Revista TOP 2000 Campolina - nº 1

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TOP 2000 Ano 1 . nº 1 . 2010

Cobertura da Nacional 2009 Posse da nova diretoria da ABCCC Criador de destaque: Edmilson Gondra Haras Aporã:10 anos de seleção Haras em foco: JHR

Neruda do Chiribiribinha

A lenda





Para iniciar mais uma década de criação, uma nova aquisição nota 10:

Volpi do Chiribiribinha Grande Campeão Nacional Jovem da Raça 2009 Futuro reprodutor do Haras Aporã


Seu evento não pode

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Alguns eventos já transmitidos: Exposição Nacional do Mangalarga Marchador • Exposição Nacional da Raça Pampa • Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga • 5ª Copa de Marcha SABE • 3º Concurso Cavalo Completo TOP 2000 • Leilão Aldeia e Pao Grande • Leilão Capim Fino • Leilão da Linhagem Favacho • Leilão Nacional de Marcha Picada

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Editorial

Campolina vive novos horizontes

Lúcio Nicolini e Eduardo Venturoli diretoria@top2000.com.br

Ao centro, o ex-presidente da ABCCC, Francisco Azevedo e Guto Amaral, atual presidente, ladeados por Eduardo Venturoli e Lúcio Nicoli, da TOP 2000

TOP Campolina

Nós da diretoria da TOP 2000, após 15 anos afastados da raça Campolina percebemos, por meio de muitas conversas com criadores e da participação em exposições e leilões da raça, que havia chegado a hora de voltarmos a publicar uma revista dirigida ao Cavalo Campolina. No passado trabalhamos por seis anos consecutivos editando a revista “O Cavalo Marchador”, a publicação oficial da raça à época, que reuniu 18 edições que ficaram para história. Atualmente, o Cavalo Campolina vive um momento de euforia, seja pela evolução da raça, seja pela liquidez de mercado e, principalmente, por congregar um número de sócios expressivos. Melhor ainda: sócios ativos e unidos em prol da melhoria e da propagação do cavalo. Haja vista as eleições de janeiro passado, em que os criadores deram uma grande amostra disto, ao conduzirem uma eleição em clima de cordialidade, transparência e respeito, da qual saiu vitorioso não apenas o senhor Guto Amaral, mas a raça como um todo. Contudo, nem tudo são rosas, como em Barbacena; a raça passa por um momento delicado de transição, principalmente no que diz respeito às características principais da raça, situação em que os criadores se encontram divididos quanto ao tipo de cabeça, altura, andamento etc, o que acaba se tornando um entrave na área técnica. Um ponto importante foi a gestão do senhor Francisco Azevedo que, dentre outros feitos (veja matéria na página 78), colocou a casa em ordem, deixou a entidade saneada financeiramente, com dinheiro em caixa, e alavancou a raça em várias áreas até então pouco exploradas pela entidade. Agora, com a nova diretoria, fica sinalizado que a raça vai avançar ainda mais, pois na primeira reunião do conselho, realizada no dia 26 de março, já foram tomadas decisões corajosas e significativas, como a criação de eventos para poder tornar oficiais as provas menores que uma exposição, por exemplo, as provas de um dia e as provas de marcha; a possibilidade de o Centro de Treinamento e Estudos da Raça Campolina - CETERC promover um rodízio entre os juízes, dando oportunidade a todos os árbitros e, assim, dar um up grade nos julgamentos; a unificação das provas de andamento; a separação do grande marchador macho e da grande marchador fêmea, para valorizar os garanhões e, por fim, a valorização da marcha picada, com a criação de um julgamento especial, tanto de conformação, como de andamento específico, que já será implantando em setembro, na Nacional 2010. Esta que está em suas mãos é a primeira edição da Top2000 Campolina, uma revista profissional que fala a linguagem do criador, que possui conhecimento de mercado, que é nova por ser a primeira, mas que carrega 25 anos de experiência em produção editorial dirigida à equinocultura. Está lançado este importante veículo de comunicação da raça, por meio do qual esperamos traçar, juntos, um futuro melhor para a raça Campolina.

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Í n d i ce

TOP 2000 CAMPOLINA ano 1­- nº 1 - Maio/2010 Diretoria Eduardo Venturoli Lúcio Nicolini diretoria@top2000.com.br Secretária administrativa Keila Fernandes diretoria@top2000.com.br Jornalista responsável Alexandre Penido (Mtb 4.771) Revisão Leticia Ribas Editora de arte Daniela César Lara Editoração Márcio Wander e André César revista@top2000.com.br Fotógrafos Roberto Pinheiro, Ivan Machado, Lupe Santana e Osmar Batista Tratamento de imagens André César Publicidade (31) 2103-2800 Osmar Batista (31) 9765-9692 / 9141-1952 Roberto Pinheiro (31) 9919-1943 Assinaturas e expedição João Oliveira (31) 2103-2800

06 25 46 50 54 78 83 94 100 103

Criador de destaque Haras em foco: JHR Seleção de destaque: Aporã Artigo Técnico: A herança genética da marcha 29ª Semana Nacional Campolina Entrevista: Francisco de Azevedo Neto Eleição da nova diretoria da ABCCC Nas mãos do peão: Mangueira Momentos Campolina Índice de anunciantes

Leilões

28 . Elo da Raça 30 . Porto Rico 92 . Renovação 98 . JAD

Impressão (31) 2111-7373 www.lastro-egl.com.br

Av. Prudente de Morais, 890 / 6º andar 30.380-252 - Cidade Jardim - BH/MG Fone/fax: (31) 2103-2800 E-mail: top2000@top2000.com.br

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TOP 2000 Ano 1 . nº 1 . 2010

Neruda do Chiribiribinha O.P. de Santa Rita x Promessa de Santa Rita

Cobertura da Nacional 2009 Posse da nova diretoria da ABCCC

TOP Campolina

T O P

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C A M P O L I N A

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A N O

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N º

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Criador de destaque: Edmilson Gondra Haras Aporã:10 anos de seleção Haras em foco: JHR

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Neruda N d d do Chiribiribinha

A lenda

Nada como estrear na raça campolina com o grande Neruda do Chiribiribinha na capa da revista TOP 2000 Campolina. Não poderia ser diferente, afinal Neruda sagrou-se Grande Campeao Nacional, Campeão dos Campeões e figurou por três vezes como o Melhor Reprodutor do Ranking. Neruda vem revolucionando a raça Campolina, passando à sua prole a modernidade que se exigia do campolina. www.haraschiribiribinha.com.br • charles.marx@terra.com.br


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c r i a d o r d e d es ta q u e

Edmilson Gonçalves de Gondra

Haras Santo Antônio É na Praia de Mauá, em Magé (RJ), local de natureza exuberante, representada por uma das últimas reservas de Mata Atlântica do Estado do Rio, com seus manguezais, praias, a Baía de Guanabara, belíssimas montanhas e rios encachoeirados, que o contador e auditor Edmilson Gonçalves de Gondra desenvolve seu criatório de Campolina. Aos 47 anos, pai de Lucas e de Emanuelle, Edmilson pode ser considerado um iniciante na raça, afinal, só completará dois anos de atividade em dezembro de 2010. Natural de Pernambuco, Edmilson Gondra não tem raízes rurais, mas está construindo com o apoio da namorada o Haras Santo Antônio, que promete se tornar uma referência na criação da raça Campolina no estado do Rio de Janeiro. Tudo começou com um empurrãozinho dos amigos Lúcio Sérgio Andrade (hipólogo) e Charles Marx, do Haras Chiribiribinha. Atualmente, ele desfruta de um plantel com 15 matrizes, mais outras três que mantém em parceria, um garanhão e um potro que, segundo ele, é uma grande promessa. Na entrevista a seguir ele conta como tudo começou, fala dos amigos, das prioridades a curto, médio e longo prazos e dos projetos para o futuro.

TOP Campolina

Top 2000 Campolina – Como tudo começou? Gondra – O contato com cavalos começou pela paixão de uma namorada por esse animal fantástico. Então, comprei um cavalo da raça Quarto de Milha Band I (Buster), visto que ela adorava aventuras. Utiliza esse cavalo principalmente nas provas de tambor e baliza. Levado ao extremo, Band I foi sacrificado após laminite aguda nas quatro patas.

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Top 2000 Campolina – Por que a opção pela raça Campolina? No convívio com o Quarto de Milha tomei gosto pelos cavalos. Todavia, essa raça é mais apropriada para esportes, devido ao fato de ser um animal de andamento de trote. Após a morte do cavalo Band I comecei a procurar um cavalo bom de andamento e cômodo para que eu, inclusive, pudesse utilizá-lo. Meu caminho foi a internet. Na minha jornada digital me deparei com um leilão virtual gerenciado pelo Lúcio Sérgio Andrade. Não o conhecia. Dei lance num cavalo malhado, um Pampa, de que não lembro o nome. Controlei os segundos pelo relógio e achei que tinha

dado o lance vencedor. Quando chequei ao resultado, o comprador era outro, então me dirigi ao Lúcio para protestar. Afinal, havia controlado o tempo no computador. Ele explicou as razões da difusão horária e começamos a conversar sobre cavalos. Lúcio me falou sobre o cavalo Campolina em um momento em que eu tinha a tendência para o Mangalarga Marchador. Mesmo assim, comprei uma potra daquele leilão virtual. Era Sinistra do Chiribiribinha, de andamento de marcha batida excepcional. Achei que por ser filha do OP de Santa Rita, ela fatalmente se converteria em boa égua-matriz. Coisa de iniciante! Finalizei a compra e o Lúcio me recomendou visitas a haras no Rio de Janeiro para melhor visão da raça. Então fiz contato com o Charles Marx, do Haras Chiribiribinha, momento em que fui inserido no contexto do Campolina. Top 2000 Campolina – Como começou a história do seu haras? Estou, com certeza, entre os mais jovens criadores da raça Campolina. Faremos dois anos somente em dezembro de 2010. O haras começou com o contexto acima narrado e foi se materializando aos poucos. Primeiro com a aquisição da potra a que me referi na resposta anterior. Depois, em um encontro de campolinistas em Angra, comprei a potra chamada Chara da Jad (É Top x Galla Top), por orientação do Charles. Hoje é um éguaço. Quem vê se encanta. Sua barriga já se comprovou na primeira cria com o UR de Santa Rita, caiu no chão a potra Brigite do Santo Antônio com potencial competitivo de pista e muito boa expressão racial. No final de 2010, início de 2011, virá sua segunda safra, desta vez mais completa. Confesso que neste início, não fosse a orientação de criadores experientes e sinceros em suas opiniões, teria cometido muitos erros, pois nada entendia de cavalo. Só depois de algum tempo vi a importância do andamento e da morfologia. Aqui registro meus agradecimentos ao Charles, Henrique Berá, Pedro Paulo Berá, Joel Garcia, Roberto Siqueira, Norival Hibipeba, Ricardo Boomerang (Nunes), entre outros. Todos sabem que não gosto muito de falar, por isso os ouço e vou extraindo o melhor que eles me passam. Aqui registro também meu pedido de desculpas pelas visitas não realizadas. Top 2000 Campolina – Você foi buscar em produtos Chiribiribinha a base de seu plantel. Por que a escolha?


Top 2000 Campolina – Quantos animais existem hoje no haras? Somos jovens criadores e temos poucos animais. Além das matrizes do haras (em torno de 15), que em breve passará por uma renovação, tenho parceria em três éguas com um amigo de São Paulo. Temos ainda um garanhão, o Sertão do Chiribiribinha, e um potro que é um fenômeno de andamento, o Arlequim Marajoara. Não se pode falar de andamento na raça Campolina sem passar pelo Arlequim. Ele é bruto, como os criadores gostam de enfatizar. Top 2000 Campolina – Qual a infra-estrutura e dimensionamento da propriedade? O Haras Santo Antônio não é grande. Tem em torno de 15 alqueires. Era um sítio mal cuidado que agora venho adaptando para atender ao haras. Temos 11 baias, o que é pouco, e um hectare de capineira. Top 2000 Campolina – Quais as principais matrizes e que reprodutor(es) você está utilizando? A principal matriz do haras é, sem dúvida, a Grande Campeã Nacional da Raça Vitória da Fronteira (parceria com Haras da Fronteira). Além desta, se destacam a Quina JHR, Chara da Jad, Hermoza do Haras Rosso, Querência do Chiribiribinha e Invejada de São Judas (parceria com Charles e Demétrio). Os reprodutores utilizados nesta temporada são Neruda do Chiribiribinha e o Sertão do Chiribiribinha. Posso utilizar ainda o Prelúdio da Fronteira e, em breve, usarei o potro

fenômeno de andamento Arlequim Marajoara (Prelúdio da Fronteira x Pantera do Campo). Aqui, vale ressaltar sobre o nosso garanhão Sertão do Chiribiribinha, o cavalo multicampeão. Há quem não goste dele, mas isso não me desanima, visto que é impossível agradar a todos. Top 2000 Campolina – Quais os atributos que você confere ao Sertão? Afirmo sem medo de errar de que não há na raça, atualmente, animal com a correção morfológica do Sertão. Nem o próprio Neruda é tão corrigido. Tratase de um cavalo multicampeão. São mais de 40 títulos. É Bicampeão Nacional. Isso sem contar que ele é filho do melhor cavalo do momento (Neruda) e neto do cavalo que foi considerado o ícone da raça campolina (OP de Santa Rita). Sua linha materna também é exuberante: Balada do Petróleo e Balada do Pégasus. Sinceramente, ainda procuro explicações para ele não ter sido o Reservado Grande da Raça em 2009. A certeza que temos é que a geração desse garanhão vem ao final de 2010 e início de 2011 e, certamente, surpreenderá. Top 2000 Campolina – Você já está colhendo os primeiros frutos com os cruzamentos que escolheu. Está satisfeito com o que está nascendo e com as escolhas feitas? Os nascimentos de 2009 e 2010 nos deixaram satisfeitos porque de seis animais, três deles apresentam características competitivas. A filha da Beleza J das 3F, Alma do Santo Antônio, é ‘fenomenal’. Pampa de preto, ela certamente comporá o rol de melhores doadoras pampas da raça, senão a melhor. Para completar, seu andamento é uma marcha batida de qualidade. Outro nascimento que nos deixa esperançosos é o Átila do Santo Antônio (Neruda do Chiribiribinha x Gazela do Planeta). Um embrião que comprei do ‘Chiriba’. Brinco com os peões de que o Charles, sem querer, me entregou o clone do Neruda. A expressão racial é fabulosa e o andamento é excepcional. E o outro nascimento é a Brigite do Santo Antônio (Chara da Jad x UR de Santa Rita). Excelente potra, competitiva. Mas a criação de cavalos não é só alegria. Perdi dois filhos do Neruda que posso afirmar que eram excelentes.

TOP Campolina

Foi o primeiro haras no Rio de Janeiro que visitei. Fui por orientação do Lúcio Sérgio. Vendo a trajetória vencedora do ‘Chiriba’ fui me certificando de que ali poderia iniciar cometendo menos erros. Confesso que quando vi o Neruda pela primeira vez fiquei impressionado com a pujança do animal. Certamente isso interferiu na minha decisão. Outro animal da raça que impressiona a quem vê é a Pintura de Santa Rita. Ela é impressionante. É muito importante tentar se errar menos no começo de seleção, visto que os erros nos distanciam dos melhores criadores da raça. Uma decisão acertada é um passo à frente. Sem ter muita noção ainda, a aquisição dos animais ocorreu conforme orientação e, hoje, a linhagem predominante no haras é Angelim. Por sorte, quase todos os animais são bons de andamento.

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C RIADOR D E D E S TAQU E

Edmilson Gonçalves de Gondra

Top 2000 Campolina – Tem alguém te auxiliando no direcionamento dos cruzamentos? Quem? O cruzamento é auxiliado pelo Lúcio Sérgio Andrade (profissional reconhecido mundialmente) e pelas máximas que ouço no meio Campolina. Ouço muito o Charles e outros grandes criadores. É Raça com Marcha. Disso não temos como fugir. Neste sentido, só uso o Sertão em éguas que apresentam morfologia corrigida e, principalmente, andamento de qualidade. Isso é fundamental. Já disse para o Pedro Paulo Berá que se ele tivesse utilizado o Prelúdio da Fronteira em éguas mais selecionadas – corrigidas – certamente, hoje, o Prelúdio estaria próximo à galeria em que se encontra o Neruda. Top 2000 Campolina – Qual o direcionamento do criatório? O criatório tende a permanecer enxuto. Vamos produzir em torno de 20 a 25 produtos, quiçá 30 nascimentos por ano. Essa é a pretensão. Nossa meta é se nos posicionarmos entre os 30 melhores criadores da raça e ali permanecer. Com o tempo iremos ficar com dez a 15 matrizes destacadas na raça – para o haras é o suficiente. Mantém o foco no meu lazer e tende a tornar o haras viável economicamente, ou seja, auto-sustentável. Hoje a linhagem é Angelim e, em breve, usaremos o sangue Cassarotiba do Arlequim. A direção de linhagem é a multiplicidade sem fechar o sangue, mas com raça e marcha. Esse é um viés que vejo com tanta rigidez que se tornará a marca registrada do Santo Antônio – O Haras da Marcha. Top 2000 Campolina – Quais os projetos futuros? Como já disse é purificar as doadoras e alcançar o padrão de excelência em um número de 10 a 15 doadoras – padrão Vitória da Fronteira. Produzir 20 a 25 animais com qualidade. Os melhores serão selecionados para pista.

Minha visão sempre foi a de pista. Fui para pista desde o primeiro mês. Sou competitivo por natureza. No esporte eu já era assim. Não há haras que sobreviva se não for para pista. É preciso medir o que você está produzindo. Quando nascem em casa todos são campeões nacionais, plágio ao Dr. Lineu – Boomerang. Inevitavelmente, é a pista que dá o retorno do seu trabalho. Com o animal dentro de casa você mil coisas, mas quando comparado aos dos demais criadores, a verdade vem à tona. Exposição é um termômetro. Quem não estiver dentro está fadado a fechar as portas. Quanto às exposições, o Haras Santo Antônio ficará no eixo Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. A meta é incomodar os grandes, sem a pretensão de superá-los. Top 2000 Campolina – Qual o envolvimento da família na criação? Quando comecei já estava separado. A criação de Campolina me veio como um complemento pessoal. Aqui ganhei uma família de amigos. Quanto aos filhos, tento infiltrá-los. Lucas, meu filho, não gosta muito. Raramente pergunta. Mas sempre que posso, carrego-o comigo. Afinal, o hábito faz o monge. Emanuelle, milha filha, está em final de faculdade, terminando um ano de intercâmbio na Europa e pensando em mestrado. Difícil. Embora ela pergunte mais, não tem tempo de visitar os animais. Mas acho que com o tempo eles vão chegar. Quem gosta mesmo é a minha namorada. Estive presente na Nacional de 2009, por ocasião do leilão do Repol. Gostaria de registar aqui minha emoção e minha admiração ao ver o discurso tão sábio do Eustáquio Maia passando a condução do haras ao seu filho Léo. Aquilo para mim foi marcante. Encerro esta entrevista com um especial agradecimento à acolhida fraternal do Haras Repol, quando da Exposição de Conselheiro Lafeiete, em 2009.

TOP Campolina

Top 2000 Campolina – Quais são suas expectativas a curto e a longo prazo? No curto prazo quero estar entre os 30 primeiros criadores da raça Campolina, tenho a missão de tornar essa atividade auto-sustentável. Para isso é preciso matrizes que se destaquem e garanhão com excelente morfologia, e isso já possuímos. Sertão é o bicho. No longo prazo, a meta não é só minha, mas de todos, ou seja, permanecer dentro da brincadeira, fomentando o lazer e a integração da família campolinista.

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Top 2000 Campolina – Já tem perspectiva de participar de exposições? Quantas por ano?

Sertão do Chiribiribinha - Campeão Nacional Cavalo Jovem 2009



Elegante do Haras Rosso Geodo do Orat贸rio x Granfina do Jacar茅

O CAMINHO DA MATA NOVA

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Musa do Orat贸rio

OP de Santa Rita x Pintura de Santa Rita

A MATA NOVA MOSTRA O SEU CAMINHO

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Haras em foco

JHR

Prestes a completar 40 anos de criatório, Henrique Moraes Salvador Silva ganhou um forte aliado na administração do Haras JHR. Trata-se do filho José Henrique Dias Salvador, que sempre esteve presente, mas, que em função dos estudos nos últimos anos, se distanciou um pouco da atividade no campo. José Henrique terminou a faculdade de Administração de Empresas no Ibmec, em dezembro de 2008, e, após passar dois anos em São Paulo (SP), retornou a Belo Horizonte, onde hoje trabalha com o pai e com o avô José Salvador Silva,no Hospital Mater Dei. Nas horas de folga, divide com o pai as responsabilidades da criação de cavalos Campolina no haras, e o faz com prazer. A escolha pelo Campolina no Haras JHR ocorreu com uma visita ao saudoso “Barão” Márcio Andrade, em 1971. A influência desse criador, considerado um baluarte na raça, foi decisiva, segundo Henrique Salvador. “Falamos para ele na ocasião que gostaríamos de criar um cavalo dócil, de porte elevado, exímio marchador e bonito. A escolha foi óbvia”, conta. Tudo começou em Baldim, no interior de Minas Gerais. Henrique, seu pai e o irmão Renato passaram a tocar o criatório de maneira extensiva. O pai trabalhava intensamente, o que o impedia de estar com maior freqüência na fazenda. Henrique e Rena-

to eram estudantes e estavam muito envolvidos com a escola, o que também limitava uma participação maior na criação de cavalos, pelo menos com a intensidade que ela merecia. Como a ABCCCampolina permitia as coberturas a campo, isso compensava a falta de tempo. Começaram com três éguas Passa Tempo (Jarra, Jalapa e Justeza) e um cavalo Angelim, Zero do Angelim, que na verdade foi o primeiro cavalo que o também saudoso Alfredo Manoel Fernandes registrou e que foi adquirido da tropa de Gastão Resende, em uma permuta feita com o Sr. Alfredo. Mas o haras, que começou com as três matrizes Passa Tempo citadas, teve como base, posteriormente, os cruzamentos realizados com éguas Cataguá (Gás), utilizando-se, principalmente, Andaluza Cataguá, matriarca maior do criatório, que morreu em 2009. Atualmente, o JHR concentra 110 animais. O tempo passou e o haras teve que ser transferido para a cidade de Confins (MG), a 5 km do aeroporto, onde está inserido em cerca de 700 hectares de terra. Conta com 20 piquetes e 38 baias divididas em duas propriedades. Entre os animais que José Henrique tem mais apego estão Supremo JHR, Luana JHR e Zafir JHR. Mas ele destaca também Atriz da São Luís, Xarrasca JHR e Taja do Angelim.

TOP Campolina

Geidy Romeiro

Quatro décadas de dedicação ao Campolina

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JHR

Fotos: Geidy Romeiro

Haras em foco

A premiação mais festejada, segundo ele, foi o Grande Campeonato Sênior da Raça obtido por Jaguar JHR. “Também pudera, ele foi o primeiro animal de nosso sufixo a obter tal título”, observa. Atualmente, Supremo JHR é o principal garanhão do haras e responsável por gerar Zafir JHR com Pintura de Santa Rita, um cruzamento que deu mais do que certo e totalmente aprovado pelos titulares do haras. Acertos e erros

Quimera JHR sagrando-se Campeã Nacional Égua Master 2009

TOP Campolina

O retorno às pistas

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Ao longo desses quase 40 anos de criação, José Henrique e o pai tiveram algumas conquistas importantes. Entre elas, ele destaca os Grandes Campeonatos Sênior da Raça conquistados em Nacionais pelos animais Jaguar, Luana e Incêndio, todos sufixo JHR. Também foi destaque o título máximo de Campeão dos Campeões Nacionais, conquistado por Jaguar JHR. Henrique Salvador ressalta ainda as premiações de Grande Campeão Nacional Sênior da Raça, Campeão dos Campeões Nacional e Campeão Nacional Progênie de Pai conquistados por Completo do Angelim, garanhão adquirido aos três meses de idade no famoso criatório Angelim da Bahia, e que foi um dos principais pilares da formação da tropa atual. “Todos esses importantes títulos conquistados foram realmente emocionantes, principalmente pelo fato de terem sido conquistados em pistas pesadas, o que valoriza o esforço que temos feito em prol do cavalo em todo esse nosso tempo de criação”, destaca Henrique.

Hoje, aos 51 anos, Henrique reconhece que os maiores acertos na criação foram os investimentos realizados na contratação de mão de obra qualificada e também em treinamento, além da aquisição dos melhores indivíduos em termos de fenótipo e genótipo, visando a chegar ao cavalo ideal no JHR, sempre adequado ao Padrão Racial. Ele também reconhece a humildade para admitir as necessidades de mudanças em algumas fases do criatório. Henrique Salvador destaca o trabalho realizado com profissionalismo pelos funcionários Romildo Barbosa, o Nil, que está com eles há 18 anos e hoje é gerente da propriedade, Alvair Cassemiro, com 19 anos de serviços prestados, Hilton Santana, mais conhecido por Canela, completando 20 anos, além de Ismael, Carlinhos, Juninho e Jaiminho, que apesar de mais novos, têm um grande comprometimento com seus trabalhos. Quantos aos erros, ele admite: “O principal erro foi insistir em alguns animais que o tempo provou não darem um retorno nesta nossa busca pelo true type Campolina. Além disso, acho que poderíamos ter investido mais cedo em pastagens e instalações de primeira linha. Hoje conseguimos equilibrar bem este quesito e esse investimento reduziu significativamente o nosso custo de criação no haras”. Sem dúvida, um dos grandes acertos do haras foram os investimentos durante muitos anos em animais diferenciados, que agregaram importante valor ao trabalho de seleção realizado. Entre eles, destaque para os famosos Desacato da Maravilha e OP de Santa Rita, dos quais o Haras foi cotista. Colhendo os frutos Com 23 anos, José Henrique admite que os títulos conquistados pelos animais JHR, sem dúvida, inseriram o haras em um patamar diferenciado no Campolina. Segundo ele, as pistas são a maior vitrine da raça, e enfatiza: “São nelas que os criadores têm a possibilidade de apresentar aos demais o resultado do trabalho que vêm fazendo dentro de casa.


Um time da pesada Em se tratando de melhoramento genético, Henrique explica que tem buscado animais modernos, de andamento marchado superior, mas tanto ele quanto o filho não abrem mão da expressão racial. Nesse sentido, sempre buscando aprimorar algumas características intrínsecas, eles elegeram em consenso os principais animais da tropa JHR, alguns já até mencionados. São eles: Supremo JHR, “garanhão sem participação em pistas, mas que possui expressão racial superior e imprime isso na tropa”. Zafir JHR, filho de Supremo JHR na lendária Pintura de Santa Rita e reserva imediata do pai. O Haras JHR possui 25% dessa matriz em uma parceria com o Haras Chiribiribinha. Lanceiro da Conceição, filho de Desacato da Maravilha em SSPA de Santa Rita, que foi Grande Campeão Nacional Sênior e Campeão Nacional Progênie de Pai e hoje é mantido em condomínio com os Haras Conceição e Pinaud, ambos do Rio de Janeiro. Mas a relação ainda não termina. A dupla destaca também Quimera JHR (Campeã Nacional 2009), Xarrasca JHR (Reservada Campeã Nacional 2007 e Grande Campeã Jovem da Raça – Exposição Futuro de Raça 2007), Luana JHR (Hexacampeã Nacional e Grande Campeã Nacional Sênior da Raça); Atriz da São Luiz (a número um do Ranking Nacional Melhor Cabeça 2007), Úrsula JHR (Campeã Nacional 2005) e Vulto JHR (Campeão Nacional e Reservado Grande Campeão Nacional Jovem da raça 2005). Recentemente foram adquiridos 50% da Madona do Oratório, filha de Albatroz do Oratório em Madonna

de Alfenas, irmã inteira de Iluminado de Alfenas. Essa égua, segundo Henrique, impressiona por sua estrutura corpórea, aprumos e andamento diferenciados. Para finalizar, Taja do Angelim, também Campeã Nacional. Enfim, um time da pesada. À espera do filho O que move o motor e aciona o dispositivo que ilumina e coroa todo um trabalho de glória como os títulos alcançados por todos esses animais, Henrique tem na ponta da língua: “Nós do JHR somos apaixonados pelo Cavalo Campolina. Estamos na raça há 40 anos simplesmente pelo fato de amarmos esse cavalo e pelas diversas amizades que fizemos neste metièr. Por isso, é motivo de orgulho, ter podido, de alguma forma, contribuir para o crescimento e engrandecimento desta nossa raça, evidenciando o trabalho dedicado e feito com profissionalismo no nosso haras”. A pergunta que fica: José Henrique permanecerá ajudando o pai? Se for pela simples paixão pelo Campolina, estaria presente. Mas, tudo leva a crer que o pai, sozinho, terá que assumir as rédeas por determinado tempo, se persistir a vontade do filho de cursar MBA no exterior na área de Gestão em Saúde. Que volte ainda mais maduro para consolidar sua profissão de administrador. Durante sua ausência, sem dúvida, o pai cuidará de limpar os troféus antigos, arrumando espaço para os novos que virão.

TOP Campolina

No nosso caso não foi diferente. Esses títulos foram muito importantes para mostrar para o mercado da raça que o trabalho que estávamos realizando era sério e que trazia resultados”. Ele não acredita que as premiações trouxeram uma valorização instantânea para os produtos JHR, mas admite que elas deram credibilidade ao trabalho que estava sendo feito, o que, de acordo com ele, traz valorização em longo prazo. Essa valorização fica evidente quando se traduz em números. O Leilão Haras JHR, na sua sexta edição, realizado em 2009, obteve faturamento total de R$ 693 mil para uma média individual de R$ 21 mil pelos 33 lotes ofertados, sendo que Xereta JHR, uma filha de Desacato da Maravilha em Roma JHR, foi o lote mais cotado do pregão, tendo sido comercializada por R$ 84 mil. Uma próxima edição, será realizada em 2011, seguindo critério de pai e filho de realizar leilões a cada dois anos.

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Le i l õ es

Elo da Raça

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TOP Campolina

1 - Eduardo Venturolli, Charles e Edmilson 2 - Joel, Nelsinho e Luizinho Drumont 3 - Rogerio, Plinio, Márcio, Marcelo e Eduardo Venturolli 4 - Eduardo Venturolli, Vera, Norival e Glauciomar 5 - Nelson, Adelton, Rodrigo Costa e Norival 6 - Paulao, Eduardo Venturolli, Ivan Casali, Guto e Wagner Aranha 7 - Raila, Eloiza, Marcela e Daniel

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Le i l 천 es

Porto Rico

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Fotos: Lupe Santanna

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1 - Adelton (anfitriao), Flavio Hermany e Nelson 2 - Adriano Moraes, Anderson, Rogerio Braga e Patricia Braga 3 - Adriano Thome e familia 4 - Antonio, Paulo, Leninha, Juliana e Jose Luiz 5 - Edinalia, Cid, Carlinhos, Rogerio, Liliane e Sergio 6 - Haroldo Mendes, Luiz Fernando Gazzinelli e lucas Gazzinelli 7 - Paulo Seixas, Paulo Fernando e Ant么nio Lage 8 - Janor Santana e Silvio Dutra 9 - Marcelo e Ivone 10 - Luiza Jardim, Adelton (Anfitriao) e Rivaldo Nunes (Veterinario Haras Porto Rico) 11 - Nelson Grassi e Haroldo Mendes 13

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12 - Rivaldo Nunes (veterinario Haras Porto Rico) e Luiza Jardim 13 - Ivone, Marcelo Patrus, Ricardo Gontijo e Osmar 14 - Nelson (Haras Uniao), Mery, Manu, Paulo Seixas (Haras 5 Estrelas), Helo, Roberta (Haras Uniao) e Claudia (Haras Apor茫) 15 - Adriano, Luciana Oliveira e Daniel 16 - Cristiane e Juliana 17 - Rosa, Ricardo Vensiane e Luiz Gustavo 18 - Mareliza, Valeria, Andrea e Andreia 19 - Osmar, Thiago, Luciano, Henrique Salvador e Osmar 20 - Luciana, Fernanda, Morgana e Natalie 21 - Ricardo, Amanda e Alexandre

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S e l e ç ã o d e d es ta q u e

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Aporã comemora 10 anos de criatório, com edição do seu 5º leilão

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Aos 52 anos, José Luiz Fernandes dos Santos, carinhosamente chamado pelos amigos de Zelão, vem escrevendo com propriedade seu nome na raça Campolina. Com uma trajetória de certa forma curta no cavalo – agora em 2010 a Haras APORÃ irá completar dez anos – ele vem colhendo bons frutos a partir das escolhas que fez. Engenheiro de Minas de formação, atua no ramo da mineração há mais de 25 anos, especificamente na produção de minério de ferro, e, nos últimos anos, envolvido também no segmento da construção civil, Zelão tem conseguido juntar as peças de um quebra-cabeça que reúne as lembranças da infância, a família e o cavalo Campolina como pano de fundo. Este ano o Haras Aporã, administrado por meio de condomínio entre ele, o irmão Paulo Fernando e o cunhado Antônio Lage, realizará um evento histórico, o V Leilão APORÃ Ano Dez, que acontece em agosto de 2010. Vale ressaltar que a edição de 2009, promovida na aconchegante sede do próprio haras, em Buarque de Macedo, próximo à Conselheiro Lafaiete (MG), apresentou valores expressivos, sobretudo em produtos de genética. No pregão do ano passado foram ofertados 20 lotes, entre embriões, matrizes, potras e potros do sufixo Aporã, além de 18 produtos de convidados, entre eles, os Haras Mandala, Campanário, Anjos, Pegasus e Repol. Os embriões atingiram média de R$ 22 mil, com destaque para os de Hadarah da Hibipeba, de propriedade do Haras APORÃ, arrematado por Ricardo Gontijo pelo valor de R$ 30 mil. Já o embrião de Tifany do Chiribiribinha, também de propriedade do APORÃ, foi vendido para o Haras Repol por R$ 20 mil. Zelão é uma pessoa que gosta de desafios. Nos últimos anos foi presidente do Núcleo dos Criadores do Cavalo Campolina da Grande Belo Horizonte, no qual realizou bom trabalho de fomento da raça, passando o cargo, no final de fevereiro de 2010, para Janor Santana. Confira a seguir entrevista com o titular do Haras APORÃ, que conta a sua trajetória e de seus sócios na raça.

Lupe Santana

Antônio Lage, Paulo Fernando e José Luiz, titulares do Haras Aporã

Top 2000 Campolina – Você têm raízes rurais? José Luiz – Meu avô materno exercia atividade rural em Buarque de Macedo, distrito de Conselheiro Lafaiete (MG), onde eu e meus irmãos, acompanhados de nossos pais, passávamos as nossas férias escolares. Nessas ocasiões, eu e meu irmão Paulo Fernando passávamos a maior parte do tempo perseguindo nosso avô Gumercindo Fernandes em suas tarefas diárias de administração da fazenda, muitas vezes até conseguíamos contribuir um pouco no auxilio com o gado, mas em outras o desastre era total. Esse pequeno convívio que tivemos com os animais e com as coisas do campo em nossa infância deixaram marcado em nossas mentes que, em algum dia no futuro, poderíamos voltar a viver novamente aqueles momentos. E é assim que o HARAS APORÃ não está em Buarque por mera coincidência. Top 2000 Campolina – Quando o cavalo entrou na vida de vocês, de que forma e quando? Dando sequência na historia, por um longo período ficamos distantes de Buarque de Macedo, pois, com a chegada da nossa adolescência, não tínhamos mais tanto interesse em ir à fazenda. E ainda porque, com a morte do nosso avô, a fazenda também deixou de existir, pois a mesma foi divida entre os herdeiros e grande parte foi vendida a terceiros.


Top 2000 Campolina – Quem idealizou o projeto de ter essas casas e um haras em condomínio? O projeto do condomínio foi idealizado pela Helena, minha esposa, e seria construído no terreno localizado nas proximidades da casa antiga. Em pouco tempo as obras das casas foram iniciadas e, antes mesmo de serem concluídas, começamos a questionar o que iríamos agregar ao nosso lazer além do churrasco e das peladas de futebol, já que agora tínhamos espaço de sobra para desenvolver outras atividades. Aí então aflorou novamente o nosso gosto pelas coisas da fazenda, assim, tivemos a ideia de adquirirmos alguns cavalos para andarmos e também umas vacas de leite. Pois bem, para darmos inicio ao criatório formamos um condomínio em que são sócios até hoje eu o Paulo Fernando, meu irmão, e nosso cunhado Antônio Lage.

Top 2000 Campolina – Quais foram os fatos marcantes no Haras APORÃ e quem ajudou nesta empreitada? Em um primeiro momento chegamos a comprar alguns animais para andarmos e, logo em seguida, passamos a adquirir algumas fêmeas para iniciar o criatório. Com o intuito de comprarmos os cavalos para nossos passeios, em um dia de feriado do carnaval do ano de 2000, tomamos a estrada para Entre Rios de Minas, onde ouvimos falar da fazenda de um tal Gastão, que tinha belos cavalos para vender. Ao chegarmos à propriedade do Sr. Gastão, nosso saudoso pai, Francisco, indagou para um senhor que nos recebeu se era naquela fazenda que poderíamos encontrar alguns cavalos para comprar. Até aquele momento o nosso nível de conhecimento sobre cavalo Campolina era este mesmo, estávamos em plena fazenda Palestina, no coração da raça, indagando se ali poderíamos encontrar cavalos que nos agradasse. Mas com o pouco tempo em que ficamos ali na fazenda Palestina, com a figura maravilhosa do Gastãozinho, que nos tratou com tanta paciência e simpatia, veio a oportunidade dele nos mostrar todos aqueles belos cavalos. Não bastasse, ainda nos contou a história da raça, com a participação da sua família. Assim iniciamos a nossa experiência junto ao cavalo Campolina. Logo, considero essa viagem a Entre Rios, mais precisamente à fazenda Palestina, como o marco inicial para a formação do HARAS APORÃ, pois quando de lá saímos, levamos conosco um sonho, o de iniciar uma criação de cavalos da raça Campolina.

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Mas com o passar dos anos, voltamos a frequentar Buarque de Macedo. Agora todos já casados e com filhos. Nesse momento o que tinha restado do tempo antigo era a casa onde moravam nossos avós, que fica localizada na rua principal de Buarque, e também um terreno de 60 hectares nas proximidades da casa. Toda família então passou a incluir Buarque de Macedo no roteiro principal de feriados e fins de semana e logo veio o problema de superpopulação da casa, que tinha limitação de espaço para receber todos da família mais amigos, parentes e namorados ao mesmo tempo. Então, chegamos a pensar em ampliar as dependências da casa, mas logo surgiu a ideia de construir um condomínio de casas independentes para cada família.

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S e l e ç ã o d e d es ta q u e

Aporã

Roberto Pinheiro

Top 2000 Campolina – Onde vocês foram buscar experiência para tocar o negócio? Nos primeiros anos do criatório, ainda com pouca experiência e infra-estrutura precária no haras, tivemos que contar com grande ajuda dos amigos, no caso o Gastão Resende, do criatório Gas, Eustáquio Maia, do Haras REPOL, Juarez Assis, do Haras Pegasus, Newton Avelar, Haras Nahey, e tantos outros. Com o passar do tempo, fomos adquirindo experiência e ampliando nossos conhecimentos na lida com o cavalo. Estamos sempre tentando minimizar os erros e estendendo nossos relacionamentos e, cada vez mais, nos orientando para formar uma estrutura profissional para o criatório.

Volpi do Chiribiribinha Grande Campeão Nacional Jovem da Raça 2009

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Top 2000 Campolina – É verdade que nestes dez anos de criatório vocês já realizaram quatro leilões? Chegamos ao décimo ano do HARAS APORÃ com orgulho de ser um haras que já tem no seu currículo quatro leilões realizados em casa, com mais de 160 animais comercializados entre próprios e de convidados, e já estamos trabalhando para a realização do V Leilão APORÃ Ano Dez, em agosto de 2010.

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Top 2000 Campolina – Qual a filosofia adotada na criação? Através do direcionamento dos cruzamentos e da avaliação dos produtos, estamos desenvolvendo o processo seletivo do criatório, objetivando enquadrar os indivíduos dentro dos padrões morfológicos e de marcha da raça Campolina. Sabemos que ainda temos muito a aprender e a melhorar, mas estamos sempre focados em nossos objetivos, como o de procurar viabilizar um criatório sustentado em base técnica e econômica, sem perder, entretanto, o que tínhamos quando iniciamos, que é o prazer de estar com toda família envolvida no negócio e o convívio com tantos amigos que fizemos nos últimos dez anos.

Top 2000 Campolina – Uma curiosidade, por que APORÃ? O nome Aporã, em Tupi-Guarani, quer dizer morro alto de vista bonita, que achávamos que condizia bem com a geografia do local. Foi escolhido pela Helena, que é apaixonada pela criação. Seus conhecimentos sobre o cavalo se desenvolveram junto com a formação do haras e hoje ela contribui muito para o trabalho de seleção do haras.

Top 2000 Campolina – Quais são hoje as principais matrizes do haras? Hoje estamos fazendo o nosso trabalho de seleção utilizando dez doadoras de embriões. São elas: Hadarah da Hibipeba (Geodo do Oratório x Eça da Hibipeba), Naomy Mandala (Geodo do Oratório x Impetuosa do Oratório), Tiffany do Chiribiribinha (Neruda do Chiribiribinha x Loucura do Chiribiribinha), Hala da Hibipeba (Desing da Hibipeba x Eça da Hibipeba), Paloma do Repol (Invasor do Repol x Façanha do Brasil Macuco), História do Aporã (OP de Sta. Rita x Eva da Hibipeba), Qualidade JHR (OP de Sta. Rita x Flecha JHR), Buana do APORÃ (UUA de Sta. Rita x Gas Sedutora), Betina da JAD - Pampa (Detalhe de Sans Souci x Felicidade de Sans Souci) e Orla das Flores, uma pampa filha de Falcão Lagoa Negra em Harmonia das Flores.

Top 2000 Campolina – Atualmente quantos são os animais? Com relação ao atual plantel do Haras APORÃ, temos a dizer que aprendemos ao longo destes dez anos que o que importa é reunir um plantel bem dimensionado com relação à estrutura disponível do haras e de alta qualidade. Essa qualidade é baseada em elementos genéticos comprovados, observando os ancestrais e os descendentes diretos e indiretos de cada doadora ou garanhão do haras.

Top 2000 Campolina – Quais os principais reprodutores? Os cruzamentos são direcionados usando inicialmente os seguintes garanhões: Dezembro do LPD (OP de Sta. Rita x Odisséia da Brejaúba) e Império da Hibipeba (Geodo do Oratório x Damburita da Hibipeba). Na temporada 2010 estaremos usando Júpter da Hibipeba (Cale da Hibipeba x Gayana da Hibipeba) e Volpi do Chiribiribinha (Neruda do Chiribiribinha x Xena de Alfenas).



A rt i g o T é c n i c o

Lúcio Sérgio de Andrade*

A Herança Genética da Marcha centual de herdabilidade das diferentes modalidades de marcha e dos parâmetros de avaliação qualitativa.

Introdução

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A hipótese mais coerente para explicar a origem da marcha nos eqüinos é a da ocorrência de mutações gênicas nos desertos do norte da África, onde predominavam os ca­valos da raça Barbo, ou Bérbere, como é mais conhecida no Brasil. Essas mutações resultaram na andadura, como forma de facilitar a locomoção nos desertos de areia, como acontece com os camelos e dromedários, que apresentam como andamento natural a andadura. A própria dinâmica de locomoção da andadura explica porque esse andamento é mais apropriado para as dunas de areia fofa. O animal praticamente arrasta seus bípedes laterais sincronizados sobre a areia. Ao contrario, no andamento trotado, os bípedes diagonais afundam-se na areia, reduzindo a velocidade do andamento e levando o animal mais facilmente à fadiga. Assim, a partir de sucessivos acasalamentos entre indivíduos trotadores e de andadura, surgiram as diversas moda­lidades de deslocamentos com diferentes graus de dissociação, seja entre bípedes diagonais ou laterais. No Brasil, os cruzamentos com animais de sangue Andaluz – Sublime e seus descendentes – ainda contribuíram para um estilo mais elegante na movimentação, devido à elegância do trote articulado, característico da raça Andaluz. Na atual população da raça Mangalarga Marchador e Campolina, observa-se uma larga variabilidade nos tipos de deslocamentos. Inicialmente, é necessário padronizar um tipo de marcha, a fim de que uma posterior pressão de seleção possa alcançar resultados satisfatórios. A marcha é uma característica funcional complexa, porque envolve em sua avaliação uma gama de parâme­tros, tais como a comodidade (avaliação subjetiva), o estilo, a regularidade, o rendimento (ou desenvolvimento, progressão), a naturalidade, o diagrama. Todos esses fatores podem ser afetados, em um grau maior ou menor, pela equitação, adestramento, treinamento, condicionamento, estado emotivo, conformação, temperamento, dentre outros aspectos.

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Objetivos: Determinar o grau de dominância e o per-

Material e Método: Mais de 300 animais das raças Campolina e Mangalarga Marchador foram analisados, com base em resultados de acasalamentos entre indivíduos portadores de diferentes modalidades de andamentos, tais como: Marcha Picada, Marcha de Centro, Marcha Batida, Andadura e Trote. A avaliação foi conduzida “in loco” ( visual e montando os animais) e com auxílio de uma câmera cinematográfica de alta precisão – Sony U-Matic M3A. Os andamentos foram criteriosamente avaliados quanto ao estilo, à comodidade, ao rendimento, à regularidade e ao diagrama. Os animais também foram criteriosamente analisados quanto ao temperamento, à naturalidade da marcha, à treinabilidade e à inteligência. Foram acrescentados dados relativos a um estudo conduzido por este autor em um plantel de quase 70 animais da raça Mangalarga Marchador, visando a classificar diferentes modalidades de andamentos e detectar eventuais influências marcantes de determinados reprodutores na herdabilidade do diagrama de marcha, estilo e outros quesitos. Os plantéis estudados foram os seguintes: Mangalarga Marchador – Passa Tempo, Calciolândia e A.F.; Campolina – Passa Tempo e Santa Maria. Resultados: O sentido da dominância foi do Trote sobre a Marcha Batida, desta sobre a Marcha de Centro e a Marcha Picada e desta última sobre a Andadura. A marcha batida predominante foi a Marcha Batida Clássica, cômoda, com boa dissociação entre os bípedes diagonais. A Marcha de Centro considerada foi aquela ainda mais dissociada que a Marcha Batida, nitidamente dissociada, sem predomínio de deslocamentos na diagonal ou na lateral, com as quatro batidas dos cascos nitidamente espaçadas. Como andadura, foram en­­­­qua­dradas tanto a clássica como a desunida. Os acasalamentos de animais de trote, da raça Árabe, foram com animas da raça Mangalarga Marchador. Dos acasalamentos entre animais portadores de diferentes modalidades de andamentos foram alcançadas as seguintes proporções arredondadas:

* Zootecnista, com especialização na Texas A & M University, escritor, pesquisador, árbitro de eqüídeos marchadores.


Marcha Batida x Marcha Picada 45% marcha batida 30% marcha intermediária 20% marcha picada 5% andadura Marcha Batida x Andadura 40% marcha batida 10% marcha intermediária 30% marcha picada 20% andadura Marcha de Centro x Marcha Picada 15% marcha batida 45% marcha de centro 30% marcha picada 10% andadura Marcha Picada x Marcha Picada 45% marcha picada 20% marcha de centro 15% marcha batida 20% andadura (clássica e desunida) Marcha Picada x Andadura 10% marcha de centro 55% marcha picada 35% andadura Trote x Marcha Batida 1/2 sangue - 85% trote 3/4 sangue - 65% trote 7/8 sangue - 80% marcha

A herdabilidade dos parâmetros avaliados apresentou os seguintes percentuais: Estilo......................................................... 45% Comodidade............................................. 35% Desenvolvimento...................................... 20% Regularidade............................................. 15% Resistência................................................ 10% Temperamento.......................................... 40% Naturalidade............................................... 5% Treinabilidade e inteligência..................... 30% Conclusões: -a marcha é uma característica funcional de mecanismo genético complexo, sendo governada por fatores genéticos multiplos, altamente influenciados pelo adestramento, treinamento, equitação. -o trote é um andamento de base genética homozigota dominante. -indivíduos portadores de marcha muito áspera são dominantes, possuindo genes ligados ao trote. -a andadura é um andamento de característica homozigótica recessiva em ambas as modalidades, clássica e desunida. Portanto, pode ser facilmente eliminada do plantel. -a marcha picada possui uma base genética heterozigota, e possui genes da andadura. Não tem dominância sobre as marchas de centro e marcha batida clássica. -animais que marcham naturalmente no cabresto, ou soltos, são puros de marcha. -animais muito diagonalizados quase sempre possuem um ou mais ancestrais trotadores até a terceira geração. Esses andamentos são academicamente considerados como transicionais, enquadrando-se nas modalidades marcha trotada ou trote desunido, de acordo com o diagrama e o estilo dos deslocamentos. -a seleção funcional deve obedecer à regra de acasalar o bom com o bom, afunilando a seleção em direção à marcha de centro, pois é esta que se mantém equidistante do trote e da andadura. -acasalamentos de animais de marchas heterogêneas aumentam as variações no tipo de marcha. -inúmeros parâmetros de avaliação qualitativa da marcha apresentam uma herdabilidade média a alta, especialmente aqueles parâmetros que são menos influenciados pelo manejo.

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Marcha Batida x Marcha de Centro 55% marcha batida 35% marcha de centro 10% marcha picada

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Nacional

29ª Nacional do Cavalo Campolina fecha em

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A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCCampolina) reuniu criadores e apreciadores da raça de todo o Brasil durante a 29ª Semana Nacional do Cavalo Campolina, que aconteceu de 6 a 13 de setembro, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte (MG). O evento contou com a participação de 730 animais, incluindo os animais dos leilões, e configurou-se, segundo avaliação de

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alguns criadores presentes, como a melhor exposição realizada na gestão do até então presidente Francisco de Azevedo Neto, tanto do ponto de vista de organização, como de comercialização de animais. Durante a mostra, além dos trabalhos de pista, ocorreram concursos e provas funcionais. Estima-se que mais de seis mil pessoas estiveram no parque nos oito dias do evento.


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grande estilo gestão de Francisco de Azevedo tão fechou em grande estilo seu mandato, com uma exposição de alto nível. Na avaliação do técnico Teófilo Soares, esta foi uma exposição bem estruturada desde as inscrições, a recepção dos animais e o alojamento dos tratadores, à cronologia dos campeonatos. “Só um dia tivemos problemas de atrasos nos julgamentos, mas, depois, foi tudo regularizado. A qualidade em pista foi ímpar.

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Um fato que chamou a atenção foi que, apesar de o encontro ter ocorrido às vésperas de uma troca de gestão – este é segundo mandado de Francisco de Azevedo, portanto, não poderia se reeleger – a festa não foi maculada por uma disputa política. No último dia do evento até tentou-se promover uma reunião para se formatar algum acordo, mas sem prejuízos à Nacional. Fato é que o presidente em ques-

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Nacional

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Faço questão de ressaltar a participação do Sr. Nelson pela prestação de serviço e pelo gerenciamento desta Nacional”, destacou. Ele também ressaltou o ambiente familiar, de companheirismo e de competição sadia. O criador José Eugênio Filho, o Dudu, da Fazenda Lagoa Negra, em Barbacena (MG), foi outro que aprovou o evento. “Se o presidente Chico fez nacionais fracas no início, terminou fazendo ótimas nacionais. Está entregando a ABCCCampolina conforme esta Nacional, com a auto-estima resgatada. Parabéns a ele e a sua diretoria”, elogiou. Todavia, Dudu acredita que exposições como a Nacional não deveriam ficar apenas entre criadores, e sugeriu: “As demandas para nacionais são inerentes às atividades diárias de uma exposição. Julgamento é muito chato. E tem pouca atividade de confraternização. Isto afasta as famílias. Todos somos culpados por isso, pois nós, criadores, adoramos só falar de cavalo, bem ou mal, a semana toda. Somos malucos completos e não nos tocamos que isso afasta um leigo com potencial para ter um cavalo. Temos de trabalhar este nosso egocentrismo e fazer exposições para todos”. Para o presidente da ABCCCampolina à época, Francisco de Azevedo Neto, a Nacional foi sucesso absoluto. Hoje ele é taxativo ao afirmar: “Mais uma vez entendo que foi um sucesso. A grande demanda que tínhamos era do marketing do cavalo para comer-

cialização de nossos produtos. Na última Nacional houve um nível de comercialização só nos leilões de R$ 5 mil. Não há no Brasil uma raça que teve um evento desta magnitude. Então eu acho que tivemos uma demonstração cabal de um trabalho que obteve êxito. Entendo que a Nacional foi um sucesso absoluto. Se pode melhorar? Seguramente, e acho que a próxima Nacional será melhor ainda”. Julgamentos ocorreram dentro da normalidade Um aspecto interessante é que a exposição ocorreu dentro do regulamento prescrito e sem mudanças de última hora. Essa foi a análise de Téofilo Soares. “Tenho comigo que a raça Campolina vem num passo muito bom, que começou há cerca de cinco anos. A gente vê isto hoje refletido na pista com uma qualidade superior de andamento dos animais e com uma conformação morfológica muito boa, associada à função, a um cavalo à frente, avante e equilibrado. Esta Nacional 2009 está consolidando o Campolina como uma raça Nacional, como um cavalo belo e de andamento macio”, observou. Para José Eugênio Filho, titular da Fazenda Lagoa Negra, houve uma sensível melhora na aceitação dos julgamentos, apesar de críticas que, segundo ele, sempre existirão. “Os grande campeões tiveram grande


Roberto Pinheiro Roberto Pinheiro

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aceitação desta vez. Julgamento sempre terá polêmica, às vezes menos, outros anos mais. Isto é assim desde que o mundo é mundo”, argumentou. Ele ainda se justificou nos abnegados criadores que ajudaram a formar a raça em busca de embasamento: “Como dizia o saudoso Bolívar de Andrade, tudo tem jeito em cavalo, menos julgamento. E olha que faz 30 anos que perdemos o mestre Bolívar.” Além das pistas, durante o evento o público pôde acompanhar as provas funcionas e assistir a outras atividades paralelas. Dentre elas, as provas de Maneabilidade, Musicalidade da Marcha e do Cavalo Conforto, criadas para avaliar o nível de adestramento e de andamento dos animais. Essas provas buscam reunir as mais condizentes características morfológicas, de andamento marchado e cômodo da raça, como forma de colaborar para a evolução do cavalo Campolina, obtendo, assim, um animal ideal para sela e lazer. Nas provas funcionais se deram bem os expositores Cláudio Cunha, primeiro lugar com Dakota do Barulho, e a Agroban Empreendimentos Agropastoris Ltda., com Huno do Camparal, que ficou no segundo lugar, ambos na Prova Cavalo Conforto. Na de Maneabilidade, destaque para os cavaleiros Denivaldo Neri Barbosa (Dê), com Orgulho do Porto Rico (1º), e Anderson Santos Moraes montando Imperador do Porto Rico (2º). Na Musicalidade da Marcha sobressaíram-se os cavaleiros Agnaldo Souza Pereira (1º) e João dos Santos (2º), com os respectivos animais Uganda do Passo Picado e Nana de Cassorotiba.

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Nacional

Seis leilões com bom volume de vendas e diversidade de produtos ofertados

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Em 2009, a tradicional Cavalgada Histórica Campolina, que acontece há 29 anos, foi realizada anteriormente à Nacional, entre os dias 3 e 5 de setembro. Foram 49 cavaleiros que, com seus cavalos, percorreram 103 quilômetros de Barbacena (MG) a Buarque de Macedo (MG), passando por importantes haras e fazendas da região.

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Em constante expansão, o mercado do cavalo Campolina acompanha a evolução da própria raça. Com os anos, ela tornou-se altamente valorizada e é comercializada em leilões ou diretamente nos haras e em exposições que, muitas vezes, funcionam como porta de entrada para novos criadores e proprietários. Os seis leilões realizados durante a Nacional aconteceram entre 7 e 12 de setembro e movimentaram um total de R$ 5 milhões, com 200 lotes vendidos. A média por produto, considerando-se animais, embriões e coberturas, ficou na casa dos R$ 25 mil, divididos em 60 parcelas. O destaque dos leilões realizados ficou por conta da venda de 50% do potro Volpi do Chiribiribinha, totalizada em R$ 192 mil. Confira a seguir as movimentações financeiras de cada um dos leilões.

6º Leilão Uai e Convidados Data: 07/09/2009 Total de vendas: R$ 450.000,00 Média: R$ 15.000,00 Total de lotes: 30 Lotes mais valorizados: Satine do Haras da Rocinha – R$ 32.000,00 Santa Maria Uai – R$ 25.000,00 Cobertura Rollys Royce da Conceição – R$ 7.200,00

1º Leilão Vernissage - A Arte da Criação Campolina Data: 10/09/2009 Total de vendas: R$ 1.409.400,00 Média: R$ 39.150,00 Total de lotes: 36 Lotes mais valorizados: Vitória da Fronteira (50%) – R$ 154.200,00 Volpi do Chiribirinha (50%) – R$ 120.000,00 Harmonia das Flores (50%) – R$ 114.000,00

Leilão Nacional Raça 2009 Data: 08/09/2009 Total de vendas: R$ 945.600,00 Média: R$ 21.013,33 Total de lotes: 45 Lotes mais valorizados: U.R.E. de Santa Rita – R$ 132.000,00 SG Babilônia – R$ 60.000,00 Logística TOP – 54.000,00

Leilão Duas Décadas Data: 11/09/2009 Total de vendas: R$ 791.724,00 Média: R$ 26.390,80 N° de Lotes: 30 Lotes mais valorizados: Ipanema do REPOL – R$ 98.400,00 Tigresa da Maravilha (50%) – R$ 88.200,00 Obra-prima de Atibainha – R$ 54.000,00

1º Leilão Nacional Explosão de Qualidade Data: 09/09/2009 Total de vendas: R$ 702.600,00 Média: R$ 24.227,59 Total de lotes: 29 Lotes mais valorizados: Judia do LPD – R$ 72.000,00 Jabuticaba de Sans Souci – R$ 46.200,00 Kami da Hibipeba – R$ 34.200,00

Leilão Pampa, Preto e Policromáticos Data: 12/09/2009 Total de vendas: R$ 666.100,00 Média: R$ 22.203,34 Total de lotes: 30 Lotes mais valorizados: REPOL das Flores – R$ 60.000,00 Ki -Linda do Barulho – R$ 58.800,00 Monalisa das Flores (50%) – R$ 31.200,00

Fonte: Os próprios criadores


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Resultados

XXIX Semana Nacional . 2009 Promotora: Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina Período: 06 a 13 de setembro de 2009 - Juízes: Andamento: Diego R. Vitral / Fabiano Bittencourt Morfologia: Jorge Eduardo C.Lucena / Fabricio Braga - Admissão: Múcio Botelho Salomão

Melhores Expositores

Agroban Empreend. Agropastoris Ltda. Haras Chiribiribinha – Duas Barras (RJ)

2º Agropecuária Hibipeba Ltda. Faz. Hibipeba – S. Sebastião do Alto (RJ)

3º Vera Regina Aché Annechino Haras Mandala – Petrópolis (RJ)

Melhores Criadores

Melhores Criadores Não Expositores

1º Agroban Empreend. Agropastoris Ltda. Haras Chiribiribinha – Duas Barras (RJ) 2º Agropecuária Hibipeba Ltda. Fazenda Hibipeba – São Sebastião do Alto (RJ) 3º IRASA - Indústrias Reunidas Aliança S/A Fazenda Oratório – Macaé (RJ)

1º Iltamir Honório Abreu - Espólio Fazenda Casseribu – Itaboraí (RJ) 2º Maria Eliane Lopes - Espólio Faz. Engenho Novo – Entre Rios de Minas (MG) 3º Carlos Plínio Siqueira Fazenda Oratório – Macaé (RJ)

Fonte: Press Comunicação

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Este exemplar apresenta o Método LSA de Adestramento desenvolvido pelo próprio autor. O novo procedimento é feito através do charreteamento, totalmente sem violência e estresse.

Neste manual são apresentados os procedimentos para implantar uma rotina de manejo no haras. Podemos encontrar em seus capítulos: cuidados com os cascos e baias, adestramento e como preparar os animais para exposições.

Equicenter Publicações Autor: Lúcio Sérgio de Andrade

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LIVRO - Os Vícios do Cavalo A primeira parte aborda os cinco sentidos naturais, os aspectos emotivos, elos de comunicação entre cavalo/treinador e as bases do aprendizado. A segunda está relacionada com os 40 tipos de vícios, os meios de prevenção e a correção.

Equicenter Publicações Autor: Lúcio Sérgio de Andrade 100 páginas - R$ 35,00

LIVRO - O arreteamento de seu Cavalo O conteúdo deste exemplar é ilustrado e contém muita informação sobre a importância da escolha correta do arreamento: cabrestos, embocaduras, selas, acessórios de equitação, e os cuidados essenciais na hora de arrear seu cavalo.

Equicenter Publicações Autor Lúcio Sérgio de Andrade 100 páginas - R$ 35,00

Equicenter Publicações Autor: Lúcio Sérgio de Andrade

LIVRO - Manual de Cavalgadas e Enduros

DVD - Doma Racional de Cavalos

O livro traz a caracterização do cavalo de passeio e cavalgadas, variáveis de andamento e postura, avaliação da condição fisicoclínica, programa de treinamento, além de estratégias para melhorar a atuação do animal. Equicenter Publicações Autor: Lúcio Sérgio de Andrade

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91 páginas - R$ 35,00

As etapas desenvolvidas durante o processo da doma, desde os primeiros contatos com o cavalo até a montaria. Conteúdo: Princípios da doma racional Equipamentos de doma Primeiros contatos com o animal Apresentação dos arreios Banho de gente Uso de rédeas de borracha Charreteamento e equitação. DVD Videopar

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www.top2000vendas.com.br DVD - Marcha Conteúdo rico de informações com a história do andamento marchado, além dos critérios de julgamento explicados pelo conceituado árbitro Tiago de Resende Garcia. Uma boa opção para todos aqueles que desejam aprimorar conhecimentos sobre o fascinante mundo da marcha. O mais completo documentário de marcha até hoje editado.

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LIVRO O Homem que Ouve Cavalos O amor pelos cavalos e o aguçado senso de observação fizeram dele um pioneiro na comunicaçãoo com animais. Para quem gosta de cavalos, essa é uma leitura imperdível. Para quem trabalha com eles, é obrigatória. Editora Bertrand Brasil Autor Monty Roberts 343 páginas - R$ 69,00

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DVD - Equitana 2007 O maior evento da equinocultura do mundo, realizado em Essen, na Alemanha. Nesse DVD você vai poder conferir os principais acontecimentos da Equitana 2007.

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LIVRO - Desvendando o Enigma do Centauro Este livro é resultado das investigações do cavaleiro e divulgador científico Bjarke Rink. Importante instrumento para o entendimento da evolução da simbiose Homo-Caballus e as múltiplas conseqüências que a união da inteligência do homem com a velocidade do cavalo promoveram no mundo por mais de 6 mil anos. Equus Brasil Editora - Autor: Bjarke Rink 343 páginas - R$ 69,00

DVD - Adestramento

DVD - Embocaduras

Nesse vídeo, Fernando Mello Vianna transmite as técnicas de equitação e toda sua experiência sobre adestramento.

DVD integrante da série “Cavalo de Sela Brasileiro”, produzido pelo conceituado instrutor de equitação Fernando Mello Vianna. Filme que revela os segredos do uso das embocaduras no cavalo de sela

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Centro de Treinamento Equestre Mello Vianna

DVD - Treinamento de Rédeas

DVD - Equipamentos

O trabalho de rédeas é considerado a base para todas as modalidades, pois aprimora a resposta do cavalo aos comandos. Neste vídeo você vai acompanhar as etapas do treinamento, desde os primeiros trabalhos durante a doma até o treinamento de um cavalo pronto para competição.

Este título da Universidade do Cavalo – Via Rural - mostra equipamentos e acessórios e suas utilidades. Conteúdo: Selas e estribos – Lombilho, Arreio, Tambor e baliza, Laço, Australiana, Modalidades clássicas Proteções para patas – Tendoneira , Caneleira, Cloche Embocaduras e Cabeçadas – Bridão, Freio, Freio-bridão e cabeçadas.

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E NTR E V I S TA

Francisco de Azevedo neto:

Missão cumprida Depois de dois mandatos à frente da ABCCCampolina, Francisco de Azevedo Neto, ou simplesmente Chico Azevedo, conta a seguir os desafios que enfrentou durante estes seis anos de gestão. Empresário do ramo da construção civil e pesada, ele fala dos projetos realizados na Associação, dos momentos difíceis que passou, da Convenção de Ouro Preto e do porquê não ter apoiado nenhum dos candidatos à próxima gestão. Enfim, externa a sensação de missão cumprida. Confira seus depoimentos sobre alguns temas que foram a tônica de sua gestão.

TOP Campolina

Associação: do CTI à condição de sonhar

Tive que isolar a Nacional da política que antecedia as eleições e que poderia prejudicar o evento maior da raça. Para chegar a esta conclusão, eu fiz consultas e percebi claramente que não havia um clima positivo para a disputa à ABCCCampolina. Hoje eu entendo que a bandeira que os sócios queriam era em comum. Portanto, não havia uma bandeira no sentido de que este grupo queria uma coisa e o outro grupo queria outra coisa. O que eu percebi, que pode ser comprovado com os projetos dos dois candidatos, é que não havia divergências, ou seja, eram os mesmos. Então começou a haver divergências de nomes e eu achava que a melhor forma de resolver a questão seria que houvesse um consenso. Não tive sucesso nesse consenso e, daí, resolvi agir como magistrado no processo e decidi não tomar nenhuma posição, até mesmo porque nas duas chapas havia amigos meus. Entendi que se eu tomasse alguma frente, alguma posição, eu poderia incendiar o processo.

Fazendo uma analogia, quando o Arthur Biagioni pegou a Associação, ela estava praticamente morta, para não dizer que estava morta. Ele teve a competência de colocá-la no CTI. Naquela época estava-se discutindo como ia fechar. Ele conseguiu recuperar os sinais vitais do paciente. Colocou no CTI, recuperou e deu condições ao paciente de começar a tomar os primeiros remédios. Eu recebi uma entidade já respirando, com pulsação e em condições de que fossem aplicados alguns remédios para que pudesse se recuperar. Entendo que hoje nós entregamos para o Guto Amaral uma Associação em condições de sonhar para frente, ou seja, o paciente está salvo. Tem condições de andar, correr e disputar provas. Enfim, nós deixamos a Associação com R$ 910 mil em caixa e com todas as despesas pagas até 31 de janeiro de 2010. Este ano nós fizemos dois investimentos, só para se ter uma idéia de valor significativo. Só na informática nós gastamos R$ 150 mil, mais os investimentos com o Memorial, que foram investimentos importantes. Mesmo assim, com tudo pago, nós estamos entregando a Associação com R$ 910 mil e sem nenhuma dívida.

Disputa sadia e sem apoio a candidatos

Nacional: sucesso total

Eu não podia radicalizar e não me interessava isto. Gostaria de deixar claro que não sou contra a disputa. Entendo que foi uma demonstração dada de maturidade por parte dos associados da ABCCCampolina a todos, ou seja, nós tivemos uma disputa que foi sadia e acho que foi positiva no sentido de dizer que ela gera maior compromisso para o vencedor, porque ele teve que pedir votos e dizer que ia fazer aquele plano de trabalho, ao assumir um compromisso com seus eleitores em função daquele projeto de trabalho. Então, isso foi positivo. A gente fica

Mais uma vez entendo que a Nacional foi um sucesso. A grande demanda que tínhamos era do marketing do cavalo para comercialização de nossos produtos. Na última Nacional houve um nível de comercialização só nos leilões de R$ 6 milhões. Não há no Brasil uma raça que teve um evento dessa magnitude. Então eu acho que foi a demonstração cabal de um trabalho que obteve êxito. Entendo que a Nacional foi um sucesso absoluto. Se pode melhorar? Seguramente, e acho que a próxima Nacional será melhor ainda.

Nacional blindada à política

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sempre achando que na entidade não pode haver disputa e nós demos uma demonstração de que ela pode existir, desde que em alto nível, como aconteceu. Não é que eu tenha pensado em ter candidato meu, um candidato de situação. Eu pensava em pessoas que poderiam dar o passo que eu entendo que a Associação precisava, mas decidi não pedir voto para nenhum dos dois candidatos.


Roberto Pinheiro

Eu disse para o Guto Amaral e para o Osmar que eles não se preocupassem comigo na campanha, porque entendo que ninguém deveria falar que iria seguir os meus passos, que iria fazer o que eu fiz. O que eu fiz é passado. Eu já sou passado. Como sócio gostaria que se pensasse na Associação para frente, que sejam melhores que eu e que entreguem a Associação muito melhor do que eu entreguei. Entregar igual a mim, desculpa, não vai ter vantagem nenhuma. Eu, como sócio e criador, quero uma Associação, mais pujante, mais forte, mais robusta, mais inteligente, mais bem equipada e com área técnica competente, que é uma demanda dos associados e que tem que ser feita agora, e que dá para fazer. Guto Amaral presidente Excelente. Uma ótima pessoa, maduro, um empresário inteligente, que tem habilidade política, maturidade profissional para encarar o desafio e que possui uma equipe muito boa. Na chapa dele existem pessoas que participaram comigo, colegas meus de diretoria, como é o caso do Paulo Rocha, da Bahia, do Jorge Salum, e do Dennis Fagundes. Vários companheiros que trabalharam comigo e que estão aí dispostos a ajudar a Associação. Há também uma demonstração de que a turma jovem está entrando. Temos aí o José Henrique, o Pedro Diniz. São pessoas jovens e nelas depositamos esperanças para que a raça se firme e se reafirme. Convenção de Outro Preto como realização O primeiro ponto que entendo como o mais importante foi o estatuto. Nós conseguimos fazer um estatuto dentro das possibilidades do momento. Pode melhorar? Seguramente. Isto aconteceu na Convenção de Ouro Preto e foi um compromisso assumido e resgatado. Era a grande demanda e a mais forte quando assumi, além do marketing, que foram temas muito discutidos. Hoje eu entendo que a gente está vendo o êxito daquela convenção, e não há criador que não fale que se o cavalo não andar, não tem serventia. Istso já é um fruto da Convenção de Ouro Preto. O cavalo Campolina tem que andar, tem que marchar. Se não tiver marcha, não serve. Agora temos que aprimorar isso, pois a cultura mudou nos últimos três,

quatro anos. Antigamente a gente ficava discutindo se passávamos a marcha de 30 para 40. Hoje não se discute mais 30 e 40. É cem por cento de marcha e cem por cento de morfologia. Se isso não acontecer, não tem conversa. Compromisso financeiro com a ABCCCampolina, outro êxito O segundo ponto foi a saúde financeira da Associação. Trata-se da conscientização do associado de que cada um tem que cumprir o seu dever. Se cada um cumprir com seu dever, teremos uma Associação forte. O problema era que um cumpria e dois não cumpriam. Aí ficava uma coisa desigual que gerava déficit para a Associação. Quando entrei na Associação, não foi uma nem duas vezes, mas várias vezes seguidas que tive que avalizar R$ 100 mil para pagar a folha de pagamento, porque mal mal tínhamos dinheiro para pagar a folha de pagamento. Isso não é maneira de administrar uma entidade. Uma entidade tem que ser forte, robusta, para que possa se sustentar e poder sonhar. Reitero, estamos entregando a Associação com R$ 910 mil e sem nenhuma dívida. Leilão dos leilões: uma novidade Por último, pensando nas grandes realizações, temos a questão do marketing, do desenvolvimento da raça, que foi o leilão dos leilões da Nacional. Foi uma novidade não só na Campolina, como nas demais raças. A Campolina foi a primeira entidade a lançar isso e foi um sucesso. Além do ponto de vista financeiro, foi uma forma de comercialização inteligente. Sem dúvida, pelo que eu posso pressentir para 2010, teremos uma disputa acirrada nos leilões deste ano. Pude perceber que vários criadores querem comprar estes leilões, porque estão sentido a boa fase que a raça está vivendo. Isso vai ser muito bom para a Associação, porque você já entra praticamente com uma exposição viabilizada do ponto de vista financeiro. Fizemos a exposição de 2009 sem dever um real. Hoje uma Nacional custa R$ 450 mil. Se você tem inscrição mais leilão, você praticamente viabilizou o evento, o que dá muita tranqüilidade para quem está administrando. Antigamente vendíamos o leilão e o parcelávamos em dez vezes depois da Nacional. Ou seja, fazíamos a despesa

TOP Campolina

Associação daqui para frente

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E NTR E V I S TA Francisco de Azevedo neto

à vista e recebíamos o crédito a prazo. Isso não é forma de administrar. Hoje dá para fazer, antigamente não havia espaço para isso. Este é um ponto importante. Informatização: outra grande realização E, por último, eu tenho a segurança em dizer, apesar de não ter podido ver ao vivo, que a outra grande realização é a informatização da Associação. É um passo importantíssimo e que vai ser um sucesso absoluto. A inauguração do Memorial Márcio Andrade Esta foi uma idéia que surgiu da conversa com vários criadores para que deixássemos registrada a memória do cavalo Campolina, que estava meio perdida e com uma historinha – com todo respeito a ela – um pouco antiga. Falamos do Cassiano Campolina e de uma luta entre mouros e cristãos. É uma conversa perdida no tempo e distante da gente. Contratamos um historiador, um profissional, para inserir essa conversa dentro de um aspecto técnico, pretendendo que ele se aprofunde um pouco mais nessa história. Eu estava achando esta história muito pobre para o tamanho da raça. Eu entendo que ela é maior do que tudo isso. Meu objetivo foi jogar uma semente para que as pessoas possam conhecer melhor a história da raça Campolina, a contemporânea e a passada. Agora temos um local onde as pessoas poderão doar materiais que contem a história do nosso cavalo, o que não existia antes. O próprio Emir Cadar tinha um material riquíssimo da época em que ele foi presidente, mas não tínhamos um local para preservar este material. A Associação não tinha um lugar para recebê-lo. Eu acho que esse material foi doado ao Dudu, de Barbacena, e ele seria muito bem vindo, além de de doações de outros criadores também. No meu último dia de mandato, o Ricardo Figueiredo, da Três Barras, me deu uma medalha que foi da primeira convenção da raça. Deu para a Associação, para o memorial. Isto é uma coisa importante e é assim que se faz história. Eu disponibilizei os livros. Tínhamos livros de 1937 falando da real situação do cavalo Campolina, dos registros etc. Teve gente que ficou emocionada no dia da inauguração do novo espaço.

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A sensação de missão cumprida

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Termino minha gestão com a sensação de dever cumprido, com muita satisfação e, sem falsa modéstia, com um índice de aceitação muito positivo. É muito bom a gente deixar uma entidade do porte da ABCCCampolina da forma que eu deixei, ou seja, com as pessoas gostando do trabalho que nós fizemos. Do grupo como um todo, porque tive diversos colaboradores. Sinto de uma forma muito tranquila que a missão foi cumprida. O trabalho foi bem feito. Poderia ser melhor? Certamente.

Desistir jamais Nunca passou pela minha cabeça em algum momento a idéia de desistir da Associação. Isso não é do meu feitio. Todos lutamos e tivemos pressões fortíssimas no início. Quando se quebra paradigmas é natural enfrentarmos alguns problemas. As pressões foram de financeiras a pressões políticas. Financeiras, porque as pessoas estavam acostumadas a não cumprir com suas obrigações e ter resultados não as cumprindo. Política porque havia grupos que achavam que poder é quando você comanda pessoas. Eu, contudo, acho o contrário, o poder que eu gosto é o de pactuar ideias. Eu compactuo com a ideia de uma pessoa caso ela tenha o mesmo plano ou projeto de governo que eu. Agora, se eu comando aquela pessoa, já cai o conceito. Na medida em que uma pessoa se deixa ser comandada, eu acho que ela perde um pouco a competência. Amigos, amigos. Negócios à parte. Certamente havia grupos que achavam que eu ia me envolver na Associação. Independente de ter amigos ou inimigos – estes eu não tinha – se o associado está em dia com a Associação, tem os mesmos direitos que um amigo meu se este amigo também está em dia com a entidade. Por outro lado, se este amigo meu não cumpriu, ele não vai ter a benéficie da Associação. Isso eu fiz, independente de ser sócio, amigo, vice-presidente. Cumpriu, ok! Não cumpriu, não tem benéficie. Isto eu não discuto mais, pois é coisa do passado. Hoje ninguém discute se vai pagar ou não vai pagar. Não passa na cabeça do sócio hoje querer um serviço estando inadimplente. Hoje a realidade é outra, mas já foi mais difícil. Arrematando a conversa É com muita honra que eu fui presidente da Associação. Nunca tinha passado pela minha cabeça pleitear isso. Achava que não era o que eu desejava, o que eu queria, mas com companheiros como o Arthur (Biagioni), o Henrique Salvador, o Sérgio Braga, o Roberto Siqueira e outros, que me convenceram que eu deveria participar, e pelo meu gosto de desafios, eu topei. Minha vida, sobretudo a empresarial, é feita de desafios. Fui presidente da Associação Mineira das Empreiteiras de Obras Públicas há alguns anos, fui vice-presidente do Sicepot (Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais). Eu sempre gostei disso. E acho que comandei a Associação de uma forma lúdica. Modéstia à parte tive a competência de tocá-la de uma forma prazerosa. Não como uma obrigação, como uma coisa estressante, a pressão que enfrentamos foi normal. Eu sabia entender. Sabia entender que às vezes a gente tem que dar tempo ao tempo.




Eleição

Guto Amaral assume a presidência da ABCCCampolina Roberto Pinheiro

Durante seu discurso, Francisco Neto, Em clima de expectativa, cordialidaalém de apresentar o Memorial, falou da de, transparência e respeito foi realizada a contratação do historiador Leonardo Loeleição e posse da nova diretoria da ABCCpes para levantar a história da raça. Ele Campolina. Luiz Augusto Amaral, criador do homenageou o ex-presidente Arthur BiaHaras Mata Nova, em São Roque (SP), foi gioni, falou da importância de ter realiempossado, por 252 votos a 91, na presizado a Convenção de Ouro Preto na sua dência da entidade para um mandato de três gestão que, segundo ele, foi um marco anos, superando o outro candidato Osmar para definir os rumos da raça. Enalteceu da Silveira Morais. Ao todo foram abertos e a semana de leilões, iniciativa implantada contabilizados 360 votos, sendo os demais O ex-presidente da Associação, também no seu mandato, e apresentou o 16 nulos e um em branco. novo sistema de informatização da ABCCAs eleições ocorreram no auditório da Francisco de Azevedo, com o atual presidente, Guto Amaral Campolina, que entrará em fase de testes Associação dos Suinocultores do Estado de e de treinamento de pessoal para operá-lo. Minas Gerais, entidade que funciona no inSegundo Azevedo, ele entrega a ABCCCampolina saneaterior do Parque da Gameleira, em Belo Horizonte (MG). Após da, com um saldo em caixa de R$ 910 mil e com todos os a disputa, que aconteceu com auditório praticamente lotado, compromissos quitados até 31 de janeiro de 2010. Dando lios dois candidatos se cumprimentaram e Luiz Augusto Amaral sura ao balanço financeiro da entidade, ele entregou a Luiz recebeu os cumprimentos dos presentes. Augusto Amaral o relatório de contas da sua gestão devidaAs solenidades após a posse foram realizadas na sede da mente auditado. ABCCCampolina, onde foi montada uma infra-estrutura para a Azevedo terminou seu discurso parabenizando Osmar da confraternização dos criadores presentes. Antes, o presidente Silveira Morais e os membros que compunham sua chapa, substituído, Francisco de Azevedo Neto, discursou. Seu últidesejando sucesso à gestão de Luiz Augusto Amaral e fazenmo ato foi a inauguração do “Memorial Márcio Andrade”, um do inúmeros agradecimentos. O presidente eleito também espaço no interior da própria sede, que irá preservar a história discursou durante uma concorrida festa de confraternização. da raça Campolina e que servirá para consultas e pesquisas. O Veja a íntegra do discurso na próxima página. local abriga também a galeria dos presidentes da Associação.

Composição da nova diretoria Biagioni, Emir Cadar, Fernando Diniz Olivé, José Eugênio Dutra Câmara, Lúcio Vasconcelos Lana e Souza, Francisco de P. La Saigne D’Aboim Inglês e Francisco de Azevedo Neto Conselho Fiscal Efetivo: Norival Siqueira Neto Suplentes: Luis Augusto Mello Sinisgalli, Luiz Roberto Horst Silveira Pinto, Nelson Aparecido Jorge, Rogério da Silva Oliveira e Josué Rodrigues CETERC Presidente em Exercício: Múcio Botelho Salomão Assessores: Alessandro Moreira Procópio e Roberto Figueiredo Martins Filho Conselho Deliberativo Técnico ( CDT) Presidente: Viriato M. Gonzada III

Membros: Carlos Roberto Siqueira, Charles Marx Nascimento Almeida, Cleyton Eustáquio Braga, Eduardo Líbio Torres, José Luiz Cortes Gama, Nelson Grassi Melo Franco, Pedro Hermany Diniz, Severino Pinheiro Vidal, Silvio Romero Marques e Teófilo Soares de Almeida Conselho Nato Arthur Eduardo Savassi Biagioni, Emir Cadar, Fernando Diniz Olivé, Francisco de P. La Saigne D’ Aboim Inglês, José Eugênio Dutra Câmara, Lúcio Vasconcelos Lana e Souza, e Francisco de Azevedo Neto Superintend. de Registro Genealógico Múcio Botelho Salomão

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Diretor Presidente: Luiz Augusto do Amaral Filho Diretor Vice-Presidente e de Relações Regionais: Dênis Soares Fagundes Diretor Secretário: Pedro Hermanny Diniz Diretor Social: Márcio Vilanova Monken Diretor de Expansão e Mercado: Paulo César Queiroz Rocha Diretor Administrativo e Financeiro: Jorge Salum Diretor de Eventos: Paulo César Maia Conselho Consultivo: José Eugênio Dutra Câmara Filho, Cristiano Barbosa de Azevedo, Marcos Amaral Teixeira, Severino Pinheiro Vidal, Charles Wanderley Maia, Reynaldo Zapalá Pimentel, José Rogério Sesti, José Henrique Dias Salvador (J.H.R.), Ademar Rigueira Neto (Haras do Preto e Pampa), Maurício Wanderley Estanislau da Costa, José Valeriano Kfouri Fernandes, Sérgio Augusto de Almeida Braga, Arthur Eduardo Savassi

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Eleição

Discurso de Posse

TOP Campolina

Boa noite, amigos, é com muita emoção que vivo este momento. Eu gostaria de agradecer e render minha homenagem a todos os participantes de nossa chapa e o faço na pessoa de nosso vice-presidente Denis Fagundes, que além de amigo, com sua experiência e competência deu viabilidade política a nossa chapa. Gostaria também de agradecer a todos que nos ajudaram com seu trabalho e apoio durante a campanha e mesmo antes dela, e o faço nas pessoas de Emir Cadar, José Eugênio Câmara Dutra, Fernando Diniz e Henrique Salvador, que, através de seu prestigio e importância, também deram viabilidade política ao nosso projeto, juntamente com todos os demais. Em especial gostaria de agradecer aos jovens que através de sua empolgação e trabalho nos deram a certeza do acerto em nossa escolha, e o faço através do Pedro Diniz que, juntamente com os demais, nos dão a tranquilidade e a certeza de que o futuro de nossa raça e da associação estão garantidos. Quero lhes contar uma pequena história que me lembrei logo após a inscrição da chapa: “Tenho um amigo, engenheiro, construtor de casas, que trabalhou por muitos anos com um mestre de obras de sua confiança. Um dia ele se deu conta de que este mestre estava com idade para se aposentar e resolveu comprar um terreno, elaborar e aprovar um projeto para a construção de uma casa. Chamou o mestre e sem maiores explicações lhe deu a atribuição de construi-la e, mais ainda, de escolher todos os materiais de construção e acabamento, dando-lhe liberdade total de escolha. Viemos mais tarde saber, por sua mulher, que ele se indignou por mais esta tarefa, a de escolher os materiais de construção e acabamento, e o fez a contra gosto, escolhendo apenas materiais de segunda e terceira qualidade. Terminada a obra o engenheiro chamou o mestre, passou-lhe a escritura e lhe entregou a chaves da casa dizendo que o fazia em agradecimento a toda a ajuda e serviços prestados ao longo dos anos.” Já diz o ditado que de boas intenções o inferno está cheio. Deste episódio tirei duas conclusões: 1-) devemos estar atentos às intenções de nossos interlocutores para perceber e entender a sua real intenção, senão correremos o risco de não sermos beneficiados por um erro de interpretação.

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Mesa apuradora

2-) não bastam boas intenções, elas devem ser manifestadas de forma clara e objetiva para que surtam o efeito desejado. Quero agora aqui manifestar de forma clara e objetiva minha intenção ao postular e conquistar este cargo. Espero a união possível de todos os campolinistas associados, sejam eles grandes, médios ou pequenos criadores, sejam eles mais ou menos amigos, influentes ou não. Estarei nos próximos três anos com a firme disposição de servi-los e buscar de todas as formas atender, dentro das possibilidades da ABCCC, as reais necessidades legítimas de todos, e não vontades individuais. Por legiítima entendo as de interesse do cavalo e da ABCCC. Entendo a priori que a grande maioria tem duas grandes necessidades legítimas. A primeira é vender cavalos e a segunda é vender cavalos. Durante a campanha, e mesmo antes dela, percebi que esta é a grande preocupação da maioria que cria por paixão. Todo ano nascem potros e, se não houver mercado para colocá-los, não há paixão que resista ao crescimento da tropa e da despesa. Doá-los não constrói a satisfação do criador, especialmente do pequeno, e muito menos o mercado. Para conquistar o mercado necessitamos de um bom produto, não basta um bom fomento e uma grande publicidade, e para termos um bom produto é na área técnica que poderemos lograr sucesso. São estas as duas grandes prioridades, a área comercial e a área técnica. Para conquistarmos o mercado a apresentação do produto é de suma importância. O marketing moderno do agronegócio nos ensina que devemos agregar valor ao nosso produto através de sua apresentação, não apenas para melhorar preço, mas também e, principalmente, para ganharmos liquidez. Uns usam o selo verde, muito em moda, outros o certificado de origem, e há muitas outras maneiras de agregar valor. No nosso caso específico acredito que um grande diferencial pode ser a identidade. Criamos em nosso projeto de Marketing, na gestão passada, a frase “Quem Conhece, Reconhece”, com a intenção de marcarmos uma identidade própria e específica que não confundisse o nosso cavalo com outras raças, pois a beleza característica do cavalo campolina, juntamente com seu porte e comodidade, são o grande diferencial que temos em relação às demais raças. Mas isto não basta, precisamos mais.


Precisamos também construir uma identidade para o criador do cavalo campolina para que, quando visto, seja imediatamente reconhecido como tal. O criador de cavalos busca atender a sua paixão pelo cavalo, mas busca também o prazer em fazer, cultivar e encontrar amigos e isto se dá via identificação com o grupo. É com estas duas pernas, identidade do produto e do grupo, que poderemos caminhar com solidez para conquistar e ampliar nosso mercado. A identidade de nosso produto, o Cavalo Campolina, é uma atribuição da área técnica que necessariamente expressará o desejo dos criadores. Ao agregarmos valor ao nosso produto através da acentuação da identidade, diminuiremos a pressão econômica das pistas e conseguiremos, com isso, resgatar uma maior eficiência no desenvolvimento técnico de nossa tropa. Atendemos com isso ao pequeno e médio criador, que são o real e saudável mercado do grande criador. A área técnica, prioridade na conquista e expansão do mercado e a grande preocupação de todos que participam do circuito de exposições. Nossa prioridade será no menor tempo possível estruturar sua administração para que possa cumprir suas funções com maior eficiência. Buscar e mostrar a identidade de nosso grupo é uma atribuição de todos e o primeiro passo é reconstruir a história que, por sua vez, nos fornecerá as raízes que servirão de alimento para encontrarmos o orgulho que sentimos em criar o cavalo campolina. É este orgulho que, se bem usado e direcionado, atrairá novos criadores. Para este grande desafio contamos com o Conselho dos Guardiões, que terá a função de guardar, preservar, respeitar e transmitir a história que, além de estender raízes, forte instrumento de fomento, cria identidade. O Conselho dos Presidentes, Representantes e Jovem Criador são instrumentos auxiliares nesta importante missão de dar forma e mostrar a nossa cultura. São instrumentos de fomento e representatividade para se alcançar o comprometimento sem o qual nada conseguiremos. Uma pátria erigida em torno de suas tradições transforma indivíduos isolados em uma nação. VAMOS CONSTRUIR A NAÇÃO CAMPOLINA.

Como engenheiro, sei que se constrói primeiro os alicerces e só depois que se inicia a construção do edifício. Por esta razão peço aos membros do Conselho Consultivo que não precipitem as discussões para a indicação dos membros do CDT, mas nos ajudem inicialmente a, no menor prazo possível, criarmos a estrutura administrativa mínima para que o CETERC possa cumprir suas funções de auxiliar e executor das determinações do CDT. Só assim acredito que poderemos ter um CDT forte e que corresponda à expectativa de nossos associados, principalmente na área de registro e controle genealógico. Aos meus colegas da diretoria executiva. Temos em mãos o plano mínimo de metas aprovado nesta eleição. Cada um já sabe por onde começar e o que se espera, portanto, mãos à obra. Para finalizar, presto minha homenagem ao Presidente Francisco Azevedo por sua coragem e determinação em seguir e perseguir seus ideais e aquilo em que acredita, mesmo sofrendo muitas vezes críticas. Me lembrarei sempre do seu exemplo e tenho certeza que muito me ajudará nas pressões que com certeza virão. Que Deus nos ilumine para que no final de nosso mandato, possamos estar entregando a ABCCC com todas as nossas metas cumpridas e como diz o presidente Francisco Azevedo, um pouco melhor do que a recebemos. Fotos: Roberto Pinheiro

Os dois candidatos: Osmar da Silveira Morais e Luiz Augusto Amaral

Durante a posse foi inaugurado o Memorial Márcio Andrade na sede da ABCCC

TOP Campolina

Criadores de diversas partes do país lotaram as dependências do auditório do Parque da Gameleira, em Belo Horizonte (MG)

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Eleição

O pensamento do atual presidente

Campolina marcha para o futuro

TOP Campolina

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O agronegócio ligado ao cavalo movimenta R$ 7,3 bilhões por ano, emprega 3,2 milhões de pessoas. Nossa vida é feita de impulsos e racionalidade. Se por um lado nossos impulsos nos levam à satisfação, por outro o nosso lado racional busca segurança acima de tudo. Tanto um quanto outro são igualmente importantes para uma vida plena e não podemos deixar de vivê-los. O difícil é obtermos o equilíbrio entre eles. Ora um, ora outro tem maior peso na balança. Mas é necessário que estejamos atentos a eles, buscando uma boa distribuição de forças. As paixões mantêm a chama de nossas vidas acesa. Sem ela a vida se torna árida e sem graça. Já a razão nos permite avaliar de maneira mais fria e objetiva a situação em que nos encontramos. E é pela razão que podemos nos preparar e planejar o futuro, criando boas estratégias para alcançar nossos objetivos. Diariamente vivenciamos na vida pessoal e coletiva situações de desequilíbrio entre essas duas forças que regem a vida humana, o que nos permite ter uma total consciência das graves consequências que esse desequilíbrio gera. Tomemos o exemplo do futebol. Quer paixão maior? E como é bom vivê-la! Qualquer torcedor que se preza pode contar da delícia que é ver seu time jogar, disputar campeonatos e principalmente vencê-los. Mas qualquer torcedor pode contar da vivência de terror que é estar no estádio, em meio a uma torcida ensandecida, entregue aos seus mais violentos impulsos. Tomemos agora como exemplo uma empresa em que dirigentes necessitam tomar decisões baseadas em estatísticas frias e objetivas para que se alcancem as metas projetadas. Mas, se ele usar desta mesma frieza com seus clientes, fornecedores e funcionários, terá dificuldades em exercer a liderança necessária para a boa execução das tarefas. Citei os exemplos com o objetivo de demonstrar que em qualquer atividade humana precisamos nos orientar pela razão temperada pelo calor da paixão. Hoje, mais do que em qualquer outra época, o homem, talvez pelo uso exacerbado da razão, criou um mundo complexo, que dia a dia o apartou da natureza. A Conferência Climática de Copenhague tentou unificar o diálogo aproximando novamente o homem da natureza. E é aqui que o cavalo ganha visibilidade. Ele, que já foi instrumento de guerra, instrumento de trabalho, é deslocado para o lazer, em que o homem pode encontrar novamente seus laços com a natureza. Aliado a esse importante fator, o cavalo tem significativa importância econômica. Pesquisa feita em 2006 pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz (Cepea/Esalq/USP) demonstrou que o Brasil é detentor do terceiro maior plantel equino do mundo com 5,9 milhões de animais, atrás apenas da China (7,9 milhões) e México (6,2 milhões), e que o agronegócio ligado ao cavalo movimenta R$ 7,3 bilhões por ano, emprega 3,2 milhões de pessoas direta e indiretamente e movimenta, ainda, ou-

tros dois importantes setores: a indústria veterinária e a de ração. A constatação desses fatos nos alerta a ter um compromisso ainda maior com o setor e cuidado especial com o planejamento e estratégias de atuação. É com base nesse contexto, em que paixão e razão se somam, que lançamos a chapa Campolina Brasil - marcha para o futuro, para concorrer às próximas eleições da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCC). Por que o cavalo da raça campolina? Por considerar ser o cavalo ideal para o lazer em cavalgadas e passeios, que é exatamente o ambiente propício para um maior contato com a natureza. Suas principais características, como o porte, a beleza, o temperamento dócil e principalmente o andamento marchado extremamente cômodo, proporcionam aos amantes das cavalgadas a montaria ideal. O campolina encontra-se em uma fase muito boa graças ao trabalho do presidente da ABCCC, Francisco Azevedo, que instalou um clima de credibilidade e saúde financeira, que criou as condições ideais para a raça dar um grande salto de qualidade tanto no contexto técnico, quanto no comercial. Temos o ambiente adequado para uma maior participação de todos os associados, sejam eles pequenos, médios ou grandes criadores, sem esquecer o usuário do cavalo campolina. É com esse ambiente que procuramos elaborar um projeto administrativo e técnico que possibilite um maior envolvimento e representatividade de todos os associados na determinação do futuro da raça. Prevemos em nosso projeto a criação de quatro conselhos, com o objetivo de envolvermos um maior número de associados. O Conselho dos Guardiões terá por objetivo zelar e formatar a cultura campolinista como forma de criar e estender raízes e como instrumento de fomento da raça. O Conselho Jovem Criador como forma de oxigenar o pensamento da associação com uma mentalidade moderna e dinâmica. Buscamos também com isto transmitir experiência aos futuros dirigentes da ABCCCampolina. O Conselho dos Representantes terá a função, nos moldes de uma câmara distrital, de criar espaço para que todos os associados possam ser ouvidos em seus diversos setores. O Conselho dos Presidentes visa a uma maior aproximação entre a ABCCC e seus diversos clubes e núcleos do cavalo campolina espalhados pelo Brasil, pois são eles os maiores responsáveis pelo fomento da raça. Não nos esquecemos da parte técnica, maior aspiração atual da grande maioria dos criadores. Procuramos nos últimos 60 dias ouvir a opinião de um grande grupo de criadores, técnicos e juízes da raça com o objetivo de formularmos propostas que servirão de orientação para as discussões que pretendemos promover entre criadores e o corpo técnico. É com esse projeto e movidos por um ideal que nos lançamos para concorrer às próximas eleições com a chapa Campolina Brasil - marcha para o futuro.

* Guto Amaral, empresário, criador do cavalo Campolina em São Paulo e, à época, candidato à presidência da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina. (*) Texto veiculado no Jornal Estado de Minas, em 28/12/2009







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Fotos: Lupe Santanna

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1 - Charles (Haras Chiribiribinha), Antonio José e Fernanda 2 - Clo, Henrique Salvador e Marcio 3 - Dinho, Evandro Meirelles e Lourival 4 - Fernandes Guimaraes, Welligton Prado e Marcos Guimarães 5 - Antônio Lages, Milton Avelar, José Luíz, D. Vera, Helena Luía, Cláudia e Paulo Fernando 6 - Osmar, Wagner e Eduardo Bambirra 7 - Cicero, Renato, Nelson 8 - Jose Luis Fernandes, Helena Luiza Carneiro, Claudia, Paulo Fernandes, Antonio Carlos e Antonio Lage( Haras Aporã) 9 - Osmar, Marco Livrão e Rodrigo Costa 10 - Marcelo Monkei e Fernanda

11 - Micheline e Guilherme 12 - Marcu Michellini, Silva Lopes (Haras Engenho Novo), Carminha e Genival 13 - Ronaldo Monteiro (Haras Sao judas), Kelly, Cida e Adriana 14 - Sergio Augusto, Paulo Newton Paiva Ferreira e Paulo Chamon 15 - Vera e Ricardo Figueiredo (Haras 3 Barras) 16 - José Rogério (Presidente do Núcleo SP) e Cristiane 17 - Jairzinho e André Agostini 18 - Equipe da Top2000 19 - Antonio Elvesio e familia 20 - Guto e Genaro

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Nas mãos do Peão

Carlos Henrique Barbosa

Dá-lhe Mangueira Diz a crença que como verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge triunfou contra Satanás em terríveis batalhas, por isso a imagem mais conhecida dele é montado em um cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, ele convidou seus adeptos a seguir Jesus sem renunciar ao bom combate. A história de Carlos Henrique Barbosa, o Mangueira, apresentador dos animais do Haras Oratório, de certa forma ‘casa’ com a de São Jorge. Não é à toa que ele é um devoto do santo e toda a vez que entra em uma pista de exposições pede ajuda divina. No peito ele estampa com orgulho, mas sem qualquer vaidade, um grosso cordão de ouro com a imagem do protetor que sempre o acompanha. O apelido ele ganhou do pai ainda menino, mas ele não sabe dizer muito bem o porquê. A dedução fica por cada um. Fato curioso é que Mangueira tem, além de um pai criativo, os irmãos Torneira e Borracha. Hoje aos 34 anos, este apresentador robusto, determinado e, ao mesmo tempo, atencioso com os animais do Haras Oratório, localizado em Macaé (RJ), se dedica com afinco e fé ao manejo e à lida diária, sempre almejando levar para casa boas premiações. Durante a 29ª Semana Nacional do Cavalo Campolina, dos 16 animais inscritos, faturou, entre as premiações mais importantes, dois Reservados Campeonatos da Raça Adulto, um com o garanhão Panthon do Oratório e o outro com a matriz Raiz do Oratório.

Casamento aos 14 anos impôs naturalmente responsabilidades Natural de Sacra Família, distrito do município de Engenheiro Paulo de Frontin, a 14 quilômetros do centro de Vassouras, na direção de Miguel Pereira, às margens da RJ-121, Mangueira conta que nasceu encima do cavalo. “O cavalo sempre foi uma tradição da minha família já que meu pai, meu avô, meus irmãos e tios sempre montaram. Só as mulheres não mexeram com cavalo”, conta. Casou-se cedo, aos 14 anos, com Marta, sua companheira até os dias de hoje. O casamento precoce empreendeu-lhe a labuta. Foi tomar conta sozinho da Fazenda São Paulo II, de propriedade Roberto Seixas, criador de Mangalarga Marchador, constituída na própria cidade de Vassouras. Dessa experiência inicial foi buscar novos ares, partindo para o criatório de Sérgio Furtado, por onde ficou por três anos. “Depois fui para o Luizmar Brum, do Raízes da Raça, onde permaneci por dois anos”, lembra. De lá saiu para tomar conta da tropa de Luizinho Drumond, do haras LPD, oportunidade que teve para trabalhar com cavalos da raça Campolina. “Ele estava precisando de gente para a lida. Pensei comigo: Vamos tentar. Nunca mexi com Campolina. Entrei como terceiro peão e fiz uma égua Grande Campeã da Raça, a Ópera da Brejaúba, e um Grande Campeonato com Gas Chacal nos dois anos que fiquei por lá”, recorda.

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Elder Grossi

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Elder Grossi

Terminada sua passagem pelo Haras LPD, ficou sabendo que Plínio Siqueira (Haras Oratório) estava sem peão há cinco anos. “Ele tinha dado uma parada. Combinei tudo certinho com o Igor, filho dele, e fui para lá. Hoje já faz oito anos que cuido da tropa do Oratório. No meu primeiro ano fiz uma potra puxada que foi Campeã da Raça, a Luz do Oratório, e a Natureza, que foi Reservada, fazendo uma dobradinha. O potro mirim Nilo do Oratório foi Grande Campeão da Raça, ganhamos Progênie de Pai e nós fomos Melhor Criador e Melhor Expositor em 2003. No outro ano, nós voltamos com a Luz do Oratório já montada. Ela foi Campeã e Grande Campeã da Raça de novo”, diz. Pai de dois filhos, José Carlos Neto (em homenagem ao nome do meu pai) e Gabriela, Mangueira afirma que de abril a setembro eles estão na estrada nos fins de semana. “No meio da semana estou na fazenda e fico com a família. Nos finais de semana é praticamente viajando. Tem épocas que engatamos uma exposição atrás da outra e ficamos 20 dias fora de casa”, conta. Quanto à remuneração, ele diz que não tem nada a reclamar. “Graças a Deus ganho bem. O patrão chegou a me dar um carro zero. Além do que ganho por mês, no final do ano o patrão me dá um a mais”, observa.

Em 2007, Plínio combinou com Mangueira que durante a Nacional, se ele fizesse cinco campeonatos, ganharia um Gol zero. “Faltavam 20 dias para a Nacional. Eu fiquei doido. Eu já tinha o meu carro, mas um carro zero era outra história. Teve animal que eu tive que amansar com 20 montadas. Graças a Deus com 20 dias consegui preparar esse animal. Dos cinco campeonatos que ele me pediu, eu fiz sete”, conta orgulhoso. Mangueira não bebe, não fuma e não tem vícios maiores a não ser gostar de cavalos. Trabalhar com animal é para ele “tudo de bom”, e aconselha: “O cara que tiver começando, se tiver força de vontade, vai embora. Fiz três cursos com o Luquinha e um agora com o Fernandinho Mello Vianna. Hoje eu estou como primeiro peão. Sou eu que embarco e desembarco os animais no caminhão e, graças a Deus, nunca tivemos problemas na estrada”.

Ele acorda entre 5h30 e 6h da manhã e às 11h seu filho o chama para almoçar. Ele diz que para o que estiver fazendo para almoçar com a família. Volta às 13h e a lida continua até às 17h. Esta é a rotina de Mangueira. Nos finais de semana ele gosta de caçar, pescar e até jogar uma bolinha. “Só não joguei a pelada da Nacional, porque fiquei com medo de machucar e prejudicar meu trabalho”, admite. Durante a Nacional 2009 ele fez um Campeonato Égua Jovem e uma Reservada Grande da Raça com a Raiz do Oratório. “O Phanton do Oratório ainda foi Campeão e Reservado Grande da Raça também. Deu para ganhar bem”, avaliou o apresentador. Fato é que, como ele mesmo admite, a cada ano que passa a pista está cada vez mais pesada. Sinal de que a raça está caminhando para frente e que outros colegas de profissão de Mangueira também estão se aperfeiçoando.

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Um carro zero como reconhecimento ao trabalho bem feito

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LIVRO - Manual de Adestramento do Cavalo

LIVRO - Manual da Rotina de Manejo de Haras

Este exemplar apresenta o Método LSA de Adestramento desenvolvido pelo próprio autor. O novo procedimento é feito através do charreteamento, totalmente sem violência e estresse.

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LIVRO - Manual de Cavalgadas e Enduros

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O livro traz a caracterização do cavalo de passeio e cavalgadas, variáveis de andamento e postura, avaliação da condição fisicoclínica, programa de treinamento, além de estratégias para melhorar a atuação do animal. Equicenter Publicações Autor: Lúcio Sérgio de Andrade

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As etapas desenvolvidas durante o processo da doma, desde os primeiros contatos com o cavalo até a montaria. Conteúdo: Princípios da doma racional Equipamentos de doma Primeiros contatos com o animal Apresentação dos arreios Banho de gente Uso de rédeas de borracha Charreteamento e equitação. DVD Videopar

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www.top2000vendas.com.br DVD - Marcha Conteúdo rico de informações com a história do andamento marchado, além dos critérios de julgamento explicados pelo conceituado árbitro Tiago de Resende Garcia. Uma boa opção para todos aqueles que desejam aprimorar conhecimentos sobre o fascinante mundo da marcha. O mais completo documentário de marcha até hoje editado.

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JAD

1 - Afonso (anfitrião) e Pitico 2 - Augusta (esposa de Pedro de Assis), Eliza e Ivone 3 - Janin e Gabriela (anfitriãs) 4 - Churrasco a tarde antes do leilão 5 - Clóvis, Eduardo, Fábio e Vanildo 6 - Clóvis, Fábio e Plínio 7 - Délia, Reinaldo e Paulo Maia 8 - Hélio Arruda, Ricardo Fabrício e Rogério 9 - Família JAD 10 - Fernando Navgle, Afonso Vilela, Fernando e Ivan 11 - Lídia, Lelia, Nelson e Nilton 12 - Marina, Helena e Cristina

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13 - Nelson e Pedro de Assis 14 - Família JAD 15 - Luana, Rodrigo, Thalita, Raquel, Rayza e Paulo (Haras Luanda) 16 - Nelson e Nourival 17 - Pitico, Nelson e Emerson 18 - Ricardo, Zapalar, Rogério e Osmar 19 - Rodrigo, Thalita, Luana, Raquel e Rayza (família Rocha) 20 - Rosângela, Marlene, Lelia, Marcela, Adriana e Renata 21 - Santo Silvetrin, Fábio, Eduardo, Livrão, Vanildo, Clóvis e Osmar 22 - Sines Gale e Afonso (anfitrião) 23 - Sines Gale, Josué e Rogério

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Fotos: Lupe Santanna


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Índice de anunciantes Artecouro ........................................................12 Baias Infinito ....................................................73 Duequi.............................................................24 EquinosVet .......................................................32 Haras 5 Estrelas ...............................................43 Haras Água Santa ..............................................9 Haras Aporã ..........................2ª capa e 1ª página Haras Atalho ....................................................52 Haras Campanaro ............................................33 Haras Chiribiribinha ........................................17 Haras do Barulho ............................................37 Haras Esplendor ..............................................82 Haras Irmãos Alencar .....................104 e 3ª capa Haras JHR .......................................................89 Haras Luanda ..................................................74 Haras Mata Nova ............................................10 Haras Momento ..............................................49 Haras Mosteiro ................................................88 Haras Nova Terra .............................................16 Haras Pastoreiro ..............................................22 Haras Pégasus ..................................................87 Haras Porto Rico ..............................................28 Haras Santo Antônio.................................4ª capa

Haras Zureta ....................................................81 Selaria América ................................................36

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Haras São Judas Tadeu .....................................13

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Violeta

do Chiribiribinha

Campeã Potra Jovem

Valência

do Chiribiribinha

Campeã Potra Mirim e Res. Grande Campeã da Raça - Brasília/DF

Rua Triângulo - Casa 21 - Bairro Metropolitano - Núcleo Bandeirantes


Vivaldi

do Chiribiribinha

CAMPEÃO NACIONAL POTRO MIRIM 2009 Res. Campeão Potro Mirim - Conselheiro Lafaiete - MG 2009 Grande Campeão da Raça - Papucaia - RJ 2010 Res. Grande Campeão da Raça e Campeão Potro Júnior - Brasília - DF 2010

Cep: 71.730-045 - Brasília/DF - Contato: Carlinhos (61) 9979-6049



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