural de Brasília.
empresários. Esperamos que aconteça,
LN > Temos um planejamento feito no
em um breve espaço de tempo, que o
ano passado que contempla todo o go-
turista, ao chegar ao hotel, possa saber a
verno Agnelo, de 2011 a 2014. É claro e
programação cultural da cidade. Brasília é
evidente para a Secretaria de Turismo a
rica em ações culturais. É um caminho que
necessidade da cultura, do esporte e do
estamos percorrendo junto ao empresaria-
meio ambiente estarem relacionados ao
do do setor hoteleiro.
turismo. São pilares que vão fazer com que consigamos atrair e manter os turistas
O que já foi feito para melhorar essa comunica-
na cidade. Desde o ano passado, estamos
ção das atividades culturais ao turista?
começando uma aproximação muito forte
Com a instalação dos centros de atendi-
entre as secretarias de Turismo e de Cultu-
mento ao turista, no Aeroporto, na Rodo-
ra – o que não existia antes. Entendemos
viária Interestadual, na Praça dos Três Po-
que as ações em conjunto ajudam muito o
deres e nos setores hoteleiros Sul e Norte,
turismo. Mas também temos que fazer o
temos tido uma procura muito grande
dever de casa com o nosso empresariado,
dos turistas, que não vão somente buscar
que infelizmente ainda pensa só no seu
um mapa de Brasília: querem saber o que
negócio e não no coletivo. Através do Con-
rola na cidade. Temos um blog, o Vem Viver
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(vemviverbrasilia.blogspot.com.
de Fortaleza, de Minas Gerais. Para eles,
br), que atualizamos com informações do
bom era a cidade de onde vieram. Hoje, a
que acontece na cidade. E nossos atenden-
maior parte dos brasilienses já não pensa
tes dos centros de atendimento ao turista
assim. Temos uma geração de gente nasci-
estão sempre muito atualizados sobre a
da aqui. Eu sou brasiliense, minha esposa
programação cultural de Brasília. Desde
é brasiliense, meus filhos são brasilienses.
o ano passado, existe um grupo que está
Brasília é uma cidade que pulsa, que
reunindo todos os atrativos turísticos de
vibra. Não é a cidade que está nos jornais
Brasília para que sejam apresentados de
nacionais todo dia, e sim a parte política, o
forma conjunta. Cada um tem sua forma
Congresso Nacional, a corrupção. Brasília é
de trabalhar, porque são de responsabili-
mostrada dessa forma para outras cidades,
Brasília
dade de entidades diversas, não apenas do
uma cidade antipática, onde não há muito o que
mas temos o papel de mostrar que Brasília
GDF, mas também do Poder Executivo fe-
fazer à noite ou nos finais de semana. É possível
é muito mais do que isso.
deral, Poder Legislativo, Poder Judiciário.
mudar essa visão? Não podemos comparar Brasília com
E como fazer isso?
Brasília, então, ainda não está preparada para
nenhuma outra cidade do mundo. A forma
Eu estive com o diretor de uma grande
receber os turistas da Copa do Mundo?
com que ela foi concebida é diferente.
emissora de televisão, de rede nacional.
É muito importante saber que não é o
Veio de São Paulo, tem 39, 40 anos. Tivemos
brasiliense que não está preparado para
uma conversa ótima sobre Brasília. Ele todo
receber o turista, é o brasileiro. O Brasil todo
dia vai ao Parque da Cidade com a esposa,
está passando por um período de mutação. Somos um País reconhecido internacionalmente, estamos aumentando cada vez mais a quantidade de turistas estrangeiros no Brasil. A Embratur tem desenvolvido um trabalho forte nos últimos nove anos para identificar os turistas em potencial para as diversas regiões do País. Isso tudo é muito novo. Até o Rio de Janeiro, um dos maiores destinos turísticos do Brasil, não está preparado. Temos um trabalho muito bem feito
Não é o brasiliense que não está preparado para receber o turista, é o brasileiro. Até o Rio não está preparado
caminha, toma uma ducha, consegue almoçar em casa, passeia de lancha pelo Lago Paranoá, passa o fim de semana em hotel fazenda. Aí eu disse ao diretor que gostaria que a TV dele mostrasse um pouco do que ele estava me contando. Me pediu desculpas, mas disse que isso não vende nacionalmente. Não poderia colocar no jornal o Parque da Cidade, só o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal. Então, a mídia não nos ajuda. Mas
em Foz do Iguaçu, por conta da privatização
não será a Secretaria de Turismo ou o gover-
das Cataratas do Iguaçu. É um modelo de
no que vai mudar isso. A mudança vem com
gestão que está dando certo e é um caminho
Quando alguém vai se hospedar em uma
o tempo. Hoje, grande parte da população
para os parques nacionais. O Instituto Chico
cidade que não conhece, procura um hotel
é nascida em Brasília, tem amor à cidade e
Mendes elegeu o Parque Nacional de Bra-
em um lugar central para passear pela
aos poucos vai imperando o que temos de
sília e o Parque Nacional da Tijuca, no Rio
cidade. Brasília é diferente, mas não é uma
bom. Quando vem alguém de fora, temos
de Janeiro, para receber esse modelo, já que
cidade fria. Somos uma mistura de todo
que mostrar que a nossa cidade não é igual
são dois dos mais visitados do País. É uma
o Brasil, temos um pouco de cada região.
a dele. É diferente mesmo, tem as quatro
ação do governo federal que vai trazer mais
Diferentemente de cidades quatrocentonas,
escalas muito bem definidas, é uma cidade
atrativos para o Parque Nacional, com mais
como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador,
ímpar no mundo. Agora, Brasília tem muito
investimentos e estrutura para os visitantes.
Brasília está fazendo 52 anos. Até os anos
o que fazer à noite ou nos fins de semana, é
80, a capital era taxada como uma cidade
só ver os jornais, os sites. Se quiser ir para
Alguns visitantes, principalmente quando che-
que não tinha nada para fazer. Por quê? Era
culto, rezar, brincar, comer, beber, Brasília
gam aqui pela primeira vez, consideram Brasília
a cabeça do pai da gente, que veio do Rio,
tem alternativas maravilhosas.
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Se o Rio de Janeiro não está preparado para
Nacional para o centro de convenções. E
receber os turistas da Copa do Mundo, como o
nós, na Secretaria de Turismo, vamos fazer
senhor disse, o que Brasília está fazendo para
um estacionamento coberto e uma área
se preparar até 2014?
de alimentação. Estamos assinando com o
Sediar uma Copa do Mundo só tem uma
Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) um
vantagem: poder divulgar a cidade para
concurso público nacional para a praça de
o mundo todo. É nossa obrigação ter um
alimentação e o estacionamento subterrâ-
bom atendimento, mobilidade urbana,
neo. Aquela laje que existe entre o centro
atrativos culturais funcionando totalmen-
de convenções e o Clube do Choro vai ser
te. Para o desafio, temos trabalhado em
demolida. Ali, nós vamos ampliar a área
quatro pontos principais. A promoção é o
de exposição, colocar os restaurantes e,
primeiro deles. Precisamos vender Brasília
do para melhorar a qualidade desses even-
embaixo, terá o estacionamento. Já temos
lá fora para que as pessoas que venham ao
tos. O turista de lazer procura economizar.
R$ 14,7 milhões no orçamento deste ano.
Brasil visitem a cidade. Segundo pesquisa
Quem vem a negócios, vem com a diária
Então, a obra começa ainda em 2012 e
da Embratur, na Copa do Mundo de 2010,
esperamos concluí-la já no ano que vem.
na África do Sul, os turistas visitaram quatro outras cidades, além daquela que ele foi assistir ao jogo. Temos que ser uma delas em 2014. Conhecer Brasília, para qualquer cidadão do mundo, é conhecer uma cidade que, aos 27 anos, foi tombada como patrimônio mundial. Aliás, o tombamento não está em risco. A comissão da Unesco que veio visitar Brasília ainda não divulgou a avaliação final, mas eles encontraram uma situação muito melhor
Brasília é uma cidade que pulsa, que vibra. Não é a cidade que está nos jornais nacionais todo dia
agora do que na última visita, em 2001. A
em 2014? Além da promoção e da infraestrutura, temos a necessidade da qualificação. Também é um problema no Brasil todo. Mas o momento é esse, com grandes eventos. A Rio + 20, a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, as Olimpíadas. As pessoas vão para um evento e não vão ficar só naquela cidade. Os eventos ajudam a movimentar
grande importância do tombamento é que a cidade vai se manter dessa forma.
O que mais falta para Brasília fazer bonito
a indústria do turismo como um todo. E paga pelo trabalho, assim como o táxi, o
temos que aproveitar isso muito bem.
restaurante... então, ele acaba gastando
Então, a qualificação é em todos os níveis,
O senhor falou que é preciso divulgar Brasília.
mais. Estamos melhorando o nosso centro
seja para o atendimento, para o trabalho
E além disso?
de convenções.
direto ou indireto com o turista, ela tem
A infraestrutura ainda está muito a desejar.
que ser a melhor possível.
No ano passado, muita coisa não pôde
Mas o centro de convenções não foi ampliado
ser feita por falta de recursos. Mas este
e modernizado recentemente?
Outra dificuldade é a falta de dados sobre
ano temos dinheiro para reforçar a infra-
A obra concluída em 2005 deixou o espaço
o setor?
-estrutura turística, com mais sinalização,
com bons auditórios, mas sem estaciona-
Logo no início do governo, o governador
melhoria dos atrativos e a ampliação do
mento e restaurante. Antes, o maior audi-
Agnelo me perguntou quantos leitos nós
Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
tório tinha 1,1 mil lugares e havia 70 vagas.
tínhamos em Brasília. Eu falei que não
Temos um centro de convenções no centro
Com a ampliação, passaram por cima dos
tinha condições de responder isso para
da cidade, a 20 minutos do aeroporto, com
estacionamentos laterais e apenas um
ele: os números variavam de 7 mil leitos a
capacidade de 7 mil pessoas e um calendá-
dos novos auditórios tem 2,8 mil lugares.
22 mil leitos. Fizemos uma coleta de dados
rio que estamos melhorando, com eventos
Vamos resolver isso de duas formas. Para a
diretamente nos hotéis, e tivemos muita
de qualidade. O turista de eventos é o que
Copa do Mundo, será construído um túnel
dificuldade para obter as informações,
mais gasta na cidade e estamos trabalhan-
que passa do estacionamento do Estádio
mas conseguimos. E chegamos ao número
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estacionar nem em frente aos atrativos ou
forma até 2014. Na mobilidade urbana, já
no aeroporto. Conseguimos criar o ônibus
tem muita coisa acontecendo e que estará
que transporta o visitante do aeroporto ao
pronta para a Copa das Confederações,
centro da cidade, mas não há lei sobre a
daqui a 14 meses. E tudo, com certeza,
política de turismo. Agora, ela já está em
estará concluído para a Copa do Mundo.
discussão na Câmara Legislativa. Para que as empresas de turismo possam funcionar,
Mudando o foco para a política, o PSB tem feito
é necessário ter o cadastrur, que é um
muitas cobranças ao governo Agnelo e adotado
cadastramento nacional de turismo, do
uma postura de independência, principalmente
Ministério do Turismo. Como o cadastrur é
nos discursos do senador Rodrigo Rollemberg
uma exigência de uma lei nacional, quando
(PSB-DF). O partido vai deixar o governo?
vamos aplicá-lo em Brasília, encontramos
Existem alguns posicionamentos do sena-
de 18 mil leitos. Precisamos mostrar que
muitos problemas de legislação. Na nossa
dor Rollemberg em relação ao governo,
o turismo é uma das vocações da cidade,
lei, em discussão na Câmara, trazemos
mas são salutares, bons para o governo e
que Brasília pode gerar muita renda e
também questões referentes ao ecoturismo
para a cidade. A única movimentação do
emprego com ele. Mas não basta quem
PSB para sair da base governista vem da
trabalha com o turismo ficar falando isso.
imprensa. Não faço parte da executiva do
Eu preciso mostrar as oportunidades.
PSB, mas sou do partido e acompanho.
Então, decidimos implantar um observatório do turismo. Nenhum estado brasileiro tem isso. Fizemos, no ano passado, a chama pública, foi vencedor o Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília. Já começou o trabalho, que no primeiro ano é de coleta de informações. Teremos muitos dados e informações para o investidor. O representante de uma cadeia internacional de hotéis vem conversar com o secretário de Turismo, para saber se é bom investir aqui, ele precisa de informa-
A vantagem da Copa do Mundo é que há um esforço para a cidade esteja funcionando da melhor forma até 2014
ção. Com o observatório, teremos dados
Posso dizer com absoluta certeza: não há nenhuma determinação do partido em sair do governo. O que há é a preocupação, que tenho certeza também ser a do governador Agnelo, de melhorar cada vez mais o governo, a cidade e a qualidade de vida do brasiliense. Acredito muito em um consenso entre o governo e os posicionamentos do senador, porque todos eles são pela melhoria da cidade. Não é nada pessoal contra o governo, eles são grandes parceiros. A vantagem do PSB é que faz isso pela cidade, sem fazer nada
econômicos e dos atrativos de todo o DF,
escondido de ninguém. Torço não só pela
trabalhando o perfil da demanda, o perfil
e ao transporte interestadual, que hoje
permanência do PSB no governo, mas que
dos visitantes e quais são as principais e
não pode ser feito por vans que levam os
tudo dê certo. Nós, brasilienses, merece-
mais urgentes demandas de qualificação
turistas. Na hora de receber os grandes
mos um governo bom, uma cidade cada
profissional. É fundamental para a política
eventos, as vans serão necessárias. E os
vez melhor, com mais qualidade de vida,
de desenvolvimento do turismo no DF, a
proprietários, empresários do bem que
para que todos os visitantes gostem cada
curto, médio e a longo prazos.
geram empregos e impostos, não podem
vez mais da nossa cidade. A política do
ser tratados como clandestinos.
PSB é de melhorar a vida do brasiliense.
O senhor falou em quatro frentes.
Puxando para o lado do turismo, temos
Sim. Outra pendência que temos em Bra-
E vai dar tempo de resolver tudo isso até a Copa
a máxima que cidade boa para o turista
sília é a legislação. Quando assumimos a
do Mundo?
é cidade boa para o brasiliense. Então, a
Secretaria, encontramos vários problemas
A vantagem da Copa do Mundo é que há
gente trabalha para que Brasília seja boa
com relação à legislação turística. Hoje,
um esforço para correr contra o tempo, para
para o brasiliense porque, assim, ela será
um ônibus de turismo não tem onde
que a cidade esteja funcionando da melhor
boa para o turista.
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Brasília e Coisa & Tal
Romário Schettino
Aniversário de Brasília – I Aos 52 anos, a senhora Brasília dá continuidade à sua vida de cinquentona, bem vivida para uns, nem tanto para outros. Em 1974, quando a cidade era estuprada pelo regime militar, o bispo dom Pedro Casaldáliga escreveu este belo poema para Brasília, que transcrevo aqui. O sentimento de perda cresce a cada dia que passa, mas é bom lembrar que é preciso reiventar a utopia, reiventar o sonho. Brasília era... Por Dom Pedro Casaldáliga (tradução Romário Schettino)
Brasília era, foi! Já se foram seus ocasos nas nuvens, e a pureza do sertão como uma menina intrometida no cimento e no asfalto.
Divulgação
Cidade-céu-jardim em outros dias. Brasília é hoje apenas anti-sala, estruturas, audiência sem ouvidos, março sem primavera.
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E a alma do sertão agora Está em minhas mãos. O povo está em meu pranto, como um feto inoportuno a quem se nega o sol, a liberdade, a voz humana, a vida... (Brasília, bem nascida, mal criada, formosa prostituta!)
Aniversário de Brasília – II Filha do espírito revolucionario que se instalou no Brasil a partir do movimento antropofágico de artistas e intelectuais em São Paulo, Brasília se prepara para comemorar o Centenário da Semana de 22. A próxima década há de ser aproveitada para as inovações necessárias à preservação da cidade símbolo da criatividade, da invenção e do amor pelo Brasil.
Comunicando Bienal do Livro – I
CPI do Cachoeira
Divulgação
Divulgação
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as atividades ilícitas do senador Demóstenes Torres e de vários outros deputados, parceiros do famoso Carlinhos Cachoeira, está arrepiando a imprensa. As manchetes se desviaram do foco da investigação para dizer que não passa de uma cortina de fumaça para encobrir o julgamento do chamado “mensalão”. Quem não quer a CPI, afinal? Os governistas, que a aprovaram? Ou a imprensa que teme ser investigada? O PT e o PSDB que também serão expostos? Ou o DEM, que não tem mais o que dizer em seu favor? Uma coisa é certa, o povo repudia a bandalheira nada republicana que tomou conta dos quatro poderes da República (Executivo, Legislativo, Judiciário, Imprensa).
O escritor nigeriano Wole Soyinka, primeiro negro a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, foi homenageado na I Bienal Brasil do Livro e da Leitura. Durante a cerimônia, uma ensurdecedora manifestação dos professores em greve provocou nele um comentário: “No meu país, os professores também protestam assim, mas lá isso acontece quando os salários atrasam mais de um ano ou mais”. Os professores perderam a oportunidade de protestar contra o governo com mais criatividade, participando da Bienal do Livro sem agredir os convidados e a festa que é de todos.
Bienal do Livro – II Agência Estado
O escritor Milton Hatoum falou para uma grande plateia na Bienal do Livro e lembrou do tempo em que morou em Brasília nos anos 60. Ele criticou a maneira como a cidade tem sido tratada pelos governantes e pelos seus moradores. “Esses prédios do Setor Hoteleiro são medonhos. Águas Claras é um absurdo, fiquei assustado quando vi aquilo lá de cima, do avião. São cópias malfeitas de São Paulo, que é cópia do mau gosto de Miami”. Um horror!”
Bienal do Livro – III O colombiano Héctor Abad, quando perguntado por Eric Nepomuceno por que escreve, respondeu: “Para fugir do ruído da vida e da alma”. Ele se referia também ao ruído musical de uma bandinha de rock que foi programada para o mesmo horário em que eles tentavam falar na Bienal do Livro. Situação contornada. Ficou a presença de espírito do autor do interessante Livro de Receitas para Mulheres Tristes. O mau humor de Eric também ficou registrado.
Arapongas da imprensa As escutas telefônicas da Polícia Federal revelam que jornalistas usaram e abusaram do sigilo da fonte para “plantar, cozinhar e divulgar” notícias e denúncias muitas importantes, outras inventadas e manipuladas. O preço desse conluio é grande, e a situação é grave. A credibilidade da imprensa está em jogo e o exemplo do jornal inglês, que foi fechado ao ser pego com a boca na botija, ainda está fresquinho em nossa memória.
Patrono Foi publicada a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. O projeto de lei aprovado por unanimidade no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, decide que Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído. Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades, como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia. Com a presença de Nita Freire, viúva de Paulo Freire, a Câmara Legislativa do DF, quando comemorou os seus 90 anos, no ano passado, ofereceu a ele o título póstumo de Patrono da Educação do Distrito Federal, o primeiro de sua história. E-mail: romario@abordo.com.br
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Panorama Político
tarcísio holanda
Aécio não tem obstáculo para 2014 “Não esperem nada do Congresso, do Judiciário, e do Executivo. Se não fosse o movimento da sociedade e das redes sociais, jamais o Ficha Limpa teria sido aprovado” – disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
J
á não existe dúvida de que a cúpula do PSDB tratou de circunscrever a ambição de José Serra à Prefeitura de São Paulo, que ele disputa este ano, como candidato do partido, afastando realmente um obstáculo à candidatura do senador mineiro Aécio Neves a presidente da República nas eleições de 2014. Dirigentes e líderes tucanos acabam de promover um almoço no apartamento de Fernando Fernando Henrique Cardoso, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, em que, como estrela principal, Aécio Neves dirigiu-se diretamente ao governador Geraldo Alckmin, advertindo que todo governador paulista é um candidato natural ao Palácio do Planalto e que ele, Aécio, estava disposto a abdicar de sua candidatura, caso Alckmin desejasse ser candidato presidencial. Alckmin disse, em resposta, que não cogita de ser candidato a presidente da República, em 2014, repetindo a sua candidatura de 2006. Em seguida, já livre do constrangimento, Aécio disse que se sentia livre para continuar o seu projeto.
Candidato e livre de pressões
Essa conversa se verificou há cerca de um mês, no apartamento de Fernando Henrique Cardoso, em Higienópolis, na capital paulista. FHC foi testemunha do compromisso assumido por Alckmin como, também, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE) e o ex-senador Tasso Jereissati. No encontro, ficou formalizado que, afastado o óbice representado por José Serra,
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que já concordou em ser candidato a prefeito de São Paulo, o senador Aécio Neves fica formalizado como candidato a presidente da República, deslocando de São Paulo para Minas Gerais o eixo da sucessão presidencial.
Gestor das ansiedades
Neste momento, o senador Aécio Neves dedica-se a duas tarefas importantes. Em uma delas, administra as ansiedades de muitos, inclusive dele próprio. Uma parcela importante de tucanos pressiona para que ele se mostre logo como presidenciável. Aécio contesta esses correligionários, sustentando que pode contribuir para se desgastar sem melhorar a posição do candidato do PSDB a presidente da República junto ao eleitorado. O senador não pretende colocar o carro na pista antes da hora oportuna. Contudo Aécio Neves trata de equilibrar o discurso oposicionista. Ele e os companheiros de luta querem evitar que sua candidatura seja produto de uma decisão de cúpula. Quer envolver a militância e se acha em condições de fazer barulho em 2014, já que o PT vai de Dilma Rousseff, não de Lula.
Carona na FAB
São coisas típicas do Brasil, que muita gente deve achar que já não acontece. O ministro Marcelo Crivella, o dos evangélicos, acaba de ser flagrado oferecendo carona em avião da FAB (Força Aérea Brasileira) ao pastor evangélico Wilton Acosta, presidente da Fenasp (Fórum
Cristão Nacional de Ação Social e Político). Ambos voaram juntos de Brasília para Campo Grande, a capital de Mato Grosso do Sul, numa viagem de ida e volta, com dinheiro do contribuinte. A viagem ocorreu quinta-feira, dia 5/04. Em nota oficial que acaba de emitir, o Ministério da Pesca informa que Crivella foi a Mato Grosso do Sul para entregar escavadeiras hidráulicas a 13 municípios daquele estado, além de visitar as obras de entreposto pesqueiro que está em construção. Crivella cumpriu programa paralelo em Campo Grande, embora o Ministério não o mencione.
Crivella reza uma oração
O ministro da Pesca, que é bispo licenciado da Igreja Universal, teve um café da manhã com outros pastores e com parlamentares evangélicos do Estado. Marcelo Crivella compareceu ao café em companhia de Wilton Acosta, que foi o primeiro a descer do avião da FAB. Além de Wilton e do ministro, estavam no avião uma assessora do Ministério da Pesca e o deputadoVander Loubet (PT-MS). Eles foram recepcionados pelo governador do estado, André Puccinelli (PMDB). O deputado Vander é o autor das emendas ao Orçamento da União que financiaram a aquisição das escavadeiras hidráulicas que o ministro entregou ao Estado.
DILMA, RECEOSA DA CPI DO CACHOEIRA
“Se a forma do engodo não é nova, cabe ao Congresso provar, com a CPI,
que o País está disposto a dar um basta a esquemas de banditismo” – declarou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendendo a criação da CPI para investigar as relações do bicheiro Cachoeira com parlamentares. A presidenta, Dilma Rousseff, revela preocupações diante da criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) destinada a investigar o bicheiro Carlos Cachoeira e suas relações com políticos. O PT está dividido em relação ao assunto. Já durante a viagem que fez aos Estados Unidos, Dilma manifestou seu descontentamento para assessores diante das notícias de que já se projetava a criação de uma CPI para investigar o bicheiro. É notório que nenhum governo aprecia Comissão Parlamentar de Inquérito, que tem um grande potencial de agitação. Essa verdade foi demonstrada já na CPI que investigou o atentado da Rua Toneleros contra Carlos Lacerda, ainda no governo constitucional de Getúlio Vargas (agosto de 1954). A presidenta também não gostou de saber que alguns de seus principais ministros participaram de reunião que tratou do assunto na semana passada. Na ocasião, figuras importantes de seu governo se encontraram com a cúpula do PT e decidiram apoiar as investigações então iniciadas. Os ministros que participaram desses encontros, na semana passada, foram Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, e Gleisi Hoffmann, Chefe da Casa Civil. A manifestação de apoio do PT à criação da CPI foi estimulada pelo ex-presidente Lula, tendo
o objetivo de enfraquecer a oposição no ano do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, em 2005, do escândalo do Mensalão, que envolveu figuras de grande destaque nacional do PT. Ao retornar da viagem a Washington, Dilma proibiu expressamente seus ministros de se manifestarem a respeito da CPI. Dilma também exprimiu seu desagrado com a ideia de que a CPI seria uma espécie de revanche ao Mensalão. Tanto que reprovou o depoimento do presidente nacional do PT, Rui Falcão, sustentando ser desnecessário usar a CPI para desmascarar os autores da “farsa do Mensalão”. Pressionado pela posição de Dilma, Falcão acaba de dizer que não vincula uma investigação à outra. Dilma não pretende impor qualquer tipo de obstáculo à criação e ao funcionamento da CPI, sob o argumento de que já não há como detê-la agora. O governo receia que alguns aliados insatisfeitos com problemas de cargos e verbas venham a utilizar a CPI para barganhar com o Palácio do Planalto a obtenção de vantagens. Esses espertos poderiam convocar ministros e quebrar o sigilo de pessoas, como Olavo Noleto, assessor da Presidência da República, que admitiu ter conversado com o bicheiro Cachoeira. Em uma reunião da cúpula do PT, realizada recentemente em Brasília, definiu-se que o partido deverá controlar os postos-chave da CPI. Não obstante essa posição dos seus dirigentes, cinco petistas se recusaram a assumir a relatoria da CPI. Os parlamentares mais cotados, ontem, eram os deputados deputado Cândido Vaccarezza (ex-líder do governo na Câmara, do PT paulista) e Hugo Leal,
do PSC do Rio de Janeiro. Para a presidência da CPI, o PMDB decidiu indicar o deputado Vital do Rego (PB). Apesar das queixas de petistas contra a defesa da CPI que é feita pelos dirigentes nacionais do PT, a nota oficial da Executiva nacional do partido conclama a militância a defender a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar Cachoeira. Abordado pela imprensa se tinha consultado Dilma a respeito do assunto, Falcão disse que citou a reunião com os ministros. Não obstante o discurso oficial, parlamentares petistas julgam que contratos do Executivo com a Delta, citada nas investigações como uma empresa próxima do bicheiro Cachoeira, poderão ser alvos de investigações da CPI. Tal preocupação já produziu seus efeitos, excluindo-se o nome da quela construtora do requerimento em que se pede a criação da CPI. O texto final fala em investigar “agentes públicos e privados” e, além da Operação Monte Carlo (da Polícia Federal) cita uma investigação anterior realizada pela própria Polícia Federal, a “Vegas”. Os petistas afirmam que a inclusão dessas investigações é danosa às oposições. Claro que a descoberta de que um dos arautos da moralidade e do combate à corrupção, que era o senador Demóstenes Torres, concorre para enfraquecer a oposição perante a opinião pública. Como entender as ligações do senador moralista com o contrabando, o jogo ilegal e a sociedade com um conhecido contraventor, como revelam as mais de 300 gravações de telefonemas que ele trocou com o bicheiro Cachoeira?
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Política Brasília
Yuri Achcar
Cachoeira de problemas
Tô aqui, mas não é comigo
CPI contra todos Essas e outras denúncias devem ser investigadas a fundo pela CPI mista instalada no Congresso Nacional. Ninguém sabe o que pode sair dali. Os petistas e a base aliada a Dilma miram o PSDB de Marconi Perillo, governador de Goiás. Já o PSDB, DEM e PPS vão focar nas supostas ligações do grupo de Cachoeira com a cúpula do GDF e nos contratos da Delta com o governo federal. Pode sobrar para todo mundo.
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José Cruz/ABr
Elza Fiúza/ABr
Dessa vez, Agnelo não se escondeu. Compareceu a todos os eventos e inaugurações, mesmo com greve de professores, paralisação dos metroviários, novos pedidos de impeachment e de abertura de CPIs na Câmara Legislativa. Nos quebra-queixos, não fugiu das perguntas dos jornalistas, apenas evitou respondê-las. Esclarecimentos sobre Cachoeira passaram a ser tarefa do porta-voz, Ugo Braga.
Braço direito afastado... ... e o esquerdo, machucado. Assim ficou Agnelo depois que Cláudio Monteiro, chefe de gabinete do governador, e os dois mais próximos secretários, Paulo Tadeu, de Governo, e Rafael Barbosa, da Saúde, foram citados em diálogos de Carlinhos Cachoeira gravados pela PF. Os secretários se mantiveram nos cargos mesmo depois de confirmarem o encontro com o diretor da Delta, Cláudio Abreu, que telefonou para Cachoeira dizendo que iria “amarrar os bigodes” com eles. Os secretários negaram qualquer ilegalidade. De fato, o nó dos bigodes parece não ter dado certo, já que a Delta tem recebido cada vez menos recursos do GDF e está sendo investigada pela Secretaria de Transparência. Já Cláudio Monteiro foi afastado para se defender da acusação de nomear um indicado de Carlinhos Cachoeira para o SLU, o que é sugerido em outra gravação em que Cláudio Abreu conversa com Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, um dos principais auxiliares de Carlinhos Cachoeira.
Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr
Que ninguém convide o governador Agnelo Queiroz para um banho de cachoeira. A prisão de Carlinhos Cachoeira e a divulgação das conversas telefônicas, grampeadas pela Polícia Federal com autorização da Justiça, que citam autoridades do GDF, ainda podem alcançar repercussão incontrolável pelo governo. No momento em que Agnelo se esforça para divulgar os primeiros resultados do GDF e em meio às comemorações dos 52 anos de Brasília, tudo de que o governador não precisava é de uma nova crise política.
A cachoeira secou A Delta corre o risco de perder o contrato para a coleta de 60% do lixo no Distrito Federal. A Secretaria de Transparência já iniciou o processo para declará-la inidônea. A construtora também anunciou que vai abandonar o consórcio da reforma do Maracanã, palco da final da Copa do Mundo de 2014. Alega dificuldade em obter financiamentos bancários. É a primeira vítima das investigações, antes mesmo de elas começarem.
Eu disse PPS?
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Pois é. O partido voltou a enfrentar o dilema de ser oposição ao PT no plano nacional e ser base governista no DF. Até o fechamento desta coluna, o rompimento do PPS com Agnelo era dado como certo, por exigência da executiva nacional. Mas não sem choro e lágrimas. Na executiva local, ninguém queria saber de abandonar o governo. Como secretário de Justiça, o deputado distrital Alírio Neto, além de todo o poder do cargo, abriu espaço, na Câmara Legislativa, para a suplente Luzia de Paula fazer dupla com o outro distrital eleito pelo partido, Cláudio Abrantes. Fora do governo, o PPS ainda pode perder o único deputado federal da legenda, Augusto Carvalho, que é suplente na coligação com o PT. Sem falar das administrações do Guará e de Planaltina.
Agnelo nega, mas o fato é que tentou impedir a criação da CPI da Arapongagem na Câmara Legislativa. Depois que 19 dos 24 deputados distritais assinaram nota de apoio ao governador, Agnelo se reuniu com a base aliada e ouviu que a CPI era inevitável. Todos os deputados tinham interesse em descobrir se foram alvo de escutas ilegais. O foco era investigar as denúncias de que a Casa Militar do GDF estaria monitorando ilegalmente autoridades locais, mas foi ampliado a pedido do governador. Os parlamentares decidiram investigar toda e qualquer arapongagem realizada desde 2002, a mando de qualquer um: governo, empresas, pessoas...
Emergência permanente Empolgada com o resultado de uma pesquisa que aponta a deputada como a parlamentar mais atuante da Câmara Legislativa, Eliana Pedrosa (PSD) partiu para o ataque contra a Secretaria de Saúde. Em audiência pública que debateu o tema, ela criticou a falta de planejamento e gestão. O governo mantém, há um ano e quatro meses, o estado de emergência na área, o que possibilita compras e contratos emergenciais, sem licitação. “Por que ainda faltam medicamentos?”, indagou a deputada. Foto: Valter Campanato/ABr
Foto: Marcelo Horn/Governo do Rio
CPI distrital não assusta o Buriti
Políticos no Twitter A primeira mulher a assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral já chegou causando polêmica. A ministra Carmen Lúcia acredita que a proibição de que políticos usem o Twitter para divulgar as atividades será derrubada pelo Supremo Tribunal Federal.
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Visão de Brasília
Antonio Testa
GDF: um ano e meio de governo PT, mas pouca coisa mudou Coisas intrigantes:
Quinze meses depois de vencer uma acirrada disputa contra uma dona de casa, o PT do DF ainda está arrumando a casa? Será que sente falta de uma doméstica no comando? É discurso recorrente, em muitas secretarias desse competente e realizador governo, que estão arrumando a casa, para então começar a fazer alguma coisa. Incrível! Ora, o velho e desgastado argumento de que receberam uma herança maldita não cola mais. Aliás, essa é mais uma invenção petista, quando criticava o governo tucano. Impressiona muito o caráter camaleônico do PT, hoje, privatista em nível nacional e irrealizador, no local.
Dúvida
Se, por um acaso, for mesmo instalada a CPI do Cachoeira, e o governo não sabotar a investigação, como é de seu feitio, muito castelo irá desabar. A população terá oportunidade de fazer uma viagem histórica sobre o início dessa disputa entre Cachoeira e seus adversários ligados ao PT e a vários governos estaduais. Nessa viagem, será possível contemplar paisagens incríveis, com obras faraônicas, muitas ainda em andamento. E descortinar contratos multimilionários feitos com empresas que recebem valores superfaturados e promovem o bem-estar de aliados e serviçais. Muitos deles bem instalados em gabinetes estratégicos de vários governos, em todos os níveis. É... O Brasil talvez desperte desse adormecimento pós pão e circo, bolsas assistenciais e discursos clientelísticos. Discursos divulgados pela mídia comercial, que não forma opinião, ao contrário, induz à irreflexão e à aceitação de machetes como se fossem verdades, e não o reflexo concreto de interesses vários e, muitos, escusos. Acorda, Brasil! 22
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Desvio de função
Muitos especialistas em gestão de pessoas estão tendo dificuldades em explicar o interesse de ex-oficiais da PM e delegados de polícia aposentados pela gestão do lixo. O serviço de limpeza urbana, o célebre SLU, nas primeiras eleições do Distrito Federal, era dado como prêmio de consolação, de lambuja, para aliados políticos sem força; como ainda ocorre com outras secretarias. De uns tempos para cá, passou a ser mais cobiçado do que o comando do Banco de Brasília e outras estatais ricas como a Caesb e a CEB. Uma hipótese: há muita coisa suja no lixo, e é preciso a ação competente de profissionais de limpeza com segurança, para conter o desaguamento da cachoeira que inunda a cidade.
Caiu a ficha de tartarugas a coelhos
Nem sempre a cooptação por meio de aumento de ganhos e gratificações é a melhor maneira de conseguir a simpatia e o comprometimento de subordinados. Podem ficar mal com os que não conseguiram aumento e têm que deixar de tartarugar e se tornarem velozes. Tomara que não furiosos.
Cara de visão
O senador campeão da moralidade será julgado pela comissão de ética do Senado. Mas será beneficiado por uma emenda própria. Muitos alegam que é de sua própria lavra a emenda que determina a escolha de um relator por sorteio. Cachoeira agradece...
Exemplo: transportes coletivos
Há algumas décadas, brasília era elogiada por oferecer à sua gente serviços dignos de transportes e acesso aos mais variados ambientes.
Hoje, acompanhando o imbatível índice de homicídio e sequestro relâmpago, o brasiliense continua agraciado com o pior serviço de transporte coletivo, talvez do continente, para ser comedido... Mas isso não é tão ruim, pois é também o mais caro. Para dificultar um pouco mais a vida do cidadão, o trânsito só não está mais caótico, porque falta competência criativa aos nossos gestores nos quesitos acesso e deslocamento. Mas é bom não esquecer que os pontos de ônibus, que existem, são péssimos, mas úteis; pois servem de mictórios públicos. Por isso, seu odor lembra ambientes pré-civilizatórios. Sem problemas! Afinal, vivemos na capital do País, uma grande metrópole.
Agradecimento
A população das superquadras sul 108, 107 e outras vizinhanças agradece penhoradamente à administração de Brasília, por permitir que um bar fique até alta madrugada com um som infernal atrapalhando a vida de trabalhadores e seus familiares, que precisam descansar para continuar em condições de trabalhar e pagar impostos. Não dá para aceitar o raciocínio que a administração parece fazer e aceitar argumentos de que alguns empregos e pagamentos de impostos por um estabelecimento comercial vale mais do que o bem-estar de centenas de famílias. Essa atitude não condiz com formação socialista, nem democrática, que tanta admiração despertou em muitos eleitores. Afinal, numa democracia, a fiscalização é função gerencial primordial. *ANTONIO TESTA Cientista político.
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Capa
Por: Carla Andrade e Cristiane Ferreira | Fotos: Ananda Moura e Arquivo Pessoal
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Ser mãe deixou de ser uma tarefa simples e tornou-se múltipla
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u sou mil possíveis em mim; mas não posso me resignar a querer ser apenas um deles”, disse o filósofo francês Roger Bartide. Essas mil facetas, com certeza, seriam aliadas de extrema importância na batalha travada pelas mulheres modernas contra a rotina frenética de sua múltipla jornada. A entrada da mulher no mercado de trabalho gerou reflexos e, por fim, desencadeou uma multiplicidade de funções em diferentes papéis dentro da sociedade. Elas são mães, profissionais, esposas, filhas, namoradas, mulheres ao mesmo tempo. Segundo pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em março, 45,3% das brasileiras possuem algum tipo de ocupação remunerada, número próximo da média masculina, que é de quase 64%. Dados como esses corroboram com o aumento da participação feminina no mercado de trabalho e apontam um aumento significativo, 46,1%, da parcela feminina e economicamente ativa. Com base nos dados obtidos, o aumento deste percentual, para os próximos anos, é garantido. A mulher moderna acorda cedo e se prepara para uma longa jornada ao decorrer do dia. Claro, todos os passos são cronometrados. Ela não tem tempo a perder, pelo contrário, o tempo urge. E ela encara com habilidade a missão, afinal aprendeu com maestria a tarefa de despertar as mil mulheres existentes dentro de si. São tantos os papéis assumidos no cenário desta batalha diária que as vinte e quatro horas do dia parecem insuficientes para que a mulher cumpra uma extensa lista de demandas. Para a socióloga Natália Fontoura, coordenadora de Igualdade e Gênero do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, reclamações de nada adiantam, pois, segundo ela “A mulher precisa ter a disposição necessária para transpor tais obstáculos que atravancam a realização profissional. Não se trata apenas de uma mudança cultural”, afirma. Sem fugir à luta, de degrau em degrau, a mulher descobriu como acertar a mão, bem do seu jeito, e tornou-se a detentora deste pequeno segredinho usado no dia a dia. A historiadora Aline Soares aposta na capacidade feminina de liderar com muita naturalidade. “Para ter sucesso em levar os filhos para diversos lugares, pegar a roupa na lavanderia, fazer compras e preparar o jantar, é preciso ter bom humor e usar a inteligência na hora de estabelecer prioridades”, explica.
Cristina Dias Amaral : “Muito jogo de cintura nos cuidados com Maria Catarina”. Fazer reuniões por celular, responder e-mails durante alguma mamada, cuidar da maquiagem no carro e dar um jeito nos cabelos em casa mesmo virou lugar comum para Renata Monerat. Tudo isso no intuito de conciliar a maternidade com seu cargo de gerente de marketing do Taguatinga Shopping. “Aprendo a ser mãe há 5 meses e confesso que ainda não me acostumei com toda essa mudança, com esse ritmo todo diferente. Atualmente, ando sempre na velocidade de 150 quilômetros por hora”, confessa. A rotina de Renata modificou-se profundamente, mesmo assim ela afirma que já sabia o que a aguardava quando planejou ter um filho. “É uma loucura, só que penso também como pude viver sem toda essa emoção e deliciosa bagunça durante todos esses os anos. Tudo vale a pena pela Helena, uma menina saudável, linda e sorridente. Eu, mais feliz, impossível!”, afirma.
Maternidade e Carreira Ser mãe e profissional ao mesmo tempo é um dos maiores desafios enfrentados pela mulher nos tempos de hoje. No entanto, a ditadura da mulher profissional começou a esmorecer. “Depreciar a mulher que quer ser mãe é uma distorção”, afirma a intelectual americana Camille Paglia. Uma interessante pesquisa realizada pela psicóloga Cecília Russo Troiano e publicada no livro Vida de Equilibrista – Dores e Delícias da Mãe Que Trabalha, com
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a participação de 850 mulheres das classes A e B que trabalham fora de casa, mostra que a brasileira gasta oito horas no trabalho, quatro com os filhos e apenas uma hora com ela mesma. Aproximadamente 91,3% das brasileiras trabalhadoras dedicam em média 22 horas por semana aos afazeres domésticos. São elas que acordam as crianças, arrumam-nas, levam-nas para o colégio e vão às reuniões de classe. Ainda segundo a pesquisa, 30% das entrevistadas adiaram o plano de ter filhos por causa do trabalho, e 64% preferem empresas com horários flexíveis. “Ser mulher nos dias de hoje não é algo fácil, não que já tenha sido um dia, mas atualmente temos de combinar tarefas novas às antigas e isso pesa. São tantas obrigações que nem sabemos por onde começar”, comenta a decoradora de interiores Cristina Dias Amaral. Dedicação, responsabilidade e muito jogo de cintura são fudamentais, além de muito critério para tomar decisões, como, por exemplo, com quem deixar os filhos. Cristina tem a sorte de contar com total apoio do marido, de sua mãe e da sogra, com quem a pequena Maria Catarina, com apenas seis meses, passa os dias enquanto a mãe cuida da vida profissional. “É por ela que me levanto todos os dias, subo no salto, incorporo a decoradora, a mulher, para no final do dia voltar a ser o que sou e a fazer o que faço de melhor, ser mãe”, declara com carinho. Tudo isso cansa muito, afinal esse monte de compromissos são provenientes de uma sobrecarga de funções. Mesmo assim, Cristina não dá espaço para o desânimo, prefere reafirmar que seu bom desempenho no trabalho é essencial para que possa oferecer a estrutura necessária para que sua florzinha tenha uma infância feliz. “A melhor música que já ouvi na vida foi o choro da Maria Catarina, no instante em que veio ao mundo. Acredito na força dessa chama essencial que fala de vida. Por ela, faço todo e qualquer sacrifício”, conclui a mãe coruja.
A turma do faça você mesmo Infelizmente nem todas têm a mesma sorte em encontrar pessoas preparadas para cuidar de suas crianças. E algumas outras opções, como, por exemplo, uma escola em tempo integral, não estão dentro do apertado orçamento mensal da família. O Fórum Econômico Mundial realizou uma pesquisa em 20 países, entre eles o Brasil, em 2010, com o objetivo de elencar as principais barreiras que as mulheres precisam derrubar para conquistar melhores cargos dentro de suas empresas. A ausência de políticas corporativas para equilibrar a vida pessoal e profissional das funcionárias e a falta de horários flexíveis foram campeões de queixas.
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Ao desempenhar o novo papel de provedora da família, a mulher assume por tabela um trabalho monoparental, ou seja, transforma-se em pai dos seus filhos. Uma tarefa nada fácil e que, ainda, soma-se às suas outras atividades. Depois da separação, a secretária Maria Tereza Alves de Oliveira aprendeu na marra a viver dentro dessa realidade. “Dei um duro danado para não deixar nada faltar para meus filhos, Pedro e Maria Eduarda. Fui obrigada a cuidar das coisas, apesar de minha fragilidade emocional, e mesmo com total apoio da minha família, foi uma época tumultuada”, revela. Essa mãe batalhadora levou alguns meses para se adaptar a todas essas mudanças dentro de sua estrutura familiar e, hoje, sente-se orgulhosa por ter vencido muitas de suas batalhas.
Do Caos À Ordem “A maternidade é uma parte do que sou, mas não a única”, diz a analista de sistema, Simone Cardoso de Aguiar. “Seria incompleta sem as minhas responsabilidades profissionais”, completa. E, ao enfrentar o desafio, ela passou por maus bocados. Seis meses depois do nascimento de seu filho Guilherme, hoje com 2 anos, Simone voltou a trabalhar e logo recebeu a promoção tão sonhada. Ela aceitou sem pestanejar e também sem ter ideia do que a esperava. “Mergulhei de cabeça no trabalho a ponto de ser chamada de workaholic por parentes e amigos. Saía de casa pelas seis, sem hora para voltar, e isso influenciou negativamente a relação com meu filho, afinal nunca estava com ele.”, conta. Tamanha dedicação no campo profissional, causou certo distanciamento no ambiente familiar e, consequentemente, em constantes brigas com o marido. “Roberto me pediu para diminuir o ritmo, só que naquele momento fui incapaz de compreender os reais motivos. Era como se usasse uma venda em meus olhos”, confessa. Um belo dia, Simone teve uma crise de choro durante uma reunião importante e decidiu procurar ajuda médica a fim de descobrir as causas de seu desequilíbrio. Foi quando recebeu a notícia de que estava no meio de uma crise nervosa, causada pelo estresse de uma rotina desgastante. “Percebi o grande erro que cometi com os que mais amava e também que precisava me cuidar, ter uma vida saudável, para poder cuidar dos outros. Abri brechas para pensar em mim”, explica. Hoje, seus hábitos incluem aulas de pilates e natação, cuidados especiais com a alimentação e, o mais importante, mais tempo para se dedicar às brincadeiras com o filhote. “A mulher coloca sobre ela toda a responsabilidade no cuidado com os filhos e, quando sente que não está
Renata Monerat: “Tudo vale a pena pela Helena, uma menina saudável, linda e sorridente. Eu, mais feliz, impossível!”
cumprindo adequadamente com a sua função social, ela passa a se cobrar, os filhos cobram e a sociedade também”, analisa a psicóloga Fernanda Tavares. Para evitar desgastes desnecessários, ela recomenda que a mulher reserve um tempo para cuidados pessoais e intelectuais, vital para a saúde física e mental daquelas que vivem uma jornada múltipla. “A mulher precisa entender que pequenos reajustes em sua rotina são determinantes para se chegar ao equilíbrio, talvez o maior anseio das mulheres adultas. Atividades físicas e mais tempo para o lazer fazem a diferença”, explica a psicóloga.
Quando você pensa que acabou... A fisioterapeuta Mônica do Valle concorda com a recomendação da psicóloga e conta que ganhou mais disposição e energia depois que passou a frequentar assiduamente uma academia, bem ao lado de sua casa. “Faço aulas de spinning, alongamento e ginástica localizada. Não abro mão em dedicar um tempo para cuidar de mim”, confessa. Entre as habilidades possíveis para um ser huma-
no, a mulher guarda todas as que enumeramos e mais algumas, mas a capacidade de adaptação e recriação é, com certeza, a maior delas. A falta de tempo para praticar atividades físicas, por exemplo, é um fator que atrapalha, mas não torna impossível o cuidado individual da mulher. “Não tenho tempo para jogar fora. Sou uma pessoa que senta no sofá às 10h30 da noite, quando dá. Tenho de deitar com meu filho, senão ele não dorme. Sou cuidadosa com a alimentação, e não discuido do cabelo, da pele, da barriga, do bumbum”, brinca Mônica. Ela também diz que não pode abrir mão nem dos cuidados com o pequeno Davi, de três anos, nem da vida profissional, por isso, ela encaixa as idas à academia entre uma tarefa e outra, mas não se abala quando não encontra tempo para ir. “Quando não consigo ir para as minhas aulas na academia, caminho o máximo que posso, nem que seja deixar o carro um pouco mais longe do meu trabalho ou do colégio do meu filho, além disso aposto em creminhos estéticos para corrigir uma coisa ou outra”, encerra. Bem dizia Rita Lee, “ O sexo frágil não foge à luta”.
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Cidadania
Por: Vanessa Martins | Ilustração: Eward Bonasser Jr.
Consumo
consciente Empresas socialmente responsáveis passam a ser escolhidas por consumidores conscientes
A
o longo de décadas, as sociedades, principalmente as que estão inseridas no contexto capitalista, estiveram envolvidas pela ideia do consumo. Mas esse sempre foi um ato inconsciente, compulsório, apenas movido pela vontade. E muito estimulado pela publicidade e propaganda no início da “corrida de mercado”, momento em que as estratégias de marketing representavam somente o interesse das suas empresas pelo lucro, com ações e campanhas voltadas apenas para a indução da compra e mais tarde para a fidelização do cliente. A economia do Brasil está crescendo e, consequentemente, a sociedade está comprando mais, e a consciência na hora da escolha passa a ser um fator presente. O desenvolvimento dessa percepção não se limita à aquisição do produto, mas em todos os conceitos a que ele agrega. O consumidor passa a se preocupar também com o que o produto representa e em como a empresa que o fabrica ou o fornece está se comportando diante da sociedade, o
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papel que ela está desempenhando no contexto de “alerta vermelho” que o planeta está vivendo e, principalmente em relação às questões socioambientais. É neste contexto que a comunicação das empresas vem investindo em
ações de responsabilidade social, embutindo atributos invisíveis na hora da compra, mas que já estão sendo preponderantes para o consumidor, além de utilizarem dessas ações para se posicionarem com um diferencial diante do mercado. Segundo Fábio Eon, diretor executivo do portal responsabilidadesocial.com, as empresas estão mais cientes de que de possuem uma grande responsabilidade inerente aos produtos que produzem, compram ou vendem no mercado. Para ele, a responsabilidade social é um caminho de várias vias. Uma empresa pode impor sua agenda socioambiental a seus fornecedores como também pode atuar na educação ambiental de seus clientes, o mesmo vale para seus recursos mais preciosos: os recursos humanos. E de forma crescente, as empresas têm adotado também programas de valorização de funcionários e entendem que essas ações fazem parte de sua responsabilidade social. Como ações que envolvem, por exemplo, o estímulo a programas de voluntariado ou a participação de empregados em atividades que promovam o bem-estar da comunidade. Fábio acrescenta que a busca pelo lucro continua sendo a razão de ser de qualquer empresa, e acha natural que seja assim, porém acredita que tenha como conviver com os dois mundos em harmonia: “Não há porque uma empresa lucrativa não trabalhar em prol da sociedade ou do meio ambiente. Pelo contrário, empresas mais consolidadas ou há mais tempo no mercado já perceberam que vale a pena agregar valor aos seus produtos com ações de responsabilidade social. A cidadania corporativa é lucrativa. Ela reduz litígios na justiça, promove a imagem e aceitabilidade da empresa e, em última instância, também permite a melhoria dos serviços e produtos oferecidos.”
Esse consumo, que vem passando de uma prática compulsória para uma atitude mais consciente, ainda está amadurecendo no Brasil, consequência não só do desenvolvimento econômico tardio do País, mas também devido ao desenvolvimento social. Ainda está muito enraizada na cultura do consumidor brasileiro a compra
É claro que o consumidor médio ainda pauta sua escolha final pelo quesito ‘preço’, porém cada vez mais vemos surgir consumidores mais preocupados com o planeta e com o meio ambiente pelo menor preço, mas Fábio Eon comenta sobre dois diferentes tipos de consumidores que começam a surgir. “Hoje, é claro que o consumidor médio ainda pauta sua escolha final pelo quesito preço, porém cada vez mais vemos surgir consumidores mais preocupados com o planeta e com o meio ambiente. Alguns levam em conta na sua compra, dada a ampla oferta de escolhas e produtos no mercado, o histórico da empresa e seu envolvimento e reputação em causas
sociais. Contudo, infelizmente a sociedade e a publicidade estimulam um consumo excessivo e uma utilização maciça de recursos e insumos nos processos produtivos. Conviveremos ainda, por um bom tempo, com a dicotomia entre tipos opostos de consumidores: os ‘alterconsumidores’ versus os ‘hiperconsumidores’. Os primeiros mais zelosos com seus padrões de consumo, os segundos marcados pelo consumismo e pela influência da propaganda no que se espera de um indivíduo teoricamente ‘bem sucedido’.” Mesmo que o consumo consciente ainda esteja engatinhando para se tornar uma prática constante, o diretor do portal acredita em um novo perfil de consumidor, mais consciente do seu papel na hora da compra: “Em vários países, principalmente na Europa, o consumo consciente já é uma realidade. Muito mais que uma moda ou a projeção de uma imagem de cidadão ‘consciente’ ou ‘antenado’, tal comportamento já é internalizado nas práticas de consumo de milhões de pessoas. Muitas pessoas, hoje em dia, se guiam não apenas pelos atrativos mercadológicos de um produto ou serviço, mas também por suas crenças, ideologias e pelos processos de produção que levaram àquele produto. A palavra final continua sendo do consumidor e isso lhe dá um poder enorme. A escolha do que compramos, comemos ou vestimos pode (e deve) levar em conta nossa consciência e o que acreditamos ser justo e correto. Várias marcas têm enfrentado boicotes crescentes, e isso acaba por gerar um círculo virtuoso no qual a empresa necessita se reinventar e aprimorar suas práticas para sobreviver num mercado competitivo e cada vez mais pautado pelo respeito ao verde, aos direitos humanos e ao bem-estar da sociedade”, conclui Fábio Eon.
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Gente
Telmo Ximenes
Por: Edson Crisóstomo
Roberto e Yara Curi
Lula Lopes
Michelle Nicolai e Shaila Coelho
A ministra Helena Chaves, Marlene Galeazzi e o porta-voz da presidência Rodrigo Baena
Michelle Nicolai e Shaila Coelho
Política Taguatinga Shopping comemora nova fase com lançamento de revista O Taguatinga Shopping, empreendimento da JC Gontijo em parceria com as Organizações PaulOOctávio, lançou em 26 de abril sua mais nova iniciativa, a Revista do Taguatinga Shopping. A publicação, que traz conteúdo voltado ao centro comercial e seus lojistas, é um projeto da equipe de marketing para aumentar a visibilidade do local e proporcionar uma nova experiência a seus frequentadores. A produção da revista está por conta das conceituadas jornalistas Dalila Góes e Janaína Coe, que possuem vasta experiência nas editorias de moda e variedades. Com diversas dicas, tutoriais e editoriais, as páginas
da publicação são uma verdadeira vitrine dos produtos vendidos no shopping. Com o auxílio da revista, segundo a gerente de marketing, Renata Monnerat, o cliente aprenderá como consumir melhor, pois terá mais referências e proximidade com os produtos ali oferecidos. Com 12 anos de história, o Taguatinga Shopping abriga 240 lojas, espalhadas por 43,2 mil metros quadrados, além de 300 salas comerciais e mais de 2 mil vagas cobertas. De acordo com Renata, o lançamento da publicação marca uma nova fase do estabelecimento, que conta com novas lojas e grandes marcas. “A vida da gente é um grande acontecimento, e essa campanha veio para abrilhantar esse novo momento do shopping”, finalizou.
Dalila Góes e Márcia Rocha
Caixa Rápido Hospital Santa Marta com nova estrutura Há 26 anos na capital federal, o Hospital Santa Marta faz mais uma grande conquista. Em 26 de abril, inaugurou suas novas unidades de Terapia Intensiva e Radiologia – com completo serviço de diagnóstico por imagem – e ampliou seu Centro Clínico totalmente revitalizado, agregando mais 20 renomadas clínicas. Amplo, moderno e confortável, o Hospital Santa Marta passa a figurar no cenário da saúde no DF como um hospital referência. O Hospital Santa Marta conta com 20 mil metros de área construída, 220 leitos de internação, completo Centro de Tratamento de Câncer, Centro Clínico Inovador, Radiologia diferenciada em equipe, tecnologia e instalações, além da mais moderna, confortável e segura UTI do Centro Oeste.
Melissa Gontijo e Marcela Bastos Telmo Ximenes
Telmo Ximenes
Os sócios Sérgio Araújo, Cristiane Castro e Daniel Araújo
e Samanta Jornalistas Natália Liliane CardimRoriz e Karina JordãoSallum
Geleia Geral Máscaras faciais viram tendência Quem não deseja uma pele viçosa e lisinha? Com linhas variadas e preços diversos, as máscaras ganham lugar de destaque entre os consumidores, dada a sua facilidade na hora da aplicação e remoção. A Máscara de Colágeno Anna Pegova Lipossomada é exclusividade da marca francesa. Além de ser uma grande aliada nos tratamentos faciais, ajuda no relaxamento, elimina o ar de cansaço do rosto e levanta a expressão. O tratamento pode ser repetido quantas vezes o cliente desejar ou a esteticista orientar.
Cidade
Fotos: Gustavo Serrate
Cartas de amor para Brasília Reedifico a Cidade Reedifico a cidade. Suas artérias, suas sinfonias subterrâneas, seus mares extintos na memória. O milagre de suas mãos aquáticas. Suas tímidas cantigas como fontes, no chão. Tributários do espanto roem as horas, as praias as multidões, as raízes, os muros antigos. Os olhos da insônia, criativos e límpidos, amoldando a cidade, no ar. Assim, reedifico-a. Joanyr de Oliveira. Poema transcrito do livro “O Grito Submerso”, 1980.
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Brasiliense Sou passarinho que canta acima do vento ao redor. Sou buriti alagado, espreguiçando-se ao sol. (...) na vastidão do cerrado com luz a perder de vista, sou um ipê encravado que sobrevive no asfalto. (...) não há bem que me conforte, nem mal a me atormentar; sou um candango de sorte, peão forte a se urbanizar (...) Raul de Taunay, poeta brasiliense
Saudades de Braxília Soltar pipa no eixão nadar e pescar no paranoá comer pastel de queijo na rodoviária estacionar no setor comercial sul voltar da festa a pé, altas horas catar gabiroba perto da catedral namorar embaixo do bloco cruzar a L2 de patins e a W3 de skate pegar um grande circular e circular de mãos dadas com o banco ver estrelas, muitas estrelas pescar no riacho fundo, que hoje atravesso a pé Nicolas Behr
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Mercado de Trabalho Por: Giuliana Soares | Fotos: Divulgação
Palestras motivacionais
ganham
toque
mágico Ao tirar seus truques da cartola, Tio André faz mais do que divertir, ensina o público a se manter motivado
D
esde criança, André Freire tinha o poder de comunicar-se com desenvoltura e desembaraço com as pessoas, além de arrancar risadas com comentários espirituosos e brincadeiras divertidas. Esse lado engraçado do rapaz fez com que um amigo o convidasse para uma parceria, em que ambos animariam Tio André mostra seus truques às crianças festas de crianças. “Eu me fantasiava de He-Man e meu parceiro de Rambo. Conseguimos as fantasias emprestadas e, mesmo ta, boa vontade e, segundo André, muito amor. Com com pouca experiência, montamos um roteiro. A o passar do tempo, André buscou novas alternativas criançada adorava a dupla, e a recompensa maior para enriquecer suas apresentações e assim surgiram era ouvir as gargalhadas dos pequenos durante as as brincadeiras, o fantoche, a maquiagem, o balão festas”, conta o Tio André, como é conhecido. mania e o seu carro-chefe: a mágica. E foi um enorme sucesso o resultado dessa emEm determinado momento, Tio André percebeu preitada. “Depois deste evento, não paramos mais. que poderia aproveitar seu talento junto ao público Trabalhamos todos os fins de semana em animação e ir além do trabalho feito com crianças. Ele cursou de festas”, relembra o Tio André. No início, os únicos marketing e fez pós-graduação em recursos humanos, instrumentos de trabalho eram uma corda, a gargan- além de fazer vários cursos na área de motivação,
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vendas, atendimento, recreação e teatro para poder trabalhar com mágicas nas empresas. “Foi assim que nasceu a ideia de montar palestras motivacionais para mostrar que podemos transformar nossas vidas em histórias de sucesso. Uso o bom humor com sensibilidade para passar a mensagem de que os obstáculos que aparecem Mágica também encanta adultos podem e devem ser superados”, afirma. Para produzir uma palestra em forma de show, Tio André estuda o tema definido pela empresa e depois disso monta um detalhado briefing para cada cliente. “Esses fatores tornam o encontro marcante e inesquecível. É dessa forma que André Freire, o Tio André, trabalha”, diz ele. André fez diversos cursos na área de recreação e lazer, participou de conferências, festivais, congressos e hoje, 25 anos depois, conta mais de
7.000 festas realizadas. Entre as muitas palestras já proferidas, Tio André destaca A magia da venda, Atendimento Mágico, Oratória Emocional e Orçamento Familiar com Luis Mendes, e muitas outras personalizadas que são desenvolvidas ao gosto do cliente. “É muito gratificante ver que as pessoas se identificaram com tudo o que foi dito no final de cada palestra. Acho que isso se deve ao fato de usar sempre o bom humor para abordar temas relevantes”, analisa. Serviço Tio André (61) 9974.0033 contato@tioandre.com.br www.tioandre.com.br
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Educação
Por: Giuliana Soares | Fotos: Gustavo Serrate
Escolas
incrementam os currículos
Em Brasília, as escolas oferecem atividades diferenciadas com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento de habilidades, relações interpessoais e autonomia.
A
oferta de cursos extracurriculares é um dos fatores determinantes do sucesso das escolas, segundo a pesquisa Redes de Aprendizagem, feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Especialistas confirmam a importância deste tipo de trabalho, geralmente comum nas escolas particulares, mas que também pode ser encontrado em algumas públicas. Quando pensamos em crescimento infantil, as atividades que envolvem exercícios físicos têm um papel importante. Elas contribuem para a prevenção de vários problemas de saúde, como depressão, colesterol alto e obesidade infantil. E os benefícios parecem não se resumir apenas à saúde. Segundo muitos pais, a prática da atividade física implica também na melhora do rendimento
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escolar e tem maior aproveitamento de notas. As atividades com música e teatro ajudam na construção de outras habilidades. Vários estudos já mostraram que as pessoas aprendem de diversas maneiras. Algumas aprendem melhor lendo, outras ouvindo e outras com dramatização, por isso é importante fazer aulas diferentes, que estimulem o desenvolvimento de outras características, de outros canais de inteligência.
Fora do comum
Atividades como balé, natação, artes e judô são as mais comuns nas escolas, mas há algumas que inovam em suas opções. O Colégio Galois, por exemplo, oferece aulas de arte circense, mind lab, matemática financeira, sustentabilidade, reciclagem e educação ambiental.
Os exercícios aplicados durante as aulas de circo ajudam a estimular a autoconfiança e ultrapassar limites, como a timidez. Também podem contribuir para melhorar o desempenho em sala de aula, já que o circo exige muita disciplina para se chegar a um resultado. O mind lab envolve jogos de raciocínio em que os professores são mediadores e explicam as estratégias e os objetivos de cada atividade. Os alunos exercitam oponência e cooperação e desenvolvem concentração, autoconfiança e sociabilidade. Para o diretor do Ensino Médio do Galois, Nei Vieira, essas atividades foram planejadas para que o aluno esteja preparado para lidar com conflitos na vida futura. “A matemática financeira, por exemplo, tem surpreendi-
Fazenda Galois: alunos trabalham com plantio
do principalmente os pais, que têm visto uma postura mais responsável e comprometida dos filhos com as despesas domésticas”, lembra o diretor. Outro ponto de preocupação da escola é com a consciência ambiental e o reaproveitamento. Nei Vieira fala ainda da fazenda do Galois, onde os alunos trabalham com reciclagem, plantio, adubação verde e outras atividades ligadas com a educação ambiental, em que são buscados valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente. No Colégio Inei, no Lago Sul, são ministradas aulas de yoga. Segundo a professora Dayse Rose Vianna, que ministra as aulas desde 2010, a concentração dos alunos melhorou muito e isso influencia bastante no processo de aprendizagem. “As aulas de yoga têm dado muito certo. Além da melhora na concentração, buscamos também a correção postural e o respeito ao próximo.”, lembra Dayse Rose. O Ceub tem apostado no ensino do mandarim, por considerar uma importante ferramenta no processo de globalização e também pela necessidade de ser um diferencial na hora de procurar um emprego. No La Salle e Centro Educacional Católica, as aulas de robótica são os diferenciais. Na Católica, também há uma banda de música, a Católica Drum Corps que é um novo formato de banda marcial adotado pela escola, confirmando um de seus pilares, a formação integral do ser humano por meio da musicalidade
Arte circense: desenvolvimento psicossocial
que desperta valores, como disciplina, trabalho e grupo, essenciais para os seus educandos. A banda tem o estilo das bandas americanas, aliando música e coreografia, tornando sua performance muito mais atrativa e agradável para quem está assistindo. A Affinity Arts construiu um quadro de profissionais, músicos e educadores, que favorece o desenvolvimento de um programa rico, dinâmico e estimulante para os alunos. Eles acreditam que o objetivo é oportunizar o desenvolvimento da autonomia, sua capacidade crítica e sua criatividade, visando valorizar e acrescentar suas potencialidades, investindo na sua atitude investigatória, cooperativa e solidária. Para a diretora geral da Associação Brasileira de Psicopedagogia em Brasília, Marli Campos, atividades extracurriculares melhoram o desenvolvimento humano, tanto cognitivo quanto psicossocial. “As crianças que participam de alguma atividade extracurricular, são mais seguras em seus vínculos sociais, aprendem a respeitar as opiniões, os limites e as regras e também lidam melhor com as frustrações.”, destaca Marli. Ela acredita que, ao interagir com outras crianças nessas atividades, a criança amplia seu conhecimento e, com isso, possibilita o desenvolvimento como um todo, contribuindo para o melhor desempenho acadêmico. E completa, “a criança estimulada desenvolve habilidades e, com isso, terá melhor resultado nas atividades escolares.”
Segundo o pesquisador Jean Piaget, que buscou entendimento sobre o desenvolvimento humano, o conhecimento a partir de estímulos externos é que ajuda o desenvolvimento cognitivo. Atividades que envolvem o desenvolvimento psicomotor e intelectual contribuem para que as químicas cerebrais também estejam em sintonia, possibilitando bem-estar e melhor qualidade de vida à criança. A psicopedagoga fala que as atividades em dosagem correta para a criança servem como terapia, porque possibilita dar direção e regular a energia que está em excesso. Para desenvolver essas atividades, segundo Marli, é necessário que a escola amplie espaço físico que atenda a demanda com qualidade, e que professores sejam plenamente qualificados para receber essas crianças que estão em desenvolvimento. A especialista acredita que o único ponto negativo que levou em consideração enquanto psicoterapeuta são atividades extracurriculares em excesso às crianças. Não é difícil encontrar crianças que cumprem agendas super lotadas no dia a dia. Com essa sobrecarga de atividades, abre possibilidade para desencadear estresse a essas crianças, sendo que muitas vezes ainda são muito novas e não estão preparadas psicologicamente e neurologicamente para determinada atividade que lhe for proposta. Serviço Galois - End.: SGAS 902, conjunto A, lote 73, Asa Sul - (61) 3214-2070 www.galois.com.br Inei - SHIS, QI 7, Conj. 17- Lote F - Lago Sul - (61) 3248-2450 E-mail: inei.lagosul@inei.com.br www.ineilagosul.educacional.net Centro Educacional Católica - QS 07, lote 01, EPCT Águas Claras - (61) 3451 5000 www.cecb.edu.br Colégio Ceub - SEPN, 708/709, Campus Universitário do Ceub, bloco VI (61) 3340-3335 www.colegio.ceub.br Affinity Arts - QI 9, conjunto 16, casa 7 Lago Sul - (61) 3248-2966 www.affinityarts.com.br
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Tecnologia
Por: Camila Maxi | Fotos: Camila Maxi
Fotografia digital com gostinho de analógica Lentes para celular dão ar retrô de nostalgia em imagens
I
magine suas fotos de uma forma diferente, em que tudo é ampliado, fazendo com que objetos comuns ganhem encanto, detalhes que em outras situações passariam despercebidos. Caracterizadas por misteriosas vinhetas, vazamentos, grãos lo-fi, borrões e um mágico equilíbrio entre contraste e saturação. Imaginou? Saiba que ter tudo isso em seu celular é possível. As lentes Jelly Lens foram criadas para simular uma câmera lomográfica em aparelhos digitais. São lentes com efeitos especiais feitas para celulares, webcams de notebook, câmeras compactas e qualquer outra lente de vídeo ou fotográfica de tamanho pequeno. As lentes servem em qualquer aparelho celular. Vale lembrar que podem ser usadas também para a produção de vídeos. Os tipos de lentes são os mais diversos, como a Fish Eye (olho de peixe), grande angular, close-up entre outros mais divertidos, com filtros de cores embutidos, e desenhos para dar vida às imagens. Explorar a criatividade com esse acessório é a única regra. As lentes são de plástico, e existe um tipo de adesivo para aderir a lente na objetiva e uma cordinha para prender no celular ou câmera. A lente mede 2 cm de diâmetro e 1,5 cm de profundidade. A lente com a mola mede 9,5 cm. Para usar, basta colar a lente na cavidade da câmera e utilizar o celular ou notebook normalmente. Quando o adesivo ficar fraco, apenas lave com sabão neutro e ele voltará ao normal. O produto encontra-se à venda no site especializado em acessórios para fotografia Photojojo.
Testamos o produto
As lentes funcionam bem, porém não são práticas. Mas é um acessório fofo, barato e dá para usar e abusar da criatividade. As fotos ficam com efeitos divertidos. E variam de acordo com a iluminação do local. Uma dica é que, após fazer as fotos, vale incrementá-las com bordas divertidas. Isso é possível através de aplicativos como Instagram e o Pixlr-o-matic.
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Serviço photojojo.com Para quem não quer esperar o produto pelos Correios, pode encontrar as lentes com a Elisa, no e-mail: ellysabs@gmail.com
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Cotidiano
Por: Thiago de Mello | Fotos: Gustavo Serrate
A vida nas
superquadras A
s superquadras de Brasília parecem estar alheias ao tempo. Mudam os moradores, chegam e saem carros de todos os tipos. Como sempre, passeiam crianças, adolescentes, adultos e idosos acompanhados, a sós ou com seus animais de estimação. A idade não importa, pois a superquadra permite a mesma convivência para todos. Se a quadra polivalente não está ocupada, em breve haverá um futebol. Se o pátio do bloco está vazio, em pouco tempo alguém iniciará um conversa à sombra de sua estrutura. No parque, crianças brincarão despreocupadas. Os bancos serão ocupados por casais ou qualquer pessoa que precise de um descanso, a qualquer momento. O tempo passa, e a rotina das superquadras permanece a mesma. Na banca de revista da 305 sul, uma senhora conta para o proprietário do estabelecimento a viagem que fará no dia seguinte. Visitará a família, diz ela, ansiosa. O dono ouve com atenção, enquanto coloca numa sacola os produtos comprados pela senhora, que rapidamente se despede, pois tem que ir ao banco e já são quase 16h. Em seguida, chega outro
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senhor, esse sem pressa. César Augusto da Silva não mora na 305, e sim na 306 sul. Porém vai à banca da quadra vizinha, pois gosta do atendimento. Aos 65 anos, César não pensa em sair das superquadras. “Gosto da facilidade de ter tudo perto. Mercado, farmácia, banco. É bem prático”, diz serenamente o maranhense, nascido em São Luís. As superquadras, principalmente da Asa Sul, divergem em poucas coisas. As estruturas são parecidas. Prédios, parques e escolas pouco mudam. Porém, em meio a tantas quadras, uma se destaca em quase todos os sentidos. Seja no projeto arquitetônico, paisagístico seja urbanístico, a 308 sul possui um charme diferente das demais. Motivos para esse diferencial são vários. Talvez seja por ter sido a única quadra a ter o projeto paisagístico assinado por Burle Marx, arquiteto-paisagista de renome mundial. Talvez pela visita da Rainha Elizabeth II, chefe de Estado do Reino Unido da Grã-Bretanha ao Jardim de Infância da quadra, em 1968. Quem sabe, também, por ser considerada quadra modelo de Brasília por ser referência de como deveriam ser as superquadras da cidade:
Estruturalmente, uma superquadra é um conjunto de edifícios residenciais sobre pilotis, ligados entre si pelo fato de terem um acesso comum e de ocuparem uma área delimitada. O chão é público. Os moradores pertencem à quadra, mas a quadra não lhes pertence. É essa a grande diferença entre superquadra e condomínio Trecho do livro “Registros de uma Vivência”, autobiografia de Lúcio Costa
A rotina é uma das identidades das superquadras
espaços bem definidos com toda infra-estrutura básica para atender as necessidades dos moradores. De qualquer maneira, a 308 possui algo que realmente cativa àqueles que passam pela quadra, seja um visitante seja morador, como é o caso do casal Cleo dos Santos Rosa e Salete Ernestina Francisco Rosa. Em 1984, Cleo e Salete vieram para Brasília e, desde então, moram no mesmo local. “Esse apartamento tem muitas histórias”, confirma o casal. Salete conta breve lembranças da vida do casal desde a chegada em Brasília com um leve, porém marcante, sotaque. De expressão sorridente, brinca dizendo que é “catuxa: mistura de catarinense com gaúcha”. Para Salete, “o
Alberto Resende, dono da banca, elogia os clientes: “é uma clientela fiel, que sempre conversa”.
Com 28 anos de Brasília, Cleo e Salete gostam da “tranquilidade da quadra”
clima de Brasília agradou bastante”, diz, olhando para o marido, que confirma: “Verdade. Não gostamos de extremos”. O frio de Brasília nem é considerado frio de verdade por eles. Tampouco a seca parece incomodar o casal. Porém, mesmo com o clima agradável, a estrutura da superquadra é o que torna os 28 anos de Brasília especial. “Gostamos da tranquilidade da quadra”, afirma Cleo. “Temos todos os recursos aqui, com facilidade. Não precisa de carro. Conseguimos andar com segurança”, diz, também olhando para esposa, que confirma as palavras do marido. Salete, com sorriso ainda mais sincero, declara o amor pela quadra e pela capital: “Me sinto bem aqui. Nem considero mais o Rio Grande do Sul como meu estado. Para mim, Brasília é o meu lar”. Ao andar pela superquadra, nota-se uma beleza diferente das demais. Embaixo de um dos blocos, um jovem casal troca carinhos. O jardim de infância entoa, como diz Cleo, “a sinfonia das crianças”. No parquinho, a babá Lissa de Morais, de 16 anos, cuida de Juliano, 7 anos, além de brincar com ele. Parecida, mas com algo a mais, a quadra 308 mostra o motivo de ser caracterizada como modelo. A distância entre as quadras 308 e 410 sul é razoavelmente pequena. Apenas alguns minutos de carro já revelam as características árvores que cercam a quadra. Prédios menores, de apenas três andares, e mais simples compõem aquela que é uma das mais antigas superquadras de Brasília. Logo na entrada, há uma banca de revistas, recém reformada, com traços coloridos e uma igreja do outro lado da rua. A igreja ainda está fechada. A banca, no entan-
to, está movimentada. Além do entra e sai de clientes, dois moradores da quadra estão sentados em frente a banca conversando e observando o grande movimento dos carros pela 410. Entre algumas latas de cerveja, os amigos Evandro Lopes Rezende, 46 anos, e Daniel Paulo, 54 anos, lembram de histórias e elogiam a quadra onde moram. Evandro mora no mesmo apartamento desde que nasceu. “Não imagino morando em outro lugar. Conheci muita gente aqui e muitos deles venderam o apartamento que tinham. Hoje se arrependem disso. Querem voltar”, diz em ligeiro tom de alerta. Enquanto conversam, o trânsito na banca continuava constante. Quem chegava sempre falava com os amigos, que continuavam sentados à porta do estabelecimento. Todo mundo parecia se conhecer. O dono da banca, Alberto Rezende, de 30 anos, fazia pergunta do dia a dia a Evandro. Sabia o que passava na vida do amigo/cliente. Todos conversavam entre si. Alberto é comunicativo. Sabe o nome de todos que passam pela banca. Sorrindo, brinca com os clientes. A dinâmica é bem simples, segundo Alberto. “A clientela aqui é fixa. Quem mora aqui na 10 faz questão de comprar na banca. Sempre descem de seus apartamentos e se reúnem aqui. Conversam e compram alguma coisa. Sempre tem movimento”, diz entre piadas e risos. Os elogios dos moradores também são sobre a facilidade de encontrar vários produtos e serviços perto da quadra. Entretanto, para todos aqueles que estavam conversando perto da banca, o diferencial da quadra é a amizade, o convívio cotidiano.
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Planos e Negócios Zacks O variado cardápio do Zacks – The Finest Grill & Burger – oferece mais cinco opções aos clientes. São três novos pratos de entrada ou petisco e mais dois sanduíches. As novidades, Bonanza Filé, Thunderibs, Camarão Kurosawa, Fellini Pastrami e NY Hot Dog, são as criações que incrementam o menu do restaurante especializado em grelhados localizado no Brasília Shopping.
Pró Corrida
O tempero levemente apimentado do Bonanza Filé caiu no gosto da clientela. A isca de filé mignon com cebolas tipo julienne no pão ciabatta é o prato mais pedido entre as novidades. Já os apreciadores de costela têm como opção o Thunderibs, que vem com a carne envolta em folhas de harumaki, cobertura típica dos rolinhos primavera. Para completar os novos petiscos, o Camarão Kurosawa traz o fruto do mar com cream chese ao molho tonkatsu. Entre os sanduíches, o destaque é o Fellini Pastrami, montado no pão ciabata, com camadas de pastrami (carne leve temperada), alface, tomate e maionese. E o Hot Dog NY adapta o famoso cachorro quente nova-iorquino ao gosto do brasiliense com salsicha, molho e queijo cheddar.
Serviço Zacks - The Finest Grill & Burger Praça de alimentação do Brasília Shopping (61) 3328.0004 www.zacks.com.br Horário de funcionamento: Segunda a sábado, das 10h às 23h, e domingo das 10h às 22h
Inaugurada recentemente na cidade, a Pró Corrida é uma loja de produtos esportivos que conta com produtos, como tênis, acessórios e vestuários, das marcas Asics, Reebok, Mizuno, Vibram FiveFingers (um conceito diferente entre calçados, que funciona como uma luva para o pés), Doox e Lupo Fitness. Há também mochilas, bolsas, sacolas, garrafas camelback, bonés, cadarços especiais para corredores, relógios, frequencímetro, cintos de hidratação, meias de compressão, esteiras, toalha de alta absorção, material para natação, entre vários outros produtos. A empresária Luciana Van Damme, à frente da loja, alegra-se em saber que seu empreendimento é uma referência na cidade.
Serviço Pró Corrida SHC/AOS EA 02/08 Lote 05, loja 148/149 – Terraço Shopping (61) 3234.0041 Funcionamento: segunda-feira a sábado de 10h as 22h e aos domingos de 14 as 20h.
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Restaurante Quitandinha Farmacotécnica Instituto de Manipulações Farmacêuticas, empresa genuinamente brasiliense, oferece assistência farmacêutica há 35 anos, com o objetivo de dar opções ao médico de prescrever o medicamento sob medida e na dose certa para cada paciente. Para isso, trabalha com farmacêuticos especializados em manipulação, credenciados pela Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag). A sua missão é manipular medicamentos com precisão, produzir e comercializar produtos diferenciados no mercado. Atualmente, a Farmacotécnica conta com oito farmácias equipadas com laboratórios de última geração. Sua estrutura compreende laboratórios de sólidos, semi-sólidos e de líquidos, laboratórios de controle de qualidade, e uma chácara de cultivo de ervas medicinais.
O restaurante Quitandinha, recém inaugurado na 106 sul, traz para a cidade uma nova concepção de gastronomia aliada ao entretenimento. O estabelecimento apresenta em seu cardápio o que há de melhor na cozinha mediterrânea. Durante o almoço, oferece um bufê de saladas, conservas, antepastos, pratos quentes e várias opções de grelhado. Já à noite, o bufê dá lugar a queijos e frios, mas também serve um menu a la carte com mais de 30 tipos de pratos elaborados com cortes selecionados de cordeiro, suínos, bovinos, frangos e peixes nobres. Para beber, o restaurante proporciona os deliciosos drinques preparados especialmente para a casa, tornando-se uma verdadeira festa animada pelo famoso e único cardápio musical, no qual os frequentadores do restaurante podem escolher a música que quiserem, dentre as opções musicais pré estabelecidas pelo Quitandinha, e ela será tocada imediatamente em todo restaurante!
Serviço Farmacotécnica Centro Médico – Matriz SHLS Qd. 716 Cj. B Bloco 5 – Lj. 1 a 4 302 Sul SHC/Sul Qd. 302A Bloco D – Lj. 35 Centro Clínico Norte SHL/Norte Bloco L – Lj 8 e 56, Térreo nº 43 – Sl. 111 316 Norte SHCL Qd. 316 Bl. F – Lj. 13, 17 e 21 (61) 3245.7667
Serviço Quitandinha CLS 106 Sul, Bl. A, Lj. 1 (61) 3242.7544 Funcionamento: Diariamente, a partir das 12h.
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Automóvel
Por: Giuliana Soares | Fotos: Gustavo Serrate
C
om 57 anos de uso, o Rolls-Royce conversível da Presidência da República ainda não chegou aos 30 mil quilômetros rodados. Trata-se de um modelo Silver Wraith Formal Cabriolet, com carroceria fabricada pela empresa britânica H. J. Mulliner & Co. Só existem outros dois carros iguais a esse no mundo, que passou por uma restauração completa durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O automóvel foi o último a não ter sua carroceria definida pela fábrica, mas sim pelo comprador, que podia escolher entre os vários encarroçadores (coachbuilders) para deixar seu modelo absolutamente exclusivo. Com bancos de couro e madeira legítima revestindo o interior, o Rolls-Royce presidencial tem motor 4.5 de 6 cilindros e uma potência relativamente pequena para um carro de 1,9 tonelada: 120 cavalos. Funciona com tração traseira e câmbio manual de quatro marchas. Ao longo dos anos, sofreu diversos reparos e reformas executados pelo fabricante. Conta com seguro total no valor de 400 mil dólares. Diferente do que muitos pensam, o carro não foi um presente da rainha do Reino Unido, Elizabeth II, ao presidente Getúlio Vargas (1951-1954). Na verdade, Getúlio recebeu o veículo de presente de empresários, mas o destinou a uso público. O carro foi utilizado pela primeira vez em cerimônia pública no dia 1° de maio de 1953, por Vargas, durante as festividades do Dia do Trabalho, em Volta Redonda (RJ). No mesmo ano, o presidente peruano, general Manoel Odria, usou o veículo durante sua visita ao Brasil. Depois dele, andaram também no carro a rainha da do Reino Unido, Elizabeth II, e o presidente francês Charles de Gaulle, entre outros chefes de Estado.
O Rolls-Royce de Chateaubriand
O carro e os presidentes Emblemático nas cerimônias de posse da Presidência da República,o Rolls-Royce também é presença obrigatória nos desfiles de 7 de setembro 44
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Existe outro Rolls-Royce estacionado na garagem do Palácio do Itamaraty. Trata-se de modelo 1958, preto, não conversível, de corpo mais alongado – quase uma limusine – que no início do governo de Fernando Henrique Cardoso, o então diretor administrativo do Itamaraty, embaixador Carlos Garcia, decidiu transferir para a Presidência. O carro não dispunha de documentos, certificados ou registros oficiais e não era licenciado. Uma vez no Planalto, e de posse de uma declaração do Itamaraty, o coronel licenciou o carro no Detran do Distrito Federal e, recorrendo aos arquivos da Rolls-Royce, na Inglaterra, descobriu sua origem: o veículo tinha sido comprado pela embaixada do Brasil em Londres. Pela data, tratou-se de mais uma das extravagâncias do então embaixador do país no Reino Unido, o falecido Assis Chateaubriand. O empresário Gastão Correia da Veiga Filho, dono, na época, da empresa que importava carros ingleses, conta ter as faturas do automóvel. Já a filha de Getúlio, Alzira Vargas do Amaral Peixoto, garantia que o carro foi pago por um grupo de amigos do presidente.
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Vida Moderna
Por: Camila Maxi | Fotos: Divulgação
Posso
?
dormir no seu sofá “I
Rede social possibilita intercâmbio cultural sem custo
magine a possibilidade de ver o mundo com os olhos de quem mora ali, naquela parte? Ele pode estar ocupado, mas te dará direções que nenhum hotel te daria. Ou, se ele tiver tempo, não vai te levar para o ponto mais turístico da cidade, a não ser que peças. Ele vai te levar pra onde turistas nunca têm acesso, só conhece quem mora na cidade. Vai te mostrar uma esquina diferente, uma janela engraçada, ou te contar uma história igualmente engraçada, com aquele sotaque que te parece divertido. Some a tudo o fato de isso tornar a decisão de viajar mais fácil, mais interessante, e, por que não dizer, mais barata? A ideia é abrir fronteiras e mentalidades.” Esse é o conceito de Couchsurfing para a jornalista Priscilla Leonel, de 27 anos. Viajar, conhecer pessoas e ampliar o conhecimento sobre os traços culturais de uma comunidade são algumas das características de um projeto, criado em 2004, pelo americano Casey Fenton. A rede está espalhada por mais de 230 países e consiste em um serviço gratuito, no qual o usuário preenche um perfil em um portal da Internet e
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passa a contar com recomendações de outros usuários sobre diversos destinos, além de poder pedir hospedagem ou abrigar algum viajante em seu sofá. Tudo sem pagar nada. A missão do projeto é apreciar a diversidade, espalhar tolerância e criar uma comunidade global. A troca de culturas é muito rica.
“Já hospedei franceses, russos, reunienses (de Reunion, ilha próxima à África), alemães, peruano (que se tornou meu noivo), americanos e paulistas. A gente sempre fica na expectativa de que tudo dê certo e seja uma pessoa bacana. Sempre penso que estou abrigando alguém que tem uma história
completamente diferente da minha e quero trocar figurinhas, quando há tempo. A sensação é de confiança, de crer mais no mundo, de abrir as portas da casa pra alguém. Da facilidade de ir a outro território. Acredito que, quando eles chegam, você, de alguma forma, também vai” comenta Priscilla. No ano passado, Brasília foi a sétima cidade em quantidade de inscrições, no ranking brasileiro. A cidade obteve a marca de duas mil pessoas cadastradas. “Eu já fiquei em casas de gregos (em Atenas) e ingleses (em Londres). Recebo mais do que viajo. Mas sempre que penso em viajar, minha primeira opção é o couchsurfing. Só não utilizo a rede quando tenho amigos que preciso visitar e querem me receber.” diz. Os couchsurfers participam das comunidades divididas por interesses e promovem reuniões em bares, churrascos e outros eventos. Nesses encontros, os participantes colaboram para conseguir hospedagem para viajantes que visitam a cidade e para quem é daqui e quer viajar. Além disso, em clima de confraternização, são discutidas eventuais mudanças no serviço e há sempre espaço para críticas e elogios. “Estou no projeto há cerca de cinco anos. Conheci o projeto na Inglaterra, por meio de uma amiga que conhecia há algum tempo, quando vivia em Florianópolis. Ela estava vivendo na Itália e tinha acabado de mudar para Londres na época em que eu também morava lá.” conta. Abrigar uma pessoa desconhecida no sofá da sua casa nem sempre é fácil. Existe uma série de regras e recomendações que devem ser seguidas. A comunidade é muito clara quanto a isso, afinal são pessoas das mais diferentes personalidades e, em muitos casos, de países com traços culturais bem diferentes dos nossos. “É um risco que se corre. Mas a gente entra de cabeça, porque é muito difícil algo ruim acontecer, principalmente se estivermos atentos às regras básicas de educação e bom senso,” afir-
ma Priscilla. “Comigo, duas situações ruins aconteceram apenas. No último dia de uma viagem à Grécia, cheguei duas horas depois do combinado, durante a madrugada, na casa da pessoa que me recebeu por seis dias. Estava chegando do Porto, passando mal e sem o número da casa dela (tive problemas, perdi toda a papelada no meio do caminho, fui desorganizada). Ela ficou enfurecida, foi uma situação ruim, que fez com que eu acordasse a mãe dela, por exemplo.” Outro aspecto interessante são os laços de amizade que são construídos em meio às andanças pelo mundo afora. Mesmo com pessoas de culturas diferentes, que vivem em países distantes e têm opiniões opostas é possível sim fazer amigos e cultivar a amizade. “Fiz uma grande amizade com o Nick, um americano que hoje está na Bélgica. Não paramos de nos escrever até hoje, três anos depois, e-mails extensos em que conversamos sobre tudo e trocamos de dois em dois meses. Temos visões completamente diferentes, falamos sobre política, cultura, entre tantas outras coisas. Somos muito diferentes, mas nos gostamos muito e nos sentimos um pouco como irmãos. Ele vem novamente no final deste ano. Tem também o Nicolas, da França, que já veio duas vezes e foi demais. E o homem-ilha, de Reunion, uma figura que só comia banana e fruta no almoço, tinha a pele mais incrível do mundo, era todo vermelho do sol, morava numa ilha próxima à África (pertencente à França),” explica a jornalista. No entanto, nem sempre as experiências são positivas. Priscilla conta que, em certa ocasião, hospedou dois rapazes russos que não deixaram saudades. “Eles acabaram com a minha comida, bagunçaram minha casa, não me pagaram nada de volta, pediam tudo o que viam e, pra piorar, não me deixavam em paz, não eram independentes, não eram educados e eram desagradáveis. Tive que ser dura com um deles e não emprestei a chave de casa (enquanto eu não estava).
Eles quiseram estender o período de estadia e fui obrigada a recusar devido a todos os ocorridos. Mas esse é o tipo de coisa difícil de acontecer.” As andanças de “Pree” (como é conhecida pelos amigos) foram em cidades da Inglaterra e Grécia “Já pedi hospedagem no Chile e em Campinas, mas ainda não consegui ir, porque apareceram compromissos profissionais.” comenta. “Minha missão no couchsurfing é dominar o mundo (risos). Brincadeira, o que quero na verdade é servir bem e trocar bem. Me gusta esto,” brinca. Priscilla dá a dica final para complementar o seu perfil no site e deixá-lo mais atrativo. “Peçam para que seus amigos façam perfis e falem o que acham de você, para que não comecem sem referência alguma. Deixe o link do seu Facebook no perfil, é importante para mostrar que está vivo e que é de verdade, que tem uma vida, uma cidade e amigos. Leia bem o perfil das pessoas que vão receber seu convite, seja gentil com elas, avise sobre a viagem com certa antecedência. Para receber, diria pra ficar atento às referências, sempre. Elas dirão muito. “Fora as formas de segurança da rede”, enumera. Pree Leonel deixa um recado para quem ainda não tomou coragem para ingressar no Couch “Deixe de bobagem. Abra as portas. E vá ver o mundo através de quem faz parte dele”.
Quando o couchsurfing acaba em casamento O couch mudou as vidas de Priscilla e Victor. “Conheci meu noivo através do site. Não foi premeditado e nem forçado. Aconteceu, e foi um presentão. Recebi o Victor Kitamoto, em 11 de agosto de 2010. Fui buscá-lo no aeroporto. Começamos a namorar dois dias depois. Hoje, nos vemos de dois em dois meses. Ele vem morar aqui em breve. Foi o meu couchsurfer mais legal” diverte-se. Serviço www.couchsurfing.org
Esporte
Da Redação | Fotos: Fábio Pinheiro
Balões multicoloridos enfeitam o céu de Brasília Os pilotos decolaram da Esplanada dos Ministérios, um dos principais cartões-postais da cidade, e enfeitaram a capital. Coloridos e vistosos, os balões chamaram a atenção de quem saiu às ruas
O
céu de Brasília foi testemunha do belíssimo espetáculo proporcionado pelos balões trazidos pelos competidores que participaram do 2º Campeonato Nacional de Balonismo, evento que fez parte da programação especial dentro das comemorações do aniversário da capital. Os brasilienses presenciaram um verdadeiro show de cores e harmonia. As 27 unidades federativas foram representadas no campeonato, por balões confeccionados com a bandeira de seu estado. O balão que mais atraiu a atenção do público foi o que levou a bandeira do Brasil, em formato retangular e do tamanho de um prédio de dez andares. Apenas os grupos de balonismo dos Estados Unidos e do Canadá têm balões com as bandeiras nacionais e em tamanhos diferenciados. Para dar as boas vindas à Copa do Mundo, que será sediada no Brasil em 2014, um dos balões tinha o formato de uma bola de futebol. Segundo a produtora do Festival, Janete Vieira, os brasilienses
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assistiram a um espetáculo digno da ocasião. “Foi um evento importante. O balonismo é um esporte bonito, que colore o céu e encanta as pessoas. Especialmente em Brasília, cidade Balonistas participam do 2º Campeonato Nacional onde as condições climáticas da cidade favorecem muito que os balões fossem posicionados a prática da modalidade. O clima a distâncias mais altas ou mais é o melhor, entre todos os estados baixas, conforme determinação brasileiros, para voar. O vento não é da organização, enquanto eram contínuo, o clima é seco e faz sol”, monitorados por meio de GPS afirmou Janete. pelos 12 árbitros. Os pilotos foram convidados Cerca de 20 pilotos proconforme pontuação no ranking fissionais de todos os estados da Confederação. Em uma das mostraram suas habilidades em provas, os competidores cumpri- provas que valeram vagas na Copa ram a tarefa de arremessar pesos Mundial de Balonismo e posições de areia em locais previamente no ranking da Confederação determinados, na própria Espla- Brasileira da modalidade. Após nada ou em regiões administrati- a realização de oito tarefas comvas, além de aproximar o balão do petitivas, o paulista Luis Silvestre alvo no menor espaço de tempo consagrou-se como campeão da possível. Outra modalidade exigiu competição. Em segundo lugar,
A Esplanada dos Ministérios foi palco do evento
ficou Lupércio Lima, seguido por Renan Mancuso. O público teve a oportunidade de experimentar a sensação de voar
gratuitamente a 50 metros de altura em balões presos ao chão, o chamado voo cativo. A atividade chamou a atenção dos irmãos Pedro e Ma-
riana, apaixonados pelo balonismo. Os dois embarcaram juntos em um dos balões e sentiram a emoção de um voo de verdade. “Por mais que eu tivesse uma ideia de como seria, a emoção foi muito mais intensa na hora. Foi maravilhoso estar dentro de um balão tão lindo e dividir essa oportunidade com meu irmão. Adorei”, conta Mariana. O sorriso largo do tímido Pedro traduziu a alegria do menino depois que ele fez o voo e desembarcou do balão. “Nossa, nem sei o que dizer. Estou feliz em aproveitar essa experiência. É um sonho que realizei”, afirmou. O balonismo é um esporte aéreo que reúne distintas categorias e competições. No País, o esporte é representado pela Confederação Brasileira de Balonismo, criada em 1987. A primeira vez que um balão tripulado levantou voo no mundo, segundo os estudiosos, foi no século 18, na França.
Personagem
Por: Carlos Bafutto | Fotos: Gustavo Serrate
Memória viva de JK
Carlos Murilo esteve ao lado de Juscelino Kubitschek em alguns dos momentos mais importantes de sua vida. Agora, suas memórias são transformadas em um livro que promete revelar importantes fatos até hoje desconhecidos.
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uando Carlos Murilo tinha apenas sete anos de idade, sua casa recebeu um hóspede que mudaria para sempre sua vida e a de todos os brasileiros. Na casa, em Belo Horizonte, costumava se hospedar seu tio, Juscelino Kubitschek, recém nomeado chefe da Casa Civil do então interventor federal em Minas Gerais, Benedito Valadares. “Essa convivência já me fascinava como garoto quando via a agitação da vida política em torno dele”, conta o Sr. Carlos Murilo Felício dos Santos, 84 anos, pai de três filhos e sobrinho de JK. Ele escreveu um livro que reúne uma série de recordações históricas sobre a vida do ex-presidente. A obra, com cerca de 250 páginas, já está pronta, mas o título ainda não foi definido. “Será algo, como Momentos Decisivos de JK contra o Golpismo no Brasil. Levei oito meses para escrever o livro. Falo do que testemunhei desde o período em que ele se hospedou em minha casa ao entrar para a política, em 1934, até sua morte em 1976”, adianta. Haverá uma parte de anexos com documentos e fotografias sobre os fatos relatados. Em breve, espero que até o final de maio, o livro será lançado no Memorial JK e, logo após, em Belo Horizonte e São Paulo. “Em meu livro, abordo muito a questão do porquê de JK ter lutado contra o golpismo no Brasil. A direita, o exército, tinha horror a Getúlio Vargas. Isso acabou fazendo com que Getúlio se matasse e meu tio era muito ligado a ele. Ele foi o único orador a comparecer ao enterro de Vargas. E, naquele tempo, o exército era violento, vocês jovens não podem imaginar o que foi a revolução. Infelizmente, foi um golpe de estado preparado”, relata. Juscelino Kubitschek teve os direitos políticos cassados em 8 de junho de 1964. Ele pretendia concorrer novamente à Presidência da República em 1965, mas o regime militar suspendeu seus direitos políticos por dez anos. “Foi uma pena para o Brasil. Se ele não tivesse sido cassado, como candidato, com o slogan cinco anos de agricultura, cinquenta anos de fartura, ganharia facilmente. Para ele não era preciso tomar terras de ninguém, as terras da União
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Carlos Murilo: no livro abordo a questão do porquê de JK ter lutado contra o golpismo no Brasil.
eram suficientes para todos que precisavam. Nesse plano, havia também muitas escolas. A Brasília onde vivemos hoje não era para ser como é. Havia uma segunda etapa planejada para a cidade”, lamenta. Após a cassação, durante os anos de repressão por parte do regime militar, JK se hospedava na casa do Sr. Carlos Murilo na QI 15 do Lago Sul, sempre quando vinha a Brasília. “Saíamos de carro à noite e ele ficava encantado com a cidade. Ele dizia: ‘Essa cidade, ninguém tira mais’.”
Biografias
Carlos Murilo já ajudou na construção de diversas biografias de JK. Ele conta que vem sendo cobrado para escrever uma obra há muito tempo. “Muitos escritores já vieram aqui pesquisar sobre a vida de JK. Entre eles, está a autora da minissérie sobre Juscelino Kubitschek (TV Globo-2006), Maria Adelaide Amaral. Conversamos bastante, ela é muito inteligente. Depois fui acompanhar as gravações no estúdios do Projac, no Rio de Janeiro”, comenta. “Foi um trabalho bem feito, mas a emissora romantizou demais. Tem muita coisa que não aconteceu de fato,” sentencia. Indagado sobre qual biografia ele recomendaria, Carlos Murilo responde: “Cada qual é boa em sua abordagem, mas a de Cláudio Bojunga, ‘Juscelino JK: o artista do impossível’(São Paulo: Objetiva, 2001), é a mais completa. Foram dez anos de pesquisas com todos que tiveram contato com Brasília”, recomenda.
História
para o Rio de Janeiro. “Nessa época, tive a oportunidade de participar bastante da vida política dele e trago comigo fatos que ninguém sabe”, garante. Quando Juscelino veio pela primeira vez à região que daria lugar à capital, Carlos estava com ele. “Lembro-me que o avião desceu numa pista em uma fazenda que se chamava Fazenda Velha, onde hoje está o Country Clube. Enquanto ele vislumbrava a cidade, observávamos atônitos a coragem de erguer uma cidade onde só havia mato. Ele era um homem determinado, quando queria algo, cobrava. Sempre dizia: anote aí”, lembra-se. “Ele chegou num momento em que o Brasil precisava de uma pessoa assim. O que era o Brasil naquela época? Era um país que desconhecia pelo menos dois terços de seu território. Ele foi um dos grandes responsáveis por trazer a integração para o interior do País. Se ele não tivesse sido cassado, teria feito ainda mais”, orgulha-se.
Ao fundo, o quadro de Juscelino no momento em que chorou emocionado na inauguração de Brasília
Carlos Murilo foi morar com seu tio, Juscelino Kubitschek, em Belo Horizonte, aos 16 anos, após a perda do pai. “Ele (JK) me dizia que eu deveria me tornar político, pois percebia que eu gostava. Orientou-me para que eu cursasse Direito. Em 1953, me formei advogado pela UFMG. Quando me graduei, já fazia política. Tornei-me oficial de gabinete dele e fui morar no Palácio da Liberdade em Belo Horizonte”, conta. Em 1954, com 26 anos, Carlos Murilo foi eleito deputado estadual pelo PSD. “Havia três grandes partidos na época: PSD, UDN e PTB. PSD e UDN eram partidos do interior e o PTB era o partido das grandes cidades. Tornei-me deputado com uma boa votação porque, entre outras razões, repeti o que meu tio fizera antes: ir até os eleitores para ouvi-los”, afirma. A convivência com JK voltou a se estreitar em 1958, quando Carlos Murilo foi eleito deputado federal e foi
Três dias antes da inauguração, Carlos Murilo se mudou para a capital. “No dia que cheguei, a cidade estava uma loucura com a expectativa da inauguração. Só para você ter uma ideia, na minha casa, um apartamento de três quartos, na 107 sul, havia 40 pessoas hospedadas. Minha casa se tornou um verdadeiro acampamento, foi sensacional!”. A sua memória mais marcante data do dia da inauguração: “Naquele dia, às 23h apagaram-se as luzes. Estávamos na Praça dos Três Poderes quando, à meia-noite em ponto, acenderam-se as luzes e o hino nacional do Brasil foi tocado pelos Fuzileiros Navais. Juscelino não resistiu, levou as mãos ao rosto e começou a chorar. Na verdade, ficamos todos muito emocionados”, lembra-se. Perguntado se chorou, o senhor Carlos Murilo disfarça: “Foi uma emoção muito grande”, esquiva-se.
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Saúde
Da Redação | Fotos: Divulgação
O poder
curativo da massagem
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A drenagem linfática ajuda a eliminar o excesso de água do organismo sem dor
e uma hora para outra, você tem a sensação de ter três quilos a mais e a primeira coisa que vem à cabeça é que está na hora de começar uma dieta. Muitas vezes, para privilegiar a aparência e esquecendo as consequências para a saúde, você acaba fazendo uma dieta relâmpago. Porém, o que acontece, na maioria das vezes, é que você não emagrece, porque está com retenção de líquidos, um problema que afeta 90 em cada 100 mulheres. Uma das alternativas mais indicadas para resolver esse problema é a drenagem linfática corporal, um tratamento delicado, que exige um treino longo e muito especializado do esteticista. É recomendada para pessoas sedentárias, com problemas de circulação e retenção de líquidos. Durante o tratamento, o profissional usa uma técnica de massagem corporal manual com movimentos suaves e específicos, para ativar o sistema linfático e, assim, drenar as toxinas e líquidos retidos, melhorando a circulação sanguínea e linfática. É indicada para todas as pessoas que buscam redução de medidas, para as
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que sofrem com problemas de circulação e retenção de líquidos, além de ajudar a eliminar as celulites. A prática também é recomendada nos processos pré e pós operatórios de cirurgias plásticas e lipoaspiração, já que elimina edemas e hematomas. A esteticista de Anna Pegova, Fabiana Rodrigues, fala que a massagem também é indicada na desintoxicação do organismo. “Os clientes que procuram nossas lojas, em sua maioria, Drenagem é moda nas clínicas de estética
já sabem o que querem. Geralmente, as pessoas gostam de imitar o artista ou são orientadas por quem já experimentou a drenagem linfática. 30% dos clientes são indicados por médicos, 40% se queixam de problemas aparentes e 20% acompanham as novidades estéticas na Internet”, afirma Fabiana. O tratamento pode ser feito em sessões individuais ou por programas de dez encontros. Recomenda-se
que as visitas ao instituto aconteçam de duas a três vezes por semana. Em caso de pós-cirurgia plástica, são dez a 12 sessões, ou quantas forem determinadas pelo cirurgião plástico. “O procedimento contribui para o equilíbrio do sistema hídrico e auxilia na diminuição de medidas, principalmente do abdômen e culote. A técnica também alivia a dor das varizes, aumenta o grau de cicatrização de um ferimento e elimina edemas e hematomas”, orienta a especialista. Segundo a esteticista, é importante ressaltar que a drenagem linfática
é um procedimento complementar às outras formas de perder peso. “Para que o objetivo inicial seja alcançado, as pessoas precisam ingerir mais líquidos, manter uma dieta balanceada e praticar atividades físicas”, complementa. A drenagem linfática realizada com manobras inadequadas pode trazer consequên-cias indesejadas uma vez que esta mexe com o sistema imunológico. O tratamento pode ser realizado em sessões individuais pelo valor R$ 132,00 por sessão ou em programas 10 sessões com desconto de 10%.
O que é Drenagem Linfática? É um método fisioterapêutico de massagem criado pelo fisioterapeuta Emile Vodder, em 1932. A técnica consiste em pressões suaves, lentas, intermitentes e relaxantes que seguem o trajeto do sistema linfático, facilitando o escoamento de líquidos até os gânglios linfáticos, que os drenam para a circulação geral. O que causa a retenção líquida? A retenção de líquidos é um problema que afeta principalmente as mulheres. Muitas vezes não parece trazer um risco maior para a saúde e é deixado de lado, porém, a retenção de líquidos pode trazer sérios danos à saúde. A retenção líquida pode ter várias origens desde uma ação comportamental como, por exemplo, estar por muito tempo sentado em uma mesma posição, como também hormonal no caso a síndrome pré-menstrual, a gestação, a menopausa, problemas na tireóide, problemas congênitos como doenças cardíacas ou dos rins, processos cirúrgicos, uso de fármacos, alimentação inadequada, no caso o excesso de sal. Como evitar o inchaço? Beber muita água: tomar muita água é fundamental. Estimula os rins, melhora a circulação e elimina toxinas. Beba em cerca de 1 litro e meio de água por dia; Nutrição: ingerir outros líquidos como chás, sucos batidos de frutas e rúcula, alho, cebola, abóbora, couve e tomate facilitam a circulação. Frutas, como abacaxi, banana, melão e mamão papaia também são aconselháveis; Pratique exercícios: além de controlar o peso, a prática de exercícios melhora a circulação do organismo; Diminua o sal nas refeições: Reduza a quantidade de sal nas receitas; Hidrate o corpo: cosméticos relaxantes ativam a circulação do organismo. Prefira os que tenham cânfora e mentol; Homeopatia: a homeopatia pode ajudar a evitar a retenção de líquido.
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Serviço Anna Pegova SCLS 307 Bl. C Lj. 15 (61) 3443.1182 (61) 3273.3557
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Moda
Por: Fernanda Duarte
Sapato
de inverno! D
o inglês sleep, os sapatos com jeito de “para ficar em casa” são bonitos, confortáveis, versáteis e estão muito em alta. Os slippers são os sapatos do inverno! Mais uma tendência roubada do closet masculino! A seguir, uma seleção de slippers da marca norte-americana Stubbs & Wootton, os mais descolados de todos. Mas com a febre do calçado da estação várias marcas brasileiras já colocaram o(s) seu(s) modelo(s) nas vitrines! Com letras em fundo sóbrio
Bordado com coroa real
Pink com bordados de flores laranjas
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Caveira de pirata
Camuflado colorido
Azul e verde
Geométrico e colorido Jeans com bordado de baleia
Serviço Stubbs and Wootton www.stubbsandwootton.com
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Comportamento
Por: Carla Andrade e Camila Maxi | Fotos: Gustavo Serrate
Miniaturas de heróis no Os amantes do jogo se reúnem para exercitar o raciocínio como lazer
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magine montar um exército e duelar em uma área de combate contra outro time. E se os jogadores forem miniaturas colecionáveis baseadas em super-heróis e vilões dos quadrinhos? Some estratégia e competição ao jogo. Já sabe do quê se trata? Não?! Todas essas características entre muitas outras, formam o Heroclix. O jogo utiliza um sistema de dial criado originalmente para o Mageknight, um similar, mas com temática medieval fantástica, que registra as estatísticas das peças através de um disco na base da miniatura que é girado em sentido horário conforme a peça recebe dano num combate. O vencedor é aquele que “mata” mais peças do adversário. Utiliza dois dados de 6 faces para ataques e outras rolagens. Lançado em 2002, atrai fãs de quadrinhos e jogos de estratégias. Suas coleções principais são inspiradas nos personagens das editoras Marvel e DC Comics. “Conheci pela internet, uns 6 anos atrás. Como eu já lia quadrinhos, o tema ajudou. As peças, a estratégia, o conceito de coleção e a desculpa para encontrar os amigos no fim de semana.” diz o consultor de projetos, Carlos Eduardo.
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HeroClix Cada peça é composta por uma miniatura representando um personagem das histórias, sobre um disco contendo estatísticas que são: velocidade, ataque, defesa, dano, alcance, pontuação, raridade e Team Ability. Estas estatísticas estão impressas no disco (conhecido como Dial) e servem de base para cada miniatura. Quando uma peça recebe “dano”, sua base é girada (ou “clicada”) em sentido horário, revelando características alteradas para representar o dano recebido. A pontuação das peças reflete quão poderosas ou versáteis elas podem ser. As equipes (ou exércitos) são criadas com uma pontuação específica geralmente 300 pontos, podendo ser também maiores, sempre em múltiplos de 100. “Além de poder jogar com personagens que fizeram parte da minha infância, as questões de estratégia que são possíveis no jogo me atraem muito.” acrescenta Dalson Ferreira, funcionário público. Sendo o Heroclix um jogo importado, os jogadores podem comprar suas peças nas lojas especializadas, que importam as cases, vendem boosters e organizam eventos para juntar os jogadores e movimentar o jogo na
cidade. Os campeonatos são organizados com regras específicas divulgadas previamente. Por padrão as partidas tem duração de 50 minutos, geralmente são quatro partidas, vencendo cada partida aquele jogador que eliminar mais peças do adversário, e o campeão sendo aquele que acumula mais vitórias e mais pontos que os demais. Normalmente, num campeonato, são concedidos aos melhores colocados premiações: as chamadas LE’s (limited Editions), ou peças mais cobiçadas, dependendo da importância. “Existem diversos distribuidores no país que importam as peças, que também podem ser adquiridas em sites internacionais, que enviam para o
Brasil. No fórum brasileiro, os jogadores também realizam negociações. A cada ano, várias coleções são lançadas, com novas peças. Fica difícil eleger algumas peças específicas porque o que hoje é uma peça boa, amanhã pode se tornar obsoleta.” comenta Dalson. As miniaturas são lançadas periodicamente, em coleções com temática ligada às sagas ou eventos populares das HQs. A mais recente é a Galactic Guardians, da Marvel Comics, centrada em personagens cósmicos, como
Mapas são usados nas partidas
o Surfista Prateado. As coleções são compostas pelos Booster-packs, caixas com 5 peças de raridades específicas. As partidas ocorrem sempre em mapas, que são divididos em quadrados de 35 mm (a largura de um disco simples), normalmente medindo 24 quadrados de largura por 36 de comprimento. Os mapas representam diferentes locais conhecidos das histórias em quadrinhos. Os mapas antigos reproduziam locais comuns, os mais recentes são mais comic-accurated, como, por exemplo, o planeta Ooa, lar da tropa dos lanternas verdes. A faixa etária do grupo que costuma se reunir para jogar é abrangente, vai dos 18 aos 50 anos, e apesar da diferença todos são amigos e compartilham a mesma paixão pelo jogo. E no caso de Luís Felipe Lyrio, mais conhecido como Logan, o HeroClix o ajudou a interagir. “Quando vim para Brasília o Heroclix me ajudou muito na adaptação. Conheci várias pessoas e acabamos por construir vínculos de amizade. Nos reunimos, jogamos e trocamos experi-
ências. Não nos limitamos apenas ao jogo. E isso é muito bacana, faz parte da minha vida.” Ele conta que existe um fórum, que é o lugar comum para o pessoal. “Lá vemos as novidades do jogo, divulgamos os torneios e trocamos ideias sobre tudo o que envolve o universo do jogo. Nos outros países também existem fóruns sobre o jogo. Além disso, podemos ter informações atualizadas nas páginas oficiais do jogo na internet.” explica Logan. Serviço Em Brasília existem 3 pontos oficiais, onde os jogadores se encontram para jogar: Orgutal – Casa de Jogos Asa Norte, CLN 205, bloco A, loja 3, 2º andar 9212-6904 Kingdom Comics - Setor de Diversões Sul, Edifício Venâncio IV, loja 24 3223-7852 SESC - 504 Sul, quadra 504/505, Bloco A 3217-9123
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Espetáculo - Miséria, Servidor de Dois Estanceiros
Marcelo Amaral
Teatro
Por Camila Maxi | Fotos: Divulgação
Os pampas vêm à
capital
Brasilienses terão oportunidade de apreciar a arte cênica gaúcha
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pós sete anos percorrendo estados brasileiros, o Festival do Teatro Brasileiro (FTB) volta a Brasília, com sua 12ª edição, promovendo o intercâmbio cultural. O projeto acontece até 3 de junho, em diferentes pontos do Distrito Federal, como Brasília, Taguatinga, Gama e Ceilândia. São 15 espetáculos em variados gêneros, selecionados dentro de um universo de 109. Ao todo serão 68 apresentações. O evento também oferece oficinas de qualificação para dramaturgos, encenadores e atores, ações de fortalecimento da rede artes cênicas no Brasil, apresentações exclusivas para alunos da rede pública de ensino e intercâmbio entre as Universidades Federais do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal.
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“Tivemos a oportunidade de assistir o melhor da comédia, do drama, do teatro infantil e experimental feito nos pampas. Apesar do lugar comum, que é falar da dificuldade de escolha, é impossível fugir dele. Os gêneros e a variedade de temas sem dúvida exigiram mais da organização”, comenta o curador do festival, Guilherme Filho. O projeto teve início em Brasília, no ano de 1999. E carregava o nome de Mostra de Teatro da Bahia. Nomes, como Wagner Moura, Rita Assemany, Fernando Guerreiro e Lelo Filho, estiveram presentes. A capital contou com mais quatro edições, ainda com os baianos, depois os pernambucanos seguidos dos mineiros. O Festival tem como um dos seus objetivos divulgar a produção teatral
brasileira para os brasileiros. A cada etapa, um estado tem a chance de conhecer o produto cultural de outro estado. Além da Cena Baiana no Ceará e no Maranhão e da Cena Pernambucana na Bahia e em Sergipe, realizadas em 2009, o Festival já levou, por exemplo, a Cena Mineira ao Rio de Janeiro e as Cenas Baiana, Mineira e Pernambucana para Brasília. Em 2011, a Cena Mineira foi para o Rio Grande do Sul. “A possibilidade de mostrar um painel representativo da produção cênica de um estado para o público de outro estado é uma das singularidades do FTB”, explica Sergio Bacelar, da Alecrim Produções Artísticas, idealizador e coordenador do Projeto. Em 2007, o Festival de Teatro Brasileiro iniciou sua caravana pelo
Jorge Etecheber Vilmar Carvalho
Mariano Czarnobai
Automákina Universo Deslizante
Espetáculo - A Comédia dos Erros Brasil, percorrendo 11 estados brasileiros. As produções mineiras foram vistas pelos cariocas, paulistas, gaúchos e paranaenses. Os cearenses se apresentaram para os mineiros e capixabas. Os pernambucanos, para os baianos e sergipanos. E os baianos, para os cearenses, pernambucanos e maranhenses. E agora, pela primeira vez, o teatro gaúcho será objeto de circulação do Festival de Teatro Brasileiro, em Brasília. O programa educativo levará cerca de dois mil estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal e Entorno às apresentações teatrais, atuando no estímulo à formação de plateia. A metodologia aplicada é dividida em três etapas. A primeira consiste no encontro de uma equipe de educadores com alunos das escolas, a fim de ampliar os horizontes de percepção dos jovens. O segundo movimento é a frequência aos espetáculos. Num terceiro momento, com o objetivo de discutir a experiência vivenciada, os arte educadores retornam às escolas para uma nova conversa com os alunos. O FTB se preocupa também em formar plateias e melhorar o acesso do público ao teatro, sem distinção de classe social. “Um dos principais compromissos do FTB é o de democratizar o acesso a bens culturais, a partir de apresentações em teatros, praças e feiras. E isso é realizado de forma gratuita com apresentações exclusivas para alunos da rede pública”, conta Sérgio Maggio, curador do
Cabarecht festival. E também a qualificação profissional dentro do amplo universo do teatro. Para isso, foram escolhidos especialistas gaúchos com formações diversas com a ajuda da classe artística de Brasília, para vir trocar informações e compartilhar um pouco dos conhecimentos específicos. Ao longo desses doze anos, foram 111 espetáculos vistos por mais de 120 mil pessoas, com 31.640 alunos beneficiados e 56 oficinas de qualificação ao todo. Dentro do Festival Teatro Brasileiro, já passou por 11 unidades da federação. “Ao final da curadoria, ficou o desenho de um estado cuja produção cênica se pauta na preocupação do objeto artístico, no mergulho no processo de criação e pesquisa e na ênfase em oferecer ao espectador um produto cultural que o surpreenda”, relata Sérgio. Serviço Festival do Teatro Brasileiro – Cena Gaúcha De 03 de maio a 03 de junho Etapa Goiás – 03 a 13 de maio Etapa Distrito Federal – 15 de maio a 03 de junho Meia entrada para doadores de lixo eletrônico, portadores de cartões Petrobras e Caixa bem como os estudantes e idosos. As oficinas serão gratuitas e as inscrições devem ser feitas pelo site http://www.alecrim.art.br/2012.
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Cultura
Gustavo Serrate
Da Redação | Fotos: Gustavo Serrate, divulgação
Literatura faz festa na capital “A frase, o conceito, o enredo, o verso (e, sem dúvida, sobretudo o verso). É o que pode lançar mundos no mundo.”
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rasília completou 52 anos e ganhou uma festa digna de sua posição de capital federal. Durante dez dias, a cidade abrigou a 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, um dos eventos mais importantes dentro das comemorações e, porque não dizer, o maior acontecimento cultural no ano de 2012. Com o tema O poder transformador do livro e da leitura, o evento foi uma revolução cultural realizado no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, aberto a um público ávido por conhecimento e leitura. A Bienal foi uma realização da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal, em parceria com o ITS – Instituto Terceiro Setor, e teve a coordenação literária do jornalista e escritor Luiz Fernando Emediato. O secretário de Cultura, Hamilton Pereira, ressaltou que, pela primeira vez, a cida-
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de comemorou o seu aniversário em torno de um tema explicitamente cultural, o livro. E que o nome do evento, I Bienal Brasil do Livro e da Leitura, foi propositalmente escolhido. “Friso, o Brasil, porque somos a capital da república e nós, brasilienses, estamos perdendo essa percepção, e o Brasil também está perdendo. Nosso trabalho é de reerguer a autoestima da cidade para que ela se reafirme como a capital de todos os brasileiros”. O público teve a oportunidade de presenciar lançamento de livros, shows, mostra de filmes, seminários, exposições e teatro. O formato da Bienal foi pensado para democratizar o acesso da população às atividades, todas gratuitas. O secretário Hamilton Pereira descreve o evento como um momento importante para um intercâmbio cultural proveitoso e está muito feliz com o resultado. “Brasília retoma a sua vocação de diálogo com as demais culturas do
mundo. Essa iniciativa retoma o impulso criador de Brasília, que foi pensada por um espírito cosmopolita”.
Homenagens
A Bienal trouxe a Brasília cerca de 50 escritores nacionais e internacionais, especialmente de países latinoamericanos e africanos. O escritor brasileiro Ziraldo e o nigeriano Wole Soyinka, prêmio Nobel de Literatura de 1986, foram os homenageados. Durante o evento, o público teve a oportunidade de conferir duas exposições com ilustrações de Ziraldo, cartunista e autor de dezenas de livros infantis. Zeróis: Ziraldo na tela grande foi composta por 44 telas com releituras de obras feitas a partir do desenho de super-heróis americanos, como Superman, Batman, Capitão América e Mulher Maravilha. Noções de coisas – Ziraldo ilustra Darcy Ribeiro exibiu as páginas do livro escri-
Júnior Aragão
Estímulo à leitura
Crianças lêem nos estandes da Bienal Júnior Aragão
Ziraldo, um dos homenageados da Bienal Gustavo Serrate
Pais e filhos juntos na Bienal Gustavo Serrate
Diversos títulos foram expostos durante o evento
to pelo antropólogo Darcy Ribeiro sobre “coisas”, ilustrado por Ziraldo. O cartunista foi homenageado em ato solene no Auditório Nelson Rodrigues, do Espaço Bienal. “Minha relação com Brasília é antiga. Fui o responsável pelo I Concurso Miss Brasília, antes mesmo de a cidade ser inaugurada. Fazia parte da equipe de O Cruzeiro e fui à capital mais de 10 vezes antes de sua inauguração, quando ela ainda era pura poeira. Sou um antigo fã de Brasília”, disse Ziraldo. A esteticista Maria Lúcia dos Anjos não escondia a felicidade diante das telas de Ziraldo. “Sempre adorei o trabalho dele. Sou apaixonada pelo Menino Maluquinho e passei o meu livro para o meu filho, Thiago, de 4 anos. Costumo ler para ele dormir e fiquei muito emocionada ao dividir com o meu amorzinho essa emoção”, diz ela. O estudante e amante de desenhos Júlio Aragão Damasceno, também leu o livro do Menino Maluquinho quando era pequeno, só que seu grande amor é pela Turma do Pererê. “Muito bacana poder ver os trabalhos que mostram a faceta de pintor do Ziraldo, um cara que admiro demais e que é uma referência para o meu trabalho. Quem sabe um dia, eu possa fazer o mesmo que ele por milhões de crianças. Um sonho estar aqui”, comenta o rapaz.
Os investimentos para a realização da Bienal somaram R$ 10 milhões e tudo isso porque faz parte do Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura (PDLL). Lançado em agosto do ano passado, ele tem quatro eixos de atuação: democratização do acesso; fomento à leitura e à formação de mediadores; valorização da leitura e da comunicação e apoio à criação e ao consumo de bens da leitura. Além de incentivar a leitura, a atual gestão do GDF está determinada a fazer do Distrito Federal território livre do analfabetismo. Para isso, o governo lançou, em julho do ano passado, o programa DF Alfabetizado, com a meta de zerar o analfabetismo na região até 2014. Atualmente, 3,4% dos habitantes do Distrito Federal não são alfabetizados – aproximadamente 65 mil pessoas. Para 2012, a meta do programa é ensinar 10 mil pessoas a ler e escrever, começando por cinco regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Ceilândia, Paranoá, Itapoã, Sobradinho e Estrutural. As inscrições para o DF Alfabetizado foram encerradas no fim de março. No segundo semestre, o programa abre novas vagas. Ao longo da exposição, a Secretaria de Educação do Distrito Federal cumpriu a promessa e levou aproximadamente 3,5 mil estudantes da rede pública de ensino para conhecer os stands da feira. Parte desse sonho foi realizada graças a um programa do Governo do Distrito Federal. Por meio da Secretaria de Educação, os estudantes receberam um cartão literário no valor de R$ 40,00. Com o crédito, os alunos puderam retirar os livros que quisessem em qualquer dos estandes da Bienal. Os professores também receberam o cartão literário no valor de R$ 80,00. A bibliotecária Fátima Gardênia Grilo de Melo apoia a medida. Responsável pela turminha da escola da Água Mineral, ela disse que faltam muitos investimentos desse tipo para a educação. “Além de incentivar a leitura, ensina os alunos a trabalhar com o dinheiro, dá noções de responsabilidade e de cidadania,” afirmou.
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Gastronomia Por: Camila Maxi | Fotos: Gustavo Serrate
A tradição
coloca a mesa Iguarias do restaurante Beirute
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rasília apresenta um cenário gastronômico eclético e com grande diversidade de cardápios, e pratos que atraem os amantes da boa mesa. Seus restaurantes divulgam a culinária de vários países, assim como as comidas típicas de cada região do Brasil. Apesar de ser uma cidade jovem e ter sua culinária influenciada por diferentes regionalismos, muitos moradores e turistas preferem degustar algumas das iguarias que já se tornaram tradição no Planalto Central, como o quibe do Bar Beirute, o pastel da Viçosa ou a Parmegiana, especialidade do Restaurante Roma.
Bar Beirute H
A boemia do Cerrado
á 45 anos no mesmo ponto, o Bar Beirute representa a boemia brasiliense. Conta com dois estabelecimentos, a matriz na Asa Sul (109) e outro na Asa Norte (107). Na década de 70, serviu de ponto de encontro para discussões políticas. A bagagem que o Beirute carrega é a de ter acompanhado o surgimento de bandas, como Legião Urbana e Capital Inicial. Seu cardápio conta com iguarias de origem árabe, como a especialidade da casa, o Kibeirute (foto), que é o quibe prensado recheado com queijo e guarnecido de molho tártaro. É uma boa pedida para rodas de amigos que curtem conversa de mesa, acompanhada de uma variedade de bebidas e em destaque a comida, em um ambiente amistoso de descontração, que se tornou tradição local. Famílias, amigos, universitários, funcionários públicos e brasilienses de diferentes tribos e idades compõem o mosaico de frequentadores do local. Mesmo com tamanha variedade de clientes, o clima de tranquilidade e tolerância predomina. A novidade é que o Beirute lançou a Beira Bier, cerveja produzida pelo bar e original da capital, é fabricada no interior de Goiás. Foi testada por clientes até ser aprovada. A matriz possui mesas na área externa, que estão sempre cheias, e chega a receber até 500 pessoas por dia no fim de semana. Serviço
Bar Beirute 109 Sul, Bl. A, lj. 2 a 4 (61) 3244.1717 www.beirabier.com.br Atendimento diário, de 11h às 2h.
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Restaurante Roma
Brasília completa 52 anos e mantém a tradição na culinária.
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m dos endereços mais tradicionais de Brasília mantém seu cardápio praticamente inalterado desde a inauguração. O restaurante Roma veio à capital em 1960, da cidade de Santos (SP). A parmegiana é a especialidade da casa, muito apreciada pelos brasilienses, é preparada na hora e servida quentinha. O acompanhamento fica a gosto do cliente, que pode optar por arroz e fritas, nhoque, espaguete entre outros. A parte interna do restaurante é toda ornamentada, fazendo o cliente se sentir em uma viagem à Roma. Faz parte da decoração uma cascata com pedras e escultura. O recinto é um convite para a celebração em família e com amigos.
A parmegiana do Roma
Viçosa
Serviço
Restaurante Roma 511 sul, Bl. B, Lj. 61 (61) 3346.3434 Horário de atendimento: 11h30 às 15h e 19h à 0h.
O pastel da Viçosa é um patrimônio de Brasília
Os pastéis mais famosos de Brasília
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á quase 50 anos servindo a clássica dupla pastel e caldo de cana, com massa artesanal e frito na hora, a Pastelaria Viçosa se transformou na tradicional referência aos brasilienses. Sua rapidez e o sabor inconfundível se tornaram o carro chefe do lanche no balcão da loja da Rodoviária. Todos que passam pela Rodoviária e tiram um tempo para se deliciar com os famosos pastéis dividem de forma solidária o balcão de um dos maiores patrimônios gastronômicos de Brasília. Os pastéis são batizados com personalidades da política e história da capital federal, por exemplo: Niemeyer (frango com tempero especial), JK (calabresa com muçarela) e Dona Sarah (tomate seco com muçarela). Pontos turísticos e escolas de samba também entram no grupo de homenageados, como: Itamaraty (bombom), Esplanada (carne com catupiry). Aruc (mistura peperoni, mussarela, tomate e orégano) e o parque Olhos D’água (calabresa, queijo cheddar, azeitona, cebola e orégano). Para acompanhar, a casa serve caldo de cana geladinho, feito na hora. Serviço
Pastelaria Viçosa Rua ETC Rodoviária s/n (61) 3321.4033
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Agenda Cultural Da Redação
Um arraial em grande estilo Entre as mais populares de Brasília, a festa junina do Country Club apresenta um belo retrato da diversidade cultural brasileira
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omo é de costume, o Brasília Country Club abre os festejos juninos e promove seu grande arraial nos dias 25 e 26 de maio, com boate caipira, quadrilhas e jogos que dividirão o espaço com dois palcos montados para 11 bandas e três DJs estrategicamente selecionados para animarem o pessoal. O frio não será problema, pois quentão, canjica e as fogueiras esquentarão a noite. As festas juninas são as principais festas populares brasileiras depois do carnaval. São nossas típicas festas do interior. Graças às escolas de todo o País, essa tradição tem se mantido, fazendo com que nessa época do ano o Brasil rural contagie a nação, e as crianças coloquem o “pé na roça”. A partir do mês de maio, todos já sabem que é hora de preparar os chapéus de palha, convidar compadres e comadres para dançar quadrilha, acender a fogueira, soltar rojão e se esbaldar de tanto comer cocada e pé de moleque. E os preparativos estão mais do que adiantados, de acordo com o presidente do Country Club, Francisco Julho. “É dia de música, dança e mesa farta, tudo de que se precisa para que a festa não acabe antes do amanhecer. Posso adiantar que nossos convidados serão surpreendidos com o capricho com que estamos montando toda a estrutura para o evento”, afirma ele. Francisco conta que, antes do festejo tomar tal dimensão, as reuniões para comemorar as datas juninas eram pequenas e geralmente feitas por algumas famílias que frequentavam o clube. “Com o tempo, abrimos as portas para receber a população da cidade, que sempre participou com muita animação. É ótimo saber que atraímos a juventude para essa brincadeira tão gostosa”, comenta Francisco. Entre as atrações, a dupla sertaneja Rick & Rangel, que prometem agitar a noite com sucessos, como É de Coração, Sai e Vê se Para Com Essa Marra. Gritinhos garantidos da plateia de caipiras fanáticas pelo sertanejo universitário. Já o grupo Sou Balanço vai agradar aos fãs do bom pagode, pois não
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dispensa as canções do Exaltasamba no repertório dos shows. Bruno Ferreira Muniz, um dos integrantes do grupo, assume sua admiração pelo Exalta sem o menor problema. “Gosto do grupo desde os meus 15 anos. Ouvia muito Telegrama, Eu me apaixonei pela pessoa errada, entre outras canções da época. A minha vertente do pagode veio do Exalta”, diz. Os que não gostam de nenhum dos dois estilos musicais podem se divertir nas pistas de dança ao som dos DJs Renê Ricochet, Joãozinho Chapéu de Couro e Marcelo Kbeça. Os convites já estão à venda na Casa do Cowboy, no restaurante Zimbrus e em todas as lojas da Free Corner. Depois do ingresso na mão, o caipira só precisará se preocupar com a escolha dos quitutes típicos, já que o cardápio dos arraiais é recheado de guloseimas deliciosas: paçoca, pé de moleque, bolo de milho, canjica, arroz doce, pamonha, pinhão, milho cozido, curau, além dos tradicionais quentão e vinho quente. Uma noite para pular a fogueira. Serviço Brasília Country Club - SMPW Quadra 27 Conjunto 3, Núcleo Bandeirante 25 e 26 de Maio (Sexta e sábado) Hora: a partir das 19h. Preço: Feminino: R$ 20. Masculino: R$ 30
Música
Bohumil Med*
Jorge Antunes,
Um controverso brasiliense “C
ompositor, físico, professor, inventor de títulos para músicas, desenhista de partituras, genial, implicante, corajoso, brilhante, egoísta, severo, irônico, temperamental, imprevisível, personalidade complexa, difícil de compreender ou de aceitar, violento em seus ataques, ingênuo ao se defender, radical nas opiniões, justo, injusto, objetivo, sonhador, consequente, contrário”. Nada retratou tão bem o compositor Jorge Antunes, como essas palavras tomadas emprestadas do professor e pianista Paulo Affonso, publicadas, há muitos anos, no Jornal de Brasília. Nascido em 23 de abril 1942, nosso emblemático e controverso personagem chega aos 70 anos de idade, muito bem vividos. Natural do Rio de Janeiro, lá ele estudou violino, composição e regência e, paralelamente, graduou-se em física. Essas duas áreas, aparentemente bem diferentes, tornaram-se a base de um estilo adotado por ele e do qual é o precursor no Brasil: a música eletroacústica, um estilo cujas composições e execuções são feitas com mescla de instrumentos e equipamentos eletrônicos. Para se aperfeiçoar nessa técnica, Antunes foi para Buenos Aires, Utrecht e Paris, onde trabalhou com ‘feras’ de renome mundial. Produziu uma lista enorme de obras que lhe proporcionaram muitos prêmios e condecorações, entre elas o título de Chevalier dans l’Ordre des Arts et des Lettres. Suas composições constam, frequentemente, nas programações de festivais de música contemporânea, principalmente na Europa. Mas, como santo de casa não faz milagres, no Brasil, esse membro da Academia Brasileira de Música é pouco tocado e menos conhecido do que na França, por exemplo.
polêmicos artigos, ele coloca a música a serviço das ideias políticas, criando obras pouco convencionais, como a Sinfonia dos dez mil que tem uma orquestra de buzinas de 132 automóveis. Nos anos 80, ele compôs o Hino das Diretas Já, e, mais tarde, outro hino com o intuito de substituir o Hino Nacional, iniciativa que, apesar da melodia inspiradora e do bom texto do poeta Reynaldo Jardim, não foi aprovada. Para a comemoração dos 500 anos do Brasil, ele compôs Sinfonia em Cinco Movimentos. E, inspirado pelo ideal socialista e pelos sonhos da Intentona Comunista, Antunes compôs a ópera Olga, (sobre a mulher de Luis Carlos Prestes) uma das mais controvertidas personagens políticas do século XX. A ópera foi encenada com grande sucesso no Teatro Municipal em São Paulo e está programada para o palco do Teatro Nacional Claudio Santoro, ainda neste semestre. Esse provocador e irreverente autor não poderia perder a oportunidade de se manifestar sobre o escândalo que abalou o governo do GDF, na época do governador Arruda. A forma escolhida foi a ópera de rua Auto do Pesadelo de Dom Bosco. Com personagens da Idade Média que incluem suseranos, vassalos, reverendos e bruxas, o autor misturou o folclore nordestino com a música medieval. O espetáculo, qualificado por alguns como commedia dell’arte, contou com pequena orquestra e grupo de solistas e foi apresentada várias vezes em espaços públicos do Distrito Federal.
QUE VENHAM NOVAS OBRAS
MÚSICA A SERVIÇO DOS IDEAIS
Qualidades ou defeitos? Não importa. O que importa é que Jorge Antunes vai, por muito tempo ainda, criar obras que, certamente, continuarão dando o que falar. A torcida é a favor.
Além de autor de obras complexas, Antunes é artista polivalente e ativista político. Militando sempre nas correntes esquerdistas da vida política brasileira, foi candidato a vários cargos eletivos. Autor de livros técnicos, de muitos e
*Bohumil Med Professor emérito da Universidade de Brasília. Com a colaboração de Regina Ivete Lopes
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Meio ambiente Agenda Cultural
Por: Da Redação Djenane| Arraes Fotos:|Gustavo Fotos: Divulgação Serrate
Beleza exótica
Seus leves tons de azul lançam tendência nos jardins de Brasília
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econhecida pela sua forma exuberante e cor azulada, a Palmeira Azul é muito procurada por paisagistas e entusiastas para suas composições. Seu efeito escultural é impactante, tornando-se um ponto focal em áreas verdes. Ideal para jardins amplos, contemporâneos ou tropicais, também pode ser cultivada em grupos ou linhas. O efeito é divino. “Veio a Brasília através de sementes importadas do seu local de origem ou através de palmeiras que já frutificaram em solo brasileiro.” comenta Nicolas Behr, ecologista e poeta. A Palmeira Azul originou-se da Ilha de Madagascar, Norte da África. Carrega o nome científico de Bismarckia nobilis. No popular é conhecida como Palmeira Azul, Palmeira Bismarckia e Palmeira de Bismarck. “O País exporta sementes dessa palmeira já há bastante tempo. Tenho várias, no Viveiro Pau Brasília, e plantadas em frente a minha casa, no lago norte.” conta Nicolas. Para o seu desenvolvimento, a Palmeira Azul precisa de espaço de no mínimo 8 metros de diâmetro. A mesma medida deve ser tomada para espaçamento entre mudas. Deve ser cultivada sob sol pleno, em solos drenáveis, enriquecidos com matéria orgânica e irrigados regularmente. Após o completo estabelecimento, é capaz de tolerar períodos de estiagem. Mesmo assim, recomenda-se a irrigação suplementar, que estimula o rápido crescimento desta espécie. “Ela é uma espécie dioica, isto quer dizer que existe a planta macho e a planta fêmea. Normalmente os dois sexos estão presentes no mesmo cacho.
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É uma das mais belas palmeiras e ela deve ser plantada isolada de outras palmeiras, pois assim, ela realça melhor a sua beleza.” diz Nicolas. Adapta-se a ambientes úmidos ou secos. Aprecia o clima tropical e o subtropical. Também suporta as geadas e o fogo, sempre rebrotando em seguida. É pouco tolerante a transplantes depois de adulta. Por isso, é essencial que, ao transplantar mudas jovens, evite ao máximo mexer nas raízes. A germinação ocorre entre 6 a 8 semanas. “É fácil encontrar a palmeira azul nos viveiros de Brasília. Por exemplo: no Jardim Botânico, próximo à ESAF, ou no Polo Verde, na saída norte. Ainda é cara e aos poucos, com a produção de sementes aqui no Brasil, ela vai ficando mais barata. É a palmeira da moda, no momento.” explica.
A Palmeira Machado de Assis Como é linda e verdejante Esta palmeira gigante Que se eleva sobre o monte! Como seus galhos frondosos S’elevam tão majestosos Quase a tocar no horizonte! Ó palmeira, eu te saúdo, Ó tronco valente e mudo, Da natureza expressão! Aqui te venho ofertar Triste canto, que soltar Vai meu triste coração. Sim, bem triste, que pendida Tenho a fronte amortecida, Do pesar acabrunhada! Sofro os rigores da sorte, Das desgraças a mais forte Nesta vida amargurada!
Como tu amas a terra Que tua raiz encerra, Com profunda discrição; Também amei da donzela Sua imagem meiga e bela, Que alentava o coração. Como ao brilho purpurino Do crepúsc’lo matutino Da manhã o doce albor; Também amei com loucura Ess’alma toda ternura Dei-lhe todo o meu amor! Amei!... Mas negra traição Perverteu o coração Dessa imagem da candura! Sofri então dor cruel, Sorvi da desgraça o fel, Sorvi tragos d’amargura! Adeus, palmeira! Ao cantor Guarda o segredo de amor; Sim, cala os segredos meus! Não reveles o meu canto Esconde em ti o meu pranto Adeus, ó palmeira!... Adeus!
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Propaganda e Marketing
Carlos Grillo*
Sapos
E
fervidos
xperimentos, no mínimo curiosos, mostraram que um sapo colocado em um recipiente com a água de sua lagoa, fica estático enquanto a água é aquecida até ferver. Inchado e com cara de bobo, o pobre batráquio morre sem saber o que lhe atingiu. No entanto, ao jogar o sapo nesse mesmo recipiente, com a água já em ebulição, ele reage rápido e salta fora. Conheci essa história pelo Dr. Ulisses Riedel, célebre advogado que hoje dedica sua vida a promover mudanças sociais por meio de sua Oscip, a União Planetária. Dr. Ulisses teme sermos uma geração de sapos fervidos. Imóvel. Sem reação. Incapaz de perceber as alterações sutis – e hostis –, que ocorrem à sua volta. Destinada a um fim que ela, abobalhada, ignora. Talvez ele tenha razão. No mundo do marketing e da comunicação, que passa por transformações aceleradas e sem precedentes, viver a síndrome do sapo fervido é até inevitável. A lagoa da publicidade tradicional, outrora tranquila e aconchegante, ameaça atingir seu ponto de fervura e abater os mais desatentos. O mesmo
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acontece com inúmeras empresas de marketing digital, que surgiram na época anterior ao estouro da bolha da web e não foram capazes de adequar seus modelos de negócios. Ou ainda, com os produtores de eventos e de ações promocionais, que não entenderam seus novos papéis, cada dia mais estratégicos e menos táticos, na construção de marcas. O mal do sapo fervido também aflige nosso mercado no aspecto social. A deterioração das relações interpessoais e corporativas não deixa espaço para dúvidas. Tal e qual os anfíbios desavisados do experimento relatado pelo Dr. Ulisses Riedel, padecemos sem nos darmos conta, quando alimentamos o anacrônico atrito entre as áreas de atendimento, criação e produção. Ou, pior, quando mantemos em lados opostos, numa zona permanente de conflito, agências e clientes. Nossa força se esvai lentamente toda vez que aceitamos participar de concorrências desleais ou evitamos sentar à mesa com nossos pares para discutir a profissão e os rumos a seguir. Morremos um pouquinho a cada dia sempre que usamos estagiários como mão
de obra barata ou tratamos com arrogância nossos subordinados. Assumimos a condição de sapos ao deixar a vaidade passar à frente do talento e ao abrir mão do coletivo em favor de interesses individuais. Estimativas de organismos econômicos mundiais dão conta de que o Brasil crescerá pelos próximos vinte anos até encontrar seu ponto de equilíbrio na curva de desenvolvimento. Se essas projeções se confirmarem, os brasileiros podem esperar impactos positivos em todos os setores e em todos os níveis da sociedade. Na indústria do marketing e da comunicação, sempre sensível às variações de natureza econômica, as oportunidades são ainda mais claras. Mas, para isso, precisamos amadurecer e mudar nossa postura desde já. Se continuarmos a nos comportar feito sapos, corremos o risco de ferver inertes pelas próximas duas décadas, quando será tarde demais para reagir.
*Carlos Grillo Sócio-Diretor da Fermento Soluções em Comunicação E-mail: grillo@fermentopromo.com.br Twitter: @carlosgrillo
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Vinho
Paulo kunzler *
Salvaguarda aos vinhos brasileiros, mais confusão...
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endo em vista o assunto das rodas de enófilos, adiciono, além de minha opinião, o link: www.ibravin. org.br/int_noticias.php?id=8738tipo=N que é o texto publicado pelos principais órgãos brasileiros relacionados ao vinho. Na próxima edição, tratarei de um assunto mais simpático. É um texto bem claro que não deixa dúvidas sobre o assunto, muita gente andou falando besteira e querendo até boicotar o vinho nacional ou o vinho importado, atitude comum ao povo brasileiro, crucifica para depois julgar, e mais, em se tratando de Brasil, só defendemos o futebol mesmo. O problema maior é o que o governo poderá fazer caso seja aprovada a Salvaguarda: irá retaliar de algum modo o vinho importado, quem sabe até aumentando impostos, já que não há garantias sobre como utilizar a Salvaguarda. Seria muito mais fácil e óbvio baixar o imposto sobre os nacionais, afinal, em vários países da Europa, o vinho pátrio é taxado como alimento. É a mesma história da Salvaguarda aos automóveis nacionais, e o caminho natural foi aumentar o imposto sobre os importados. Espero que a luz da razão nos brinde com uma baixa de impostos, até para os importados, afinal, vinho não é bebida de alcoólatra, vinho é saúde, é alimento, é história, é respeito, e, sobretudo união.
*Paulo kunzler É sommelier kunzlerdovinho@terra.com.br
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Boa leitura com um bom café
Tá lendo o quê?
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Fotos: Divulgação
Walesson Martins
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André Brazoli
Monaliza Maia
Rafael Araújo
Jornalista
Analista de Mídias Sociais
Gerente de Mkt do Brasília Shopping
Estudante de Publicidade
Livro Em chamas
Livro Crônicas de Gelo e Fogo: A Guerra dos Tronos Autor George R. R. Martin
Livro Um Romance Sentimental
Autor Suzanne Collins
Livro Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida Autor Eduardo Sporh
Editora Rocco
Editora Verus
Editora LeYa
Editora Record
A continuação de jogos vorazes é ainda mais quente que o primeiro. Lendo o primeiro volume da série, fiquei horrorizado com o que o homem é capaz de fazer para manter o poder. Nesse volume, a barbárie atinge níveis maiores ainda. Em Chamas tem um quê político, em que a nação que é subjugada pelo Governo começa a abrir os olhos pros ideais de liberdade. E mais uma vez a carnificina dos Jogos Vorazes é trazida até nós. Que a sorte esteja sempre a seu favor.
O livro é cativante e conta a história de antigas batalhas angélicas, e a procura de uma cidade perdida que é entrada para um dos sete céus. O que chama a atenção é como o autor faz sua narrativa passando por eventos históricos, como guerras e diversas cidades brasileiras e suas vias como Brasília e a BR 070. Tudo isso bem amarrado no enredo te fazendo esperar pelo que vai acontecer na próxima página.
Em A Guerra dos Tronos, George R. R. Martin traz uma história de lordes e damas, soldados e mercenários, assassinos e bastardos, que se juntam em um tempo de presságios malignos. Cada um esforçando-se para ganhar este conflito mortal – a guerra dos tronos. A temática de mistérios, intrigas, romances e aventuras inspiraram a série transmitida pela HBO.
É um livro denso e pesado, de um sadismo tenebroso, que por vezes me travou a leitura. Uma leitura que mistura horror e beleza de uma forma muito requintada, que não tem como você deixar de querer saber como terminará tudo. Estou adorando!
Autor Alain Robbe-Grillet
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Frases Foi o primeiro terminal de aeroporto que foi destaque nacional e internacional por sua arquitetura. O perfil de Brasília mudou. É o terceiro maior aeroporto do País. É claro que esses dados têm que ser inseridos no projeto, mas não se pode esquecer o projeto original, que é o que a gente chama de direito autoral. Sérgio Parada - arquiteto
Brasília é a meca criada para nerds da arquitetura. Como eu.
Sou a favor do metrô de Brasília tanto quanto sou a favor de que alguém coma um Big Mac. Desde que nenhum dos dois seja pago com dinheiro público. José Serra
Hoje é o dia mais feliz da minha vida. O Congresso acaba de aprovar o projeto para a construção de Brasília. Sabe por que o projeto foi aprovado? Eles pensam que não vou conseguir executá-lo. Juscelino Kubitschek de Oliveira
Moby – Cantor
O céu é o mar de Brasília. Lúcio Costa
Brasília…Uma prisão ao ar livre. Clarice Lispector
Brasília é cidade de primeiro mundo, é tipo Las Vegas. Foi erguida no meio do deserto para quem quer ganhar dinheiro fácil.
Vim diretamente de Ouro Preto a Brasília. Que jornada dramática através do tempo e da história! Uma jornada do ontem para o amanhã, do acabado ao que está para começar, de conquistas antigas às novas promessas!
Danilo Gentili
Aldous Huxley
Justiça
VETUVAL MARTINS VASCONCELOS*
Sujeitos processuais na execução cível N
a lição de Galeno Lacerda (Teoria geral do processo. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p. 105), ao lado do interesse de agir, é necessária a presença da legitimação das partes para a causa, de acordo com a previsão legal. Daniel Amorim (Manual de direito processual civil. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p 726) esclarece que a legitimidade no processo de execução pode ser ativa (arts. 566-567 do CPC) e passiva (art. 568 do CPC). A legitimidade ativa pode ser ordinária primária ou originária (art. 566, incisos I e II, do CPC), ordinária superveniente ou secundária (art. 567 do CPC) e também extraordinária. Será legitimado ordinário originário “(...) sempre que o sujeito legitimado a propor o processo executivo ou a dar início à fase de cumprimento de sentença estiver indicado como credor no próprio título executivo” enquanto, na legitimação ordinária secundária, “(...) apesar de o sujeito fazê-lo em nome próprio e em defesa de interesse próprio, só ganha a legitimação para propor a demanda executiva ou nela prosseguir por um ato ou fato superveniente ao surgimento do título executivo” (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 726), como ocorre com o espólio, os herdeiros, legatário, o cessionário e o sub-rogado. Apesar da omissão no Código de Processo Civil, Moacyr Amaral Santos (Primeiras linhas de direito processual civil. Vol. 3, 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 269-270) leciona que outras pessoas ou entes jurídicos são também legitimados a propor a ação de execução ou nela prosseguir na condição de legitimado ordinário superveniente ou secundário, tal como a massa falida, a herança jacente ou vacante, consoante o disposto no art. 12, incisos III e IV, CPC, além do advogado em relação aos honorários de sucumbência (Lei 8.906, de 4 de julho de 1994).
Em relação ao Ministério Público, este pode propor ação de execução ou requerer cumprimento de sentença na qualidade de órgão agente ou interveniente. Na condição de órgão agente, o Ministério Público se qualifica como legitimado ativo ordinário primário, pois atua em nome próprio na defesa de interesses da sociedade que lhe cabe defender. Se a sua atuação é deduzida na condição de órgão interveniente, a propositura de ação de execução ou o requerimento de cumprimento de sentença qualifica a legitimidade extraordinária, pois a instituição “litigará em nome próprio na defesa de direito alheio”, na condição de substituto processual, como ocorre na execução de alimentos em benefício de incapaz ou no cumprimento da sentença na ação popular quando o autor desiste ou, por inércia, impõe a absolvição da instância. No que se refere ao polo passivo, nota-se a existência da legitimidade passiva ordinária primária ou originária (art. 568, incisos I e IV, CPC), a ordinária superveniente ou secundária (art. 568, incisos II e III, CPC) e, por fim, a legitimidade extraordinária (art. 568, inciso V, CPC). Daniel Amorim, citando posição de Liebman, Araken, Carmona e Fux, destaca a divergência doutrinária quanto à legitimidade extraordinária do responsável patrimonial secundário (art. 592 do CPC). Para Liebman, o responsável patrimonial é terceiro e não detém legitimidade para figurar no polo passivo da relação processual executiva e sua defesa deve ser levada a efeito por meio de ação de embargos de terceiros, ao contrário dos demais autores, que admitem a possibilidade de responsável patrimonial secundário ser parte no processo executivo (Manual de direito processual civil. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 732). (*) Vetuval Martins Vasconcelos Promotor de Justiça/DF e professor do curso de direito do UniCEUB
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Diz Aí, Mané
“Existem duas maneiras de tratar as mulheres. Até hoje ninguém descobriu quais são”.
“Homem deve ser tratado como um bom vinho: no escuro, na horizontal, e com rolha na boca”.
“A fé é uma graça através da qual podemos ver o que não vemos”
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“A floresta está cheia de animais já extintos. Tem que parar de desmatar para que os animais que estão extintos possam se reproduzirem e aumentarem seu número respirando um ar mais limpo”
“O dia tem 24 oras, mas 8 delas são noite”
“Lenini e Stalone eram grandes figuras do comunismo na Rússia”
“O piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não escuta mais nada”
“As moléculas de água quando congelam viram Duréculas”
“Vasos capilares são aqueles pontinhos em que plantamos os pés de cabelo”
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Rindo à Toa Por: Fádua Faraj
De que adianta sermos gatinhas se amamos os cachorros que preferem as galinhas. Se acuputura resolvesse porco espinho não ficava doente. Gordo é que nem urso. É a coisa mais fofa do mundo até chegar perto e tentar te comer. Todo baixinho tem cara feia, porque tem o nariz perto da bunda dos outros. Pinto é igual a dólar: sobe no paralelo e cai no oficial. Piriguete é igual tampa de caneta, se não tá perdida, tá comida. Masturbe-se antes de ir para a balada! Com fome a gente acaba comendo besteira. Triste é encontrar a sua metade da laranja e saber que tem outra pessoa chupando ela. Nunca faça cara de bunda...Tem sempre um cara de pau do seu lado!
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Cresça e Apareça
CARLA RIBEIRO*
Os Benefícios da Gratidão S
er grato é uma dádiva dos céus. A pessoa grata é aquela que consegue reconhecer as coisas boas que recebeu. Ela percebe que suas conquistas foram possíveis, porque outras pessoas contribuíram para isso. Sabe o grato que pela sua história de vida passaram professores, conselheiros, críticos, amigos e até aquele sujeito que ele encontrou uma vez na vida, por um acaso, mas influenciou em importantes decisões da vida. Encontro que deu uma guinada na sua trajetória, na sua história. Há os naturalmente gratos. Os que acordam agradecendo pelo dia ensolarado ou pela possibilidade de vislumbrar as ostentosas árvores com suas fantásticas e poderosas raízes que denunciam ao mesmo tempo força e singeleza. Para essas pessoas, uma caminhada matinal rejuvenesce, lubrifica a alma. Ser grato é passo importante para a felicidade. A pessoa grata é feliz. Gosta de viver. Reconhece pequenos gestos, valoriza as mãos estendidas. O problema é quando as adversi-
dades, as mágoas, as decepções nos impedem de sermos gratos. Se não dermos um basta, esse sentimento cresce e passamos a agir como se o mundo colaborasse para nossa infelicidade. Uma conspiração. Nesse caso, a pessoa age como se fosse a única responsável por suas conquistas, como se, a despeito de tudo e de todos, tivesse conquistado sozinha suas vitórias. É claro que não se pode tirar o mérito pessoal. Não é essa minha intenção. Mas, é igualmente claro que as pessoas que passaram por nossas vidas têm sua parcela de contribuição para que tomemos as decisões que nos levem aonde, hoje, nos encontramos. Interessante é que mesmo aquelas pessoas que não são exemplos a serem seguidos, muitas vezes influenciam-nos exatamente por isto: não queremos reproduzir seus erros. Essa é a história de pessoas que conseguem aprender com o erro dos outros ou com os seus próprios. Sinônimo de sabedoria. A ingratidão é veneno que mata quem cultiva, porque não reconhece, o coitado, um dos
princípios básicos da vida. Mas, é veneno que magoa quem sofre a injustiça da ingratidão. Ser grato pode ser aprendido. Como? Sugiro que se faça uma lista com as bênçãos recebidas. Pode-se listar, por exemplo, ter saúde, ter amigos, ter condições físicas e mentais para produzir, ter várias possibilidades de escolha, conhecer pessoas valorosas e por aí vai. Faça sua lista. Medite sobre os favores recebidos e sobre os favores que você pode fazer. Sim. Já que você é grato, faça favores, sobretudo, a pessoas que nunca poderão te retribuir. Perceberá que a vida ganha um colorido melhor. Com muito mais substância do que as redes sociais têm protagonizado. Reconheça os benefícios que a vida te traz e seja feliz. *CARLA RIBEIRO Advogada, doutoranda em psicologia organizacional, mestra em sociologia, tetracampeã mundial de caratê e presidente do projeto Formando Campeões
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Ponto de Vista
Robério Negreiros*
Sob o
signo da esperança I
maginem dois eixos marcados no chão de terra batida como símbolo de um recomeço de toda uma nação. Uma marca que traduzida representa o sonho de democracia e justiça social. Um lugar de convergências de todos os estados brasileiros, todas as raças e todos os credos, onde os filhos da burguesia dividem a mesma sala de aula com as gerações dos menos afortunados, e a rede pública de saúde atende a todos com qualidade, competência e gentileza. Esse sonho um dia se fez concreto. Há 52 anos, Juscelino Kubitschek juntou o barro, modelou toda uma cidade com uma arquitetura vanguardista e, depois da obra pronta, soprou vida nas ruas de asfalto que mais parecia um grande autorama. Por aqui, de cima da Rodoviária, ao longo das primeiras décadas, via-se uma esplanada de oportunidades. Democracia e republicanismo eram o espírito da nova capital. As flores do jardins de Burle Marx exalavam mais do que o cheiro inigualável de natureza: tinham o perfume de novos tempos. Traziam as mesmas promessas pintadas nos azulejos de Athos Bulcão e no concreto que tomou forma pela imaginação de Oscar Niemeyer. Nossas escolas estavam cheias da justiça social imaginada e escrita por Darcy Ribeiro. As ruas largas tinham transporte eficiente, e os hospitais não faltavam médicos. Brasília era a noiva ideal. Tinha seus dotes e dons. Mas, ao longo do tempo, virou moça perdida. Aceitou homens que não queria, impostos pelo regime que feriu de morte a democracia. Passou por maus tratos, mas voltou a sonhar. Ganhou a liberdade e a autonomia de escolha. Celebrou matrimônio com papel passado e lei orgânica e voltou a sonhar. Mas o sonho se perdeu de novo. A cidade voltou a ser maltratada. Suas avenidas, antes largas demais, encolheram. Suas escolas não são mais as mesmas e sofrem com a omissão do Estado. A saúde é doente
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terminal, perdida nas filas da ingerência, dos desvios, da desestruturação que perdura. Falta segurança. Falta carinho com a capital. Na idade madura, Brasília precisa de plástica e de expurgar pecados para levantar a cabeça e seguir em frente. Brasília precisa de novas paixões. Gente que a ame como JK a amou. O clima de ufanismo e esperança no progresso e desenvolvimento que marcou os anos do governo do presidente bossa nova, entre 1956 e 1960, precisa voltar. A cidade carece de desenvolvimento econômico, investimentos em energia elétrica, construção e reparo de estradas, atração de indústrias – e consequentemente aumento de emprego e renda, investimentos em transporte – com ampliação do metrô e instalação dos veículos leves sob trilhos e pneus (VLT) e (VLP), respectivamente. Brasília precisa voltar a ser a cidade que Lúcio Costa planejou: moderna, voltada para o futuro, mas ao mesmo tempo “bucólica e urbana, lírica e funcional”. Essa é uma tarefa de todos nós que nascemos aqui e amamos esta cidade. Essa é uma tarefa de todos nós parlamentares. Eu, da minha parte, farei de tudo – o possível e, até se puder, o impossível, para ver Brasília de novo com aquele ar de juventude , cheia de novas esperanças. Um dia, nós brasilienses, poderemos olhar para o horizonte e lembrar as palavras de Juscelino: “Deste Planalto Central, desta solidão em que breve se [transformou] no cerébro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu País e antevejo esta alvorada, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande [novo]destino”. Parabéns, Brasília. Do seu filho apaixonado, Robério Negreiros. *ROBÉRIO NEGREIROS Deputado distrital pelo PMDB
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Charge
Eixo Monumental
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