» OS CLASSIFICADOS DA TRIBUNA CIRCULAM HOJE COM 2.127 ANÚNCIOS E 14 PÁGINAS
Ano 63 • Número 232 • Domingo, 22 de dezembro de 2013
FUNDADOR: ALUÍZIO ALVES - 1921 - 2006
família Conhecida pelos efeitos no coração, Dieta Mediterrânea evita a depressão
HUMBERTO LOPES
EXEMPLAR DO ASSINANTE FOTOS: TV GLOBO/JOÃO COTTA
CAMILA MAIA
tv
revista da
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glam
Show do Rei
A MULHER DO ANO
O charme e o mistério de usar vermelho durante a noite do Natal
Como será e quem são os convidados do “Rei Roberto” no especial deste ano
Tatá Werneck fala sobre as mudanças que vieram com a consagração em 'Amor à vida' e revela a vontade de ser mãe: 'Já estou quase roubando criança na rua'
« TN FAMÍLIA 8 »
« REVISTA DA TV 3 »
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ES PE CI AL
ALEX RÉGIS
Os mexicanos querem vir de navio, mas a ponte atrapalha « COPA » Três mil torcedores mexicanos querem vir de
EXEMPLAR DO ASSINANTE
navio para Natal e assistir México x Camarões. A viagem está sendo anunciada como sinal do que a cidade vai lucrar, em termos turísticos e econômicos, com a Copa. Vários hotéis já estão recebendo pedidos de reservas até de japoneses. Mas, para os mexicanos, há um problema: o navio é o MSC Divina, que tem 18 andares e 66,8 metros de altura, doze metros a mais que o vão sob a Ponte Newton Navarro. « ECONOMIA 1 E 3 »
« TRÁFICO » Equipes da PRF são deslocadas e apreensão de drogas diminui
« VERÃO » Pescadores afirmam que rampa não passa no teste
O deslocamento de equipes da PRF e o treinamento para a segurança no Mundial deixaram as BRs que cortam o RN desguarnecidas. Resultado: caiu a quantidade de drogas apreendidas. « NATAL 1 E 2 »
O verão começou oficialmente neste fim de semana. Natalenses e turistas aproveitam as praias, mas, em Ponta Negra, os pescadores não ficaram satisfeitos com a rampa de acesso à Vila de Ponta Negra. « PÁGINA 8 »
ALEX RÉGIS
JÚNIOR SANTOS
Alternativas e otimismo O desafio de superar a falta de mão de obra qualificada e as deficiências em infraestrutura, tornando-se mais competitiva, cria alternativas e otimismo na indústria do Rio Grande do Norte. Experiências - como o Pró-Sertão - estão sendo testadas e foram debatidas no 19º Seminário do Projeto Motores do Desenvolvimento. « ESPECIAL 1 A 24 »
colunistas
esportes
Woden Madruga
Técnicos caem ainda na pré-temporada
Alex manda notícias de uma Alemanha sem Globo nem Galvão. « PÁGINA 2 »
Gaudêncio Torquato Governo e população travaram um cabo de guerra em 2013. « PÁGINA 7 »
96
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A instabilidade no cargo de técnico de futebol atingiu o ápice no RN. Três clubes já trocaram de comandantes antes mesmo de a bola rolar. « ESPORTES 2 »
SITE: www.tribunadonorte.com.br REDAÇÃO (pauta): pauta@tribunadonorte.com.br
Tenho governado com dificuldades, mas com rigor e transparência. Não tenho o que temer”
Nós estamos instaurando nossos processos. Vamos ouvir a governadora.”
ROSALBA CIARLINI - governadora, ao
RINALDO REIS - procurador-geral de Justiça, sobre o desdobramento da cassação do mandato de Rosalba, pelo TRE, no Ministério Público. « NATAL 3 »
comentar o processo que enfrenta na Justiça Eleitoral, que pode ter desdobramento no MP. « PÁGINAS 3 E 4 »
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
Jornal de WM WODEN MADRUGA [ woden@terra.com.br ]
Alex na Alemanha Desconfiando do silêncio de mais de uma semana de Alex Nascimento, sem atender telefonemas nem os recados deixados na Bela Napolli e em Gerson, da Amintas Barros, resolvi tirar a prova dos nove. Fui à sua mansarda da Rua São João, no aprazível bairro Lagoa Seca (Minha casa minha vida). Pela ausência dos enfeites natalinos, com os quais o poeta gosta de enfeitar todos os anos a sua morada, que não é da paz, percebi que havia algo de estranho no reino Poti mais hamletiano. A campainha estava desligada e as batidas na porta não eram atendidas. A vizinha, solícita e risonha, vestida num ‘peignoir’ cor de mostarda, da primeira safra, levemente transparente, falou: “O homem viajou, foi passar o Natal na Alemanha, mas antes iria à Polônia e em Praga, onde teria um encontro com um tal de Kafka, com quem se corresponde há anos”. A moça, solícita e transparente, parecia saber de tudo da vida do vizinho misterioso. Dito e feito. Sexta-feira, 20, o sol ainda não havia passado por cima do Morro do Estrondo, vejo na minha bacia das almas uma carta de Alex. O cara me escrevia das bandas da Polônia, já quase na divisa com a Alemanha. Não enfileira saudades. Muito ao contrário. Pelo que li e entendi, o poeta anda meio amargo com o Brasil e não está pensando em voltar por estas praias nem mesmo após a agitada e glamourosa temporada dos parrachos jetianos. Mas vamos deixar a palavra com o poeta, nem tão distante nem tão perto. Aliás, acho até que mais perto da aldeia de que distante dela: Auschwitz, dezembro de 2013 Woden, amormeu Está muito longe aqui em Auschwitz, fronteira com a copa de tantos legados. E são legados tantos que, sem onbrize 150mcg do laboratório Novartis, a gente cansa. Há pouco perdi o trem-bala e por isso também vou perder a inauguração do aeroporto, aquele que começaram errando a marcação da pista; depois Maria me abandonou e é difícil equilibrar-se quando se perde um levantamento topográfico e uma mulher. E logo Maria, a deusa onde pousaram tantos aviões do supremo tribunal; e logo aquele aeroporto, o único que me despertava uma ânsia de sexo maior do que a falta que Cantinflas e Duke Ellington me fazem. Saudade, bem-querer, paixão, solidão e roubalheira são todos membros da mesma família, a mesma familíssima que produziu tradição, traição e prosperidade. O tal do brasil, Madruga, não conhece esse teorema, e, por caprichos de Júpiter, encosta-se no patriotismo, este, sim, irmão incestuoso da xenofobia e amparado pelas leis das fronteiras, além de um hino, uma bandeira e outras bugingangas. Comovãoasnossascadeias,Madruguinha? Desejo que haja uma vagapramim,réuconfesso,vermedescendente e sem furo privilegiado – já que renunciei ao cargo de traveco das praias, chefe da casa civil dos coliformes e rainha dos turistas com queimaduras do terceiro grau. Que vida boa, a que tive! Insano, abandonei tudo quando conheci Florentino e me iludi pela sua magia de cantar imitando Cristina Aguilera. Como fui fraco! Não fosse a Emulsão de Scott com o Biotônico Fontoura e eu teria ruído como um Machadão submetido a uma bloc bomba de nêutrons ofertada pela fifa. Nunca mais um Alberi, um Hélcio nunca mais, e nenhum cachorro-quente num raio de três quilômetros. Ninguém mais pra dizer ‘então’, ‘enfim’ e o ‘foco’. Felizes nós: A quem a tempestade e a tormenta / Premiou com o olor da santidade, / Deixando em cada peito uma saudade / E em cada sutiã, ponto quarenta.
Nãopensoemvoltarpraí.Quando sonho, é pesadelo. Aqui, a vida e a morte são mais aeróbicas; não temos nem globo nem galvão bueno; nenhuma dieta com o sorriso de um nutricionista,nenhumasmarttvpra gente assistir a quem jamais nos assiste,alémderivotrilserproibidopela constituição. Os dois últimos, aí, me contaram que só fazem sucesso porquesãodrogasequivalentesecustam igual no preço: metade do que cobra um exorcista pra tirar um encosto, e mais lucrativo do que uma licitação de material para pedófilos. Começo a sentir o cheiro da primeira fornada do dia. A memória me remete à carne-de-sol do Lira ou do Marinho, coisas do tempo em que a Bandagália ainda não havia tomado o poder. Pobre Bandagália!, quantos nomes foram cometidos em seu crime! A imprensa aproveitou-setantodacoitadaqueesqueceu de mostrar como se calcula a raiz quadrada do icms multiplicado pelo logarítimo do caráter dos políticodescendentes sustentáveis. Admirado com o meu conhecimento sócio-matemático? Ora, amormeu, tudo isso aprendo com um major da gestapo – em troca do treinamento de sexo tropical que lhe passo boca a boca. Se eu entrasse em detalhes, o céu daria neve ao Piauí. Escutando uma rádio norueguesa, soube que por aí a onda é arrastão, assalto, acerto de contas, a meninada matando os pais e outras caridades. Invejosos os noruegueses. Desinformados que são, deviam saber que isso só acontece na novela das sete, das oito, das nove, dás duas sem tirar de dentro. Nada não, Madruga, as festas do peru da sadia estão chegando. Mostraremos ao mundo a ópera de Verdi ‘A Arte de Queimar Dinheiro à Beira-Mar’, e o mundo vai chorar de orgulho da nossa ordem – pelo olho esquerdo – e do nosso progresso – pelo olho direito. Minha vida é uma orgia só comparável a reuniões de condomínios. O ser humano, querido, pra se tornar péssimo, inda tem que melhorar muito. Beijos viagráticos, Alex”
Bilhete do bispo Na gaveta remexida, encontro um bilhete de Dom Costa, bispo auxiliar da Arquidiocese de Natal. Datado de 13 de março de 1975. Era a campanha para a construção da nova Catedral: “Prezado amigo Woden, Venho, mais uma vez, pedir a sua cobertura para o FESTIVAL DA CERVEJA, que está necessitando de uma propaganda maior. Ainda temos muitas canecas para vender. Por isso resolvemos adiar o Festi-
val para abril, em vez de 22 de março, como estava marcado. As canecas estão sendo vendidas pelos Clubes de Lions e de Rotary, Associação Comercial, Clube de Diretores Lojistas, Catedral, Matriz de Santa Teresinha, Cúria Metropolitana, Casa dos Padres de Morro Branco, Escola Doméstica de Natal Certo de sua total cobertura, subscrevo-me, o amigo Antônio Costa”
Poesia “Quando me deitas/ vais abrindo meus caminhos lentamente/ tocando os vãos, desvãos inacabados,/ cheios de silêncios mórbidos./ Teu olhar me suga, vertiginosamente,/ enquanto murmuras águas marinhas, / algas e um tanto sal” (da poeta Jeanne Araújo, no poema Quando me deitas, do seu livro “Monte de Vênus”, Natal, 2011).
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opinião
O presente do amor CARLOS PEIXOTO jornalista
N
ão tenho certeza da citação nem do autor, mas acho que era Luís da Câmara Cascudo que dizia - pelas mesas dos bares da Ribeira, entre uma baforada no charuto e um gole na cerveja - que “o homem é sempre o mesmo, aqui ou nos Pirineus”. Queria o mestre pregar, na cachola dos natalenses de então – papa jerimuns com ares de boçais (muitos proliferaram e ainda estão por aí!) - que a essência humana, fundada em anseios básicos, é única e universal, não muda de acordo com a latitude e a longitude. Quando muito, se adapta. Hoje, ontem, amanhã... Não importa: “o presente começou a 10 mil anos atrás” - escreveu Faulkner, que não era boçal e com certeza teria se dado muito bem com Cascudo, jogando porrinha, bebericando uns conhaques e apreciando, de uma mesa no Carneirinho de Ouro, as raparigas passarem pela Tavares de Lira rumo ao cais. Pois bem! Nesta matéria (os anseios humanos) nada mais pode ser criado ou inventado. Depois dos clássicos gregos e alguns romanos, tudo o mais é cópia, citação ou plágio. Shakespeare cabe todo e com fol-
Brum
ga dentro da Ilíada e da Odisséia de Homero. Vejamos, por exemplo, o amor. O amor é um dos três anseios básicos do homem (quem adevinha quais são os outros dois?). Todos os prazeres, todas as dúvidas, todas as aniquilações e renascimento, descobertas e engôdos, lutas e perdas e reconquistas de que é capaz o homem já foram perpetradas, sofridas, impingidas, representadas, formuladas e gozadas sob o nome ou em louvor do amor. E tudo sobre o amor está nas elegias de Públio Ovídio Nasão. Ovídio era romano, nascido no ano 42 antes de Cristo, em Sulmona, uma cidade dos Apeninos. Filho de nobres, estudou retórica para ser político em Roma, mas optou pela poesia. Especializou-se em compôr elegias sobre o erotismo e o amor, esgotando o assunto em quatro livros: Os Amores, A Arte de Amar, Os Remédios do Amor e Os cosméticos para o rosto da mulher. Escreveu também Metamorfoses, um longo poema em 15 livros no qual é narrado a origem mitológica de todas as coisas e seres, incluindo a maravilhosa simbologia em torno da evolução do homem através dos estágios de mineral, vegetal e animal. Sabe-se pouco da biografia de Ovídio, a não ser notas e re-
A Arte de Amar, graças aos truques para galanteios e sacanagens que toda mulher adora, é o trabalho mais popular e conhecido de Ovídio" ferências deixadas por ele em seus poemas. Quando já era poeta laureado, caiu em desgraça junto ao imperador Augusto e foi exilado em Tomos, aldeia do Ponto Euxino, litoral do Mar Negro. Morreu por lá, em 17 d.c., com cerca de 55 anos. A Arte de Amar, graças aos truques para galanteios e sacanagens que toda mulher adora (mas poucas admitem e algumas vão me chamar de machista por conta disso) é o trabalho mais popular e conhecido de Ovídio. Junto com Os Amores, era lido e decorado pelos romanos como manual do erotismo, da conquista e da paixão. E ainda pode muito bem servir a homens e mulheres de hoje. Como dica para dar ao amigo secreto natalino – se nas
poucas livrarias que restaram em Natal algum vendedor souber ou tiver em estoque um livro que não seja best-seller. Ou como “cantada literária”, se alguém aí se atrever a arriscar passar uma nestes tempos de amores digitalizados. Caso, provável, não se encontre A Arte (…), procurem pelo O Artista do Amor, lançado pela editora Bertrand Brasil há uns cinco anos. Trata-se de uma recriação livre e fabulosa do apogeu e desgraça de Ovídio. Jane Alison, a autora, é uma mestra em literatura clássica formada em Princeton e na Colúmbia, que merece a atenção dos leitores não apenas pela reconstrução competente da Roma de Ovídio, mas pela ideia de enredar o próprio poeta/personagem nas teias do amor, matéria-prima com que ele lidava de forma tão cínica. O texto mistura boas doses de referências históricas verídicas com a sensualidade das obras de Ovídio e um outro tanto de imaginação para criar a bela Xênia, “a inspiração maior do poeta” que, por amor a ela, perde seu lugar entre os homens civilizados. Xênia é uma herdeira de Medéia que, cega de paixão e ciúmes por Jasão, cortou e serviu ao esposo os próprios filhos. Isso também está nos clássicos gregos. Onde o presente começou.
Cartas
[ www.rabiscosdobrum.zip.net ]
Linha de VLT (1)
Nossas autoridades não conseguem sequer construir um acesso para o novo aeroporto. Diante disso, essa linha de VLT não consegue parecer sequer um sonho. A melhoria nas redes, que já existem, está parada, mesmo com o dinheiro do Governo Federal.
barrow22@yahoo.com.br
Linha de VLT (2)
Achei ótimo o projeto. Com certeza se esse projeto do VLT sair do papel vai dar uma melhorada na mobilidade urbana na cidade. Mas se a linha marrom continuasse até os bairros da zona Sul, como Ponta Negra e Nova Parnamirim, bairros com maior crescimento na cidade, ficaria melhor ainda.
sebringel@gmail.com
PE investe em energia solar JOÃO LYRA NETO jornalista
C
omo aconteceu no Rio Grande do Norte, foi inaugurada em Pernambuco, a primeira Usina Solar do Estado, com um investimento da ordem de R$10 milhões de reais. É um sistema energético novo que vai gerar entre 30% e 35% da energia utilizada na “Arena Pernambuco”, que vai receber 5 jogos da copa em 2014. Como dizem os técnicos, é um marco para o futuro. O Rio Grande do Norte foi um dos estádios no Nordeste que deu início à implantação desse novo sistema de energia, tomando, pelo menos agora, lugar da energia eólica, que vinha sendo discutida na área governamental, sem uma solução satisfatória. Pelo que falou o Secretário de Desenvolvimento, foi a CHESF a responsável pelo fracasso do leilão que iria decidir a questão. Estava, portanto, sendo sacrificado um novo e importante sistema de fornecimento de energia alternativa produtiva. O Nordeste, realmente, precisa de energia eólica. É um sistema novo em termo de energia, fomentando as áreas mais carentes e necessitadas. Não é de Classificados Redação Fax Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal ASSINATURA Mensal (à vista) Semestral (à vista) Anual (à vista)
4006-6161 4006-6113 4006-6124 4006-6100 4006-6111 4006-6111 R$ 43,00 R$ 258,00 R$ 516,00
O Nordeste precisa de energia eólica. É um sistema novo em termo de energia, fomentando as áreas mais carentes e necessitadas”
agora que se pensa nisso para o Rio Grande do Norte, sendo já utilizada em outros estados como é o caso do Ceará e Paraíba, atendendo áreas agrícolas e urbanas devidamente escolhidas. Aonde estava a CHESF que se intrometeu na decisão do leilão? No caso da energia solar, dizem que seus promotores, que o preço da instalação de uma Usina Solar está mais baixo. Inicialmente, a empresa ia investir R$15 milhões na planta e finalmente o gasto ficou apenas em R$10 milhões, dos quais R$1,8 milhões foram bancados pela Construtora Odebrech, que vai operar a usina por um período
PREÇO DO EXEMPLAR Rio Grande do Norte 3ª a Sábado Domingo Outro Estado 3ª a Sábado Domingo
de 30 anos. Os R$8,2 milhões restantes saíram do Programa Eficiência Energética do Grupo Neoenergia. Aí, aonde está um trabalho eficiente, na construção de uma energia solar, testada no RN e consequentemente, em Pernambuco. É bom que se diga que, se assumisse o governo, o vice-governador Robison Farias, deveria ter por meta solucionar problemas que estariam encalhados na gestão da governadora Rosalba Ciarline. Seria um dever do novo governador olhar para problemas da natureza de que tanto se fala, nas áreas carentes do Estado. Seria a ajuda ao agricultor atingido pela seca, com a construção de meios para o fornecimento d´água, ou seja, irrigação, moto-bombas e caminhões tanques tão faladas pela presidente Dilma. Competente, no exercício da presidência da Assembleia Legislativa durante tantos anos, o seu trabalho em prol do Estado foi indiscutivelmente da maior importância. Era a hora e a vez de um político do seu talento realizar um trabalho marco pelos seus objetivos em regiões tão reclamadas. Agora, o que se pode dizer, é só esperar. FILIADO AO
R$ 1,50 R$ 2,50
FILIADO AO INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO
R$ 2,00 R$ 3,20
REPRESENTANTE NACIONAL – Pereira de Souza & Cia Ltda: Rio de Janeiro : (O21)2544-3070 – São Paulo: (011) 3259-6111
Linha de VLT (3)
FILIADO À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS
Um grande sonho que infelizmente nunca irá acontecer, enquanto existirem empresas de ônibus para abafar esses projetos. Só sonhando mesmo.
eduardo.parelhas@hotmail.com
Despedida
No cenário nacional da música, os grandes talentos estão indo embora. Fico triste porque a maioria que aparece e se destaca com alguma musiquinha mequetrefe, depois de um pequeno período, desaparece do cenário nacional, passados de dois a três anos, ninguém sabe mais onde anda, porque não tem talento. Portanto dou nota mil para tantos que foram embora, como Wando, Raul Seixas, Valdick e agora o nosso rei Reginaldo Rossi. Que Deus os tenha em um bom lugar.
aldojeronimodacosta@yahoo.com.br
Justiça
Será que o país está mesmo mudando? Já estamos vendo alguns políticos sendo punidos com perda de mandatos e prisões. Será que isto seria reflexo do povo nas ruas? Acredito que sim, pois se a justiça continuar com a firmeza que tem demonstrado nos últimos julgamentos, teremos daqui a algumas década um país de primeiro mundo.
jgasd@bol.com.br
REDE CABUGI DE COMUNICAÇÃO TRIBUNA DO NORTE 4006-6100 Rádio Globo/Cabugi (AM) Natal 4006-6180 104 (FM) Parnamirim 3272-3737 Rádio Difusora de Mossoró (AM) 3316-3181/2181/3317-6167 Rádio Cabugi do Seridó (AM) J. do Seridó 3472-2759 Rádio Baixa Verde (AM)J. Câmara 3262-2498 Pereira de Souza(SP) 11/3259-6111 Pereira de Souza(RJ) 21/2544-3070
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
política
Notas & Comentários [ colunanotas@tribunadonorte.com.br ]
Cassação Ao cassar o mandato da deputada Larissa Rosado (PSB), o Tribunal Regional Eleitoral provocou apreensões na Assembleia Legislativa. Alguns integrantes da Mesa Diretora e consultores da Assembleia têm entendimentos, segundo os quais, o Legislativo não está obrigado a cumprir a determinação de, automaticamente, destituir um parlamentar por ordem do TRE. À Mesa Diretora caberia, primeiro, a iniciativa de abrir um processo. Seria uma situação semelhante a do Congresso Nacional quando recebeu a notificação do Supremo Tribunal Federal, que puniu deputados federais com a perda de direitos políticos.
Processo
Liminar
A Assembleia teria, no caso de cassação de deputado pelo TRE, que enviar os processos à Comissão de Constituição e Justiça. Depois, o plenário iria decidir se o parlamentar perderia (ou não) o mandato. Não haveria, no entendimento desses deputados e assessores, o cumprimento automático de uma ordem do Judiciário. Alegam que o Legislativo é um Poder independente e o deputado exerce um mandato popular legítimo que só poderia ser cassado por decisão dos seus pares.
Seja como for, no caso do processo da deputada Larissa Rosado, a decisão do plenário do Tribunal Regional Eleitoral só terá o acórdão publicado na primeira semana de janeiro, quando terminará o recesso do Judiciário e sairá a próxima edição do Diário da Justiça. Até lá, haverá algum tempo para ela conseguir uma medida temporária que suspenda a cassação, a exemplo da que a governadora Rosalba Ciarlini obteve no Tribunal Superior Eleitoral. Se conseguir, evitaria um conflito entre o TRE e a Assembleia.
Orçamento A votação do projeto do orçamento para 2014 da Prefeitura do Natal deverá começar nesta segunda-feira na Câmara Municipal de Natal. O orçamento anual do município está estimado em R$ 2,3 bilhões,
Votação Os vereadores devem dedicar os dias úteis da semana
à votação do orçamento. Eles vão apresentar emendas, o que provocará, certamente, algumas polêmicas, se não houver acordo entre as bancadas de oposição e de apoio ao prefeito.
Pesquisa A partir de primeiro de janeiro só poderão ser divulgadas pesquisas de intenção de votos registradas na Justiça Eleitoral. A determinação integra as resoluções definidas pelo TSE. É preciso informar, no registro,
quem contratou a pesquisa, a metodologia, o plano de amostragem e o questinário completo aplicado. O desrespeito à determinação implica em multa que vai de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00.
No caso da Copa, nós estamos preocupados em estar presentes nas 12 cidades. Vamos continuar persistindo teimosamente na atitude de dialogar, seja com quem for” GILBERTO CARVALHO ministro da Secretaria-Geral da Presidência, ao informar que o Governo negocia com os movimento sociais para evitar protestos violentos nas cidades que vão sediar jogos na Copa do Mundo de 2014.
Indefinição Com a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, de enviar para análise da ministra Laurita Vaz, a Ação Cautelar (AC) interposta pela defesa da prefeita afastada de Mossoró, Cláudia Regina Freire (DEM), fica em suspense a possibilidade de adia-
mento da eleição suplementar no município. O pleito está programado para o dia 2 de fevereiro. Por enquanto, não podem disputar nem a prefeita afastada, Cláudia Regina, nem a deputada estadual Larissa Rosado. As duas estão punidas pelo TRE, por suposto abuso do poder político.
Informática Estão concluídas as obras do novo prédio do Instituto Metrópole Digital, construído no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ao lado da residência universitária.
Gestão A principal bandeira política do presidenciável Aécio Neves, o “Choque de Gestão no governo de Minas Gerais” é tema de um livro que será lançado pelo Governo, nesta quinta-feira, 19, em Belo Horizonte, informou a Agência. “Do choque de gestão à
»ENTREVISTA » ROSALBA CIARLINI GOVERNADORA
“Não tenho o que temer” « REAÇÃO » Governadora afirma que ficou surpresa com a decisão do TRE,
mas garante que está tranquila, porque governa com “rigor e transparência” FOTOS: ALEX RÉGIS
ALDEMAR FREIRE SARA VASCONCELOS
R$ 122,3 milhões a mais que a previsão feita em 2013, de R$ 2,1 bilhões. Os vereadores só podem começar o recesso após a votação do projeto que é denominado de Lei Orçamentária Anual (LOA).
gestão para a cidadania - 10 anos de inovações gerenciais em Minas Gerais”, conta a história do programa de governo de Aécio e Antônio Anastasia, no Estado, e mostra os resultados que orgulham o presidente nacional do PSDB.
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A quem especificamente se referiu? Estão agindo agora próximo ao pleito eleitoral ou durante toda a gestão? Algum aliado que deixou a aliança...
editor de Política repórter
A
pós conseguir suspender a ação do TRE que determinou o afastamento do cargo, a governadora Rosalba Ciarlini se mostra mais confiante e diz que, embora tenha recebido com surpresa a notícia, a situação já está superada. Sobre o processo político em Mossoró, e com a cassação da prefeita Cláudia Regina e a deputada Larissa Rosada, Ciarlini afirma que acompanhará de perto o desfecho. “Com certeza, não ficarei fora de qualquer decisão que seja necessário tomar”, afirmou. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, a governadora Rosalba Ciarlini evitou comentar sobre o índice de rejeição e nominar as “forças ocultas”. Ela destacou investimentos feitos em diversas áreas.
Se as forças são ocultas, são ocultas. É uma expressão. Mas um exemplo dessa ação pode ser ilustrado com a Arena das Dunas. Diziam que não sairia e ficará pronta antes do prazo e com o mesmo valor estimado do início da obra. Sem atrasos. O aeroporto é outro caso, os acessos sendo feitos e saindo matéria nacional dizendo que será um aeroportoilha. E temos vários outros projetos que eram questionados e está em andamento, num trabalho de convivência com a seca, com 700km de adutora e a barragem de Oiticica. Em licitação, temos a de Umarizeira, a duplicação da oferta de água para a adutora Monsenhor expedito, vamos dar ordem de serviço para outra barragem em Caicó. São quase 3 mil barragens subterrâneas em construção. Seremos o primeiro estado, de acordo com a ministra, a realmente universalizar cisternas, cujos recursos para o último lote chegaram agora.
Na semana passada, o TRE decidiu pelo seu afastamento do cargo. Depois, o TSE suspendeu a cassação. Como a senhora recebeu a notícia naquele momento e como está conduzindo o governo diante deste processo? Isso tem atrapalhado na condução da administração?
Fiquei surpresa [com a decisão do TRE], por ser algo inacreditável. Não havia nada que levasse, de acordo com os advogados que acompanham a ação, àquele tipo de resultado. Mas isso já passou, já foi reposto. No entanto, não houve nenhuma solução de continuidade. Pelo contrário, permaneci com as atividades normais, antes mesmo que fosse publicado o acórdão, o Supremo desse o veredicto. Alguns juristas consideraram a decisão do TRE até abusiva... A senhora cogitou questionar no CNJ a decisão de alguns dos magistrados?
Não. Nós estamos olhando para frente. Na realidade, o que eu posso dizer foi que nos surpreendemos com uma decisão drástica, pelo fato de que eu não era candidata, não era sobre a minha eleição, o meu mandato de um modo. Mas a consciência tranquila nos dá a convicção para superar as dificuldade e seguir. Há um aspecto no processo ainda em aberto: o da inelegibilidade. A senhora pretende continuar discutindo?
Com a decisão que foi posta foi retirada as duas questões, tanto a perda de mandato, quanto a
Sei que tenho governado com rigor, no caminho da honestidade, da transparência, com dificuldades, sim, mas combatendo a corrupção”
Se são ocultas, são ocultas. É uma expressão. Mas um exemplo dessa ação pode ser ilustrado com a Arena das Dunas. Diziam que não sairia e ficará pronta antes do prazo.”
inelegibilidade. Mas eu tenho tranquilidade. Sei que tenho governado com rigor , no caminho da honestidade, da transparência, com dificuldades, sim, mas combatendo a corrupção. Então, não tenho o que temer. Tudo isso envolve o processo político em Mossoró, que poderá ter eleições em 2 de fevereiro. A senhora pretende participar da eleição suplementar? E, com a impossibilidade de Cláudia Regina e Larissa Rosado participarem, quais nomes do DEM a senhora acredita que poderiam disputar?
Eu avalio dentro de coisas concretas. Nós estamos com um processo sendo avaliado no Supremo que ontem (quintafeira) deu uma vitória a Cláudia Regina para que ela retorne a Prefeitura. Esse é o momento de aguardar o resultados, depois saber como as coisas vão ficar. Ainda tem muita coisa para acontecer. Larissa ainda deve recorrer. E só quando este quadro estiver definido, sentaremos com o grupo de Mossoró para analisar e tomar decisões. Com certeza, não ficarei fora de qualquer decisão que seja necessário tomar. A senhora afirmou que há “forças ocultas agindo contra o RN”.
Em pesquisa recente, a senhora teve 7% de aprovação à sua gestão. A senhora acha possível reverter essa rejeição a tempo das eleições?
Eu não vou comentar pesquisas, porque a gente conhece outras. Mas reconheço que existe um desgaste. Porque, infelizmente, hoje o mundo exige tudo de forma imediata e havia uma grande expectativa da população quando eu assumi, porque em Mossoró, em três mandatos, fizemos um trabalho de recuperação e essa marca era muito forte. E como o Estado vinha de uma descrença da educação saúde, segurança, havia a expectativa que tudo acontecesse de uma vez. Eu encontrei o estado inadimplente e de mãos atadas sem poder fazer nada, era só dificuldade. Não podia fazer um convênio com o governo federal devido as pendências no Cauc. A lei de responsabilidade fiscal não estava sendo respeitada. Tudo levou a tomada de decisões de medidas antipáticas, mas que foram necessárias, como o ajuste fiscal, para retomar a credibilidade para e tomar bilhões, seja por financiamento, PAC, convênios. Retomar obras que estavam paradas. E eu só estou preocupada em que essas obras possam avançar a cada vez mais.
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Continuação da entrevista da governadora Rosalba Ciarlini
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
política
» ENTREVISTA » ROSALBA CIARLINI ‘Usamos nosso direito de recorrer’ GOVERNADORA
Houve desgaste também junto aos demais Poderes com os cortes orçamentários. Caso o Supremo Tribunal Federal tenha um parecer favorável ao pedido do TJRN, como o Estado irá devolver esses recursos?
Precisamos deixar claro, houve uma queda de receita, em todo o país, de Fundo de Participação dos Estados, associe a isso uma queda na expectativa da arrecadação de ICMS. O crescimento aprovado no orçamento esperado era bem maior e não aconteceu. E era em cima dessas expectativas que o Executivo estava projetando todas as despesas de custeio e pessoal. Como não ocorreu, precisamos fazer cortes. Começando pelo Executivo, apertando mais o cinto. O dinheiro do Ministério Público, do Tribunal de Justiça e da Assembleia Legislativa é dinheiro do Tesouro Estadual. Não recebem de outras fontes, a não ser o do fundo próprio, com legislação própria e eu respeito essa independência. Mas precisava de medidas. Já estávamos reduzindo contratos, cancelando diárias e suspendendo férias. Mas as reduções foram feitas de forma linear com o mesmo percentual para todos os poderes. Era um momento de dificuldade e era preciso darmos as mãos. Se a receita cresce, vai aumentar para todo mundo. Faltou dinheiro para coisas básicas. Se tivesse recurso, iria deixar isso acontecer? Está sendo questionado o percentual, mas até o próprio STF já disse que é uma medida de contenção. Precisamos tomar essa medida. É isso que eu quero colocar. A senhora acredita que os embates sobre orçamentos tiveram influência nesses processos?
Não, de forma alguma. A justiça tem que ser livre de qualquer tipo de influência.
FOTOS: ALEX RÉGIS
2014? Quais as prioridades para este último ano?
É avançar com essas grandes obras estruturantes de convivência com a seca, para que possamos, em períodos de estiagem, não existir mais nenhuma Luís Gomes, que sofreu com o colapso no abastecimento de água e poder dizer que o RN cuida da saúde não só dando o remédio, como também de prevenir e que passa pela questão também do saneamento básico e que vai refletir também em economia e na saúde pública. E termos desenvolvimento com a geração de emprego. Conseguimos colocar para funcionar 17 novas indústrias. Estão sendo licitados Distritos Industriais, como Goianinha e Monte Alegre. O Prósertão com 16 novas facções no Seridó gerando 400 empregos e com projeção, em quatro anos, de 20 mil empregos, com a expansão da Riachuelo.
Não. Só amadureci os planos de trabalhar pelo Rio Grande do Norte. Eleições só falo em 2014e só no momento de eleições.
A Justiça tem pedido de forma recorrente o bloqueio de bens do Estado como forma de garantir recursos para serviços em Educação, Saúde... Como a senhora analisa essa judicialização na administração? Quais os efeitos disso?
O que a população pode esperar da senhora e de sua gestão até
Quando isso ocorre, usamos do nosso direito de recorrer. Em muitas questões há um entendi-
A senhora já amadureceu os planos para a eleição de 2014?
mento de que um bloqueio prejudica muito mais do que contribui. Mas essa questão caminha na normalidade. Do empréstimo com o Banco Mundial, o que já chegou, como está sendo aplicado e qual o cronograma? Deverá se estender até a próxima gestão?
Conseguimos o que o RN nunca conseguiu: um financiamento de US$ 540 milhões. A primeira etapa aprovada e assinada aqui, no Estado, foi de US$ 320 milhões. São recursos que serão aplicados em diversas secretarias e programas com base no desenvolvimento regional, para cidades com menor IDH e trabalhando dez cadeias produtivas. A primeira etapa liberada foi de US$ 10 milhões para os termos de referência e de licitação. Existem programas já definidos em áreas definidas como educação, saúde e segurança pública, com a estruturação desses serviços. Outro grande projeto para o Estado é o Sanear RN com ações em vários pontos de Natal e interior e até o final de 2014, eu garanto 80%. Em Natal, 10% do Sanear RN já foi executada em diversos bairros. Além de vários municípios executando ou auxiliando as prefeituras para esse saneamento.
Está sendo questionado o percentual [do corte de orçamento dos Poderes], mas até o próprio STF já disse que é uma medida de contenção. Precisamos tomar essa medida. É isso que eu quero colocar”
Não. Só amadureci os planos de trabalhar pelo Rio Grande do Norte. Eleições só falo em 2014 e só no momento de eleições”
Governo deposita recursos para Operação Verão Seguro As diárias operacionais para a realização da Operação Verão da Polícia Militar estão asseguradas e deverá ser iniciada na próxima semana. A governadora Rosalba Ciarlini afirmou que o Governo do Estado destinou R$ 1,5 milhão para atuação mais ostensivas da polícia nas rodovias. A Operação Verão Seguro faz parte da força-tarefa da Sesed para o combate ao crime e uma resposta à sociedade. Segundo o Comando da Polícia Militar, o reforço policial será feito no litoral potiguar devendo seguir até fevereiro de 2014. A Sesed ainda estudava como seria a realização que contará com a integração entre os órgãos de segurança pública. Os custos da mobilização ou quantidade do reforço do efetivo, até a semana passada não eram conhecidos, conforme informou o comandante da Polícia Militar, coronel Araújo. Rosalba Ciarlini garantiu ainda a retomada de um outro ponto de constante reclamação entre os policiais militares, o processo de concessão das promoções escalonadas. “As promoções estão em fase de análise e poderão ser
modificadas”, disse. A segurança pública também será contemplada dentro do empréstimo feito junto ao Banco Mundial, com a compra de equipamentos”, ressaltou a governadora. No bojo dos investimentos que serão feitos com recursos do Banco Mundial, ao longo dos próximos três anos, está também a reforma de 95 escolas e a criação de sete novas escolas técnicas de campo, com a interligação com as cadeias produtivas. O financiamento é de US$ 540 milhões, e a primeira etapa está estimada em US$ 320 milhões. Está previsto da rede de saúde em atendimento materno infantil, oncologia e urgência. A construção do Hospital de Trauma de Natal, uma das grandes apostas do governo para desafogar, ainda não foi viabilizado por questões de terreno, conforme informou a governadora. “Estamos estudando uma nova área para a implantação, mas a questão orçamentária, o que cabe ao Estado está garantido”, afirma. Serão investidos R$ 50 milhões provenientes do programa ProInvest.
« RUMO A 2014 »
PSDB quer adotar um discurso mais incisivo Aécio Neves troca equipe de marketing e quer um tom de oposição mais enfático
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om o fim do contrato do marqueteiro do PSDB, Renato Pereira, que vence no fim do mês e não será renovado, o provável candidato à Presidência pela sigla, senador Aécio Neves (MG), adotará um discurso mais incisivo de oposição ao governo. A mudança já foi notada ontem, ao lançar um roteiro com diretrizes para a campanha de 2014 com um tom mais crítico à presidente Dilma Rousseff e ao PT, informa o jornal O Estado de S. Paulo. Havia uma diferença primordial na visão de Pereira e de Aécio sobre a construção do “personagem político” do futuro candidato a presidente. Pereira defendia um Aécio que não fosse raivoso, e sim generoso e terno, que se diferenciasse da prática da “velha política” pautada por ataques. O marqueteiro acreditava que o tucano poderia dialogar com os eleitores que foram às ruas em junho e se apresentar como um político mais descolado. Mas tanto Aécio quanto membros do PSDB apostam que a sigla precisa ter um tom mais crítico, de oposição ferrenha ao
governo atual. Acreditam que devem poupar apenas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as conquistas sociais do PT. Além disso, para a cúpula tucana, os programas de rádio e TV feitos por Pereira não surtiram o efeitoesperadonaspesquisasdeintenção de voto. Embora Aécio tenha estrelado todas as peças veiculadas em cadeia nacional, o senador segue com níveis abaixo do esperado pela sigla - no Ibope, em novembro, ele obteve 14%. Um índice mais alto poderia justificar a renovaçãodoacordo.Opartidonão pretende designar um novo marqueteirotãocedo.OpublicitárioNizan Guanaes vai ajudar informalmente. Paulo Vasconcelos, marqueteiro das campanhas de Aécio e do PSDB em Minas, disse ontem quenãofoiprocurado,masnãodescartouapossibilidade.“Seeutenho alguma opinião para dar, não passa de afeto, de amizade, mas não há nenhuma rotina profissional nossa há dois anos.” O rompimento entre Aécio e Pereira foi divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo. Outro ponto de atrito foi o “excesso de palpites” de membros do PSDB à propaganda partidária, segundo interlocutores de Pereira. Inclusive o da irmã do tucano, a presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social de Minas Gerais (Servas), Andrea Neves, uma de suas principais conselheiras.
especial
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geral
Eleição provoca conflito nas centrais sindicais « SUCESSÃO » Candidaturas à presidência da República provocam
dissidências na segunda maior entidade do movimento sindical
EDSON SILVA
PEDRO FRANÇA
Dilma Rousseff deve ter o apoio da Central Única dos Trabalhadores
S
egunda maior central do país, a Força Sindical sofreu nesta semana uma defecção que terá influência direta nos apoios das entidades de classe aos candidatos à Presidência da República no ano que vem. O tesoureiro da Força, Luiz Motta, que também preside a Federação dos Comerciários de São Paulo, vai deixar a central rumo à União Geral dos Trabalhadores, a UGT, ligada ao PSD, partido que já anunciou apoio à reeleição de Dilma Rousseff. Com isso, a Força deve aderir, sem maiores resistências internas, ao projeto presidencial do senador mineiro Aécio Neves (PSDB). Motta levará todos os 68 sindicatos da categoria em São Paulo para a UGT, o que engordará os cofres da entidade em cerca de R$ 4 milhões - dinheiro que a Força deixará de receber por não mais representar essa categoria. Além do deputado federal e presidente do Solidariedade, Paulinho (SDD-SP), que já faz campanha para Aécio, a Força conta também com dois vicepresidentes filiados ao PSDB Melchíades Araújo, da área de alimentação, e Antônio Rama-
lho, do ramo da construção civil. Por outro lado, a UGT, que tem no presidente Ricardo Patah (PSD) um nome forte pró-Dilma, fica ainda mais próxima do governo federal e amplia ainda mais o apoio do movimento sindical em favor da reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Filiação
Motta se filiou ao PTB há dois meses, partido que, com a iminente prisão do ex-deputado Roberto Jefferson em decorrência do julgamento do mensalão, sinaliza se aliar a Dilma em 2014. Ele nutre o desejo de sair candidato a deputado federal por São Paulo no ano que vem. Patah, a quem o ex-prefeito Gilberto Kassab prometeu a mesma candidatura pelo PSD, aceitou abrir mão em prol de Motta. A UGT deve aumentar de tamanho. Nas contas dos dirigentes da central, a entidade deve ganhar cerca de 200 sindicatos nas próximas semanas, contando os 68 sindicatos de comerciários que fazem parte da Federação dos Comerciários de São Paulo, presidida por Motta. A central vai se aproximar do poder de foDIVULGAÇÃO
Eduardo Campos quer articulação com as entidades sindicais
Aécio quer ampliar o relacionamento do PSDB com os sindicatos
Nossa postura no PTB é semelhante daquela dos colegas do PSD, porque apoiamos o governador Geraldo Alckmin em São Paulo, e a presidente Dilma no campo federal”. LUIZ MOTTA presidente da Federação dos Comerciários de São Paulo
go da Força Sindical, mas ainda permanecerá como a terceira maior entidade do gênero, atrás também da Central Única dos Trabalhadores (CUT), historicamente ligada ao PT.
Lá e cá
Com 1,2 mil sindicatos e prevendo embolsar mais de R$ 30 milhões com imposto sindical no
ano que vem, a UGT também vai aumentar sua musculatura política. “Nossa postura no PTB é semelhante daquela dos colegas do PSD”, disse Motta ao Estado, “porque apoiamos o governador Geraldo Alckmin em São Paulo, e a presidente Dilma no campo federal”. Segundo Paulinho, a decisão de Motta foi “um erro grave”, motivado por uma avaliação política e partidária, e não sindical “Ele queria ser o presidente do Solidariedade em São Paulo, mas para mim a vaga deveria caber a um metalúrgico. A decisão de ir para o PTB e agora para a UGT, no campo sindical, foi um erro de cálculo”, disse Paulinho, que admitiu: “a Força fica quase inteira com Aécio, agora”. A declaração de apoio da Força ao senador tucano provoca uma mudança de cenário em relação às eleições presidenciais de 2010, quando havia unidade entre as duas maiores entidades no apoio à candidatura de Dilma. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também tenta se aproximar dos sindicalistas, o que poderá dividir ainda mais as entidades.
Eduardo Campos trabalha para se aproximar de entidades Enquanto a Força Sindical se aproxima de Aécio Neves (PSDB) e o governo federal conta com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vai se empenhar em atrair o maior número possível de sindicatos para sua provável candidatura em 2014. De forma direta, o PSB conta com dirigentes nacionais da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), que tem cerca de 700 sindicatos e 700 mil filiados e é controlada pelo PC do B. A estratégia de Campos, segundo lideranças sindicais, está clara: tentará garantir o apoio maciço da CTB, evitar que a União Geral dos Trabalhadores (UGT) apoie a reeleição da presidente Dilma Rousseff, e ganhar a simpatia da governista CUT. Assim, ao contrário do que ocorreu na eleição de 2010, quando o movimento sindical apoiou majoritariamente a candidata Dilma Rousseff, no ano que vem haverá uma divisão das centrais sindicais, com apoio distribuído para os três principais candidatos. “A grande no-
vidade é que a presidente Dilma Rousseff não terá mais a unanimidade do movimento sindical ao seu lado”, adverte o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. “Está tudo rachado”, resumiu Paulinho. Presidente nacional do Solidariedade (SDD) e figura influente na Força Sindical, ele garante que essa entidade está “quase inteira” com Aécio, embora Eduardo Campos tenha apoio dos sindicalistas da central na Bahia e em Pernambuco. O caminho de Campos na UGT é mais simples, embora ele tenha de enfrentar a grande influência, no grupo, do ex-prefeito Gilberto Kassab, que está com Dilma. Dois vice-presidentes da UGT são filiados ao PPS, que declarou apoio a Campos e Marina Silva, rompendo uma aliança histórica com o PSDB e o DEM. A Força Sindical tem entre suas bandeiras principais, além da redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário, que reduz as aposentadorias dos que recebem acima de um salário mínimo de benefício.
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geral
Gaudêncio Torquato [ gaudenciotorquato@tribunadonorte.com.br ]
Quem venceu o “cabo de guerra”?
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maginemos um cabo de guerra, puxado de um lado pelo Estado, com sua portentosa estrutura, e, de outro, pela população que habita seu espaço. Fixemos esse exercício de puxar a corda na paisagem brasileira para ver quem, ao final de 2013, ganhou o jogo. O Estado ou a sociedade? Ou será que a disputa está empatada? A resposta não é fácil. Primeiro, pela dificuldade de enxergar os limites que separam os entes; segundo, pela visão antagônica dos representantes dos dois lados. Os governantes, lastreados em feitos – obras, ações, projetos, leis, – certamente dirão que o Estado brasileiro, com suas funções políticas, sociais e econômicas, seus Poderes e divisões político-geográficas que compõem a Federação, apresenta notável desempenho. Se a avaliação considerar as demandas do povo e a ocupação das ruas por multidões, a impressão é de que o ano de 2013 foi um dos mais retumbantes em matéria de participação social no processo político. Sob esse ângulo, os habitantes acabaram puxando o cabo de guerra para seu lado, deixando o Estado para trás. Reforça-se tal impressão com a lamúria da esfera político-governativa, por esses dias, em torno da propalada e nunca realizada reforma política, chamada de “mãe das reformas”.
O país tem avançado em certos nichos, como nas áreas da exploração da camada de pré-sal, mas os “gargalos da logística” persistem e continuam a exigir alta prioridade nas malhas de rodovias, ferrovias e portos” Na seara reformista, é de convir que as sementes não ganharam, este ano, adubo suficiente para florescer. O déficit previdenciário está em alta. Pagamentos de aposentadorias, pensões e auxílios têm crescido acima das expectativas. Os gastos cresceram a um ritmo de 13,1%, em vez dos 10,3% projetados, o que dá uma grande conta quando aplicada sobre montantes que superam os R$ 300 bilhões anuais. Se nada for feito, até 2030, os gastos previdenciários poderão crescer em mais R$ 300 bilhões, já que o número de benefícios mais do que dobrará no período. Só este ano, o buraco ultrapassará os R$ 50 bilhões, o que corresponde a dois anos de Bolsa Família. O rombo nas contas públicas atinge recorde, chegando a R$ 156 bilhões, o pior resultado da história, correspondendo a 3,33% de tudo o que o país produz (PIB). Na frente tributária, mudanças ocorridas deverão elevar a carga no próximo ano. Prevê-se que o ano feche com uma carga de 36,42%,maior do que a de 2012. A promessa de fazer a reforma tributária e enxugar os 61 tributos federais, estaduais e municipais continua uma quimera. No capítulo das contas, o Estado tem visivelmente perdido a disputa do cabo de guerra. Há, porém, destaques positivos. O país tem avançado em certos nichos, como nas áreas da exploração da camada de pré-sal, caso do leilão de Libra, nos leilões de aeroportos, como o do Galeão, onde conseguiu um ágio de 294%. Mas os “gargalos da logística” persistem e continuam a exigir alta prioridade nas malhas de rodovias, ferrovias e portos. A conta é também negativa na planilha das obras do PAC, cujo cronograma está atrasado, como se pode constatar na transposição das águas do rio São Francisco e na ferrovia Transnordestina, que ligará o porto de Pecém, no Ceará, ao porto de Suape, em Pernambuco, correndo, ainda, pelo cerrado do Piauí, num total de 1.728 km. Na quadra social, o Estado continuou a ampliar o colchão da assistência, estendendo o Bolsa Família para atender 13,7 milhões de famílias. Este programa consumiu, ao longo dos últimos 10 anos, R$ 120 bilhões. Interessante observar que a estratégia de redistribuição de renda propiciou, na última década, a ascensão de 35 milhões de brasileiros à classe média – hoje composta por 104 milhões de pessoas (53% da população), ao mesmo tempo em que conferiu ao governo forte apoio na base da pirâmide, fundamental pa-
ra o prolongamento do projeto petista de poder. O contraponto tem sido oferecido pelos serviços básicos. Mais de 100 milhões de brasileiros não possuem coleta de esgotos, enquanto a meta de universalização do saneamento básico carece de um orçamento estimado em R$ 302 bilhões. A saúde é outra área deteriorada. A dificuldade de acesso e a ineficácia dos serviços de saúde são atestados pela superlotação dos hospitais públicos, filas de atendimento, dificuldade de marcar consultas, equipamentos quebrados e ausência de médicos. O programa Mais Médicos, que patrocinará a vinda de 12 mil médicos estrangeiros, em pleno curso, foi o paliativo adotado para atenuar a sangria no corpo da saúde pública. Deste veio, é oportuno frisar, poderão jorrar bons dividendos políticos. Um olhar sobre as médias e grandes cidades flagra um clima de calamidade e tensão. Ruas congestionadas, transportes coletivos saturados de passageiros, filas na hora do rush, insegurança e medo. Sob este teia, grupos de diferentes categorias profissionais foram às ruas manifestar indignação e protestar contra a ineficiência dos serviços públicos, a partir do precário sistema de mobilidade urbana. Mais de um milhão de pessoas acorreu às ruas, no mês de junho, no evento de maior significação social do ano, a expressar, de um lado, a multiplicação de novos pólos de poder na geografia social e a exibir, de outro, a elevação da cidadania. Daí poder se pinçar a hipótese de que a sociedade, de maneira altiva, avançou sobre as barreiras de um Estado que parece adormecido, paquidérmico, fechado em torno de si mesmo. No campo político, emerge a impressão de que as Casas congressuais, açoitadas pelo chicote das ruas, saíram do rame-rame e adensaram suas pautas, com votação de projetos de impacto social - como 75% dos royalties do petróleo para educação e 25% para a saúde; consideração da corrupção ativa e passiva como crime hediondo; diminuição do custo da cesta básica e da conta de luz; voto aberto para perda de mandato de parlamentar etc. O julgamento do mensalão garantiu à sociedade que “o país da impunidade” passou a admirar a deusa da Justiça e a bater palmas ao Judiciário. Mas é irresistível a sensação de que, entre todos os Poderes, o mais reverenciado, nessa reta final do ano, ainda é o poder da caneta. Que manda e desmanda, faz e desfaz.
Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato
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Comércio tem movimento intenso no fim de semana « VENDAS » Nos dias em que antecedem o Natal, compradores vão às ruas, o trânsito fica mais congestionado e as lojas lotadas de clientes
FOTOS: JOANA LIMA
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om a proximidade do Natal, o comércio registrou movimento intenso na manhã deste sábado (21). No bairro do Alecrim, tradicional ponto de vendas da cidade, o trânsito fluía com dificuldade e equipes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) tiveram que trabalhar em diversos pontos. Ainda assim, lojistas disseram que esperavam números melhores de vendas. Já no Centro, a movimentação dos consumidores foi mais tranquila, mas os carros também se acumulavam nas vias. A quantidade de carros nas avenidas do Alecrim era tanta que teve gente que desistiu de comprar no bairro. Exemplo disso foi o dentista Gláucio Morais, de 45 anos. Ele abriu mão de fazer suas compras natalinas antes mesmo de achar lugar para estacionar. “Queria fazer minhas compras aqui no Alecrim, mas acabei de desistir. Não tem nem lugar para estacionar”, disse. Mesmo quem não foi às compras de carro teve motivos para reclamar. A estudante Luana Carolina de Lima, de 18 anos, optou pelo Alecrim porque mora próximo das lojas, mas achou ruim a quantidade de pessoas que procurou os estabelecimentos do bairro. “Todo canto está assim, cheio, mas para mim é melhor porque é mais perto de casa”, disse. A empacotadora Silvana Alves de Lima, 24, também reclamou. “Estou gostando das promoções que encontro, mas a gente acaba desistindo de procurar mais porque as lojas estão movimentadas demais. Acaba ficando desconfortável”, avaliou. Apesar do movimento intenso, para o gerente de uma loja de sapatos do Alecrim, Josaton Silva, as vendas poderiam estar melhores. “Esperávamos mais. As vendas estão dentro da
Com a procura pelas lojas, carros congestionam as ruas da cidade com comércio varejista
Clientes lotam as lojas do bairro Alecrim no fim de semana que antecede o Natal
média, mas nós achávamos que esse aumento no movimento começaria mais cedo. Começamos a vender mais desde a segundafeira. Acredito que os shoppings tem afastado as pessoas do Alecrim”, comentou.
CENTRO
A movimentação de consumidores no Centro estava mais
tranquila que o Alecrim pela manhã, mas os carros também se acumulavam nas vias. Para evitar as filas de veículos nas ruas do Centro, o estudante de Direito Jobson Klebem Moreira, de 25 anos, foi diretamente para um estacionamento privado para agilizar as compras. “É melhor vir direto. Eu sei que não vai ter lugar para estacionar na rua mesCANINDÉ SOARES
mo”, explicou. De acordo com o administrador de um estacionamento privado situado no Centro, Marcos Antônio da Silva, o movimento este ano tem sido fraco. “Com os shoppings, as pessoas não tem vindo mais para cá. Dificilmente está ficando lotado aqui. O movimento está em uns 30% do total”, disse.
« PRISÃO »
Reforma do CDP deve começar na segunda
O
Açude no município de Jucurutu rompeu por causa das intensas chuvas na madrugada
Região do Seridó tem dias de chuvas « SEMIÁRIDO » No município de Jucurutu, pequenos e médios açudes chegaram a sangrar, mas ainda há dificuldades de abastecimento
A
s previsões de chuva para os próximos cinco dias, no semiárido potiguar, emitida pelo setor de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) estão se confirmando. Entre a tarde de sexta-feira, 20, e madrugada de ontem, vários municípios do Rio Grande do Norte, principalmente os localizados na região Seridó, com precipitações que variaram de 20 a 90 milímetros. Em Jucurutu, pequenos e médios açudes chegaram a sangrar. Segundo informações do blog do Edilson Silva e de outros da região Seridó, no Distrito de Boi Selado, onde a chuva chegou com
mais força, o Açude de Chiquinho Rodrigues começou a sangrar ontem e dois açudes de médio porte romperam. A localidade registrou chuvas de aproximadamente 100mm. Em registro via facebook, o repórter fotográfico Canindé Soares, que visitava a região, mostrou a situação de um dos açudes que não suportou o volume das águas e rompeu. Segundo depoimentos publicados nas redes sociais a a chuva “deu uma boa molhada na terra em toda região Seridó e a água escorreu bem nas ruas nesta tarde [da sexta-feira]”, um alento, especialmente para o homem do campo, castigado pela estiagem dos últimos dois
anos. Algumas áreas da zona rural de Jucurutu também foram banhadas, como é o caso de Boi Selado. No município, os reservatórios estavam secos e a população recebia água via carros pipa contratados pela Prefeitura e da operação mantida pelo Exército. As partes mais baixas do município ainda recebiam água, do rio Piranhas. Valas cavadas no leito do rio levam água a poço de captação da Caern. Em Jucurutu, as localidades onde mais choveu foram: Sítio Pocinhos ( 90mm), Sítio Pinturas (77mm), Sítio Malhada (90mm), Boi Selado (100mm), Riacho da Palha (71 mm) e Sítio Cacimbas (50mm).
s reparos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ceará-Mirim deverão começar na segunda-feira (23). De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejuc), os serviços necessários envolvem a reposição das grades das celas que foram derrubadas durante a rebelião ocorrida na tarde da quinta-feira (19). Em três horas de motim, os presos atearam fogo no CDP e destruíram as celas da unidade. Um agente penitenciário foi baleado, sendo socorrido e levado para o Hospital Walfredo Gurgel. Devido às condições do local após a rebelião, a Sejuc decidiu tranferir os 45 presos do CDP para a Penitenciária Estadual de Alcaçuz. O conflito começou por volta das 15h e somente às 17h os presos foram contidos por policiais militares e agentes penitenciários. A transferência dos presos foi realizada em carrocelas pelo Grupo de operações especiais (GOE) e pelo Grupo de Escolta Penal (GEP), ainda durante a noite. O motivo da rebelião só deverá divulgado após a abertura de procedimento interno. Segundo a Sejuc, os presos só deverão retornar à unidade quando a estrutura do prédio estiver recuperada.
geral Começa estação mais quente
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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
« PONTA NEGRA »
Acesso de jangadas à Vila, por « VERÃO » Natalense já ocupa as praias, seja embaixo de guarda-sóis, meio de rampa, é inviável dentro da água ou caminhando pela orla. A ordem é aproveitar o sol
F
oi dada a largada para a estação mais quente do ano, o verão. Muitos natalenses não resistiram e correram para a praia neste sábado,21. Em Ponta Negra, era possível observar crianças, idosos e casais, abrigados embaixo de guardasóis, dentro da água ou caminhando pela orla. Bom para ambulantes como Lucas Paulino, 21, que tem dois carrinhos de crepe e há quatro anos trabalha em Ponta Negra. Durante a estação, ele costuma vender até seis vezes mais. “Quando é verão, vendemos cerca de 60 crepes por dia. Quando não é, vendemos uns 20 ou 10”, compara. Os vendedores de coco também costumam lucrar mais nessa época. Vários ambulantes ofereciam água de coco por até R$ 1 ontem, na praia. Só os gaúchos Cíntia Weber e Celso Barbosa decidiram fazer diferente. Ao invés da água de coco, tomavam o tradicional chimarrão, mistura de ervas e água quente, próximo do morro do careca. Naturais do município de Igrejinha, no interior do Rio Grande do Sul, e habituados a temperaturas abaixo de 0 em alguns períodos do ano, os dois visitam Natal pela primeira vez Natal. Além da temperatura e das praias, o casal se disse satisfeito com a hospitalidade do povo potiguar. “Viajaremos de volta na segunda, só porque o trabalho chama”, brincou Celso
JOANA LIMA
Assunto será discutido em audiência pública, na próxima quinta, por convocação do MP
A
Prefeitura de Natal terá que encontrar outra solução para o ‘estacionamento’ das embarcações dos pescadores de Ponta Negra. O Município, que executa uma obra de ‘enrocamento’ na praia - estrutura que tem objetivo proteger o calçadão em meio ao avanço do mar - chegou a construir uma rampa para permitir o acesso das embarcações à Vila de Ponta Negra, mas a iniciativa fracassou. Os pescadores fizeram um teste na manhã de ontem, acompanhados pela promotora de Meio Ambiente do Ministério Público do Rio Grande do Norte, Gilka da Mata, mas não conseguiram subir a embarcação através A cada ano, o verão faz a alegria do natalense, mas também inspira cuidados pela exposição solar
Barbosa, calçadista. As altas temperaturas - características dessa época - também elevam o consumo de água. Matéria publicada pela TRIBUNA DO NORTE no último dia 15 revelou que o consumo em novembro já foi 10,49% maior que o registrado em agosto pela Companhia de Abastecimento de Água e Esgoto do Rio Grande do Norte (Caern). A expectativa é que ele aumente ainda mais. A demanda,
segundo a Caern, costuma subir entre janeiro e março, impulsionada também pela chegada de mais turistas na cidade.
Cuidados
A estação que faz a alegria dos ambulantes que trabalham na praia, também inspira cuidados. O sol em excesso, por exemplo, também deve ser evitado. “As pessoas devem evitar a exposição solar entre 10h e 16h. É recomendado o uso de
protetor solar, chapéu, além de buscar abrigo à sombra pois o sol pode causar queimaduras de primeiro e segundo graus, bolhas na pele e a desidratação, principalmente nas crianças, que são mais sensíveis”, explica o médico epidemiologista e sanitarista da Coordenação de Atenção à Saúde do Servidor do Ministério da Saúde, Aderbal Arruda, em entrevista ao blog da Saúde, do Ministério da Saúde.
da rampa. A jangada usada para o teste rachou antes mesmo de subir totalmente na rampa. O prejuízo avaliado em R$ 2 mil pelo dono da embarcação, Edílson Nascimento, será pago pela Prefeitura de Natal. A promotora Gilka da Mata concluiu que o acesso pela rampa é ‘impraticável’ e convocou uma audiência pública para a próxima quinta-feira (26). A Prefeitura, afirmou a promotora, terá que apresentar uma nova alternativa para o problema. Um vídeo gravado durante a inspeção será encaminhado para Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura para subsidiar a decisão, na segunda. O secretário-adjunto de Obras, Caio Pascoal, acompanhou a ação e admitiu o fracasso da iniciativa. Segundo ele, ainda é cedo para dizer que solução será adotada. VLADEMIR ALEXANDRE
Em teste, embarcação rachou antes de subir toda a rampa
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
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Brasil poderá desenvolver caças « DEFESA » Cinco fabricantes brasileiros já têm protocolos assinados com a sueca Saab e são os primeiros
fornecedores e parceiros da empresa na produção nacional dos aviões de combate que vão equipar a FAB DIVULGAÇÃO
B
rasília (AE) - Vencedora de um dos processos de escolha mais longos do País, a sueca Saab, fabricante do caça Gripen, já tem protocolos de entendimento com cinco empresas brasileiras que fornecerão componentes para o Gripen NG - o escolhido pelo governo brasileiro -, incluindo a Embraer, onde serão desenvolvidos os equipamentos de tecnologia e onde o avião será montado. Preparada para começar a produzir o caça em 2015, a Saab diz que 100% da alta tecnologia usada pela empresa serão repassados ao Brasil. “A transferência será extensiva. O Brasil vai ganhar a capacidade própria de desenvolver um caça. Claro que isso tem como base o fato de que o Brasil já tem uma indústria muito capaz. O que trazemos é um conhecimento específico sobre caças”, diz o vicepresidente executivo da Saab, Lennart Sindahl. Quando o processo de transferência estiver concluído, afirma, o Brasil será capaz de construir um caça por conta própria. Uma das maiores vantagens da Saab no processo, na visão da Aeronáutica, era justamente o fato de que o caça será construído no Brasil e a tecnologia, desenvolvida aqui, em conjunto. Sindahl diz que mesmo as partes militarmente mais sensíveis serão divididas com o País, com a propriedade intelectual compartilhada. “O governo sueco é muito aberto, não temos nenhum problema com isso.” Cinco empresas brasileiras
Fabricante do Gripen garante que 100% da alta tecnologia utilizada em seus aviões será repassada à Força Aérea Brasileira
já têm protocolos assinados com a Saab e são os primeiros fornecedores e parceiros da empresa na produção nacional do Gripen. A primeira delas é a Embraer, onde os componentes eletrônicos mais sensíveis serão desenvolvidos. A empresa tem uma unidade militar no município de Gavião Peixoto, a 300 quilômetros de São Paulo, com uma pista de 5 mil metros, que deve concentrar também a montagem e o teste final dos Gripen Também estão na lista de for-
necedores a AEL, subsidiária gaúcha de uma empresa israelense, que produzirá displays e outros equipamentos eletrônicos de bordo; a Mectron, que pertence ao grupo Odebrecht, que fornecerá armamentos; a Atec, de softwares; e a Akaer, de projetos estruturais, que já trabalha com a Saab. “Temos um compromisso muito forte de encontrar fornecedores brasileiros. O Gripen será construído aqui com componentes brasileiros, suecos e de
outros países”, afirma Sindahl, explicando que uma das políticas da Saab é não ter fornecedores que vivam exclusivamente de fornecer peças para o caça. Uma das críticas feitas pela concorrência ao Gripen é o fato de o avião ser um protótipo, não um avião pronto e testado, como os rivais derrotados Rafale, da francesa Dassault, e o F-18 Super Hornet, da Boeing. Sindahl explica que o Gripen já voa há 30 anos e está na 4ª geração. A política da empresa, no entanto, é
desenvolver produtos locais, com o comprador, adaptados à necessidade de cada país. “Uma das coisas que mais ouvimos dos nossos clientes é que precisam da capacidade de defesa, mas não podem pagar o altíssimo preço cobrado. Então encontramos uma forma de atender a essa demanda”, afirmou. “Nossos críticos são muito bons em falar mal do Gripen e ruins de defender os seus produtos. Nós fazemos o contrário.” O anúncio do resultado da es-
colha brasileira pelo Gripen NG surpreendeu a própria Saab. Sindahl admite que a empresa ficou “um pouco surpresa”, pois esperava o anúncio apenas para 2014. Apesar de considerar sua proposta muito boa, e ter o menor preço, os rumores de que os demais concorrentes estavam na frente deixaram o Gripen como o azarão da disputa. Nenhum dos ministros da Defesa, em todo o processo, visitou a Suécia, e o lobby sueco era bem menos agressivo que o francês e o americano “Fizemos uma proposta que preenchia muito bem as necessidades brasileiras, podemos oferecer a transferência de tecnologia de uma maneira muito eficiente porque temos o desenvolvimento em andamento e essa é a melhor maneira de transferir, trabalhar juntos. Estamos muito felizes”, diz Sindahl. Em telefonema ao ministro da Defesa, Celso Amorim, a ministra da Defesa da Suécia, Karin Enström, manifestou a satisfação do governo sueco com a escolha do governo brasileiro. Amorim disse para a ministra que, com a opção pelo Gripen, o Brasil inicia um relacionamento de longo prazo com a Suécia. Essa parceria, acrescentou ele, inclui transferência e desenvolvimento conjunto de tecnologias relacionadas à aeronave. A ministra informou que, no início de 2014, seu país apresentará ao Brasil propostas concretas sobre a cessão antecipada de caças, e sobre a capacitação da Força Aérea Brasileira para operar a nova aeronave.
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
Cláudio Humberto [ ch@claudiohumberto.com.br - www.claudiohumberto.com.br]
Congresso e ato do STF O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Aurélio, advertiu que o Congresso não tem poder de cassar ato jurisdicional. Ele se referiu a ameaça do presidente da Câmara, deputado Henrique Alves, de anular decisão do Supremo Tribunal Federal por meio de um decreto legislativo, caso os ministros confirmem a tendência de proibir doações financeiras de empresas privadas para campanhas políticas.
geral
Natal começa a entregar carnês do IPTU de 2014 « TRIBUTOS » Imposto predial para os 294 mil imóveis da capital
vem com reajuste de 5,8% referente à correção monetária anual
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ALEX REGIS
‘Segredo de Estado’
om previsão de arrecadar pelo menos 70% dos R$ 176 milhões lançados pela Secretaria de Tributação, começou a entrega dos carnês do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) aos proprietários de imóveis em Natal. A distribuição será feita em três etapas, começando pelo Grupo 1, que incluiu as zonas Sul e Leste, onde se concentram dois terços da arrecadação do tributo. Para esses contribuintes, a data para pagamento com 20% de desconto em cota única ou 5% parcelados é o dia 10 de janeiro. O Grupo 2 inclui os imóveis da zona Oeste, com vencimento da cota única ou primeira cota em 10 de fevereiro e o grupo 3 referente à Zona Norte, com vencimento para 10 de março. Este ano, foram arrecadados R$ 100 milhões dos R$ 154 milhões lançados pela Secretaria Municipal de Tributação (Semut) de IPTU e Taxa de Coleta, Remoção, Transporte e Destinação do Lixo (Taxa de Lixo), que são impostos inseridos no carnê do IPTU. Ao todo, 294 mil imóveis da capital potiguar estão sujeitos as taxas do Imposto Predial Territorial Urbano. O grupo 1, referente às zonas Leste e Sul, é o responsável pela maior parcela de arrecadação com 130 mil imóveis, que representa um universo de 76% do total com a previsão de arrecadar R$ 134 milhões de reais. Já o grupo que inclui a zona Oeste de Natal, congrega 64 mil imóveis (10%) e a Semut prevê arrecadar R$ 10 milhões com esse grupo, por último, estão 99,7 mil imóveis da Zona Norte que representam 14% do total e tem a estimativa de angariar R$ 23 milhões. A secretária de Tributação, Aíla Ramalho Cortez, explica que o pagamento em dia além de garantir o desconto para o próximo ano, permite a regularidade fiscal do contribuinte com a sua cidade, proporcionando com isso a realização de obras publicas, melhoria na saúde, educação, vias pública, eficiência dos serviços públicos prestados, bem como, faz com que cada contribuinte exerça sua cidadania, com a participação de todos, para a melhoria e desenvolvimento da nossa cidade do Natal: “O IPTU é um tributo essencial para o bom funcionamento da administração pública”, disse. Os impostos da Taxa do Lixo são recursos vin-
Dirceu, o bibliotecário
O legado de Chico Mendes
Lição de Direito
Marco Aurélio explicou que a decisão do TSE redefinindo o número de deputados, derrubada por decreto legislativo, era um ato administrativo.
Não ofereci trabalho para o ministro, mas para o presidiário” JOSÉ GERARDO GROSSI, advogado que está disposto a empregar
José Dirceu
Torre de Babel
O presidente do TSE não crê em crise entre os poderes: “A não ser que vingue a Babel, e aí veremos o estágio democrático em que estamos”.
Soberba
Líder do PTB, Jovair Arantes (GO) critica a “soberba do governo” que, para ele, pode levar Dilma a perder apoio: “Eles dizem querer nossa participação, mas não adianta dar ministério um mês antes da eleição”.
Remédio salvador
O especialista em turismo Geraldo Bentes ficou preocupado quando o barbeiro, em Brasília, disse que seus cabelos estão caindo. Mas caiu na gargalhada com o “remédio” sugerido: “Use boné do Fluminense...”
Papel do Supremo
Marco Aurélio chama de “arroubo de retórica” as críticas de Henrique Alves: “O STF cumpre seu dever de guardião da Constituição”.
Coreia do Norte O surrealismo é parte do cotidiano cruel na ditadura comunista da Coreia do Norte, agora interessada nos caças Mirage “aposentados” pela FAB e que serão substituídos pelos suecos Gripen. Quem garante é o jornalista francês Franck Guillory, da revista on-line JOL Press, de Paris. O ditador Kim Jong-un quer montar um “esquadrão kamikaze” à moda japonesa, com suicidas levando bombas nos caças franceses.
Quem legisla
Além de Henrique Alves, Renan Calheiros criticou o STF e também o TSE, reclamando da “usurpação” do papel legislativo do Congresso.
Flutuando em 2014
Lá vêm os pisos flutuantes da Presidência da República, “que, desgastados, afetam a saúde dos usuários e não condizem com a nobreza dos palácios”: R$ 203 mil foram reservados para trocá-los.
Bem na fita
O líder do PRB, George Hilton (MG), é cotado no Planalto para o cargo de vice-líder do governo em 2014 após defender, nas reuniões, a ordem da presidenta Dilma de engavetar projetos que custam caro.
A negociação, diz ainda o site, é “sigilo total”, por conta das sanções da ONU contra a Coreia do Norte, desafiando Washington e Moscou.
José Dirceu, 67, terá que trabalhar até os 150 anos para pagar a multa imposta pelo STF no processo do mensalão, com os 30% recolhidos do salário de bibliotecário no escritório do advogado José Gerardo Grossi.
Contradição
O senador Paulo Bauer (PSDB) ironiza o fato de o PT ter perdido as últimas eleições em SC, onde o comércio responde por 59% do PIB: “Onde tem gente trabalhando, Partido dos Trabalhadores não tem vez”.
Feira da pechincha
Um general representante do maluco-filho da Coreia do Norte viria a Brasília nos próximos dias, para oferecer US$ 7 milhões por 12 caças.
Copa importa Quando os entrevistadores do Instituto Paraná Pesquisas perguntaram a 2.250 brasileiros se apoiariam protestos durante a Copa do Mundo, eles se dividiram: 47% para cada lado, com indecisão de apenas 6%. A pesquisa foi feita entre os dias 3 e 7, em 158 municípios de todo País.
Panela de pressão
Pyongyang não revelou ao Brasil o objetivo da aquisição, mas exigiu a preservação dos sistemas de voo e ataque dos caças pra lá de usados.
Cota Única ou primeira parcela do IPTU pode ser paga com desconto de 20% até 10 de janeiro
IPTU em números Distribuição do tributo por região administrativa de Natal Grupo 1 Zona Sul e Zona Leste Imóveis: 130 mil Lançamento:
Grupo 2 Zona Oeste Imóveis: 64 mil Lançamento:
Grupo 3 Zona Norte Imóveis: 99.700 Lançamento:
R$ 134 milhões
R$ 19 milhões
R$ 23 milhões
Valor médio:
Valor médio:
Valor médio:
R$ 1.030,76
R$ 359,37
R$ 230,69
ARRECADAÇÃO
IMÓVEIS GRUPO 2 10,80%
GRUPO 3 13,07%
GRUPO 3 33,95% GRUPO 1 44,26%
GRUPO 1 76,14% GRUPO 2 21,79% CALENDÁRIO Vencimento (Grupo 1)
Vencimento (Grupo 2)
Vencimento (Grupo 3)
10/01/2014
10/02/2014
10/03/2014
Parcela única e 1ª Parcela
Parcela única e 1ª Parcela
Parcela única e 1ª Parcela
Email: plantaofiscal@natal.rn.gov.br
culados, com aplicação exclusiva para os serviços de limpeza urbana. Mas atenção: para ter direito ao desconto de 20% no pagamento em cota única, o contribuinte deve estar em dia com o fisco municipal. Aíla Cortez pede ainda que o contribuinte confira o seu carnê de IPTU, fazen-
do uso da folha de atualização cadastral inserida ao final do carnê, caso haja mudança do endereço de correspondência ou ausência de alguma informação relativa ao contribuinte ou ao imóvel, em especial seja inserido CPF e CNPJ, podendo esta informação ser entregue na Semut ou nas centrais do cidadão.
Frente de prefeitos dá apoio a Haddad São Paulo (AE) - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), recebeu na sexta, apoio da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), entidade que classificou como “intromissão em assunto do cotidiano das cidades” a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que suspende o aumento do Imposto Predial e Urbano (IPTU) na capital paulista. A posição do STF é “um indicativo da crescente e indesejável judicialização da política e uma intromissão em assuntos cotidianos das cidades”, que “deixou perplexos prefeitos de todo o País”, segundo a FNP, da qual Haddad é um dos principais líderes - ele encabeça a luta da Frente pela renegociação das dívidas das prefeituras com o governo federal. A FNP diz ainda que a decisão do Supremo pode levar “vários municípios a graves colapsos financeiros”, se outros aumentos de IPTU forem suspensos. Mas Haddad também foi atacado pela oposição ao PT na Câmara. O vereador Andrea Matarazzo (PSDB) elogiou o STF. “A decisãoé acertada. Só quem não conhece São Paulo imagina que quem mora de aluguel ou mesmo quem mora em casa própria tem condições de absorver um aumento desta proporção”, afirmou.
« TRIBUTO » Há 25 anos, o líder seringueiro era assassinado. Mas
sua luta mudou a forma de o Brasil lidar com questões ambientais
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apuri (ABr) - A luta pela preservação da Amazônia, em especial pela manutenção das atividades extrativistas, sofria um duro golpe há 25 anos. Em 22 de dezembro de 1988 foi assassinado, no interior do Acre, Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes. A morte do líder sindicalista repercutiu mundialmente e provocou mudanças na forma como o Brasil passou a lidar com as questões relacionadas ao meio ambiente. De vida simples, Chico Mendes era enfático na defesa dos seus princípios. Ele conquistou o apoio dos companheiros seringueiros, de políticos, de artistas e de ativistas das causas ambientais em todo o mundo. “O Chico era uma pessoa que sabia respeitar todo mundo, sabia se relacio-
nar com todo mundo e sabia construir a amizade e a confiança das pessoas”, descreveu à Agência Brasil Raimundo Mendes Barros, primo de Chico. “Ele era uma pessoa simples, sem ambição, e que tinha como único objetivo defender os interesses daqueles menos favorecidos tanto em termos de informação como em termos econômicos”, acrescentou a vice-presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Dercy Teles. Primeira mulher a presidir uma entidade sindical trabalhista no Brasil, Dercy esteve ao lado de Chico Mendes na criação da entidade em Xapuri. Atraídos pelo ouro branco, milhares de nordestinos começaram a migrar para a Floresta Amazônica no final do século 19.
Em meio a mais de 5 milhões de metros quadrados de floresta, começava uma história de disputas econômicas, conflitos por terra e luta pela preservação da selva. Foi nesse cenário que Chico Mendes se tornou símbolo da luta pela manutenção da floresta e da cultura do seu povo. Com o fim do apogeu da borracha, depois da 2ª Guerra Mundial, em 1945, de explorados pelos donos das terras, os seringueiros passaram a ter que lutar pela permanência na floresta. Com o início da queda no preço da borracha, os fazendeiros passaram a vender as propriedades. Na década de 1970, os governos militares iniciam a política de ocupação da Amazônia. Com isso, passam a estimular produtores rurais do Sul do país a ocu-
par os estados do Norte, inclusive o Acre. O resultado foi um novo ciclo de derrubada das matas para a exploração de madeira, plantio de soja e criação extensiva de gado, com estímulos financeiros do governo brasileiro. Antropóloga e amiga do líder extrativista, Marly Alegretti recorda os conflitos da época. “Fiquei muito impressionada com a movimentação que estava acontecendo naquela ocasião. Havia muitos desmatamentos e os seringueiros estavam se organizando. Ninguém sabia, naquele momento, que lá no Acre, em Xapuri, que os seringueiros, que eram pessoas muito pobres e muito isoladas, praticamente sem poder nenhum, sem visibilidade, estavam fazendo uma defesa da floresta. E aquilo me impressionou bastante”, disse.
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»ENTREVISTA » JOSÉ IGNACIO GONZÁLEZ FAUS TEÓLOGO
ALESSANDRA TARANTINE/AP
‘Herodianos e fariseus se unem contra o Papa’ « RELIGIÃO » Jesuíta acredita que Francisco levará a Igreja a percorrer os caminhos de Cristo, mas alerta sobre manobras das forças contrárias à abertura DIVULGAÇÃO
JOSÉ MANUEL VIDAL Religión Digital
A
dital - Teólogo com numerosas obras publicadas, o jesuíta José Ignacio González Faus, responsável pelo Centro de Estudos Cristianismo e Justiça da Espanha, comemora o fato de alguns temas que a Igreja dava as costas agora seja tema de preocupações do papa Francisco. Comprometido com as causas sociais, o teólogo lembra que 30 mil pessoas morrem de fome, diariamente. E isso não comove as pessoas. “Uma encíclica de João Paulo II diz que, em tempos de crise, todos os objetos de culto valiosos que a Igreja possui devem estar a serviço das vítimas”, recorda. Faus acredita que a Teologia da Libertação, “que tem o grande mérito de ter suportado o maltrato assim como Jesus suportou”, já não pode ser desautorizada, mas, por outro lado, teme que o papa Francisco corra sérios perigos: “Neste momento, fariseus e herodianos já estão se unindo para planejar como acabar com o Papa”, lamenta. Ele teme, mas não perde a esperança: “Temos que ter fé; não a de recitar o credo, mas a de saber que as coisas podem mudar”. A seguir a entrevista, com tradução do Cepat.
Você é uma das pessoas que alimentaram, ao longo dos anos, o espírito do Vaticano II, promovendo e provocando. E o papado de Francisco?
Bom, como você diz, em todos estes anos tentei promover o espírito do Vaticano II, que é o do Evangelho. Atualizá-lo ao máximo possível, colocá-lo em dia, torná-lo visível no mundo e na Igreja... Entretanto, eu também estava decidido que terminava meus dias com uma sensação de fracasso. Até que, rapidamente, acendeu-se uma luz, que tomara que vigore. Algo que eu disse bastante a respeito deste momento, é que tomara não nos aconteça o mesmo que aos apóstolos no momento da ascensão. Porque todos nós temos certa tendência ao messianismo, a esperar um Messias que nos resolva a vida. Isto é muito compreensível, porque há muitas coisas para arrumar, mas desde quando fiz minha cristologia, disse que o fato de Jesus ser o Messias significa que nos fez messiânicos. Portanto, a nomeação do papa Francisco, embora seja uma alegria, não quer dizer que agora tudo será fácil. E também requer uma responsabilidade de nossa parte: a de fazer as coisas com rigor e com sentido de diálogo. O cristianismo deve voltar a se ocupar do mundo e, como disse o último documento escrito pelo Papa, que nossa estrutura econômica e a política mundial não sejam uma estrutura assassina. A abertura de horizonte na Igreja foi um milagre inesperado?
Sim. Uma das coisas que a história me ensinou é que seus grandes momentos vêm inesperadamente. O medo que eu tinha é que, de imediato, viesse o milagre e nos pegasse sem estarmos preparados. E outra coisa
Ì QUEM José Ignacio González Faus é jesuíta, doutorado em Teologia, foi professor de Teologia Sistemática na Faculdade de Teologia de Barcelona. Lecionou em vários países da América Latina
que a história ensina é a paciência: A confiança de que aquilo que se faz pelo Reino com amor, os talentos que são investidos não se perdem. Na economia são perdidos muitos investimentos, mas isso é diferente. E você não acredita que é necessário reabilitar as pessoas que foram pacientes durante todo este tempo?
Eu não quero exigir nada agora, porque me condenaram antes, nem muito menos dizer “agora vamos incomodar, porque nós tínhamos razão”. O que eu desejo é que dialoguemos, que entre todos, sem espírito de vitória, nem de vergonha, façamos o que Deus quer, que é trabalhar por um mundo melhor. Já Pio XII, no ano de 1952, disse que era preciso refazer o mundo “a partir dos alicerces”. No entanto, ao invés de refazê-lo, nós o temos deteriorado ainda mais. O senhor enxerga uma clara mudança de tendência na nova dinâmica eclesial?
Sim, claramente. E, além disso, conseguiu-se alguns pontos que não tem mais volta. É que determinadas reivindicações e determinados valores, que antes pareciam heréticos ou “de pouco amor à Igreja”, agora são ditos pelo Papa. São palavras do Papa. E, sendo assim, são totalmente legítimas e ortodoxas. Ou seja, determinadas reivindicações da Teologia da Libertação ou daqueles que pediam outra Igreja já não poderão ser desautorizadas, como se fossem heterodoxas. Agora, possuem um perfeito direito. Contudo, o problema da Igreja não está apenas nas autoridades. Está no fato de que existe uma boa parte da base (que talvez seja a maioria) que é de um catolicismo fundamentalista que acredita em um Deus do medo e em uma instituição brilhante, e que embora não tenha poder, no momento de votar, vota. E essa mudança está influindo nas igrejas locais? Chegou à Espanha?
Acredito que está chegando
mais fora da Igreja. Há uma infinidade de pessoas não crentes que, nesta situação de mundo desesperançado, de repente ouviu por aí um senhor que é uma autoridade e que, além disso, possui essa proximidade e simpatia, e que mesmo sendo um homem religioso não caminha pelas nuvens, mas diz verdades fundamentais... e ainda que isto não lhes vão converter, despertou uma esperança nessas pessoas não crentes. E a coisa mais bonita que a Igreja pode fazer é despertar a esperança. É fundamental do ponto de vista litúrgico, pastoral e da evangelização, que todos encontrem na Igreja uma razão para continuar esperando. Porque, ainda que as esperanças não se cumpram logo, colocam em marcha muitas coisas. O que eu percebo é que influiu mais nos não crentes do que nos crentes. Entre aqueles que estão dentro, acredito que irá influir... O setor eclesial que estava pisoteado ou adormecido, nesse momento, está contentíssimo. Depois, pareceme que a opinião se divide. Existem pessoas que se deixam impactar pela bondade das palavras deste homem, e há outras pessoas que não enxerga nada mais a não ser populismo e demagogia. E há um grupo que oscila. No entanto, apesar de tudo, é um momento bonito de se ver.
A nomeação do papa Francisco, embora seja uma alegria, não quer dizer que agora tudo será fácil. E também requer uma responsabilidade de nossa parte: a de fazer as coisas com rigor e com sentido de diálogo”
A exortação apostólica Evangelii Gaudium é uma espécie de programa concreto do pontificado de Francisco? Deixa claro o que quer com este roteiro?
A primeira coisa no texto que me chamou atenção foi o seu estilo muito simples, tão pouco “encíclica” e tão pouco “pontifício”. É o estilo de um irmão que se dirige a outros irmãos, e isso é a primeira coisa que se destaca. E penso que apenas por essa razão será mais lida que qualquer outra encíclica, porque está ao alcance de qualquer pessoa. Depois, é claro que há um programa, e o que toca a todos nós, diante dele, é frear a nossa própria reivindicação (não pedir cada um o seu), e colaborar naquilo que podemos. Cada um perceberá em seu campo o que pode fazer. Tomara, por exemplo, que alguns economistas (uns porque são católicos e outros porque são de esquerda) repensem a economia. Porque há economistas que não comungam com o sistema, mas dizem que a única coisa que podem fazer é “administrar este sistema”, embora seja injusto. Assim, é necessário ver se agora, em vez de nos conformarmos em administrar um sistema injusto, pensemos em como mudálo. Porque se estamos convencidos de que o sistema é injusto, não podemos permanecer com ele. Por outro lado, a reforma da Cúria e da Igreja é também um caminho muito importante. Faz muita falta, também, uma revisão do Direito Canônico (porque se Deus estabelece muito poucas coisas... a Igreja não teria razão para estabelecer muitas). No entanto, pessoalmente, acredito que isso não ocorrerá. Pode-se dizer que o Vaticano II ficou congelado durante um longo período de tempo?
Totalmente... O Vaticano II ficou muito tempo dentro de um congelador. Eu me perguntava quando o tiraríamos daí e o colocaríamos ao banho Maria. Todos os concílios, sobretudo os grandes, precisaram de uns 50 anos para começar a influir na Igreja. Trento, mesmo tendo sido muito conversador na dogmática, na prática foi muito avançado, demorou muito para se impor. É como uma chuva mansa que pouco a pouco vai nos molhando, sendo assim, ainda é necessário lhe dar um tempo. Eu admiro muito a Rahner, mas acredito que se equivocou quando disse que não perdêssemos tempo fazendo exegese do Concílio. Foi muito otimista ao pensar que o caminho já estava aberto. Sim, é necessário fazer exegese. É preciso retornar ao Vaticano II e resgatar a intenção fundamental que o texto completo possui. Também a Bíblia. Na época de Paulo VI, eram acrescentadas pequenas frases aos textos, para que todo mundo estive contente, sendo assim, é necessário retornar a eles, para verificar que coisas são acidentais e quais são essenciais. É preciso discernir qual é a flecha disparada pelo texto do Vaticano II, e fazer isso em uma análise da sociedade atual, pois já se passaram 50 anos e muitas coisas podem ser diferentes. O Papa disse que a Igreja tem que ser casa e não aduana. Ele utiliza muito essas formas de imagens?
Também disse aos padres que nas homilias devem usar imagens. Vivemos em uma cultura da imagem, seja visível ou lingüística, porque as imagens chegam muitíssimo mais. Qual a sua opinião a respeito de suas denúncias do sistema capitalista como sistema que mata e que produz escravos?
O Vaticano II ficou muito tempo dentro de um congelador. Eu me perguntava quando o tiraríamos daí e o colocaríamos ao banho Maria”
São denúncias muito fortes para estar na boca de um Papa. Isso de dizer “matar é um pecado e este sistema mata” é algo direto e fortíssimo. E o Papa fez isso. Disse que nossa forma de capitalismo neoliberal é um sistema assassino. E, mesmo que seja enormemente eficaz, o fim não justifica os meios na economia. Jean Ziegler, um economista suíço que foi secretário das Nações Unidas, disse exatamente que se hoje uma criança morre de fome não é uma desgraça, mas um crime. O grande pecado do mundo de hoje não é a injustiça, nem o ódio, mas a indiferença.
O silêncio dos bons?
Ou dos indiferentes, ou daqueles que se interessam mais em saber se o Barça ou o Atlético de Madri venceram. Não é possível que a notícia de que alguém morreu de fome ou de frio (e isso o Papa também diz) tenha o mesmo nível que uma notícia esportiva de Fernando Alonso ou de quem quer que seja. Os meios de comunicação deveriam pensar seriamente nisso. Há notícias que não são informações, mas chamados para um diagnóstico. Diante de um diagnóstico médico não se queixa impassível, mas se busca o tratamento que deve ser tomado. No entanto, há alguns meios de comunicação que dão diagnósticos como meras informações neutras. Que 30 mil pessoas morram de fome diariamente não é uma notícia, é uma acusação. Uma vez que na Igreja se inicia uma nova tendência, existe a possibilidade de que ele se emperre por completo?
Não sei, porque na história se mutilam muitas coisas. Contudo, tenho uma fé última de que o local onde se semeou amor, acaba fecundando. Ainda que pareça que fracassa. Quando dou exercícios, sempre digo isso: a morte de Jesus nos apresenta a pergunta a respeito de se uma vida entregue frente a tantos obstáculos, ao serviço do homem e contra sua opressão, tem sentido em nome de Deus. Jesus disse que sim, e eu acredito nele e sigo-lhe. Agora, a forma como a história funciona é outra coisa, porque a história é o resultado de movimentos de liberdades e as liberdades nós não as podemos manobrar como peões. Também quero dizer que acredito que esse Papa irá correr sérios perigos. No Evangelho de Marcos, no capítulo 3, após narrar o êxito inicial de Jesus, dizse que quando Jesus saiu de uma cura, uniram-se fariseus e herodianos para ver como acabar com ele. Fariseus e herodianos eram os máximos inimigos entre si, mas Jesus lhes incomodou tanto que se uniram para ver como acabavam com ele. E eu acredito que neste momento já estão se unindo fariseus e herodianos. Não sei quem são. Não sei se é a CIA, Al-Qaeda, a KGB, a máfia, a cúria romana... Contudo, neste momento, já devem estar pensando como acabar com ele (embora não seja matando-lhe, porque há outras maneiras). De fato, não acredito que o matem, porque ganhou tanto ao povo que, neste momento, não podem matar-lhe.
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quadrantes SANDERSON NEGREIROS [ ESCRITOR ]
Noite tão bela
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inguém nasce imune ao mistério. Ninguém pode mudar o ritmo de seu coração. Ninguém se livra de pegar o dízimo de sua contribuição ao drama da poesiaedagenerosidadehumana.Oespírito do Natal é isto: sabermo-nos especialmentedestinadosàgrandeza das coisas, ao silêncio do coração de Deus, à verdade do corolário espetacular do Universo: curvo, finito e em eterna expansão. Trêmulossinosrecitamsolidões nocampanáriodanoite.Repitamos o poeta: onde tocam os sinos que cantam? Os pássaros noturnos entoam doce melodia nesta hora que se sagra universalmente. O uirapuru na selva amazônica prorrompe em suave som por sobre a vastidão
unânime da selva. O rouxinol nos grandes lagos suíços entoa a palomadeseucantarestremecido.Asferas mais incautas param nas savanas africanas. O grande urso polar medita um urro lancinante. O vento entorta o louro dos trigais; o ventoquevarreasestepesefereospampas e seca os sertões; o grande vento especial que dilata as distâncias e melhora a curva dos horizontes; esse vento, de repente, estabelece um minutodesilêncio;nahoraextrema da Noite de Natal. ONataléaárvorecantante,cheia dosfrutosquesãoplantadosemum verão de mármore. O Natal é o carneirinho que bale e come a erva tenra das campinas mansas. O Natal é o orvalho e o quinto minuto da au-
rora; o orvalho que molha o chapéu dos mais velhos e o xale das velhinhas que, de madrugada, ainda vão àmissa.ONataléocoraçãododoente que se amargura e diz para a enfermeira: “A vida dói”, e ela responde: “Tua fé te salvará”. O Natal é o hanseniano que recebe a bênção das mãos de um ser das alturas. O Natal é a criança que olha a vitrine e chora por saber que suainfânciaéfome,amarguraemudez. O Natal é esperança do aumento do salário e, também, o combate àinjustiça,emtodassuasmilitantes formas. É o repúdio ao medo de se dizer e proclamar a verdade. O Natal é o coração aos que nos mentiram, aos que nos enganaram, aos que nos pediram favor e renegaram
nosso nome com falso testemunho. O Natal é instante do náufrago dar adeus aos que ficaram em terra. O Natal é quem chega chorando em casa como na volta do Filho Pródigo; e é também quem parte, olhando esquinas e portões entristecidos. Natal é o nome de vários amores;éterternuradosnamoradosque seencontramcomadescobertaprofunda de viver. É o noivo contemplar sua noiva e pensar um poema, desvendar uma canção e comprar uma camisa nova. O Natal é o nome de quem se ama; a afeição dos que nos amaram e a possibilidade dos que nos vão amar, algum dia. Na hora dos que se desesperam, o Natal é instante de salvação. É o momento que evolui e liberta. O
vento terra que sensibiliza os caminhos de todos nós. É vereda, inclusive dos humildes trechos construídos pelas formigas. Canto inauguralevermelhodogalo,namadrugadinha. O piar da coruja que nunca viu o Grande Sol do meio-dia; ou o galo-de-campina tremendo à brisa quente do sertão. A mão enrugada e apascentadora. O gesto reencontrado entre mãos que se buscavam em silêncio e no escuro. O sorriso no momento em que todos nos negam simpatia. A lembrança da música torta dos cegos, ricos de improviso. A paciência dos quenossurpreendem;ariquezados que atravessaram o deserto para nos oferecer ajuda. A gratidão dignificada. O pão dos pobres. O sonho, albergue de anjos. A realidade entendida. As ilusões domadas. É a hora em que fábricas desativadas apitam longa e estranhamente; e em que as lendas se fazem certeza;horaemqueosnavios,jáve-
ANDREIA CLARA GALVÃO [ PSICÓLOGA ]
NELSON PATRIOTA [ ESCRITOR ]
Utopias em volta da ceia do Natal
Presente
P
or esses dias, chegando o Natal, uma palavra certamente muito falada é PRESENTE. Reza a tradição queonossohábitoéumarepetiçãodogestodosTrês Reis Magos, atravessando o deserto, seguindo a estrela, descendo de sua magnitude real para presentear Jesus, o bebezinho recém-nascido, que era o Rei Maior. Essapalavrinha,segundoHouaiss,faladotempoagora. Fala também de estar em frente a alguém, junto a. E fala ainda do dom, da dádiva, da oferenda. Nem precisa dizer que existem infinitos modos de dar um presente. Talvez comparecer, fazer-se presente diante de alguém, doar a própria presença seja um dos maiores e mais importantes. Entretanto, porque geralmente isso é frequente e fácil, a gente até esqueçe desse presentequetantopodemosdarquantorecebemos,àsvezes, cotidianamente. Hoje, de presente para você, caro leitor, como oferenda, apresento, para quem não conheceu, Dona Lia, uma senhora que tive alegria de conhecer em minha adolescência. Lembrei dela por que, indo comprar plantas por esses dias, perguntei ao vendedor o nome de uma que eu não conhecia. Não havia etiquetas. Ele não sabia. O coordenador veio, bateu uma foto e olhou no google imagens. Deu-me o nome científico da planta e as variações de seu nome pelas regiões do Brasil. OK, muito obrigada! Aí veio Dona Lia. Conto para vocês: Ela vendia plantas em Parnamirim. Há uns 30 anos atrás, os vendedores de plantas eram principalmente pessoas que vendiam mudas feitas por elas mesmas em suas próprias casas. Em Natal havia alguns, que eram ícones: Seu Laranjeira, D. Maria Portuguesa, Violeta, Lúcia Mosca e Ninfa. São os que me vieram à memória. A casa dela era sempre muito fácil de encontrar. Quando a gente via, ao longe, aquela casinha em que as plantas eram tantas que vinham buscar a gente na calçada, podia ter certeza que era lá. Mudou-sealgumasvezes.Mas a casa dela era sempre inconfundível. Ela fazia puxadas e sacadas com restos de madeira. As plantas trepadeiras eram a cobertura, e embaixo, como espaço era coisa que não deviaserdesperdiçada, látambémestavamasplantasque gostavam de sombra. Isso desde a calçada. Quando a gente ia entrando, toda a área externa da casa, por onde se olhasse, encontrava-se plantas. E há trinta anos atrás, quando ninguém por aqui falava em reciclagem, D Lia plantava em lata, xícara quebrada, pinico, panela furada, sapato velho, quenga de côco, bidê, banheira de neném, balde quebrado, caixa de margarina ... Qualquer coisa que pudesse conter um pouco de terra fofa, para ela era vaso. Nele, então, sua mãos hábeis iriam plantar algum galhinho, alguma semente, que a seu tempo, iria transformar-se numa plantinha linda. Sim, por que quem conversasse com ela, andando no seu jardim pós-moderno, under-ground, performático, terminava definitivamente convencido da beleza das plantas, da gratuidade de seus dons, dos benefícios que elas podiam fazer à alma. Seu jardim parecia um altar barroco olhando a partir decertoscritérios.Ouumainstalaçãocontemporânea,entre a arte efêmera dos cachos e ramos e a transformação de recipientes inúteis em vasos originais e inusitados. Dona Lia, a mulher das plantas no sapato, no vaso sanitário, na lata de leite, de óleo, inventava nome para as plantas que ela não sabia do nome. Olhe bem, dizia: Essa rosa vermelha, que bota flor de todo jeito, até sem trato, fácil, não liga muito pra mimo, eu chamo de Coração de Homem. Essa que se esparrama por toda parte, é a folgadinha. Vou chamando assim para não deixar sem nome. Não ter nome, não ter uma graça é coisa muito triste! Mas ela também ensinava sobre presentear. Por que tanto faz se você ia lá comprar plantas ou só conversar ou mesmo olhar. Você saia de lá com alguma muda, algum galho de planta fantástica, mimosa, maravilhosa ou perfumada. Era assim que ela falava. Eram expressões dela. Os mais desinteressados, animavam-se. Era isso: Dona Lia doava galhinhos, mudinhas e ânimo.Agentesaiadelácheiosdepresença:adela,adasplantas e de nós mesmos. Ela mobilizava, em todos, algo dessa natureza! E também saíamos convocados a voltar. Levando para ela sapatos velhos, ou xícaras sem asas, ou lata seca, etc, etc. E obviamente, galhos, sementes, mudas das plantas de cá! A gente também era convocado a presentear. Ela já não está mais por aqui. Foi-se para os jardins de lá. Mas ensinou sobre plantas e presentes. De tal modo, que eu creio, para muitos que a conheceram, ela é e será presença e presente que eu repasso hoje para você caso não a tenha conhecido. Ah, e também uma mudinha de planta,invisívelmasfantástica,mimosa,maravilhosa,perfumada... Se você cuidar, ela vai florescer com fartura!
lhos e cansados, incendeiam-se no mar; hora em que os barcos retornam do mar alto e os peixes mergulham no mais escuro dos rios para a ceia invisível do silêncio. A Noite de Natal é a volta ao lar. É a avó que faz crochê. É o avô que guarda moedas de ouro e com as quais o neto sonha imensamente. Éoperuassadodesdeavéspera,com vinho, riso e farofa. É o irmão que chega do estrangeiro. É a irmã que teve mais um filho. Noite transparente, musicalmente perceptível, magicamente pressentida pelos que nos antecederam na morte e por todos os que conoscosentemnoaroperfumefeitodeumlongoestarfeliz;longoecomovente como o sino que ficou intacto–seusomeseusono-,emnossa vastidão perdida de lembranças. É alguém que, em prece, pronuncia o mais vibracional dos mantras em meio a tão bela noite: Jesus de Nazaré.
E
CLÁUDIO EMERENCIANO [ PROFESSOR DA UFRN ]
Um dia muito especial
U
m olhar sobre o mundo. As maravilhas do O mundo está enfermo. Carente de amor, verparaíso impregnado de azul. Êxtase de Yudade, solidariedade fraternidade, justiça, honestiri Gagarin: “a Terra é azul”. Habitat multidade, compreensão, simplicidade, perdão, arrecolorido que fascinou e encantou Vincent Van Gogh pendimento e paz. Recentemente foram prestadas por toda vida. Também o angustiou. Sua obra é justíssimas homenagens a Nelson Mandela, que reveladora de uma busca inesgotável: captar e reenfeixou, no século passado e neste começo de miproduzir a beleza da Criação. As fisionomias lênio, a dimensão do perdão aos seus algopor ele retratadas não dissimulam outro zes e aos do seu povo; restaurou o exeraspecto dessa procura: desvendar a cício da liberdade sem discriminações complexidade dos sentimentos e sende qualquer natureza, em um país sações humanos. Enquanto as paisubmetido por muito tempo à selsagens sublimadas em seus quadros vageria, à miséria, à violência e ao são uma ode. Poema de exaltação e holocausto de parte de sua populaglorificação da natureza. Há, infelizção. A hipocrisia alçou-se à ignomímente, um desconcertante enigma, ennia sem precedentes, em que racistre essas belezas, que sensibilizam intas e assassinos se diziam “cristãos”. terminavelmente artistas, poetas, fiO “mundo civilizado”, movido por inImagino neste Natal lósofos, cronistas e romancistas, e a paiteresses espúrios, fazia “vista grossa” o íntimo de cada ser sagem humana, dilacerada por contraao “apartheid”. Tudo se agravou na humano. dições. Mistério entre o que é e o que África do Sul após o mundo repudiar Particularmente dos deveria ser. Pois a realidade da vida não e punir atrocidades do nazismo. Asque nasceram no expressa, em escala planetária, a supresistimos, planetariamente, nova esmacia do amor, da justiça, da fraterni- berço da iniquidade, calada da insensatez? A violência asda marginalidade e dade, do bem e da paz. Nem sequer das sume feições apocalípticas: terrorisdo desamor. Jamais mínimas condições que deveriam resmo, desespero, insegurança e sectativeram a guardar e felicitar todas as crianças do rismo. Dissemina-se por instrumenoportunidade de mundo. Vítimas desse “Herodes” cotos da globalização uma cultura de conhecer ou letivo e universal, que também se chaódio, violência, desumanidade e erodesfrutar a beleza ma estupidez, insensibilidade, egoíssão de virtudes humanas. Desacreirradiante da vida. mo, violência e vaidade. O consumisditam leis e instituições. A justiça não mo desenfreado é umas das grandes Sempre amargaram o contém nem erradica a corrupção de fel da aspereza e da contradições do nosso tempo. poderosos. Privilégios são a fonte de brutalidade. Nunca Leio desde a infância contos nataimpunidades sem fim. Até quando? lhes ofereceram linos de Charles Dickens e William O. Lembro-me de uma senhora que rosas. Sempre Henry. O avarento que se torna geneconheci no Natal de 1994. Nunca sacolheram espinhos. roso. O cético que descobre a fé. O vaiberei o seu nome. Seu rosto estampaCrianças, desde o doso que se converte à humildade. O va desespero e abandono. Seu único nascimento, vítimas desesperado que é socorrido pela solifilho ia morrer em UTI por falta de dariedade humana. O ambicioso que de uma máquina que uma medicação importada. Suas ládeforma e avilta a aprende a renunciar. Os ressentidos grimas lhe esgotavam. Suas mãos que passam a perdoar. O desencanta- consciência humana: apontavam para o céu em súplica a injustiça social. do que vê renascer em seu espírito a espungente e dramática. Naquele dia, Negaram-lhes a perança e a alegria de viver. E, princiao ajudá-la, sem qualquer identifipossibilidade de palmente, a substituição do Ter pelo cação, contemplei e divisei, como acreditar e semear Ser. Descoberta do verdadeiro sentido nunca em minha vida, o azul do céu. do amor e da vida. A consciência da par- pelo mundo o amor. O Natal nasceu mais uma vez em mim. Disse Michel Quoist: tilha de bens e sentimentos. A sedimenProjetei-me no infinito. Sorri e agratação de laços que projetam o ser hu- “não se ama a quem deci a Deus. Voltei para casa. Quedeinão se conhece”. mano no infinito. A identificação no me emocionado e desnorteado. Repróximo, desconhecido e anônimo, em solvi ler o Evangelho (São João 12, 44irmão para a eternidade. 47): “Aquele que crê em mim, crê não Imagino neste Natal o íntimo de cada ser humaem mim, mas naquele que me enviou; e aquele que no. Particularmente dos que nasceram no berço da me vê, vê aquele que me enviou. Eu vim como luz iniquidade, da marginalidade e do desamor. Jamais ao mundo; assim, todo aquele que crê em mim tiveram a oportunidade de conhecer ou desfrutar a não ficará nas trevas. Se alguém ouve as minhas beleza irradiante da vida. Sempre amargaram o fel palavras e não as guarda, eu não o condenarei, porda aspereza e da brutalidade. Nunca lhes ofereceque não vim para condenar o mundo, mas para ram rosas. Sempre colheram espinhos. Crianças, salvá-lo”. Reconfortei-me. Rezei com indisfarçádesde o nascimento, vítimas de uma máquina que vel leveza d’alma. Convenci-me de que elos humadeforma e avilta a consciência humana: a injustiça nos nascem do amor e da solidariedade. Também social. Negaram-lhes a possibilidade de acreditar e vinculam cada passo à eternidade. Assim me reasemear pelo mundo o amor. Disse Michel Quoist: nimei em esperanças na humanidade. Então ouvi “não se ama a quem não se conhece”. “Jesus, Alegria dos Homens”.
ntretantosenganostecidosemtornodosignificadodonatal,quemcuidariadesuascertezas? Porque, sabemos, esta é uma época propícia a se superestimar expectativas e recolher, se não decepções, ao menos alguns sobressaltos e um ou dois desenganos. Se não, observese o frenesi que parece tomar conta de todos, comosealgoiminenteestivesseàsvésperasdeacontecer.Sobrasdeumaantigautopiacristã,semdúvida, mas que foram revestidas de outras cores e outros conteúdos. À sombra desse cenário, a exemplo do François Villon sonhado por Antonio Tabucchi em “Sonhos”, todos seriam autorizados a reivindicar direitos inquestionáveis aos vinhos mais finos e às iguarias mais raras, como acontece nos melhores sonhos. Ainda que a razão cínica, ou melhor, pós-moderna, nos denegue a contraditória utopia. É que nenhum sonho está a salvo de extravio... Ou será que o natal se encaminha para, dentrodemaisalgunspoucosanos,seconsumarnum grande banquete a céu aberto onde todos, sem exceção, terão direito a sentar por meia hora à grandemesadoscomensais?Éomáximodeutopiaquenospermitimos porqueadeslocamospara um tempo fora do tempo ordinário, indeterminado, portanto. No presente distópico, porém, o natal se resume a uma ceia que acontece por volta da meianoite, que é a hora em que o acontecimento extraordináriodequefalamaslendasdeveriaacontecer. No plano terreno as famílias, os amigos, confraternizam. De preferência, em seus lares, mashácadavezmaisestímulosparaquetroquem o âmbito privado pelos espaços reservados nos restaurantes. É uma forma de festejar em família, mas estando em público. Conciliar contradições, aliás, é um dos mandamentos que costumam se cumprir nessa época. Em tempos de “selfie”, quando as redes sociais garantem altos índices de exibição de si, a festa em torno do peru do Natal pode voltar a ser privada, porque os “selfies” já a terão espalhado, em fração de segundos, pelos canais invisíveis daredemundial.Assim,apartirdeagora,nenhuma ceia natalina precisará ficar registrada apenas na lembrança, essa ferramenta de tão má reputação nos dias de hoje, quando um simples clique no dispositivo câmera do smartphone assegura nos mínimos detalhes o brilho da estrela do natal dependurada no topo da árvore de natal debruada de luzes bem junto às iguarias da ceia larga. O champanhe no balde de gelo também merecerá um clique bem de perto, juntamente com os presentes que serão trocados ao lado da árvore. Uma efígie de papai-noel talvez ilustreopapeldelgadocingindoospresentescom reluzentes fitas douradas. Com tão pouca prática nessa área, as gerações mais jovens preferirão provavelmente interagir com seus móbiles, que lhes asseguram elevados níveis de autoestima, inalcançáveis por meio de simples conversas informais, sempre difíceis, mesmo em família, quando se juntam duas ou mais gerações. Ao deparar com tantos jovens recolhidos a cadeiras e poltronas espalhadas ao largo, cada um manuseando ansiosamente os botões dos seus celulares, algum adulto poderá se perguntar se entrou na ceia de Natal errada. Mas, quem sabe, também adira, em seguida, à mesma ocupação. Afinal, é tempo de autoexposição, e o que todos fazem não pode estar errado... Nem conter enganos. São coisas que não combinam com o espírito de natal, cuja inocência inspirou o famoso conto de Dickens. Daqui a uma semana, porém, tudo isso – árvore de natal, ceia de natal, presentes de natal, conversas de natal – será varrido para o poço sem-fundo do olvido por um quarto espírito – cujo nome desconhecemos mas que é o provável sucessor daqueles imaginados por Dickens – o qual, num passe de mágica, fará tábua rasa do calendário. O que nos reservará o ano incipiente? Nem vale a pena indagar, pois nunca acertamos.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
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Novos tempos na cozinha cubana « TURISMO » Ventos da abertura política já sopram nos restaurantes das principais cidades turísticas que
já começam a explorar as potencialidades da culinária local para receber os turistas que visitam a ilha FOTOS: DIVULGAÇÃO
ANDREA RODRIGUEZ
Salário de cozinheiros está melhorando
Associated Press
H
avana (AE) - Com mais de três décadas de profissão, o chefe cubano e presidente da Federação de Associação Culinária, Eddy Fernández, já viu de tudo em uma cozinha: as épocas de escassez que aguçaram a inteligência para formar um menu, a perda de receitas tradicionais e os impulsos de globalização que ameaçam os pratos típicos a serem esquecidos pela moda dos hambúrgueres e batatas fritas. Mas os tempos estão mudando em Cuba, segundo Fernández, e tanto ele como seus colegas têm a pretensão de que os compatriotas e os visitantes redescubram a potencialidade no sabor da comida cubana, com uma fusão de tradições aborígines, africanas e europeias. “Neste momento creio que está havendo um resgate, uma recuperação da cozinha cubana tradicional”, explicou Fernández, para quem o pontapé inicial foi a abertura econômica que ampliou as licenças para os restaurantes privados e permitiu a criação de cooperativas no setor. Nos últimos dois anos e graças ao impulso da reforma econômica pelo governo, muitos “paladares” - como se denominam os restaurantes privados de todas as categorias povoaram a ilha. Os estabelecimentos variam desde elegantes espaços instalados em velhas mansões restauradas em Vedado Habanero - uma das regiões mais privilegiadas de Havana - e decoradas com obras de arte, até modestas cafeterias na costa das rotas. Enquanto isso, também foi permitido aos produtores rurais a venda direta de seus produtos aos restaurantes e ao comércio, o que incentivou a produção e solucionou a escassez crônica que provocou a extinção de muitos pratos tradicionais cubanos. “Em Cuba não se come somente arroz e feijão, como muitos creem”, disse Fernández, responsável por coordenar uma convenção de 120 chefes em outubro para trocar experiência e conselhos sobre como aproveitar os novos tempos. “A pessoa que vem a Cuba quer saber como vivem os cubanos, como dançam e o que comem”, afirmou o chefe. Somaram ao movimento de renovação milhões de compatriotas que começaram a fazer o uso dos novos - e reestruturados - restaurantes, agora disponíveis pa-
Prato típico encontrado hoje nos restaurantes de Havana é preparado com carne desfiada de frango, arroz e batata gratinada
ra todos os gostos e preços. A cozinha cubana foi muito atingida pela nacionalização dos restaurantes, cafeterias e lanchonetes na década de 60, que retirou o sentido de posse aos chefes e os desmotivaram. Os pratos vinham mal apresentados, as receitas não respeitavam os ingredientes ou trocavam por outros, os alimentos eram pouco frescos e os cardápios eram reduzidos em função da escassez de certos produtos. Com os anos se perderam o bacán, um prato tradicional feito com banana, o quimbombó com galinha, o arroz com galinha a la Chorrera, as frituras de malanga, o ajiaco crioulo (um cozido de vegetais com diversas carnes), a sobremesa de boniatillo ou os bolinhos de iúca. Os ingredientes para esses pratos não chegavam às vendas, assim como as frutas para o preparo não apareciam. As principais razões que afetavam a produção eram as travas burocráticas para os campesinos venderem aos restaurantes, as grandes cadeias de distribuição que faziam os produtos chegar pouco frescos ou até mesmo a falta de estímulos para cultivar frutas. As primeiras cafeterias que abriram no país preferiam cardápios de comidas rápidas, sem muitos ingredientes na elaboração.
Em Cuba não se come somente arroz e feijão, como muitos ainda acreditam” EDDY FERNÁNDEZ Presidente daFederação da Associação Culinária de Cuba
Cucuruchos, uma das especialidades vendidas até nas praias
Abertura ajuda a melhorar culinária dos restaurantes Em 2010, o presidente Raúl Castro iniciou uma lenta abertura a iniciativa privada em setores que poderiam ser mais eficientes, como nos serviços (salão de beleza, restaurantes, sapateiros e jardineiros). Para o Estado, ainda era reservado a responsabilidade de operação das grandes indústrias, na saúde e educação. Em reforma recente, o governo também começou a oferecer, em forma de aluguel, alguns
restaurantes estatais e espera que sejam formadas cooperativas para outros estabelecimentos. Em troca, implementou uma política tributária para cobrar impostos. “Penso que a cozinha cubana nunca esteve perdida”, disse o chefe Jorge Luis Bello, que trabalha para um albergue privado. “No passado, por um problema de recursos e falta de matérias primas, nem sempre se podia fazer os pratos típicos”, explicou.
O que devemos fazer é pegar essa cozinha cubana, estilizá-la e conduzi-la a uma tendência mais atual” LUIS BELLO Chefe de cozinha
Havana - Vários chefes cubanos consultados, destacaram uma melhora dos salários dos cozinheiros. Nos velhos restaurantes estatais os profissionais ganhavam 700 pesos cubanos (cerca de US$ 30) e mais algum adicional. Já nos restaurantes privados ou cooperativas conseguem uma média de 200 ou 300 CUC (a segunda moeda cubana, que é cotada um por um frente ao dólar). “Quando você está trabalhando 35 anos como chefe, você quer ter seu nome reconhecido e deixar algo para sua família”, disse Cipriano Cortina, que há um ano e meio abriu o restaurante Don Rey Del Marisco, no famoso balneário de Varadero. Mesmo que ainda ninguém tenha criado novos pratos ou impulsionado um novo movimento culinário, para cozinheiros como Cortina ou Bello neste primeiro estágio é o momento de aprimorar o produto oferecido aos clientes. “O que devemos fazer é pegar essa cozinha cubana, estilizá-la e conduzi-la a uma tendência mais atual”, acredita Bello. Neste sentido, explicou que não seria ruim diminuir a utilização de gordura - parte da influência espanhola - nas receitas, assim como a quantidade de açúcar e melhora na montagem dos pratos. Para Cortina, o mais importante é não perder “a variedade e esse sabor penetrante” na culinária cubana. O chefe do Don Rey del Marisco acredita que o uso da laranja azeda, a liberdade com o cominho e o alho, assim como as marinadas que podem durar horas devem permanecer intocados “no seu cubanismo”. Há algumas carências na ilha, alvo de um embargo desde os anos 1960, como por exemplo a falta de um mercado maior de produtos não agrícolas e a capacitação, que neste setor gastronômico se torna custoso. Os avanços são incipientes, comentaram os especialistas, mas esperam que o país já tenha tomado o caminho correto. “Creio que estamos em um bom momento, com a gastronomia em ascensão, mas acabamos de dar os primeiros passos”, sintetizou Fernández.
O exoesqueleto da esperança « TECNOLOGIA » Portadores de deficiência motora da Alemanha reaprendem a andar com auxílio de
uma armadura robótica que detecta impulsos nervosos nos músculos e os transforma em movimentos KLAUS DEUSE E MARIANA SANTOS Deutsche Welle
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erlim - O arquiteto Philipp von Glyczinski é um dos primeiros pacientes do Centro para Treinamento de Mobilidade Neuro-Robótica da clínica Bergmannsheil, da Universidade de Bochum, na Alemanha. Preso a uma cadeira de rodas há anos, desde que sofreu um acidente, ele agora reaprende a andar, passo a passo, com a ajuda de um exoesqueleto robótico. “Você não é simplesmente levado. Por meio de impulsos, você realmente anda sozinho. E volta a sentir algo que não sentia mais”, descreve o paciente de 35 anos. Um exoesqueleto robótico é uma espécie de armadura externa, que confere estabilidade ao
paciente. No caso do modelo usado por Glyczinski, ela é presa ao quadril e às pernas. Essa vestimenta robótica é equipada com vários sensores, que reconhecem impulsos nervosos que chegam até a pele. Por meio de pequenos motores, a vestimenta converte esses impulsos em movimento. “O cérebro envia um sinal, que chega aos músculos através do sistema nervoso. Em pacientes que não estão totalmente incapacitados, pequenos impulsos ainda podem ser encontrados nos músculos. E estes podem ser medidos na pele”, explica o professor Thomas Schildhauer, que coordena o projeto. “Esses sinais são amplificados no robô e movem os motores desse esqueleto externo.” O constante uso do exoesqueleto robótico, afirma Schildhauer, “parece reconstruir e ex-
pandir as funções musculares remanescentes, assim como estruturas cerebrais que não haviam sido usadas há algum tempo”. Padrões de movimentos, explica, são novamente aprendidos. “Aparentemente isso leva o paciente a reaprender antigos movimentos, fazendo com que ele seja capaz de andar novamente.” Equipamentos como o usado por Glyczinski podem oferecer novas oportunidades de movimentação não apenas a pessoas portadoras de paralisia, mas também a pacientes com problemas musculares causados por mal de Parkinson ou por algum acidente vascular. O interesse pelo desenvolvimento de tecnologias médicas tem crescido nos últimos anos. Só na Alemanha, o setor chega a faturar 21 bilhões de euros por ano. E o valor pro-
mete aumentar com a descoberta de novos produtos que visam melhorar a vida dos pacientes. Na empresa Cyberdyne Care Robotics, uma joint-venture alemã-japonesa que divulga o exoesqueleto, o grupo de trabalho é constituído por médicos, terapeutas e técnicos. Após uma série de testes na clínica universitária Bergmannsheil, a ideia é levar o robô ao mercado europeu. A fim de divulgar a nova tecnologia, a empresa planeja utilizar um modelo de arrendamento de equipamentos para clínicas e centros de reabilitação. E fazer uso da moderna tecnologia custa caro. Na Alemanha, um treino de duas horas com o equipamento chega a custar 500 euros. A empreitada é apoiada pela Neda, organização ligada ao Ministério japonês da Economia, Comér-
Em pacientes que não estão totalmente incapacitados, pequenos impulsos ainda podem ser encontrados nos músculos. E estes podem ser medidos na pele” THOMAS SCHILDHAUER Professor
cio e Indústria. Para introduzir a terapia nos hospitais europeus, a Neda disponibilizou à Cyberdyne Care Robotics 24 exoesqueletos robóticos que, juntos, valem 2,3 milhões de euros. A tecnologia desenvolvida pelo cientista Yoshiyuki Sankai foi batizada como Hybrid Assistive Limb (HAL). No Japão, os robôs são usados em 160 clínicas e centros de reabilitação. Para que eles possam ser usados também na Europa, foram necessários ajustes com relação ao design, para adaptação ao biotipo médio europeu. A escolha de Bochum e da clínica Bergmannsheil pelos japoneses não foi por acaso. Inserida no campus da Saúde da Universidade do Ruhr, a clínica oferece muitas oportunidades de cooperação tanto com instituto de pesquisas quanto com empresas privadas.
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Imunoterapia é destaque do ano « CÂNCER » Resultados preliminares de ensaio clínico com mais de 1,8 mil pacientes, portadores de
melanoma dão novo ânimo ao tratamento, segundo dados apresentados em congresso médico
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ão Paulo (AE) - O uso da imunoterapia contra o câncer foi escolhido como o maior avanço científico do ano pela revista Science, da Associação Americana para o Avanço da Ciência (Aaas). A estratégia, que consiste em fazer com que o sis-
tema imunológico dos pacientes reconheça e ataque células tumorais, deu provas concretas de que pode funcionar e tem potencial para revolucionar a Oncologia, de acordo com a publicação. O tema é pesquisado desde a década de 1980, com altos e baixos. Em
2013, porém, resultados preliminares de um grande ensaio clínico conduzido pela Bristol-Myers Squibb, com mais de 1,8 mil pacientes com melanoma (câncer de pele), deram uma nova injeção de ânimo no campo. De acordo com o anúncio,
22% dos pacientes tratados com uma droga imunoterápica desenvolvida pela empresa continuavam vivos após três anos de terapia, com resultados clínicos promissores. Os dados foram anunciados no Congresso Europeu de Câncer, em setembro. “O que mais
mudou neste ano foi que os clínicos passaram a aceitar que a imunoterapia pode funcionar. Foi mais uma mudança de visão do que racional”, disse o pesquisador José Alexandre Barbuto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. “Há muito tempo os imuno-
logistas já dizem que sim, mas os clínicos sempre diziam que não.” Em vez de atacar o tumor diretamente, a estratégia da imunoterapia é induzir o sistema imunológico do paciente a reconhecer células cancerígenas e atacálas - como faz com as bactérias.
« FITOTERÁPICOS »
Pesquisadores propõem uso integral do ginseng Uso medicinal pode tornar a exploração comercial um bom negócio para o Brasil NOÊMIA LOPES Agência Fapesp
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ão Paulo – Pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA/Unicamp), integrantes do grupo de pesquisa coordenado pela professora Maria Angela de Almeida Meireles, desenvolveram um extrato rico em ß-ecdisona – composto usado em fármacos fitoterápicos voltados ao tratamento de perda de memória – e em saponinas – substâncias com propriedades surfactantes, ou seja, capazes de influenciar a superfície de contato entre dois líquidos que não se misturam, dando origem a emulsões usadas, por sua vez, na fabricação de cosméticos e alimentos. O extrato foi obtido a partir de raízes do ginseng brasileiro (Pfaffia glomerata). Tanto o processo de obtenção quanto a aplicação do extrato como agente surfactante deram origem a um depósito de patente no INPI. Atualmente, de acordo com o pesquisador DiegoTresinari dos Santos – que teve bolsa de pós-doutorado da Fapesp e hoje está na Suíça, realizando estágio de pesquisa, também pela Fapesp, para complementação do estudo –, o ginseng brasileiro está na base de apenas um produto comercial, o Ginseng Brasileiro Herbarium 300mg, com cerca de 1% de ßecdisona em cada cápsula. Durante sua produção, uma grande quantidade da planta vira resíduo ou não é utilizada, uma vez que apenas as raízes são utilizadas e, mesmo nelas, a concentração de ß-ecdisona é bastante reduzida. Os pesquisadores da FEA/Unicamp viram na busca pelo aproveitamento integral das raízes e das partes aéreas da Pfaffia glomerata uma chance de explorar diferentes usos para os resíduos da fabricação do produto comercial, produzir extratos com maior teor de ß-ecdisona e avaliar o potencial de partes da planta que, hoje, não têm nenhum valor comercial. “A produção de um extrato como esse que já desenvolvemos e o uso das partes aéreas deixadas no campo durante a colheita das raízes – sobre o qual ainda nos debruçamos – podem contribuir significativamente para a viabilidade econômica de uma futura biorrefinaria para o aproveitamento da biomassa ginseng”, afirma Santos. O trabalho para chegar ao extrato começou com o estudo da extração de ß-ecdisona e saponinas das raízes do ginseng. Entre os métodos mais comuns para a extração desses compostos está a extração sólido-líquido – no qual substâncias na fase sólida passam para a fase líquida por simples contato durante certo período de tempo –
sob pressão ambiente. O diferencial do estudo da FEA/Unicamp foi colocar as raízes de ginseng secas e moídas em contato com diferentes solventes (água, etanol, isoproponol, acetato de etila e CO2) sob diferentes pressões (até 30 vezes maior do que a pressão ambiente). “Eu estudei processos com fluidos pressurizados e co-orientei a dissertação de mestrado de Renata Vardanega [também da FEA/Unicamp], que investigou processos com solventes em condições de pressão ambiente”, diz. Enquanto cada solvente passava pela matéria-prima por bombeamento constante, também foram empregadas ondas de ultra-som, outro diferencial da pesquisa. Para tanto, as raízes foram imersas em um banho ultrassônico. “Isso resultou em aumento na transferência de massa e na solubilidade dos compostos [ß-ecdisona e saponinas]. Com isso, ganhamos tempo e eficácia”, diz Santos. Em relação ao tempo, bus-
Isso pode contribuir significativamente para a viabilidade econômica de uma futura biorrefinaria” DIEGO TRESINARI Pesquisador
cando uma mesma quantidade de extrato e usando um mesmo solvente em condições de pressão ambiente, foi possível observar uma redução entre 10% e 15% na duração do procedimento quando as ondas ultrassônicas foram incluídas. Já sobre a eficácia, Santos afirma que “a simples adição de ondas ultrassônicas durante o processo de extração convencional representou um rendimento até 76,2% maior”. Estão em andamento etapas dedicadas à purificação – para o aumento da concentração do composto ou para a remoção de substâncias indesejáveis – e à encapsulação dos extratos – medida que propicia melhor aplicabilidade em alguns tipos de formulações industriais. Em seguida, foram estudados diferentes fins para o material remanescente após a obtenção dos extratos. De acordo com Santos, “há casos em que uma quantidade significativa de material vegetal permanece no leito de extração – aproximadamente 40% da quantidade inicial”. “O uso desses resíduos para algum fim comercial, portanto, seria oportuno.” Até o momento, três alternativas apresentaram resultados promissores: utilização como biossorvente de metais pesados, como fonte de açúcares para a produção de bioetanol e como combustível para a produção de bioeletricidade.
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O EX-DEPUTADO NEY LOPES DIZ QUE PRIVATIZAÇÃO NÃO É O MELHOR CAMINHO PARA ZPE • Página 7
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Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 22 de dezembro de 2013
Mexicanos esbarram na ‘ponte nova’ « COPA 2014 » Navio com mais de 3 mil turistas do México quer ancorar no Porto de Natal em junho do
próximo ano, mas altura da ponte Newton Navarro não permite e logística pode ser mais complicada JÚNIOR SANTOS
ROBERTO LUCENA MICHELLI PESSOA Repórteres
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altando seis meses para o início da Copa do Mundo 2014, o setor de hotelaria na capital potiguar já sente os efeitos do campeonato. Desde o sorteio das chaves da competição, os hotéis contabilizam inúmeros contatos e solicitações de reservas. Dos 37 hotéis credenciados e recomendados pela Fifa, dez já estão lotados no período de junho a julho. Os demais apresentam pouca disponibilidade de vagas para o mesmo período. Turistas que buscam navios como alternativa para hospedagem terão, no entanto, um desafio pela frente. A governadora Rosalba Ciarlini confirmou, durante discurso no Seminário Motores do Desenvolvimento, que um navio do México, com três mil torcedores, aportará na capital do Estado em junho. Apesar do anúncio, a viagem não está confirmada. Há um entrave na questão. O navio que transportará os torcedores tem 66,8 metros de altura, quase 12 a mais que o vão da Ponte Newton Navarro. A Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), que administra o porto de Natal, confirmou que os agentes aduaneiros do México entraram em contato para analisar a possibilidade de um navio desembarcar no Porto, no período dos jogos da Copa. Foi o primeiro contato com a Codern nesse sentido. Uma visita técnica também já foi realizada. Durante o encontro, o empecilho para a confirmação da viagem foi detectado. O navio responsável pela viagem é o Divina, da companhia italiana MSC. De porte imponente, a embarcação possui mais de 139 mil toneladas, capacidade para 3.502 passageiros e tripulação de 1.370 pessoas. Completa a arquitetura do navio uma altura de 66,8 metros. A imponência do gigante é uma desvantagem para o Porto de Natal. O problema é que, com essa estrutura, o navio não consegue passar embaixo da ponte. Para resolver a questão, uma solução já foi apontada. Segun-
O navio que transportará os torcedores do México tem 66,8 metros de altura, quase 12 a mais que o vão da Ponte Newton Navarro
Raio-x do navio O navio MSC Divina, que trará mexicanos a Natal, é mais alto que a Ponte Newton Navarro
dita que italianos e americanos também devem vir para Natal. “Eles vêm com muita frequência para cá, então devem entrar em contato conosco para estar na cidade durante os jogos”, esclareceu Terceiro de Melo.
Navios
CARACTERÍSTICAS DO NAVIO Ano de construção: 2012 Peso: 139.400 tons Comprimento: 333,30 m Largura: 37,92 m Altura: 66,80 m Andares: 18, incluindo 14 para hóspedes
Número de passageiros: 3.502 (em cabine dupla) Tripulação aproximada: 1.370 Número de cabines: 1.751, incluindo 45 para hóspedes com mobilidade reduzida Decks: 18, sendo 14 para hóspedes
Velocidade média: 18 nós Piscinas: 4, incluindo 1 com teto retrátil e 1 para o MSC Yacht Club. Também há 12 Banheiras Jacuzzis Elevadores: 26, incluindo 17 para hóspedes
Fonte: http://www.msccruzeiros.com.br/br_pt/Navios/Msc_divina/Infos.aspx
do uma fonte ouvida pela TRIBUNA DO NORTE, o navio Divina será atracado em um determinado ponto – nas proximidades do Forte dos Reis Magos – e 25 embarcações fariam o translado dos passageiros/torcedores até o desembarque no terminal de pas-
sageiros. A logística não está confirmada. A seleção mexicana joga em Natal no dia 13 de junho contra a seleção de Camarões. O mesmo tipo de mecanismo é usado, por exemplo, em Fernando de Noronha (PE). O arquipélago não possui porto. Os na-
vios ancoram nas proximidades da ilha e, a cada vinte minutos, uma embarcação de menor porte leva os passageiros para terra. O mesmo navio deverá fazer o roteiro das cidades que sediarão os jogos da seleção mexicana. O diretor presidente da Codern acre-
A Cordern espera, para esse período de férias, a chegada de 27 navios turísticos. A cada cinco dias, atracará um navio no Porto de Natal. O navio brasileiro Orient Queen II chega à cidade amanhã. Ainda em 2013, está programado a vinda do europeu Delphin e, em fevereiro, o também europeu, Seabourn Quest. Já o diretor da operadora de turismo Brazilian Cruise Representation (BCR), Milton Sanches, informou que os cruzeiros em operação farão 22 escalas em Natal até o dia 16 de abril de 2014, podendo ir a 28, porque estão em curso negociações para a contratação de mais dois navios pela BCR, única operadora do país a atuar em cruzeiros marítimos no Nordeste, com embarque e desembarque em Fortaleza (CE), João Pessoa, a partir do porto de Cabedelo (PB), Natal e Recife .
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Natal já tem hotéis lotados para a Copa
Terminal de passageiros fica pronto em março O novo terminal marítimo de passageiros do Porto de Natal está com 70% da obra concluída. Após três atrasos, a nova previsão de entrega é março de 2014, ou seja, após a temporada de alta dos cruzeiros marítimos, mas antes da Copa do Mundo. O local terá capacidade para receber três mil passageiros por hora e promete dar novo aspecto ao bairro da Ribeira. A última previsão, anunciada pelo presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo, em setembro passado, apontava que a entrega do equipamento de infraestrutura logística seria em dezembro. “Houve dificuldades em virtude do desmoronamento de estruturas antigas”, disse, à época, Terceiro de Melo durante entrevista coletiva. “Mas o terminal fica pronto a tempo de receber os navios em dezembro”, contou. Os atrasos foram justificados com o desmoronamento de estruturas antigas no local. Houve a reforma do antigo frigorífico ali existente e construção de dois anexos. Os espaços conterão recepção para turistas, mirante, balcões de atendimento, escritórios de órgãos públicos (Anvisa, Polícia Federal e Juizado de Menores), ambulatório, administração e restaurante para 1.500 pessoas que será aberto ao público geral. Finalizando toda parte estrutural da reforma, a Codern pretende dar outra cara ao bairro da Ribeira. De acordo com Pedro Terceiro já é possível ver o local mais iluminado e a presença de seguranças. “É uma obra muito importante para o Estado. E vai mudar o largo da rua Chile”, disse. Ainda segundo a Codern, com a abertura do novo terminal, haverá um fluxo de 32 mil turistas/ano – 15% a mais do registrado atualmente, em Natal. Com a nova demanda, surge a preocupada com o impacto no trânsito, principalmente, no entorno do cais do porto de Natal. Não existe definições quanto a possíveis mudanças. No entanto, a Codern já apresentou sugestões de adequação para a saída e entrada de veículos no porto pela avenida Hidelbrando de Góis. O estudo ainda está em debate junto à secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob).
O terminal marítimo de passageiros do Porto é uma obra muito importante para o Estado. E vai mudar o largo da rua Chile” PEDRO TERCEIRO DE MELO Presidente da Codern
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
economia « ARTIGOS »
Negócios &Finanças
O que nos falta é ciência e tenência
LUIZ ANTÔNIO FELIPE [ laf@tribunadonorte.com.br]
TOMISLAV R. FEMENICK Mestre em Economia e Contador
Especulação não vingou A não ser as ações especulativas e sem reação dos governos, a decisão do Banco Central americano, o Federal Reserve (Fed), em reduzir estímulos em US$ 10 bilhões a partir de janeiro, não mudaria em nada a economia mundial. A própria autoridade monetária anunciou a manutenção da taxa básica de juros entre zero e 0,25% ao ano, mais um motivo para a economia não cair na tentação de subir ou descer bruscamente os juros, o câmbio ou qualquer outra ação. Só resta ao governo brasileiro segurar os ataques especulativos com as ferramentas disponíveis. O Brasil ainda tem no consumo doméstico um dos pilares do seu desenvolvimento.
Ameaça Se os financiamentos do Minha Casa Minha Vida estão fazendo a diferença no PIB, maiores ainda são os financiamentos acima dessa faixa de renda. Com base nesses dados, ampliando para todo o País, o estouro de uma “bolha imobiliária” no primeiro trimestre de 2014 é uma grande ameaça, segundo a opinião de alguns economistas.
Riqueza (I)
A cidade de Fortaleza lidera a geração de riquezas no Nordeste. Segundo o IBGE, em 2011, a capital respondeu por 7,56% de tudo o que foi produzido na região. Existe uma concentração de sua economia no setor de serviços - intermediação financeira, comércio e administração pública. Fortaleza tem um PIB de aproximadamente R$ 42 bilhões. Na sequência, Salvador (R$ 38,82 bi e 6,99% de participação) e Recife (R$ 33,15 bilhões (5,97%).
Riqueza (II)
Os cearenses estão rindo à toa. Depois de Pernambuco que recebeu grandes investimentos no governo do presidente Lula (refinaria, estaleiro e fábrica da Fiat), agora a presidenta Dilma Roussef confirma os grandes investimentos no Ceará, entre os quais, a refinaria Premium II, da Petrobras. O Rio Grande do Norte não tem um empreendimento de porte do Governo Federal, com obras em andamento.
Inovação O Sebrae RN, e o CNPq continuam com inscrições aber-
tas para o Programa ALI – Agente Local de Inovação para Natal, Assu, Caicó, Currais Novos, Mossoró, Santa Cruz, Pau dos Ferros e Nova Cruz. São oferecidas 40 vagas, com inscrições até 8 de janeiro. Para participar, o candidato deve entrar no site: www.egaion.com.br Banner “SEBRAE” > Link “Seleção SEBRAE/RN– ALI”.
Concessões no NE Toda a rodovia BR 163, em Mato Grosso, leiloada na última segunda-feira, tem que ser duplicada até o final do quinto ano da concessão. São em média, 200 km por ano de obras de suplicação, uma extensão bastante significativa. Dos 847,2 quilômetros da concessão, 806,3
quilômetros são de pistas simples que terão que ser duplicadas. A previsão do governo é que sejam investidos cerca de R$ 5,69 bilhões, ao longo dos 30 anos de concessão. Esse é um modelo que deveria ser adotado no Nordeste na duplicação de dezenas de estradas federais.
Mapas A Secretaria Municipal de Turismo vai distribuir 200
mil mapas de Natal que serão confeccionados em convênio realizado com a Abrasel/RN e também os restaurantes associados à entidade. A Seturde vai distribuir 50 mil mapas no “Natal em Natal” que estão em andamento até 6 de janeiro de 2014 e 150 mil no período da Copa 2014. A construtora Capuche encerra o ano de 2013 com a entrega de 397 unidades dos seus empreendimentos , o que representa mais de um apartamento entregue por dia em 12 meses. A Capuche vem investindo em tecnologias para otimizar o tempo de obra o que tem resultado no cumprimento do cronograma. Hoje, são sete obras em fase de conclusão.
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Outras construtoras estão entregando empreendimentos elevando a oferta de produtos acabados. Já existe no mercado um grande número de apartamentos prontos à espera de clientes. As construtora e incorporadoras aproveitam o fim de ano para oferecer uma diversificada promoção que vai de descontos, mobiliário e até viagens.
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A construtora Moura Dubeux investe na construção do seu primeiro empreendimento em Ponta Negra. O Aurea Guedes, com duas torres residenciais, fica em frente ao estádio do ABC, na Rota do Sol. O edifício, que está em fase de prélançamento, é a nova aposta da empresa na região. A construtora disponibilizou um espaço no local para os clientes.
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Troca A Cosern continua oferecendo bônus aos interessados em substituir as lâmpadas incandescentes e fluorescentes compactas por lâmpadas LED. Os consumuidores podem comparecer as lojas do Armazém Pará da Antônio Basílio ou da Eng. Roberto Freire. O projeto é realizado pelo Programa de Eficiência Energética. Para adquirir as lâmpadas LED por R$ 15,00 (cada) o consumidor deve levar a última conta de energia paga e até 5 lâmpadas usadas, que podem ser incandescentes. Nicho A CCE, maior fabricante de eletrônicos de origem nacional, abre uma nova unidade de negócios para fabricação de lâmpadas de LED com foco no mercado corporativo. A nova divisão da empresa passa a produzir um portfólio completo de lâmpadas tubulares e luminárias de LED de alta eficiência energética e durabilidade. O anúncio da CCE no mercado de lâmpadas LED ocorre após um ano da aquisição da empresa pela Lenovo. Opções O empresário Paulo Gallindo, da Fogo & Chama, lança as
promoções para comemorações de fim de ano na steak house. A ceia de Natal, no dia 24 sai por apenas R$ 99 e o “Révellion a Bordo”, no dia 31, por R$ 250. Já o restaurante francês La Brasserie de La Mer, abre a temporada de reservas para a Ceia de Natal, dia 24 próximo. As reservas são limitadas e custam R$ 150 (adulto) e R$ 50 (criança).
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esde a década de 1990 que o Brasil está situado entre as dez ou quinze maiores economia do planeta, mas não conseguimos entrar no seleto clube das potencias do primeiro mundo. Estamos quase chegando lá, sem nunca chegar. Sempre ficamos da fila do gargarejo. A pergunta inevitável é: O que acontece e qual é causa? Talvez a resposta esteja nas notícias divulgadas recentemente, que colocam o Brasil entre as nações com menor qualidade de ensino e menor índice de produção científica e registro de patentes de novas descobertas. Então o que nos falta? Obstinação para buscar e ciência para alicerçar o nosso desenvolvimento. Sem ciência não há como chegarmos ao céu do primeiro mundo. Somente para confirma essa afirmação, convido os leitores para um passeio pela história do nascimento da ciência. Os primeiros estudos científicos foram desenvolvidos pelos filósofos que se dedicavam à filosofia da natureza. A história aponta
os gregos e chineses como os precursores desses estudos. Podemos dizer que o ponto de partida foi dado quando Leucipo de Mileto (460-380 a.C.) e Demócrito de Abdera (cerca de 460-370 a.C.) desenvolveram a teoria de que todas as matérias são compostas por átomos, cujas propriedades seriam: forma, tamanho, impenetrabilidade e movimento. Até então a opinião predominante era que as matérias eram compostas de terra, água, fogo e ar. Quatro pensadores gregos deram a base para a separação entre o “raciocínio simplesmente lógico” e o “raciocínio lógico ordenado”. Tale de Mileto (624-548 a.C.) exclui os deuses da origem da natureza, Pitágoras (580-507 a.C.) concebeu a relação matemática como base das coisas, Parmênides (515-540 a.C.) criou a lógica formal (alicerçada no princípio da não contradição, segundo o qual o “ser” é e o “não-ser” não é) e Demócrito (460-370 a.C.) formulou a teoria sobre a constituição da matéria. Eles geraram o embrião da ciência atual. Os chineses da antiguidade adotavam a ideia de cinco elemen-
Então o que nos falta? Obstinação para buscar e ciência para alicerçar o nosso desenvolvimento” tos básicos: terra, água, fogo (em comum com os gregos), metal e madeira. Essa teoria foi sistematizada pelo filósofo, historiador, político, naturalista, geógrafo e astrólogo Zou Yan, ou Tsou Yen (305-240 a.C.), tido como o fundador de todo o pensamento científico chinês. Das especulações teoréticas, os gregos e chineses migraram para o uso prático. Na Grécia as descobertas foram o relógio de água, as máquinas movidas com força motriz hidráulica ou de ar comprimido. No campo das ciências naturais, as pesquisas se expandiram pela astronomia, geografia, zoologia, botânica e medicina etc.
Na China antiga os estudos teóricos eram voltados para conceituações morais (confucionismo, taoismo etc.), porém a ação era principalmente voltada para a exploração do mundo natural. As pesquisas no campo da física e da química resultaram na invenção da pólvora, do balão de ar quente e da bússola magnética. Os estudos sobre mecânica levam à construção da besta e do sismógrafo. Na medicina testaram o tratamento da malária. Também, estudaram e fizeram aplicação prática com elementos de engenharia hidráulica, botânica e astronomia. Outros povos da antiguidade também enveredaram nos estudos das ciências. Na Mesopotâmia e no Egito houve importantes estudos no campo da engenharia de construção, medicina, matemática e astronomia. Por que não aprendemos com a história? Se quisermos entrar no maravilhoso mundo dos países desenvolvidos há que se melhorar o ensino em todos os níveis, fazer pesquisas e criar condições concretas para uma ciência verde-amarela, sem xenofobismo.
Água, pra que te quero? FRANCISCO DE SALES MATOS (advogado, membro da ALEJURN)
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proveitando o espaço que me é generosamente conferido neste prestimoso meio de comunicação tenho procurado trazer à lume, no limite das minhas limitações, temas que sempre me aguçaram o espírito e que sinto necessidade de democratizá-los. Desta feita, trago à reflexão o tema “Água”, na sua perspectiva jurídica, econômica, social e política, uma vez que sempre debitei boa parte dos problemas que a envolvem ao direito de propriedade historicamente imperante no nosso sistema social. Posso assegurar, porém, que o tema que tanto me fascina e me preocupa simultaneamente, deita raízes desde os tempos de criança quando era obrigado a colhê-las nas nascentes, transportando-as para uso doméstico, mas aí sem o dicernimento da sua dimensão do juízo de valor ora manifestado. Porém, nas presentes reflexões, antes de adentrar no tema da dominialidade das águas, entendo de bom alvitre tecer algumas considerações sobre a imprecindibilidade desse precioso líquido na nossa existência de um modo geral. É importante registrar, sorvendo as lições da professora Helita Barreira Custódio (USP/SP)
que a água constitui componente líquido essencial para a sustentação da vida em todos os seus aspectos e o desenvolvimento. É um bem valioso, indispensável tanto à vida, como a todas as atividades humanas, em todas as épocas. Registre-se, ainda, que 97% das águas do planeta integram os oceanos, os 3% restantes participam de maneira desigual dos ciclos biológicos; mais de 2/3 da água não oceânica encontram-se, efetivamente, em forma de gelo polar e o restante em rios, lagos, poços, fontes, etc. Ainda, aduz a doutrina científica que no mundo dos seres vivos a presença da água é imprescindível. O corpo humano contém de 60 a 70% de água, alguns frutos e legumes chegam a 90%. Na química inorgânica, a água é o dissolvente mais importante e serve, por isso, também em todo ser vivo, ao transporte de substâncias, como na corrente sanguínea, por exemplo. Uma perda de água de 10 a 15% significa morte. Portanto, incontáveis os benefícios que nos trazem a água, nesse sentido a sua falta repercute de forma imediata nas atividades vitais. Enfim, segundo a OMS 80% de todas as doenças do mundo estão associadas à água, o que leva à dedução de que há estreita relação entre a falta de água saudável e as doenças que ocasionam óbitos.
Deduzimos que há estreita relação entre a falta de água saudável e as doenças que ocasionam óbitos” O quadro ilustrativo acima tem o propósito de demonstrar que a propriedade das águas, apesar de receber do ordenamento jurídico pátrio tratamento especial, regra geral a sua apropriação continua de fato essencialmente privada. Enquanto bens predispostos a atenderem ao interesse público, como alerta o jurista José Afonso da Silva, isso jamais poderia ocorrer, porquanto não existem mais no direito brasileiro águas privadas. À luz da Constituição de 1988 o domínio das águas passou a pertencer à União, quanto aos lagos, rios e quaisquer correntes de águas em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países ou se estendam a territórios estrangeiros ou dele provenham (art. 20, III), e aos Estados, quanto às águas superficiais
ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei as decorrentes de obras da União (art. 26, I). É de se esclarecer, todavia, que apesar de não haver mais que se falar em águas particulares, ao indivíduo não é vedado apropriar-se de parcela de água. Mas, o lado triste da história é que essa liberalidade vem sendo utilizada em desfavor da sociedade de um modo geral, porque esse pensamento privatista, aliada à falta de vontade política de enfrentar tal adversidade, resulta num caldo de cultura que propicia o mau uso das águas, ensejando a sua poluição, inviabilizando-a para o consumo humano, sem se descurar da forma lesiva que atenta contra a saúde pública. Nossos córregos continuam a ser contaminados, inclusive os que nos abastecem; a poluição das águas por esgotos domésticos continuam a ser uma triste realidade. Urge, então, que nos guiemos por um novo pensamento, uma nova proposta que resulte em práticas jurídicas mais firmes e determinadas capazes de alterar o status quo ante. Que testemunhe o nosso pensamento o velho Potengi, que agoniza, lastimavelmente. Se assim o é, reflitamos: água pra que te quero?
Novos passos para o sucesso em 2014 SEMIO TIMENI SEGUNDO Mestre em administração, consultor e coach
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ste artigo começou há quinze dias com a primeira parte publicada aqui nesta Tribuna. Fala dos passos necessários para você sair do desejo para a conquista. Não desejar que o ano novo seja melhor e sim mudar para que você seja alguém melhor no ano novo! E o que é ser alguém melhor? Aí depende, quem define é a própria pessoa. A referência de sucesso é algo que vem de dentro, pois o que é sucesso para mim pode não ser para você, concorda? O convite foi refletir nestes dias de dezembro sobre o que você deseja para sua vida pessoal, profissional, social e espiritual. Definir o que é sucesso nestas dimensões serve para direcionar suas ações que podem lhe levar à felicidade. Muitas vezes não é o destino o mais importante, mas o caminho, a estrada, a rota, que leva você até lá. A verdade é que qualquer caminho é cheio de tédio, desculpas e dificuldades. Por isto, e lembrando que escrever é fun-
damental, convido você a, uma vez definido o que deseja para cada uma das quatro dimensões da sua vida, criar recompensas no meio do caminho para se premiar. Permita-me dar um exemplo meu. Estou morando nos EUA neste último ano, estudando MBA em empreendedorismo. Minha meta, pois, para cada trimestre, era passar com nota “A” em cada matéria. Ao final de cada trimestre, uma recompensa. Minha meta de longo prazo? Concluir o MBA, algo muito desejado. Metas de curto prazo? Concluir a matéria, com nota A, a cada trimestre. E para cada trimestre, um prêmio! Estas metas de curto prazo podemaindaseremdivididasemmetas diárias, semanais e mensais. Confesso que um livro de 600 páginas me assusta, mas se eu estou focado na minha conquista futura e compreendo minha responsabilidade em alcançar minhas metas, basta ter a consciência que 10 páginas por dia são o suficientes parameusucesso,eaindamesobram osfinsdesemana!Contudo,seempurrar com a barriga e não ler as 10páginashoje,amanhãserão20... 30... E aí fica tudo mais difícil, doí-
Quando você começar a traçar metas para 2014, com um planejamento mensal, prepare-se para a necessidade de ajustes” do e não faz bem pra mim. Fazer algo diariamente também me ajuda a não desistir. Isto mesmo, estou falando de criar uma rotina! Não sei você, mas me ensinaram que esta palavra é ruim: rotina. Descobri, com o tempo, que criar rotinas é fantástico e desconfio que quem inventou essa fofoca de que rotina é ruim foi um procrastinador! A verdade é que não conheço nenhuma história de sucesso que não venha acompanhada de rotina! Jogador de sucesso? Horas de treino! Grande empresário? Pa-
drão comportamental de planejamento e execução. Uma grande mãe? Rotina! Sabe a palavra rota, sinônimo de caminho, lá de cima? Pois é, são irmãs: rotina e rota derivam de rupta, palavra que vem do latim. A partir do momento que você começar a traçar metas para 2014, com um planejamento mensal, dividido em ações diárias ou semanais, prepare-se para a necessidade inerente a qualquer outra ação humana: os ajustes. Adaptação às questões imprevistas será sempre importante, e isto afasta a lenda de que rotina é ruim, pois o novo sempre estará presente em nossas vidas, concorda? Reflita sobre suas aspirações para 2014. Anote-as em um caderno, colocando detalhes, números, tempo para alcança-las. Compartilhe com quem você ama. Divida-as em ações menores. Crie rotinas. Recompensese. Experimente-se. Desafie-se nos primeiros 90 dias e veja o resultado. Pois como já ensinava o filósofo Aristóteles, “você é o que você repetidamente faz. Excelência não é um evento - é um hábito”. Pense nisso. Bom trabalho. Sucesso. E feliz ano novo!
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
economia
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Natal e Pipa estão à espera da Copa « HOTÉIS » A Fifa credenciou 36 estabelecimentos para receber hóspedes durante o mundial de futebol em
2014. Alguns desses estabelecimentos já fazem reservas. As diárias, em parte dos hotéis, já custam o dobro
JUNIOR SANTOS
á cerca de dois meses, a empresa Match – Serviço de Eventos Ltda, responsável pela operacionalização do escritório de acomodação da Copa do Mundo da Fifa - entrou em contato com a direção dos hotéis. Foi feito o credenciamento de 36 estabelecimentos em Natal e um em Pipa. Os hotéis escolhidos pela empresa estampam, na recepção, uma placa indicando que o local é recomendando pela organização da Copa. A partir daí, houve o bloqueio de boa parte dos leitos. Devido à procura, os preços sofreram aumentos que, em alguns casos, superam 100%. A gerente do Imirá Plaza Hotel, Tatiane Drago, explicou que a Match tem prazo até março do próximo ano para confirmar quantas vagas reservadas serão utilizadas. “A empresa fez o bloqueio de uma parte dos quartos. Estamos aguardando a definição de quantos serão confirmados”, disse. Antes disso, em janeiro, será possível, de acordo com a gerente, fazer reserva no hotel sem a necessidade de intermediação da Match. “Em janeiro, vamos abrir para reservas para o período da Copa. Nem todos os quartos estão bloqueados para a Fifa”, acrescentou Drago. O Imirá, localizado na Via Costeira, possui 166 apartamentos. Outros hotéis se anteciparam e já confirmaram a reserva de alguns torcedores. É o caso do hotel Caminho do Mar, em Ponta Negra. O gerente de hospedagem do local, David Ferreira, contabilizava, na última terçafeira, 27 reservas confirmadas de turistas oriundos de cinco países cujas seleções irão jogar na capital do Rio Grande do Norte. Das 27 confirmações, a maioria é de turistas/torcedores japoneses. “Não recebi reserva dos países africanos e do Uruguai. No entanto, estão confirmados hóspedes do Japão, Estados Unidos e países europeus”, disse o gerente. Além de Uruguai, Japão e Estados Unidos, irão jogar em Natal as seleções de Gana, Camarões, Itália, México e Grécia. David Ferreira explicou que o Caminho do Mar fez uma parceria com um site especializado em oferecer reservas de hotéis em todo o mundo. Representantes do site estiveram em Natal onde ministraram uma palestra para os colaboradores. “Eles nos deram orientação de como proceder nesse tipo de reserva e explicaram como funcionou o mercado durante a Copa de 2010, na África”, disse.
H
Reajuste
Entre as orientações repassadas, estava a referente ao percentual de reajuste nos preços das diárias. Atualmente, a diária no hotel – classificado como de duas estrelas – custa por
Praia de Ponta Negra, em Natal: Escolha da cidade como uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo, em 2014, gera expectativa de aquecimento no turismo JOANA LIMA
David Ferreira: Turistas estrangeiros já fazem reservas
Não recebi reserva dos países africanos e do Uruguai. No entanto, estão confirmados hóspedes do Japão” DAVID FERREIRA Gerente de hotel
volta de R$ 100,00. Uma reserva para o período da Copa do Mundo não sai por menos de R$ 150,00. “Não vamos aumentar muito. O reajuste será compatível com o mercado”, disse. O mesmo discurso é utilizado pelo funcionário do Hotel Morro do Careca, Gustavo Carvalho. O hotel de três estrelas está localizado nas proximidades da duna mais conhecida da cidade. O estabelecimento está na lista dos 37 hotéis selecionados pela Fifa.
“Não haverá reajuste abusivo. Se aumentarmos demais, vai espantar os hóspedes”, disse Carvalho. O funcionário acrescentou que não há reservas confirmadas para o período da Copa, mas alguns japoneses e italianos realizam pesquisas na unidade. A diária no hotel, no período de alta estação, custa a partir de R$ 180,00. Gustavo Carvalho garante que esse será o valor praticado em junho e julho do próximo ano. No entanto, no site da Fifa, o hotel está disponível com preço de, no mínimo R$ 369,00, ou seja, aumento superior a 100%. “Nós não sabíamos desse valor. Esse é um preço praticado pela Match. Conosco, o torcedor pagará mais barato”, explicou. Ainda no site da Fifa, é possível verificar a disponibilidade de hotéis com diárias que variam entre R$ 276,00 e R$ 1.068,00. No caso do Imirá, onde o valor da diária em alta estação sai por volta de R$ 400,00, o valor inicial está fixado em R$ 591,00. JUNIOR SANTOS
Pesquisa aponta satisfação no turismo O visitante que chegar à Natal no período da Copa do Mundo vai encontrar, entre outros atrativos, as belezas naturais, clima agradável e comerciantes satisfeitos com o trabalho. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis no Rio Grande do Norte (ABIH-RN), divulgada na última quinta-feira, aponta que bugueiros e comerciantes do setor de artesanato estão satisfeitos com as atividades. Segundo a pesquisa, 91,67% dos bugueiros e 77% dos artesões estão satisfeitos com a profissão. O mesmo estudo apontou que o turismo na capital potiguar vive um momento satisfatório. Mais de 97% dos turistas que visitam a cidade ficam satisfeitos com a viagem e a maioria pretende retornar à Natal em outra ocasião. Além de aprovar a cidade, o visitante indica o destino aos amigos e familiares que pretendem viajar. Em outra parte da pesquisa, foram os profissionais da área de turismo os entrevistados. A ABIH-RN quer saber, por exemplo, o grau de satisfação em ser bugueiro, as principais reclama-
Vamos comprar algumas lembranças para levar de volta para casa. O Natal em Natal vai ser divertido e com muitos presentes” GILDA CARVALHO Turista
ções que os turistas fazem no dia a dia sobre a cidade do Natal e quais os principais problemas enfrentados pelos profissionais. As mesmas perguntas foram direcionadas aos comerciantes do setor de artesanato. De maneira geral, ambas categorias estão satisfeitas com a profissão. É o caso da artesã Midiam Fagundes, 44 anos, que faz arte com areia colorida em gar-
Turistas em Natal O que pensam os visitantes sobre a cidade Pesquisa realizada entre os dias 20 e 25 de novembro. Foram entrevistadas 300 pessoas. O erro máximo permissível é de 3,4% e a confiabilidade é de 95% Preços cobrados em restaurantes. Em comparação com outras cidades Muito mais alto 7,32% Mais alto 27,53% Igual 57,84% Mais baixo 6,62% Muito mais baixo 0,35% Não sabe 0,35%
Qualidade do hotel Ruim 033%
Satisfação com a viagem Regular 8,67%
Ótima 34% Boa 57%
Talvez 4,33%
Não sabe 1,33
Não 3,67%
Sim 90,67%
Indicação de amigos Agência de viagem 16,3% Veio outra vez e quis repetir 15,7% Propaganda sobre a cidade 15,3% Outros motivos 15,3% Fonte: Consult Pesquisa
Deveria ter vindo mesmo a Natal 97,67% Deveria ter viajado à outra cidade 2% Não sabe 0,33%
Gostaria de voltar a Natal?
Por quê escolheu Natal?
Tatiane Drago, gerente-geral de hotel em Natal: Parte dos leitos reservado para atender à Copa
rafas. Ela trabalha num dos centros de artesanato localizado às margens do mar da Praia do Meio. Na mesma profissão há mais de trinta anos, Midiam diz que sente-se feliz com sua função. “Gosto bastante. A gente conhece muitas pessoas. É divertido”, explica. Quanto ao movimento de turistas, ela conta que tem esperanças das vendas aumentarem. “Está bom, mas pode melhorar. Até o fim do ano, vai aparecer mais gente”, diz. Na tarde da última sextafeira, entre os corredores do centro comercial, alguns turistas escolhiam as lembranças da viagem. Um exemplo era a família do turista Aldenir Cunha. O grupo de 27 pessoas (mineiros, tocantinenses e brasilienses) vai ficar em Natal até às vésperas do reveillon. “Hoje o dia foi reservado para conhecer o artesanato. Estou gostando dos preços. Achei barato”, disse. “Vamos comprar algumas lembranças para levar de volta para casa. O Natal em Natal vai ser divertido e com muitos presentes”, completou Gilda Carvalho, esposa de Aldenir.
44%
Indicaria Natal a amigos ou familiares? Talvez Não sabe 0,33% 0,33% Não 1%
Sim 98,33%
Quem é o responsável por fazer Natal uma cidade melhor? Todos 38,7% Prefeitura 23,3% Empresários do setor de turismo 21,3% Governo do Estado 14,3% Não sabe 7,3%
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
economia
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
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Abrindo a porteira
LUIZ ANTÔNIO FELIPE [ laf@tribunadonorte.com.br]
Cai a importação de lácteos Em novembro, o Brasil importou 11,4 mil toneladas em produtos lácteos, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Na comparação com outubro, o volume importado foi 14,5% menor. Frente ao mesmo período do ano passado (novembro/12), quando foram importadas 20,6 mil toneladas, houve redução de 44,6%. Comparando o valor gasto com as importações mês a mês, houve queda de 24,9% em novembro, ficando em US$44,5 milhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a redução foi de 36,3%. O produto mais importado foi o leite em pó. Foram 4,7 mil toneladas em novembro, totalizando US$22,3 milhões.
Inflação O leite longa vida aumenta 22% no ano e é destaque
em inflação de alimentos, segundo dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), divulgados pelo IBGE. O índice sofreu uma inflação de 8,5% neste ano, puxado por itens básicos, como o leite longa vida e o pão francês.
Dívida
A diretoria da Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc) está lamentando a falta de compromisso do Governo do Estado em não repassar os R$ 230 mil da Festa do Boi 2013, para custeio das atividades do ano inteiro do Parque de Exposições Aristófanes Fernandes. O resultado é uma crise financeira sem precedentes que levou a Cosern a cortar a energia do parque, com débito de R$ 100 mil.
Castanha
O preço do quilo da castanha está se mantendo em torno de R$ 1,50. Para a castanha selecionada, de tamanho maior, o mercado estaria pagando até R$ 2,20 na região Oeste potiguar. Sem as chuvas do começo do ano, a escassez da castanha no campo desabasteceu as industrias beneficiadoras forçando algumas a fechar as portas ou reduzir as atividades.
Lagarta já ameaça metade das lavouras do País
« NEGÓCIOS »
Licença dos bombeiros poderá ser automática DA AGÊNCIA SEBRAE
« AGRICULTURA » A lagarta helicoverpa armigera
colocou Mato Grosso do Sul, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Piauí em estado de emergência
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orocaba (AE) - A praga da lagarta helicoverpa armigera já ameaça mais da metade das áreas de produção agrícola do País. O Mato Grosso do Sul acaba de se juntar a outros Estados em emergência fitossanitária devido aos ataques da helicoverpa. Nacionalmente, a praga já causou prejuízos superiores a R$ 2 bilhões nesta safra. A declaração de emergência do Mato Grosso do Sul, assinada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, foi publicada na quintafeira, 19, no Diário Oficial da União. Os outros Estados que já estão com a praga instalada em condições de alta infestação são Ba-
hia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Piauí. Entre os Estados com produção agrícola expressiva, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins ainda não tiveram a decretação de emergência, mas registram surtos da lagarta. A praga atingiu também o sul do Pará e lavouras do oeste maranhense. A helicoverpa armigera é exótica e foi considerada oficialmente uma nova praga nas lavouras brasileiras em março deste ano. A espécie é mais voraz e prolífera que outras lagartas, atacando quase todo tipo de plantação. Os piores ataques ocorrem em lavouras de milho, soja e algodão.
A decretação de emergência fitossanitária permite que os Estados adotem práticas de manejo previstas na Portaria 1109, de 6 de novembro, que prevê manejo excepcional para o controle da praga. A medida permite o uso controlado de produtos químicos ainda não autorizados para as lavouras brasileiras, desde que não impliquem em riscos ao meio ambiente e à saúde pública. Outras medidas são o vazio sanitário - período sem lavouras -, a adoção de áreas de refúgio e a destruição dos restos culturais. O impacto dos ataques da lagarta na safra de verão plantada recentemente ainda não foi estimado. DIVULGAÇÃO
Armazém A Conab acaba de inaugurar um polo de armazenamento de milho no Piauí, no município de Luzilândia, no norte do Estado. O objetivo da ação é fortalecer a operação especial do Programa Vendas em Balcão, que comercializa milho a preço subsidiado para criadores afetados pela seca. O novo polo tem capacidade para 527 toneladas e deve receber, ainda este ano, 520 toneladas de milho.
Meio ambiente Entre janeiro e novembro, mais de 37 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas foram destinadas ao local ambientalmente correto no Brasil. A quantidade ultrapassa em 9% o total alcançado no ano anterior. O balanço é do Instituto Na-
cional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), que cordena o Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas). O Rio Grande do Norte destinou 62 toneladas em 2012 e 67 toneladas em 2013, um avanço de 7%.
Chuvas Na última quinta-feira e também na sexta, choveu em
várias partes do Nordeste, inclusive, no Rio Grande do Norte. Mesmo assim, os meteorologistas afirmam que não é o inicio do inverno no semiárido nordestino. O preço da carcaça casada bovina comercializada no atacado da Grande São Paulo está no maior patamar nominal de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2001. Desde o dia 11 de dezembro, a cotação média da carcaça vem registrando consecutivos recordes – nessa quarta-feira, 18, fechou a R$ 7,74/kg, forte elevação de 8,5% no acumulado do mês. Também em alta, o Indicador ESALQ/BM&FBo vespa do boi gordo fechou em R$ 114,01 na última quarta-feira.
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As vendas de fertilizantes no país cresceram 5,2% até novembro e totalizaram 2,849 milhões de toneladas. No mês o aumento é de 2,2% sobre o mesmo mês de 2012, de acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). No acumulado do ano, as vendas (entregas ao consumidor final) foram de 29,130 milhões de toneladas. Em todo o ano passado, foram comercializadas 29,537 milhões de toneladas, um recorde que será ultrapassado pelo desempenho em 2013.
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Publicado no Diário Oficial da União a sanção pela presidente Dilma Rousseff do projeto criando a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Terá a competência de contratação de empresas para qualificar e ampliar os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural. A articulação entre a Assistência Técnica e Extensão Rural e a pesquisa agropecuária promoverá o aumento da produtividade e da renda dos agricultores familiares, além de facilitar o acesso às políticas públicas.
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Margarina A BRF (Sadia/Perdigão) inaugura uma fábrica de margarinas em Pernambuco, com um investimento de R$ 150 milhões. A unidade produzirá cerca de oito mil toneladas/mês das marcas Qualy, Deline e Claybom. A maior e mais moderna fábrica de margarinas do grupo está localizada em Vitória de Santo Antão. O Nordeste consome cerca de 30% do total de margarina produzida no Brasil. Lácteos A proposta do governo de readequação do sistema de acúmulo de créditos de PIS/Cofins para o setor lácteo foi chancelada em reunião no Ministério da Fazenda, com representantes da Subcomissão do Leite e da Comissão de Agricultura da Câmara. A proposta, aprovada por indústrias pequenas, médias e grandes, com ou sem aproveitamento, e cooperativas, sugere isonomia para a monetização e redução da alíquota de 60% para 40% para os créditos futuros. Uma parcela de 10% desse valor deve ser investida em programas de melhoria de qualidade e produtividade, conforme proposto no relatório da Subleite, aprovado pela Câmara.
Plantações de soja estão entre as atingidas pela praga, que já causou prejuízos superiores a R$ 2 bi
Praga tem resistido a inseticidas O que torna a Helicoverpa armigera uma praga importante e severa é o fato de possuir alta mobilidade, polifagia e alta taxa de reprodução, diz o pesquisador Ivan Cruz, do Núcleo de Pesquisa em Fitossanidade da Embrapa Milho e Sorgo (Sete LagoasMG). “Um problema agravante ao manejo da praga tem sido também o desenvolvimento da resistência aos inseticidas, fato já documentado na literatura”, acrescenta o pesquisador. Uma das características que tornam essa lagarta ainda mais severa é seu ciclo de vida, que é em torno de um mês, o que permite a existência de várias gerações anuais e contínuas, especialmente nas áreas mais quentes.
A Helicoverpa armigera é muito próxima de uma espécie mais comum e já conhecida pela maioria dos agricultores, a lagarta-da-espiga, ou Helicoverpa zea. Não se sabe ao certo como ela entrou no Brasil. A hipótese mais provável é que tenha sido em flores ou plantas ornamentais. Mas o fato é que a praga agora está no país e pode causar danos a mais de 30 culturas, incluindo: soja, laranja, algodão, quiabo, cebola, melão, morango, batata doce, alface, tomate, maçã, feijão, batata e milho, entre outras. Segundo o pesquisador Ivan Cruz, as diferenças entre essa espécie e a lagarta-da-espiga são muito sutis. “Não são facilmente separadas visualmente. As di-
ferenças estão na genitália das duas espécies”, diz. De acordo com ele, a Helicoverpa armigera é muito severa em países da Ásia, África e Austrália e tem como hospedeiros as seguintes culturas: milho, soja, algodão, sorgo granífero, painço, girassol, cereais de inverno (trigo, aveia, cevada e triticale), linhaça, grãode-bico, feijão e culturas hortícolas, como cerejas, tomate, pepino e frutas cítricas. Os ovos da Helicoverpa armigera são geralmente postos sobre o “cabelo” do milho, assim como a espécie H. zea. “Ao eclodir, as larvas consomem os grãos em desenvolvimento. Também são comuns as infecções bacterianas secundárias”, alerta Cruz.
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rasília - Os bombeiros estaduais poderão conceder, automaticamente, o alvará de funcionamento para as micro e pequenas empresas que oferecem baixo risco. Sebrae, Secretaria da Micro e Pequena Empresa e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça assinam na terça-feira (17), um acordo de cooperação técnica para simplificar, racionalizar e uniformizar os procedimentos dos bombeiros na liberação de licença de funcionamento dos pequenos negócios. O acordo prevê a criação de um aplicativo destinado à inserção automática do conteúdo informacional pelos órgãos e entidades públicas envolvidos no licenciamento de atividades no que se refere aos requisitos de segurança e prevenção contra incêndio e pânico. Também assegura a criação de um modelo padrão para atender à demanda de orientações de cada etapa do processo de registro e legalização do Microempreendedor Individual (MEI) e respectivas exigências, inclusive conteúdo depois do início das atividades. Essa é mais uma etapa para implantar a Resolução nº 29 de dezembro de 2012, que recomenda as diretrizes do processo de licenciamento ao Corpo de Bombeiros de todos os estados. Quando a nova medida começar a funcionar, o próprio empreendedor fornecerá as informações e declarações necessárias para a concessão do licenciamento de atividades de baixo risco. Não será exigida a apresentação do projeto técnico de prevenção contra incêndios e pânico e esses dados poderão ser encaminhados, inclusive, pela internet.
Objetivo
O objetivo é reduzir o tempo de concessão do alvará e, com isso, ajudar a desburocratizar a abertura das empresas. A decisão é uma iniciativa do Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim) e foi formulada por um grupo de trabalho composto por bombeiros das cinco regiões brasileiras. Para a resolução ser colocada em prática é preciso que todas as unidades federativas siga a recomendação. Atualmente, cada estado tem uma norma e um tempo diferente para conceder o licenciamento de abertura de empresa. Quando for implementada em todo o país, essa resolução vai integrar definitivamente os bombeiros à Redesim e irá simplificar e padronizar os procedimentos. A nova medida também pressupõe que o licenciamento não será dado automaticamente às pessoas que quiserem montar empresas no ramo de extração de petróleo e gás natural, fabricação de pólvoras, de explosivos, de detonantes, de artigos pirotécnicos e de fósforos de segurança. Também terão que passar pela vistoria e pela autorização do Corpo de Bombeiros os empreendedores que desejarem abrir uma loja que venda fogos de artifício e artigos pirotécnicos. Outra exigência para a liberação da vistoria é que o imóvel não ultrapasse 750 m², que não tenha mais de três andares, estacionamento no subsolo e lotação superior a cem pessoas. Além disso, também será necessária a emissão do licenciamento para as empresas que armazenarem mais de 250 litros de inflamáveis ou 90 quilos de gás liquefeito de petróleo (GLP). Já os imóveis com área construída de até 200 m² e com saída direta para a via pública poderão ser dispensados de vistoria.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
economia
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»ENTREVISTA » NEY LOPES DE SOUZA EX-DEPUTADO FEDERAL
FOTOS: EMANUEL AMARAL
ANDRIELLE MENDES Repórter
ex-deputado federal Ney Lopes de Souza é contra o processo de privatização da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Macaíba espécie de condomínio industrial criado para abrigar empresas exportadoras com regime fiscal, cambial e tributário diferenciados. O processo está em andamento e foi considerado pelo governo a única forma de tirar a ZPE, idealizada ainda na década de 80, do papel. A razão, segundo Ney Lopes, é simples. “As ZPEs, na experiência internacional, não apresentaram grande capacidade de crescimento dos benefícios econômicos e sociais por elas gerados”, observa. Ney defende um outro modelo não só para Macaíba, como também para a região metropolitana e afirma, nessa entrevista, que a licitação da ZPE de Macaíba deveria ser investigada.
O
O senhor defende que o Estado transforme suas duas Zonas de Processamento da Exportação (ZPEs) - a de Açu e a de Macaíba - em uma Área de Livre Comércio que englobe outros municípios. Ainda dá para fazer isso?
Realmente, a ideia defendida há anos, com vários discursos e debates inseridos nos Anais da Câmara dos Deputados, seria a incorporação das ZPEs de Macaíba e Açu a uma “área de livre comércio”, ao lado do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que abrangeria outros municípios da Grande Natal. É um crime a exclusão de Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, bem como de Extremoz, Ceará Mirim e outros municípios. Esse modelo de ampliação de ZPES ocorreu em Roraima, com a “Área de Livre Comércio de Boa Vista – ALCBV”, que agregou os municípios de Boa Vista e Bonfim, onde existiam ZPES isoladas. Se ZPE e “área de livre comércio” são a mesma coisa, por que Roraima fez questão de transformá-las em ALC? Outra providência simultânea seria o governo do RN criar “núcleos regionais” de apoio à ALC potiguar nas regiões do agreste, sertão, litorânea, salineira, Seridó, Oeste. Quais seriam os trâmites e o que o Rio Grande do Norte ganharia com essa mudança?
O trâmite dependeria de lei federal. Como deputado federal, por seis legislaturas e com o objetivo de ajudar a viabilizar economicamente o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, defendi a criação de um polo turístico e exportador na “Grande Natal”, com geração aproximada de mais de 50 mil empregos, diretos e indiretos, movimentação de renda e aumento de arrecadação de impostos (ICMS, ISS e outros). Vi experiências semelhantes nos tigres asiáticos e em vários países. Escrevi artigos e publiquei livros sobre o assunto. Dizia que o RN precisava sair na frente – com imaginação e criatividade – dos outros estados, em razão de suas condições geográficas de maior fronteira marítima e aérea na América Latina e, agora, dispondo de um aeroporto na frente da Europa, África, condição que não existe em nenhum outro local do país.
“Privatizar a ZPE não é o melhor caminho” « MACAÍBA » O ex-deputado Ney Lopes analisa os projetos de Zona de Processamento de Exportações do Rio Grande do Norte e opina que o mais correto seria o governo assumir a estrutura e não privatizar
Privatização pode ocorrer para administrar o espaço físico da área, no que diz respeito à segurança interna, manutenção, conservação de acessos etc. Nunca para comercializar o acesso de indústrias”
Qual a principal diferença entre os dois modelos?
Criar uma ALC ao invés de ZPE teria sido mais vantajoso para o estado?
As ZPEs adquiriram certa popularidade nas décadas de 70/80, em economias fechadas, com “reserva de mercado”. Não se pode negar o mérito do deputado Henrique Alves, que em 1988 lutou pela criação da ZPE de Macaíba. Naquela época, consideravam-se vantajosos os processos produtivos que contassem com matérias-primas e bens intermediários estrangeiros, cuja entrada era proibida ou difi-
cultada no mercado interno. Era este o maior atrativo do conceito de plataformas de exportação (ZPE), baseado na expectativa de menores custos e maior conteúdo tecnológico. Hoje não é mais assim. As “áreas de livre comércio” expandiram-se a partir da década de 90 para substituir o modelo vigente de ZPE´s, que na experiência internacional não apresentaram grande capacidade de crescimento dos benefícios econômicos e sociais por elas gerados. As áreas de livre comércio, ao contrário da ZPE, são mais abrangentes, agrupam vários municípios e agregam várias cadeias produtivas. Esse modelo foi seguido na China, Índia, vários países africanos, Oriente Médio, Austrália, países do Leste Europeu (Rússia, Ucrânia e Polônia), Estados Unidos, México, Peru, entre outros.
Me compete sugerir que o Ministério Público, Receita Federal, o Tribunal de Contas esclareçam pontos obscuros nessa privatização”
As áreas de livre comércio, além de beneficiarem maior número de municípios, têm a segurança jurídica de estabilidade dos incentivos, vez que estabelecidos em uma lei que só será alterada por decisão do Congresso Nacional. Outra diferença importante é que o modelo da área de livre comércio, ao contrário da ZPE, não permite controle por parte de grupos, que manipulem os incentivos, de forma “indireta”. Prevalece a competição generalizada. Haveria vantagens para as empresas do RN, que poderiam ter incentivos especiais e serem fornecedoras das unidades industriais locais, além de se expandirem dentro da área de livre comércio/RN. Teriam, ainda a oportunidade de participar na atividade exportadora sem ter que enfrentar as dificuldades de “garimpar” clientes no exterior, gastando muito dinheiro e tendo que negociar em contextos (e idiomas) estrangeiros. As duas ZPEs do RN foram criadas, por decreto presidencial, em 2010, mas até agora pouca coisa avançou. Onde estaria o nó?
A ZPE de Macaíba foi criada,
por decreto do presidente Sarney, em 1988. Depois veio a de Açu. Há alguns fatores que explicam, mas não convencem. O sul do país é contra qualquer polo exportador no nordeste. Deseja acabar até com a zona franca de Manaus. A questão é que os governantes estaduais não acreditaram nesse mecanismo, salvo o Ceará que avançou muito. O RN recebeu duas “bênçãos” divinas, que, se aproveitadas, dariam muitos empregos e oportunidades: as reservas de petróleo e gás natural (as maiores em terra do país) e a posição geográfica privilegiada no Caribe e América Latina, a mais próxima da Europa e África. Perdemos o petróleo e estamos perto de perder o aproveitamento econômico da posição de fronteira aérea e marítima para implantarmos um polo exportador e turístico. O Ceará, com mérito próprio, reagiu, esbravejou e conseguiu a refinaria de petróleo “Premium II” que está em plena construção e com data prevista de 2017 para ser inaugurada. Além disso, dispõe das obras do Aeroporto Internacional Pinto Martins de Fortaleza (será maior do que o “Aeroporto de São Gonçalo do Amarante”) quase concluídas e o Terminal Marítimo de Mucuripe, que se transformará num polo exportador de manufaturados, que seria a vocação natural do RN, através da sua área de livre comércio. Como o senhor enxerga o processo de privatização da ZPE de Macaíba?
Devo esclarecer que falo em tese e sou favorável a privatizações, em áreas que onerem o estado. Acredito que um polo exportador, como o de Macaíba, pelo fato de liberar incentivos, isenções e recursos públicos, não deve ser privatizado. Não é que seja proibido. Apenas, não é conveniente ao interesse público. Há espaços econômicos que não podem ser privatizados. Uma empresa privada somente se interessa pela administração, caso tenha lucro. Ninguém vem para o RN para perder dinheiro. O em-
Ì QUEM Ney Lopes de Souza é ex-deputado federal, jornalista, advogado e professor titular de “Direito Constitucional” da Universidade Federal do RN (UFRN)
CARREIRA Foi procurador federal; deputado federal durante seis legislaturas; vice-prefeito de Natal; primeiro suplente de Senador, no período de 1982/1991; presidente do Parlamento Latino-Americano (2002-2006), órgão internacional de representação parlamentar da América Latina e Caribe; fundador (2006) da Assembleia Parlamentar Euro-Latino Americana, órgão permanente vinculado ao Parlamento Europeu; procurador Geral Parlamentar da Câmara dos Deputados; presidente da Comissão de Constituição, Justiça e redação final; presidente da Comissão de Ciências, Tecnologia e Informática; presidente da Comissão Mista (deputados e senadores), que aprovou a histórica MP de criação do Plano Real (1995); presidente da Comissão Mista Parlamentar do MERCOSUL; líder em exercício do PFL; presidente do Instituto Tancredo Neves, instituição de estudos políticos do então Partido da Frente Liberal. Na Câmara dos Deputados foi o autor da proposta do “crédito educativo” (1995 - hoje FIES), do remédio genérico e do pagamento de “royalties” aos proprietários de terras produtoras de petróleo e gás no país.
presário irá vender isenções de impostos, incentivos, liberação de áreas físicas, tudo pertencente ao poder público. Imagine que ideia essa!!! Esse papel deve ser do estado. É óbvio que será praticamente impossível, se o processo não for revisto, evitar as influências diretas e indiretas na concessão dos benefícios, favorecendo uns e prejudicando outros; ou favorecendo o capital externo, em prejuízo dos nacionais. Privatização numa ZPE ou ALC pode ocorrer para administrar o espaço físico da área, no que diz respeito à segurança interna, manutenção, conservação de acessos etc. Nunca para comercializar o acesso de indústrias, nacionais ou internacionais, através da concessão de isenções e incentivos. A política de Desenvolvimento Produtivo, Industrial Tecnológica e de Comércio Exterior precisa está nas mãos do governo. O governo não pode deixar de ser o agente moderador, em razão da concessão de regime fiscal, cambial e tributário diferenciados, que envolvem vultosos incentivos e isenções fiscais. O correto é que o governo implante a infraestrutura, o arruamento até a construção dos galpões. No Acre o governo agiu assim. O senhor comenta que “é curioso o fato de apenas “uma” empresa ter apresentado proposta no recente processo de licitação (????)”. Há alguma suspeita sobre o fato dela ter sido a única a apresentar proposta?
Se a ZPE é o caminho correto e mais atraente, ao invés da área de livre comércio, modelo usado globalmente, por que outras empresas não se interessaram na concorrência, já que existe ao lado um aeroporto da dimensão do de São Gonçalo do Amarante? Não me cabe acusar ninguém. Porém me compete sugerir que o Ministério Público, Receita Federal, o Tribunal de Contas e órgãos competentes esclareçam pontos obscuros nessa privatização e, se for o caso, seja realizada uma nova licitação, com mudanças no edital. No mínimo, tudo que aconteceu é muito estranho! Tratando-se de comércio internacional pergunta-se sobre a possibilidade da infiltração de “testas de ferro” do capital estrangeiro, que indiretamente manejariam as isenções e incentivos, concedidos a esse tipo de plataforma exportadora. Se o prazo para concluir a primeira fase está exíguo seria o caso de pleitear uma prorrogação ao governo federal, considerando as dificuldades econômicas que rondam o país. O que de curioso o senhor viu nesse processo?
O curioso é que apenas “uma” empresa apresentou proposta na privatização, justamente do ramo imobiliário, administração de imóveis e construção civil. Bom recordar que para justificar a privatização propagouse, que haveria empresários nacionais e estrangeiros interessados em aportar recurso na ZPE de Macaíba. Onde estão esses empresários? Repito que falo em tese. Não conheço a empresa vencedora, portanto não seria leviano para acusá-la. Digo que é preciso ter cuidado porque será uma empresa privada que irá administrar, direta ou indiretamente, milhões e milhões de dólares no comércio interno e externo, sob a forma de oferta de isenções e incentivos, inclusive de ICMS. O capital e o lucro não podem ser fiscais de si próprios, por mais idôneas que sejam as pessoas. O estado não pode abrir mão de administrar, com rigor, as isenções e incentivos tributários. Eu estou apenas fazendo uma advertência, acerca de um procedimento estranho, misterioso ocorrido na privatização da ZPE de Macaíba. Se as explicações convencerem, tudo bem. Do contrário, a lei terá que agir.
economia Agricultores familiares têm certificação orgânica
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« PESQUISA »
Grandes varejistas vão investir R$ 7,8 bi em 2014 A maior parte será direcionada à abertura de lojas. Também há planos de reformas
« GRAMOREZINHO » Certificações foram concedidas a 11 agricultores e dão a eles sinal verde para participarem de feirinhas públicas
O
nze agricultores familiares vinculados ao “Projeto Amigo Verde Gramorezinho” receberam, na última quinta-feira, do Ministério da Agricultura, a certificação orgânica que atesta a implantação e manutenção de práticas agroecológicas, seguindo as exigências da Lei Federal 10.831/03, que dispõe sobre agricultura orgânica no país. A previsão é que em fevereiro de 2014 mais dez agricultores familiares conquistem a certificação. A certificação representa a conquista de uma meta do “Projeto Amigo Verde Gramorezinho”, que está sendo realizado pela Associação dos Amigos dos Moradores Sítio Gramoré e Adjacências (AMIGs), com a parceria técnica da Emater, Sebrae, Idiarn, UFRN, Ufersa e Semurb, patrocínio da Petrobras e supervisão geral do Ministério Público do Rio Grande do Norte. O projeto busca a certificação para 120 produtores familiares. Muitos já implantaram a prática recomendada, mas o Ministério da Agricultura exige não só a implantação, como também a comprovação da manutenção continuada da agricultura orgânica.
ALEX REGIS
A agricultura orgânica exige eliminação completa de agrotóxicos e de produtos químicos
Feiras
Apenas os agricultores certificados participarão das feirinhas abertas ao público e que acontecem na sede do Ministério Público Estadual, em Candelária (quinzenalmente nas quartas-feiras) e na sede da Semurb (semanalmente nas quintasfeiras). As feirinhas passarão a ser chamadas de Feirinhas de Hortaliças Orgânicas do Projeto Amigo Verde Gramorezinho.
Uma hortaliça só pode ser qualificada como orgânica se o seu produtor possuir o certificado do Ministério da Agricultura ou se apresentar o Selo Orgânico do produto, que é concedido por uma empresa de auditoria específica, também autorizada pelo Ministério da Agricultura. A agricultura orgânica é considerada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como
determinante para se garantir a segurança alimentar da população, formar cinturões verdes urbanos e assegurar a sustentabilidade ambiental, social e econômica da atividade. O Governo Federal tem incentivado a agricultura orgânica no país. Todavia, a produção de hortaliças orgânicas torna-se um grande desafio porque exige a eliminação completa de agrotóxicos e de produtos químicos.
S
ão Paulo (AE) - Grandes redes varejistas planejam investir R$ 7,8 bilhões em 2014, a maior parte para abertura de lojas (58,1%) e reforma das existentes (13%), revela pesquisa do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), que reúne 46 grandes empresas do setor, entre revendas de artigos de vestuário, eletroeletrônicos, materiais de construção e supermercados. Em 2012, o investimento foi um pouco menor: R$ 6,1 bilhões, mas para um universo de 38 empresas. De 2013 para 2014, mais de mil lojas serão inauguradas, praticamente a mesma quantidade de novos pontos de venda acrescidos de 2012 para 2013. Também o número de trabalhadores contratados deve crescer nestas redes varejistas, de 596 mil em 2013 para 631 mil no ano que vem, com a abertura de 35 mil vagas “O varejo ainda cresce bem para um período de transição. Há muito espaço para expandir e se consolidar em novos formatos de lojas”, diz Marcos Gouvêa, consultor do IDV e sócio da GS&MD. A Lojas Riachuelo, por exemplo, acaba de inaugurar
uma loja de 1 200 m² na rua Oscar Freire, um dos pontos mais sofisticados do comércio do País. O ponto tem menos da metade da metragem de uma loja padrão da rede e, nas primeiras semanas de funcionamento, atingiu venda por cliente 50% maior do que a média da empresa, conta o presidente da Lojas Riachuelo e do IDV, Flávio Rocha. Animado com o desempenho, Rocha diz que planeja mais duas lojas compactas. Uma delas com 1.400 m², localizada na esquina da Avenida Paulista com a Rua Haddock Lobo, que será aberta em março do ano que vem. A outra será no Rio de Janeiro, em Ipanema, cujo ponto está em fase de negociação. O Magazine Luiza é outra rede varejista que está em busca de novos pontos de venda para expandir a sua atuação. Nesta quarta-feira, 18, a empresa informou, por meio de comunicado, que arrematou por R$ 10,9 milhões 15 pontos de venda da Via Varejo. Depois da fusão entre Casas Bahia e Ponto Frio, a autoridade de defesa da concorrência determinou que a empresa vendesse estes pontos para evitar concentração de mercado. Treze dos quinze pontos de venda estão localizados no Estado de São Paulo e dois em Minas Gerais. Com esse negócio, o Magazine Luiza amplia de 744 para 759 lojas no País.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
MINISTRO Fernando Pimentel fala que a indústria está diante do desafio da competitividade • PÁGINA 7
Motores
DO DESENVOLVIMENTO DO RN
BÁSICA E PROFISSIONAL
Em busca de parceria para o desenvolvimento A indústria do RN está diante de um grande desafio: produzir com maior competitividade, superando a falta de mão de obra qualificada e infraestrutura de logística. Mesmo com dificuldades, há o otimismo: o setor está de mãos dadas para ajudar a alavancar a economia do Estado
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Pró-Sertão quer criar 300 pequenas confecções na região Seridó • PÁGINA 14
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Energia limpa e novo aeroporto são promessas de desenvolvimento • PÁGINA 10
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Faltam investimentos em estrutura logística para escoar produção • PÁGINA 6
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especial
Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
EDITORIAL
INDÚSTRIA: ENFRENTANDO OS DESAFIOS
» FUTURO O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, foi um dos palestrantes do 19º Seminário do Projeto Motores do Desenvolvimento do RN, que reuniu lideranças políticas, empresários e especialistas , no último dia 16. PÁGINA 3
‘Made in RN’
Programa leva empregos ao interior do Estado O programa quer abrir 300 facções – pequenas confecções – até 2017 no Seridó. Hoje, oito empresas estão com máquinas e agulhas em velocidade de produção de 3,5 mil peças ao dia para grandes grupos de confecções. PÁGINA 14
Fiern aposta no ‘Mais RN’ para crescimento do setor Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte acaba de completar 60 anos e lança estudo que quer traçar um perfil e planejar ações que possam garantir a sustentabilidade do setor para os próximos 20 anos. PÁGINAS 18 e 19
» EXPORTAÇÕES Entre os produtos fabricados no RN e exportados se destacam a confeitaria, mineração, tecidos e o sal. O camarão retorna, depois de período no mercado interno. PÁGINA 12
A décima nona edição do projeto “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte” debate um dos temas mais atuais da economia: “Oportunidades e desafios da indústria”. O seminário trouxe a Natal o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e o presidente da CNI, Robson de Andrade que falaram dos desafios que o setor enfrenta para superar a falta de infraestrutura de logística, mão de obra qualificada e competitividade com setores de outros países. As projeções para o ano de 2014 se desenham de forma mais promissora para a indústria potiguar. A realização da Copa do Mundo, obras estruturantes, melhoria na oferta de infraestrutura a partir da operação do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante e obras do Porto trazem a expectativa de retomada de fôlego. O seminário que debateu o tema foi realizado na última segundafeira, dia 16, no auditório Albano Franco, da Fiern. Na programação, ocorreu um talk show com o tema “Histórias de sucesso: como sair de uma micro à uma grande indústria”. O encontro, que encerrou o evento, contou com a participação de Flávio Rocha (presidente da Riachuelo), Antônio Leite Jales (diretor da SterBom), Francisco Vilmar Pereira (diretor da Vipetro), Pedro Alcântara (diretor do grupo 3 Corações) e Antônio Thiago Gadelha Simas (diretor da Candy Pop). O projeto “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, que teve início em 2008, é um compromisso da TRIBUNA DO NORTE com o público leitor. O projeto já é um marco na história do jornalismo potiguar, ao passo que se transformou em uma importante fonte de informações e de conhecimentos sobre a realidade de nosso Estado. Trata-se de uma oportunidade ímpar de se pensar o Rio Grande do Norte no rumo do desenvolvimento. E nesse contexto é importante destacar a parceria de sucesso construída entre a TRIBUNA DO NORTE, Salamanca Capital Investments, UFRN, Sistema FECOMERCIO/RN e Sistema FIERN.
EXPEDIENTE Diretor de Redação: Carlos Peixoto
Gerente Comercial: Eliane Rocha
Gerente de Marketing: Ricélia Santiago
Edição: Cledivânia Pereira
Textos: Sara Vasconcelos
Fotos: Alex Régis/Arquivo TN
Projeto gráfico e diagramação: Carlos Bezerra
Infografia: Bob Calazans
Revisão: Cássia Maria
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especial
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Seminário debate os rumos da indústria no RN Empresários, empreendedores e administradores participaram do 19º Seminário do Projeto Motores do Desenvolvimento do RN, que discutiu a indústria do Estado Seminário Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte realizou no último dia 16 de dezembro a sua 19ª edição e abordou a temática “Oportunidades e desafios da indústria: 60 anos da Fiern”. O projeto, que começou a ser executado em 2008 já abordou temas como Infraestrutura, Energia, Turismo, Comércio e Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, Copa de Futebol de 2014, Transportes e Mobilidade, Pesca e Aquicultura e Educação Básica e Profissional e Sustentabilidade. O Projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte é realizado pela TRIBUNA DO NORTE, Salamanca Capital Investments, Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Sistema Fecomércio/RN, Assembleia Legislativa e com apoio do BNDES e patrocínio do Sebrae e a Prefeitura do Natal. O seminário da última segunda-feira (16), contou com a participação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel; presidente da CNI, Robson de Andrade; ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves; presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves. Os debates foram mediados por autoridades locais como o presidente da Fiern, Amaro Sales, e inovou na realização do talkshow com o tema “Histórias de Sucesso: como sair de uma micro a uma grande indústria”, mediado pela jornalista Margot Ferreira. O encontro, que encerrou o evento, contou com a participação de Flávio Rocha (presidente da Riachuelo), Antônio Leite Jales (diretor da SterBom), Francisco Vilmar Pereira (diretor da Vipetro), Pedro Alcântara (diretor do grupo 3 Corações) e Antônio Thiago Gadelha Simas (diretor da Candy Pop). Tornar a indústria local mais competitiva e sustentável é um dos grandes desafios para o Rio Grande do Norte e passar pelo enfrentamento de entraves históricos como as deficiências de infraestrutura, o chamado Custo Brasil e a ainda baixa qualificação da mão de obra. O processo de privatização da infraestrutura foi considerado pelo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, como o ponto chave para atribuir competitividade à indústria brasileira e puxar, na esteira do desenvolvimento, a economia do país. “Brasil: as perspectivas para 2014” foi o tema da palestra do ministro Fernando Pimentel, na abertura do Seminário Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Os investimentos virão dos projetos de concessão à iniciativa privada para implantação e exploração de infraestrutura logística nos modais aéreo, rodoviário e aquaviário que buscam reverter o déficit histórico do país nesse quesito.”Há uma constru-
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“Oportunidades e desafios da indústria: 60 anos da Fiern” foi o tema do debate da 19ª edição do projeto, que começou a ser executado em 2008
ÂNGELA PAIVA
MARCELO QUEIROZ
REITORA UFRN
PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO
“A UFRN e Fiern foram criadas na mesma década. Hoje, temos uma formação acadêmica acompanhada de uma educação empreendedora. Há uma parceria para formação das pessoas bem como a fomentação do conhecimento com pesquisas aplicadas, por exemplo”
“Este seminário encerra 2013 de forma singular, delineando novos horizontes para a indústria potiguar. Passamos um ano de dificuldades, mesmo assim, conseguimos crescer. A relação entre comércio e indústria deve ser uma via de mão dupla, onde todos ganham”
GARIBALDI FILHO
ZECA MELO
MINISTRO DA PREVIDÊNCIA
SUPERINTENDENTE DO SEBRAE
“Não temos do que nos envergonhar, mas não suportamos mais a discriminação e desprezo desse Estado que nasceu para ser rico. Não podemos ser eternamente o Estado do futuro, precisamos ser o Estado do presente”
“Temos a oportunidade de ouvir histórias de sucesso que, em comum, há o fato dos empresários começarem pequenos. O Sebrae participa para discutir as potencialidades do Estado”
ROSALBA CIARLINI
HENRIQUE EDUARDO
GOVERNADORA DO RN
PRESIDENTE DA CÂMARA FEDERAL
“Precisamos de maturidade, estarmos unidos. A política tem que ser maior. Nós passamos, mas o RN fica. E quero que ele fique melhor para meus filhos e netos”
Para sermos o Estado do presente, falta a boa política, amadurecida, racional. Política não emocional. Não a radical. Falta a política responsável
ção de um consenso competitividade se desenha como valor da sociedade brasileira tanto quanto a estabilidade e controle da inflação. Queremos ter uma indústria moderna e dinâmica”, observou Pimentel. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, ressaltou que o baixo volume de investimentos, associado à alta carga tributária (peso dos impostos) e a burocracia, tem reduzido a competitividade da indústria nacional e local e emperrado o desempenho da economia, que no ano passado cresceu 2,5%. “Eu diria que a burocracia nos mata, nos aleija”, desabafou. Braga alertou para o fato de só o Nordeste ter uma carteira de projetos estruturantes avaliados em R$ 70 bilhões, que se desenvolvidos poderiam elevar em 30% a competitividade da Região, que é a que mais cresce no país, mas ainda está distante do Sudeste e do Sul, em termos de participação no Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas. As projeções para o ano de 2014 se desenham de forma mais promissora para a indústria potiguar. A realização da Copa do Mundo, obras estruturantes, melhoria na oferta de infraestrutura a partir da operação do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante e obras do Porto traz a a expectativa de retomada de fôlego, na análise do presidente da Fiern, Amaro Sales. Para direcionar o crescimento, a definição do perfil da indústria no Estado e de uma política industrial integrada com o plano de desenvolvimento econômico do Estado são pontos que começam a ser contemplados. Feito a quatro mãos, pela Fiern e Governo do Estado, o programa servirá
Ì O QUE Seminário Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte
QUANDO A 19ª edição ocorreu no último dia 16 no auditório da Casa da Indústria - FIERN
como um norteador para novos investimentos a longo prazo. “O mapeamento de oportunidades permitirá traçar a política industrial para os próximos 20 anos que fortaleça a indústria já existente e permite a atração de novas”, afirmou. O setor gera 33 mil empregos diretos e responde por cerca de 40% da arrecadação de ICMS do Estado. A elaboração dessa política começa a ser ensaiada com integração entre empresários, gestores públicos e academia. Ângela Paiva, reitora da UFRN, destacou a relevância do debate e o elo entre indústria e universidade proporcionado pela ação da Fiern. “Há uma parceria para formação das pessoas bem como a fomentação do conhecimento com pesquisas aplicadas, por exemplo”, disse. O presidente do Sistema Fecomércio, Marcelo Queiroz, anunciou que o comércio potiguar deve fechar o ano com um crescimento de 9% neste ano e deverá puxar o setor secundário. “A relação entre comércio e indústria deve ser uma via de mão dupla, onde to-
dos ganham”, afirmou. Outra possibilidade se abre para o Estado com a privatização da Zona de Processamento para Exportação (ZPE) de Macaíba, cujo processo foi deflagrado na última semana, como lembrou p presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves e poderá oportunizar R$ 30 milhões em investimentos. Em seu discurso ele destacou o potencial do Estado em sal, a mineração, energia eólica e os investimentos que estão sendo realizados para a abertura de novos mercados, como a construção do novo porto de Natal e o aeroporto de São Gonçalo do Amarante. E chamou a atenção uma maior união da classe política potiguar como via para o desenvolvimento do estado. “Não queremos mais ser o estado das promessas, devemos fazer uma política mais amadurecida, mais racional para que as próximas gerações não passem pelas aflições que estamos passando”, pediu Alves. O ministro Garibaldi Alves foi enfático ao afirmar que o Rio Grande do Norte perdeu, nos últimos anos, investimentos importantes e criticou o que chamou de “discriminação e desprezo” que o Estado sofre. Como forma de incentivar a criação de novos empregos e investimento de indústrias, a governadora Rosalba Ciarlini informou uma renúncia fiscal de R$ 273 milhões até novembro passado. “Renúncia fiscal é sinônimo de mais investimento. Estamos trocando impostos por empregos”, explicou a governadora Rosalba Ciarlini. O incentivo de acordo com a governadora permitiu a instalação, entre 2011 e 2013, 17 no Estado, entre elas a Becker Cosméticos, em São José do Mipibu e a Mizu (cal para siderúrgica), em Baraúna.
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Sem infraestrutura e incentivo, setor desacelera Deficiências de infraestrutura, falta de competitividade e baixa qualificação da mão de obra são entraves históricos que emperram o desenvolvimento industrial no RN
Empresas aguardam definição sobre Proadi Pelo modelo atual, as empresas beneficiadas pelo Proadi tem o direito de reter até 75% do ICMS gerado por suas operações – quantia que é financiada pelo governo e paga todos os meses pelo Estado. Empresas que recolhem R$ 1 milhão em ICMS e tem 75% do imposto financiado pelo governo, por exemplo, só precisam depositar R$ 250 mil na conta. O restante pode ser reinvestido na própria empresa. O incentivo é usado como uma espécie de ‘isca’ para atrair novas indústrias para o Rio Grande do Norte e manter as que aqui já estão instaladas. O presidente da Federação da Indústria do Rio Grande do Norte, afirma que a receita é simples: para atrair as grandes indústria é preciso dar benefícios. “Estamos trocando 33 mil postos de trabalho por R$ 16 milhões”, afirmou. Além do Proadi, incentivos como gás a preço subsidiado, através do Pró-gás, e a doação de ter-
renos fazem parte do roll de vantagens oferecidas para a instalação no estado. A instalação de novos distritos industriais no Rio Grande do Norte – espécie de condomínios criados pelo governo para abrigar indústrias – tem sido a aposta para conjugar as potencialidades naturais do Estado com o interesse comercial de empresas locais e de fora, com estimativa de bons investimentos, e para alavancar a geração de empregos no setor industrial. Dados da Sedec apontam que pelo menos 13 indústrias assinaram protocolo de intenção em se instalar no distrito de Goianinha, com investimentos de até R$ 210,5 milhões nas unidades de produção. A perspectiva é que o parque industrial renda 2.550 empregos diretos. Antes mesmo de ser implantado, o distrito de Monte Alegre conta com 26 empresas interessadas em desenvolver atividades no local.
Indústria do RN Análise 2011 - 2013
Evolução no estoque de empregados na indústria***
Áreas de atuação das indústrias à à
76.957
à
78.968
milhões é quanto pretendem investir nas unidades de produção
à à à à
Têxtil/confecções Alimentos Mineração Embalagens Móveis Sucos/polpas Tubos; entre outros.
Municípios onde estão localizadas à à à à à
2010
2011
2012
2013****
Lajes; Mossoró; Baraúna; Apodi; Cruzeta;
à à à à à
Caicó; Macaíba; Parnamirim; Equador, Entre outros;
Incentivos que estão recebendo no RN à Incentivos fiscais (Proadi); à Gás a preço subsidiado (Pró-gás); à Doação de áreas.
*Número não considera indústrias que formalizaram interesse em se instalar nos distritos industriais ainda não implantados no estado. **A geração de emprego na indústria de transformação atingiu o seu auge em 2010, empregando no ano 74.776. ***Levantamento considera apenas a indústria de transformação e a indústria extrativa e mineral. ****Estimativa janeiro-agosto.
Indústrias de Transformação
é a soma de empregos projetada por essas indústrias
6.529
foi o número de postos de trabalho fechados na indústria de transformação e na indústria extrativa mineral no RN entre 2010** e 2013
foi o número de postos de trabalho fechados na indústria de transformação e na indústria extrativa mineral no RN entre 2011 e 2013
RN DISTRIBUIÇÃO DO PIB
ICMS - 2013 Mês a mês (R$ mil) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
4.117
2010 63.881 63.491 56.995 68.202 68.708 69.346 70.646 72.468 81.484
2011
4,2 3,7
Agropecuária Indústria
Serviços
Caracterização da Indústria potiguar - 2013 Setor Ocupação PIB Extrativa mineral 9% 36% Transformação 50% 30% 5% Eletricidade, Gás e Água 4% Construção 36% 30% (*****) valor dado em salários mínimos
Salário Médio***** 6,3 1,6 4,3 1,9
PRODUÇÃO DA INDUSTRIA – RN Evolução Setor
Extrativas
Transformação
Construção******
2007
2.489.847
2007 3.184.551
1.492.499
2008
3.064.789
2008 3.687.643
2.088.622
2009
4.339.349
2009 4.649.909
2.412.626
2010
2.942.154
20106.128.435
3.328.253
2011
3.391.847
6.626.970
3.453.898
***** valor das incorporações, obras e/ou outros serviços considerados para o valor da produção
Arrecadação da indústria – evolução ano a ano Atividade
2.762
72,6
R$ 751,8
é o número de fábricas que ainda estão se instalando no RN*
74,3
8
23,7
é o número de indústrias que se instalaram no RN entre 2011 e 2013 e já estão funcionando;
21,5
26
81.074
A
20 é de grande porte com estimativa superior a 500 postos de trabalho gerados no estado. Os dados fazem parte de um levantamento da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec) submetido a apreciação da Federação das Indústrias do RN (Fiern). A conta não fecha e fica ainda mais preocupante quando se coloca na balança, o número de empregos gerados e as demissões no mesmo período. Enquanto as baixas somente na indústria de transformação e indústria extrativa mineral somam 4,1 mil, a projeção de geração de novos postos de trabalho com a instalação das 20 unidades industriais é quase duas vezes menor – 2.254. O número é mais desanimador se comparado a quantidade de demissões homologadas pelo setor a partir de 2010, quando 6,4 mil trabalhadores foram mandados embora. O grupo Guararapes, maior confecção da América Latina, também registrou baixa de cerca de oito mil funcionários no período de 2010 e 2013, no estado. Em 2010, indústria de transformação atingiu recorde na geração de emprego formal com 74 mil postos de trabalhos aberto. O projeto que reformula o programa e o torna mais atrativo, permitindo que os incentivos sejam renovados por mais tempo, está pronto há mais de 1 ano. O governo, que deixou de fora a mudança mais aguardada pelos empresários – a ampliação do percentual de incentivo - ainda não informou, com exatidão, quando o enviará para a Assembleia Legislativa, que votará o projeto e poderá transformá-lo em lei. “Da nossa parte está pronta, não temos mais o que opinar. Agora está com o gabiente civil e a (Secretraria de) Tributação”, lembra o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Rogério Marinho, que espera que o projeto seja votado e aprovado o quanto antes.
83.486
ssegurar condições para que a indústria local seja mais competitiva e sustentável traduz o maior desafio para o setor no Rio Grande do Norte. Deficiências de infraestrutura, o chamado Custo Brasil e a ainda baixa qualificação da mão de obra são entraves históricos que precisam ser ultrapassados nessa escalada. E mais: aperfeiçoar os mecanismos de tração de empresas e investimentos, observam os especialistas no setor. Entre 2011 e 2013, grandes empresas cerraram as portas no Rio Grande do Norte, transferiram a linha de produção para outros estados ou reduziram a atividade local. E as que se instalaram não são de porte expressivo e não revertem . A indefinição com relação ao futuro do Proadi (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial), principal política de apoio à indústria no estado, e sobre a concessão de incentivos fiscais em em âmbito nacional contribui para o agravamento da situação na avaliação de especialistas do setor. A Ambev, maior cervejaria da América Latina, ameaça deixar o RN, caso não seja contemplada com novos incentivos fiscais. A Alpargatas, que chegou a empregar mais de mil pessoas durante o auge da atividade, saiu da cena potiguar em 2012 e a Coteminas desativou a produção de fio e tecelagem - que empregava cerca de 500 pessoas na unidade de São Gonçalo do Amarante - encolhendo o nível de atividade no estado. Este ano, a usina Iracema de beneficiamento de castanhas de São Paulo do Potengi foi desativada deixando mais de 450 pessoas desempregadas. Por outro lado, as indústrias que aportaram no Rio Grande do Norte no último triênio não foram suficientes para corrigir ou contrabalançar as saídas. Entre as 20 novas indústrias instaladas e contam com algum incentivo do governo, 12 (60%) são pequenas. Somente uma das
Indústrias Extrativas
Total
FATURAMENTO DA INDÚSTRIA – RN Evolução Receita Bruta de Vendas (Em R$ 1.000)
2008
R$ 518,3 milhões
R$ 291,2 milhões
R$ 809.6 milhões
2009
R$ 544,2 milhões
R$ 330,8 milhões
R$ 875 milhões
Setor
Extrativas
Transformação
2010
R$ 623,3 milhões
R$ 442,6 milhões
R$ 1,065 bilhão
2007
4.863.286
3.287.063
2011
R$ 687,3 milhões
R$ 510,4 milhões
R$ 1,197 bilhão
2008
2.127.704
3.753.336
2012
R$ 738,6 milhões
R$ 734,9 milhões
R$ 1,4 bilhão
2009
5.531.286
4.675.624
2013*
R$ 729,8 milhões
R$ 747,8 milhões
R$ 1,4 bilhão
2010
1.622.609
6.524.991
2011
1.715.777
6.947.223
(*) considera o período de 1 de janeiro a a 4 de dezembro de 2013 Fonte: Governo / Caged / Fiern, SET, Fiern
Extração mineral responde por 36% do PIB do RN
Mais de 33% dos empregos estão nas indústrias
A extração mineral impulsionado pelo setor de petróleo e gás natural e a cadeia produtiva da industria petrolífera responde por 36% do PIB da Industria Potiguar , de acordo com a caracterização dos principais setores industriais do Rio Grande do Norte da Fiern. A atividade extrativa mineral, que esse ano já arrecadou R$ 1,4 bilhão em impostos para o estado é composto por empresas de extração e refino de sal marinho; de mármore, granito, calcário, caulim, entre outros de minérios não-metálicos, e de minerais metálicos . O apetite das mineradoras pelo RN é crescente. Em menos de
Sem características de um estado industrial, o setor secundário no RN tem nas pequenas e médias o esteio da sua indústria, nos ramos de transformação, extrativa e de construção civil. O setor responde pela geração de 33 mil empregos e por 40% da arrecadação de impostos do Estado. Os dados do PIB do terceirotrimestredemonstramque a indústria no país está estagnada, com crescimento de apenas 0,1% sobre o trimestre anterior, de 1,9% sobre igual período de 2012 e de 1,25% no acumulado do ano até setembro. A indústria potiguar contemporânea tem maior representatividade nas atividades da cadeia
uma década, registrou um crescimento de produção quase quatro vezes maior que o registrado no país. A Susa Mineração já extrai minério de ferro em Cruzeta. A empresa já exportou pelo Porto de Natal e investiu R$ 200 milhões no estado. A falta de estrutura adequada ao escoamento de minério não aumenta só os custos de produção como também impede a expansão dosinvestimentos.“Aquestãoéque a gente só pode fazer isso quando for possível exportar toda a nossa produção pelo Rio Grande do Norte”, afirma José Fonseca de Oliveira, diretor da Susa Mineração.
têxtil e de confecções e de alimentos e bebidas, analisa a economista Maria do Livramento Clementino, mas não gera outras industrias. “É um ramo de bem de consumo direto. Não é de base. Emprega, mas tecnologicamente não é moderna”, observa. A atividade de transformação é a que abocanha a maior fatia (50%) do PIB da indústria do Rio Grande do Norte - R$ 7,5 bilhões. Contudo observa a economista Maria do Livramento Clementino, tem baixo impacto na circulação e poder de consumo. Os vencimentos dos trabalhadores desse setor é equivalente a 1,6 salários mínimos.
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Faltam investimentos em infraestrutura logística A conclusão e início da operação do novo Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, vai melhorar escoamento da produção do Estado falta de infraestrutura logística adequada ao escoamento da produção tem reflexos diretos no aumento dos custos dos empresários locais, além de restringir a capacidade de expandir investimentos no Rio Grande do Norte. Com a operação do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante e previsões de expansão do Porto de Natal, o estado espera melhorar a oferta de escoamento de produção, reduzir custos e alavancar a industria potiguar. A construção de um plano de infraestrutura logística do Estado integrado a um política estadual de desenvolvimento econômico deve ser o principal norte para colocar o estado na trilha do desenvolvimento e atrair novos investimentos, defende a presidente da Associação Brasileira de Logística Karla Motta. A falta de um plano estadual que identifique, projete e contemple todas as necessidades da cadeira produtiva do Estado é o maior gargalo, na avaliação da residente da Associação Brasileira de Logística. “Só com planejamento é possível desenvolver projetos, resolver a questão de licenciamentos ambientais e captar os recursos para a execução desses projetos. Precisa ter um projeto integrado e a definição de para onde o Estado deve e quer crescer” enfatizou Karla Motta. Apesar dos vários esboços que foram lançado ao longo dos anos, o Rio Grande do Norte não possui um diagnóstico consolidado, organizado sobre a real estrutura instalada hoje. “Para ter dimensão do que é necessário fazer é preciso antes dimensionar o que existe hoje. Não se sabe o que tem, só que não está bom”, destaca Motta. Esse ordenamento requer um
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Porto terá nova linha de cabotagem Além das obras de ampliação do Porto de Natal - com a criação do berço 4, retroárea para estocagem e Terminal Márítimo de Passageiros e Teminal Pesqueiro - as linhas de cabotagem trazem otimismo para o setor industrial. Um estudo contratado pela Codern, Fiern e Fecomércio fará um levantamento de demanda de mercadorias no estado, para auxiliar na implantação de uma linha de navegação de cabotagem no Porto de Natal. A cabotagem é o transporte marítimo de mercadorias entre portos do mesmo país. “A ampliação do porto e a instalação de linhas regulares de cabotagem são necessidades reais. Sem a cabotagem, a alternativa é o transporte rodoviário e isso implica em custos mais elevados, tanto financeiros, quando logísticos e ambientais”, disse Amaro Sales. O estudo para a cabotagem identificará ainda os gargalos que atualmente impedem a instalação desse tipo de navegação. Segundo o presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo, quatro armadoras (Maestra, Aliança, Mercosul Line e Log-in) se prontificaram a dar as informações necessárias para ajudar na composição do estudo.
A operação do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves e previsões de expansão do Porto de Natal vão melhorar a oferta de escoamento de produção do RN
Ì O QUE Plano de Infraestrutura Logística para o RN
QUANDO Está sendo aguardado pelo setor produtivo que sofre com a falta de infraestrutura para escoar produção
estudo para mapear indústrias e ramos instalados no Estado, os fluxos de entrada dos insumos que são transformados pelas indústrias e também dos destinos para onde as mercadorias são direcionadas. Quantificar volumes e as características de cargas e definir o modal mais viável para o transporte de cada segmento, seria um segundo passo. “Não é esperar que primeiro tenha a demanda. É preciso que gestores e empresários se unam para definir o perfil da indústria do Estado”, disse. A Fiern, por meio de consultoria contratada pela CNI, encomendou a elaboração de um pro-
jeto de integração logística para a região Nordeste. Um plano de intermodalidade tem sido construído dentro do programa Mais RN, destacou o secretário de Desenvolvimento econômico Rogério Marinho. Historicamente, lembra ele, o Estado tem se preocupadocomrodovias,mastem perdidograndesoportunidadesdevido a estrutura portuária. A não concretização de projetos que deixaram de vir para o Estado, como a refinaria de petróleo, a siderúrgica,amontadoradeautomóveis,tem na deficiência logística a principal causa,segundoosecretário.“Precisamos urgente de um novo porto
para escoamento da produção e ter competitividade”, analisa. A atual estrutura portuária do Estado enfrenta deficiências que causam a fuga de exportadores. “O portotemavertambémcomacompetitividade,emquantooindustrial, o empresário vai gastar para enviaramercadoria maisrápidoecom mais segurança”, analisa Motta. O Mais RN vai formatar um projeto de um plano de segurança energético que permita o escoamento da geração de energia; um plano de recursos humanos para integrar formação profissional e inserção no mercado de trabalho. Isso permitirá uma integração.
Transporte representa até 80% do preço final dos produtos A má qualidade das estradas do estado afeta o tempo de transporte e afeta a competitividade da mercadoria transportada. Sem um fluxo de entrega contínuo, em virtude da morosidade, o comprador a ter um estoque mais alto e gastar mais. Em decorrência de maiores gastos com manutenção os valores são repassado para o consumidor embutido no produto. “E, se ele vende mais caro, ele é menos competitivo”, lembra. O custo do fator logística dentro do processo de produção varia de produto a produto. No caso do sal, por exemplo, explorado em grande volume aqui no Rio Grande do Norte até 80% do preço do produto é transporte. No caso do minério de ferro, o valor do frete rodoviário até os portos de estados vizinhos para onde a carga segue ao exterior chega a ser equivalente ao valor da carga, que passa por baixo beneficiamento antes de deixar o Estado. Devido o volume e valor da carga e o custo do frete, a melhor opção nesse caso, seria o ferroviário. “É inconcebível, um erro crasso é transportar minério de ferro pelo modal rodoviário. ”, afirmou. O modal ferroviário é viável
a medida que há produtos em grande volume, como o sal e os minérios, sendo transportados por rodovias, o que reduz a vantagem competitiva da indústria potiguar, com o custo do frete muito alto. Um estudo ANTT apontou em 2004 a inviabilidade financeira a curto prazo, ou seja, quem começasse a operar não teria retorno logo, mas teria viabilidade econômica, havendo o redirecionamento de cargas para aquele modal no médio prazo tornaria-se viável financeiramente. “A oferta de infraestrutura gera a demanda por ela, desde que se tenha consciência do beneficio que traz.” E não apenas a industria de transformação e extrativista, mas também a atividade de turismo sairia beneficiada com a melhor oferta de estradas, de acessos, sobretudo na interiorização da atividade que necessita de melhores condições de acessos. As obras de implementação ou readequação de rodovias que darão acesso ao sítio aeroviário foram iniciadas. Os 43 quilômetros que separam a entrada do canteiro de obras do empreendimento da Via Costeira, principal pólo de hospedagem da ca-
Maior parte da produção do RN escoa por rodovias
pital, ao aeroporto são percorridos pelo tempo quatro vezes superior ao deslocamento feito quando o desembarque ocorre em Parnamirim, no Aeroporto Augusto Severo. A distância e problemas com
congestionamentos preocupam operadores de turismo. As agências que vendem e recebem turistas do Brasil e do mundo, temem que o quesito logística de transportes passe a ser um fator negativo para o turismo local.
Falta de ‘linhões’ prejudica parques eólicos Para o professor do Departamento de Engenharia da Universidade federal do Rio Grande do Norte RN a deficiência em infraestrutura do Estado é bem ilustrada no caso das eólicas. O Rio Grande do Norte arrematou ao longo dos últimos grande número de parques arrematados nos primeiros leilões, foi campeão, mas enfrenta a falta de linhões (linhas de transmissão de energia) para essa geração. Outra dificuldade, cita ele, são as estradas que não são adequadas a logística de transporte industrial o que onera bastante os custos de produção e impede a expansão dessa industrialização do Estado, desfavorece o Estado nesta captação de novas indústrias. Nosso porto é bastante acanhado. E mesmo com o novo aeroporto voltado para essa linha de exportação, a nossa estrutura ainda é muito precária para o desenvolvimento industrial. “Fomos ultrapassado e muito pelos vizinhos, Ceará e Pernambuco, em que a capacidade de atração de indústria só cresce. Eles têm feito um trabalho melhor na captação das indústrias”, analisa o coordenador de . Um ponto que também contribui para essa perda de competitividade e isso foge a questão de infraestrutura logística é a agregação de valor. O Rio Grande do Norte continua fornecendo matéria-prima bruta. O sal é vendido minimamente beneficiado quando chega em outro local ele é refinado, triturado adiciona iodo, ensaca e volta pra cá custando 20% a mais do preço que saiu. É preciso agregar valor, trazer tecnologias, indústrias de beneficiamento de matérias-primas para fortalecer o setor e ter um produto mais forte. A indústria precisa entender que podem ser mais competitiva com boa logística e pensar logística é configurar essa cadeia produtiva.
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
« ENTREVISTA: FERNANDO PIMENTEL » « MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR »
‘O desafio é a competitividade’ O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, diz que o setor industrial atualmente está diante do desafio da competitividade ministrodoDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, fala das dificuldades de infraestrutura que ainda emperra o crescimento da indústria no País, mas se mostraotimistaquandoanovosinvestimentos, especialmente em relação a concessões de novos aeroportos e portos para melhorar o escoamento da produção. Em entrevista concedida logo após palestra durante a 19ª edição do seminário Motores do Desenvolvimento, ocorrido no último dia 16, Pimentel falou do otimismo para o setor no próximo ano. “Está em curso hoje no Brasil o maior programa de concessões da nossa história. projetos de concessão, que buscam atacar o deficit histórico de infraestrutura logística do país”, argumentou. Eis a entrevista:
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O mercado brasileiro está aberto para importação de banana e de camarão. Qual vantagem para o mercado brasileiro ter produto novo? Em relação ao camarão argentino, o senhor enxerga o risco de contaminação para o produto local alegado pelos criadores?
Desde que se pactuaram regras internacionaisdecomércio,osmercados do mundo estão abertos a todos os produtos em maior ou menor grau a depender da alíquota do ImpostodeImportação,deacordos estabelecidos entre parceiros comerciais,dequestõessanitáriasporventura envolvidas, entre outros pontos. Para discutir e avaliar a necessidade de subir ou baixar tarifas, no Brasil, nós temos a Câmara de Comércio Exterior, que é formada por vários ministérios. Evidentemente que onde houver risco e proposta encaminhada pelo setor produtivo, a Camex poderá sempre discutir,desdequerespeitadososlimites e as regras estabelecidos pela OrganizaçãoMundialdoComércio. Pelas regras da OMC, você pode atuar, por exemplo, quando há confirmação de dumping, que é a prática de exportar a preços mais baixos do que os praticados no mercadolocal,subfaturamento,fraudeem importação, entre outros. Mas sobre risco sanitário quem pode falar são Anvisa e o Ministério da Agricultura.
Como o senhor avalia o atual cenário da indústria brasileira?
Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE mostram o crescimento da indústria. No acumulado do ano, de janeiro a outubro, o setor industrial cresceu 1,6% em relação ao mesmo período de 2012. Na Região Nordeste, o crescimentoacumuladonoperíodofoide1,2%. Há avanços inclusive acima da média nacional, como os observados noRioGrandedoSul(6,4%),noParaná(5%),naBahia(4,9%)enoCeará (3,8%), para ficar em alguns exemplos.QuantoaoPIB,apesardo recenteresultadoaquémdoquegostaríamos, se considerarmos o acumulado nos primeiros três trimestres de 2013 e compararmos com o mesmo período do ano passado, o crescimento está em 2,2%. Observamostambémumcrescimentoexpressivo nos investimentos neste ano, em torno de 7,5%. Quais os projetos previstos para melhorar a infraestrutura e dar condições de escoamento?
É inegável que o Brasil tem um déficit em infraestrutura, mas também é evidente o esforço do governo para corrigi-lo, seja com o ProgramadeAceleraçãodoCrescimento (PAC), seja com o Programa de Investimentos em Logística. Está emcursohojenoBrasilomaiorprograma de concessões da nossa história. projetos de concessão, que buscam atacar o déficit histórico de infraestrutura logística do país, chamando a inciativa privada a investir em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos e diminuindo os nossos custos de produção. Realizamoscomsucessoosleilõesdosaeroportos de Brasília, Guarulhos, Campinas, Rio de Janeiro, Confins edeSãoGonçalodoAmarante,aqui no Rio Grande do Norte. Também já licitamos rodovias, como a BR050 e os trechos das BRs060/153/26. Vamos licitar a BR040 no fim do ano. Estamos diante dodesafiodacompetitividade.Enão seremos competitivos como deseja a sociedade brasileira se não atacarmos a questão da infraestrutura. Esse desafio que está colocado para o país está colocado também para os estados em suas esferas de atuação. O Governo Federal faz aquilo que está ao alcance dele. Além da questão da infraestrutu-
ra, que outras medidas estão sendo tomadas para atribuir competitividade à indústria no Rio Grande do Norte?
O que pode ser feito, está sendo feito. O que se questiona é a velocidade dos projetos que gostaríamos que fosse mais rápido, mas é a velocidade da democracia. Para o Rio Grande do Norte, há dois empreendimentos impactantes, o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante que deverá operar já em abril de 2014 e a BR-101 que foi duplicada e precisa agora ir até Salvador. E temos também a duplicação da BR-304 que está nesse processo de licitação nos próximos dias. Fizemos também a dragagem do Porto de Natal, que agora já pode receber navios de maior porte. Estamos ampliando o terminal de passageiros, já com 70% das obras concluídas, e já finalizamos o terminal do Porto de Areia Branca. Também estamos fazendo as obras da BR-304. A lei dos portos foi uma vitória e é um exemplo do que estamos fazendo para agregar competitividade à indústria. Ao longo dos anos, a sociedade brasileira estabeleceu uma série de consensos que fizeram o país avançar. O primeiro foi o da democracia, depois o da estabilidade econômica e, em seguida, o da justiça social e diminuição da desigualdade. Agora, está claro para o governo, que há outro consenso já estabelecido, que é o da competitividade internacional. Não há contradição entre esses consensos. Quais os resultados das políticas de redução do IPI para algumas mercadorias e a desoneração da folha? O senhor concorda com industriais de que as reações a tais medidas são lentas?
Falávamos da situação nos paí-
ses europeus e do quadro no Brasil. Crescemos o que gostaríamos de crescer? Evidentemente que não. Mas teremos uma expansão razoável do PIB neste ano diante de um quadro de, repito, grave crise internacional. Há sinais de recuperação, mas o mundo ainda não saiu dela. Atravessamosesseperíodosemum impacto brutal na economia brasileira,queeraoquecostumavaocorrernopassadoporqueestamosmais bem preparados para enfrentá-la. Evidentemente, as ações tomadas em defesa da indústria, com diminuição de custos de produção, têm um papel nesse quadro. Desoneramosafolhadepagamentosde42setores. Antes, pagavam 20% de contribuição para o INSS. Houve impacto positivo significativo, por exemplo, nos setores de máquinas e equipamentos e de produtos farmacêuticos, entre outros. Considerando somente 2014, a estimativa é de que a redução de tributos sobreafolhachegueaR$24,7bilhões. Desoneramos também totalmente os investimentos. Lançamos o PSI, que é uma linha de crédito barato parasustentarosinvestimentosprodutivos. Criamos um pacote de R$ 39,5bilhõesparainovaçãonaindústria. Adotamos margem de preferência para o produto nacional nas compraspúblicas.Reduzimosocusto da energia, uma demanda antiga da indústria. O setor está reagindo, como vimos, e vamos entrar em 2014comumcenáriomelhordoque neste ano. Dados da CNI apontam que 65% das indústrias enfrentam dificuldades. É um quadro preocupante? O que está sendo feito para reverter este quadro?
O salto qualitativo que as empresas brasileiras estão buscando e
queogovernoestáalavancandofortemente com o Plano Brasil Maior tem a ver com a capacidade de inovação. E isso depende também da formação dos nossos profissionais. É essa a razão de ser do Pronatec, o maior programa de qualificação profissional em andamento no mundo.De2011atéaqui,jásãomais de5,5milhõesdematrículasemcursos profissionalizantes oferecidos pelas entidades do Sistema S e pelas redes públicas federais e estaduais de ensino técnico. Somente para ampliação da rede de atendimento do Senai, o BNDES abriu uma linha de crédito de R$ 1,5 bilhão, que estão sendo aplicados na construção de centros de formação profissional, reforma de escolas e instalaçãodeinstitutosdeinovação e de tecnologia. Estamos investindo mais de R$ 14 bilhões no programa. Ainda como parte desta iniciativa,oGovernoFederalreservou parte das vagas para atender a demandasespecíficasdaindústriatendo como foco as áreas prioritárias doPlanoBrasilMaior.Começamos este ano com quase 120 mil vagas mapeadas junto à indústria regional e esperamos ampliar esse número a partir dos contatos as entidades de classe. Está em curso também um esforço gigantesco de qualificação de mão de obra de ensino superior, com o Programa Ciência sem Fronteiras. Havia pouco mais de5milbolsasparaestudantesepesquisadoresbrasileirosseaperfeiçoarem em universidades de ponta no exterior antes do início do programa. Em mais dois anos, serão 100 mil bolsas oferecidas. Até hoje, já concedemos 55 mil bolsas como partedestainiciativa.Esseconhecimentoretornarádepoisaopaís,ampliando a nossa produtividade e a nossa capacidade de inovação.
O que pode ser feito, está sendo feito. O que se questiona é a velocidade dos projetos que gostaríamos que fosse mais rápido, mas é a velocidade da democracia”
É inegável que o Brasil tem um deficit em infraestrutura, mas também é evidente o esforço do governo para corrigilo, seja com o PAC, seja com o Programa de Investimentos em Logística”
O que é necessário para a efetivação das Zonas de Processamento para Exportações e quais as consequências desse atraso? O senhor acredita que privatizar como está sendo feito na ZPE de Macaíba é a solução?
Em 2012, a ZPE de Macaíba cumpriu o requisito de comprovação de início das obras de infraestrutura. A ZPE de Assu tem até junhode2014pararealizá-lo.Emambos os casos, as ZPEs precisam ainda concluir as obras e trabalhar pela atração de investimentos produtivos voltados para a exportação. O processo de privatização é uma experiência que muito nos interessa, pois caso seja exitosa será a primeiraáreadeprocessamentodeexportação explorada pela iniciativa privadaeéummodeloquepoderemos adotar e replicar nas demais ZPEs do país. Os desafios e medidas para efetivar as ZPE no Brasil consistem principalmente em concluir a construção das obras civis e de infraestrutura, a fim de obter a autorização para o seu funcionamento (alfandegamento) e realizar a atração de investimentos industriais. Oeventualatrasonaviabilizaçãodas ZPEs significa a protelação da agregação de valor nas exportações do País, nos investimentos e na geração de renda e emprego daqueles projetosindustriaisquepretendem utilizaroregimedasZPEcomouma alternativa para obter ganhos de competitividade para as empresas. O que esperar de 2014?
Esperamos começar 2014 melhor do que iniciamos 2013, tendo ainda pela frente os investimentos que começarão a ser feitos em decorrência dos processos de concessão de rodovias, aeroportos, portos e áreas de exploração de petróleo.
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Novo aeroporto e eólicas anunciam desenvolvimento O otimismo do setor produtivo do RN está depositado na capacidade futura de geração de energia eólica e na atração de empresas após o início da operação do novo aeroporto perspectiva de novos investimentos trazem, na esteira das energias alternativas e melhoria na infraestrutura logística com o novo aeroporto começa a esquadrinhar, um cenário de crescimento e até novos nichos de mercados para a indústria do Rio Grande do Norte. O otimismo sopra com a estimativa da capacidade futura de geração de eólica - junto com a matriz solar – e ganha asas no modal aéreo que poderá atrair empresas do setor de reexportação. Para isso, o novo aeroporto internacional Ministro Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, deverá ter volume de voos de passageiros e cargas caracterizando o “hub”, avalia o especialista em comércio exterior eprofessor do curso de Relações Internacionais da UnP, Otomar Lopes Cardoso Júnior, a atração e instalação de novas empresas do setor secundário para reexportar mercadoria. “Consolidando a rota de cargas aérea, poderemos ver esse segmento surgindo e atraindo empresas de setores jamais vistos no Estado”, disse. O nicho necessita do aeroporto como logística para receber a matériaprima, beneficiar ou montar no local e reenviar para o mercado externo – seja pelo ar ou integrando ao transporte marítimo. Indústrias do segmento de eletroeletrônicos, farmacêuticos, de componentes de computadores, entre outras, se valem no processo de produção da mão de obra local, da área ao redor do aeroporto e do frete aéreo para escoar a mercadoria, em geral de alto valor agregado. Em países com Cingapura, bem como em Hong Kong, a indústria de reexportação de eletrodomésticos é uma das principais atividades econômicas a partir da estrutura portuária. Embora a matéria-prima ou a base não seja produzida no país, o processo de fabricação, montagem e acabamento assegura “nacionalidade” à mercadoria final. “O Rio Grande do Norte, guardada as proporções e fazendo os investimentos e articulações necessárias, poderá ter o perfil de uma Cingapura e dominar empresas de reexpor-
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O novo aeroporto internacional Ministro Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, deverá ter volume de voos de passageiros e cargas caracterizando o “hub”
Ì O QUE Novo aeroporto internacional Ministro Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante
QUANDO Entra em funcionamento no primeiro semestre de 2014 e deve atrair empresas
tação”, afirma o especialista em mercado exterior. A expectativa de novas empresas, entre elas do setor de tecnologia de informação se instala também com o início do processo de privatização da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Macaíba – espécie de condomínio industrial que deverá abrigar empresas exportadoras com regime fiscal, cambial e tributário diferenciados. Os empresários que se estabelecerem na área, além dos benefícios já estabelecidos pela legislação como importação de
máquinas isentos, podem ter acesso à isenção de ICMS. A ZPE é uma das apostas para alavancar a indústria e a pauta das exportações do Estado, bem como para viabilizar o hub de cargas. “O novo aeroporto é um modal importante e mais um atrativo para que possamos viabilizar a ZPE”, analisou o presidente da administradora da ZPE, José Wilson Ferreira. Os investimentos provenientes dos projetos de concessões em infraestrutura, a realização dos grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo devem dar novo fôlego a indústria potiguar, pontuou o presidente da Fiern, Amaro Sales. Outra aposta é o programa Mais RN é um diagnóstico de toda a cadeia produtiva e da economia potiguar levando em consideração indicadores sociais, econômicos e educacionais; fazendo o mapeamento de oportunidades de negócios de pequeno, médio e grande portes; criando uma carteira de projetos estruturantes que vão definir o Rio Grande do Norte nos próximos 20 anos e com investimentos das mais variadas ações e uma nova política industrial. Esperamos com o Mais RN ter uma política industrial do Estado que fortaleça a indústria já existente e permite a atração de novas”, afirmou.
Indústria aeronáutica é esperada Se a operação exitosa do novo aeroporto é condição para uma gama de novas indústrias, por outro lado, a desativação do Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, também oferece possibilidades ao setor secundário. A indústria da aeronáutica - atividade de alto conteúdo tecnológico e valor agregado capaz de gerar exportações e saldos comerciais – chegou a ser foi ventilada entre as opções de aproveitamento do local, mas não passou do campo das ideias. O parque industrial para a construção de aeronaves e com-
ponentes da aviação poderia atender os anseios da Embraer, que se tornou uma das maiores fabricantes de aeronaves civis do mundo, levando o Brasil a ter aeronaves na pauta de exportações. A empresa anunciou o projeto de construção de avião de carga projetado e produzido no Brasil, o KC-390. O Rio Grande do Norte, segundo analistas locais, teria vantagens comparativas de uma localização aeroespacial estratégica para atrair a linha de montagem da Embraer. E até da norte-americana Boeing que irá instalar uma unidade em Pernambuco.
O Augusto Severo, que passará a operar somente com a aviação militar, sob controle da Base Aérea de Natal deverá manter as atividades até a transferencia total das operações para o novo aeroporto. E manterá a atividade durante a Copa do Mundo de 2014. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) quer transformar a área em um grande complexo empresarial. O terreno de 5,5 milhões de hectares – o equivalente a 28 estádios do Maracanã, considerado um dos maiores do mundo – está sendo zoneado para elaborar o projeto básico.
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Produção de energia é diferencial do RN A autossuficiência de energia elétrica é um dos diferenciais do Estado na atração de novas indústrias. Mas há gargalos: linhões de distribuição ainda não foram concluídos s investimentos e expansão da indústria eólica são considerados essenciais para o desenvolvimento do Estado. O Rio Grande do Norte conseguiu emplacar 25 projetos eólicos com 684,7 Megawatts (MW) contratados no leilão de venda de energia realizado no último dia 13. O volume ficou atrás somente da Bahia, que teve 41 projetos arrematados - 1.000,8MW. O número de parques já contratados é de 45 em fase de construção e outros 65 que ainda não iniciaram as obras que somam 3,1 Gigawatts em geração de energia dos ventos. De olho no futuro, especialistas apontam a necessidade de uma política industrial de longo prazo. O leilão A -5 realizado pela EPE, na semana passada, tem entrega de energia prevista para a partir de 2018. Até lá, o desafio é atrair também fabricantes de componentes para o estado e consolidar a indústria. O bom desempenho neste leilão, em detrimento do leilão A -3 em que as expectativas do Estado foram frustradas vem dos prazos de implantação dos chamados linhões de transmissão responsáveis por levar a energia gerada dos parques às estações de onde são distribuídas aos consumidores, analisa o presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne) e Sindicato das Empresas do Setor Energético do RN (SEERN), Jean-Paul Prates.“A indústria do Rio Grande do Norte tem o diferencial de ter o fator energético resolvido”, reiterou. Fonte de energia limpa e inesgotável, a incidência solar já é vista como o futuro celeiro da economia potiguar. São esperados mais de R$ 450 milhões em investimentos e geração de 6 mil postos de trabalho em apenas um projeto. O valor corresponde ao interesse de uma empresa que recebeu licença prévia do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e de Meio Ambiente (Idema) para instalar três usinas nos municípios de Currais Novos e Areia Branca. “Veremos repetir o que tivemos com a eólica com o diferencial de já estarmos nos preparando”, observa o pres-
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O número de parques eólicos já contratados é de 45 em fase de construção e outros 65 que ainda não iniciaram as obras que somam 3,1 Gigawatts em geração de energia
Ì O QUE O Rio Grande do Norte é autossoficiente na produção de energia elétrica
QUANDO Produção de energia deve aumentar com implantação de novos parques eólicos
idente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Amaro Sales. A preparação se refere aos programas desenvolvidos pelo Centro de Tecnologia do Gás e Energias Renováveis (CTGasER). Um dos projetos capitaneados pelo CTGas-ER destinará cerca de R$ 32 milhões em estrutura para certificação de tecnologia e testes na área de energia eólica e solar, principalmente na produção de painéis fotovoltaicos. “O futuro da indústria do Rio Grande do Norte está nas energias renováveis, na solar”, afirma o presidente do Conselho Superior do CTGasER, Flávio Azevedo.
Linhões
Com a mudança na regra do jogo, os leilões passaram a condicionar que os parques eólicos garantam a estrutura de conexão. Com o atraso na implantações dos linhões da Chesf, o es-
tado continua sem transmissão. Pelo menos sete parques estão ociosos. Para reverter a deficiência em linhas de transmissão, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) em parceria com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEeólica) elaboram o mapeamento de malha de transmissão com capacidade para escoar a produção. “A ideia é de um leilão específico para o Estado”, observa o secretário de desenvolvimento econômico Rogério Marinho. Em novembro o governo recebeu a confirmação para a realização do leilão que possibilitará a construção de três linhas de transmissão de 500 KV para interligação no sistema de abastecimento o que duplica a capacidade do que já foi contratado, passando para 6 Gw. “Voltaremos a ter competitividade”. O projeto deverá contemplar apenas novos empreendimentos.
A indústria do Rio Grande do Norte tem o diferencial de ter o fator energético resolvido” JEAN-PAUL PRATES Sindicato das Empresas do Setor Energético do RN
Setor petrolífero aguarda novos investimentos A indústria petrolífera recupera o fôlego e aguarda os novos investimentos, com previsão de R$ 250 milhões comprometidos pelas empresas vencedoras do leilão do petróleo realizado em maio deste ano. A expectativa é que a partir de 2015, o incremento de recursos incremetem a geração de emprego, a aquisição de bens e serviços. O montante,
segundo analistas do mercado, pode duplicar a partir das operações chegando a mais de meio bilhão de reais. A longo prazo, observa o professor do curso de engenharia de petroleo da UnP, Wendell Lopes, a economia deve ter aumento na arrecadação de royalties. Em contratação de mão de obra, o impacto maior é esperado para a fase de produção - que
depende da descoberta de novas jazidas.No último anos, mais de 2 mil trabalhadores foram demitidos. Os 18 blocos exploratórios na Bacia Potiguar foram arrematados e renderam mais de R$ 226 milhões de bônus de assinatura (valor pago pelas empresas quando da assinatura dos contratos de concessão). As operadoras terão entre cinco a sete
anos para procurar petróleo e gás na Bacia Potiguar, e outros 27 anos para produzir. A Companhia investe, no estado, cerca de US$ 800 milhões por ano, e os custos operacionais estão em torno de US$ 1 bilhão por ano, direcionados para elevar a produção de petróleo e gás. A produção atual de óleo se mantém estável, em torno de 70 mil barris por dia.
Os parques de tecnologia visam fechar esse ciclo econômico de forma positiva” ROGÉRIO MARINHO Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico
RN terá parque tecnológico energético No bojo da interiorização e do fomento a inovação, a criação de um parque tecnológico energético poderá atrair industria de componentes e insumos para os parques eólicos e solar. O Parque Tecnológico do RN custará R$ 45 milhões para ser construído, em uma área da Escola Agrícola de Jundiaí (UFRN), em Macaíba. Além disso, outros R$ 1 milhão serão consumidos para a realização de consultorias. Embora o RN seja líder na exploração das fontes eólicas, enfrenta dificuldades para atrair os fabricantes de peças e insumos necessários ao setor energético. Das 14 empresas fabricantes instaladas no país, só uma veio para o RN. Um termo de referência já foi lançado em novembro. “Os parques de tecnologia visam fechar esse ciclo econômico de forma positiva”, prevê Rogério Marinho. O parque irá contemplar infraestrutura de cabeamento ótico, saneamento, delimitação de lotes urbanizados, incubadora de empresas, laboratórios de pesquisas. “O Parque consolida esse ciclo econômico, atrai investidores, muda nosso perfil de apenas produtor de energia para um Estado que vai certificar tecnologias. Nao queremos ser só o produtor do commodities energia, mas recepcionar fabricantes”, disse Rogério.
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Empreendedorismo é o lema A indústria potiguar é tradicional e conservadora. Nesse contexto, inovação e empreendedorismo são o diferencial que impacta no desempenho do setor soma de empreendedorismo e inovação tornou-se premissa para a alcançar, em curto e longo prazo, novos produtos e competências para se manter no mercado. Se o primeiro está em todas as etapas de um negócio, é o segundo que garante o impulso a um projeto maior. Seja para criar oportunidades, garantir competitividade ou alçar a empresa, fato é que as micros e pequenas indústrias têm investido em modernização e ao passo que alteram alguma prática, renovam modelos ou aperfeiçoam produtos - conseguem melhores resultados. Fazer a junção dos dois itens, em meio ao ambiente desfavorável no contexto de alta carga tributária, burocracia, inadimplência, tem sido para a indús-
A
tria potiguar um desafio, aos poucos, superados por meio de consultorias e serviços especializados do Sebrae. “Nosso papel é desenvolver as habilidades e competências que o indivíduo possui, que o fazem empreendedor para que busque metas, tenha planejamento, corra riscos, mas riscos calculados e tenha efetividade na atividade”, analisa a gerente da Unidade de Desenvolvimento da Indústria do Sebrae/RN, Lorena Roosevelt. O número de empresas do setor da indústria atendidas pelo Sebrae - 3,7 mil empresas - é inferior se comparado ao de outros segmentos a exemplo de comércio e serviços - 14,3 mil e 9,5 mil, respectivamente. O ramo industrial representa cerca de 10% do total de atendimentos feito pela entida-
Empresas atendidas por segmento, pelo Sebrae/RN 2012 Agronegócio Comércio Indústria Serviços Total
3.869 14.230 3.938 8.586 30.625
2013* 2.632 14.347 3.774 9.565 30.318
(*) Até outubro 2013
de, contudo, ressalta Lorena Roosevelt, por ser uma atividade de maior grau de complexidade, demanda também um trabalho mais aprofundado e reforçado. A indústria potiguar é caracterizada como ‘tradicional, conservadora, de baixa tecnologia, e voltada
para a produção de bens não duráveis de consumo para atender mercados locais”, pontua Lorena Roosevelt. Nessa conjuntura, a inovação chega de forma incremental ao setor secundário, com pequenas inovações como inserção de produtos no mix, mudanças no lay-out e adequação a legislação ambiental e obrigações trabalhistas. .“Nãomudamoparadigmatecnológico,masimpactamnodesempenho dessas empresas”, confirma. As ações buscam substituir métodos rudimentares por novas práticas que garantem o controle do processo produtivo, um melhor consumo de fontes energéticas, matéria-prima e de insumos que reduzem os custos na produção e geram resultados demonstrados no faturamento no final do mês.
Formada em 90% por micro e pequenas empresas, a atividade enfrenta dificuldades de “gente grande” para gerar emprego e mitigar o passivo ambiental. “Essa contradição, bem ilustrada no nosso Estado pelo setor ceramista, é compensada por meio de uso de novas tecnologias, ferramentas de gerenciamento, do empreender e inovar”, disse Lorena.
Licenciamento
Tornar mais eficaz a etapa do licenciamento ambiental que passará a ser eletrônico já é considerado um avanço para o crescimento do negócio. No início do mês, dia 4, os deputados estaduais votaram pela derrubada dos vetos da governadora Rosalba Carlini ao projeto de Sistema de Licenciamento Ambien-
tal Eletrônico O Sislia foi desenvolvido pelo Idema, em parceria com Sebrae-RN, e vai permitir a análise de pedidos de licença que se enquadrem nos parâmetros desta nova legislação. “A derrubada do veto é fundamental para que a lei mantenha a eficácia e assegure a agilidade na concessão de licenças a micro e pequenas empresas pela internet”, afirma. O licenciamento ambiental é condicionante para que as empresas consigam financiamentos. A maioria dos bancos e instituições financeiras exigem para a concessão de crédito. A expectativa é que cerca de 100 mil micro e pequenas empresas com faturamento até 3,6 milhões, contempaldas no Super simples, sejam beneficiadas com o novo modelo.
Microempresa aposta na inovação e capacitação Inovar sempre fez parte da receita de negócio do casal de Engenheiros Agrônomos Gustavo e Fernanda Câmara, da “Sabores da Vivenda”, a agroindústria Vivenda do Vale Produtos Alimentícios. Para agregar valor, tecnologia e boas práticas de produção aos doces e geleias fabricados , o casal buscou qualificação e capacitação junto a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Ceará. “Sabia que para conseguir aceitação no mercado precisavamos de algo novo e já pedimos ao instrutor para adaptar a frutas da região, para termos diferencial e ganharmos em competitividade”, lembra Gustavo Câmara, responsável pela criação de receitas ele testa oito novos sabores para lançar em 2014. A unidade está instalada na chácara, em Ceará Mirim, distante 50 quilômetros de Natal. As compotas e geleias que saem da propriedade as margens do Rio Maxaranguape são feitas com frutas típicas e espécies nativas do chamado taboleiro costeiro, relevo que contorna o litoral potiguar, como a mangaba, jaca, kinkan, coco verde, caju e umbu-cajá, entre mais de 30 receitas. “Fizemos capacitação e estamos qualificados a formar outros profissionais atendedo todas as normas de segurança alimentar exigidas”, disse. Por mês, cerca de 10 mil quilos de fruta in natura são processadas e preenchem 6 mil potes de doces em calda, cremosos e compotas e 4 mil potes de geléias - com 700 g e 250 g, respectivamente – que abastecem, restaurantes, hoteis, padarias e delicatessens de São Paulo, Alagoas, Brasília, Paraíba, além do mercado local. Com quatro funcionários, os produtos são feitos de modo artesanal com ingredientes naturais. Hoje 80% da matéria prima usada no preparo é proveniente da agricultura familiar e assentamentos agrícolas da região do vale do Maxaranguape. A apresentação visual do produto é passou por mudanças. Os rótulos ganharam informações importantes e a tampa branca foi
Fizemos capacitação e estamos qualificados a formar outros profissionais atendendo todas as normas de segurança alimentar exigidas” GUSTAVO CÂMARA Empreendedor
substituída pela dourada. “É incrível como melhora aceitação”, observa Fernanda Câmara. A inserção de código barras foi mais uma etapa para conseguir mercado. “Saltamos a porteira high tech. Hoje todo o comércio trabalha com a tecnologia e tivemos que nos modernizar para atender essa exigência”, comemora o engenheiro e industrial. A sequência do produto foi obtida por meio do Sebrae-Tec. A aposta é ampliar a carteira de clientes, hoje em torno de 50 empreendimentos, a partir da modernização de equipamentos, ampliação de estrutura física e contratação de mão de obras. Atualmente, a empresa tem 4 funcionários. “Precisamos de um novo financiamento para a construção de uma câmara fria que permitirá a estocagem de frutas e até a diversificação de nossos prosdutos, com melhor aproveitamento”, disse Câmara. A ideia é dobrar o volume de produção e poder destinar parte para a pauta de produção. “Estamos em negociação para embarcar para os Estados Unidos”, afirma. Embora qualificada como a primeira agroindústria familiar do Estado, Fernanda lembra que houve dificuldades para obter financiamento de R$ 130 mil – para abertura da unidade dentro do Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar (Pronaf). “Fomos os primeiros a ter esse tipo de crédito”, afirma.
Empresa de produção de compotas e geleias de Ceará-Mirim encontra na qualificação e capacitação base para expandir produção
Inovação na produção de cachaça amplia mercado
Produção orgânica agrega valor à cachaça artesanal Desde o período colonial e a instalação dos primeiros engenhos, a cachaça é a bebida mais popular do Brasil. Nos últimos anos, o uso de novas tecnologias somadas ao modelo artesanal de fabricação tem contribuído para ampliar o mercado do destilado nacional. A susbtituição de suco de limão para a fermentação da bebida - em vez de ácido sintético - deu à produção artesanal da cachaça da Agroindus-
trial Extrema, localizada em Pureza, Ceará-Mirim, o status de bebida orgânica, agregando valor de até 30% no preço final do produto e ampliando a aceitação do mercado local para o exterior. Cerca de 10%, dos 50 mil litros produzidos por ano seguem para Estados Unidos e Europa. Em atividade há sete anos, a Extrema investiu em métodos sustentáveis e no modelo de produção mineira. Foi de lá, que o
engenheiro agrônomo Anderson Faheina, proprietário e diretor da cachaçaria, trouxe a ideia e tecnologia dos alambiques para produzir o destilado envelhecido em tonéis de carvalho, amburana, bálsamo e jequitibá – de acordo com o tempo e especificidade do líquido. Um investimento inicial de R$ 500 mil e capacidade instalada para 120 mil litros por ano. “Temos uma demanda crescente pelo produto e dese que começamos tarabalhamos com uma margem de crescimento de 15% de produção ao ano”, revela Faheina. O faturamento anual da empresa é de R$ 200 mil com a cachaça. Todas as etapas do processo de produção da bebida, da moagem até o engarrafamento são feitas de forma artesanal com produto natural. plantação da cana-de-açúcar – matéria prima da cachaça – está livre de agrotóxicos e o transporte é feito em pequenas quantidades, usando remotos carros de bois. “Quanto menor o intervalo entre o corte e a magem da cana, melhor o produto. Por isso trabalhamos com pequenas quantidades e de forma contínua”, explica. Segindo ele, é a produção e A inovação está também nas garrafas com layout adaptado ao mercado internacional. A Extre-
ma foi uma das primeiras a conquistar o selo de produto orgânico emitido pelo Instituto Biodinâmico (IBD) A certificação de qualidade passa antes pela avaliação dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Meio Ambiente e do Trabalho e Emprego. A diferença para a cachaça tradicional é que, na produção da orgânica, não é usado qualquer produto químico. Em 2012, a cachaçaria foi uma das vencedoras do 9º Prêmio à Micro e Pequena Empresa (MPE) Brasil na categoria Agronegócio. “Há um mercado punjante para o destilado nacional mais zado e a produção artesanal ganhou importância como padrão de qualidade”, afirma Anderson Faheina. Para 2014, a empresa se prepara para dar um novo salto e diversificar o mix de produtos, com a produção de vinho. O experimento já está em andamento e a estimativa é de 5 mil litros em 2014 dobrando o volume de produção até 2015. Além disso, o o sistema desde o cultivo, colheita , carregamento e estocagem até o processo de fabricação da bebida passará a ser informatizado. “Iremos otimizar a produção, reduzir os custos e promover melhor condições de trabalho”, disse o engenheiro.
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Produtos ‘Made in RN’ crescem nas exportações Entre os produtos exportados se destacam a confeitaria, mineração, tecidos e o sal. O camarão retorna, depois de período no mercado interno o tempo que a conexão mais robusta com uma economia globalizada permite a indústria maior inserção em novos mercados, por outro lado expõe também um cenário hostil: a importação de uma série de desafios para sobreviver a concorrência estrangeira. O Rio Grande do Norte tem retomado o fôlego e avançado na pauta de exportações. Produtos elaborados com “cara e gosto” tipicamente da região são encontrados nos mais diversos mercados. Entre os produtos “Made in RN” se destacam a confeitaria, mineração, tecidos, e roupas de cama e o sal. O camarão retorna, depois de período voltado somente para o mercado interno. Para se manter competindo com mercados em todo o mundo, surgem as chamadas “born global”, empresas de alto potencial já criadas para atender a concorrência internacional. A Candy Pop, no setor de alimentos, a Agrícola Formo-
A
Exportação setor industrial 2013* Produto
Valor em US$
Confeitaria Tecidos Chapa plástica Sal Granito, em bloco Tungstênio Açúcar Cera carnaúba Roupa de cama Ouro Fios têxteis e linhas Pedras semipreciosas Caulim Granito Ladrilho Vestuário Moda praia
16.389.133 9.738.565 7.800.606 6.338.695 5.820.862 4.912.122 3.536.649 3.355.238 2.861.928 919.257 757.834 353.802 276.114 87.096 80.948 54.872 20.491
Total
63.304.212
Fonte: MDIC (*) janeiro a outubro de 2013
sa, no agronegócio, e a Mhag de extração de minério de ferro, instalada em Jurucutu, são alguns dos exemplos norte-rio-grandenses que encontram espaço lá fora. O fenômeno é resultado da intensificação da globalização que originou mercados mais competitivos e interdependentes pautados em mudanças tecnológicas de ritmo acelerado e constante criou novas oportunidades. “É efeito da ultra globalização em produzir no seu país pensando em outro país e as empresas born global”, explica Otomar Lopes Cardoso Júnior, especialista em comércio exterior e professor do curso de Relações Internacionais da UnP. As vantagens dessas empresas são um ambiente mais favorável para produção e comercialização dos produtos quando comparado ao mercado doméstico. A alta carga tributária que recai sobre os empreendimentos nacionais, explicou o empresário Thiago Gade-
Confeitaria do Rio Grande do Norte exportou este ano 16 milhões de dólares
lha Simas da Candy Pop, foi o fator propulsor que o empurrou ao mercado estrangeiro. “Era mais vantagem enviar para fora do país, do que para o Sudeste. Nós competíamos com a indústria de lá que para atender o Nordeste pagava 7% e para eu levar a mesma mercadoria para o sul, pagava 12%. Desleal”, disse. A Candy Pop, indústria instalada no Distrito Industrial de Macaíba foi criada em 2010, deve fechar o ano com US$ 14 milhões somente em exportações, com 9 mil toneladas de produtos. Para 2014, a meta é atingir os US$ 20 milhões com a perspectiva de ganhar novos mercados, como a Europa, Oriente Médio e Caribe. A empresa emprega 300 funcionários .
A excelência exigida eleva a competitividade e estendem valor ao mercado interno. “Se há um produto que se destaca a tendência é que a cadeia se prepare melhor para atender”, afirma o especialista em mercado externo, Otomar Lopes Cardoso. O potencial de geração de produtos para o mercado externo é ainda pouco explorado e, para crescer, precisa sanar entraves como a melhoria na infraestrutura logística. Sem um porto estruturado, o custo com o frete rodoviário até o porto nos estados vizinhos representa 60% do valor para para embarcar por navios até o destino final do produto. O governo também deixa de arrecadar impostos cobrados nas operações do transporte rodoviário.
Exportações
O setor de confeitaria, mesmo com apenas uma indústria, recuperou-se e apresenta o maior volume negociados. Este ano foram negociados pouco mais de R$ 33 milhões em balas, caramelos e pirulitos, em quase totalidade com destino para. As exportações de minério no RN subiram 46,8% entre janeiro e outubro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O estado exportou, até o momento, R$ 27,6 milhões em tungstênio, caulim, quartzitos, granito e ouro – R$ 8,8 milhões a mais do que exportou entre janeiro e outubro de 2012. “Há uma constância positiva na na pauta de exportações do Estado”, analisa , Otomar Lopes Cardoso.
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Indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS
Pró-Sertão: a indústria redescobre o interior O programa quer abrir 300 facções – pequenas confecções – até 2017 no Seridó. Hoje, oito empresas estão com máquinas e agulhas em velocidade de produção de 3,5 mil peças ao dia revitalização e interiorização da indústria têxtil e de confecções no Rio Grande do Norte vem na esteira dos bons resultados do varejo. A necessidade de o estado acompanhar os planos de expansão da Guararapes, maior grupo empresarial do ramo têxtil e de confecção de roupas da América Latina, levou a criação do programa Pró-Sertão que promete abrir 300 facções – pequenas confecções – até 2017 no Seridó. O grupo planeja duplicar o número de lojas no país em quatro anos, o que vai exigir o aumento da produção atual, estimada em 150 mil peças de roupas por dia. Programado para deslanchar somente em 2014, o projeto que começou a ser gestado há dez meses pela empresa, governo do estado, Sebrae/RN e Federação das Indústrias do estado (Fiern), foi antecipado “para atender a solicitação de governo”, observa o diretor industrial da Guararapes, Jairo Amorim. Mesmo em fase embrionária já apresenta resultados e desafios para se consolidar no Estado. Atualmente, oito empresas localizadas na região do Seridó estão com máquinas e agulhas em velocidade de produção de 3,5 mil peças ao dia. Em 2014, está prevista abrir mais de 50 facções e até 2016 atingir 300 facções e gerar 20 mil novas oportunidades na atividade. O que corresponde já a 3% da produção local. A opção por terceirizar os serviços de costura nas facções, observa o diretor industrial, reduz custos e dar maior agilidade, barateando a produção. “Essa foi a forma de conseguirmos resultados eficientes, ultrapassando a barreia de espaço físico para a costura, fundamental no processo produtivo”, analisou Amorim. O valor pago às facções (R$ 0,28 por minuto trabalhado), diz ele, custa 7% menos do que costurar as peças na própria fábrica. A empresa pretende investir até 2016 na construção de uma unidade em terreno vizinho as atuais instalações que irá abrigar equipamentos de ponta que fará o processo de corte e preparação de malhas e tecidos planos que seguiram para serem costuradas nas oficinas. Um investimento de R$ 1,5 bilhão. O Grupo aguarda ainda liberação do terreno que deverá ser cedido pelo Município. O processo de corte de peças em malha é automatizado, por maquinário que obedece o planejamento de modelagem e assegura aproveitamento de 95% do tecido. No processo de qualificação de mão de obra e estruturação das oficinas, a expectativa de do Sebrae investir R$ 7,07 milhões no projeto. Outros R$ 32,1 milhões serão aplicados pelo Senai. A ideia, explica a gerente da Unidade da Industria no Sebrae/RNLorenaRoosevelt,éque outras empresas passem a adotar o mesmo modelo no estado. A Hering, que compra peças de facções potiguares há 15 anos, já demonstrou interesse em ampliar o número de fornecedores. E o grupo Ztec, que controla a fábrica RMNor, também se mostrou interessado na proposta.
A
O grupo Guararapes planeja duplicar o número de lojas no país em quatro anos, o que vai exigir o aumento da produção atual, estimada em 150 mil peças de roupas por dia
Terceirização da produção teve início há 10 anos
Essa foi a forma de conseguirmos resultados eficientes, ultrapassando a barreia de espaço físico para a costura, fundamental no processo produtivo”
A terceirização da produção no RN atende empresas como a Guararapes, das lojas Riachuelo
Formalização das pequenas empresas precisa de agilidade
Queremos chegar mais perto do custo da China, que chega a ser 30% menor que o custo no Brasil” JAIRO AMORIM Diretor industrial da Guararapes
Criar um ambiente favorável para a formalização e adequação das pequenas empresas que atenderam a demanda do Grupo é considerado pelo diretor industrial da Guararapes, Jairo Amorim, como ponto crucial para a consolidação do programa. Flexibilizar as obrigações trabalhistas, reduzir os custos com pessoal e melhorar o nível de qualificação da mão de obra - frente a concorrência direta do produto asiático. O custo com encargos trabalhistas em empresas formais da China corresponde somente a 10% da folha. “Enquanto uma costureira lá sai por R$ 250 reais, aqui não sai por menos de 1,5 mil”, compara.
“Queremos chegar mais perto do custo da China, que chega a ser 30% menor que o custo no Brasil”, acrescentou. Para ser competitiva é necessário ainda melhorar a política de incentivos fiscais do Estado. O diretor preferiu não comentar sobre a renovação do Proadi. Para adequar as facções, um trabalho de auditoria e gestão foi realizado ao longo do ano para identificar, sobretudo na região do Seridó, as que já estão em conformidade com as obrigações trabalhista, previdenciária, de segurança e saúde do trabalhador. “Algumas oficinas já estão adaptadas e atendem a Hering e outras e empresas”.
O receio, segundo ele, é dos órgãos reguladores criar barreiras para a instalação e formalização dessas micros e pequenas empresas. “Precisamos de parcerias para desburocratizar, para que possam se adaptar a legislação trabalhista sobreviver. E não uma formalização de fomento a multa desestímulo ao projeto”, afirma. O diretor industrial do Grupo Guararapes enfatiza que a definição sobre a geração de empergos e onde serão confeccionadas as peças que deverão atender o mercado interno e abastecer o estoques da Riachuelo virá das ações do poder público. “Quem dirá se serão aqui ou lá fora são as parcerias com o poder público para dar condições de que as micros e pequenas empresas trabalhem de acordo coma legislação”, afirmou.
O processo de terceirização da produção já é realidade há mais de um década no Estado. Pequenas empresas já produzem para a abastecer as fábricas da Hering e a RM Nor, cuja carteira de clientes consta da Zara, C&A, Renner e Calvin Klein e atender o varejo. O volume produzido nessas unidades saltou de 2 mil por dia, no início, para cerca de 31,5 mil, em 2013. De acordo com o presidente da Associação Seridoense de Confecções (Asconf), Leonardo Ferreira de Azevedo, além do crescimento outro fator chama atenção. A diversificação de produtos. A demanda que antes se restringia a calças se estende pela multiplicidade de peças que vão desde a jaquetas a shorts mais simples. Transferir a produção das grandes para as pequenas empresas é considerado pelo professor doutor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), William Pereira, como ferramenta importante para abater custos e impulsionar a competitividade dessas companhias nos mercados nacional e internacional. Os efeitos da interiorização da indústria em áreas como emprego, qualificação de mão de obra e crédito são avaliados como positivos para o desenvolvimento do Estado, de acordo com o secretário de desenvolvimento econômico, Rogério Marinho.
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
« ENTREVISTA: FLÁVIO ROCHA »
« PRESIDENTE DO GRUPO RIACHUELO E VICE-PRESIDENTE DO GRUPO GUARARAPES »
‘O Proadi é fundamental para a economia do RN’ Flávio Rocha disse que acredita no sucesso do Pró-Sertão e que não imagina crescimento do setor industrial do RN sem os incentivos do Proadi a esteira do varejo, a indústria têxtil potiguar deverá crescer e movimentar a economia. Com a expansão das lojas Riachuelo, a terceirização da produção por meio do programa Pró-Sertão pretende abrir 300 facções no Estado, gerando 20 mil empregos em quatro anos. “É um verdadeiro ovo de colombo incluir as pequenas no processo de produção das grandes”, analisou o presidente do Grupo Riachuelo e vice-presidente do Grupo Guararapes, Flávio Rocha. O varejo deverá fechar o ano com crescimento de 7%, em detrimento da indústria. “Quando o varejo se formaliza assume as rédeas de toda cadeia de suprimento e isso tem um efeito de contágio em eficiência e em profissionalidade para toda a economia”, afirmou Rocha. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o executivo pontuou desafios e oportunidades para a indústria potiguar e destacou a necessidade de “eleger como inimigo público da economia e do desenvolvimento do país o custo Brasil” para atribuir competitividade a economia do país. Confira a entrevista.
N
Existe hoje uma legislação ambiental extremamente rigorosa e há uma interpretação mais extremada ainda. Aqui mesmo no RN vimos projetos que contemplariam 20 resorts sendo recusados, descartados, pela questão ambiental”
Como o senhor avalia o cenário atual da economia no país?
Os números tímidos do crescimento da economia brasileira são resultados de duas metades com performances bem diferentes. Uma que vai muito bem, representada pelo setor de varejo e serviços, estimulada pelo crescimento do mercado de consumo, do aumento da renda e dos baixos níveis de desemprego registrados no país nos últimos anos. E o outro lado, a metade diretamente mais atingida pela triste característica que tantas vezes já foi citada pela classe empresarial como um todo, que é o custo Brasil e a indústria faz parte dessa segunda metade. Numa ilustração bem clara, a indústria está mais para a última capa da (revista americana especializada) The Economist com o Cristo Redentor estolando e o varejo reflete a capa de 2009, com o Cristo (Redentor) decolando. Mas é reanimador ver que o governo está preocupado, como dito pelo ministro do MDIC, Fernando Pimentel, durante a palestra do Motores do Desenvolvimento, há uma construção pelo quarto consenso que busca dar competitividade à indústria por meio de melhoria de infraestrutura logísitica em seus vários projetos de concessão e sobretudo na redução desse custo. Esse é o principal gargalo?
Sim. Eleger como inimigo público da economia e do desenvolvimento do país o custo Brasil e ter esse empenho do Ministério, da CNI, Fiern. Grandes avanços
foram feitos em relação a legislação tributária, embora ainda seja terrível. O peso dessa carga para os juros já esteve pior e o câmbio também já foi bem pior para quem exporta. Contudo, permanece em todas esses fatores e também na questão trabalhista uma incrível complexidade regulatória e jurídica, de legislação e nisso o país pouco evoluiu. É nesse campo que há um espaço enorme para mudanças, para transformar o ambiente empresarial no Brasil e no RN muito mais acolhedor e isso tem reflexo na competitividade que é a grande ameaça no custo brasileira Apesar da economia ter tido um ano difícil, com um PIB da indústria estagnado em 0,1%, o varejo teve um bom desempenho, o que contribuiu para isso?
O aumento da renda. O Custo Brasil tem esse lado positivo, pois é inegável o crescimento do poder aquisitivo do brasileiro. O salário mínimo praticamente triplicou, em dólar, nos últimos 8 anos. E estimulou o varejo que há dez anos cresce duas vezes mais que o PIB. No ano passado esse crescimento foi oito vezes superior ao PIB Nacional. E acredito que por muito anos ainda o setor varejista será o propulsor da economia que tem se formalizado, modernizado, equipado. Aquela clandestinidade de antes tem sido combatida. E quando o varejo se formaliza assume as rédeas de toda cadeia de suprimento e isso tem um efeito de contágio em eficiência e em profissionalidade para toda a economia e isso deve perdurar.
Esperamos que o RN possa com o Pró-Sertão ganhar em agilidade e recuperar parte da competitividade perdida. A produção aqui já representou 70% do abastecimento das lojas do Grupo”
O senhor disse à TN um ano atrás que para crescer, era “preciso conter as forças do contra”. A situação permanece ou o ambiente de negócios no RN é mais favorável?
O Proadi é fundamental para o crescimento da economia do Rio Grande do Norte e eu não acredito na hipótese da reformulação não ser feita”
Em um país democrático com forças de todas as linhas ideologias, o diálogo é uma parte importante. Se há outros países que ganham em crescimento e concorrência como a China, a gente paga e nesse caso com prazer o preço da democracia. Quando me refiro as forças do contra, por exemplo, é na questão ambiental. Existe hoje uma legislação ambiental extremamente rigorosa e há uma interpretação mais extremada ainda. Aqui mesmo no Rio Grande do Norte vimos um projeto que contemplaria 20 resorts sendo recusados, descartados, pela questão ambiental. O Rio Grande do Norte é um estado de inegável vocação turística, mas não tem um resort sequer. E segundo o que foi divulgado na imprensa, essa negativa causou a perda de 50 mil empregos que deixaram de ser gerados e de R$ 11 bilhões em investimento, enquanto há áreas
enormes que poderiam estar abrigando esses resorts e pela falta de emprego, de condições de melhorias de vida podem acabar sendo favelizadas o que traz um impacto ambiental também grave. E é sabido que resorts é um guardião do meio ambiente porque ele vende natureza. Como o senhor analisa a morosidade do governo em aprovar a reformulação do Proadi e quais as consequências disso para a indústria do Estado? Há ameças de retirada de investimentos caso não ocorra a renovação?
O Proadi é fundamental para o crescimento da economia do Rio Grande do Norte e eu não acredito na hipótese da reformulação não ser feita. Precisa sair para que o Rio Grande do Norte se mantenha crescendo. Para preservar a competitividade dos empreendimentos já existentes e para atrair novos. Mas este é um cenário, o da não reformulação, que nas nossas definições de planejamento e investimentos futuros não estamos considerando porque não vemos a possibilidade, a ameaça de não termos a reformulação do Proadi. Qual a sua avaliação sobre a política do Governo Federal em desonerar a folha de pessoal?
Desonerar a folha e tributar o faturamento corrigiu uma histórica injustiça que fazia com que as grandes indústrias que são também as maiores empregadoras fossem as que mais pagassem imposto. Foi um passo importante, com resultados expressivos em toda industria nacional. O que é necessário para a consolidação do programa de facções contemplado pelo Pró-Sertão? Quais os resultados da produção nesses primeiros meses, reduziu custos, acelerou o processo de produção?
A meta de produção é de 2,5 milhões em peças para o ano que vem. Em resultados estamos um
pouco aquém do que esperávamos devido a homologação pelo alto grau de exigência como algumas que estão sendo feitas à Guararapes e estão sendo estendidas às oficinas e isso tem dificultado, retardado a homologação. Por um conservadorismo. São adaptações das oficinas para que fiquem melhor equipadas em relação às condições de trabalho e níveis de produção. Esperamos que as questões de leis trabalhistas,d e órgãos regulatórios possa acrescentar nesse processo e não ser entrave. Estamos em início do processo, no laboratório ainda e hoje represeenta 3% da produção total daqui. Mas acredito que esse projeto será um enorme canal de suprimento para o processo de expansão da nossa empresa. Vamos duplicar o número de lojas em quatro anos e isso significa, se mantiver o nível de crescimento de loja a loja, triplicar o faturamento. E esperamos que o Rio Grande do Norte possa com o Pro-sertão ganhar em agilidade e recuperar parte da competitividade perdida. A produção aqui já representou 70% do abastecimento das lojas do Grupo, depois caiu e aumentou a participação de importados e de outros fornecedores brasileiros. Qual a importância das micro e pequenas indústrias nesse cenário? Na sua avaliação, a verticalização da produção é a solução mais viável para a indústria do RN?
Sim é o caminho mais viável. É um verdadeiro ovo de colombo. É na confecção, no elo da costura, que está 80% dos empregos da cadeia têxtil. E com apenas 10% a 15% dos investimentos garante 80% dos empregos. Há um enorme efeito social. Diferente do que ocorre em outros setores de produção, como a tecelagem, do corte, tinturaria, a costura não precisa de escala, não precisa de milhares de pessoas para conseguir grau máximo de eficiência. Uma oficina com 50 a 100 funcionários já consegue esse nível de qualida-
de. E com pouco investimento consegue os mesmos resultados em qualidade e quantidade do que uma grande fábrica, paquidérmica e difícil de administrar. Dentro da expansão do Grupo, há novas lojas previstas para o RN?
Sim, mas não está assinada ainda. Iremos duplicar o número de lojas. E com isso vamos criar o 20 mil empregos em lojas e cada emprego no ramo lojista reflete em 5 empregos em fornecedores, ou seja, serão 100 mil empregos na cadeia. E, enquanto norte-riograndense, eu espero que o Estado consiga atrair o maior contingente desses empregos para cá, porque esse é um potencial transformador para a nossa economia. Mas não é a administração da Riachuelo quem irá definir onde esses 100 mil empregos serão colocados, mas é a partir do apoio das autoridades em fazer os ajustes e parcerias necessárias que poderemos recobrar essa competitividade perdida e fazer com que o RN tenha uma participação nesse fantástico momento de crescimento que o grupo esta vislumbrando e vivendo. A inauguração da loja Riachuelo da Oscar Freire abre um novo momento para o grupo. Isso marca a migração do perfil da empresa para este segmento (A e B)?
Os produtos que estão na loja da Oscar Freire são os mesmo que estão aqui nas lojas do Midway e do Natal Shopping Center, com os mesmos preços. Isso demonstra a nossa crença na democratização da moda e de que esse perfil de castas, de classes, de segmentação, em moda é uma pagina virada e caiu em desuso. Na mesma semana que inauguramos a loja da Oscar Freire, quatro dias antes inauguramos uma loja em um dos endereços mais populares do Brasil, que é a Rua Nova de Recife. São as mesmas coleções, os mesmos preços e o mesmo sucesso nos dois endereços. Isso mostra que essa segmentação foi superada.
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Algodão, açúcar, minério e sal foram a base
Ì LINHA DO TEMPO Do algodão a indústria têxtil à
A industrialização chegou ao RN nos anos1970. Antes, a economia se sustentava da pecuária, produção açucareira e extração de sal, minério e algodão ntes de ser conhecido pelo turismo, fruticultura e energia eólica, o Rio Grande do Norte tinha a economia pautada em atividades mais rudimentares. A produção açucareira, a pecuária juntamente com a mineração, extração de sal e o algodão tiveram forte papel na expansão da economia potiguar durante vários séculos. Passado meio século da industrialização potiguar, especialistas do setor são categóricos: o cenário continua pouco expressivo sem atrair indústrias de bens intermediários, a chamada indústria de base. A indústria tal qual como conhecemos se instalou no Estado a partir da década de 1970. “Somente na década de 70 percebe-se transformações significativas na base produtiva e da estrutura social e econômica do Estado, analisa a economista e professora do Departamento de Políticas Públicas da UFRN, Maria do Livramento Clementino. Os segmentos extrativo mineral, têxtil e agricultura de exportação, juntamente com iniciativas de políticas governamentais por parte do Estado e União direcionaram as transformações vividas no Estado aquela época. Antes disso, na década de 1960, a industria potiguar surgia de forma tímida, calcada no beneficiamento do algodão. Até
A
então, o Estado era tido como “pobre e atrasado”, observa Maria do Livramento Clementino. As estruturas produtivas e inconsistentes relações de produção, ressalta a economista, impossibilitaram a integração do Rio Grande do Norte no processo de industrialização pelo qual passa o país nos anos 30. “A indústria potiguar nunca teve expressividade no cenário nacional”, afirma. Os incentivos fiscais concedidos pela extinta Sudene, por meio do artigo 3418 e depois com o Fundo de Industrialização do Nordeste (Finor) que destinou recursos para os estados da região, foram preponderantes para que o RN entrasse na industrialização, mais fortemente com a criação de um polo têxtil e de confecções no Rio Grande do Norte - beneficiado pela produção em larga escala no Estado, o algodão e o sisal. Essas ações permitiram ao RN status de destaque na produção de vestuário. Em 1977, a produção era em torno de 50 mil peças/dia. A indústria potiguar têxtil e de confecção sempre ficou concentrada em Natal, ao longo da BR-101, embora a produção agrícola do algodão estivesse no Seridó. Entre as década de 1980 e 1990, com a retirada do subspidio governamental, o parque industrial têxtil potiguar foi se esfacelando, com o fechamento de várias empresas.
A indústria têxtil estava voltada para fiação e dividiam espaço na balança comercial com a extração de sal marinho e a mineração da cheelita. Para Livramento, as transformações experimentadas dos anos 70 até hoje consolidam um modelo de desenvolvimento de intensa urbanização, concentração de renda e altos índices de pobreza e exclusão social. Algumas iniciativas prosperaram, outras não tiveram êxito, lembra a economista Maria do Livramento, como a fábrica de barrilha de Macau que integrava um projeto do governo federal que se chama Complexo Químico Metalúrgico do Rio Grande do Norte – tentativa de agregar a produção de sal, à barrilha e a cheelita. A Alcanorte, fábrica concebida para produzir barrilha no Rio Grande do Norte, no município de Macau, teve sua placa descerrada há 36 anos, entretanto, a operação não passou da solenidade de inauguração. “O RN sempre viveu de muitas promessas e poucas concretudes”, criticou. A década de 1980 foi marcada por uma longa crise econômica, mas também sinalizou mudanças significativas na economia e na indústria. Muitos segmentos industriais trataram de modificar sua plataforma tecnológica em busca de maior produtividade e competitividade.
1950
No período de transição pósguerra, a produção de algodão no RN entra no processo de industrialização. Mesmo sem produzir o tipo arbóreo no período
à
1960
A criação da SUDENE impulsiona o processo de industrialização. Foi no governo de Aluízio Alves que foram dadas as condições para que o setor industrial deslanchasse no Estado
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1970
Instalam-se no Rio Grande do Norte: Guararapes S.A., Confecções Soriedem, Fiação Borborema, T. Barreto, Empresa Industrial Técnica, o Grupo J. Motta, Jossan, Confecções Reis Magos e outras. Estavam em fase de implantação a Maisa, a Inpasa e a AlgimarProfarquímica
à
1972
Empresas como a Texita, a Alpargatas, a Sperb e o Grupo UEB (Indústria Têxtil Seridó, a Sparta, a Incarton e o Ducal Palace Hotel) também instalaram-se no Estado
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1973
A Alpargatas, Sperb e UEB implantam fábricas de fios, tecidos e confecções no Estado. A Guararapes amplia e abre mais 1,2 mil postos de trabalho
à
1990
O parque industrial têxtil do potiguar passa por uma fase de expansão, motivada pela instalação de empresas como Vicunha e Coteminas e pelo recrudescimento da Guararapes Têxtil
A indústria, como conhecemos hoje, chega ao Estado nos anos 1970
Produtos do RN
SCHEELITA E SAL
ALGODÃO
AÇÚCAR
FRUTICULTURA
PETRÓLEO
O ‘upgrade’ nos processos de extração da scheelita e do sal marinho começou a se desenhar já no final dos anos 1960. O RN viveu o auge da scheelita entre 1940 e 1980, quando a exploração do minério atraiu empresas de mineração, milhares de garimpeiros e vários comerciantes que impulsionaram a economia local gerando quatro décadas de prosperidade, desenvolvimento e riqueza. Currais Novos chegou a ser o maior exportador de scheelita do mundo. Nos últimos cinco anos, o setor de mineração vem ganhando em demanda, a ponto de reativar minas. Além da scheelita, o minério de ferro, gemas são exportadas. Já a mecanização das salinas e melhorias no embarque e transporte se deram a partir da construção do Porto-Ilha de Areia Branca, que começou a operar em 1974, beneficiando a qualidade e o escoamento do produto. Desde a década de 1950, empresas de porte médio e grande atendem a industria quimica instalada no eixo Rio-São Paulo.
A atividade algodoeira do RN remonta desde o século XVI. Entre 1860 e 1865, a exportação de algodão cresceu em mais de dez vezes. Na década de 1930, investimentos de fazendeiros paulistas e a chegada das multinacionais avancaram ainda mais a produção que seguia para o mercado inglês. As multinacionais instalaram modernas usinas de beneficiamento e fábricas de óleo de algodão, passando a fornecer sementes selecionadas e financiando os comerciantes de algodão. O auge do ciclo do algodão entre as décadas de 1960 e 1970, quando representou 40% da arrecadação do ICMS no estado encerrava também o ciclo econômico extrativista com usinas de beneficiamento de caroço de algodão, torta, farelo e passou a fiação e a confecção têxtil. O declínio veio entre os anos 1960 e 1970 a reboque da instabilidade dos preços nos mercados interno e externo, modo de produção e depois com a praga do bicudo. A retirada de subsídio governamental e os altos juros cobrados pelos tipos de algodão produzidos no RN, somado a praga do “bicudo” - besouro que arruinaram os campos de algodão - subtraíram competitividade frente ao produto estrangeiro.
Desde os chamados engenhos “de pau” movidos por tração animal que foram pelas moendas de ferro até chegar a energia à vapor usada para movimentar as caldeiras, a indústria sucroalcooleira tem participação na balança comercial do Estado. A modernização do setor açucareiro foi implementada com atraso pelos produtores norte-riograndense, o que ocasionou uma queda acentuada na produção de açúcar no Estado. Somente no final da década de 1920 e início de 1930 foram instaladas as primeiras usinas de açúcar cujos polos de produção se transferiram para o Litoral e o Agreste potiguar. Atualmente, a crise provocada pela seca afeta o setor sucroalcooleiro que viu a produção e exportação de açúcar despencarem – 80% e 40% nos últimos anos - e mandou milhares de trabalhadores embora. Segundo estimativas da Associação de Plantadores de Cana do RN, mesmo que chova, o setor levará pelo menos três anos para recuperar o que perdeu.
A criação do projeto de irrigação do BaixoAçu fez brotar a fruticultura irrigada, que, a partir do final dos anos 80 expandiu para os vales dos rios Apodi-Mossoró e Upanema. No ano 2000 as exportações de frutas tropicais representavam, mais de 40 milhões de dólares de divisas para o Estado. Empresas pioneiras como a Maisa, Frunorte e outras entraram em crise na última década. A produção de frutas em áreas irrigadas, no entanto, continua sendo um dos maiores responsáveis pela arrecadação de divisas e tendo papel de destaque na pauta de exportações.
Na primeira metade da década de 1970, em virtude da primeira crise do petróleo, intensificaram-se os estudos da Petrobras no Rio Grande do Norte. Em 1973 foi descoberto o primeiro poço de petróleo (campo de Ubarana) no Rio Grande do Norte, na plataforma continental. Somente em 1979, ocorreu a descoberta de petróleo, com bom potencial extrativo, na parte terrestre, no município de Mossoró.
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Fiern impulsiona a indústria do Estado A Fiern nasceu em fevereiro de 1953 a partir da junção de cinco sindicatos. Este ano, chega aos 60 anos olhando para a inovação e planejando o futuro do setor no RN m 1953, o desenvolvimento da indústria no Rio Grande do Norte ganha corpo com a criação da Federação da Indústria, e que chega aos 60 anos olhando para o futuro. A concretização da proposta de criação da entidade representativa foi condição fundamental para a arrancada em direção a um novo estágio de indústria no Rio Grande do Norte. “É uma instituição importantíssima que hoje programa os próximos 20 anos, uma política de estado com a visão industrial para que os governos tenham condições de executar e o estado crescer”, afirmou o industrial e ex-presidente da Fiern, Fernando Bezerra. Por unanimidade, a Fiern nascia em fevereiro de 1953 a partir da junção de cinco sindicatos - Sindicatos das Indústrias do Vestuário; da Panificação, Confeitaria; da extração do sal; da Construção e Mobiliário; da Mecânica e de Reparação de veículos e Acessórios. O primeiro presidente industrial Joaquim Victor de Hollanda, do sindicato da Construção e Mobiliário, a despeito da descrença de seus pares, obteve a carta sindical assinada pelo então presidente da República, Getúlio Vargas, que dava formato e validade jurídica à proposta feita pelos empresários industriais. Um ano depois, filiava-se a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na fase embrionária, as ações estavam voltadas para a instalação da estrutura funcional, que perdurou por toda década de 50, anos em que secas consecutivas arrasaram a cadeia de produção do estado. Os recursos do governo federal para tentar recompor as perdas eram ínfimos e impediam obras de infraestrutura. Embora fosse fonte de matéria prima para a indústria, a região Nordeste sobretudo o RN não conseguia consolidar o processo de industrialização – como visto no Sudeste do país. Um dos primeiros desafios da entidade foi contribuir para enfrentar os danos oriundos da
Projetos foram pioneiros em várias áreas
E
A Federação da Indústria do RN chega aos 60 anos planejando as ações necessárias para o crescimento do setor nas próximas duas décadas
longa estiagem, o que abrangeu a elaboração de um plano para captação de recursos e fortalecimento da Federação com adesão de sindicato de outros segmentos. Em 1955, outros sete sindicatos se filiavam a Fiern (Sindicato das indústria da joalheria e ourivesaria; da Extração de Minérios e Pedras Preciosas; de Extração de óleos Vegetais; do Vinho, Torrefação e Moagem do Café e Laticínios e Produtos Derivados; e de Extração de Fibras Vegetais). Três diretorias foram eleitas até 1958. A primeira eleição para a diretoria da Fiern, em 1955, elegeu João Lourenço de Vasconcelos, que renunciou um ano depois. E foi substituído pela diretoria chefiada por Clóvis Coutinho Motta. Mudanças estruturais importantes foram feitas nessa gestão, que se em-
penhou em reverter medidas do governo de Dinarte Mariz que criavam novas taxas para o setor prejudicando produtores e consumidores. Em 1958, tendo a frente o industrial João Frederico Abbott Galvão a Fiern reunia 13 sindicatos. Nos anos 60, a Federação esteve preocupada com a formação de mão-de-obra qualificada para a indústria potiguar. A atuação foi ampliada com a instalação do Centro de produtividade Industrial da Fiern, a CEPIRN, com ofertas de cursos pelo Senai que buscavam estimular a produtividade nas empresas do estado. A realização de seminários, além de fomento a estudos e pesquisa para traçar perfil e avaliar atividades do setor produtivo foram inciados ainda sob a gestão de Raimundo Chaves.
É uma instituição importantíssima que hoje programa os próximos 20 anos, uma política de estado com a visão industrial para que os governos tenham condições de executar e o RN crescer” FERNANDO BEZERRA Ex-presidente da Fiern
Consolidação se deu entre os anos 70 e 80 A fase de consolidação da Fiern se deu entre 1970 e 1980, segundo o historiador Paulo Ferreira dos Santos. O período é marcado pelos médios e grandes projetos agropecuários (27) e industriais (50). Com a implantação da Sudene, já havia nesse período uma cultura de planejamento e infraestrutura que permitiram ao estado, finalmente, integrar o processo manufatureiro do país. A instalação do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) encabeçava a lista de realizações da Fiern, em 1970. Durante esse decênio os esforços estavam voltados para elaboração de uma política que pudesse reaver perdas de incentivos fiscais com estímulo e se envolvia em discussões em âmbito nacio-
nal sobre leis tributárias, recolhimento de ICM e um programa para o desenvolvimento do setor de algodão, couro bovino para exportação e mineração da scheelita, cujas reservas era uma das maiores entre a Américas. Um dos projetos que se destaca desse período é o da Alcanorte, inaugurada em 1975. A fiern elaborou estudos sobre os efeitos sobre a economia da região, além da necessidade de investimentos que consumiriam a barrilha, formando um complexo industrial. O projeto era visto como orientador de tomadas de decisões no campo político. O trabalho relacionou os principais consumidores de barrilha. A expansão da Fiern. Com ampliação de ações, criação de
novos órgãos - como o Departamento Econômico e ades]ão de novos sindicatos - e construção da Casa da Indústria ocorreu entre 1980 e 1990. Por sugestão da Federação das Indústrias, o governo do Estado elaborou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial, Proadi – política de incentivo que se mostrou essencial para atração de novos investimentos e fixação de indústrias. A partir dos anos 90, ocorre a inserção de inovação tecnológica no processo produtivo, a partir da abertura da economia para o mercado internacional. Sob a gestão de Fernando Bezerra foram iniciados estudos para a criação das Zonas de Processamento de Exportação (ZPE).
Os vetores que tínhamos, como o sal, minérios metálicos e não-metálicos, cerâmica, entre outros, eram mal aproveitados e a Fiern contribuiu com a organização do processo de produção de vários setores da economia” FLÁVIO AZEVEDO Ex-presidente da Fiern
A Fiern deu uma enorme contribuição ao Estado, na avaliação do ex-presidente Fernando Bezerra, com a elaboração de projetos, diagnósticos, levantamentos que promoveriam o desenvolvimento do Estado, algumas acabaram não deslanchando como a proposta do Pólo Gás-Sal, outras se concretizaram como O CTGAS. Antesdisso,aampliaçãodoparque da Fiern com a instalação do Sesi e Senai permitiram o fortalecimento do setor, a partir do empenho nas áreas de formação, pesquisa e também social. Com forte vocação têxtil, a Fiern criou o Centro ClóvisMottadequalificaçãodemão de obra, além de um Centro voltado para a construção civil. Melhorias em infraestrutura portuária e a necessidade do aeroporto São Gonçalo do Amarante. Durante a gestão do presidente Abelírio Vasconcelos da Rocha, de 1995 a 2003, diversos projetos foram desenvolvidos em defesa da exploração racional das potencialidades econômicas do Estado, entre eles os programas Desafio 100 - que mobilizou R$ 100 milhões em investimentos no setor produtivo e criando 46 mil postos de trabalho. O Diferencial RN visava conceder gás natural a preços subsidiados e propiciarinfraestruturaparaindústrias que investissem no Estado. A Fiern coordenou e custeou a promoção do programa. Um dos mais conhecidos foi o projeto Pólo Gás Sal, que buscava estimular produtos com maior valor agregado a partir do aproveitamento industrial integrado do sal, calcário,sílica,águas-mãesegásnatural. No bojo do Pólo Gás Sal nascia o Natal Terceiro Milênio que propôs para Natal e região metropolitana planejamento de infraestrutura urbana, obras de saneamento, além de drenagem, estrutura viária , acessos ao porto e aeroporto e sistemas de energia. Para o ex-presidente Flávio Azevedo, que presidiu a instituição de 2004 a 2009, a Federação das Indústrias tornou-se a partir da década de 1990 o “farol” que indica os caminhos do desenvolvimento e modernização da industria potiguar. Além de melhorar a competitividade a partir da ação Sesi, Senai e o IEL, na área social e qualificação profissional, o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), destacou o papel da Fiern em coordenar o processo de organização de atividades do setor industrial e a discussão de obras estruturantes e política para o setor por meio da realização do projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, cuja parceria foi inciada na gestão dele. “Os vetores que tínhamos, como o sal, minérios metálicos e não-metálicos, cerâmica, entre outros, eram mal aproveitados e a Fiern contribuiu com a organização do processo de produção de vários setores da economia”, avaliou Azevedo.
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
« ENTREVISTA: AMARO SALES » « PRESIDENTE DA FIERN »
“O Mais RN será a bússola para novos investimentos” Presidente da FIERN fala das dificuldades enfrentadas pela indústria do Rio Grande do Norte, mas é otimista quanto ao futuro do setor, especialmente a partir do ‘Mais RN’ presidente da Fiern, Amaro Sales, critica a falta de planejamento e de infraestrutura que possibilite o crescimento industrial no RN e aposta na construção de uma política a partir do programa Mais RN para reverter o quadro de desaceleração e alavancar o setor no Estado. Otimista, acredita que o próximo ano será de oportunidades, desde que o poder público esteja disposto a somar com o setor. Destaca algumas oportunidades para o RN: Copa do Mundo, inauguração do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, energias renováveis. “2014 é também um ano de eleição, onde estaremos escolhendo novos representantes e discutindo propostas para o desenvolvimento econômico e de uma política para o setor”. Eis a entrevista:
essa energia gerada no estado, além disso o leilão A -5 terá boa participação de parques no Estado que vai represar aí uns 10 bilhões de projetos em cerca de 300 projetos nesse leilão. Solar com alguns projetos. A mineração vem naturalmente solicitada, mesmo sem os investimentos necessário vem surgindo negócios, em ouro, ferro com três empresas nessa área, cheelita e é um cenário que essa economia desponta para um negócio, temos até ouvido falar em um polo siderúrgico em função dessa reativação da mineração do Rio Grande do Norte. Carcinicultura voltando para a pauta exportação. O agronegócio vem mais forte com a fruticultura. A confecção se abre em amplitude com as facções, e expectativas de novos negócios. O Aeroporto irá atender voos internacionais e há uma solicitação por parte da empresa para ter um incentivo coma redução do sobre o ICMS do querosene da aviação. Quanto tiver esse atrativo permitira um maior numero de voos. Em meio a tudo isso, o cenário se desenha favorável, mais promissor de que a economia deve melhorar. E se levarmos em consideração que é também um ano de eleição, onde estaremos escolhendo novos representantes e discutindo propostas para o desenvolvimento econômico e de uma política para o setor.
A
Na avaliação do senhor, o que é necessário para agregar competitividade à indústria potiguar?
Há um tripé de custos que pesam bastante no produto final no Brasil. As indústrias têm na matéria-prima o maior custo, seguido por energia e mão de obra. O Brasil tem a energia mais cara do mundo. O RN, que vai começar a exportar energia, tem um preço elevadíssimo e isso pesa no preço final do produto. É preciso infraestrutura para escoar os produtos. O investimento em infraestrutura melhoraria bastante. As empresas aqui instaladas têm sofrido com isso. Buscamos uma linha de cabotagem para o fluxo do eixo Sul e Sudeste para o RN, hoje temos que trazer em cima de caminhão. Os custos que mais preocupam e impedem a competitividade com o mercado internacional é de logística?
Os tributos trabalhistas tem um peso maior. Em países desenvolvidos, há o incentivo a produção e não há esse tipo de encargo, com isso as empresas são mais competitivas quando elas se apresentam junto com produtos brasileiros.
Quais as prespectivas a partir da operação do novo aeroporto?
O Mais RN tem sido colocado não como tábua de salvação, mas como bússola para a orientação a novos investimentos do Estado do Rio Grande do Norte”
O senhor mencionou a questão da infraestrutura, continua sendo um dos grandes gargalos?
Sim, mas temos avançado. Além do novo aeroporto, temos a construção do Terminal de Passageiro do Porto de Natal que deve alavancar o turismo. O Berço 4 deve sair em 2014 e isso acontecendo deve ajudar a logística de porto. Temos os acessos ao Aeroporto de São Gonçalo, já a BR-304 eu creio que no ano que poderá virar um projeto. Se não tem recursos para fazer o projeto, como é feita a execução da obra? Hoje grande parte da logística é canalizada pela BR-101 devido a melhoria com a duplicação. Temos um projeto da Fiern, Fecomércio e o Porto para as linhas de cabotagem, que acredito até fevereiro deve ocorrer e vamos convidar as empresas para participar.
O grande gargalo e impeditivo para o crescimento da indústria do RN continua sendo a falta de planejamento”
O Aeroporto de São Gonçalo do Amarante desde o projeto inicial é de ser o intermodal que daria essa formato de operação e viabilizando o aeroporto, garantindo um número maior de voos oriundos da Europa e da America que se concentram aqui para ser distribuindo para o restante do país, mas também trazendo a ZPE como uma fonte de produção aquecida e esta seria o pincipal meio na parte logística para escoar esta produção. Mas o grande gargalo e impeditivo para o crescimento da insutria do Rio Grande do Norte continua sendo a falta de planejamento, a falta de projetos e de recursos direcionados para investimentos. A capacidade de investimentos do Estado é zero. E só mudará quando houver um planejamento e capacidade de executar ações. Apesar desse cenário, o empresário consegue fazer a parte dele, conseguiu desviar sua margem de lucro sem dispensar empregados. Houve um equilíbrio entre admissão e demissão em 2013 na industria, segundo dados do Caged. É lamentável não ter projetos o que acaba sendo dificultador para os investimentos. Esperamos em 2014 que o governo traga estes investimentos. O Mais RN tem se mostrado um esboço para uma política industrial. Como será a execução desse programa?
A Fiern junto com um grupo de empresas potiguares apoiado
pelo governo estamos na construção do Mais RN que tem sido colocado não como tábua de salvação, mas como bússola para a orientação a novos investimentos do Estado do Rio Grande do Norte. Identificar, fazer um diagnostico de oportunidades que o RN tem atrativo para implementação novas empresas e fortalecer a industrias já existente e ter um programa de atração de novas. Mapeamento de oportunidades que permitirá traçar políticas públicas industrial, sendo a primeira criada no RN. A Fiern acredita que esse projeto dará um norteamento ao RN melhorar o posicionamento em emprego, investimento público, em investimento privado, e inclusive orientar os novos governantes que chegaram em, 2015, sendo o planejamento que estava faltando.
ses municípios onde as desigualdades persistem e há perda na arrecadação e com isso só chega as bolsas (família).
Qual o reflexo na indústria potiguar de políticas adotadas pelo Governo Federal como a redução de IPI?
O ano de 2014 deve chegar com alguns links que nos anima. Por mais esperança que tivéssemos de mudanças, encerramos 2013com um crescimento na casa de 0%, quando se projetava no início do ano algo em torno de 4%. Mas teremos a Copa do Mundo com uma grande fluxo turístico com um cenário pre e pós-Copa e o evento que vem e vai embora, mas da expectativa de retorno, de aproveitar o potencial turístico. E tendo turista tem movimentação da economia. As energias renováveis onde temos a energia eólica que a Chesf deve entregar parte das linhas e até fevereiro deveremos ter estrutura para escoar
Hoje o governo federal traz esses programas de baixa de alíquota para incentivar a produção na industria mas com enorme e sérias consequências nos estados mais pobres, que dependem do Fundo de Participação, trazendo fortes dificuldades da gestão dos recursos dos Municípios mais pobres com a redução dos repasses. Claro, que para as grandes indústrias nacionais há um impacto positivo na competitividade e na participação do mercado, mas traz um prejuízo enorme para es-
A tranferência de renda por meio dos programas sociais do governo tem sido apontado com um dos principais indutores do poder de consumo...
A gente percebe que há melhoria do poder aquisitivo nas classes menos afortunadas, mas essas movimentação ocorre mais forte nesses municípios e traz essa dependência a esse formato de política social. Acredito que é preciso que tenha políticas de trabalho e renda e a nossa preocupação é que essas políticas não favoreçam a participação efetiva na economia. O ano encerra com baixo crescimento da indústria. O que esperar de 2014?
O Proadi não foi reformulado. Quais consequências dessa morosidade?
O Proadi é um pedido emperrado há quase um ano de atualização do projeto, o que já foi feito pelo corpo técnico da Fiern e do Governo, de um modelo que venha atender ao RN sem contrariar a lei da competitividade e dos benefícios fiscais, é um excelente programa mas precisa melhorar e incentivar a industria a precisamos ter o Proadi para ser mais competitivo. A interiorização da indústria por meio de facções, dentro do PróSertão, é a solução para fortalecer o setor?
Pretendemos otimizar as micro e pequenas empresas que já trabalham nesse setor e aproximar das grandes companhias como a Guararapes, Hering, para chegar aos municípios. A Guararapes, a maior empresa do setor da América Latina tem 10 mil empregos e vamos colocar 20 mil. Mas é preciso essa conectividade entre os microempresários e as grandes companhias. Se depender do Senai e Sesi, quanto a qualificação de mão de obra o programa sai sadio e com prosperidade. Esperamos fechar o ano com 60 mil matricula no Senai, um crescimento de 25% em relação a 2012. E conseguimos atender o mercado. Mas quanto a parte que cabe ao governo, esperamos que sejam encontrados os meios.
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Formação é requisito para produtividade Um dos desafios do Brasil é conseguir formar mão de obra qualificada na mesma velocidade do crescimento do setor industrial erramenta importante para girar as engrenagens do desenvolvimento econômico, a formação de profissionais tornou-se requisito para o crescimento da produtividade da indústria. Movido pelo aquecimento vivenciado nos últimos anos, por alguns segmentos como construção, civil, setor energético, panificação e têxtil, a demanda por técnicos e engenheiros é crescente no Estado. O desafio é qualificar, na mesma velocidade da indústria, e tirar do papel projetos nas mais diversas áreas da cadeia produtiva. E tem sido tarefa de instituições de ensino técnico e superior que se desdobram para atender a demanda das empresas. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) dá conta que 65% das empresas dos segmentos extrativo e de transformação consideram um problema conseguir pessoal qualificado. A baixa capacitação atinge desde as funções da base até o gerenciamento e é ainda maior para as empresas de grande e médio porte. O que fez 81% das empresas em todo o país promover treinamento para os funcionários. No Rio Grande do Norte, a oferta do Senai atingiu recorde e deve fechar o ano com 60 mil matrículas em cursos técnico, e qualificação profissional e aperfeiçoamento. Um aumento de 25% em relação ao ano anterior, quando foram feitas 48 mil matrículas, devido também a oferta de educação à distância. Para 2014, a meta é atingir 68 mil matrículas – sendo 16 mil bolsas do Pronatec. Em educação à distância passará a ofertar 45
F
Ì O QUE Formação de mão de obra qualificada para a indústria
POR QUE Segundo dados da CNI, 65% das empresas dos segmentos extrativo e de transformação possuem dificuldade em encontrar mão de obra capacitada
cursos técnicos. O diretor regional do Senai, Afonso Avelino, discorda que exista um déficit de profissionais qualificados para a industria. “Toda a demanda que chega da indústria do Estado é atendida. O Senai tem condições de, em sendo demandado, fazer intercâmbio de conhecimento quando necessário, adquirir a expertise e ofertar os cursos ”, disse. O índice de empregabilidade dos formandos nos Centros coordenados pelo Senais chega a 75%, de acordo com o sistema de acompanhamento de egresso da instituição, que monitora até um ano depois. Um dos grandes desafios para a instituição é a abertura de 3,3 mil vagas a partir de 2014 para atender a interiorização de
facções da indústria têxtil e de confecções, no contexto do programa Pró-Sertão. Este ano já foram oferecidas oito turmas com bolsas do Pronatec, duas turmas de mecânico de máquinas e seis de costura. Um parceria com Prefeituras e com Guararapes permitirá usar unidades fabris para a aprendizagem. “A mão de obra mais aprimorada para atender o setor de confecções tem sido um vantagem e tem atraído outras empresas que pretendem se instalar no Estado”, analisa Avelino. Hoje há 85 facções e a perspectivas da abertura de mais 300 para atender o programa de expansão do Grupo Riachuelo. O Senai conta com oito centros de formação, além de 11 unidades móveis que serão reforçadas a partir de 2014. Uma nova unidade na área de automação e robótica será inaugurada com investimento de R$ 9,5 milhões e outra unidade de ensino médio integrado, que com enfoque na área de logística, construção civil. A qualificação para atender matriz energética está concentrada no CTGas-ER. O presidente do Conselho Superior do CTGAS-ER, Flávio Azevedo, lembra que uma parceria foi firmada com o instituto alemão Fraunhofer para Sistemas de Energia Solar ISE. A ideia, explica Azevedo, é obter conhecimento para desenvolver placas fotovoltaicas a preços mais competitivos e maior aproveitamento de energia solar, através da adequação de protótipos. Com transferência de tecnologias, inovação e educação profissional na área de energia, com intercâmbio de pesquisadores entre as instituições.
Modernizado, o setor de panificação do RN está carente de mão de obra qualificada
Empregabilidade chega a 85% A modernização de algumas atividades tradicionais, como o ramo da panificação - que diversificou proposta e mix de produtos – também exigiu maior excelência no processo de produção. De olho nas oportunidades, jovens como o militar Jessé Lopes da Silva Júnior, de 21 anos, integram o grande número de jovens que formação tecnológica tem atraído cada vez mais jovens que buscam garantir espaço no mercado de trabalho. Com foco nas áreas de alimentos e Têxtil, Centro Clovis Motta, vinculado ao Senai, forma por ano 4 mil profissionais e
dos quais 85% se inserem no mercado de trabalho. “Só não fica na área quem não sabe o que quer”, observa a coordenadora pedagógica Elienai Matias de Almeida. Na maior parte dos casos, alunos conciliam ou ascendem do curso técnico para os de graduação superior, em geral na mesma área. “Conhecimento é o caminho para melhor colocação no mercado para crescer”, afirma. Jessé faz parte do programa Soldado Cidadão, no Centro de Educação e Tecnologias Clóvis Motta, vinculado ao Senai em parceria com o Exército Brasileiro.
Cursos atraem jovens para vagas no setor têxtil Tesoura, bobinas e agulhas , habilmente manejadas por adolescentes de 16 a 21 anos, deslizam sobre tecidos, enquanto costuram oportunidades de mudanças de vida. É desta forma que o aprendiz Mikae Wellingto Nascimento da Costa, de 18 anos, encara o curso de costura do Centro Clóvis Motta. Filho de operários do setor têxtil, o morador de São Gonçalo do Amarante trabalha na mesma empresa em que os pais e sonha em alçar voos maiores. “Pretendo fazer logo após esse (curso), o de designer de moda. É um campo muito promissor e que exige boa qualificação”, pondera. A grade de cursos contempla desde o curso de estilo com a criação de peças, texturas e estampas, a modelagem e corte do produto planejado até a fase de confecção das peças e prospecção de vitrine e mercado. “A formação aqui é completa. É uma
área em expansão, com muitas oportunidades”, afirma o aprendiz que se reveza entre o curso e o estágio de aprendiz na Guararapes. A opinião é partilhada por Josimária Silva, de 19 anos. “Hoje o curso técnico é a via mais fácil para a gente conseguir emprego e melhorar de vida”, disse. Para 2014, a demanda da unidade será ampliada para mais 1,5 mil vagas em cursos de corte, costura, estilismo e modelagem. O crescimento, além da exigência do mercado e o crescimento do setor textil, lembra a coordenadora Elienai Almeida, tem sido estimulado pelo Pronatec. “Muitos chegam aqui ainda sem saber o que querem, se identificam com a área e são absorvidos e crescem na profissão. Isso é o mais gratificante”, acrescenta a professora do curso de de costura e estilismo, Maria do Socorro Oliveira.
“A panificação é uma das áreas que mais tem demandado qualificação e agregado tecnologia e inovação. O mercado é crescente”, observa a coordenador do curso de panificação da Escola Modelo, André Gomes. Além do ensino, a escola desenvolve projetos e inova com a criação de utensílios, como o cortador de pão, e receitas como pão de queijo do sertão que adiciona queijo de coalho, de manteiga e carne de sol, além da fabricação de uma linha de produtos sem glúten. “A ideia é ter um produto para concorrer com o pão de queijo mineiro”, observa.
Conhecimento é o caminho para melhor colocação no mercado para crescer” ELIENAI MATIAS Coordenadora pedagógica
A mão de obra mais aprimorada para atender o setor de confecções tem sido um vantagem” AFONSO AVELINO Diretor Regional do Senai
Cursos voltados para atender a demanda do setor têxtil serão ampliados em 2014
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especial
Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Dados do IFRN apontam que 70% dos alunos conseguem emprego após a conclusão do curso. Os salários dos técnicos chegam a R$ 2,6 mil no Rio Grande do Norte
Crescimento exige mão de obra qualificada A procura por técnicos dos mais diversos setores da indústria deve continuar crescendo, especialmente nas áreas de petróleo e energias renováveis demanda por técnicos é crescente em todos os setores da indústria e deverá crescer ainda mais com a exploração de petróleo e o présal e as energias renováveis, segundo avaliação do diretor da Indústria, Augusto Fialho, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, campus Natal. “É vital termos um corpo técnico capacitado para atribuir competitividade” Os cursos técnicos passam a ser fundamental no atual contexto econômico, lembra Fialho, com uma demanda de 7,5 milhões até 2015. Mas é preciso ir além e desenvolver todas as competências profissionais necessárias, pondera o professor. Por ano, a instituição forma cerca de 1,7 mil alunos voltados para atender o setor industrial. A empregabilidade é alta. De acordo com dados do IFRN, 70% dos egressos ocupam postos de trabalho. E os salários dos técnicos chegam a R$ 2,6 mil em empresas da região. Levantamento feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em 18 estados mostra que a remuneração média de admissão dos trabalhadores em 21 ocupações técnicas mais demandas pela indústria é de R$ 1,7 mil a R$ 2 mil. O valor se refere ao salário bruto e supera alguns vencimentos pagos a profissionais em início de carreira, como médicos, professores, analistas de sistemas e jornalistas, aqui, do Estado.
A
Engenheiros
Um dos fatores que entravam o desenvolvimento da indústria: a carência de recurso humano qualificado, poderia estar equacionado no Rio Grande do Norte. A avaliação é do coordenador de inovação e empreendedorismo da UFRN, Marciano Furukava. Dados da UFRN apontam que o número de engenheiros formados ao ano – cer-
BATE-PAPO
Profissionalização da indústria Rio Grande do Norte Evolução Senai - ano a ano 2003
28,1 mil
2004
25,5 mil
2005
24,8 mil
2006 2007
Marciano Furukava
1.609 alunos matriculados
Coordenador de inovação e empreendedorismo da UFRN
Cursos técnicos para a área de indústria Eletrotécnica/Caicó Mecânica/Parnamirim Eletrônica/Natal-Zona Norte Refrigeração e climatização/Santa Cruz
22,7 mil 26 mil
262 160 163 267
Mecânica/Santa Cruz Logística/São G. do Amarante Mecânica/Natal-Central Eletrotécnica/Natal-Central
70 117 282 279
“Indústria do RN não absorve toda mão de obra”
38,3 mil
2008
Como a UFRN tem qualificado a mão de obra para a indústria?
47,1 mil
2009 2010
32,4 mil 34,8 mil
2011
48,8 mil
2012
60 mil
2013*
68 mil
2014** (*) Projeção
IFRN (2013)
(**) Meta
ca de 400 somente pela UFRN seria suficiente para atender toda a demanda por profissionais. A conta não fecha, explica o professor e coordenador de inovação e empreendedorismo da UFRN, Marciano Furukava, devido o perfil do setor secundário potiguar. “Isso ocorre porque o modelo industrial de alta produção não é contemplado no Estado”, frisa. A falta de uma indústria de base faz com que 50% dos cerca de 1 mil engenheiros de diversas áreas, formados nos últimos 3 anos pela instituição sigam para outros mercados. A Universidade forma mais profissionais da indústria do que a indústria do Rio Grande do Norte absorve. Em outras regiões e estados, como em Pernambuco e Ceará, o potencial é bem maior. Em termos de Brasil, há uma necessidade ainda maior de engenheiros, cerca de 60 mil, e os formados aqui no
Rio Grande do Norte são levados para atuar fora do Estado. As áreas da construção civil e a indústria de preparação de materiais e insumos continuam demandando o maior número de profissionais no estado. Outros dois mercados se abrem com investimentos maciços em pesquisa, na área de geologia, a engenharia de petróleo e de energia alternativa, com a chegada dos parques eólicos. A UFRN tem se preparado para o desenvolvimento industrial, com a criação de cursos para atender novos nichos de mercado, à exemplo de Engenharia Florestal e Engenharia Aquícola. Uma aposta exitosa na formação de recursos humanos, observa o coordenador de inovação da UFRN, é a engenharia de produção. A criação de parques tecnológicos no interior do estado surge como alternativa para a fixa-
Expansão da formação profissionalizante
UFRN Engenheiros formados
16 campi 20 mil alunos 3 unidades para 2014
2011
300
2012
403
10 mil vagas pelo Pronatec
(***) Considera apenas o primeiro semestre letivo.
ção desses profissionais. Mas Furukava é taxativo: o mais importante é o Estado decidir qual a vocação da indústria local. “Devem ainda ser traçados novos modelos de negócios para melhor discussão e viabilização dessas ideias, que podem contribuir para a consolidação desse parque”, completa. O modelo tradicional da indústria não seria compatível com o turismo, que precisa preservação natural maior. para o Estado e também. Mais grave que a carência é o deslocamento de função. Estudos mostram que apenas 48% dos engenheiros atuam na área após formados, entre médicos e dentistas chega a 80%. “Esses alunos acabam atuando mais de gerenciamento em empresas e na indústria, do que propriamente na engenharia uma vez que não há muito desenvolvimento tecnológico na indústria,”, observa.
2013***
211
É vital termos um corpo técnico capacitado para atribuir competitividade” AUGUSTO FIALHO Diretor da Indústria no IFRN
A UFRN tem se preparado para este desenvolvimento industrial, se bem que o próprio desenvolvimento industrial não consegue colocar todo esse potencial formado pela Universidade no mercado de trabalho. Qualificamos mão de obra para “exportação”?
Se o nosso engenheiro tivesse oportunidade de escolher, acredito que ficaria aqui, junto aos seus, onde se criou e se formou. Mas o que vejo que a escolha de sair do estado se deve ao perfil da indústria local que não absorve todos. A formação técnica tem sido uma preocupação...
Um dos problemas de recursos humanos na nossa indústria é referente ao corpo técnico, não somente no tocante as engenharias, como também do nível básico de produção. E esse é um trabalho que a UFRN tem abraçado junto ao Pronatec. Outro problema é que o engenheiro formado pela Universidade acaba atuando mais na na parte gerencial do que propriamente em engenharia uma vez que não há muito desenvolvimento tecnológico na indústria, que aqui são mais de transformação e beneficiamento de produtos, não tem muita tecnologia a ser agregada.
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especial
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Indústria DESAFIOS E OPORTUNIDADES
« ENTREVISTA: ROBSON BRAGA » « PRESIDENTE DA CNI »
“As concessões nos deixarão mais competitivos” O presidente da CNI, Robson Braga, disse que o Brasil deve recuperar a competitividade a partir de concessões de portos e aeroportos homem que comanda e defende a indústria no país tem uma visão otimista do futuro. Robson Braga, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), acredita, entre outras coisas, que a indústria crescerá mais em 2014, que o país se tornará mais competitivo e que gargalos que hoje atravancam o setor e impedem um crescimento mais robusto serão superados a médio e longo prazo. “Talvez no ano que vem até não cresçamos da forma como queremos. Mas as questões estão sendo discutidas. Estão sendo enfrentadas”, afirma. Nessa entrevista concedida à TRIBUNA DO NORTE, durante o Seminário Motores do Desenvolvimento, Braga explica a razão para tamanho otimismo.
O
o país está fazendo, é principalmente investir em portos para que possamos ter uma navegação de cabotagem (entre portos de um mesmo país ou região). A partir do momento que a gente tiver isso a distância do RN para São Paulo ou Rio Grande do Sul não vai ficar tão grande. Porque a navegação de cabotagem é considerada uma das saídas para tornar o RN mais competitivo?
Porque o custo é muito reduzido e você poderá transportar grandes volumes em grandes distâncias. Isso ajudaria a resol-
A indústria brasileira – e no Rio Grande do Norte não é diferente - vem perdendo competitividade. O que fazer para recuperá-la?
Quais as dificuldades enfrentadas pela indústria potiguar?
As dificuldades nossas são dificuldades nacionais, não são dificuldades localizadas no Rio Grande do Norte. São dificuldades de infraestrutura, de uma carga tributária bastante elevada, de problemas trabalhistas que são comuns aos outros estados, são todas questões que nós, da CNI, junto com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, estamos trabalhando muito para melhorar o ambiente de negócios, criar um ambiente favorável à atração de investimentos e fazer com que o país cresça pelo investimento e não pelo crescimento apenas do consumo. Agora é claro que o Rio Grande do Norte tem um potencial muito especial na atração de investimentos, principalmente em alguns setores como os setores de energias renováveis, energia, petróleo e gás. Hoje muitas indústrias precisam de disponibilidade de gás para desenvolver os seus negócios, como a petroquímica. Isso faz do Rio Grande do Norte um estado atrativo. Tem um aeroporto adequado, tem porto. Isso tem capacidade de atrair investimentos para o Rio Grande do Norte.
Acredito que um Estado como o Rio Grande do Norte que tem a possibilidade de ter uma infraestrutura muito grande na parte de porto para atender mercados consumidores da América Central, Estados Unidos ou Europa vai atrair empresas, desde que a gente resolva o problema dos portos”
A falta de infraestrutura e as dificuldades de logística não prejudicam a captação de investimentos e atração de empresas para o Estado?
Olha, a infraestrutura tem penalizado o país como um todo. Não é uma prerrogativa do Rio Grande do Norte. É claro que a distância que o Rio Grande do Norte tem do centro consumidor afeta talvez mais as empresas aqui instaladas. Por outro lado, o RN tem uma proximidade muito grande tanto com a Europa quanto com Estados Unidos, América Central. O que nós temos que fazer, que eu acho que
ver pelo menos o transporte de grandes volumes e a baixo custo. Iria fazer uma diferença muito grande. Agora é preciso trabalhar para isso. Os políticos do Rio Grande do Norte têm no deputado Henrique Alves, presidente da Câmara, e no ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, grandes expoentes da política nacional, que certamente tem a capacidade de influenciar a União para que haja investimentos que possam beneficiar o país como um todo. Acredito que estamos caminhando a passos largos para ter isso no futuro.
Perdemos competitividade por diversas razões. O país deixou de investir em infraestrutura, os investimentos em educação só se intensificaram de uns anos para cá, pagamos impostos extremamente elevados e a prestação de serviços correspondentes não é do mesmo nível dos impostos arrecadados, o país tem uma legislaçã ambiental muito rígida, falta segurança jurídica para as empresas. Todos esses fatores fazem com que o Brasil seja um país de custo elevado e isso tira a nossa competitividade. Para recuperar a competitividade precisamos resolver essas questões. Um outro cenário é possível?
Tenho certeza que o Brasil se tornará um país competitivo. O país está investindo muito em concessões (de aeroportos, rodovias, portos). Isso demorará um pouco para surtir efeito. Uns 10, 20 anos. Mas o governo federal demonstrou que tem intenção de atacar a burocracia e alta carga tributária. Também está investindo muito em educação profissional. Com relação a este aspecto, o governo federal tem dado apoio total. Nós vamos nos tornar competitivos, mas até lá não podemos matar as nossas empresas. Como evitamos a morte das empresas?
O RN tem um potencial muito especial na atração de investimentos, principalmente em alguns setores como os setores de energias renováveis, energia, petróleo e gás”
Precisamos de políticas que mitiguem os problemas que temos agora. Hoje temos trabalhado apenas para apagar incêndio. Até chegar nesse momento de competitividade plena temos que desenvolver políticas de conteúdo local. Só teremos condição de enfrentar a concorrência externa se começarmos a resolver essas questões. Como a unificação do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) poderia ajudar a indústria? A pro-
posta voltou a ser defendida durante encontro realizado pela CNI este mês...
Essa é uma discussão controversa que tem gerado polêmicas. Precisamos antes de tudo considerar um dado concreto: os incentivos fiscais hoje em vigor foram concedidos pelos estados (que deixam de arrecadar parte do imposto das empresas que decidem se instalar lá) a margem da lei. A maioria dos incentivos. A lei determina que os incentivos sejam aprovados pelo Confaz (Conselho de Política Fazendária), que reúne secretários de Tributação e da Fazenda de todos os estados, e os que estão em vigor não foram. Isso faz com que estados do Sul e Sudeste desqualifiquem os créditos de ICMS de produtos de empresas de qualquer região do país que sejam beneficiadas com incentivos que não tenham sido aprovados pelo conselho (obrigando as empresas a pagarem o imposto). Isso cria uma insegurança enorme principalmente nas empresas. As empresas atraídas para determinado estado devido a incentivos fiscais hoje começam a repensar se valeu a pena e qual risco jurídico ela corre de ter que devolver os incentivos que não foram validados pelo Confaz. Qual seria a saída?
O primeiro ponto importante é convalidarmos os incentivos dados no passado. Falarmos: ‘esses incentivos foram dados de forma ilegal, mas daqui para frente concordamos que eles estão corretos’. Isso já vai fazer com que as empresas não se-
jam penalizadas. A segunda coisa é criar mecanismos no Brasil que não coloquem estados contra estados, mas que por outro lado possibilitem que os estados atraiam investimentos. Independente de qualquer situação eu acredito que no futuro os investimentos serão realizados muito mais por motivos alheios a incentivos fiscais. A questão da educação (qualificação da mão de obra) vai ser fundamental, a infraestrutura será considerada, a proximidade com os mercados. Acredito que um estado como o Rio Grande do Norte que tem a possibilidade de ter uma infraestrutura muito grande na parte de porto para atender mercados consumidores da América Central, Estados Unidos ou Europa vai atrair empresas, desde que a gente resolva o problema dos portos. E se resolvermos o problema dos portos, resolveremos o problema da navegação de cabotagem, dispensando o uso das rodovias. Então isso também faria a produção do Nordeste atingir os mercados do Sul e Sudeste de forma vantajosa. O Rio Grande do Norte, no entanto, ainda não conta com uma boa infraestrutura, segundo dizem os próprios industriais, que exportam boa parte de sua produção pelos portos de outros estados. A unificação do ICMS não colocaria o estado em risco, já que ela anula os efeitos do principal programa de atração e apoio a indústrias do estado, o Proadi?
A princípio poderia parecer que sim. Mas aí você tem que
considerar primeiro que o projeto que o governo federal está discutido com os governadores prevê a criação de um fundo que substituiria os incentivos fiscais de ICMS e que poderia permitir que estados como o Rio Grande do Norte concedessem determinados incentivos baseado nesse fundo. Esse é umponto que amenizaria essa questão. Por outro lado, o estado do RN tem que se unir para conseguir aprovação de uma legislação adequada que permita uma legislação favorável a cabotagem. Isso depende muito dos políticos. Muitos desses problemas estão sendo discutidos pelo país nesse momento. Isso o leva a crer que 2014 será um ano melhor para a indústria?
Sim. Talvez no ano que vem não cresçamos da forma como queremos. Mas as questões estão sendo discutidas. Estão sendo enfrentadas. A questão da infraestrutura vai melhorar. A nossa parceria com o Congresso Nacional certamente vai levar o país a crescer mais e melhor. É claro que sempre discutiremos os problemas que emperram a economia. Isso vai ser sempre assim. Nunca vamos chegar no ponto de dizer: as coisas já estão resolvidas. Agora é preciso reconhecer que estamos avançando. Se a gente olha para frente fica preocupado com o tamanho dos obstáculos. Se a gente olha pra trás veremos que já avançamos. O Brasil tem grandes oportunidades e possibilidades de crescer. Dependemos apenas de vontade política.
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ASTROLOGIA
COLUNAS SOCIAIS
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PÁGINAS 4 A 7
Sol em Capricórnio, Marte e Urano trazem surpresas e reviravoltas. Clima é tenso.
Veja trailer de “O Hobbit - A Desolação de Smaug”, tema da resenha da seção de cinema. www.facebook.com/tribunarn
J.Oliveira, Liege Barbalho e Hilneth Correia contam tudo o que se passa em sociedade.
USAR VERMELHO NO NATAL FICA AINDA MAIS INTERESSANTE NUMA PROPOSTA MONOCROMÁTICA. PÁGINA 8
PAULO COELHO
Coluna deste domingo transcreve história enviada pela leitora e fala de personagem Mogo. PÁGINA 2
tnfamília
Editor: Isaac Ribeiro [tnfamilia@tribunadonorte.com.br]
Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 22 de dezembro de 2013
Com a ç e ida Cab Conhecida por prevenir problemas cardiovasculares, a chamada Dieta do Mediterrâneo também tem propriedades preventivas contra a depressão, como apontam estudos realizados em universidades da Austrália e Espanha
+
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Nutrientes do bem-estar
ISAAC RIBEIRO repórter
E
stá deprimido, para baixo, entristecido? Que tal encarar um prato farto de legumes, verduras, grãos, peixe, tudo regado com bastante azeite de oliva? Sim, alguns alimentos podem acabar com esses sentimentos de tristeza sem fim. Estudos recentes comprovam que a chamada dieta do Mediterrâneo é capaz de prevenir não apenas problemas cardiovasculares, mas também a depressão — considerada hoje a quarta maior causa de incapacitação e galgando postos rumo ao segundo lugar, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Pesquisa realizada pela Universidade de Queensland, na Austrália, estudou os hábitos alimentares de milhares de pessoas e descobriram que os sintomas depressivos diminuíram cerca de um terço nos adeptos da dieta mediterrânea. A combinação dos alimentos dessa dieta tem a capacidade de reverter processos inflamatórios do organismo, seja do coração e vasos sanguíneos ou da mente. Mas quais são esses alimentos? A dieta mediterrânea se baseia em alimentos de elevado valor nutritivo como grãos, cereais integrais e leguminosas, peixes e crustáceos, bem como algumas sementes, frutas, legumes, verduras e raí-
zes , azeite de oliva extra virgem, leite e derivados, vinho (potente antioxidante quando consumido de forma moderada) e água. Segundo a nutricionista Michelle Régis, a alimentação funcional pode ser um meio efetivo para interferir no bom equilíbrio do organismo afim de obtermos grandes melhoras nos quadros depressivos. Ela comenta que alimentos de origem mediterrânea oferecerem elevados teores de nutrientes capazes de equilibrar os níveis de serotonina (neurotransmissor condutor de impulsos nervosos) no cérebro que atua sobre o sistema cardiovascular, evitando inflamações cerebrais e controlando as reações de depressão, medo, ansiedade, sono e percepção à dor, também relacionados a uma desordem na produção da noradrenalina, dopamina, cortisol. “Vale salientar que em casos de depressão moderada à mais grave, a dieta por si só não solucionaria todos os problemas do indivíduo. Há que se manter sincronia entre outras terapias e buscar resgatar a pessoa acometida através de mudanças nos hábitos de vida, de comportamento e até mesmo ambiental. A saúde deve estar relacionada tanto à mente quanto ao corpo, ao espírito e ao âmbito social”, comenta Michelle, que indica a dieta mediterrâneo.
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tn família
Mogo quer melhorar sempre (Uma bela história enviada pela leitora Shirlei Massapust)
T
anto blasfemou contra Deus, que seu anjo da guarda terminou aparecendo.
- Você tem saúde, e uma vida pela frente – disse o anjo. – Todos os jovens começam fazendo algo como você. Por que vive reclamando? - Deus foi injusto comigo, e não me deu oportunidade de crescer – respondeu Mogo. Preocupado, o anjo foi à presença do Senhor, pedindo ajuda para que seu protegido não terminasse perdendo sua alma. - Seja feita a tua vontade – disse o Senhor. – Tudo que Mogo quiser, lhe será concedido. No dia seguinte, Mogo quebrava pedras quando viu passar uma carruagem levando um nobre, coberto de joias. Passando as mãos pelo rosto suarento e sujo, Mogo disse com amargura: - Por que não posso eu ser nobre também?
« PAULO COELHO »
Este é o meu destino! - Sê-lo-ás! - murmurou seu anjo, com imensa alegria. E Mogo transformou-se no dono de um palácio suntuoso, muitas terras, cercado de servidores e cavalos. Costumava sair todos os dias com seu impressionante cortejo, e gostava de ver seus antigos companheiros alinhados à beira da rua, olhando-o com respeito. Numa destas tardes, o calor estava insuportável; mesmo debaixo de seu guarda-sol dourado, Mogo transpirava como no tempo em que lascava pedras. Deu-se então conta de que não era tão importante assim: acima dele havia príncipes, imperadores, e ainda mais alto que estes estava o sol, que não obedecia a ninguém – pois era o verdadeiro rei. - Ah, anjo meu! Por que não posso ser o sol? Este deve ser meu destino! - lamentouse Mogo. - Pois sê-lo-ás! - exclamou o anjo, escondendo sua tristeza diante de tanta ambição. E Mogo foi sol, como era seu desejo.
“Há muitos anos, vivia na China um jovem chamado Mogo, que ganhava o seu sustento quebrando pedras. Embora são e forte, o rapaz não estava contente com seu destino, e queixava-se noite e dia.”
Enquanto brilhava no céu, admirado com seu gigantesco poder de amadurecer as colheitas, ou queimá-las a seu bel-prazer, um ponto negro começou a avançar ao seu encontro. A mancha escura foi crescendo – e Mogo reparou que era uma nuvem, estendendo-se a sua volta, e fazendo com que não mais pudesse ver a Terra. - Anjo! - gritou Mogo - A nuvem é mais forte do que o sol! Meu destino é ser nuvem! - Sê-lo-ás! - respondeu o anjo. Mogo foi transformado em nuvem, e achou que havia realizado o seu sonho. - Sou poderoso! - gritava, escurecendo o sol. - Sou invencível! - trovejava, perseguindo as ondas. Mas, na costa deserta do oceano erguiase uma imensa rocha de granito, tão velha como o mundo. Mogo achou que a rocha o desafiava, e desencadeou uma tempestade que o mundo nunca antes vira. As ondas, enormes e furiosas, golpeavam a rocha, tentando arrancá-la do solo e atirá-la no fun-
(PSICODERMATOLOGISTA) RITAURSULA@IG.COM.BR
(MÉDICO E PROFESSOR DA UFRN - BOUCINHAS_JC@HOTMAIL.COM)
« RITA DE C.M. MEDEIROS HOMET MIR »
« JORGE BOUCINHAS »
Mecanismos de defesa do ego II
Gorduras, perigosas gordurinhas
A
s modernas pesquisas vêm revelando que, muito mais que um mero armazém de substâncias para queimar segundo as necessidades do corpo, o tecido gorduroso funciona de modo a afetar quimicamente o funcionamento de todo o corpo. Os adipócitos (células de gordura), ao se acumularem perto dos órgãos (situação hoje em dia denominada gordura visceral, em contraposição à gordura periférica, a subcutânea), ficam mais ativos no que diz respeito à produção de substâncias danosas ao organismo e guardam estreita relação com diabetes não-insulinodependente, infarto do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais, cirrose e até mesmo câncer. FiqueanotaqueapenasTomografiaComputadorizada, Ressonância Magnética e, em menor grau, Ultrassonografia,podemrevelarapresençadetaisdepósitos, que são clinicamente inaparentes. E é bom aproveitar para fazer notar que as populações de origem extremo-oriental são mais sujeitas a acumular gordura em volta dos órgãos. Alguém que desenvolva uma obesidade andróide (acumulando mais gordura na cintura) está muito mais sujeito à Síndrome Metabólica, um conjunto de alterações que são meio caminho andado em direção aos efeitos mais danosos do excesso de peso. Tanto isto parece verdadeiro que recente estudo escandinavo revelou que os portadores têm risco 4 vezes maior de morrer em decorrência de doenças cardiovasculares. Na base dela está um fenômeno chamado resistência à insulina. Por causa da atividade das substâncias produzidas pelas células gordurosas, as demais células passam a não responder bem à insulina e o pâncreas é obrigado a aumentar a produção da mesma, podendo levar, nos geneticamente predispostos, à sua exaustão e à consequente elevação da glicose sanguínea: o diabetes mellitus instala-se! Pior: mesmo que ele não apareça, o risco aumentado de Infarto fica presente, bem como o de Isquemias e Derrames Cerebrais. E não é só isso. Um quilinho a menos já pode fazer diferença para a saúde e chegou-se a um ponto em que, de acordo com alguns pesquisadores, daqui a tão somente duas décadas a epidemia de obesidade que grassa pelo mundo afora vai chegar a começar a reduzir a expectativa de vida da população da Terra! O chamado “fígado gordo” (Esteatose Hepática) tem sido encontrado cada vez mais frequentemente. E isso, embora de forma não absoluta, pode conduzir à cirrose, mesmo em pessoas que nunca foram adep-
tas de umas boas libações alcoólicas! AHipertensãoArterialSistêmica,umfantasma que ameaça, muita gente boa, guardatambémestreitasligaçõescomopesocorporal excessivo, particularmente com o de causa “invisível” (o devido à gordura visceral). Dentre os aspectos da obesidade que apenas agora iniciam a ser compreendidos está sua relação com os cânceres. Alguns oncologistas julgam que talvez cêrca de 3% de todos os tumores malignos podem estar ligados à obesidade, e isto com base em pesquisas bem recentes. Provavelmente um dos mecanismos em jogo é a ativação, por intermediação de enzimas produzidas pelos adipócitos, de hormônios sexuais, quais os estrógenos. O manutenção de sua produção, principalmente em mulheres na fase pósmenopausa, liga-se estreitamente ao câncer de mama. Também já está razoavelmente bem documentado que a obesidade visceral influencia o aumento dos casos de câncer de intestino grosso, esôfago, rins e revestimento interno do útero. Indícios fortes apontam igualmente para uma relação com neoplasias de ovário, pâncreas e vesícula biliar. Ao contrário do que se propalava até pouco tempo atrás, hoje se reconhece que podem existir gordos saudáveis. A explicação, simples, é que, embora a cintura destes possa estar mui acima da medida, essencialmente têm gordura periférica (subcutânea), sendo pouca a visceral. Verdade que, para “complicar o meio de campo”, uma pessoa magra pode, ocasionalmente, apresentar a Síndrome Metabólica. Aindanãosesabeseaobesidadeéapenasumcomponente da mesma ou se é sua principal causadora, mas os estudos epidemiológicos mostram, sem sombras de dúvida, a estreita associação entre ambas. Pode ser que quem se submeta a uma perda de 10 quilos não aceite ser suficiente a diferença no espelho, mas o impacto na saúde é enorme: a chance de desenvolver doenças em geral fica até 60% menor. O tratamento básico segue a ser a perda de peso. As células da gordura visceral, por serem mais dimensionadas, são as primeiras a se reduzir com dietas hipocalóricas, pelo que decresce rapidamente sua ação nefasta. Não adianta apelar para lipoaspiração, de vez que só retira a gordura subcutânea, a menos danosa. Umaalternativaradical,porenquantoaindaexperimental, seria a retirada cirúrgica da gordura visceral, mas seus riscos permanecem ponderosos. Coragem: ainda é preciso comer menos e andar mais!
“Fiz de mim mesma a minha paciente predileta Verbalizei todos os meus temores, traumas, tristezas e angustias. A ninguém menos que a mim mesma Minha médica particular que dorme e desperta comigo . Certo dia, deveria estar inspirada, encomendou que contasse tudo, tudo a Deus. E a paz que excede todo o entendimento habita desde então comigo, no meu coração e pensamento “ (Autoterapia com Deus, da Autora; último verso Filipenses, 4-7)
N
o último artigo (01.12.13) escrevi sobre o mecanismo de defesa do Ego. Conceituei-o e citei os mais importantes. Hoje abordarei o que penso ser o Mecanismo de Defesa quase perfeito: a Sublimação. Todos nós que cultivamos uma vida interior rica, encontramos neste mecanismo a solução quase ideal para resolver nossos conflitos. Temos o livre - arbítrio para usá-lo de forma construtiva (O BEM) ou destrutiva (O MAL). Uma boa sublimação consiste em você utilizar um dos seus dons para “extravasar” seus sofrimentos. Seria fácil sair por aí blasfemando, fazendo uso indiscriminado de drogas lícitas ou ilícitas, planejando o mal para pessoas que nos feriram quase mortalmente, sair fofocando, namorando demais.,planejando absurdamente o mal, e por aí vai uma lista enorme, enormíssima se quisermos utilizar nosso livre arbítrio para o mal. Somos responsáveis por nossas escolhas e atitudes. Tanto em momentos de extrema alegria ou tristeza. Os sublimadores escolhem fazer algo que dignifique a sua existência, por exemplo, pintar, bordar, fazer assistência social, cuidar de alguém ou escrever entre outras atitudes positivas. Desde pequenininha eu tinha a mania de fazer cartas. Nunca havia lido a Cor Púrpura, nem assistido ao filme e entre cartas para os meus amigos, fazia cartas imensas para Deus. Sentia um alívio enorme e sem saber usava intuitivamente esta escapadela, e nem sabia que estava sublimando. Para mim era um hábito ou uma mania fazer cartas, elas conservam muitos amigos e” noivos” que diziam ser epistolares, pois costumavam enumerar as páginas. Fiz esta introdução um pouco demasiado bastante íntima para explicar-me de modo bem sim-
ples o que Freud diz: uma pulsão é dita sublimada quando deriva para um alvo não-sexual e além disso. visa objetos socialmente valorizados (Desexualização do objeto ) Por consistir na busca, de modo socialmente aceitável, de satisfazer, até certo ponto, as pulsões do ID, pode-se ressaltar que a sublimação é o ÚNICO MECANISMO de DEFESA do EGO que nunca é PATOLÓGICO, pois há sempre um direcionamento da energia (pulsão do individuo) para atividades que o elevam espiritualmente. Daí falarmos no início em produções artísticas, científicas, sociais, religiosas, ou seja, todas aquelas que aumentam o bem estar e a qualidade de vida dos homens. Tanto Melanie Klein quanto Freud evidenciaram o interesse educacional da Psicanálise. Em 1913, Freud ressaltou a importância de informar aos educadores sobre a tentativa de supressão das pulsões parciais por serem praticamente inúteis e até geradoras de novas angustias. Ou seja, o educador “psicologicamente orientado” deveria sempre re-canalizar a pulsão da criança para o “olhar” (pulsões escópica), ver o mundo. conhecer idéias, desenvolver o desejo de saber ( curiosidade intelectual ). O mesmo Freud afirmou, entretanto, que a nossa civilização produz uma ação educativa tão exageradamente severa que é neurótica. De certa forma, em sua obra “Mal Estar na Civilização”, o autor refaz a hipótese de uma “vocação neurótica da humanidade”. Para finalizar de forma lúdica, e ponha LÚDICO nisso, creio que o nosso querido palhaço Carequinha foi assertivo ao cantar : “O bom menino não faz pipi na cama O bom menino não faz malcriação O bom menino vai sempre à escola E na escola aprende sempre a lição O bom menino respeita os mais velhos O bom menino não bate na irmãzinha Papai do Céu protege o bom menino Que obedece sempre a mamãezinha.” É com Carequinha, com quem me deleitei na minha infância, que faço a minha peroração. Desejo a todos que se renovem em Cristo nesta festa em que Ele é o único Protagonista. Um Natal de Paz e Bençãos e que em 2014 nos encontremos com alegria, se o Bom Deus assim o permitir.
« LIBERTAS » Reflexões Fim de ano, final de mais um ciclo e recomeço de outro. Momento de revisões, reflexões, avaliações do ano que termina. Tempo de colher os frutos e os investimentos realizados. Tempo de parada, de pausa para alguns, para recarregar as baterias e renovar as energias, para que em 2014 estejamos inteiros para recomeçar. Momento de refletir, de avaliar e se questionar: Por onde andei? O que construí? O que aprendi? O que cresci? O que desperdicei? O que acrescentei? O que me falta? Qual a direção que quero para minha vida? Para onde quero ir? Com quem quero caminhar? Quem são meus parceiros? O que não quero mais? De que já posso desapegar? Como posso contribuir para um mundo mais justo e mais humano? O que quero agregar a minha vida? Quais as expectativas? O que pretendo plantar para colher mais adian-
te? Para onde vou? E como chegarei lá? Avaliação, segundo Freitas (2007), é uma atividade voltada para o futuro. Avalia-se para tentar manter ou melhorar nossa ação futura. Então, é pertinente avaliarmos nossas vidas na perspectiva de mantermos e potencializarmos o que de bom somos e fazemos e planejarmos ações futuras, sem perdermos de vista a saúde e a qualidade de vida. Enfim, se faz necessário, respirar profundamente e ir diminuindo o ritmo, que é feito de movimento e repouso, se permitir desacelerar, dar pausas, para aos poucos ir assumindo novas tomadas de decisões, redirecionamento de caminhos... Assim, poderemos seguir mais inteiros e empoderados, e não à deriva. Silvana Oliveira – Psicóloga – silvanamariaoliveira@bol.com.br
O frio...
do do mar. Mas, firme e impassível, a rocha continuava no seu lugar. - Anjo! - soluçava Mogo - a rocha é mais forte que a nuvem! Meu destino é ser uma rocha! E Mogo transformou-se na rocha. - Quem poderá vencer-me agora? - perguntava a si mesmo. – Sou o mais poderoso do mundo! E assim se passaram vários anos, até que, certa manhã, Mogo sentiu uma lancetada aguda em suas entranhas de pedra, seguida de uma dor profunda, como se uma parte de seu corpo de granito estivesse sendo dilacerada. Logo ouviu golpes surdos, insistentes, e novamente a dor gigantesca. Louco de espanto gritou: - Anjo, alguém está querendo me matar! Ele tem mais poder que eu, eu quero ser como ele! - E sê-lo-ás! - exclamou o anjo, chorando. E foi assim que Mogo voltou a lascar pedras.
Quatro homens ficaram bloqueados nu-
“Por onde andei? O que construí? O que aprendi? O que cresci? O que desperdicei? O que acrescentei? O que me falta? Qual a direção que quero para minha vida? Para onde quero ir? Com quem quero caminhar? Quem são meus parceiros? O que não quero mais? De que já posso desapegar?”
ma caverna por uma avalanche de neve. O socorro só chegaria ao amanhecer. Havia uma pequena fogueira na qual eles se aqueciam. Se o fogo apagasse, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Cada um deles trazia um pouco de lenha e a única maneira de sobreviverem era alimentar o fogo. O primeiro homem era avarento e disse logo que a sua lenha era só pra ele. O segundo homem era um ressentido, disse que precisaria de lenha para se defender. O terceiro homem, disse: - Vou guardar minha lenha, essa nevasca vai durar dias. O último homem falou: - Esta lenha custou o meu trabalho. Não darei a ninguém. Quando os homens do socorro chegaram, encontraram os cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Vendo aquele triste quadro, o chefe da equipe disse: - O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro.
Esta coluna é de responsabilidade da Libertas Comunidade www.libertas.com.br - libertas@libertas.com.br
Pós-graduação
A partir do dia 6 de dezembro o Libertas - Centro de Pesquisa e Pós-Graduação estará com inscrições abertas para três especializações credenciadas pelo MEC: Gestão de Equipes, Terapia de Casal e Família, Gestão de Riscos a Desastres e Intervenções Psicocorporais e Psicologia Clínica credenciado pelo Conselho Federal de Psicologia. Informações: www.libertas.com.br - (81) 3268 3311/3596.
Livro
“Suicídio e os Desafios para a Psicologia”, é uma publicação fruto de dois debates online realizados pelo CFP sobre transcrição dos debates online “Suicídio: uma questão de saúde pública e um desafio para a Psicologia clínica” e “Suicídio: o luto dos sobreviventes”, realizadospeloConselhoFederaldePsicologia(CFP). A expectativa é que o livro sirva de referência para as (os) psicólogas (os) que atuam na área.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
tnfamília
Nutrientes
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BATE-PAPO MAGNUS NASCIMENTO
do bem-estar
Alimentos do cardápio mediterrâneo possuem componentes capazes de prevenir doenças e alguns que se convertem em serotonina, responsável pela sensação de satisfação e prazer ALEX RÉGIS
s propriedades benéficas da dieta mediterrânea contra a depressão também foram tema de um estudo realizado na Espanha, em 2009, com bastante repercussão na comunidade científica mundial. Foram analisados 10 mil pessoas adultas, durante quatro anos e meio, e constatado uma redução de 30% nas chances de desenvolver comportamento depressivo naqueles que seguiram a alimentação sugerida pelos pesquisadores. Os pesquisadores espanhóis acreditam que o estado depressivo, entre tantos outros fatores, esteja relacionado a um aumento no número de moléculas inflamatórias na corrente sanguínea. Esse seria o motivo pelo qual os deprimidos e angustiados em geral serem mais suscetíveis a doenças cardiovasculares. “Então, uma coisa está diretamente associada à outra. No que eu tenho um maior número de moléculas inflamatórias na minha corrente sanguínea, a probabilidade dessas moléculas coagularem e formarem placas vai ser bem maior. E essa formação de placas pode levar ao entupimento e gerar diversas doenças, como infarto, AVC, derrames”, comenta Camila Moreira. Daí, a dieta mediterrânea ter sido sempre associada a benefícios cardiovasculares. Mas além de nutrientes como ômega-3, de ação antiinflamatória, ácido eicosapentaenoico (EPA) e docosa-hexaenóico (DHA), envolvidos em algumas reações bioquímicas responsáveis pela prevenção de doenças neurodegenerativas, também foram encontrados outros, como o folato e o triptofano. Esse último é encontrado principalmente em grãos, como castanhas, e se converte, no nosso sistema nervoso, em serotonina — responsável pela sensação de bem-estar. “Geralmente, a gente não consome a serotonina diretamente na dieta; consumimos alimentos que são ricos em triptofano e depois de desencadear diversas reações, vai se transformar em serotonina”, comenta a nutricionista. Logo, uma pessoa que mantem equilibrado o seu bem-estar, raramente vai desenvolver depressão, na análise de Camila Moreira.
A
Camila Moreira nutricionista
O que é dieta mediterrânea? O que a caracteriza? Quais seus fundamentos?
A dieta mediterrânea abrange o consumo alimentar presente em 22 países, de três continentes; Ásia, Europa e África; que estão na costa do Mar Mediterrâneo. Esses países têm um padrão alimentar semelhante, relacionados a alguns aspectos. Por exemplo, o consumo de óleo vegetais, de gorduras insaturadas, poliinsaturadas e monoinsaturadas é maior lá. O consumo de peixe também. Porém, não existe um padrão para todos esses países. Cada um deles tem um consumo diferenciado em algum alimento. Se a gente for ver a Itália, lá tem um padrão alimentar bem diferente da Espanha. Enquanto na primeira tem uma quantidade maior de massa; na outra tem mais peixe e mais alimentos de origem vegetal. Porém, ambas consomem uma quantidade e tipo semelhantes de óleo. Nutricionista Michelle Régis comenta que apenas a dieta não é suficiente para acabar com a depressão. É preciso aliá-la a outras terapias
Sabores do Mediterrâneo Fonte: Saúde é vital
Quantidade indicada e características dos alimentos da dieta mediterrânea que combatem a depressão
É composto por alguns alimentos em abundância: frutas, vegetais, legumes, cereais integrais, oleaginosas... eles consomem bastante lentilha, grão de bico e algumas sementes. Há um maior consumo de gorduras monoinsaturas, de azeite de oliva, um menor consumo de carnes vermelhas e derivados, embutidos e enlatados; consomem mais peixes de água doce, que têm uma grande quantidade de ômega-3; os iogurtes, leites e derivados são consumidos em menor quantidade; o vinho, que é bastante consumido; enquanto que aqui no Brasil nosso padrão de bebida alcoólica é a cerveja. Lá, é o vinho mesmo. E eles consomem em menor quantidade. O consumo de ovos também; no mínimo quatro vezes por semana. E as sobremesas de lá, enquanto aqui a gente utiliza bastante gordura nos nossos doces, lá as sobremesas são feitas com frutas frescas e adoçadas com mel. Então, tem uma diferença bem vertiginosa. Mas esses são costumes milenares do povo mediterrâneo, não é mesmo?
Contra a depressão
A psicanalista Odete Bezerra celebra as descobertas relacionadas à nutrição e prevenção da depressão como mais uma conquista no combate a esse que já é considerado como um dos males do século. “Nossa sociedade está doente. Estamos mais ansiosos que nunca.” Comentando, porém, que a alimentação está bastante ligada a fatores culturais e econômicos, ela pondera apenas que o costume de ser ter uma alimentação saudável se popularize em todas as classes da sociedade, para que todos possam usufruir de seus benefícios, inclusive na prevenção de doenças como a depressão. Para a psicanalista, nós ainda estamos bastante atrasados no conhecimento pleno de como funciona o cérebro humano com relação às emoções. Ela observa o fato de nenhum antidepressivo ter real-
E como é o padrão alimentar desses países?
Sim, mas, no entanto, não é nada distante de nossa realidade. Existe algum tipo de restrição à dieta mediterrânea? Alguém não pode ser adepto?
mente 100% de resultados positivos contra comportamentos depressivos. “Além de ter muitos efeitos colaterais, não temos o respaldo de curar, resolver o problema apenas com remédio.” A maioria dos depressivos necessitam de remédio para atenuar os efeitos da doença, mas a farmacologia ainda não apontou uma solução. “Uma tristeza grande, decepções sucessivas podem gerar a depressão”, comenta Odete Bezerra. Em sua análise, a tecnologia
causa angústia no ser humano. Aquela coisa atual de comprar um celular ou um computador, por exemplo, e eles já estarem obsoletos com pouco tempo. “E o ser humano não sabe lidar com a espera”, comenta Odete, acrescentando ainda como fatores desencadeantes do pro-
blema a própria instabilidade da vida. “A dificuldade do pai exercer o seu papel; a mãe exercer o seu.” Além da dieta mediterrânea, a psicanalista indica, como forma de lutar como a depressão, caminhar descalço à beira-mar, sentindo a areia no pé, deixan-
do-a massageá-los. “É uma ótima forma de amenizar a depressão. A massagem da areia nos pés é transmitida para o cérebro e isso estimula a produção de serotonina”, comenta Odete Bezerra, acrescentando também os efeitos visuais diante da imensidão do mar. A visão que se tem do infinito diante do mar, sua beleza, vai influenciar também.”
Nenhuma dieta é padrão para todos indivíduos. Até porque todo mundo é diferente um do outro. Provavelmente pode ser padrão para a maioria da população, mas existem alguns grupos específicos que nós temos que analisar com maior critério. Por exemplo, essa questão das frutas frescas com mel. Uma população de diabéticos, não indicaria o uso de mel em abundância. Seria uma coisa mais controlada; teríamos que adequar. Da mesma forma a questão do álcool no vinho. Tem muita gente que não pode ingerir. Nesse caso, trocaríamos pelo suco de uva integral.
Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
Compreendi que viver é ser livre... Que ter amigos é necessário... Que lutar é manter-se vivo... Que pra ser feliz basta querer... Aprendi que o tempo cura... Que magoa passa... Que decepção não mata... Que hoje é reflexo de ontem... Compreendi que podemos chorar sem derramar lagrimas... Que os verdadeiros amigos permanecem… Que dor fortalece… Que vencer engrandece… Aprendi que sonhar não é fantasiar… Que pra sorrir tem que fazer alguém sorrir…Que a beleza não está no que vemos, e sim no que sentimos… Que o valor está na força da conquista… Compreendi que as palavras tem força… Que fazer é melhor que falar… Que o olhar não mente… Que viver é aprender com os erros… Aprendi que tudo depende da vontade… Que o melhor é ser nós mesmos… Que o SEGREDO da vida é VIVER (Clarice Lispector)
Parabéns!
Vivas para a Produtora Cultural e gente querida por esta coluna e pela legião de amigos que tem espalhada pelo mundo, Candinha Bezerra. Também vivas para José Arnaldo, Alessandra de Souza Paranhos, Walker Costa, Marcus Ramalho, Suzana Cunha, Joca Motta. A empresária Martex Sheila Brito também recebendo os nossos vivas na sua idade nova hoje. Nesta segunda, dia 23, vivas antecipados para Isac Santos de Brito, Daniela Zambon Fagundes, Jerônimo (Jel) da Câmara Melo, desembargador José Rocha, arquiteto Estevam Lúcio, psiquiatra Vitória Dantas, José Ubiratan (Bira) de Carvalho, Juliana Motta.
JOÃO NETO
Contradição
JOÃO NETO
Natal vai sediar o 5º Fórum de Turismo do RN, em fevereiro de 2014. Curioso é que o Estado vem perdendo mercado, principalmente para a Paraíba, que só cresce no setor.
Sabores
georgeazevedo@tribunadonorte.com.br
Carpe Diem!
tn família
Jota Oliveira
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Vivas de felicidades para Candinha/Fernando Bezerra. Ela em idade nova hoje
Em idade nova amanhã, Desembargador José Rocha em pose com a amada, Vivi.
Júnior Taixo em mimos para a musa Sheila Brito, rasgando folhinha hoje
Centenário
Balada
Figurino
Chega às livrarias essa semana o livro Dorival Caymmi – acontece que ele é baiano. A publicação comemora os 100 anos de um dos principais compositores da música brasileira, com uma biografia resumida escrita por Stella Caymmi, neta de Dorival.
A dupla belga entre os Top6 do mundo pela DJMAG, Dimitri Vegas e Like Mike, fazem a contagem regressiva para 2014 no Réveillon da Costeira. O agito vai rolar dia 31, a partir das 22h com mais um pool de atrações que você confere no nosso blog.
Um traço constante nos filmes de Martin Scorsese é o figurino impecável e com O Lobo de Wall Street não será diferente. O estilista italiano Giorgio Armani assina o visual do personagem principal da trama, Jordan Belfort, interpretado por Leonardo DiCaprio.
JOÃO NETO
Dentro da programação do Natal em Natal, a Festa do Camarão vai fazer a alegria dos amantes do crustáceo. Até o dia 30 de dezembro, mais de 30 restaurantes da cidade estarão servindo pratos exclusivos criados especialmente para a ocasião.
Agito
Comemorando 01 ano de eventos, o site Indica Natal faz festa na noite de Natal. A balada vai rolar no In Bare, em Ponta Negra, ao som de DJ Zé Caxangá, Orquestra Boca Seca, MC Priguissa, DJ Samir e DJ Marcos Von Sohsten.
Em baixa
Lady Gaga está vivendo um “bad romance” com seu último álbum. Segundo o “New York Post”, o “Artpop” deve causar um prejuízo de US$ 25 milhões à gravadora dela, Interscope.
No parque
Em noite de longos e paletó, Arturo Arruda/Larissa
E hoje é dia de curtir mais uma edição do Projeto Som da Mata, no Parque das Dunas. O grupo Saturnino será atração musical da tarde, se apresentando a partir das 16h30, no anfiteatro PauBrasil.
Em noite Artkasa, o papo descontraído do casal desembargador Cláudio Santos/Regina
Nova versão de “Nascido para Matar” « FICÇÃO » “Ender’s Game” surgiu como conto, virou uma série de livros de Orson Scott Card. Na futuro, Harrison Ford é o instrutor que escolhe jovem para liderar as forças na batalha contra os extraterrestres DIVULGAÇÃO
POR LUIZ CARLOS MERTEN Agência Estado
S
ão Paulo - Há um momento de Ender’s Game - O Jogo do Exterminador em que o garoto escolhido para integrar o elenco de pequenos guerreiros treinado por Harrison Ford entra em choque com outro menino do grupo. Neste momento específico, o outro está de cabeça e olhares baixos e sem mover a cabeça, só deslocando o olhar, fixa o protagonista (Asa Butterfield) de baixo para cima, e abre um sorriso. Você já viu este plano, com outros atores e num filme melhor. É um momento essencial de Full Metal Jacket, de Stanley Kubrick, de 1987. O filme de guerra do grande Kubrick - sobre o Vietnã - não é bem sobre a guerra no Sudeste Asiático, mas sobre a linguagem. Kubrick filmou num hangar de Londres, perto de casa. Mostrou o batismo de sangue de jovens soldados, a sua preparação para o combate - no Brasil, chamou-se “Nascido para Matar”. Gavin Hood era jovem na África do Sul quando viu “Nascido para Matar”. Tinha 24 anos nasceu em 1963 - e ainda demoraria uns dez anos para virar cineasta, mais 42 para receber o Oscar de filme estrangeiro, em 2005, por Tsotsi. “Foi uma revelação”, contou ele para o repórter, num encontro em Los Angeles. “Agora que você fala, sim, é uma repetição exata do plano de Kubrick. Mas eu não pensei comigo - ‘Vou fazer assim’. Deve ter sido algo completamente inconsciente, mas a verdade é que era muito jovem e o filme me mar-
Trama baseia-se numa franquia e, nos EUA, não foi o estouro de bilheteria que Hood e os produtores esperavam. Mas é um bom filme
cou. Não é um filme de guerra. É sobre outra coisa, sobre os jovens, sobre a palavra. Não é o meu Kubrick preferido, mas é um grande filme. Devo ter pensado em algum momento, mesmo sem verbalizar para mim mesmo, que Ender’s Game é o Nascido para Matar infantojuvenil.” Ender’s Game baseia-se numa franquia e, nos EUA, não foi o estouro de bilheteria que Hood e os produtores esperavam. Na-
da parecido com Harry Potter, Crepúsculo nem Jogos Vorazes. Mas o filme não é ruim. É bem feito, tem ótimo elenco, talvez lhe falte mais emoção para eletrizar o público, e não apenas os jovens. E, considerando-se que toda a publicidade é centrada em Harrison Ford - o Han Solo da série Star Wars, o Indiana Jones -, pode contar pontos (negativamente) que ele interprete um personagem antipático.
Ender’s Game surgiu como conto, virou uma série de livros de Orson Scott Card. Na Terra do futuro, Harrison Ford é o instrutor que escolhe jovem para liderar as forças na batalha decisiva contra os extraterrestres. Ele manipula o garoto, mas a extensão dessa manipulação só fica clara no desfecho - já conhecido dos leitores. Em Los Angeles, onde também conversou com o repórter,
Ford reconheceu que possui uma imagem no imaginário do público, mas detestaria ter de ficar preso a ela. “Cada vez mais me desinteresso pelo personagem em si. É mais interessante a forma como ele se encaixa na história. Como ator, considerome parte de um processo para contar histórias. E não faz mal se o personagem é vilão ou herói, simpático ou antipático. Não julgo, nunca julguei moralmente
meus personagens. Interpretei alguns éticos, outros nem tanto. O que ninguém pode me acusar é de ter ajudado a contar histórias desinteressantes ou que promovam a discriminação e o ódio.” Depois de Tsotsi, sobre o apartheid, Gavin Hood incursionou pela ficção científica com XMen - Origens e volta ao futuro com O Jogo do Exterminador. “O mais interessante desse filme e também o mais complexo é o lance do jogo. A guerra vira uma brincadeira de adultos, às quais as crianças, os jovens são admitidos. Entendo que a maioria do público vai ver o filme pela diversão, mas gostaria que as pessoas parassem para pensar um pouco. Card (o escritor) atualizou sua história original em 1991 para se adaptar às mudanças políticas da época, bem antes até da série. A política é sempre fundamental, mas, claro, nunca sabemos como o público vai reagir.” Gavin Hood considera-se privilegiado. “Ter atores como Harrison (Ford) e Ben Kingsley é o sonho de todo diretor. Asa (Butterfield), o garoto, já contracenou com Ben em A Invenção de Hugo Cabret (de Martin Scorsese). Ben me propôs as tatuagens dos maoris para seu personagem. Adorava ver Asa contracenando com ele de igual para igual. Ben não o intimidava, e essa já é a essência dos personagens.”
SERVIÇO ENDER’S GAME - O JOGO DO EXTERMINADOR Direção: Gavin Hood. Gênero: Aventura (EUA/2013, 114 min.). Classificação: 10 anos.
Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
tn família Saúde
A Agência Nacional de Saúde Suplementar publicou uma nota técnica com normas para assegurar a cobertura de exames genéticos pelos planos de saúde. Estão inclusas análises genéticas de alguns tipos de câncer hereditários.
Noel
Ainda em tempo de agradecer aos mimos e mensagens com votos de boas festas de: Paulo de Paula e Família, Pedro Cavalcanti/Valéria e família, Daniele Fonseca, Fecomércio, Ideia Comunicação, Brasil Kirin, LBV, OAB/RN e Luxo Brasil.
5
Mimo Criativo e últil o mimo natalino que a Fecomércio enviou. O kit, numa caixa personalizada da Federação, é composto por caneta, chaveiro, calendário, blocos e caderno para anotações. Obrigado! Dupla Brad Pitt e Tom Cruise podem atuar juntos pela primeira vez desde Entrevista com o Vampiro. A parceria seria no longa chamado Go Like Hell que retratará a rivalidade entre as montadoras Ford e Ferrari na corrida de carros 24 Horas de Le Mans, realizada na França.
JOÃO NETO
BOBFLASH
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A simpatia do casal Dani/Roberto Chaves nos eventos da cidade JOÃO NETO
O fitado popular “Filho de peixe, peixinho é” se aplica muito bem ao empresário Paulo Cunha Diógenes, à frente da Mármore LTDA. Desde cedo acompanhando os passos do pai Ismar, quando ainda na adolescência começou a frequentar a marmoraria da família, Paulinho foi tomando gosto pela coisa. Cursou Engenharia Civil e Arquitetura, mas se descobriu mesmo na Administração de Empresas, dom que só fez aprimorar com o tempo. No comando da Mármore LTDA, que já tem quase 40 anos de mercado, sendo considerada a terceira maior do país no segmento, já com atuação em todo o Nordeste e dando início a sua expansão pelo sudeste do Brasil. Determinado como ele só, Paulino adianta os planos para 2014, que incluem a construção da nova marmoria, já em andamento no Distrito Industrial de Macaíba, e que será a maior do país. Quer mais, meu bem?
Dose tripla de charme e simpatia, as irmãs Thacy e Thaysa Flor, e Herbene Pessoa JOÃO NETO
Nos agitos da Pink Elephant, Elle Rejane e Lu Benfica
JOÃO NETO
Na MAC Móveis, a anfitriã Sovânia Monte com Camila Freitas, Cristina Pinto e Valéria Cavalcanti JOÃO NETO
Em recente evento social, Ivis Bezerra, Gutemberg Gurgel e o dep. Ricardo Motta. Sacando as bossas da MAC Móveis, os arquitetos Mário Araújo e Gracita Lopes
Gente querida desta coluna, Valmir Fernandes/ Ana Cristina.
Revista lança edição sobre o Movimento HotSpot « CULTURA » Dedicada a relatar os 18 meses
de processo do prêmio, ffw>>Mag! destaca os novos talentos descobertos pelo Brasil
A
revista ffw>>Mag! preparou uma edição especial dedicada ao Movimento HotSpot (MHS), que neste ano revelou novos talentos em 11 diferentes áreas depois de percorrer 17 cidades brasileiras. Apresentando um raio X das regiões que o MHS percorreu, os projetos mais interessantes e depoimentos dos vencedores, affw>>Mag! documenta uma das mais importantes ações culturais da atualidade. “O Movimento Hotspot é extremamente importante porque você consegue mostrar ao mesmo tempo diversas ideias e há um espaço específico para elas aparecerem”, comenta Alexandre Herchcovich, um dos curadores na categoria Ideia. Ao todo o MHS contou com 25 curadores divididos em 11 áreas criativas. A edição especial não é vendida em banca, mas distribuída a universidades, pontos de cultura e organizações sem fins lucrativos. Uma versão em PDF da publicação estará disponível para download no siteffw.com.br/ffmag em janeiro de 2014.
Sobre o Movimento HotSpot
O Movimento HotSpot atraiu mais de 40 mil pessoas e levou a 17 cidades uma programação rica em conteúdo e ofereceu oportunidades de interação e troca entre curadores, candidatos e públi-
co. “A proposta é estimular a inovação em todo o Brasil e possibilitar o intercâmbio de informação, referências e ideias, sensibilizar lideranças e conectar criadores com público, investidores e outros canais possíveis de fomento e visibilidade”, afirma Paulo Borges, CEO da Luminosidade e idealizador do projeto. Uma iniciativa do IN-MOD (Instituto de Moda e Design) o Movimento HotSpot, lançado em março de 2012, é um prêmio de criatividade e inovação que tem o objetivo de buscar, expor e revelar novos talentos em 11 áreas: arquitetura, beleza, cenografia, design, design gráfico, filme, fotografia, ilustração, moda, música e ideia. A primeira edição do prêmio atraiu 1.642 candidatos, inscritos através do portal movimentohotspot.com.br. A partir de uma análise feita por um grupo de 25 curadores formado por profissionais de renome em suas áreas, 303 inscritos foram escolhidos para integrar um festival de criatividade que viajou por 09 capitais brasileiras (Brasília, Porto Alegre, Vitória, Salvador, Recife, Natal, Belém, São Luís e Belo Horizonte), entre abril e julho de 2013. O Movimento HotSpot é um projeto incentivado pelo Ministério da Cultura, com patrocínio da Vale e da Riachuelo e parceria do Sebrae.
autos &
motores
TODAS AS SEXTAS NA TRIBUNA DO NORTE
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
tn família LIEGEBARBALHO.COM
Jaguar
O prefeito Maurício Marques promoveu big festa natalina para as crianças de Parnamirim. Com realização no parque Aristófanes Fernandes, o encontro reuniu os baixinhos com suas famílias, em ocasião de confraternização. Os pequenos eram só alegria com a presença do Papai Noel, que desceu de helicóptero, e foi para o abraço da criançada na companhia do prefeito anfitrião. A 18ª edição do evento contou com cerca de 15 mil pessoas na tradicional comemoração promovida pela Prefeitura. Brinquedos, lanches, sorteios de bicicletas e apresentações de shows infantis fizeram a animação da garotada.
Gingobel
Agradecer os mimos natalinos enviados por Luzi Bezerra, Thelma e Halissa Simplício, Renata Bezerra e João Bianor, Ana Catarina Alves, Cléa Marcelino, Edmilson Alves, Artfacto home D, Zélia Pinheiro, Metro Quadrado, Andréa Moura, Franco Xaga’s, Cláudia Amélia, Vinhedos, Estrutural, o oncologista Thiago Rego, Valéria Gurgel, Natal Hospital Center, Sincor/RN, Qualitek, Extra Comunicação. As mensagens do presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, senador José Agripino e Anita Maia, deputado federal João Maia, Amil, Guia Noivas RN, deputado estadual Gustavo Carvalho, Adote/RN, Hospital Infantil Varela Santiago, Amaury Júnior, Fecomércio/RN, Célia Padilha, Simone Silva, Ipem/RN, Elias Medeiros, Canindé Soares, Casa Durval Paiva e OAB/RN.
Novo presidente do América, dep. Gustavo Carvalho em clic com Peninha e José Rocha
Prefeito Maurício Marques, Kátia, Anelly e Márcio Cézar no Natal das crianças de Parnamirim
ENTÃO É NATAL
TALENTO
Amar é acreditar no outro, dividir sonhos, receber, entregar, perdoar, compreender e aceitar. É querer estar junto e, se separados, unidos pelo pensamento. Que nossos corações aqueçam com carinho os daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida. Feliz Natal !!!
Simpática e sempre de bem com a vida, a cantora potiguar Lane Cardoso esteve recentemente em turnê pela Europa, na temporada de Verão. Com talento a toda prova, ela está escalada pela Fifa e Rede Globo para fazer shows na Copa 2014. A artista começa a fechar agenda de shows para o próximo Carnaval, já com reservas de datas para outros estados. Prefeito Maurício Marques posa com o pai desta colunista, Edinor Barbalho, em evento natalino da Prefeitura de Parnamirim
TV ÁRABE
Uma equipe da TV Aljazeera esteve no RN gravando um documentário no município de São Rafael. Na pauta, as consequências da seca com a transformação da paisagem devido ao clima de deserto. Destaque para as ruínas da “cidade velha“, inundada para construção da barragem Armando Ribeiro Gonçalves. “Atlântida do Sertão” foi assim que a antiga cidade de São Rafael ficou conhecida.
Os irmãos Newton e Paulo Coelho com o empresário Paulo de Paula em noite de lançamento Coengen
liegebarbalho@tribunadonorte.com.br
Comemoração
Parlamentar do ano da CMN, Rafael Motta ladeado pelo pai deputado Ricardo Motta
Liege Barbalho
Edificada às margens do rio Potengi, nossa bela cidade do Natal é conhecida mundialmente pelos importantes monumentos, parques, museus e pontos turísticos. A capital potiguar vem se desenvolvendo com celeridade nos mais diversos segmentos da economia. Entre tantas áreas, vale destacar o setor automotivo, onde expressivas marcas internacionais aportam por aqui. É o caso da indiana Jaguar, que aterrissou na Cidade do Sol na última quinta-feira, com big coquetel de apresentação na PG Prime Jaguar Land Rover.
CONFRATERNIZAÇÃO
Os jornalistas Alex Medeiros, Ricardo Rosado e Flávio Marinho no coquetel da Coengen no Iate Clube Os parabéns da coluna para o empresário Clidenor Fernandes, celebrando 30 anos de atuação no segmento de refrigeração automotiva com sua marca Refrigeração Fernandes
» ANIVERSÁRIOS » eee Os parabéns da coluna para os aniversariantes da semana. Hougelli Simplício, Olga Chaves Figueiredo, Arnaldo Gaspar Júnior, Marisa de Almeida Diógenes, Ariane Gaspar, Rodrigo Emanoel Dantas, Larissa Dantas.
Vivas para a toda simpatia Marisa Almeida Diógenes comemorando idade nova
Gastronomia
O neurocirurgião Hougelli Simplício no abraço da mãe Thelma. Ele brindando aniversário
BÁRBARA ABRAMO
★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ✩ ESTREIA ✩ ENDER’S GAME: O JOGO DO
Sol em Capricórnio, Marte e Urano trazem surpresas e reviravoltas, o clima é tenso Sol em Capricórnio! Foco nas metas! Marte está em franca oposição a Urano, configurando mais um dia para você tomar cuidado com quem anda. Quanto mais ficar nas mãos dos outros, pior será. Sua ânsia de liberdade não admite parceiros hesitantes.
Touro 21/04 a 20/05 O verão começa oficialmente hoje, com o Sol em Capricórnio favorecendo seus interesses em alto estilo! Pode começar a brindar a estação que traz a luz do espírito ao seu coração. Você estará entre amigos. Evite esforços em demasia.
Gêmeos 21/05 a 20/06 A partir de hoje, o Sol transita Capricórnio, signo de ambição e de realização, que muito lhe ajuda a tornar real um sonho ou um ideal. Metas importantes. No seu entorno, o clima anda explosivo, vá pela sombra e não provoque quem não conhece.
Câncer 21/06 a 21/07 As tensões astrais de agora até o início de 2014 estão em franca ativação na sua área de profissão, carreira e família. Os embates se sucedem porque você quer agir conforme seu discernimento, mas está sozinho nessa empreitada.
Leão 22/07 a 22/08 Volte os olhos para o mundo micro, aquele dos detalhes. A época de ser humilde começa agora, no verão oficial. Sol em Capricórnio pede essa humildade discreta de quem tem muito que aprender, para saber mandar melhor ainda. Siga.
Virgem 23/08 a 22/09 Altos e baixos no cenário astral indicam que você precisa manter a programação aberta, assim como as ideias. Deixe o nervosismo de lado, já bastam as demandas de última hora. Sol em Capricórnio garante ao menos uma temporada bem sensual.
Libra 23/09 a 22/10 Se você não souber, ou não tiver coragem de enfrentar o que não gosta ou não quer, evite envolver seu parceiro nessa situação, pois ele não vai suportar essa parada tensa e as brigas irão acontecer. É melhor tomar qualquer direção do que nenhuma!
Escorpião 23/10 21/11 Pequenas surpresas boas chegam até você, com o pessoal que manda votos de boas festas, uma ligação inesperada e bem-vinda. Luzes do Capricórnio brilhando ao seu redor! Conhecimento e informação trazem certezas. Fuja de pressões externas.
Sagitário 22/11 a 21/12 O Sol em Capricórnio soma forças a favor de um olhar mais consciente sobre suas finanças, talentos e dons. É um bom período para você rever seus investimentos e aplicações, e contar com uma promoção também! Amigos brigam, fique de fora mesmo.
Dois senhores bem-sucedidos em suas carreiras, com um hobby em comum: a gastronomia. Para compartilhar suas experiências pelo mundo dos sabores, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, e Ricardo Amaral, uniram as vivências e colocaram tudo no papel. O livro “Boni & Amaral — Guia dos Guias” traz referências de endereços imperdíveis para quem não dispensa um bom prato. A dupla busca as diversas culinárias desde que se conheceram em São Paulo, em 1958. Atualmente, eles fazem no mínimo cinco viagens por ano para “coletar dados”.
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«HORÓSCOPO » Áries 21/03 a 20/04
Para celebrar o nascimento do menino Jesus, a diretoria da Companhia de Serviços Urbanos de Natal – URBANA reuniu seus funcionários em clima natalino no pátio da instituição. A programação foi composta por um ato ecumênico, celebrado pelo padre Iranildo Virgílio e pelo pastor Alfredo Galvão. Após a celebração, foi servido um café da manhã seguido por uma sessão de sorteios de brindes.
Capricórnio 22/12 a 20/01 Vênus já andava por seu signo, garantindo aquela dose extra de encanto. Agora, com o Sol em Capricórnio, o carisma e o brilho pessoal aumentam. Tudo que fizer será notado. Aposte na saúde, no bem-estar, corra atrás do que o entusiasma.
Aquário 21/01 a 19/02 Com a entrada do Sol em Capricórnio, você é quem começa a revisão dos últimos meses. A luz do Sol ilumina e faz você entender onde e como deu um passo errado aqui, perdeu uma chance ali, agiu contra seus interesses etc. Época de aprendizado!
Peixes 20/02 a 20/03 Bom dia para encontrar os amigos e com eles brindar planos futuros ou o ano que virá. O Sol em Capricórnio abençoa as amizades leais e profundas e que resistem ao tempo. As finanças andam instáveis, adie compras vultuosas hoje.
EXTERMINADOR Moviecom 1. Sessões 14h20 (exceto qua), 16h45, 19h10 (exceto ter), 21h35 (exceto ter) / Cinemark 4. Sessões (dub) 11h40, 14h10 e 16h40 / Cinemark 4. Sessões (leg) 19h10, 21h40 e 0h20 (sáb) / Cinépolis 4 Natal Shop. Sessões (dub) 13h45 e 19h15 / Cinépolis 4 Natal Shop. Sessões (leg) 16h30 e 22h / Cinépolis 6 Norte Shop. Sessões (dub) 14h30, 17h15 e 20h / Cinépolis 6 Norte Shop. Sessão (leg) 22h30 Setenta anos após uma violenta guerra entre a humanidade e alienígenas, uma criança superdotada é enviada a uma instituição militar no espaço, para ser preparada para uma próxima invasão. Direção: Gavin Hood
★ ★ ★ ★ JOGOS VORAZES EM CHAMAS (14 anos, dublado e legendado) Moviecom 2. Sessão (dub) 16h20 / Moviecom 2. Sessão (leg) 21h25 (exceto ter) / Cinemark 5. Sessão (leg) 23h10 (sex e sáb) Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) retorna a salvo, depois de ter ganhado o 74º Jogos Vorazes com o colega Peeta Mellark. Vencer significa que eles devem retornar e abandonar sua família e amigos próximos, embarcando na “Turnê da Vitória” nos distritos. No decorrer do percurso, Katniss sente que uma rebelião está em ebulição, mas o congresso continua fortemente no controle, ao mesmo tempo que o Presidente Snow prepara o 75º Jogos Vorazes, uma
competição que pode mudar Panem para sempre. Direção: Francis Lawrence ★ ★ A ÚLTIMA VIAGEM A VEGAS (14 anos, dublado e legendado) Moviecom 2. Sessões 14h10 e 19h15 (exceto ter) / Cinemark 5. Sessões 11h50 e 16h15 Quatro amigos quase setentões decidem fugir da casa de repouso e dar uma festa de despedida de solteiro em Las Vegas para o único deles que ainda é solteiro. Direção: Jon Turteltaub ★ ★ CARRIE, A ESTRANHA (16 anos, dublado e legendado) Moviecom 3. Sessões (dub) 15h20 (exceto qua), 17h30 (exceto ter), 19h40 (exceto ter) e 21h50 (exceto ter) / Cinemark 5. Sessão (leg) 14h (exceto sáb e dom), 18h40 (exceto seg e qui) e 20h50 / Cinépolis 5 Norte Shop. Sessões (dub) 19h e 21h30 Carrie (Chloe Moretz) é uma adolescente oprimida pela mãe, Margaret White (Julianne Moore). Fanática religiosa e superprotetora, ela faz da adolescência da filha um inferno. Tímida, problemática e atormentada pelos colegas de escola, Carrie não consegue levar uma vida normal. O que ninguém sabe é que Carrie carrega um segredo: ela é capaz de usar poderes telecinéticos. Suas habilidades vêm à tona quando ela é humilhada no baile de formatura do seu colégio. A partir daí, coisas horríveis começam a acontecer. Direção: Kimberly Peirce
Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
tn família Hora do basta... Estou estarrecida com a proliferação de drogas sintéticas que estão invadindo o mundo e destruindo jovens. Adultos também!!! Neste início de semana aconteceu mais uma morte por overdose de um tal “Chapeleiro 3D”, a PF pensa que é LSD, é não, é coisa pior!!! Esse rapaz passou mal numa “have orgânica” nome até parece inocente e outros no foram socorrido no WG. Gente, esse rapaz que morreu, dizem era aplicadíssimo nos estudo e os pais nem deveriam saber!!! Cuidem dos seus filhos, sejam companheiros e vigiem. Cadê o MP, PF, PC e os demais orgão???Essas haves nem ambulância e profissionais especializados têm. Fica o alerta, mais uma vez...
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» NOSSOS CLICS DO CASAMENTO DE CAROL DANTAS & PEDRO AGOSTINI » Já fiz os comentários na coluna de quinta-feira e hoje vou mostrar alguns clics. Mas vocês podem conferir no nosso www.nahorah.net.
CAROL & PEDRO - com os pais SérgioKarla Agostini, Milson Dantas-Marta
CAROL & PEDRO - Pedro e Carol com sua mãe Tereza, o marido Alexandre Lima e as irmãs Beatriz e Rafaela
CAROL & PEDRO - e nós com Juracy França, Márcia Carrilho, Euzébio Maia-Virgínia e Regina Emerenciano
CAROL & PEDRO - Zélia Madruga, Denise Gaspar e Marizinha Gurgel
CAROL & PEDRO - as “Alvanças” - Lourdes Alves, Denise Alves, as sobrinhas Carmem Lúcia, Paula e Rosana. A sobrinha-neta Luciana
O bom velhinho!!!
Sabemos que GENTILEZA GERA GENTILEZA portanto quero agradecer os mimos recebidos nesta temporada natalina. Pessoas queridas como Cleuze Fiúza, Denise Gaspar, Luzi e Renata Bezerra, Zélia Pinheiro, Andréia Moura, Bebeto Torres, Cléa Marcelino, Vinhedos, Thiago Rego, a arquiteta Alvany Amorim, Edmilson Araújo (Hair Design), Márcia Carrilho, Ana Célia Cavalcanti, Mulheres no FDS, Artefacto, Construtora M², Natal Hospital Center, Extra Comunicação, Farmaformula, Vinhedo`s...Todos recebidos com carinho. Feliz Natal! Aos amigos e parceiros o nosso carinho.
Réveillon no Rio
Já na minha caixa de email o convite para o Réveillon no Chopim no apartamento dos amigos Nestor Rocha e Liliana Rodrigues. Já confirmei!!!Um lugar onde nos sentimos muito bem na nossa passagem de ano.
Réveillon dos meninos ...
O glamour carioca perde este ano a festa de Ano Novo da dupla André Ramos e Bruno Chateaubriand. Nos últimos anos o réveillon tinha deixado Copacabana, mas continuava bombado. Com o falecimento recente de Izabel, mãe de Bruno, os dois embarcam para os Estados Unidos.
hilnethcorreia@tribunadonorte.com.br
Estamos em tempo de festividades de final de ano e faltando três dias para comemorarmos a data maior da Cristandade, o nascimento de Cristo. Vamos celebrar dentro do espírito natalino, vamos ser solidários, perdoar e encher os nossos corações de AMOR. FELIZ NATAL! A missa da nossa paróquia de Sta. Terezinha será às 19:30h terça-feira, na Capela de São Judas às 16h.
Hilneth Correia
Ele está chegando!
CAROL & PEDRO - os tios Jorge, Adélia e os primos Pedro Henrique, Marcela e Beatriz
CAROL & PEDRO – os noivos, o pai Luiz Felipe e sua mulher Tatiana Puttinelli
» ANDANÇAS PELA CIDADE »
Que venha Dilma...
Os clics da nossa “Xereta” passeia pelo Espaço Guinza, na festa de Domingos Ayres... faz rasante na nossa Confraria, em confraternização no apê de Alcina Holanda e registra dois “bons amigos” em idade nova.
NO GUINZA - os “vivas” ao som de Tânia Alves para Domingos. Clic com a musa Larissa e a filha Natália
NO GUINZA – casal show Domingos-Larissa Ayres com a tia Lêda
NOSSA CONFRARIA – confraterniza ção de amigos
O hoteleiro e jornalista Emanuel Neri concluiu as suítes tops da Pousada Ponteiro. Construídas em área mais reservada, todas com spa, jardim interno, pequeno office e piscinas individuais. Dignas das anunciadas férias da presidenta Dilma. Por sugestão desta coluna as suítes serão identificadas com o nome das praias de Gostoso : Santo Cristo, Cardeiros, Maceió e Xepa. Adoreiiii! Já fui convidada para testar...
Quando será???
Que os “EMPATA PH”vão deixar de obstruir o desenvolvimento do nosso Estado, da nossa cidade??? Agora implica com o prolongamento da Moema Tinoco ligando a BR 101.Mas, não toma providências quando o alagamento impede a passagem de carros e pedestres.
» PARABÉNS PARA VOCÊS » NO GUINZA – presença constante do ministro Garibaldi entre os Ayres de Melo ELE & ELA Todos os “vivas” para os “natalinos” Jussara Cansanção e Getúlio Soares CONFRARIA - no “nosso Natal” - Aurino Couto, Veronika Tinoco e Ana Tereza Fiúza
« CINEMA »
à Abraçar e festejar (hoje) Candinha Bezerra,João Coutinho Motta (Joca), Suzana Cunha,Sandrinha Andrade... SEGUNDA :Marcelo Freitas,Isac Santos de Brito,Daniela Zambom Fagundes, Jerônimo (Jel) da Câmara Melo,José Rocha (desembargador),Estevam Lúcio (arquiteto),José Ubiratan de Carvalho, Vitória Dantas (psiquiatra)...TERÇA Jussara Mesquita Cansanção,Eliete Albuquerque Freitas,Victor Miranda, Rose Paiva,Kiko Toscano,Marcelo Albuquerque Freitas...QUARTA - o nosso queridinho Getúlio Soares,Katharine Souza Barbalho,Jeninha Santos, Zilvane Freire de Andrade ,Maristela Freire,Cris Bezerra
O novo Hobbit e a desolação da Terra-Média
★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ✩ ESTREIA ★ ★ ★ O HOBBIT: A DESOLAÇÃO DE SMAUG (14 anos, dublado e legendado) Moviecom 4. Sessões (dub) 14h, 17h15 (exceto ter), 20h30 (exceto ter) / Moviecom 6. Sessões 3D (leg) 21h (exceto ter) / Moviecom 6 Sessões 3D (dub) 14h30 (exceto qua) e 17h45 (exceto ter) / Cinemark 2. Sessões 3D (leg) 13h40, 17h10, 20h40 e 0h10 (sáb) / Cinemark 3. Sessões 3D (dub) 13h, 16h30, 20h e 23h30 (sáb) / Cinemark 7. Sessões (leg) 14h50 e 22h / Cinemark 7. Sessões (dub) 11h30 e 18h30 / Cinépolis 1 Natal Shopping. Sessões 3D (leg) 18h, 21h30 / Cinépolis 1 Natal Shop. Sessão (3D) (dub) 14h45 / Cinépolis 1 Natal Shop. Sessões (3D) (leg) 18h15 e 21h45 / Cinépolis 5 Natal Shop. Sessões (3D) 13h30, 17h e 20h30 / Cinépolis 1 Norte Shop. Sessões (3D) (dub) 14h45 e 18h15 / Cinépolis 1 Norte Shop. Sessão (3D) (leg) 21h45 Bilbo, os anões e Gandalf continuam sua jornada depois de serem salvos pelas águias nas Montanhas Sombrias e se encontram com Beorn, um trocapele, que pode se transformar em um urso enorme. Depois disto eles continuam até a Floresta das Trevas, onde Gandalf os abandona. Eles precisam roubar Smaug, um dragão que há muito tempo saqueou o reino dos anões do avô de Thorin e que desde então dorme sobre o vasto tesouro. Direção Peter Jackson ★ ★ CRÔ, O FILME (12 anos, nacional)
Moviecom 5. Sessões 15h (exceto qua), 17h, 19h05 (exceto ter) e 21h10 (exceto ter) / Cinemark 1. Sessões 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 e 23h40 (sáb e dom) / Cinépolis 2 Natal Shop. Sessões 14h, 16h15, 18h30, 20h45 e 23h / Cinépolis 3 Norte Shop. Sessões 13h30, 15h45, 18h e 20h15 Após herdar uma fortuna, Crodoalvo Valério, mais conhecido como “Crô”, não quer apenas uma vida de milionário. Decidido a encontrar uma nova paixão, ele inicia uma busca entrevistando diversos tipos de mulheres. Direção: Bruno Barreto ✩ A VIDA SECRETA DE WALTER MITTY
Moviecom 7. Sessões 14h25 (exceto qua), 16h50, 19h15 (exceto ter) e 21h40 (exceto ter) / Cinemark 6. Sessões 13h55, 18h50, 21h20 e 23h50 (sáb) / Cinemark 6. Sessões 11h20 e 16h20 / Cinépolis 6 Natal Shop. Sessão (dub) 13h15 / Cinépolis 6 Natal Shop. Sessões (leg) 16h, 18h45 e 21h30 / Cinépolis 4 Norte Shop. Sessões (dub) 14h15 e 17h / Cinépolis 4 Norte Shop. Sessão (leg) 22h20 Um tímido fotógrafo embarca em uma aventura sem precedentes em busca de um negativo perdido. Direção: Ben Stiller
★ ★ ★ UM TIME SHOW DE BOLA (Livre, dublado) (3D) Cinemark 2. Sessão (3D) 11h / Cinépolis 6 Natal Shopping. Sessões 14h, 16h30 / Cinépolis 5 Norte Shop. Sessão (dub) 14h Amadeo, um jovem tímido e talentoso,
tenta reunir seu time de futebol de pebolim, após uma separação.Sua ideia é juntar os amigos para finalmente superar The Champ, seu maior adversário. Diretor: Juan José Campanella ✩ FRANCES HA
Cinemark 5. Sessão 18h40 (seg e qui) Frances (Greta Gerwig) mora em Nova York, mas na verdade ela não tem um apartamento. Frances é aluna numa companhia de dança, mas não é de fato uma bailarina. Frances tem uma melhor amiga chamada Sophie, mas na verdade elas não estão se falando mais. Frances se joga de cabeça em seus sonhos, mesmo que a possibilidade de realização seja pequena. Frances deseja muito mais do que tem, mas ela leva sua vida com leveza e uma alegria inexplicável. Frances Ha é uma divertida fábula moderna sobre amizade, classes, ambição, fracasso e redenção. Direção: Noah Baumbach
★ ★ ★ JACKASS - VOVÔ SEM VERGONHA (14 anos, legendado) Cinépolis 5 Norte Shop. Sessão (leg) 16h45 Irving Zisman, de 86 anos está fazendo uma viagem pelos Estados Unidos com seu neto de oito anos. Tudo parece normal, mas este idoso é na verdade um personagem de Jackass e o garoto poderá fazer tudo o que sonhou, ou seja, beber, fumar e encontrar stripers. Direção: Jeff Tremaine
Peter Jackson cravou seu nome na história definitiva do cinema com a trilogia “O Senhor dos Anéis”.Se existe algo ruim nisso é ele saber sua relevância,o que,claramente,tem interferido em sua nova trilogia.Em “A Desolação de Smaug”,Gandalf e Bilbo têm a missão de ajudar um grupo de anões liderado por Thorin a recuperar seus reino e tesouro,tomados pelo dragão Smaug.Como no filme anterior,a trama é pouco desenvolvida e apresenta acontecimentos lamentáveis,como o raso triângulo amoroso entre dois elfos e um anão.Mesmo com problemas consideráveis,o filme apresenta pontos positivos como a trilha e o zelo de Peter Jackson em retratar a Terra-Média com planos lindíssimos e inspirados.Na tentativa de dar proporções épicas ao Hobbit,Peter Jackson transforma a obra de J.R.R.Tolkien em um roteiro frágil.O filme não é ruim,decepciona pelo que deveria ter sido. (João Victor Wanderley)
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tnfamília
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
Calça Renata Campos para Tereza Tinôco usada com blusa Agilitá para Yolla Boutique, colar e bolsa S. Design
Macacão Estrela Viva usado com kimo no Iorane para Yolla Boutique e brincos S. Design
Vestido Agilitá para Yolla Village e sapato Santa Lolla
Blusa Bain Douche usada com short Lacoste, brinco e colar Sol Bikoux e bolsa S. Design
Vestido Agilitá paraYolla Village usado com brincos S. Design, sapato Santa Lolla e pulseira Sol Bijoux
LUZ
Look total Estrela Viva usado com brincos S. Design
VERMELHA Já notaram que algumas mulheres têm uma necessidade de
usar o vermelho na “Noite de Natal”! Na verdade não sabemos ao certo o que isso significa, mas cá pra nós, um look nessa cor é super charmoso. Mais incrível ainda se a proposta for monocromática. E pelo simples fato de estarmos a poucos dias “da noite encantada” vão algumas dicas para arrasar na ceia. Ficha Técnica Fotógrafo: Humberto Lopes; Direção de moda: George Azevedo; Beleza: Jackson Smith | Studio Jackson Smith – Personal Hair; Modelo: Natalie Kuckenburg (Tráfego Models); Styling: Yago e David Tavares.
NEWS:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ** Hoje vai ao ar na telinha do canal TNT o desfile da Victoria’s Secret Fashion Show. As angels invadem a passarela logo mais a partir das 0h10, pelo horário de Brasília. E como já adiantamos, este ano as apresentações musicais ficará a cargo da cantora pop Taylor Swift e da banda de rock Fall Out Boy. Na passarela destaque para as brasileiras: Adriana Lima, Alessandra Ambrósio, Barbara Fialho, Izabel Goulart e Laís Ribeiro. ** Com styling de Mel Ottenberg e fotos da dupla Inez Van Lamsweerde e Vinoodh Matadin, a cantora pop Rihanna é o novo rosto da marca Balmain para a campanha de primavera-verão 2014. A relação de RiRi com a indústria da moda não é de hoje, ela já produziu o reality show “Styled to Rock” e também desenhar uma coleção para a River Island, além, claro, de vestir os looks das melhores grifes em premiações e shows. ** Falando em Rihanna, a cantora de Barbados desembarcará no Rio de Janeiro, no próximo dia 11 de
janeiro, para fotografar para um editorial da edição brasileira da revista Vogue. Para a publicação, o top fotógrafo Mariano Vivanco foi recrutado, com a missão de tentar fazer a RiRi encarnar o papel da “típica mulher brasileira”, incluindo um clique com um jogador de futebol. Tudo!! ** Amanhã, 23, acontece o lançamento da 23º edição da revista Versailles. Tudo vai rolar ao som da banda D’Vibe no Inove Funcional ao lado do McDonalds, a partir das 20h. ** O todo poderoso da revista ffw>>Mag!, Paulo Borges, preparou uma edição especial dedicada ao Movimento HotSpot, que percorreu este ano 17 cidades brasileiras, entre elas a nossa capital potiguar. Na publicação, um raio X das regiões que o MHS percorreu, os projetos mais interessantes e depoimentos dos vencedores. A edição especial não é vendida em banca, mas distribuída a universidades. Uma versão em PDF da publicação estará disponível para download no siteffw.com.br/ffmag em janeiro de 2014.
TÁBUA DE MARÉS
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FASES DA LUA HOJE: CHEIA 27/12: MINGUANTE
PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA, RINALDO REIS, DIZ QUE HÁ NOVAS INVESTIGAÇÕES EM CURSO • PÁGINA 3
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Editora: Cledivânia Pereira [cledivania@tribunadonorte.com.br ]
Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 22 de dezembro de 2013
Vias (quase) livres para as drogas « RODOVIAS » Deslocamento de equipes da Polícia Rodoviária Federal do RN para treinamentos, visando a
Copa de Futebol, diminuiu significativamente a apreensão de drogas nas rodovias federais que cortam o RN ROBERTO LUCENA repórter
A
realização da Copa das Confederações e os preparativos para a Copa do Mundo no Brasil já produziram os primeiros efeitos no Rio Grande do Norte. Ao contrário do que se imagina, os resultados, até o momento, são negativos. Por causa das competições, a vigilância nas rodovias federais que cruzam o Estado foi reduzida este ano. Com o objetivo de participar de cursos preparatórios e reforçar a seguranças nas cidades-sede da primeira competição, os agentes da Polícia Rodoviária Federal no RN (PRF/RN) foram deslocados para outros Estados. Como consequência direta da ação, o órgão que, em 2012, liderou o ranking de apreensão de entorpecentes, encontra-se hoje na última posição no combate ao tráfico de drogas. Em todo Estado, o número de apreensões de maconha, cocaína e crack realizadas pelas forças policiais reduziu 14% no período de janeiro de 2012 a novembro de 2013. Concomitantemente, os índices de violência chegaram a patamares inéditos. Analisando os números de cada órgão isoladamente, o desempenho não foi ruim. Pelo contrário. Polícia Militar, Polícia Federal e Polícia Civil conseguiram apreender uma quantidade superior de drogas durante os onze meses de 2013, se comparado com 2012. No entanto, a PRF teve fraco desempenho e produziu resultado irrisório que puxou o desempenho geral para baixo. Em 2012, os responsáveis pelo patrulhamento das rodovias federais no Estado conseguiram apreender quase uma tonelada e meia de maconha. Somou-se a essa quantia, mais de 15 quilos de crack e 7,146 quilos de cocaína. De janeiro a novembro deste ano, os números sofreram redução acentuada. Os policiais rodoviários apreenderam somente 33 quilos de maconha, pouco mais de um quilo de crack e apenas 460 gramas de cocaína. De acordo com o inspetor Roberto Cabral, há uma explicação para o declínio na atuação da PRF. O fato é que os policiais foram convocados para atuarem em outras capitais do Nordeste durante boa parte deste ano, especialmente na época da Copa das Confederações. “Mas os policiais estiveram ausentes antes,
Ì O QUE Cai efetivo da PRF no policiamento das estradas federais que cortam o RN
POR QUÊ Os agentes da Polícia Rodoviária Federal no RN (PRF/RN) foram deslocados para outros Estados para treinamento e apoio em eventos da Copa
durante e após a realização do campeonato. Estamos nos preparando para a Copa do Mundo do próximo ano”, coloca o inspetor. “Como temos um efetivo aquém do necessário, ficamos descobertos para realizar barreiras nas estradas durante 2013”, completa. Apesar dos números insignificantes no RN, a PRF continua liderando o ranking de instituições que apreendem entorpecentes no país. Até o dia 16 deste mês, os policiais conseguiram efetuar a apreensão de 115,803 toneladas de maconha, 5,895 toneladas de cocaína e 1,928 tonelada de crack. “A PRF está presente nas fronteiras. Por isso esse destaque em nível nacional”, disse Cabral. Atualmente, a PRF/RN conta com efetivo inferior a 300 homens. Em fevereiro passado, durante entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o superintendente do órgão, inspetor Rosemberg Alves de Medeiros, afirmou que o quadro seria modificado com a realização do concurso público. Em julho passado, foi deflagrado um certame com disponibilidade de 1.000 vagas e formação de cadastros de reserva para todo país. Não há informações a respeito da quantidade de policiais que serão encaminhados ao RN. No concurso de 2009, vieram apenas quatro. “Teremos concurso público no segundo semestre desse ano. O efetivo vai sofrer acréscimo até 2014”, disse Rosemberg.
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PÀGINA 2
Quantidade de drogas apreendidas cai em 2013 ALEX RÉGIS
Efetivo da PRF no RN diminuiu nas estradas em função da Copa
Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
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natal MARCELO BARROSO/ARQUIVO TN
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e a Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Norte não conseguiu manter o nível de apreensões de drogas durante esse ano, o mesmo não se pode afirmar com relação às demais polícias potiguares. A Polícia Militar conseguiu, de janeiro a novembro passado, tirar de circulação quase meia tonelada de maconha, mais de seis quilos de crack e pouco mais de três quilos de cocaína. No mesmo período, em 2012, o volume de drogas subtraídas das mãos de usuários e traficantes foi – com exceção da maconha – menor: 509,194 kg da erva; 2,085 kg de crack e 0,435 kg de cocaína. A superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Norte (PFRN) também obteve bons resultados em 2013, especialmente no tocante à apreensão de maconha. Este ano, foram 950,37 kg da droga apreendidas. Além disso, a PFRN encontrou 1,53 kg de crack e, no Aeroporto Internacional Augusto Severo, conseguiu realizar a apreensão de 15,947 kg de cocaína que resultou na prisão de dois brasileiros e um estrangeiro de Cabo Verde. Até o dia 30 do mês passado, a Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc) de Natal, efetuou a apreensão de 1,260 tonelada de maconha; 7,360 kg de cocaína e 10,640 kg de crack. Os números
são bem superiores aos registrados ano passado quando a mesma delegacia conseguiu capturar 543 kg de maconha; 3,200 kg de cocaína e 2,670 kg de crack. De acordo com o titular da delegacia especializada, delegado Ulisses de Souza, as apreensões são resultados do esforço dos agentes. “Apesar do reduzido efetivo, conseguimos realizar um bom trabalho”, coloca. O policial informa ainda que conseguiu prender 103 traficantes e apreendeu 15 carros e 11 motocicletas durante este ano. “E a sociedade pode esperar mais resultados. Estamos trabalhando em algumas operações que trarão tranquilidade às famílias”, diz. Apesar do número de apreensões de entorpecentes realizadas pelas polícias Civil, Militar e Federal ter aumentado nos últimos meses, o índice de violência não diminuiu. Ao contrário. A secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) registrou mais de mil homicídios somente este ano. Para combater a onda de violência, o Governo do Estasdo anunciou a criação da chamada Divisão de Homicídios na Polícia Civil, mas o projeto nunca saiu do papel. O delegado geral, Ricardo Sérgio, afirma que tudo está sendo encaminhado à Consultoria Geral do Estado e à Secretaria de Estado da Administração e Recursos Humanos
(Searh), mas que ainda não se sabe nem mesmo onde será sediada a unidade. A Delegacia Geral de Polícia Civil (Degepol) estuda alugar um prédio já pronto, mas definiu ainda em que endereço. Quanto a orçamento, nem isso tem. O projeto está indo para a CGE para ser feita a sua análise jurídica, e a Searh fará o estudo do impacto na folha de pagamento do Estado. “São muitas variáveis, por isso não podemos definir”, explica Sérgio. De concreto só se tem o efetivo a ser disponibilizado para essa divisão especial da Polícia Civil. A proposta é que 80 policiais, sendo 18 delegados, 17 escrivães e 45 agentes façam parte da mega equipe. Mas é um dos impasses. A atual gestão estadual alega que não pode aumentar seu quadro de pessoal pois esbarra nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
2013 tem queda na apreensão de drogas « BALANÇO » Com desfalque na equipe, Polícia Rodoviária Federal tem queda significante na apreensão de drogas ao longo de 2013. Demais instituições mantiveram índices semelhantes aos do ano passado
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Apreensões de drogas no RN - 2012/2013 PRF/RN
toneladasde drogas foram apreendidas 2012
Polícia Civil
Polícia Federal
Polícia Militar
2012
2012
2012
2012
Maconha – 1,430 tonelada Crack – 15,267 kg Cocaína – 7,146 kg
Maconha – 484,09 kg Crack – 129,7 kg Cocaína – 28,6 kg
Maconha – 509,194 kg Crack – 2,085 kg Cocaína – 0,435 kg
Maconha – 543,860 kg Crack – 2,670 kg Cocaína – 3,200 kg
2013
2013
2013
2013
Maconha – 33 kg Crack – 1,610 kg Cocaína – 0,460 kg
Maconha – 950,37 kg Crack – 1,53 kg Cocaína – 15,947 kg
Maconha – 422,499 kg Crack – 6,235 kg Cocaína – 3,072 kg
Maconha – 1,260 tonelada Crack – 10,640 kg Cocaína – 7,360 kg Fonte: PF, PM, Denarc e PRF
Programa contra o ‘crack’ ainda não saiu do papel Em maio passado, a governadora Rosalba Ciarlini e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assinaram o Termo de Adesão ao programa federal “Crack, é possível vencer”. Natal, Caicó e Parnamirim também aderiram ao programa que pretende, até 2014, investir R$ 4 bilhões em todo país. O investimento previsto para o RN é superior a R$ 30 milhões. A maior parte desse montante – mais de R$ 22 milhões – é destinado aos eixos saúde e assistência. Seis meses depois, o programa caminha a passos lentos. O Estado enfrente letargia no tema há mais tempo. Ainda na administração passada, foi criado um Plano Estadual de Enfrenta-
mento ao crack e outras drogas. O projeto nunca saiu do papel. O Comitê Gestor designado para ser responsável pela elaboração e implantação do plano sequer chegou a se reunir para traçar as diretrizes do tema no Estado. O Plano foi deixado de lado com o advento do “Crack, é possível vencer”. O Estado espera receber quatro bases móveis policiais, 80 câmeras de videomonitoramento, oito viaturas, oito motocicletas, 200 armas de condutividade elétrica e 600 espargidores de pimenta, além da capacitação de 160 policiais militares que atuarão nessas bases e 80 do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd).
Dentre as bases móveis adquiridas, Natal recebeu duas – mas ainda não foram inauguradas –, enquanto que Mossoró e Parnamirim receberão uma base, cada cidade. Cada base conta com 20 câmeras, dois carros, dois motocicletas, 50 armas de condutividades elétrica e 150 espargidores. Na esteira da prevenção do uso de crack e outras drogas, há exemplos positivos. O Proerd, da Polícia Militar, gera bons resultados. Somente em 2012, foram quase 100 mil atendidos em 52 municípios. Há um ano, o Governo Estadual lançou o programa “RN Vida” com dois objetivos: aderir ao “Crack, é possível vencer” e criar um centro integrado de esporte e cultura. O centro não foi exatamente criado, mas já funciona no antigo prédio do Centro de Aten-
2,709
toneladas de drogas foram apreendidas em 2013.
Os números de 2013 referem-se até o dia 30 de novembro
ção Integrada à Criança (Caic) de Lagoa Nova. Lá, são ofertadas aulas de futsal, vôlei, handebol, natação, xadrez, canto, violão e flauta. A ideia é atender 400 alunos matriculados em 26 escolas públicas estaduais. Sobre o Proerd, a coordenadora do programa, a tenentecoronel Margarida Brandão, explica que houve avanços em 2013 e a expectativa de melhorias com o advento da Copa do Mundo. O destaque deste ano foi uma parceria com o Ministério Público Estadual (MPE). “Capacitamos promotores que repassam informações do programa para professores e outras pessoas importantes na configuração de uma sociedade. Em 2014, o foco será a atuação preventiva relacionada à Copa”, diz.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
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»ENTREVISTA » RINALDO REIS PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO NORTE
“As investigações vão aparecer no momento certo”
JUNIOR SANTOS
« PROMOTORIA » Rinaldo Reis afirma que vai ouvir a
governadora Rosalba Ciarlini em investigações que estão em curso dentro do Ministério Público Estadual
JÚLIO PINHEIRO Editor de On Line
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ão seis meses à frente do Ministério Público do RN. O período, apesar de curto, foi considerado suficiente para a implementação de mudanças prometidas na campanha do procuradorgeral de Justiça do RN, Rinaldo Reis. Nada, no entanto, foi conseguido sem embate com diversos setores dentro do órgão. Unificação de cargos de assessoramento, “fim de patentes” para cargos de direção e manutenção de escala de oito horas diárias para os servidores foram alguns dos pontos discutidos e implementados no semestre comandando o MP Com a casa arrumada, Rinaldo Reis tem outros objetivos claros para o próximo ano: o combate à corrupção e à insegurança. Apesar de poucas operações com grande repercussão no segundo semestre do ano, o procurador-geral garante que o trabalho de investigação não parou e que “haverá novidades” para os próximos meses. A falta de efetivo na Polícia Civil, o desabastecimento e sucateamento da Saúde, a violência nos estádio de futebol e atos de corrupção estão no alvo do MP, que admite, inclusive, que há investigação em curso contra a governadora Rosalba Ciarlini. Em entrevista à Tribuna do Norte, o procurador-geral de Justiça fez um balanço de sua gestão. Eis a entrevista. Dificuldades iniciais
“Tenho 16 anos de MP e sempre tive uma noção da complexidade e das dificuldades todas que são bem inerentes a esse cargo. Mas confesso que não sabia que ia ser tão difícil assim. Sabemos que as demandas e expectativas são infindáveis e que nunca conseguiremos agradar 100%. Eu sabia que tinha me prestado a determinados desafios que os meus antecessores nunca tinham aceitado. Não estou criticando,deformanenhuma,mas eles achavam melhor não tratar sobre alguns aspectos. Havia algumas aspirações no seio da classe que nunca foram enfrentadas pelos meusantecessoresporqueelesrealmente não quiseram enfrentar isso porque não era da política deles. Porque geraria desgaste, estimularia alguns conflitos. De tanto eu reivindicar isso, tanto quanto promotor de Justiça como também enquanto presidente da Associação, seria incoerente da minha parte se eu não enfrentasse aquilo que eu tanto reivindiquei. Disse o que enfrentaria. Ninguém se surpreendeu com minha postura. Disse que não haveria tabus. Nesses seis primeiros meses, apostamos em fazer a reestruturação da máquina, apesar de todo o desgaste, e a profissionalização. Apostamos em comprar todas as brigas logo no começo, fazer todas as mudanças logo agora, para depois termos mais tranquilidade. Obtivemos êxito em 100% das ações nesse sentido”
Principais embates
“Disse na campanha que a exclusividade do cargo de procurador-geral adjunto para procurador de Justiça deixaria de existir e seria aberto também para promotores. Isso foi um desgaste grande
Nós estamos instaurando nossos processos, os inquéritos civis, vamos ouvir a governadora. O foco é a defesa da probidade e isso inclui a minha atividade fim porque alguns agentes públicos têm foro privilegiado”
Transformaram uma cidade em reféns das reivindicações. Isso é abuso do seu direito de reivindicar”
Agora, se chama pela competência e não pelas patentes. A ideia é se acabar com as patentes dentro da instituição”
que eu sabia que teria e seriam dificuldades extras, mas previsíveis. Tinha o apoio de 100% dos promotores, mas tinha, por outro lado, a rejeição de 100% dos procuradores de Justiça. Os 20 procuradores de Justiça disseram que não aceitavam isso de jeito nenhum e que faria de tudo para que eu não conseguisse implementar essa mudança, mas modificamos com 15 dias de gestão, aprovando mudança na lei na Assembleia, e tomando posse no cargo de procuradorgeral de Justiça adjunto o primeiro promotor. Minha opção foi de fazer mudanças sem ter medo. Na linha de assessoramento único, também tivemos problemas. Os assessores de promotores ganhavam R$ 2.600 por mês e isso gerava uma rotatividade muito grande porque os profissionais só ficavam no cargo até conseguir algo melhor. Já os assessores dos procuradores ganhavam R$ 7.600 e faziam exatamente a mesma coisa que os assessores dos promotores faziam. A única diferença era quem era o assessorado. Não dava para chegar a R$ 7.600 para todos, porque há 190 assessores para 230 promotores de Justiça e 42 assessores para os 21 procuradores. A única alternativa viável no aspecto financeiro, administrativo e também do interesse público, era fazer a unificação e deixar no valor médio, de R$ 4.400. Já está aprovado na AL e falta a sanção da governadora. Além disso, também acabamos com a exclusividade para promotores de 3ª entrância e procuradores os cargos de assessoramento do procurador-geral. Agora, se chama pela competência e não pelas patentes. A ideia é se acabar com as patentes dentro da instituição”
di para eles uma reivindicação muito antiga que eles nunca tinham conseguido eco, e eu passei, que foi a mudança na carreira. Anteriormente, eles levavam, no mínimo, 35 anos para chegar do primeiro nível ao nível mais alto da carreira. Agora, é possível que cheguem do primeiro ao último nível em 20 anos. Mais do que isso não foi repassado porque não havia condições. Mesmo assim, eles optaram pela paralisação. Não tenho nada contra os servidores, mas, na minha ótica de gestor público, aquele ato não poderia ser esquecido. Porém, o sindicato entrou com medida cautelar e conseguiu uma decisão ainda precária e monocrática, sem aprofundamento no mérito, barrando o corte por enquanto. Esperamos que, na análise do mérito peloTJ, seja dada razão à nossa atitude e definiremos o que fazer com relação aos que cruzaram os braços. Mas meu relacionamento com os servidores é bom, respeitoso, franco e objetivo”
PGJ x Servidores
Greves no setor público
“Houve um temor inicial dos servidores em relação à nossa gestão porque nós trazíamos desde a campanha ideias de mudanças até certo ponto radicais. Muitas reivindicações dos servidores que eles esperavam ser atendidas nós acenamos desde o início que não atenderíamos por não concordar, como transformar todos os cargos em cargos de nível superior. Eu não concordava, não concordo e nunca vou fazer isso. Acho que é inconstitucional alijar uma pessoa desse perfil, de ensino médio, de entrar no Ministério Público. Assim como essa, existem outras reivindicações que não podem ocorrer, como a jornada de 7 horas, que economicamente é inviável. Eu nunca fiz nenhuma promessa eleitoreira, não fui o candidato preferido dos servidores, mas sempre disse que eles teriam da minha parte franqueza, objetividade e lealdade. Garanti que eles terão, anualmente, pelo menos a reposição inflacionária. Já é lei aprovada e sancionada. Concedemos reajuste de 6,7% para os nossos servidores quando nenhum outro servidor público do RN teve, em nenhuma esfera”
Greve dos servidores
“A paralisação, para mim, foi um movimento político organizado pelo presidente do sindicato e acho lamentável. Na minha concepção, eles deveriam estar festejando, até porque repassei o reajuste retroativo a agosto, e conce-
“Acredito que houve uma banalização dos movimentos grevistas e das manifestações de uma forma geral e isso é muito ruim. Tanto a greve quanto as manifestações são instrumentos legítimos de demonstração de insatisfação. As greves, muitas vezes, foram excessivas e prejudicaram serviços públicos essenciais. Hoje não existe uma legislação (sobre greves). Cabe ao nosso legislador federal, com urgência regulamentar a greve no serviço público até para que os servidores possam conhecer bem os seus limites. Agora, há aquela área cinzenta onde os servidores podem não saber que estão extrapolando os seus limites, se bem que há casos em que eles sabem, sim, que há exagero. Sobre as manifestações, há de se ter muita cautela com relação a manifestações que excedem o direito de manifestações, como a paralisação dos alternativos. O que houve foi uma determinada categoria que, talvez, até tenha reivindicações justas, mas a forma como ela usou não poderia jamais ser aceita. Eles transformaram uma cidade em reféns das reivindicações. Isso é abuso do seu direito de reivindicar”
Violência/Futebol
Está faltando mais efetividade de todas as autoridades envolvidas nesse processo, e aí eu incluo o próprio MP. Nós não estamos conseguindo ser efetivos, que é usar determinados meios para
atingir um fim e atingir – o que não está ocorrendo. O MP é ator nesse processo. Como está havendo um apelo cada vez maior para que isso acabe, já que a situação realmente está bastante grave, nós já determinamos no MP uma retomada das nossas ações e uma nova análise dos meios que estamos utilizando para que consigamos ser mais efetivos. Na Promotoria de Investigação Criminal, como na Promotoria do Consumidor e com colegas que trabalham na comissão do Estatuto do Torcedor, já estamos trabalhando meios para chegar a à adoção de medidas para acabar com esse problema”
Investigações
“As promotorias são independentes e eu não tenho acesso às investigações, a não ser quando um ou outro precisa de alguma ajuda do procurador-geral em relação a alguma medida, aí eles vêm e combinam comigo. Eu deixo todos os promotores em todo o estado, em todas as suas atribuições, em todas as matérias, trabalhar de forma totalmente independente. A missão do procurador-geral é garantir que eles tenham totais condições de trabalho. Eu tenho que estruturar as promotorias, com servidores e recursos tecnológicos, para que eles tenham a melhor produtividade possível”
Patrimônio Público
“Os promotores (do Patrimônio Público) estão trabalhando. São absolutamente diligentes e o trabalho deles vai aparecer. Em relação às atividades do procurador-geral de Justiça, nós já estamos trabalhando também, mesmo somente com seis meses de gestão. Nosso trabalho trata sobre quem tem foro privilegiado no Tribunal de Justiça. Esse trabalho não parou. Não deixamos de lado. Sempre haverá novidades. As investigações continuam, estamos focados em alguns pontos, e no momento certo tudo isso vai aparecer”
Homicídios
“Estamos em um verdadeiros um caos na Segurança Pública. Temosnosreunidobastantecomagovernadora,secretáriodeSegurança, delegado geral de Polícia, mas a situaçãonãomelhora.Temoshojeum centro de apoio a promotorias que tem trabalhado só essa questão da Segurança Pública buscando uma restruturação da nossa polícia. Hoje,oefetivototalédeapenas28%em seu total, entre agentes, escrivães e delegados. Levamos à governado-
ra uma proposta já conversada com oprópriojudiciárioparapermitiraté o Executivo nomeasse agentes, escrivães e delegados sem ter problemas com a Lei de ResponsabilidadeFiscal.Éalgoquealeipermiteque ogestorpaguecargosacimadolimite por força de decisão judicial. A solução trabalhada junto ao procurador-geraldoEstado,secretáriode Segurança e Judiciário, com o desembargadorIbanezMonteiro,que permitiriaàgovernadorafazerasnomeações durante o ano de 2014. No primeiro momento, a governadora não foi receptiva à ideia, mas já se falaqueelapodefazeressasnomeações. Em termos percentuais, Natalestácomíndicesdeviolênciamuito parecidos com Recife e Fortaleza. Não somos mais a cidade pacata queéramoshácincoanosatrás.Não seiquetipodemedidastêmsidoadotadaspeloGoverno,massetêm,não têm surtido efeito”
Rosalba
“Acabaram chegando algumas decisões judiciais que dizem respeito à governadora. A questão do uso do avião, por exemplo, e outras informações das condenações em Mossoró que têm chegado aqui. Nós estamos instaurando nossos processos, os inquéritos civis, vamos ouvir a governadora. O foco é a defesa da probidade e isso inclui a minha atividade fim porque alguns agentes públicos têm foro privilegiado. Essas decisões de Mossoró acabaram trazendo a notícia da governadora de uma forma a privilegiar uma candidata dela. Isso está sendo analisada e não posso dizer que há uma conclusão a respeito disso, mas posso dizer que isso é objeto de estudo. Quanto às demais operações, essas são conduzidas pelos promotores”
Objetivos
“Costumo dizer que não temos nenhuma linha preferida. Toda atuação do Ministério Público é uma atuação nobre porque é em defesa da sociedade. A gente pretende dar mais condições em áreas mais carentes da sociedade, mais necessitada. Nisso, é claro, aparece logo o combate à corrupção e improbidade. Defesa da Saúde porque há pessoas morrendo. A educação também é uma prioridade, assim como a defesa do Meio Ambiente. A questão da Segurança Pública, que hoje é uma das principais preocupações. Pretendemos, de um modo geral, queremos dar estrutura para todas as áreas, mas, de alguma forma, dar um foco maior às essas áreas”.
Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
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natal
Poder Judiciário
« ARTIGO »
Revogando (I)
ANELLY MEDEIROS [ anellymedeiros@hotmail.com ]
MARCELO ALVES DIAS DE SOUZA
Declarações
Procurador Regional da República
A
s declarações do advogado Paulo de Tarso Fernandes a respeito da cassação do mandato de Larissa Rosado foram fortes e sem arrodeio. Para o experiente advogado, a cassação foi mais uma decisão equivocada do Tribunal Regional Eleitoral do RN. “TRE/RN tem atuado como um Tribunal de exceção. E tem tomado medidas agressivamente a revelia da lei”, afirmou o advogado. Agora, Larissa Rosado corre contra o tempo. A defesa da parlamentar do PSB tem pouco mais de 15 dias para recorrer, antes da publicação do acórdão. a deputada quer disputar as eleições suplementares de Mossoró que tem convenções partidárias marcadas para 2 de janeiro. FOTOS: DIVULGAÇÃO
Defensoria A Associação dos Defensores Públicos do Rio Grande do Norte comemora as realizações alcançadas em 2013. Para o presidente Francisco de Paula “foi um ano de busca pela criação da identidade da categoria. 2014 deverá ser de muita luta para alçar a categoria ao patamar merecido e
constitucionalmente assegurado”. Na semana que passou os defensores participaram de confraternização com a presença do vice-Governador Robinson Faria. Na conversa com a categoria a certeza do comprometimento com a causa da Defensoria Pública do Rio Grande do Norte.
TJRN lidera em Gestão Estratégica O Tribunal de Justiça do RN alcançou o maior nível de maturidade em Gestão Estratégica, com um percentual de 98%. O diagnóstico foi apresentado pelo Conselho Nacional de Justiça, na última quarta-feira. “Esse reconhecimento dado por um órgão externo, técnico e imparcial como o CNJ, nos dá a credibilidade que estamos no caminho certo e confirma que o tribunal tem utilizado seus recursos com o propósito de oferecer uma justiça cada vez melhor
para o cidadão”, afirmou o presidente do TJRN, desembargador Aderson Silvino, após receber a notícia. Para o juiz auxiliar da Presidência, Raimundo Carlyle, responsável pela área de Gestão Estratégica, “o 1º lugar do TJRN entre todos os tribunais do Brasil, confirma os contínuos melhoramentos que vêm sendo estimulados na organização e, principalmente, o comprometimento de magistrados e servidores que acreditam ser sempre possível fazer melhor”.
Recesso Durante o período de recesso forense, ficam suspensos no Tribunal de Justiça do RN os prazos judiciais e processuais no TJRN. Até do dia 6 de janeiro, as secretarias funcionarão em sistema de plantão. Atendendo pedido da OAB, o tribunal aprovou resolução que determina a suspensão dos prazos processuais e
audiências entre os dias 7 e 20 de janeiro de 2014, sem prejuízo das sessões dos órgãos colegiados. No caso do Ministério Público Federal, as procuradorias da República irão funcionar em regime de plantão, no horário especial das 13h às 18h. As atividades normais serão retomadas no dia 7 de janeiro.
Nota 10 O advogado natalense Gustavo de Medeiros Melo fecha o ano de 2013 comemorando a nota 10, com distinção e louvor, que recebeu da banca composta pelos Professores Doutores: Nelson Nery Jr. (PUC-SP), Teresa Arruda Alvim Wambier (PUC-SP), Humberto Theodoro Jr. (UFMG), Gilson Delgado Miranda (PUC-SP) e Paulo Luiz de Toledo Piza (USP). A tese de doutorado em Direito Processual Civil, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), trata do tema: Ação direta do terceiro prejudicado no seguro de responsabilidade civil: uma técnica processual a serviço do direito material. Aguarda-se a publicação do trabalho, que contará com prefácio de Nelson Nery Jr., apresentações de Ernesto Tzirulnik e do jurista português José Carlos Moitinho de Almeida”.
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emana passada, aqui mesmo, tratei de dois aspectos bem problemáticos da teoria dos precedentes judiciais: do fato corriqueiro (porém pernicioso) da existência de duas decisões de um mesmo tribunal afirmando coisas completamente diferentes e do conceito de decisão “per incuriam”. Na mesma toada, vou tratar agora de mais um importantíssimo ponto dessa temática: a “revogação” (o “overruling”, na língua de Shakespeare) dos precedentes judiciais. Na verdade, em tese, é possível ter-se um sistema baseado na premissa de que um precedente vinculante não pode, em hipótese alguma, deixar de ser aplicado. Para se ter uma ideia, até o ano de 1966, no Reino Unido, a House of Lords (à época, a mais alta corte de justiça daquele Reino), formalmente renunciando ao poder de superar suas decisões anteriores, seguia estritamente essa visão da doutrina do “binding precedent” (do “precedente vinculante”, traduzindo para o português). Entretanto, nesse ano, a corte anunciou, em “Practice Statement”, que seus juízes (e, consequentemente, a corte como um todo) poderiam se afastar de suas anteriores decisões quando assim achassem correto. Hoje, pode ser dito que a visão absoluta da doutrina do “binding precedent” não é aceita em qualquer sistema jurídi-
co, incluindo aqueles filiados à tradição do “commom law”. Nos Estados Unidos, por exemplo, esta situação aparece mais patente ainda que na Inglaterra. As cortes americanas, nas palavras de William L. Reynolds (em “Judicial Process in a Nutshell”, West Publishing Co.), “acreditam que têm o poder de mudar seus pensamentos, banir casos desacreditados, desgastados pelo tempo, e tecer novas decisões na rede sem costura que é o Direito”. De fato e de Direito, a doutrina do “stare decisis” não exige obediência cega às decisões dos casos anteriores. Ela sugere - e com muita ênfase - que os juízes se abeberem da sabedoria do passado, mas permite, em muitos casos, que se afastem do que considerarem incorreto. Nesse sentido, Eduard D. Re (no artigo “Stare Decisis”, traduzido pela ex-Ministra Ellen Gracie e publicado na “Revista Jurídica”), referindo-se tanto ao direito inglês como ao americano, afirma: “O Chanceler Kent também discorreu sobre a possibilidade de uma revisão do caso anterior, com base na demonstração de que o direito foi ‘mal compreendido ou mal explicado naquele caso específico’. Em reflexão sobre a possibilidade de se demonstrar que um caso precedente foi decidido de forma incorreta, o Ministro da Suprema Corte Field afirmou que: ‘é mais importante que o tribunal decida corretamente com base em análise posterior e mais elaborada dos
Na verdade, em tese, é possível ter-se um sistema baseado na premissa de que um precedente vinculante não pode, em hipótese alguma, deixar de ser aplicado” casos do que ele seja consistente com as decisões anteriores”. O mecanismo utilizado pa-
ra tanto é denominado, pela literatura jurídica anglo-americana, de overruling (que, fazendo um paralelo com a lei em sentido estrito, pode ser traduzido como revogação de precedente). Cuida-se, basicamente, da atitude de uma corte (em regra, uma corte “superior”), que detenha poderes para tanto, de estabelecer que um precedente ou decisão anterior sua ou de uma corte inferior era uma afirmação errada do Direito e não deve mais ser considerada como precedente. Por fim, não se pode esconder a verdadeira revolução que é o “overruling” no que diz respeito à matéria objeto do precedente revogado. Como explica José Luis Vasquez Sotelo (no artigo “A jurisprudência vinculante na ‘common law’ e na ‘civil law’, publicado na coletânea “Temas atuais de direito processual ibero-americano”, Editora Forense), se levado às últimas consequências, o “overruling” equivale a uma “declaração pública, ‘coram populi’, de que todos os casos precedentemente decididos sobre a base daquele precedente errôneo tinham sido na realidade decididos em contrário ao que na verdade se toma como verdadeiro Direito”. Bom, mas como se avalia a conveniência - levando em consideração a estabilidade e a predicabilidade do sistema, valores importantíssimos para o direito de qualquer país - de se revogar um precedente? Tarefa difícil, como se verá na semana que vem.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
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Matrículas online na rede estadual se encerram hoje « EDUCAÇÃO » Até sexta-feira passada, 130 mil estudantes solicitaram
suas matrículas por meio do SIGEduc. Do total, 33 mil são novos alunos ALEX RÉGIS
ermina hoje, (22), o período de solicitação de matrículas para os estudantes que pretendem ingressar na rede estadual de ensino. Os interessados devem acessar o www.sigeduc.rn.gov.br, selecionar duas opções de escolas e solicitar a matrícula. A seleção dos estudantes por escola se dá através de critérios definidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, como proximidade com a escola, se já possui irmão estudando na unidade e se o aluno está na faixa etária escolar adequada. O resultado do processamento será divulgado no dia 30 de dezembro. Até sexta-feira passada, 130 mil estudantes solicitaram suas matrículas por meio do SIGEduc. Do total, 33 mil é o número de novos alunos, que irão ingressar na rede. Os demais correspondem a renovações. A secretária de Estado da Educação, professora Betania Ramalho, destaca que as renovações devem ser feitas de forma automática, pela equipe das secretarias das escolas. “Isso significa dizer que todos os alunos que já estão na rede tem suas vagas garantidas nas unidades em que estudam hoje. Eles apenas precisam manifestar esse desejo na secretaria da escola”. A secretária ressalta ainda que todas as escolas estaduais estão abertas para auxiliar os pais e alunos que não tem computador em casa e precisam acessar a internet para solicitar a matrí-
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Os interessados devem acessar o www.sigeduc.rn.gov.br para solicitar a matrícula
Por ser o primeiro ano que o sistema está sendo utilizado em todo o Estado, estamos vivendo um período de experiência e adaptação” EDUARDO COLIN Coordenador de Diretorias Regionais de Educação
cula.”Para isso realizamos um treinamento com os técnicos dessas unidades, em todas as regiões, no período que antecedeu a matrícula. Por ser o primeiro ano que o sistema está sendo utilizado em todo o Estado, estamos vivendo um período de experiência e adaptação. Embora, até o momento, as solicitações venham ocorrendo com tranqüilidade.” O coordenador das diretorias regionais de Educação, Eduardo Colin, lembra aos pais e alunos que uma das exigências na hora de solicitar a matrícula é a
utilização do CPF. “Foi necessária a utilização do CPF para evitarmos a duplicidade de matrículas. Quando isso acontece, um estudante que realiza mais de uma solicitação acaba tomando a vaga que poderia ser de outro. Portanto, os interessados que ainda não possuem CPF devem procurar uma das 16 Diretorias Regionais de Educação – DIRED, em todo o Estado, para fazer o seu cadastramento de forma mais rápida. O cadastro do documento também pode ser feito nas Centrais do Cidadão.”
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« UFRN »
Cursos de pós-graduação terão novo regulamento O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFRN aprovou o novo regulamento para 2014 Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aprovou o novo regulamento para os programas e cursos de pós-graduação da Instituição. A nova resolução entra em vigor no primeiro semestre de 2014. De acordo com a pró-reitora de pós-graduação (PPG), Edna Maria da Silva, o novo regulamento foi aprovado pelo CONSEPE, no dia 10 de dezembro, após a elaboração de uma minuta pela Comissão de Pós-Graduação e uma ampla discussão na Câmara de Pós-Graduação do Conselho. “A proposta foi discutida junto aos centros acadêmicos, com as coordenações dos programas e cursos de pós-graduação. A Câmara do CONSEPE, que é composta por docentes e técnico-administrativos da UFRN, também fez uma avaliação”, explicou. Ainda segundo Edna, a resolução anterior, que foi elaborada em novembro de 2004, serviu como base para a nova proposta. “A antiga já estava ultrapassada porque aconteceram muitas atualizações no modelo brasileiro de educação. Então, redefinimos novos critérios para que a pós-graduação da UFRN, que cresceu tanto, melhore ainda mais sua qualidade”, disse a pró-reitora. Entre as novidades do regulamento, Edna Maria da Silva citou as “teses em co-tutela entre a UFRN e outras universidades”, que possibilita a reciprocidade de
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A proposta foi discutida junto aos centros acadêmicos, com as coordenações dos programas e cursos de pós-graduação” EDNA MARIA DA SILVA Pró-reitora de pós-graduação da UFRN
validade do título entre as instituições. “Uma universidade que procura se internacionalizar, como a UFRN, precisa diminuir as barreiras”, reforçou. Outro aspecto do documento que merece destaque, na opinião da pró-reitora, é a vinculação da pós-graduação com os centros acadêmicos. “Procuramos deixar bem claro que os programas e cursos de pós-graduação são de responsabilidade dos centros”, esclareceu Edna. “O documento contém 80 artigos e traz de forma clara e objetiva os critérios de credenciamento dos professores, a proteção da propriedade intelectual, a duração máxima dos cursos, os coeficientes de rendimento dos estudantes, entre outros”, ressaltou a pró-reitora. Para consultar a nova resolução é só acessar, no site da UFRN (www.ufrn.br), as seções “Documentos”e“ColegiadosSuperiores”. Emseguida,bastaescolheraopção “Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE” e preencher o campo Número com “197”.
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
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SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO, BETÂNIA RAMALHO E PRESIDENTE DO SINTE, FÁTIMA CARDOSO FALAM SOBRE EDUCAÇÃO EM 2013 • PÁGINA 9
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Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 22 de dezembro de 2013
Yes, temos deficiência no inglês « COMÉRCIO » De acordo com uma pesquisa feita pela escola de idiomas, apenas um quarto dos vendedores
e gerentes das lojas de shopping da cidade conseguem se comunicar em inglês com o turista estrangeiro VINÍCIUS MENNA repórter
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m turista adentra uma loja de bagagens de um shopping de Natal e pede, em inglês, para comprar uma mala com expansor. Depois de muito esforço e mímica de ambas as partes, a vendedora Cláudia Regina dos Santos compreende o desejo do cliente e aponta para a calculadora para informar o preço. Na hora de passar o cartão, algo sai errado e a compra não é efetivada. Após nova rodada de mímicas, o turista se faz entender: o limite do cartão havia sido ultrapassado e ele queria reservar o produto para comprar no dia seguinte. Situações como essa são mais comuns do que se imagina. Mesmo em Natal, que é uma cidade turística e está entre as sedes da Copa do Mundo de 2014, grande parte dos trabalhadores do comércio ainda não detém conhecimentos básicos de qualquer língua estrangeira que seja. De acordo com uma pesquisa feita pelo escola de idiomas Watford, apenas um quarto dos vendedores e gerentes das lojas de shopping da cidade conseguem se co-
municar em inglês com o turista estrangeiro, ou seja, 25%. A pesquisa ouviu 100 pessoas entre vendedores, operadores de caixa e gerentes de lojas na última semana de novembro. O resultado é o apelo para mímicas, como atestou a pesquisa: 24% dos entrevistados afirmaram que apelam para os gestos na hora de fechar uma venda como um falante de língua estrangeira. Além disso, a calculadora serve de suporte para lidar com preços e descontos. Tudo para não perder a venda. “Acho muito importante ter um curso, mas infelizmente não tive condições de fazer porque não tenho como arcar com o custo. Cursos de línguas são caros”, argumentou a vendedora Cláudia Regina dos Santos. Laíze Gomes da Fé também trabalha na loja de bagagens. Ela estava presente no dia da venda para o turista e, assim como as demais colegas, acabou se envolvendo para tentar ajudar Cláudia Regina. Só que ela também não fala inglês e, para compreender a questão do limite do cartão, acabou demorando bastante. “Já pensei em estudar, mas é caro. Aí o jeito é trabalhar com a mímica, mostrando o produto e apontando para os detalhes.
EMANUEL AMARAL
Mais de 24% dos entrevistados afirmam usar mímicas para se comunicar com estrangeiros
Os preços a gente vai informando com a calculadora”, explicou. Outro dado obtido na pesquisa mostrou que, entre aqueles que conseguem se comunicar em inglês, 90% tem no máximo o nível intermediário. Dois terços dos entrevistados têm apenas o inglês que recebeu nos ensino fundamental
e médio. A gerente da loja de bagagens, Milena Flor, é a única funcionária que sabe falar alguma coisa em inglês. Ela começou um curso em 2009, mas teve que interromper quando estava no nível pré-intermediário. “Não consigo manter uma conversação perfeita, mas já
garanto a venda”, explicou. Ela acrescentou que as vendedoras da loja deverão iniciar um curso básico de inglês a partir de fevereiro. Para o professor Fábio Marques, que coordenou a pesquisa, os números chamam a atenção. “O conhecimento da língua é importante para aqueles que lidam direta-
mente com o turista estrangeiro, especialmente porque melhora a qualidade no atendimento, ampliando a possibilidade de maiores vendas”, destacou. Nesse contexto, quem fala inglês acaba se destacando. É o caso da vendedora Élita Juciele Bezerra, que trabalho numa loja de roupas do centro da cidade. Atenta a essa demanda, ela já estuda o idioma há quatro anos e pretende se manter em aulas de conversação mesmo após concluir os módulos regulares do curso. “No início, eu ficava muito tímida para falar. Aos poucos fui perdendo essa timidez e hoje a conversação já flui. Agora, quando um turista estrangeiro entra na loja, as outras vendedoras me chamam logo. Vejo que os clientes se sentem bem quando são atendidos na língua deles”, disse Élita. Contente com a evolução na língua, ela já fala até em sair do país e conhecer o mundo. “Não quero parar”, afirmou.
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Lojas de Natal investem em cursos de idiomas
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natal MAGNUS NASCIMENTO
Trabalhadores do comércio de Natal têm algumas opções de cursos gratuitos de idiomas
EMANUEL AMARAL
A gerente de loja, Milena Flor, tem conhecimento em inglês, o que é diferencial no currículo
Comércio investe em cursos « CAPACITAÇÃO » O objetivo, dizem os comerciantes, não é apenas garantir as vendas, mas até evitar prejuízos financeiros decorrentes de uma informação repassada incorretamente aos consumidores estrangeiros EMANUEL AMARAL
A
proximidade do período da Copa do Mundo de 2014 tem sido o principal motivador para que os proprietários de lojas de Natal invistam em cursos de inglês para os seus funcionários. O objetivo, dizem eles, não é apenas garantir as vendas, mas até evitar prejuízos financeiros decorrentes de uma informação repassada incorretamente aos consumidores estrangeiros. De acordo com o empresário e presidente da Associação dos Lojistas do shopping Midway Mall (Alomid), Denerval Júnior, o trabalho de capacitação já vem sendo priorizado pelos diretores da entidade. “A Associaão já vem fazendo um trabalho de capacitação que envolve todo o mercado de vendas, abordando marketing e gestão. Inclui-se nesses processo o inglês. Temos uma professora contratada para fazer esse trabalho com turmas mensais e nos próximos seis meses pretendemos ampliar isso”, explicou. A meta da Alomid é capacitar até a Copa do Mundo pelo menos 50% do quadro de 2 mil funcionários que integra as lojas associadas do Midway Mall. Por enquanto, há uma turma mensal que capacita 20 profissionais por mês. Com isso, já foram capacitados mais de 300
Fecomércio oferece cursos de idiomas gratuitos O Sistema Fecomércio, através do Senac, oferece cursos gratuitos de inglês dentro do Programa Senac de Gratuidade e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O foco é a capacitação de trabalhadores dos segmentos de hotelaria, bares e restaurantes, guias, policiais, bugueiros e taxistas. Visando a Copa do Mundo, Senac e Fecomércio RN realizaram um estudo no segundo semestre do ano passado para conhecer a percepção da população natalense em relação ao Mundial de Futebol. A pesquisa identificou oportunidades para desenvolver ações que contribuem com a preparação do estado.
Calculadora é uma das ferramentas de comunicação para comerciantes que não dominam outro idioma
funcionários com um inglês básico. “´É lógico que essas turmas não vão capacitá-los para falar inglês plenamente, mas vai ser possível dar informação de preço, de quantidade, de especificação do produto, cores, como lidar com porcentagem e descontos, que são informações bá-
sicas, mas que atende a essa demanda”, disse o presidente da Alomid. Para o empresário Edmilson Teixeira, é importante que os donos de lojas estejam atentos para essa demanda. Não só visando a Copa do Mundo, mas também para o dia a dia. “Hoje o inglês é uma necessidade. O
que motiva mais o pessoal para capacitar é a Copa, mas o próprio negócio do shopping exige essa qualificação. O ideal é que cada loja tivesse pelo menos uma pessoa, em cada turno, que falasse inglês e também espanhol. Nas minhas lojas eu tenho essa pessoa, mas nem todos tem esse profissional”, disse.
ESTUDO
O estudo apontou que cerca de 75% dos entrevistados pretendiam investir em algum curso até a Copa. Entre o percentual que afirmou querer se qualificar, 88% disseram que buscariam capacitação em cursos técnicosprofissionalizantes ou de idiomas. O domínio das línguas estrangeiras, especialmente o inglês, esteve presente em 54,4%
das respostas. Com base nessas informações, o Senac preparou capacitações gratuitas para formar profissionais dentro do Programa Nacional Senac em Campo, voltadas para aqueles que trabalharão em contato direto com os visitantes durante a Copa. Com carga horária de 200 horas, os cursos de idiomas beneficiaram 549 pessoas, que receberam do Senac material didático completo e puderam se capacitar na instituição, que é referência no segmento de idiomas no Rio Grande do Norte. Para o presidente do sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, a preparação dos trabalhadores é de total importância. “A comunicação é a necessidade primordial para que se possa realizar uma venda. Os números do Senac mostram que já há também uma maior procura por esta qualificação. As empresas têm nos buscado para que possamos atender a estas necessidades com os cursos in company e os empresários também têm buscado nosso banco de talentos. É um trabalho que se completa”, disse.
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ponto contraponto //////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
A educação pública do RN em 2013 A Tribuna do Norte está fazendo um balanço do ano nas principais áreas do serviço público do Rio Grande do Norte: Saúde, Educação e Segurança. Domingo passado o tema foi a Saúde e hoje, estamos publicando artigos da secretária Estadual de Educação, Betânia Ramalho e da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Fátima Cardoso, que aceitaram o convite da Tribuna do Norte. Betânia Ramalho diz que “Após dez secretários de educação em oito anos de governo, com a negação de direitos profissionais ao corpo docente (ativos e aposentados), recuperar esses
Para corrigir o rumo da Educação BETÂNIA LEITE RAMALHO Secretária Estadual de Educação
A
valorização da escola pública não pode ser mero discurso. Ela se constrói a cada dia com gestos, ações concretas, respeito e responsabilidades compartilhadas entre o governo, gestores, docentes e demais profissionais da educação, a família e a sociedade. Com base nesse princípio foi criado o Programa de Educação do RN (2011-2014) que orienta toda a rede e toma como referência o aluno, a escola, o ensino, o acompanhamento da aprendizagem e um plano com dimensões e metas. Para isso, o respeito e a valorização do professor foi uma das marcas desse projeto assumido por uma equipe técnica de alto nível e o apoio incondicional da governadora Rosalba Ciarlini. Após dez secretários de educação em oito anos de governo, com a negação de direitos profissionais ao corpo docente (ativos e aposentados), recuperar esses direitos foi uma prioridade: implantamos plenamente a Lei do Piso Nacional promovendo um reajuste acumulado de 76,8% além do recente reordenamento da carga horária docente para que os professores permaneçam 20 horas em sala de aula e dez horas em atividades pedagógicas de apoio ao alunado. Com isso o RN passou a ser um dos dez estados do país a cumprir, na íntegra, a Lei Nacional do Piso. Mas outros direitos represados desde o ano 2006 foram também concedidos: as promoções verticais, os quinquênios, mais de três mil aposentadorias além da liberação de duas mil licenças especiais. Outra ação de forte impacto foi o concurso público para 3.500 professores e especialistas, todos contratados substituindo um aposentado. Para o ano de 2014 implantaremos as promoções horizontais, o Porte das Escolas reajustando, consideravelmente, a gratificação dos diretores de escolas e de DIRED. No âmbito do fundamento pedagógico, alguns documentos e ações norteadores merecem destaque: as Diretrizes Curriculares do Estado referenciadas nas Diretrizes Nacionais (em elaboração); o Plano Estadual do Livro e da Leitura, lançado recentemente; a retomada do Plano Estadual da Educação, com comissão formada; o Pacto Paulo Freire pela Educação de Jovens e Adultos; a adesão aos Pactos Nacionais: Alfabetização na Idade Certa e o do Ensino Médio. Destaca-se ainda a implementação de Programas que ampliam em até três horas a permanência dos estudantes na escola: Mais Educação (nível do Ensino Fundamental), Ensino Médio Inovador, Cursos de Formação para o trabalho PRONATEC. Já o Ensino Médio Noturno Diferenciado, destinado ao estudante trabalhador tem sido uma referência nacional. A pesquisa como princípio pedagógico
direitos foi uma prioridade”. Já Fátima Cardoso critica as ações da administração estadual para a área e diz que o ano 'foi perdido' e que uma greve deve ocorrer já em janeiro próximo, adiando o início do ano letivo na rede estadual de Educação. “A greve deste ano foi considerada a menor da história do Sindicato. Uma demonstração da grande vontade da categoria, através do Sindicato, em repactuar um acordo que fosse exequível. Mas o governo tripudiou com os alunos e profissionais não cumprindo o acordo feito em fevereiro/2013”. Abaixo, a íntegra dos dois artigos:
Ano perdido para a Educação
e formativo tem dado impulso à Iniciação Científica trazendo reconhecimento e visibilidade aos professores e estudantes que, a cada ano, têm conquistado prêmios em feiras de ciências nacionais e internacionais e em Olimpíadas. Professores têm sido premiados nacionalmente e gestores de escolas se destacam entre os melhores do país. No Plano do apoio à gestão escolar e da infraestrutura muito foi realizado: mais autonomia às escolas, aumentando os recursos do caixa escolar; recuperação de mais de 220 prédios escolares e construção de dez centros de educação profissional. A reforma do Colégio Atheneu, já iniciada e do Ginásio do DED, em Candelária, assim como a construção de 53 ginásios esportivos e a aquisição de 266 novos ônibus escolares compõem parte importante do projeto da SEEC. O Sistema Integrado de Gestão da Educação – SIGEduc vem modernizando as rotinas escolares com a matrícula online,
e fosse umapessoa física, a educação pública do Rio Grande do Norte mostraria ao final de 2013 as dramáticas marcas de maus tratos em seu corpo e em sua alma. Marcas que têm como símbolo vivo os escombros dos tetos de três escolas que desabaram apenas neste último mês do ano. A situação de sucateamento da parte física das escolas é uma fratura exposta aos olhos de toda a sociedade. E o que dizer da alma? Comparando com o que lutamos e almejamos para nossos alunos, 2013 foi um ano perdido. A quantidade de alunos que terminaram o ano sem ter sequer uma aula em várias disciplinas é revoltante. No caso da Escola Estadual Jorge Fernandes, os alunos foram brindados com um arranjo labrojeiro de final de ano: a aprovação
MAGNUS NASCIMENTO
MAGNUS NASCIMENTO
o diário de classe. Será, muito em breve, um grande portal da transparência e um inovador instrumento de acompanhamento das rotinas escolares e das atividades de gestão. Outro Projeto em curso é o GIGA Metrópole que criará a rede de fibra ótica envolvendo todas as escolas públicas da grande Natal, dando suporte tecnológico e velocidade para o acesso à Internet. A cooperação entre o MEC, a UFRN e a SEEC tem sido um modelo inovador de parceria. Muito vem sendo feito. Muito a fazer. Perseverar e ter um rumo a seguir é uma das chaves do projeto de Educação do Estado.
forçada através de notas arbitradas por um professor que chegou à escola apenas na última quinzena de dezembro. Enquanto o direito ao aprendizado padecia de inanição, profissionais habilitados para isso, devidamente concursados, esperaram em vão a chamada para preencher as vagas que gritavam sua presença. Faltaram profissionais do ensino, mas também escolas. Na contramão do projeto federal de expansão de unidade educacionais como os IFs, em nível estadual tivemos fechamento de escolas. Ao mesmo tempo, o governo firmava convênio com o Ministério da educação para a ampliação e reforma das unidades escolares. Absurdo? Pois tem mais: outros convênios foram celebrados com o MEC na área de apoio pedagógico, aquisição de equipamentos, o censo escolar, laboratórios, acervo bibliográfico... Simplesmente para nada! Não houve o menor reflexo na realidade escolar em nosso Estado. A função social da escola no governo Rosalba se limitou ao melancólico e
FÁTIMA CARDOSO Presidente do Sinte-RN
S
superficial sistema de matrículas informatizadas, no grande gasto com a implantação de um programa doado pela UFRN e no gasto de uma fortuna para implantação do ponto eletrônico. Ah, e também à propaganda para tentar nos convencer de que priorizar a educação é apenas isso. Massacrada em corpo e alma, a escola pública não poderia oferecer outro resultado: nossos alunos/vítimas amargaram um vergonhoso último lugar nos exames nacionais de desempenho. Para profissionais da educação,foram três anos de desencanto. A regra geral foi:falta de condições de trabalho e de valorização profissional. Somos uma categoria propensa ao envelhecimento precoce e às doenças físicas e psíquicas causadas pela de insalubridade no trabalho. O salário é vergonhoso, os direitos são negados, os avanços são tolhidos. Mas lutamos, resistimos! A greve deste ano foi considerada a menor da história do Sindicato. Uma demonstração da grande vontade da categoria, através do Sindicato, em repactuar um acordo que fosse exequível. Mas o governo tripudiou com os alunos e profissionais não cumprindo o acordo feito em fevereiro/2013 e repactuado em agosto. A pauta antiga teve apenas um item sendo parcialmente cumprido por força de lei. Um quadro de imobilidade e desrespeito que levou a categoria a indicar a deflagração de mais uma greve por tempo indeterminado já a partir do dia 22/01/2014.Como se pode ver, 2014 já começará com luta e isso, por si só, já dá uma amostra do que se pode esperar: uma batalha sem trégua para salvar a educação pública do RN, que hoje agoniza abandonada.
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natal “Detesto bossa nova. Nunca gostei de música metida a besta”
« ELIANA LIMA » elianalima@tribunadonorte.com.br
De Reginaldo Rossi FOTOS JOAONETOFOTOS.COM
Olho vivo
Pais devem lançar alerta máximo. Duas modalidades em curso estão na moda entre adolescentes da classe média. Nas chamadas “resenhas”, a pedida é ficar numa “nice”. Drogas rolam fartas, da maconha à cocaína. Bebida alcoolica, que virou corriqueira, com consentimento, não dá mais o vencimento que esperam.
Faro fino
Assim, vão aos mais variados experimentos. Pior: produzem “loló”, entorpecente preparado que levam além da mistura de clorofórmio e éter. Composição das mais perigosas. A galerinha é tão esperta que consegue despistar, inclusive, em festas de aniversário, sejam em residências, ou casas de recepção.
Modernidade
Outra moda que ganha adeptos entre adolescentes é o beijo coletivo. Unem-se em grupos, misturando homens e mulheres, e se beijam. Não se intimidam aos olhares mais perplexos de colegas que não aderem.
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Fernando Fernandes
balho da Primeira Câmara do Tribunal de Contas resultou numa economia de mais de R$ 60 milhões na execução orçamentária dos municípios do RN. Dinheiro de restituições ao erário, aplicação de multas e solicitação de remanejamento. A para o período de abril de 2014 a março de 2015, o TCE aprovou um plano de fiscalização do controle externo.
2 – ...DE DOMINGO
O retorno
Foco
Dentro das escolas os alunos estão protegidos. Mas o perigo mora nas cercanias. As ofertas estão próximas, com aquela conversa bonita. Muitos caem feito patinhos na lagoa.
Incisiva
Do leitor Çivirino, em comentário no blog Abelhinha: “Com a divulgação dessa pesquisa o Procon (preço de material escolar) está reduzindo a assimetria de informação ao conscientizar o consumidor de material escolar sobre o tipo de produto que está sendo ofertado e o seu preço justo. O sistema TSE/TRE deveria aprender com o Procon e também procurar esclarecer o eleitor sobre a real qualidade dos candidatos divulgando, por exemplo, a sua vida pregressa para que o eleitor possa aquilatar quanto realmente vale cada um e assim fazer sua escolha. A assimetria de informação surge exatamente porque os partidos políticos sabem mais sobre a incompetência e péssima reputação de seus candidatos do que o eleitor, o que está errado, pois a informação deve ser disponibilizada por igual, tanto para quem oferta quanto para quem compra ou vota”.
Comunicação
A Petrobras solicitou ao Idema “Licença Prévia, LP”, para instalar uma “Estação de Telecomunicações” na Fazenda São Pedro, em Ceará-Mirim.
Navalha
O Ministério Público está cortando na própria carne. A Procuradoria Geral de Justiça determinou a instauração de várias sindicâncias para “investigar possíveis irregularidades
1 – OS GUAPOS...
O serviço de mensagens BBM (criptografadas), da BlackBerry, será disponibilizado em todos os smartphones da LG. O primeiro a sair de fábrica com o aplicativo será o G Pro Lite. Novidade que surge dois meses após a companhia ter liberado o serviço para Android e iOS.
Matheus Nesi
3 – TRILHANDO... Thiego Casado
4 - ...CAMINHOS... Diogo Veiga
4 constatadas” em procedimentos administrativos. Pretende apurar “responsabilidade administrativa por possível ilícito praticado”. No alvo: funcionários.
Elástico
Por falar no Ministério Público, modificou a cláusula de valor do contrato com a empresa pernambucana Adserv Empreendimentos e Serviços, firmado no dia 8 de janeiro passado. Aumentou o valor inicial. De R$ 846.019,55 para R$ 1.735.240,67, com vigência no período de 14 de janeiro de 2013 a 13 de janeiro de 2015.
Descolados
Shopping virou point da turma do GLS. Em um, depois que as portas das lojas são fechadas, os corredores mais lembram uma grande praça de namoros tórridos.
Point
Da capital dos magos-
5 - ...DE SUCESSO Marcelo Gurgel
carnívoros, o restaurante Outback, no shopping Riomar, em Recife, transformou-se no grande reduto dos natalenses que desembarcam na capital pernambucana. Por lá, como diz Jota Oliveira, circulam os que são, os que pensam que são, os que querem ser e os que sonham que serão.
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Mão de Obra e Serviços, vencedora da licitação. Valor licitado: R$ 53.559,17.
Transparência
Por falar em shopping, a novidade que está agradando nessa nova fase do Natal Shopping: a presença de cachorro de estimação, a exemplo de shoppings sofisticados de São Paulo. Disponibiliza, inclusive, carrinhos para os fofutchos passearem com seus donos empurrando.
Gerenciado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp), o Sistema Nacional de Segurança Pública criou o Sinesp Cidadão. E o primeiro módulo é o Consulta Veículo, que permite a qualquer pessoa consultar, principalmente por meio de dispositivos móveis, em segundos, se determinado veículo consta como roubado, furtado ou clonado. Em todo o país. Ferramenta gratuita que facilitará o trabalho da polícia na recuperação deste veículo.
Tijolos
E se
Bacana
Enquanto na capital-potengi ainda caminha a fase de projeto, a Câmara Municipal de Rio do Fogo vai ganhar sede própria. A primeira fase da construção do prédio está a cargo da Impacto
Algum cidadão observar irregularidade, é acionar a polícia pelo telefone 190, para que uma equipe vá até o local e faça a checagem das informações com os procedimentos corretos,
sem identificar de quem ou de onde partiu a denúncia. A ligação será anônima e a identidade preservada, em qualquer que seja a situação. O difícil é encontrar disponibilidade de equipe da polícia no RN, diante de tantos cortes promovidos pelo governo.
O poder
Por falar no governo, o poder vai além da exoneração publicada no Diário Oficial. Tem órgão em que uma ex-cargo comissionado, praticamente, dá expediente. E manda em tudo. E em todos. Com sotaque fora dos padrões potiguares.
Bons cifrões
A Prefeitura de Macau realizará pregão presencial para contratação de empresa que organize o réveillon do município de muitos royalties.
Retorno
Neste ano de 2013, o tra-
« COLMEIA » à Domingo de parabéns para Candinha Bezerra, Uiara Ferreira de Souza, Suzana Cunha, Alessandra Paranhos, Raíssa Siqueira, Luciano Ramos, Ivan Costa, Joca Motta, Sanderson Rebouças, Jefferson Dantas, Ebenézer Nóbrega, Walker Costa. à Segunda com grito de felicidade para José Rocha, prefeito Elídio Queiroz, fotógrafo Eduardo Maia, Estevam Lúcio, Vitória Dantas, Daniela Zambom, Lívia Uchoa. à E na noite desta segunda tem lançamento da Revista Versailles, com “guia de bolso para noivas”, “menu de entradinhas funcionais”, projeto “Noiva Fit Versailles”, no Inove Funcional, ao som da banda D’Vibe. à De 23 a 26 tem a 17ª edição do espetáculo ‘Um Presente de Natal’, ao lado da Árvore de Mirassol, às 20h.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
natal
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« GEORGE AZEVEDO » georgeazevedo@digizap.com.br
O DEBUT DE EDUARDA QUEIROZ
Ainda é comentário nas grandes rodas de Mossoró, a festa de quinze anos de Eduarda Queiroz, filha de Jair Queiroz e Lucineide. A badalação aconteceu na Fazenda Santa Luzia em clima de “woodstock” e foi só elogios. Coisas que só a Master Produções e Eventos sabe fazer. Vale relembrar um pouco do que rolou por lá:
A debutante apareceu num elevador com uma bela queima de fogos de cenário
Gláucia Maia toda exibida num look Victor Dzenk by Maison Tráfego
Márcio Oliveira e Roseane Maia com a filha Laurinha
As irmãs Milena e Deyse Fontes circulando
Serginho Freire e Fernanda Benjamim foram abraçar a debutante Eduardo
Bolo relembrando o festival “Woodstock”. Show!!!
Ambientação “Paz & Amor” assinada pela Master Produções e Eventos
Momento “Álbum de Família”. Eduarda com os pais Jair Queiroz e Lucineide e os irmãos Matheus e Polliana
Liliana Almeida arrasando no longão Wagner Kallieno
Jair Queiroz na valsa com a filha Eduarda
Chico Neto e sua musa Sâmara Carlos
Eronildo Pereira e Liane Dantas com Larissa e Sandra Rosado
THE LOOK OF THE YEAR
A edição de 20 anos do Tráfego Look foi considerada The Best, reunindo 24 meninas e 20 meninos na Grande Final que aconteceu no novíssimo salão do Requinte Buffet numa super estrutura montada pela Master Produções e Eventos. E claro, rolou maior badalação ao som do DJ Balinha e André Luvi. As fotos são de Eduardo Kennedy
Fernanda Gurgel, vencedora do primeiro Tráfego Look, com a atual campeã Natalie
André Quintiliano e Natalie Kuckburg venceram o Tráfego Look 2013
Bruno Nogueira na passarela da On Line For Men
Jyokonda Rocha e Georgiano Azevedo conduzindo o evento
Flank Carvalho e Rafa Evaristo abrindo o desfile da Maison Tráfego
O booker Jocler Turmina, da JOY Model/SP, muito bem acompanhado por Chicão, Denyse Barreto, Valeska Amorim, Mathws Aires e Popo Pedrosa
Queridinhas da Clínica Agnus Dei, Mariana e Lidiana Lopes, parceiras da Tráfego Models
Janaína Barroso e Valeska Amorim, marqueteiras do West Shopping Mossoró. Parceria certa do concurso!!!
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natal DIVULGAÇÃO
NELSON MATTOS FILHO
VOTOS E
avoante1@gmail.com
“... o que a minha terra tem de mais riqueza é a água”. Essa frase solta surgiu de uma conversa com um dos muitos meninos que nos acompanhava por entre as trilhas que levam a bela cachoeira de Tremembé, lá na mágica e fascinante Baía de Camamu/BA. Eu estava sentado sobre uma pedra, e como sempre paralisado diante de tanta beleza em meio a uma natureza em estado bruto, quando o menino chegou e puxou conversa. Primeiro ele disse que a minha vida estava entregue a ele e que faria o possível para me proteger em meio às águas que escorriam sobre pedras lisas e traiçoeiras. Lógico que o objetivo dele e dos outros treze meninos que apareceram do nada do meio da mata e dos inúmeros igarapés, era ser recompensado pelo serviço voluntário. Somos até tentados a dizer que não precisamos de ajuda e a querer fazer cara feia quando eles surgem em nossa frente e já esticando a mão para auxiliar. Num impulso da mente e da nossa instintiva autodefesa, um não quase consegue escapar da boca, mas felizmente, ele para entre os dentes e retorna ao lugar de onde nunca deveria ter saído, pois sem aqueles meninos a nossa vida entre os segredos daquela cachoeira seria um desastre. O menino ficou ali ao meu lado e numa fração de segundo me contou um pedaço de sua vida e de como chegou até o distrito de Tremembé, um pequeno povoa-
APRENDIZADO
do pertencente ao município de Maraú, que segundo ele quase não tem nada. Falou que adorava o lugar de sua antiga morada, o distrito do Tanque, também em Maraú, e que a mudança se deu pelo motivo que seu avô havia vendido um pequeno sítio. Falou dos estudos precários, porém, importantes para ele, e para todos os seus amigos, e disse que se eu quisesse me levaria até
o seu povoado, onde havia mais duas cachoeiras tão belas quanto aquela. Um pouco mais abaixo, Lucia conversava com outros meninos e prometia que na próxima visita iria até o povoado deles. Fiquei ali embasbacado olhando a paisagem que escorria entre as pedras, escutando a conversa alegre, prestativa e educada daqueles meninos e tentando fazer um utópico parâmetro entre eles
e os seus muitos pares que habitam nossas grandes cidades, entre eles os nossos próprios filhos. O que teria de diferente naquelas crianças que as deixavam tão à vontade para falar na riqueza das matas e das águas? Por que elas, diante de tantas necessidades impostas pela vida, não estendiam a mão para pedir e sim para ajudar? Por que nenhuma daquelas crianças portava celular ou um brinque-
dinho eletrônico? Por que nenhuma delas chegou sequer a insinuar valores em troca do serviço de guia? Olhando aquele mundo cercado da mais pura natureza e envolvido pela presteza daqueles meninos que somente ofereciam ajuda e nada mais, vi o quanto estamos vivendo em uma época ditada pelo avesso. A Cachoeira de Tremembé que deságua numa piscina de águas
negras, cercada de mata, paz e silêncio é um prêmio para todos aqueles que têm a felicidade de conhecê-la. Em sua volta paira uma áurea imaculada que nós humanos não conseguimos alcançar. As crianças que caminham desinibidas sobre suas pedras, parecem pertencer a um tempo mais sincero e seus risos são mais risonhos. Em meio aquele nada de nada eles sabem de tudo um pouco e reconhecem e agradecem a riqueza que vem com as águas. O menor deles é apelidado sugestivamente de “pesquisa”. Ele falou que é porque tudo que acontece ele é o primeiro a saber. Será? Eita menino danado! Há dias venho pensando no que poderia escrever para desejar felicidades para o Natal e o 2014 que vem por ai. Olhando para aquelas crianças que se misturavam entre arvores, águas e igarapés, vi que a vida pode sim ser contada de outra maneira e que sonhos, esperanças, conquistas e futuro têm sentidos diversos. O menino de Tremembé me ensinou um pouco mais sobre a vida enquanto eu olhava a natureza a minha volta. Ele não precisou de muito para ver a riqueza que escorre pelas pedras da cachoeira e nela deposita seu futuro. Desejo que nesse Natal você pare apenas um pouquinho para olhar o mundo diverso que existe ao seu redor e que pode ser tão belo quanto você acha que é o seu. Desejo também, desde já, um Ano Novo repleto de paz, harmonia e novos horizontes.
revista da
A REVISTA DA TV É UM SUPLEMENTO DA TRIBUNA DO NORTE. NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.
Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 22 de dezembro de 2013
A mulher do ano PERFIL Como será o especial do Rei Roberto Carlos « PÁGINA 3 »
Tatá Werneck diz o que mudou com a consagração em 'Amor à vida' e revela a vontade de ser mãe: 'Já estou quase roubando criança na rua'. « PÁGINAS 6 E 7 »
Aos 30 anos, Tatyane Goulart nem se incomoda de ser constantemente chamada "exatriz mirim" « PÁGINA 11 »
Na enquete desta semana, perguntamos quem Toni, personagem de Thiago Lacerda em "Joia rara", deveria escolher: Gaia (Ana Cecília Costa), mãe de seu filho que acabou deportada; ou Hilda (Luiza Valdetaro), amor que nasceu depois que o operário já não acreditava na possibilidade de um reencontro com a sua mulher. A trama tem movimentado a novela de Thelma Guedes e Duca Rachid. A segunda ganhou de lavada. - Hilda foi quem ele escolheu para reconstruir a vida depois de achar que Gaia tinha morrido. E essa paixão foi muito importante para ela amadurecer. Fez com que saísse da mansão, crescesse. Acho difícil para um casal separado há dez anos retomar do mesmo ponto. A Gaia não tem a menor chance diverte-se Luiza. Já Ana Cecília sai em defesa de sua personagem: - Tudo foi arrancado dela, que só conseguiu sobreviver pois se agarrava àquele amor. O que Gaia e Toni tiveram foi sólido. Vou torcer para que a vida possa dar de volta tudo o que ela merece - diz a atriz, lembrando que o público não acompanhou o sofrimento da personagem no campo de concentração. - Acho que ela ainda tem chances. Neste triângulo, não há um mau-caráter. Thiago escorrega: - Para o ator, o conflito é o mais interessante. Toni ama Hilda, mas não deixou de amar Gaia. A história deles foi interrompida. A escolha é das autoras. Thelma diz que o final de Toni já está previsto na sinopse. Mas faz mistério: - Por enquanto, ele fica com Hilda. Mas a graça da obra aberta é poder mexer na história e ouvir o público.
Com quem Thiago deve ficar? HILDA Luíza Valdetário
89% GAIA Ana Cecília Costa
11%
com Florença Mazza e Ana Luíza Santiago, Clara Passi e Rafaela Santos kogut@globo.com.br
Amor em dois tempos
patrícia kogut
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
Polêmica divide o público
Nos bastidores da Casa Branca
Mobilizou as redes sociais
Você aprova as atitudes de César (Antônio Fagundes) depois de descobrir que o filho Félix é gay, em Amor à vida
De qual série da Netflix você mais gosta?
Qual é o seu casal preferido em “Malhação”?
SIM
50% NÃO
50% PUBLICADA EM 18/08
"House of cards"
47%
"Orange is the new black"
39%
"Arrested development"
14%
BRUNO E FATINHA Rodrigo Simas e Juliana Paiva
63% GIL E JU
Daniel Blanco e Agatha Moreira
19% VÍTOR E LIA
Guilherme Leicam e Alice Wegmann
18%
PUBLICADA EM 24/03 Triângulos amorosos, vilões terríveis, a decisão entre a legenda ou a dublagem. Tudo isso foi tema de enquetes da coluna durante 2013. Agora, chegando perto do fim do ano e olhando para trás, revisitamos algumas delas. A brincadeira serviu para medir a temperatura do momento e é um bom retrato do que empolgou nos últimos meses. Em muitos casos, a vontade popular foi feita, como no desfecho de "Salve Jorge", com Morena e Théo juntos no final. Noutros, o leitor se dividiu - o melhor exemplo é a pesquisa em torno do comportamento de César ("Amor à vida") ao saber que o filho é gay. Há ainda as viradas de casaca. A uma certa altura, o telespectador queria punição para Félix. Hoje, ele é o vilão mais querido do Brasil, alguém duvida? Confira ao lado.
Fãs do som original
Parceria de sucesso
Rasteira no preconceito
Como você prefere assistir aos filmes da TV paga?
Você torce para que Fabinho e Giane terminem juntos em "Sangue bom"?
Por qual par de “Amor à Vida” você torce?
LEGENDADOS
SIM
ERON E NIKO
71%
90%
57%
DUBLADOS
29%
NÃO
10%
ERON E AMARILYS
PUBLICADA EM 08/12
PUBLICADA EM 06/10
PUBLICADA EM 08/12
43%
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
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FOTOS: TV GLOBO/JOÃO COTTA
« NATAL »
Amiga do Rei Tatá Werneck encabeça a lista dos convidados que participam do 'Especial Roberto Carlos, 40 anos. Juntos', que vai ao ar na quarta
O
diálogo aconteceu quando Tatá Werneck gravava uma cena com Roberto Carlos num estúdio do Projac, para o tradicional especial do cantor, que vai ao ar na quarta, dia de Natal, às 22h20. No esquete, ela vive uma fã míope que quer se infiltrar no show dele como bailarina e nem o reconhece quando os dois se esbarram na coxia do palco. De repente, o Rei erra o texto e pede para repetir o trecho em que fala "tem certeza". Espontânea, Tatá exclama: "O melhor 'tem certeza' que disseram na vida", ganhando de Roberto um aperto na bochecha. - Eu o conheci no final de um show que ele fez aqui no Rio este ano. Fui ao camarim e, quando ele me viu, disse: "Olha, é a Valdirene (personagem que ela interpreta em "Amor à vida"). E falou que era noveleiro. Da plateia, não consegui pegar uma rosa que ele jogou para mim porque uma senhora pulou na minha frente. Mas, depois, ele me deu uma - conta Tatá, exibindo, orgulhosa, uma foto em que recebe um beijo do Rei. A atriz diz que o convite para participar do especial de Roberto Carlos foi uma grande surpresa. - Eu me imaginava fazendo novela, realizando meu sonho, mas nunca pensei que pudesse fazer alguma coisa na vida que me desse a chance de estar ao lado dele - fala sério a sempre brincalhona Tatá. A participação da atriz segue a estratégia adotada já em 2012 pelo diretor de núcleo Jayme Monjardim e pelo diretor-geral do programa, João Daniel Tikhomiroff, de tornar
o especial ainda mais popular. - Queríamos fazer um espetáculo que comemorasse a relação de 40 anos de Roberto com a Globo de forma grandiosa, mas sem perder a descontração que conquistamos no ano passado. Queríamos deixá-lo mais brincalhão com os convidados e com o público de casa, humanizar Roberto Carlos - explica João Daniel sobre o espetáculo, que foi realizado no dia 23 de novembro, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, e ainda teve a participação de outros nomes que explodiram ao longo do ano, como a funkeira Anitta. A cantora entra em cena no show dublando uma música que Tatá finge cantar - e depois faz um dueto com o Rei. - Tivemos três ensaios antes da gravação. No primeiro, fiquei supernervosa, mas ele me deixou muito à vontade e tratou superbem a mim, a minha mãe e a meu irmão, que me acompanharam. Foi incrível, porque assistíamos ao especial de Roberto Carlos juntos em casa todos os anos - relata Anitta. Intérprete de Tim Maia no musical homônimo que levou milhares de pessoas ao teatro, Tiago Abravanel também está no show, na pelo de "síndico" e como ele mesmo. - Quando cheguei para ensaiar no primeiro dia, e Roberto me disse que foi ele quem fez questão de ter minha participação, não acreditei - conta Tiago, que teve o Rei na plateia em uma de suas apresentações no Rio de Janeiro. O show ainda tem as participações de Lulu Santos, Erasmo Carlos e dos DJs Memê, Felipe Venâncio, Dexterz
BASTIDORES. Tatá Werneck ensaia cena com Roberto Carlos na véspera do espetáculo, na Cidade das Artes PODEROSOS. Anitta e Roberto cantam juntos "Olha" e um medley de "Se você pensa" e "O show das poderosas", hit da funkeira
e Maumau, que executam um medley de versões electro das canções "É proibido fumar", "É preciso saber viver", "Fera ferida" e "O portão", do repertório do CD "Reimix". E Roberto ainda recebe uma homenagem apresentada por Fátima
Bernardes: um vídeo com vários momentos marcantes do cantor na emissora. - Fiquei lisonjeada por representar tantas pessoas que trabalharam com ele ao longo desses 40 anos, foi emocionante - ressalta Fátima.
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1. fantasia "Despertar" embaralha contos de fadas inspirado pela 1ª temporada de "Once upon a time" (R$ 34,90, Planeta) 2. zumbis "The walking dead: Os bastidores" é o guia da série (R$ 49,90, Novo Século) 3. filósofo As melhores tiradas do anão frasista de "Game of Thrones estão em "A filosofia de Tyrion Lannister" (R$ 29,90, Leya)
8. suburbia Produzido pelo Globo Universidade, "Subúrbios e identidades" reúne textos sobre "Suburbia". Download gratuito em bit.ly/1fkB9NG
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4. the strain "Noturno" é o primeiro livro da trilogia de Guillermo Del Toro que deu origem à série "The strain", que estreia nos EUA em 2014 (R$ 46,50, Rocco) 5. sulista Em "Províncias - Crônicas da alma interiorana", o repórter da TV Globo Marcelo Canellas aprofunda sua relação com o Rio Grande do Sul (R$ 34,90, Globo Livros)
10. tardis "Shada" é a sequência de episódios de "Doctor Who" escrita por Douglas Adams (de "O guia do mochileiro das galáxias") que nunca foi ao ar. Sai em 2014.
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6. justified "Raylan", de Elmore Leonard, inspirou a série "Justified", com Timothy Olyphant (R$ 36, Cia. das Letras) 7. terror "Hemlock Grove" virou série dirigida por Eli Roth para a Netflix (R$ 39,90, Leya)
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éries viram livros, livros viram séries, e a relação sempre frutífera entre televisão e literatura se desenvolveu ainda mais em 2013. Por isso, fizemos uma seleção de biografias e livros de receitas, passando por guias de episódios, compilações engraçadinhas e histórias de ficção que farão a alegria de leitores/telespectadores neste Natal. E, é claro, 2014 está chegando e trás mais opções às prateleiras. A editora Novo Século , por exemplo, prepara o lançamento de “The Republic of Pirates, de Colin Woodard, que serviu de inspiração para a série “Crossbonnes”, com John Malkovich, que a NBC estreia tambémem 2014.Já a Rocco vai lançar a versão brasileira de Doctor Who: 11 doctors, 11 stories”, com textos assinados por escritores como Neil Gaiman e Michael Scott sobre o personagem da série britânica. E a Intrínseca promete para janeiro “Carrie's run: A Homeland novel, de Andrew Kaplan, que mostra a agente da CIA Carrie Mathison em aventuras anteriores às da série protagonizada por Claire Danes.
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9. vingança "Revenge - Treinamento para vingança" conta a história da série além do que vimos na TV (34,90, Planeta)
11. diva Tina Fey conta sua história em "A poderosa chefona" (R$ 35, Record)
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12. cozinha Claude Troigros ensina a preparar 14 menus no "Jantares do 'Que marravilha!'" (R$ 39,90, Globo Livros) 13. serial killer Em "Dexter em cena", o protagonista se mete numa trama hollywoodiana (R$39,90, Planeta) 14. fly Diretor da TV Globo, Fly conta sua história em "Como saí do buraco" (R$ 24,90, Inspira)
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«MALHAÇÃO» Globo 17:30
«JOIA RARA»
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« NOVELAS »
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«ALÉM DO HORIZONTE»
«AMOR À VIDA»
«CHIQUITITAS»
«PECADO MORTAL»
Viktor se desespera ao saber da morte de Silvia e diz a Franz que ela foi assassinada. Sonan vê Dr. Rubens beijando Matilde. Viktor acusa Ernest pelo acidente de Silvia. Ernest se emociona ao ver a mansão vazia na noite de Natal. Pilar entrega a Manfred as provas que Silvia tinha lhe pedido para guardar.
Tereza impede LC de se aproximar de Lili. Heloísa conhece Flávio, e os dois conversam sobre os filhos. Vitória critica Zélia por acreditar no arrependimento de Paulinha. Hermes comenta com Tereza que teme pela segurança da Comunidade. Thomaz avisa a Inês que vai sair de casa.
Amarilys e Eron descobrem que Niko é o único parente biológico de Fabrício. Eron decide entregar Fabrício para Niko e Amarilys se desespera. Niko vê Félix vendendo cachorro-quente. Paulinha pede para passar o Natal com Bruno e Paloma.
Eduarda volta para casa e pede para Maria Cecília tirar Shirley da prisão. Letícia desmaia e é internada. Maria Cecília pensa em uma forma de tirar Shirley da prisão e sugere que a mãe venda as joias. No orfanato, Duda grava o vídeo de Cris para Tomás Ferraz, ao falar do ídolo a órfã se emociona.
Carlão e Patrícia brigam. Ele dorme e sonha com uma vida completamente diferente da sua, em que é Marco Antônio. No sonho, ele é casado com Dorotéia e toma conta do jogo do bicho após a morte de Michele. Carlão acorda e vê que nada mudou.
Iolanda e Mundo ceiam juntos. Gaia vê Tavinho e sente uma emoção inexplicável. Manfred busca Ernest e diz que tem uma surpresa. Manfred enfrenta Ernest e o obriga a comer a ceia preparada por Gertrude. Casal de idosos cuida de Silvia, que está muito machucada.
Inês implora para que Thomaz não saia de casa. Celina agride Kléber. Paulinha se preocupa com a amnésia de Joana. Tereza e LC comunicam a Zélia o seu castigo. Lili consegue falar com Priscila. Celina pergunta a Assis sobre a expedição e pede para se juntar ao grupo de Lili.
Paulinha pede para Pilar deixar que ela e Paloma passem o Natal em casa com Bruno. César expulsa Paloma e Paulinha de sua casa. Eron e Amarilys sofrem na noite de Natal por causa da ausência de Fabrício. Niko promete ajudar Félix e decide procurar Pilar.
Paulo comunica que ele e a mulher decidiram adotar Vivi e Tati. No hospital, a médica avisa a Carolina que Leticia faleceu. Cícero se aproxima do orfanato e deixa uma carta na caixa do correio. Junior leva Carol para a casa e conta à amada que conversou com Fernando.
Não há exibição.
Desacordada, Silvia chama por Viktor e Heitor. Ernest abre os presentes e acha as cartas de Catarina e Heitor. Pérola e Franz chegam à mansão. Ernest se emociona com a visita e chora. Ernest admite para Franz que Manfred é seu filho.
Berenice consegue falar com William sobre a Comunidade. Selma embriaga Líder Jorge. Marlon desiste de um encontro com Angelique para ficar com Vitória. Nilson pede conselhos a William para conquistar Fátima. Fernanda comenta com Thomaz que sabe tudo sobre LC.
Paloma confessa que ainda é apaixonada por Bruno e Paulinha conta para o pai. Niko elogia Félix para Pilar e a convida para ver onde ele está trabalhando. Paloma não aceita que Pilar perdoe Félix. Ciça conta para César que Aline usa ingrediente especial na comida.
Carol avisa que irá tentar entrar com os papeis da adoção de Dani. Na mansão, Junior conta a Valentia que reatou com Carol e ela comemora. José Ricardo diz ao filho que soube da notícia. Carol tenta cuidar de Dani, mas a menina não para de pensar na mãe.
Picasso vai até a casa dos Vêneto na noite de Natal. Michele fica furioso ao vê-lo e descobre que ele espancou Carlão. Dorotéia vai até a casa de Carlão e Danilo a segue. Os dois brigam por conta do dinheiro desviado para o tráfico de cocaína.
Franz conta a Viktor e Hilda que Manfred é filho de Ernest. Manfred obriga Ernest a deserdar Franz, Hilda e Viktor e o tranca no quarto. Aurora faz um número na cela e o delegado a libera. Manfred conta a Ernest que comprou as ações da empresa e que é o único dono da Hauser.
Thomaz diz para Fernanda que LC está vivo. Lili descobre o GPS na mochila de William. Angelique manda Vitória se afastar de Marlon. William embriaga Líder Jorge e descobre que Hermes é o Luminoso Mestre. Hermes diz a Kléber que Berenice precisa desaparecer, e William e Lili ouvem.
Aline disfarça e não revela o ingrediente que usa nas comidas que faz para César. Valdirene consegue falar com Boninho. Rafael se recusa a ajudar Eron a tirar Fabrício de Niko. Aline manda Ninho dar um jeito em Ciça. Pilar vai à casa de Márcia falar com Félix.
Rui vai à casa de Carol e entrega vídeos que Leticia fez para a filha antes de morrer. Carol avisa que já deu entrada nos papéis de adoção e que está esperando a visita da assistente social. Carol se preocupa que o processo da adoção não dê certo. Tomás Ferraz chega no orfanato.
Dorotéia diz para Carlão que quer um filho dele. Otávio ameaça Picasso e diz para ele não tentar mais nada contra Carlão. Patrícia chega em casa e encontra Dorotéia dormindo em sua cama. Elas discutem. Dorotéia defende Carlão e diz que eles não dormiram juntos.
Silvia acorda na casa de Eufrásio e Bibiana, mas ainda demonstra fraqueza. Testemunha diz ao delegado que o carro de Silvia estava sendo perseguido antes de despencar na ribanceira. Davi consegue ficar de pé sozinho. Manfred flagra Ernest e Franz conversando.
Líder Jorge acorda na casa de Vó Tita e fica intrigado. Celina conta para Fátima que está namorando Matias.Vitória dispensa Marlon e desabafa com Zélia. Priscila termina com Álvaro. William, Lili e Nilson tiram Berenice da cadeia no momento do blecaute na cidade.
Pilar se impressiona com as atitudes de Félix e o chama para voltar a morar com ela. Márcia chora quando Félix vai embora. Bruno e Paloma perguntam a Ciça se ela descobriu algo suspeito na casa de César. Ninho pede ajuda para eliminar Ciça.
Chico avisa a Cintia que ele e Ernestina estão namorando e ela autoriza a relação dos dois. No café Boutique, Érica comunica a Tobias e Clarita que será a nova funcionária. Duda entra no quarto dos meninos e coloca embaixo do travesseiro de Mosca a carteira de Carmen.
Dorotéia se desespera e diz que Picasso vai trair Carlão. As duas saem às pressas e vão atrás dele no clube de luta. Carlão negocia com boliviano. Otávio finge flagra no irmão e os dois brigam. Picasso chega e dá ordem de prisão para Otávio e Carlão.
Davi compra anel para Aurora e pede sua mão. Lindinha, Aurora, Amélia, Lola, Gaia, Hilda, Matilde e Laura fazem uma manifestação feminista. Na sala de audiência, o juiz dá início ao julgamento de Iolanda.
Kléber se enfurece ao saber que Berenice fugiu. William pede para Nilson ensiná-lo a pilotar seu barco. William e Lili deixam Berenice na estrada. Tereza arma para que Paulinha divida o alojamento com Zélia. Kléber encontra Berenice na mata.
Bruno beija Paloma. Ciça comenta com eles sobre o pó branco que Aline usa nas comidas de César. Félix decide guardar o álbum e o pendrive que recebeu de Mariah. Félix decide dar mesada a Márcia.
Globo 18:00
Globo 20:00
Globo 21:00
SBT 20:30
RECORD 22:10
SEGUNGA-FEIRA Sofia e Edgard gostam da exposição trazida pelas fotos do paparazzo. Abelardo tem uma crise de pânico por ficar muito perto de Bernardete. Vera decide que Anita ficará no casarão, contrariando Caetano. Sofia sai com Edgard. Ben sente ciúmes de Antônio e Anita.
TERÇA-FEIRA Antônio provoca Ben. Zelândia incentiva Sidney a lutar por Sofia. Flaviana começa a namorar Serguei. Ronaldo e Vera selam a paz entre a família. Guilherme atrapalha os planos de Vitor com Clara. Antônio diz a Anita que sabe que ela está apaixonada por ele. QUARTA-FEIRA Antônio se altera com Anita, e Ben resgata a namorada. Flaviana ler o depoimento de Sofia sobre ela na internet e corta relações com a amiga. Edgard esnoba Sofia e Sidney a consola. Flaviana se desculpa e as duas reatam. Anita vê Monique rezando na capela do colégio. QUINTA-FEIRA Anita e Ben se emocionam com Monique. Sofia decide sair com Edgard e deixa Sidney magoado. Martin pede Micaela em namoro. Paulino vai deixar o material para a prenda na cabana do bosque, respira uma fumaça tóxica e desmaia. SEXTA-FEIRA Vitor estranha a ausência de Paulino. Edgard e Sofia comemoram o sucesso nas redes sociais. Ronaldo e Vera proíbem Ben e Anita de viajar. Ben e Sidney resgatam Paulino e o levam para o prontosocorro. Ben e Anita decidem fugir para ficar juntos. SÁBADO Não há exibição.
Não há exibição.
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
revista da
FOTOS: CAMILA MAIA
Tatá Werneck experimenta um sucesso avassalador como a periguete Valdirene, em 'Amor à vida', e já planeja muito trabalho para 2014: 'Não quero sair dessa rotina' ZEAN BRAVO zean.bravo@oglobo.com.br
T
atá Werneck ainda nem quer pensar muito sobre o assunto. Mas admite que não será nada fácil deixar a popular Valdirene para trás quando "Amor à vida" chegar ao fim, em fevereiro. - Vou ter uma minidepressão, passar por um período de luto. Por ter sido minha primeira personagem numa novela e da maneira que foi: incrível! - diz a atriz, de 30 anos. A periguete maluquinha criada por Walcyr Carrasco marcou a estreia da carioca Talita Werneck Arguelhes no horário nobre da Globo. E fez a carreira da atriz explodir em 2013. Durante este ano, ela apareceu como convidada de praticamente todos os programas da emissora, faturou com campanhas publicitárias, estampou capas de revista e ganhou uma atração própria no Multishow, o "Sem análise". Até o que parecia improvável aconteceu: uma participação no especial de Roberto Carlos (leia mais na página 13), no ar na quarta-feira. Vinda do elenco de humor da antiga MTV - onde trabalhou por três anos -, Tatá, que cresceu na Barra da Tijuca e começou a estudar teatro aos 9 anos, era, até o início de 2013, um nome popular entre o público jovem. Com "Amor à vida", a atriz experimentou um sucesso avassalador. - Talvez eu só vá entender a repercussão da novela depois que ela acabar - acredita. Assim que o atual trabalho chegar ao fim, Tatá brinca que pretende "dormir uma semana
na casa da (Elizabeth) Savalla". A atriz, que faz Márcia, a mãe de Valdirene em "Amor à vida", virou referência para ela. - Criamos uma relação de muita cumplicidade. Nas cenas de mais emoção, basta uma olhar no olho da outra - acredita a atriz, uma daquelas pessoas naturalmente engraçadas e que diz só costumar perder o humor na TPM. Férias não estão em seus planos. O ano de 2014 será de mais trabalho. Assim quer a própria Tatá, que assinou recentemente um contrato longo (de três anos) com a Globo, agora como atriz e apresentadora. A volta aos cinemas também deve acontecer num futuro próximo. Em 2014, ela roda o longa "Loucas para casar", ao lado de Ingrid Guimarães, e analisa convites para outros seis filmes. Na TV, prepara dois novos programas para o Multishow, um deles ao lado do onipresente Fábio Porchat. - Na Globo, eu recebi propostas de vários programas, mas não está nada definido - despista a atriz, que poderá ter uma atração própria no canal. O ritmo frenético não assusta a atriz que costuma usar os dias de folga da novela para fotografar para revistas ou estrelar campanhas. - Quando tenho duas horas de folga em um dia, aproveito para marcar uma aula de violão ou de bateria - garante. Parece piada, como boa parte do que costuma sair da boca da atriz, mas ela afirma com a cara mais séria que "ama não ter tempo para nada". - Estou supercansada, mas absolutamente feliz. Acho que
ela é popstar
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
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OTOS: CAMILA MAIA
ATITUDE. Atriz posa como uma rockstar e, na vida real, canta na banda Renatinho, formada com amigos humoristas. Mas avisa que não é para ninguém levar o grupo a sério
Vou ter uma minidepressão, passar por um período de luto quando a novela acabar”
Faço um trabalho com o teatro acessível há 10 anos, um projeto social. Mas a mídia só quer saber se eu engordei, se aquilo na minha perna é celulite ou são marcas de catapora”.
O sucesso só faz você potencializar, para o bem ou para o mal, o que você já é”.
não conseguiria sair dessa rotina de estúdios e correria agora. Tatá, que já passou por todos os perrengues de uma iniciante na carreira de atriz ("Foram 17 anos fazendo teatro, insistindo, ouvindo não, e vendendo batom para ter uma renda", diz), parece não gostar de perder tempo.
No dia em que posou para a Revista da TV, chegou tão cansada - vinha de uma gravação e ainda faria outras fotos mais tarde - que dormiu sentada numa cadeira, com a cabeça encostada na parede, enquanto era maquiada. - Dez minutinhos de sono re-
novam minha vida - exagera a atriz, que sofria de insônia por puro medo de dormir sozinha e costumava atravessar as madrugadas passando trotes por telefone: - Hoje, durmo um pouquinho em qualquer canto e me recupero. Todas as pessoas que conheço têm foto minha dormin-
do em lugares inusitados. Em geral, Tatá grava a novela de segunda a sábado. Ela não tem hora para dormir, mas jura que costuma sair da cama diariamente às 5h. Vocalista da banda Renatinho, formada com amigos humoristas, a atriz encarna uma popstar nas fotos que ilustram estas duas páginas e a capa desta edição. Mas deixa claro que o grupo, que tem como hit a faixa "Travesti de fogo" (a música pode ser ouvida numa rápida busca no YouTube), não é para ser levado a sério. A mesma menina que foi expulsa do colégio na infância - e frequentava as aulas de pijama -, criou há 10 anos o grupo Os Inclusos e os Sisos - Teatro de Mobilização pela Diversidade, que apresenta peças acessíveis para pessoas com todos os tipos de deficiência. O projeto é tratado com toda a seriedade do mundo. Mas a atriz reclama que o assunto passa quase sempre batido quando falam sobre ela. - Faço um trabalho com o teatro acessível há 10 anos, um projeto social. Mas a mídia só quer saber se eu engordei, se aquilo na minha perna é celulite ou são marcas de catapora. Apesar de não se queixar, Tatá reconhece que o sucesso veio carregado de cobranças. - Não mudei em absolutamente nada - frisa.
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As relações com a mãe, a jornalista Cláudia Werneck, e o desejo de ter um filho
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TV GLOBO/RAPHAEL DIAS
TV GLOBO/ESTEVAM AVELLAR
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ÁLBUM DE FAMÍLIA
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« CAPA »
‘Um lugar só muda a pessoa se ela for suscetível a isso”’ Alguns fãs que acompanhavam a atriz desde que ela apresentava o "Tá quente", atração de verão que marcou sua despedida da MTV, reclamam e dizem que Tatá está diferente
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atá fechou com a Globo em fevereiro depois de fazer "vários testes às escondidas" no final de 2012, enquanto ainda estava na MTV. A atriz, que firmou recentemente um outro compromisso mais longo com a atual emissora, apresentou o "Tá quente", atração de verão que marcou sua despedida do antigo canal, em janeiro. - Eu amava trabalhar na MTV (ela estreou na emissora em 2010). Fiz programa de improviso, esquetes, esquetes ao vivo e trotes. Tudo o que eu poderia render já tinha ren-
dido. Estava começando a entrar numa zona de conforto - avalia. Até hoje alguns dos fãs que acompanham a atriz desde o "Quinta categoria", o "Comédia ao vivo", e o "Trolálá", programas estrelados por ela na MTV, reclamam que Tatá está diferente... - Tem uns que falam: "Ah, ela foi para a Globo e está outra". Se não boto uma foto no Instagram em que esteja me zoando, logo dizem: "Uhh, Tatá, você mudou". Mas um lugar só muda a pessoa se ela for suscetível a isso. Claro que o sucesso faz você
1. ATIRADA. Valdirene está em campanha para participar do "Big Brother Brasil": ela vai entrar na casa de vidro com Murilo (Emílio Orciollo Netto) e Jefferson (Celso Bernini) 2. FAMÍLIA. A atriz ao lado do irmão, Diego, da mãe, Cláudia, e do pai, Alberto 3. MÃE E FILHA. A atriz posa com Elizabeth Savalla como Valdirene e Márcia
potencializar, para o bem ou para o mal, o que você já é - filosofa. Quem conhece Tatá de muito perto comprovou os efeitos que a novela das 21h causou em sua vida. O pai da atriz, o editor Alberto Arguelhes, brinca que precisa "ter um estoque de babador". E acredita que a maior mudança foi o reconhecimento de um profissional com longa estrada. - Para o grande público, a Talita foi uma surpresa. Para nós, a comprovação da certeza que tínhamos em seu potencial e talento - elogia o pai, que ressalta o lado divertido da filha: - Ela não faz humor tentando ser engraçada. Talita tem umas tiradas e se coloca como sujeito da própria gozação o tempo todo. Essa face mais histriônica da atriz, que é formada em Publicidade, não a impede de ter seus momentos de introspecção, segundo o seu pai. - Ela nunca estudou piano e não sabe ler partitura. Mas já a vi muitas vezes concentrada diante do piano da nossa casa. E saía de lá com uma música - conta Alberto. Mãe da atriz, a jornalista Cláudia Werneck diz ter vivenciado um sentimento inesperado ao ver Tatá na novela. - Hoje eu não tenho mais ciúmes da Elizabeth Savalla, mas já senti ao ver as duas abraçadas. Demorei pa-
ra acreditar nesta minha reação. Será que estou com ciúme da mãezoca? É que no início me dava saudade e vontade de abraçá-la também. O que aconteceu com a minha filha foi algo grande demais. Ainda não sei explicar - assume: - Já nem sei se falo Talita, como era o costume, ou Tatá. Agora todo mundo a chama assim. Mas a jornalista é categórica ao afirmar que o sucesso não mudou Tatá. - Ela é a mesma filha e continua com as mesmas questões. Nunca tive receio que ela fosse mudar com o sucesso. Só tenho uma filha mais cansada e mais reconhecida. A carga intensa de trabalho afetou o namoro de quase oito anos de Tatá, que chegou a romper com o engenheiro Felipe Gutnick. Os dois reataram recentemente e estão "meio que morando juntos". - Eu tenho 30 anos. Já estou quase roubando criança na rua de tanta vontade que tenho de ser mãe - brinca. Agora, Tatá grava as cenas em que Valdirene - personagem que começou a novela atacando famosos, teve uma filha do homem que amava, mas se casou com um milinário - tenta entrar no "Big Brother Brasil". - Achei muito legal a trama. Fechou um ciclo. Na apresentação da Valdirene na novela aparecia um vídeo dela para o "BBB" - recorda Tatá.
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Resumos Clima de Natal
Zean Bravo revistadatv@oglobo.com.br
Filmes de hoje
FOTOS DE DIVULGAÇÃO
FIQUE DE OLHO Dois primeiros filmes da trilogia do HomemMorcego dirigida por Christopher Nolan, “Batman begins” e “Batman - O cavaleiro das trevas” vão ao ar hoje no TNT em ritmo de maratona, às 19h05 e às 22h.
Coração Selvagem. Laura Dern e Nicolas Cage são o casal Lula e Sailor, que viaja pelo sul dos EUA numa jornada cheia de referências a "O mágico de Oz"
Bem amadas Telecine Cult, 2h25
(França, 2011). De Christophe Honoré
Drama
As reflexões sobre o amor e as inserções musicais conhecidas do cinema de Christophe Honoré em títulos anteriores como “Em
Paris” e Canções de amor” voltam à tona neste longa, centrado nas desilusões amorosas de mãe e filha. A história começa nos anos 1960, quando Madeleine (Ludivine Sagnier) se apaixona por um médico tcheco, com quem casa e tem uma filha. Mas a
Longa de animação brinca com o conceito de heroísmo
Megamente
Globo, 14:00 (EUA, 2010) de Tom McGrath. Animação. Megamente sempre foi o supervilão da cidade de Metro City, e seu maior desejo era dar fim a Metro Man, o super-herói do local. Quando ele finalmente consegue, vem o problema: sem um propósito, sua vida fica tão chata que ele vai tentar criar um novo oponente.
Os Incríveis
TNT, 15:55 (EUA, 2004) de Brad Bird. Animação. Brincando com os
turbulenta vida em Praga e a infidelidade do marido a levam de volta para a França. Já nos anos 2000, Madeleine é vivida por Catherine Deneuve e é sua filha, Vera (Chiara Mastroianni, filha de Deneuve na vida real) que sofre com seus amores.
Depois de um encontro com Niko (Thiago Fragoso), Félix (Mateus Solano) retorna a rotina e volta ao centro para vender cachorro-quente em “Amor à Vida”. Mas enquanto Márcia (Elizabeth Savalla) festeja o sucesso das vendas natalinas, Félix, vestido a cartér, fica pasmo ao ver Niko no local. Os dois têm uma conversa rápida, com final feliz. O sushiman chama Féliz e Márcia para passar o Natal com ele e seus filhos.
Quem sabe?
O que teria acontecido, há 16 anos, Carlão (Fernando Pavão) tivesse ficado com Dorotéia (Paloma Duarte) em “Pecado Capital”? O capítulo especial de amanhã mostra as tramas sendo contadas sob a ótica do famoso “se”. Em foco, o futuro de Carlão como sucessor do pai na liderança familiar, e os diferentes destinos de Picasso ( Vitor Hugo), Laura (Carla Cabral), Veludo (Guilherme Winter) e Danilo (Gustavo Machado).
Megamente. Vilão entediado depois que mata o herói é o protagonista
clichês dos filmes de super-heróis, o longa conta a história da família Parr. Beto e Helen são ex-superheróis, hoje casados e com três filhos, que vão precisar voltar aos tempos de salvadores do dia quando um novo vilão chamado Síndrome ameaça a paz reinante.
e latim, narra as 12 últimas horas de Jesus antes da crucificação. Considerado antissemita por uns e apenas ruim por outros, acabou sendo um sucesso de bilheteria.
Paixão de Cristo
HBO PLUS, 22:05 (EUA, 2005) de Gary David Goldberg. Comédia romântica. Sarah (Diane Lane) quer tanto encontrar o amor que coloca um anúncio na internet: mas o eleito tem que gostar de cães, E John Cusack aparece.
Fox, 22:00 (EUA, 2004) de Mel Gibson. Drama. O longa protagonizado por Jim Caviezel na pele (mesmo!) de Jesus foi alvo de muuuita polêmica na época de sua estreia. Falado em aramaico
Procura-se um amor que goste de cachorros
Em família
Em “Jõia Rara”, Manfred (Carmo Dalla Vechia) vai buscar Ernest (José de Abreu) no clube e avisa que uma surpresa o espera: em casa, ele obriga o pai participar da ceia de Natal preparada por Gertrudes (Ana Lúcia Torres). Depois, sob ameaças, Manfred manda que Ernest abra os apresentes e, entre os embrulhos, estão cartas de Catarina (Mariana Mac Niven) e Heitor (Ísio Ghelman).
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os 30 anos, Tatyane Goulart nem se incomoda de ser constantemente chamada "ex-atriz mirim". Para ela, sua personagem Bia, da novela "Felicidade", de 1991, só traz boas lembranças. - Sou grata. Tudo o que aconteceu depois foi graças à Bia, ela me deu muitas oportunidades - destaca a atriz, que, após integrar o elenco da trama de Manoel Carlos, participou de outros folhetins globais, como "Perigosas Peruas" (1992) e "Quatro por quatro" (1994), ambos de Carlos Lombardi, e, mais recentemente, foi a Emília do "Sítio do Picapau Amarelo" (2007). Tatyane está novamente numa novela de Lombardi. Dá vida a Lívia, filha caçula do bicheiro Michelle (Luiz Guilherme) e da matriarca Donana (Jussara Freire) em "Pecado mortal", da Record. - Ela é inteligente, bem resolvida e consegue articular bem as questões da família. Acho que vai conseguir o espaço dela para além do jogo do bicho e dar um grito feminista - prevê, ao falar da trama. O papel marca a sua volta à TV, de onde estava afastada desde 2009, quando integrou o elenco da minissérie "Cinquentinha", de Aguinaldo Silva. - Estar ou não na TV nem sempre é uma escolha. Às vezes, o convite até vinha, mas interpretei papéis fortes na infância, que me deixaram marcada, não queria fazer mais do mesmo. Esperei uma oportunidade bacana e acho que veio na hora certa - avalia. O hiato foi produtivo. A atriz fez faculdade de Cinema e descobriu a faceta de dubladora: deu voz a pequenos personagens de séries como "The newsroom", "Girls", "House" e "Game of thrones". - Meu avô tinha uma casa de dublagem, herdada pelo meu pai. Eu tinha resistência por ser uma coisa de família, sabia que a cobrança seria maior. Mas é uma área que eu estou descobrindo e pretendo me aprofundar - avisa.
A atriz fez faculdade de Cinema e descobriu a faceta de dubladora: deu voz a pequenos personagens de séries como "The newsroom", "Girls", "House" e "Game of thrones"
Eduardo Rodrigues, Liv Brandão seriaais@oglobo.com.br
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
« SERIAIS AWARDS 2013 »
Série continua em boa forma O maior trunfo de "The newsroom" cuja segunda temporada gira em torno da grande Operação Genoa - é apostar em discussões sobre ética e no bom-mocismo dos protagonistas. Na redação do telejornal "News night", o amor sempre vence. O beijo de Will (Jeff Daniels) e MacKenzie (Emily Mortimer) no capítulo final é a prova.
Melhor ator
Melhor atriz
Conjunto da obra
Mesmo presente em poucos episódios, Damian Lewis foi o cara na terceira temporada de "Homeland" (ainda não exibida aqui). No campo das comédias, Jason Bateman se destacou com seu humor contido em "Arrested development".
Em drama, não tem para ninguém: Kerry Washington arrasa como Olivia Pope, de "Scandal". Já em "Veep", talvez a melhor comédia do ano, Julia Louis-Dreyfus mostra ter deixado a Elaine, de "Seinfeld" para trás.
"Breaking bad" e a eletrizante reta final da saga estrelada por Bryan Cranston e Aaron Paul deixou o mundo a postos para saber qual seria o desfecho de Walter White, o professor pacato que se tornou o rei da droga no Sul dos EUA. E Vince Gilligan, o criador, fez bonito. Saudades.
Melhor série nova Há quem diga que "House of cards" representa o futuro da TV e não há como discordar. A série do Netflix trouxe nomes de peso como o cineasta David Fincher e o ator Kevin Spacey, excelente em cena, e já chegou arrasando quarteirões. Formatada a partir dos hábitos dos assinantes do serviço de streaming, a revolucionária série arrebatou nove indicações entre as categorias principais do Emmy, uma premiação conservadora, o que foi surpreendente.
SOBE Damian Lewis foi o cara na terceira temporada de "Homeland"
Cena favorita Quem já tinha lido "Game of thrones" se arrepiou. Quem não sabia chorou, gritou, jurou George R.R. Martin de morte. Mas ninguém passou incólume pelo Casamento Vermelho.
DESCE
Nerds vibraram com a estreia do primeiro seriado da Marvel, "Agents of S.H.I.E.L.D
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Merece pegar Tem clima retrô, tem Michael Sheen e Lizzy Caplan, relações complicadas, roteiro engenhoso e, claro, tem sexo! "Masters of sex" é das nossas favoritas e merece virar queridinha de todo mundo.
Queríamos ser BFF Entre os personagens gente boa de "The newsroom" está a jornalista de economia Sloan Sabbith (Olivia Munn). Linda e
inteligente, a moça é tão insegura quanto qualquer mortal, o que a torna um doce.
Hora de acabar "Two and a half men" foi uma das séries mais engraçadas da televisão. Mas já ficou claro que Ashton Kutcher não conseguiu igualar o carisma de Charlie Sheen como protagonista.
Revelação Injustamente ignorado por todas as premiações, Hugh Dancy defendeu com louvor seu Will Graham em "Hannibal", bela estreia deste ano e seu primeiro papel de destaque na TV.
Melhor beijo Entre o drama e a comédia, "Orange is
the new black" se passa em uma prisão feminina. Entre o ódio e o amor, Piper (Taylor Schilling) e Alex (Laura Prepon) deram o beijo do ano.
Maior decepção Nerds vibraram com a estreia do primeiro seriado da Marvel, "Agents of S.H.I.E.L.D.", mas se decepcionaram: cenas de luta não seguram uma trama com roteiro e personagens fracos.
Para, ajude, procure Quando precisar de um sujeito durão, procure Daryl ("The walking dead"). Se o seu caso exigir alguém influente, fique com Lady Violet, a condessa viúva de "Downton Abbey".
Melhor briga Claudia (Margo Martindale) e Elizabeth (Keri Russell) foram às vias de fato em uma das muitas cenas altamente tensas de "The americans", excelente drama de espionagem do FX.
Dupla dinâmica Ray e Mickey Donovan, pai e filho em "Ray Donovan", são antagonistas e nomes fortes da série. As atuações marcantes de Liev Schreiber e Jon Voight foram o ponto alto da atração.
Isabelle Lindote isabelle.lindote@oglobo.com.br
o que vem por aí
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Sobre mistérios e viagens
CENA VIRTUAL DEU NA TV E FEZ SUCESSO NA INTERNET VEJA OS VÍDEOS EM oglobo.com.br/revistadatv
A
Record segue em ritmo de especiais de fim de ano. Para este domingo, o canal preparou "Noite de arrepiar" (23h15). Na história de Bosco Brasil, a milionária Vivi Pessoa Camargo (Cristina Pereira) aparece morta após uma queda de energia durante um jantar de confraternização. Integram o elenco ainda nomes como Solange Couto e Bemvindo Sequeira. Hoje a emissora também estreia da nova temporada de "50 por 1". No primeiro episódio, o apresentador Álvaro Garnero começa a percorrer as águas do Brasil pelo Parque Estadual do Jalapão, reserva ecológica no Tocantins. DIVULGAÇÃO
Vinheta do ano
O SBT resolveu desejar boas festas com a apresentadora Christina Rocha vestida com roupas típicas dos diversos estados do Brasil. Destaque para o traje 'baiana de acarajé'.
Elenco de "Noite de arrepiar", especial de fim de ano da Record
REI DA VALSA
Novos tempos
Geovanna Tominaga mostrou que não guardou mágoas de Susana Vieira por ela ter arrancado o microfone da sua mão nos tempos de "Vídeo show". No "Mais você", elas são amigas.
MARCEL VAN HOORN
A Band começa a se despedir de 2014 a partir de hoje, com a "Retrospectiva do esporte" (14h), apresentada por Luciano do Valle, Renata Fan, Milton Neves, Nivaldo Prieto e Paloma Tocci. Na quarta (22h30), será exibido o especial "André Rieu e amigos", gravado ao vivo na praça central de Maastricht, sua cidade natal, na Holanda.
NO CENTRO DA RODA José Júnior comanda o especial "Zona neutra" hoje no Multishow (23h30). O líder do AfroReggae está à frente de um debate entre policiais e ex-traficantes sobre temas como segurança pública. Na plateia, Cissa Guimarães, Helio de la Peña e Dudu Nobre são convidados.
DIVULGAÇÃO
NATAL ANIMADO
Cine Hollywood
A cena do acidente que matou uma Glauce (Leona Cavalli) bêbada, culpada e suicida em "Amor à vida" chamou a atenção pela qualidade. Coisa de cinema.
O Gloob tem programação especial de Natal: o canal exibe a animação francesa "Spike" em duas partes: Na quarta (22h45), o elfo se torna o novo ajudante do Papai Noel. Na quinta (às 11h), a oficina do bom velhinho já está cheia de atividades...
TUFÃO HAIYAN O Discovery exibe hoje o documentário "Megatufão nas Filipinas" (22h30). A produção investiga as causas do fenômeno meteorológico que atingiu o arquipélago em novembro e deixou 5, 5 mil mortos.
NO FACEBOOK
Veja a charge de Emmanoel Amaral no Cartão Amarelo. facebook.com/tribunarn
NO RÁDIO
7h - Esportes em Debate 11h - Enquanto a bola não Rola (Debate)
HOJE NA TV
9h - Esporte Espetacular; Globo 18h- Bate-Bola 1ª Edição; ESPN Brasil
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PROMOTOR JOSÉ AUGUSTO PERES FAZ RESSALVAS AS AÇÕES NO COMBATE À VIOLÊNCIA • PÁGINA 4
TN ONLINE
Acompanhe as transações realizadas no mercado da bola e saiba is reforços do seu time. www.tribunadonorte.com.br
esportes
Editor: Itamar Ciríaco itamar@tribunadonorte.com.br
Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 22 de dezembro de 2013
Neymar é o brasileiro mais valioso « DINHEIRO » Numa entresafra de bons valores para o mercado europeu, o futebol “canarinho” tem como
o seu grande expoente o ex-santista. Hulk, outro atleta da Seleção Brasileira assumiu o segundo lugar RAFAEL RIBEIRO
RAFAEL RIBEIRO
O atacante Neymar, do Barcelona, aparece como o jogador brasileiro mais valorizado no mundo
O zagueiro Thiago Silva perdeu o posto de segundo jogador mais valioso e está em terceiro
N
Confira os 20 mais valiosos do País
eymar, que está em sua primeira temporada na Europa, pelo Barcelona, completa três anos como o jogador mais valioso do futebol brasileiro. Em lista divulgada pela Pluri Consultoria, o jogador continua no topo, enquanto Hulk, do Zenit, terceiro colocado no ano passado, assumiu a segunda colocação. As maiores variações nas primeiras posições ficaram por conta de dois ex-jogadores do Shakhtar Donetsk que foram para a Inglaterra. Willian, que defende o Chelsea, era o 10º de maior valor, e agora é o quarto. Fernandinho, que se transferiu para o Manchester City, era o 22º e agora é o oitavo. Marquinhos, que foi da Roma para o Paris Saint-Germain, não constava entre os 100 primeiros na última lista. Agora, ele é o 11º, registrando o maior crecimento. Outros destaques entre os 20 primeiros são Bernard (21º para 14º), Phillipe Coutinho (45º para 16º) e Dante (53º para 20º). Por outro lado, quem mais desvalorizou foi Kaká, despencando da 14ª para 67ª posição. Pato, que era o 13º, agora é o 39º e também apresentou grande índice de desvalorização. Entre os TOP 100, somente 21 atuam no Brasil (25 em 2012), em 10 equipes diferentes: Corinthians (4), Cruzeiro (2), Atlético-Pr (2),
« FLUMINENSE » Clube agora mira Diego Com a situação ainda indefinida em relação ao calendário de 2014, o Fluminense quer contemplar a parceira de 15 anos com a Unimed presentando os seus torcedores com mais um jogador de expressão no cenário nacional. O nome em questão é Diego, meiocampista, que está no Wolfburg, da Alemanha. O tricolor disputa a contratação do atleta com o Santos, mas as informações são de que a proposta realizada pelos cariocas com o aval de Celso Barros, é superior e balança o atleta. “Já estava programado um valor, que não é pequeno. Com a vinda do Conca ele se torna maior ainda. E o próprio clube pode trazer dois ou mais reforços por conta própria”, afirmou o Siemes.
São Paulo (2), Atlético-MG (2), Flamengo (2), Fluminense (2), Grêmio (2), Internacional (1), Botafogo (1), Santos (1). Os 100 jogadores Brasileiros mais valiosos do País estão distribuídos por 14 países diferentes. Do total, 76 atuam em 10 Países Europeu s, com o restante jogando no Brasil (21), Catar, Arábia Saudita e China (1 cada). 0 Inglaterra passou a ser, pela 1ª vez, o maior destino dos jogadores Brasileiros de maior valor, com 12 atletas que valem 266 milhões de euros (+50% no ano), seguido pela Espanha com 11 jogadores que valem 201 milhões de euros (+42%), e pelo Brasil, que caiu da 1ª para a 3ª posição, com valor de mercado de 157 milhões de euros (-32 %) para 21 jogadores. Além disso, estamos perto de perder esta 3ª posição para a Ucrânia, evidenciando a perda da capacidade de retenção de nossos principais jogadores pelos clubes Brasileiros. O relatório da Pluri Consultoria expõe ainda que: Os Meio Campistas lideram o ranking por posição, com 24 jogadores que valem, no total, 328 milhões de euros (-0,3% em relação a 2012). Em seguida apare cem os Atacantes com 23 jogadores que valem 302 milhões de euros (+10%), e os volantes, também com 20 jogadores e 251 milhões
de euros (+17%). Na média, os atacantes são os mais valiosos, com 13,7 milhões de euros, enquanto que Goleiros são os menos valiosos, com média de 6,8 milhões de euros por jogador. Dos TOP 100, os jogadores que mais aumentaram seu valor de mercado em 2013 foram: Marquinhos (PSG, +719%), Vitinho (CSKA, +626%), Alex Telles (Grêmio, + 599%), Marcelo (Atlético-Pr, + 554%), e Dória (Botafogo, +500%); Por outro lado, os que mais se desvalorizaram entre os 100 mais valiosos foram: Kaká (Milan, 60%), Alexandre Pato (Corinthians, -56%), Ganso (São Paulo, -47%), Robinho (Milan, -44%) e Bruno César (Al-Ahli, -42%). Em 2013, 24 jogadores saíram da lista dos TOP 100 Brasileiros: Michel Bastos (Al-Ain), Welliton, Jádson, Denílson, Osvaldo e Rafael Tolói (São Paulo), Nenê (AlGharafa), André Santos e Carlos Eduardo (Flamengo), Maicon (Roma), Éderson (Lazio), Diego Costa (Atletico Madrid), Rafinha (Bayern Munique), Naldo (Wolfsburg), Rhodolfo (Grêmio), Thiago Neves (Al-Hilal), Artur (Benfica), Júlio Cesar (QPR), Elkeson (Guangzhou), Ewerton (Anzhi), Ilsinho (Shakhtar), Doka Madureira (Istambul Buyuksehir), Kleber (Porto), Réver (Atlético-MG).
Levantamento foi realizado pela Pluri, especializada no ramo esportivo
Jogadores que mais perderam valor:
-60%
* Comparação 2012/2013
-56% -47%
Kaká (Milan) Valia
R$ 57 milhões Vale Hoje
R$ 22 milhões
Pato (Corinthians) Valia
R$ 97 milhões Vale Hoje
R$ 38 milhões
Ganso (São Paulo) Valia
R$ 65 milhões Vale Hoje
R$ 27 milhões
-44% Robinho (Milan) Valia
R$ 46 milhões Vale Hoje
R$ 19 milhões
-42% Bruno César (Al-Ahli) Valia
R$ 44 milhões Vale Hoje
R$ 18 milhões
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
esportes
O incessante troca-troca de técnicos « FUTEBOL POTIGUAR » Antes mesmo de começar a disputar o Campeonato Estadual, Potiguar, Baraúnas e
Palmeiras resolveram trocar de treinadores. As razões apresentadas vão desde economia a indisciplina ADRIANO ABREU
CARLOS ARTHUR DA CRUZ Repórter do TNonline
A
instabilidade no cargo de técnico sempre foi algo comum no futebol brasileiro. As mudanças no cargo são constantes. Na Série B deste ano, por exemplo, em 38 jogos foram 48 trocas de técnicos. Uma média superior a uma demissão por rodada e de quase 2,5 treinadores por clube. Esse panorama contrasta bastante com o do futebol inglês. Alex Ferguson esteve no comando do Manchester United por 26 anos. Foram 1.500 partidas. Para substituí-lo o escolhido foi David Moyes que estava há 10 anos no Everton. Outro exemplo do futebol da terra da rainha é o francês Arsène Wenger. No comando do Arsenal desde 1996, ele tem quase mil jogos pelo clube em seu currículo. A troca de comando no Brasil sempre foi comum durante o andamento das competições, porém três clubes potiguares Baraúnas, Potiguar e Palmeira - já andaram trocando seus comandantes antes mesmo das competições terem início. A motivação para a saída de Edson Leivinha do Leão do Oeste foi o orçamento apertado. O treinador pediu a contratação de jogadores experientes que já haviam trabalhado com ele em outros clubes e isso incluiria gastos que não estavam previstos pela direção tricolor. “Edson
Presidente do Potiguar de Mossoró, Benjamin Machado demitiu o treinador Arnaldo Lira com apenas uma semana de trabalho
Ele teve um desequilíbrio e começou a agredir alguns dirigentes aqui do clube ” BENJAMIN MACHADO Presidente do Potiguar
Leivinha é um grande treinador. O escolhemos pelo perfil técnico, mas o orçamento já estava indo fora de nossa realidade. Ele tem capacidade de ser campeão em qualquer clube que vier a trabalhar, mas não adianta honrar compromissos que não possamos cumprir”, afirmou o diretor de futebol do clube, João Dehon da Rocha. O gaúcho Joel Cornelli foi contratado e assumiu a vaga deixada por Leivinha.
O caso do Potiguar é mais complexo. Após uma semana de treinamentos, o técnico Arnaldo Lira acabou tendo um desentendimento com dirigentes do Time Macho e ficou sem clima para continuar no clube. “Ele teve um desequilíbrio e começou a agredir alguns dirigentes aqui do clube com palavras. Isso chegou ao conhecimento da imprensa porque foi num local público e ficou impossível ele permanecer”,
afirma o presidente do conselho deliberativo do clube, Benjamin Machado. A saída de Carlos Gutemberg, o Berg, do Palmeira também foi financeira. Segundo o presidente do clube, Cláudio José, o Cal, a pedida salarial foi o que causou a saída do treinador. “Ficou acertado o salario, depois Berg queria que aumentasse e nós não tínhamos mais condições de mudar o que havia sido acertado”. Já
Berg declarou que o fato de pedir contratações de jogadores de fora de Goianinha ia na direção contrária à política da diretoria do clube de trabalhar com atletas da casa. “É uma prática da diretoria de montar os seus elencos com jogadores formados nas bases ou que moram na região, para evitar custos”, disse. Na contramão das demissões em pré-temporada, ABC e América anunciaram as renovações contratuais com os treinadores que terminaram o ano à frente dos clubes. As boas campanhas no Brasileirão Série B de Roberto Fernandes e Leandro Sena fizeram com que os ambos renovassem seus vínculos para permanência. “Leandro Sena será nosso treinador para a próxima temporada. Fez um grande trabalho quando assumiu o comando do time nesta Série B e esperamos que dê sequência a esse grande trabalho que desenvolveu”, argumenta o presidente do América, Gustavo Carvalho. “A direção acertou em manter Roberto Fernandes no clube. Ele foi o principal responsável pela permanência na série B. Poucos sabem o que passamos para atingir o nosso objetivo. Como teremos mais tempo para contratar tudo indica que os erros serão menores. Tenho certeza que Roberto dará muitas alegrias ao ABC”, fala Ferdinando Teixeira, diretor executivo de futebol do Alvinegro. ALDAIR DANTAS
Pedro Neto [ pedron@natal.digi.com.br ]
ADRIANO ABREU
Dalton
Otimista Conversei na última semana com o presidente da FNF José Vanildo. O presidente se mostrou muito confiante com o Campeonato Estadual de 2014. Isso porque a FNF conseguiu manter todos os patrocinadores do campeonato de 2013, além de novos parceiros que estão chegando para o ano que vem. Para José Vanildo a cada ano o Campeonato Estadual tem melhorado e se profissionalizado cada vez mais. Outro ponto citado pelo presidente é que deveremos ter vários jogos no período da manhã aos domingos. Como a FNF fechou parceria com a TV Esporte Interativo alguns jogos do ABC deverão ser transmitidos para o Brasil inteiro. O presidente também está bastante otimista com os clubes do interior, pois apesar das dificuldades financeiras não podemos esquecer que o Potiguar M é o atual campeão do estado. José Vanildo também falou sobre a eleição na CBF que ocorrerá nos próximos meses. O presidente disse que ainda não se definiu quanto ao seu voto, entretanto vê com naturalidade novos postulantes ao cargo. Sempre que possível digo aqui e na Rádio Globo que o mais importante é que tenhamos um grande campeonato, pois com a chegada da Arena das Dunas acredito que tenhamos grandes jogos no novo estádio.
Nova reviravolta?
Pelas informações da mídia do sul/sudeste do país o caso da Portuguesa deverá ter um outro capítulo no Pleno do STJD. Isso porque em primeira instância o Fluminense venceu de goleada. Agora, segundo os estudiosos em Direito Esportivo dificilmente a decisão será mantida pelo Pleno do STJD. Inclusive na última sexta-feira o advogado Carlos Eduardo Ambiel que é Mestre em Direito do Trabalho pela USP, professor graduado e pós-graduado da FAAP, além de ter especialização em Direito Esportivo da Escola Superior da Advocacia, escreveu na folha de S. Paulo um texto onde entre coisas ele cita que: “Desde julho de 2010 as decisões da Justiça Desportiva do STJD não mais produzem efeito a partir do julgamento – como ainda reza o citado art. 133 do CBJD -, mas somente passam a ter validade após sua publicação no site oficial da CBF.
O presidente do América Gustavo de Carvalho anunciou na última sextafeira a contratação do zagueiro Dalton. O jogador que pertence ao Internacional RS é mais um jogador que chega para o ano de 2014. Com a chegada de Danton o América deverá emprestar o zagueiro Zé Antônio. O jogador tem proposta do Paysandu e tudo indica que o clube rubro não colocará qualquer dificuldade para emprestar a atleta.
Filial
Notícias vindas de Recife indicam que o Náutico deverá anunciar nos próximos dias as contratações de Bileu, Flávio Boaventura e Rodrigo Silva. Os três jogadores estiveram recentemente no ABC disputando a série B. Como o clube pernambucano disputará a série B em 2014 nada mais natural, até porque os três conhecem bem o caminho das pedras.
Arena das Dunas
A expectativa é a melhor possível pela inauguração da Arena das Dunas. Segundo as pessoas que já estiveram na nova casa do nosso futebol a cada dia o estádio fica mais bonito. A inauguração já está confirmada para o próximo dia 26.01.14 com uma rodada dupla envolvendo os três principais clubes da nossa cidade. América x Confiança na preliminar e ABC x Alecrim na partida principal jogam na Arena das Dunas. Que tudo possa sair conforme todos esperam.
Uma das princpais alterações propostas é a que modifica a faixa etária das categorias nos Jogos
Codesp inicia debate para realizar alteração nos Jerns « JOGOS ESCOLARES » Coordenador de Desporto do RN, Gileno Souto, espera sofrer algumas resistências, mas ressalta que trabalho seguirá
U
m assunto que está em cima da mesa há alguns anos, mas que nunca foi colocado para frente: a realização de modificações na disputa do Jogos Escolares do Rio Grande do Norte, se transformou numa das grandes metas da administração do professor Gileno Souto, a frente da Coordenadoria de Desporto do RN. Entre as principais alterações está a nova divisão por idades que irá acompanhar a regra utilizada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) nas Olimpíadas Escolares. As comissões de estudos já estão formadas e amanhã serão convocados para discutir o assunto os coordenadores de modalidades e a seguir os de escolas. “Estamos interessados em ouvir a opinião de cada um. A Codesp irá atuar como moderadora desse grande e necessário debate. Vamos formalizar um planejamento para realizar alterações de faixa etária, modificar e até acabar algumas modalidades que hoje estão inclusas no programa dos jogos, mas que atraem pouca atenção dos alunos. Já são 43 anos de JERN’s e nossa intenção é alterar para melhor”, res-
saltou Gileno. De acordo com os planos da Codesp, a nova faixa etária dos jogos será a seguinte: 11 e 12 (mirim), 13 e 14 e 15 a 17 anos. Apenas a faixa dos 18 anos será eliminada. “O aluno da escola pública na faixa de 18 anos terá o Sem’s para participar. Esses jogos terão abrangência estadual a partir de 2014”, explica o responsável pela Codesp. Gileno reconhece que em relação a imagem de 20 anos atrás, a disputa dos Jern’s perdeu bastante interesse do público. Porém, ressalva que neste período houve o aumento de participantes. “Ano passado os Jern’s mobilizou 39 mil alunos, esse ano o número de atletas subiu para 44 mil. Ou seja, foi registrado um aumento vertiginoso de um ano para outro, fato que demonstra que os estudantes gostam de esporte”, ressalta. Ele explica que se no geral está sendo registrado um baixo interesse do público, algumas modalidades como o voleibol, ainda continua chamando muito a atenção dos torcedores. “O público de vôlei é sempre muito bom. Tanto que este ano fomos
obrigados a reforçar o policiamento nos ginásio onde a modalidade foi disputada”, informou. Tentando fazer com que os Jogos Escolares se descole da imagem de guerra de torcidas e retome o status que alcançou no passado, Gileno Souto decidiu descentralizar a final de dois dos esportes mais populares da competição: futebol e futsal. “O futsal masculino nós fizemos uma grande festa em Assu, que contou com a participação de 36 escolas. O futebol foi disputado em Goianinha com a garotada na faixa etária entre 13 e 18 anos tendo a oportunidades de jogar, num estádio que é usado nas competições profissionais e uma qualidade muito boa no campo de jogo. Lá também o resultado foi muito bom”, frisa o dirigente. Gileno Souto espera dificuldade na implementação das alterações, inclusive do regulamento dos Jogos Escolares, que voltará a apontar um campeão geral. “Claro que vamos sofrer algumas resistências, mas acredito que a maioria das escolas e dos professores serão favoráveis as alterações que estão para ser implementadas”, afirmou.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
esportes
Apito Final EVERALDO LOPES e_lopes@tribunadonorte.com.br
História & humor América, ABC e Alecrim estão próximos de festejarem um século de existência. O alvinegro, fundado praticamente uma semana antes do rival América, viverão as comemorações do centenário quando chegarem as datas de 29 de junho (o ABC), 04 de julho (o América FC) e o Alecrim, dia 15 de agosto. Curioso, nos dois quase centenários está na primeira página do estatuto do clube rubro. Está lá escrito no artigo 1º, com o detalhe da ortografia ainda de quase um século atrás: Fica creado (é mantida a grafia da época) em Natal, o América Foot Ball Club, destinado ao desenvolvimento physico de seus associados, cultivando o foot ball e outros esportes terrestres. Artº 2º – As cores do club serão encarnado e branco, a bandeira será feita em listras horizontais, tendo no ângulo esquerdo superior um escudo branco com as iniciais AFC. Parágrafo único: no campo, por ocasião dos “matchs” de foot ball, o club constará de camisa de cor encarnada e calções brancos, chuteira e meia de lã. Obs.: o leitor deve considerar a ortografia da lingua portuguesa, quase 100 anos atrás.
História (2) O artigo 4º tem sua curiosidade: - A diretoria do América FC compor-se-á de um presidente, um vice-presidente, um secretário geral, um orador, um tesoureiro e um “captain”. Artº 8º – Ao tesoureiro compete a) proceder às cobranças das mensalidades dos sócios, nomear um cobrador, b) communicar à diretoria por ocasião das sessões, b) quais os sócios passíveis de eliminação, c) zelar pelo dinheiro arrecadado, e) manter em dia a escripturação, f) prestar conta mensalmente. Um detalhe bastante interessante é a atribuição do “captain” do time: a) organizar os teams, b) dirigir os “trainings” e alterá-los, visando sempre a organização dos conjuntos, c) não consentir discussões no gramado e, d) suspender o jogo em caso de insubordinação da maioria dos jogadores... O estatuto é de 1915. Nota.
Os indivíduos ... Para deleite do leitor, eis a dureza das exigências do clube quando o assunto é associar-se: artigo 16º – Não poderão pertencer ao quadro social os jogadores de outro club de foot ball, os indivíduos de profissão desconhecida, os que forem eliminados de outro club, por motivo de moralidade ou falta de pagamento das mensalidades, os que não se portarem com decência, não poderão se associar
Vasco pode ir à Justiça Comum para evitar queda « FUTEBOL BRASILEIRO » Presidente Roberto Dinamite vai lutar para que
a equipe carioca não tenha que disputar a Segunda Divisão em 2014
EMANUEL AMARAL
S
e Fluminense e Portuguesa protagonizaram a ‘39ª rodada’ do Campeonato Brasileiro na última segundafeira, quando o STJD decretou o rebaixamento do time do Canindé, o Vasco também promete não medir esforços na Justiça para evitar sua queda à segunda divisão. Nesta sextafeira, o presidente Roberto Dinamite afirmou que o clube de São Januário não vai parar de organizar ações para tentar anular o resultado do jogo contra o Atlético-PR, no qual foi derrotado por 5 a 1. “Trabalho com essa possibilidade de entrar na Justiça Comum. Temos feito nosso dever de casa. Queremos os direitos do Vasco, aquilo que é legal e cabe ao Vasco da Gama. O Vasco não está parado, está vivo e vai buscar resgatar o espaço na primeira divisão. Não vamos parar. Achamos que temos uma forma legal de continuar na primeira divisão”, disse Roberto Dinamite em entrevista à Rádio Globo RJ. Para o mandatário do Vasco, a partida na Arena Joinville não tinha condições de segurança para ser reiniciado após a confusão envolvendo torcedores do time ca-
Roberto Dinamite afirmou que pode entrar na Justiça Comum para evitar a queda do Vasco
rioca e do Atlético-PR. A decisão de retomar o confronto foi tomada pelo árbitro Ricardo Marques Pereira, autoridade máxima na ocasião, o que contrariou Roberto Dinamite. “Pedi para o arbitro, autoridade máxima, que parasse o jogo, falei que era sobre vidas, não mais sobre rebaixamento. Cabia ao juiz
os indivíduos menores de 15 anos, serão demitidos em caso de traição ao club. Nota/2: O que chama atenção no primeiro estatuto do América FC são palavras que, se pronunciadas nos dias atuais, em hipótese alguma seria admitido. Exemplo: chamar uma criança de indivíduo, chamar um atleta de indivíduo, ou considerar insubordinação uma simples discussão no gramado.
DIVULGAÇÃO
Roberto se aprimora O treinador do ABC, Roberto Fernandes permanece no seu giro europeu, um presente por haver salvado o seu clube de uma indesejável série “C”. RF fez a primeira parada em Lisboa, viu o funcionamento dos departamentos técnicos do Benfica e
Sporting. Depois das terras lusitanas o treinador abecedista pretende fazer outras visitas, principalmente com alguns amigos que tem entre Itália e Portugal. Deu prioridade a países de idiomas mais fáceis, como o português e o castelhano.
Roberto (2) Fernandes incluiu uma demorada visita ao clube que já contou com vários jogadores brasileiro, que são o Paris Saint Germain e o Milan, este na Itália. Espera colher bons frutos e alguns ensinamentos modernos na atividade de treinador. Pelo menos mais sete dias ele ficará a passeio e aprimoramento. Na viagem que faz, Roberto tem mantido contatos quase diários com seu amigo, presidente do ABC, Rubens Guilherme.
Luz no fim do túnel Quando tudo parecia resolvido e o julga-
mento do recurso da Portuguesa dia 17 seria mera formalidade no STJD, eis que um conceituado jurista, absolutamente desinteressado na questão, Carlos Eduardo Ambiel, demonstrou que o julgamento que derrubou a Lusa se baseou num artigo que desrespeita uma lei maior, que é o estatuto do Torcedor. Suspense.
Luz no fim (2) O ponto crucial é simples, segundo o coleguinha
Juca Kfouri: o Estatuto do Torcedor exige que as punições sejam pulicadas, como na Justiça Federal, para que tenham validade, algo que a própria CBF admite não ter feito.. Já para o advogado do Fluminense, prevalecendo tal entendimento, será a demonstração de que todos os advogados esportivos estiveram errado até hoje. O conceito é de que uma lei maior, aprovada pelo Congresso Nacional – o Estatuto do torcedor, deve prevalecer sobre o Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O melé está formado.
« CARTÃO AMARELO »
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Carlos Alberto Torres foi o responsável por erguer a taça em 70
« MISTÉRIO »
Sumiço da Jules Rimet completa 30 anos O argentino Juan Carlos Hernandez foi acusado de ter derretido a taça conquistada em 1970
O
orgulho nacional do futebol brasileiro estava materializado em um símbolo que há exatos 30 anos deixou de estar sob o domínio da nação mais vitoriosa no esporte. O sumiço da taça Jules Rimet, roubada da sede da CBF, no Rio de Janeiro, e derretida de forma tão fácil quanto fazer um gol sem goleiro, ainda não é totalmente explicado. Se a lei não puniu e nem buscou os culpados, pelo menos serve o consolo de que nenhum dos envolvidos conseguiu colher os frutos do crime. O destino foi irônico e cruel com quem ousou roubar a taça criada para ser entregue de possa definitiva ao primeiro país a vencer três vezes a Copa do Mundo, feito alcançado pelo Brasil em 1970. Fora o significado simbólico da peça, havia o valor material. Criada em 1928 pelo francês Abel Lafleur, a Jules Rimet ganhou o nome do presidente da Fifa na época. A estatueta de 30 cm e 3,8 kg de ouro puro tinha uma base de mármore.
A história do roubo é cheia de mistérios. O primeiro deles é a incoerência de guardar no cofre a réplica da taça enquanto a original estava exposta na sala de troféus, protegida por um vidro blindado, mas presa na parede por uma moldura de madeira que foi retirada com uma picareta pelos ladrões. A taça foi levada para ser derretida depois. “Não sei de quem é a culpa. Nós cumprimos nosso papel e eu tive a honra de erguê-la”, contou o capitão do Brasil na Copa de 1970, Carlos Alberto Torres. “Senti um grande impacto quando soube do roubo. É como se cada um daquela seleção perdesse uma parte do corpo. Foi uma ofensa ao povo brasileiro, um furto nacional”, afirmou o ex-zagueiro Piazza. A polícia chegou aos criminosos após a denúncia de Antônio Setta, que participaria do roubo, mas desistiu. Em 1985, ele morreu de ataque cardíaco. Nenhum dos demais envolvidos no crime passou muito tempo na cadeia. Em 1988, três foram condenados a nove anos de prisão e outro, a três anos de pena. Este último, o argentino Juan Carlos Hernandez, é o acusado de ter derretido a taça.
ter a iniciativa de paralisar o jogo. Tiveram tantos aspectos antes e depois do jogo, mas o fato é que faltou policiamento. O árbitro não tomou a atitude que deveria ter tomado e por isso estamos colhendo dados do comportamento do juiz e do policiamento para nos defendermos na Justiça”, revelou o presidente do Vasco.
Para evitar o rebaixamento, o time de São Januário entrou com um pedido no STJD para anular a partida contra o Atlético-PR, mas teve o recurso rejeitado pelo Tribunal. Agora, a última cartada dos cariocas será levar a decisão ao Pleno do dia 27 de dezembro, quando novos auditores analisarão o processo.
« FÓRMULA 1 »
« SÃO SILVESTRE »
Ferrari lança novo motor V6 para 2014
Prova vai contar com atletas de 41 países
Após ser apontada como atrasada no desenvolvimento dos novos motores V6 turbo em relação às concorrentes Renault e Mercedes, a Ferrari lançou na noite desta quintafeira o 059/3, seu propulsor para a temporada de 2014 da Fórmula 1. Responsável pela apresentação em Maranello, o responsável pelo departameno de motores da escuderia, Luca Marmorini, garantiu que o ritmo de trabalho na fábrica italiana é intenso e tudo estará pronto na primeira prova do ano, na Austrália. “Nós definimos um cronograma há dois anos e estamos de acordo com nossos planos, mas estamos totalmente concentrados neste trabalho”, afirmou o engenheiro. “Queremos estar prontos em março”, completou.
A tradicional Corrida Internacional de São Silvestre terá grande representatividade internacional em sua 89ª edição. Atletas de 41 países de quatro continentes participarão da prova, no dia 31 de dezembro, em São Paulo. Os principais representantes estrangeiros serão os atuais campeões da São Silvestre, os quenianos Edwin Kipsang e Maurine Kipchumba, vencedores da prova masculina e feminina, respectivamente. Para os atletas brasileiros, a São Silvestre contou com o apoio da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), através de um acordo entre a entidade e a organização da prova para contar com corredores das 27 federações .
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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 22 de dezembro de 2013
FELIPE GURGEL repórter de Esportes
O
brasileiro da Série A dessa temporada foi marcado pelo título do Cruzeiro, os protestos do Bom Senso F.C., dos problemas judiciais envolvendo a Portuguesa e Fluminense e também dos inúmeros casos de violência dentro dos estádios, envolvendo as torcidas organizadas. O que mais chamou atenção acontece na última rodada da competição, envolvendo torcedores do Vasco e Atlético/PR, na Arena Joinville, em Santa Catarina. A barbárie, transmitida ao vivo pela televisão chocou a opinião pública e forçou o Governo Federal a tomar medidas contra os vândalos que se travestem de torcedores organizados, para promover a desordem e o medo entre as pessoas que vão aos estádios apenas prestigiar o bom futebol. Na semana passada, logo após a confusão na Arena Joinville, acontece uma reunião envolvendo os ministros do Esporte, Aldo Rebelo, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, que definiu nove ações prioritárias para garantir a segurança dos torcedores. O modelo que vai ser adotado para prevenir e coibir a violência nos estádios brasileiros é o mesmo que vem sendo utilizado nos megaeventos esportivos, como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Segundo o ministro da Justiça, ações adotadas para os megaeventos devem servir de parâmetro para as competições nacionais. “Para a Copa, temos uma série de instrumentos e protocolos bem estabelecidos e que já garantiram a segurança durante a Copa das Confederações. Uma sugestão é termos um guia de procedimentos, com as responsabilidades e atribuições de cada um dos envolvidos na segurança dos eventos”, explicou. Se essas medidas vão dar certo, ainda não se sabe. Mas, os clubes vão precisar rever suas relações com as torcidas organizadas, já que a fiscalização e cobranças em cima delas e das próprias agremiações, tende a aumentar consideravelmente nos próximos meses, por causa da Copa do Mundo. No Rio Grande do Norte, as duas maiores torcidas organizadas são a do ABC, Gang Alvinegra e do América, Máfia Vermelha. Ambas tem histórico de confusões, seja entre elas ou com organizadas de outros estados, principalmente de Pernambuco e Ceará. Mesmo que extra-oficialmente, a ligação dos clubes com as torcidas organizadas acontece, seja no repasse de ingressos para jogos ou financiamento de viagens para torcer pelo time do em outras cidades. No ABC, o diretor executivo de futebol, Ferdinando Teixeira, explica que só assumiu essa função de dirigente no mês de maio e não tem como confirmar se o clube ajuda, de alguma maneira, as torcidas organizadas. “Ouvi falar que isso acontecia, mas, não tenho certeza e nem quantos ingressos eram dados, porque isso partia do setor financeiro e administrativo do clube. Mas, como na próxima temporada, vou estar mais próximo, vou poder saber, realmente, como isso funciona”, afirma Teixeira.
esportes
Organização para
AS TORCIDAS
MAGNUS NASCIMENTO
A decisão do Governo Federal visa dar uma maior segurança aos torcedores dentro dos estádios de futebol. Ações serão parecidas com as adotadas em megaeventos ALEX RÉGIS
Promotor comenta as ações José Augusto Peres ainda quer esperar os resultados
Os integrantes das torcidas organizadas vão ser obrigados a fazer parte do cadastro nacional SUERDA MORAIS
Mas, o dirigente abecedista não acha errado o clube ajudar as torcidas organizadas, desde que elas sejam pacíficas e não contribuam para a violência. “A torcida organizada é diferente, tem seus cantos, empurra o time, joga junto e isso eu apóio. Agora, aqueles que vão para o estádio brigar, causar tumulto e violência, não merecem respeito, esses precisam de polícia”, pondera. Já o presidente do América, Alex Padang, tem uma opinião diferente do dirigente abecedista. Para ele, torcedor organizado e o “comum”, são iguais e, portanto, todos precisam pagar ingressos para assistir os jogos do time. “Respeito todos os torcedores e por isso, trato todos de forma igual. Quando assumi o clube, tinha a informação de que
as organizadas recebiam ingressos para os jogos, cerca de 80. Mandei cortar. No momento em que um clube tem que pagar para seus torcedores irem ao estádio torcer, tá na hora de fechar. Dou ingressos apenas para as batucadas e charangas”, afirma Padang. Depois de tomar a decisão de suspender o repasse dos ingressos, Padang recebeu, em duas oportunidades diferentes, presidentes de torcidas organizadas. “No começo eles acharam ruim, mas depois acabaram aceitando o fato e me dando razão. Passamos dois anos de dificuldade financeira e ainda teria que dar ingressos? Não mesmo. Do América, nesse meu mandato, nunca saiu dinheiro para viagem, confecção de faixas, nada disso”, afirma.
Cruzeiro proíbe uso do símbolo A confusão entre duas torcidas organizadas do Cruzeiro, Máfia Azul e Pavilhão Independente, que resultou na perda de mando de campo no Campeonato Brasileiro, obrigou a diretoria celeste a proibir as organizadas de usar a marca do clube. A decisão foi do conselho deliberativo do clube. “O próprio conselho fez uma menção autorizando o presidente que tomasse providência com relação ao uso da marca Cruzeiro nos unifor-
Governo Federal decidiu implantar uma série de ações para impedir a violência nos estádios brasileiros
mes das torcidas organizadas. Foi feito um abaixo-assinado, colocamos em votação e ele foi aprovado por unanimidade”, explicou o presidente do conselho, Wilmer Santa Luzia Mendes. A ideia é impedir a associação da marca Cruzeiro com brigas de torcedores. “É uma decisão que foi tomada porque as coisas estão tomando um rumo tão diferente com as constantes brigas das torcidas Máfia Azul e da Pavilhão In-
dependente, que nossa decisão foi esta e esperamos que, a partir de hoje, as coisas mudem na torcida do Cruzeiro”, disse. Caso a decisão do conselho deliberativo não seja cumprida, as organizadas poderão ser impedidas de entrar nos jogos do Cruzeiro. “A partir de agora, as torcidas organizadas podem usar qualquer uniforme em alusão às torcidas, mas não podem usar a marca Cruzeiro, como estava sendo usado”, concluiu.
O promotor da defesa do consumidor, José Augusto Peres, que durante muito tempo foi o presidente da comissão de implementação do estatuto do torcedor no Rio Grande do Norte, falou sobre as ações prioritárias elaboradas pelo Governo Federal para coibir a violência nos estádios brasileiros. Para ele, a iniciativa é louvável, mas, que é preciso não ficar apenas no discurso e sim, colocar em prática tudo que foi debatido e, realizar algumas melhores nas ações. “Tenho algumas ressalvas com a efetividade dessas medidas. Algumas precisam ser melhores estudadas para que não fiquem em desuso. Mas, é de se elogiar o que estão tentando fazer para acabar com essa violência”, ponderou Peres. A seguir, os pontos elaborados pelo Governo Federal e a opinião do promotor sobre cada um deles:
àCRIAÇÃO DE UM GUIA DE
Promotor pediu cautela EMANUEL AMARAL
PROCEDIMENTO DE SEGURANÇA EM EVENTOS ESPORTIVOS: “Esse guia deve ser criado por alguém que entenda do que está acontecendo e não por um burocrata de Brasília. É preciso ouvir a Polícia, Militar e Civil, os Bombeiros, Ministério Público e Poder Judiciário. Eles que podem dizer, com propriedade, o que deve ser feito para diminuir a violência”.
àEFETIVAÇÃO DE UM CADASTRO DE
América não ajuda torcidas ADRIANO ABREU
TORCEDORES IMPEDIDOS DE FREQUENTAR OS ESTÁDIOS: “Infelizmente, não temos como implantar isso no Estado. Não temos como exigir que os policiais conheçam todos os torcedores impedidos de ir aos estádios. Já se falou de implantar um programa de reconhecimento facial, que facilitaria esse reconhecimento dos torcedores. Não temos, também, local para alojar esses torcedores que, por ventura, tivesse que se apresentar antes dos jogos do seu time e ficar até depois do término da partida”.
àORIENTAÇÃO AOS ESTADOS PARA CRIAR DELEGACIAS ESPECIALIZADAS DO TORCEDOR: “Mesma situação dos Juizados. Nosso efetivo de delegados é muito pequeno e não temos como, aqui no Rio Grande do Norte, deslocar um delegado, que, às vezes é responsável por oito municípios, para se deslocar para um estádio”.
àMAIOR RESPONSABILIZAÇÃO DOS CLUBES PELOS ATOS DE VIOLÊNCIA COMETIDOS POR SEUS TORCEDORES: “Acho isso muito saudável. Seja perdendo pontos, ou com rebaixamento. Desde que tudo esteja bem explicado dentro da legislação esportiva da competição”.
àINTEGRAÇÃO DAS ÁREAS DE INTELIGÊNCIA DA SEGURANÇA PÚBLICA, QUE ATUAM EM GRANDES EVENTOS: “É fundamental que aconteça para facilitar o trabalho de todos nós, que lutamos para acabar com a violência dentro dos estádios”.
àMELHORIA DOS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA DOS ESTÁDIOS: “Em 2010, o Ministério dos Esportes ficou de equipar todos os estádios, dos times da série A, primeiramente e em seguida os da série B, com câmeras de monitoramento e isso acabou ficando pelo caminho. Temos que padronizar tudo, para ter uma qualidade igual em todo o Brasil”.
àCRIAÇÃO DO ESTATUTO DA SEGURANÇA PRIVADA, DEFININDO REGRAS DE FUNCIONAMENTO: “Não, necessariamente, se precisa de um contingente grande de policiais nos estádios. Existem jogos, principalmente no campeonato estadual, que é de torcida única. Assim, poderia ser um maior número de segurança privada e a polícia dando o apoio. Não podemos deixar tudo nas costas do Governo. É interessante dividir tarefas”.
àINSTALAÇÃO DE CÂMARA TÉCNICA NO àORIENTAÇÃO AOS ESTADOS PARA CRIAR JUIZADOS ESPECIAIS DO TORCEDOR: “Já temos isso nos estádios aqui do Rio Grande do Norte, mesmo com todas as dificuldades”.
ABC elogia as organizadas
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA PARA TRATAR DA SEGURANÇA EM EVENTOS ESPORTIVOS: “Essa câmara técnica pode, até, subsidiar a criação do Guia de Procedimento”