Plano
31 DE MAIO de 2011 Ano 9 · Edição 97 · R$ 5,30
BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r
Bullying Violência mundial
MESA REDONDA José Antônio Reguffe Meio Ambiente Sujeira nas margens do Paranoá 98
PONTO DE VISTA Claudismar Zupiroli
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Sumário
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60
10 Cartas
38 Cotidiano
62 Cultura
11 Mesa Redonda
40 Planos e Negócios
64 Meio Ambiente
16 Brasília e Coisa & Tal
42 Automóvel
66 Jornalista Aprendiz
18 Panorama político
44 Vida Moderna
68 Propaganda e Marketing
20 Política Brasília
46 Esporte
70 Vinho
22 Dinheiro
48 Personagem
72 Tá Lendo o Quê?
24 Capa
50 Saúde
74 Frases
28 Mercado Imobiliário
52 Vitrine
75 Justiça
30 Gente
54 Comportamento
76 Diz aí, Mané
32 Cidade
56 Música
78 Publicidade
34 Educação
58 Cinema
80 Ponto de Vista
36 Tecnologia
60 Gastronomia
82 Charge
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Expediente
Carta ao leitor Estimados leitores,
DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br
Plano
BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira EDITOR DE ARTE Werley Kröhling
DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr e Joana Nobrega ESTAGIÁRIA DE CRIAÇÃO Paula Alvim Fotografia Fábio Pinheiro, Gustavo Lima, Victor Hugo Bonfim EQUIPE DE REPORTAGEM Ana Paula Resende, Michel Aleixo, Tássia Navarro, Veronica Soares, Virgínia Ciarlini e Yuri Achcar COLABORADORES Adriana Marques, Antônio Duarte, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Claudismar Zupiroli, Everardo Gueiros, Filipe Matoso, José Antônio Machado Reguffe, Mauro Castro, Regina Ivete Lopes, Romário Schettino e Tarcísio Holanda IMPRESSÃO PROL Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.
Mais uma edição pronta. Entregue e dedicada a todos com um carinho super especial de toda a equipe da Revista Plano Brasília. Sempre que colocamos uma publicação na rua, renasce em nós a chama da vontade de reafirmar sempre o dever que temos de informar, acima de tudo. Fazemos isto com prazer indescritível, pois vocês merecem. A nossa matéria de capa da semana é um assunto que, nos últimos tempos, vem ganhando as capas dos melhores veículos de comunicação nacional, quem sabe do mundo inteiro. Trata-se do “bullying”, uma violência que assola o mundo e que pode estar dentro de nossas casas, povoando o mundo e apavorando o universo de um filho, um parente e até de você mesmo. O termo, de origem inglesa, é usado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos. São praticados por uma só pessoa ou por um grupo, com o firme propósito de intimidar ou agredir alguém que não tem o poder de defesa. A prática é antiga, mas só agora ganhou notoriedade na mídia. No nosso país, dicionaristas dizem que o termo equivale a “mexer com, tocar, causar incômodo ou apoquentar, produzir apreensão em, fazer caçoada, zombar. Ou seja, perturbar, na verdadeira essência da palavra e causar estragos na vida, comportamento, maneiras de pensar, agir e tomadas de decisão. Uma reviravolta na cabeça, principalmente de crianças e adolescentes, onde os casos são mais comuns. Pesquisa do IBGE de 2009, revelou que 30,8% dos estudantes brasileiros informaram já ter sofrido bullying. A maioria dos casos é de homens, 35,9 % deles ocorreram em escolas privadas e 29,5% em públicas. Conforme a pesquisa, Brasília e Belo Horizonte foram capitais brasileiras com maiores índices de assédio escolar, 35,6% e 35,3%, respectivamente. Uma leitura que você não deve perder! Na editoria de Esporte, fomos até à Esplanada dos Ministérios para registrar tudo e mostrar pra vocês detalhes do porquê a modalidade mais radical do MotoCross, o estilo livre, a cada dia atrai mais e mais simpatizantes. As mirabolantes acrobacias, manobras radicais e os saltos mortais que desafiam a gravidade, mostradas por 11 experientes pilotos da categoria, levaram cerca de 100 mil pessoas à arena que foi montada no centro da capital do poder, quando da realização do “Red Bull X Flighters”. Vale a pena ler. Em cultura, a vez é da secular e conhecida prática da arte de fazer rima, tendo como leme o improviso nú e cru. A arte do repente, conhecida tradição folclórica brasileira cuja origem remonta aos trovadores medievais. Com maior apelo no nordeste brasileiro, é um “misto” entre a poesia e a música, orquestrados pela criatividade e inteligência dos seus cantadores que têm como função principal, fazer com perfeição versos bem rimados e engraçados. Conhecida também como cantoria “pé de parede”, a arte de rimar é, para muita gente, considerada fácil de ser executada. Mas não é bom confundir o repentismo com a embolada e nem com rap, onde o improviso também habita. “Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa”, é o que os repentistas frisam para não fazer confusão. É isso, caro leitor. Esperamos que todos tenham uma excelente leitura. Até a próxima!
Cartas
Fale conosco
Prezados, Gostaria de parabenizá-los pelo belo papel que tem desempenhado em informar a população. Suas matérias sempre me ensinam algo que não sabia como a da edição passada sobre HPV em homens. Sempre ouvi dizer que era uma doença tipicamente feminina. Saber que os homens são mais vulneráveis foi realmente uma novidade. Enfim, parabéns por desempenharem seu papel de imprensa. Antônio Duarte - Lago Sul Prezada equipe da Plano Brasília, Achei muito legal a matéria sobre optometrista. Não tinha ideia do que seria esse profissional e depois de ler a matéria pude ver a importância que ele tem. Me indignei com a falta de profissionais e no mercado e também com a falta de cursos. Assim como o Dr. entrevistado espero que nossas autoridades tomem alguma providência. Osmar Ribeiro - Lago Norte
Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.
Prezado Editor, Agradeço muito pela generosa acolhida que tive na sua bonita Revista Plano Brasília. Cumprimento-o, também, pelo belo texto – objetivo e feliz – de autoria da jornalista Tássia Navarro, enriquecido pelas fotos de Gustavo Lima. Você está bem de repórteres. Parabéns! Êxito e a amizade. Adirson Vasconcelos - Asa Norte
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Durante o festival haverá a exposição“Cavaleiro Andante” com esculturas do artista Ricardo Stumm e degustação de cavas e vinhos espanhóis
Mesa Redonda
José Antônio Reguffe
Equipe Plano Brasília: Romário Schettino, Virgínia Ciarlini, Edson Crisóstomo, Liana Alagemovits e Yuri Achcar | Fotos: Fábio Pinheiro
J
ornalista e economista, José Antonio Reguffe já foi deputado distrital e em 2010 se elegeu deputado federal, tendo conquistado 266.465 votos, sendo proporcionalmente o mais votado do país, com 18,95% do total de eleitores do DF. Foi líder estudantil e ficou conhecido nacionalmente, principalmente, pelas medidas que tomou no seu próprio gabinete de corte de gastos. Na entrevista, esse campeão nacional de votos fala dos seus projetos e do seu trabalho nas comissões de Reforma Política e de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados.
PB > O que mudou da Câmara Legislativa para a Câmara Federal? Meu trabalho e minha luta são os mesmos. Defender o interesse público sem concessões. Sempre digo que as pessoas podem me criticar por qualquer coisa, menos por uma, no meu mandato faço exatamente o que na minha campanha me propus a fazer e acho que o reconhecimento que as pessoas têm ao meu trabalho vem disso, do meu mandato ser o reflexo exato do que foram as minhas propostas e os meus compromissos de campanha. E isso eu tenho muito orgulho. A Câmara Federal tem uma vantagem com relação à Distrital, que é a discussão da
macro política nacional. Penso que dei uma grande contribuição como deputado distrital e também pretendo dar durante esse meu mandato na Câmara dos Deputados. O papel central, hoje, do deputado federal inclui a fiscalização dos governos. O senhor faz parte de um partido que é base aliada no governo Federal e no Distrital. Qual sua avaliação do governo Agnelo e do governo da Presidenta Dilma? A função de fiscalização do gasto do dinheiro público é um papel constitucional do poder legislativo e isso independe da pessoa ser governo ou oposição. O parlamentar tem obrigação de cumprir esse papel. Eu, por exemplo, mesmo contrariando meu partido, votei a favor do requerimento de convocação do ministro Palocci. Fui, inclusive, o único parlamentar da bancada do DF que votou favorável. Não estou aqui fazendo um julgamento, apenas acho que ele tem o dever de prestar contas ao parlamento e à população deste país. Então, na minha opinião, a fiscalização do gasto do dinheiro público e a fiscalização do poder executivo é uma atribuição constitucional do poder legislativo. Independente do parlamentar ser de um partido de oposição ou de gover-
no. Com relação ao governo da Dilma, estou me surpreendendo positivamente. Na minha opinião, começou bem. Ela está preocupada com algumas questões que considero importantes, como por exemplo, o custo da máquina do Estado para o contribuinte. Penso que poderia ter reduzido, também, o número de ministérios e fazer uma redução brutal no número de cargos comissionados, além de cortar diárias e essa coisa dos ministros irem todo final de semana para os estados viajando de jatinhos da FAB. Ela colocou uma preocupação com a gestão. Também está introduzindo, na questão do Bolsa-Família, a necessidade daquela pessoa que recebe o benefício ter que se qualificar para se reinserir no mercado de trabalho. Considero que é um ponto importante. Política social não pode ser só dar Bolsa-Família, deveria ser, principalmente, investir em uma educação pública de qualidade. Mas é um avanço importante a questão da necessidade da pessoa se qualificar. Agora, a inflação, considero um ponto vulnerável e sério porque a estabilidade econômica é uma conquista desse país e não pode ser colocada em risco. Isso não pode ter coloração partidária, porque o pior imposto para o mais pobre é a inflação.
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E com relação ao governo Agnelo? Com relação ao governo Agnelo, a sensação que tenho como cidadão é que não começou ainda. A população espera desse governo, principalmente depois de tudo que Brasília viveu, mudanças radicais. Eu também espero. Acho que as pessoas estão sendo injustas no sentido de fazer um julgamento sobre um governo, que não completou nem seis meses ainda. Então, para eu fazer uma avaliação e ser justo, prefiro esperar mais tempo. Mas tenho muitas críticas a esse início de governo. Acho que deveria ter sido feito um choque de gestão. Reduzir o número de secretarias de estado. Reduzir brutalmente o número de cargos comissionados. Investir mais na qualidade dos serviços públicos. Brasília já viveu governos em que a marca foram as obras físicas. Gostaria que a marca fosse a qualidade dos serviços públicos, nas áreas de educação, saúde e segurança pública. É aí que o governo deveria concentrar os seus recursos e não simplesmente criar obras físicas. Algumas são necessárias, mas não é essa marca que quero ver em um governo. Já falei diversas vezes para o governador que pode contar comigo para ajudar, para trazer recursos, para que o governo dê certo. Essa é minha vontade como cidadão e a cidade merece. Tomei a posição de ficar afastado até para tomar conta do meu mandato como deputado federal, que é a minha responsabilidade. Decidi não indicar ninguém no governo, mas torço, sinceramente, que dê certo e estou disposto a contribuir com ideias para isso. Só não sei se há disposição lá para seguí-las.
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O senhor é conhecido como o deputado das reduções e uma delas que me chama atenção e me causa uma certa preocupação é a redução de mandatos para cargos majoritários. A questão é se dá para fazer um bom governo, numa máquina complexa como essa, em quatro anos? Não é muito pouco? Brasília que é uma cidade foi construída em apenas um mandato. Protocolei sete propostas na Comissão de Reforma Política da Câmara com a intenção de mudar a cara da política desse país que vive um momento muito grave. As pessoas não estão se apercebendo, mas vivemos uma crise profunda na nossa democracia representativa. As pessoas não se consideram representadas nos seus representantes legalmente constituídos e nem nas suas instituições. Isso é muito grave. Além disso, os exemplos na política são tão ruins que as pessoas passaram a criminalizar a atividade política. A sociedade não sabe o mal que ela vai fazer a ela mesma com isso. Isso vai acabar expulsando da política as pessoas de bem. Porque o bandido justifica isso e esse julgamento diuturno no dinheiro sujo que ele ganha, mas para uma pessoa de bem é muito duro. Hoje, o político é considerado desonesto até que ele prove o contrário todos os dias. Os exemplos são tão ruins que levaram a isso, mas isso vai levar as pessoas de bem a se afastarem. Quanto às propostas, uma das minhas propostas é dar maior oxigenação no sistema, para que a política seja um serviço e não uma profissão e para que mais gente tenha chance. A minha proposta é o fim da reeleição para cargos executivos e o limite de uma única reeleição, no máximo, para cargos legislativos. Assim, o sistema seria constantemente oxigenado, renovado. Quando uma pessoa fica muito tempo em um cargo, começa a se achar dona daquilo, proprietária, e se esquece que está ali apenas como um representante. Protocolei sete propostas na comissão. A segunda é a instituição do voto facultativo... O senhor disse que quer deixar, no fim do mandato na Câmara Federal, o mesmo legado que conseguiu deixar na Câmara Legislativa. O que seria esse legado? O
que o senhor pretende deixar, construir, até o fim do mandato? Vejo um deputado como um representante e a pessoa não é simplesmente representante da cabeça dela. É representante do que se comprometeu em campanha. Você pode pegar o meu panfleto de campanha e o meu mandato é a cópia do que está lá. Sou leal àquilo. Ao final do meu mandato vou ter cumprido todos os meus compromissos de campanha. Todas aquelas propostas que constavam no meu panfleto de campanha vão virar projetos de lei e todas as medidas que eu disse que iria adotar no meu gabinete, já adotei desde o meu primeiro dia como deputado federal, protocolando ofícios na direção geral da Casa, e adotando todas medidas em caráter irrevogável e até o final do mandato. Nem que eu queira, posso voltar atrás. Abri mão dos salários extras. Reduzi a minha verba de gabinete. Reduzi o número de assessores de 25 para apenas nove, entre outras medidas. Com essas medidas, vou economizar aos cofres públicos dois milhões e trezentos e oitenta mil reais. É uma forma de dar uma contribuição. Inovei nas emendas parlamentares ao orçamento na Câmara Distrital e vou repetir agora na Câmara Federal. Na CLDF cada deputado tinha direito a colocar R$ 6 milhões, por ano, em emendas ao orçamento, podendo fazer até quarenta emendas. Muitos parlamentares colocavam em shows, eventos e entidades assistenciais. Eu fiz apenas três emendas e concentrei todos os recursos. Coloquei R$ 2 milhões no projeto de Educação em Tempo Integral, R$ 2 milhões para compra de medicamentos para as emergências dos hospitais públicos do DF e R$ 2 milhões para a contratação de mais policiais, para aumentar o efetivo nas ruas. É isso que a população precisa. Usei minhas emendas para melhorar a qualidade dos serviços públicos que a população recebe em troca dos seus impostos. Fiz a minha pequenina parte para melhorar a qualidade dos serviços públicos do DF. Assistimos o escândalo das emendas em shows envolvendo vários parlamentares, parece uma negociata. Isso é muito triste.
E shows que, durante o governo passado cheguei, inclusive, à tribuna da Câmara para denunciar que estavam sendo pagos cachês com sobrepreço, Superfaturados. A equipe do meu gabinete ligou para a produção de alguns artistas e nós atestamos que estavam sendo pagos cachês com valores superiores ao que os artistas cobravam em outros eventos. Denunciei isso no plenário da Câmara. Sobre reforma política, quais os pontos que o senhor defende? Vou dizer basicamente quais os pontos que defendo e as sete propostas que protocolei e que na minha opinião, mudariam a cara da política nesse país, até porque a política não pode continuar do jeito que está. A sociedade tem ódio de política. É preciso mudar isso. É um sistema que faz com que tenhamos um estado democrático de direito, mas não tenhamos um estado democrático de fato. As pessoas não se consideram representadas em seus representantes. Isso é culpa dos personagens por desvios éticos inaceitáveis, mas isso também é culpa do sistema. Então, é preciso modificar o sistema, por isso é preciso uma reforma política profunda. Minha primeira proposta é o fim da reeleição para cargos executivos e o limite de uma única reeleição, no máximo, para cargos legislativos. A segunda é o fim do voto obrigatório e a instituição do voto facultativo nesse país. O voto obrigatório propicia uma influência nefasta do poder econômico numa eleição. Tudo que você puder fazer para valorizar o gesto de votar é positivo, além de mais democrático, acho que melhoraria a qualidade da nossa representação política. Pode até ser que numa primeira e até numa segunda eleição, a pessoa ainda fale que acha que tudo que é político é ladrão. É uma porcaria e prefere não vou votar em ninguém, mas numa terceira, ela vai pensar na responsabilidade que tem sobre isso e que não pode se omitir. Portanto, acho que o voto facultativo melhoraria a qualidade da representação política num ponto futuro. O resultado prático do voto obrigatório é a eleição de um candidato em São Paulo que se elegeu
dizendo que não sabe nem o que faz um deputado. A terceira proposta é a instituição do voto distrital. O atual sistema, que é o voto proporcional de lista aberta, é um regime que só existe no Brasil e na Finlândia e não dá certo. A pessoa vota em um candidato e elege um outro que não quer eleger e propicia também uma influência nefasta do poder econômico. O voto distrital é o único sistema que vai aproximar representante de representado. Vai trazer a política para perto do cidadão. Fora que hoje, nós tivemos no DF na última eleição, 855 candidatos a deputado distrital. Em São Paulo foram 1131 candidatos a deputado federal. Qual é o debate que se pode ter com 855 candidatos a distrital? Nenhum. A pessoa pode até ser boa e querer entrar na política para dar uma contribuição, só que o coitado passa a campanha inteira tentando ficar conhecido e a maioria não consegue nem isso, quanto mais fazer um debate de ideias. Ou seja, é um sistema que despolitiza o processo eleitoral e desideologiza a política. É preciso que se politize mais as eleições e se tenha mais debate e o único sistema que propicia isso é o voto distrital. Divide-se a cidade em distritos e cada distrito passa a eleger um deputado. Isso vai baratear o custo da campanha, porque hoje, a pessoa tem que fazer campanha no estado inteiro. Se dividir em distritos, a pessoa passa a fazer campanha só ali e isso barateia a campanha. Torna a política mais acessível para o cidadão comum. Tem muita gente boa que não entra na política por ser muito cara, trabalhosa. A vida pública perdeu e ainda está perdendo pessoas com vocação política que queriam servir à sociedade, mas não entram por causa de um sistema que só privilegia o poder econômico. Quais as outras propostas? A quarta proposta é a possibilidade de revogabilidade dos mandatos. Uma pessoa para ser candidata, teria que registrar, na justiça eleitoral, as suas propostas e compromissos, e a justiça eleitoral os publicaria no seu site. Uma vez eleita, qualquer eleitor, tendo votado nela ou não, poderia entrar na justiça e pedir o mandato dela
de volta se ela não cumprir qualquer um daqueles compromissos. Isso faria com que em um ponto futuro as pessoas passassem a votar mais em ideias do que simplesmente em nomes. O eleitor teria a garantia legal de que o seu candidato teria a obrigação de cumprir com o que se comprometeu. A quinta proposta é o financiamento exclusivamente público de campanha. Seria o dinheiro mais bem investido da história do Brasil. Acabaria com essa promiscuidade entre público e privado. Mas a minha proposta é diferente da que está sendo debatida nos veículos de comunicação, porque se você der dinheiro na mão de um candidato vai ficar pior do que está. Se tem gente sendo candidato hoje só para alugar tempo de televisão, o que dirá se a pessoa ganhar o dinheiro para ser candidato. Desempregado então vai ser candidato já que vai ganhar dinheiro. Na minha proposta, a Justiça Eleitoral faria licitações. A gráfica que ganhar imprimiria o panfleto de todos os candidatos para aquele determinado cargo, com igual quantidade para todos. Igual formato. Igual oportunidade para todos. A pessoa teria que ganhar no conteúdo. A produtora de televisão que ganhasse a licitação gravaria o programa de todos os candidatos daquele determinado cargo. A campanha poderia até ser chata, mas seria mais justa, menos desigual. A pessoa teria que ganhar no conteúdo, no convencimento das ideias. Sexta proposta: nós temos um regime presidencialista com uma Constituição parlamentarista. Apenas regimes parlamentaristas permitem que uma pessoa do legislativo vá exercer cargo no executivo. Até porque no parlamentarismo é o parlamento
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que faz a maioria para o executivo. No Brasil, não. Aqui o parlamento, o poder legislativo no regime presidencialista é o poder fiscalizador do executivo. Não pode um parlamentar estar um dia no legislativo e no outro dia no executivo. Então eu apresentei uma proposta na Comissão de Reforma Política que o parlamentar que se eleger para um cargo legislativo e que sair desse cargo para ir para o executivo, teria que renunciar ao mandato, até porque as pessoas que votaram nele, votaram para ele exercer aquele cargo no legislativo. Então, se for para o executivo, ele teria que renunciar ao mandato. E não estou propondo nada original. Nos EUA, quando o presidente Obama convidou a Hillary Clinton para ser secretária de estado, que é o equivalente a Ministro das Relações Exteriores aqui no Brasil, ela teve que renunciar ao mandato de senadora pelo estado de Nova York. Por último, a candidatura avulsa. É justo que em uma sociedade na qual uma grande parcela da população não acredita nos partidos políticos, é justo e democrático que o cidadão também possa ser candidato sem estar filiado a nenhum partido. Só é preciso criar uma cláusula, que eu coloquei na minha proposta, protocolada na Comissão de Reforma Política, que ele tenha que recolher, pelo menos, 1% de assinaturas do eleitorado que ele vai disputar para poder se inscrever como candidato. É justo e democrático que alguém, que não se considera representado em nenhum partido político, também possa ter o seu direito cidadão de além de votar, também ser votado. Sobre CPI do Pró DF, o senhor acha que aí já nasceu uma pizza? Não tenho como te dizer até porque não estou lá. A única coisa que gostaria de dizer é que a população de Brasília, depois de tudo que aconteceu, merece que tudo seja apurado com rigor e com toda profundidade, doa a quem doer. É preciso que nada fique impune, até para servir como exemplo. Tenho uma expectativa grande no trabalho da Polícia Federal, que é uma instituição séria, e no trabalho que o Ministério Público
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está desenvolvendo. Essas duas instituições são duas grandes novidades que nós tivemos na vida pública desse país. Duas novidades muito positivas, porque antigamente não se via político ser preso, grandes empresários serem presos. Agora já se vê isso. Essas duas instituições estão cumprindo um excelente papel. E com relação específica ao Pró DF, me pronunciei na Câmara Distrital, na época que se estava discutindo o Pró DF. Fiz inclusive um discurso criticando a
Uma das minhas propostas é dar maior oxigenação no sistema, para que a política seja um serviço e não uma profissão forma como estavam sendo dados os lotes do programa e votei contra o mesmo, porque o que a população precisa é transparência e esse projeto do Pró DF, aliás diga-se de passagem, desde o governo do Roriz, está sob a suspeita da população do DF. Na minha opinião e falei isso quando distrital. Ele deve ser descontinuado pelo poder público porque era um projeto carregado de suspeitas gravíssimas do interesse privado se sobrepondo sobre o interesse público e isso, as pessoas de bem não podem aceitar. E sobre os projetos na área de Defesa do Consumidor? Apresentei alguns projetos nessa área. Um deles isenta os remédios de impostos, pois 35,7% do preço de um medica-
mento no Brasil é formado de impostos. Ora, em outros países do mundo não existem tributos sobre os remédios. Na Inglaterra, no Canadá, na Colômbia, não se cobram impostos sobre medicamentos. Nos EUA, só 6,3% do preço de um remédio é imposto, no Brasil são 35,7%. Um absurdo! Ninguém compra um remédio porque quer, por lazer, ninguém fica doente porque quer. Fiz também um requerimento de indicação ao Ministério da Fazenda pedindo que se tabele e que se faça controle de preços nos medicamentos, até porque livre mercado cabe em vários setores da economia, mas não no que mexe com a saúde das pessoas. A nossa carga tributária é abusiva. É a maior dentre os países emergentes. Nós temos uma carga tributária de 35,13% do PIB. Nos países emergentes, nenhum ultrapassa 25%. Tem idosos que gastam mais de R$ 2 mil por mês com remédios de uso contínuo. E o Estado trata isso como se não fosse com ele. Quando uma pessoa tem uma doença, cabe ao Estado ajudar e facilitar o acesso dessa pessoa aos medicamentos que ela precisa. Outro projeto que apresentei, na Comissão de Defesa do Consumidor, e protocolei na Câmara, exige que as empresas aéreas tenham que indenizar os passageiros por atrasos nos vôos. Fiz uma emenda ao Código Brasileiro de Aeronáutica, para alterar os artigos 230 e 231, instituindo, que além da possibilidade de ações por danos morais e materiais e direito a alimentação e acomodação, nos casos de atrasos superiores a quatro horas, a companhia aérea tenha que indenizar o passageiro em 20% do preço da passagem. Em atrasos superiores a 8 horas, em 50% do preço da passagem. E em atrasos superiores a 12 horas, a companhia aérea teria que fazer o passageiro voar gratuitamente, sendo o passageiro ressarcido em 100% do preço da passagem que ele pagou. Excetuando-se aí, para ser justo, atrasos decorrentes de questões meteorológicas. Hoje, o que existe é um total desrespeito aos consumidores de aviação civil desse país e cabe ao legislador criar uma legislação que defenda o consumidor. As companhias aéreas têm que sentir no bolso para passarem a respeitar o consumidor deste país. Por fim, agradeço a vocês e parabenizo pelo esforço de fazer uma revista. Sei que isso não é fácil.
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MI Registrado sob o nº R7/60.070 no Cartório do 2º Ofício de Registro de Imóveis do DF. Projeto aprovado com destinação comercial.
Praça de Convivência
Brasília e Coisa & Tal
Romário Schettino
Fujimori no Cerrado
Figueiredo/CLDF
Gustavo Lima
Divulgação
O futuro político da deputada distrital Liliane Roriz (PRTB) depende de como ela vai dar a volta por cima com o sobrenome que tem. Os 30% registrados nas últimas eleições para sua mãe, Weslian, permitem que ela pense em continuar na política. Com esse capital eleitoral familiar, Liliane poderá disputar qualquer cargo eletivo, inclusive o de governadora no próximo pleito. A deputada pode se mirar até mesmo no exemplo de Keiko Fujimori, filha do ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori – no momento, preso por corrupção –, que ultrapassou nas pesquisas de opinião o candidato esquerdista Ollanta Humala nas eleições presidenciais peruanas. Resta saber se Liliane tem o carisma de Keiko e se o governo Agnelo/Filipeli conseguirá, ou não, enterrar o combalido rorizismo.
Divulgação
Oposição feminina São três as deputadas distritais que compõem a única oposição formalizada a Agnelo Queiroz: Eliana Pedrosa (DEM), Celina Leão (PMN) e Liliane Roriz (PRTB). O problema desse trio feminino é a falta de unidade política e de experiência parlamentar. Apenas Pedrosa está no segundo mandato, mas pertence agora a um partido destroçado. O bloco não cresce porque, segundo Liliane, os governistas flutuantes apenas dançam conforme a música e não sabem fazer política de oposição.
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Descoordenado É voz corrente em Brasília que o governador Agnelo Queiroz carece de uma coordenação política eficaz. As agendas estão sempre cheias e falta tempo para negociar as ações políticas que irão modificar o velho caminho. É urgente a presença na Câmara Legislativa de alguém com capacidade de aglutinação e visão de conjunto. Só isso.
Naufrágios no Lago O barco “Imagination” é mais um que naufraga no Lago Paranoá. Sempre a mesma história, gente demais e boias salva-vidas de menos. E o impressionante é que ainda há quem entre em barco furado. A fiscalização é fajuta e a irresponsabilidade dos proprietários que exploram o negócio dos passeios não tem tamanho. É triste saber que um bebê de seis meses tenha sido levado para uma aventura tão trágica.
Lula no circuito - I O ex-presidente Lula desembarcou em Brasília para orientar a presidenta Dilma Rousseff na sua primeira crise de governo. Por isso, Dilma saiu falando sobre temas polêmicos: Palocci,
Comunicando kit anti-homofóbico e Código Florestal. Sobre o caso do ministro Antonio Palocci, ela disse que o serviço de controle interno está recebendo as informações adequadas do ministro. Quanto ao kit, afirmou que o governo não pode interferir na vida privada das pessoas patrocinando propaganda de uma determinada “opção sexual”. “Não gostei do vídeo que vi e por isso o governo vai repensar o assunto”, disse Dilma. Na verdade, a presidenta curvou-se à pressão da bancada evangélica que cobrou veto à campanha educativa em troca de apoiá-la na Câmara. O fato é que homossexuais estão sendo assassinados no Brasil por pura intolerância, e é inconcebível que o Estado se omita.
Lula no circuito - II Sobre o Código Florestal a situação é ainda mais grave. A emenda do PMDB dando autonomia aos estados para regularizar as atividades nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) provocou repulsa em Dilma. “Essa emenda é uma vergonha”, teria dito ela. De nada adiantou, o partido do seu vice Michel Temer patrocinou a emenda. Agora, só resta a Dilma contar com o Senado para alterar tal excrescência. Ou vetá-la. De qualquer forma o desgaste já ocorreu.
Conselho de Comunicação No dia 14 de junho a Câmara Legislativa realizará audiência pública sobre o Conselho de Comunicação do DF, previsto no artigo 261, da Lei Orgânica, e o sistema de radiodifusão comunitária. A iniciativa é do deputado Cláudio Abrantes (PPS) e atende à demanda dos movimentos sociais representados pelo Movimento Pró-Conselho e pela Abraço.
Livro Recomendo um livro magnífico sobre Shakespeare. O autor, James Shapiro, professor da Universidade de Columbia, Nova York, escreveu “1599, um ano na vida de Wiliam Shakespeare” para lançar luz sobre um período decisivo na vida de um dos maiores poetas e dramaturgos de todos os tempos. Como pano de fundo, a história da Inglaterra sob o reinado da rainha Elizabeth I. É impressionante como o mundo sempre foi o mesmo quando se fala de vida privada, conflitos existenciais e política. Editado pela Planeta, o livro é traduzido por Cordelia Magalhães e Marcelo Musa Cavaliari. Vale a pena.
Homenagem O Sesc da 504 Sul prestou homenagem ao cantor e compositor Gonzaguinha com dois shows tributo. Um no dia 27 de maio com os cantores brasilienses Alysson Takaki e Sheilami acompanhados por Marcos Farias (teclado), Rafael dos Santos (Bateria), Agilson Alcântara (violão) e Hamilton Pinheiro (baixo). O outro ocorreu no dia 28, com a apresentação de Daniel Gonzaga, filho do homenageado. No repertório, canções inesquecíveis como Sangrando, Explode Coração e O que é o que é, que consagraram Gonzaguinha como um dos grandes nomes da música popular brasileira. Este ano completa 20 anos da morte do artista.
Divulgação
Elogios O cineasta Silvio Tendler escreveu à jornalista Maria do Rosário Caetano um elogio às mudanças prometidas para o 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro deste ano. “Aplaudo as mudanças operadas no Festival de Brasília que, no meu entender, revigorarão o mais importante dos festivais brasileiros. Incorporar o digital e as mídias possíveis na apresentação de filmes de longa metragem em competição significa trazer o festival para o século XXI. Abrir mão do ineditismo e antecipar o festival para setembro darão novo vigor ao evento. A política de selecionar somente filmes inéditos é extremamente prejudicial, aos filmes, ao cinema e ao festival. Acho que a política deveria ser mais ousada ainda e não excluir os filmes com prêmio de melhor filme em outros festivais. O Festival de Brasília pode voltar a ser o grande Festival Nacional. E o maior prêmio brasileiro vai fazer de Brasília o mais cobiçado festival. Parabéns aos organizadores pela iniciativa”. Vamos torcer para que tudo saia da melhor maneira possível. A Secretaria de Cultura do DF quer marcar um novo período para a história dos festivais de cinema. E-mail: romario@abordo.com.br
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Panorama Político
tarcísio holanda
A ação dos lobistas no congresso A
s notícias sobre os rendimentos da empresa de consultoria do ministro-chefe da Casa Civil Antonio Palocci recoloca em discussão a necessidade de regulamentar o exercício do “lobby” nos três poderes, particularmente no Congresso, onde sempre foi feito de forma escancarada. Existem várias propostas dispondo sobre a regulamentação dessa atividade, há mais de 20 anos, mas nunca chegam à votação. É sabido que só o governo dispõe de poder para construir maiorias na Câmara e no Senado. Essa é uma realidade tão notória, que é difícil aprovar projeto de iniciativa parlamentar. É o governo com seu poder mobilizador em todos os sentidos que pode construir maiorias destinadas a aprovar projetos de leis e até de propostas de emendas constitucionais.
Em nome de interesses até pessoais Os lobistas atuam abertamente no Congresso defendendo interesses de grupos ou até de pessoas economicamente poderosas. Os líderes de bancadas são constantemente assediados por eles. Como a atividade não foi ainda claramente regulamentada, essa é uma atividade que se exercita ostensivamente tanto na Câmara quanto no Senado. Também existem os grupos de interesses que atuam abertamente durante as votações. Basta dizer que os dois blocos mais importantes tanto em uma Casa quanto na outra são os que defendem os interesses dos ruralistas e do pessoal do setor médico-hospitalar. Tais forças parlamentares atuam contra qualquer projeto que contrarie os seus interesses, assim como poderão trabalhar para aprovar o que lhes interessa.
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A notória consultoria
Deputado pode ter consultoria
Os serviços de consultoria, como os que foram prestados pela Projeto, a firma do ministro Antonio Palocci, são bastante conhecidos dos que freqüentam a Câmara e o Senado há dezenas de anos, como é o nosso caso. Os lobistas costumam abordar os parlamentares nos gabinetes, nos salões e nos plenários das duas Casas do Congresso. Os lobistas podem abordar vários deputados e senadores ou altos funcionários do Palácio do Planalto e dos Ministérios em defesa dos interesses que representam. E isso ocorre com freqüência, senão como uma rotina conhecida. Em nome da transparência e da ética devia-se trabalhar pela aprovação de um projeto regulamentando a atividade. As chances de aprovação aumentariam se o governo tomasse essa iniciativa.
A lei não proíbe que um deputado tenha uma consultoria para prestação de serviços, mas deveria proibir, em nome da ética e da transparência. Um parlamentar defender interesses pessoais ao mesmo tempo em que exerce o seu mandato é um absurdo. O próprio caso do ministro Antonio Palocci serve de exemplo, pois ele foi deputado na legislatura passada e criou a sua consultoria em 2006. Como o governo não revela qualquer interesse em entrar nesse assunto, não se deve esperar pela aprovação de um projeto regulamentando o lobby. O envolvimento pessoal do chefe da Casa Civil com esse tipo de atividade alimentou a ampla discussão que se faz hoje na imprensa sobre o assunto. Mas o tema vai ter que chegar ao seu final um dia, ainda que muito explorado.
A regulamentação que não vem Existem vários projetos regulamentando o lobby, inclusive um de autoria do ex-senador Marco Maciel (DEM-PE), que remonta a 1990. E existe um projeto de lei apresentado em 2007 pelo deputado Carlos Zaratini, do PT de São Paulo, já aprovado na Comissão de Trabalho há dois anos e que ainda dorme em uma das gavetas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde aguarda sua apreciação. A proposta de Zaratini exige o credenciamento do lobista e a identificação de seu trabalho, inclusive aquilo que gastar com ele, devendo prestar contas, anualmente, ao Tribunal de Contas da União. O próprio Carlos Zaratini afirma que seu projeto regulamenta a ação do meio privado no setor público e que consultoria é um serviço vasto que não tem como regulamentar.
Centro Profissional O deputado Mauro Benevides ocupou a tribuna da Câmara para anunciar que o município de Quixeramobim (CE) acaba de ganhar um Centro Profissional “ali localizado por decisão do governador Cid Gomes e de lideranças locais, entre as quais os deputados Rômulo Coelho e Mauro Filho, este desempenhando, atualmente, o cargo de Secretário da Fazenda. Mauro diz que foi convidado a participar do acontecimento, “a fim de compartilhar da euforia da população local, sequiosa por um estabelecimento de ensino profissional, equipado com o instrumental necessário ao seu exemplar funcionamento”. O deputado Mauro Benevides lamentou que a Ordem do Dia da Câmara, na sessão do dia 17 de maio, contendo diversas Medidas Provisórias, o tenha impedido “de ali comparecer para regozijar-me por iniciativa de extraordinária repercussão para todo o Sertão Central de nossa Unidade Federada”.
COntinua o cerco a Palocci “Por que ele não explicou de onde vem o dinheiro? Eu tive de explicar” – afirmou Francenildo da Costa, o ex-caseiro de Palocci, que gerou uma crise ao denunciar as festanças que o ex-ministro da Fazenda promovia em sua residência do Lago Sul, em Brasília. O chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, Antonio Palocci, continua sob o cerco das denúncias que pretendem demonstrar o seu enriquecimento ilícito. Revela-se agora que a sua empresa de consultoria teve rendimento de R$ 20 milhões, em 2010, quando era deputado federal, depois de ter sido ministro da Fazenda e atuou como o mais importante arrecadador de fundos para a campanha da atual presidente da República. A rentabilidade da firma, no ano passado, teve um avanço expressivo, uma vez que, em 2006, quando foi fundada, sua renda foi de R$ 160 mil. Denominada Projeto, a empresa de consultoria do ex-ministro da Fazenda foi aberta em julho de 2006 e logo se transformou em administradora de imóveis ao final de 2010, pouco antes da posse do novo governo. O que se deseja é acusar Antonio Palocci de enriquecimento ilícito. O drama de Palocci começou quando a empresa Projeto adquiriu um apartamento por R$ 6,6 milhões e um escritório próximo à Avenida Paulista, por R$ 882 mil, em 2009. As compras dos dois imóveis elevaram em vinte vezes o patrimônio do chefe da Casa Civil. Quando registrou a sua candidatura a deputado federal, em 2006, na declaração que fez à Justiça Eleitoral, ele informou que suas propriedades estavam avaliadas em R$ 356 mil, com valores corrigidos. O ministro revelou que comprou os dois imóveis graças a recursos ganhos por
sua consultoria nos quatro anos em que exerceu o mandato de deputado federal. Ocorre que o rendimento da firma de consultoria de Palocci, só no ano de 2010, é suficiente para que ele possa comprar três apartamentos semelhantes ao que adquiriu no fim do ano passado.
Lei não proíbe A lei não proíbe que parlamentares exerçam atividades privadas, como a firma de consultoria de Palocci. A legislação é contraditória, uma vez que prevê a aplicação de sanções contra parlamentares que defendam interesses privados em sua atuação no Congresso Nacional. O ministro evita deliberadamente revelar o tipo de serviço que sua empresa prestou e os nomes dos seus clientes. No fim de 2010, ele alterou os estatutos da empresa, cumprindo orientação da Comissão de Ética da Presidência da República, de forma a evitar que suas atividades como consultor de empresas entrassem em conflito com a sua atuação na chefia da Casa Civil de Dilma. Para isso, transformou a Projeto em administradora de imóveis e contratou o Bradesco para administrá-la. Ele diz que o apartamento e o escritório são os únicos imóveis administrados pela Projeto.
Polícia Federal não investiga o ministro A Polícia Federal desmentiu a notícia de que estivesse investigando a origem dos rendimentos auferidos pela empresa de consultoria de Palocci. E também negou que tivesse solicitado informações sobre Palocci ao Coaf (Conselho de Atividades Financeiras), um órgão subordinado ao Ministério da Fazenda. Reportagem publicada por “O Estado de S. Paulo”, há seis
meses, revelou que o Coaf remeteu para a Polícia Federal comunicado revelando uma operação suspeita da Projeto na compra de imóvel de uma empresa que estava então sob investigação. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, criticou o noticiário da imprensa, implicitamente, quando afirmou que existia “muita especulação” sobre o patrimônio de Palocci. Não há nenhuma investigação da Polícia Federal sobre o ministro Palocci nem sobre sua empresa” – disse Cardozo.
Ministério da Fazenda nega comunicado Em nota emitida, o Ministério da Fazenda negou ter enviado relatório à Polícia Federal sobre o assunto. A firma de consultoria Projeto, de Palocci, disse ainda desconhecer qualquer procedimento do Coaf em relação às suas atividades. As explicações fornecidas por Palocci, até agora, foram consideradas insuficientes. “Em nenhum momento a Projeto recebeu qualquer comunicação do Coaf e desconhece qualquer procedimento do órgão em relação à empresa” – declara um texto distribuído pela empresa de comunicação FSB, que foi contratada para dar assessoria à firma de Palocci, desde que surgiu a crise provocada pela evolução de seu patrimônio pessoal. Em nota distribuída, na última terça-feira, a deputados e senadores, a Casa Civil procurou justificar o aumento do patrimônio de Palocci lembrando que ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central se transformaram em “banqueiros” e “consultores de prestígio” depois de passarem pelo governo. O documento do ministro sustentava que nada na legislação o impedia de manter consultoria no exercício de seu mandato.
Política Brasília
Yuri Achcar
V. Figueirêdo/CLDF
Contagem regressiva para Benedito
A vida segue... Benedito Domingos andava abatido pelos corredores da Câmara, mas já apresenta mais disposição. Ele próprio, na companhia do advogado, entregou a defesa ao corregedor. “Estou tranquilo. Este é o primeiro passo para derrubar todas essas mentiras”, alegou. Se o caso seguir para a Comissão de Ética, o deputado conta com pelo menos um voto, digamos assim, mais compreensivo que o dos demais. É que ninguém menos que a presidente da Comissão, Celina Leão (PMN), só foi eleita graças à dobradinha com a legenda de Benedito nas últimas eleições. Celina pode até votar contra Benedito, mas que terá um motivo a mais para analisar o caso com carinho, não resta dúvida.
A batalha de Izalci Lucas e Aylton Gomes Um é presidente regional do PR e deputado federal. Outro, deputado distrital reeleito. Um está na oposição ao governo
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R.Morelli/CLDF
Fábio Rivas/CLDF
O corregedor da Câmara Legislativa, deputado Wellington Luís (PSC), já trabalha no parecer sobre a representação contra o deputado Benedito Domingos (PP). Depois que a defesa foi entregue, Wellington tem 15 dias úteis para concluir se pede a abertura de processo na Comissão de Ética da Câmara Legislativa ou se recomenda o arquivamento do caso. Benedito Domingos foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção passiva. Inquérito da Polícia Civil apontou que houve favorecimento a empresas ligadas a familiares do parlamentar nos contratos do GDF para as decorações de natal entre 2007 a 2010, do carnaval de 2008 a 2010 e, ainda, para a comemoração dos 50 anos de Brasília.
Agnelo Queiroz e dispara duras críticas contra a atual gestão. Outro é governista e relator da CPI do Pró-DF. Um é Izalci Lucas. Outro é Aylton Gomes. Enquanto o conselho de ética da legenda investiga nomeações e exonerações de Aylton Gomes e pressiona o parlamentar para que deixe a base aliada ou o partido, Izalci Lucas é pressionado pela Executiva Nacional do PR para manter apoio aos petistas locais. Afinal, lá na Esplanada dos Ministérios, as duas legendas caminham juntas. Quem vai vencer a disputa?
Enquanto isso, na CPI do Pró-DF... A primeira oitiva da CPI do Pró-DF foi com o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, José Moacir Viera. Ele foi ouvido como técnico, ou seja, não é testemunha nem investigado. Titular da pasta entre 1º de janeiro e 31 de março, José Moacir deixou o cargo, segundo ele, sob ameaças. De acordo com o ex-secretário, “bastava querer para encontrar irregularidades”. E completou: “As irregularidades no Pró-DF são notórias entre os empresários. Colocamos o dedo na ferida e acabamos incomodando muita gente.” Por conta das irregularidades, o programa foi suspenso pelo GDF. Se a CPI quiser mesmo contribuir, terá que concentrar as investigações nos governos anteriores, que repassaram os lotes aos empresários.
Crise entre governo e a bancada da segurança A troca de comando na Secretaria de Segurança Pública não foi suficiente para apaziguar os ânimos da bancada que representa o setor na Câmara Legislativa. O titular da pasta,
gurança pública são acionados ao mesmo tempo. A cada 48 horas, um relatório vai atualizar as informações sobre cada caso. Uma parceria entre as secretarias de Segurança e de Desenvolvimento Social permite ainda que as famílias de crianças e adolescentes desaparecidos tenham um acompanhamento especial. Uma audiência pública debateu o tema e descobriu que os familiares de desaparecidos não sabem a quem recorrer.
Jaqueline Roriz ganha alternativa Valter Campanato/ABr
Sandro Avelar, se reuniu com os parlamentares em busca de apagar o incêndio. O estopim foi a exoneração da delegada-chefe da Polícia Especializada, Rosana Gonçalves. Cláudio Abrantes (PPS) ressaltou “repúdio” à medida e responsabilizou a diretora da Polícia Civil, Mailine Alvarenga. Para ele, os parlamentares precisam ser ouvidos antes de decisões do tipo. O vice-presidente da Casa, Dr. Michel (PSL), foi além: “Nunca vi tanto desrespeito na Polícia Civil como aconteceu agora”. Olair Francisco (PTdoB) e Celina Leão (PMN), que não são da área, pegaram carona e defenderam os colegas delegados. O presidente da Câmara, Patrício (PT), precisou lembrar os parlamentares de que é necessária a despolitização da segurança pública. Todos concordam, desde que sejam ouvidos. Como assim?
Carlos Gandra/CLDF
CPI da Saúde empacou
A Pizzaria Buriti invadiu o Plenário da Câmara Legislativa, em um protesto bem-humorado da deputada Celina Leão (PMN). Ela acusa o Poder Executivo de impedir o funcionamento das CPIs da Saúde e do DFTrans. Como não houve quórum para a eleição do presidente e vice-presidente da casa uma das comissões, ambas foram encerradas antes mesmo de iniciarem os trabalhos. O desinteresse do Buriti pelas investigações é notório. Até o deputado Chico Vigilante, líder do bloco PT-PRB e primeiro signatário da CPI do DFTrans, mudou de ideia. Acredita que a investigação em curso no Ministério Público do DF já trará os resultados esperados. O governo teme que as CPIs sirvam de palco para os oposicionistas, mesmo que a proposta inicial seja investigar fatos de gestões anteriores a Agnelo.
Desaparecidos agora contam com o 190 Ficou mais simples informar o desaparecimento de alguém. Agora, basta ligar para o 190 que todos os serviços de se-
A Câmara dos Deputados aprovou penas alternativas para parlamentares processados pelo Conselho de Ética. Até ontem, era cassação do mandato ou absolvição. Agora, é possível aplicar advertência, afastamento temporário das funções ou censuras pública e escrita. Além disso, a defesa de Jaqueline pediu ao relator, Carlos Sampaio (PSDB-SP), que apresentasse o relatório somente depois do dia cinco de junho, em razão de um dos advogados da deputada estar de licença médica. O relator não vê problema algum em adiar a apreciação do parecer pelo Conselho de Ética em uma semana, mas já avisou que o surgimento de penas alternativas não vai mudar em nada o relatório. “Não tem outra opção de pena, é cassar ou não cassar,” disse Sampaio.
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Dinheiro
mauro castro
CONHECIMENTO
SOBRE FINANÇAS É BOM E POUPA CRISES
E
ducação financeira começa em São Paulo e já provoca impactos positivos na vida de alunos de escolas públicas. Toda mudança começa pelo comportamento financeiro dos jovens alunos. Há mais de um ano atrás comentei aqui, nesta coluna, sobre a implantação da primeira fase do programa piloto de educação financeira da Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira), patrocinado pela BM&FBovespa. Uma iniciativa para tirar milhares de famílias da ignorância financeira no Brasil. O que parecia impossível está acontecendo, os alunos começam a perceber que há diferença entre taxas de juros e tipos de financiamentos, bem como trabalham com a possibilidade de atuar no mundo dos investimentos. Parece muito confuso imaginar que as crianças e adolescentes têm que acompanhar todas as matérias curriculares, que agora incluem filosofia, artes e línguas, e mais finanças. No entanto, pior será se eles tiverem que cair nas mesmas armadilhas financeiras que uma grande parte da população brasileira já se encontra. O conteúdo não pára em aplicações e empréstimos. O assunto entra em seguros e previdência. Algo novo na história do Brasil, considerando nossa baixa atenção destinada ao assunto aposentadoria e seguridade. Para se ter uma idéia simples do assunto, muitos jovens concluem o curso superior sem ter noção de seu plano de carreira profissional e sem qualquer noção sobre aposentadoria. O sistema de previdência privada no Brasil, como em qualquer parte do mundo, privilegia aqueles que começam cedo. Portanto, um ponto a mais para educação financeira para jovens. Uma outra questão fundamental apresentada na educação financeira é o uso do cartão de crédito, instrumento de crédito que preocupa as autoridades brasileiras. Questões simples sobre pagamento do mínimo do cartão e uso do crédito rotativo, coisas que parecem óbvias, foram tratadas e orientadas de forma mais equilibrada. O projeto está no início. Ainda não tem um ano de aplicação, já que a iniciativa foi lançada no ano de 2010, mas começou efetivamente no início de 2011. De tudo que foi abordado e que continuará fazendo parte da vida dos nossos jovens, fica a impressão que teremos cidadãos
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mais conscientes e organizados na gestão das finanças domésticas. Um espelho disso acontecerá naturalmente nas micro e pequenas empresas brasileiras, já que em boa parte elas são geridas por empresários sem formação em áreas de gestão. No final, pagar para os filhos terem educação financeira será bem mais barato que pagar altas taxas de juros, e tudo isso evita a grandes crises que muitos já tiveram a oportunidade de experimentar.
Curtas Segundo dados da Serasa Experian, em 2010 as vendas do Dia dos Namorados se dividiu em 51% à vista e 49% a prazo. Para este ano, a relação passou para 46% e 54%, respectivamente. Em uma atitude desesperada os consumidores brasilienses farão a mesma coisa que vem acontecendo nos últimos anos, para não deixar a data passar em branco e em função do endividamento, correrão para o crédito. Parcelar é a palavra de ordem. Para todos: cuidado com o endividamento. Dados da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito, divulgada pelo Banco Central, mostraram que, no mês passado, a taxa de juro do cheque especial ficou em 178,10% ao ano (8,90% ao mês). As taxas variam muito de banco para banco e, também de cliente para cliente, o que faz com que o gasto com juros seja muito diferente no uso do cheque especial. Mesmo com a taxa de juro elevada, o brasileiro passa mais de vinte dias do mês com a conta negativa. O prazo médio de uso do cheque especial só aumenta. Um alerta para que todos segurem a mão na hora de consumir. De olho nos preços dos combustíveis já é possível ver melhoras. O preço do litro do etanol caiu de maneira generalizada na última semana. A queda foi registrada nos 26 estados do País e no Distrito Federal. Os dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Bicombustíveis) mostram que o valor médio do combustível no país ficou em R$ 1,981. O que muita gente comenta é que os preços, apesar de mais baixos ainda não registram os valores do final do ano passado. Resta saber se o forte aumento foi para encobrir o aumento que de fato ficou. Ou seja, aumentaram muito, para ninguém reclamar de pouco.
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Capa
Por: Afrânio Pedreira | Fotos: Victor Hugo Bonfim e Fábio Pinheiro
O
Violência que assola o mundo
“tormento” da vida do hoje professor de matemática Jorge Henrique (*) começou quando ele tinha sete anos, estava terminando o ensino fundamental e se estendeu até os 12 anos. Segundo ele, um verdadeiro martírio em sua vida e que, por incrível que pareça, deixou sequela. “Eu não suporto ouvir a palavra “unha de fome”. Me reporto ao passado e fico malzão”, conta. O fato sofrido pelo professor, conforme psicólogos e psicopedagogos trata-se de “bullying”, termo de origem inglesa que é usado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos. São praticados por uma pessoa ou um grupo, com o firme propósito de intimidar ou agredir alguém que não tem o poder de defesa.
Para ganhar a alcunha ou apelido de “unha de fome”, bastou que Jorge Henrique negasse parte de seu lanche para um colega de turma. “Não vou dar não. Compre o seu ou peça para sua mãe fazer e você traz”, disse na ocasião. Talvez não intencional, o colega comentou com outros alunos da turma que, em coro, passaram a chamar Jorge de “unha de fome”. Melindrado, ele demonstrou não ter gostado do apelido que acabou pegando. “Deixei de ter nome. Todos passaram a me chamar de “unha de fome”. Eu morria de vergonha e pedia a Deus para que eles não me tratassem assim na frente de ninguém”, recorda. Em consequência disso, ele começou a não querer ir mais para a escola. Se desisteressou pelos estudos e teve
atrasos na vida estudantil. “Perdi dois anos e minha mãe teve que me tirar daquela escola”, ressaltou. No Brasil, dicionaristas dizem que o termo equivale a “mexer com, tocar, causar incômodo ou apoquentar, produzir apreensão em, fazer caçoada, zombar e falar sobre”, entre outros. Com isto, é correto o uso de palavras derivadas como “bulimento” que significa a própria ação e “bulidor”, para designar as autorias. Infelizmente, o nítido caso de bullying do professor Jorge não é isolado e único. Ultimamente, muito tem se falado sobre o assunto e eles ocorrem desde que o mundo é mundo. Tempos atrás, situações de bullying eram taxadas pelos pais das crianças como “preguiçoso”, não quer ir à escola” e “não quer estudar”. “Antes, os pais não interferiam na vida escolar dos filhos. Hoje o quadro mudou”, informa a psicóloga e especialista no assunto, Josiane Pelles. Conforme ela, a postura de outrora era a de que “se você apanhar na rua, volta lá e bate também”. Aqui, o elas por elas representa empate e sem perdas para nenhum dos lados. Mas, tanto ontem quanto hoje, as situações constrangedores persistem e acontecem em todas e quaisquer esferas e níveis sociais. Embora sendo mais comum na infância e adolescência, há registros de bullying em adultos, quando estes são expostos a situações consideradas vexatórias. “Os casos são os mais diversos possíveis e ocorrem sem nenhum presságio”, enfatiza a psicóloga. “Eu tive que fazer análise”, conta a funcionária pública R.P.S, de 49 anos. Conforme ela, que sempre teve dificuldade para falar em público, durante uma festa de confraternização de final de ano no trabalho, na qual ela era uma das organizadoras, sem menos esperar seu chefe pediu para que ela fizesse um discurso. “Eu quis e pensei que fosse morrer. Me faltou o ar. A vista
escureceu e até hoje eu não sei como não desmaiei”, lembra. “Se antes sempre foi difícil enfrentar um público, imagina depois do episódio? Não gosto nem de lembrar”, conta. Conforme especialistas, a forma mais comum de “bullying direto” está relacionada aos homens. E a maior incidência do “indireto” (agressão social) é entre mulheres e crianças pequenas. Geralmente caracterizados por forçar as vítimas a completos isolamentos sociais. As técnicas utilizadas pelos agressores são a de espalhar comentários; recusar se socializar com a vítima e intimidar outras pessoas que desejam entrosamento com a mesma ou ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos sociais como raça, religião ou incapacidades. Pesquisas apontam que adolescentes agressores costumam ter personalidades autoritárias e com necessidades prementes de dominação e controle. Estudos adicionais evidenciam que os bullies (bulidores) não têm nenhum problema de autoestima e que se tornam agressivos com muita facilidade. As causas, conforme as pesquisas, tem origem na infância. Já os bulinados, os que sofrem as ações, costumam ser tímidos, retraídos e envergonhados, inseguros e terem baixa autoestima. Daí a facilidade de sofrerem “bullying”. Para a psicológa Josiane, no caso da violência, o apoio da família é de suma importância para que a pessoa saia do quadro sem ficar sequelas já que vai se sentir amparada e segura. “Depois, o caso pode até render ótimas gargalhadas”, pontua. Já para as situações em que a família é omissa, a especialista aponta dois resultados. Um, a vítima pode ser tornar de vez uma pessoa insegura e com baixíssima autoestima e a outra é entrar para a delinquência. “Está provado que grande parte desses jovens sofreram bullying”, informa. A especialista aponta, também, os casos em que as crianças que estão
Famosos com Bullying Elvis Presley O rei do rock era gozado na escola por ser um tímido e que dificilmente fazia amigos Gisele Bündchen A top model aturou piadas sem graça por ser muito magra e alta. Era apelidada de Saracura, Olívia Palito e Somaliana Aline Moraes A bela atriz era atormentada por colegas de escola em Sorocaba (SP), por causa do tamanho de sua boca. Era apelida de Bocão e pensou em fazer cirurgia para diminuir os lábios Kate Winslet A estrela de Titanic sofria na escola por ser gordinha. Era chamada de baleia Tom Cruise Devido à dislexia (distúrbio que interfere no processo de aprendizagem) sofreu muito na escola. Sophia Loren A atriz italiana, por ser muito magra era chamada de “palito de dente” e “vareta” pelos colegas. Madonna Por não ser fã dos Rolling Stones e hippie, foi considerada esquisita e diferente pelos colegas de escola. passando pelo problema se sentem desafiadas, arregaçam as mangas e partem para o sucesso. “São os casos de pessoas famosas que, quando pequenas, tiveram seus defeitos e problemas propagados e ridicularizados por colegas”, ressalta. (ver quadro) Os bullies, em portugues chamados de “valentões ou brigões”, sempre existiram. Eles costumam ser
hostis, intolerantes e usam a força para resolver todos os seus problemas.Utilizam uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Insultos; acusações sistemáticas; ataques físicos repetidos; apropriação indébita de bens materiais como livros, canetas, roupas e outros; espalhar boatos; depreciar e forçar a vítima a fazer alguma coisa e, ainda, usar a tecnologia da informação para praticar o “cyberbulling” que se resume na criação de páginas, comunidades ou perfis falsos sobre a vítima em sites de relacionamento na internet, são as principais técnicas utilizadas. Querer ser mais popular. Sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. É isso que costuma levar os autores do bullying a atingir o colega com repetidas humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e se sente satisfeito por oprimir o agredido. O autor da chacina da Escola Municipal Tasso da Silva, em Realengo (RJ), Wellington Menezes de Oliveira, antes de atirar contra as quase 30 crianças e se suicidar, declarou em vídeo ter sofrido bullying na escola. Movido pela raiva, o ex-aluno daquela instituição premeditou o crime. Embora aconteçam em todo e qualquer lugar, a incidência maior de casos de bullyings têm registros nas comunidades escolares, onde os assédios podem ser praticados tanto por alunos quanto por professores. Intimidar o estudante perante a classe, ser rigoroso apenas com um aluno na correção das provas; ameaça de reprovação; não permitir as idas ao banheiro ou beber água; difamação e torturas físicas como puxões de orelhas e tapas são ações que denotam bullying de professor com
aluno e violam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O casal de empresários, Bruno e Elizabeth Cerdeira sentiram na carne o verdadeiro significado da tão falada e ultimamente propagada palavra “bullying”. Uma das filhas do casal, até o ano passado, enfrentou o problema com algumas amigas. Estu-
Embora sendo mais comum na infância e adolescência, há registros de bullying em adultos, quando estes são expostos a situações consideradas vexatórias dando em uma escola desde os dois anos de idade e com o mesmo grupo de colegas, aos sete anos a garota passou a frequentar, no período da manhã, uma outra escola de ensino regular. A amizade com os colegas da ex-escola continuou. Tanto que todos tomavam o mesmo ônibus para irem almoçar e participarem de um programa de estudo especial na já conhecida e antiga instituição.
A partir daí, começou o “tormento” na vidinha da pequena e nominada aqui, Isabela (*). Em conversas com os pais, algumas vezes, a menina comentou que no ônibus os amigos estavam gozando dela, chamando-a de “Mônica, dentuça e gorducha”. Naquele momento, Bruno e Elizabeth, considerando a amizade de muitos anos dos colegas da filha, não deram importância. Mas, infelizmente, as gozações continuaram e a pequena Isabela não deixou de voltar ao assunto com os pais. Desta vez, a incomodada criança foi aconselhada a ignorar os comentários e a partir para a conversação com os amigos, ressaltando que não estava gostando das provocações e que os verdadeiros colegas jamais fariam aquele tipo de coisa. “Pareceu que tinha dado resultado, tanto que ela parou de comentar o assunto”, lembra Elizabeth. Ledo engano. Para desespero de mãe e filha, as provocações voltaram logo que o próximo ano letivo foi iniciado. Isabela que sempre adorou a escola passou a não mais querer ir às aulas e muito menos a tomar o ônibus para não ter que enfrentar as suas “algozes” da vez. Indagada pela mãe sobre os motivos, a menina se limitou a pedir que ela fosse buscada na primeira escola e levada à segunda, descartando totalmente a idéia do coletivo. Para chegar ao problema das agressões verbais, a história toda foi checada e confirmada pela irmã de Isabela que também utiliza o ônibus. Para solucionar de vez o problema de bullying da filha, Elizabeth teve que entrar na história. “Peguei minhas filhas e chegamos à outra escola antes do ônibus. O diretor, a coordenadora, o professor dela e um dos pais estavam no pátio conversando. Contei o que estava acontecendo. Eles ficaram horrorizados. No mesmo dia,
o planejamento da aula foi mudado e toda a tarde foi dedicada a conversas sobre bullying”, lembra a mãe. Com isto, cartas e pedidos de desculpas foram feitos à pequena Isabela que agora se tornou uma defensora ferrenha de pessoas que ela acredita que estão passando pelo problema que a afligiu muito. Para pais de crianças
Pesquisas apontam que adolescentes agressores costumam ter personalidades autoritárias e com necessidades prementes de dominação e controle que estão enfrentando bullying, Elizabeth aconselha que o primeiro passo é ficar atento a todos os comentários que são feitos pelos filhos como forma de desabafo. “Esse acompanhamento é muito importante”, enfatiza. Acompanhar de perto o problema do filho foi o que fez a mãe de um colega de escola do filho da psicóloga Josiane. Conforme a especialista, o menino passou a ser alvo de chacota
e risos na escola porque, além de ser bem branquinho, tinha orelhas tipo de abano e uma amiga começou a apelidá-lo de macaco. Muito incomodado, o garoto contou para a mãe que, na época não deu muita atenção e assegurou que o comentário passaria rápido. A apelidação não passou e, cada vez mais, o fato desagradava o garoto. A mãe, preocupada, quis ir à escola para falar com a menina e suas amigas. O filho implorou para que ela não fosse, alegando que aquela atitude só pioraria a sua situação. A mãe então resolveu sugerir saídas para o filho como “quando ela lhe chamar de macaco você pergunta se ela já viu macaco branco” e outras coisas do gênero. Mas a menina tinha respostas prontas e disse que sim, o babuíno. “A situação persistiu tanto, que a solução foi submeter o garoto a uma cirurgia reparadora nas orelhas. Assim o problema acabou”, diz Josiane. Para ela, a solução não deixou de ser extremada, mas funcionou e foi, de uma certa forma, “diplomática”.
Legislação
No Brasil, casos de bullying podem perfeitamente levar jovens infratores à aplicação de medidas sócio-educativas. Conforme o Código Penal Brasileiro, a negligência com um crime pode ser tida como uma coautoria. Na área cível, os pais desses infratores podem ser obrigados a pagar indenizações e responderem processos por danos morais. No Rio de Janeiro, uma lei estadual de 23 de setembro de 2010 institui a obrigatoriedade das escolas notificarem casos de bullying à polícia. Em Curitiba (PR), as escolas registram ocorrências, tipificando a agressão, envolvidos e providências adotadas. Pesquisa do IBGE, realizada em 2009, revelou que 30,8% dos estu-
Psicóloga Josiane diz que a ajuda da família é fundamental
dantes brasileiros informaram já ter sofrido bullying. A maioria dos casos é de homens e 35,9 % deles ocorreram em escolas privadas e 29,5% em públicas. Já em 2010, uma pesquisa com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e particulares revelou que as humilhações são mais comuns entre alunos de 5ª e 6ª séries e que 17% dos entrevistados tiveram envolvimento com o problema. A pesquisa do IBGE de 2009, apontou Brasília e Belo Horizonte como as capitais brasileiras com maiores índices de assédio escolar - 35,6% e 35,3%, respectivamente. (*) Os nomes são fictícios para preservar as identidades dos entrevisados.
Serviço Dra. Josiane Pelles SHS Qd. 715, Ed. Office Center, Bl. C, Sala 106 – Asa Sul (61) 9988.5675
Mercado Imobiliário Cidadania
Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Divulgação e Victor Hugo Bonfim
Condomínios de Luxo
J
Requintados e exclusivos são sucesso de vendas
á imaginou morar em um condomínio horizontal, com uma bela vista e onde todas as residências são agradáveis e espaçosas? Um lugar sem muros, tranqüilo e onde todos os vizinhos se conhecem? Uma utopia? Muitos brasilienses estão indo atrás não só do sonho da casa própria, mas do sonho de morar bem. Vindos do Plano Piloto e Águas Claras, na maioria jovens casais, fugindo do aluguel, estão comprando e investindo em condomínios luxuosos. Prova disso é o sucesso de vendas do novo parque residencial do Jardim Botânico, o “Quatro Estações”. Em apenas alguns dias após o lançamento do projeto, mais de 60% dos lotes do condomínio foram vendidos na planta. O empreendimento é o mais recente lançamento da Beiramar Imóveis e da Vert Engenharia. Conforme Rodrigo Borges Soares e Daniel Romão Lopes, diretores da Vert Engenharia, no dia do lançamento do projeto, a fila de compradores foi grande. “Ficamos surpresos com o horário que as pessoas chegaram. Alguns às 4h da manhã”, informou Lopes. Para Soares, a motivação dos madrugadores era a de poder escolher o lote de sua preferência. “Muitos já haviam visitado o espaço antes e escolhido previamente lote, rua, andar e posição frente ao sol”, salientou.
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Conforme os empresários, o mercado imobiliário brasiliense está em franca expansão, mas as pessoas querem mais do que o setor está oferecendo. Segundo Soares, os brasilienses estão procurando setores habitacionais horizontais, que possuam uma política de integração com o meio ambiente e, acima de tudo, proporcione conforto e comodidade para os moradores. Por isso, o projeto Quatro Estações foi idealizado para preencher esse nicho do mercado. Um projeto, que segundo os diretores, é espelhado nos condomínios luxuosos de todo o país, inclusive Goiânia e o interior de São Paulo, que são referências no segmento. “Nós idealizamos o Quatro Estações para ser um condomínio modelo em Brasília. Será algo inédito, um exemplo a ser seguido”, assegura Lopes. O parque está localizado a 13 km da Ponte JK e a 10 minutos do Plano Piloto. O condomínio possui sistema de vigilância 24 horas e acesso controlado, além de quadras de esporte, piscina olímpica, praça, academia, SPA, espaço com churrasqueira e forno de pizza e, ainda, outras instalações direcionadas ao entretenimento. “A procura pelos condomínios com extensa área de
lazer cresce cada vez mais. É um requisito fundamental”, acrescenta Pedro Fernandes, diretor comercial da Beiramar Imóveis. Conforme ele, a empresa fez uma pesquisa de mercado antes e outra após o lançamento para descobrir quais foram os itens preponderantes para que a compra fosse realizada. “O espaço destinado à diversão é sempre uma das razões”, ressalta. O Quatro Estações possui 200 lotes, distribuídos em uma área de 100 mil m², sendo 45mil m² de área verde, destinados à preservação ambiental, contendo um riacho com água perene. Entre os diferenciais do empreendimento está o cabeamento subterrâneo de eletricidade, internet, tubulação de água e esgoto, pavimentação asfaltica e fossa em cada terreno.
Serviço Vert Engenharia SHIN CA-01 Salas 159 a 160 Shopping Deck Norte (61) 3223.0395
Beiramar Imóveis SCLS 112 Bloco D (61) 3262.1000 beiramarimoveis.com.br / @beiramarimoveis Parque Residencial Jardim Botânico Quatro Estações Av. do Sol KM7. Jardim Botânico - DF
Os sócios Rodrigo Borges e Daniel Romão
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Gente
Alan Santos
Premiados do troféu “Veja Brasília”
Alan Santos
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Fred Ferreira, Ana Carolina Alarcão e Sebastian Parasole
Cláudio Ferreira e o vice governador Tadeu Filippelli
Ricardo Wertchko, Juliana Albanesi, Daniela Mancuso e Marcio Bezerra
Alan Santos
Alan Santos
Por: Edson Crisóstomo
Júlio Galhardi e Luciana Santos
Política Battisti liberto O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu no último dia 8, por seis votos a três, manter a determinação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no final do ano passado, negou o pedido de extradição do italiano ex-ativista de esquerda Cesare Battisti. Acusado na Itália por quatro assassinatos, durante a luta armada da década de 70, foi condenado à prisão perpétua. Depois de quatro anos preso no Brasil, Battisti finalmente deixou o Complexo Penitenciário da Papuda de Brasília na quinta-feira (9).
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Sistema S, $ e SOS Chegou ao TC (Tribunal de Contas da União) requerimento pedindo prestação de contas ao famigerado Sistema S (Sesi, Senai, Sesc...). Ponto pro DEM (Partido dos Democratas) que vai colocar a “mostra” aos olhos da sociedade grandes segredos na utilização de recursos públicos.
Alan Santos
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Claudia Bontempo e o secretario de Turismo Luiz Otávio Neves
Gustavo Favero, Paulo Renato Simões, Fernanda Guzzo e Caco de Paula
Caixa Rápido Empreendedor, $empre Dando mostra de sua visão privilegiada para novos negócios, o empresário Paulo Octávio lançou e já começou as obras do “Ceilândia Towers”, investimento na casa dos R$ 350 milhões.
José Filho
Alan Santos
Ângela Guimarães, Márcia Lima, Gherardo e Antonella La Francesca
Gustavo Fantato e Rodrigo Nogueira da JCGontijo entregam diploma a um formando
Geleia Geral Com diploma A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) está promovendo mobilizações na categoria para manifestação no Senado Federal. A ideia é reunir um grande número de profissionais para pressionar José Sarney a colocar em votação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restabelece a exigência do diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista. No Dia da Imprensa, 1º de junho, uma comitiva com representantes da Fenaj e de sindicatos de jornalistas marcou presença em Brasília para pedir pela aprovação da proposta.
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Cidade
Por: Verônica Soares | Fotos: Victor Hugo Bonfim
Shopping Popular de Brasília Desde a inauguração, feirantes esperam melhorias nas vendas
H
á um ano, a feirante Vanilda Aparecida Borges de Araújo deixou de ser vendedora informal na sua casa do Setor O, em Ceilândia e ambulante de rua em várias localidades do DF para realizar o grande sonho de ter um espaço adequado para vender as suas mercadorias. Vanilda foi contemplada com um box no Shopping Popular de Brasília com a esperança de que as vendas no local iriam alavancar o seu negócio. Mas na prática, até hoje as vendas não melhoraram. “O movimento aqui é muito ruim. Tem que se fazer alguma coisa pra melhorar as vendas e atrair os clientes”, desabafa. O apelo da feirante não é único. Junto com ela, outros feirantes engrossam o coro em busca de melhorias no local para que o consumidor apareça. Criado para abrigar os feirantes irregulares do Plano Piloto, principalmente da plataforma superior da Estação Rodoviária, o Shopping Popular de Brasília ainda não trouxe o retorno esperado e desejado
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por todos. Desde a sua inauguração, em 2008, os feirantes esperam clientelas e, consequentemente, o tão sonhado aumento nos lucros. Quem vai ao local pode perceber o “paradão” de pessoas. Bem diferente das outras feiras do Distrito Federal, no Shopping Popular, a maioria dos boxes estão fechados e a tradicional movimentação por disputa de clientes, comuns em qualquer feira, dá lugar a corredores vazios, entregues às moscas. Conforme a Associação dos Feirantes, dos 1.784 boxes existentes no espaço, aproximadamente 800 estão funcionando. Além dessas, 140 bancas foram lacradas e serão devolvidas para o GDF afim de que se faça um novo sorteio para ocupação. Desde a inauguração, o local já passou por alguns momentos críticos. Bem diferentes das ruas do Setor Comercial Sul (SCS) e da rodoviária, no início da transferência os feirantes tiveram que se adaptar com o pouco movimento. Insatisfeitos com a baixa nas ven-
das, embora irregulares, muitos camelôs se arriscaram em voltar para as ruas. Mas as polêmicas, envolvendo o local, não se resumem apenas na falta de movimentação. Em 2010, as denúncias do esquema de corrupção e extorsão levaram a prisão do até então presidente da Associação do Shopping, Caio Alves Donato. Entre outras acusações, conforme as investigações, Donato comandava um esquema de venda ilegal de boxes da feira. Com a queda de Donato, a presidência da associação ficou por conta do Subtenente Jorge de Oliveira Braga. Apesar das reclamações dos camelôs, segundo Braga, os problemas estão com os dias contados para ter fim. Para isso, uma série de medidas para atrair os compradores já estão sendo tomadas pelo GDF. Além dos eventos que são realizados no estacionamento do shopping para atrair clientela, depois de muita discussão entre GDF e feirantes, como melhoria foi acordado a implantação de uma agência
Feirante Altemir Macedo de Souza
do Banco Regional de Brasília (BRB). Outra medida estudada será a transferência da unidade do DETRAN do Setor de Indústrias Gráficas (SIG) para o local. “A implantação desses órgãos era uma reivindicação dos próprios feirantes. Estamos tomando uma série de medidas para atrair as pessoas para a feira. Com certeza, com essas ações as vendas vão melhorar”, garante. Segundo ele, até mesmo medidas como a construção de uma parada de ônibus e um retorno em frente serão tomadas em busca de atrair mais cliente e alavancar as vendas no local. As melhorias nas vendas é o que ainda traz esperanças para os ambulantes do shopping. Antes de ser transferido para o lugar, o feirante Altemir Macedo de Souza trabalhava como camelô no Setor Comercial Sul. Segundo ele, quando vendia óculos no centro de Brasília, a realidade era bem diferente. Na ilegalidade e com a boa movimentação de pessoas no local, as vendas eram garantidas. No Shopping Popular a realidade é bem diferente. Conforme ele, depois da transferência da Rodoferroviária para outro local,
a movimentação despencou mais ainda. “As vendas aqui são muito fracas. Fiz investimentos no box e depois de três anos não tive nenhum retorno”, reclama. Apesar de tudo, Altemir está esperançoso com as novas medidas do governo. “Apesar das dificuldades que temos aqui, prefiro o shopping popular do que as ruas. Aqui eu estou regularizado. Meu maior sonho é que as vendas melhorem”, ressalta. Já para a feirante Aleide Maria de Santana, além de falta de divulgação, alguns feirantes também não têm compromisso em abrir as suas bancas regularmente, o que acaba contribuindo para a baixa movimentação. “Se todos abrissem os seus boxes, quando um cliente chegasse aqui iria ver as bancas abertas e ficaria animado em voltar outras vezes”, reclama. Enquanto os feirantes do Shopping Popular penam por clientela, perto dali, outros feirantes vivem outra realidade. As vendas na feira de móveis ao lado do Carrefour Sul são boas. Mas por serem irregulares e com a construção dos novos e vários prédios residenciais na localidade, os feirantes esperam por um lugar adequado para trabalhar. Segundo o presidente da Associação dos Camelôs do Carrefour Sul, José Bezerra de Carvalho, a ordem de desocupação já foi dada. Eles terão que deixar o local até o final deste ano. A feira de móveis existe há mais de 20 anos e os aproximadamente 70 feirantes do local esperam que sejam transferidos para um lugar regularizado e que não lhes tragam perdas nas vendas. Além do Guará, uma das alternativas seria a transferência deles para o Shopping Popular. “Temos algumas possibilidades, mas nada de concreto. Esperamos ir para um lugar bom e que as vendas não caiam”, torce.
Povo fala Você acha que a mudança da feira de móveis ao lado do Carrefour para o Shopping Popular vai atrair clientes?
“Acho que não vai ficar bom. Mas teremos que mudar daqui de alguma forma e precisamos de segurança e melhores condições de trabalho”. Vagner Caxito, feirante de móveis
“Não acho uma boa. As pessoas já estão acostumadas em comprar aqui. Mas se for para regularizar a situação, temos que ir”. Maria da Conceição, vendedora
“Com certeza tende a melhorar. De um lado iria trazer melhores condições de trabalho para eles e traria mais atrativo para a nossa feira” Aleide Maria de Santana, feirante
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Educação
Por: Ana Paula Resende | Foto: Fábio Pinheiro
Na rota da moda O
mercado de moda em Brasília é ainda muito novo, mas vem crescendo em ritmo acelerado. Grande parte desta ascensão deve-se aos cursos superiores oferecidos pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB) e pelo Centro Universitário Unieuro. As pessoas que antes precisavam se deslocar a outras localidades para se especializarem, hoje tem a oportunidade de se tornarem profissionais da moda sem sair do DF. Ganha o profissional, ganha o mercado. O Curso Superior de Tecnologia (CST) em Design de Moda do IESB tem o objetivo de formar profissionais capacitados e empenhados em contribuir com a história da moda da capital brasileira. Segundo o coordenador do curso, Marco Antônio Vieira, 41 anos, a instituição atua como agente transformador dessa história. “Fornecemos
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o cenário ideal para que os talentos dos alunos floresça”, garante. Para ele, não adiantaria ter curso superior de moda em Brasília se não fosse um bom investimento, pois as pessoas continuariam a sair da cidade para se especializarem. “A infraestrutura oferecida é de primeira. Nossos ateliês estão em pé de igualdade com os melhores do mundo”, orgulha-se. Conforme Vieira, a faculdade oportuniza aos estudantes participações em grandes eventos de moda que acontecem na cidade, como o Park Fashion e o Capital Fashion Week, dentre outros. “Agora, por exemplo, os alunos estão participando de um concurso que vai eleger um novo uniforme para os agentes do Detran e temos alguns que estão envolvidos nas confecções das peças do Programa de Ópera, que acontece ainda este mês”, informa
ele. O professor explica, também, que o IESB procura respeitar o estilo, a linguagem e o caminho de cada aluno: “Não ensinamos um estilo. Ensinamos técnicas que auxiliam o método criativo de cada um dos estudantes”. Não diferente, o Unieuro busca proporcionar ao futuro designer de moda toda a base teórica e prática que ele precisará para poder se inserir no mercado de trabalho. “Trabalhamos com uma área de modelagem direcionada. Nosso curso é fundamentado em metodologia de projeto e design”, classifica a coordenadora do curso na instituição, Verônica Zanotti, 26 anos. Bacharel em estilismo de moda, Verônica enxerga o curso de Design de Moda no Unieuro como um pontapé para o profissional deslanchar na carreira. “O aluno vai sair daqui e vai trabalhar. Ele pode não abrir marca ou loja, mas vai
pro mercado. Procuramos prepará-lo para isso”, ressalta. A cada semestre, estudantes de Design de Moda do Unieuro executam projetos diferenciados. Assim, ao final do curso, o profissional já tem em mãos o seu portfólio. Conforme Verônica, muitos saem até com peças piloto para mostruário. “Não existe essa de “eu não sei desenhar”, ou “eu não consigo criar”. Tudo isso é trabalhado durante as aulas. O aluno aprende as técnicas e as habilidades são desenvolvidas dentro do curso”, comenta a professora. “Temos procurado propor analises, estimular artigos acadêmicos e a participação em congressos e cursos de extensão”, pontua a coordenadora. A faculdade oferece, ainda, palestras e oficinas como projeto de extensão para ampliar o aprendizado. O curso em ambas as instituições tem duração de dois anos, com disciplinas teóricas, técnicas e práticas. Devido a duração, não se trata de um curso técnico e sim de um curso tecnólogo em nível superior. Para o coordenador do CST em Design de Moda do IESB, a existência de apenas duas instituições com curso superior na área de moda em Brasília traz mais encargo ao IESB. “Não há dúvidas de que o Instituto tem essa missão para si. É muita responsabilidade formar os profissionais que vão contribuir
para a história de moda da capital do país, que está apenas em formação”, enfatiza. Já para Verônica, a responsabilidade do Unieuro está em plantar a semente da moda na cidade, para que se possa por, em voga, essa cultura. “Fazemos parte da construção da mentalidade de moda na cidade”, enfatiza a professora. O profissional de moda não é, obrigatoriamente, um estilista. Ele pode atuar em várias outras áreas como vendas, consultoria de imagem, eventos e produção de moda. No mercado macro da moda, a formação pode contribuir ainda com profissionais de marketing, publicidade, jornalismo, etc. A pessoa que tiver interesse em fazer o curso deve se inscrever nos vestibulares, através dos portais das instituições na internet: www.iesb.br e www.unieuro.edu.br. “O candidato tem que ter consciência de que vai trabalhar muito seriamente”, adverte Marco Antônio. “Moda não é só glamour. É 10% inspiração e 90% transpiração. E somos muito rigorosos”, completa. Serviço IESB SGAS 613 S/N°, Lt 97/98 – Asa Sul (61) 3445.4500 Unieuro SCES Trecho 0, S/N°, Lt. 1 (61) 3445-5888
Aluna estuda Design de Moda no ateliê do IESB
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Tecnologia
Da Redação | Ilustração: Werley Kröhling
Segurança da INFORMAÇÃO
nunca é DEMAIS O
uso da tecnologia tornou parte do cotidiano da sociedade. É trivial o comentário de que ela está presente em todos os lugares. Reflexo disso é a pesquisa anual da Fundação Getúlio Vargas – Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP) que revela que em maio de 2011 existem 85 milhões de computadores em uso no Brasil. Tanto domésticos, quanto corporativos. Seu uso é essencial para as atividades do dia a dia, principalmente em empresas, que necessitam desses para trocar dados e informações preciosas, mas que, muitas vezes, não são garantidas em sigilo e que causam danos e prejuízos a instituições. A segurança da informação tem sido deixada de lado em muitas corporações. Aderem a política de que se estiver funcionando está bom. Na maioria dos casos para economizar. Certo mesmo é que não se deve economizar em segurança, uma vez que está em questão informações vitais para o bom funcionamento da empresa. Ninguém fabrica um cofre e fecha com um cadeado comum, por que lá serão
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colocadas coisas de valores. Temos, hoje, muitas empresas grandes com pouco ou quase nenhuma segurança em suas informações. É comum vermos hoje, vários tipos de invasões e interceptações de dados originadas por crackers através da internet, em redes não criptografadas. Para trafegar dados e informações pela internet com segurança, deve-se analisar qual o tipo de segurança que poderá ser aplicada. É aconselhável contratar gestores de TI competentes para gerirem os projetos de implantação. Há pouco mais de 10 anos, surgiu a rede VPN como forma de interligar redes de maneira segura. Essa solução é muito utilizada para permitir, por exemplo, a conexão de casa para o trabalho, sem que haja interceptações de terceiros. E, também, usufruir dos recursos do trabalho com segurança de casa ou de qualquer outro lugar, desde que haja internet. A rede VPN também é utilizada para interligar uma empresa às suas filiais, podendo manter um controle central com apenas um banco de dados prin-
cipal. Além do baixo custo, o sistema de comunicação VPN oferece uma alta confiabilidade, integridade e disponibilidade dos dados trafegados. A novidade é que muitos não sabem que a privacidade dessas informações hoje podem ser garantidas por um valor muito menor do que antigamente. O custo de implementação é, muitas vezes insignificante, comparado ao imenso benefício oferecido pelo serviço. Em qualquer empresa, com muitos funcionários e onde todos têm acesso aos relatórios financeiros e de mercadorias, com o uso da VPN o trabalho se torna muito mais seguro e viável, inclusive na esfera governamental. O Gerente de redes da MF Info, Marcos Paulo afirma que as formas de segurança a serem adotadas são diversas e atendem a todas as realidades de negócios. Conforme ele, vale a pena investir em segurança. Serviço MF Info www.mfinfo.net • marcos@mfinfo.net (61) 3242.3538 – 3262.4430
Cotidiano
Por: Verônica Soares | Fotos: Fábio Pinheiro
Linha direta A
Do Aeroporto ao centro de Brasília
partir de agora, quem chega a Brasília pelo Aeroporto Juscelino Kubistchek tem uma nova opção de transporte. A novidade do momento é que a Sociedade de Transporte Coletivo de Brasília Ltda (TCB) começou a operar a linha de ônibus executivo que liga o aeroporto à área central da capital federal. Com isso, as pessoas que só tinham os taxis para a locomoção poderão contar com ônibus confortáveis, equipados com ar-condicionado, transmissão automática de TV e conexão Wifi gratuita, rampas e assentos exclusivos como itens de acessibilidade para deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida. Apesar de ser novidade em Brasília, o sistema de transporte executivo que liga aeroportos aos centros das cidades é um serviço prestado em muitas localidades brasileiras Brasil e do mundo. A criação da linha (Aeroporto – centro da cidade) era uma velha reivindicação
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de moradores, passageiros e entidades ligadas ao setor do turismo, já que as linhas de transporte público são escassas na região. Além dos taxis, a maioria das pessoas dependiam da boa vontade de parentes e amigos na hora do embarque ou do desembarque no local. “Em quase todas as capitais brasileiras existem ônibus executivos que ligam o aeroporto ao centro. Há muito se estudava a possibilidade de implantar uma linha que também atendesse a demanda em Brasília”, lembra o diretor-presidente da TCB, Carlos Alberto Koch. Segundo ele, diferente das outras cidades, o executivo daqui vai permitir o embarque e o desembarque de passageiro no decorrer do percurso. “Estamos atendendo a uma demanda reprimida. Agora, o passageiro que chega à capital pelo aeroporto contará com uma opção de transporte de qualidade e mais barata. Essa linha vai atender tanto àquelas pessoas que pre-
cisam ir e vir para o aeroporto, quanto os usuários comuns que moram na cidade e que queiram pegar o ônibus nesse trajeto”, lembra. Acostumado sempre a pegar taxi quando chega das constantes viagens que faz, o servidor público Juliano dos Santos Malty, 37 anos, se surpreendeu com a qualidade do serviço prestado. Juliano mora na Asa Sul e quando a esposa não ia aguardá-lo no aeroporto, a única alternativa que lhe restava era pegar taxi e desembolsar no mínimo R$ 20 pela corrida até a sua residência. Juliano ficou sabendo da nova linha de ônibus ainda na viajem. “Foi minha esposa quem me informou do serviço. A primeira coisa que fiz quando cheguei de viagem foi procurar informação sobre onde pegaria o ônibus executivo”, lembra. “Em Brasília o serviço de taxi ainda é precário. Essa era uma linha mais do que necessária para a cidade”, ressalta.
Apesar do pouco tempo que a linha está em funcionamento, os ônibus já caíram no agrado de muita gente. O pediatra José Rubens de Amaral Zaitune, 62 anos, mora em Cuiabá e uma vez por mês vem a Brasília para trabalhar. Acostumado a viajar para outros lugares do Brasil e do mundo, o pediatra disse que sempre estranhou o fato da capital do país não ter uma linha de ônibus executivo como em outras cidades que costuma visitar. Como Brasília não tinha o serviço, sempre que José Rubens chegava aqui era obrigado a pagar o equivalente a R$ 32 do trajeto do aeroporto até o hotel onde costuma ficar hospedado no Setor Hoteleiro Sul. Ele conta que ficou sabendo da novidade por meio de uma matéria que foi publicada em jornal de circulação nacional. “Não tive dúvidas. Assim que desembarquei fui procurar informação quanto à nova linha. Achei o ônibus confortável e bem arejado. Essa linha vai ajudar muito”, opina. Mesmo com a facilidade da linha, ainda há quem prefira ir de taxi. Esta é
a primeira vez que o servidor público, Tiago Oliveira, 28 anos, vem a Brasília. Como não sabe direito a localização do hotel onde vai ficar hospedado, para ele, o taxi é mais cômodo. “Falta mais informação sobre a nova linha. Com eu não sei a localização do hotel, é melhor ir de taxi que vai me deixar no local sem o risco de me perder”, avalia. A nova linha, implantada no último 29 de abril, funcionará todos os dias úteis, finais de semana e feriados, das 6h30 às 23h, com o itinerário Aeroporto/Esplanada dos Ministérios/Rodoviária do Plano Piloto/Setores Hoteleiros Norte e Sul. As viagens serão realizadas a cada 30 minutos. O ponto de embarque e desembarque de passageiros fica no piso térreo do Terminal de Passageiros 1 do Aeroporto de Brasília. A criação da nova linha também é uma estratégia de governo para preparar a cidade para a Copa de 2014. Ao todo foram comprados cinco ônibus de luxo ao custo de R$ 446 mil.
Juliano dos Santos Malty ficou surpreso com a qualidade do serviço
O visitante Tiago Oliveira não estava informado da nova linha de ônibus
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Planos e Negócios
alex dias
Chá das Duas Com o simpático nome de Chá das Duas, a empresa das sócias Raquel Salaro e Tainá Frota, com menos de um ano de vida no mercado brasiliense, tem conquistado espaço no segmento de festas na capital federal. A história começou com uma afinidade entre duas amigas com paixões pelo mundo da arte, design e fotografia. Especialmente, quando tudo isso é usado para criar convites, lembrancinhas e toda a parte de visualização de um dos momentos mais especiais na vida de um casal. O dia do casamento. Junte-se a isso, o trabalho de fotografia para registrar os momentos especiais antes, durante e também depois do casamento, com o “Sherish the Dress”, quando os noivos se divertem vestidos com as roupas do dia do casório para uma sessão de fotos mais descompromissadas depois do sim. Antenadas, as sócias estão sempre pesquisando para estarem sempre oferecendo o que existe de melhor aos seus clientes. Só para esse ano já são 40 casamentos na agenda. Alguns fora do DF e no exterior. A empresa participou pela primeira vez do evento Luxo de Festa, em maio, no Clube do Exército. O estande, com mais de cinco metros quadrados, foi assinado pelo arquiteto Daniel Mangabeira, que também é responsável pelo projeto do escritório da marca. Nas paredes uma verdadeira exposição, com nove painéis mostravam fotos de casamentos e convites. Na ocasião foi lançada uma linha de luxo com álbuns revestidos de tecidos e couro e convites em alto relevo.
Serviço SCLN 111, Bl. D, Sala 210 – Asa Norte (61) 3037.6622 www.chadasduas.com.br
Centro Dermatológico Gilvan Alves O dermatologista Gilvan Alves está em contagem regressiva para a inauguração de sua nova clínica no mês de junho. Serão mais de 600 m² de espaço funcional para atender seus pacientes, em um andar inteiro do Ed. Vital Brasilia. Projetado pelo arquiteto Ney Lima o espaço prima pela integração dos ambientes e pela atmosfera luxuosa, saindo do padrão frio e impessoal dos consultórios médicos. A logomarca do novo Centro Dermatológico também foi reformulada e a criação ficou a cargo da empresa de comunicação brasiliense Strauss, que convidou o artista plástico Darlan Rosa para fazer o projeto da nova identidade visual. O resultado são placas e totens que comunicam e ao mesmo tempo são obras artísticas com a cara de Brasília. Além de uma equipe de profissionais competentes com especialidade em dermatologia, o novo centro terá o que existe de mais moderno e de última geração no segmento estético e de beleza.
Serviço 710/910 Sul Ed. Vital Brasília 4°andar – Asa Sul (61) 3244.1007 www.drgilvan.com.br
PUKET Para oferecer mais conforto e comodidade aos clientes, a Puket passou a ocupar uma área 50% maior, na entrada principal do Terraço Shopping. A nova loja ganhou layout exclusivo com padrões de qualidade, que será absorvido pela franquia. O projeto foi assinado pelo arquiteto Bob Neri. Como case de mercado na capital, a grife de roupa íntima agradou de imediato o público do Terraço. Somente no primeiro ano de funcionamento, a empresária Lourdes Maia sentiu a necessidade da ampliação dos negócios. “Vendemos 50% a mais do que esperávamos e logo a loja ficou pequena para tanto cliente”, afirma. Com a expansão, aumentamos também a equipe em 20% e esperamos vender 30% a mais”, explica a experiente varejista.
Serviço Terraço Shopping - 1º piso (61) 3233.6112 www.puket.com.br
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A marca aposta na irreverência, originalidade e no colorido de suas peças para conquistar os consumidores. No catálogo Puket, meias, lingeries, pijamas. Além disso, os clientes também podem conferir a linha de acessórios, como carteiras, porta-cartão, porta-níquel, porta-máquina, porta-laptop e as modernas sapatilhas de borracha SIMPLS by Puket.
Vera Ramalho Bolos e Doces Culinarista há 25 anos em Brasília, a empresária é destaque no ramo de festas da cidade. Participante do programa de televisão Casa Brasília na Band durante um ano e oito meses, Vera Ramalho construiu uma história de amor e paixão pelo que faz. A culinarista já freqüentou diversos cursos com mestres brasileiros e estrangeiros para aperfeiçoar suas técnicas. Hoje, oferece cursos de bolos, doces, tortas, salgados. Além disso ensina como fazer cupcakes recheados e decoração de bombons finos para festas de 15 anos, casamentos e outras ocasiões. Sempre primando pela qualidade de seus serviços, Vera Ramalho é sinônimo de requinte e bom gosto.
Serviço QE 28, Cj. R, Casa 35 – Guará II (61) 3383.2387 www.veraramalho.blogspot.com
Acampamento dos Pumas O Acampamento dos Pumas é uma das primeiras e mais tradicionais colônias de férias do Brasil. Fundado há 51 anos, está localizado na estrada que liga Pindamonhangaba a Campos do Jordão, a 150 Km de São Paulo, num lindo sítio de 20 alqueires, cercado de muito verde e uma paisagem maravilhosa com vista para a Serra da Mantiqueira. A sede tem capacidade para 210 acampantes e 30 monitores, selecionados e preparados pela direção, para dar apoio, carinho, segurança e muita animação, acompanham as crianças. As crianças vêm de diversas partes do Brasil e são divididas por faixa etária. Os programas são elaborados de forma que, além dos esportes habituais, eles aprendem esportes novos como: espirobol, canoagem, rafting entre outros.
Diletto Inaugurado em novembro de 2010, o quiosque Diletto do empresário Leonardo Sales não pára mais de vender, no Terraço Shopping. A grife paulista de picolés gourmets tem dois anos e já abriu 800 unidades em 13 estados do Brasil e se prepara para conquistar a Austrália e a Inglaterra, no primeiro trimestre de 2011. O segredo de tanta procura é o sabor e a cremosidade dos sorvetes que jamais serão simples picolés. Baseados na receita italiana de 1922, do avô Victorio Scabin, o neto criou 12 sabores que são preparados artesanalmente com frutas frescas e “neve”. Mas a última matéria-prima deveria ser adaptada para o Brasil, foi quando o proprietário da marca Leandro Scabin fez parceria com Cristiano Ferrero (dono da marca Ferrero Rocher) e desenvolveram uma fórmula que resultasse no picolé premium. Na alquimia perfeita 80% de gordura a menos que os concorrentes e açúcar de beterraba branca. Na cartela de sabores pistache, coco malásia, limão siciliano, chocolate italiano, iogurte com limão, menta e chocolate, vanilla e chocolate, gianduia, sorbet de chocolate de origem (chocolate amargo), morango, framboesa e maracujá. A marca ainda oferece a linha food service para restaurantes, que são oito sabores em potes de 7 litros: limão, morango, pistache, vanilla, panacota com chocolate belga, iogurte, chocolate italiano, chocolate com 70% de cacau e pistache. Vale lembrar que essa versão não é comercializada no varejo. Lá felicita é um gelato e Leonardo é prova disso e pensa em expandir os negócios em Brasília, inaugurando mais unidades até o final do ano. Hoje, são mais de 70 pontos de vendas na capital e Entorno; três deles em shoppings centers.
Serviço Terraço Shopping - 1º Piso - Quiosque (61) 8112.7408 www.gelatodiletto.com.br
A trinta minutos de Campos do Jordão o acampamento possui uma estação de trenzinho, que sobe toda a Serra da Mantiqueira. Para garantir a diversão, são feitos jantares e festas temáticas, shows e muita música, pic-nics e passeios de charretes, campismo dormindo em barracas ou na Gruta dos Crioulos, uma super macarronada, churrasco, etc. As noites dos Pumas são sempre animadas com jogos de aventuras, como o Rapto das Sabinas (Guerra de Travesseiros), Trilha dos Bombons, Noite de Vigília, Caça aos Pássaros e mais de 100 atividades.
Serviço (61) 8138.9790 www.pumas.com.br Temporadas em Julho – 2011 06/07 a 30/07 – 25 dias 06/07 a 18/07 ou 18/07 a 30/07 – 13 dias 13/07 a 30/07 – 18 dias
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Automóvel
Da Redação | Fotos: Divulgação
FOCUS VERSÃO TITANIUM E MAIS EQUIPAMENTOS NA LINHA 2011
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Ford Focus, automóvel médio mais completo do mercado brasileiro, amplia a oferta de equipamentos e passa a ter a versão Titanium 2.0 Flex, em linha com a nova nomenclatura mundial. Esse modelo de luxo traz faróis direcionais com acendimento automático, novas rodas de liga leve aro 16, teto solar elétrico, piloto automático com controle na coluna de direção, iluminação no assoalho dianteiro, moldura da grade dianteira e régua do porta-malas cromada, soleira nas portas dianteiras, porta-luvas refrigerado, sensor de chuva e espelho retrovisor interno eletrocrômico, oferecendo o melhor conjunto da categoria nos modelos Hatch e Sedan. Os catálogos da linha Focus também foram renovados. Os modelos GLX 1.6 passam a oferecer porta-luvas refrigerado, faróis de neblina e controle de intensidade de luz do painel. Já os GLX 2.0 tem itens de tecnologia antes disponíveis em versões superiores, como o botão de partida Ford Power, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, espelho retrovisor interno eletrocrômico, sistema de som My Connection com Bluetooth, conexões USB e para iPod, comandos do áudio na coluna de direção e comandos por voz para o ar-condicionado, áudio e telefone. O Focus GLX ainda passa a oferecer dois
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novos catálogos com todos os equipamentos disponíveis mais ar-condicionado digital “dual zone” e bancos de couro com ajuste de altura elétrico e lombar manual para o motorista. O carro continua disponível no modelo Hatch 1.6 e 2.0, com nove catálogos. Novidade é a oferta do Focus Sedan nas motorizações 1.6 e 2.0, com oito catálogos disponíveis. A linha incorpora as últimas tendências mundiais de design e tecnologia. Seu design Kinetic, de linhas limpas, é marcado pelo para-brisa avançado, capô em formato de cunha, grade inferior trapezoidal, traseira esportiva no Hatch e robusta e elegante no Sedan. A plataforma ampla garante espaço confortável na cabine, tanto para os ocupantes da frente como de trás. Seu acabamento refinado inclui a opção de revestimento em couro. “O Ford Focus é um carro completo, que conquista o cliente pela qualidade e dirigibilidade excepcional. Na linha 2011, traz novos itens que valorizam ainda mais o produto”, diz Antonio Baltar, gerente de Marketing da Ford.
Conteúdo de série Os equipamentos de série do Focus são: direção hidráulica, ar-condicionado com dutos para o banco traseiro, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas com controle remoto, computador de bordo com controle na coluna de direção, CD-player/MP3 com entrada auxiliar e RDS, chave tipo canivete, abertura elétrica do porta-malas e da tampa de combustível, volante em couro com insertos cromados, ajuste de altura e profundidade da coluna de
direção, aviso sonoro de faróis acesos, de portas abertas e chave na ignição, banco traseiro com assento e encosto bipartido, iluminação no porta-luvas e porta-malas e luz de cortesia com temporizador, além de rodas de liga leve de 16”, pneus 205/55 R16 e vidros verdes. Na parte de segurança, traz ainda: air bag duplo, alarme, ajuste de altura dos faróis, espelhos retrovisores elétricos com pisca integrado, trava de segurança para crianças, luz de neblina traseira, cintos de segurança
dianteiros pré-tensionados, com limitador e ajuste de altura, cintos de segurança traseiros de três pontos, aviso luminoso de cinto de segurança para o motorista e desembaçador do vidro traseiro. Na versão 2.0, transmissão automática seqüencial, ar-condicionado digital com controles individuais para o motorista e o passageiro, bancos de couro, ajuste elétrico da altura do banco do motorista e ajuste lombar manual do banco do motorista são opcionais. Serviço COLORADO SHTQ, Trecho 0, Av. Comercial, Lt. 16 Lago Norte (61) 3302-7000 SLAVIERO W3 Sul 505, Bl. B35 – Asa Sul (61) 2104-0044 SLAVIERO SIA SUL TRECHO 1, Lt. 25 - Guará (61) 2193-4444 SMAFF QS 03 Rua 450 Lt, 01 – Taguatinga (61) 3451-7000 SUPERAUTO DF ST SCIA Qd. 15, Conj. 08/09 - Guará (61) 2109-4949
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Vida Moderna Moderna
Por: Virgínia Michel Aleixo Ciarlini| |Fotos: Fotos:Fábio Jhenniffer Pinheiro Corrêa | Ilustração: Eward Bonasser Jr
Brasilienses estão trocando os destinos nacionais pela terra do Tio Sam
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ma onda de brasileiros está invadindo as ruas de cidades americanas como Orlando, Miami, Nova Iorque e Las Vegas. Só em abril, turistas nacionais gastaram U$ 1,943 bilhão de dólares em viagens ao exterior, segundo informações do Banco Central (Bacen). Foi um aumento de 58% nos gastos em comparação ao mesmo mês do ano passado. No período, a procura por assentos nessas viagens aumentou 34,88% na comparação com 2010. Conforme Júnior Lins, Gerente Executivo da Bancorbrás Turismo, o quadro é resultado de um conjunto de fatores. “O estopim foi a crise imobiliária de três anos que ocorreu nos Estados Unidos. Depois dela, o governo americano começou a ser menos rigoroso na concessão de passaportes para turistas. Eles perceberam que não podiam ignorar essa fonte de renda naquele momento”, explica.
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Se depender da movimentação nas agências de viagem da cidade, é possível afirmar que os brasilienses estão tendo uma boa parcela de responsabilidade por esse crescimento de turistas. “É a velha lei da oferta e procura”, garante Christian Soliva, Gerente de Área da Bancorbrás. “Hoje oferecemos pacotes para Miami e Orlando mais baratos que resorts dentro do Brasil. Muitos casais estão buscando esses destinos para a lua de mel”, salienta. Não é por menos que o Brasil já é o sexto país em gasto per capita de turistas no mercado americano e o terceiro em número de viajantes para Miami e Orlando, na Flórida.
FACILIDADES Atualmente, cinco companhias aéreas oferecem vôos diretos que saem do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek com destinos nos Estados Unidos, Europa e América do Sul. A turismóloga Marlete Rodrigues já utilizou dessa praticidade em duas ocasiões. “Fui a Orlando em novembro pela primeira vez e voltei nas férias de março. Sempre tive curiosidade de conhecer o exterior e com essas promoções e a baixa do dólar, está muito mais fácil”, conta. Junior Lins explica que o dólar compatível realmente é fator chave nesse aumento das viagens. “Posso te garantir que tem muita gente indo para Orlando e Miami apenas para comprar coisas e revender por aqui”. Como contraponto a essas vantagens, a grande procura tem aumentado o tempo de espera para conseguir o visto de turista para entrar em terras do Tio Sam. O número de entrevistas na embaixada daquele país já cresceu quase 70% na comparação com os primeiros quatro meses do ano passado. Só este ano, já são mais de 50 mil solicitações de concessão de passaportes. Christian alerta que após a operação militar que resultou na morte do terrorista Osama Bin Laden, o governo americano aumentou um pouco mais a cautela em relação à cessão dos vistos. “Mas mesmo assim, nunca houve um período onde as concessões foram autorizadas tão facilmente como agora”, diz o gerente. Hoje, o período de espera pelo visto pode levar até três meses. Em razão disso, é importante se programar para que esse trâmite seja soJúnior lins, gerente executivo da Bancorbrás Turismo
SOLICITAR O VISTO DE TURISTA
Para pedir o visto de entrada nos EUA, a primeira coisa a fazer é pagar a taxa de informações e agendamento. Reúna documentos que comprovem que você pretende voltar ao Brasil, como boleto de pagamento de curso, carteira de trabalho, declaração de imposto de renda, contracheques, certidões de nascimento de filhos e casamento, etc. Você não precisa ter uma passagem comprada para apresentar na hora da entrevista. O consulado recomenda que você só compre a passagem depois que o visto for concedido. lucionado antes do agendamento da viagem. (Veja no quadro os requisitos para solicitação de visto). Exemplo de turista bem programado é o servidor público Antônio Carlos de Souza. Depois de duas viagens, onde conheceu a capital americana (Washington) e as cidades de Los Angeles e Nova Iorque, ele já está se preparando para levar toda a família para visitar Miami e Orlando nas férias de janeiro. A viagem será um presente para a filha que comemorará 15 anos. “Estamos contando os dias para conhecer os parques da Disney”, entusiasma-se. Para ele, a única parte ruim de viajar para os Estados Unidos é a burocracia e os possíveis constrangimentos para entrar no país. Ainda assim, com esse conjunto de facilidades, voltar à América do Norte ainda é vantajoso. “Não é a questão de que lá é melhor do que os destinos de viagens nacionais. O Brasil reúne belezas naturais inigualáveis. Mas as condições de viajar para os Estados Unidos estão muito boas. É fascinante conhecer novas culturas. Eu recomendo”. Serviço Bancorbrás Turismo SCS Qd 4, Bloco “A”. Ed. Brasal II Térreo (61) 3314-1212 Embaixada dos EUA em Brasília SES - Av. das Nações, Quadra 801 Lote 03 - (61) 3312-7000
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Esporte
Por: Michel Aleixo | Fotos: Fábio Pinheiro
Red Bull Fighters S
X
A modalidade mais radical do MotoCross
altos mortais e acrobacias que desafiam a gravidade. Assim é o MotoCross estilo livre. A mais desafiadora modalidade desse esporte. Nela, os atletas precisam ser além de pilotos. São verdadeiros “showmen’s” que se arriscam em peripécias a 10 metros de altura. Um esporte para quem não “bate muito bem da cabeça”, como dizem os próprios praticantes. No sábado, 28 de maio, o Red Bull X Fighters maior campeonato de MotoCross estilo livre do mundo, passou por Brasília em sua segunda etapa da turnê mundial. Com os Ministérios, Congresso Nacional e o infinito céu da cidade como pano de fundo, 600 caminhões de terra transformaram a Esplanada dos 46
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Ministérios no palco do evento de MotoCross mais assistido da história. Cem mil pessoas prestigiaram a “loucura” dos 11 melhores pilotos da categoria. Para o vencedor do Red Bull X-Fighters, o norte-americano Nate Adams, a experiência da etapa brasileira foi inesquecível. “A pista parece ter sido feita pra mim. Eu me adapto muito bem a este tipo de percurso: bem técnico e grande”, avaliou o piloto conhecido como “O Destruidor”. “Foi muito legal andar diante de um público deste tamanho”, concluiu. Em segundo lugar ficou o australiano Robbie Maddison, seguido do norueguês André Vila em terceiro. O Brasil foi representado por Gilmar Flores,
o “Joaninha”. O piloto de 30 anos é o brasileiro mais experiente no esporte. Mesmo sendo desclassificado na primeira fase, para ele o evento serviu para colocar o país no mapa da categoria. “Apesar de ter saído na primeira fase, estou bastante contente e realizado. Esta pista tem um padrão que a gente nunca imaginou em andar por aqui”, analisou.
O ESTILO LIVRE Esta é a única modalidade do MotoCross onde não existe competição por tempo, nem corrida. O que vale é avaliar qual piloto executa as manobras mais radicais. São disputadas baterias onde os atletas competem em duplas. Enquanto que um grupo de juízes dá o veredito em cinco critérios de avaliação: Variedade de manobras, Desafio e Execução, Forma e Fluxo, Uso do Circuito e Energia, Animação e Divertimento. No quesito “animação”, os concorrentes do Red Bull X-Fighters não decepcionaram. O japonês Eigo Sato, por exemplo, foi um dos mais queridos pelo público. Ao final de cada volta, atirava a motocicleta e dava “zerinhos” que levantavam poeira na arena da Esplanada. (Confira algumas das manobras executadas no Red Bull X-Fighters no quadro anexo). O estudante Mário Finetti saiu extasiado. “Fiquei com medo. Eles estavam tão perto, que parecia que
se um dos caras errasse poderia cair em cima da gente. Mas foi o máximo”, elogiou. O competidor brasileiro Joaninha ressaltou o alto nível de dificuldade do percurso. “Só de conseguir fazer backflips (mortal para trás) nessa pista foi um grande desafio. Essa receptividade nos ajudou muito e comprova que o esporte promete crescer cada vez no país”. Para praticar o motocross estilo livre é necessário adquirir uma moto de competição adaptada e vários itens de segurança especiais. As contusões e quedas não são raras. “O custo inicial do esporte não sai por menos de R$ 10 mil”, garante Joaninha. Em Brasília, a Federação de Motociclismo do Distrito Federal (FMDF), promove há 17 anos competições de outras categorias do esporte como a motovelocidade, o rally e o crosscountry. “Infelizmente ainda não existem muitas pistas no país para praticar o estilo livre”, lamenta o matogrossense Joaninha. Conforme Francinete Moraes, representante da FMDF, praticantes do estilo livre na cidade são inexistentes. “Os custos dessas pistas são muito caros. Para se ter uma ideia, este ano ainda não tivemos nenhuma competição nem do MotoCross tradicional porque dependemos de trâmites do governo para emprestar as máquinas e tratores que preparam as pistas”, explica. No Distrito Federal existem pistas de MotoCross tradicional no Gama, Taguatinga e Sobradinho. No entanto, depois do alvoroço causado pelo Red Bull X-Fighters Brasília, não será surpresa se, em poucos anos, a cidade não começar a exportar uma nova geração de “loucos” para representar o país nas rampas de terra mundo a fora.
Atualmente, Joaninha é o maior representante brasileiro na modalidade
MANOBRAS RADICAIS
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Personagem
Por: Fernanda Azevedo | Colaborou: Afrânio Pedreira | Fotos: Victor Hugo Bonfim
Fernando Vasconcelos Um aventureiro da capital federal
P
ublicitário, jornalista, relações publicas e advogado. Esse é o currículo de Fernando Antonio Miranda de Vasconcelos. Um cidadão bem “espoleta” de Brasília. Foi no Dia de Reis, 6 de janeiro de 1970, que ele chegou à capital do país, aos 23 anos, vindo diretamente do interior de Belém do Pará. Veio para estudar, “empurrado” pelo sonho de ser jornalista. Na adolescência, já ensaiava o ofício da comunicação. “Meu pai era prefeito da cidade. Eu e um colega fazíamos um jornal de denúncia contra a prefeitura. Rodávamos o folhetim no mimeógrafo. O problema era quando chegava em casa”, revela às gargalhadas. O seu primeiro endereço foi o alojamento da Universidade de Brasília (UnB), onde morava com o irmão que
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era aluno da instituição. O lugar que o irmão prometeu que lhe proporcionaria “casa, comida e roupa lavada” era um quarto minúsculo no “minhocão”, no anexo II. Lá, ele dividia o espaço com mais cinco pessoas. Com graça, ele lembra os seus primeiros anos na cidade. “Eu não tinha dinheiro na época. Muitas vezes fingi que era aluno da faculdade. Na hora do almoço, pegava o prato de um colega como se fosse repetir. Mas era minha primeira refeição do dia”, lembra. Na vida, Vasconcelos já foi de tudo um pouco. Trabalhou na loja Encomendas Urgentes na rodoviária. Atuou numa fabrica de cimento, a Ciplan. Com o fechamento desta, ele foi trabalhar no jornal Diário de Brasília. “Eu ia embora de Brasília. Quando fui me
despedir de um amigo que trabalhava no jornal, ele estão me indicou para um cargo na área de publicidade”, conta. Na época, Vasconcelos já fazia comunicação social no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). O primeiro anúncio de publicidade para o jornal só foi fechado após 45 dias de trabalho de Fernando. A comissão? Na época, Cr$ 40 (cruzeiros). Mas o brasileiro não desistiu. Seguiu em frente. Trabalhou muito. E, contra todas as perspectivas, chegou a ocupar o cargo de gerente comercial do Diário de Brasília. Foi aí que começou sua historia de amor com a publicidade. Uma união que dura até hoje e que, segundo ele, já lhe rendeu muitos e bons frutos. Durante cinco anos, foi colunista de propaganda e publicidade do jornal de
Brasília, assim que concluiu o curso de jornalismo. Devido à sua experiência de mercado, Vasconcelos foi convidado para ser professor de comunicação no UniCeub, a mesma faculdade em que estudou. Além de gerente comercial, publicitário e professor de faculdade, Fernando foi sindicalista atuante. Tanto que chegou a ser eleito presidente do Sindicato dos Publicitários. “Eu era sócio filiado do sindicato e, um belo dia, cheguei para reunião e todos me aplaudiam e gritavam: presidente. fui eleito e nem sabia. Mas, foi uma das melhores gestões. Fiz muita coisa pela categoria”, gaba-se. À frente do
Sindicato dos Publicitários, Fernando ficou por nove anos. Mas, conforme ele, ainda hoje quando saí na rua as pessoas o chamam de presidente. A carreira institucional de Vasconcelos começou quando foi convidado para ser o diretor do Departamento de Produção da Empresa Brasileira de Noticias (EBN), hoje Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Lá, Fernando e sua equipe implantaram a “Publicidade Legal”. Publicação de avisos, balanços, relatórios e outros, de órgãos e entidades da administração pública federal. Após três anos na EBN, ele foi convidado para ocupar o cargo de Coordenador de Propaganda do Palácio do Planalto. Isso, em pleno regime militar. Durante o mandato do presidente João Figueiredo. A surpresa e ironia da situação, é que em sua época de sindicalista, Fernando escreveu em suas colunas, diversos textos reacionários que desagradaram até mesmo ao presidente Figueiredo. Tanto, que ele era conhecido como o Lula dos Publicitários. Entre tantas idas e vindas em diversas ocupações e empresas, Fernando foi parar no Jornal do Brasil, onde assumiu a área de publicidade e propaganda. Lá, ele trabalhou por 10 anos. Quando de sua saída, o eterno estudante e confesso aprendiz, estava concluindo o seu terceiro curso superior. Desta vez o flerte foi com a carreira jurídica. Se tornou bacharel em direito. Um doutor em leis. Foi ai, que ele decidiu pleitear o cargo de prefeito da sua cidade natal. Assim como o pai e um irmão foi. “Eu sempre tive o sonho de gerenciar gente. Eu amo pessoas”, confessa. Mas desta vez, a vontade do publicitário, aliada ao sonho não teve êxito. Infelizmente,
ele perdeu as eleições. Coisas do destino ou vontade divina, certo mesmo é que estava escrito que o publicitário Vasconcelos tinha que permanecer em Brasília, lugar onde ele se formou, aprendeu a se virar para comer, vestir, se distrair, conheceu pessoas e se destacou como profissional competente que é. Com a derrota nas urnas, em um rompante de entusiasmo e empreendedorismo, Vasconcelos resolveu montar sua própria agencia, a Meio e Mídia Comunicação, que já está no mercado há 20 anos. Inventar e criar, talvez os verbos que esse paraense da capital do estado mais saiba conjugar. Por fazer parte do júri do prêmio “Colunista de Publicidade e Propaganda do Brasil”, o equivalente ao Oscar da propaganda brasileira, Vasconcelos resolveu criar em Brasília o prêmio colunista a nível de cidades. Criou também um “book” com os melhores colunistas de propaganda dos últimos 25 anos e um anuário, desde 2002. Além de publicitário, jornalista e advogado, Fernando tinha que ser também cidadão honorável de Brasília. Título que acabou ganhando, devido a sua atuação na área de comunicação. Mas não se engane, quem pensa que foi fácil. Não foi. Segundo ele, as conquistas foram graças a muita luta, persistência e força de vontade. Acomodação foi uma palavra que desde cedo, Vasconcelos fez questão de ignorar e retirar do seu vocabulário. “Eu podia muito bem ter ficado lá na rodoviária, trabalhando de entregador até hoje. Mas eu não me acomodei”, ressalta. Com propriedade, Vasconcelos diz que o fato da não acomodação faz a diferença na vida de todos.
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Saúde
Por: Tássia Navarro | Fotos: Victor Hugo Bonfim
Fisioterapia no trabalho Prevenção de doenças traz maior produtividade
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s afastamentos do trabalho por motivos de doenças nunca agradaram empregadores e empregados. Com o advento da tecnologia, funcionários passam cada vez mais tempo em frente a computadores, o que ocasiona rigidez articular e dores musculares, que nos dias de hoje, fazem parte do cotidiano de trabalhadores, contribuindo para o surgimento ou agravamento das lesões ocupacionais, responsáveis por um grande número de afastamentos do trabalho, tendo influência direta na redução da capacidade laborativa. Como forma de diminuir os riscos de problemas de saúde e aumentar a produtividade dos funcionários, cada
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vez mais, empresas tem se preocupado com a prevenção de doenças relacionadas ao trabalho. A fisioterapia é o ramo da medicina que disponibiliza as ferramentas mais adequadas para este tipo de prevenção. Na procura desta melhoria de qualidade de vida do trabalhador, a fisioterapia no trabalho tem se destacado, por meio de programas terapêuticos e preventivos. De acordo com a fisioterapeuta e proprietária da clínica Fisio Ativa, Mariana Franco Palhares, há seis anos na área, a prevenção é o fator diferencial para o sucesso das organizações. “Um ambiente de trabalho, adaptado ergonomicamente e trabalhadores saudáveis refletirão beneficamente no de-
sempenho da empresa e na qualidade de vida de seus trabalhadores”, afirma. A fisioterapia laboral nada mais é do que levar ao ambiente de trabalho profissionais da saúde devidamente qualificados. “O intuito é proporcionar um atendimento de excelência a todos os funcionários, visando o bem estar e a melhora da qualidade de vida do trabalhador”, explica Clarisse Doná Sol, fisioterapeuta e sócia da Fisio Ativa. Segundo Clarisse, atualmente, muitos trabalhadores passam o dia fazendo movimentos repetitivos, sentados de forma incorreta em frente ao computador o que pode ocasionar doenças como o estresse, alteração postural, tendinites, bursites, tensão muscular, entre
Benefícios que a fisioterapia preventiva traz para a empresa: Prevenção das doenças relacionadas ao trabalho (LER e DORT); Redução do estresse, depressão e ansiedade; Melhora flexibilidade, força, coordenação, agilidade e resistência; Melhora da postura; Sensação de disposição e bem estar para a jornada de trabalho; Redução da sensação de fadiga no final da jornada de trabalho; Contribui para a promoção da saúde e da qualidade de vida do trabalhador; Maior atenção e concentração as atividades desempenhadas; Melhora da auto-estima; Desenvolvimento da consciência corporal; Diminuição das tensões emocionais; Maior produtividade; Redução dos afastamentos e substituição de pessoal; Diminuição de queixas, atestados médicos e acidentes de trabalho; Favorece o relacionamento social e trabalho em equipe; Melhora as relações interpessoais.
Atividades realizadas em SIPATs: Aula de relaxamento/ meditação Aula com bolas suiças Alongamento Blitz de postura Massoterapia/ quick massage Acupuntura Auriculoterapia Aula de Pilates no solo Reflexologia dos pés (spa dos pés) Massagem facial Tai chi chuan Palestra/conversa com o nutricionista Palestra/conversa com o psicólogo Palestra sobre estresse Palestra sobre lesões no esporte Palestra sobre ergonomia
outros. “Com a fisioterapia, podemos trabalhar a prevenção dessas doenças relacionadas ao trabalho, a redução do estresse, depressão, ansiedade, melhora da postura, flexibilidade, força, coordenação, agilidade, resistência, redução da sensação de fadiga no final da jornada de trabalho e vários outros fatores”, completa Mariana. O trabalho da fisioterapia nas empresas pode ser feito utilizando várias técnicas. A clínica Fisio Ativa trabalha com avaliação postural individual, cinesioterapia laboral (ginástica), blitz e orientação postural, massagem terapêutica, palestras relacionadas à qualidade de vida no trabalho, organização e participação em Semanas Internas de Prevenção de Acidente do Trabalho (SIPAT) e Semanas de Qualidade de Vida. Conforme explica Mariana, a avaliação postural é feita em cada funcionário, com o intuito de detectar alterações de posturas e orientar quanto à postura correta e a busca de tratamento quando necessário. A cinesioterapia laboral é atividade física orientada por um fisioterapeuta. É praticada durante o horário do expediente. Tem como objetivo reduzir o estresse emocional, melhorar a circulação sanguínea, reduzir a fadiga muscular e o desconforto físico, melhorando o rendimento do funcionário durante o dia e reduzindo a quantidade de afastamentos devido lesões.
A blitz postural é realizada percorrendo os postos de trabalho das empresas para avaliar e corrigir a postura dos funcionários durante o expediente. O principal objetivo é prevenir problemas laborais decorrentes da má postura. Já a massoterapia é uma atividade bastante atrativa para os trabalhadores e sua maior finalidade é o relaxamento, reduzindo as tensões musculares e o estresse relacionado ao trabalho. A Semana Interna de Prevenção de Acidente do Trabalho (SIPAT) tem como finalidade básica divulgar, orientar e promover a prevenção de acidentes, segurança e saúde no trabalho. Objetiva desenvolver a consciência da importância de se eliminar os acidentes laborais e de criar uma atitude vigilante, permitindo reconhecer e corrigir condições e práticas nocivas ao ambiente trabalhista. A SIPAT é a continuidade dos trabalhos voltados para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, onde a lucratividade está na promoção da saúde, aumento da produtividade e na valorização da vida. “Durante essa semana os funcionários têm palestras e atividades direcionadas à saúde”, explica Clarisse. Serviço Fisio Ativa SEPS 707/907, Cj. E, Bl. C, Sl. 107 Ed. San Marino (61) 3443.0021
As fisioterapeutas Clarisse Doná Sol e Mariana Franco Palhares
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Vitrine Por: Camila Penha | Fotos: Estúdio Dephot
Para pular A
fogueira
s festas juninas da cidade estão todas lotadas. Uma ótima oportunidade para aproveitar esse friozinho do inverno e comer os deliciosos quitutes típicos. A festa pede cores berrantes, tecido tipo chita e muita estampa. Os chapéus de palha são ótimos para usar mesmo em festas mais discretas. Agora, para quem está disposto a entrar de vez nas brincadeiras, acrescente retalhos de tecidos nas roupas, e tire as botas de cowboys do armário. Para os homens não pode faltar o bigodinho feito com lápis e o dente pintado. As mulheres podem incrementar os cabelos com trancinhas, bochechas rosadas e cheias de pintas.
Chapéu de Palha com trancinhas
Balão de Pano
Estalinhos
Vestido de Caipira
Decoração de Palha
Bandeirinhas de decoração
Chapéus de Palha Chapéu de Palha
Conjunto de caipira masculino
Balão de Pano
Chapéu de Palha
Serviço Casa & Festa Taguatinga Norte (61) 3965-8898 Asa Norte (61) 3963-8898 Taguatinga Sul (61) 3201-7961 www.casaefesta.com.br
Comportamento
Por: Michel Aleixo | Foto: Victor Hugo Bonfim
Pegando leve N
Cresce o número de pessoas que buscam alternativas para melhor lidar com a modernidade
os anos 90, o escritor escocês Irvine Welsh publicou o romance “Trainspotting”. Posteriormente adaptada ao cinema, em um filme sucesso de crítica do diretor inglês Danny Boyle, a obra tornou-se um ícone da contracultura da década. Sua temática abrange, entre outros questionamentos, a vida frenética que as pessoas na sociedade moderna são empurradas a enfrentar: “Escolha uma vida. Escolha um emprego. Escolha uma carreira. Uma televisão grande, um carro, um belo apartamento, junk food. Escolha filhos pirralhos para lhe substituir”. Conclama o livro logo em seu parágrafo inicial. Passados mais 10 anos, a vida frenética só ganhou velocidade. De fato, quem não deseja uma “pausa para respirar” na atual sociedade imediatista. Em
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escala global, o que se vive hoje é uma espiral de consumismo. Crescimento populacional e produção em larga escala. Não é por menos que especialistas e estudiosos alertam que o planeta terra está, literalmente, caminhando para níveis elevados de estresse.
VIDA LENTA Não é por menos que crescem também as iniciativas no sentido de levar a vida de forma mais amena. “Slow Life”, “Slow Food”, Comércio Justo (veja quadro anexo com as definições) são termos que estão ganhando popularidade. Em Brasília, o espaço “Etnia” está reunindo muita gente que pensa assim. “Acreditamos na humanização do ser”, explica a proprietária e fotógrafa Gisa Muller. Há um ano, ela criou a Etnia com a proposta de ser uma loja que
vende objetos e roupas não produzidos em larga escala. Em suas viagens por lugares inóspitos do globo terrestre como aldeias da Índia e comunidades no interior do Brasil, Gisa negocia com artesãos, paga um valor que considera justo pelo trabalho e revende na loja. “Na Índia visitei aldeias onde as roupas ainda são confeccionadas por teares manuais. Essas pessoas mantém suas raízes vivas em um mundo cada vez mais manufaturado. São trabalhos belíssimos. É preciso resgatar isso”, defende.
MAIS QUE UMA LOJA A Etnia não é uma loja no sentido tradicional. Incensos, música ambiente, artesanato, almofadas, sofás e tapetes compõem o espaço. Os frequentadores são convidados a permanecer, a dividir experiências e criar projetos.
A proprietária Gisa Muller acredita em uma humanização das relações comerciais
Slow Food É uma associação internacional que tem por objetivo promover uma maior apreciação da comida; melhorar a qualidade das refeições e incentivar uma produção que valorize o produto, o produtor e o meio ambiente. Essa filosofia defende a necessidade de informação do consumidor. Protege identidades culturais ligadas a tradições alimentares e gastronômicas, processos e técnicas de cultivo e processamento herdados por tradição. Defende, ainda, espécies vegetais e animais, domésticas e selvagens. Espaço Etnia
“É um espaço de amizades, não necessariamente uma loja no rigor da palavra”, explica a jornalista Cláudia Ventura, freqüentadora assídua do local. “Aqui dividimos a mesma filosofia de vida, a da sustentabilidade. Um estilo de vida alternativo”, completa. Para Gisa, Brasília tem necessidade desse tipo de ambiente. “O que fazemos nada mais é que uma humanização da relação comercial. Acreditamos em uma intimidade entre o vendedor e o consumidor”. Aos poucos, a intenção da loja de se tornar um lugar para quem acredita em processos de mudança de paradigma vem funcionando. A bióloga Luiza Padoa também trabalha na Etnia. Ela explica que já encontrou por lá, pessoas que compartilham de seus projetos profissionais como a permacultura (método de criação de ambientes ecologicamente sustentáveis). “Daqui já saíram planos de criação de ecovilas. Podemos fazer a diferença no mundo. Basta querer”. Gisa completa: “No mundo a matéria se perdeu. Está na hora das pessoas valorizarem mais o seu bem estar. Estamos falando de uma consciência planetária”.
Serviço Etnia Gallery Art Culture SCLN 413, Bl. “D”. Loja 17 etnia.art@gmail.com
Slow Life Movimento que visa desacelerar o estilo de vida frenético dos tempos atuais. Similar ao “Slow Food”, porém mais abrangente, visa a desaceleração não só da alimentação como também dos deslocamentos (mais caminhadas e menos carros); da produção de bens (consumir menos para preservar mais), das roupas, casas e até a educação (mais atenção às vivências artísticas e saberes artesanais e menos foco nas conquistas acadêmicas). Ecovilas São comunidades de preservação baseadas num modelo ecológico que harmoniza a vida social com um estilo de vida sustentável. Nas ecovilas são utilizados sistemas de energias renováveis, economia solidária, cooperativismo, utilização de materiais de baixo impacto ambiental nas construções, entre outras práticas. Comércio justo Trata-se de um movimento social que busca o estabelecimento de preços justos, bem como de padrões sociais e ambientais equilibrados nas cadeias produtivas. Entre as iniciativas, está a transparência nas relações comerciais, na composição dos preços praticados e na elaboração dos produtos. Visa também garantir os direitos dos produtores e consumidores nas relações comerciais; aumentando a viabilidade, reduzindo riscos e dependências econômicas.
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Música
Por: Afrânio Pedreira | Fotos: Fábio Pinheiro
Repentismo
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uitos asseguram que o “improviso’ é a palavra de ordem e de efeito do repentismo. Tradição folclórica brasileira cuja origem remonta aos trovadores medievais. Com maior apelo no nordeste brasileiro, a arte do repente é um “misto” entre a poesia e a música, orquestrados pela criatividade e inteligência dos
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A cultura da rima livre seus cantadores que têm como função principal, fazer com perfeição versos bem rimados e engraçados. A tarefa, também conhecida como cantoria “pé de parede” e que pra muita gente é considerada fácil de ser executada, é realizada em dupla, com a utilização de uma viola nordestina. Vale ressaltar que repentismo não é
embolada e nem rap, onde o improviso também habita. Poetas repentistas estão inseridos nas tradicionais literaturas orais e de cordel, famosos no sertão nordestino. Os temas abordados são os mais variados possíveis e vão do universo de sentimentos como amizade, amor, ódio e outros, a qualidades e defeitos
de pessoas, animais e objetos. Todos, embalados pelo som de uma viola simples que emite acordes mais simples ainda para que as rimas momentâneas sejam evidenciadas. Para uma sintonia perfeita e harmoniosa, enquanto um dos repentistas mostra o seu dom de improvisar e conceber rimas fáceis, o outro toca a viola e vice-versa. Engana-se quem pensa que os versos repentistas são feitos à revelia. Eles têm metragens certas. Geralmente eles vão de seis a 10 linhas. Embora não muito divulgada e com poucos praticantes, a cultura do repente tem público e fieis simpatizantes no Distrito Federal. E, se depender da atual direção da Casa do Cantador de Ceilândia, enquanto houver uma parede, dois bancos, duas violas e dois repentistas, a arte do improviso em cima de temas da ocasião não morre nunca. Prova disto é o projeto “Sexta do Repente”, que acontece todas as sextas-feiras, com a participação de repentistas do DF e artistas de renome de todo o país. Iniciado em maio, o projeto vai até o final do ano com a participação de duplas famosas como Chico Ivo e João Neto; Valdenor de Almeida e João Santana; Sebastião da Silva, o grande repentista de Caicó/RN e Ivanildo Vilanova de Recife/PE, compositor da música “Nordeste Independente”, gravada por Elba Ramalho. “A nossa intenção com esse projeto é, puramente, resgatar o repente. Ceilândia tem potencial para abraçar esse projeto essencialmente cultural”, garantiu o também repentista Chico de Assis, diretor da Casa do Cantador. Segundo ele, que já esteve à frente da Instituição no Governo de Cristovam Buarque, o GDF destinou R$ 900 mil para que projetos culturais fossem desenvolvidos na região. A criação de uma biblioteca e o Museu do Repente e do Cordel estão entre os projetos que serão desenvolvidos pela Casa do Cantador. “Todos os projetos aqui tem que ter a participação da comunidade e com as portas abertas. Bilheteria franqueada”, enfatizou Chico de Assis.
Zé Cardoso diz que o barato do repente é a criatividade
No “Sexta do Repente” da última sexta-feira de maio, 27, a cantoria pé de parede de Oliveira das Panelas de João Pessoa (PB) e Zé Cardoso de Limoeiro do Norte (CE) foram as grandes vedetes da noite. Versos rimados com doses generosas de bom humor foi o que não faltou. Enquanto um parceiro queria ser bom, o outro tentava ser melhor ainda, e vice-verso. Fato que arrancava aplausos e risos das mais de 800 pessoas que estiveram no local para prestigiar os convidados. Uma delas foi o comerciante João Erinaldo Fernandes, 38 anos. Natural de Uiaraúna, no sertão paraibano, ele Chico Dias dirige a Casa do Cantador
se declara um apaixonado pela arte do repente. “É como se eu estivesse em casa. Eu sinto como se estivesse em minha terrinha quando ouço dois cantadores de pé de parede soltar seus repentes. Isso é que é arte”, classificou. Segundo ele, a paixão pelo improviso é tanta que ele já consegue fazer rimas livres. A pedido da nossa equipe de reportagem para fazer um repente para a Plano Brasília, Erinaldo soltou a voz e a criatividade: “Pra você que gosta do repente, venha participar da revista da gente. Pra ficar muito informadinho, leia a Plano Brasília”. Na opinião de alguns presentes, o comerciante mandou bem nos dois primeiros versos. “O terceiro e quarto não rimou não. Ele precisa treinar mais”, disse a dona de casa, Madalena Santos, 56 anos. Treinar e estudar muito vocabulário é o que Chico Dias aconselha. Conforme ele, além do improviso, é de fundamental importância que os praticantes desta cultura dominem a técnica da rima, da métrica (contagem silábica) e do discurso poético. “Tudo é questão de treino mesmo. Existem repentistas nesse mundo de meu Deus que são analfabetos, porém excelentes rimadores”, conta. Uma das estrelas da Sexta do Repente, o cearense e muito letrado Zé Cardoso, tem um currículo invejado e que prova que a alfabetização é um item que pode fazer diferença na arte do improviso. Os sete discos de vinil, os 10 CDs gravados e um livro sobre “causos” da vida real são prova de que, no mundo do improviso, o domínio da leitura e da escrita são importantes. Para ele, as trovas, a riqueza de vocabulário, a presença de espírito e o jogo de cintura, aliado à criatividade é o segredo de todo esse universo do rimar com facilidade. Serviço Casa do Cantador DF QNN 32, área especial, Ceilândia Sul (61) 3378.5067 casadocantadordobrasildf@gmail.com
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Cinema
Por: Ricardo Movits | Ilustração: Werley Kröhling
INACABADOS Os filmes que nunca foram feitos
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or volta de 1555 o grande escultor (pintor, arquiteto, poeta, etc...), Michelangelo Buonarroti, deixou uma série de esculturas inacabadas. Os “inacabados” de Michelangelo foram a maturidade do artista. Na sua concepção, Michelangelo dizia que quando a forma começava a surgir de dentro do bloco de mármore, não havia mais a necessidade de terminá-la; ele já sabia o que iria encontrar. Quando o artista transcende a matéria, finalmente, encontra a beleza. O abstrato só existe depois que o artista domina o concreto. Pena que muitos “artistas” de hoje já querem começar pelo final. Mas vamos voltar aos inacabados. Infelizmente não podemos usar esta comparação quando se diz respeito a filmes. A produção de um filme é uma tarefa muito complicada que depende de muita gente envolvida. Às vezes ela se inicia e, apesar dos esforços, nem sempre chega ao seu final, pelos mais diversos motivos. Estúdios que não querem arriscar no investimento, atores que cobram uma fortuna para aparecer, histórias que certamente chocariam o público e não fariam nenhum sucesso ou, simplesmente, faltou alguém para editar o material bruto. Aqui está uma pequena lista de filmes que nunca aconteceram:
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Napoleão de Stanley Kubrick
A paixão de Kubrick era Napoleão Bonaparte, um projeto que tentou realizar durante 30 anos. No início dos anos 1970 o diretor chegou a ler mais de 500 livros sobre o assunto e contratar historiadores para contar a biografia do conquistador francês. O filme teria mais de 3 horas de duração e cenas de batalha com mais de 10 mil figurantes (físicos e não virtuais). Só que naquela época foram lançados 3 filmes sobre Napoleão e todos os três foram fracassos de bilheteria. Isso fez com que nenhum estúdio quisesse se arriscar numa superprodução com esse tema. Após a sua morte em 1999, sua casa, que também era escritório, na Inglaterra, foi aberta a um seleto grupo de jornalistas que tiveram a oportunidade de presenciar a dedicação de Kubrick ao projeto. Encontraram uma sala repleta de mapas, ilustrações e praticamente todos os livros já escritos sobre Napoleão.
Caleidoscópio de Alfred Hitchcock
Em 1970 Hitchcock tinha começado a trabalhar no argumento de um filme-documentário sobre um “serial killer” londrino fisiculturista gay que seduzia
as mulheres antes de matá-las. O filme incluía muitas cenas realistas e nenhum estúdio queria apostar no projeto, pois o tema era controverso demais para os anos 1970. O próprio diretor acabou desistindo da idéia. Hitchcock pretendia fazer uma abordagem diferente nesse filme: usar câmeras portáteis e filmar com luz natural para dar uma impressão amadora. Isso quase 40 anos antes de filmes como A Bruxa de Blair e Cloverfield.
Encontro com Rama de David Fincher
Um dos maiores clássicos da ficção científica, o livro de A. C. Clark, autor de 2001, uma Odisséia no Espaço, quase virou filme nos anos 2000. O ator Morgan Freeman teria muito interesse na produção. No entanto os altos custos do filme, que conta a passagem de uma nave gigantesca pelo sistema solar, acabaram matando o projeto ainda na pré-produção.
Don Quixote de Orson Welles
Welles passou toda a sua carreira tentado filmar essa história de Don Quixote adaptada para os tempos modernos (dos anos de 1950). O diretor chegou a filmar em vários
países usando atores que estavam a disposição nos locais entre 1959 e 1972, mas nunca conseguiu completar o filme. Com várias horas de material produzido, hoje o “copião” pode ser visto em DVD.
Halo de Peter Jackson
Em 2005 fãs do mundo inteiro ficaram eufóricos com a notícia de que o diretor Peter Jackson produziria a adaptação cinematográfica do vídeo-game Halo. O filme até começou a ser produzido, só que desentendimentos com a Microsoft, criadora da franquia, e várias incertezas quanto ao retorno do investimento na produção fizeram com que o projeto fosse cancelado.
Corpo Fechado 2 de M. Night Shyamalan
Desde que foi lançado o primeiro filme que se fala numa possível continuação das aventuras do segurança indestrutível David Dunn. Os principais interessados seriam os atores
Bruce Willis e Samuel L. Jackson. Só que o próprio Shyamalan não tem interesse na franquia. É uma pena, pois este é sem sombra de dúvida um dos melhores filmes do diretor.
Caça Fantasmas 3 de Ivan Reitman
O ator Dan Aykroyd tenta a mais de 20 anos produzir o terceiro filme da franquia de Os Caça Fantasmas, porém diversos problemas como péssimos roteiros e desentendimentos entre os produtores e o elenco original sempre fizeram essa produção ficar estacionada. A trama contaria com uma nova geração de caçadores e mostraria o personagem Peter Venckman (Bill Murray) morrendo logo no início do filme. Só que, finalmente, em 2009, grande parte do elenco original, incluindo o diretor Ivan Reitman concordou em participar do filme. Desde então a produção parece seguir em frente, ainda que lentamente, e já há rumores de que possa ser lançado em 2012, fim do mundo segundo
o calendário Maia. Até lá todos já serão fantasmas.
Something’s Got to Give de George Cukor
O filme de 1962 estrelado por Marilyn Monroe e Dean Martin era um remake de uma produção de 1940. O trabalho foi difícil desde o início, os constantes problemas pessoais de Monroe atrasaram vários meses a produção, pois ela não aparecia para as filmagens. A equipe continuou a filmar o que podia sem ela, até que eles estouraram completamente o orçamento e decidiram dispensar a atriz, substituindo-a por Lee Remick. Porém foi Dean Martin que então se recusou a continuar sem Monroe. Os produtores resolveram então recontratar a problemática atriz, pagar um cachê adicional, e trocar o diretor, mas ela morreu em 5 de agosto de 1962 e o filme nunca chegou a ser finalizado. Na próxima edição falaremos do Brasil na visão dos cineastas estrangeiros através dos filmes. Até lá.
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Gastronomia Por: Ana Paula Resende | Fotos: Victor Hugo Bonfim, Fábio Pinheiro e Divulgação
El Paso
Tudo como no México
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magine um jantar romântico no México. Desfrutar da música, da cultura, do ambiente, da bebida e da comida tipicamente latino-americana. É essa sensação de envolvimento que o restaurante El Paso quer sempre causar em todos os seus clientes. Um ambiente decorado e bem colorido, ornamentado do chão ao teto e, ainda, uma boa música ambiente. Tudo de acordo com os costumes mexicanos. Os comes e bebes, claro, são preparados segundo manda a tradição mexicana. Idealizados pelo peruano David Letching, 43 anos, algumas combinações gastronômicas até podem ter sofrido influência espanhola ou latino-americana, mas os pratos se mantiveram originais. “Alguns restaurantes mexicanos mudam as receitas. Este mantém as origens”, ressalta o restauranter. “Nesses 15 anos do El Paso, eu tive o cuidado de manter o restaurante como um espaço gourmet e não deixar que ele vire um bar “tex mex” (junção do Texas e México, termo que se refere à culinária norte-americana influenciada pelo México) ou fast food”, completa. A vedete da casa, assinada pelo chef David e que está fazendo o maior sucesso no gosto do cliente é o saboroso “El Paso Combo”que reúne as sete combinações mais pedidas na casa. A gastronomia reúne um burritos, dois tacos, duas quesadillas, dois potetoes skins, dois nathoes e dois búfalos wings. “Uma maravilha dos deuses”, garante David que está no Brasil há 28 anos, sempre trabalhando no ramo da gastronomia. David sugere que os pratos quentes sejam degustados antes dos frios, mas deixa a critério do casal. Segundo ele, todos os pratos podem ser pedidos com ou sem pimenta, basta que o cliente assim deseje. “É importante que todos se sintam satisfeitos, pois aqui valorizamos a alegria. Por isso criamos um ambiente tão descontraído”, orgulha-se.
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Como acompanhamento, o restauranter indica o “piscosour”, bebida peruana feita com pisco (aguardente de uva) e a Margarita Frosen, drink mexicano preparado com tequila, licor de laranja, suco de limão e servido gelado, com sal na borda da taça. Como manda a tradição. A recomendação de sobremesa é o “Suspiro de Limeña”, uma das tradicionais delícias peruanas. O creme feito com doce de leite e gemas de ovos é coberto com merengue e um toque especial: vinho do porto. Uma das particularidades da culinária latino-americana é comer com a mão. Essa e muitas das características tradicionais da gastronomia mexicana se mantém de tal forma que a Unesco resolveu pela primeira vez dar um título na área de gastronomia. Por manter tradições originárias de mais de dois mil anos atrás, a comida mexicana foi declarada patrimônio intangível da humanidade. Serviço SCLS 404, Bl. C, Lj. 15 (61) 3323.4618 Ceviche peruano: o delicioso peixe branco cru, marinado no limão, com pimenta peruana (aji amarillo) e gengibre.
Spoleto A
Sucesso no Spaghetti Caprese di Ricotta
liar a culinária clássica italiana a bom preço sem perder a qualidade. A aposta, lançada em 2010 pelo Spoleto com o Bolognesa Clássico deu tão certo, que o cardápio da rede ampliou. A vedete da casa agora é Spaghetti Caprese di Ricotta, por apenas R$ 9,90. A novidade traz receita tradicional do sul da Itália, assinada pelo chef Gianni Carboni, com suculento molho ao sugo importado, ricota e folhas de manjericão. Como no Spoleto o cliente personaliza seu prato, com mais R$ 2,50 o prato pode ganhar mais quatro ingredientes. A sugestão de Gianni é salpicá-lo com mais manjericão, mussarela, cenoura, azeitona preta e um fio de azeite. “O Spaghetti Caprese di Ricotta é leve pelo baixo teor calórico do queijo usado, mas com forte paladar italiano, devido ao encorpado molho combinado com os demais ingredientes. Uma bela combinação para o dia a dia”, define o chef. Com o prato, o Spoleto estima aumentar as vendas em 10% e incrementar em 8,5% o faturamento mensal
nos próximos três meses. Segundo projeção do diretor de marketing e franquias Antonio Moreira Leite, o Spaghetti Caprese deve abocanhar sozinho 8% do total de refeições vendidas. “Queremos replicar o sucesso que alcançamos com o Bolognesa Clássico no ano passado, nosso primeiro lançamento a R$ 9,90 e, para isso, escolhemos outra receita típica italiana de grande sucesso. Com esse projeto incrementamos em até 18% as vendas no pico da campanha em outubro de 2010”, declara Moreira Leite. Serviço Spoleto Posto de Conveniência da SQN 314 SHC / Norte SQ 314 BL B PLL 03 Parte A – Asa Norte (61) 3447-8092 Spoleto Financial Center Setor. Bancário Sul, Qd. 01 Bl C, Lj 13 – Asa Sul (61) 3321-7952
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Cultura
Por: Tássia Navarro | Fotos: Fábio Pinheiro
Brasília em 360°
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Fotos de pontos turísticos expostas em museu virtual
atrimônio Cultural da Humanidade, Brasília agora conta com uma ferramenta virtual capaz de eternizar e divulgar seus monumentos. Com a proposta de eternizar e divulgar os atrativos arquitetônicos, naturais e históricos da capital, o Museu Virtual de Brasília traz para todo mundo ver fotografias 360° em alta resolução de lugares como a Catedral, o Catetinho, a Torre de TV, Esplanada dos Ministérios, Palácio da Alvorada e outros, famosos pela arquitetura moderna e arrojada da capital do país. Disponível na internet, ainda em fase de aprimoramento, o projeto foi desenvolvido pela equipe do Instituto Viva Capital, em parceria com a Casa da Cultura da América Latina da Universidade de Brasília (UnB) e o Arquivo Público do Distrito Federal. De acordo com a diretora da Casa da Cultura da América Latina, Ana Queiroz, o apoio ao projeto se deveu ao fato do reconhecimento de Brasília como patrimônio latino-americano. Fruto da tese de mestrado da professora da UnB, Ariane Abrunhosa, o “projeto piloto”, como define sua idealizadora, está disponível tanto em
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português como inglês. “Piloto porque ainda não está completo”, afirma. Registrando um pouco dos 51 anos de história da cidade que é um “museu a céu aberto”, o projeto mostra as façanhas urbanísticas de Lúcio Costa, as construções projetadas por Oscar Niemeyer e tudo que envolve Brasília. Além de informações sobre a cidade, arte, cultura e turismo. Uma espécie de portfólio turístico virtual que pretende despertar em quem ainda não conhece a capital, a vontade de visitar o lugar onde todas as Ariane Abrunhosa
culturas se misturam com a política e a inovação arquitetônica. Ainda é possível ver no Museu Virtual uma série de vídeos que registra as primeiras imagens de Brasília e depoimentos de pioneiros que vieram morar e ajudar na construção da capital federal. Também é possível ter acesso a alguns documentos digitalizados, como o do concurso que escolheu o formato do avião para o Plano Piloto de Brasília e a defesa que Lúcio Costa fez de seu projeto urbanístico junto à comissão julgadora dos 26 projetos que concorreram para a construção da nova capital do Brasil, em março de 1957. O lançamento do site é parte das comemorações da 9ª Semana Nacional de Museus, que teve início no dia 16 de maio. Segundo Ariane Abrunhosa, a proposta é disponibilizar no Museu Virtual todo patrimônio material tombado da cidade. “Agora estamos começando a segunda etapa do projeto. Uma série de coisas como ampliação será feita e procuramos patrocínio para poder desenvolver”, conclui.
Serviço www.museuvirtualbrasilia.org.br
Música
Bohumil Med*
O rei dos instrumentos A
lém de cozinhar, costurar e bordar; tocar piano era considerado parte da esmerada educação das moçoilas burguesas do passado, e importante prerrequisito para um bom casamento. Originalmente erudito e descendente de um nobre antepassado, hoje o instrumento compete em popularidade com o violão (mais barato e supostamente mais fácil de tocar), mas não perdeu a majestade. Continua roubando a preferência e ocupando o posto de o instrumento mais conhecido e tocado do planeta. Só na China, segundo dados da imprensa especializada, produzem-se mais de mil pianos por dia – isso mesmo, por dia! E o número de estudantes conta-se aos milhões.
HISTÓRIA Seu aristocrático ancestral é o cravo, aquele instrumento que se parece com um armário triangular deitado, apoiado em três pernas. O som é produzido por cordas pinçadas como no violão, porém, com palhetas acionadas por teclas. E como no violão, o som é curto e fraco. O piano foi uma evolução. Entre outros melhoramentos, os antigos fabricantes descobriram que a substituição das palhetas por martelos proporcionava variação de intensidade e de duração do som. Os primeiros pianos, ainda bem primitivos, surgiram nos anos 1700. A paternidade é creditada ao
italiano Bartolomeo Cristofori. Conhecido, então, como pianoforte, o nobre descendente continuou sendo aperfeiçoado até chegar ao modelo atual, cujos melhores exemplares são representados pelas marcas Steinway, americana; Bösendorfer, alemã e Petrof, tcheca – hegemonia que, aos poucos, perde espaço para novos concorrentes como a Yamaha, a Kawai. A elite do instrumento é o piano de cauda que pode atingir cerca de 3 metros de comprimento e custar os olhos da cara de um pobre mortal. Mas não se desespere! Existem modelos mais econômicos conhecidos como piano de armário (verticais), que cabem em espaços menores e bolsos menos abastados. Concorrem com eles os padrões eletrônicos, que dispensam afinação. Segundo os alunos, o piano tem um grande problema: notas demais! (Chegam a 88 teclas.) O aprendizado é tão complexo que existem escolas e técnicas diferentes e muitas divergências. Para atingir alto nível interpretativo, requer do pianista vários anos de estudos e treinos de muitas horas diárias, enquanto lhe durar a vida útil.
GRANDES INTÉRPRETES Dos grandes pianistas do passado, devemos citar os também compositores Beethoven, Chopin e, principalmente, Franz Liszt – o feiticeiro do piano – comparado em talento e poder de
sedução a Paganini, no violino. Depois deles muitos nomes se fazem presentes na lista dos virtuoses. Destacamos o polonês Arthur Rubinstein, o russo Vladimir Horowitz, o italiano Arturo Benedetti Michelangeli e os brasileiros Magda Tagliaferro, Guiomar Novaes e Nelson Freire, intérpretes que inspiraram muitos compositores. Sem a menor dúvida, o piano ganha dos demais instrumentos em número de composições a ele tributadas. São concertos, sonatas e peças diversas... Tantas que pianista nenhum conseguiria tocar nem a metade, ainda que dedicasse a vida a isso. A literatura (métodos, manuais, livros) é igualmente vastíssima. A propósito, no último 13 de maio, na Casa Thomas Jefferson, mais um livro foi lançado. Com o título de “A Genealogia do Piano”, Licia Lucas e Marne Serrano Caldeira retratam o desenvolvimento das escolas pianísticas pelo mundo afora através de grandes pianistas. Numa edição primorosa, os autores dão inúmeras informações indispensáveis para estudiosos ou apreciadores do (já quase plebeu) instrumento. A comercialização da obra foi confiada à Livraria MusiMed, W3 Sul, quadra 505. Recomendamos. *Bohumil Med Professor emérito da Universidade de Brasília. Com a colaboração de Regina Ivete Lopes
A maior livraria musical da América Latina está localizada em Brasília. Aqui você encontra: • Livros de música, DVDs didáticos-musicais, • Métodos e Partituras: • Importados e nacionais; • Em todos os estilos; • Para todos instrumentos musicais; • Nivel iniciante ao avançado
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Meio Ambiente
Por: Veronica Soares | Fotos: Fábio Pinheiro
Lago Paranoá
Lixo nas suas margens é preocupação de todos
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riado para amenizar o clima seco do cerrado, o Lago Paranoá se tornou uma das principais atrações de lazer para os moradores de Brasília. Seja na orla de clubes ou nas áreas abertas ao público, são nos finais de semana que o espaço se torna a alegria das pessoas que procuram as águas do lago artificial para refrescar a alma e o corpo em épocas de tempos quentes de Brasília. Mas, infelizmente, nem todos que usam o lago para se divertir, atentam para a necessidade de manter o local limpo. Fazendo um passeio pelas margens do Lago Paranoá, o ambiente que se vê não é tão animador assim. Muitas das pessoas que vão ao local, acabam deixando para trás um rastro de sujeira e de descaso. Garrafas pets, sacolas plásticas, pneus, pratos de comidas, copos plásticos e carvão são alguns objetos que os usuários deixam às margens do lago. O lixo é um problema de todos, principalmente daqueles que defendem a conservação e qualidade da água. Segundo o presidente da Associação dos Amigos do Lago Paranoá (Alapa), Marconi Antônio de Souza, parte do problema só será resolvido quando o Projeto Orla for realmente implantado nas áreas do lago que são abertas ao público. “O estado tem que arrumar meio para que a orla seja utilizada de forma mais organizada”, pondera. Segundo ele, são exatamente essas áreas sem infraestrutura que sofrem com o descaso dos visitantes como no Piscinão do Lago Norte e a Prainha. No Piscinão, por exemplo, além das pessoas deixarem sujeira no local, muitos dos freqüentadores aproveitam para lavar o carro às margens do Lago. “Uma das alternativas para manter essas margens limpas seria a implantação do projeto orla. Isso vai fazer com que as pessoas que visitam o local tenham
infraestrutura adequada de banheiros, lixeiras e estacionamento”, salienta. Além das áreas já citadas, outro espaço que requer cuidados, conforme Marconi, é a pequena área que fica entre a ponte JK e o Clube do Golfe. No lado direito da ponte JK, o Projeto Orla já foi implantado. Mas do outro lado a realidade é bem diferente. “Muitas pessoas que vão tomar banho naquela área deixam restos de lixo para trás”, ressalta. Mas o problema de descaso com a limpeza das margens do lago vão bem mais além. De acordo com o presidente da Alapa, é comum e recorrente, clubes, instalados entre as pontes Costa e Silva e das Garças, não cuidarem do lixo produzido e acabam depositando os mesmos às margens do manancial. Como se não bastasse, até mesmo as águas pluviais desses clubes são canalizadas para dentro do Lago Paranoá. “O lago deve ser usado de forma organizada. Consciente”, lembra. “Moradores que têm suas casas na orla do lago fazem de tudo para manter suas margens limpas. Mas aquelas em que as áreas não dispõem de infraestrutura adequada, a sujeira e o lixo toma de conta mesmo”, conta. Mas nem todas as pessoas que usam o piscinão do Lago Norte têm atitude de desrespeito à natureza. Sempre que lhe sobra tempo, a faxineira Eliane Costa, 35 anos, leva os dois filhos para tomar banho no Piscinão. O passeio de finais de semana é uma verdadeira alternativa de lazer para toda a família. Mas quando o assunto é sujeira, Eliane é categórica. “Já presenciei coisas absurdas aqui. As pessoas não têm consciência de cuidar do lixo que produzem. Jogam garrafas
e sacolas sem o menor cuidado com o lago”, relata. Para ela, se o local dispusesse de infraestrutura e mais lixeiras, talvez a realidade fosse diferente. Mesmo sem lixeiras o suficiente, Eliana disse que costuma levar sacos para colocação do lixo que ela e a família produz. “É uma vergonha. Acho que todos têm que fazer sua parte”, ressalta. E é nas horas de folga que o autônomo Kleriston Nascimento, 22 anos, costuma dar um mergulho nas águas do Lago. O local escolhido é sempre a prainha. Nos finais de semana, o espaço, que também abriga a praça dos orixás é tomado por pessoas que vão até lá para dar umas braçadas nas águas, pescar ou fazer piquenique com a família. Não diferente do Piscinão do Lago Norte, o ambiente também é alvo de descaso por parte de muitos dos seus freqüentadores. Quando a farra acaba, o que resta são latas de cervejas, churrasqueiras improvisadas, copinhos e pratos de plásticos e muitas garrafas. “Não custa nada depositar o lixo num local adequado. Temos que cuidar do lago para que daqui a alguns anos, os meus filhos também possam usufruir disso aqui”, salienta Kleriston. De acordo com a Diretoria de Operações do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), a limpeza das margens do lago é realizada com frequência. A sujeira é tanta que, em toda operação, são retirados aproximadamente 15 toneladas de lixos. Além das famosas garrafas pets e sacolas plásticas, durante a limpeza são retirados utensílios domésticos como fogões, panelas, sofás e colchões. Enfim, sujeira e objetos de todas as espécies. Para ambientalistas, uma total falta de respeito com o meio ambiente.
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Jornalista Aprendiz
Por: Filipe Matoso | Ilustração: Joana Nobrega
Intercâmbio pode prejudicar estudos Idade influencia bastante quando jovem pretende estudar no exterior
A
conclusão do ensino médio é um momento aguardado por muitos jovens. Nessa época, a profissão começa a ser pensada e a carreira começa a ser definida. Além disso, é o período em que muitas famílias enxergam como a hora certa de um jovem fazer intercâmbio. No entanto, pais e adolescentes devem tomar cuidado para que os estudos no exterior não prejudiquem o estudante aqui no Brasil. Susannah Gurgel, 13 anos, pretende estudar em outro país em
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2014. A jovem deve ir para a Argentina e para o Canadá para aperfeiçoar os idiomas espanhol e inglês. “Tenho vontade de ir para outro país para conhecer a cultura e melhorar os idiomas que aprendi. Aqui no Brasil a gente tem aulas de outras línguas, mas não as usa. No Canadá e na Argentina eu vou ter que utilizar o que aprendi aqui e assim vou aprender mais”. Susannah diz, ainda, que vai para estudar, então pretende aproveitar ao máximo o período que passar fora do Brasil.
Para a pedagoga Daniela Caldeira, se o jovem não tem uma profissão em mente, é mais fácil se mudar para outro país, conhecer outras culturas e aprender outra língua. No entanto, se o adolescente começou a faculdade ou tem uma carreira definida, o processo de ir estudar em outro país pode atrapalhá-lo, pois o ritmo de estudos sofre uma quebra. Em relação à idade, Daniela afirma que a partir dos 16 anos, o jovem passa a ter responsabilidade o suficiente para se mudar para outra nação, mas alerta que o mais interessante é que se espere, ao menos, a conclusão no Ensino Médio. Marisa Pacheco tem dois filhos e eles estudaram em outro país quando mais novos. Para a mãe de Maria Eugênia e Marcelo Tomazini, o aprendizado, as experiências e o amadurecimento dos adolescentes foram os itens mais pensados na hora de tomar a decisão. “Quando resolvemos que nossos filhos passariam algum tempo no exterior, ficamos com uma certa dúvida, mas tínhamos a clareza de que seria o mais interessante a fazer”, lembra Marisa. Maria Eugênia fez o 3º ano do Ensino Médio nos EUA e, ao terminar a faculdade de jornalismo no Brasil se
tural, o aprendizado em outro país e, principalmente, o aperfeiçoamento de outro idioma. Para a psicóloga Dhiuliana Moura, o intercâmbio é uma experiência que deve ser feita, principalmente pelo fato de o adolescente conhecer outra cultura. Além disso, os pontos positivos da mudança são a preparação para o mercado de trabalho, o amadurecimento, as experiências vividas e o aprendizado. A profissional afirma, ainda, que a idade é um fator preponderante na volta de uma pessoa que estudou em outro país. Ela acredita que pessoas mais velhas tendem a voltar do exterior com projeções de aumentar o salário, serem promovidas no emprego e etc. No caso de jovens estudantes, as expectativas são mais brandas ao voltar de uma viagem de intercâmbio.
Divulgação
mudou para a Inglaterra. Marcelo, aos 25 anos se mudou para a Austrália para aperfeiçoar a língua inglesa. “Além dos meninos irem para outro país, mais interessante será se eles conseguirem colocar em prática aqui no Brasil o conhecimento adquirido no exterior”, completa. A agência de intercâmbio Brazilian Exchange atua há 21 anos no mercado em Brasília e já levou mais de 13 mil estudantes para o exterior. De acordo com a empresa, a maioria dos adolescentes que pretende estudar em outro país está na faixa etária de 14 a 18 anos, são de classe média, estudam em escolas particulares e têm algum domínio da língua inglesa. Entre os pais, o comum é ver adultos que buscam experiências internacionais para os filhos, além de incentivarem o conhecimento cul-
Serviço Filipe Matoso é estudante do 5° semestre de jornalismo do IESB
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Propaganda e Marketing
T
Carlos Grillo*
PROCURA-SE
oda vez que encontro estudantes de comunicação, uma mesma pergunta sempre aparece: “Como faço para conseguir um estágio?”. Aproveito a chance e desando a falar sobre o tipo de profissional que procuro e do qual o mercado carece. Meus interlocutores ouvem com aparente atenção, mas a ficha cai para poucos. Se me permite arriscar uma estatística, diria que um em cada mil percebe o caminho. Com efeito, busco aquele profissional que, ao entrar na agência, comporte-se como o dono e não como um empregado. Se, por um lado, a oferta de mão de obra (e de vagas) nunca esteve tão farta, por outro, as empresas padecem com a falta de líderes. Compartilho aqui cinco lições que contribuíram para a minha formação. Espero que sejam úteis também para você:
ventaram, de modo abrupto, as relações humanas. Tanto as afetivas, quanto as comerciais. A comunicação e o marketing, mais sensíveis a esse movimento, acusaram o golpe. Os modelos tradicionais de negócios dobraram o joelho e foram ao chão. Os profissionais que não acompanharam as mudanças caíram juntos. Vive-se agora um momento ímpar de oportunidades para quem deseja entrar no mercado. Desde que você esqueça essa história de on-line, off-line, bellow the line, across the line e outras linhas. As portas estão abertas para quem pensa de modo multidisciplinar e executa em multiplataformas.
1 – Aproveite a faculdade para aprender a pensar
Empresas são organismos vivos. Às vezes, elas adoecem e precisam de cuidados. Depois, voltam a ficar saudáveis e crescem. Novos problemas surgem. E, assim, elas seguem cada uma com seu ciclo de vida todo particular. Ao contratar um profissional, o empreendedor espera que essa pessoa entenda o ecossistema em que a agência está inserida e contribua para melhorá-lo. Para isso, é imperativo conhecer as fraquezas da empresa e, sobretudo, propor soluções para superá-las. Aquele profissional que, dedo em riste e cara amarrada, só aponta os problemas acaba por tornar-se um.
É muito comum encontrar quem defenda a inclusão de disciplinas mais técnicas nos cursos de comunicação e marketing. Aulas de Photoshop, Excel, Corel Draw, Word, Ilustrator e Indesign, por exemplo. Seria uma forma de aproximar a academia da realidade do mercado, dizem. Eu discordo. Não precisamos de usuários avançados de softwares. Precisamos de pessoas com capacidade de analisar problemas, propor soluções e conduzir projetos. Profissionais com visão de mundo e senso crítico. O conhecimento instrumental tem sua importância, é claro, mas o que fazer com ele sem uma ideia? Aproveite sua faculdade para estudar filosofia, sociologia, história, psicologia, administração, antropologia e outras áreas do conhecimento capazes de prepará-lo para a vida e não para um emprego.
2 – Dedique-se à gestão do seu tempo Hoje, mais do que nunca, um profissional precisa executar inúmeras tarefas dentro de prazos cada vez mais curtos. Para isso, é fundamental estudar, buscar referências e atualizar-se sempre. Você ainda precisa cuidar da sua vida social – sim, é necessário ter uma – e dedicar-se à família e aos amigos. Como é possível fazer tudo isso em exíguas 24h? A resposta é simples: disciplina. Planeje seu dia e mantenha o foco. Crie sua agenda e seja rígido com seus compromissos. A oferta de tentações para lhe tirar do rumo é enorme. Tem uma música muita divertida do Zeca Pagodinho que diz: “Nessa vida, o que não falta é tatu disposto a levar você para o buraco”. A escolha é sua.
4 – Seja propositivo sempre
5 – Seja o primeiro a chegar e o último a sair Essa é uma hipérbole muito ouvida nas agências de alto nível, em que a concorrência por uma simples vaga de estágio chega a níveis insalubres. Desconte o exagero e reflita sobre o conceito. Quer um lugar nas principais agências do país? Trabalhe duro. Mas faça isso por você. Pela sua carreira. E não pela empresa. Fecho com uma história do vasto folclore publicitário. Certa vez, um empregado não muito afeito à labuta, reagiu à bronca do patrão workaholic: “Você trabalha assim porque você é o dono”. O preguiçoso foi demitido na hora e levou para casa a seguinte reposta de troco: “Eu não trabalho assim porque sou o dono. Eu sou o dono porque eu trabalho assim”. O patrão desse caso, segundo consta, era o baiano Nizan Guanaes. Até semana que vem.
3 – Pense de forma multidisciplinar e mul- *Carlos Grillo Sócio Diretor da Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais tiplataforma A internet, as redes sociais, os smartphones, os tablets, a TV digital e outras tantas tecnologias rein-
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Email: grillo@monumenta.com.br Twitter: @carlosgrillo
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Vinho
Antônio duarte*
EQUILÍBRIO E CARACTERÍSTICA T
DO VINHO
odo vinho tem suas características particulares organolépticas. Tem sua cor (branco, tinto, rosado), sua transparência (expressa o grau de conservação), seu aroma e seu sabor. O vinho é uma substância viva. Tem uma estrutura dinâmica e variável. É derivado de numerosas transformações biológicas, químicas, físicas e enzimáticas. Além disso, a casta, a idade do vinho, o solo, o microclima, a técnica de cultivo, a poda, o sistema de vinificação, a safra e a maneira de conservá-lo influem de maneira marcante para sua variada e complexa composição química como para a existência de características tão diferentes. Assim, podemos encontrar nos vinhos mais de 200 substâncias, que irão contribuir para sua harmonia, equilíbrio e características distintas. Alguns componentes do vinho têm papel mais relevante que outros já que são determinantes na nossa percepção do vinho. Estes componentes são aqueles que conferirão ao vinho doçura, acidez e adstringência. A doçura é dada pela presença não apenas de açúcar, mas também pela presença de álcool e glicerina. Estes últimos, embora não tendo um sabor doce no sentido estrito da palavra, propiciam sensação de doçura. Estas substâncias se opõem à acidez e à adstringência abrandando-as. A acidez do vinho provêm em parte de ácidos presentes na uva (ácido tartárico, málico, cítrico), e em parte de ácidos formados durante a fermentação (ácido lático, succínico, acético). Estas substâncias, quando em correta concentração (0,5 a 0,7%), conferem ao vinho vivacidade e, quando em excesso (0,9 a 1,0%) deixam o vinho duro. Além disso, uma certa riqueza em acidez torna a cor mais viva e brilhante. A adstringência do vinho é determinada pela presença de taninos. Estes compostos
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encontram-se principalmente no engaço, na casca e nas sementes da uva (taninos catéquicos) e passam ao vinho por maceração ou esmagamento. São também incorporados ao vinho taninos advindos da madeira (carvalho, castanheiro, etc.) das barricas de amadurecimento (taninos gálicos). Estas substâncias são amargas e adstringentes. Os vinhos tintos contem até 3 g/l, enquanto os brancos não ultrapassam poucas dezenas de miligramas. A medida em que os vinhos vão envelhecendo, vai diminuindo a adstringência pela polimerização dos taninos. O que dá cor aos vinhos tintos são os pigmentos. Estes são naturais das uvas, principalmente da sua casca. Existem uvas mais pigmentadas do que outras. Por exemplo, as uvas Tannat, Syrah, Nebbiolo, Grenache, Cabernet Sauvignon e Baga produzem vinho menos transparente e com cor profunda. As uvas Cabernet Franc, Merlot e Pinot Noir (entre as principais) produzem vinhos de tons médios. E há vinhos de tons mais claros, feitos de uvas pouco pigmentadas como a Gamay (Beaujolais). Um dos pigmentos presentes nos vinhos são os compostos fenólicos denominados antocianos. Estes pigmentos, com o passar do tempo, vão tendo sua cor alterada devido às reações químicas espontâneas que acontecem com o vinho engarrafado. Os antocianos inicialmente apresentam tom azulado. Esta cor evolui para o violeta e depois para o avermelhado. Assim, a cor do vinho nos indica a idade. Os vinhos mais claros, na evolução, tomam tons alaranjados; os mais escuros, depois de passar pelo vermelho, se acastanham.
*Antônio Duarte Presidente da filial brasiliense da Associação Brasileira de Sommeliers
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Livro Sem Medo de Viver
Livro O andar do bêbado
Livro Fetiche – Moda, Sexo & Poder
Autor Äsne Seierstad
Autor Max Lucado
Autor Leonard Mlodinow
Autor Valerie Steele
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Editora Jorge Zahar
Editora Rocco
Trata-se do relato da jornalista norueguesa especializada em cobrir guerras. Neste caso, ela relata a guerra do Iraque, ocorrida em 2003, antes, durante e depois das batalhas. Em seu depoimento, observa-se nitidamente a postura do ditador Sadan Hussein que governava seu país impondo medo à população, embora tivesse inúmeros seguidores.De outro lado,a força americana em destruir tudo aquilo que vê pela frente, não respeitando população civil, velhos e crianças. Da mesma forma, percebe-se claramente o interesse americano em guerrear, usando como pretexto a idéia de que o Iraque seria perigoso ao mundo por possuir arsenal atômico, o que nunca foi comprovado. Pelo contrário.
O autor mostra um novo caminho para uma vida sem medo, que ajuda a libertar e redescobrir a fé. Recomendo a obra porque nós vivemos cercados pelo medo: crise econômica, terrorismo, guerras, doenças, desemprego. Como podemos sobreviver tendo de lidar com tantos temores?
O livro fala sobre a influência do acaso em nossas vidas e o fato de não estarmos preparados para lidar com o aleatório. Com exemplos e pesquisas, o autor, o físico americano Leonard Mlodinow, apresenta de forma divertida as ferramentas para que possamos identificar os indícios do acaso e, como resultado, nos ajuda a conviver melhor com o que não podemos controlar.
Com o olhar antropológico, o livro trata da moda como expressão simbólica do sexo. Na obra entendemos um pouco sobre o que se mostra ou esconde por traz das escolhas de uma roupa e o que a leva a ser cultuada sob diversos fetiches incorporados ao nosso imaginário. Ao relatar a história de objetos como o espartilho, sapatos altos e meias finas, a autora explica como os itens podem despertar fantasias e paixões. É uma leitura curiosa e aguçada!
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Frases A vida oferece a cada criatura sua taça de amargura. A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; Os bons bebem, o malvado faz com que todos ao seu mas só pode ser vivida olhando-se para a frente. lado bebam. Soren Kierkegaard Manoel Palácio
A vida não consiste em ter boas cartas na mão e sim em jogar bem as que se tem.
Vivemos em uma época perigosa. O homem domina a natureza antes que tenha aprendido a dominar a si mesmo.
Josh Billings
Albert Schweitzer
A vida é uma comédia para os que pensam e uma Do fanatismo à barbárie não há mais do que um tragédia para os que sentem. passo. Horace Walpode
A prudência é a filha mais velha da sabedoria. Victor Hugo
A tolerância só não é esgotável nos idiotas. Rui Barbosa
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Denis Diderot
A verdadeira afeição na longa ausência se prova. Camões
A verdade é filha do tempo e não da autoridade. Galileu Galilei
Justiça
Everardo Gueiros *
PRÓ-DF O
em cheque
s empresários do DF correm o risco de ter os benefícios do Pró-DF (Programa de Promoção do Desenvolvimento Econômico Integrado e Sustentável do DF) cancelados. Recente decisão, tomada na última quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF), declarou inconstitucionais alguns dispositivos da Lei Distrital nº 2.483, de 1999, que cria o programa. A decisão cancela, por exemplo, o financiamento de 70% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), entre outros benefícios oferecidos às empresas para se instalarem na capital federal, como a redução da base de cálculo de até 100% sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e Predial e Territorial Urbano (IPTU), concessão de terrenos com descontos de até 95% nos preços dos lotes fornecidos pela Terracap; além de linhas de crédito com juros mais baixos. Para os Ministros do STF, os benefícios violam os artigos 150 e 155 da Constituição Federal - que permitem a redução do tributo somente em caso de decisões consensuais entre os Estados e do Distrito Federal- desestimulando, assim, a guerra fiscal. Além disso, argumentaram que a redução do ICMS causaria prejuízo à livre concorrência, com o benefício para algumas empresas em detrimento de outras. Os empresários que aderiram ao programa poderão ficar em situação financeira difícil caso tenham que arcar com os tributos renunciados, já que ainda não está definido se os efeitos da decisão retroagem ou não. Por outro lado, além da enorme insegurança jurídica que acomete hoje os empresários do DF, as conseqüências da decisão podem causar enormes prejuízos não só
para o setor produtivo, mas especialmente para a população do DF com perda substancial de empregos e renda, o que afetaria diretamente a economia local. A equação é péssima: aumentar custos significa aumentar preços, vender menos e demitir funcionários. Cabe agora ao GDF mostrar a que veio e, com agilidade, encontrar uma solução que garanta além da permanência das empresas no DF, também sua sobrevivência, sem que tenham que pagar esta amarga conta que, diga-se de passagem: não deram causa. O risco da diminuição de postos de trabalhos é iminente com a debandada de empresas para outros Estados. É preciso buscar alternativas para manter os incentivos do Programa de Promoção do Desenvolvimento ou criar um novo modelo de incentivos fiscais para que a indústria local não perca competitividade, nem a população seus empregos. Outro ponto a ser discutido são as necessárias mudanças nas regras do CONFAZ, que exigem que as decisões sejam unânimes entre os Estados, quando na prática cada Estado define suas regras como melhor lhes convém, acirrando a famigerada guerra fiscal. A oportunidade de se resolver tais questões é impar, quando Governo e Congresso debatem a reforma tributária. É hora de se posicionar. (*) Everardo Gueiros é advogado, com atuação na área empresarial, pós-graduado em Direito Processual Civil e Eleitoral e doutorando pela Universidade de Buenos Aires. Atualmente, preside a Caixa de Assistência dos Advogados do DF, mandato 2010 – 2012, e responde pela assessoria jurídica da Associação de Jovens Empresários do DF.
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Diz Aí, Mané
“O Brasil é um país abastardo com um futuro promissório”
“As constelações servem para esclarecer a noite”
“Quanto à opinião pública, podemos dizer que ela é mutável. Por exemplo: na hora do parto, a mulher pode optar pelo aborto”
“Então o governo precisou contratar oficiais para fortalecer o exército da marinha”
“A comunicação é moderna porque usa modernidades da atualidade”
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“Sobrevivência de um aborto vivo”
“O fidibeque é a mesma coisa que a retroinformação, ou seja a informação que vem por trás”
“O batismo é uma espécie de detergente do pecado original”
“Marketing em português é mercado, marketing pessoal, portanto é o mercado que freqüentamos”
Estilo e atitude começam na infância
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Por: Veronica Soares | Foto: Fábio Pinheiro
GDF escolhe
agências de publicidade
Sec. Abimael Nunes diz que a mudança já era esperada
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O governo do Distrito Federal está prestes a escolher as três agências de publicidade que farão as propagandas dos órgãos do governo e da Administração direta do GDF nos próximos anos. Para garantir transparência no processo licitatório, foi realizada no último mês de junho uma audiência publica para tirar dúvidas quanto os termos do edital para escolha dessas agências. O encontro aconteceu no Setor Bancário Sul e reuniu cerca de 50 empresários do segmento. De acordo com o secretário de Publicidade Institucional do GDF, Abimael Nunes, o modelo da publicidade adotado no DF será diferente do adotado na esfera do governo federal. A
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ideia é que, em no máximo três meses, as agências já estejam trabalhando e o público possa ver as novas campanhas publicitárias sendo veiculadas. “Esse é um desafio muito grande, pois estamos escolhendo as empresas que vão cuidar da imagem de Brasília nos próximos anos”, enfatiza o secretário. Essa é a primeira licitação sobre o assunto no governo Agnelo Queiroz. A mudança sobre publicidade e propaganda do DF já era esperada. Mesmo porque, os grupos que hoje são responsáveis pelas mídias do GDF estão no poder, no mínimo, há 10 anos. “É um processo natural. Pretendemos dar mais transparência a seleção de contratação dessas empresas”, finaliza.
Fotos: Matéria sobre Chá de Bonecas da Plano Brasília Kids
Assuntos de criança que vão encantar gente grande A Plano Brasília Kids nasceu da necessidade de trazer para as mães mais curiosas e naturalmente apaixonadas por seus filhos as novidades polêmicas e deliciosas da vida em família. Ela é a primeira revista da nossa cidade que traz matérias divertidas onde a brincadeira é levada a sério.
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Ponto de Vista
É
A Ordem é ética
muito comum se ouvir reclamações contra uma pequena parte dos advogados que atuam em nossa cidade. Também é muito corriqueiro se ouvir piadas fazendo pilhéria da honestidade desses profissionais. Para fazer a sua parte no enfrentamento desta lamentável realidade, com coragem e altivez, a atual gestão da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal, sob a presidência de Francisco Caputo, coerente com a promessa que fez em campanha, vem priorizando e agilizando o processamento e o julgamento dos profissionais que se desviam do caminho ético. Tudo para demonstrar a sua intransigência com quem não trilha o caminho correto e para valorizar os bons advogados, homens e mulheres, que se dedicam dia e noite em seus escritórios ou nos tribunais na defesa da liberdade, da honra, da vida e do patrimônio das pessoas, os quais, felizmente, somam mais de 90% de todos os profissionais. Como é sabido, a OAB/DF possui um Tribunal de Ética e Disciplina (TED), cuja competência é processar e julgar os advogados que se desviam do caminho ético no exercício da profissão, aplicando-lhes as penalidades de censura, advertência e suspensão do exercício da profissão ou sugerindo ao Conselho a exclusão dos quadros da Ordem. Para isso, e visando dar celeridade aos processos originados de denúncias de clientes, de autoridades e da própria OAB, além de aparelhar o Tribunal com estrutura física e de pessoal, as atuais direções da Ordem e do Tribunal elevaram o número de membros julgadores de 35 para 60; criaram um Conselho Especial mais ágil para julgar os recursos; aumentaram de cinco para sete as turmas de julgamento e ampliaram de 40 para 130 o número de advogados instrutores dos processos. Com essas iniciativas, a Ordem e o Tribunal vêm formando um verdadeiro exército de abnegados 80
Claudismar Zupiroli *
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e voluntários advogados dispostos a trabalhar em suas horas de folga para ajudar na moralização da classe. Com o mesmo objetivo, criaram a Comissão de Admissibilidade para opinar sobre o arquivamento dos processos sem qualquer fundamento ou equivocados e dar celeridade aos mais importantes e sobre as condutas mais sérias. Com isso, aqueles advogados representados injustamente podem ter o fardo aliviado logo no início do processo e as energias de todos podem ser usadas para apurar as faltas mais graves. Dos cerca de seis mil processos do acervo recebidos pela atual direção, aproximadamente dois mil já foram resolvidos em um ano e meio de trabalho. Mais de 200 penalidades aplicadas em gestões anteriores foram executadas, sendo que ao todo mais de 350 advogados já sofreram as penas de censura, advertência ou suspensão neste mesmo período. Os nomes dos advogados apenados passaram a ser publicados mensalmente na revista Voz do Advogado, além de serem disponibilizados na página do Tribunal, no sítio da OAB na internet (www.oabdf.org.br), de modo que qualquer cidadão pode consultar essas listas antes de contratar um advogado. O mesmo endereço na internet também passou a ser usado para disponibilizar tanto as pautas de julgamento quanto a legislação e a programação das sessões, dando maior transparência à ação do Tribunal. E, para afastar qualquer tentação de uso político das denúncias ou de proteção corporativa dos profissionais, a competência de instruir os processos foi delegada pelo Conselho Seccional para o Tribunal. E foi instituída a distribuição aleatória e por sorteio de todos os processos, de modo que a direção do Tribunal deixou de ter qualquer ingerência ou influência na escolha de relatores ou instrutores.
Além de tudo isso, foi instituída uma Ouvidoria na OAB-DF (telefones: 3035-7276 e 3035-7282) com total liberdade para receber as reclamações e para orientar as pessoas que se sentirem prejudicadas por condutas de advogados sobre o melhor e mais eficiente modo de representar, mas também para orientar no sentido de resolver os casos que podem ser conciliados antes de se transformarem em processos. E, como a função do Tribunal não é apenas punir, mas também orientar e educar, com o incentivo do presidente Francisco Caputo, está sendo instituída a figura do Advogado Difusor. As atribuições desse profissional voluntário são as de ministrar palestras, dar aulas e participar de seminários nas universidades para difundir a ética entre os novos profissionais que são postos no mercado, em geral sem o necessário conhecimento de seus direitos e deveres. A advocacia é função essencial à Justiça e uma das profissões mais importantes dentre as atividades humanas, porque cuida daquilo que é mais caro e essencial à pessoa humana, que são os seus direitos fundamentais, a liberdade, a honra, a vida e o seu patrimônio. Para exercer esta profissão, os advogados precisam de liberdade, devem ser corajosos e altivos e devem ter suas prerrogativas respeitadas. E a atual direção da OAB/DF e o seu TED têm consciência de que só podem exigir respeito às prerrogativas profissionais se fizerem a sua parte, defendendo os bons e éticos advogados e penalizando, com seriedade, celeridade e sem corporativismo, os maus, aqueles que não honram o compromisso prestado e que causam prejuízos aos seus clientes, à sociedade e à própria classe. Só se respeita quem se faz respeitar. A ordem é: ética! (*) Claudismar Zupiroli Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/DF - presidente.ted@oabdf.com
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