Plano Brasília 115

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Plano

Ano 10 · Edição 115 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

José Messias:

“Diálogo sobre o urbanismo é vital para a conservação da cidade”

MESA REDONDA Rubem Fonseca COTIDIANO Passarelas Subterrâneas PONTO DE VISTA Irenaldo Lima

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Sumário

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11 48 10 Cartas

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24 60

40 Plano de negócios

66 Turismo

11 Mesa Redonda

42 Automóvel

68 Propaganda e Marketing

16 Brasília e Coisa & Tal

44 Vida Moderna

18 Panorama Político

46 Esporte

20 Política Brasília

48 Personagem

22 Visão de Brasília

50 Saúde

74 Frases

24 Capa

52 Moda

75 Justiça

28 Meio ambiente

54 Comportamento

76 Diz aí, Mané

30 Gente

56 Projeto

32 Cidade

58 Música

34 Mercado Imobiliário

60 Gastronomia

36 Tecnologia

62 Banda

80 Ponto de Vista

38 Cotidiano

64 Mundo animal

82 Charge

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70 Vinho 72 Tá Lendo o Quê?

78 Tá rindo à Toa 79 Creça e Apareça



Expediente

Carta ao leitor

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA EDITORA-CHEFE Carla Andrade DESIGN GRÁFICO Alan de Carvalho e Zelito Rodrigues CRIAÇÃO: Paula Alvim FOTOGRAFIA Fábio Pinheiro e Gustavo Serrate

EQUIPE DE REPORTAGEM Ananda Moura, Camila Maxi, Cristiane Ferreira, Giuliana Soares, Thiago de Mello e Yuri Achcar COLABORADORES: Antônio Duarte, Antônio Testa, Atalá Correia, Bohumil Med, Carla Ribeiro, Carlos Grillo, Cerino, Érika Kokay, Fádua Faraj, Fernanda Duarte, Ricardo Movits, Romário Schetino e Tarcísio Holanda REVISÃO: Lígia Dib Carneiro IMPRESSÃO RR DONNELLEY TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br 08 de maio de 2012 Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

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Para entender melhor os desafios da cidade monumento, a Plano Brasília conversou com o administrador Messias de Souza a respeito dos esforços e estratégias do GDF para enfrentar os problemas causados pela pressão do crescimento. Para ele, a preservação do único sítio urbano do mundo só poderá ser feita corretamente se a cidade atender as demandas das novas gerações e da modernidade das tecnologias. Um exemplo? Promover adaptações de mobilidade para o fluxo das pessoas na cidade. Messias é advogado e vive em Brasília desde 1985. Foi Assessor da Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) e representante da União no Conselho de Administração da Terracap (2008/2010), entre outras funções. O presidente da CEB, Rubem Fonseca é o entrevistado da Mesa Redonda. Engenheiro aposentado da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Rubem Fonseca Filho já esteve à frente do Metrô-DF, no início do governo Cristovam Buarque, e da Companhia Energética de Brasília (CEB), entre 1995 e 1996. No início do governo Agnelo, assumiu novamente a direção da CEB, com a missão de recuperar a saúde financeira e a credibilidade da companhia. Confira os principais trechos da entrevista concedida à equipe de jornalistas da Plano Brasília. Segundo ele, o brasiliense vai começar a notar a melhora no atendimento da Companhia através das obras contratadas no ano passado, que serão entregues no meio deste ano. O intuito da CEB é expandir o fornecimento de energia e acabar com o serviço sobrecarregado, que vem sido oferecido nos últimos tempos. As melhorias também serão notadas durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014, pois o governo pretende inaugurar novas subestações e ampliar as antigas, para enfrentar problemas, como as chuvas. Para Fonseca, é imprescindível que haja um aumento nos investimentos feitos no setor energético, pois, só assim, é possível suprir todas as necessidades da população. Outro destaque são as passagens subterrâneas, alvos constantes de reclamação entre a população brasiliense. Quando se fala nelas, os problemas são muitos e as soluções são poucas. As passagens eram parte fundamental do projeto de Lúcio Costa, de levar a moderna auto-estrada até o coração da cidade. Por elas, o pedestre percorreria todos os setores, sem confronto com o trânsito veloz. O detalhamento do plano, porém, talvez não tenha sido adequado. A população de Brasília jamais gostou das passagens estreitas por baixo do Eixo Rodoviário — em especial, à noite. Enquanto o trânsito permitiu, a maioria considerou menos arriscado disputar espaço entre os carros.


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Cartas Parabéns pela excelente matéria sobre o Heroclix, sou jogador a muito tempo e é a primeira vez que vejo uma reportagem representar tão bem nosso jogo. Obrigado e continuem com essa qualidade nos trabalhos. Vitor Schmidt

Muito interessante e esclarecedora em vários aspectos a entrevista com o Secretário de Turismo do DF. Ele e a revista Plano Brasilia estão de parabéns! Pablo Fuentes

Excelente a matéria sobre o HeroClix. Descreveu de forma precisa o jogo, sem entrar em detalhes desnecessários, e deu os meios para que interessados venham a conhecer o jogo. É raro matérias sobre jogos mostrarem tal preocupação em apresentar informações corretas e detalhadas, parabéns! João Francisco

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Fale conosco Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.


Mesa Redonda

Rubem Fonseca Equipe Plano Brasília: Yuri Achcar , Edson Crisóstomo, Rubem Fonseca, Romário Schettino e Thiago de Mello | Fotos: Camila Maxi

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ngenheiro aposentado da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Rubem Fonseca Filho já esteve à frente do Metrô-DF, no início do governo Cristovam Buarque, e da Companhia Energética de Brasília (CEB), entre 1995 e 1996. No início do governo Agnelo, assumiu novamente a direção da CEB, com a missão de recuperar a saúde financeira e a credibilidade da companhia. Confira os principais trechos da entrevista concedida à equipe de jornalistas da Plano Brasília.

PB > Como estava a CEB assim que o senhor assumiu? RF > Bem, tentarei resumir uma si-

tuação difícil. Na transição (últimos meses de 2010), falava-se em uma dívida de R$ 600 milhões. Depois que assumimos, vimos que o valor exato era R$ 877 milhões. O sistema elétrico estava todo sucateado, a frota sucateada, com praticamente uma década ou mais de investimentos baixíssimos. Fizeram um PDV (Programa de Demissão Voluntária) em que se perdeu a massa crítica dos trabalhadores. As pessoas que eu

achava que ia encontrar, já não estavam mais na CEB. A empresa era a mais multada do País, com R$ 54 milhões em multas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Com isso, não podia fazer financiamento. Em 2010, foram quatro direções diferentes. Mais a confusão da Caixa de Pandora do ano anterior... Enfim, beirava o caos?

Chegamos lá com um ambiente interno totalmente desmotivado, contratos irregulares, suprimento terrível. Houve uma promiscuidade muito

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grande entre governos anteriores e a CEB. Se fez muita obra e não se pagou, uma dívida grande do GDF. Para se ter uma ideia, entramos no dia 3 de janeiro. Quando fechamos o faturamento do mês, vimos que o governo não pagava as contas de consumo da CEB, secretarias, autarquias. Falei para o governador: “são R$ 2,5 milhões que os órgãos não pagam e, no mês seguinte, serão R$ 3,5 milhões.” Essa situação foi corrigida? Alguém acabou punido?

O governador chamou o secretário de Fazenda, fizemos uma reunião com os ordenadores de despesa e hoje todo o governo está em dia com a CEB. Mandamos todos os casos para a Justiça, mas não podemos punir antes do julgamento para evitar outro processo judicial. A dívida foi bancarizada, é difícil identificar responsáveis. Empresas que tinham contratos com a CEB não entregavam os produtos e recebiam os pagamentos. Estávamos no vermelho. No primeiro mês, fechamos R$ 10 milhões negativos. Fizemos uma reunião com a direção da Aneel. Queríamos transformar as multas em investimentos. Mas tive que ouvir que não era possível passar uma borracha no passado e começar tudo do zero. Aí tomei consciência do quadro extremamente adverso em que estávamos. E o governo tinha que se preparar para a Copa do Mundo, fazer subestações, o Noroeste – um bairro novo a duplicação do Aeroporto de Brasília... E como foi possível iniciar a recuperação da empresa?

Entramos com as medidas disciplinadoras, cancelamos atos imorais de

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“Houve uma promiscuidade muito grande entre governos anteriores e a CEB. Fez-se muita obra e não se pagou” diretores – que não posso comentar, porque já estão na Justiça –, baixamos o preço dos editais de licitação. Compramos 300 mil lâmpadas para o programa de eficiência energética, que troca equipamentos antigos por novos, para a população de baixa renda gastar menos energia.

O resultado foi um preço 66% mais barato do que na licitação de 2009. Compramos medidores de energia 49% mais baratos. Os postes, 52% mais em conta. Somente nessas três compras, economizamos mais de R$ 10 milhões. Tivemos que tomar medidas, como cortar horas-extras, fomos descobrindo vícios e moralizando a gestão. Tiramos a maior parte dos cargos comissionados, diminuímos o número de diretores. Quando terminou o ano, apresentamos o resultado. O balanço de 2010 só foi entregue em agosto, com atraso, mostrando um prejuízo de R$ 32 milhões. Em 2011, foram R$ 3 milhões. E o melhor: o balanço foi aprovado sem ressalvas, é limpo, não deixa dúvidas. O anterior tinha cinco ressalvas. E fechamos agora o balanço trimestral com lucro de cerca de R$ 11 milhões. Ou seja, mais dinheiro para melhorar o serviço?

Precisamos de recursos vultuosos para investimento. Não dá para ir ao supermercado e comprar uma subestação, uma linha de alta tensão. Mas tivemos conquistas enormes. Estamos pagando os fornecedores com 15 dias, antes havia atraso de 90 a 120 dias. É praticamente à vista. Vamos receber caminhões novos. Contratamos 315 novos servidores, estamos treinando a turma. Negociamos as dívidas. Parcelamos R$ 17 milhões, estamos pagando a última parcela. Outra dívida de R$ 12 milhões parcelamos em 60 meses. E o restante estamos tentando transformar em investimentos. Hoje, nós temos R$ 130 milhões em andamento. São obras grandes que con-


tratamos no ano passado e teremos três delas sendo entregues em junho ou julho. Fechamos os anéis Santa Maria - Mangueiral e Samamabaia Riacho Fundo, além da inauguração da Subestação do Riacho Fundo. E pedimos mais R$ 120 milhões para outros investimentos.

O antigo centro de operações da CEB, na Asa Sul, foi vendido com a anuência da Aneel. Nós vendemos o terreno por cerca de R$ 54 milhões, construímos um novo centro de operações e ainda sobra um bom dinheiro para fazer fluxo de caixa e operar a empresa.

Mas o consumidor ainda não percebe as

Já tem gente defendendo a privatização da

mudanças.

CEB como alternativa. O que o senhor acha

O balanço da gestão é muito positivo. Mas o sistema está muito ruim mesmo. As subestações funcionam acima do limite, com até 120% da capacidade. A subestação de Furnas também apresenta problemas e acabamos levando a culpa. Começamos o plano de recuperação econômico-financeira da CEB. Não adianta colocar a empresa para funcionar e não ter recursos para investimentos. Chegamos ao valor de R$ 540 milhões, que foi a base da solicitação de empréstimo ao BNDES.

disso?

Vai melhorar, então?

O desequilíbrio da CEB começou com a retirada de R$ 140 milhões, em governos anteriores, que saiu da distribuidora para a geração. Os recursos foram investidos em Corumbá IV. O GDF tinha capacidade de endividamento, mas não tinha de pagamento. Isso só foi obtido na virada do ano, com o superávit. Aí entramos com a carta-consulta no BNDES. Recentemente, o pedido foi enquadrado. Isso quer dizer que temos condições de sermos atendidos. Vieram sete técnicos do BNDES, esmiuçaram tudo e o pedido foi enquadrado. E quando esse dinheiro estará disponível?

É o que todo mundo quer saber.

“Baixamos os preços nos editais de licitação. Somente em três compras, economizamos mais de R$ 10 milhões”

Quando saiu o enquadramento, imaginaram que eu estivesse com R$ 600 milhões em cima da minha mesa. Isso tudo é carimbado para investimentos, mas o clima político não ajuda. Tomamos algumas medidas, vendemos alguns terrenos para manter o ritmo de investimentos.

Financeiramente, a CEB foi destroçada. Mas economicamente é uma empresa vigorosa. Ela fatura R$ 2 bilhões por ano. Em 1995 e 1996, a CEB foi considerada a melhor empresa de distribuição de energia do Brasil. Ganhamos prêmio da revista Exame, primeiro lugar do País. Só não repetimos o feito em 1997, porque tiraram o setor de energia da premiação. Temos faturamento, uma planta compacta, o maior consumido médio do Brasil. A média brasileira de crescimento de consumo é de 4%. No DF, é 7,2%. São 850 mil unidades consumidoras. Por um lado, é positivo porque temos uma arrecadação vigorosa. Mas, por outro lado, é um desafio muito grande ter um sistema que possa atender esse crescimento. Nós mostramos que a CEB, em um governo do PT, transformou -se na melhor empresa de energia brasileira. Quando a gente começa o saneamento da empresa, os resultados começam a aparecer e há um assanhamento dos grupos econômicos. Por isso, volta uma forte onda de privatização. E vão bater na tecla da prestação do serviço ao consumidor. A CEB chegou à situação em que encontramos, porque deixaram. Não foi por acaso. Além

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do vigor econômico, a CEB tem um grande patrimônio imobiliário, muitos terrenos. E com uma gestão séria, podemos transformar isso em patrimônio elétrico.

cia. A média era de quatro horas e quinze minutos para recuperar cada poste e restabelecer a energia. Hoje, a média subiu para quatro horas e meia. Está piorando. Vou explicar, mas não vou justificar, porque precisamos melhorar. O problema é o trânsito, que está cada vez pior. Não conseguimos chegar ao local, ainda mais quando ocorrem acidentes. Fiz dois pedidos para a Secretaria de Segurança Pública. Queremos colocar sirene e luzes nos carros de manutenção e trafegar no acostamento. À Secretaria de Transportes, pedimos autorização para circular na faixa exclusiva de ônibus. Tudo para chegarmos o mais rápido possível no local e restabelecer a energia.

Como são as companhias de energia no resto do País?

Hoje, a maioria é privatizada. As grandes, não. As estatais são CEMIG (MG), Copel (PR), Celeste (SC). No Rio Grande do Sul, o mercado é divido por território. A Eletrobrás, federal, assume várias no Nordeste. No Rio de Janeiro, a CEMIG estatal comprou a Light, que era privada. Em São Paulo, são privadas. E o que todo brasiliense quer saber: quando teremos um serviço de qualidade, sem frequentes apagões?

Com as obras contratadas no ano passado, que vão ser entregues no meio do ano, a população vai começar a perceber melhorias. O sistema da CEB é radial, como os raios da bicicleta. Se perder um deles, não tenho alternativa. Então, nós estamos fechando os anéis. Se eu perder um raio, posso levar a energia por outro caminho. Com as subestações que vão ser inauguradas e ampliadas, vamos acabar com a sobrecarga. E as obras que vão ser concluídas no fim do ano já vão oferecer melhorias mais significativas. Vamos poder enfrentar as chuvas em condições muito melhores do que as anteriores. Na Copa das Confederações, em 2013, já estaremos em boas condições. E na Copa do Mundo, em 2014, teremos tranquilidade. Aí, sim, vamos chegar com um sistema muito bom. Vai melhorar, não tem alternativa. Ou investe, ou melho-

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“A CEB chegou à situação em que encontramos, porque deixaram. Não foi por acaso” ra, ou constrói o que precisa ser feito. Pública ou privada, qualquer empresa teria que fazer o que estamos fazendo. Vamos gastar R$ 540 milhões em investimentos até 2014. Haja paciência, não?

Algumas coisas são complicadas e não dependem da CEB. Em média, temos cinco postes albarroados por dia. Para recuperar o poste, em acidentes com vítima, só podemos começar o trabalho depois da perí-

Por que os apagões atingem tanta gente?

Nossos circuitos são enormes, de até 50 quilômetros. Se temos um problema em algum poste, todos que estão na área de 50 quilômetros são atingidos. Estamos reduzindo os circuitos para cinco quilômetros. Localizamos o problema mais rapidamente, e menos gente é atingida. Disciplinamos a poda de árvores, a manutenção dos equipamentos, fusíveis. Tudo isso precisa de investimento e já está melhorando. Mas os desligamentos vão continuar ocorrendo, mesmo com os investimentos. É como na nossa casa. É uma proteção do sistema, é projetado para desligar. Se uma pipa cai na rede elétrica, uma antena de TV é levada pelo vento e atinge os cabos, cai a energia. Não tem mágica. O sistema está ruim e, no decorrer da entrega das obras, a situação vai melhorar. Mas a população não tem paciência, ninguém quer ficar sem energia.


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Brasília e Coisa & Tal

ROMÁRIO SCHETTINO

Elza Fiúza/ABr

Guerra de escutas – I A batalha campal em torno do Palácio Buriti continua com tiroteios de toda natureza. Agora, além da pressão dos professores, aparecem escutas, suspeitas e denúncias de que o vice Tadeu Filipelli estaria tramando a queda de Agnelo Queiroz. Também há acusações de que arapongas de Agnelo estariam investigando Filipelli para blindar o governador. O clima de desconfiança plantado é ruim para o Distrito Federal, porque desestabiliza o comando da cidade e prejudica os interesses coletivos. Aonde isso vai parar ninguém sabe, a única certeza é que há algo de podre no reino da Dinamarca, incluindo-se ai também a imprensa, ou parte dela.

Cachoeira – I

Cachoeira – II

Roosewelt Pinheiro/ABr

O escândalo Cachoeira talvez seja o maior de todos os tempos da República. O escândalo dos Anões do Orçamento e o retórico Mensalão são fichinhas diante da rede centopéica que Carlinhos Cachoeira implantou do Oiapoque ao Chuí, passando fortemente pelo Centro-Oeste. E, o mais impressionante, com ramificações no Ministério Público, no Judiciário, no Executivo e no Legislativo, em todos os níveis. Esse é imbatível.

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O pano de fundo de todas as operações de Carlinhos Cachoeira é o caixa dois das campanhas eleitorais. Enquanto o Brasil não tomar vergonha na cara e aprovar um novo sistema eleitoral, não há como combater toda essa corrupção. Os contratos feitos para recompensar doações eleitorais estão aí para todos os gostos, volumes e qualidades. Portanto, financiamento público de campanha, já! Ou vamos ficar brincando de denunciar caixa dois todos os anos?

Censo comprova - I O ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), com base no Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), anuncia a queda da mortalidade infantil e o aumento da frequência escolar, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, as mais pobres do País. Os avanços nos indicadores sociais do Brasil na última década mostram que o País está no caminho certo para erradicar a miséria. A taxa de mortalidade infantil teve redução recorde: o índice de 2010 é 47,5% menor do que o registrado em 2000. “Em uma década, a mortalidade infantil caiu praticamente pela metade”, afirma a ministra do MDS, Tereza Campello. O Nordeste teve a maior redução, de 58,6%. O IBGE reconhece a ampliação de políticas de acompanhamento da


Comunicando saúde e a melhor distribuição de renda como fatores preponderantes para a queda da mortalidade infantil.

Censo comprova – II A ministra Tereza Campello considera ainda que os dados do Censo contribuem para rebater mitos em torno do Bolsa Família. A taxa de fecundidade caiu especialmente nas regiões Nordeste (23,4%) e Norte (queda de 21,8%). “Os dados mostram que o Bolsa Família não incentiva a natalidade. Ao contrário. A queda é maior nas regiões que mais recebem os benefícios do programa”, assinala a ministra. De acordo com ela, os resultados do Censo reforçam a opção do governo brasileiro por um modelo de desenvolvimento que prioriza a inclusão dos mais pobres, que fez do Brasil uma referência para o mundo em crescimento com inserção social.

Cotas para negro

José Cruz/ABr

A decisão do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, em favor da constitucionalidade das cotas para negro nas universidades foi uma vitória para a sociedade brasileira. Os anti-cotistas não têm argumento suficiente para condenar a posição do STF, mesmo considerando as ressalvas em alguns dos votos, como as apresentadas pelo ministro Gilmar Mendes (aliás, confusas). O fato é que a reparação a que tem direito os negros no Brasil é justa e há de ser decisiva para o sistema democrático, pois produzirá a inclusão de amplo setor da sociedade colocado à margem durante séculos.

Instituto Foi inaugurada na UnB a sede nacional do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI), coordenado pelo professor José Jorge de Carvalho. Um passo importante para a inclusão dos saberes populares no mundo científico. Parabéns, UnB. Parabéns, José Jorge.

Memória Foi lançado no Foyer da Sala Villa-Lobos, do Teatro Nacional Claudio Santoro, o livro O Sonho Candango, memória afetiva dos anos 80, de Alexandre Ribondi, Cláudia Pereira e Romário Schettino. São 25 entrevistas com figuras que marcaram o período de 1982 a 1986 em que a Candango Promoções Artísticas movimentou o cenário cultural de Brasília. No livro estão Hugo Rosas, B. de Paiva, Zuleica Porto, Sérgio Bazi, Guilherme Reis, Humberto Pedrancini, Maria Duarte, João Antonio e muitos outros. O livro está à venda nas melhores casas do ramo. Vale a pena conferir para conhecer as pessoas que fizeram e fazem a história desta cidade.

Poste da CEB A CEB instalou postes em uma área escura da 215 Norte. Os moradores acharam que essa providência era necessária, porque a escuridão impedia as caminhadas noturnas e causava insegurança. O incrível é que, uma semana depois, os postes foram apagados a pedido de um, ou dois, moradores, porque a claridade estava iluminando seus apartamentos. Isso não é incrível? A CEB precisa explicar os critérios que adota para iluminar áreas públicas. Basta uma reclamação e a segurança coletiva fica prejudicada? É isso?

E-mail: romario@abordo.com.br

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Panorama Político

TARCÍSIO HOLANDA

CPI mostra suas fragilidades “S

e eu botar R$ 30 milhões na mão de políticos, eu sou convidado para coisa para c...! Pode ter certeza disso, te garanto. Se eu botasse dez pau que seja na mão de nego... Dez pau! Ah... Nem precisava de muito dinheiro não, mas eu ia ganhar negócio. Oooo”... – declarou Fernando Cavendish, o dono da Delta, em uma das gravações de suas conversas captadas pela Polícia Federal. A Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os malfeitos em torno de Carlinhos Cachoeira foi criada por unanimidade, mas já começa a exibir suas fragilidades. Foi aprovado um plano de trabalho que ameaça não cumprir nem mesmo os inquéritos realizados pela Polícia Federal e que são o que há de essencial no caso. O dono da Delta, a empresa que tinha negócios ilícitos com Cachoeira, Fernando Cavendish, foi ignorado pelo relator Odair Cunha (PT-MG), o que é considerado algo inexplicável. Ele é um dos principais envolvidos na operação Monte Carlo realizada pela Polícia Federal, um dos inquéritos que foram motivo de criação da CPI do Cachoeira. Já se sabe que a Delta mandou 39 milhões para as empre sas-fantasmas da quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Em uma das escandalosas gravações que a Polícia Federal fez, Cavendish disse: “Se eu botar R$ 30 milhões na mão de políticos, eu sou convidado para coisa para c...! Pode ter certeza disso, te garanto. Se eu botasse dez pau que seja na mão de nego... Dez pau! Ah... Nem precisava de muito dinheiro não, mas eu ia ganhar negócio. Oooo”... A gravação mostra esses desabafos escandalosos.

ARROGÂNCIA

Mais adiante, ele completa: “Estou sendo muito sincero com vocês: R$ 6 milhões aqui, eu ia ser convidado. Ô senador fulano de tal, eu tenho cinco convites aqui. Toma, tá aqui, ó. Pá! Se convidar,

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eu boto dinheiro na tua mão.” O fato de a CPI ignorar Fernando Cavendish é uma omissão escandalosa. A Delta, sua empresa, é a sexta maior empreiteira do país e está entre as empresas mais importantes que fazem as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Investigar essa empresa é um imperativo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que foi criada para investigar os desvios praticados em torno desse Carlinhos Cachoeira. O relatório do deputado Odair Cunha promete investigar as relações da quadrilha de Cachoeira “com setores empresariais e agentes de mercado, inclusive com a diretoria da Delta na região Centro-Oeste”. O que se sabe é que essa Delta não existe no Centro-Oeste. Isso tudo é para distrair o distinto público. A empreiteira tem obras em 23 Estados da Federação, além do Distrito Federal, só para mostrar sua importância. A Controladoria-Geral da União constatou irregularidades em obras da Delta desde 2008.

INIDONEIDADE DA DELTA

Há quinze dias, por determinação da presidente Dilma Rousseff, o ministro Jorge Hage, chefe da Controladoria-Geral da União, anunciou a instauração de inquérito administrativo que certamente resultará na declaração de idoneidade da empresa. Mas o deputado Odair Cunha, relator geral da CPI, não admite excluir de seu plano de ação a investigação no Centro-Oeste, sustentando que se trata de mero ponto de partida. Como é notório, as operações da Polícia Federal mostraram o envolvimento dos governadores Marconi Perillo, de Goiás, e Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, com essa execrável turma do Cachoeira. E a divulgação de vídeos e fotos mostrou a intimidade de Fernando Cavendish com o governador do Ri o de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Mas a CPI, até agora, não revelou a intenção de convocar esses governadores para da-

rem explicações. Como não pode deixar tudo como está, o deputado Odair Cunha marcou para o dia 12 de junho “uma audiência pública para debater as relações do Sr. Carlos Augusto de Almeida Ramos (ninguém menos que Carlinhos Cachoeira) com governos estaduais.” Mas não fez qualquer menção aos governadores Marconi Perillo e Agnelo Queiroz.

GURGEL DIZ QUE NÃO PODE DEPOR

O nome mais mencionado na CPI foi o do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, tendo o senador Fernando Collor sugerido a sua convocação, várias vezes. O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) apoiou a posição de Fernando Collor. “O Procurador ter sentado nestas investigações por três, quatro anos, não é correto. Ele deve explicações à sociedade brasileira” – disse Vaccarezza. Roberto Gurgel realmente recebeu, em 2009, o resultado da Operação Vegas da Polícia Federal. Nesse inquérito, foi captada a voz do senador Demóstenes Torres dialogando com o bicheiro Carlos Cachoeira, tramando negócios. Convidado a comparecer à CPI, para dar explicações, Roberto Gurgel invocou uma limitação legal. Argumentou que, se fosse depor como testemunha na CPI, ficaria impedido de atuar nos inquéritos agora instaurados no Supremo Tribunal Federal, a seu pedido. Ex-Procurador da República, o senador Pedro Taques (PDT-MT) fez referência na CPI às leis que sustentam a argumentação de Roberto Gurgel.

OPOSIÇÃO DENUNCIA O PT EM PERNAMBUCO

“Brizola Neto não conseguiu ganhar a confiança da bancada. […] Ele é o queridinho da presidente, não é nosso. Se [Leonel] Brizola estivesse vivo, ele teria levado umas palmadas, apesar da lei. Ele trai princípios partidários do PDT. No Ministério fará o jogo da presidente não


o de interesse do partido” – declarou o deputado Giovani Queiroz (PDT-PA), se queixando da nomeação pela presidente Dilma Rousseff do deputado Brizola Neto para ministro do Trabalho. Os três partidos que fazem oposição ao PT em Recife – PMDB, DEM e PPS – entraram com uma ação, na última segunda-feira, contra o PT, na Justiça Eleitoral. Estão acusando o PT e os seus candidatos, Maurício Rands e João da Costa, o prefeito e vice-prefeito, de usar uma disputa prévia para promover uma campanha eleitoral ilegal nas ruas da capital pernambucana. Os partidos de oposição pedem ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco que proíba a realização dessas caminhadas e passeatas de Rands e lhes imponha uma multa por “infrações” cometidas à legislação eleitoral – de R$ 5 mil a R$ 25 mil. Nos termos da legislação, a campanha eleitoral terá início no dia 5 de julho, depois de realizadas as convenções partidárias para escolha dos candidatos. O petista Maurício Rands, ex-deputado federal e atual secretário do governador Eduardo Campos (PSB), é candidato a prefeito contra o prefeito João da Costa, também do PT e candidato à reeleição. Para que os militantes façam a sua escolha, o PT marcou uma eleição prévia. A realização da eleição prévia está prevista na lei.

de realizarem campanha eleitoral nas ruas, dirigindo-se aos eleitores não filiados ao partido. Esses partidos anexaram à ação um vídeo e uma foto. No vídeo, Maurício Rands aparece ao lado do deputado federal João Paulo e do senador Humberto Costa caminhando pelas ruas dos mais populosos bairros da capital pernambucana – a favela de Brasília Teimosa. Rands aparece apresentando-se como candidato a prefeito, fazen do promessas, e distribuindo cartazes e panfletos. Em uma fotografia, aparece adesivo colado ao vidro de um carro em que se lê: “Avança com João da Costa”. O carro é de propriedade do vereador Jairo Brito, amigo e cabo eleitoral do atual prefeito petista de Recife. Os partidos oposicionistas registram na ação que João da Costa não pode alegar desconhecimento, uma vez que o referido vereador é seu cunhado. Tanto o PMDB como o DEM pretendem lançar candidatos a prefeito de Recife. O PMDB pretende lançar a candidatura de Raul Henry e o DEM apresentará o deputado Mendonça Filho, enquanto que o PPS prepara-se para lançar a candidatura do ex-deputado Raul Jungman. Na ação, os partidos oposicionistas sustentam que o PT e seus candidatos “quebram a isonomia e a paridade de armas” da eleição, “maculando a lisura do processo eleitoral”.

CAMPANHA PREMATURA NAS RUAS

PT E PSDB DIVIDIRAM O 1° DE MAIO

Os pré-candidatos estão autorizados a pedir votos aos militantes petistas. O PMDB, o DEM e o PPS, na ação judicial que movem na Justiça Eleitoral de Pernambuco, acusam os candidatos petistas

Nas celebrações do dia 1º de maio, as festas foram, como sempre, comandadas pela CGT e Força Sindical, secundadas pelas centrais sindicais de menor força e expressão. Em São Paulo, o nosso grande

centro industrial, a maior festa foi comandada pela Força Sindical e cinco centrais menores (CTB, CGTB, NC e UGT), mas também lá estiveram dando uma força lideranças importantes do PSDB, desde o senador e presidenciável Aécio Neves ao governador paulista Geraldo Alckmin. Na festa comandada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), estavam presentes as lideranças do PT, desde o presidente nacional do part ido, Rui Falcão, ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o seu antecessor na pasta, Fernando Haddad, que é o candidato de Lula à Prefeitura paulistana, assim como candidatos de partidos aliados, como Gabriel Chalita, do PMDB, ligado ao vice-presidente da República, Michel Temer, Celso Russomano (PRB) e Netinho da Paula, do PCdoB. Todos eles unidos pelo desejo de evitar que o candidato tucano José Serra, favorito nas pesquisas, ganhe a Prefeitura paulistana. José Serra tem horror à CUT e não tem bom convívio com o Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical. Está sob tratamento odontológico, mas acabou tendo que comparecer, vencido pela pressão dos correligionários, à frente o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab. O ex-presidente Luiz Inácio lula da Silva é forçado a evitar o uso dos microfones, após a cirurgia em sua laringe a que se submeteu no Hospital Sírio-Libanês. O clima eleitoral fez com que a presidente Dilma Rousseff evitasse comparecer às comemorações do dia 1º de maio em São Paulo. Ela foi representada pelo ministro G ilberto Carvalho, Secretário-Geral da Presidência da República, que tem, entre as suas obrigações, a de tratar com as centrais sindicais.

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Política Brasília

YURI ACHCAR

Golpe na Terracap

Elza Fiúza/ABr

Fabio Rodrigues Pozzebom-ABr

A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) está alerta para combater um golpe cada vez mais comum. Pessoas interessadas em adquirir lotes solicitam a licitação do terreno, mas antes contratam laranjas para invadir a área. Com o edital na praça, não aparecem concorrentes e o lote é arrematado pelo preço mínimo.

é provisória. Depende de como vai avançar a discussão sobre a disputa pela presidência da Câmara Legislativa no próximo biênio.

O presidente da Câmara Legislativa, Patrício (PT), comportou-se como líder da oposição nas últimas semanas. Assinou requerimento de criação da CPI da Arapongagem e fez outros convocando ex-autoridades do GDF citadas no caso Cachoeira. Depois, acalmou. Até atrasou, a pedido do Palácio do Buriti, a publicação dos indicados para atuar na comissão que vai investigar grampos ilegais.

Vai não, ia... Na verdade, a CPI tem tudo para não ser instalada. Dos cinco membros, apenas Celina Leão (PSD) quer que a investigação siga em frente. Os outros quatro não devem participar de reunião alguma para a eleição do presidente e a escolha do relator. Sem quórum, só resta a gaveta. Mesmo fim da CPI da Saúde.

Voltando a Patrício Agnelo não tinha o que fazer a não ser trocar o comando da Polícia Militar, mesmo desagradando Patrício, que havia indicado o comandante exonerado. A operação tartaruga precisava ser combatida por alguém que não tivesse vínculo político a um deputado que parecia mais interessado em garantir os votos da corporação do que a segurança dos brasilienses. A paz ainda

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Um a menos Flagrado pela Polícia Federal em conversas nada republicanas com José Olímpio de Queiroga, sócio de Carlinhos Cachoeira, Agaciel Maia (PTC) é um adversário a menos para Patrício, que busca aprovar a possibilidade de reeleição e permanecer no comando da Casa. Agaciel vinha impressionando os colegas pela capacidade de articulação política, mas foi abatido depois da acusação de influenciar a votação do projeto sobre a abertura de postos de combustíveis em shoppings e hipermercados, a pedido de Cachoeira. Agaciel nega as acusações.

Marcello Casal Jr-Abr

Paz provisória


Benedito fica. Por enquanto Benedito Domingos (PP) conseguiu liminar do Tribunal Superior Eleitoral para permanecer na Câmara Legislativa até o julgamento, pelo TSE, do recurso apresentado pelo parlamentar. O deputado teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral. Os desembargadores entenderam que o distrital Benedito Domingos, eleito em 2010 com 9.479 votos, omitiu gastos e não apresentou documentos que comprovassem a arrecadação de recursos. Outros dois colegas condenados pelo TRE conseguiram derrubar a cassação no TSE: Raad Massouh (PPL) e Wellington Luiz (PPL). Já Benício Tavares (PMDB) não escapou da degola.

Por onde anda Daniel Tavares? O ex-motorista do então deputado Agnelo Queiroz e ex-lobista de uma indústria farmacêutica no período em que o governador era diretor da Anvisa está desaparecido. Daniel Tavares gravou um depoimento à deputada Celina Leão (PSD), na casa de Eliana Pedrosa (PSD), afirmando que teria pago R$ 5 mil de propina para Agnelo. Depois gravou outro depoimento desmentindo o anterior e afirmando que tudo era uma armação para atacar o governador. Na verdade, o dinheiro seria o pagamento de um empréstimo.

Inquérito incrimina deputadas

DIvulgação

Parece que só a Polícia Civil consegue encontrar Daniel Tavares. Apenas ele foi ouvido no inquérito enviado ao Ministério Público do DF. Para saber qual versão é a verdadeira, a investigação precisa chegar a Agnelo Queiroz. Como o governador tem foro privilegiado, o processo foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça. “Agora será possível fazer uma investigação isenta”, comemorou Celina Leão. O advogado do governador, Luis Carlos Alcoforado, também achou bom: “É mais uma oportunidade para comprovar a armação contra o governador.”

Emoção e revolta

A liminar trouxe alívio para os amigos de Benedito Domingos na Câmara. E não são poucos. Praticamente todos os deputados distritais lamentaram a decisão do TRE. O medo é que erros banais na prestação de contas - que podem ocorrer com qualquer um - sejam usados para derrubar os políticos eleitos.

Elza Fiúza/ABr

Todos por Bené

Depois que Agnelo Queiroz disse, em um programa de TV, que as deputadas compraram o depoimento de Tavares, Eliana Pedrosa (PSD) subiu à tribuna do Plenário. Revoltada, foi às lágrimas, Comparando-se à Polônia invadida pelos nazistas. “Ninguém ligava, afinal, era a Polônia. E de repente Hitler já tinha dominado a Europa” alertou a deputada, que desafiou: “me prendam!”.

Agora é cobrar resultados A Secretaria de Condomínios caminha a passos de tartaruga desde a criação, ainda no ano passado. O secretário, o deputado Wellington Luiz (PPL), foi nomeado somente em 2011. Mas a equipe mesmo começou a ser nomeada no fim do mês passado. Se acabaram as desculpas, é hora de trabalhar. A avaliação dos primeiros resultados vai mostrar se faz sentido manter uma secretaria para apoiar a regularização dos loteamentos do DF.

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Visão de Brasília

ANTONIO TESTA

Ponto positivo

para o governo

Segurança pública D

epois de mais de um ano patinando, o GDF, pelo menos na área da segurança, apresenta avanços. Um novo modelo de gestão está sendo implantado. Os efeitos positivos logo deverão ser sentidos pela população. Espera-se que a capital atinja níveis de paz social compatíveis com sua importância.

TRANSPORTE

O caos continua é difícil entender a aritmética gerencial do setor de transportes do GDF. É sabido que o desenho da cidade obriga milhares de pessoas a se deslocarem para o centro pela manhã e a voltarem para casa ao entardecer. Mas penalizar os donos de carros e privilegiar os proprietários dos ônibus é irracional. (Sei que o discurso fala em privilegiar os passageiros. Mas é só discurso). O cartel continua no comando. Qualquer leigo percebe que a decisão de criar uma via apenas para ônibus não funciona, ou melhor: funciona para gerar insatisfação. Basta ver o fluxo dos veículos e dos ônibus. Há um imenso descompasso. Enquanto milhares de motoristas queimam suas pestanas, aguar-

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dando pacientemente o momento de se deslocarem alguns metros à frente, tentam responder o que é feito com os impostos que pagam e as multas a que estão submetidos. Nesse ínterim, alguns ônibus velhos e mal cuidados continuam prestando péssimos serviços ao cidadão transitando em alta velocidade por uma via esvaziada. É difícil acreditar que a engenharia de trânsito, o poder dos cartéis, e o lobby político de vários interesses pudessem gerar condições operacionais para uma decisão tão irracional. Mas puderam. Incrível! Brasiliense, imagine como seria se o grande empresário e contraventor Cachoeira conseguisse implantar o sistema de bilhetagem eletrônica que estava em vias de conseguir, antes de ser preso? Certamente, os passageiros seriam agraciados, ou melhor, extorquidos, por uma tecnologia de ponta, para cobrar preços extorsivos por péssimos serviços prestados pelas empresas de transporte. Evidentemente quem pagaria por essa tecnologia seria os mesmos de sempre, os passageiros. A Câmara Legislativa continua criativa e inovando em copiar.

Criar uma CPI da arapongagem num ambiente no qual o governo tem total controle é mais uma tática para desperdiçar o tempo e desviar a atenção para coisas infrutíferas. Os deputados poderiam gastar melhor seus esforços, por exemplo, discutindo e legislando para coibir a pichação na cidade. Brasília é uma cidade manchada não só pela corrupção e pela violência, mas toda pichada. Por que não tornar os pichadores criminosos ambientais hediondos? Não seria interessante punir quem depreda o patrimônio público, obrigandos-os a prestarem serviços de limpeza e preservação em asilos, creches, cadeias? Seria muito reeducativo e provavelmente teríamos uma cidade digna de ser patrimônio da humanidade. Deputados.... CPI da arapongagem é demais. Nem os arapongas acreditam. Mas como não ficam sem grampear, vão gravar todas as sessões. Mais um retrabalho, pois a câmara já faz esse serviço institucionalmente. *ANTONIO TESTA Cientista político.


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Capa

Por: Carlos Bafutto | Fotos: Gustavo Serrate

Os desafios da

cidade

monumento

Único sítio urbano no mundo com menos de um século a ser declarado Patrimônio da Humanidade, Brasília sofre as pressões do crescimento desordenado

A

realidade da cidade, que completa 52 anos de idade nesta semana, coloca em xeque o reconhecimento internacional como Patrimônio da Humanidade, concedido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Com uma população de mais de 2.5 milhões de habitantes (fonte: IBGE), Brasília, que foi concebida para abrigar 300 mil pessoas, vê-se cercada por problemas comuns às

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grandes metrópoles que distorcem as concepções urbanísticas que tornam a cidade a única no mundo com menos de cem anos a receber o título. É também a maior área tombada do mundo, 112,5 quilômetros quadrados. Em 21 de abril de 1960 durante a inauguração da nova capital federal do Brasil, o ex-presidente Juscelino Kubitschek disse em seu discurso: “Surgira uma geração excepcional, capaz de conceber e executar aquela arquitetura em escala maior, a que cria cidades e, não, edifícios.” Tal grandiosidade foi oficialmente reconhecida pelo mundo 27 anos mais tarde.

Em seu livro autobiográfico Lúcio Costa, Registro de uma Vivência (Empresa da Artes, 1995), o urbanista (falecido em 1998) autor do projeto do Plano Piloto, argumenta: “O mundo está cheio de cidades apenas vivas, que não interessam à humanidade preservar. Mas no caso raro dessas cidades eleitas, há sempre particularidades que precisam manter-se imunes a inovações e modismos, do contrário o que é válido nelas se esvai.”

TOMBAMENTO Em dezembro de 1985, o então governador (nomeado pelo Governo Federal) e ex-ministro da cultura, José


Aparecido de Oliveira, iniciou o pleito para inclusão de Brasília como patrimônio mundial. O título veio dois anos mais tarde, em sete de dezembro de 1987. Os critérios adotados para o tombamento foram baseados no equilíbrio entre as quatro escalas urbanas (monumental, gregária, residencial e bucólica) definidas no Relatório do Plano Piloto, com o qual Lúcio Costa venceu o concurso para a escolha do plano como a nova capital do Brasil, em 1957. Em outubro de 1992 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na

ENTREVISTA ESPECIAL MESSIAS DE SOUZA Administrador de Brasília

Diante das discussões acerca da preservação das escalas urbanas previstas no tombamento da cidade, o administrador de Brasília, Messias de Souza fala à Plano Brasília dos esforços e estratégias do GDF para enfrentar os problemas causados pela pressão do crescimento. Messias é advogado e vive em Brasília desde 1985. Foi Assessor da Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) e representante da União no Conselho de Administração da Terracap (2008/2010), entre outras funções.

Plano Brasília: Quais são as atribuições da Administração de Brasília no que se refere ao tombamento da cidade? Messias: A Administração de Brasília tem grande responsabilidade em relação ao tombamento, porque é quem tem a prerrogativa de aprovar os projetos arquitetônicos e liberar as licenças de construção em toda a área tombada. Então necessariamente faz um exame dessas obras para aferir se estão adequadas às normas de preservação.

Quais são as distorções que mais ameaçam esse conceito? Acho que há sempre uma pressão do mercado sobre a área tombada em face da supervalorização do metro quadrado na cidade. Para mim, a preservação de Brasília só poderá ser levada a bom termo se a cidade atender as demandas das novas gerações e da modernidade das tecnologias. Por exemplo, adaptações de mobilidade para o fluxo das pessoas na cidade, que implicam em mais calçadas, ciclovias, transporte público, uma série de ações para conter a expansão excessiva dos automóveis.

A cidade foi projetada para cerca de 300 mil habitantes, e nossa população supera, em muito, esse número. Quais os desafios impostos por esse crescimento? Sobre a área tombada, circulam diariamente cerca de um milhão e trezentas mil pessoas por dia que moram em cidades próximas, mas passam o dia trabalhando em Brasília. Nesse cenário, os equipamentos urbanos bem como a estrutura da cidade em serviços são pressionados por PLANO BRASÍLIA

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Capa

Da Redação | Fotos: Moreno esse contingente. Costumo dizer que Brasília está no centro de uma metrópole, porque é rodeada por cidades do Distrito Federal e do entorno.

Quais são as estratégias da Administração e do GDF para toda essa pressão? É necessária a reavaliação dos usos da cidade. É preciso haver uma dimensão humana no diálogo sobre o urbanismo. Preservar não é somente manter fotograficamente os prédios, mas é fazer com que tenham pleno uso, o que acarreta adaptação às novas necessidades. Com isso, surgem conflitos entre moradores e comerciantes, por exemplo, pois o comércio local das superquadras mudou de natureza, não só pela valorização de metro quadrado, mas por ser uma cidade que recebe mais de um milhão de pessoas que necessitam de serviços de lazer, cultura, gastronomia, entre outros.

O projeto urbanístico de Brasília já foi alvo de críticas pela a alta dependência de automóveis na mobilidade urbana. Existe algum plano do GDF para mitigar esse problema? Em função do crescimento da cidade, é preciso um olhar mais detalhado na questão do transporte público, sair do modelo antiquado do automóvel, dos congestionamentos. São licenciados mais de cem mil carros por ano em Brasília. Isso significa que, em dez anos, teremos mais de um milhão de novos carros circulando por aqui. O descarte é bem menor do que o ingresso de novos carros.

Puxadinhos na Asa Sul, irregularidades colocam em risco o tombamento da cidade

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Como uma nova proposta de transporte público não esbarraria na questão do tombamento da cidade? Para preservar a cidade é preciso criar alternativas de transporte público, ainda que tais alternativas sejam diferentes do que foi pensado há cinquenta anos. Precisamos de metrô, veículo leve sobre trilhos, veículo leve sobre pneus, ciclovias, faixas exclusivas para ônibus, mais calçadas, enfim, todos os modais de mobilidade urbana devem estar à disposição da população e interligados. Se não houver resposta a essa grande demanda de transporte público de qualidade, estaremos sim comprometendo a responsabilidade do tombamento.

Uma comissão da UNESCO esteve recentemente em Brasília para avaliar se as recomendações para a preservação do título de patrimônio cultural da humanidade foram atendidas. Quais foram as ações do GDF para atender as recomendações? O Governo do Distrito Federal tem todo o interesse em manter o tombamento por se tratar de uma conquista da cidade. Mas como eu disse, o tombamento não pode ser encarado como um “fetiche”, pois, para que a essência das escalas tombadas seja mantida, a cidade precisa de intervenções físicas, requalificações de usos para que possa abrigar de forma generosa a sua população que vai preservar a joia tombada que é nossa cidade.

Com apenas 52 anos, Brasília se vê cercada por

cional (IPHAN), publicou a portaria nº 314, para efeito de proteção do Conjunto Urbanístico de Brasília, tombado pelo Conselho Consultivo da SPHAN (Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e homologada pelo então Ministro da Cultura Antônio Houaiss. A portaria delimitou, em seu § 2º, a área abrangida pelo tombamento, da seguinte forma: a leste pela orla do lago Paranoá, a oeste pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento - EPIA, ao sul pelo córrego Vicente Pires e ao norte pelo córrego Bananal.

REAVALIAÇÃO DO TÍTULO Entre os dias 13 e 17 de março deste ano, uma comitiva enviada pela UNESCO veio a Brasília para avaliar o estado de conservação da cidade. Dois especialistas em arquitetura e urbanismo, Luis Maria Calvo e Carlos Sambricio, e a coordenadora de Cultura da UNESCO no Brasil, Jurema Machado, percorreram a cidade para monitorar as mudanças ocorridas no Plano Piloto desde a última visita, em 2001. A coordenadora Jurema Machado disse à UNESCO TV que o caso de Brasília vem chamando a atenção da


Historicamente, as destinações dos espaços em Brasília vêm sofrendo distorções. Exemplo disso é a polêmica em torno da criação da quadra 901. Como o governo deveria enfrentar o problema? Apesar de defender o tombamento de escala, acho que os usos e as destinações devem se adequar às novas necessidades do cotidiano da cidade. Digo isso, porque uma cidade é viva e, nesse sentido, preservamos quando há utilidade e não apenas pelo aspecto estético.

Mas as distorções na quadra 901 dizem respeito, também, à escala...

problemas comuns às grandes metrópoles

organização, principalmente nos últimos dez anos. “As constantes mudanças no plano urbanístico, como os puxadinhos das quadras comerciais, coberturas irregulares e a falta de vagas na área central, colocam em risco o título”, alertou. No início deste ano, o governo no Distrito Federal declarou 2012 como “Ano da Valorização de Brasília como Patrimônio da Humanidade”. O decreto foi assinado no dia 25 de janeiro pelo governador Agnelo Queiroz (PT), que empossou o Comitê Executivo do Ano de Valorização de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade.

POLÊMICA No início de 2009, o arquiteto Oscar Niemeyer causou polêmica ao apresentar ao então governador José Roberto Arruda (DEM) um projeto para a construção de uma nova praça que se chamaria Praça da Soberania, entre a Rodoviária do Plano Piloto e o Congresso Nacional. A ideia foi rejeitada por grande parte da população, além de arquitetos, representantes do governo e do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O Governo do Distrito Federal acabou, então, engavetando a proposta. Diante do embate, Niemeyer afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que o tombamento de Brasília “era uma besteira”. O arquiteto argumentou que todas as principais cidades do mundo sofrem modificações ao longo do tempo. “As modificações são inevitáveis, e Brasília ainda vai passar por muitas delas,” afirmou. Vinte e dois anos antes, em 1987, por ocasião da declaração da UNESCO, Niemeyer disse ao Jornal do Brasil que “para Brasília, (o tombamento) foi importante, porque, agora, tanto o Plano-Piloto como a arquitetura estarão preservados.”

Os debates em relação à expansão de determinados setores devem ser enxergados a partir da realidade. Por exemplo, Brasília hoje, para cumprir seu papel de capital federal, torna-se o destino de caravanas. Isso tudo faz parte da vida real do Brasil, da luta social. Todos vêm se manifestar em Brasília. Assim, temos também empresários e delegações que podem se hospedar em hotéis de luxo. Essa demanda é real e vai gerar muito emprego. A questão da hotelaria não deve, portanto, ser tratada como um debate isolado, como a questão da quadra 901, mas sim em conjunto. Provoco um debate da necessidade da hotelaria que vai desde o que chamo de popular até a hotelaria de conceito, de alto padrão. Precisamos de mais do que hotéis de luxo, precisamos também de: campings, albergues, pousadas e hotéis de baixo custo. Há uma necessidade objetiva: ou garantimos espaços dignos para todos os que vêm a Brasília, ou daremos margem à ilegalidade. Quanto aos projetos, precisa-se manter coerência com essas escalas. As construções têm que respeitar um limite para que não se perca a linha do horizonte.

Em sua opinião, até que ponto o tombamento de uma cidade é benéfico para a sua população? Acho que o tombamento é positivo e consiste em um avanço se entendido como um conceito que não pode impedir o desenvolvimento da vida das cidades. Deixo um apelo à sociedade de Brasília para que participe mais desse debate e tome em suas mãos o destino da preservação da cidade e da permanente adaptação à melhoria da qualidade de vida. Se a população for atuante nesse processo de consciência sobre a riqueza do debate urbanístico na cidade, o diálogo deixa de ter a arrogância de grupos técnicos que estabelecem regras às quais a sociedade tem de se adaptar e, por outro lado, evita de cair nas mãos de interesses imediatistas da especulação imobiliária. Devemos buscar o exercício da cidadania com sentido crítico de forma coletiva.

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Meio ambiente

Por: Cristiane Ferreira | Fotos: Divulgação

Reciclar para cuidar da cidade

A coleta seletiva do lixo é a saída para a preservação do meio ambiente

C

erca de mil caminhões lotados de resíduos entram todos os dias no lixão da Estrutural e nos Núcleos de Limpeza mantidos pelo Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal, o SLU. Fechando esta conta, os moradores do DF produzem, mensalmente, cerca de 50 mil toneladas de lixo todos os meses, multiplicando, aproximada­ men­ te, 600 mil toneladas todos os anos. Fora desta estatística, ainda existem os chamados pontos críticos, que são locais onde a própria população despeja restos de obras, móveis, eletrodomésticos usados e o lixo do dia a dia. No DF, não há coleta seletiva de lixo, pelo menos não de forma extensiva, pois somente algumas quadras das Asas Sul e Norte são atendidas pelo programa do SLU, sem previsão de expansão para o resto de Brasília ou para as demais Regiões Administrativas. As Organizações não Governamentais que realizam trabalhos de conscientização da sociedade fora dos aterros do Governo, onde a separação dos resíduos é feita por Cooperativas, infelizmente ainda não possuem a expressividade necessária para diminuir o volume de lixo reciclável, não aproveitado todos os dias na cidade. Assim, a separação é, no momento, uma iniciativa limitada a algumas pessoas e empresas.

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Não separar o lixo, além de gerar desperdício, também causa outros tipos de prejuízo, como a degradação do solo e a poluição de lençóis freáticos, já que a maioria dos resíduos leva anos ou até décadas para se decompor. De acordo com o site lixo.com.br, o ideal é “preciclar”, ou seja, pensar antes de comprar um produto que tenha a embalagem de difícil reaproveitamento. Ainda segundo o portal, a reciclagem, no sentido literal da palavra, não é um hábito comum, já que a população não transforma algo já usado em novo, mas a redução do consumo e a reutilização são fatores decisivos para a prevenção do acúmulo de resíduos.

Tempo aproximado de decomposição de resíduos: Papel.......................................3 a 6 meses Pano..................................6 meses a 1 ano Ponta de cigarro................................ 5 anos Chiclete............................................ 5 anos Fralda descartável.......................... 600 anos Sacos plásticos....................... 30 a 40 anos Plástico............................ Mais de 100 anos Metal............................... Mais de 100 anos Borracha......................Tempo indeterminado Vidro.................................1 milhão de anos Garrafas plásticas.......................... Indefinido Longa vida................................... 100 anos Fonte: www.lixo.com.br

Um exemplo simples de “preciclagem” é comprar alimentos que venham em embalagens de vidro, que pode ser mais reaproveitado do que o plástico. “Preciclar é pensar que a história das coisas não acaba quando as jogamos no lixo. Tampouco acaba a nossa responsabilidade!”, afirma Pólita Gonçalves, consultora socioambiental e coordenadora do site.

A UNIVERSIDADE DÁ O EXEMPLO

Em 2006 e 2010, foram baixados um Decreto Presidencial e uma Lei, que determinam a Gestão Compartilhada dos Resíduos Sólidos. A Universidade de Brasília criou um grupo de trabalho que é responsável pela organização da coleta seletiva do lixo nos quatro campi da instituição, na Asa Norte, Ceilândia, Gama e Planaltina. Em cada uma das unidades, há uma cooperativa parceira, que recebe todos os resíduos recicláveis e os beneficia para que sejam comercializados. A UnB desenvolve um trabalho conjunto com pesquisadores, que são responsáveis por programas de inclusão e sustentabilidade, gestão de resíduos sólidos, incubação de cooperativas, educação ambiental, reciclagem, reaproveitamento e parcerias com cooperativas de catadores, para divulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.


Segundo a professora Vitória Ferrari, coordenadora do Núcleo de Agenda Ambiental da UnB, o desperdício dos resíduos recicláveis geram um grande prejuízo para a sociedade, mas deve-se esperar que a promessa de generalização da coleta seletiva do lixo se cumpra, pelo menos no DF. “A quantidade de resíduos que destinamos incorretamente ao lixo é desperdício de material e energia. Além disso, temos o risco de enchentes, doenças causadas por vetores que utilizam o lixo como nicho ecológico, além de deixar o cenário municipal tristemente feio. Participei, representando o Laboratório do Ambiente Construído Inclusão e Sustentabilidade, de um projeto para elaborar

diretrizes para um Plano de Coleta Seletiva Solidária que foi entregue ao Governo Distrital, que está se preparando para implantar a Coleta Seletiva também fora de Brasília”, afirmou. A docente acredita ainda, que o problema da falta de conscientização ambiental não está restrito à cidade, mas sim à sociedade de um modo geral, sendo que a responsabilidade pelo lixo produzido deve ser de cada um. “Se meu lixo impacta a vida de todas as outras pessoas, sou responsável pela destinação correta dele até o final. A Política Nacional de Resíduos Sólidos traz um conceito muito interessante de ‘responsabilidade compartilhada’, por fabricantes, distribuidores, comerciantes, consumidores. Educação é um processo que tem começo e não tem fim, é preciso ser exercitado todos os dias. Precisamos compartilhar a visão de que, se queremos um ambiente limpo e agradável, todos temos que contribuir”, encerrou.

ÓLEO NÃO É LIXO, É LUXO

Quantas e quantas vezes nos pegamos sem saber o que fazer com aquele óleo de cozinha que usamos no dia a dia? E os donos de restaurantes, hotéis e outras empresas que não conhecem um local correto para fazer o descarte? Foi a partir dessas questões, que a empresa ECOLIMP surgiu. A ideia de deixar galões em estabelecimentos comerciais para que os empresários armazenassem o óleo utilizado e depois trocassem por detergentes ou uma determinada quantia em dinheiro foi um apelo ambiental para que estes resíduos não fossem jogados esgoto a baixo. Sua missão, segundo a própria ECOLIMP, é usar aquilo que seria jogado fora, mas poderia ser reutilizado, na geração de empregos formais, já que existem várias equipes para recolher os galões de óleo em todo o Distrito Federal e beneficiá-lo nas indústrias para onde é levado. Segundo o diretor da empresa, Ozanir Gonçalves, 90% das empresas que trabalham com fritura na cidade são suas parceiras. “Visamos estabelecer prioridades e aproveitar todas as oportunidades de negócios que contribuem para o crescimento sustentável das empresas”, disse. Outra contrapartida dada pela ECOLIMP aos seus clientes é um certificado de comprometimento ambiental, que afirma a ligação de seu negócio com a manutenção do desenvolvimento sustentável. Todo o óleo recolhido pela empresa é destinado para a fabricação de materiais de limpeza ou de biodiesel e retorna ao mercado em forma de produtos que reduzem o impacto dos resíduos no meio ambiente. SERVIÇO www.lixo.com.br Instituto Central de Ciências – Campus Universitário Darcy Ribeiro Email: lacis@unb.br Telefone: (61) 3107-7482 ECOLIMP Email: ecolimp@ecolimpdf.com.br Telefone: (61) 3333-3591

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Gente

Por: Edson Crisóstomo

Adirson Vasconcelos e Cláudia Pereira

Público que foi conferir o lançamento

Alexandre Ribondi, Cláudia Pereira e Romário S.

Kasuo Okubo

Política Nada de cheques Vai à sanção da presidente da República o Projeto de Lei de Câmara (PLC) 34/2012, que pune com detenção de três meses a um ano mais multa quem exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer outro tipo de garantia do paciente de emergência. A pena estabelecida pelo projeto poderá ser dobrada se a recusa de atendimento resultar em lesão corporal de natureza grave e triplicada se levar à morte do paciente, o que têm provocado indignação na opinião pública.

Enquanto isso, na Sala de Justiça... O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Ayres Britto, participou da cerimônia de lançamento da sexta edição do Anuário da Justiça Brasil 2012. Com 304 páginas, a publicação reúne informações de grande interesse para os operadores do Direito, como magistrados, membros do Ministério Público e advogados militantes. A novidade deste ano é a volta do ranking nacional de inconstitucionalidade, com o índice das leis que são julgadas mesmo contrárias à Constituição.


Cleber Loureiro, Romário S e Cláudia Pereira

Maria Duarte e Alexandre Ribondi

Caixa Rápido Show de Aula O Terraço Shopping lançou, na última sexta-feira (4), sua programação em comemoração ao mês das mães. O evento, que marcou o início de uma série de aulas com chefes renomados da cidade, contou com a presença do apresentador do programa Hoje em Dia, da TV Record, o chef Eduardo Guedes. O cozinheiro realizou uma aula-show para cerca de mil pessoas na Praça das Palmeiras, onde foi montada uma verdadeira cozinha sobre um enorme palco. A programação vai até o próximo dia 20 de maio e terá, além de oficinas de culinária, uma promoção com a troca de notas fiscais por brindes. “A ação foi um sucesso. O Edu Guedes possui um grande carisma e encantou o público do shopping”, afirmou Karine Pagotte, gerente de marketing do shopping.

Rodrigo Rollemberg, Romário S e Amauri Pessoa

Liliane Rorize esua Samanta Sallum Paulo Otávio mãe Vilma Pereira

Geleia Geral O Sonho Candango A Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional foi palco do lançamento do livro “O Sonho Candango – Memória Afetiva dos anos 80”, com entrevistas de Alexandre Ribondi e textos de Cláudia Pereira e Romário Schettino. A obra faz um mergulho em arquivos e relatos de personagens da cena cultural como os diretores de teatro Hugo Rodas, B. de Paiva, Guilherme Reis, Humberto Pedrancini, o ator Chico Sant’ Anna, Carmem Moretzsohn, o jornalista Irlam Rocha Lima e outros.


Cidade

Da: Redação Fotos: Divulgação

WTC Business Club em Brasília A capital federal tem clube seleto de empresários

O

Distrito Federal faz parte do maior clube de negócios do mundo, o WTC Business Club. No final de 2011, a primeira reunião dos executivos em Brasília oficializou as atividades do clube que está sediado no prédio da Fundação Universa, na L2 Norte. Os conselheiros locais que fazem parte do grupo representam os segmentos imobiliário, construção civil, tecnologia da informação, jurídico, serviços e comércio exterior. O seleto grupo deve atingir o número de 40 integrantes até o fim de 2012. Os empresários fazem reunião pelo menos uma vez a cada dois meses para trocar experiências, participar de cursos e organizar missões internacionais. A intenção é que Brasília seja o centro institucional do clube de negócios, onde as relações governamentais de todos os associados serão discutidas. Nos próximos anos, um edifício WTC deve ser erguido. O local da construção ainda não está definido, mas o grupo está interessado em um terreno da 901 Norte. Ainda em

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2012, a intenção é criar um grupo de trabalho com embaixadores para impulsionar exportações de produtos e serviços oferecidos pelos associados. Segundo a diretoria executiva do WTC Brasília, a presença do Clube na Capital Federal vai permitir a abertura de um canal de comunicação entre o setor público e os associados. No Brasil, o WTC está presente em São Paulo, Belo Horizonte, São José dos Campos e, agora, em Brasília. Ao todo, são 1,7 mil associados.

PALAVRA DO PRESIDENTE

O presidente do WTC Business Club Brasil, Bruno Bomeny, fala que quando o ser humano alcança seus objetivos profissionais e chegar ao mais alto posto das organizações, tem certeza de que será para sempre. Esta percepção atinge praticamente todos – sejam profissionais liberais, sejam empreendedores sejam políticos. Esses executivos, em sua grande maioria, mergulham de cabeça nas novas responsabilidades que a competência, a persistência ou mesmo a sorte lhes proporcionaram. Esquecem que, para chegar aonde chegaram, foram anos de estudos, trabalho e, principalmente, políticas de relacionamento que, em alguns casos, implementaram até sem saberem.


Para Bruno Bomery, todos esses fatores são de suma importância para uma carreira bem-sucedida. Os estudos não se perdem e o trabalho já foi feito, mas as políticas de relacionamento, se não forem cotidianamente implantadas, acabam se perdendo no

tempo e rapidamente são esquecidas, já que na vida tudo é dinâmico e as mudanças, queiram ou não, acontecem a toda hora. No início da vida profissional de cada executivo, os colegas da universidade, os amigos de infância, o clube

O QUE É A WTC BUSINESS CLUB? O WTC foi fundado na década de 60, nos Estados Unidos, pela tradicional família Rockefeller. Em 1995, o clube de negócios chegou ao Brasil. Atualmente, são 330 escritórios espalhados por 101 países. A sigla ficou mundialmente conhecida com o atentado às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, em 2001. A prosperidade é o foco central do WTC Business Club. Seu propósito está suportado por três pilares: NETWORKING, CONHECIMENTO e INTERNACIONALIDADE, pontos considerados fundamentais para o desenvolvimento de negócios e uma consequente prosperidade. Com mais de 1000 associados, dezenas de comitês permanentes e cerca de 300 eventos por ano, o WTC Business Club consolida-se como um dos mais importantes clubes de negócios do mundo. Os associados fazem parte de um grupo seleto de executivos, que tem acesso a conteúdo privilegiado, palestras gratuitas, participação em comitês especializados, oportunidades de networking nacional e internacional, facilitação de contatos para negócios, além de demais benefícios, como descontos e vantagens. WTC São Paulo foi a primeira unidade no Brasil, inaugurada em 1995. Hoje, além do WTC Brasília, fazem parte da rede brasileira o WTC BH, o WTC Vale e o WTC Curitiba.

frequentado, a família, as entidades de classe e tudo mais são a base para um relacionamento profissional imprescindível. “Com o passar do tempo, a agenda vai ficando complicada, o tempo mais exíguo e o profissional cada vez mais envolvido com as suas responsabilidades, surgindo a famosa “solidão do presidente”, que não tem com quem dialogar, trocar ideias, sequer conseguir novas oportunidades pessoais ou empresariais.”, relata Bomery. Ainda segundo Bruno, o WTC Business Club oferece a oportunidade aos seus associados, seja em nível de CEO´s seja para os responsáveis por departamentos-chave nas corporações, proporcionando uma programação variada de encontros e palestras que, além de oferecer importantes conhecimentos e atualizações profissionais, permitem o enriquecimento constante de contatos que serão a base fundamental do sucesso permanente.

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Mercado Imobiliário Da: Redação | Fotos: Divulgação

Novos empreendimentos da PaulOOtávio Atuando no mercado imobiliário do Distrito Federal desde 1975, a PaulOOctávio traz novidades para investir ou morar bem em vários locais com o alto padrão característico da empresa.

U

ma das obras mais especiais e considerada a nova joia da PaulOOctavio é o Residencial Anna Christina Kubitschek Pereira, que fica na SQN 303, bloco E. O empreendimento tem 30 apartamentos e seis coberturas duplex de quatro suítes, com três ou quatro vagas de garagem, e área privativa que varia de 225m² a 479,49m². O edifício terá sistema de automação predial para segurança e para reconhecimento dos veículos cadastrados, tela de toque para sistema de automação e gerenciador de consumo energético. A área comum terá salão multiuso com copa lounge, fitness e sala de massagem. A conclusão da obra está prevista para 30 de abril de 2014.

ENSEADA HOME CLUB

Quem desejar viver bem em Águas Claras, a PaulOOctavio, em conjunto com a Via Engenharia, está trazendo mais uma opção especial: o Enseada Home Club. O empreendimento, ao lado do Península, está sendo lançado com condições de pagamento especiais. Como principal diferencial, os prédios que o compõem terão um complexo de lazer, uma belíssima vista da cidade e estão perto do comércio convencional, de shopping centers, de universidades, de colégios, de parques e do metrô.

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Num área de 5.470 m², serão erguidas três torres, com apartamentos de dois e três quartos bastante espaçosos, com 60m² a 80m², além de14 lojas que vão servir aos moradores. Os imóveis terão vários diferenciais, como sala com varanda gourmet e suíte, com uma ou duas vagas de garagem por unidade. O comprador do imóvel terá à disposição comodidades como um lounge garden, salão de festas, espaço gourmet, churrasqueiras com forno para pizza, sala de estudos, espaço web, brinquedoteca, minicidade, fi-

tness, praça teen, playground, salão de festas infantil, quadra poliesportiva, duas praças e salão de jogos. Ou seja, um clube completo à disposição, sem pagar mensalidade por isso.

RESIDENCIAL EVARISTO DE OLIVEIRA

Outra opção na Asa Norte é o empreendimento que homenageia um dos mais importantes jornalistas da cidade. Trata-se do Residencial Evaristo de Oliveira, que tem apartamentos e coberturas duplex com três quartos, de 110m² a


223m², com uma ou duas vagas de garagem. O prédio também possui um espaço gourmet integrado com salão de múltipla utilização e está pronto para morar. Restam apenas poucas unidades disponíveis.

JK SHOPPING & TOWER

Com projeto da Eduardo Mondolfo Arquitetos Associados, o JK Shopping & Towers está sendo erguido pelas Organizações PaulOOctavio e terá 192 lojas, seis grandes magazines, cinco cinemas e uma torre para 416 salas comerciais com 26 pavimentos, numa área de 36.171,24m² na Avenida Hélio Prates. A previsão de entrega é em dezembro de 2013, e a expectativa de público é de 1 milhão de pessoas/mês. O planejamento para o JK Shopping & Tower teve início há dois anos. A ideia é oferecer serviços diversos em um mesmo lugar, como consultórios, lavanderias e escritórios. A cada mês, as obras do JK Shopping & Tower avançam rapidamente, numa expansão que vai impulsionando toda a região. O complexo comercial que vai atender moradores da região entre Taguatinga e Ceilândia com opções de compras, lazer e entretenimento, além de salas comerciais, está com as fundações e escavação concluídas e parte de sua estrutura já ganha forma. Segundo o superintendente de shopping centers das Organizações PaulOOctavio, Edmar Barros, o condomínio será o mais moderno das regiões administrativas e do Plano Piloto. “A obra oferece o que há de inovador no mundo em termos de tecnologia para a construção de shoppings”, destaca. O JK Shopping

& Tower consolida o grupo como maior investidor do segmento no DF. “Será outra obra de sucesso na nossa carteira, que engloba o Taguatinga, o Brasília Shopping, o Iguatemi e o Terraço”, complementa. O presidente Paulo Octavio lembra que a empresa sempre acreditou no potencial da região. “Entendemos que era o momento de a população ganhar um complexo à altura do local”, explica. Ele espera repetir o que ocorreu no Taguatinga Shopping. “No início, não havia uma frequência considerável nos cinemas. Hoje, as salas estão entre as mais ocupadas de toda rede Cinemark do Brasil”, enfatiza. O público ao redor do JK Shopping & Towers é outro destaque. São 150 mil famílias ou 600 mil consumidores com renda familiar média de 10 salários mínimos e que buscam lazer e conforto em um ambiente seguro e confortável.

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Tecnologia

Por: Camila Maxi | Fotos: DIvulgação

SOUNDHOUND

A tecnologia

e sua comodidade Novos aplicativos modernos que prometem conforto e diversão

– Basta conectar o celular à Internet, acessar o aplicativo e aproximá-lo da caixa de som, ou até mesmo, você pode cantar um trecho da música perto do autofalante, e ele se encarrega de descobrir o nome e o artista. Também disponível em versão gratuita. www.soundhound.com

QWIKI

– Funciona como uma enciclopédia on-line e possui cerca de dois milhões de termos em seu catálogo. Basta digitar o que quiser saber e, se constar no banco de dados, o aplicativo exibe um vídeo com narração e imagens para explicar o assunto em questão. Disponível apenas para iPhone e iPad, e sua versão é gratuita. www.qwiki.com

SPORTS TRACKER – Monitora suas corridas e guarda seu histórico de desempenho. Apenas em inglês. Disponível também para a plataforma Blackberry. É gratuito no Android e custa US$ 3,99 no iPhone e Blackberry. www.sports-tracker.com

DROPBOX – Armazena e compartilha arquivos, imagens e documentos. O programa é gratuito e está disponível para Android, iPhone e Blackberry, e também para os sistemas operacionais Mac, Linux e Windows. www.dropbox.com

FLUD

O

s Smartphones são telefones inteligentes, pela literal tradução do inglês. E possuem funcionalidades avançadas, que facilitam a vida dos usuários. Eles possuem os famosos aplicativos, que, além de serem usados para fins profissionais, trazem comodidade e entretenimento. Abaixo segue uma lista com principais aplicativos para Android e iPhone que podem descomplicar sua vida.

PINGCHAT – O aplicativo permite que você se comunique por áudio, texto e vídeo com amigos que também tenham o aplicativo e estejam conectados à Internet. É gratuito e está disponível também para Blackberry. www.pingchat.com

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– Permite a montagem de uma revista virtual com seus Feeds RSS e compartilhar o conteúdo com os amigos através do Google Reader, Twitter e Facebook. Basta cadastrar seus canais favoritos de notícias para que as novidades sejam exibidas numa grade de imagens. Gratuito e disponível para Android, iPhone e iPad. www.flud.it

AUDIOBOO – Disponibiliza ao usuário gravar frases de até 3 minutos, fazer o upload para a Internet e compartilhar. É possível fazer gravações, adicionar textos, informações de geolocalização e até mesmo enviar fotos antes de compartilhar com os amigos através de redes sociais, como o Twitter. O usuário pode também ouvir as gravações de outras pessoas. www.audioboo.fm


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Cotidiano

Por: Thiago de Mello | Fotos: Thiago de Mello

Mais do

mesmo

Passarelas subterrâneas são alvos constantes de reclamação. Concurso para revitalização está em vigor, mas ainda não há prazo para conclusão

A

s passarelas subterrâneas da Asa Sul e Asa Norte estão sempre em discussão em Brasília. As reclamações costumam ser as mesmas: mal cheiro, vandalismo, falta de segurança. Porém, mesmo com os protestos constantes, muito brasilienses continuam utilizando-as. Aqueles que não se arriscam nas passarelas se atrevem na travessia do eixão sul e do eixão norte. Para alguns, o risco em atravessar a movimentada via é menor do que utilizar as passarelas. Camilla Torres, por exemplo, descartou o uso das passagens subterrâneas. “De vez em quando, até vejo os policiais fazendo a ronda. Mas não adianta. Nem sempre consigo sair do trabalho antes das 18h. E às 18h01 eles não estão mais aqui. Acabei acostumando a atravessar o eixão. Acho bem mais seguro”, diz a estagiária de 20 anos. Já se trata de uma realidade comum em Brasília. Durante o dia, em quase todas as passarelas há muito lixo, cheiro de urina e resquícios da falta de policiamento. Não é difícil encontrar camisinhas usadas e latas queimadas pelos usuários de crack. As pichações já fazer parte da “arquitetura” das passarelas. A passagem da 102 sul é uma das poucas reformadas. Está toda branca e com nova iluminação. Esse novo visual, curiosamente, apesar de apreciado, ainda causa estranheza. “Sempre ando pelas passarelas de dia, porque de noite não dá. Acho até estranho quando passo por aqui. Tão clarinha e limpa”, diz o estudante Evandro Teles, de 17 anos. Em janeiro, o GDF, prometeu várias mudanças nas tão mencionadas passarelas subterrâneas. As principais foram com relação à iluminação, policiamento e reforma. Seriam feitas

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reformas emergenciais e a criação de um concurso de projetos de reformas para as passarelas. Entretanto, após quatro meses da promessa, praticamente nada mudou. Algumas reformas começaram ainda em janeiro, como a da iluminação das passarelas. Porém, não há qualquer tipo de previsão para conclusão. De acordo com a Companhia Energética de Brasília – CEB – 27 refletores de piso serão colocados em cada passarela da Asa Sul. Já na Asa Norte, serão 29 deles em cada. A instalação dos equipamentos começou em janeiro e até hoje apenas as passagens da 102 sul e norte possuem a nova iluminação. Ainda de acordo com a CEB, as passarelas já finalizadas foram reformadas com material que estava disponível na empresa. O material para reforma das demais passarelas continua está em fase de aquisição. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil – Novacap – é responsável pela recuperação dos azulejos, limpeza, urbanismo e pintura das passarelas. Porém, de acordo com assessoria da empresa, o trabalho da Novacap só pode ser feito após a reforma de iluminação da CEB. Enquanto não houver nova iluminação, não haverá reformas. A equipe de reportagem da revista Plano Brasília visitou 6 passarelas. Durante a visita, em apenas em uma delas, a dupla de policiais, apelidada de Cosme e Damião, fazia a ronda. Os próprios policiais sabem das dificuldades da população quando precisam utilizar as passagens. “Enquanto estamos aqui, não vemos muita coisa. Mas é depois das 18h, quando nós terminamos o horário, que tudo acontece”. Disse um dos policiais, enquanto o outro observava as latas queimadas espalhadas pelo local.


CONCURSO PARA REVITALIZAÇÃO DAS PASSARELAS No dia 16 de fevereiro, o GDF, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan – e o Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Distrito Federal – IAB – lançaram concurso que visa a revitalização das passagens subterrâneas. No dia 21 de abril, aniversário de Brasília, foi divulgado o vencedor. O projeto do escritório de Gustavo Portezani Rodrigues, de São Paulo, apresentou uma visão que expandiu para além da passagem da 102 Sul – objeto do concurso – a estrutura de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, pedestres e ciclistas e propôs conectividade com outras passagens subterrâneas. O escritório de São Paulo, vencedor por unanimidade, concorreu com mais de outros 50 projetos. As passarelas serão implementadas em etapas e com graus diferentes de complexidade, pelas demandas diferentes de público de cada passarela. O escritório terá 60 dias para fazer alterações no projeto, propostas pela banca julgadora. Após receber o projeto corrigido e detalhado, a Codeplan o enviará para a Secretaria de Transportes, que cuidará da contratação dos serviços para a revitalização. Porém, mesmo com um projeto de revitalização encaminhado, não há previsão de quando as passarelas terão

uma estrutura necessária para a segurança e conforto da população. Enquanto a reforma definitiva não começa, as chamadas obras preventivas estão atrasadas e sem qualquer prazo de conclusão. A Novacap, por exemplo, não sabe se elas ainda serão realizadas, já que há o concurso em vigor. A vendedora Salete de Sousa, 37 anos, usa diariamente a passagem da 112 norte. Há cerca de dois meses, foi abordada por um assaltante, logo pela manhã. Já era horário da ronda da dupla Cosme e Damião, mas não havia nenhum policial por lá. Salete correu e conseguiu fugir do assalto. “Sempre há um comentário de alguém que foi assaltado. Quem anda sempre pelas passarelas, sempre ouve uma história”. Ela ainda não se arrisca atravessando o eixão, embora já cogite.

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Planos e Negócios UMA CASA Quando as sócias Luciana Nóbrega e Tatiana Guerra decidiram abrir o próprio negócio, em 2010, não tiveram dúvidas. Investiram na abertura de uma loja com uma variedade de produtos necessários para a decoração de interiores. Assim nasceu a Uma Casa, um show-room localizado no circuito decor do Lago Sul, e que tem tecidos, papel de parede, persianas, toldos, tapetes, carpetes, almofadas e um ateliê para confecção de cortinas e enxovais para ambientes residenciais, comerciais e institucionais. Ambiente aconchegante e com a fachada revestida com traços de Athos Bulcao, a Uma Casa tem grifes de renome internacional. Entre os importados, um dos destaques é a linha inglesa de tecidos e papéis de parede Designers Guild, que inclui uma ampla coleção de temas infantis, além de opções para todos os espaços de uma residência ou empresa. O catálogo com os lançamentos 2012 da coleção infantil desembarcou na Uma Casa com uma série de 40 alternativas de revestimentos para quartos, salas de estudo e espaços para brinquedos de meninas e meninos. As padronagens apresentam motivos variados, com estampas de bichinhos, flores, balões e poás. Todo o material é feito em algodão, para facilitar a limpeza e reduzir riscos aos pequenos, como a manifestação de alergias por exemplo. O atendimento é personalizado, e o conceito implementado no mercado pela Uma Casa alia qualidade, beleza, bons preços, economia de tempo e eficiência no fornecimento e produtos e serviços.

VIOLETA SENSES DE O BOTICÁRIO A mulher que gosta de fragrâncias sofisticadas e envolventes, que permanecem na pele durante a maior parte do dia, tem motivo de sobra para conhecer Violeta Senses. O lançamento chega às lojas de O Boticário em todo País a partir do mês de maio. Inspirada na flor de origem europeia, a novidade complementa a linha de perfumaria Nativa SPA Senses, que traz fragrâncias inspiradas em ingredientes exóticos originários de diversas partes do mundo, já disponíveis nas versões Ameixa, Guaraná, Açaí, Blueberry e Verbena. As fragrâncias Nativa SPA Senses reúnem o know how de O Boticário na categoria perfumaria com a explosão cheiros e cores da marca Nativa SPA. Além de enriquecer a linha Nativa SPA Senses, a novidade harmoniza com os outros produtos da família Violeta, já composta por sabonete líquido, loção cremosa, óleo hidratante e sabonete em barra.Com mais de 100 itens de cuidados pessoais e perfumaria, a linha Nativa SPA renova a beleza das mulheres, contribuindo para deixá-las ainda mais lindas, perfumadas e confiantes.

SERVIÇO Brasília Shopping Conjunto Nacional CLS 309 BL A lj 29 - Asa Sul Scn Quadra 2 Bloco D, s/n qd 2 bl D

SERVIÇO UMA CASA SHIS QI 13, CL, Bloco F, Lj. 05, Lago Sul (61) 3364.3682 Horário de funcionamento: 9h às 19h, de segunda a sexta, e das 9h às 13h aos sábados. www.umacasadecor.com.br

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LUXO DE FESTA LUZIÂNIA SHOPPING O primeiro centro de compras de Luziânia será inaugurado no dia 31 de maio e contará com design diferenciado e muitas outras novidades. Mas, enquanto o espaço não é inaugurado, já dá para adiantar alguns detalhes do shopping center, que será também um dos maiores e com o melhor mix da região. A decoração do Luziânia Shopping apresentará um toque rústico, com tons amadeirados de seus móveis, em contraste com a comunicação interna do centro de compras, que receberá traços modernos com itens em aço escovado. Na Praça de Alimentação, uma vista panorâmica da cidade através de vidraças que estarão no terceiro piso, além do paisagismo que deixará o ambiente ainda mais aconchegante. O Luziânia Shopping contará ainda com ambiente com sonorização e ar condicionado, estacionamento totalmente coberto, cinema com salas 3D, área de games, fraldário, espaços para merchandising na fachada externa e interior do shopping e quatro banheiros adaptados para portadores de necessidades especiais.

SERVIÇO www.luzianiashopping.com.br

A segunda edição do Luxo de Festa promove ainda mais a interação do visitante com a exposição. Ele poderá passear pelos estandes temáticos, degustar bebidas, doces e cardápios de bufês, conferir os desfiles diários, os lançamentos de livros e participar de palestras e workshops com nomes consagrados como os que serão proferidos pela designer Bibiana Paranhos e pela consultora Constance Zahn. A cinqüentenária Cristallo, famosa pelos panetones e doces sofisticados, e que desde 1953 recheia a vida dos paulistanos com os panines, vol-au-vents, tortas, sonhos e as mini bombas que ganham creme de chocolate, avelã, baunilha, chantily e o tradicional licor baileys é a atração do espaço gastronômico do Luxo de Festa. A confeitaria comercializará todo o seu premiado cardápio nos quatro dias do evento. A moda é outro setor com destaque no Luxo de Festa. Além dos desfiles de noivas, serão vistos na passarela criações black tie, damas, noivos, 15 anos, pajens e ocasiões especiais, além de tendências em maquiagem, cabelos e acessórios.

SERVIÇO Luxo de Festa Brasília 2012 De 24 a 27 de Maio de 2012, no Clube do Exército www.luxodefesta.com.br

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Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

Versão automática chega para incrementar a dirigibilidade e o afinamento entre motor e câmbio

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ançada em 2010, a Amarok chamou atenção por ser diferente de tudo que existia antes no portfólio da marca alemã. É diferente por ser a primeira picape de porte médio da VW e por incorporar tecnologias dos sedãs de luxo da marca, como o controle de estabilidade e o Hill Holder, um sistema auxiliar que facilita o arranque no declive. E também por ser oferecida apenas com câmbio manual, uma ausência inexplicável diante de uma concorrência acostumada a dispensar o pedal de embreagem. Após dois anos de seu lançamento, a picape da Volkswagen ganha seu tão esperado câmbio automático, mas exclusivo à versão topo de linha Highline. A chegada do câmbio automático exigiu uma reconfiguração da gama da picape, que agora é oferecida em nove versões: S cabine simples 4x2; S cabine simples 4x4; S cabine dupla 4x2; S cabine dupla 4x4; SE cabine simples 4x4; SE cabine dupla 4x4; Trendline (sempre

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com cabine dupla e 4x4); Highline manual; e Highline automática. A versão com câmbio automático da Amarok promete grande estilo, já que tem oito velocidades, enquanto as rivais ficam em (boas) seis marchas. Na esteira da nova transmissão, vem uma reconfiguração do motor 2.0 biturbo (diesel), que agora salta dos atuais 163 cavalos para 180 cv. O torque também aumentou, para 42,8 kgfm (com câmbio manual, esse número fica em 40,8 kgfm).

Segundo dados da marca, a Amarok automática chega aos 100 km/h em 10,9 segundos e atinge a velocidade máxima de 179 km/h. O novo motor também permitiu expandir para 2.860 kg a capacidade de reboque. Ainda segundo a marca, o novo propulsor atende às normas da fase L6 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) e deve ser abastecido com diesel do tipo S-50, que tem não 500, mas sim 50 partes por milhão (ppm) de enxofre.


Volkswagen

Amarok

A Volkswagen explica que o trunfo dessa transmissão está na distância entre a primeira e a oitava marchas, sendo esta última configurada como overdrive (sugerida apenas para uso em velocidades de cruzeiro). Não foi só no câmbio que a Amarok mudou. O motor 2.0 TDI biturbo sofreu modificações e agora passa a render 180 cv – antes eram 163 cv. De acordo com a montadora, o incremento na cavalaria foi conseguido graças à atualização do software de controle e a alterações realizadas nos turbocompressores. Embora a nova transmissão seja exclusividade da versão Highline, as versões mais baratas também foram modificadas. A opção de entrada passa a se chamar S, sendo oferecida com cabine simples ou dupla e tração 4x2 e 4x4. A versão SE deixou de ser privilégio dos frotistas, oferecendo tração 4x4 e o novo motor de 180 cv, mas com câmbio manual. Todas as versões da Amarok trazem de série airbags frontais,

bloqueio eletrônico do diferencial (ELD) e freios com sistema anti-travamento (ABS). As configurações Highline e Trendline podem contar, opcionalmente, com controle de estabilidade (ESP), controle de velocidade em descidas (HDC) e assistente para partida em subida (HSA). A Amarok Highline automática tem preço sugerido de 135.990 reais.

INTERIOR É notória a simplicidade no interior, com plásticos sem refinamento (e rígidos ao toque) por toda parte. Isso não significa, porém, que seja ruim ou de má qualidade. Ao contrário: bancos confortáveis, ergonomia impecável e construção esmerada tornam o ambiente confortável. O espaço atrás não é tão bom quanto o da frente: falta área para as pernas no caso de passageiros mais altos. E o banco, como em toda picape, fica baixo em relação ao assoalho. Especial em vários sentidos, a Amarok é apenas comum nesse aspecto.

CABINE SIMPLES A versão de cabine simples, que mantém a transmissão manual, também é uma agradável surpresa. O motor mais pacato (de uma só turbina e 122 cv) não se intimida mesmo com a caçamba carregada – no caso, com um quadriciclo, de aproximadamente 300 kg. As respostas são satisfatórias, e o conforto em velocidades constantes é garantido pelo câmbio de seis marchas, bem escalonado e de engates precisos. Evidentemente, o desempenho melhora sensivelmente com a caçamba vazia, quando o utilitário ganha agilidade – em compensação, sente-se a traseira mais arisca, o que requer cautela (e paciência ao atravessar pisos irregulares). Nada diferente das concorrentes, no entanto. Com dirigibilidade bem acima da média e mais próxima da de um sedã, interior espaçoso e bem construído (embora simples) e conjunto mecânico sem pares, ela não tem mais desculpas para não ser, ao menos, uma das três mais vendidas da categoria.

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vida moderna

Por Camila Maxi | Fotos: Maíra Morais

Um vestido, um blog e muitas fotografias Fotógrafa faz ensaios diferentes por Brasília

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r a um brechó e comprar um vestido branco, rendado e romântico por R$ 10 é muito bom. Mas fazer vários ensaios fotográficos com ele em várias pessoas diferentes é melhor ainda. Duvida? A fotógrafa Maíra Morais prova isso. Ela produz ensaios independentes com meninas escolhidas a dedo pela cidade, com o mesmo vestido. E o resultado é espetacular. “Queria ver como seria dirigir uma modelo, ter tempo para pensar no cenário. A primeira escolhida foi a irmã do meu namorado. Quando a convidei, ela ficou empolgada e me perguntou como seria a produção e que roupa usaria. Foi quando me toquei de que não tinha pensado no que as meninas iriam vestir. Decidi ir a um brechó para ver se encontrava algo interessante. Quando estava quase desistindo, vi uma parte da arara cheia de vestidos de noiva e resolvi dar uma olhada. Lá estava o dito cujo. Curtinho, rendado e romântico. Na etiqueta, constava o preço de R$ 20, mas, quando fui pagar, a vendedora me disse que estava com 50% de desconto.

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Fiz as fotos, mas ainda não tinha ideia de que continuaria usando o vestido como figurino”, conta Maíra. Explorando locais improváveis de Brasília, os ensaios são produzidos em lugares insólitos, como casas abandonadas, matagais e outros cenários do tipo. Maíra que sempre trabalhou com fotojornalismo não imaginava a proporção que esse vestido tomaria. “Na semana seguinte a esse primeiro ensaio, fui fotografar uma amiga e levei uma mala de roupas, dentre elas o vestido. Ela ficou encantada com o vestido e resolveu começar as fotos com ele. A sessão terminou, e ela não trocou de roupa. No caminho de volta pra casa, me toquei e lembrei que o ensaio anterior tinha sido com a mesma roupa, e aí me veio o estalo. A unidade que eu queria para as minhas fotografias já estava comigo e tinha custado apenas R$ 10. No dia seguinte, comecei a planejar outros lugares para fotografar e a pensar em outras meninas para chamar. Com o passar do tempo, convidei as amigas de amigas e, depois, desconhecidas que encontrava

no Facebook ou em shows. Para minha surpresa, a maioria topou”, comenta. As fotos são tão naturais que Maíra não utiliza de recursos de iluminação, apenas quando necessário. “Se o ensaio for noturno ou em algum lugar com iluminação não muito favorável, pego emprestado um spot de luz. Na maioria das vezes, entretanto, prefiro usar a luz natural. A fotografia fica mais leve”, diz. Para a produção das fotos, a fotógrafa busca inspirações e ideias em revistas, filmes e editoriais. Mas o resultado final é obtido através da parceria entre modelo, fotógrafa e amigos. Em muitas vezes, os objetos que compõem os cenários são pessoais e artesanais. “Já usei balões, luminárias, gaiola, máscaras, flores de plástico, cartolinas, tecidos e papéis coloridos para fazer origamis. Na maioria das vezes, levo coisas que são minhas. Às vezes, as meninas também levam objetos cenográficos. A campeã foi a Flávia Dutra, do 14º ensaio. Quando nos encontramos no Parque da Cidade, onde seriam feitas as fotos, levei um susto. O carro dela estava com o banco de trás recolhido de tantas


coisas que ela havia levado. Praticamente o quarto inteiro. Garrafinhas de vidro, luminária, rádio antigo, bibelôs, conjuntos de chá, várias toalhas coloridas e uma cadeira. Foi fantástico! Fiquei super feliz, porque deu pra ver o quanto ela estava empolgada. Teve ensaio que eu fiz até caça-borboleta com um pedaço de cabo de vassoura e tule. Pra esse, também comprei um mosquiteiro e fiz várias flores de papel crepom.” Mesmo com tantos planejamentos, imprevistos acontecem. A solução é ter jogo de cintura e saber lidar com o ocorrido. Maíra conta como conseguiu driblar algumas situações. “Já aconteceu de eu ter planejado um ensaio pra um dia ensolarado e chover. Inclusive a modelo ia entrar no lago para algumas das fotos. Foi meio chato no começo, todo mundo molhado morrendo de frio. Mas optamos por continuar fotografando e, no final, já estávamos rindo da situação. Em outro ensaio, eu pensei em fazer fotos com cavalos. A modelo me falou que não sabia montar, mas que seria tranquilo fazer uma encenação. Entretanto, na hora das fotos, ela ficou com medo, mudou de ideia, e eu tive que repensar o roteiro para aproveitar o local sem o cavalo. É um tanto frustrante na hora, mas tento não me chatear. Caso contrário, as fotos não ficarão boas. Uma das coisas bacanas que aprendi com o fotojornalismo, foi que temos de ter sempre uma ideia inicial, mas não devemos nos ater a ela”. Durante os ensaios, além das fotos produzidas, também há vídeos de making of. Cada sessão resulta em um vídeo. Os ensaios são quinzenais e alternados com os vídeos. “O amigo Diego Campos me perguntou se poderia fazer vídeos para os ensaios. No começo, não gostei muito da ideia, porque a proposta inicial era fazer alguma coisa que antecedesse as fotos, uma espécie de propaganda. Mas depois conversamos e decidimos que o melhor formato seria um making of. Adoro o trabalho do Diego, acho que o bom do making of é transmitir o que realmente aconteceu durante as fotos. O vídeo dá à pessoa a chance de participar um pouco da fase de produção.”

Todo esse trabalho e esforço têm uma finalidade e, por consequência, recompensa. “Produzo os ensaios para ter portfólio e por diversão, considerando que não sou paga para isso. Pelo contrário. Normalmente gasto dinheiro pra comprar materiais para algumas das produções. Fotografar me deixa muito feliz e produção é um ótimo exercício de criatividade. Adoro todo o processo! Desde o planejamento do local até a hora da edição das fotos. Indiretamente acabo ganhando algum dinheiro devido a pessoas que gostam do blog e me chamam para fazer outros trabalhos”, explica. O planejamento para os ensaios inicia-se pela escolha do tema, sempre se diferenciando da última sessão. Após o tema escolhido, o próximo passo é decidir o local, através de contatos, pesquisas e andanças de carro pela cidade, até encontrar um lugar que case com a proposta do ensaio. Quando necessário, obtém autorização com o responsável para utilizar o espaço. E, por fim, a escolha da modelo e cenografia é realizada. “Tenho uma ideia de roteiro para o ensaio e procuro uma menina que acho que combinaria com o tema. Nesse caso, pergunto pra amigos se conhecem alguém, olho no Facebook de conhecidos meus, e entro em contato com a pessoa. A ideia é fazer com várias meninas diferentes umas das outras. Loiras, ruivas, negras, japonesas. Justamente para brincar com a mudança de contexto para o vestido.” A fotógrafa aprendeu também a apreciar mais a capital a partir desse trabalho. “Sempre achei Brasília muito fria, cheia de concreto, tudo muito distante. O bacana do blog foi que eu perdi um pouco dessa birra. Tive que perder. Por ter que pesquisar locações para as fotos, quase sempre acabei descobrindo lugares que nem conhecia e que, hoje, acho lindos! Gosto mais da minha cidade agora”, conta. E as fotografias de Maíra não param por aí. “Esse é o primeiro projeto de muitos, eu espero. Quero fazer um site para expor as outras fotos que estou produzindo. Devo começar em breve um de fotografias de nu”, revela.

SERVIÇO ovestidode10reais.blogspot.com.br

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Esporte

Por Carla Andrade | Fotos: Divulgação do GDF

Talento brasiliense dentro das quadras Atletas da Seleção Brasileira de Ginástica Acrobática brilham em Mundial da modalidade

B

rasília foi muito bem representada no Mundial de Ginástica Acrobática, realizado em Orlando, Estados Unidos, durante o mês de abril. De trinta e quatro das atletas da Seleção Brasileira da modalidade, dezessete são do Distrito Federal. Em sua maioria, moradoras de cidades de baixa renda do DF, estudantes de escolas públicas ou bolsistas em escolas particulares, vindas de famílias de cidades, como Ceilândia, Estrutural, Cidade Ocidental, Gama e Riacho Fundo II. “Voltamos com uma medalha histórica no peito. A ginástica acrobática será vista com outros olhos, nos cenários nacional e internacional” foi a frase dita constantemente pela professora Márcia Janete, técnica da seleção brasileira de ginástica acrobática e treinadora da equipe do Distrito Federal e da Secretaria de Esporte, após retornar da primeira participação do Brasil no Mundial. “A medalha no peito é apenas de participação, mas competimos e sentimos como se tivéssemos vencido o campeonato”, declara a orgulhosa treinadora. A seleção brasileira de Ginástica Acrobática competiu em duplas e

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trios. A dupla mista Apolônio e Ana Luiza, da categoria Age, conseguiu a oitava colocação, já a dupla feminina Stéfani e Thainá e o trio Rafaela, Yani e Raquel ficaram em 18º, entre 31 equipes. Para a treinadora, a equipe brasileira tem bom nível técnico e está no caminho certo para alcançar resultados muito melhores. Márcia Janete ressaltou que o Mundial foi uma grande experiência de aprendizado. De acordo com


ela, a equipe tinha muita vontade de participar de um campeonato internacional e foi uma importante experiência competir com equipes que treinam há 15 anos, em países com tradição na ginástica. “Recebemos muitos elogios em relação ao índice técnico da equipe, e ainda fomos convidadas para outros campeonatos internacionais. Saber que, em edições anteriores, nenhum país que participou pela primeira vez conseguiu as colocações que conseguimos, já foi uma grande vitória”, disse. O objetivo da equipe é, a partir de agora, entrar para o circuito internacional de competições. “Assim poderemos fazer intercâmbio e aprimorar a técnica”, arrematou Márcia, salientando que é possível esperar que o Brasil consiga ótimas colocações no próximo Mundial, que será realizado em 2014, em Portugal. No mês de maio, será realizada a Copa Brasília de Ginástica, com competições nas modalidades de ginástica artística, rítmica e acrobática. Os alunos da escola da Secretaria de Esporte e dos Centros Olímpicos do DF irão competir. Na avaliação do secretário de Esporte, Célio René, a participação do Brasil no Mundial é uma grande inspiração para os alunos. “O bom desempenho dos atletas do DF no Mundial e o nível técnico que o Brasil apresentou faz com que os alunos percebam que, com dedicação e garra, é possível ir ainda mais longe e alcançar os melhores resultados”, afirmou.

A TÉCNICA CHEIA DE GARRA A técnica da seleção brasileira é experiente quando o assunto é equipe campeã. Há 24 anos, a professora e coreógrafa trabalha com ginástica acrobática e ganhou muitos títulos. Alguns de seus ex-alunos já passaram pelo Cirque du Soleil e por montagens de espetáculos da Broadway. A professora vive desde 2008 em Brasília e inaugurou a modalidade nas escolas de esporte do DF. Em menos de oito meses treinando uma equipe totalmente nova, ainda em 2008, Márcia voltou de um campeonato em São Paulo com três medalhas de ouro para Brasília. As atletas brasilienses passaram a integrar a seleção brasileira após disputarem uma seletiva em novembro do ano passado em Guarulhos (SP). Mas antes da peneira, elas já tinham conquistado o bicampeonato nacional, em 2010 e 2011. Os países com mais tradição na ginástica acrobática são China, Estados Unidos, Rússia e Ucrânia. Um convênio entre a Secretaria de Esporte e a Federação de Ginástica de Brasília garantiu a participação da equipe do DF no Mundial.

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Personagem

In Memoriam Por: Renato Riella | Fotos: Arquivo pessoal

Fernando Lemos Ozencacique de Brasília F

ernando Lemos, um dos jornalistas mais bem sucedidos de Brasília, morreu aos 64 anos. Por interessante coincidência, foi sepultado no dia em que Brasília completou 52 anos: 21 de abril. Convivi com ele desde a década de 70, nos mais variados projetos de jornalismo, cultura, vida pública, esporte e família. Deixa grande vácuo na vida de Brasília, pelas atividades múltiplas que tinha. No Cemitério Campo da Esperança, tive a iniciativa de falar aos presentes demonstrando que Fernando foi talvez a pessoa mais estratégica para que Brasília conquistasse a condição de Patrimônio Cultural da Humanidade, título concedido pela Unesco. Na década de 80, sua influência cultural e política sobre José Aparecido, que foi governador do DF e ministro da Cultura, transformou-se em instrumento de peso para Brasília poder, hoje, estar protegida contra especulações imobiliárias na área tombada pela Unesco. Muitos daqueles que atuavam na política e na cultura no DF não tinham ideia, há quase 30 anos, da importância de se buscar a condição de Patrimônio da Humanidade. Parecia coisa supérflua, mas, aos poucos, ocorreu o reconhecimento desse título. O jornalista Severino Francisco, no Correio Braziliense, lamentou a morte de Fernando e traçou um perfil interessante do jornalista, afirmando que Fernando “parecia um cacique zen, aparentemente desligado, mas atento a tudo.” Severino

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HOMEM DE VISÃO Carlos Honorato, outro jornalista de destaque em Brasília, lembra que Fernando nasceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1948, afirmou que “Fernando Lemos era um homem de visão e fundou uma nova perspectiva na carreira jornalística, com o seu jeito sempre conciliador de gerenciar crises e cuidar da imagem de homens públicos e empresas”. Diz ainda Honorato: “Ele foi secretário de Estado do Distrito Federal em três oportunidades, quando ajudou o governo a dar dignidade à população de Brasília, cidade que o carioca Fernando Lemos escolheu para viver. Foi chefe da pasta de Cultura, de Esporte e de Comunicação Social. Foram lugares onde travou o bom combate, com olhos sempre voltados para o crescimento de Brasília e da cidadania da gente desta terra”.

trabalhou com ele no Correio na década de 1980, onde ocupava o cargo de editor executivo. “Estimulou bastante o jornalismo cultural em Brasília. Era um estrategista competente, escrevia muito bem, batucando com dois dedos, rápido no gatilho. Contou-me que, aos 15 anos, começou a trabalhar no Correio da Manhã, convivendo com Reynaldo Jardim, Nelson Rodrigues, Paulo Francis, Otto Maria Carpeaux… Nunca mais voltou aos bancos de uma escola”, encerrou Severino. Recorro ainda ao texto de Severino Francisco para destacar que Fernando foi peça básica na criação do Polo de Cinema de Sobradinho e da Cidade da Paz. Também incentivou o atendimento inteligente à criança de rua, no Gran Circo Lar, que funcionou durante anos ao lado da Rodoviária. E apoiou a conhecida Cristina Roberto na criação do Bom Demais, um restaurante onde nomes importantes da música foram lançados, na década de 80, como Cássia Eller. Ele deixou três filhos: Cairy Barrionuevo Lemos, Maira Barrionuevo Lemos e Ana Carolina Silveira Mello Lemos. Teve diversos casa-

mentos, com o raro dom de se dar muito bem com as ex-mulheres. Sua empresa de consultoria, a Polimídia, é uma das mais conceituadas do DF.

PRÊMIO ESSO

Tive contato especial com Fernando Lemos na década de 80, quando foi assassinado o jornalista policial Mário Eugênio, do Correio Braziliense. A investigação desse crime foi feita pela redação, enfrentando ameaças da polícia brasiliense e de estruturas do Exército, que participaram do crime. Fernando era de uma frieza e uma coragem incomparáveis diante de cada ameaça que sofremos. Ao final de sete meses de muita luta, conseguimos levar à Justiça os criminosos, e muitos deles foram presos. O resultado desse trabalho foi a conquista, pela primeira vez fora do Eixo Rio - São Paulo, do Prêmio Esso Nacional de Jornalista, homenagem que Fernando valorizava e lhe dava muito orgulho. Foi, portanto, um profissional completo, inclusive detentor do principal prêmio de jornalismo do Brasil. Ficará na história do DF como um pioneiro em muitas áreas, sempre com sensibilidade e competência.

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Saúde

Da Redação | Fotos: Divulgação

leite estresse

Proteínas do ajudam no combate ao O mal do século pode ter seus efeitos minimizados. Farmacotécnica divulga antiestressante natural, extraído da caseína

O

dinheiro é o combustível que move a sociedade moderna. Para conseguir destaque econômico, as pessoas vivem uma eterna rotina. Logo, não encontram tempo para fazer atividades que proporcionam prazer. A falta de estímulo é fator determinante na construção de um indivíduo estressado. As consequências são: perturbações no sono, problemas intestinais, falta de apetite, irritabilidade e desmotivação. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a insônia é a principal responsável pela manifestação deste mal. Nesse estado, a pessoa funciona no automático e não responde, de forma positiva, aos impulsos do meio. “Uma pessoa, quando não dorme bem, passa o dia sentindo os efeitos negativos da indisposição. Para se combater o estresse é preciso, antes de tudo, deixar o corpo descansar”, afirma a farmacêutica da Farmacotécnica, Leandra Sá.

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O estresse atinge todas as pessoas, independentemente de sua condição, idade ou sexo. Há casos em que a pessoa não percebe alteração comportamental. Com base nisso, um estudo feito pelos pesquisadores do Laboratório de Biociências de Alimentos da Nancy University (França) apontou o leite como um antiestressante natural. Os pesquisadores franceses analisaram a calma dos bebês após

a amamentação. O efeito tranquilizador não provinha da saciedade, mas do próprio lácteo. “O Lactium é extraído da caseína do leite e possui propriedades relaxantes, mas não é considerado um sedativo convencional”, esclarece Leandra. O produto foi premiado em 2004, com medalha de bronze na categoria Melhor Inovação em Saúde na Europa. Passou a ser comercializado após teste com mulheres estressadas. O resultado foi uma melhora significativa nos principais sintomas. Embora extraído do leite, o produto possui baixíssima carga de lactose, podendo ser utilizado inclusive por intolerantes. ‘O produto pode ser utilizado preferencialmente à noite, na forma de cápsula, goma ou chocolate’’, orienta. Também pode ser misturado com alimentos e líquidos, como suco, leite, chá, iogurte, chocolate etc. ‘’É um excelente agente auxiliar no controle do estresse devidamente testado’’, atesta.

PROPRIEDADES

Estudos demonstraram os benefícios de LactiumTM para alívio de sintomas físicos e emocionais relacionados ao estresse, tais como: - perturbações do sono; - irritabilidade, dificuldade de comunicação; - falta de motivação, dificuldade de concentração; - transtornos digestivos; - distúrbios alimentares, perda de apetite; - distúrbios cardiovasculares: palpitações, aumento da pressão arterial.

SERVIÇO Lojas Farmacotécnica: Matriz 716 Sul; 102 Sul; 302 Sul; Centro Clínico Sul; Centro Clínico Norte; Taguatinga Centro; Taguatinga Norte; 316 Norte Teleatendimento – (61) 3245-7667

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Moda

Da Redação | Fotos: Divulgação

Sugestões até R$ 100,00

para

todos os bolsos

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uando surge aquele aniversário ou uma data especial, e a gente precisa comprar um presente, todo mundo fica na dúvida sobre o que comprar e quanto gastar. Numa produção especial, a pedido da Plano Brasília, o Taguatinga Shopping preparou várias opções que agradam vários estilos.

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} }

As opções vão de roupas e perfumes a acessórios e semi joias.

SERVIÇO Taguatinga Shopping Lojas: Bárbara Strauss, Gregory, Mahogany, Morana, M. Martan, O Boticário, PinkBiju, Tribalista Horário de Funcionamento Segunda a sábado Lojas - 10h às 22h Alimentação - 10h às 22h Domingos Lojas - 14h às 20h Alimentação - 12h às 22h Endereço QS 01 Rua 210, lote 40 Pistão Sul, Taguatinga/DF.

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Comportamento

Por: Cristiane Ferreira | Fotos: Gustavo Serrate

O que tem na

bolsa? A bolsa da brasiliense é uma verdadeira cartola de mágico

S

ó não andamos por aí carregando coelhos. Entretanto todo mundo sabe que morar em Brasília é algo imprevisível, o clima varia muito, e a possibilidade de ir e voltar pra casa para trocar de roupa ou comer durante a pausa entre o estudo e o trabalho é mínima. Por isso, é comum encontrar pessoas que carregam verdadeiros arsenais dentro da bolsa. Os itens mais comuns são guarda-chuva, marmita, maquiagem e chinelos. Mas há aqueles que levem jornais, roupas e outros itens menos comuns, como secador de cabelo. Para a secretária Luciana Vieira, é necessário sair bem abastecida de casa, ela carrega dois celulares, um profissional e outro pessoal, revistas e um pacote de biscoito. “Acho que a bolsa de quem vive em Brasília tem que ser flexível, tanto quanto nós somos no dia a dia”, disse. Já quem trabalha e estuda vai para a rua com duas, três vezes mais coisas. A cabeleireira Gil Maria faz curso profissionalizante e leva, além dos objetos pessoais, um secador de

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A fiscal de empresas leva só o básico...

...Luciana é secretária e sai de casa com a bolsa carregada


cabelo, uma chapinha e câmera fotográfica. “O que vai acontecer durante o dia é imprevisível”, afirma. Já a fiscal de empresas Francisca Marinho diz ter reduzido o volume do que carrega em sua bolsa, pois já foi assaltada e não tem mais confiança em levar nem os seus documentos pessoais. “Hoje carrego somente maquiagem, protetor solar e produtos de higiene pessoal. A bolsa tem que ter apenas o essencial, tem que ser básica”, decretou. Levando muito ou pouco, o fato é que é praticamente impossível encontrar alguém que diga ter na bolsa tudo o que precisa, nesse quesito, nada nunca é o suficiente.

EM TEMPO:

Uma pesquisa feita pela estrategista de consumo americana, Kelley Styring , desvendou uma parte do mistério feminino, a bolsa . Segundo o levantamento, que contou com 100 voluntárias, é comum uma mulher entre 18 e 64 anos carregar até 67 itens dentro de sua bolsa de mão. De acordo com Kelley, cada mulher costuma ter em média de 2 a 4 bolsas que usa com frequência e faz rodízio desses objetos entre elas. Mas, engana-se quem pensa que levar uma simples bolsa é um ato inofensivo. Especialistas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) afirmam que carregar bolsas que ultrapassem 10% do peso corporal da pessoa pode causar traumas na coluna e ombros, além de problemas de postura, ou seja, parcimônia, garotas.

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Projeto

Por: Thiago de Mello | Fotos: Fábio Pinheiro

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O trabalho solo do projeto

o pedir uma explicação sobre como é o Projeto Eichler Wambier, o casal Bruno e Joana precisou debater um pouco. Bruno começou: “O trabalho autoral tem um conceito futurístico. Um esquema de rock... Como dá para definir?”, pergunta para a esposa. Após breve pausa reflexiva, Joana responde: “Na verdade, como ainda estamos produzindo a música, não temos uma orientação certa. A gente ainda não sabe onde vai dar”. Bruno Wambier e Joana Eichler estão juntos há sete anos. Durante esse tempo, já realizaram alguns trabalhos musicais. Fizeram algumas gravações. Já dividiram o palco algumas vezes. Mas é a primeira vez em que trabalham juntos num CD inteiro. Bruno já possui um trabalho solo, em fase final de produção, chamado Wambier. Pode-se dizer, inclusive, que o Projeto Eichler Wambier começou com esse trabalho solo. Bruno era o tecladista e um dos compositores da banda Khallice, importante banda de metal progressivo. Nessa mesma época, começou a escrever as músicas que entrariam para o Wambier. Algumas canções contam com a participação de membros do Khallice. Alírio Netto, vocalista, e Marcelo Barbosa, guitarrista, colaboraram com o amigo na gravação. Bruno saiu da banda de prog metal e foi tocar teclado no Natiruts – uma das bandas referência do reggae nacional. Mas não parou de compor. “Criar é a melhor parte”, explica o tecladista que atualmente é patrocinado pela Tokai, maior empresa de órgãos eletrônicos da América Latina. Joana é uma jovem esposa. Tem apenas 24 anos. Ela trabalha com arte gráfica. Como musicista, toca guitarra desde os 14, já tendo feito aulas de guitarra com o mesmo Marcelo Barbosa. Ultimamente, faz aulas de vocal com o Netto. Com voz de timbre sua-

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A sintonia musical do casal Bruno e Joana poderá ser conferida no resultado do primeiro CD

Eichler Wambier

ve, porém firme, Joana já participou bandas conhecidas, como Mansão Jacobina (junto com Bruno) e Melville. Bruno e Joana possuem uma curiosa sintonia. Mesmo com o Projeto Eichler Wambier sem direção pontualmente definida, o casal se entende bem na hora de explicar o que está por vir. Para eles, está tudo bem definido. Primeiro, mostram um trecho de uma das músicas, ainda nos teclados e sintetizadores de Bruno. A bateria é programada. “Será uma bateria acústica”, diz Bruno. “Ainda será gravada a guitarra. Dará mais peso à música”, completa Joana. À medida que mostram as faixas, completam com esclarecedoras observações. Aos poucos, a ideia começa a tomar forma. Haverá duas propostas no CD: covers e autorias. A escolha das músicas covers tem a ver um pouco com o apelo público. “Ao fazer um show, se a gente chegar só com o nosso rock autoral, pode não agradar tanto ao público. Escolhemos algumas músicas mais co-

nhecidas para ajudar na divulgação”, pontua Joana, para citar, em seguida, algumas das bandas escolhidas. “Temos músicas do Metallica, Rush, Iron Maiden”. Os covers selecionados têm a ver, também, com a melodia. “Optamos por músicas mais acústicas”, diz o casal, citam mais bandas como Limp Bizkit e Foo Figthers, que farão parte do CD. E, além de tudo isso, os covers ainda servem como exercício: “isso vai nos ajudar a ter bagagem. É um aprendizado”, explica Joana. O Projeto Eichler Wambier não quer apenas reproduzir músicas de outra banda. Em cada canção adaptada, nota-se a identidade dos músicos, sem sobrepor a melodia original das músicas. O trabalho soa como um tributo àquelas bandas de rock. No fim, Bruno resume a ideia dos covers. “Não queremos é fazer um trabalho como Emmerson Nogueira, que são músicas mais antigas e mais pop. Buscamos um rock mais clássico”. Ou “uma balada de metal”, como define Joana.


Já é possível ouvir um dos trabalhos do casal, uma versão – “apenas um teste”, explica Bruno – de Come Togheter, dos Beatles, toda gravada em casa. A versão está disponível no Youtube. Inclusive, não apenas o Youtube, como outras redes sociais, serão o caminho de divulgação escolhido pelo casal. O estúdio onde está sendo gravado o projeto Eichler Wambier não é

grande. Mesmo assim, acomoda os instrumentos do casal. Teclados, violões, guitarras, microfone, computador e tantas outras aparelhagens preenchem o ambiente. O estúdio caseiro também dá pistas sobre o projeto. Alguns CDs de rock podem ser uma dica. Na parede, os quadros surrealistas – como a obra A Persistência da Memória, de Salvador Dalí – parecem dizer mais algo sobre o estilo. O trabalho autoral exige até um pouco de conhecimento em rock, tamanhas as referências musicais de Joana e Bruno. Durante toda a entrevista, várias bandas foram citadas. O grupo britânico Muse foi apontado pelos músicos como uma das mais fortes influências. Realmente há uma similaridade no som do Projeto Eichler Wambier com o Muse, que mistura estilos como o rock progressivo, música clássica – principalmente o piano clássico, uma das influências de Bruno – e eletrônica. Ainda não há data para o lançamento do Projeto Eichler Wambier. Entre a gravação das músicas, Bruno e Joana se

dividem em seus outros trabalhos. Bruno continua trabalhando com o Natiruts – um CD acústico gravado no Rio de Janeiro está sendo finalizado – além de fazer gravações em seu estúdio. Joana trabalha, como dito antes, com design gráfico. Mas, atualmente, a profissão de Joana é de ser mãe. “As composições são num ritmo mais lento”, afirma Bruno, para em seguida Joana completar: “Não temos uma data exata para lançamento, mas temos pressa”. Realmente, Bruno e Joana possuem uma curiosa sintonia. Quando perguntados sobre como surgiu a ideia do projeto, a resposta veio de forma simples: “A ideia que temos é de trabalharmos juntos. Joana canta e toca guitarra. Eu sou músico. Paralelamente, temos os nossos trabalhos individuais. A questão é que nós temos potencial para fazer esse projeto juntos. Eu faço as músicas e ela faz a arte que usaremos em nosso trabalho”. Basicamente, o motivo desse projeto é: por que não fazê-lo?! Seja como for, o rock agradece, ansioso.

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Música

Por Camila Maxi | Fotos: Ananda Moura

Pequena menina,

grande cantora

Depois de marcar presença no festival Lollapalooza, Meg e a banda Symbol querem tocar nos palcos de todo o País

E

la tem 14 anos, mora em Águas Claras e se apresentou com sua banda no palco Kids do Lollapalooza. Seu nome é Margarida Cena de Rezende, mas muita gente a conhece pelo nome artístico, Meg Monteiro, que é uma homenagem ao avô materno falecido há pouco tempo.

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Suas matérias favoritas são as de exatas, mas nunca ficou abaixo da média e pensa em cursar medicina, com especialização em obstetrícia. Pela manhã, tem Pré-Pas, escola na parte da tarde e inglês à noite. Aos finais de semana e nas horas vagas, se reveza entre en-


saios com a banda, estudos, idas ao shopping com as amigas e visitas à casa de sua avó. Vinda de uma família musical, Meg sempre gostou de cantar. E subiu ao palco, pela primeira vez, aos três anos de idade. “Para mim, cantar é tudo. Quando canto, esqueço tudo ao redor, canto por prazer, isso me faz feliz”, revela. Foi convidada para se apresentar no festival, junto à sua banda, e a novidade deu-se como um presente. “A maioria dos meus amigos conhecia o festival, e assim como eu, de início custaram a acreditar. Mas, depois disso, foram elogios e conselhos, eles me apoiam muito”, conta Meg. Em relação à carreira, ela afirma que quer mesmo seguir como cantora. “Eu sempre quis fazer sucesso algum dia, mas sabia que seria uma longa jornada e um tanto quanto difícil. Então, em meus planos pensava mesmo em ser uma grande obstetra, até vir oportunidades como a de ir ao Faustão e me apresentar com a banda no Lollapalooza, agora é correr atrás do meu sonho: ser uma cantora de sucesso”. O nascimento da Symbol, banda da qual faz parte, foi por acaso. E Meg revela como tudo aconteceu. “Após minha participação no Domingão do Faustão, a produção do Lollapalooza ligou para meu pai para dar a notícia de que fui selecionada para fazer um show no evento e que, para isso, precisava de uma banda completa. Então, eu e minha melhor amiga Beatriz, que planejávamos formar uma banda, convidamos o José (que agora é baixista da Symbol, e em outra banda tocava violão), a partir daí ele convidou os outros integrantes e todos toparam. “O baterista Kalliu já iria para o festival assistir ao show do Foo Fighters e ficou mais animado ainda com tudo isso.” A banda ensaia sempre aos finais de semana, quando todos os integrantes estão livres das tarefas esco-

lares. “Os ensaios são feitos em minha casa. Treinamos o necessário, e depois é só diversão”, comenta Meg. A oportunidade de se apresentar entre grandes astros da música nacional e internacional, certamente marcou a vida desses pequenos músicos. “Tocar no Lollapalooza foi uma ótima experiência, estávamos no meio de grandes artistas. E então penso que se lá eu fui muito bem, posso fazer cada vez melhor.” Além de apresentarem, tiveram a chance de conhecer artistas. “Dos meus ídolos, a única que conheci foi a Pitty. Tenho esperanças de conhecer o Foo Fighters, Maria Gadú, Paula Toller e vários outros”. Entre intérpretes e compositoras, a Ana Carolina, Cássia Eller e Marisa Monte estão entre as preferidas e inclusas no repertório de Meg, que, além disso, explica que varia também pelo o que o público gosta, e que seja diferente. “Meu pai e meu tio Agnaldo me passaram algumas notas, daí em diante aprendi a tocar sozinha,” diz. O apoio da família e amigos é essencial para que ela continue tocando e cantando, sempre conciliando entre as atividades escolas e o lazer. “Minha família me apoia bastante. E ficam brincando de ser prima ou tia (o) de famosa (risos)”. Após a marcante apresentação, a vida de Meg e dos membros da Symbol mudou – para melhor, é claro. Agora são bem conhecidos e solicitados sempre para apresentações. “Várias pessoas me reconhecem na escola. Os professores adoram saber que tem aluna que canta e toca, quando há eventos escolares, sou uma das primeiras a ser convidada para participar”, afirma. E Meg deixa um recado para quem anda desanimado, achando que nada é possível: “Tudo na vida exige determinação. Se dedique sempre, e seja feliz”.

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Gastronomia

Da Redação | Fotos: DUO Fotografia

Taypá Sabores

del Peru Atun Nikkei

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aypá, uma expressão peruana que significa fartura, dá nome ao elogiado endereço gastronômico de Brasília: o Taypá Sabores del Peru. Primeiro restaurante genuinamente autêntico de comida peruana da cidade, e reconhecido pelo governo do Peru como o melhor restaurante peruano no Brasil, fica localizado na comercial da QI 17, no Lago Sul. O restaurante reúne grandes nomes da gastronomia local e internacional, como Ivone Espiñeira, Antônio Carvalho, Madalena e Albano Ribeiro, do tradicional BierFass, do Pontão do Lago Sul, além do chef peruano Marco Espinoza. Este último deixou o comando do renomado restaurante Bardot, em Buenos Aires, para assinar o cardápio e a consultoria do espaço gastronômico. A capital peruana é reconhecida atualmente como o principal centro gastronômico da América do Sul reunindo chefs renomados de diversos países em restaurantes que juntam a gastronomia local com elementos da cozinha internacional. O Taypá utiliza a base da cozinha contemporânea com a típica peruana. A maior parte dos ingredientes usados na preparação dos pratos, como o milho, as pimentas e a lúcuma é importada daquele país.

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Lomo Cremoso


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No cardápio do Taypá, delícias como Lomo Cremoso, um filet ao molho cremoso de queijos defumados servido com risoto de alcachofras e pesto cítrico e Atun Nikkei, atum grelhado em crosta de gergelim servido com purê de gengibre, tempurá de legumes ao molho de ostras e rapadura. Na carta de bebidas, destaque para os drinques a base de pisco, como o famoso e tradicional Pisco Sauer, o Martini Rosa de Lima de pisco macerado em pétalas de rosa, vermouth dry e sour mix e Preto Chinchano, de pisco macerado em grãos de café, pisco macerado com canela, kalhua, leite condensado, almibar de café, leite e frutos do bosque. O Taypá Sabores del Peru oferece também um ambiente com cerca de 260 metros quadrados projetados pelo escritório da arquiteta Rachel Fechina. Inspiração peruana com toques de sofisticação e contemporaneidade. Elementos como granito e mármore com revestimentos rústicos se misturam a objetos decorativos tipicamente artesanais oriundos do Peru. São 150 lugares, divididos entre 100 lugares na parte interna – com espaço reservado para reuniões de trabalho e comemorações – e 50, na externa. O Taypá foi escolhido, em fevereiro de 2011, o melhor restaurante peruano no Brasil pelo Governo do Peru, e de melhor Cozinha Contemporânea e Restaurante Revelação pela edição 2011 da revista Comer & Beber da Veja.

SOBRE MARCO ESPINOZA Chef Marco Espinoza

Aos 33 anos e 14 como chef, Marco Espinoza é referência quando se fala em gastronomia do país andino. Nascido em Lima, Peru, Espinoza atuou no renomado Bardot, restaurante peruano famoso pelas paredes pinks e lustres de luxo localizado em Palermo – um dos bairros mais valorizados da capital argentina. O jovem se mudou para Buenos Aires aos 19 anos, quando começou a trabalhar com sua mãe na Embaixada do Peru. Logo após sua formação no I.A.G (Instituto Argentino de Gastronomia), tornou-se chef executivo da representação peruana. De lá seguiu para as principais cozinhas portenhas antes de fixar-se em Brasília. Com o título de Melhor Restaurante Peruano no Brasil concedido pela embaixada do Peru no Brasil, o chef Espinoza recebeu uma medalha pelo seu talento e excelente trabalho realizado no restaurante. SERVIÇO Taypá Sabores Del Peru QI 17, Comercial, Bloco G, lojas 208/210 – Fashion Park – Lago Sul (61) 3248.0403 / 3364.0403 Horário de funcionamento: De segunda à sexta para almoço (das 12hs às 15hs) e jantar (de 19hs a 00h). Aos sábados: almoço (das 12hs às 16hs) e jantar (das 19hs à 01h). Domingos: para almoço a partir das 12hs. Fechado para jantar. Aceita cartões: Visa/Mastercard /Amex Tem Wifi e acessibilidade para deficientes www.taypa.com.br - e-mail: contato@taypa.com.br

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Banda Por: Ananda Moura | Fotos: Divulgação

Cover do

o h l e m r e V o ã Bar faz sucesso na l a t i p a c rua celebra C e rn a C o p ru Og rtantes o p im is a m s a uma d o País d k c ro e d s a d ban

O

s amigos Eduardo Leite e Claudio Ribaxs começaram a banda Carne Crua pela paixão ao Barão Vermelho. Em meados dos anos 90, a banda começou a tocar as músicas do grupo carioca em quintais e garagens das casas em Brasília. Não é fácil fazer um tributo a umas das mais influentes bandas de rock Brasil, mas a paixão de Eduardo e Claudio ajudou na execução do projeto. A banda não demorou em agradar. Em pouco tempo, a Carne Crua começou a ocupar os teatros, bares e festas do Distrito Federal. Batizada em homenagem ao CD de mesmo nome, o nono da banda, lançado em 1994, a banda já possui 22 anos de formação. Herivelto Gabriel, o baterista da banda, fala sobre a ideia do grupo: “o propósito sempre foi home-

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nagear o Barão Vermelho. Hoje tocamos músicas de várias épocas do Barão com e sem Cazuza, das carreiras solo do Cazuza e do Frejat.” Por se tratar de covers do Barão, as apresentações são repletas de nostalgia, emoção e energia do mais puro rock´n roll nacional. Nunca faltam os grandes clássicos. Bete Balanço, Pro Dia Nascer Feliz, Por que a Gente é Assim, Declare Guerra e Puro Êxtase são obrigatórias. As gravações de outros grandes ícones da música, reinventadas na voz de Roberto Frejat, também fazem parte do repertório, tais como, Jardins da Babilônia de Rita Lee, Tente outra vez do Raul Seixas, Quando o Sol Bater na Janela do teu Quarto da Legião Urbana, Pode vir Quente que eu Estou Fervendo de Carlos Imperial, Quando de Roberto e Erasmo Carlos, Amor meu Grande Amor, de Ângela Rô Rô, por exemplo. “Com vários anos tocando Barão e Cazuza, às vezes antes do show, fazemos alguns setlists sem alguns clássicos, que pra nós são tão batidos que nem queremos mais tocar, mas, quando chega na hora, não tem jeito. Todos querem ouvir músicas”, diz a banda, se referindo aos clássicos já mencionados, como Bete Ba-

lanço e Maior Abandonado. “Se não tocar, o público joga pedra.” A banda realizou um sonho: o de se apresentar no Rio de Janeiro, lar do grupo liderado por Cazuza e Frejat. Porém, sem jamais esquecer o principal objetivo que é, e sempre foi, homenagear uma das melhores bandas do rock´n roll nacional. “Tivemos várias apresentações que marcaram a trajetória da banda. No ano 2010, tivemos duas apresentações memoráveis no Rio de Janeiro, que foram muito importantes para nós. Em setembro de 2011, no encontro de motos do PBTran, fizemos a abertura do show da Rita Lee com um público estimado em 20 mil pessoas. No dia seguinte, estivemos com o Frejat no camarim antes do show dele e ele ficou conhecendo o nosso trabalho, que o deixou bastante orgulhoso,” afirmou Herivelto. Quando ainda perguntados se existe substitutos à altura de Cazuza e Frejat nos dias de hoje, são enfáticos: “falar de substitutos é muito complicado. As músicas que foram feitas nos anos 80 não têm comparação com nada que foi feito nas últimas décadas, no rock brasileiro”. Atualmente, a banda prepara um tributo ao Cazuza. Os fãs esperam ansiosos por esta estreia que está prevista para meados de junho e julho. SERVIÇO

Facebook: Banda Carne Crua Twiter:@bandacarnecrua Blog: http\\karnecrua.blogspot.com.br Site: www.bandacarnecrua.com.br


Música

BOHUMIL MED*

o

A boa casta dos músicos setentões S

er músico é exercer uma das mais antigas profissões do mundo. Com sua arte, o músico diverte plateias, educa crianças, estimula fiéis a uma adoração e até ajuda na cura de enfermidades. Alguns ficam famosos e ganham um bom dinheiro, outros quase morrem de fome. Uns poucos ainda conseguem reconhecimento após a morte, mas a grande maioria jamais será, sequer, mencionada. Na categoria dos músicos, existe de tudo. Os mais talentosos e os menos dotados, os mais dedicados e os menos disciplinados, os honestos e os trapaceiros. Uns são polivalentes, outros se dedicam exclusivamente ao seu instrumento. Muitos são egocêntricos, acham-se excelentes e outros são notáveis, mas escondem-se atrás da modéstia e da timidez. Usamos todo esse latim para introduzir um dos nossos melhores músicos, que se encaixa na categoria dos notáveis dedicados, o violoncelista brasiliense Antônio Guerra Vicente, que acaba de entrar para o time dos setentões. Um excelente músico clássico, com currículo internacional.

DE ONDE VEM?

Natural do Rio de Janeiro, lá se bacharelou em violoncelo pela Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil, (atual UFRJ). Seu talento abriu-lhe as portas do Conservatório Nacional Superior de Música, de Paris, onde se aperfeiçoou de 1964 a 1968. De volta ao Rio, tocou na Orquestra Sinfônica Brasileira sob a batuta de Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky e outros grandes maestros, além de participar de vários conjuntos de música de câmara e acompanhar famosos cantores em shows e gravações. Em 1972, foi convidado a integrar o corpo docente do Departamento de Música da UnB, onde implantou o curso de Violoncelo e fundou o Quarteto de Cordas da UnB. Mais tarde, Guerra formou um dos mais atuantes conjuntos brasileiros, o Quarteto de Brasília. Composto por ele no violonce-

lo, Ludmila Vinecká, de origem tcheca, no primeiro violino, Claudio Cohen, o atual regente da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, no segundo violino e a doutora Glêsse Collet na viola, o quarteto gravou discos, ganhou prêmios e realizou inúmeros concertos no Brasil e no exterior. Guerra não se limitou ao papel de guru do conjunto. Além de atuar como solista e membro de outras combinações instrumentais, ele abriu mais um leque: o de editor musical. Filho de José Guerra Vicente (1907/1976), também violoncelista e excelente compositor erudito, Guerra (o filho), por ocasião da passagem dos 35 anos de morte do pai, resolveu reverenciá-lo resgatando sua obra. Debruçou-se, horas a fio, sobre manuscritos antigos, fez revisões, cópias, correções e, finalmente, disponibilizou para a posteridade uma bela obra que, imerecidamente, ficará esquecida nas gavetas do passado.

HOMENAGENS

As merecidas comemorações dos 70 anos de Guerra ocorreram em grande estilo. O homenageado ganhou até uma música, a Valsa dos Setenta, para violoncelo solo, do compositor brasiliense Fernando Moraes. A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional o homenageou com a apresentação de Concerto Duplo para Violino e Violoncelo, peça de Wellington Gomes também dedicada a ele, tendo como solista o próprio homenageado no violoncelo e Ludmila Vinecká no violino. Junto-me aos músicos, amigos e público que o prestigiam para parabenizá-lo e desejar-lhe que continue por muitos anos nessa difícil labuta em prol da boa música. *BOHUMIL MED Professor emérito da Universidade de Brasília. Com a colaboração de Regina Ivete Lopes

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Mundo AgendaAnimal Cultural

Por: Da Redação Djenane Arraes | Fotos: Divulgação

Como alimentar melhor o seu

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pet

A dieta caseira pode ser a melhor saída para o animal. Baseada em alimentos ricos em complexos nutritivos, frescos, variados, deliciosos, pode ser preparada em casa. Trazendo um grande benefício para o animal, como, a redução na queda de pelos, por exemplo.

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Turismo

Por: Giuliana Soares | Fotos: Wildon Lopes

Um roteiro magnífico e de exuberância única para os amantes das viagens

Viagem à A Terra Santa s viagens a Israel fazem parte do turismo religioso que envolve um dos solos mais sagrados do mundo, o da Terra Santa. A procura por esse roteiro acontece na primavera e no outono que a melhor época do ano para visitar o país, quando o clima é temperado. Se o viajante não está condicionado a horários escolares, é interessante planejar a visita para setembro a novembro ou abril a junho. Com uma planície costeira, uma região montanhosa no norte e o Jordan Valley Rift, Israel possui uma paisagem e clima variados, mas, em geral, verões são muito quentes. Inverno (novembro a março) traz temperaturas mais frias e chuva, e às vezes até ligeira neve na parte norte do país. No deserto do Negev e na parte meridional do país, a precipitação é insignificante, mesmo no inverno.

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Todo o território de Israel é pequeno, e outros lugares se tornam fáceis de serem visitados. Em Jerusalém, um dos primeiros lugares lembrados é, sem dúvida, o Muro das Lamentações. Logo acima deste ponto onde era o Templo de Salomão, hoje fica a Mesquita de Omá. O Museu do Holocasto é outro ponto bem interessante, juntamente com a subida ao Monte Calvário, a Igreja do Pai Nosso que é muito significativa por ter a oração do Pai Nosso em várias línguas. Outro lugar que não pode faltar na sua visita a Israel é o Mar Morto para ter a experiência de nadar e de não afundar em suas águas, como diz a lenda. Há também Tel Aviv e suas belas praias. Próximo dali, tem a cidade

de Haifa com, seu encantador jardim persa, sem duvida a mais bela vista de Israel. Tiberíades é um lugar encantador e com grande desenvolvimento econômico. O turista também pode fazer um passeio de barco nas águas do Mar da Galileia, onde, segundo a tradição, Jesus andou sobre as águas, e nas proximidades fazer uma visita ao Rio Jordão. A cidade de Belém é outra que não pode faltar na sua visita, é uma área da Palestina, bem fácil e segura de visitar. Quem desejar pode aproveitar para comprar objetos de ouro e prata, pois na Palestina não existe imposto, o que deixa os produtos mais baratos. Além dos tradicionais pontos turísticos, o agente de viagem Wildon Lopes recomenda visita ao Mosteiro da Tentação, que ele descreve como algo magnífico e de exuberância única. Wildon indica também Hosh Ha-


LIGAÇÕES PARA O BRASIL Aconselhamos para suas ligações usar o sistema da Embratel a cobrar (exceto no Egito, onde este serviço ainda não está disponível). Tenha atenção no horário para ligar para o Brasil, pois são 6 horas de diferença (para menos).

nikra, um local bonito por natureza e muito visitado por turistas mochileiros. “Aproveite também para dar uma passada no Monte Gilboa e ter uma tarde de lazer na belíssima piscina natural de Sachne”. Passagens aéreas saindo da América do Norte variam drasticamente por temporada, com bilhetes mais baratos no inverno. Saindo da costa leste, as tarifas de ida e volta no verão e perto do feriado da Páscoa custam mais de mil dólares, enquanto que em janeiro e fevereiro, comprando um bilhete de uma companhia aérea europeia com uma conexão de voo, é possível cortar o custo do seu bilhete até pela metade. (Mas, para obter estas tarifas mais baixas, você deve comprar o seu bilhete no inverno.) Quem quiser comemorar um feriado em Israel, é possível verificar as datas dos próximos feriados na página do Ministério do Turismo de Israel. Empresas e escolas Israelitas seguem o calendário Juliano, mas, como os feriados religiosos judaicos seguem um calendário lunar, o calendário destes feriados varia ligeiramente de ano para ano.

RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Monte Sinai – Para os que desejarem subir ao Monte Sinai, é necessária uma lanterna média (existem lugares para compra no local por 6 U$ aproximados), agasalho, pois a temperatura é baixa mesmo no verão, chegando aos 8 graus com muito vento. E esta subida é de nível difícil, não sendo aconselhável para pessoas com problemas de saúde. O tempo de subida (3h a 4h ½). Todas as informações e ministrações serão realizadas ao pé do Monte Sinai e Horebe. Banho no Mar Morto – As águas que não afundam. Quem desejar banhar-se nas águas no Mar Morto é recomendado que leve roupa adequada e toalha em sua mala de mão. A estrutura de banheiro e chuveiros deverá ser paga à parte com um custo de dois dólares aproximadamente. As malas maiores estarão no bagageiro do ônibus e não poderão ser retiradas. Bolsa com suporte para carregar dinheiro e passaporte – Cada passageiro leva o seu passaporte e dinheiro em um acessório que fique junto ao corpo dando-lhe maior segurança. Tenha atenção no horário para ligar para o Brasil, pois são 6 horas a menos. Taxas de serviço e gratificações – É praxe internacional a cobrança de taxas ou gratificações para maleteiros, garçons, motoristas, guias locais e demais profissionais envolvidos com a excursão. Sugerimos o valor de US$30,00 por passageiro,que deverão ser entregues ao guia da Travel Club que distribuirá a todos que nos atenderão durante a viagem. Não confundir com as taxas já cobradas no Brasil, como, por exemplo: seguro saúde, taxa de embarque do aeroporto do Brasil, taxa de embarque do aeroporto em Israel, e visto para a entrada no Egito.

DICAS DE VIAGEM Estar confortável – Durante o dia use roupas bem leves (moletom e tênis, por exemplo), pois se anda bastante e estar com roupas bem confortáveis é mais comodo. Bagagem – As companhias aéreas internacionais permitem levar 2 malas com até 20 kg cada. Não é permitido acumular o peso em uma mala (01 mala com até 40 kg.) Caso exceda o peso ou número de malas permitidas, será cobrado no ato do embarque a taxa de excesso de bagagem pela companhia aérea. Nunca – Troque dinheiro nas ruas com desconhecido, tal recomendação é feita para que não haja problemas em sua viagem, ao trocar eventualmente uma nota de dólar que possa ser falsa. Hotel – Ao deixar os hotéis, verifique sempre eventuais contas extras. Muito cuidado com joias, passaporte e dinheiro, feche as malas antes de deixar seus aposentos, procure utilizar cadeado nas malas. Para valores, utilize o cofre do hotel. Importantíssimo – Tomar a vacina contra a febre amarela, que é dada em postos de saúde e hospitais da rede pública e particular. Pedir o certificado internacional de vacina contra a febre amarela. A vacina deverá ser tomada até 15 dias antes da data de saída da viagem, se tomar com o prazo mínimo de 15 dias a vacina não terá validade, impossibilitando o seu embarque. O certificado deverá ser levado junto com o passaporte no momento do embarque (check-in). Adaptação – Procure sempre adaptar-se aos costumes de cada país, em muitos aspectos são diferentes dos nossos. Leia com muita atenção todos os comunicados da viagem, se houver alguma dúvida, procure o guia e consulte-o. SERVIÇO Agência Instituto Bicho da Terra - SGAS 902 Sul Ed. Athenas Bl. A loja 50 - 61 32020550 ou 61 8153-1823

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Propaganda e Marketing

CARLOS GRILLO*

CAIXAS

AZUIS

S

etembro de 1971. Um aspirante a engenheiro de Palo Alto, Estados Unidos, lê na revista Squire um artigo intitulado “Os segredos da pequena caixa azul”. O texto contava como hackers e piratas do telefone haviam descoberto um meio de fazer chamadas de longa distância de graça, ao reproduzir os sons que encaminhavam sinais na rede da AT&T. Empolgado, o garoto ligou para um amigo e contou sobre o que acabara de ler. Juntos, reproduziram a tal caixa azul e até incluíram algumas melhorias. Imbuídos do espírito transgressor e inocente da juventude, ainda mais em tempos de contracultura, lançaram-se à aventura de comercializar o invento. Resultado: quase acabaram presos. O aspirante a engenheiro era Steven Wozniak. E o amigo em questão chamava-se Steve Jobs. Segundo Walter Isaacson, biógrafo de Jobs, estava lançado ali, no episódio das pequenas caixas azuis, o embrião da Apple. Uma das maiores e mais admiradas empresas do mundo, que revolucionou pelo menos cinco grandes indústrias: a de computadores pessoais, a de música, a de telefones, a de tablets e a de publicações digitais. O genial e tímido Wozniak cuidava do desenvolvimento dos produtos, enquanto Jobs, um engenheiro mediano, dava vazão ao seu incrível tino para o design, o marketing e os negócios. Experiências como a das pequenas caixas azuis se repetiram, com outros personagens e em outras situações, inúmeras vezes na história dos Estados Unidos e de diversos países que focaram sua educação no empreendedorismo. No Brasil, tomamos rumos diferentes. Até hoje, arcamos com o ônus de decisões equivocadas que resultaram, por exemplo, em atraso tecnológico, altas taxas de analfabetismo e um enorme desequilíbrio na distribuição de renda. No

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entanto, de alguns anos para cá, nosso país cresceu, estabilizou-se e assumiu uma posição de protagonismo mundial. Papel que deve perdurar por, pelo menos, mais uma década. Entre os Estados Unidos dos anos 70 e o Brasil de hoje há, é claro, muitas diferenças. Mas, com efeito, podemos perceber também várias semelhanças. Do lado de lá, a guerra do Vietnã impulsionou o surgimento de empresas e de grandes invenções. Do lado de cá, a economia pujante e a nova classe média devem assumir esse mesmo papel, tornando-se o motor do nosso país. Do lado de lá, havia um governo desenvolvimentista. Do lado de cá, a Presidente Dilma tem assumido com bastante firmeza essa mesma posição. O fato é que o Brasil vive um grande momento. Talvez o melhor da sua história. Chegou a nossa hora. Parafraseando um conhecido aforismo atribuído ao publicitário Washington Olivetto: enquanto o mundo chora os efeitos da crise, devemos estar preparados para vender lenços. Precisamos reinventar o nosso sistema jurídico e tributário de modo a criar um ambiente propício à abertura e à sustentabilidade das empresas. Investir numa educação profissionalizante e técnica, mas também no ensino superior. Temos urgência em formar empreendedores. Precisamos estimular a troca de conhecimento e a multidisciplinaridade. Promover o encontro de estudantes de engenharia com estudantes de marketing, de futuros arquitetos com futuros administradores. Enfim, fomentar a produção das nossas próprias caixas azuis.

*CARLOS GRILLO Sócio-Diretor da Fermento Soluções em Comunicação E-mail: grillo@fermentopromo.com.br Twitter: @carlosgrillo


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Vinho

RODRIGO LEITÃO *

Qual é a

N

temperatura para o ideal vinho?

ão só para Brasília nesta época do ano, mas no caso genérico do Brasil, onde o calor predomina a maior parte do tempo, a regrinha da temperatura ambiente é totalmente furada. Não vale para nós, a não ser que você esteja no Sul do País durante o inverno. Aqui, os vinhos tintos nem sempre serão servidos à temperatura ambiente, quando a temperatura estiver elevada. Nesse caso, eles devem ser resfriados e retirados da adega ou geladeira uns dez minutos antes de serem degustados. A temperatura ideal para um vinho tinto jovem, safras de 2007 pra cá, deve ser entre 14 e 16°C. Já aqueles vinhos mais encorpados, vinhos que estão em guarda, vinhos envelhecidos, estes podem ser apreciados até 20°C e não abaixo de 18º. Os vinhos brancos a gente deve refrigerar sempre. Se você não tem adega e nem um local muito fresco e ventilado, ao abrigo da luz, para guardar o vinho branco em casa, sempre que comprar uma garrafa, leve para a geladeira. E também não demore muito para consumir esse vinho, porque geralmente a gente compra vinho branco de consumo rápido, até dois ou três anos. Esse tipo de vinho tem de ser bebido logo. Então, comprou, guarde na geladeira e beba em uma semana, no máximo. Vinhos como sauvignon blanc do Novo Mundo, Torrontés, Riesling, Gewurztraminer, que são vinhos normalmente mais jovens e muito aromáticos e frutados, devem ser servidos a uma temperatura entre 6 a 8°C. Já os chardonnays mais amadeirados e os sauvignon blanc de Bordeaux, que são misturados a chenin blanc ou semillón, que são vinhos mais encorpados, você bebe preferencialmente entre 10º a 12°C. Mas, se você pedir um vinho tinto em restaurante

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e estiver fazendo muito calor, não tenha vergonha de pedir um balde de gelo. Principalmente em cidades como Brasília, que também são muito secas, aí beba muita água junto! A não ser que você esteja em um restaurante cujo aparelho de ar-condicionado esteja equilibrado em 16 graus, peça sempre o balde de gelo. Só de pegar na haste da taça você já esquenta o vinho. E tem gente que pega no bojo da taça, o que aumenta ainda mais a temperatura da bebida. Peça o balde sim e vá resfriando seu vinho. Agora, se for um grupo de 4 pessoas não há tanta necessidade, a não ser que você esteja no varandão de um restaurante, com um calor acima de 20 graus. Nesse caso, o balde é acessório fundamental. E não tenha vergonha de fazer isso, ou devolver para resfriamento uma garrafa de vinho tinto que não esteja na temperatura correta.

ERRADO É BEBER VINHO QUENTE!

Para saber se o vinho está na temperatura correta em ambiente de muito calor, a dica é bem simples. Observe se a temperatura do vinho está mais baixa que a do ambiente. Quando o garçom servir a taça, imediatamente ela vai criar um leve embaçamento. Isso é umidade provocada pelo resfriamento. Ali você já sabe se o vinho está abaixo da temperatura ambiente. Se não acontecer nada na parte externa da taça, você experimenta e testa para saber se vale mandar resfriar. *RODRIGO LEITÃO é jornalista e enófilo, colunista da Rádio Band News Brasília (90,5 FM) e autor do blog www.gourmetbrasilia. blogspot.com.


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Boa leitura com um bom café

Tá lendo o quê?

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Fotos: Divulgação

Leonel Taffarel

Superintendente do Pátio Brasil Shopping Livro A arte da Guerra Autor Sun Tzu (tradução e adaptação de André da Silva Bueno) Editora Jardim dos Livros

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Joana Lucyk

Nutricionista da Clínica Saúde Ativa

Leio Crime e Castigo, de Fiódor Dostoievski. Escolhi, porque a literatura russa é complexa, geralmente, vários personagens dos livros são bem descritos e construídos e não só o principal, como muitos autores fazem. Tudo é minucioso, bem detalhado, enfim, as questões psicológicas dos personagens são bem marcantes na literatura russa, o que me agrada.”

Livro Crime e Castigo Autor Fiódor Dostoievski

Livro O Rabino

Editora L&PM

A Arte da Guerra é um dos clássicos mais influentes do pensamento oriental sobre estratégia. É considerado o maior tratado de guerra de todos os tempos, trazendo com excelência os ensinamentos do general chinês Sun Tzu através dos treze capítulos originais, que há cerca de 2500 anos influenciam o mundo dos negócios. Mestre Sun disse: ‘Quando o comandante demonstrar fraqueza, não tiver autoridade, suas ordens não forem claras e seus oficiais e tropas forem indisciplinados, o resultado será o caos e a desorganização absoluta.’ Este é um livro milenar, mas que não poderia ser mais atual. É um clássico sobre guerras, mas que mostra a importância das estratégias em cada decisão, como elas são fundamentais para a conquista dos objetivos. Foi, inclusive, usado pelo técnico Felipão na Copa de 2002. Ele comprou dezenas de exemplares e distribuiu para os jogadores da seleção brasileira, que assimilaram o espírito lutador.”

Edney Resende

Oftalmologista do Hospital Pacini

Autor Noah Gordon Editora Rocco

“ Livro O Código da Inteligência Autor Dr. Augusto Cury Editora Ediouro

Junior Bringel

Cantor Sertanejo

O livro deixa de ser estigmatizado como auto-ajuda e parte para o campo do desdobramento das habilidades da inteligência. Suas van­ ta­gens quando bem usada e as armadilhas da mente que podem bloquear a inteligência. Mudou muito minha vida e minha visão sobre as coisas, principalmente nos rumos profissionais.”

Leio todos os livros deste autor e recomendo. O Rabino conta a história de um casal, um rabino e a filha de um pastor que se converteu ao judaísmo por amor. Este casal enfrenta, a cada passo, compaixão e crueldade, palavras de conforto e preconceitos, num mundo que não aceita que rabinos e não-judeus possam conviver intimamente e casar. O Rabino conta a saga de um homem corajoso, que não esconde suas ideias reformistas, mesmo diante de uma plateia conservadora. Neste livro, o autor preocupa-se em localizar sua trama num mundo em que estão presentes os conflitos bélicos na Palestina e cresce o espaço ocupado pelas seitas pentecostais. O resultado é um romance surpreendente, em que o autor, de maneira brilhante, passeia pelas complexas questões da fé e da vida.

Ki-Filé Cavalcante

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Frases Há livros escritos para evitar espaços vazios na estante. Carlos Drummond de Andrade

Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.

Algo deve mudar para que tudo continue como está. Giuseppe Tomasi di Lampedusa

Tenha cuidado com a tristeza. É um vício. Gustave Flaubert

Eça de Queiróz

A verdadeira função do homem é viver, não existir.

A mentira é o único privilégio do homem sobre todos os outros animais.

Viver é negócio muito perigoso.

Jack London

Fiódor Dostoiévski

João Guimarães Rosa

Ninguém pode ser sábio de estômago vazio.

Não há regra sem exceção.

George Eliot

Em tempos de embustes universais, dizer a verdade se torna um ato revolucionário. George Orwell

Miguel de Cervantes

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Justiça

VETUVAL MARTINS VASCONCELOS*

Título executivo judicial e extrajudicial

S

egundo Donizetti “[...] título executivo é o documento previsto na lei como tal e que representa obrigação certa e líquida, a qual, uma vez inadimplida, possibilita o manejo da ação executiva”[DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2011, p. 897]. Quanto à natureza jurídica do título executivo, registra-se a existência de três teorias principais: teoria documental defendida por Carnelutti; teoria do ato jurídico acolhida por Liebman e teoria do acerto da relação jurídica de Direito material apontada por Carlo Furno e Satta [GONÇALVES, Marcos Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 568-569]. Segundo os predicados da teoria documental, “A principal finalidade do título seria provar, documentar a existência do crédito que se executa” [ibidem]. Tal posição doutrinária é criticada, pois não vê no título sua necessária autonomia entre o título e a existência do crédito. A teoria do ato jurídico defende que “[...] o título é ato constitutivo da concreta vontade sancionatória do Estado” [ibidem], ou seja, “Sua função não é documentar a existência do crédito, tanto é que podem existir títulos sem que o crédito efetivamente exista”. Nesse caso, o título detém autonomia em relação ao crédito, sendo essa condição, por si só, ‘necessária e suficiente’ para a instauração do processo executivo. Esse ponto de vista é fonte de severas críticas porquanto atribui ao título autonomia absoluta. A teoria do acertamento da relação jurídica, privilegiada por parte dos doutrinadores pátrios, pondera as forças da teoria documental e do ato jurídico, na medida em que atribui ao título certa autonomia, mas isso não impede que no curso da execução o devedor possa colacionar indagações por mecanismos processuais próprios, visando eximir-se da obrigação, no todo ou em parte [ibidem]. Nesse sentido é o pensamento de Didier: “Há o título material, que é o ato normativo, que imputa a alguém o dever de prestar e há o título formal, que é a documentação desse ato jurídico. Esse ato jurídico, uma vez documentado, tem o efeito jurídico de permitir a instauração da atividade executiva para efetivar a norma jurídica nele contida [DIDIER JR, Fredie et al. Curso de direito processual civil: execução. vol. 5, 2. ed. Salvador: Juspodivm, 2010, p. 150]. Quanto às espécies, nomeiam-se a existência do título judicial (art. 475-N do CPC) e extrajudicial (art. 585 do CPC), além da catalogação existente na legislação extravagante. Ressalta Gonçalves que “Sendo o título o ato-documento que abre as porta à sanção executiva, não é dado cria-lo sem expressa previsão legal. Cumpre ao legis-

lador estabelecer quais são os títulos, o rol legal é taxativo [GONÇALVES, Marcos Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 569]. Segundo o princípio informativo da taxatividade, a existência do título executivo depende de sua criação por lei, ou seja, para que o documento seja considerado título executivo, é necessário que integre o rol do catálogo legal de títulos nos termos do ordenamento jurídico. Destaca Didier que, ao lado do princípio da taxatividade, figura também o princípio da tipicidade atinente ao título executivo, o qual, apesar da semelhança material entre eles, impõe que os títulos executivos judiciais ou extrajudiciais devam conter todos os requisitos segundo as previsões instituídas em lei [ DIDIER JR, Fredie et al. Curso de direito processual civil: execução. Vol. 5, 2. ed. Salvador: Juspodivm, 2010, p. 153]. Para qualificar a propositura da ação de execução, não basta, porém, a simples presença dos princípios da taxatividade e da tipicidade, pois o título executivo deve também espelhar a existência de obrigação certa, líquida e exigível. O atributo certeza (an debeatur) leva ao juízo da existência material da obrigação. Desse modo, a presença do requisito “certeza” deve ser o primeiro a ser averiguado, porquanto constitui pré-requisito necessário à existência dos demais, de modo que só existe liquidez e exigibilidade ante a prévia presença do atributo certeza [ibidem, p. 153]. A presença do predicado certeza não afasta, no entanto, a possibilidade de o executado promover a impugnação ou a propositura de ação de embargos ao direito de executar, pois, afinal, o ordenamento jurídico não exige que essa certeza seja absoluta ou incontestável, ainda que a execução seja embasada em título executivo judicial [ibidem, p. 153]. A liquidez (quantum debeatur) se refere ao valor da obrigação determinada na expressão monetária ou pecuniária. Já a tipificação do predicado exigibilidade se materializa se o pagamento da obrigação não se condiciona ao termo, à condição ou traz limitações. O título executivo, dada sua relevância na seara da execução, exerce relevantes funções, pois autoriza a propositura da ação de execução, sendo ele sua condição necessária e suficiente (Nulla executio sine titulo), fixa os limites objetivos e subjetivos da ação de execução, define o procedimento ou o rito da ação de execução, torna certa, em tese, a obrigação contida no título, bem como a sua eficácia jurídica e impõe a inversão do ônus da prova ao executado. (*) VETUVAL MARTINS VASCONCELOS Promotor de Justiça/DF e professor do curso de direito do UNICEUB.

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Diz Aí, Mané “Os duelos eram tão mortais que às vezes os lutadores até morriam”

“Objeto direto é quando a gente ganha um presente diretamente da pessoa que dá; e indireto, a pessoa não pode entregar e manda outro dar”

“A pérola é a fecundação do esprematozoide de uma concha, com uma pedra... de acordo com o tamanho da pedra fica o tamanha da pérola”

“Segundo a Mitologia Grega a deusa do amor era a deusa Viagra”

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“Toda vírgula deve ser pressedida de alguma palavra, pode ser qualquer uma”

“Um septuagenário é um losango de 7 lados”

“Índice pluviométrico é a medida das escalas pluviômicas sobre unidade de tempo”

“Os comunistas resolveram matar o Czar pra ele aprender”


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Rindo à Toa Por: Fádua Faraj

A vida é imprevisível: coma a sobremesa antes.

Sexo é como um jogo de cartas: se você não tiver um bom parceiro, é bom ter uma boa mão.

Pílulas, a segunda melhor coisa que as mulheres podem colocar na boca para evitar a gravidez!

Macho que é macho toma banho com sabão em barra e palha de aço!

Para quem está se afogando jacaré é tronco.

De nada adianta ter barriga de tanquinho, se a torneira for pequena.

Cúmulo da indelicadeza é colocar uma placa de volte sempre em uma funerária.

Se sua estrela não brilha acenda uma vela!!!

A gordura localizada não é um problema desde que esteja localizada no corpo dos outros.

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Cresça e Apareça

CARLA RIBEIRO*

Liderança pressupõe paixão P

ara bem exercer a liderança, é preciso ser apaixonado pelo que se faz. É importante que a mente fique arquitetando qual será o próximo passo, que os olhos brilhem e haja empolgação quando se vai abordar um assunto. Uma gostosa obsessão que consome tempo e energia. Gostosa obsessão!? Será possível? Sim, quando é possível lembrar-se do assunto com alegria e não com pesar. Sabe-se que é um privilégio trabalhar com o que se gosta. Por isso, em vez de simplesmente estudar para um concurso público que não tem absolutamente nada a ver com você, reavalie seus projetos. Verifique se o que você gosta de fazer, pode casar com o que você pode fazer de forma a obter a remuneração desejada. Desafio-o a empreender. Ser um empreendedor – ter iniciativa, mas também ter acabativa – e esquematizar sua opção profissional alinhada com aquilo que o entusiasma. Não são poucas as pessoas que têm ótimas ideias, são criativas e às vezes até têm iniciativa para começar projetos. Infelizmente, poucas têm a capacidade de terminar esses projetos (acabativa). Elas morrem na praia. Não conseguem seguir a necessária rotina para tornar realidade seus projetos. Conhecem a teoria, mas morrem na prática.

Mas, com planejamento e uma boa dose de pragmatismo, você pode se profissionalizar na atividade que o realiza como pessoa. Nessa hora, esqueça se parece velho demais para mudar sua história. Você pode empreender. Descobrir-se rindo à toa, certo de que os que duvidavam é que são uns idiotas. O certo é: a história é sua! O palco é seu! Então, meu camarada, viva! Tire o nó da gravata ou ate o nó à gravata e corra atrás do que é seu! O que é seu!? Seus sonhos, ora! Quer mais motivos para buscar novos rumos? Pois bem, verifique se a segunda-feira é penosa; se você fica contando os minutos todas as tardes, esperando a hora de o expediente acabar; se sua mente divaga, imaginando outros lugares ou coisas que você gostaria de estar realizando. Se a resposta é sim, então está na hora de começar algo novo. Não pense que perdeu tempo por não ter mudado de rumo antes, isso faz parte da sua história. Agora, escreva outro capítulo e seja feliz! *CARLA RIBEIRO Advogada, doutoranda em psicologia organizacional, mestra em sociologia, tetracampeã mundial de caratê e presidente do projeto Formando Campeões

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Ponto de Vista

IRENALDO LIMA*

Na mira da

insegurança

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egurança. Não importa se ela vem do setor público ou privado. O que as pessoas querem é sentir-se protegidas. O risco de roubo, sequestros-relâmpago e outros crimes são adversários do bem-estar e da saúde mental de qualquer cidadão. A violência no Distrito Federal é crescente. E, à medida que a criminalidade cresce, gasta-se mais com segurança, tratamentos de saúde, perde-se em capital humano, sem falar do trauma e da dor de perder um ente querido precocemente, vítima de ações criminosas. Enquanto o Estado não implantar uma boa gestão de seus recursos, fica difícil imaginar uma solução para o problema. Injetar mais e mais dinheiro na segurança pública não é suficiente. A prova disso é que o Distrito Federal tem uma das polícias mais bem pagas do País, além de ter um efetivo numeroso. E o que vemos diariamente na mídia? Os números da criminalidade aumentando. Entre os casos, estão homicídios, sequestros, roubos e outros delitos, não tão frequentes, mas de grande impacto social pela violência com que são praticados. Para se ter ideia, em 2011, foram registrados 3.390 furtos em lojas, uma média de 282 por mês. O número foi superado neste ano, quando, somente no primeiro mês, foram registrados 400 furtos em estabelecimentos da cidade, segundo dados da Secretária de Segurança Pública. Ainda de acordo com a SSP, em relação ao número de casos de sequestros-relâmpago confirmados no ano passado, houve um crescimento de 33,9%, quando comparado a 2010. Para reverter o quadro atual, as autoridades investem expressivamente em equipamentos eletrônicos, instalados por empresas de segurança privada. Para se ter uma ideia, Brasília possui, hoje, cerca de 500 mil câmeras de vigilância instaladas e 16 mil alarmes monitorados, o que representa uma média de dez habitantes para cada câmera. Ou seja, nenhuma cena escapa às câmeras em órgãos públicos, shoppings e até quadras. O cenário de vigilância permanente é uma ferramenta importante para coibir crimes. Entretanto, somente o uso de câmeras não é a solução efetiva. Deixar para as máquinas a tarefa de proteger os cidadãos pode ser uma imprudência. Constranger cri-

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minosos é o principal benefício do aparato eletrônico. Este, porém, não tem o poder de abordar uma pessoa. Para defender o patrimônio e a sociedade, a presença de homens capacitados é necessária. Os vigilantes, com curso de formação, são treinados para a atividade. Eles têm um planejamento estratégico que torna o local o menos vulnerável possível. É preciso deixar claro para as pessoas que qualquer método de segurança precisa de um planejamento estratégico. E para que esse tenha resultados efetivos, é importante que a empresa ou indivíduo possua uma visão voltada para a prevenção. Atualmente, muitas organizações não adotam essa medida e só se preocupam com o problema quando o circo já está pegando fogo. Planejar antes de executar o serviço é essencial para garantir a qualidade do trabalho e a segurança do patrimônio ou da empresa. É preciso investir em planejamentos inteligentes, treinamentos dos policiais, ações integradas entre as polícias e administrar o dinheiro com mais eficiência. Quem sabe assim, consigamos promover uma resposta mais consistente para coibir o crescimento da violência. A sociedade, cada vez mais chocada com a violência, busca as empresas prestadoras de serviços de segurança com o objetivo de recuperar a paz e a tranquilidade que o poder público não consegue garantir. A parceria entre a segurança privada e pública é um meio de reduzir o temor da população. Também não adianta haver avenidas e superquadras vigiadas constantemente se a origem do problema não é eliminada. Educação deve ser prioridade do governo. O estudo permite oportunidades de trabalho aos menos favorecidos. Temos, portanto, que reconstruir a estrutura social do País para superar o temor ao sair de casa. Só assim poderemos – quem sabe – viver sem a necessidade de um escudo. IRENALDO LIMA* * Presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores no Distrito Federal (SINDESP-DF).


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