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Quem ainda acha que fazer jejum é uma moda passageira?

Se voltarmos alguns anos na história, vamos observar que essa prática é muito antiga, já estava descrita na Bíblia e acontecia muito tempo antes de Cristo.

Na era paleolítica, depois que os homens devoravam a caça, demorava horas ou até dias para que um novo alimento aparecesse.

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A espera > a espreita > o ataque > o corte da carne e finalmente a refeição. Tudo isso levava tempo.

Se você for ver, o hábito de comer de três em três horas não ocupa mais do que 100 anos na nossa história.

Por esse lado, não é o jejum que está na moda, não é mesmo?

A história e agora a ciência moderna mostram que o jejum não faz parte apenas da história do homem, como também já se apresenta como uma das poderosas armas contra o câncer.

Com um estilo de vida sedentário e alimentação que abusa de carboidratos e industrializados, começamos a acumular células envelhecidas que carregam proteínas também envelhecidas dentro delas.

Essas células “cansadas” perdem a capacidade de defesa e com o tempo, elas podem abrir a porta para uma doença crônica degenerativa, como câncer.

Com o jejum, o corpo é induzido naturalmente a um processo de autofagia que, do grego, significa “comer a si mesmo”.

A multiplicação celular se torna mais lenta, ativa-se o processo de autofagia em que o corpo elimina as células velhas ou defeituosas e, geralmente, começa a se alimentar de suas próprias reservas de energia.

É como se o corpo, sem o alimento para se ocupar, tivesse tempo e espaço para fazer uma faxina profunda.

As células velhas, assim como os vírus e bactérias, são destruídas e recicladas, dando mais espaço para novas células em perfeito funcionamento.

Em 2016, o biólogo japonês Yoshinori Ohsumi venceu o Prêmio Nobel por suas descobertas sobre os mecanismos da autofagia.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia também decidiram colocar a teoria em prática e mostraram que o jejum de um ou mais dias fez com que os camundongos com câncer tratados com quimioterapia respondessem melhor ao tratamento e se recuperassem antes dos efeitos colaterais.

A mesma equipe, conduzida por Valter Longo, mostrou que benefícios enormes também acontecem com humanos.

Num estudo feito com voluntários saudáveis, o jejum reduziu:

• os indicadores de risco cardiovascular; • os níveis de glicose; • gordura abdominal; • e os de IGF-1, um potencial marcador de câncer.

É extensa a lista de benefícios que o jejum pode te trazer e acredito que você esteja convencido a adotar essa prática pela sua saúde, mas antes de começar o jejum é necessário seguir essas instruções para realizar o jejum com segurança e de maneira eficiente:

1 – Esteja há duas semanas na dieta cetogênica

O jejum é uma prática efetiva desde que seja feita de maneira estratégica, pensada e por uma pessoa que já esteja na dieta cetogênica há pelos menos duas semanas.

Leia aqui a publicação que preparei sobre os benefícios da cetogênica e pegue aqui os cardápios que eu preparei para você começar essa nova maneira de se alimentar.

Começar o jejum depois de iniciar a dieta cetogênica é fundamental para que seu corpo se acostume a tirar energia das gorduras (corpos cetônicos) e não mais da glicose (glicogênio).

E só então você vai ficar confortável nessas horas de jejum.

2 – Faça jejum progressivamente

Para muitas pessoas, começar um jejum de 16 horas pode ser mais difícil.

Nesse caso comece aos poucos, com um jejum de oito horas, uma vez por semana.

Depois um de 12 horas uma vez por semana. Passe a fazer duas vezes por semana. Depois o de 16 horas, até chegar no de 18 horas.

Como forma de te motivar, saiba que depois de 11 horas o corpo entra em estado de excelência e você pode notar melhora de 35% da capacidade mental e até 11% da capacidade física.

3 – O que você pode ingerir durante o jejum?

• água; • café sem açúcar; • água com limão.

• chás sem açúcar.

Essas bebidas vão te ajudar a se manter hidratado, alerta e não vão atrapalhar o jejum.

4 – Como quebrar o jejum?

Quando estamos em jejum nosso índice glicêmico e nossa insulina caem.

Por isso, não faz sentido quebrar o jejum com pão, tapioca, massas, raízes, alimentos que vão dar um choque no seu fígado, causando um pico de glicemia.

Já que você concluiu o jejum, que já é uma vitória, por que não quebrá-lo com alimentos com gordura boa e proteínas?

Algumas sugestões para essa primeira refeição:

Se for no café da manhã:

• Ovos (de preferência os orgânicos)

• Abacate

• Oleaginosas (com moderação)

• Panceta, torresmo ou bacon fresco (não defumado)

• Café com óleo de coco

Se for almoço ou jantar:

• Vegetais

• Gordura como azeite, óleo de coco, banha de porco

Uma boa proteína como:

• Peixes gordos, de preferência os de água salgada, como o salmão saudável, anchovas e sardinhas; • Galinha (orgânica é melhor que a galinha caipira); • Carne de porco; • Carne de gado (tanto faz a parte); • Vísceras (fígado, coração).

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