Tribuna do Norte - 60 anos

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Como se faz

um jornal penas quem trabalha ou frequenta as redações dos jornais, sem excluir outras atividades, mas com certo grau de assiduidade e atenção pelo que ocorre ao redor, está apto a entender o que dizia o poeta norte-americano Edgar Allan Poe (18091849) sobre os homens e as mulheres que fizeram do jornalismo o ofício diário de suas vidas: “parecem constituídos como os deuses do Walhalla (o paraíso da mitologia nórdica), que se cortavam em pedaços, todos os dias, e acordavam de perfeita saúde, todas as manhãs”. Um jornal não se faz apenas de palavras, papel e tinta.

A

Além do trabalho mental, traduzido no conhecimento das informações e das técnicas para transmiti-las ao leitor, são necessárias boas doses de esforço físico e emoção – não raro, sangue e lágrimas também – para que as notícias/narrativas publicadas não pareçam frias e desinteressantes, como se tivessem sido enviadas e nos falassem sobre fatos e pessoas de um planeta longínquo e inacessível. Os jornais e os jornalistas – pelo menos os melhores de ambos – devem evitar ser indiferentes.

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A matéria-prima do jornalismo é a vida e a vida nunca é sem interesse, nem fria ou distante. A TRIBUNA DO NORTE completa, neste ano de 2010, seis décadas de circulação. Durante sua trajetória, bem pode se orgulhar de ter pautado e dispensado atenção a esse ideário, de ter estado empenhada de forma intensa em lutas que foram suas e também dos outros, de ter sempre contado com uma equipe de jornalistas e colaboradores que, igualmente, acreditam e se guiam pelos valores que diferenciam o bom e o mau jornalismo. 60 anos já não faz de ninguém um “velho”. Muito menos a um jornal. A necessidade de apreender a realidade em sua multiplicidade, a curiosidade intelectual para tentar entendê-la e o exercício permanente da crítica sobre os conhecimentos adquiridos são elementos essenciais e não perecíveis do jornalismo. Novas plataformas para a veiculação da notícia – como foi o rádio e a TV e, agora, é a Internet – não são ameaças para o jornal impresso. São oportunidades. Os mais atentos especialistas em mídia anunciam isso. Os melhores jornais se reinventam a serviço dos seus leitores. Na narrativa a seguir – sobre os fundadores, a história, os colaboradores e as conquistas da TN – vocês poderão notar que não faltaram capacidade intelectual, esforços e emoção para que o jornal e seus jornalistas superassem obstáculos e vencessem desafios. Se Deus quiser, não faltarão também para a realização dos novos projetos. A meta nunca foi e não é apenas alcançar a liderança de vendas no jornalismo impresso do Rio Grande do Norte. A TRIBUNA DO NORTE objetiva fazer “o melhor jornalismo” porque sabe que você é “o melhor leitor”.


HENRIQUE EDUARDO ALVES Deputado Federal e presidente da Empresa Jornalística Tribuna do Norte

Lembranças para se orgulhar

Tenho comigo duas lembranças – ambas marcantes, inspiradoras e emotivas – sobre os anos de minha juventude. A primeira delas é dos embates políticos dos anos 70, quando meu pai Aluízio Alves e meus tios Garibaldi e Agnelo, cassados em seus direitos políticos pela ditadura, entregaram a mim e a Garibaldi Filho a missão de levarmos adiante a bandeira da resistência democrática. A segunda lembrança, também daquela época, é sobre os esforços homéricos que todos realizavam, sob a orientação consistente e ponderada de José Gobat, para manter em circulação a TRIBUNA DO NORTE. Eram os anos mais obscuros do regime de exceção imposto ao Brasil pelos governos militares. Tempos de incertezas e medos, mas também de fortalecimento das esperanças. Era preciso acreditar na possibilidade de sermos livres; manter-se firme diante das ameaças; organizar o movimento pelas mudanças e ocupar a linha de frente na luta. Outra opção seria ficar alheio a tudo que acontecia, mas a indiferença não faz parte dos hábitos cultivados por nós. Defender e trabalhar para realizar aquilo que acreditamos está na raiz da nossa formação. São lições paternas transmitidas pelo exemplo e, essencialmente, não perecíveis nem facilmente esquecidas. Trincheira democrática durante os anos negros da ditadura, a TRIBUNA DO NORTE enfrentou todos os tipos de pressões políticas e econômicas, a todas resistindo e superando. Proibiram-nos de comprar papel jornal? Saímos impressos em folha de papel comum, daquelas usadas para embrulho. Ameaçaram os anunciantes para que não fizessem negócios conosco?

Criamos suplementos de forte apelo para os leitores. Em tudo nos ajudava o entusiasmo de Aluízio como líder do jornal; a credibilidade de José Gobat como administrador; a ousadia de Agnelo como articulista; o talento da equipe de jornalistas que formavam a redação e o apoio de amigos sinceros e leais, como Nevaldo Rocha, Geraldo Santos, Hélio Galvão e muitos outros que, se não cito aqui, é por falta do espaço e não de lembrança. Fazendo uma retrospectiva mais ampla e impessoal, não lembro de momentos sobre os quais a TRI BU NA DO NOR TE possa afirmar: “aqueles foram tempos de bonança”. Os desafios, a luta, a superação, o sentimento de sermos um grupo unido e com uma missão a cumprir, permeiam toda a nossa história. Nada há para estranhar. Servir ao bem público não é uma tarefa que, levada a cabo em um dos menores Estados (o Rio Grande do Norte) de uma região pobre (o Nordeste brasileiro), esteja destituída de sacrifícios. Nada há para lamentar. •5•

Lembranças que prefiro fixar e associar às nossas origens, são as campanhas pela vinda da energia elétrica da Usina de Paulo Afonso (BA) para o Rio Grande do Norte; para a fundação da Faculdade de Jornalismo a partir dos cursos de profissionalização oferecidos pela TN; para a instalação de um polo industrial; pela alfabetização de adultos pelo método Paulo Freire; pelo acordo da Aliança para o Progresso (Brasil/EUA); pelo início das atividades da Petrobras no oeste potiguar; pelas novas frentes agrícolas e pecuárias no semiárido; pela elaboração de um projeto consistente e exequível de desenvolvimento social e econômico do Estado. Certamente, o jornal que agora comemora 60 anos de sua fundação não é o mesmo daquelas décadas iniciais. Sequer é o mesmo de dois ou três anos passados. Vivemos tempos em que as mudanças se processam na velocidade das bandas largas da Internet; em que o jornalismo não é somente veiculação de informações, mas também expressão cidadã das vontades sociais, verificação instantânea dos fatos e interação entre jornal e leitores. A todas essas transformações acompanhamos, fazendo opção pela modernidade. Procuramos novos modelos gráfico-editoriais, investimos em equipamentos. A resposta do mercado está expressa nos números do IVC, que colocam a TRI BU NA DO NORTE como líder de circulação, e em pesquisas de opinião, que nos conferem a preferência entre os leitores diários de jornais em todo o Rio Grande do Norte. O sonho que combinava jornalismo e política de um menino interiorano, nascido no mais bravio sertão potiguar; a crença do adolescente, no qual aquele menino se tornou, de que era possível fazer daquele sonho realidade; a determinação do homem, que sucedeu ao adolescente, em preservar a obra que materializou são as sementes, o tronco e os frutos da nossa trajetória. Os ideais de Aluízio Alves, aqueles que ele esboçou no primeiro número de “O Clarim” - jornalzinho datilografado em papel almaço e distribuído de porta em porta em Angicos - são, simultaneamente, lições e balizas que justificam os sacrifícios do passado, validam o trabalho do presente e nos guiam nos projetos para o futuro. Muito há para se orgulhar.


índice

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OS FUNDADORES

4

Tenacidade, gestão e jornalismo

Marcas na história do jornalismo local

PÁGINAS 7 A 11

PÁGINAS 25 A 35

OS PROFISSIONAIS

5

2

LUTAS E IDEAIS

AS CAPAS

Política, resistência e democracia

Acontecimentos que transformaram o mundo

PÁGINAS 14 A 17

PÁGINAS 36 A 156

3

6

UM NOVO TEMPO

OS LÍDERES DE LEITURA

Profissionalização e mudanças

Qualidade na segmentação da notícia

PÁGINAS 20 A 24

PÁGINAS 157 A 161

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4 • OS PROFISSIONAIS

3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS

Tenacidade, gestão e jornalismo

5 • AS CAPAS

OS FUNDADORES

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

1 1 • OS FUNDADORES


1 • OS FUNDADORES 2 • LUTAS E IDEAIS

Aluízio Alves Tenacidade inquebrantável

5 • AS CAPAS

O CLARIM Datilografado, o 1º projeto de jornal circula de casa em casa

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

Como deputado, Aluízio integrou a base da UDN

Na década de 50, o jornalista Aluízio em ação

Uma rara combinação de jornalista e político fez de Aluízio Alves (1921-2006) um homem predestinado às grandes questões de sua época. Já aos 11 anos, na modorrenta Angicos da década de 1930 – que pouco e mal sabia do que se passava nos municípios circunvizinhos e quase nada do que ocorria na capital –, o menino Aluízio teve um insight que revelaria suas vocações futuras. Foi nas férias escolares que lhe ocorreu a ideia de fazer um jornalzinho provinciano que noticiasse os pequenos, nem por isso desimportantes, acontecimentos da sua cidade, sob a óptica que o garoto já desasnado podia perceber ao derredor.

4 • OS PROFISSIONAIS

3 • UM NOVO TEMPO

Na década de 1960,Aluízio e o presidente J.Goulart

A RAZÃO e o COMBATE, dois outros títulos das primeiras experiências no jornalismo

Esse jornal, que ele denominou de Clarim” – escolha pinçada talvez nas suas “C leituras escolares –, e que ele datilografava em uma velha máquina, dia e noite, nos fundos da loja de seu pai, era lido de casa em casa da pequena Angicos. Voltando a Natal, para retomar o curso ginasial, Aluízio decidiu que o “Clarim” não sofreria solução de continuidade. Dando um passo adiante rumo à profissionalização, adquiriu uma impressora manual, que instalou num armazém da firma comercial paterna, na rua Chile, 10, Ribeira, e pôs as mãos à obra. Os exemplares seguiam de trem para Angicos às sextas-feiras. Lá, o amigo Eduardo Peres os distribuía e arrecadava o apurado com as vendas, o qual seguia para Natal no trem da terça-feira, a fim de garantir a compra de papel para a próxima edição. A disciplina, qualidade que Aluízio Alves exibiu desde sua primeira infância, foi fundamental, ao lado do talento, tanto para os pequenos projetos, como o jornal “Clarim” e outros pequenos jornais como “O Estudante”, “A Palavra” e, já nem tão pequenos, como a revista “Potiguarânia”, e que lhe proporcionaram as bases para o grande voo que daria com a fundação da TRIBUNA DO NORTE, no ano de 1950. A experiência bem-sucedida no ano anterior, quando lançou com o amigo carioca Carlos Lacerda, jornalista e político, o jornal “Tribuna da Imprensa”, deu a Aluí•8•

zio o know-how necessário para seu projeto de fundar uma empresa jornalística dotada de um núcleo familiar constituído por seus irmãos Agnelo, também jornalista, e José Gobat, advogado e administrador, mas que congregava interesses culturais, políticos e econômicos de um amplo círculo de relações dos Alves, dentre os quais se salientam os nomes de Hélio Galvão, Dinarte Mariz, Odorico Ferreira de Souza, Milton Ribeiro Dantas e Noel Ribeiro Dantas, Rivaldo Pinheiro e Waldemar Araújo. Os estatutos e o registro na Junta Comercial da Editora Tribuna do Norte S.A. coube ao professor Hélio Galvão. Aluízio incumbiu-se de levantar os recursos financeiros, adquirir as máquinas, recrutar o pessoal e botar o jornal na rua. Sem capital à altura do novo empreendimento, Aluízio reuniu uma comitiva de sócios integrada por Juvenal Lamartine, Dix-huit Rosado e José Xavier da Cunha e percorreu o Estado promovendo a subscrição das ações da empresa. A campanha rendeu 800 contos, dinheiro, à época, suficiente para a aquisição de duas linotipos recondicionadas e uma impressora de segunda mão que imprimia duas páginas de cada vez e 500 exemplares por hora. Mesmo com essa precariedade, a TN chegou a circular com 2.000 exemplares.

1946

ALUÍZIO ESTAVA ENTRE OS ELEITOS PARA A NOVA CONSTITUINTE. CHEGOU AO CONGRESSO AOS 25 ANOS, COMO O MAIS NOVO DEPUTADO ELEITO NO PAÍS.

Eleito governador, em 1960, Aluízio deu início ao programa de modernização do Rio Grande do Norte.

Com o assessor Antonio Porpino, AA inspeciona as linhas de “Paulo Afonso”.

1950 O PRIMEIRO NÚMERO DA TRIBUNA DO NORTE. NO EDITORIAL, COMPROMISSO COM MUDANÇAS PARA A REALIDADE DO ESTADO.


1 • OS FUNDADORES 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS

Com Bob Kennedy, programa para beneficiar o RN

Campanha das Diretas Já, pela volta da democracia •9•

A amizade com Sarney data da Tribuna da Imprensa

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

Nesse período, Aluízio empreendeu uma série de ações que produziram o que, para muitos, seria impossível: renegociou prazos, adquiriu novas máquinas, renovou o quadro de funcionários e pouco a pouco reconquistou leitores e anunciantes, debelando a síndrome dos jornais de campanha. Com os direitos políticos suspensos em 1969, destino que compartilhou com os irmãos Agnelo e Garibaldi Alves, Aluízio Alves teve de arregaçar as mangas e ir à luta para contornar nova crise que se abateu sobre a TRIBUNA DO NORTE. Dessa vez, por pressões políticas e militares, o principal fornecedor de papel da TN, a firma T. Janer foi forçada a recusar vender ao seu cliente de mais de 20 anos. E mais uma vez Aluízio invocou para si o proble-

ma. Graças aos contatos empresariais e aos muitos amigos que dispunha, passou a comprar papel no Rio de Janeiro que chegava a Natal por via rodoviária como se fossem mercadorias da firma de empresários amigos. Nos momentos mais críticos dessa conjuntura, a TN chegou a circular com apenas 100 exemplares. Outro momento difícil, ainda durante o governo dos militares, foi quando insistentes rumores começaram a circular pelo Rio Grande do Norte dando conta de que a ditadura iria fechar a TRI BU NA DO NORTE e a Rádio Cabugi, sob a alegação de que seus acionistas controladores haviam perdido seus direitos políticos. Aluízio Alves armou então um estratagema comercial audacioso: transferiu as ações que tinha no jornal para o amigo Geraldo Santos, que as devolveu anos depois, quando os boatos cessaram, na volta do país ao estado de direito. Com iniciativas sempre arrojadas e corajosas, Aluízio Alves, sempre respaldado por seus irmãos Agnelo e José Gobat, soube contornar as crises que ameaçaram a TRI BU NA DO NORTE credenciando-a pouco a pouco como uma alternativa jornalística confiável junto aos leitores. O resultado foi um salto de qualidade na imprensa norte-rio-grandense, cujos reflexos positivos seriam sentidos nas décadas seguintes, culminando com a consolidação da TRI BU NA DO NORTE como principal veículo de comunicação da imprensa escrita do Estado.

4 • OS PROFISSIONAIS

As crises não tardariam a se avizinhar do novo jornal, ameaçando-o com o destino efêmero dos jornais de campanha eleitoral, que morriam no dia subsequente ao pleito. Já no seu primeiro ano de circulação, terminadas as campanhas presidencial e governamental de 1950, com resultados contrários aos defendidos pelos editoriais e comentários da TRIBUNA DO NORTE, anunciantes e leitores foram se tornando dia a dia mais escassos, enquanto as dúvidas se avolumavam. Em vista desse cenário de crise, Aluízio Alves tomou uma medida drástica: licenciou-se da Câmara dos Deputados pelo período de seis meses e se dedicou, integralmente, aos problemas da TN.


José Gobat (1925 - 2007), diferentemente dos seus irmãos Aluízio e Agnelo, manteve-se equidistante tanto do jornalismo como da política; optou profissionalmente pela advocacia - iniciou o curso na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e concluiu em Alagoas, no ano de 1952 sem nunca abdicar do seu papel de gestor da TRIBUNA DO NORTE e, mais tarde, da Rádio Cabugi e de outros veículos do sistema do grupo.

1 • OS FUNDADORES 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS

José Gobat Gestor imprescindível

4 • OS PROFISSIONAIS

1954 Redação José Gobat é convocado pelo irmão Aluízio para assumir a direção financeira e administrativa da TN.

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

Outros cargos Com formação em Direito, Gobat também exerceu a presidência do Bandern e do Tribunal de Contas do Estado.

Esse diferencial profissional se mostrou útil ao projeto familiar idealizado por Aluízio, o qual, à medida que crescia, assumia proporções desafiadoras para os modelos locais, exigindo cada vez mais a presença de um gestor hábil e competente para administrá-lo sem perder de vista sua dinâmica de expansão e renovação. Em artigo alusivo aos 50 anos da TRIBUNA DO NORTE, Ricardo Alves, filho e sucessor de José Gobat, resumiu com exatidão o papel desempenhado por seu pai no contexto de fundação e consolidação dessa empresa jornalística: “A presença de José Gobat mostrou-se importante, não só como o responsável pelas ações financeiras e administrativas, mas também como ponto de equilíbrio entre os objetivos políticos e as necessidades empresariais, graças a visão estratégica na condução da empresa.” Isso foi possível, conforme Ricardo Al-

ves, devido a alguns traços da personalidade de seu pai que o distinguiram profissionalmente: o senso de responsabilidade, a visão estratégica e o espírito conciliador, razão pela qual, pondera, José Gobat pôde obter êxito nas diversas atividades que exerceu. Gestor competente e eficaz, foi José Gobat o homem por trás das planilhas de custo e dos projetos de expansão do grupo de comunicação, incansável na busca das soluções para os problemas rotineiros de liquidez, mas também para aqueles produzidos intencionalmente pelos mandatários do momento, como durante os governos militares. Nesse período, ele teve de recorrer ao prestígio pessoal que detinha na praça para contornar obstáculos políticos e financeiros à compra de máquinas, papel, tintas e outros insumos essenciais ao funcionamento da TRIBUNA DO NORTE, bem como para atender às despesas de custeio do • 10 •

jornal e das demais empresas do grupo. Após as negociações com o empresário Nevaldo Rocha e que garantiram à empresa os recursos necessários à renovação dos equipamentos gráficos da TN, em meados dos anos 1970, José Gobat foi, segundo Aluízio, “a âncora da implantação racional e econômica, a direção muito devotada de todos os dias em meio às adversidades políticas, até o dia em que foi afastado pela enfermidade inesperada e perigosa”. Foi por essa operosidade a toda prova que José Gobat ficou conhecido como “o timoneiro dos tempos difíceis”, ou, nas palavras de seu filho Ricardo, “o homem que dava equilíbrio à linha política do jornal e conferia credibilidade às suas iniciativas empresariais”. De fato, quando circunstâncias de crise se avizinhavam, fosse por motivo das eventuais dificuldades financeiras que afetam a vida das empresas, fosse devido a razões provocadas artificialmente, quando, por exemplo, os mandatários fardados pressionaram a empresa de papel T. Janer a suspender as vendas para a TN, a fim de impedir a sua circulação, foi a experiência e o cacife pessoal de José Gobat junto à rede bancária do Estado que viabilizou alternativas de curto prazo, enquanto Aluízio Alves negociava soluções duradouras. Após a suspensão dos direitos políticos de Aluízio e Agnelo, o governo do Estado e a Prefeitura de Natal retaliaram, cortando toda a publicidade oficial para o jornal, o que, na época, representava muito na receita financeira da empresa, enquanto os grandes anunciantes privados sofriam pressões para não “ajudarem o jornal dos Alves a sobreviver”. Mais uma vez, José Gobat foi à luta para contornar as dificuldades imediatas, sempre colhendo resultados positivos em virtude do seu temperamento conciliador, equilibrado e sensato, enquanto aguardava o resultado de outras iniciativas de médio e longo prazo. Outro traço notável da personalidade de José Gobat era seu senso de solidariedade e sua disposição para cooperar no que estivesse ao seu alcance. Assim, mesmo acumulando tantos encargos sobre os ombros, na condição de diretor da TRI BU NA DO NORTE, José Gobat ainda encontrava tempo, nos primeiros anos de circulação do jornal para, a altas horas da noite, auxiliar na revisão de textos e acompanhar o fechamento editorial e gráfico. Essa mesma operosidade marcou a gestão de José Gobat na presidência do BANDERN, numa diretoria do Banco do Nordeste, em Fortaleza, e como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Em todos esses cargos soube conquistar o respeito dos colegas e, graças a seus sólidos conhecimentos de gestão pública, foi eleito em três mandatos consecutivos vice-presidente dessa corte. Assim era Zé Gobat, no convívio diário com os jornalistas, radialistas e funcionários da TRIBUNA DO NORTE e da Rádio Cabugi.


O mais moço dos três fundadores da TRIBUNA DO NORTE, Agnelo Alves jamais teve dúvidas sobre sua profissão, tendo se engajado na linha de frente da TN desde seus primeiros números. Em 1956 migrou para o Rio de Janeiro e aventurou-se com sucesso na grande imprensa brasileira cumprindo pauta no jornal “Tribuna da Imprensa” (RJ), de Carlos Lacerda. Para o mais combativo e polêmico jornal carioca, dos anos 50, Agnelo cobriu as calorosas discussões que se sucediam na Câmara dos Deputados do então Distrito Federal, no Estado da Guanabara, com destaque para a tentativa de cassação do deputado Carlos Lacerda e a campanha de Jânio Quadros à presidência. Passagens por outros periódicos cariocas, como o “Jornal do Brasil”, “Diário Carioca” e “Diário de Pernambuco”, deram a Agnelo, quando de volta a Natal, na década seguinte, um conhecimento jornalístico que o credenciou como um dos dois principais porta-vozes da TN , ao lado do irmão Aluízio, através de colunas, artigos e reportagens. Como diretor da TRI BU NA DO NORTE e prefeito de Natal, Agnelo Alves foi vítima de uma cilada armada por adversários políticos e bastante representativa do momento de exceção em que vivia o estado brasileiro. O episódio ocorreu pela madrugada, quando uma desconhecida bateu à porta das oficinas da TN trazendo uma nota supostamente de autoria de Agnelo para ser publicada na edição do jornal. Tratava-se de uma informação maliciosa envolvendo um novo jogador contratado pelo América Futebol Clube, cujo prenome – Hildebrando – era semelhante ao de um general do Exército destacado em Natal. A nota saiu e, em represália, foram presos o diretor do jornal Agnelo Alves, o editor Cassiano Arruda, o gráfico Baltazar Pereira e o linotipista João Anselmo. Os advogados da TRI BU NA DO NORTE denunciaram a falsidade do tal bilhete e seus objetivos políticos, respaldados por laudo técnico da Po• 11 •

lícia desmascarando a farsa. À mesma conclusão chegaram os serviços técnicos do Exército. Não satisfeito, o general Hildebrando encaminhou o bilhete para exame grafológico na Polícia Federal, em Brasília. Mais uma vez foi reiterada a fraude. Mas o general ainda tinha um estratagema para ganhar tempo e prolongar a fritura política do prefeito Agnelo. Recorreu ao então famoso técnico Henrique Eboli, do Rio de Janeiro. Os laudos foram conclusivos: a assinatura de Agnelo no bilhete era falsa. As procrastinações tinham uma finalidade muito cara: dobrar a resistência dos vereadores. Temendo que o constrangimento moral a que estava submetido se estendesse aos vereadores que o apoiavam na Câmara Municipal, o próprio Agnelo se antecipou aos edis e lhes orientou a decidirem pelo seu impedimento. Com a decisão, Agnelo foi libertado e pôde reassumir suas funções à frente da TRI BU NA DO NORTE, enquanto, em outra frente, prosseguiria em sua luta para desmascarar os autores da farsa e recuperar seus direitos políticos plenos. Profissional de voo próprio desde cedo, Agnelo se firmou não somente como repórter, mas também como cronista. Sua “Carta ao humano” sucedida pela “Espaço livre”, – ambas publicadas na TRI BU NA DO NORTE – foram durante muitos anos sua plataforma de conversa informal sobre política, num texto de saboroso tom coloquial que a política raramente encontrou na imprensa local e que seus milhares de leitores dentro e fora do Estado se acostumaram a degustar como um requinte a mais no café da manhã do dia a dia. Sucessora da “Carta ao Humano” e do “Espaço Livre”, a coluna dominical “Agnelo Alves, o repórter”, na TRIBUNA DO NORTE, é hoje um dos principais painéis da imprensa de opinião norte-rio-grandense, na medida em que reúne, simultaneamente, informação, crítica e análise em profundidade dos fatos e tendências da política e da economia do Estado, sem descuidar das questões que dizem respeito imediato à opinião pública.

1 • OS FUNDADORES 3 • UM NOVO TEMPO

Três décadas após a prisão pelo Exército, a volta a um cargo executivo se dá por mais de 28 mil votos.

4 • OS PROFISSIONAIS

Eleito prefeito da capital, Agnelo seria destituído de forma arbitrária e cassado pelo governo militar.

5 • AS CAPAS

2000 Parnamirim

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

1965 Natal

2 • LUTAS E IDEAIS

Agnelo Alves Comunicador incansável




6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS

LUTAS E IDEAIS

1 • OS FUNDADORES

2

Política, resistência e democracia


1 • OS FUNDADORES

Um jornal predestinado

O santo padroeiro e o jornal Ficou acertado e tudo foi programado para a TRIBUNA DO NORTE começar a circular no dia 19 de março de 1950, dia de São José, santo padroeiro de Angicos, terra natal de Aluízio Alves. Contratempos sobrevieram e o jornal só conseguiu sair às ruas no dia 24. Enquanto esperava, a Redação atualizava o noticiário a cada 24 horas.

3 • UM NOVO TEMPO

De fato, evocar o padroeiro de Angicos era prestar uma homenagem à cidade natal dos seus fundadores e sinalizar, simultaneamente, para o respeito à cultura popular que, naquela época, ganhava projeção nacional e até no estrangeiro, graças ao gênio de outro potiguar, o folclorista Luís da Câmara Cascudo. Ficou acertado, então, que a TRI BU NA DO NORTE começaria a circular no dia 19 de março de 1950, dia de São José, não por acaso o mais amado dos santos do calendário católico nordestino, haja vista que está em suas mãos a dádiva do inverno ou a aridez das secas da região. Fatores alheios à vontade do grupo Alves e de seus colaboradores vieram mudar esse plano, redirecionando a data inaugural da TRIBUNA DO NORTE para dali a cinco dias, porque as linotipos recondicionadas, adquiridas junto à Editora Borsoi, no Rio de Janeiro, apresentaram problemas mecânicos difíceis de contornar para a equipe recém-constituída e, portanto, sem experiência com os segredos dessas compositoras. O atraso, porém, longe de se constituir num fracasso, serviu de um fermento extra para o grupo de colaboradores entre eles, alguns poucos jornalistas tarimbados - liderado por Aluízio. Quando chegou às bancas, no dia 24, numa edição de 12 páginas, a TRI BU NA DO NORTE disse claramente a que veio: ocupar o posto mais elevado do jornalismo impresso norte-riograndense pela qualidade e independência com que passou a tratar sua matéria-prima principal, a notícia, sem distinção de área de abrangência: cidades, política, cultura... Mas os tempos eram de grandes embates políticos e, afinal, o grupo empresarial tinha em Aluízio Alves, simultaneamente, um político-jornalista ou um jornalista na política. Dependia do ângulo pelo qual se olhasse o artigo de primeira página que Aluízio assinaria na primeira TRI BU NA DO NOR TE . Sob o título de “Nossos rumos” ele comentou a posse de José Augusto Varela na presidência do PSD, indicando que a política viera para ficar no jornal. O incipiente mercado publicitário natalense não perdeu a oportunidade de se fazer presente nesse primeiro número, levando para as suas páginas anúncios de grandes lojas e empresas, gesto que corroborava a confiança do varejo no potencial do novo veículo. Firmas como Paula Irmãos, Sanbra S/A, Orlando Gadelha Simas e irmãos, R. Chaves e Cia., Carlos Lamas, Cia. de Força e Luz, Sesi, Formosa Síria e Casa Rubi se tornariam anunciantes regulares da TRI BU NA DO NORTE, a que pouco a pouco centenas de outras se somariam com o passar dos anos, confirmando-o como o melhor investimento publicitário da imprensa potiguar.

4 • OS PROFISSIONAIS

O jornal que os gazeteiros apregoaram pelas ruas de Natal - até então, uma acanhada capital potiguar com pouco mais de 100 mil habitantes - no dia 24 de março de 1950, poderia até parecer, aos olhos de um leitor desavisado, que fosse apenas mais um, entre tantos jornais que o povo natalense se habituara a ver nascer e morrer ao sabor dos caprichos políticos da época. O tempo provaria, porém, que dessa vez se tratava de algo inteiramente diferente de tudo aquilo que o precedera. De fato, a TRIBUNA DO NORTE nascia com um potencial inesgotável, como ficaria provado ao longo das seis décadas seguintes: a cada ano, mais robusto e determinado a ser o aliado preferencial do povo potiguar na construção de sua cidadania e de sua história. Como em toda história bem-sucedida, na da TRI BU NA DO NORTE uma conjugação de vontades e interesses coincidentes foi mobilizada a partir de um núcleo irradiador formado por três irmãos: o então jovem deputado federal e já experiente jornalista Aluízio Alves; o também jornalista Agnelo Alves, outro profissional que nunca ambicionou outro título do que o de “homem de comunicação”; José Gobat, o administrador cujo senso prático foi fundamental para que os interesses político-jornalísticos dos outros dois irmãos, bem como os seus próprios, de gestor de uma empresa jornalística nascente e promissora, encontrassem terreno fértil para prosperar, credenciando o grupo para projetos nessa mesma área, no futuro, e que resultariam num complexo empresarial de rádio, jornais e televisão sem precedente em qualquer outro período da economia norte-rio-grandense.

2 • LUTAS E IDEAIS

a ser líder

PÁGINAS E UM EDITORIAL NA CAPA, ASSINADO PELO DEPUTADO E JORNALISTA ALUÍZIO ALVES, FORAM AS GRANDES ATRAÇÕES DA PRIMEIRA EDIÇÃO

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

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As primeiras máquinas de linotipos da TRIBUNA DO NORTE eram recondicionadas, adquiridas junto à Editora Borsoi, no Rio de Janeiro. Elas apresentaram problemas mecânicos difíceis de contornar, para a equipe recém-constituída, e atrasaram a data de circulação do jornal.

5 • AS CAPAS

O primeiro grande desafio do grupo era definir o momento certo para que a TRIBUNA DO NORTE ganhasse as ruas. Empreendimento de tal magnitude não poderia prescindir de um tributo aos valores populares, principalmente se pudesse conciliar tradição e berço familiar.


1 • OS FUNDADORES 2 • LUTAS E IDEAIS 3 • UM NOVO TEMPO 4 • OS PROFISSIONAIS 5 • AS CAPAS 6 • OS LÍDERES DE LEITURA

Trajetória de lutas e

conquistas Desde os seus primeiros meses de circulação, a TRIBUNA DO NORTE pautou a sua filosofia de trabalho na tomada de decisões claramente assumidas. Foi assim, por exemplo, nas campanhas políticas, tanto a presidencial quanto a sucessão estadual de 1950 – contra Getúlio Vargas e Cristiano Machado, respectivamente. A derrota nas duas frentes foi um duro golpe que se traduziu na contabilidade da empresa: caiu a circulação, os anunciantes se retraíram, o ânimo se abateu entre os dirigentes, colaboradores e funcionários. Temendo que o seu jornal viesse a ter o mesmo destino de tantos outros periódicos políticos da época, o deputado Aluízio Alves tomou uma decisão drástica: licenciou-se da Câmara Federal para gerir os negócios da empresa na busca de solucionar seus graves problemas financeiros. Gestões feitas junto ao então presidente do grupo Dinarte Mariz, com vistas a saldar promissórias vencidas relativas a compras de bobinas de papel jornal, fracassaram. O jornal estava na iminência de suspender sua circulação por falta de papel e tinta. Aluízio então tentou capitalizar a empresa vendendo novos títulos no mercado carioca. Não funcionou. A solução para o impasse decisivo foi encontrada no próprio Rio Grande do Norte. De uma parte, o empresário Fernando Veloso, sócio da TRI BU NA DO NORTE e cujo escritório de advocacia passara a ter a representação da Linotipo no Estado, concedeu prorrogação dos débitos contraídos junto a seu cliente por um prazo de trinta dias; de outra, Aluízio levantou um aporte de capital de grande monta com a venda de novas ações no mercado mossoroense. Com essas gestões bem-sucedidas as finanças da empresa foram saneadas. Como resultado, novos equipamentos gráficos foram adquiridos, elevando a circulação do jornal, com dois resultados imediatos: as vendas cresceram e os anúncios dobraram. A política voltaria a interferir nos destinos da TRIBUNA DO NORTE dali a cinco anos, quando o candidato egresso da UDN, Dinarte Mariz, apoiado pelo jornal, foi eleito governador, mas logo voltou a utilizar velhas práticas oligárquicas nos negócios do Estado. Em editorial de primeira página, intitulado “Não foi para isso”, Aluízio Alves manifestou seu desagrado com o novo governante. O rompimento aconteceu dentro do diretório estadual da UDN, do qual Aluízio saiu candidato, por uma dissidência, à sucessão de Dinarte, nessa que seria a mais memorável e renhida campanha eleitoral da história política norte-rio-grandense do século XX, e que haveria de consagrar Aluízio Alves como o mais expressivo líder popular no Estado. Dessa vez, porém, a TRIBUNA DO NORTE não enfrentou qualquer risco de interrupção na sua circulação. Pelo contrário, porta-voz da vontade popular, o jornal viu sua circulação aumentar exponencialmente nesse período. Eleito governador em 1960, Aluízio contou com o jornal como o principal espaço de divulgação da chamada “Cruzada da Esperança” e dos programas desenvolvimentistas que mudaram a face e o futuro do Rio Grande do Norte. Os 20 anos de arbítrio, que se estenderam de 1964 a 1984, não foram fáceis para as empresas jornalísticas e, especialmente, para uma empresa que contava entre os seus dirigentes com um político de expressão nacional como Aluízio

Aliados inestimáveis O empresário Geraldo Santos, amigo de Aluízio Alves, atuou durante anos como “fornecedor”, driblando as pressões dos governos militares. Em nome da firma de representação comercial que dirigia, instalada no prédio ao lado da TN, ele comprava o papel necessário para as edições.

O industrial Nevaldo Rocha, fundador e líder do grupo Guararapes, interessou-se em ajudar a TRIBUNA DO NORTE, reconhecendo a história de luta e resistência do jornal. Através de um acordo acionário, viabilizou a modernização do parque gráfico nos anos 1970.

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Alves, além de irmãos, filhos e netos para quem a política seria um campo permanente de interesse. Censura, prisões, direitos políticos cassados, ameaças de toda ordem. De fato, correram boatos insistentes de que a ditadura fecharia a TRIBUNA DO NORTE e a Rádio Cabugi AM, sob a alegação de que seus acionistas controladores eram cassados, numa alusão aos irmãos Aluízio e Agnelo Alves. O boato procedia. As pressões econômicas sobre o jornal atingiam o máximo do suportável. Nesse momento, um grupo financeiro paraibano propôs a compra da TRIBU NA DO NORTE. A proposta era boa, permitiria, inclusive, pagar todas as dívidas e ainda sobraria capital aos três sócios fundadores: Aluízio, Agnelo e José Gobat. E mais uma vez, à véspera do fechamento do negócio, Aluízio tomou a iniciativa de pensar, juntamente com os irmãos, um novo destino para os ativos comuns. Perguntou a José Gobat qual o montante das dívidas do grupo. A resposta foi: seis milhões de cruzeiros, algo em torno de 200 mil dólares na época. Aluízio disse que poderia levantar aquele valor. Precisaria de alguns dias, apenas. Era necessário, também, se acautelar quanto a uma possível intervenção no jornal. O “sequestro” puro e simples da empresa não era algo impensável, diante do arbítrio do governo. A precaução para essa ameaça foi “transferir” para o empresário Geraldo Santos todas as ações que estavam em nome de Aluízio Alves (51%). Geraldo também foi nomeado diretor-presidente do jornal, passando a responder administrativa e financeiramente pela empresa. O arranjo se manteve por quase toda a década de 1970, até os primeiros sinais de “abertura democrática”, em 1979, com a promulgação da anistia política. O próximo passo foi comunicar ao grupo paraibano o fim da negociação. No dia seguinte, viajou para o Rio de Janeiro com o objetivo de “fazer dinheiro”, missão da qual sempre se saía bem, apesar de dar a entender o contrário: que só pensava em política. Previdente, Aluízio sempre aproveitava as oportunidades para adquirir ações e imóveis em baixa. Em meio à crise financeira que castigava o seu sistema comunicacional ele lembrou que possuía um imóvel no elegante bairro do Leblon, Rio de Janeiro, no qual pretendia residir. Esse plano, todavia, poderia esperar. O importante agora era salvar as empresas que construíra com os irmãos. Assim, pôs um anúncio no jornal “O Globo” e dias mais tarde embolsou 11 milhões de reais. Foi até mais do que o grupo precisava, e a sobra permitiu que Aluízio encerrasse as atividades da Editora Nosso Tempo, que criara no Estado fluminense, para ingressar na iniciativa privada como diretor da União Brasileira de Empresas. Nos oito anos que passou nesse ramo, Aluízio trouxe para o Estado as indústrias Encarton, Seridó e o hotel Ducal.


Os dois informes Todo o episódio, que culminou com o jornal deixando de circular por dois dias, tem ares e elementos de intriga e espionagem, permanecendo até hoje envolto em dúvidas e mistério. E apesar de não ter conseguido um dos possíveis objetivos de quem planejou a trama – impedir de vez a circulação e fechar a TN – teve consequências políticas sérias para Agnelo Alves, prefeito eleito de Natal para o período de 1966/1970 após a prisão e a cassação de Djalma Maranhão, e para o jornalista Cassiano Arruda Câmara, então editor-geral da TRI BU NA DO NORTE . Ambos foram presos. Agnelo acabou destituído pela Câmara Municipal e teve os direitos políticos suspensos. Cassiano ficou 49 dias preso no “Hotel de Trânsito” da Base Aérea de Natal e respondeu a um Inquérito Policial Militar (IPM). O Ato Institucional número 5, que deu amplos poderes aos militares e seus aliados civis no poder desde o golpe de Estado de abril de 1964, foi anunciado em 13 de dezembro de 1968. A partir de então, com o Congresso fechado e

suspensa toda e qualquer garantia legal dos direitos da sociedade, estava oficialmente instituída a ditadura no Brasil. Em maio de 1969, o ambiente de terror, delações e perseguições instaurado pelo AI 5 está suficiente estabelecido para abrigar a tentativa de golpear a TRI BUNA DO NORTE – acreditavam os adversários do jornal - “de forma mortal”. Dois meses antes, em fevereiro daquele ano, o AI-5 já havia cassado os direitos políticos de Aluízio Alves e do deputado estadual Garibaldi Alves (pai do senador). A Câmara Municipal de Natal relutava em votar um processo pela deposição do prefeito Agnelo Alves. A TRIBUNA DO NORTE era o único fórum da oposição e abria, na primeira página, espaço para a coluna “Informes do Redator”, miscelânea de notas em que o tom político se sobrepunha a variação, apenas aparente, dos assuntos abordados. Sem assinatura, a coluna era de responsabilidade do editor-geral, mas as notas – ou a maioria delas – eram de autoria do prefeito Agnelo Alves. Não raro, elas chegavam em cima da hora do • 17 •

1 • OS FUNDADORES 2 • LUTAS E IDEAIS 3 • UM NOVO TEMPO

fechamento, rabiscadas em formas de bilhetes e papéis avulsos. No dia 14 de maio de 1969, a Câmara Municipal de Natal finalmente rejeitou um pedido de deposição do prefeito Agnelo Alves. Na noite do dia seguinte, uma quinta-feira, segundo relatos do chefe das oficinas da TN , Baltazar Pereira, “uma mulher loura, vestida de branco, em um Fusca, chegou às oficinas do jornal e entregou um bilhete de Agnelo”. O papel trazia duas notas sobre a disputa futebolística entre ABC e América, mas com alusões claras a um possível alinhamento político, tipo “clientelismo”, do general Hildebrando Duque Estrada, comandante da guarnição do Exército em Natal, com o “lado vermelho”, cor que identificava o time americano, mas também os partidários de Dinarte Mariz, adversário histórico de Aluízio e que, naquele momento, gozava de grande prestígio junto ao governo militar. Tentando se antecipar aos problemas que as notas causariam, tanto o editor-geral Cassiano Arruda quanto o prefeito Agnelo Alves procuraram explicar que não tinham autorizado as notas e que se tratava de uma trama. O suspeito apontado por eles era o então ministro do TCE, Romildo Gurgel, que nunca foi investigado nem teve participação comprovada no fato. Em vão. Ao término da audiência com o general Hildebrando Duque Estrada, que se fez acompanhar na sala de comando do Quartel General (hoje, o prédio do Memorial Câmara Cascudo) por vários oficiais subalternos e os integrantes civis da Comissão Geral de Inquérito, no fim da tarde de 16 de maio de 1969, Cassiano Arruda e Agnelo Alves receberam voz de prisão. O chefe das oficinas da TN, Baltazar Pereira, e o linotipista João Anselmo foram “detidos para prestar esclarecimentos”. Sem o editor-geral, um dos seus principais articulistas, o chefe das oficinas e um linotipista, a Redação da TN acusou o golpe. As primeiras 48 horas foram para articular a defesa dos presos. O jornal não circulou no sábado seguinte à prisão (17), nem no domingo (18). Mas, estava de volta às ruas, na terça-feira (20), com a versão sobre as notas estampadas na primeira página. No comando da redação, Woden Madruga. Cassiano foi levado para a Base Aérea de Natal, onde ficou até 04 de julho daquele ano. Agnelo, preso, foi destituído do cargo de prefeito pelos vereadores de Natal, ficou recolhido ao Clube dos Oficias de Engenharia, no quartel da Hermes da Fonseca e chegou a responder 17 inquéritos. Nada ficou comprovado contra nenhum deles. A TRI BU NA DO NORTE , ainda e mais uma vez, resistia.

4 • OS PROFISSIONAIS

Pressões econômicas e ameaças aos anunciantes, por parte dos adversários e dos militares que estavam no governo, não conseguiram fazer com que a TRIBUNA DO NORTE deixasse de circular. Com a promulgação do Ato Institucional número 5 (AI5), os poderes discricionários dos governos militares aumentaram. Uma trama, envolvendo uma nota em coluna de primeira página, e a prisão da cúpula editorial do jornal, instalou o terror dentro da redação.

5 • AS CAPAS

não circulou

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

O dia que a TRIBUNA




6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

3

UM NOVO TEMPO

Profissionalização e mudanças


Um círculo virtuoso de

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O modelo gráfico-editorial adotado pela TN, a partir de 1996, foi rapidamente copiado por outros veículos impressos locais e marcou o início de uma nova era no jornalismo impresso potiguar.

Qualidade a serviço do leitor Atenta à modernização dos conceitos de jornalismo impresso, a TN atualiza seu projeto gráfico-editorial de forma contínua, o que é reconhecido pelo mercado de leitores e anunciantes locais.

4 • OS PROFISSIONAIS

diagramação flexíveis e dinâmicos que dão ao leitor a impressão de entrar em contato com um jornal que se apresenta sempre novo, diferente e interessante a cada edição”. Peixoto chama a atenção para um fato que costuma passar despercebido à maioria dos analistas de mercado. É que desde a implantação da reforma gráfica de 1996, uma sucessão silenciosa de mini e pequenos reajustes vêm reatualizando, por assim dizer, aquela grande reforma. O resultado disso, salienta, é que a TN entrou num ciclo virtuoso que se autorrenova periodicamente, garantindo aquelas qualidades que obteve quando adotou a nova cultura gráfica-editorial de fazer jornal. A realidade desse ciclo virtuoso a que se refere o diretor de redação, fica evidente na análise dos números levantados pelas informações juradas do editor ao Instituto Verificador de Circulação – IVC, o mais fidedigno termômetro da imprensa brasileira. Observando-se os dois últimos anos, constata-se que mês a mês a circulação da TRI BU NA DO NORTE bate um novo recorde de vendas. Em outubro de 2009, o jornal alcançou uma circulação 248% maior que o principal concorrente, nas edições de domingo na região metropolitana.

5 • AS CAPAS

Aproximando-se o fim do milênio, a TRI BU NA DO NORTE entendeu que precisava se posicionar à altura dos desafios da modernidade finissecular que batia à sua porta, demandando uma nova postura profissional, pautada pelo pragmatismo das pesquisas de opinião, dos indicadores socioeconômicos e das tendências do mercado. À medida que a informatização da redação da TN se consolidava, proporcionando ao jornal um dinamismo inédito aliado a uma operosidade sem paralelo na imprensa do Estado nas décadas passadas, uma exigência se tornava imperiosa: estabelecer um processo contínuo de autoavaliação e mudanças, garantindo o equilíbrio entre a apresentação dos cadernos noticiosos e de pequenos e grandes anúncios, a fim de proporcionar-lhes não só requintes estéticos, mas, sobretudo uma melhor utilização dos espaços das colunas e páginas. De acordo com o diretor de redação, jornalista Carlos Peixoto, a TRI BUNA DO NORTE que surgiu, a partir de então, “estabeleceu um novo modelo, mudando a feição do jornalismo impresso no Rio Grande do Norte”, enfatiza, “na medida em que passou a atender a normas e padrões de

Nova TN, novo jornalismo

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

A reforma gráfica-editorial de 1996 abriu um ciclo de grandes transformações estruturais e mudanças de paradigmas tecnológicos na TRIBUNA DO NORTE . A fase heróica dos confrontos político-ideológicos, que marcou as primeiras décadas e foi determinante para a constituição da empresa, já ficara para trás. Havia sido uma página fundamental da história do jornal, que tivera seu lugar e sua hora, mas que precisava ser virada.

3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS

1 • OS FUNDADORES

liderança


OS NÚMEROS DO IVC* - INFORMAÇÃO JURADA DO EDITOR

253%

1 • OS FUNDADORES

Variações percentuais da liderança da TN, na circulação paga, sobre o principal concorrente na mídia impressa potiguar** 163% 84% 41,6%

Jan/2006

61%

59% 18,9% Jun/2006

15% Dez/2006

28% Jan/2007

Jun/2007

Dez/2007

Jan/2008

37% Jun/2008

31% Dez/2008

24% Jan/2009

Jun/2009

Dez/2009

Em dezembro de 2009, os números da informação jurada do editor ao IVC confirmaram a ampliação da liderança da TRIBUNA DO NOR TE em termos de circulação, registrando uma superioridade de 253% de exemplares vendidos a mais do que o principal concorrente, entre os veículos impressos, na área metropolitana da Grande Natal, aos domingos. Pesquisa realizada pelo Instituto Ibope reafirmou que a TN é o jornal preferido por mais da metade do público leitor de jornal no Rio Grande do Norte.

A excelente recepção de que goza a TRI BU NA DO NORTE na sociedade e no mercado norte-rio-grandenses é fruto de um esforço que foi iniciado ainda no longínquo ano de 1950 e que veio se renovando até os dias de hoje, ao longo de suas diversas fases, mas sempre em progressão ascendente. E, se a culminância desse processo se deu na década passada, o desafio para a nova década que se abre na história da TN é encontrar as respostas para as questões levantadas diante das incertezas surgidas a partir da informatização das comunicações em âmbito global. Trazer o jornal cada vez mais perto dos seus leitores é a fórmula que, segun-

do Peixoto, vai permitir que a TRIBUNA DO NORTE prossiga em sua parceria aberta com o povo norte-rio-grandense. Para isso, uma série de iniciativas de ordem estrutural e conjuntural vem sendo implementada. Uma deles é o espaço que a TN vem abrindo para a discussão dos grandes temas de interesse do Estado, através de projetos como o Motores do Desenvolvimento, executado nos anos de 2008 e 2009, em parceria com a consultoria RG Salamanca Investimentos, o sistema Fiern e o sistema Fecomercio. Nos vários seminários promovidos pela TN e seus parceiros, temas como infraestrutura, energia e turismo, indústria, comércio e empreendedorismo foram submetidos a análises que podem subsidiar, orientar e fundamentar políticas públicas e privadas, apontando caminhos para o futuro. A criação de novas parcerias com instituições públicas e privadas visando sempre assuntos relevantes para o povo potiguar vai manter a TN no topo do jornalismo no Estado, vaticina Peixoto, acrescentando: “Nada acontece por acaso. Se a TRI BU NA do NORTE está hoje numa confortável posição de líder de vendas em bancas e nos cadernos de classificados, isso se deve ao seu processo de desenvolvimento natural, constituído de muitas lutas, mas todas a favor dos interesses do povo potiguar. Este é o maior diferencial da TN”.

Motores do Desenvolvimento do RN Em 2008 a TRIBUNA DO NORTE, em parceria com a RG Salamanca Investimentos e os sistemas Fiern e Fecomercio, idealizou e iniciou a execução de um projeto para uma série de seminários que debateriam os obstáculos e as alternativas para planejar o crescimento socioeconômico das potencialidades do Rio Grande do Norte.

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS

3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS

* Instituto Verificador de Circulação ** Média mensal para edições dominicais em Natal e Região Metropolitana

Palestras e debates do “Motores do Desenvolvimento” atrairam um público significativo, formado por lideranças empresariais, classe política, especialistas e estudiosos dos temas abordados em cada um dos seminários. As entradas para as palestras foram gratuitas.

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1 • OS FUNDADORES 2 • LUTAS E IDEAIS 3 • UM NOVO TEMPO 4 • OS PROFISSIONAIS 5 • AS CAPAS 6 • OS LÍDERES DE LEITURA

TN Online a nova plataforma da informação Em 21 de janeiro de 1999 os internautas passaram a ler a TRIBUNA DO NORTE na versão online. Nos primeiros anos do site, tratava-se simplesmente de lançar o material impresso do jornal do dia na rede mundial. Com o passar do tempo, porém, e com a evolução natural que a internet foi sofrendo e disponibilizando ao jornalismo global, a versão online da TN evoluiu significativamente, sendo hoje um portal moderno, onde o internauta pode não apenas encontrar uma versão mais atualizada - a cada oito minutos, em média – das informações locais, nacionais e internacionais, como também acessar a programação da Rádio Globo (ex-Rádio Cabugi) e da Rádio 104 FM, além de várias opções de blogs que cobrem desde a área da moda à política. “O jornal impresso que não tiver sua versão online, vai sobrar”. É a opinião do especialista em jornalismo virtual, Fred Carvalho, editor da TN Online. No comando da equipe responsável pelo trabalho de atualização das informações que movimentam o portal, Fred Carvalho está bem atualizado com as novas tendências do jornalismo na rede mundial de computadores. Um “portal de notícias”, como o que vem sendo mantido pela TRIBUNA DO NORTE, significa, além da versão online das edições impressas, os sites das rádios, blogs, podcasts (comentários), vídeos, galerias de fotos e reportagens escritas exclusivamente para o site, algumas pelos próprios leitores. É o caso, por exemplo, da seção VC online, onde o internauta, após se cadastrar, pode interagir com o veículo opinando, sugerindo, criticando, complementando informações, enviando fotos... enfim, fazendo uma versão pessoal do veículo online. Para Fred, no futuro cada internauta terá sua própria versão do TN Online, na medida em que a interatividade do veículo permitirá configurações cada vez mais pessoais. De acordo com Fred, o TN Online recebe hoje uma média superior aos 55 mil acessos/dia, o que o torna o veículo mais visitado do Estado, com foco no noticiário de esportes e cotidiano (cidades), mas onde assuntos tão diferentes como polícia e cultura despertam grande interesse entre os internautas. Em dias, excepcionais, por exemplo, como quando a UFRN divulgou a lista de aprovados do vestibular 2010.1, a média de acessos diários do TN On line foi superada em apenas duas horas depois que a lista foi disponibilizada no portal. “Não há conflito entre a versão impressa da TRI BU NA DO NORTE e seu portal na internet. Engana-se quem pensa o contrário”, diz o editor Fred

Carvalho, argumentando que “sempre haverá um lugar no mercado tanto para a versão escrita do jornal como para a versão online, que, no futuro, se complementarão tão bem como o fazem hoje, quando constatamos que o portal reforça substancialmente o TN impresso e vice-versa”. Em defesa desse argumento, Fred observa que a internet é o único veículo que aglutina todas as mídias, e o futuro só fará reforçar essa tendência. Essa convergência já pode ser notada, segundo Fred, no portal da TN Online, na medida em que ela hospeda não só a versão integral do impresso online em sua versão flip, inaugurada este ano – que permite ao internauta paginar virtualmente todo o conteúdo informativo do jornal – mas também a versão convencional, com as atualizações das notícias, novos informes, matérias produzidas simultaneamente para o impresso e para o portal, matérias exclusivas do portal, blogs, podcasts, vídeos e comentários dos internautas, notícias produzidas para as rádios Globo e 104 FM e disponibilizadas também para o portal etc. Essa convergência das rádios para o portal TN Online é, segundo Fred Carvalho, uma tendência natural, considerando a grande semelhança das linguagens do rádio e da internet: objetivas, curtas, precisas. “Num futuro não distante, essa parceria do portal online com as rádios e com o TN impresso se estreitará cada vez mais, permitindo que programas noticiosos sejam transmitidos simultaneamente pela rádio e pelo portal, por exemplo. Longe de afetar a integridade de quaisquer das mídias envolvidas – jornal impresso ou rádio – a convergência das mídias para a internet dará a elas mais visibilidade e, consequentemente, mais audiência e saúde financeira, segundo estima Fred.

TN ON LINE: www.tribunadonorte.com.br • 24 •

O endereço da notícia na rede O site da TRIBUNA DO NORTE na Internet tem se mantido líder, entre os sites locais de notícias, com uma média superior a 55 mil acessos/dia, segundo pesquisas e institutos especializados.

Versão digital das edições impressas No ano que comemora o seu 60º aniversário de fundação do jornal impresso, a TN Online lança a versão digital (flip) das edições diárias, incluindo os classificados e anúncios publicitários.


1 • OS FUNDADORES 2 • LUTAS E IDEAIS 3 • UM NOVO TEMPO

4 OS PROFISSIONAIS Marcas na história do jornalismo local

Poetas, historiadores, advogados, políticos e alguns dos melhores repórteres e editores locais vieram para a Redação do jornal que, apesar de pequeno, prometia ser um dos mais combativos porta-vozes das novas ideias - políticas, econômicas e culturais - que agitaram o Estado naquelas décadas de 1950 e 1960. Antecipando-se às necessidades do

mercado local de comunicação, o próprio jornal contribuiu para o crescimento dos colaboradores e funcionários, apostando na profissionalização. Por iniciativa de Aluízio, ainda nos anos 1950, foram ministrados os primeiros cursos de formação em jornalismo, origem da primeira faculdade. As contribuições de cada um dos que fazem a atual equipe são essen• 25 •

5 • AS CAPAS

ciais para o sucesso da TN do século XXI. Nomes como Mussolini Fernandes, Ticiano Duarte, Woden Madruga, Valdemar Araújo, Cláudio Emerenciano, Sanderson Negreiros, Murilo Melo Filho, Hélio Galvão, Berilo e Rômulo Wanderley, Newton Navarro, Verissímo de Melo, entre tantos outros, marcaram as páginas da história da TRI BU NA DO NORTE com artigos, opiniões, reportagens e todo um trabalho editorial que lançou as bases para a sobrevivência e as conquista do futuro. As páginas seguintes trazem relatos de parte dessa história e alguns personagens que ajudaram a constituir o capital humano da TN. Através dos poucos, que são citados aqui, queremos homenagear o trabalho de todos que passaram pela redação e oficinas, assim como a atual equipe do jornal. O conjunto valioso de dedicação e compromisso profissional dos nossos funcionários e colaboradores– do auxiliar de serviços gerais ao editor – explica porque este jornal se tornou o líder de mercado que é hoje.

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

Conceito desenvolvido pelos executivos do mundo corporativo contemporâneo, o capital humano resume o que uma empresa tem de mais valioso: os empregados. Na TRIBUNA DO NORTE o zelo com o seu pessoal é uma prática rotineira, nascida há 60 anos quando o então jovem deputado e empresário Aluízio Alves foi à luta para recrutar mão de obra para o jornal que planejava. Já no seu início, a TN conseguiu atrair e conquistar os maiores nomes da intelectualidade potiguar, se diferenciando pelo conteúdo editorial.

4 • OS PROFISSIONAIS

Um capital a ser preservado


1 • OS FUNDADORES 6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS

3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS

Ubirajara Macedo

Anamaria Concentino

Newton Navarro

Zila Mamede

Dailor Varela

Sanderson Negreiros

Uma redação de

vanguarda Waldemar Araújo O secretário O cargo de Secretário de Redação, nos anos 50, era o equivalente ao de Editor-geral. Na TRIBUNA DO NORTE, o primeiro a ocupar a função foi o jornalista Valdemar Araújo (1910 - 2003).

Juvenal Lamartine O articulista Seridoense de Serra Negra do Norte (1874-1959), advogado, jornalista, político e magistrado, Juvenal Lamartine escreveu artigos na TRIBUNA DO NORTE sobre vários assuntos.

Na Natal dos anos 1950 jornalismo era sinônimo de intelectual e vice-versa. Nessa época, Câmara Cascudo, Edgar Barbosa, Hélio Galvão, Juvenal Lamartine, Esmeraldo Siqueira, Sandoval Wanderley, entre tantos outros profissionais da escrita e da cátedra, mantinham estreita ligação com as redações dos jornais, meio mais ágil de veiculação de suas ideias. Também assinavam artigos de opinião Carlos Lacerda e Gustavo Corção, intelectuais do sudeste que guardavam afinidades intelectuais, políticas e de amizade com Aluízio. Desde a sua primeira redação da TRIBUNA DO NORTE adotou como regra o convívio entre intelectuais - Rômulo Wanderley, Newton Navarro, Meira Pires, Hénio Melo e Berilo Wanderley , entre outros - e jornalistas profissionais, como Francisco Macedo e Ubirajara Macedo. Mas quem dava as cartas na redação era o jornalista Waldemar Araújo, primeiro secretário de redação (cargo correspondente ao de editor, hoje) e cujo estilo rigoroso de gerir seus repórteres e editores o tornou um nome conhecido na cidade. Passaram pela sua orientação jovens jornalistas que mais tarde ganhariam renome em todo o Estado: Woden Madruga, Ticiano Duarte, Sanderson Negreiros, Cassiano Arruda, entre outros. A mistura heterogênea de talentos, na redação, e de interesses, na linha editorial da TN , deram ao jornal a fama de vanguardista.

Políticos como Geraldo Melo, Erivan França e Garibaldi Filho; Cláudio Santos (desembargador) e Ricardo Curioso (médico), além de outros profissionais, passaram pela redação da TRIBUNA DO NORTE e acabaram optando por uma carreira fora do jornalismo. O jornal atraía os jovens talentos pelo clima de mudanças e liberdade de ideias que sempre estimulou entre seus colaboradores. • 26 •

No ano de 1963, a TRI BU NA DO NORTE foi buscar no Jornal do Brasil (RJ) um jovem talentoso para assumir a direção da Redação: Walter Gomes. Pelas mãos dele, a TN implantou a primeira reforma gráfica-editorial que serviu de base para a crescente profissionalização do jornal. A equipe de repórteres, fotógrafos e diagramadores foi recrutada entre os alunos da primeira turma da recém-criada Faculdade de Jornalismo Eloy de Sousa. Reuniões de editores passaram a decidir que assuntos a TN cobriria a cada edição; repórteres saiam às ruas com pautas elaboradas pela chefia de redação e as páginas receberam diagramação planejada, especialmente a capa, território exclusivo do design de Sebastião Carvalho. As fotos passaram a ter tratamento especial e os textos mais bem elaborados, do ponto de vista estilístico e informativo. O modelo adotado por Walter Gomes era o JB, naqueles anos o líder inconteste na imprensa nacional. No jornalismo cultural a revolução não foi menor do que no noticiário geral. Nei Leandro de Castro, Tarcísio Gurgel, Dailor Varela e Alexis Gurgel lançaram e incentivaram o movimento da poesia concreta, abrindo espaço para correntes literárias de vanguarda nas páginas do Suplemento Cultural do jornal. A TN também passou a empregar mulheres como repórteres e fotógrafas. Zila Mamede, Isa Freire, Anamaria Concentino foram algumas das jornalistas que integraram a equipe ao lado de colegas masculinos como Expedito Silva, Dejair Dantas, João Basista Machado e outros. Na escolha dos diretores de Redação, em diferentes fases, a TRI BU NA DO NORTE procurou manter as mesmas qualidades de inovação, profissionalismo e busca pela modernização. Ocuparam a função profissionais como Dorian Jorge Freire, Paulo Tarcísio Cavalcanti, Antonio Melo, Alfredo Lobo, Edilson Braga e Osair Vasconcelos.


A história do jornalismo norte-rio-grandense guarda o dia 28 de janeiro de 1957 como a data de sua maioridade profissional. De fato, nesse dia se realizou o primeiro Curso de Jornalismo, simultaneamente aos primeiros cursos de Publicidade e de Linotipia, no Estado. Desses cursos saíram dezenas de jornalistas, publicitários e linotipistas que passaram a dispor em seu currículo de um diploma profissional que os recomendava num mercado ainda marcado pelo amadorismo devido à ausência de cursos especializados.

1976

APÓS FORMAR DEZENAS DE PROFISSIONAIS DA IMPRENSA, A FACULDADE ELOY DE SOUZA É INCORPORADA PELA UFRN • 27 •

1963

4 • OS PROFISSIONAIS

SEGUINDO O MODELO DO CURSO DA TN, O GOVERNO ESTADUAL CRIOU A FACULDADE DE JORNALISMO ELOY DE SOUZA, A 2ª DO TIPO EM TODO O BRASIL.

Valério Andrade Formado na primeira turma do curso de jornalismo promovido pela TRIBUNA DO NORTE e sob a direção de Carlos Lacerda, o jornalista Valério Andrade se destacou na imprensa nacional, durante as décadas de 1960 e 1970 (Revista Manchete), como um dos melhores e mais respeitados críticos de cinema do país. Idealizador do “Festival de Cinema de Natal”, escreve semanalmente na TN sobre artes, costumes e política.

5 • AS CAPAS

tópicos, foram levados a uma sala de aula em nosso Estado por jornalistas de renome nacional. Dessa geração, formada sob a orientação de Carlos Lacerda, saíram jornalistas que exerceriam, mais tarde, funções-chave na imprensa norte-riograndense. Woden Madruga, Valério Andrade, Ticiano Duarte, Berilo Wanderley, Francisco Macedo, Mussolini Fernandes, Ubirajara Macedo marcaram com talento e trabalho suas passagens pela TRIBUNA DO NORTE. Os dois primeiros ainda assinam colunas nas páginas desse jornal. O pioneirismo do curso de Jornalismo lançou as bases para a criação do Curso de Jornalismo Eloy de Souza da Fundação José Augusto, em 1963, e que depois seria incorporado (em 1976) à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) como a primeira Faculdade de Jornalismo no Rio Grande do Norte. Criada durante o governo de Aluízio Alves, a Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza foi a segunda deste tipo em todo o Brasil (a 1ª foi a Faculdade Cásper Líbero, no Rio de Janeiro). O primeiro diretor foi o jornalista Luiz Lobo. Das salas de aulas da “Eloy de Souza” saíram alguns dos nomes que fizeram história no jornalismo local e nacional, como Cassiano Arruda, Dermir Azevedo, Claudio Emerenciano, Claudio Santos, Emmanuel Nery, Jomar Morais e outros. Muitos tiveram as primeiras lições práticas do jornalismo na redação da TRI BU NA DO NORTE .

MATRICULADOS NO CURSO DE JORNALISMO DA TN, EM 1957, PRESTARAM EXAMES À BANCA EXAMINADORA DO PROF. HERMANO ALVES

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

A ideia ocorreu ao diretor-fundador da TRIBUNA DO NORTE, Aluízio Alves, em vista das dificuldades que encontrava para recrutar mão de obra qualificada para a redação e as oficinas do jornal que fundara em 1950, a fim de poder oferecer a seus leitores um produto de melhor qualidade do que aquele que normalmente se fazia no Estado. Graças a seus laços de amizade com o jornalista e político carioca Carlos Lacerda, com quem fundara em 1949 o jornal Tribuna da Imprensa, Aluízio tomou a iniciativa de convidá-lo para dirigir o curso de Jornalismo, o que trouxe a Natal o experiente tribuno carioca, reputado pela sua oratória inflamada e cáustica e que protagonizou episódios que apressaram o fim do Estado Novo e abriram alternativas para a democracia brasileira. Além de ser dirigido pelo jornalista Carlos Lacerda, o curso de Jornalismo contou com a participação do jornalista Hermano Alves, da cadeira de Técnica do Jornalismo da Faculdade de Filosofia do Rio de Janeiro, do jornalista Rui Bloen, diretor da Folha de S. Paulo, do jornalista Eugênio Malanga, também da Folha, e de Manoel Maria de Vasconcelos, diretor da revista Publicidade e Negócios, norte-riograndense como os jornalistas e professores Otto Guerra, Raimundo Nonato Fernandes e Edgar Barbosa. A abertura solene dos cursos, feita pelo então deputado federal Aluízio Alves, teve lugar no auditório da antiga Faculdade de Direito, na Ribeira (o prédio entre o Centro de Saúde e Teatro Alberto Maranhão) para 138 alunos, dos quais 112 homens e 26 mulheres, distribuídos nos turnos da manhã e tarde. Desse total, 96 tiveram frequência regular e 92 prestaram exame à banca examinadora presidida pelo professor Hermano Alves. Pela primeira vez, assuntos como a missão da imprensa e do rádio, relações do jornal e do rádio com a comunidade, a função da imprensa e do rádio na democracia, a história da liberdade de imprensa, entre outros

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3 • UM NOVO TEMPO

jornalismo

2 • LUTAS E IDEAIS

1 • OS FUNDADORES

Uma revolução no




1 • OS FUNDADORES

Memória do fato e da fábula Filho da pequena Caraúbas, cidade do Alto Oeste potiguar, Mussolini Fernandes (1925-1997) é um dos decanos do jornalismo profissional norte-riograndense. Nos primeiros anos da década de 1940 estreia como revisor nas páginas de O Diário, jornal fundado por Aderbal de França, Djalma Maranhão e Valdemar Araújo, este, aliás, que viria a ser, na década seguinte, o primeiro editor da TRI BU NA DO NORTE . Quando Aluízio Alves o contratou para os quadros redacionais do jornal que

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS

3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS

José Mussollini

Francisco Macedo

lançaria em 1950, Mussolini já era um experiente repórter, função que acumulava com a de “representante” (correspondente local) do jornal carioca O Globo. Nesse cargo, noticiou a chegada dos primeiros militares americanos em Natal em 1941, colocando a cidade no centro daquela que foi a maior guerra da história. Cobriu o desenrolar do conflito e, de quebra, entrevistou até astros do cinema americano, como Tyrone Power. Homem dos sete instrumentos, Mussolini exibe uma biografia tão rica que parece a colagem de várias pessoas. Por exemplo, ao mesmo tempo em que exercia as funções de repórter já no primeiro número da TRIBUNA DO NORTE, fazia-se distinguir como filatelista, poliglota, servidor público, desportista, ator, conversador impagável e, mais tarde, como funcionário cônscio de suas grandes responsabilidades como arquivista da TN. Como filatelista, foi o fundador e o primeiro presidente da Sociedade Filatélica Potiguar. Levou tão a sério esse hobby que se tornou um especialista em selos no Estado, com correspondentes em todo o mundo; como desportista, foi um dos fundadores do América Futebol Clube, do qual foi secretário e conselheiro; como ator, atuou no Conjunto Teatral Potiguar sob a direção do

teatrólogo Sandoval Wanderley; como servidor público, trabalhou no IAPI (Instituto dos Industriários). Com a fusão dos institutos, foi lotado no INPS como assessor do superintendente e, mais tarde, foi fundador e primeiro diretor do Funrural no Estado. Sempre disponível e de bom humor, Mussolini recebia com satisfação a visita de estudantes e pesquisadores que procuravam o arquivo da TN . Nessas ocasiões, costumava contar histórias fantásticas sobre a velha Ribeira e os blecautes das noites do período crítico da Segunda Guerra, quando o general alemão Erwin Rommel ameaçava tomar Dacar, na África, e de lá voar para bombardear Parnamirim e Natal. Para a chefe do Arquivo da TN, Lucia Fernandes, sucessora de Mussolini na função, seu antecessor se notabilizou na empresa por qualidades como assiduidade e competência e ainda por ser um homem de opiniões firmes e francas. “Ele tinha opinião formada sobre tudo e se sentia valorizado pela TN porque sabia que tinha feito por onde conquistar esse respeito”. Lucia lembra que Mussolini costumava se gabar da entrevista que fez com a primeira-dama argentina Eva Perón, no aeroporto de Parnamirim, enquanto Evita trocava de aeronave para seguir com destino à Europa. Mas dizia também que foi a entrevista mais difícil de sua vida, porque a beleza de Evita chegava a atrapalhar suas ideias. A paixão pelo jornalismo o acompanhou até o último dia de vida. Morreu aos 72 anos – 48 deles passados na TN –, vítima de uma parada cardíaca, no dia 13 de março de 1997.

Um jornalista exemplar Na “redação de notáveis” (ou acadêmicos) que constituiu a primeira formação de profissionais do jornalismo da TRI BUNA DO NORTE, nos primórdios dos anos 1950, Francisco de Assis Macedo, o Chico Macedo, já militava nas redações dos jornais locais quando foi convidado para integrar a equipe chefiada por Waldemar Araújo, juntamente com Ubirajara Macedo no desafio de vencer as barreiras políticas e ideológicas que dificultavam, à época, o acesso dos jornalistas aos fatos. Foi uma experiência fundamental na sua carreira de jovem aspirante a um lugar ao sol na imprensa norte-riograndense. Coletando informações, redigindo notícias, corrigindo provas, registrando fato, o repórter Macedo foi definindo um estilo não apenas de escrever, mas de examinar a realidade, esquadrinhandoa nos detalhes, nas minúcias e nuanças que distinguem o verdadeiro jornalista como um incansável buscador de coisas, selecionador dos fatos reais e relevantes. A profissionalização viria em 1957, ao concluir o emblemático 1º Curso de Jornalismo do Rio Grande do Norte, concebido por Aluízio Alves, a fim de atender a

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demanda crescente da TRI BU NA DO NORTE por mão de obra qualificada na área jornalística. A direção do curso ficou com o jornalista Carlos Lacerda. Conhecido pelo temperamento afável e respeitoso com todos que trabalhassem à sua volta, mas principalmente pela operosidade e conhecimento de todos os setores de um jornal, Francisco Macedo foi repórter, editorialista e secretário de redação (Editor-geral) da TRI BUNA DO NORTE na sua primeira década de circulação, dando uma contribuição fundamental com seu trabalho e competência para consolidar a TN como porta-voz dos interesses maiores da sociedade norte-rio-grandense. Emprestou seus serviços a outros noticiosos potiguares, como o Diário de Natal, o Jornal do Comércio e encerrou sua carreira jornalística como secretário de redação do jornal A República. Em 1968 diplomou-se no Curso de Jornalismo Eloy de Souza, o que lhe abriu as portas do Departamento de Comunicação da UFRN, onde ministrou para os alunos de jornalismo seus amplos conhecimentos dessa matéria.


Ticiano A sentinela em seu observatório Duarte O mais experiente dos analistas políticos em atividade na imprensa potiguar, o jornalista, maçom, acadêmico e escritor Ticiano Duarte é um colunista que costuma separar, no trabalho regular que realiza na imprensa do Rio Grande do Norte, fatos e rumores da cena pública. Seu método de trabalho não é de execução fácil, porque ele costuma recorrer ao passado para explicar o presente e projetar o amanhã, o que supõe organização, ordem e um vasto acervo de fatos catalogados. O repertório de informações que Ticiano Duarte costuma exibir a título de respaldo às suas análises, começou a ser construído ainda nos anos 1950, ano em que ingressou na juventude dos seus 18 anos como repórter no seleto time de jornalistas de A República, onde assinava a coluna “Notas do Palácio”. Seu nome, logo o tornou um profissional requisitado, o que o levou a escrever em outros jornais, como o Diário de Natal, o Jornal de Natal, a Folha da Tarde, até se fixar na TRI BU NA DO NORTE, da qual foi Editor-geral nos anos 1970 e onde assina, ainda hoje, artigos sobre a história política. Como editor da TN, Ticiano Duarte não passou incólume pelas pressões dos

governos militares: respondeu a um Inquérito Policial Militar, enquadrado na Lei de Segurança Nacional por reportagem publicada no jornal. Ao ser absolvido pelo Conselho Permanente da Marinha, no Recife (PE), acabou gerando jurisprudência para que acusações semelhantes contra outros jornalistas fossem julgadas no âmbito da Lei de Imprensa. Escreveu, em 2001, o livro “Anotações do meu caderno”, reunindo textos publicados na TRIBUNA DO NORTE às quartasfeiras. No livro, um amplo leque da vida política norte-rio-grandense se abre ante os olhos do leitor. Personagens pouco lembrados ou já esquecidos, como Abelardo Calafange, Pedro Matos e Gil Soares aparecem em episódios marcantes, enquanto nomes familiares e expressivos, como Café Filho, Aluízio Alves, Djalma Maranhão, Dinarte Mariz, entre outros, protagonizam acontecimentos decisivos da nossa política. Em 2002, foi eleito por unanimidade para a Academia Norte-rio-grandense de Letras, num reconhecimento por parte daquela austera instituição de que seu trabalho literário extrapola o papel do colunismo político e adentra as esferas da produção intelectual. Acerca do seu próprio trabalho • 31 •

como analista político, Ticiano Duarte observa: “Me preocupo com o esquecimento relegado aos fatos e às pessoas. Aproveito enquanto estou lúcido para dar a minha contribuição à história do Rio Grande do Norte”. Ticiano Duarte vê as comemorações dos 60 anos de atividades da TN como um fato digno de todos os louvores: “Hoje, a TRI BU NA DO NORTE é um patrimônio da inteligência e um servidor da cultura potiguar. Aos 60 anos a luta da TN continua pontilhada pelos mesmos sonhos de liberdade e democracia”.

4 • OS PROFISSIONAIS

3 • UM NOVO TEMPO

Analisando o jornal dos anos 1950 e o que é feito hoje, Woden Madruga pondera que são tantas as diferenças que chega a achar absurda uma comparação. “Do jornal de 12 páginas, de antigamente, para o de hoje, que chega a ter cerca de 100 páginas nos domingos, não há termo de comparação. São coisas de épocas diferentes. E, no entanto, é a mesma e velha TRIBU NA DO NORTE de sempre. Parece um paradoxo, mas o tempo que separa uma de outra também parece paradoxal. Nem sei se o tempo passou”, confessa.

5 • AS CAPAS

Woden voltou ao DN, passando também pelo Jornal de Natal, veículo de propriedade de Djalma Maranhão. O retorno definitivo à TN se deu em 1964, desta vez para integrar a equipe que estava sendo montada pelo editor Walter Gomes. Woden já estava formado em Direito e o foco do seu interesse jornalístico, mais apurado, incluía uma grande variedade de assuntos: da política aos costumes locais, da cultura aos problemas urbanos da cidade. No projeto de modernização da TN, idealizado por Walter Gomes, o papel reservado a Woden era o de colunista geral, um comentarista de todos os assuntos que poderiam estar ou não no noticiário da edição do dia, nascendo daí o título da coluna que acabou, pela tradição e credibilidade conquistada, virando uma marca pessoal: o “Jornal de WM”. Hoje, é a coluna mais antiga do jornalismo impresso no Estado. Recordando a rotina que animava a redação da TN naquelas primeiras décadas, Woden identifica Waldemar Araújo como secretário, José Gobat como administrador geral, Mussolini Fernandes na gerência e Geraldo Melo como repórter e colunista político. Alguns poucos repórteres eram suficientes para imprimir uma qualidade excepcional aos textos da TN: Expedito Silva, Eugênio Neto e Adalberto Rodrigues.

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

O veterano dos jornalistas da TRIBUNA DO NORTE, ainda em atividade, Woden Madruga, guarda boas e nítidas lembranças dos seus primeiros anos na empresa construída por Aluízio Alves. No primeiro momento, duas coisas chamaram a atenção de Woden: um projeto de modernização da empresa e a construção de uma sede própria na rua Princesa Isabel, 599, na Cidade Alta, que nunca chegou a ser concretizada. Em fevereiro de 1956, quando ingressou na TN foi a convite do próprio José Gobat Alves. Aos 17 anos de idade, Woden já tinha a experiência de um repórter tarimbado na apuração de notícias. Havia trabalhado no Diário de Natal, ao lado de Luiz Maria Alves e Xavier Pinheiro. Com Alves - mais tarde, superintendente do veículo dos Associados em Natal - fez a cobertura jornalística do assassinato do ex-prefeito de Patu, Lauro Maia, crime famoso na crônica policial natalense dos anos 1950. “Vim para ser repórter, mas, dois meses depois, dividia a reportagem com uma coluna diária, ‘A Revista da Cidade’, que era publicada na segunda página. Notas sociais, uma pitada sobre acontecimentos culturais, o ameno cotidiano natalense”, lembra Woden. Mas, essa primeira experiência na TN foi de pouca duração. No ano seguinte,

1 • OS FUNDADORES

Cronista do cotidiano fugaz

2 • LUTAS E IDEAIS

Woden Madruga


1 • OS FUNDADORES

Um gráfico impagável O nome do gráfico Baltazar da Costa Pereira (1934-2002) não contém, em aparência, qualquer elemento cabalístico. Mas o fato de ter sido o primeiro funcionário contratado pelo então jovem empresário das comunicações Aluízio Alves para compor os quadros da futura TRI BU NA DO NORTE marcou em definitivo a vida daquele homem simples que definiu assim, certa vez, a sua ideia de felicidade: “É a gente fazer o que gosta e eu gosto do meu trabalho”.

3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS

Baltazar Foi desse jeito meio canhestro que Baltazar fez essa extraordinária revelação: era um homem feliz, como o seu conterrâneo e contemporâneo Luís da Câmara Cascudo, segundo revelação feita pelo biógrafo do mestre, Diógenes da Cunha Lima. O “velho Balta”, como seus companheiros de gráfica gostavam de falar, viveu em paz com a felicidade. Era homem de boa índole, mas, a exemplo do seu patrão, era capaz de exibir uma inflexível tenacidade quando se tratava do seu trabalho ou, quando, ainda, foi levado ao Quartel General do Exército por conta de uma edição da TN que desagradou aos mandatários da hora, num episódio que envolveu um misterioso mensageiro que se passou pelo jornalista Agnelo Alves, então prefeito de Natal, e que culminou na publicação da indigitada matéria “antimilitarista”. Conclusão: Agnelo foi detido, juntamente com o secretário de redação da TN , jornalista Cassiano Arruda Câmara. Baltazar foi libertado ao fim de um dia extenuante de questionamentos capciosos, ante o qual se manteve firme na sua versão dos fatos ocorridos, e voltou ao trabalho na manhã seguinte, retomando sua rotina, indiferente ao contratempo da véspera. Na comemoração de meio século de

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS

Os gráficos Quando fazer jornal é uma paixão Das linotipos recondicionadas, adquiridas junto à Editora Borsoi, no Rio de Janeiro, em 1950, à moderna Computer to plateCTP, adquirida recentemente, as oficinas da TRIBUNA DO NORTE abrigam um trio de funcionários que encarna a própria memória das muitas fases da industrialização pelas quais passou o jornal. João Batista de Souza Lima já viu de tudo nas oficinas da TN. Integrando a equipe responsável pela impressão do jornal desde os primeiros números, começou como auxiliar da “máquina plana”. O trabalho exigia extrema habilidade do seu manipulador a fim de que as

páginas impressas saíssem inteiras. Hoje, adaptado à moderna impressão off-set, que exige o mínimo de contato manual do impressor com a máquina, João Batista de Souza Lima confessa que tem saudade das linotipos, máquinas que exigiam uma participação assídua do operador. Em compensação, diz que hoje o trabalho é muito “mais leve e seguro”. João Batista da Silva, o João Preto, operador de máquinas há 42 anos, compara a história da TN como um longo “seriado de televisão”, do qual ele tem o privilégio de ler, em primeira mão, cada capítulo diário. Manuseando provas, até que a impressora adquira o ritmo e a qualidade fixadas para cada edição, afirma que gosta de ler o noticiário de esporte e polícia. “É um trabalho em que a gente não sabe o que é monotonia”, resume. Contemporâneo de João Batista de Souza Lima e de João Preto, o impressor Elder Amaral de Castro tem mais de 40 anos de casa, o que lhe permite afirmar com segurança que os tempos difíceis ficaram para trás. Desses tempos, ele lembra que os gráficos só tinham hora para chegar. “Ninguém sabia a hora de sair. Cada dia era uma dificuldade nova para superar e a turma de impressores varava a madrugada na labuta”. Elder reconhece que as mudanças só vieram para melhorar. “A qualidade e a rotina do trabalho são bem • 32 •

circulação da TRIBUNA DO NORTE, em março de 2000, lá estava Baltazar, perfeitamente adaptado a todas as transformações por que passou o parque gráfico do jornal, culminando com a implantação do moderno e revolucionário off-set. E feliz, porque continuava fazendo aquilo que gostava de fazer. Com a diferença que agora não era mais titulista, nem paginador, nem linotipista. Melhor dizendo, era tudo isso e um pouco mais: era o chefe de Composição, o que equivalia a carregar a enorme responsabilidade, renovada a cada dia, de imprimir o último retoque, calcar o último botão, conferir os últimos detalhes de cada edição do jornal. Nos últimos anos, enfrentando uma batalha desigual contra uma moléstia implacável, comparecia diariamente à TN para cumprir sua jornada de trabalho, função, aliás, de que estava dispensado pelos seus patrões, tendo em vista a gravidade do seu precário estado de saúde. Praticamente trabalhou até o seu último dia de vida, com a obstinação e a certeza de que se pode fazer sempre a coisa certa, mesmo em situações adversas. Agnelo Alves, que sempre teve em Baltazar um aliado firme e competente na retaguarda da TN, ao saber da morte do velho gráfico, expressou um pesar em que adicionou uma homenagem: “Baltazar era a imagem e semelhança da TN. De onde ele estiver, e sei que deve estar no céu, tenho certeza de que ele está de olho em todos nós e no dia a dia da TRI BU NA”. Aluízio Alves, que acreditou desde o início no seu potencial, resumiu com uma frase a vida exemplar daquele que também ficou conhecido como o guardião das máquinas da TN: “Tive sorte de trabalhar com uma pessoa como Baltazar”.

melhores, para satisfação do leitor”. Uma coisa, porém, não mudou, em sua opinião: “a paixão para botar o jornal na rua é a mesma”. José Meira de Araújo, que pensava em se profissionalizar como diagramador – para tanto, fez um curso de especialização no Recife, no fim da década de 1960 RI BU– também habita as oficinas da TR NA DO NORTE como testemunha ocular da modernização gráfica do jornal. Em 1972, Meira fez curso de off-set em Brasília, habilitando-se a participar da instalação do novo sistema de impressão nos jornais natalenses. Primeiro, para o jornal do grupo associado em Natal, depois em A República e também na TRI BU NA DO NORTE. Dessa época em diante, integra os quadros do jornal como gerente industrial de Impressão e Pré-impressão. Para José Meira, a TRIBUNA DO NORTE está equipada, hoje, com um dos sistemas mais avançados de pré-impressão gráfica, o CTP – Computer to plate, um sistema tão perfeito de transmissão de dados que só falha em caso de erro humano. Isso quer dizer, entre outras coisas, que a impressão da TN de cada dia está cercada dos cuidados técnicos mais modernos, o que assegura qualidade e conforto visual para o leitor; certeza da visibilidade da mensagem publicitária para o anunciante e racionalização de custos para a empresa.“Tratase de uma equação que beneficia as três partes envolvidas”, comenta José Meira. A essa tecnologia, juntou-se o sistema de impressão DEV Horizon que, conforme explica, veio mais do que dobrar a capacidade de impressão da TRIBUNA DO NORTE. Pelo processo anterior, as impressoras rodavam uma média de 18 mil cadernos (partes de que se compõem um jornal) por hora. Hoje, com o sistema DEV Horizon, imprimem 40 mil cadernos/hora.


O observador do jet set Jota Epifânio O gosto pelas festas, o prazer em fazer amizades, a arte de se relacionar e a habilidade para manter uma conversa alegre. Foram essas as qualidades e os gostos que fizeram com que José Epifânio da Silva (1914-2000) acabasse por se decidir a tentar a carreira de jornalista, especializandose por conta própria no colunismo social. E o fez com tanto zelo e entusiasmo que, durante décadas, tornou-se sinônimo de informação sobre a sociedade natalense, criando estilo e ditando modas como “rei absoluto” da crônica do jet set potiguar. Menino de família pobre, nascido em Nova Cruz (região Agreste do Estado), José Epifânio começou a vida como balconista da agência local das Lojas Paulistas (mais tarde, as Casas Pernambucanas). Afável e conversador, aos 13 anos mudou-se para Natal, onde deveria estudar para “ser alguém na vida”. O projeto deveria ser realizado, mas não necessariamente pela via de um diploma ou da vida acadêmica. Entre um emprego e outro, que garantisse a sobrevivência diária, Epifânio acabou contratado como taifeiro pela Aeronáutica, servindo na Base Aérea de Natal a partir de 1945, o último ano da II Guerra Mundial, onde fez amizades com praças e oficiais brasileiros e norte-americanos. O dom para fazer bons relacionamentos,

dentro e fora do quartel, logo chamou a atenção dos superiores. Epifânio se viu “promovido” a relações públicas da Base, função que o pôs em contato com jornalistas e lhe abriu as portas das redações locais. As primeiras notas foram escritas para o Jornal do Comércio, veículo impresso do então “majó” Theodorico Bezerra. De lá, Epifânio mudou-se para as páginas do Correio do Povo, do governador Dinarte Mariz, e em 1966 chegou à TRIBUNA DO NORTE. Em meio a uma redação que primava pelo vanguardismo e intelectualidade, construiu uma marca própria – a troca do jornal de Dinarte pelo jornal de Aluízio já foi considerada uma “excentricidade” -, a coluna do Jota Epifânio, que circulou por 44 anos ininterruptos. Irreverente e sarcástico, quando queria, ou elogioso e doce, quando necessário, Epifânio “estava em tudo que é festa, sem deixar a política partidária intervir na sua coluna”, lembra Cassiano Arruda, contemporâneo dos primeiros anos de Epifânio na TN. A coluna de Jota Epifânio era considerada, então, um dos quatro pilares que atraíam leitores e fortaleciam as edições do jornal (os outros eram o Informe do Redator, o Jornal de Woden Madrugada e a coluna de João Machado). O sucesso de Jota Epifânio colabora• 33 •

va na resistência da TRIBU NA DO NOR TE às pressões dos governos militares para silenciar e tirar o jornal de circulação. Em 1969, com Aluízio Alves já cassado, o coronel Paulo Salema Garção Ribeiro intimou Epifânio a deixar “o jornal dos Alves ou sofrer as consequências”. Bem relacionado com o comando local da Marinha, Jota Epifânio resistiu. Ficou no jornal e virou relações públicas do Cassino de Oficiais da Base Aérea. Autodidata do jornalismo social, Epifânio era admirador confesso de Ibrahim Sued, de quem procurava imitar o estilo. Cunhou, sobre si mesmo, uma frase impagável: “ser cronista social é fácil. Difícil e ser Jota Epifânio”.

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a discutir os detalhes do futuro jornal, cujos estatutos, Hélio, na qualidade de advogado, se incumbiu de redigir. Não foi difícil encontrar um nome para a nova empresa jornalística sonhada por Aluízio Alves. Seu nome seria mesmo Editora Tribuna do Norte S/A, de certo modo um tributo que Aluízio Alves prestava ao seu amigo carioca Carlos Lacerda, com quem fundara em 1949 o já famoso nacionalmente “Tribuna da Imprensa”. A Aluízio caberia a responsabilidade de coordenar o levantamento dos recursos financeiros, preparar o projeto, recrutar o pessoal e fazer circular o jornal. Em março de 1950, quando o sonho de um jornal próprio tornou-se realidade para Aluízio, ganhando as ruas de Natal e chegando, pouco a pouco, a outras cidades do Rio Grande do Norte, o fato só aumentou ainda mais a parceria com Hélio, cujos serviços advocatícios continuavam a ser úteis nos diversos momentos em que o jornal se viu em dificuldades. Quando Aluízio Alves assumiu o governo do Estado em 1960, Hélio Galvão o acompanhou como seu assessor jurídico. Foi nas páginas da TRIBUNA DO NORTE, por sugestão de Aluízio Alves, que Hélio Galvão escreveu e publicou seus primeiros escritos, as famosas Cartas da Praia, que o consagrariam como estilista e como perspicaz observador da vida praiana.

3 • UM NOVO TEMPO

Galvão. Assim, por sugestão de Aluízio, eles começaram a avaliar se seria possível criar um veículo jornalístico que não estivesse sujeito às vicissitudes dos jornais de campanha. Aluízio pensava num jornal que não dependesse de um partido para se sustentar em pé; um jornal que fosse conhecido pela qualidade de suas reportagens, o apuro das suas notícias, o profissionalismo dos seus repórteres, editores e redatores. Hélio Galvão se mostrou receptivo às sugestões de Aluízio Alves e, em reuniões realizadas sempre na casa do primeiro, que se arrastaram por muitos meses, passaram

4 • OS PROFISSIONAIS

Aluízio Alves e a TRIBU NA DO NORTE tiveram em Hélio Galvão (1916-1981) um aliado para toda a vida. No ano de 1947, unidos pelo mesmo interesse pela campanha eleitoral do Partido Popular com vistas ao governo do Estado, que culminaria com a eleição e posse de Rafael Fernandes, eles somaram esforços para manter em circulação o jornal “A Razão” que defendia os interesses ideológicos do PP. Terminada a campanha e vencida a eleição, o partido se desinteressou do jornal. O mesmo, porém, não aconteceu nem com Aluízio nem com seu amigo Hélio

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Um grande parceiro

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

Hélio Galvão


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Os traços dos chargistas, com a irreverência e a crítica política e de costumes que lhes são próprias, já apareciam nas primeiras edições da TRIBUNA DO NORTE, mas de forma esporádica e apenas como colaborações. Às vezes, as charges apenas complementavam uma e outra reportagem ou, ainda, reforçavam determinados aspectos da crítica esboçada por articulistas. Somente na década de 1970 é que o Humor ganha espaço próprio e periodicidade diária no jornal. E faz isso pelas mãos de um dos mestres da charge nacional: Henrique de Sousa Filho, o Henfil. Além dos próprios trabalhos, o artista carioca ajuda a revelar e incentiva o desenvolvimento de talentos locais, também acolhidos nas páginas da TN.

4 • OS PROFISSIONAIS

3 • UM NOVO TEMPO

O humor da TRIBUNA

Henfil

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5 • AS CAPAS

Edmar Viana Apaixonado por futebol - foi por toda a sua vida torcedor do Fluminense (RJ) e do Alecrim (RN) - Edmar Viana (19562008) começou a enviar desenhos para serem publicados na coluna de Everaldo Lopes, então cronista esportivo no Diário de Natal, em 1973. A afinidade entre os dois deu origem ao Cartão Amarelo, seção de humor diário, transferido para a TRIBUNA DO NORTE em 1988, com Everaldo sugerindo o tema e Edmar fazendo a charge, e só interrompido após a morte do desenhista. Alegre, expansivo e generoso, Edmar foi um dos primeiros a participar do Grupo de Pesquisas em Histórias em Quadrinhos (Grupehg), organizado em 1975 pelo também chargista e desenhista Emanoel Amaral, criando personagens e HQs com temas locais e publicadas nas revistas Igapó, Maturi, Revista do Grupehg. Em 1980, criou o Pivete, personagem que deu voz a crítica social e de costumes com a qual Edmar analisava questões cruciais daquelas décadas: a pobreza, os meninos de rua, a desigualdade econômica e racial, o analfabetismo, os preconceitos... Na TN, fez também ilustrações e a charge política da página 02 durante anos. • 34 •

A estreia de Henfil (1944-1988) como chargista foi aos 20 anos de idade, na revista "Alterosa", mas já no ano seguinte (1965) ele passou a ter trabalhos publicados, como colaborador, pelos jornais "Diário de Minas” e "Jornal dos Sports", além das revistas "Realidade", "Visão", "Placar" e “O Cruzeiro”. Como a maioria desses veículos eram do Rio de Janeiro, Henfil se muda para a cidade, em 1969, e é contratado pelo Jornal do Brasil, além de fazer parte da turma do jornal O Pasquim.Em 1968, com o AI-5 e a censura dos meios de comunicação, lançou a revista Fradim (1972) pela editora Codecri, que tornou seus personagens conhecidos. Além dos fradinhos Cumprido e Baixim, a revista reuniu a Graúna, o Bode Orelana, o nordestino Zeferino e, mais tarde, Ubaldo, o paranoico. Na TRIBUNA DO NORTE, Henfil teve desenhos publicados entre 1976/1977, período em que morou em Natal.


Cláudio Oliveira Natalense, começou a desenhar charges para a TRIBUNA DO NORTE aos 14 anos. Através do jornalista Woden Madruga, colunista do jornal, conheceu e fez amizade pessoal com Henfil, recebendo orientações e uma forte influência dele nos seus trabalhos, alguns deles – por recomendação de Henfil – publicados no jornal O Pasquim. Formado em jornalismo pela UFRN, em 1989, após a conclusão do curso, foi estudar artes gráficas na Escola Superior de Artes Industriais de Praga, na antiga Tchecoslováquia. De volta ao pais, radicouse em São Paulo, onde desenha para o jornal Agora São Paulo. Voltou a desenhar para a TN por um curto período, em 2008.

Amâncio

4 • OS PROFISSIONAIS

3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS

Começou a trabalhar com histórias em quadrinhos, charges e arte publicitária em 1970 no Diário de Natal, transferindo-se para a TRIBUNA DO NORTE em 1989. Desenhou para o jornal até 1992, período em que também foi um dos responsáveis pela diagramação. Foi o pioneiro dos quadrinhos potiguares ao realizar, em 1971, a 1ª Exposição norte-riograndense de quadrinhos e criar junto com um grupo de amigos o Grupo de Pesquisa de Histórias em Quadrinhos (Grupehq), o mais antigo grupo dessa arte ainda em atividade no Brasil. Entre dezenas de hqs, produziu em parceria com Cláudio Oliveira, Edmar Viana e Ivan Cabral o livro de charges “Já Era Collor” e com Aucides Sales a revista Igapó, com o objetivo de contar episódios da história do Rio Grande do Norte.

1 • OS FUNDADORES

Emanuel Amaral

• 35 •

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

Antonio Amâncio de Oliveira Filho é natural de Macau/RN, 39 anos, já publicou charges nas Revista Veja, Caros Amigos, Revista da Semana, O Pasquim 21 e veículos da imprensa sindical potiguar. Premiado em vários “salões de humor” nacionais (Paraguaçu Paulista em 2005, Ribeirão Preto em 2009), além de menções honrosas no Salão Internacional de Humor de Caratinga - MG (2004 / 2009) e citações em exposições de cartuns na Turquia, Portugal, Itália e Grécia. Começou a desenhar para a página de “Opinião” e o “Cartão Amarelo”, na TRIBUNA DO NORTE, em 2009.


6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

1950

• 36 •



6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

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2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

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2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

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5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

1959

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

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5 • AS CAPAS

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2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

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4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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5 • AS CAPAS

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4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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5 • AS CAPAS

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5 • AS CAPAS

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5 • AS CAPAS

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5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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5 • AS CAPAS

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5 • AS CAPAS

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5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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5 • AS CAPAS

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

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1987

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5 • AS CAPAS

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5 • AS CAPAS

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5 • AS CAPAS

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1993

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5 • AS CAPAS

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4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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1995

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5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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1996

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5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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1997

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5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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1998

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5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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1999

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

2000

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

2001

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5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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2002

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

2003

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5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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2005

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

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2006

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

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2007

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

2008

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

2009

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6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

4 • OS PROFISSIONAIS 3 • UM NOVO TEMPO

2 • LUTAS E IDEAIS 1 • OS FUNDADORES

2010

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Qualidade na segmentação da notícia

Informação diferenciada

1 • OS FUNDADORES

OS LÍDERES DE LEITURA

2 • LUTAS E IDEAIS

6

O produto com maior índice de leitura, entre os cadernos segmentados

TN Família Originado do antigo “Jornal da Família”, suplemento que O Globo manteve e comercializou para outros jornais durante anos, este caderno dominical passou a ser totalmente produzido pela TRIBUNA DO NORTE com o fim do serviço oferecido pelo diário carioca. São 08 páginas totalmente focadas em assuntos relacionados às tendências de comportamento moderno, saúde, direitos do consumidor, educação dos filhos, qualidade de vida etc. A proximidade das fontes, a partir da produção local, fez com que a aceitação do caderno aumentasse em relação aos índices de leitura registrados na fase anterior. Além das reportagens, crônicas e artigos assinados por colaboradores fixos (Paulo Coelho é um deles), o noticiário social e uma página sobre moda completam o conteúdo do TN Família.

• 157 •

4 • OS PROFISSIONAIS

Fim de Semana

da TRIBUNA DO NORTE , já circula há 12 anos. O caderno traz a programação comentada de shows, cinemas e opções de lazer, além do roteiro gastronômico da cidade e uma coluna sobre vinhos. Impresso em formato tablóide, com 12 páginas, o Fim de Semanatem o conteúdo editado para ser uma leitura permanente, entre a sexta-feira (dia em que circula) e o domingo. O tamanho diferenciado permite maior portabilidade de leitura, sugerindo que este caderno seja “desencartado” da edição diária. “A ideia é oferecer ao leitor informações para que ele possa planejar seus dias de descanso semanal, mantendo-o atualizado sobre os eventos que ocorrem em Natal e área metropolitana”, enfatiza a editora Cinthia Lopes. A aceitação do projeto pode ser medida pela credibilidade alcançada junto ao leitor que elegeu este caderno como “o guia de restaurantes e do que vale a pena fazer em Natal durante o fim de semana”.

5 • AS CAPAS

É um dos mais antigos cadernos especializados em automobilismo em circulação na imprensa nacional. Idealizada no ano de 1970, pelos jornalistas Agnelo Alves e Fernando Siqueira, a editoria de “Veículos” da TRIBUNA DO NORTE, começou de forma tímida em 1971, com apenas uma página semanal.

Todo o trabalho de reportagem e edição ficou a cargo de Fernando Siqueira, recém-formado em Direito que sempre teve nos automóveis sua maior paixão. Sob o título geral de “Rodas & Motores”, a página inicial – editada entre os anos de 1974 e 1981 por Rosemilton Silva - se transformou em um caderno de quatro páginas, em 1982, quando a editoria voltou a ser coordenada por Fernando Siqueira. Acompanhando todas as mudanças na indústria automobilística nacional e registrando o crescimento das revendas locais, o caderno ganhou credibilidade e se firmou como sinônimo de jornalismo automotivo na imprensa potiguar. Contatos e conhecimentos de Fernando Siqueira deram projeção nacional ao caderno que, em 2008, mudou o título para Autos e Motores. Circula junto com as edições da TN na sexta-feira.

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

Autos & Motores

3 • UM NOVO TEMPO

Dentro de uma política de valorização de informações segmentadas, atendendo leitores com interesses específicos, a TRIBUNA DO NORTE desenvolve alguns projetos que, ao longo dos anos, conquistaram a liderança no mercado. Os principais produtos, nesta linha, são:


1 • OS FUNDADORES 2 • LUTAS E IDEAIS

Imóveis & Construção Lançado no ano de 2003, quando pesquisas e indicadores econômicos mostravam uma tendência de crescimento e novos investimentos no setor imobiliário e da construção civil no Rio Grande do Norte, o caderno evidenciou a capacidade da TRI BU NA DO NOR TE em atender às necessidades do mercado local. Mantido durante os anos do boom imobiliário – 2005/2007 – o caderno também se mostrou essencial ao mercado com as informações e análises sobre o período da crise de 2008/2009. Imóveis & Construção é anual – do

4 • OS PROFISSIONAIS

3 • UM NOVO TEMPO

Sintonia com o mercado e o leitor TOP Natal Com a oitava edição, em 2009, a Revista Top Natal se consolida como líder em publicação voltada para os parceiros comerciais da TRIBUNA DO NORTE, prestigiando o mercado publicitário e contribuindo para a valorização de marcas locais e nacionais. Editada a partir de pesquisa realizada em parceria com o Instituto Consult, a revista elege entre o público consumidor de Natal, nas faixas socioeconômicas A, B e C, as marcas campeãs de lembrança e preferência. São 36 segmentos pesquisados em setores tão diversos como o de serviços, cosméticos, escolas, alimentos, bebidas etc. Além da publicação, encartada na edição da TN, o Top Natal promove um evento para entrega da premiação

anual, contando com a participação dos vencedores, líderes empresariais e profissionais do mercado publicitário.

TN Vestibular Referência em cursinhos e entre alunos concluintes do ensino médio, o caderno está em circulação desde 2006 com edições semanais no período de abril a dezembro, seguindo o calendário do concurso de admissão na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e principais faculdades privadas do Estado. Elaborado por uma equipe de jornalistas da redação da TRIBUNA DO NORTE – que produz reportagens, colunas e notas sobre qualidade do ensino, técnicas de estudos, mercado de trabalho para recém-formados etc - e os professores do CDF – responsáveis pelas provas simuladas – o caderno prioriza um conteúdo didático e informativo com respostas e dicas para o aprendizado das disciplinas dos exames. A cada ano, as 30 edições produzidas do TN Vestibular constituem um verdadeiro manual para os vestibulandos.

Clube do Assinante Em duas décadas de atividades, a credibilidade e qualidade dos serviços oferecidos aos assinantes da TRI BUNA DO NORTE – além das entregas das edições diárias – fidelizou um público e estabeleceu relações de parcerias duradouras com lojas, escolas, cursinhos e vários outros segmentos. A adesão ao clube é automática para quem faz qualquer uma das modalidades de assinatura da TN. Lançado em 1990, o Clube do Assinante TN conta, atualmente, com mais de 10 mil associados e uma carteira de parceiros em torno de 100 lojas e estabelecimentos. Os descontos oferecidos aos assinantes são, em média, de 20% sobre o preço do produto e/ou serviço. Uma das parcerias de maior sucesso, em “cartaz há 10 anos”, é a que disponibiliza ingressos nos cinemas da cidade, durante as sessões semanais, e ainda promove – mensalmente – uma sessão exclusiva para os assinantes com um dos filmes em exibição no circuito local.

5 • AS CAPAS 6 • OS LÍDERES DE LEITURA

ano de lançamento até 2009, foram sete edições - e costuma circular com cerca de 100 páginas, reunindo todas as informações referentes ao setor. Infográficos, tabelas e indicadores macroeconômicos dão suportes às análises feitas através de reportagens, entrevistas e artigos assinados por especialistas. Pelo conteúdo editorial, o caderno já é visto e esperado pelo mercado imobiliário e a indústria da construção civil como “o anuário da TN” para esse segmento.

• 158 •


Os fatos em

1 • OS FUNDADORES

destaques

4 • OS PROFISSIONAIS

Considerados mártires da fé católica – os colonos foram mortos por soldados holandeses e índios – os beatos são os primeiros candidatos a santos brasileiros reconhecidos por Roma. Além das reportagens enviadas do Vaticano, a TN produziu um caderno com informações históricas sobre o episódio dos massacres. No ano seguinte (2001), em 11 de setembro, os atentados terroristas nos Estados Unidos chocaram o mundo, inaugurando uma nova era na história e nas relações internacionais. Durante toda a semana seguinte à tragédia das torres gêmeas do Word Trade Center (Nova York), a TN circulou com cadernos especiais sobre os trabalhos de resgate, as investigações sobre os terroristas, os relatos das famílias das vítimas e os desdobramentos políticos que levaram às guerras no Afeganistão, no Iraque e o recrudescimento de conflitos no Oriente Médio. Em abril de 2004, a morte do Papa João Paulo II e a escolha do cardeal Joseph Ratzinger (o Papa Bento XVI) prenderam a atenção da opinião pública. Nas duas ocasiões, a TN detalhou o legado do “Papa mais popular” da história e as dúvidas e esperanças em torno do seu sucessor.

JOÃO PAULO II E BENTO XVI

Morte e eleição no Vaticano • 159 •

5 • AS CAPAS

A nova era do medo

Em junho de 2000, a TRIBUNA DO NORTE surpreendeu aos seus leitores e marcou mais um feito pioneiro no jornalismo potiguar, enviando uma correspondente (a repórter Anna Ruth Dantas) para acompanhar a caravana de fiéis católicos que saiu do Rio Grande do Norte e foi a Roma para a beatificação, pelo Papa João Paulo II, das 32 vítimas dos massacres de Cunhaú e Uruaçu, ocorridos no século XVII.

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

A QUEDA DAS TORRES

3 • UM NOVO TEMPO

Candidatos a santos potiguares

2 • LUTAS E IDEAIS

BEATIFICAÇÃO DOS MÁRTIRES


ENERGIA DE PAULO AFONSO 1 • OS FUNDADORES

Sementes do desenvolvimento vadas e projetos técnicos debatidos para viabilizarem a inclusão do Estado nos planos federais de expansão para a rede de fornecimento da Chesf. Liderada pelo seu fundador, o jornalista e então deputado federal Aluízio Alves, a TRI BU NA DO NORTE esteve sempre à frente dessas iniciativas. Em nossas páginas foram publicados editoriais, entrevistas com técnicos e explicações dos projetos que mostravam a viabilidade econômica de trazer a

2 • LUTAS E IDEAIS

A história da industrialização e do desenvolvimento socioeconômico do Rio Grande do Norte se divide no antes e no depois da “energia de Paulo Afonso”. Gerada no interior da Bahia, em Paulo Afonso, a energia elétrica da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) demorou mais de uma década para chegar ao Rio Grande do Norte. Ao longo dos anos 1950, campanhas populares foram incenti-

“energia de Paulo Afonso” para o Rio Grande do Norte. Por conta dessa bandeira, o jornal chegou a ser destratado por veículos concorrentes da mídia impressa, alinhados com os interesses da empresa privada que, à época, detinha o monopólio do fornecimento de energia elétrica em Natal, através de uma usina termoelétrica a óleo diesel. A campanha da TN se mostrou vitoriosa em 1963, com a inauguração das primeiras linhas de transmissão no Estado.

COPA DO MUNDO

A paixão do brasileiro é também um dos alvos de maior atenção profissional da TRI BU NA DO NORTE. As coberturas dos mundiais de futebol têm recebido tratamento diferenciado nas páginas do jornal e, em 1970, com a Seleção dos “Canarinhos de Ouro”, a TN passou a reservar páginas especiais para o noticiário que chegava do México, país onde o mundial estava sendo disputado. O Brasil tinha, naquele ano, uma população de “90 milhões em ação” –

como ressaltava a marcha produzida pelo governo militar para incentivar a torcida – e era um dos três países, ao lado do Uruguai e da Itália, com possibilidades de ser tricampeão mundial de futebol. Eliminando o Uruguai, o Brasil disputou a final com a Itália, ganhando por 4x1 e trazendo para casa, definitivamente, a taça Jules Rimet (que foi roubada e jamais recuperada). Em 1994, o Brasil conquistou o título de tetracampeão, mas foi em 1998, com as perspectivas de ser

penta – um título inédito –, que o país reviveu o clima de 1970. E, mais uma vez, a TN traduziu em páginas, com textos e fotos, as emoções dos torcedores brasileiros. Ronaldinho se sentiu mal na noite anterior ao jogo da final contra a França. Um desempenho sofrível dentro de campo da equipe do técnico Zagalo abriu caminho para os três gols franceses (2 de Zidane, 1 de Petit) e uma derrota tão amarga quanto a de 1950 para o Uruguai dentro do Maracanã.

4 • OS PROFISSIONAIS

3 • UM NOVO TEMPO

O orgulho de 1970, a decepção de 1998

TERREMOTOS

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

O medo no Mato Grande Uma série de tremores de terra instalou o pânico entre a população de dois municípios da região do Mato Grande em agosto de 1986. As cidades de João Câmara e Poço Branco foram os epicentros de abalos sísmicos que atingiram até 4.6 na escala de Richter e chamaram a atenção de todo o país. Apesar de haver registros de atividades sísmicas na região desde 1854, os tremores da noite de 20 de agosto

de 1986 causaram estragos em residências, prédios comerciais e públicos nas duas cidades. A população passou a madruga nas ruas, com medo de novos e maiores abalos. Nos três dias seguintes, com o registro de outros sismos menores e dois que chegaram a 3.5 e 4.2 na escala de Richter, dezenas de famílias deixaram a região. A prefeitura de João Câmara contou 80 famílias desabrigadas.

• 160 •

A TRI BU NA DO NORTE enviou equipes de repórteres e fotógrafos para o local, abrindo espaço no noticiário para relatar o drama dos desabrigados. Foram abordadas as ações preventivas e de assistencialismo do poder público. A UFRN instalou sismógrafos, apresentou as explicações científicas para o fenômeno e, desde então, acompanha as atividades sísmicas na região, trabalho que a TN vem registrando periodicamente.


O XII Congresso Eucarístico Nacional, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros, em outubro de 1991, trouxe o Papa João Paulo II pela segunda vez ao Brasil. A visita começou por Natal, capital sede do congresso. O Papa chegou ao fim da tarde do dia 11 e beijou o solo potiguar – um gesto característico de suas viagens internacionais – às 17h50. Em carro aberto, pelas

ruas de Natal, reuniu-se com o clero brasileiro na Catedral Metropolitana e foi saudado pela canção “A bênção, João de Deus” por cerca de 150 mil fiéis. No “Papódromo” – estrutura construída (hoje, sem uso e obsoleta) pelo governo do Estado para o evento, na área do Centro Administrativo – celebrou missa no domingo (12) pela manhã, na presença de 240 bispos e cerca de 300 mil fiéis católicos. João Paulo II falou

sobre a necessidade dos cristãos católicos vivenciarem sua fé no dia a dia; incentivou vocações para o sacerdócio e alertou para os riscos de dissolução dos valores familiares, citando as drogas e o sexo antes do casamento como os maiores perigos entre os jovens. Após 26 horas de permanência na cidade, João Paulo II embarcou para Brasília. A TN publicou, entre os preparativos e o encerramento da visita papal, 83 páginas de cobertura jornalística.

2 • LUTAS E IDEAIS

João Paulo II nas ruas de Natal

1 • OS FUNDADORES

VISITA PAPAL

OPERAÇÃO IMPACTO

a um grupo de vereadores para que derrubassem vetos do prefeito de Natal a emendas feitas ao Plano Diretor da cidade. Gravações de conversas telefônicas, entre os envolvidos, deram suporte à investigação. A Justiça expediu mandados de busca e apreensão para documentos e computadores em residências dos políticos, empresas e gabinetes da Câmara Municipal. A TRI BU NA DO NORTE acompanhou toda a operação, publicando no

dia seguinte às apreensões (12), um caderno especial de oito páginas. Por vários dias o assunto continuou a merecer a atenção do jornal, com outros cadernos especiais. Alguns dos vereadores envolvidos não conseguiram a reeleição para um novo mandato, em 2008, mas até fevereiro deste ano (2010), o processo da Operação Impacto continuava em tramitação na Justiça sem ter produzido outros resultados práticos contra os acusados.

4 • OS PROFISSIONAIS

Deflagrada pelo Ministério Público Estadual e a Polícia Civil, em 11 de julho de 2007, a investigação sobre denúncia de venda e compra de votos na Câmara Municipal de Natal pegou de surpresa a opinião pública, a classe política, empresários e os oito vereadores diretamente envolvidos no esquema. A principal acusação era de corrupção ativa. Empresários do setor imobiliário e da construção civil teriam pagado

3 • UM NOVO TEMPO

A Câmara passada a limpo

OBAMA

elegeram os delegados para o colégio eleitoral que escolheu entre John McCain, o candidato republicano, e Barack Hussein Obama Jr. Infográficos, resultados de pesquisas de intenção de votos e análises de comentaristas internacionais detalharam para o leitor como funciona o mais complexo sistema eleitoral na maior democracia do mundo. A importância das eleições nos EUA não era apenas pela tendência, mostrada desde o início nas pesquisas de

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opinião, da vitória do primeiro presidente negro da história daquele país, mas principalmente pela conjuntura da crise financeira e do declínio da credibilidade política norte-americana no mundo. Eleito com 52% dos votos dos delegados, Obama tomou posse na Casa Branca em 20 de janeiro de 2009. A TN editou novos cadernos especiais, com os planos de governo anunciados e a íntegra do discurso de posse do novo presidente.

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

As eleições que marcaram a mudança de rumos nos Estados Unidos da América – encerrando a era republicana do presidente George W. Bush e elegendo um democrata negro para a Casa Branca – puderam ser acompanhadas pelos leitores da TRIBU NA DO NORTE através de cadernos especiais que começaram a ser editados muito antes do dia da votação (04 de novembro de 2008). O jornal começou por mostrar os resultados das convenções estaduais que

5 • AS CAPAS

Uma nova era nos Estados Unidos


1 • OS FUNDADORES 2 • LUTAS E IDEAIS 3 • UM NOVO TEMPO 4 • OS PROFISSIONAIS

Obras consultadas: ALVES, Agnelo. Parnamirim e eu. Natal: Edição do autor, 2009. ALVES, Aluízio. Angicos. Natal: Fundação José Augusto, 1997. ALVES, Aluízio. O que eu não esqueci – reminiscências políticas: 19932001. Rio de Janeiro: Leo Christiano Editorial Ltda, 2001. ALVES, Aluízio. Cinquenta anos de vida pública. Câmara dos Deputados. Homenagem da Câmara ao Deputado Aluízio Alves. Brasília: Centro de Documentação e informação, coordenação de publicações, 1995. ALVES, Aluízio. O que não esqueci. Jornal Tribuna do Norte, edição especial, 24 de março de 1996. B. W. Revista da Cidade (org. Maria Emília Wanderley). Natal, Edição do autor, 1994. Berilo Wanderley: memória (vários autores). Natal: Editora da UFRN, 1980. BARBOSA, Edgar. História de uma campanha – notas, fotografias e documentos do último pleito político norte-rio-grandense – 1934-1935. 2. Ed. Col. História Potiguar. Natal: Editora da UFRN, 2008. CÂMARA, Cassiano Arruda. Hotel de Trânsito – Natal: Editora Flor do Sal. 2009 GALVÃO, Hélio. Cartas da Praia. Rio de Janeiro: Edições do Val, s/d. SOARES JR., José. Academia Norte-rio-grandense de Letras. Ontem, hoje, sempre, v. 1. Natal: Edição do autor, 2007. LOPES, Everaldo. Da bola de pito ao apito final. Natal: Edição do autor, 2006. FERNANDES, Anchieta. Francisco Macedo, o último editor. Nós do RN, julho, 2009. MACHADO, João Batista Machado. 1960 – explosão de paixão e ódio. Edição do autor, 1998. Memória viva de Aluízio Alves. Natal: Editora da UFRN, 1998. MELO, Veríssimo de. Patronos e Acadêmicos, v. 1. Rio de Janeiro: Pongetti, 1972. 400 nomes de Natal (org. Rejane Cardoso). Natal: Prefeitura Municipal de Natal, 2000. Jornal Tribuna do Norte. Edição especial de 24 de março de 2000. Vocabulário ortográfico da língua portuguesa, 5ª ed. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2009.

6 • OS LÍDERES DE LEITURA

5 • AS CAPAS

Expediente 60 Anos é uma publicação do jornal TRIBUNA DO NORTE em comemoração à sua fundação. Distribuição gratuita, encartada na edição.

Coordenação editorial: Carlos Peixoto Textos: Nelson Patriota Revisão de pesquisa histórica: Woden Madruga Pesquisa de imagens: Lucia Fernandes (Arquivo da TN) e Rosemary Lins Barreto ( Memorial Aluízio Alves) Planejamento gráfico e paginação: Carlos Bezerra

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Arte da Capa: Camila Cahú Tratamento de imagens: Marcelo Sena Revisão de texto: Cássia Maria Infográfico: Bob Calazans Supervisão Gráfica: Sidnei Costa Impressão: Gráfica Santa Marta

Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal TRIBUNA DO NORTE Rádio Globo/Cabugi (AM) Natal 104 (FM) Parnamirim Rede Cabugi Rádio Difusora de Mossoró (AM) de Comunicação

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