Tribuna do Norte - 25/11/2012

» CLASSIFICADOS DA TN CIRCULAM HOJE COM 3.424 ANÚNCIOS E 16 PÁGINAS FUNDADOR:ALUÍZIO ALVES - 1921 - 2006

Ano 62 • Número 210 • Domingo,25 de novembro de 2012

MÉTODOS DIFERENTES PARA ESTUDAR E UM SÓ OBJETIVO: ENTRAR NA UFRN. AS PROVAS COMEÇAM HOJE

Os dias de sol chegaram para ficar e o estilo colorido, leve e solto é para os momentos de lazer e trabalho. [ FAMÍLIA 8 ]

CAROLINA: DRAMA SÓ NA FICÇÃO Carolina Dieckmann, no ar em “Salve Jorge”, afirma não guardar traumas do episódio com as fotos íntimas na internet. [ REVISTA DA TV 6 E 7 ]

[ ENERGIA ] Resultado foi registrado pelo Anuário 2012 da Agência Nacional do Petróleo.

Especialistas alertam que queda,se não for revertida,pode reduzir atração de investidores

Reserva total de gás no RN caiu 50% em uma década Ministro se posiciona contra “a simples e pura extinção do fator previdenciário”. [ ECONOMIA 7 ]

esta semana.

No período analisado, as reservas provadas de gás natural no mar e em terra caíram 55,6% e 59,12%, respectivamente. Já a produção de gás natural no mar encolheu 13,59%, em 2011, se comparada a 2010, enquanto que a produção de petróleo no mar, neste período, também caiu

(26,29%).

Segundo especialistas, o resultado da queda das reservas é mais preocupante que o declínio da produção e deve puxar para baixo a capacidade de atração de investidores para o Estado. A Petrobras não comentou o resultado. [ ECONOMIA 1,3 E 4 ]

CONTAS PÚBLICAS

NOVOS HORIZONTES PARA A PESCA POTIGUAR

TJRN tem estudo sobre as receitas do Executivo Estudo produzido pelo TJRN sobre as receitas do Governo estadual, enviado à Assembleia Legislativa, ataca o argumento de queda na arrecadação. No documento, o TJ afirma que o Executivo já executou 74,6% do FPE deste ano. [ PÁGINA 3 ] LIMPEZA PÚBLICA

Para cada dia sem coleta, lixo se acumula por dez Para cada dia de paralisação na coleta de lixo, são necessários 10 dias para regularizar o serviço. A explicação é do presidente da Urbana, João Bastos, para a dificuldade em acabar com os monturos que se espalham pela capital. [ NATAL 1 E 2 ]

EMPRESÁRIOS E ESPECIALISTAS QUE PARTICIPARAM DO SEMINÁRIO SOBRE O TEMA, DENTRO DO PROJETO “MOTORES DO DESENVOLVIMENTO”, SÃO UNÂNIMES: O RN PRECISA INVESTIR NA SUPERAÇÃO DE OBSTÁCULOS E SE TORNAR UM DOS MAIORES PRODUTORES DE PESCADO DO PAÍS. [

PIB

ESPECIAL/MOTORES DO RN 1 A 24 ]

Governo atribui mau desempenho à falta de investimentos O secretário de Desenvolvimento Econômico, Sílvio Torquato, disse que o ritmo da economia do RN vai crescer nos próximos anos.

Estagnação econômica se deu devido à falta de investimento do governo passado. [ PÁGINA 7 ]

RODRIGO SENA

BRILHO EM OUTRO ALVIVERDE [ ESPORTES 2 ] ALEX RÉGIS

AS BACTÉRIAS DENTRO DE CASA [ TN FAMÍLIA 1 E 3 ]

104

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REDAÇÃO: PAUTA

pauta@tribunadonorte.com.br

FALE CONOSCO: PABX: 4006-6100 Redação: 4006-6113

ELIANA LIMA

A UM PASSO DE FAZER HISTÓRIA NA FÓRMULA 1

Coluna acompanha a rotina do presidente do Tribunal Regional Eleitoral,João Rebouças. [ NATAL 10 ]

GAUDÊNCIO

Caso conquiste o título hoje, o alemão Sebastian Vettel (foto) será o tricampeão mundial mais jovem da Fórmula 1. O piloto irá desbancar o brasileiro Ayrton Senna. A briga de Vettel é contra o espanhol Fernando Alonso. Largada do GP do Brasil acontece às 13h (no RN).

A missão do novo presidente do Supremo Tribunal de Federal,Joaquim Barbosa.[ PÁGINA 7 ]

NEGÓCIOS E FINANÇAS Discriminação de tributos em contas não é novidade. [ ECONOMIA 2 ]

JORNAL DE WM Chapa derrotada na eleição da OAB-RN pede explicações sobre lista de votantes. [ PÁGINA 2 ]

[ ESPORTES 3 ]

Assinaturas: 4006-6111 Venda avulsa: 4006-6103 Comercial: 4006-6173

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ALEX RÉGIS

Garibaldi Filho, ministro da Previdência Social

Entre 2002 e 2011, as reservas de gás natural do Rio Grande do Norte caíram pela metade. O envelhecimento dos campos de petróleo e gás natural, além da escassez de novas descobertas de reservas são os motivos apontados para a queda. Os dados são do Anuário 2012 da Agência Nacional de Petróleo (ANP), divulgado

DIVULGAÇÃO

EXEMPLAR DO ASSINANTE

ALEX RÉGIS

ENTREVISTA

[ NATAL 7 E 8 ]

DANIELA DACORSO

VERÃO NA PRAIA E NA CIDADE

LUCIANO AZEVEDO

EXEMPLAR DO ASSINANTE

2 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

opinião

Domingo | 25 de novembro de 2012

GEORGE CÂMARA [ vereador em Natal ]

Jornal de WM VICENTE NETO - INTERINO - vneto@tribunadonorte.com.br

O Selo Unicef vem aí

O

Fundo das Nações Unidas para a Infância promete divulgar na próxima quinta-feira, dia 29, os ganhadores da terceira edição do Selo Unicef - Município Aprovado, uma experiência que começou como piloto no Ceará e hoje se estende a todo o semiárido nordestino e região amazônica. Na última edição, em 2008, 40 municípios do Rio Grande do Norte foram contemplados com o selo pelas ações adotadas, visando melhor qualidade de vida de crianças e adolescentes. No Nordeste, o maior avanço foi registrado no combate à mortalidade infantil. Segundo o Unicef, houve queda de 15,2% nos municípios que estavam concorrendo ao selo, enquanto a redução média nos que não se inscreveram ficou em apenas 3,5%. Na média, a mortalidade nos municípios certificados ficou em 19,8. Em 2008, o anúncio dos ganhadores foi feito no Palácio das Princesas, no Recife, com a presença do então presidente Lula, de governadores e de prefeitos. Este ano, o anúncio será em Brasília.

Advogados Diante das denúncias de que pelo menos 600 advogados inadimplentes tiveram a situação regularizada após o prazo previsto, a Chapa 2 que concorreu à eleição da OAB/RN resolveu pedir à comissão eleitoral que esclarecesse a diferença entre o número de eleitores contido na lista de votantes - distri-

buída previamente aos candidatos - e o número de votantes. A decisão foi tomada em reunião realizada na sexta-feira à noite. Um dos participantes da reunião disse à coluna que a chapa não quer criar a expectativa de fraude, mas não poderia ignorar os rumores divulgados nos últimos dias.

NADA VEZES NADA Tudo bem que o Viaduto do Baldo liga o nada a lugar nenhum. Mas ficar interditado por tanto tempo, aguardando um laudo técnico pericial sem previsão de quando será feito, é a pior das providências. Não custa lembrar que por ali passam linhas de ônibus locais e intermunicipais.

O veto de Micarla, a ficha suja e a Câmara

A

Câmara Municipal de Natal apreciou, na sessão ordinária realizada no recente 14 de novembro, o veto integral do Poder Executivo natalense encaminhado pela então Prefeita (hoje afastada por determinação judicial) Micarla de Sousa ao PL 231/2010, de nossa autoria, também conhecido como Projeto de Lei da Ficha Limpa. Tal projeto, como é de conhecimento público, trazia uma efetiva contribuição no tocante à transparência e ao combate à corrupção, no âmbito do município de Natal, além da repercussão em outros municípios brasileiros e potiguares, como até mesmo na esfera estadual, no Rio Grande do Norte e em outros estados. Foi recomendado como objeto de resolução aprovada na recente Conferência Nacional da Transparência e Controle Social, em suas etapas estadual e municipal/regional. Há alguns meses, encaminhamos ainda à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte cópia do referido projeto para sua apresentação naquela Casa.

O seu conteúdo é bastante simples: trata-se da extensão, para efeito de nomeação de cargos comissionados em Natal em qualquer nível de escalão, no âmbito dos Poderes Executivo e Legislativo, da aplicação da Lei Complementar Federal 135, de 04 de junho de 2010 (Lei da Ficha Limpa). Ao estender a eficácia da Lei da Ficha Limpa para tais cargos da administração pública na capital potiguar, o projeto de nossa autoria se antecipa à iniciativa do próprio governo

“

federal, amplamente divulgada pela Presidente Dilma Submetido à votação secreta, em Rousseff, mais reconformidade com centemente, qual o que estabelece o seja, editar Decreto Regimento Interno do Governo Federal estendendo a da Câmara abrangência da LCF Municipal, foi 135/2010 para efeimantido o posicionamento da to de nomeação de Ministros de Estado ex-gestora e demais cargos fe(afastada por derais. determinação Vale dizer ainda judicial exatamente que o PL 231/2010, por fortes aprovado por unadenúncias de nimidade na Câmacorrupção).“ ra Municipal de Natal, recebeu contribuições de várias instituições e entidades da sociedade civil organizada que atuam em Natal e no Rio Grande do Norte, tais como: Movimento Articulado de Combate à Corrupção (MARCCO), Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), além de inúmeras entidades representativas de variados segmentos sociais com histórica presença na luta pela moralidade no exercício da administração pública.

Por sugestão de representante da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (Ampern), em Audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Natal tratando do tema, foi apresentada con-

juntamente pela Vereadora Júlia Arruda e pelo Vereador Raniere Barbosa emenda aditiva aprovada ao projeto original, no sentido de aperfeiçoá-lo. Dos atuais 21 membros do Poder Legislativo Municipal, 14 estavam presentes quando a matéria foi a voto. Vejamos a lista: Adão Eridan, Aquino Neto, Assis Oliveira, Dickson Nasser, Edivan Martins, Fernando Lucena, Franklin Capistrano, George Câmara, Júlia Arruda, Júlio Protásio, Maurício Gurgel, Ney Lopes Júnior, Professor Luís Carlos e Raniere Barbosa.

Submetido à votação secreta, em conformidade com o que estabelece o Regimento Interno da Câmara Municipal, foi mantido o posicionamento da ex-gestora (afastada por determinação judicial exatamente por fortes denúncias de corrupção). Necessitando obter pelo menos 11 votos para ser derrubado o veto, não conseguimos ultrapassar a marca de 9 votos, pois 5 dos 14 votantes preferiram, do alto de suas consciências, aprovar tão vergonhoso retrocesso.

Apesar de todo esse esforço democrático e republicano, que resultou na elaboração e aprovação de tal projeto, de conteúdo moralizador, o seu veto pela então Prefeita Micarla de Sousa (PV) e o seu desfecho na Câmara Municipal de Natal revelam quanto poder ainda é exercido em Natal por um cadáver insepulto na política potiguar. É nessa hora que uma Casa Legislativa, ao se submeter a interesses absolutamente inconfessáveis, revela a sua verdadeira estatura.

Brum - www.rabiscosdobrum.zip.net

Cartas

Centrais do cidadão

RN fica para trás

Aos poucos o Governo do Estado vai acabando com as Centrais do Cidadão, que já foram a menina dos olhos do serviço público no Rio Grande do Norte. Segundo informações publicadas nesta TN, a partir de 3 de dezem-

Taí o resultado dos 8 anos de governo Vilma/Iberê (20022010): falta de investimento e corrupção. Até hoje estamos pagando o pato, o Estado quebrado, falido e endividado...

bro serão implantados os novos horários de atendimento ao público. Funcionamento aos sábados só nas unidades do Via Direta, Mossoró, Caicó e Parnamirim.

No interior, o expediente passa a ser de apenas um turno.

herisberto@hotmail.com

Setores

Diante da violência urbana, muitos clamam, ingenuamente, por mais cadeias. Pressionados pelo clamor popular, governos federal e estaduais investem em prisões o que deveriam destinar a escolas.”

“

FREI BETTO,TEÓLOGO,ESCRITOR, AUTOR DE "DIÁRIO DE FERNANDO – NOS CÁRCERES DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA”, AO COMENTAR FRASE DO MINISTRO DA JUSTIÇA SOBRE AS CONDIÇÕES DOS PRESÍDIOS BRASILEIROS.

LEVI CEREGATO [ presidente da Abigraf Regional São Paulo ]

Fobicas Não é só de lixo doméstico que as ruas de Natal estão abarrotadas.

Há muitos carros velhos abandonados por aí. A coluna recebeu reclamações de uma kombi abando-

nada em Barro Vermelho, um gol em Petrópolis, uma caminhonete perto do Hospital do Coração. Por aqui não falta matéria-prima para o Luciano Hulk.

INAUGURAÇÃO O grupo Pão de Açúcar já começou a distribuir os convites para a inauguração da loja Extra Hiper Maria Lacerda, em Nova Parnamirim, um dos bairros de maior poder aquisitivo da Grande Natal. Quem também está concluindo uma superloja lá é o Nordestão.

Redes sociais O que eles andaram dizendo no twitter ontem: @fredinluna – “Posso dizer que acordei melhor do que vocês hoje.O carro do lixo passou aqui na rua.” @Pereio1 – “A Gol comprou a Varig e fechou a Varig.Comprou a Webjet e vai fechar a Webjet.Será que o Constantino poderia comprar o PSDB ou a Veja?

SALUTARIS HOSTIA Os 21 anos da visita do Papa João Paulo 2º a Natal serão lembrados na próxima quarta-feira, com um concerto da Camerata de Vozes do Rio Grande do Norte, às 20 horas. Regida pelo maestro Pedro Ferreira, a Camerata vai tocar “O Satularis Hostia”, música que acompanhou a bênção do papa à capelinha situada no subsolo da Catedral Metropolitana de Natal. Na época, a música foi executada pelo Coral Canto do Povo, cujo maestro era o padre Pedro Ferreira.

LEITURA Com o projeto “Parnamirim, um rio que flui para o mar da leitura”, que congrega as 44 escolas da rede municipal e tem como objetivo promover a formação de leitores, Parnamirim é finalista do prêmio VivaLeitura-2012, promovido pelo Ministério da Cultura. O município concorre na categoria 1, a das bibliotecas públicas, privadas e comunitárias. Neste ano, serão contemplados 18 projetos, seis em cada categoria, que receberão troféu e o prêmio de R$ 30 mil cada um.

Empresa Jornalística Tribuna do Norte Av.Tavares de Lira,101 - Ribeira - Natal/RN CEP:59010200 Fone: (PABX) 4006-6100 Fax: (0xx84) 4006-6124 Endereço eletrônico: www.tribunadonorte.com.br

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Alerta do emprego e trabalho decente

N

o limite de sua resistência ante a perda de competitividade que atinge toda a indústria de transformação, o parque gráfico, na soma de todo o País, suprimiu 373 postos de trabalho no primeiro semestre. As empresas do setor contrataram 6.708 pessoas e demitiram 7.081.

Comparando a outros segmentos, os dados ainda não são muito graves, mas devem servir de alerta, pois o corte de trabalhadores é a face mais aguda das adversidades conjunturais, não apenas em decorrência da questão social, como pelo fato de desencadear o círculo vicioso da estagnação.

Novíssimo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), focado no mercado brasileiro, mostra de maneira didática o significado do emprego: “A oportunidade de acesso ao Trabalho Decente para homens e mulheres é o eixo central da estratégia necessária para que o Brasil avance na superação da pobreza, da fome e da desigualdade social”.

O relatório, intitulado “Perfil do Trabalho Decente no Brasil”, revela que, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 do IBGE, cerca de 61% da renda familiar provêm do salário. “O emprego decente também supõe o acesso aos direitos associados ao trabalho e à proteção social e, quando combinado com aumento de produtividade e igualdade de oportunidades, tem o potencial de diminuir exponencialmente a pobreza extrema”.

O estudo observa que as empresas, cruciais para os desafios do desenvolvimento, incluindo a geração de empregos formais e a promoção do trabalho decente, correspondem a 88,1% do universo brasileiro de 4,84 milhões de organizações formais devidamente registradas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), ativas e com fundação até 31 Classificados: Redação Fax Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal ASSINATURA Mensal (à vista) Semestral (à vista) Anual (à vista)

4006-6161 4006-6113 4006-6124 4006-6100 4006-6111 4006-6111 R$ 43,00 R$ 258,00 R$ 516,00

PREÇO DO EXEMPLAR Rio Grande do Norte 3ª a Sábado Domingo Outro Estado 3ª a Sábado Domingo

“

de dezembro de 2009. Elas eram responsáveis pela Tem sido louvável o ocupação de 70,2% de toesforço do governo, da a mão de obra assalariamas precisamos das da (o correspondente a 28,2 milhões de vínculos emprereformas estruturais — fiscal, gatícios) e pagavam 61,1% de todo o volume de salátributária, rios e outras remunerações trabalhista e (o equivalente a cerca de R$ previdenciária.

478 bilhões).

Somadas à queda O Plano Nacional de Emdos juros e ao prego e Trabalho Decente câmbio mais (PNETD), lançado pelo Gorealista, essas verno Federal em maio de providências são as 2010, enfatiza a inexorável únicas capazes de relação de causa-efeito enresgatar nossa tre esse conjunto de emprecompetitividade” sas e o emprego digno. Porém, ressalva: para cumprir sua missão nesse contexto, as empresas precisam ser sustentáveis. Quanto a isso, entretanto, vivenciamos perigosa contradição, pois a perda de competitividade das indústrias compromete seu caráter sustentável.

Já se esgotaram as medidas anticíclicas e os incentivos setoriais como solução para enfrentamento das crises globais. Tem sido louvável o esforço do governo, mas precisamos das reformas estruturais — fiscal, tributária, trabalhista e previdenciária. Somadas à queda dos juros e ao câmbio mais realista para o qual parecemos caminhar, essas providências são as únicas capazes de resgatar nossa competitividade e possibilitar que o Brasil, ao invés de se afundar na estagnação mundial, continue crescendo e gerando empregos.

Senhores, isso é o reflexo do mal da vaca holandesa. O Rio Grande do Norte recebeu um grande incentivo com a produção de petróleo e com isso os governantes esqueceram de olhar para outros setores fundamentais.

Como explicar que a Paraíba, que não dispõe de nenhuma riqueza natural, seja a líder do Nordeste?

Só pode ser porque os governantes paraibanos investiram na industrialização local e possibilitaram tal crescimento. É bom abrir os olhos, cidades que dependem fortemente do petróleo, Mossoró, Areia Branca, Assu, Alto do Rodrigues, Areia Branca e outras mais, nos próximos dez anos entrarão em um grande processo de decadência. hpimentelgomes@gmail.com

Lixo Empresa terceirizada retoma coleta em Natal, diz presidente da Urbana.Tenho pena de minha cidade Natal, ainda com uma coleta de lixo terceirizada, há pretexto de ser gerida de forma moderna que só atende o “interesse" de alguns. Coleta de lixo é um serviço essencial para o cidadão, temos que romper com esse deserviço. terceirodantas@hotmail.com

Descaso Que descaso! Incrível como o poder puúblico não trabalha com manutenção. Dinheiro jogado fora. Bom exemplo disso é a Cidade da Criança no Tirol, que se faz a reforma, gasta-se milhões e depois sem manutenção, fica aguardando a próxima. Que governantes nós temos, mentalidade atrasada ou querendo sempre reconstruir para abrir licitações mil, e alguém ganhando, claro. flora605@hotmail.com

FILIADO AO

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FILIADO AO INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

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REPRESENTANTE NACIONAL – Pereira de Souza & Cia Ltda: Rio de Janeiro :(O21)2544-3070 – São Paulo:(011) 3259-6111

FILIADO À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS

REDE CABUGI DE COMUNICAÇÃO TRIBUNA DO NORTE 4006-6100 Rádio Globo/Cabugi (AM) Natal 4006-6180 104 (FM) Parnamirim 3272-3737 Rádio Difusora de Mossoró (AM) 3316-3181/2181/3317-6167 Rádio Cabugi do Seridó (AM) J.do Seridó 3472-2759 Rádio Baixa Verde (AM)J.Câmara 3262-2498 Pereira de Souza(SP) 11/3259-6111 Pereira de Souza(RJ) 21/2544-3070

Domingo | 25 de novembro de 2012

política

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte |

3

[ CONTAS PÚBLICAS ] Tribunal de Justiça envia à Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa um levantamento sobre a arrecadação do Estado, no qual defende que não houve queda

Notas & Comentários colunanotas@tribunadonorte.com.br

Números preocupantes s números da evolução do Produto Interno Bruto, entre 2002 e 2010, que revelam o Rio Grande do Norte em único lugar nessa estatística, são preocupantes e deveriam provocar um sério debate — por iniciativa de lideranças políticas, empresariais e de trabalhadores — sobre os rumos do Estado. O RN teve uma evolução de 30,9% do PIB, enquanto, no mesmo período, o Maranhão cresceu 56% e, a Paraíba, 45,1%.

Os dados são do IBGE e não podem ser tratados com indiferença.

O

Risco de Itararé

Nova “onda”

Cabe ao Governo, parlamentares, dirigentes de entidades que representam trabalhadores e empresários deixarem possíveis divergências de lado e se dedicarem a uma discussão amadurecida e consequente. O Estado há muito tempo não tem um projeto de desenvolvimento delineado de forma objetiva. Sem essa definição, estará condenado ao subdesenvolvimento e a continuar com potenciais inigualáveis, mas nunca plenamente realizados.

Poderá ser eternamente como a “Batalha de Itararé” do crescimento econômico, ou seja, a que seria sem nunca ter sido.

Os números são preocupantes sob diversos pontos de vista. Ao observar os dados de crescimento do PIB de 2010, o Rio Grande do Norte ficou em penúltimo lugar — com 5,1% — atrás de Estados como Sergipe (5,3%) e Alagoas (6,8%). A Paraíba aparece entre os primeiros lugares, com uma evolução de 10,3% do Produto Interno Bruto em um ano. No Nordeste, já houve uma “onda” favorável a Pernambuco, ao Ceará, à Bahia. Agora parece ser a vez da Paraíba. Mas isso não é à toa. Um Estado, para crescer, precisa de definições estratégias e capacidade de atrair investimentos.

Emendas ao orçamento Ficou para a próxima terçafeira a reunião da bancada federal do Rio Grande do Norte. O encontro será para definir as propostas de emendas coletivas dos deputados e senadores do RN ao Orçamento da União de 2013. A coordenadora da bancada, deputada federal Sandra Rosado

(PSB-RN), disse que há várias sugestões de emendas e nesta reunião de terça será preciso definir as prioridades do RN que constarão no Projeto de Lei Orçamentária Anual. O ministro da Previdência, Garibaldi Filho, também deve participar do encontro.

CARLOS HUMBERTO

Doação individual

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármem Lúcia, defendeu que fiquem proibidas as doações de campanha feitas por pessoas jurídicas.“Em primeiro lugar a ética é pessoal, não se deve esquecer disso.

Ninguém deveria imaginar que, por ter havido um financiamento de empresas privadas, por exemplo, vai gerar qualquer tipo de obrigação, ou que, principalmente, se vai fazer pagamentos em serviços da parte dos eleitos”, argumentou, ao afirmar que é preciso evitar definitivamente esses riscos.

ENCONTRO COM PREFEITOS A Escola de Contas do TCE fará, em parceria com a Controladoria-Geral da União e a Federação dos Municípios do RN, um “Encontro com Prefeitos”. Será uma oportunidade para os eleitos e reeleitos obterem informações sobre gestão, despesas públicas e controle de gastos.

Apoio a Dilma O ex-ministro Ciro Gomes defendeu que o PSB abandone a ideia de lançar candidato próprio à presidência da República em 2014 para se manter como aliado do governo da presidenta Dilma Rousseff. A declaração de Ciro contraria uma ala do partido que aposta no presidente da legenda, Eduardo Campos, como potencial candidato em 2014.

ENCONTRO Integrantes do Governo Federal pediram, segundo a Agência Estado, que dirigentes do PT evitem ataques diretos a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos atos de desagravo aos réus petistas no processo do mensalão. Embora a presidenta Dilma Rousseff mantenha distância regulamentar do escândalo, há no Palácio do Planalto a preocupação com o que está por vir e não se recomenda a revanche política.

ENCONTRO Em conversas reservadas, ministros do PT dizem que “o julgamento ainda não terminou” e lembram a possibilidade de recursos à sentença.

TJ apresenta estudo que aponta receita em expansão ADRIANO ABREU

MARIA DA GUIA DANTAS ISAAC LIRA repórteres

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ/RN) elaborou um estudo sobre as finanças do Estado e o encaminhou à Assembleia Legislativa (AL), sob o argumento de estar contribuindo com o debate em torno do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2013. O documento foi anexado ao projeto original que estima a receita e fixa as despesas para o próximo ano, que encontra-se em tramitação na Comissão de Finanças e Fiscalização (CFF) da AL. Mais que um simples apoio técnico, o material com a leitura do Poder Judiciário tem o claro intento de contradizer – ou em último caso, questionar – os argumentos do Governo de que com um OGE recorrentemente acanhado e insuficiente não há condições de abrir guarda aos pleitos de elevação orçamentária dos demais Poderes.

Ao compilar os dados dispostos no Portal da Transparência do próprio Executivo, o TJ/RN sugere ter havido, em 2012, um crescimento real na receita própria do tesouro potiguar (se comparado com o ano anterior) e que, se há dificuldades financeiras do Executivo, estas não têm relação direta com a arrecadação ou até mesmo com o aumento de repasses ao TJ/RN e Ministério Público. O material assinado pela presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Judite Nunes, justifica a necessidade de se levantar em minúcias a real situação financeira do Rio Grande do Norte para fazer frente ao que chamou de “incompreensível desrespeito à Constituição Federal” da atual gestão estadual de enviar à Assembleia Legislativa um orçamento [no que concerne aos outros Poderes] aquém das expectativas.

O relatório elaborado pelo Poder Judiciário enfatiza ainda que a alegação de que está havendo uma efetiva queda nas receitas do Estado nasce sob a fragilidade dos próprios números. Isso porque, segundo apurou nos anexos do próprio Governo, a receita total prevista para 2012 já foi executada em 74,04% até o final de outubro, uma margem esperada, levando em conta a superestimação dos orçamentos pelo Estado.

E além disso, destacou, embora o saldo financeiro não tenha atingido a plena expectativa já se sabe, por outro lado, que a queda constatada nos últimos três meses segue uma tendência facilmente perceptível, que é a redução do apurado financeiro em meses intermediários do segundo semestre de cada ano. “E há uma subseqüente arrancada na arrecadação nos meses finais, em especial dezembro”, completou.

Ainda de acordo com o TJ/RN,

O

Deputados vão apreciar o projeto de lei orçamentária enviado pelo Governo do Estado

ARRECADAÇÃO Números compilados das receitas Estudo elaborado pelo Tribunal de Justiça revela:

Cota-parte do Fundo de Participação dos Estados (FPE)

2012 Receita total prevista

Receita realizada

R$ 2.873.949.000,00

R$ 9.367.269.000,00

Receita realizada (até outubro)

Receita realizada (até outubro)

R$ 2.144.630.291,27

R$ 6.935.705.408,51

Executado:74,6% do previsto

Executado:74,04% do previsto

Detalhamento da receita com o FPE nos últimos quatro anos 2009

2010

2011

2012 (até outubro)

R$ 1.512.667.661,39

R$ 1.630.387.731,59

R$ 2.008.324.572,25

R$ 2.144.630.291,27

OUTRAS RECEITAS Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

Imposto de Transmissão Causa Mortis

Receita total prevista

Receita total prevista

Receita total prevista

R$ 185.261.000,00

R$ 10.935.000,00

R$ 3.376.397.000,00

Receita realizada (até outubro)

Receita realizada (até outubro)

Receita realizada (até outubro)

R$ 193.555.937,74

R$ 12.028.665,57

R$ 2.906.140.531,94

Cresceu 104,48%

Cresceu 110%

Cresceu 86,07%

“

se, a instituição sob a presidência de Judite Nunes mostrou ainda os importantes aumentos na arrecadação de tributos como o ICMS e Imposto de Transmissão de Causa Mortis, que já cresceram mais de 104% em relação ao previsto para todo o ano; e o ICMS, uma importante renda estatal, que já se consolidou em 86,07% do previsto.

Sobre o Fundo de Participação dos Estados (FPE), repasse do Governo Federal considerado vital para as finanças dos estados, o Tribunal de Justiça frisou que o FPE teve um acentuado incremento nos últimos dois meses, sendo que dezembro é o mês em que alcança o maior valor do ano. “A primeira parcela de novembro, que entrou nos cofres estaduais na última sexta-feira (09) já é a maior dentre as 31 parcelas depositadas até agora desde o início do ano”, destacou o relatório.

Projeto está na Comissão de Finanças

Há uma subsequente arrancada na arrecadação nos meses finais, em especial dezembro”, TRECHO DO DOCUMENTO ENVIADO PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA À ASSEMBLEIA

se comparadas a receita realizada nos dez primeiros meses de 2011 e deste ano, já se constata um aumento no orçamento de R$ 664 milhões. “É mais que o valor repassado no ano de 2012 ao Poder Judiciário e MPE”, argumentou. O Tribunal de Justiça sustenta que, por esse ângulo, a arrecadação do estado não apresentou queda, mas sim crescimento. Para reforçar a te-

“Judiciário e MP suportam as reduções” Nas considerações aos deputados, o Tribunal de Justiça apontou que a intenção do documento é mostrar que o Judiciário não é o responsável pelas atuais dificuldades financeiras do estado.

Segundo o texto, ao contrário disso, o TJ/RN e Ministério Público têm suportado, unilateralmente, a alegada quebra na expectativa de receitas que o Governo diz abarcar. Ela explica: “O Executivo afirma haver uma diminuição de 70 milhões nas receitas previstas, somando a diferença entre a queda de R$ 170 milhões do FPE e o incremento de R$ 130 do ICMS”. E emenda: “Ocorre que, até outubro, foi deixado de repassar ao TJ e MPE mais de R$ 100 milhões, ou

seja, se correto os números divulgados, estas duas instituições estariam suportando, sozinhas, e até mais do que isto, toda a alegada quebra de expectativas”.

De acordo com a magistrada as despesas do TJ/RN, principalmente no que diz respeito à folha de pessoal – principal alvo de críticas pelo Governo – não somou nenhuma variação significativa durante o ano. “Queria repudiar qualquer agressão institucional que representam as tentativas de aproveitar-se de momentos difíceis pelos quais passa o Judiciário para atribuir-lhes culpa pelas mazelas que não deu causa”, enfatiza a magistrada.

Ela assinalou ainda que tem

buscado de maneira incessante o consenso e o entendimento em torno do assunto, sem que isto signifique, “em hipótese alguma”, fugir às responsabilidades institucionais. “Delas não abdicaremos”, frisou. Judite Nunes afirmou que é neste diálogo de serenidade que oferece aos deputados a visão do Judiciário sobre a situação financeira do Estado e sobre a repercussão da mesma tanto no que diz respeito ao cumprimento do OGE para 2012 como nos debates sobre o de 2013. “Não temos a pretensão do monopólio da verdade, mas apenas oferecer, através da manifestação do nosso pensamento, a nossa contribuição ao debate”, finalizou a presidente do TJ/RN.

Imposto sobre a Produção e a Circulação de Mercadorias (ICMS)

O deputado José Dias (PSD), relator do OGE na Assembleia Legislativa, já avisou que não vai ser possível atender os pleitos do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, Ministério Público (MPE) e Tribunal de Contas do Estado, que juntos reivindicam um acréscimo de R$ 142,3 milhões nos orçamentos previstos para 2013. Há um impasse entre o que estipulou o Governo para as três instituições na elaboração da peça orçamentária para o próximo ano, o que gerou inclusive uma audiência pública sob a proposta do deputado Fernando Mineiro (PT). Ao ser contatado pela TRIBUNA DO NORTE, o Poder Judiciário informou, através da assessoria de imprensa, que o relatório sobre finanças do Estado foi elaborado porque a instituição considerou que o debate não se exauriu totalmente na Assembleia.

Durante a audiência pública, os deputados José Dias e Fernando Mineiro afirmaram que os parlamentares pouco ou quase nada podem fazer dentro de um financeiro “apertado”, da forma como o que foi enviado pelo Governo para apreciação da Assembleia.

“Se elevarmos uma determinada rubrica temos que descobrir uma outra igualmente importante, então isso tem que ser feito junto com o próprio Governo”, comentou relator José Dias.

LEIA MAIS sobre a discussão do orçamento na página 4.

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política

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Secretário estadual de Comunicação afirma que projeto enviado pelo Poder Executivo é o “possível” e debate sobre proposta orçamentária para 2013 agora cabe aos deputados estaduais

[ CONTAS PÚBLICAS ]

Discussão fica para a Assembleia DIVULGAÇÃO

Proposta está em avaliação pelos parlamentares que integram a Comissão de Finanças da AL

Governo do Estado não irá se pronunciar a respeito dos números apresentados pelo relatório do Tribunal de Justiça do RN acerca da situação financeira do Estado. De acordo com o secretário estadual de Comunicação, Alexandre Mulatinho, o Governo não teve acesso ao relatório, mas enviou a sua proposição de orçamento para a Assembléia Legislativa, que foi “a possível”. “A discussão acerca desse caso deve ser feita pela Assembleia Legislativa”, disse Mulatinho.

Membros do executivo têm repetido continuamente que o Estado não tem como suportar o crescimento dos orçamentos do TJRN, do MPE e do TCE solicitados por conta de dificuldades financeiras. Essas dificuldades fo-

O

“

A discussão acerca desse caso deve ser feita pela Assembleia Legislativa” ALEXANDRE MULATINHO secretário de Comunicação

ram causadas, afirmou o secretário estadual de Planejamento, Obery Rodrigues, no último dia 24 de outubro, pela queda nos repasses do Fundo de Participação do Estado – que é uma verba transferida pelo Governo Federal – por conta das despesas com pessoal.

A diminuição do FPE, por exemplo, ainda segundo Obery, foi de R$ 145,7 milhões, até setembro

deste ano, em relação ao que havia sido previsto no orçamento do Estado. Além disso, a evolução do ICMS (Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) não seria suficiente para compensar as perdas no FPE. O secretário de Planejamento também citou, à época, alguns números acerca dos repasses do Executivo para o Judiciário, o MPE e a Assembleia Legislativa/ TCE: crescimento de 12% entre janeiro e setembro, comparando-se o mesmo período de 2012/2011; a receita do tesouro estadual, no mesmo período dos dois anos, cresceu 27,23% e a participação média/anual desses poderes na receita estadual é de 17,1%, para uma média de 11,5% na região Nordeste.

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especial

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geral

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[ VIOLÊNCIA ] De acordo com informações dos policiais da DP Zona Sul, Lorrana Vicente do

[ CORRUPÇÃO ]

Nascimento (29) foi assassinada a tiros, e a filha, Iasmim Lorrana Nascimento (6), com golpes de faca

Dilma Corpo de exonera Arafat será funcionários exumado indiciados terça-feira

Mãe e filha são assassinadas na Comunidade do Japão A

ãe e filha foram mortas na madrugada deste sábado dentro de casa, na comunidade do Japão, no bairro Novo Horizonte, zona Oeste.

De acordo com informações dos policiais da Delegacia de Plantão Zona Sul, Lorrana Vicente do Nascimento (29) foi assassinada a tiros e a filha, Iasmim Lorrana Nascimentos (6), com golpes de faca. A polícia já tem um suspeito que está foragido.

A polícia chegou ao local por volta de 2h. Os corpos de mãe e filha foram encontrados sobre a cama. A casa não apresentava sinais de arrombamento e as vítimas moravam sozinhas na casa.

Em seguida, os policiais foram até a casa do suspeito onde foram encontradas uma faca suja de sangue e pedras de crack. Mas o homem já não estava mais.

De acordo com relato de vizinhos, o suspeito é ex-companheiro da vítima. Lorrana era tida como uma pessoa tranquila e que não tinha envolvimento com nada ilícito. Populares informaram à polícia que ela era evangélica e participava constantemente dos cultos. O clima era de revolta entre os populares.

ALBERTO LEANDRO

M

PEDRADA Um homem identificado apenas como Toinho, foi assassinado a pedradas na madrugada deste sábado, no bairro de Felipe Camarão, na zona Oeste. O crime ocorreu por volta das 5h, na rua Antônio Trigueiro. O suspeito, João Francisco Lima Neto (18) foi preso e levado para a Plantão Zo-

Tenente-coronel da Polícia Militar, Zacarias Mendonça

na Sul. Na delegacia, ele confessou o crime aos policiais, mas não contou a motivação. De acordo com a PM, Toinho era homossexual e tinha acabado de sair de uma festa quando foi abordado e morto com várias pancadas na cabeça.

A vítima foi agredida com vários golpes de pedra e morreu ainda no local. Logo após o crime, o acusado fugiu, mas foi capturado por uma viatura da PM que fazia diligências.

“Ele usou um pedregulho para matar a vítima”, afirmou o Tenente Coronel Mendonça. Viaturas foram acionada e realizaram dili-

gências pela região, até encontrarem o suspeito, identificado como João Francisco Lima. “Ele confessou o crime, mas não disse o motivo”, acrescentou Mendonça.

Antônio Trigueiro Lima foi conduzido à Delegacia de Plantão da Zona Sul da cidade, onde deverá ser autuado em flagrante. Ele deverá ser autuado em flagrante por homicídio.

MADRUGADA A madrugada de sábado foi movimentada na Delegacia de Plantão Zona Sul. Além dos três homicídios, a polícia registrou várias queixas de furtos e rou-

bos, a maioria deles praticado por menores. Um problema para a polícia que não tem para onde mandar os jovens infratores devido a ausência de vagas nos Centros Educacionais do Estado.

Na manhã deste sábado (24) a plantão Zona Sul aguardava a Justiça decidir para onde levar os oito infratores que estavam na delegacia.

“Aqui está parecendo uma sucursal da Febem de tanto menor que tem. E nós ficamos aqui tendo que aguardar a Justiça porque não tem para onde levar os menores”, disse um policial que não quis se identificar.

Ainda de acordo com a polícia, esses adolescentes infratores estavam agindo nas proximidades da Via Costeira, onde foi realizado um show no sábado a noite.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE conversou com duas mulheres que foram assaltadas pelos menores. Elas não quiseram se identificar, mas contaram que foram abordadas por dois adolescentes que levaram máquina fotográfica e jóias.

“Quando percebi que eles não estava armados saí correndo para tentar pegar os meus objetos.

Para minha sorte vinha passando uma viatura da polícia que saiu a procura deles. Encontramos os ladrões na praia tirando fotos com minha máquina”, disse a vítima.

Outros casos semelhantes estavam na Plantão Zona Sul para registrar boletim de ocorrência.

presidente Dilma Rousseff decidiu exonerar a chefe do escritório da Representação da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, indiciada pela Polícia Federal por corrupção e tráfico de influência. O advogado geral da União substituto, José Weber Holanda, também será exonerado da função que exerce de número 2 do órgão. Os diretores das agências ANA- Agência Nacional de Águas, Paulo Rodrigues Vieira, e seu irmão, Rubens Rodrigues Vieira, da ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil, que estão presos, serão afastados e haverá abertura de processos disciplinares contra eles, já que o processo deles é mais complexo pois a indicação deles passou pelo Congresso. Todos os servidores indiciados serão afastados ou demitidos pelo governo. Todos os órgãos citados na Operação Porto Seguro da Polícia Federal passarão por sindicâncias internas para que responsabilidades sejam apuradas, além de verificar se há envolvimento de outros funcionários nas denúncias. A decisão de afastar, demitir e abrir investigações foi tomada na manhã de sábado, no Palácio da Alvorada, pela presidente Dilma, em reunião com o ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho. A presidente está muito irritada com toda a repercussão do caso e com respingos que este escândalo terá sobre o Planalto daí a pressa em chancelar os afastamentos e abrir as investigações internas, para dar demonstração de que o governo está agindo. Dilma tem insistido também que nada será barrado para impedir ou atrapalhar as investigações da PF.

[ SUSPEITA ]

corpo líder palestino Yasser Arafat será exumado na próxima terça-feira para passar por teste de envenenamento, disse nesta sábado o chefe da equipe palestina de investigação, Tawfiq Tirawi. “O túmulo será aberto em 27 de novembro e peritos recolherão amostras no mesmo dia em questão de poucas horas”, comunicou Tirawi a repórteres na cidade de Ramallah.

Ele informou também que uma cerimônia de enterro será realizada na própria terça-feira.

As informações são da Dow Jones. Qualquer resultado positivo do exame deve reacender a hostilidade palestina em relação a Israel e as suspeitas de que um colaborador local possa ter envenenado Arafat.

Possível traição sempre esteve ligada à morte de Arafat. Ele morreu em um hospital de Paris em novembro de 2004. Médicos franceses que cuidaram do líder não conseguiram estabelecer a causa da morte, e nenhuma biopsia foi realizada.

Oito anos são o limite para detectar qualquer traço de substância radioativa, de acordo com o Instituto Suíço de Física Radioativa. Amostras do corpo de Arafat serão analisadas por especialistas forenses franceses e suíços, assim como uma equipe de especialistas russos, convidada pelos palestinos.

Após a investigação, "o corpo será retornado em cerimônia militar que o exaltará como líder do povo palestino", afirmou Tirawi. Ele afirmou que os resultados podem demorar meses para sair.

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[ PRECATÓRIOS ] O valor arrecadado terá

VATICANO

finalidade de ressarcir os cofres públicos

PAPA ORDENA SEIS NOVOS CARDEAIS

ADRIANO ABREU

O apartamento fica na rua Maria Auxiliadora, em Petrópolis

Apartamento de Carla e George vai a leilão

Seis novos cardeais se juntaram neste sábado ao clube de elite de clérigos que elegerá o próximo papa, trazendo uma geografia mais diversificada ao Colégio Cardinalício. O papa Bento XVI presidiu a cerimônia na Basílica de São Pedro, na qual nomeou seis novos cardeais de diferentes origens - Estados Unidos, Colômbia, Índia, Líbano, Nigéria, Filipinas. Aplausos irrompiam a cada nome que o pontífice lia em voz alta em latim. Bento XVI afirmou que com essa “pequena assembleia de cardeais” estava concluindo sua última cerimônia realizada em fevereiro, quando alçou 22 nomes - a maioria de arcebispos europeus e burocratas do Vaticano - ao cardinalato. O pontífice disse neste sábado que os novos cardeais representam “a identidade única, universal e abrangente” da Igreja Católica.

INVESTIGAÇÃO

juiz da Central de Avaliação e Arrematação da Comarca de Natal, Eduardo Bezerra de Medeiros Pinheiro, publicou edital de leilão e intimação para o Leilão Público do apartamento de Carla Ubarana e George Leal e o veículo de Carlos Eduardo Palhares, que acontecerá no dia 26 de novembro, às 10h30 na no auditório da Central de Avaliação e Arrematação, localizado na Rua Pastor Manoel Leão, s/n, Neópolis.

O apartamento de aproximadamente 220 m², localizado na rua Maria Auxiliadora, em Petrópolis.

O imóvel foi avaliado em R$663.380,00. O veículo de Carlos Eduardo Palhares, um modelo Tucson, ano 2007, foi avaliado em R$35 mil.

Não havendo licitante ou lance superior ao avaliado fica designado o dia 10 de dezembro de 2012, no mesmo horário e mesmo local, para a realização do Segundo Praça – quando o lance ini-

O

cial dos bens começará com o valor 20% menor do que o valor inicialmente avaliado.

PAGAMENTO Os compradores dos veículos dão 20% do valor do bem e em 15 dias o restante do pagamento. O valor arrecadado vai para a vara de origem do processo (7ª Vara Criminal de Natal) e o magistrado fará a destinação dos recursos com a finalidade de ressarcir os cofres públicos.

Somente a casa em que reside Carla Ubarana e a família não irá a leilão. O imóvel comprovadamente foi adquirido com recursos anteriores às fraudes na divisão de precatórios.

Porém, uma casa e um apartamento em Natal e três casas em Baía Formosa, incluindo uma mansão de alto valor de mercado, serão leiloados. Também irão a leilão celulares e joias que pertencem ao casal.

PF INDICIA MULHER DE CARLOS CACHOEIRA A Polícia Federal (PF) indiciou Andressa Mendonça, mulher de Carlos Augusto Cachoeira, sob a acusação de corrupção ativa no dia 26 de julho deste ano. Ela está sendo investigada pela suposta tentativa de chantagem feita em julho deste ano ao juiz federal Alderico Rocha Santos, magistrado responsável pelo processo da Operação Monte Carlo, que culminou na prisão do contraventor em fevereiro deste ano. A assessoria de imprensa do Ministério Público Federal (MPF) informou que o despacho de indiciamento foi enviado desde setembro. O MPF solicitou novas perícias nos computadores de Andressa e aguarda os resultados. Com base no resultado e nas provas colhidas, o órgão poderá ou não denunciar Andressa.

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[ RIQUEZAS ] O secretário Sílvio Torquato reconheceu o baixo desempenho do PIB no RN, mas atribuiu a deficiência à falta de investimentos do Governo no período 2002-2010

Gaudêncio Torquato gaudenciotorquato@tribunadonorte.com.br

Justiça para todos o tomar posse na presidência do Superior Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa terá como missão consolidar a identidade da corte constitucional, preservando a mais respeitada imagem entre os poderes da República e os órgãos a serviço do Estado. O elevado patamar de respeito alcançado pelo STF não é resultado, apenas, do julgamento da Ação Penal 470, em fase de conclusão, mas a um gradativo processo de reconhecimento por parte da sociedade às suas corajosas decisões. Nos últimos anos, importantes temáticas acenderam o debate público, bastando lembrar questões como racismo e antisemitismo, progressão do regime prisional, fidelidade partidária, lei da Ficha Limpa, proibição de nepotismo na administração pública, direitos dos índios, direito de greve dos servidores públicos, interrupção da gravidez de feto anencéfalo, uso de células tronco embrionárias humanas e relações homoafetivas, entre outras. O chamado mensalão coroa o ciclo de percepção social sobre a Suprema Corte, pelo fato de desfazer a cultivada impressão de que, por aqui, poderosos costumam se desprender das teias da lei e pelas implicações político-partidárias que deflagra.

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As críticas feitas pelo Partido dos Trabalhadores à condução do julgamento que condenou e imputou pena desproporcionais a alguns de seus filiados não conseguirão empanar a aura que envolve nossa mais alta Corte”

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As críticas feitas pelo Partido dos Trabalhadores à condução do julgamento que “condenou e imputou pena desproporcionais a alguns de seus filiados”, por mais que se desdobrem em atos internos de protesto ou externos de apelação à organismos internacionais (iniciativa de pouco crédito), não conseguirão empanar a aura que envolve nossa mais alta Corte. Por isso mesmo, faz sentido acreditar que a semente moral semeada pelo corpo de ministros na seara política deverá alterar comportamentos de representantes e governantes, cientes de que, doravante, deverão cuidar para não ultrapassar limites no campo de costumes e práticas. Ao novo presidente Joaquim Barbosa, compete, pois, zelar pela densa base de respeito conquistada pela Casa, para a qual, aliás, ele contribuiu com a argamassa de seu relatório sobre o mensalão. Impõe-se, agora, um comportamento ancorado nas regras ditadas pela liturgia do cargo e o empenho para atingir a elogiável e anunciada meta de acelerar o processo decisório para dar vazão a milhares de processos que se acumulam nos gabinetes.

Dito isto, registre-se o papel do presidente que deixa a Corte, tangido pela compulsória, o sergipano Carlos Ayres Britto, que merece loas pela maneira com que conduziu o julgamento da Ação Penal 470. Lhaneza, cordialidade, simplicidade, disciplina, capacidade de juntar os contrários emergem como virtudes desse magistrado, cujo pendor para a contemplação e meditação, sob um véu de espiritualidade, funcionou como eixo de equilíbrio e luz do bom senso. Quase um milagre, por se saber que, naquele ambiente, os egos tendem a se inflamar. Há pouco mais de três meses, ao chamar para si a responsabilidade de comandar o julgamento da mais emblemática ação penal do Supremo e o maior caso de corrupção no Brasil, o baixinho poeta Britto parecia navegar sozinho num oceano de descrença. Hoje, com o processo na reta final, sai sob aplausos, reconhecido como magistrado que honrou a toga, um ser profundamente arraigado nas raízes do humanismo, capaz de colorir a práxis do cientista jurídico com as cores exóticas da física quântica, tudo isso embalado na expressão da alma poética. Feliz, confessa: “não perdi a viagem”.

Sim, o país também. Que o acompanhou no caminhar do avanço.

Resta ponderar sobre o teor crítico dirigido ao STF pela condenação de políticos. Parcela do descontentamento aponta como base argumentativa a “decisão de caráter político”, como se os

mais altos dignitários da Justiça, que são irremovíveis em seus cargos, fossem induzidos a punir determinado partido. Ora, foram condenados atores de mais de uma sigla. Quanto ao caráter “político” da decisão, é oportuno lembrar que as cortes constitucionais exercem uma função política, caracterizada na interpretação e decisão sobre a separação de poderes, sobre o federalismo e a defesa dos direitos fundamentais, em suma, tomando posição a respeito das instituições do Estado. Se a política tem como missão servir à polis, o Estado elege como dever primacial preservar a sociedade, promovendo seu bem comum.

Tal meta integra o escopo das Cortes judiciárias, não apenas dos Poderes Executivo e Legislativo. A relação das temáticas expostas na abertura deste texto denota o caráter político que as acolhe. Entende-se o verbo ácido contra o colegiado jurídico como manifestação (democrática, sem dúvida) de grupos acocorados nos pedestais do poder, principalmente quando as condenações atingem figuras de proa do partido que comanda o governo.

Não é de hoje que a Corte constitucional é alvo de pressões contrárias a sua atuação. O interesse público nem sempre é o interesse de alguns públicos. Em 1893, dois anos depois de ser criado o STF, suas galerias, no Rio de Janeiro, eram tomadas por grupos que vaiavam e aplaudiam os votos de ministros, que concediam ou negavam habeas corpus para presos políticos.Floriano Peixoto, o presidente da República, depois de ameaçar fechar a Corte, por não concordar com a soltura de um senador adversário, deixou de preencher vagas resultantes da aposentadoria de juízes. O Tribunal passou meses sem trabalhar por falta de quorum. Getúlio Vargas, em 1931, reduziu por decreto o número de 15 para 11 juízes, aposentando compulsoriamente 5 deles. A ditadura de 1964 aumentou o número de magistrados para 16, mas depois voltou aos 11. Foram atos de força contra a independência do STF. Nos Estados Unidos, os 9 magistrados que formam a Suprema Corte vez ou outra decepcionam os presidentes da República(republicanos ou democratas) que os nomeiam. Lá, exercem a função por toda a vida ou até quando pedem para sair. Por aqui, aos 70 anos, aposentam-se compulsoriamente. Um buraco de monta no nosso edifício judiciário. Mesmo assim, é tempo de esperança. Pois tremula no mais alto mastro das instituições a crença de que a justiça, agora, chega para todos.

GAUDÊNCIO TORQUATO jornalista, é professor titular da USP e consultor político e de comunicação.Twitter: @GaudTorquato

Governo atribui resultado ruim à falta de investimentos ELISA ELSIE

CARLA FRANÇA repórter

Governo do Estado disse ontem que o ritmo da economia do Rio Grande do Norte vai crescer nos próximos anos em virtude dos projetos de infraestrutura em cursos e outros que o Executivo Estadual está viabilizando.

As declarações foram dadas pelo secretário de desenvolvimento econômico em exercício, Sílvio Torquato, em resposta ao baixo crescimento do Produto Interno Bruto do RN divulgado pelo IBGE. Os dados mostram a quantas caminhou PIB dos estados num período de oito anos. No caso do RN, o indicador, que é o principal termômetro do desempenho da economia, cresceu nesse período, mas o ritmo - mostram os números - foi de marcha lenta.

De acordo com o estudo, o PIB potiguar chegou a R$ 32,33 bilhões em 2010, com crescimento real de 5,1%. A taxa foi menor que a do Brasil (7,5%) e a do Nordeste, de 7,2%. Entre os anos de 20022010, o RN avançou 30,9%. Para efeito de comparação, estados como Ceará e Pernambuco alcançaram um ritmo superior a 40%. O crescimento potiguar é o mais baixo entre os estados do Nordeste e o quarto menor do Brasil nesse período. Em oito anos, o país cresceu 37,1%. O economista e chefe do IBGE no RN, Aldemir Freire, disse a TRIBUNA DO NORTE que os anos 2011 e 2012 devem revelar desempenhos ainda piores para o estado. Ele aponta com a falta de políticas de desenvolvimento regional e investimentos maciços em infraestrutura, dificilmente o RN conseguirá o desempenho de 2010, de 5,1%.

O secretário Sílvio Torquato reconheceu o problema do PIB no RN, mas atribuiu a deficiência a falta de investimentos do governo no período 2002-2010. “Falo como secretário, vice-presidente da Fiern e empresário. De 2002 a 2010 os investimentos foram praticamente nulos. Nesse período somente uma fábrica foi implan-

O

Secretário de Desenvolvimento Econômico em exercício,Sílvio Torquato,diz que situação vai melhorar

tada no nosso distrito industrial de Macaíba - foi, industria de beneficiamento de mel de abelha.

Em compensação três foram fechadas. Esses dados do IBGE são resquícios terríveis desse descaso, mas o governo está trabalhando para reverter essa situação”, disse o secretário.

De acordo com ele, o Estado está investindo no setor de minério, reabrindo indústrias de xelita, de cal, de ferro, reativando o projeto de investimento no garimpo. Na parte de energia eólica, o secretário disse que os investimentos vai ser dez vezes maior do que atualmente.

Quanto a infraestrutura, o aeroporto de São Gonçalo e a duplicação do porto de Natal vão atrair mais investimentos para o Estado.

A ideia do governo é construir um novo porto na cidade. Um projeto antigo que ainda não saiu do papel. “Estamos tentando atrair empresas privadas para viabilizar, através de uma Parceria Público Privada, a construção de um outro porto para escoamento de ferro. “Estamos fazendo de tudo para que os índices de 2010-2020 não seja igual ao PIB. Com certeza vamos conseguir. Com esses trabalhos, os índices serão melhores”, disse o secretário Sílvio Torquato.

Agropecuária e indústria tiveram os piores desempenhos Os setores de agropecuária e indústria foram os principais responsáveis, em 2010, pelo baixo crescimento econômico no RN. O segmento de Comércio e Serviços, ao contrário, foi o que mais cresceu na geração de riquezas, cerca de 75%, de acordo com estudo Contas Regionais do Brasil, do IBGE, que mede o crescimento econômico no país.

Embora a taxa de crescimento da economia no Estado tenha se mostrado tímida, 30,9%, entre 2002 e 2010, o levantamento aponta um crescimento de quase seis pontos percentuais, no mesmo período, quando o segmento subiu de 68,2% em 2002 para 74,3% em 2010. Ou seja, para cada R$ 4 cerca de R$ 3 compõem o PIB potiguar estão no setor de Comércio e Serviços, com faturamento superior a R$ 24 bilhões. O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Norte em 2010 alcançou R$ 32,3 bilhões. Em termos de crescimento por setor, o Comércio foi o que mais elevou sua participação no conjunto do PIB estadual. Em 2002, o comércio respondia por 9,7% do PIB do RN. Em 2010, esta participação atingiu

16,1%, segundo dados do IBGE. A abertura de novos equipamentos, como os shoppings e as políticas de isenção fiscal, adotadas pelo governo federal impactaram as vendas. O setor da indústria apresentou um crescimento de 9,4% do PIB do Rio Grande do Norte, em 2010 em comparação ao ano anterior, graças a recuperação da Economia. Apesar da elevação, a participação no PIB estadual ainda é considerada pequena.

A falta de uma política de desenvolvimento regional e de investimentos em infraestrutura portuária, aeroportuária e em rodovias é apontada pelos presidentes da Federação das Indústrias do RN, Amaro Sales, como motivadores da perda da capacidade competitiva e de atração de novos investimentos para o Estado, ao longo do tempo. “É preciso que o Estado acorde e busque novos investimentos, como fez o Ceará, Pernambuco e Bahia, invista em logística e infraestrura e crie uma política direcionada para a indústria, trace metas, do contrário vamos continuar perdendo espaço”, disse Amaro Sales.

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Natal | Rio Grande do Norte | Domingo | 25 de novembro de 2012 ALDAIR DANTAS

[ PORTARIA ] A norma é tradicional e funciona

como uma espécie de 13º salário do setor

Na bandeira 1, o quilômetro rodado custa R$ 2,15 e a bandeira 2 - que passará a ser cobrada durante todo o dia - custa R$ 3

Táxis podem cobrar mais caro durante o mês de dezembro O “ s táxis que circulam em Natal poderão cobrar “bandeira 2” no período de 1º a 31 de dezembro deste ano, de acordo com portaria da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, publicada no Diário Oficial do Município, ontem. A cobrança, que é tradicionalmente autorizada no período como uma espécie de 13º salário para o setor, poderá ser feita no perímetro urbano e em todos os horários do dia.

Na prática, para os passageiros, o que sobe é o preço do quilômetro rodado, que na bandeira 1 custa R$ 2,15 e na bandeira 2 – que passará a ser cobrada durante todo o dia - custa R$ 3. O valor da bandeirada, que é o que o taxímetro já está marcando quando o passageiro entra no carro, não é alterado. “O valor da bandeirada é R$ 4,15 tanto na bandeira 1 quanto na bandeira 2”, diz o presidente da Cooperativa dos proprietários de Táxi de Natal, Genário Torres Silva.

A frota de táxis da capital é composta por 1.010 veículos. De acordo com Silva, o preço maior das corridas no último mês do ano não

Os próprios passageiros já estão habituados com o aumento no valor do quilômetro nesse período. Eles não reclamam mais” GENÁRIO TORRES Sindicato dos Taxistas

reduz a demanda de passageiros no período. “As corridas geralmente não caem por causa dos dias de festa, do pico no comércio e do Carnatal, por exemplo”, explica o presidente da Cooperativa. “Os próprios passageiros já estão habituados com o aumento no valor do quilômetro nesse período. Eles não reclamam mais”, acrescenta.

Nos percursos realizados fora dos limites do perímetro urbano permanece inalterada a regra. Ou seja, a bandeira 1 será usada das 5h da manhã às 22h, menos em feriados, dias santos e domingo – quando vale a bandeira 2.

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Em nota oficial, líder do partido na Câmara rebate críticas feitas ao documento de mais de 5 mil páginas, que propõe o indiciamento de 46 pessoas, entre elas o governador de Goiás e o jornalista Policarpo Júnior

[ CORRUPÇÃO ]

Petistas defendem relatório da CPI rasília (AE) - Com três dias de atraso, o PT saiu em defesa do relatório apresentado pelo deputado Odair Cunha (PT-MG) com as conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. Nota assinada pelo líder do partido na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), rebateu as críticas feitas ao documento de mais de cinco mil páginas, que propõe o indiciamento de 46 pessoas, e foi divulgado na madrugada de terça-feira. Ao sair em defesa de Cunha, Tatto

B

contestou as acusações feitas pelo governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, que divulgou nota na quinta-feira com críticas pesadas ao relator. Cunha propôs o indiciamento do tucano por seis crimes. Para Tatto, a reação de Perillo é uma “tentativa desesperada de salvar seu mandato e seu governo, em razão dos vínculos estreitos e perigosos mantidos com a organização criminosa chefiada por Cachoeira”.

“O relatório demonstra com riqueza de detalhes, substanciado LÚCIO BERNARDO JR

Para Jilmar Tatto, reação de Perillo é tentativa de salvar mandato

Tucanos criticam desfecho da CPI do Cachoeira São Paulo (AE) - O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra, criticou o desfecho da CPI do Cachoeira dizendo que o relatório final - do deputado federal Odair Cunha (PT-MG) - é uma “ação deliberada contra o PSDB e o governador Marconi Perillo (GO)” e uma tentativa de o PT se defender do envolvimento de petistas com a construtora Delta - um dos pivôs do escândalo. “O relatório final apresentado é uma colcha de retalhos na qual fica reproduzida uma ação deliberada contra o PSDB e o governador Marconi Perillo, em meio à proteção dos verdadeiros envolvidos no escândalo”, afirmou o presidente tucano, por meio de nota oficial do partido distribuída a imprensa. Para Guerra, além de servir para abafar o mensalão, o relatório final busca barrar investigações que relacionem a construtora Delta ao governo federal, comandado pelo PT. A Delta realiza uma série de obras licitadas pela União. “É claro que esse relatório nada mais é do que um produto da ação do Partido dos Trabalhadores (PT) para se defender do seu amplo comprometimento com o mensalão e do receio de que a investigação da CPI do Cachoeira pudesse chegar até o campo do maior contratante da Construtora Delta: o governo federal”, disse o deputado.

Guerra fez coro às declarações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que o pedido para investigá-lo é “retaliação” por sua ação no caso do mensalão. “As iniciativas contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, são retaliações puras e simples”, avaliou Guerra.

Sobre o pedido do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, para acelerar o início dos depoimentos de envolvidos no caso conhecido como mensalão mineiro, que envolve o ex-governador de Minas Gerais e atual deputado federal do PSDB, Eduardo Azeredo, Guerra

“

O relatório é uma colcha de retalhos na qual fica reproduzida uma ação deliberada contra Perillo, em meio à proteção dos verdadeiros envolvidos no escândalo” SÉRGIO CUNHA presidente do PSDB

disse que o partido é favorável a “toda e qualquer investigação”. “ O PSDB é a favor de toda e qualquer investigação, seja determinada pelo Supremo Tribunal Federal ou em qualquer outra instância do Judiciário. Essa questão não nos diz respeito. Não procurem o PT no PSDB, porque não vão encontrá-lo”, concluiu.

A juventude do PSDB também emitiu nota criticando as declarações a favor de José Dirceu dadas pelo presidente da União Nacional do Estudantes (UNE), Daniel Iliescu. “Pela primeira vez, vimos a Suprema Corte brasileira enfrentar de fato os poderosos e puni-los conforme os rigores da lei. Se mais este escândalo do PT passar impune, os brasileiros perderão a fé na democracia”, disse Marcello Richa, presidente nacional da juventude tucana.

Na sexta-feira, o contraventor Carlinhos Cachoeira rompeu o silêncio, desde que foi preso numa operação da Polícia Federal, realizada no final de fevereiro, e disse a jornalistas que vai falar "na hora certa". "Vou colocar os pingos nos 'is'", afirmou momentos antes de entrar em uma casa em Anápolis, no interior de Goiás, para onde viajou para visitar o túmulo da mãe, que morreu quando ele estava preso numa penitenciária federal, em Mossoró.

em provas amealhadas pela Polícia Federal durante vários meses de investigação e em documentos em poder da CPMI, que o governador Marconi Perillo havia firmado, já durante a campanha que o levou ao governo de Goiás, uma verdadeira parceria política e econômica com a sociedade Delta/Carlos Cachoeira naquele Estado”, escreveu Tatto.

Na quinta, Perillo divulgou nota em que acusa Odair Cunha de ter produzido “uma peça de ficção elaborada exclusivamente

como instrumento de vingança”.”Não há revanchismo, perseguição ou espírito de vingança por parte do relator. O relatório final da CPMI retrata uma situação que já se mostrava pública.

Caberá agora ao governador explicar à sociedade brasileira o motivo que levou seu governo ser partilhado e, em grande parte, conduzido efetivamente pelo chefe de uma das maiores organizações criminosas já estruturadas no país”, rebateu nesta sexta o líder petista, na nota.

Em nota, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), afirmou que o relatório final da CPI é uma ação do PT para se defender após o julgamento do mensalão. Para ele, há uma “ação deliberada” contra o PSDB e o governador Perillo. Guerra criticou ainda o pedido de investigação do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, e o indiciamento do jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja. Para ele são “retaliações puras e simples”.

“A CPI do Cachoeira tomou um rumo incoerente e sinuoso, cujo o resultado é a não investigação.

O relatório final apresentado é uma colcha de retalhos na qual fica reproduzida uma ação deliberada contra o PSDB e o governador Marconi Perillo, em meio à proteção dos verdadeiros envolvidos no escândalo, que começa no contraventor Carlos Cachoeira e avança para as múltiplas intervenções da Construtora Delta pelo Brasil afora”, afirmou o presidente do PSDB.

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Domingo | 25 de novembro de 2012

[ SEMIÁRIDO ] Rede tem 17 estações que enviam informações sobre chuvas, volume de açudes, temperatura, podendo assim alertar com antecedência a possibilidade de inundações e secas

Cláudio Humberto E-mail: ch@claudiohumberto.com.br - www.claudiohumberto.com.br

‘Apartheid racial’ no Serpro ma estranha campanha de “recadastramento racial”, lembrando os odiosos tempos do nazismo até pelo nome, assusta os servidores do Serviço de Processamento de Dados do governo federal, o Serpro.

A campanha de “estímulo ao orgulho pela raça” é reforçada pelos dados da estatal: “dos 11 mil empregados, 485 se declaram negros e 7.617 brancos, mas a realidade da empresa é outra”, diz o setor de Gestão de Pessoas. O Serpro quer mudar a raça no cadastro.

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NEGRO À FORÇA O baixo número de negros, pela lógica do Serpro, seria motivado por “vergonha” de se declarar, instalando um racismo “ao contrário”.

“

Até que enfim esses incompetentes da CBF fizeram uma coisa boa”

DEPUTADO CRAQUE ROMÁRIO (PSB-RJ) sobre a demissão de Mano Menezes da seleção

CONFRONTO RACIAL Nas redes sociais, servidores questionam “interesses de grupos” com essa “prática abominável” na estatal e querem resposta da Ouvidoria.

Fogo amigo

Põe na conta

O senador Walter Pinheiro (BA) garante que não passa de especulação a possibilidade de assumir a liderança do governo no Congresso em lugar de José Pimentel (CE): “Devem ter soltado isso pra me queimar”.

Não será surpresa se os índios (ou seus parentes) supostamente torturados na ditadura, como apura a Comissão Nacional da Verdade, entrem no Ministério da Justiça pedindo indenização e anistia política.

DE MUDANÇA O novo presidente do STF, Joaquim Barbosa, exonerou os funcionários de seu gabinete para realocá-los em no gabinete da Presidência.

Espelhe no Brasil A chanceler alemã Ângela Merckel ficou bem impressionada com o relato do vice-presidente Michel Temer sobre o modelo brasileiro de desenvolvimento sem descuidar da área social, nem da democracia. E

sugeriu a Temer que incentivasse a presidenta Dilma a levar essa experiência na visita que fará à Rússia de Vladimir Putin, o presidente que costuma prender e arrebentar seus opositores e críticos.

ÁGUA DE BEBER O ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional) deu um tempo nas preocupações com a grave seca no Nordeste: passa férias no exterior.

Incompetência

Paz em Gaza

A estatal Infraero é mesmo uma brincadeira: há meses funciona apenas uma das cinco pontes de desembarque do aeroporto de Maceió, mal e porcamente. Sem qualquer providência à vista.

Michel Temer está aliviado com a paz negociada no PMDB da Paraíba. Os grupos do exsenador Wellington Salgado e do ex-governador José Maranhão se revezarão na presidência do partido a cada 18 meses.

INCONFORMISMO Angela Merckel pareceu inconformada com a incipiente democracia russa. Confidenciou a Temer que trataria do assunto com o líder russo.

Revezamento

Caçador

Candidato a líder do PMDB, o deputado Manoel Júnior (PB) enviou envelope confidencial aos colegas peemedebistas com 18 propostas caso assuma o cargo.

Uma delas é rotatividade anual na liderança.

Ao reencontrar o senador Fernando Collor (PTB-AL), o ministro Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) aproveitou para preencher a importante lacuna na sua coleção de autógrafos de presidentes da República.

FALANDO BAIXO Divertida, Ângela Merckel contou a Michel Temer que o russo Vladimir Putin fala alemão, “mas bem baixinho, para a gente não entender...”

Revisão cara na AGU A Advocacia Geral da União contratou a revisão dos dois veículos utilizados pelo chefe, ministro Luis Adams. O preço é quase o valor de um carro zero: R$ 42 mil por dois anos de contrato. Uma revisão comum custa R$ 300,00 por veículo em qualquer concessionária.

EM CAMPANHA Além de André Vargas (PR) e Paulo Teixeira (SP), está na disputa pela vice-presidência da Câmara em 2013 o deputado Décio Lima (SC).

QUADRADO Na expectativa de assumir comando do PSDB, Aécio Neves pediu a Domingos Sávio (MG) para frear a candidatura a líder na Câmara, e abrir lugar a Carlos Sampaio (SP).

Governo instala sala para monitorar situação de risco DIVULGAÇÃO

governo do estado anunciou o início do funcionamento de uma sala de situação para monitoramento de riscos e desastres naturais para a próxima terça-feira. O local é uma espécie de “quartel general” funcionando dentro da Secretaria de Meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) cujo objetivo é monitorar variações de tempo, de solo, situações hidrológicas e a disponibilidade hídrica dos reservatórios do estado, podendo assim alertar com antecedência a possibilidade de inundações e secas. O investimento na estrutura foi de R$ 2 milhões, dividido entre o governo do estado e Agência Nacional de Águas (ANA).

A rede de monitoramento é composta por 17 estações automáticas que enviam informações de possíveis chuvas e situação volumétrica de açudes e rios. As informações são enviadas aos técnicos na central para que eles façam suas avaliações. As estações estão localizadas ao longo das bacias do Apodi/Mossoró e Piranhas/Açu que estão sendo monitoradas porque também irão receber as águas da transposição.

O grande diferencial nessa estrutura é que as informações serão repassadas quase que em tempo real. O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Gilberto Jales, explicou que agora os dados passam a ser coletados de hora em hora e as informações chegam a sala via satélite. “Estamos saindo de uma situação em que se encaminhava um técnico a campo uma vez por mês, ele media o nível do açude, voltava para Natal, fazia os cálculos e colocava no sistema”, conta.

Segundo informações repassadas pela assessoria de imprensa da secretaria, com as informações de chuvas e de modelos hidrogeológicos que chegam ao sistema, é possível simular por exemplo a vazão de um rio, e assim os técnicos da “sala de situação” podem apontar em quanto tempo a inundação chegará a uma área de risco. A operação da sala se dará através de uma parceria entre Semarh, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn).

As bacias Piranhas/Assu e Apodi/Mossoró serão as primeiras monitoradas pela sala de si-

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Dados coletados em campo serão enviados para uma sala de monitoramento, na Semarh

“

Estamos saindo daquela situação em que se encaminhava um técnico a campo uma vez por mês, ele media o nível do açude, voltava para Natal e colocava no sistema” GILBERTO JALES Secretário da Semarh

tuação. O fato de serem as duas maiores bacias hidrográficas do estado, os maiores reservatórios do estado e, no futuro, receptoras do projeto de transposição do São Francisco, foram os critérios adotados para inaugurarem o projeto.

Par que toda essa estrutura entre em funcionamento a partir da próxima semana, o governo do estado entrou com a estrutura física e capacitação de pessoal (quatro funcionários atuarão na sala) e a ANA com os equipamentos internos. O investimento estadual é da ordem de R$ 1,2 milhão, destinado a aquisição dos equipamentos para coleta de dados.

“Nosso objetivo é ampliar essa estrutura para 40 pontos já no início do próximo ano. Hoje são 17 pontos espalhados em reservatórios e rios”, contabilizou Jales.

Semiárido do RN terá mais 2.800 cisternas O Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (Seapac) e a Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social concluíram as etapas de cadastramento e capacitação das famílias beneficiárias do Programa Nacional de Cisternas na região do Alto Oeste do Rio Grande do Norte. Nos municípios de Itaú, Riacho de Santana, Taboleiro Grande, Rodolfo Fernandes e Portalegre as cisternas já estão sendo construídas. O Programa Nacional de Cisternas é uma ação do Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), em parceria com o Governo do Estado, através da Sethas. O programa tem investimento total de R$ 4,7 milhões. O Governo do RN está investindo R$ 1,5 milhão – a título de contrapartida – por meio da Sethas.

O programa de cisternas é executado em três etapas: seleção e cadastramento das famílias; capacitação dessas famílias (sobre o uso da água e conservação dos reservatórios); e a construção, propriamente dita. Na região Alto Oeste foram contemplados pelo programa 14 municípios: Riacho da Cruz, Portalegre, Taboleiro Grande, Rodolfo Fernandes, Itaú, Água Nova, Coronel João Pessoa,

Venha Ver, São Miguel, Doutro Severiano, Luiz Gomes, Riacho de Santana, Paraná e Marcelino Vieira. Só nessa região, o programa beneficia 1003 famílias.

A cisterna é uma tecnologia popular para a captação de água da chuva. A água que escorre do telhado da casa é captada pelas calhas e cai direto na cisterna, onde fica armazenada. Com capacidade para 16 mil litros de água, a cisterna supre a necessidade de consumo de uma família de cinco pessoas por um período de estiagem de, aproximadamente, oito meses.

Serão construídas 2.800 cisternas, por meio deste convênio, em 47 municípios potiguares.

Serão contemplados os municípios de Água Nova, Almino Afonso, Antônio Martins, Baraúna, Bento Fernandes, Bom Jesus, Campo Grande, Carnaúba dos Dantas, Coronel João Pessoa, Currais Novos, Cruzeta, Doutor Severiano, Equador, Espírito Santo do Oeste, Florânia, Frutuoso Gomes, Ielmo Marinho, Itaú, Janduís, Japi, João Dias, Luís Gomes, Macau, Marcelino Vieira, Martins, Nova Cruz, Olho D´Água dos Borges, Paraná, Patu, Poço Branco, Portalegre, Riacho da Cruz, Riacho de Santana, Rodolfo Fernandes, Santa Cruz, São Miguel do Gostoso, São Paulo do Potengi, São Tomé, São Miguel, São Rafael, Senador Eloy de Souza, Serra do Mel, Taipu, Touros, Taboleiro Grande, Umarizal e Venha Ver.

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Domingo | 25 de novembro de 2012

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ENTREVISTA \ VALQUÍRIA SMITH - COORDENADORA EXECUTIVA DA ASA

“Semiárido é uma região cheia de potencialidades” JÚNIOR SANTOS

Em que contexto histórico surgiu a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) e qual sua proposta para o semiárido?

A ASA surgiu em 1999, quando aconteceu uma conferência das Nações Unidas, que discutiu o combate da desertificação, pensando o semiárido brasileiro. Neste encontro estavam reunidos chefes de Estados, que pensaram políticas públicas para essa região. À época, a ASA organizou um encontro paralelo, com organizações da sociedade civil que já atuavam no semiárido, para propor ações de convivência com o semiárido.

Lançamos, na ocasião, a declaração do semiárido, com as bases para debater a convivência com a região.

Ali nasceu a proposta do programa Um Milhão de Cisternas, que pretendia acolher um milhão de famílias do semiárido brasileiro com cisternas de captação de água de chuva para o consumo humano. Entendíamos que qualquer ação para pensar um projeto de desenvolvimento para o semiárido brasileiro passava pelo acesso à água.

Qual a proposta do 8º EnconASA no que se refere à discussão acerca da convivência com o semiárido?

Depois de doze anos de existência da ASA, que une atualmente mais de três mil organizações da sociedade civil, sindicatos, igrejas, ONGs, propomos retomada das discussões sobre a convivência com o semiárido brasileiro, as trajetórias de lutas e resistência para a superação da pobreza e a construção da cidadania. Nós queremos mais uma vez colocar em pauta esse debate e discutir políticas públicas adequadas para a região, tal como o debate da água, da terra, das sementes, da soberania e segurança alimentar, de uma assistência técnica adequada para a região, de acesso ao mercado, de economia solidária, financiamento, crédito, fundo solidário, direito das mulheres, educação, comunicação popular.

Qual a atual situação do semiárido brasileiro? Dizem que essa é a maior seca dos últimos 30 anos.

Boa parte da agricultura familiar e camponesa do Brasil vive na região do semiárido, por isso precisamos pensar políticas públicas adequadas de desenvolvimento dessas famílias.

Entretanto, hoje nos deparamos com uma série de contradições, especialmente no campo. Ao mesmo tempo em que a ASA defende propostas de desenvolvimento sustentável, solidário, onde a água e a terra possam ser democratizadas, para que as famílias possam ter uma agricultura familiar diversificada, com bases na agroecologia, ainda nos deparamos com um modelo de desenvolvimento que se contrapõe a tudo isso. O agronegócio, o hidronegócio, a monocultura do eucalipto, a mineração, os grandes projetos de transposição das águas são contradições do semiárido que geram exclusão, concentração de água, de terras. O encontro da ASA irá abordar essas questões.

Como as populações do semiárido brasileiro convivem com a seca e com as demais características do semiárido? O que mudou ao longo desses 12 anos?

Sem sombra de dúvidas, a ASA contribuiu para o debate sobre o acesso à água, inclusive para que a distribuição se tornasse uma política pública apoiada pelo governo federal, pelos governos estaduais e municipais. Isso foi significativamente importante para a mu-

A

dital – “Há 12 ou 15 anos, o olhar que a sociedade brasileira tinha sobre o semiárido

bolas e indígenas, ainda não foi resolvido, e ele é fundamental para melhorar a qualidade de vida e fortalecer a agricultura familiar e camponesa. Também são fundamentais políticas de soberania, de segurança alimentar, de distribuição de sementes.

era o de um lugar de terra rachada, de seca, de pessoas morrendo e migrando para outros locais”, diz Valquíria Smith à IHU On-Line. Apesar de a região continuar marcada por “contradições”, foi possível reafirmar “um olhar de que o semiárido não é isso. O semiárido é uma região de inúmeras potencialidades, que tem uma agricultura familiar e camponesa forte, viva, que resiste e que aprende a conviver com a seca, que é um fenômeno da natureza”, assinala. Na entrevista a seguir, concedida por telefone, Valquíria reconhece que a convivência dos sertanejos com o semiárido está melhor, mas enfatiza que o acesso à água continua sendo um desafio. “Hoje, a política de acesso à água para as famílias do semiárido é pensada através de grandes projetos e transposições de água, mas pensamos que é necessário investir em tecnologias que possam ser difusas, simples e baratas, como as cisternas de captação de água da chuva”. E acrescenta: “Essa mudança pode parecer muito simples para quem não conhece a realidade do semiárido, mas é uma mudança vital e significativa na vida dessas pessoas que andavam em média quatro ou cinco quilômetros por dia para conseguirem água para beber”. A seca atual, considerada a mais intensa dos últimos 30 anos, “mostra que muitas famílias estão passando diversas dificuldades não só por falta de água para o consumo humano, mas falta de água para a produção de alimentos”, informa. Para propor alternativas e garantir a convivência dos sertanejos com o semiárido, a ASA promoveu na semana passada o 8º Encontro Nacional da Articulação no Semiárido (EnconASA), em Januária, a 169 quilômetros de Montes Claros, região norte Minas Gerais. Segundo Valquíria, o evento foi convocado para “mais uma vez colocar em pauta esse debate e discutir políticas públicas adequadas para a região”. Valquíria Smith é coordenadora executiva da ASA pelo estado de Minas. Confira a entrevista. dança da qualidade de vida dessas famílias. Hoje, a política de acesso à água para as famílias do semiárido é pensada através de grandes projetos e transposições de água, mas pensamos que é necessário investir em tecnologias que possam ser difusas, simples e baratas, como as cisternas de captação de água da chuva. A construção de novas cisternas tem democratizado significativamente o acesso à água das famílias do semiárido brasileiro. Essa mudança pode parecer muito simples para quem não conhece a realidade do semiárido, mas é uma mudança vital e significativa na vida dessas pessoas que andavam em média quatro ou cinco quilômetros por dia para conseguirem água. No momento em que uma família tem água para o consumo humano e para produzir seus alimentos, reafirmamos que o semiárido é uma região com várias potencialidades e possíveis políticas públicas adotadas. A ASA também contribuiu no sentido de fazer com que a sociedade brasileira olhasse para o semiárido. Há 12 ou 15 anos, o olhar que a sociedade brasileira tinha sobre o semiárido era o

de um lugar de terra rachada, de seca, de pessoas morrendo e migrando para outros locais. Reafirmamos um olhar de que o semiárido não é isso. O semiárido é uma região de inúmeras potencialidades, que tem uma agricultura familiar e camponesa forte, viva, que resiste e que aprende a conviver com a seca, que é um fenômeno da natureza.

Como está o projeto“Um milhão de cisternas”? A má distribuição de água ainda é um agravante que atinge o semiárido?

Com certeza. Essa seca mostra que muitas famílias estão passando diversas dificuldades não só por falta de água para o consumo humano, mas falta de água para a produção de alimentos. O programa Um Milhão de Cisternas se tornou uma política pública do governo federal, que reconhece existir uma demanda de construção de 1,2 milhões de cisternas de captação de água de chuva. Hoje, mais ou menos 700 famílias ainda precisam ser atendidas no semiárido brasileiro. Os projetos de acesso à água precisam continuar sendo uma prioridade da política pública brasi-

leira. É preciso orçamento, previsão orçamentária para fortalecer todos os debates de acesso à água para as famílias do semiárido brasileiro.

A partir da universalização das cisternas de 16 mil litros de água para consumo humano,qual é o novo desafio da ASA e do governo brasileiro em relação ao semiárido?

O acesso à água ainda tem desafios. Ao mesmo tempo em que o governo investe em políticas públicas de apoio a cisternas de captação de água da chuva, e tecnologias de armazenamento de água de chuva para a produção de alimentos, ainda nos deparamos com grandes barragens, com grandes obras, com tecnologias que não são adequadas para resolver o problema de acesso à água no semiárido brasileiro.

Também existe um grande desafio no que se refere ao acesso à terra. O semiárido brasileiro não é só uma região que concentra água, mas também uma região que concentra terra. O acesso à terra, seja via reforma agrária, seja pelo reconhecimento das comunidades tradicionais, quilom-

“

A seca mostra que muitas famílias estão passando diversas dificuldades, não só por falta de água para o consumo humano, mas falta de água para a produção de alimentos”

“

O semiárido brasileiro não é só uma região que concentra água, mas também uma região que concentra terra”

Qual é a proposta da ASA para garantir a convivência com o semiárido a partir do uso de sementes crioulas? Essa proposta pretende diminuir o uso de agrotóxicos? Já tem algum projeto em andamento?

O uso de agrotóxicos no semiárido, assim como em outras regiões do Brasil, existe. Por isso alertamos as famílias que têm trabalhado com a ASA sobre a importância do desenvolvimento de um novo modelo baseado na agroecologia. Algumas famílias já adotaram o modelo de produção agroecológico, mas outras estão em transição, e muitas famílias precisam de formação para repensar o modelo de produção. Ao longo desses 12 anos, a ASA tem incentivado o uso de sementes crioulas e há experiências positivas na Paraíba, Alagoas, no Ceará. O uso de sementes crioulas favoreceu o intercâmbio e trocas entre as famílias.

Quais os limites das políticas de superação da pobreza e miséria no Brasil? Como vê os programas de distribuição de renda como o Bolsa Família?

Esse é um tema que podemos discutir com o governo. Entendemos que esses programas também são uma forma de distribuir renda no Brasil. Não podemos negar isso. Esses programas causaram um impacto positivo nas famílias do semiárido. Obviamente, podemos criticá-los por não serem a melhor forma de distribuição de renda, mas não podemos parar por aí. Tais programas não irão por si resolver os problemas estruturais que essas famílias enfrentam. Por isso discutimos ações estruturantes de mudança de qualidade de vida, que perpassam pelo debate sobre a terra, a água, a educação, a alimentação, a soberania de segurança alimentar, o acesso a mercados, financiamentos, créditos, diversos conjuntos de ações que de fato possam melhorar a qualidade de vida dessas famílias e fazer com que se supere a pobreza e se construa a cidadania.

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Domingo | 25 de novembro de 2012

[ FOTOGRAFIA ]

[ INFORMÁTICA ]

Vencedores do concurso do Idema

Município desenvolve parceria com a UFRN

Julgamento levou em conta critérios técnicos estabelecidos no regulamento do concurso e selecionou os vencedores por meio de sistema de votação com pontuação

VLADEMIR ALEXANDRE

Idema divulgou o resultado do concurso de fotografia “Paisagens do Ecossistema Potiguar”, promovido entre os meses de junho a outubro deste ano. Ao todo foram inscritas 365 trabalhos.

Após a apuração final, o resultado apontou como vencedora do Concurso de Fotografia “Paisagens do Ecossistema Potiguar”, a fotografia de Vlademir Alexandre, com um registro das Dunas do Rosado, em Areia Branca. Pela conquista, o fotógrafo irá receber uma premiação de R$ 3 mil.

A segunda colocação do concurso ficou com o fotógrafo Magnus Nascimento, da TRIBUNA DO NORTE, que com um registro em Lajes do Cabugi, conquistou o prêmio de R$ 2 mil. O terceiro lugar foi para o participante José Bezerra Segundo, com um registro em Martins. Pela terceira colocação, o fotógrafo receberá R$ 1 mil.

Para julgar as fotografias e selecionar as três vencedoras do certame, o Idema convidou profissionais ligados à fotografia e ao jornalismo ambiental. O corpo de jurados foi formado pelos fotógrafos Alex Gurgel, presidente da Associação Potiguar de Fotografia (Aphoto) e Marcelo Barreto, os jornalistas Tácito Costa e Camilo Torquato, além do produtor cultural Marcos Sá – que participou da comissão julgadora de todos os concursos anteriores promovidos pelo órgão.

O julgamento das fotografias considerou os critérios técnicos estabelecidos no regulamento do concurso e selecionou as vencedoras por meio de sistema de votação com pontuação.

Além das três fotografias vencedoras, a equipe julgadora selecionou outras dezessete fotos merecedoras de menção honrosa. Todas as 20 fotografias selecionadas pelo júri estarão disponíveis a partir desta segundafeira, na página do Idema, através do www.idema.rn.gov.br. No próximo ano, o Idema irá realizar uma exposição fotográfica no Parque das Dunas contemplando as vinte fotos eleitas pela comissão julgadora. Este foi o quinto concurso fotográfico realizado pelo órgão ambiental com o objetivo de mostrar as belezas de nosso ecossistema e o cotidiano das pessoas no meio em que vivem. Os vencedores de 2012 retrataram as dunas, a caatinga e as serras do RN.

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MINISTÉRIO PÚBLICO

CORREGEDORIA QUER OUVIR A POPULAÇÃO Os cidadãos que tiverem denúncias, críticas, elogios ou queiram dar alguma sugestão sobre o funcionamento do Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) serão recebidos terça e quartafeira por representantes da Corregedoria Geral, que estarão realizando correição ordinária nas unidades do MPF no Estado. A equipe responsável pela correição é composta do corregedor-geral suplente do Ministério Público Federal, o subprocurador-geral da República Edilson Alves de França, e pelos procuradores regionais da República em Pernambuco Fábio George Cruz da Nóbrega e Uairandyr Tenório de Oliveira. Na terçafeira, 27 de novembro, o atendimento ao público se dará na Procuradoria da República, em Natal, das 16h às 18h; enquanto na quartafeira, 28, ocorrerá na Procuradoria da República no Município de Mossoró, das 16h às 17h. O objetivo da correição ordinária, é avaliar a regularidade do serviço.

elhorar a gestão, tornar os serviços públicos mais eficientes e diminuir o tempo de espera dos usuários. Em Parnamirim, essas metas devem virar realidade num futuro muito próximo. No próximo ano começa a ser implantado, ainda em caráter experimental, um novo sistema de informação que, gradativamente, vai chegar a todos os órgãos da administração municipal, com o objetivo de otimizar o trabalho de cada secretaria.

O sistema está sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), através de convênio firmado entre a Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec) e a Prefeitura de Parnamirim. Júlio Gustavo, engenheiro de computação e coordenador técnico do projeto, explicou que o software é todo “georeferenciado”.

“Isso permite que o prefeito, por exemplo, tenha acesso, através de monitores instalados em seu gabinete, a todo o mapa da cidade e, pela tela, acompanhe tudo o que está acontecendo em cada área, em tempo real, com a visualização no mapa”, detalhou. O sistema, segundo Júlio, será implantado em todas as áreas de atendimento do município. Nessa fase experimental, a educação e a saúde serão as primeiras pastas a receber, a partir de dezembro, o novo software.

Quando estiver totalmente implantado, o sistema deverá provocar uma pequena revolução na gestão pública de Parnamirim. Júlio Gustavo disse que a nova ferramenta vai permitir que as secretarias troquem dados e informações entre si, melhorando a eficiência e encurtando a espera do cidadão pelo serviço.

“A unidade de saúde do bairro, por exemplo, vai ter acesso ao registro da criança na escola. Assim, não vai ser preciso fazer outro cadastro no posto. A marcação de exames poderá ser feita online e o usuário vai receber a confirmação da data via sms [mensagem de texto de célula] ou pelo telefone”.

O coordenador administrativo do projeto, Dario Medeiros, informou que a prefeitura já autorizou, para o dia 04 de dezembro, a apresentação do sistema aos secretários municipais, vereadores e a alguns servidores, num evento realizado no Centro Administrativo.

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Dunas do Rosado, em Areia Branca, deu o primeiro lugar do concurso Paisagens do Ecossistema Potiguar a Vlademir Alexandre MAGNUS NASCIMENTO

A bela fotografia de Magnus Nascimento,retratando o sofrimento da população do semiárido em buca de água,ficou em segundo lugar JOSÉ BEZERRA SEGUNDO

José Bezerra Segundo ficou em terceiro lugar com o registro do anoitecer na região serrana,uma das mais belas do Rio Grande do Norte

Domingo | 25 de novembro de 2012

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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 13

Especialista em direito trabalhista elogia proposta que estende aos empregados domésticos os mesmos direitos dos regidos pela CLT. Entre os benefícios estão o adicional noturno e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço [ CIDADANIA ]

PEC amplia direito de domésticos ALEX COSTA Repórter

or 359 a 2, deputados federais votaram esta semana a favor da proposta de emenda à Constituição que amplia os direitos trabalhistas dos empregados domésticos. Se aprovado em todas as instâncias, o projeto concederá 16 novos direitos legais como adicional noturno, horas extras e jornada máxima, além de FGTS obrigatório, previstos apenas aos trabalhadores urbanos e rurais. Para ser encaminhada ao Senado, a emenda deve ser votada ainda em segundo turno, após um intervalo de cinco sessões.

De acordo com o advogado e professor universitário de Direitos Trabalhistas, Marcelo Barros Dantas, a uniformização dos direitos

P

dos trabalhadores domésticos com os trabalhadores comuns é uma tendência mundial. “O projeto abrange todos os que prestam serviços domésticos. São jardineiros, motoristas e babás que a partir da aprovação da lei terão os novos direitos em vigor até mesmo se já estiverem no exercício da atividade”, colocou o professor.

Se passasse a valer hoje, a lei atingiria a minoria dos profissionais. Segundo dados da Fenatrad (Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas), apenas 2 milhões dos mais de 7 milhões de trabalhadores domésticos têm carteira assinada, o que representa cerca de 27% de toda a categoria.

Em todo o país, quase 95% dos 7,2 milhões de trabalhadores domésticos são mulheres. Dessas, 60% são negras. No ano passado, 73,2% delas permaneciam na in-

formalidade.

Segundo o Sindicato dos Empregados Domésticos do RN (Sinded-RN), no Rio Grande do Norte, 70% dos empregados domésticos prestam serviço na informalidade. Cerca de 120 mil pessoas atuam como empregados domésticos, um crescimento de 20% desde 2002.

Em Fortaleza, capital do Ceará, 15,2% dos empregados têm carteira assinada, 27,4% são diaristas e 57,3% são mensalistas sem registro; apenas 17,5% pagam INSS. “Essa lei vem favorecer e melhorar a qualidade de vida dos profissionais domésticos. “Não é verdade que vai haver desemprego ou que vão desaparecer os trabalhadores domésticos. Se os direitos forem devidamente pagos, eles ficarão”, ressaltou o diretor do Sinded-RN, Israel Fernandes.

GASTOS De acordo com o professor de Direitos Trabalhistas, Marcelo Barros Dantas, ainda não há dados oficiais sobre quanto os novos direitos custariam aos patrões. “É preciso entender que a emenda constitucional estende ao empregado doméstico os direitos previstos na Constituição para outros trabalhadores. Afinal, eles exercem um trabalho igual a qualquer outro e precisam ter garantias para uma aposentadoria digna no futuro”, disse.

Questionado sobre como devem ser tratados os empregados domésticos conhecidos como “diaristas” e que vão até três vezes por semana ao trabalho, Marcelo frisou que esses profissionais não podem ter vínculo empregatício, não possuindo relação de subordinação e não se enquadran-

do nas novas regras.

Apenas os empregados domésticos definidos pela lei 5859 de 1972 como aqueles que “prestam serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas” é que devem ser beneficiados com as novas regras. Além de jardineiros, empregadas fixas, babás e jardineiros fixos, os novos direitos valem também para acompanhantes de idosos e até mesmo motoristas.

REVOLUÇÃO A tendência do Senado Federal, segundo o advogado Marcelo Dantas, é de que o projeto de emenda constitucional que beneficia as empregadas domésticas seja aprovado. O prazo mínimo para votação do 2º turno na Câmara é de cinco sessões. Depois,

a PEC vai ao Senado, onde também tem que ser aprovada em dois turnos, para só então seguir para sanção presidencial.

Para Marcelo, as novas regras trarão uma “revolução” no mercado de trabalho. O pagamento de horas extras é visto como um dos principais impactos de “peso” ao bolso dos contratantes, segundo o advogado. “Se uma empregada trabalha oito horas por dia de segunda a sexta-feira, terá uma jornada de 40 horas semanais. Se aprovada a lei, deverá cumprir 44 horas”, explicou.

Se porventura o contratante não quiser fazer uso das quatro horas a mais durante a semana ou aos sábados, há ainda a possibilidade da criação de um banco de horas para que sejam usadas quando for conveniente para ambas as partes.

SEGURANÇA NO TRABALHO Conheça os 16 novos direitos dos empregados domésticos contidos na PEC aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados Garantia de salário mínimo em caso de remuneração variável;

Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e maiores de 16

Proteção do salário; Proibição de qualquer trabalho a menores de 16,exceto na condição de aprendiz,a partir dos 14

Jornada máxima de oito horas diárias e 44 horas semanais Horas extras

Indenização e outros direitos por demissão sem justa causa

Segurança do trabalho FGTS obrigatório Reconhecimento das convenções e acordos coletivos Proibição de discriminação por sexo, idade,cor ou estado civil

Adicional noturno Salário-família pago ao dependente Creche e pré-escola para os filhos de até 5 anos

Proibição de discriminação por deficiência

Seguro contra acidente de trabalho Seguro-desemprego Trabalho Doméstico Evolução da estimativa de ocupados no emprego doméstico nas regiões metropolitanas — em 1.000

650

2001 2012

80

673

120

Natal Contribuição na Previdência Social

82

89

São Paulo

Distrito Federal

30%

45%

Natal

São Paulo

49,4% Distrito Federal

PESQUISA

SALÁRIO MÉDIO É DE R$ 336 NO NORDESTE A configuração do trabalho doméstico no Brasil indica que ainda há “muito terreno” para um aumento da valorização dos profissionais que atuam na área, sem que se corra o risco de tornar a atividade restrita às camadas mais ricas da sociedade, nos moldes do que ocorre nos Estados Unidos e em países europeus. A avaliação é da diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo. Para ela, o pagamento do trabalho doméstico no Brasil é muito inferior ao valor que ele tem para a sociedade.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), mostram que o salário médio dos trabalhadores domésticos no Brasil é R$ 507, incluindo os profissionais formalizados, que têm carteira assinada, e os que são informais. A média mais elevada foi encontrada no Sudeste (R$ 587) e a mais baixa, no Nordeste (R$ 336). “Em média, as trabalhadoras domésticas no Brasil recebem menos de um salário mínimo, o que revela uma disparidade salarial muito grande”, diz Abramo.

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quadrantes

| Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

Domingo | 25 de novembro de 2012

ANA PAULA BARROS DE PAIVA [ orientadora educacional ]

O caminho para uma educação melhor ma coisa é certa: para a escola continuar em pé, a formação de gestores é indispensável. Eles precisam ter visibilidade e potencial para estimular a criatividade e a busca de novas atividades dentro das escolas. Para que isso suceda com eficácia, os professores precisarão ser estimulados a acreditar que uma determinada mudança é necessária. Isso, certamente, passa pela gestão competente de qualquer equipe de diretoria de uma unidade escolar.

O mundo e a sociedade mudaram, e nossos alunos também já não são mais os mesmos. A formação pode ocorrer continuamente na vida de várias pessoas, a todo o momento, mas elas terão que entender e aceitar a transformação que as informações vêm sofrendo ao longo do tempo.

Diante das facilidades de acessos às mais diferenciadas fontes de informação, qualquer pessoa pode estar em constante desenvolvimento e mudança. É também nesse ponto que projetos que pensem a formação de gestores e professores são ainda mais essenciais, pois é preciso que ambos se conscientizem de critérios essenciais na definição de quais fontes são ou não dignas de crédito.

Está cada vez mais evidente a necessidade de ações positivas para a melhoria do trabalho, visando atender a nova demanda de alunos. É fato comprovado

U

que eles estão cada vez mais críticos e ativos dentro de nossas salas de aula. Gestores que visam à transformação precisam ser formados para adquirir maiores habilidades para pesquisar e buscar formas de apoiar o trabalho do professor. Nesse aspecto, cabe aos professores receber as ideias, dicas e sugestões, dedicando-se, de fato, a melhorar cada vez mais o trabalho com os alunos.

Não é preciso dizer que o trabalho de um profissional da sala de aula não é jornada para qualquer um. Ele precisa ter garra e coragem, pois será facilmente desafiado pelos alunos, os quais, ansiosos por encontrarem razão de frequentarem a escola, poderão abordá-lo com questionamentos que ele nem sempre saberá responder de imediato. Dedicandose, contudo, esse mesmo professor certamente dará um jeito e levará a resposta aos seus alunos num momento posterior.

Uma boa formação poderá ajudá-lo nesse processo de inquestionável importância para a credibilidade da escola diante de seus alunos. Há vários caminhos para que a Educação se torne melhor a cada dia, e um deles se dá quando o professor se coloca no lugar dos alunos, e estes, por sua vez, o tratam com o devido respeito. Num relacionamento de reciprocidade como esse, ambas as partes identificam pontos que necessitam de mudança, o que

pode impactar a todos da escola no processo de ensino-aprendizagem.

Mais uma vez, a formação de gestores e professores se mostra indispensável, dado que o aprendizado acontece por meio de relacionamentos. Para entender a Educação de hoje, muitos esforços são realizados diariamente. Diferentemente de tudo que já é falado, esqueça o passado e o futuro, veja a sua Sala de Aula hoje, com os alunos de agora. Essa nova geração chega a todo o “vapor” na escola, e ela não pode se mostrar resistente e enfraquecida.

Por isso, mesmo que sua escola não tenha grandes recursos tecnológicos, busque alternativas para utilizar melhor os materiais que hoje você tem em mãos, pois reclamar que não tem isso ou aquilo não resolverá problema algum. Lembre-se que, primeiro, é importante saber trabalhar com o que se tem, para então dar valor ao que se virá a ter.

O Brasil é rico nas mais diversas realidades, havendo escolas com poucos ou muitos recursos. Quando nos informamos (ou formamos) mais a fundo sobre a imensidão desse nosso amado país, encontramos grandes casos de sucesso, até então desconhecidos. Talvez isso ainda ocorra porque as pessoas não estão preparadas para tantos desenvolvimentos e avanços ao mesmo tempo. A sociedade e o mundo cresceram de forma tão rápida que a Educação, infe-

lizmente, não conseguiu acompanhar na mesma velocidade. Ainda hoje vemos escolas tentando se “proteger” em metodologias passadas.

Hoje, em meio às muitas informações que são velozmente “espalhadas”, crianças e jovens aprendem em qualquer hora e lugar. Nesse novo contexto, eles estão praticamente dando “O grito de socorro”, para que urgentemente a educação seja repensada, o que pode ocorrer por meio de criação de novas metodologias. Tudo isso abre espaço à formação, à inovação e à entrada integral das Novas Tecnologias, estas que proporcionam grandes possibilidades ao professor nas escolas brasileiras.

Assim, mais uma vez a formação de gestores e professores se comprova como essencial, pois muitos ainda se sentem desafiados diante das novas tecnologias para a educação. Para se ter ideia do desafio que as escolas enfrentam quando esse assunto é abordado, muitas ainda acreditam que as tecnologias são somente os equipamentos como computadores, notebooks, Tablets e/ ou Kinects. Não, a escola que quer realmente “socorrer” seus alunos e atendê-los em suas atuais necessidades pode ver suas metodologias serem otimizadas a partir do uso pedagógico de uma simples televisão com um DVD, por exemplo.

A partir de uma boa formação de gestores e professores, enfim, pode-se ter o início da tão almejada e urgente inovação da escola, que reconhece a importância de motivar seus alunos ao aprendizado com características mais afins à realidade deles.

NELSON PATRIOTA [ escritor ]

JOSÉ ARNO GALVÃO [ advogado ]

Dois dilemas propostos pela vida literária

Gado iverte-me ler sobre o gado indiano, Gir, Nelore, Sindi, Guzerá, Indubrasil, Tabapuã, Brahman. Alguns puros, outros mestiços: uns trazidos da India, outros resultado de cruzamento, mas todos compartilhando o fato de pertencer à raça indiana, originários daquele país e do Paquistão que lhe é vizinho, dando origem a outras raças e sofrendo outros cruzamentos, de acordo com os objetivos do fazendeiro. Faz-me lembrar os velhos tempos em que não eram feitas distinções entre as diferentes raças, todas recebendo por aqui a designação genérica de Zebu, com a corcova característica.

Lembro do primeiro animal dessa espécie adquirido por Vovô José Mamede, para raciar seu pequeno plantel no sítio de “Pernambuquinho”, lá no Tibau do Sul, no local onde hoje Isabel, mãe de Jorge Galvão, mantém uma propriedade. Vovô não era grande proprietário, muito menos um dedicado criador. Criava para suplementar sua renda de professor, integrante da rede estadual de ensino, mantendo uma escola isolada que funcionava em sua casa e obrigando-o a viagens períodicas a Natal, passando por Pirangi, a cavalo. Nesse tempo, era mais curto o roteiro pelas praias, pois Tibáu ainda estava situada no antigo sítio que as águas do mar levaram e que hoje constitui um dos lugares mais fundos da barra da lagoa de Guaraíras.

Ter sido o mestre de muita gente, aliás, é a razão de ter sido homenageada sua memória dando seu nome a uma escola de Tibau do Sul. Voltando a meu assunto, recordo do primeiro touro zebu que Vovô adquiriu para misturar com seu rebanho do gado comum, gado de origem européia adaptado depois de longos anos por aqui, já que fora introduzido entre nós pelos colonizadores portugueses, uma vez que não existia nenhuma espécie de gado nativo nas Américas. Lembro da frase mesclada de orgulho proferida por Moacir de Joana Pixinho, meu companheiro de andanças por lá e que é hoje o caseiro de Isabel, casado com Das Dores, filha de Crispim, antigo empregado de Vovô. Como dizia, lembro de seu orgulho, de sua vaidade, quando me mostrou pela primeira vez o touro que pastava: “Lá está o touro zebu que Seu Zé Mamede comprou.”

Aliás, vem à lembrança uma vaca de nome Cambraia, presente de Vovô ao neto que portava seu nome, vaca que já me presenteara com sete rebentos. Cambraia, enquanto Vovô manteve a propriedade era criada lá. Depois da morte de Vovó, praticamente inválido meu avô, o gado foi entregue a Seu Matias e reproduzia normalmente. Com a morte dele, ficou sob a guarda de meu tio Ismael e, estranhamente, começou a diminuir: Não só deixaram de nascer novos rebentos, como deu a morrinha nos outros, levando-me à decisão de vender o que restava antes que acabasse.

Como o gado que povoava a região por essa época, era o mesmo descendente do gado português, que os colonizadores para cá trouxeram e adaptou-se ao nosso ambiente, vindo a chamar-se de gado pé-duro ou crioulo, com várias sub-raças: Pantaneiro, Mocho nacional, Crioulo lageano, Curraleiro e o mais conhecido Caracú. É um gado que esteve ameaçado de extinção, mas sobreviveu após intervenção da Embrapa e a persistência de alguns fazendeiros, pois passou a ser desprezado pelos criadores por conta de modismo, já que dar preferência ao gado zebuíno dava “status”, ao contrário do que ocorria com os que se dedicavam ao crioulos. A velha história de não se dar valor à prata da casa!

De qualquer maneira, o gado que ví menino ainda existe, o que, para mim, é motivo de tantas lembranças.

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o alto dos seus 79 anos, o escritor Philip Roth anunciou, dias atrás, ter encerrado suas atividades literárias, e aconselha os jovens escritores a desistirem de seguir sua profissão “enquanto é tempo” (“while you’re ahead”). E fez um desabafo: “Chega! Não sinto mais o fascínio pela escrita”. Queixou-se ainda dos sacrifícios a que se impôs durante toda a vida para produzir seus livros.

A matéria completa pode ser lida na edição eletrônica do jornal inglês The Guardian.

Roth não deve ser o primeiro escritor a ter se desapontado com a literatura, mas é seguramente um dos mais célebres dos nossos dias pela radicalidade de que se reveste sua decisão, haja vista que não se contenta em anunciar sua aposentadoria das letras; encerra nessa decisão um libelo contra o ofício a que dedicou toda a sua vida. Poderíamos ainda observar que, embora aparentemente repudie a literatura, não propôs alternativa a essa recusa, quer no seu caso pessoal, quer no que respeite a terceiros.

O caso do escritor Sérgio Sant’Anna é menos radical: escreveu poesia, há alguns anos, e hoje se considera um não poeta: “Eu só escrevi poesia – e bastante experimental – quando senti um apelo muito forte nesse sentido. Não senti mais este apelo e não me considero um poeta, embora tenha sido um, em dois casos excepcionais”. A declaração acima foi feita ao jornalista Isaac Lira, desta TN, no domingo passado, na longa entrevista intitulada “Deitado em experimentos”. O pernambucano Fernando Monteiro e o cearense-potiguar Francisco Sobreira teriam em comum com Sant’Anna o fato de terem desistido do romance.

Excetuada a possibilidade de uma blague, a fala de Philip Roth tende a ser tornar um caso notável de deserção das letras, enquanto que o de Sant’Anna fica numa posição intermédia. A importância de ambos os casos se deve ao fato de envolver dois autores que gozam de grande prestígio entre seus leitores, não importando que um tenha renome internacional, e o outro, nacional.

De fato, muitos romances de Roth continuam sendo reeditados em todo o mundo. No Brasil, há dezenas de edições de seus livros por várias casas editoriais, demonstrando que continua um autor relevante, capaz de despertar o interesse e o entusiasmo de várias gerações, sem falar nos inúmeros prêmios literários que arrebatou, como o Faulkner, o Nabokov, o Médicis, o Casa de los Asturias, o Pulitzer...

Faltou, é evidente, o Nobel, mas isso não chega a representar um prejuízo à sua obra, largamente editada, traduzida e comentada. E, quem sabe, a Fundação de Estocolmo pode lhe pregar uma peça nesses dias, conferindo-lhe o prêmio por ironia.

Quanto ao carioca Sérgio Sant’Anna, seus dois últimos livros – “O livro de Praga” (2010) e “Páginas sem glória” (2012), vêm mostrar que o escritor continua relevante no universo da prosa de ficção, não deixando margem a conjeturas sobre uma possível vocação frustrada de poeta. A Praga pós-kafkiana que emerge de seu penúltimo livro, fortemente sensualista e ainda com alguns ecos do autor de “A metamorfose” deixam transparecer uma disposição firme e confiante na literatura. O livro “Páginas sem glória”, por sua vez, tem ao menos um texto excepcional, “O milagre de Jesus”, cuja mestria lembra o Carlos Heitor Cony de “Pilatos”. O conto “Entre as linhas” é o trabalho de uma desconstrução textual à Derrida, retirando do avesso do texto sua verdadeira urdidura. Apenas a novela “Páginas sem glória” se revela previsível e plausível. Enfim, é uma novela literariamente correta, mas não brilhante.

Casos de abandono da ficção, da poesia ou de outros gêneros literários não constituem exceções entre as atividades humanas. Mas devido à visibilidade que dão a seus autores, ganham uma notoriedade momentânea, como acontece hoje com Philip Roth. Convenhamos, porém, que nada apresentam de realmente novo no campo tão pouco previsível da vida literária.

D

CLÁUDIO EMERENCIANO [ professor da UFRN ]

Descortinando o infinito s homens ignoram ou esquecem as evidências de sua destinação. A vida proporciona a cada um momentos de silêncio e reflexão, quaisquer que sejam suas circunstâncias: justas ou iníquas, dignas ou aviltantes, ternas ou brutais, pacíficas ou violentas, felizes ou amargas. Esses instantes, infelizmente perdidos e desperdiçados pela grande maioria, apontam o caminho das estrelas.

Libertam o homem de si mesmo. Exorcizam coisas passadas, amarguras, contradições, erros, egoísmos, ressentimentos, indiferenças, vaidades. Permitem vislumbrar, identificar e assimilar o sentido universal da vida: o amor. É o homem novo, no dizer de São Paulo. Incorporado indefinidamente pelo Cristo à plenitude da Luz: “Eu sou a Luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8,12). Desfrutará com Deus do amor à vida e de tudo que integra a Criação. Esse homem erradicaria, para sempre, a injustiça, a hipocrisia, o cinismo, a crueldade, a miséria, as desigualdades, a desfaçatez e a mentira. Vergonhas que infelicitam até hoje a humanidade. Evidentes no Brasil.

Ernest Renan, em sua “História do Cristianismo”, deplora as guerras, a desertificação de áreas de agricultura e pastoreio, o desmantelamento de canais de irrigação, a intolerância política e religiosa, que contribuíram para esturricar a Palestina dos tempos de Jesus.

O vale do Jordão era paradisíaco. As cidades ribeirinhas do Lago de Genesaré eram modestas, mas desfrutavam de um clima primaveril. Flores e arvores abundantes, parreiras de uvas e fruteiras nas casas emolduravam a Judéia, a Galiléia e a Samaria. Torquato Tasso, no século XVI, na admirável “Jerusalém Libertada”, relata que, à época da Primeira Cruzada (séc. XII), os europeus se surpreenderam com esses estigmas de destruição. Walter Scott, em “O Talismã” e “Ivanhoé”, também descreve os efeitos dessas lutas. Henry Rider Haggard, em “Cruzada- No reino do paraíso”, diz que, da planície coberta de flores, acima de Tiberíades ( à margem do Mar da Galiléia), avistavam-se os dois picos da montanha de Hattin, onde Jesus fez o Sermão da Montanha. As flores e a vegetação desapareceram depois que, ali, desenrolou-se a batalha final entre Saladino e os cruzados. Dai seu nome até hoje: Montanha do Massacre. Os ódios endureceram o coração e o sentir desses povos até hoje.

Quando eu tinha três ou quatro anos, espantava-me o cenário, à noite, da luminosidade de holofotes devassando os céus de Natal. Feixes de luz pareciam não ter fim. A percepção de uma criança ampliava ainda mais as proporções do espetáculo. A Guerra terminara. A explicação: sinais para algum avião que emitira um SOS. A cidade era muito mal iluminada. Dominava-me certa frustração. Já naquele tempo. Pois enquanto não me punham para dormir, encantava-me olhar as estrelas. Com o passar dos anos, adolescente, adulto, agora sexagenário e avô, sempre me arrebato ao con-

O

templar os céus à noite. Com luar ou sem luar. É como se o meu ser tivesse asas, voasse, contemplando as incontáveis e surpreendentes manifestações da condição humana. Em todos os tempos e lugares. Culturas e nações. Nos campos e “Os homens ignoram nas cidades. Nos vilarejos mais humildes, simples, onde as vaiou esquecem as dades inexistem. Até aos fanevidências de sua tásticos e impactantes centros destinação.A vida cosmopolitas, onde impessoaproporciona a cada lidade, solidão e anonimato um momentos de desfiguram a vida, conspursilêncio e reflexão, cando das relações humanas a quaisquer que sejam solidariedade, a caridade e a suas circunstâncias: humildade. Chamo a isso, de justas ou iníquas, mim para mim, de minha jadignas ou aviltantes, nela para o mundo. Sempre a ternas ou brutais, tive. É uma dádiva de Deus. pacíficas ou Assim tento perscrutar o infiviolentas,felizes ou nito. Muitas coisas me fasciamargas.Esses nam nessas reflexões, que instantes, também me remetem para o infelizmente sentido transcendental da viperdidos e da, ao inesgotável, ao Univerdesperdiçados pela so. Imagino o jovem Davi, congrande maioria, templando as estrelas nas noiapontam o caminho tes frias e silenciosas das colidas estrelas. nas na Palestina. Enquanto Libertam o homem pastoreava suas ovelhas, conde si mesmo. versava com Deus. Cantava Exorcizam coisas seus salmos. Inebriava a mapassadas, drugada com os sons suaves amarguras, de sua harpa e de sua voz. Ancontradições,erros, toine de Saint-Exupéry, Thoegoísmos, mas Merton e Teilhard de ressentimentos, Chardin reafirmaram algo que indiferenças, os homens, em sua estupidez, vaidades.Permitem persistem ignorar: a vida sovislumbrar, mente se desvenda plenamenidentificar e te com amor e paz de espírito. assimilar o sentido Há dentro da alma humana um universal da vida: o universo de sentimentos, soamor.É o homem nhos e aspirações susceptíveis novo,no dizer de São de incorporação à própria Paulo.Incorporado consciência. A ciência, destiindefinidamente tuída dessas percepções, japelo Cristo à mais alcançará a Luz: priviléplenitude da Luz:“Eu gio dos justos e humildes de sou a Luz do coração. A dimensão cósmica mundo...” do amor.

Anatole France (agnóstico) em “Crainquebille” e François Mauriac (católico) em “O Deserto do Amor”, ambos Nobel da Literatura, vaticinaram a crise atual.

Deploraram o desamor e a falsidade, que germinam decadência e desencanto.

geral

Domingo | 25 de novembro de 2012

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 15

Ao contrário de outras ofensivas militares, Israel declarou publicamente desde o início, que o objetivo era conter disparos de foguetes contra o sul de seu território, e não derrubar o governo do grupo islâmico radical

[ FAIXA DE GAZA ]

Hamas se fortalece após conflito BERNAT ARMANGUE / AE

KARIN LAUB E SARAH EL DEEB Associated Press

idade de Gaza (AE) - O grupo islâmico Hamas emergiu da batalha com a sensação de um triunfo obtido a duras penas: ao interromper sua ofensiva contra a Faixa de Gaza no momento em que interrompeu, o governo linhadura de Israel parece ter aceitado como fato, ainda que com relutância, que o Hamas não pode ser deposto a qualquer momento. O Hamas disparou foguetes em direção a Tel-Aviv e a Jerusalém e viu-se diante de ameaças de uma invasão por terra da Faixa de Gaza, mas saiu do conflito de oito dias de duração com seu poder praticamente intacto, com líderes mundiais dirigindo-se ao Oriente Médio para buscar uma solução diplomática e com importantes países islâmicos abertamente a seu lado. Ainda no campo diplomático, o Hamas acabou por sobrepujar o Fatah, facção palestina apoiada pelo Ocidente e dominante na Cisjordânia. O que ainda não se sabe é se a trégua mediada pelo Egito será capaz de pôr fim, conforme o prometido, ao implacável bloqueio israelense a Gaza.

Nas primeiras 24 horas da trégua iniciada na quarta-feira, o clima não poderia ser de maior contraste. Enquanto os palestinos celebravam com fogos de artifício e disparos para o alto, o ambiente em Israel era mais desanimado, com alguns contentes pelo fato de uma invasão por terra ter sido evitada, mas outros desapontados com o desfecho inconclusivo da operação militar.

Ao contrário de outras ofensivas contra o Hamas, Israel declarou publicamente desde o início que o objetivo era conter os disparos de foguetes contra o sul de seu território, e não derrubar o governo do Hamas.

A ofensiva começou com o as-

Autoridade palestina fica em segundo plano

C

Durante os oito dias de conflito,a força aérea de Israel bombardeou mais de 1.500 alvos supostamente ligados aos militantes do Hamas

“

O Hamas não vai ser derrubado a não ser que Israel retome Gaza, mas não me parece que essa seja uma decisão sábia” EHUD BARAK ministro da Defesa

sassinato de comandante militar do Hamas com um míssil disparado contra seu carro em movimento em 14 de novembro. Ao longo de oito dias, Israel bombardeou mais de 1.500 alvos supostamente relacionados com o Hamas e concentrou soldados na fronteira com Gaza. Mais de 170 palestinos morreram, inclusive

mais de 70 civis. Mas, apesar das ameaças, Israel não enviou tropas por terra nem mesmo depois de foguetes disparados de Gaza terem atingido áreas próximas de Tel-Aviv e Jerusalém.

Diante das críticas dos defensores de uma ação mais contundente contra o Hamas, o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, declarou depois de a trégua ter entrado em vigor que o país não estava disposto a embarcar numa aventura militar e correr o risco de antagonizar a comunidade internacional. “O Hamas não vai ser derrubado a não ser que Israel retome Gaza, mas não me parece que essa seja uma decisão sábia”, declarou Barak, um dos mais experientes estrategistas militares do país, em entrevista à Rádio do Exército de Israel.

O primeiro-ministro de Israel,

Benjamin Netanyahu, deixou em aberto a possibilidade de uma reavaliação da situação, no caso de o Hamas violar o cessar-fogo, mas ainda assim esse desdobramento parece improvável, especialmente diante das advertências dos Estados Unidos e de outros países ocidentais.

Mahmoud Zahar, um líder do Hamas em Gaza, bradava depois da obtenção da trégua que Israel “subestimou o Hamas e caiu em uma armadilha”. Outros líderes do Hamas faziam loas à melhora de seus arsenais, inclusive de foguetes de alcance mais longo e de munições antitanques contrabandeadas por túneis na fronteira com o Egito.

Mais importante que isso, no entanto, talvez tenha sido a transferência de poder no Egito. Quatro anos atrás, quando Israel invadiu Gaza, o Egito era governa-

do por Hosni Mubarak, o ditador pró-Ocidente que ajudou Israel a manter o Hamas isolado em um território cercado por terra, mar e ar. Mubarak foi deposto em fevereiro de 2011.

Hoje, o Hamas tem no presidente Mohammed Morsi, eleito em junho, um aliado. Morsi é filiado à Irmandade Muçulmana, um grupo fundado no Egito em 1928, mas cuja influência se estende por grande parte do Oriente Médio.

Diante da eclosão do conflito, Morsi emergiu como o mediador ideal, uma vez que já contava de antemão com a confiança do Hamas e pelo fato de não ser do interesse de Israel indispor-se com o mais populoso país árabe do mundo, com o qual possui um tratado de paz e mantém relações diplomáticas diretas.

O vice-primeiro-ministro de Israel, Dan Meridor, observou que seu país e o Egito compartilham preocupações com a segurança regional, assegurando que “Gaza não se transforme em um foco de instabilidade”. Nas negociações, o Egito conseguiu convencer o Hamas a aderir a uma trégua e a recuar da exigência de negociar um acordo detalhado de fronteira com Israel.

Os ganhos mais importantes do Hamas, no entanto, foram obtidos na arena política. Ministros das Relações Exteriores de todo o Oriente Médio manifestaram abertamente apoio ao Hamas, enquanto Estados Unidos e Israel admitiam, ainda que a contragosto, o papel central do grupo islâmico ao se engajarem em negociações indiretas na busca por uma solução para o conflito.

O Hamas também fez com que seu principal rival político interno, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, ficasse em segundo plano.

A disposição do governo israelense de negociar com o Hamas, sendo que no passado o próprio Netanyahu e outros primeirosministros israelenses se recusaram a ter Abbas como interlocutor em termos similares, reforça a crença de muitos palestinos de que Israel só responde à força.

Se o Hamas eventualmente conseguir concessões em um futuro acordo de fronteira com Israel, Abbas cairia ainda mais em descrédito - dentro e fora dos territórios palestinos. Com o Hamas cuidando tanto da resistência quanto das negociações, Abbas e as perspectivas de uma solução de dois Estados encontram-se no lado mais fraco, avalia o Grupo Internacional de Crises.

Numa tentativa de aquecer o mercado, governo está disposto a oferecer visto de permanência a qualquer estrangeiro que queira comprar casa ou apartamento acima de 160 mil euros

ARGENTINA

Espanha faz ‘queima’ de imóveis

Buenos Aires, 23 (AE) - O governo da Argentina anunciou hoje aumento das tarifas de eletricidade e gás para criar um fundo de investimentos no setor energético. As tarifas residenciais estão praticamente inalteradas desde 2003 e o congelamento é citado pelas companhias de serviços como o motivo por trás de apagões e cortes no fornecimento de gás.

O anúncio ocorre em momentos de uma inflação extraoficial em torno de 25%, conforme estimativas de institutos privados. O anúncio foi feito pelo ministro de Planejamento, Julio de Vido, e pelo vice de Economia, Axel Kicillof

[ ZONA DO EURO ]

PAUL WHITE / AE

CIARAN GILES Associated Press

adri (AE) - Procurando um local novo para morar? A Espanha pode te oferecer algo mais do que apenas um presente de boas-vindas.

Em uma tentativa de reduzir o estoque do país de imóveis não vendidos, o governo espanhol se prepara para conceder visto de residência permanente para qualquer estrangeiro que compre uma casa ou apartamento avaliado em mais de 160 mil euros. O país tem atualmente mais de 700 mil casas sem previsão de venda por causa do colapso, em 2008, de seu mercado imobiliário e ao seu mercado consumidor interno estagnado pela recessão econômica.

Além disso, o governo anunciou na quinta-feira outra medida que pode aumentar a população espanhola: um pacote de aceleração da nacionalização de judeus sefarditas cujos antepassados espanhóis foram expulsos da Península Ibérica há mais de cinco séculos. A estimativa é que haja mais de dois milhões de sefarditas no mundo e que milhares deles, concentrados, principalmente na Turquia e na América Latina, possam se beneficiar dessa medida.

O plano de estímulo imobiliário, revelado pelo secretário do Ministério dos Negócios, Jaime Gar-

M

Crise econômica,que mantém encalhados mais de 700 mil moradias,é alvo de protestos nas ruas

cia-Legaz, na segunda-feira, tem expectativa de ser aprovado nas próximas semanas. Seu alvo principal são os compradores chineses e russos. Apesar de destacar que o plano ainda não está finalizado, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que “a Espanha precisa vender esses imóveis” e que tirá-los do mercado poderia ajudar o país a reavivar seu devastado setor de construção.

A medida para aliviar o gran-

de número de casas não vendidas foi anunciada na mesma época em que milhares de imóveis de inadimplentes foram recuperados pelos bancos e seus moradores acabaram despejados por não conseguirem pagar as hipotecas. Na semana passada, o governo aprovou um decreto que permite que despejos sejam suspensos por dois anos em casos específicos de necessidade extrema.

A oferta da Espanha para resi-

dência permanente pode superar, em termos de preço, outros países com medidas similares, como Irlanda e Portugal, que emitem vistos para estrangeiros que compram imóveis nos valores e 400 mil euros e 500 mil euros, respectivamente. Entretanto, a Letônia, na costa báltica, oferece um negócio ainda mais barato: compradores podem ser eleger para receber o visto com propriedades que custam 140 mil euros, no caso de imó-

veis localizados na capital do país, Riga, ou 70 mil euros, para casas no interior.

A Espanha passa por uma recessão de duplo mergulho - quando o país passa por uma crise, se recupera e é assolado por mais uma recessão -, com taxas de desemprego que beiram os 25%.

Apesar disso, Rajoy afirma acreditar que uma implosão financeira foi evitada e que a economia deve voltar a crescer no final de 2013 ou em 2014. “Estou convencido de que o pior já passou”, disse ele a jornalistas após um encontro com a presidente Dilma Rousseff.

Dados do Banco Central espanhol divulgados na segunda-feira exemplificaram o estado delicado do mercado imobiliário do país.

O nível de ativos tóxicos dos bancos atingiu taxa recorde em setembro, chegando aos 10,3% do total de empréstimos. Segundo o banco, a quantia totalizou 182 bilhões de euros, no 15º mês consecutivo de aumento. Em agosto, o valor era de 179 bilhões de euros.

Os outros 16 países que usam a moeda comum europeia concordaram em emprestar para a Espanha até 100 bilhões de euros em ajuda aos bancos, sobrecarregados pelos empréstimos e investimentos “podres”. Além do empréstimo, a Espanha está sob pressão para solicitar internacionalmente ajuda para remediar sua dívida e déficit

GOVERNO REAJUSTA TARIFAS DE ENERGIA

NORUEGA

BREIVIK COMPARA PRISÃO A ABU GHRAIB Oslo (AE) - O norueguês Anders Behring Breivik, assassino confesso de 77 pessoas, acusou os carcereiros da prisão onde cumpre pena, em Oslo, de tentarem levá-lo ao “suicídio”, por o manterem em condições que o condenado descreveu como uma “mini Abu Ghraib”.

Breivik escreveu uma carta de 27 páginas em protesto e um cópia foi obtida pela Associated Press. “Se eu não fosse uma pessoa extremamente paciente, teria perdido minha cabeça por pura frustração”, escreveu Breivik,. “Mesmo assim, existem limites do que uma pessoa pode aguentar”. Breivik cumpre sentença na prisão de Ila, perto da capital norueguesa.

16 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

geral

Domingo | 25 de novembro de 2012

economia DÓLAR COMERCIAL Compra: R$ 2,0820 Venda: R$ 2,0830 DÓLAR PARALELO Compra: R$ 2,13 Venda: R$ 2,23

POUPANÇA HOJE 0,5000% CDB 7,07% BOVESPA +2,01%

SALÁRIO MÍNIMO

R$ 622,00 TAXA SELIC

7,25%

TELEFONES ÚTEIS Receita: 3232-2200 Procon Estadual: 3232-6869 Procon Municipal: 3232-9050 DRT/RN: 3220-2000

ENTREVISTA

O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho fala sobre aposentadorias.

PÁGINA 7 DÓLAR TURISMO Compra: R$ 2,0270 Venda: R$ 2,1730 EURO Compra: R$ 2,6270 Venda: R$ 2,8030

Editora: Renata Moura e-mail:renatamoura@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 25 de novembro de 2012

Queda foi registrada no Rio Grande do Norte nos últimos 10 anos e, se não for revertida, pode reduzir a capacidade de o Estado atrair investidores, segundo analistas. Possíveis estímulos a micro e pequenas empresas ajudariam a resolver o problema [ NO MAR ]

Reservas de gás caem pela metade SARA VASCONCELOS Repórter

envelhecimento dos campos de petróleo e gás natural, associado a fatores como a falta de grandes novas descobertas levaram não só a produção, mas também as reservas do Rio Grande do Norte a afundarem nos últimos dez anos.

Entre 2002 e 2011, as reservas provadas de gás natural do estado, no mar, caíram pela metade e a produção, também no mar – área que é a grande aposta da Petrobras a partir de 2013 - encolheu 63,88%. Os dados são do Anuário 2012 da Agência Nacional de Petróleo (ANP), divulgados esta semana, e avaliam a evolução no período de 2002 a 2011.

Embora não tenham relação entre si, a queda nas reservas é considerada por especialistas mais preocupante do que o declínio na produção e pode puxar para baixo a capacidade de atração de investidores para o estado.

As reservas provadas de gás natural no mar e em terra caíram 55,6% e 59,12%, respectivamente, entre os anos 2002 e 2011. A produção de gás natural, no mar, encolheu 13,59%, em 2011, se comparada a 2010. Já a produção de petróleo no mar, neste período, caiu -26,29%.

O presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo (Abpip), Anabal Santos Júnior, alerta para dificuldades em captar novos investimentos caso a queda nas reservas não seja contornada.

O coordenador do curso de Engenharia do Petróleo e Gás da Universidade Potiguar, Wendell Lopes, também considera mais preocupante a queda nas reservas.

“Novas reservas significativas precisam ser descobertas para amenizar essa queda constante nas reservas comprovadas. As atuais reservas locais podem estar chegando a um esgotamento a longo prazo”, adverte.

O Brasil tem um histórico con-

O

siderado pela Abpip como “pobre de exploração”. O país conhece apenas 6% das bacias sedimentares terrestres do país. “O portfólio de reservas é mantido com pesquisas de novos campos e novas concessões, à medida que isso não acontece e os existentes vão se exaurindo a tendência é declínio”, observa.

A situação, segundo ele, se agravou devido a dois fatores: as atenções voltadas para a exploração da camada do pré-sal e a não realização de novos leilões, nos últimos seis anos.

“Como a indústria do petróleo é de longo prazo, os efeitos de decisões de hoje só tem reflexo em cinco, dez anos. A queda nas reservas é fruto negativo da falta de leilão”, analisa Santos.

Pela dimensão e importância do pré-sal foi necessário criar uma série de ajustes regulatórios e legais. A composição de uma nova política de distribuição dos royalties do petróleo do pré-sal - fator condicionante para a realização do leilão da ANP – acabou adiando a rodada de leilões, prevista agora para 2013. "Há uma debandada de investidores devido a indefinição do leilão", diz Anabal.

A solução de retomada de campos maduros passaria por uma política nacional de fomento para a pequena e média empresas.

“A Petrobras cuidaria dos grandes investimentos do pré-sal e abriria concessões para as empresas independentes explorarem campos menores”, defende ele. No Brasil, são 40 empresas independentes, que respondem por 0,1% da produção nacional e geram 2,6 mil empregos diretos e indiretos.

A TRIBUNA DO NORTE procurou desde a última terça-feira, via telefone e e-mail, a Petrobras, que não disponibilizou porta-voz, tampouco respondeu, até o fechamento desta edição, na sexta-feira, os questionamentos enviados.

LEIA MAIS O declínio das reservas e da produção,em números.

Página 3.

DIVULGAÇÃO

Anabal Jr.: É preciso abrir concessões para empresas independentes

2

economia

| Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

Domingo | 25 de novembro de 2012

LUCIANO RAMOS [ Procurador do MPJTCE/RN e Mestre em Direito do Estado pela PUC/SP]

Negócios &Finanças LUIZ ANTÔNIO FELIPE laf@tribunadonorte.com.br

Discriminação dos tributos as contas de luz já existe a discriminação dos tributos e das contribuições como o ICMS e a Taxa de Iluminação Pública.

Portanto, o Projeto de Lei 1472/07, que determina que as empresas informem o valor dos impostos embutidos nos produtos e serviços aprovado pela Câmara dos Deputados, não é nenhuma novidade. Será uma mudança radical se o consumidor se conscientizar que esse dinheiro, chamado de imposto, tem dono e destino certo: educação, saúde, segurança e obras públicas. Seria a maior de todas as mudanças, a do comportamento do contribuinte.

N

ESTRANGEIROS Os executivos que chegam, ao Brasil sentem muitas dificuldades. Uma delas, segundo a Folha de S.Paulo, é encontrar escolas bilingues para os filhos. Pagam até R$ 2 mil pela mensalidade, enquanto outros preferem deixar a família no país de origem. O Brasil ainda é um destino para poucos executivos, mas a tendência é de crescimento.

Reação

Shopping

Enquanto as grandes empresas, principalmente, as multinacionais estão chiando contra a decisão do governo de reduzir a conta de luz a partir de 2013, grande empresários brasileiros estão apoiando. O presidente do grupo Gerdau e o presidente da Fiesp estão na linha de frente no apoio ao governo. Os empresários prometem reduzir os preços na ponta (consumidor).

A primeira loja da rede Americanas Express em Natal será inaugurada no próximo dia 28 (quarta-feira). A loja terá 375 metros quadrados e ficará ao lado da agência do HSBC, de frente para a avenida Roberto Freire, no Shopping Cidade Jardim. Natal será o segundo mercado do Nordeste a receber a grife, que abrirá a oitava loja na região. As outras sete ficam em Pernambuco.

TURISMO A crise do subprime fez uma estrago danado nos Estados Unidos. Calcula-se que em Miami tem ainda 6 mil imóveis à venda por menos de US$ 100 mil, uma pechincha.

Crise dos município Na próxima semana, na primeira parcela do Fundo de Participação do mês de dezembro, virá um montante de 1% acima do repasse normal (mais de R$ 1 bilhão), para os prefeitos pagar o décimo terceiro. Mas, esse percentual pode aumentar para 2%. De janeiro

a novembro deste ano, as 5.564 prefeituras receberam um acumulado de R$ 57 bilhões. Enquanto isso, o governo da União arrecadou, neste mesmo período, um total de R$ 932 bilhões, o que evidencia um repasse ínfimo de 6,2% para as contas das prefeituras.

PAGAMENTO Na próxima sexta-feira (30), a iniciativa privada pagará a primeira parcela de 50% do décimo terceiro salário. Também estarão pagando os salários os estados e municípios e o próprio setor privado, deflagrando o ciclo natalino. Amanhã, o INSS paga a segunda parcela do 13º salário aos aposentados e pensionistas colocando mais R$ 11 bilhões na economia.

1

A Fapern completa nove anos lançando 10 editais e chamadas públicas,uma grande oportunidade para os pesquisadores.São programas de apoio à pesquisa científica e tecnológica envolvendo as universidades públicas do estado,professores e alunos do ensino médio da rede pública estadual e,ainda chamada pública para oferta de cursos de formação em tecnologia.

2

O carro básico da Hyundai, o HB 20,está na liderança desse mercado, concorrendo com o March,da Nissan e com o Etios,da Toyota.Tem agora o Ônix,da GM, também no mesmo patamar.

São compactos entre R$ 29 mil a R$ 32 mil (1.0),que atrai o consumidor e com filas de espera.

3

Depois de garantir a compra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT),a CBTU RN quer mais recursos para a melhoria do sistema de trens da região metropolitana. A proposta é demolir as estações existentes para construção de outras novas paradas para comportar o maior fluxo de passageiros dos VLTs na capital.

OPORTUNIDADE O Senac/RN realiza curso exclusivo no Brasil para certificação de professores de inglês. O curso habilita o participante a ensinar em escolas do Brasil e exterior, através do Parceiro exclusivo do Programa TEFL Internacional Certification. O treinamento ocorrerá de 7 de janeiro a 2 de fevereiro de 2013, no Centro de Idiomas do Senac, no bairro do Alecrim, em Natal. São oito horas diárias de aulas, ministradas por treinadores do TEFL Internacional. Outras informações pelo telefone 4005-1000.

REGIME O spa Termas Center, na praia de Rio do Fogo, anuncia suas próximas turmas para o fim de ano e as férias de verão. Em dezembro o spa vai acontecer no período de 7 a 16 e, em janeiro, três turmas, sendo a primeira de 2 a 11, a segunda de 11 a 21 e, a terceira, de 22 a 1 de fevereiro. A turma de fevereiro será no período de carnaval, de 8 a 17. Mais informações: 3211-7308, 9135-3820 ou 9986-3418 ou pelo site www.spatermascenter.com.br POBREZA Avaliar padrões de pobreza e exclusão social dos municípios brasileiros, com base em indicadores de privação de serviços essenciais e renda é o objetivo do estudo “Mapa da Exclusão Social no Brasil: radiografia de um país assimetricamente pobre”, que acaba de ser republicado pelo Banco do Nordeste. De autoria do professor José de Jesus Sousa Lemos, da Universidade Federal do Ceará. A nova edição (3ª) adota uma metodologia diferente, com apenas três indicadores: Passivo em Educação, Passivo em Renda e Passivo Ambiental. O livro está disponível para download em PDF na seção “Estudos e Pesquisas/Publicações do Etene” do portal www.bnb.gov.br ou diretamente no link http://bit.ly/UESVzc.

Ministério da vergonha adverte: corrupção mata!

Enquanto os homens exercem seus podres poderes, morrer e matar de fome, de raiva e de sede são tantas vezes gestos naturais” (Podres Poderes, Caetano Veloso) m recente declaração, a Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou que atrasos em obras públicas faziam parte da regra do jogo, à medida que fazia o balanço das obras do PAC e constatava a flagrante incompatibilidade entre o planejado e a dura realidade de sua execução. Com este arroubo de sinceridade, do alto de seu relevante cargo público de gestão, a ministra deu azo a diversos questionamentos desde a causa deste problema tão natural aos olhos de Sua Excelência, passando pela postura daqueles que o deveriam enfrentar, culminando na ausência de perspectivas quanto à mudança deste fato.

Das diversas análises que podem ser feitas a partir desta afirmação, destaco a autocomplacência comum ao brasileiro com as suas mazelas, bem como a capacidade que temos de transformar a exceção em regra e com ela conviver na mais perfeita harmonia, como se normal fosse.

Infelizmente, os atrasos em obras públicas, que são muito mais consequências do que causas deste estado de coisas subvertido, não ingressaram sozinhos nas regras do jogo, haja vista a variável da corrupção, muito mais nefasta, de há muito estar a elas incorporadas.

O impacto econômico desta mazela atinge dezenas de bilhões de Reais por ano só de recursos drenados dos cofres públicos e que acabam por fazer turismo em paraísos fiscais mundo afora, enquanto curtimos nossa normalidade vista passivamente.

Mais do que isto, a incorporação da corrupção como engrenagem desdentada do sistema compromete toda a sua eficiência, a final de contas, porque as empresas iriam se digladiar em uma competição por gerar melhores resultados, se podem comprar favores do Poder Público? Porque aqueles que

E

têm acesso aos donos do poder se esforçariam por aperfeiçoar-se se há tantos cargos comissionados à disposição? Como não sucumbir aos achaques de administradores públicos corruptos, optando por concentrar esforços na melhoria do mérito, quando muitas vezes a propina é a única chave para destravar o sistema? À evidência, não são todas as empresas que crescem no lado sombrio desta realidade, nem todos os ocupantes de cargos comissionados estão lá por trocas de favores, mas os números daqueles que assim o fazem só crescem e comprometem ainda mais a economia e o desenvolvimento de pessoas.

Quero crer que eles ainda sejam exceção, mas se nada for feito, não demorará a tardar o momento de inflexão, quando a então barreira para imprescindíveis avanços poderá tornar-se âncora.

Regra efetivamente ainda não o é, ao menos de maneira declarada, mas indícios de “normalização” do desvio ético são colhidos no nosso cotidiano, que vão além dos números visíveis deste prejuízo econômico, ao ponto de já ter ouvido de um empreiteiro, jocosamente, mas com base em fatos, que não participa de licitação cujo edital não tenha sido elaborado por ele, o que denota o quanto o sistema propicia a busca pela eficiência.

Na mesma linha, ao ser indagado porque exigia mais “comissão” do que o fornecedor de leite de um município, um construtor fundamentou racionalmente sua posição com o inafastável argumento de que se ele colocasse água no cimento a obra iria ruir. Tudo isto demonstra o quão normal a corrupção se tornou na maneira brasileira de fazer negócios.

Relativamente ao tamanho do problema, extremamente tímida tem sido a reação de nossa sociedade, inclusive com grandes riscos de retrocesso. Basta ver que 145 projetos de lei de combate à corrupção permanecem inertes no Congresso Nacional, com destaque para o que visa punir severamente corruptores, cujo entrave advém daquelas empreiteiras que só sabem atuar sob estas re-

gras. Enquanto isto, comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou no último dia 20 de novembro Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para conter as investigações criminais levadas a cabo pelo Ministério Público, retirando-lhe esta atribuição reconhecida pela Constituição e pelo Supremo Tribunal Federal, a qual ficaria adstrita às polícias judiciárias.

Diante de fatos como estes, haveremos de indagar se efetivamente há um problema no Brasil de excesso de investigação ou mesmo de multiplicidade de investigadores? Concentrar parcela dos meios de apuração da corrupção em número menor de órgãos não redundaria no enfraquecimento do seu combate? Os danos causados pela corrupção não tornariam premente o recrudescimento da sua contraposição?

Mas ao invés de efetivamente refletirmos sobre isto e contra ele agirmos contundentemente, preferimos encarar tudo como normalidade, desde que não venha um embaixador estrangeiro, sobretudo se for norte-americano, dizer que a corrupção é endêmica no Brasil, pois, como afirmou Santo Agostinho, não temos medo do pecado, mas, sim, que os outros saibam quem nós pecamos. Mais fácil atacar quem acusa, quem denuncia, do que buscar a correção das distorções do sistema, da mesma forma que é mais fácil encarar os atrasos de obras públicas como normalidade do que traçar e executar planos para se contrapor a esta situação.

Em adendo a esta postura leniente, ainda há quem considere que crimes contra a Administração Pública violentem menos a ordem jurídica, a exigir sanções menos graves, de cunho patrimonial, sem restrições à liberdade, não passando tudo de um jogo de apostas, onde a probabilidade do entesouramento do desviado é garantida pela ineficiência do combate às “normalidades” empurradas goela abaixo. E seguimos tranquilamente com as nossas potencialidades muito longe de serem efetivamente colocadas em prática.

JOSÉ CHAPINA ALCAZAR [ Empresário contábil e presidente do Sescon-SP ]

Burocracia demais, crescimento de menos economia brasileira registra grande relação de interdependência entre os setores econômicos privados estabelecidos em solo nacional e a regulação estatal, pois estes se mantiveram historicamente dependentes e/ou prisioneiros de incentivos, subsídios, protecionismos e regulamentações governamentais. Em geral decidido a toque de caixa e de maneira pontual, esse escopo burocrático e legal tem resultado da necessidade de se atender ora a um segmento econômico de maior força política, ora a uma demanda de equilíbrio fiscal, e muitas vezes a ambos.

A lógica permanece arraigada; um dos exemplos mais visíveis está no Plano Brasil Maior, conjunto de mecanismos “intervencionistas” pelos quais o Governo Federal tenta blindar o País contra a crise internacional, mas sem que se articulem estratégias e metas de curto, médio e longo prazo a todas as atividades econômicas.

A interdependência entre o Estado e o Capital revela-se, portanto, como característica peculiar à economia brasileira. Se, neste momento, o Brasil exibe indicadores bastante positivos, por outro lado se mantém praticamente estacionado em competitividade pelo excesso de obrigações acessórias.

Redundância e burocracia, além do excesso de contribuições, taxas e impostos, predominam sobre esta relação entre o Estado e a organização empresarial no Brasil. O excesso de obrigações acessórias impõe sobrecarga de tarefas, eleva custos, compromete a produtividade e segura o País no andar de baixo da competitividade. A posição brasileira subiu da 53ª para a 48ª no Relatório de Com-

A

petitividade Global 2012-2013, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, mas ainda é superada pelo Chile e o Panamá, por exemplo. E despenca quando são observadas variáveis como excesso de regulação governamental (144ª posição) e desperdício em gastos (111ª posição).

Segundo pesquisa do Banco Mundial e da PricewaterhouseCoopers, as empresas no Brasil gastam 2,6 mil horas por ano, ou 108 dias corridos, apenas para cumprir com essas obrigações. É mais que o dobro do tempo que gastam, na média, as organizações do mundo todo. Veja-se o caso mais recente da nova Lei Federal no 12.692, que acaba de impor mais um compromisso aos empresários, o de prestar contas mensais aos seus trabalhadores dos recolhimentos junto ao INSS não somente acerca da retenção de 11% sobre os salários, como também do recolhimento de 20% sobre a folha.

Ora, qual o sentido da nova lei se há um Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), que deve registrar a quitação de cada pagamento mensal, trimestral ou anual de cada contribuição, taxa e imposto recolhidos pelas empresas?

Mas a insensatez parece não ter limites, especialmente quando defrontada com os esforços sinceros do Governo Federal contra a ameaça de crise econômica. A Receita Federal acaba de instituir nova obrigação acessória, a Instrução Normativa nº 1.277, que obriga pessoas físicas e empresas estabelecidas no Brasil a informar ao órgão sobre transações realizadas com estrangeiros e que impactem em seu patrimônio. Cada mês de atraso no en-

vio dessas informações renderá ao contribuinte multa de R$ 5 mil, acrescida de 5% do valor embutido na operação.

O Sescon-SP apresentou recentemente à Receita Federal ofício em que solicita revisão de toda essa agenda de obrigações e mostrou ao órgão, por exemplo, que parte das multas resulta de atrasos decorrentes justamente de falhas do sistema da Receita, sobrecarregado com tanta demanda sobre o contribuinte. Mas é o caso ainda de se perguntar qual o destino dado aos propósitos iniciais da Receita de eliminar algumas contribuições, como a DIPJ, DCTF e DACON, quando implantou o SPED Contábil e Fiscal?

Ao contrário, o órgão federal agregou outras como FCONT, DACON Mensal e DCTF Mensal. Desta forma, a somatória de siglas que atormentam as empresas incorporou novos componentes, com mais custos. As principais são DACON, DAS, DASN, DASN-EI, DCTF, DECRED, DIMOB, DIPJ, DIRPF, DOI, FCONT, GFIP/SEFIP, RAIS, RTT, SINC, SINTEGRA e SPED Contábil e Fiscal, entre outras.

A eliminação de algumas dessas obrigações e a racionalização dos sistemas somariam grandes resultados às atuais estratégias econômicas do Governo Federal.

A “Nova Economia Informacional” exige o enxugamento das regulações, pelo próprio dinamismo das relações que cruzam o planeta em questão de segundos.

Não há muito tempo, pois as empresas brasileiras já aprenderam que existem hoje outros países onde são bem-vindas, bem tratadas, e para lá transferem seus parques produtivos, encerrando as atividades nessa terra brasilis.

MOISÉS FRY SZNIFER [ Professor dos programas de mestrado e doutorado da FGV ]

Gestão de empresa é gestão do sujeito uito por conta do que foi praticado durante décadas nas escolas, ainda há o resquício nas corporações de privilegiar o racional e deixar à míngua o emocional. Todavia, as universidades estão começando a entender que o que sentimos tem tanta relevância quanto o que pensamos. Talvez, o maior exemplo dessa mudança seja dado pela Harvard Business School, a qual alterou o layout de suas salas de aula, substituindo os auditórios por mesas para conversas em grupo. Este novo formato faz com que o professor deixe de ser o responsável por ensinar e passe a ser um facilitador da aprendizagem.

As instituições de ensino passam por uma rápida transformação, proporcionando ganho aos são os alunos, pois estes sairão mais preparados para o mercado de trabalho e aptos

M

para se tornarem futuros líderes dentro das corporações. A tendência que começa a ser seguida faz com que a formação e a metodologia de um profissional não estejam mais em questão. Elas são pressupostas. O empregador não questiona o que é sabido sobre finanças e economia ou quais as habilidades para se resolver problemas técnicos. Ele escolhe as pessoas que estão mais habilitadas a lidar com a inteligência emocional, as atitudes e o trabalho em grupo, fatores fundamentais para a qualificação de um possível líder.

Essa evolução no processo de formação faz com que os novos gestores tratem e sejam tratados como sujeitos. Mas o que fazer com os profissionais mais antigos, que ainda enxergam “objetos” dentro do ambiente corporativo? Essas pessoas têm de buscar um desenvolvimento, seja por autoconhecimento ou

com ajuda externa, para aprender a lidar com as emoções, e não mais lutar para eliminá-las.

Emoções são processos neurológicos inerentes e inevitáveis pelo ser humano, que há de lidar com elas para não ser seu “escravo”. Assim como a batida de nosso coração, elas ocorrem inconscientemente, sem a necessidade de nosso comando.

Para se adequar a essa nova tendência, o profissional de administração de empresas deve buscar constantemente o desenvolvimento da capacidade de sentir, criar, evoluir, inovar, para não se tornar obsoleto em relação aos concorrentes. Seguindo três passos primordiais, certamente, ele terá um avanço quase que imediato: conheça a si mesmo; saiba cuidar dessa pessoa que você é e conhece; e respeite sua emoção e seu sentimento, para que não fique só restrito à razão.

economia

Domingo | 25 de novembro de 2012

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3

[ NO MAR ] De acordo com dados divulgados pela Agência, há registros também de recuo acima de 50% nas reservas

BATE-PAPO

de gás no Ceará , em 10 anos. Na comparação entre 2010 e 2011 estados como Sergipe e Bahia também caíram

Jean-Paul Prates »presidente do Cerne

Perdas de petróleo e gás não são exclusividade do RN, diz ANP

“Há interesse e não estamos esgotados”

JÚNIOR SANTOS

queda nas reservas provadas e produção de petróleo e gás natural não é um fato isolado no Rio Grande do Norte, no período entre 2002 e 2011. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), que divulgou o Anuário 2012, há registros também de recuo nas reservas de gás no mar nos estados produtores Ceará (-19%), Sergipe (10,22%) e Bahia (-9,36%), na comparação 2011-2010.

Tais bacias são classificadas, pela ANP, como bacias maduras, em estado adiantado de exploração e produção e cuja produção se encontra em declínio. Tanto a redução nas reservas como na produção já eram esperadas, segundo o ex-secretário estadual de Energia e presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), JeanPaul Prates.

Sobretudo na Bacia Potiguar, a ANP alega que a variação entre as reservas provadas no período de 2002 e 2011, é cerca de 80% devido à produção realizada (redução do “estoque original”), o restante (20%) deu-se em função de revisões (reavaliações) realizadas pelas empresas operadoras das concessões.

Para o coordenador do curso de Engenharia do Petróleo e Gás da Universidade Potiguar, Wendell Lopes, é normal que exista esta queda. “Com o passar do tempo, a contínua produção de petróleo, associada à ausência de descoberta de novas reservas significativas faz com que quedas de produção como esta sejam esperadas”, explica.

Para o professor, projetos desenvolvidos pela Petrobras para injetar vapor e estimular a produção nos campos produtores que atingiram a maturidade, associados a investimentos na exploração de águas profundas “vão fazer o RN retomar o crescimento na produção de pe-

A

tróleo e gás natural”.

A queda na produção do gás, de -13,59% no mar e crescimento de 0,99%, em terra, entretanto, não é preocupante. “Grande parte do gás produzido é comercializado. Além do que há investimentos para exploração em águas profundas”, afirma.

O número de poços produtores de petróleo e gás no mar caiu 13,59% entre 2010 e 2011, no Estado, passando de 103 para 89.

A variação pode ser atribuída, de acordo analise da ANP, a manutenção ou paralisação de poços. Em 2012, a média de poços marítimos produtores no RN é de

O que pode ser feito para reverter essa situação?

Deve se pensar o setor, rever as questões de politicas setoriais, fazer o levantamento das necessidades da Petrobras, dos fornecedores e das empresas independentes para formar um ambiente saudável em bacia madura. Não há falta de interesses. A própria Petrobras não quer sair desse nicho, porque quer desenvolver tecnologia em terra e na margem equatorial, que vai das bacias de Natal ao Amapá. A Margem Equatorial é uma das grandes vedetes do leilão da ANP, em alternativa ao pré-sal. E o RN tem boas chances de servir de base de operações para a Petrobras. Outra coisa para a retomada é conciliar os interesses entre a Petrobras e os produtores independentes.

“

A contínua produção e a ausência de descobertas significativas fazem com que quedas de produção sejam esperadas”

O que esperar do leilão da ANP? Uma nova onda de investimentos, o que pode gerar um novo impulso exploratório, desde o zero, de áreas virgens, e descobrir novas potencialidades. Não diria de pré-sal, não há como dizer. A rodada da ANP é importante no sentido de difundir informações e aumentar as apostas, provocar uma arejada de ideias sobre a geologia da região.

Não estamos esgotados, devemos arejar o processo e ver o acesso democrático às oportunidades.

WENDELL LOPES Professor da UnP

93 poços por mês.

Em contrapartida, a produção de gás no Espírito Santo (parte da bacia de Campos e Espírito Santo) atingiu um crescimento de 62% no mesmo período, como resultado de atividades exploratórias, relativamente recentes, com descobertas significativas.

De acordo com a Agência, contribuíram para o aumento da produção o início de produção dos campos de Camarupim Norte e Canapu, e o incremento de produção de alguns campos marítimos, como por exemplo Peroá, Jubarte e Cachalote.

Como você analisa essa queda nas reservas e produção em petróleo e gás natural? É um perfil natural de produção declinante, de poços maduros.

O mar,que é a maior aposta com exploração em águas profundas a partir de 2013, tem demonstrado os mais baixos desempenhos no RN. Isso não quer dizer que as áreas onde houve declínio, ou os métodos de recuperação não surtiram o efeito desejado. Quais forem os motivos que só a Petrobras sabe comentar. Em 1996, a Bacia de Santos também apresentava baixo desempenho, e foi área que depois se configurou como de pré-sal.

No Rio Grande do Norte, a Petrobras pretende iniciar a exploração em águas profundas em 2013

RITMO DO PETRÓLEO E GÁS NATURAL Números relativos a reservas e produção.

Reservas totais de petróleo - 2011 (milhões de barris)

23.081,5

Produção Petróleo (mil barris) - RN 25.083

Ranking

17.868

3.810

1.949,3

351,3

597,2

RJ

SP

BA

211,4 77,3

319,4

RN

SE

17,6

AM

ES

21,2

CE

2.914

2002

2010

Terra

Mar

18.595

2.808 2011

Produção Petróleo - RN Variação (%) 2002/2011 2010/2011 Terra -25,7 Terra +4,07 Mar -26,29 Mar -3,63

Estado Alagoas Amazonas Bahia Ceará Espírito Santo Rio de janeiro Rio Grande do Norte Sergipe São Paulo

Valor (mil R$) 29.640 182.530 195.641 13.401 552.694 2.469.076 205.981 132.115 58.635

Reservas provadas de gás natural - RN

Reservas Provadas – São as reservas de petróleo e gás natural com comprovada recuperação comercial dos reservatórios descobertos e avaliados

Participação Especial – Quando a produção de petróleo e gás natural é de grande volume e rentabilidade,recolhe-se uma receita adicional, denominada de participação especial (PE).Uma compensação financeira extraordinária devida pelos concessionários de exploração e produção.

Royalties – Compensação financeira devida pelos concessionários,por cada campo, paga mensalmente a partir do mês de início da produção.É distribuída entre Estados, Municípios,Comando da Marinha do Brasil,Ministério da Ciência e Tecnologia e Fundo especial do Ministério da Fazenda.

Variação (%) - 2010/2011 -0,20 35,71 23,53 11,04 85,83 21,83 29,60 24,20 223,07 Reservas provadas de gás natural – Estados Produtores Variação (%) - 2002-2011

17.221

AL

Entenda o que é?

Reservas Totais – É a soma de todas as reservas provadas, prováveis (cuja análise dos dados geológicos indica incerteza quanto a recuperação,em relação as reservas provadas) e possíveis (cuja análise dos dados geológicos indica incerteza quanto a recuperação,em relação as reservas prováveis).

Fonte:Anuário ANP 2012

Royalties Distribuídos – 2011

8.676 3.585 2002

1.418 2010

7.645 1.464 2011

Terra (milhões m³) Mar (milhões m³) Variação (%) 2002/2011 2010/2011 Terra -59,16 Terra +3,26 Mar -55,60 Mar -11,88 Reservas provadas de gás natural – Variação (%) 2010-2011 – Nordeste Estado RN CE AL SE BA

Terra 3,25 5,2 37,94 6,97

Mar -11,88 -19 -9,55 -10,22 -9,38

Estado AM CE RN AL SE BA ES RJ SP

Terra 19 -59,16 -47,7 +74,75 -60 -60 -

Mar -63,88 -55,60 -12 -39,81 +234 +201 +114 +1.419,53

Participação Especial Beneficiários ( R$) Rio de Janeiro

4,5 bilhões

Espírito Santo

509,2 milhões

Amazonas

47,7 milhões

Rio Grande do Norte

10,6 milhões

Sergipe

10,1 milhões

Bahia

1,7 milhões

Poços produtores de petróleo e gás - RN Ano Terra Mar 2002 3.863 109 2010 3.808 103 2011 3.804 89 Variação (%) - Número de Poços produtores de petróleo e gás - RN (2010/2011) Terra

Mar

1,47

-13,59

ES +62,94

Produção de gás natural – Mar Variação (%) - 2010/2011 Entre 2002-2011,a queda no RN foi de -63,88%,na produção de gás natural no mar.

BA -33,65

CE -27,08

RN -13,59

AL -7,13

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economia

Domingo | 25 de novembro de 2012 ALDAIR DANTAS

EMANUEL AMARAL

[ PETRÓLEO ] Nova forma de divisão dos recursos não é prejudicial ao RN, diz a SE.

Estado não prevê perdas com mudança nos royalties O Rio Grande do Norte apresentou queda na produção de petróleo de 25% e 26,29%, em terra e mar, respectivamente, segundo a ANP, no período de 2002 a 2011. Em comparação com 2010, houve aumento de 4,07% na produção em terra em 2011 e declínio de 3,63%, na produção no mar, no mesmo período. A variação, entretanto, não interferiu na arrecadação do royalties, que registrou crescimento de 29,30%, entre 2010 e 2011.

Nesse período, o Rio Grande do Norte ficou com R$ 205.981 mil.

A composição do royalties depende do preço do barril de petróleo e taxa cambial, além da produção.

Uma mudança aprovada no inicio do mês pela Câmara dos Deputados, que prevê uma nova forma de distribuição dos recursos entre os estados, também não deverá trazer impactos negativos. Ao contrário, segundo o secretário estadual de tributação José Airton da Silva, que considera a situação do Estado “bastante cômoda”.

“Se não houver alteração, o Estado não sai prejudicado. Se for sancionada pela presidenta Dilma Roussef, o RN passa a contar com uma arrecadação que antes não tinha”, disse em referência a participação especial.

Ou seja, mesmo com redução de 26,25% para 20% na fatia de royalties destinada aos estados produtores, o Rio Grande do Norte é compensado por um fundo especial.

Caso seja aprovada a redistribuição da participação especial, o RN passará a receber, o que até não recebia. Hoje, 50% da participação especial vai para a União. A outra metade é distribuída entre os estados (40%) e municípios (10%) produtores em larga escala.

Pela proposta aprovada na Câmara, os estados contemplados com a tarifa hoje terão 32% da participação especial em 2013, e 20% em 2020. Os municípios receberão 5% da participação em 2013 e 4%, em 2020. Na nova partilha, os 10% que sobram serão destinados, em 2013, ao Fundo Especial dos Estados e do Distrito Federal.

Os efeitos, segundo o professor Mario Jesiel, integrante do projeto de pesquisa de Royalties da UnP, não serão imediatos. “Com o auge da produção do pré-sal, daqui a uns 10 anos, serão percebidos os aumentos na receita dos royalties de petróleo”, diz ele. Para ele, poderá ocorrer redução na arrecadação dos royalties a longo prazo, apenas se os investimentos da atividade petrolífera no Estado não forem mantidos.

José Aírton da Silva, da Tributação: situação do RN é cômoda

Mário Jesiel: aumento nas receitas não virá de forma imediata

Rio terá prejuízo de R$ 77 bilhões com mudanças Rio de Janeiro (ABr) – Uma eventual sanção presidencial na íntegra do Projeto de Lei 2565/11, aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 6, redistribuindo os recursos financeiros provenientes da exploração do petróleo, poderá afetar drasticamente a economia do estado do Rio e inviabilizar as finanças de dezenas de municípios que têm a maior parte de suas receitas baseada na arrecadação de royalties e de participação especial, segundo o Estado. Cálculos do governo do Rio indicam que o estado perderá R$ 77 bilhões até 2020 se a presidenta Dilma Rousseff não vetar, ainda que parcialmente, a matéria aprovada na Câmara.

“O Rio não se contrapõe à autonomia do Congresso Nacional, de legislar, decidir e estabelecer um novo marco regulatório e, ao mesmo tempo, redistribuir as receitas, em que pese o estado perder com isso. O Rio jamais deixará de respeitar aquilo que está estabelecido a partir do marco regulatório, que foi exatamente o espírito da

mensagem do [ex] presidente Lula ao Congresso Nacional. Mas o presidente teve a preocupação de estabelecer um novo divisor a partir dos campos de petróleo que serão leiloados no Brasil. Jamais houve a intenção de invadir o já contratado”, disse Cabral.

O governador disse ter enviado mensagem à presidenta Dilma reiterando que o estado respeita aquilo que o Congresso decidiu para valer a partir dos próximos campos a serem explorados, mas não aceita a invasão do já contratado, seja do pós-sal, seja do pré-sal. Segundo ele, dos 92 municípios fluminenses, 87 recebem royalties e participação especial. “Com o novo marco regulatório, o estado do Rio perde a participação especial, que hoje representa 60% da receita do estado, mas isso faz parte do jogo democrático e cabe a nós respeitar”.

A prefeita do município de Campos dos Goytacazes, Rosinha Garotinho, fez um diagnóstico sombrio, já a partir de janeiro, se a nova lei dos royalties for sancionada como está.

“Nósestamosfalandonaperdaderoyaltiesedeparticipaçãoespecial,mas existe um efeito cascata na nossa arrecadação. Na hora em que perdermos os royalties, todas as empresas que prestam serviços aos municípios e ao estado não terão como trabalhar e não terão como pagar os impostos. Também o comércio vai ficar enfraquecido, porque essas pessoas hoje empregadas, até em função das obras públicas, também estarão desempregadas e os comerciantes vão vender menos e pagar menos impostos”, disse Rosinha, que antecedeu Cabral no governo do estado.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que este ano concorreu à prefeitura da capital fluminense, também alertou para a fragilidade tributária com a perda repentina dos royalties, mas chamou a atenção para a má utilização do tributo por várias prefeituras nos últimos anos. Embora solidário à causa, ele disse que é preciso haver um debate sobre a qualidade dos investimentos advindos da receita do petróleo.

“

Estamos falando na perda de royalties e de participação especial, mas há um efeito cascata na arrecadação” ROSINHA GAROTINHO Prefeita no Rio

“A defesa do Rio deve estar acima de nossas divergências. A decisão do Congresso, além de inconstitucional, é injusta e inconsequente, mas faltou ao Rio mais transparência na aplicação dos royalties.

O que a gente mais tem são cidades pobres de prefeitos ricos. É o ouro negro na caixa preta”, disse Freixo, que tem um projeto de lei tramitando desde 2010 na Assembleia Legislativa regulamentando a aplicação dos recursos e criando um conselho estadual de acompanhamento dos gastos dos royalties.

Domingo | 25 de novembro de 2012

economia

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ANA SILVA

[ CARTEIRA ASSINADA ] Dados do Caged

mostram o cenário negativo nacionalmente

Criação de empregos cai e tendência é de piora B rasília (AE) - O último trimestre do ano começou mal para o mercado de trabalho formal. O governo registrou a criação de apenas 66,9 mil postos com carteira assinada em outubro, o pior saldo do ano. A tendência é que novembro também seja um mês fraco e, como de praxe, dezembro deve revelar um volume de demissões superior ao de contratações por causa dos desligamentos feitos com a redução do ritmo de produção no Natal e no ano-novo.

O cenário negativo para o fim de 2012 levou o diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho e Emprego, Rodolfo Torelly, a reduzir de 1,5 milhão para 1,4 milhão a expectativa para o saldo geral do ano.

Isso significa que, na prática, o País deverá perder 300 mil postos formais até lá, já que o total até agora é de 1,7 milhão de vagas, criadas em meio a um quadro externo turbulento. “Em novembro, com certeza, ainda teremos saldo positivo de empregos”, previu Torelly. “Mas dezembro deve dar marcha à ré”, avisou.

Para o mês passado, a expectativa era de um saldo mais próximo de 140 mil novas vagas, que é a média para outubro. O resultado revelado nesta sexta-feira pe-

lo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no entanto, foi o segundo pior para o mês de outubro dos últimos dez anos, perdendo apenas para o que aconteceu em 2008, início da crise econômica internacional.

“Realmente ficamos um pouco surpresos”, admitiu o diretor.

Vale ressaltar que essa criação tímida de postos em outubro foi resultado da diferença entre 1,71 milhão de contratações e de 1,64 milhão de demissões. “A rotatividade está comendo solta”, resumiu Rodolfo Torelly.

Os setores que mais frustraram o diretor no mês passado foram serviços e construção civil. No primeiro caso, porque o saldo de empregos em outubro foi de 32,7 mil, menos da metade dos 77 mil vistos um ano antes. Já na área de obras, houve fechamento de 8,3 mil vagas no mês passado. As demissões foram mais concentradas em São Paulo e no Distrito Federal, com o argumento de que as chuvas atrapalham o ritmo de construção.

O comércio conseguiu ampliar seu mercado em 49,6 mil postos em outubro e é o único setor que ainda pode continuar contratando por causa, justamente, da sazonalidade das vendas de fim de ano.

Somente na área de obras, o país fechou 8,3 mil vagas com carteira assinada no mês passado: chuvas teriam atrapalhado a construção

economia

6 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

Domingo | 25 de novembro de 2012

[ TURISMO ] Levantamento mostra que o distrito reúne uma série de negócios que pode atrair um maior fluxo de visitantes. Foram identificados 27 empreendimentos com 36 atividades potenciais na área

Abrindo a porteira LUIZ ANTÔNIO FELIPE laf@tribunadonorte.com.br

Programa para os lácteos ções de política para leite são apresentadas ao ministro Mendes Ribeiro, da Agricultura e Pecuária. Entre as propostas, o setor busca melhoria na defesa comercial, capacitação e assistência técnica, políticas de crédito e tributação. O documento é resultado dos debates que ocorreram durante a I Conferência Nacional do Leite, que reuniu representantes da cadeia produtiva do segmento para discutir as propostas que irão auxiliar na elaboração de uma política para o desenvolvimento do setor. As propostas estão divididas em 11 temas: sanidade; defesa comercial; capacitação e assistência técnica; políticas de crédito; tributação; infraestrutura e logística; promoção comercial; legislação; fiscalização; pesquisa e desenvolvimento e organização do setor. O Brasil já é o quinto maior produtor de leite do mundo e, atualmente, produz 32 bilhões de litros por ano.

A

Sebrae apresenta roteiro alternativo para Pium ASN-RN

PESQUISA

O Ministério da Agricultura e Pecuária e o BNDES assinaram um acordo de cooperação técnica para pesquisas nas áreas de pecuária sustentável e seguro rural. Outra meta é dar apoio técnico ao produtor rural com o intuito de facilitar a obtenção do selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para produtos de origem animal.

Seca

Vacinação

A região Alto Oeste está recebendo obras emergenciais para amenizar os efeitos da estiagem.

Uma empresa contratada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos recupera e instala 270 poços nos 142 municípios em situação de emergência.

Serão investidos R$ 5,2 milhões da Secretaria Nacional da Defesa civil no Alto Oeste e, em seguida no Seridó e Agreste. Em Luís Gomes serão 18 poços recuperados para atender a demanda da população. Os 18 poços fornecerão 200 mil litros de água por dia.

A campanha de vacinação contra a febre aftosa no Rio Grande do Norte só acaba no final de dezembro. Pelo prazo anterior acabaria na próxima sexta-feira (30). Os estados do Nordeste definiram as estratégias para segunda etapa de vacinação contra aftosa, por conta da seca.

A flexibilização não afetará o processo de reconhecimento da região como zona livre da febre com vacinação em 2013. No início de janeiro, será reavaliada a situação nesses dois estados e definida a estratégia.

PREMIAÇÃO

O rebanho Pardo-Suíço da Emparn é premiado na 58º EXPOECE – Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará, no dia 21 passado, em Fortaleza. No julgamento, conduzido pelo juiz Paulo Helder, a Emparn conquistou o título de “Melhor Expositor”, com animais premiados em diversas categorias.

Passeios de quadriciclo estão entre os atrativos em Pium, de acordo com o Sebrae: entidade quer destacar potencial da região

levantamento do pontecial de negócios em Pium - localidade situada na divisa entre os municípios de Parnamirim e Nísia Floresta - para ampliar a oferta turística no local levou o Sebrae no Rio Grande do Norte a criar projeto Caminhos do Pium, que tem como foco a Copa FIFA 2014. A feirinha de frutas, os restaurantes especializados, os ateliês de artesanato, as pousadas rústicas, as ecolovilas e os passeios de aventura são alguns dos atrativos do lugar que compõem um roteiro alternativo para quem visita o estado. O projeto será apresentado oficialmente nesta terçafeira (27) a agentes de viagens e convidados. A solenidade ocorre-

O

rá no Centro Comunitário de Pium, às 9h.

A iniciativa surgiu a partir da produção associada ao turismo, que visa identificar e destacar segmentos econômicos que permitam a ampliação e diversificação da oferta turística. O levantamento mostrou que Pium reúne uma série de negócios que podem atrair um maior fluxo de visitantes. Além da feirinha de frutas, que é o cartão postal da região, a localidade reúne diversos ateliês de artesanato que utilizam variadas tipologias, como papel machê, bordados rústicos, rendas de bilros, papel reciclado e fibras de bambu, de cipó e de bananeira.

A região também concentra

empreendimentos que agradam em cheio ao gosto do turista. É o caso da gastronomia. Pium reúne restaurantes que são especializados nas gastronomias mediterrânea, francesa e japonesa, assim como hotéis e pousadas rústicas. O local também é propício a passeios de caiaque e de quadriciclo e trilhas ecológicas. No total, foram identificados 27 empreendimentos com 36 atividades, que podem ser oferecidas para o turista, como oficinas de culinária, passeios ecológicos, apresentações culturais, museus e vivências holísticas.

O estudo começou em março e, nesse período, cerca de 200 produtores e empresários foram capacitados em formação gerencial

para despertar o potencial empreendedor. A ideia é que passem a encarar a atividade como negócio viável. Com as intervenções do projeto, inserido nas iniciativas do programa Sebrae 2014 para a produção associada ao turismo, espera-se que a economia da área receba um incremento de 50%.

De acordo com a gestora do projeto Caminhos de Pium, Jupira Nunes, a proposta é ofertar uma opção diferenciada ao destino Rio Grande do Norte com atividades tusrísticas criativas com foco na produção associada local. O projeto baseia-se na nova tendência que é o conceito de vivência e experiência: ver, gostar, provar e levar.

DIVULGAÇÃO

Brasil mira a China A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, acompanhada dos presidentes das Federações da Agricultura do RN, José Álvares Vieira, e do Amazonas, Muni Lourenço, ressaltou em Pequim, a importância de promover, na China, os produtos agropecuários nacionais e atrair investimentos para o Brasil ao inaugurar o escritó-

1

A experiência com a rosa do deserto será apresentada no seminário Iniciativas Inovadoras com o cultivo de flores no semiárido potiguar.

O III Seminário da Incubadora do Agronegócio de Mossoró, acontecerá nos dias 28,29 e 30, na Ufersa Mossoró.A palestra,que vai apresentar caso de sucesso da Iagram, tem como tema Vivendas Mudas e Plantas Ornamentais,vai acontecer no último dia do Seminário Inovação e Empreendedorismo no Semiárido Potiguar,a partir das 9h no Auditório do CTARN.

2

rio em Pequim. Três produtos são prioritários no comércio com o país asiático: café, carne e suco de laranja. Segundo Kátia Abreu, em 2016, a China importará 55% e 46% a mais de carne de frango e carne de porco, respectivamente, do que atualmente importa, enquanto o comércio de soja, um dos principais produtos exportados pelo Brasil para a China, deverá crescer até 67%.

A UFRN vem

desenvolvendo um projeto que pretende transformar a relação dos agricultores familiares com a seca no interior do estado.

Denominado “Ayram Ação interinstitucional potiguar de apoio aos agricultores familiares do RN,a partir de uma relação alternativa com a seca”, o projeto é coordenado pelo Centro de Biociências.

O Ayram (sol em TupiGuarani) é desenvolvido com 300 famílias de agricultores dos Territórios da Cidadania,do Mato Grande,Assu-Mossoró e Sertão Central.

3

O Sistema Campo Limpo destinou 62 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Rio Grande do Norte,entre janeiro e outubro.O volume destinado para reciclagem em 2012 é 149% maior que no mesmo período do ano passado.De acordo com o inpEV, do início do ano até outubro,foram retiradas do meio ambiente mais de 31 mil toneladas do material em todo o país.3 – A reciclagem de embalagens de agrotóxicos evita a emissão 250 mil toneladas de dióxido de carbono no meio ambiente,em dez anos.

CONTROLE O Ministério da Agricultura e Pecuária amplia a lista de substâncias de uso veterinário com controle especial. A lista passa de 17 para 133 substâncias. Os rótulos dos produtos também deverão alertar para o risco. O objetivo é evitar que produtos de uso veterinário sejam comprados e utilizados como entorpecentes, psicóticos e anabolizantes. A receita veterinária será emitida em três vias.

ADUBO Para atender a safra 2012/13, a entrega de fertilizantes no Brasil foi de 21,22 milhões de toneladas nos nove primeiros meses deste ano. De acordo com dados da Conab, o volume representa um crescimento de 3,95% em relação ao total comercializado no mesmo período do ano passado, quando as vendas de fertilizantes chegaram a 20,93 milhões de toneladas.

CMN autoriza financiamento de animais de carga Brasília (ABr) – O Conselho Monetário Nacional (CMN) incluiu o financiamento de animais de serviço (carga) no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Mais Alimentos. A alteração vai beneficiar agricultores que utilizam animais de carga, como mula, burro, boi ou cavalo em suas atividades agropecuárias.

O Pronaf Mais Alimentos destina recursos para investimento em infraestrutura da propriedade rural. O programa tem como objetivo criar condições ideais para o incremento da produção e da produtividade da agricul-

tura familiar.

O limite de crédito é de R$ 130 mil por ano agrícola, limitado a R$ 200 mil no total. O empréstimo pode ser pago em até dez anos, com três anos carência e juros de 2% ao ano. No caso de projetos coletivos, o limite disponibilizado é de R$ 500 mil.

Antes da mudança, a linha de crédito financiava apenas a aquisição isolada de matrizes e reprodutores. A aprovação era condicionada à garantia de suficiência dos demais fatores necessários ao bom desempenho da exploração, como alimentação, instalação, mão de obra e equipamentos.

A alteração beneficia agricultores que usam animais como bois

economia

Domingo | 25 de novembro de 2012

Muito se discute sobre o fim do fator previdenciário.A Câmara,aliás,está em vias de colocar isso em votação. O senhor poderia explicar o que é o “fator”, na prática? Como ele funciona?

O fator previdenciário é uma fórmula aplicada ao valor dos benefícios que leva em conta o tempo de contribuição, a idade do segurado e a expectativa de vida, medida de acordo com a atualização anual do IBGE. Foi criado em 1999 com a finalidade desestimular aposentadorias precoces, uma vez que quanto mais cedo o trabalhador se aposenta, menor é o valor do benefício. Para ter direito ao benefício no valor integral, ele teria que trabalhar mais tempo. Hoje, a idade média de aposentadoria por tempo de contribuição é de 55 anos para os homens e de 52 anos para as mulheres.

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 7

FOTOS:ALEX RÉGIS

[ ENTREVISTA / GARIBALDI ALVES FILHO / MINISTRO DA PREVIDÊNCIA ]

“SOU CONTRÁRIO À SIMPLES E PURA EXTINÇÃO DO FATOR PREVIDENCIÁRIO”

O que está em votação na verdade é a substituição deste cálculo por um outro.É isso?

O que está sendo discutido no Congresso Nacional é um projeto do senador Paulo Paim (PT-RS) que iguala o fator a um índice (para ter o benefício sem redução) aos trabalhadores que atingirem a fórmula 85/95, soma do tempo de contribuição mais a da idade, sendo 85 para mulheres e 95 para os homens. O projeto prevê ainda a mudança no cálculo do valor do benefício com as 70% maiores contribuições da vida laboral.

Qual seria a diferença entre o modelo atual e o que é proposto?

Atualmente, o cálculo do valor do benefício é feito com as 80% maiores contribuições. A mudança proposta pelo senador Paim, ao trocar pelas 70% maiores, aumentaria as despesas da Previdência Social não apenas nas aposentadorias, mas em todos os benefícios.

Como o senhor avalia o atual cálculo?

Ele é bom ou ruim para quem vai se aposentar?

O fator previdenciário foi a forma que o governo encontrou para tentar postergar a aposentadoria precoce para as aposentadorias por tempo de contribuição.

Se o trabalhador opta por trabalhar até os 65 anos e tem 35 anos de contribuição, por exemplo, o fator previdenciário dele será superior a 1 e esse segurado, em vez de perda, terá ganho no valor do benefício. No entanto, a realidade é que as pessoas estão optando por se aposentar mais cedo para continuar trabalhando e acumular as duas rendas.

O senhor é a favor da mudança nesse cálculo?

Desde a sua criação em 1999, o fator foi responsável pela economia de mais de R$ 40 bilhões à União. Em 2012, há projeção de economia de mais R$ 10 bilhões.

Por isso, sou contrário a simples e pura extinção.

Mas quais seriam as vantagens de uma possível mudança?

O fator, tal como foi criado, não cumpriu sua função de evitar a aposentadoria precoce. Isto por que o trabalhador prefere se aposentar cedo e continuar trabalhando para aumentar a renda. Quando ele acumula a aposentadoria com o salário parece vantagem, à primeira vista.

O problema se dá quando fica mais velho e precisa realmente parar. Aí, ele sente o corte imposto pelo fator previdenciário em seu vencimento. Há casos que o fator reduz até 40% do valor da aposentadoria.

Os benefícios de um possível mudança seriam sentidos apenas por quem vai se aposentar ou quem já é aposentado teria alguma vantagem?

No caso do projeto em exame na Câmara dos Deputados, a vantagem seria apenas para os que vão se aposentar após a aprovação da matéria. Não haveria mudança para os já aposentados.

O senhor acredita que a extinção do fator será aprovada ainda este ano?

Não creio. Os estudos técnicos ainda estão em fase de andamento no âmbito do poder executivo. Isso será enviado às lideranças partidárias para discussão no Congresso Nacional após a decisão política do governo.

Há alguma outra mudança prevista em termos de aposentadorias ou pensões para 2013?

O governo da presidenta Dilma Rousseff, nos seus dois primeiros anos, deu um passo importante para o equilíbrio das contas da Previdência Social. Estou falando da aprovação da Funpresp, que igualou o teto previdenciário dos servidores públicos ao dos trabalhadores da iniciativa privada, hoje R$ 3.916,20. O servidor que quiser se aposentar com valor superior, terá de aderir à Funpresp e contribuir com o fundo de previdência com-

RENATA MOURA Editora de economia

A

Câmara dos Deputados está em vias de votar a extinção do fator

previdenciário, um cálculo usado para definir o valor das aposentadorias. A proposta é que o fator seja substituído por um novo modelo, segundo o qual o tempo de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a idade do beneficiário seriam somados de maneira que, ao totalizar 85 anos para as mulheres e 95 anos para os homens, o segurado tivesse direito a receber o benefício integral. Hoje o cálculo é diferente. Considera a alíquota e o tempo de contribuição, a idade e a expectativa de sobrevida do beneficiário na época da aposentadoria, de acordo com previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Assim, com o fator, os salários dos aposentados por tempo de serviço (35 anos para homens e 30 anos para as mulheres) é concedido mediante a média aritmética simples dos maiores salários correspondentes ao mínimo de 80% de todo o período de contribuições. O problema da atual fórmula, na visão de entidades sindicais e representativas de aposentados, é que ela reduz em até 40% o total a ser recebido. É por isso que, para os futuros aposentados, a mudança poderia representar um benefício maior. Mas o governo vê a possibilide fim do fator com receio. “As despesas na Previdência aumentariam”, diz o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho. Nesta entrevista concedida à TRIBUNA DO NORTE por e-mail, ele explica o que está em discussão, as vantagens e as desvantagens com a mudança. Confira os principais trechos:

plementar. A médio prazo, o déficit da previdência do servidor público será bastante reduzido. Com isso, esses recursos, de um déficit de mais de R$ 60 bilhões por ano, poderão ser investidos em outras áreas, como educação, infraestrutura e saúde. Em 2013, além do debate sobre o fator previdenciário, queremos criar regras mais justas para o sistema de pensão por morte. O que temos hoje é um dos mais generosos do mundo.

O senhor tem reiterado a necessidade de mudanças no regime de pensões.O que precisa mudar?

Para que a Previdência Social seja socialmente mais justa, precisamos corrigir distorções. Na regra atual, por exemplo, um segurado que pagou apenas uma contribuição pelo teto do Regime Geral de Previdência Social, em caso de morte no mês seguinte, deixa à mulher uma pensão pelo valor do teto para o resto da vida dela, independente da condição econômica ou da idade da pensionista. Já um trabalhador que contribui toda a vida, ao morrer, deixa à pensionista um benefício cujo valor será a média das 80% maiores contribuições. Isto não é justo.

Essas mudanças viriam em quanto tempo?

Os estudos ainda estão em desenvolvimento com os ministérios envolvidos para que seja tomada uma decisão política e a matéria seja transformada em projeto de lei para discussão na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Que beneficiários seriam afetados? As viúvas,por exemplo? É bom que fique claro que as viúvas e os dependentes que já têm benefício da Previdência Social não serão atingidos.

QUANDO O APOSENTADO ACUMULA A APOSENTADORIA COM O SALÁRIO PARECE VANTAGEM, À PRIMEIRA VISTA. O PROBLEMA SE DÁ QUANDO FICA MAIS VELHO E PRECISA REALMENTE PARAR. AÍ, ELE SENTE O CORTE”

É importante destacar que as regras só valerão para os novos benefícios, após sua aprovação e regulamentação. Ou seja, os pensionistas atuais podem ficar despreocupados. Não teriam qualquer corte ou redução em seu benefício.

Por que o foco nas pensões?

As regras atuais são muito antigas e não levam em consideração as mudanças na sociedade. Com a maior expectativa de vida dos brasileiros, o que é muito bom para o país, tornou-se comum o casamento de pessoas mais velhas com pessoas mais jovens. Com isso, há casos que a Previdência Social deverá pagar uma pensão por décadas a um dependente jovem, às vezes até mais do que o tempo que aquele segurado que gerou benefício contribuiu, mesmo que ele não tenha filho ou não haja dependência econômica. A regra atual também não elimina o benefício caso a mulher ou o homem venha a se casar outra a vez.

Mas por que o foco nesses beneficiários?

A pensão por morte, devida tanto a homens quanto a mulheres, representa hoje uma despesa de R$ 60 bilhões por ano nos regimes dos trabalhadores da iniciativa privada e dos servidores públicos.

Em todo o mundo, há regras que levam em consideração a dependência econômica, a idade do beneficiário, prazo para pagamento da pensão, entre outros critérios. No Brasil, as regras, muito amplas, criaram uma distorção do sistema com pensões altas e aposentadorias baixas.

Precisamos equilibrar essa equação.

Dados recentes mostram que a previdência vai terminar o ano com um deficit (despesas maiores que arrecadação) de R$ 38 bilhões.É um número alto?

Sim, sem dúvida, é alto. Mas, é preciso explicar esse deficit. A previdência urbana, contributiva, é superavitária. Teve em 2011 um superávit de R$ 21 bilhões. Este ano, as projeções indicam que o superávit será maior ainda na área urbana. A previdência rural é deficitária.

A contribuição do segurado especial é feita sob um percentual de 2,3% incidente sobre o valor bruto da comercialização do que ele produz e vende. Isto depende de variáveis como a safra, estiagem, etc. A Constituição Federal de 1988 determinou que fosse feita dessa forma reconhecendo a importância da permanência do homem do campo em sua região. Foi uma decisão acertada por que 70% dos alimentos que chegam à nossa mesa vêm da agricultura familiar.

Mensalmente, a Previdência Social paga uma folha de mais de R$ 21 bilhões.

Destes, mais de R$ 320 milhões são creditados para os aposentados e pensionistas do RN. O que impulsiona esse deficit?

Em 2012, o deficit foi impulsionado, sobretudo, pelo ganho real do aumento do salário mínimo. A maior parte dos benefícios rurais são de um salário mínimo. Por outro lado, esse ganho real ajudou a aquecer a economia brasileira em um período que vários países vivem uma recessão sem fim. Em 66% das cidades brasileiras, os recursos gerados pelo pagamento dos benefícios da Previdência

Social são superiores aos do Fundo de Participação dos Municípios. Por isso, digo que esse déficit é relativo. O que seriam destas cidades e destes trabalhadores rurais se não fosse sua aposentadoria?

Quais são as consequências disso na prática? Para os beneficiários,ter déficit traz algum impacto?

O Tesouro Nacional cobre o déficit gerado pela previdência rural por determinação da Constituição Federal de 1988.

Para os segurados não há qualquer risco.

Esta semana, ultrapassamos a marca dos 30 milhões de benefícios e eles são pagos, todos os meses, rigorosamente em dia. É possível reduzir esse deficit?

Sim. Entre os fatores importantes para a redução do deficit está o crescimento da economia e o incentivo à formalização daqueles que trabalham por contra própria, como vem ocorrendo com o empreendedor individual. Ainda temos mais de 27 milhões de brasileiros que estão fora do sistema previdenciário. Estamos indo a eles para mostrar que o custo da formalização é muito pequeno diante da proteção que a Previdência Social oferece com seus benefícios e preparando ações que estimulem essa formalização. A correção das distorções nas pensões também ajudará bastante.

O país e o Rio Grande do Norte vivem um boom de criação de negócios,entre empreendedores individuais e outras categorias de empresas. Qual tem sido o impacto disso na previdência?

Os números já dizem tudo. Só de empreendedores individuais, segundo dados da Receita Federal do Brasil, tínhamos, até o dia 19 deste mês, mais de 2,6 milhões em todo o Brasil. Destes, mais de 36 mil estão no RN. São trabalhadores por conta própria que atuam no comércio, na indústria e na prestação de serviço e que, ao formalizar sua atividade, passaram a ter a proteção da Previdência e ainda ter vantagens como a emissão de nota fiscal, a possibilidade de participar de licitação com a administração pública e taxas de pessoa jurídica no relacionamento com os bancos. No Programa do Empreendedor Individual a alíquota da contribuição previdenciária foi reduzida de 11% para 5% sobre o salário mínimo, e da contribuição previdenciária de apenas R$ 31,10 (isto é, 5% do salário mínimo) para as donas de casa de família de baixa renda. Nas duas categorias, tivemos a inclusão de quase 3 milhões de trabalhadores no sistema previdenciário neste período.

O aumento da base de contribuintes tem ajudado a reduzir esse deficit?

Sim. Sem dúvida. Mas o mais importante é a proteção que a inclusão previdenciária gera. Atualmente, 82,1% dos idosos brasileiros estão protegidos pela Previdência Social, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2011 (PNAD) do IBGE.

LEIA MAIS Confira em www.tribunadonorte.com.br a entrevista na íntegra,em que o ministro também fala sobre revisão de benefícios e o pagamento do 13º salário.

8 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

economia

Domingo | 25 de novembro de 2012

natal

ENTREVISTA

Presidente eleito da OABRN,Sérgio Freire,fala dos desafios da função.

PÁGINA 3

TEMPO HOJE

TÁBUA DE MARÉS

FEIRAS LIVRES

Nublado com pancadas de chuvas Máx.: 30ºC Mín.: 25ºC

Preamar 00h32-1.9 - 13h06-2.0 Baixa-mar 06h39-0.6 - 19h04-0.6

Cidade da Esperança: hoje 406 bancas/386 feirantes Nova Natal 550 bancas/283 feirantes

BALNEABILIDADE Impróprias Rio Pium

FASES DA LUA Crescente: hoje Cheia: 28/11 Nascer do sol: 4h55 Pôr do sol: 17h20

Editora: Cledivânia Pereira e-mail: cledivania@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 25 de novembro de 2012

[ COLETA DE LIXO ] Segundo a Urbana, o problema de acúmulo de lixo na cidade não é causado por falta de pessoal ou estrutura, mas sim pelas

frequentes paralisações da coleta. São necessários 10 dias para compensar cada dia de suspensão. Urbana não cobra compensação.

Empresas não repõem dias parados FERNANDA ZAULI Repórter

ara cada dia de paralisação da coleta de lixo domiciliar em Natal são necessários 10 dias para a regularização do serviço. A informação é do presidente da Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana), João Bastos, que atribui à quebra da continuidade da coleta a quantidade de lixo espalhada pela cidade. “Se a coleta não tivesse sofrido uma quebra de regularidade ao longo do tempo não estaríamos tendo problemas com a limpeza da cidade hoje”, afirma João Bastos. Três empresas são responsáveis pela coleta de lixo da capital potiguar: Trópicos, que atua na Zona Norte; Líder, responsável pela coleta da Zona Leste; e Marquise, das Zonas Sul e Oeste. Ao todo, 32 caminhões e 296 garis trabalham na coleta de lixo da cidade. “O número de garis e caminhões é suficiente para atender à demanda de Natal, mas as paralisações dos garis têm prejudicado a limpeza pública”, reforça João Bastos.

Basta circular pela cidade para perceber que os problemas são muitos: ruas sujas, canteiros tomados por sacos de lixo, mini lixões em terrenos baldios, e muitas reclamações. “A cidade está um verdadeiro lixão, imunda, e não é apenas dentro dos bairros, a principais avenidas da cidade também estão tomadas pelo lixo. É um absurdo”, diz a professora Maria Aparecida Nunes, 52.

De acordo com a Urbana, a região mais afetada pela descontinuidade da coleta é a Zona Leste.

Bairros como Alecrim, Santos Reis e Rocas sofrem com o acúmulo de lixo a falta de coleta regularmente. Na Avenida Presidente Bandeira, por exemplo, o lixo toma conta dos canteiros. Aproximadamente de 10 em 10 metros encontra-se montes de sacos de li-

P

xo. “Isso aqui é o retrato do abandono. A coleta quase não passa mais por aqui e quando passa não dá conta de levar todo o lixo, ou seja, esse monte de lixos aqui na frente da minha loja já faz parte do cenário”, lamenta o empresário João Diniz, 45.

O presidente da Urbana explica porque são necessários 10 dias para recuperar um dia sem coleta de lixo. “O caminhão de coleta de lixo tem um roteiro a seguir, um tempo definido para cumprir esse roteiro, e ainda a quantidade de lixo que cabe no caminhão, tudo definido pelo plano de coleta. Nos bairros onde a coleta está programada para segunda, quarta e sexta-feira, por exemplo, se falhar na segunda-feira não será possível regularizar na quarta-feira porque o caminhão vai fazer o mesmo trecho e carregar a mesma quantidade de lixo. Ou seja, independente do acúmulo de lixo da segunda-feira, na quarta-feira só serão feitas as duas viagens previstas. Por isso que quando se para um dia, necessariamente tem que ter dez dias para regularizar o serviço”.

Para João Bastos, a falta de confiança da população na prestação do serviço faz com que o hábito de colocar o lixo para fora somente nos dias de coleta não seja praticado. “Quando o morador vê que a coleta não passou na segundafeira ele já coloca mais lixo para fora na terça, mesmo não sendo dia de coleta. Isso é um problema cultural. A prefeitura precisa cumprir os prazos sem a quebra do horário e do dia, se isso vier a acontecer de forma natural a população vai voltar a ter confiança no serviço e voltar a colocar o lixo no dia e na hora certa para fora”.

LEIA MAIS Urbana afirma que não há falta de estrutura e pessoal.Pág.2 DIVULGAÇÃO

No Alecrim, lixo se acumula nas ruas mais movimentadas

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[ LIXO ] Os constantes atrasos dos pagamentos das empresas responsáveis pela coleta de lixo domiciliar são os motivos que vêm

causando as paralisações dos garis. A prefeitura não paga as empresas que não pagam os garis que decidem parar para pressionar.

Problema está em todas as regiões FOTOS:JOÃO MARIA ALVES

Na avenida Guadalupe, no Panatis, o lixo toma conta de terreno baldio

limpeza das praias urbanas de Natal também não está agradando à população. Até agosto deste ano a limpeza era das praias era de responsabilidade da Marquise e da Líder, mas os constantes atrasos no pagamento fizeram com que as empresas entregassem o serviço à Urbana. “Nós deslocamos garis que estavam na varrição das ruas para a limpeza das praias.

Não houve prejudicialidade. Não mudou nada, foi mantido o mesmo número de trabalhadores para a limpeza das praias”, explicou João Bastos. Segundo ele, a varrição das ruas também não foi prejudicada com o deslocamento dos garis para as praias.

“A varrição não ficou prejudicada, nós apenas diminuímos a frequência em alguns trechos e concentramos nos principais corredores da cidade”.

Atualmente, 70 garis da Urbana fazem a limpeza das praias da Redinha, do Meio e Ponta Negra.

Em frente a Casa do estudante, na Cidade Alta, o problema se repete

A

ZONA NORTE

ZONA LESTE

Empresa responsável:Trópicos 64 garis / 15 caminhões Produção de Lixo:0,54kg por habitante por dia.

Empresa responsável:Líder 162 garis / 7 caminhões Produção de Lixo:1,81kg por habitante por dia

ZONA SUL

ZONA OESTE

Empresa responsável:Marquise 70 garis / 10 caminhões Produção de Lixo:1,62kg por habitante por dia

Empresa responsável:Marquise 70 garis / 10 caminhões Produção de Lixo:0,53kg por habitante por dia

Em Ponta Negra,a limpeza está sendo realizada pela Urbana.Mas não há a frequência de antes

DÍVIDAS Os constantes atrasos dos pagamentos das empresas responsáveis pela coleta de lixo domiciliar são os motivos que vêm causando as paralisações dos garis.

A prefeitura não paga as empresas que não pagam os garis que decidem parar para pressionar. Na semana passada os garis da Líder fizeram uma paralisação de três dias, o que acabou causando um grande acúmulo de lixos nas ruas da Zona Leste. Na sexta-feira foi o dia da Marquise paralisar as atividades por falta de pagamento.

De acordo com a Urbana, a prefeitura deve hoje cerca de R$ 23 milhões para a Marquise, R$ 4,7 milhões para a Líder, e R$ 4 milhões para a Trópicos. “As empresas estão trabalhando, mas nós não estamos satisfeitos com o serviço prestado. Mas aí cai naquela história de que o pagamento está atrasado e o serviço não é pres-

Na rua Bom Pastor, do bairro do mesmo nome, até móveis são jogados no lixão que se acumula

tado com qualidade por isso, e nós acabamos caindo num circuito de descontinuidade dos serviços”, disse João Bastos.

Segundo ele, a Urbana está trabalhando para regularizar a coleta e a limpeza da cidade até o fim de dezembro. “Nós acreditamos e estamos trabalhando para no fim de dezembro estarmos em uma situação confortável em relação à limpeza pública”.

PLANO DE COLETA Os dias, horários e frequência da coleta de lixo em Natal são definidos pelo Plano de Coleta que foi desenvolvido pela equipe da Urbana e coleocado em prática no início deste ano. Baseado na quantidade de habitantes, residências e comércios de cada bairro, e ainda na na quilometragem percorrida no bairro e a distância para descarrego, é definida a coleta de lixo domiciliar.

Na maioria dos bairros de Natal a coleta é realizada três vezes por semana. Quando há um maior número de comércios há um destaque especial para a frequência. “A coleta diária acontece nos centros comerciais: Alecrim e Centro, e em Mãe Luíza”, esclarece João Bastos.

Antes da confecção deste novo plano de coleta, o serviço era realizado com base em um plano de 1991. “Era extremamente precário, quem sabia o roteiro era o motorista. Se o motorista adoecesse ninguém sabia qual era o roteiro a ser seguido”, disse o presidente da Urbana.

ZONA LESTE É A QUE MAIS PRODUZ LIXO De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a média de lixo produzida por habitante em Natal é de 0,94kg por dia. A região que mais produz lixo é a Zona Leste, onde a produção é de 1,81kg por habitante por dia.

ENQUETE » COMO ESTÁ A COLETA DE LIXO?

“Fazia uns quinze dias que a coleta não passava por aqui.

O lixo vai se acumulando aí no canteiro e fica uma sujeirada para todos os lados”.

FRANCISCO BEZERRA 41 anos,comerciante

“A Avenida 2 pode ser chamada de avenida do lixo.

O canteiro todo está tomado por lixo,a coleta não passa,e aí tem de tudo aqui:barata,mosca,rato.É um absurdo o que está se tornando a nossa cidade”.

“A coleta está irregular faz tempo,por isso estamos nessa situação,no meio do lixo.Já dá pra usar o lixão aqui da frente como ponto de referência porque está aí há um bom tempo”

“A limpeza da praia está muito precária.Só não está pior porque a gente mesmo faz a limpeza das nossas áreas.Antigamente a limpeza funcionava aqui,mas hoje está uma tristeza”.

JOSÉ DANTAS 36,Empresário

CARLOS AZEVEDO 50,empresário

GÊNESIS FERREIRA DE ARRUDA 49,dono de um ponto na praia

Domingo | 25 de novembro de 2012

natal

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3

[ ESNTEVISTA / SÉRGIO FREIRE /PRESIDENTE ELEITO DA OAB-RN ]

“NÃO FICA MÁGOAS. E NÃO ACREDITO EM RACHA”

FOTOS:ALDAIR DANTAS

ESTOU FALANDO AQUI COMO ENTIDADE E VOU SER SINCERO,NÃO TENHO UMA OPINIÃO FORMADA ATÉ PORQUE ESSE ASSUNTO DIVIDE MUITO A CATEGORIA.O PRÓPRIO CONSELHO FEDERAL AINDA NÃO TEM UM POSICIONAMENTO FIXO”

ENTENDO QUE O PRIMEIRO DESAFIO É A UNIFICAÇÃO DA CATEGORIA. PARA ISSO, PRECISAMOS DE AÇÕES”

EU VEJO QUE, ACIMA DE TUDO, A OAB PRECISA SER PARCEIRA DE TODAS AS INSTITUIÇÕES. MAS OS EXAGEROS PRECISAM SER COMBATIDOS”

ROBERTO LUCENA Repórter

N

o próximo dia primeiro de janeiro, o advogado Sérgio Freire, 46 anos, assume o cargo de presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN) para o triênio 2013/2015. Sérgio foi eleito no último dia 19 com 2.292 votos, 204 a mais que seu opositor. Casado, pai de duas filhas, Freire milita na advocacia há 23 anos, especialmente na área empresarial, e conta com orgulho que sempre prestou serviços à OAB .

“Recebi minha carteira um dia e, no outro, já estava na Assistência Jurídica”, relembra.

Ele acredita que a dedicação à Ordem foi um dos diferencias que o fizeram sair vitorioso na disputa que, como os números revelam, foi acirrada. Pelos próximos três anos, Sérgio tem o desafio, como ele mesmo ressalva, de unificar a categoria e dar continuidade à administração que o apoiou.

Além do presidente, tomarão posse os diretores eleitos no pleito: em Macau, Juliana Madruga; Assis Correia, de Pau dos Ferros; Ivanaldo Salustino, de Assu; José Maria Bezerra em Currais Novos; Roberto Lins Diniz, de Caicó e Aldo Fernandes, de Mossoró. A TRIBUNA DO NORTE ouviu o presidente eleito da OAB/RN. Confira a entrevista:

Quando surgiu a ideia ou o convite para disputar a vaga de presidente da OAB? O convite surgiu por causa do meu currículo junto à OAB. Eu recebi minha carteira da Ordem em 1989 e, no dia seguinte, comecei a prestar serviço para a OAB junto à Assistência Judiciária, ou seja, são 20 anos de serviço. São 23 anos de advocacia, mas durante três anos meu grupo, vamos dizer assim, ficou fora da OAB. Depois da Assistência Judiciária, fui para várias comissões: exame da Ordem, Eleitoral, Orçamentária e Seleções. Cheguei a tesoureiro e permaneci no cargo por três anos. Efetuei a maior recuperação de crédito da OAB e em seguida, fui Conselheiro Estadual e hoje estou em dois mandatos como Conselheiro Federal.

Já exerci cargos junto às comissões nacionais: Advogado em Início de Carreira, Fiscalização das OABs-Prev e Estudos da Melhoria do Quinto Constitucional.

E como foi a campanha? O resultado foi apertado.A conquista do voto também foi acirrada?

Foi bastante acirrada, mas acirrada no aspecto de discussão de propostas. Aliás, só quero ver essa disputa assim. Só enxergo assim.

Muita discussão de propostas. Não só nosso histórico na OAB, mas também as nossas propostas, foram entendidas pelos advogados e nós tivemos um crescimento significativo a ponto de nos tornarmos vitoriosos.

Essa foi a primeira disputa da presidência da OAB onde houve militância no mundo virtual.As redes sociais foram utilizadas de forma intensiva por ambos candidatos. Como foi essa experiência?

Foi uma sugestão do marketing. Eles enxergaram que tanto no Twitter como no Facebook havia um contingente de advogados significativo, a ponto de que a mensagem deveria ser enviada através desses meios. Foi uma ferramenta bastante explorada.

O senhor era apoiado pelo atual presidente da OAB [Paulo Eduardo Teixeira] que já está no cargo há seis anos. Esse apoio facilitou a disputa ou houve algum aspecto negativo, tendo em vista que o senhor trazia a proposta de continuidade da atual administração?

Não diria continuidade, diria avanço. Eu era apoiado por uma gestão que tinha mais de 70% de aprovação. Ou seja, venho de uma gestão com aprovação da advocacia e com uma responsabilidade ainda maior de dar, no mínimo, continuidade a esse patamar.

Tendo em vista o resultado apertado da eleição,o senhor tem o pensamento de integrar todos os setores da OAB ou isso será uma tarefa difícil,tendo em vista que houve um“racha”na disputa e o seu opositor [Aldo Medeiros] é o atual vice-presidente do órgão? Fica

alguma mágoa?

Não. De jeito nenhum. Não fica mágoas. E eu não acredito em racha. Até porque o advogado tem um objetivo único, que é o fortalecimento da Ordem. Acredito que com as ações que pretendemos implementar e com o sentimento que o advogado tem em prol da OAB, não haverá dificuldade em unificá-los e, lógico, trabalhar em prol da instituição.

O senhor pensa em construir sedes da Ordem no interior do Estado?

Já temos assegurada a construção da sede em Natal. Só não foi o lançamento oficial agora, por causa das eleições. O anúncio deve ser feito em dezembro juntamente com as comemorações dos 80 anos da OAB. Por uma questão ética, Dr. Paulo achou por bem não colocar essa festa junto com o período eleitoral para não haver qualquer discussão de desvio do objetivo central que é o aniversário da instituição. Mas há um compromisso meu da construção da sede de Macau e, lógico, esforços no sentido da construção das sedes de Caicó e Currais Novos. Nessas duas cidades, já existem os terrenos. Falta apenas detalhes de licenciamento. Em Macau a questão é mais árdua porque não há área disponível.

Qual o grande desafio?

Entendo que o primeiro desafio é a unificação da categoria. Para isso, precisamos de ações.

Eu elejo, de imediato, três pontos para nossa administração: políticas de incentivo ao advogado de carreira, a questão das prerrogativas, dando uma assistência melhor aos advogados e uma terceira seria exatamente a luta pela valorização dos honorários advocatícios.

sa. Inclusive, lá em Brasília, vamos tentar com que haja unificação das comissões de Exame de Ordem e Ensino Jurídico para que ambas se aproximem mais da realidade dos bacharéis.

Isso facilita inclusive que, ao passar no exame, haja a introdução no mercado de trabalho.

O Judiciário sofre com a falta de servidores e até mesmo de melhoria na tecnologia.Como o senhor ver a questão da morosidade da Justiça?

Um dos tópicos no nosso programa é justamente melhorar o relacionamento com os tribunais a ponto de empreender políticas no sentido de não somente existirem concursos para servidores e magistrados, mas também na parte que tange a questão física de equipamentos e salas mais confortáveis para advogados a fim de dar um melhor respaldo.

A modernidade traz várias ferramentas de comunicação, com isso, surgem novas demandas jurídicas sem previsão na legislação, como os crimes cibernéticos, por exemplo.

Há uma preocupação da OAB nesse sentido?

Como atuar no pedido da celeridade da atualização da legislação?

Isso já é feito através do Conselho Federal.

Fazemos gestões junto aos nossos políticos a fim de que não só essas questões de modernidade, mas também outras legislações que beneficiam a advocacia. Há uma atuação, uma comissão específica junto ao Conselho Federal.

Como o senhor analisa a proliferação dos cursos de Direito em universidades e faculdades no Estado?

Assim como a OAB Nacional, vejo essa questão da proliferação dos cursos com preocupação. Tanto que há políticas específicas para tentar frear a liberação de novos cursos, assim como diminuir o número de vagas já existente.

Está em discussão e foi aprovada na Câmara dos Deputados, a chamada PEC 37, que, entre outras mudanças,restringe a atuação dos procuradores do Ministério Público na investigação de crimes. Qual sua posição sobre o assunto?

Estou falando aqui como entidade e vou sincero, não tenho uma opinião formada até porque esse assunto divide muito a categoria. O próprio Conselho Federal ainda não tem um posicionamento fixo, mas, com certeza, o posicionamento que foi tomado pelo Conselho, eu acompanharei.

O número de reprovados nos exames da OAB cresce a cada concurso.O senhor acredita que essa avaliação deveria ser repensada ou realmente é necessária?

Vejo que o exame tem um resultado fundamental. Hoje, você uma qualificação melhor daquele advogado que entra recentemente para encarar a advocacia. Defendo a permanência do exame, mas acho que precisa sempre ser reestudado para readequação da situação atual. É nossa intenção formamos parcerias maiores do que as que já existem com o ensino jurídico em si a fim de tentar trazer os bacharéis que estão saindo das universidades e faculdades à realidade do exame. E vice-versa. Trazer o exame à realidade dos bacharéis. Isso é uma proposta nos-

O Ministério Público do Rio Grande do Norte realizou algumas operações que ganharam destaque na mídia.Através das redes sociais,ou até mesmo na imprensa,alguns advogados criticaram,e ainda criticam,a atuação dos promotores e procuradores.Alguns apontam que há“estrelismo”e exageros por parte do MPE.Qual sua análise?

Eu vejo que, acima de tudo, a OAB precisa ser parceira de todas as instituições. Mas os exageros precisam ser combatidos. Nosso posicionamento será firme quando houver os exageros.

Agora, existe a via judicial para combater os exageros e os advogados que se acham atingidos têm que procurar a Ordem para buscar auxílio no sentido exatamente de coibir os exageros.

4 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

natal

Domingo | 25 de novembro de 2012

ARTIGO

Poder Judiciário

MARCELO ALVES DIAS DE SOUZA Procurador Regional da República Mestre em Direito pela PUC/SP Doutorando em Direito pelo King’s College London – KCL

ANELLY MEDEIROS

Governo Governo do Estado recorreu da decisão do ministro Ricardo Lewandowski mandando fazer o repasse integral do duodécimo ao Tribunal de Justiça relativo aos meses de outubro, novembro e dezembro. Com o agravo, a medida será apreciada pelo Plenário do Supremo, mas até lá o Governo está obrigado a cumprir a decisão judicial. Até sexta-feira, o Executivo não havia repassado integralmente o duodécimo de outubro,o que já havia sido determinado em decisão anterior do mesmo ministro.

O

Argumentos No recurso que apresentou ao Pleno do STF, o Governo repete os argumentos de queda de arrecadação e levanta novas questões processuais . A principal delas é de que para que o Judiciário pudesse ser representado por advogado constituído, e não pela Procura-

O positivista

doria do Estado, deveria haver anuência do Procurador Geral e do Chefe do Executivo. Como se o Chefe do Executivo, no caso a governadora Rosalba Ciarlini, iria autorizar o TJ a contratar um advogado para entrar com uma ação contra o próprio Executivo.

MAGNUS NASCIMENTO

FOTO DA SEMANA FOTO DA SEMANA FOTO DA A coluna elegeu a foto, publicada pelo jornal Tribuna do Norte, como a Foto da Semana. A imagem vale mais que “mil palavras” .

Além de registrar a vitória do candidato Sérgio Freire, como novo presidente da OAB/RN, revela a euforia do grupo de advogados que trabalhou para a vitória do candidato.A disputa pela presidência da Ordem aconteceu em alto nível e foi uma bonita festa da democracia.

Recesso

Livro

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) regulamentou o recesso forense e suspensão dos prazos processuais, durante o período do Plantão Jurisdicional, que acontecerá de 20 de dezembro de 2012 a 06 de janeiro de 2013. Ficarão suspensos, pelo mesmo período, os prazos judiciais no TJRN.

O desembargador Federal Edilson Pereira Nobre Júnior, integrante do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, lançará o livro “Jurisdição Constitucional – Aspecto Controvertidos”, na próxima quinta-feira,29. O evento, às 17h30, acontecerá na sede da Justiça Federal do Rio Grande do Norte, no bairro de Lagoa Nova, em Natal.

onheci o cidadão logo que saí da universidade. Devorador de códigos, ele era juiz pelas bandas do Mato Grande potiguar. Dizia-se positivista. Não que tivesse qualquer conhecimento – pelo menos algo minimamente substancial – das escolas positivistas ainda em voga: o normativismo, a jurisprudência analítica, o decisionismo e por aí vai. Se de Kelsen, uma vez, havia manuseado um resumo, de Austin e Hart nunca ouvira falar.

Ele era um positivista de outra cepa.

Claro que, apenas intuitivamente (frise-se), tinha horror à ideia de um Direito natural, mais próximo da noção de Justiça, para fundamentar e legitimar o Direito criado pelos homens. Nada de um Direito fundado na razão ou na natureza humana, na qualidade de ser individual ou coletivo, em juízos morais ou éticos, ou mesmo na nossa relação com Deus, que, preexistindo ao Direito criado por nós, deva ser respeitado. Cícero, Santo Agostinho, Grotius, São Tomás de Aquino, Del Vecchio e mais um bocado “que se danem” (ele teria certamente dito, se conhece a obra deles, claro).

Para ele, como gostava de bradar, o “Direito era positivo”, no sentido, bem peculiar, de que era aquilo que estava no seu Código (publicado pela Saraiva que, fazendo propaganda, dizia ser o melhor).

E isso sem a menor preocupação de ter, partindo da Constituição (ou de uma “norma fundamental” ou do “comando do soberano”, como queiram), uma noção do Direito logicamente coerente e

C

consistente.

Codicista, dizia-se fã da escola da exegese (embora também nunca tivesse ouvido falar de Demolombe, Bugnet e Aubry), fruto do surgimento do Código de Napoleão, para ele sempre em moda.

Dizia que o Código – o de Napoleão, em França; o da Saraiva, capa preta, no Mato Grande potiguar – era a única fonte do Direito. Negava-se a recorrer a outras fontes na busca de soluções para os casos que “julgava”. Para ele, um juiz não deveria ser outra coisa senão a boca que pronunciava as palavras do Código e, no seu foro, era proibida a citação de outra coisa que não fosse a “lei”. Naquele livrinho, que era um todo perfeito e sem lacunas, achava todas as suas “sentenças”.

Bonapartista a sua maneira, gostava de repetir que o herói de Austerlitz, ao saber que um professor se “atrevia” a comentar o seu Código, teria afirmado: “meu Código está perdido”. Contraditoriamente católico fervoroso (para não dizer chatamente carola), achava o máximo a Bula da Igreja Católica de 1564, que promulgou os decretos do Concílio de Trento, haver proibido qualquer interpretação ou comentário ao seu texto, a fim de evitar confusões ou erros. Coisa que ele muitas vezes estendia à Bíblia, levando a afirmações as mais tresloucadas.

Depois de um tempo de magistratura, virou assunto de histórias e estórias.

Algumas sérias, outras cômicas. Uma delas, não sei se anedota, conta que, na comarca de Angicos, deu de cara com o caso de um tal de AA (vou também preservar o nome para não ferir alguns mais próximos), que era acusado de bigamia.

Colhidas as evidências, absolveu o “infeliz”. Ele era casado não com duas, mas com três jovens, e isso não estava proibido no seu Código.

ELE ERA UM POSITIVISTA DE OUTRA CEPA. CLARO QUE,APENAS INTUITIVAMENTE, TINHA HORROR À IDEIA DE UM DIREITO NATURAL,MAIS PRÓXIMO DA NOÇÃO DE JUSTIÇA,PARA FUNDAMENTAR E LEGITIMAR O DIREITO CRIADO PELOS HOMENS “

CONTRADITORIAMENTE CATÓLICO FERVOROSO,ACHAVA O MÁXIMO A BULA DA IGREJA CATÓLICA DE 1564,QUE PROMULGOU OS DECRETOS DO CONCÍLIO DE TRENTO, HAVER PROIBIDO QUALQUER INTERPRETAÇÃO OU COMENTÁRIO AO SEU TEXTO,A FIM DE EVITAR CONFUSÕES OU ERROS”

AUDIÊNCIAS O Escritório Nobre Falcão Advogados Associados amplia a área de atuação e atende carta de clientes em vários estados do país. Na semana que passou o advogado Fabiano Falcão participou de duas audiências. Uma no Rio Grande do Sul e outra em Brasília.

PLANTÃO Também já está definida a escala de desembargadores que participarão do plantão durante o recesso. A escala terá início às 8h de um dia encerrando-se no mesmo horário do dia seguinte.

NEGÓCIOS O advogado Fernando Colares, especialista no setor imobiliário, quer implantar um índice inflacionário que irá apontar para população em geral, a evolução ou queda de preços nas transações imobiliárias por bairro da Grande Natal.

PJe obrigatório Depois de cursos de capacitação promovidos pela Seção Judiciária na capital e no interior, o PJe, Processo Judicial Eletrônico, está sendo obrigatório. A Justiça Federal potiguar foi pioneira no Brasil na implantação

do Processo Judicial Eletrônico, mas até o momento era facultativo . Desde o dia 29 de outubro em Natal e 12 de novembro no interior, é obrigatório o PJe para todas as demandas no Judiciário Federal.

FÓRUM Na sexta-feira, dia 30 de novembro, Natal vai sediar o primeiro Fórum de democratização do Poder Judiciário, com a presença de magistrados do Brasil inteiro. Uma realização da AMARN e da AMB - Associação dos magistrados do Brasil.

PARCEIRO Ao saber da vitória da Chapa 1, da qual fez parte para se reeleger Conselheiro Federal, o advogado Lúcio Teixeira dos Santos fez a seguinte declaração: “Eu acho que essa vitória representa um incentivo para que eu possa cada vez mais me dedicar às causas da OAB e realizar um trabalho ainda maior como Conselheiro Federal.

Quinta Jurídica Abertas as inscrições para a Quinta Jurídica, marcada para dia 29, às 19h, na Justiça Federal. O tema será “Tribunal Constitucional e Política”. Os palestrantes serão o Desembargador Edilson Pereira Nobre Júnior, o

Procurador Ronaldo Pinheiro de Queiroz e o Procurador Fabiano André de Souza Mendonça. As inscrições estão abertas através do site da JFRN: www.jfrn.jus.br e serão confirmadas mediante a doação de 2kg de alimentos .

autos &

motores

TODAS AS SEXTAS NA TRIBUNA DO NORTE

Domingo | 25 de novembro de 2012

natal

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[ FISIOTERAPIA ] Um acidente na piscina, em julho de 2011, levou o pequeno Raul a ser desenganado pelos médicos. Com ajuda de um professor da UFRN, hoje a criança já dá os primeiros passos na nova vida

Um acidente, o coma e a alegria de reaprender a andar FOTOS:EMANUEL AMARAL

VALDIR JULIÃO repórter

uas datas contam a história entre a morte e a vida de Raul Cali Ramos Feitosa, sete anos: a primeira, 17 de julho de 2011, foi o dia em que o menino se afogou na piscina de adulto de um parque aquático em Ponta Negra, que o colocou em coma por 20 dias na Unidade de Terapia Incentiva (UTI) do Hospital Walfredo Gurgel. “Passou-se mais seis dias e ele abriu os olhos”, relembra sua mãe, a pedagoga Antônia Márcia Ramos.

Daí em diante, continuou o drama de Raul, que ficou mais 14 meses, praticamente, sem responder a qualquer estímulo, por causa da falta de oxigênio no cérebro pelos mais de dez minutos que esteve afogado na piscina.

O milagre veio depois, em 19 de setembro de 2012, Raul andou pela primeira vez - “deu três passos e se abraçou ao professor”, contou Márcia Ramos, que até hoje está licenciada da escola municipal “Baixinhos Educados”, onde ela trabalha, em São Gonçalo do Amarante, para poder acompanhar o filho.

Antes disso, o pequeno Raul, peregrinou por três hospitais e clínicas de reabilitação, pois além do HWG, passou mais 15 dias no Hospital Papi, de onde recebeu alta no dia 17 de agosto do ano passado: “Mas ele ficou totalmente dependente de mim”, continuou a pedagoga.

Márcia Ramos explicou que, em seguida, ficou com ele mais quatro meses no Hospital Sara Kubitschek, em Brasília, referência em neuroreabilitação no país.

Ainda quando estava com o filho hospitalizado no HWG, a pedagoga disse que recebeu a noticia mais triste, que o filho estava desenganado e não voltaria mais a andar e havia dúvidas se Raul voltaria a falar, andar e ver, “porque havia faltado oxigênio e quase todas as áreas do cérebro”.

No Hospital Sara Kubistchek o menino submeteu-se a todo um trabalho fisioterápico mecânico.

Lá, segundo ela, pôde aprender a lidar com o filho numa situação diferente, “que parecia um bebê, como se tivesse tido uma nova gestação”.

Após voltar de Brasília, Márcia disse que procurou outras clí-

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Raul Cali Ramos volta a andar após tratamento feito com o professor da UFRN, Raimundo Barata

nicas de reabilitação, “porque queria também um trabalho complementar e mental” para o seu filho. Então, foi que conheceu a médica Elisabete Montenegro, que trabalha com o Método Padovan.

Mas, a pedagoga afirmou que começou a ver resultados depois de uma amiga, que é professora na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ter lhe contado sobre o trabalho desenvolvido pelo professor Raimundo Barata no Departamento de Educação Física daquela instituição de ensino superior, onde chegou com Raul em fevereiro deste ano.

O professor Raimundo Barata já faz um trabalho de fisioterapia com idosos e pessoas vítimas de acidentes vascular cerebral (AVC) ou que enfrentam problemas de saúde decorrentes de diabetes, por exemplo, usando a água na piscina semiolímpica do Parque Aquático da UFRN como ambiente adequado para a recuperação dessas pessoas.

Barata disse que “já sabia que a solução para Raul estava ali, dentro da água”, mas tinha receio que por causa do trauma do afogamento, a criança rejeitasse a piscina. Pelo contrário, quando o menino viu água foi a maior alegria - “ele parecia um pato, não teve rejeição nenhuma”.

Segundo a mãe, Raul “ficou doido pela água” e, desde então,

vem apresentando avanços nunca antes inimagináveis. “Quando se afogou, era uma criança alfabetizada, sabia ler e escrever”, acrescentou Márcia Ramos, mas depois de perder a fala e outros sentidos, voltou a andar, já está na escola “Baixinhos Educados”, reaprendendo as coisas “juntando as letrinhas” e falando “mãe, nadar, me dá...”

No dia em que caiu na piscina adulta do parque aquático, Raul estava acompanhado do pai, que não viu quando o filho saiu de onde ele estava. O garoto só foi salvo, mesmo tendo de passar por todos esses problemas, porque uma jovem grávida viu, da janela do oitavo andar do edifício de apartamentos onde mora, que o menino havia caído e estava submerso, em pé, e sem ninguém por perto.

A mãe dele conta que a jovem, grávida, pegou o elevador, desceu o edifício, correu para o parque aquático e pulou na piscina pra retirar o menino. Depois, chegou um médico que estava no local, fez o trabalho de reanimação, tentou desistir e seguiu com o trabalho de reanimação. A criança, segundo os médicos, já havia tido morte cerebral, tendo ele recuperado as funções vitais depois que chegou a equipe de socorristas do Samu Metropolitano, a qual ministrou uma injeção de adrenalina, que permitiu a sobrevida de Raul.

Trabalho desenvolvido é filantrópico O trabalho fisioterapêutico no parque aquático da UFRN é filantrópico e dele, hoje, participam mais de 200 pessoas. “A nossa preocupação também é com aquelas pessoas que não podem pagar por uma clínica de reabilitação, precisam de atendimento e aqui a gente pode ajudar”, afirmou o professor Raimundo Barata. “Nunca fiquei tão gratificado em termos de trabalho realizado quanto o que foi feito com Raul”, continuou Barata, o qual lembrou ter chorado bastante, quando viu o menino dar os três primeiros passos fora da piscina.

Além de permitir que a pessoa ganhe mais massa muscular que fora da piscina, o professor Barata explicou que o trabalho fisioterapêutico ministrado por ele faz com que a pessoapercamaiscaloria,porqueprecisa fazer mais força dentro da água, “que é mais de 900 vezes mais densadoqueoar”.Segundo Barata, para cada 500 gramas de massa muscular que uma pessoa ganha a mais, exige-se a queima de mais 60 calorias para o corpo continuar funcionamento normalmente.

Ele também anda um pouco pre-

MELHORA O professor Raimundo Barata chefia o Núcleo de Saúde do Departamento de Educação Física da UFRN e disse que em 40 anos de profissão nunca tinha visto “uma recuperação como a de Raul”. Barata explicou que o maior problema de Raul,foi o fato de que durante a fisioterapia convencional e mecânica,ele não recuperou a massa muscular que havia perdido enquanto ficou em coma ou internado em hospitais: “Quando o vi,pensei que o destino dele era ficar numa cadeira de rodas ou numa cama”.

No início do tratamento,Raul “dava passos aleatórios e sem nenhuma coordenação motora”, como se fosse“um soldado alemão dando passos de ganso”. A mãe disse que ele só caminhava se fosse com duas pessoas o segurando com as mãos,de um lado e outro:“Não tinha autonomia para caminhar”. Em 13 de fevereiro deste ano Raul começou as atividades e movimentação dentro da piscina, para que ele voltasse a ter massa muscular.Agora,a criança voltou a ser alegre,brincalhona,levanta o polegar em sinal de“Ok”e até abraçou-se com o repórter,mexeu no bloco de anotações e ainda pediu pra ver a fotografia tirada dele ao lado da mãe.

DATAS

17 de julho de 2011 Raul Ramos Feitosa,sete anos,é encontrado submerso na piscina adulta de um parque aquático em Ponta Negra.O menino passa mais 20 dias em coma no Hospital Walfredo Gurgel e depois vai para o Papi.

17 de agosto de 2011

Raul, acompanhado da mãe, se exercita na piscina da UFRN

ocupado, porque as duas piscinas semiolimpícas do parque aquático da UFRN vão passar por reformas, e vai pedir para que isso não ocorra simultaneamente, o trabalho de recuperação de uma só comece depois de terminar a da outra.

A piscina olímpica está fechada, segundo ele, porque tem mais de 200 metros quadrados de azulejo solto, sem falar que as paredes das piscinas semiolimpicas vão passar por restauração, mas reclamando que as obras estão sem entregues sem haver uma fiscalização mais rigorosa: “A piscina grande ficou

cinco anos parada, foi recuperada, passou mais três anos e precisa de outro reparo”.

Somente para relatar o resultado positivo que a fisioterapia dentro d’água traz, Barata informou que fez uma pesquisa com 36 idosos, divididos entre os que tinham um trabalho na piscina e outros que não participavam. Segundo ele, desses idosos, 16 que trabalhavam na piscina deixaram de cair: “Dois continuaram caindo “porque faltavam, não faziam o trabalho frequentemente”, continuou ele.

Raul recebe alta do Hospital Papi.

13 de fevereiro de 2012 Raul realiza seu primeiro trabalho de fisioterapia na piscina semiolímpica da UFRN.

19 de setembro de 2012 Raul volta a andar sozinho,pela primeira vez,14 meses depois do acidente.

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Natal | Rio Grande do Norte | Domingo | 25 de novembro de 2012

[ ANIMAIS ] Cerca de 120 mil doses da vacina

estarão disponíveis nos postos de atendimento

Sábado (01) é o “Dia D” da campanha antirrábica C om o objetivo de atingir uma cobertura vacinal em todas as áreas do município, reduzir o risco de ocorrência de raiva em cães e gatos e, conseqüentemente, evitar casos em humanos, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realiza no próximo sábado (01/12), das 8h às 17h o “Dia D” contra a raiva. Serão disponibilizadas 120 mil doses da vacina, durante a campanha, e instalados cerca de 190 postos de vacinação distribuídos nos Distritos Sanitários Norte, Sul, Leste e Oeste, envolvendo 850 profissionais.

A vacinação já está ocorrendo desde o dia 12 deste mês, dentro da Campanha Antirrábica Canina e Felina 2012. Segundo o chefe do CCZ, médico veterinário, Diógenes Soares, a estratégia adotada para a campanha é iniciar a campanha nas micro-áreas, que são locais determinados previamente, obedecendo a critérios como dificuldade de acesso e locomoção; áreas de chácaras; novos núcleos habitacionais e, ainda, áreas limítrofes do município de Natal, onde no Dia “D” da campanha não será possível instalar um posto de vacinação.

Diógenes ressalta a importância da campanha de vacinação como a medida mais eficaz no controle e na prevenção da raiva. “A vacina é gratuita e específica apenas para cães e gatos, com idade mínima de 90 dias. No município do Natal, as atividades foram iniciadas em 1984, quando da instalação do CCZ Natal, devido à ocorrência de um caso de raiva em humano, no ano anterior. Portanto, graças às ações de prevenção e controle dessa grave zoonose, realizadas pelo CCZ Natal, há vinte e oito anos no Município não ocorrem casos de raiva em ser hu-

mano”, disse.

O CCZ está capacitando cerca de 600 vacinadores nesta quinta-feira (22) à tarde, na sexta-feira (23) pela manhã e na segunda-feira (26) durante manhã e tarde, no Auditório da Funasa, que fica na Avenida Alexandrino de Alencar, Tirol.

A DOENÇA A raiva ou hidrofobia é uma doença viral aguda que é causada pelo vírus rábico (Gênero Lyssavirus, família Rhabdoviridae) que determina uma encefalomielite severa, pode acometer todos os mamíferos, inclusive o homem, apresenta evolução rápida e a letalidade ocorre em, aproximadamente, 100% dos casos. É de alta relevância para a saúde pública, considerando que, após a manifestação dos sintomas, a vítima geralmente evolui para o óbito. O controle e a prevenção da raiva em meio urbano depende de algumas ações relacionadas aos cães e gatos, considerando que, na cadeia epidemiológica, são estes os principais transmissores do vírus rábico para o homem.

Atualmente, cerca de 60.000 mortes/ano são registradas em decorrência da raiva, sobretudo, nos países da África e da Ásia. Na América Latina as medidas de controle desenvolvidas pelos países reduziram a incidência da raiva no homem para menos de 100 casos por ano.

A Campanha Anual de Vacinação Antirrábica Canina e Felina é considerada a mais importante das medidas de controle, pois determina a diminuição do número de animais suscetíveis (imunidade de grupo).

OUTRAS INFORMAÇÕES: Diógenes Soares – Chefe do CCZ / Coordenador da campanha – SMS/ Natal -Cel: 8802-3256 / 8803 5090 JPÃO MARIA ALVES

Quem quiser se antecipar, o CCZ já está efetuando as vacinas

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ENTREVISTA

A médica e escritora Carol Damásio fala da “Arte de Nascer.”

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TEMPO HOJE

TÁBUA DE MARÉS

FEIRAS LIVRES

Nublado com pancadas de chuvas Máx.: 30ºC Mín.: 25ºC

Preamar 00h32-1.9 - 13h06-2.0 Baixa-mar 06h39-0.6 - 19h04-0.6

Cidade da Esperança: hoje 406 bancas/386 feirantes Nova Natal 550 bancas/283 feirantes

BALNEABILIDADE Impróprias Rio Pium

FASES DA LUA Crescente: hoje Cheia: 28/11 Nascer do sol: 4h55 Pôr do sol: 17h20

Editora: Cledivânia Pereira e-mail: cledivania@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 25 de novembro de 2012

De hoje até a próxima terça-feira (27) 28.614 candidatos irão disputar uma das 3.015 vagas, distribuídas nos 84 cursos de graduação presencial da instituição. A Comperve contará com o apoio de 2.200 fiscais e 123 coordenadores [ DISPUTA ]

Último vestibular da UFRN começa hoje DIVULGAÇÃO

uma sensação de dever cumprido, ou pelo menos de que você deu o seu máximo e esse sentimento pode diminuir a insegurança que geralmente acomete os estudantes.

“O importante é que qualquer contato com conteúdos para a prova durante esses dias aconteça perto de um professor que possa tirar suas possíveis dúvidas, caso contrário, a ansiedade, o nervosismo e a insegurança podem ser ainda maiores”, orienta Mônica.

CARLA FRANÇA Repórter

oi dada a largada para o Vestibular 2013 da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o mais concorrido do Estado. De hoje até a próxima terçafeira (27) 28.614 candidatos irão disputar uma das 3.015 vagas, distribuídas nos 84 cursos de graduação presencial da instituição.

O último Vestibular da UFRN será realizado, além de Natal, nos municípios de Caicó, Currais Novos e Santa Cruz e Mossoró. Para que nada dê errado, a Comperve contará com o apoio de 2.200 fiscais, 123 coordenadores e auxiliares, 210 pessoas que auxiliarão no apoio, além de 112 seguranças. Todo esse contingente será distribuído entre os 51 locais de aplicação das provas.

Mas toda essa logística não vai adiantar se o vestibulando não ficar atento ao horário das provas e , principalmente ao deslocamento até a escola. Para evitar problemas como os que aconteceram no ENEM, a Comperve solicitou apoio a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e ao Seturn que darão reforço na organização do trânsito e nas linhas de ônibus, respectivamente.

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Os aulões de véspera são ótimas oportunidades de estudo

“A nossa maior preocupação é com os alunos que farão prova no Campus da UFRN. São cerca de 10 mil vestibulandos chegando ao mesmo tempo no mesmo lugar.

Então para evitar atrasos o ideal é chegar com, pelo menos, meia hora de antecedência. Os portões das escolas abrem às 07h20 e fecham às 8h. Depois desse horário ninguém entra mais”, disse a presidente da Comperve, Magda Pinheiro.

AULÕES Para quem ainda está em busca das últimas dicas, o aulão de véspera é uma ótima oportunidade. Mas os alunos devem ter cuidado para não se sobrecarregar

nos dias antes das provas.

“Todos os esforços foram feitos. Não adianta mais querer aprender de última hora. É importante revisar o que se sabe, uma releitura do conteúdo já visto. No mais é acreditar no potencial e por em prática o que já aprendeu”, orienta o o coordenador geral do CDF Colégio e Curso, Raniere Sá.

De acordo com a psicóloga do Contemporâneo Colégio e Curso, Mônica Brito, não existe uma receita, tudo depende da necessidade cada um. O importante é que o vestibulando possa estar descansado, que durma bem, que cuide da sua alimentação e participar dos aulões de véspera acaba dando

CONCORRÊNCIA Como já é tradição, o curso de Medicina é o mais concorrido. São 65,06 alunos disputando uma vaga. Seguido por Psicologia (35,80), Arquitetura e Urbanismo (24,35), Engenharia Civil (23,14), Direito Bacharelado (20,42), Educação Física (20,23), Direito Bacharelado (19,88), Odontologia (18,33), Fisioterapia (18,07) e Nutrição (16,90).

A previsão da Comperve é que o resultado do Vestibular 2013 seja divulgado no próximo ano, provavelmente no início de janeiro.

LEIA MAIS Vestibulandos estudam até as últimas horas antes das provas.

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DATAS E DICAS ➔Domingo (25) Provas objetivas de Ciências da Natureza,Matemática e suas Tecnologias (Física, Química,Biologia e Matemática) e Linguagens,Códigos e suas Tecnologias (Língua Estrangeira) ➔Segunda-feira (26) Provas objetivas de Linguagens,Códigos e suas Tecnologias (Português e Literatura) e Ciências Humanas e suas Tecnologias (História e Geografia) e redação. ➔Terça-feira (27) Discursivas de acordo com a área do curso escolhido. ➔ IMPORTANTE Horário:Os candidatos terão acesso aos locais de provas a partir das 7h20,e ficarão abertos até às 8h.Após esse horário não será permitida a entrada de nenhum candidato.

Tempo: As provas terão a duração de 4h30,exceto para os candidatos com necessidades especiais,que terão 5h30 para a realização de suas provas.

Documentos: Para ter acesso ao local de prova,os candidatos devem apresentar o original do mesmo documento de identificação utilizado na inscrição.A Carteira de Estudante não é documento válido para identificação do candidato.

Não Pode: Será expressamente proibido aos candidatos portarem celular (ligado ou não), relógio eletrônico,calculadora,câmera fotográfica ou qualquer outro tipo de aparelho eletrônico;arma;dicionário,livro, apostila,“dicas”ou qualquer outro material didático;lápis grafite,corretivo,borracha; boné,gorro,chapéu,óculos escuros.

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Domingo | 25 de novembro de 2012

Estudo na madrugada, cursinho preparatório, leitura... A maioria dos vestibulando que disputa uma vaga na UFRN mantém ao longo de todo o ano uma rotina puxada. A TRIBUNA DO NORTE acompanhou o dia a dia de dois estudantes [ CONCURSO ]

Rotina de vestibulando é cansativa TRIBUNA DO NORTE acompanhou os últimos dias de preparação para o Vestibular 2013 da UFRN de dois candidatos. Eles disputam a vaga em dois dos mais concorridos cursos da instituição: Direito e Medicina.

Um estuda em escola pública e a outra em escola privada.

Sadeu Gomes tem 17 anos, faz a 3ª Série do Ensino Médio na Escola Estadual Floriano Cavalcante e está prestando vestibular pela primeira vez. Ele escolheu o curso de Direito. Durante todo o ano ele se dedicou aos estudos com uma rotina puxada. Às 5h da manhã ele já estava de pé para começar a maratona de estudos em casa, cursos isolados e aulas na escola. A rotina era puxada, mas necessária.

“Procurei fazer cursinho por fora porque sentia dificuldade em algumas disciplinas como Física, Química, Português. Precisava adquirir conhecimento para brigar de igual para igual com os alunos das escolas particulares”, disse Sadeu.

Nas poucas horinhas de descanso durante o dia, ele assistia a TV ou lia as obras literárias cobradas pela Comperve. A outra estudante é Isadora de Paiva de 20 anos e pela quarta vez tenta realizar o sonho de fazer Medicina na UFRN. Ela morava em Mossoró, mas desde junho veio para Natal – casa dos tiospara intensificar a preparação para o vestibular.

Diferente de Sadeu, ela manteve uma rotina noturna, estudava uma média de sete horas durante a madrugada e dormia pela manhã.

Como já não precisava mais se preocupar com o Ensino Médio, Isadora conseguiu dividir melhor os dias.

Sobrou até um tempinho de ir à academia. “Sempre preferi estudar a noite. Na minha divisão de tempo, deixei umas seis horas de estudo para a madrugada e outras três para manhã e tarde”, disse.

Cada um deles, dentro das suas possibilidades e limitações, procurou fazer dar o máximo. E agora estão prontos para enfrentar uma das batalhas mais importantes. “Me dediquei ao máximo e, apesar das dificuldades, estou confiante”, disse Sadeu. Isadora também está confiante na aprovação. “Minha parte foi feita, agora é manter a calma e confiar em Deus”, disse ela.

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DIA A DIA DOS VESTIBULANDOS:

BATE-PAPO

A TRIBUNA DO NORTE acompanhou a rotina dos dias que antecedem o vestibular da UFRN de dois estudantes:

» Mônica Brito Psicóloga

SADEU GOMES (Aluno do 3º ano do Colégio Estadual Floriano Cavalcante)

ISADORA ELENA (Aluna do Overdose Colégio e Curso)

5h: Acorda

12h: Acorda 12h30 às 13h30:Aproveitava esse tempinho para almoçar e tomar nota de alguns conteúdos;

5h às 7h: Antes mesmo de tomar café começa os estudos em casa; 7h:Pausa para o café da manhã; 7h30 às 11h30:durante três dias na semana ele frequentava um cursinho isolado das disciplinas que tinha mais dificuldade.Nos outros dias estudava em casa;

14h: Hora de ir para a academia liberar as tensões e o estresse para começar mais um dia de estudo; 16h às 17h30:aproveita para estudar em casa antes de ir para as aulas do cursinho; 17h30 às 22h15:Hora de ir para o cursinho; 23h30 às 6h: após chegar em casa e jantar,Isadora passa toda a madrugada estudando.Segundo ela,é nesse horário que consegue absorver melhor o conteúdo das aulas e disciplinas.

FOTOS:MAGNUS NASCIMENTO

13h às 17h30: Hora de ir para escola porque além de se dedicar ao vestibular,ele precisa passar de ano; 18h às 18h30:Duas vezes na semana participava da Oficina de Produção de Texto,Literatura e Letramento oferecida pelo Floca.Essa era a oportunidade de se aprofundar nas obras literárias e pegar intimidade com a Redação; 19h30-21h:Tempo para leitura de assuntos atuais,obras do vestibular,assisti TV 22h:dormir

Oquefazernosdiasdeprova:estudar ou relaxar?

Não existe uma receita, tudo passa por uma questão de necessidade pessoal. É extremamente importante que o vestibulando possa estar descansado, que durma bem, que cuide da sua alimentação e do seu corpo, mas sem dúvida nenhuma, participar dos aulões de véspera acaba dando uma sensação de dever cumprido, ou pelo menos de que você deu o seu máximo e esse sentimento diminui consideravelmente a insegurança.

Eduranteaprova,qualaestratégia que o aluno deve adotar?

O ideal é começar a prova pelo conteúdo que você se sinta mais seguro, para não correr o risco de errar as questões que são garantidas.

Leia a prova e vá respondendo as questões consideradas fáceis, quando perceber que está perdendo muito tempo em uma única questão, passe para a próxima, depois volte e responda as mais difíceis. Caso você se perceba muito nervoso na hora da prova, pare um pouco, respire fundo várias vezes e depois de recuperar o seu autocontrole, volte a responder as questões.

Anotar os gabaritos para conferir os resultados pode atrapalhar?

Não tem nenhum problema. O que se deve tomar cuidado é com o que você pode sentir depois de conferir, principalmente se os seus resultados não estiverem como você espera. A dica é: anote o gabarito, mas deixe para conferir todas as respostas após o término do concurso.

E se ao longo dos dias de prova o aluno for percebendo que não se deu bem nas provas,o que fazer?

No vestibular o que precisamos fazer é pensar em um dia de cada fez. O ideal é procurar não pensar no resultado agora. Depois das provas vocês terão um longo período de espera pelo resultado.

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Domingo | 25 de novembro de 2012

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POR ANNA RUTH DANTAS

CAROL DAMÁSIO

A MÉDICA POTIGUAR É A AUTORA DO LIVRO “A ARTE DE NASCER”,SUA SEGUNDA OBRA.FRUTO DE UM TRABALHO SOCIAL QUE MOSTRA A RELAÇÃO ENTRE A MATERNIDADE E A IMPORTÂNCIA DE CUIDADOS,ATIVIDADES E GESTOS DAS MÃES,O PROJETO JÁ GANHOU PRÊMIO INTERNACIONAL. ELA CONTA OS DETALHES NA ENTREVISTA:

“É possível reduzir a dor do parto” FOTOS: ADRIANO ABREU

Como surgiu a ideia do livro “A Arte de Nascer”?

Essa ideia de trabalhar com gestantes surgiu quando eu era estudante de Medicina; visualizei esse fato do parto ser associado a um momento de dor e sofrimento. E foi quando a semente do Arte de Nascer foi plantada. Eu comecei a estudar, o momento do parto, comecei a descobrir coisas interessantes que a ciência já havia comprovado, que se a mulher vivencia o momento do parto de forma positiva terá relação dela com a criança, nos cuidados que ela vai ter com a criança. Eu comecei a descobrir muita coisa legal, com relação a gestação e o parto. E fui me apaixonando pela área. Eu estudei muito sobre humanização. E veio a ideia de trabalhar com gestante como uma forma de mudar a situação. Eu sou infectologista, na verdade, mas em 2008 formei um grupo de gestante junto com mais três amigas em uma ONG em que eu já era voluntária há algum tempo, mas nunca tinha trabalhado nessa área (de gestante). E fui meio que trabalhando aquilo que estudava, vivenciava com as grávidas. Nesse grupo tinham algumas meninas envolvidas com arte. Foi montado um grupo de gestante onde trabalhávamos as informações, aquelas informações de saúde, e fazia um momento com arte para começar a usar canções de ninar, poesias, e o arte de nascer foi se formando.

O que você busca com o livro?

O Arte de Nascer tem a proposta de ensinar a mãe a se comunicar com o bebê desde o início da gestação, desde o ventre, usando os recursos artísticos. Ele também é um projeto de saúde, de transformação social.

Como você ensina a mãe a se comunicar com o bebê?

Nós usamos várias técnicas artísticas, canções de ninar, poesias, terapias manuais. Nos nossos grupos de gestante, desde quando ela descobre que está grávida, ela conversa com o bebê, conta histórias para ele, recita poesia, ela canta.

E o bebê tem consciência disso, dessa comunicação da mãe?

Há estudos provando que os bebês são capazes de reconhecerem as músicas que as mães deles ouviam durante a gestação. Há trabalhos que mostram que a voz da mãe pode estimular o desenvolvimento cerebral do bebê. E, principalmente, o que observei com esse projeto é que as crianças que nasceram após o início do trabalho com saúde (na Casa de Caridade Auta de Souza, que está no distrito de Extremoz) traziam uma mudança. Eu estava há algum tempo (na Casa de Caridade), dizíamos direto para mãe amamentar aos seis meses, que não poderia dar mais nada até os seis meses. E sempre tinha a questão cultural, onde no Brasil temos um período muito curto de aleitamento materno. Mas as mães dos bebês, aquelas que estavam vivenciando o Arte de Nascer, comunicando-se com os filhos, estavam sendo diferentes e os bebês também.

O que mudou para os bebês com esse projeto,essas iniciativas?

Os bebês vivenciaram os cuidados das mães. Nós trabalhávamos com as gestantes todos os cuidados necessários durante a gestação, alimentação e a conexão da

jovialidade na aparência contrasta com o tema abordado. Seriedade na análise, olhar aguçado no desafio da pesquisa, semblante de satisfação com o resultado. A médica potiguar Carolina Damásio é a autora do livro “A Arte de Nascer”, sua segunda obra. Fruto de um trabalho social que mostra a relação entre a maternidade e a importância de cuidados, atividades e gestos das mães, o projeto já ganhou prêmio internacional. Foi com ele, que Carol Damásio chegou a atuar por nove meses no Mali e lá também conseguiu implantar o “Arte de Nascer”. Em meio a pobreza do país, ao alto índice de analfabetismo, a médica se emociona ao lembrar que lá também conseguiu despertar nas mulheres a importância de desenvolver atividades para se comunicar com o bebê e se preparar para o parto. Hoje o projeto desenvolvido por Carol Damásio é aplicado em Estado como Mato Grosso e Goiás. Está pulverizado em diversas comunidades. Não para menos, afinal o primeiro livro da médica foi ensinar como implantar o “Arte de Nascer” naos grupos. A intenção era replicar a atividade. E ela conseguiu!

Já nesse novo livro Carol fala sobre saúde, prevenção, o trabalho com a gestante. “Há um capítulo no livro onde falo sobre aprendendo a se comunicar com o bebê através da arte. Tem outro que falamos sobre aprendendo a amar uma criança sendo ela planejada ou não”, diz a médica, lembrando de uma pesquisa feita na Maternidade Escola Januário Cicco onde mostra que 40% das mulheres têm gravidez indesejada. Você consegue subliminar a dor da mulher ao parir?

“Essa questão da dor existem várias coisas que a Medicina já conseguiu comprovar. Há vários fatores que interferem sobre ela, há um componente psicológico na dor. A mulher que tem ajuda do parceiro durante a gravidez a dor reduz. É possível reduzir muito a dor. Ela (a dor) pode ser reduzida e muito com o estímulo ao vínculo e o suporte às mulheres”, responde Carol. Ao falar, a médica demonstra toda empolgação com o projeto. Simples nos gestos, empreendedora nas atitudes, ousada no pensar, com vocês Carol Damásio e o seu trabalho da “Arte de Nascer”.

A

“

Se você quer transformar um local, você precisa cuidar das gestantes e das crianças ”

mãe com o bebê. Começaram a ocorrer várias coisas especiais com esse projeto. Recordo-me que um dia chegou uma grávida e sentou pela primeira vez no nosso grupo.

Ela era viciada em drogas há 14 anos. Já tinha dado muitos filhos, estava gestante de novo. E em um momento de uma poesia que foi recitada, onde o bebê falava para mãe de tudo que traria de luz para vida dela, essa grávida começou a chorar, contou toda vida dela e a partir dali decidiu mudar. E ela criou essa criança e saiu das drogas. Tivemos vários momentos assim de muita emoção, de testemunhos das mães. Com tudo isso vivenciado, eu observava que aquele era um projeto muito simples, mas trazia grandes transformações. Por isso que todos falam: se você quer transformar um local você precisa cuidar das gestantes e das crianças. Tem vários trabalhos que mostram o benefício do aleitamento materno. É difícil falar de arte para mães que vivem em uma situação ca-

rente, onde até dificuldade de alimentos elas têm?

Na verdade, eu só entendi o projeto que eu fazia quando ele estava em curso. Na minha cabeça, quando comecei a fazer, imaginei que ele seria um projeto de humanização. A gente tinha um sistema público de saúde que precisava mudar algumas coisas. A questão do parto exigia um pré-natal de melhor qualidade. Precisavam ser ensinadas, receberem informações. Eu via o sistema deficitário, mas eu achava que nosso projeto seria complementar. Essa era a ideia. No ano de 2010 eu lancei o primeiro livro do projeto que era para ensinar qualquer pessoa a replicar o projeto no modelo que eu estava fazendo. Com o livro, qualquer pessoa saberia replicar, em igrejas, comunidades, o projeto que nós estávamos desenvolvendo. Qualquer pessoa que quisesse, tivesse boa vontade, poderia cuidar das gestantes da sua comunidade. O livro tinha as poesias, os momentos arte que sugerimos para trabalhar com as mulheres e as

Detalhes A sua relação com as grávidas: cada uma que passou pela minha vida contribuiu de alguma forma para o projeto De onde vem a dor da grávida: pode vir de vários lugares.A gente vê tantas mulheres passando por processos difíceis.Hoje em dia vivemos dias difíceis da saúde pública,a mulher peregrina por um leito.

O tipo de arte que desperta mais o bebê: o que trabalhamos mais são a poesia e a música.A musicoterapia tem um grande poder.

Perfil Carol Damásio se formou em Medicina no ano de 2008 na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.Ela já escreveu dois livros.Hoje continua desenvolvendo o projeto “Arte de Nascer”na Casa de Caridade Auta de Souza,em Extremoz.

Com o projeto desenvolvido a gestante,já ganhou um prêmio internacional e desenvolveu a atividade no Mali.Carol Damásio é médica infectologista e atua no Hospital Giselda Trigueiro.

orientações de saúde. E esse projeto, na mesma época que lancei o livro, ganhou um concurso internacional sobre os jovens líderes em saúde materna. Eles queriam jovens que tinham ideias inovadoras, onde há toda essa campanha mundial de redução de mortalidade materna. Foram escolhidas 15 pessoas do mundo.

Nunca pensei que pudesse ganhar, meu projeto era simples. Os 15 classificados foram trocados de país, para implantar o projeto em outro local. A ideia era implantar o projeto em outra nação. Eu fui para o Mali, que é o segundo país mais pobre da África. Quando cheguei para passar nove meses, que é o tempo da gestação para fazer o projeto e deixar para o país.

Quando cheguei me deparei com uma realidade completamente diferente do Brasil. O índice de mortalidade materna era altíssima, o índice de mortalidade infantil também muito alto. As mulheres eram mutiladas sexualmente desde a infância, havia a mutilação genital, índice de analfabetismo mais de 80%. O salário mínimo de lá era R$ 40. Não havia sistema público de saúde. Como você vai pagar um pré-natal ganhando R$ 40? Eu cheguei lá e precisava fazer algo, cai de para-quedas. O país era muçulmano. Eu pensei que o projeto não teria como ser desenvolvido lá porque envolvia arte. Ela (a arte) é complementar, mas eles não tinham nem o básico. Eu fui tentando desenvolver outros projetos lá. Tentei fazer um trabalho de prevenção de malária porque era muito forte na área das gestantes lá. Mas tínhamos um mentor de lá mesmo. Conheci uma africana que fez toda diferença, ela trabalhava muito com saúde materna e ela tinha um grande projeto na área infantil, era poeta, escritora de livros infantis. Ela tinha projeto de resgatar os jogos tradicionais. A minha mentora se chamava Coumbat Toure e quando eu falei com ela sobre o Arte de Nascer, eu contei o projeto e ela decidiu fazer lá.

Na minha cabeça eu achava que não daria certo porque as pessoas não tinham nem o que comer. Mas foi ela que decidiu fazer o projeto lá. E depois entendi, o Arte de Nascer tinha que ter ido para lá.

Como trabalhava com gestações não planejadas, ela conseguia transformar isso. Ele fortalece o vínculo materno infantil porque muitas deixam muito de lado.

Mas como despertar esse vínculo nas comunidades carentes, que têm tantas preocupações?

Eu descobri que esse vínculo é muito mais poderoso talvez do que a gente imagina. Ele é capaz quando você se volta para o amor, para o bebê. Qualquer mulher pode experimentar a gestação de maneira positiva, independente de ter sido planejada ou não, independente dela ter recursos materiais ou não. A gestação pode ser vivenciada de forma sublime, isso que a gente ensina.

Você consegue subliminar a dor da mulher ao parir?

Essa questão da dor existe várias coisas que a Medicina já conseguiu comprovar. Há vários fatores que interferem sobre ela, há um componente psicológico na dor. A mulher que tem ajuda do parceiro durante a gravidez a dor reduz. É possível reduzir muito a dor.

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Domingo | 25 de novembro de 2012

Eliana Lima elianalima@tribunadonorte.com.br

Zangão por um dia com João Rebouças residente do Tribunal Regional Eleitoral, o desembargador João Rebouças concedeu um dia de entrevista ao jornalista David Freire. Homem dedicado ao que faz na magistratura e dedicado à família. Devoto de São João Batista. Diz-se simples, mas é considerado “vaidoso” pelos familiares. Seu pai, sua “referência”. Não recuou diante das mais incisivas perguntas, como sobre os colegas afastados da função, sob acusação de desvio de recursos de precatórios, e da acusada de operar o esquema, Carla Ubarana.

P

las. Sim! Nosso entrevistado é apreciador de um bom vinho.

PODERES Rebouças cita a Constituição para explicar como tem que ser a relação entre Legislativo, Executivo e Judiciário: “os poderes são harmônicos e independentes”. “Isso é o que deve prevalecer”. Afirma que há cem vagas de juiz não ocupadas no RN e cerca de 1.500 cargos de servidores vagos. Resultado: morosidade e aumento no número de processos.

DESPERTAR Mesa posta para o café da manhã ao lado da esposa e dois dos quatro filhos, o dia começa às 7h30.

O desembargador João Rebouças aproveita ao máximo o tempo que tem para curtir à família, principalmente no horário das refeições.

Marido apaixonado, declaração à esposa Glória: “Ela é a glória aqui de casa”. Em meio ao café, o noticiário aborda o caso do goleiro Bruno. “É complicado. Se o cara não tiver força, cede e tenta sair de todas as maneiras (da prisão)”, comentou o magistrado. Café tomado, cita ditado do interior: “saco vazio não fica de pé”.

A fé nos pequenos detalhes DAVID FREIRE

ro das Rocas, onde Rebouças conheceu o hoje presidente da Fiern, Amaro Sales. “A gente entregava pães nas Rocas”, lembra. Estudou em escola pública. Aprovado no vestibular, morou na residência universitária até se formar em 1981, enquanto os pais voltaram para Areia Branca. “Saí do interior, mas o interior não saiu de mim”, brinca.

MEIO AMBIENTE No caminho para o TRE pela Via Costeira, comenta sobre imbróglio hoteleiros x Ibama para novas construções: “a Via Costeira é polo turístico que tem que se consolidar. O Ibama tem que reavaliar”.

Considera: “se construir novos prédios, que se pense no espaço para o acesso público, pavimentado, iluminado”.

No percurso, observou a quantidade de construções em curso pela cidade e alertou para a necessidade de planejamento para o desenvolvimento não atropelar o bem natural.

DIA A DIA No TRE, distribui “bom dia”. No gabinete, uma pequena imagem de São João Batista. Pela manhã, a visita dos juízes Verlano Medeiros e Carlo Virgílio. Em pauta, assuntos administrativos. Em momento algum o repórter foi convidado. “O TRE é muito coeso entre seus membros (juízes)”, declarou. Depois, recebeu servidores.

Almoço em casa, cardápio com peixe. “Gosto muito de peixe de água salgada como Sirigado e Garoupa”, informou. No carro de volta ao TRE, o assunto é futebol: “O Mano (técnico da seleção) tem que sair. É muito conservador. Precisa ser mais audacioso”.

CORTE Durante seu tempo na presidência do TRE, quer ampliar o projeto da biometria nas eleições. “Dará mais

Reunião com os juízes eleitorais Verlano Medeiros e Carlos Virgílio

SERVIDOR Café da manhã com a família, sempre

Realizado nesses quase 30 anos de magistratura, brinca: “se pudesse botava dois armadores e uma rede aqui e passava a semana toda no gabinete se não tivesse família”. Foi o primeiro desembargador no Brasil a zerar os processos a serem julgados em seu gabinete.

JUDICIÁRIO

Vista privilegiada do seu gabinete no TRE

Presidindo sessão na Corte

segurança à votação”, ressalta. Defensor da Lei Ficha Limpa, defende que seja aplicada dentro dos partidos. “É importante que se faça esse filtro. A população verá assim os partidos sérios e serve de exemplo”.

Sobre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ): “Precisava cutucar o ‘gigante adormecido’ (judiciário)”.

Sobre o processo contra o prefeito eleito Carlos Eduardo, disse que está no “âmbito correto (o Tribunal de Justiça), e que “não há nada contra Carlos Eduardo” no TRE. Sobre o julgamento de cassação do mandato do deputado Dibson Nasser (PSDB), declarou-se suspeito sob alegação do foro íntimo.

Sobre pressão, afirma que não sofre qualquer. Comenta que não só advogados procuram os juízes, mas também políticos. “Terçafeira mesmo eu recebi Paulinho Freire, Robinson Faria e Edivan Martins”, contou.

OPERAÇÃO JUDAS INÍCIO Natural de Areia Branca, veio com o pai, a mãe e os oito irmãos morar em Natal em 1969, “recomeçar a vida”. O pai Alfredo Rebouças montou uma padaria no bair-

Sobre os colegas denunciados: “Osvaldo (Cruz) e Rafael (Godeiro) estão em um momento difícil”, e que os demais membros da Corte veem “com preocupação” o caso. “Vamos aguardar o desfecho dado pela Justiça”. Sobre Carla

Ubarana, direto: “era tida como uma boa funcionária”. O escândalo dos precatórios no TJ mostrou a “necessidade do Tribunal profissionalizar seus serviços. Ter mais controle e transparência”. “Com certeza a estrutura do Tribunal se fortalecerá com o passar deste episódio”, frisou.

TJ VERSUS EXECUTIVO

QUINTO Vaga de desembargador do TJ pelo Quinto Constituicional: “Tem que ter credibilidade, ser honesto, ético, conhecer o Direito, ter espírito de colegialidade, ser discreto”. Informou que todos os candidatos da lista sêxtupla já se apresentaram aos desembargadores do Tribunal.

Depois do assalto sofrido em setembro, a segurança na sua casa foi redobrada: cerca, vigia e câmeras. “É quase uma prisão”, lamenta. Mas, depois de dois assaltos, vai se mudar para um apartamento. Destacou trabalho da delegada Sheila Freitas, que investigou e prendeu o bando que assaltou sua casa.

VAIDADE

BASE

Guarda-roupa devidamente arrumado por ele mesmo. Camisas, calças e ternos, tudo organizado – e planejado – à sua maneira. Os familiares elogiam o bom gosto do magistrado. “Toda vez que painho vai a meu apartamento, dá sempre boas dicas para arrumação”, orgulha-se a filha. Organização também em seu gabinete no Tribunal. Até as anotações no bloco de rascunho.

Será avô pela primeira vez. A filha mais velha está grávida. A família espera ansiosa a chegada de João Pedro. As três filhas são advogadas e o caçula deve seguir os passos do pai. No papel de parede em seu smartophone, foto do pai: “olha só, aqui é minha referência”, diz em tom de emoção.

Alfredo Rebouças faleceu no dia em que o filho conquistou uma grande vitória em seu primeiro ano como desembargador, zerar processos.

LAZER Relógios, canetas e miniaturas de barcos e cavalos são alguns de seus hobbies. Quando tem oportunidade, liga para amigos para se encontrar no Iate Clube de Natal. “Gosto da tranquilidade, do ambiente para conversar”. Também não dispensa uma boa leitura. Está nas páginas de ‘Padre Cícero’, de Lira Neto, e ‘1964’. Da sua biblioteca doou mais de quatro mil livros para a biblioteca Maria Lindeza dos Reis Rebouças (nome de sua mãe), em Areia Branca. Gosta de viajar. A mais marcante foi ao D’Ouro, Portugal. Dez dias de visita a viníco-

Impasse entre Executivo e Judiciário: “temos uma necessidade urgente de concurso para magistratura e servidores também. Precisamos que o Executivo repasse os recursos a que tem direito o poder Judiciário”.

INSEGURANÇA

DESPEDIDA Na saída do Tribunal, uma funcionária pergunta: “desembargador, o senhor vem amanhã?”. Resposta humorada: “olhe, eu só não venho se você quiser. Se quiser, só volto na terça-feira”. Em seguida, disse que chegará às 8h30, como todos os dias. De volta pra casa, a preocupação em saber se “foi tudo do jeito que imaginava”. Ao chegar, convidou o repórter para o jantar. Diante da negativa, mais um momento de sua fé: “que Deus o abençoe e até mais”.

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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte |

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George Azevedo BODAS DE CRISTAL O casal Camilo Rosado Cantídio e Tatiana reuniu gente querida para brindar quinze anos de uma feliz união... Festa belíssima com assinatura de Christian de Saboya nos salões do Requinte Buffet. E claro que o Trafegando.com registrou tudo em fotos de Eduardo Kennedy.

FOTOS:EDUARDO KENNEDY/TRAFEGANDO.COM

Momento Album de Família... Camilo e Tatiana com os filhos Jerônimo e Sofia

Tatiana Cantídio recebendo Rivana Cabral, Lúcia Porcino e Vaninha Vale

Marcelinha e Bibi Rocha. Lindinhas!!!

Paiva Lopes e Ana nos passinhos

Animação não faltou!!

Luana Medeiros e Adna Canário. Haja babado!!!

Márcia Rejane e Evelane Maia dando closes

Lígia Lécia a filha linda Jordana Dantas

Opa!!! Flagramos o decotão de Taciana Rosado. Abalou!!!

Marília Paiva chegou para o abraço

FOTOS:TRAFEGANDO.COM

Álbum de família!!!

Yuri Dimitre e Lorna Rosado com Rodrigo Oliveira e Izabeline Mendes

Georgiano Azevedo num close com Sumatra e Rosana Melo Pereira

Leopoldo Azevedo e Rafita Dutra, Georgiano Azevedo, Danielly Dantas, Salusa Rossas e Abel Dutra

Gustavo Dantas, chegou de Goiânia/GO, para abraçar os noivos

Dayvid Almeida dividindo o palco com Rodrigo Oliveira e Hazen Williams

Os noivos. Prontos para Baile de Máscaras. Mistério!!!

CHUVA DE PÉTALAS

Lana Vanessa e Thales Pereira, irmãos do noivo

Hazen Williams Pereira e Flávia Dantas Gurgel oficiliazaram união matrimonial no dia 17 de novembro em cerimônia na Capela de São Vicente. De lá, brindaram com festão no Garbos Recepções e Eventos.

Olha só o que o Trafegando.com andou registrando.

Cenário lindo!!!

Vilmar Segundo e Gaby Melo com os papais Vilmar Pereira/Rosana

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Natal | Rio Grande do Norte | Domingo | 25 de novembro de 2012

NELSON MATTOS FILHO Velejador avoante1@gmail.com

ma das intrigantes passagens dos livros do velejador Amir Klink é quando ele fala que não sabe como o seu barco conseguiu ultrapassar um iceberg enquanto ele dormia o sono de cansado dos justos. O Parati navegava com o auxilio do leme de vento e conseguiu desviar sozinho da grande massa gelada.

Quando Amir acordou e olhou para trás, não teve outra sensação a não ser espanto.

Lendo tudo isso sentado confortavelmente numa poltrona fica muito fácil a gente achar toda aquela história um momento de criação do velejador solitário. O difícil é pensar o contrário sem ter vivido algo parecido. Recentemente passei por algumas situações que me fizeram recordar o que eu havia lido e que deixa a gente assim meio sei lá.

Uma delas eu até já comentei aqui nesse cantinho de página, foi quando quase perdemos o Avoante na praia de Baía Formosa/RN. Naquela ocasião o cansaço falou mais alto e nos deixou com o sentido e a razão fora de órbita. Nunca podemos dar vez para o cansaço sem antes examinar todas as alternativas, principalmente no mar.

O mar, naquela ocasião, não permitia que fôssemos dormir sem que alguém ficasse no turno de vigia, mesmo com o barco ancorado. Hoje relembrando tudo o que passamos, fico até envergonha-

U

DIVULGAÇÃO

UM CONTADOR DE

HISTÓRIAS

do pelo que poderia ter acontecido e sem entender como não encalhamos o barco na praia, o que seria um desastre.

Na ocasião, fui despertado com um balanço diferente e com um barulho quase imperceptível da corrente arrastando no fundo de areia. Como será que consegui acordar diante do cansaço que havia me abatido? Se tivesse tido um segundo de vacilo em levantar teria sentido o impacto da próxima onda estourando sobre o costado

e jogando o Avoante a própria sorte. Felizmente hoje estou contando a história, mas ainda com uma pulga atrás da orelha.

Na mesma velejada, vinte e quatro horas depois de ter saído do sufoco, e ainda navegando sobre um mar de louco, e por isso com o cansaço triplicado, adormeci em meu turno de comando e somente acordei quando Marcelinho Barreto puxou no meu braço perguntando o que aquele barco fazia ali a poucos metros de nossa popa.

Não consegui conter a cara de espanto e até hoje não entendi como o Avoante, que navegava timoneado pelo piloto automático, conseguiu ultrapassar aquele pesqueiro ancorado. Pela rota que fazíamos, com certeza os dois barcos se espremeram o que puderam para não misturar as tintas e escaparem do pior. Novamente o cansaço a flertar com a desgraça e a gente ali dormindo.

Sempre me perguntam o que fazemos quando a noite chega en-

quanto navegamos. Respondo com um simples nada ou então que continuamos navegando, o que é uma verdade. Tenho amigos que preferem ancorar em qualquer lugar a esmo do que seguir navegando a noite. Hoje até que consigo entender as justificativas, mas nas duas vezes em que tentei seguir o exemplo tive problemas, e todas duas justamente em Baía Formosa.

Um barco bem comandado precisa de bom senso e responsabilidade. Os turnos de comando preci-

sam de tripulantes descansados e atentos. Não adianta a gente querer fazer outra coisa, a não ser descansar, enquanto estiver na hora do descanso. O mar nos engana com seus encantos e nos deixa entorpecidos com seus lamentos. É muito fácil se perder na desarmonia de seus balanços e se ver diante da ferocidade de suas garras. Basta um sono fora de hora ou uma preguiça levada ao extremo para se sair do rumo. No mar, se pensar faça, se ver não tire a vista, se sentir reaja, se errar corrija, mas nunca tente virar de lado fingindo não notar. O custo pode ser muito alto.

Esta semana escutei um amigo dizer que nunca cometeu um erro no mar e que nem sabe como isso pode acontecer com uma pessoa que tem carteira de Capitão Amador. Para ele navegar é muito fácil e somente não faz a coisa certa quem não quer mesmo ou é relapso. Se eu não o conhecesse poderia até me encantar com esse discurso alto promocional, mas a vida no mar me mostrou outro horizonte a ser seguido, a começar pela humildade.

Para ele, velejadores que saem contando histórias mirabolantes em livros, não passam de bobões, pois ninguém que conhece o mar consegue acreditar nessas besteiras.

Não tive nenhuma vontade em prosseguir com a prosa com o meu amigo, até porque ele deve achar que eu também sou um contador de histórias. Preferi me recolher ao conforto do Avoante, para rever meus erros e ter a certeza que com eles eu aprendo mais sobre humildade.

CARLOS WURMANN « PÁGINA 12

MARCELO CRIVELLA « PÁGINA 7

ITAMAR ROCHA « PÁGINA 06

BRASIL PRECISA INVESTIR NA GRANDE INDÚSTRIA

MINISTRO ANUNCIA INCENTIVOS PARA DOBRAR PRODUÇÃO

GOVERNO NÃO AJUDA A DESENVOLVER A CARCINICULTURA

MOTORES DO DESENVOLVIMENTO DO RN

Pesca, carcinicultura E AQUICULTURA NATAL • RIO GRANDE DO NORTE • DOMINGO • 25 DE NOVEMBRO DE 2012

NOVOS HORIZONTES PARA A PESCA POTIGUAR PESQUISADORES, EMPRESÁRIOS E ESPECIALISTAS SÃO UNÂNIMES: O RN PODE SE TORNAR UM DOS MAIORES PRODUTORES DE PESCADO DO PAÍS. MAS, PARA ISSO, INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS PRECISAM ENCONTRAR RECURSOS E VENCER GARGALOS DO SETOR

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Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 25 DE NOVEMBRO DE 2012

SEGUNDA CAPA

» PESCA E CARCINICULTURA O ministro Marcelo Crivella foi um dos palestrantes do 16º Seminário do Projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, que reuniu lideranças políticas, empresários, especialistas e um grande público, no último dia 19 de novembro. PÁGINA 3

EDITORIAL PESCA

CENÁRIO

PRODUÇÃO

TERMINAL PESQUEIRO Empresários e políticos cobraram a conclusão das obras do Terminal pesqueiro, que dará suporte - especialmente - à pesca oceânica do atum, principal produto de exportação do setor de pescado no RN. Obra está paralisada há mais de um ano. PÁGINA 9

CARCINICULTURA Após vencer problemas de exportação e conseguir conquistar o mercado interno, a produção de camarão no Rio Grande do Norte tenta garantir expansão da produção. Questões ambientais ainda não foram solucionadas e continuam sendo principal entrave da atividade. PÁGINA 14

» DESAFIO Com incentivos federais anunciados para os pequenos pescadores, setor, segundo especialistas, tem um grande desafio: conseguir recursos para investir na produção em alto-mar. PÁGINA 10 e 11

A décima sexta edição do projeto “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte” veio debater e tentar encontra soluções para o futuro de uma das principais atividades econômicas do Estado: a pesca. Com o tema Pesca, Aquicultura e Carcinicultura, o seminário trouxe a Natal os principais nomes na área, como o chileno Carlos Wurmann, que destacou a necessidade do Brasil e do Rio Grande do Norte investirem na produção de pescado em altomar, já que a extração está em queda em todo o mundo. O debate também contou com a participação do ministro da Pesca, Marcelo Crivella. O evento, realizado na última segunda-feira, dia 19, superou todas as expectativas de público, sendo necessária a disponibilização de um espaço anexo para acomodar os participantes, já que o auditório Albano Franco, da Fiern, esteve lotado durante todo o dia.

O projeto “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, que teve início em 2008, é um compromisso da TRIBUNA DO NORTE com o público leitor. A qualidade técnica dos debates, a profundidade das análises e o valor das informações discutidas deixou os participantes satisfeitos com a profissionalização e alto nível do evento. O “Motores do Desenvolvimento” já é um marco na história do jornalismo potiguar, ao passo que se transformou em uma importante fonte de informações e de conhecimentos sobre a realidade de nosso Estado.

Trata-se de uma oportunidade ímpar de se pensar o Rio Grande do Norte no rumo do desenvolvimento. E nesse contexto é importante destacar a parceria de sucesso construída entre a TRIBUNA DO NORTE, Salamanca Capital Investments, UFRN, Sistema FECOMERCIO/RN e Sistema FIERN.

EXPEDIENTE Diretor de Redação Carlos Peixoto

Gerente Comercial Eliane Rocha

Gerente de Marketing Andréia Barandas

Edição Cledivânia Pereira

Textos Isaac Lira

Fotos Alex Régis e arquivo TN

Diagramação: Carlos Bezerra

Revisão Cassia Maria

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 25 DE NOVEMBRODE 2012

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DEBATE O FUTURO DA PESCA E CARCINICULTURA NO RN TÉCNICOS,POLÍTICOS,EMPRESÁRIOS E PESQUISADORES QUE PARTICIPARAM DO 16º SEMINÁRIO DO PROJETO MOTORES DO DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO NORTE DISCUTIRAM AS PERSPECTIVAS E GARGALOS DO SETOR

Autoridades,produtores e pesquisadores presentes no evento têm uma opinião unânime:o RN pode se tornar um dos principais produtores de pesca do país e passar a ter peso no comércio exterior.Mas precisa vencer os entraves

Seminário Motores do Desenvolvimento do RN Pesca, Aquicultura e Carcinicultura foi marcado por cobranças do setor produtivo acerca de investimentos e apoio para os setores e pela exaltação das potencialidades naturais do Estado. No discurso das autoridades, dos produtores e pesquisadores presentes no evento, ficou subjacente a possibilidade de o RN se tornar um dos principais produtores do país e passar a ter peso no comércio exterior, além da falta de apoio para a pesca e aquicultura no Estado.

O Ministro da previdência, Garibaldi Alves, cobrou do Ministério da Pesca investimentos em tecnologia para embarcações, beneficiamento de produtos e para a área de infraestrutura portuária.

Garibaldi Alves pediu ao ministro Marcello Crivella o engajamento do governo federal para concluir a construção do Terminal Pesqueiro de Natal, que atenderá a pesca oceânica e aos pequenos produtores. “É uma obra monumental que não podemos deixar virar um elefante branco”, disse o ministro.

Durante a sua palestra no Seminário Motores do Desenvolvi-

O

mento, Crivella ressaltou a estagnação da pesca extrativa, por conta da diminuição dos estoques de peixes, e o crescimento da aquicultura. “O Rio Grande do Norte, como outros locais do país, tem grande possibilidade de crescimento. Cada corpo d ´água, e eu vi que há muitos no Estado, é um foco para a criação de peixes”, disse o ministro. A solução apontada por Crivella para conseguir dar um salto na produção de pescado no RN e no Brasil é o Plano Safra da Pesca, que irá investir R$ 4,1 bilhões na aquicultura nos próximos anos, lançado no último mês pela presidenta Dilma Rousseff.

A burocracia e os custos para se obter o licenciamento ambiental , como impeditivos do crescimento da piscicultura no Estado, foram abordados no Seminário do Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte pelo presidente da Confederação Nacional dos Pescadores Abraão Lincoln.

Ele criticou a postura adotada pelos órgãos ambientais e defendeu a desvinculação do Ministério da Pesca atrelado hoje ao Ministério do Meio Ambiente. “É preciso dar autonomia para que possa realizar o trabalho, para tratar, regu-

lamentar, sem que a questão ambiental seja sempre posto como entrave”, disse.

O empresário Gabriel Calzavara defendeu em sua palestra a parceria firmada com a frota japonesa para a pesca do atum, sem deixar de cobrar a necessidade de o Brasil possuir a sua própria frota atuneira. “Conseguimos grandes resultados ano passado usando apenas quatro embarcações”, comemorou o empresário, que solicitou aos representantes do governo estadual, federal, da indústria e setor pesqueiro esforços no sentido de dar “um salto em tecnologia”. O projeto apresentou em faturamento 18 milhões de dólares, dos quais 61% foi movimentado dentro do Estado. “Não podemos mais ver uma frota estrangeira, sendo protagonista na pesca do nosso atum”, sentencia.

Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), apresentou números do setor no Brasil e no mundo e criticou a inércia das autoridades brasileiras, que têm assistido a queda da produção e aumento da importação de pescado pelo país. Ele voltou a falar sobre a dificuldade para obter li-

cenças no Rio Grande do Norte, o risco de importar camarão de países sem tradição no setor como a Argentina, e as limitações trazidas pelo novo Código Florestal, aprovado com vetos pela presidenta Dilma Roussef.

Muitos dos gargalos que atravancam o setor a carcinicultura e o setor pesqueiro de modo geral, segundo ele, passam pelo Estado. “Estamos perdendo espaço por pura incompetência”, afirmou. Segundo Itamar, o culpado pelo atraso do setor não é o IBAMA, como se chegou a dizer, “mas o Estado, que é quem licencia”. Sem medo de atingir as autoridades, afirmou que de nada adianta ter ‘todo este potencial’, se nada é feito para aproveitálo. Ele citou o caso de países asiáticos, como o Vietnã, que mesmo com menor extensão territorial, conseguem produzir mais do que o Brasil. “Vamos encarar as coisas com seriedade. O Vietnã começou a produzir camarão ‘ontem’”, afirmou. “Nenhum país precisa de licença. E aqui precisa. Precisa e ninguém dá”, acrescentou.

NÃO PODEMOS MAIS VER UMA FROTA ESTRANGEIRA, SENDO PROTAGONISTA NA PESCA DO NOSSO ATUM” GABRIEL CALZAVARA

Empresário

AVANÇO O consultor chileno Carlos Wurmann fez a última palestra do

seminário e citou algumas possibilidades de planejamento para conseguir levar o Brasil ao nível de desenvolvimento desejado. O cultivo do atum, por exemplo.

Hoje, poucos países conseguem dominar o ciclo completo do atum e produzi-lo em cativeiro.

Apenas a Austrália, o Japão e poucos outros. “O Brasil ainda não percebeu que o cultivo do atum pode ser estratégico para o país nos próximo anos. Não vi ainda nenhuma autoridade brasileira falar nesse assunto e nem pensar no cultivo do atum como estratégico a longo prazo”, disse Carlos Wurmann. Estar limitado a um planejamento de curto prazo é um dos pontos fracos do país, na visão do chileno.

Apesar de ver alguns pontos fracos no modelo brasileiro, Carlos Wurmann disse acreditar que o Brasil irá alcançar grandes patamares nos próximos 10 anos, caso o crescimento dos últimos anos continue.

“De 1972 até 2010 passou a ser o décimo quinto produtor no mundo, apesar de todas deficiências colocadas na discussão nesse seminário hoje. Então, até 2021 o Brasil será fatalmente o principal produtor pesqueiro do mundo”, analisou.

✱ OPINIÃO:

“É preciso dar atenção não só ao pequeno produtor,como já fazemos largamente no Brasil e estamos aprimorando,mas também à pesca oceânica e aos grandes empreendimentos que também geram emprego e renda para a população”

“Já temos o dinheiro para investir disponível para os empreendedores.Então,o que falta é organizar o setor para começar a desenvolver a atividade.Acho que o Plano Safra era realmente o que estava faltando”

GARIBALDI ALVES FILHO Ministro da Previdência Social

MARCELO CRIVELLA Ministro da Pesca e da Aquicultura

“Sabemos que,quando alguém precisa de algo e aprende a pescar,o peixe é muito mais saboroso e a pessoa comemora. É isso que precisamos fazer.

Discutir para que saibamos ampliar o setor”

“Este quadro nos preocupa, ainda quando vemos os números de importação.Por isso a importância de um debate contínuo de ações voltadas à melhoria da produção”

“Se o Brasil é o maior importador de pescado da América Latina,é porque o Governo Federal não investe no potencial que temos e porque um pedaço de papel impede que o setor se desenvolva”

AMARO SALES Presidente da Fiern

MARCELO QUEIROZ Presidente da Fecomércio

ABRAÃO LINCOLN Presidente da Confederação Nacional dos Pescadores

"Os outros países nos ultrapassaram e não fizemos nada.Agora,querem colocar no código florestal mais limitações e a sociedade não se manifesta" ITAMAR ROCHA Presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão

“Pela pesquisa iremos contribuir para o desenvolvimento do Estado.

Esperamos tratar as questões mais desafiadoras para a piscicultura e a carcinicultura e chegarmos às possíveis soluções” ÂNGELA PAIVA Reitora da UFRN

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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 25 DE NOVEMBRO DE 2012

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

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Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 25 DE NOVEMBRO DE 2012

ANÁLISE EXTRAÇÃO DIMINUI, PRODUÇÃO CRESCE DADOS DO MINISTÉRIO DA PESCA SÃO CLAROS:NO NORDESTE,ENTRE 2009 E 2010,A QUANTIDADE DE CAPTURAS NA PESCA EXTRATIVA DIMINUIU,ENQUANTO QUE A PRODUÇÃO DE PEIXE EM TANQUES E VIVEIROS AUMENTOU

bserve como vem evoluindo a produção de pescado no Nordeste.

Os dados mais recentes à disposição do Ministério da Pesca e da Aquicultura, referentes a 2009 e 2010, traduzem em números o que está na boca de todos os estudiosos acerca do tema. Em praticamente todos os estados, a quantidade de capturas na pesca extrativa, tradicional, diminuiu de um ano para o outro. Ao mesmo tempo, a produção de peixe em tanques e viveiros cresceu em todos eles. Não é uma coincidência. Essa é a pista para entender como a produção de pescados deve caminhar nos próximos anos.

A diminuição dos estoques pesqueiros, causada por décadas de pesca, principalmente oceânica, sem o devido ordenamento, traz um impasse. O Rio Grande do Norte, por exemplo, tem 80 colônias de pescadores e emprega mais de 15 mil pessoas na atividade. Como evitar o empobrecimento e o desemprego nessas comunidades daqui a 20 ou 30 anos? A resposta está na segunda parte da estatística. A aquicultura é o futuro. É por esse caminho, segundo relatam alguns especialistas no assunto, como o consultor Carlos Wurmann, que pode se evitar o declínio do comércio de pescado no mundo.

Por outro lado, a mesma estatística demonstra que a quantidade de capturas da pesca extrativa ainda é superior à produção aquícola no Brasil. No Rio Grande do Norte, esse paradoxo é ainda mais evidente, principalmente quando se verifica que boa parte da produção de aquicultura do Estado está centrada na carcinicultura. Criar camarão em viveiro é historicamente uma atividade dominada pelo potiguar. Mas a piscicultura ainda engatinha, sendo o Estado o último colocado no Nordeste, segundo dados publicados pelo Sebrae. Outros estados nordestinos ainda patinam na aquicultura, como a Bahia e o Maranhão, e têm produções acanhadas. Somente o Ceará se destaca nesse conjunto.

As razões pelas quais a piscicultura ainda não acompanhou o nível da carcinicultura no Rio Grande do Norte, que já foi a maior do país e hoje está entre os primeiros lugares, são variadas. Uma é praticamente unanimidade. “Acho que o que está faltando para a piscicultura é mais participação do setor privado. Acho que as empresas, os investidores, ainda não compraram a ideia e por isso há uma dificuldade”, aponta o chefe do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFRN, Francisco Seixas.

Essa falta de participação da iniciativa privada é complementada por uma característica do setor da carcinicultura, observado por algumas pessoas que atuam na área: a prevalência de pequenas e médias empresas. “Isso traz algumas dificuldades, como o pouco investimento em novas tecnologias”, aponta a sócia da Aquatec, Ana Carolina Guerrelhos.

Todas essas características demonstram, na opinião do consultor chileno Carlos Wurmann, a existência de um modelo no Brasil, e no Rio Grande do Norte. A pesca e a aquicultura têm como principal ator o pequeno negócio, em detrimento dos grandes industriais.

O

O Brasil e o RN praticamente não produzem pescado em tanques-rede em alto-mar. O máximo feito é a extração do pescado com embarcações alugadas ao Japão

✱

GOVERNO ABRE LINHA DE CRÉDITO

PRODUÇÃO DE PESCA E AQUICULTURA DO RN EM RELAÇÃO AOS OUTROS ESTADOS:

Total (em toneladas) 2009

2010 Bahia

121.255,2

Bahia

Ceará

88.693,9

Ceará

Maranhão

71.182,4

Rio G.do Norte

56.688,5

Pernambuco

92.200,6

Maranhão

71.647,8

Rio G.do Norte Pernambuco

23.774,4

114.530,3

54.288,5 20.882,1

Pesca (em toneladas) 2010

2009 Bahia

101.224,5

Bahia

Maranhão

69.532,8

Maranhão

Ceará

Pernambuco

69.724,5

Ceará

35.365,8

Rio G.do Norte

91.712,9

Rio G.do Norte

29.124,7 18.368,8

Pernambuco

32.889,8 24.374,5 14.650,0

ACHO QUE O QUE ESTÁ FALTANDO PARA A PISCICULTURA É MAIS PARTICIPAÇÃO DO SETOR PRIVADO. ACHO QUE AS EMPRESAS, OS INVESTIDORES, AINDA NÃO COMPRARAM A IDEIA E POR ISSO HÁ UMA DIFICULDADE”

Aquicultura (em toneladas) 2009

2010 Ceará

Rio G.do Norte Bahia

53.328,1 27.563,8 20.030,7

Ceará Rio G.do Norte Bahia

59.310,8 29.914,0

FRANCISCO SEIXAS Chefe do Dep.de Oceanografia e Limnologia da UFRN

22.817,4

Alagoas

8.068,4

Alagoas

9.290,6

Sergipe

6.735,8

Sergipe

7.178,0

PRODUÇÃO NO MAR REQUER INVESTIMENTOS O Chile, por sua vez, seguiu o modelo contrário. Por lá, a aquicultura e a pesca são baseados unicamente no modelo exportador a partir de grandes empresas. Não se pode dizer que é uma solução sem inconvenientes: da mesma forma que o Brasil encontra dificuldades para desenvolver a sua produção em larga escala, o Chile tem problemas para garantir emprego e renda para todas as pessoas ligadas ao negócio. “Lá temos o problema inverso. Damos pouca importância ao pequeno negócio”, diz Wurmann.

Mas no caso do Brasil o caminho para usar a pesca como negócio estratégico é o investimen-

to na aquicultura a partir de grandes empresas, na opinião do consultor. A receita é simples: para conseguir realizar a criação de peixes marinhos, por exemplo, é necessário um grande investimento, algo entre cinco e 10 milhões de dólares. Sem uma empresa de porte, a atividade fica inviável.

“Vocês têm milhares de quilômetros de costa e não conseguem produzir um quilo de peixe a partir da aquicultura marinha”, diz Wurmann.

Veja: o Brasil e o RN praticamente não produzem pescado em tanques-rede em alto mar. O Chile, por exemplo, tem o salmão. Outros países pesquisam o cultivo do

atum. Se esses peixes têm cada vez menos disponibilidade nos oceanos para capturas, que outra opção haveria além de investir na piscicultura marinha? O único projeto nesse sentido já realizado no Brasil foi em Pernambuco para produzir bijupirá, mas não houve êxito.

Atualmente, a Aquatec tem o projeto de produzir alevinos de peixes marinhos. “Há o início de uma demanda. Alguns carcinicultores que querem diversificar a produção e estão procurando esse caminho”, diz Ana Carolina Guerrelhos. A expectativa da Aquatec é iniciar os experimentos com alevinos no próximo ano.

VOCÊS TÊM MILHARES DE QUILÔMETROS DE COSTA E NÃO CONSEGUEM PRODUZIR UM QUILO DE PEIXE A PARTIR DA AQUICULTURA MARINHA” CARLOS WURMANN Especialista em pesca

A política nacional para viabilizar o setor industrial da pesca e da aquicultura é a de financiamentos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Uma linha de crédito foi aberta para empresas nacionais no valor total de R$ 500 milhões. O recurso deve servir para diminuir os problemas da frota e capitalizar os investimentos. Nos estudos para lançar o programa – denominado Proaquicultura – o Banco vislumbrou o potencial da atividade. O Plano tem vigência até 31 de dezembro de 2007 e faz parte do Plano Safra da Pesca.

O BNDES destacou que o Proaquicultura está direcionado a uma atividade econômica que cresceu, em média, 10,3% ao ano na década passada, contra 2,4% do setor pesqueiro, segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Trata-se do mesmo argumento utilizado por especialistas para demonstrar que a aquicultura é mais vantajosa do que a pesca em termos de investimento.

Terão direito ao crédito as empresas produtoras e processadoras de pescados e produtoras de ração para organismos aquáticos, item que representa 70% do custo de produção aquícola. As linhas de financiamento a serem utilizadas no programa são o BNDES Finem, nas formas de apoio direta, indireta não automática e mista, e o BNDES Automático, na forma de apoio indireta automática.

Haverá dois subprogramas, o Proaquicultura-Produção e o Proaquicultura-Giro.

No primeiro caso, o valor mínimo para apoio nas operações diretas e indiretas não automáticas será de R$ 3 milhões, com prazo de financiamento de até 144 meses e carência de um a 36 meses.

No subprograma ProaquiculturaGiro, o valor mínimo de financiamento é de R$ 10 milhões nas operações diretas, indiretas não automáticas e mistas.

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

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MARCELO CRIVELLA MINISTRO DA PESCA E DA AQUICULTURA

O RN TEM VOCAÇÃO E CONHECIMENTO PARA SE TORNAR GRANDE PRODUTOR Tem sido colocado por especialistas que nos últimos anos foi inaugurado um novo momento para a pesca no Brasil.Que avanços o senhor vê no setor desde 2003? Que avaliação faz do momento atual?

O setor tem obtido enormes avanços. Várias normas foram regulamentadas entre elas, a Lei da Pesca que define um novo modelo de gestão e ordenamento pesqueiro de forma conjunta com o Ministério do Meio Ambiente.

Com o Plano Safra vamos aumentar a produção de pescado atingindo 2 milhões de toneladas nos próximos dois anos, modernizar o setor, fortalecer a indústria e o comércio pesqueiro.

Que investimentos e projetos estão programados para os próximos anos no Ministério? E quais afetam diretamente o Rio Grande do Norte?

O Ministério lançou no mês de outubro o Plano Safra da Pesca e Aquicultura que destina R$ 4,1 bilhões em crédito e investimento para aumentar a produção de pescado e modernizar o setor da pesca. O Plano vai resgatar 100 mil famílias que estão na linha da pobreza e beneficiar outras 330 mil.

No Rio Grande do Norte, o MPA tem apoiado várias ações para o desenvolvimento da Carcinicultura e estamos terminando de construir o Terminal Pesqueiro Público.

Que melhorias o senhor vislumbra no setor de pesca com o Plano Safra da Pesca e Aquicultura?

Renovação da frota pesqueira para aumentar a eficiência através de novas tecnologias, melhorar as condições a bordo de conservação do pescado e qualificar a mão de obra. Começamos também um plano Nacional para combater a pesca ilegal tipo os bombistas, os compressores que roubam lagostas nos manzuás dos outros e barcos estrangeiros que pescam nossas águas.

Como o Rio Grande do Norte pode ser contemplado?

O Rio Grande do Norte tem uma vocação natural e conhecimentos acumulados para se tor-

O

ministro da Pesca e da Aquicultura, Marcelo Crivella, exibiu durante a sua visita ao Seminário Motores do Desenvolvimento Pesca, Aquicultura e Carcinicultura um otimismo incomum em gestores do setor nos últimos anos. O motivo é o Plano Safra da Pesca. Lançado no fim de outubro pela presidenta Dilma Rousseff, o Plano é a aposta do Governo Federal para transformar o setor, hoje marcado pela informalidade. O objetivo, segundo o ministro, é “dar condições para as cooperativas e associações de pescadores transformarem os seus processos artesanais em pequenas indústrias” Em relação a essa possibilidade, Crivella considera o RN um Estado privilegiado. “O Rio Grande do Norte tem uma vocação natural e conhecimentos acumulados para se tornar e se consolidar como um dos maiores produtores de camarão e de peixe”, aposta.

nar e se consolidar como um dos maiores produtores de camarão e de peixe. O Plano Safra dará o financiamento para isso. Ele visa incrementar a produção tecnológica, financiar projetos como os da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e dar condições para as cooperativas e associações de pescadores conseguirem financiamentos de até R$ 2 milhões e transformem os seus processos artesanais em pequenas indústrias.

O Rio Grande do Norte é o primeiro estado que eu visito para falar sobre o Plano Safra e exatamente porque sei da vocação do Estado. O que é preciso agora é esforço técnico e político para que outros estados não peguem esses recursos e depois não haja recursos para atender na dimensão, na escala e na necessidade do RN. O que é preciso para acessar esses recursos?

Hoje uma marisqueira, por exemplo, pode pedir ao Banco do Brasil ou a Caixa Econômica um empréstimo de R$ 2,5 mil. Ela não precisa nem de garantias, financiador. É só apresentar a carteirinha do Ministério da Pesca e terá 24 meses para pagar. Um aquicultor com um bom projeto, assinado por um técnico, pode submeter ao banco e o banco irá analisar a viabilidade de um empréstimo para pagar em 10 anos, com três de carência. O produtor de camarão pode fazer a mesma coisa.

O que é preciso é fazer os projetos, apresentar os projetos, dar en-

trada nos bancos e vamos incrementar a produção de peixes no Brasil. É ponto pacífico que há muito espaço para o crescimento da piscicultura no Rio Grande do Norte. No entanto, a atividade ainda ostenta índices muito tímidos. Esse panorama se repete no país inteiro? O Brasil tem desperdiçado o seu potencial de crescimento na área? O que fazer para mudar isso?

Sem dúvida, o potencial brasileiro é enorme e podemos nos tornar um dos maiores produtores de pescado. A nossa estratégia para fortalecer a produção nacional de pescado incorpora a criação de parques aquícolas continentais e marinhos em águas de domínio da União mas sobretudo contamos com o Sucesso do Plano Safra da Pesca e Aquicultura.

Da mesma forma,a carcinicultura é colocada com grande potencial de crescimento.Nos últimos anos,o Rio Grande do Norte e outros estados do país passaram a priorizar o mercado interno em detrimento das exportações, por conta da desvalorização do dólar e do dumping.Esse movimento,na sua avaliação, acabou por ser benéfico? O país ainda produz pouco em comparação com outros países, como a China? O que fazer para aumentar a produção?

Esse movimento resultou num aumento do consumo interno por

conta de diversos fatores dentre eles, o aumento da renda da população e o maior nível de informação quanto aos benefícios do consumo de pescado. Se comparado com a China ainda produzimos muito pouco, mas com as medidas lançadas no Plano Safra vamos produzir 2 milhões de toneladas de pescado nos próximos dois anos. Pelo menos dobrar a produção de camarão atualmente em torno de 80 mil toneladas.

Em praticamente todas as áreas da pesca e aquicultura fica evidente no discurso dos pescadores e criadores uma tensão constante com os técnicos ambientais. O senhor concorda com o setor produtivo quando se diz que a legislação ambiental é o principal entrave ao crescimento da pesca e da aquicultura no Brasil?

O que nos falta é o conhecimento científico para mediar a disputa entre o fomento e a preservação. A Presidenta Dilma em boa hora lançou o Instituto Nacional de Pesquisas Oceanográficas para isso. Enquanto isso nossos ministérios MPA E MMA compartilham a gestão procurando com seus técnicos os melhores caminhos.

Como a discussão acerca do código florestal pode influenciar no desenvolvimento do setor da pesca? Que itens da lei ainda a ser aprovada o senhor considera mais importantes?

O PLANO SAFRA DE PESCA VAI RESGATAR 100 MIL FAMÍLIAS QUE ESTÃO NA LINHA DA POBREZA E BENEFICIAR OUTRAS 330 MIL “

HOJE UMA MARISQUEIRA, POR EXEMPLO, PODE PEDIR AO BANCO DO BRASIL OU A CAIXA ECONÔMICA UM EMPRÉSTIMO DE R$ 2,5 MIL.ELA NÃO PRECISA NEM DE GARANTIAS”

O MPA considera importante a discussão sobre a referência para a largura dos rios, o nível mais alto em faixas marginais, e que os lagos e lagoas com menos de um hectare permaneçam com faixas de Área de Preservação Permanente - APP’S. Isso influencia no planejamento e ordenamento da pesca artesanal, pois causa o assoreamento dos rios provocando inundações e afetando as populações ribeirinhas além, de alterações na fauna e flora.

O que o senhor acha do arrendamento de barcos,com os barcos japoneses?

Não é o ideal para a frota nacional melhorar, o que nós temos é que financiar barcos novos e nacionalizar os que estão pescando aqui. Mas é o caminho para mantermos a nossa cota no ICAT. Nós negociamos com os demais países do mundo a pesca do atum. E se nós não tivermos um nível de pesca anual, nós vamos perder as nossas cotas. Então, como a nossa frota não é suficiente para pescar mais, é preciso fazer uma política de arrendamento. O Brasil, pela sua importância e pela sua pujança, não pode ficar relegado a arrendar frotas. O Brasil precisa é constituir a sua própria frota para pescar atum de forma soberana.

O que está sendo feito para isso?

Na parte de financiamento para barcos pesqueiros, o Governo Federal disponibilizou R$ 500 milhões, com três anos de carência e 10 para pagar. Isso tanto para nacionalizar os barcos quanto para encomendar novos barcos, além da reforma de barcos usados. São recursos colocados à disposição dos empresários brasileiros. Antes, o BNDES exigia 130% de garantia e hoje, dependendo da viabilidade, sai com 50%. Antes eram projetos de R$ 10 milhões para cime. Hoje, os empréstimos podem contemplar R$ 3 milhões para cima. Antes, o capital social das empresas deveria ser de 70% e agora admite-se um capital menor. O Governo está dando todas as condições para os empreendedores das águas do mar produzirem.

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Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

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TECNOLOGIA

PESQUISA PARA DESENVOLVER SETOR O INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA É FUNDAMENTAL PARA OBTER A MAIOR PRODUTIVIDADE E LUTAR CONTRA A DIMINUIÇÃO DOS ESTOQUES PESQUEIROS.NO RN,MAIORES INVESTIMENTOS SÃO DA CARCINICULTURA E PESCA OCEÂNICA

imagem mais difundida da pesca traz sempre um ar artesanal para a atividade. Quando se fala “pesca” o mais comum é se pensar em redes de arrasto, anzóis, pequenos barcos, etc. Esse esteriótipo contudo não consegue abarcar todas as características do setor, principalmente após o desenvolvimento que a pesca industrial, oceânica, e a aquicultura alcançaram. O investimento em tecnologia, segundo especialistas, é fundamental para obter a maior produtividade e lutar contra a diminuição dos estoques pesqueiros.

No Rio Grande do Norte, o investimento mais intensivo em tecnologia está relegado aos setores onde o empresariado atua mais fortemente, que são a carcinicultura e a pesca oceânica. Mesmo assim, são duas áreas onde há carência de inovações. Nos demais setores, como o da piscicultura, a deficiência é tamanha que a tilápia produzida no Estado praticamente não recebe beneficiamento antes de ser vendida. Para o consultor chileno Carlos Wurmann, esse tipo de panorama é desfavorável para a pesca e para a aquicultura brasileira, em razão da competição com os produtos de outros países. “O Brasil precisa investir em um setor de pesca e aquicultura mais competitivo, ou irá sofrer com uma invasão de produtos chineses e asiáticos”, disse.

A equação é conhecida de todos. Com inovação é possível produzir a um menor custo e obviamente vender algo com maior qualidade e mais barato. Contudo, no RN, o modelo de produção pouco tem se desenvolvido nos últimos anos. “Eu vejo que na parte laboratorial, de produção de pós-larvas, uma constante renovação, mas na parte de campo, na carcinicultura, são poucas as mudanças”, analisa Ana Carolina Guerrelhos, sócia da Aquatec, empresa que trabalha na produção da pós-larva de camarão. A póslarva é o estágio do desenvolvimento do camarão a partir da qual se pode inserir nos viveiros.

A piscicultura tem um panorama ainda mais delicado em ter-

A

No Rio Grande do Norte,o investimento mais intensivo em tecnologia está relegado aos setores onde o empresariado atua mais fortemente,que são a carcinicultura e a pesca oceânica

mos de inovação tecnológica. Não há iniciativas largamente utilizadas na área, até pelo próprio acanhamento da criação de peixes em tanques e viveiros. Como a produção é basicamente “experimental”, desligada do setor produtivo de grande porte, o investimento em novas técnicas é quase zero.

Um dos mais importantes projetos de produção de tilápias, no Mato Grande, luta agora para conseguir uma estrutura de beneficiamento para utilizar o “couro” da tilápia na confecção de bolsas. Além disso, segundo Livânia Pereira, uma das coordenadoras, será iniciado um projeto para usar as vísceras do peixe na produção de biodiesel em parceria com a Petrobras.

“A intenção é aproveitar também as partes do peixe hoje inutilizadas para gerar também renda para a comunidade”, afirma Livânia acerca dos projetos desenvolvidos nas comunidades do Mato Grande.

Em relação à pesca, o grande gargalo é o nível da frota brasileira, ainda muito aquém do ní-

EMPRESA DO RN ARRENDA EMBARCAÇÕES DO JAPÃO O arrendamento de embarcações japonesas é uma iniciativa eminentemente potiguar. A única empresa no Brasil que optou por essa política para conseguir incrementar a pesca do atum foi a Atlântico Tuna, sob a gestão de Gabriel Calzavara. O objetivo é resolver paliativamente as dificuldades com a limitação da frota nacional, que, segundo Gabriel, usa tecnologias norte-amerciana e espanhola, inviáveis para a pesca do atum. “É uma boa solução nesse

momento, mas eu não quero arrendar barco. Eu quero comprar barco. O Brasil precisa ser soberano na sua tecnologia”, aponta.

O arrendamento durou por dois anos, de acordo com os termos da parceria firmada pela Atlântico Tuna com os japoneses. Atualmente, não há embarcações japonesas atuando no Brasil. Mas segundo Gabriel Calzavara existe a intenção de estender a parceria por mais dois anos, a depender da abertura de um novo edital por parte do Ministério

ESTADO DISPÕE DE CURSOS DE QUALIFICAÇÃO A qualificação é outro ponto fundamentalparaconseguirdesenvolver a pesca e a aquicultura. O Rio Grande do Norte dispõe de cursos na área de aquicultura, tanto técnico quanto de nívelsuperior.Ocursotécnicofunciona na Escola Agrícola de Jundiaí e o superior no Centro de Biociências.

Os dois cursos preparam os alunos para atuarem no cotidiano da criação de peixes, crustáceos, etc, em cativeiro, no caso do curso técnico, e também na área de pesquisa, no caso do curso de nível superior. Trata-se de uma área ainda pouco expressiva e que começa a

vel das frotas internacionais. “A frota nacional é muito sucateada, não tem condição de realizar a pesca de forma mais efetiva, nem de aproveitar os estoques à disposição do país”, aponta o professor colaborador da UFRN, Marcelo Nóbrega. Por conta da dificuldade de conseguir estruturar uma frota competitiva, o Brasil iniciou uma política de arrendamento de embarcações japonesas.

“Não conheço bem essa política de arrendamento no Brasil, mas o ideal é que um país com uma dimensão continental tenha a sua própria frota”, opina o consultor Carlos Wurmann.

O chileno argumenta que a falta de investimento maciço em tecnologia na aquicultura e pesca brasileira – não só potiguar – são um reflexo do atual modelo, que é baseado unicamente no pequeno produtor. “Os grandes investimentos em tecnologia só acontecem com a participação do setor produtivo, das grandes empresas, da aquicultura competitiva”, encerra.

Com inovação é possível produzir mais com menor custo

da Pesca e Aquicultura, que é a favor da política (veja entrevista na página 07). “Nesse tempo, a Atlântico Tuna teve resultados que demonstram a viabilidade desse tipo de pesca. Conseguimos pescar o atum de forma mais efetiva e com resultados mais interessantes”, aponta.

A diferença entre a tecnologia arrendada e a que já é consagrada no Brasil é a profundidade e a quantidade de anzóis nos espinhéis usados. Espinhel é uma ferramenta de pesca que congrega vários anzóis com iscas na ponta. A tecnologia atual atua a uma profundidade até 100 metros, enquanto que a japonesa vai até 180 e 350 metros. Com menos profundidade, há menos a-

tum. “No modelo atual, a porcentagem de atuns é pequena, pois se pega muito espadarte (meca) nessa profundidade”, diz Gabriel. Na verdade, a tecnologia norte-americana e espanhola foi adaptada para a pesca do atum, não sendo originalmente usada para isso.

Os resultados desse arrendamento são animadores, na visão da Atlântico Tuna. Mais de 80% das exportações brasileiras de atum em 2011 foram a partir da empresa potiguar. Em 2011, foram 1,5 mil toneladas em capturas. O nível de produtividade é outro ponto positivo. “Conseguimos 80% de atum, enquanto que a frota atual consegue de 40% a 70%”, diz. É

chamar a atenção das pessoas.

No caso do arrendamento de embarcações japonesas, uma parceria com a Fiern permitiu um curso para formar pescadores. Uma das dificuldades era pessoal qualificado para trabalhar de acordo com essa nova tecnologia, tendo em vista que há uma portaria do Ministério do Trabalho que obriga a contratação de dois terços de tripulantes brasileiros em cada barco. Duas turmas foram formadas, cada uma com 40 pessoas.

CARCINICULTURA PRODUÇÃO DE PÓS-LARVAS

normal que outras espécies que não o atum sejam pescadas pelos espinhéis. “Uma porcentagem de 80% é muito vantajosa”, encerra.

Apesar do sucesso, a parceria da Atlântico Tuna não deixa de gerar conflitos no setor pesqueiro.

Produtores concorrentes e ambientalistas reclamam da forma como a parceria foi estabelecida, argumentando para isso que somente a empresa potiguar foi contemplada e que não há vantagem estratégica para o Brasil na parceria. Empresários, inclusive potiguares, relatam isso. Gabriel Calzavara discorda. Para ele, a parceria é necessária para o atual momento brasileiro.

EU NÃO QUERO ARRENDAR BARCO.EU QUERO COMPRAR BARCO.O BRASIL PRECISA SER SOBERANO NA SUA TECNOLOGIA” GABRIEL CALZAVARA

Empresário

Em termos de carcinicultura, o trabalho de algumas empresas de maior porte aumenta o nível tecnológico utilizado na carcinicultura potiguar. A profissionalização para produzir as póslarvas é uma das consequências dessa profisionalização.

Em Barra de Cunhaú funciona o laboratório da Aquatec e em Touros o laboratório da Potiporã, empresa do Grupo Queiroz Galvão. As duas são das maiores fornecedoras de pós-larva para o mercado interno brasileiro.

A pós-larva é o estágio de desenvolvimento do camarão a partir do qual é possível inserir o crustáceo nos viveiros para iniciar a engorda.Em outras palavras,são a base da produção,já que sem elas não há carcinicultura.As fazendas de cultivo compram as póslarvas dos laboratórios para conseguirem produzir o crustáceo.O que poderia ser o simples cruzamento entre pares de camarão virou um negócio lucrativo,que incluir melhoramento genético e padrões para evitar a contaminação de doenças.

Nos laboratórios, existem várias fases. Primeiro, a reprodução, onde vários pares de machos e fêmeas são mantidos em tanques para fecundarem e liberarem os ovos.

Há também a alimentação das larvas e o estádio de crescimento. Em 18 dias, o produto está pronto para ser colocado no mercado. Segundo Ana Paula Guerrelhos, sócia da Aquatec, cerca de 55% do que é produzido tem como destino o próprio Rio Grande do Norte.

Uma das linhas de trabalho de melhor sucesso, realizadas recentemente, é a de melhoramento genético. A intenção dos laboratórios é conseguir cruzamentos que incrementem o crescimento dos crustáceos.

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Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

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PRODUÇÃO DIVERSIDADE É CARACTERÍSTICA DO ESTADO A PARTIR DAS CARACTERÍSTICAS NATURAIS,O RN PRODUZ VÁRIOS ITENS VALORIZADOS NOS MERCADOS DE TODO O MUNDO.DESDE O CAMARÃO,PASSANDO PELA LAGOSTA E O ATUM,ATÉ A TILÁPIA

As primeiras vocações de produção de pescado no RN foram lagosta e camarão.Hoje,o atum,meca e tilápia se destacam no setor.Esse último,ligado aos pequenos produtores em assentamentos e comunidades

exploração da aquicultura e da pesca dotam o Rio Grande do Norte de várias opções de produtos a serem comercializados com sucesso no Brasil e em países do exterior. A lista de possibilidades, a partir das características naturais do Estado, traz vários itens valorizados nas mesas de todo o mundo, desde o camarão, passando pela lagosta e o atum, até a tilápia. Grande parte dessas possibilidades já vem sendo explorada no Rio Grande do Norte, algumas em maior e outras em menor escala, algumas em ascensão, como é o caso do atum, e outras em decadência.

As primeiras “vocações” do Rio Grande na produção de pescado

A

em maior escala foram a lagosta e o camarão, ainda na década de 70. O Estado se tornou um pólo lagosteiro por suas próprias características naturais, de estar localizado numa faixa costeira repleta dos chamados “bancos lagosteiros”. As lagostas costumam habitar regiões cobertas por “algas calcárias”. Calhou de de uma área de aproximadamente 8.434 km2, abrangendo todo o litoral nordestino e o Espírito Santo ser rica nesse tipo de alga. Por isso, a exportação da lagosta foi uma fonte de renda importante.

Por um outro caminho – o da decisão político-governamental o cultivo de camarão passou a ser um dos pontos fortes do RN des-

CLIMA E TEMPERATURA DA ÁGUA DO MAR SÃO FAVORÁVEIS As potencialidades naturais do Rio Grande do Norte são a base para a crença de que o vigor da pesca e da aquicultura pode aumentar no futuro. Como se vê, as características do clima, a temperatura das águas do Oceano Atlântico, a disponibilidade de água no continente, a quantidade de açudes, barragens e etc, são alguns dos fatores que possibilitaram o Estado despontar em áreas como a carcinicultura, a pesca do atum e a captura da lagosta. Para o consultor chileno Carlos Wurmann, esses fatores devem garantir a um crescimento ainda mais substancial, desde que sejam feitos os investimentos necessários.

Para Wurmann, isso se torna previsível a partir da constatação de que os países desenvolvidos são

os maiores consumidores desse tipo de produto e não têm como produzir na quantidade que um país como o Brasil pode fazer. Japão, Estados Unidos e União Européia, por exemplo, não possuem áreas de estuário e apicuns e salgados na quantidade que o Brasil possui para a criação de camarões em cativeiro. Da mesma forma, a lagosta hoje capturada, mesmo que em declínio por conta da exploração desordenada dos estoques, ocorre em grande quantidade na costa nordestina e inexiste nas proximidades dos países desenvolvidos.

Por conta disso, nos próximos anos, os países desenvolvidos devem continuar a consumir pescado importado de países em desenvolvimento, segundo Wur-

de meados da década de 70. O então governador Cortez-Pereira iniciou o Projeto Camarão, transformando o Rio Grande do Norte num estado pioneiro na carcinicultura.

Mais uma vez, as características naturais propiciaram o crescimento da atividade. Para criar o camarão em cativeiro, as principais variáveis são a temperatura e a qualidade da água, ambas “disponíveis” no RN em abundância.

As duas primeiras “vocações” já foram as grandes fontes de renda da área pesqueira, mas hoje se encontram num segundo plano. A lagosta, por conta da diminuição dos estoques e da queda no volume de capturas. Já o camarão perdeu parte de sua força por problemas eco-

mann. Isso porque esses países não conseguem produzir por si próprios uma oferta de pescado à altura de sua demanda. “Alguns países são condenados a serem importadores de pescado por não terem como realizar essa produção”, diz. E complementa: “Ao mesmo tempo, os países em desenvolvimento tem a possibilidade de produzir esse pescado, porque possuem a capacidade e as características naturais para isso”.

O consumo nos mercados de países em desenvolvimento também deve ser considerado, na opinião do consultor Carlos Wurmann. “Os números mostram que esses países estão crescendo e devem ser potenciais consumidores no futuro. Vamos precisar produzir também para a China, por exemplo, que demanda bastante pescado. E o Brasil possui condição em termos naturais para isso”, ressalta.

nômicos relacionados à desvalorização do dólar e disputas comerciais com países estrangeiros. A produção de lagosta e camarão já foi de mais de mil toneladas para a primeira e de 37 mil toneladas para o segundo, na primeira década dos anos 2000. Hoje, são 23 mil toneladas de camarão e a exportação de lagosta não superou as 100 toneladas em 2012. Mesmo assim, o potencial da pesca e da aquicultura no RN foi capaz de fazer despontar um outro mercado, que se encontra em crescimento: a pesca oceânica do atum.

Os números da exploração do atum deram um salto a partir de 2011, quando a empresa Atlântico Tuna passou a trabalhar com

um sistema de arrendamento de embarcações japonesas. As exportações cresceram significativamente com isso e o Rio Grande do Norte passou a ser um dos principais nomes na venda do atum para o Japão e a Espanha. No ano passado, quase 90% das exportações brasileiras de atum saíram do Rio Grande do Norte.

Nesse ponto, mais uma vez as características da costa potiguar e brasileira foram determinantes. A rota migratória dos atuns, assim como também dos espadartes, popularmente chamados de “meca”, passam pela costa potiguar e brasileira. O peixe meca também faz parte do rol de produtos pesqueiros do Estado, sendo um dos itens

de exportação.

Na pesca e aquicultura continental, também há espaço para vários produtos que dinamizam e dão variedade ao “cardápio” potiguar, com destaque para a produção de tilápia. Difundida em todo o Brasil, a tilápia tem a particularidade de ser produto de um modelo de pequena escala. São pequenos produtores, em assentamentos e comunidades pesqueiras. O objetivo do Governo Federal é transformar essas comunidades em pequenas indústrias. Para isso, o governo conta com a adaptabilidade do peixe, que consegue sobreviver em diversos níveis de salinidade e facilmente “criado” em tanques-rede ou escavados.

ALGUNS PAÍSES SÃO CONDENADOS A SEREM IMPORTADORES DE PESCADO POR NÃO TEREM COMO REALIZAR ESSA PRODUÇÃO” CARLOS WURMANN Especialista em pesca

Consumo de pescado tem crescido em todo o mundo

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 25 DE NOVEMBRO DE 2012

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PRODUTOS DO RIO GRANDE DO NORTE:

ATUM

CAMARÃO

MECA

LAGOSTA

TILÁPIA

PEIXE-VOADOR

Atum é um nome genérico para designar várias espécies de albacoras, que são peixes considerados “nobres” e apreciados nas mesas de vários locais do mundo.O Japão,por exemplo,é um dos principais consumidores de atum,um produto indispensável nos sushis e sashimis.

É um dos produtos mais consumidos no mundo,presente em todos os países.Já foi um dos principais produtos de exportação do Rio Grande do Norte e do Brasil.

O meca,também conhecido como peixe-espada ou espadarte,também é largamente consumido no mundo.

É um dos produtos mais valorizados em termos de pescado.A lagosta já foi um dos principais itens de exportação do Rio Grande do Norte,mas a diminuição dos estoques e consequentemente das capturas tem desestabilizado o setor.

Na última década a produção de tilápia no mundo praticamente dobrou.Isso foi ocasiando pelo aumento do consumo em países como a China e os Estados Unidos e na União Européia.No Brasil,a tilápia é o principal peixe da piscicultura, significando mais de 60% do total.

Apesar do sucesso,a tilápia não é um peixe natural do Brasil,tendo sido introduzido no país na década de 70.

Trata-se de um dos produtos mais tradicionais da pesca artesanal.

Onde encontrar: As albacoras são espécies migratórias de longas distâncias.Por conta disso, não se pode afirmar a “nacionalidade” dos cardumes,encontrados em vários lugares do mundo.Esses peixes “viajam”o mundo inteiro em busca de alimento e são típicos de mar aberto, dificilmente se aproximando da costa.

A depender da espécie de atum, haverá a preferência por águas geladas ou águas mais quentes.Enquanto o atum-azul prefere águas geladas,as albacoras gostam de águas mais quentes.Os países que participam da pesca do atum firmaram um acordo onde se estabeleceu cotas de captura para cada um.

Por que ocorre no RN: Como várias espécies de atuns gostam de águas quentes,é comum a ocorrência em locais próximos à linha do equador.

Além disso,o Nordeste brasileiro está posicionado próximo à rota migratória de várias espécies de atum.

Onde encontrar: O percentual de camarão produzido a partir da pesca artesanal é ínfimo.A maior parte é criada em viveiros.Os principais produtores são a China,o Vietnam,a Tailândia e o Equador.O Brasil já esteve entre os principais produtores,mas viu a atividade cair no ranking nos últimos anos.No Rio Grande do Norte,a ocorrência é maior no litoral,tanto na porção norte quanto na porção sul.

Por que ocorre no RN: O Rio Grande do Norte é um estado pioneiro no cultivo de camarão.A carcinicultura começou no Estado ainda na década de 70.As características climáticas do RN favorecem o cultivo dos camarões, principalmente pela temperatura.A abundância de água de boa qualidade é outro fator positivo.

Onde encontrar: O espadarte é um peixe que habita águas não tão profundas quanto o atum.É possível encontrá-lo a cerca de 800 metros de profundidade.Como prefere águas tropicais temperadas,o espadarte tem grande ocorrência nas regiões próximas à linha do equador, também aparecendo no Mediterrâneo,no Mar Negro,entre outros locais.Trata-se de uma espécie com grande capacidade de migração.

Por que ocorre no RN: Por conta da preferência por águas mais quentes e pela rota migratória do espadarte ao longo do atlântico,o litoral potiguar e suas proximidades são ricos em Meca.

Onde encontrar: A plataforma continental do Nordeste, entre os estados do Piauí e de Pernambuco,a partir da profundidade de 20 metros,é quase inteiramente coberta por algas calcárias comumente conhecidas como cascalho,cuja abundância diminui paulatinamente para o Norte e para o Sudeste até tornar-se praticamente ausente.No RN,ocorre em todo o litoral.

Por que ocorre no RN: A lagosta também prefere os trópicos.

Além do clima propício,a região do Nordeste possui as chamadas “algas calcárias”, cujos bancos são chamados de “bancos lagosteiros”.

Onde encontrar: As tilápias são consideradas “galinhas aquáticas”por conta da facilidade de serem criadas em cativeiro.Por conta disso,podem ser encontradas em vários países do mundo.No Rio Grande do Norte,a tilápia é criada ao longo de todo o Estado,em tanquesrede instalados em açudes e barragens e tanques escavados.

Onde encontrar: Ocorre em grande abundância,do Estado do Maranhão até o Estado de Pernambuco,durante todo ano,sendo explorado comercialmente em frente aos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.O RN é o Estado mais importante da pesca do peixe-voador,principalmente nas cidades de Caiçara do Norte e Diogo Lopes.

Por que ocorre no RN: Na época da reprodução,os cardumes de peixe-voador se aproximam da costa,onde os barcos de pesca artesanal conseguem pescá-los, principalmente nos meses de abril a julho.

Por que ocorre no RN: Famosa por sua capacidade de adaptação aos mais diferentes ambientes,a tilápia se espalhou pelo Brasil e é largamente produzida no RN. Uma das características marcantes dessa adaptabilidade é a tolerância aos diversos níveis de salinidade.A tilápia sobrevive em água doce ou salgada e pode ser cultivada em conjunto com camarões,por exemplo.Projetos de peixamento de açudes popularizaram a tilápia ao longo do país.

ESTUDO REBATE TESE DE ALTA PRODUTIVIDADE A ideia de uma costa “rica” encontra opositores, principalmente na Academia. Quando se fala, por exemplo, na quantidade de atum que vem até a costa nordestina, algumas linhas de pensamento presentes entre os pesquisadores das universidades apontam para uma baixa potencialidade. O pós-doutorando da UFRN, Marcelo Nóbrega, acredita que por conta de algumas características naturais as águas próximas ao Brasil não seriam muito “piscosas”, quando se compara com a capacidade da porção mais próxima de Santa Catarina, por exemplo.

“Os navios da Atlântico Tuna, por exemplo, começaram aqui no Nordeste, mas no fim estavam pescando na chamada “elevação do Rio Grande”, que é uma região

bem ao Sul do Brasil perto da fronteira com o Uruguai, onde há uma maior quantidade de atuns”, explica Marcelo Nóbrega. Para ele, a costa nordestina, “apesar de muito bonita”, não tem tantos nutrientes, ou “oligotróficas”, como se fala em linguagem mais técnica. Isso influencia a quantidade de peixes. “As águas do Nordeste são mais quentes e com menos nutrientes. Por isso, a quantidade de peixes é pequena em relação ao Sul do Brasil, que tem águas frias e com uma quantidade de nutrientes muito maior”, complementa.

Para ilustrar a avaliação, ele dá o exemplo do Peru. “Lá eles têm três mil quilômetros de litoral. De uma espécie de sardinha, por exemplo, eles capturam 10 milhões de toneladas. O Brasil captura anualmente de todas as espé-

cies de sardinhas 700 mil toneladas. A diferença das ordens de grandeza é muito grande”, diz. E complementa: “Isso porque a produção de carbono é pequena. O que existe no Rio Grande do Norte de vantagem é a localização. O RN está nas portas do atlântico, com facilidade para sair para todo o oceano”.

Partindo do RN, após navegar 30 quilômetros é possível sair da “plataforma continental” e chegar ao mar aberto, às águas profundas. Já em São Paulo é preciso navegar até 120 ou 200 quilômetros. “Essa é a grande vantagem que nós temos: a posição que é realmente estratégica. Com uma frota bem desenvolvida é possível aproveitar essa localização, que é privilegiada”, compara Marcelo Nóbrega.

AS ÁGUAS DO NORDESTE SÃO MAIS QUENTES E COM MENOS NUTRIENTES. POR ISSO, A QUANTIDADE DE PEIXES É PEQUENA EM RELAÇÃO AO SUL DO BRASIL,” MARCELO NÓBREGA Pós-doutorando em pesca oceânica

O pós-doutorando da UFRN, Marcelo Nóbrega, estuda o setor

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Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

CARLOS WURMANN

CONSULTOR DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO

O BRASIL PRECISA DOMINAR O CICLO COMPLETO DO ATUM

C

arlos Wurmann, consultor da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

(FAO), ganhou notoriedade ao liderar o Instituto de Pesca do Chile entre a década de 70 e 80.

Naquele momento, os chilenos se preparavam para dar um salto na produção de salmão a partir da aquicultura marinha. Hoje, o Chile é uma das potências mundiais na exportação de salmão. A experiência chilena, considerada de sucesso, credencia Carlos Wurmann para dar alguns conselhos ao Brasil. A primeira observação do consultor acerca do modelo brasileiro é a prevalência do pequeno produtor. Wurmann não acha que deve se abandonar os investimentos na produção de pequena escala. Porém, acredita que é preciso investir também na grande indústria e na produção competitiva para fins de exportação. “O que nós vemos é que o Brasil já atingiu as metas que poderia ter atingido no investimento dos pequenos e agora precisa investir também na grande indústria”, aponta.

Que diferenças existem entre os dois modelos?

O Governo está totalmente focado no pequeno produtor. Então, as iniciativas são primordialmente para o pequeno produtor, com empreendimentos menores. A questão é que com esses empreendimentos menores fica difícil fazer a incorporação tecnológica que as grandes empresas conseguem. Isso o Brasil faz porque tem um mercado enorme, que pode comprar e consumir o que é produzido. Vocês ainda estão importando uma quantidade fantástica de produtos pescados, sendo um dos grandes importadores. Como o Chile tem um mercado muito menor, sempre temos pautado nosso trabalho nas exportações.

Então, o modelo produtivo chileno se adequou desde o início para ser competitivo a nível mundial, senão teríamos fracassado, porque não temos um mercado interno pequeno. Há diferenças nos modelos estratégicos utilizados.

Quando o Chile usa o modelo exportado, altamente qualificado tecnologicamente e competitivo, o Brasil parte por uma outra estratégia de pensar os pequenos produtores. Isso até por uma questão de social de promover emprego e renda para várias camadas da sociedade. O que nós vemos é que o Brasil já atingiu as metas que poderia ter atingido no investimento dos pequenos e agora precisa investir também na grande industria. Isso sem abandonar, logicamente, o pequeno produtor, até porque é uma estratégia bem sucedida e uma iniciativa importante. Mas é o momento de entrar no “Brasil 2.0”, incorporando a iniciativa privada com um modelo produtivo diferente. Um modelo onde a produtividade deve aumentar enormemente. E por duas razões: vocês precisam de pescado para o mercado interno e podem aumentar a geração de empregos exportando pescado. Além disso, aumenta o consumo interno e a variedade de produtos, com um preço cada vez menor.

A demanda no Brasil é atendida por quem?

A demanda está sendo fornecidos por produtores de pequeno porte. Esses produtores têm capacidade de atender a demanda de vários centros urbanos do Brasil. Mas a grande indústria também pode assumir um papel importante para fornecer o que é necessário para os grandes mercados. E se você investe em tecnologia, poderá atingir novos patamares, com o preço diminuindo e o mercado aumentando. Vocês poderiam tentar diminuir as importações também.

A aplicação da aquicultura marinha no Brasil tem barreiras ou poderia acontecer de forma imediata?

Há oportunidades fantásticas para o Brasil. Um exemplo: no futuro a pesca oceânica não tem como aumentar as suas capturas.

Para atender as necessidades dos consumidores nos próximos 30 anos, será necessário investir em aquicultura. Ninguém tem mais dúvidas disso. Não são os países desenvolvidos que vão produzir isso, mas os países em desenvolvimento. São os países em desenvolvimento que têm os territórios, as pessoas, as condições gerais, para produzir. Então, nós somos chamados a fazer esse trabalho no futuro. E os países costeiros como o Brasil têm condição de fazer isso.

A QUESTÃO AMBIENTAL NÃO É SÓ UM GARGALO.É UM GRANDE PROBLEMA ATÉ AGORA SEM SOLUÇÃO “

O ALTO CUSTO REALMENTE EXISTE, MAS NÃO É UM GARGALO.O BRASIL TEM A CAPACIDADE FINANCEIRA E DE FINANCIAMENTO PARA REALIZAR ISSO.”

Há algumas questões a serem vislumbradas. O litoral é utilizado largamente para o turismo, que é uma importante fonte de renda.

Em muitos locais, seria inviável porque a concorrência com o turismo não daria certo. As novas tecnologias, contudo, que estão começando a evoluir no mundo inteiro podem ser uma opção. Essas tecnologias podem dar uma solução sem disputar o mar com o turismo. Essa tecnologia é a “aquicultura offshore”, realizada a três milhas da costa, longe das áreas usadas para o turismo. Se você imagina granjas marinhas estabelecidas no meio do oceano, como já foi feito em Pernambuco. Havia um projeto a 11 milhas de Recife para a criação de bijupirá. Para não brigar com ninguém, para evitar conflitos com as ideias de sustentabilidade da faixa costeira, o Brasil precisa observar essas novas tecnologias. Isso poderia deixar o país na frente na corrida pela exportação de pescado. O Brasil precisa pensar em explorar.

O alto custo para se implantar esse tipo de atividade é um gargalo?

O alto custo realmente existe, mas não é um gargalo. O Brasil tem a capacidade financeira e de financiamento para realizar isso.

O Chile é bem mais pobre que o Brasil e boa parte de nossa indústria está no meio do mar. Há um contraste que o Brasil ainda não

conseguiu superar. Quando se pensa na atividade pesqueira no Brasil, todo mundo pensa no pequeno produtor. Eu penso que o Brasil tem mesmo que oferecer emprego e renda para faixas da população ainda afastadas da linha de desenvolvimento geral do país. Os governos por isso precisam estar focados no pequeno produtor. Mas isso não significa que não se pode estabelecer atividades de maior tamanho. Um exemplo: para um projeto de desenvolvimento de um pequeno módulo da aquicultura oceânica vai custar três, cinco ou 10 milhões de dólares. São quantidades respeitáveis. Por isso, falo em uma aquicultura empresarial. Com o modelo feito no Brasil atualmente, nunca haverá aquicultura no meio do oceano.

O modelo de Santa Catarina, com pequenos produtores produzindo mexilhões, é muito efetivo, dá emprego a muitas pessoas e produz 15 mil toneladas. Mas chegou o momento onde as pessoas pensam: e se chegar ao Brasil o mexilhão produzido no Chile? O Chile está produzindo 220 mil toneladas em mexilhões. Por que o Brasil não tem feito isso? Porque o foco é a produção de pequena escala. No Chile, cometemos o erro contrário e não damos a devida importância ao pequeno produtor. É preciso dar atenção aos dois. E no Brasil é a hora de discutir também a pesca como forma

estratégica como escala industrial, empresarial, de maior tamanho.

O que isso traria de mudanças?

Primeiro, eliminaria as importações e depois ser convertido num país importante como exportador pesqueiro.

Tecnicamente, a aquicultura marinha é viável?

O Brasil não tem o conhecimento e a tecnologia necessária nesse momento. Vocês podem pegar isso em outras partes do mundo e isso não é necessariamente uma barreira. É só coletar as pessoas e levar ao Brasil.

As tecnologias existentes são seguras e viáveis economicamente?

Com certeza. O Chile faz isso na aquicultura marinha. Mas na aquicultura offshore, ou seja no oceano, mesmo nos países desenvolvidos ainda tem características experimentais. Ainda não há um modelo produtivo claro, bem estudado, de sustentabilidade, etc.

Essa parte da aquicultura precisa ainda utilizada pouco a pouco.

Mas o Brasil precisa começar a trabalhar com esse modelo para gerar uma visão brasileira acerca do assunto, da forma como isso pode ser explorado. Alguém tem que começar a fazer isso.

A aquicultura representa uma grande oportunidade?

Onde mais o Brasil sai na frente?

A oferta de pescado terá de ser aumentada dramaticamente e um dos produtos mais viáveis é o atum. Agora eu pergunto: há muitos países envolvidos no cultivo do atum? O Brasil está fazendo alguma coisa? Poucos países trabalham atum na aquicultura. Espanha, Austrália e Japão somente, além do Panamá na América.

Eu me pergunto: por que um país gigante como o Brasil não investe de forma estratégica numa área como essa, que tão poucos países trabalham? A tecnologia ainda está sendo desenvolvida, então é uma oportunidade. Eu não consigo entender porque o Brasil não tomou o cultivo do atum como uma política estratégica para o futuro do país. Vocês têm o atum em frente à costa de vocês. Então, há como dominar o ciclo completo do atum. Vocês já deveriam pensar 20 anos na frente e investir nisso.

No Brasil, há vários problemas entre o setor produtivo e o setor ambiental. Vocês enfrentaram isso no Chile?

Não, porque a atividade começou no Chile sem a interferência do Governo, sem nenhuma regulação. Os primeiros grandes empreendimentos chilenos foram feitos de forma desordenada. A única regulação que nós tínhamos foi que uma estação de cultivo marinho para salmão tinha de ficar separada da outra por 1,5 milha. No final dos anos 70 nem no Brasil havia a consciência ambiental que hoje existe e é tão importante.

No Brasil é considerado um gargalo.

Não é só um gargalo, como um grande problema até agora sem solução. A aquicultura é uma indústria muito nova. Toda atividade humana tem efeitos no meio ambiente, mas isso não significa que não se possa conviver de forma razoável no mesmo ambiente. Um exemplo: uma piscicultura no mar com uma densidade de 40 quilos por metro cúbico é uma coisa e se tem 15 quilos é algo totalmente distinto.

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PRODUÇÃO, EXPORTAÇÃO E DESTINO DO PESCADO DO RN ATUM Principais destinos: Japão,Espanha e mercado interno

1,335 mil toneladas até novembro de 2012

MECA Principais destinos: Japão,Espanha e mercado interno LAGOSTA

750

Principais destinos: Estados Unidos

toneladas até novembro de 2012

104 toneladas até novembro de 2012 TILÁPIA Principais destinos: Vendido unicamente no mercado interno

CAMARÃO Principais destinos: Quase que inteiramente destinado ao mercado interno

A produção de tilápia foi de cerca de 500 toneladas em 2011,mas não houve exportação,ficando tudo no mercado interno brasileiro, principalmente no Ceará

Cerca de 70 toneladas das 23 mil produzidas no ano passado

EXPORTAÇÕES ATUM, MECA E LAGOSTA LIDERAM VENDAS DADOS DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO,INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR MOSTRAM QUE ATÉ OUTUBRO DE 2012 O RIO GRANDE DO NORTE EXPORTOU CERCA DE 2,4 MIL TONELADAS DE PESCADO,O QUE GEROU UMA RECEITA DE POUCO MAIS DE 15 MILHÕES DE DÓLARES mbora o Brasil ainda tenha uma participação tímida na exportação de pescados no mundo, vários dos produtos potiguares têm como destino mesas e prateleiras de países como Japão, Estados Unidos e Espanha.

O atum, o meca e a lagosta são os principais itens da pauta de exportação potiguar na área de peixes e crustáceos, com destaque para o atum, que após o arrendamento da frota japonesa passou a ser o mais promissor. Por outro lado, o RN perdeu o posto de exportador de camarão nos últimos anos.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que até outubro de 2012 o Rio Grande do Norte exportou cerca de 2,4 mil toneladas de pescado, o que gerou uma receita de pouco mais de U$ 15 milhões. Em relação a muitos itens, o panorama é de estagnação ou decréscimo. A lagosta, por exemplo, vem alternando crescimento quase zero e diminuição nas exportações. Algumas espécies de atuns também tem diminuições em 2012.

Um dos principais motivos para isso é a tendência de esgotamento dos estoques pesqueiros, principalmente na pesca oceânica.

Mesmo assim, a pesca oceânica do atum foi o setor que mais cresceu no Estado nos últimos dois anos. Isso foi possível graças a uma parceria entra a Atlântico Tuna, empresa potiguar, com armadores japoneses. Em 2011, por exemplo, a empresa foi a responsável por 86,5% das exportações brasileiras de atum, com um faturamento superior a U$ 9 milhões. As embarcações japonesas estão bastante adiantadas, em termos de evolução tecnológica, em relação às embarcações brasileiras. Capacidade de estocagem, rastreamento de cardumes, entre outras vantagens, aumentam essa distância (veja bate-papo).

Outro peixe bastante vendido para o exterior é o “meca”. Também conhecido como espadarte, o Meca movimentou em 2012

E

Atum,tilápia e lagosta no RN vão parar na mesa de mercados do Japão,Estados Unidos e Espanha.Hoje,praticamente toda a produção de camarão é consumida no mercado interno

NÓS NÃO TEMOS INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA NO RN QUE CONSIGA VIABILIZAR A ATIVIDADE.ALÉM DISSO, FALTA MÃO DE OBRA QUALIFICADA” GABRIEL CALZAVARA Empresário

mais de U$ 5 milhões, com mais de mil toneladas enviadas ao exterior. Nesse caso, também há diminuição de “meca” exportado, cerca de 30% em relação ao produto fresco, sem congelamento.

A lagosta é um dos itens historicamente importantes para a pauta de exportações do Rio Grande do Norte. Nos últimos anos, as exportações de lagosta têm vivido uma “gangorra”. Em alguns anos, ficam praticamente estacionadas. Em outros, há queda. De 2011 para 2012, a queda foi brusca: 26% a menos. Foram R$ 3,2 milhões em 2012 contra pouco mais de U$ 4 milhões em 2011.

Já de 2010 para 2011, houve um

crescimento de apenas 3%. Em 2010, foram exportadas 144 mil toneladas, resultando num valor de U$ 3,7 milhões.

Quando se fala em queda nas exportações, nada é comparável ao que aconteceu com o camarão entre 2003 e 2011. Se até o começo dos anos 2000, o RN tinha um papel de destaque como o principal exportador e produtor do país, hoje o consumo é unicamente interno. No ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Criadores de Camarão, o RN exportou 70 toneladas. Em 2003, foram 21 mil toneladas exportadas.

A lista atual dos principais itens da pauta, com mais de 50 itens,

não contém o camarão. Mesmo que o mercado interno tenha absorvido parte dessa produção, alguns produtores ainda lamentam a mudança.

O restante do que é produzido no Rio Grande do Norte é utilizado prioritariamente no mercado interno, como é o caso da tilápia, do peixe-voador, da cioba, do tambaqui, da carpa, entre outros.

Embora seja costumeiro valorizar com mais ênfase os produtos exportados, o pescado para consumo interno tem uma missão importante, que é manter a segurança alimentar de várias comunidades e colônias de pescadores ao longo do Estado.

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O transporte adequado para exportar pescado é o navio. Porto de Natal não possui câmaras frigoríficas adequadas, problema que seria solucionado com a conclusão do Terminal Pesqueiro.

PORTO TRABALHA PARA MELHORAR ESTRUTURA NÃO VEJO FALTA DE INFRAESTRUTURA DO PORTO.A EMPRESA DE CONTÊINER NÃO ATUA NO NOSSO PORTO PORQUE NÃO HÁ DEMANDA SUFICIENTE DESSE TIPO DE PRODUTO” PEDRO TERCEIRO DE MELO Presidente da Codern

O escoamento é uma parte fundamental da logística do mercado de pescado, que é um produto perecível e precisa de toda uma infraestrutura para ser transportado com eficiência. Segundo empresários, a estrutura existente no Rio Grande do Norte hoje, até como reflexo da paralisação do Terminal Pesqueiro, é deficiente.

Ao se falar em exportação, a forma mais adequada para o

transporte do pescado é o navio.

Como se trata de uma carga volumosa, e com pouco valor agregado, o transporte aéreo é inviável. Já para o mercado interno é possível utilizar a malha rodoviária. Contudo, é na hora de exportar que os produtores encontram as maiores dificuldades, principalmente na exportação do atum.

Segundo o proprietário da Atlântico Tuna, Gabriel Calzavara, o a-

tum pescado pelos navios japoneses arrendados sai para o Japão através do Porto de Pecém, no Ceará. Segundo ele, viabilidade para utilizar o Porto de Natal é mínima.

A infomação é rebatida pelo o presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo. "Não vejo falta de infraestrutura do porto. A empresa de contêiner não atua no nosso porto porque não há demanda suficiente desse tipo de produto.

No mais, o Porto está bem estruturado", diz, acrescentando que o local mais apropriado seria o Terminal Pesqueiro. "Mas infelizmente foi feito sem ter os acessos e está parado", lamenta.

Um dos problemas - a falta de câmaras frigoríficas - seria solucionado pelo Terminal Pesqueiro do RN, que iria ter câmaras com a devida capacidade para a pesca do atum.

SETOR COBRA CONCLUSÃO DO TERMINAL PESQUEIRO Em 2010, o Governo do Estado anunciou a proximidade do fim das obras do Terminal Pesqueiro do RN. Os números da obra impressionam: investimento de mais de R$ 37 milhões e geração de 10 mil empregos diretos, além de beneficiar outras 200 mil pessoas, por conta de uma capacidade de estocagem e escoamento de 50 mil quilos de pescado.

Apesar do anúncio, o Terminal Pesqueiro nunca viu um único quilo de peixe em suas dependências. Desde aquela data, a obra ficou estacionada nos 95% de conclusão e está paralisada faz mais de dois anos.

De acordo com a Assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual de Infraestrutura, uma reunião será realizada nesta semana para definir a continuidade das obras do Terminal Pesqueiro. Até o momento dois

problemas “burocráticos” emperravam a continuidade da obra do Terminal, esperada há anos pelo setor pesqueiro do Rio Grande do Norte. O primeiro era um atraso com a construtura responsável pela obra.

Depois, problemas de acesso. Não havia por onde “escoar” o pescado.

A ideia original do Governo do Estado, ainda em 2010, era licitar a construção de um viaduto ligando o terminal, que está localizado próximo à estação ferroviária da CBTU na Ribeira, à Pedra do Rosário, o que representaria um custo adicional de R$ 15 milhões. Nunca saiu do papel. A ideia do Governo do Estado atualmente é fazer o acesso pela Travessa Aureliano Medeiros, na Ribeira. De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura, esse impasse já foi resolvido.

A segunda barreira é um atraso no pagamento da construtora. Em 2011, a Constremac Construções interrompeu a obra por falta de pagamento. À época, a dívida era de R$ 5 milhões. A Secretaria de Infraestrutura disse, através de sua Assessoria, que parte da dívida foi paga e que o restante “está sendo providenciado”. Falta ainda instalar as câmaras frias e realizar uma nova pintura. O Terminal Pesqueiro será um porto de recepção de pescado, voltado a atender tanto a pesca oceânica quanto aos pequenos pescadores, composto de armazéns de estocagem, prédio da administração, estacionamento e câmaras frigoríficas.

O assunto da paralisação do Terminal Pesqueiro do RN mereceu a atenção do ministro da Pesca e da

Aquicultura, Marcelo Crivella, durante a visita ao Estado para participar do Seminário Motores do Desenvolvimento. Crivella cobrou do Governo do Estado a continuidade das obras e disponibilizou o Ministério para ajudar a finalizar o projeto. A conversa aconteceu entre o ministro e o representante da governadora Rosalba Ciarlini no evento, o controlador-geral do Estado, Anselmo Carvalho. “Queremos saber do Governo do Estado o que está faltando para concluir o Terminal e nos colocarmos à disposição para ajudar, inclusive complementando recursos e discutindo a forma de gestão, se será uma concessão para a iniciativa privada ou gestão pública", disse o ministro. Carvalho disse que iria transmitir a preocupação do Ministério à governadora.

QUEREMOS SABER DO GOVERNO DO ESTADO O QUE ESTÁ FALTANDO PARA CONCLUIR O TERMINAL E NOS COLOCARMOS À DISPOSIÇÃO PARA AJUDAR, INCLUSIVE COMPLEMENTANDO RECURSOS E DISCUTINDO A FORMA DE GESTÃO, SE SERÁ UMA CONCESSÃO PARA A INICIATIVA PRIVADA OU GESTÃO PÚBLICA"

BATE-PAPO Gabriel Calzavara »presidente da Atlântico Tuna

“O GOVERNO PRECISA INVESTIR NO SETOR” Como foi o processo de parceria com os barcos japoneses?

O Governo Federal abriu edital público e a partir de outubro de 2010 mostramos aos japoneses as condições do Brasil. A nossa intenção, com a parceria de dois anos, era conhecer a tecnologia utilizada por eles, a viabilidade do negócio, que tipo de peixe e qual a qualidade desse peixe, as áreas de pescaria, a produtividade, etc. Após dois anos, temos a convicção de que é algo viável. Os resultados nos estimulam a continuar a parceria.

Qual é a diferença entre a frota japonesa e a frota nacional? É incomparável. A frota japonesa tem câmara frigorífica com capacidade de armazenamento a menos sessenta graus.

Além disso, tem mais autonomia e eles conseguem rastrear os cardumes.

O nível de qualificação de mão de obra é suficiente?

Não, ainda é muito pouco. A Atlântico Tuna investiu, junto de seus parceiros, R$ 700 mil em qualificação. Mas somos uma empresa e essa é uma atividade de Governo. É o Governo quem precisa enxergar a atividade como estratégica e investir nisso. O frango, por exemplo, teve um volume de investimento nos últimos 30 anos que possibilitou se chegar no atual nível. A pesca oceânica do atum precisa ser enxergada como estratégica.

O senhor vê nisso uma oportunidade?

Com certeza. É como o présal, que está lá para ser explorado e nós estamos investindo. Mas ao contrário do pré-sal o atum não vai ficar lá esperando para ser explorado. O atum é um peixe migrador. E se nós não capturarmos os atuns as frotas internacionais estarão preparadas para fazer essa captura. Então, é preciso investir.

Falta infraestrutura?

Com certeza. Nós não temos infraestrutura portuária no Rio Grande do Norte que consiga viabilizar a atividade. Além disso, falta mão de obra qualificada.

MARCELO CRIVELLA Ministro da Pesca

Obras do Terminal Pesqueiro de Natal estão paralisadas há mais de um ano. Ministro da Pesca prometeu agilizar conclusão

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CARCINICULTURA CONSTANTE LUTA POR MERCADO E APOIO HÁ OITO ANOS,O RN ERA O MAIOR PRODUTOR E EXPORTADOR DE CAMARÃO DO PAÍS.DE LÁ PARA CÁ,A PRODUÇÃO CAIU 38% E ESTÁ QUASE QUE TOTALMENTE VOLTADA PARA O MERCADO INTERNO.SETOR BUSCA APOIO PARA CONSEGUIR CRESCER

BATE-PAPO Francisco Seixas »chefe do Departamento de

Oceanografia e Limnologia

“OS ÓRGÃOS AMBIENTAIS SÃO MAL APARELHADOS” Como está a questão do Centro de Tecnologia do Camarão?

Nós temos uma fazenda, onde funciona o Centro de Tecnologia do Camarão. Essa fazenda tem 50 hectares de viveiros. Na época da doação, nós não tínhamos recursos para manter. Mas com a criação do CTA há quatro anos nós conseguimos estruturar. É uma coisa recente para a Universidade. Nós ainda temos dificuldade de manter. A ideia é manter com parcerias e a que fizemos com a Emparn foi finalizada.

Em 2003, o Rio Grande do Norte produziu mais de 37 mil toneladas e praticamente tudo foi exportado. No ano passado, a produção foi de 23 mil toneladas.

ove anos depois, o ano de 2003 foi um marco para a carcinicultura brasileira e norte-americana particularmente. Até bem pouco tempo era um marco negativo: a do momento em que o cultivo de camarão em viveiros passou a ser inviável para exportação. Era o fim de uma era de ouro na carcinicultura potiguar, líder de mercado no Brasil e grande exportador. No entanto, se há mercado, há solução.

Em 2008, o consumo interno passou a absorver a produção de camarão e o setor foi salvo de sofrer ainda mais, o que não significa que todos os problemas foram resolvidos.

De lá para cá, o Rio Grande do Norte perdeu o posto de maior produtor de camarão do Brasil para o Ceará. E também viu sua produção cair. Se em 2003 eram mais de 37 mil toneladas, no ano passado foi de 23 mil toneladas. Uma queda de 38%. Mas poderia ser pior, caso o mercado interno não absorvesse quase 100% de todo o camarão produzido no país. Sem mercado lá fora, por conta do dumping e da desvalorização do real, o setor teria sofrido uma perda mais impactante não fosse o consumo interno. Mas, para os criadores de camarão, o progressivo declínio da carcinicultura no RN é também fruto de uma falta de apoio ao setor.

Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão, é incisivo: “O poder público não só não ajuda, como atrapalha”. Os produtores argumentam que o dumping e a desvalorização do dólar não atingiram somente o Brasil. China e Vietnam, por exemplo, passaram pelas mesmas turbulências e hoje produzem resultados vexatórios para o Brasil. A China é líder absoluta do mercado mundial. O Vietnam e a Tailândia, com uma

N

✱

CAMARÃO NO RN

ENTENDA O QUE FOI DUMPING

DESEMPENHO DA CARCINICULTURA NO BRASIL:

Os pescadores dos Estados Unidos acusaram o Brasil e mais cinco países de dumping,ou seja venda de produtos abaixo do preço de custo,o que é proibido.

Assim,o produto desses seis países passaram a sofrer uma sobretaxa e, principalmente no caso do Brasil, perderam competitividade.

(Em mil toneladas)

90 75 65

DESVALORIZAÇÃO DO DÓLAR O dólar sofreu um processo de desvalorização recente e isso influenciou a venda do camarão no exterior.O preço do camarão vendido em 2003 era de R$ 12,em dólar ficava US$ 4,mas a partir de 2007 estes US$ 4 ficam menos de R$ 8.

2003

2004

2005

65

65

2006

2007

75

70 65

2008

2009

Há algum projeto em vigor lá no CTA? Sim, há um projeto relacionado a peixe marinho, financiado pelo Banco do Nordeste.

2010

2011

MUDANÇA NA CARCINICULTURA NO RN: 2003 Produção de

37.473 toneladas

Exportação de

21.165 toneladas (82,6 milhões de dólares)

2011 Produção de

Exportação de

23 mil toneladas

72 toneladas (0,4 milhão de dólares)

Participação do mercado interno na venda de camarão é de 99,4

área apta para produção bem menor que o Brasil, também tem um quantitativo mais expressivo.

Durante a sua palestra no Seminário Motores do Desenvolvimento, o consultor chileno Carlos Wurmann citou a carcinicultura ao analisar a possibilidade de os produtores de pescado do Brasil perderem também o mercado interno. Para isso, citou a quantidade de importações. Dados da ABCC mostram que de 2003 para cá o volume de pescado importado pelo Brasil cresceu 126%. “O Brasil pode até brecar essa chegada por um, dois ou três anos, mas se não houver um modelo mais competitivo dentro do próprio

país fatalmente irá sucumbir a essa competição”, disse Wurmann, em referência à chegada de produtos de outros países ao mercado nacional.

O cenário, um tanto pessimista, é desolador para os produtores.

Há um consenso de que o Rio Grande do Norte e o Brasil têm como produzir mais e até alcançar o mercado externo. No país inteiro, há 10 mil hectares de área propícia para a atividade carcinicultora. O aproveitamento disso fica entre 1,7 mil hectares e dois mil hectares. Ana Carolina Guerrelhos, uma das sócias da Aquatec, empresa que trabalha com a produção de pós-larvas, afirma que,

apesar da importância do mercado interno, seria interessante alcançar novos mercados. “Acho que o setor tem sentido falta de maiores empresas. A carcinicultura tem estado muito restrita aos pequenos produtores”, aponta.

Essa restrição, segundo Ana Carolina, inibe a inovação tecnológica nas fazendas. “A parte laboratorial da carcinicultura tem evoluído tecnologicamente, mas no campo vemos uma situação ainda muito igual. Isso porque faltam grandes empresas para puxar essa inovação. O pequeno produtor dificilmente vai conseguir investir valores consideráveis em inovação tecnológica”, avalia.

QUESTÕES AMBIENTAIS SÃO PRINCIPAL IMPASSE O impasse acerca da legislação ambiental e a dificuldade para se obter o licenciamento são os principais motivos alegados pelos produtores como gargalo para o setor. E a discussão acerca do Código Florestal somente acirra essa questão. O limite de 30% para produzir em áreas de salgados e api-

70

cuns pode diminuir ainda mais as possibilidades de produção da carcinicultura. Um outra questão latente é a demora na concessão das licenças. “Se o Brasil não resolver isso, não haverá desenvolvimento no setor pesqueiro”, diz Itamar Rocha.

O professor da UFRN, Francis-

co Seixas, vai numa linha parecida com a de Itamar, embora com discordâncias. Para ele, os órgãos ambientais não têm estrutura para licenciar os empreendimentos com rapidez. Contudo, ele é contra a construção em áreas proibidas. “Eu conheci várias pessoas que venderam casa e carro pra cul-

Quais são os novos passos?

Teremos um grande projeto na área de camarão, que ainda está sendo estruturado. Mas quem estiver interessado poderá estruturar o projeto, submeter à Universidade e caso seja contemplado terá o espaço para desenvolver. Esse projeto terá uma parceria com o Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura. Temos uma ótima estrutura, mas ainda não está funcionando. É uma coisa realmente nova. Foi um presente tão grande que ainda estamos vendo a melhor forma de utilizar.

tivar camarão na época do “boom” pra fazer viveiro em área de mangue porque sabia que ia lucrar.

Construíram muito em áreas proibidas. Um dos problemas é que os órgãos ambientais são mal aparelhados e não dão conta da demanda”, encerra o professor Francisco Seixas.

A PARTE LABORATORIAL DA CARCINICULTURA TEM EVOLUÍDO TECNOLOGICAMENTE, MAS NO CAMPO VEMOS UMA SITUAÇÃO AINDA MUITO IGUAL.ISSO PORQUE FALTAM GRANDES EMPRESAS PARA PUXAR ESSA INOVAÇÃO” ANA CAROLINA GUERRELHOS

Bióloga e Empresária

Foi bom ou ruim para a atividade a mudança de foco para o mercado interno?

Eu acho que foi bom porque o real está com um preço interessante. Ninguém reclama no mercado.

O lucro é mais de 50%. Por enquanto, não há reclamação. O único problema que existe hoje é o de doença, que é a mancha branca.

Os produtores reclamam bastante e falam em gargalo, principalmente quando se fala em licenciamento.Eles têm razão?

Eles têm razão quando querem ser licenciados. Mas os órgãos ambientais têm a responsabilidade de manter a legalidade da atividade. Sou totalmente a favor da atividade, porque dá emprego, renda, emprega mão de obra semi-qualificada, etc. Mas eu conheci várias pessoas que venderam casa e carro pra cultivar camarão na época do “boom” pra fazer viveiro em área de mangue porque sabia que ia lucrar. Construíram muito em áreas proibidas.

Um dos problemas é que os órgãos ambientais são mal aparelhados e não dão conta da demanda.

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Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARNICICULTURA

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 25 DE NOVEMBRO DE 2012

ITAMAR ROCHA

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE CAMARÃO

OS ESTUDOS SÉRIOS QUE EXISTEM SÃO FAVORÁVEIS AO NOSSO NEGÓCIO O que aconteceu com as exportações de camarão no Rio Grande do Norte?

O Brasil praticamente não exporta mais. No ano passado toda a exportação do Brasil foi de 250 toneladas de camarão. Nós já exportamos mais de 70 mil toneladas no ano. O RN já chegou a exportar mais de 21 mil toneladas. Toda a exportação em 2011 de camarão de cultivo foi 108 toneladas.

Por que isso aconteceu?

Questão de competitividade. No Brasil, o camarão tipo A, o melhor que existe, e o tipo que a Europa consome, sempre era visto com defeitos pelos europeus. Eles são muito exigentes. Se estivesse amarelado, com pontinho preto, etc, era um defeito. Com mais de 10 defeitos, eles devolviam. Então, o que acontecia? Ia para os Estados Unidos.

Foi assim muito tempo. Mas lá saturava também. Então, se vendia para o mercado interno. A ordem era: primeiro, Europa; depois, Estados Unidos; e por último, o mercado interno. Por muito tempo, o mercado interno foi o último da fila e ficava com as sobras. Nós perdemos o mercado interno com o dumping, em 2004. Aí nós perdemos o segundo mercado e ficou tudo no próprio Brasil. Nesse ponto, veio a desvalorização do dólar. Perdemos a competitividade nas exportações e ninguém mais se interessou pelo mercado da Europa. O camarão tipo A e B ficou no mercado interno. Nós começamos a mudar a estratégia e o Brasil passou a consumir esse camarão de ótima qualidade. Nós chegamos ao ponto de ano passado quase todo o camarão ficou no Brasil. Em 2013, todo o produto ficará no próprio Brasil.

I

tamar Rocha é conhecido pela maneira incisiva com que defende ao setor da carcinicultura.

O setor vem passando por mudanças substanciais desde 2003, que são basicamente a mudança para o mercado interno e a perda de espaço nas exportações. Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão, o atual panorama tem como pano de fundo a falta de incentivo para o setor. “Nós pegamos terras improdutivas e água salgada e transformamos em empresas e geração de empregos. Ao invés de facilitarem, atrapalham”, diz.

As críticas que Itamar faz questão de proclamar de forma contundente são direcionadas ao poder público e aos ambientalistas. Por um lado, ele acredita que os governos não trataram a carcinicultura como prioridade, ao contrário do que foi feito na China, na Tailândia e em outros países. Por outro, acredita que a carcinicultura sofre com o radicalismo dos órgãos e militantes ambientais.

A crise na Europa influenciou?

Não, porque o camarão nunca foi caro. O camarão custa entre R$ 10 e R$ 12 o quilo. O ministro, inclusive, quis abrir as importações porque dizia que o camarão brasileiro é caro. Ora, um quilo, na fazenda, é R$ 10. Mas um quilo de costela de bode é R$ 12. Tirando todo o osso fica R$ 25. O de camarão se você tirar a casca e a cabeça dá R$ 20. Ninguém está dizendo que carne de bode é caro. Mas a de camarão acham caro. Mas o brasileiro consome quilos de carne vermelha e só 600 gramas de camarão. Não há uma política de in-

Quando começou a carcinicultura no RN? O primeiro programa que eu participei de um programa em 1981. Mas em 1972, 1973, já existia um programa capitaneado pela Emparn. Então, são 40 anos de produção e o povo do Rio Grande do Norte continua acreditando em conversa da carochinha. O Brasil tem 1,5 milhão de hectares de mangue e não produz peixe de nada. A China tem 17 mil hectares e produz 35 milhões de toneladas de peixe marinho. Nós estamos deixando um bando de incompetentes tomarem conta e barrarem o desenvolvimento.

A relação com os órgãos ambientais sempre foi tensa. Isso continua?

O Brasil era uma ameaça permanente. Em 2003, nós tínhamos a melhor produtividade do mundo. A segunda era a Tailândia. Em terceiro, a China. Hoje eles estão na frente. O Brasil tem muita área para a aquicultura e esses países sempre tiveram muito medo do nosso país. Se o Brasil avançasse, com esse potencial, engoliria o negócio da Ásia. O mais fácil era investir nesse pessoal de universidade, que não é biólogo, não é engenheiro de pesca e não entende nada, além de alimentar só com informações negativas. Foi o que esses países asiáticos fizeram. Os estudos sérios que existem são extremamente favoráveis ao nosso negócio. Estatisticamente a água da despesca é melhor que a água que entra nos viveiros. Isso é um estudo feito nos viveiros do Ceará. Há mais de 30% menos coliformes fecais na água que sai. Um professor de Pernambuco analisou uma fazenda na Paraíba e percebeu a mesma coisa. Esses ambientalistas são perigosos. Eles ficam no terreno fértil da ignorância e enganam as pessoas.

O Brasil perdeu a competição com os outros países?

De 2003 para 2011, o Brasil não aumentou a produção. O Equador cresceu; a Tailândia cresceu; a China cresceu. Ora, se o dumping foi para todo mundo, se a desvalorização do dólar foi para todo mundo, por que só o Brasil sofreu?

Ora, porque não teve compensação financeira. Esses países compensam os produtores. E nós não.

Eles compensam como?

A nossa sobretaxa foi de pouco mais de 7%. Já na Tailândia foi de 5,9%. É uma diferença pequena. A Tailândia passou de 135 mil toneladas exportadas para 180 mil toneladas exportadas. Como você pode ter esse crescimento depois do dumping? O Governo compensou financeiramente para manter a geração de empregos. Aqui ninguém nem fez nada parecido. Por isso, chegamos a zero. A Europa importava o camarão brasileiro e agora não importa mais. Prefere o de outros países. Enquanto lá fora eles estão gerando emprego, aqui nós estamos perdendo. Ao contrário, estamos importando da China, criando empregos por lá. É isso o que o Governo quer?

vai o Exército explodir o viveiro do sujeito. Não se olha para a inclusão social. Se estão fazendo errado, é preciso ensinar a forma correta. O produtor usa terra improdutiva, água salgada, e consegue fixar as pessoas no interior.

São famílias que deixam de vir para a capital utilizar a nossa já precária infraestrutura de saúde, educação, etc. É um herói.

O GOVERNO NÃO INCENTIVA DE JEITO NENHUM.ELE ATRAPALHA E MUITO.NO RN, TEM 560 PRODUTORES OU MAIS E ESSE PESSOAL NÃO TEM LICENÇA AMBIENTAL”

SE ESTÃO FAZENDO ERRADO,É PRECISO ENSINAR A FORMA CORRETA.O PRODUTOR USA TERRA IMPRODUTIVA,ÁGUA SALGADA,E CONSEGUE FIXAR AS PESSOAS NO INTERIOR”

centivar o mercado. O Governo prefere importar e criar empregos na Ásia, enquanto aqui criou o seguro-defeso. Mais de 600 mil pessoas receberem R$ 1,9 mil o ano passado para não fazer nada. Isso porque não se priorizou a produção. Enquanto a Ásia está na frente. Esse ano vamos chegar a 100% de consumo de camarão no mercado interno e ainda importamos.

Era somente 23% em 2003, a participação do mercado interno.

tão transformando em oportunidade de renda, emprego e negócio.

E o Governo faz o que? Aqui do lado eu tenho um dinheiro competitivo, com juros baixos, dois anos de carência, mas vá no Banco do Nordeste para ver quem pegou o recurso? Quem pegou o recurso para investir em camarão ou qualquer outro produto similar nesse estado? Ninguém. E isso porque o Banco pede a licença. Quem dá a licença é o Governo do Estado.

Não há incentivo?

O Governo não incentiva de jeito nenhum. Ele atrapalha e muito. No RN, tem 560 produtores ou mais e esse pessoal não tem licença ambiental. E falta para quem?

Para o micro e o pequeno empreendedor. Esses empreendedores estão fazendo uma revolução na inclusão social, porque eles pegam os recursos que nós temos em abundância – água salgada, clima e terras improdutivas – e es-

O que está acontecendo? Qual o problema?

Não sei se o órgão ambiental não tem condição de estrutura. O que eu sei é que ele não dá a licença. Como o Governo exige uma coisa que o próprio Governo deve fornecer e não fornece? O pessoal está licença não é por má vontade não. O que tem sido feito é mandar explodir viveiros de camarão. O cara tem vários filhos, explora um viveiro há 50 anos e

Falta planejamento?

O Governo Federal agora quer fazer um zoneamento ecológico com uma escala de um para 10 mil.

Não vão fazer nunca. Ora, a Constituinte pediu de um para 100 mil e nunca foi feito, como vamos fazer de um para 10 mil? Não faz nunca. E será um impedimento para o crescimento da atividade, porque só vai sair licença com esse zoneamento. O que falta é o poder público parar de inventar novas barreiras para o crescimento.

Por que não dá para fazer o zoneamento?

A escala de um para 10 mil é muito pequena, então se torna muito caro. Ninguém vai conseguir fazer isso. Aí engessa o setor: quem está dentro não sai, mas quem quer fazer um novo empreendimento fica impedido.

Comoestáoconsumodecamarão?

Nós consumimos 600 gramas de camarão contra 55 quilos de carne vermelha. Nós temos um produto competitivo como camarão, que é algo nobre. O camarão é um produto de primeira linha. Há muito espaço para o crescimento do consumo de camarão. As pessoas querem consumir, mas nós não podemos produzir porque ninguém deixa.

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

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MEIO AMBIENTE IMPASSE ENTRE PRODUÇÃO E PRESERVAÇÃO EQUACIONAR O DESENVOLVIMENTO DO SETOR DA PESCA E DA AQUICULTURA COM A SUSTENTABILIDADE É ATUALMENTE UM DOS PRINCIPAIS GARGALOS DO SETOR

oucos temas relativos à aquicultura e à pesca são tão polêmicos quanto o desenvolvimento sustentável e o respeito às leis ambientais.

Uma conversa de poucos minutos com produtores e pescadores é suficiente para colher um sem número de reclamações acerca de como os órgãos ambientais supostamente travam o desenvolvimento do setor. Do outro lado, técnicos, militantes e gestores reclamam continuamente do desrespeito às leis ambientais. Independente de quem tem razão no conflito histórico, equacionar o desenvolvimento com a sustentabilidade é atualmente um dos principais gargalos da pesca e da aquicultura.

O descompasso entre os dois lados do balcão tem causado desde o início da década de 90 graves problemas, sendo o principal deles, dentro do viés econômico, a informalidade. Os dados dos órgãos ambientais a esse respeito chegam a ser alarmantes. O Ibama, por exemplo, alega que cerca de 90% da lagosta comercializada no Rio Grande do Norte tem origem “irregular”. Com isso, o órgão ambiental quer dizer que se trata de uma lagosta capturada fora dos padrões exigidos pela legislação. Por outro lado, o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão, Itamar Rocha, afirma que a maior parte dos viveiros de camarão do Estado também estão irregulares por falta de licença. A informalidade impera.

Com a falta de regulação, boa parte do setor da aquicultura se encontra fora do “sistema”, o que traz uma série de dificuldades, como falta de financiamento. Não é possível obter um financiamento

P

Com a falta de regulação, boa parte do setor da aquicultura se encontra fora do “sistema”, o que traz uma série de dificuldades, como falta de financiamento

em um banco público ou privado, sem ter uma licença ambiental em mãos. Dessa forma, a falta de licenciamento se torna um círculo vicioso: o produtor não consegue a licença porque não tem estrutura para se adequar e sem a licença não consegue o financiamento que lhe possibilitaria obter a estrutura adequada.

Com o lançamento da mais recente política pública para destravar a produção de pescados, o problema com o licenciamento ambiental ganha ares mais dramá-

BATE-PAPO

ticos. Imagine que com o Plano Safra foram disponibilizados R$ 4,1 bilhões para desenvolver a pesca e a aquicultura, mas como os produtores terão acesso aos recursos se não conseguirem as licenças ambientais? Itamar Rocha duvida da efetividade. “Sem resolver essa questão, o Plano do Governo Federal não vai a lugar algum”, aponta.

O caminho para resolver a questão passa por diminuir a tensão entre os dois setores. Os produtores costumam expressar um profun-

✱

do desagrado com o Ibama e o Idema. Em relação ao primeiro, falase das apreensões constantes e de uma suposta “perseguição” aos pescadores. O Ibama, por sua vez, se defende afirmando que unicamente faz cumprir a lei. “Não cabe ao Ibama outra coisa a não ser aplicar a lei ambiental. A lei ambiental diz que não se pode pescar lagosta com compressor ou com rede. O Ibama precisa fazer cumprir isso. O foro adequado para discutir a pertinência da legislação não é o órgão ambiental”, aponta

Alvamar Queiroz.

Em relação ao Idema, a principal reclamação do setor produtivo é a demora na concessão de licenças. “As respostas precisam ser rápidas e não para daqui a seis meses. Os produtores têm razão quando cobram agilidade. O pequeno carcinicultor tem que se sentir amparado e para isso é preciso mostrar a forma correta de se fazer”, aponta o professor da UFRN Graco Melo, que atua na área de carcinicultura e atualmente é diretor do Centro de Biociências.

PROJETOS LICENCIADOS

GRACO MELO » diretor do Centro de Biociências da UFRN

“SEM ESSAS REGRAS,SERIA COMPLICADO” O setor produtivo e os órgãos ambientais estão sempre discordando a respeito da pesca da lagosta.Quem tem a razão?

Vou falar cientificamente. A questão do defeso não é feita aleatoriamente. Há uma base científica para isso. A questão da lagosta passa pela preservação do estoque. O Ibama faz cumprir portarias e legislação. Se você tudo liberado, o seu neto não iria ver a lagosta a não ser por fotografia.

O que a Universidade prima, nesse caso, é pelo seguinte: quais os estudos que basearam para se fizesse o defeso? Essa briga com o órgão ambiental passa pelo desconhecimento da ciência. Pelo que eu acompanhei, para que os estoques fossem recuperados seria necessário se fazer um defeso muito maior. Seria necessário fazer como a Austrália, que parou por alguns anos a captura para repor o estoque. Mas se você disser isso para o setor produtor, vira uma briga. Se não houvesse regras, seria complicado. E as regras existem por conta de práticas equivocadas, como o uso do compressor, que faz mal ao ecossistema e à saúde humana.

Países asiáticos como a China e o Vietnam acabam produzindo

mais.Em contrapartida,eles têm leis ambientais mais frouxas.

São um exemplo a ser seguido?

Não é possível comparar os parâmetros de preservação existente no continente asiático com o que existe no Brasil. Eles têm um objetivo muito claro: alimentar as pessoas, produzir comida. A China é o maior produtor de carpa, mas se você observar uma área de cultivo não vai nem conseguir distinguir o que é buraco, poça de lama, etc. E eles produzem pescado naqueles locais. Então, as leis da China não se aplicam ao Brasil. O Código Florestal veio para ajudar e a legislação é muito boa.

Mas precisa ser cumprida por um lado e respeitada pelo outro. Também é necessário ter órgãos ambientais mais bem aparelhados, capazes de dar respostas rápidas.

Há uma grande dificuldade de liberar as licenças. Não tem cabimento um produtor pequeno que tem cinco hectares demorar seis meses para obter uma licença.

A demora na concessão das licenças é o maior problema?

A maior reclamação que eu vejo. As licenças demoram. As respostas precisam ser rápidas e não para daqui a seis meses. Os produtores têm razão quando cobram agilidade. O pequeno carcinicultor tem que se sentir amparado e para isso é preciso mostrar a forma correta de se fazer. Trata-se de um setor fundamental para a economia.

Projetos licenciados em 2012 na área de carcinicultura e piscicultura:

Total de projetos existentes com licenciamento na área de carcinicultura e piscicultura:

60

220

projetos de carcinicultura

projetos de carcinicultura

13

13

projetos de piscicultura em tanques-rede

projetos de piscicultura em tanques-rede

4 projetos

6 projetos

de piscicultura em viveiros (tanques escavados)

de piscicultura em viveiros (tanques escavados)

Fonte:Idema

DIRETOR DO IDEMA CONTESTA LENTIDÃO O diretor técnico do Idema, Jamir Fernandes, afirma que a demora na concessão de licenças não é mais uma realidade no órgão ambiental. Segundo Fernandes, os licenciamentos atualmente estão sendo finalizados em 120 dias, o que ele considera um “tempo normal”. “Os novos empreendimentos estão sendo encaminhados de uma forma normal, mas os antigos, onde há questionamento so-

bre estar ou não em áreas de preservação permanente, acabam demorando mesmo. Alguns só são resolvidos com a Justiça”, aponta.

A demora, segundo o diretor, é relativa à dificuldade de adaptação dos empreendimentos à legislação. “Isso quando se fala em carcinicultura, que é quem demanda licenças aqui no Idema. Os pedidos acerca da piscicultura ain-

da são poucos”, diz. Os viveiros de camarão não podem ocupar áreas de preservação permanente, como mangues e matas ciliares.

Quando há discordância, o licenciamento se torna demorado, podendo parar inclusive na Justiça.

“Muitas vezes a documentação não vinha correta, faltava fazer alguns estudos e tudo isso contribui para a demora”, aponta Jamir Fernandes.

MINISTRO SUGERE SIMPLIFICAÇÃO DAS LICENÇAS O ministro da Pesca e da Aquicultura, Marcelo Crivella, declarou, durante o Seminário Motores do Desenvolvimento Pesca, Aquicultura e Carcinicultura, que o Rio Grande do Norte deve se espelhar no sistema de licenciamento de São Paulo para não ficar para trás na obtenção dos recursos do Governo Federal que incentivam o setor da pesca e da aquicultura. Em São Paulo, o sistema de licenciamento foi simplificado, ou “modernizado”, nas palavras do próprio ministro.

A simplificação da concessão de licenças em São Paulo se deu a partir de um decreto do governador Geraldo Alckmin direcionado para a aquicultura. O decreto que prevê isenção da taxa de licenciamento para os pequenos criadores, que tem pequeno potencial poluidor. O programa foi chamado de Via Rápida Ambiental da Aquicultura. “Queremos, em dez anos, quintuplicar a produção de peixe. Hoje a aquicultura produz em torno de 40 mil toneladas por ano e nós queremos ir para 200 mil toneladas por ano”, disse o governador no início da semana, ao lançar o programa.

Até o lançamento do programa, um licenciamento em São Paulo custava até R$ 19 mil, além da burocracia. Agora, o pequeno produtor da piscicultura em tanque escavado, de até cinco hectares; do camarão em água doce, de até cinco hectares; entre outros, não vão precisar pagar nada. Os demais produtores terão à disposição um modelo simplificado, com taxas que poderão alcançar em torno de R$ 5,5 mil, em caso de médio impacto ambiental, e R$ 1,9 mil, em caso de baixo impacto ambiental.

Com a assinatura do decreto, o governo paulista pretende, além de desburocratizar o processo, aumentar o número de criadores formais, combatendo a informalidade, que é um sintoma do setor em todo o Brasil.

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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 25 DE NOVEMBRO DE 2012

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARNICICULTURA

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 25 DE NOVEMBRO DE 2012

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PISCICULTURA ALTERNATIVA PARA O SETOR A CRIAÇÃO DE PEIXES EM TANQUES É APONTADA COMO A PRINCIPAL ALTERNATIVA À DIMINUIÇÃO DE ESTOQUES DE PESCADO.NO RN, ATIVIDADE AINDA É TÍMIDA E TEM MENOR PRODUÇÃO DO NORDESTE diminuição dos estoques de peixes e a consequente estagnação da pesca extrativa aponta de maneira indiscutível para a piscicultura, ou seja a criação de peixes em tanques, como a principal alternativa para atender à demanda existente por este tipo de produto e, ao mesmo tempo, evitar o aumento do desemprego nas comunidades pesqueiras. Não há outro caminho. Mesmo assim, o Rio Grande do Norte ainda engatinha no mercado da piscicultura, sendo o Estado nordestino com menor produção. Dificuldades burocráticas, informalidade e barreiras técnicas têm impedido o desenvolvimento do setor, além da falta de participação da iniciativa privada, principalmente empresas de grande porte As estatísticas do Ministério da Pesca e da Aquicultura não deixam dúvidas. Enquanto a pesca extrativa está estagnada, a produção de pescado em tanques avança rapidamente. Do 1,4 milhão de toneladas de pescado produzido no Brasil, em 2011, em números aproximados 600 mil toneladas foi fruto da aquicultura. Trata-se de um crescimento de 18% em relação ao ano passado. Já é quase a metade de toda a produção nacional. Mas no que diz respeito à piscicultura, o RN está bem atrás dos demais estados. A diferença entre o RN e o primeiro colocado, que é o estado do Ceará, por exemplo, é significativa. No estado vizinho, são produzidas 38 mil toneladas de pescado, o que significa quase metade de tudo o que o país produz em tanques. Já no RN foram pouco mais de 1,2 mil toneladas. Os dados são referentes a 2010.

A grande maioria da 1,2 mil tonelada de pescado produzida em projetos experimentais, apoiados por instituições de pesquisa e assistência, como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Sebrae. É pequena a participação da iniciativa privada no setor, ao contrário do que acontece na carcinicultura, onde o setor privado sempre foi um dos motores do crescimento da categoria. O professor da UFRN, Francisco Seixas, que é chefe do departamento de Oceanografia e Limnologia, acredita que falta uma maior participação dos empresários. “O que eu vejo é que a iniciativa privada ain-

PROJETO DO MATO GRANDE É EXEMPLO PARA O BRASIL

A

Segundo dados do Ministério da Pesca,o Rio Grande do Norte produziu em 2010 pouco mais de 1,2 mil toneladas de peixes em tanques

da não apostou de forma maciça a piscicultura. Isso daria uma outra dinâmica ao setor”, diz o professor. O consultor chileno Carlos Wurmann faz eco o que diz o professor Seixas (veja entrevista na página 12).

Por conta dessa pequena participação da iniciativa privada, que não é exclusiva do RN, a piscicultura potiguar tem como característica principal ser tocada por pequenos produtores. São assentamentos, cooperativas e associações de produtores que tentam, com um certo custo, dar mais dinâmica ao setor no Estado. Mesmo assim, há vários gargalos. Até meados deste ano, para se ter um exemplo, o Rio Grande do Norte ainda não havia regulamentado a implantação de tanques-rede nos açudes, barragens e etc. Existem dois tipos de tanques: aqueles instalados em corpos d´água (redes) e os tanques escavados. A regulamentação dos tanques-rede é recente.

A portaria 01 de 2012, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, estabeleceu a possibilidade cultivo de peixes em 13 reservatórios de

água, espalhados pelo interior do Estado, como Ouro Branco, São Paulo do Potengi, Ipanguaçi, entre outros. Contudo, os limites para se produzir nestes reservatórios é preciso se submeter aos limite de 1% do espelho d´água como uso máximo. Do 1%, só é possível usar 8% com as gaiolas dos tanques-rede.

Ao se somar toda essa capacidade, o uso possível dos corpos d´água do Estado hoje fica restrito a 20 mil gaiolas, que podem produzir até 20 mil toneladas de peixe por ano. Ainda é pouco. “ Isso restringe muito. A cada 100 hectares só poderão ser instaladas 200 gaiolas. Cada gaiola pode produzir mil quilos por ano”, aponta João Hélio Cavalcanti, diretortécnico do Sebrae.

Essa produção, ao mesmo tempo, é muito superior ao que o RN produz hoje. Existem entre 800 e mil gaiolas instaladas no Estado hoje, ainda segundo dados do Sebrae. “Ainda existem dificuldades com o licenciamento ambiental e a capacidade técnica dos pequenos produtores, aliada à falta de pessoal”, finaliza João Hélio Cavalcanti.

✱

NÚMEROS DO NORDESTE

PRODUÇÃO DE AQUICULTURA: Estados

Toneladas

Produção da região

Ceará

38 mil

48,5%

Bahia

18 mil

20,6%

Alagoas

9 mil

11,6%

Sergipe

4,6mil

5,85%

Piauí o

4 milo

5,18%

Pernambuco

2,2 mil

2,83%

Maranhão

1,6 mil

2,2%

Paraíba

1,292 mil

1,65%

Rio Grande do Norte

1,264 mil

1,64%

Um dos casos de sucesso na piscicultura do Rio Grande do Norte é o da região do Mato Grande, onde 150 famílias ligadas à Associação Regional de Comercialização do Mato Grande produzem tilápias em tanques escavados de forma sustentável. O projeto é considerado um sucesso e já teve a presença do então presidente Lula na inauguração de um dos galpões do grupo. À época, o Governo Federal declarou a intenção de expandir a experiência para outras regiões do Brasil, como exemplo de experiência com reforma agrária.

A produção de tilápia na região do Mato Grande (municípios como Ceará-mirim, Pureza, Touros, entre outros) é realizada em conjunto com a plantação de banana, abacaxi, mamão, gergelim, entre outras. A água retirada do lençol freático da região serve primeiramente para a produção de tilápias. Após passar pelos viveiros escavados, é bombeada para servir na irrigação das plantações dos assentamentos. O assentamento de Canudos, por exemplo, que foi um dos primeiros a aderir ao projeto, produz banana, gergelim, entre outros produtos. “O que é interessante é usar a água do lençol freático para produzir. Aqui na região do Mato Grande ninguém fala em seca”, aponta Livânia Pereira, militante dos movimentos sociais no Rio Grande do Norte e uma das pioneiras na região no cultivo da tilápia.

Uma das metas do grupo é engrenar a produção de bolsas com o couro da tilápia. Um projeto experimental já foi desenvolvido e precisa de mais investimento para conseguir ser replicado numa escala maior. Outra iniciativa do grupo é usar as vísceras da tilápia para produzir biodiesel. “Faremos isso em parceria com a Petrobras. Dizem que do boi só se perde o berro, mas da tilápia não se perde mesmo nada, porque tudo pode servir como fonte de renda”, encerra.

BATE-PAPO

» João Hélio Cavalcanti / diretor técnico do Sebrae

“TUDO AINDA É MUITO BUROCRÁTICO” A tilápia tem o maior mercado?

Isso. A tilápia por outro lado está em crescimento. Nós percebemos que há uma preocupação alimentar nas pessoas, que começaram a ter um poder aquisitivo maior. Além disso, não se vê a tilápia como se via anteriormente. A qualidade hoje é muito grande. Um grande consumidor de tilápia é o Ceará. Então, nós acompanhamos esses produtores no mercado. Existem três linhas: uma parte vai para a Conab.

Outro mercado interessante é a merenda escolar, também através do Compra Direta. Mas para introduzir isso na merenda escolar houve uma resistência, não tanto por parte dos alunos, mas por parte dos responsáveis pelas escolas. Isso por-

que há um cultura estabelecida de que “peixe enjoa”, uma cultura que privilegia a carne. Foi preciso fazer todo um trabalho nas prefeituras para conseguir introduzir o peixe na merenda escolar. Nós estabelecemos todo um cuidado com a segurança alimentar, na parte de beneficiamento e transporte. No caso da prefeitura de Apodi, por exemplo, nós convidamos os gestores para fazerem uma visita aos produtores, às gaiolas de tanque escavado. Foram o secretário de Agricultura, secretário de Educação, professores, diretores, etc. Houve uma capacitação com as merendeiras porque não se pode oferecer o peixe todos os dias da mesma forma para os alunos. A partir daí, o

produto se mantém na merenda escolar de algumas escolas.

A produção está num patamar adequado ou ainda aquém da capacidade do Estado?

Essa tilápia, que foi fornecida para Apodi, era de um projeto experimental. Isso porque entra uma outra questão. Existe uma lei de 2005 e precisaria de uma instrução normativa para regulamentar. Para que nós pudéssemos estar dentro da legalidade, precisaria se dizer em quais açudes poderia se produzir.

Em setembro, o Governo do Estado regulamentou 14 açudes para exploração, desde que houvesse a outorga e a licença ambiental no Idema. Como é recente, alguns es-

tão se adequando. Nestes 14, algumas são exploram. Existem outros, mas são privados. A lei é a mesma, mas nem sempre é cumprida. Para os pequenos, a lei veio para ajudar, mas existem alguns gargalos nessa atividade econômica.

Que gargalos são esses?

Tudo ainda é muito burocrático. Tanto a outorga quanto a licença ainda são muito burocráticas. A lei diz que de 100 hectares da lâmina d´água apenas 1% pode ser explorado, sendo que desse 1% apenas 8% da área licenciada pode ser usado para tanques-rede e gaiolas. Isso restringe muito. A cada 100 hectares só poderão ser instaladas 200 gaiolas. Cada gaiola pode produzir mil quilos por ano, então são 200 toneladas por ano. E nem todos os açudes têm 100 hec-

tares. Alguns são maiores e outros menores. É pequeno, mas mesmo assim não é explorado. Já por conta da burocracia. Para tanque escavado, por exemplo, ele preciso de um documento para dizer a vazão do poço, a profundidade mínima, máxima, análise da água a cada seis meses, além das despesas de licenciamento. Ele gasta R$ 3 mil no tanque escavado e R$ 2

mil nas redes. É caro porque tem que contratar o serviço. O que o Sebrae faz é uma consultoria, tenta diminuir os custos, etc. Contudo, mesmo que ele dê entrada na papelada, a produção em si só acontece depois de seis meses. Então, ele não tem capital de giro para esperar. Outro problema é a produção de alevinos. É pequena e ainda não é na qualidade adequada.

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Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 25 DE NOVEMBRO DE 2012

PESCA ARTESANAL

PARTE DOS RECURSOS DO PLANO SAFRA, IMPLANTADO PELA UNIÃO,É DESTINADA À PESCA ARTESANAL.ESSA É UMA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ANUNCIADAS PELO PODER PÚBLICO QUE DÃO ESPERANÇA ÀS COLÔNIAS DE PESCADORES

PROMESSAS DE DIAS MELHORES

O Rio Grande do Norte possui 80 colônias de pescadores, das quais 50 estão no interior do Estado. Ao todo, são 15,9 mil pescadores cadastrados no Ministério da Pesca e Aquicultura

ornou-se um lugar comum afirmar que em muitas comunidades pesqueiras do RN ainda se pesca “como pescava São Pedro”. A afirmação, além de um tanto preconceituosa, contém uma meia verdade.

A pesca artesanal – que congrega cerca de 80 colônias de pesca – tem algumas dificuldades, mas tem passado por modificações, principalmente acerca da disponibilização de políticas públicas por parte do poder público, que trazem otimismo para especialistas no setor. Essas políticas públicas em conjunto prometem suprir algumas das deficiências históricas na assistência ao pescador.

Segundo o professor de economia da UFRN, Antonio-Alberto Cortez, que é especialista no setor, a pesca artesanal atualmente emprega no Rio Grande do Norte mais pessoas diretamente do que a pesca industrial, tocada por empresas formalmente constituídas. Por outro lado, a pesca industrial tem uma cadeia produtiva mais ricas em empregos, criados indiretamente. Contudo, é a pesca artesanal a responsável pela sobrevivência de cerca de 50 colônias de pesca no interior do Estado. “por incrível que pareça, a densidade nas águas continentais é bem maior que no litoral. Há 80 colônias pesqueiras no Estado, das quais somente 30 estão nos 410 quilômetros do litoral. Há 50 no interior, ou seja a maioria”, explica o professor Cortez.

Essas colônias passam por dificuldades históricas. A primeira, uma das maiores, é o conflito com os órgãos ambientais. A pesca da lagosta, nesse caso, é o maior exemplo. Enquanto a legislação obriga a pesca com covos, que são pequenas gaiolas para aprisionar a lagosta, os pescadores afirmam só ser possível pescar com rentabilidade a partir do compressor ou da rede, ambos proibidos. Independente de quem tem razão, essa é uma fonte inesgotável de conflitos, apreensão de pescado e insatisfação na categoria. Outro ponto é a dificuldade de vender o seu produto e de conseguir linhas de financiamento. Os atravessadores ainda reinam e conseguem comprar a produção pesqueiro por um preço muito abaixo do justo.

T

BATE-PAPO

✱ PESCADORES DO RN Segundo os dados mais recentes do Ministério da Pesca e Aquicultura,existem cerca de 15,9 mil mil pescadores registrados no Rio Grande do Norte.Trata-se de um dos estados do Nordeste com

menor número de registros,ficando à frente unicamente do Pernambuco,que tem cerca de nove mil pescadores registrados.Os mesmos dados mostram uma prevalência de pescadores artesa-

nais em relação aos que atuam em outras formas de pesca.A porcentagem é de mais de 90% do total ligados às colônias pesqueiras artesanais.Veja os dados do Rio Grande do Norte:

Entre 40 e 49 anos:

Até 20 anos:

4 mil pescadores

66 pescadores

Entre 50 e 59 anos:

Entre 20 e 29 anos:

2,6 mil pescadores

4,2 mil pescadores Entre 30 e 39 anos:

Entre 60 e 69 anos:

4,5 mil pescadores

412 pescadores

» Antonio-Alberto Cortez Professor da UFRN

HÁ 80 COLÔNIAS PESQUEIRAS NO ESTADO, DAS QUAIS SOMENTE 30 ESTÃO NOS 410 QUILÔMETROS DO LITORAL.HÁ 50 NO INTERIOR, OU SEJA A MAIORIA"

Acima de 70 anos:

22 pescadores

Todas essas questões ainda dificultam o cotidiano dos pescadores artesanais. Mas segundo o professor Alberto Cortez, as recentes políticas do Governo Federal podem diminuir o impacto nas comunidades. O primeiro desses programas é a inclusão do pescado na merenda escolar, que fideliza um mercado para o pescador artesanal. Outro ponto positivo foi a criação do Ministério da Pesca. “O pescador agora tem um gabinete para onde se dirigir em Brasília”, explica Cortez. O mais recente é o Plano Safra da Pesca, que, segundo a presidenta Dilma Rousseff, pode levar o Brasil a uma posição de destaque. Parte dos recursos do Plano Safra são

destinados à pesca artesanal.

Embora sejam gargalos, essas dificuldades podem ser superadas. Um outro problema no entanto não está, segundo os especialistas, “disponível” para ser atacado por políticas públicas.

A crescente diminuição dos estoques pesqueiros principalmente no litoral pode trazer um cenário de empobrecimento das comunidades e colônias de pescadores. Especialistas como o consultor chileno Carlos Wurmann enxergam na capacitação dessas comunidades para atuar na aquicultura “uma das possibilidades para evitar níveis de desemprego alarmantes num espaço de 15 ou 20 anos”.

ANTONIO-ALBERTO CORTEZ Professor da UFRN

CAPACITAR ESSAS COMUNIDADES PARA ATUAR NA AQUICULTURA É UMA DAS POSSIBILIDADES PARA EVITAR NÍVEIS DE DESEMPREGO ALARMANTES NUM ESPAÇO DE 15 OU 20 ANOS" Antonio-Alberto Cortez, professor da UFRN

CARLOS WURMANN Especialista em pesca

“PESCA ARTESANAL VAI PASSAR POR UM NOVO MOMENTO” A pesca artesanal é bastante difundida no nosso Estado?

Muito. E por incrível que pareça, a densidade nas águas continentais é bem maior que no litoral. Há 80 colônias pesqueiras no Estado, das quais somente 30 estão nos 410 quilômetros do litoral. Há 50 no interior, ou seja a maioria. Imagine se houvesse mais facilidades para o pescador exercer o seu trabalho. A pesca tem uma grande capacidade de absorver mão de obra e gerar postos de trabalho. Acredito que a pesca artesanal deve passar por um tempo dentro do que chamamos de um “novo momento”.

Por que um novo momento?

Esse novo momento se intensificou nos últimos dois anos. Mas a construção já tem pelo menos 10 anos de luta para que alguns dispositivos legais fossem reconhecidos. Com esse respaldo legal, começamos uma segunda etapa de um processo de reorganização em todo o Brasil. Há uma série de políticas públicas que começaram a ser implementadas.

Um exemplo: nesses 10 anos o Brasil passou a ter um Ministério da Pesca. Quem não tinha para onde correr, hoje tem um endereço.

Tivemos a aprovação da Lei da Pesca, o reconhecimento de que as comunidades pesqueiras como os legítimos representantes da categoria, entre outros. São projetos que dormiam há anos no Congresso e que a aprovação possibilitou avanços. Bem mais recente houve a concessão da carta sindical ao setor. Antes da carta, o imposto sindical era repassado para uma entidade sindical ligada à agricultura. A mais nova ação do Governo Federal foi o Plano Safra da Pesca, que estabelece linhas de financiamento específicas para a atividade. O que aconteceu foi um reconhecimento da pesca no país.

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

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CONSUMO

QUESTÃO DE MERCADO E DE SAÚDE BRASILEIRO COME POUCO PESCADO.E A NECESSIDADE DE AUMENTAR ESSE CONSUMO NÃO É APENAS PARA EXPANDIR MERCADO, MAS MELHORAR A SAÚDE DA POPULAÇÃO.O PEIXE - COMPARADO COM OUTRAS CARNES - APRESENTA VANTAGENS NUTRICIONAIS odas as propostas de aumento da produção de pescado e do mercado para esse tipo de produto podem ser inócuas caso não sejam acompanhados pelo proporcional aumento do consumo de peixe por parte da população.

O nível de consumo por parte da população mundial é bastante variável. Alguns países, como o Japão, têm taxas de aproveitamento muito altas, em relação à média mundial. O Brasil, contudo, está na contramão desta tendência, ainda com um nível de consumo bastante abaixo do ideal, segundo especialistas da área de nutrição. Eles são unânimes em decretar: o brasileiro precisa comer mais peixe.

A necessidade de aumentar o consumo de pescado não está ligada unicamente à expansão do mercado. Trata-se de uma questão de saúde. Os benefícios do peixe, comparando-se com a carne vermelha e com o frango, são inegáveis. Enquanto a carne vermelha tem pontos negativos, como a propensão a agravar problemas cardíacos e substâncias consideradas cancerígenas, o peixe possui componentes que ajudam no combate às doenças do coração. “Qualquer profissional de nutrição irá aconselhar, caso perguntado, um aumento do consumo de peixe no cotidiano do brasileiro. Os benefícios nutricionais deste consumo são inegáveis e largamente conhecidos”, diz a nutricionista Fátima Nunes, responsável pelo setor no IFRN. Mesmo com as qualidades da carne de peixe sendo conhecidas por grande parcela da população brasileira, essa informação ainda não foi revertida em mais pessoas substituindo a carne vermelha pelo pescado. Isso é perceptível não só nas estatísticas oficiais como também no cotidiano dos nutricionistas. “É uma questão cultural. A maioria das pessoas que chegam ao consultório infelizmente não consomem o peixe no cotidiano”, diz Fátima Nunes. E complementa: “O grande desafio é fazer esse consumo crescer. O que eu tento é incutir o peixe na mesa das pessoas pelo menos duas vezes por semana”.

O consumo ideal, na opinião da nutricionista Fátima Nunes, é de quatro vezes por semana.

“Esse seria o ideal, mas como as pessoas têm uma resistência muito grande, eu tento fazer presente pelo menos duas vezes a cada sete dias. E as pessoas conseguem realizar essa mudança de hábito. O resultado tem sido positivo”, aponta. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) coloca como “ideal” o consumo de pelo menos 12 quilos de peixe por ano para cada habitante. No Brasil, o consumo está em 9,7 quilos, enquanto a média mundial gira em torno de 17 quilos, de acordo com os dados mais recentes.

Os motivos apontados para a dificuldade de incrementar o consumo de peixe no Brasil estão ligados principalmente a um hábito de se comer carne vermelha. Contudo, as “desculpas” apresentadas nos consultórios de nutrição passam pelo preço até pela falta de tempo para se escolher o peixe. “O preço do peixe ainda é alto, de fato. Com uma costa como a que temos no Brasil, deveríamos ter um preço mais baixo. Contudo, o preço dos peixes considerados mais nobres fica no nível do preço da carne vermelha. Mas mesmo assim as pes-

T

A nutricionista Fátima Nunes defende o consumo de pescado pelo menos duas vezes por semana.No Brasil,o consumo anual por pessoa está em 9,7 quilos.Média mundial é de 17 quilos

✱

PEIXE ESTÁ NO CARDÁPIO DA MERENDA

CONSUMO DE PESCADO

Dados apontam que o brasileiro come pouco pescado,mas o consumo está em crescimento.Entre os anos de 2003 a 2010,o aumento foi de 7%

BRASIL Segundo os mais recentes dados do Ministério da Pesca e da Aquicultura,o brasileiro consome em média 9,75 quilos de pescado num ano.Trata-se de um número bem abaixo dos mais 60 quilos que o japonês consome em média por ano.Outros povos,como o

norte-americano e o britânico,também ostentam padrões mais significativos.

Tomando como base um consumo diário de 100 gramas de carne vermelha consumida em média todos os dias, nota-se a disparidade.“Se o consumo

de carne vermelha é de pelo menos 100 gramas por dia,tem-se um total de três quilos por mês.Então,a disparidade é muito grande”, compara Fátima Nunes.

Mesmo assim, o brasileiro vem consumindo cada vez mais pesca-

1,182

1,141

1,198

1,2

1,336

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

1,859

1,716

1,57

1,169

2000

1,432

1,142

PRODUÇÃO EM MILHÃO DE TONELADAS

2009

2010

do. O crescimento, entre os anos de 2003 a 2010, foi de 7%. Naquele ano, o Brasil consumiu pouco mais de um milhão de toneladas e em 2010 o consumo foi de 1,8 milhões de toneladas. Veja o crescimento ao longo dos anos:

CONSUMO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

6,71 quilos por ano 6,79 quilos por ano 6,76 quilos por ano 6,41 quilos por ano 6,69 quilos por ano 6,66 quilos por ano 7,28 quilos por ano 7,71 quilos por ano 8,36 quilos por ano 9,03 quilos por ano 9,75 quilos por ano

IMPORTAÇÃO Por conta do aumento de produção experimentado nos últimos anos,o Brasil passou a ser um dos principais importadores de pescado.Hoje,a produção nacional não é suficiente,principalmente quando se diminui as tone-

ladas destinadas ao mercado exterior, para atender à demanda do mercado nacional.

Da mesma forma como o consumo per capita cresceu,as importações cresceram.E a competição,que vem princi-

palmente de países asiáticos,como a China e a Indonésia,desagrada profundamente o empresariado local,que perde espaço,tendo em vista que os países asiáticos conseguem obter um produto mais competitivo,em grande

parte,que o nacional.A partir de 2010, a participação do mercado nacional no consumo interno diminui para 66%, contra 34% de importações.

Veja o crescimento das importações de pescado no Brasil:

2003

soas preferem consumir carne vermelha”, aponta a nutricionista.

Para quem não dispõe de um alto poder aquisitivo, é possível consumir peixes de boa qualidade e com muitas substâncias be-

2004

2005

2006

2007

néficas para a saúde. Fátima Nunes dá a receita: “Tanto a sardinha quanto a tilápia podem ser adquiridos a preços populares e são ricos em substâncias que fazem bem ao coração e tem outras po-

2008

524

474

425

381

313

2002

314

291

2001

297

2000

326

372

636

(Em mil toneladas)

2009

2010

tencialidades”, encerra.

CAMARÃO Ao mesmo tempo em que o peixe pode ser largamente utilizado, o camarão e demais crustáceos, a des-

peito de suas qualidades protéicas, tem uma limitação. “O camarão também é um alimento muito rico, contudo grande parcela da população desenvolve alergia. Então, existe essa limitação”, diz Fátima Nunes.

Um dos poucos programas governamentais para incentivar o aumento do consumo de peixe é o Programa de Alimentação Escolar, do Governo Federal. A partir do Programa, é possível adquirir pescado para a merenda escolar. Em 2007, o então ministro da Pesca, Altemir Gregolim, assinou um termo de cooperação com o Ministério da Educação para aumentar o consumo de peixe por parte das crianças e adolescentes. A idéia é educar desde o início a população acerca dos benefícios do pescado e acostumar com o sabor da iguaria.

Contudo, a iniciativa ainda não teve total êxito. Um levantamento do Ministério da Pesca mostrou que apenas 27% das prefeituas no Brasil conseguiram incluir o pescado no cardápio das escolas. Uma das dificuldades é estrutural. Nem todas as escolas possuem câmaras frigoríficas e estruturas adequadas para estocar o peixe. O pescado é altamente perecível, o que exige cuidados especiais, principalmente relacionados à temperatura após a colheita ou a captura. Caso contrário, rapidamente estes produtos podem ficar impróprios para o consumo. Além da necessidade de estrutura e práticas adequadas de manejo, captura, beneficiamento e estocagem, os pescados devem ser desembarcados, comercializados ou processados o mais rápido possível e em baixas temperaturas.

Por outro lado, há a barreira da falta de costume em se consumir este tipo de produto. De acordo com o diretor técnico do Sebrae, João Hélio Cavalcanti, a resistência é maior entre os diretores e responsáveis pela merenda escolar.

“Nós estabelecemos todo um cuidado com a segurança alimentar, na parte de beneficiamento e transporte. No caso da prefeitura de Apodi, por exemplo, nós convidamos os gestores para fazerem uma visita aos produtores, às gaiolas de tanque escavado”, aponta João Hélio. E complementa: “Foram o secretário de Agricultura, secretário de Educação, professores, diretores, etc. Houve uma capacitação com as merendeiras porque não se pode oferecer o peixe todos os dias da mesma forma para os alunos. A partir daí, o produto se mantém na merenda escolar de algumas escolas”.

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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 25 DE NOVEMBRO DE 2012

Motores do RN PESCA, AQUICULTURA E CARCINICULTURA

esportes

HOJE NA TV

13h00 -Fórmula 1:GP Brasil, Intertv 16horas - Série A: Botafogo x Atlético/MG; Intertv

RÁDIO GLOBO NATAL

7h - Esportes em Debate com Rubens Guilherme 16 h - Futebol :Sport x Fluminense

ENTREVISTA

Maurílio,técnico do Alecrim,promete fazer o clube ressurgir no RN. PÁGINA 2

CURIOSIDADES

DICAS

NÚMEROS

Em dois anos de trabalho na Seleção Brasileira,Mano Menezes convocou um total de 102 jogadores.

A final do Campeonato Estadual de Futsal entre União x Alecrim será quarta-feira,no Ginásio Nélio Dias,às 21 horas.

33 Foi o número de jogos que Mano Menezes comandou a Seleção Brasileira.

Editor: Itamar Ciríaco e-mail: itamar@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 25 de novembro de 2012

Presidente Rubens Guilherme vai se reunir com o treinador Givanildo Oliveira para saber com quem o comandante do time alvinegro pretende trabalhar em 2013. Negociações começam a partir de amanhã

[ FUTEBOL POTIGUAR ]

ABC começa a definir novo elenco decisão de continuar dirigindo o ABC, ainda não saiu, mas o presidente Rubens Guilherme vai dar prosseguimento ao trabalho da diretoria visando a temporada de 2013. Amanhã devem iniciar o período de negociação para liberação dos atletas. O elenco que conta com 43 atletas, será reduzido de forma drástica, uma vez que o treinador Givanildo Oliveira pretende trabalhar com grupo reduzido, mesclando jovens valores revelados nas bases do alvinegro com os remanescentes do atual elenco. A diretoria dará total autonomia ao treinador em relação ao grupo que pretende formar.

Mas os planos de mudanças dentro do clube vão além da equipe de futebol. O presidente Rubens Guilherme pretende trocar algumas peças dentro da diretoria e colocar nos cargos pessoas do seu circulo de confiança. Já está decidido que haverá a contratação de um superintendente de futebol, o nome da preferência do presidente era o de Ferdinando Teixeira, que recebeu o convite, mas declinou da proposta. Na pauta estão nomes como o de Leandro Sena, já que o nome de Paulo Moroni não foi aprovado no clube.

“Não podemos interromper o

A

trabalho, mesmo que ainda não tenha decidido para tentar a reeleição. O ABC é grande e precisa de um trabalho diário para ser tocado”, destacou Rubens.

A questão de patrocínio, o únicos renovado oficialmente para os próximos três anos, foi o da Ecocil. Mas o executivo de marketing alvinegro, Stênio Dantas, sinaliza que a renovação por mais uma temporada com a Lupo está bem encaminhada e que a empresa deverá continuar sendo a fornecedora de material esportivo para o alvinegro.

No final do mês acaba o contrato com a EMS, esse ponto vai requerer uma nova negociação, porém, Stênio ressalta que a permanência do clube na série B deixará o canal de negociação entre as partes mais fácil, devido a boa exposição da marca no cenário nacional. “Acredito que nossos principais patrocinadores vão continuar, agora não estamos de braços cruzados e temos de buscar outros parceiros de igual importância para aumentar a receita do ABC em 2013. Ainda não temos condições de fazer uma previsão de receitas, só após encerrar algumas negociações que estão em andamento”, ressaltou Stênio Dantas.

RODRIGO SENA

Lúcio não tem futuro definido e pode parar no futebol mexicano

América garante base,mas grupo não está fechado Apesar de ter largado na frente e já ter garantido a base da equipe campeã estadual e que disputou a última série B, o clima em termos de elenco não é de tranquilidade dentro do América. O presidente Alex Padang falta negociar a permanência de alguns jogadores de destaque no elenco, sem descartar perder alguns deles.

Casos de Lúcio e Fabinho, que têm propostas para atuar no mercador internacional.

Fabinho tem contrato até 2015 com o clube, Padang disse que recebeu sondagens mas ainda não sabe o futuro do atleta. “Recebi apenas sondagens, confesso até que iniciamos uma negociação,

mas a coisa esfriou nos últimos dias. Como estou vendo pouco interesse, pode ser que ele fique. Mas essas coisas mudam de uma hora para outra”, disse o presidente americano.

Lúcio tem uma situação complicada, o jogador se prepara para ir a Coreia com o seu empresário tratar do seu futuro e, por enquanto, disse que não pode fazer muitos planos. “Meu direitos estão preso ao clube coreano e não sei o que ele vão querer fazer. Em princípio tenho de retornar para Coreia”, disse o atacante, que também vem despertando interesse de um clube do futebol mexicano.

2

| Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

esportes

Domingo | 25 de novembro de 2012 FOTOS:RODRIGO SENA

car na rua, passeando, curtindo.

Isso não vai acrescentar em nada e só vai passar uma imagem ruim. O momento agora é de trabalho, crescimento. O Alecrim precisa crescer. Esses atletas que estamos trazendo, com exceção de dois ou três que são casados, vão morar no mesmo lugar, o que torna a situação mais fácil de controlar. Os jogadores que foram contratados escolhi a dedo e todos já conhecem a praia, a noite e tenho certeza de que isso não vai ser problema. Eles estão engajados com o meu projeto. Confio muito neles.

Você vê alguma semelhança entre o Paraná, time em que começou como jogador e que tinha acabado de ser fundado, e o Alecrim, que quer voltar a ser protagonista?

Nenhuma. O Paraná foi a fusão do Colorado, que tinha muita torcida e do Pinheiros, que tinha dinheiro. O Alecrim é um time que tem história, muitas conquistas e agora está querendo retomar esse caminho. Vim para cá por ter certeza de que podemos fazer com que o clube volte a disputar títulos, que retome o caminho das vitórias. O projeto que me foi apresentado pelo Anthony Armstrong (presidente do clube), é muito sólido e estamos todos confiantes em fazer um grande trabalho aqui.

Procurou saber sobre a atual situação do Alecrim?

Desde que cheguei aqui em Natal, tenho andado nas ruas, ido aos shoppings e conversado com os vendedores e todos me disseram que a camisa mais procurada é a do Alecrim. Isso mostra a força que o clube tem.

Atualmente, as pessoas torcem por ABC ou por América, mas, elas me disseram que, se o Alecrim voltar a ser vencedor, voltam a torcer por ele.

O projeto que lhe foi apresentado é bom?

A última vez que vi um investimento desses no futebol, o Corinthians foi campeão brasileiro em 2005, com Tevez no time.

Não estou dizendo que o Alecrim vai chegar a esse ponto, mas, o presidente tem um projeto ambicioso, que foi discutido comigo e com minha comissão técnica, que também veio junto.

Fomos contratados para fazer o Alecrim ressurgir, igual a fênix, das cinzas. Mostrei ao Anthony o projeto que tenho em mente e ele aceitou todos os meus pedidos. Alguns ele tentou recuar, mas, mostrei que era importante para o crescimento do clube e acertamos todos os detalhes.

Como está a formação do elenco?

São atletas que já atuaram em grandes times, foram revelados por grandes clubes do Brasil , já disputaram a série A e B. Fiz uma relação de nomes e fora os que já estavam aqui, consegui trazer mais 17 jogadores. Todos já estão acertados e já estamos trabalhando com eles.

A preparação do Alecrim vai ser aonde?

Estamos com uma conversa muito adiantada com o pessoal da Aeronáutica, lá de Parnamirim e também com o pessoal da administração do estádio Tenente Luiz Gonzaga. Nesse, iremos fazer mais trabalho com bola e no Quartel, iremos fazer a parte física, já que lá, temos tudo que é preciso para deixar os jogadores em forma: caixa de areia, piscina, campo de treinamento. Toda a estrutura de que precisamos, a Aeronáutica pode nos oferecer.

A primeira fase do Estadual do próximo ano não vai contar com ABC e América, que vão disputar a Copa do Nordeste.

Isso facilita?

Entendo que isso não facilita em nada. Todos os outros times vão querer a mesma coisa que o Alecrim. Então, eles vão se reforçar ao máximo, já nesse primeiro turno, e vão trabalhar muito para entrarem forte. Por isso, nos apresentamos mais cedo, para que o nosso tempo de preparação seja o adequado.

Tem time que começa o estadual com 50, 60% das suas forças.

Quero que o Alecrim inicie a disputa com 80% do que podemos fazer. Só assim conseguiremos passar dos nossos adversários.

Você acha que os times que quiserem chegar à decisão do campeonato têm que fazer isso vencendo o primeiro turno, já que não vai ter ABC e América?

Não adianta nada entrar na competição com esse pensamento. O nosso objetivo está na

“FOMOS CONTRATADOS PARA FAZER O ALECRIM RESSURGIR” FELIPE GURGEL repórter de Esportes

P

ara quem ainda não lembra, o atual técnico do Alecrim, Maurílio Silva, é aquele mesmo que jogou no Palmeiras/SP, no início da década de 90 e, pelo clube paulista, conquistou duas vezes o campeonato brasileiro, de 93 e 94, duas vezes o paulista, nas mesmas temporadas. Foi campeão do Rio-São Paulo de 93, além da Copa do Brasil pelo Juventude em 1999. Foi campeão das séries B e C do brasileiro, possui vários títulos estaduais pelo Paraná, clube que o revelou e até um campeonato do Emirados dos Árabes Unidos.

Com uma carreira recheada de título, Maurílio decidiu se aposentar dos gramados e virar treinador. Aos 42 anos, topou a proposta do empresário potiguar, Anthony Armstrong, para assumir o Alecrim e tentar devolver, ao clube, as vitórias que ficaram em um passado distante.

Nesta entrevista concedida à TRIBUNA DO NORTE, o treinador revela os objetivos do Alecrim, suas ambições como treinador e ainda fala sobre o rebaixamento do Palmeiras, para a série da próxima temporada.

nossa frente e temos que trabalhar para que tudo aconteça como vem sendo planejado. Hoje não existe mais time pequeno, nem bobo. Aquele que se dedicar mais, correr mais, trabalhar mais, vai ser recompensado.

Agora, tem que ter vontade para isso, para alcançar nosso objetivo, que é vencer o primeiro turno, conquistar a vaga na Copa do Brasil, que é uma grande vitrine. Fazendo isso, o Alecrim já dá um grande passo para voltar a ser vencedor. Alcançando isso, vamos brigar no segundo turno e buscar a vaga na série D, que é o nosso objetivo maior no primeiro semestre.

O último grande momento do Alecrim foi em 2009, quando conseguiu o acesso da Série D para a Série C. No ano seguinte, foi rebaixado. Como evitar esse tipo de coisa?

Para que as coisas dêem certo, tem que começar certo. Foi o que conversei com o presidente: temos que ser corretos do início ao fim. Não podemos fazer cosas que possam trazer momentos ruins ao clube lá na frente. Quando eu era jogador, sempre dizia que, quando a bola não queria entrar, é porque alguma coisa estava errada.

Então, temos que trabalhar com transparência, esquecer as vaida-

des, todos unidos em um só objetivo, aí, tenho certeza de que as coisas vão dar certo. Os nossos adversários vão fazer a parte deles e nós, temos que fazer mais.

Vou conversar com cada atleta e colocar na cabeça deles que é preciso dedicação. Se tivermos que treinar mais, iremos treinar. Seja de manhã ou de tarde.

Maurílio como jogador passou por vários clubes e trabalhou com grandes técnicos.Espelhase em algum?

Me inspiro em todos. Trabalhei com Vanderlei Luxemburgo, Paulo Autuori, Caio Júnior, Bonamingo, Jair Pereira, Jair Picerni, Otacílio Gonçalves, Valdir Espinosa, Edinho. Inúmeros treinadores de qualidade e o que fiz, nesse tempo, foi tirar alguma coisa de cada um, para poder me tornar treinador. Depois que parei de jogar, fiz todos os cursos necessários para ser técnico e fui juntando minha experiência como jogador. Tive uma passagem pela Europa, que pude conhecer outras questões táticas. Agora, não quero ser a cópia de ninguém, quero ser reconhecido como Maurílio. Se a pessoa ficar querendo copiar os outros, não vai chegar a lugar nenhum e eu tenho muitos planos ainda.

Conte um pouco da sua carreira como técnico.

Sou jovem nessa profissão. O Alecrim vai ser meu sexto clube.

Na última equipe que treinei, o Vitória, lá de Pernambuco, fiquei 19, sendo apenas quatro empates e 15 vitórias. Foi uma situação maravilhosa e espero chegar aqui e fazer com que as coisas aconteçam como aconteceram antes. Vai ser muito trabalho, honestidade, com o presidente e, principalmente, com o nosso torcedor.

Como técnico,Maurílio é linhadura?

Eu sei cobrar na hora que precisa cobrar. O treinador, hoje em dia, tem que entender, que quem resolve são os jogadores dentro de campo. Eu passo o que precisa ser feito, tento passar um pouco da minha experiência, converso, brigo. Por ter sido jogador, sei quando um atleta está passando por problemas, quando está inventando coisas, quando está querendo ajudar.

Jogador,para você,pode fazer o que quiser fora de campo?

Quando jogava, eu era profissional. Não deixei de curtir a minha vida particular, mas, o jogador tem que ser inteligente. Acho que o atleta não tem que fi-

“

A última vez que vi um investimento desses no futebol foi no Corinthians, em 2005, quando eles foram campeões”

“

O treinador, hoje em dia, tem que entender, que, quem resolve dentro de campo, são os jogadores”

Você foi bicampeão brasileiro pelo Palmeiras, em 93 e 94.

Como viu esse rebaixamento do clube?

Passei por isso quando jogava no Juventude/RS. Fomos campeões da Copa do Brasil em 1999 e rebaixado no Brasileiro do mesmo ano. Sendo que naquele ano, existiam muitas “viradas de mesa” e acabamos ficando na primeira divisão. No Palmeiras, a situação é complicada. A briga de bastidores é muito forte. Existe o presidente e mais cinco ou seis correntes, querendo tirar o presidente do poder e isso acaba refletindo dentro de campo. Todo mundo criticou o Luiz Felipe Scolari quando ele pediu reforços de peso. Mas, não era porque os que estavam ali não tinham qualidade e sim não estavam mais rendendo o que poderiam render. Ele viu isso, mas não foi atendido pela direção e acabou sendo demitido. O time perdeu jogos para times inferiores. Tenho certeza de que, se o Felipão estivesse no comando, o time não tinha sido rebaixado.

Continuando no Palmeiras, você foi companheiro do atacante Alex Alves, que faleceu na semana passada, aos 38 anos de idade. Como foi isso para você? É muito complicado falar sobre isso. O Alex sempre foi uma pessoa muito querida, brincalhona, mas também muito profissional. Tive o prazer de me tornar amigo dele, assim que ele chegou ao Palmeiras, em 1994, vindo do Vitória/BA, junto com o Paulo Isidoro. Depois, ele saiu, mas, mantivemos contato e em 2005, se não me engano, ele apareceu no Fortaleza, para ficar treinando apenas, para manter a forma e acabou sendo contratado. Jogamos juntos mais uma vez. Fiquei muito triste com a morte dele.

Dizem que ele estava passando por dificuldades financeiras e teve que ser ajudado por amigos, para se tratar. O jogador tem que fazer uma poupança para quando parar de jogar?

Não posso falar sobre esse assunto, porque não convivi com ele nesses últimos tempos. O que sei é que o tratamento dele foi muito caro. Ele tinha uma vida extravagante, mas era feliz assim. Não podemos criticar.

Mas, não seria prudente economizar, já que a carreira de um jogador é curta?

Olha só, eu nunca fui de ganhar muito dinheiro nos clubes que defendi. Mas, sou uma pessoa feliz. A casa que moro, hoje em dia, consegui comprar com o futebol. Tenho a liberdade de sair na rua e poder levar minha mulher e meus filhos a um restaurante bom, fazer bons passeios. Mas, a minha felicidade mesmo é estar com eles, não importa o dinheiro. Hoje, eles estão longe e eu aqui em Natal, sozinho. Isso me deixa triste. Mas, estou trabalhando para poder dar um conforto maior para eles.

O que os torcedores podem esperar desse novo Alecrim?

Que acreditem nesse time que estamos montando. Estamos trabalhando forte para que os nossos objetivos sejam alcançados. Tenho certeza de que, com seriedade, honestidade e comprometimento, o Alecrim vai conseguir retomar o caminho das vitórias.

esportes

Domingo | 25 de novembro de 2012

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3 DANIEL TEIXEIRA/AE

ão Paulo (SP) - Gazeta Press - Após dezenove etapas neste Mundial 2012, a Fórmula 1 chega a São Paulo para o Grande Prêmio do Brasil e para escrever o capítulo final de uma temporada repleta de variações. Dois pilotos disputam a coroa para se tornarem o tricampeão mais novo da história da categoria, substituindo o brasileiro Ayrton Senna: o alemão Sebastian Vettel e o espanhol Fernando Alonso. Vettel lidera com 273 pontos, 13 de vantagem sobre o piloto da Ferrari.

Mas isso, os dois bem sabem que significa pouco. Em 2010, a situação era inversa, com Alonso chegando à última etapa com 15 pontos de vantagem sobre o alemão, e o piloto da Red Bull levou o título. A grande vantagem de Vettel neste momento é a performance superior dos carros da equipe austríaca, e também das McLaren, sobre a Ferrari. O jovem alemão venceu quatro das últimas seis provas, e ainda faturou um segundo e um terceiro lugares, totalizando 133 pontos. Já Alonso não venceu no mesmo período, e somou apenas 81 pontos. O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 tem largada marcada para às 13 horas horário do RN. O retrospecto recente também está a favor da RBR, com duas vitórias de Webber (2009 e 2011) e uma do próprio Vettel (2010), nos últimos três anos. Neste domingo, basta um quarto lugar para o alemão ser campeão independente da colocação de Alonso. Como para o espanhol levar o título ele precisa pelo menos subir ao pódio em Interlagos, mas mesmo que Vettel esteja longe dos primeiros lugares e fora da zona de pontuação, Alonso terá de superar a dupla da McLaren, Lewis Hamilton e Jenson Button, e a RBR de Mark Webber.

Sem contar com Kimi Raikkonen, que está em grande fase e venceu o GP de Abu Dhabi, no início de novembro. Já Felipe Massa, com a outra Ferrari, já garantiu que ajudará o companheiro e cederá posição se for necessário.

Mas se na teoria Vettel está com a mão na Taça, a tradicional instabilidade climática da primavera paulistana deixa certamente tudo em aberto. Com a meteorologia prevendo uma frente fria e muita chuva para a capital, é quase certo que teremos pista molhada hoje, e grande possibilidade de precipitações durante a prova.

Para o chefe da Red Bull, Christian Horner, a equipe vai encarar tudo como sempre faz: “Nós só temos que encarar a corrida como fizemos nas 19 anteriores. Temos que ir lá e atacar o final de semana e conseguir o melhor de nós, do carro, da estratégia, dos pilotos e da confiabilidade do equipamento. Qualquer coisa pode acontecer, como temos visto durante esta temporada. Mas é bom ter uma vantagem na tabela, e iremos determinados a completar o trabalho”, disse.

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HISTÓRIA EM JOGO

Bruno Senna quer ALONSO E VETTEL DISPUTAM, À PARTIR DAS 13H, EM INTERLAGOS, O TÍTULO aproveitar para impressionar QUE VALERÁ A MARCA DO MAIS JOVEM PILOTO TRICAMPEÃO DO MUNDO

Massa mira vitória hoje e a próxima temporada Ainda que Fernando Alonso esteja na luta pelo tricampeonato, Felipe Massa sonha com a possibilidade de vencer o Grande Prêmio do Brasil. Questionado sobre como pode ajudar seu companheiro na Ferrari na prova de hoje, o piloto disse mirar um triunfo em Interlagos e torcer pelo título do espanhol com um segundo lugar.

“Vou tentar vencer pela terceira vez, essa é a abordagem correta para a corrida. É um lugar muito especial para mim e vou tentar vencer. Espero que o Alonso possa terminar em segundo sem problemas para ganhar o campeonato”, disse o brasileiro.

A uma etapa do final do Mundial, o alemão Sebastian Vettel tem

EUGENE HOSHIKO

A BRIGA PELO TÍTULO

SEBASTIAN VETTEL (RED BULL)

WONG MAYE

O piloto alemão pode chegar até na quarta colocação que garante o título de 2013.

O CIRCUITO

13 pontos de vantagem sobre Alonso na liderança. Para garantir o tricampeonato com um segundo lugar no Brasil, o espanhol precisa torcer para seu rival terminar, no máximo, na oitava colocação.

Felipe Massa ganhou o Grande Prêmio do Brasil pela primeira vez em 2006. No ano seguinte, trocou de posição nos boxes com o finlandês Kimi Raikkonen, seu companheiro de equipe na época, que garantiu o título ao vencer a prova paulistana.

Em 2008, o piloto voltou a triunfar em casa, mas perdeu o campeonato para o britânico Lewis Hamilton por um ponto. A vitória em Interlagos há quatro anos foi a última de Felipe Massa na

Fórmula 1.

Ofuscado por Fernando Alonso nas últimas temporadas, o brasileiro quebrou um jejum de quase dois anos sem subir ao pódio com o segundo lugar no Grande Prêmio do Japão. Após começar a temporada em baixa, Massa evoluiu na segunda metade do campeonato.

Nas últimas oito corridas, disputadas a partir de agosto, o brasileiro somou 82 de seus 107 pontos – em meio à recuperação, renovou o contrato com a Ferrari até o final de 2013. “Foi uma temporada muito difícil. Sofremos em algumas corridas, sempre acontecia algo que me impedia de terminar no lugar certo. Depois de agosto, eu diria que as coisas melhoraram. Fizemos uma segunda metade muito boa, foi uma boa preparação para a próxima temporada”, declarou.

“

Sei das dificuldades, mas vou entrar para a prova como já fiz em todas as outras da temporada” VETTEL piloto da Red Bull

“

Enquanto a prova não terminar, minhas chances também não acabam. Vou fazer de tudo” ALONSO Ferrari

O piloto brasileiro Bruno Senna acredita que seu desempenho no Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, pode ser importante em seus esforços para impressionar a Williams, e outras equipes do Mundial, e assim garantir uma vaga no grid da próxima temporada. O paulista fica sem contrato ao fim do ano e ainda negocia para seguir sua carreira na categoria.

Senna chegou à Williams no início do ano, no lugar do veterano Rubens Barrichello, após disputar meia temporada pela Lotus-Renault em 2011. Nas 19 corridas já disputadas na temporada, ele chegou na zona de pontuação em nove, somando 31 pontos. Ele está na 16ª colocação do Mundial, dois postos atrás de seu companheiro de equipe, o venezuelano Pastor Maldonado, que marcou 45. “Seria obviamente meu sonho fazer bons pontos aqui no Brasil. Toda corrida faz diferença, muitas vezes um piloto é lembrado pela última corrida que fez. Então é importante marcar pontos, ter um bom final de semana. A aproximação é a mesma dos outros finais de semana, mas a gente está no Brasil e espero contar com boa sorte e boa performance”, disse o brasileiro.

Segundo o próprio piloto, seu desempenho durante quase toda a temporada da Fórmula 1 ficou prejudicado por não poder disputar o primeiro treino livre de 15 das 20 etapas do Mundial. O contrato de Bruno Senna com a Williams prevê que seu carro seja utilizada pelo finlandês Valtteri Bottas na sessão inicial de atividades na maioria dos Grandes Prêmios, o que, de acordo com o brasileiro, não permite que ele evolua como seus rivais.

No Grande Prêmio dos Estados Unidos, na última semana, em que o paulista participou das três sessões de treinos livres, ele largou da 11ª colocação, logo atrás de Maldonado, e fechou a prova em décimo, também um lugar atrás do venezuelano. “Todo mundo tem esse treino para entender o carro, a evolução da pista e tudo mais. Marquei pontos em nove das 19 corridas, mas sempre foi um ponto, dois pontos, às vezes quatro pontos. Tudo isso porque eu larguei para trás do que deveria, é fácil ver a matemática de como seria se eu tivesse melhorado 0s2 na classificação. Foi um ano duro de aprendizado, mas sempre com uma mão amarrada atrás das costas”, afirmou o piloto paulista.

Para a temporada 2013, o lugar de Senna na Williams é especulado justamente por Bottas, terceiro piloto do time este ano.

Com apoio de patrocinadores de seu país, ele ainda é beneficiado por seu agente, Toto Wolf, ser dirigente da escuderia britânica.

MUNDIAL DE PILOTOS PILOTO 1 Sebastian Vettel 2 Fernando Alonso 3 Kimi Raikkonen 4 Lewis Hamilton 5 Mark Webber 6 Jenson Button 7 Felipe Massa 8 Romain Grosjean 9 Nico Rosberg 10 Sergio Perez 11 Kamui Kobayashi 12 Nico Hulkenberg 13 Paul di Resta 14 Pastor Maldonado 15 M.Schumacher

PAÍS/EQUIPE ALE/RBR-Renault ESP/Ferrari FIN/Lotus-Renault ING/McLaren-Mercedes AUS/RBR-Renault ING/McLaren-Mercedes BRA/Ferrari FRA/Lotus-Renault ALE/Mercedes MEX/Sauber-Ferrari JAP/Sauber-Ferrari ALE/Force India-Mercedes ESC/Force India-Mercedes VEN/Williams-Renault ALE/Mercedes

PTS 273 260 206 190 167 163 107 96 93 66 58 53 46 45 43

MUNDIAL DE EQUIPES

FERNANDO ALONSO (FERRARI) Para o espanhol,as chances se resumem a uma vitória hoje com Vettel chegando a partir da quinta posição.

PILOTO 1 RBR-Renault 2 Ferrari 3 McLaren-Mercedes 4 Lotus-Renault 5 Mercedes 6 Sauber-Ferrari 7 Force India-Mercedes 8 Williams-Renault 9 STR-Ferrari

PTS 440 367 353 302 136 124 99 76 22

V 5 3 1 4 2 2 0 0 1 0 0 0 0 1 0

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Domingo | 25 de novembro de 2012

Apesar da tradição dos envolvidos, o duelo apresenta um encontro de times que atravessam momentos distintos. O time de Turim lidera a competição com folga e o milanês se arrasta no torneio

[ CAMPEONATO ITALIANO ]

Milan e Juventus fazem o clássico ilão (Itália) - Gazeta Press - O clássico entre Milan e Juventus, que vai acontecer hoje, no Estádio Giuseppe Meazza, em Milão, é a principal atração da 14ª rodada do Campeonato Italiano, que será disputada neste fim de semana. Apesar da tradição dos envolvidos, o duelo apresenta um encontro de times que atravessam momentos distintos.

A Juve lidera com folga, com 32 pontos, quatro a mais que a segunda colocada Internazionale. Já o Rubro-Negro vem patinando na temporada e e está na parte inter-

M

mediária da tabela de classificação, com apenas 15 pontos ganhos e se aproximando perigosamente da zona de rebaixamento.

Ao longo da semana as duas equipes foram traçando estratégias para o clássico. Os líderes consideram que a folga na tabela de classificação permite uma certa ousadia mesmo na casa do adversário. “Será um jogo muito equilibrado e complicado, pois o Milan vem se recuperando e é forte jogando em casa.

Mas a nossa equipe não pode se intimidar, até porque não há motivos para não sermos ousados. Muito pe-

lo contrário. Se perdermos, vamos seguir na liderança e, portanto, temos que lutar pelos três pontos, mesmo arriscando um”, disse Angelo Alessio, técnico da Juventus.

Pelo lado dos milaneses a aposta está na força da torcida. “Nosso torcedor sabe o peso que pode ter no Campeonato Italiano ganhar da Juventus, em grande fase. Podemos pegar o embalo que precisamos para passar a brigarmos na parte de cima da tabela de classificação. Vamos sempre respeitar a Juventus, mas apenas a vitória nos interessa e os nossos torcedores precisam

comprar essa batalha conosco, chegando junto com o time”, convocou o atacante ganês Kingsley Boateng, esperança de gols do Milan.

A Internazionale entra em ação apenas amanhã, quando atuará na condição de visitante, diante do Parma, que soma 17 pontos e sonha com uma vaga na próxima Liga EDuropa. Também amanhã o Napoli, terceiro colocado com 27 pontos, encara, na casa do adversário, o Cagliari, que tem 16 pontos.

PATO Na última quarta-feira, Alexan-

JOGOS DE HOJE 11h00-Atalanta x Genoa 11h00-Chievo x Siena 11h00-Pescara x Roma 11h00-Sampdoria x Bologna 11h00-Torino x Fiorentina 16h45-Milan x Juventus AMANHÃ 15h00-Cagliari x Napoli 17h00-Parma x Internazionale TERÇA-FEIRA 16h45 Lazio x Udinese

dre Pato saiu do banco de reservas e marcou o terceiro gol da vitória do Milan sobre o Anderlecht por 3 a 1, em partida válida pela Liga dos Campeões da Europa. No entanto, após o jogo, o atacante revelou a insatisfação com sua condição de reserva no time de Milão e afirmou que gostaria de jogar mais tempo. Com estas declarações, o ex-Colorado apenas aumentou as especulações sobre sua saída do Rossonero.

O jornal italiano Corrierre dello Sport, publicou que o destino mais provável do jogador seria o Paris Saint-Germain.

[ CAMPEONATO ESPANHOL ] Time catalão terá

pela frente a boa equipe do Levante, 4º lugar JOSEP LAGO

O meio de campo Iniesta alertou para a boa qualidade do rival

Barça entra em campo para tentar vencer fora Barcelona entra em campo hoje, na condição de visitante e diante de um complicado rival. Trata-se do Levante, que está na quarta pontuação, com vinte pontos, e pretende se manter na zona de classificação para a próxima Liga dos Campeões da Europa.

Os líderes reconhecem as virtudes do adversário. “O Levante vem criando problemas para as equipes que recebe há muito tempo. O time deles não é bom de agora. Eles montaram uma base boa na temporada passada, fizeram grande campanha e agora estão querendo algo a mais.

O Barcelona precisa abrir bem os olhos, mas jogar com personalidade para obter o resultado positivo”, disse o meia Andres Iniesta, um dos destaques do Barcelona.

Sonhando com um tropeço do Barcelona para encostar na liderança, o Atlético de Madrid recebe o Sevilla no Estádio Vicente Calderón, em Madri. Os visitantes somam 18 pontos e querem uma vaga nas próximas competições européias.

O

MESSI FORA O eterno craque holandês Johan Cruyff aproveitou a apresen-

tação de seu livro ‘Futebol, minha filosofia’ para revelar a escalação de seu time ideal de todos os tempos. Surpreendentemente, Lionel Messi, eleito três vezes o melhor jogador do mundo pela Fifa, ficou fora dos selecionados.

Em compensação, a equipe dos sonhos do ex-jogador conta com três brasileiros. Pelé, Garrincha e o capitão do tricampeonato, Carlos Alberto, garantiram sua vaga entre os onze ‘titulares’. Na meta, o lendário Yashin foi o escolhido. Ao lado do ‘capita’, Beckenbauer e Krol completam a defesa. Guardiola, Di Stéfano, Charlton e Keizer formam o meio campo, enquanto Maradona forma o trio de ataque ao lado do Rei e do Anjo das Pernas Tortas.

JOGOS DE HOJE 08h00-Espanyol x Getafe 13h00-Athletic Bilbao x La Coruña 15h00-Atlético de Madrid x Sevilla 17h00-Levante x Barcelona AMANHÃ 17h00-Zaragoza x Celta

[ JUDÔ ] JUDOCA POTIGUAR BRILHA EM FORTALEZA DIVULGAÇÃO

O Rio Grande do Norte segue sendo um celeiro de atletas na área de lutas.No judô,Gabriel Guanabara de Moura,faixa laranja,categoria sub-13,-28 kg,12 anos,aluno do 7º ano do Colégio Hipocrátes Zona Sul,começou aos 5 anos na prática do judô.Este ano já foi 2º lugar na seletiva para o Brasileiro de Judô que aconteceu em março,em Natal;4º lugar na Regional do Brasileiro na cidade de João Pessoa;1º lugar na Copa Dom Bosco;1º lugar na Copa CEI;1º lugar Copa José Matheus;5º lugar no Jerns;1º LUGAR COPA INTERNACIONAL DA CIDADE DE FORTALEZA DE JUDÔ, no qual representou a Academia Judô Clube Ramos,sensei Emerson Ramos,16 e 17 de novembro/2012,evento realizado pela FECJU (Federação Cearense de Judô) que contou com a presença de atletas olímpicos como Sarah Menezes,o técnico da Seleção Brasileira de Base,e as delegações de Cuba,EUA,Itália e Estônia.A Copa internacional contou com cerca de 800 atletas de judô de todas as categorias,inclusive Master,Senior e festival para as crianças menores e de vários Estados da Federação,como RN,CE,MA,BA,PI,PA.As academias do RN foram representadas pela Academia Judô Clube Ramos,Judô Clube Nagashima e ANJ.

Domingo | 25 de novembro de 2012

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Após ter recebido, pelo telefone, a notícia que não era mais técnico do Brasil, Mano Menezes desejou muito sucesso à seleção na Copa, através do twitter. Nome do novo comandante só será divulgado em janeiro

[ COPA 2014 ]

Demissão via fone e adeus no twitter RAFAEL RIBEIRO

ão Paulo (AE) - Avisado por telefone, pelo diretor de seleções Andrés Sanchez, de sua demissão, Mano Menezes usou a sua conta oficial no Twitter para se manifestar sobre a saída da seleção brasileira. Em mensagem curta, o treinador agradeceu os que o apoiaram em seu trabalho à frente do time e disse que estará na torcida pela equipe na Copa do Mundo de 2014.

“Como foi anunciado, não sou mais o técnico da seleção brasileira. Fica aqui o meu agradecimento a todos que trabalharam comigo nesse projeto, em especial aos jogadores convocados nesse período, e a todos aqueles que acreditaram no nosso trabalho. Desejo, desde já, sucesso à seleção brasileira na conquista do sonho maior da nossa torcida que é o título do hexacampeonato de 2014”, escreveu ele.

Curiosamente, a última mensagem postada por Mano Menezes mostrava um ponto de vista muito diferente da opinião de José Maria Marin, presidente da CBF, que optou pela demissão do treinador na sexta-feira. Na madrugada de quinta, logo depois do título do Superclássico das Américas, Mano Menezes escreveu apontando evolução da sua equipe. “Crescemos.

O torcedor começou a identificar esse comportamento na seleção. É isso que a gente leva desse ano de 2012”, havia postado ele.

Ainda não houve tempo para o treinador mudar o seu perfil no Twitter. Na sua foto, o símbolo e os patrocinadores da CBF aparecem atrás dele. No fundo de página, a apresentação: “Desde julho de 2010, conduzindo o sonho de 190 milhões de corações verdeamarelos”. A passagem de Mano

Valcke visita o Brasil para novas vistorias

S

Apesar da amizade entre Mano Menezes e Andres Sanchez, o treinador não conseguiu se segurar no cargo de técnico da Seleção

Menezes pela seleção, porém, agora chega ao fim.

Mano Menezes convocou mais de 100 jogadores até encontrar a sua seleção brasileira ideal. Quando parecia encaminhar o time que jogará a Copa das Confederações, em casa, em junho do ano que vem, foi demitido. Ajudou a inflar a lista centenária as convocações de atletas que atuam apenas no País para as duas edições do Superclássicos das Américas, diante da Argentina, em 2011 e neste ano. Além disso, o treinador chamou para amistosos da seleção principal atletas da equipe olímpica, para fazer testes.

Mas isso não apaga a dificuldade que o treinador teve para encontrar o seu time ideal. Só no gol a seleção principal teve quatro titulares diferentes em um período de apenas 28 meses de trabalho

de Mano Menezes: Victor, Jefferson, Julio Cesar e Diego Alves.

Além deles, outros nove tiveram oportunidade de serem observados de perto pelo treinador.

Diante do fracasso do time de Dunga na Copa do Mundo da África do Sul, Mano Menezes teve que lidar com a cobrança da opinião pública - e da cúpula da CBF - para que a seleção fosse renovada, ao mesmo tempo em que tentou, em poucas oportunidades, dar chance aos remanescentes do grupo do seu antecessor. De cara, só Robinho, Thiago Silva, Daniel Alves e Ramires foram aproveitados.

Quando a coisa apertou, Mano Menezes recorreu a mais alguns veteranos. Convocou Julio Cesar, Lúcio e Maicon para a Copa América, mas o fracasso na competição limou o espaço deles. Luis Fa-

biano foi chamado para Superclássico de 2012 e Kaká ganhou uma oportunidade - bem aproveitada nos amistosos do segundo semestre deste ano.

A decepção com a medalha de prata em Londres também não ajudou. Diversos nomes daquela equipe tiveram as portas fechadas na seleção, casos do lateral-direito Rafael e do zagueiro Juan, titulares, respectivamente, do Manchester United e da Inter de Milão.

Após diversos testes, Mano Menezes deixa a seleção com uma equipe montada ao seu estilo. Ainda que não seja incontestável, Diego Alves vinha sendo titular no gol e a defesa é de conhecimento geral: Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo. No meio, Paulinho e Ramires pareciam não ter mais contestação.

Na frente, Mano Menezes passou a testar a equipe sem um centroavante fixo e aprovou a formação com Oscar, Kaká, Neymar e Hulk. Mas aí floresceram suas incoerências. Sempre convocado, Leandro Damião passou a ficar na reserva de quem estivesse à disposição, fosse Hulk, Luis Fabiano, Fred ou mesmo Thiago Neves Lucas, outro que sempre estava presente nas listas, era aproveitado apenas nos minutos finais.

Mas foi a convocação para o jogo de volta do Superclássico, realizado na quarta, que mais causou polêmicas. Apesar da excelente fase, Ronaldinho Gaúcho ficou de fora para ser convocado Fellype Gabriel, reserva do Botafogo.

Na zaga, Durval não apenas foi chamado pela primeira vez aos 32 anos como foi titular.

São Paulo (Agência Estado) O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, confirmou que fará nesta semana uma nova vistoria nas obras da Copa do Mundo de 2014. Em visita ao Brasil, ele passará por três sedes da competição: Rio, Curitiba e São Paulo.

Durante o ano, Valcke vem fazendo visitas regulares ao Brasil para acompanhar a preparação para a Copa. Esteve nas sedes, viu o andamento das obras e conversou com as autoridades locais. Agora, fará a última vistoria de 2012.

Dessa vez, a visita começa amanhã no Rio, quando a comitiva irá visitar as obras do Maracanã. No dia seguinte, o grupo vai para Curitiba, onde os governantes locais vão apresentar o renomado serviço de transporte público da cidade. Para encerrar, a vistoria passa por São Paulo na quarta-feira, dia em que está programada uma visita ao canteiro de obras do Itaquerão e uma reunião do Comitê Organizador Local da Copa (COL) no Centro de Convenções do Anhembi.

Junto com Valcke, a comitiva nas vistorias pelas três sedes do Mundial também terá a presença do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e dos ex-jogadores Ronaldo e Bebeto, ambos membros do Conselho de Administração do COL. Depois das vistorias, Valcke ficará em São Paulo até sábado, quando será realizado o sorteio dos grupos da Copa das Confederações de 2013 - a competição também acontece no Brasil.

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Domingo | 25 de novembro de 2012

O Rubro-negro pernambucano ainda luta para escapar do rebaixamento para a segunda divisão e para isso precisa derrubar o tricolor carioca jogando às 16h no estádio da Ilha do Retiro, em Recife [ BRASILEIRO SÉRIE A ]

Sport recebe o campeão Fluminense WALLACE TEXEIRA

m um duelo de opostos, o Fluminense visita o Sport hoje, às 16h(no RN), na Ilha do Retiro, em Recife (PE), em confronto válido pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Campeão por antecipação, o Tricolor entrará tranquilo em campo, mesmo tendo vindo de derrota de 2 a 0 para o Cruzeiro. Já o Leão, que pelo mesmo placar derrotou o Botafogo no fim de semana passado, passa por situação muito delicada, na zona de rebaixamento, com quarenta pontos.

Os pernambucanos não podem nem pensar em perder, já que uma derrota, aliada à uma vitória da Portuguesa sobre o Internacional e a um empate do Bahia diante do Náutico definiria de vez a queda do Sport para a Segunda Divisão.

Os tricolores admitem que é muito complicado se manter motivado quando a conquista do título já aconteceu. Porém, o Fluminense realmente tem metas para lutar. Além de tentar permanecer como a melhor defesa, o clube quer se manter como ataque mais positivo, marca que tem atualmente com 59 gols, um a mais que o Atlético-MG, seu perseguidor mais direto. Além dis-

E

FICHA TÉCNICA SPORT FLUMINENSE Saulo,Renato,Ailson, Diego Ivo e Reinaldo; Tobi,Moacir (Rithely),Hugo e Felipe Azevedo; Gilberto e Gilsinho.

Treinador:Sérgio Guedes

Diego Cavalieri, Wallace,Digão, Leandro Euzébio e Carlinhos;Valencia, Jean,Higor e Thiago Neves; Rafael Sóbis e Fred.

Técnico:Abel Braga

Estádio: Ilha do Retiro,em Recife (PE) Horário:16h(no RN) Árbitro:André Luiz Freitas de Castro (GO) Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC ) e Guilherme Dias Camilo (MG)

so, o Tricolor, que tem 76 pontos, sonha em superar o São Paulo de 2008, que terminou o Brasileirão com 78 pontos sendo a equipe com maior pontuação da era de pontos corridos desde que a disputa se limitou a vinte clubes.

O atacante Fred, com 19 gols, também quer permanecer como artilheiro, mas é perseguido por Luis Fabiano, do São Paulo, que já balançou as redes do adversário três vezes. “Temos essas metas para lutar e, além disso, o respeito pela competição, pois exis-

tem outras equipes interessadas no resultado deste jogo contra o Sport. Precisamos respeitar essa equipe”, disse Abel Braga, lembrando que o time pernambucano ainda luta contra o rebaixamento com outras equipes, como Portuguesa, Bahia, Coritiba e Náutico.

Nessa hora, até mesmo a crise do Sport serve de motivação.

Pelo menos para o zagueiro Leandro Euzébio, que tem uma história no Náutico, um dos principais rivais do Rubro-Negro. Em 2006 o defensor fez parte do time que assegurou o retorno do Timbú para a elite do futebol nacional.

“Tenho uma ligação muito forte com o Náutico, fiz grandes amigos lá e mantenho contato com eles até hoje. Portanto, confesso que vou me empenhar muito para que o Fluminense conquiste o resultado positivo”, disse Leandro Euzébio.

Para a partida contra o Sport Abel Braga vai contar com o atacante Fred, que não participou dos treinos da semana primeiro por estar servindo à Seleção Brasileira no Superclássico das Américas e depois por conta da morte de sua avó. O Tricolor tem três desfalques certos para o duelo contra o Sport.

No Beira-rio,Lusa joga contra o rebaixamento

Pedro Neto pedron@natal.digi.com.br

APRESENTAÇÃO

Até o próximo ano finalmente o ano de 2012 chega ao fim para o futebol do RN. Ninguém pode negar que foi um bom ano, pois além de ABC e América terem permanecido na série B, o Baraúnas conseguiu seu acesso à série C. Sem dúvida alguma, de uma forma geral, para um estado pequeno como o nosso, não podemos negar que estamos bem na fita. Agora, não se iludam, pois o ano de 2013 será difícil. Até porque ABC e América disputarão quatro competições (Copa do Nordeste, Campeonato Estadual, Série B e Copa do Brasil). Já o Baraúnas disputará duas competições (Campeonato Estadual e Série C). Vamos torcer para que

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o ano que vem seja no mínimo igual a este ano, pois se isso ocorrer os nossos continuarão em alta. Futebol agora só em 2013.

ANDREY E uma das poucas boas contratações do ABC no ano de 2013 o goleiro Andrey ainda não sabe se permanecerá no clube. Informações que circulam em Natal nos últimos dias dão conta de um possível interesse do América pelo atleta. Agora, a direção rubra não confirma a informação. Que Andrey possa continuar no nosso futebol por mais tempo, até porque estamos carentes de bons goleiros nos nossos clubes.

Assepsia E o ABC deverá anunciar nas próximas horas suas primeiras dispensa. Não é novidade para ninguém que o corte será grande.

Até porque atualmente o clube alvinegro tem 42 jogadores no seu elenco. Segundo informações de algumas pessoas próximas a direção do ABC, tudo indica que no máximo 20% dos atuais jogadores deverão permanecer para o ano que vem. São muitos nomes que estão sendo especulados para dei-

O atacante Fred estará em campo para lutar pela artilharia

xar a equipe alvinegra. Assim como muitos sendo anunciados como reforços. Agora, o que não dá mais é para continuar se errando tanto na hora de contratar, pois nos últimos dois anos o ABC contratou quantidade e não qualidade. Que Givanildo Oliveira e Rubens Guilherme possam errar bem menos que os últimos responsáveis pelo futebol, até porque a situação financeira do clube já não permite tantos erros.

E o Alecrim Futebol Clube estará apresentando seu novo elenco nesta segundafeira à noite ao seu torcedor e a mídia de uma forma geral. O clube alviverde ainda está contratando, porém, já tem vários jogadores contratados.

Além dos jogadores o novo técnico Maurílio também será apresentado junto com a comissão técnica. Que possamos ter um Alecrim muito mais forte do que nos últimos anos.

SAUDADE E na última sexta-feira a direção da CBF confirmou a demissão do técnico Mano Menezes. Tenho certeza que não foi nenhuma novidade, pois praticamente todos os torcedores brasileiros já esperavam por isso. Aliás, esperavam e torciam pela sua demissão. Mano Menezes nunca conseguiu dar a seleção brasileira um sistema confiável de jogo. Nunca conseguiu ter onze titulares.

Foram dois anos de pouco futebol e muitas denúncias na seleção brasileira. O nome do novo técnico só será anunciado no mês de janeiro.

Sendo assim, só nos resta torcer para que tenhamos no comando da seleção brasileira alguém de pulso forte. Que convoque os melhores jogadores. E que nos passe confiança, até porque não podemos esquecer que a próxima Copa do Mundo será disputada no Brasil.

Estar ameaçado pelo rebaixamento e ter que enfrentar o Internacional, no Beira-Rio, na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, é um cenário que soaria desesperador para qualquer time antes do início da competição. Mas a realidade, porém, é diferente: a Portuguesa vai a Porto Alegre hoje, às 16h (no RN) buscando aproveitar o fato de o Colorado estar em crise para tentar conquistar um resultado positivo e deixar para trás o fantasma da segunda divisão. A Lusa, é verdade, não ganha há oito jogos. Mas o Inter vem de três derrotas consecutivas, perdeu seu técnico e não tem mais o que disputar dentro da competição. A demissão de Fernandão, ocorrida na última terça-feira, escancarou os problemas internos no vestiário colorado.

O zagueiro Bolívar, que segundo o técnico se recusou a ficar no banco na partida contra o Corinthians, domingo passado, foi afastado e treina em separado do restante do elenco. “Aprendi que no futebol não vale à pena dizer a ver-

dade nunca. Fui amigo de quem não merecia ser meu amigo. Eu aprendi a separar profissionalismo de amizade. Não me arrependo de ter falado na zona de conforto, mas sim de como fiz depois, agindo como amigo quando não devia. Não vou mentir sobre o acontece no vestiário, vou apenas omitir”, disparou Fernandão.

FICHA TÉCNICA

Duelo antecipa confronto da Série B de 2013 Agora não dá mais para sonhar. Hoje, às 16h (no RN), Palmeiras e Atlético-GO dão sequência à melancólica reta final do Campeonato Brasileiro da Série A, no estádio do Pacaembu. Passando por processo de reformulação, as duas equipes já foram rebaixadas e se enfrentam com a única responsabilidade de se despedirem da elite com um mínimo de dignidade. Se o time do Centro-Oeste é último colocado e já pertence à segunda divisão desde o dia 4 de novembro, quando foi derrotado pelo Corinthians em cumprimento de perda de mando de campo na Boca do Jacaré, em Brasília, o Verdão conheceu sua sina apenas no último domingo.

Mesmo jogando bem, o time do técnico Gilson Kleina ficou no empate com o Flamengo, em Volta Redonda, e foi rebaixado com a igualdade entre Portuguesa e Grêmio. O técnico palmeirense, aliás, é um dos poucos a não ter o nome associado com a queda, pois assumiu o clube apenas 11 rodadas antes do fim da Série A. Com a permanência cada vez mais provável para 2013, Kleina evitou uma realidade que acabou vindo à tona no Dragão. Logo após o rebaixamento, Artur Neto deixou o clube e Jairo Araújo foi efetivado pela segunda vez como técnico do time profissional. Já planejando a montagem do elenco para a temporada 2013, quando o Palmeiras entra na disputa da Série B e também da Copa Libertadores, condição garantida pelo título da Copa do Brasil, Kleina terá uma boa oportunidade para testar peças jovens e outras contestadas neste domingo.

FICHA TÉCNICA

INTERNACIONAL

PALMEIRAS

PORTUGUESA

ATLÉTICO-GO

Muriel;Elton,Rodrigo Moledo,Índio e Massari;Ygor,Guiñazu,Fred e D’Alessandro;Forlán e Leandro Damião.

Técnico:Osmar Loss

Dida;Luís Ricardo, Gustavo,Rogério e Marcelo Cordeiro; Fernando,Léo Silva, Boquita e Moisés; Ananias e Bruno Mineiro.Técnico: Geninho

Estádio:Beira-Rio,em Porto Alegre (RS) Horário:16h (no RN) Árbitro:Wagner Reway (MT) Assistentes:Roberto Braatz (Fifa-PR) e Luiz Cláudio Regazone (RJ)

Raphael Alemão; Bruno Oliveira,Wellington,Leandro Amaro e Juninho; Correa,Bruno Dybal, Patrick Vieira e Mazino;Vinícius e Obina.

Técnico:Gilson Kleina

Márcio;Adriano, Gustavo,Diego Giaretta e Eron;Pituca, Dodó,Ernandes e Rayllan;Diogo Campos e Ricardo Bueno.Técnico:Jairo Araújo

Estádio:Pacaembu,em São Paulo (SP) Horário:16h (no RN) Árbitro: Márcio Chagas da Silva (RS) Assistentes:Marcelo Bertanha Barison (RS) e Luiz Carlos Silva Teixeira (BA)

Domingo | 25 de novembro de 2012

esportes

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte| 7

[ SÉRIE A ] Tricolor paulista está na fase final da Copa Sulamericana e vai usar uma equipe mista para encarar seu rival paulista, que entra em campo para melhorar colocação

Apito Final EVERALDO LOPES - elopes@tribunadonorte.com.br

Jogo limpo & jogo sujo cena patética foi assistida por milhões de telespectadores, até pelo fato de se tratar de um jogo valendo a Liga dos Campeões da Europa, jogo Shakhtar x Nordsjaelland, vitória do Shakhtar por 5x2, tendo o brasileiro Luiz Adriano assinalado três dos cinco gols. O badalado lance polêmico aconteceu após o médico pedir atendimento de um jogador. Como a bola estava de posse do time do Nordsjaelland, no reinício da partida – como é praxe, o adversário adota jogar a bola pela lateral, ou chutando (atrasando a bola) para o goleiro adversário, e aí a partida prossegue. É tradição esse lance, e sempre é respeitado. Só que o atacante brasileiro Luiz Adriano entendeu de quebrar a rotina, aproveitando a devolução da bola para o goleiro, deu alguns passos e, sob curiosidade dos milhares que estavam no estádio, driblou o goleiro – àquela altura, sem entender o que estava acontecendo com o atacante Adriano, fez o gol. Espanto geral.

A

Jogo limpo (2) Vaias, protestos, ameaça de agressão, o árbitro sem poder fazer nada, surpreso com lance tão raro, principalmente numa competição de altíssimo nível, estádio lotado, tevês do mundo inteiro mostrando o jogo. No mesmo momento a Uefa noticiou abertura de um processo disciplinar contra o brasileiro por falta de fair play. Ao ser substituído, Luiz Adriano foi vaiado, mas respondeu gesticulando, de que havia feito três gols. Quarenta e oito horas depois, arrependido, o jogador distribuiu nota pedindo des-

culpas pelo gesto impensado, alegando que esteve desligado por um instante quando ocorreu o reinício da partida, daí ter aproveitado o zagueiro haver atrasado a bola e marcado seu terceiro gol. Depois da nota à imprensa, a Fifa vai analisar o tape e ver se, realmente, Luiz Adriano está falando à verdade. Ou se faltou fair play novamente. A cena era inédita num grande clássico internacional. A regra do jogo é omissa, consequentemente, o gol é válido. O que a Fifa não admite é a falta de fair play nessas horas.

Os lonjevos

Os longevos (2)

No sempre citado decacampeonato do ABC FC, único clube brasileiro, ao lado do América Mineiro a ostentar essa façanha no futebol (o ABC de 1932 a 41, e o América/MG de 1916 a 25), o que sobressai é a longevidade da maioria dos jogadores. Como ainda prevalecia o puro amadorismo, os clubes não tinham folha de pagamento, o orgulho do jogador era vestir a camisa do clube de sua simpatia. Tanto ABC FC, como América FC tinha aquele grupo de atletas quase permanente, tornando-se figuras que entraram para a história do clube

No Alvinegro, alguns se tornaram-se quase lendários, como foram os casos do goleiro Edgar, dono da camisa um em oito anos dos 10 conquistados. Outros titulares quase eternos foram os zagueiros Nezinho I e Dorcelino, os meiocampistas Pereirão e Simão, os atacantes Xixico e Hermes. Outros goleiros titulares durante anos foram Ribamar, Erivan e, mais recentemente, o ídolo Hélio Show. Também têm seus nomes perenizados Edmilson, Jorginho, Cadinha, Albano, Paulo Isidro, Tidão, Danilo Menezes, o zagueiro Edson, o ala Anchieta, e o maior dos ídolos Alberi.

Os adversários Na história do arquirrival América FC há também as figurinhas carimbadas, os seus ídolos, evidente que com menos títulos conquistados. Os goleiros mais famosos do time rubro foram Gama, Milton e Gerin, este com o detalhe curioso, de que morava na própria sede, já que

era também, empregado, como zelador. Outros nomes que se tornaram lendários foram o volante Renato “Lacraia” (Renato Magalhães), o volante clássico Hemetério Canuto, jogava ao lado dos irmãos Raimundo Canuto e José Canuto, os três, mossoroenses. mossoroenses.

Os adversários (2) Craques que ficaram encravados na história do clube rubro foram Gilvandro, Euclimar, Artêmio, Véscio, Pedro Dieb, Herwin, Baíca, Wallace, Ivan Silva, Saquinho, o camisa nove também exABC, – tricampeão como artilheiro do Estadual em 1955, 56 e 57 dessa vez com a camisa rubra.

Foi o melhor momento de Saqui-

nho, e a prova é que atendeu chamado do tricolor carioca e foi tentar o Rio. Por motivos nunca explicados, se falta de ambientação, saudades da família, timidez, o fato é que Saquinho demorou pouco tempo nas Laranjeiras.

Passou ainda um ano no Náutico/PE. Foi um craque quase perfeito. Morreu cedo.

FRASE “Eu não tenho dúvida alguma de que, caso o presidente Rubens Guilherme não tivesse tomado a decisão de mudar o departamento de futebol, a esta altura o ABC já estaria rebaixado para a série C”, como também não tenho dúvida alguma de que, o buraco financeiro era muito mais em baixo.” (Ferdinando Teixeira, entrevistado pela TN).

ESPORTES EM DEBATE Com apresentações neste sábado entre 13 e 14h30 e no domingo, de 6.0 às 7h30 o programa Esportes em Debate irá ao ar na rádio Globo nesses dois horários. O entrevistado é o presidente do ABC FC, Rubens Guilherme. O dirigente alvinegro ainda não tomou a decisão se aceita um novo mandato, ou atende aos apelos de seus familiares para que se afaste do clube.

MESTRE ELOY A temporada 2012 está chegando ao fim. Para o prof. Eloy Simplício, que mantém há vários anos uma escolinha no complexo esportivo “Maria Lamas Farache”, é mais um ano de sucesso. Ele e seus dois filhos formados em educação física trabalham com guris nas categorias sub 12, sub 13, sub 14 e sub 15, todos os domingos de 7h15 às 11h, faixa etária de seis a 15 anos, no estádio da Rota do Sol. A filosofia de trabalho é baseada na frase do próprio Eloy, “Quando não se faz o jogador, faz-se o torcedor”. A escolinha lida também com meninas da mesma faixa etária.

Com time misto, São Paulo encara a Ponte Preta ivre de risco de deixar o G4, neste fim de semana o São Paulo dá uma pausa na disputa da Copa Sul-americana para cumprir tabela no Campeonato Brasileiro. Às 16h (no RN) de hoje, a equipe enfrenta a Ponte Preta - que ainda tem motivação na competição -, em Campinas, sem seus principais jogadores.

Uma oportunidade para testar reservas e garotos formados nas divisões de base do clube.

A preocupação são-paulino com o Brasileiro já não existe mais porque, quatro pontos abaixo do vice-líder Grêmio, restando seis em disputa, o time paulista não pleiteia mais a vaga direta para a fase de grupos da Copa Libertadores, sendo indiferente terminar em terceiro ou quarto - as duas posições classificam para a fase preliminar do torneio.

Como o foco passou a ser o título da Sul-americana, poucos jogadores que participaram do empate de quinta-feira com a Universidad Católica (1 a 1), na quinta-feira, devem atuar. O elenco volta a trabalhar na manhã deste sábado, quando a comissão técnica avaliará qual será a formação inicial em Campinas, três dias depois da viagem ao Chile.

Por conta de terceiro cartão amarelo recebido na rodada passada, o atacante Luis Fabiano é um dos titulares fora desta partida. O zagueiro Rafael Toloi, autor do gol contra a Católica depois de se recuperar de dores no tornozelo esquerdo, e o meia-atacante Lucas, que acusou cansaço no segundo tempo e pediu pa-

JOÃO PIRES

L

O meio campo Paulo Henrique Ganso vai fazer sua primeira partida como titular do São Paulo

ra ser substituído, são outras possíveis ausências.

Quem ganha com isso é Paulo Henrique Ganso. O meia pode ter a primeira chance como titular depois de ter atuado na etapa final dos dois compromissos passados.

Segundo o próprio, ele já se encontra em condição de permanecer em campo em tempo integral, cabendo ao técnico Ney Franco a decisão de escalá-lo desde o início. “Foram poucos minutos, mas faço uma avaliação boa, pois me senti muito bem. O importante é voltar e estar seguro dentro de campo. Consigo jogar os 90 minutos. Estou pronto para ser titular do São Paulo”, disse o camisa 8 tricolor.

FICHA TÉCNICA PONTE PRETA SÃO PAULO Edson Bastos; Wendel Santos, Cleber,Ferron e João Paulo;Baraka, Renê Júnior, Cicinho e Nikão; Luan e Roger Técnico:Guto Ferreira

Rogério Ceni; Douglas,Edson Silva, Rhodolfo e Henrique Miranda;Paulo Assunção,Casemiro e Ganso;Ademilson, Osvaldo e Willian José (Cícero) Técnico: Ney Franco

Estádio:Moisés Lucarelli Horário: 16h (no RN) Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP) Assistentes:Anderson José Coelho (SP) e Danilo Simon Manis (SP)

Vice dá a vaga direta na Libertadores Mesmo sem chances de disputar o título, o Grêmio entra na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro com tudo. O objetivo gremista, que é ser vicecampeão e conquistar uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores, passa por Florianópolis. Hoje, às 16h (no RN), a equipe de Vanderlei Luxemburgo enfrenta o já rebaixado Figueirense, num Orlando Scarpelli que pode receber até mais gremistas que torcedores do time da casa. A novela que mais afligia os gremistas neste final de ano era sobre a renovação de Luxemburgo com o clube. O final foi feliz: o técnico permanecerá até o final de 2014 em Porto Alegre.

No treino desta quinta-feira, Luxa era só sorrisos. Sua permanência também agrada ao grupo de jogadores, que torcia pela renovação de contrato após o bom trabalho realizado nesta temporada. Neste domingo, Luxemburgo tem como principal desfalque o atacante Kleber. Lesionado no tornozelo, o Gladiador deverá permanecer em Porto Alegre para se recuperar e entrar 100% no Gre-Nal da última rodada, dia 2 de dezembro. Sua saída da equipe dá ao treinador três opções de escalação. A primeira, e mais provável, é Marcelo Moreno ser o único atacante.

A formação seria igual à do empate com a Portuguesa, com Fernando, Souza, Marco Antônio,

Zé Roberto e Elano.

Outra hipótese é a saída de Marco Antônio para a entrada de Leandro, para dar velocidade ao ataque. A terceira seria formar uma dupla de centroavantes na frente, com Moreno e André Lima – jogador que marcou gols em três dos últimos quatro jogos, sempre entrando no segundo tempo. Uma volta praticamente certa é a de Gilberto Silva. Poupado da partida contra a Lusa por desgaste, o pentacampeão treinou normalmente durante a semana e deve retornar à equipe ao lado de Werley.

Léo Gago e Pará, ambos suspensos, não poderão atuar. Na lateral direita, Edílson deve ser o titular hoje.

Bahia e Náutico se enfrentam pela permanência Restando dois jogos para o final do Brasileirão, Bahia e Náutico ainda precisam garantir sua presença na Série A de 2013. Contando com a força de sua torcida no Pituaçu, o time baiano sonha com um bom resultado hoje, às 16h (no RN), para se aproximar do rival pernambucano e definitivamente evitar o rebaixamento. Com 43 pontos ganhos, o Tricolor de Aço tem três de vantagem sobre o Sport, primeiro clube dentro da zona de degola. Uma vitória sobre o Timbu, somada a pelo menos um empate do Leão da Ilha com o atual campeão Fluminense, livra o time baiano do risco de disputar a última rodada ainda em perigo.

“Vai ser um jogo difícil, mas estamos atuando em casa. Então, com o apoio de nossa torcida, que será fundamental, temos que buscar a vitória que irá nos livrar desta situação”, decretou o jovem lateral Jussandro, titular da equipe do técnico Jorginho, que terá o desfalque de Neto, ala direito suspenso pelo terceiro amarelo.

Em seu lugar, o experiente volante Fabinho deve ser improvisado na posição. Na defesa, Danny Morais sentiu uma fisgada na coxa e não treinou com a equipe.

Com isso, Lucas Fonseca deve formar a dupla de zaga titular com o capitão Tite.

esportes 8 | Natal Rio Grande do Norte | Domingo | 25 de novembro de 2012

Alvinegro carioca não tem mais ambição dentro do campeonato e já planeja a próxima temporada. Já o time mineiro, ainda busca a vice-liderança da competição e com isso a vaga direta na disputa da Taça Libertadores de 2013 [ SÉRIE A ]

Botafogo recebe o Atlético/MG ANDRÉ LUIS MELLO

FLÁVIO TAVARES / AE

esmo fora da briga pelo título, o Atlético-MG ainda briga pela viceliderança do Campeonato Brasileiro, que dá vaga direta para a Libertadores, com o Grêmio.

Para buscar a segunda colocação, os mineiros terão pela frente o Botafogo, hoje, às 16h (no RN) no Engenhão. Os cariocas não têm mais pretensão na competição, mas garantem estar motivados em busca dos três pontos. No Botafogo, o holandês Seedorf treinou normalmente durante a semana e está garantido para o duelo. No entanto, o técnico Oswaldo de Oliveira perdeu o atacante Bruno Mendes, que teve seu nome retirado do BID por conta de um problema jurídico envolvendo o Guarani (SP), seu ex-clube.

Com isso, Renato deve ficar como opção na reserva e Elkeson volta a ocupar o posto de atacante. O comandante alvinegro confia no retorno de Elkeson para suprir a ausência de Bruno Mendes. Oswaldo de Oliveira ressaltou que o meia ainda é o artilheiro do Botafogo no Brasileiro. “Elkeson é o artilheiro do Botafogo no campeonato, embora não tenha jogado a maioria dos jogos e tenha sido deslocado de outra função. Tem as características exigidas para a nova função e fez muitos gols. Ele tem 10 gols, se-

Cruzeiro enfrenta o Coritiba para confirmar vaga

M

Bernard, do Atlético/MG, foi eleito revelação do campeonato

ria interessante ver os gols e como fez, executando a função de atacante. Eu confio no Elkeson e ele vai iniciar a partida”, disse.

Terceiro colocado no Campeonato Brasileiro com 66 pontos, um a menos que o vice-líder Grêmio, o Atlético-MG precisa vencer o Botafogo e ainda torcer por tropeço do time gaúcho para retornar ao segundo lugar na competição nacional. Se isso ocorrer, e o Galo manter a posição até o fim, o clube mineiro garante vaga direta na fase de grupos da Libertadores. Para somar os três pontos ante o time da estrela solitária, o Atlético-MG terá que voltar a ven-

cer fora de casa, o que não acontece desde 21 de julho, vitória contra o Sport, na Ilha do Retiro.

Para o avante Jô, chegou a hora de voltar a ganhar longe do Independência. Segundo ele, o Galo fez uma ótima campanha e não pode passar sufoco para ficar com a segunda posição no Brasileiro.

“Para um time que fez um campeonato bom, tirando o Fluminense, que foi campeão, a gente não pode passar o sufoco no final. Temos que ter o objetivo de buscar o segundo lugar. Então temos que vencer. Vai ser bom para o time, para a torcida, para todo mundo vai ser bom. A gente tem um ob-

O experiente Seedorf retorna ao meio-campo titular do Botafogo

jetivo a ser alcançado, que é de conquistar o vice-campeonato e temos que entrar com atenção total”, declarou.

Para o jogo contra o Botafogo, o técnico Cuca não poderá contar com o lateral-direito Marcos Rocha, que recebeu o terceiro cartão amarelo contra o Atlético-GO. O comandante atleticano ainda não definiu o substituto, mas as opções são Carlos César, que é lateral de origem e o volante Serginho, que já foi improvisado no setor em várias ocasiões. Já Ronaldinho Gaúcho sentiu dores no joelho na sexta-feira e acabou vetado pelo departamento médico.

FICHA TÉCNICA BOTAFOGO ATLÉTICO-MG Jefferso;Lucas,Antônio Carlos,Dória e Márcio Azevedo;Gabriel,Seedorf,Fellype Gabriel,Lodeiro e Andrezinho;Elkeson.

Técnico:Oswaldo de Oliveira

Victor;Carlos César, Réver,Leonardo Silva e Júnior César; Pierre,Leandro Donizete,Guilherme e Escudero;Bernard e Jô.Técnico:Cuca

Estádio: Engenhão,no Rio de Janeiro (RJ) Hora:16h (no RN) Árbitro:Wilton Pereira Sampaio (GO) Assistentes:Márcio Luiz Augusto (SP) e João Patrício de Araújo (GO)

Nono colocado no Brasileiro com 49 pontos, o Cruzeiro precisa apenas de um empate contra o Coritiba, para confirmar vaga na Sul-Americana de 2013, objetivo da Raposa nesta reta final de Brasileiro. O duelo contra o Coxa acontece hoje, às 16h (no RN), no estádio Independência, na partida que marca a despedida da equipe celeste da torcida na atual temporada. O detalhe curioso é que mesmo que conquiste a vaga na Sul-Americana, o Cruzeiro pode não disputar a segunda competição mais importante das Américas. Isso pode acontecer por conta das regras estipuladas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que afirma que o time que chegar as oitavas de final da Copa do Brasil não poderá jogar a Sul-Americana.

Dessa forma, a participação no torneio internacional depende de um fracasso na Copa do Brasil. Alheio a essa questão, o técnico Celso Roth, que não estará no Cruzeiro em 2013, só pensa em terminar bem os dois últimos jogos do Brasileiro para deixar o comando da equipe mineira com dignidade.

DURA NA QUEDA A REVISTA DA TV É UM SUPLEMENTO DA TRIBUNA DO NORTE. NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

CAROLINA DIECKMANN DIZ NÃO QUESTIONAR AS CENAS FORTES QUE GRAVA EM ‘SALVE JORGE’ E FALA DE SUAS FOTOS ÍNTIMAS,VAZADAS NA WEB:‘NÃO FIZ NADA DE ERRADO’ [ PÁGINAS 6 E 7 ]

revista da tv Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 25 de novembro de 2012

imigrante em cena

esporte

beth berhrs

Nova minissérie da HBO, produzida pela O2 Filmes, “Destino: São Paulo” mostra estrangeiros que tentam a sorte na cidade. [ PÁGINA 8 ]

Os repórteres Mariana Becker (na foto, com Bruno Senna) e Carlos Gil contam detalhes da cobertura da Fórmula 1. [ PÁGINA 4 ]

Um papo com a atriz de “2 broke girls”, série que está na segunda temporada. [ PÁGINA 11 ]

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte

revista da tv

Domingo | 25 de novembro de 2012

TERÇA

QUARTA

QUINTA

SEXTA

Luiza fala para Mathias que voltará para a Suécia com a filha. Gil e Ju desistem de sabotar o namoro de Dinho e Lia. Rita aconselha Ju a tentar esquecer Dinho. Lia pede para tocar guitarra com Gil e Nando. Dinho vê Lia com Gil e a acusa de mentir para ficar com o grafiteiro no Misturama.

Dinho e Lia se arrumam para dormir no telhado e Ju implica com os dois. Lia fala para Lorenzo que sente saudade do pai. Rita e Mathias fazem um passeio em família.

Rita corta Bruno quando ele tenta se reaproximar. Nélio sai com Bárbara para jantar. Bruno vai atrás de Fatinha no hostel.

Lia decide levar Dinho para passear no barco de Rômulo, mas Alice não aprova a ideia. Fatinha pede para Ju ajudá-la a conquistar Bruno. Gil ajuda Ju com seu blog. Dinho fica encantado com a família de Lia. Fatinha decide usar a ação do CRAU para impressionar Bruno.

Gil e Ju se beijam.

Leandro se desespera quando Clô afirma que só assina o contrato se ele se casar com Isabela.

Gil dispensa Lia. Raquel fala discretamente com seu advogado. Um oficial de justiça entrega a Lorenzo uma notificação com o pedido de guarda de Raquel sobre suas filhas.

Zé Maria ensina Elias a jogar capoeira. Albertinho vai à casa de Isabel. Umberto se interessa por Catarina. Laura desaprova os métodos disciplinares da madre superiora. Laura conversa com Edgar. Umberto leva Catarina para seu apartamento. Isabel se aproxima de Elias.

Berenice sugere que Isabel adote Elias e Zenaide fica aflita. Guerra manda Jonas encontrar Alice.

Diva encontra Catarina em seu camarim. Isabel convida Matilde para trabalhar em sua casa. Nasce o filho de Praxedes. Bonifácio reclama por Edgar ter financiado o recital de Catarina.

Mário vê Diva e Frederico se beijando. Isabel recebe flores de Albertinho. Edgar pede que Catarina seja discreta na estreia do recital. Alice vai com Celinha procurar Jonas e Carlota as flagra. Carlota estranha a cumplicidade entre Celinha e Alice. Zé Maria vai ao encontro de Isabel.

Laura e Matilde torcem por Isabel.

Zé Maria e Isabel se encontram.

Constância procura Catarina e exige que ela desista do recital. Umberto se esconde para que Catarina não o veja. Constância exige que Albertinho se case com Esther o mais rápido possível. Zé Maria janta na casa de Isabel.

Sandra e Teresa chegam com o bebê. Fernando e Catarina ficam juntos. Fernando revela a Catarina que é irmão de Edgar. Fernando diz estar apaixonado por Catarina e Umberto fica tenso. Catarina afirma a Neusinha que fará com que Oswaldo publique o escândalo sobre Laura.

Otávio se culpa pelo acidente e afirma a Nando que cuidará de Charlô. Ulisses descobre que lutará no campeonato de MMA. Felipe descobre o plano de Charlô. Charlô pede para Otávio revelar seu segredo. Felipe chega à mansão.

Roberta não vê Nando chegar e fala sobre seus sentimentos.

Roberta perde a coragem de se declarar para Nando. Felipe conta para o tio que ele está sendo enganado. Felipe conta para Vânia o plano de vingança de Otávio.

Analú diz a Juliana que Nando é apaixonado por Roberta. Otávio leva Charlô para perto de um penhasco, e os dois acabam caindo.

Nando ajuda Charlô e Otávio. Kiko faz um pedido de explosivos. Vânia menciona o relatório de vendas e Felipe desconfia. Nando sonha com Juliana. Dino decide contar a Roberta que Nando não gosta dela. Charlô aconselha Roberta a assumir o romance com Nando durante a festa.

Carolina recebe um presente de Felipe e Vânia desconfia. Otávio decide conferir os cálculos de Felipe. Kiko testa seu experimento.

Carolina ajuda Otávio a entrar na sala de Charlô. Juliana e Vânia comentam sobre Roberta. Juliana procura Fábio. Zenon sequestra Carolina.

Lucilene avisa a Nieta que Carolina foi sequestrada. Otávio garante que vai desmascarar Charlô. Fábio diz a Juliana que Manoela quer trabalhar na Charlô’s para vigiá-lo. Roberta acha que Nando quer se declarar para ela. Dino desiste de contar a verdade para Roberta.

Bianca recebe um convite de Zyah para morar com ele. Waleska ajuda Jéssica. Wanda pede para Lívia ajudá-la com os bebês que vai entregar para adoção ilegal. Morena assina o contrato com Wanda. Érica decide namorar Élcio. Ayla se abriga na caverna de Zyah.

Theo e Morena terminam o noivado por causa da viagem. Zyah acolhe Ayla. Vizinhos veem Ayla e Zyah juntos e avisam Sarila.

Zyah decide se casar com Ayla.

Lívia diz a Wanda que colocou escuta na boate. Morena entrega seus documentos para Wanda.

Wanda avisa que vai com Morena para Istambul. Antônia recebe uma notificação para comparecer à delegacia. Érica beija Élcio após notar a presença de Theo.

Bianca termina seu noivado com Stênio e assume que está apaixonada por Zyah.

Helô explica a Antônia que Jéssica sumiu e que seu contrato foi assinado pela empresa que ela representa. Morena pede para receber o adiantamento de seu suposto salário. Zyah vê Bianca em sua caverna. Wanda entrega o passaporte para Morena.

Bianca e Zyah ficam juntos na caverna. Áurea conta para Érica que Theo terminou seu noivado.

Morena vê Theo dando carona para Érica. Morena liga para Theo e deixa um recado avisando que não viajará mais se ele quiser voltar com ela.

Alberto vai à casa de Cirilo e esclarece a situação. Na manhã seguinte, os pais são avisados por carta de que Suzana vai substituir Helena no segundo semestre.

Renê é entrevistado por Olivia e consegue o emprego. Suzana chama Renê para o baile de máscaras, na casa de Maria Joaquina.

No banheiro da festa, Suzana não vê Renê chegar. Renê olha para Helena, que logo repara nele. O casal começa a dançar, mas Valéria surge e puxa Helena. Renê tenta, sem êxito, perguntar seu nome. Na correria, ela deixa a máscara cair. Renê acha o objeto e, curioso, decide guardá-lo.

Renê circula pela festa à procura da mulher que perdeu a máscara.

Durante a festa, os convidados começam a sentir um odor horrível. Renê chega à Escola Mundial, vai à sala de música e começa a cantar e tocar violão. Ele se apresenta aos alunos e revela que estudou lá.

Helena e Renê observam os alunos tocando os instrumentos.

No ensaio da banda, Jaime começa a cantar. Helena se emociona. Helena vai para casa e pensa no homem mascarado do baile.

Renê descreve a mulher com quem dançou na festa e pergunta se Suzana a conhece.

Patrick se assusta com o beijo prolongado de Norma e Breno e quebra um copo de chope. Breno se afasta de Norma para respirar, ela diz que seus pais estão acreditando e o agarra novamente. Arthur dá em cima de Violeta.

Horácio e Etelvina aproveitam a ausência de Breno para perguntar a Patrick se o ator está interessado em Norma. Zé Maria tenta esquecer o cancelamento do programa do pinguim Patrick e se envolve nas gravações de “Socorro Paquetá”.

Isabel proíbe Thaís de falar com Eduardo e o acusa de pedofilia.

Norberto comemora por ter reconquistado Isabel. Marlene reclama de Lucas e Luiza conta para a mãe que Arthur traiu o filho com sua noiva, além de dar em cima de Violeta durante a festa.

Norberto remarca a consulta com Cremilda e a denuncia para a polícia por estelionato. Isabel diz a Mirela que não duvida mais de Norberto. Norberto vai até a casa de Diva e pede para reatar com ela.

Danilo beija Adriana. Norberto transa com Diva.

SEGUNDA

SÁBADO

Inter TV/Cabugi – Canal 11

MALHAÇÃO A chapa de Ju e Rita ganha por um voto. Cezar chega para buscar Marcela. Lia se veste com um terno do pai para ir à festa à fantasia. Marcela vai à casa de Lorenzo falar com Tatá. Gil passeia com Ju, deixando Nélio irritado. Bruno vê o beijo de Rita e Fera e decide ficar com Fatinha.

NÃO HÁ EXIBIÇÃO

Inter TV/Cabugi – Canal 11

LADO A LADO Isabel devolve a Constância o dinheiro que ela deu a Dorléac para pagar sua passagem.

Zenaide nega comida para Elias. Mário sente ciúmes de Diva. Jurema afirma que Zé Maria ainda ama Isabel. Catarina fala para Neusinha que vai acabar com a vida de Laura.

Inter TV/Cabugi – Canal 11

GUERRA DOS SEXOS Otávio chora ao ver Charlô acidentada. Nando avisa a Juliana sobre o acidente. Carolina pede para Ulisses manter Zenon afastado e o beija na frente do ex.

Otávio confessa que sempre foi apaixonado por Charlô. Juliana e Vânia descobrem que Charlô não se feriu gravemente.

Inter TV/Cabugi – Canal 11

SALVE JORGE Bianca sente medo do balão e se aproxima de Zyah. Sarila destrata Tamar e Ayla fica contrariada.

Morena pensa em contar para Theo sobre sua viagem depois do casamento. Amanda expulsa Caique da casa de Leonor. Bianca e Zyah se beijam.

TV Tropical – Canal 8

CARROSSEL Disfarçada, Graça faz teste para a vaga de professor de música e vai bem. Olivia leva um susto. Helena vai à casa de Maria Joaquina e consegue fazer com que ela conte toda a verdade. As duas vão até a casa de Jorge. Suzana diz que conhece um ótimo músico, o professor Renê.

NÃO HÁ EXIBIÇÃO

BALACOBACO TV ponta Negra– Canal 13

2

Danilo tenta justificar a presença de Eduardo na casa de Isabel. Isabel, a contragosto, deixa Eduardo entrar no seu apartamento e Danilo sai de fininho, para irritação da arquiteta. Luiza deixa Marlene perplexa ao afirmar que está apaixonada por Lucas.

NÃO HÁ EXIBIÇÃO

revista da tv

Domingo | 25 de novembro de 2012

ESPORTE

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte 3 FOTOS DE DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

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Sempre em alta velocidade Na cobertura da Fórmula 1, cuja temporada de 2012 chega ao fim hoje, Mariana Becker e Carlos Gil acumulam vistos no passaporte MARIA DA LUZ MIRANDA

hina, Índia, Austrália, Itália, Malásia, Japão, Bahrein, Alemanha, Cingapura, Canadá, Estados Unidos... A lista de países que os repórteres Mariana Becker e Carlos Gil ostentam no passaporte vai muito além de quatro linhas. Onde tem Grande Prêmio de Fórmula 1, eles estão no cockpit. A rotina é cansativa, mas as idas e vindas rendem muitas histórias e, claro, alguns embaraços. Ossos do ofício. Em esquema de revezamento, é deles a responsabilidade de fazer a cobertura do campeonato ao longo do ano. A última prova da temporada 2012, transmitida pela Globo hoje, às 14h, direto de Interlagos, em São Paulo, é tarefa de Carlos. Vença o alemão Sebastian Vettel ou o espanhol Fernando Alonso, a emoção, ambos garantem, é certa.

Na Globo há 11 anos, Carlos Gil fala sobre futebol, natação, vôlei ou basquete.

Mas foi a experiência em eventos internacionais, como as Olimpíadas de Pequim e a Copa do Mundo da África do Sul, que garantiram a ele o posto de repórter titular na cobertura da Fórmula 1. Em sua sétima temporada de grandes prêmios, ele já visitou nada menos que 40 países. Fazer malas às pressas não é bem um esporte, mas não chega a ser um problema. Atrasos em aeroportos, menos ainda. - Conhecer tantos lugares diferentes é uma experiência única de vida. E não só a experiência profissional, mas o traquejo e o jogo de cintura que se ganha a cada viagem. O meu ano se dá em função das provas. Há momentos em que eu gostaria de estar aqui, como os casamentos de grandes amigos, aniversários e nascimentos. Mas o que vivo e o que aprendo compensa - diz ele.

Carlos faz, em média, dez viagens por ano apenas por conta da F1. Se vai para a Europa, embarca na terça, trabalha de quinta a domingo, e volta na segunda.

Se é para a Ásia, lá se vai um dia para recuperar o fuso horário. Vem da China,

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aliás, um de seus casos mais caros: Há três anos, contratamos uma mulher como motorista e intérprete. Quando entramos no carro, ela não falava mais que três palavras em inglês. Hoje, ela continua nos atendendo, mas conversamos quase em um dialeto que inclui gestos e português.

Mariana Becker, na Globo desde 1995, também não é novata em salas de embarque ou nas pistas. Quando foi escalada para cobrir o circuito da Fórmula 1, já estava escolada no GP do Brasil. Na época, a emissora decidiu incluir uma mulher na equipe. Para quem já cobria rally (ela chegou a competir em três), não foi surpresa: Eu gostava de automobilismo, falava várias línguas e não via problema no ritmo intenso das viagens. Além disso, a ideia de entrar num meio majoritariamente masculino nunca me assustou.

Acho que as mulheres circulam bem, sim, na F1. É tudo uma questão de postura, assim como em qualquer meio.

Morando em Mônaco há três anos, Mariana está em sua sexta temporada na Fórmula 1 e diz que seu código genético já vem carimbado com visto. Meus avós deram a volta ao mundo nos anos 1950. Meu outro avô refez toda a fronteira do Brasil, do Oiapoque ao Chuí em 1923, como médico do Marechal Rondon - explica.

Graças à Fórmula 1, ela realizou o sonho de conhecer o Japão e a Índia. Na China, ganhou de um motorista patas de galinha em conserva para enganar a fome no trajeto até o hotel. Mariana diz que é do tipo que se emociona.

- Vitórias batalhadas me emocionam.

Também tenho vontade de chorar quando vejo homens chorando - afirma.

A maior emoção de Carlos foi em 2008, quando Felipe Massa perdeu o campeonato na última volta. - Até ali, o Brasil não tinha um campeão desde Ayrton Senna.

A gente cria um vínculo muito forte com os pilotos brasileiros, e o lado torcedor acaba aflorando - admite.

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1.TRABALHO. Mariana no GP de Abu Dhabi: entrar em um meio masculino não a assustou

2. DE FOLGA. Em Budapeste, o repórter conseguiu ter um dia de turista

3. PASSEIO. Mariana diz que seu código genético é carimbado com visto: avós fizeram grandes viagens

4. EM AÇÃO. Carlos Gil diz que programa seu ano de acordo com as provas do circuito da Fórmula 1

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Domingo | 25 de novembro de 2012 PAULA GIOLITO

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PERFIL

Do outro lado do mundo Correspondente da TV Globo no Japão, Roberto Kovalick fala sobre sua rotina no país,onde cobriu até um terremoto,em 2011 THAÍS BRITTO

oberto Kovalick já comeu, de sobremesa, sorvete de chá verde com calda de feijão. E aprendeu a gostar. Frango cru ele também já provou, mas diz que é ruim demais.

Usou loção para os pés durante um mês achando que era desodorante, e já apontou qualquer coisa no cardápio ao pedir comida em um restaurante, sem saber o que comeria ou quanto pagaria por aquilo. Isso tudo é apenas parte das experiências do jornalista no Japão, onde, há cerca de três anos e meio, dá expediente como correspondente da TV Globo. De férias no Brasil no mês passado, ele falou sobre o quanto tem aprendido no país asiático e sobre algumas coberturas emblemáticas, como a do terremoto que atingiu o norte do Japão, em 2011, provocando um acidente nuclear.

O gaúcho começou a carreira na RBS, antes de vir para o Rio de Janeiro para trabalhar na TV Globo. Depois de 10 anos, mudou-se para Brasília, onde ficou por seis anos, até estrear como correspondente em Nova York. Enquanto ainda trabalhava nos Estados Unidos, foi passar as férias no Japão e ficou encantado com o país. Na época, chegou a comentar com alguns colegas que adoraria ir morar no país, mas era praticamente impossível, já que o escritório da TV Globo na Ásia ficava na China. Ele não sabia era que isso estava prestes a mudar: Eu nem tinha muita esperança, porque o Japão é uma cidade muito cara. Manter uma estrutura lá custaria dez vezes mais do que na China. Mas aí, três ou quatro meses depois, fui chamado para uma reunião e fiquei sabendo que a Globo estava desenvolvendo um projeto para abrir um escritório em Tóquio em parceria com a IPC TV, uma afiliada que já tinha estúdio, cinegrafista, equipamentos e tudo mais.

A primeira barreira para a adaptação, segundo o jornalista, é mesmo a

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língua. Ele explica que, no início, é preciso lidar com a realidade de ser analfabeto, já que quase tudo é escrito com o alfabeto japonês. Em supermercados e restaurantes, já se meteu em algumas roubadas. Hoje, consegue manter conversas básicas e ler, em japonês, o nome do seu bairro e da cidade de Tóquio. Mas não muito mais do que isso. - No escritório a gente fala português, o que acaba dificultando meu aprendizado. Para o básico, eu me viro. Mas, às vezes, quando a pessoa não fala nada de inglês, complica. Aí, pego o telefone, ligo para alguém da IPC, às vezes nos horários mais terríveis, e peço: “Fala aqui com o motorista de táxi, por favor?”. E a pessoa faz a tradução por telefone - conta.

Se a língua complica a vida do estrangeiro morando em Tóquio, o altíssimo nível de organização da sociedade japonesa facilita. Kovalick e sua mulher adotaram uma frase, uma espécie de mantra, que explica um pouco essa situação: “Se está difícil, você está fazendo errado”. Tudo é feito para funcionar direito, ele conta, do transporte público à pontualidade em todo e qualquer compromisso firmado. A segurança e a honestidade são outras características positivas apontadas pelo correspondente. Ele diz que, quando alguém deixa cair qualquer coisa na rua, seja uma caneta, um celular ou um relógio caríssimo, os passantes pegam o objeto do chão - para não correr o risco de quebrar - e colocam no muro mais próximo. Assim, quem perdeu só precisa refazer o caminho olhando as paredes.

Mas é claro que embora esteja feliz do outro lado do mundo, o jornalista mantém sua visão crítica. Para ele, o país tem defeitos graves. Mas, em seu trabalho, Kovalick prefere focar naquilo que se pode aprender com os japoneses. - Claro que há coisas ruins. Uma delas é que a mulher é um cidadão de segunda classe no Japão. Além disso,

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essa expectativa de ter uma sociedade perfeita gera muita pressão social. E o japonês come baleia. Enfim, há muitas coisas que são inaceitáveis culturalmente para nós, mas acho mais proveitoso focar no que podemos aprender. Na época do terremoto, eles reconstruíram uma estrada em 6 dias. Houve prefeituras que devolveram dinheiro para a Cruz Vermelha. Havia pessoas dentro dos abrigos que se preocupavam em separar o lixo. A honestidade, a limpeza, são exemplos muito bacanas - defende.

De fato, o terremoto e o acidente nuclear na usina atômica de Fukushima, no ano passado, foram responsáveis por ensinar muito ao jornalista, que passou, ele mesmo, por maus bocados. Kovalick fazia uma reportagem numa pequena cidade próxima a Kyoto, no sul do Japão, quando o terremoto aconteceu. Pela TV, ele chegou a ver a onda da tsunami provocada pelo fenômeno. O problema é que sua mulher esta-

va em Tóquio, onde o impacto foi muito maior. As diversas horas que passou sem conseguir se comunicar com ela, ele diz, foram as mais difíceis.

- Só consegui chegar em Tóquio no dia seguinte e ela estava apavorada, tremia. Fiquei muito sensibilizado durante todo o tempo. É muito difícil cobrir algo quando sua família está envolvida. Se fosse só a minha segurança, tudo bem. Mas quando sua esposa é uma potencial vítima, é muita coisa para lidar. Ela ainda ficou mais uma semana em Tóquio, mas quando o perigo nuclear ficou muito grande, foi para Cingapura ficar com alguns amiARQUIVO PESSOAL gos. E eu já tinha seguido para Sendai, no norte, a cidade mais próxima do terremoto - conta o jornalista.

As dificuldades não foram poucas.

Kovalick lembra que, durante vários dias, ele e a equipe comeram apenas batata frita, único alimento que havia sobrado entre os mantimentos. Sua mulher chegou a tentar comer a comida do gato, já que em casa só restava chocolate e ela precisava de algo salgado.

Numa das noites, em Sendai, o repórter e a equipe dormiram na sala de uma braARQUIVO PESSOAL sileira que morava lá: no chão, no sofá e até embaixo da mesa. A falta de comida, combustível e até de um lugar para dormir eram ameaças diárias. Mas, hoje, ele até lembra de algumas histórias com humor: Um dia, nossa água tinha acabado e fomos cada um para um canto, tentar encontrar mais. Entrei num mercadinho e vi umas garrafas enormes. Comprei duas e voltei felicíssimo mostrando para o cinegrafista que tinha achado água. Ele virou para mim: “Água nada, você achou foi saquê!” - conta.

1.Correspondente.

Dentre os momentos mais emocioNo Japão há três nantes daquelas duas semanas em que anos e meio, se dedicou à cobertura do terremoto, Kovalick exalta a ele lembra do dia em que entrevistou um experiência de casal na fila para pegar o ônibus que deivida adquirida xaria Sendai, já que lá não havia mais com a função água ou comida. Com um bebê no colo, eles em nenhum momento pensa2.TRAGÉDIA. vam em reivindicar benefícios ou vanKovalick e tagens na fila. - As pessoas lá naturalequipe posam mente se sacrificam pela sociedade. Na trabalhando no dia fila havia muitos idosos. Muita gente teseguinte à tsunami ria motivo para entrar no ônibus antes. que atingiu o norte Mas ninguém quis isso. Eles entendem do Japão em 2011 que o sacrifício individual traz muito mais benefícios para todos. Comecei a 3.ÁSIA. chorar vendo aquilo - lembra.

Responsável por Entusiasta das regras e da organicobrir todo o zação do povo japonês, Kovalick concontinente,o ta que se diverte com as tradicionais jornalista viaja bizarrices que costuma ver na rua: É muito.Aqui,brinca um povo muito regrado e certinho, mas com um bebê tigre quando resolver ser maluco... Eles pina Tailândia sam na jaca com vontade.

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...THIAGUINHO E FALCÃO ESTARÃO NO PROGRAMA O programa irá ao ar semanalmente.Serão 26 episódios de 30 minutos de duração.O Multishow já recebeu mais de mil inscrições.A dupla Fernando e Sorocaba,Falcão e Thiaguinho vão participar do reality.

MÉDICI ESCREVE NOVA COMÉDIA celular,em bloquinhos...

Para entrar no clima da história,Suzana não foi ao Caribe ou ao Nordeste,onde as cenas são gravadas.Posicionou a mesa da sala do apartamento onde mora com o marido,o exportador de gado Diogo Sacco,de frente para a Lagoa de Marapendi e para a Praia da Barra.No som,Alejando Sanz e Shakira.

Ela preparou,como sempre,álbuns

com recortes,fotos e dizeres sobre o universo da trama (na foto).Mesmo diante de tanto trabalho,a atriz,de 36 anos,não descarta a possibilidade de ser mãe.

- Diogo me dá tranquilidade.Ele operou milagres.Já consigo conversar sobre ter um filho,mas não é para agora.Fui adiando isso e já entendi que vou ser mãe mais velha.

ATRIZ RENOVA COM A RECORD Pérola Faria,que estava no ar em “Rebelde”, acaba de renovar seu contrato com a Record por prazo longo.A atriz - que estreou na TV em “Páginas da vida”, de Manoel Carlos ,exibida em 2006 - é exclusiva da emissora pelos próximos cinco anos.

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Para a repetição de atores,que segue sem solução na TV Globo.Alguns exemplos: Thiago Martins,que acabou de interpretar Leandro em “Avenida Brasil”, está no ar no Vale a Pena Ver de Novo e em “Louco por elas”. Alinne Moraes e Rosi Campos,ambas do elenco de “Da cor do pecado”, voltam à noite em “Como aproveitar o fim do mundo”e “Salve Jorge”, respectivamente.

DE MILICIANO A CARCEREIRO Depois de interpretar um miliciano no filme “Tropa de elite 2”, Sandro Rocha será um carcereiro na série “José - De escravo a governador”, da Record.

Veja abaixo a sua primeira foto com o figurino de Seneb.

No ar em “Salve Jorge”, Paloma Bernardi ficou feliz dia desses,em Natal,quando uma fã pediu para fazer uma foto com seu namorado,Thiago Martins,e quis que a atriz ficasse de fora.“Ela disse que eu estou nojenta na novela”.

TIEFENTHALER EM VERSÃO MULTIMÍDIA No ar em “Suburbia”e no “Larica total”, Paulo Tiefenthaler lançará,com o músico Botika e o artista plástico Alexandre Vogler,o espetáculo multimídia “Aplique de carne”. A instalação ocupará uma galeria de arte em Minas e terá apresentações de música,dança e teatro.

ZECA BALEIRO GRAVA COMO CAÇA-VAMPIROS

RITA GUEDES SERÁ DOCEIRA EM NOVELA

Zeca Baleiro gravou uma participação especial para o “Casseta & Planeta - Vai fundo”. No episódio com tema sobrenatural,no ar sexta-feira,o cantor aparecerá num vestiário masculino para salvar os atletas de Vampiru, personagem de Reinado.

Rita Guedes está fazendo curso de confeitaria para interpretar a doceira Dora em “Flor do Caribe”, próxima novela das 18h da Globo.Conhecida pelos papéis sensuais,a atriz voltará à TV num personagem diferente: será uma mulher simples,com passado sofrido.

MICHEL ANGELO/RECORD

ALEX CARVALHO/TV GLOBO

FÃ QUER FOTO DE THIAGO SEM BERNARDI

Não

48,08%

Marcelo Médici,que estará na microssérie “O canto da Sereia”, voltou a escrever para o teatro depois de oito anos.Autor de “Cada um com seus pobrema”, ele trabalha o texto de uma comédia, que deve estrear ano que vem.

RANKING DA PATRÍCIA

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Sim

O Multishow vai estrear,ano que vem,um reality que mostrará a rotina do produtor musical Rick Bonadio em seu estúdio de gravação,em São Paulo.Na atração,serão escolhidas cinco meninas para formar uma banda.

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Para Maria Clara Gueiros e Álamo Facó, intérpretes de Neusinha e Quequé em “Lado a lado”, novela de João Ximenes Braga e Cláudia Lage dirigida por Dennis Carvalho. Ótimos atores,eles têm química em cena e vêm arrasando nas sequências em que a ardilosa ex-camareira consegue o que quer enganando o contrarregra bobalhão do Teatro Alheira.

VOCÊ CONHECIA BEM A HISTÓRIA DA REVOLTA DA CHIBATA ANTES DE ‘LADO A LADO’?

MULTISHOW VAI FORMAR BANDA EM ‘REALITY’...

PAULA GIOLITO

onhecida pela atuação em novelas como “Gabriela” (2012) e “Fina Estampa” (2011); e com quase 20 anos de carreira no teatro (há seis encena o monólogo “De perto,ela não é normal!”, de sua autoria),Suzana Pires está diante de seu maior desafio profissional:colaborar com Walther Negrão nos textos da próxima novela das 18h,“Flor do Caribe”.

Suzana também fará uma participação especial na trama,que gira em torno do triângulo amoroso formado por Grazi Massafera,Henri Castelli e Igor Rickli.

A próxima novela das 18h está sendo escrita desde 2011,quando a atriz estava no ar em “Fina estampa”.

Formada em filosofia,Suzana sempre conciliou o ofício de autora com seus papéis na TV.Foi assim também quando escreveu para o humorístico “Os caras de pau”. Ela conta como recebeu o convite para fazer seu primeiro folhetim: - Negrão pediu para ver minha peça e me chamou para a sua equipe.

Escrever para uma novela é ser artesão em escala industrial.Não tenho rotina.Anoto as ideias no

ENQUETE

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Atrás da câmera, diante do laptop COM FLORENÇA MAZZA E ANA LUIZA SANTIAGO, CLARA PASSI E RAFAELA SANTOS KOGUT@GLOBO.COM.BR

PAT R Í C I A KOGUT

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Domingo | 25 de novembro de 2012 DANIELA DACORSO

CAPA

No ar em ‘Salve Jorge’, Carolina Dieckmann afirma viver seu personagem mais difícil e garante não ter ficado traumatizada ao ver suas fotos íntimas expostas na rede

DRAMA, SÓ NA NOVELA

ZEAN BRAVO

arolina Dieckmann ficou muda diante da TV ao ver sua estreia em “Salve Jorge”. Ao ser apresentada na trama, Jéssica, sua personagem, descobre que não está em Madri para trabalhar como balconista de uma pizzaria. Depois de perceber que foi traficada para ser prostituta no exterior, a jovem protagoniza uma cena violentíssima: é estapeada, tem a blusa rasgada e fica com os seios à mostra. Um dos maio-

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res destaques deste primeiro mês da trama escrita por Gloria Perez para o horário nobre da Globo, Carolina se surpreendeu com a crueza da sequência.

- Gravei a cena exatamente como foi escrita. Mas faço isso há anos, e sei que mulher com o peito de fora em novela das oito não vai ao ar. Ao assistir, fiquei muito assustada, perdi a ação. Pensei: “Como isso passou?”. Foi muito explícito. O peito de fora, o tapa, a roupa rasgada... Aquilo redimensionou a minha expectativa - admite Carolina.

Dali em diante, a atriz se preparou para encarar o realismo das próximas cenas. É através de Jéssica que a campanha social da novela, o alerta sobre o tráfico de seres humanos, está sendo apresentado ao telespectador. Esse será o grande drama de Morena (Nanda Costa), que, assim como Jéssica, irá para o exterior iludida pela chance de ganhar dinheiro rápido. As duas personagens se encontrarão na Turquia. Mas o destino da jovem feita por Carolina deverá ser a morte.

ESCÂNDALO. A atriz já superou o vazamento de imagens íntimas que estavam em seu e-mail: “Estava vivendo a minha vida”, afirma

- Até onde eu sei, estou ali para uma participação. A duração vai depender da necessidade da autora. A minha função é introduzir esse assunto de maneira lenta e consistente. Acho importante acontecer algo dramático com a Jéssica. A protagonista da Gloria vai ser traficada, e isso dará o tom do que ainda vai se passar na novela.

Vinda de um papel recente - a periguete Teodora, de “Fina estampa” (2011/2012) -, Carolina se jogou com tudo no atual trabalho. - Eu não economizo nada. Se tem que tirar a roupa não fico discutindo. Na sequência do estupro eu não fui perguntar: “Precisa disso?”. Li e achei forte demais, mas fiz - assume, durante entrevista à Revista da TV no playground do prédio onde mora, em São Conrado.

A impactante cena do abuso sexual sofrido por Jéssica foi gravada conforme mandava o roteiro. E sem dublê, segundo a atriz. No ar, pouco se viu. A ação foi mais sugerida do que mostrada. Em seu Twitter, a autora da novela explicou que prevaleceu o bom senso. Carolina concorda com o corte: Eles viram a cena montada e avaliaram que não era necessário mostrar tudo como foi gravado. Ninguém teve dúvidas que ela foi estuprada. O importante é contar a história.

Outro momento de forte impacto, o espancamento de Jéssica, também não foi exibido na íntegra: A cena original era uma loucura. Demorava um minuto e meio, o que é uma eternidade na TV. Ali, tive dublê.

Carolina não pretendia voltar tão cedo às novelas. Mas considerou Jéssica “irrecusável”. O bom momento profissional serviu para encerrar um período conturbado. Há sete meses, ela estava envolvida com o filme “Pele de cordeiro” quando soube do vazamento de suas fotos íntimas na web.

Na ocasião, a atriz não cedeu à chantagem de um hacker que pediu dinheiro para não divulgar as tais imagens. E o crime virou assunto nacional.

- Passei uma semana bem paranoica, pensando: “Será que joguei um chip no lixo e meu porteiro achou? Quem fez isso?”. Eu não preenchi nenhum formulário online e nem dei mole algum. O hacker entrou no meu e-mail e achou as fotos que eu tinha mandado para o meu marido (Tiago Worcman, gerente de programação do GNT) nos enviados - detalha.

Para ela, o crime do qual foi vítima foi mais grave do que toda a sua exposição: Não houve espaço para eu me preocupar com as fotos. Tudo era mais complexo.

Uma pessoa que eu não conhecia teve acesso a todos os dados. Sabia os meus endereços e senhas de banco. Isso me assustou. Tá, tinha as fotos também. Todo mundo me viu pelada, dãããmm, e daí?

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TV GLOBO/JOÃO MIGUEL JÚNIOR

A atriz afirma que em nenhum momento se preocupou com a opinião de quem a julgou por ter feito as fotos. E que seu marido “não ficou encanado” com este fato isolado. - Não fiz nada de errado.

Estava vivendo a minha vida. Desculpa, são fotos que eu olho e não me envergonho. Você acha que eu iria mandar para o meu marido se estivesse baranga? Não era para todo mundo ver. As minhas amigas até brincam: “Carol, você tá incrível”.

Sim, eu tô ajeitada - diz, dando sinais de que tudo já foi superado.

Este mês, o caso voltou a ser notícia quando a Lei Carolina Dieckmann, que prevê a punição para crimes virtuais, foi aprovada em Brasília pela Câmara. Agora irá à sanção presidencial. - Tomara que eu não precise usar essa lei. O que aconteceu comigo serviu para alguma coisa.

O caso me deixou tão exposta, mas não foi em vão - diz.

A vida seguiu. E Carolina voltou a usar a internet normalmente, mesmo sem se sentir 100% segura ali: Não fiquei traumatizada. Se você tem um carro roubado, por exemplo, torce para não acontecer de novo. Mas não deixa de andar de

JÉSSICA. Atriz ficou sem ação ao se ver nas primeiras cenas:“Achei que mulher com peito de fora não fosse ao ar”

SUPRASSUMO. Carolina comemora a grande carga dramática do personagem atual:“Neste trabalho não tenho aquela coisa de gravar 30 cenas por dia, sendo que 20 são apenas para contar a vida da personagem”

carro. Já tive cartão clonado e a senha do Twitter hackeada. Pelo menos agora existe uma legislação, e os crimes não ficarão impunes.

Mãe de Davi, de 13 anos, do relacionamento com o ator Marcos Frota, e de José, de 5 anos, do atual casamento com Worcman, Carolina ficou horrorizada com o que poderia chegar até os seus filhos após o episódio das fotos vazadas: - Davi não viu nada, e o José muito menos. Poderiam ter acontecido outras coisas, e essa história teria tido outro peso na minha vida. Mas o Davi mesmo fala: “Ah, mamãe, isso é coisa que acontece na sua profissão, né?”. Ele leu que a (atriz americana) Scarlett Johansson também teve fotos hackeadas. E fica achando que uma atriz é uma pessoa que desperta o interesse das pessoas. Para ele isso é chato, mas faz parte da vida de uma pessoa famosa. Então, dane-se o resto.

O fato de o crime não ter afetado seus filhos também tranquiliza Carolina.

Atualmente, suas energias estão todas voltadas para o trabalho. Tanto que ela não pensa duas vezes ao classificar Jéssica como sua personagem mais difícil até aqui.

- A minha ambição hoje é ter personagens de conteúdo, que me possibilitem olhar para a minha carreira e tentar fazer diferente, melhor. Estou em outra cadência com a Jéssica. Fico numa outra esfera agora no trabalho. Há toda uma atmosfera naquele núcleo em que gravo. Todo o elenco de apoio é muito bom, e as meninas

também ficam muito concentradas antes das cenas - observa.

Aos 34 anos, Carolina é um rosto conhecido da TV desde a sua adolescência. Ela estreou no vídeo na minissérie “Sex appeal”, de 1993. Com mais de 15 novelas na carreira, afirma só ter tido a certeza de que seguiria mesmo a profissão depois de interpretar Camila, a jovem que enfrentava uma leucemia em “Laços de família” (2000).

- Eu comecei na televisão depois de passar num teste e fui meio numa onda.

Mas poderia ter ido estudar Arquitetura ou Direito. “Laços” foi o primeiro trabalho depois do nascimento do Davi. Ali eu pensei: “Você veio nesta vida para ser atriz”. Descobri um bichinho que me come por dentro e isso é para sempre - afirma.

A personagem escrita por Manoel Carlos está entre seus tipos preferidos.

Nesta mesma galeria estão os dois papéis vividos em “Senhora do destino” (2004), de Aguinaldo Silva: a fase jovem de Maria do Carmo e sua filha sequestrada, Isabel.

- Eu tinha um sotaque na primeira fase da novela e fui gravar as primeiras cenas numa cidadezinha no fim do mundo. Foi enriquecedor - aponta a atriz.

Para o atual papel, ela contou com a ajuda da preparadora de elenco Camilla Amado. Trabalharam a forma de falar o texto e a respiração. E criaram para Jéssica uma voz menos aguda que a de Carolina.

- Senti a necessidade de buscar um trabalho técnico que nunca tinha feito. É muita responsabilidade, né? Tem uma campanha por trás disso, existe o drama da personagem e todo uma expectativa.

Para mim, é desgastante - assume.

Durona diante das câmeras ao viver a jovem inconformada com sua situação extrema, Carolina cai em prantos constantemente nos bastidores: Tive a preocupação de não ficar me vitimizando nem com pena da personagem. Fiz todo um trabalho para isso. Mas depois de gravar eu desabo. Fico modificada.

Eu nem sei como agiria nesta mesma situação. Ficaria muito mais desesperada do que a Jéssica. Eu choraria muito mais que ela. Ela é reativa, não cede nem mesmo depois de ser espancada, estuprada...

Com preferências por mocinhas e apenas uma vilã em novelas - a platinada Leona, de “Cobras & lagartos” (2006) - Carolina afirma não levar as personagens para casa. - Tenho minhas crises de choro lá mesmo. Fica tudo no estúdio - garante.

Com Jéssica, não há descanso. Todos os momentos da personagem exigem uma carga dramática.

- Neste trabalho não tenho aquela coisa de novela de gravar 30 cenas por dia, sendo que 20 são apenas para contar a vida da personagem e as outras 10 são as importantes. Hoje não vou ao Projac gravar qualquer coisa. Para uma atriz, isso é o suprassumo - destaca.

DANIELA DACORSO

DANIELA DACORSO

DANIELA DACORSO

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Domingo | 25 de novembro de 2012 FOTOS DE DIVULGAÇÃO

ESTREIA

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Uma outra visão da cidade Minissérie de ficção produzida pela O2 Filmes,‘Destino: São Paulo’ estreia hoje na HBO, com imigrantes e não-atores no elenco ZEAN BRAVO

ois chilenos e um argentino que sobrevivem dos malabarismos que fazem nas ruas, um boliviano vítima do bullying dos colegas da escola, um nigeriano envolvido com o tráfico de drogas, e o pai judeu tradicional que não aceita o filho gay.

Para retratar a vida de diferentes grupos de pessoas que desembarcam diariamente em São Paulo, vindas de outros lugares, a O2 Filmes foi atrás de imigrantes reais.

Formado quase que unicamente por não-atores, o elenco da minissérie de ficção “Destino: São Paulo” promete surpreender. A produção nacional de seis episódios, cada um com duração de 30 minutos, estreia hoje, às 23h, na HBO. - Seria complicado encontrar atores profissionais com as características que precisávamos para os personagens. Por isso, optamos por formar esse elenco de não-atores e decidimos preparar as pessoas para atuar - explica o diretorgeral Fábio Mendonça, também responsável pela criação do programa com Teodoro Poppovic.

Ele dividiu o comando dos episódios com Alex Gabassi. Mas recebeu a contribuição direta do elenco que formou.

- Eles trouxeram um jeito próprio de falar (todos utilizam seus idiomas em cena e suas falas fo-

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ram legendadas). Isso deixou tudo mais autêntico. Foi trabalhoso.

Eles não passaram por uma escola de interpretação, e tivemos que começar do básico - conta Mendonça.

De acordo com o diretor-geral, a minissérie fala mais sobre pequenas histórias passadas em diferentes comunidades do que propriamente de São Paulo. Cada um dos seis episódios tem uma direção de arte própria. Em cena, serão mostrados coreanos, africanos, argentinos, chilenos, chineses, judeus e bolivianos. Esse último grupo protagoniza “Dia da independência”, o episódio de estreia, que fala do menino boliviano enfrentando a violência dos colegas de escola. Mãe e filho reais vivem os personagens.

- Tem sutilezas muito interessantes em cada um desses grupos - conta Gabassi, diretor de “Dia de independência”. - Ao escrever o roteiro, percebemos que os bolivianos, por exemplo, são pessoas muito silenciosas e quietas.

O estilista Alexandre Herchcovitch e seu pai, Benjamin Herchcovitch, repetem o parentesco também na ficção no episódio “O noivo do filho”, sobre judeus. Apesar de ainda nem ter estreado na TV, o projeto já tem uma segunda temporada de mais seis episódios em produção. Na próxima, o destino será o Rio de Janeiro.

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1. BOLIVIANOS. No episódio de estreia,“Dia da independência”, uma criança boliviana sofre bullying na escola

2. AFRICANOS. A trama do nigeriano que busca o respeito do irmão, mas se envolve em negócios ilícitos é mostrada em “Sereno”

3. LATINOS. Em “Pão e circo”, um grupo de amigos chilenos e argentinos ganham dinheiro nas ruas com malabarismo

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4. COREANOS. Cada episódio tem uma direção de arte própria: “O banquete do avô”foi filmado em ritmo de anime

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ROBIN HOOD.Russell Crowe faz o personagem-título no filme de Ridley Scott

MISSÃO BABILÔNIA. Vin Diesel contracena com Mélanie Thierry

ROBIN HOOD RECORD,22:00 (EUA 2010). DE RIDLEY SCOTT. AVENTURA.Após “Gladiador”, Crowe e Scott trabalharam juntos em outros filmes,como “Rede de intrigas”(2008).

Programado para hoje,este é o quinto filme em conjunto da dupla.Já com a carreira em declínio,o ator,tido como um sujeito de temperamento difícil em Hollywood,interpreta o famoso arqueiro que rouba dos ricos para dar aos pobres.

ZEAN BRAVO revistadatv@oglobo.com.br

FILMES DE HOJE

FOTOS DE DIVULGAÇÃO

MISSÃO BABILÔNIA ATRAVÉS DA JANELA.Laura Cardoso e Fransérgio Araújo interpretam mãe e filho em uma relação conflituosa

Através da janela CANAL BRASIL,14:15

FIQUE DE OLHO ESTRELA DE “ATRAVÉS DA JANELA”, LAURA CARDOSO APARECE EM UMA PARTICIPAÇÃO

(BRASIL,2000).DE TATA AMARAL.DRAMA.Atriz em pleno exercício do seu ofício aos 85 anos de idade e 60 de carreira,Laura Cardoso costuma se destacar em seu trabalho independentemente do veículo em que atua.Neste premiado segundo longa-metragem da carreira de Tata Amaral (de “Um céu de estrelas”, 1997),a veterana domina as atenções ao interpretar Selma.Enfermeira aposentada,ela é extremamente apegada ao filho,Raimundo (Fransérgio Araújo),que,por sua vez,tem uma relação quase edipiana com a mãe.A trama assume ares trágicos depois que Selma detecta uma inesperada mudança de comportamento no jovem.

PROGRAMAÇÃO

COMO A AVÓ DE

DEBORA LAMM NA COMÉDIA “MUITA CALMA NESSA HORA”

(2010).DIRIGIDO POR FELIPE JOFFILY E COM ROTEIRO DE

BRUNO MAZZEO, O FILME PASSA HOJE NO

MEGAPIX, ÀS 20H05M.

TV Brasil TV Brasil 06:30-Sustentáculos 07:00-Palavras de vida 08:00-Santa Missa 09:00-Viola, minha viola 10:15-O Brasil tem disso 11:15-Senha verde 11:30-A turma do Pererê 12:00-ABZ do Ziraldo 12:30-Um menino muitomaluquinho 13:00-Castelo Rá Tim Bum 13:30-TV Piá 14:00-Anabel 14:15-Carrapatos e catapultas 14:30-Meu amigãozão 14:45-Cocoricó na cidade 15:00-Escola pra cachorro 15:15-Tromba trem 15:30-Senha verde 15:45-Curta criança 16:00-Papo de mãe 17:00-O planeta azul V— Mares sazonais 18:00-Samba na Gamboa 19:00-América Latina tal como somos

20:00-Conexão Roberto D'Avila 21:00-Esportvisão 22:00-Revista do cinema 22:30-Soy louco por ti cinema — O toque do oboé 00:30-Curta TV 01:00-DOC TV Latino América 02:00-Esportvisão 03:00-DOC TV (Afrodescendentes) — Sou negro, não sei sambar 04:00-Telecurso tecendo o saber 04:30-Telecurso ensino médio 04:45-Telecurso ensino fundamental 05:00-Telecurso TEC 05:15-Telecurso profissionalizante 05:30-Salto para o futuro

Globo 05:30-Santa missa 06:30-Sagrado 06:40-Globo comunidade 07:10-Pequenas empresas grandes negócios 07:50-Globo rural 08:55-Auto esporte 09:30-Esporte espetacular 12:15-The voice Brasil

GLADIADOR SPACE,16:15 (EUA,2000). DE RIDLEY SCOTT.DRAMA.Russell Crowe chegou ao auge da carreira ao interpretar Maximus, o general romano que se torna um gladiador vitorioso e reconhecido depois de amargar uma tragédia pessoal.O personagem rendeu um Oscar de melhor ator ao neozelandês naturalizado australiano,hoje com 48 anos.O épico romano marca ainda o início da parceria de Crowe com o cineasta Ridley Scott.Nesta arrebatadora fita,quem também se destaca é o ator Joaquin Phoenix,no papel do jovem imperador Commodos.

GLOBO,23:20 (FRANÇA,EUA,2008). DE MATHIEU KASSOVITZ.FICÇÃO CIENTÍFICA.Astro das franquias “Velozes e furiosos” e “Triplo X”,Vin Diesel interpreta o mercenário Toorop neste longa passado no futuro.Ele é um homem misterioso que tem por lei matar ou morrer.Agora,acaba de ser destacado para escoltar a jovem Aurora (Mélanie Thierry) da Mongólia a Nova York.A fita é dirigida pelo também ator Mathieu Kassovitz,de “Na companhia do medo”(2003).

13:30-Fórmula 1 GP do Brasil 15:55-The voice Brasil 16:30-Campeonato Brasileiro - Sport x Fluminense 19:00-Domingão do Faustão 21:00-Fantástico 23:20-Domingo maior:Missão Babilônia 01:00-Sessão de Gala:Marcas da violência 02:35-Corujão

22:00-WWE Smackdown 23:00-Dr. Hollywood Brasil 23:45-É notícia 00:45-Good News 01:15-Bola na rede 01:45-Super papo 03:00-Igreja da Graça

Rede TV

06:00-Show de desenhos 07:00-Gerando vencedores 07:30-Exerça sua fé 08:00-Igreja batista da Barra 09:00-Multirio 10:00-Comunidade na TV 10:30-Auto+ 11:00-Infomercial 12:05-Sessão livre 14:00-Band Esporte Clube 16:00-Gol,o grande momento do futebol 16:30-Campeonato Brasileiro 18:50-Terceiro tempo 21:00-Pânico na Band 00:00-Canal livrecom Sabrina Sato 01:00-Projeto nova vida 02:00-Show mix 02:25-Cinema na madrugada: “Emboscada” 04:10-Trabalho sujo 05:10-Popcorn

06:00-Programa Ultrafarma 08:00-Igreja mundial 09:55-Copa paulista 12:00-Médico de almas e corpos 13:00-Parceria 14:00-Pé na estrada 14:30-Parceria 15:15-A hora e a vez da pequena empresa 15:30-Super papo 15:45-Olhar digital 16:15-Transição 16:45-Água, um bem precioso 17:00-Galinha morta 17:15-Pague menos 17:45-Ritmo Brasil 18:15-O último passageiro 19:30-Super Bull Brasil 20:30-Star trek 21:30-Tá gravado

Band

SBT 06:00-Aventura selvagem 06:30-Pesca alternativa 07:30-Brasil caminhoneiro 08:00-A grande ideia 08:30-Vrum 09:00-Chaves 11:00-Domingo legal 15:00-Eliana 19:00-Vamos brincar de forca 19:45-Programa Silvio Santos 00:00-De frente com Gabi 01:00-O mentalista 02:00-Arquivo morto 03:00-Chase 04:00-Jornal do SBT

Record 06:30-Desenhos bíblicos 08:00-Domingo de prêmios 08:30-Record kids 12:15-Tudo é possível: com Ana Hickmann 15:00-Top model 16:15-Programa do Gugu 20:30-Domingo espetacular 23:15-Repórter Record 00:15-Todo mundo odeia o Chris

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10 Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte COLUNA DO

Clube do Assinante

revista da tv

Domingo | 25 de novembro de 2012

SERIAIS LIV BRANDÃO E TATIANA CONTREIRAS seriaais@oglobo.com.br

Promoções e descontos renovados a cada domingo

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Sem dinheiro, mas com muita pose

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eth Behrs diz que gosta de fazer os outros rirem. É de se imaginar, a tirar pelas cenas que a atriz já viveu em “2 broke girls”, cuja segunda temporada está no ar na Warner. Nos novos episódios, a ex-milionária e atual garçonete dura feito coco Caroline Channing parece mostrar que, finalmente, a convivência com a marrenta Max (Kat Dennings) surtiu efeito.

Juntas, as duas continuam tentando levar adiante o projeto de uma loja de cupcakes. Numa versão moderna - e mais feminina - de Pinky e Cérebro (lembra deles?), a dupla tenta dominar o mundo. Ou, pelo menos, conseguir pagar as contas. E, se sobrar um troco da gorjeta na lanchonete onde trabalha para comprar novos sapatos, a patricinha Caroline sempre agradece.

- Antes de entrar em “2 broke girls”, eu me dividia em quatro empregos. A parte em que Caroline fica pobre eu entendia perfeitamente - admite Beth, em entrevista por telefone a jornalistas da América Latina, com a mesma risadinha que empresta à personagem. - Tenho muito a ver com Caroline. Nós duas somos do tipo que vê o copo metade cheio, e não metade vazio. Também tive formação universitária e sempre trabalhei duro, mas nunca fui tão rica quanto ela. Muitos dos meus amigos da época de faculdade não podem pagar para ir ao cinema, por exemplo. E eu sei o que é isso. Hoje, amo acordar de manhã, porque estou na série.

No começo da atual temporada, o público finalmente viu o rosto de Martin Channing (vivido por Stephen Weber), pai da garçonete. Preso por cometer crimes de colarinho branco e lavar rios de dinheiro, ele sempre foi uma grande influência na vida da moça. Depois de perder seus bens, Caroline foi parar em Williamsburg, região hipster de Nova York. Foi lá que arrumou o emprego num diner e a amizade que lhe salvou a vida, a pobretona porém esperta Max.

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■As promoções publicadas na Coluna do Clube do Assinante são exclusivas para assinantes da TRIBUNA DO NORTE, PESSOAS FÍSICAS. ■Desconto não acumulativo.

■ Para ter direito à promoção,o assinante deverá apresentar a carteira do Clube e a Identidade no ato da compra.

■Contatos para credenciamento: Depto.de Marketing.Tel.4006-6100,R.6262.

■e- mail.mkttn@tribunadonorte.com.br; clube@tribunadonorte.com.br

COMTINUA NA PÁGINA 11

TV. Hoje na pele de Caroline em “2 broke girls”, Beth diz que se dividia em quatro

Domingo | 25 de novembro de 2012

revista da tv

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte 11

MAIS - MAIS LIV BRANDÃO E TATIANA CONTREIRAS seriaais@oglobo.com.br

SERIAIS

AGÊNCIA O GLOBO

SOBE E DESCE

PODE NÃO SER O ÚLTIMO BISCOITO DO PACOTE...MAS “GO ON”TRAZ MATTHEW PERRY DE VOLTA À TV,E ISSO JÁ BASTA!

Enquanto não se firmam como empresárias do ramo da confeitaria,Max e Caroline ralam pesado na lanchonete de Han,em “2 broke girls”.Mas a dupla não foi a única a servir mesas na TV...

<<- O pai sempre foi uma parte importante da vida de Caroline.Mesmo a fazendo sofrer,ela sempre se importou com ele.Martin é seu pai, sua família e uma inspiração - explica Beth.

A atriz comemora a fase mais espertinha de Caroline.Nos novos episódios,ela chega a remendar um sapato chique com chiclete e até fita crepe.Mesmo pobre,a personagem não desce do salto.Em um determinado momento,incentiva a amiga a participar de um desses reality shows de comida,o “Cupcake wars”, no qual duplas disputam quem faz o melhor bolinho.Definitivamente, Caroline se matriculou na escola da vida.Em breve,a moça ganhará um interesse amoroso: Andy (Ryan Hansen),dono de uma loja de doces que a verá em situações vexatórias.

- O foco de Caroline sempre foi o trabalho,e o negócio de cupcakes que poderia tirá-la dessa dureza.Ela sempre fez parte de um grupo privilegiado da sociedade,e agora está sendo educada por Max,que sabe como é a vida nas ruas.Caroline está se tornando mais esperta, mais safa - comemora a atriz,lembrando que a

PASSA A RÉGUA

atual situação econômica nos EUA acaba fazendo com que muitas telespectadoras se identifiquem com as moças batalhadoras.

Fã de séries como “Friends”na adolescência, Beth é do tipo viciada em séries.

- Gravo tudo! Normalmente tiro as manhãs de sábado e domingo para me atualizar.

“Homeland”é minha favorita.Também sou fã de “Mad men”, acho “Modern family”hilária e amo “Downton Abbey”- conta.

Por vezes apontada como um tanto sexista (a verdade é que,na atual conjuntura dos seriados ,ninguém tem a língua mais afiada que a malandrinha Max),a série deu a Beth (que não, não lê as críticas) mais que um trabalho:assim como Caroline,ela ganhou uma amiga.Kat e Beth viajaram juntas para a Europa nas férias.

Mas,afinal,a atriz ainda consegue comer cupcakes,vendo tantos deles no set?

- Sabe o que é engraçado? Eu gosto dos bolinhos,não da cobertura deles.Mas depois de um dia inteiro no set,vendo cupcake em todos os cantos,acabo comendo tudo...Mas, durante o fim de semana,nem olho para eles!

AP/MARIO PEREZ

DIVULGAÇÃO

O INÍCIO DAS NOVAS TEMPORADAS DE “THE BIG BANG THEORY”E “MODERN FAMILY”FOI FRACO, NÉ? TOMARA QUE MELHOREM!

Depois de “Veep”(foto),Anna Chlumsky (a eterna garotinha do filme “Meu primeiro amor”) vai estender sua participação na TV em “Hannibal”. Na nova série da NBC baseada no serial killer,a atriz de 31 anos viverá uma agente do FBI.O projeto é de Bryan Fuller,de “Pushing daisies”.

MAIS FUMAÇA NA TV Os produtores de “Entourage” estão em nova empreitada: em parceria com a Fox,Rob Weiss,o ator Mark Wahlberg e Steve Levinson desenvolvem o piloto de mais uma série sobre drogas.Batizada de “The happy tree”, o projeto mostra um ex-advogado que larga tudo para lutar pela legalização da maconha.

Fã de “Last resort”, no ar no Brasil pelo AXN,(foto) e “Park Avenue 666”? É melhor não se apegar.O canal ABC cancelou as duas antes mesmo do fim da primeira temporada,devido à baixa audiência.Outra que não sobreviveu foi “Boss”, que valeu um Globo de Ouro de melhor ator para Kelsey Grammer.Bye,bye!

MEU PRIMEIRO CANIBAL

EM CENA. Ao lado da amiga Kat Dennings

CRIADORA E CRIATURA “CSI”e “CSI:NY”vão ter suas histórias cruzadas em 2013.

Um episódio especial,de duas horas de duração,está sendo produzido para unir as duas séries em torno de um caso só.

A brincadeira começa em “CSI”, no dia 6 de fevereiro nos EUA, e se desenrola no episódio de “CSI:NY”,no ar dia 8.

1.Sookie Stackhouse. Quando não está se metendo em confusão, Sookie bate ponto de uniforme e tudo no Merlotte’s,em “True blood”.

2.Penny. O bendito fruto entre os nerds de “The Big Bang Theory” saiu de Nebraska rumo à Califórnia atrás do sonho de ser atriz.Como ninguém ainda descobriu seu talento,Penny fatura uns trocados na Cheesecake Factory.

3.Chelsea Newman.

A personagem beberrona de “Are you there, Chelsea?” se mudou para perto do trabalho, mas não por ser caxias.A fofa foi presa por dirigir embriagada e resolveu que ia morar em um lugar em que não precisasse ir de carro para o bar,podendo encher a cara tranquilamente.

4.Rachel Green. A toda- poderosa de “Friends”teve que suar a camisa antes de se tornar uma executiva de sucesso.Depois de fugir do altar,a personagem precisou dar expediente no Central Perk,na função para a qual ela não levava o menor jeito.

5.Ruby.O visual provocante e super produzido da moça destoa um pouco do clima de cidade do interior da Storybrooke de “Once upon a time”. Mas tudo bem,ela é a Chapeuzinho Vermelho,né?

Revista da tv Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 25 de novembro de 2012

IGOR FIDALGO igor.fidalgo@oglobo.com.br

O QUE VEM POR AÍ

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CENA VIRTUAL DEU NA TV E FEZ SUCESSO NA INTERNET VEJA OS VÍDEOS EM oglobo.com.br/revistadatv

Clara Guerreira nspirada no livro“Clara Nunes,guerreira da utopia”,a série em cinco episódios“Clara”(sábado,Canal Brasil,21h30m) cria uma biografia da cantora,que completaria 70 anos em 2012.Por meio de textos,fotografias,entrevistas e vídeos,a atração narra sua história desde a infância em Minas Gerais até a consagração como uma das grandes vozes do país.No total,são 48 entrevistas com personalidades como Chico Buarque,Maria Bethânia,João Bosco, Paulinho da Viola,Edu Lobo,Milton Nascimento,Bibi Ferreira,Erasmo Carlos,Monarco,Dona Ivone Lara,Marisa Monte,Leci Brandão,Alcione e Nana Caymmi.

I

‘HAMMER STYLE’ Duas gerações de danças engraçadas se uniram no palco do American Music Awards quando o rapper Psy cantou “Gangnam style”ao lado de MC Hammer.

Histórico.

SÉRIE Paulinho da Viola é um dos entrevistados da série sobre Clara Nunes

ZAPEANDO

OS DETALHES DO FENÔMENO SANDY

‘CALL ME MAYBE’!

Tem como não amar “The Big Bang Theory”? Elenco e equipe da série organizaram um flash mob dançante que teve de “Call me maybe”a “Run the world (Girls)”.

O Nat Geo exibe o documentário “Sandy:Um rastro de destruição” (hoje,22h45m),no qual analisa a tempestade que castigou Nova York nas últimas semanas e provocou mais de 100 mortes.

GLOBO NEWS.

AS ELEIÇÕES DO PARLAMENTO NA CATALUNHA SÃO TEMA DO “GLOBO NEWS ESPECIAL”, NO AR HOJE, ÀS 20H30M. GLOOB.

ESTREIA A ANIMAÇÃO FRANCESA “MOUSS & BOUBIDI”, NO AR A PARTIR DE AMANHÃ NOS INTERVALOS DE

“DETETIVES DO PRÉDIO AZUL”, QUE PASSA ÀS 18H30M. BBC HD.

O CANAL EXIBE O ESPECIAL “ARQUITETOS DA NATUREZA”

REFLEXÃO SOBRE A POBREZA Para tentar refletir por que um bilhão de pessoas ainda vivem na miséria no mundo,o projeto “Por que pobreza?”vai exibir especiais sobre o tema em mais de 70 emissoras,em diversos países.Por aqui,o Futura veicula oito documentários até dezembro,começando com a animação “A história da pobreza”(foto),hoje,às 19h30m.

NESTA TERÇA, ÀS 20H. TV BRASIL.

EM “ABZ DO ZIRALDO”, O APRESENTADOR CONVERSA COM A EDITORA VALÉRIA ZELIK SOBRE O NOVO DICIONÁRIO PARA CRIANÇAS “AURÉLIO JUNIOR”.

VIVA.

PESADO DEMAIS Repercutiu mal a piada do pessoal do “TMZ”sobre a visita de Lady Gaga a uma favela carioca.Tudo bem que é programa de humor,mas pegaram pesado.

REPRISE DO “SOM BRASIL ESPECIAL LUIZ GONZAGA” EM HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DO MÚSICO.SÁBADO, À MEIA-NOITE. CANAL BRASIL.

NO AR HOJE, ÀS 22H, O DOCUMENTÁRIO “RIOFILME:20 ANOS DE CINEMA BRASILEIRO”.

tn família

E-mail: tnfamilia@tribunadonorte.com.br Editor: Isaac Ribeiro

ASTROLOGIA

CINEMA

POSTURA & SAÚDE

GLAM

ARTIGO

PAULO COELHO

Altos e baixos pedem confiança no futuro.Lua cheia em Gêmeos:28/11.

“Selvagens”,novo filme de Oliver Stone,aborda polêmica sobre cannabis.

Dores constantes no pescoço podem ser sinal de cervicalgia.

Basta a temperatura aumentar e looks apetitosos invadem vitrines .

Beleza não põe mesa.Leia o que a psicóloga Andréia Clara Galvão escreve sobre isso.

Leia trechos do livro “O Profeta”,do escritor libanês Khalil Gibran.

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NATAL | RIO GRANDE DO NORTE Domingo | 25 de novembro de 2012 FOTO:ALEX RÉGIS

MORANDO COM O INIMIGO Objetos e locais específicos de nossas casas, apesar de não parecer, oferecem grande risco de contaminação por bactérias, fungos, germes e outros micro-organismos, alguns bem nocivos

ISAAC RIBEIRO repórter

empre imaginamos que o nosso lar é o lugar mais seguro do mundo, e que estando nele estamos protegidos de quase todos os riscos e perigos das ruas. Mas não é bem assim. Existem os inimigos invisíveis! Muitos objetos e superfícies de casa estão contaminados por germes e bactérias. Da maçaneta da porta ao teclado do computador, do celular ao controle remoto da tevê, tudo está repleto de bactérias e micro-organismos nocivos, que podem transmitir doenças. Porém, ati-

S

tudes simples, como lavar sempre as mãos, podem evitar muitos transtornos para a nossa vida.

Celular, dinheiro, relógios, travesseiros, óculos, escova de dentes, esponja e panos de prato, bolsas, teclados de computador e notebook, máquina de lavar, ralos, tapetes, potes de plástico, tábua de carne de madeira... Praticamente todos eles estão contaminados, principalmente se não são adotadas boas práticas de higiene, pessoal e dos ambientes.

Quanto mais compartilhado um objeto, uma carga maior de bactérias ele carrega.

O risco de contaminação é real,

uma vez que trazemos da rua uma série de micro-organismos e, ao tocarmos em nossos pertences, ou ao falarmos com nossos parentes em casa, podemos estar espalhando doenças.

Para a infectologista e professora universitária, Marise Reis, é importante a população compreender que convivemos em um ambiente comum, seres humanos e micro-organismos.

São muitos tipos de germes e bactérias ao nosso redor, inclusive em casa. Alguns podem ser transmitidos pela via respiratória e pelo toque. Há bactérias que sobrevivem mais tempo que algumas e podem se proliferar dependendo das condi-

ções do ambiente. Quanto mais úmido, mais propício à multiplicação.

PROTEÇÃO Proteger-se de todos os males que podem ser causados por microorganismos oportunistas e conservar o hábito de lavar as mãos sempre que entrar em casa, tocar em coisas de origem desconhecida ou quando sair do banheiro pode, além evitar a possibilidade de contaminar alguém, pode evitar a auto-contaminar.

Mas Marise Reis aposta fichas no poder das defesas de nosso organismo. “O homem é uma máquina perfeita no que diz respeito a se defender de danos, de agravos po-

tenciais. Imagine que a gente está exposto a tudo que é bicho o dia inteiro, e nós não adoecemos todo dia. O homem em seu status normal de saúde física e mental tem um poder de proteger-se desses micro-organismos enorme.”

O publicitário Fabrício Cavalcante, 34 anos, diz saber dos riscos de contaminação em ambientes domésticos, mas reconhece que a maioria das pessoas não está informada sobre o assunto. “Penso sempre nisso, mas não resta muita opção.

Quando vou cortar uma carne, penso logo nas bactérias da tábua.”

LEIA MAIS Bactérias por toda parte.Página 3

tn família

2 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

Domingo | 25 de novembro de 2012

Paulo Coelho [ escritor ]

O profeta m seu clássico livro “O Profeta”, Khalil Gibran - talvez o mais conhecido escritor libanês contemporâneo - conta a história de Al-Mustafá, um homem que retorna à sua terra. Os habitantes da aldeia onde ficou todos estes anos pedem que ensine o que aprendeu.

A seguir, alguns dos trechos (editados) deste clássico do século XX:

E

O matrimônio Vocês nasceram juntos, e juntos estarão mesmo quando as asas brancas da morte terminem com seus dias – porque continuarão unidos na memória silenciosa de Deus.

Mas que haja espaço entre os dois. Que o vento dos céus possa passar entre seus corpos.

Amém, mas não transformem o amor em uma atadura.

Que um encha o copo do outro, mas que jamais bebam do mesmo copo.

Cantem e dancem, estejam alegres, mas que cada um mantenha sua independência; as cordas de um alaúde estão sozinhas, embora vibrem com a mesma música.

Entreguem o seu coração, mas não para que seu companheiro o possua – porque só a mão da Vida pode conter corações inteiros.

Estejam juntos, mas não demasiados juntos – porque os pilares de um templo estão separados.

O carvalho não cresce à sombra do cipreste, e o cipreste não consegue crescer à sombra do carvalho.

Os filhos Seus filhos não são seus filhos; são filhos e filhas da vida. Vieram através de vocês,

mas não lhe pertencem.

Podem dar seu amor, mas não seus pensamentos – porque eles têm seus próprios sonhos.

Podem proteger seus corpos, mas não suas almas – porque suas almas habitam na casa do amanhã, que mesmo em sonho vocês não podem visitar.

Podem tentar ser como eles, mas não tentem fazer com que se comportem como vocês; porque a vida não retrocede, nem se deixa seduzir pelo dia de ontem.

Vocês são o arco onde seus filhos, como flechas vivas, são impulsionados para adiante; deixem que a mão do Arqueiro trabalhe, porque assim como Ele ama a flecha que voa, também ama o arco, que permanece estável.

Um dos escritores libaneses contemporâneos mais conhecidos, Khalil Gibran,em seu livro“O Profeta” conta a história de Al-Mustafa,um homem que retorna à sua terra.Leia alguns trechos editados desse clássico

O amor Quando o amor chamar, aceitem seu cha-

Dr. Jorge Boucinhas [ médico e professor da UFRN ]

Libertas libertas@libertas.com.br

Comunicação? omo jovens não lerão estas linhas, a não ser exceções, escrevo-as aos pais, tios, avós e adultos. Demasiada a atenção que aqueles estão dando às mídias sociais, à tecnologia, aos ipads, smartphones, ipods e brinquedinhos de mensagens instantâneas. O Facebook tem mais de um bilhão de pessoas cadastradas. No afã de conquistar mais público, as organizações de comunicação tecnológica desenvolvem, cada vez mais, ações para a conquista de novos jovens, que vão se tornando seus seguidores. Resultado, grupos imensos de jovens conectados com seus aparelhos e desconectados com seus corpos, com suas almas e com os outros. Os vínculos são frágeis e não se olha nos olhos, nem em casa, nem na rua. Nos elevadores todos desviam os olhares. Mirar-se nos olhos - uma utopia hoje! Cumprimentar, dar um bom dia fazendo conexão é uma raridade. A comunicação fica fragilizada, as relações rompem-se cedo, os abandonos se sucedem e a solidão passa a ser compensada pelos amigos virtuais que curtem cada colocação, foto e comentário que você adiciona. Os jovens necessitam, urgentemente, ser sacudidos por ondas de entusiasmo que os remetam, novamente, para a vida plenamente vivida, através de todos os canais de comunicação, inclusive e além das mídias sociais, com contatos presenciais que fortaleçam os elos afetivos. Os mais velhos também!

C

Simpósio A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) promove, entre os dias 5 e 7 de dezembro, o I Simpósio Internacional de Estudos sobre Cultura Midiática - do conceito à Imagem: a cultura da mídia pós-Vilém Flusser. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 30 deste mês por meio do endereço: www.flusser.com.br/inscricoes.

Quero saber Meu marido me confessou que me traiu com outra mulher eu sofri muito, chorei, me senti um nada. Perdoei, mas nunca mais consegui ser a mesma. Como eu posso fazer pra ser feliz novamente?

Deusa Resposta: Cara Deusa, Após o perdão, é possível que você precise de um tempo para atravessar a tristeza e voltar a sorrir. A felicidade é um estado de bem estar interior que se instala, também, quando aprendemos a viver com maturidade as dores que surgem ao longo do caminho.

Muita paz.

Regina Coeli Araújo - CRP 01/ 4974 Esta coluna é de responsabilidade da Libertas Comunidade www.libertas.com.br libertas@libertas.com.br

boucinhas_jc@hotmail.com

Oxigene seu cérebro! odo trabalho, nisto incluído o intelectual, acarreta incremento da circulação cerebral. Ela leva ao cérebro, além dos elementos nutritivos, um elemento indispensável para o metabolismo, o oxigênio. As células nervosas, os neurônios, são mais sensíveis do que as outras células à privação gás.

Experiências clássicas mostraram que um nervo de rã conservado num líquido apropriado perde sua excitabilidade em 3 a 5 horas se o líquido for privado de oxigênio. Recuperaa em minutos sob a influência do mesmo. Os nervos dos mamíferos resistem muito menos tempo à asfixia (apenas minutos).

No ser humano, 100 g de substância cerebral absorvem entre 600 e 800 cm3 de oxigênio por minuto e a circulação sangüínea cerebral não pode ser interrompida sem provocar rapidamente perturbações graves. Assim, a compressão digital das duas carótidas, bloqueando o fluxo de sangue para o cérebro, provoca rapidamente, desfalecimento. A hipotensão arterial, uma hemorragia séria, uma anemia severa, uma aterosclerose extensa, todas refreiam o funcionamento cerebral. Para garantir seu bom funcionamento, deve-se levar ao cérebro o máximo de oxigênio, e o melhor meio de consegui-lo são os exercícios respiratórios.

Normalmente cada inspiração absorve e cada expiração expele 0,5 1itro de ar. Na inspiração forçada, porém, a capacidade do tórax aumenta ao máximo, e, nesse caso, a

T

Jayme Panerai Alves – Jayme@libertas.com.br

O anjo surdo Uma mulher vivia sozinha e muito se lamentava de solidão. Certa manhã chovia muito, e alguém bateu à sua porta: era um homem, tremendo de frio, molhado da cabeça aos pés. Vendo o visitante tão inesperado, imediatamente mandou que ele entrasse. Ali, com as vestes pingando, ele ouviu a mulher que por mais de uma hora lamentou sua solidão e falta de companhia.

Ela não lhe ofereceu roupas secas ou algo quente para se aquecer, tão envolvida que estava em suas próprias queixas. Cessada a chuva, ele fez menção de sair da casa, no que a mulher se inquietou: - Espere! Nem sei seu nome! Você voltará? O homem estendendo-lhe um papel onde se lia: Sou o Anjo Surdo. Só posso ouvir corações. Desapareceu para nunca mais voltar.

mado, mesmo que o caminho seja duro, difícil.

E quando suas asas se abrirem, entreguemse, mesmo que a espada que está ali escondida termine provocando ferimentos.

E quando o amor disser algo, acreditem, mesmo que sua voz destrua seus sonhos, como o vento do norte devasta os jardins.

Porque o amor glorifica e crucifica. Faz crescer os ramos, e os poda. Tritura os homens, até que estejam flexíveis e dóceis. Os queima em fogo divino, para que possa converter-se em um pão sagrado, que será consumido no banquete de Deus.

Entretanto, se tiverem medo, e quiserem encontrar no amor apenas a paz e o prazer, melhor que se afastem de sua porta, e procurem outro mundo, onde poderão rir mas sem toda alegria, e poderão chorar mas sem usar todas as lágrimas.

O amor não dá nada e não pede nada além de si mesmo. O amor não possui nem é possuído – porque ele se basta.

E não tentem dirigir o seu curso: porque se o amor achar que são dignos, ele os dirigirá até onde devem chegar.

quantidade de ar absorvida a mais chega a cerca de 1,5 1. Do mesmo modo, na expiração forçada, o volume de ar expelido ultrapassa em igual volume o ar expelido em condições habituais. Pode-se portanto, graças à respiração profunda, aumentar em proporções notáveis a ventilação pulmonar e fornecer um aumento do aporte de oxigênio ao sangue e, conseqüentemente, ao Sistema Nervoso Central.

Os exercícios de respiração profunda são muito simples e convêm geralmente a todos.

Podem ser executados a qualquer momento do dia, porém recomenda-se que sejam executados sistematicamente de manhã e à noite, durante 3 a 8 minutos. Aconselha-se, também, fazer algumas respirações profundas quando, depois de um trabalho intelectual prolongado, as idéias se “embaralham” e a cabeça fica “pesada”. Alguns toques de leve com as mãos na cabeça e no pescoço auxiliarão a aliviar o cérebro. Para isto toca-se o lado direito com a mão direita e o lado esquerdo com a mão esquerda. Coloca-se a mão na testa em seguida, mantendo contato com a pele, baixa-se a mão para o peito tendo cuidado para que a extremidade dos dedos passe sucessivamente na têmpora, atrás da orelha, para descer em seguida pelo pescoço. Quando a mão chega ao peito, interrompe-se o contato e torna-se a colocá-la na posição inicial.

Uns dez toques bastam geralmente para “aliviar” o cérebro e tornar as idéias mais claras.

Normalmente cada inspiração absorve e cada expiração expele 0,5 1itro de ar. Na inspiração forçada, porém, a capacidade do tórax aumenta ao máximo, e, nesse caso, a quantidade de ar absorvida a mais chega a cerca de 1,5 1. Do mesmo modo, na expiração forçada, o volume de ar expelido ultrapassa em igual volume o ar expelido em condições habituais

Andréia Clara Galvão [ psicóloga ]

Tamouco deixar-se-á também de respirar profundamente durante passeios, marcha acelerada e ginástica.

Os exercícios respiratórios são particularmente eficazes se, durante o dia, forem feitos próximo a áreas arborizadas. Por sua função clorofiliana os vegetais saneiam a atmosfera, enriquecendo-a de oxigênio. Em contrapartida, é útil afastar do local em que se dorme as plantas, as quais contribuem para viciar o ar que se respira. Certas flores são até particularmente perigosas pelos perfumes algo tóxicos que exalam. Estão nesse caso as violetas e os lírios.

Sob o ponto de vista fisiológico, as vantagem da respiração profunda não se limitam a uma melhor oxigenação do cérebro. Ela desenvolve, naturalmente, a capacidade torácica, mas também regulariza a atividade cardíaca e estimula os órgãos da digestão. Com efeito, uma vez que os ritmos pulmonar e cardíaco estão parcialmente ligados, qualquer ação que contribua a normalizar o ato de respirar normaliza também as batidas cardíacas. Ademais, o movimento como que de massagem que a respiração profunda imprime à cavidade torácica estimula suavemente a maior parte das vísceras, sejam elas supra- ou sub-diafragmáticas.

Tão úteis (e tão simples!) são os procedimentos que abrem portas a conseguir tais vantagens que o Artigo vindouro será dedicado a algumas das técnicas empregadas para conseguir executá-los com o devido sucesso. Que se os aguarde um pouco!

andreiaclara@hotmail.com

A Mesa Posta

eleza não põe mesa. Diz um antigo ditado popular. A verdadeira beleza, é a beleza que põe mesa, que deita na cama, a beleza de quem come, a beleza de quem ama. Diz o maranhense Zeca Baleiro cantando a beleza do gesto, da atitude. Mas nestas contradições entre o que diz o ditado e o cantor, pergunto-lhe leitor: Quem põe a mesa, então? Tem uma beleza que põe mesa e outra que não põe? O que é mesmo esse por a mesa que se fala?

A mesa posta é, culturalmente, um convite para alimentar-se, convite para a reunião, para conversar, para compartilhar. A mesa de casa, a mesa do bar, a mesa que o vazio cria com as crianças sentadas em circulo a desenhar, a mesa de trabalho, a mesa de estudo, a mesa de negociações. Mesa é de encontrar: com o outro, com idéias, com a gente mesmo.

Passando pela beira canal, dia desses, observei as pessoas que ficam no canteiro. Eles tinham deixado uma caixa virada para baixo, com alguma comida sobre ela, e em torno da

B

mesa-caixa, eles comiam e conversavam. Nesse momento em que eu passei, eles não estavam pedindo a quem parasse o carro no sinal, nem estavam se drogando como acontece algumas vezes. Naquele momento, eles estavam dispostos em torno da mesa posta.

Quando era menina tive amigos em Tibau do Sul que não comiam exatamente em torno de uma mesa. Era um tempo de casas de palha ou de taipa e a mesa servia mais de apoio para panelas e utensílios de cozinha, do que para refeição ou reunião. Havia a mesa mas ela ficava num canto, recostada na parede.

Aqueles amigos comiam sentados no chão, acocorados, ou em bancos, num pequeno circulo torno de um vazio, cada um segurando seu próprio prato, saboreando seu feijão, farinha e o peixe deles de cada dia. Enquanto contavam do que havia se passado em suas experiências cotidianas ou o que bem viesse à lembrança para ser comunicado.

Leonardo da Vinci pintou a Ceia Larga, Aleijadinho fez sua versão em escultura da

“Quando era menina tive amigos em Tibau do Sul que não comiam exatamente em torno de uma mesa.

Era um tempo de casas de palha ou de taipa e a mesa servia mais de apoio para panelas e utensílios de cozinha,do que para refeição ou reunião”

mesa posta com o Cristo e seus discípulos ceando pela última vez. Naquela mesa lá: amor, fraternidade. Também covardia e traição. O estreito fazendo sombra na ceia larga. De qualquer maneira, o Cristo escolhe a mesa posta para seu ultimo encontro com os seus amigos.

Ainda hoje, quando queremos comemorar algum acontecimento importante e bom, frequentemente juntamos os amigos em torno de uma mesa.

Mas o que se põe na mesa, além da comida tão preciosa para matar a fome? O que servimos, o que oferecemos a nós mesmos e ao outro naquele momento em que a gente para pra se alimentar? Na mesa posta, quer a gente perceba ou não, colocamos comida e sentimentos e olhar e palavras. A mesa chama à conversa, se temos com quem falar ou à reflexão, se estamos sós.

Você tem fome de que? Você se alimenta de que? E ao outro, você oferece o que?

Alguns de nós dominam brilhantemente a ciência do bem temperar. Precioso dom de alguns! Seria bom se fosse de todos...

Não é à toa, que do mesmo tronco de onde vem a palavra temperar que serve para falar dos alimentos e de seu preparo, também vem temperamento que é o nosso modo particular de estar no mundo, de se encontrar com a vida e com o outro. Ambas vem do latim, temperare.

Temperar significando: misturar corretamente, modelar, juntar, regular, encontrar uma justa medida para realçar o básico. Temperamentum, em latim, significando medida, equilíbrio.

O modo como conseguimos ser é nossa mesa posta para nós mesmos e para o outro. Nosso modo de ser alimenta a nós mesmos e a quem está próximo.

E você, meu querido leitor, você já parou para olhar o que você anda usando para realçar o sabor de seu dia, do alimento de sua alma, de suas ideias, de seus sentimentos? O que você tem posto em sua mesa de cada dia, no seu tempo de se alimentar, de se encontrar com outro e com você mesmo? Para você, alguma beleza põe a mesa?

tn família

Domingo | 25 de novembro de 2012

PIA DA COZINHA Embora alguns desconheçam o fato,a pia da cozinha é considerada o local mais sujo da casa,acumulando 100 mil vezes mais germes e bactérias que a privada.Esponjas velhas e panos de pratos sujos só colaboram.

Mas um dos maiores responsáveis é mesmo o ralo.

Portanto,quando for limpar a cozinha nunca esqueça de higienizar bem a bancada.

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3

VASO SANITÁRIO

MAÇANETA DA PORTA

Que a privada é um local repleto de bactérias e germes,ninguém duvida.Afinal,é o local onde depositamos nossos excrementos diariamente.Para evitar a proliferação de bactérias pela casa,passe a dar descarga com a tampa fechada e mantenha-na sempre assim.A potência do fluxo de água liberado realmente tem poder de infectar paredes,teto, portas,maçanetas,louças e metais.Lave o local regularmente.

Você vem da rua,já tendo tocado em muita coisa de origem duvidosa e sem a higiene adequada,e uma das primeiras coisas que toca ao entrar em casa é a maçaneta da porta.

E,certamente,você não é a única pessoa a entrar e sair de casa todos os dias.Portanto, lavar as mãos é fundamental,além de limpar o local diariamente.Isso ajuda a diminuir a propagação de germes.

TELEFONE CONVENCIONAL Tal como os aparelhos celulares, os telefones fixos convencionais também estão cheio de microorganismos provenientes das mãos e da saliva expelida por quem está falando.O risco de alguma doença é garantido.

Alguns são mais sujos do que uma sola de sapato.Por isso,a limpeza diária do aparelho é fundamental.Pode-se usar álcool.

FOTOS:ALEX REGIS

s a i r é t c Ba a d o t r o p e t r a p

S O T E J B O S LGUN A AR A S R E I F P A N , E CO U SA Q A C A S S O N TOS E E L D P S E I R A C O STÃ E LO E , M E R E C E GO I R R A E P P O M Ã U N .

DE MES R E G E S A I R DE BACTÉ LTO AOS OLHOS OCU

CELULAR A não ser que você tenha acabado de tirar seu celular da embalagem,é bom saber que um em cada seis aparelhos está infectado com bactérias fecais.E as causas estão diretamente ligadas à higiene,de acordo com um estudo realizado pela Queen Mary University of London, que encontrou tais germes em 92% dos celulares analisados.Lembrando que usamos esse objeto colados ao rosto e à boca.

TECLADO DO COMPUTADOR CONTROLE REMOTO Quando você entrar em um quarto de hotel,saiba que o controle remoto é uma das superfícies mais sujas do local e um dos principais propagadores de doenças em nos nossos lares.

Praticamente 50% de todos os dispositivos do gênero estão infectados com germes e bactérias,como comprovou um estudo da Universidade da Virgínia,nos Estados Unidos.

ESCOVA DE DENTES DINHEIRO Pense por quantas mãos já passou uma cédula com dois anos de circulação.Só isso já é motivo suficiente para crer na contaminação do dinheiro.Mas ainda há muita polêmica quanto a isso.Alguns estudos afirmam que o fato de serem de papel e estarem quase sempre secas não faz das cédulas grandes portadoras de bactérias.

Outros pesquisadores afirmam que 80% delas podem estar contaminadas por bactérias e germes.

A nossa boca tem mais de 500 tipos diferentes de bactérias que podem sobreviver até 48 horas sabe onde? Na escova de dentes.A situação fica ainda mais complicada se você a deixar em cima da pia ou bancada do banheiro,pois pode acumular bactérias fecais.

Gotículas jogadas ao ar no momento da descarga alcançam,até seis metros, contaminando escovas,pia, maçaneta.

Se você reparar bem,pode haver restos do lanche de dois dias ou mais entre as teclas.Aí,já sabe,né? Está formado o ambiente perfeito para a proliferação de bactérias.O teclado pode acumular até 400 vezes mais micro-organismos do que o próprio vaso sanitário.Para evitar contaminações,o mais indicado é limpar o local três vezes por semana.

BATE-PAPO / MARIA CELESTE NUNES DE MELO, PROFª DO LABORATÓRIO DE BACTERIOLOGIA DA UFRN Quais tipos de bactérias podem ser encontradas em nosso ambiente doméstico e quais tipos de doenças elas podem transmitir? Alguma grave?

Várias espécies de bactérias.

Exemplo: Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Várias doenças, mas principalmente

problemas gastrointestinais. A severidade da doença irá depender do sistema imunológico do indivíduo. As crianças são mais susceptíveis.

É impossível, pois as bactérias estão presentes em todos os ambientes. Manter a higiene pessoal e do ambiente minimiza os problemas trazidos pelas bactérias.

Como podemos evitar o contato com elas? É realmente possível?

Procede a informação que alguns desses objetos que manuseamos em casa são mais sujos

até mesmo do que a privada?

Sim. A esponja utilizada para lavar pratos e o “pano de pia” utilizado por algumas pessoas são objetos bastante contaminados com bactérias. A esponja deve ser descontaminada ao fim do dia com água sanitária (2 colheres de sopa de água sanitária pa-

ra 1L de água).

Os muitos produtos bactericidas disponíveis no mercado são realmente eficientes? Podese confiar neles? O que podemos fazer para eliminar germes,fungos e bactérias na nossa casa?

Sou categórica em dizer que o simples ato de lavar as mãos com frequência diminui significativamente o número de doenças.

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tn família

Domingo | 25 de novembro de 2012

ESTILO

Jota Oliveira

A Vogue americana publicou sua lista das mulheres mais bem vestidas de 2012. A atriz Emma Stone foi a campeã deste ano, seguida por Rooney Mara e Leelee Sobieski. Cheias de estilo!!!

jotaoliveira@tribunadonorte.com.br BLOG JOTA OLIVEIRA/LUCIANO TOSCANO

PIONEIRO

LANÇAMENTO

FÉRIAS

Mesmo fora do alcance do consumidor, a Motorola lançou o primeiro smartphone compatível com redes 4G no Brasil, o RAZR HD. O aparelho tem uma tela belíssima, processador poderoso, câmera cheia de recursos e excelente autonomia de bateria.

A Philips anunciou uma lâmpada LED controlada via Wi-Fi por smartphones e tablets, a “Philips hue”, que será vendida nas lojas da Apple. O usuário pode configurar a lâmpada para trocar as cores do ambiente e usar fotos do celular.

A Oficina Tempos Livres (OTL Natal), a partir deste mês, está com opções para a criançada se divertir com segurança e deixar os pais tranquilos nesse fim de ano letivo, com a “Colônia de Férias”, a OTL Tradicional e o “Especial Carnatal”.

Confira!

BOBFLASH

BOBFLASH

CARPE DIEM! A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa...

Quando se vê, já são seis horas!

Já é sexta-feira...

Já é natal...

Já terminou o ano...

Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida...

Passaram-se 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olharia o relógio...

Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas...

Seguraria o amor que está muito à minha frente, e, diria que eu amo...

Por isso eu digo: não deixe de fazer algo de que gosta por falta de tempo.

Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.

A única falta que terá, será a desse tempo que infelizmente... nunca mais voltará. (Mario Quintana)

PARABÉNS!

Vivas de felicidades para o ministro Garibaldi Filho e d. Denise.

Ela completando idade nova

Festejando o Dom Quixote,Thales Rosado/Cristine, Erika/Fred Queiroz, Geórgia/Eduardo Garcia

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São diversos os tratamentos utilizados para alívio da dor e para restaurar os movimentos articulares da coluna cervical.

ALINI BRITO - Fisioterapeuta e Educadora Física Dúvidas no site www.itcvertebral.com.br

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O diagnóstico pode ser feito clinicamente, através de exame palpatório e testes clínicos específicos.

Postura & saúde

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Os sintomas podem ser desde uma dor leve no local, uma sensação de cansaço, torcicolos ou até mesmo dores mais fortes e limitantes.

BOBFLASH

BOBFLASH

Celebrando Alex Padang, Keysson Lima, Fábio Meireles, Sérgio Azevedo e Luiz Alberto Barbalho

Celebrando a vida e a amizade Ana Carla Azevedo, Luciana Medeiros, Carol Melo

Essa cena já faz parte do seu cotidiano?

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Abel e Priscila Lira nos embalos da festa do Dom Quixote

BOBFLASH

Cervicalgia é causada por uma inflamação na região, consequência de fatores como má postura e até movimentos bruscos.

Quando as dores irradiam-se para os membros superiores (braços, antebraços e mãos), o problema ganha o nome cervicobraquialgia.

Em vivas para Alex Padang, Juliana Albuquerque e Luiz Guerra

Denise Pereira Alves, Nilo Soares Júnior, Sergio Oliveira Rocha, Marisa Souza da Motta, Gustavo Faria.

Nesta segunda, 26, Antonio Rocha Filho, Ana Carmelita Gaspar, Rosa Melo Santos, João Mendes (Rochinha), José Irinaldo Júnior e Herbert Diniz Costa Filho.

Se a resposta for sim, cuidado!

Dores no pescoço podem ser sintomas de cervicalgia, causada por uma inflamação na região, consequência de fatores como má postura e até movimentos bruscos. Quando as dores irradiam-se para os membros superiores (braços, antebraços e mãos), o problema ganha o nome cervicobraquialgia. As ramificações nervosas que saem do meio da nossa coluna (das vértebras) são responsáveis por inervar uma determinada área do nosso corpo chamado assim de dermátomos.

Esses nervos que saem da coluna cervical possuem ramificações que se estendem para os ombros, cotovelos, antebraços, mãos, dedos e para a cabeça (região da nuca occipital). Os processos degenerativos naturais (artrose), metabólicos (osteoporose), posturais (escolioses) ou afecções em que haja compressão nervosa (hérnias de disco), geram uma inflamação na região do pescoço que quando essa inflamação acomete um determinado nervo, além da dor do pescoço, também haverá dores irradiadas para a região em que ele é inervado. Assim, uma inflamação na vértebra C6 (6º ossinho da coluna do pescoço de cima para baixo), por exemplo, poderá irradiar dores tipo pontadas e choques no dedo polegar e indicador. Já na vértebra C3, poderá causar fortes dores de cabeça.

A coluna cervical é objeto de solicitações permanentes provocadas pelos movimentos incessantes e repetitivos da cabeça. Essa é uma das explicações mais lógicas para a precocidade das alterações radiológicas observadas muitas vezes a partir dos 30 anos.

A outra explicação para esse desgaste é a considerável pressão permanente gerada pelo peso do crânio e do cérebro, contrastando com a fragilidade das vértebras

mento de alguma área ou de todo o membro, podendo ser contínua ou desencadeada por algum fator.

A fraqueza muscular acontece em casos mais graves ou prolongados sendo geralmente progressiva. Podem existir também alterações nos reflexos encontrados em algumas inserções musculares no punho, cotovelo e ombro nos casos mais graves. O paciente geralmente relata uma melhora quando está em repouso e piora da dor com o movimento.

Diagnóstico e exames O diagnóstico pode ser feito clinicamente, através de exame palpatório e testes clínicos específicos, levando-se em conta as características dos sintomas e o resultado do exame neurológico ou de Raio-X. Exames de Tomografia computadorizada e Ressonância Magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que exata região da coluna está localizada.

cervicais.

Sintomas e sinais da cervicalgia O paciente com cervicalgia costuma adquirir uma atitude de defesa e rigidez dos movimentos, ocorrendo também uma alteração na mobilidade do pescoço e dor da musculatura adjacente. Pode ser

desde uma dor leve no local, uma sensação de cansaço, torcicolos ou até mesmo dores mais fortes e limitantes. O braço, além de doer, pode apresentar alterações de sensibilidade e força muscular, são as chamadas “alterações neurológicas”.

O paciente refere adormeci-

TRATAMENTO São diversos os tratamentos utilizados para alívio da dor e para restaurar os movimentos articulares da coluna cervical, dentre estes o tratamento de reconstrução músculo articular da coluna vertebral (RMA da Coluna Vertebral). É um programa fisioterapêutico que utiliza técnicas de fisioterapia manual, mesa de tração eletrônica, mesa de descompressão dinâmica, e exercícios de estabilização vertebral, visando melhorar o grau de mobilidade músculo-articular, diminuir a compressão no complexo disco vértebras e facetas, dando espaço para nervos e gânglios, fortalecer os músculos profundos e posturais da coluna vertebral através de exercícios terapêuticos específicos, enfatizando o controle intersegmentar da coluna cervical.

Domingo | 25 de novembro de 2012

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PIADA

Jota Oliveira

A Cia. de comédia “Os Melhores do Mundo” apresenta o espetáculo “Dingou Bells” no Teatro Riachuelo, entre os dias 30 Novembro e 1 de Dezembro. Ingressos na bilheteria do Teatro.

jotaoliveira@tribunadonorte.com.br

DESPERDÍCIO Um estudo sobre o setor elétrico mostra que o Brasil, atualmente, desperdiça 15,4% de sua oferta de energia. Em comparação, o Chile tem 5,6%, o Peru 9,3% e a Argentina 9,9%. Segundo relatório do TCU, tal desperdício tem impacto direto na tarifa ao consumidor.

LITERATURA O professor João Faustino Ferreira Neto lança, no dia 29 de novembro, pela Editora RN Econômico, o livro “Eu perdoo”. A publicação é uma reflexão sobre a nossa capacidade de perdoar. O evento acontece no Salão de eventos Cardeal Sales, ao lado da Igreja Santa Terezinha, às 19h.

BOBFLASH

CAMPANHA A nova campanha da Louis Vuitton foi gravada em pleno Louvre, em clima de superprodução. “L’Invitation Au Voyage” tem Monalisa e um balão em fuga. O vídeo de um minuto já tem mais de 7 milhões de visualizações no You Tube.

JOÃO NETO

Em recente evento, Sávio Hacradt, prefeito eleito Carlos Eduardo e o vicegovernador Robinson Faria

TAKE A NOTE! ALISAMENTO DOS CABELOS

By Dra. Graça Silveira O formol é proibido pela ANVISA em produtos para cabelos. Essa substância só é permitida na concentração de 0,2% como conservante de cosméticos, ou a 5% com endurecedor de unhas. Ao ser aquecido pelo secador ou chapinha, o formol se dissipa no ar, sendo inalado em quantidades desconhecidas e perigosas. Essa substância pode causar câncer de pulmão, de cérebro, leucemia e câncer nasal. Alterações do couro cabeludo como dermatite de contato, e queda de cabelos podem ocorrer. O formal age formando um filme ao longo dos fios, que os conservará na forma lisa, mesmo quando molhados, com se fosse um verniz. Desde a proibição do formol, o glutaraldeído, vem sendo utilizado como alisante.

Esse produto é empregado como desinfetante hospitalar, sendo também cancerígeno.

Verifique sempre se o produto a ser utilizado tem o selo da ANVISA, e evite alisantes “caseiros”.

Festeiros no Dom Quixote, os afilhados Jolian Costa/Andreza Varela BLOGJOTAOLIVEIRA/LUCIANO TOSCANO

JOÃO NETO

Em recente evento social, Jeferson Barbalho e Flavinha com a cria Bia

Marcos Arruda e Jane celebrando a união de Nicole e Diego, no Boulevard BLOGJOTAOLIVEIRA/LUCIANO TOSCANO BLOGJOTAOLIVEIRA/LUCIANO TOSCANO

MODA Atenção fashionistas! Em dezembro, a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, sedia a primeira edição do São Paulo Fashion Film Festival, primeiro evento do gênero dedicado a filmes de moda, tanto nacionais quanto estrangeiros.

TRADUTORES O Centro Internacional do Livro da Fundação Biblioteca Nacional selecionou profissionais para o Programa de Residência de Tradutores Estrangeiros no Brasil. Virão ao país 16 profissionais para traduzir obras brasileiras clássicas e contemporâneas.

INTERESSE Segundo pesquisa da Motion Picture Association of America, os latinos representam 25% do total de ingressos vendidos nos EUA. Fazendo a indústria cinematográfica americana olhar o mercado com outros olhos, investindo em personagens sul-americanos.

AROMAS Intenso, impulsivo, ousado e instintivo. Assim pode ser descrito o lançamento 1200°C de L’Bel, que traz a intensidade para a fragrância masculina. O perfume une madeiras nobres e acordes quentes de especiarias, uma assinatura do homem.

MUSICAL Baseado na vida e carreira de Michael Jackson, “Thriller Live Tour” virá ao Brasil em 2013, pela primeira vez na América Latina. Mais detalhes no nosso blog, na seção Sounds.

A descontração de Getúlio Soares e Etiene Revoredo nos salões do Boulevard

LANÇAMENTO O fotógrafo Fernando Chiriboga lança o livro “Caminhos de Sertão e Mar”, com fotos do oeste potiguar e textos de poetas potiguares, como Deífilo Gurgel. O lançamento acontece na livraria Saraiva do Midway Mall, dia 30, às 19h.

INFLUÊNCIA

No mundo tecnológico, procurar emprego pelos jornais ou porta a porta é coisa do passado. Uma pesquisa revelou que mais da metade dos profissionais procura emprego pelas redes sociais. A campeã é a LinkedIn.

EXPANSÃO

O Grupo Vila anunciou a construção de um cemitério Morada da Paz em Mossoró.

Com investimento de R$ 5 milhões, a estrutura ficará localizada na BR 110, na estrada para Areia Branca e deve ser inaugurada em 2013.

Em festão no Boulevard, Dionete Nóbrega,Walter Godeiro/Tânia, Maria do Carmo Azevedo, Ana Paula Diniz e Herculano Jr

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Domingo | 25 de novembro de 2012

Liege Barbalho

THE BEST Com clicks do fotógrafo Jovinho, a coluna traz hoje mais flashes da noite “The Best” realizada no hotel Pirâmide.

Toda cobertura do evento pode ser acessada no liegebarbalho.com, no link Quem Acontece.

liegebarbalho@tribunadonorte.com.br

MAIS FLASHES DA NOITE THE BEST

Adriane e Alex Pinheiro

Dâmocles Trinta e Cristiane

Francisco Ramos e Kelly

Toinho Silveira e Jamile

Nelson Freire e Soraya

Marcos Aurélio e Suzette

Edmilson Alves e a Blonde

Adalberto Targino e Socorro

Sônia e Nilton Mendes

Marione e Agamenon Caldas

Margarida e João Lacerda

Wellington Júnior e Amarílis

José Maria de Brito e Dalvanice

João Felipe e Graça Trindade

Suely Campelo e Lourdes Souza

José Bilro e Iris Machado

Leila Souza

Marta McGarvey

Zita Regalado

Lailce Santos

Carlos Liberato e Sylvia Sá

Simone Silva e Jovinho

Francisco e Adriana Trindade

Liszt Madruga e Solon Silvestre

Bárbara Abramo

Cinema

Horóscopo

★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ESTREIA

Altos e baixos pedem confiança no futuro.Lua cheia com eclipse lunar em Gêmeos:28/11

Áries 21/03 a 20/04 Domingo bom para você,que flui mais fácil,também em função de sua boa sintonia com as pessoas e com as demandas do ambiente imediato.

Uma pequena viagem resultará em algo valioso,boas informações e notícias.

Touro 21/04 a 20/05

Aproveite bem esse final de semana,pois com Marte e Vênus em ângulo positivo,você vai ter muito trabalho pela frente nas próximas semanas! E terá de manter a disciplina,ser diplomático e paciente.Amor em alta hoje.

Gêmeos 21/05 a 20/06

Domingo de calmaria para restaurar suas energias e equilibrar seu humor,afeito a disputar com quem conduz a vida de um jeito diferente do seu.Mudança de planos,mas não prometa nada para seu amor,seja muito discreto!

Câncer 21/06 a 21/07

Cenário inspira e instiga,com grande destaque para o poder transformador das emoções e dos sentimentos de cooperação.

Alguém em casa anima seu espírito acolhedor.Há faro para se conectar com as pessoas certas.

Leão 22/07 a 22/08

Astral de hoje sinaliza altos e baixos em seu ambiente familiar, adicionando um toque apimentado no amor,como você gosta.Há possíveis ingerências externas em assuntos particulares à vista, causando irritações em você.

Virgem 23/08 a 22/09

Clima bom para você.Conte com Marte animando a cena romântica nas próximas semanas, ampliando sua participação em causas e entidades,além de sinalizar mais empolgação para projetar seu futuro.Amor segue firme.

Libra 23/09 a 22/10

Altos e baixos em um domingo que requer cuidado com a saúde e tempo para não fazer nada.Seu pavio pode estar curto para pessoas dominadoras e mandonas.Se não sabe lidar com elas,afaste-se e nem pense no assunto.

Escorpião 23/10 21/11

Energia e disposição para uma bela caminhada,encontro com amigos,arrumações em casa, um momento de puro prazer gastronômico.O astral está favorecendo o jeito de ser Escorpião:intenso e profundo.

Sagitário 22/11 a 21/12

Mais um dia para você observar mais e se distanciar de jogos e manipulações emocionais.Faça uma exploração pelo bairro ou sobre um assunto interessante.

Sonhos e sono são bem-vindos e necessários para seu bem-estar.

Capricórnio 22/12 a 20/01

Clima bom para você,com Marte em seu signo,que traz entusiasmo.

Domingo bom para fazer planos,já que sua intuição estará a toda nas próximas semanas.Bom também para desbravar novos campos,abrase para algo empolgante.

Aquário 21/01 a 19/02

Suas emoções tendem a estar um tanto descontroladas hoje,mas se você adotar posturas mais simplificadas e deixar de lado explicações ou argumentações,tudo irá melhor.Peça um tempo para ficar só,por algumas horas.

Peixes 20/02 a 20/03

Assuntos de viagem tomam vulto e ganham importância de hoje até quinta-feira.

Você deve sondar melhor os convites antes de comprometer sua agenda com essas propostas.No amor,desencontros e impaciência.

★★★★ GONZAGA – DE PAI PARA FILHO (12 anos,nacional) Moviecom 1.Sessões 15h30,18h20 e 21h10 / Cinemark 4.Sessões 12h20,15h05, 17h50,20h50 e 23h50 (sáb) / Cinemark 7.

Sessões 13h,16h, 18h50 e 22h Um pai e um filho,dois artistas,dois sucessos.Um do sertão nordestino,o outro carioca do Morro de São Carlos.

Encontros,desencontros e uma trilha sonora que emocionou o Brasil.Esta é a história de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha,e de um amor que venceu o medo e o preconceito e resistiu à distância e ao esquecimento.Direção:Breno Silveira Estreia – SELVAGENS (18 anos,legendado) Moviecom 2.Sessões 16h25 e 21h30 Os empresários Ben (Aaron TaylorJohnson),um pacífico e generoso budista, e seu melhor amigo Chon (Taylor Kitsch), um ex-oficial de elite da Marinha e exmercenário,possuem um negócio lucrativo e particular – cultivam a melhor maconha jamais desenvolvida.Eles também dividem um amor sem igual com a incrivelmente bela Ophelia (Blake Lively).

A vida é tranquila até que o Baja Cartel Mexicano decide agir e exige que o trio forme uma parceria.Sob pressão,os três

amigos iniciam uma guerra aparentemente invencível contra o cartel.

Com isso,começa uma crescente série de táticas e manobras em uma confrontação de forças altamente arriscada e selvagem.

Direção:Oliver Stone ★ ★ ★ ★ ARGO(14 anos,legendado) Moviecom 2.Sessões 14h (sáb e dom) e 19h05 A história de Argo se passa em novembro de 1979,quando a revolução iraniana atinge seu ápice e militantes surpreendem a embaixada dos EUA emTeerã,fazendo mais de 50 reféns americanos.Mas,no meio do caos,seis americanos conseguem escapar e encontrar refúgio na casa do embaixador canadense.Direção:Ben Affleck ★ ★ ★ 007:OPERAÇÃO SKYFALL (16 anos,dublado e legendado) Moviecom 3.Sessão (dub) 14h50 / Moviecom 3.Sessões (leg) 17h45 e 20h40 / Cinemark 5.Sessões (leg) 21h30 (exceto ter e qui) e 0h25 (sáb) A lealdade de James Bond (Daniel Craig) à M (Judi Dench) é testada quando seu passado volta a atormentá-la.Com a MI6 sendo atacada,o agente 007 precisa rastrear e destruir a ameaça,sem se importar o quão pessoal será o custo disto.

Direção:Sam Mendes

Domingo |

25 de novembro de 2012

tn família

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 7

Hilneth Correia hilnethcorreia@tribunadonorte.com.br

MESAS NATALINAS Uma promoção linda, ideias por quem entende, produções de mesas e arranjos para o nosso Natal. A abertura com coquetel e sorteios dia 28 nos salões da Escola Doméstica as “meninas” do Reviver estão com uma promoção show EXPOSIÇÃO DE MESAS NATALINAS. A exposição continuará no dia 29 pela manhã e a tarde. Na abertura, um coquetel com apoio da Nick Buffet, do Olimpo, do Versailles e Renata Motta. Nesta tarde haverá sorteio de brindes doadas pelos expositores. É mais uma promoção para arrecadar fundos para a aquisição de uma unidade móvel para exames de prevenção ao câncer. AS MESAS serão produzidas por Vera Lúcia Bezerra, Samara Gosson, Nadiedja Melo, Ilzene Pereira e Sheila Lopes, Marília Bezerra, Graça Madruga, Ana Clara Madruga e Mariana Madruga, Gladys e Nininha , Janice e Ana Míriam, Magnus Amorim, Debora Farias, Andrea de Paula e Gabriela Nóbrega, Maria Luíza Lamas, Mézia Araújo, Susana Chacon (Firulas), Renata Carvalho, Nadja Simonetti, Isa Simonetti e Clarissa Sá (Factun). LOJAS / BUFFET : Vera e Karla (Arban), Verônica & Ignez (Nick), Marília Borges (Versalhes), Luziane Oliveira (Millennium), Sara Marinho (Paisagista), Andrea Motta e Luciano Almeida (Olimpo). Os ingressos estão com as Voluntárias do Reviver.

NOSSA XERETA CIRCULOU VAMOS APROVEITAR O DOMINGO PARA MOSTRAR MOMENTOS DOS CASAMENTOS DE CLARA FREITAS ;ANDRÉIA ALMEIDA E LEONARDO PACHECO;DE SINTIA VARELA & MATIAS NETO...

SANTO AGOSTINHO - Os noivos Maria Clara Freitas e Rodolfo Medeiros

SANTO AGOSTINHO - Vovó da noiva Uiara Ferreira de Souza com os filhos Lídia, Cláudio e Flávio (pai da noiva)

IRMÃOS DA NOIVA - Matias Net-Sintia com SinaraRicardo Monteiro, Sande Filho Martins e a namorada dele, Nathalia

OS NOIVOS – Sintia e Matias Neto com seus pais José Sande Martins-Sandra, Manuel Matias Filho-Elione

TEREZA BARRETO com a família Aguiar, com a matriarca Nom

COM TEREZA BARRETO Gê Soares, Eliana Lima e as irmãs Cynthia, Márcia e Sheila Varella

ELES SÃO SHOW: Rosman Braz e Anninha Melo

PARABÉNS PRA VOCÊS...

Abraçar e festejar Denise Pereira Alves, Marisa Souza da Motta, Jorge Luiz Medeiros, Gustavo Faria, Vital Neto, Nilo Soares Junior, Sergio Oliveira Rocha, Sidney Dantas, Rosa Melo Santos, José Irinaldo Junior, Ana Carmelita Gaspar Gurgel, João Mendes, Herbert Diniz Costa Filho, Carlos Alberto Serejo (Betuca), Neto Brasil, Elias Gosson, Sâmara Gosson Coutinho, Maria Antônia Melo, Ilce Marinho Nogueira e Alexandre Bezerra

FAZENDA CRUZEIRO - OS noivos ANDRÉIA ALMEIDA & LEONARDO PACHECO

MAMY Izabel Almeida da noiva Andréia

PATRIARCA – O sempre querido Hermano Almeida, avô da noiva

NA LAJE - A matriarca Alba Barreto e a filha Tereza

TODESCHINI - O empresário João Douglas com Andréia Carielo

CARNATAL...

Falta pouquinho para o início do Carnatal 2012, a maior e melhor micareta do Brasil. Este ano, a festa vai acontecer de 6 9 de dezembro e vai trazer os melhores artistas puxando os blocos e animando o público com sua música alto-astral.

Nesta edição, voltam o corredor da folia de volta e as arquibancadas, além de camarotes dos dois lados em um trecho da avenida e fará a sua festa ainda melhor. Para a edição desse ano as vendas começaram no site IngressoRapido.com.br e na Central do Carnatal.

ELAS ABALARAM...

Laje uma conversa..., uma

1cobertura charmosa, no Edf.

Riomar. O visual é perfeito: nossa orla urbana e o Potengi amado. Foi o local da festa sxy de TEREZA BARRETO. As famílias Barreto e Aguiar unidas por laços afetivos. E lá estavam as matriarcas ALBA BARRETO nos seus 94 anos sempre elegante e a alegria de Tia Nom cercada dos filhos e alguns

netos. Tereza estava radiante ao lado do filho Tarcisinho de Suzy e triste com a ausência de Juliana e da neta, residindo em Brasília. Mas, felicidade total com a amiga irmã Cinthia Varella que veio com Eudes pra comemorar.

Como é prazeroso encontrar

2 pessoas que crescem

profissionalmente, como gente

e que continuam na sua essência simples. Assim como é gratificante encontrá-las gratificadas com “quem lhe deu a mão”. Assim foi encontrar o profissional ROSMAN BRAZ que saiu de Caicó e fez escola no Salão de Anninha, em Natal. Para nós ele maquilou ao vivo a modelo/cliente Bia Santa Rosa.

Bela e charmosa.. Parabéns a

esta sempre atual empresária do setor hair. Muitos passaram pelas suas mãos e poucos são reconhecidos!

Uma sobrinha especial!

3 Uma filha mais que

companheira..., uma jovem brilhante e séria. Assim é Ana Lídia Revel Correia Santos, filha da minha irmã Ana Lídia. Profissional em Dentistíca, integrando o corpo clinico da Clínica Odilon Garcia e Oficial Dentista da FAB. Reunimos a família, seus colegas profissionais e os

Na terça a Casa de Idéias de

4Chrystian de Saboya, abalou com a festa da TODESCHINE Lagoa Nova, na Casa Cor. Noite linda e prestigiada com boas vinda ao empresário João Douglas.

★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE lESTREIA

Cinema ★ ★ ★ AMANHECER – PARTE II (14 anos,dublado e legendado) Moviecom 4.Sessões (dub) 13h50,16h20, 18h50 e 21h20 / Moviecom 6.Sessões (leg) 16h,18h30 e 21h / Moviecom 7.Sessões (leg) 14h20,16h50,19h20 e 21h50 / Cinemark 1.Sessões (leg) 12h10,14h50, 17h30,20h10 e 22h45 (sáb) / Cinemark 2.

Sessões (dub) 11h (sáb e dom),13h40, 16h20,19h,21h40 e 0h15 (sáb) / Cinemark 3.Sessões (dub) 13h10,15h50,18h30, 21h10 e 23h45 (sáb) / Cinemark 6.Sessões (leg) 12h40,15h20 (exceto sáb e dom),18h (exceto sáb e dom),20h40 e 23h15 (sáb) Ao ver Reneesme,filha de Bella Swan (Kristen Stewart) e Edward Cullen (Robert Pattinson) consegue transformá-la em vampira,Jacob tem um imprinting (amor à primeira vista).Bella não aceita esse fato no início,mas depois compreende e eles convivem em harmonia.Após algum tempo,entretanto,a criança (que se desenvolve rapidamente) é vista por Irina, do clã Denali.Com raiva dos transmorfos, ela conta aos Volturi sobre Renesmee,

amigos ao longo da vida. Com um buffet delicioso da Nick, as cipifrutas e coquetéis de THIAGO’S GOURMET e o tilintar do scotch brindamos na noite de terça-feira, no salão do Condomínio Pirangi.

E ela estava linda, livre, leve e solta

19h25 Uma jovem compra uma velha caixa em um brechó,sem saber que na verdade se esconde dentro dela um antigo espírito malicioso cheio de vingança.Direção:Ole Bornedal

“Selvagens”,novo longa-metyragem do diretor Oliver Stone,trata do cultivo e uso de cannabis

iniciando um batalha sangrenta que dará fim à Saga Crepúsculo.Direção:Bill Condon ★ ★ ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE (12 anos,nacional) Moviecom 5.Sessões 15h05 (sáb e dom) e 19h25

Tino (Leandro Hassum) é um pai de família de classe média que vê sua vida e seu casamento com Jane (Danielle Winits), completamente transformados após ganhar na loteria.O problema é que ele acaba perdendo tudo em dez anos de uma vida de ostentação,e cria uma série

de situações hilárias para que sua esposa não perceba que está falido.Direção: Roberto Santucci ★ ★ ★ POSSESSÃO (14 anos,legendado) Moviecom 5.Sessões 15h05 (sáb e dom) e

Estreia – A ORIGEM DOS GUARDIÕES 3D(Livre,dublado) Moviecom 6.Sessão 13h50 (sáb e dom) / Cinemark 6.Sessões 15h20 (sáb e dom) e 18h (sáb e dom) O filme,baseado na série de livros“The Guardians of Childhood”,de William Joyce, conta a trajetória do grupo formado pelo Papai Noel,Coelho da Páscoa,Fada dos Dentes,que se unem para salvar o mundo do malvado Bicho-Papão.Ele pretende iniciar uma era da escuridão,que destruirá o sonho de todas as crianças.Direção: Peter Ramsey Estreia – BEM AMADAS(16 anos, legendado) Cinemark 5.Sessão 21h30 (ter e qui) De Paris na década de 1960 a Londres nos

2000,o filme retrata a história de vida de Madeleine (Catherine Deneuve / Ludivine Sagnier) e sua filha Vera (Chiara Mastroianni),abordando o relacionamento delas com os homens de suas vidas,na tentativa de responder a seguinte pergunta:como resistir à passagem do tempo e resolver nossos mais profundos sentimentos? Direção: Christophe Honoré ★ ★ DIÁRIO DE UM BANANA 3 – DIAS DE CÃO (Livre,dublado) Cinemark 5.Sessões 11h (sáb e dom), 12h50,15h,17h20 e 19h25 Greg Heffley (Zachary Gordon),mesmo em férias,consegue aprontar muita confusão com suas ideias mirabolantes.

Tudo por que seu pai decidiu que esta é uma boa hora para passar aqueles momentos de pai e filho.Para que nada estrague seus planos,Greg finge que trabalha em um luxuoso clube de campo, mas nem tudo sai como ele imaginou.

Direção:David Bowers

tn família 8 | Natal | Rio Grande do Norte | Domingo | 25 de novembro de 2012

| georgeazevedo@tribunadonorte.com.br

FICHA TÉCNICA Modelo:Kalline Freire – Trafego Models;Foto:Luciano Azevedo;Assistente de fotografia: Debóra Azevedo;Styling:Weuquens Queiroz;Beleza:Nil Barbosa – Equipe Sinval de Souza;Direção: George Azevedo;Onde encontrar os looks:Carmen Steffens - Natal Shopping e Midway Mall,Bain Douche - Natal Shopping,Midway Mall e Hiper,Espaço Tereza Tinoco – Avenida Afonso Pena,Petropolis,Rio Center – Av.Prudente de Morais,Lagoa Nova.Estrela Viva - Midway Mall,Yolla Boutique – Rua Campos Sales,Tirol

LUCIANO AZEVEDO

Blusa Lança Perfume para Bain Douche,usada com biquíni Cia Marítima para Rio Center

JÁ PINTOU VERÃO...

Biquíni e saia Lenny para Yolla. Sandálias Carmen Steffens

Vestido Estrela Viva, colar Rosana Bernardes para Espaço Tereza Tinoco e sandálias Carmen Steffens

Macaquinho Renata Campos para Yolla, colar Bain Douche e sandálias Carmen Steffens

asta a temperatura aumentar e todos já começam a pensar na temporada de verão. É assim... Sempre! As vitrines das lojas exibem looks “apetitosos” para os dias – e noites – para os dias mais quentes. E a hora é essa para as melhores aquisições. Tudo fresquinho.E cá prá nós, sem mistério. A moda para o verão é - quase – sempre a mesma, ou melhor, são os mesmos hits de sempre.

Vestido leves, blusas fluidas, túnicas, pantalonas, shortinhos, biquínis, maiôs e por aí vai. O novo desse verão é “acreditar” numa mistura harmoniosa de cores cítricas com estampas étnicas e abstratas. E olha só, nada vai valer a pena se a saúde e corpinho não estiver em ordem. Vocês, verão...

B

NEWS

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Glam alto verªo chegando...Nossa equipe cai em campo para produzir a edi ªo 13 da revista. O lan amento estÆ prevista para 18 de dezembro.

Aguarde a !

Maiô Lenny para Yolla, acessórios Glorinha Paranaguá para Espaço Tereza Tinoco

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TrÆfego Look 2012 ainda recebe inscri ıes atØ segunda feira,25, na loja Estrela Viva do Midway Mall ou na TrÆfego Models. Mais informa ıes no 84 3223 1035 ou 8899 0413. Corra! A vencedora serÆ a capa da pr xima Glam.

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Hits da esta ªo, a Carmen Steffens apostou nos acess rios para o alto verªo da marcas. JÆ as clientes em Natal podem conferir uma linha exclusiva de rel gios em edi ªo limitada para quem desejar dÆ aquela incrementada no look. As pe as atualizadissimas com a tendŒncia da esta ªo mais fresh do ano, compıes modelos com pedrarias de primeira linha. Quer saber mais? Lojas no Natal shopping e Midway Mall.

Biquíni e saída de praia Adriana Degreas para o Espaço Tereza Tinoco, e sandálias Carmen Steffens

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O casal Cris Ian e Gianluca D Alessandro anda pra lÆ de felizes com o resultado da sua Italian ssima Boutique.

Novidade mis, a dupla promete lan ar nos pr ximos dias o lookbook realizado pelo cast da TrÆfego Model com GardŒnia Alves e Luan PØricles com as tendŒncias das badaladas grifes da Europa como: Armani, Diesel, Dolce Gabana, Ferre, Liu Jo, Max Mara, Missoni, Pinko, Cavalli, Roccobarocco, Valentino e Versace. Tudo isso agora em Natal, logo ali na Rua Trair , Petr polis.

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Perfumes, frescores e Ægua de banho com excelente fixa ªo em embalagens sofisticadas e fragr ncias œnicas com notas dos ativos da biodiversidade fazem parte do kit press da Natura da linha Ekos.

Vestido Rio Center, colar Estrela Viva e sandálias Carmen Steffens