CADERNO ESPECIAL DE
MARCHA PICADA Entrevista
Elfo
Lúcio Sérgio de Andrade
M A N G A L A R G A
M A R C H A D O R
#
40
Ano 9 2010 R$ 12,90
Ranking Parcial 2010
DO PORTO AZUL
Haity Caxambuense x Samira do Porto Azul
CONDOMÍNIO ELFO DO PORTO AZUL
CAMPEÃO DOS CAMPEÕES NACIONAIS DE MARCHA PICADA GRANDE CAMPEÃO NACIONAL DA RAÇA DE MARCHA PICADA
TOP 2000 MANGALARGA MARCHADOR ANO 9 - Nº 40 - Julho/Agosto/2010
í ndice
Caderno especial:
Marcha Picada
Diretoria Eduardo Venturoli Lúcio Nicolini diretoria@top2000.com.br
26 32 148 157 164 176 180 188 202 206 244 246
Secretária administrativa Keila Fernandes diretoria@top2000.com.br Redação Flávia Zago Lídia Bento Revisão Lairton Liberato Editora de arte Daniela César Lara Editoração Márcio Wander, André César, Ric Franco, e Daniela César (revista@top2000.com.br) Fotógrafos Roberto Pinheiro, Marcelo Eduardo, Kiko Catelli, Robson Diniz, Ivan Machado, Carlos Guilherme, Ricardo Mendes, Tina Coelho, Geidy Romeiro e Ana Clark Colaboraram nesta edição ABCCMM, June Sabino e Rogério Bivar Publicidade (31) 2103-2800 Fotógrafos e contatos publicitários Roberto Pinheiro (31) 9919-1943 Célio Péricles (31) 9795-9132 Ivan Machado (21) 8100-7948 Rádio Ivan: (21) 7832-5713 - ID: 8*58498
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Perfil • Sávio Oliveira - Haras Beija Flor Cavalgadas • Aniversário do Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes História • Macha Picada - Pio Guerra Haras em Destaque • Haras Cascatinha Entrevista • Lúcio Sérgio Andrade Depoimentos • Criadores tradicionais falam da marcha picada Opinião • Rogério Bivar Criador de Destaque • Gustavo Monteiro - Haras Monteiro (PE) Andamentos • Conceitos técnicos nos julgamentos de marcha Top Teen Momentos TOP Andanças
Foto: June Sabino
Turismo Equestre
Assinaturas e expedição João Oliveira (31) 2103-2800
chega à Estrada Real
Informática Admir Tomaz
241
Impressão
(31) 2111-7373 - www.lastro-egl.com.br
Av. Prudente de Morais, 890 / 6º andar CEP 30.380-252 - Cidade Jardim Belo Horizonte/MG - Brasil Fone/fax: (31) 2103-2800 E-mail: top2000@top2000.com.br Site: www.top2000.com.br
EXPOSIÇÕES PELO BRASIL Batatais/SP ................................104 São José dos Campos ....184 Gravatá/PE .................................171
n ossa capa
Elfo do Porto Azul
Haras Monteiro - Camarajibe/PE Gustavo Monteiro - (81) 9615-7775
HAITY CAXAMBUENSE X SAMIRA DO PORTO AZUL
• Campeão Nacional Sênior Marcha Picada 2008 • Campeão dos Campeões Nacionais de Marcha Picada 2008 • Campeão Nacional Adulto da Raça - Marcha Picada 2008 • Campeão dos Campeões de Marcha - CBM 2007 • Grande Campeão e Campeão dos Campeões em todas as exposições de que participou 8 ■ TOP 2000 Mangalarga Marchador
Haras Amelo - Carpina/PE André Melo - (81) 9971-9874 Haras Alto da Serra - Gravatá/PE Nelson de Castro - (81) 9971-7036
n ossa palavra
Marcha
O andamento que fascina cavaleiros de todo o mundo Roberto Pinheiro
Hoje existem no mundo aproximadamente 15 raças de cavalos de marcha, principalmente do andamento picado, ao contrário do que muitos acreditam, pois os cavalos naturalmente são de trote. A maioria das raças de marcha é de origem das Américas, provenientes do cruzamento de cavalos andaluzes ou lusitanos decorrentes do período de colonização espanhola e portuguesa. Com o fortalecimento de usuários, as associações ganharam espaço em nosso continente. No Brasil, por exemplo, com o Mangalarga, Campolina e Mangalarga Marchador. Já na Venezuela e Colômbia com o Passo Fino, no Peru com o Passo Peruano e nas Américas Central e do Norte com o Tennessee Walker, Moutain Horse e Missouri Fox Trot, todas com um crescimento extraordinário devido à índole e comodidade para cavalgadas, enduros e trabalho no campo, atividades melhor desenvolvidas por cavalos de marcha, do que com animais de trote. A marcha picada predomina em todas estas raças, o que pode ser conferido nessa edição na entrevista com o zootecnista Lúcio Sérgio Andrade, especialista da Texas A&M University - USA, escritor, pesquisador, consultor de haras e instrutor de cursos de aperfeiçoamento técnico, na página 164). O reflexo da expansão da marcha também é notório na raça Mangalarga Marchador. O anseio por parte dos criadores em ter exemplares mais funcionais, equilibrados, avantes, cômodos e que enfrentam qualquer terreno e serviço saindo da marcha para o galope com facilidade tornou o cavalo sem fronteiras a preferência nacional, fato comprovado pelo número de sócios ativos chegando a 5 mil em julho de 2010. Valeressaltarqueomomentovividoéespecial.Omercadoestáem alta, somando mais de uma centena de leilões com vendas recordes em valores de animais e com liquidez surpreendente. Sem falar, é claro,dasexposiçõesecopasdemarcha,quecomprovamaevolução do nosso cavalo hoje por meio dos dois tipos de andamento em julgamento: Marcha Batida e Marcha Picada, ambas crescendo a passos largos e com melhoria gritante na conformação dos exemplares. Notam-se ainda avanços consideráveis na equitação (o que facilita a venda de animais) e na diversidade de pelagens (abrangendo todo o universo de cores de eqüinos) para todos os gostos, entre elas a pampa: que tem uma outra associação que facilita a comercialização para duas raças distintas.
A Nacional 2010 mostra toda essa evolução com mais de 1.200 animais inscritos. Lembrando que para estar na maior exposição do ano os exemplares precisaram conquistar, ao longo da temporada, títulos de campeões em pelo menos duas exposições da raça, independente da marcha batida ou marcha picada (andamento a que dedicamos uma matéria especial começando na página 139), modalidade que se fixa cada vez mais na raça, haja vista que no passado esse tipo de andamento era marginalizado. Fato que ficou para trás, conforme mostrou o CBM realizado em Gravatá no Estado de Pernambuco, onde foram julgados mais de 170 animais de marcha picada (ver matéria na página 171). E na Nacional 2010, com mais de 230 animais inscritos. Afirmamos que toda esta evolução está aliada principalmente a dedicação dos criadores, que aperfeiçoaram seus plantéis adquirindo melhor genética com um manejo mais profissional e treinadores mais especializados e preparados, até na parte de tecnologia eqüestre, a que até pouco tempo não tínhamos acesso. Hoje esses avanços já se tornaram uma prática na raça, tanto na transferência de embriões quanto na inseminação artificial, atividade que recentemente foi oficializada pelo Ministério da Agricultura com o congelamento de sêmen e de embriões pela Central do renomado Fernando Mello Vianna. Uma prática que vai possibilitar avanços meteóricos na disseminação de genética de ponta para todo o Brasil e para o mundo, pelo envio de material genético com praticidade, eficiência e índice de acerto de 85% na reprodução, índice mais alto do que nas práticas atualmente realizadas. Vale lembrar também que o progresso está aliado a uma gestão moderna e atuante da atual diretoria, presidida pelo criador Magdi Shaat, que faz do nosso cavalo um sucesso nacional e internacional, com núcleos espalhados por todo o Brasil e agora tendo núcleos oficiais com registro genealógico nos Estados Unidos e na Alemanha assistidos com mais ênfase pela Associação, o que nunca foi feito por nenhuma administração anterior. É o Mangalarga Marchador, sul-mineiro de origem e brasileiro, ganhando o mundo. Lúcio Nicolini e Eduardo Venturoli diretoria@top2000.com.br TOP 2000 Mangalarga Marchador ■
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índice de anunciantes
Condomínio Quinal da Santa Esmeralda...........17 Condomínio Tenente do Rallye ........................103 Doequi..............................................................204 Fazenda Santa Lúcia .......................................210 Fazenda Santa Marina .....................................196 Fieira Cavalli.....................................................178 Haras Água Boa ...............................................198 Haras Alcântara .................................................34 Haras Alto da Serra..........................................146 Haras Amelo / Monteiro ...................................142 Haras Ameruj ...................................................186 Haras Aurora ....................................................114 Haras Bavária.....................................................36 Haras Beija Flor..................................................28 Haras Cachoeira do Coura ................................44 Haras Caluli......................................................151 Haras Caraça ...................................................207 Haras Cartagena ................................................82 Haras Cascatinha.............................................160 Haras Catimba .................................................123 Haras Catizane...................................................56 Haras Cavalo Azul............................................133 Haras Cavarú-Retã ..........................................236 Haras Chiqueiro Dantas...................................209 Haras Conforto ..................................................14 Haras Coqueiro Verde......................................116 Haras Cordial ...................................................214 Haras Corumbá..................................................77 Haras da Figueira...............................................93 Haras da Lenda................................................233 Haras da Marcha..............................................177 Haras Diadorim ................................................165 Haras do Zel.....................................................170 Haras Doler ......................................................218 Haras Dona Jó .................................................150 Haras dos Mares..............................................216 Haras El Far .......................................................57 Haras Estância Sonho Meu ...............................87 Haras Felice .....................................................187
Haras Forum ......................................................18 Haras Golden Horse ..........................................92 Haras Ianu........................................................127 Haras Itapoã.....................................................205 Haras Jacurutu...................................................70 Haras JEA .........................................................68 Haras JPO............................................................1 Haras Laranjeiras .............................................132 Haras Louise ....................................................182 Haras Macadana..............................................131 Haras Mariliza ..................................................226 Haras Mascan ....................................................90 Haras Monte Santo ..........................................230 Haras MZC ........................................................98 Haras Nova Tradição........................................208 Haras Patriota ..................................................122 Haras Pedra Ferrada........................................195 Haras Quixote ....................................................11 Haras Rancho do Acaso ....................................54 Haras Sabe ......................................................221 Haras San Genaro............................................156 Haras Santa Marina .........................................224 Haras Santo Graal............................................179 Haras Santorini ..................................................19 Haras São Jorge ................................................96 Haras São Luiz.................................................238 Haras São Pedro..............................................106 Haras Sarimar ..................................................112 Haras Sedução ................................................232 Haras TOP........................................................248 Haras Três Nascentes ......................................228 Haras Tropa do Vale do Norte..........................117 Haras Vale da Marcha......................................197 Haras Vale da Prata ...........................................25 Haras Vera Lúcia I e II ......................................174 Haras WSA.......................................................193 Quimioeste .......................................................201 Selaria América ..................................................76
história Pio Guerra*
MARCHA PICADA:
Um pedaço da história O Mangalarga Marchador de marcha picada tem evoluído muito desde que a ABCCMM (Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador) tomou algumas medidas imprescindíveis ao seu reaparecimento oficial na raça. Digo oficial porque, mesmo banido, o andamento sempre esteve presente em nossos plantéis. Por solicitação da Associação, o Ministério da Agricultura repôs o termo marcha picada no texto do padrão racial como um dos andamentos dos marchadores, após ter sido subtraído equivocadamente. Autorizou-se, ainda, em abril de 2004, que os árbitros julgassem separadamente animais com esse tipo de andamento nas provas oficiais da raça. Daí em diante, houve um intenso processo de reafirmação da marcha picada, que culminou com a realização, em Gravatá, Pernambuco, do 3º Campeonato Brasileiro de Marcha Picada. Foram 150 animais inscritos e uma participação proativa de centenas de criadores e usuários, de vários estados brasileiros, nos quatro dias de competição. Se compararmos aos 70 animais inscritos no primeiro CBM, em 2007, o crescimento foi significativo. Aqui, no Nordeste, estamos empenhados em trazer às nossas exposições um número cada vez maior de interessados em bons animais de marcha picada. Tanto é que, atualmente, as competições perdem apenas para as vaquejadas em público e participantes. Vejamos os norte-americanos, que têm o maior rebanho de eqüinos do mundo, além de uma moderna indústria eqüestre, que movimenta mais de US$ 102 bilhões por ano. Fugindo das comparações tolas com a nossa realidade, é importante observar alguns fatores que possibilitaram esse gigantismo. Vale citar a dimensão continental daquele país, o dinamismo econômico de sua agropecuária desde os tempos em que o cavalo era o principal meio de transporte, o intenso uso da cavalaria durante a guerra civil, além da grande diversidade cultural dos seus colonizadores. Somados, esses fatores facilitaram não só a popularização do uso do cavalo, como a consolidação de um sem-número de raças, que vieram a ser selecionadas com entusiasmo e perseverança por longos anos. Já em 1996, a escritora Brenda Imus afirmava que, nos Estados Unidos, os cavalos de marcha (andamento não diagonalizado) representavam o segmento da indústria do cavalo que mais crescia, a uma taxa média de 25% ao ano. O número de animais novos registrados naquele país mostrava que os Passos Finos, entre 1990 e 1993, cresceram mais de 33%, os Missouri Fox Trotters e os de Passo Peruano 20% e os Tennessee Walkers aumentaram para perto de 300 mil registrados e são, hoje, mais de 400 mil animais. Outras associações de marchadores foram criadas por lá: a National Spotted Sadle Horse Association, a Walker Loose, Rocky Mountain Horse, a Federação do Icelandic, a Mountain Pleasure, a Single Footing Horse e a Tiger Horse, além das associações de cavalos que, 148 ■ TOP 2000 Mangalarga Marchador
mesmo tendo inclinação para a marcha lateralizada, possuem também animais tipicamente trotadores. As várias raças de cavalos de marcha picada de todo o mundo tiveram origem em duas fontes: coloniais ou hispânicos e do tipo inglês. Os romanos chamavam seus cavalos com andamento marchado, não trotador, de “gradarious” ou “ambulatos”, pela lateralização de alguns andamentos, enquanto os trotadores diagonais eram chamados de “acussator” ou “cruciatos”, sendo bem menos valorizados. Duas estátuas famosas da Renascença, uma em Padova e outra em Veneza, na Itália, mostram cavalos montados com andamento lateralizado, que ofereciam maior amplitude de passada para longas viagens e mais conforto que os trotadores. Os cavalos marchadores vêm conquistando seu espaço desde o passado mais distante até as modernas tendências do uso dos animais para lazer, passeios, cavalgadas e interação com a natureza, entre outros. Não será diferente aqui no Brasil. Quando se realizou a primeira exposição nacional de Mangalarga Marchador de marcha picada, em 2004, poucos animais foram inscritos. A maioria foi trazida por criadores nordestinos, principalmente pernambucanos. Importantes machos e fêmeas do Mangalarga Marchador de marcha picada ou com filhos com esse andamento construíram a base da raça. Podemos citar AF Elmir, Angahy Elegante, Arubé Bela Cruz, Atrevido da Gironda, Cabuçu da Selva Morena, Catuni Japão, Charlatão JG, Elo Kafé da Nova, Favacho Único, Haity Caxambuense, Herdade Cadilac, Herdade Capricho, Herdade Jupiá, Herdade Prateado, Herdeiro Tabatinga, Quarteirão do Tinguá, Moleque Tabatinga, Original de Santa Lúcia, Tabatinga Predileto e Zinabre de Passa Tempo, Barbacena da Porteira de Tábua, Campo Alegre Banco, Gazela de São Joaquim, Ísis de Alcobaça, Jogatina LJ, Lanterna da Visão, Maçã da Esperança, Providência Sincera, Telma do Solarzinho, Tulipa da Calciolândia, entre outros. Muitos deles integram o livro de mérito ou de elite da raça. Inclusive agora em 2010, o cavalo Brilhante Sael, criado em Pernambuco, Campeão dos Campeões Nacional de Marcha Picada em 2005, foi recentemente inscrito no Livro de Elite da ABCCMM. A marcha picada sempre esteve em nossos melhores rebanhos desde a criação do padrão racial, em 1949, o que valoriza o trabalho de resgate que vem sendo feito em nossas tropas. Magníficos animais de picada ainda estão obscuros nos rincões mineiros, baianos, cariocas, enfim, nas principais fazendas brasileiras, aguardando o devido reconhecimento. Cabe lembrar que, a partir de 2002, Pernambuco vem promovendo concursos de Mangalarga Marchador de marcha picada, com a premiação desses animais nas exposições da raça, mesmo sem a participação sequer de árbitros credenciados. Tal iniciativa animou o mercado regional, gerando reflexos que permanecem até hoje.
Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da revista TOP 2000 Mangalarga Marchador e são de inteira responsabilidade de seus autores.
IMPORTANTES EXEMPLARES DO MANGALARGA MARCHADOR DE MARCHA PICADA OU COM FILHOS COM ESSE ANDAMENTO CONSTRUÍRAM A BASE DA RAÇA Mais da metade dos atuais criadores pernambucanos têm menos de 10 anos de seleção e continuam surgindo novos apaixonados. Esse fenômeno se repete também em outros estados nordestinos, movimentando os interesses de todos aqueles que criam, usam ou simplesmente admiram esses animais. Há um evidente potencial de crescimento interno, com o uso do cavalo pela população urbana, ávida por uma aproximação maior com a natureza, que ainda não descobriu a comodidade, a facilidade e a graça de cavalgar um Mangalarga Marchador de marcha picada. Tratase de um cavalo versátil e refinado que, na cadência rítmica de seu andamento, mostra orgulhoso suas habilidades. Não há dúvidas, também, quanto a sua competitividade no mercado internacional. Assim, é imprescindível que todos acompanhem o cenário externo. Tive a oportunidade de receber em minha fazenda alguns conhecedores desse assunto. Um deles foi o cavaleiro Adolfo Montilla, experiente adestrador do Haras La Luiza, da Colômbia, que chegou a criar 1.600 cavalos Colombianos de Passo. Já comercializou seus produtos com a Arábia Saudita, Estados Unidos e Rússia, entre outros. Passou 30 dias no sertão pernambucano, montando e nos ensinando um pouco de sua cultura eqüestre em marcha picada. Deixou um depoimento entusiasmado sobre os nossos animais e nosso futuro. O presidente da Associação Alemã de Cavalos de Marcha, Mr. A. Feldman, e esposa também estiveram conosco por 15 dias. Ao nos deixar, fez ótimas referências ao material brasileiro. Outro visitante foi o ex-presidente da Associação Canadense de Tennessee Walker, Mr. Eldon Eadie, que durante 10 dias conheceu criações e provas oficiais de nosso Mangalarga Marchador, marcando para o ano que vem o seu retorno a Pernambuco. Sua intenção é permanecer mais tempo, para analisar melhor a nossa marcha picada que, para ele, não tem concorrentes à altura. Este é o caminho natural da raça e do mercado, um sonho de tantos criadores, novos e velhos, que se tornou realidade. Certamente, hoje já é viável conseguir um volume significativo de animais com padrão próprio, de características desejadas, que transmitam essas virtudes a seus descendentes. Contamos com alternativas de comunicação que facilitam o processo, além de instrumentos técnicos de avaliação e reprodução, disponíveis a todos, que agilizam as nossas seleções. A história da marcha picada no mangalarga marchador ficou mais fácil do que no passado. Sabe-se, com muita clareza, o tipo de animal que o mercado deseja obter: um cavalo dócil, belo, de andamento macio e fácil de manter. A Exposição Nacional 2010, com mais de 200 animais competindo, mostrará uma visão atual do que já reunimos até agora. Certamente, estamos mais perto desse valioso produto do que qualquer outra raça do Brasil. (*) Melhor criador expositor de marcha picada do Brasil em 2009 e presidente da Comissão Nacional de Cavalo da CNA.
Favacho Único
Haity Caxambuense
Herdade Capricho TOP 2000 Mangalarga Marchador ■
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haras em destaque
Haras Cascatinha
Geidy Romeiro
Um criatório em prol da família
João Fragoso, titular do Haras Cascatinha, e toda a sua família, composta por Eliane Viana, Marcelo e Felipe, sempre tiveram uma vida ligada ao campo e muito próxima aos eqüinos de várias raças, tais como Quarto de Milha e Campolina, porém foi o Mangalarga Marchador que conquistou a turma. O criador relembra com carinho o primeiro encontro com a raça. Tudo começou com um convite aceito pela esposa, Eliane, que não resistiu e levou marido e filhos para conhecerem o tal cavalo dos sonhos. Chegando ao local, o amor à primeira vista foi inevitável. A beleza, docilidade, inteligência, agilidade e vários tipos de marcha dos animais conquistaram por definitivo os “fragosos”. Os primeiros exemplares adquiridos para a tropa foram ASA BRANCA BOM DIA, um lindo tordilho de marcha picada, que na concepção do criador era “maravilhosa”, e em seguida HEREGE DO MEL, cavalo pelo qual Marcelo Fragoso tinha uma verdadeira adoração. Após investir na compra destes dois animais, o criatório passou a participar das provas de marcha, em momentos importantes e inesquecíveis: “A primeira exposição em que levamos estes dois animais foi no interior de Pernambuco, na cidade chamada São Bento do Una, em 2001. Marcelo Fragoso
Depois levamos os cavalos para a etapa de marcha do Haras Ipojuca em Gravatá-PE, então ninguém mais segurou esta família. Queríamos ouvir a opinião dos árbitros que vinham julgar aqui no Nordeste, e com isso fomos aprendendo cada vez mais, juntamente com os amigos criadores e aprimorando mais e mais a criação e o tratamento de nossos animais”, relembra o titular João Fragoso. CONQUISTAS Geidy Romeiro
Com os bons resultados obtidos em pista, a família Fragoso sentiu a necessidade de adquirir éguas para o início de uma criação ainda mais profissional. Com isso, a saudosa RARIDADE DE CAPRI foi comprada, obtendo boa participação em pistas. O tempo passou e o Haras Cascatinha evoluiu. Hoje, para se ter uma idéia, o criatório acumula no histórico 32 títulos nacionais e mais de cem campeonatos em exposições e etapas de marcha. O orgulho hoje da família é BRILHANTE SAEL, o primeiro Campeão dos Campeões Nacionais de Marcha Picada, em 2005, e o primeiro reprodutor desse tipo de andamento incluído no Livro de Elite MM7 da ABCCMM, o número 1 da raça Mangalarga Marchador em Marcha Picada. TOP 2000 Mangalarga Marchador ■
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haras em destaque
Geidy Romeiro
Além de BRILHANTE, o haras apresenta várias éguas campeãs nacionais, tais como: URBANA DA LAGOA DA SERRA, Reservada Grande Campeã Nacional da Raça e Reservada Campeã das Campeãs Nacionais de Marcha; PRECIOSA DA LAGOA DA SERRA, Campeã Nacional de Marcha Picada e Reservada Campeã das Campeãs Nacionais de Marcha Picada, não podendo esquecer do castrado CAXIAS PS TETRA, Campeão Nacional Cavalo Castrado 2004, 2005, 2006 e 2007, além de suas crias HABILIDADE DO HARAS CASCATINHA e HISTÓRIA DO HARAS CASCATINHA, primeiro prêmio nacional e Reservada Campeã Nacional. TRABALHO PARA A EVOLUÇÃO DA RAÇA MM A equipe do Haras Cascatinha realiza um trabalho sério também na central de transferência de embriões. BRILHANTE SAEL é o carro chefe da tropa cobrindo as melhores éguas de marcha picada do país.
Além do bonito afazer no aprimoramento da raça, o haras é destaque nas pistas. Em 2009, por exemplo, foi o melhor expositor nacional, fato importante que levou o criador João Fragoso a abdicar de animais para compor outros criatórios: “Cedi vários animais para compor criatórios de parceiros. Assim, passamos a diminuir a quantidade de animais em pista, porém sempre que estamos em pista tentamos dar o melhor de nossos animais”, afirma. Com um trabalho perspicaz, a equipe desse grande reduto da marcha anuncia a participação em exposições com os produtos Cascatinha, já no segundo semestre deste ano, disputando as mais pesadas competições de marcha picada. De acordo com o criador, a expectativa para os eventos desta temporada é a melhor possível. “Toda a minha família ama cavalos, todos montam e participam dos eventos, sejam leilões, exposições, etapas de marcha, cavalgada... e, por falar nela, a família Fragoso faz em nossa região a CAVALGADA DAS AMAZONAS, um evento grandioso, onde a participação da família é incentivada, pois Eliane Fragoso e amigas organizam este evento, com a colaboração de diversos patrocinadores que, além de ajudarem literalmente, montam em seus animais ou de amigos, o que é muito gratificante”. MARCHA PICADA João Fragoso é só elogio quando o assunto é marcha picada. Andamento escolhido pela comodidade, o criador confia no mercado; para ele, “o animal de marcha picada não está difícil de vender”. Para se ter uma idéia, o Haras Cascatinha, todo ano, no mês de março, realiza o Shopping Show Cascatinha e Convidados, no qual são comercializados vários exemplares. Este ano especificamente, o criador teve uma surpresa com a venda de 13 embriões gestados e 15 embriões a coletar dos animais do sufixo. Na visão do titular, “para ocorrer a maior valorização dessa modalidade de andamento é necessária a construção de um quadro de árbitros que gostem da marcha picada, dando- lhes opção de julgar picada e batida ou só batida”.
Geidy Romeiro
Geidy Romeiro
CAMPEÕES NACIONAIS QUE COMPÕEM O PLANTEL CASCATINHA
Urbana da Lagoa da Serra
Caxias P.S.
Res. Campeã das Campeãs Nacionais de Marcha Tetracampeão Nacional Cavalo Castrado 158 ■ TOP 2000 Mangalarga Marchador
Preciosa da Lagoa da Serra Res. Campeã das Campeãs Nacionais de Marcha Picada
Geidy Romeiro
BRILHANTE SAEL – UM CAPÍTULO À PARTE
Geidy Romeiro
Geidy Romeiro
Geidy Romeiro
A participação de BRILHANTE SAEL no Haras Cascatinha vai além do papel de um simples garanhão. Brilhante ocupa um lugar de destaque no coração da família. Cedido gentilmente pelo criador Ary Santa Cruz, um dos maiores conhecedores da marcha picada no país, o reprodutor chegou ao haras para imprimir qualidade à tropa. Vitorioso marchador, ajuda a construir a história do haras por meio do andamento que imprime em seus descendentes. De acordo com João, “ter Brilhante como reprodutor é ter a certeza de excelente genética, pois seus potros nascem com frente alta, andamento marchado, geralmente de cor, pois, apesar de Brilhante ser tordilho, tem filhos de pelagem preta, rosilha, castanha, baia, dentre outras cores”.
Garanhão que faz jus ao nome, BRILHANTE é pai de diversos filhos registrados e já consagrados em pista, destacando-se entre eles: IMPERATRIZ DO HARAS CASCATINHA, HISTÓRIA DO HARAS CASCATINHA, ELITE DO HARAS CASCATINHA, HIPPIE DO HARAS CASCATINHA, FLEXA DO HARAS CASCATINHA, DINAMITE DO MONTE ORVALHO, FANTASIA DE ITAPACURÁ, AMETISTA ASC, e ESMERALDA ASC. Animal de temperamento dócil, é o predileto do criador: “Faço com BRILHANTE boas cavalgadas, passeio com amigos e até vou ao cercado das éguas em total segurança do que estou fazendo”. O criador anuncia que já está à procura de um sucessor para cruzar com as filhas de BRILHANTE. O objetivo disso tudo é aprimorar ainda mais a marcha picada, buscando o fornecimento nacional e internacional de genética diferenciada.
História do Haras Cascatinha
Habilidade do Haras Cascatinha
Brilhante Sael: Campeão dos Campeões
Res. Campeã Nacional Potra Mirim - Marcha Picada 2009
1º Prêmio Nacional
Nacionais de Marcha Picada
TOP 2000 Mangalarga Marchador ■
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Brilhante Sael
Laglór ia Imbu x Independência de Capr i
1º Reprodutor inscrito no Livro de Mérito da ABCCMM de Marcha Picada 1º Campeão dos Campeões Nacionais de Marcha Picada
Marcha Picada com equilíbrio e impulsão transmitindo para seus filhos João Vita Fragoso de Medeiros (81) 3241-8766 / 9644-4444 www.harascascatinha.com.br
Produção Campeã do número 1 do Livro de Mérito
Brilhante Sael
Habilidade
Elite
Flexa
do Haras Cascatinha Brilhante Sael x Urbana da Lagoa da Serra
do Haras Cascatinha Brilhante Sael x Amarilis Esparta
do Haras Cascatinha Brilhante Sael x Reserva Contract
• Campeã Jovem da Raça -
• Campeã Égua Jovem de Marcha -
• Campeã Égua Júnior de Marcha -
Marcha Picada - Salvador/BA 2009
Marcha Picada - Gravatá/PE 2009
• Campeã Potra Mirim -
• Campeã Égua Jovem -
Marcha Picada - Salvador/BA 2009
Marcha Picada - Gravatá/PE 2009 • Res. Campeã Égua Júnior de Marcha - M. Picada - Maceió/AL 2009
Marcha Picada Porto de Galinhas/PE 2010 • Res. Campeã Égua Jovem - Marcha Picada - Limoeiro/PE 2010 • Res. Campeã Égua Jovem de Marcha Marcha Picada - Limoeiro/PE 2010
Hippie
História
Imperatriz
do Haras Cascatinha Brilhante Sael x Sintonia da Lagoa da Serra
do Haras Cascatinha Brilhante Sael x Prosa de Paranambuco
do Haras Cascatinha Brilhante Sael x Evolução da Pedra Verde
• Res. Campeão Potro -
• Res. Campeã Nacional Potra Mirim - Marcha Picada 2009
• Res. Campeã Potra Jovem -
Gravatá/PE 2009
Maceió/AL 2010
Venda permanente de coberturas e embriões de destacadas doadoras com o nº 1 Brilhante Sael Vendas em até 20 pagamentos
Doadoras de Destaque do Haras Cascatinha Genética comprovada. Aposte em campeões! Urbana da Lagoa da Serra Padangue da Lagoa da Serra x Madona da Lagoa da Serra • Campeã Nacional Égua Graduada de Marcha Marcha Picada 2009 • Res. Campeã das Campeãs Nacionais de Marcha Marcha Picada 2009 • Res. Campeã Nacional Égua - Marcha Picada 2007 • Res. Campeã Nacional Égua de Marcha Marcha Picada 2007 • Campeã Nacional Égua Júnior - Marcha Picada 2006 • Res. Campeã Nacional Adulta da Raça Marcha Picada 2006
Úrsula da Lagoa da Serra Padangue da Lagoa da Serra x Fonte Azul Gueixa • Campeã Nacional Égua Adulta Marcha Picada 2008 • Res. Campeã Nacional Égua Adulta de Marcha - Marcha Picada 2008
Preciosa da Lagoa da Serra Lord de Alcatéia x Harmonia da Lagoa da Serra • Campeã Nacional Égua Graduada de Marcha Marcha Picada 2008 • Res. Campeã Égua Graduada - Marcha Picada 2008 • Campeã Nacional Égua Graduada de Marcha Marcha Picada 2007 • Res. Campeã das Campeãs Nacionais de Marcha Marcha Picada 2007
João Vita Fragoso de Medeiros (81) 3241-8766 / 9644-4444 www.harascascatinha.com.br
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Charmosa da Portela x Japecanga da Calciolândia Proprietário: Haras Alto da Serra
Favacho Único x Japecanga da Calciolândia Proprietário: Haras Alto da Serra
• Campeã Nacional Égua - Marcha Picada 2009 • Res. Campeã Nacional Égua de Marcha -
• Res. Campeã Égua Júnior de Marcha Marcha Picada - Porto de Galinhas/PE 2010
Marcha Picada 2009
Nordeste Aeromoça
Euforia da Pedra Verde
Favacho Único x Terra Dura do Pau da Rola Proprietário: Haras Caluli
Favacho Único x Obarana do Rebanho Proprietário: Haras Caluli
• Campeã das Campeãs de Marcha - CBM 2007
• Campeã Égua Sênior de Marcha - Marcha Picada - Recife 2009 • Res. Campeã Adulta da Raça - Marcha Picada - Recife 2009 • Res. Campeã de Marcha Égua Sênior - CBM - Gravatá 2010
• Campeã das Campeãs de Marcha - Porto de Galinhas 2010
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e nrevista Lúcio Sérgio Andrade
Juiz internacional de marcha fala a respeito do panorama mundial Lúcio Sérgio Andrade dedicou muitos anos de sua vida profissional na área da eqüinocultura ao segmento de cavalos de marcha. Formado em zootecnia, já enfrentou o difícil ofício de julgar cavalos, sendo um dos juízes principais dos quadros da raça Mangalarga Marchador, Campolina e Pampa e também jumentos e muares.
Pesquisador e estudioso dos tipos de andamento, Lúcio vive hoje nos Estados Unidos, onde tem tempo para escrever, prestar consultorias e conviver com as raças de cavalos de marcha. Apaixonado por animais, conta em entrevista um pouco de sua vasta experiência na terra do Tio Sam.
O senhor nota uma diferença dos cavalos de marcha no Brasil e EUA? A marcha é única. Quando se fala em marcha picada ou batida, ela é uma só em termos da distribuição de apoios. O que varia entre as raças de marcha dos EUA e as brasileiras é quanto ao estilo principalmente e quanto à velocidade da apresentação dos animais. ■
A marcha picada nos EUA é mais valorizada. Por que existe essa preferência? A marcha picada torna-se um andamento de preferência de quem não sabe montar, e a maioria das pessoas não sabe, porque a equitação requer, além da sensibilidade, técnica. A marcha picada não exerce para o cavaleiro os atritos verticais que acontecem na marcha batida. ■
Hoje existem em torno de 15 raças de cavalos de marcha nos Estados Unidos. Fale um pouco das principais. As principais raças de marcha picada são o Passo Fino, Mountain Horse e Passo Peruano. Se filmarmos os cavalos de marcha picada lá nos EUA e colocarmos no slow motion, observamos que a distribuição dos apoios é a mesma. O que difere, como já dito anteriormente, é a velocidade e o estilo. ■
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O Passo Fino, que é a mais conhecida para os brasileiros, tem uma imagem errada, porque o Passo Fino é um cavalo que marcha quase sem sair do lugar. De fato, o nome Passo Fino veio por causa dos deslocamentos muito rápidos de membros, mas cobrindo pouco terreno. Esses animais são de exibição, eles não são montados em passeios e cavalgadas, são só para show. Se a pessoa quer montar numa cavalgada, ela vai montar em um Passo Fino, que tem uma outra modalidade de marcha picada,
que é a chamada de “curto”, que é uma velocidade como a nossa que usamos aqui no Brasil nos cavalos para passeio. Ainda tem o “largo”, que é o cavalo mais rápido. Resumindo, tem o fino, o curto e o largo, de acordo com a velocidade. No Mountain Horse, os detalhes estão na altura que os animais erguem os membros (tem um campeonato em que eles podem erguer até a metade da canela, outro até a metade do joelho e acima do joelho). Outro detalhe é o grau de reunião, o quanto que o cavaleiro reúne o animal. As variações de reunião e de estilo caracterizam as modalidades de marcha do Mountain Horse. O Passo Peruano, ele também de marcha picada, tem um movimento único no mundo. Ao movimentar os membros anteriores, ele rema, ou seja, joga os anteriores para fora e eleva quase a ponta do casco tocando na espádua, um movimento usado nas paradas e nos desfiles de rua e avenidas nas cidades do Peru. As principais raças de marcha batida nos EUA são Missouri e o Fox Trot. Quando analisamos o Missouri, é uma marcha batida. Ele caminha com as mãos muito rápido e marcha com os pés. Muito curioso.
d epoimentos
Criadores tradicionais falam da marcha picada Falar da marcha picada é falar de “paixão. Hoje criador em Brasília, como bom pernambucano, estado berço do andamento, me recordo da minha juventude em Gravatá/PE, onde montava excelentes animais de marcha picada. Hoje no Planalto Central, vejo o crescimento e o mercado em expansão graças a criadores que enfrentaram tempos difíceis, como Paulo Romeu Gontijo, Haras Diadorim, Marco Aurélio, Haras Ardrak, Jorge Rosas Maciel, Rubio Fernal Neto, Haras Shogum, e sobretudo pelo apoio e incentivo do nosso presidente Magdi Shaat. Agradecemos ainda o apoio da TOP 2000, nas pessoas de Lúcio Nicolini e Eduardo Venturoli.
“ Os criadores do Estado de São Paulo estão voltando a se in“teressar pelos animais de marcha picada, modalidade de an-
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Devemos este sucesso da marcha picada ao nosso amigo e ex-presidente da ABCCMM Dr Nelson Boechat Cunha, falecido em 2007. Depois de 12 anos que a marcha picada ficou fora das pistas, ele atendeu o apelo de criadores e usuários abrindo as portas da ABCCMM e voltando com o andamento para dentro do estatuto. Medida esta que só veio para engrandecer e fortalecer mais a nossa raça. Os julgamentos de marcha picada nos dias de hoje ainda deixam muito a desejar, pois criadores e expositores não conseguem entender a forma com que seus animais são julgados, já que não existe uma padronização. Cada juiz julga com seu próprio gosto e na maioria das vezes não gosta de julgar o andamento e não está devidamente preparados”. A venda de animais de marcha picada está sempre crescendo, pois a procura é maior que a oferta. Quase sempre não têm leilões e feiras, mas mesmo assim os criadores conseguem vender seus animais para usuários e criadores dentro de suas fazendas. Acho que as promotoras de leilões deveriam acreditar mais neste mercado.
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Maurício Cabalzar - Haras Marina 176 ■ TOP 2000 Mangalarga Marchador
damento que é a mais confortável para qualquer tipo de cavaleiro ou amazona, desde iniciantes até os mais experientes. Numa boa marcha picada, praticamente não há os atritos com a sela que existem em outros tipos de andamento, razão principal da grande demanda dos animais de marcha picada no mercado. Ocorre uma crescente procura de atividades ligadas ao cavalo no Brasil inteiro, e especialmente no Estado de São Paulo, devido ao intenso e estressante ritmo de trabalho nas cidades. Atendendo a essa demanda, cavalgadas, romarias, passeios e programas de diversos tipos e durações estão surgindo em todas as regiões, e o cavalo preferido para esses programas é definitivamente o animal de marcha picada, pela grande comodidade que oferece. Sem dúvida, a boa índole e especial docilidade da raça Mangalarga Marchador tem uma grande influência nessa escolha, como também o porte médio e a rusticidade. Além do mercado interno, há uma considerável procura de exportação exclusivamente de animais de marcha picada, que é a marcha que nos Estados Unidos e em vários países da Europa é considerada como a única modalidade de ‘marcha’. Portanto, a marcha picada está de volta e novamente ganhando o seu espaço na raça Mangalarga Marchador.
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Aderbal Jurema Júnior - Haras AMERUJ
Neringa Sacchi - Haras da Marcha
o pnião Rogerio Bivar
MARCHA PICADA: Um outro ponto de vista Certamente, as provas de marcha são algumas das coisas que estão longe de ser uma unanimidade dentro do universo do Mangalarga Marchador. É que muitas das pessoas envolvidas com o nosso cavalo acreditam que elas são longas, enfadonhas e muito falhas devido a seu critério subjetivo. É fácil concordar com essa afirmativa, à medida que se pesquisa a opinião de simpatizantes do cavalo, qualquer que seja, que, ao ver uma prova de marcha, declaram preferir assistir a qualquer outra prova eqüestre, seja de tambor e baliza, freio de ouro, team peen, vaquejadas, salto etc... A atual inclusão da prova funcional durante os concursos de marcha esta ajudando para melhor nesse aspecto, isso sem mencionar a imensa contribuição dela para a evolução de nosso cavalo como um todo. No entanto, por ser um cavalo que tem na marcha o seu ponto forte, é imprescindível que se apurem os melhores animais marchadores através de algum critério, e até hoje não apareceu uma forma melhor ou mais eficiente para se obter esse julgamento do que a que se pratica atualmente nas atuais provas de marcha! Realmente é difícil fazer entender a um simpatizante, a um criador novo, ou mesmo a alguns antigos, as nuances de uma prova e de todas as variáveis que podem ocorrer em função da apuração do resultado dela! Para muitos, a grande maioria, é difícil entender: “Como seu cavalo ganhou a prova passada e perdeu essa”? “Ganhou daquele determinado indivíduo e agora perdeu para o mesmo”? Pior ainda: “Ganhou aquela prova de morfologia e agora perdeu”? É difícil! A culpa sempre recai sobre os árbitros e os critérios de subjetividade com que se apuram os resultados da mesma! Vamos fazer uma comparação com outros esportes, não subjetivos: um boxeador pode ganhar uma luta hoje e amanhã perder para o mesmo indivíduo. Um cavalo de corrida pode ganhar hoje e depois perder para aquele mesmo que derrotou na vez passada. No futebol, os resultados se alternam constantemente. E no basquete então, com aquelas séries finais de cinco jogos? E para finalizar até o grande campeão cavalo de salto, o “nosso” Baloubet de Rouet, que estava ganhando tudo, perdeu aquela já “garantida” medalha olímpica de ouro. Esses exemplos são todos de esportes humanos e eqüestres, coletivos e individuais, que não têm o critério de subjetividade! Mas mesmo assim, podemos exemplificar, ainda dentro de esportes com resultados analisados através do critério de subjetividade, como a Ginástica Olímpica, o Salto Ornamental e, no mundo eqüestre, nas provas de Hipismo Clássico, onde os resultados também se alternam! Ora, se assim é no mundo dos esportes, tanto humanos quanto eqüestres, em todos os aspectos, por que não também nas provas de marcha? Ganhar hoje e perder amanhã, ou vice-versa, é uma conseqüência natural para quem compete! Quem se predispõe a ser julgado tem que saber encarar a derrota! Se não 180 ■ TOP 2000 Mangalarga Marchador
houvesse competição, e ela não fosse mutável, competiríamos então por aclamação! Seria algo como: num jogo entre Brasil e Bolívia se apresenta a escalação dos times e pronto....não precisa ter jogo, o Brasil é aclamado ganhador! Ou então numa prova de corrida ou salto eqüestre também se aclamassem aqueles cavalos já consagrados e não se precisasse mais competir! Como isso sabiamente não é possível, porque há alternância de ganhadores, também nas provas de marcha, nem sempre o mesmo cavalo sempre ganha! Ainda bem! E isso se deve a vários fatores, dentre eles destaco: o próprio cavalo, as condições da pista, o peão e o árbitro! Quem monta sabe que o cavalo, assim como nós, tem seus dias azedos. Você pode treinar e montar um cavalo hoje de uma forma bem prazerosa e, de repente, num outro dia, ele não estar querendo nada, todo manhoso e arredio. Isso acontece, e com certeza pode acontecer de uma prova para outra. O peão também pode estar bem à vontade e solto numa determinada prova e se sentir intimidado e tenso numa outra, logo a seguir. Também é sabido que tem animais que se dão melhor em certas pistas que em outras. Pistas mais leves ou mais pesadas já determinaram a vitória e a derrota de vários animais. O árbitro então é um caso bem peculiar. Como ainda não há um critério absoluto e homogêneo entre a interpretação dos diversos quesitos que compõem o julgamento da marcha por parte deles, pode haver diversidade entre seus julgamentos. Isso, também somado ao bom dia ou não do cavalo, a atitude do peão e as condições da pista, certamente leva a resultados díspares entre uma competição e outra! Mas e isso é de todo ruim? Devemos, como querem alguns, mexer mundos e fundos para mudar essa situação? Creio firmemente que não! Evidentemente não pactuo com interpretações antagônicas por parte dos árbitros! Deve haver no mínimo uma coerência entre interpretações, mas que dêem margem a um livre arbítrio e que ele se dê dentro de uma soma de critérios complementares e não completamente divergentes. A interpretação dos julgamentos de nosso quadro de árbitros (no Mangalarga Marchador) é muito importante, a partir do momento em que seus resultados norteiam a seleção de nossa raça, e a direção para onde eles apontam é seguida por grande parte dos criadores! No entanto, somos sabedores de diversos momentos em que esses julgamentos tendiam a levar nossa criação a fugir de alguns critérios em relação à marcha que nunca podiam ser mudados. Houve tempo, e infelizmente recente, onde critérios como comodidade, diagrama e tríplice apoio, tão arduamente selecionados e apurados por décadas, foram relegados a segundo plano! A resistência por parte de alguns abnegados e importantes criadores preservou a boa marcha e o banco genético até
Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da revista TOP 2000 Mangalarga Marchador e são de inteira responsabilidade de seus autores.
então tão arduamente selecionados! Com a volta da razão e da boa marcha às pistas, redirecionou-se a criação e hoje podemos dizer que o Marchador está vivendo um de seus melhores momentos e na direção correta em termos de processo evolutivo da marcha de seus animais! A marcha picada voltou às pistas graças à nova compreensão desses valores. Hoje é uma realidade que evolui a galope, ou melhor, na marcha alongada, e é preciso também se ater qualidade de seus julgamentos. Infelizmente, e até por falta de um maior cuidado na preparação dos árbitros que julgam a picada, por parte da ABCCMM, esses julgamentos estão no limiar do antagonismo! Faz falta uma política de preparação e depuração do quadro de árbitros em relação à marcha picada. É realmente difícil explicar, somente pela ótica dos critérios subjetivos, os quais eu defendo, se eles são mais antagônicos do que complementares! Fica difícil justificar a um criador novo (que carece de maiores conhecimentos) ou mesmo a um antigo (que os julga possuir), os resultados díspares quando eles acontecem tão freqüentemente que deixam de nos nortear para nos confundir! Culpar os árbitros é a forma mais cômoda, mas também a mais errônea! É normal conversarmos com árbitros e sentir que também eles sentem a necessidade de um estudo e um consenso para a apuração e determinação de critérios mais objetivos em relação aos julgamentos da marcha picada! Urge um consenso! Muito já se percorreu na evolução da marcha picada e é de saltar aos
olhos o progresso que ela conseguiu nesse poucos anos de retorno! Isso é uma opinião unânime! Pretendo com esse artigo apurar a visão daqueles que hoje fazem a administração da ABCCMM para um olhar mais atento para esse problema, ou seja, o de selecionar e unificar com critérios comuns um bom quadro de árbitros para a marcha picada. Não defendo um quadro exclusivo. Pode e deve haver árbitros comuns às duas marchas, mas também pode haver árbitros que se dediquem só a uma ou só a outra! Dessa forma, teríamos, julgando, árbitros mais capazes, preparados, comprometidos e evitaríamos o julgamento por parte daqueles que sabidamente não se identificam com essa marcha! Assim é mais fácil a nós simpatizantes, usuários e criadores de marcha picada, dentro de um quadro de coerência de julgamentos, mas não de unanimidade, entendermos e aceitarmos os critérios de subjetividade das provas, assim como acontece com mais coerência nos julgamentos da marcha batida. A evolução de nossos animais depende disso. Nós criadores precisamos disso. Os árbitros também anseiam por isso: que se invista num quadro de árbitros mais homogêneo, com critérios de julgamento mais apurados e amplamente discutidos, mais coerente e mais comprometido com a nossa marcha picada. Isso vem ao encontro dos anseios dos árbitros e dos criadores em igual intensidade, com toda a certeza! Que venha uma nova era para a evolução da marcha picada! ROGERIO BIVAR - Haras Água Boa - rogebivar@hotmail.com
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c riador de destaque
Gustavo Monteiro - Haras Monteiro (PE)
Geidy Romeiro
Gustavo Monteiro, titular do Haras Monteiro, em Pernambuco, tem uma longa história de dedicação à raça Mangalarga Marchador. Usuário de cavalos de sela e admirador da marcha picada, o criador sempre gostou de montar em animais cômodos e de fácil condução. Grande entusiasta da raça, Gustavo acredita que a marcha picada tem grande capacidade de atrair novos usuários e potenciais criadores. E é nesta entrevista que ele expressa o orgulho de ter o Haras Monteiro como um grande representante do andamento.
■ Quais foram os motivos que
levaram o senhor a escolher a raça Mangalarga Marchador? A minha família tem uma longa história com cavalos de sela, iniciada pelo meu bisavô paterno e mantida pelo meu avô, tios e pai com os quais tive grande aprendizado. O meu pai sempre teve cavalos de sela e costumávamos fazer boas cavalgadas. Quando eu era adolescente, o meu pai iniciou a criação de cavalos da raça Campolina por ser a única que aceitava em seus jugamentos a marcha picada. Nesta época, participávamos de uma exposição onde dividíamos a pista com o Mangalarga Marchador. Na oportunidade, observei o que acontecia do outro lado da pista, me saltando aos olhos o movimento de criadores e a qualidade da marcha, tema sempre presente nas nossas conversas de família e nas nossas crenças. Com esta percepção, comecei a estimular meu pai a acabar com a criação de cavalos da raça Campolina e começar a criação de uma nova raça, a do cavalo “MANGALARGA MARCHADOR”. Há de se registrar que neste mesmo período iniciava-se em Pernambuco um movimento de fomento à marcha picada por alguns criadores locais e liderado pelo amigo Pio Guerra, o que ajudou a consolidar a nossa decisão. ■ Como começou a história do haras? Quais foram os exemplares e linhagens utilizadas no início? Como bons usuários de cavalo de sela, sempre buscamos ter no haras bons animais para essa finalidade. Um ótimo exemplo era o castrado de nome Grego do Katyopio, que
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nos deu muitas alegrias no início das provas de marcha picada e o que também nos estimulou muito a continuar com o criatório. No inicio do criatório, os primeiros exemplares que utilizamos na reprodução foi o garanhão FAVACHO ORVALHO (Favacho Único x Favacho Jordânia), exemplar que ganhou muitos campeonatos e produziu bons animais, a matriz ESTRELA DE CAPRI (Laglória Imbu x Favacho Jordânia) e o QUARTEL DO FAROL (Favacho Único x Favacho Jamaica), animal com o qual ainda somos muito felizes na pista e vamos seguramente utilizar na reprodução em um segundo momento do nosso projeto. Como linhagem, temos que destacar a Favacho com grande influência em nosso criatório até os dias atuais. O senhor teve algum tipo de orientação antes de começar a criar? De quem? Quais foram as dicas recebidas? Quando resolvi criar cavalos da raça Mangalarga Marchador de marcha picada, ainda estava tramitando na Associação o processo de retorno deste andamento para as exposições e não tínhamos muito onde buscar direção técnica. A real orientação veio da minha família, que sempre cultuou animais cômodos e com bom temperamento de sela para as cavalgadas de final de semana. Foi então quando eu, meu pai e meu irmão, com base nestes conhecimentos, tentamos dar uma roupagem mais moderna onde passamos a valorizar os animais com um bom gesto de marcha e equilíbrio, evitando ao máximo a andadura. ■
Quais foram as doadoras e garanhões que utilizou no início? O início do meu criatório aconteceu na fase embrionária da marcha picada, que estava há muito tempo à margem de qualquer processo seletivo, bem diferente do que acontecia na marcha batida. Tive neste início dificuldades em identificar quais eram as linhagens que possuíam a verdadeira genética da marcha picada de qualidade, sendo obrigado a selecionar pelas características de cada indivíduo e não sua carga genética. Este foi na verdade um período no qual Pernambuco foi um grande laboratório para a marcha picada, cruzando diversos tipos de linhagens até encontrar o caminho mais consistente em que estamos hoje. Neste processo, tive sorte por ter optado por animais de linhagens confirmadas, como a Favacho, através do Favacho Único, e a JB, que descente do Quartel JB. ■
■ Como são as instalações de seu haras?
Nós temos um haras que fica localizado na região metropolitana da cidade de Recife, que tem 30 baias, piquetes, cocheiras, lanchonetes, brete, laboratório para inseminação e outros trabalhos que são executados por médicos veterinários. Nesse haras ficam os animais que estão sendo trabalhados para pista, matrizes para trabalho de inseminação e transferência de embrião e animais de venda. Já a outra propriedade que compõe o criatório fica a uma distância de 80 km de Recife, onde fica a maior parte do plantel, que são os animais de cria e recria em regime de pasto.
Quais são as vantagens em criar a raça Mangalarga Marchador, o que essa atividade proporciona de bom? Não tenho duvida em afirmar que a maior vantagem de criar o Mangalarga Marchador são as amizades que conseguimos conquistar e conservar, além de desfrutar de tantos momentos agradáveis ao lado dessa família dos criadores do cavalo Mangalarga Marchador. Hoje, me orgulho em dizer que tenho amigos na maioria dos estados do Brasil vindos da raça.
■
■ Em sua visão o que precisa ser feito para a marcha picada ser mais valorizada? A marcha picada é uma das grandes portas de entrada de novos criadores na raça, sendo assim um bom caminho para o seu crescimento. Nos últimos anos, tivemos uma enorme valorização deste andamento, devido à melhora da qualidade e o aumento da quantidade de criadores, mas ainda estamos muito concentrados nos estados do Nordeste e isto precisa ser melhorado. Vejo que o crescimento nas outras regiões do país vem sendo um pouco mais lento, dado o preconceito existente por parte de poucos criadores que ainda não querem reconhecer a marcha picada, mesmo que em suas tropas tenham animais com este andamento. Tenho a certeza de que quanto mais esse andamento se espalhar em todo o território nacional, mais criadores entrarão e maior valorização acontecerá naturalmente.
Como é o trabalho realizado com o garanhão campeão nacional Elfo do Porto A zul? Fale mais desse exemplar e da atuação de seus filhos em pista. O Elfo é uma parceria entre grandes e bons amigos que a cada dia comemoram a posse de um cavalo tão diferenciado. O único cavalo que foi, no mesmo ano, Campeão dos Campeões da Raça e Campeão dos Campeões de Marcha Picada. O trabalho do Elfo do Porto Azul no Haras Monteiro está concentrado no cruzamento com filhas dos garanhões Favacho Único e ■
“ A marcha picada é uma das grandes portas de entrada de novos criadores na raça, sendo assim um bom caminho para o seu crescimento. Nos últimos anos, tivemos uma enorme valorização deste andamento, devido à melhora da qualidade e o aumento da quantidade de criadores...
” Ringo D2 e éguas com sangue JB e 53. Os filhos(as) do Elfo vêm obtendo excelentes resultados em todas as exposições de que participam, sendo motivo de orgulho aos seus proprietários. Acredito que o Elfo do Porto Azul irá contribuir bastante no desenvolvimento da marcha picada e marcar o seu nome como um grande garanhão da raça. Poderia registrar diversos momentos e fatos que comprovam o excelente exemplar, que é Elfo do Porto Azul, e entre eles quero citar a frase do amigo Ricardo Ricce, que foi de imediato referendado por diversos criadores presentes: “Existe um conceito de marcha picada antes do Elfo do Porto A zul e outro depois”. ■ Qual a
influência do garanhão Favacho Único em sua tropa. Acho o Favacho Único um cavalo de produção extraordinária, sendo os seus descendentes grandes exemplares da verdadeira marcha. No caso da marcha picada, acredito que este reprodutor tem grande responsabilidade pelo destaque de Pernambuco no cenário nacional, como também temos que destacar a contribuição do Lampeão HO no Estado da Bahia. O nosso plantel possui bastante influência destes reprodutores, sendo o Favacho Único pai das nossas promessas para a Nacional 2010, quando acreditamos que ele deverá reafirmar as suas qualidades como reprodutor. ■ Atualmente, como o senhor define o plantel do haras? Entendo que o plantel do haras tem resultado de um aprendizado do que é a boa genética de marcha picada em um total de
35 matrizes, 12 produtos do Elfo do Porto Azul, que pretendemos dar continuidade em nosso plantel, e os reprodutores Elfo do Porto Azul ( JB), Quartel do Farol (Favacho) e Juramento da Pedra Verde (Favacho x 53). A macha picada vem passando por tanta evolução que temos que ter cuidado em manter o nosso plantel atualizado com bons animais, sempre cabendo boas aquisições. ■ Quais são as metas para os próximos
anos? Buscar a consolidação da produção do garanhão Elfo do Porto Azul e do sufixo “DO MONTEIRO” e, para isto, estamos buscando fazer acasalamentos direcionados, além de intensificar nosso programa de reprodução com as nossas doadoras comprovadas em pista. ■ Como o senhor analisa o mercado de
cavalos nos dias de hoje? O cavalo Mangalarga Machador esta vivendo um momento fantástico, atingindo preços e liquidez excelentes e com eventos que vêm cada vez mais engrandecendo a raça. Como é ver as crias da casa, que levam o nome do criatório, já fazendo sucesso em outros criatórios? É motivo de orgulho e satisfação e mais ainda por acreditar que esse é o caminho mais lógico que temos para valorizar o criatório e todo o investimento feito. O exemplo disso aconteceu agora no CBM de marcha picada realizado na cidade de Gravatá (PE): o potro de nome FEDERAL, filho do Elfo do Porto Azul, que vendi ao amigo Neto Colaço, criador no Estado do Rio Grande do Norte, consagrou-se Campeão Potro Júnior. ■
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andamentos
Fique por dentro de alguns conceitos técnicos e da linguagem utilizada nos julgamentos de marcha HISTÓRIA DA MARCHA A hipótese mais coerente para explicar a origem da marcha nos eqüinos é da ocorrência de mutações genéticas nos desertos da África, onde predominavam os cavalos Berbere. Estas mutações resultaram na andadura como forma de facilitar a locomoção nos desertos de areia, como acontece com os camelos e dromedários que apresentam esse andamento. A própria dinâmica de locomoção da andadura explica por que esse andamento é mais apropriado para as dunas. O animal praticamente arrasta seus bípedes laterais sincronizados sobre a areia, reduzindo a velocidade do andamento e levando o animal à fadiga. É também em regiões montanhosas que o cavalo de marcha mais se adaptou como marchador nas montanhas sul-mineiras. A partir de sucessivos acasalamentos entre animais trotadores e de andadura surgiram as diversas modalidades de deslocamentos com diferentes graus de dissociação. Seja entre bípedes diagonais ou laterais. No Brasil, os cruzamentos com animais de sangue Andaluz e seus descendentes contribuíram para um estilo mais elegante na movimentação. Nas raças típicas de nosso país, como o Mangalarga Marchador, o andamento fica dividido em três categorias de marcha, sendo elas: batida, picada e intermediária. Você sabe reconhecer cada uma? Para entender é preciso ficar por dentro de alguns conceitos técnicos, como apoio, dissociação, entre outros. APOIO: o apoio é o simples contato do membro do animal com o solo. Esse apoio pode acontecer na marcha em três possibilidades. O apoio diagonal, o apoio lateral e o tríplice apoio. O apoio diagonal, como seu próprio nome diz, é quando um dos bípedes diagonais está em contato com o solo e o outro está em suspensão. Sendo assim, nós temos duas possibilidades de apoio diagonal. Ou o diagonal direito, quando o anterior direito e o posterior esquerdo estão em contato com o solo e os outros dois membros estão em suspensão. O diagonal esquerdo, quando o anterior esquerdo e o posterior direito estão 202 ■ TOP 2000 Mangalarga Marchador
em contato com o solo e os outros dois estão em suspensão. O apoio lateral é quando o bípede lateral está em contato com o solo e os outros dois estão em suspensão. Existe o lateral direito e o lateral esquerdo. O importante para falar do apoio lateral é quando ele acontece na troca de apoios. Por exemplo, quando o animaial está em movimentação, quando ele vai aterrissar o posterior, ele tem que retirar o anterior antes para que não aconteça o choque. Nesse momento acontece o apoio lateral. O tríplice apoio é quando três membros estão em contato com o solo e somente um membro está em suspensão. Esse movimento pode acontecer em quatro possibilidades:
1- Tríplice apoio de anterior direito: dois posteriores em contato com o solo e o anterior direito. Aqui, somente o anterior esquerdo em suspensão. 2- Tríplice apoio de anterior esquerdo: dois posteriores apoiados e o anterior esquerdo apoiado. Aqui, o anterior direito fica em suspensão. 3- Tríplice apoio de posterior direito: dois anteriores apoiados, o posterior direito apoiado e o posterior esquerdo em suspensão. 4- Tríplice apoio de posterior esquerdo: dois anteriores apoiados, o posterior esquerdo apoiado e o posterior direito em suspensão.
A marcha é uma característica funcional complexa. Envolve em sua avaliação uma gama de parâmetros, como a comodidade, o estilo, a regularidade, o rendimento, que pode ser chamado de (desenvolvimento ou progressão), naturalidade e principalmente o diagrama e a distribuição dos tempos de apoios, o que determina suas variedades. Mas antes de falarmos de todos os tipos de marcha é importante voltarmos na história. Fonte: DVD Marcha, uma produção da TOP 2000 Vídeo. Agradecimento especial ao árbirtro da ABCCMM Tiago de Resende.
DISSOCIAÇÃO: é a falta de sincronismo na saída e no apoio dos membros ao solo. Na marcha, o avanço dos membros passa pelas fases de flexão, projeção do membro, extensão e aterrissagem. Vale lembrar que a dissociação é caracterizada pela falta de sincronismo no avanço. Podemos falar que o apoio lateral e o tríplice apoio são características inerentes da marcha, ou seja, são conseqüências da dissociação. Quanto mais dissociado é o andamento, quanto maior é a diferença de tempo de saída de anterior e de posterior, consequentemente da aterrissagem, mais dissociado é o andamento e mais tempos de apoios laterais e de tríplice apoio o animal vai dar. É em cima dessa distribuição dos tempos de apoio que se vai determinar o diagrama, a ocorrência dos apoios durante a marcha, ou seja, são essas diferenças que vão determinar os tipos de marcha. TIPOS DE MARCHA Marcha Batida: Na marcha batida, os tempos de apoio diagonais são sempre maiores que os apoios laterais. O avanço em diagonal é nítido. O animal somente dará o apoio lateral e o tríplice apoio no momento de trocas de apoio bem rápido. Quanto mais dissociado, mais apoio lateral e tríplice apoio esse animal vai dar. Marcha Picada: É um andamento extremamente dissociado, em que há uma diferença de tempo muito grande na saída de anterior e posterior. Em resultado disso, o animal vai aumentar em relação à marcha batida os tempos de apoio laterais e consequentemente os de tríplice apoio. Diferença da Marcha Picada e Marcha Batida: aumento do tempo de apoio lateral. Marcha Intermediária: como o próprio nome diz, ela está entre a marcha batida e a marcha picada. Tempos de apoio intermediários. Um andamento em que os tempos de apoios laterais e conseqüentemente de tríplice apoio são maiores que na marcha batida e menores que na marcha picada. QUALIDADE DE MOVIMENTO A qualidade de movimento também é um outro item valorizado nos julgamentos. Ela é dependente diretamente da conformação do animal, das angulações, das linhas de aprumo e das proporções lineares das regiões zootécnicas (comprimento de cabeça, pescoço, dorso-lombo, garupa, espádua, braço, relação antebraço, canela, comprimento de perna, colocação das linhas de aprumo).
Segundo especialistas, o animal tem que se movimentar com passadas amplas e sem desperdício do movimento. Essa qualidade vai dar ao cavalo um maior tempo de vida útil e um menor desgaste de suas articulações, proporcionando que o animal vá até seus 20/25 anos desempenhando função de cavalo de sela. CARACTERIZAÇÃO DA MARCHA Define-se a marcha como: andamento marchado, natural, de quatro tempos com apoio alternado dos bípedes laterais e individuais intercalados por momentos de tríplice apoio. Os quatro tempos são os sons da batida do casco no solo. Pode-se observar que o animal com qualidade de movimento vai ter passadas amplas que vão interferir no seu rendimento. Geralmente esse animal é o que vai conseguir andar o maior terreno usando um número menor de passadas classificando-se como excelente na movimentação e gastando menos energia. Uma outra característica que é analisada no concurso de marcha, além do diagrama, da qualidade de movimento, do rendimento, é o estilo, que interfere no equilíbrio do animal. A equitação também precisa estar bem feita. O animal deverá estar em uma atitude adequada, andando com a frente elevada e nuca flexionada, fatores relacionados diretamente com equilíbrio. Para técnicos, o animal tem que estar com a frente elevada em um ângulo aproximadamente de 45 graus em relação ao nível do solo. Já o flexionamento de nuca tem que estar aproximadamente com 90 graus em relação à linha do pescoço, uma situação de conforto em que ele vai posicionar sua coluna para conseguir movimentar com qualidade. Os posteriores também precisam estar engajados, fator que complementa o posicionamento da coluna. Outro quesito analisado é a regularidade, que também está relacionada ao equilíbrio. A comodidade também aparece como fator importante. Associada ao gesto de marcha, proporciona o conforto durante a montada. Ao analisar um animal, é preciso sentir se ele é macio. Vale lembrar que ele não deve dar ao cavaleiro atrito vertical, lateral e frontal. Vale ressaltar que o temperamento é uma característica importante e por incrível que pareça ele interfere na comodidade e na condução do animal. Para o árbitro de andmento da ABCCMM Tiago de Resende, “o animal que é tranquilo, dócil e que ao mesmo tempo responde aos comandos do cavaleiro, é um animal ‘franco’, que respeita comandos. Um exemplar que se permite tirar o tipo de movimentação desejada”. TOP 2000 Mangalarga Marchador ■
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Turismo Equestre chega à Estrada Real
June Sabino
Estrada Morro do Pilar / Itambé do Mato Dentro
Encontro Temático abre as portas para novos negócios O Instituo Estrada Real (IER) realizou, no dia 26 de junho, o 1º Encontro Temático sobre Turismo Equestre. O evento reuniu em Ipoema, distrito de Itabira (MG) e famoso ponto de parada de tropeiros, operadores, agentes e receptivos turísticos, além de estudiosos e conhecedores de cavalgadas. A programação contou com palestras sobre o Potencial do Turismo Equestre na Estrada Real (ER), o Mercado Potencial para o Turismo Equestre, a Utilização de Áreas Rurais para a Formatação de Pacotes Turísticos, a Segurança no Turismo Equestre e o Caso de Sucesso da Cavalgada da Inconfidência Mineira, apresentadas por especialistas
em turismo equestre, como a turismóloga Mariana Carvalho, o criador do projeto Cavalgadas Brasil, Paulo Junqueira, a empresária da operadora de turismo Brasil Rural, Andréia Roque, a diretora da ONG Férias Vivas, Silvia Basile, e o organizador da Cavalgada da Inconfidência, Luís Avelar. As palestras levaram os participantes do evento a uma reflexão sobre a necessidade de profissionais neste ramo. Andréia Roque, sócia da operadora Brasil Rural, disse que o Brasil não tem um destino de turismo equestre e que o país carece de uma região para esta prática. “A Estrada Real pode ser o primeiro destino para esta prática”, enfatizou. TOP 2000 Mangalarga Marchador ■
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Após as palestras, os empresários participaram de um Encontro de Negócios. “Depois de conhecerem o potencial que existe na ER, os participantes se reuniram para formatar produtos e fecharem parcerias para explorar o segmento equestre nos municípios do roteiro”, conta a turismóloga do IER, Marina Fantoni. No dia anterior ao encontro, profissionais ligados ao trade turístico e convidados participaram de uma visita técnica guiada pelo turismólogo do IER Rodrigo Azevedo e por Ramon Figueiredo, proprietário do receptivo Caminhos da Serra. A visita proporcionou aos participantes conhecer melhor o trecho da Estrada Real percorrido e potencializar o caminho como destino para o turismo equestre. O arquiteto e presidente da Associação Cavaleiros da Cultura, Carlos Oscar Niemeyer, destacou o potencial turístico existente na ER no segmento de turismo equestre. Ele apontou as belezas da arquitetura da região do Caraça e de Santa Bárbara como destaques da vizinhança de Ipoema. O 1º Encontro Temático da Estrada Real cumpriu com o seu objetivo, apresentando para profissionais do setor equestre e da cadeia produtiva do turismo informações sobre roteiros e caminhos para passeios a cavalo na ER. “Falamos para aqueles que vendem os produtos formatados para o público final e o recebem para as viagens”, explica Fantoni.
ESTRADA REAL (ER): DO TROPEIRISMO AO TURISMO EQUESTRE A ER foi construída ao longo de três séculos, do litoral fluminense a Minas Gerais. Os mais de 1,6 mil quilômetros de caminhos foram percorridos por índios, colonizadores, escravos, bandeirantes e comerciantes. Hoje, a ER abriga 199 cidades e comunidades e recebe milhares de viajantes por ano. Aberta oficialmente no século XVII pela Coroa Portuguesa, muitos dos caminhos, transformados em rota turística, foram abertos por antigos tropeiros, responsáveis pelo comércio de animais (mulas, cavalos e gado) entre a região sul e a região sudeste do Brasil, e também de alimentos, já que a intensa exploração do ouro não deixava espaço para plantações. O difícil acesso às minas fazia com que esses aventureiros viajassem durante semanas para chegar ao seu destino e montados em muares, foram abrindo caminhos, construindo estradas e fundando vilas e cidades. A transformação da Estrada Real em destino turístico no fim dos anos 90 resgatou sua identidade e tradições, através do fomento do desenvolvimento socioeconômico sustentável e da oferta de atrativos turísticos de qualidade. Uma das principais formas de exploração turística na ER é a cavalgada. Percorrer a ER a cavalo é reviver os passos e os caminhos percorridos pelos responsáveis pelo escoamento do ouro e de diamantes extraídos no interior de Minas e levados ao Rio de Janeiro.
June Sabino
Fazenda Traituba
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June Sabino
O grande potencial da Estrada Real no segmento permite a formatação de um grande leque de produtos, com variedade de destinos e de tempo de viagem. Na ER, o turista vive sensações únicas, em passeios por cenários históricos e de natureza preservada. São regiões como as de Entre Rios, Lagoa Dourada, ou do Sul de Minas, berços das raças Campolina, Mangalarga Machador e dos jumentos Pêga, respectivamente. Quando tratamos do turismo equestre, falamos de um segmento explorado em mais de 50 países. Pouco visto no Brasil, o setor tem grande potencial. Por isso, o Instituto Estrada Real fomenta a atividade na área de abrangência do roteiro e une esforços para a aproximação dos principais atores do mercado no país. O 1º Ciclo de Encontros Temáticos na Estrada Real – Turismo Equestre fez parte desse esforço.
O IER O Instituto Estrada Real foi criado em 5 de outubro de 1999, como sociedade civil sem fins lucrativos. O trabalho do IER, que conta com o apoio de órgãos de fomento como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), tem como objetivo organizar, fomentar e gerenciar o produto turístico Estrada Real. Coordenado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), em parceria com o governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Turismo do Estado de Minas Gerais, o objetivo do Instituto é promover o desenvolvimento sustentável do turismo na Estrada Real. June Sabino
PRÓXIMOS ENCONTROS O próximo Encontro Temático da Estrada Real acontecerá no dia 28 de agosto e abordará o tema “Cicloturismo e Caminhada”. O destino do encontro será a região da Serra do Cipó, destaque em roteiros de aventura e esporte. Os Encontros Temáticos levam às cidades da Estrada Real os melhores profissionais dos segmentos abordados, oferecendo ao seu público, informações para a formatação de novos roteiros e pacotes turísticos na Estrada Real, promovendo o destino como a maior rota turística do Brasil.
Aqueduto MTC
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a ndanças da TOP 2000
Na foto, Luquinha, Victor Penna Costa (Haras Bavária), Jefferson Mattos e Antônio Santos Silva (Haras Figueira) ao lado do campeão Galante do Expoente.
Roberto Pinheiro
Nacional 2010 Galante do Expoente, um filho do Campeão CBM, Trilho da Zizica, confirmou o favoritismo que era cogitado nos bastidores da raça, sagrandose Campeão Nacional e Campeão Nacional de Marcha Cavalo Adulto Maior 2010. Dando um verdadeiro show de andamento, conquistou a nota máxima dos cinco juízes. O garanhão é de propriedade do condomínio dos haras Bavária e Figueira.
Haras Beija Flor - Nova Friburgo (RJ) Apesar de pouco tempo de criação, Sávio Oliveira desenvolveu uma estrutura invejável em Nova Friburgo (RJ) para o Haras Beija Flor, nome alusivo à escola de samba do coração do criador. Tem como garanhão-chefe o extraordinário Dunga PR e as éguas que estão fazendo sucesso nas pistas são Quizumba da Morada Nova, Feiticeira do Moinho TCC, Amazônia V2, Mistral do Morro Azul, AVM Imagem e Ipanema Doutrabanda, entre outras. Na foto, Sávio Oliveira (camisa branca) com Lúcio Nicolini, da TOP 2000, Fernando Mello Vianna e Júnior, do Haras Vip.
Tropa do Vale Vermelho - Porto Feliz (SP) José Eduardo Simões e filho realizam um excelente trabalho de seleção da raça, com dois sufixos e seleções distintas: a Tropa do Vale Vermelho, do dr. José Eduardo Simões, criatório mais tradicional, e o Haras Vale da Prata, que trabalha focando na pelagem pampa, onde tem como principal reprodutor Romeiro da Today. Na foto, Lúcio Nicolini, Dr. José Eduardo Simões, Marinho, José Eduardo Simões Filho, Armando Monzo e Sílvia Simões ao lado do potro Nasser do Vale da Prata, presente de José Eduardo Simões Filho a seu pai.
4ª Festa do Cavalo de Gravatá (PE)
Na foto, Zezito Pedrosa, um dos maiores criadores de Pernambuco, da Fazenda Várzea Verde, com sua esposa Leide, acompanhados de Ulisses Viana e Manoela, com Josivânia 246
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TOP 2000 Mangalarga Marchador
Em visita ao Brasil para conhecer o Mangalarga Marchador, o ex-presidente da Associação Canadense de Tennessee Walker, Mr. Eldon Eadie, com Pio Guerra, do Haras Cavalgada, Eduardo Venturoli, da TOP 2000, e Marcos Kelner, do Haras Kelner, em Pernambuco.
Haras Mascan Na foto, sr. Francisco Canepa com seu pai e familiares, Lúcio Nicolini, da TOP 2000, e o criador Sérgio, do Haras São Lourenço, durante o Leilão Laglória, realizado no Rio de Janeiro (RJ).
Haras Estância Sonho Meu - Piedade (SP)
rápidas ■ A partir de outubro, a TOP 2000 irá realizar leilões virtuais ao vivo, todos os domingos, às 20 horas, pelo site www.top2000.com.br, com a proposta de vender animais selecionados e de qualidade, principalmente de criadores que não têm acesso a leilões de elite da raça, mas que têm bons animais de genética atual de todas as partes do Brasil. Todos os leilões serão chancelados pela ABCCMM, com ampla divulgaçao nacional, principalmente procurando abranger outros públicos de compradores e usuários de nosso cavalo fora dos associados.
3º Leilão Beach TOP Class, uma realização da TOP 2000 Eventos de Raça, com promoção dos haras Sertã, Paraíso, Colorado e Santa Clara, vai repetir, este ano com grandes novidades, no período de 12 a 15 de novembro, no Eco Resort do Cabo em Pernambuco. Vão ser realizados três grandes leilões: dia 12/11, sexta feira - leilao Bech Class de Marcha Picada; sábado, dia 13/11 - leilão Beach Class Embriões de Marcha Batida e Marcha Picada; e dia 14/11, domingo - 3º Leilão Beach Class Animais. ■
Bigu, um dos mais renomados veterinários da raça, agora também vai prestar serviço à Central de Transferência de Embriões MZC, do criador Maurício Zacarias Constâncio, em Tanguá (RJ). ■
Pedro montado em Bolero da ESM, Leandro e José Ri- José Ricardo Risolia e sua aficardo Risolia, no Haras Estância Sonho Meu lhada Giovana
Flagrantes pelos haras
■ O Haras Cartagena vem investindo pesado nos últimos leilões da raça. Adquiriu 50% das cotas da Campeã Nacional, Delta do Caito, 50% de Cabocla do Quelé e 50% de AR Fama, formando um plantel de qualidade.
O Haras Maripá, do nosso amigo Marcelo Baptista de Oliveira, cobriu na temporada passada as éguas do sufixo Maripá com o reprodutor Favacho Diamante. Já começaram a nascer os primeiros produtos de ótima qualidade morfológica.
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O garanhão Campeão Nacional Zinabre da Ogar, de propriedade dos Haras EAO e Top ficará a temporada de julho de 2010 a julho de 2011 no Haras Top, em Brumadinho (MG). Esta será a primeira vez que o garanhão ficará em Minas Gerais, pois desde que foi adquirido pelo condomínio ficou no Haras EAO, em Itagibá (BA).
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A ABCCMM conseguiu um novo marco durante a Nacional: conseguiu atingir 5.000 sócios ativos em seu quadro de associados. Parabéns a toda a diretoria da ABCCMM pelo empenho em atrair cada vez mais sócios para a raça.
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José Eduardo Simões Filho, do Nadir, esposa do João, gerente do Haras Conforto, Haras Vale da Prata, com Lúcio Ni- em Sorocaba (SP), com sua filha Juliana e o genro Márcio colini, da TOP 2000
Após o sucesso do 1º Leilão TOP de Coberturas, realizado em 2009, que atingiu mais de R$ 1 milhão em vendas de pacotes de coberturas, a TOP 2000 irá realizar no dia 26 de setembro, às 21 horas, pelo Canal Rural e pelo site da TOP 2000, a 2ª edição do leilão este ano com grande renovaçao dos lotes de coberturas à venda.
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Criadores paulistas
José Ricardo Risolia,
do Haras Sonho Meu, Laerte Junqueira, do Haras LJ, e Ivo Lodo, do Haras Cartagena
A ABCCMM comemora o resultado financeiro de 2009 com superavit financeiro de 2,086 milhões e tendo arrecadado, só em chancela dos leilões, 364 mil reais, valores nunca arrecadados em outras gestões. ■
■ Quem voltou a investir pesado na raça foi o Haras Quixote, adquirindo 50% das cotas de duas das melhores éguas da atualidade, Luana Dumar e Siara Clara. TOP 2000 Mangalarga Marchador
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Zinabre da Ogar
Estará servindo no Haras Top na estação de monta (julho/2010 a julho/2011)
Em condomínio com o Haras EAO
Plenário da Ogar x Jardineira JB
Campeão Nacional Potro Graduado 2007
MELHOR REPROD UTOR DO RANKING NACIONAL DE MARCHA PICADA 3 ANOS CONSECUTIVO S
Lampeão HO Gaturamo HO x Galiléia HO
ITAGIBÁ/BA (73) 3531-8100 / Fax (73) 3531-8123 www.eao.com.br
MANOEL VITORINO/BA Fazendas Reunidas Rio de Contas Ltda. (71) 3341-1070 / 3341-5912 www.riocon.com.br
MAIRI/BA Diógenes e Evandro Cohim (71) 3221-7546 / (75) 3626-7077