Operating Manual to MINDSHIFT

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N. 0 OUTUBRO 2014

SPACESHIP EARTH

HACKTIVISMO

STATEMENT

FILIPE CARVALHO

EXPERIENCIA SOCIAL

PROJECTO CROWDSOURCING

FREELANCE DESIGNER

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CONTEUDOS P.

4 HACKTIVISMO EXPERIENCIA SOCIAL

“Mas, mais importante do que tudo, aprendemos que a partir de agora o sucesso é para todos ou para ninguém”

Buckminster Fuller

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12 STATEMENT PROJECTO CROWDSOURCING

“Somando tudo, descobrimos que o constituinte físico da riqueza - a energia - não pode diminuir, e que o seu constituinte metafísico - o conhecimento - só pode aumentar.” Buckminster Fuller

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44 FILIPE CARVALHO FREELANCE DESIGNER

“Quando a sociedade mundial se convencer de que a riqueza pertence tanto a todos quanto o ar ou o sol, aceitar um alto nível de vida sob a forma de um subsídio de pesquisa e desenvolvimento deixará de ser considerado uma esmola pessoal.” Buckminster Fuller


EDITORIAL

o contexto das preocupações de Design e Sustentabilidade abordadas nesta revista, considero pertinente destacar neste editorial o manifesto First Things First escrito em 1963 por Ken Garland, em conjunto com designers, fotógrafos e estudantes, e publicado em 1964 no jornal The Guardian. No ano 2000, o manifesto foi reeditado e publicado em várias revistas como a Adbusters (Canadá) e a Emigre (Issue 51). Cinquenta anos após a primeira edição do manifesto as linhas orientadoras continuam actuais pelo que a iniciativa de revisitar o First Things First tornou-se premente. Apresento esta versão inédita traduzida para português na qual me subscrevo.

O Manifesto

Cole Peters

Nós, abaixo assinados, somos designers, DEVELOPERS, criativos tecnológicos e comunicadores multi-disciplinares. Estamos preocupados com o estado actual da nossa indústria e dos seus efeitos nas culturas e sociedades de todo o mundo. Tornámo-nos parte de um contexto profissional que: premeia o capital de risco, lucro e expansão sobre a utilidade e projecção; exige um desequilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos seus trabalhadores; carece criticamente de diversidade de género, raça e idade; afirma resolver problemas mas favorece as soluções de natureza superficial; gere a informação pessoal dos clientes como objecto passível de ser rentabilizado em vez de ser protegido e privado; ignora a necessidade de reformar as políticas que afectam a jurisdição e propriedade de dados. Orientados neste sentido, temo-nos aplicado na criação de APPS triviais e indiferenciadas; redes sociais descartáveis; GADGETS fantásticos que apenas podem ser obtidos pelos mais abastados; produtos que usam a emoção como fachada para a venda de dados dos clientes; produtos que fomentam formas de comércio desonestas e distorcidas; e comunidades isoladas que afastam colaboradores e líderes carismáticos. Alguns de nós já aplicaram os seus conhecimentos em iniciativas que abusam da lei e dos direitos humanos, destroem sistemas críticos de criptografia e privacidade, e colocaram vidas em perigo. Temos negado o potencial das nossas profissões para gerar um impacto positivo na sociedade, e desperdiçamos o nosso tempo e energia a criar coisas que são redundantes ou até destrutivas.

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Tomás Marques

Existem propósitos mais dignos da nossa dedicação. As nossas capacidades podem ser benéficas em áreas como a educação, medicina, privacidade e segurança digital, campanhas sociais de consciencialização pública, jornalismo, design de informação e ajuda humanitária. Podemos transformar os actuais sistemas de finanças e comércio e reforçar os direitos humanos e liberdades civis. É igualmente nossa responsabilidade, como membros da indústria, criar mudanças positivas internas. É necessário investir na melhoria das nossas atitudes em relação à diversidade, inclusão, condições de trabalho e saúde mental dos trabalhadores. A falta de resposta a estas questões não deverá ser aceite por qualquer das partes. Em última análise, independentemente da área de intervenção ou dimensão, o nosso trabalho e a nossa atitude têm que assumir uma postura mais crítica e ética. Não é o nosso desejo retirar o prazer da vida. Deve sempre existir tempo para o entretenimento, projectos pessoais, humor, experimentação e utilização despreocupada das nossas capacidades. O que pretendemos é uma reorientação das prioridades a favor de formas de comunicação mais duradouras e democráticas. Um MINDSHIFT distanciado de modelos de negócio baseados no lucro-sobre-pessoas e corporações-sobre-indivíduos, orientado para o desenvolvimento e produção de trabalho significativo com impacto cultural positivo. Em 1964, e novamente em 1999, um grupo dedicado de profissionais assinaram os seus nomes para iterações anteriores deste manifesto, formando um movimento com o objectivo de utilizar as capacidades colectivas positivamente. Com o crescimento inédito da tecnologia ao longo dos últimos 15 anos, a sua mensagem torna-se ainda mais urgente. Hoje, em comemoração do seu 50º aniversário, decidimos renovar e ampliar o manifesto First Things First, com a esperança de catalisar uma revolução significativa tanto na nossa indústria como no mundo inteiro. First Things First 2014 é um projecto liderado por Cole Peters, com o apoio de um conjunto de pessoas e organizações diversas. firstthingsfirst2014.org

Editor Projecto Periodicidade Preço N. Exemplares Contactos Data Publicação Tipos de Letra

Tomás M. Correia Marques Design III #1, UC Sazonal 14.50€ 100 tmcm@student.dei.uc.pt Outubro 2014 Langdon (Títulos), Legacy Serif (Texto), Legacy Sans (Legendas) Ilustrações Patentes de Richard B. Fuller Impressão BookPaperDesign Dep. Legal 123456/14

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HACK TIVIS MO EXPERIENCIA SOCIAL

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omo afirmou Richard Buckminster Fuller em 1968 no seu livro Manual de Instruções para a Nave Espacial Terra, os recursos disponíveis no planeta “foram colocadas a bordo da Nave Espacial B Terra com o fim exclusivo de permitir a construção da nova maquinaria com a qual apoiar Richard Buckminster a vida e a humanidade em níveis cada vez mais “Bucky” Fuller eficazes”. (1895 - 1983) foi um No seu processo de desenvolvimento a huarquitecto neo-futurista americano, teórico manidade tem conseguido realizar avanços de sistemas, autor, designer e inventor. significativos no âmbito científico, social e ecoFuller publicou mais de 30 livros, nómico que têm implicações na qualidade de inventando e popularizando termos como vida e bem estar de grande parte da população Spaceship Earth, ephemeralization e sinergia. Desenvolveu também inúmeras invenções, mundial. principalmente projectos arquitectónicos No entanto, certas decisões do foro econóe popularizou globalmente o domo mico têm implicado que as soluções aplicadas geodésico. Buckminster Fuller foi um dos não sejam as melhores para o Homem e para primeiros futuristas e pensadores globais do nosso mundo. Fuller desenvolveu o ambiente, mas sim as alternativas de baixo o Inventário de Recursos Mundiais, Tendências custo que na maioria dos casos acarretam cone Necessidades Humanas como um banco sequências demasiado nefastas para o nosso de dados para seu World Game™, que utiliza um mapa Dymaxion™ do mundo planeta; esta distorção das prioridades colocanpara a exibição dos recursos existentes do sempre o custo monetário em primeiro lupermitindo aos jogadores criar estratégias gar têm implicado um preço demasiado grande de soluções para os problemas globais, para o nosso planeta. combinando as necessidades humanas com os recursos. O mapa Dymaxion™ Por outro lado, como destaca a Agenda 21, de Fuller foi a primeira representação princípio 8, “a maior causa de degradação à escado globo terrestre apresentando os la global é o padrão insustentável de produção continentes numa superfície plana sem e consumo dominante nos países industrializadistorção aparente. O Pensamento Global de Fuller originou os termos Nave Espacial dos, agravando a pobreza e os desequilíbrios” Terra e One-Town World. A sua abordagem sendo que “para alcançar um desenvolvimento abrangente inspirou diversas publicações sustentável e melhor qualidade de vida para tocomo o Whole Earth Catalog. das as pessoas, os Estados devem reduzir e eliminar padrões de consumo insustentáveis” 1. A sustentabilidade tornou-se parte da literacia no Design. Não será provável que se consiga alguma melhoria se quem gera ideias e conceitos, posteriormente materializados em produtos e serviços, não tiver noções de sustentabilidade. Existe a necessidade de mais e melhor informação que aborde a complexidade do conceito nas suas implicações. É também preciso, um novo destaque nos elementos

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HACKTIVISMO

contextuais em termos do Design, nos quais cada aspecto do produto, elaboração, uso, consequências ambientais e significado cultural seja examinado. O desenvolvimento do espírito crítico e criativo, questionando o existente, é também fundamental nas atitudes inovadoras indispensáveis para ultrapassar a resistência à mudança. A Experiência Social que foi desenvolvida e que é o mote deste artigo pretende ser uma intervenção pública de sensibilização para questões de sustentabilidade. Neste sentido, e numa perspectiva provocatória, o aviso “Este local foi classificado como Zona Experimental”, “Poderá estar sujeito a níveis de radiação electromagnética indeterminados, compostos orgânicos voláteis desconhecidos e substâncias de composição indefinida” pretende ser um confronto e uma proposta à reflexão crítica. De facto, apesar de conhecermos as implicações nefastas de muitos processos e decisões, continuamos a aplicar soluções que transformam o planeta Terra num laboratório experimental e o Ser Humano numa cobaia. Quando os Norte Americanos, C no contexto da segunda guerra mundial, lançaram uma bomba atómica no Japão para verificar se o seu poder era realmente potente transformaram o planeta numa experiência à escala global, letalmente ignorantes aos efeitos e consequências realmente nefastas para as populações e eco-sistemas existentes. Os avanços ao nível da energia nuclear podem ter fins positivos e construtivos, no entanto o Homo Sapiens aplico-o de forma destrutiva. O local escolhido para a intervenção é uma zona residencial de Coimbra particularmente edénica; toda a envolvente inspira beleza, confiança e segurança; contexto improvável para imaginarmos que existem perigos conforme as entrelinhas do aviso. Assim, as pessoas percepcionam a situação que coloco no aviso “zona experimental” de forma apreensiva e várias afastam-se do local; no entanto, no dia-a-dia estão expostas a componentes perigosos, radiações ocultas e outros compostos desconhecidos que resultam de decisões despreocupadas que comprometem o bem estar do Ser Humano.

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MINDSHIFT

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Efectivamente, estamos expostos a uma série de produtos que são vendidos quer em lojas físicas quer através da Internet que, mesmo com as diversas normas legisladas pela União Europeia, continuam a conter componentes nocivos para o ser humano, seres vivos em geral e para o planeta. As normas da União Europeia 2 pretendem legislar e controlar os produtos para que não contenham elementos lesivos para o ser humano e para a natureza. Como exemplo apresenta-se a directiva RoHS (Restriction of Hazardous Substances Directive) que pretende limitar a 0,1% o uso de certas substâncias na composição de produtos manufaturados na União Europeia ou importados dos EUA, China, Nova Zelândia e outros países; as substâncias restritas por esta norma são o Chumbo, o Mercúrio, o Cádmio, o Cromo hexavalente, o Polibromato bifenil e o Éter difenil polibromato (PBDE). Os dois últimos componentes são usados como retardantes de chamas em plásticos. Esta directiva 2 entrou em vigor no dia 1 de Julho de 2006 e a partir

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HACKTIVISMO

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desta data nenhum produto que contenha estas substâncias poderá ser vendido na Europa. Juntamente com a norma RoHS entrou também em vigor uma outra directiva que se refere à reciclagem de produtos electro-eletrónicos chamada WEEE (Waste from Electrical and Electronic Equipment), ou em português REEE (Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos). A norma REEE define a necessidade de recolha, reciclagem e valorização de todos os componentes, subconjuntos e consumíveis que fazem parte integrante de equipamentos eléctricos e electrónicos (EEE - 3E), no momento em que estes são rejeitados. No entanto, o mercado global em que vivemos permite que produtos não regulados entrem no nosso país, assim como na Europa, expondo ao perigo muitas pessoas que não têm conhecimento suficiente ou são indiferentes à problemática da insustentabilidade do consumo excessivo de produtos altamente poluentes. Segundo o estudo Study on RoHS and WEEE Directives 2 os elementos que deveriam ser eliminados com a norma RoHS continuam presentes em muitos produtos como as baterias (58% contém chumbo e 72% contém cádmio), amálgamas dentárias (mercúrio), tintas e pigmentos (chumbo, cádmio, mercúrio), os encaixes das lâmpadas (Polibromato

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MINDSHIFT

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bifenil e o Éter difenil polibromato (PBDE)) e outros materiais de construção civil (folhas e tubos de chumbo). De acordo com este mesmo estudo, os custos associados com a aplicação da norma RoHS até 2008 foram em média dez milhões de euros (média pesada de 21 milhões de euros), sendo que as empresas começaram a investir na norma em 1999 e o pico do investimento ocorreu em 2006. Ainda assim, o impacto em geral da aplicação da RoHS custou entre 1 a 2% do volume de negócios total das empresas. Como ponto de comparação, as empresas de electrónica aplicam em média 4-6% em R&D (pesquisa e desenvolvimento). De facto, o impacto da directiva RoHS, em termos de quantidade evitada de toxicidade potencial humana e eco-toxicidade por substância RoHS equivale a 100% para Crómio, 85% para Chumbo, 82% para Cádmio e 27% para Mercúrio (em relação ao valor total antes do RoHS). Os Designers, como muitos outros profissionais em sociedade, são confrontados por este novo paradigma, uma vez que o Design não é uma prática descontextualizada da realidade. Pelo contrário, como afirma Lawson os Designers inventam, criam e desenvolvem produtos com o propósito de serem vistos e usados 3, envolvendo na sua

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HACKTIVISMO

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Fotografia: FM

Componentes do Hack: I. Espaço edénico H. Homo Sapiens F. Aviso c/ suporte A. Fato protector C. Óculos de segurança D. Máscara c/ filtro E. Luvas latex G. Medidor de CO’s B. Manual Bucky

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MINDSHIFT

I

actividade vários actores desde os utentes aos clientes e legisladores. Há uma crescente consciência de que as actividades de Design têm enorme impacto na sociedade e ambiente. O poder do Design reside na concepção e planeamento, desde a ideia ao produto, quer seja objecto, sistema ou ambiente. A importância do Design é crucial, uma vez que 80 a 90% dos custos económicos e ambientais dos produtos são determinados na fase de Design4. Por outro lado, é na fase de conceptualização dum produto que os aspectos relativos ao social, económico e ecológico podem ser coordenados no sentido de prevenir impactos negativos e introduzir aspectos relacionados com a sustentabilidade. Em suma, a problemática da sustentabilidade exige estratégias múltiplas e o empenho de todos os sectores da sociedade, a diferentes escalas e níveis, englobando a produção, a oferta e cada vez mais a procura. A intervenção realizada nesta experiência social poderá ser uma das vias possíveis para promover uma maior consciencialização da noção de consumidor responsável, com direitos e deveres.

- UNCED, (1992, versão Portuguesa 1993) Agenda 21, Rio de Janeiro, UN - Bogaert, S. & alt (2008). Study on RoHS and WEEE Directives. European Commission DG Enterprise and industry. http://ec.europa.eu/environment/waste/weee/pdf/rpa_study.pdf 3 - Lawson, B. (1990) How designers Think. Oxford: Butterworth Architecture 4 - Demi Goldsmiths College (2004), University of London, Design for Sustainability. http://www.demi.org.uk 1 2

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STATE MENT PROJECTO DE CROWDSOURCING

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ste projecto resulta de uma iniciativa de CROWDSOURCING na qual foi pedido a cada aluno de Design III do 3º ano da Licenciatura de Design & Multimédia da Universidade de Coimbra que produzisse um STATEMENT no âmbito do tema Design Sustentável. A proposta definia que o Cartaz deveria possuir uma mensagem clara, abrangente e eficaz sobre sustentabilidade e design; pretendia-se que o resultado fosse um objecto comunicacional coerente com a mensagem transmitida. Em relação aos detalhes técnicos, os Cartazes estavam limitados ao formato A2 impresso a uma única cor; apenas se poderia utilizar uma fonte - a Courier New ou a Courier Std - no tamanho de letra de 60pt. Não era permitido utilizar imagens nem outros elementos visuais para além da fonte indicada. A temática central desta publicação é a obra seminal Manual de Instruções Para a Nave Espacial Terra de Richard Buckminster-Fuller. Procuraram-se analogias entre a obra proposta e o projecto desenvolvido. Nesse sentido, destaca-se a ideia de Bucky de que “viver apenas das nossas poupanças em energia, queimando os combustíveis fósseis que demoraram milhões de anos a acumular a partir do Sol, ou viver apenas do nosso capital, destruindo os átomos da Terra,” é “não só

letalmente ignorante como também absolutamente irresponsável para as gerações seguintes e seus dias de vida futuros”. Tendo consciência de que a indústria gráfica é das mais poluidoras acreditamos que existe uma margem bastante extensa para a minimização desses impactos. Os Designers têm um papel importante porque podem alterar a percepção pública do que é uma impressão ou objecto de qualidade. É sempre possível alcançar níveis de qualidade superiores pelo uso inteligente e criativo de materiais que podem ser considerados menores. O Design não é um processo limitado à produção mecanizada; é um meio de conferir ideias persuasivas, atitudes e valores sobre como são ou deveriam ser as coisas de acordo com objectivos individuais, institucionais, nacionais ou globais. Este trabalho revelou-se uma oportunidade de reflexão para a importância de exigirmos determinados parâmetros de performance ambiental e económica. Com efeito, se os Designers e clientes solicitarem certo tipo de produtos e processos, os fornecedores, gráficos e outros terão que os disponibilizar. Os Cartazes desenvolvidos corroboram que é possível produzir objectos de Design de qualidade articulando as questões ambientais e económicas do projecto.

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Tomรกs Correia Marques tmcm@student.dei.uc.pt

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Sofia Filipe Rocha sofiaroc.pt@gmail.com

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Miguel Machado Cruz uc2012147492@student.dei.uc.pt

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Ana Micaela Amado Nobre Cipriano

Gonรงalo Neves

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MINDSHIFT

Rita Margarida Rovira Martins

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Diogo Gomes

Carla Sofia Agostinho Gomes da Silva carlaagostsilv@gmail.com

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Mariana Filipa Mendes Monteiro

MINDSHIFT

Adriana Pereira Barbosa

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Joana Margarida Borges de Oliveira - joanambo@gmail.com

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- Charlie Chaplin

“Poluição é nada mais que os recursos que não recolhemos. Permitimos que se dispersem pois desconhecemos o seu valor .” hrib@student.dei.uc.pt

Hugo Rafael da Silva Ribeiro

Inês Dias Parente, iparente@student.dei.uc.pt, 1,5 Euros

Hugo Rafael da Silva Ribeiro

hrib@student.dei.uc.pt

30.

Inês Dias Parente

iparente@student.dei.uc.pt

We think too much and feel too little.


a_jorge3@hotmail.com

António Jorge Carvalho Alexandre

MINDSHIFT

alexandra.grancho@gmail.com

31.

Alexandra da Silva Grancho

Alexandra da Silva Grancho // alexandra.grancho@gmail.com // 0,24€


É executável fazer mais com menos

mari.cerv@gmail.com

Mariana dos Santos Cerveira

É realizável fazer mais com menos

É praticável fazer mais com menos

Mariana dos santos Cerveira | custo: 0,24€

32.

|

mari.cerv@gmail.com

Abner Frederico Macedo

dje_macedo_1@hotmail.com

É possível fazer mais com menos


João Gonçalves

uc2012140638@student.uc.pt

MINDSHIFT

A2

Por vezes não é preciso gastar tanto para atingir o mesmo objectivo

A3 ---------------------------------------

João Gonçalves - uc2012140638@student.uc.pt - 0.90€

SHOW OFF

PRODUCT

Inês Barata

Inês Barata | mariainesc.barata@gmail.com | 0,23€/cartaz c/IVA

33.

mariainesc.barata@gmail.com

---------------------------------------KEEP WHAT MATTERS


34.

uc2012169615@student.uc.pt

António Pedro Magalhães do Vale

João Pedro Melo Papel

papelv2@gmail.com

Antonio Pedro Magalhães do Vale uc2012169615@student.uc.pt 0,90€


lbsimoes@student.dei.uc.pt

Laura Bettencourt Cruz Simões

MINDSHIFT

clean water. too expensive! clean air. too expensive!

NO AIR OR WATER. NO FUTURE!!!

no pollution. too expensive!

35.

jdvieira@student.dei.uc.pt

Joana de Oliveira Vieira jdvieira@student.dei.uc.pt Preço por cópia = 1,50€

Joana de Oliveira Vieira

future. too expensive!


MINDSHIFT

i

iii

One in every four people in the world lives below poverty line. Tomás J. V. Capa Dias

|

tomascapa@gmail.com

|

custos: 1,78€

Tomás J. V. Capa Dias tomascapa@gmail.com

36.


MINDSHIFT

lasting balance restored.

João Vasco Dourado Jorge Lages vascolages@hotmail.com Custo de produção - 1,50€

João Vasco Dourado Jorge Lages vascolages@hotmail.com

37.


Tu que vês no mundo o que os outros não vêem. Tu que és capaz de o mostrar e mudar as mais obstinadas mentes. Onde está a tua mão nesta causa? Triste sou que não gastei menos nesta mensagem. Mas nela vai a esperança de que o farás melhor! Ó Designer! A chave desta revolução...

joana.p.caetano@hotmail.com

Joana Patricia Lebre Caetano

Andreia Amaral Pinhal mail.apinhal@gmail.com - 1,50£

38.

Andreia Amaral Pinhal

Ó Designer! Comunicador do mundo. Agente de mudanças. Que te falta a ti para seres grande? Ó artista com propósito e ousadia. És criativo, inovador, persuasivo, original, genial. MAS! Saberás ser sustentável?

mail.apinhal@gmail.com

ODE AO DESIGNER


MINDSHIFT

Rafael Gomes Ferreira uc2011183544@student.uc.pt

39.


preço: 0.90€

Paulo Abreu

S o l it r s vir n m b rc n u r g d e t d s a b le i as t v r m p rt do, m t mp d pi no s rg n o à d r v e fl tu n o o su i i nte p a o m n er à ton s r i á pe f i m nt d i p ov s do s l -v d s S3 o l3itor 5e v1r num b4rc0 n4ufr4g4d0 e t0d4s 45 b4le3iras t1v3r3m p4rt1do, um4 t4mp4 de pi4n0 surg1ndo à d3r1v4 e flutu4nd0 o suf1c13nt3 p4ra 0 m4nt3r à t0n4 s4rv1rá p3rf3174m3nt3 de impr0v1s4d0 s4lv4-v1d4s

40.

Nuno Rafael Teixeira Bastos

Nuno Rafael Teixeira Bastos nuno20_bastos@hotmail.com uc2012145889@student.uc.pt

nuno20_bastos@hotmail.com

ifyoucan’treadthis thenyouarenotabletotreatour societyandournature thewayyoushoulddobutifyou canreadthisthenyou aremorethencapabletodo somethinggoodandright


csguedes@student.dei.uc.pt

Cláudia Sofia Cadimas Guedes

MINDSHIFT

“If humanity does not opt for integrity we are through completely. It is absolutely touch and go. Each one of us could make the difference.” R.Buckminster Fuller

Niggers are scared of revolution. But niggers shouldn’t be scared of revolution. Because

revolution

is

nothing but change. And all niggers do is change. “When The Revolution”

Joana Coelho Remísio

41.

joana.remisio@gmail.com

THE LAST POETS

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SAMPLE RECEIPT

WHAT WE THINK WE HAVE WHAT WE REALLY HAVE

$40.000

WHAT BANKS HAVE

$40.000

$0 ------------------------------------------------------“Since banks have no money of their own and only our deposits on which they earn “interest”, bank wealth or money consists only of accrued bank income.” inesmartins94@hotmail.com

carlaagostsilv@gmail.com

Vasco Oísin Feeney da Silva

Maria Inês da Silva Martins

42.

Preço do Cartaz: 1.50€

Maria Inês da Silva Martins

inesmartins94@hotmail.com

THE SPACESHIP EARTH


Sofia Gomes

sofiagomes.sg@gmail.com

MINDSHIFT

Manual de Instruções: Painel de Controlo Exibir impressoras Preferências de impressão Selecionar RASCUNHO

POSTER MULTI-USOS Faz o que quiseres deste poster. Escreve, desenha, esboça, dobra, desabafa,corta, rasga, mancha. Faz dele o que bem entenderes. Aproveita espaços em branco, usa a parte de trás, usa estas letras se quiseres. Não te limites às sugestões anteriores.

custo deste poster: 1.45€

43.

anaoliv@student.dei.uc.pt

Ana Margarida Oliveira - anaoliv@student.dei.uc.pt

Ana Margarida Oliveira

Faz deste papel algo útil, seja a ti ou a outra pessoa.


FILIPE CARVALHO FREELANCE DESIGNER

44.


o dia 9 de Abril de 2014 decorreu a segunda sessão da 7ª Edição do Ciclo de Conversas de Design & Multimédia cujos palestrantes foram Filipe Carvalho e o grupo This is Pacifica. Filipe Carvalho apresentou-se como um FREELANCER para o mundo, descrevendo-o como a realidade actual da vida profissional. O percurso de evolução da carreira de Filipe Carvalho não foi fácil, nem sequer estável, no entanto graças à determinação e vontade de atingir os seus sonhos e objectivos Filipe Carvalho foi conseguindo superar os desafios da vida. Segundo o palestrante, este novo paradigma do mundo profissional inicia-se antes de mais no modo de aprender e na forma como Filipe Carvalho investiu no seu conhecimento. Conforme afirma, grande parte dos conhecimentos que possui e que aplica diariamente foram apreendidos através de tutoriais ONLINE, livros, EBOOKS, ou até com outros colegas; a sua aprendizagem foi sempre contínua, diversificada. Actualmente, ainda se verifica que a aprendizagem académica se encontra demasiado restrita aos conteúdos que são leccionados num contexto de sala da aula, quando deveria ser constantemente complementada com os diversos recursos que temos disponíveis ONLINE e OFFLINE. Parte integrante do método que o palestrante propôs é a autopromoção; segundo Filipe Carvalho a melhor forma de promovermos o nosso trabalho é contactando as empresas onde gostaríamos de trabalhar; apenas desta forma poderemos atingir os nossos objectivos. Foi esta atitude dinâmica que possibilitou que Filipe Carvalho colaborasse com as empresas com quem trabalha actualmente. Filipe Carvalho afirma-se como um FREELANCER para os Estados Unidos da América no fim-de-semana e um trabalhador FULL-TIME durante a semana para Portugal. Infelizmente, e como o próprio afirma, o mercado português e europeu é muito pequeno e “Freelancer para os Estados Unidos da já se encontra lotado, são pou- América no fim-de-semana e um trabalhador cas as oportunidades e muitos full-time durante a semana para Portugal.” os aspirantes a elas, pelo que os Estados Unidos apresentam-se como a alternativa para muitos designers actualmente. Trata-se do paradigma profissional vigente, trabalhar para o mundo a partir de casa, partilhar e aplicar o nosso conhecimento singular num mercado global. À esquerda: Still do filme The Architect de Filipe Carvalho 45.


FILIPE CARVALHO

Buckmister Fuller em 1968 já se revelou um visionário ao referir no seu livro Manual de Instruções para a Nave Espacial Terra que um novo método de trabalho deve emergir, no qual o Homem encare o mundo como uma única entidade e em que “todos os prédios de escritórios modernamente mecanizados passem a ser usados como habitações” permitindo ao Homem desenvolver globalmente. Efectivamente, a realidade do mercado de trabalho à escala mundial requer um profissional que invista nele mesmo, pois o mundo globalizado espera que o trabalhador seja cada vez mais polivalente, multifuncional, flexível e preparado para atender às exigências em constante transformação. A perspectiva de Filipe Carvalho em relação ao Portfólio pessoal também é interessante, dado que, no seu entender um profissional nunca será contratado para produzir um projecto de um estilo, conceito ou modelo que não esteja presente no seu portfólio; nesse sentido o palestrante afirma tentar criar pelo menos uma vez por ano um projecto pessoal que seja exactamente aquilo que pretende

Apresentação de Filipe Carvalho no Ciclo de Conversas de Design & Multimédia

46.


MINDSHIFT

ser contratado para fazer; desta forma, o seu portfólio é preenchido por trabalhos que já realizou e por outros que pretende ainda realizar. Filipe Carvalho sentese responsável por abrir o “caminho” para as suas oportunidades futuras, acreditando que vale sempre o esforço de nos auto-superarmos constantemente. Em suma, a inspiração e o desafio que Filipe Carvalho transmite aos designers iniciantes que estão a entrar no mercado global é que é importante partilhar e promover o seu trabalho no contexto real e virtual, visto que ninguém o fará por eles; quer seja através de um WEBSITE, do email ou de redes sociais, é tarefa do próprio designer FREELANCER a de promover o seu trabalho pessoal nas empresas, ateliers ou projectos nos quais pretende participar. Só assim poderemos atingir os nossos objectivos pessoais / sociais e profissionais. Da mesma forma, somos responsáveis por fazer a diferença, questionando o existente, adoptando um espírito crítico, criativo e inovador perante os desafios futuros. Com efeito, a temática central desta publicação constitui uma oportunidade de reflexão sobre o facto de que, se por um lado o trabalho na actualidade é ditado pelas exigências da economia em constante expansão, a realidade aponta para a urgência de alternativas para a insustentabilidade do nosso sistema económico. Novos paradigmas apontam para a importância de concentrarmos o nosso trabalho na construção de ecossistemas naturais e infra-estruturas sustentáveis, projectos significativos com impacto cultural / humano positivo. É necessário reorientar as nossas prioridades a favor de formas de comunicação mais duradouras e democráticas - um MINDSHIFT distanciado de modelos de negócio actuais e orientado para o desenvolvimento do mundo como uma única cidade (One-Town World).

47.


NEXT ISSUE...

LISBON SENIORITAS SOCIAL STUDY “Como a maioria das pessoas que moram ou visitam Lisboa e as cidades do sul da Europa sabem de experiência, existe uma população de senhoras com visão de águia que passam o dia a vigiar a rua da sua janela; à distância de um telefonema relatam qualquer actividade rebelde à polícia - com efeito, funcionam como uma versão alternativa do CCTV nestes bairros.”

WIRELESS FREE ZONE

“Uma vida sem telemóveis, iPads ou WiFi pode parecer um cenário assustador para muitos, mas na cidade de Green Bank, West Virginia, onde todos os dispositivos electrónicos são proibidos, os moradores sentem-se em casa.”

?

Publicação de iniciativas de HACKTIVISMO e CROWDSOURCING dos leitores.

48.


WHICH ONE YOU WANT NEXT?


OPERATING MANUAL TO MINDSHIFT

SHIFT MIND_____

“GENIUSES ARE JUST PEOPLE WHO HAD GOOD MOTHERS.”

N. 0


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