Tribuna do Norte - 10/10/2010

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» OS CLASSIFICADOS DA TN CIRCULAM HOJE COM 30 PÁGINAS E 5.355 ANÚNCIOS FUNDADOR: ALUÍZIO ALVES - 1921 - 2006

Ano 60 • Número 174 • Domingo,10 de outubro de 2010 EXEMPLAR DO ASSINANTE RODRIGO SENA

WALLACE TEIXEIRA

ALEX RÉGIS

Ouvido Biônico

Proteínas do leite ajudam a controlar a hipertensão

Pioneiro no implante coclear, o RN é referência nesse tipo de cirurgia, graças à luta de Rodolpho Penna Jr. [ NATAL 11 ]

Verdadeiro hermano O argentino Conca,um dos craques da Série A,comanda o Flu,na briga pela liderança hoje contra o Cruzeiro. [ ESPORTES 4 ]

[ TN FAMÍLIA 1 E 3 ] JÚNIOR SANTOS

[ AGRONEGÓCIO ] Trinta anos depois de aparecer como alternativa para revolucionar a agricultura, perímetros irrigados estão em franca decadência

EXEMPLAR DO ASSINANTE

Plano para fortalecer agricultura potiguar ficou só nos discursos Colono do perímetro de Pau dos Ferros: terra árida em mar de dificuldades

Criados no final da década de 1970 como alternativa para enfrentar a seca, produzir alimentos durante o ano inteiro e fixar o homem no campo, os perímetros públicos irrigados não passam de uma ilusão.

Três décadas, seis presidentes e dezenas de ajustes depois, a iniciativa não conseguiu libertar o sertanejo dos caprichos climáticos nem da dependência da ajuda do governo. Os colonos reclamam que a

assistência técnica é deficiente e a tarifa de energia elétrica inviável para tornar o projeto autossustentável. Mesmo assim, o Dnocs planeja instalar mais dois deles na região Oeste. [ NATAL1 E 2 ]

ALDAIR DANTAS

FOTO TV GLOBO/JOÃO MIGUEL JR.

CONFLITOS DA VIDA REAL Conflitos mostrados nas novelas, como o de Saulo e o filho Danilo, em “Passione”, da Rede Globo, levantam discussão sobre o papel exercido pela família. [ REVISTA DA TV ]

JORNAL DE WM

Potigás espera atingir expansão de 40% na rede de distribuição até o ano de 2014.

[ PÁGINA 2 ]

[ ECONOMIA 2 ]

C.HUMBERTO

Os motivos que levaram a eleição presidencial para o segundo turno.

[ PÁGINA 4 ]

[ PÁGINA 7 ]

100

Nas ruas de Natal, a vida de crianças que não tiveram infância. É o caso do menino “Biel”, que abandonou a mãe e os irmãos. Aos 12 anos, analfabeto, ele diz com orgulho que sabe rezar, apesar de não ter aprendido a ler. [ PÁGINA 15 ]

GAUDÊNCIO

Indecisão sobre o segundo turno mina o capital eleitoral do Partido Verde.

TOTAL DE PÁGINAS DESTA EDIÇÃO: páginas

Infância perdida

LUIZ ANTÔNIO FELIPE

Nas gavetas do tempo,a crônica de Juarez da Gama e um bilhete de Celso.

AVES

TRÂNSITO

LOGÍSTICA

POLÍTICA

Ibama fecha o cerco ao contrabando

Crescimento da frota leva o caos às ruas de Natal

Infraestrutura limita atividade exportadora

Henrique defende candidatura própria em 2012

Ibama apreende uma média de 300 aves por mês, ou 10 passarinhos por dia. Para combater a criação dessas espécies, o Órgão está intensificando a fiscalização. [ PÁGINA 9 ]

Sem uma política de incentivo ao transporte de massa, a frota de carros de Natal cresceu a um ritmo anual de 15% nos últimos 18 anos. Problema exige urgência. [ NATAL 3 E 4 ]

Especialistas apontam os caminhos que o novo governo deve seguir para impulsionar as exportações. E um dos desafios está relacionado ao novo aeroporto. [ PÁGINA 7 ]

Com o PMDB fortalecido nestas eleições, Henrique Eduardo Alves afirma que o partido deve ter candidato próprio na próxima disputa em Natal. [ PÁGINAS 3 E 4 ]

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2 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

opinião

Domingo | 10 de outubro de 2010

JOSÉ SARNEY [ escritor e senador ]

Jornal de WM WODEN MADRUGA - woden@terra.com.br

A fala das gavetas

N

a pasta, entre recortes de jornais, encontro cópia datilografada de uma crônica de Juarez da Gama Batista, publicada no jornal “Correio da Paraíba”, de João Pessoa, dando conta de sua vinda a Natal para assistir a posse do doutor Mário Moacyr Porto, na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Isso foi no dia 3 de fevereiro de 1981. Lá se vão trintanos, quase. Jornalista, escritor, crítico literário, Juarez da Gama Batista foi um dos intelectuais mais importantes da Paraíba. Fazia parte do time seleto de José Américo de Almeida, com o privilégio de participar das tertúlias no casarão da Praia de Tambaú, onde morava o autor de A Bagaceira. Juarez também pertencia à Academia Paraibana de Letras, que ali ingressou, saudado por José Américo e que o havia nomeado, tempos atrás, quando governador, para dirigir o jornal oficial do Estado, “A União”. Juarez também foi diretor do jornal “Correio da Paraíba”. A maior biblioteca pública da Paraíba, localizada em João Pessoa, tem o seu nome. Juarez morreria oito dias depois de ter publicado essa crônica (sua última crônica) que tem o título de Festa. Tinha 54 anos.

Prato frio

O

Prêmio Nobel de Literatura sempre foi mais polêmico pelos autores que não o receberam do que pelos que o receberam -fora os casos dos que o recusaram, Pasternak, por imposição dos soviéticos, e Sartre, para marcar uma posição anticapitalista. Assim, ficam de fora de sua fileira muitos grandes nomes: Kafka, Proust, Joyce, Valéry, Ibsen, mais perto de nós, Onetti e Cortázar, e, em nossa casa, Drummond e Jorge Amado. O grande Jorge Luis Borges sempre estava nas listas dos que seriam premiados, mas nunca chegava sua vez. Quase no fim da vida, há muito cego, na última entrevista que concedeu em Paris, perguntaram-lhe se estava inconformado por não receber o Nobel. Respondeu com ironia: “Antigamente, o Prêmio Nobel era dado a autores consagrados, com uma obra consolidada, e agora é um prêmio de incentivo a jovens escritores”. Referia-se a Ga-

briel García Márquez -que, a meu ver, mereceria o prêmio mesmo que tivesse escrito apenas “Cem Anos de Solidão”. Quando o prêmio chegou à literatura de língua portuguesa, resolveram premiar um português. Saramago tinha todos os méritos para ganhá-lo, menos um: passar à frente de Jorge Amado, que tinha uma obra monumental e era desde moço um inovador e um grande batalhador da literatura. Jorge levou, como nenhum outro, a vida brasileira para o mundo, através de seus milhares de personagens, que estão até dicionarizados. São gente viva, nascida da cultura popular, mestiça, deste Brasil onde se encontram América, África e Europa, num universo mítico e folclórico, imaginário e real. Sua obra é feita de palavras, de gentes e de eternidade. Mas nunca podemos esquecer que motivações políticas e pessoais foram causa da injustiça. Mario Vargas Llosa já recebe tarde o prê-

mio, há muito merecido. A nota da Real Academia Sueca fala em “cartografia das estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual”. É uma explicação literária. A verdade é que, depois de citado inúmeras vezes, ele vinha sendo discriminado sob o pretexto de ser um homem de direita. Já recebera todos os prêmios. E construíra uma obra consagrada, como pedia Borges: “Conversa na Catedral”, “Pantaleão e as Visitadoras”, “Tia Júlia e o Escrivinhador”, “A Guerra do Fim do Mundo”... Vargas Llosa sempre cita Juan Carlos Onetti e o Victor Hugo de “Os Miseráveis” como os escritores a quem deve muito. Mas há outro, tão grande quanto estes e praticamente desconhecido mundo afora: Euclides da Cunha, cujo “Os Sertões” - que Llosa conhece profundamente- deu origem ao seu livro sobre Canudos e que é um dos maiores livros da literatura mundial.

Amâncio

FESTA Fui a Natal ver o primo Mário Moacyr Porto tomar posse na Academia de Letras do R.G. do Norte – uma das poucas Academias que ‘existem mesmo’, neste País. Como a de Pernambuco, sob a batuta do querido Mauro Mota. Umas poucas. Lá estava, na sua “gola” cinza e debrum escuro de Acadêmico, mestre Onofre Lopes, o presidente, que tem sido um dos grandes responsáveis pela cultura do Estado do Rio Grande, vizinho, e todo seu desenvolvimento, nos últimos 15 anos. Lá estavam Newton Navarro, Alvamar Furtado, Enélio Petrovich, Waldir Espínola, Veríssimo de Melo, Meira Pires, Woden Madruga, Aluizio Alves, Américo de Oliveira Costa e mais as altas autoridades do Estado, à frente seu Governador. Fomos a Natal, não em comitiva, mas numa revoada de cada um, para o encontro com a festa do primo Mário, os seus amigos, Antonio Dias, Ramiro Fernandes, Aurélio Albuquerque, Sílvio Porto, Haroldo Escoral e outros que perdi de vista e da lembrança. Invadimos o amplo salão da Academia do Rio Grande, no pré-

dio majestoso, testemunho do apreço que, nestas bandas, só os norterio-grandenses e pernambucanos dão a essas coisas vãs e inúteis de cultura e artes. O primo Mário leu um estudo, de sensibilidade e meditação, sobre Auta de Souza e Palmyra Wanderley, que foram as maiores vozes femininas do seu tempo, patrona e primeira ocupante da Cadeira em que se empossava o novo Acadêmico. Nilo Pereira fez a saudação. O também e muito querido Nilo, com seu ar malicioso e recolhido de Monsenhor de outros tempos, inteligentíssimo, manobrando com as emoções da gente como quem se diverte (e ele se divertia mesmo) com um brinquedo maior do que os outros. Duas horas de silêncio da platéia respeitosa e “vidrada” nos oradores. E a prima Giselda, com sua educação de grande dama, moldada pela Escola Doméstica de Natal, com mãos de fada, no sucesso do primo, que era também o seu sucesso de afeto dedicado. Voltou de Natal, como sempre, deixando vontade de ficar.

Celso da Silveira Na mesma pasta, junto à crônica de Juarez, encontro um bilhete do poeta Celso da Silveira, num cartão, que no canto esquerdo de cima tem uma caricatura dele, com os óculos na ponta do nariz, maior do que o rosto. É datado de 29 de setembro de 1992, em Natal. Diz lá: “Caro Woden Madruga: Me dê uma carona no seu espaço especial do Jornal WM, para divulgar que estou completando 40 anos de atividade literá-

ria, desde a estréia com “26 Poemas do Menino Grande” – Tip. Villar – 1952. Hoje tenho 14 títulos publicados. Seis outros estão no forno para sair até dezembro. Estou mais velho com esse evento, MS saindo “saúde” pelo ladrão... pois escrevo mais atualmente do que antes. Agradeço a divulgação destas informações. Abraço, Celso.”

COZINHA SERTANEJA Estou de boca cheia dágua e alma lavada, vendo, lendo e acariciando o livro de Ana Rita Dantas Suassuna, Gastronomia Sertaneja – Receitas que contam histórias, que foi servido agora pela Editora Melhoramentos, de São Paulo. Um banquete duplo: pelo que está escrito e pelo cardápio gráfico. Belo projeto gráfico. Desses livros que a gente tem vontade de guardar na cristaleira, entre as louças e os cristais herdados da bisavó. Uma joia. Joia porque está ali a verdadeira cozinha sertaneja do Nordeste. O nosso maior traço cultural. O mais famoso chef brasileiro, o Alex Atala, paulista, escreve na contracapa: “Fico impressionado como talvez uma das regiões mais rústicas, simples e, na melhor expressão da palavra, pobres do Brasil pode gerar uma das gastronomias mais inebriantes e ricas da nossa colcha de retalhos que é a cozinha regional brasileira”. Ana Rita Dantas Suassuna nasceu em Taperoá, Paraíba, é prima-irmã de Ariano Suassuna e de Manoel (Manelito) Dantas Vilar. É licenciada em Línguas Neo-Latinas, pela Universidade do Recife, foi professora em Campina Grande e mora hoje em Brasília. O livro tem prefácio de Ariano Suassuna, mais um texto de Luciano Suassuna, filho da autora, seguidos de uma apresentação da própria Ana Rita, no qual cita as fontes que alimentaram suas pesquisas: Câmara Cascudo, Gilberto Freyre, Josué de Castro, Nelson Chaves, Rachel de Queiroz, Oswaldo Lamartine de Faria, João Morais de Souza, e ainda antigos cadernos de receita guardados em suas gavetas. Ana Rita ensina umas 150 receitas, bolos, biscoitos, doces, comidas à base de milho e de farinha de mandioca, carnes, galinhas (sarapatel de galinha!) peixes, caças, caldos, farofas (ah, a farofa de bolão!), pirões (pirão de cuscuz!), ensopado de cabrito, ensopado de jerimum, maxixada, arroz-doce, umbuzada, queijos e queijos, as comidas das festas de fim de ano. Ah, meu Deus do Céu! Mais: o texto de Ana Rita, acompanhando as comidas e as bebidas, é um manjar tipo docinho de coco.

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Cartas Exploração sexual O ECA tem uma parcela de culpa nesta trágica estatística, pois tiram as crianças e adolescentes dos pais e jogam em abrigos da prefeitura que não oferecem boa estrutura, até porque são poucos os capacitados para este trabalho, já que a prefeitura não oferece capacitação. E ainda desrespeitam estes trabalhadores que estão recebendo seus salários com mais de 15 dias de atraso e ainda tem de pagar o transporte do seu próprio bolso, uma vez que os créditos das passagens não estão sendo colocados em tempo hábil. Jacome Gama

LEONARDO BOFF [ teólogo,filósofo e escritor ]

Marina e o projeto do novo Brasil

O

Brasil está ainda em construção. Somos inteiros mas não acabados. Nas bases e nas discussões políticas sempre se suscita a questão: que Brasil finalmente queremos? É então que surgem OS vários projetos políticos elaborados a partir de forças sociais com seus interesses econômicos e ideológicos com OS quais pretendem moldar o Brasil. Agora no segundo turno das eleições presidenciais tais projetos repontam com clareza. É importante o cidadão consciente Dar-se conta do que está em jogo, para além das palavras e promessas e se colocar criticamente a questão: qual dos projetos atende melhor às urgências das maiorias que sempre foram as "humilhadas e ofendidas" e consideradas "zeros econômicos" pelo pouco que produzem e consomem. Essas maiorias conseguiram se organizar, criar sua consciência própria, elaborar o seu projeto de Brasil e digamos, sinceramente, chegaram a fazer de alguém de seu meio Presidente do país: Luiz Inácio Lula DA Silva. Foi uma virada de magnitude histórica. Há dois projetos em ação: um é o neoliberal ainda vigente no mundo e no Brasil apesar DA derrota de suas principais teses na crise econômico-financeira de 2008. Esse Nome visa dissimular aos olhos de todos o caráter altamente depredador do processo de acumulação concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, DA exclusão e DA fome. Para facilitar a dominação do capital mundializado procura-se enfraquecer o Estado, flexibilizar as legislações e privatizar OS setores rentáveis dos bens públicos. O Brasil sob o governo de Fernando Henrique Cardoso embarcou alegremente neste barco a ponto de no final de seu mandato quase afundar o Brasil. Para Dar certo ele postulou uma população menor do que aquela existente. Cresceu a multidão dos excluídos. Os pequenos ensaios de inclusão foram apenas ensaios para disfarçar as contradições inocultáveis. Os portadores deste projeto são aqueles partidos ou coligações encabeçados pelo PSDB que sempre estiveram no poder com seus fartos benesses. Este projeto prolonga a lógica do colonialismo, do neocolonialismo e do globocolonialismo pois sempre se atém aos ditames dos países centrais. José Serra, do PSDB representa esse ideário. Por detrás dele estão o agrobusiness, o latifúndio tecnicamente moderno e ideologicamente retrógrado parte DA burguesia financeira e industrial. É o núcleo central do velho Brasil das elites que precisamos ven-

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cer pois elas sempre procuram abortar a chance de um Brasil moderno com uma democraOra, o governo cia inclusiva. Lula deu corpo O outro projeto é o da dea este projeto. mocracia social e popular do Produziu uma PT. Sua base social é o povo orinclusão social ganizado e todos aqueles que de mais de 30 pela vida afora se empenhamilhões e uma ram por um outro Brasil. Este diminuição do projeto se constrói de baixo pafosso entre ra cima e de dentro para fora. ricos e pobres Que forjar uma nação autônunca assistido noma capaz de democratizar em nossa a cidadania, mobilizar a sociehistória”. dade e o Estado para erradicar a curto prazo a fome e a pobreza, garantir um desenvolvimento social includente que diminua as desigualdades. Esse projeto quer um Brasil aberto ao diálogo com todos, visa a integração continental e pratica uma política externa autônoma fundada no ganha-ganha e não na truculência do mais forte. Ora, o governo Lula deu corpo a este projeto. Produziu uma inclusão social de mais de 30 milhões e uma diminuição do fosso entre ricos e pobres nunca assistido em nossa história. Representou em termos políticos uma revolução social de cunho popular pois deu novo rumo ao nosso destino. Essa virada deve ser mantida pois faz bem a todos principalmente às grandes maiorias, pois lhes devolveu a dignidade negada. Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projeto que deu certo. Muito foi feito mas muito falta ainda por fazer, pois a chaga social dura já há séculos e sangra. É aqui que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos. Ela mostrou que há uma faceta significativa do eleitorado que quer enriquecer o projeto DA democracia social e popular. Esta precisa assumir estrategicamente, a questão DA natureza, impedir sua devastação pelas monoculturas, ensaiar uma nova benevolência para com a Mãe Terra. Marina em sua campanha lançou esse programa. Seguramente se inclinará para o lado de onde veio: o PT que ajudou a construir e agora a enriquecer. Cabe ao PT escutar esta voz que vem das ruas e com humildade saber abrir-se ao ambiental. Sonhamos com uma democracia social popular e ecológica que reconcilie ser humano e natureza para garantir um futuro comum feliz para nós e para a humanidade que nos olha cheia de esperança.

Protesto É um absurdo ver que nos dias atuais ainda existe esse tipo de ato de vandalismo sob coordenação para completar. Vemos que o Sindicato dos funcionários já se encontrava em reunião para tratar dos assuntos de interesse dos trabalhadores, enquanto do lado de fora paralisaram a BR-101 por horas, lembrando que é a via mais importante de Natal, ou seja, impedindo até ambulância de passar. Faz parte todos reivindicarem melhorias, mas não dessa forma ultrapassada e vergonhosa, só sendo do 3º mundo mesmo o Brasil para no séc XXI existir isso ainda. Cadê a Democracia, cadê o respeito às empresas e aos cidadãos de bem? Pessoas entram nos estabelecimentos alheios quebram tudo e fica por isso mesmo? Onde vamos parar? Respeito os sindicatos, mas exijo respeito como cidadão antes de tudo. alversonrodrigo@yahoo.com.br

Desordeiros Um bando de desordeiros que nem devem realmente representar o movimento sindical, pois deveriam saber que já faz anos que o sindicato patronal da construção civil não está mais sediado na Fiern. Na manifestação realizada na Fiern deixaram um rastro de lixo que demonstra o caráter dos componentes da “representatividade” dos trabalhadores, muitas embalagens vazias de Pitú, Caranguejo, 51 etc. Que movimento é esse que é movido a cachaça? jansen1000@gmail.com Cartas para esta coluna deverão ter no » máximo 40 linhas para cada leitor e endereçadas para a seção Coluna do Leitor - Fone:4006-6100 FAX:4006-61224 - Redação/Tribuna do Norte. Email - tribuna@digizap.com.br

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política

Domingo | 10 de outubro de 2010

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3

[ ENTREVISTA / HENRIQUE EDUARDO ALVES / DEPUTADO FEDERAL,LÍDER DO PMDB NA CÂMARA ]

Notas & Comentários colunanotas@tribunadonorte.com.br

Erros de marketing colunista da Veja, Lauro Jardim, noticiou que, aos mais próximos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu a erros do marqueteiro João Santana, a queda de Dilma Rousseff nos últimos dias do primeiro turno. “Basicamente, Lula reclamou de duas coisas. Primeiro, da ‘falta de emoção’ da campanha, tanto na TV quanto nas ruas. E, vaidoso como ele só, reclamou da estratégia de diminuir suas aparições nos programas eleitorais gratuitos de Dilma, no final da campanha”, destacou Lauro Jardim.

O

Aquém do esperado A esperança dos prefeitos de aumento na arrecadação neste mês se esvaíram logo no primeiro repasse de outubro do Fundo de Participação dos Municípios. Na primeira cota, que será liberada segunda-feira, o au-

mento ficará em 7% em relação ao mesmo período do mês anterior. O percentual é insuficiente para indicar uma recuperação. Resultado: há prefeituras com dificuldades para pagar a folha de pessoal.

ARRECADAÇÃO EM BAIXA (2) Em setembro, a Prefeitura de Mossoró teve uma queda de 1,5 milhão na arrecadação. Em Parnamirim, o prefeito Maurício Marques reuniu o secretariado para determinar cortes de despesas. O orçamento do município, pela projeções feitas até agora, chegará ao final do ano com R$ 15 milhões a menos do que o previsto no início de 2010.

MARCOS DE PAULA/AE

Primeiro debate

Neste domingo,a partir das 22 horas,haverá o primeiro enfrentamento direto,do segundo turno,entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).Esse debate será transmitido pela TV Bandeirantes.A emissora promete o mais interessante debate político destas eleições. O diretor de Jornalismo da emissora,Fernando Mitre, explicou que o confronto entre os dois candidatos será menos formal e sem o excesso de regras que marcou os debates televisivos no primeiro turno,nos quais o número maior de candidatos dificultava o aprofundamento da discussão sobre propostas.

MEDIADOR O mediador do debate deste domingo na TV Bandeirantes será o jornalista Ricardo Boechat, apresentador do jornal da Band. Cada candidato poderá fazer perguntas diretamente ao adversário. Após cada pergunta, o candidato terá um tempo igual para responder, e o adversário terá direito à tréplica.

Discussão morna A Bandeirantes espera cerca de 200 jornalistas para acompanhar o debate. Os candidatos poderão levar convidados (o número será definido amanhã). No debate do primeiro turno, o número de jornalistas credenciados superou o total de lugares disponíveis, e parte deve acom-

panhar do lado de fora, por um telão. No último debate do primeiro turno, os quatro primeiros colocados protagonizaram um confronto morno, na Rede Globo. Questões polêmicas como o aborto, o caso Erenice e a quebra de sigilo fiscal foram evitadas.

Voto majoritário O fim do voto proporcional, com a instituição do sistema majoritário para eleição de deputados federais, estaduais e vereadores deverá ser debatido em Plenário do Senado após o segundo turno das eleições. Autor de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com esse objetivo, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) disse que deverá conversar com o presidente do Senado, José Sarney, e com os líderes partidários, para que a proposição seja incluí-

da na Ordem do Dia. Está errado, em sua opinião, a permanência de um sistema em que os votos de um candidato ajudem a eleger, em razão da regra proporcional, outros candidatos que tiveram baixa votação. Para ele, o ideal seria o voto distrital puro, com a divisão de Estados e municípios em distritos eleitorais (conforme o tamanho da população ou a extensão territorial) e a eleição dos mais votados nessas unidades.

ENTREVISTA O empresário Aluízio Alves Filho será entrevistado nesta segunda-feira, na Rádio 98 FM, sobre seu mais recente livro e o resultado das eleições. Os entrevistadores serão Felinto Rodrigues e Robson Carvalho.

‘Nas próximas eleições, PMDB deve ter candidatura própria’ FOTOS:JÚNIOR SANTOS

O que vai caber ao PMDB no 2º turno da campanha de Dilma Rousseff? Nós temos uma enorme responsabilidade porque o nosso compromisso com a campanha da ministra Dilma tem várias razões. Primeiro, o governo Lula, onde tivemos participação efetiva do PMDB, inclusive ocupando sete ministérios, portanto, tendo uma co-participação muito importante nas ações do governo. Nós somos governo Lula. E, como acreditamos que esse foi um dos melhores governos deste país, ele deve continuar. Então nós estamos envolvidos por estas razões de participação efetiva e coerência. E o vice da chapa é indicação do PMDB, nosso presidente nacional e o melhor que poderíamos oferecer. Então nós temos uma vontade muito grande de que o partido possa dar e demonstrar uma grande contribuição à vitória que ela terá, se Deus quiser, no 2º turno. Houve insatisfação em realção ao primeiro turno pela centralização excessiva na coordenação petista da campanha? Houve. E não foi só do PMDB, foi de todos os partidos da base aliada que tiveram pouco acesso. O PMDB ofereceu cinco minutos de televisão no programa eleitoral de dez minutos que a ministra Dilma tinha. Isso diariamente. E em toda a campanha não se ofereceu sequer um minuto da participação do PMDB, através do candidato a vice-presidente, do presidente nacional do partido, que poderia e deveria ter falado pelo menos aos militantes do PMDB, que é o maior partido do Brasil, com mais de 1.200 prefeitos, milhares de vereadores; maior partido em termos de bancada estadual, federal, governadores, ou seja, é um grande exército de militantes. Nem assim o nosso vice-presidente teve direito à participação. Isso é um exemplo claro e prático para mostrar que a campanha foi muito centralizada e se formou em torno da candidata uma blindagem desnecessária. Ela aparecia muitas vezes nem mais como candidata mas como presidente da República, tal o aparato em torno dela. Isso serve de lição. Eu acho que ela, como candidata, até que fez muito porque nunca disputou uma eleição e cumpriu o seu dever como melhor podia fazer. É tanto que chegou a 47% das intenções de votos, mas envolta dela se formou um núcleo de resistência. Outro exemplo de ordem prática é que que para que gravassem para Garibaldi, senador do Rio Grande do Norte, liderando todas as pesquisas, eu briguei quase 15 dias para conseguir a gravação, na qual a ministra Dilma pedia votos para Garibaldi. Enquanto isso, a ex-governadora Wilma, com todos os méritos, logo no início teve um apelo do presidente Lula; o candidato Hugo Manso com 7% teve um apelo da ministra Dilma. Isso mostra também a dificuldade de acesso. Tudo foi relatado à ministra Dilma. Algumas coisas ela nem sabia e determinou uma completa reformulação. E não é só em relação ao PMDB. PT não ganha sozinho e nem PMDB. Nós temos que buscar PR, PP, PT, PC do B, PDT, todos os partidos. Nessa hora não tem partidos grandes ou melhores. De que forma esses partidos vão participar efetivamente da campanha da ex-ministra? A coordenação da campanha antes era restrita há três ou quatro nomes, todos coincidentemente vinculados ao PT. Tudo bem que é um grande partido, é o partido da candidata e que merece o nosso respeito. Mas não pode ser sozinho coordenando uma campanha para a Presidência da República. O nosso companheiro Moreira Franco, por exemplo, se demitiu da vicepresidência da Caixa Econômica para ser nosso representante na coordenação. Só foi chamado nas

D

eputado com o maior número de mandatos no Congresso Nacional, prestes a iniciar o 11º da carreira, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves

(PMDB), declarou que a base aliada do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) sofreu alguns tropeços de ordem organizacional, no 1º turno da campanha de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República, mas que agora caminha, no segundo turno, para uma unidade e coerência em torno dos atores do processo. Na entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o peemedebista também falou sobre como se portará o PMDB no governo Rosalba Ciarlini, sobre presidência da Câmara dos Deputados e também sobre candidatura majoritária da legenda nas próximas eleições municipal, em 2012, e estadual, em 2014.

três primeiras reuniões, depois nem chamado foi. Ele chegou a elaborar junto com um companheiro do PT um programa de governo só que não saiu do papel. Não conseguiu se viabilizar. Acho que foi um equívoco da campanha e acho que como ela disparou muito, chegando a 50%, achou que aquilo bastava. Mas provou que não bastava. Então essa lição todos nós aprendemos. Há uma parte de culpa nossa também porque, com a campanha nos estados, nós cobramos menos, deixamos de procurar mais, largamos um pouco, mas agora não. Todos nós estamos vendo os erros e agora sim, a campanha está muito melhor. A coordenação se ampliou, os partidos da base estão representados. Há preocupação de que a centralização do primeiro turno demonstre um estilo que vai se refletir no governo,caso ela vença o pleito? Não. Porque Lula, nos governos dele, sempre foi muito democrático e muito aberto. Quantas reuniões eu tive, como líder do PMDB, com o presidente Lula... Eu acho que a campanha é que cresceu muito e se achou que aquilo bastava. Mas agora não. Agora é ir para a rua, suar a camisa literalmente, percorrer dois ou três estados por dia, quebrar essa blindagem e ela ser o que Lula foi como candidato. E ela tem disposição para isso. Em volta dela se formou um cinturão onde eu acho que foi a falha, mas agora já corrigida. Há um clima de muita vontade, disposição e, se Deus quiser, teremos uma grande vitória porque estará em julgamento, também, um dos melhores governos que esse país já teve e que eu acho que merece um julgamento favorável do povo brasileiro. Ainda há perspectiva de apoio de Marina Silva a Dilma Rousseff? Eu acho que Marina está muito pressionada por todos os partidos. Todo mundo agora tem acesso à Marina, todo mundo agora é interlocutor junto à Marina. Eu imagino as pressões que ela deve estar sofrendo. Mas como ela é uma pessoa de muito bom senso, muito respeitável, equilibrada, eu tenho impressão de que ela vai liberar o seu partido e os seus eleitores para escolherem melhor. No segundo turno tem uma vantagem que permite mais o debate, torna

A campanha foi muito centralizada, e se formou em torno da candidata uma blindagem desnecessária”

Para mim foi uma eleição muito difícil. O partido não teve candidato próprio a governador, se dividiu e ficou meio a meio”

Tive que falar sozinho durante minha campanha, sem ter do lado as estruturas majoritárias”

No momento que se questiona tanto os políticos, eu chego ao 11º mandato com a maior votação de todas as eleições”

a campanha mais profunda em cima do candidato, da sua história, do que ele propõe, as coisas boas, do que pode melhorar... Eu acho o segundo turno para a democracia muito interessante e salutar. Como o senhor vai para o 11º mandato e será o parlamentar com mais mandatos na Câmara? Ele tem uma marca para mim muito gratificante. Porque não é você conseguir mandatos sucessivos, se arrastando, a votação caindo e você quase se elegendo... Aí é uma marca muito gratificante. No momento que se questiona tanto os políticos, eu chego ao 11º mandato com a maior votação de todas as eleições. Até o 10º mandato a eleição que eu mais tive voto foi a 10ª e a partir do 11º a eleição que eu tive mais voto foi a 11ª, então isso mostra que eu cumpro meu dever, eu sei dos meus deveres, dos meus direitos como parlamentar, eu respeito o cidadão, respeito a confiança que o Estado deposita no meu trabalho. É tanto que a cada eleição eu tenho tido a renovação ampliada da confiança do povo do Rio Grande do Norte. Se isso me emociona muito também aumenta a responsabilidade de transformar isso em mais trabalho, mais resultado em cada mandato. O PMDB passou a campanha dividido. Como será a relação do PMDB com o governo Rosalba Ciarlini? Para mim foi uma eleição muito difícil. O partido não teve candidato próprio a governador, se dividiu, e ficou meio a meio. E é muito difícil chegar nos municípios e passar dez minutos do discurso explicando que tava ali e Garibaldi não estava, explicar as razões dele e as minhas... Isso já era uma situação constrangedora. E só não estar perto de Garibaldi me fez uma falta enorme. Eu não estava acostumado a fazer política sem Garibaldi. 40 anos com ele e isso não foi fácil superar. E mais, a campanha majoritária é a que dá estrutura de campanha. As movimentações da majoritária como como carreatas, os comícios se tornam regionais, e isso é bom para os candidatos. De um lado, Garibaldi com Rosalba e eu não podia estar. Do outro lado, eu comecei a estar com Iberê até uma declaração infeliz do candidato do PT, Hugo Manso, uma declaração gratuita contra Garibaldi que eu tive que reagir e me impossibilitou de ficar no mesmo palanque. Então de repente eu fiquei sem palanque majoritário de um lado e do outro. Então tive que falar sozinho a minha campanha sem ter do lado as estruturas majoritárias de campanha. Então foi outra dificuldade. Por isso que eu valorizo tanto a votação que tive. Praticamente quase 40 mil votos a mais que na anterior. Eu não tenho como agradecer todas as demonstrações de solidariedade, confiança e empenho... E eu espero trabalhar muito mais neste próximo mandato até porque nós temos imensos desafios a vencer a partir do próximo ano. [ CONTINUA NA PÁGINA 4 ]


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Domingo | 10 de outubro de 2010

[ ENTREVISTA / HENRIQUE EDUARDO ALVES / CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 3 ] JÚNIOR SANTOS

Cláudio Humberto E-mail: ch@claudiohumberto.com.br - www.claudiohumberto.com.br

Vocação para comandar o Bope presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, ficou perplexo com a declaração do presidente Lula, no Rio de Janeiro, defendo que “polícia bate em que tem que bater”. Cavalcante ironizou o primarismo de Lula: “Ele parece ter vocação para comandar o Bope”, disse, numa referencia à tropa de choque da Polícia MiIitar conhecida pela atitude violenta no combate ao crime.

O

O que motiva o apoio a Dilma é Michel Temer como vice”

Geddel Vieira Lima, justificando o apoio do PMDB à candidatura de Dilma Rousseff

Nada demais

Ilógico

Ao contrário da OAB, o Ministério Público nada viu no discurso de Lula. O artigo 37 da Constituição impõe respeito aos direitos humanos.

O fim do jejum de “Lulinha, paz e amor” com mais uma frase de (mau) efeito mata no peito o sentido da “pacificação”. Vira P, de porrada.

USOS E COSTUMES Um mar de lama, que começou na Hungria, ainda assusta a Europa. Habituado, o Brasil nem dá mais bola para isso. PERGUNTAR NÃO DESPENTEIASerá que até o final do segundo turno a Dilma vai descabelar aquela escova progressiva?

La belle vie à brasileira Nada como ser da “zelite” do governo: um filho de Antonio Patriota, secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores, residente em Paris, ganhou uma boquinha na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidên-

cia da República e levou de brinde a mudança para Brasília por nossa conta: R$ 15 mil. Apenas diplomatas têm direito a isso, mas Thomas Patriota disse a esta coluna que apenas estudava em Paris.

JEITINHO A Presidência da República admite não possuir contrato para mudança “de servidor oriundo do exterior”. Ainda assim, vai pagar a conta.

SEM RUMO Piada da hora em Santa Catarina: os petistas tentam consolar a derrotada candidata ao governo dizendo “Ideli ali, Ide aqui”. É A VIDA Alçada por Lula à “mãe do PAC” e depois à “mãe dos brasileiros”, a candidata Dilma enfrenta agora uma polêmica envolvendo... aborto.

SUMIÇO DE DOAÇÃO... ...PODE IR À JUSTIÇA Destinatário da carga, o Instituto Adventista, de São Paulo, discute se entrará na Justiça em razão do sumiço de US$ 6 milhões em roupas e brinquedos doados a crianças pobres pela Solidary, entidade internacional de empresários, sediada em Miami.

Os vinte contêineres com roupas e brinquedos sumiram do porto de Santos há dois anos, após o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), ligado aos adventistas, intermediar nos EUA a ajuda humanitária.

Sem censura O Tribunal de Justiça de São Paulo deu um passa-fora no prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT): ele tentou impedir um jornal do ABC de citá-lo em reportagens. Ouviu que “a censura acabou no país”.

Demora diminui Marina As dissenções internas no partido de Marina Silva e a demora em definir o apoio a Serra ou Dilma no segundo turno minam o enorme capital elei-

Dedo verde O governador eleito Tarso Genro (PT-RS) lembrou em público, há dias, que é mais amigo de Marina Silva do que de Dilma, quando, ministro da Justiça, ajudou a ex-ministra do Meio Ambiente em rolos PF-Ibama.

toral conquistado pela Verde, disseminando desconfianças no eleitorado que optou pela “mudança” na forma de fazer política.

Fundo do saco Deve ficar para o próximo presidente ou para o fundo dos precatórios o pagamento de US$ 94 mil de indenização determinada pela OEA à família do agricultor do MST Sétimo Garibaldi, assassinado em 1998.

MORTOS QUE CAMINHAM Multiplicam-se os estranhos telefonemas perguntando nomes de falecidos com bens inexistentes. De uma leitora do Rio, 87, queriam saber se a mãe “comprou uma motocicleta”. Hum...

DEUS CASTIGA Batizada e crismada, igual a Dilma, a evangélica Magda Aparecida dos Reis quis tirar o nome da santa padroeira do Brasil, escolhido pelos pais: “Causa de constrangimento”. A Justiça do Paraná negou.

PENSANDO BEM... ...será que a escaveira chilena conseguiria chegar ao fundo do poço dos escândalos da família Guerra?

‘Presidente da Câmara deve ser um nome de consenso’ O senador Garibaldi disse que o PMDB pode indicar nomes para o secretariado (do governo Rosalba).Como está essa discussão? Não é hora de discutir assuntos que podem gerar alguns constrangimentos e desentendimentos. Essa não é uma posição definida e nem consensual dentro do PMDB. Tem parlamentares que apoiaram Iberê. Dos 6 estaduais eleitos, 4 apoiaram Iberê. Essa não é uma condição consensual e nem é hora de discutir. Agora, independente disto, assim como fiz com a governadora Wilma, farei com Rosalba e o que ela precisar em favor do RN ela sabe que contará comigo onde eu estiver, ainda mais com Garibaldi como parceiro dela. Agora a posição do partido será discutido depois, democraticamente, respeitando os companheiros que apoiaram Iberê e Rosalba, nós faremos o que for melhor para o RN, respeitando as coerências e posições de cada um. O fato de ter,de longe,elegido a maior bancada na Assembleia Legislativa,credencia o PMDB a indicar o nome do presidente da Casa? O PMDB aumentou em 50% a sua bancada e será a maior com seis deputados. Mas esse assunto ficará restrito aos deputados estaduais. Eles que vão conduzir e eu não vou interferir nesse processo. Eles têm que ver o que é melhor para a bancada aqui na AL no dia a dia, na convivência com os outros partidos e parlamentares. Tem que ver também a posição importante do presidente Robinson, vai ser a sua sucessão e ele terá uma liderança importante na condução desse processo e eu acho que eles vão saber conduzir da melhor maneira possível para a Assembleia, que é um órgão, como o parlamento nacional, muito vigiado e muito questionado também e precisa mostrar cada vez melhor a participação do Poder Legislativo. O nome do senhor surge como um dos mais possíveis sucessores para a Presidência da Câmara.Mas o fato do PT ter elegido a maior bancada atrapalha esse projeto? Nós tiramos esse assunto de pauta agora no segundo turno. Nós vamos levar para o segundo turno o que nos une e nos agrega. Tudo aquilo que nos divide, ou no Estado, ou em nível nacional, a gente deixou para um segundo, terceiro planos. Agora esse é meu sonho maior. Ser presidente de uma Casa onde estou há 40 anos... Imagine a minha realização como homem público, mas eu deixei para o segundo momento porque agora vamos nos concentrar todos, com toda a energia, para ganhar a eleição. Mas esse critério pontual não é o que, obrigatoriamente, deve prevalecer. Porque neste mandato que se encerra, o PMDB elegeu a maior bancada e fez com o PT um entendimento, e mesmo com a maior bancada ofereceu ao PT, que era a segunda bancada, a presidência da Câmara, quando elegeu Arlindo Chinaglia [deputado federal pelo PT/SP, presidente da Câmara em 2007/2008]. Ficou, à época, um entendimento que nos dois outros anos seria do

PMDB, que foi o que aconteceu com Michel Temer (deputado federal pelo PMDB/SP, presidente da Câmara no biênio 2009/2010]. Então não foi critério deste último quadriênio e esse, certamente, não será o critério determinante. Mas isso nós vamos discutir posteriormente, até porque eu acho que quem for o presidente da Casa neste momento de resgate do poder legislativo, de recuperar as suas prerrogativas, devia ser um candidato de consenso da instituição e não um candidato de partido, de dois partidos ou de governo. Eu sonho com essa formulação. Mas vamos deixar para depois da eleição, que agora nós temos que ganhar a campanha, se Deus quiser. O senhor defende que a ministra DilmatenhadoispalanquesnoRN, em face das divergências locais? Não. Vai ser um palanque só, nós já nos reunimos ontem (quinta-feira) e já definimos isso para quando ela vier aqui ou o presidente Lula. Agora durante esse período que eles não vêm aqui eu propus, e foi aceito, a descentralização. Nós temos 167 cidades pa-

ciente e a imprensa realize um trabalho de advertência, de convocação e conscientização. Mas o processo político provou, nesta eleição, ser muito confuso. Uma falta de coerência mais definida. Você chegava em um palanque e tinha um estadual que aprovava Iberê, o outro Rosalba, o outro Carlos Eduardo, e isso confunde muito a cabeça do eleitor. Tem que partir para o financiamento público e nós temos que fazer uma completa reformulação no processo político-eleitoral. Vamos ver se já que vai partir para uma reforma definitiva talvez antes seja interessante permitir que cada um fique onde quer ficar, já que hoje estão todos por sobrevivência, se acomodando nos partidos. Talvez em uma coisa verdadeira, clara e definitiva o primeiro passo seja dar liberdade para cada um se colocar ou por coerência ou ideologicamente. Então essa questão vai ficar para um segundo momento e a senadora Rosalba poderá definir com seus companheiros o que é melhor para sua vida política, partidária e eu acho que não é a hora de se pensar, nem de longe, nesse assunto.

Tenho várias bandeiras que eu vou assumir logo e espero já tratar desses assuntos com Dilma Rousseff eleita no segundo turno, logo na sua posse”

ra andar e é muito melhor, em vez de ficar todo mundo indo para um canto só, ir cada partido e seus representantes para um lugar diferente para que possamos atingir o maior número de cidades e de eleitores. O PMDB, por exemplo, já está se organizando para a partir do dia 15 ou 16, fazer o seu roteiro em 15 dias, realizar um mutirão no Estado. Ontem, a deputada Sandra [Rosado, deputada federal] me ligou dizendo que queria participar com a deputada Larissa [Rosado, deputada estadual], e me parece que outros partidos aliados poderão participar nesta vertente. Há uma possibilidade de se abrir uma janela partidária em uma eventual reforma e a posição da governadora eleita sempre foi de uma oposição moderada ao presidente Lula.Abrindo essa janela, o senhor acha que o PMDB pode ser uma possibilidade para ela? Eu não diria isso. Primeiro o que nós temos que fazer é uma reforma política. Quem vier a ser o presidente da Câmara o item obrigatório, número 1, deve ser a reforma política. Nós não podemos mais enfrentar eleições no modelo que está, embora o eleitor mais cons-

Qual o maior desafio,na sua opinião,da próxima bancada federal do Rio Grande do Norte? Eu já tenho vários desafios como deputado federal. Tenho várias brigas, no bom sentido, que eu vou comprar. Tenho várias bandeiras que eu vou assumir logo e espero já tratar desses assuntos, com Dilma eleita no segundo turno, logo na sua posse. Há vários desafios que não podem esperar. Primeiro a consolidação do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Eu tenho boas notícias. Eu estive com a Anarc anteontem (quarta-feira) e até o final do mês vai ser remetido para o Tribunal de Contas, para a finalização do modelo do edital, pós audiências públicas e consultas realizadas. O Tribunal de Contas tem dois meses para finalizar a sua análise, vamos tentar encurtar para um mês. Eu vou lá para dentro pedir aos ministros que, com todo o rigor e critério, se puderem agilizar o processo é do interesse do nosso Estado. Então acho que no mais tardar em janeiro esse edital está nas ruas. Eu acho que vai ser um RN antes e depois desse aeroporto. Uma obra de um bilhão de reais, que vai gerar 30 mil empregos, vai ser o aeroporto mais mo-

derno do Brasil, de cargas e passageiros. Vai ser a porta de entrada e saída do mundo, que me desculpe São Paulo e Rio de Janeiro. Tem também as duas ZPEs de Assu e Macaíba, instrumentos econômicos importantíssimos para desenvolver o estado do ponto de vista econômico e industrial. Nós temos outra questão gravíssima que é o novo Porto para o Rio Grande do Norte. O que está aí está esgotado a sua capacidade. Nós estamos perdendo espaços para os Portos de Pecem e Suape, afetando, portanto, a economia do nosso Estado. Esse trânsito caótico de Natal não pode continuar e tem espaço para o metrô de superfície. Há um projeto já pronto, da ordem de 200 milhões de reais, que está engavetado, e nós temos que buscar porque esse trânsito tende a se agravar com o passar dos anos. Tem também a questão da Transposição do Rio São Francisco, que precisamos consolidar a sua segunda etapa, que vai entrar no nosso Estado. A duplicação da BR-304 já se impõe pelo risco que a BR hoje já proporciona pelo seu estreitamento. Então já são aí processos de grande monta de recursos, mas serão desafios imediatos que eu espero que não sejam só meu, mas da bancada, da governadora, do Rio Grande do Norte. Se Deus quiser eu espero contar para essas soluções com o vice-presidente Michel Temer que eu asseguro ao RN, se eleita a ministra Dilma, um braço direito em favor do nosso Estado. O PMDB vislumbra disputar 2012 e 2014 com candidato próprio? Nós aprendemos nessa eleição duas lições. A necessidade do partido ter em cada eleição sua cara, suas ideias, seus projetos, para ganhar ou perder, mas é sempre bom e um partido se revitaliza e cresce quando está presente. Eu acho que nós cometemos alguns erros no passado recente por não termos um candidato próprio do PMDB. Essa é uma questão que eu quero colocar no âmbito do partido, mas certamente eu acho que seria importante para um partido do tamanho do PMDB no Brasil e, hoje, no Estado, que ele pense nas eleições futuras em uma candidatura própria. O senhor já visualiza nomes? De jeito nenhum. Nem sei se essa tese é vitoriosa porque nós temos aliados nesta eleição que postulam. Nós temos candidaturas postas como a prefeita de Natal, que deve postular a sua reeleição. Temos o ex-prefeito Carlos Eduardo que nós sabemos postula também retornar à prefeitura de Natal. Temos a ex-governadora Wilma, que não sabemos se pensa nisso, e foi de partido aliado nesse processo. Então não vamos nem mexer nisso. Mas eu acho que o PMDB, que já cresceu tanto no Estado e tem uma posição hoje tão amadurecida e respeitada, precisa pensar nisso: Se quer ampliar e crescer para o futuro, deve disputar eleições majoritárias a partir do próximo pleito.


Domingo | 10 de outubro de 2010

política

[ ELEIÇÕES 2010 ] Na disputa por uma vaga

no Congresso, professor evita o corpo a corpo

Ex-BBB é eleito com menor percentual de votos do país R io de Janeiro (AE) - Para ganhar R$ 1 milhão na final do Big Brother Brasil 5, o baiano Jean Wyllys expôs sua vida na TV por três meses e conquistou o apoio de 55% dos telespectadores do programa. Na disputa por uma vaga no Congresso, o tímido professor universitário evitou fazer corpo a corpo nas ruas nos três meses de campanha, mas foi eleito deputado federal pelo PSOL com apenas 0,16% dos votos do Estado do Rio. Em 2011, Jean chegará à Câmara como o parlamentar que conseguiu se eleger com o menor porcentual de votos do País - mas garante que os números não diminuem os méritos de sua candidatura. Apesar de ter ficado famoso no reality show, o nome do programa sequer foi citado por Jean em panfletos e nos breves sete segundos a que tinha direito na propaganda eleitoral de seu partido. “Eu fiz uma opção que tornou a minha campanha muito difícil, mas quis deixar claro desde

o início que a candidatura era do cidadão e não da celebridade”, afirma. “Diziam que eu era burro, que eu deveria explorar isso para aumentar o meu potencial de votos, mas eu me recusei a fazer isso. Me recusei até a fazer a barba”, conta o professor, que não usava barba quando venceu o reality show. Com 13 mil votos, Jean foi o segundo candidato a deputado federal mais votado do PSOL fluminense, o que lhe garantiu a vaga na Câmara. A legenda conseguiu duas vagas pelo Estado graças à votação expressiva do deputado Chico Alencar, reeleito com 240 mil dos 320 mil votos que o partido recebeu no Rio. “Não estou indo na carona de ninguém. Eu contei com os votos do Chico, com os meus votos e com os votos dos meus companheiros de partido. Eu batalhei muito para ser o segundo candidato mais votado do PSOL”, diz Jean. “Se a legislação determina que o mandato é do partido, nada mais justo que a vaga vá para o segundo mais votado da legenda.”

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 5


6 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

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Domingo | 10 de outubro de 2010

ENTREVISTA / ROGÉRIO MARINHO / DEPUTADO FEDERAL

‘Candidatura depende do 2º turno’ Qual a leitura que o senhor faz das urnas do Rio Grande do Norte no pleito 2010? O Rio Grande do Norte tem uma forma de se comportar ainda muito tradicional tanto é que houve renovação de quase a unanimidade da bancada com a minha exceção, no caso do pleito federal. Os candidatos eles são ligados a estruturas convencionais e raramente alguém consegue furar esse cerco, que foi o caso do futuro deputado Paulo Wagner, dentro da conjuntura e das circunstâncias que ocorreram. Saindo das eleições proporcionais, a eleição dos dois senadores, José Agripino e Garibaldi Filho se deram por algumas circunstâncias que pareceram muito claras durante a campanha. A primeira foi a união dos dois senadores José Agripino Maia e Garibaldi Filho. A sintonia e sinergia entre os dois funcionou, o segundo voto foi passado de um para o outro e isolou a candidatura da ex-governadora Wilma de Faria. Aliado ao fato de que a população julgou os últimos oito anos da administração atual, principalmente o segundo governo. O governo perdeu a capacidade de protagonismo político, perdeu uma série de aliados, perdeu a sua capacidade de investimento com recursos próprios, fez com que o Estado estivesse loteado em comportamentos estanques, foram feudos dentro de secretarias. Esse período que antecedeu a eleição sem definição do governo sobre quem se-

FOTOS:JÚNIOR SANTOS

ANNA RUTH DANTAS repórter

O

deputado federal Rogério Marinho não conseguiu a reeleição, mas sai das urnas de 2010 já como um provável candidato a prefeito de Natal. O projeto, freado em 2008 por determinação do grupo da ex-governadora Wilma de Faria, ao qual pertencia, agora parece mais próximo do presidente estadual do PSDB, principalmente caso José Serra seja eleito presidente da República. Na candidatura nacional tucana, Marinho deixa de ser o coordenador estadual para se tornar o coordenador da região Nordeste, ao lado do senador paraibano Cícero Lucena. O deputado federal admite que o projeto político a partir de agora passa pelo resultado da eleição para presidente da República. “Passado o processo (do segundo turno) você vai ter dois cenários distintos. Um primeiro cenário que para nós seria muito mais favorável, seria a eleição de José Serra. E o segundo a eleição da nossa adversária. Diante da nova situação vamos nos posicionar em relação ao futuro do nosso partido”, frisa o parlamentar, que teve mais de 36 mil votos para deputado federal no colégio eleitoral de Natal. Rogério Marinho é comedido ao analisar a situação da sua ex-líder política Wilma de Faria (PSB), que perdeu a disputa para o Senado Federal, e da prefeita de Natal Micarla de Sousa (PV), que naufragou no projeto de eleger o marido (Miguel Weber) para deputado estadual, e a irmã (Rosy de Sousa) para deputada federal. Sobre Wilma, ele alerta: “Ela não pode ser considerada carta fora do baralho”. Já a prefeita de Natal, o deputado federal do PSDB acredita que “ainda é tempo de recuperar a administração”. Sobre o pleito 2010, a estratégia da candidatura de José Serra, no Nordeste, e o futuro eleitoral, Rogério Marinho concedeu a seguinte entrevista à TRIBUNA DO NORTE. putado Betinho ser atuante e ter uma relação forte com o meio produtor rural. Ele tem votação expressiva em Mossoró.

ria o candidato, essa autofagia interna, prejudicou a candidatura do atual governador Iberê Ferreira. E há uma fadiga de material natural, aliado ao fato de que nós temos hoje um apagão na educação pública. Somos um dos últimos Estados da Federação em proficiência de ensino, temos péssimos índices de atendimento na saúde pública. Temos ainda o fato de que o Governo e nossa classe política, na qual eu me incluo, talvez tenha sido culpada a não obtenção de ganhos importantes do Estado em projetos macroeconômicos estruturantes. Nós fomos passados para trás na questão da refinaria de petróleo, na questão do porto. A eleição proporcional é injusta? O senhor teve 105 mil votos e não ganhou, Paulo Wagner (PV) teve 55 mil votos e é deputado federal eleito. As regras do jogo foram estabelecidas antes do jogo começar. Então não posso aqui estar dizendo que não sabia. O que aconteceu foi que as circunstâncias fizeram com que a coligação fosse aquela em que participei e que propiciaram esse embate entre o

deputado Rogério Marinho e o deputado Betinho Rosado pela última vaga, que era uma questão enunciada previamente. Não tenho, como você sabe, nenhuma estrutura formal mais poderosa. Eu comecei a campanha com 11 prefeitos, terminei a campanha com 4 prefeitos. Então não tinha blindagem, não tinha proteção. Não tinha estrutura de proteção de grande liderança, porque hoje sou líder de mim mesmo. O fato do deputado Paulo Wagner e Sandra Rosado terem tido menos votos que eu e terem sido eleitos faz parte do processo político, que não houve a reforma política. Mas mesmo havendo a reforma política eu não defendo essa questão dos mais votados ganharem a eleição. Minha proposta é um voto distrital. O senhor disputou diretamente com o cunhado da governadora eleita, deputado Betinho Rosado (DEM).Foi um jogo desigual? Naturalmente há uma perspectiva de poder. Vários apoiadores que certamente optaram por sua candidatura fizeram em função da possibilidade real da governadora Rosalba ser governadora e exercer o cargo. Além do fato do de-

Por que a mudança de comando de José Serra no Rio Grande do Norte,passando do senhor para os senadores José Agripino (DEM) e Rosalba Ciarlini (DEM)? Muito natural. Agora é outra eleição. No primeiro turno existiam várias candidaturas, as candidaturas majoritárias, proporcionais. Então cada candidatura evidente que por instinto e sobrevivência se preocupou com suas candidaturas. Os Democratas deram sua parcela de contribuição. Inclusive em vários eventos em que participei ao lado da futura governadora Rosalba Ciarlini testemunhei ela pedir voto para a candidatura de Serra. O senador José Agripino foi vitorioso, tem poder de aglutinação no Estado muito maior do que o PSDB. Os Democratas aqui ganharam o Governo do Estado. Somos aliados dos Democratas, não temos nenhum problema em somar e multiplicar. O fato do senador José Agripino e, quando voltar de viagem, a governadora Rosalba Ciarlini comandarem o processo no Estado é benéfico para candidatura de Serra. Tivemos quase 30% dos votos válidos e era minha expectativa. Junto com a senadora Marina Silva tivemos 49% dos votos do Estado. Ou seja, a possibilidade de virarmos a eleição é concreta. Note que o voto dado a Serra e Marina se deu principalmente nas regiões mais escolarizadas e, portanto, com menos fragilidade econômica. A votação de Dilma se deu nos pequenos municípios, onde a população é mais dependente dos programas sociais do Governo. Vários dos prefeitos pequenos tem hoje uma relação política com o futuro governo. O senhor concordaria que Rosalba e José Agripino fizeram, no primeiro turno,uma campanha “descolada”de Serra no Estado? Cada campanha tem suas peculiaridades. Nas vezes em que participei o senador José Agripino pediu voto para Serra, a mesma coisa a governadora Rosalba Ciarlini, mas evidente que eles se preocuparam também com as suas candidaturas. Esse primeiro turno foi assim não só no Rio Grande do Norte, foi assim em Estados importantes como Paraná, Minas Gerais. Então, as circunstâncias do nosso processo eleitoral existem campanhas coladas, pleitos proporcionais e majoritários conjuntos confundem um pouco a cabeça do elei-

polariza o Brasil. Temos presença em vários municípios do Rio Grande do Norte e responsabilidade de organizar o partido. Não posso fazer de projeto político pessoal um projeto político do partido. Isso evidente que passa por discussão durante os cenários que vão ocorrer após a eleição do segundo turno. No Nordeste,onde reside a preocupação de Rogério Marinho enquanto coordenador regional da campanha de José Serra? Primeiro o Estado do Rio Grande do Norte estará em muito boas mãos com o senador José Agripino e a senadora Rosalba Ciarlini. Tenho absoluta convicção de que vamos ganhar a eleição no Rio Grande do Norte. O Ceará, Maranhão, Pernambuco e Bahia que são os Estados de maior densidade eleitoral e onde tivemos o maior insucesso nas urnas irão merecer uma atenção maior nas ruas. O Estado potiguar foi 51% a 49%. As regiões metropolitanas e capitais tivermos boa performance, nossa performance não oi boa nos pequenos municípios. Vamos melhorar nossa performance no segundo turno. Temos no Piauí candidato competitivo, em Alagoas o Teotônio Vilela, o resultado em Alagoas e Sergipe foram muito substanciais para nossas candidaturas. Junto com nossos aliados os Democratas, PPS, PMN, dissidentes do PMDB e várias lideranças que fazem parte de partidos que não estão aliados conosco e se in-

tor. Para ganhar eleição tem que ter estratégia. A estratégia dos Democratas no primeiro turno foi priorizar as campanhas proporcionais e majoritárias do Estado e no segundo turno todos estaremos juntos e unidos para ganharmos as eleições no Rio Grande do Norte. Atépoucotempoosenhorintegrava o grupo de Wilma de Faria,derrotada no pleito de 2010.Como o senhor avalia a situação da sua exlíder política Wilma de Faria? A ex-governadora Wilma de Faria fez suas escolhas. O insucesso ou sucesso é contingência da disputa eleitoral. Se assim não fosse não haveria eleição, haveria nomeação. Não acredito que a exgovernador Wilma de Faria é uma carta fora do baralho. Pelo contrário, ela é uma liderança política que teve muito mais vitória do que derrota na sua biografia, que tem dentro do Rio Grande do Norte. Uma questão que cabe a ela e a seu grupo, mas se ela tiver uma vontade de exercer essa liderança, esse protagonismo ela será e terá um peso político nas eleições de 2012 e 2014 e cabe a ela avaliar. E com relação ao desempenho da prefeita de Natal, Micarla de Sousa,neste pleito de 2010? A prefeita se comportou com muita discrição. Ela apresentou candidaturas proporcionais a deputado federal e a estadual, seu partido o PV apresentou. Acredito que nesse momento ela está fazendo uma avaliação do resultado do pleito. É verdade que ela passa por dificuldades administrativas, mas ela está no seu segundo ano de mandato. Nós já vimos exemplos, o próprio ex-prefeito Carlos Eduardo, que em uma ocasião similar, no segundo ano do segundo mandato, e conseguiu superar as adversidades. Micarla tem aí as obras de mobilidade da Copa do Mundo. Acredito que ela vai fazer um grande esforço para reverter a questão da saúde que tem deixado a desejar, a questão da qualidade do ensino, os problemas relacionados a infra-estrutura da cidade. Ainda faltam dois anos e dois meses de mandato. Espero e desejo, sinceramente, que essas coisas mudem. O PSDB hoje participa da administração de Micarla de Sousa? Não. Nós estamos na administração talvez com 3 ou 4 cargos comissionados de terceiro escalão. Mas isso foram circunstâncias administrativas que ocorreram durante o processo. Nosso indicado para Secretaria de Turismo (Fran-

cisco Soares Júnior) precisou sair da administração em função de problemas pessoais e nós não indicamos o sucessor. Hoje o senhor já visualiza 2012? Nesse momento eu visualizo o segundo turno das eleições para Presidência da República. Na segunda-feira passada fomos convocados pelo presidente do nosso partido Sérgio Guerra e pelo candidato José Serra e fomos para São Paulo. Lá nós recebemos a incumbência de trabalhar a organização e estruturação da campanha no Nordeste. Segunda-feira estaremos retornando a São Paulo. Hoje sou o coordenador da campanha juntamente com o senador Cícero Lucena. Estamos extremamente motivados e fazendo um trabalho muito forte. No segundo turno da eleição anterior a campanha foi para as ruas dez dias depois. Desta feita a campanha já está na rua. A reunião que tivemos em Brasília foi extremamente motivadora. Mas falando diretamente,o deputado Rogério Marinho já pensa em ser candidato a prefeito de Natal? O deputado Rogério Marinho pensa em fazer um bom segundo turno e eleger José Serra presidente da República. Passado o processo você vai ter dois cenários distintos. Um primeiro cenário que para nós seria muito mais favorável, que seria a eleição de José Serra. E o segundo a eleição da nossa adversária. Diante da nova situação vamos nos posicionar em relação ao futuro do nosso partido. Hoje tenho responsabilidade que não é só com minha vida pessoal. Hoje sou líder de um grupo político. Hoje presido um partido político que, inclusive,

tegraram a nossa campanha, vemos uma onda muito positiva. José Serra virá ao Estado? É nossa vontade e vamos trabalhar para isso. Para que ele venha não só ao Rio Grande do Norte mas a todos os Estados do Nordeste e, inclusive, se comprometa com os Estados do Nordeste, individualmente, com projetos estruturantes que possam ser resgatados durante o curso da sua administração para que não corramos o risco do que ocorreu nos oito anos da administração de Lula, onde os grandes projetos passaram ao largo do Rio Grande do Norte. Algum motivo de arrependimento nessa campanha eleitoral? Em 1960 alguém perguntou algo semelhante a o meu avô Djalma Marinho quando ele perdeu. Ele disse: meus adversários tiveram mais votos que eu. Não tenho arrependimento, as posições que assumi as fiz de maneira consciente em função do que pensava. As opções que tive e as decisões que tomei as tomei em respeito ao Estado do Rio Grande do Norte e a nossa história política, querendo fazer uma política maior, diferente. Nosso Estado precisa debater propostas que melhorem a situação do nosso Estado.

A estratégia dos Democratas no primeiro turno foi priorizar as campanhas proporcionais e majoritárias do Estado e no segundo turno todos estaremos juntos e unidos para ganharmos as eleições no RN”


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[ PARQUE DE EXPOSIÇÕES ] Anorc estima que cerca de 5 mil animais estão expostos no Aristófanes Fernandes e poderão ser vistos até o próximo sábado

Gaudêncio Torquarto gaudenciotorquato@tribunadonorte.com.br

Lições do primeiro turno uito já se escreveu sobre o pensar do nosso povo. E sobre o caráter vago, fluido, indeterminado e misterioso dos habitantes deste pedaço dos Trópicos. Quando se espera que a resposta do homem das ruas a uma questão trivial seja um “sim”, o interlocutor se depara com um surpreendente “não”. Ou vice-versa. A troca de sinais e a recorrente falta de precisão nas afirmações – que embalam brasileiro no rótulo do “mais ou menos” – remetem para a antropológica análise de Darcy Ribeiro, ao lembrar que “essa massa de nativos, depois de viver por séculos sem consciência de si, afundada na ninguendade”, até hoje tenta consolidar a identidade étnico-nacional. E, na dura busca de seu destino, não se apega a nenhum passado. Arremata o celebrado autor de O Povo Brasileiro: “estamos abertos é para o futuro”.

M

O último curto-circuito foi a alta abstenção no Nordeste, onde o voto dilmista é denso. Atropelados por informações desencontradas (documentos para votar) e com receio de errar o voto em seis candidatos, 24 milhões preferiram não arriscar, contribuindo para levar o pleito ao 2º turno”.

No meio das análises a respeito da disputa de 3 outubro, o ensinamento do espirituoso Darcy, que na década de 1990 animou o Senado Federal com sua perspicácia, parece muito oportuno. O povo mostrou, mais uma vez, que o dito pode ser desdito, que sinalizações nem sempre apontam para a direção correta e verdades não passam de mera fantasia. O que mais chamava a atenção era a previsibilidade do pleito. Esta característica ficou mais acentuada agora do que em 2006, quando o favorito Lula disputou o 2º turno com Alckmin. Há menos de um mês a previsão de vitória da candidata Rousseff se fazia praticamente unânime entre especialistas e institutos de pesquisa. O que teria ocorrido para desmanchar a certeza? Razões começam a ser apontadas, mas a hipótese do eleitorado querendo protelar o desfecho para rever os horizontes do futuro parece razoável. A crença de que o eleitor não aceita “jogo de cartas marcadas” – na esteira da historinha de Garrincha sobre a necessidade de combinar a jogada com os russos – é reforçada quando se consideram pelo menos seis fatores: a despolitização; a agenda polêmica; a auto-suficiência dos dirigentes petistas; a marola verde; a opinião pública; e a abstenção. De início, vale lembrar que o processo eleitoral é um continuum de movimentos, mensagens e atitudes que se conjuminam para formar um discurso captado pelos conjuntos eleitorais sob duas maneiras: a primeira é a estética da campanha, abrigando cores, símbolos, cenas da paisagem e comportamentos dos candidatos; a outra comporta as falas dos contendores. Vamos lá. Alguém sabe, nesse momento, distinguir propostas dos candidatos a não ser vagas lembranças sobre saúde, educação, transportes, segurança etc? Os mosaicos dos programas eleitorais dificultaram a percepção de diferenças. Debates monótonos e de pouca audiência foram avaliados a partir da performance de cada um. Identidades individuais sobrepujaram idéias. As mãos de Serra, batendo contra o peito, em reforço ao discurso do “eu, eu, eu vou fazer isso e aquilo”, ganharam tanta evidência quanto a dor nas pernas que afetou a locomoção da ex-ministra Dilma. No campo das ideias, o realce foi para a questão do aborto, sobre a qual se desfechou um ataque viral nas redes sociais envolvendo a candidata governista. O tema da defesa da vida foi o que mais sensibilizou famílias e credos. Estabelecer nexo entre candidatos e valores, sob o argumento de que defendem posições contra o ser humano ou ferem tradições sagradas do povo, tem sido estratégia eficaz do marketing político. Ao longo dos anos, o PT recorreu à pautas polêmicas. E

quando procura desfazer o elo que o conecta a conceitos que sofrem forte rejeição, acaba não alcançando bons resultados. Por isso, continua a trilhar na corda bamba, apesar de continuar a amealhar votos que o deixam no primeiro lugar do ranking. A auto-suficiência petista atingiu o clímax. Nunca se exibiu tanta onipotência em campanha quanto neste primeiro turno. Lula, vestindo o manto de São Jorge, brandiu a espada para degolar os “dragões da maldade”. Colocou fora de combate guerreiros adversários como Arthur Virgílio, Tasso Jereissatti e Heráclito Fortes. Mas o fez de maneira tão contundente, amparado em verbo conjugado por agressividade, que até companheiros não tão suaves como Roberto Requião registraram o feito com preocupação. O presidente não consegue se livrar da troca de gestos. Posiciona-se acima de radicais, acalma bolsões carentes com projetos de distribuição de renda, proclama o ideal libertário, defende elevados valores da Cidadania e eleva o nome do Brasil a um alto patamar no concerto das Nações. Na cena seguinte, porém, desce ao palanque do ataque virulento contra elites, imprensa, adversários, deixando uma interrogação na mente de segmentos cooptados ao longo do mandato. A onipotência abriu frentes de contrariedade. A própria senadora eleita, Marta Suplicy, reconhece: “fomos arrogantes”. Os parceiros da aliança queixam-se (com razão) de terem sido alijados da campanha. Era de se esperar, portanto, que aglomerados urbanos, de voto racional, insatisfeitos com as bandas em litígio e atingidas por águas sujas (affaire Erenice), embarcassem na canoa verde, conferindo a Marina Silva o trono ético que aglutinou cerca de 20 milhões de votos. Nesse ponto, convém destacar o efeito da pedra jogada no meio do lago. Ondas foram se formando até às margens sociais, o que explica o engajamento de parcelas da emergente classe C na corrente de Marina. Tal fenômeno se tornou possível graças à ressonância da mídia. Os balões da opinião pública foram inflados e, mais uma vez, a tese de Lula – “nós não precisamos de formadores de opinião, porque nós somos a opinião pública”- foi desconstruída. O último curto-circuito foi a alta abstenção no Nordeste, onde o voto dilmista é denso. Atropelados por informações desencontradas (2 documentos, 1 documento) e com receio de errar o voto em seis candidatos, 24 milhões de eleitores preferiram não arriscar, contribuindo para levar o pleito ao 2º turno. E assim, as lições do primeiro turno ensinam que, na história do voto, não há fonte mais poderosa que o povo.

Festa do Boi espera receber 400 mil visitantes este ano manhã do primeiro dia da 48ª edição da Festa do Boi foi de finalização para expositores, nos cerca de 300 estandes montados no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes. O evento segue até o próximo sábado e deverá receber a visita de 400 mil pessoas, atraídas pela extensa programação de exposições, leilões e shows musicais. Entre as atrações deste ano, uma fazenda modelo deverá encantar particularmente às crianças que passarem pelo parque de exposições durante esta semana. No espaço, montado pela Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE), a Emater e a Emparn fazem demonstrações de diferentes pontos da cadeia produtiva do agronegócio, bem como de formas de preservação dos recursos naturais. No local, o visitante encontra vestimentas típicas da região Nordeste, ferramentas de trabalho no campo, conhece um pouco sobre os métodos de plantio, a gastronomia e costumes das fazendas. Há também a opção de conhecer o funcionamento de uma casa de farinha, degustação da gastronomia regional, entre outras atividades. O espaço conta com uma horta orgânica, um secador solar para fenos triturados e culturas tradicionais no Rio Grande do Norte, apresentadas para o público através de pequenas plantações de milho, feijão, sorgo, girassol,

ALEX FERNANDES

A

Cerca de 5 mil animais estão expostos no Parque Aristófanes Fernandes entre caprinos e bovinos

algodão, mamona e palma. Além disso, há o Museu do Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, onde estão dispostas nas paredes diversas fotos de edições anteriores da Festa do Boi, nas quais fica clara a evolução do agronegócio potiguar. ANIMAIS Dentro da fazenda modelo há

espaço também para os animais, com um curral de caprinos da raça Canindé, nativa do Nordeste do Brasil. Os exemplares adultos desses animais podem chegar a pesar entre 35 quilos e 40 quilos, no caso das fêmeas, e entre os machos o peso médio varia entre 45 quilos a 55 quilos. Considerando toda a Festa do Boi deste ano, a Associação Norte-

[ OPERAÇÃO ] Equipe chegou aos acusados através de uma denúncia

anônima. A maconha prensada já estava pronta para ser distribuída

PM apreende 25 quilos de maconha e prende três partir de uma denúncia anônima, três viaturas do 4º Batalhão da Polícia Militar do Rio Grande do Norte fizeram diligências na rua do Salmo, na casa de número 47-A, na comunidade Alto da Torre, na Zona Norte de Natal, onde apreenderam 25 quilos de maconha prensada, já pronta para ser distribuída ou fraccionada em tabletes para abastecer o tráfico de drogas. Durante a operação, ocorrida por volta das 9 horas de ontem, por policiais da viatura de nº 433 e os carros de oficiais de serviço nº 7 e 8, foram presos três acusados do tráfico Alexsandro de Oliveira Vicente, de 23 anos, que diz não ser dono da maconha, mas a sua mãe, de nome Helena e que fugiu ao ver a presença da Polícia; João Batista Luiz da Silva, de 34 anos e ainda Flaviele dos Santos Soares, que é namorada de Alexsandro Vicente. Com eles também foram encontrados três aparelhos de telefone celular e mais 13 carregadores de celular, que a polícia su-

JÚNIOR SANTOS

A

riograndense de Criadores (Anorc) estima que cerca de 5 mil animais estão expostos no Aristófanes Fernandes, entre bovinos, caprinos, ovinos e equinos. Durante a realização do evento, o parque de exposições abre às 6h e o acesso é gratuito até às 13h. A partir deste horário passa a ser cobrada uma taxa de R$ 4 para adultos e R$ 2 para crianças.

[ PASSO DA PÁTRIA ]

Prefeitura assina convênio com Adic prefeita do Natal, Micarla de Sousa, assinou no início da noite de sexta-feira (8), no Salão Nobre do Palácio Felipe Camarão, convênio com a Associação para o Desenvolvimento de Iniciativas de Cidadania do Rio Grande do Norte (Adic/RN). O convênio tem como objetivo firmar uma parceria com as secretarias municipais de Saúde (SMS) e Educação (SME), que cederão 11 profissionais, sendo dois servidores da Saúde (um psicólogo e um assistente social). Outros nove servidores serão cedidos pela SME (um psicólogo, um assistente social, dois professores para alfabetização de crianças, dois professores para o ensino fundamental I, um professor para a informática, um educador físico e um pedagogo). Estes profissionais atuarão em uma escola que está em construção na comunidade do Passo da Pátria, onde funciona a instituição e que deverá ser entregue até o final do próximo mês de novembro.

A

Três pessoas foram presas durante a operação,acusadas de tráfico

põe que tinham sido de celulares roubados e depois vendidos para financiar o tráfego da droga. Os três foram autuados em flagrante delito pelo delegado Jorge Lobo, que estava respondendo ontem de manhã pela Delegacia de Plantão da Zona Norte. Segundo os policiais militares, que fizeram a apreensão da maconha, em bairros como o Al-

aTODAS utoASsSEXTAS & NA

motores

TRIBUNA DO NORTE

to da Torre e a chamada favela do Zé Sarney, são ambientes propícios ao tráfico de drogas e a existência das chamadas “bocas de fumo”, devido às construções irregulares e vielas, que facilitam a fuga dos traficantes ante à presença da Polícia, ao contrário de outros bairros, onde é mais fácil a identificação numérica das casas.


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RODRIGO SENA

[ MEIO AMBIENTE ] Sustentabilidade deverá

ser o diferencial na escolha dos consumidores

Consumo sustentável já pressiona indústria CIRCE BONATELLI Agência Estado

ão Paulo (AE) - A Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas) lançou um alerta, durante encontro empresarial em São Paulo, sobre o aumento das exigências ambientais que vão recair sobre o setor de embalagens e demais setores produtivos nos próximos anos. Os principais pontos de pressão vão partir do próprio consumidor, que tende a dar preferência por produtos mais sustentáveis, e por novas regulamentações de órgãos públicos direcionadas para empresas que causarem grandes danos ambientais. “A sociedade percebe os danos da ação dos mercados e pressiona por medidas mitigadoras, como foi o caso da discussão sobre mudanças climáticas”, afirmou Renault de Freitas, diretor executivo da Abralatas. Por conta disso, produtos que agregam inovações sustentáveis tendem a ganhar espaço nas casas de consumidores e também nas prateleiras das redes varejistas. Nos Estados Unidos, por exemplo, as decisões de compra do Walmart já passaram a preterir produtos sem o mínimo de 10% de teor reciclado na composição. Freitas também lembrou que a atividade empresarial deverá se adaptar cada vez mais a normas reguladoras do governo, como a recente Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada neste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Diante do aquecimento do mercado de alimentos e bebidas, a indústria de latas de alumínio prevê investir R$ 738 milhões até março de 2011 no aumento da produção, segundo o diretor da Abralatas. Com o investimento, o setor espera expandir a produção anual de 16 bilhões de unidades em 2010 para 24 bilhões em 2011. Freitas defendeu que parte desses recursos devem ser direcionados a inova-

S

ções tecnológicas para diminuir o consumo de matéria-prima e energia elétrica na fabricação das latas, além de privilegiar a reciclagem e a reutilização das diversas embalagens. Como exemplo de medidas já realizadas, ele citou a redução da quantidade de alumínio utilizada na fabricação das latinhas. De acordo com o estudo apresentado na semana passada pela Associação do Alumínio, organização sediada nos Estados Unidos, a matriz americana conseguiu diminuir em 15% a quantidade do metal presente em cada lata, se comparada com a mesma unidade fabricada em 1993. No mesmo período, a emissão de gases efeito estufa na fabricação das latas recuou 44%. O vice-presidente de Comunicação da Associação do Alumínio, Steve Gardner, elogiou ainda o índice de 91,5% de reciclagem das embalagens de alumínio no Brasil. Este é o índice mais alto do mundo, à frente dos EUA, onde apenas metade das latinhas é reciclada, um valor abaixo da média mundial de 69%. Uma das principais vantagens da reciclagem, segundo Gardner, é que o uso do alumínio reciclado diminui em até 95% o gasto de energia no processo de produção de novas latas. Entre os materiais utilizados em embalagens, as latas têm o maior índice de reciclagem. Em seguida vêm as garrafas de plástico (54,8%), vidro (47%) e papel cartão, usadas para sucos e chás (26,6%). Durante o encontro em São Paulo, a Coca-Cola anunciou que vai reforçar a presença das garrafas de vidro no mercado, como medida para aumentar a reciclagem e reutilização do material. “Uma garrafa dura em média cinco anos e diminui o carbono que seria emitido na fabricação de novas unidades”, disse Rino Abbondi, vice-presidente de Técnica e Logística da Coca-Cola no Brasil.

Destino das latas de alumínio será debatido em evento As condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis e a sustentabilidade da lata de alumínio para bebidas são os principais temas do Ciclo de Debates que será promovido, a partir deste mês, em três capitais brasileiras. O objetivo é discutir o papel da lata no desenvolvimento sustentável do país, seja na melhora da renda dos catadores e de suas condições de vida, seja no debate sobre o impacto das embalagens no meio

ambiente. Os primeiros encontros serão realizados em Natal (16 de setembro) e Curitiba (30 de setembro), com a participação de associações de catadores, representantes de cooperativas e ONGs, e autoridades federais e locais. Nos seminários serão apresentadas propostas para garantir melhor renda e organização dos catadores, além de estimular e valorizar a atuação destes profissionais na questão ambiental.

Uma das tendências da indústria é a reutilização de garrafas para reduzir a quantidade de alumínio usado na fabricação das latas


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[ 12 DE OUTUBRO ] Enquanto fiéis agradecem à Nossa Senhora Aparecida, crianças e adolescentes em situação de rua aguardam providências para terem o que comemorar no futuro

Um dia dedicado a fé dos católicos e às crianças RICARDO ARAÚJO Repórter

ma das datas mais esperadas pelo comércio tem muito mais a revelar do que os brinquedos expostos nas vitrines das lojas, que enchem de brilho o olhar das crianças que por elas passam. O dia 12 de outubro alia fé e esperança. Fé, daqueles que agradecem Nossa Senhora Aparecida pelas graças alcançadas, sejam eles crianças, adultos ou idosos. Esperança, das crianças e adolescentes em situação de rua que lutam pela sobrevivência enquanto aguardam uma política pública que os retire das margens da sociedade. No mês das crianças, as lojas renovam seus estoques na busca do lucro cada vez maior e os pais com uma condição financeira mais acessível, presenteiam seus filhos, conforme tradição da data. Porém, outra realidade pode ser vista nas ruas: a das crianças sem estrutura familiar adequada, carentes de recursos e de familiares para comemorar o dia exclusivo delas. Para a doutora em Psicologia do Desenvolvimento, Normanda Araújo de Morais, os pais estão deixando de lado a presença na vida dos filhos e preenchendo essa lacuna com presentes. “O presente não pode ser visto como um subterfúgio à ausência dos pais”. Ela comenta que, no caso das crianças em situação de rua, a realidade é ainda pior devido a ausência do próprio complexo familiar, pois as crianças que moram nas ruas, às vezes, vivem sozinhas ou se agregam a outras crianças, as quais passam a chamar de irmãos, de familiares, como é o caso de Gabriel Emiliano Gomes, 12 anos. Apesar das dificuldades dos menores que vivem essa realidade, o ludismo que envolve a fase infantil não é esquecido. Seja rico ou pobre, branco ou negro, as crianças têm em comum a energia da infância que as levam a viajar por mundos e brincadeiras que só elas criam. Umas brincam com latas de leite e jogam futebol nos alagadiços, outras brincam no conforto da sua casa com brinquedos de última geração. Os pais que têm uma condição financeira mais favorável, preferem que seus filhos brinquem em casa ou em locais abertos acompanhados de um adulto. “Eu pre-

tn família TODOS OS DOMINGOS NA TRIBUNA DO NORTE

classificados

U

ESTATÍSTICAS No Rio Grande do Norte,uma delegacia especializada em defesa da criança e do adolescente foi criada em 2001. Dados mostram que,apesar do trabalho focado nesse público,o índice de violência permanece alto. Número de casos em 2009

Número de casos até agosto de 2010

Maus-tratos

651

508

Estupro (entre 14 e 18 anos)

105

81

Estupro de Vulnerável (abaixo de 14 anos)

94

291

Aliciamento

36

8

Exploração Sexual

191

152

Desaparecimento

55

35

Corrupção de Menores

13

2

Outros (ameaças,agressão física, lesão corporal)

60

38

Atentado violento ao pudor

143

*

Tipo de Violência

Total

1.115 Para denúncias,a população deve ligar para:

*Em 2010 a modalidade deixou de existir e os casos passaram a ser enquadrados como estupro,e estupro de vulnerável (de acordo com a idade das vítimas).

Disque Denúncia Nacional - 100 Disque Denúncia Estadual – 0800 084 2499 Delegacia Esp.Em Defesa da Criança e do Adolescente –

(84) 3232-6184

Fonte:Delegacia Especializada em Defesa da Criança e do Adolescente

tes em situação de rua aguardam providências do governo para terem o que comemorar no futuro.

SERVIÇO Confira a programação para os últimos dias da Festa de Nossa Senhora Aparecida,em Neópolis Dia 10 – Domingo 7h30min –Missa com batizado de adulto 19h30min –Santa Missa presidida pelo Pe.Nunes com o tem:“Maria,olhar que evangeliza”. Dia 11 – Segunda-feira 19h30min – Encerramento do

firo que eles brinquem em casa por motivo de segurança. Eles preferem um local aberto, mas é perigoso. Sou consciente de que isso prejudica o desenvolvimento social deles”, comenta a mãe de Lívia e Álvaro, Ana Tereza Pimenta. O chefe de investigações da Delegacia Especializada em Defesa da Criança e do Adolescente, Marcelo Felce, afirma que o número de denúncias de crimes contra crianças aumentou. Porém, como o número de policiais especializados nessa área é baixo, as investigações demoram a ser realizadas, em alguns casos. “A gente recebe as denúncias e investiga o ca-

Novenário com celebração presidida pelo Pe.Júlio Cesar Cavalcante Dia 12 – Terça-feira 6h –Alvorada festiva pelas ruas de Neópolis 8h30min –Missa solene 16h30min –Missa e procissão pelas ruas do bairro de Neópolis e encerramento oficial da festa. *Todos os dias às 12h – Ofício de Nossa Senhora e Adoração ao Santíssimo

so. São muitas denúncias diariamente”. Somente nos primeiros oito meses de 2010, as denúncias de maus-tratos contra crianças chegaram a 45,6% e de violência sexual a 47,9% de um universo de 1.115 ocorrências registradas. A maioria dos casos é de agressão doméstica, onde os principais acusados são as próprias mães. Em segundo lugar, a violência sexual (toques nas genitálias e estupro) realizados em ambientes extra-familiar, figuram entre os mais praticados contra os menores de 14 anos, chamados de vulneráveis. Enquanto fiéis agradecem à Nossa Senhora Aparecida, crianças e adolescen-

HISTÓRIA Apesar de não existir nenhuma ligação histórica entre o Dia das Crianças e o dia de Nossa Senhora Aparecida, ambos são comemorados na mesma data. O culto à santa começou em 1717, em São Paulo. “A imagem de terracota foi encontrada por pescadores nas redes de pesca e, desde então, foi cultuada pelos moradores da Vila de Guaratinguetá. Em 1929, a santa foi proclamada Rainha do Brasil pelo papa Pio XII”, confirma Padre Nunes, pároco da igreja de Nossa Senhora Aparecida, em Neópolis. Já o Dia das Crianças foi criado pelo deputado federal Galdino do Vale Filho, em 1920. A dediação à festa católica cresce a cada ano e conta com o apoio de pessoas como D. Ana Alves, 66 anos, que dedicam grande parte de seu tempo às atividades da igreja. De acordo com Padre Nunes, não há nenhuma ligação documental entre as crianças e a santa. “Atribuímos o sentido religioso ao comemorarmos as crianças e Maria no mesmo dia”. Já para o comércio, a data figura como uma das mais rentáveis.

Anuncie pelo telefone:

40066161.

autos &

motores

TODAS AS SEXTAS NA TRIBUNA DO NORTE


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geral

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A realidade vivida por milhares de meninos e meninas que vivem nas ruas das grandes cidades as afasta da infância e as obriga a enfrentar problemas do mundo adulto. Os sonhos e brincadeiras típicas das crianças ficam esquecidos

[ 12 DE OUTUBRO ]

A falta de sonhos das crianças de rua om um sorriso no rosto, enquanto limpa o parabrisas dos veículos, ele encanta motoristas e pedestres. Eram 16h41min de uma tarde de sol forte de quinta-feira. No cruzamento da Avenida Bernardo Vieira com a Rua dos Pegas, nas Quintas, ele faz seu ponto de trabalho. Aos 12 anos, Gabriel E., divide sua rotina de limpador de vidros com mais três meninos, não muito mais velhos que ele. O misto de infância e maturidade, de quem aprendeu na rua o que é a vida, se perde na profundeza do seu olhar. Aos onze anos ele abandonou sua mãe e seus nove irmãos, sob a ameaça de ser morto por um dos mais velhos. Desde então, busca nas ruas sua sobrevivência. Entre carros e caminhões, ele se mantém com o apurado nas limpadinhas dos parabrisas, como um adulto que precisa trabalhar honestamente para se manter mensalmente. Após vagar pelas ruas da zona norte, foi acolhido por três amigos e levado ao Conjunto Novo Horizonte, onde divide uma casa com seus acolhedores. Juntos, eles formam uma família. No vai-e-vem dos veículos, seu olhar se perde no horizonte e ele tenta esconder sua fragilidade de criança – carente e insegura – quando relembra da sua mãe, dos seus irmãos e do que, um dia, ele chamou de lar. “Sinto saudades de casa, da minha mãe. Mas tive que sair porque senão meu irmão mais velho me mataria”, desabafa. Desde que saiu de casa, há mais de um ano, jamais voltou e não sabe onde sua mãe está morando

ALDAIR DANTAS

C

Meus amigos estão sendo mortos pela polícia. Eles mataram o Léo e eu não quero morrer agora, sou muito novo” GABRIEL E. Menino de rua

hoje em dia. Sobre seu pai, não tem notícias há muito tempo. Muitas crianças têm sua infância usurpada pelos mais diversos motivos: pais violentos, seio familiar desestruturado, drogas. Biel, como gosta de ser chamado, é mais um dos meninos que cercam os veículos quando estes param no semáforo, em busca de uma moeda, seja para comprar alimentos ou drogas, para fugir da fome e esquecer do mundo que os cerca. Em comum entre eles há o abandono da família, da escola e a perda da identidade. Em grupo, eles são julgados como ladrões, viciados e são deixados à margem da sociedade, como se não fizessem parte dela. Na fase em que os sonhos e os projetos para o futuro se fazem mais presentes que nunca, eles não têm a certeza de que estarão vivos no dia seguinte. Temem ser pegos, mais uma vez, pela polícia e sofrer espancamento. Biel, apesar de não ler, sabe rezar. Aprendeu com sua mãe e diz que reza todas as noites pedindo a Deus muitos anos de vida. “Peço a Deus que me dê vida. Meus amigos estão sendo mortos pela polícia. Eles mataram o Léo e eu não quero morrer agora, sou muito novo”. Apesar de ser apenas uma criança, a vida lhe ensinou, da forma mais cruel possível, que é preciso amadurecer. Num corpo franzino e sujo, envolto pelo esteriótipo de drogado, Biel esconde sua inocência e a vontade de ser criança, apenas criança. “Eu não sonho, não tenho sonhos. Não sei. Queria ser pastor evangélico”. De rodo e garrafinha com sabão em mãos, ele segue para mais uma jornada de trabalho, com o mesmo sorriso de criança e a maturidade de um adulto.

BATE-PAPO Normanda Araújo de Morais » Psicóloga

O menino Biel fugiu de casa aos 11 anos, sobrevive lavando para-brisas na rua e diz não ter sonhos

Uma história de fé em Nossa Senhora Ela está sempre sentada à primeira fileira de bancos, em frente ao altar principal. Orgulhosa, exibe no seu peito as medalhas do Apostolado de Oração Filhas de Sant´ana, grupo do qual é coordenadora. Devota da Virgem Maria há seis décadas, D. Ana Alves, hoje com 66 anos, fala com orgulho da sua fé e devoção. “Nossa Senhora é muito especial para mim. É minha mãe protetora, minha guardiã no céu”. Ainda criança, observando sua mãe cantar e rezar evocando Maria, mãe de Jesus, D. Ana começou a seguir aqueles ensinamentos e se tornou devota. Segundo ela, todas as angústias, problemas e dúvidas são entregues, em oração, para a Virgem Maria. “Com fé, ela resolve tudo”. D. Ana atribui o fato de morar numa rua vizinha à igreja como obra da santa. “Saí de Mossoró há 16 anos, sem imaginar que moraria tão perto da igreja. Deus nos trouxe para essa casa e a vida da minha família mudou. Foi Nossa Senhora quem nos deu esse presente”. A vinda da família para Natal foi tribulada. Sua filha passava por um processo de separação e o marido de D. Ana era contra a vinda para a capital. Em oração, ela pediu que a vontade de Deus fosse feita, pela intercessão de Maria, e tudo aconteceu para que a mudança ocorresse da melhor forma possível. “Minha filha diz que nunca conheceu alguém com tanta fé”. Ela disse que rezou em casa, diante de todas as dificuldades que estava enfrentando e o melhor para eles, como família, foi feito. O marido conseguiu transferência do emprego e concordou em mudar de cidade. Em Natal, a primeira dificuldade veio com a compra da casa, financiada pelo banco. “Estávamos com

ALDAIR DANTAS

Os presentes dados pelos pais no dia das crianças, substituem a presença deles na vida dos filhos? Não. O presente deve ser dado mas não deve ser usado com um valor substitutivo, sobretudo da presença de amor, afeto, proteção e carinho. Muitos pais hoje negligenciam a qualidade da relação afetiva com seus filhos e tentam suprir essa carência deixando de lado o sentimento e cobrindo as crianças com presentes. Isso pode até preencher uma lacuna (momentaneamente), de fato, mas a felicidade trazida pelo “mimo” é passageira. E as crianças são as primeiras a perceberem essa “troca” de afeto por brinquedos. De uma forma ou de outra vão exigir esse afeto, seja no próprio lar, com amigos ou na escola, por exemplo. O que importa de verdade, é a presença dos pais em todos os momentos. Apesar de vivermos uma realidade pós-moderna,os pais ainda são superprotetores.Até que ponto isso é positivo? A superproteção não é uma atitude positiva. Aliás, nada em excesso é positivo. Para o bom desenvolvimento de sua autonomia e identidade, a criança deve sentir-se segura afetivamente sim. Mas a superproteção é prejudicial, porque a deixa numa “redoma de vidro” que não têm nada de real. É preciso, portanto, que os pais ajudem seus filhos a ter uma noção mais crítica da realidade que os cerca. Crianças em situação de rua passam por um processo de amadurecimento mais rápido do que aquelas que vivem numa família bem estruturada, mas não perdem,em alguns casos,a candura da infância.Por quê? Podemos dividir essa questão em dois pontos: por um lado, a dureza da vida na rua ensina como eles devem agir para sobreviver (comer, se proteger do frio, de ameaças externas) muito rápido.

Dona Ana Alves é devota da Virgem Maria há pelo menos 60 anos

tudo certo para comprarmos outra casa. Na hora de assinar o contrato, deu errado”, diz D. Ana. No mesmo dia, ela soube que a casa na lateral da igreja estava à venda e mais uma vez, recorreu à Virgem Maria. Quando eles chegaram para olhar o imóvel, o dono já os esperava na calçada com as chaves em mãos. “Ele nos entregou as chaves e disse que a casa era nossa e que o pagamento acertaria depois”. Diante de tantas provas, ela julga que é impossível não crer nas obras de Deus e de Maria. “Agradeço a Deus todos os dias por tudo. E a Nossa Senhora eu retribuo tanto amor com minha devoção e meu respeito”.

DIVULGAÇÃO

Por outro lado, mesmo diante dessa “dura” realidade, eles mantêm (em maior ou menor grau) a dimensão lúdica, muito característica da infância. Assim, é muito comum vermos crianças em situação de rua brincando. Mesmo envolvidas em situações de trabalho, muitas vezes, não perdem a sua capacidade de brincar, usando para isso os recursos que a vida na rua lhe oferece. O ludismo, a imaginação criativa que é inerente a fase infantil. Isso pode ser observado quando eles brincam com os amigos, mesmo sendo mais velhos. Sem dúvida alguma, essa capacidade de continuar brincando, fantasiando e sonhando, contribui muito para sua capacidade de superação das adversidades que enfrenta. Que ações deveriam ser tomadas para retirar essas crianças da situação na qual estão inseridas? São ações de muitos níveis: políticas públicas que tentassem evitar a vinda para a rua dessas crianças. Nesse sentido, sobretudo as políticas que têm a família e a escola como alvo de atenção são fundamentais. Outras ações precisam paralelamente desenvolvidas para fazer a travessia rua-casa, através de serviços de abordagem dessas crianças nas ruas e de serviços de acolhida que façam os estudos de cada caso e os encaminhamentos necessários. Uma dimensão importantíssima em ambas estratégias é a questão da vinculação positiva entre educador-agente social e a criança/família em questão.


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quadrantes

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SANDERSON NEGREIROS [ Escritor ]

Uma criança ão tinha mais do que uns sete anos de idade. Na face encovada, onde brilhavam os olhos à força de uma luz mortiça, apesar da fome e do frio, ainda perpassava-lhe a alegria de viver. Quase impossível, mas nele se adivinhava, vestido em roupa de remendos, a vontade de ser, de ir, caminhar em direção de um destino cujo nome exato seria desencanto. E lhe habitava uma firmeza e personalidade que contrariavam enormemente com a esperança de qualquer destino nobre ou, pelo menos, digno. Catava comida no pátio imenso da Ceasa. Ali, chegara de madrugada, em busca de vestígios de sobras, que abonassem a fome da mãe e dos irmãos, menores do que ele, mas quase todos nivelados na pequenez que as proteínas ausentes configuram, como expressão final de quem entrou na vida pelo caminho da miséria e do abandono. Iria ser mais um militan-

N

te desse exército anônimo de crianças que, na cidade grande, passeia seu rastro de marginalidade? Só se a vida, nos seus dons de pulverização da condição humana, mais a magoasse. Pois, nele crescia, ao conversar, uma chama interior de enfrentar a tudo e a todos; e ganhar um lugar abaixo desse sol que, de tão forte, parece derrotar no trópico triste os últimos lances de sobrevida. Os seus pés, feridos, desataram, nos caminhos que os trouxeram até aqui, a poeira do longínquo, talvez do sertão; tocaram nas pedras de estradas improvisadas; ergueram o prumo para alcançar o horizonte de um lugar onde a água, pelo menos, lhe dessedentasse a garganta; uma sombra onde pudesse, um dia, ou noite, repousar a cabeça, tocaia de surpresas inacreditáveis. De pé no chão também se aprende o improviso de viver. Aqueles pés foram caminheiros na chã

da serra, onde vivia com o pai, passeando em busca de galos-de-campina, obsessão do primo que lhe levava para caçadas. O pai morrera tuberculoso. 0 primo também se foi. Restavam a mãe, desorientada, e os irmãos que não dormiam bem porque muitas vezes choravam por um pouco de comida. As mãos descarnadas tinham a força de sustentar somente o vento, a brisa restante e a quentura dos verões. De tanto catar comida, os dedos tinham uma mobilidade de percuciente. Era preciso que sobrevivesse pelo menos à míngua e, sempre, levar um pouco para a casa, onde a fome tinha domínios soberanos. A fome tem cor - dizia o poeta. A casa era feita de taipa e, mesmo assim, pertencia a um parente. Uma casa de taipa e sol. À noite, às vezes a luz de uma lamparina parecia sorrir uma estrela. Ou a lua pranteando brilhos esquisitos. Ali,

CARMEN VASCONCELOS [Poetisa ]

Ao comerem o alpiste da solidão aterradora que o Poder e o dinheiro fingem em representar,de maneira a mais oculta possível.E mais tarde, a lei da causa e efeito cobrará um salário que ninguém terá coragem de pagar.

Humor Fino [ Amâncio ]

O lugar das lágrimas á um lugar bem dentro de nós, um lugar de acesso difícil, muitas vezes até para nós mesmos. Chamá-lo-ei o lugar das lágrimas, não porque seja triste, não porque seja só triste, mas porque nesse lugar choramos de tudo. De alegria, de tristeza e choramos também de beleza. De vez em quando a beleza sobe aos olhos. Vem úmida e um tanto salgada, sim, é quando vivemos e contemplamos o belo. Como diria Eugenio Montale, “não é sempre, mas acontece”. O belo, esse algo tão abstrato, porém capaz de chegar ao lugar das lágrimas com a rapidez de um relâmpago. Mas tirante a beleza... ...A esse lugar de lágrimas não se chega de supetão. É preciso abrir cancelas, muitas. Ou talvez passar entre arames farpados que cercam as vidas. É preciso se ser meio vago para combinar com a vaguidão de lá. Nesse lugar, há pessoas: os mortos, por quem choramos, os vivos, a quem amamos. De as pessoas chegarem, acontece. Mas não é sempre. Porque às vezes bloqueamos acessos: por medo, vergonha, culpa, de deixarmos vir a nós as pessoas. Mas o que bloqueamos às pessoas às vezes se faz acessível às coisas. Alguns de nós nos deixamos motivar para a vida pelas coisas. E coisas, sendo só um nome, são muitas... Coisas. Alguns vivem e morrem para conquistar símbolos de status: mansões absolutas, carros soberanos, jóias agudizadas. E essas coisas preenchem o seu lugar das lágrimas. Se são felizes assim, que o sejam. Mas a outros, como o príncipe Hamlet, de Shakespeare, não são todas as coisas, nem todos os que chegam. Só algumas pessoas conseguem tocá-los, embora muitos possam magoá-los “Podereis magoar-me, mas jamais sabereis tocar-me”. Renato Russo repetiu essa idéia: “podem até maltratar meu coração, mas meu espírito ninguém vai conseguir quebrar”. Música pode chegar bem rápido a esse lugar das lágrimas, porque comumenSe não for de te não bloqueamos esse lutristeza, é bom gar à beleza. Diante do bevisitar o lugar lo, baixamos a guarda. Endas lágrimas de tão escutamos uma música vez em quando. e, súbito, estamos em estaÉ bom chegar até do de lágrimas. Literal e coonde somos piosamente. Que o diga eu mais vagos, mais mesma, outro dia ouvindo vulneráveis, uma música de Bob Dylan. mais Neste momento, eu a estou verdadeiros. É ouvindo de novo, mas blobom reconhecerqueei o lugar das lágrimas se nos brotos para poder escrever. “I Want verdes, nas You”. Aliás, baladas me fapolpas moles. É zem chorar. De Beleza. bom reconhecerSofrimento de criança se sem cascas, também me faz chorar. De carapaças e desespero e impotência. Eu muros, essas choro até diante das telas. coisas pelas Lembro de ter aberto as canquais nos celas do meu lugar das láfazemos rodear” grimas assistindo ao filme “UP, Altas Aventuras”. Beijo de novela também, às vezes. “Até beijo de novela me faz chorar”. Se não for de tristeza, é bom visitar o lugar das lágrimas de vez em quando. É bom chegar até onde somos mais vagos, mais vulneráveis, mais verdadeiros. É bom reconhecer-se nos brotos verdes, nas polpas moles. É bom reconhecerse sem cascas, carapaças e muros, essas coisas pelas quais nos fazemos rodear. É bom chegar a esse lugar sem tempo, que é o lugar das lágrimas. Ou deixar vir a nós esse lugar de sentimentos abertos, palpáveis. É bom ficar à flor da pele. Mas, como das paixões, que não são sempre, mas acontecem, é bom também ter uns momentos de distância do lugar das lágrimas. É bom ter umas pausas. Da dureza e das emoções.

ele e a família se arranchavam, temerários. Um dia, terei minha casa e coloco meus irmãos na escola - consolava-se. Diz isso na linguagem trêmula dos que acreditam em intuição que a pobreza exangue fornece; tudo isso mudará - o mundo ganhará uma transformação e as pessoas serão mais felizes. Deve ter pensado isso e baixou a cabeça. Sua mãozinha apenas conseguiu desenhar no espaço um gesto parecido com um adeus. Para mim. Para minha desolação pessoal, de que nada salvará os que não poderão nunca ter amparo da justiça neste mundo. Compre esse meu passarinho, transido em uma gaiola bem pequena. Pediume. Compro - respondi-lhe, desde que você solte o passarinho. Eu solto e ganho alguma coisa para comprar comida para meus irmãos. Concordei. Ele abriu a gaiolinha, pegou o passarinho, beijou-o no bico e soltou-o. Vi que uma lágrima lhe desenhava caminhos no rosto. Um gesto, perdido neste mundo de atrocidades, vale mais pela libertação de um pequeno pássaro, que acontece anonimamente, do que essa aparente concentração de poderes dos que se acham donos do mundo e da verdade. Mas que vivem engaiolados. Definitivamente iludidos e engaiolados. Ao comerem o alpiste da solidão aterradora que o Poder e o dinheiro fingem em representar, de maneira a mais oculta possível. E mais tarde, a lei da causa e efeito cobrará um salário que ninguém terá coragem de pagar.

NELSON PATRIOTA [ Escritor ]

A propósito do encontro de um maestro com uma estrela

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cantora Glorinha Oliveira poderia ter evitado a síndrome Romário e resistido à tentação de anunciar o fim de sua carreira nos palcos, na histórica noite em que se reencontrou, no tablado do Teatro Alberto Maranhão, com o maestro Waldemar Ernesto, o mais contemporâneo dos seus contemporâneos musicais. O evento denominado com exatidão de “Encontro do Maestro com a Estrela” aconteceu sob os auspícios da nostalgia dos mais antigos, que recuperaram, naquela improvável ocasião, um turbilhão de amenas lembranças juvenis; aos jovens, restou desfrutar um espetáculo ainda mais raro: o encontro de dois nomes emblemáticos da nossa música, mas que pareciam imersos nas singularidades de suas vidas e acomodados ao anonimato da solidão e do recolhimento e que, numa reversão horária executada com a perícia de um mestre artesão, voltavam ao palco de onde haviam recolhido, há décadas, aplausos e gratas manifestações de júbilo, para ter tudo isso de uma só penada, e pela primeira vez. O espetáculo revestia-se de um significado tão solene que o mestre de cerimônias Tarcísio Gurgel precisou intervir para reverter o sentido que a cantora, num arroubo que não soube conter, deixou supor que fugiria ao script que lhe fora confiado. “Rompimento unilateral de contrato não vale”, bradou, joco-sério, o experimente apresentador do celebrado programa “Memória Viva”, dublê de professor. Mas também ator e ficcionista. O fato É que Glorinha imprimiu tanta alma na interpretação da canção “Se todos fossem iguais a você”, velho hit da dupla Tom/Vinicius, que não conteve um surto de voz embargada, de lágrimas súbitas e de contorções faciais que compõem um rosto tomado por profunda emoção. “Mas logo as coisas Algo há nessa canção que fala mais se rearrumaram no fundo ao íntimo da cantora e que a palco.Como se coloca de sobreaviso contra seu tudo não tivesse emocional. E nessas horas, a ideia passado de uma de desertar dos palcos lhe parece reação pueril de uma saída óbvia. Ou sucumbiria que alguém se ao peso de tanto emoção... recompõe de Chamada de volta ao roteiro pre- pronto,a estrela de parado para aquela noite, que pre- Glorinha voltou a cisava ser impecável como sonha- exprimir um brilho ram seus realizadores, Glorinha Oli- ainda mais veira precisou da ajuda do seu fi- intenso”. lho Aécio para se recompor, enquanto a plateia se deliciava com o despojamento com que a estrela relegava seu status de musa de quatro gerações. Mas logo as coisas se rearrumaram no palco. Como se tudo não tivesse passado de uma reação pueril de que alguém se recompõe de pronto, a estrela de Glorinha voltou a exprimir um brilho ainda mais intenso. Com isso, reatou a parceria com o maestro Valdemar Ernesto, o que se traduziu numa sucessão de clássicos da música popular brasileira, o que, além de garantir uma unidade perfeita ao espetáculo, conferindo-lhe um inegável estatuto de “histórico”, serviu ainda para magnetizar a plateia, fosse pela perícia interpretativa do maestro – que parecia ter recuperado todo o seu melhor estilo anos 1950 –, fosse pela força emocional com que a estrela destilava os versos de rara beleza embutidos nas suas canções. E se Glorinha se mostrava loquaz como quando em sintonia com seu público, esse traço só serviu para acentuar a discrepância com o autoimposto silêncio do maestro. Em algum momento do espetáculo, porém, ele próprio se deu conta disso e aproveitou a ocasião em que, atendendo a pedidos, interpretou duas canções da Broadway. Ao final, erguendo-se com o garbo incontrastável dos mestres de orquestra, dirigiu-se ao público. Foi uma fala breve, como convinha ao seu perfil discreto. Não obstante, ele parecia guardá-la há muito na expectativa daquele momento. Destarte, lembrou suas origens gaúchas, sua vinda para Natal e a excelência dessa decisão, vez que aqui se realizou profissionalmente, construiu sua família e fez dos norte-rio-grandenses seu povo de eleição. Ao se cerrarem as cortinas, ficou a grata impressão de que ainda se podem celebrar noites históricas num recinto das artes. Desde que se reúnam grandes (e raros) artistas, algum milagre se deixa seduzir ao palco.

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CLÁUDIO EMERENCIANO [ Professor da UFRN ]

O medo e a esperança m amanhecer sobre o mundo. Os sonhos que fazem a humanidade pular e avançar. O desejo individual e coletivo de ser feliz. A antevisão que, realimentando melancolia em todos os homens, renova-se todo dia. Os abismos entre o sonho e a realidade. Espectro que angustia tudo e todos por toda a vertente dos tempos. Até hoje. A universalização de medos e incertezas, denunciada pela americana Barbara Tuchman em “A marcha da insensatez”. Qual será a síntese da crise que avassala o mundo atual? Todos, sem exceção, povos, nações, culturas, civilizações, são atingidos por uma torrente de imobilismo, mediocridade, perplexidade, violência e insegurança. A “aldeia global”, decantada e esperada por filósofos e escritores, religiosos e poetas, representava a perspectiva de elevação espiritual e aprimoramento da sensibilidade de cada ser humano. Foi perseguida por gerações de estadistas em todo o mundo, que a concebiam como a morada plena de paz, cooperação, justiça e fraternidade. A guerra, o ódio, a crueldade, a injustiça, o arbítrio, a hipocrisia, o cinismo e a manipulação dos homens pelos homens, seriam poeiras do passado. A individualidade e a dignidade de cada um seriam efetivamente consagrados. Os vínculos entre o homem, sua terra e sua gente, expressariam os sentimentos, o estado de espírito, o ser e a visão de vida de cada um. A realidade material, visível, concreta, e o universo de sonhos, esperanças, encantamentos, convergiriam. Misturar-se-iam crescentemente. Realimentando a consciência e o viver das pessoas ao longo da vida. Eis por que o amor do homem pela vida, por seu país, por sua gente, sua cultura, sua espiritualidade, revela essência transcendental. Algo que o projeta no infinito. Torna-o eterno e universal. Há momentos em que o homem redescobre o quanto depende do sentir, do ver, do apalpar, do cheirar a terra comum. Winston Churchill, às vésperas da Segunda Guerra, premido por dificuldades financeiras, viu-se ameaçado de falência. Teria de vender sua residência, localizada na área rural de Londres. Sua esposa, Clementine, tentou convencê-lo sob pressão dos credores. Cena humana e comovente ocorre entre os dois. Churchill, delicadamente, conduz a esposa à sacada principal, descortinando-lhe as arvores, a planície coberta de relva, os lagos distantes, os pássaros que voavam e cantavam. E lhe diz: “Clem (tratamento íntimo) eu não posso jamais vender esta casa. Pois aqui, todas as manhãs, a Inglaterra, que tanto amo, entra na minha alma. Sem esses deslum-

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bramento e contemplação eu morreria de tédio e saudade”. Juscelino Kubitschek, enfrentando circunstâncias adversas, injustas e cruéis, foi compelido a alienar seus poucos imóveis. Restavam-lhe o sítio “LuiUm amanhecer siania”, nos arredores de sobre o mundo. Os Brasília, e um pequeno sonhos que fazem apartamento em Copacaa humanidade bana. Coincidentemente pular e avançar. O no mesmo edifício em que desejo individual e residiam seus conterrâneos coletivo de ser Tancredo Neves e Magafeliz. A antevisão lhães Pinto. Na presença que, da esposa da. Sara e do esrealimentando critor Josué Montello, remelancolia em cusou-se a vendê-los. E artodos os homens, gumentou: “No sítio eu sinrenova-se todo dia. to, eu cheiro, eu me mistuOs abismos entre o ro com a terra do meu país. sonho e a Da janela do apartamenrealidade. Espectro to, todos os dias, eu conque angustia tudo templo seu povo, bom e e todos por toda a anônimo, que me ama e a vertente dos quem sempre amarei. Esse tempos. Até hoje. A vínculo e esse sentimento universalização de são eternos. Plantaram-se medos e dentro de mim como aliincertezas, mento do meu existir. Asdenunciada pela sim eu sou”. americana Barbara A paz de espírito, inteTuchman em “A rior, fecunda sentimentos, marcha da serenidade, tolerância e, insensatez”. Qual sobretudo, consciência do será a síntese da verdadeiro sentido da vicrise que avassala o da. O amor, ilimitado, momundo atual? vido pelo que São FranTodos, sem cisco de Assis chamou de exceção, povos, “a disponibilidade de canações, culturas, da um para servir ao prócivilizações, são ximo”, a superação dos atingidos por uma egoísmos e das vaidades torrente de pelo dar-se às mãos de uns imobilismo, com os outros, a erradicamediocridade, ção da miséria e dos priperplexidade, vilégios, dissipam o meviolência e do. A fé alicerça a espeinsegurança. rança sem fim. Esse é o fundamento da exortação de João Paulo II: “Não tenham medo”. A busca da paz exorciza os fanatismos e as histerias. É o império da lucidez.


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[ ALIMENTAÇÃO ] Embora reclamem da qualidade da alimentação oferecida nas escolas, pais dão dinheiro para filhos comprarem nas cantinas em detrimento do lanche saudável

[ BOLÍVIA ] Imprensa do país alerta que sanções

atentam contra a liberdade de expressão

Evo Morales promulga lei contra racismo

Maioria das crianças prefere lanches da cantina L ALEX RÉGIS

ão Paulo (AE) - Pais de alunos de colégios particulares estão insatisfeitos com a qualidade dos alimentos servidos nas cantinas. Ainda assim, a maioria dá dinheiro para o filho comprar lanche na escola em vez de prepará-lo em casa, mostrou uma pesquisa feita pelo Ibope a pedido do grupo GRSA, empresa de refeições industriais. O motivo alegado pelos pais é a praticidade. A proporção de estudantes que abandonaram a lancheira para comer exclusivamente produtos comprados na escola é de 58%; 80% compram lanche pelo menos uma vez por semana. Os números se referem a alunos do ensino infantil ao médio. “A alimentação na escola facilita a rotina dos pais. O papel da escola também foi ampliado nessa área”, explicou Nelsom Marangoni, vice-presidente de desenvolvimento do Ibope. Na hora da escolha, as opções mais pedidas pelos alunos são salgados como coxinhas e esfirras, seguidos por sanduíches e pães. A qualidade desses lanches, porém, é vista como um problema. Dos pais entrevistados, apenas 33% acreditam que a cantina atende às necessidades de seus filhos e só 41% pensam que os alimentos oferecidos são saudáveis e balanceados. O único resultado positivo foi na questão da higiene - 61% estão satisfeitos com a limpeza no preparo. Para vencer a insatisfação, os responsáveis pela alimentação escolar devem abrir um canal direto de comunicação com os pais, recomenda Celia Martins, diretora da divisão de educação da GRSA “Nas escolas que atendemos, estamos fazendo com que as mães participem da elaboração dos cardápios e promovendo palestras para os alunos”, diz. É o que tenta fazer a coordenadora do ensino integral do Colégio São Luís, Ana Cristina Marra. “Quando o aluno gosta muito de algum prato, mandamos a receita para casa. Às vezes é a mãe, outras a própria criança quem pede.” A escola desenvolve projetos para conscientizar os alunos, como preparar pratos com hortaliças cultivadas no local. Após uma avaliação dos pais, o colégio Oswald de Andrade contratou uma consultoria para alterar o cardápio. “Também vamos adotar a alimentação como um eixo temático do projeto pedagógico”, diz o coordenador de projetos, André Meller. O Ibope ouviu 104 pais em 6 capitais. Pesquisa similar foi feita com gestores e alunos do ensino médio e superior.

S

Estamos fazendo com que as mães participem da elaboração do cardápio e promovendo palestras para os alunos” CÉLIA MARTINS Dir.da Divisão de Educação

NÚMEROS

58%

dos estudantes abandonaram a lancheira para comer produtos vendidos nas cantinas das escolas

33%

dos pais acreditam que os lanches atendem às necessidades de seus filhos

Frutas e lanches saudáveis são frequentemente preteridos pelos salgadinhos e refrigerantes

a Paz, 08 (AE) - O presidente Evo Morales promulgou na última sexta-feira uma lei que sanciona publicações consideradas racistas. Ele afirmou que assinou o documento “sem medo”, uma evidente alusão aos protestos dos meios de comunicação e trabalhadores da imprensa que consideram que dois dos artigos atentam contra a liberdade de expressão. O artigo 16 diz que “o meio de comunicação que autorizar ou publicar ideias racistas e discriminatórias será passível de sanções econômicas e de suspensão de licença de funcionamento, sujeito a regulamentação”, enquanto o 23 estabelece que “quanto o delito for cometido por uma funcionária ou funcionário de um meio de comunicação social, o proprietário do órgão não poderá alegar imunidade”. A promulgação da lei ocorreu no palácio do governo na presença de movimentos sociais seguidores de Morales, que estavam em vigília em favor da aprovação da lei. “Eu tenho sido objeto de discriminação, humilhação. Portanto, é uma norma para que todos tenhamos os mesmos direitos, todos somos iguais. Foi difícil aprovar estas normas mas nós o fizemos”, disse Morales. “Esta lei é para descolonizar a Bolívia. É preciso parar de dizer raça maldita, isso tem de acabar. Isso não é liberdade de expressão, é humilhação. Este trabalho para descolonizar a Bolívia continuará e ninguém vai parar este processo, é um processo irreversível”, acrescentou. Morales também promulgou uma lei de Juízo de Responsabilidades para presidentes e vicepresidentes de Estado e altas autoridades do Judiciário. “Espera-

mos sua aplicação o mais rápido possível. Esta norma obriga ao vice-presidente, a mim e às autoridades a sermos responsáveis com as lei. Ser responsável é não cometer erros, é não violar as normas e não ter medo de promulgálas”, afirmou o presidente. A lei antirracismo foi aprovada na madrugada desta sexta-feira pelo Senado boliviano, sem qualquer modificação do projeto apresentado, apesar dos protestos dos funcionários da imprensa boliviana. O partido de Morales tem maioria no Senado. Nos últimos dias, funcionários de meios de comunicação das nove regiões da Bolívia saíram para as ruas para protestar contra os artigos 16 e 23. Até agora, cerca de 60 trabalhadores entraram em greve de fome. A maioria dos jornais da Bolívia circulou nesta sexta-feira com as primeiras páginas em branco com a legenda: “Não há democracia Sem liberdade de expressão.” O diretor executivo da Associação Nacional de Jornalistas (ANP), Juan Javier Zeballos, anunciou nesta sexta-feira em entrevista à emissora de televisão PAT, que abriu uma queixa na Organização dos Estados Americanos (OEA) e que no sábado outra será apresentada à Organização das Nações Unidas (ONU). Na quinta-feira, Morales abriu a possibilidade de que a licença dos meios de comunicação fosse caçada e que sua propriedade passasse para seus trabalhadores. A Igreja Católica e outras organizações respaldam os órgãos de imprensa. A oposição expressou seu temor de que a norma seja utilizada pelo governo para calar dissidentes e é contaria ao fechamento dos veículos de comunicação. AIZAR RALDES/AFP/AE

UFRJ adota alimentação saudável Rio (AE) - A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) abriu ofensiva contra a comida gordurosa e pouco saudável Reformou o restaurante universitário, que ficou fechado por 16 anos, onde são oferecidas 2.300 refeições balanceadas diariamente, e criou feiras de produtos orgânicos no câmpus. A próxima fase vai atingir os quiosques de alimentação. No próximo edital de licitação, constará a proibição de frituras, exigência de utilização de ingredientes saudáveis, como farinhas integrais, e oferta de frutas. “Essas medidas foram aprovadas no plano diretor da universidade. Preveem ainda a capacitação dos funcionários dos quiosques na cozinha do restaurante universitário, para que eles aprendam boas práticas de higiene e novas receitas, que substituam as frituras”, afirma a coordenadora do Sistema de Alimentação da UFRJ, Lucia Andrade. “É um projeto que inclui as áreas de ensino e pesquisa e abrange toda a comunidade. Não há precedentes”, afirma. No primeiro momento, os donos dos quiosques que já estão ins-

talados - e são a principal fonte de alimentação dos frequentadores do campus - serão convencidos a aderir às novas práticas. “A fritura é prática e rápida, mas há alternativas, como o salgado as-

215 alunos, descobriram que todos consumiam salgados durante a semana. E o segundo lanche na preferência deles - o croissant de queijo com presunto - é campeão de gordura: a cada 100 gramas do alimento, 43 gramas são lipídio. Elas também pesquisaram os salgados integrais oferecidos peEssas medidas foram los quiosques. “O salgado integral ilude que é mais saudável. A taxa aprovadas no plano de gordura é de 16,28%, o que é aldiretor da to. Na verdade, como a farinha inuniversidade e tegral é mais seca, adicionam mais gordura para chegar à consistênpreveem a cia ideal da massa”, afirma Flávia. capacitação de “O alimento gorduroso constante funcionários” ajuda a aumentar a prevalência de obesidade. É preciso que os estudantes sejam orientados a ter LÚCIA ANDRADE Coord.do Sistema de Alimentação uma alimentação mais balanceada”, defende Yasmin. sado, ou recheios sem alimentos Dono de um trailer no Hospital embutidos, que têm alta concen- Universitário, Antônio Neves, de tração de sal”, explica Lucia. 58 anos, há 15 serve pastéis. Ele A mestranda Flávia da Silva Li- não acredita no sucesso da proposma Dias e a aluna de iniciação ta de melhorar a qualidade da alicientífica Yasmin Gonzalez, do mentação no campus. “A ideia é Instituto de Nutrição, estudam o boa. Mas acontece que a fritura doteor de gordura nos salgados mais mina a alimentação. A gente tem consumidos pelos estudantes da o salgado de forno, mas todo munárea de saúde. Numa pesquisa com do quer é o pastelzinho”, afirma.

O presidente Evo Morales se disse vítima de discriminação


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economia DÓLAR COMERCIAL Compra R$ 1,666 Venda R$ 1,668 DÓLAR PARALELO Compra R$ 1,75 Venda R$ 1,88

POUPANÇA HOJE AMANHÃ CDB BOVESPA

SALÁRIO MÍNIMO 0,5650% 0,5501% 10,60% -0,72%

R$ 510,00 TAXA SELIC

10,75%

TELEFONES ÚTEIS Receita Federal: 3220-2200 Procon Estadual: 3232-6770 Procon Municipal: 3232-9050 DRT RN: 3220-2000

TRANSPORTE

Roberto Oliva analisa situação da logística no Brasil e no Rio Grande do Norte. PÁGINA 3 DÓLAR TURISMO Compra Venda EURO Compra Venda

R$ 1,690 R$ 1,783 R$ 2,319 R$ 2,322

Editor: Vinícius Albuquerque e-mail:vinicius@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 10 de outubro de 2010

Inicialmente, as novas regras valeriam a partir de agosto passado, mas, alegando falta de equipamento disponível, ministro acabou adiando para março de 2011 o prazo para o início da nova norma [ PONTO ELETRÔNICO ]

Lupi estuda mudança no registro ALDAIR DANTAS

rasília (AE) - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, está disposto a acatar mais um pedido das centrais sindicais. Elas querem que acordos coletivos entre trabalhadores e empresas se sobreponham ao novo Registro de Ponto Eletrônico. Inicialmente, as novas regras valeriam a partir de agosto passado, mas, alegando falta de equipamento disponível, Lupi acabou adiando para março de 2011 o prazo para o início da implantação da norma. "As centrais sindicais querem que seja prestigiado onde houve avanço coletivo de trabalho", disse o ministro semana passada. Entre os avanços estão maior tolerância em relação a atrasos, a horários de almoço, à folga aos sábados e a banco de horas. O ministro falou sobre o tema após receber representantes de cinco das seis centrais sindicais existentes no País (Força Sindical, CUT, CTB, UGT e NCST - o representante da CGTB não compareceu). O encontro foi apenas uma formalização do pedido já feito em agosto. Lupi mostrou que as centrais entregaram um documento conjunto afirmando serem favo-

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Novo sistema de ponto eletrônico está sendo implantado gradativamente pelas empresas

ráveis ao sistema eletrônico de ponto, mas que queriam algumas exceções. Para atendê-las, o ministro propôs a realização de um levantamento sobre os principais setores e portes de empresa em que os acordos beneficiam mais os trabalhadores do que as novas regras indicadas pelo governo. Além dis-

so, estudará a viabilidade de abrir essas exceções. "Aceitei a ideia, mas vamos estudar juridicamente e tecnicamente essa possibilidade", comentou o ministro do Trabalho. Carlos Lupi explicou que não pode alterar mais a portaria que estabeleceu o ponto eletrônico, pois isso significaria a desmorali-

zação de seu conteúdo. "É preciso um novo instrumento", definiu. Por isso, a medida - se for mesmo efetivada como sinaliza o ministro - poderá vir em forma de uma instrução normativa ou outra portaria. "Até o final do mês, terei o estudo", previu, acrescentando que, em novembro, deve sair o "sim" ou o "não" definitivo.

classificados O seu mercado de serviços todos os dias na TRIBUNA DO NORTE


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economia

Domingo | 10 de outubro de 20100

TOMISLAV R.FEMENICK E IVANILDO ALVES MESSIAS [Auditores Independentes ]

Negócios &Finanças LUIZ ANTÔNIO FELIPE laf@tribunadonorte.com.br

Política brasileira árias lideranças políticas nacionais anunciam o encerramento da carreira, nas disputas eleitorais e parditárias, depois de serem derrotados na eleição do último domingo. Infelizmente, alguns desses líderes não deveriam ceder o espaço para os aventureiros, estes sim, nem deveriam ter entrado para a política, uma atividade que é uma verdadeira vocação, voltada para servir ao povo. Nos próximos anos, com o projeto ficha limpa mais rigoroso e com uma melhor educação do seu povo, o Brasil alcançará um grau de consciência do nível de países europeus e dos Estados Unidos.

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TROCA O PSDB perdeu Tasso Jereissati e Arthur Virgílio, mas ganhou Aécio Neves e Aloysio Nunes Ferreira. Já o PT reforçou sua bancada com novos senadores do partido e da base aliada. O debate entre as forças promete um Legislativo mais atuante de 2011 a 2014.

Câmbio

Expansão

O dólar continua caindo e novas medidas poderão vir, na próxima semana. Analistas afirmam que existe uma “montanha” de recursos em moeda estrangeira e que o Brasil pode receber nos próximos três a quatro anos. Um banqueiro estrangeiro disse: “Serei conservador e aplicarei uns 90% nos mercados emergentes. Desses, talvez metade no Brasil”.

A Potigás espera atingir uma expansão de 40% em sua rede de distribuição, até 2014. Desde o dia 1º último, o ramal que atende a avenida Engenheiro Roberto Freire e Ponta Negra está ativado (pressurizado). Atualmente, 721 residências estão sendo atendidas pelo gás canalizado, por um preço mais baixo, do que o gás em cilindro ou botijão.

AUTORIZAÇÃO Uma boa notícia para o setor de energia foi a liberação pelo O Ministério de Minas e Energia (MME) de duas centrais eólicas, no Ceará, para serem produtoras independentes de energia. Poderão usar a eletricidade produzida em benefício próprio e ainda vender o excedente para a concessionária local.

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As ruas do condomínio AlphaVille Mossoró terão nomes de praias do RN, como no Conjunto Ponta Negra, em Natal. Ao todo serão 28 vias do empreendimento que receberão as denominações. O AlphaVille Mossoró tem 579 lotes residenciais e agora, vai iniciar a perfuração do poço profundo, que abastecerá todo o condomínio, com mil metros de profundidade.

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A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins anuncia a contratação de Caetano Veloso no réveillon. O turismo da cidade vai pipocar de hóspedes. O SERHS Natal Grand hotel, está preparando o seu réveillon. O resort que completa seis anos este ano, inclui uma grande . O pacote de sete noites custa R$4.908,00 + 10% incluso.

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Em Mossoró, o hotel Thermas já está programando as atrações para o Réveillon 2010 que promete ser um dos mais animados do Estado. Já é presença confirmada na festa da virada o cantor pernambucano Almir Roucher, puxador do Galo da Madrugada. Os hotéis de Natal também estão preparando suas programações.

VAREJO A Pós-Graduação voltada para o varejo está com inscrições abertas na UnP. Administradores, gestores, gerentes e profissionais da área de varejo podem contar com a qualificação oferecida pelo curso de Pós-Graduação. O curso visa formar profissionais com habilidade gerencial.

Mais tecnologia Depois da Ásia, a América Latina será o segundo destino dos investimentos em Tcenologia da Informação (TI), até o final de 2010. Os gastos com TI na região alcançarão US$ 261 bilhões em 2010, 4,4% a mais do que há dois anos. O ritmo dos investimentos

não deverá arrefecer até 2014, aumentando para volume de US$ 326 bilhões. Desse total, o Brasil deverá receber US$ 101 bilhões até o final deste ano, cerca de 15% acima dos valores do último ano, o que representará 9,6% no PIB do País.

ALTERAÇÃO No próximo domigo (17), começa o horário de verão, prolongando - se até fereiro de 2011. Ao todo, serão quatro meses com a alteração de horário. Os relógios deverão ser adiantados em uma hora nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

CIÊNCIA O Congresso Científico da UnP, de 20 a 22 de outubro, vai priorizar a ciência e o desenvolvimento sustentável. As inscrições estão abertas para o Congresso que está na sua décima segunda edição. O tema deste ano é “UnP 30 anos: Ciência e Formação Profissional para o desenvolvimento do RN”.

HOMENAGEM O 7º Festival Gastronômico da Pipa, de 16 a 24 próximo, vai homenagear o chef Tadeu Lubambo, do restaurante Camamo (Tibau do Sul). A programação já está definida, com a participação de um grande número de restaurantes e bares das duas praias.

ÁSIA A Tam e a japonesa Ana, ambas da Star Alliance, anunciaram a ampliação de seu code-share a partir do próximo dia 15. As companhias vão ligar diretamente Tóquio e São Paulo, via Londres. Com mais aviões e dólar em baixa, os brasileiros estão aproveitando para voar pelo mundo. HOTEL A rede hoteleira InterCity, com um hotel em Natal, anuncia o seu primeiro empreendimento no Rio de Janeiro. Será construído em Itaboraí(RJ), onde fica o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, um investimento em torno de US$ 8,38 bilhões. O hotel será na categora experss, com 108 apartamentos e 156 salas comerciais, em duas torres.

Estoques em economia Globalizada rubrica “Estoques” está entre aquelas mais sensíveis quando da determinação dos elementos para a formatação dos demonstrativos contábeis, principalmente na forma de se proceder ao seu levantamento e avaliação. Todavia não basta estabelecer os critérios de inventário ou avaliação no final do exercício (como manda o Novo Código Civil), é determinante que se observe os registros de entrada e saída dos itens, para se evitar saldos imperfeitos. Além do mais, o processo de internacionalização da economia afetou diretamente o valor dos itens estocados nas empresas, de duas formas: esses bens podem ser nacionais ou podem ter sido elaborados no exterior; por outro lado, materiais importados da mesma categoria podem está no mercado a disposição da entidade e de seus concorrentes. Segundo a NBC T 19.20, os itens estocados devem ser valorizados pelo “custo de aquisição” (acrescido de outros incorridos para trazê-los à sua localização atual) ou pelo “valor realizável líquido”; melhor dizendo, a quantia que se espera receber com sua venda. Por sua vez o “valor realizável líquido” pode ser influenciado quer pelos preços das mercadorias postas no mercado por outros fornecedores, nacionais ou não, quer pela variação cambial, esta última com peso mais relevante ainda. A valorização ou desvalorização do Real perante as outras moedas pode valorizar ou desvalorizar os itens dos estoques e, também, pode atingir de forma positiva ou negativa o seu valor realizável líquido. Se não houve um critério com base em fatos absolutamente reais e claros, corre-se o risco haver super ou subavaliação dos registros da rubrica “Estoques”. Em contexto de alta competitividade e em cenário onde os recursos financeiros estão cada vez mais escassos e caro, a redução de cus-

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tos deve ser um processo contínuo em que se buscam os melhores re- Há algumas sultados, especialmen- exigências para te para a área de esto- se satisfazer os que, aonde os reflexos modelos combinados dessas probabilísticos condições chegam mais de processos rápidos e de onde se es- operacionais palham por todo o cam- nos estoques, po da empresa. Con- destacando-se siderando-se essa reali- o conhecimento dade, os executivos de- sobre a gama vem trabalhar com alto de informações nível de sensibilidade, das funções de forma que possam relacionadas ao facilmente perceber as almoxarifado” alterações do mercado. Para atingir esse resultado, as sociedades devem atualizar – e mesmo inovar – os métodos que usam em todas as etapas na sua cadeia de suprimentos, investigando sobre fornecedores, qualidade e durabilidade dos materiais, prazos de entrega e de pagamento e outros elementos que influenciam na formação dos seus custos. A ação empresarial na pesquisa operacional, com maior ou menor ênfase, hoje é uma realidade nas sociedades de todas as categorias e tamanho. É a única forma de enfrentar o desempenho e a pressão implacável dos concorrentes – que também estão ficando cada vez mais agressivos e ágeis – na formação de custo dos estoques, base para a formação do preço de venda dos seus produtos. Por isso os profissionais de pesquisa operacional devem fazer simulações e desenhos das alternativas possíveis para as aquisições de materiais, o recebimento, a forma e os prazos de estocagem; a forma e o prazo do processo de manufatura; e, ainda, a estocagem dos produtos aca-

bados, o processo de venda e a logística para a entrega dos produtos vendidos. Ao se refletir sobre essas variáveis, pode-se chegar a evidências de que há necessidade de “profundas mudanças no desenho e na operação da cadeia de suprimento (incluindo seus sistemas de estoque) que melhoraram substancialmente a posição competitiva da empresa”. Há algumas exigências para se satisfazer os modelos probabilísticos científicos de processos operacionais focados nos estoques, destacando-se o conhecimento sobre a gama de informações sobre as funções relacionadas ao setor de almoxarifado e suas ramificações, informações essas necessárias à formulação das táticas e estratégias a serem executadas pelos gestores empresariais. Em primeiro lugar se deve ter um “arquivo de dados” onde devem estar reunidas, selecionadas, reformuladas e armazenadas as informações sobre toda a cadeia de suprimento, porém já processadas com racionalidade técnica. Depois, porém não menos importante, é preciso promover a atualização desses dados, condicionando-os às situações objetivas da realidade corrente. Este segundo passo é essencial porque, muito embora o arquivo de informação seja importante para o processo operacional dos materiais, se os dados permanecerem estáticos, além de não concederem a dinâmica que se almeja do processo, o desfigura como elemento para obtenção dos resultados dele esperado. A cadeia de suprimentos deve ter por base uma sistemática de pesquisa operacional permanente, apta a desenvolver métodos que contemplem metodologias de gestão de estoques e módulos para tomada de decisão, interligados e configurados em um mesmo processo. O objetivo deve ser formar uma dinâmica preparada para reagir com rapidez e eficiência às tendências e oscilações do mercado.

ANDRÉ MASSARO [ Especialista em finanças pessoais ]

Carreira em tempos de incerteza que alguém que vem da área de finanças e de mercado de capitais tem a ensinar sobre como conduzir um plano de carreira? O dinamismo e a incerteza dos mercados financeiros nos fazem ver as coisas de uma forma um pouco diferentes do habitual. Qualquer tentativa de antecipar os movimentos futuros do mercado é futilidade, ingenuidade ou, em situações mais extremas, puro charlatanismo. Uma das primeiras lições que aprendemos no mercado (e geralmente essa lição vem com um pouco de dor...) é que o que realmente importa não é o que você vai fazer, mas sim “o que você vai fazer se aquilo que queria fazer der errado”... Essa visão vem ainda de encontro aos primórdios da minha vida acadêmica. Quando entrei na faculdade, no final dos anos 80, era o auge da infame “reengenharia”. A minha geração profissional foi formada em uma situação, no mínimo, ambígua. Aprendíamos sobre as coisas que o mercado buscava em um profissional. E ao mesmo tempo assistíamos “de camarote” a executivos (às vezes os próprios país dos colegas de escola) caírem como moscas. Eram aqueles executivos que haviam feito “tudo direitinho”, feito todos os cursos, lido todos os manuais, fizeram aquilo que lhes disseram que era certo... De uma hora para a outra a realidade mudou, todos ficaram obsoletos e foram devidamente “reengenheirados”. Muitas das práticas corporativas mais populares vêm da doutrina militar. Termos como “estratégia” e “posicionamento” tem alta

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conotação bélica, mas até a doutrina militar mudou. Hoje se fala em À medida que a “guerra assimétrica”, realidade à onde o inimigo não é nossa volta fica mais um exército orga- mais caótica e nizado, e sim um terro- dinâmica,as rista em um ambiente carreiras urbano caótico, onde deverão, não é possível distingui- igualmente, lo de cidadãos comuns e ficar menos inocentes. A zona de lineares guerra é um ambiente rumo às mais dinâmico e incer- posições de to do que jamais foi, e topo das muitos teóricos milita- organizações” res dizem que estamos deixando a “era da estratégia” e entrando na “era das contingências”. Hoje um bom plano de contingência vale tanto ou mais que uma boa estratégia. Saindo um pouco do front e voltando para a nossa realidade profissional, o Brasil hoje passa por um momento econômico promissor. A economia está aquecida, e alguns entendidos do assunto dizem que o mercado de trabalho também está. Estamos em uma situação “confortável”... Talvez tão confortável quando nos dias “pré-reengenharia”, onde o gerenciamento da carreira não era uma coisa com que se preocupar. Mas há algo, no mínimo, estranho no ar. Os sábios chineses já diziam que “o rabo não balança o cachorro”. O Brasil está indo bem enquanto os EUA e a Europa Ocidental nau-

fragam, e até mesmo os chineses começam a apresentar sinais de cansaço. Podemos, muito em breve, ter um novo “chacoalhão” por aqui. O que vamos fazer dessa vez? Um bom plano de carreira para situações de incerteza e contingências deve se apoiar em duas coisas: Uma honesta e profunda avaliação de nossas realizações e fraquezas, e um plano de aprendizado e desenvolvimento pessoal que dê ênfase na versatilidade e na capacidade de adquirir novas habilidades rapidamente. À medida que a realidade à nossa volta fica mais caótica e dinâmica, as carreiras deverão, igualmente, ficar menos lineares rumo às posições de topo das organizações. O plano de carreira será, cada vez mais, um plano de aprendizado, pois faremos muitas coisas novas e que não prevíamos. E será preciso dar ênfase não às habilidades em si, mas sim às chamadas “meta-habilidades”, que são “habilidades que criam habilidades”. São normalmente as habilidades relacionadas ao aprendizado e à comunicação. Conhecer de cor e salteado os mais modernos modismos gerenciais, todas as atuais práticas contáveis e para que serve cada função daquele ERP de última geração tem o seu valor, mas esse tipo de habilidade rapidamente fica obsoleta e perde valor. Agora ter a capacidade de aprender e compreender os próximos modismos, práticas contábeis e sistemas que vêm por aí mais rápido e com mais eficiência que seus colegas é algo cujo valor só aumenta. E você? Já fez o seu plano de aprendizado?

AMERSON MAGALHÃES [Diretor da Título Corretora ]

De olho no jovem investidor jovem brasileiro esbarra em diversos obstáculos quando o assunto é poupar. O imediatismo da vida moderna, o mercado de consumo, a publicidade e as facilidades para se adquirir determinado bem colaboram para que a nova geração muitas vezes não saiba a melhor maneira de investir ou economizar. Esses fatores se somam ao fato de que a educação financeira é algo deficiente no Brasil, passando longe das escolas, universidades e políticas de incentivo. Diante disso, é comum que o jovem fique perdido entre poupar ou gastar. Resolver de que maneira usará seu dinheiro é uma decisão importante e irreversível. Em muitos casos, ele opta por aquilo que lhe parece satisfazer momentaneamente, sem pensar adiante ou prevenir-se para o futuro. Comprar um carro, cursar uma universidade, intercâmbios e até conquistar seu primeiro milhão, são sonhos que requerem grandes investimentos, portanto, grandes economias. Então, como fazer para escapar ou minimizar as tentações e economizar? Primeiramente, o conceito de poupar requer

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disciplina. E pensar adiante é uma habilidade necessária para que Via home os jovens possam trans- broker,o jovem formar seu dinheiro em empreendedor um investimento. Inves- que está tir no mercado financei- ambientado ro é uma opção rentá- com as vel e conveniente para ferramentas os jovens, apesar de ain- virtuais,tem a da ser pouco incentiva- oportunidade da. Em 1999, quando se de aprender e iniciou a prática de ope- investir seu rar via home broker no dinheiro Brasil, a Título Correto- desde cedo” ra de Valores preocupou-se em estar à frente nesse projeto, e assim, contribuir para uma melhor Através da plataforma Easynvest, oferecemos as ferramentas para que qualquer pessoa tenha a oportunidade de ingressar no mercado de investimentos. Isso significa uma abertura para qualquer tipo de investidor, seja ele grande negociante ou um jovem que estreia no mercado.

Nós percebemos, principalmente, o potencial da nova geração no mercado financeiro e mais uma vez, despontamos no mercado criando a promoção “Começando do Zero”. A promoção possibilita que os jovens entre 18 e 23 anos ingressem nesse universo com custo zero em operações durante 12 meses, além de oferecer um curso online de introdução à conceitos de como poupar e investir com segurança. Custo zero em operações significa que o jovem investidor já entra no mercado aplicando o valor que gastaria com corretagens, algo inédito no mercado brasileiro. Via home broker, o jovem que está ambientado com as ferramentas virtuais, tem a oportunidade de aprender e investir seu dinheiro desde cedo, podendo ter essa atividade em paralelo aos seus estudos e profissão. Ao se interessar por esse universo, o jovem logo descobrirá que é possível transformar sonhos em realidade, sem grandes preocupações. A maturidade aponta no momento em que ele percebe que chegou a hora de dar novos saltos, pensando no futuro e em um envelhecimento tranquilo.


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[ HABITAÇÃO ]

[ ENERGIA ]

Juro é alto também para imóveis

Chineses devem disputar leilões

Setor imobiliário também sofre com taxas altas assim como ocorre no mercado de crédito em geral. No Brasil, os números estão entre os maiores do mundo e barram negócios

ão Paulo (AE) - Assim como ocorre no mercado de crédito em geral, o spread e as taxas de juros dos empréstimos imobiliários do Brasil estão entre os mais altos do mundo. Spread é a diferença entre a taxa que a instituição financeira paga ao captar o dinheiro e a que cobra ao repassá-lo para o cliente. As duas conclusões fazem parte de um estudo da consultoria ATKearney, feito a pedido da reportagem. É o primeiro levantamento do gênero realizado desde que as concessões desses empréstimos dispararam no País. A pesquisa compara a situação em cinco nações: além do Brasil, Estados Unidos, Espanha, Rússia e Chile. Aqui, o spread médio no segmento imobiliário é de 5,05 pontos porcentuais, ante 3,1 na Rússia, 4,8 nos EUA, 3 pontos no Chile e 2,2 na Espanha. No caso do juro, os resultados foram de, respectivamente, 11,3% ao ano, 14,5%, 5%, 4,9% e 3,4%. Nos últimos meses, o crédito imobiliário deu um salto no Brasil, a despeito do custo elevado na comparação com outros países. Segundo dados do Banco Central (BC), esses empréstimos cresceram 51% nos 12 meses terminados em agosto, ante expansão de 19% do crédito total da economia. Bancos e especialistas do setor imobiliário preveem que o crescimento continuará acelerado. Primeiro, por causa da estabilização da economia, que permite prever o cenário para os anos seguintes com mais confiabilidade - o que estimula tanto o tomador quanto o credor a fazer mais operações. Em segundo lu-

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gar, por causa das mudanças regulatórias de 2004. Ali se instituiu, por exemplo, a alienação fiduciária. Na prática, significa que um banco pode retomar com mais facilidade o bem (imóvel) em caso de inadimplência do devedor. Também alimentam as projeções positivas para o setor a implementação do programa Minha Casa, Minha Vida. Hoje, a fatia do crédito imobiliário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é de 3% no Brasil - o equivalente a cerca de R$ 115 bilhões. Na Espanha, a proporção é de 26% e no Chile, de 27%. Coordenadora do levantamento, a vice-presidente da ATKearney, Silvana Machado, atribui o spread e os juros elevados a três razões. A primeira delas é que, apesar da alienação fiduciária, a maioria dos empréstimos imobiliários concedidos no Brasil está no âmbito das normas antigas, que dificultam a retomada do bem. "A taxa de inadimplência sobe e o juro também." A segunda razão é a baixa competição no setor. "O crédito imobiliário é novo no Brasil, coisa de cinco anos para cá", diz Silvana. A Caixa Econômica Federal, sozinha, tem 75% da carteira de crédito do segmento no País. O terceiro fator, segundo ela, é a limitação de funding (dinheiro disponível para as operações). "Aqui, temos basicamente os recursos do Fundo de Garantia e da poupança. Não há outros instrumentos, como no exterior", diz, referindo-se, por exemplo, à securitização, que permite que carteiras de crédito sejam vendidas para investidores no mercado.

ANA SILVA

rasília (AE) - Os chineses devem aumentar sua presença no mercado de energia elétrica do País. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, acredita que, no ano que vem, empresas chinesas deverão participar de leilões para novos empreendimentos em geração e transmissão de energia elétrica. Segundo o diretor, que estava na semana passada de malas prontas para passar uma semana na China, os investidores do País asiático já estão conversando inclusive com a Eletrobras para formar eventuais parcerias nesses leilões. Hubner, que terá reuniões com investidores na China e participará de feira de negócios em Xangai, lembrou que a estatal chinesa State Grid já adquiriu sete concessões de energia no Brasil controladas pelas empresas espanholas Elecnor, Isolux e Cobra. O investimento na compra dos ativos foi avaliado em R$ 3,1 bilhões. O negócio foi anunciado em maio e teve aprovação da Aneel em setembro. Ele lembrou que, além dessa experiência inicial no setor de transmissão, a própria State Grid investe em geração de energia e companhias chinesas já atuam fornecendo turbinas para projetos de hidrelétricas no Brasil. "No ano que vem, deveremos ter, pelo menos, três leilões de geração de energia e outros três de transmissão", disse o diretor, que participou hoje da assinatura de contrato de concessão de quatro novas linhas de transmissão que foram leiloados em junho deste ano.

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Hoje, a fatia do crédito imobiliário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é de 3% no Brasil

Abecip discorda dos números São Paulo (AE) - O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Luiz França, argumenta que o custo do empréstimo imobiliário é o mais baixo do País. "Quantas empresas conseguem captar dinheiro por 30 anos pagando 10,5% de juro ao ano mais TR?", indaga. "Acho que nenhuma. Mas as pessoas físicas podem se financiar a esse custo." Ele também observa que o mercado de crédito do País (não só o imobiliário) sofre com inadimplência elevada, compulsórios e

outros fatores. No caso específico das operações imobiliárias, França diz que a burocracia para a compra e venda de um imóvel no País acabam onerando as operações. Por isso, ele conta que a entidade trabalha para que o governo faça mudanças regulatórias que resultariam na redução desses custos. Uma delas, explica, é o que ele chama de concentração de matrícula - qualquer operação em que o imóvel fosse dado como garantia teria de ser registrada na matrícula. "Isso reduziria o número de pesquisas que são feitas em uma

transação", argumenta DEMANDA Já o presidente do Instituto para o Desenvolvimento da Cultura do Crédito (IDCC), Fernando Blanco, avalia que os empréstimos imobiliários padecem do mesmo mal de outras modalidades no Brasil: demanda maior do que oferta. Para ele, não se trata de falta de competição, como acreditam outros especialistas. Nem sempre, diz Blanco, um número elevado de bancos significa juros menores.


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[ ENTREVISTA – ROBERTO OLIVA, DIRETOR DA GAULLAR ]

‘É preciso um transporte intermodal’ FOTOS:ALDAIR DANTAS

Como o senhor avalia hoje a situação logística do país? Vivi na Europa nas últimas duas décadas e tive a oportunidade de ver em primeira mão uma política de transformação em todos o agentes que intervêm na chamada cadeia de valor, a supply chain, então, nós entendemos que o momento logístico que o Brasil vive hoje é o momento que a Europa viveu há cerca de 15 anos. Sem querer ser o dono da verdade, eu pretendo fazer uma analogia entre a situação europeia a situação brasileira e até a latino-americana, porque acredito que são elementos importantes para a reflexão. Entendemos que o Brasil vai ter nos grandes eventos que ele vai patrocinar, uma oportunidade histórica de poder avançar de maneira significativa e nos principais componentes que intervem na cadeia de supply chain. Então, qual foi o processo básico que vivemos na Europa e como é o processo que o Brasil está vivendo hoje? Existem dois ou três aspectos que eu considero importantes para responder essa pergunta. Primeiro o, o BID realiza há cada cinco anos o que nós chamamos de um panorama logístico internacional. Esse estudo foi feito por um cientista econômico/logístico francês que pôde constatar com alegria que o Brasil teve uma evolução significativa do ano 2000 ao ano 2005, que foi quando foi realizado o último estudo. Agora no final do ano se faz um novo estudo que será divulgado em 2011. O Brasil saltou de uma posição no ranking internacional que era o colocado 62 para a 40ª posição. Em um ranking de aproximadamente 150 países estudados. Então, é um avanço significativo, mas é uma posição muito pouco confortável para um país que está condenado a ser quinta economia do mundo nas próximas duas décadas. Não existe debate que não afirme que o Brasil ocupará esta posição. Paralelamente a esta posição, um dos grandes estudos desse documento é a posição dos países em relação ao que são os desembaraços alfandegários. Neste caso, o Brasil ocupa a posição 82 em um ranking de mais ou menos 150 países. Por exemplo, Uganda com base no estudo de 2005 é considerado um país mais competitivo e mais ágil em relação ao Brasil na parte específica dos trâmites alfandegários. Então, essa é uma reflexão importante, mas consideramos que o Brasil deveria começar a pensar na logística como um agregado econômico. Existem estudos que determinam que um aumento de todo o tipo de atividade logística poderia aumentar em 1% do Produto Interno Bruto (PIB) ou melhorar 2 pontos a geração de negócios no comércio brasileiro. Então o que falta para que o Brasil assuma as posições de liderança? Falta tomar algumas iniciativas que nós consideramos básicas que é fundamentalmente aproveitar esse momento histórico, aproveitar esse inegável crescimento que o país vai ter para consolidar infraestrutura que sirva para as próximas duas ou três gerações. Dentro desse panorama, o senhor citou dois gargalos que existem para que o Brasil melhore sua situação logística. Quais os caminhos que o país precisa seguir para resolvê-los? O primeiro caminho que considero é que todos os tramite aduaneiros não deveriam ser vistos somente com o objetivo de arrecadar impostos. Também pode ser isso, é uma das grandes fontes de arrecadação. Mas um dos grandes avanços, grandes progressos que se conseguiu na Europa foi devolver para a iniciativa privada a responsabilidade para ele poder fazer esses trâmites. Nós temos que olhar a balança dos dois lados, não somente como a nossa situação de importador, mas também com a

VINÍCIUS ALBUQUERQUE editor de Economia

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opa do Mundo e Olimpíadas. Não é de hoje que se fala nos dois grandes eventos mundiais que o Brasil sediará nos próximos anos como alavancas de desenvolvimento para o país. No entanto, uma pergunta que não cala é: o país está realmente prepara-

do para receber estas duas grandes oportunidades? Um dos setores que carrega estes questionamentos é o de logística e transportes. Afinal, são através de portos, aeroportos e estradas que os negócios gerados pela Copa e os Jogos Olímpicos vão se movimentar. Presente em Na-

Com o novo aeroporto, o RN pode ser um pólo interessante para intercâmbio entre os outros estados e a Europa”.

tal no mês passado para participar do 11º Congresso Nacional do Transporte Intermodal de Cargas – realizado de 22 a 24 de setembro – o diretor da empresa de consultoria espanhola Gaullar, Roberto Lacerda Oliva, aponta alguns gargalos que o país precisa resolver nos próximos anos para desenvolver melhor seu setor de transportes. Dentro do trabalho da empresa que representa, Oliva lembra que haverá também grandes oportunidades para fusões e aquisições neste setor. É preciso que os empresários estejam atentos.

nossa faceta de país exportador. Os exportadores brasileiros já começam a apreciar, e eu volto a fazer algumas analogias com o que aconteceu na Europa, a agilidade que recebe um produto quando chega em um porto ou aeroporto europeu. Ou seja, existem mecanismos criados e desenvolvidos para fazer com que a iniciativa privada, o consumidor final do produto, seja co-responsável pela recepção, pelo trâmite e pela gestão dos impostos correspondentes a esse processo de importação ou exportação. O que tem que ser feito e como se conseguiu bastante na última década é envolver a iniciativa privada de uma maneira bastante importante na questão relativa aos trâmite alfandegários, desenvolver parcerias entre o poder público e privado (isso é uma coisa que o Brasil tem feito bastante, fundamentalmente no Rio Grande do Norte com o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante). Esses deveriam ser os caminhos. E, obviamente, queremos trazer para debate, para reflexão que existe uma quantidade enorme de empresas mundiais do setor de logística de transporte que manifestaram interesse em investir no Brasil. A organização que eu represento é uma organização responsável por comprar, vender, fazer fusões de empresas de logística e transporte. Nós temos conhecimento de um número considerável de organizações internacionais que querem investir no Brasil, que querem comprar empresas do setor de transportes nos seus vários modais. E essas empresas como tiveram a oportunidade viver essa travessia no deserto na área de logística na Europa elas podem prestar um apoio significativa oferecendo a sua experiência, sua metodologia de gestão, seus sistemas tecnológicos.

O senhor compara o Brasil e a Europa lembrando que o nosso país vive hoje o momento que o continente viveu há 15 anos. Mas com certeza são mercados totalmente diferentes.Que diferenças seriam essas que precisam ser observadas? Quais as dificuldades que os investidores vão ter para fazer andar os projetos no Brasil? Você tem absoluta razão. Voltando a comentar, o Rio Grande do Norte consideramos que com as medidas que está adotando, com a construção do novo aeroporto, com os importantes investimentos, de infraestrutura que têm sido realizados, com o crescimento natural da economia com a enorme atração que isso põe para os investidores internacionais, ele pode ser um pólo interessante para os intercâmbios comerciais entre os outros estados e a Europa. Pode ser um pólo interessante de fluxos comerciais vindos da Europa, pode encurtar de uma maneira significativa as transações comerciais por via aérea aproveitando a infraestrutura que está prevista para o aeroporto, sem deixar de considerar os outros modais como o marítimo e o terrestre.

ximadamente 80% dessa parte.

O senhor citou o transporte de cargas via São Gonçalo do Amarante. Como está hoje essa questão do transporte de cargas por via aérea? O Brasil já está bastante desenvolvido com relação a isso? O Brasil tem uma dependência muito grande do transporte rodoviário. Segundo os últimos estudos que tive acesso, o custo logístico hoje do Brasil comparado ao PIB, ele chega a 10,2% aproximadamente dos quais todos os aspectos ligados ao transporte em geral supõem mais ou menos 60% desse total. Consideramos que o transporte rodoviário supõe apro-

Muito se fala hoje do aeroporto de São Gonçalo como uma grande alavanca para o desenvolvimento do Estado.Na opinião do senhor, o aeroporto por si só basta para trazer esse desenvolvimento? O modal rodoviário sempre vai ser um modal imprescindível. É o único que pode situar a mercadoria de porta a porta. Todos os demais modais sempre têm uma dependência dele. O passo que está sendo dado com a construção desse novo aeroporto, com a ampliação de outros aeroportos brasileiros que são imprescindíveis para

Então o país ainda precisa evoluir em outras formas de transporte? Sem dúvida. Consideramos que o Brasil está dando alguns passos nesse sentido. A abertura desse mercado foi bastante interessante. Existem empresas regionais transformando a malha aérea brasileira e tornando a mais recional, mais enxuta. E usando os conceitos de logística dentro das organizações de carga que era uma coisa que não ocorria há uma década, por exemplo. Tivemos grandes fracassos da Transbrasil, Vasp e Varig justamente por descuidar de maneira absoluta.

Estes outros modais devem evoluir de maneira bastante acelerada porque existem eventos que vão exigir que o Brasil tenha suporte”

Com relação aos demais modais como as ferrovias e o transporte marítimo, o senhor acha que falta isso também no Brasil? Sim falta. A grande dependência que o Brasil tem do transporte rodoviário gera essa enorme demanda. Estes outros modais devem evoluir de maneira bastante acelerada porque existem grandes eventos que vão exigir que o Brasil supere e tenha suporte.

O primeiro caminho que vejo é que os trâmites aduaneiros não deveriam ser vistos somente com o objetivo de arrecadar impostos.”

receber esses grandes eventos como Olimpíadas, Copa do Mundo. Eu acredito que esse passo precisa ser dado e vai através inclusive da própria inércia fazendo com que outros estados procurem investir também para serem complementos. O Porto de Natal teve alguns investimentos é muito pequeno em relação a outros do Nordeste.Uma capital como Natal que vai receber uma Copa e terá uma estrutura como o Aeroporto de São Gonçalo precisaria de mais investimentos nesse modal também? Sim, com certeza. Outro aspecto de analogia que podemos comentar. Quando a Espanha foi contemplada Barcelona como sede das Olimpíadas em 1992, basicamente havia uma grande dependência em relação aoaos dois grandes portos do país. A Espanha então fez um esforço significativo no sentido de modernizar os seus portos. Mas porque fez esse esforço? Porque havia uma demanda que acabava favorecendo o investimento necessário para fazer essas obras. É indiscutível que é imprescindível que o Porto de Natal precisa de uma melhor adequação. E uma vez mais consideramos que o próprio aeroporto e a multidependência que existe entre os vários modais deve empurrar sem dúvida nenhuma os próximos governos federal e estadual a realizar os investimentos em parceria com o poder privado para realizar obras significativas. O senhor acredita que essa parceria do poder público com o poder privado é necessária para desenvolver essa logística ou o poder público por si só já deveria investir? Eu acredito que o poder público tem feito esforços significativos. Estamos falando de um país com um crescimento superior a 8%. Existem apostas de que o Brasil deve encerrar 2010 com estes números, algo comparável com a China. E acreditamos que sempre vai ser a partir de agora com a globalização, com a imposição basicamente mundial de que os governos controlem seus déficits públicos, as parcerias serão inevitáveis. Através de isenção de impostos, através de conhecimentos adquiridos anteriormente, o caminho deverá ser sempre nessa ordem. Eu na verdade, não acredito que o poder público deve realizar essas obras de uma maneira individualizada porque a gestão desses empreendimentos é bastante salutar quando está entregue para o poder privado.


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economia

Domingo | 10 de outubro de 2010

[ RESPONSABILIDADE SOCIAL ] Ótica Diniz tem como meta distribuir gratuitamente óculos de grau a 11 mil alunos da rede municipal de ensino que têm problemas para enxergar em sala de aula

Projeto “Visão do Futuro” inicia sua segunda fase DIVULGAÇÃO

maior franqueadora do ramo de óticas do Brasil – as Óticas Diniz, com 480 lojas em todos os 26 estados brasileiros, mais o Distrito Federal -, começa em novembro a segunda etapa de um programa para distribuir óculos de grau às crianças do Ensino Fundamental das escolas públicas. O projeto batizado de “Visão do Futuro” já entregou, em sua primeira fase, três mil óculos de grau para alunos de 17 escolas da rede pública, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. A meta é totalizar 11 mil alunos, segundo o diretor presidente das Óticas Diniz, Aécio Diniz. Ele disse que o projeto nasceu há alguns anos, quando leu uma reportagem que falava de uma parceria com a prefeitura de São Paulo para distribuir 80 óculos a alunos da rede pública. “Encomendei uma pesquisa para as condições específicas da capital paulista e a conclusão foi que, para atender a demanda real, seria necessário distribuir ali algo ao redor de 80 mil óculos de grau”, lembrou o empresário. A ideia de empreender esse projeto em Natal, segundo o empresário, foi uma forma da rede, que vende 180 mil óculos por mês no País, “retribuir um pouco do que a cidade nos deu desde que chegamos aqui há 10 anos”. Precursor de um modelo inovador de franquias, na qual apenas ex-funcionários são incentivados a se tornarem franqueadores da rede, Aécio explica que a expansão das Óticas Diniz, fundada em 1992 em São Luiz do Ma-

A

Projeto entregou 3 mil óculos a estudantes da rede pública

Problemas de visão tiram dos alunos a condição de acompanharem as aulas ou realizarem aquisições de aprendizado” AÉCIO DINIZ empresário

ranhão, ganhou força a partir da instalação das primeiras lojas em Natal. Agora, o programa “Visão do Futuro” planeja expandir-se para os alunos da Educação Infantil. “Pesquisas comprovam que há um grande déficit de aprendizado nas escolas públicas por conta da incapacidade dos alunos de enxergarem bem”, lembrou o empresá-

rio. “Isso tira deles qualquer condição de acompanharem as aulas ou realizarem aquisições importantes de aprendizado”, acrescentou. Pelo convênio assinado com a Prefeitura de Natal, os exames de vista serão realizados nas próprias escolas, com a presença de um oftalmologista, restando apenas para o aluno ou familiares dirigirem-se a alguma das lojas da rede em Natal para retirar seus óculos, sem qualquer custo. Os alunos beneficiados até agora pertencem às escolas municipais Emanuel Bezerra, João XXIII, Professor Antônio Severiano, Nossa Senhora dos Navegantes, José Andrade Frazão, Celestino Pimentel, Juvenal Lamartine, Professor Otton Guerra, Amadeu Araújo, Emília Ramos, Alexandre Sampaio, Meceri Santos. Arnaldo Bezerra, João Paulo

II, Josefa Botelho, Antônio Campos e Laura Maia. Fora do campo dos programas de responsabilidade social, como o projeto “Visão do Futuro” , o modelo de franquia praticado pelas Óticas Diniz é quase outro projeto social. É considerado tão inovador que hoje é objeto de análise de especialistas para a implantação em outros segmentos de mercado. “Um empresário amigo meu costuma dizer que nosso modelo cairia como uma luva na China”, diz Aécio Diniz. O fato é que, uma década depois de desencadeado o processo de franquias da rede, baseada na expertise de ex-empregados e colaboradores, todos os franqueados deram certo.Eles representam 90% da rede de 480 lojas. “Apenas três casos – justamente de pessoas de fora, com capital de giro próprio – retiraram-se do negócio”.


economia DÓLAR COMERCIAL Compra: R$ 1,666 Venda: R$ 1,668 DÓLAR PARALELO Compra: R$ 1,75 Venda: R$ 1,88

POUPANÇA HOJE 0,5650% CDB 10,60% BOVESPA

SALÁRIO MÍNIMO

R$ 510,00 TAXA SELIC -0,72%

9,25%

TELEFONES ÚTEIS Receita Federal: 3220-2200 Procon Estadual: 3232-6770 Procon Municipal: 3232-9050 DRT RN: 3220-2000

DIA DAS CRIANÇAS

Pais e filhos descobrem lições de educação financeira. PÁGINA 8 DÓLAR TURISMO Compra: R$ 1,690 Venda: R$ 1,783 EURO Compra: R$ 2,319 Venda: R$ 2,322

Editor: Vinícius Albuquerque e-mail:vinicius@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 10 de outubro de 2010 ALEX FERNANDES

[ VEÍCULOS ] Ameaças de ações judiciais sobre

local de incidência do ISS afastam consumidor

Insegurança jurídica prejudica leasing B rasília (AE) - Depois do "boom" entre 2008 e 2009, o leasing voltou a perder espaço para os financiamentos na hora do consumidor adquirir um carro novo ou usado. A queda na procura está ligada ao temor de que ações judiciais questionando o local de incidência do Imposto sobre Serviços (ISS) - tributo municipal - possam elevar os custos das operações. Segundo dados do Banco Central (BC), o volume de operações de leasing para aquisição de veículos atingiu o pico de R$ 64,465 bilhões em julho de 2009. Porém, as transações caíram gradualmente até chegarem a R$ 52,262 bilhões em agosto deste ano, menor valor liberado desde o mesmo mês de 2008. O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel), Osmar Roncolato Pinho, explicou que a concessão de leasing para compra de veículos cresceu muito nos últimos dois anos devido à ausência da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Porém, ações judiciais de municípios no Superior Tribunal de Justiça (STJ) questionando o local de incidência do tributo e a base de cálculo provocaram uma insegurança jurídica que já está afetando o custo da operação e deixando os financiamentos mais atrativos. As prefeituras querem que o ISS seja pago na cidade em que o serviço é prestado (onde estão localizadas as revendas) e não na sede da empresa que oferece o produto (bancos e financeiras), como é feito hoje. "Os clientes levam a modalidade com menor taxa. No arrendamento mercantil, o administrador acaba embutindo o risco jurídico desses questionamentos", destacou. TARIFAS

AZUL DEFENDE RECUPERAÇÃO São Paulo (AE) - O atual ambiente econômico nacional, com aumento da renda, é favorável para a recuperação das tarifas aéreas, que ainda estão abaixo dos níveis précrise, segundo o presidente da Azul, Pedro Janot. De acordo com o executivo, existe um grande contingente de brasileiros que começa a usar o avião como meio de transporte pela primeira vez. Segundo ele, existe uma tendência de as empresas adotarem maior "flexibilidade de preço", oferecendo preços menores para passagens compradas com antecedência maior pelo consumidor. "Antes da entrada da Azul no mercado, os preços eram inflexíveis, mas o mercado está começando a atuar de forma mais flexível", disse. A Azul é a terceira maior empresa do mercado, com 6% de participação, e sua meta é atingir 15% a 20% de mercado até 2013. A Azul está estudando a construção de um centro de manutenção próprio, mas ainda não definiu o local.

Para o presidente da Abel, se os municípios ganharem essa disputa na justiça, os valores das alíquotas do ISS podem subir, o que será automaticamente repassado para o consumidor. Atualmente, a alíquota mínima é de 2% do preço do produto. Porém, em algumas cidades, esse imposto pode chegar a 5%. "Se isso acontecer, o leasing vai perder ainda mais competitividade", explicou Pinho. "Acreditamos que quando esse problema for resolvido teremos que fazer uma regulamentação específica para operações de leasing. O leasing precisa de uma legislação específica", ressaltou Pinho. STJ No final do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Eros Grau, que se aposentou recentemente, apresentou um relatório informando que há incidência do ISS nas operações de leasing. Mas, o ministro Aires Brito pediu mais tempo para avaliar o tema. O local de incidência, no entanto, não é tratado nesse processo. Esse assunto deve ser resolvido no STJ. Um recurso repetitivo (decisão que valerá para outras ações que correm no tribunal) está nas mãos do ministro do STJ, Luiz Fux. Não há expectativa sobre quando haverá uma decisão definitiva. Recentemente, o Ministério Público Federal encaminhou ao STJ um parecer sobre o assunto. Nele, a subprocuradora geral da República, Denise Vinci Tulio, diz que "o município competente para a cobrança do ISS incidente sobre o arrendamento mercantil é aquele em que efetivamente foi prestado o serviço, onde se concretiza o fato gerador, e a base de cálculo é o valor integral da operação realizada".

O volume de leasing atingiu o pico de R$ 64,465 bilhões em julho de 2009. Porém, em agosto deste ano chegaram a R$ 52,262 bilhões


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Domingo | 10 de outubro de 2010

Crianças devem acompanhar familiares na busca pelo presente em comemoração ao seu dia. Ocasião é utilizada para ensinar aos pequenos a forma correta de lidar com dinheiro, avaliando necessidade e disponibilidade de recursos

[ APRENDIZADO ]

Dinheiro que não é de brincadeira dia 12 de outubro é uma data aguardada ansiosamente pelas crianças, por ser sinônimo de presentes. Mas para os adultos, a ocasião pode ser encarada como uma oportunidade para ensinar aos pequenos a melhor forma de lidar com dinheiro, mostrando que para receber o tão desejado presente não basta apenas ter vontade, é necessário avaliar se há recurso disponível para a compra. O consultor financeiro Robson Gomes afirma que a ocasião é perfeita para ensinar aos pequenos o trato com dinheiro, uma vez que o Dia das Crianças não é uma data na qual existe o hábito de surpreender os pimpolhos com o presente. Dessa forma, é interessante fazer com que a criança participe diretamente da escolha e aquisição dos mimos. “Os pais têm a alternativa de levar a família para um passeio, para curtirem um tempo de lazer de qualidade, mostrando que a companhia pode ser muito mais interessante do que o presente em si e isso pode até ser dado como opção para a criança”, sugere Gomes. De acordo com Gomes, as crianças com idade entre 3 e 6 anos já são capazes de estabelecer uma relação entre produto e valor, o que pode ser estimulado a partir do uso de um cofrinho. Ele explica que essa ferramenta permite que seja gerado volume com as moedas e na hora em que a criança decide utilizar a quantia para alguma compra, fica clara a quantidade de dinheiro necessária, bem como o trabalho que deu para economizar. A autônoma Ana Virgínia

O

Costa aprendeu na prática uma maneira de ensinar ao seu sobrinho Ryan Gabriel, de 5 anos de idade, como escolher seu presente. Ela conta que a família começou a trabalhar a questão financeira com o menino desde que ele tinha 1 ano de idade, buscando mostrar que nem sempre era possível comprar os brinquedos que o menino podia. “De um tempo para cá, em todas as datas comemorativas, estipulamos o máximo que Ryan pode gastar e ele mesmo escolhe seus presentes”, diz. Para a escolha do mimo do Dia das Crianças, tia e sobrinho foram ao shopping na sexta-feira passada e o menino recebeu a quantia de R$ 70. Logo que chegou à loja de brinquedos, Ryan

Veja algumas dicas para ajudar as crianças a entender a melhor forma de lidar com o dinheiro e os gastos diários:

se consegue com Ensine que tudo mo arrumar a esforço. Tarefas co roupa, os cama, guardar a r as tarefas brinquedos e faze ação.Mas se a rig escolares são ob a tarefa extra, criança fizer algum lixo, aspirar o como despejar o as guardar as compr veículo,ajudar a a er ,ou estend do supermercado r uma boa se de po roupa, esta ra oferecer uma oportunidade pa ade de dinheiro pequena quantid . por cada serviço

Para ensinar a economizar, podem ser criadas metas. Presenteie a criança com um porquinho,para que ela pos sa economizar visando uma ida ao cinema ou a compra de obj etos como livro,brinquedo ou tên is.

É importante que tanto os pais quanto os tios e av ós,estejam de acordo quanto a da r dinheiro à criança.

Explique a difere nça entre o valo r e o preço, entre a necessidade e o gasto.

Uma alternativa é levar para um passeio mostrando que a companhia pode ser mais interessante que o presente em si”

Lembr e-s criança e sempre de pr q econo uando ela co emiar a mizar. D nseguir es estímu lo aum sa forma, o entará seu esfo rço.

Dê o exemplo,edu cando-se em relação aos gastos.A forma mais eficiente de ensin o é o exemplo dos adultos aos qu ais a criança admira.

pena não vale a Ensine que ecessárias sn e d s a cois gastar com duzir dicado é re e o mais in adquirir o ir consegu ra a p s o st a g ssita. nte se nece que realme

Um bom exercí cio é através de jogos de tabule iro,como o tradicional Banc o Imobiliário .

ROBSON GOMES consultor financeiro

pegou diversos bonecos e jogos, mas em um período de aproximadamente uma hora, ele conseguiu decidir entre aqueles que realmente desejava, atento também ao preço. Após analisar os brinquedos e conversar com a sua tia, o menino optou por levar um boneco e um jogo de cartas, que totalizaram

Consultor explica qual a melhor conduta

DIA DAS CRIANÇAS

R$ 45. Com o restante dos R$ 70, Ryan foi lanchar. “Ele pegou vários brinquedos e eu perguntei qual ele iria levar, pois não tínhamos dinheiro para comprar todos”, conta Ana Virgínia. COMÉRCIO Seguindo a tendência das datas comemorativas de 2010, o Dia

das Crianças deverá representar um crescimento significativo nas vendas do comércio de Natal. De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), os comerciantes devem estar preparados para um incremento superior a 10% nas vendas para o Dia das Crianças, comparando com a mesma data em 2009.

O gerente de uma loja de brinquedos, Alexandre Rogato, diz que o movimento aumentou ao longo da última semana, mas “engrenou” apenas ontem. Apesar da demora no aumento de fluxo de clientes, a expectativa dele é de que as vendas sejam entre 7% e 14% maiores do que na mesma data de 2009. afirma.

Na visão do consultor financeiro, a atitude da tia em levar a própria criança a escolher entre vários brinquedos que lhes despertaram o interesse é a atitude mais correta nesse tipo de situação. “É importante deixar que a criança faça a opção, porque assim podemos ver a expectativa dela em relação ao presente, ao mesmo tempo em que analisamos se ela está captando o que é ensinado”, avalia Robson Gomes. Em relação a outras idades, o consultor explica que entre os 6 e 10 anos, é possível começar a dar pequenos valores em dinheiro para as crianças comprarem lanches na escola, por exemplo. Isso é possível porque Ela já entende quantidade, sabe o que é um troco e, assim, percebe que precisa administrar a quantia, para que não falte lanche. Após os 10 anos de idade, a criança já tem outra visão e pode passar a receber valores maiores, que possibilitem a construção do hábito de poupar para adquirir algum objeto de desejo, como tênis, roupa e até mesmo o brinquedo da moda.

SERVIÇO Sites que podem auxiliar as crianças a lidar com o dinheiro, de acordo com a faixa etária Entre 6 e 10 anos:www.mesada.com.br A partir dos 11 anos:www.clube dopairico.com.br


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economia

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economia

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[ COMMODITIES ] Se por um lado o câmbio torna mais caros os produtos brasileiros no exterior, por outro tem elevado os preços das matérias-primas como soja, milho e algodão

Abrindo a porteira

Alta do preço compensa câmbio, mas preocupa

laf@tribunadonorte.com.br

Exposição do RN berta ontem, no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, a 48ª Festa do Boi, terá hoje e amanhã, mais leilões e julgamentos de animais de diversas raças. Existe uma expectativa de negócios de R$ 50 milhões, pela Secretaria de Agriultura e Pecuária, de R$ 100 milhões, pela dirertoria da Anorc e. de R$ 30 milhões, da parte de antigos expositores, com história no agronegócios. Eles lembram que 2010 é um ano de seca no interior do Nordeste. A exposição tem mais de cinco mil animais entre bovinos, equinos, caprinos e ovinos e deverá receber um público de mais de 350 mil pessoas. O Governo do Estado encerra também o Circuito Estadual de Eventos Agropecuários de 2010.

A

EXPOSIÇÃO A agricultura familiar é um dos destaques da Festa do Boi 2010. A Emater-RN organiza durante o evento caravanas de pequenos produtores e seus familiares, com mais 4 mil pessoas vindas de todas as regiões do Estado. Além de visitas, eles conhecerão novas tecnologias em áreas específicas, cursos e oficinas.

Leilão (I)

Leilão (II)

Hoje acontecerá mais um leilão, a partir das 20 horas, no tattersal do parque. Também haverá julgamentos de diversas raças, entre as quais, a Pardo Suiça. O Sindicato das Indústrias de Leite expõe os produtos dos assocados e o Sebrae realiza mais um Empreendedor Rural. Para terça-feira é aguardo com expectativa o leilão de cavalos quarto-de-milha, com faturamento previsto de R$ 2 milhões.

Amanhã, véspera de feriado, na Festa do Boi, a partir das 20h, terá o leilão Aliança do Leite, de vacas, novilhas e tourinhos das raças Gir, Girolando, PardoSuiço e Holandesa. Será sorteada uma passagem aérea entre os participantes para exposição em Castro, Paraná. E toda renda obtida com a entrada no tattersal será revertida para o Hospital Infantil Varela Santiago.

INOVAÇÃO Mais de 120 pesquisadores brasileiros e africanos debateram projetos na área agrícola durante o Fórum da Plataforma África-Brasil de Inovação Agropecuária, realizado quinta-feira, em Brasília. Os projetos selecionados serão financiados por organizações internacionais. Para os próximos três anos já estão disponíveis US$ 3 milhões.

1

A 21ª edição do Congresso Nacional de Fruticultura - Frutas: Saúde, Inovação e Sustentabilidade será realizada de 17 a 22 próximo no Centro de Convenções de Natal. Serão apresentados trabalhos recentes dos principais centros de pesquisa e universidades do país. Estão previstos minicursos sobre produção de uvas e vinhos, fruteiras orgânicas, manejo integrado de doenças e de pragas, produção integrada de frutas.

2

O livro Carne Ovina – Sistema Internacional de Comercialização acaba de ser lançado, abordando as peculiaridades do comércio internacional da carne ovina entre os principais países e também a forma que os países exportadores adotam para serem competitivos no mercado internacional. O livro foi escrito por 3 autores: André Sorio; Jean-Yves Carfantan e Wilfrido Augusto Marques.

3

Os alunos da Ufersa

conheceram o potencial do Porto de Pécem, no Ceará, hoje o líder em exportação de frutas tropicais. Os estudantes do curso de Mestrado em Fitotecnia Conheceram a logística do embarque da produção das frutas regionais para o mercado externo. O trajeto para os Estados Unidos é de apenas seis dias e sete para a Europa.

RECORDE As exportações de milho e açúcar do Brasil têm recordes em setembro, somando 1,93 milhão de toneladas, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Brasil. A melhor marca mensal para as vendas externas do cereal havia sido registrada em outubro de 2007, quando o Brasil exportou 1,8 milhão de toneladas.

Subvenção da cana Definidas as regras para subvenção a produtores de cana do Nordeste. Para receber o benefício, os agricultores devem se cadastrar na Conab até 31 de dezembro deste ano. Podem receber o benefício agricultores e/ou cooperativas que

tenham processado a cana em usinas da região, no período de 1º de agosto de 2009 a 31 de julho de 2010. O regulamento prevê o pagamento de R$ 5, por tonelada de cana entregue, com limite de 10 mil toneladas por produtor.

LEILÃO O tradicional Leilão Fazendas Sant’Anna, do criador Jovelino Carvalho Mineiro, completa 21 anos de existência e coloca à venda em 17 de outubro (domingo), em Rancharia (SP), na própria sede da fazenda, 300 touros Brahman POI e Nelore PO com registro genealógico definitivo. O remate tem transmissão do canal Terraviva a partir das 14horas. MÁQUINAS Em setembro, a produção de máquinas agrícolas cresceu 34,8%, segundo a Anfavea. Alcançou 8,2 mil unidades, contra 6,08 mil unidades produzidas em setembro de 2009. Entretanto, na comparação com agosto, quando foram fabricadas 8,56 mil unidades, a produção de máquinas agrícolas diminuiu 4,2%. No acumulado de janeiro a setembro, foram fabricadas 69,12 mil máquinas agrícolas.

ZONEAMENTO Indicadas as áreas para plantio de feijão caupi e algodão. O zoneamento agrícola identifica os municípios aptos para as culturas em quatro estados do Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Esta variedade de feijão, também conhecida como feijão-de-corda ou macassar, precisa de quantidades de água bem distribuídas durante o ciclo de reprodução.

ão Paulo (AE) - A desvalorização do dólar não deve gerar prejuízos expressivos para o agronegócio brasileiro, ao menos neste momento, segundo economistas e analistas de mercado. Se por um lado o câmbio torna mais caros os produtos brasileiros no exterior, por outro - como o fenômeno é global - tem elevado os preços das matérias-primas, inclusive as agrícolas, como soja, milho e algodão. "A desvalorização do dólar é um fenômeno mundial e tem aumentado as cotações internacionais das commodities. Para o Brasil, o efeito do dólar tende a ser compensado pela alta de preços no mercado externo", diz Geraldo Sant'ana de Camargo Barros, coordenador científico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Ele acrescenta que a queda da moeda americana faz com que a relação de troca com fertilizantes, por exemplo, continue favorável ao produtor, mesmo porque muitos insumos têm preços influenciados pelo câmbio O dólar fechou na sexta-feira em R$ 1,69 e acumula queda de 4,11% em 2010 Na avaliação de Eduardo Godoi, analista de mercado da AgRural, o real valorizado "é sempre um problema para o agronegócio", em especial nas chamadas regiões de fronteira, como Mato Grosso. "Os custos logísticos, que compõem os preços pagos ao produtor, sobem em dólar com o câmbio forte", observou. Mas ele ressalvou que as cotações internacionais da soja, por exemplo, e os prêmios pagos pela oleaginosa no Brasil estão bons e acabam por compensar o câmbio desfavorável. Os preços de outros produtos agrícolas, entre eles milho, algodão, café, açúcar e suco de laranja, têm sido beneficiados pelo câmbio, mas também por questões intrínsecas a cada um desses mercados, como demanda forte e problemas climáticos em várias áreas produtoras do mundo. Para a analista Amaryllis Romano, da Tendências Consultoria, na safra 2010/11 o câmbio poderá ser um problema no momento da

DIVULGAÇÃO

S

Produtos como a soja acabam sendo beneficiados pelo dólar que está em queda contínua

NÚMERO

4,11%

é a queda acumulada do dólar durante o ano de 2010,segundo os números do mercado

Os custos logísticos, que compõem os preços ao produtor, sobem em dólar com o câmbio forte” EDUARDO GODOI analista de mercado

O problema é o descasamento na hora da venda. Se o dólar estiver baixo, vai afetar” ATHAÍDES JACOBSEN analista de mercado

comercialização, nos primeiros meses do próximo ano. "O problema é o descasamento na hora da venda. Se o dólar estiver baixo, vai afetar. Mas há uma perspectiva de preços sustentados lá fora", ponderou. O analista de mercado da Emater/RS, Athaides Jacobsen, demonstra preocupação. "A persistir esse quadro de valorização do real, a situação se complica para o agricultor porque tira a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, sobretudo os do agronegócio. Hoje temos preço interno da soja equiparado ao do mercado internacional, mas vamos ver como será em maio do ano que vem, com a safra colhida." Jacobsen reforça o impacto do câmbio na remuneração do produtor. "Em abril de 2004 a soja era cotada a US$ 9,85 o bushel e o agricultor recebia R$ 50, com um câmbio de R$ 2,90. Hoje, a soja vale entre US$ 10,50 e US$ 11 o bushel e o preço recebido é de R$ 38 no atual câmbio." Para o setor de suco de laranja, que exporta mais de 95% da produção, o câmbio valorizado é muito ruim, diz o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Christian Lohbauer. "O dólar como

está encarece os produtos e tira margem", diz. Ele avaliou que o aumento do IOF sobre o capital externo aplicado em renda fixa, em vigor desde ontem, é uma medida fraca e que não trará impactos sobre o dólar "Aumentar de 2% para 4% não significa nada, pois o investidor paga. Até poderia ser diferente se fosse para 20%", disse. No setor sucroalcooleiro, a valorização do real está tirando parte dos ganhos obtidos com a alta dos preços do açúcar no mercado internacional. Para o diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), Antonio de Padua Rodrigues, o fato de o Brasil ser o principal exportador de açúcar do mundo faz com que o preço da commodity seja formado aqui e o cenário cambial acaba refletido nas cotações. "Em 2009, os preços não estavam tão altos e tínhamos um dólar médio de R$ 2,00. Com o dólar chegando abaixo de R$ 1,70 nesta safra, a alta da cotação no exterior foi provocada em parte por esta valorização do real", disse. Para Rodrigues, como os preços também estão sustentados pelo cenário de menor oferta mundial, a desvalorização do dólar está apenas limitando os ganhos do setor, mas ainda não afeta de forma expressiva sua receita.


economia

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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

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Especialistas apontam que investimentos o novo governo precisará fazer para que o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante impulsione a atividade exportadora e ajude a desatar o nó que é hoje o transporte de mercadorias

[ LOGÍSTICA ]

Desafios para o gigante decolar RENATA MOURA Repórter de economia

e dentro das indústrias, ou de fazendas do Rio Grande do Norte, toneladas de produtos saem, por mês, direto para a estrada, com destino á exportação. Uma frota com aproximadamente 14 mil caminhões transporta as mercadorias para o destino final ou para portos e aeroportos de onde serão embarcados para outros estados e países. Entregar os produtos aos compradores, sobretudo aos que estão no mercado internacional, tem sido, porém, difícil. E oneroso. O problema é que, com infraestrutura local limitada,

D

os exportadores precisam pagar frete e perder tempo no escoamento. Tem sido assim há anos. E, para que haja mudanças, uma série de desafios precisarão ser vencidos pelo novo governo eleito. Um dos principais desafios está diretamente ligado ao futuro Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante. O empreendimento vem sendo construído há mais de uma década no estado e é visto como potencial impulso à atividade exportadora, entre outras razões, porque abre perspectivas de aterrizarem no estado aeronaves específicas para cargas, o que não ocorre hoje e encarece o transporte dos produtos que seguem para o

exterior por via aérea. Sem aeronaves próprias para transportá-los, esses produtos são remetidos para os mercados compradores dentro dos porões das aeronaves que fazem o transporte de passageiros. A limitação é um empecilho ao transporte de grandes volumes por esse modal. E é uma das razões para que a maior parte das mercadorias produzidas no Rio Grande do Norte seja transportada por rodovias ou por meio de portos, não necessariamente do estado, diz o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas, Sebastião Segundo Dantas. Ele calcula que apenas 2% das mercadorias transportadas por cami-

nhões cargueiros do estado hoje sejam escoadas por via aérea. Por mês, a frota transporta 1 milhão de toneladas ao todo. “Muitos dos produtos vão daqui para portos e aeroportos em Recife ou no Ceará para só depois seguirem para seus destinos. A estrutura no Rio Grande do Norte é pequena para as exportações”, diz Dantas, estimando que o volume exportado por aviões poderia chegar a 30%, 40% do total, dependendo da estrutura e dos custos oferecidos ao exportador. Como o Aeroporto de São Gonçalo será privatizado, essas “ofertas” dependerão do investidor que receberá a concessão do empreendimento e que irá, além de termi-

nar de construí-lo, administrá-lo por um período estimado em 20 anos. Já é possível imaginar, porém, a estrutura que estará à disposição dos importadores e exportadores. De acordo com estudos preliminares de engenharia conduzidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o novo aeroporto deverá movimentar, entre importação e exportação, 7.901 toneladas em 2024 e, nesse período, terá um terminal de cargas com área de 3.450 metros quadrados. Para 2038, a projeção é ter uma área de 5.950 metros quadrados e uma movimentação de 13.522 toneladas. “Mas o novo aeroporto em si não resolve nada. Isolada-

mente, ele não representa uma solução”, diz a diretora da Sociedade Brasileira de Logística (SBL), Karla Motta. Ela observa que “o aeroporto é um ponto de entrada e saída de mercadorias. É o núcleo do projeto, mas no entorno dele é preciso que se implante uma série de equipamentos para viabilizar seu uso”. “É preciso haver equipes preparadas, vias de acesso, empresas de operação logística. Mas também não adianta ter tudo isso se não tiver fluxo de cargas e esse fluxo depende de uma integração desse aeroporto com outros aeroportos de origem e destino dessas cargas. Se não houver essa integração o aeroporto cairá em desuso”, alerta.

DIVULGAÇÃO

BATE-PAPO » Karla Motta Diretora da SBL

O Aeroporto de São Gonçalo, que deverá começar a funcionar em 2013, terá um terminal de cargas com capacidade para movimentar 13.522 toneladas em 2038 EMANUEL AMARAL

Exportação aérea é a mais veloz

Empresário diz ser preciso investir em infraestrutura e segurança

Governo e iniciativa privada terão de trabalhar juntos Na proposta de governo registrada no Tribunal Regional Eleitoral, a governadora eleita do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, cita o Complexo Aeroportuário de São Gonçalo do Amarante entre os projetos que define como de “alto impacto socioeconômico”. No documento, ela diz que irá implementar os projetos relativos à logística de acesso e escoamento, à infraestrutura de saneamento e energia e deverá ser estabelecido um grupo de gerenciamento integrado, com a participação de todas as esferas de governo e da iniciativa privada. O trabalho conjunto será, na visão de especialistas, fundamental para viabilizar o aeroporto como impulso à atividade exportadora. De acordo com a diretora da Sociedade Brasileira de Logística, Karla Motta, caberia ao Estado, por exemplo, fazer um levantamento das necessidades de infraestrutura no entorno do empreendimento e divulgar essas necessidades como oportunidades de investimento para possíveis

É preciso dar condições para o empresário importar e exportar seus produtos” SEBASTIÃO SEGUNDO Presidente do Setcern

parceiros. Mas o trabalho não deverá se resumir a isso. “É preciso dar condições para o empresário importar e exportar seus produtos. É preciso garantir vias de acesso, galpões para armazenar as mercadorias e também investir em segurança nas estradas. Hoje, pagamos seguro, os veículos são rastreados. Isso representa algo em torno de 10% do preço do frete e, com o frete mais alto, o produto vai ficar mais caro lá na ponta, para o consumidor. É o consumidor que acaba pagando”, observa o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas, Sebastião segundo Dantas.

O transporte aéreo é, entre os meios disponíveis, o mais rápido. Requer menos tempo de recepção, embarque, movimentação em trânsito, armazenagem e entrega. Despesas com seguro e embalagem, assim como os riscos de congestionamento também são mais baixos que nos outros modais. Por outro lado, como pontos desfavoráveis, o custo total da operação é o mais alto e o meio não permite o transporte de grandes volumes. Além disso, o aéreo depende de outros modos de transporte para movimentar as mercadorias dos pontos de produção ao local de embarque e do desembarque até os pontos de redistribuição e consumo. No Rio Grande do Norte, os principais produtos exportados, por meio do Aeroporto Augusto Severo, são pescados e frutas, principalmente mamão, tendo como principais destinos os Estados Unidos e a Europa. O Aeroporto conta com um terminal de cargas com 1.766 metros quadrados de área construída. Entre cargas importadas e exportadas, o terminal recebeu 1.841 toneladas este ano, até setembro, com média de 205 toneladas por mês. Em comparação com o mesmo período de 2009, houve uma redução de 3% no volume. “A queda do dólar desestimula as exportações, empresas como a Norte Pesca e a Mucuripe Pesca, que praticamente saíram do mercado de exportações e que foram responsáveis pelo nosso bom momento em exportações, foram substituídas por outras de menor porte e, além disso, houve uma significativa diminuição de voos charters e hoje temos falta de porões para escoarmos as mercadorias. É comum caminhões levarem essas cargas para embarcarem via Recife”, explica o coordenador de Logística de Cargas do aeroporto, Helder Fernandes de Oliveira.

RODRIGO SENA

Peixes estão entre os produtos que poderão ser beneficiados

O transporte de cargas por via aérea deverá crescer no Rio Grande do Norte com o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante? Sim, desde que exista prioritariamente a infraestrutura física, a equipe capacitada para as operações, o entorno dotado de operadores, transportadoras e prestadores de serviços, assim como vias de acesso ao Complexo Aeroportuário pelos demais meios de transportes. No entanto, a existência de recursos para o funcionamento do aeroporto não é suficiente para a existência de negócios. O aeroporto só “decolará” se existir uma política que direcione para ele os fluxos de entradas e saídas de cargas internacionais, possibilitando que ele se transforme em um HUB. Para que isto ocorra, é fundamental a articulação com outros terminais aéreos, operadores logísticos, grandes exportadores e importadores mundiais. É preciso que seja elaborado um plano diretor para esta logística, um projeto integrado para que as atividades ocorram a contento. E este projeto precisa de um “dono”, de uma equipe técnica capacitada, designada especialmente para alcançar este objetivo. Como, na prática, o Aeroporto de São Gonçalo vai melhorar a vida do exportador? O Complexo Aeroportuário de São Gonçalo do Amarante é projetado com foco no transporte aéreo de cargas, o que alterará completamente a relação entre os exportadores e as empresas de aviação. Haverá aviões dedicados exclusivamente ao transporte de mercadorias, elevando a disponibilidade de espaço e reduzindo os custos de transportes. É preciso captar investidores, como operadores logísticos de grande porte, que se instalem e prestem serviços no entorno. Medidas como a implantação de vias de acesso rodoviário, reativação das ferrovias do Estado e adaptação dos portos estaduais a esta nova realidade favorecerão os fluxos de cargas e os exportadores, que hoje sofrem muito com as restrições infraestruturais. RODRIGO SENA

Se houver infraestrutura, acessos e todas as condições para que funcione, o aeroporto poderá ser um importante entreposto” JOÃO LIMA Diretor da Coteminas

A escassez de aeronaves para transportar as cargas fez a empresa Pesqueira Nacional reduzir de 60 toneladas por mês para 10 toneladas/mês o volume de peixes frescos que exporta para outros

países. “A distribuição dos produtos está complicada. E ainda temos que disputar espaço nos porões das aeronaves com outras empresas”, frisa o gerente de Logística, Agerson Barbosa Junior. Ele estima que o novo aeroporto vai conseguir dar velocidade ao escoamento da produção porque poderá atrair aviões cargueiros e voos diretos, sem escalas. A Coteminas, indústria têxtil e segunda maior exportadora do estado, só escoa por via aérea em ocasiões emergenciais, mas o diretor, João Lima, diz que o aeroporto será um impulso ao comércio exterior não só do estado. “Se houver infraestrutura, acessos e todas as condições para que funcione, o aeroporto poderá ser um importante entreposto”, opina.


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economia

Domingo | 10 de outubro de 2010


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TRÂNSITO

Haroldo Maia diz que o governo incentiva compra de carros.

TEMPO HOJE

TÁBUA DE MARÉS

FEIRAS-LIVRES

Nublado com pancadas de chuvas Max.: 30º CO Min.: 26ºCO

Preamar 05h58 -2.3- 18h11 -2.3 Baixa-mar

Panorama: hoje 332 bancas/196 feirantes Planalto 186 bancas/97 feirantes

BALNEABILIDADE Impróprias Mãe Luíza Pium Pirangi do Norte Redinha

FASES DA LUA Nova: Hoje Minguante: Nascer do sol: 5h21 Pôr-do-sol: 17h19

EMANUEL AMARAL

PÁGINAS 3 E 4

Editor: Edilson Braga e-mail: braga@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 10 de outubro de 2010 JÚNIOR SANTOS

A ILUSÃO DOS PERÍMETROS IRRIGADOS Vendidos por sucessivos governos como a saída para resolver os problemas da seca no Nordeste desde a década de 70, os perímetros irrigados, áreas loteadas entre agricultores com estrutura de irrigação pública, figuram atualmente como um grande fracasso.Era ilusão? A incompetência da gestão pública levou os grandes projetos ao abismo? Independente dos motivos, a estruturação de cinco perímetros irrigados em território potiguar não conseguiu, salvo exceções, libertar o homem do campo da dependência dos caprichos do clima nordestino. [LEIA MAIS NA PÁGINA 2]


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Não bastou fornecer água, sementes e equipamento para alguns milhares de colonos.Com o tempo, a estrutura disponível para que agricultores produzissem o ano inteiro, sem depender do regime irregular de chuvas, foi descaracterizada

[ PERÍMETROS]

Resultados pífios em quarenta anos JÚNIOR SANTOS

ISAAC LIRA Repórter

as voltemos um pouco no tempo. Estamos em plena década de 80 e o governador de plantão discursa para uma ingênua platéia. Diz: “Os perímetros irrigados são um marco no desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Iremos fazer uma revolução na agricultura”. Antes de encerrar o discurso, a promessa: “Até o fim da década teremos 35 mil hectares de terras irrigadas no Estado”. Retornando ao ano de 2010 temos pouco mais de seis mil hectares de perímetros públicos irrigados – juntando com áreas privadas mal se chega a 20 mil hectares. Além disso, não houve revolução nenhuma, excetuando-se algumas áreas entre o Vale do Açu e Mossoró, capitaneadas por prósperas empresas. Nada de estruturas públicas. Eis o tamanho do impasse. Não bastou fornecer água, sementes e equipamento para alguns milhares de colonos. Com o tempo, a estrutura disponível para que agricultores produzissem o ano inteiro, sem depender do regime irregular de chuvas, foi descaracterizada. O sonho dizia do cultivo ininterrupto de frutas tropicais para negociar com regiões distantes, em substituição ao decadente mercado de algodão, dizimado pelo bicudo. A realidade mostrou agricultores endividados, sem apoio, vendendo suas terras ou dependendo de aposentadoria. Esse é o atual panorama. A instalação dos perímetros irrigados começou no fim da década de 70, por iniciativa do governo militar. A teoria, preservada até hoje, era tornar disponível água através da construção de açudes públicos e de um sistema de canais e irrigação. A água seria levada dos açudes até os lotes de agricultores pelos canais principais. Esses últimos passariam pelas terras, onde canais secundários seriam responsáveis por abastecer o lote. As terras foram distribuídas para agricultores e suas famílias – poucas empresas foram atendidas – e uma associação de co-

M

lonos seria responsável por gerir as áreas comuns e realizar a manutenção da estrutura. Num primeiro momento foram criados cinco perímetros no Rio Grande do Norte: um em Pau dos Ferros, dois em Caicó e um em Cruzeta. Já no fim da década de 80, foi criado o perímetro irrigado do Baixo-Açu, compreendendo os municípios de Alto do Rodrigues, Afonso Bezerra e Ipanguaçu. Dos cinco, todos criados pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas, apenas o do Baixo-Açu e o de Cruzeta ainda guardam semelhanças com o projeto inicial. Esses produzem frutas, hortaliças, comercializam os produtos com estados do Nordeste e tentam expandir a seus negócios. O restante foi engolido pelo tempo. Os altos custos com energia, para bancar o funcionamento das bombas que puxam água dos açudes até as comunidades, endividaram agricultores e prejudicaram a continuidade da produção. A assistência técnica, tão prometida pelo governo quando do início dos projetos, foi interrompida, abandonando os colonos à própria sorte. O resultado é o declínio das culturas tradicionalmente utilizadas nos projetos, como banana e feijão, e a volta da improdutividade das terras. A despeito da franca decadência de alguns perímetros, até porque a situação potiguar se repete nos outros estados do Nordeste que também receberam os projetos, o Governo Federal tenta, desde 2003, retomar a irrigação como motor de desenvolvimento nos estados nordestinos, após atravessar toda a década de 90 praticamente estagnado. No próprio Rio Grande do Norte, o DNOCS irá licitar dois novos perímetros: em Umarizal e Apodi. Estados como Ceará e Piauí receberam cinco perímetros, com um investimento de R$ 482 milhões. Em terras potiguares, os novos perímetros já suscitam discussões, para que antigos erros e modelos ultrapassados não sejam reproduzidos em pleno século XXI.

PRINCIPAIS PROBLEMAS NOS PERÍMETROS ➔TARIFA DE ENERGIA: Os agricultores reclamam do preço da tarifa de energia.Funciona da seguinte maneira:as bombas que “puxam”a água dos açudes e rios até os perímetros consomem bastante energia e não há subsídio.Um pequeno produtor paga de R$ 200 a R$ 300 por mês somente de energia.Até o início da década de 90,havia subsídio,mas quando este foi extinto,a produção começou a ter dificuldades.Os agricultores não têm dinheiro para investir. ➔ASSISTÊNCIA TÉCNICA: No convênio entre o DNOCS e as associações que controlam os perímetros,é prevista a assistência técnica.Mas isso não saiu do papel, principalmente após o sucateamento que atingiu o DNOCS nas duas últimas décadas.Não há técnicos e nem mesmo veículos para levá-los até os assentamentos.O coordenador estadual dos perímetros,ZZZ,admite não visitar nenhum dos projetos há pelo menos dois anos. ➔TITULARIDADE DOS TERRENOS: O DNOCS nunca repassou a titularidade dos terrenos dos lotes aos colonos.Isso causa uma séria distorção porque,sem a escritura do terreno, fica praticamente impossível conseguir financiamentos e empréstimos nos bancos.Sem financiamento,a capacidade de investir do pequeno produtor é quase nula.

BATE-PAPO Emanoel Nunes »professor da UERN A ideia original,com os perímetros irrigados,era modernizar a agricultura e dar a oportunidade para pequenos produtores? Por que não deu certo? Primeiro, a ideia de “modernização da agricultura” veio de uma época, os anos 1960 a 1970/1980, onde havia uma crença muito forte de que as formas tradicionais rurais de exploração (entre elas os pequenos agricultores e os latifundiários de características ainda feudais) não se faziam adequadas para a promoção do capitalismo que geraria o desenvolvimento econômico e enquadraria o país como economia avançada. Para os planejadores e técnicos do Estado, aqui especialmente os do DNOCS, para atuar em um ambiente de irrigação os produtores teriam que apresentar como requisitos um aporte elevado de capital financeiro e um conhecimento técnico compatível com o que eles (os técnicos) julgavam ser o melhor para este ambiente. E mesmo os movimentos sociais defensores dos pequenos tendo conquistado uma parcela dos lotes, estes pequenos produtores foram abandonados à própria sorte sem o direcionamento de políticas públicas de apoio à produção, organização e comercialização.

Agripino, agricultor e piscicultor, trabalha com a criação de peixes no perímetro irrigado do Itans

Terras improditivas em quantidade O cenário da comunidade agrícola, encravada no coração do Seridó, pouco lembra o passado de sucesso no cultivo de frutas tropicais, a não ser pelas máquinas enferrujadas e as ruínas de uma fábrica de doces, abandonada na parte mais alta do lote. Os moradores, acostumados desde a infância a lidar com o cultivo da terra, agora esperam pacientemente o passar do tempo, aconchegados nas varandas das casas antigas. Esta ainda é uma comunidade de agricultores. Mas de agricultores aposentados. Na comunidade do Sabugi, perímetro irrigado desde 1977, praticamente não há produção. Desde o início da década de 90, quando o açude público sabugi secou, o cultivo a partir da irrigação foi desmantelado. Novamente, a comunidade só podia plantar quando chovesse. Por essa época, os 63 colonos produziam feijão, algodão, banana, goiaba, entre outros itens. Além de vender as frutas no mercado nordestino, os agricultores foram beneficiados com uma fábrica de doces, totalmente equipada. Triste coincidência: as obras da fábrica terminaram logo quando o açude secou e, até hoje, mais de 20 anos depois, a estrutura nunca foi usada. Some-se a isso as dificuldades em pagar a conta de energia e a falta de assistência técnica. Dessa maneira é fácil explicar a profusão de terras praticamente improdutivas, com exceção de alguns hectares onde poucos colonos plantam cana-de-açúcar, e a estrutura danificada, inútil, de boa parte dos canais de irrigação. A situação se repete, com pequenas diferenças, em outros dois perímetros do Estado. A descaracterização dos projetos de perímetros irrigados segue

FRANCISCO,A EXCEÇÃO Francisco de Assis Pereira dos Santos é só sorrisos enquanto mostra,orgulhoso,a plantação de melões na terra antes árida da cidade de Cruzeta.Após uma peregrinação,com direito a choro e ranger de dentes por Pau dos Ferros e Caicó, onde os colonos reclamam bastante,a reportagem depara com um perímetro irrigado onde não há espaço para lamentos.A despeito da vida dura no campo,vai tudo bem no Perímetro de Cruzeta.Francisco e seus 22 colegas de comunidade conseguiram dar prosseguimento à ideia original do perímetro.E colhem os frutos do sucesso.Colher os frutos aqui é literal.E são muitos:melão,melancia,goiaba, acerola,além de pimentão,tomate e macaxeira.Ao pé da letra:em se plantando,tudo dá.Em Cruzeta,o sentido de comunidade e de propiciar oportunidades de desenvolvimento dentro da agricultura familiar foi concretizado pelos colonos.Além da ter a mais diversificada produção,a Associação do Perímetro Irrigado de Cruzeta

um padrão: agricultores endividados, terras subutilizadas, desperdício de dinheiro público. No Perímetro do Itans, também em Caicó, dois antigos colonos tiveram de recorrer a uma alternativa para viabilizar financeiramente o uso da terra. Sem conseguir plantar, a criação de peixes em cativeiro mostrou-se mais lucrativa. Agora, as terras onde antes robustas bananeiras abasteciam as feiras livres do Rio Grande do Norte e estados vizinhos estão tanques recheados de tilápias e tambaquis. Era isso ou se desfazer da terra, como tantos fizeram. O perímetro do Itans viu seus donos originais venderem os terrenos, adquiridos por criadores de gado à procura de pasto fácil para engordar seus negócios. Essa parte do processo ajudou a sepultar a incipiente fruticultura em terras caicoenses. E assim a comunidade se desmobilizou. Agripino Ribeiro, presidente da Associação dos Colonos Irrigantes e Agropecuarista do Perímetro Irrigado Itans – ACIAP. Enquanto no Sabugi e no Itans a produção, da forma como foi pensada originalmente, praticamente

foi extinta, em Pau dos Ferros os agricultores, a partir da compra de novos equipamentos por parte do DNOCS, voltaram a trabalhar na terra. O equipamento antigo era um empecilho, agora resolvido. Mas isso não é suficente. Os agricultores continuam produzindo da mesma forma de antes, apenas para subsistência. Planta-se feijão verde e forragem para o gado. Quando o preço do feijão verde está atrativo, é possível vender para cidades vizinhas. Quando não, a saída dos agricultores é sobreviver do comércio de leite, abastecido com o sorgo plantado nos lotes do perímetro. No mais, programas sociais, como o Bolsa Família são largamente utilizados pelos moradores desses perímetros. Há um agravante: as pessoas beneficiadas com vultosos investimentos do Governo Federal para conseguir uma alternativa no próprio sustento acabam voltando a precisar do apoio do próprio Governo, ou seja, mantémse a dependência. O sofrimento secular continua, ao mesmo tempo em que o dinheiro público escorre pelo ralo e relações políticas de assistencialismo se perpetuam.

No Vale do Açu vemos a presença de empresas dentro do perímetro.Além disso,nas terras de “colonos” percebemos que os donos mal freqüentam a terra, deixando o trabalho para trabalhadores rurais assalariados.Isso não distorce a ideia de perímetro irrigado público? Grande parte dos “colonos”, os pequenos produtores, desistiu do Perímetro do Baixo-Açu ainda em 1994 logo após ter sido inaugurado. Este perímetro ficou sem operação produtiva até 1998 e quase foi extinto. Na tentativa de sua reativação em 1998 os lotes abandonados foram sendo ocupados por produtores de outros estados, especialmente da Paraíba e Pernambuco. E a forma de exploração desses produtores “de fora” passou a caracterizar o perímetro não como um ambiente de agricultura familiar diversificada, mas de um ambiente de exploração empresarial, mesmo explorando áreas de 8,16 hectares. E o que deveria ser um ambiente dinâmico, adequado para o desenvolvimento de uma agricultura moderna passou a se definir como um ambiente de exploração homogênea (apenas banana) e dependente ao extremo de recursos do Estado. Apenas o Ministério da Integração Nacional injetou a partir de 2005 mais de R$10 milhões para que, novamente, o perímetro não fechasse. Além disso, quase todos os proprietários não moram nos lotes, tornando o perímetro um deserto humano e um sistema de produção em que impera relações de trabalho atrasadas, inclusive com a identificação de trabalho escravo pelo Ministério do Trabalho no início desta década. Eleger a irrigação, através da criação e expansão dos perímetros,como cura para o mal da seca e do atraso no campo era um raciocínio equivocado? Ou simplesmente foi a política de expansão que não foi levada adiante com êxito? As duas coisas. Tanto a forma de eleger a irrigação como “redenção” para o semiárido brasileiro partiu de um raciocínio equivocado, como a política de expansão não teve êxito. Com relação à primeira, o raciocínio passava a desprezar totalmente a capacidade do agricultor no nível local, bem como da agricultura tradicional. E para se ter uma ideia, a inspiração no modelo americano da Califórnia se tornou uma falsa crença.


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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3

[ TRÂNSITO ] Em Natal, a frota quadruplicou nos últimos 18 anos, segundo informações do Departamento Estadual de Trânsito, passando de 74.275 veículos em 1992 para 298.995 este ano

Frota de carros do RN tem crescimento de 526,81% FÁBIO ARAÚJO Repórter

om o ritmo atual de crescimento da frota de veículos, o poder público consegue apenas realizar ações paliativas para reduzir o caos no trânsito. A opinião quase unânime dos especialistas no tema encontra base nos dados estatísticos, que mostram um impressionante crescimento no número de carros licenciados no Rio Grande do Norte: nos últimos 18 anos, segundo informações oficiais do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a frota potiguar cresceu 526,81%, passando de 121.557 em 1992 para mais de 760 mil veículos este ano. Ninguém precisa ser engenheiro de tráfego para constatar que a infraestrutura viária e de transporte público não acompanhou este salto. Em Natal, a frota quadruplicou no mesmo período, passando de 74.275 veículos em 1992 para 298.995 este ano. Um “pulo” de

C

302,5%. E no interior, o percentual foi maior ainda: quase 880%. Das 47.282 unidades registradas há 18 anos, a frota cresceu para 462.938 e não dá sinais de redução no ritmo. Os dados finais se referem às 15h36 da última quartafeira, dia 29, e sua evolução pode ser acompanhada em tempo real no site do Detran-RN. Além dos pouco menos de 300 mil carros em Natal, Parnamirim tem mais de 55 mil. Somados, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Extremoz e Ceará-Mirim agregam mais 32 mil à frota. Assim, pode-se falar em mais de 380 mil veículos circulando na Grande Natal. O secretário-adjunto de Trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal, Haroldo Maia, destaca que todas as cidades de médio e grande porte no Brasil já enfrentam problemas de congestionamento. “Não existem obras de engenharia para acompanhar o crescimento da frota. Qualquer intervenção que vise o transporte

individual é um paliativo que terá efeitos apenas imediatos. A saída é investir no transporte coletivo e garantir espaço segregado para os ônibus. Com essa quantidade de automóveis, não existe solução porque a quantidade de vias não a comporta”, afirma. Para passar da teoria à prática, a Semob recorreu a uma solução comum nas administrações brasileiras: contratou um plano de mobilidade, já em elaboração, que vai traçar o novo desenho da rede de transporte da capital potiguar. “Como Natal tem uma superposição muito grande de linhas, o plano vai otimizar o sistema. Natal nunca fez uma licitação para a concessão das linhas de ônibus, que vence no final deste ano. Já encaminhamos a proposta para o gabinete da Prefeita e estamos aguardando um posicionamento”, afirma Haroldo Maia. Outra ação considerada fundamental – a criação de mais corredores exclusivos para ônibus – depende tam-

bém da conclusão deste plano e da decisão final sobre a licitação das linhas. Assim, a prefeitura tem o discurso, mas ainda não conta com uma lista de obras definidas. Licitação - De acordo com o secretário-chefe do Gabinete Civil da Prefeitura, Kalazans Bezerra, a decisão já está tomada, mas não há um prazo fixado para a publicação do edital. “A licitação vai sair pela primeira vez na história de Natal. É um assunto extremamente complexo do ponto de vista jurídico, então estamos tendo todos os cuidados para que o processo não corra perigo de ser anulado. A revisão jurídica deve ser minuciosa. Assim que o trabalho for concluído, o que deve acontecer muito em breve, o edital será publicado”, promete Kalazans. Ele não sabe se haverá tempo para isso acontecer ainda este ano, mesmo com a informação do secretário-adjunto Haroldo Maia de que a concessão das linhas vencerá em 2010. FOTOS:EMANUEL AMARAL

Com 32,5 veículos por habitante,a capital potiguar é a segunda capital do Nordeste com mais carros,e fica em 15º lugar em nível nacional

Natal é a 2ª capital do nordeste com mais carros Com 32,5 veículos por habitante, Natal é a segunda capital do Nordeste com mais carros, e fica em 15º lugar em nível nacional. Entre as capitais da região, Aracaju tem a maior relação entre veículos e população (35,5). As cidades maiores, com trânsito mais complicado, ficam atrás percentualmente: Salvador tem apenas 20,5 unidades por morador, Fortaleza, 26,6 e Recife, 29,8. A recordista nacional é justamente Curitiba, considerada referência em transporte público desde a gestão do então prefeito Jaime Lerner. A capital paranaense tem nada menos do que 65,4 veículos por habitante. “O governo incentiva o transporte individual, facilitando a compra e reduzindo impostos, com o argumento da geração de empregos. Mas o problema que essa política causa na qualidade de vida das cidades é enorme”, critica o

secretário-adjunto de Trânsito da Semob, Haroldo Maia. Ele apresenta alguns índices para provar que a dependência do transporte individual não é sustentável. “O carro ocupa 6,4 vezes mais espaço e polui mais do que o ônibus, consome 4,5 mais, é 8 vezes mais caro e é o que mais se envolve em acidentes”, cita. Segundo ele, o exemplo a ser seguido em Natal é a avenida Bernardo Vieira, apesar das críticas feitas à requalificação por motoristas e comerciantes. “Lá passam 130 mil passageiros de ônibus por dia e eles não reclamam”. Dados da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e do Instituto de Pesquisas Sociais Aplicadas (Ipea) mostram que, em 2006, o Brasil gastou R$ 32 bilhões com acidentes de trânsito, a maioria envolvendo veículos privados. “A tendência mundial é criar políticas de res-

trição ao uso dos automóveis. O município sozinho não tem condições de arcar com os investimentos em transporte. Deve ser uma responsabilidade dividida entre os três níveis de governo”, defende Maia. Para ele, o segredo para convencer as pessoas a deixarem o carro em casa é a credibilidade do sistema de transporte público. “Em Curitiba, passa um ônibus por minuto”, exemplifica. O adjunto considerada uma “crueldade” o que se faz com o usuário de ônibus na maioria das cidades brasileiras. “O trabalhador arca com todos o custos de transporte, sem subsídio estadual nem federal. Em Natal, a Taxa de Serviço não é incluída no custo. O Governo Federal deveria subsidiar o óleo diesel e facilitar o crédito para aquisição de ônibus.” [LEIA MAIS NA PÁGINA 4]

O governo incentiva o transporte individual, facilitando a compra e reduzindo impostos” HAROLDO MAIA secretário-adjunto


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natal

Domingo | 10 de outubro de 2010

A esperança do natalense para poder andar em um trânsito menos complicado como atualmente, está toda concentrada nas obras da Copa de 2014, cujos investimentos, públicos e privados, estão orçados em R$ 439,5 milhões [ TRÂNSITO ]

Falta estímulo ao transporte coletivo EMANUEL AMARAL

e Natal não tem ainda um plano com ações definidas para estimular o transporte coletivo, no tocante às obras viárias os próximos anos devem ser fartos em investimento. Isso porque a cidade tem garantidos R$ 439,5 milhões para realizar uma série de intervenções estruturadoras, dentro do PAC da Copa. São 18 obras, das quais 13 sob responsabilidade da Prefeitura e o restante do Governo Estadual. As primeiras licitações já foram lançadas e o município espera começar, ainda este ano, as obras do chamado “Trecho Extenso”, que compreende o corredor estrutural oeste (BR-226), em Igapó; o complexo viário da Urbana, entre o Bairro Nordeste e as Quintas, e a reestruturação geométrica da avenida Capitão-Mor Gouveia (até a rua São José), em Lagoa Nova. O prazo para conclusão de todas as obras é 2013, quando acontece a Copa das Confederações. “O conjunto de obras vai melhorar muito o trânsito e o transporte”, acredita a secretária-adjunta de Planejamento da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi), Francine Goldoni. Ela explica que a primeira intervenção a ser iniciada vai acabar com a competição entre o transporte coletivo e o individual, além de melhorar o acesso à zona Norte. “As obras vão implantar ciclovia e corredor de ônibus da ponte de Igapó até a Mor Gouveia, na confluência com a rua São José, passando pelo Km 6 e pela Urbana. Serão construídos um pontilhão elevado e um viaduto”, explica. Investimento total de quase R$ 100 milhões, sendo a maior parte do Governo Federal.

S

Para as demais obras, a Semopi está finalizando os preparativos dos processos licitatórios, que devem começar ainda este ano. Estão incluídos a requalificação dos entroncamentos da Capitão-Mor Gouveia com a avenida Salgado Filho e avenida Prudente de Morais, desta com a Raimundo Chaves e com a Lima e Silva, cuja confluência com a Romualdo Galvão também será melhorada. O plano prevê também a reestruturação da Antônio Basílio e Amintas Barros, com pontilhões elevados e um viaduto. Vários pontos da cidade ganharão novas plataformas de em-

Em 1975 já se pedia para salvar trânsito de Natal

As obras vão implantar ciclovia e corredor de ônibus da ponte de Igapó até a Mor Gouveia”

A nova Bernardo Vieira,cujo projeto separou carros particulares dos ônibus,recebeu muitas críticas

FRANCINE GOLDINI secretária-adjunta de planejamento

Novas vias ficam logo saturadas

barque e desembarque para usuários de transporte coletivo, além de melhorias nas calçadas e na sinalização. Pelo Governo do Estado, serão realizadas a implantação ao acesso entre o novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante e a BR-406, os entroncamentos da avenida Engenheiro Roberto Freire com a avenida Ayrton Senna, rua Missionário Gunnar Vingren e a Via Costeira, além de mais uma etapa do prolongamento da Prudente de Morais (ligação entre o aeroporto Augusto Severo e a Arena das Dunas).

Mesmo quando há disponibilidade de recursos, outros fatores impedem as prefeituras de realizarem obras em quantidade suficiente para contrabalançar o crescimento acelerado da frota de veículos. Limitações de espaço físico, questões de desapropriação e até problemas ambientais são citados pelo professor Moacir Guilhermino, especialista em transportes do Departamento de Engenharia da UFRN, como entraves à realização das intervenções. “Por mais que se construam vias, elas logo ficam saturadas. A velocidade de crescimento do trans-

porte particular é muito maior do que a oferta de transporte público. É preciso encontrar um equilíbrio”, afirma o professor. Ele observa que as pessoas se voltam, cada vez mais, para os veículos individuais, inclusive as motos, que estão crescendo de forma “estrondosa”. E há também grande discrepância nas políticas públicas. “Enquanto o governo federal estimula o carro, o que tem feito para incentivar o transporte público? Qual o incentivo dado à redução da tarifa?”, questiona Guilhermino. Como consequência, o especialista aponta que o transporte coleti-

vo torna-se caro e não atende às necessidades do usuário. “É uma luta de gato contra rato, com ações paliativas que não acompanham o aumento da frota. Há dez anos, a BR-101 tinha um fluxo razoável de Parnamirim a Natal, mas hoje é um inferno. E não se tem mais como duplicá-la”, exemplifica. De acordo com ele, uma vez estabelecidas as cidades com seus assentamentos urbanos, qualquer nova proposta fica difícil de ser implantada. “O ideal é ter vários modais, privados e públicos. Ônibus, trem, metrô, táxi, com diversidade de oferta que atenda a demanda.

“Trânsito: a hora de salvar a cidade”. O título da reportagem poderia ter sido feito hoje. Mas é do dia 13 de abril de 1975, quando a TRIBUNA DO NORTE dedicou toda a página 6 do 2º Caderno para abordar a problemática da circulação de veículos na capital potiguar. O texto, assinado pelo então repórter Edilson Braga – hoje na função de secretário de Redação – manifestava a esperança de que a chegada do engenheiro Luciano Pamplona, diretor-técnico do Detran de Fortaleza, ajudasse a encontrar “uma solução para esse trânsito louco de Natal”. O especialista receberia o plano de transformar a rua Mário Negócio em mão única, que encontrava dificuldades devido à “precariedade das ruas transversais que servirão para evacuar o tráfego daquela movimentada rua”. A matéria citava também a recente pavimentação da avenida Bernardo Vieira e falava das dificuldades para mudar o itinerário dos ônibus devido à má conservação das vias próximas. A reportagem dava continuidade a outra, publicada uma semana antes, que mostrava outros aspectos do tema. O trabalho registrava, por exemplo, que de janeiro a novembro de 1974, o trânsito em Natal matara 57 pessoas e deixara 312 feridas, em 1.057 acidentes, 135 a mais do que no ano anterior. A deficiência da rede semafórica era denunciada – havia 20 equipamentos nas ruas, quando o dobro era necessário.


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MARCELO ALVES DIAS DE SOUZA [ procurador da República ]

Precedentes judiciais nos EUA

Poder Judiciário

J

ANELLY MEDEIROS

Nova Coordenadoria é instalada RODRIGO SENA

juiz José Dantas de Paiva é o coordenador da nova coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do RN. O CEIJ é um órgão permanente de assessoria á Presidência que vai assessorar o TJ nos assuntos relacionados à Infância e Juventude.Segundo o juiz José Dantas de Paiva, o órgão vai servir para aperfeiçoar juízes, promover o intercâmbio e integração de juízes, promover seminários e cursos, prestar assistência a um juiz que necessite de uma orientação, ou de um modelo de questionário, ou de um assunto atualizado da legislação, em termos de jurisprudência, de doutrina. Já foram marcados três encontros regionais: na região do Seridó( 14 de outubro), na região do Alto Oeste - Mossoró( 4 de novembro) e em Natal (11 de novembro).

O

Celular O diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita, afirmou que o órgão estuda a possibilidade de entrar com ação coletiva na Justiça contra as fabricantes de telefones celulares, segundo informações da Agência Brasil. O objetivo é conseguir reparação por danos morais por descumprimento do Código de Defesa do

á disse certa vez: pertencendo à mesma família jurídica (common law), o Direito americano tem vários pontos em comum com o Direito inglês. Similares ideias do Direito e de seu desiderato, semelhantes divisões quanto aos ramos dessa ciência, institutos jurídicos idênticos (torts, trust etc.) e um papel central para o precedente judicial, entre outros. Entretanto, o Direito americano tem características próprias que o fazem diferir do Direito inglês. Basta lembrar a existência de uma Constituição escrita e rígida, o princípio da supremacia da Constituição (que nos EUA prevalece sobre qualquer lei, enquanto que na Inglaterra o poder do Parlamento é ilimitado), o fato de ser uma federação, a descentralização do poder judicial (com jurisdições próprias em cada estado, como também uma multiplicidade de cortes federais ao longo de todo o território do país), a existência de códigos, para citar apenas as mais relevantes. Essas são diferenças que fazem o Direito americano, de fato, substancialmente diferente do Direito inglês. No que tange especificamente aos precedentes judiciais, o Direito americano possui uma visão peculiar. Embora a função do precedente seja basicamente a mesma, os conceitos dos institutos sejam os mesmos, ele é mais flexível, mais pragmático e menos conservador que o Direito inglês. Como regra geral, os precedentes devem ser seguidos porque, no interesse da sociedade, o Direito deve ser estável e uniforme. Normalmente, os precedentes estabelecidos pelos tribunais superiores são seguidos pelos tribunais inferiores da mesma “jurisdição”, assim como os tribunais seguem os seus próprios precedentes. E, por óbvio, em regra, os precedentes da Suprema Corte americana são seguidos por todos os demais tribunais. Todavia, como consta da decisão da U.S. Supreme Court em Hertz v. Woodman 218 US 205 [1910], a regra do stare decisis não é inflexível. Em verdade, mesmo em se tratando de um precedente a prio-

Consumidor, já que as empresas Nokia, Samsung, Sony Ericksson, LG e Motorola não estariam cumprindo a nota técnica do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça que definiu o aparelho celular como bem essencial sujeito à substituição imediata do produto mesmo após o prazo da garantia, quando há defeito oculto.

ri obrigatório, os tribunais americanos não se consideram estritamente obrigados a segui-lo se ele não prima pela correção e razoabilidade. Ademais, a validade de um precedente está condicionada a sua adequação à situação política, econômica e social presente. E. Allan Farnsworth, autor americano de há muito traduzido no Brasil, explica que, nos EUA, “mesmo uma decisão com autoridade imperativa não é absolutamente compulsória. Raramente um Tribunal se defronta com situação na qual não possa proferir a decisão que considera justa e permanecer diante dos limites impostos pela doutrina do precedente. Pode resolver o problema adotando o precedente, apesar da sua injustiça no caso particular, com o fundamento de que os motivos que justificam a doutrina são mais relevantes do que os que falam em favor da decisão contrária. (...) Por outro lado, o Tribunal pode não querer seguir o precedente. Pode ocorrer que a decisão tenha sido obviamente errônea ao ser dada, que seja tão antiga que as novas condições a tenham tornado inadequada, ou, finalmente, tenha sido alterada a composição do Tribunal, de modo que o que era anteriormente a opinião de uma minoria enérgica seja agora a da maioria. Por qualquer dessas razões, ou por outras, o Tribunal pode recusar-se a seguir o precedente e reformar sua anterior decisão. Isso não seria de surpreender numa questão constitucional, em que não é possível recorrer a uma

DIVULGAÇÃO

HOMENAGEM Em solenidade concorrida e marcada pela emoção, o desembargador federal Edílson Pereira Nobre Júnior foi homenageado por ter atuado durante muitos anos como Juiz titular da 4ª Vara Federal. O evento contou com a presença do presidente do tribunal, desembargador Luiz Alberto Gurgel e do diretor do Foro, juiz federal Ivan Lira de Carvalho.

Culpa concorrente A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça reduziu pela metade o valor da indenização a ser pago à viúva de um ciclista, morto ao atravessar a linha de trem da extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), empresa sucedida pela União Federal. De acordo com o processo, o ciclista foi atingido por uma composição ferroviária quando ten-

tava atravessar de bicicleta a via férrea, em uma passagem aberta pelos pedestres próxima à estação Jardim Solemar, em Praia Grande (SP). O Tribunal de Justiça de São Paulo entendeu que a culpa pelo acidente era exclusiva do ciclista. O TJ-SP concluiu que a vítima não fez o uso da passagem de nível a cerca de 100 metros do local da travessia.

SEGURO ATRASADO NÃO ANULA CONTRATO É bom ficar atento a essa decisão. O atraso no pagamento do seguro não autoriza a seguradora a anular o contrato. A seguradora tem que notificar o segurado da suspensão da proteção enquanto estiver em atraso. A decisão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça. No caso julgado pelo STJ, o acidente aconteceu 45 depois de se vencer a parcela do seguro. Segundo o TJPR, o atraso do segurado só ocorreu por culpa da seguradora. E, além disso, a demora no pagamento da parcela de prêmio não gera o cancelamento automático do contrato de seguro.

EVENTO INTERNACIONAL O desembargador Federal Marcelo Navarro Ribeiro Dantas aceitou convite para ministrar palestra no “Congresso Internacional sobre Tribunais e conflitos políticoterritoriais”, que será realizado em Buenos Aires. O evento, que reunirá palestrantes argentinos, brasileiros, canadenses, espanhóis e mexicanos, debaterá “conflitos entre o “Estado federativo e os Estados membro”, “Intervenção federal nas províncias”, “Conflitos que envolvam as comunidades indígenas” e “Peculiaridades federais e os reflexos judiciais”, entre outros temas. O congresso, promovido pela Faculdade de Direito de Buenos Aires, acontecerá na próxima semana. CURSO DE INICIAÇÃO À ADVOCACIA A OAB/ RN está com inscrições abertas para o III Curso de Iniciação à Advocacia que acontecerá nos dias 13 e 14 de outubro, às 19h, no auditório da Ordem. Entre os assuntos estão: processo eletrônico, certificação digital, honorários, ética, prerrogativas e administração de escritórios de advocacia – conteúdo que certamente vai acompanhar o advogado diariamente. A inscrição pode ser feita na sede da Seccional Potiguar e o custo será simbólico: 02 kg de alimentos não perecíveis. As vagas são limitadas.

tn família

TODOS OS DOMINGOS NA TRIBUNA DO NORTE

solução através do Legislativo, ou em uma questão processual, em que são usuais as alterações retroativas”. Não que sejam os tribunais americanos completamente livres para se afastar de um precedente. Para tanto, que fique claro, já que a regra é a aplicação do precedente, devem estar presentes certos pressupostos. Sobretudo, uma corte pode - e, talvez, deva - não seguir um precedente se, por causa da alteração das circunstâncias, a adesão ao precedente for prejudicial a interesses públicos que, no caso, seriam mais importantes que a estabilidade do Direito. Não basta o mero desejo de tomar uma decisão justa num caso concreto como justificativa para se afastar um precedente. A avaliação da questão se um precedente deve ser seguido ou não, dessa forma, tem que estar baseada em critérios de utilidade social. Por fim, uma constatação: as diferenças existentes entre os Direitos americano e inglês, nesse ponto, são plenamente justificáveis. Primeiramente, o número de precedentes nos EUA, acerca de qualquer matéria, é bem maior. Um desenvolvido sistema de Justiça Federal, ao lado de dezenas de sistemas estaduais, faz com que se tenham comumente precedentes contraditórios. E isso dá aos juízes, muitas vezes, a possibilidade de escolha do precedente mais adequado. Em segundo lugar, a rápida expansão econômica americana implica constantes mudanças políticas e sociais e isso sugere, comparando-se com a gradual evolução da Inglaterra, que a estrita adoção da doutrina do stare decisis seja mais difícil e problemática. Por derradeiro, as questões constitucionais têm um papel bem mais preponderante nos EUA. Como se sabe, a interpretação do Direito constitucional – Direito eminentemente político – deve ser caracterizada pela flexibilidade. E essa flexibilidade, quando da aplicação dos precedentes judiciais constitucionais, necessariamente contamina as outras áreas do Direito.


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tn online

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NOVAS TECNOLOGIAS QUE PERMITEM QUE CELULARES SEJAM USADOS COMO GPS AVANÇARAM AINDA MAIS NA QUINTA-FEIRA,O QUE PRESSIONA AS FABRICANTES DE APARELHOS DE NAVEGAÇÃO EMBUTIDOS.

Fred Carvalho - fredcarvalho@tribunadonorte.com.br FOTOS:DIVULGAÇÃO

União

LIBEROU A Microsoft licenciou algumas tecnologia relacionadas aos smartphones da concorrente Palm,no mais recente movimento em uma complexa rede de acordos e litígios no setor de celulares.A maior empresa de software do mundo,que lançará sua nova linha de smartphones na semana que vem,licenciou patentes da ACCESS e de uma unidade da Acacia Research.Essas empresas afirmam que o portfólio de patentes licenciadas cobre invenções da Palm, Palmsource,Bell Communications Research e Geoworks.

NOVA REDE SOCIAL O portal Guidu é uma rede social que serve de guia colaborativo para bares, baladas,restaurantes e cinemas.No Guidu,redução de "guide you" ("guiar você",em tradução),os usuários podem opinar sobre os estabelecimentos e compartilhar experiências.Segundo nota oficial,o portal tem mais de três mil estabelecimentos cadastrados e futuramente deve incluir indicações de shows,teatro,museus e atividades outdoor.

Os CEOs da Microsoft e Adobe se reuniram recentemente para discutir a melhor forma de lidar com a concorrência da Apple e, possivelmente, sobre os interesses da fabricante do Windows em adquirir a desenvolvedora de softwares como Reader e Acrobat, relatou o jornal norte-americano The New York Times na última quinta-feira. De acordo com a reportagem, que creditou apenas fontes anônimas, Steve Ballmer, CEO da Microsoft, se encontrou com Shantanu Narayen, o CEO da Adobe, para discutir “a Apple e seu controle no mercado de telefonia móvel, mas também como as duas empresas podem trabalhar em conjunto para enfrentá-la". [ CRIANÇAS ] Enquanto existe uma parcela expressiva de crianças que já usa computadores no Brasil, o acesso delas à internet ainda é considerado pequeno. Além disso, a escola, que poderia desempenhar um papel importante no acesso à web, fica apenas em terceiro como local onde as crianças usam a internet com mais frequência, perdendo para as residências e lan houses. Ou seja: elas passam mais tempo navegando no ambiente doméstico e de acesso pago do que escolar. Essas são as conclusões de uma pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação por crianças no Brasil divulgada na quinta-feira passada. O estudo foi realizado pela primeira vez no país pelo NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do .Br), entidade que implementa as decisões e projetos do CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil).

Caro De acordo com projeções do banco de investimentos Barclays, a proposta da Anatel de redução no Valor de Comunicação, com intuito de diminuir o custo da tarifa de interconexão (VU-M), vai afetar o mercado de forma distinta. Para o banco, enquanto a Vivo seria a operadora mais atingida pela medida, a mudança trataria bons resultados para a Nextel, a GVT e a NET. Ainda assim, nas contas do Barclays,o efeito será relativamente pequeno. Isso porque segundo o banco, a redução da VU-M deve implicar numa queda de 3% no Ebitda da maior operadora móvel do país.

CAPINHA Após a Apple do Brasil e as operadoras de telefonia celular afirmarem que não dariam capinhas do iPhone 4 gratuitamente para os compradores do aparelho, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos,a loja brasileira da companhia de Steve Jobs está vendendo as capinhas por R$ 100.As capinhas para o iPhone 4 foram distribuídas gratuitamente para todos os compradores de mais 23 países que reclamavam de um problema na recepção de sinal de telefonia celular,fato que ficou conhecido como “Antennagate”.

Quando se fala de games de futebol,o Brasil é o principal mercado a ser explorado pela produtora japonesa Konami.A dona da franquia “Pro Evolution Soccer”,conhecida há alguns anos por “Winning Eleven”(nome que se mantém apenas no Japão),afirma que o país é o maior mercado do jogo em toda a América.

A Huawei, fornecedora de soluções de rede e telecomunicações, apresentou na sexta-feira passada, a sua entrada definitiva no mercado de aparelhos celulares e modems no Brasil. A empresa destaca aparelhos celulares focados no mercado jovem, voltados para mensagens instantâneas e preços baixos, a partir de R$ 180.

ENTREVISTA / BENJAMIM N. TEENSMA / FILÓLOGO E HISTORIADOR

‘Ainda há muito para se conhecer” DIVULGAÇÃO

ilólogo e historiador holandês, Benjamim N. Teensma, está em Natal proferindo uma série de palestras sobre a presença holandesa na região Nordeste do Brasil, sobretudo no Rio Grande do Norte. No meio da semana, ele falou na UFRN sobre o diretor de um predicante alemão e sua administração sobre uma suposta mina de prata nas margens do rio Sucuru, na Paraíba e divisa com o RN. A convite do diretor do Museu Câmara Cascudo, arqueólogo Luiz Dudra de Souza Neto, o professor e pesquisador holandês também fará uma série de visitas ao interior, em locais onde ocorreu a presença holandesa, como Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante e em Cunhaú, em Canguaretama, como também na Serra de Santana, na região do Seridó. Na manhã do dia 15, o professor falará sobre a missão de Rodolfo Baro na Serra de Macaguá, como os indígenas denominavam a atual Serra de Santana. Teensma foi professor de Português na Universidade de Groninga, entre 1965 e 1980 e do Departamento de Línguas e Culturas da América Latina na Universidade de Leiden (1980/1998). Estudo os judeus sefarditas da Holanda, a história da expansão portuguesa e a história do Brasil Holandês. Foi revisor da tradução holandesa do libro “Tempo dos Flamengos”, de José Antonio Gonçalves de Mello, publicado pela Walburg Pers, Zutphen, 2001. Entrevista ao repórter Valdir Julião.

sa no Brasil, sobretudo no Rio Grande do Norte? Eles estão no Arquivo Nacional da Holanda, em Haia, lá há muitos maços documentais e entre eles estão cartas dispersas, agora se começa a ter esquemas de análises de conteúdos desses maços documentais, há muito material desconhecido, entocado, aguardando os historiadores que oxalá algum dia venham para se meter nessas coisas. Os historiadores precisam conhecer letra gótica e língua holandesa do século XVII e depois traduzir os conteúdos desses documentos para o público português e brasileiro da atualidade, traduzindo do holandês antigo para o português moderno.

F

Há quanto tempo o senhor estuda a presença holandesa no Brasil? Talvez 20 anos, senão mais, não me lembro quando foi a primeira vez. Para mim é um grande prazer ter um documento inédito entre as mãos, para estudar

Nada melhor que o senhor para fazer isso, que conhece bem a língua pátria e fala bem o português? Essa minha tarefa faço simplesmente por amor à História, isso é uma coisa particular que me agra-

o texto, conteúdo e abri-lo para o público, quer dizer transcrevendo, traduzindo, anotando e escrevendo um estudo introdutório. Ter um novo manuscrito desconhecido, esquecido durante três ou quatro séculos num arquivo, então ter o privilégio de poder manejar, estudar e publicar, para mim é uma grande joia. Que documentos são esses? São muitos os documentos, como o que fala do predicante Jodocus van Swetten, que nasceu por volta de 1600 e em 1632 veio para o Brasil como predicante para os militares germanófonos, que falavam alemão, e precisavam de um predicante para as suas necessidades religiosas. Deles se guardam 13 cartas desse predicante que foi diretor de uma mina de prata, esse é um assunto que se pode iso-

lar com facilidade, ele queria ganhar dinheiro rápido e fácil para as Companhias Ocidentais, mas praticamente não há e nem tem havido minas de prata no Nordeste, mas essa mina estava no afluente do rio Sucuru, na Paraíba, perto da fronteira sul do Rio Grande do Norte. O diretor da mina falava com os holandeses de Pernambuco via o Castelo (Fotaleza) dos Reis Magos. Então, o interesse econômico dos holandeses não era só em relação à cana-de-açúcar? Não, porque o açúcar não rendia bem, porque havia uma má vontade por parte dos colonos portugueses, não havia uma cooperação muito cordial e quando ocorreu a revolução em junho de 1646 os holandêses ficaram isolados e cercados no Recife (PE). Na

Paraíba e no Rio Grande do Norte os holandeses ainda podiam entrar pelo interior e buscar outras fontes de renda, entre estas figuraram a possibilidade de encontrar minas de prata. Esse senhor predicante foi metido como chefe de uma empresa mineira perto de um lugar que se chama hoje em dia Prata, na Paraíba, justamente quando começou a rebeldia dos moradores portugueses contra os holandeses, que ficaram na cidade até janeiro de 1654, ao passo que mais para o norte eles podiam entrar para o interior, como na Serra de Santana, que se chamava Macaguá, que é uma forma primitiva da palavra Acauã, onde havia umas tribos de índios tapuias aliada dos holandeses. E onde estão esses documentos que falam da presença holande-

da, por outro lado, também digamos, é uma ajuda social e histórica que estou dando ao leitor brasileiro. É a primeira vez que o senhor vem ao Rio Grande do Norte? Não, em abril 1977 estive aqui com Luís da Câmara Cascudo, e ele me recebeu na sua casa e falamos uma tarde amigavelmente, ele era um cavalheiro perfeito. Há três anos também publicamos no Rio de Janeiro um livro por uma editora que se ocupa do Brasil holandês, com fac-símiles e um roteiro da costa do Brasil de Sergipe até o Maranhão. Mas,voltando à questão dos documentos que estão na Holanda, o que pode ser de interesse para o Brasil? A história religiosa, social, econômica, militar, diplomática, tudo isto pode ser estudado, mas a falta de pessoal é grande para estudar isso.


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Natal | Rio Grande do Norte | Domingo | 10 de outubro de 2010 ADRIANO ABREU

[ LITERATURA ] O livro, inédito nas livrarias,

ganhou vida na plataforma virtual da TRIBUNA Repórter do caderno Viver, Maria Betânia diz que o livro foi escrito em homenagem à sua filha, Brunna, que na época contava cinco anos de idade

Jornalista da Tribuna lança ‘Cada casa é um caso’ A

história de uma menina de 6 anos de idade, dividida entre a casa do pai, da mãe e da avó é o mote da história “Cada Casa é um Caso”, escrita pela jornalista pernambucana, radicada em Natal, Maria Betânia Monteiro. O livro, inédito nas livrarias da cidade, ganhou vida na plataforma virtual da TRIBUNA DO NORTE, nesta última sexta feira. Mais que uma homenagem ao dia da criança, o livro inaugura uma nova fase do veículo de comunicação. “Uma vez que a internet é uma plataforma ao alcance dos jovens, aproveitamos para acessar este público a partir de um produto de qualidade”, disse o Diretor de Redação desta TRIBUNA, Carlos Peixoto. A qualidade a que se refere o diretor está nas ilustrações, cuidadosamente elaboradas pela publicitária Luiza Laffitte, além é claro, do texto. Usando palavras simples e construções poéticas, Maria Betânia Monteiro fala da realidade como quem acaricia o rosto de uma criança: com afeto. O livro foi escrito em homenagem à sua filha, Brunna, que na época contava cinco anos de idade. “Eu via minha filha perdida num cotidiano quase caleidoscópico e não encontrava uma forma de acalmá-la”, relata a autora. Maria Betânia explica que em função da separação com seu excompanheiro, a pequena Brunna passou a frequentar a casa do pai, da avó materna e da mãe em dias alternados. Como as atividades não conseguiam ser iniciadas e completadas num único dia, sua filha não reconhecia os ambientes onde transitava, algo que foi superado, devido o amadurecimento da criança. “Ontem mesmo eu e Brunna elaboramos um calendário juntas, para que ela pudesse visualizar o seu deslocamento, ela já está conseguindo juntar as peças”, disse animada a jornalista. Apesar da rispidez do tema, o que chega à criança é a divertida história de uma menina que tem no sonho, a segurança de um lar. “Todas as noites e às vezes também depois do almoço, as crianças são conduzidas aos seus lares oníricos”, disse. Apesar de ser o primeiro livro publicado pela jornalista, Cada Casa é Um Caso é o número 8, de

uma lista de obras registradas, porém indevidamente arquivada pela autora. Escritora compulsiva, Maria Betânia sempre viu nas palavras, uma oportunidade de se comunicar com o mundo. Não o mundo compartilhado por diversas pessoas, mas o seu próprio mundo. Betânia relata que na adolescência preferia digerir suas dificuldades escrevendo histórias para crianças. Talvez por isso, pelo tempo dedicado à literatura infantil, é que sua primeira obra a ganhar o público já revele a maturidade do texto. A jornalista não sabe explicar como surgiu o gosto pela palavra, mas suspeita que tenha sido os livros entregues em suas mãos desde pequena. “Minha mãe saía de casa às 6h e voltava à meia noi-

Ontem mesmo, eu e Brunna elaboramos um calendário juntas, para que ela pudesse visualizar o seu deslocamento”

Todas as noites e às vezes também depois do almoço, as crianças são conduzidas aos seus lares oníricos” MARIA BETÂNIA jornalista e escritora

te. Nos víamos apenas nos finais de semana. Os livros neste sentido, foram meus companheiros e também meus tutores”, relembra. A jornalista fala que a publicação virtual de Cada Casa é um Caso é também uma forma de outras crianças se identificarem com uma história para lá de atual. “O livro pode ser uma janela para os pais, que não sabem abordar o assunto da separação de forma leve com os filhos”. O livro está disponível no site da Tribuna do Norte, através do Link: http://tribuna.me/cadacasa. Com a ajuda do pai, da mãe e até dos avós para acessar a página, as crianças a partir de quatro anos de idade vão poder folhear a obra.


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CALÇADAS

Dona Nina ainda está sem entender morte do sobrinho Alboná.

TEMPO HOJE

TÁBUA DE MARÉS

FEIRAS-LIVRES

Nublado com pancadas de chuvas Max.: 30º CO Min.: 26ºCO

Preamar 05h58 -2.3- 18h11 -2.3 Baixa-mar

Panorama: hoje 332 bancas/196 feirantes Planalto 186 bancas/97 feirantes

BALNEABILIDADE Impróprias Mãe Luíza Pium Pirangi do Norte Redinha

FASES DA LUA Cheia: Hoje Minguante: 15/07 Nascer do sol: 5h21 Pôr-do-sol: 17h19

Editor: Edilson Braga e-mail: braga@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 10 de outubro de 2010

Um crime que encontra brechas na legislação ambiental, mas que fere duramente o equilíbrio do meio ambiente brasileiro, está sendo combatido de forma efetiva pela Cipam em parceria com o Ibama

[ AVES SILVESTRES ]

Ibama fecha cerco ao contrabando CIRO MARQUES repórter

ada exemplifica melhor o quão enraizado está a criação de aves em gaiolas que o antigo ditado popular “Mais vale um pássaro na mão, que dois voando”. Para quem não vê mal em manter esse “bichinho” – principal referência de liberdade – na gaiola, existem centenas de espécies que podem ser mantidas em cativeiro. O problema está quando se tenta transformar um animal silvestre, em um doméstico. Um crime que encontra brechas na legislação ambiental, mas que fere duramente o equilíbrio do meio ambiente brasileiro, e que, por isso, está sendo duramente combatido pela Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipam) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/RN). Os números mostram o quão descontrolado estava a criação de animais silvestres no Rio Grande do Norte. Desde que passou a intensificar os trabalhos de fiscalização e combate a esse popular crime ambiental, o que está ocorrendo há quatro meses, a Cipam já apreendeu 1.250 pássaros silvestres. Isso é o equivalente a mais de 300 animais por mês, ou 10 “passarinhos” por dia. É importante lembrar, ainda, que todas as apreensões foram feitas, apenas, em cinco cidades potiguares: Natal, Ceará-Mirim, Mossoró, Caicó e Parelhas. “Estamos trabalhando para ampliar nosso efetivo e nossos equipamentos. Nossa intenção é levar a Cipam para todo o Estado e fazer um trabalho firme de repressão aos crimes ambientais”, afirma o comandante da Companhia, major Correia Lima. Atualmente tendo sua sede localizada no Parque das Dunas, a Cipam espera conseguir, até o final do ano, um novo

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prédio, mais amplo e em condições melhores, até para manter os animais apreendidos como forma de auxiliar o Ibama nesse trabalho. O trabalho, realmente, merece mais investimento. Afinal, o tráfico de animais é o terceiro mais forte do mundo – atrás apenas dos tráficos de drogas e o de armas. “A situação, no momento, está controlada, em níveis aceitáveis. Porém, precisamos continuar trabalhando e reprimindo com mais firmeza o crime, porque é possível perceber a proliferação dele sempre que há o relaxamento”, afirmou o comandante. O controle no Estado está sendo possível porque, segundo a Cipam e o IBAMA, ainda não há a participação de quadrilhas bem articuladas e poderosas no crime. Se tratando de pássaros canoros, como o Azulão, o Galo de Campina e o Golinho, os mais apreendidos nas feiras livres pela Cipam, o tráfico se resume às figuras dos capturadores, que são responsáveis por tirar os animais da natureza; dos “atravessadores” que são os que vão negociar os pássaros nas feiras livres; e, claro, dos “consumidores”, afinal, não são eles quem alimentam o comércio ilegal. “Percebemos que há maior participação, aí com quadrilhas realmente de outros estados, nos casos de tráfico de araras, papagaios, que são animais que não são daqui mais que são trazidos para cá por traficantes”, explica o major Correia Lima. Além disso, segundo ele, “é preciso, sobretudo, um trabalho de educação ambiental e é isso que estamos tentando desenvolver. É importante que a sociedade aprenda que isso é um crime e que causa sérios prejuízos ao meio ambiente”. Entre os prejuízos possíveis para a natureza e para os diferentes ecossistemas potiguares estão a desertificação e a ameaça de extinção de espécies. ADRIANO ABREU

Briga de galo ainda conta com a proteção de clientes poderosos

ALEX FERNANDES

PÁGINAS 12 E 13


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Depois de apreendidos, os animais são encaminhados para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, onde passam por uma quarentena até ter condições de voltar para a natureza

[ AVES SILVESTRES ]

O caminho de volta para a natureza ADRIANO ABREU

apreensão de animais pela Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipam) é apenas uma parte do trabalho feito de preservação do meio ambiente. Isso, porque depois de apreendido, o animal silvestre é encaminhado para o Ibama/RN), onde passa por uma quarentena até poder voltar para a natureza. “Caso eles sejam devolvidos do jeito que chegam, podem não resistir muito tempo no meio ambiente. Muitos chegam doentes ou desidratados e precisam passar por um certo período de recuperação para poderem ser devolvidos”, explica a analista ambiental do Ibama, Fabíola Rufino. Vale lembrar que não é só através de apreensão que muitos animais chegam ao Ibama. Em alguns casos, o “bichinho” silvestre que estava sendo criado como doméstico é simplesmente entregue pelo criador, que desiste de criá-lo ou é “tocado” pelo sentimento ambiental. Em alguns casos, também, o criador vai ao Ibama tentando regularizar seu animal no órgão, mas frustado pela impossibilidade disso acontecer, acaba convencido devolvê-lo. “São vários os casos desse tipo. A pessoa tenta regularizá-lo, mas o Ibama não tem como legalizar um animal que não sabe qual procedência que ele teve. Então, o dono acaba sendo convencido a deixá-lo, porque assim também não precisará responder a um processo ambiental”, explica Fabíola. Sobre a desistência de criar o animal silvestre, a analisa ambiental explica que isso se deve a falta de conhecimento antes de adquirir um exemplar selvagem. “Isso ocorre muito. O animal começa a dar trabalho demais, fica muito grande ou agressivo, e vem o dono entregar para o Ibama. Casos desse tipo são ainda mais frequentes, sobretudo, se tratando de macacos prego. São animais muito “bonitinhos” quando pequenos, mas crescem e alguns se tornam bastante agressivos”,

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Rinha de galo tem a proteção de poderosos

Azulão, Galo de Campina e Golinho são as principais vítimas da comercialização ilegal de animais silvestres no Rio Grande do Norte

afirma Fabíola Rufino. Só de macacos prego, o Ibama tem aproximadamente 30 exemplares em seus viveiros. Eles, junto aos papagaios (100 exemplares), os periquitos (50) e as araras (30) são os que mais ocupam e por mais tempo os viveiros do Ibama. “São animais que precisam de um tempo maior de recuperação. Eles não são naturais aqui do Estado e precisamos entrar em contato com outras unidades em outros locais do país e enviá-los para lá”, explica Fabíola Rufino. Com esses animais e mais a centena de pássaros canoros – como o Azulão, Galo de Campina e Golinho, que são as principais vítimas da comercialização de animais silvestres no RN – re-

presentam um investimento mensal, com alimentação, de aproximadamente R$ 4 mil do Ibama. “Isso, sem contar com funcionário, biólogo, veterinário e tudo mais que o animal precisa para se recuperar e poder voltar para a natureza”, explica a ambientalista. Além dos animais apreendidos em situação irregular vítimas de crimes ambientais, Ibama e Cipam também fazem um importante trabalho na reabilitação dos que são encontrados feridos na natureza. “Tartarugas, gaviões, corujas são os principais animais que encontramos feridos e levamos para o Ibama para se recuperarem”, afirma o comandante do Cipam, major Correia Lima..

Major defende trabalho ostensivo Em entrevista concedida à TRIBUNA DO NORTE, o comandante da Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipam), major da PM Correia Lima, garante: o trabalho de combate ao tráfico de animais tem que ser feito em três frentes: ostensividade, conscientização e punição, realmente, eficaz. Baseado nisso, é possível perceber que o trabalho está, pelo menos, encaminhado em dois pontos. “Estamos nos empenhando em trabalhos ostensivos, fazendo apreensões regulares em operações ou após denúncias e pretendemos

expandir isso para todo o Estado. Também pretendemos melhorar nosso trabalho de educação ambiental”, garante o comandante. No entanto, no aspecto restante e que não depende da Cipam, nem do Ibama, ainda há falhas, segundo o comandante. “Falta, para mim, uma punição mais restritiva de direitos. Claro que você não deve colocar alguém na cadeia, junto a estupradores e homicidas, alguém que foi preso vendendo pássaros silvestres, mas é preciso uma punição mais firme”, afirmou o comandante. Atualmente, a pessoa que é pre-

sa em flagrante por venda de animais silvestres em uma feira livre, por exemplo, é levada para a delegacia, onde geralmente assina um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e, em seguida, é liberada para responder o processo em liberdade – em alguns casos, há também a cobrança de uma multa pelo crime. “A Lei de Crimes Ambientais é moderna, mas a punição ainda é pouca. E isso contribuiu para a reincidência. Tem vendedor que já prendi três vezes e ainda deve estar cometendo crimes”, revela o major.

Exemplar da arara vermelha custa 5 mil reais no mercado Ter um animal silvestre em casa, não é um crime em todos os casos. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/RN), é sim possível criar uma arara em casa, por exemplo, sem estar cometendo um crime ambiental. Para isso, contudo, é preciso adquirir um animal registrado em criadores autorizados pelo próprio Ibama. O problema é que no Estado, não há nenhum. Quem quer criar um “bichinho” silvestre no Rio Grande do Norte ainda enfrenta outro problema, além da falta de locais para comprá-lo: o preço “salgado” do animal. “Os preços variam muito, mas é possível adquirir uma arara vermelha por R$ 5 mil em criadores registrados pelo Ibama”, garante a analista ambiental do órgão, Fabíola Rufina. As exigências para se ter em casa um animal silvestre ainda não param por aí. Além da dificuldade em encontrar criadouros credenciados e pagar um valor considerável pela compra, é preciso ainda seguir uma série de exigências, como, por exemplo, ter um

local apropriado para mantê-lo e não poder fazer a reprodução da espécie em cativeiro. Apesar de todos esses obstáculos, no entanto, para quem gosta de animais silvestres, ter um legal é mais vantajoso que um irregular, resultante de tráfico de animais, pelo menos, é o que garante a analista ambiental do Ibama. “Um papagaio em feiras livres pode custar R$ 500, mas a possibilidade de se perdê-lo é muito maior. Isso porque muitos chegam já doentes ou muito desidratados. Além disso, sendo pego pela fiscalização, o criador ilegal ainda vai ter que pagar multa e responder a processo, além de ter o animal apreendido”, explica Fabíola Rufino. Se o prejuízo financeiro não é o suficiente para barrar o criador ilegal, outro aspecto pode fazêlo: o risco de doenças. “É importante que a população saiba que pode sim contrair doenças sérias com o contato com esses animais silvestres. Com o papagaio, por exemplo, podemos citar a psitacose (doença infecciosa transmitida pelo ar)”, explica Fabíola Rufino.

O galo se enquadra na lista de animais considerados domésticos pelo Ibama. No entanto, é crime, e ainda muito frequente no Rio Grande do Norte, a colocação dessas aves nas chamadas rinhas de galo de briga. Algo ainda mais complicado de se combater que o tráfico de animais silvestres, visto que se encontra ainda mais enraizado na sociedade local e recebendo o incentivo de “poderosos”, viciados em apostas. “É complicado mesmo. É algo ainda muito popular em algumas regiões do Estado e conta com a presença e o patrocínio de pessoas influentes”, afirma o comandante da Cipam, major Correia Lima. Neste ano, a Companhia Independente já apreendeu aproximadamente 500 galos de briga em rinhas no Estado. As zonas rurais de Ceará-Mirim, São Gonçalo do Amarante e de Extremoz, além da praia da Redinha, são os principais locais onde esse crime está disseminado. Em junho, inclusive, em uma só apreensão feita em Ceará-Mirim, a Cipam encontrou 72 galos de briga. Aproximadamente 30 pessoas estavam acompanhando as rinhas, mas apenas três foram encaminhadas para a Delegacia de Plantão da Zona Norte, onde assinaram um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) pelo crime ambiental. “Nessa, encontramos até um juiz estadual participando das apostas nos galos”, afirmou um dos policiais ambientais nome preservado. A briga de galo é uma prática considerada crime ambiental e se enquadra no artigo 32 da Legislação Ambiental. O artigo condena “o ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” e prevê pena de detenção de três meses a um ano, além de multa. Apreendidos nessas rinhas, os galos, diferentes dos animais silvestres, não voltam para a natureza após serem recuperados, pois são bichos domésticos. Como foram criados a base de muitos anabolizantes, para ganharem músculos e terem melhor resultado nas brigas, os galos também não servem para a alimentação. Por isso, os que não são sacrificados, são encaminhados para centros de reabilitação de usuários de drogas. “São levados para lá para serem criados. Isso é uma das formas de tratamento de dependentes químicos”, explica o comandante.


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POR ANNA RUTH DANTAS

RODOLPHO PENNA LIMA JÚNIOR

HOJE,O RIO GRANDE DO NORTE É O SEGUNDO ESTADO DO PAÍS EM MAIOR NÚMERO DE CIRURGIAS DE IMPLANTE COCLEAR.PERDE APENAS PARA SÃO PAULO.EM BUSCA DO SERVIÇO DESENVOLVIDO NO ESTADO POTIGUAR CHEGAM PACIENTES DE PERNAMBUCO,CEARÁ E PARAÍBA,INCLUSIVE BRASÍLIA,COMO REVELA RODOLPHO JÚNIOR.

“A surdez priva do convívio social” FOTOS:RODRIGO SENA

O implante coclear,hoje consideradorevoluçãoparaaaudição,érecomendado para quem? São adultos e crianças. Não existe idade máxima. Há 20 dias operei um paciente com 83 anos. Também pode ser feito em criança a partir de 6 meses de idade. Em pessoas que podem ter adquirido a surdes ou nascido surdos. Obviamente, você tem paciente de melhor prognóstico e aqueles de pior prognóstico, que não tem indicação de fazer. Os casos melhores adultos dividimos os que perderam a audição durante a vida, que é chamado pós lingual, é um resultado muito bom porque você já aprendeu a ouvir, sua linguagem está toda estabelecida. Agora se nasce surdo, hoje na fase adulta o resultado normalmente não é bom. Não é que não tenha indicação de fazer, porque aí entra outros aspectos. Na hora que você decide fazer o implante não é só o aspecto médico, tem o aspecto audiológico, o aspecto psicológico e nos pacientes do SUS o aspecto social porque ele precisa ter a mínima condição para fazer reabilitação. Apesar de ser tudo de graça, tem a questão do transporte e ele (o paciente) precisa ter condição de fazer isso. Nas crianças a gente divide em pré-lingual, aquelas que nasceram surda ou perderam a audição antes dos 3 anos de idade, que são os melhores resultados. A melhor idade para você aprender a ouvir e falar é até 3 anos e meio. Se você quiser que uma pessoa aprenda a falar duas línguas sem sotaque exponha essa criança bem cedo. Então, nessa idade é o melhor resultado. A partir dessa idade pode ser feito, mas o prognóstico não é tão bom. As crianças pós-linguais o resultado também é muito bom. A criança com 10 anos se perde a audição esse caso tem um bom resultado. Mas a criança, no caso das que nasceram surda, quanto mais cedo fizerem melhor o resultado. Uma técnica dessa se imagina que seja muito desejada pela população.Há filas de espera para o implante coclear pelo SUS? Hoje a gente tem aproximadamente 230 pessoas de todo Brasil em avaliação, que estão no programa de implante coclear. Elas preenchem informações preliminares, a gente agenda uma consulta passa pelo médico, pela psicóloga, assistente social, faz todos os exames necessários. Osenhordissequeháaspectospsicológicosesociais.Quetipodeproblema psicológico há? O papel do psicólogo dentro do programa é trabalhar a ansiedade e expectativa daquela família. Imagine uma mãe e um pai super ansiosos pela chegada de um filho e a criança chega e vê que é surda. O impacto na família é muito grande. O psicólogo tem a função de trabalhar essa ansiedade. E também quando a gente decide para o implante trabalhar as expectativas da família. Não é você fazer a cirurgia, ligar o implante e a pessoa sair ouvindo e falando. Não. Ele (o paciente) vai nascer do ponto de vista auditivo no dia que for ligado o implante. Ali é o começo de uma grande jornada. Você tem que explicar para família que é lento, que precisa fazer reabilitação, terapia. Se não fizer terapia a evolução é mais lenta. Você tem que tratar a expectativa e explicar que como qualquer cirurgia pode ter complicação, que existe o risco da cirurgia por al-

ditiva e depois de colocar o implante coclear) fala pela primeira vez “papai”, “mamãe” é maravilhoso. Tem o depoimento de uma bancária que perdeu a audição com o tempo, e um dia a psicóloga disse para ela defina a surdez. Ela perguntou: você já assistiu o filme Ghost (Do outro lado da vida)? A psicóloga disse que sim e aí ela (a paciente) disse: “pois é, eu sou o fantasma, eu vejo tudo, mas não participo de nada”. No adulto a surdez priva você do convívio social, profissional.

O

Rio Grande do Norte é um dos Estados pioneiros no Brasil no implante coclear, o chamado ouvido biônico, um avanço que hoje faz do Estado um dos centros de referência na implantação desse equipamento, considerado revolução no tratamento

da surdez. “O implante veio e revolucionou completamente”, destaca o médico Rodolpho Penna Lima Júnior, responsável pela implantação e coordenação do serviço no Estado. Uma revolução na medicina e, principalmente, na vida das pessoas que passam a ouvir a partir do “ouvido biônico”. O Otocentro, que foi pioneiro no Norte e Nordeste, continua sendo um grande referencial para o Brasil. Hoje o Rio Grande do Norte é o segundo Estado do país em maior número de cirurgias de implante coclear. Perde apenas para São Paulo. Em busca do serviço desenvolvido no Estado potiguar chegam pacientes de diversos Estados brasileiros, inclusive Brasília. Além disso, a equipe comandada por Rodolpho foi responsável por realizar as primeiras cirurgias em Brasília, Pernambuco, Ceará e Paraíba. Um pioneirismo que começou a partir da inquietação do jovem médico Rodolpho Penna Lima Júnior quando soube que o seu Estado de origem não tinha um serviço de acompanhamento para pacientes que fizessem implante coclear. Foi a partir dessa constatação que ele começou a se aprofundar e buscar meios de trazer o serviço para as terras potiguares.“A surdez é uma deficiência invisível. As pessoas tendem a achar que é um problema menor, quando comparado com um problema físico, como a cegueira. Mas a surdez implica em duas grandes deficiências, quando ocorre ainda na criancinha, no ouvir e falar. Se você não ouve você não fala”, frisa o médico. Ele lembra ainda do diálogo de uma bancária, que ficou surda ao longo da vida. Questionada sobre o que era a surdez, a bancária respondeu: “Você já assistiu o filme Ghost (Do outro lado da vida)? Pois é, eu sou o fantasma, eu vejo tudo, mas não participo de nada”. O convidado de hoje do 3 por 4 é um médico com todo perfil de empreendedor, um profissional que foi além do ofício e fez do Rio Grande do Norte um dos Estados pioneiros no país na audiologia. Com vocês, Rodolpho Penna Lima Júnior:

O papel do psicólogo dentro do programa é trabalhar a ansiedade e expectativa daquela família”

gum motivo não dá certo. Equeaspectossociaissãoessespara o implante coclear? O implante coclear é um procedimento, não é fazer uma cirurgia e dá adeus ao paciente. É um verdadeiro casamento entre o centro que implantou e o paciente. Você faz esse implante e o paciente precisa retornar depois regularmente ao centro. Ele tem que voltar no primeiro ano de dois em dois meses porque a gente vai ajustando os parâmetros do implante para ele ouvir cada vez melhor, mais claro. No

primeiro ano é de dois em dois meses, no segundo ano de três em três meses, depois de quatro em quatro meses, no quarto ano de seis em seis meses e depois uma vez por ano ad eternum. As vezes a pessoa não pode pagar uma passagem de ônibus para vir, tem que ter um nível cultural para entender como cuidar bem do implante. Nós temos uma das melhores políticas de saúde auditiva do mundo, mas não é perfeita. Por exemplo, se quebrar a unidade externa (do implante) fora da garantia o governo não dá outro. A gente tem uma preocupação muito grande com a credibilidade do implante, ele é uma tecnologia maravilhosa desde que seja feito dentro dos critérios. A gente sempre orienta as pessoas a procurarem um centro correto, com experiência. Deixando o lado técnico,agora falandocomotestemunhapresencial daquela pessoa que nunca ouviu

Mas a surdez implica em duas grandes deficiências, quando ocorre ainda na criancinha”

nadaepassaaouvir.Oqueosenhor escuta dessas pessoas? É algo extremamente emocionante. A surdez é uma deficiência invisível. As pessoas tendem a achar que é um problema menor, quando comparado com um problema físico, com a cegueira. Mas a surdez implica em duas grandes deficiências, quando ocorre ainda na criancinha; no ouvir e falar. Se você não ouve, você não fala. O surdo-mudo não fala não é porque tem problema na língua, ou na corda vocal, ele não fala porque não tem o modelo. Se você não tem au-

Detalhes Quem ouve melhor: quem ouve com atenção Quem é o surdo: o surdo,na realidade,essa é uma classificação mais moderna é aquele indivíduo que independente do grau de surdez foi exposto a uma linguagem não auditiva. O que o médico Rodolpho gosta mais de ouvir: que nosso trabalho foi útil para ajudar essas pessoas, porque muda a vida da pessoa,da família.Gosto de ouvir histórias de felicidade dessas pessoas.

Perfil Rodolpho Penna Lima Júnior é médico formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte com residência em Brasília e especialização no Centrinho, de Bauru.Ele é o coordenador do serviço de implante coclear desenvolvido no Otocentro, instalado no Hospital do Coração. O Otocentro foi pioneiro no Norte e Nordeste no implante coclear e é referência no Brasil. A equipe comandada por Rodolpho Penna Lima Júnior foi responsável pela primeira cirurgia de implante coclear em Brasília,Ceará,Pernambuco e Paraíba.

dição e não tem fala, seu processo de convívio social, familiar são prejudicados. Conseqüentemente emocional. Você vê cego comediante, surdo você não vê porque ele (o surdo) não consegue nem se comunicar. Surdo normalmente é irritado. E conseqüentemente o processo educacional é mais difícil. A surdez tem implicação muito grande. Já ouvi depoimentos aqui de pai e mãe dizendo que a criança ficava chorando e ela dizia “não consigo me comunicar com meu filho”. Quando a criança (com deficiência au-

Como originou o pioneirismo do Rio Grande do Norte no implante coclear? Acho que foi a persistência do nosso grupo. Terminei minha residência médica em 1995 e voltei para Natal. Essa era uma área que sempre me dediquei. Vi que Natal já tinha alguma coisa, o aparelho auditivo o médico indicava, mas o paciente já ia direto comprar. Comecei a organizar toda parte de diagnóstico, treinar o pessoal, e depois que estabeleci a parte de diagnóstico comecei a fazer a triagem auditiva. A gente tinha triagem, diagnóstico, mas não tinha como resolver os casos dos pacientes que precisavam de implante. Fiz pósgraduação na área de audiologia. Lembro que lá (no serviço em Bauru) tinha um mapa do Brasil onde eles colocavam alfinete no Estado onde já havia paciente com implante, mas no Rio Grande do Norte não tinha nenhum. Eu perguntei uma vez para o professor porque não havia paciente do Estado implantado, aí ele disse que não tinha ninguém para fazer o pós operatório aqui. Eu fui me dedicando, participando de cirurgias no Centrinho em Bauru durante 18 meses. Ao mesmo tempo ia treinando aqui nossa equipe. Comoosenhoravaliaosaparelhos auditivosconvencionais?Elesconcorrem com o implante coclear? Não é que eles concorrem. Os aparelhos auditivos hoje atingiram um nível de tecnologia fantástico, maravilhoso. Agora ele tem algumas indicações. Por exemplo a perda auditiva profunda, normalmente o resultado é muito ruim. O implante é muito superior. O resíduo auditivo da pessoa é tão pequeno que ela não tem como aproveitar aquela informação que está sendo mandada. Mas para perdas auditivas menores o aparelho auditivo pode ser uma grande opção. Hoje os critérios de indicação do implante coclear estão se expandindo e cada vez mais estamos implantando em pessoas com melhor resíduo auditivo. Para você ter idéia hoje no adulto a gente indica um implante se ele entende menos de 50% do que é dito a ele. Se ele (o paciente) usa aparelho auditivo nos dois ouvidos se ele entender menos de 50% ele vai para o implante, porque o implante vai dar mais do que 50% para ele. Há pessoas também que compram diretamente o aparelho auditivo? Hoje o problema que vejo do aparelho auditivo são aparelhos mal adaptados. A pessoa vai direto numa loja, compra o aparelho e aí a adaptação não é bem feita. E quem vai usar é a gaveta porque termina jogando o aparelho fora. O processo de adaptação do aparelho auditivo tem que ser bem feito.


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natal ALEX FERNANDES

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O município é responsável pela fiscalização e adequação das calçadas às ne prerrogativa não é cumprida da forma correta. Com isso, os pedestres, com ou sem neces

[ CALÇADAS ]

De vias de circula RICARDO ARAÚJO Repórter

ão imagino que do ponto de vista urbanístico, haja algo de mais deprimente – e perigoso – para a população do que a falta de qualidade das calçadas”. A frase do arquiteto paulistano Sérgio Teperman, ilustra a realidade das calçadas natalenses. Além da deterioração natural dos revestimentos, o que impede a circulação dos pedestres com ou sem necessidades especiais, os passeios públicos estão sendo invadidos por mesas e cadeiras de bares e churrasquinhos. O município é responsável pela fiscalização e adequação das calçadas às necessidades da população. Porém, conforme aponta estudo do Ministério Público, responsabilidade não é cumprida da forma correta. De acordo com a cartilha do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CreaRN), todas as calçadas devem ter, no mínimo, 1,20 metro de largura livre para a circulação de pedestres e cadeirantes, o que se chama de rota acessível. Nesta faixa, não pode haver bancas, telefones, lixeiras, floreiras ou qualquer outro obstáculo. Porém, o que pode ser visto em todos os bairros da cidade, principalmente após as 18h, é a utilização das calçadas como prolongamento dos estabelecimentos comerciais (bares e restaurantes, na maioria) com a colocação de mesas, cadeiras e churrasqueiras. O resultado dessa ocupação desordenada é a falta de espaço para circulação dos pedestres.

“N

Dona Nina ainda não se recuperou da morte do sobrinho Alboná

CALÇADA IDEAL

2,10 m

O Conselho Regional de Engenharia,Arquitetura e Agronomia ilustra em sua agenda anualcomo devem ser as calçadas.Veja o modelo ideal.

1,20 m Livre ➔ A calçada deve sempre acompanhar a guia do meio-feio,qualquer que seja a inclinação da via; ➔ Deve ter inclinação máxima de 3% em relação à sua largura;piso nivelado, antiderrapante e Não-trepidante; ➔ Observar a continuidade nas calçadas vizinhas,sem criação de degraus; Fonte:Agenda Crea/RN 2010

➔ Algumas leis municipais exigem a instalação,na calçada,de piso tátil de alerta ao longo do Meio-fio,como é o caso de Natal/RN. ➔ Toda calçada deve ter uma faixa livre de,no mínimo,1.20m de largura (rota acessível),para a circulação de pedestres.Nesta faixa não pode haver bancas,telefones,lixeiras,floreiras ou qualquer outro obstáculo.

“O idoso, o cadeirante e a população em geral têm que desviar e ir para o asfalto devido ao impedimento gerado pelas mesas e cadeiras”, analisa a promotora do Idoso e Deficiência, Rebeca Nunes. Para ela, a fiscalização na cidade é falha e uma revisão da lei municipal de acessibilidade deve ser feita o mais breve possível, impedindo a utilização das vias públicas pelos empresários dos bares e restaurantes. No final de setembro, um acidente que matou Alboná Brasil, 55, e feriu mais nove pessoas aconteceu na calçada de um dos bares de maior movimentação na avenida Bernardo Vieira. Elyab Santos Fernandes, 22, conduzia um Palio que fazia racha com duas motos na avenida. Após perder o controle do veículo, ele subiu a calçada atingindo os clientes do Bar do Pastel. O veículo só parou quando atingiu um poste da rede elétrica. “Eu estava com meu namorado e com minha prima lanchando no bar. Lembro de todos os detalhes claramente”, afirma Rafaela Cristina Marques da Silva, 21. Ela foi atingida pelo veículo e perdeu o baço, o pé direito, sofreu hemorragia interna, fraturou o braço e o pé esquerdo. “Estou viva por um milagre”. O acidente ilustra, segundo a promotora, a falta de consciência dos empresários na correta utilização do espaço público. “Calçada é área pública e não pode ser loteada, como os bares fazem. Ela deve ser preservada pelo proprietário em favor de todos, mas não pode ser utilizada como extensão do ponto comercial”, analisa Re-

beca. Além disso, ela aponta que a fiscalização da prefeitura deveria ocorrer nos três turnos e com uma equipe maior de fiscais. Rebeca aponta que a principal causa da inacessibilidade em Natal são as mesas e cadeiras colocadas no passeio público. “Nós temos duas equipes que fazem a fiscalização na cidade, de uma forma consistente. Estamos sendo chamados de perseguidores pelos donos dos bares. Não temos como aumentar a fiscalização por causa do limite de responsabilidade fiscal”, afirma o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo, Olegário Passos. A Semurb é responsável pela fiscalização dos bares e restaurantes em relação à utilização do espaço público (ruas e calçadas) e as equipes de fiscalização são compostas por 12 fiscais cada. Mesmo depois do acidente, o Bar do Pastel continua a utilizar a calçada colocando mesas, cadeiras, churrasqueira e um telão. Porém, o uso das calçadas não se restringe ao bar no qual ocorreu o acidente. Em todas as zonas da cidade é possível visualizar pessoas comendo e bebendo às margens das vias de trânsito. “A gente acha que nunca vai acontecer. É um risco que se corre. Eu venho para locais assim pelos amigos, pela descontração”, afirma Luana Bezerra, 23. Luana estava reunida com os amigos na esquina da avenida Presidente Bandeira com a Rua dos Pajeús, no Alecrim. Trabalhando há três anos no local como ambulante, Valmir Santos diz que a prefeitura fiscalizou o local ano passado e liberou o comércio.

Na avenida Lima e Silva o Espetinho do

Um carro invadiu a calçada do Bar do P


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natal

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte |

cessidades da população, mas, conforme aponta estudo do Ministério Público, essa ssidades especiais, são obrigados a caminhar pelo meio da rua, correndo sérios riscos

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BATE-PAPO André Nóbrega » advogado

ação a obstáculos ALDAIR DANTAS

Tia de Alboná diz que não entende morte do sobrinho

o Ronaldo atrai uma clientela eclética,que prefere as mesas das calçadas ALDAIR DANTAS

Pastel, no final de setembro, matou Alboná Brasil e feriu nove pessoas

“Ainda não consigo acreditar com o que aconteceu com o meu sobrinho”. Em meio a lágrimas e com o olhar perdido no horizonte, D. Nina relata como se sente após ter perdido um dos seus sobrinhos favoritos, Alboná Brasil, 55 anos. Alboná estava no Bar do Pastel com mais dois amigos, Marcelo Silva e Luiz Antônio que saíram ilesos do acidente. “Nossa mesa estava próxima ao telão e foi a primeira a ser atingida. Ele dormia sentado quando foi atingido em cheio pelo veículo e arremessado a cinco metros de distância”, relembra Marcelo. A violência do impacto quebrou as costelas de Alboná, provocando mais de 100 perfurações em seus órgãos internos. “Ele não teve nenhum ferimento externo. As costelas dele se quebraram e perfuraram os órgãos, provocando hemorragia”. Alboná trabalhava numa empresa de sinalização visual na Ribeira e era estilista de escolas de samba das Rocas. Além dele, uma jovem de 21 anos ficou gravemente ferida. Rafaela Cristina Marques da Silva foi atendida no Pronto-Socorro Clóvis Sarinho entre a vida e a morte. “Hoje sou eu. Amanhã, será quem?”, reflete Rafaela que sonhava em ser policial e farmacêutica. Ela assistiu a tudo e lembra de cada momento com detalhes. “As imagens, os sons, ecoam na minha mente. Minha vida jamais será a mesma depois daquela noite”.

Segundo relato das vítimas, o jovem que dirigia o carro só se preocupou com os danos materiais causados ao veículo quando este colidiu com um poste da rede elétrica. “A sorte foi que o carro bateu no poste, senão a desgraça teria sido maior”, diz Rafaela. Com o impacto, o fornecimento de energia foi interrompido o que dificultou o resgate das vítimas pelo Samu. “Eu sinto revolta e espero que ele se conscientize pelo o que fez. Eu quero que ele pague pelo o que fez comigo e com mais nove pessoas, uma delas morta”, desabafa Rafaela. Ela é a única que continua hospitalizada, se recuperando das cirurgias que já fez e aguardando a liberação do procedimento para colocação dos pinos no braço esquerdo. De acordo com o depoimento das vítimas, o motorista não estava embriagado no momento do acidente. Ele fez o teste do bafômetro, que deu negativo, foi autuado e não ficou preso por ter pago uma fiança de R$ 2 mil. A polícia encontrou no veículo, durante vistoria, um papelote de cocaína. Na delegacia, ele alegou ter problemas mentais, o que foi questionado pelas famílias de Alboná e Rafaela. “Como um doente mental dirige?”, questiona Lúcia Marques, mãe de Rafaela. Elyab foi liberado pela polícia e não foi encontrado pela TRIBUNA DO NORTE para comentar o acidente.

Existem culpados num acidente como esse? Sim. Indiscutível é a responsabilidade do condutor do veículo, que provocou vítimas, uma delas fatal. O Código Nacional de Trânsito (Lei n.º 9.503, de 23/09/97) estabelece de forma clarividente a responsabilidade do condutor do veículo nessas circunstâncias, ao estabelecer que ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados na direção do veículo. A infração do condutor, em participar de corrida – os famosos “pegas” ou “rachas” - resultando em dano potencial, é considerada gravíssima, passível de multa e suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo, sem prejuízo da aplicação de pena de detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. A quem as vítimas devem recorrer numa situação como essa? Em quais pontos a gravidade do acidente influencia judicialmente? De acordo com os preceitos do CNT, aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos no Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal bem como a Lei nº 9.099, de 26/09/95 (Juizados Especiais Cíveis e Criminais - JEC), a depender da gravidade do dano. A vítima (ou seus familiares, se for o caso) deverá recorrer ao Estado para que seja apurada a responsabilidade do condutor, com a instauração do competente Inquérito Policial ou Termo Circunstanciado de Ocorrência, nos casos do JEC. Na hipótese de não haver presta-

ção de socorro ou evadir-se do local o condutor, este poderá ter sua pena aumentada de um terço à metade, podendo, inclusive, ser preso em flagrante, nos casos em que resultar vítima. No veículo do condutor foi encontrado um papelote de cocaína.Juridicamente,ele pode usar a desculpa de ser usuário e,com isso,ser liberado da abertura de um inquérito? De forma alguma. Na verdade, isso poderá contribuir para outros desfechos. O simples fato de portar a droga já caracteriza o ilícito, mas sem qualquer influência no dano ocasionado se não ficar comprovado que o condutor não estava sob a influência da droga. Caso o condutor, no momento em que cometeu o acidente ficar comprovado que conduzia o veículo estando sob a influência de substância psicoativa que determine dependência, poderá sofrer a pena de detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir. Quais são os direitos das vítimas? Ver-se reparada pelos danos sofridos, independentemente da apuração criminal que venha a ser apurada. Nesse caso em específico,qual a responsabilidade do município que não foi cumprida? Ao se atribuir a questão “culpa”, “responsabilidade”, deve-se analisar o caso de forma cuidadosa. No caso apresentado, a culpa do condutor é indiscutível. Quanto à responsabilidade do estabelecimento comercial ou da Prefeitura, poderá a vítima buscar a reparação de seus danos contra ambos.


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Eliana Lima elianalima@tribunadonorte.com.br

» CABOCO SONHADOR...

JOAONETOFOTOS.COM

As muito bonitas que me desculpem, mas o prazer é fundamental” De Augusto Lula, cineasta e presidente da SAMBA – Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências

NAHORAH.COM

Baixada a poeira das apurações, o silêncio dos votos obtidos só não são inauditos devido as revelações feitas pelos números consolidados na chapa de deputado federal. Das lupas de Bareta, impressionou a votação do cacique comunista Irineu Jaburu (PCB), cuja principal mensagem era o ‘fasso lambedor’ (sic). Obteve 1.377 votos, marca respeitável para um iniciante.

» ...JACQUES LÉCLAIR... Outro concorrente da bancada folclórica, o Homem das Agulhas (PTC) recebeu 407 votos, o dobro da Cigana Marlete (PSB). E Julião, aquele que aparecia armado de vassoura para varrer a corrupção, na orfandade de votos não conseguiu nem o dele. Acreditem! Não foi votado. A vaga de lanterna entre os estaduais ficou com a quase xará – ui - Eliane Lima (PHS) e seus três votinhosinhos.

» PORTA-RETRATO

Anarê Emerenciano usa o vestido preto de bolinha branca que desenhou para abalar no casório da irmã Tinesa, e a bela Thacyanne Flor JOAONETOFOTOS.COM

» ÁLBUM

Eles, sempre despojados do jeito de homem ser, são mais discretos. Discretos assim como são os heteros, que não se expõem em carícias que cabem entre quatro paredes.

NAHORAH.COM

Saindo das searas potiguares para as curiosidades paraibanas, eis a surpresa – e tanto - que saltou das urnas do Estado vizinho. Nada mais, nada menos que a eleição de Toinho do Sopão. Não duvide, ele foi o deputado estadual mais votado - recebeu 57.592 votos, três mil a mais que o mais votado no RN, o pastor Jácome. O que faz o campeão de votos? Simples: vende sopa na rua e, encerrado o dia, saia pela noite da capital paraibana distribuindo a bóia com os pobres.

» TOUCHÉ O Plano Palumbo, onde tudo acontece e fervilha nos burburinhos jet-pib-peba, surgiu um novo Don Juan. Ou, quem sabe, Casanova, afinal, tem tudo a ver com Giácomo... Seu olhar, um perigo. Sua voz, nem tão atraente assim, mas suas palavras edulcoradas fazem flutuar e magnetizar. Suas pegadas...bom, nem todas - ainda – tiveram o prazer... Viiixeee...

» ...SOPA FRIA Tentou ser vereador, mas foi rejeitado por Ricardo Coutinho, ex-prefeito de João Pessoa. Agora, com o 2º turno em que Coutinho (PSB) disputa o governo, Sopão anunciou seu apoio ao governador José Maranhão (PMDB), candidato à reeleição. Foi o isqueiro para acender o fogo do caldeirão da crise. O partido dele apóia o mago que sempre lhe rejeitou.

» CONTRAFLUXO

» ELEGANCE

No casório chique, a mãe da noiva, Regina Emerenciano, e os amigos Karenina Fernandes, DaGraça e Augusto Carlos Viveiros

» SALVE-SE

» RENASCIMENTO

»

» ...NAS ELEIÇÕES

»

Estratégias plugadas que fizeram parte da campanha do senador Garibaldi Filho (reeleito com mais de um milhão de votos) e Hermano Moraes, deputado estadual, através do trabalho da empresa potiguar Wiib – Inteligência Competitiva. Tendo à frente o consultor de marketing Bruno Oliveira, a equipe de marketing investiu na mídia social a partir de um estudo estratégico das ferramentas e do perfil de cada candidato.

A PROPÓSITO 2...Será que ao invés de pedras vai querer rosas?

»

A PROPÓSITO 3...Quando é que a prefeita Micarla de Sousa exigirá que o secretário de Mobilidade Urbana, Renato Fernandes, volte ao trabalho e faça cumprir as normas do Via Livre, deixadas pelo ex-secretário Kelps Lima após árdua luta de contrários?

» GLAMOUR

No Versailles, Priscila Muller exibe sua tatuagem e a revista Glam de George Azevedo

Embaixo da ponte Newton Navarro, na área da Zona Norte, corre o risco de um surto de Dengue. Deve ser levado em consideração. Existem alguns tanques com água acumulada, resultado do período chuvoso. A água já está verde, tamanho é o tempo de acúmulo.

Também na Paraíba, o deputado Carlos Batinga - engenheiro que estruturou o sistema de transporte urbano de Natal e fundou a STTU (hoje SEMOB) - reelegeu-se pelo PSC. Maaasss...ainda depende de uma decisão judicial sobre a situação de um colega de coligação para ver se continua como titular ou assume a 1a suplência. Em tempo: Batinga perdeu o mandato de deputado por ter deixado o PSB do ex-prefeito Ricardo Coutinho. Mas reaveu no TSE.

A PROPÓSITO...Como será que fica quem antes atirava pedras e a partir de 1º de janeiro não as terá mais?

Natal é mesmo a capital dos magos-vanguardistas. Acabou-se aquele tempo em que mulher com mulher dava jacaré. Nem muito menos homem com homem, lobisomem. E elas, para variar, são mais ousadas que eles. Nos bares badalados da capital, elas, femininas de impressionar, lépidas, belas, salto alto, vestidos curtos e justos, maquiadas...reúnem-se em grupos, formando casais, e mostram o quanto são fogosas. A cada olhar impressionado das mesas próximas, intensificam as carícias. Na hora de ir embora, mãos dadas, abraços, gargalhadas...

» ...MODERNA

Nos flashes da balada: Ana Adele

» COLHER DE...

» PÓS...

NAHORAH.COM

» BZZZZZ... Um pote de mel para quem acertar quem é... Tchantchantchan... Margeia e não sombreia...

» SININHOS Por falar em conquistador, dizem as bocas açodadas que o bardo-retumbante Alex Nascimento anda pelos cantos e recantos da capital dos magosapaixonados...suspirando...

Nem os troncos das árvores que foram arrancadas para dar continuidade à construção do novo viaduto da Zona Norte aguentam mais esperar pela retomada das obras. Depois de vários meses após a derrubada, eis que novos galhinhos brotam dos troncos antes sem vida.

COLMEIA

» INTERNET...

» Empresário A Graciosa,Solânio

As eleições deste ano levaram à porta das atenções a importância da internet. Foi a prova de fogo de candidatos. Twitter, Facebook, Orkut e outras mídias sociais se transformaram em ferramentas fundamentais para uma aproximação entre candidatos e eleitores.

Saraiva recebe hoje grito de felicidade.

» Amanhã,segunda-feira,tem abertura do II Encontro de Cultura Judaica do RN,às 9h,com palestra da professora Anita Novinsky sobre o tema ‘Inquisição no Nordeste’, no auditório do Centro de Ciências Humanas,Letras e Artes da UFRN,

» Alunos do curso de Ciências

» TIRO Por falar em estratégias nas mídias sociais, no encontro com apoiadores do segmento digital, o PT no RN decidiu que a militância deve se unir numa espécie de ‘esquadrão do bem’ para revidar ataques à petista Dilma Rousseff na internet. Resta saber se o revide será propositivo, ou não...

» GRINALDA

Toda noiva bela,Tinesa Emerenciano segue ao altar para o sim ao noivo Edmar Gadelha

Biológicas da UnP realizam terçafeira,das 9h às 11h30,a retirada de resíduos sólidos (lixo) das águas e entorno da Lagoa do Bonfim. COLABORAÇÃO DE ANNA CLÁUDIA COSTA


Domingo |

natal

10 de outubro de 2010

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte |

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George Azevedo georgeazevedo@digizap.com.br

FOTOS:MARCELO BENTO

MOSSORÓ É GLAM No meio do mar de rosas que envolveu Mossoró nesses últimos dias, a nossa Glam sobressaiu-se com muito estilo. Aliás, não poderia ser diferente, pois foi por lá onde tudo começou. Mas essa história vou contar em outro capítulo... quem sabe num livro. Aguarde! Vamos que vamos com o lançamento da nossa edição nº 6, que primeiro aconteceu em Natal no Versailles, e depois em Mossoró. Na terrinha, tudo aconteceu na terça-feira, 05 de outubro, numa noite linda produzida pela Master, com o Requinte Buffet de cenário. Festa boa. Muitos compareceram, inclusive a nossa prefeita Fafá Rosado, que cá pra nós, nunca faltou a nenhum compromisso com o nosso mundo fashion. Aqui sim. Também compareceram na noite Glam: Elizenir Rosado, Zilene Marques, Francisquinha Furtado, Rosângela Barreto e Chica Boa, Lucineide Queiroz, Marilene Paiva, Karenine Fernandes, Luana Góis, Noilde Porcino, Lúcia Porcino, Kézia Porcino, Andréa Rosado, Conceição Jales, Lúcia Rosado, entre muitos. Na noite de lançamento Glam, fizemos um desfile. Dessa vez só com a Maison Tráfego de D.Zoraide Azevedo, que inspirada nos “delírios tropicais” colocou na passarela, peças coloridíssimas e com estampas maravilhosas de grifes como Neon, Victor Dzenk, Squadro, Lucidez, Luiza Aguiar e Despi. De início, uma proposta navy com tops, vestidos, biquínis, e pantalonas deliciosas, em seguida, a proposta militar, com verdes e camuflados em contraponto com acessórios dourados. Vestidos estruturados e com cortes perfeitos, ganharam cores cítricas, e abalaram na cena. Pela Neon de Dudu Bertholini, vestidões fluidos, caftãs e blusas esvoaçantes, fizeram a festa. Já Victor Dzenk, “contra atacou” com estampas burtefly e vestidos sensualíssimos, como o usado pela Miss Larissa Costa no finalzinho do desfile. Show. A beleza do desfile foi assinada por Mozart Christian, o cabeleireiro oficial da cantora Solange Almeida, da banda Aviões do Forró, que foi a Mossoró especialmente para o evento. Mozart se inspirou na concepção do desfile de Victor Dzenk do último Fashion Business. E claro, arrasou mais uma vez. Nos pés, as modelos usaram saltos altíssimos da grife Carmen Steffens. Tudo tudo na batuta de Georgiano Azevedo e seu assistente Luís Henrique. Para o sucesso Glam em Mossoró, o nosso muitíssimo obrigado à Prefeitura Municipal em nome da prefeita Fafá Rosado, Socel Veículos, Master Eventos, Requinte Buffet, Condomínio Alto da Praia, Mossoró Mix, Hotel Thermas, Carmen Steffens, Restaurante 5 Avenida, Hotel Terra do Sal, Tv Mossoró, TCM, Sob Medida, V.Hall, Renata Barbosa, Vaninha Jóias, Maison Tráfego, Marluce Modas, Tendência/Elen Paiva, Fátima Carlos e Officiale.

Thaysa Belo e a moda da Maison Tráfego

Jyokonda Rocha, a nossa miss Mundo RN

Vinícius Santos, Luís Henrique e Paulete

Zoraide Azevedo e Fátima Carlos.Tops

Zoraide Azevedo recebendo Roberta Rosado

Luana Góis em ação com o seu Entre no Clima

Micheline Fontes e a mamãe Salete. Queridas

Carol Pacheco, Cris Silver, Camila Lemos e Thaysa Belo

Todo charme da miss Larissa Costa vestindo Victor Dzenk

Fátima Santos.Toda Glam

Lúcia Rosado, Francisquinha Furtado e Maria Zélia

Kênia Marques e Ana Paula. As poderosas da V.Hall

Isabel Cristina e Isabel Barbosa

Karenine Fernandes e a filha Renatinha

A prefeita Fáfa Rosado. Sempre Glam

Andréa Rosado, o nome Volkswagen em Mossoró

Germana Gabriela e Jordânia Fernandes. Beleza Pura

Noilde Porcino,Vaninha Vale, Luciere Pinheiro e Carol Diógenes

Zilene Marques e a filha Taliana

Zoraide Azevedo recebendo Roseane Carlos e Lucivan Fontes


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Natal | Rio Grande do Norte | Domingo | 10 de outubro de 2010

[ DIÁRIO DE BORDO ]

Uma longa regata DIVULGAÇÃO

NELSON MATTOS FILHO velejador

Sábado amanheceu com o tempo ameaçando a qualquer hora dar uma virada de humor. Não que o dia tivesse acordado bem humorado, mas sua parcialidade estava na cara. Nuvens escuras no horizonte e o ventilador soprando numa velocidade bem acima do desejável. Assim estavam as condições do tempo para o dia da largada da regata Recife/Fernando de Noronha 2010. O mar também não deixou por menos, pois há muitos dias apresentava ondas de mais de 2,5 metros de altitude e já dava mostras que iria subir ainda mais. Uma chuva aqui, outra acolá e assim foi passando as horas daquele Sábado, 25 de setembro. O tiro de largada estava marcado para as 15 horas, no Marco Zero do Porto do Recife que já estava todo enfeitado para receber o público que assistiria o desfile dos veleiros participantes. Seriam 104 barcos de várias partes do Brasil e do mundo. Acordamos cedo e aprontamos os últimos detalhes de bordo no Toa Toa e ficamos naquela ansiedade natural que antecede as regatas e as longas travessias. Tre-

O

zentas milhas náuticas de mar nos aguardavam. Lucia, como sempre, preparou a comida que consumiríamos no primeiro trecho da navegada e ainda nos presenteou com uma deliciosa massa regada com o mais delicioso molho de tomate, que devoramos ancorado em frente ao Pernambuco Iate Clube. Ainda vou descobrir porque velejador adora tanto uma massa. O cardápio das primeiras milhas da velejada estava dos deuses: Empadão de bacalhau e carne moída com arroz. Para variar, e por garantia, embarcamos alguns sanduiches naturais de vários sabores. No mar tudo pode acontecer e um sanduiche sempre é bem vindo. O sinal anunciando nossa hora de largada soou forte em meio a ancoragem. Levantamos a âncora e fomos fazer nossa apresentação ao público presente e também a comissão de regata. Casa cheia e muita animação saudavam nossa passagem. Como é bom sentir a vibração das pessoas que soltam vivas e saudações de boa velejada. Esse é o ponto alto da REFENO que este ano completou 22 anos de vida. Bandeira vermelha hasteada e a largada autorizada. Logo vi-

mos que toda nossa euforia de regata dava lugar a nossa realidade de barco de cruzeiro. Fomos sendo ultrapassados pelos concorrentes, mas mesmo assim ainda não éramos os últimos, havia outros mais lentos, mas não menos felizes por fazer parte daquela festa e poder realizar o sonho de navegar até a Ilha de Fernando de Noronha. Sonhos e mais sonhos, isso é o

que faz o homem sair de seu lugar comum e buscar novas fronteiras. O mar não tem fronteiras e um veleiro liga os continentes. Trezentas milhas precisavam ser navegadas para que felizes velejadores realizassem um simples sonho. Sair do continente e chegar a uma ilha no meio do oceano. A regata era apenas um pretexto e assim estava acontecendo. O encontro com o mar aberto

foi à confirmação que não teríamos a boa vida que todos sonham a bordo. O mar estava realmente com um humor bastante alterado e largando impropérios para todos os lados. Ondas estouravam no costado e lavavam boa parte de nossas esperanças de que em alguma hora tudo aquilo viria a melhorar. As coisas se acomodavam a bordo na base do vai ou racha. Mas, a esperança é a última que

morre, e assim fomos navegando subindo e descendo aquelas paredes de ondas que se formavam a nossa frente. Ainda bem que o vento resolveu refrescar um pouco sua força e se manteve na média dos 12 nós de velocidade, mas sempre que Éolo cochilava um pouco, seus assessores botavam pilha nova no ventilador e o bicho pegava na casa dos 20 a 22 nós. Assim fomos avançando e sempre de olho no vento e no mar. Muitos barcos tiveram dificuldades e desistiram da regata e alguns tripulantes, de outros barcos, tiveram sérios problemas de saúde. Em um caso mais sério um tripulante teve que ser transferido para o Rebocador de Alto Mar Triunfo da Marinha do Brasil, que dava apoio a flotilha, e encaminhado para Natal. Como sempre, a Marinha do Brasil e seus bravos homens prontos a salvar uma vida no mar. O mar não estava para peixe e muito menos para barco, quanto mais para o delicioso cardápio preparado por Lucia, tão cheio de quitutes gostosos, mas que não despertava em ninguém a vontade de comer. Ainda bem que alguém lembrou de embarcar uns sanduiches.


esportes

HOJE NA TV

RÁDIO GLOBO NATAL

16h – Mundial de Vôlei da Itália: final, Sportv 18h30 - Internacional x Atlético/MG, Sportv

06h - Esporte em debate 16h10 - Brasileiro Séria A: Cruzeiro x Fluminense 21h - Resumo Final

CURIOSIDADES Cada gol marcado pelo atacante Fred está tendo um custo de R$118 mil aos cofres do Fluminense.

DICAS Os ingressos para a partida entre ABC x Águia,dia 24, começam a ser vendidos na próxima quarta-feira.

ENTREVISTA

José Vanildo critica governo do RN pela falta de atenção com futebol do Estado. PÁGINA 2 NÚMERO 29% São as chances do Cruzeiro para ser campeão brasileiro, segundoTristão Garcia.

Editor: Itamar Ciríaco e-mail: esporte@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 10 de outubro de 2010

Atleta Marcel, o voga da guarnição do Botafogo, foi remador feito pelo Clube de Regatas União/Iate Clube de Natal, Natal-RN. Ele faz parte da equipe do Botafogo, campeã brasileira de 2010, pela primeira vez em sua história centenária [ REMO ]

Potiguar é promessa para 2016 EVERALDO LOPES Repórter

jovem natalense Marcel Madruga, revelado no remo natalense, continua fazendo sucesso no Botafogo de Futebol e Regatas. Marcel está no Rio há alguns meses, fazendo o curso de Direito convidado pelo “Glorioso” carioca, e como é considerado a maior revelação do remo potiguar nos últimos anos, concilia remo e estudos superiores. Na prova do “quatro sem timoneiro” categoria Junior, na qual um dos componentes da equipe adversária era o remador Thiago Braga, brasileiro quinto lugar do mundo nas Olimpíadas da Juventude 2010, e vencedor de das últimas quatro provas anteriores, o potiguar Marcel conseguiu vencê-lo depois de uma prova onde o barco vascaíno liderou por quase toda a raia, mas no “sprint” final o barco do Botafogo superou o vascaíno com uma chegada fulminante liderada pelo voga da guarnição, o potiguar Marcel. A prova foi acompanhada por câmeras da TV Record, tendo exibido as imagens como melhores revelações do remo brasileiro, na atualidade, prováveis titulares nas Olimpíadas de 2016. Lá, estava o natalense Marcel Madruga. O barco “quatro sem timoneiro”, do Botafogo de Futebol e Regatas foi escolhido devido a vitória sobre a guarnição do Vasco, onde um dos componentes foi quinto lugar nos últimos Jogos Olímpicos da Juventude, realizados poucos dias antes. Marcel, o voga da guarnição do Botafogo, foi remador feito pelo Clube de Regatas União/Iate Clube de Natal, Natal-RN. Ele faz parte da equipe do Botafogo, campeã brasileira de 2010, pela primeira vez em sua história centenária, contribuindo com suas medalhas

O

no barco quatro sem e oito com timoneiro júnior. Marcel guarda ser convocado para o campeonato Sul Americano de remo que se realizará no Chile em novembro próximo. Com os resultados favoráveis do norte-rio-grandense, outros atletas natalenses devem fazer testes para fazerem parte da equipe do “glorioso”. Com vistas à temporada de 2011, o Botafogo planeja uma pré temporada no centro de treinamento da Confederação Brasilei-

O remador potiguar faz parte da equipe do Botafogo, campeã brasileira de 2010, pela primeira vez em sua história centenária NÚMEROS

50

mil reais é o preço de uma barco de competições considerado de ponta para as provas de Remo

ra de Volei, em Saquarema-RJ, com chance do atleta fazer estágio de treinamento nos Estados Unidos. No ano anterior, sua preparação básica foi feita na Nova Zelândia, país destaque no remo internacional. O remo brasileiro vive uma nova página na sua história, realizando o melhor campeonato dos últimos trinta anos, e espera recuperar a hegemonia do remo Sul Americano este ano, derrotando os argentinos. DIVULGAÇÃO

Marcelo Madruga trabalha visando o aprimoramento no esporte

Esporte antigo,o Remo foi logo integrado aos Jogos Olímpicos O remo é um desporto aquático organizado a partir de meados do século XIX e desde muito cedo integrado no programa oficial dos Jogos Olímpicos e Jogos Paraolímpicos. É um desporto de velocidade, praticado em barcos estreitos, nos quais os atletas se sentam sobre bancos móveis, de costas voltadas para a meta, usando os braços para mover o barco o mais depressa possível, em geral em rios, lagoas, enseadas ou pis-

tas construídas especialmente para a prática da modalidade), mas por vezes também no mar. Pode ser praticado em diferentes categorias, desde barcos para uma pessoa, duas, quatro ou oito. Cada remador pode conduzir o barco utilizando um ou dois remos dependendo do tipo de barco. Alguns barcos ainda podem ter incluída a presença de um timoneiro responsável por dar o ritmo da remada aos atletas.


2 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

esportes

Domingo | 10 de outubro de 2010

ENTREVISTA JOSÉ VANILDO/ PRESIDENTE DA FNF

“O governo faz de conta que ouve” desenrolar do nosso futebol.

O Campeonato do Nordeste não está conseguindo aglutinar forças,ele pode acabar por causa da ação da Federação Pernambucana? Por essa razão não, a atitude do presidente Carlos Alberto (da Federação Pernambucana) é coisa do passado. Essa mania de querer tomar decisões de forma isolada, são resquícios da ditadura. A nossa federação não aceita, a maioria dos presidentes das federações nordestinas estão unidos, inclusive, me estranha o colega de Pernambuco ter usado o nome da Federação Baiana, que não autorizou ele a falar em nome dela sobre a questão do Campeonato do Nordeste. Nós que somos favoráveis a competição temos de avançar nas negociações, encontrar um modelo ideal de disputa para próxima temporada. Esse ano a competição parece que não caiu no gosto do torcedor,isso já era previsto? Tivemos alguns problemas para encaixar o campeonato no calendário, foi um ano de Copa do Mundo. Se não foi ou está sendo um sucesso de público, ainda assim acredito que a competição deu um apoio financeiro e técnico muito grande a ABC, América, os clubes da Paraíba, de Sergipe, de Maceió, ao Fortaleza também, assim como ao próprio Santa Cruz, que passa por um período muito complicado. O fato do calendário oficial da CBF não ter contemplado a realização do “Nordestão” está sendo encarado de que forma? Essa ausência eu só posso atribuir a coisa de Virgílio Elísio, que é o o diretor de competições da entidade nacional. Trata-se de um gesto mesquinho, que atrapalha as nossas negociações já que o investidor quer ver o nome do campeonato garantido. Neste caso ele está descumprindo uma decisão judicial, que obrigou a CBF a aceitar a realização do Campeonato do Nordeste. Isso deve ser encarado como um fato inusitado que penaliza os investidores e a organização do nosso campeonato. Este seria o caso da Liga do Nordeste acionar a CBF mais uma vez na Justiça? Esse é um assunto da alçada da Liga do Nordeste, uma entidade que tem autonomia, mas se eu tivesse algum tipo de controle sobre ela não exitaria em recorrer a Justiça. Acredito que essa ação deva trazer benefícios para os clubes que compõem a Liga, que devem estar afinados no âmbito de suas cidades. A Confederação deve ter linhas mestras, gerais, nunca uma atitude — através de seu departamento de competições — que venha desrespeitar ordens judiciais e adotar medidas que venham a gerar desconfianças entre os patrocinadores do Campeonato do Nordeste e penalizar os nossos clubes. Por isso, considero possível se tomar outro procedimento que não o administrativo. Por motivos como estes, pode se entender que existe a intenção de a CBF boicotar o Campeonato do NE? A forma que foi realizado o ajuste e as datas disponibilizadas pela diretoria de competições, foi uma negociação leonina para com os clubes do Nordeste e que obriga os mesmos a realizarem composições com todas as federações da região, caso contrário seria muito difícil realizar o campeonato nas datas e na forma oferecidas nesta negociação. Como houve anuência das federações, eu considero que elas têm autonomia para ampliar essas datas favorecendo o desenrolar do campeonato, sem afrontar os Estaduais e viabilizando economicamente e em público a competição que está regressando ao nosso calendário. O aproveitamento das datas de

FOTOS:JUNIOR SANTOS

VICENTE ESTEVAM Repórter

O

presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol, José Vanildo, que esta semana travou uma espécie de queda de braço com o presidente da Federação Pernambucana, Carlos Alberto, acusou o seu desafeto de querer boicotar o Campeonato do Nordeste, num plano que tem por traz as digitais do diretor de competições da Confederação Brasileira de Futebol, Virgílio Elísio. De acordo com o representante da FNF, ao não incluir a competição regional no calendário oficial do futebol no país, Elísio infringiu uma determinação judicial e a entidade pode ser cobrada judicialmente pelo ato. Além de atacar as tentativas de golpe contra a manutenção do Campeonato do NE, o dirigente potiguar reclama dos governantes do RN que apenas fingem ouvir os anseios dos clubes e da federação e que quando repassam algum tipo de ajuda ao futebol, o fazem por meio de migalhas, que não resolvem os problemas sistemáticos do esporte.

disputas da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana não seria uma boa alternativa para realizar o Nordestão em 2011? Pode ser sim uma boa alternativa, uma vez que nem todos os representantes da Liga do Nordeste disputam essas competições. São torneios que estão contemplados com datas no calendário oficial e seria necessário a realização de apenas pequenos ajustes nos calendários estaduais. Essa adequação ajudaria a compatibilizar o aspecto técnico e financeiro da competição regional. Nós não podemos ficar nos atendo a uma decisão unilateral do presidente da Federação Pernambucana que poderá penalizar o conjunto do futebol nordestino. De que forma os demais presidentes de federações pretendem combater as decisões do presidente da Federação Pernambucana? A Federação Pernambucana tem autonomia para decidir, no seu âmbito, as datas e os períodos de realização do campeonato pernambucano. Como federação ela deve tomar decisões que procure mediar os interesses dos seus filiados, essa atitude deve levar em consideração principalmente as vontades de Náutico e Santa Cruz, que fizeram questão de participar do Campeonato do Nordeste. O Sport abriu mão dessa participação por uma decisão de diretoria e o clube acabou sendo prejudicado tecnicamente na disputa da série B, chegando a rondar a zona de rebaixamento por não ter aproveitado o período da Copa do Mundo para se montar melhor realizando jogos oficiais. As federações devem ser parceiras dos clubes e temos de lutar contra essa tentativa de boicote da entidade pernambucana. A realização do Campeonato do Nordeste de forma concomitante aos Estaduais, prejudicaria muito as competições locais? De forma alguma, nós teríamos apenas de adequar os Estaduais, temos fórmulas para atender a essa necessidade. Existe ainda o critério de acesso e descenso que fa-

vorecerão as disputas dos campeonato locais, uma vez que o estado que tiver o clube rebaixado no Campeonato do NE terá o direito de enviar outro representante para competição regional garantindo um atrativo a mais para disputa do seu Estadual. Ainda existe a possibilidade da criação de uma espécie de segunda divisão do campeonato promovido pela Liga do Nordeste, contemplando um calendário mais amplo para a maioria dos clubes da região. Além disso, ainda existe um prêmio financeiro aos participantes e para tonar o “Nordestão” ainda mais atrativo precisamos trabalhar para que o campeão do certame ganhe vaga numa competição como a Sul-americana, por exemplo. Por traz dessa intenção do presidente da Federação Pernambucana de boicotar o Campeonato do NE,tem algum outro desejo obscuro? A forma com se faz o Campeonato Pernambucano, que eu não tenho nada contra, onde o governo do estado banca 75% da presença do público nos estádios e a perpetuação de Carlos Alberto na federação de futebol por lá, embora sendo por eleição, transforma a competição deles num grande cartório. O governo transformou a disputa num evento chapa branca, a lotação dos estádios é um fato relativo,pois como eu disse, 75% daquele público que ali está é fruto do desenvolvimento de um projeto do governo estadual, o que serve para maquiar um pouco os números do campeonato deles, que é decadente e devedor. O Santa Cruz está fora de série, o Náutico vem despencando pelas tabelas, o Sport está com grave dificuldade para regressar para a série A. Os clubes são em sua maioria grandes devedores e isso não pode representar uma alternativa de modelo para o futebol da nossa região. O futebol só vai evoluir se crescer por inteiro, hoje nós temos apenas Vitória e Ceará na divisão de elite, o restante está tudo no mesmo nível e passando pelas mesmas necessidades.

A forma retardada como a crise no futebol nordestino está sendo percebida pode ocasionar a extinção de alguns clubes de grande torcida na nossa região? Determinar eu não posso dizer, mas posso dizer que o futebol da paraíba havia praticamente acabado em João Pessoa. Hoje nós podemos comemorar a volta do Botafogo/PB. O CSA está na segunda divisão do Campeonato Alagoano e o futebol sergipano está ressurgindo para o cenário regional. Esse Campeonato do Nordeste possibilitou o ressurgimento dessas equipes, o calendário do RN hoje é outro com ABC e América disputando o regional e só não compreendo como a Federação Pernambucana não queira apoiar essa iniciativa. Não sei o que está por traz disso, mas acredito que no imbróglio possa haver as digitais de Virgílio Elísio. Quem age como Carlos Alberto, não age a favor do futebol pernambucano, mas contra o futebol do nordeste. O Estadual de 2011 vai contemplar as datas para realização do Campeonato do Nordeste? Nós temos de começar a discutir isso com rapidez, essa semana já devo publicar o edital de convocação dos clubes para tratar do assunto. Temos problemas sérios para debater além da questão do Campeonato do Nordeste, tem a questão da demolição do estádio Machadão e a ausência de política de governo estabelecendo um elo específico entre aquilo que será feito e o que os clubes estão programando. Nós não podemos avançar nestes pontos sem ter uma definição sobre as questões do Mundial de 2014. A federação está muito preocupada com essa questão, porque o governo do RN apenas faz de conta que escuta a FNF, mas, na verdade, nós não temos audiência alguma embora já tenha deixado claro nos meios de comunicação a nossa insatisfação. Os clubes terão de tomar uma posição em relação a estes fatos, o nosso governo tem o dever de observar essas ações no momento em que elas afrontam e ferem mortalmente o

Quando assumi a presidência da FNF diziam que não apoiavam por falta de projeto, eu procurei a Alesat com um projeto, mas a resposta que eu tive foi que a empresa não poderia ter o comprometimento”

Não sei o que está por traz disso, mas acredito que no imbróglio possa haver as digitais de Virgílio Elísio”

Devido a essas questões que estão envolvendo o futebol, você prevê que 2011 deverá ser o ano mais difícil de sua administração? O enfrentamento dessas dificuldades vai requerer mais união entre os promotores do futebol no RN, a FNF hoje tem tido um comportamento mais institucional, mas impessoal, está sendo mais ouvida. Talvez a grande obra da minha gestão tenha sido a conscientização do público, demonstrando que os nossos maiores clubes e o nosso futebol de um modo geral não precisam apenas de soluções pontuais. As maiores soluções são aquelas que alcançam o conjunto da entidade de filiados, ABC e América estão compreendendo isso, assim como os clubes do interior. É essa ação conjunta que vai obrigar o governo e seus líderes a sentarem com a FNF para discutir o futebol como empreendimento gerador de emprego, lazer e renda. Talvez seja o maior cartão postal do RN, mas lamentavelmente os apoios recebidos são com quantias ridículas que mal servem para complementar a folha de pagamento de um único mês. É preciso se planejar melhor esses tipos de incentivos. O futebol mexe com multidões, mas ainda assim no RN não consegue atrair a atenção das grandes empresas visando patrocínio? Não posso crer que uma empresa do porte de uma Petrobras, uma Cosern — que possui um dos maiores lucros no estado —, bem como a Alesat, assim como tantas outras que operam no estado não investem recursos no esporte do RN. Acredito que esses empresários deveriam fazer um exame de consciência. Quando assumi a presidência da FNF diziam que não apoiavam por falta de projeto da federação, eu procurei a Alesat com apoio do empresário Arturo Arruda que idealizou o projeto de apoio ao futebol, mas a resposta que eu tive foi que a empresa não poderia ter o comprometimento. Levei para o Governo do RN, da mesma forma, busquei apoio junto a Prefeitura para o projeto Tom Maior e também não consegui nada. Nós estamos a quatro meses do início da temporada de 2011,dará tempo de aprontar o Juvenal Lamartine para receber jogos? Acredito que sim, caso se confirme os recursos garantidos pelo governador Iberê Ferreira. Eu, por exemplo, não tenho nenhuma dúvida que isso deva ocorrer já que foi assumido um compromisso público. O resultado político é a contingencia da democracia, a palavra do homem a decisão política de um governador sério, tem que ser respeitada.

Quanto o poder público investe no futebol do RN? São valores que dependem muito de quem está no comando, da caridade dessas pessoas e variam muito, porém, são R$ 100 mil, 150, 30, não há valor determinado.

São valores que dependem muito de quem está no comando, da caridade dessas pessoas e variam muito, são de 100, 150, 30 mil”

A troca de governo poderá prejudicar o andamento e as negociações visando preparar a cidade para Copa de 2014? Eu não acredito, conheço bem a governadora eleita Rosalba Ciarlini e quando do mandado de prefeita em Mossoró, ela se notabilizou como a administradora solidária ao futebol, por exemplo, foi quem mais investiu na reforma do estádio Leonardo Nogueira, foi quem mais apoiou os clubes da cidade. Não acredito que a nova governadora se transformará em algum obstáculo, ao contrário, confio que possamos avançar mais em algumas áreas.


esportes

Domingo | 10 de outubro de 2010

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3 ERNESTO CARRIÇO/O DIA/AE

[ SÉRIE A ] Clubes estão em situações parecidas

e precisam vencer para fugir da zona de queda

Flamengo faz duelo contra rebaixamento diante do Avaí A

pós a vitória sobre o Atlético-GO, o Flamengo respirou um pouco na briga para fugir da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. No entanto, hoje, a equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo vai até Florianópolis encarar o Avaí, às 16h, em novo confronto para se afastar do perigo da Série B. A equipe catarinenses está somente uma posição acima da degola e necessita dos três pontos. O Avaí vem de goleada sofrida para o Palmeiras no jogo em que o goleiro Zé Carlos foi de herói a vilão quando defendeu um pênalti, mas agrediu o atacante Kleber logo em seguida. O arqueiro foi expulso e o time paulista teve nova penalidade máxima, convertida pelo mesmo Kleber. O técnico Edson dos Santos lamentou o resultado do meio de semana, principalmente pelo desempenho da equipe durante boa parte do jogo no Pacaembu. “Nosso time estava bem postado em campo, conseguíamos trabalhar a bola, chegar ao ataque e finalizar com perigo. Infelizmente, em uma bola parada, levamos o gol. Ainda chegamos o empate e conseguíamos marcar bem o Palmeiras”, disse. Para o confronto contra o Flamengo, a única mudança na equipe deverá ser a entrada do goleiro Renan na vaga do suspenso Zé Carlos. No Flamengo, a ordem é não pensar em rebaixamento, mas em buscar uma vaga para a disputa da próxima Copa Sul-americana. Com a vitória sobre o Atlético-GO, os rubro-negros podem chegar ao seu objetivo já nesta rodada. Para isso, tem que vencer na Ressaca-

da. “Fiz um jogo de inteligência ao mudar o foco do noticiário. Sai rebaixamento e entra Sul-Americana. Não consigo atingir e mobilizar o torcedor com notícia ruim. A vaga na Sul-Americana é a nossa possibilidade de conseguir coisa boa”, declarou. Além dos três pontos, o triunfo no meio de semana aumentou a confiança dos jogadores, principalmente dos atacantes. Contra os goianos, Val Baiano e Diego Maurício saíram do banco para dar a vitória para a equipe. O lateral-direito Leonardo Moura exaltou os companheiros e acredita que o Flamengo vai melhorar bastante na competição. “Deu tudo certo. O treinador tem estrela, os jogadores estão no campo batalhando, como falei o Val, que sempre trabalhou muito e foi coroado, o Diego, que é um moleque que está sempre entrando e dando conta do recado. Esse é o grupo que vai levar o Fla ao lugar onde ele merece”. FICHA TÉCNICA AVAÍ FLAMENGO

Renan,Patric, Gabriel,Emerson e Pará;Rodrigo Thiesen,Bruno, Caio e Davi; Robinho e Roberto Técnico:Edson dos Santos.

Marcelo Lomba, Leonardo Moura, David,Ronaldo Angelim (Welinton) e Juan;Willians,Corrêa, Renato Abreu e Petkovic;Diego Maurício e Deivid Técnico:Vanderlei Luxemburgo

Estádio:Ressacada,em Florianópolis (SC) Hora:16h Árbitro:Evandro Rogério Roman (Fifa-PR) Assistentes:Roberto Braatz (Fifa-PR) e Bruno Boschilia (PR)

Corinthians tenta reação no Pacaembu

Internacional quer conter avanço do Galo

Depois de quatros jogos sem vencer (duas derrotas e dois empates), o Corinthians busca reação no Campeonato Brasileiro na 29ª rodada, contra o Atlético-GO, hoje, às 22 horas, no Pacaembu. O Timão, que assume a vice-liderança em caso de vitória, pode ter até nove desfalques diante do Dragão, que luta contra o rebaixamento - é antepenúltimo com 26 pontos. Para esta partida, o técnico Adilson Batista não poderá contar com Elias, que está com a seleção brasileira, e Danilo, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Ronaldo, Ralf, Jorge Henrique e Dentinho estão vetados pelo departamento médico. Além deles, Roberto Carlos e Jucilei sentem dores e devem ser poupados. Por fim, Chicão está clinicamente curado e entrará em campo caso o treinador considere que ele tenha boas condições físicas.

Em outros tempos, não tão distantes, a partida de hoje seria considerada “fácil” para os torcedores do Inter. Entretanto, o campeão da América, além de vir completamente desfigurado em seu meiocampo (principal setor da equipe), não vê mais no Atlético-MG o rival dócil de rodadas atrás. Sob o comando de Dorival Júnior, o Galo cresceu de produção: vem de três partidas invicto, e consolidou sua reação no Campeonato Brasileiro com a vitória sobre o Corinthians e pode, batendo o Inter, sair da zona de rebaixamento ainda neste domingo. Apesar da derrota para o Ceará na quarta-feira, o Internacional não perde as esperanças de lutar pelo título. No entanto, as derrotas de Fluminense e Corinthians na mesma rodada não serviram de estímulo para o técnico Celso Roth. Pelo contrário: o treinador colorado lamentou a grande chance perdida pelo seu time de encostar nos líderes.

FICHA TÉCNICA

FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS

INTERNACIONAL

ATLÉTICO/GO

ATLÉTICO/MG

Julio César; Alessandro,William, Chicão (Paulo André) e Leandro Castán; Paulinho,Edu, Boquita (Jucilei) e Bruno César;Iarley e Souza Técnico: Adílson Batista

Márcio;Victor Ferraz,Daniel Marques,Gilson e Thiago Feltri; Pituca,Robston, Diguinho e Renatinho;Diogo Campos e Marcão Técnico:René Simões

Estádio:Pacaembu,em São Paulo (SP) Horário:16h Árbitro:Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG) Assistentes:Marcio Eustaquio Sousa Santiago (Fifa-MG) e Dibert Pedrosa Moises (Fifa-RJ)

Renan;Nei,Bolívar, Índio e Kleber; Glaydson,Guiñazu, Oscar,Edu e Marquinhos (Leandro Damião);Alecsandro Técnico:Celso Roth

Renan Ribeiro;Diego Macedo,Werley, Lima e Eron;Ale,Zé Luiz,Serginho e Renan Oliveira (Daniel Carvalho);Obina e Diego Souza Técnico:Dorival Júnior

Estádio:Beira-Rio,Porto Alegre (RS) Horário:18h30 Árbitro:Sálvio Spinola Fagundes Filho (Fifa-SP) Auxiliares:Ednílson Corona (Fifa-SP) e Ivan Carlos Bohn (PR)

Vanderlei Luxemburgo tenta provar que sua chegada ao Flamengo não foi em vão e parte em busca da segunda vitória no Rubro-negro


4 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

esportes

Domingo | 10 de outubro de 2010

Cruzeiro recebe o Fluminense de olho na ponta da tabela do campeonato. Um ponto atrás da equipe carioca, a “Raposa” quer manter bom momento e terminar a rodada na primeira colocação [ BRASILEIRO SÉRIE A ]

Confronto direto pela liderança WASHINGTON ALVES/VIPCOMM

berlândia (MG) - Gazeta Press - Um verdadeiro choque de líderes é a principal atração da 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. Cruzeiro e Fluminense se enfrentam neste domingo, às 16h (de Brasília), no Estádio João Havelange, em Uberlândia (MG). O vencedor vai terminar o fim de semana na ponta da tabela de classificação. O Tricolor, que tenta se recuperar da derrota de 3 a 0 para o Santos, soma 52 pontos, um a mais que a Raposa, que vem de vitória de 1 a 0 sobre o Goiás. Para muitos será o duelo entre as duas equipes que apresentaram o melhor futebol do Brasileirão até o momento. A possibilidade de dar um passo grande em relação ao título, impedindo que um dos principais concorrentes consiga pontuar, vem mexendo com o emocional das duas equipes. Para o volante Diogo, o Fluminense pode se aproximar consideravelmente da conquista em caso de triunfo. “Sabemos que nada estará decidido mesmo em caso de vitória da nossa parte neste domingo. Porém, abrir quatro pontos de vantagem para o Cruzeiro, neste momento do Campeonato Brasileiro, será muito importante, pois nos deixaria em boas condições. Claro que temos outros concorren-

WALLACE TEIXEIRA/PHOTOCAMERA

guinho será improvisado no setor, pois Mariano está servindo à Seleção Brasileira. O volante Diguinho, recuperado de uma torção no tornozelo esquerdo, e o atacante Emerson, livre de um estiramento na coxa esquerda, ainda serão preservados um pouco mais e não foram relacionados. O zagueiro reserva André Luis, que recebeu o terceiro cartão amarelo diante dos santistas, e o atacante Fred, se recuperando de um edema na panturrilha esquerda, ficam de fora deste compromisso.

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O argentino Montillo vem sendo o destaque do Cruzeiro

Recuperado de lesão, Deco deve ser a novidade no Fluminense

tes na luta pelo título, mas o foco neste momento tem que ser mesmo o Cruzeiro, que é o próximo rival”, analisou Diogo. O técnico cruzeirense Cuca é outro que vem destacando a possibilidade de seu time assumir a liderança. “Estamos chegando em um momento decisivo da competição e a tabela nos reservou esse jogo no domingo. São duas equipes que estão desgastadas pela sequência de partidas muito importantes e todos buscam a superação. Teremos uma partida muito complicada, pois nós e o Fluminense queremos muito essa lide-

lo de nossa equipe atuar. Trata-se de um grande treinador e que vai nos causa problemas com as suas táticas na partida de domingo. Mas o nosso grupo tem muita qualidade também, o Muricy Ramalho vem fazendo um grande trabalho e vivemos a expectativa de uma vitória”, disse o goleiro Rafael. Se o Fluminense teme Cuca, os cruzeirenses preferem apostar na força da torcida para conquistar a vitória. “A torcida mais uma vez vai ser muito importante para o Cruzeiro neste compromisso. Estamos conseguindo fazer uma bela campanha mesmo longe do Mi-

FICHA TÉCNICA

rança. Será um grande jogo e estou confiante em um resultado positivo”, disse Cuca. Cuca, por sinal, é motivo de preocupação no Fluminense. O treinador foi um dos principais responsáveis pela permanência da equipe na elite do futebol nacional, com a arrancada espetacular do Tricolor na reta final do ano passado. Demitido para a contratação de Muricy Ramalho, o atual técnico cruzeirense conta com o respeito dos atletas rivais. “O Cruzeiro leva muita vantagem pelo fato de o Cuca conhecer muito bem os nossos jogadores e o esti-

Botafogo recebe o embalado Palmeiras no Engenhão

Marcos Lopes lopesrn@hotmail.com

Futebol nordestino em xeque ualquer pessoa que esteja no juízo perfeito vai concordar que a vida produtiva do futebol nordestino está definhando. Já faz algum tempo que o mapa do futebol brasileiro vem sofrendo mudanças que tem diminuído o espaço do Nordeste no cenário do futebol profissional. É evidente que os sucessivos erros administrativos contribuíram e muito para essa dura realidade, mas é fato também que a falta de uma competição em nível regional, com capacidade de revitalizar financeira e tecnicamente os clubes, tem um peso importante. O Campeonato do Nordeste é o único evento que tem o condão de revitalizar o futebol. É um fato que por mais que as pessoas queiram contestar, não vão encontrar argumentos suficientemente robustos para sustentar uma discussão racional. O Campeonato do Nordeste é o gás que o futebol regional precisa para voltar a ser forte em nível nacional. E é aqui que eu começo na ficar “p” da vida com um camarada como o presidente da Federação Pernambucana de Futebol. Carlos Alberto pensa que ainda é o todo-poderoso, e com força para ditar as regras e impor as vontades dele. O futebol pernambucano está dentro do contexto de fragilidade do futebol nordestino. O tempo em Carlos Alberto tinha força para impor os interesses dele já passou e faz tempo. É preciso entender que os clubes pernambucanos querem participar do Campeonato do Nordeste, como querem os baianos, e como querem os cearenses. Mesmo com pouco tempo para planejar esta primeira edição, a competição foi importante, principalmente no aspecto financeiro. Quando as pessoas falam em Campeonato do Nordeste, deve olhar principalmente para clubes que estavam sem perspectivas e quem conseguiram um certo equilíbrio financeiro com o evento. Tem que olhar para clubes como Confiança, Sergipe, Treze, e Fluminense de Feira. Os potiguares ABC e América tiveram um ganho financeiro importante, e que deve aumentar significativamente para 2011. Não entendo e rejeição que ainda existe em relação ao Campeonato do Nordeste. A de Carlos Alberto ainda entendo, pois ele é um fanfarrão conhecido e reconhecido. Um camarada que ontem era oposição e hoje afina o discurso com as vontades da CBF, mas que pessoas esclarecidas entrem na onda do fanfarrão pernambucano, não entendo. O Campeonato do Nordeste só trouxe benefícios para o futebol regional.

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neirão. O sacrifício dos nossos torcedores está sendo correspondido pelo nosso esforço. Contra o Fluminense, por ser um confronto de caráter decisivo, mais uma vez precisaremos do apoio deles. Isso porque estamos projetando a liderança já para esta rodada”, disse Cuca. Sobre a escalação que vai a campo, Muricy Ramalho faz msitério. O meia Deco, recuperado de dores na coxa direita, pode reaparecer no posto de Marquinho. O lateral direito Marquinhos foi vetado com dores musculares na coxa esquerda. O volante Thia-

CONTAGEM REGRESSIVA O ABC está em contagem regressiva para o primeiro confronto com o Águia de Marabá,para decidir quem sobe para a Série B.180 e poucos minutos separam potiguares e paraenses do sonho do acesso.Técnica e individualmente,o ABC tem um elenco mais forte que o do Águia,ainda que Cascata possa ficar do primeiro jogo.As condições foram dadas ao técnico Leandro Campos,e agora é com ele,montar um time consistente taticamente e aproveitar da melhor forma possível a qualidade técnica/individual da equipe.

Fim de jogo, fim de papo JOÃO MARIA ALVES

Felipe Mamão, artilheiro com 5 gols é o “cara”do Águia de Marabá. Olho nele!

DESCULPA PODRE O vice-presidente do Alecrim “comeu corda”e pisou na bola.Marcelo Henrique disparou contra o elenco que disputou a Série C. Falou em laranja podre,em desvio de comportamento.Decepcionante a entrevista de Marcelo Henrique,que deveria dizer quem é o jogador,o que foi que realmente aconteceu fora de campo.Dentro do campo todo mundo sabe. Faltou competência tática ao Alecrim. É isso que o dirigente deveria assumir.Do contrário é uma desculpa,uma desculpa podre e mal cheirosa.

FÁBRICA DE CRAQUES Um legado importante que o ex-presidente José Rocha deixou para o futuro do América.O duro é que o clube pode perder a Fábrica de Craques.Com a palavra o presidente José Maria Figueiredo.

O Botafogo recebe o Palmeiras hoje, às 16h(de Brasília), no Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ), em confronto válido pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. As duas equipes fazem campanhas bem parecidas e têm um objetivo em comum: a conquista de uma vaga na próxima Copa Libertadores. O Glorioso, porém, passa por um momento complicado, uma vez que o empate por 1 a 1 com o Guarani foi o sexto consecutivo e representou a sétima partida sem triunfo. Com 43 pontos, o Alvinegro permitiu a aproximação de rivais perigosos, como o próprio Verdão, embalado pela goleada de 4 a 1 aplicada no Avaí e que tem 42 pontos. Joel Santana, técnico do Botafogo, vem conversando com seus jogadores sobre a importância deles manterem a tranquilidade nos próximos compromissos, já que considera possível uma arrancada que leve o Glorioso a conquista, pelo menos, da vaga na Copa Libertadores. “Nós pecamos nas últimas partidas porque não tivemos tranquilidade em alguns aspectos importantes, como segurarmos a vitória nos minutos finais e finalizarmos de maneira adequada. Esse conjunto de fatores levaram a tropeços lamentáveis”, disse Joel. Se no Botafogo existe a confiança na possibilidade de uma arrancada, pelo lado do Palmeiras o discurso segue a linha de se pensar em um confronto de cada vez. Copa Libertadores, pelo menos por enquanto, é assunto proibido. “Nós fizemos planos no iní-

FICHA TÉCNICA BOTAFOGO PALMEIRAS Renan,Antônio Carlos,Danny Morais e Márcio Rosário;Alessandro,Fahel,Somália,Lucio Flavio e Marcelo Cordeiro; Jobson (Edno) e Loco Abreu Técnico:Joel Santana

Deola,Vitor,Maurício Ramos,Danilo e Gabriel Silva;Edinho,Marcos Assunção,Márcio Araújo e Rivaldo; Valdívia e Kleber Técnico:Luiz Felipe Scolari

Estádio:Olímpico João Havelange,o Engenhão,no Rio de Janeiro (RJ) Horário:16h Árbitro:Wilton Pereira Sampaio (DF) Assistentes:Marrubson Freitas (DF) e Cesar de Oliveira Vaz (DF)

CRUZEIRO FLUMINENSE Fábio,Rômulo,Cláudio Caçapa,Edcarlos e Pablo;Fabrício, Henrique,Marquinhos Paraná e Walter Montillo;Thiago Ribeiro e Robert Técnico:Cuca

Rafael,Thiaguinho, Gum,Leandro Euzébio e Carlinhos; Diogo,Valencia, Marquinho (Deco) e Darío Conca;Rodriguinho e Washington Técnico: Muricy Ramalho

Estádio:João Havelange Horário:16h Árbitro:Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS) Assistentes:Alessandro Rocha de Matos (Fifa-BA) e Carlos Berkenbrock (Fifa-SC)

CASTELÃO

CEARÁ FAZ DUELO PELA SUL-AMERICANA Depois de obter uma vitória contra o Internacional em casa, o Ceará pretende prosseguir com a boa fase da equipe ao receber novamente no Castelão o Guarani, hoje, às 18h30. O time paulista vem de empate contra o Botafogo em Campinas e, a exemplo da equipe cearense, quer atingir a zona de classificação para a Copa Sulamericana 2011. O Vovô vem de um bom resultado após vencer o Inter por 1 a 0, . Para o duelo contra os campineiros, o técnico Dimas Filgueiras terá a volta do meia Geraldo. SERRA DOURADA

cio da competição, mas agora não é o momento de ficarmos falando nisso. Temos que pensar em subir um degrau de cada vez, pensar em um confronto por vez. Do contrário, as chances de um tropeço aumentam consideravelmente”, disse o volante Marcos Assunção. Como o foco é apenas o próximo jogo, os palmeirenses procuraram analisar os pontos fortes dos botafoguenses e sabem que terão muitas dificuldades pela frente no Engenhão. “O time do Botafogo é muito bom, conta com jogadores de qualidade e que sabem muito bem o que querem dentro de campo. Além disso, não é à toa que o time deles está invicto dentro de casa neste Campeonato Brasileiro. Precisamos ter muita tranquilidade, senão as coisas podem se complicar. Mas o Palmeiras vive um bom momento e tem condições de jogar de igual para igual”, finalizou.

DESESPERADO, GOIÁS RECEBE O VITÓRIA Na última quinta-feira, o Vitória acertou a contratação do terceiro técnico na temporada 2010. Após Toninho Cecílio e Ricardo Silva, o Rubro-Negro baiano trouxe o rodado Antônio Lopes. No entanto, a estreia do ‘delegado’ no banco de reservas não será no próximo domingo, contra o Goiás, no Estádio Serra Dourada. O novo comandante terá que cumprir uma partida de suspensão, pois foi punido pelo STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) quando ainda era técnico do Avaí. Ele foi acusado de ofender a arbitragem. Desta forma, a estreia ‘oficial’ será no dia 17, contra o Grêmio Prudente. Há quatro jogos sem vencer, o Vitória ocupa, atualmente, a 15ª colocação e está a apenas três pontos da zona do rebaixamento.

SÁTIRO SODRÉ

ESPORTES NA TV 9h - Troféu Chico Piscina (ao vivo) sportv2 11h - Stock Car - etapa de Londrina (ao vivo) - spotv 13h - Copa Sub 23 de futebol Corinthians x Fluminense (ao vivo)sportv2 15:30 - Copa Sub 23 de futebol Internacional x Atlético-MG (ao vivo) – sportv 16h – Brasileiro Série A – Cruzeiro x Fluminense – Globo e BAND 16h - Mundial Masculino de Vôlei – final (ao vivo) - BAND 18:30 – Brasileiro Série A Internacional x Atlético-MG-Sportv

Botafogo aposta na boa fase de Loco Abreu para vencer o Palmeiras


esportes

Domingo | 10 de outubro de 2010

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

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[ STOCK CAR ] Competição entra em sua fase decisiva e tem logo no primeiro GP o desafio da corrida ser realizada numa pista que passou recentemente por modificações

Apito Final EVERALDO LOPES - elopes@tribunadonorte.com.br

10/10/10 ez de outubro de 2010, ou seja, uma data rara no calendário natural da vida. Tão rara que o mundo somente verá outro 10/10/10 daqui a 100 anos, ou seja em 2110. Que jovem de hoje chegará até lá? Quem já for adulto, não deve alimentar ilusões, pois chegar aos 110, 115 anos, só um milagre. Não estamos mais na época dos Matusaléns. Na verdade, o que eu quero relembrar neste 10/10/10 é o que aconteceu em uma data igual, mas há 50 anos. Para isso, recorri às coleções da TRIBUNA DO NORTE. Pelo Campeonato Estadual, aconteceram os jogos Alecrim 2x1 Atlético decidindo o returno, e ABC 2x0 Riachuelo. Dando uma balançada na memória dos torcedores mais velhos, eis as duas equipes vitoriosas há exatos 50 anos, no velho “JL”: Alecrim com Paulo, Monteiro, Petita, Mauricio e Mauro (irmãos, ambos já falecidos), Petit e Wallace, Gilvandro, Dedeca, Fakir e Canindé. O ABC jogou com Ribamar, Biró, Piaba, Calado e Danilo, Cadinha e Cileno, Mota, Jorginho, Cocó e Luizinho. Na época, cada jogador ganhava um salário mínimo. Infelizmente, muitos desses já estão em outro plano.

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Punição

Punição (2)

A mesma TRIBUNA publicou, dias depois, nessa data uma notícia surpreendente: o Tribunal de Justiça Desportiva da FNF puniu em 10 dias o presidente do ABC, Ernani da Silveira, e o vice financeiro, Pedro Mendes, com base na súmula do árbitro Luiz Meireles. Segundo a notícia, os dois dirigentes estavam assistindo o jogo atrás do gol, e não atenderam à solicitação do árbitro para que se retirassem dali. Naquela época, era comum colocarem cadeiras à beira do gramado.

O árbitro (Luiz Meireles) registrou na súmula, e o TJD puniu, votando pela suspensão de 10 dias, os auditores José Ferreira de Souza Sobrinho, Messias Soares e Manuel Wilson. O ABC chegou a ameaçar o licenciamento da federação, caso os auditores não fossem afastados. Posteriormente, o tribunal reexaminou o processo e absolveu os dois dirigentes. Ernani Silveira, na época, era um jovem, ardoroso defensor do seu ABC. Em 1960, o América estava licenciado do futebol.

J.PAULO E O PAÇOS A notícia de que João Paulo está “arrumando as malas” para tomar o destino do Paços de Ferreira/Portugal não deixa de ser uma boa para o jogador. Para o ABC, acho que nem tanto. Melhor seria Benfica ou Porto, ou a 3ª força que é o Sporting de Lisboa. Não tenho maiores informações sobre esse clube. Apenas que foi fundado em 1950, o atual presidente é Carlos Manoel Dias.

Super Final tem início com prova em Londrina Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Londrina, sediará a primeira prova da Mobil Super Final, válida pela nona etapa da Copa Caixa Stock Car. A prova começa às 11h, com transmissão ao vivo da TV Globo. E para receber a maior categoria do automobilismo nacional o circuito paranaense com 3.025 metros passou por algumas reformas e está pronto para as emoções da Stock Car. Para evitar que carros batessem no muro ou ficar enterrado nas britas, a Prefeitura Municipal de Londrina, Automóvel Clube do Café (ACC) e a Federação Paranaense de Automobilismo, (FPRA) juntaram-se num esforço para mudar algumas coisas necessárias. As maiores mudanças no autódromo são o recapeamento do mergulho no final da reta oposta, na chicane da reta principal e no traçado do S da caixa d’água. Para melhorar e proporcionar mais ultrapassagens no estreito circuito, a chicane no final da reta foi readequada, alargando sua entrada para que mais pilotos possam disputar sua entrada. A primeira reforma foi o asfaltamento da área de escape da curva do mergulho no final da reta oposta, dando maior chance ao piloto após cometer algum erro, não bater ou ficar atolado na brita, dessa forma o piloto voltará a disputa. E a maior mudança foi feita no S da caixa d’água, a segunda perna da curva foi reconstruída mais a esquerda da original, promovendo assim uma menor velocidade

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O piloto Ingo Hoffmann acredita que,diferentemente de 2009,este ano a super final será complicada

para tomada de curva, fazendo com que o piloto chegue mais lento no final da reta oposta. E para que a Stock volte em 2011 para Londrina, existe um acordo prevendo que toda a pista seja totalmente recapeada. SUPER FINAL A Mobil Super Final promete tornar bem difícil apostar neste ou naquele piloto. Ricardo Maurício, da Eurofarma RC (Chevrolet), começa a fase na frente, fruto da melhor campanha e de duas vitórias, mas, certamente, teremos os demais finalistas na briga e com chances iguais de vitória. Sem contar que os outros participantes da Copa Caixa Stock Car vão que-

[ OLIMPÍADAS ] Novidade irá avaliar benefícios

ganhos pelo Rio de Janeiro com a competição

J.PAULO (2)

WILTON JÚNIOR

Digo isso, com base no passado. Lembro que o futebol potiguar, alguns anos atrás mandou para Portugal o meia Baíca e o avançado Evaldo “Pancinha”. Não conseguiram conquistar um dos grandes de lá. Recentemente, seguiu para lá, Márcio Mossoró, depois de uma bela passagem pelo Inter, até sofrer uma contusão grave. Ainda sobre J. Paulo, é de que ele assiste hoje um dos jogos do Campeonato Português.

Garantia

Especulações

Diante da surpresa que foi a inesperada viagem de JP a Portugal, para ser examinado pelo médico do Paços Ferreira, o vice Flávio Anselmo tranquilizou a “frasqueira”, garantindo que não há nenhum compromisso formal com o clube lusitano. J. Paulo foi quem saiu lucrando, dando esse belo passeio. Mas, o site do Paços deixa entender que há negociações em andamento

Deu na coluna de Daniela Freire, no “Jornal de Hoje” de quintafeira: apesar de Rosalba Ciarlini afirmar que, por enquanto não cogita escolher seus futuros auxiliares, alguns nomes despontam e ganham espaços; José Bezerra Jr. na Agricultura, Luiz Eduardo para a Educação, Saúde Marcos Leão e Esportes o flamenguista Cid Montenegro. Cidão tem muitos amigos no RN e no Rio de Janeiro.

JUSTINO NETO O veterano repórter e narrador esportivo da antiga rádio Cabugi, hoje Globo, Justino Neto, atualmente afastado das atividades por problemas de doença, está internado no hospital Pro Mater. HUMOR Do leitor FC, mandando esta “pérola” soltada por um jogador do América/PE, num amistoso contra o América/RN: “é gratificante estar hoje enfrentando o time hormônio do América do Recife...”

Banho de roupa Esse segundo jogo ABC x Águia vai mesmo ficar para história, por várias curiosidades: 1) é a primeira vez que o Águia joga no “Frasqueirão”. Aliás, a primeira também

que uma equipe de Marabá pisa em solo potiguar 2) Vai ser a primeira vez em que acontece um jogo do Campeonato Brasileiro, em Natal, na parte da manhã.

Banho (2) Diante do calor que começa a fazer em Natal, fatalmente os bombeiros serão chamados para jogar água no mundão de gente que lotará o estádio do Alvinegro, principalmente quando se aproximar das 11h. O ABC garante que os bombeiros estarão próximos ao campo de jogo.

Deu a louca Campeonato Brasileiro mais atrapalhado do que este de 2010, principalmente na série “A”, nunca se viu. É tão grande a instabilidade dos clubes mais próximos

dos primeiros postos, que chegou a ponto de na última rodada nada menos de seis clubes dos sete primeiros colocados não pontuaram.

DIVULGAÇÃO

rer mostrar que poderiam estar na luta pelo título da principal categoria do automobilismo nacional. Dos dez pilotos que seguem na briga, sete deles venceram provas este ano: Ricardinho, em Nova Santa Rita (RS) e na Corrida do Milhão, em Interlagos; Átila Abreu, da AMG Motorsport (Chevrolet), em Ribeirão Preto (SP); Nonô Figueiredo, da Cosan Mobil Super Racing (Chevrolet), em Campo Grande (MS); Max Wilson, da Eurofarma RC (Chevrolet), em São Paulo; Cacá Bueno, da Red Bull Racing (Peugeot), em Salvador (BA); Allam Khodair, da Blau Full Time (Peugeot), em Curitiba (PR); e Felipe Maluhy, da Officer ProGP (Chevrolet), no Rio de Janeiro.

Marcos Gomes, da Blau Full Time, Daniel Serra, da Red Bull Racing, e Popó Bueno, da A.Mattheis (Chevrolet), completam a relação de pilotos que estão na Mobil Super Final e tiveram bons desempenhos ao longo da oito corridas realizadas. Com o conhecimento de quem já conquistou nada menos que 12 títulos, Ingo Hoffmann também acha que o equilíbrio predominará na Mobil Super Final. “Estamos novamente na Mobil Super Final, que diferentemente do ano passado, promete uma disputa muito acirrada, até a última etapa. Temos diversos pilotos, todos eles com plenas credenciais para estar aqui”, analisa.

[ KITESURF ]

[ EUROPA ]

A elite da modalidade invade mar do Ceará

Pato afirma que não troca Milan pelo Barça

mês de outubro está agitando a praia do Cumbuco, em Caucaia, a 30 km de Fortaleza (CE). Pipas coloridas cortaram o céu e movimentaram as águas até a última sexta-feira, na 1ª e 2ª etapas do Campeonato Cearense Free for Kite 2010 (AKC) e desde ontem os melhores do Brasil mostram suas manobras radicais no Campeonato Brasileiro Volkswagen Kite Tour. Já de 12 a 16 de outubro, é chegada a tão aguardada hora de conferir os tops do mundo ferverem as areias do Cumbuco no circuito internacional Superkite Brasil 2010. Cerca de 150 kitesurfistas devem participar das três competições. No total, serão oferecidos R$ 57,5 mil reais, uma das maiores premiações conjuntas oferecidas em campeonatos de kitesurf em todo o Brasil. Este é o resultado da união das três importantes entidades do esporte: a Associação de Kitesurf do Ceará (AKC), a Associação Brasileira de Kitesurf (ABK) e do Skal Internacional de Fortaleza. Os melhores atletas do Campeonato Brasileiro Volkswagen Kite Tour também não ficarão de fora e receberão o “wild card” para o circuito internacional.

atacante brasileiro Alexandre Pato, do Milan e da seleção brasileira não quer deixar o Milan. Entretanto, caso tenha que deixar o clube rossonero, ele quer que seja para ir ao Barcelona. Em uma entrevista ao site alemão 4-4-2, ele disse que gostaria de jogar no clube blaugraná. “Se sair do Milan algum dia, gostaria de vestir a camisa do Barcelona”, comentou o atacante. Depois de ter sido sondado pelo Manchester City, o jogador afirmou que não pensa em deixar o clube italiano, mas agradeceu o interesse dos ingleses. “Me sinto honrado e agradecido pelo interesse do Manchester City, mas não tenho a intenção de abandonar o time do Milan. Estou muito contente e tenho muito carinho pela minha equipe”, finalizou o jogador. A forma física do atleta também chamou bastante atenção nos últimos dias. Pato que apresentava uma forma esguia tem se mostrado bastante forte. “Temos realizado um grande trabalho de reforço físico e muscular e isto tem surtido efeito rapidamente”, concluiu o craque do Milan e da Seleção Brasileira.

O O prefeito Eduardo Paes (PMDB) faz parte de uma das comissões

Prefeitura carioca cria o inédito “legadômetro” io (AE) - Em nome da transparência, e disposta a apagar a má impressão das polêmicas envolvendo o legado do Pan-Americano de 2007, a prefeitura do Rio de Janeiro lançou esta semana um projeto que vai mostrar com antecedência qual será a utilidade de equipamentos esportivos e intervenções urbanas na cidade após os Jogos de 2016. Trata-se do “legadômetro”, um instrumento que avaliará o impacto das obras para o futuro. O “legadômetro” é composto por quatro indicadores - econômico, urbanístico, social e ambiental - e estará voltado para a qualidade dos projetos e não à linha de tempo de execução das obras. Uma comissão formada por assessores do prefeito Eduardo Paes (PMDB) vai dar notas de 1 a 5, nos quatro indicadores, para cada um dos projetos relacionados aos Jogos. Estas notas vão estar acessíveis gradativamente no site www transparenciaolimpica.com.br, de responsabilidade da prefeitura “Claro que eu queria mais quanto ao legado do Pan. Estou

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à vontade para falar sobre isso, pois o prefeito durante o Pan (Cesar Maia - DEM) perdeu feio nas eleições (foi candidato ao Senado em 3 de outubro)”, disse Paes, -que, em seguida, deu meia volta e elogiou o adversário. “O PanAmericano trouxe para o Rio várias instalações de qualidade excepcional e isso ajudou na escolha da cidade como sede da Olimpíada de 2016”. De acordo com Eduardo Paes, o “legadômetro é um instrumento de constrangimento”. Isso porque, em algum momento, segundo ele, vai ser criado “um clima” pelo impacto negativo de obras que recebam alguma nota 1, a pior na escala da ferramenta. “O importante é que todo mundo vai saber qual a proposta concreta de legado que a cidade vai deixar após 2016”. No rastro do anúncio das prioridades da cidade até junho de 2011 relacionadas aos Jogos, a Prefeitura anunciou também que o orçamento do ano que vem para projetos olímpicos é de R$ 2,62 bilhões - dinheiro municipal, federal e de investimentos privados.

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esportes 6 | Natal Rio Grande do Norte |Domingo| 10 de outubro de 2010 [ AMISTOSO ]

[ BASQUETE ]

Do calor para o frio da Inglaterra

Hortência quer ajuda de campeãs do mundo

Após a vitória fácil sobre o Irã por 3 a 0 na alta temperatura dos Emirados Árabes, a equipe de Mano Menezes tem um novo desafio amanhã, na Inglaterra, enfrenta a Ucrânia, no estádio Pride Park

DIVULGAÇÃO

epois de bater o Irã por 3 a 0 na quinta-feira, em Abu Dhabi, a seleção brasileira joga na Inglaterra, amanhã contra a Ucrânia, às 15h45 (horário de Brasília), na cidade de Derby. Os jogadores fizeram apenas um treino leve ontem às 16h (12h em Brasília) no Pride Park Stadium, local da partida de amanhã. Para o duelo, o técnico Mano Menezes deve promover algumas alterações, podendo inclusive testar o esquema 4-4-2, já que não gostou da produção ofensiva da equipe com três atacantes, principalmente no primeiro tempo. Outra expectativa é pela recuperação do lateral esquerdo Adriano, do Barcelona, que foi vetado contra os iranianos e segue se recuperando de uma lesão na coxa direita. Depois de sofrer e reclamar muito do calor dos Emirados Árabes, o Brasil agora terá uma experiência mais comum. A próxima partida da equipe será disputada na Inglaterra, país de clima muito mais frio do que as terras do Zayed Sport City. Com o próximo duelo sendo disputado no “clima europeu”, os altetas dizem que devem se sentir mais à vontade. “Eu acredito que será completamente diferente, pelo menos para mim. Acredito que o pessoal já está acostumado com um clima um pouco mais frio, principalmente o pessoal que joga na Europa”, afirmou o volante Lucas, que joga no Liverpool, prontamente acompanhado pelo zaguei-

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ampeãs mundiais em 1994, a pivô Alessandra e a armadora Helen Luz se despediram da camisa amarela da seleção brasileira de basquete com o nono lugar no Mundial. Isto, entretanto, não significa que elas ficarão afastadas da equipe: no que depender de Hortência, as duas voltarão em breve a ter participação no time verde-amarelo. Só que, desta vez, fora das quadras. “Eu conto com a Helen como minha gerente e conto com a Alessandra em algum cargo que eu ainda vou estudar”, comentou a diretora de seleções femininas da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). “Vamos capacitar a Helen e a Alessandra será alguma coisa internacional, porque ela fala cinco línguas e conhece tudo e todos no mundo inteiro”, afirmou. Respectivamente com 38 e 37 anos, Helen e Alessandra já tinham se despedido da seleção, mas mudaram de ideia para atender a um pedido da “Rainha do Basquete”, que assumiu o cargo em maio de 2009 disposta a fazer uma revolução na modalidade depois de anos de má gestão por parte do ex-presidente da CBB, Gerasime “Grego” Bozikis. Como reconhecimento, a despeito da má campanha da República Tcheca, elas foram homenageadas em Karlovy Vary, onde o time nacional fez suas últimas partidas no Mundial.

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Reunidos na Inglaterra, os jogadores da Seleção Brasileira tiveram pouco tempo para treinamentos e passaram horas apenas no hotel

ro Thiago Silva, do Milan. “Agora pra gente vai ser bem melhor. Acho que todo mundo já está mais habituado à Europa, principalmente aqueles que jogam lá. Vai dar para jogar melhor porque estava muito calor”, comentou. Quem concordou com os atletas foi o técnico Mano Menezes, que disse acreditar numa seleção mais solta diante dos ucranianos. “As condições transformam o duelo num jogo mais favorável a nós. Não pudemos impor nosso ritmo muito em parte por causa do calor, coisa que não deve acontecer lá”, completou.

MARKETING Enquanto trabalha dentro de campo, com Mano Menezes, a Seleção Brasileira segue em busca de mais “negócios”, o chamado “business”. A Seleção Brasileira é a maior seleção do planeta. A única pentacampeã mundial e a mais famosa do mundo. A equipe que arrasta multidões em estádios por onde passa e tem entre seus craques ídolos dos clubes mais expressivos e o maior contingente de torcedores no mundo todo. Pensando nisso, a comunicação da CBF, em parceria com a Diretoria de Marketing da entidade, planeja um

novo projeto de comunicação, começando pela imagem da Seleção. O projeto da CBF contempla desde novos cenários para entrevistas, placa no campo para a fotografia oficial do time, até a total renovação do site oficial, transformando-o em um portal. Tudo em busca de aumentar cada vez mais a visibilidade da Seleção Brasileira. UCRÂNIA Próxima de ser a terceira adversária da “Era Mano Menezes” na seleção brasileira, a Ucrânia ficou apenas no empate em 2 a 2 contra a fraca seleção do Canadá, jo-

gando em Kiev, na última sextafeira. Os gols da equipe foram marcados por Milevski e Tymoschuk, enquanto Jackson e Hutchuinson anotaram pelos canadenses. O resultado ainda poderia ter sido pior, já que, no intervalo da partida, os donos da casa perdiam o duelo por 2 a 0. Porém, para diminuir a má impressão, o time foi para cima e conseguiu valer a sua melhor qualidade técnica. Após o empate no jogo que marcava a centésima participação de Andrey Shevchenko vestindo a camisa do país, os ucranianos rumaramm para a Inglaterra.


A REVISTA DA TV É UM SUPLEMENTO DA TRIBUNA DO NORTE. NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

Sônia Bridi e o cinegrafista Paulo Zero, estreiam hoje no Fantástico o quadro “Terra, que tempo é esse?”, com o propósito de registrar a ação impiedosa do aquecimento global.

A programação que a MTV preparou para comemorar seus 20 anos inclui documentários sobre a história do canal e muitos clipes.

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revista da tv Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 10 de outubro de 2010

LAÇOS DE FAMÍLIA EM NOME DO REALISMO E DE OLHO NA AUDIÊNCIA, AUTORES DE NOVELAS EXPLORAM DRAMAS POLÊMICOS ENTRE PAIS, FILHOS E ATÉ AVÓS [ PÁGINAS 6 E 7 ]

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Os chefs Claude Troisgros e Olivier Anquier (foto) estreiam as novas temporadas de seus programas, no ar no GNT.


Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte

revista da tv

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TERÇA

QUARTA

QUINTA

SEXTA

Theo tem esperanças que sua família vai conseguir o habeas corpus para sua liberação. Maicon afirma para Farnel que vai comparecer ao jogo. Babi tenta disfarçar o ciúme depois de saber que Josiane e Maicon se beijaram. Theo é solto e a família Lopes fica aliviada. Júlia e Tereza combinam de contar sobre a gravidez para Antônio. Catarina questiona Eric sobre o motivo de sua ausência na audiência. Theo não aceita que Pedro continue a fazer festas com Catarina.

Pedro explica para o irmão que precisa continuar trabalhando para conseguir comprar a casa. Josiane tenta aliviar a tensão de Maicon massageando sua mão ferida. Catarina confessa para Babi que não para de pensar em Pedro. Pedro e Catarina se desentendem. Tereza comenta com Vera que acredita em Theo. Ao lado de Júlia, Tereza conta para Antônio sobre a gravidez da filha. Hélio insiste que Pedro e Catarina façam a festa de comemoração do aniversário do clube.

Pedro e Catarina concordam em fazer a festa na Caldeira. Tereza e Júlia se surpreendem com a reação de Antônio. Pedro pensa em se reconciliar com Catarina. Tereza faz uma reunião com os professores para decidir o futuro de Theo. Catarina estranha a intimidade entre Pedro e Ângela. Ângela ouve Pedro falar sobre o pedido de Catarina para a retirada da lâmpada de luz estroboscópica, por causa da doença de Fred. Ângela envia para o clube uma lâmpada de luz estroboscópica.

Catarina confirma com Pedro a iluminação para a festa na Caldeira. Maicon não consegue dizer não a Farnel e inicia o seu treinamento no gol. Maicon termina o jogo e corre para fazer a prova, mas Romero não permite sua entrada na sala. Pedro fica animado com a decisão judicial de que o irmão não precisa mais voltar para a Unidade de Internação. Theo pede para ir à festa. O DJ responsável pela música inicial da festa testa a iluminação e liga a luz estroboscópica.

Amélia conta para Max que Solano alocou os desempregados na estância e o fazendeiro pede ao advogado para acelerar o processo de posse das terras. Max observa Solano e Fred levarem madeiras pelo rio. Manuela se despede de Vitor que viaja para a Ásia. Vitor agradece Amélia pelo apoio. Max denuncia Fred e Solano ao órgão ambiental por utilização ilegal de madeira. Fred avisa a Max que cedeu suas terras para que a cidade fosse construída e ele fica furioso.

Mariquita reclama do comportamento de Estela com Solano. Amélia se entristece por não conseguir convencer Fred a não sair de casa. Amélia ameaça sair de casa se Max não trouxer Fred de volta. Solano inicia os trabalhos para a construção da cidade de Girassol. Estela enfrenta Manuela. Manuela chega à festa e Solano deixa Estela para dançar com ela. Solano e Manuela surpreendem Fred e Janaína juntos. Manuela se declara para Solano e os dois se beijam.

Solano se despede de Manuela com um beijo e Amélia a repreende. Cirso comenta com Max sobre a bolsa que Solano encontrou. Solano acha um camafeu dentro da antiga bolsa e Mariquita afirma que Antoninha o deu para Gabriel quando ele foi embora. Solano decide procurar o corpo de seu avô no local onde achou a bolsa. Manuela e Solano se encontram e ela declara seu amor. Estela faz um ritual, ensinado por Ruriá, para esquecer Solano e fazer com que a maldição se cumpra.

Manuela não sabe como contar para Max que não vai mais se casar com Vitor. Solano e Padre Emílio decifram os mapas e anotações contidas na bolsa. Estela ameaça Solano. Solano recebe uma intimação por causa da denúncia de Max. Solano confronta Max e Manuela defende o pai. Aspásia conta para Solano que Mariquita viajou com Mamed. Solano tenta descobrir o destino de sua avó com Terê. Beatriz se emociona ao ver a foto deixada por Mariquita em seu salão.

Estela comenta com Aspásia sobre um antigo caderno de receitas que ela viu na estância. Terê esbarra em Estela e tem uma visão de Solano se afogando. Estela encontra o caderno de receitas de Antoninha. Estela confessa a Padre Emílio sua paixão por Solano e revela que o domador está com Manuela. Manuela conta para o ex-noivo que está apaixonada por Solano. Terê pede a ajuda de Neca para decifrar o caderno de receitas de Antoninha. Vitor vai ao encontro de Solano.

Edgar diz à Marcela que tem medo de perdê-la para Renato. Gino, Nicole e Desirée chegam para o jantar de noivado e são recebidos por Rebeca. Ariclenes oferece dinheiro para que Gabi seja sua espiã no ateliê de Jacques e ela reage furiosa. Luti se irrita com as armações do pai e ameaça parar de ajudá-lo. Edgar comunica ao pai que irá registrar Paulinho como seu filho. Pedro reencontra os irmãos. Luti deixa cair seus croquis e Valquíria se surpreende com os desenhos.

Edgar conta que se casará com Marcela e Bruna se revolta. Clotilde chantageia Jacques. Luti confessa que desenha para Victor Valentim e Valquíria não aceita. Ariclenes espalha que Victor Valentim só se mostrará se Beatrice M. aparecer também. Valquíria fica enciumada ao ver Luti falando com Camila. Luti leva Valquíria para conhecer a mãe, quando são surpreendidos pela chegada de Jacques. Edgar e Marcela se preparam para ir embora quando Bruna o aborda.

Valquíria despista o pai, mas Suzana revela que Luti é seu filho e Jacques se sente traído. Jacques proíbe Valquíria de falar com Luti. Marta tenta convencer Gabriela a deixar Jacques para trabalhar na equipe de Ariclenes. Bruna espalha que Renato era irmão de Marcela e Edgar se incomoda. Luti alerta que Jacques irá desmascarar Ariclenes e aconselha o pai a arrumar um trunfo contra o rival. Luti diz a Mabi que receia que Jacques e Ariclenes descubram seu namoro com Valquíria.

Pedro se interessa por Gabriela e Clotilde nota. Ariclenes sugere que Suzana arme uma cilada para Jacques. Edgar chega à agência com Marcela e Paulinho, e encontra Luísa. Clotilde alerta Gabriela que sua aproximação de Pedro pode prejudicá-la no emprego. Cecília briga com Olga e rasga sua roupa. Gino resolve se declarar para Rebeca, mas é interrompido por Breno, que revela em segredo a Rebeca ter um aneurisma e que vai morrer em pouco tempo.

Marta confirma que Amanda é filha de Jacques, mas proíbe Ariclenes de usar a revelação contra o rival. Edgar avisa à mãe que Luísa voltou da Europa casada e continuará sendo sua sócia na agência. Jacques confessa que está tenso com a inauguração do ateliê de Valentim e Clotilde procura acalmá-lo. Luísa surge na mansão dos Sampaio e Bruna se revolta. Marta confronta Ariclenes e ameaça abandoná-lo se ele usar seu segredo para intimidar Jacques.

Stela implora para Agnello não a procurar mais. Benedetto diz a Olga que não esteve com ninguém. Antero repreende o irmão por ter falado a verdade para a governanta. Jackie manda Guida dar os móveis comprados por Clô. Jéssica desconfia da demora do marido. Olga comenta sua desconfiança de Diógenes. Bete vai à casa de Candê.

Candê conversa com Bete. Fátima conversa com Kelly e mostra-se preocupada em relação ao assassinato. Bete desconfia de que Candê mentiu para ela. Jackie age como se fosse a dona da casa e Lurdinha conta para Clô. Benedetto comenta com Mimi sobre sua desconfiança de Antero. Laura defende Noronha. Lorena e Sinval temem por Danilo.

Agostina conta para Totó que Candê mentiu para Bete. Lorena acusa Stela e Agnello. Jackie faz massagem em Olavo. Clô pede para Lurdinha ajudá-la a dar o flagra no marido. Agostina e Gemma conversam com Bete. Bete fica indignada por não ter provas para acusar o suposto assassino de Eugênio.

Agostina fica intrigada ao perceber a troca de olhares entre Antero e Gemma. Clô invade seu quarto, vê Jackie fazendo massagem em Olavo e fica enfurecida. Chulepa e Lorena se entendem. Valentina pressiona Kelly e Alfredo a ajuda. Diógenes leva Gemma para se encontrar com Antero. Totó confessa para Felícia que não consegue esquecer Clara.

A mãe de Arthurzinho deixa um recado com Sinval avisando que voltou de viagem. Felícia diz a Totó que está disposta a ficar com ele. Antero pede para ficar com Gemma. Benedetto dá uma orquídea para Brígida e Diógenes fica enciumado. Amendoim implora que Candê o leve ao mercado. Valentina segue os dois com uma câmera. Clô e Olavo se reconciliam.

Joca pergunta a Arminda se ela vai se casar com Nicolau. Querêncio diz a Marisa que tem compromissos políticos e não vai poder encontrar Filó. Zuleide chega em casa e manda Newton ir embora. Flores fala para Querêncio que para o bem de Filomena ele deve impedir o casamento da filha. Filomena fala com Querêncio sobre o aval e ele afirma que acha o casamento dela uma furada. Tito pergunta a Filomena se Querêncio concordou em assinar o documento.

Flores fala para Clorís que seu irmão é muito esquisito. Filomena conta a Tito que a conversa com Querêncio foi muito dura, mas promete virar o jogo. Flores fala para Clorís que Tito não vai conseguir o empréstimo. Ellen conta a Newton que Guilherme pediu para ela se afastar dele. Teixeira fala para Filomena que não vai ajudála a convencer Querêncio a assinar o documento. Filomena desabafa com Joca, que afirma que vai investigar a história do acidente.

Querêncio diz a Filomena que Arminda o procurou para ele concordar com o aval do empréstimo. Filó agradece Joca pela ajuda. Ari diz a Lincon que tem certeza que vai ser reeleito. Ajuricaba e Lincon se encontram e trocam farpas. Filó vai até a pousada e diz a Tito que o pai dela assinou o documento. Joca diz a Flores que está preocupado com Nicolau. Tito apresenta Filomena a Clorís e ao pessoal da pousada. Beatriz diz a Nicolau que Clorís esteve na fazenda.

NÃO HÁ EXIBIÇÃO

SEGUNDA

SÁBADO

Inter TV/Cabugi – Canal 11

MALHAÇÃO ID Theo é condenado pelo acidente com Fred. Babi orienta Maicon a fazer a prova em vez de ir ao jogo. Tereza fica chocada ao saber da gravidez de Júlia. Pedro acredita que Fausto influenciou a decisão do juiz. Theo é levado por agentes. Josiane diz a Maicon que ele deveria ir ao jogo em vez de fazer a prova. Pedro reclama da injustiça que a família de Catarina cometeu com Theo e Lurdes o repreende. Catarina lembra de bons momentos que teve com Pedro.

NÃO HÁ EXIBIÇÃO

Inter TV/Cabugi – Canal 11

ARAGUAIA Mariquita expulsa Estela do quarto de Solano. Max conversa com seu advogado sobre passar as terras da estância para seu nome. Mariquita repreende Solano e Estela por quase se beijarem. Fred esconde de Amélia os projetos que fez. Manuela e Vitor anunciam que irão adiar o casamento e usam a viagem de Vitor a Ásia como pretexto. Amélia pergunta se Manuela está em dúvida sobre seu casamento por causa de Solano. Fred mostra os projetos da cidade para Solano e Estela.

Inter TV/Cabugi – Canal 11

TI-TI-TI Edgar se sente excluído e sai do hospital sem ver Marcela. Jaqueline flagra Jacques de cueca ao lado de Clotilde. Marta exige que Gabriela deixe o emprego no ateliê de Jacques. Breno descobre que Jorgito e Desirée vão ficar noivos e tenta jogar Rebeca contra a sobrinha de Gino. Pedro retorna ao Brasil e reencontra o pai. Stela diz a Giancarlo que ficou impressionada com a semelhança de Paulinho com Renato e sugere que ele conheça a criança. Edgar decide visitar Marcela.

Inter TV/Cabugi – Canal 11

PASSIONE Olavo sofre pensando em Clô. Fátima comenta com Kelly sobre Clara. Uma assistente social vai à casa de Candê e Amendoim se esconde. Mimi ensina Agostina a dançar e Berilo observa os dois. Olga pergunta a Benedetto se alguém conversou com ele no dia do assassinato.

RIBEIRÃO DO TEMPO

TV Tropical – Canal 8

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Tito conta a Clorís, Virgílio, Iara e Newton que vai se casar com Filomena e ela vai avalizar um empréstimo para reerguer a pousada. Querêncio diz a Filomena que é estranho Tito tê-la pedido em casamento sabendo da herança. Karina decide lutar por Tito. Irritadíssimo, Virgílio diz a Iara que eles precisam melar o casamento de Tito e Filomena. Arminda diz à Diana que será apresentada ao senador. Léia visita Flores. O professor diz que tem um irmão parecido com ele.

Flores pede para Léia manter o relacionamento deles em segredo. Ellen fica sabendo que Guilherme brigou com Carlos e se preocupa. Filomena e Tito vão ao banco para resolver a questão do empréstimo. O gerente do banco exige um documento com a concordância expressa de Querêncio para autorizar o empréstimo. Diana conta a Joca que Arminda vai se casar com o senador. Ari vai até o Já Era e desafia Querêncio. Arminda fala para Joca não ir à empresa sem ser convidado.


Domingo | 10 de outubro de 2010

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BOLO, GUARANÁ E GUITARRAS FOTOS DE DIVULGAÇÃO

MTV COMPLETA 20 ANOS NO BRASIL INVESTINDO EM PROGRAMAS DE HUMOR, MAS COM PLANOS DE RETOMAR SEU PASSADO MUSICAL ZEAN BRAVO

strela maior do canal, a música terá espaço VIP na festa de aniversário da MTV, que completa duas décadas no próximo dia 20. A vocação musical da emissora — que revolucionou a linguagem televisiva com o seu surgimento em 1990 — será resgatada justamente no ano em que o grande destaque da programação foi para o humor, com a criação do “Comédia MTV”, a migração do “Badalhoca” da web para a TV, e a renovação das atrações “Quinta categoria”, “15 minutos” e “Furo”. — Passamos por um reposicionamento nos últimos anos, mas conseguimos chegar a uma maturidade e falar com o jovem com mais consistência. Ultimamente, o humor quase ofuscou a música, mas nossa comemoração de 20 anos será profundamente musical. E o ano de 2011 também seguirá essa tendência — promete a diretora de programação e produção, Cris Lobo. No ar até o dia 22, o “MTV ano a ano” (de segunda a sexta, às 10h) mostra em 20 programas os destaques do canal nessas duas décadas. Clipes emblemáticos como “Black or white” (Michael Jackson) e “Smells like teen spirit” (Nirvana), imagens de ex-VJs, e programas antigos como o “TV Leezão”, com Rita Lee, estão no cardápio. Nesta terça-feira, às 17h, e no dia 19, no mesmo horário, o canal exibe os dois últimos dos três programas da série “DOC — A história da MTV”, que resgatou seu fatos mais marcantes. O episódio de estreia mostrou a chegada da emissora no Brasil e o impacto causado por ela. Já o segundo documentário da série trata da relação do canal com a música e de como a MTV se consolidou como poderosa vitrine do rock e do pop nacional. Bandas como Chico Science e Nação Zumbi e o surgimento de grupos como Raimundos, Skank, Planet Hemp serão lembrados. O terceiro e último programa será voltado para o presente e mostrará novos VJs, artistas e a relação do público com o canal. — É importante que a MTV atenda mui-

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to bem o seu cliente, que é o jovem entre 15 e 29 anos. Estamos aí para mostrar todas as manifestações musicais, como foi o movimento grunge de 93 (representado pelo Nirvana de Kurt Cobain). Em 2010, a cena foi dominado pelo happy rock (de bandas como Restart e Cine). Não queremos fazer juízo de valor, mas temos que documentar isso — explica a diretora de programação. O canal programou ainda outro especial, o “Toca aí”, para o dia 18. A atração, exibida até o dia 22, às 9h, trará clipes pedidos por gente como Pitty e Otto e pelos integrantes do Capital Inicial e do Skank. No mesmo dia, às 22h30m, vai ao ar um “Top top” com as entrevistas mais marcantes de todos os tempos — tem desde Marina Person conversando com Madonna, passando por Fábio Massari ao lado de Bono, do U2, até Marimoon num papo com o Oasis. — A entrevista com Madonna foi fechada de última hora. O Rocco (filho da popstar) era bebê e ela parou na minha vez para amamentá-lo. Madonna é lacônica, fala pouco, mas respondeu a todas as perguntas e olhou no meu olho. Foi superlegal! — lembra Marina, que entrou na MTV em 1993 como produtora e tornou-se VJ dois anos depois. No dia 20, será exibida uma edição do extinto “MTV na rua”, com Penélope Nova, às 15h — a atração terá a presença de uma banda ainda não está confirmada. Estão programados também para este dia um “Comédia MTV” especial, às 22h30m, e um “Top 20 especial”, às 16h30m, com os vinte clipes mais importantes desses últimos anos. Vanessa Hadi, a titular do programa, receberá as ex-VJs e musas do “Disk MTV” Cuca Lazarotto, Sabrina Parlatore e Sarah Oliveira. Referência de linguagem na década de 1990, a MTV chegou em 2010 com seu foco na convergência de mídias. A emissora também investe pesado em outras plataformas, como telefones celulares e redes sociais. — Acredito que esse seja o nosso grande diferencial atualmente — aponta Cris.

A turma do “Comédia MTV”ganhará novos projetos

Vanessa Hadi vai receber ex-VJs em um “Top 20” especial, no dia 20

Marina Person é a veterana que irá apresentar um “Top top”comemorativo


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AÇÃO/GNT FOTOS: DIVULG

er rodou Olivier Anqui sca de o Brasil em bu s e receitas novos sabore

TATIANA CONTREIRAS

m comum, eles têm a nacionalidade, a paixão pela cozinha e o endereço na televisão. Mas os chefs franceses Claude Troisgros e Olivier Anquier seguem cada um o seu caminho nas novíssimas temporadas de seus programas, que estreiam no GNT. À frente do reality “Que marravilha!”, cuja nova leva de episódios vai ao ar a partir de quinta-feira, às 22h, Troisgros viaja pelo Brasil para ajudar pessoas comuns a prepararem pratos que vão longe do feijão com arroz — em todos os sentidos. Já Anquier, em “Diário do Olivier”, roda país adentro com seu Fusca em busca de boas histórias e, claro, receitas. Na segunda fase do programa, que começa só no dia 28, às 22h30m, ele vai até o Pantanal para provar outros sabores. Na primeira temporada de “Que marravilha!”, Troisgros conheceu gente como a escritora Paula Gicovate, que queria fazer um bobó de camarão, e a pequena Maria Clara Bittencourt, de apenas 7 anos, que preparou uma panqueca de bacalhau para a bisavó de 90 anos. Desta vez, histórias como essas serão contadas por um chef ainda mais exigente e que vai a outras cidades do Brasil. No episódio de estreia, a aprendiz de chef Aline, de Porto Alegre, tenta preparar uma lasanha de coelho. Difícil? — O programa continua no mesmo formato: ajudo a pessoa a fazer as compras, depois vamos ao meu restaurante e, então, ela prepara o prato em casa. Além das viagens, a única diferença é que estou pegando mais pesado. Na primeira temporada fui muito gentil, dei notas altas e fui sentimental — admite o chef. — Agora estou mais exigente nos resultados. E as receitas são mais difíceis também. Obviamente, são coisas fáceis que todos podem repetir em casa, mas vamos mostrar mais técnicas diferentes. E os participantes também têm um senso maior de culinária: na primeira temporada tinha gente que nem sabia cortar uma cebola. A decisão de sair do Rio de Janeiro, conta Troisgros, foi baseada não só nos pedidos dos telespectadores que se inscreviam no site do programa como também na vonta-

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S Ê C N A R F M E T A H N I Z O NA C OS CHEFS CLAUDE TROISGROS E OLIVIER ANQUIER ESTREIAM AS NOVAS TEMPORADAS DE SEUS PROGR AMAS, NO AR NO GNT

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de do chef de explorar as culinárias regionais. Além de Porto Alegre, o “Que marravilha!” vai ainda a São Paulo e Brasília. — É importante para o telespectador ver que nos deslocamos pelo Brasil todo. A cultura e a culinária são diferentes em cada região. Assim, mostramos produtos típicos e ainda diversificamos os ingredientes. Em Porto Alegre, fomos a um mercado municipal e disse à participante: “Temos uma receita a ser respeitada, mas se você criar em cima dela você ganha pontos”. E ele fez isso — diz o chef. Rodar por aí não é novidade para Olivier Anquier. Na primeira temporada de seu programa, o chef resgatou suas origens em um passeio gastronômico e afetivo pela França. Nos novos episódios, Anquier agora prepara as receitas nos locais que descobre andando com seu Fusquinha. — O “Diário do Olivier” é, antes de tudo, uma chance de aproveitar a chave que o mundo da culinária me dá para descobrir a essência do Brasil e do brasileiro. Encontrar pessoas e bons personagens é fundamental — avalia o chef. E entre esses bons personagens estão gente como o italiano Gijo, que tem mais de 80 anos e fabrica linguiças artesanais há mais de 70, e um casal que possui uma mercearia nos arredores de uma estrada de terra no Pantanal. — Nesta segunda fase do programa, também fui a uma fundição conversar com o pessoal que fez as panelas que uso na minha cozinha. Mas o casal de Mato Grosso tem uma história sensacional. Lá, eu também aproveitei que estava perto e atravessei a fronteira com a Bolívia com meu Fusca, que é um dos mais rodados do Brasil — brinca Anquier, que diz que acaba se envolvendo com as histórias que descobre. — Sou curioso. Vou atrás da minha curiosidade e levo junto o telespectador. E os pratos que o intrigaram, quais foram? — Preparei um peixe na beira do Rio, no Pantanal. Também tomei caldo de piranha e até carne de jacaré provei na Bolívia, onde comprei vários temperos — conta.


revista da tv

Para Leandra Leal,pelas cenas de “Passione”em que Berillo (Bruno Gagliasso) olha para Jessica (Gabriela Duarte) e vê a primeira mulher.A atriz,que já vinha dando show como a italiana, está arrebentando agora em papel duplo.

Para “Casa bonita 2”, do Multishow, que,além de meio pornô como a primeira edição,tem as provas mais arrastadas do Oeste.Dia desses,as candidatas tinham de vender flores num bar.Foram hooooras daquilo,uma tremenda chatice.

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CONTROLE REMOTO MARCOS SERRA LIMA/ EGO

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»ERA UM DOMINGÃO...

BLENDA GOMES

Domingo | 10 de outubro de 2010

No episódio de hoje de “Os caras de pau”,Pedrão (Marcius Melhem) e Jorginho (Leandro Hassum) vão enfrentar as roubadas de um feriado com as namoradas, acampados perto de uma praia.Na foto,a dupla aparece de pijaminha.

ELIZABETE ANTUNES (INTERINA)

KARINE CRISTINA DA COSTA CARDOSO: Para o canal Viva,com sua reprise da novela “Vale tudo”. Eu não vou perder um capítulo!

CRÍTICA O PÚBLICO SAÚDA OS VILÕES

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»VAIDOSINHA

Em homenagem à Semana da Criança,o site EGO (www.ego.com.br) entrevistou Laura Barreto,a Madalena de“Araguaia”.Ela contou que gosta de esmaltes e batons,como se vê na foto acima.

»MONTARIA

Milena Toscano teve de vencer o medo de cavalos para viver a mocinha de “Araguaia”. A atriz fez aulas de equitação e ainda assim teve uma dublê na cena em que foi socorrida por Solano (Murilo Rosa).“Aprendi a andar a cavalo,não a cair”, esclarece.

»SUSPENSE ANUAL

O contrato de Hebe Camargo com o SBT vencerá dentro de dois meses e até agora Silvio Santos não a chamou para falar de renovação. No Teleton,entretanto,ele disse que“o SBT será a casa de Hebe enquanto ela quiser”.

»CAVANDO

A novela das 19h de Walcyr Carrasco terá cenas no Japão e também em Londres.Paulo Vilhena,que será um arqueólogo,vai gravar no Monte Fuji e no Museu Britânico.

»VALORIZA A MULHER

Em entrevista a Marília Gabriela no GNT, Márcio Garcia atribuiu à mulher,Andrea Santa Rosa,o segredo de sua pinta eterna de garotão:“Fiz 40 em forma.Um pouco da minha juventude vem da minha mulher,que é nutricionista.Faz muita diferença”.

»LOJISTA

Gregório Duvivier fará “Vendemos cadeiras”, seriado do Multishow.No programa,ele trabalhará numa loja de cadeiras.

Para o apresentador Britto Jr,de “A fazenda”, que não sabe explicar as provas e fica gritando o tempo todo.Muito chato.

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BEATRIZ ELIAS RIBEIRO: Para o “Video show”, que está divertido e com quadros engraçados.As retrospectivas e os passeios pelos bastidores são interessantes.

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Para a “Maratoma”do Faustão.Toda a semana é igual,com os mesmas provas.Está monótono e entediante assistir a esse quadro do programa.

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MARIANA FERRAZ: Para Christiane Torloni,nas cenas com Guilhermina Guinle,em “Ti-ti-ti”. Foi uma das melhores discussões que vi nos últimos tempos.

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Para Jacques Leclair,também em “Ti-ti-ti”. Para mim, o personagem já perdeu muito de sua graça.Está exagerado e algumas vezes,forçado. ADRIANO GOLDMAN

onheça Orlando Villas-Bôas, aliás, Felipe Camargo caracterizado para o filme “Xingu”, da O2, que também vai se transformar em minissérie para a Globo. Para viver o sertanista, o ator teve os cabelos alisados e o bronzeado realçado com maquiagem. Além disso, deixou crescer a barba. Foram dois meses de filmagens intensivas sob o comando de Cao Hamburger, em Tocantins, no Parque do Xingu, e em São Paulo. A vida da equipe ao percorrer o caminho aberto pelos irmãos Villas-Bôas nos anos 40, 50 e 60 não foi fácil. Com exceção de Felipe, que não pegou nem um resfriado, todo mundo sucumbiu a algum malestar, como viroses, gripes e insolação. Mas quem viu o resultado garante: valeu a pena. São fortes as emoções.

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Que nenhum autor de novelas desdenhe o prazer que o espectador tem de reclamar.E,sobretudo,que não aposte que essa alegria é de fácil obtenção.Não basta criar um vilão “daqueles”e depois fazê-lo apanhar. É preciso perceber que o público se delicia com as maldades e dar vida longa a elas para proporcionar essa fruição.Veja o que está acontecendo com“Passione”. Saulo (Werner Schünemann) é um vulcão de ódio em plena atividade. Sua agressividade não poupa nem a própria mãe,filhos,ninguém.Mais (ou menos,depende do ponto de vista) que um detrator verbal,ele parte para a violência física.Mesmo assim,os leitores do meu blog (oglobo.com.br/kogut) saíram em sua defesa numa campanha que durou a semana inteira. Isso porque Saulo é um dos candidatos a morrer no capítulo de amanhã,como prometeu Silvio de Abreu.Porém,pelo visto,se ele sumir da trama,muita gente vai lamentar.É o caso de Rita Maria Destefani,que escreveu:“Matar o Saulo? Nem pensar,Silvio de Abreu”;e de Margarida Lisporineia:“É um dos atores desta novela que estão mostrando competência e garra”;e ainda Michella Santana Pereira:“Nota zero para a morte do Saulo.Apesar de asqueroso,ele contribui com pimenta para a novela”.Mariana Cruz pergunta:“Com a morte de Saulo, quem vai ‘causar’?”.E por aí vai.O próprio Werner disse semana passada à repórter do blog Florença Mazza,que gostaria que Saulo encontrasse um amor para“se humanizar”.Essa é outra etapa.Por ora,o público está a fim de ver o circo pegar fogo como quando Arthurzinho (Júlio Andrade) apanhou feio. Falando em maldades, Odete Roitman (Beatriz Segall) e Maria de Fátima (Glória Pires) estão de volta.Não dá para perder.

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TV GLOBO/RENATO ROCHA MIRANDA

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Daisy Lúcidi, interpreta a avó que prostitui a neta, vivida por Carol Soares em “Passione”

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CONFLITOS MOSTRADOS NAS NOVELAS LEVANTAM A DISCUSSÃO SOBRE O ATUAL PAPEL DA FAMÍLIA RETRATADA NA TELEVISÃO

LAVANDO A

ROUPA SUJA CLARISSA FRAJDENRAJCH E TATIANA CONTREIRAS

erá que um dia eu vou poder ter uma refeição nessa casa sem nenhum desentendimento?’. A frase de Amélia, personagem de Julia Lemmertz na nova trama das 18h, dá o tom das relações familiares dos folhetins que estão no ar atualmente. Um pai que expulsa o filho dependente químico de casa a pontapés; uma avó cafetina, que faz a netinha ter arrepios de medo toda vez que se aproxima; uma mãe que é capaz de tramar contra a própria filha porque gosta do mesmo homem que ela; a jovem que se ressente dos pais ausentes, e a viúva que se envolve com o enteado: dramas como esses são tratados de forma cada vez mais explícita em novelas como “Passione”, “Araguaia” e até na comédia “Ti-ti-ti”. Para autores e atores, a ficção não só reflete a realidade como também provoca a discussão de assuntos que, muitas vezes, estão escondidos debaixo do tapete nas casas dos telespectadores. — A ficção tem toda a liberdade para tratar desses assuntos. Trabalha com as nossas fantasias e também com os nossos fantasmas; com as nossas paisagens e os nossos penhascos — teoriza Werner Schunemann, que interpreta Saulo, o pai intolerante de Lorena (Tammy Di Calafiori), Danilo (Cauã Reymond) e Sinval (Kayky Brito): — Há famílias assim também na vida real. Estamos apenas mostrando uma fatia muito estrei-

‘S

ta de uma enorme pizza que é a realidade. O empresário — que pode estar no centro de um assassinato que movimenta a trama nesta semana — é impiedoso com o filho mais velho ao vê-lo entregue ao vício, e chega a bater violentamente na filha depois que ela se posiciona a favor do irmão, dizendo que ele só precisa de amor e apoio. Para Reymond, este é um exemplo clássico de uma família disfuncional. — Este é o retrato de uma família com alto poder aquisitivo. Saulo é o pai que se impõe à força porque tem dinheiro — avalia o ator, que entende que conflitos desse porte são importantes para envolver o telespectador: — É preciso ter drama, senão a história cai no desinteresse, não dá ibope. Pelo menos em uma telenovela. Na mesma família em “Passione”, Stela (Maitê Proença) não pensa no bem-estar da filha e não abre mão de seu affair com Agnello (Daniel de Oliveira), por quem a menina se apaixona. — O que Stela faz com Lorena é difícil de engolir. Até eu, quando assisto a novela em casa, fico com raiva de Stela. É nojento. E isso pode acontecer mesmo, porque existem muitas mães jovens por aí. Eu tenho 21 anos, minha mãe 44. tanto eu como ela poderíamos nos interessar por um homem de seus 30 anos, por exemplo — diz Tammy. A atriz acredita que a ficção pode ajudar as famílias a olharem mais para si próprias: Esses assuntos tabus estão sendo mais falados, mas demora-se um tempo para as pessoas se habituarem.

Werner Schunemann e Cauã Reymond se enfrentam como pai e filho na trama das 21h

Até hoje não aceitam o beijo gay na televisão, mas, para mim, a estupidez de um pai com sua filha é muito mais intolerável que isso. Atual personificação do mal na TV, a Valentina de Daisy Lúcidi choca por sua frieza com as netas, Clara (Mariana Ximenes) e Kelly (Carol Soares). — Nunca se falou tanto de desamor nem se mostrou tantos casos sobre exploração de menores. Foi corajoso da parte de Silvio (de Abreu, o autor de “Passione”) levar isso para a novela. E também de minha parte, porque é um papel muito difícil, despojado de charme e beleza. A gente acha que esse tipo de relação só acontece no Nordeste, onde muita gente passa fome. Mas não, está também aqui na nossa cara, no Rio de Janeiro — diz Daisy, que já soube de um caso semelhante ao da personagem na cidade: — Um senhor me disse que uma mulher fazia o mesmo com a filha, e avisava aos homens que eles só não poderiam tirar a virgindade da menina. A história da mãe que se envolve com o namorado da filha também se repete em “Araguaia”, onde Amélia se interessará por Vitor (Thiago Fragoso), noivo de Manuela (Milena Toscano). Mas, segundo o autor Walther Negrão, a questão será abordada de forma mais sutil. — Posso garantir que essa trama será delicada e bonita — adianta Negrão, que diz que situações como essas servem de base para se falar de bons valores: A família é a unidade básica da nossa sociedade e os conflitos que aparecem nas tra-

mas refletem situações pelas quais m passam. O público então pode ver minhos, possíveis soluções ou desfe terminada questão. Valores como a e a tolerância aparecem muito na r ses conflitos, são bons exemplos. Segundo Julia, Amélia será peg por essa nova paixão. A atriz acredit diante desta situação complicada, vai ficar contra a felicidade de sua p Amélia é uma mulher que se casou mu um homem bem mais velho. Ela me tou de ter realmente um amor, uma pa da é jovem e tem um fogo ali — exp acha que o folhetim cria uma conex lidade: — Acho importante falar sob quando as pessoas veem novela, elas guma forma se reconhecer, reconhec lia , o seu vizinho, os seus parentes. Murilo Rosa, o Solano da novel que questões mais complexas viram to de partida para a ficção. Seu pe apaixona por Estela (Cleo Pires), a pai, Fernando (Edson Celulari). — novela reflete as mudanças da soci sociedade acaba se transformando d ma por conta desse produto cultura poderoso que é a novela — avalia o Apesar do ar de comédia rasgada papo é sério entre Thaísa (Fernanda


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muitas pessoas r possíveis caechos para dea generosidade resolução des-

ga de surpresa ta que, mesmo o público não ersonagem. — uito nova, com eio que se furaixão, mas ainplica Julia, que xão com a reabre isso porque s tentam de alcer a sua famí-

la das seis, diz m um bom ponersonagem se a viúva de seu — Não sei se a iedade ou se a de alguma foral de massa tão o ator. a de “Ti-ti-ti”,o a Souza) e seus

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TV GLOBO/MÁRCIO NUNES

FOTO TV GLOBO/JOÃO MIGUEL JR.

TV GLOBO/BLENDA GOMES

Em “Araguaia”, Amélia (Julia Lemmertz) se encanta pelo genro Vitor (Thiago Fragoso)

Claudia Raia é Jaqueline, a mãe ausente de Thaísa (Fernanda Souza), em “Ti-ti-ti”

BATE-PAPO » Silvio de Abreu » autor pais separados, Jaqueline (Claudia Raia) e Breno (Tato Gabus). Maria Adelaide Amaral, autora da trama, diz que tudo depende do modo com que os assuntos são abordados, e cita como exemplo o bem-sucedido casal gay Osmar (Gustavo Leão) e Julinho (André Arteche): Em qualquer novela existem dramas e conflitos familiares. O tom e a ênfase são definidos pelo horário. Uma novela das 21h pode ir mais fundo e tratar de conteúdos mais adultos que a novela das 18h ou das 19h. A história da menina que tenta desesperadamente chamar a atenção, diz Fernanda Souza, é um alerta para pais e filhos. — A principal mensagem da trama é que no dia a dia temos tantas preocupações que esquecemos de olhar para quem está do nosso lado, na nossa família. Essa história serve para que os pais percebam seus filhos e deem a atenção que eles merecem. Ao mesmo tempo, o público se diverte com as situações que a Thaisa vive — conta Fernanda. Para a psicóloga Helena Camarinha, uma novela como “Passione” faz sucesso por mostrar a quem está em casa que eles não são os únicos a enfrentarem problemas. — O público vê que suas questões familiares são comuns ao ponto de serem levadas para uma obra de ficção, e não tem um sentimento de exclusão. A novela se espelha em flashes da vida, no sofrimento humano. São recortes fortes reunidos no mesmo cenário — diz Helena.

estejam assistindo digam“é verdade ou não”.Mas não acredito que a novela tenha o poder de modificar a cabeça das pessoas.Em um folhetim, se você conseguir entreter e,ao mesmo tempo, colocar boas ideias na cabeça das pessoas, excelente.Mas,se apenas entreter,ótimo! Uma novela não deve nunca ser minimizada pelo fato de só entreter porque este é,realmente,seu papel.

Você acredita que as novelas hoje refletem novos conflitos familiares ou questões que antes não eram abordadas na televisão? Acho que refletem o que acontece na sociedade em geral,não só hoje e nem só conflitos familiares.Não há como fazer uma novela onde você mostra pessoas dentro de uma sociedade,sem discutir ou mostrar seus tabus e problemas.Caso contrário,não terá sobre o que escrever.Apesar de eu gostar muito mais da ficção do que da realidade,acho que a boa ficção é a que retrata a realidade. Uma avó que prostitui as netas; netas que devolvem com atitudes ou palavras agressivas.Qual é o lado positivo de se levar para uma telenovela relações como esta,baseadas na total falta de respeito? Gera discussão e leva à reflexão.“Passione”,até mais ou menos o capítulo 100,foi uma história de amor e com uma ideia clara de crítica social, principalmente,da falta de ética e de princípios morais na sociedade.Quis expor ao público a maneira como estamos vivendo.Hoje,roubar, enganar ou ser mau caráter parece não ter a menor importância se,com isso,as pessoas conseguirem algo em troca.A velha história de levar vantagem está mais presente na sociedade do que nunca.E é isso que a novela expõe.Não é contra nem a favor,apenas apresenta os temas.Apresento as razões dos personagens para fazer o que fazem e o público concorda ou não.O fato de uma pessoa ter tido uma vida difícil justifica ser uma mau caráter? E o que dizer da outra que também foi explorada e não se transformou nisso? Acredito nas escolhas que uma pessoa faz.É o livre arbítrio.

Com o enorme alcance que tem em diferentes camadas socias,a novela,além de entreter, dever ter também um papel educativo? É importante entender o que significa a palavra entreter.Não quer dizer divertir,dar risada.Quer dizer ser interessante.Entretenimento é algo que te prenda e que te faça ter vontade de assistir,que te en-tre-te-nha! Pode ser comédia,pode ser drama,pode ser qualquer coisa.Acredito que ao forçar uma história em cima de uma ideia —“Eu quero fazer uma novela para mostrar isto ou só para mostrar aquilo”,você não está fazendo um produto só de entretenimento.Você está fazendo um produto engajado.“Passione”não é engajada. Estou fazendo como penso e vejo a sociedade e como a quero mostrar para o público.É uma visão pessoal.Se isso vai contribuir com alguma coisa? Espero que sim.Espero que as pessoas que

Daisy Lúcidi não apanhou na rua,Werner Schunemann não levou um puxão de orelha...Até Mariana Ximenes,com tudo o que Clara já foi capaz de fazer,passou ilesa pelo público.Por que o que é perverso e sem caráter tem caído no gosto do povo? Existe aí uma inversão de valores? Não acredito.Acho que o público,hoje,já aprendeu a identificar que aquele determinado ator está fazendo um excelente trabalho e para por aí.No caso de Mariana,sua personagem foi construída de uma maneira que o sentimento em relação a ela oscile entre o amor e o ódio.Ela fez maldades,mas teve um passado ruim.Aí,voltamos à questão:um passado ruim justifica as suas maldades? Em “Torre de Babel”,o público não aceitou as personagens lésbicas e elas foram mortas.Hoje,temas polêmicos são aceitos com mais naturalidade? Vou dizer pela milionésima vez que Rafaela e Leila não foram rejeitadas pelo público.Isto é lenda! Acho que o público está preparado para a reflexão,desde que o assunto seja mostrado de forma clara e paulatina.Você tem que apresentar o tema aos poucos para ele ir raciocinando a respeito,para não haver rejeição.


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»CABECINHA PENSANTE

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»SOBRENATURAL

O que se sabe sobre o cérebro dos bebês? No “Espaço aberto — Ciência e tecnologia”de amanhã (21h30m, Globo News),uma pesquisa mostra como a interatividade molda a cabecinha dos pequenos.

»DRAMA ALEMÃO

Um verdadeiro fenômeno vai agitar o “Rockgol”de amanhã (21h,MTV).O jogador Ronaldo Nazário é o convidado especial dos apresentadores Paulo Bonfá e Marco Bianchi.

O QUE VEM POR AÍ

Minissérie premiada com o German Television em 2007, “O grande êxodo”narra a história de uma condessa da Prússia Oriental no fim da Segunda Guerra.Quinta,22h, no Eurochannel.

TATIANA CORREIA

DIVULGAÇÃO/KIKO CABRAL

FOTOS:DIVULGAÇÃO

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»TUDO POR UM FLASH

Pela primeira vez em um papel cômico,Erika Mader se diverte com as atitudes de Jéssica,ex-participante de um reality,na série de 13 episódios “Na fama e na lama”, que estreia sábado,23h30m,no Multishow. Inspirou-se em alguém? ERIKA MADER:As roteiristas conversaram bastante com Diego Alemão sobre o assunto.A Jéssica também é uma mistura de diversas figuras públicas,mas,como se trata de humor,está alguns tons acima da realidade. Como foram as gravações? Intensivas.Doze horas por dia,durante um mês,com apenas uma folga por semana.Mas valeu a pena. FERNANDO LAZLO

»FAROFA NA LAJE

Arnaldo Antunes estrela a primeira produção nacional do VH1.Em “Ao vivo lá em casa”(sexta,21h),idealizado pelo próprio,ele interpreta músicas de seu mais recente álbum,“Iê Iê Iê”, na laje de sua casa,em Sampa.No “palco”, Erasmo Carlos,Jorge Ben Jor e Demônios da garoa.Na plateia,parentes,amigos e parceiros.

C E NA V I R T UA L þ

N

ovidades e estreias marcam a comemoração do Dia das Crianças na TV. Para todas as idades e gostos, uma programação variada na telinha dos principais canais infantis.

1:Hoje,o Cartoon Network estreia “Ben 10:Supremacia alienígena”, às 20h30m. 2: De amanhã até sexta,a turma do “Dango Balango”apresenta 10 clipes temáticos com os bonecos do Giramundo.Na TV Brasil,a partir das 8h. 3:De terça a sexta,o “Bom dia e cia” recebe convidados (SBT,9h) 4: No Discovery Kids, especial de “HI-5”com uma hora e meia.Terça,20h. 5:O musical “Crianças crionças”, na quarta (SescTV,22h),mostra poemas transformados em delicadas canções,com performances lúdicas. 6:Também na quarta,Victoria Justice é “Brilhante Vitória”,menina que vai estudar em uma escola especial de atores em Hollywood.(Nickelodeon,19h30m)

DEU NA TV E FEZ SUCESSO NA INTERNET

Barraco. Com medo de não conseguir pintar a raiz do cabelo, titia Monique Evans distribuiu palavrões em “A fazenda”. Nany People não gostou...

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GAGA. Bruce Willis apareceu no “Late Show”com um acessório bem inusitado: uma peruca feita de carne,no melhor estilo Lady Gaga.

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Argh. A coadjuvante roubou a cena no jornal da CBS. Enquanto a apresentadora fala,lá está ela fazendo uma limpeza profunda no salão.


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Programação de tv InterTV Cabugi/Globo -11 05:45 Santa Missa 06:45 Sagrado 06:55 Globo Comunidade 07:25 Pequenas Empresas 08:00 Globo Rural 09:00 Auto Esporte 09:30 Esporte Espetacular 12:30 Aventuras do Didi 13:00 Horário Político 13:20 Os Caras de Pau 14:10 Temperatura Máxima:“Selvagem“ 15:43 Globo Notícia 15:46 Campeonato Brasileiro: Cruzeiro x Fluminense 18:00 Domingão do Faustão 20:30 Horário Político 20:50 Fantástico 23:35 Hipertensão 00:30 Domingo Maior:As panteras — Detonando 02:20 Festival de Música SWU 03:10 Sessão de Gala:“Ultravioleta”

TV Universitária/Cultura - 5 06:00 Via Legal 06:30 Brasil Eleitor 07:00 Palavras de Vida 08:00 A Santa Missa 09:00 Viola Minha Viola 10:00 Campeonato Brasileiro:Macaé x Crisciúma 12:00 ABZ do Ziraldo

12:45 Curta Criança 13:00 Horário Eleitoral 13:20 Os Heróis da Praia 13:40 Catalendas 14:00 Dango Balango 14:30 TV Piá 15:00 Stadium 16:00 A‘ UWÊ:Apresentação:Marcos Palmeira 17:00 Ver TV 18:00 De Lá Pra Cá 18:30 Papo de Mãe 19:30 Conexão Roberto D’Ávila 20:30 Horário Eleitoral 21:00 Esportvisão 22:30 Nova Àfrica 23:00 Cine Ibermedia :“La sagrada familia” 00:45 A Grande Música 01:45 Doc TV América Latina II 02:45 Curta Brasil

TV Mult tv/Rede TV! - 17 06:00-Ultrafarma 08:00-Tempo de Avivamento Lar 08:30-Igreja Internacional da Graça de Deus 09:00-Comunidade Sara Nossa Terra 09:30-Pé na Estrada 10:00-Campeonato Italiano 12:00-Médico de Alma e Corpos 13:00-Horário Eleitoral 13:20-Concessionários

Filmes de hoje

Tatiana Contreiras (interina)

K

14:00-Auto Mais 14:45-Avant Mídia 15:15-Transição 15:45-Olhar Digital 16:15-Super Papo 17:45-Pague Menos 18:15-Ritmo Brasil 18:45-Bola na Rede 19:00-Belas na Rede 20:00-O Último Passageiro 21:00-Pânico na TV 23:30-Dr.Hollywood 00:30-É Notícia 01:00-Bola na Rede 01:50-A Hora e A Vez da Pequena Empresa 02:05-Super Papo 1 03:00-Igreja da Graça - Nosso Lar 04:40-Igreja da Graça - Palavra Urgente

atherine Heigl estava longe de ser a protagonista de “Grey‘s anatomy”,série meio hospitalar e meio lacrimosa exibida por aqui pelo canal Sony.Mas como nessas coisas de empatia ninguém manda,a moça,que vivia a residente Izzy,acabou se tornando queridinha em Hollywood — basta ver a sequência de comédias românticas que ela estrelou,incluindo aí a ótima “Ligeiramente grávidos”,com Seth Rogen.Em “A verdade nua e crua”, dirigido por Robert Luketic,Katherine vive a produtora de TV Abby Ritcher, que é forçada a trabalhar com o machista Mike Chadway.Apresentador de um programa na linha “TV macho” em um canal a cabo,Chadway leva suas teorias sobre relacionamentos à emissora onde Abby trabalha e pela qual é contratado.Quem quiser pode levantar a plaquinha “Galvão,eu já sabia”:os dois,obviamente,se envolvem depois de fazerem a linha cão e gato.“A VERDADE NUA E CRUA” (HBO,22h18m)

TV Potengi/Bandeirantes - 3 07:00-Mundo Real 07:30-Vida e missão 08:00-Posso Crer no Amanhã 08:30-A programar 08:45-TV Jam 09:00-Multirio 10:00-Full Motor 10:30-Brasil Caminhoneiro 11:00-Infomercial 12:00-Liga dos Campeões UEFA — Magazine 12:30-Band Esporte Clube 13:00-Horário Eleitoral 13:20-Band Esporte Clube 14:00-Fórmula Truck Etapa de Santa Cruz do Sul 15:30-Campeonato Brasileiro: Cruzeiro x Fluminense 18:00-Terceiro Tempo 19:15-O Formigueiro 20:30-Horário Eleitoral 20:50-Família Dinossauros 21:10-Busão do Brasil 21:25-Bones 22:00-Band Eleições 2010 01:00-Deles & Delas 01:30-Show Business 02:15-Deles & Delas 02:45-Liliana Rodriguez 03:15-Espaço Vida Vitoriosa

TV SBT/Ponta Negra - 13

Domingo Maior: As panteras — Detonando

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte

06:00-Aventura Selvagem 07:00-Pesca Alternativa 08:00-Vrum 08:30-Ganhe Mais Dinheiro Com Jequiti 09:00-Clube do Chaves 11:00-Domingo Legal 13:00-Horário Eleitoral 13:20-Domingo Legal 15:00-Eliana 19:00-Roda Roda Jequiti 19:45-Programa Silvio Santos 20:30-Horário Eleitoral 20:50-Programa Silvio Santos 00:00-De Frente com Gabi 01:00-Arquivo Morto — Série 02:00-Desaparecidos — Série 03:00-Estética — Série 04:00-Jornal do SBT

TV Tropical/Record - 8 07:15-Desenhos Bíblicos 08:00-Record Kids 09:30-Domingo de Prêmios 10:00-Record Kids 12:00-Tudo é Possível 13:00-Horário Eleitoral 13:20-Tudo é Possível 16:00-Programa do Gugu 20:00-Domingo Espetacular 20:30-Horário Eleitoral 20:50-Domingo Espetacular 23:15-A Fazenda 00:00-Heroes 01:00-Programação IURD

• SELVAGEM Animação. Inédito na TV aberta, o filme, com o selo Disney, conta a história do leão Sansão. O bicho é a grande atração do zoológico de Nova York, e conta a seu filho, Ryan, histórias sobre seu passado na selva. O “menino” decide, então, fugir para a África, mas é capturado e acaba fazendo com que os outros bichinhos partam para resgatá-lo. Sentiu um cheirinho de “Madagascar”, será? INTER TV/CABUGI, 14h10m. • SIMPLESMENTE AMOR Com Hugh Grant, Colin Firth, Keira Nightley, Rodrigo Santoro. Comédia romântica. Naquela linha histórias que se cruzam, o longa fez um certo sucessinho graças ao elenco e à assinatura: dos mesmos produtores de “Quatro casamentos e um funeral”, o filme é composto por quatro tramas ambientadas em Londres às vésperas do Natal. Duas se destacam: a protagonizada por Hugh Grant, que, como o Primeiro-ministro inglês, se apaixona por uma jovem funcionária; e a que traz Rodrigo Santoro no elenco. A&E, 14h30m. • DOZE HOMENS E OUTRO SEGREDO Com Julia Roberts, George Clooney, Brad Pitt. Comédia. O charmoso Danny Ocean reúne mais uma vez sua galerinha da pesada que apronta todas e entra nas maiores confusões. Ok, deixando o Narrador da Sessão da Tarde de lado: na continuação de “Onze homens e um segredo”, o golpista Ocean

(Clooney) é vítima de uma chantagem e têm que voltar à ativa junto com seus parceiros. Uma agente do FBI em sua cola e um concorrente de peso são só alguns dos problemas que o sujeito tem de enfrentar. TNT, 17h15m. • LA SAGRADA FAMILIA Com Sergio Hernández, Coca Guazzini, Néstor Cantillana. Drama. Na faixa dedicada a filmes latinos, o canal exibe o longa, premiado em vários festivais. A trama dá conta da desintegração de uma família burguesa no Chile. Rodado sem roteiro e

com diálogos improvisados, “La sagrada familia” aborda temas que ainda são tabu na sociedade chilena. Sinopse rápida: a vida de uma família que passa a Semana Santa numa casa de praia muda depois que a rebelde namorada de um dos filhos aparece por lá, com drogas e questionamentos na bagagem. TV BRASIL, 23h.

• AS PANTERAS — DETONANDO Com Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu. Ação. A nova (já velha, né?) versão dos anjos de Charlie continua em cartaz na TV. Na continuação do primeiro longa, de 2000, Natalie (Diaz), Dylan (Drew) e Alex (Liu) investigam um roubo que incrimina uma ex-pantera — a senhora Ashton Kutcher, vulgo Demi Moore, que exibe o corpitcho sem medo. Quer mais? Rodrigo Santoro, entrando mudo e saindo calado como um vilão bonitão em seu debut em Hollywood. NTER TV/CABUGI, 0h30m. • ULTRAVIOLETA Com Milla Jovovich, Cameron Bright, Nick Chinlund, William Fichtner.Ficção científica. Milla Jovovich virou uma espécie de musa do gênero: “Quinto elemento” e a série de filmes “Resident evil”, adivinhe, são estrelados por ela. No longa, inédito na Globo, uma subcultura de seres humanos surge depois que uma mutação genética atinge a população. O governo tenta eliminar os mutantes, enquanto Violet (Jovovich) tenta combater o governo. NTER TV/CABUGI, 3h10m. • ESTRADA PARA PERDIÇÃO Com Tom Hanks, Paul Newman, Jude Law, Jennifer Jason Leigh. Drama. Adaptação de uma graphic novel, o longa traz Tom Hanks em uma boa atuação e é dirigido por Sam Mendes, responsável por maravilhas como “Beleza americana”, pelo oscarizado “Foi apenas um sonho” e, mais recentemente, pelo delicado “Away we go”. No filme, um garoto de 12 anos descobre que seu pai é um assassino da máfia depois de testemunhar um de seus momentos, como dizer, decisivos no trabalho. A partir daí, a vida de todos muda. Ah, sim: atenção à participação decisiva de Jude Law. TELECINE ACTION, 19h55m.

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COLUNA DO

Clube do Assinante Promoções e descontos renovados a cada domingo

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revista da tv

Domingo | 10 de outubro de 2010

A TV DE....

IKE CRUZ

A

paixonado por noticiários e futebol,o empresário artístico Ike Cruz — que administra a carreira de gente como Juliana Paes e Rodrigo Santoro — não foge das novelas,minisséries e afins.Além de gostar do gênero,ele tem assistir às tramas também por obrigação.Por que? — Os atores sempre me perguntam se vi tal cena e o que achei. Fã de“Inside the actors studio”,que já foi atração no canal GNT,Ike se inspirou na atração para dar nome à sua empresa,a “Actors & Arts”. Hoje,é“Ti-ti-ti” que prende a sua atenção.

Com qual personagem de TV você se identifica?

Minha rotina diária é trabalho, treino (corrida) e casa. Não lembro de nenhum personagem tão sem emoção. Mas, às vezes, me baixa o “Seu Saraiva” (famoso pelo bordão “tolerância zero!”), que era interpretado pelo saudoso Francisco Milani.

DIVULGAÇÃO/NANA MORAES

10 Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte

O que mais assiste na TV?

“Jornal Nacional”, “Em cima da hora”, futebol, “Bem, amigos!” e “PFC”, alguns documentários do “Discovery Channel” e novelas, por conta do trabalho. Os atores sempre me perguntam se vi tal cena e o que achei. Qual a melhor atração da TV atualmente?

Qual o personagem mais genial da televisão?

Nenhum personagem me divertiu mais do que o Mário Fofoca, vivido por Luiz Gustavo em “Elas por Elas”.

Gosto muito das entrevistas da Marília Gabriela e da novela “Ti-ti-ti”, que está muito boa, divertida, com os atores inspirados e consequentemente legal em todos os núcleos.

E a melhor novela? DIVULGAÇÃO

Difícil. As minhas inesquecíveis foram “Dancin’days”, “O Bem Amado” e “Vale tudo”. Trilha sonora inesquecível?

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A de “Selva de pedra”, por ter uma das trilhas românticas mais marcantes das telenovelas, e de “Dancin’days”, porque fez o Brasil dançar durante meses. Sua série favorita.

“Hilda Furacão”. Tudo foi maravilhosamente cuidado. Da brilhante adaptação de Gloria Perez, passando pela impecável direção de Wolf Maya, culminando nas atuações emblemáticas de Rodrigo Santoro e Ana Paula Arósio. O que não deixa de assistir?

Não perdia “Inside the actors studio”, que passava no GNT. Batizei meu escritório baseado no programa.

O que faz você mudar de canal?

Programa de vendas de tapetes, joias, aparelhos de ginástica etc. O tal “Dr. Hollywood” também é páreo duro. A trilha sonora da chamada é uma das coisas mais constrangedoras que ouvi na TV nos últimos tempos.


revista da tv

Domingo | 10 de outubro de 2010

PRIMEIRO PLANO

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte 11

VALÉRIO ANDRADE cinematográfica não esta salvando Araguaia.

Paisagem não salva novela FOTOS:DIVULGAÇÃO

introdução de sequência filmadas (ou gravadas) fora do estúdio foi um avanço nas telenovelas,que deixaram de ser radiofônicas ou teleteatro de imagens.Foi a incorporação dos elementos cinematográficos que fizeram a diferença entre as produções da Globo e as das demais emissoras.

A

O TOQUE CINEMATOGRÁFICO O turismo cinematográfico adotado sistematicamente por Hollywood após o CinemaScope,ganharia uma amplitude geográfica impossível de ser obtida na reconstituição dos cenários reais.Deixou de ser aceitável filmar os exteriores e colocar os atores diante das imagens como aconteceu com Cary Grant & Ingrid Bergman em “Interlúdio”, que são vistos no Rio de Janeiro sem terem saído da RKO.Esse tipo de truque foi total ou parcialmente descartado porque a ilusão ótica seria desfeita pela nitidez das imagens obtidas pelas novas câmeras.

PAISSAGEM E HISTÓRIA Em alguns filmes,o cineturismo tinha prioridade sobre a história,que era ambientada

FALTA HISTÓRIA Até agora – e isso já deveria ter acontecido – nenhum dos núcleos da trama não foi suficiente bom para ativar a expectativa do telespectador.Personagens e situações são excessivamente familiares e estão sendo vividos por artistas desprovidos de carisma pessoal ou de talento acima da média – com a exceção,óbvia e solitária,de Lima Duarte,e, entre as coadjuvantes,de Laura Cardoso.

TEVE SORTE

EDSON CELULARI: Já saiu e não fez falta

LAURA CARDOSO: a coadjuvante que se faz notar

em determinada cidade porque ia ser filmada lá.Em uma popular fita da década de 50,“A Fonte dos Desejos”,Roma,inclusive musicalmente,foi alvo da câmera geográfica. Nos filmes mais significativos,como “Quando o Coração Floresce”,o que se vê,porém,tem outra conotação turística:Veneza virá personagem da love história entre a solteirona Katharine Hepburn e o sedutor (Rossano Brazzi) italiano.

CLEO PIRES: beleza à espera da atriz

A saída de Regina Duarte no terceiro capítulo,em vez de ser lamentada pela atriz,deve ser festejada. Pelo que se viu até agora,ela iria afundar com a novela.É melhor ser esquecida numa novela do que ser lembrada por ter participado de um fracasso.

O CASO DE PANTANAL

NÃO FEZ FALTA

A novela Pantanal abriu novas paisagens para as novelas,misturando o ineditismo visual com exotismo rural.Além disso,havia uma história que prendia atenção e tinha bons atores.Se a intenção da Globo era reabrir o filão de Pantanal,fugindo das histórias ambientadas nas grandes cidades,(São Paulo e Rio),o tiro está saindo pela culatra.A visualização

Por sua vez,a saída precoce de Edson Celulari não fez falta – e,diante de sua artificiosa interpretação, foi bom para o público.Outro equivoco:Murilo Rosa não tem pique para segurar o papel de protagonista.Resta esperar que Cleo Pires,que por enquanto tem sido apenas uma presença bonita,cresça e apareça como atriz – e o seu currículo justifica a esperança.

“TERRA, QUE TEMPO É ESSE?”, QUADRO QUE ESTREIA HOJE NO “FANTÁSTICO”COM O PROPÓSITO DE REGISTRAR A AÇÃO IMPIEDOSA DO AQUECIMENTO GLOBAL

TV GLOBO/DIVULGAÇÃO

SINAL DE ALERTA CLARISSA FRAJDENRAJCH

ma parede de gelo de 100 metros de altura desmoronando na Groenlândia; geleiras que correm o risco de desaparecer em 20 anos na África; uma ilha que pode ficar submersa no Pacífico. Esses são alguns lugares visitados pela jornalista Sônia Bridi e pelo cinegrafista Paulo Zero em “Terra, que tempo é esse?”, quadro que estreia hoje no “Fantástico” com o propósito de registrar a ação impiedosa do aquecimento global. — Não queremos assustar as pessoas em relação às mudanças climáticas, mas alertá-las para que tomem atitudes — diz ela, que não usa sacolas de plástico em supermercado e dirige um

U

carro com motor 1.0. Marido e mulher, Paulo e Sônia passam por 12 países na série. Na Tanzânia, enfrentaram um dos maiores desafios da carreira, ao subirem o monte Kilimanjaro. Em sete dias, caminharam 70 quilômetros, até atingir o cume, a 5.895 metros de altitude. — Para alcançar o pico de manhã, saímos do último acampamento à noite. Andamos por oito horas, com pouco oxigênio, e pegamos 15 graus negativos. Quando clareou e eu enxerguei o pico, me deu um desânimo porque ainda tinha pela frente o equivalente ao Morro da Urca para percorrer — conta ela, que, com o marido, se preparou fisicamente para a expedição, auxiliada por um personal trainer.

Exaustão à parte, o casal saiu de lá com a missão cumprida: uma matéria sobre a influência do aquecimento na paisagem. — Na subida, vimos o desmatamento nas encostas mais baixas devido à agricultura. Isso também tem impacto na neve — relata Sônia, que caiu em prantos lá em cima: — Por ter conseguido chegar e por saber que meus filhos não poderão ver o que eu vi. Mariana, de 25 anos, e Pedro, 9, ficaram no Brasil, preocupados com a aventura: — Meu filho falou: “Promete que vai descer se sentir uma dor de cabeça?”. Sempre que o celular pegava, eu ligava para eles. E eles sabem que uma reportagem vale o meu esforço, mas não a minha vida.

Sônia Bridi e Paulo Zero, na subida do Kilimanjaro


Revista da tv 12

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 10 de outubro de 2010

»FIM DA LINHA

A segunda temporada de “Breaking bad”chega ao fim terça,às 21h,no AXN,com mais problemas para Walter (Bryan Cranston).Ah,não há previsão de estreia para a terceira temporada.

»TERRA CHAMANDO

A britânica “Life on Mars”estreia terça,às 23h30m,no Multishow.Para quem não conhece,vale a sinopse:o detetive Sam Tyler (John Simm) sofre um acidente de carro e acorda em... 1973.Reflitam.

Aê! A Fox vai exibir “The walking dead”(sim, sobre zumbis) por aqui em novembro,logo depois da estreia nos Estados Unidos.

SERIAIS

Quem quer ver William Shatner em “$h*! my dad says”, cria do Twitter,vai esperar até maio de 2011.Pô,Warner,que vacilo...

TÉLIO NAVEGA - GUSTAVO LEITÃO FOTOS DE DIVULGAÇÃO

MAIS-MAIS Tem gente que bate recorde de temporadas.Outros,como o povo da lista da semana,disputam quem durou menos na grade.Foi mal aí, galera,simplesmente não rolou.

• 1- “My generation”. Sobre um grupo de amigos e a vítima mais recente na TV americana.Saldo:dois episódios.

• 2- “The beautiful life”. O retorno triunfal de Mischa Barton, de “The O.C.”, acabou no segundo episódio.

• 4- “Do not disturb”.

• 3- “Three rivers”.

• 5- “Drive”.

Apesar do galã Alex O‘Loughlin, cancelada com oito episódios.

Com Nathan Fillion,durou quatro episódios.

Com Jerry O’Connell, fez a Fox se desculpar.Por dois episódios.

Eric Balfour, Lucas Bryant e Emily Rose protagonizam “Haven”,estreia do renovado canal SyFy

E AINDA...

• BAIXA EM SPARTA. É oficial:Andy

•VAI QUE ROLA? Os canais americanos já

Whitfield vai ser substituído em “Spartacus:Blood and sand”. O moço está passando por um tratamento pesado contra um linfoma.Força aí,viu?

avaliam projetos de séries.Duas adaptações de filmes (ainda sem endereço certo) saltam aos olhos:“Os bons companheiros”e “Hitch — Conselheiro amoroso”.

Muito além da imaginação antasia e ficção científica: é sobre esses dois pilares que o repaginado SyFy dá um alô e apresenta novidades na programação, para alegria dos nerds deste Brasil. O pacotão de estreias começa hoje e vai até o fim do mês, com séries como “Caprica”, o prequel da badalada “Battlestar Galactica”. Mas quem abre a leva de novas produções é “Haven”, que ganha pré-estreia hoje, às 19h, e entra na grade oficialmente na sexta-feira, às 22h. E do que se trata “Haven”? Se serve de cartão de visitas, vale dizer que a série, filmada no Canadá, é baseada no livro “The Colorado kid”, de Stephen King, e tem Emily Rose (de “Jericho” e “Brothers & sisters”) como protagonista. Ela vive Audrey Parker, uma agente do FBI que, adivinhem, investiga um caso corriqueiro na cidadezinha de... Haven. E, como reza a

F

cartilha da ficção científica, descobre (entre outros segredos da pacata localidade) que a cidade acolhe de braços abertos pessoas com poderes sobrenaturais. No elenco ainda estão Lucas Bryant, que interpreta Nathan Wuornos, policial que se torna parceiro de Audrey, e Eric Balfour, sujeito que toca um restaurante na cidade e está ligado ao mesmo mistério que envolve a agente — claro, um mistério sempre envolve a mocinha. Nos Estados Unidos, o último episódio da temporada foi exibido na sextafeira, mas uma segunda leva de episódios ainda não foi confirmada. Vejamos. E a quem interessar possa, a lista de estreias do canal ainda se completa com a novata “Sanctuary”, com Amanda Tapping (de “Stargate SG-1”), e com novos episódios de “Eureka”, sobre uma cidade de gênios da ciência. Faz sentido.


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