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NĂşmero 10 Outubro/Novembro 09 Bimestral
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TEXTO: BRUNO PIRES E IVO PAIS RIDER: IVO PAIS FOTOS: RICARDO SOBRAL
Provavelmente muitos dos riders desta nova geração, ou alguns mais distraídos, nunca ouviram ou não sabem da existência de quadros de liga de titânio. E aqueles que estão mais atentos pensam logo (ou pensa a maior parte) numa bike que só está ao alcance de alguns, devido ao seu elevado preço, o que leva estas bikes a ser verdadeiros diamantes trabalhados manualmente que resultam sempre numa jóia que todos quereriam usar. A Van Nicholas, renascida da antiga marca de quadros de titânio a Airborne, vem contrariar a mentalidade de exclusividade deste nobre material, agora podes ter um quadro de titânio por menos de 1.000€ (1.189€ para este Tuareg) e uma montagem muito interessante que pode ficar-se mais coisa menos coisa pelos 2.000€, mas esta conversa fica para mais tarde, agora vamos ver como se porta esta Tuareg no terreno.
TITÂNIO PARA TODOS
VAN NICHOLAS TUAREG
TESTE
A bicicleta Van Nicholas modelo Tuareg de titânio mostrou-se à altura do que lhe foi exigido. Com um quadro de linhas sóbrias e tubos direitos, devido ao facto do titânio ser muito mais difícil de trabalhar que o alumínio, este desenho não deixa ninguém indiferente. Ainda mais quando olhamos as escoras onde se destaca o símbolo da marca num pormenor muito bem conseguido resultando num desenho fenomenal. Apesar desta liga ser mais pesada que o alumínio (este quadro pesa mais ou menos 1600grs.), esta montagem, feita exclusivamente com material de topo, torna esta bicicleta robusta, fiável e leve, o que faz deste “brinquedo” para adultos um objecto de desejo ainda mais do agrado do seu utilizador. Este quadro de titânio, devido às suas qualidades de absorção, torna esta montagem muito confortável absorvendo todos os impactos e irregularidades do terreno, ao mesmo tempo que responde bem em termos de rigidez do mesmo, não perdendo muito para quadros de alumínio. Devido à torção deste material, esta bicicleta não será a mais indicada para XC de competição, porque o alumínio e o carbono respondem mais rápido em aceleração do que o titânio. Mas, como testámos a bicicleta numa zona acidentada e de muita pedra, para sentirmos melhor as propriedades do material, chegámos à conclusão que esta passa mais rápido do que qualquer tipo de outra bicicleta, seja ela de alumínio ou carbono, absorvendo as vibrações do terreno com resposta directa ao pedalar. Tudo isto se deve ao seu quadro de titânio leve, robusto e confortável, adequado para a prática de XC de lazer e maratonas, esta última sendo como “peixe na água” para esta Tuareg apesar da geometria racing deste quadro.
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Para além do quadro tuareg que custa €1.189, ainda podes escolher outros modelos com diferentes características e utilizações, onde destacamos a Tuareg 29” que para além de todas as características do modelo base contas ainda com uma maior
Opções na marca
Se ficaste agradado com esta Van Nicholas Tuareg e sonhas ter uma, fica a saber que com mais ou menos €2.300 podes escolhar uma montagem “à la carte” com um nível de equipamento muito apetecível. Vai a www.tomazzini.com e faz a tua escolha com o equipamento que a marca te coloca à disposição e ainda ficas a saber com que peso fica a tua montagem final. Esta ferramenta é sem dúvida uma mais valia bem preciosa para ficares a saber quanto vais gastar na tua menina e com que peso vai ficar.
Montagens “à la carte”
VAN NICHOLAS TUAREG
TESTE
“rolling hability”, como diz a marca, que devido às rodas de tamanho 29” melhoram significativamente a capacidade roladora e a transposição dos diferentes obstáculos que te possam surgir no terreno. A novidade da merca é a Mantor, um quadro rígido construído para o All Mountain com capacidade para montagem de suspenções de 120 a 140mm de curso. O preço deste quadro é de €1078,00. Resta-nos só o quadro modelo Zion onde encontramos 3 propostas diferentes: Zion Rolhoff (€1208,00) com a possibilidade de levar cubos desta conhecida marca, cubos esses que incorporam internamente um sistema de desmultiplicação que substitui a cassete, Zion Singlespeed (€1087,00) e o Zion (€958). Se gostas de bikes de estrada fica a saber que nesta marca também encontras várias propostas para o ciclismo de estrada. A NOSSA PONTUAÇÃO Bicicleta muito bem equipada, com uma boa escolha de componentes com uma nota, numa escala de 0 a 10 valores, de 8+, talvez com a suspensão de 100mm chegasse à pontuação máxima.
ter um trabalhar e uma suavidade espectacular perde em certos drops e descidas mais acidentadas, o ideal mesmo era ser a versão de 100mm, isso é que era… Transmissão Sram XO: Precisa e eficaz onde nada se tem a apontar, se não fossem os típicos “clicks”da marca nem se notava que fizemos uma passagem de mudança. Cabos e bichas Nokon: Muito suaves nas passagens de mudanças e em termos estéticos foi uma boa escolha para a montagem desta bicicleta. Pedaleiro FSA de Carbono: Excelente escolha na montagem devido ao pouco peso e por demonstrar uma boa rigidez ao imprimir o pedalar na bicicleta. Rodas Fulcrum Red Metal Zero: Leves e robustas com uma torção lateral controladae um desenho que as tornam muito apelativas. Pneus Maxxis Larsen TT 1.90 Tubeless: Demonstraram boa aderência em qualquer tipo de piso e rolam muito bem devido ao pouco atrito que impõem no terreno, pena só as bolhas que alguns pneus desta marca criam mas que são facilmente anuladas com um picar de agulha na zona onde criam a irregularidade. Travões Magura Marta SL: Surpreenderam pela positiva em termos de travagem, muito precisos, potentes e facilmente doseáveis, uma sensação de controlo absoluto que aumenta a confiança de qualquer utilizador. Selim SMP: Espectacular, quando olhamos para ele ficamos a pensar que será muito rijo devido à sua espessura e elevada dureza, mas quando o experimentamos ficamos mais uma vez surpreendidos, nunca pensei que um selim assim fosse tão confortável, os senhores da SMP sabem o que fazem. Espigão, avanço e guiador Van Nicholas: Estes componentes da própria marca em titânio demonstram uma qualidade e conforto de nível elevado, de realçar ainda o ligeiro curvar do espigão de selim que aumenta ainda mais o conforto de todo o conjunto.
Rock Shox Sid World Cup de 80mm: Apesar de
EQUIPAMENTO DE TOPO Numa montagem desta qualidade praticamente não encontramos defeitos e como podes ser tu a escolher a montagem que mais gostas, esta ficará sempre do teu agrado, a não ser que devido à falta de uns “bolsos mais fundos” (leia-se Euros), não chegues ao teu ideal de montagem. Assim sendo deixamos-te a sonhar com a Montagem “a la Carte” que equipa esta “dream girl”.
A Blackburn System X4SL foi alvo dos testes da FREEBIKE, um equipamento com novas lâmpadas Luxeon K2 Led super brilhantes e 120 lumens de saída, com 3 níveis de potência 30/70/100% e mais uma intermitente. Este equipamento vem com garantia vitalícia e além da lanterna, incluí na sua embalagem a bateria, um carregador e suportes, um para o guiador outro para o capacete. Tem ainda incluído dois cabos de ligação da bateria, sendo o mais curto indicado para a montagem da lanterna no capacete e bateria no camelback ou na jersey e o mais comprido quando se coloca a lanterna na guiador e a bateria no quadro. Para darmos início ao teste deste equipamento carregámos a bateria na sua totalidade o que demorou (conforme vem especificado no catálogo) cerca de 4 horas para atingir a carga máxima (só o atinge quando surge a luz verde a piscar). Quanto ao tempo de utilização deixámo-la ligada na máximo potência (100%) até apagar por falta de bateria, o que demorou cerca de 3h20m. É de referir que testámos este equipamento tanto em termos de duração de carga, como no que concerne à sua utilização e em ambos os casos coincidiram com
TESTE GUILHERME ALVES
Ao experimentar as luzes Blackburn System X4 durante umas horas, posso dizer que entre as suas melhores qualidades está: o baixo peso, a facilidade de montagem e autonomia (até 10h a 30% de intensidade do foco e 4h a 100%). Outra característica importante num jogo de luzes para uma utilização mais séria é um rápido carregamento. O tempo de duração da Blackburn para atingir a capacidade máxima da bateria, não sendo um valor extraordinário está de acordo com as nossas expectativas. Esta lanterna permite saber com precisão que carga ainda temos disponível, o que é de extrema utilidade se não queremos ser apa-
Teste no terreno
os indicados no manual de instruções. O indicador de carga da bateria, quando esta está descarregada acende um “led” vermelho, quando ligado à corrente, ao antingir os 90% de capacidade, passa a verde começando a piscar logo que atinge os 100%. Em utilização, o “led” vermelho acende quando a bateria desce aos 30% e começa a piscar quando baixa dos 15%. Resta informar que o preço de venda deste equipamenteo é de 240 euros e o peso da lanterna e da bateria ronda as 300 grs.
SEMPRE BEM ILUMINADO
BLACKBURN SYSTEM X4SL
TESTE
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nhados de surpresa, ainda para mais com a possibilidade de podemos utilizar diferentes intensidades de luz, o que nos vem complicar as contas da autonomia se não estivesse disponível esta característica. Apesar do preço do conjunto concorrer com conjuntos de luzes mais caras achamos que lhe falta um foco mais abrangente, pois pareceu-me demasiado direccional para trilhos mais largos em que é importante estar atento às marcações, ou em trilhos mais estreitos e sinuosos em que são necessárias constantes mudanças de direcção. Assim, o uso de uma luz auxiliar, talvez o system X8 (pena não ser comercializado em Portugal) com um segundo foco ou em alternativa uma luz de capacete, torna-se um bom complemento a este sistema. Esta proposta da Blackburn parece-nos claramente uma solução bastante interessante para uma utilização recreativa em que andar rápido não é o objectivo principal.
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Foi a paixão pelo motocross que levou os irmãos Araújo a constituir a Polisport. Mas, actualmente são líderes na Europa na produção de plásticos para bicicletas. Continuam a inovar e têm vindo a desenvolver novas tecnologias o que os faz manterem-se no topo.
Ainda Portugal estava a dar os primeiros passos nesta área já a Polisport se afirmava na Europa a fabricar cadeiras de bebé para bicicleta, um mercado que actualmente lídera. Mas foi a paixão pelo motocross que conduziu os irmãos Araújo, Pedro e Paulo, a fundar esta empresa na década de 80. “Tudo começou quando eu tinha 12 anos e ainda ninguém andava em todo o terreno com uma bicicleta e eu andava, estamos a falar antes dos anos 70”, contou Pedro Araújo, em entrevista à FREEBIKE. O início da empresa foi marcado pelo fabrico de acessórios em plástico para motos e bicicletas. “No final dos anos 70, princípio de 80 não havia nenhum fabricante de peças em plástico
RUI FIDALGO E GONÇALO FREITAS TEXTO, RUI PESTANA FOTOS
Lideres europeus em cadeiras de bebé
POLISPORT
MADE IN PORTUGAL
para as motos e a Polisport avançou”, recordou Pedro Araújo. Primeiro, a Polisport começou a fabricar guarda-lamas, manetes, depósitos tudo em plástico, posteriormente seguiram-se as peças para bicicleta. Até 1985, a produção de Polisport concentrava-se principalmente em acessórios plásticos para motos. Mais tarde, devido à abertura de mercados novos e à integração de Portugal na União Europeia, a Polisport teve a necessidade de diversificar a sua gama de produtos, iniciando a produção de acessórios plásticos para bicicleta como guarda-lamas e porta bebés. E três décadas depois, a maioria dos produtos da Polisport são para exportação. “O nosso primeiro mercado para os portas-bebé foi o francês”, mas hoje já está espalhada pela Europa, afirmou Pedro Araújo. A Polisport produz um milhão de guarda-lamas para bicicletas, mas oferece uma gama completa de produtos quer para bicicletas como para motos destinados quer para fabricantes, como para o cliente final e exportam para 55 paises. Os quatro países com maior peso são Alemanha, França, Inglaterra e Itália. A empresa quer ir mais longe, Pedro Araújo confessou que pertende aumentar a fatia de mercado nos guarda-lamas para bici-
cletas. “As bicicletas são as que têm mais peso (na facturação da Polisport), por causa das cadeiras de bebé”, afirmou Pedro Araújo. E apesar da exportação, “o mercado português também tem crescido muito, mas é um no meio de 54 mercados para os quais exportamos”. Actualmente, entre bicicletas e motos, a Polisport tem mais de 300 clientes em Portugal. Ao longo destes anos, o desenvolvimento de uma parceria próxima com companhias do OEM (Original Equipment Manufacturer) fez com que a empresa adquirisse o “know-how” necessário para a concepção e o desenvolvimento de peças plásticas inovadoras. “O OEM da bicicleta tem um peso ainda relativamente pequeno face ao ‘after market’, embora estejamos a desenvolver produtos inovadores para os construtores, nomeadamente guarda-lamas e de outros que vão dar um impulso a esta área, algo que prevemos lançar no próximo ano”, disse Pedro Araújo. Na linha de montagem da Polisport prevalece uma grande flexibilidade, possível pelo elevado grau de conhecimento sobre os processos e os produtos dos operadores. Com este sistema de produção, a empresa confere a garantia de satisfazer os pedido de encomendas em prazos que
vão de 15 a 45 dias, relativamente a produtos com mais de 20 peças distintas. E como o mundo não pará, a Polisport está a investir cada vez mais no desenvolvimento de novas tecnologias que lhe possibilitem chegar mais além em termos de oferta. Assim, a empresa está agora a investir no Plastic Decor Plus, a mais recente tecnologia que tal com o IPD permite decorar as peças durante a sua construção, ficando esta embutida no seu interior, com uma maior protecção e durabilidade, independentemente da sua complexidade só com a diferença que o PD+ pode ser aplicada à totalidade da superfície plástica. Esta tecnologia permite a decoração da peça plástica com gráficos personalizados, criando os mais diversos efeitos especiais. Pedro Araújo recordou que “a primeira peça estava só em parte coberta, agora com esta nova tecnologia já está a peça toda coberta”. E como o objectivo da empresa que lidera é conseguir mais e melhor já está “a trabalhar para conseguirmos fazer todo o processo em digital, não vamos esperar pelos outros”. Em termos de facturação, o Grupo Polisport irá este ano chegar perto dos 20 milhões de euros, “o que já é apreciável e o objectivo é crescer”, garantiu Pedro Araújo.
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O IPD – Inmold Plastic Decals - é uma tecnologia, também nova e revolucionária, que permite o inmold de autocolantes na peça plástica durante a injecção, é sem dúvida um investimento notório e bem sucedido da nossa parte. Já o PD+ é a actualização dessa mesma tecnologia que permite decorar não só uma parte da peça, mas a sua totalidade.