» EDUARDO GIRÃO FALA SOBRE O SUCESSO DOS FILMES ESPÍRITAS • NATAL 10 FUNDADOR:ALUÍZIO ALVES - 1921 - 2006
Ano 60 • Número 124 • Sábado,14 de agosto de 2010
ES PE CI AL
EXEMPLAR DO ASSINANTE
MERCADO REAGE COM OBRAS
EXEMPLAR DO ASSINANTE
Depois do marasmo de 2009, a euforia invade todos os espaços da cidade que mais cresce no Nordeste. Novas áreas estão sendo ocupadas e valorizadas por vários empreendimentos. [ IMÓVEIS E CONSTRUÇÕES 1 A 56 ]
PESQUISA DATAFOLHA DILMA ROUSSEFF PT
41% JOSÉ SERRA PSDB
33% MARINA SILVA PV
10% QUEM LIDERA NOS ESTADOS
RJ: Sérgio Cabral (PMDB) tem 57% e seria reeleito no primeiro turno. RS: Tarso Genro (PT) lidera a disputa
[ SAÚDE ] Novo vírus da dengue aparece em Roraima e Ministério da Saúde alerta o risco de que ele venha a se espalhar pelo país.População não está imunizada contra a dengue tipo 4
Dengue do tipo 4 aparece no Norte e ameaça se espalhar O Ministério da Saúde emitiu alerta nacional às secretarias estaduais e municipais para que seja redobrado o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti, a fim de tentar evitar a circulação do vírus 4 da dengue, identificado em três pessoas em Roraima. O ministro José
Gomes Temporão evitou ontem o termo “epidemia", mas admitiu a possibilidade de o sorotipo que não era identificado no país, havia 28 anos, espalhar-se. A subcoordenadora do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde Pública, Juliana
Araújo, garante que as medidas sugeridas pelo Ministério da Saúde já vêm sendo adotadas pelas autoridades no Rio Grande do Norte. Se o vírus da dengue 4 chegar ao Estado, terá 100% da população susceptível a desenvolver a doença no caso de contágio. [ PÁGINAS 9 E 10 ]
com 38% das intenções de votos.
PR: O prefeito de Curitiba,Beto Richa (PSDB),tem 46% das intenções de votos.
NO MEIO DO CAMINHO
ELEIÇÃO
PARTIDOS
ALEX FERNANDES
DF: Joaquim Roriz (PSC) lidera a disputa pelo governo com 41% MG: Hélio Costa (PMDB) tem 43%,26 pontos a mais que o segundo colocado
SP: Geraldo Alckmin (PSDB) tem 54% e seria eleito no primeiro turno.
PE: Eduardo Campos (PSB),candidato à reeleição,atingiu 62%.
Uso da imagem de Lula vira motivo de briga
TSE cobra dos partidos cotas para mulheres
Carlos Eduardo (PDT) criticou o adversário, Iberê Ferreira de Souza (PSB), por pedir à Justiça Eleitoral exclusividade de uso da imagem de Lula na campanha. [ PÁGINA 3 ]
Decisão do TSE que obrigou os partidos a preencherem 30% das candidaturas proporcionais com mulheres poderá ter influência no pleito no Estado. [ PÁGINA 4 ]
PESQUISAS ENERGIA
Datafolha mostra líderes em oito Estados Nova rodada de pesquisa Datafolha, em parceria com os jornais Folha/O Globo, mostra quadro eleitoral em oito Estados. Hoje, o Ibope divulga pesquisa no RN. Relatório completo na TN deste domingo. [ PÁGINA 7 ] TRÂNSITO
Barreiras na Via Costeira já estão funcionando
Obra no Porto será concluída por outra draga
Rio Grande do Norte é o campeão, pela segunda vez consecutiva, em projetos aprovados para o próximo leilão nacional de fontes de energias renováveis. [ ECONOMIA 5 ]
A Codern anunciou a chegada de um outro navio-draga que dará continuidade às obras no canal do Porto. O “La Belle” tem vários furos no casco devido ao encalhe. [ NATAL 3 ]
[ ELIANA LIMA ]
[ JORNAL DE WM]
Ficha Limpa vai passar no TSE por uma margem apertada: 4x3. [ PÁGINA 6 ]
Manoel Onofre atualiza, amplia e relança inventário de autores locais. [ PÁGINA 2 ]
América joga sem margem para tropeço
» BURACOS Sem qualquer sinal de alerta, dissimulados nos meios fios, bueiros abertos e mal conservados se transformam em armadilhas para pedestres. [ NATAL 4 ]
108
RN tem mais de 100 projetos no leilão da eólica
SÉRIE B
A PRE já começou a controlar a velocidade do trânsito na Via Costeira, com a instalação de barreiras. Motoristas admitem que a via está mais perigosa. [ NATAL 5 ]
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NAVEGAÇÃO
REDAÇÃO: PAUTA
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Em situação difícil no campeonato, o América enfrenta o “lanterna” Vila Nova, às 21h, no Machadão. O Clube que ainda não venceu em casa pela Série B, precisa da vitória para não tornar difícil a permanência do técnico Lula Pereira no comando do time. Sete jogos completam a rodada de hoje pela Segunda Divisão. [ ESPORTES 1 ] HOME PAGE:
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opinião
Sábado | 14 de agosto de 2010
IVAN MACIEL DE ANDRADE [ advogado ]
Jornal de WM WODEN MADRUGA - woden@terra.com.br
A ficção potiguar
B
oca da noite de segunda-feira tem o lançamento de Ficcionistas Potiguares – Biografia e Crítica, livro de Manoel Onofre Jr. Será na Academia Norte-rio-grandense de Letras. Trata-se de uma segunda edição (a primeira é de 1995) “revista e muito ampliada”, me dizia uma tarde dessas o autor, que costuma deambular pelas ruas da Ribeira, aqui e acolá passando pela calçada do Cova da Onça, que fica em frente à Livraria Internacional. Manoel Onofre disse ainda que transcreveu novos textos mas sem a intenção de fazer antologia.
A lista de escritores selecionados vai de Policarpo Feitosa a Alex Nascimento, passando, entre outros por Aurélio Pinheiro, José Bezerra Gomes, Manoel Rodrigues de Melo, Raimundo Nonato da Silva, Homero Homem, Jaime Hipólito Dantas, Newton Navarro, Eulício Farias de Lacerda, Nei Leandro de Castro, Geraldo Edson de Andrade, Socorro Trindade, Edna Duarte, Tarcísio Gurgel, Carlos de Souza, Moacyr de Goés e Bartolomeu Correia de Melo. Estes dois últimos não estavam na primeira edição. Veríssimo de Melo, escrevendo sobre o livro, em crônica publicada nesta TRIBUNA DO NORTE, de 17 de setembro de 1995, dizia: “Manoel Onofre Jr. Escritor fecundo, tenaz, de estilo límpido, com incursões em vários campos da literatura norterio-grandense. Incansável na sua faina literária, lança quase um livro a cada ano. Agora mesmo nos
dá o volume “Ficcionistas do Rio Grande do Norte”, Ed. Universitária, UFRN-Natal. Entre as várias vertentes de sua tarefa literária (ficção, memória, história) a crítica literária talvez seja a sua vocação mais forte (...) O seu livro é uma radiografia bastante ampla do que se tem feito aqui na área da ficção literária”. Numa nota, abrindo esta edição, o autor anuncia um segundo volume para o ano que vem, agora com novos ficcionistas que ele anda lendo, pesquisando, anotando e peneirando. Um time que vai de Afrânio Pires a Geraldo Batista, passando por Luís Carlos Guimarães, Dorian Gray, Caio Flávio Fernandes, Carlos Newton Jr., Clotilde Tavares, Franklin Jorge, Clauder Arcanjo, Nivaldete Ferreira, Carlos Fialho e Patrício Júnior, etecetera e tal e companhia.. Manoel Onofre reforçou no coquetel que servirá aos seus convidados nessa segunda-feira.
Sessão de psicoterapia
L
i em algum noticiário da internet que um dos dirigentes de determinado instituto de pesquisa teve uma crise de estresse e precisou submeter-se a sessões de psicoterapia. A partir daí, comecei a imaginar como teria sido a primeira conversa entre o psicólogo e o seu prestigioso e combalido cliente. Quais seriam as causas da doença que acometera um personagem tão importante na atual fase do processo eleitoral brasileiro? O peso do dramático desafio de transmitir resultados idôneos e precisos que sejam futuramente confirmados pelas apurações? As dificuldades de decodificar e interpretar o que dizem os números, muitas vezes obscurecidos por uma intrincada rede de tendências em que as escolhas feitas para a presidência da República condicionam as opções a nível local e vice-versa? Como descobrir nesse emaranhado de preferências – às vezes sujeitas a súbitas oscilações – a real intenção de voto? Tudo isso precisa ser traduzido em números frios, mas de uma estridente eloquência. Após sua divulgação, esses dados exercem um efeito bumerangue: produzem inegável impacto sobre o próprio eleitor. É esse efeito – algumas vezes subestimado, porém até hoje não suficientemente avaliado – que aumenta e agrava a responsabilidade dos institutos de pesquisa. Resta saber como terá sido a primeira sessão de psicoterapia com o cara – demiurgo ou pitonisa em versão moderna – que prevê quais os candidatos que têm chances maiores ou menores de saírem vitoriosos no processo
“
eleitoral. O psicólogo deve ter se surpreendido com o es- Como poderia a tado de desassosse- pesquisa de go do seu paciente. intenção de voto Afinal, os coordena- ‘decepcionar’um dores de institutos de rolo compressor pesquisa estão habi- tão poderoso, tuados às expectati- capaz de usar vas e controvérsias qualquer trunfo, que sempre geram os por mais ousado resultados das suas ou sofisticado, prospecções. Então, para assegurar a o que haveria de no- vitória de sua vo, de tão diferente candidata?” nas eleições atuais? Era um caso de contornos preocupantes. O dirigente do instituto, após alguma relutância, teria sido conduzido a um desabafo: estava sofrendo uma terrível pressão. De um lado, achava-se o presidente da República – “rempli de soi-même” – mais popular que o Brasil já teve. De outro, uma candidata sem carisma, opaca, politicamente inexperiente, predisposta a cometer gafes embaraçosas. O presidente jogara todo o seu poder de líder popular e o esmagador peso das inaugurações de obras públicas da Administração federal a serviço da candidatura de sua exassessora. Enquanto isso, a oposição se mostra incompetente e desnorteada. Seu candidato sofre da mesma ausência de carisma da candidata “chapa branca”. Então, o resultado lógico teria de ser a vitória da candidata para quem o presidente da República transferira o maciço apoio de que desfruta o seu governo
nas mais diferentes camadas sociais. E se, apesar disso tudo, o candidato da oposição vier a surpreender na reta final ou num (possível) segundo turno? Como poderia a pesquisa de intenção de voto “decepcionar” um rolo compressor tão poderoso, capaz de usar qualquer trunfo, por mais ousado ou sofisticado, para assegurar a vitória de sua candidata? A derrota eleitoral de alguém beneficiado por uma conjunção tão favorável de fatores, dentre os quais sobressaem o crescimento econômico e o fenômeno de popularidade do presidente da República, é uma hipótese teoricamente impensável. As pesquisas estão confirmando o favoritismo da candidata oficial. Em contrapartida, a oposição continua patinando em intermináveis desacertos. O psicólogo, a essa altura, deve ter tranquilizado o seu cliente. Não havia com que ele se preocupar: a eleição estava se encaminhando para um resultado bastante previsível e confortável para ele, responsável pelas pesquisas. Mas o paciente submetido à sessão de psicoterapia mostraria sinais de desespero: o danado é que parecia haver uma chamada “maioria silenciosa”, sobretudo na classe média, capaz de surpreender. E isso tirava o seu sono. Não podia advertir desse risco o sistema de forças que impulsionava a candidata favorita porque corria o risco de ser considerado quinta-coluna. Em compensação, tinha medo de que a quase certeza da vitória da candidata do governo virasse pó, o que implicaria terrível golpe na credibilidade de sua empresa. Como iria sair desse imbróglio?
Amâncio
Cartas
Pesquisa Nas esquinas se só fala nessa pesquisa do Ibope que será anunciada hoje. Logo ao meio-dia seus números estarão na InterTV Cabugi e no começo da noite nas páginas de TRIBUNA DO NORTE. O pessoal acha que o Ibope pode esclarecer dúvidas e desconfianças com relação às últimas pesquisas de outros Institutos, alguns nativos. Portanto, o frisson das arquibancadas. A pesquisa do Ibope não foi feita somente no Rio Grande do Nor-
Saúde
te. É uma pesquisa nacional, no rastro da eleição presidencial. Mas que também foi realizada em alguns estados pegando o gancho da eleição para governador. De senador, também. E é aqui que entra o Rio Grande do Norte. Na tarde de ontem havia a notícia de que os números do Ibope para eleição presidencial já seriam divulgados durante a noite de ontem mesmo. A de governador, hoje. Veremos.
Afirmar que o espaço destinado à construção da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Cidade da Esperança se trata de uma “área de lazer” é, no mínimo, patético. Naquele local existe apenas uma intenção de ser local de lazer e esporte, o que se ver na verdade é uma área abandonada e sem uso e com aspecto nada agradável a quem por suas imediações se obriga a transitar. O novo uso daquela área só traria benefícios à região e aos seus moradores, com a construção dos “equipamentos de lazer” é o que não falta.
DO TEMPO Chuvas no litoral, respingos no Agreste, friozinho na madrugada que tem espantado freguesia das calçadas. No boletim da Emparn, as chuvas de quinta-feira para o amanhecer de ontem foram em Tibau do Sul, 12 milímetros; Georgino Avelino, 11; Canguaretama, 7; Parnamirim, 6,5; Natal, 5,5; Nísia Floresta e Vila Flor, 4; Monte Alegre, 3.
sidneyalencar2@gmail.com
Recém-formados
De Ziraldo Com o título “Bolsa-ditadura”, Ancelmo Gois publicou em sua coluna de ontem, em O Globo, a seguinte nota: “De Ziraldo sobre o procurador Marinus Marsico, que pediu a re-
visão de 9.371 anistias políticas, inclusive a dele: - O pior é que eu não recebi, não sei se você receber e não sei se, aos 78 anos, estarei vivo para receber.
História O escritor e historiador Lenine Pinto voltou às suas pesquisas em torno da Segunda Guerra Mundial, agora navegando nas águas dos naufrágios de quatro cruzadores, entre eles o Bahia, da Marinha Brasileira. Os outros três
são o Hood, o Bismarck e o Graf Spee. uatro traO livro já tem título: Qu gédias marítimas. Lenine teve acesso a documentos raros aqui no Brasil e lá fora, mantendo contato com outros pesquisadores.
Bienal A 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, montada no Parque do Anhembi, começou ontem e vai se estender até domingo, 22. Seus organizadores esperam a visita de 700 mil pessoas. Conta com a participação de 350 expo-
sitores que oferecem 2 milhões e 200 mil exemplares. Estão programados 4 mil e 200 lançamentos de livros. A Bienal homenageia este ano Clarice Lispector e Monteiro Lobato.
DEPUTADO Conversa de bar, onde os temas variavam do Irã à eleição de outubro, passando pela seleção de Ganso. Era já madrugada, fazia um friozinho no Tirol, e na mesa, ao redor da penúltima dose, conhecido publicitário tupiniquim, cheio de pose, depois de exercitar alguns cálculos, disse com a voz empostada de experiência: - Da atual composição da Assembleia Legislativa, dos 24 deputados, somente 13 voltarão à Casa. Não deu os nomes de quem não voltaria, mas fez insinuações misteriosas (algumas nem tanto) e desafiou a galera para apostar. Sua tese é de que a futura assembleia será pior do que a atual. Aí, acho que foi Veredas, chamou o garçom e pediu a conta.
Empresa Jornalística Tribuna do Norte Av.Tavares de Lira,101,Ribeira - Natal/RN CEP:59010200 Fone: (PABX) 4006-6100 Fax: (0xx84) 4006-6124 Endereço eletrônico: www.tribunadonorte.com.br
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É um absurdo o que estão fazendo com os jovens pais de família, que largaram tudo para entrar nessa corporação, e agora são tratados dessa forma pelo estado. Como é que fica o psicológico de um policial desse para lidar diretamente com gerenciamento de crises na sociedade?
JOÃO LYRA NETO [ jornalista ]
Articulações da Sudene
V
olta a Sudene ao centro das articulações, com a reunião do seu conselho deliberativo, com, com a presença, inclusive, da prefeita Micarla de Souza, como representante, dos prefeitos do Nordeste e pela frente Nacional de Prefeitos. Um dos pontos principais apresentado nessa 10ª Reunião do seu Conselho Deliberativo constou da votação do relatório anual do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), diretrizes e prioridades para aplicação desse Fundo, em 2011. A entidade, como se sabe, voltou a funcionar depois de alguns anos de paralisação, reativando o seu processo de ajuda ao Nordeste. A sua participação na ajuda às empresas do Nordeste, funcionou plenamente, expandindo empresas dos mais diversos pontos. Na região Nordeste a Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará já obtiveram do Conselho da Sudene, somas e mais somas de recursos. Essa volta da Sudene às suas atividades se deve, principalmente, ao trabalho e ação do ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. Reconheceu o ministro, a importância da Sudene, na região Nordeste. Muitas empresas foram e são estudadas e recebe financiamentos para expansão dos seus negócios, inclusive, apoiados pelo Banco do Nordeste, com os recursos do FNE, Fundo criado pelo Governo. No Rio Grande do Norte a Sudene aplicou recursos na sacraft e DUCAL e outras empresas ajudando no desenvolvimento da economia do Estado. Mas não só o Rio G. do Classificados Redação Fax Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal ASSINATURA Mensal (à vista) Semestral (à vista) Anual (à vista)
4006-6161 4006-6113 4006-6124 4006-6100 4006-6111 4006-6111 R$ 43,00 R$ 258,00 R$ 516,00
PREÇO DO EXEMPLAR Rio Grande do Norte 3ª a Sábado Domingo Outro Estado 3ª a Sábado Domingo
“
Norte tinha o apoio da Sudene, os diversos estados da Região expandiEsses recursos ram as suas atividades foram da ordem com os recursos da entide R$ 500 bilhões. dade e do BN. O trabalho Do Orçamento da de Celso Furtado foi deUnião 2% eram masiadamente impordestinados ao BN tante para que a Sudene e aplicados nas tivesse um grande destaobras como que na Região, inclusiaçudagem, ve, com a participação irrigação, moto dos seus técnicos. bombas, Em se tratando de Superfuração de dene e Banco do Nordespoços e plantio de te, a luta maior do BN tem culturas sido a de segurar, com forrageiras.” “unhas e dentes”, os recursos que a Constituição lhe outorgou, como é o caso especifico do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste) constante do art. 159, I, letra C da Constituição para ser injetado no semi-árido e em outros programas ligados à atividade agrícola e empresarial do Nordeste. Esses recursos foram da ordem de R$ 500 bilhões. Do Orçamento da União 2% eram destinados ao BN e aplicados nas obras como açudagem, irrigação, moto bombas, perfuração de poços e plantio de culturas forrageiras. Nessa política de investimento o Banco do Nordeste e a Sudene trabalham juntos, no combate ao subdesenvolvimento regional.
euzebia1983@hotmail.com
Via Costeira (1) Antes a Via Costeira permitia velocidades muito mais altas, tinha menos curvas, e não existiam tantos acidentes, mas como sempre, a solução é culpar o motorista e meter radar eletrônico para ganhar dinheiro. Sem contar esta chateação de ter que ser parado três vezes por policiais. cpinheirorosa@yahoo.com.br
Via Costeira (2) Se os cinco radares fixos, não vão resolver, os motoristas de Natal são muito “espertos”. Eles reduzem a velocidade próximo aos radares, e aceleram mais ainda após passar por eles (afinal, eles tem que recuperar o tempo que “perderam” para obedecer os limites de velocidade). O que resolveria seriam radares móveis, em locais desconhecidos, e que resultassem efetivamente em multas e punições. francineider@gmail.com
FILIADO AO
R$ 1,50 R$ 2,50
FILIADO AO INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO
R$ 2,00 R$ 3,20
REPRESENTANTE NACIONAL – Pereira de Souza & Cia Ltda: Rio de Janeiro :(O21)2544-3070 – São Paulo:(011) 3259-6111
FILIADO À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS
REDE CABUGI DE COMUNICAÇÃO TRIBUNA DO NORTE 4006-6100 Rádio Globo/Cabugi (AM) Natal 4006-6180 104 (FM) Parnamirim 3272-3737 Rádio Difusora de Mossoró (AM) 3316-3181/2181/3317-6167 Rádio Cabugi do Seridó (AM) J.do Seridó 3472-2759 Rádio Baixa Verde (AM)J.Câmara 3262-2498 Pereira de Souza(SP) 11/3259-6111 Pereira de Souza(RJ) 21/2544-3070
política
Sábado | 14 de agosto de 2010
Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte |
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[ ELEIÇÕES 2010 ] Iberê entra com ação judicial para impedir Carlos Eduardo de usar imagem de Lula. Candidato do PDT reage e afirma que iniciativa pode diminuir palanque de Dilma
Notas & Comentários colunanotas@tribunadonorte.com.br
Planos de cargos s projetos de lei que tratam dos planos de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos servidores municipais estarão em discussão na Câmara, em audiência pública na próxima terça-feira (17). Os vereadores de oposição querem evitar a votação dos projetos, em plenário, sem que tenham debatido amplamente a proposta. “Queremos analisar, debater e votar consensualmente o que for melhor para o servidor de Natal. Mas não vamos aceitar que se repita o que houve com a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), na qual todas as emendas da oposição foram rasgadas pelo Executivo”, disse o vereador Raniere Barbosa (PRB).
O
Bancadas
Apoio de Agnelo
Esta informação saiu na coluna Panorama Político, de Ilimar Franco: “O PMDB deve eleger, em outubro, as maiores bancadas tanto para a Câmara dos Deputados (95) quanto para o Senado (18). A previsão consta de um relatório da Consultoria Patri, distribuído a clientes”. E o colunista acrescentou: “O PT teria a segunda maior bancada na Câmara (92), mas no Senado essa posição seria ocupada pelo PSDB (13)”.
O deputado federal Henrique Eduardo Alves teve uma conversa ontem com Agnelo Alves, exprefeito de Parnamirim e candidato à Assembleia Legislativa. Henrique recebeu o apoio de Agnelo para a disputa pela reeleição. “Por razões políticas, sentimentais e emocionais esse apoio é muito importante para mim. E sei a importância que Agnelo terá na Assembleia Legislativa”, afirmou Henrique Eduardo.
PUNIÇÃO DO TCE O ex-prefeito de Porto do Mangue, Francisco Victor dos Santos, terá que ressarcir aos cofres públicos R$ 150.727,32. A decisão foi da Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os conselheiros avaliaram que houve aquisição de material sem destinação específica e despesas alheias à educação realizadas com recursos do Fundef.
Ampliação do Comitê
Candidatos divergem sobre uso da imagem ALEX RÉGIS
candidato Carlos Eduardo Alves (PDT) criticou ontem a atitude de seu adversário, Iberê Ferreira de Souza (PSB), em tentar impedi-lo, através de uma ação na Justiça Eleitoral, de usar a imagem do presidente Lula na campanha. Para o ex-prefeito de Natal, ao agir dessa forma o candidato da coligação “Vitória do Povo” está querendo, na verdade, diminuir o palanque da candidata à Presidência apoiada por Lula, Dilma Rousseff (PT). “Já pensou se Dilma só viesse para o meu palanque (no Rio Grande do Norte), porque nossa aliança é pura, só de partidos a favor dela? A dele não é. O PTB e o PPS, que apoiam Serra, estão no palanque dele. Na minha aliança política não tem nenhum partido que não apoie Dilma”, enfatizou Carlos Eduardo. O político lembrou que desde 1989 vota em Lula e considera que merece o respaldo do atual presidente à sua campanha. “Naquele ano votei em Ulysses Guimarães no primeiro turno, que era o candidato do meu partido, mas no segundo fui o único dos 24 deputados estaduais que ficou com Lula para presidente, enquanto Iberê ficou com Collor. Em 2002, no segundo turno, ele estava com Serra e eu com Lula. Depois que Lula ganhou ele aderiu, como aderiu aos outros
O
governos. Iberê aderiu a todos os governos federais. Foi Collor, Itamar, Fernando Henrique, depois aderiu também a Lula. Eu apenas não sabia que ele queria exclusividade”, ironizou. O candidato da coligação “Coragem pra Mudar” disse que não condena adesão nenhuma a Lu-
“
Já pensou se Dilma só viesse para o meu palanque (no Rio Grande do Norte), porque nossa aliança é pura, só de partidos a favor dela?” CARLOS EDUARDO candidato a governador
la (“queremos é somar”), mas declarou que não entende porque Iberê quer “diminuir” a campanha de Dilma no Rio Grande do Norte. “Acho que a presidenciável não concorda com isso. (…) Ele mantém dois partidos políticos que apoiam Serra, quer dizer, a aliança lá é que joga para
os dois lados. E ele ainda quer, diante de minha chapa pura próDilma, tirar Dilma de minha campanha”, reclamou. Para Carlos Eduardo, com a confirmação do TSE de que não há “verticalização de propaganda” não haveria fundamento jurídico para a ação. “Não sei o que motivou ele a fazer isso, mas confiamos na Justiça e essa tentativa será vã. E acredito que, dessa forma, o palanque de Dilma não vá ser diminuído no Rio Grande do Norte”, concluiu. Na manhã de ontem, o lançamento do comitê natalense PróDilma foi uma mostra da amplitude do palanque da candidata, no Rio Grande do Norte. Carlos Eduardo Alves se fez presente pela coligação “Coragem pra Mudar”, enquanto a “Vitória do Povo” foi representada pelos candidatos ao Senado, Wilma de Faria (PSB) e Hugo Manso (PT). Quem também esteve no local foi o candidato a senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), que apoia ao governo Rosalba Ciarlini (DEM), da “Força da União”. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com a assessoria de Iberê Ferreira de Souza, na tarde de ontem, mas a informação foi de que o candidato se encontrava em uma mobilização de campanha e, por isso, não poderia comentar o assunto no momento.
Carlos Eduardo, do PDT JOÃO MARIA ALVES
Iberê Ferreira, do PSB
Advogados têm interpretações divergentes
O Comitê 9840 para o pleito de 2010 está sendo ampliado. Os promotores de Justiça vão receber as denúncias e adotar as providências cabíveis. A informação foi destacada durante entrevista do presidente da OAB, Paulo Eduardo Teixeira, e do promotor Augusto Flávio Azevedo, que participaram do programa Panorama Político, da Rádio Globo Natal.“O político que compra o voto irá virar para você (eleitor) e dizer:‘eu já lhe paguei (com a compra do voto)’. Esse voto tem que preço? É o preço do gás ou de ter quatro anos alguém trabalhando pelo cidadão (eleitor)”, destacou Augusto Azevedo.
Apoio à reeleição Três vereadores de Natal anunciaram ontem a decisão de apoiar a candidatura à reeleição do senador Garibaldi Filho. Os vereadores que tomaram essa decisão foram Raniere Barbosa (PRB), Ubaldo Fernandes (PP) e Adenúbio Melo.
AGENDA DOS CANDIDATOS CARLOS EDUARDO 09h00 - Gravação para programa eleitoral; 12h00 - Participa da feijoada “Amigos de Roberto Germano”, no Clube Cosern; 15h00 - Caravana Coragem pra Mudar,com concentração em Parnamirim,passa por São José de Mipibu,Monte Alegre,Brejinho e chegada em Santo Antônio. ROSALBA CIARLINI 08h30 - Caminhada em Assu; 10h 00 - Encontro com Pastores,na Assen,em Natal 12h 00 - Carreata no Vale do Açu (Assu,Itajá, Ipanguaçu,Alto do Rodrigues,Pendências e Macau).
IBERÊ FERREIRA 08h00 - Gravação para o programa eleitoral; 18h30 - Carreata “O Time de Lula”, com concentração no aeroporto de Mossoró; 21h00 - Participa da festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Areia Branca. SANDRO PIMENTEL 09h00 - Visita feirantes no Conjunto Santa Catarina; 12h00 - Participa de confraternização com ex-alunos da UFRN,em restaurante na zona Sul de Natal; 19h30 - Participa de confraternização de grupo de apoiadores em restaurante na Cidade Alta.
O advogado da coligação Vitória do Povo, Erick Pereira, se encontra em Brasília e acompanhou “in loco” a discussão do TSE sobre a “verticalização da propaganda”. Segundo ele, o tribunal não derrubou a proibição de filiados a um partido participarem do horário eleitoral de coligação adversária de sua legenda. A consulta ao TSE incluía 10 perguntas e a que supostamente esclareceria se Lula poderia ter suas imagem usada por coligações de partidos adversários do PT, nos estados, sequer teria sido respondida. “Por quatro votos a três os ministros responderam a questão oito, decidindo que a candidata Dil-
ma poderia ter sua imagem usada. Agora não chegaram nem a responder a nove, que tratava de casos como o de Lula. Quando estava três votos a zero, para manter o entendimento da lei, que determina que um filiado não pode aparecer na propaganda de uma coligação adversária à do seu partido, o ministro Ricardo Lewandowski (presidente da corte) suspendeu, até porque não havia motivo para se pronunciar sobre algo que já está claro na lei”. O representante da “Vitória do Povo” faz referência ao texto da Lei dos Partidos Políticos (9.096/ 95) e lembra que, diante de seu entendimento, os candidatos de ou-
tras coligações no Rio Grande do Norte “até podem utilizar a imagem de Lula” no horário eleitoral gratuito, mas a sanção por essa atitude será a perda proporcional de tempo, com a pena sendo duplicada a cada nova reincidência. O texto da agência de notícias do TSE, porém, afirma que “por seis votos a um, os ministros decidiram não conhecer da questão de número nove da consulta, por a considerarem confusa”. Para o advogado da coligação “Coragem pra Mudar”, Ricardo Pinto, a ação impetrada pela Vitória do Povo não será aceita em nenhuma instância judicial. “Se o TSE entende que Dilma, candidata, filiada e mi-
litante pode participar da campanha dos partidos aliados, quanto mais alguém como o presidente, que é filiado, militante, mas nem mesmo é candidato nesta eleição”, comparou. Para Ricardo Pinto, “tolher o direito de um candidato (Carlos Eduardo Alves) que integra um partido (PDT) que apoia o governo federal e faz parte da administração federal de usar a imagem do presidente seria uma violência contra a democracia”. Segundo o advogado, a única dúvida que existia, e foi derrubada com a decisão do TSE, dizia respeito ao uso da imagem do presidente e de Dilma no horário de rádio e TV. DIVULGAÇÃO
Campanha defende ‘voto limpo’ Na próxima segunda-feira, às 17h, o “Comitê 9840” de Natal fará sua primeira reunião. A entidade foi instalada ontem, sob a coordenação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN), junto com o lançamento da campanha “Vote Limpo”, uma parceria com o Ministério Público Estadual. Dentre seus objetivos, o comitê pretende promover um debate entre os candidatos e garantir que todos assinem um termo se comprometendo com o combate à corrupção. Durante a solenidade de instalação, o presidente da OAB/RN, Paulo Eduardo Teixeira, apresentou o material publicitário da campanha “Vote Limpo” e enfatizou a importância de a população se conscientizar de seus direitos e deveres, enquanto eleitores. Presente à solenidade, o procurador Geral de Justiça, Manoel Onofre Neto, explicou que o trabalho será expandido para as comunidades, com palestras abertas a quem queira receber orientações e dicas de como exercer sua cidadania nas eleições. Entre os presentes ao lançamento estavam representantes da Arquidiocese de Natal, das Igrejas Evangélicas, Polícia Federal, Procuradoria de Justiça e Procuradoria da República.
Políticos de diversos partidos da base aliada do presidente Lula participam do lançamento de comitê
Base aliada lança comitê pró-Dilma A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, ganhou na manhã de um ontem um comitê suprapartidário em prol de sua eleição, em Natal. Localizado na avenida Salgado Filho, no bairro de Lagoa Nova, o novo espaço recebeu candidatos e filiados dos partidos que integram a coligação nacional liderada pelo presidente Lula: PT, PMDB, PCdoB, PDT, PRB, PR, PSB, PSC, PTC, PTN, PP e PTB. Durante o lançamento, fizeram uso da palavra o candidato ao Governo do Estado, Carlos Eduardo Alves (PDT) e os candidatos ao Se-
nado Garibaldi Alves Filho (PMDB), Hugo Manso (PT), Wilma de Faria (PSB) e Sávio Hackradt (PDT). A coordenadora da campanha de Dilma Rousseff no Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, leu uma mensagem enviada pela candidata, saudando os políticos e eleitores que a apoiam no estado. No texto, a petista afirma que a aliança é acima de tudo com o povo e destaca o comitê como um local onde os partidários de sua candidatura se “encontrarão todos os dias, ao longo da campanha, para reafirmar nosso compromis-
so com a transformação”. A exministra parabenizou os candidatos das diferentes coligações pela maturidade política em se unirem no apoio a seu nome, em nível nacional. “Nossos aliados do Rio Grande do Norte dão uma lição de civilidade e mostram que fazem política com P maiúsculo.” Dilma Rousseff citou na mensagem “a deputada Fátima Bezerra. A companheira Wilma de Faria, os companheiros Iberê Ferreira, Carlos Eduardo e Roberto Ronconi, o companheiro Hugo Manso, o senador Garibaldi Filho e Sávio Hackradt”.
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Sábado | 14 de agosto de 2010 NELSON JÚNIOR/TCE
[ ELEIÇÕES 2010 ] Decisão do Tribunal Superior Eleitoral obrigou os partidos
a preencherem 30% das candidaturas proporcionais com mulheres
TSE determina cumprimento de percentual mínimo decisão do Tribunal Superior Eleitoral que obrigou os partidos a preencherem 30% das candidaturas proporcionais com mulheres deverá ter influência no pleito do Rio Grande do Norte. A coligação “Força da União”, que tem a senadora Rosalba Ciarlini como candidata ao Governo, foi uma das contestadas pelo Ministério Público Eleitoral por não apresentar o número de mulheres, na chapa proporcional, exigido por lei. O registro foi mantido pelo Tribunal Regional Eleitoral, mas o procurador regional Ronaldo Sérgio Chaves recorreu ao TSE. O julgamento da Força da União deverá acontecer na próxima terçafeira, em Brasília. O entendimento da Corte Suprema, ocorrido na última quin-
A
Ministro do Tribunal Superior Eleitoral determina que PDT do Pará refaça lista de candidatos
ta-feira ao julgar o caso do PDT do Pará, surpreendeu os advogados das coligações. O entendimento de muitos era que a legenda deveria deixar vagas reservadas para as mulheres e não necessariamente precisaria preencher. “Achei absurda essa decisão do TSE. Mas ele (o TSE) deixou uma abertura que ou preenche o número de mulheres ou diminui o número de candidatos homens para poder ficar a proporção de 70% homens e 30% mulheres”, comentou o advogado Felipe Cortez, da “Força da União”. Ele lembrou que o TSE também definiu que, em caso de não preenchimento das vagas, o partido deverá anexar um documento comprovando que não havia mulheres suficientes para entrarem na disputa. Felipe Cortez explicou que a de-
fesa da coligação já está nos autos e aguardará o julgamento da Corte Suprema. A coligação “Vitória do Povo”, do candidato Iberê Ferreira, também teve o pedido de registro indeferido pela Procuradoria Regional Eleitoral. Mas como preencheu as vagas, após a diligência da Justiça, o caso foi encerrado. “Entendo que em caso de impugnação atingirá a coligação como um todo. Por isso que a coligação Vitória do Povo optou por preencher as vagas”, explicou Erick Pereira. O alerta que soa com a decisão do TSE ocorre porque em caso de indeferimento do registro devido ao não preenchimento de 30% das vagas por mulheres, serão negados todos os registros dos candidatos da proporcional.
VOTAÇÃO NO TSE Por 6 votos a 1,os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram,na quinta-feira (12) à noite,que o PDT do Pará deve refazer a lista de candidatos a disputar o cargo de deputado estadual para se adequar à porcentagem mínima de vagas destinadas às mulheres.A decisão segue as regras estabelecidas pela minirreforma eleitoral (Lei 12.034/09) aprovada pelo Congresso e vale para as eleições deste ano.Caso permaneça o descumprimento da lei,o partido poderá ter a chapa impugnada.A decisão deve ter implicações na lista de candidatos em todo o país. A norma aprovada em 2009 pelo Parlamento brasileiro e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou a
redação da Lei dos Partidos Políticos (9.096/95) ao substituir a palavra “reserva”de vagas de gênero para “preenchimento”. Dessa forma,cada partido ou coligação deve preencher o mínimo de 30% e o máximo de 70% das candidaturas de cada sexo nas listas eleitorais para os cargos das eleições proporcionais.Mas,pelo registro de candidaturas cadastradas no TSE até o momento,a lei não está sendo cumprida. Do total de candidatos ao Senado Federal,por exemplo,apenas 13,6% são mulheres,o que inviabiliza o equilíbrio determinado pela lei.O panorama é semelhante nas candidaturas registradas para a Câmara dos Deputados,as Assembleias Legislativas e a Câmara Legislativa
do Distrito Federal. De acordo com as últimas atualizações feitas no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas as coligações PMDB / PTN / PR / PPS / DEM / PSDB e PP / PT / PTB / PSC / PHS / PTC / PSB, que disputam vagas em Roraima, e PRB / PDT / PT / PTN / PR / PSDC / PRTB / PRP / PCdoB / PTdoB,que concorre a vagas em São Paulo, contam com pelo menos 30% de candidatos de cada sexo. Além de alterar a Lei dos Partidos Políticos,a Lei 12.034/09 fez modificações na Lei 9.504/ 97,que estabelece normas para as eleições,e no Código Eleitoral (Lei 4.737/65).A proposta surgiu a partir do projeto de Lei (PLC 141/90) de autoria do deputado Henrique Eduardo Alves.
Cid diz que não vai a debate em emissora de Tasso Fortaleza (AE) - O governador do Ceará e candidato à reeleição, Cid Gomes (PSB), não vai ao debate da TV Jangadeiro (afiliada local do SBT), marcado para o dia 19. Entre os motivos apontados por ele, está o fato do dono da emissora ser o senador Tasso Jereissati (PSDB). Tasso tenta se reeleger ao Senado e apoia o deputado Marcos Cals (PSDB), adversário de Cid na disputa pelo governo estadual. De acordo com a assessoria do governador, o principal motivo para o não comparecimento dele no debate seria um conflito de agenda. Cid teria tentado junto à TV Jangadeiro mudar a data do debate, pois no mesmo dia ele cumpre agenda como governador na Segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID+18), no Centro de Convenções Edson Queiroz. Ainda segundo a assessoria do governador, a TV Jangadeiro não aceitou mudar a data do debate porque esta já teria sido acertada com o SBT e já constava na grade nacional da emissora. Cid também sugeriu que as perguntas elaboradas por convidados fossem gravadas e não ao vivo. Mais uma vez, a emissora não aceitou as sugestões. De acordo com o diretor de jornalismo da TV Jangadeiro, Chagas Vieira, as regras do debate são as mesmas do realizado em 2006, quando Cid participou.
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Candidato do PSDB à Presidência da República aproveita programação na Bahia para lançar plano de governo para a área de segurança pública com sete itens, entre os quais a criação de um ministério [ ELEIÇÕES 2010 ]
Serra lança plano para segurança VALTER PONTES/AE
alvador (AE) - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, apresentou, na tarde de ontem, no Pelourinho, em Salvador (BA), seu programa de governo para a área de segurança pública. “É bom dizer que isso não é promessa, não é compromisso, é um anúncio do que vamos fazer, se formos eleitos”, garantiu. O plano tem sete tópicos, entre eles a já anunciada criação do Ministério da Segurança. “O ministério é o resultado dos outros projetos, não a causa dele”, contou. “Não vamos aumentar o número de ministérios - pelo contrário, vamos diminuir, porque o Brasil tem ministérios demais -, mas o Ministério da Segurança se impõe, pela situação pela qual passa o País”, justificou. “Segurança e saúde são os dois principais problemas do Brasil, hoje.” Entre os itens citados, estão a integração nacional dos cadastros de pessoas e veículos, a criação de uma
S
força policial permanente para cobrir fronteiras e prevenir crimes ambientais, a informatização de todos os sistemas policiais e a criação de um sistema de apoio jurídico e psicológico às vítimas de crimes.“Temos, no Brasil, 45 mil mortes violentas por ano, é praticamente um Iraque por ano”, disse. “Então, são pelo menos 250 mil pessoas diretamente afetadas, que precisam de ajuda, dependendo do tamanho da família. E isso não existe no País.” Serra não quis adiantar nomes de possíveis ministros - “dá um azar danado falar em nomes antes de ser eleito”, contou -, mas disse que a nova pasta não pode ser ocupada por políticos “É muito raro encontrar um político apto para exercer o comando de um ministério como esse. Político pratica a conciliação, não o confronto. Então, o ministério precisa ser comandado por gente da segurança.” O presidenciável aproveitou o anúncio para fazer uma série de
ESFORÇO Foi estratégica a escolha pela
PROGRAMA
Líder do MST recomenda voto em Dilma Rousseff São Paulo (AE) - Em entrevista para o jornal “Brasil de Fato”, ligado aos movimentos sociais, o principal líder do Movimento dos Sem Terras (MST), João Pedro Stedile, declara que a candidatura de José Serra (PSDB) representa “o núcleo central dos interesses da burguesia e a volta do neoliberalismo”. Para Stedile, o tucano está a serviço dos “interesses da burguesia internacional, da burguesia financeira, dos industriais de São Paulo, do latifúndio atrasado”. Frente a esse cenário, defende que, “como militantes sociais, e como movimentos sociais, temos a obrigação política de derrotar a candidatura Serra”. Dilma, segundo o líder do MST, representa “setores da burguesia brasileira que resolveram se aliar com Lula, setores mais arejados do agronegócio, a classe média mais consciente, e praticamente todas as forças da classe trabalhadora organizada”. Diante disso, ele recomenda: “Nós achamos que a vitória da Dilma permitirá um cenário e correlação de forças mais favoráveis a avançarmos em con-
críticas à administração da segurança pública pelo atual governo. “O orçamento do governo federal destinado à segurança, por exemplo, é de apenas 0,5% do orçamento nacional, isso reflete a falta de intenção efetiva do governo de lidar com o problema”, afirmou. Serra atacou a política nacional de presídios. “O governo federal tinha anunciado maravilhas, mas fez apenas dois presídios. Há uma carência de 200 mil vagas.” Além disso, o ex-governador paulista criticou as relações do governo Lula com países que, supostamente, são responsáveis pela produção de drogas e armas que entram no País ilegalmente. “O governo deveria exercer pressão diplomática sobre a Bolívia, ou sobre a Colômbia, ou sobre o Peru, para inibir o contrabando”, avaliou. “Isso é normal na relação entre os países.”
O plano apresentado por José Serra contém 7 itens:
quistas sociais, inclusive em mudanças na política agrícola e agrária. E evidentemente que nesse cenário incluímos a possibilidade de um ambiente propício para maior mobilização social da classe trabalhadora como um todo, para a obtenção de conquistas. Como militantes sociais, e como movimentos sociais, temos a obrigação política de derrotar a candidatura Serra, que representa o núcleo central dos interesses da burguesia e a volta do neoliberalismo.” Stedile também comentou os ataques de Serra ao MST: “Na minha avaliação, a coordenação tucana acha que a única chance do Serra crescer eleitoralmente é adotar um discurso de direita, para polarizar e, então, se mostrar mais de confiança do que a Dilma. Por isso adotou todos os ícones da esquerda para bater. Bate em nós, em Fidel, em Cuba, Chávez, Evo Morales, até no bispo Lugo ele bateu. Achou uma conexão das Farc com o PT absurda. Ele sabe que o partido está mais próximo da social-democracia. Não é por ignorância, é por tática eleitoral “ ARQUIVO
1 - Criação de controles nacionais de identificação de pessoas e veículos e cobertura permanente das fronteiras. “No Brasil,não há um RG nacional, nem um arquivo integrado de criminosos,nem de veículos.Até multas de Estados diferentes não chegam nunca.É uma moleza para o crime atuar mudando de Estado”, justifica o presidenciável.“Já a fronteira é virtualmente abandonada,possibilitando até a entrada de integrantes das Farc, que são narcotraficantes,no país.”
2 - Informatização de todos os processos policiais e de coleta e arquivo de dados. “Desde os banais,como informações gerais sobre a ocorrência de crimes,à criação de sistemas de rastreamento de movimentações financeiras.”
3 - Aumento de investimento no pessoal. “Sou favorável à unificação da remuneração,mas temos de oferecer também treinamento de qualidade.”
4 - Ações de prevenção. “Temos de ter cursos para crianças, inclusive,para mostrar os malefícios das drogas e do álcool e,ao mesmo tempo,oferecer escolhas para a juventude,por meio dos ensinos técnicos e profissionalizantes,do investimento em esportes e cultura.”
5 - Apoio jurídico e psicológico às vítimas de crimes e suas famílias.
6 - Investimentos em presídios. 7 - Criação do Ministério da Segurança.
João Pedro Stedile declara preferência por Dilma Rousseff
Bahia para o lançamento do plano para a segurança pública. Em Salvador, Serra teve dois objetivos: falar sobre um tema que é apontado como o principal ponto fraco da atual administração estadual, a cargo de Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, e tentar mostrar sua proximidade com o Estado, que abriga o quarto maior colégio eleitoral do País - foi a sétima visita de Serra à Bahia este ano, a terceira nos últimos 30 dias. Segundo o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), que sugeriu Salvador para o lançamento do programa de governo, a escolha se baseou no fato de a Bahia ter registrado um forte aumento dos índices de homicídios nos últimos quatro anos - período da administração petista. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, entre 2006 e 2009, o número de homicídios no Estado cresceu 49,6%.
Serra caminha ao lado de eleitores no Pelourinho, em Salvador
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Sábado | 14 de agosto de 2010
[ ELEIÇÕES 2010 ] Mesmo sem condenar por completo a política externa, candidata do Partido Verde diverge da relação de proximidade do governo Lula com regimes de Cuba e Irã
Cláudio Humberto E-mail: ch@claudiohumberto.com.br - www.claudiohumberto.com.br
Ficha Limpa aplicação da Lei do Ficha Limpa nas eleições deste ano deve passar apertado no Tribunal Superior Eleitoral. Com base em declarações dos ministros em julgamentos e entrevistas, experientes advogados eleitoralistas, incluindo ex-ministros do TSE, avaliam que os políticos fichas sujas serão excluídos das eleições por 4x3, com o voto de desempate do presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandovski.
A
“
(Durval é) o homem que vai moralizar a coisa pública deste país”
Joaquim Roriz sobre Durval Barbosa, seu ex-auxiliar que delatou o mensalão do DEM
Suplente contra
Ducha fria
O placar pode se inverter no TSE se o ministro Dias Toffoli, suplente, participar do julgamento. Ele é contra à vigência da lei nesta eleição.
Para juristas, o Supremo Tribunal Federal deve entender que uma lei como a da Ficha Limpa deve ser aprovada um ano antes da eleição.
TEMPO EXÍGUO A dúvida é se os ministros do STF vão mesmo discutir a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa antes da eleição. SEM PROCESSO Para examinar a Lei da Ficha Limpa, o STF precisa ser provocado por algum ficha suja. E até agora ninguém se apresentou.
‘Pobre é bom para ser empregado’ No debate da Band entre candidatos ao governo do DF, Joaquim Roriz (PSC), “pai” do assistencialismo tipo Bolsa-Família, defendia políticas “para o pobre” argumentando que Brasília não pode ser somente de ricos. E per-
guntou, quando seu microfone era cortado, com seu tempo esgotado: “como conseguiríamos empregadas domésticas para trabalhar em nossas casas?” A perplexidade emudeceu os adversários.
O começo de tudo Novo site Joaquim Roriz fez uma declaração importante, no debate, ao admitirqueoesquemadomensalãonoDF pode ter iniciado no seu governo.
A presidência da República informou que o antigo “Portal Brasil” atende agora em um novo endereço: brasil.gov.br.
FALTA NOMEAR Lula deveria homenagear o STF nomeando o substituto do ministro aposentado Eros Grau. Isso aliviaria os sobrecarregados ministros.
A dois (duas)
Chorão revelado
A ministra Erenice Guerra tira neste fim de semana sua primeira folga desde que assumiu a Casa Civil. Três dias numa praia. Desconfia-se que a candidata Dilma Rousseff deve dar uma passadinha por lá.
Ministros e auxiliares estão preocupados: Lula anda muito emotivo, cedendo aqui e ali a uma lágrima furtiva ou ao choro convulsivo. Acham que não é apenas pela proximidade acelerada do final do governo.
DUPLA SERTANEJA O chatonildo Armando Monteiro Neto (PTB) faz campanha casada, em Pernambuco, com Silvio Costa Filho, candidato a deputado que ele indicou para a Secretaria de Turismo, da qual foi demitido pelo governador Eduardo Campos, sob suspeita de graves irregularidades.
AFRONTA NA BAHIA Vice de Jaques Wagner (PT) na Bahia, Otto Alencar se aposentou com R$ 25 mil mensais, após cinco anos no Tribunal de Contas do Estado. “É uma afronta”, reagiu o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que se inspirou no caso para propor projeto de lei “coibindo a imoralidade”.
SONO RETUMBANTE Preocupação generalizada: os debates de quinta mostraram que a campanha precisa de um fato novo para despertar os eleitores da letargia. Mensalão já não perturba mais o sono de ninguém.
Tucano imexível Entra presidente, sai presidente, e ninguém mexe em um assessor dos Correios criticado pelo papel a que se prestou na extinção de
três diretorias regionais mineiras e numa intervenção no Espírito, nos tempos de FHC. O tucano Marcelo de Araujo Rodrigues é imexível.
SAÚDE NO BOLSO Para o bem dos nossos bolsos, o tiranete Hugo Chávez e o cocaleiro Evo Morales têm seus próprios aviões. Não precisamos buscá-los em jatos da FAB para nos visitar. Vida longa aos do Equador e El Salvador!
HONORÁVEL BADERNA Um novo lançamento do livro “Honoráveis bandidos”, de Palmério Dória, com o senador José Sarney na capa, acabou em pancadaria, tiros e bombas, outra vez, no Maranhão. Desta vez em Imperatriz.
ESTÃO ENTRE NÓS A Aeronáutica vai registrar a presença de OVNIs. Poderia começar analisando a pinta de certos candidatos registrados no site do TSE.
Marina critica conivência com regimes autoritários RODRIGO SENA
elo Horizonte (AE) - A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, criticou ontem a relação de proximidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com regimes autoritários como Cuba e o Irã. Mesmo sem condenar por completo a política externa do atual governo, Marina disse que o Brasil perdeu a oportunidade de reafirmar nas relações internacionais seus princípios democráticos ao dar voz ao presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ou não condenar as prisões políticas em Cuba A candidata disse que se eleita não dará “audiência” para ditadores. “Temos de tratar a política externa a partir de princípios e valores”, disse, citando a democracia, a defesa dos direitos humanos e a defesa da adversidade. “Isso vai orientar a nossa política externa, independentemente de alinhamentos políticos. Não é pelo fato de termos proximidade ideológica que vamos relativizar esses valores. Também não vamos dar audiência para os ditadores que não respeitam a vida, que não respeitam os direitos humanos e não respeitam a democracia. Dialogar sempre, mas fortalecer essa cultura política jamais”, disse. Marina, contudo, destacou que não considera a atual política externa “como se fosse toda ela equivocada”. “Mas nessa questão da defesa dos direitos humanos eu acho que tivemos equívocos que, inclusive, estamos pagando por isso ainda”, reiterou.
CEF rebate críticas ao ‘Minha Casa’
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SENADO Durante encontro com jovens apoiadores em Belo Horizonte, a candidata demonstrou contrariedade com a proposta do candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, que defendeu a extinção do Senado argumentando que a instituição “não serve para nada, a não ser para manter oligarquias”, referindose ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). De acordo com a senadora licenciada, o Congresso fortalecido é fundamental para a preservação da democracia.
Marina Silva defende política externa com “princípios e valores”
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A melhor forma de defender os interesses dos brasileiros é termos um Congresso forte” MARINA SILVA candidata do PV
“Sou de tradição democrática e eu sei que a melhor forma de defender os interesses dos brasileiros é termos um Congresso que seja forte, que promova o debate, que faça a fiscalização. Tanto o Senado quanto a Câmara dos Deputados, para aqueles que trabalham, que defendem teses comprometidas com a transparência, com a honestidade, a ética na política, são instituições importantes para a democracia”, afirmou. Questionada se temia perder o posto de terceira via da campanha para Plínio - que também defendeu a legalização de “drogas culturais, como a maconha” e o direi-
to ao aborto, propostas que já foram simpáticas ao PV - a candidata desconversou. AVIÃO DE CARREIRA Durante o lançamento da Plataforma da Juventude para Marina Silva, organizado pelo Movimento Marina Silva e PV Jovem, um representante de Rondônia fez um apelo pela presença da candidata no seu Estado. Ela atribuiu a dificuldade de visitar todas as regiões do País ao fato de fazer campanha em avião de carreira, mas prometeu visitar o estado do norte. POEMA Na capital mineira, Marina também visitou a Santa Casa da cidade e gravou participação no programa eleitoral do candidato do PV ao governo de Minas, José Fernando Aparecido. A gravação foi realizada na biblioteca do pai de José Fernando, o ex-embaixador José Aparecido de Oliveira (1929-2007). Marina leu um curto poema que Carlos Drummond escreveu em dedicação ao nascimento do filho de José Aparecido, em 1974.
Brasília (AE) - Um dos principais xodós da candidata Dilma Rousseff, o programa “Minha Casa, Minha Vida” mobilizou ontem parte da diretoria da Caixa Econômica Federal. A instituição correu para rebater críticas de que a construção de casas populares tem desempenho aquém do programado e que, para evitar a exposição do problema, o banco estaria omitindo dados. Considerada “mãe” da iniciativa, Dilma foi a responsável em março de 2009 pelo anúncio de lançamento do programa que, originalmente, prometia a construção de 1 milhão de casas. Um ano depois, o número de unidades foi duplicado no PAC 2. Ontem, o jornal “Folha de S.Paulo” afirmou que apenas 565 casas para inscritos com renda de até três salários mínimos, ou 0,23% dos contratos assinados, foram entregues até agora. Como reação à notícia, a Caixa divulgou outros números que classificou como “extremamente favoráveis” e que “por si só evidenciam que não há o que se esconder ou omitir”. O tom menos técnico do texto difere das notas à imprensa normalmente divulgadas. Na guerra de números, a Caixa afirma que 3.588 unidades já estão com os novos donos e que 114 mil devem ser entregues até o fim do ano. O comunicado da Caixa argumenta que as informações do Minha Casa, Minha Vida “são públicas e frequentemente divulgadas: trimestralmente, após entrevistas coletivas, e também diariamente, como resultado de dezenas de demandas de diversos veículos de comunicação atendidas pela assessoria de imprensa”. O texto diz ainda que essa periodicidade de divulgação “comprova o trabalho transparente da Caixa”.
Dilma terá encontro com sindicalistas Brasília (AE) - A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, participa na próxima terça-feira (17) de um encontro com mulheres sindicalistas em São Paulo. Organizado pelas centrais sindicais que declararam apoio à petista, o evento pretende reunir mais de duas mil pessoas na Casa de São Paulo, no Bairro da Liberdade, a partir das 10 horas Cinco centrais sindicais promovem o encontro: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e Nova Central. A União Geral dos Trabalhadores (UGT) não aderiu ao evento, expondo racha no movimento sindical. A central não formalizou apoio a nenhum dos presidenciáveis, porque 12 de suas 21 unidades fecharam com o candidato do PSDB, José Serra. Embora haja sindicatos dissidentes, conforme admite o presidente da CTB, Wagner Gomes, as cinco centrais responsáveis pelo evento oficializaram o apoio à Dilma e somaram forças para atacar José Serra. No último dia 7 de julho, elas lançaram um manifesto conjunto em que acusam o tucano de “impostura” e “golpe contra os trabalhadores”. Elas questionam declarações do candidato ao se apresentar como responsável pela implantação do seguro-desemprego.
geral
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Pesquisa intenções de voto para a sucessão presidencial mostra, pela primeira vez num levantamento do Datafolha, Dilma Rousseff à frente de José Serra. Diferença é de oito pontos percentuais
[ ELEIÇÃO 2010 ]
Dilma abre 8 pontos de vantagem esquisa Datafolha de intenções de voto para a sucessão presidencial mostrou, pela primeira vez, a candidata do PT, Dilma Rousseff, à frente de seu principal adversário, José Serra (PSDB). Divulgado na noite de ontem, o levantamento encomendado pela “Folha de S. Paulo” e pela “Rede Globo” mostra a petista com oito pontos porcentuais à frente do tucano. Dilma tem 41% das intenções de voto e Serra, 33%. O resultado deixa a petista a três pontos porcentuais de uma vitória em primeiro turno. Na edição anterior do Datafolha, divulgada no dia 24 de julho, o tucano tinha 37% e a petista, 36% - estavam empatados tecnicamente. Na pesquisa divulgada ontem, a candidata do PV, Marina Silva, tem 10% das intenções de voto, repetindo o resultado da mostra anterior. Os demais candidatos não alcançaram 1% na pesquisa. O total de votos brancos e nulos somou 5% e o dos eleitores que não sabem ou não responderam em quem vão votar ficou em 9%.
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SEGUNDO TURNO A simulação de segundo turno feita pelo Datafolha também mostra que a vantagem de Dilma sobre Serra subiu e agora é de oito pontos percentuais (49% a 41%). Há 20 dias, era de só um ponto (46% a 45%). Na intenção de voto espontânea, Dilma aparece em ascensão: 26% dos eleitores dizem, antes de receber o cartão circular com os nomes de todos os candidatos, que votarão nela (no final de julho, essa taxa era de 21%). Serra manteve os 16% de citações espontâneas que registrou no levantamento anterior, enquanto 43% dos entrevistados não sabem dizer, sem serem estimulados pela relação de nomes, em quem vão votar. A rejeição dos eleitores não sofreu alterações: 28% deles não votariam em Serra (contra 26% há 20 dias). Dilma é reprovada por 20% (um ponto percentual a mais que em julho). A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 9 e 12 de agos-
to e ouviu 10.856 eleitores. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o protocolo nº 22 734/2010. POPULARIDADE O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve o nível de aprovação de 77% obtido para seu governo, segundo o Datafolha. A taxa é idêntica à apurada na pesquisa realizada de 20 a 23 de julho. Agora, no levantamento feito do dia 9 até ontem, os eleitores que acham o governo Lula regular somam 18% (antes eram 19%). A taxa dos que consideram a administração petista ruim ou péssima não variou, mantendo-se em 4%. Quando indagados sobre qual no-
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Evolução
40%
36%
39% 29%
(COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA ESTADO E DO UOL).
tro da margem de erro - de 3% para mais ou para menos. Fábio Bezerra, o Fabinho (PCB) e Vanessa Portugal (PSTU) estão com 2% cada. Os outros candidatos - Edilson José do Nascimento (PT do B), Luiz Carlos Ferreira (PSOL), Pedro Paulo (PCO) e José Fernando Aparecido (PV) - aparecem com 1% das intenções. A pesquisa foi realizada no período dos dias 9 a 12 de agosto, com 1.264 eleitores. Foram ouvidos eleitores em 51 municípios mineiros. O levantamento foi registrado no TRE sob o número 59 520/2010.
10%
9%
25 a 26 março
15 a 16 abril
20 a 21 maio
37%
36%
9%
10%
30 jun a 01 jul
10%
20 a 23 julho
9 a 12 agosto
Nordeste
49% 33% 11%
9,9
milhões
Dilma
9,7
milhões
41%
8%
Serra Marina
Sudeste
58,9
milhões
8%
25%
36,7 milhões
Serra Marina
Sul
Dilma
Marina (PV)
Onde estão os eleitores
43%
34%
Dilma (PT)
Serra (PSDB)
Norte e Centro-Oeste
37%
35% 13%
20,2 milhões
Serra Marina
Dilma
Serra Marina
Sérgio Cabral amplia diferença no RJ Rio de Janeiro (AE) - O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), que tenta a reeleição para o cargo, ampliou de 35 para 43 pontos porcentuais a vantagem que tinha sobre o candidato do PV, deputado Fernando Gabeira, na disputa pelo Palácio Guanabara, segundo pesquisa Datafolha divulgada on-
tem à noite. A sondagem deu ao peemedebista 57% das intenções de voto, contra 14 % para o verde - na pesquisa anterior, de 26 de julho, Cabral já vencia no primeiro turno por 53% a 18%. O candidato Eduardo Serra (PCB) manteve os 3% de julho e Cyro Garcia (PSTU) caiu de 3% pa-
Geraldo Alckmin está com 54% em São Paulo São Paulo (AE) - Pesquisa Datafolha de intenções de voto para a sucessão ao Palácio dos Bandeirantes mostra que, se as eleições fossem hoje, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, venceria a disputa no primeiro turno. De acordo com a mostra, divulgada na noite de ontem e encomendada pela Rede Globo e Folha de S. Paulo, o tucano possui 54% das intenções de voto, enquanto seu
Aumenta Tarso Genro vantagem de sobe 3 pontos Eduardo Campos percentuais
Roriz mantém liderança no Distrito Federal
Recife (AE) - A segunda rodada da pesquisa Datafolha/TV Globo, realizada entre os dias 9 e 12, indicou ampliação da margem de favoritismo do governador e candidato à reeleição Eduardo Campos (PSB), sobre seu principal oponente, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), em Pernambuco. Eduardo tem agora 62% da preferência do eleitorado pernambucano, contra 21% de Jarbas. Na primeira rodada, em 24 de julho, Eduardo tinha 59% e Jarbas 28%. Registrada sob o número 37813/2010 no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a pesquisa ouviu 1.094 pessoas e tem margem de erro de 3% para mais ou para menos. Os candidatos ao governo pernambucano pelo PSOL, Edílson Silva, e pelo PSTU, Jair Pedro, tiveram um ponto porcentual.
Brasília (AE) - Mesmo enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o exgovernador Joaquim Roriz (PSC) manteve a liderança na disputa pelo governo do Distrito Federal, com 41% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada ontem. Roriz recorreu ao TSE contra a cassação de sua candidatura e continua a fazer campanha. Na última pesquisa, em julho, ele tinha 40% das intenções de voto. O petista Agnelo Queiroz subiu seis pontos porcentuais, passando de 27% na preferência dos eleitores, em julho, para 33% agora. O Datafolha ouviu 701 eleitores entre os dias 9 e 12. A pesquisa foi registrada no TSE com o número 25.232/2010. A margem de erros é de quatro pontos porcentuais, para mais ou para menos.
Porto Alegre (AE) - Novo levantamento do Instituto Datafolha, encomendado pelos jornais Folha de S.Paulo e o Grupo RBS, avaliou a intenção de voto para o governo do Rio Grande do Sul. O ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) subiu três pontos desde a última pesquisa, aparecendo agora com 38%. O ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB) continua com o mesmo porcentual de 27%. Já a governadora gaúcha Yeda Crusius subiu de 15% para 16%. Os indecisos registraram 13%, enquanto os que pretendem votar nulo ou em branco somaram 4%. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos. Foram entrevistados 1.196 eleitores de 46 cidades entre os dias 9 e 12 de agosto. O levantamento está registrado no TRE com o número 36864/2010.
41% 33%
37%
26%
11%
Dilma
ta, de zero a dez, dariam ao governo federal, 33% conferem a nota máxima. Outros 15% dão nove. Lula recebe nota oito de 22%. Apenas 2% acham que o petista merece zero por seu desempenho como presidente. A média nacional obtida pelo presidente é 8,1. Lula tem seu melhor desempenho entre os moradores do Nordeste (média de 8,6), entre os que têm nível fundamental de escolaridade (8,5) e entre os que declaram ter renda familiar de até dois salários mínimos (8,4). A avaliação positiva de Lula tem se mantido alta ao longo deste ano. O petista é há algum tempo o presidente mais bem avaliado entre todos para os quais o Datafolha já fez esse tipo de levantamento.
39%
36%
pontos percentuais é o índice da aprovação do presidente Lula no Datafolha.
Em Minas,Hélio Costa tem 26 pontos sobre Anastasia Belo Horizonte (AE) - O candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa, manteve a vantagem de 26 pontos porcentuais de vantagem sobre o governador e candidato à reeleição, Antonio Anastasia (PSDB), conforme pesquisa Datafolha sobre a sucessão estadual divulgada hoje (13) pela TV Globo. De acordo com o instituto, Costa aparece 43% das intenções de voto contra 17% de Anastasia. Em relação ao último levantamento, divulgado no dia 24 de julho, o peemedebista e o governador tucano oscilaram negativamente um ponto porcentual, den-
Veja a variação dos percentuais dos candidatos a presidente e a destruição das intenções de votos por regiões do país
Por região
NÚMERO
Beto Richa tem 46 pontos no Paraná
PESQUISA
principal adversário, o senador Aloizio Mercadante (PT), tem 16%. Na última edição do levantamento, divulgada no dia 26 de julho, Alckmin tinha 49% e Mercadante, 16%. Pela pesquisa divulgada ontem, o candidato Celso Russomanno, do PP, tem 11% das intenções de voto, seguido por Paulo Skaf (PSB), com 2%, e pelos candidatos Fábio Feldmann (PV) e Paulo Bufalo (P-
ra 2%. Votos brancos e nulos passaram de 9% para 8%, mas os eleitores indecisos foram de 12% para 14%. A pesquisa ouviu 1.246 eleitores de 29 cidades. A margem de erro é de três pontos porcentuais. O levantamento foi registrado no TSE sob o número 22769/201 e no TRE-Rio sob o código 67892/2010.
SOL), com 1% cada. Os demais candidatos ao governo de São Paulo não pontuaram. O total de votos brancos e nulos ficou em 6% e 8% não sabem ou não responderam em quem vão votar. No cenário para segundo turno, Alckmin venceria a disputa contra Mercadante por 65% a 25%. A pesquisa foi realizada com 2.040 eleitores em 58 municípios entre os dias 9 e 12 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o protocolo nº 22.761/2010.
Curitiba (AE) - O candidato do PSDB ao governo do Paraná, Beto Richa, ampliou para 12 pontos porcentuais a diferença que tem em relação a seu principal concorrente, Osmar Dias (PDT), de acordo com pesquisa do Datafolha, divulgada ontem pela Rede Paranaense de Comunicação (RPC), afiliada à Rede Globo No dia 26 de julho, Richa tinha 43% das intenções de voto e, agora, está com 46%. Já Dias baixou de 38% para 34% nesta nova sondagem. Os outros candidatos no Paraná - Avanilson Araújo (PSTU), Luiz Felipe Bergmann (PSOL), Paulo Salamuni (PV), Robinson de Paula (PRTB) e Amadeu Felipe (PCB) - não atingiram 1% das preferências dos eleitores. Na pesquisa anterior, apenas Salamuni tinha recebido 1%. Os votos brancos e nulos baixaram de 3% para 2%, enquanto os que não souberam responder subiram de 14% para 16%. A margem de erro é de três pontos porcentuais. O Datafolha ouviu 1.221 eleitores em 46 municípios entre os dias 9 e 12. A pesquisa foi registrada no TRE-PR sob número 18123/2010 e no TSE sob número 22777/2010. Na mesma pesquisa os eleitores foram ouvidos sobre as preferências para o Senado. O ex-governador Roberto Requião (PMDB) continua à frente com 49% das intenções, um ponto porcentual a menos do que tinha na sondagem anterior. A candidata do PT, Gleisi Hoffmann, subiu de 28% para 31%. Ricardo Barros (PP) baixou de 19% para 15%, enquanto Gustavo Fruet (PSDB) reduziu de 16% para 13%. Os votos brancos e nulos também baixaram de 19% para 10%, enquanto os que não souberam responder subiram de 56% para 69%. O candidato Gilberto de Araújo (PCB) manteve os mesmos 3% da pesquisa anterior, já Rubens Hering (PV), que tinha 3%, agora aparece com 2%. Com o mesmo porcentual estão os candidatos do Psol Luiz Piva, que tinha 1% na anterior, e Valmor Venturini, que manteve o índice. Os candidatos do PRTB, Sargento Ademir Pedroso e Sargento Rivaldir Jensen, e do PT do B, Irineu Fritz, mantiveram os mesmos 1%. Cláudio Timossi (PSTU) não tinha alcançado 1% na pesquisa anterior e agora não pontuou.
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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 9
Ministro pede que secretarias estaduais e municipais redobrem os cuidados de combate ao mosquito Aedes Aegypti para evitar a circulação de um novo tipo de dengue que já infectou três pessoas na região Norte
[ SAÚDE ]
Saúde emite alerta sobre dengue io (AE/ABr) - O Ministério da Saúde emitiu alerta nacional às secretarias estaduais e municipais para que seja redobrado o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti, a fim de tentar evitar a circulação do vírus 4 da dengue, identificado em três pessoas em Roraima. O ministro José Gomes Temporão evitou ontem o termo “epidemia”, mas admitiu a possibilidade de o sorotipo, que não era identificado no País havia 28 anos, espalhar-se. Ele ressaltou que o ministério está preparado para “enfrentar uma hipotética ampliação da circulação do vírus 4 no próximo verão”. De acordo com Temporão, o grupo interministerial, que reúne pastas como Casa Civil, Defesa, Integração Nacional e Cidades, foi convocado para discutir as medidas adicionais que podem ser tomadas pelo governo federal para “qualificar o trabalho de controle” do mosquito. “Temos de nos preparar para que no próximo verão tenhamos redução drástica da presença do vetor. Porque a probabilidade de que o vírus possa circular não é 100% segura. O vírus pode ter comportamento inesperado e não se expandir com a velocidade com que se poderia supor. Mas pode, sim, circular pelo território nacional. E nenhum cidadão brasileiro tem imunidade contra esse vírus, que não circula há 28 anos”, afirmou Temporão, que participou de assinatura de convênio entre o Instituto Nacional do Câncer e a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio. A preocupação maior do ministério é com regiões em que foi detectada alta prevalência do
RENATO ARAÚJO/ABR
R
NÚMEROS
3
é o número de pacientes infectados pelo sorotipo 4 no Estado de Roraima.
1982
foi o ano em que o sorotipo 4 circulou pela última vez no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
4.232
casos suspeitos de dengue foram notificados este ano no Rio Grande do Norte.
Temporão evita usar o termo ‘epidemia’, mas admite a possibilidade de o sorotipo 4, presente em Roraima, espalhar-se pelo Brasil
mosquito. Temporão citou Acre, Rondônia, Rio de Janeiro, a Região Centro Oeste e alguns municípios de Minas Gerais e São Paulo. Ele fez um apelo para que as famílias se empenhem para deixar suas casas livres de focos de água parada, onde se prolifera a larva do mosquito. E citou o caso de uma moradora da zona oeste do Rio, de cuja casa a prefeitura retirou uma tonelada de lixo. “É um exemplo limite, mas lembra que as pessoas devem olhar para as suas residências”, afirmou. De acordo com o ministro, es-
tá sendo feito um trabalho de contenção em Roraima, com pulverização de inseticida e visita domiciliar, principalmente próximo à fronteira com a Venezuela - o sorotipo 4 isolado naquele Estado é da mesma cepa do vírus detectado no País vizinho. CONFIRMAÇÃO A Secretaria de Saúde de Roraima confirmou três infecções por dengue tipo 4 no estado – todas na capital, Boa Vista. Há ainda um quarto caso considerado suspeito e que continua em análise no Institu-
to Evandro Chagas, em Belém (PA). As quatro amostras já haviam apresentado resultado positivo após exames preliminares feitos no Laboratório Central de Roraima (Lacen-RR), mas foram encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas para a realização de contraprova e testes complementares. De acordo com a secretaria, os casos confirmados são de moradores dos bairros Cidade Satélite, Santa Teresa e Buritis. O suspeito é de um morador do bairro Pricumã. O sorotipo DEN-4 – responsável por esse tipo de dengue – não
era detectado no Brasil desde 1982, mas já circula há vários anos em dez países das Américas, incluindo o Peru, a Colômbia, o Equador e a Venezuela, que faz fronteira com o estado de Roraima. Os quatro sorotipos virais da dengue provocam os mesmos sintomas: dores de cabeça, no corpo, nas articulações e atrás dos olhos, febre, diarreia, vômito, entre outros. O protocolo de tratamento também é o mesmo, independentemente do tipo de vírus. [ Leia mais sobre dengue na página 10 ]
“
O vírus pode ter comportamento inesperado e não se expandir com a velocidade com que se poderia supor. Mas pode, sim, circular pelo território nacional.” JOSÉ GOMES TEMPORÃO ministro da Saúde
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[ SAÚDE / CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 10 ] Medidas como mudança do tipo de veneno usado no combate ao mosquito e
celeridade na análise das amostras de sangue fazem parte do trabalho sistemático do controle da doença no Estado
RN já adota medidas preventivas s medidas sugeridas pelo Ministério da Saúde quanto ao monitoramento de eventuais casos do vírus tipo 4 da dengue já vêm sendo adotadas pelas autoridades no Rio Grande do Norte. A subcoordenadora do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde Pública, Juliana Araújo, diz que a preocupação é pertinente porque se o vírus chegar ao Estado terá 100% da população susceptível a desenvolver a doença no caso de contágio. Medidas como utilização de carro fumacê, mudança do tipo de veneno usado no combate ao mosquito e celeridade na análise das amostras de sangue encaminhadas ao laboratório fazem parte do trabalho sistemático do controle da doença no Estado. “É interessante que essa análise do sangue, nos casos sob suspeita de dengue (independente do tipo), seja feita no máximo três dias após o surgimento dos sintomas”. A coleta e análise fora desse prazo pode comprometer a qualidade do monitoramento porque o exame identificaria se o paciente está ou não com dengue, mas não permitiria concluir qual é o vírus. Por isso a importância de o paciente procurar atendimento médico tão logo suspeite que está infectado, alerta a especialista. Por enquanto, a Secretaria Estadual de Saúde atesta a circulação de dois tipos de vírus da dengue no Rio Grande do Norte — tipo 1, na região Oeste potiguar; tipo 2, na capital e Grande Natal.
ELISA ELSIE
A
A DENGUE NO RN Situação da doença no Rio Grande do Norte em 12 de agosto
4.232 casos notificados
3.321 casos notificados nos Municípios Prioritários*
4 casos notificados de outros Estados Casos notificados como FHD Suspeitos
317
Confirmados
65
Descartados
79
Inconclusivos
3
Pendentes
170
Óbitos notificados Suspeitos Confirmados
12 2 (um com FHD)
Pendentes *Municípios Prioritários: Ceará-Mirim Extremoz
Juliana Araújo:situação de fragilidade dos pacientes que tiveram dengue pode potencializar os efeitos do vírus 4 no Rio Grande do Norte
Macaíba Natal
“Como boa parte da nossa população já contraiu algum dos tipos da doença, é certo que a reação do organismo ao vírus 4 deve ser mais severa”. Por enquanto, o Ministério da Saúde registrou três casos da dengue tipo 4, no estado de Roraima, onde os especialista isolaram o vírus. Há 28 anos não havia registro desse vírus no país. O trabalho de monitoramento dos casos de dengue abrange to-
dos os 167 municípios do RN. Em Natal, a combinação da maior frequência de chuvas, elevação da temperatura e relaxamento da população tem sido, segundo as autoridades, relevante para aumentar o número de focos do mosquito Aedes aegypti. O último surto da doença ocorreu há dois anos, quando foram registrados 15.584 casos de dengue somente na capital. Esta semana, o Departamento de Vigilân-
cia em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Natal reconheceu que há risco de nova epidemia este ano. Especialmente se a população não alterar os hábitos. Cristiana Souto, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da SMS, enfatiza que o trabalho de combate é contínuo. Mas cita o déficit no número de agentes de endemias, além das ausências desses profissionais no diaa-dia de trabalho, como fatores
que prejudicam as ações por parte das autoridades de saúde pública na capital. Quintas (223), Felipe Camarão (159), Potengi (157) e Alecrim (93) são os bairros apontados pela SMS com maior incidência de casos notificados. Maior quantidade de terrenos baldios, lixo e menor grau de conscientização da população contribui à maior incidência de focos do mosquito nesses bairros, afirmam os gestores.
Parnamirim São Gonçalo do Amarante
Fonte:Sesap
10
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[ IMUNIZAÇÃO ] Mobilização deste sábado tem como meta vacinar 254 mil crianças no Rio Grande do Norte.
Na primeira etapa da campanha, apenas 62 municípios atingiram a cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde
Postos abrem hoje para a vacinação saúde pública do Rio Grande do Norte espera melhorar a cobertura contra a paralisia infantil na segunda fase da campanha nacional contra a doença, que será realizada hoje das 8h às 17 horas. Na primeira etapa da vacinação, 34.124 crianças deixaram de ser vacinadas em junho, segundo o Ministério da Saúde. E apenas 62 municípios (37,1% do total de 167 municípios) atingiram a meta. No Brasil, cerca de 115 mil postos estarão abertos. A campanha tem por objetivo vacinar 95% das crianças no país, uma meta estipulada também nos estados e nos município. Nesta segunda etapa, a meta é imunizar, novamente, 14,6 milhões de crianças, representando 95%, meta mínima exigida, dos menores de cinco anos. Para isso, foram distribuídos 24 milhões de doses da vacina. No total, somando as duas etapas, foram distribuídos 48 milhões de doses. A primeira fase da campanha, realizada em 12 de junho, imunizou 14 milhões de crianças. A Secretaria de Estado de Saúde Pública - (Sesap) espera vacinar 254 mil crianças, nos 167 municípios que compõem o estado. A recomendação da secretaria é que todos os postos devem estar abertos neste sábado, dia “D” da campanha. A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica do Estado, Juliana Araújo, disse que a estratégia de vacinação fica a cargo de cada município, mas todos eles devem manter suas unidades de saúde abertas, durante todo o dia, para atingir a meta de 95%, estipulada pelo Ministério da Saúde. “A Sesap estará aberta para receber os dados de cada cidade, para fazer o levantamento de quantas crianças foram vacinadas”. Em Natal, são 76 mil doses, com a meta de vacinar 59 mil crianças, correspondendo a 95% de todas as crianças existentes no município. O Secretário de Saúde de Natal, Thiago Trindade, vai dar início a campanha no hospital infantil Maria Celeste, localizado na rua Jaguarari, às 8h. Os 186 postos estarão distribuídos nos cinco distritos sanitários da cidade, dos quais 173 serão fixos localizados em postos de saúde, supermercados e escolas municipais, como também seis unidades volantes. Destas, duas estarão em frente ao shopping Midway e no supermercado Carrefur zona Norte). Para qualquer reclamação ou esclarecimento sobre a campanha, os pais podem entrar em contato com a equipe da vigilância nos telefones (84) 3232-2561 ou 3232-2821. O investimento do Ministério da Saúde, nas duas fases da campanha, foi de R$ 40,9 milhões – sendo R$ 20,8 milhões para comprar vacinas e R$ 20,1 milhões em repasses para as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, parceiros do Ministério na realização da campanha.
JÚNIOR SANTOS
A
SAIBA MAIS Oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS),a vacina contra a paralisia infantil é administrada via oral,em gotas,e está disponível durante todo o ano nos postos de saúde para a imunização de rotina.Pelo calendário básico de vacinação,os bebês devem receber a vacina aos dois, quatro e seis meses.Aos 15 meses,as crianças recebem o primeiro reforço.Porém,é importante que todas as crianças menores de cinco anos (de 0 a 4 anos 11 meses e 29 dias) tomem as duas doses da vacina durante a Campanha Nacional,mesmo que já tenham sido vacinadas anteriormente.A vacina não apresenta contra-indicações. Porém,se a criança estiver com febre acima de 38º ou com alguma infecção sejam avaliadas por um médico antes de receberem as gotinhas.
Vírus da pólio foi erradicado há 16 anos,mas vacinação é importante para preservar a saúde de crianças menores de cinco anos de idade
Selo Unicef ajuda na mobilização Mossoró e Parnamirim, as duas maiores cidades do Rio Grande do Norte depois da capital, mobilizaram o pessoal da saúde para a vacinação deste sábado. Na campanha do meio do ano, Parnamirim obteve índice de cobertura de 95,5% o melhor dos últimos anos e o melhor entre os municípios da Regional de Saúde da Grande Natal. Nesta regional, a cobertura mais baixa foi a de Macaíba, com apenas 66,97%. Em Natal, a cobertura foi de 87,76% e no Rio Grande do Norte, 87,26%. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, 34.124 com menos de cinco anos de idade deixaram de ser vacinadas em junho. Em Parnamirim, foi realizada uma mobilização durante a semana. Hoje, haverá equipes voltantes e postos fixos para atender a procura dos moradores. A meta é a aplicar a vacina de reforço em 16 mil crianças. A abertura oficial será às 8h30, no Parque de Exposições 2. “Estamos trabalhando para superar a meta da primeira etapa”, disse o secretário adjunto Henrique Costa. Ele fez um apelo aos pais para que não deixem de levar as crianças aos postos de Saúde. Desde o início da semana, carros de som percorrem os principais bairros do município alertando os pais para a importância da vacina. Além da questão da imuni-
Mossoró abre 64 unidades para vacinação
CAMPANHA CONTRA A PÓLIO Cobertura vacinal da 1ª etapa em alguns municípios do Rio Grande do Norte OS MELHORES MONTE DAS GAMELEIRAS 124,10%
SANTA MARIA
104,33%
FELIPE GUERRA
116,14%
GROSSOS
104,10%
S.JOÃO DO SABUGI
114,29%
JANDUÍS
103,60%
SEVERIANO MELO
113,73%
S.BENTO DO NORTE
102,98%
RIACHO DA CRUZ
112,33%
TRIUNFO POTIGUAR
102,93%
PILÕES
108,91%
TENENTE ANANIAS
102,61%
VÁRZEA
107,67%
ALTO DO RODRIGUES
102,59%
GUAMARÉ
107,55%
OLHO D'ÁGUA DO BORGES 101,66%
PARANÁ
106,87%
LUÍS GOMES
101,32%
PENDÊNCIAS
106,38%
FRUTUOSO GOMES
101,11%
OS MAIS POPULOSOS
MACAU
106,11%
CORONEL JOÃO PESSOA
100,88%
NATAL
LUCRÉCIA
105,67%
BREJINHO
100,62v
PARNAMIRIM
GOVERNADOR
105,10%
VIÇOSA
100,00%
CEARÁ-MIRIM
81,95%
MACAÍBA
66,97%
87,76% 95,50
OS PIORES PEDRO VELHO
72,58%
APODI
66,98%
SÃO GONÇALO
83,02%
TOUROS
72,40%
MACAÍBA
66,97%
MOSSORÓ
87,18%
PEDRA GRANDE
71,97%
TIBAU
66,97%
NOVA CRUZ
71,94%
NOVA CRUZ
71,94%
ALMINO AFONSO
66,91%
ASSU
94,45%
CAMPO REDONDO
68,57%
RIACHUELO
66,39%
CAICÓ
95,15%
ENCANTO
67,84%
SAO TOMÉ
65,38%
CURRAIS NOVOS
85,54%
SANTA CRUZ
67,64%
BOM JESUS
65,18%
JOÃO CÂMARA
95,15%
EXTREMOZ
67,56%
VENHA VER
58,48%
SANTA CRUZ
67,64%
AREIA BRANCA
67,36%
MAXARANGUAPE
55,94%
PAU DOS FERROS
86,22%
zação das crianças, a vacinação contra a pólio ganhou uma importância maior para os municípios. Isso porque é um dos indicadores que compõem o Selo Unicef, um certificado criado pelas Nações Unidas em reconhecimento aos esforços dos municípios para melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes. Pelo menos 23 municípios ul-
trapassaram os 100% de cobertura, todos eles de pequeno porte, como Pilões, Janduís, São João do Sabugi, Pilões e Lucrécia. Maxaranguape ficou com o pior desempenho. O índice de cobertura foi de 55,94%. Das 951 crianças na faixa etária da vacinação, 419 deixaram de ser vacinadas. Em Venha-Ver, na região Alto Oeste, a cobertura vacinal foi de 58,48%.
“
Os pais devem levar os filhos para tomar as gotinhas, mesmo que a criança não tenha tomado a primeira dose.” JACQUELINE AMARAL gerente de Saúde de Mossoró
Em Mossoró, 64 Unidades de Saúde Básica do município estarão abertas neste sábado . A meta do Governo Federal é que 95% das crianças nessa faixa etária sejam imunizadas, a expectativa é que, em Mossoró, 19.400 recebam a dose. Na primeira etapa a cobertura em Mossoró foi de 87,18%. Mesmo àquelas que não foram imunizadas na primeira fase deve comparecer as Unidades com o cartão de vacinação. A gerente de saúde do município, Jacqueline Amaral explica que a doença já está erradicada, mas os pais devem levar as crianças por cautela. “Essa vacinação é importantíssima e os pais devem levar seus filhos menores de cinco anos para tomar as gotinhas, mesmo que a criança não tenha tomado a primeira dose”, reforça. Além das crianças, os jovens de até 20 anos também devem ser imunizados, mas, dessa vez, a campanha é contra a hepatite B. A vacina também está sendo distribuída em todas as unidades de saúde. Esse ano, Mossoró já registrou um caso da doença, sendo que 2009 foram diagnosticadas duas ocorrências. “Vamos aproveitar a mobilização para fazer as duas campanhas juntas, já que a população será convidada a comparecer aos postos para o reforço da vacina contra pólio”, disse Norma Senna, coordenadora de vacinação do Município.
DIVULGAÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA
[ MEIO AMBIENTE ] Ministério Público aciona a Justiça com pedido de
PRAZO PARA TEXTO TERMINA SEGUNDA
suspensão imediata de queima controlada de cana no interior paulista
Brasília - As escolas participantes da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro têm até segunda-feira (16) para enviar os textos de seus alunos às secretarias de Educação para a primeira seletiva. Na edição de 2010, a competição recebeu inscrições de 60 mil escolas de 5.488 municípios. A olimpíada é organizada pelo Ministério da Educação e pela Fundação Itaú Social. O objetivo é “ampliar as competências de leitura e escrita entre alunos” a partir do “aperfeiçoamento didático de docentes da rede pública”. Todos os participantes terão que escrever um texto sobre o tema O Lugar Onde Vivo.
Queima de cana é contestada orocaba (AE) - O Ministério Público Federal (MPF) pediu ontem a suspensão imediata da queima controlada de cana-de-açúcar nos 53 municípios da região de Ribeirão Preto (SP), a maior produtora do País. A ação civil pública, com pedido de liminar, foi protocolada na Justiça Federal de Ribeirão. Até o fim desta tarde, o pedido não tinha sido despachado. O embargo inclui as queimadas já autorizadas pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado. Desde o início deste ano, foram emitidas licenças para a
S
Promotores paulistas querem proibir queimadas no campo
queima de 53 mil hectares de cana na região, área equivalente a 60 mil campos de futebol. O MPF pede que a Justiça declare nulas as autorizações já expedidas pela secretaria estadual e que um novo licenciamento seja feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão federal, segundo o MPF, deve exigir Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (Eia-Rima) para autorizar as queimadas, considerando as consequências para a saúde humana e para o meio ambiente. De acordo com o procurador
Andrey Borges de Mendonça, autor da ação, a queima controlada da palha lança na atmosfera grande quantidade de poluentes e a prática coincide com os meses de menores índices de unidade na região, aumentando os efeitos nocivos. O fogo atinge áreas de preservação permanente de córregos e rios das bacias do Mogi-Guaçu, Pardo e Grande. Mendonça pede que a órgão estadual e o Ibama sejam condenados a pagar indenização pelos danos ambientais. A secretaria vai esperar a decisão judicial para decidir se entrará com recurso.
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Sábado | 14 de agosto de 2010
[ VIOLÊNCIA ] Bandidos em uma moto executam um homem que bebia na rua Padre Cícero e, na fuga, se
envolvem em acidente e terminam matando o motorista de uma Fiorino Baú, após uma rápida discussão
Assassinatos chocam a Redinha ma sexta-feira 13 de muito azar para dois homens no bairro da Redinha, na comunidade África. À noite, uma dupla em uma moto preta executou duas pessoas que estavam na rua Padre Cícero e Beberibe, na Redinha. A polícia não tem suspeita sobre os motivos das mortes, mas acredita que assassinos não conheciam as vítimas e teriam matado simplesmente por matar. Por volta das 19h30, o Auxiliar de Serviços Gerais José Flávio Silva de Lima, de 30 anos, estava to-
U
mando algumas cervejas e comendo churrasco em frente à sua casa, na rua Padre Cícero, número 64. Segundo testemunhas que estavam no local, tudo estava tranquilo e não havia discussão entre nenhuma das pessoas que estavam no bebendo. No entanto, dois homens que estavam em uma motocicleta preta repentinamente apareceram no local e dispararam três vezes contra José Flávio, que não teve tempo de reagir e morreu na hora. As três balas alvejaram o peito da vítima,
que morreu na calçada. De acordo com o irmão de José Flávio, Fabiano Silva de Lima, 23 anos, o irmão era uma pessoa tranquila e que nunca se envolveu em qualquer tipo de confusão. Ele disse também que José Flávio trabalhava junto com ele em uma empresa que presta serviços à UFRN e que não tem envolvimento com drogas ou criminosos e que só bebia nos fins de semana. “Ele não tinha inimigos. Não entendo porque isso aconteceu. Não teve motivo nenhum", lamentou Fabiano, que
também informou que o irmão não tinha mulher nem filhos. “Ele aqui com a minha mãe", completou. Após os disparos, os criminosos saíram em direção à rua Beberibe e as pessoas que estavam no local do crime acionaram a polícia. Porém, não houve tempo para que os policiais encontrassem os bandidos e evitassem um novo crime, que ocorreu menos de cinco minutos depois do primeiro homicídio. Ao chegarem à rua Beberibe, os bandidos teriam sofrido um acidente. Por ser uma via de terra e
com muito mato, há diversos buracos e lama no local, o que oferece poucos trechos para que os carros ou motos possam trafegar. Assim, os policiais acreditam que, ao entrarem na rua, os bandidos tiveram que disputar espaço com a Fiorino Baú branca de placa NNP-9427, de Natal. O motorista Francisco Gurgel de Oliveira teria discutido rapidamente com os criminosos, e não houve tempo sequer para que ele descesse do veículo. O motorista foi alvejado uma vez no peito e morreu sentado no
banco do carro ainda preso pelo cinto de segurança. De acordo com os poucos populares que falaram, Francisco Gurgel trabalhava com vendas de pães e cereais, não tinha antecedentes criminais e era considerada uma pessoa tranquila. Na localidade, o clima era de medo. Temendo represálias, a única coisa que se ouviu no meio da multidão que se aglomerou sobre o carro é que ouviram apenas um disparo e o barulho de uma motocicleta acelerando bruscamente.
[ ENEM ] Representante do MP junto ao TCU
pede informações sobre reajuste de contrato FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM /ABR
Haddad garante que problemas não vão atrasar aplicação das provas
Procurador vai investigar contrato de pré-teste rasília (AE) - O procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), vai investigar o contrato de realização do préteste do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em um ano, o valor do contrato aumentou 559% - saltou de R$ 939,5 mil para R$ 6,191 milhões. O préteste serve para verificar quais perguntas são consideradas fáceis ou difíceis por um público com perfil semelhante ao que fará o Enem. Os valores serão pagos a um consórcio contratado pelo Ministério da Educação (MEC) sem licitação. Uma das instituições beneficiadas é o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), ligado à Universidade de Brasília (UnB). A instituição foi responsável pela aplicação da última edição do exame, após o vazamento da prova. Até o ano passado, o Cespe era dirigido pelo atual presidente do Inep, Joaquim Soares Neto. Segundo o Inep, autarquia do ministério responsável pelo exame, “o projeto de 2010 é muito mais amplo” e “é impossível comparar contratos cujos requisitos são tão distintos”. O instituto alega que pretende agora aplicar o pré-teste para 100 mil alunos em 40 municípios, contra 50 mil de 10 capitais em 2009. “São explicações que à primeira vista podem ser aceitáveis, mas isso não impede que a gente prossiga a verificação”, afirmou Marsico. “Há o benefício da dúvida, mas estou me baseando nesses fatores para a investigação: a dispensa de licitação e o valor quase multiplicado por sete”, disse Marsico. Procurado pela reportagem, o Ministério da Educação informou que prestará as informações requisitadas pelo procurador. Numa comparação do preço médio do pré-teste por estudante, o valor em um ano cresceu de R$ 18,79 para R$ 61,91, um sal-
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por cento foi o reajuste no valor do contrato a um consórcio contratado sem licitação
to de 229,5%. Especialistas ouvidos pela reportagem estranharam a diferença, observando que o preço médio por estudante deveria cair com o tempo e não aumentar. O Inep alega que, desta vez, o pré-teste ocorrerá em “quatro etapas distintas” - em 2009, ocorreu em apenas uma etapa. De acordo com o Inep, o contrato atual reforça requisitos de segurança e sigilo necessários para o pré-teste. A entidade também diz que foi exigido que as empresas aplicadoras montassem estruturas compatíveis de segurança em cada unidade federação. Ontem, o ministro da Educação, Fernando Haddad, falou sobre os questionamentos em torno do Enem e afirmou que não haverá atraso em sua aplicação. “Não tem atraso nenhum. O presidente do Inep disse que está tudo dentro do cronograma.” O contrato com as instituições que aplicarão o exame ainda está sendo elaborado e a Justiça suspendeu a licitação para escolha da gráfica responsável pela impressão do exame. O edital do pregão eletrônico previa o início da pré-impressão (versão preliminar da prova, sujeita a revisões) em 12 de agosto, com término no dia 27. No dia 28 deveria ocorrer a aprovação do trabalho, com o início da impressão marcado para o dia 30 de agosto. “Como a questão está na Justiça, vamos aguardar o posicionamento da juíza. A gráfica levou seus argumentos, o Inep explicou por que desclassificou a gráfica. Agora cabe ao Judiciário a palavra final”, disse.
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[ LEGISLATIVO ] Comissão de Constituição e Justiça do Senado vai analisar projeto do senador Mão Santa que obriga
repartições públicas a chamar os aprovados em concurso, desde que respeitado o limite de vagas previstas no edital
CCJ examina nomeação obrigatória ELI TEIXEIRA Agência Senado
rasília - Candidatos aprovados em concurso público, dentro do número de vagas, poderão ter garantido em lei o direito à nomeação e à posse. A determinação consta de projeto (PLS 153/08) do senador Mão Santa (PSC-PI) que se
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encontra em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O senador apresentou o projeto depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter decidido, em março de 2008, que candidatos aprovadEli Teixeira / Agência Senado não têm apenas a “expectativa de direito à nomeação e à posse”, mas sim direito líquido e certo à posse.
Ao se manifestar no Recurso em Mandado de Segurança 20.718SP, o STJ entendeu que o órgão público, ao decidir que precisa contratar e realizar o concurso, gera “direito subjetivo para o candidato aprovado dentro do número de vagas previstas em edital”. O senador Mão Santa lembra que a legislação é rigorosa e faz exigências ao administrador para
a abertura de concurso, entre elas a existência de vagas aprovadas em lei e a previsão orçamentária para o novo gasto continuado. “Então, é de se supor que a criação de cargos públicos é feita em razão da necessidade do serviço público, levando-se em conta também os indispensáveis estudos quanto à estimativa do impacto orçamentário e financeiro que a me-
dida acarreta”, diz, na justificação do projeto. Por outro lado, os candidatos, após a publicação do edital do concurso, investem no preparo para o certame, gastando dinheiro com cursos preparatórios e dedicando tempo aos estudos. Assim, segundo o senador pelo Piauí, é injusto o atual Estatuto do Servidor Público (Lei 8.112/09), que permite
ao administrador desistir de convocar aprovados dentro do número de vagas. O projeto já recebeu parecer favorável do relator, Valdir Raupp (PMDB-RO), para quem a garantia da posse “elimina um foco de excessos e abusos” no provimento de vagas oferecidas em concurso. O projeto não determina prazo para a posse dos aprovados.
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[ IRÃ ] Processo levará até três semanas e está sendo visto como um passo crucial para a ativação do
[ RÚSSIA ]
reator de Bushehr, que começou a ser construído em 1975, mas enfrentou embargos norte-americanos
Chuva molha Moscou, mas incêndios continuam
Rússia vai abastecer reator nuclear HARRY CABLUCK/ABR
oscou (AE) - A Rússia começará a abastecer com urânio o reator da usina nuclear de Bushehr, no sul do Irã, no próximo dia 21, anunciou ontem a agência atômica russa Rosatom. O processo levará de duas a três semanas para ser concluído. Tratase de um passo crucial para a ativação do reator. Apesar disso, ele ainda não poderá ser considerado operacional. Depois do anúncio, a Casa Branca manifestou que a abertura da primeira central nuclear do Irã com a ajuda da Rússia demonstra que Teerã “não tem necessidade de dispor de uma capacidade de enriquecimento de urânio, já que a Rússia fornecerá o combustível para a central de Bushehr”. Os Estados Unidos e alguns de seus aliados suspeitam que o Irã desenvolva em segredo um programa nuclear bélico. O Irã sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades pacíficas, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário. “Será um passo irreversível”, disse Sergei Novikov, porta-voz da estatal nuclear russa. “Nesse momento, a central nuclear de Bushehr será certificada como uma instalação de energia atômica.” Em março, em visita a Moscou, a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, criticou os planos da Rússia de ativar a usina de Bushehr, qualificando-os como prematuros por causa das suspeitas do Ocidente com relação ao programa nuclear iraniano. O Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou em junho a quarta série de sanções contra o Irã por causa de seu programa de enriquecimento de urânio, apesar de Brasil e Turquia terem chegado a um acordo com Teerã para a troca de urânio por combustível para um reator de pesquisas médicas. Especialistas nucleares dizem que Bushehr não contém tecnologia sensível, por isso não foi incluída nas resoluções da ONU. Além disso, a usina não tem ligação com o programa de enriquecimento de urânio do Irã, visto co-
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[ TERRORISMO ]
[ ARMAMENTOS ] Obama aceita incluir helicópteros de ataque no pacote de 60 bilhões de dólares
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Julgamento de Khadr é suspenso por 30 dias uantánamo (AE) - Um funcionário da Defesa dos Estados Unidos na prisão da base naval da Baía de Guantánamo (Cuba), disse ontem que o julgamento por crimes de guerra do canadense Omar Khadr será adiado por pelo menos 30 dias, por causa da doença do advogado do réu. O advogado indicado pelo Pentágono, o tenente coronel Jon Jackson, será transportado para os Estados Unidos para tratamento médico, após ter sofrido um desmaio no tribunal no dia das argumentações iniciais. O vice-chefe do Conselho de Defesa, Bryan Broyles, disse que o julgamento será suspenso enquanto Jackson receber tratamento médico, devido a complicações que resultaram de uma recente cirurgia na vesícula biliar. Khadr é acusado de matar um soldado norte-americano com uma granada no Afeganistão em 2002, quando foi preso. Ele tinha 15 anos na época. Broyles espera que o mesmo júri retome o julgamento mais tarde. “Para o tenente coronel Jackson, essa é a única preocupação agora”, disse Broyles. Jackson é o único advogado autorizado a falar por Khadr, que demitiu dois advogados civis norte-americanos durante as audiências. Mais cedo, no começo da semana, Jackson fez uma piada durante a seleção do júri, ao dizer que era um “exército de um só”.
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mo uma ameaça. Moscou destaca que o projeto tem sido supervisionado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o Irã assinou um compromisso de enviar todo o combustível usado de Bushehr de volta para a Rússia para reprocessamento, acabando com qualquer possibilidade de que o material seja usado em armas nucleares. O Irã convidou a AIEA para supervisionar o abastecimento do reator. Bushehr, a primeira usina nuclear do Irã, começou a ser construída em 1975 por várias companhias alemãs. Elas abandonaram o projeto por causa do embargo norte-americano imposto ao fornecimento de tecnologia ao Irã, depois da Revolução Islâmica, em 1979, e a subsequente tomada de reféns na Embaixada dos EUA em Teerã. A Rússia concordou em construir o reator de 1.000 megawatts 15 anos atrás. Adiamentos marcaram o proje-
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Hillary afirma que ajuda da Rússia demonstra que Teerã não tem necessidade de enriquecer urânio WILSON DIAS/ABR
A central nuclear de Bushehr será certificada como uma instalação de energia atômica.” SERGEI NOVIKOV porta-voz da Rosatom
to de US$ 1 bilhão, com a Rússia citando problemas técnicos e diplomatas dizendo que Moscou usou a usina para melhorar suas relações com Teerã. O governo iraniano teve de suportar os adiamentos, pois não tinha outros potenciais parceiros nucleares. Os adiamentos também deram à Rússia contínua influência sobre o Irã em meio aos esforços internacionais para tentar conter o programa de enriquecimento de urânio de Teerã. Apesar da oposição inicial à participação da Rússia na usina de Bushehr, Washington e seus aliados concordaram em remover as referências ao projeto nas sanções aprovadas na ONU em 2006, em troca do apoio de Moscou às punições contra Teerã.
Irã indica Brasil para mediar a questão nuclear São Paulo (AE) - O governo do Irã quer que o Brasil atue como mediador nas negociações sobre seu programa nuclear, afirmou o embaixador iraniano no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, em entrevista à Agência Brasil. A declaração foi feita a duas semanas da retomada das negociações do Grupo de Viena - formado por Estados Unidos, França, Rússia - e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) com o Irã sobre seu programa nuclear. Shaterzadeh afirmou que o Irã quer que o acordo de troca de urânio por combustível nuclear seja a base das negociações. Para ele, a declaração firmada em 17 de maio pelo presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad na presença dos presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan - que ficou conhecida como Declaração de Teerã - , é a base pa-
Shaterzadeh: proposta na véspera da retomada de conversações
ra resolver a questão, embora admita a possibilidade de alguns ajustes para a adoção do texto. O documento de dez itens destaca o compromisso do Irã com a não proliferação de armas nucleares. Segundo a declaração, o Irã enviaria 1.200 quilos de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia e em até um ano receberia 120 qui-
los de material enriquecido a 20% para uso em seu reator de pesquisas médicas em Teerã. Para o embaixador, a atuação de Lula ajudou a projetar os países em desenvolvimento no cenário internacional. “A presença do Brasil trouxe uma esperança e um suporte para os países em desenvolvimento”, disse Shaterzadeh.
negociado com a Arábia Saudita. É a maior venda externa de armamentos já fechada pelos EUA
EUA expandirão venda de armas W
DIVULGAÇÃO
ashington (AE) - A administração Obama planeja incluir helicópteros de ataque em um pacote expandido de armas para a Arábia Saudita, inchando o tamanho do acordo proposto para cerca de US$ 60 bilhões em dez anos, disseram funcionários familiarizados com o assunto. O acordo, ainda a ser finalizado, seria a maior venda externa de armamentos já fechada pelos Estados Unidos, informa o Wall Street Journal. O acordo, negociado secretamente por causa das sensibilidades do Oriente Médio, é parte de uma estratégia defendida pela administração do ex-presidente George W. Bush e expandida pelo presidente Barack Obama, a qual tem como objetivo fortalecer os militares do países árabes aliados como um contrapeso ao Irã. A Arábia Saudita é a sede espiritual do islamismo sunita e rival há longo tempo do Irã, cuja maioria da população professa um islamismo da vertente xiita. O tamanho e a finalidade do acordo saudita levaram a várias preocupações em Israel, como a de que Washington estivesse arriscando um rebaixamento da vantagem militar israelense. Funcionários disseram que alguns sistemas de armas, aos quais Israel se opôs com veemência que fossem vendidos aos sauditas, não serão incluídos no pacote, endereçando algumas das maiores preocupações do Estado de Israel.
oscou (AE) - Fortes chuvas refrescaram a capital russa após semanas de seca e de temperaturas altas, mas dezenas de focos de incêndio florestal continuam a queimar ao redor de Moscou e um novo incêndio foi registrado nas proximidades do principal centro de pesquisas nucleares do país. Os Estados Unidos enviarão equipamentos para ajudar os bombeiros russos a combater 500 focos de incêndio em todo o país. Na quinta-feira, o presidente Barack Obama telefonou para seu colega russo Dmitry Medvedev para expressar suas condolências pelas perdas sofridas pelo país. A maior parte da capital Moscou está livre das nuvens sufocantes de fumaça que encobriram a cidade, mas especialistas em clima dizem que a fumaça das florestas pode invadir a cidade ainda hoje se os ventos mudarem de direção. O Ministério para Situações de Emergência disse que suas equipes conseguiram reduzir a área coberta pelo fogo, mas mais de 500 focos continuam queimando em todo o país, dentre eles 29 ao redor da capital. Segundo o ministério, 14 mil bombeiros combatem os incêndios ao redor de Moscou. Um novo foco surgiu a leste da principal instalação nuclear do país em Sarov, 480 quilômetros a leste de Moscou. O fogo se espalhou rapidamente, fazendo com que os bombeiros da região pedissem reforços das áreas vizinhas. No início do mês, grandes incêndios ao redor de Sarov, o local de produção das primeiras armas nucleares soviéticas, fez com que a agências nuclear russa retirasse todo o material explosivo e radioativo do local por precaução. Reforços, como aeronaves e robôs, ajudaram a controlar o fogo. Sergei Novikov, porta-voz da agência nuclear estatal Rosaton, disse que os materiais explosivos e radioativos retornaram a Sarov depois que o incêndio foi estabilizado e não há necessidade, agora, de retirá-los novamente. “Não há ameaça atual ao centro nuclear”, disse ele.
Acordo inclui planos para vender 70 helicópteros UH-60 Black Hawk e 84 caças de combate F-15
Israel considera o Irã seu arquiinimigo mas também vê a Arábia Saudita como uma possível ameaça futura ao estado judeu. Funcionários da Embaixada da Arábia e de Israel em Washington não tinham comentários imediatos sobre as vendas de helicópteros. Novos detalhes do acordo incluem planos para vender cerca de 70 helicópteros UH-60 Black Hawk e até 60 helicópteros de ataque Longbow Apache à Arábia Saudita, no valor de aproximadamente US$ 30 bilhões. Esse valor se somaria aos US$ 30 bilhões da primeira parte do acordo, que preveem a venda de 84 caças de
combate F-15 da Boeing e a reforma de outros aviões da Real Força Aérea da Arábia Saudita. A Boeing fabrica o Apache, enquanto o Black Hawk é produzido pela Sikorsky, unidade da United Technologies Corp. O pacote de armamentos também incluirá simuladores de voo, peças de reposição e assistência a longo prazo para as aeronaves militares, informaram as fontes. Espera-se que a administração Obama notifique o Congresso dos EUA no próximo mês sobre o acordo. Congressistas que têm laços com Israel poderão suspender parte da venda de armas ou
buscar garantias de que a vantagem militar israelense não será comprometida. O Pentágono não quis comentar detalhes do pacote, que é informação classificada. Funcionários disseram que certos armamentos aos quais Israel se opõe não serão incluídos na venda dos helicópteros Apache. O acordo com a Arábia poderá aumentar a pressão sobre Israel para que o governo israelense se comprometa a comprar o caça F35, ainda em construção pela Lockheed Martin Corp. e que deverá ser lançado em 2015, na mesma época em que os sauditas começariam a receber os F-15.
[ HAITI ]
Falha geológica causou terremoto ndianápolis (AE) - O devastador terremoto que sacudiu o Haiti em janeiro foi desencadeado por uma falha geológica até então desconhecida, e não por aquela que acabou inicialmente responsabilizada, revela uma nova análise da movimentação das placas tectônicas na ocasião. A periculosidade exata da falha tectônica recém-descoberta ainda é desconhecida, disse Eric Calais, professor de geofísica da Universidade Purdue, em Indiana, Estados Unidos. Uma análise mais detalhada dos dados, segundo ele, mostra que a movimentação de placas que resultou no terremoto de magnitude 7,0 em janeiro mostra que o abalo ocorreu na falha recém-descoberta, e não na falha de Enriquillo, como acreditava-se inicialmente. Os novos dados sugerem, segundo Calais, que a zona sísmica onde situa-se o Haiti é bem mais complexa do que se acreditava e que a região precisa ser intensamente estudada. O terremoto em questão, ocorrido em 12 de janeiro nas proximidades da capital, Porto Príncipe, provocou a morte de mais de 200 mil pessoas, segundo estimativas de autoridades locais. E ontem, o Instituto de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos registrou um terremoto de magnitude 7,2 ocorreu perto das ilhas Marianas, no oceano Pacífico, às 18h19 (de Brasília). Nenhum alerta de tsunami foi emitido.
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[ ÍNDIA ]
Moradores ampliam protestos na Caxemira rinagar (AE) - Dezenas de milhares de manifestantes protestaram ontem nas ruas das cidades da Caxemira indiana, após forças do governo da Índia terem atirado e matado 4 pessoas e ferido outras 31, informou a polícia. Dois meses de choques entre os manifestantes e as forças indianas já deixaram 55 mortos no estado, o único da Índia onde a maioria da população é muçulmana. Na cidade de Bomai, que fica ao noroeste da capital estadual, Srinagar, soldados paramilitares abriram fogo contra a multidão, após milhares de manifestantes jogarem pedras na polícia. Duas pessoas foram mortas e pelo menos quatro ficaram feridas, disse um policial. Em Pattan, no norte da Caxemira, as tropas atiraram numa multidão que desafiava o toque de recolher na cidade e mataram um homem de 65 anos, ferindo outros dois. Quando a notícia do tiroteio se espalhou pela cidade, milhares de moradores foram para as ruas e entraram em choque com as forças do governo, disse a polícia. Já na cidade de Tregam, ao norte de Srinagar, manifestantes jogaram pedras contra os policiais, furiosos porque o governo impedia que os muçulmanos fossem rezar nas mesquitas na primeira sexta-feira do Ramadã, mês sagrado islâmico. Forças de segurança atiraram nos manifestantes, matando um adolescente e ferindo outras seis pessoas. Na capital Srinagar cinco pessoas foram feridas a tiros, enquanto em outras cidades pequenas da Caxemira indiana 14 pessoas foram feridas nos tumultos.
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[ ARQUEOLOGIA ] Suspeitos de alugar casa para saquear tumba subterrânea de 2.800 anos são pesos pela polícia turca. Saqueadores usaram equipamentos sofisticados DURMUS GENC/ANATOLIAN/AP/AE
CUBA
FIDEL CASTRO COMPLETA 84 ANOS Havana (AE) - O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, completou ontem 84 anos de idade em meio a cerimônias informais preparadas na ilha caribenha para lembrar a data. Não houve uma comemoração oficial, mas mil crianças cantaram parabéns a Fidel no Parque Lenin de Havana. No Palácio dos Pioneiros Ernesto Che Guevara, adolescentes e crianças partiram um bolo gigante, na forma da bandeira de Cuba, em homenagem ao líder. Fidel sempre rechaçou cerimônias oficiais na data do seu aniversário para evitar um culto à personalidade. Mas a cada aniversário do expresidente, os jovens e crianças organizam atividades para lembrar a data. Em 2006, uma enfermidade afastou Fidel da presidência, que passou o cargo para seu irmão mais novo, Raúl Castro.
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ESTADOS UNIDOS O ministro da Cultura, Ertugrul Gunay, visita a tumba de 2.800 anos, que teria sido profanada por ladrões em busca de antiguidades
Ladrões roubam tumba ncara (AE) - A polícia turca invadiu uma casa habitada por pessoas suspeitas de cavarem o solo ilegalmente em busca de antiguidades e descobriu dois túneis, que ligavam a habitação a uma tumba subterrânea que continha um caixão de mármore da Antiguidade, pinturas e objetos, informaram policiais nesta sexta-feira. O ministro da Cultura, Ertugrul Gunay, descreveu a descoberta feita pelos supostos ladrões, nos arredores da cidade de Milas (Oeste da Turquia), como um “achado ar-
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queológico importante” e ordenou novas escavações arqueológicas nas vizinhanças, informou o jornal Haber Turk. O furto e o saque de artefatos da Antiguidade são comuns na Turquia e o governo impôs pesadas penalidades para impedir a prática das escavações ilegais. Mas a descoberta da tumba em Milas foi a primeira vez em anos que autoridades encontraram o que pode ser um importante sítio arqueológico, enquanto perseguiam saqueadores. “Eu gostaria muito que essa descoberta arqueológica tivesse si-
do feita por nossas escavações e não por escavações dos caçadores de tesouros”, disse Gunay disse à agência Anatólia. Os saqueadores, de acordo com o Ministério da Cultura, descobriram uma tumba de 2.800 anos. O caixão de mármore decorado com ilustrações de um homem barbudo reclinado provavelmente abrigou o corpo do rei Hecatomnus, que governou a região de Milas na Antiguidade. O ministro Gunay disse que vários tesouros que podem ter estado na tumba devem ter sido saqueados e vendidos no mer-
cado negro de antiguidades. Uma ordem de prisão foi emitida por um tribunal para as dez pessoas detidas no reide policial, disse a agência Anatólia. Um repórter da agência, que obteve permissão para entrar na casa, disse que dois túneis ligam a habitação à tumba, que está a uma profundidade de dez metros. Os saqueadores usaram um equipamento sofisticado para escavar as paredes de mármore da tumba e trabalhavam, quando foram descobertos pela polícia, para remover o caixão de mármore da câmara subterrânea.
EMPRESA PROCESSA PARIS HILTON Los Angeles, (AE) - A Hairtech International abriu um processo contra a socialite Paris Hilton por quebra de contrato. Hilton deveria promover e usar os apliques de cabelo fabricados pela empresa, que agora quer uma indenização de US$ 35 milhões, dez vezes mais do que pagou à socialite pelo trabalho. A porta-voz Dawn Miller disse em comunicado divulgado na quinta-feira que para os advogados de Hilton “não há qualquer mérito em qualquer uma dessas acusações. Faremos uma defesa vigorosa e possivelmente abriremos um processo contra eles”. Paris não usou os apliques como prometido.
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Natal | Rio Grande do Norte | Sábado | 14 de agosto de 2010
[ EDUCAÇÃO ] A partir de agora, o acesso de parte dos estudantes se dará pelo Exame Nacional do Ensino Médio,
com adesão da universidade ao Sistema de Seleção Unificada. O restante será feito através de processo seletivo próprio
UFRJ decide adotar sistema de cotas io (AE) - O Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aprovou a adoção de cotas para alunos de escolas públicas, com corte por renda, a partir do próximo vestibular. Falta definir ainda a porcentagem de estudan-
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tes e a renda familiar per capita que servirá de critério para o ingresso desses alunos. Na reunião, ficou decidido ainda que o acesso dos estudantes se dará parte pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com a adesão da universidade ao Siste-
ma de Seleção Unificada (SiSU), e parte por processo seletivo próprio. Mas também não foi estabelecida qual será a parcela de estudantes selecionados por cada sistema. O Consuni se reúne extraordinariamente, na próxima semana, para resolver essas pendências.
A UFRJ voltou a discutir a adoção de cotas no seu vestibular, depois de quase seis anos sem debater o tema. A proposta original da reitoria previa que 50% das vagas seriam distribuídas de acordo com o SiSU. A outra metade caberia aos aprovados na seleção própria da
instituição. Vinte por cento das vagas do SiSu seriam destinadas aos estudantes de escolas públicas, com renda familiar per capita de um salário mínimo e meio. E, por ordem judicial, o Inep incluiu entre os resultados do Enem 2009 por escola a média dos
alunos do Colégio Integrado Objetivo, que foi de 747,81. Com essa nota, o colégio obteve o segundo lugar no ranking nacional. A unidade que funciona dentro Centro Interescolar Objetivo Unidade Paulista, tem aulas em período integral .
[ UFOLOGIA ] Fotos, depoimentos e desenhos
das aparições serão tema de encontro
Aeronáutica divulga documentos sigilosos io (AE) - As 1.562 páginas de documentos liberados pela Aeronáutica sobre Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) nos céus do País mobilizam ufólogos no Brasil e no mundo classificados como sigilosos até o ano passado, os documentos agora integram o “Arquivo X” da Coordenação Regional de Brasília do Arquivo Nacional. As fotos, depoimentos e desenhos das aparições serão o principal tema do 16º Encontro Diálogo com o Universo, que acontecerá na primeira semana de setembro, em Curitiba (PR). Responsável pelo acervo, Vivien Ishaq, supervisora do Núcleo do Acervo do Regime Militar, não esperava tanta repercussão com a liberação dos documentos, que registram aparições de OVNIs de 1952 até 1999. “O que também chama a atenção de imediato é a quantidade de notícias na época dentro de um contexto de censura do regime militar”, avaliou a pesquisadora. Os ufólogos apontam que os principais documentos liberados até agora são sobre episódios antes negados pela Força Aérea Brasileira (FAB). Uma das sensações são os relatórios da Operação Prato, organizada pelos militares, entre setembro e dezembro de 1977, na cidade de Colares, no Pará, para averiguar as denúncias dos moradores. Eles relatavam que eram vítimas de queimaduras vindas de luzes do céu. “A operação sempre foi negada pela Aeronáutica. A liberação deixa claro que a FAB não investigaria os casos, se os relatos não tivessem alguma credibilidade”, disse o ufólogo carioca, Marco Antonio Petit.
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Outra documentação liberada pela FAB foram as transcrições dos diálogos da cabine de comando do voo 169 da Vasp, de Fortaleza (CE) a São Paulo. Na noite de 8 de fevereiro de 1982, a tripulação e quase todos os 150 passageiros do Boeing 727 viram um OVNI de diversas cores acompanhar a aeronave, durante um bom tempo. Os radares do Centro Integrado de Defesa Aeroespacial e Controle de Tráfego Aéreo nada detectaram, mas a Aeronáutica apurou. “A Aeronáutica investigava as pessoas que relatavam as aparições para checar a credibilidade das histórias e faziam uma espécie de cadastro”, explicou o pesquisador do Arquivo Nacional, Pablo Endrigo Franco. Outro caso documentado ficou conhecido como “A noite dos discos voadores”. Em 19 de maio de 1986, os radares da FAB registraram pelo menos 21 OVNIs nas cidades de Goiânia e São José dos Campos As aparições saturaram os radares e interromperam o tráfego aéreo nessas regiões. Dois jatos F-5 e três Mirage levantaram voo para checar o que acontecia. O resultado da investigação foi inconclusivo. De acordo com o Ufólogo curitibano Rafael Cury, as negociações para a abertura dos arquivos entre a Comissão Brasileira de Ufologia e os militares começaram em 2005. “O que eles relataram é que tinham os registros, mas não possuíam o know-how para pesquisar os casos. Isso contribuiu para a decisão de divulgar esses arquivos”, contou Cury. Segundo ele, os ufólogos pretendem convencer a Marinha e a Aeronáutica a fazer o mesmo.
[ CENSO 2010 ] Pessoal vai atuar no trabalho
da coleta de dados na região de Mossoró
IBGE recebe reforço de 39 recenseadores ossoró - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) recebe a partir da próxima semana o reforço de novos recenseadores para coleta dos dados do Censo 2010 em Mossoró. Segundo o gerente local do IBGE, Rafael Bruno, 39 candidatos foram treinados durante a semana e começam a atuar no campo depois da assinatura do contrato, previsto para o início da próxima semana. O Censo 2010 foi iniciado sem o número ideal de recenseadores (205). Porém, Bruno afirmou que o processo está caminhando normalmente, sem prejuízos. “Está tudo ocorrendo tranquilamente, inclusive com setores já com a pesquisa concluída”, ressaltou. Nesta sexta-feira, foi encerrada a segunda semana do levantamento, mas Bruno disse que não tinha como informar o percentual de imóveis visitados. “Os dados se-
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rão divulgados apenas oficialmente pela direção nacional do IBGE”, explicou. Bruno previu mais dificuldades para os recenseadores a partir do momento que forem iniciadas ás visitas aos condomínios. No entanto, a recenseadora Fernanda Gabriely Andrade relatou que já está enfrentando problema para encontrar as famílias em casa durante a manhã e a tarde. “As residências estão abertas mais por volta das 18 horas, quando o pessoal chega do trabalho”, declarou. A reportagem flagrou o momento em que a recenseadora visitava uma residência que estava com as portas fechadas. “Encontrar os imóveis fechados é um problema por que é preciso retornar em outra oportunidade. Sem falar que o nosso rendimento depende do número de imóveis entrevistados”, observou Fernanda.
economia DÓLAR COMERCIAL Compra R$ 1,770 Venda R$ 1,772 DÓLAR PARALELO Compra R$ 1,84 Venda R$ 1,95
POUPANÇA HOJE 0,6215% CDB 10,61% BOVESPA +0,45%
SALÁRIO MÍNIMO
R$ 510,00 TAXA SELIC
10,75%
TELEFONES ÚTEIS Receita: 3220-2200 Procon Estadual: 3232-6869 Procon Municipal: 3232-9050 DRT RN: 3220-2000
VENTOS
Sérgio Azevedo comenta a boa posição do RN no próximo leilão de energia. PÁGINA 5 DÓLAR TURISMO Compra Venda EURO Compra Venda
R$ 1,767 R$ 1,877 R$ 2,258 R$ 2,260
Editor: Vinícius Albuquerque E-mail: vinicius@tribunadonorte.com.br
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Sábado • 14 de agosto de 2010
Estatal anuncia lucro de R$ 8,28 bilhões no segundo trimestre de 2010, um número praticamente igual do mesmo período de 2009. No primeiro semestre do ano, o valor acumulado ultrapassa os R$ 16 bilhões [ BALANÇO ]
Lucro da Petrobras cresce 11% io (AE) - A Petrobras anunciou ontem lucro de R$ 8,285 bilhões no segundo trimestre de 2010, praticamente igual ao resultado do mesmo período do ano anterior, apesar de ter registrado grande aumento nas vendas. No semestre, a companhia acumula lucro de R$ 16,021 bilhões, alta de 11%. A empresa fechou o período com uma dívida de quase R$ 120 bilhões muito próxima do limite estipulado por sua política de endividamento. O resultado divulgado pela empresa ficou um pouco acima da média projetada por analistas ouvidos pela Agência Estado, de lucro de R$ 7,9 bilhões. Houve expressivo crescimento na receita líquida, de 6%, para R$ 53,631 no trimestre, mas a redução na margem operacional (de 32% para 23%) reduziu a apropriação de lucro sobre os maiores volumes de venda. A queda da margem é resultado de uma redução nos preços da gasolina e do diesel em junho de 2009. Além disso, explicou o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa, paradas para manutenção em refinarias forçaram a empresa a importar mais diesel este ano. “O crescimento da receita é fruto da retomada da demanda de diesel no Brasil. Mas por conta das paradas programadas, tivemos que importar mais diesel, com uma margem menor”, disse o executivo. O mercado de diesel cresceu 9% no trimestre, puxando as vendas de combustíveis pela companhia, que aumentaram 6% no período. Mesmo com a redução de preços em junho, a Petrobras permanece cobrando mais caro do que no mercado internacional: a média dos preços praticados pela estatal esteve em R$ 158,20 por barril no primeiro semestre, contra R$ 150, 63 vigentes nos Estados Unidos A situação já dura desde o terceiro trimestre de 2008.
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A empresa registrou no trimestre uma geração de caixa de R$ 15,927 bilhões, menos dos que os R$ 20,348 bilhões investidos no período. No semestre, a Petrobras gerou R$ 31,003 bilhões e investiu R$ 38,101 bilhões - com destaque para um crescimento de 115,6% nos recursos gastos com novos projetos de refino e petroquímica. Os maiores investimentos vêm levando a um aumento nos níveis de endividamento da companhia. “Geramos R$ 31 bilhões e investimos R$ 38 bilhões. É claro que estamos financiando investimento com captação”, afirmou Barbassa. O endividamento bruto da empresa atingiu R$ 118,4 bilhões no
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Geramos R$ 31 bilhões e investimos R$ 38 bilhões. É claro que estamos financiando investimento com captação” ALMIR BARBASSA diretor-financeiro da Petrobras
dia 30 de junho, R$ 10,2 bilhões a mais do que no fechamento do trimestre anterior. A companhia atingiu, no final do segundo trimestre um nível de alavancagem (relação entre dívida e patrimônio) de 34%, próxima aos 35% que estabeleceu como limite O cenário explica a urgência da empresa para concluir o processo de capitalização, que garantirá recursos para novos investimentos. “Por isso a companhia está trabalhando para a emissão de ações: para restabelcer sua estrutura de capital. Estamos trabalhando para realizar essa operação durante o mês de setembro”. disse Barbassa. JÚNIOR SANTOS
Resultado divulgado pela estatal ficou acima das projeções
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economia
Sábado | 14 de agosto de 2010
[ EUROPA ] A manutenção do forte ritmo verificado entre abril e junho não é considerada sustentável por analistas. Bom resultado da Alemanha puxa os números do PIB europeu
Negócios &Finanças LUIZ ANTÔNIO FELIPE laf@tribunadonorte.com.br
Crescimento dobrado economista Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do Banco Central, trouxe para a Semana do Economista, em Natal, as planilhas de um estudo, ainda inédito, ou ainda em lapidação como ele mesmo disse, sobre o desempenho da economia brasileira, afirmando que será possível, em um prazo de 12 anos e meio, dobrar a renda per capita do país, através da elevação do superávit primário que permitiria maiores investimentos públicos. Lembrou que o economista é um profissional que não tem área definida, como um médico, um engenheiro. As fronteiras são ilimitadas, mas em suas análises se parece muito com um médico que não diz tudo de sua análise. O ex-presidente do Banco Central veio a Natal como membro do Corecon do Distrito Federal.
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INSUMO O consumo de gás na indústria foi ampliado em 28,8%, no primeiro semestre. Queimaram 25,3 milhões de metros cúbicos de gás por dia no período, em comparação à retração no ano anterior em função da crise internacional.
Habitação (I)
Habitação (II)
No encarte especial de sete cadernos – Imóveis & Construções , que circula na edição de hoje de TRIBUNA DO NORTE -, além das reportagens especiais, as construtoras e imobiliárias aproveitaram o espaço para lançar novos produtos. O título de capa “Mercado Reage com Obras – Depois do marasmo de 2009, a euforia invade todos os espaços da cidade que mais cresce no Nordeste”, retrata o boom do setor que não fica devendo a nenhuma cidade do país.
O Nordeste é responsável pelo segundo maior déficit habitacional do país, liderado pelo Sudeste. A Caixa Econômica Federal, no entanto, injetou R$ 7,04 bilhões na região, ou 20,6% dos subsídios distribuídos pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Em termos de número de residências a serem construídas, os nove estados nordestinos vão erguer praticamente 30% do total contratado para todo o país.
CHEGADA O grupo espanhol Jealsa-Rianxeira, um dos maiores produtores de pescados do mundo, chega ao Brasil. A holding ingressa no mercado nacional com a empresa Crusoe Foods, com investimentos de R$ 50 milhões, para abocanhar 5% do mercado em dois anos. Direcionada ao varejo e ao segmento de food service, a empresa trará linhas de atum enlatado, atum em cubos, salmão em pedaços e mexilhões em conserva.
Investimentos em bebidas De olho na Copa do Mundo de 2014, Ambev anunciará novos investimentos em outubro, principalmente, no Norte e Nordeste, para ampliar a participação nos resultados da companhia. Os Estados contemplados ainda não fo-
ram definidos. Os investimentos podem alcançar R$ 150 milhões a R$ 200 milhões cada. Prepara a disputa com a Heinekem, maior cervejaria do mundo, que fechou em janeiro a compra da Femsa Cervejaria no Brasil e no México.
RETIFICAÇÃO O economista Mário Jesiel de Oliveira Alexandre, é professor de Orçamento Público. Não ocupa o cargo de gerente de Planejamento, Controle e Analista da Petrobras, como foi dito ontem aqui na coluna.
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A IV Feira de Negócios do Mato Grande e Litoral Norte termina hoje à noite, em João Câmara.O objetivo é fortalecer o empresariado local e divulgar as potencialidades da região.A feira tem a expectativa de atrair um público de 20 mil pessoas durante os três dias de realização,com 80 estandes dos diversos setores econômicos.
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A Construtora Conisa abrirá para vendas, hoje, o Condomínio Residencial Professor Jessé Cavalcanti, com um café da manhã no stand de vendas,na avenida Cordeiro de Farias, Ribeira. Terá 31 pavimentos com varias opções de plantas e duas cobertura.A Caixa Econômica deverá financiar o empreendimento.
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A Construtora Capuche faz uma nova ação de vendas,no Espaço Capuche, na avenida Maria Lacerda, próximo à BR-101. Com início às 8 horas,o evento irá oferecer aos visitantes um café da manhã e uma blitz da 98 FM, sorteios e distribuição de brindes para os clientes.
AMBIENTE O cuidado e o respeito com o meio ambiente são prioridade nas atividades do Hotel Thermas de Mossoró. O Resort tem o projeto “Amigos da Natureza”, para incentivar a conscientização ambiental dentro e fora da empresa. Entre outras ações, facilita a reprodução dos pássaros através de ninhos artificiais, disponibiliza comedouros com rações e frutas em toda extensão do hotel e todas as árvores dispõem de uma placa informando a espécie. PROMOÇÃO O Carrefour realiza, até amanhã, uma promoção de vinhos e espumantes, em sua Adega. Promete oferecer 25% de descontos para todos os rótulos de vinhos e espumantes, nacionais e importados. São 500 itens, com a expectativa das vendas crescerem 15% em relação à mesma ação realizada no ano passado. Já a Miranda apresenta novidades na VI edição do Infofertas, dentro das comemorações dos 23 anos. Lança o Micro Miranda Slim – notebook da marca Miranda – e a Cesta Básica Digital Miranda. LEILÃO O Banco do Nordeste realiza um leilão no Rio Grande do Norte, a partir das 9h da próxima terça-feira (17), no Hotel Maine. Serão leiloados móveis, imóveis e equipamentos. São 30 lotes com terrenos, máquinas, aparelhos para escritório, computadores e telefones celulares, dentre outros. O edital do leilão está disponível na internet, no endereço: www.bnb.gov.br, no link Licitações – Licitações Publicadas - Editais Publicados - 2010/101.
Após atingir pico, zona do euro irá desacelerar RODRIGO SENA
ondres (AE) - O crescimento econômico da zona do euro atingiu o ápice no segundo trimestre e entrará em curso de moderação nos próximos meses, diante de desaceleração registrada nos Estados Unidos e na China. A manutenção do forte ritmo verificado entre abril e junho não é considerada sustentável por analistas. O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro avançou 1% no segundo trimestre, acima da projeção (+0,7%), no melhor resultado em quatro anos. O desempenho deve-se, sobretudo, à Alemanha, que obteve no período o maior crescimento econômico desde a unificação, em 1990. A alta foi de 2,2% sobre o trimestre anterior, bem acima da estimativa de 1,4%. “A economia da zona do euro chegou ao pico no segundo trimestre”, afirmou a chefe de pesquisas do Itaú Europa em Lisboa, Ana Esteves. Ela avalia que, além do efeito dos EUA e da China, a região ainda sentirá o impacto das medidas de austeridade fiscal, principalmente a partir de 2011. O avanço da Alemanha no período foi sustentado, principalmente, pela alta das exportações, no ambiente de euro desvalorizado, e dos investimentos. Analistas notam que a demanda doméstica mostrou bom de-
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Segundo trimestre foi considerado o pico de crescimento da zona do euro que deve reduzir ritmo
sempenho, dado considerado especialmente relevante tendo em vista o consumo tradicionalmente moderado dos alemães. A França (+0,6%) também se destacou, superando levemente as estimativas. Já os países periféricos seguem como motivo de cautela. A Grécia continua em recessão, com queda de 1,5% no PIB do segundo trimestre, informada ontem. A Espanha e Portugal só conseguiram leve crescimento de 0,2% no período.
“Continuamos convencidos de que as dificuldades afetarão negativamente o PIB da zona do euro no segundo semestre, principalmente a desaceleração do crescimento global”, avalia Chiara Corsa, economista do UniCredit. Ela espera uma significativa moderação do crescimento nos próximos meses e, por isso, mantém a projeção de alta de 1,3% do PIB da região neste ano. A economista Astrid Schilo, do HSBC, avalia que o terceiro trimes-
tre ainda pode trazer resultados positivos, a julgar pelos dados de novas encomendas da Alemanha. “Depois disso, o esfriamento da economia global deve ter impacto sobre a performance da zona do euro”, escreve em relatório aos clientes. Ela também acredita que os países com desafios fiscais, como Espanha, Portugal e Irlanda, ainda sentirão os efeitos das medidas de contenção adotadas pelos governos.
[ PROJEÇÃO ] Economista-chefe do Itaú-Unibanco, Ilan Goldfajn, acredita que após uma parada técnica em setembro e outubro, Banco Central voltará a apertar taxa de juros básicos brasileira
Juros sobem em dezembro ALDAIR DANTAS
ão Paulo (AE) - O cenário de crescimento econômico, previsto pelo Itaú-Unibanco, levou o economista-chefe da instituição, Ilan Goldfajn, a acreditar que o Banco Central (BC) retomará a alta da taxa Selic em dezembro, depois de uma parada técnica nos meses de setembro e outubro. A instituição trabalha com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) a partir do segundo trimestre deste ano e aumento da inflação de agosto a dezembro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), na ordem de 0,42% por mês. “Acreditamos no nosso cenário e por isso achamos que, no fi-
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nal do ano, o BC poderá ter de aumentar os juros”, disse Goldfajn, que estima que o IPCA de 2010 será de 5,6% e a taxa Selic terminará o ano em 11,25% ao ano. A previsão anterior do Itaú-Unibanco para a taxa básica de juros em 2010 era de 11,75% e a inflação, de 5,5%. Hoje, a Selic está em 10,75% ao ano. Perguntado se o BC agiu corretamente ao reduzir o ritmo de alta da Selic em julho, de 0,75 para 0,50 ponto porcentual, Goldfajn disse que a decisão foi legítima devido as incertezas sobre como se comportará a economia internacional. O economista evitou falar sobre um possível erro de comunicação entre BC e agentes do mercado.
Altas da Selic interferem no valor dos juros ao consumidor
Sábado | 14 de agosto de 2010
economia
Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3 JOSÉ CRUZ/ABR
[ CRISE ] Presidente do Banco Central afirma que país é considerado internacionalmente um exemplo de como gerir bem as turbulências financeiras, em parte, devido à Instituição
Brasil é modelo de gestão ão Paulo (ABr) - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse ontem que, atualmente, o Brasil é considerado internacionalmente um modelo de gestão de crises, graças, em parte, à política adotada pelo BC, instituição responsável pela manutenção da estabilidade financeira. “O desempenho do Brasil na crise foi um dos melhores e mais eficazes. Tivemos a mais curta recessão entre todos os países, saindo dela em apenas cinco meses. Portanto, o modelo de enfrentamento de crise adotado pelo Banco Cen-
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Mudanças nos anos 90 influenciaram São Paulo (ABr) – Henrique Meirelles, disse ontem, que mudanças implementadas após o fim da crise bancária que desestabilizou o país em 1994 permitiram que o Brasil lidasse de forma eficaz com a mais recente crise financeira mundial. “Todos sabem que o enfrentamento de uma crise não se dá no momento em que ela começa, mas, sim, quando termina a última [anterior]”, afirmou Meirelles, referindo-se à turbulência por que passou o setor bancário e que levou o governo federal a instituir, em novembro de 1995, o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer), iniciativa adotada para salvar da falência bancos com problemas de liquidez. O presidente do BC esteve na abertura do 5º Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária. “[A partir do fim da crise bancária] O Brasil começou a construir a atual estabilidade [financeira], na medida em que as regras e, principalmente, a abordagem de fiscalização do Banco Central foram sendo alteradas. Até então, o governo federal normatizava o sistema financeiro com vistas a atingir finalidades macroeconômicas. Não havia uma abordagem prudencial. Isso foi sendo gradualmente alterado e, nos últimos anos, passamos a priorizar a prevenção de riscos e a estabilidade do sistema”, comentou Meirelles, citando algumas das medidas ‘macroprudenciais’. “A estabilidade financeira é uma medida. A constituição de reservas é outra. [Graças a elas] No momento em que houve a crise de 2008, o Banco Central teve a capacidade de emprestar dinheiro em dólares às empresas com dificuldades de obter financiamentos externos”, declarou Meirelles, destacando que, às vésperas da última crise, as reservas internacionais brasilerias superavam os US$ 200 bilhões, o que tornava o Brasil menos vulnerável à crise internacional. “Tínhamos recursos e os agentes sabiam que os tínhamos. E mesmo que, como muitos outros países, pudéssemos depositar reais na conta do FED [Federal Reserve Bank, o Banco Central norteamericano], para recebê-los em dólares, não tivemos necessidade de usar essa linha”, afirmou. Meirelles disse que, graças à política adotada pelo BC durante a crise internacional financeira, deflagrada no final de 2008, o Brasil é, hoje, considerado, internacionalmente, um modelo de gestão. “O desempenho do Brasil na crise foi um dos melhores e mais eficazes. Tivemos a mais curta recessão entre todos os países, saindo dela em apenas cinco meses. Portanto, o modelo de enfrentamento de crise adotado pelo Banco Central, não só por seus resultados, mas também por sua eficácia técnica, é considerado, não só no âmbito dos demais bancos centrais, mas, inclusive, em relatório do Fundo Monetário Internacional [FMI], como modelo de enfrentamento de crise”, disse o presidente do BC.
tral, não só por seus resultados, mas também por sua eficácia técnica, é considerado não só no âmbito dos demais bancos centrais, mas inclusive em relatório do Fundo Monetário Internacional como modelo de enfrentamento de crise”, afirmou Meirelles na abertura do 5º Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, em São Paulo (SP). Depois de afirmar que o Banco Central tem o desafio de aperfeiçoar constantemente a comunicação de suas decisões a fim de dar cada vez maior transparência ao sistema financeiro, Mei-
relles rebateu críticas de que a instituição tenha induzido os analistas de mercado a errar as previsões sobre os resultados da última reunião do Comitê do Política Monetária (Copom). Na ocasião, a taxa básica de juros, a Selic, subiu 0,50 ponto percentual, e chegou a 10,75% ao ano, enquanto os especialistas, com base em ata do Copom e no Relatório de Inflação divulgado poucos dias antes pelo BC, apostavam numa alta de 0,75 ponto. “Houve um mal-entendido de muitos analistas”, afirmou Meirelles, destacando que o episódio
teve um aspecto positivo, porque permitiu que as pessoas entendessem como funciona as normas de governança do banco. “Embora muitas vezes pareça estar claro para muitos, algumas questões não estão claras para todos. É o caso da chamada sinalização da última reunião do Copom”, afirmou. “O sistema de metas de inflação visa a coordenar as expectativas de inflação, não a próxima reunião do Copom, cuja decisão tem que ser pautada tanto pela expectativa de inflação quanto pela inflação de fato medida.”, acrescentou Meirelles.
Meirelles:“O desempenho do Brasil foi um dos melhores”
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Mercado Publicitário ANNA RUTH DANTAS - annaruth@tribunadonorte.com.br
Humor partir de amanhã a Unimed Natal entrará no mercado com um plano de saúde diferenciado para as pequenas e médias empresas, será o Unimed PME. E para divulgar esse novo produto, a RAF Comunicação e Marketing criou uma campanha composta de quatro filmes em série para TV, além de peças para rádio, jornal, internet, outdoor e backbus. Nos filmes, pequenos empresários como cabelereira, dono de mercadinho e de oficina acabam em situações hilárias tentando mostrar que tem grandes empresas.
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Mídia Em menos de uma semana de trabalho para Paulo Skaf, candidato do PSB ao governo de São Paulo, a Walkmídia, empresa do grupo potiguar Supermídia, especializada em mídias alternativas para campanhas políticas, foi destaque nos portais R7 e IG. As publicações mostram as ações de rua da equipe da Walkmídia, com homens colados a placas com letras do nome de Skaf em 12 cruzamentos movimentados da ca-
pital paulista – quando o sinal se fecha, eles se agrupam e informam nome, foto e número do candidato. A Supermídia foi convidada pelo publicitário Duda Mendonça, que comanda o marketing de Paulo Skaf. Além de São Paulo, a empresa potiguar está atuando na campanha de reeleição do governador de Alagoas, Teotônio Vilela, e em campanhas majoritárias e proporcionais em Pernambuco.
INFORMÁTICA A Miranda Computação comemora neste mês de agosto 23 anos de atuação no mercado potiguar e promove um grande evento voltado para os clientes: o Infofertas Miranda. Em sua sexta edição, a feira de tecnologia promete trazer muitas novidades, como o lançamento do Micro Miranda Slim – notebook da marca Miranda – e da Cesta Básica Digital Miranda, uma solução básica completa para quem está iniciando no mundo da tecnologia e comprando seu primeiro notebook.
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[ CUSTOS ] Levantamento semanal do Procon Natal mostrou uma pequena variação positiva no preço da lista de alimentos e produtos de higiene nos supermercados
Depois de três quedas, cesta sobe em Natal EMANUEL AMARAL
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curva de preços da cesta básica de Natal voltou a subir nesta semana, segundo levantamento do Procon Natal. Há três semanas, a lista de produtos registrava variações negativas. A alta foi pouco expressiva em relação à primeira semana de agosto (0,43%), mas representou uma reversão da tendência observada nos últimos dias. O custo médio da cesta básica para consumo mensal de uma família de seis pessoas – quatro adultos e duas crianças – que era de R$ 324,20, passou para R$ 325,59. Nas últimas quatro semanas a variação acumulada é negativa (-4,73%). A pesquisa é realizada semanalmente pelo Procon Natal, junto a seis supermercados e seis hipermercados da capital, incluindo 40 itens básicos de alimentação e limpeza, dos quais 23 subiram esta semana, e dezessete 17 sofreram redução. Os produtos industrializados e semi-elaborados caíram 0,66% e os produtos de higiene e limpeza, -2,96%. Já os legumes, frutas e verduras registraram aumento médio de 1,37%. Os maiores aumentos da semana ocorreram no chuchu (subiu 27,6%), macarrão com sêmola (+14,4%), repolho branco (+13,2%), alface (+10,8%) e quei-
Legumes, verduras e frutas registraram alta de 1,37% na segunda semana de agosto, diz Procon
jo de coalho (+7,2%). Por outro lado, dentre os produtos que registraram redução de preço na segunda semana de agosto, destaque para o jerimum leite (caiu 16,6%), água sanitária (9,5%), fubá pré-cozido (-5,9%), filé de merluza congelado (-4,7%), frango congelado (-3,7%) e ovos brancos grandes (-3,5%).
PREÇOS Segundo ponderação dos técnicos do Procon Natal a cesta básica mais barata, estava custando R$ 289,15 em um supermercado da Zona Sul da capital. A diferença entre o maior e o menor custo da cesta básica entre os estabelecimentos pesquisados é de 25,9%, o que equivale a R$ 74,97). Dos 12 estabeleci-
mentos pesquisados pelo Procon, nove registraram variação positiva e três, variação positiva. O maior aumento ocorreu em um estabelecimento da Zona Sul (+3,33%). Porém, isso não significa que esta seja a região com pior resultado. A maior redução (-2,50%) foi observada em outro supermercado na mesma região da cidade.
[ LOTÉRICAS ] A partir de segunda-feira, apostadores poderão acessar dados como horário de atendimento, dias de sorteios, modalidades de produtos, entre outros
Informações na internet JOANA LIMA
rasília (ABr) - Os apostadores poderão ter mais acesso a informações sobre as loterias da Caixa Econômica Federal a partir da próxima segundafeira. Será publicada na internet a Carta de Serviços das Loterias Caixa, com a possibilidade de consulta e download. Quem gosta de apostar terá acesso a informações como horários de atendimento, dias de sorteios, modalidades de produtos lotéricos, alertas sobre procedimentos de segurança em relação aos prêmios, entre outras orientações. Essa carta é resultado de ação do Ministério do Planejamento, que é responsável pela execução do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública). O programa fornece metodologia para a implantação das cartas de serviço, cujo uso atende o Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009. Segundo o ministério, a aplicação da norma é uma
B Eleições A Raf Comunicação e Marketing criou a campanha “Vote Limpo” para a OAB e o Ministério Público. Com uma linguagem simples e direta, a campanha tem como imagem principal a banana, e procura conscientizar as pessoas para que não vendam o seu voto, como banana. No filme, um homem de paletó e gravata pega uma banana numa banca de mercadinho e após comê-la joga a casca fora, quando uma pessoa passa e fica prestes a escorregar. A campanha será veiculada gratuitamente pelos veículos de comunicação do RN, com apoio dos dois sindicatos de veículos do estado.
Perfume As lojas Parfumerie lançaram duas promoções de deixar qualquer um perfumado. A primeira é a “Mostre sua força”, um Quiz online no site da loja que exige conhecimentos a respeito de atividades físicas e sobre o corpo humano. Quem responder ao
quiz no tempo determinado e mais acertar nas respostas vence o concurso. Em caso de empate, o vencedor será decidido em sorteio. O prêmio? 6 meses gratuitos na Flex Fitness academia mais um frasco de Biotherm Force, patrocinador do concurso.
Solidariedade Marketing social dos lojistas do Natal Shopping. Na tarde de ontem os Doadores da Alegria – equipe de voluntários composta por colaboradores do Natal Shopping – realizaram uma ação social no Lar da Vovozinha. Os voluntários, além de muita alegria, levaram para a instituição que atende 40 pessoas, alimentos, roupas, lençóis, material de higiene pessoal e de limpeza. To-
dos os donativos foram conquistados através da parceria com os lojistas do Natal Shopping (O Boticário, Café do Ponto, Isto É, Na Geladeira Tem e Coliseum), com fornecedores (Sacolão, Brilhar, Leon e Drugstore Atual) e com os funcionários que realizaram um bazar solidário no mês de julho e arrecadaram dinheiro para a compra das mercadorias que serão doadas.
PUB O bairro de Petrópolis ganhará, na próxima semana, mais um empreendimento de lazer e diversão. O empresário Augusto Vaz inaugurará o Rusto Music Bar. A Festa de lançamento será terça-feira. A campanha de divulgação do Rusto já está prontinha.
Dados das casas lotéricas estarão disponíveis na rede
exigência para órgãos e entidades do governo federal e uma recomendação para as repartições públicas em geral. De acordo com o ministério, em 2009 as loterias movimentaram R$ 7,36 bilhões, com 2,5 bilhões de transações originadas em uma rede de mais de 10 mil unidades lotéricas do país. Segundo o Ministério do Planejamento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Polícia Federal foram os primeiros órgãos públicos federais a implantarem cartas de serviços. Em julho deste ano, foi a vez do Ministério da Fazenda, com informações sobre serviços de sete órgãos ligados à pasta. No total, 15 instituições lançaram o documento. Para acessar todas as cartas, acesse o site www.gespublica.gov.br e procure o link Cartas de Serviços das Organizações.
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economia
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[ ENERGIA ] Rio Grande do Norte é o campeão de projetos aprovados para o próximo leilão de fontes de energias renováveis. O Estado alcançou posição pela segunda vez consecutiva
[ AVIAÇÃO ] Grupo oferecerá serviços de voo
para mais de 115 destinos em 23 países
TAM anuncia fusão com chilena Lan Airlines
RN se destaca em número de projetos de eólica S JÚNIOR SANTOS
oncluídos os processos de habilitação técnica para os leilões de fontes alternativas de energia elétrica, o Rio Grande do Norte aparece no topo da lista dos estados brasileiros com mais 100 projetos habilitados. Os processos foram analisados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e os leilões ocorrerão entre os dias 25 e 26 de agosto. O presidente do Comitê Temático de Energias Renováveis e Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Sérgio Azevedo, avalia positivamente as aprovações dos processos para o RN. “O RN reúne condições técnicas e administrativas para a implantação dos parques eólicos”, frisa Azevedo. O Rio Grande do Norte também foi o campeão de projetos inscritos e aprovados no último leilão que ocorreu em dezembro de 2009. Os parques eólicos Alegria I e II são resultados deste processo. Além das condições técnicas, o Rio Grande do Norte se destaca em relação aos demais estados devido à sua posição geográfica. Com uma brisa quase ininterrupta, o estado se tornou a “menina dos olhos” para os investidores desse segmento de geração de energia e, claro, faturamento. O parque eólico de Rio do Fogo, pertencente ao Grupo Iberdrola, está em operação e gerando bons resultados. Dois novos parques estão em processo de implementação: Alegria I e II. Tais parques estão sendo montados no municí-
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Estado conta com mais de 100 projetos habilitados para o próximo leilão a ser realizado pela EPE
pio de Guamaré e o primeiro será entregue no mês de novembro. Os investidores estimam que a economia das regiões em que os parques serão instalados, terão um incremento. Afinal de contas, a cada 20 MW instalados uma média de 20 empregos é gerado. Ou seja, um parque com 100 MW de potência gerará 500 empregos diretos. Em relação aos projetos do RN vencedores do leilão do ano passado, Azevedo complementa: “Já existem 630 MW vencedores do leilão de dezembro de 2009 a serem implantados em breve. Esses projetos
tem 3 anos para ficarem prontos”. Os empreendimentos que participarão dos certames gerarão energia elétrica a partir de centrais eólicas, termelétricas movidas à biomassa (bagaço de cana-deaçúcar, resíduos de madeira e capim elefante) e pequenas centrais hidrelétricas. Os leilões serão divididos em duas etapas: o leilão de reserva 2010 e o leilão A-3 2010. A maioria dos projetos habilitados tecnicamente pela EPE poderá participar dos dois leilões. Para o leilão de reserva, 366 usinas obtiveram habilitação, to-
[ USINA ] Com fim da intervenção, Manoel Dias
[ PONTO ELETRÔNICO ]
Neto afirma que vai retomar os investimentos ADRIANO ABREU
Empresário potiguar critica novo sistema Instrução Normativa (IN) nº 85 do Ministério do Trabalho, determinando o uso de um novo sistema de ponto, que emite um comprovante com as horas de entrada e saída do empregado, não agradou em nada os empresários potiguares. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral no RN (Sift) e diretor do Sindicato de Confecção do RN, João Lima, a portaria é um retrocesso. “É como se o Ministério dissesse que todo empresário é ladrão e todo empregado é burro, já que uma das explicações para a implantação foi evitar fraude na marcação dos horários por parte da empresa”, disse João Lima. Para o empresário, além de trazer custos para as empresas, com o investimento em equipamentos, e agressão ao meio ambiente, com o uso de mais 26 a 50 metros de papel ao ano - por empregado -, a determinação federal implica ainda em desvantagem para o trabalhador, uma vez que o processo de chegada e saída da empresa resultará em filas. “É o tipo de mudança que não agrada ninguém. Só gera atraso. E quando digo isso não quero demonstrar revolta, mas reafirmar o quanto essa portaria gera custos para o país, para as empresas e para os empregados”, explicou. Outro ponto criticado por João Lima é o fato de não haver equipamentos suficientes no mercado para atender a demanda. “Se as empresas decidissem implantar esse novo sistema hoje não seria possível, pois não temos máquinas suficientes e não temos como importá-las, já que são fabricadas apenas por empresas brasileiras”.
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Primeira quinzena de agosto deve ser paga na próxima semana
Ecoenergias promete pagamento de salários pós a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendendo a intervenção judicial na Ecoenergias do Brasil Indústria e Comércio Ltda, a promessa é de andamento nos trabalhos da Companhia Açucareira Vale do Ceará-Mirim e da Usina São Francisco, arrendadas pela empresa. Ao assumir na quinta-feira passada, o empresário cearense Manoel Dias Branco Neto determinou o pagamento dos salários dos trabalhadores que estava em atraso, e na próxima semana efetuará o pagamento referente a 1ª quinzena de agosto. O fato foi comemorado ontem pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ceará Mirim com um café da manhã para os trabalhadores. O empresário diz que agora luta contra o tempo para reduzir os prejuízos causados durante a intervenção judicial. “Estamos trabalhando para retomar a normalidade da empresa. No período da intervenção a empresa teve cerca de 50 cheques devolvidos e 42 títulos protestados. A moagem vai
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atrasar uns 60 dias, pois já deveria ter começado no início de agosto, mas ficará para o final de setembro. Outro grande prejuízo foi o não plantio nas 22 fazendas arrendadas. Cerca de 800 trabalhadores deixaram de ser contratados para essa tarefa. O plantio deveria ter sido realizado entre junho e julho. Agora somente no próximo ano. Farei de modo experimental o plantio tardio em uma das fazendas – fazenda Goiabeira - não sei se dará certo”, afirma Manoel Dias. Passada a fase crítica, o empresário projeta agora os novos investimentos para a usina. A partir da próxima segunda-feira, ele estará iniciando as obras de ampliação em 40% da destilaria, com a terceirização de duas empresas, uma para construção outra destilaria em si. O que elevará a capacidade de moagem de 1,6 mil, para 2,5 mil toneladas de cana-deaçúcar por dia. “A hora agora é de concentrar esforços para iniciar a moagem, retomar a normalidade e procurar dinamizar cada vez mais a produção”.
talizando 10.745 megawatts (MW) de potência instalada. As empresas habilitadas para o leilão A-3, somam 368 empreendimentos com 10.415 MW de capacidade. O leilão de reserva tem como objetivo contratar energia além daquela necessária para atender à demanda dos consumidores. O leilão A-3 visa destinar a energia adquirida para o suprimento da demanda de mercado indicada pelas distribuidoras de eletricidade. Os empreendimentos a serem contratados neste último leilão, entrarão em operação em janeiro de 2013.
ão Paulo (AE) - A TAM anunciou ontem à tarde que firmou com a chilena Lan Airlines um memorando de entendimentos “com a finalidade de regular os termos e condições para a negociação da combinação das atividades das companhias”. Conforme o fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o grupo formado por meio da operação oferecerá serviços de transporte aéreo de passageiros para mais de 115 destinos em 23 países, e serviços de transporte aéreo de carga para toda a América Latina e para o mundo, “contando com mais de 40 mil funcionários, colaborando para um maior crescimento das companhias, o que representa a valorização dos investimentos feitos por seus acionistas e um importante progresso para a aviação na América Latina”. De acordo com a TAM, o memorando de entendimentos estabelece que os acionistas controladores da LAN mantenham o controle da empresa e que o acionista controlador TAM manterá o controle da TAM, “preservando em suas mãos a titularidade de 80% do capital votante da TAM, além de uma participação na LAN”. A operação culminará com a realização de uma oferta pública de permuta para cancelamento de registro de companhia aberta da TAM, envolvendo ações preferenciais em circulação (incluindo as ações preferenciais detidas pelo acionista controlador TAM) e das ações ordinárias em circulação (excluindo aquelas detidas indiretamente pelo acionista controlador TAM).
De acordo com o fato relevante, por meio da OPA da TAM, os acionistas da companhia brasileira receberão pelas suas ações um número determinado de ações de uma empresa holding que será incorporada pela LAN. “Em razão desta incorporação, os acionistas receberão ações de emissão da LAN em forma de Brazilian Depositary Receipts - BDRs, de modo a que, ao aceitar a OPA TAM, os acionistas se tornarão acionistas da LAN, observada a seguinte relação de troca: cada ação da TAM corresponderá a 0,90 ação/BDR da LAN”, diz o comunicado. Ou seja, cada ação preferencial sem direito e voto e cada ação ordinária com direito a voto da TAM equivalerá a 0,90 de ação ordinária com direito a voto de emissão da LAN, em forma de BDRs Segundo o fato relevante, a relação de troca das ações da TAM por ações em forma de BDRs da LAN será igual para o acionista controlador TAM e para os outros acionistas que não fazem parte do grupo de controle, “de forma a garantir o tratamento igualitário dos acionistas”. “A OPA da TAM será efetivada, entre outras condições usuais em ofertas desta natureza, apenas caso haja adesão de acionistas que representem, no mínimo, 95% do capital total da TAM”. Conforme o comunicado, a TAM deixará de ter suas ações listadas e negociadas na BM&FBovespa e seus ADRs na Bolsa de Nova York, e a LAN passará a ter BDRs listados e negociados na BM&FBovespa, além das ações já listadas e negociadas na Bolsa de Valores de Chile e dos ADRs já listados e negociados na NYSE.
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Natal | Rio Grande do Norte | Sábado | 14 de agosto de 2010 RODRIGO SENA
[ COMÉRCIO EXTERIOR ] Números do Ministério do Desenvolvimento Econômico mostram que os nove Estados da região venderam juntos ao exterior a cifra de US$ 8,8 bilhões
Nordeste é destaque nas exportações de julho rasília (ABr) – As exportações brasileiras tiveram crescimento acentuado em todas as regiões do país, de janeiro a julho deste ano, comparado a igual período do ano passado, mas a maior expansão percentual verificou-se no Nordeste, uma região tradicionalmente de poucas vendas externas. Nos 145 dias úteis até final de julho, os nove estados da região exportaram produtos no valor de US$ 8,8 bilhões. Foi um aumento de 43% sobre os US$ 6,1 bi-
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lhões registrados no mesmo período de 2009, de acordo com boletim divulgado ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) com detalhes da balança comercial por regiões, por estados e pelos 2.147 municípios com vendas externas. Na sequência, em ordem decrescente de variação percentual, as vendas da Região Sudeste cresceram 36% no mesmo período (de US$ 43,4 bilhões para US$ 59,3 bilhões), as exportações
da Região Norte aumentaram 19% (de US$ 5,71 bilhões para US$ 6,8 bilhões), as da Região Sul evoluíram 11% (de US$ 18,7 bilhões para US$ 20,8 bilhões) e as da Região Centro-Oeste cresceram 7% (de US$ 8,7 bilhões para US$ 9,4 bilhões). Na balança comercial dos municípios, Angra dos Reis (RJ) manteve a primeira colocação com embarques de US$ 5 bilhões no ano. Dentre os dez mais bem colocados nas vendas internacionais, a cidade de São Paulo (SP)
aparece em segundo lugar com US$ 3,6 bilhões, seguida por Parauapebas, no Pará, com US$ 3,1 bilhões. Em seguida aparecem Santos (SP), com vendas equivalentes a US$ 2,8 bilhões; São José dos Campos (SP), com US$ 2,5 bilhões; Itabira (MG), com US$ 2,47 bilhões; Paranaguá (PR), com US$ 2,45 bilhões; São Bernardo do Campo (SP), com US$ 2,1 bilhões; Vitória (ES), com US$ 2,08 bilhões; e Macaé (RJ), com US$ 2,05 bilhões.
Exportação da região Nordeste cresceu 43% em relação a 2009
[ PROJETO ] Comissão formada por diversos
órgãos visitará Assu na próxima semana
Sedec quer agilizar projeto da ZPE do Sertão ma comissão formada por técnicos de diversos órgãos fará uma visita na próxima semana à área onde será implantada a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Sertão, no município de Assu. O objetivo é definir um cronograma de ações conjuntas para agilizar a instalação do projeto. Durante uma reunião na quarta-feira passada, na sede da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), instituições municipais, estaduais, federais e privadas discutiram ações de trabalho que possam ser desempenhadas em conjunto e assim potencializar o processo inicial para implantação da ZPE. Foram analisadas medidas e parcerias que agilizem todo o processo. Para o titular da Sedec, Francisco de Paula Segundo, a união dos órgãos garante mais rapidez ao projeto. “O governo do estado tem todo o interesse em garantir rapidez na ZPE do Sertão e a parceria entre os órgãos é totalmente válida porque a partir desse momento todas as ações se tornam mais céleres. Acreditamos e apoiamos esse projeto porque temos consciência que ele trará progresso para o Vale do Açu e para todo o Rio Grande do Norte”, analisa o secretário. A comissão que visitará Assu é composta por técnicos da Sedec, Idema, DER, Dnit, Seara, Caern e Cosern. Para o prefeito de Assu, Ivan Lopes Júnior, o trabalho em grupo significa uma nova e importante etapa para a ZPE. “Nessa fase de trabalho e ações em parcerias o projeto ganha nova di-
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mensão e certamente teremos maior agilidade no trâmite processual. A iniciativa do secretário Segundo de Paula foi fundamental para nós que tínhamos dificuldades na articulação do processo para implantação da ZPE”, destaca o prefeito. Dentro das ações definidas pelo grupo ficou pré-agendado para o dia 13 de setembro, em Assu, a realização de um fórum sobre a ZPE. A ideia é discutir o andamento das ações conjuntas e também apresentar para população os progressos econômicos e sociais que acontecerão na região com o funcionamento do empreendimento. PRESSA Nesta semana, a TRIBUNA DO NORTE mostrou que as prefeituras de Assu e Macaíba precisam correr contra o tempo para implantar as suas ZPEs. Pelas regras do Ministério do Desenvolvimento Econômico (MDIC), os municípios têm 30 dias para licitar e escolher a empresa que administrará a área de exportação. Porém, o prazo já está correndo. Atualmente, Assu já está com o projeto mais adiantado. Um esboço do edital de licitação foi preparado e encaminhado há 15 dias para consulta junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). O objetivo do Município é ter mais segurança na realização da disputa, visto que o processo é inédito e não existe modelo pronto. O prefeito Ivan Júnior afirma que o prazo poderá ser estendido e que o município conseguirá cumprir as exigências.
Segundo de Paula afirma que Governo quer garantir rapidez
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DENÚNCIA
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TEMPO HOJE
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Nublado com pancadas de chuvas Máx.: 30ºC Mín.: 26ºC
Preamar 07h26 - 2.3 - 19h51 - 2.2 Baixa-mar 07h26 - 2.3 - 13h17 - 0.3
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BALNEABILIDADE Impróprias Pium (Controle)
FASES DA LUA Nova: hoje Crescente: 16/08 Nascer do sol: 5h21 Pôr do sol: 17h19
Editora: Yara Okubo e-mail: yokubo@tribunadonorte.com.br
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Sábado • 14 de agosto de 2010
A agressão foi provocada porque a menor (vítima) teria questionado a opção sexual da outra garota. Família da vítima está revoltada com a direção da escola porque diz que jovem não recebeu apoio [ VIOLÊNCIA ]
Estudante é espancada pela colega ma jovem de apenas 15 anos foi espancada até desmaiar pela colega de turma, também de 15 anos, dentro da Escola Estadual Apolinário Barbosa, na Praia de Pirangi, litoral Sul do Estado. A agressão teria sido provocada porque a menor (vítima) teria questionado a opção sexual da outra garota. Com hematomas na cabeça, a menina concedeu entrevista, ontem à tarde, à TRIBUNA DO NORTE e relatou o que aconteceu na manhã de segunda-feira (9). De acordo com a versão da adolescente (vítima) que será identificada por Patrícia, a outra estudante da sala (ambas cursam o 1º ano do ensino médio) disse que queria conversar. “Eu falei que não tinha nada para falar. Mesmo assim, ela insistiu. Disse que eu havia falado algo dela, mas eu não havia dito nada”. Depois disso, Patrícia foi pega pelo braço e começou a ser espancada. “Ela me deu socos. Bati com a cabeça no mural de aviso. Cai no chão e a garota continuou a me agredir. Esmurrou a minha cabeça, pisou em cima. Eu perdi os sentidos e desmaiei”, contou a estudante. A jovem foi socorrida para o hospital inconsciente e só retomou os sentidos momentos depois. “Quando acordei estava dentro de um hospital com soro na veia. Entrei em desespero”, afirmou a menor. Patrícia disse que não questionou a sexualidade da colega de turma e que tudo pode ter sido gerado por uma fofoca. Elizanai Rocha da Silva, 35 mãe da garota está indignada com o posicionamento da direção da escola que sequer esteve na casa da vítima para prestar solidariedade e tomar providências para que não ocorram mais agressões na instituição. “Era hora do in-
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tervalo. Os professores faziam um lanche. Todo mundo assistiu às agressões. Tem aluno que filmou a surra, por meio, do celular. E os professores? Como isso pode acontecer dentro de uma escola?”. Mais revoltada que a mãe, está a tia da estudante. Iraide Rocha da Silva contou que no momento em que a menina sofreu a agressão estavam cerca de 400 alunos na escola e que ninguém tentou segurar a agressora. “Só depois que minha sobrinha estava inconsciente o diretor apareceu.”. Iraide lamenta: “Ela poderia ter morrido. Foi espancada até perder os sentidos dentro da escola. Isso não pode acontecer. Alguém tem que tomar providências. Ela precisa de um psicólogo. Não quer voltar a estudar lá”. Com apenas 1,52 de altura, 42 quilos, 15 anos. A menina com as unhas pintadas de vermelho que gosta de estudar ainda não definiu o que vai fazer no futuro. “Não consigo mais sair de casa”. Contou Patrícia. O Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente de Parnamirim foi acionado. Segundo a conselheira Auxiliadora da Silva Paiva a estudante estava sendo bem acompanhada pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras). O que foi negado pela mãe e também pela tia da garota. “Nenhuma psicóloga passou por aqui”, disseram Elizanai e Iraide. Questionada sobre a assistência, Auxiliadora depois voltou atrás. “As duas psicólogas estão com problemas de saúde”. Auxiliadora afirmou que na próxima terça-feira a estudante será atendida pelo Conselho Tutelar. “A mãe da outra jovem (que provocou a confusão) já pediu a transferência da filha”. JÚNIOR SANTOS
Menor agredida deve de ser atendida pelo Conselho Tutelar
[ TRIBUTAÇÃO ] Atraso no repasse de verbas
se dá porque falta documentação exigida
Entidades estão sem receber os recursos as 250 entidades cadastradas na Secretaria Estadual de Tributação, cerca de 70 estão sem receber os recursos do Programa Nota Solidária porque, de acordo com a coordenação da campanha, estão em atraso com os documentos de prestação de contas. Entre as instituições, está o Hospital Infantil Varela Santiago. Segundo o coordenador da campanha, Fernando Pessoa, as pendências da maioria das entidades são relacionadas à ausência de Plano de Aplicação de Recursos (PAR), atraso de prestação de contas, ausência de relação de atividades desenvolvidas e ausência de
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apresentação de documentos como as certidões do Conselho Estadual de Assistência Social (CEAS), Conselho Regional de Medicina, Conselho Estadual de Desportos, entre outros. “A cada quatro meses nós temos R$1,15 milhão para distribuir entre as entidades cadastradas, mas isso só pode ser feito para aquelas que estão em dia com a prestação de conta”, disse Fernando Pessoa. Ainda segundo o coordenador, o Hospital Infantil Varela Santiago foi um dos que mais receberam benefícios da campanha, pouco mais de R$55 mil. E tem direito a receber mais três parcelas”.
ALEX FERNANDES
Diacuí Costa caiu em um buraco e teve ferimentos graves.
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Sábado | 14 de agosto de 2010
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■ Delegacia de Menores
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[ DROGAS ] Em três operações diferentes, policiais civis e militares da cidade apreenderam crack, maconha e outros objetos, como balanças de precisão e sacos plásticos FOTOS:MARCOS GARCIA
Operações mostram que a polícia, por determinação da Defesa Social, está apertando o cerco contra os traficantes no Estado potiguar
Quatro pessoas são presas por se envolver com tráfico uatro pessoas foram presas por suspeita de envolvimento com o tráfico de entorpecentes em um intervalo inferior a 24 horas. As prisões foram feitas em três operações diferentes das polícias Civil e Militar de Mossoró, com participação de policiais de Natal. Foram apreendidos crack, maconha, uma arma e outros objetos característicos do tráfico de entorpecentes, como balanças de precisão, sacos plásticos, dinheiro fracionado e outros. A primeira operação foi realizada na tarde de quinta-feira passada por policiais da Delegacia de Narcóticos (Denarc), quando foram presos Maria Alice da Silva, de 37 anos, e Raimundo Gomes da Silva, 49, ambos presos na Rua Noêmia Chaves, 6, bairro Barrocas (zona norte). Com os dois, foram apreendidas 60 pedras de crack e outros objetos. De acordo com o delegado Denys Carvalho da Ponte, titular da Denarc de Mossoró, a operação que resultou na prisão de Raimundo e Maria Alice, marido e mulher, é fruto de um outro trabalho que já vem sendo feito há meses. Há cerca de 15 dias, Josenira Cláudia Leaão, a “Luna”, foi presa juntamente com uma adolescente, que foi apreendida. A menor é sobrinha de Maria Alice, que segundo a polícia, seria responsável pela venda das drogas. Já no início da manhã de ontem, policiais da Denarc de Mossoró com a Denarc de Natal, deram cumprimento a mandados judiciais contra Francisco Everal-
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Julian Lennon Ferreira Resende e a companheira Andréia Kaliano da Silva foram presos
do de Oliveira, que tem 36 anos e é mais conhecido como “Negão”. Com ele, foram apreendidos 60 gramas de crack, ainda na forma bruta, que renderiam aproximada mente 300 pedras para serem comercializadas, além de 20 gramas de maconha, que ainda seriam embaladas para a revenda. De acordo com a investigação, feita pela Denarc de Natal, o tráfico funcionava a partir de uma casa situada na Rua José Luíz da Fé, 33, conjunto Santa Helena, bairro Santo Antônio (zona norte). Os policiais foram ao local, mas não encontraram Negão e nem as dro-
gas. Ele foi preso na casa de uma namorada, onde foram apreendidos o restante das drogas. Nessa mesma operação, uma outra pessoa foi presa, por outra equipe, em Patu, sob suspeita de envolvimento com o tráfico de entorpecentes. De acordo com o delegado Odilon Teodósio, da Narcóticos de Natal, o preso de Mossoró e o preso de Patu faziam parte de um esquema que funcionava a partir de traficantes em Natal. Já na tarde de ontem, a equipe do setor de Inteligência da Polícia Militar de Mossoró prendeu
duas pessoas e apreendeu três adolescentes, todos em uma casa no sítio Pau Branco (zona leste) que funcionava como ponto para venta e consumo de entorpecentes. No local, foram apreendidas 37 trouxinhas de maconha, R$ 12,00 em dinheiro fracionado e uma escopeta calibre 12 de fabricação caseira. Foram presos Andréia Kaliano da Silva, de 25 anos, e o seu companheiro, Julian Lennon Ferreira Resende, 18, ambos residentes no sítio Pau Branco. Já os três adolescentes, foram apenas ouvidos e liberados ainda ontem.
Sábado | 14 de agosto de 2010
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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3
Para não atrasar a obra do Porto foi decidido antecipar a chegada de outro navio-draga, o americano Reem Island, que fará o serviço de dragagem. O La Belle apresenta avarias no casco e não há previsão de desencalhe
[ LA BELLE ]
Nova draga chega a Natal domingo ADRIANO ABREU
CIRO MARQUES Repórter
om alguns furos no casco e sem nenhuma estimativa de quando será retirada da situação de encalhe que completa hoje 12 dias, o navio-draga La Belle está oficialmente fora da obra de dragagem do canal de acesso e da bacia de evolução do Porto de Natal. Como medida para não atrasar a obra, a empresa Bandeirantes Construções e Dragagens, responsável pela embarcação, decidiu antecipar a chegada de outro navio-draga, o americano Reem Island, que deve aportar na capital do Estado já na madrugada deste domingo. Inicialmente, a vinda dele estaria marcada apenas para o final do mês. “Reorganizamos o cronograma da obra para não atrasá-la. Com isso, ainda podemos garantir que a dragagem no Rio Potengi deve ser concluída até o final do ano”, afirmou o diretor geral da empresa Bandeirantes, Ricardo Sudahia. No novo cronograma, a Reem Island ficará uma semana em processo de nacionalização após chegar a Natal. Ao ser legalizada, ela começará o trabalho de dragagem do rio não necessariamente de onde La Belle parou, mas sim fazendo um serviço que já pode ser inicializado, de aprofundamento do canal. “A Reem Island é uma draga bem maior que La Belle e pode fazer todo o serviço de aprofundamento em cerca de dois meses”, afirmou o diretor. No entanto, o trabalho de alargamento do canal, que estava sendo desempenhado pelo La Belle, será continuado por outra draga, que também teve a chegada a Natal antecipada: a Mercey. “É uma draga diferente do La Belle e da Reem Island, que usam a sucção para retirar a areia do fundo do rio. A Mercey tem escavadeiras que servem para a remoção de pedras e, por ser menor que a Reem Island, poderá continuar o trabalho feito pelo La Belle nas regiões mais rasas do canal”, explicou Sudahia. A Mercey deve chegar a Natal no dia 10 de setembro e ficará em atividade junto à Reem Island no rio Potengi. Com essas mudanças no cronograma da obra, a expectativa da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) é que a data de conclusão da obra não seja alterada. “Ainda esperamos que a obra seja concluída no final do ano. Não foi feito também nenhuma alteração no projeto, que é o aprofundamento de 10 metros para 12,5 metros do canal do rio Potengi. O valor da obra também continua orçado em R$ 36 milhões”,
Futuro da embarcação é incerto
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Representantes da empresa Bandeirantes e da Codern reuniram a imprensa para falar sobre a situação da embarcação La Belle
INQUÉRITOS INSTAURADOS
EMBARCAÇÕES Veja abaixo as características das dragas
Os inquéritos-administrativos instaurados pela Capitania dos Portos e pela empresa Bandeiras para saber o que causou o encalhe da draga La Belle na barra da Redinha ainda não apontam culpados.Isso porque o depoimento da tripulação,que é fundamental nesse tipo de investigação, ainda não pôde ser feito.As 12 pessoas que trabalham e ainda estão embarcadas na draga,só devem passar pelo interrogatório quando La Belle sair do encalhe. “Alguns estão muito abalados,mas não abandonaram o navio.É até estranho para quem não conhece,mas se cria um carinho muito grande pelo barco em que se trabalha.Por isso,eles não estão em situação emocional de prestar depoimento”,afirmou o diretor geral da Bandeirantes,Ricardo Sudahia.A única informação já confirmada é que La Belle havia feito a sucção da areia, ido até o local onde a terra é depositada – designado por órgãos ambientais – e,na volta,acabou encalhando.Os tripulantes receberam ontem alimentos e dois tanques de água limpa para poderem tomar banho e cozinhar.O nível de água e comida,segundo a Bandeirantes,é bom.
garantiu o diretor-presidente da Codern, Emerson Fernandes. No projeto, deve-se, novamente, quebrar parte da pedra da Baixinha e da Bicuda – uma do lado esquerdo e outra do lado direito de quem passa pelo canal em direção à Redinha. No entanto, para retirar apenas mais 2,5 metros das duas pedras é um trabalho bem mais árduo que foi o aprofundamento do canal, realizado há sete anos. “Já retiramos o triplo de quantidade de pedras que foram retiradas há sete anos, quando se aprofundou
10 metros o canal. Isso porque, quanto mais fundo, mais extensa são as pedras”, afirmou Sudahia. O diretor geral da Bandeirantes, inclusive, lembrou da dificuldade que é trabalhar nas águas de Natal devido a essas duas pedras. “É uma operação difícil. Essa região é uma das mais complicadas do Brasil”, declarou Marcelo Sudahia. Para o diretorpresidente da Codern, apesar dos problemas naturais da região, o Porto de Natal tem a área bem sinalizada. “Ali há uma boa estrutura para a navegação”, garantiu Fernandes.
Características: La Belle : draga que usa a sucção para retirada da área do fundo do rio.Pode ser usada tanto no trabalho inicial de aprofundamento quanto de alargamento do canal.Possui uma capacidade para 1.000 metros cúbicos.Foi utilizada para aprofundar o canal,para a chegada da Remm Island,e para alargá-lo.
Mercey: draga com três escavadoras,sem o tubo de sucção.Tem capacidade para 1.900 metros cúbicos de areia e vai também fazer a derrocada das pedras do canal e finalizar o trabalho da La Belle. Números
Reem Island : draga também de sucção como a La Belle.Com capacidade para 5.600 metros cúbicos,é bem maior que a draga encalhada e,por isso,é utilizada especificamente para o aprofundamento do rio.
3 milhões
12 pessoas
de dólares,é quanto está avaliada a draga La Belle
compõem a tripulação da La Belle
Segundo a Bandeirantes,foram 3 as tentativas frustradas de desencalhar a draga
Se a obra no canal do rio Potengi continua com o futuro garantido devido à chegada das duas outras dragas, o do La Belle não é igual. Ainda encalhada na pedra da Baixinha, a embarcação, avaliada em 3 milhões de dólares, já apresenta avarias no casco. Uma nova tentativa de retirada, inclusive, ainda não tem data para acontecer, apesar da empresa garantir que ela sairá da barra da Redinha e não terá o mesmo destino da corveta Forte de Coimbra, que só saiu do encalhe desmontada. “Ela não nasceu ali e vai sair dali um dia, mas vamos fazer tudo, da forma mais consciente possível, para não haver riscos para a tripulação nem para o meio-ambiente”, declarou o diretor geral da Bandeirantes, Ricardo Sudahia. Sobre como será feita a próxima tentativa de retirada e quando isso ocorrerá, a Bandeirantes, no entanto, não faz promessas. “A embarcação está em uma situação em que não será mais avariada. Por isso, agora, esperaremos o melhor momento para fazer uma nova tentativa. Não adianta chegar um super rebocador e puxá-la de qualquer forma, porque isso poderia causar ainda mais danos e ela, provavelmente, afundaria”, explicou Sudahia. Uma maré alta como a vista no início da semana, acima de dois metros, deve ocorrer só no final do mês. Embarcação La Belle não pode ser mais avariada, segundo a Bandeirantes, porque nela já foram colocados milhares de litros de água. Dessa forma, a embarcação fica “sentada” sobre a pedra da Baixinha e, sem balançar, não se choca contra o fundo do canal. “Foi quando retiramos o óleo, que ela ficou bastante leve, que mais houve danos. Porque não sabemos direito como é o fundo do canal e se ela não ficar firme, pode balançar e acaba se chocando nas pedras, resultando em avarias”, explicou o diretor geral. Para a nova tentativa de desencalhe, La Belle terá que passar por um trabalho de reparo do casco e preenchimento com ar-comprimido, para que possa flutuar e ser retirada de forma mais fácil. Quando isso ocorrer, a draga será levada direto para o Porto de Natal, onde passará por uma avaliação e uma recuperação. “Vamos ver se ela vai para outro lugar fazer os reparos ou se serão feitos aqui. Mas, em Natal, ela não deve voltar a trabalhar”. ALDAIR DANTAS
[ MARINHA ] Navio “Independência” é empregado em ações anti-submarino, de superfície, anti-aéreas e de esclarecimento. A tripulação é composta de 209 militares
Fragata de guerra estará aberta para visitação fragata “Independência” da Marinha de Guerra do Brasil está atracada no cais do porto de Natal e, hoje e amanhã, estará aberta à visitação do público das 14 às 17 horas, segundo informou o Comando do 3º Distrito Naval. O navio parte do porto de Natal com destino ao Rio de Janeiro, cidade onde é sediado, no próximo dia 16 de agosto, pela manhã. Com uma tripulação composta de 209 militares, dos quais 22 são oficiais e 187 praças, a embarcação é comandada pelo capitão-de-fragata Eduardo Augusto Wieland, e retornou ao Brasil depois de participar de operações navais envolvendo as marinhas de guerra do Canadá, Estados Unidos e Venezuela. Os marinheiros do navio de
A
guerra brasileiro são treinados e preparados para a missão de manter a soberania nacional na chamada Amazônia Azul. A fragata “Independência” foi batizada e lançada ao mar em 2 de setembro de 1974, tendo como madrinha a então primeira dama do país, Luci Geisel, esposa do então Presidente da República, general Ernesto Geisel. O navio é empregado em ações anti-submarino, de superfície, antiaéreas e de esclarecim ento, além de proteção ao tráfego marítimo e ações de bloqueio naval. A fragata possui 129,2 metros de comprimento e 13,5 metros de largura. Para a sua propulsão, é equipada com duas turbinas a gás Rolls-Royce Olympus e quatro motores MTU, acoplados a dois eixos e duas hélices de passo va-
riável, podendo chegar a uma velocidade de 30.5 nós. Esta potente máquina de guerra tem como armamento, um canhão Vickers Mk 8 de 4.5 polegadas (114 milímetros); dois canhões Bofors L/70 de 40 mm; um lançador de mísseis superfície-ar Aspyde; 2 lançadores triplos de mísseis antiaéreos Sea Cat; um morteiro duplo do foguetes Boroc de 375 mm e dois lançadores triplos de torpedos A/S de 324 mm. Além disso tudo, o navio possui também modernos sensores, como radar de vigilância aérea tipo Plessey; radar de vigilância de superfície ZW-06; radares de direção de tiro Orion; e sonar de casco EDO-610E, além de uma aeronave orgânica (helicóptero) Westland SAH-11 Lynx.
SERVIÇO Visita fragata “Independência” Local – cais do porto de Natal Quando – Hoje e amanhã Horário – 14 às 17 horas Entrada franca Fonte – 3º Distrito Naval
NÚMEROS
129
metros é o comprimento da fragata da Marinha de Guerra
1974 foi o ano que a fragata foi lançada ao mar
Fragata Independência - F44 é o 5º navio a ostentar esse nome
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Sábado | 14 de agosto de 2010
Buracos e galerias sem tampa são cada vez mais comuns pela cidade, representando um perigo para as pessoas que andam pelas ruas. Muitos bueiros têm as tampas roubadas por causa do seu valor comercial
[ URBANISMO ]
Mulher cai em bueiro e se machuca FOTOS:ALEX FERNANDES
m alguns quilômetros percorridos, é possível ver quase duas dezenas deles. Mas o problema é que nem todos estão atentos o suficiente para perceber os obstáculos, nas ruas e calçadas de Natal. Um descuido pode custar caro. Foi assim com a aposentada Diacuí Costa. Pela pressa em se dirigir à parada de ônibus, Diá, como é conhecida em Nossa Senhora da Apresentação, não viu o buraco no meio da pista, onde há uma galeria de águas pluviais, os chamados bueiros. Diá fraturou a mão e o joelho e levará até dois meses para voltar a ter uma vida normal. O motivo do acidente da aposentada de 52 anos foi um buraco no meio da pista, mas poderia ter outros causadores ainda no mesmo espaço. A dois metros do local do acidente, entre o fim da calçada e o começo da rua, uma galeria sem tampa, sinalizada apenas com um pedaço de tronco, ameaça, de maneira ainda mais efetiva, o trânsito de pedestres pela área. Os dois pontos não são únicos. Somente na avenida Pedro Álvares Cabral, onde Diá se machucou, é possível encontrar mais de cinco galerias sem tampa ou danificadas. Todas são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura. Pode parecer um problema simples, mas não é. Diá que o diga. A aposentada se machucou no dia 4 de agosto e, desde então, tem enfrentado vários problemas. O principal deles é a perda, mesmo que momentânea, da independência. Com a rótula do joelho e mão fraturadas, ela depende de outras pessoas para realizar suas ativida-
E
Diacuí Costa disse que estava com pressa e não viu o buraco no meio da rua
“
Tenho tomado remédios para depressão porque fiquei traumatizada” DIACUÍ COSTA aposentada
“
Quando eu cheguei, ela já estava desacordada, sonolenta” EDUARDO SANTANA vizinho
des diárias. Dores são comuns, principalmente quando se passa muito tempo em uma mesma posição. Além disso, as dificuldades físicas abriram a porta para problemas psicológicos. O trauma do acontecido trouxe depressão. “Tenho tomado remédios para depressão porque fiquei muito traumatizada com tudo o que aconteceu”, afirma. Diacuí Costa está bastante fragilizada. Ao rememorar os poucos flashes que lhe restaram da queda, chora. No momento em que caiu, ela acabou desmaiando e foi socorrida pelo vizinho Eduardo Santana. Foi Eduardo o responsável por carregar Diá e chamar por ajuda. “Quando eu cheguei ela já estava desacordada, sonolenta”, diz. A aposentada recobrou a consciência somente no hospital. Ela
Eduardo Santana mostra local onde a aposentada caiu e se machucou
ainda não pensou na possibilidade de processar o poder público. A existência de tais perigos não é restrita à Zona Norte. No Centro, Alecrim, Ribeira, praticamente em toda a cidade, é possível verificar bueiros sem tampa ou com a tampa quebrada. Somando-se a calçadas quebradas e buracos nas ruas, a travessia dos pedestres se transforma em uma prova de obstáculos. “Pode parecer simples desviar de algo assim, mas no cotidiano a gente esquece. Eu mesmo já havia passado por ali algumas vezes”, encerra Diá. DISTINÇÃO Uma dúvida comum quando se depara com esse tipo de problema é identificar o responsável pelo transtorno. Não é raro encontrar
pessoas reclamando assim: “Liguei para a Semopi e disseram que era da Caern. A Caern disse o contrário”. De fato, os dois órgãos mantém infraestrutura semelhante nas ruas. Ambas dão problema de vez em quando. Mas não é difícil distinguir qual o responsável. A Companhia de Águas e Esgoto do RN mantém poços de visita da tubulação pelas ruas. São caracterizados pelas tampas redondas de ferro com o nome da Companhia. A manutenção desse tipo de equipamento é constante, segundo a Assessoria de Imprensa da Caern. Mesmo assim, não se consegue coibir os furtos das tampas de ferro. Eis o principal ponto. Como são de material valioso, as tampas são levadas por vândalos. Além disso, é comum, em tempos de chu-
va quando a cidade alaga, a própria população retirar a tampa para que “a água escorra”. “A população requisita a vedação dos poços, mas se passarmos asfalto por cima será impossível fazer a manutenção”, se manifestou a Caern por meio de sua Assessoria. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com o secretário de Obras Públicas e Infraestrutura, Demétrio Torres, para saber sobre a situação das galerias de águas pluviais. Mas o secretário respondeu que não conhecia o caso de Diá e, por isso, não poderia comentar sequer a situação da cidade como um todo. Demétrio ficou de retornar a ligação depois de se informar, mas até o fechamento dessa edição não houve retorno.
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Sábado | 14 de agosto de 2010
Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 5 JÚNIOR SANTOS
[ TRÂNSITO ] Adequações na sinalização
NÚMEROS
estão sendo feitas para evitar os acidentes
70
Motoristas dizem que Costeira ficou mais perigosa “I sso aqui é muito perigoso, uma armadilha para a morte”. Circulando na manhã de ontem pela Via Costeira, a dona-de-casa Maria da Conceição Melo do Nascimento não escondia o medo provocado pelas curvas fechadas e sinuosas da avenida litorânea. E o risco tende a aumentar nos próximos dez dias, com a realização da Multifeira Brasil Mostra Brasil. O evento começou ontem, acontece das 16h às 22h e promete trazer 100 mil visitantes ao Centro de Convenções. “Durante a feira, muitos veículos estacionam na via, pois a quantidade de vagas no Centro não é suficiente. Assim, só fica uma faixa disponível para os veículos que se dirigem à Ponta Negra”, alerta o comandante do 1º Distrito da Polícia Rodoviária Estadual, capitão Cláudio Augusto Ferreira Alves. Na opinião da dona-de-casa, motoristas “amadores” correm sério risco na Via Costeira. “Já era perigoso antes, e agora, como a circulação está mais livre, as pessoas aceleram. O novo canteiro fez toda a diferença para pior. Dirijo desde 1986 e nunca tinha visto nada assim”, afirma Maria da Conceição. Ela defende que a avenida seja mais fiscalizada e acha que as curvas deveriam ter sido feitas com outro traçado. O taxista Edmílson Rogério de Araújo reforça a constatação. “Passo aqui cinco vezes por dia e sei que é muito perigoso. Um colega de trabalho morreu num acidente em julho. A obra é benéfica, mas o pessoal ficou mais confiante e passou a andar mais rápido. Tem muito acidente nos finais de semana”, relata Edmílson. Desde ontem, cerca de 20 homens da CPRE estão atuando em quatro pontos da Via, para conscientizar os motoristas sobre a necessidade de respeitar o novo limite de velocidade, que baixou de 80 para 70 km/h. Durante a realização da Multifeira Brasil Mostra Brasil, o capitão Augusto informa que um efetivo extra, com cerca de oito homens, será colocado entre o Centro de Convenções e a rótula da avenida Engenheiro Roberto Freire. “Como
está previsto um grande público, vamos sinalizar a rotatória para facilitar o fluxo de quem vem saindo da Via Costeira”, explica o militar. Para a enfermeira Jacqueline Abrantes, é fundamental que os motoristas tenham prudência na Via Costeira. “As curvas parecem mais acentuadas e a avenida tem ficado mais perigosa. Antes o fluxo era bem mais tranquilo. É preciso melhorar a sinalização e os condutores tomarem muito cuidado com sua vida e a dos outros”, recomenda Abrantes. O capitão Augusto reforça: a velocidade permitida agora é 70 km/h. “Estamos realizando uma campanha educativa para que as pessoas reduzam a velocidade. Como a obra ainda não foi concluída, queremos reduzir o número de acidentes”. A campanha acontece em três
“
Passo aqui cinco vezes por dia e sei que é muito perigoso” EDMILSON ROGÉRIO taxista
pontos móveis e um fixo. O crescimento no número de colisões comprova que dirigir na Via Costeira tem ficado cada vez mais perigoso. Dados da CPRE mostram que houve 68 ocorrências entre janeiro e outubro de 2009, com 11 feridos e quatro mortes. Já de novembro de 2009 até julho deste ano, foram 82 acidentes, com 18 feridos e duas mortes. “Após a entrega parcial da obra, de fato aumentaram os números. Mas isso não ocorre por causa da intervenção, e sim devido ao excesso de velocidade”, garante o capitão. O Governo do Estado acaba de anunciar medidas para melhorar a segurança na Costeira. Além dos serviços em fase de finalização pelo Departamento de Estradas e Rodagens (DER), a Via terá cinco novos radares e sinalização com placas e painéis. A promessa é que as novas medidas funcionem a partir de setembro.
BATE-PAPO Cláudio Augusto » 1º Distrito da Polícia Rodoviária Estadual
“Os motoristas não respeitam o limite de velocidade” O que tem provocado o aumento de acidentes na Via Costeira? O “x” da questão é o excesso de velocidade. Os acidentes não têm sido causados por problemas na avenida, e sim pela conduta errada de alguns motoristas. As mortes recentes ocorreram por fatores como má conservação do veículo e velocidade alta. Quais são os principais riscos para quem trafega pela avenida? O problema são os condutores que não estão levando em conta os limites de velocidade. É uma questão de conscientização. A Via é antiga e foi melhorada, mas tem gente que insiste em trafegar acima de 80 km/h. O motorista tem que ter consciência. A reforma que está sendo feita não tornou a avenida mais perigosa? O aumento nos acidentes não
tem a ver com a urbanização, e sim com o aumento no fluxo e a mudança de perfil dos condutores. O traçado permanece o mesmo, com mudanças apenas no canteiro central, que foi fechado. Tem muitas curvas acentuadas e elas ficaram mais estreitas com a obra. Mas se os motoristas andarem em velocidade compatível, não provocarão acidentes. O papel da Via Costeira mudou nos últimos anos? Essa via foi construída no início da década de 1980. Durante muito tempo, ela era usada basicamente por turistas e para atender à rede hoteleira. Mas nos últimos cinco anos, a maioria dos motoristas passou a ser de natalenses que a usam para circular com rapidez entre o Centro e Ponta Negra. A nova ponte também contribuiu para aumentar o movimento de veículos.
quilômetros por hora é o novo limite de velocidade na Via Costeira
68
acidentes foram registrados na avenida entre janeiro e outubro de 2009
82
acidentes foram registrados entre novembro de 2009 e julho de 2010
Vinte homens da CPRE estão atuando em quatro pontos da Via Costeira para evitar acidentes
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Sábado | 14 de agosto de 2010
“
Como é divertido os tantos e tantos comentários postos aqui por analistas absolutamente isentos, imparciais e desinteressados...”
Eliana Lima elianalima@tribunadonorte.com.br
» INCONTROVERSO
Do publicitário Jener Tinoco, no Twitter, durante o debate da BandNatal
JOAONETOFOTOS.COM
» TÚNEL DO TEMPO
JOAONETOFOTOS.COM
Pesquisadores foram às ruas de Natal. No questionário, sondavam sobre a gestão da prefeita Micarla de Sousa. A pergunta era taxativa, para resposta idem: Você aprova ou desaprova a administração da prefeita Micarla de Sousa? O resultado vai tirar o sono borboletal: mais de 60% de desaprovação.
O Clube do Fusca realiza hoje o I Encontro Norte Riograndense de Carros Antigos, no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, a partir das 9h.
» VIVAA!
» FORMATO...
Não é à toa a desaprovação. Quem mora na av. Itapetinga e cercanias, Zona Norte, por exemplo, não poupa adjetivos nada agradáveis à prefeita. Não esquecem o comício que ela fez na avenida, o último da campanha (mesma av. em que Lula discursou para derrota de Fátima Bezerra), prometendo mundos. Hoje, não existem mais os bancos colocados na gestão Carlos Eduardo, o lixo e o mato se acumulam, etc, etc, etc.
»...CÂMERA
Toda bela,Thaysa Flor Santos atraiu os flashes na Prime
» LUZ...
No burburinho de inauguração da Audi, os casadóns Jorginho e Marília Bezerra JOAONETOFOTOS.COM
JOAONETOFOTOS.COM
»...DESAGRADO
» TINTIM
E ainda sobra para o senador José Agripino. Esta semana, uma moradora bradou: “Ela (Micala) não fez nada do que prometeu naquele palanque. E Agripino ainda tava lá do lado dela”.
» RUAS E RUAS
Nem as proximidades do Palácio Camarão estão a salvo. Aliás, na própria rua do Palácio. A uns 300 metros, dois buracos no asfalto. Próximo à Capitania das Artes, mais dois, grandes. Na Junqueira Aires, mais dois, sem chance do motorista desviar, pois o lado esquerdo é preferencial para ônibus.
» DECADÊNCIA...
Não é só a Prefeitura de Natal que atrasa pagamentos, não. No governo do Estado, a situação está difícil. Para se ter noção, os telefones fixos e móveis dos Procons estão cortados porque as contas estão atrasadas desde – acreditem! – outubro do ano passado.
» ...CONSUMIDOR
Os Procons do interior estão incomunicáveis. Se houver dúvida, não tem como pedir orientação a Natal. Quando normal, várias ligações chegam do interior para tirar dúvidas em meio a atendimentos.
No Maranello, Jucianne Melo festejou gritos de felicidades, com os mimos do maridón João Paulo
» AÇÃO
Toda lindinha, Caroline Maciel admira o mimo que ganhou
» TEM...
Existe um fundo que é abastecido pelas multas aplicadas pelo Procon. Há pouco, repousavam no cofre mais de R$ 3 milhões. Dinheiro que só pode ser usado para aparelhamento do Procon, Ministério Público, Defensoria; ou seja, todos os órgãos que defendem os consumidores. Qualquer despesa tem que ser aprovada pelo Conselho Estadual.
» ...MAIS
O Conselho, por exemplo, aprovou licitação para a compra de três carros e outra para aquisição de 89 computadores. Licitações feitas e até agora a Secretaria de Cidadania não autorizou o uso do dinheiro. Com isso, alguns Procons estão sem computador, usando máquinas obsoletas.
» LENÇO
» ENERGIA
O deputado Lavoisier Maia é a mais nova atração da academia Studio 3. Como aluno aplicado, chega cedo, disposto, faz exercícios, bate papo com as meninas-professoras. Quem acompanhou os primeiros dias de Lavô nota que ele já evoluiu.
» SALVEM-SE...
E o posto de salvamento que a Rede Serhs doou ao Corpo de Bombeiros, na Via Costeira? Quando o DER devolverá – está servindo escritório durante as obras na VC? A coluna provocou o CB. Veio a resposta de que representantes dos bombeiros terão hoje uma reunião com o diretor-geral do DER, José D`Arimatéa, às 10h. Pauta: a reativação do posto.
» ...NO MAR
Segundo a assessoria de imprensa do Corpor de Bombeiros, enquanto o posto está ocupado, são utilizados os postos nas praias dos Artistas, Ponta Negra, Redinha e Búzios, “como pontos de prevenção e fiscalização litorânea”.
COLMEIA
De um atento observador das atividades dos Procons: “Beto Madruga e Dari Dantas fazem mágica. Já escutei muito chororô deles por causa do descaso com o órgão. E olha que o Procon do RN é reconhecido como um dos melhores, pelo Departamento de Proteção e Direito do Consumidor – DPDC, órgão do Ministério da Justiça.
» Preta Gil,que veio abalar a festa de Chrystian de Saboya,hoje,no Versailles,é hóspede da na Suite Premium do Quality Suítes.
» Hoje tem Leny Calda soltando a voz no Praia Shopping,às 21h. » Acompanhe o blog Abelhinha e mais notícias no Twitter:@elianalima.
Por falar no Carnatal, este ano o homenageado será Luiz Gonzaga. Para festejar o Rei do Baião, o bloco escolhido foi o Burro Elétrico. Que terá o mestre da sanfona Waldonys no trio elétrico celebrando Luiz Gonzaga, que conheceu apresentado por Do
» LELINHAS
Para festejar 20 anos do Carnatal, a Destaque prepara um CD especial. A seleção musical é feita pelos próprios foliões. Para participar é preciso seguir o Carnatal no Twitter (@carnatal) e indicar as músicas; ou ligar para as rádios e pedir as canções favoritas para o CD Virtual. minguinhos. Trio que será comandado pelo sempre elétrico Capilé.
» EM BREVE
Novidades na advocacia do RN. O subprocurador da República Eduardo Nobre voltará ao batente assim que se aposentar da função. Fará parte do novo escritório Nobre, Falcão & Advogados Associados, na Amintas Barros, Lagoa Nova. Ao lado dele, os advogados Fabiano Falcão, Ivanka Nobre e Ronald Castro.
» TINTIM
O Instituto Brasil completa amanhã 60 anos de serviços prestados à educação do RN. Foi de lá que saíram alguns dos nomes mais influentes do Estado, como o senador Garibaldi Filho, o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, o vereador Ranieri Barbosa; o deputado Robinson Faria e a cantora famosa Roberta Sá.
» VOO EXTRA
Depois de seis anos de atuação, Suely Campelo deixou a gerência de Marketing do Midway Mall. Vai tentar carreira solo.
COLABORAÇÃO: ANNA CLAUDIA COSTA
Em 45 dias, o programa Ronda Escolar registrou 23 ocorrências, fechou quatro bocas de fumo e apreendeu mais de um quilo de droga. O efetivo é de 60 policiais militares capacitados que atuam junto às escolas e comunidades [ BALANÇO ]
Ronda Escolar fecha 4 bocas de fumo uatro bocas de fumo fechadas, mais de um quilo de droga apreendida, 23 ocorrências registradas em, apenas, 45 dias de atividade. Esse é o balanço da Ronda Escolar que em pouco mais de um mês de ação vem garantindo a segurança e combatendo o tráfico de drogas nas escolas de Natal. Nesse balanço, in-
Q
clusive, já conta a apreensão do adolescente de 14 anos, ocorrida na manhã de ontem. O garoto foi pego com 500 gramas de maconha nas proximidades do Colégio Estadual Padre Miguelino, no bairro de Cidade Nova. Desde que entrou em funcionamento em Natal, no final de junho, com um efetivo de 60 policiais mi-
litares devidamente capacitados para atuação junto às escolas e comunidades, o projeto já atendeu 23 ocorrências e prendeu quatro pessoas acusadas de tráfico de drogas. Todas elas eram responsáveis também por bocas de fumos localizadas próximas às escolas. “O principal é que estamos conseguindo dar esse apoio às famí-
lias, alunos, professores e diretores no combate ao tráfico de drogas e à violência. Eles pareciam estar bastante carentes de um apoio desse tipo da Segurança Pública. Por isso, desde que entramos em ação, estamos diariamente em contato com essa comunidade, ouvindo e apurando as denúncias”, afirmou o tenente Williame Bruno, capi-
tão do pelotão da Ronda Escolar. Entra as ocorrências atendidas pela Ronda, a maioria é referente, segundo o tenente, ao tráfico de drogas e à briga de torcidas organizadas. “Todos os dias, visitamos 150 escolas, fazendo roteiros variados, baseados no levantamento junto a esses estabelecimentos de ensino. Natal tem 421 escolas
entre públicas e privada e que podem ser atendidas pela Ronda Escolar a qualquer momento”. O projeto Ronda Escolar está atuando em Natal, Mossoró, Santa Cruz e Parnamirim, com um efetivo de 60 PMs. São 15 viaturas que fazem parte da primeira e única companhia de PM que trabalha especificamente na prevenção.
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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte |
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www.festnatal.com
www.refletoresdafama.com.br
[ ENQUETE ]
Meus filmes inesquecíveis FOTOS:REPRODUÇÃO
ESSE OBSCURO OBJETO DO DESEJO – Direção de Luis Bunuel
ascido no Maranhão, radicado em Natal desde os nove anos de idade, José Delfino Neto é médico, pós-graduado em Anestesiologia, master in Science do Wales College of Medicine. Músico frustrado, adora tocar vilão clássico, mas, como diz, “com amadora incompetência”. Tem lugar cativo – ao lado de Cláudio Emereciano, Dr. Ernani Rosado, Dr. Eudes Moura, Tony Rocha, Anchieta Fernandes, Bené Chaves, Francisco Sobreira na primeira fila dos cinemaniacos. Com o advento do VHS e DVD, trouxe o cinema para dentro de casa, onde, com prazer, recebe netos e amigos. É leitor compulsivo e vê (pelos menos) um filme por dia. É a sua estréia na coluna Refletores da Fama.
ERA UMA VEZ NA AMÉRICA – Direção de Sergio Leone
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A SELEÇÃO
O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA – Direção de John Ford
CREPÚSCULO DOS DEUSES – Direção de Billy Wilder
HANNAH E SUAS IRMÃES – Direção de Woody Allen
AMARCORD – Direção de Federico Fellini
(Valério Andrade)
José Delfino Neto
UM FILME POR DIA Tudo começou quando entrei pela segunda vez, no cinema Glória, final dos anos 50, no interior do maranhão, onde nasci. Quando vi “ Quo vades”, e minha ino-
cência se deslumbrou. Depois veio a fase do cine São Luis, em Natal, que eu ia toda quarta à noite acompanhando mamãe, cinéfila mais viciada do que eu sou hoje. Seguiu-se a fase do Rio Grande, Rex, São Pedro e bem depois, o Nordeste e o Poti. No Poti, vi o filme de inauguração, “ Imitação da Vida”. Participei da época do Cine-
Clube Tirol, que funcionava em um anexo da igreja Santa Teresinha. Foi quando comecei a ver filmes mais elaborados. Qualidade de projeção deixando a desejar, som horrível, mas mesmo assim eu vibrava. Certa vez vi um festival francês patrocinado pela Aliança Francesa, sem legenda, apesar da barreira do idioma o meu prazer foi
enorme. Segui-se a fase da minha pós-graduação na USP, quando fui freqüentador do Cine Bijou (São Paulo) perto da igreja da Consolação. Quando fiz meu doutorado na Inglaterra frequentei um cineclube ( Chapter) que ainda funciona num prédio Vitoriano. Foi lá que vi pela primeira vez, filmes independentes, documentários,
palestras de diretores americanos, e comecei a gostar de Fassbinder, Herzog, John Jost, John Water( o diretor trash ) dentre outros. Depois, radicado definitivamente em Natal, costumava ir todo ano a São Paulo, pra dar um “polimento”, como se diz. Hoje vejo, todo santo dia, pelo menos um filme. (José Delfino Neto)
» CINEMA/CRÍTICA / O BEM AMADO
FOTOS:REPRODUÇÃO
NEWTON RAMALHO Crítico de Cinema
s duas estreias da semana, a comédia nacional “O Bem Amado” e a ficçãocientífica “Predadores” chegou aos cinemas com uma missão prá lá de desafiadora: reeditar antigos sucessos de público e crítica, tentando atender gregos e troianos, ou seja, o público que assistiu as edições originais, e a novíssima geração, para a qual tudo era novidade. Ao tentar esse propósito, quem não se deu muito bem foi “O Bem Amado”, principalmente porque as edições originais, a telenovela de 1973, re-exibida em 1977, e o seriado, levado ao ar na primeira metade dos anos 1980, alcançaram uma enorme audiência, criando uma verdadeira legião de fãs. “O Bem Amado” nasceu como uma peça teatral, escrita por Dias
01 – Os vivos e os mortos – John Huston – 1987 02- Era uma vez na America – Sergio Leone- 1984 03- Desencanto – David Lean – 1946 04- Os suspeitos – Bryan Singer – 1995 05 – Amarcord – Fellini - 1974 06 - Aurora – Murnau – 1927 07 – Esse obscuro objeto do desejo – Bunuel – 1977 08 – O homem que matou o facínora – John Ford – 1962 09 – Crepúsculo dos deuses – Billy Wilder - 1950 10 - O cidadão Kane – Orson Welles – 1941 11 - Cinema aspirina e urubus – Marcelo Gomes – 2006 12 – Pacto de sangue – Billy Wilder – 1944 13 – Hannah e suas irmãs – Woody Allen – 1986 14 – A rosa púrpura do Cairo – Woody Allen – 1985 15 – Tokyo monogatari – Iasujirô Ozu – 1953 16 – Disque M para matar – Hitchcock – 1954 17 - Funny games – Michael Haneke – 1997 ( versão alemã) 18 – O medo devora a alma – Fassbinder – 1974 19 - Sonhos – Kurosawa – 1990 20 - Muito além do jardim – Hal Ashby – 1979 21 – Estômago – Marcos Jorge – 2007 22 – Café da manhã em plutão – Neil Jordan – 2004 23 – Fúria – Fritz Lang – 1936 24 – A morte do demônio – Sam Raimi -1981 25 – Esplendor – Ettore Scola- 1988
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MARCO NANINI no papel que Paulo Gracindo fez na TV
O BEM AMADO: Da televisão para o cinema
Gomes em 1962, com o título “Odorico, o bem-amado, e os mistérios do amor e da morte”. Tratando do cotidiano de uma cidade fictícia no litoral baiano, o autor satirizava o próprio Brasil, que vivia uma época turbulenta que culminaria com a ditadura militar. Odorico Paraguaçu, vivido por
tância. Dias Gomes criou personagens incríveis, que ganharam um alcance extraordinário entre os fãs graças às interpretações dos atores, como foi o caso de Lima Duarte (Zeca Diabo), Emiliano Queiroz (Dirceu Borboleta), Ida Gomes, Dorinha Duval e Dirce Migliaccio (ir-
Paulo Gracindo nas versões televisivas, era um político corrupto, demagogo, mau-caráter e cínico, que era adorado pelo povo simples e inculto, e que foi eleito com a promessa de construir um cemitério na cidade, já os defuntos precisavam ser enterrados em cidades vizinhas, a léguas de dis-
mãs Cajazeiras), além do próprio Paulo Gracindo, que inventou muitos dos bordões de Odorico que ficaram literalmente na boca do povo. Quem não já falou “deixemos os entretantos e partamos para os finalmentes”? Na versão cinematográfica, Odorico é vivido por Marco Nani-
ni, que se esforça para transitar entre alguns traços do personagem de Gracindo, enquanto tenta criar algo novo nesta versão. As Cajazeiras remoçaram e foram vividas por Zezé Polessa, Drica Moraes e Andréa Beltrão. Matheus Nachtergaele criou um novo Dirceu Borboleta, menos afetado, mas, pouco inspirado. A filha de Odorico, vivida pela sensual Sandra Bréa na versão original, foi substituída pela adolescente Maria Flor. A grande mudança, porém, foi com o personagem Zeca Diabo (José Wilker), que virou um matador obscuro e assustador, perdendo o humor inocente de Lima Duarte. A perda do humor, na verdade, foi o maior problema do filme, já que os antigos fãs estavam acostumados ao tom extremamente satírico da novela, mas, principalmente, da série. (Publicado na coluna Claquete em 29.07.2010).
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Natal | Rio Grande do Norte | Sábado | 14 de agosto de 2010 FOTOS:DIVULGAÇÃO
[ EDUCAÇÃO ] Escola Monsenhor José Alves, Meta do projeto é incentivar e valorizar as diversas expressões artísticas
na Zona Norte, teve uma tarde especial
Jornalista é convidado para assistir ao Projeto Sesc CARLOS DE SOUZA Jornalista
ui convidado para participar, na última quarta-feira, do projeto SESC Promove Encontro Cultural nas Escolas, que é um evento realizado em Escolas Públicas da Zona Norte e, ocorre em duas edições, uma em agosto e a outra em setembro, tendo como finalidade integrar as ações culturais promovidas pelo SESC à comunidade escolar. A escola foi a Monsenhor José Alves, uma escola municipal que fica situada na rua Retirolândia, s/n, Conjunto Soledade I, Bairro Potengi, Natal. O evento tem como objetivo dar oportunidade à comunidade escolar de ter uma tarde especial, através de um evento de caráter sócio-cultural. Seus objetivos específicos são: Incentivar a leitura e a produção textual; instigar nos alunos o gosto por atividades culturais; orientar os participantes sobre as técnicas de ler jornais e revistas, tendo como meta a formação de leitores conscientes e críticos; valorizar as diversas expressões artísticas. A programação constava de oficina sobre estratégias de leituras, do papel ao digital, que foi ministrada por mim. Mas outras atividades como a oficina de Contação de Histórias através do Teatro de Sombra; apresentada pelo casal Dorinha e Barroca; uma oficina de produção de texto; um cantinho da leitura; uma oficina de higiene bucal, e uma de ritmos musicais com material reciclado, ministrado pelo artista Jorge Negão. Ao final ainda teve uma apresentação dos Bambelocos de São Gonçalo do Amarante, um dos grupos folclóricos mais antigos do Estado. Chamou a minha atenção a participação dos alunos neste evento em especial. Eles cantavam e dançavam e riam junto com os brincantes. Isso mostra que o folclore não é uma coisa morta, nem coisa de museu. Mas o que chamou minha atenção mesmo foi a resistência dos meninos e meninas em participar de minha oficina, e adianto logo que a culpa nem é deles nem dos professores. A culpa é da sociedade como um todo. As crianças não têm o hábito da leitura. Com muita boa vontade, os professores de outras oficinas foram encaminhando turmas de 10 a 15 alunos para a minha oficina e o resultado se revelou dos mais satisfatórios para um profissional de
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imprensa veterano como eu. A primeira constatação é que, se os donos de jornais de Natal e do resto do Brasil, não implementarem um programa de criação de novos leitores, urgentemente, vão amargar a cada dia mais uma perda substancial de leitores. A maioria esmagadora dos meninos que participou de minha oficina nunca tinha lido um jornal, nem impresso nem na internet, e não pretendiam fazê-lo até aquele momento, quero acreditar. E um mito se desfez logo de cara para mim: Eles gostam de ler, sim, mas principalmente gibis e coisas sobre televisão, celebridades, horóscopos e por aí vai. Alguns disseram que gostam também dos livros infanto-juvenis que a biblioteca da escola fornece. Qual a lição que poderemos tirar disso? Que nem tudo está perdido. A tendência no mundo dos meios impresso hoje é migrar cada vez mais para a internet. O Jornal do Brasil, um dos meios de comunicação mais importantes do país, só tem sua versão agora no espaço virtual. Qualquer pessoa que tenha acesso a um computador pode ler o Jornal do Brasil sem pagar nada, além da tarifa de uma Lan House, se for o caso. Quem paga os custos do jornal são os anunciantes, não o leitor. Pois muito bem. A organizadora do evento, Rita Almeida acha que eventos como este fazem com que o aluno desperte o interesse pela leitura e pela escrita. A diretora da escola, Jardênia Araújo disse que esta é uma idéia maravilhosa, pois assim como ela foi incentivada pelo pai a ler gibis e hoje gosta de ler tudo, assim isso pode acontecer com essas crianças também. Eu não tenho dúvidas quanto a isso. Acho que eventos assim deveriam ser mais frequentes e em um número maior de escolas, sejam do Município ou do Estado. Muitos dos meninos disseram que agora sabem como procurar jornais para ler na internet e que em suas sessões de navegação na internet nos sites de relacionamentos, vão dedicar um tempinho para ler notícias também. É claro, que quase todos demonstraram um interesse muito acentuado em ler notícias da página policial. Perguntados se alguém ali queria ser jornalista, somente dois garotos e uma menina demonstraram algum interesse, e um deles perguntou se era necessário saber escrever para abraçar essa profissão. A maioria sonha em fazer medicina.
Estudantes são estimulados a ter o hábito da leitura
natal
EDUCAÇÃO
Fátima Cardoso fala sobre a greve dos professores municipais.
TEMPO HOJE
TÁBUA DE MARÉS
FEIRAS LIVRES
Nublado com pancadas de chuvas Máx.: 30ºC Mín.: 26ºC
Preamar 07h26 - 2.3 - 19h51 - 2.2 Baixa-mar 07h26 - 2.3 - 13h17 - 0.3
Alecrim: hoje 836 bancas/437 feirantes Santa Catarina 490 bancas/223 feirantes
BALNEABILIDADE Impróprias Pium Controle
FASES DA LUA Nova: hoje Crescente: 16/08 Nascer do sol: 5h21 Pôr do sol: 17h19
Editora: Yara Okubo e-mail: yokubo@tribunadonorte.com.br
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Sábado • 14 de agosto de 2010
Situação no calçadão é mais grave a partir do quinto quiosque, após a estátua de Iemanjá, no sentido Areia Preta-Forte. Donos de quiosques querem que prefeitura tome providências e ofereça segurança no local [ PRAIA DO MEIO ]
Avanço do mar derruba coqueiro ALDAIR DANTAS
situação no calçadão da Praia do Meio está cada vez pior. Na quinta-feira (12) o portal TN Online divulgou imagens da destruição causada no local devido ao avanço da maré. Ontem, 13, no entanto, a situação tinha piorado consideravelmente, inclusive com a queda de um coqueiro que estava na orla. Na tarde de ontem nenhum funcionário da Semsur estava no local no momento em que a equipe da Tribuna do Norte esteve na área. A orla da Praia do Meio sofre frequentemente com os problemas do avanço da maré. O calçadão, bastante utilizado por natalenses e turistas, abriga diversos quiosques que também correm o risco de desmoronar, o que assusta os transeuntes e comerciantes do local. Ao se chocar com violência à parede do calçadão, a água do mar invariavelmente molha os clientes que estão nas cadeiras à beira da orla, o que está prejudicando o movimento no local. O comerciante João Tenório, 73 anos, tem um quiosque na Orla e informou que sofreu com o desmoronamento de parte do calçadão no ano passado, quando o trecho em que se localiza o seu es-
A
Comerciantes de quiosques estão temeresos com o avanço do mar e que esses coqueiros machuquem os banhistas da praia
NÚMERO
02 coqueiros,fora o que caiu ontem,estão ameaçados.
tabelecimento ruiu devido ao avanço das águas. “É uma situação complicada. Todo mundo fica com medo disso aqui cair. É um perigo”, acredita o morador da Rua do Motor, afirmando também que outros comerciantes têm o mesmo
problema que ele. A situação no calçadão é mais grave a partir do quinto quiosque após a estátua de Iemanjá, no sentido Areia Preta-Forte. Lá, além do coqueiro que caiu ontem, pelo menos mais dois correm sério
risco de ter o mesmo fim já neste sábado, dependendo da força da maré. Mesmo assim, a prefeitura ainda não havia definido que atitude tomar com relação ao problema na orla. Apesar do desmoronamento do
calçadão ser um fato recorrente, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), até a noite da quinta-feira (12), aguardava a posição da Secretaria Municipal de obras Públicas e Infraestrutura (Semopi) sobre a melhor alternativa para o local. A titular da Semsur, Solange Ferreira, argumentou que, após reunião na semana passada entre Semsur, Semopi e engenheiros das empresas que trabalharam na obra, a Semsur pediu um laudo à Semopi para definir a ação que deveria ser tomada na área. A dúvida, de acordo com Solange Ferreira, é se será realizada uma obra emergencial no local ou se tomarão uma medida emergencial e aguardarão para realizar a obra dentro do cronograma de ações desenvolvido com vistas à Copa do Mundo de 2014. A Semsur também informou na quinta-feira (12) que enviou funcionários ao local para fazer o isolamento das áreas de maior risco, mas que a própria população havia retirado as fitas “zebradas”. A reportagem tentou o contato com a Semsur, mas até o fechamento da edição não obteve resposta.
RODRIGO SENA
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natal
Sábado | 14 de agosto de 2010
ENTREVISTA/ EDUARDO GIRÃO – EMPRESÁRIO, PRODUTOR CULTURAL E IDEALIZADOR DO PROJETO ESTAÇÃO DA LUZ
Chico Xavier abriu uma porta
[ PCCV ]
JÚNIOR SANTOS
Servidores vão cobrar mudanças em Plano s servidores do município que serão beneficiados pelo Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos vão cobrar alterações na proposta da prefeita Micarla de Sousa enviada à Câmara Municipal do Natal. O sindicato informa que acordos firmados anteriormente com o Executivo não foram respeitados e levantaram a hipótese de que o Executivo tivesse agido de má fé, por isso vão cobrar a correção imediata da proposta. Na manhã de ontem, a Prefeitura, através dos secretários do Gabinete Civil, Kalazans Bezerra, e de Administração, Roberto Lima, explicaram o conteúdo das propostas enviadas à Câmara, que tratam do PCCV geral dos servidores, do plano para os servidores da Saúde e sobre a lei de gratificações. Os auxiliares da prefeita definiram o momento como histórico, lembrando que os servidores cobram a implementação dos planos de cargos há 19 anos. Segundo informações da Prefeitura, serão enquadrados inicialmente aproximadamente 6 mil servidores no PCCV geral, além de quase 2 mil inativos e pensionistas. O plano prevê, entre outras coisas, o estabelecimento de níveis distintos para cada quatro anos de serviço, com a implantação ocorrendo gradativamente e todas as progressões ocasionadas por avaliação de desempenho. Ainda de acordo com o Executivo, a primeira fase do PCCV geral vai ser paga em setembro, e as outras duas restantes serão implementadas em janeiro e março de 2011, sendo os percentuais de 30% na primeira fase e 35% nas duas seguintes. Sobre a lei das gratificações, a Prefeitura informou que serão separadas as gratificações e adicionais, devendo estes constituir base de contribuição previdenciária. Além disso, também foi garantido pelo Executivo todas as gratificações anteriormente acordadas serão mantidas na nova Lei como abono até a incorporação dos valores ao salário do servidor. Já no PCCV da Saúde, a Prefeitura informou que serão criados cinco níveis específicos. Na proposta, a progressão ocorrerá à medida que o “servidor adquire e aplica suas competências e cuja promoção profissional se dará a partir da capacitação técnica necessária ao exercício dos cargos”. Apesar da garantia por parte dos secretários Kalazans Bezerra e Roberto Lima de que o acordo com os servidores foi cumprido, o Sinsenat se queixa de que alguns pontos supostamente não foram respeitados e que o conteúdo do projeto só foi apreciado pelo sindicato após a entrega na Câmara Municipal. Segundo com comunicado enviado pelo Sinsenat, teria ficado assegurado no acordo que não haveria nenhuma alteração na forma de pagamento dos adicionais, e que seriam apenas separados das gratificações para incidência de desconto previdenciário, o que não estaria no projeto enviado à CMN. Entre outras queixas, o sindicato também afirma que não estão no projeto referente aos servidores da Saúde a implantação de 20% de insalubridade no vencimento básico, a mudança de nível de dois em dois anos, além da manutenção do adicional noturno de 25% sob o salário base do servidor. Com uma audiência pública agendada para a próxima terçafeira (17), às 9h, na Câmara Municipal, onde vereadores, membros do Executivo e do sindicato discutirão os projetos, o Sinsenat convocou toda a categoria para comparecer ao local e cobrar as mudanças na proposta.
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Como surgiu a ideia de produzir um longa acerca da vida do mais conhecido médium brasileiro,Chico Xavier? O filme “Bezerra de Menezes, O Diário de um Espírito” (2008) foi o precursor deste tipo de cinema no Brasil, o chamado cinema transcendental, que fala ao coração, busca levar uma mensagem de paz, conforto e esperança, de que o amor vale a pena neste mundo maluco de valores tão invertidos, onde o Ter se sobrepõe ao Ser. Com o Bezerra de Menezes foi aberta uma fresta no mercado, para vislumbrar este público que não aguentava mais ver a filmes de violência, de favelas, aquele clichê do cinema nacional. Um filme com baixíssimo orçamento e qualidade técnica até delicada, porque era um documentário, e foi visto por 505 mil pessoas, um estouro para o mercado nacional. Daí, este projeto do “Chico Xavier, o filme”, que o diretor Daniel Filho tinha há tempos, resolveu tirar da gaveta. E deu cadência a retirada de outros projetos e existe forte produção na área atualmente. Seria uma nova tendência do mercado cinematográfico brasileiro, para além do “favelamovie”e a pornochanchada? Com certeza. Se o “Bezerra de Menezes” abriu uma fresta, “Chico Xavier” abriu uma porta e o “Nosso Lar”, uma produção que deverá estrear em 13 de setembro como o maior orçamento da produção nacional, cerca de R$ 20 milhões, irá escancará este mercado. Eu acredito que não é uma onda de filmes espiritualistas, mas um novo gênero que veio para ficar, por que as pessoas não agüentam mais notícias negativas. Um orçamento deste porte demonstra não só a aceitação do público,mas da indústria da sétima arte para o segmento? Eu digo que é o grande présal brasileiro. Não é aquele da Petrobras, mas os roteiros de de dezenas de livros, que é só adaptar para o cinema. Existem muitos roteiros prontos para o cinema de livros psicografados. Romances belíssimos, que falam de amor e de perdão. E a indústria identificou um público sedento, independente da religião. A sensação de leveza é o produto resultante de uma sessão de cinema transcendental. Há ainda outras produções como paulista “O Filme dos Espíritos” e “E a vida Conti-
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cearense Eduardo Girão, co-produtor de obras da sétima arte transcendental como “Bezerra de Menezes, o Diário de um Espírito” e “Chico Xavier, o Filme” fala em entrevista à TRIBUNA DO NORTE sobre o novo gênero do cinema nacional, em alternativa aos
movie-favelas e pornochanchadas. A espiritualidade é a temática que veio para ficar e reconstruir os valores humanos - acredita. “Se o Bezerra de Menezes abriu uma fresta, Chico Xavier abriu uma porta e o Nosso Lar irá escancará esse mercado”. O idealizador do projeto Estação da Luz fala ainda da sua experiência pessoal com a expressão artística de Chico e sobre o novo projeto, o filme As mães de Chico Xavier, que será lançado em 2011. Confira a entrevista. DIVULGAÇÃO
nua”, baseado no livro homônimo psicografado pelo Chico, que deverão ser lançados em 2011. Pra se ter a dimensão de como o Brasil pode fazer a diferença. Esta recorrência do tema espiritualidade em novelas,séries e cinema,significa uma expansão da doutrina espírita? Esses filmes são concebidos, e não tem objetivo de doutrinar, de trazer novos adeptos, mas de levar mensagens de paz, conhecimento de que a vida não termina com a matéria, morte e isso é algo que tem percebido há décadas na literatura. A ciência cada vez avança nesse tema. Não é nada místico, mas a reencarnação tem uma base científica. E no Brasil, com o sincronismo religioso as pessoas estão mais abertas. E não por acaso, nasceram aqui o Chico Xavier, o Divaldo Pereira Franco. A presença é forte de mediunidade nas novelas como “Escrito nas Estrelas”, com recorde de audiência, “A Viagem” que foi reprisada por duas vezes pela Globo, que está para lançar a série A Cura, com Selton Melo. É um tema de interesse, de reconstrução de valores do ser humano, da pedagogia de amor. As suas produções,seja no teatro ou nas telonas, trazem de forma pungente a figura de Chico Xavier e seu legado.A que se deve esta predileção? Eu tive uma transformação pessoal, a partir de uma expressão artística de Chico Xavier. Eu era uma pessoa extremamente materialista. O dinheiro estava acima da família, dos amigos. E em 2000, eu tive síndrome do pânico, a partir daí eu comecei a buscar algo para preencher o meu espírito. Por mais que eu ganhasse dinheiro, eu não era feliz. Foi quando eu assisti a peça “O Cândido Chico Xavier”, um musical carioca que vi em São Paulo. Durante todo espetáculo eu chorei. E é muito forte este viés da cultura nordestina de que homem
não chora. Fazia uns dez anos que eu não chorava e eu me lavei. Passei a refletir, ler, pesquisar sobre a vida daquele que poderia ser um magnata, mas abdicou tudo para viver em um quartinho fazendo o bem. Só pode ser muita convicção. Foi quando promovemos a Mostra de Teatro Transcendental do Ceará, surgiu a ideia de fazer um documentário sobre o Bezerra de Menezes, com R$ 100 mil. Fato é que o Universo conspira quando você quer fazer o bem, porque a minha área não é produção cultural, é segurança e hotelaria. Mas as portas foram se abrindo e os patrocinadores chegando e conseguimos transformar o que era um documentário
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Como produtor cultural eu posso dizer que não tem a pretensão de mudar o mundo, o que a gente faz é um contraponto a esta temática de violência nas telas, de sexo irresponsável, de erotismo exacerbado”
em um longa-metragem, que atraiu meio milhão de pessoas. Você conheceu Chico Xavier? Infelizmente não. Eu despertei para o Chico em 2000, mas nesse tempo eu não tive oportunidade de ir a Uberada, em Minas Gerais. Bastante velhinho, ele faleceu em 2002. Quatro meses depois da estreia,como avaliar o sucesso de Chico Xavier,o filme? Até semana passada, 3.470. 000 espectadores assistiram o filme. Um estrondo de bilheteria e a melhor arrancada dos últimos 20 anos, ou seja, no primeiro fim de semana em cartaz, cerca de 750 mil pessoas já haviam visto. Isso é resultado da figura do Chico e da mobilização de pessoas que amam, e que queriam homenageá-lo no centenário de vida dele. Conhecer a história dele, contada pelo Daniel filho a partir da atuação de atores como o Tony Ramos, a Cristiane Torloni, e outros grandes nomes, teve uma repercussão muito forte. Qual o próximo projeto da Estação da Luz? Além do Nosso Lar, que tivemos participação indireta, estamos produzindo as “Mães de Chico Xavier”, que já foi todo gravado com locações em Fortaleza, no Ceará, e em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, e estamos em fase de edição. Negociamos com os mesmos distribuidores do Chico Xavier, o filme, a mesma equipe, com exceção de Daniel Filho, que está em outro projeto. O longa conta a história de três mães que perderam os filhos e estavam paralisadas pela dor, pela falta do perdão, na depressão. E por meio da psicografia de médium, foram salvas. São histórias reais, fruto de pesquisa e baseadas no livro do jornalista Marcel Souto Maior, “Por trás do véu de Isis”. A exemplo do que ocorreu com Bezerra de Menezes, que fizemos a van premier, pretendemos voltar a Natal. Qual a pretensão desta vertente cultural voltada para a “pedagogia de amor”? Como produtor cultural eu posso dizer que não tem a pretensão de mudar o mundo, o que a gente faz é um contraponto a esta temática de violência nas telas, de sexo irresponsável, de erotismo exacerbado. Mostrar que as pessoas querem boas notícias e deixar esperança para os nossos filhos.
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natal
[ EDUCAÇÃO ] A greve dos professores do
município será por tempo indeterminado
Professores municipais decidem parar na terça s professores da rede municipal de educação podem entrar em greve na próxima terça-feira (17). A decisão foi tomada em assembleia realizada na manhã de ontem, 13, na sede da Escola Estadual Winston Churchill. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (SinteRN) decidiu que, caso a Prefeitura de Natal não atenda as pendências apontadas pela categoria, as atividades ficarão paralisadas por tempo indeterminado. Os professores do município reclamam da falta do repasse da restituição dos vales-transportes municipais, além do salário confiscado desde julho. De acordo com Fátima Cardoso, coordenadora geral do Sinte, o ofício de greve já foi protocolado no gabinete da prefei-
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ta. Falta apenas realizar o protocolo na Secretaria Municipal de Educação. “Fomos até à sede, no Novotel, mas o secretário Edivan Martins não estava lá. Vamos novamente na segundafeira de manhã”, explicou a coordenadora do Sinte. Segundo Fátima Cardoso, desde março a prefeitura não repassa a verba para o transporte intermunicipal, que continua sendo descontado na folha de pagamento. Já o salário de vários professores estão sem ser pagos, com a justificativa de que eles não responderam ao Censo da Educação. “Porém, muitos profissionais que, comprovadamente, responderam o Censo, estão sem receber. Além disso, os diretores das escolas apresentam todo mês os livros de pontos”, afirma Fátima. RODRIGO SENA
Fátima Cardoso diz que ofício da greve já foi protocolado
Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 11
[ DESAPARECIMENTO ] Maurílio Pinto acredita que rapaz pode ter sido vítima de um sequestro relâmpago. Família, desesperada, espalha cartazes com a foto de Paulo Roberto
Estudante de administração está sumido há quatro dias DIVULGAÇÃO
oliciais da Delegacia Especializada em Capturas e Polinter (Decap) e da Divisão de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) estão investigando o desaparecimento do estudante de administração da UnP Paulo Roberto Lima Buarque de Souza, 22. Hoje completa quatro dias que o estudante está desaparecido. Para o delegado Maurílio Pinto de Medeiros, o jovem pode ter sido vítima de um sequestro relâmpago. “Algo pode ter dado errado durante a ação dos bandidos e Paulo ter sido levado junto com os criminosos”. A polícia já sabe que foi sacado pouco depois do meio dia de terça-feira (10) a quantia de R$ 600 de uma agência bancária (não foi divulgado o banco). “Ainda não sabemos quem fez a retirada deste valor. As diligências estão sendo realizadas”. Enquanto a polícia investiga, a família do rapaz não para. Cartazes com a foto de Paulo foram espalhados por diversos órgãos públicos da capital. No Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), por exemplo, há dois cartazes. Célia Buarque, 45 acredita que o filho está vivo e sem a possibilidade de contato com os parentes. “Ele é um garoto maravilhoso. Nunca nos deu trabalho. Com certeza está impossibilitado de voltar para casa”. A mãe diz ainda que ontem à tarde parentes e amigos espalharam cartazes em outros pontos de Natal. “Esperamos que alguém que tenha visto algo nos avise. Meu filho sempre
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foi muito carinhoso. Não faria nada sem nos avisar”. Paulo Buarque deixou a namorada em uma clínica no bairro do Tirol e seguiu para a agência do Banco do Brasil do bairro da Ribeira onde iria abrir uma conta salário. Depois disso não foi mais visto. A polícia não revelou se o universitário chegou a entrar no banco ou se não teria chegado na agência. A picape GM Chevrolet Montana de cor preta que Paulo dirigia foi localizada por volta da uma hora da madrugada da quartafeira (11), em Capim Macio.
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Algo pode ter dado de errado durante a ação dos bandidos e Paulo ter sido levado junto com os criminosos” MAURÍLIO PINTO delegado
A família do jovem verificou que havia sido levado do carro o Sistema de Navegação por Satélite (GPS) e também o som do carro. Outros objetos que estariam dentro do automóvel não foram levados. Qualquer informação sobre o paradeiro de Paulo Buarque, as ligações devem ser feitas para as delegacias que investigam o caso. O telefone da Decap é 32327867 e o da Deicor é o 32322862. O sigilo é garantido.
Paulo Roberto L.Buarque de Souza,22,teve R$ 600 sacado da conta
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Natal | Rio Grande do Norte | Sábado | 14 de agosto de 2010
O motivo da ação é a demora da prefeitura em recomeçar a reforma do Centro de Referência Odontológica Morton Mariz. Enquanto a situação não é resolvida, a população é que fica prejudicada sem os serviços
[ SAÚDE ]
Promotoria entra com agravo stá com a juíza substituta da vara da Fazenda Pública, Ana Cláudia Secundo Luz, o agravo da ação civilpública movida pela Promotoria de Saúde e pelo Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Norte (CRO/RN) em desfavor da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O motivo da ação é a demora da Prefeitura em recomeçar a reforma do Centro de Referência Odontológica Morton Mariz, responsável por aproximadamente sete mil atendimentos mensais e que está sem funcionar desde maio de 2009. O agravo da ação-civil pública pede que a Prefeitura consiga um local para que seja instalado o Centro de Referência até que a obra no prédio antigo, localizado na Ribeira, zona Leste de Natal, seja concluída. Além disso, a Promotoria da Saúde quer também receber o projeto da reforma, para saber o que ele exatamente contempla. Isso porque, mesmo com toda a discussão acerca de um assunto que já se arrasta há mais de um ano, a SMS nunca se preocupou em apresentar o que realmente seria reformado no prédio. Esse agravo pedido pela Promotoria de Saúde é consequência de uma antecipação de tutela indeferida pela juíza em junho. Na época, a SMS teria se prontificado a entregar o novo Morton Mariz, totalmente concluído, em dois meses e, por isso, o pedido acabou negado. Porém, a promessa não foi cumprida e nem chegou perto disso visto que, há dois me-
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ses, a obra está parada. “Queremos uma satisfação, uma explicação de como está a reforma desse centro que é como se fosse o Hospital Walfredo Gurgel da odontologia, por ser um local onde se atende a uma demanda muito grande de pacientes de Natal e do interior”, afirmou o presidente do CRO, Eimar Lopes. A SMS, apesar de não mostrar o projeto, afirmou que na reforma o Morto Mariz ganharia um estacionamento interno, um novo teto, refeitório e um laboratório de próteses. “Só quem sofre com essa situação é a população, que perdeu um Centro de Referência em nossa cidade”, garante o presidente. De acordo com o diretor do departamento de infraestrutura física e tecnológica da SMS, Alexandre Vasconcelos, a reforma da unidade, referência no atendimento odontológico de Natal, vai ser retomada até o final deste mês. Ainda segundo ele, as obras paralisaram, pois foram necessários mais recursos. “O valor inicial, de R$138,5 mil, foi para a parte estrutural da obra, como por exemplo, a cobertura da unidade. Faltaram recursos para a última fase, que é a adaptação dos banheiros, o refeitório e os acabamentos. Foi preciso uma nova licitação. E agora vamos recomeçar a obra”, explicou Alexandre Vasconcelos. Ele disse ainda que os recursos são da ordem de R$80 mil e que a empresa RVV será responsável pelas obras. A previsão de entrega é até dezembro deste ano.
RODRIGO SENA
Centro de Referência Odontológica Morton Mariz, localizada na Ribeira, era responsável por sete mil atendimentos por mês
Interdição da unidade teve início em 2009 A unidade Morton Mariz foi interditada em maio de 2009, depois que parte do telhado desabou. Quando funcionava, possuía 14 consultórios e contava com 38 dentistas, que realizavam, aproximadamente, sete mil atendimentos por mês - ao todo, 96 funcionários trabalhavam na unidade. Além disso, apresentava três atendimentos diferenciados: o pronto-socorro, para casos de urgência e emergência; o Centro de Especialidades Odontológicas, que realizava cirurgias e tratamento a pessoas com necessidades especiais, entre outras ações; e o Ambulatório de Referên-
cia, que atendia casos mais complexos da odontologia. “Sem o Morton Mariz, perdemos a cirurgia e o atendimento a pessoas com necessidades especiais, que era realizado apenas lá, em Natal”, afirmou o presidente do CRO. Em julho de 2009, após ouvir a comissão que foi formada por servidores de classes diferentes da unidade, a SMS começou uma reforma que seria geral no prédio e deveria ser concluída até novembro daquele ano. No entanto, até agora, depois de inúmeras suspensões e reinícios, a obra continua inconclusa.
Enquanto o novo Centro de Referência Odontológica Morton Mariz não fica pronto, os atendimentos são realizados no Centro Clínico José Carlos Passos. As condições de trabalho não são muito diferentes das que eram oferecidas no Morton Mariz, antes de ser fechado. São oferecidos apenas os serviços de urgência como canal e raio-x. Além disso, não são todos os dias que estes serviços são oferecidos. Isso porque não há sala suficiente para acomodar todos os profissionais, que estão distribuídos pelas unidades de saúde dos bairros.
“Os pacientes com necessidades especiais, como os portadores de síndrome de down, estão sem atendimento há mais de um ano porque não temos estrutura para receber esses pacientes. Além disso, temos que revezar com os outros dentistas porque não há cadeira suficiente para atender os pacientes. Tem uma cadeira que eu preciso apoiar com a perna para que o paciente fique na altura ideal. Sem esse apoio, ela despenca. Espero que essa situação se resolva o mais rápido e que a unidade volte a funcionar”, disse a dentista Auta Maria Pereira.
[ BOMBEIROS ]
Governo pede a prorrogação de prazo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte poderá contar com 275 novos soldados já nos próximos meses. O Governo do Estado enviou à Assembleia Legislativa um pedido para a prorrogação do prazo de validade do concurso para o cargo de soldado do quadro de praças da corporação, que expirou em novembro de 2009. Na mensagem, encaminhada no dia 11 desse mês, o Executivo pede a apreciação da matéria em regime de urgência. Com a validade de dois anos já expirada, o Governo justifica que não houve o preenchimento das 675 vagas previstas no concurso. Segundo a mensagem encaminhada, apenas 400 vagas foram preenchidas e o número é insuficiente para atender a todo o território do estado, principalmente com a abertura do Subgrupamento do Corpo de Bombeiros em Pau dos Ferros, que precisará de novos soldados, e a expectativa para a Copa de 2014, que demandará ainda mais profissionais. O concurso, realizado em 2006 e homologado em 2007, tinha a previsão de prorrogação por mais dois anos, mas é necessária a aprovação da Assembleia para que os suplentes sejam convocados. Para isso, o Executivo pede que a matéria seja apreciada em regime de urgência, que é quando o projeto não tramita nas comissões antes de ser votado em plenário. Também foi usado como justificativa o fato de que a realização de um novo concurso implicaria em muitos gastos.
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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE SÁBADO • 14 DE AGOSTO DE 2010
imóveis &Construções
MERCADO REAGE COM OBRAS Depois do marasmo de 2009, a euforia invade todos os espaços da cidade que mais cresce no Nordeste
AS NOVAS FRONTEIRAS DA EXPANSÃO
RIBEIRA EXIBE TODA A SUA MAJESTADE. SÃO NOVOS TEMPOS
Com as áreas tradicionais praticamente esgotadas, novos empreendimentos se voltam para o prolongamento da BR-101.
O bairro histórico da cidade revela seu charme a partir de novos empreendimentos imobiliários que valorizam as belezas naturais.
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É a chance que nunca tivemos de provar nosso valor para o Brasil e o mundo” FERNANDO FERNANDES, o secretário da copa de 2014 sobre a construção da Arena das Dunas [ PÁGINAS 6 e 7]
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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE SÁBADO • 14 DE AGOSTO DE 2010
imóveis &Construções
Natal sede da Copa de 2014 também é a cidade que sabe tirar proveito das grandes oportunidades para destravar o seu desenvolvimento
QUE VENHA 14
Pela primeira vez em muitas décadas, Natal vive a expectativa de abrigar um evento que pode mudar dramaticamente o seu ritmo de desenvolvimento. Serão três anos de pesadas intervenções urbanas
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vinda da Copa Fifa para o Brasil detonou uma corrida contra o tempo e despertou sonhos adormecidos. Para Natal, uma das subsedes de 2014, em especial, há grandes promessas à vista. De economia aquecendo, de mais dinheiro no bolso de milhares de trabalhadores potiguares, de uma cidade se abrindo para o mundo. E, principalmente, obras, muitas obras para melhorar a infraestrutura urbana. Isso significará mais saneamento, melhor mobilidade, um turismo fortalecido - fatores que dependem de um grande evento para se tornarem realidade. Ou, como diz o secretário especial da Copa, Fernando Fernandes, nesse negócio o futebol é apenas detalhe, ingrediente de um bolo gigantesco, capaz de alavancar um crescimento nunca visto no Rio Grande do Norte. E olha que nos últimos 20 anos não faltou expansão, especialmente em Natal, com os investimentos estrangeiros no litoral. No cenário nacional, então, os números são avassaladores. Até o final deste ano, a Caixa Econômica promete fechar R$ 60 bilhões em recursos para o crédito habitacional no Brasil. No RN, principalmente por conta do programa “Minha Casa, Minha Vida”, o cálculo indica um investimento recorde de R$ 1,2 bilhão em contratações até dezembro deste ano.
Somando os recursos privados, a conta chega aos R$ 2,2 bilhões. É uma cifra sem precedentes se olharmos para três anos atrás, quando o teto máximo de contratações não batia a casa dos R$ 350 milhões concretizados, incluindo ai os autofinanciamentos e os contratos fechados no âmbito da Caixa. Com 62 projetos na fila para o segundo semestre, aliás, a Caixa prevê liderar os investimentos em novas moradias - o dobro dos R$ 523 milhões contabilizados em 2009 e mais de seis vezes os R$ 176 milhões financiados em 2008, quando ainda não existia o “Minha Casa, Minha Vida”. A
CEF é responsável por mais de 70% dos financiamentos habitacionais no País. Se a Caixa concentra 57% dos recursos disponíveis no mercado para o financiamento habitacional, isso significa mais de R$ 100 bilhões em financiamentos para todo o setor só este ano em todo o território nacional. Para o presidente do Conselho Federal de Corretores (Cofeci), João Teodoro, que esteve em Natal maio último, participando do Nordeste Invest, isso permite projetar para o mercado imobiliário com um todo investimentos da ordem de R$ 220 bilhões no período de 12 meses.
Desta vez, as oportunidades não beneficiam apenas o investidor isolado atrás de bons negócios de ocasião. O processo que culminará com Natal sede da Copa do Mundo alterará profundamente o ritmo do desenvolvimento do estado como um todo e imporá demandas para quais precisaremos nos preparar. É o chamado bom problema. Não é mais um cavalo selado pronto para ser montado somente por quem reconhece o valor do momento – é uma manada inteira de oportunidades, beneficiando mais de 50 cadeias de negócios ligadas ao turismo. No centro desse processo está
a construção civil e o mercado imobiliário. Nos últimos dois meses, IMÓVEIS & CONSTRUÇÕES foi a campo para refazer o mapa do crescimento imobiliário à luz da grande conquista de Natal como uma das 12 cidades sede da Copa do Mundo de 2014. Foram ouvidos especialistas, empresários, investidores nacionais e internacionais e gente do Governo Federal, Estado e Prefeitura de Natal. E a conclusão foi que é preciso, antes de tudo, compreender porque o mercado vive uma época especial. E buscar um ponto de equilíbrio para essa nova onda de crescimento, descartando imediatismos na hora de propor projetos. Nas páginas seguintes, vamos mostrar, por exemplo, que o mercado local já não pensa mais como antes nos investidor estrangeiro individual que, tudo indica, não voltará tão cedo enquanto as taxas de câmbio estiverem desfavoráveis a eles. E que o mercado deve buscar um ponto de equilíbrio para atender o mercado interno em expansão. Ainda, que a construção civil já recompôs quase 40% das demissões que atingiram o setor até o final do ano passado por causa da crise do subprime nos EUA. E que o programa “Minha Casa, Minha Vida” já é responsável no RN por uma mobilização recorde de recursos. É ou não é um show de bola?
Esse negócio de futebol é apenas detalhe, ingrediente de um bolo gigantesco, capaz de avalavancar um crescimento nunca visto no RN” FERNANDO FERNANDES Secretário Especial da Copa de 2014
EXPEDIENTE Diretor de Redação: Carlos Peixoto
Gerente Comercial: Eliane Rocha
Gerente de Marketing Andréia Barandas
Edição e textos Marcelo Hollanda
Ilutrsações e Infografia Bob Calazans
Fotos Ana Silva
Projeto gráfico e paginação: Carlos Bezerra
Revisão: Cássia Maria
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Depois de viver momentos difíceis no ano passado, com reflexos da crise americana, 2010 inaugura tempos de crescimento e também de preocupação para quem olha o futuro
UM MERCADO EM EBULIÇÃO DITA AS NOVAS REGRAS m olhar mais atento sobre o surpreendente mercado imobiliário de Natal revela que novas fronteiras de ocupação já começam a se delinear a partir da retomada dos negócios em 2010. Depois de uma pausa estratégica, consumidores e investidores miram prioritariamente a saída da cidade pela Zona Sul, BR 101, onde as propriedades lindeiras já registraram expressiva alta nos valores do metro quadrado do terreno. Há quem considere um aumento de 200% nos últimos dois anos. Paralisado durante parte de 2008 e 2009, com o estouro da bolha imobiliária norte- americana, o mercado local manteve-se recolhido aguardando novidades. Pois elas vieram, este ano, em doses industriais, afetando os custos da construção, via preço dos insumos e escassez demão-de-obra qualificada. Se em 2009 os poucos lançamentos eram os que já estavam na agulha das construtoras, este ano o que não falta é oferta de imóveis na planta. Ou seja, os lançamentos - o filão número 1 do mercado - estão à toda. O programa “Minha Casa, Minha Vida”, a ampliação do acesso ao crédito e os programas de transferência de renda do Governo Federal explicam, em parte, es-
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sa recuperação assombrosa de parte da classe média brasileira. Ou seja, o remédio contra a crise internacional veio do mercado interno, que ocupou os espaços de pequenos e médios invertidores, principalmente européus. Com o Real forte e os negócios na Europa desabando, com a ajudinha da crise na Grécia, capitais ingressaram fortemente no País, via os fundos de investimento. A resposta foi mesmo imediata. As demissões maciças na construção civil e outros setores cederam lugar à readmissão num volume inédito. Tudo isso alimentado pelas previsões de crescimento recorde do PIB. Era tudo o que o mercado imobiliário queria ouvir. Mas, como o céu não é perto, há os famosos gargalos a serem contornados. Além dos notórios, uma crônica falta de planejamento assola a iniciativa dos governos estaduais e municipais. Natal como uma das subsedes da Copa de 2014 será um teste para cardíacos. Toda a atenção é pouca. Entre os 47 projetos de transportes públicos para as cidadessede que contarão com recursos federais, já se sabe que apenas dois devem envolver metrôs, em São Paulo e em Fortaleza. Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Sal-
BR-101 em direção a Parnamirim. É por aí que novos investimentos imobiliários estão plantados
vador solicitaram, mas não irão receber recursos para o desenvolvimento de seus sistemas de transportes metroviários visando o evento. Natal, que sofre grandes problemas dessa natureza, terá dias difíceis pela frente. O Governo alega não querer deixar cidades esburacadas e arriscar investir em obras que tal-
vez não sejam finalizadas até a realização da Copa. Portanto, projetos ligados à mobilidade urbana podem ser insuficientes para evitar grandes congestionamentos nos períodos dos jogos, um dos principais vilões da Copa da África do Sul. Do ponto de vista da economia formal, o programa “Minha
Casa, Minha Vida” é a grande razão do crescimento do mercado imobiliário. De abril de 2009 a abril deste ano foi registrado um crescimento recorde de empregos na construção civil (16,56% só no Rio Grande do Norte, correspondendo a 4.720 vagas). De janeiro a abril último houve um superávit
de contratações no estado (a diferença entre admissões e desligamentos) de 912 pessoas – um crescimento de 10,20%, correspondente a 3.243 vagas. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil do RN, quase 40% dos demitidos nos canteiros até dezembro de 2009 já foram readmitidos até meados deste ano. Por conta disso, há uma inflação salarial nos canteiros de obra. Os salários dos trabalhadores mais especializados em tempos de demanda aquecida são combinados extrasindicato. E a briga de foice entre as construtoras já começou. “A rotatividade nos canteiros, especialmente nas épocas de inícios de grandes lançamentos, é intensa” - reconhece Raimundo Nonato Maia Costa, gerente geral da Colméia no RN. Como sempre acontece em momentos assim, empregados de uma obra são subtraídos dos canteiros pelos concorrentes. Essa prática usual não gera grandes conflitos, pois eventualmente os lesados usam da mesma prática. Engenheiros, mestres, marceneiros estão entre os mais valorizados. Mas faltam também pedreiros, pintores, eletricistas e até estagiários nas construtoras. O Nordeste, segundo dados da Revista Exame, responde por três em cada dez empregos gerados no setor em todo o país, enquanto o consumo de cimento nos nove estados cresceu em média 9,3% ao ano entre 2006 e 2009, muito acima da média nacional de 5,9%, puxando o consumo de energia.
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Do marasmo de 2009 à euforia de 2010, os indicadores regionais não poderiam ser melhores. Hora de aproveitar
OS BONS VENTOS DA ECONOMIA O
s dados da economia brasileira, apesar do aumento da taxa de juros, indicam umcrescimento entre 6% a 8% para este ano – algo que não acontecia desde 1985, ano da criação do Plano Cruzado. Os feirões da Caixa batem recordes sucessivos de negócios. Em Natal, a última edição projetou ganhos sem comparação às anteriores. O último Nordeste Invest, realizado pela primeira vez em Natal em maio último, gerou uma expectativa de negócios de R$ 1,8 bilhão – cinco vezes maior do que no evento anterior, realizado em Maceió. Mas, ao invés da euforia da época do Plano Cruzado, quando o combate à inflação vinha à base de congelamento de preços, o que temos hoje aqui é crescimento real, substancial e palpável do poder de compra de milhões de brasileiros das classes C. É para essas camadas que o mercado imobiliário está se voltando. E não apenas a partir do programa “Minha Casa, Minha Vida”, que projeta construir 1 milhão de moradias no curto prazo, mas mobilizando a sociedade na monumental tarefa de conceber novos espaços urbanos, com infraestrutura e mobilidade sufi-
cientes para produzir valor agregado ao mercado da incorporação e da construção. Quando milhões de pessoas que estiveram alijadas por décadas da economia começam a dar sinal de vida, é sinal que a demanda promete bater mesmo todos os recordes. O problema será administrar esse novo boom, já que o País saltou dos ternos 2,5% de crescimento do PIB para percentuais chineses, acima dos 12% projetados para este ano.
INDICADORES
71% Este é o espantoso percentual de crescimento do Nordeste atribuído à forte política de transferência de renda do governo federal
R$ 1,8 esta foi a expectativa de negócios gerada pelo último Nordeste Invest, realizado pela primeira vez em Natal, em maio
A eterna preocupação continua - é que a burocracia e os atrasos em licenciamentos acabem por desperdiçar o foco social dos projetos urbanísticos. A única pressa que deve existir agora é com os projetos da Copa do Mundo de 2014. O resto virá como conseqüência. Mas tudo isso só foi possível graças à expansão da oferta de crédito no país, especialmente no Nordeste. Segundo dados do banco Central, nos últimos quatro anos, o financiamento para aquisição e construção de imóveis na região cresceu a uma taxa média anual de 71%. Graças aos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), Natal fechará até dezembro um investimento privado em habitação na ordem dos R$ 400 milhões. Junto com os recursos da Caixa, puxados pelo “Minha Casa, Minha Vida” , teremos uma contratação histórica de novas moradias no valor de R$ 2,2 bilhões. (Veja mais nas páginas seguintes). Enquanto o Nordeste cresceu 71%, a média nacional alcançou 46,4% ao ano. Credite-se essa situação a dois fatores: maior oferta de crédito e um deficit habitacional muito superior a de outras regiões no País.
Com o aumento sem precedentes na oferta de crédito, a economia mostra reações instantâneas
Apesar de o mercado imobiliário estar aquecido em todos os segmentos, é na baixa renda que que as grandes construtoras tem apostado quando se fala em Nordeste. Hoje, segundo a revista Exa-
me, a região sozinha já responde por 10% do faturamento da incorporadora mineira MRV, que vende moradias pelo 0800. Para 2011, essa participação de ser catapultada para 25%. Isso expli-
ca a associação da empresa como construtoras tradicionais da terra, como a Moura Dubeux, que atuavam mais no segmento da classe média. Conclusão: o mercado nunca mais será o mesmo.
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Está nas mãos do secretário da Copa juntar os pedaços de um todo para fazer de Natal 2014 uma realidade. Tarefa difícil em ano político
CONSTRUIR O SONHO
esde que Natal obteve a chance de integrar o seleto grupo das 12 capitais brasileiras a sediar a Copa do Mundo de 2014, as reações polarizaram, ao mesmo tempo, orgulho e desconfiança. As vantagens de receber um dos maiores e mais importantes eventos esportivos do planeta, ao lado das Olimpíadas, porém, são inegáveis. E servem de teste para muita gente. Compreensível. Natal nunca experimentou a angustia de viver tantos desafios ao mesmo tempo. Uma maratona deles. Em apenas apenas três anos, a contar de agora, a cidade terá que realizar 11 intervenções pesadíssimas em seu sistema viário.
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De quebra, o Estado terá que viabilizar o aeroporto de São Gonçalo do Amarante para credenciar-se à Copa de 2014. Em momentos assim é normal que um frio percorra a espinha. O único consolo é saber que não estamos sozinhos no purgatório - a maioria das cidades sede enfrentam, como nós, sérios problemas de infraestrutura. À frente de desse processo, instalado num amplo gabinete provisório na sede do DER, o exsecretário de turismo, empresário e jornalista Fernando Fernandes, comanda uma espécie de sanatório geral. Investido de secretário extraordinário de uma pasta especialmente criada para gerir os assun-
tos ligados à Copa de 2014, Fernandes tem experimentado uma formidável sucessão de problemas - atuais, futuros e recorrentes. Sua função é insana – além de desatar nós que passam por ações do Estado e do Município, ele é o pára-raios dessas forças antagônicas ao evento. E, acreditem, boa parte do dia extenuante desse senhor é dirimir dúvidas e manter viva a esperança. Há quem diga que esse ofício, hoje, equivale em risco a plitotar jatos de teste pela primeira vez. Afeito a desafios impossíveis, Fernando Fernandes tem buscado com paciência explicar o que para muitos conservadores seria uma heresia - é preciso ousar. Porque as vantagens de sediar jo-
Só viabilizar o aeroporto de São Gonçalo já será uma grande conquista”
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gos da Copa são infinitamente maiores do que as desvantagens. “Só a possibilidade de viabilizar de uma vez o aeroporto de São Gonçalo já será uma conquista e tanto”, lembra ele. O maior aeroporto brasileiro – Cumbica – é o 128º em fluxo de passageiros do mundo. Na América Latina, ele perde para o de Lima, no Peru; para Santiago do Chile e para o de Ezeiza na Argentina.Fernades sabe disso e do peso do aeroporto de São Gonçalo nessa conta. Mas nada se compara aos dividendos do evento Copa para os trabalhadores. Milhares deles serão beneficiados, podendo se transformar até em empreendedores individuais, criando e to-
cando negócios próprios na qualidade de proprietários, donos dos meios de produção. Ao passar por Durban, na África do Sul, Fernandes ficou surpreso com o pouquíssimo tempo gasto nas formalidades de embarque e desembarque. “Isso já foi uma conquista da Copa – terminais novos e organizados”- constatou. Mesmo se sabendo que, na semi-final, muita gente com ingressos comprados perdeu o jogo entre a Espanha e a Holanda, justamente por causa de cancelamento de vôos, Fernandes é otimista: “Isso só nos estimula a procurar o melhor. Eu tenho certeza que vamos conseguir”. Até o caos do trânsito em Durban, fato repetido em outras cidades sulafricanas, mexeram com os brios de Fernandes. “Nós temos tudo para fazer melhor”, acrescenta. “É a chance que nunca tivemos para provar nosso valor para o Brasil e o mundo”, diz o secretário com uma ponta de orgulho. E então - vai encarar?
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Em termos gerais qual é o lucro de Natal com a Copa de 2014? A bola correndo é apenas um detalhe, o importante para Natal e o RN é o que vamos ganhar com tudo isso, seja no incremento da infraestrutura, seja na construção do novo estádio, mas, principalmente, na consolidação da atividade econômica do turismo. A partir de 11 de julho, quando o Brasil iniciou uma divulgação internacional vendendo o destino Brasil, passamos a vender as 12 cidades sede da Copa do Mundo. Ao terminar a partida final da Copa da África de 2010, Natal já passou a figurar na mídia mundial. Ou seja, já participamos como beneficiários de parte dos R$ 160 milhões prometidos pela Embratur para divulgar as cidades sedes. Além disso, já somos destaque no seu website e na brochura sobre a Copa. Então, em minha opinião, a gente já começou a ganhar. O senhor já sabe o tamanho da demanda que será sediar partidas da Copa do Mundo? Embora se saiba que a rede hoteleira de Natal é capaz de suportar grandes demandas, ela certamente será ampliada na Copa. E esse movimento vai se direcionar para novos negócios. E um deles é justamente novos produtos na área de hotelaria. Há uma expectativa do governo federal de receber entre 800 a 1 milhão de turistas durante os 30 dias de Copa do Mundo. Um salto imenso se
Quem ganhar a concorrência para o estádio será responsável pela demolição, construção, gestão, manutenção e operação do Arena das Dunas numa Parceria Público Privada de 30 anos”
FERNANDO FERNANDES SECRETÁRIO ESPECIAL DA COPA 2014
considerarmos que o Brasil recebe normalmente por ano menos de cinco milhões de turistas. Então, numa previsão conservadora, poderemos receber com a Copa entre 500 a 800 milhões de turistas, sem contar outros dois milhões de brasileiros que – esperase – participarão diretamente do evento Copa do Mundo. E, é claro, isso gera uma expectativa de negócios muito grande. Um dado importante é o fator geográfico da Copa de 2014. Quando ela aconteceu na Europa recebeu visitantes vizinhos que não permaneciam no país mais de um ou dois dias, às vezes até uma noite apenas. Nosso desafio será prender esse turista por mais tempo. A corrida agora é por mais equipamentos turísticos, qualidade de serviços. Se pudermos mostrar competentemente nossa história, culinária e artes esse turista certamente permanecerá no estado por quatro ou cinco dias, visitando outras cidades. Dentro desse contexto, precisaremos de novos restaurantes, boates e bares. É o turismo puxando os indicadores da economia... Não tenha dúvida. A atividade do turismo é a que mais cresce no mundo. O Produto Interno Bruto dos países que sediaram Copas do mundo cresceram com evento. E se o PIB cresceu na ordem de dois a três por cento, a hotelaria cresceu 10 vezes isso – 30%. E crescendo a hotelaria outras tantas atividades vêm no vácuo, en-
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tre elas a segurança, a alimentação e por ai afora. São 52 cadeias correlatas. Mas, sobretudo, as vantagens virão na forma de infraestrutura. Hoje, já temos 25 mil leitos em Natal e 40 mil leitos no estado. A TAP faz cinco vôos semanais da Europa e há uma experiência no passado de Natal com a recepção de muitos vôos charter. Temos experiência de operações internacionais, portanto. O que nos falta é apenas uma Copa do Mundo para alavancar tudo que já temos de bom. Por que se escolheu justamente as áreas do Centro Administrativo e do Machadão para a construção do novo estádio e quais serão as atribuições de quem ganhar a concorrência? A área do centro administrativo e Machadão pertencem 2/3 ao Estado e 1/3 ao município - e foram escolhidas pela localização central, de onde se chega rapidamente a qualquer ponto da cidade. Quem ganhar a concorrência para o estádio será responsável pela demolição, construção, gestão, manutenção e operação do Arena das Dunas numa Parceria Público Privada de 30 anos. O estádio não terá só futebol, mas será multiuso. O parceiro da PPP será necessariamente um consórcio. Mas o estádio será operado por empresa com expertise em administração de estádios e há cinco interessados hoje nessa empreitada. Mas para que isso seja possível será preciso melhorar a mobilidade na malha viária de Natal e este foi o primeiro ponto negociado com a prefeitura. Serão 16 obras de mobilidade. Uma delas ligará ao novo aeroporto de São Gonçalo ao centro da cidade; outro ligará a Via Costeira ao Aeroporto. São investimentos da ordem de 400 milhões – 300 milhões da prefeitura e 100 milhões do governo do Estado. Dinheiro do Pró-Transporte através da Caixa. Das cinco obras do Governo do Estado, duas são complementares e já estão em andamento. Como se sabe, o novo aeroporto de São Gonçalo terá uma ligação com a BR-406, de Natal a Ceará -Mirim. Quer dizer, o aeroporto será uma realidade em 2014? Exatamente. O atual aeroporto Augusto Severo, é notório, já opera acima de sua capacidade
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desde 2007. E o aeroporto de São Gonçalo já é uma realidade para o Governo Federal, haja vista que as pistas principais e secundárias já estão ali, aguardando apenas o parceiro privado que terminará o terminal multimodal (passageiros e cargas) e sua exploração. A previsão do investimento é de R$ 600 milhões e a primeira fase já prevê uma capacidade de absorção de cinco milhões de passageiros/ano. O que está previsto para a área do Centro Administrativo? Para aquele entorno estão previstos quatro grandes complexos viários. Serão construídas rotatórias na altura do Machadão , na avenida Rodrigues Alves, na Raimundo Chaves e na BR 101, ligando a avenida Mor Gouveia. As obras estão iniciando agora. E estamos negociando com o Governo Federal a área de drenagem porque aquela área do Centro Administrativo precisa realmente disso. A principal fase já foi objeto de negociação entre a Prefeitura de Natal e o Governo do Estado, um projeto de R$ 300 milhões. Há também investimentos previstos na capacitação profissional. O Governo Federal já lançou um programa chamado “Olá Turista!”, que possibilitará a qualificação remota, por internet. Aqui teremos um programa adicional para nossos 725 bugueiros, que serão capacitados por esse programa. E o governo federal está abrindo uma frente de investimentos via o chamado Prodetur Copa do Mundo do qual a Prefeitura, que já apresentou sua carta proposta, pretende captar cerca de R$ 150 milhões para a engorda das praias urbanas da capital. Natal tem poucas áreas de praia e isso tem produzido dificuldades na urbanização dos calçadões. E a Prefeitura, percebendo que a cidade precisará aumentar suas áreas de circulação para o fluxo turístico por ocasião da Copa, vai realizar a engoda das praias de Ponta Negra até a praia do Forte. A idéia é ter aproximadamente 20 metros de faixa de praia com calçamento, saneamento e urbanização a exemplo do que já existe em Copacabana, no Rio, que é um exemplo para o país. Há mais ainda? Estamos negociando pacotes nas áreas de Saúde e Segurança junto ao Governo Federal. Por enquanto, como resultado dessa negociação, 120 policiais em Natal já recebem treinamento específico para atuarem por ocasião da Copa de 2014. Essa capacitação, entre outras coisas, ensina línguas estrangeiras. Já os investimentos em sistemas de segurança virão no rastro. Isso, porque a previsão é que o estado movimentará nos próximos quatro anos entre R$ 3 bi a R$ 4 bi em investimentos públicos e privados, sem por nessa conta o aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Com isso, precisamos ter sistemas de segurança bastante devolvidos. Estaremos hospedando alguma seleção de fora durante a fase de adaptação das equipes? É uma boa possibilidade desde que trabalhemos para isso. A própria CBF vem reforçando a necessidades das cidades sedes preparem books e outros materiais vendendo suas potencialidades e que se construam centros de treinamento para tornar atrativa a permanência de uma seleção por um período de 30 dias de adaptação. Só na criação desses CT’s estima-se um investimento entre R$ 5 milhões a R$ 6 milhões. Como se vê, são frentes que se abrem em quantidade e devem interessar aos empresários. Mas há mais: o Governo Federal tem previsto para Natal mais R$ 46 milhões para ampliação do porto de Natal, incluindo ai a criação de um Terminal de Passageiros. Assim, poderemos receber turistas de cruzeiros marítimos. Como se vê, o leque de oportunidades é imenso.
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A CONFIANÇA INABALÁVEL DE ROBERTO SÉRGIO ENTREVISTA COM O SUPERINTENDENTE DA CAIXA ECONÔMICA NO RN
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oberto Sérgio Ribeiro Linhares, superintendente da Caixa no RN, natural de Triunfo Potiguar, acumula sob os ombros grandes responsabilidades. Para enfrentá-las, tem a seu favor a experiência do funcionário de carreira que já viu muita coisa nas praças em que atuou. No Banco desde 1989, Roberto Sérgio ocupou cargos de gerência em Macau, Mossoró e cidades vizinhas, como Santa Cruz. Ficou seis anos no Ceará. Andou por São Paulo. Nesta entrevista, como não poderia deixar de ser, ele fala do programa “Minha Casa Minha Vida” e faz um alerta aos empresários: no atual ritmo de crescimento da economia, é bobagem eles quererem ganhar rápido demais. E para aqueles que não acreditam que a Caixa dê conta da meta de 19.200 novas moradias até o final deste ano, segundo as cotas estabelecidas pelo governo federal, ele acrescenta - “Vamos bater essa meta com sobras, pode ter certeza”. Tanto otimismo é apenas uma das facetas do gestor de um processo que protagoniza o retorno de uma política habitacional para o Brasil, 24 anos depois da extinção do antigo Banco Nacional de Habitação - o BNH. Com o mercado aquecido e uma demanda reprimida que não parece ter fim, Roberto Sérgio conhece o tamanho do desafio que tem pela frente. “Nós vamos chegar lá” ele diz.
Os prazos de aprovação de projetos na Caixa, entre 30 a 35 dias, podem até ser grandes, mas eles eram muito maiores no passado”
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Quais são os prazos que a Caixa se impôs para dar conta do recado? Há prazos para as áreas de engenharia e de risco fecharem seus trabalhos. E ele é de no máximo 45 dias, embora não seja raro cair para 30, 35 dias. Você pode até pensar que são prazos ainda grandes, mas eles eram muito maiores nos passado. Uma análise de engenharia, devido a uma série de entraves, inclusive cartório, ou de coleta de documentação por parte das empresas, demorava muito mais. O programa “Minha Casa, Minha Vida” por facilitar o trâmite com outros órgãos e cartórios, diminuiu consideravelmente o tempo de espera. Como temos nossos prazos, o Idema e os cartórios também têm. Eu diria que na Caixa o prazo para liberação caiu para 1/3 do que era antes. Houve contratações na Superintendência? Houve contratações de engenheiros e arquitetos para o quadro e de novos terceirizados. Além disso, ampliamos a rede de correspondentes imobiliários. Hoje são 48 correspondentes no estado. Contratamos 200 engenheiros, sem falar em arquitetos. E até onde eu sei já hou uma bateria de contratações anteriores. No Brasil, a Caixa passou de 70 mil para 80 mil. No RN, a rede é formada por 762 agências e, com todos os colaboradores, esse número passa de mil. Como as contratações são feitas a partir da matriz, não saberia dizer exatamente os números. Mas isso é visível nas agências do interior. Onde antes você encontrava sete coletas trabalhan-
do, hoje há 12. São muitas as caras novas. Quando eu gerenciava a agência potiguar aqui em Natal, eram 53 colegas e hoje são 63. Eu diria que o incremento foi na ordem de 15%. Como o senhor dimensionaria as melhoria trazidas pelo “Minha Casa,Minha Vida”? O programa é dividido basicamente em três faixas. Uma que vai de zero a três salários-mínimos ou renda até 1.395,00, compreendendo ainda o antigo salário mínimo; uma faixa de três a seis salários e outra de seis a 10 salários. Mas as mudanças significativas ocorreram na primeira faixa de renda, já que as outras duas são praticamente iguais às faixas com as quais a Caixa operava tradicionalmente. Só que no caso do “Minha Casa, Minha Vida” a colaboração dos entes públicos e até mesmo dos cartórios é maior, já que a própria lei de criação do programa determina isso. São facilidades inegáveis. A meta de contratar 19.200 casas do programa será cumprida até dezembro? Não tenho a menor dúvida que vamos cumprir essa meta. Acredito até que possamos passar disso. É claro que é um desafio gigantesco. Qualquer empresa sentiria a responsabilidade e não é diferente com a Caixa. O relacionamento com o construtor está mudando com a chegada do programa? Eu diria que está e muito. Se antes o construtor vivia procurando a Caixa para resolver pendências na documentação, hoje é o
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contrário: é a Caixa que vive ligando para o construtor para resolver pendências. Inverteu a situação. Hoje mesmo eu vinha de uma visita a um empreendimento de Extremoz de quase 800 unidades e no carro ligamos duas vezes para outro construtor a fim que ele reunisse material para assinarmos a autorização de outro empreendimento em Natal. Não há tempo a perder. Houve investimentos em Tecnologia da Informação? Não só em TI como aconteceu uma clara otimização dos processos e rotinas. Hoje, para atender especificamente o “Minha Casa”, temos o portal da Habitação, onde o empresário pode acessar, mediante senha, um espaço para agilizar a comunicação. Isso também vale para os correspondentes imobiliários. Tudo isso facilita a interface com os sistemas da Caixa, e a conseqüência é a aprovação mais rápida do financiamento, que acontece muitas vezes hoje na própria imobiliária, sem que o comprador precise se deslocar até a agência. Quando o processo sai da imobiliária ele chega praticamente pronto na Caixa. A gente só faz assinar. Hoje, a Caixa tem mais de 300 parceiros, além dos correspondentes imobiliários. São loterias, correspondentes Caixa Aqui, e também correspondentes no segmento imobiliário. O número de correntistas da Caixa aumentou com o “Minha Casa Minha Vida”?
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Só com o Minha Casa Minha Vida, a Caixa no RN conseguiu agregar mais de 15 mil correntistas, embora o programa não dependa ou esteja vinculado a se ter uma conta no Banco, quero deixar bem claro”
correspondem ao programa de inclusão bancária. Hoje, são aproximadamente 84 mil correntistas no RN. Se incluirmos ai as contas de poupança, esse número vai para mais de 500 mil. A Caixa em Natal já assimilou a perda de 18 mil correntistas para o Banco do Brasil? Já recuperamos essa perda. Só com o “Minha Casa, Minha Vida” foi possível agregar por volta de 15 mil novos correntistas. Quero deixar claro que o programa não depende ou está vinculado a produtos de relacionamento bancário. Na teoria e na prática. É claro que oferecemos vários benefícios de reciprocidade, mas isso não tem poder algum sobre a aprovação de financiamentos, muito menos no “Minha Casa, Minha Vida”. Não permitimos essa vinculação aqui. Embora os contratos do programa sejam coletivos, o tratamento da Caixa é
pliação do prazo de financiamento para 300 meses coroou todo o processo. Além disso, com a crise, enquanto outros agentes financeiros retraíram o crédito, nos expandimos. E isso fez com que o Brasil saísse mais rapidamente da crise. Mais especificamente, o crédito imobiliário. Crédito também é consumo. O imobiliário foi o motor, sem dúvida. A explosão de demanda deve pressionar os custos de construção e,logo,de mercado.Isso prejudicará o programa“Minha Casa Minha Vida”? Quando o construtor faz o projeto, ele já coloca suja margem, qual é o BDI dele, qual é o resultado que ele projeta. (BDI é a Bonificações e Despesas Indiretas, percentual que os construtores colocam sobre o custo direto das obras para poder preservar a sua margem de lucro) A nós cabe atender aos critérios técnicos e jurídicos, nunca se esquecendo da análise de risco, que é uma preocupação mais nossa. Há também um seguro de término de obra. A questão da margem vai muito da questão operacional auditada junto aos empreendedores. A questão custo vai depender muito de parceiro para parceiro. O BDI médio deve ser 16%. Os construtores têm que se adequar. Mas ele terá condições de se manter no programa? Certamente, quando se ganha menos, a compensação é ganhar sempre.Diminui-se a margem, mas a compensação vem com a
individualizado. Conversamos com cada um dos futuros moradores do projeto. E, é claro, tentaremos convencê-lo das vantagens de trazer a movimentação financeira dele para cá. Mas é só.No projeto como um todo, não.
A Caixa vem aumentando, sim, o número de correntistas, mas não apenas por conta do “Minha Casa, Minha Vida”. Com o projeto do governo federal de “bancarização”, no qual a Caixa investiu forte, nós temos hoje no Brasil mais de 11 milhões de contas. Eram pessoas que estavam à margem do sistema bancário brasileiro. Criamos inicialmente a conta eletrônica, que hoje tem o nome de “Conta Caixa Aqui”. A pessoa recebe um cartão para movimentar sua conta e não paga tarifa alguma por isso. Tira extratos, faz saques e por ai afora. Essa política está em prática desde 2002. Cerca de 30% das contas
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Fala-se muito hoje que o funding baseado apenas no FGTS e nos recursos da poupança não suportará a demanda por moradia daqui alguns anos. Isso é possível? Hoje, os recursos do FGTS e os recursos próprios da Caixa para financiamento imobiliário são muito parecidos. Essa dependência do Fundo de Garantia diminuiu bastante nos últimos anos. Não só a partir da Caixa, mas com a entrada de outros pleyers no mercado. Essa divisão dos recursos Caixa e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo é muito parecida. O senhor diria que a diminuição de risco trouxe mais recursos para o setor imobiliário? Com a chegada da alienação fiduciária à lei da incorporação, sim. Isso facilitou a entrada de mais crédito no mercado pela diminuição do risco. A redução das taxas de juros também ajudou. Hoje praticamos taxas de juros a partir de 4,5% ao ano. E a am-
escala. Antes do “Minha Casa, Minha Vida”, o construtor produzia 60 unidades e hoje ele faz 600. Muitos deles estão conseguindo negociar com muita competência o preço de terras. No programa, são 37 mil para casas e 41 mil para apartamento. Nesse sentido, o “Minha Casa” é quase um regulador de mercado. Temos casos de parceiros, inclusive, que financiaram do próprio bolso para receber depois da Caixa. Registrese, que no “Minha Casa, Minha Vida”, o cliente ganha o subsídio dos 17 mil. Há exemplos em Ceará-Mirim onde subiram 200 unidades estão subindo com financiamentos individuais feitos junto a cada um dos moradores. Quer dizer que o programa continuará a ser atrativo para os empresários? Veja da seguinte maneira. No Brasil, gente não está habituada a crescimento perene, constante. O país hoje tem fundamentação econômica. Quando não se tem perenidade, os empreendedores querem ganhar muito em pouco tempo. Mas há neste momento um crescimento sustentável. Acredito firmemente num ciclo virtuoso. Se o parceiro vem só pensando em ganhar rápido, certamente vai sair do mercado.
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Com o plano de diminuir o brutal déficit habitacional brasileiro, o governo federal ingressou num caminho sem volta. Serão 35 milhões de novas moradias até 2030
Em Natal, o tradicional Feirão da Caixa não foi suficiente para concentrar o entusiasmo das construtores que agora esperam uma continuidade do programa. Mas há problemas a serem contornados
MINHA CASA 1, MINHA CASA 2, MINHA CASA 3, MINHA CASA 4... ecentemente, em Natal, o presidente do Conselho Federal de Corretores (Cofeci), João Teodoro, sacou um dado inquietante durante um painel do Nordeste Invest, em maio. “Até 2030 - lembrou - haverá uma demanda de 35 milhões de novas habitações no País”. Isso significa que a necessidade de novas moradias vai crescer numa velocidade muito superior ao que a atividade produtiva pode dar conta. Será uma demanda de 500 a 700 mil unidades por ano. Ou seja, “por mais que se construa, há milhares de pessoas entrando no mercado a todo o momento, seja
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porque estão chegando, seja porque estão se separando e constituindo novas situações”, diz Teodoro. Para ele, depois do primeiro “Minha Casa, Minha Vida” certamente aparecerá uma segunda, terceira, quarta e quinta versões. “Terá de ser assim para manter essa política habitacional conquistada à duras penas”. Mas há uma pedra – enorme – no meio do caminho: terão o governo federal e seu principal agente financeiro para a habitação – a Caixa - agilidade suficiente para fazer frente a esse verdadeiro tsunami de novas moradias que compõe a demanda brasileira?
É uma questão que ainda divide opiniões. Embora, no RN, o Sinduscon oficialmente negue problema com a Caixa, alguns empresários acham o processo do Banco por demais exigente e repleto de pequenas armadilhas. Nenhum deles é claro, fala abertamente no assunto. Nem nas divergências que freqüentemente envolvem o Sinapi - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil -, da Caixa, que estabelece a média de custos e índices da construção civil, a partir coleta de pesquisa mensal de preços de materiais e equipamentos de construção, assim como os salários das catego-
rias profissionais. As divergências se acentuam justamente nas obras financiadas com fundos do FGTS e do OGU – Orçamento Geral da União. Ou seja, todo o projeto “Minha Casa Minha Vida”. O gerente construção civil da Caixa no RN, Carlos Antonio Araújo, rebate. Diz que uma das razões de atraso nos processos se deve à freqüente devolução de documentos preenchidos incorretamente pelos empresários. Quanto ao Sinapi, ele alega que o índice não é inflexível e pode ser, sim, revisto mediante uma provocação do construtor para efeito da remuneração do projeto. E, acrescenta: no período 2008/2009, as
Terá de ser assim para manter essa política habitacional conquistada a duras penas...” JOÃO TEODORO Presidente do Conselho Federal de Corretores - Cofeci
CRÍTICAS AO SISTEMA João Teixeira é sócio presidente de um escritório de engenharia de Maceió. Em maio último, em Natal, num dos painéis do Nordeste Invest, tendo ao lado João Crestana, presidente do Secovi de São Paulo, e João Teodoro, presidente
do Cofeci, ele disparou: “Um dos grandes entraves para atingir as metas de moradia propostas pelo Governo é a própria Caixa, cujas aprovações de projetos não chegam nem perto da velocidade que o mercado exige”.
Até onde vai o suporte financeiro das empresas para bancar os atrasos nas assinaturas dos contratos é, de fato, uma questão hoje debatida nacionalmente tanto âmbito do Secovi, do Cofeci, como de construtores e cor-
retores de imóveis. “Alega-se na Caixa problemas de pessoal, de sistema, para não se dar a velocidade ao programa”, diz João Teixeira. E pergunta: “Ora, se o sistema já trava com uma demanda reduzida, como será quando o Brasil todo estiver contratando?” E vai mais além: “É hora de pensar em dividir o encargo da Caixa com o Banco do Brasil, que poderia também gerir o “Minha Casa Minha Vida”. Mesmo assim - adverte o empresário -, “sem se esquecer que o BB entrou faz pouco nesse mercado e precisaria ga-
nhar maturidade no segmento que, nós sabemos, não é fácil”. Luciano Amadio, presidente da Apeop (Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas), confirma que há embaraços entre os empresários e a Caixa em relação ao andamento das obras. Numa entrevista recente à revista Construção, ele afirmou: “Um deles (os problemas) é a morosidade do Banco (a Caixa) em relação à análise das medições e correspondente liberação dos recursos; outro é que a cada alteração de projeto (que se faz neces-
avaliações da Caixa estiveram acima dos valores de mercado. Segundo Araújo, qualquer empresa que recorra à Caixa com um projeto imobiliário terá que trazer debaixo do braço, todas as licenças tanto da Prefeitura quanto do órgão ambiental e um responsável técnico. São condições essenciais quando se repassa dinheiro público. “Um facilitador é que aqui, no RN, ao contrário de outros estados, não se exige o seguro de término da obra”, diz Araújo. “Nós dispensamos essa exigência já incorporada pelo mercado brasileiro para agregar segurança jurídica aos empreendimentos”, afirma. Já em relação ao certificado do Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade (PBPQH), fruto de um acordo setorial firmado em 2003 pela Câmara Brasileira da Construção Civil, no RN o que se exige do construtor é o nível C. Aquele que vem depois do A e do B. “E isso em respeito às peculiaridades regionais do mercado”, assinala. “De resto, só se espera do construtor que ele ponha o orçamento, especificações técnicas e os cronogramas físicos e financeiros da obra num formulário da Caixa para facilitar todo o processo”, garante Carlos Antonio Araújo. Um dado positivo mencionado por Araújo é que, no quesito análise de risco conduzido pela Superintendência da Caixa no RN, “100% das construtoras potiguares são aprovadas”.
sária especialmente nas obras de urbanização de favelas), a Caixa exige uma reprogramação de cronogramas físicos e financeiros cuja sistemática é morosa e complexa; por fim, os preços desses contratos são balizados pelo Sinapi, gerenciado pela CEF e, com base neles, a Caixa promove diversas glosas nos contratos assinados, obrigando a uma readequação geral nos contratos - com repercussão negativa nos prazos estabelecidos e sem que as construtoras conheçam as composições de preços do Sinapi”.
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Há três anos, o mercado não sonhava nem com uma fração dos recursos injetados hoje. O programa do governo federal mudou totalmente essa realidade
R$ 2,2 BILHÕES EM 2010
Carlos Antonio de Araújo, gerente de construção civil da Superintendência Regional da Caixa Econômica no RN: foco total na velocidade dos projetos do “Minha Casa Minha Vida”
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ão há como negar: o programa “Minha Casa, Minha Vida”, com pouco mais de um ano de existência, ainda nas fraudas, injetou um grande ânimo no mercado imobiliário – e de uma forma inesperada. Num país sem política habitacional há 20 anos, o programa do Governo Federal, que muitos acusaram de eleitoreiro no começo, é uma dessas criações que, uma vez iniciada, não podem mais parar. Está fadado a se manter como retroalimentador de uma economia em desenvolvimento. Por causa do programa, o Rio Grande do Norte deve fechar, até o final de 2010, R$ 2,2 bilhões em financiamentos para novas moradias – uma cifra que só habitava o sonho mais dis-
tante dos construtores até dois anos atrás. A estimativa é do gerente regional de Construção Civil da Caixa, Carlos Antônio Araújo. Ele substituiu Teófilo Calife que, sob a gestão do então superintendente Jorge Gurgel, começou a roer o duro osso de fazer com que os empresários se envolvessem com o programa. Este ano, sob a direção do novo superintendente Roberto Sérgio Ribeiro Linhares, já se sabe que a meta de 19.200 financiamentos dentro do programa “Minha Casa, Minha Vida” será batida. (Ver entrevista neste caderno) “É um time muito bom este que assumiu a Caixa, tão eficiente quanto o comandado por Jorge Gurgel”, comentou o pre-
sidente do Sinduscon, Silvio Bezerra, ao analisar a situação presente do programa do Governo no estado. “Com 62 projetos na fila para o segundo semestre, a Caixa prevê alcançar sozinha no RN, até dezembro, R$ 1,2 bilhão de investimentos em novas moradias”, diz Carlos Antônio Aarújo. É o dobro dos R$ 523 milhões contabilizados em 2009 e mais de seis vezes os R$ 176 milhões financiados em 2008, quando ainda não existia o “Minha Casa, Minha Vida”. Como se sabe, a Caixa é responsável por mais de 70% dos financiamentos habitacionais no Brasil. Os outros bancos podem até beliscar frações desse mercado milionário, mas é a Caixa que
CIFRAS
R$ 1,2 bilhão é a estimativa dos contratos a serem fechados pela Caixa até o final deste ano
R$ 176 milhões é o montante exato das contratações do Banco em 2008.
Com 62 projetos na fila para o segundo semestre, a Caixa vai dobrar os financiamentos de 2009 e sextuplicar os investimentos de 2008”
continuará dando as cartas por muitos anos. Somando os financiamentos normais da instituição previstos para este ano, incluindo os do “Minha Casa, Minha Vida” e mais outros 39 projetos financiados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (privado), o RN deve arranhar os R$ 2,2 bilhões em financiamento a novas moradias até dezembro próximo. Essa conta tem a colaboração de R$ 400 milhões que estão circulando no mercado local fora da Caixa, manejados por incorporadoras com ações na Bolsa. Pelo programa federal, 40% das novas moradias são voltadas para a faixa de renda de zero a três salários-mínimos; outras 40% para as de três a seis salários e 20% para a faixa de seis a 10 salários. Além da Capital, Região Metropolitana de Natal e Mossoró, os municípios beneficiados são os que têm acima de 50 mil habitantes, como Assú e Caicó. Na Região Metropolitana da Capital, os projetos do “Minha Casa, Minha Vida” estão contratados em Parnarimim, Macaíba, São Gonçalo e Extremoz. Para a faixa compradora de zero a três salários, as casas têm 32 m2 e apartamentos 41 m2 de área útil. É exigência legal que 3% desses imóveis sejam adaptados para receberem idosos e portadores de deficiências. A acessibilidade deve ser total.
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Até o ano passado a construção civil demitia 100 operários por dia. Agora, a palavra de ordem é recontratar e rápido. Os grandes problemas continuam sendo a desqualificação e a informalidade
TRABALHO RECUPERA FORÇA epois de anos de queda livre, o nível de empregos formais na economia reverteu o curso no Rio Grande do Norte, puxado pela construção civil. Em março de 2010 o segmento registrou o melhor índice, com 4,17% de crescimento do estoque de empregos, devolvendo aos canteiros de obra, só naquele mês, 1.365 vagas. Maio foi o quarto mês de 2010 em que o saldo de empregos formais (diferença entre admissões e demissões) foi positivo no estado - a única exceção foi março. Com o saldo de 3.450 contratações com carteira assinada, o resultado mais do que dobrou em maio deste ano, em comparação com abril, com saldo de 1.471 empregos, segundo dados do Caged. O levantamento aponta ainda que ao longo dos cinco primeiros meses de 2010 houve um acréscimo de 5.518 postos de trabalho formal no estado na comparação com o total de demissões. Esta situação é bem diferente do registrado entre janeiro e maio de 2009, com um total de 15.255 demissões a mais do que admissões. É bom lembrar que, entre maio do ano passado e maio deste ano, o saldo de empregos formais no estado foi de 25.573 postos de trabalho. E o resultado foi puxado principalmente pelos setores da construção civil, comércio e indústria de transformação. Mas foi a construção, setor que este ano apresentou saldo positivo em todos os meses e só em maio realizou 1.085 contratações a mais na comparação com as demissões, que veio a grande reação. Os reflexos em todo o emprego formal foram imediatos. Segundo o CAGED , só em março último, foram criados 15.656 postos de trabalho no RN. Descontadas as demissões daquele mês, o saldo foi de 1.200 empregos formais. O número correspondeu a um quarto do saldo registrado em todo o ano de 2009, quando o mercado de trabalho no estado teve um incremento de apenas 4.800 novos empregos formais. Foi o melhor resultado para março nos últimos oito anos, período em que se registraram nada menos do que cinco saldos negativos e apenas três positivos, todos menores do que os de 2010. Março de 2009 havia anotado a pior retração do número de empregos formais (redução de
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Canteiro de obras na Ribeira: operários trabalhando a pleno vapor num mercado em que a mão de obra qualificada é disputada a cada novo grande lançamento
Temos estudos indicando que o valor pago à mão de obra na construção civil vai subir 8% acima dos índices oficiais durante os próximos três anos” ROBERTO MITRE Executivo da Cyrela/ Andrade Mendonça
2.470 postos de trabalho) e isso emprestou relevância às 1.200 novas vagas criadas em março de 2010. Muito por causa desse efeito elástico de recuperação, entre os nove estados nordestinos, o RN ocupou a quinta melhor posição, em março, e o sexto colocado no primeiro trimestre de 2010. O índice de 0,34% também é significativo quando comparado ao da região, que foi negativo em 0,22% - embora o crescimento brasileiro, no mesmo mês, tenha sido de 0,80%. Considerando o resultado do primeiro trimestre do ano – criação de 597 postos de trabalho – com o mesmo período do ano passado - extinção de 10.839 empregos – o que salta é a recuperação, como um todo, do mercado de trabalho potiguar. Na construção civil essa realidade vem se traduzindo também numa inflação de salários por causa da escassez da mão de obra. Embora o processo de readmissão nos canteiros de obra esteja ainda no começo, alguns construtores vem registrando um aumento significativo nas folhas
de pagamento – coisa da ordem de 12 a 15% nos últimos dois anos. Mestres de obra e carpinteiro estão na lista das duas figuras mais valorizadas, com acordos informais, fora da tabela. Roberto Mitre, executivo da Cyrela Andrade Mendonça, declarou ao IMÓVEIS & CONSTRUÇÕES que o aumento especulativo de mão de obra já fugiu completamente dos índices de inflação. “Temos estudos indicando que o valor pago à mão de obra na construção civil vai subir 8% acima dos índices oficiais durante os próximos três anos”. Mitre acrescenta que os preços dos imóveis não caíram, mas as margens apertaram porque “infelizmente a concorrência é muito grande”. Por outro lado, acentuou, “se você fizer alguma coisa fora do preço, perde mercado”. De fato, nunca a mão de obra foi tão cortejada muito em função dos exíguos prazos impostos pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”. E como a possibilidade de Natal sediar a Copa de 2014, esse problema (que também é uma solução) vai se agravar.
OBRAS ATÉ NO SINDICATO Quem visitou a sede do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, no Alecrim, há dois anos, vai levar leva um susto ao voltar agora. Em obras para aumentar o salão do segundo andar, a entidade, que atualmente tem uma exígua base de 13 mil filiados – calcula-se que 60 mil trabalhem na construção civil do RN –, vive um momento de recuperação. Segundo o presidente, Assis Pacheco, em seu segundo mandato consecutivo, até o ano passado o sindicato contabilizava uma média de 60 a 80 demissões por dia. “De fevereiro para cá o mercado começou a se reaquecer”, diz ele – “e não parou mais”.
Até o momento, diz, 30% dos empregos perdidos foram recuperados. “Ainda este ano deveremos ver os restantes 70% com suas carteiras novamente assinada”, acredita Assis Pacheco. O desafio agora será melhorar a qualificação dos profissionais. “É para isso que estamos ampliando o salão do segundo andar – para fornecer aulas de qualificação, com a parceria das entidades que já se dedicam a essa finalidade”, assegura. Embora os construtores acusem a existência de uma invasão de seus canteiros para drenar pessoal especializado, com oferta de salários
melhores, Assis Pacheco prefe manter uma posição reservada. “Isso é um assunto que não passa por aqui, faz parte de negociações extras conduzidas pelos empregados com os empregadores”, afirma. Há boatos que dão conta de um mestre de obras ganhando salários acima de R$ 7 mil. O próprio Assis Pacheco acha alto: “Eu mesmo, que fui um dos mestres de obra mais valorizados do mercado na minha época, não ganhava mais de R$ 3,5 mil de salário”. Com uma receita que oscila hoje entre R$ 150 mil a R$ 200 mil por mês, Assis Pacheco acha incrível a quantidade de trabalhadores informais do setor no Estado.
A quantidade deles é a soma da diferença entre os filiados ao sindicato de Mossoró e os de Natal com os 60 mil trabalhadores que, imagina-se, tenha o setor. O resultado é que há hoje, na construção civil do RN, cerca de 40 mil trabalhadores na informalidade recebendo qualquer salário ou até trocando trabalho por comida, como denuncia Assis Pacheco. “É triste reconhecer isso em plexo século XXI”, lamenta o sindicalista. Já entre os trabalhadores formais, por força da Lei da Oferta e da Procura, nos últimos dois anos o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil já conseguiu re-
Assis Pacheco, presidente do sindicato dos trabalhadores
por 12% dos salários, com mais 6% a título de produtividade nas datas bases da categoria, celebrada no dia 1º de outubro. Nada mal se considerar que a construção civil de São Paulo, a
mais poderosa em termos econômicos do Brasil, registrou um crescimento de 10%. “Aqui, no RN, nosso crescimento este ano deverá ficar entre 5% a 7%”, diz Assis Pacheco.
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Líder absoluta em capacitação de mão de obra para a indústria, o Senai se vê diante do desafio de dar conta de um novo e inesperado boom do segmento que mais emprega no estado
COMO ADMINISTRAR O CRESCIMENTO QUE CHEGA SEM AVISAR
ponsabilidades. Em breve, teremos obras de mobilidade urbana que exigirão equipamentos pesados e pessoas pára operá-los. A construção do novo aeroporto demandará muito equipamento de montagem lá dentro. Casas e prédios continuarão sendo construídos em larga escala, mas há uma tendência apontando para outro tipo de mão de obra a ser mais demandado pelo mercado. E este perfil não está disponível, infelizmente. Como o Senai está lidando com esse problema? O Senai tem um centro da construção civil em Natal. Devido a esse novo ambiente aquecido que se apresenta para a construção civil, o serviço terá que ser readequado, pois o planejamento de 10 anos que existia tornou-se inexequível. Hoje, o Senai forma anualmente para a construção civil 1.500 novos trabalhadores no RN. No ano passado, entre abril e maio, os números do emprego foram negativos. Mas hoje o quadro inverteu-se. E é claro: não é possível para nenhum sistema se movimentar nessa velocidade. De um crescimento anual pouco superior a dois por cento ao ano, para níveis chineses de 15%, 16%.
O presidente do Senai no RN, Rodrigo Melo, diz que o desafio para qualificar mão de obra hoje é uma tarefa monumental que também depende da educação formal
o clube ou no trabalho, quando quem comanda resolve alterar uma regra, não faltam descontentes. Eles reclamam, batem o pé, querem saber por que mudaram o que parecia uma rotina aceita. Mas, quando o que muda é todo o ritmo de uma economia, o jeito é se adaptar à situação. Principalmente quando a mudança decorre de um movimento global. É o que vem acontecendo com a construção civil no RN. Da noite para o dia, o setor saiu da estagnação completa para alcançar níveis históricos de crescimento. Só faltou combinar isso com a sociedade e instituições ligadas de alguma maneira ao processo. É o caso do Senai, importante braço da indústria na qualificação de mão de obra. Sozinho, ele é responsável por 84% de todas as pessoas que se matriculam no Brasil atrás de qualificação ou reciclagem profissional. No RN, esse “S” do sistema tem um grau de aceitação brutal entre os empresários, esbarrando em 95%. Mas mesmo esse gigante não poderia estar preparado para sair dos minguados 2% do crescimento anual do PIB brasileiro para índices chineses - acima dos 13%. E isso quando a China viveu esse processo – porque já não vive mais. Trabalhando silenciosamente sobre esse problema, o presidente do Senai no RN, Rodrigo Melo, já pode antever o que o futuro imediato nos aguarda com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo – Copa de 2014 e aquecimento sem precedentes do mercado imobiliário. É o tema de sua entrevista à IMÓVEIS & CONSTRUÇÕES.
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O que tem mudado no panorama do trabalho na construção civil? Mesmo os profissionais muito antigos na construção civil estão buscando por reciclagem, por treinamento, o que já gera uma demanda forte e uma necessidade de intensa educação profissional. Há necessidade da inclusão de um contingente muito grande para se atender a demanda atual. Na verdade, são duas demandas diferen-
tes: de entrada de novos trabalhadores e, a segunda, de qualificação dos já existentes. Hoje, o trabalhador da construção civil tem que ser muito especializado. A qualidade dos acabamentos e as exigências do mercado são tão preponderantes que o generalista não consegue mais dar conta dessas exigências. O que exatamente tem mudado? Há uma quantidade imensa de produtos novos que um pedreiro ou um pintor se depara no dia adia. Quem visitar mentalmente um canteiro há 30 anos e comparar o que existe hoje, as semelhanças são mínimas. Só o cimento continua o mesmo. O tijolo já é absolutamente diferente. As argamassas são absolutamente diferentes, as técnicas até para se assentar um tijolo não são mais as mesmas. Hoje, é tudo revestimento cerâmico. A fiação, os disjuntores, a tubulação, as tintas – tudo é diferente! Hoje há tintas com sensação aveludada. Antigamente era cal. Hoje, todos os utensílios, ferramentas que um profissional da construção utiliza são produtos de alto valor e com muita tecnologia agregada. Há predominância do pré-moldado e materiais específicos para tudo. Quer dizer que não há mais espaço para o operário generalista? Numa obra precisam ser generalistas apenas os auxiliares. Mas os responsáveis por cada setor precisam ser especializados. Quanto mais especializados forem, maiores serão seus salários. Não raro
se chega numa obra que não precise de um bom trabalhador. E todo o dia a mídia fala da falta de empregos formais, quando, na verdade, em muitos setores, esse emprego existe. Por que isso acontece? Com eu disse, falta qualificação. Esse é o elo entre a oferta de postos e aqueles que procuram vagas na área. Se o mercado não quisesse pessoas qualificadas não estaria buscando. Já os não qualificados existem e são a maioria. Com o custo da construção, com a necessidade de combater o desperdício, com a necessidade de trabalhar com produtos de alta tecnologia, com as certificações exigidas atualmente, as empresas buscam desesperadamente esses profissionais. Quais as mudanças mais visíveis na construção civil? Hoje, todo mundo trabalha equipado, por exemplo, muito diferente daquele operário que usava o capacete para comer e tirava o cochilo do almoço na rua defronte à obra, debaixo de uma árvore. Em passado recente, ele trabalhava nu da cintura para cima, calçado em chinelo de dedo. Hoje isso acabou no seio da formalidade. O ambiente da obra não é mais aquele amontoado de insumos em meio a outro amontoado de gente. O ambiente é industrial como qualquer outro que se preze. E, no caso da construção civil, até mais organizado do que outros segmen-
tos da própria indústria. O senhor diria que treinar é caro para o sistema? Há dois tipos de trabalhador: o que vai partir de uma iniciação profissional e o que já é um profissional da área. Quem já é profissional precisará naturalmente de uma carga horária menor porque estará apenas se atualizando e se adaptando às novas tecnologias que vão surgindo numa velocidade espantosa. A diferença de custo está ai. A reciclagem do trabalhador é uma necessidade concreta no nosso mercado? Certamente. Tudo dependerá do grau de complexidade da tecnologia que ele terá de dominar. Muitas vezes é a solda de uma tubulação que mudou. Então, isso num curso de 30 horas é possível reciclar o trabalhador. Na essência, tudo dependerá da velocidade em que se dará a inovação e do tempo em que ela levará para ser absorvida pela indústria. E quem puxa esse vagão é o mercado, não o profissional. O cimento é um insumo que evoluiu muito lentamente. Já um conector de disjuntor é algo que teve uma evolução muito grande. Hoje em dia, com as normas e padrões, seria impossível tomar um choque em casa. Como o senhor descreveria o momento atual que a construção vem vivendo? Há evoluções distintas para tipos de construções diferentes. E
neste momento vivemos o ensaio de grandes obras que virão em conseqüência do aquecimento econômico, da Copa do Mundo no Brasil, do maior acesso ao crédito por parte de uma faixa mais ampla da população. Refiro-me aqui à construção do aeroporto em São Gonçalo, da evolução do turismo etc. Isso vai gerar grandes obras que não demandarão a mão-de-obra habitual da construção civil, como pedreiro, pintor, marceneiro. É claro que vai absorvê-los, mas junto com outro tipo de trabalhador mais especializado. Que tipo de trabalhador, por exemplo? Operador de grua, operador de grandes guindastes, de pás carregadeiras, de retro-escavadeira. Serão incrementados equipamentos e ferramentas que não a colher de pedreiro e o pincel. Refiro-me a um equipamento muito mais complexo, de muito mais responsabilidade por se tratar de um equipamento caro, que precisará ser zelado. Hoje, o pedreiro de uma construção usa, digamos, uma betoneira orçada em R$ 2 mil, talvez. Amanhã, o operador de um guindaste que irá construir o Arena das Dunas vai operar um equipamento de R$ 10 milhões de reais. Tem mais: uma betoneira se houver um acidente, pode machucar a mão do operário; já o acidente com um guindaste pode matar uma ou mais pessoas. O nível de responsabilidade perante a vida e ao patrimônio exigirá igualmente maiores res-
Falta de qualificação. Este é o elo entre a oferta de postos e aqueles que procuram vagas no mercado...”
Há alguma ação mais contundente à vista? Para atender a demanda local, estamos migrando para um novo ambiente, incluindo as novas ocupações a que me referi antes. Já temos laboratório comprado, ainda não montado, com simuladores para as novas ocupações do tipo operador de maquinas pesadas, de gruas. É um equipamento caro, que não se monta e bota pra funcionar do dia para a noite. Estamos nos mudando para um novo centro e a expectativa é de estarmos funcionando dentro de mais um ano, com ampliação tanto na oferta de vagas como nas opções disponíveis. O projeto ainda está no papel e vários quesitos precisam ser cumpridos. Não é um simples projeto de engenharia, é um projeto multidisciplinar. Qualfoioestopimdesseprocesso? No final de maio último foi fechado o PIB brasileiro de 11% no acumulado em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Desses 11%, quem mais pesou foi a indústria com 15%. Nada no mundo consegue atender a um planejamento lógico, crescendo num volume desses. Há uma estrutura de formação de pessoas de algumas entidades, entre eles o Senai, como braço da indústria, mas dificilmente alguém previu esse crescimento. Até pela retração do ano passado. As notórias deficiências no Ensino Fundamental têm reflexos negativos no trabalho desenvolvido pelo Senai? Nos cursos técnicos do Senai a maior dificuldade é o perfil de entrada dos alunos em disciplinas como português, matemática, física e química. O sistema Indústria tem em paralelo ao Senai o Sesi que trabalha justamente essa deficiência. Por isso mesmo estamos trazendo para o RN o que se chama Educação Articulada. Ou seja, enquanto o Sesi cuida mais da educação formal, o Senai fica com a educação profissional. Contudo, o desempenho do profissional formado no Brasil está entre os três melhores do mundo. A empregabilidade dos nossos alunos é de 84%, diz o último levantamento feito no ano passado. E o grau de satisfação das empresas como o Senai atingem impressionantes 94%. Os 84% de empregabilidade é muito grande se levarmos em consideração que muitos desses profissionais que formam essa conta não querem trabalhar para ninguém, querem trabalhar em seus próprios negócios. Eu diria que isso é muito positivo.
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Com problemas operacionais causados pela mudança de sede, a Semurb luta para honrar as metas traçadas pela prefeita para dar solução aos processos engavetados há anos
AS PEDRAS NO CAMINHO DA REESTRUTURAÇÃO
Sede da Semurb depois da mudança: apesar da visível diferença, a mudança trouxe problemas que começam a ser contornados. A meta de rapidez nas aprovações de licenças, porém, continua firme
o que parece, a pequena revolução deflagrada pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Semurb) nos processos de licenciamento é uma realidade que ainda depende de adequações a serem feitas. Mas que ela virá, virá. Desde que o engenheiro Kalazans Bezerra deixou a pasta para assumir a Casa Civil da Prefeitura, deixando um imenso legado de planos, coube a seu sucessor, Olegário Passos, a tarefa de concretizá-los. Não está sendo fácil. Boas intenções não faltam. O problema é que em meio a um mutirão para aprovar empreendimentos engavetados há anos e necessários para quebrar a paralisia dos investimentos no setor, a mudança de sede só contribuiu para deixar complicada as rotinas do órgão responsável pelas licenças de construção na Capital. Agora, a correria é grande para dar conta dos serviços. Oficialmente, ninguém se queixa. “Estamos procurando manter o ritmo do trabalho, tendo em vista que ainda ha muito ha fazer”, diz Olegário Passos, que tomou posse em marco deste ano. Mas a verdade é que mudanças físicas, em meio a planos ambiciosos, geralmente provocam problemas operacionais. O caso da Semurb não foi exceção. A mudança de um espaço físico para outro implicou na reconstrução de um cabeamento físico e a reorganização de uma rotina de anos, onde as pessoas já sabiam para onde se dirigir e onde encontrar cada coisa. A mudança aniquilou temporariamente essa cultura. Muitos relatórios hoje são feitos à mão antes de serem implantados no sistema simplesmente porque, temporariamente, a rede de informática não
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estava instalada. Computadores desconectados de rede não encontraram num novo ambiente para se reconectarem. Isso está sendo resolvido. A nova sede é bonita, tem até um tanque de peixes na frente, mas não atendeu às necessidades do novo modelo operacional. É um fato. Com isso, é certo que o choque de gestão prometido pelo exsecretário virá, mas não com a intensidade de um tsunami que ele previa. É possível que nos próximos meses venha ainda como uma marolinha. Mesmo assim, diante da explosão do “Minha Casa, MinhaVida”, a ordem expressa dada pelo atual secretário é de prioridade total ao programa do governo federal. Pouco afeito a entrevistas, mas extremamente bem quisto entre os funcionários da Semurb pelo estilo informal e objetivo de trabalhar, Olegário Passos lida quase que diariamente com pequenos problemas organizacionais e operacionais. De fato, metade do seu tempo é gasto com questiúnculas operacionais e a outra metade com os macros pro-
jetos que a cidade demanda. Por isso, logo no terceiro mês de sua gestão ele organizou um seminário interno para afinar as cordas do violão chamado Semurb. “Temos metas a cumprir e vamos cumprir”, teria dito logo no primeiro encontro com os funcionários. Uma das metas, no caso, é manter a rapidez de aprovações de licenças. A prova disso é que os processos ambientais, um dos travos que enlouquecia os construtores, estão saindo bem mais rapidamente que no passado. Outra meta e investir fortemente na educação ambiental visando reduzir os problemas nesse quesito e no redesenho dos processos que tramitam na secretaria. Para Olegário Passos, a implantação dos novos procedimentos vai dar uma nova cara a secretaria em todos os níveis. “O sistema vai melhorar o funcionamento e os procedimentos da maquina mostrando indicadores de desempenho, fluxogramas e avaliação de gestão por resultados. Esperamos com isso, atingir níveis satisfatórios, no que diz res-
peito ao atendimento, e dar uma resposta mais efetiva a população que procura a Semurb”, afirma. Ainda segundo ele, os objetivos vão mais além. “Uma cidade para ser sustentável ambientalmente precisa ter uma população educada do ponto de vista ambiental”, reforça Olegário. E acrescenta que muitos programas e projetos estão sendo desenvolvidos pela secretaria, como o Ecoparque Bom Pastor, cuja pedra fundamental foi lançada na semana de meio ambiente pela prefeita Micarla de Sousa. Além disso, mais um parque na zona norte, no bairro de Lagoa Azul, está em cogitação. “Temos ainda a Agenda Verde, o Agente Participativo Ambiental, Endereço da Gente e o programa Comunidade da Gente”, revela. Planos não faltam. Na agulha da Semurb estão o Plano de Arborização, regulamentação das Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs), ainda não regulamentadas, a revisão dos Códigos de Meio Ambiente e de Obras, dentre outros. Hoje, um grande desafio é concluir as obras
Toda a mudança gera algum tipo de problema...” OLEGÁRIO PASSOS Secretário Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente
do Parque da Cidade e entregá-lo a população integralmente. Por isso tudo, de vilã, a Semurb virou uma espécie de bem feitora da livre iniciativa sem, contudo, comprar grandes problemas com os ambientalistas. Agora com Olegário Passos, o que se deseja é a ampliar uma interlocução com o Ministério Público e incorporar uma discussão saudável sobre a regulamentação de dispositivos do Plano Diretor. A meta é atender os ambientalistas sem lesar direitos legítimos de proprietários de terras localizadas em Zonas de Proteção Ambiental. O instrumento é a transferência de potencial construtivo. Um ganho expressivo conseguido por Olegário Passos foi a gestão das contas dos Fundos Municipal de Meio Ambiente (FUNAM) e de Urbanismo (FURB), onde a secretaria poderá fazer os investimentos necessários para aparelhar e capacitar o corpo técnico. Graças a isso foi possível a alteração da tipologia de empreendimentos já aprovados a fim de que eles pudessem contemplar a
mudança do mercado comprador. Essa media atingiu em cheio os flats. Já os planos de licenciar novos empreendimentos pela Internet terão de esperar um pouco mais. A ânsia de se livrar do prédio caindo aos pedaços na Ribeira trouxe o complicador de adaptações nas novas instalações. A nova sede da Semurb fica a poucos Metros da Avenida Prudente de Moraes, entre a Candelária e Lagoa Nova. É uma casa de três pavimentos que a primeira vista ofereceria as condições exigidas. Mas só a primeira vista. Sem as instalações de ar condicionado, até hoje os funcionários usavam a criatividade, utilizando ventiladores emprestados, para poder trabalhar no calor escaldante de maio e parte de junho. Questionado sobre os problemas, Olegário Passos diz o seguinte: “Toda mudança gera algum tipo de problema”. E acrescenta: “Quando as condições objetivas não existem, é preciso criá-las e se os resultados sofrem algum atraso, isso não significa que eles não virão”. Na reforma administrativa da prefeita Micarla de Sousa, de uma secretaria adjunta, a Semurb saltou para três. Uma passou a fazer a parte de licenciamento e fiscalização; outra cuida de todas as informações estratégicas com planejamento georeferenciado; e a última trata exclusivamente da gestão ambiental. Hoje, a Semurb tem 415 colaboradores, dos quais 60% funcionários, 15% cargos comissionados e o restante de estagiários. Dos programas foram implantados: Humanização e Modernização; Agenda Verde; Endereço da Gente, Inventário Florístico e Plano de Arborização e o Projeto Memória Minha Comunidade – bairro de Cidade Satélite que abriu a série.
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A região que mais cresce na cidade depende de obras públicas que a tornem mais atrativas para investimentos imobiliários
Zona Norte de Natal: crescimento demográfico e econômico visíveis convivendo com a insegurança jurídica e o descaso para com seus problemas de infraestrutura urbana. Questões recorrentes
ZONA NORTE LUTA PARA SE FIRMAR oi a partir da década de 1960 que o mercado de terras na Zona Norte passou a existir. A venda de lotes à prestação ali foi complementada com a construção de conjuntos habitacionais pelo Estado para acomodar as famílias que vinham do interior para tentar a vida na Capital. O chamariz foi o reparcelamento destes lotes iniciais, criando novos loteamentos, voltados a uma população de baixa renda, que não teria condições de comprar um terreno ou casa nas zonas Leste ou Sul. Hoje, embora o programa “Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal, tenha conseguido se viabilizar no Planalto, na Zona Norte, as coisas na região não decolaram como se previa. Até 2008, a Zona Norte pintava como alternativa para investimentos privados, seguindo a tendência turística ao longo do Litoral Norte. A chegada da ponte Newton Navarro indicou que esse processo seria acelerado – já que as distâncias ligando um lado a outro do Rio Potengi foram drasticamente encurtadas. Mas com o aquecimento do mercado imobiliário, a partir do segundo semestre de 2009, o mercado parece ter elegido novas prioridades. E a Zona Norte continuará condenada ao ostracismo, embora sua população cresça em ritmo muito superior às demais regiões da cidade, consideradas mais nobres do ponto de vista econômico. O projeto Pró Transporte, que prometia resolver alguns problemas de mobilidade da região, arrasta-se há anos. A última informação, porém, indica que as obras que estavam paradas devido à execução de outros serviços de drenagem e pavimentação, já voltaram a andar. Segundo o secretário Demétrio Torres, da Semopi, o trabalho re-
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80 mi é a estimativa de gastos no PróTransporte.Mas essa já é uma conta antiga diante da morosidade do projeto
65 mi é a parte do governo do Estado nessa conta.Com o projeto Copa do Mundo de 2014, as obras viraram estratégicas
começou com a colocação de estruturas de rede de alta tensão e TV a cabo. Logo em seguida, será feita a pavimentação. Depois dessa etapa, serão realizadas as obras no sentido do Gramorezinho, até a BR 101. Com isso, as obras de esgotamento em Nossa Senhora da Apresentação, que impediam a continuidade das do Pro-Transporte, continuarão normalmente. O programa, anunciado como a grande solução para Zona Norte, duplicando importantes vias de ligação, como a avenida Moema Tinoco e a rua Conselheiro Tristão, e Avenidas como a das Fronteiras e Tocantínia, sofreram muito com dificuldades na desapropriação. Três anos e meio depois, até agora, o programa só conseguiu concretizar parte do Viaduto das Fronteiras. Essa obra será o ponto de partida da retomada, que ainda tem um longo caminho a percorrer. Remanejamento de postes, fia-
ções, tubulações, licenças ambientais, desapropriações, tudo isso e muito mais compõem o emaranhado de decisões diárias tomadas pelos engenheiros da obra. Cada nova etapa só anda com as medições e aprovação da Caixa Econômica, que é o agente financeiro responsável pelo repasse dos R$ 72,8 milhões destinados ao Pró-Transporte pelo Ministério das Cidades, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Um grande gargalo que finalmente começa a ser superado é o das desapropriações. Segundo o procurador geral do município, Bruno Macedo, o dinheiro das indenizações agora será depositado em juízo, de acordo com a avaliação oficial, produzindo uma “emissão provisória de posse” por parte da Justiça. O rito em média leva apenas 15 dias, segundo o procurador. Ou seja, leve o tempo que levar o processo de desapropria-
obra da administração Wilma de Faria, que se desincompatibilizará do cargo no mês que vem.
ções, as máquinas da empreiteira responsável poderão trabalhar sem terem que parar por força de algum recurso judicial. “Antes, os proprietários e posseiros das áreas eram convocados para discutir os termos financeiros na desapropriação e o acordo era homologado”, explica Bruno Macedo. “Embora fosse um procedimento rápido, ele sofria com a frequente entrada de terceiros, reivindicando ressarcimentos”, acrescenta. Desde o ano passado, por força de um acordo entre a Prefeitura do Natal e o Governo do Estado, as desapropriações serão pagas pelo erário estadual. O Município arcará com as correções anuais sobre os valores cobrados pela empreiteira responsável, desde que a quantia não supere os R$ 7 milhões. A fatura será paga pelo Governo do Estado, que precisa dos resultados do Pró-Transporte para viabilizar toda a acessibilidade à ponte Newton Navarro, a maior
O projeto Pró-Transporte, que prometia resolver alguns problemas de mobilidade da região, arrasta-se há anos”
PRÓXIMAS FASES O programa Pró-Transporte, que já consumiu mais de 1.300 dias e construiu parcialmente um viaduto (o das Fronteiras) e realizou algumas interferências menores, já começou pela Avenida das Fronteiras, numa extensão total de quatro quilômetros. Depois, terá início a duplicação do trecho que vai do entroncamento da rua Moema Tinoco com avenida Tocantins até a BR101, um percurso de aproximadamente seis quilômetros. A terceira fase cobrirá a Avenida Tocantínea até a rua Moema Tinoco. A quarta e última fase do Pró-Transporte dependerá do desenrolar das etapas anteriores – é o trecho que vai da Tomás Landim até o Viaduto das Fronteiras. Segundo o secretário, Demétrio Torres,“o mais difícil foi iniciar o Viaduto das Fronteiras e ele está quase concluído - o resto é relativamente simples”. A governadora Wilma de Faria chegou a anunciar R$ 3 milhões para acelerar essas desapropriações. O valor referia-se justamente às indenizações de cerca de 174 imóveis localizados entre a cabeceira da ponte Newton Navarro e a Avenida Tocantínea, passando pela avenida Conselheiro Tristão e rua Moema Tinoco. Nessa época, ainda não estava formalizado o papel do Estado no processo de desapropriações. Wilma pediu na ocasião que o Município concedesse, em caráter de emergência, as licenças ambientais para o início das obras de pavimentação do trecho que liga a rua Moema Tinoco à BR-101. No total, o Pró-Transportes prevê investimentos de R$ 80 milhões, dos quais R$ 65 milhões são do Governo do Estado, R$ 7,8 milhões da Prefeitura do Natal, para custear as desapropriações, e outros R$ 7 milhões, financiados pelo Estado, a título de aditivo, para completar as desapropriações. Em julho de 2009, um novo aditivo foi incorporado ao projeto para cobrir os custos reajustados do programa, baseados na inflação. Além dessa conta, a Prefeitura do Natal custeará também os remanejamentos nas redes de água, telefone e energia, bem como os custos de fiscalização das o obras.
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ELE MUDOU A CARA DA CONSTRUÇÃO CIVIL POTIGUAR ENTREVISTA COM O O CONSTRUTOR SILVIO BEZERRA
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AS e DS. Antes de Silvio Bezerra e depois de Silvio Bezerra. Antes, a construção civil em Natal era carregada de desconfiança - como se a única coisa que pudesse produzir fosse devastação. Depois dele, há uma convivência mais pacífica entre os direitos e deveres de cada um no longo e tortuoso processo de desenvolvimento. Quando assumiu o cargo pela primeira vez, com pouco mais de sete anos de formado, Silvio sabia que era preciso alargar as bases do sindicato, o que só seria possível com consenso em torno de um programa comum. Deu certo. De lá para cá, de pouco mais de 30 associados, o Sinduscon já tem mais de 100 – e dinheiro aplicado para investir nas ações corporativas tão necessárias ao segmento que ele representa. Hoje, aos 41 anos, Silvio Bezerra vem acumulando uma série de responsabilidades, entre as quais a de vice-presidente da Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC), de quem recebeu recentemente o prêmio de empresário líder em Responsabilidade Social. E o conseguiu graças ao programa que implantou no Sinduscon de distribuição de mudas, há cinco anos. Com 100 mil mudas já distribuídas – 20 mil por ano – esta é uma das grandes vitórias do engenheiro civil que, num passado não
Para a construção civil o que interessa é a sustentabilidade ambiental, que o saneamento básico seja feito...”
muito distante, viu operários almoçando debaixo de árvores usando seus próprios capacetes como pratos. Ele atuou ativamente na mudança desse quadro ao implantar, de forma pioneira, os programas de Qualidade Total em sua própria empresa, 16 anos atrás. Depois vieram os programas PBQP-H e as certificações ISO. “Eles fizeram com que o trabalhador passasse a ser peça chave no sucesso das empresas”, explica. Não satisfeito, atuou intensamente para a criação da Federação das Coopercons – apêndice do Sinduscon na compra consorciada de insumos para os associados. Modesto, diz que pouco teria feito sem a sua diretoria. É possível que graças a ela, com a proximidade de sua saída da presidência do Sinduscon, nenhum traço de movimentação exista para sucedê-lo. “Um ano antes de sair, quando você tem um monte de gente querendo tomar o seu lugar, de duas, uma: ou as coisas estão ruins ou boas demais”, brinca. A entrevista a seguir Silvio Bezerra concedeu no começo de junho em seu gabinete na Ecocil Incorporadora.
imóveis &Construções Depois da crise no ano passado está faltando mão de obra na construção civil do RN? Faltar, propriamente, ainda não. Mas o mercado está bastante aquecido. A verdade é que quem tem bom engenheiro, bom mestre de obras, enfim, bom profissional está segurando esse trabalhador. O ideal é que ele suba degraus na sua escala, que o encarregado vive mestre, o pedreiro vire eletricista. O importante é que esse trabalhador se torne polivalente para diminuir a rotatividade na construção. Quanto menor for o giro, menor será o custo. É verdade que existe uma pequena guerra no setor pelo bom profissional? Em torno do bom profissional, sim. Seja ele engenheiro ou mestre de obra, é disputado à tapa. Igual a jogador de futebol na Europa. O Sinduscon interfere nessa disputa,mediando conflito? De jeito nenhum. Nesse ponto, o mercado se resolve sozinho, o sindicato não se mete. Nosso papel é apoiar a qualificação. Qual o grande problema em relação à mão de obra? Depois da qualificação, eu diria que é a informalidade. Segundo o Caged, são 25 mil trabalhadores na construção civil. Não sei quantos informais existem. Nessa questão estamos do lado do sindicato dos trabalhadores: informalidade, não. Não podemos concorrer com quem não declara nada, que não assina carteira e tem custos infinitamente menores do que os empresários formais. Se na convenção coletiva o construtor se compromete a dar transporte, alimentação, fardamento, material de segurança, vale transporte, por que deveríamos tolerar quem não faz nada disso e disputa espaço dentro do segmento?
sa Natal não tem o preço mais caro do metro quadrado do Brasil ou do Nordeste. Se fosse assim, o programa “Minha Casa Minha Vida” não pagaria um dos menores preços do Brasil para Natal. Estou me referindo aos valores pagos ao produtor. Por que isso acontece? Pergunte ao Sinapi (Índice Nacional da Construção Civil, calculado pelo IBGE em convênio com a Caixa). Nós estamos com o preço abaixo de Salvador, Recife e Fortaleza. Nessas capitais, o “Minha Casa Minha Vida” paga 10% mais na unidade na faixa de zero a três salários-mínimos. Então não entendo porque dizer que temos o maior preço. O senhor tem alguma teoria para explicar essa diferença? Nosso nível de exposição é o mesmo que outras cidades sedes da Copa de 2014. A tendência é Fortaleza, Recife e Natal igualarem os custos de suas obras para efeito de “Minha Casa Minha Vida”. Tanto que a nossa luta hoje é tentar elevar os preços pagos no programa para o mesmo patamar praticado em Fortaleza e Recife. Isso explica os poucos lançamentos em Natal para a faixa de zero a três salários? É um fato: temos poucos lançamentos nessa faixa do “Minha Casa, Minha Vida” em Natal. Por quê? Há escassez de área e a procu-
ra é muito grande. É a lei da oferta e da procura. E por que custa caro? Porque tem quem compre. É a Lei da Oferta e da Procura. Por isso mesmo não é possível achar que o preço do metro quadrado em Natal seja menor do que o de Fortaleza e Recife. Mas a diferença de 10% a mais que o governo federal, via Caixa, paga a essas capitais tira os empresários do RN do mercado. Esses 10% correspondem ao que pagaríamos pelo terreno. O preço do imóvel não é feito da frente para trás. O construtor não compõe o custo e põe uma margem de lucro em cima. Não é assim que funciona. É o mercado que paga. Se o empresário conseguir construir por um determinado preço possível, ele lança o empreendimento; se não conseguir, não lança. O mercado é soberano. E não é a disputa da mão-deobra que vai inflacionar o preço do metro quadrado. Agora, o construtor corre o risco de perder margem. A escala (volume de unidades produzidas) poderia equalizar as margens reduzidas? Quem tem escala pode ter margem menor. Quem não tem escala, vai cobrar mais caro. Hoje, a Ecocil não lança nada que tenha menos de 100, 200 unidades. Justamente para obter um preço unitário menor e obter velocidade de venda. No segmento da classe média é preciso ter escala. Já nos empreendimentos de classe A, quem
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manda é o VGV e não a quantidade de unidades. Classe A não tem escala, quem tem escala são as classes C e D. E nessa faixa que as margens estão reduzidas para o empresário na lógica do “Minha Casa Minha Vida” no RN. O impacto dessa margem é grande? Veja o seguinte, o grande volume do mercado quem hoje faz é o “Minha Casa, Minha Vida” – classe C e D. Na faixa de zero a três salários, o programa impõe margens apertadas para o construtor. Mas, acima disso, abre mercado para o empresário. Dentro da faixa de zero a três salários, o Governo compra toda a casa que o construtor erguer. Na faixa de seis a 10 salários, é o mercado. Há unidades sendo produzidas em várias faixas de preço e localização. A prefeitura voltou a pressionar a Caern por conta do que considera baixa performance da coleta e tratamento de esgoto.Como os empresários veem isso? Para a construção civil o que interessa é a sustentabilidade ambiental, que o saneamento seja feito. Se for a Caern ou não, é o que menos importa. Agora, o que eu posso assegurar é que existe capital privado para se investir na Caern. Se a companhia vai querer ou não, são outros quinhentos. Agora, se quiser, garanto que vai chover investidor. O melhor negócio do mundo é esse: ter a concessão de serviços e isso tem retorno.
Qual é o custo da mão de obra numa obra? O custo da mão de obra varia muito, mas em média corresponde entre 30% a 40% do custo para o construtor. O cimento e o aço são produtos cartelizados, que preocupam o setor.Como o Sindicato tem enfrentado essa questão? Como o câmbio valoriza a moeda nacional, isso facilita a importação. Temos trabalhado nisso para fazer com que o cartel sinta a alternativa que a gente tem. E não adianta perguntar de onde vem o aço porque ninguém vai dizer. É algo tão sigiloso que se a informação cair no ouvido de um dos cartéis eles são capazes de fazer altas manobras internacionais para melar o negócio. Nesse terreno o jogo é bruto. O senhor acha que o “Minha Casa Minha Vida”vai regular os valores de mercado em Natal,considerado muito alto? Diferentemente do que se pen-
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O que eu posso assegurar é que existe capital privado para se investir na Caern. Se a companhia vai querer ou não, são outros quinhentos. Agora, se quiser, garanto que vai chover investidor. O melhor negócio do mundo é esse: ter a concessão de serviços e isso tem retorno”
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No cenário econômico, veja como o supply chain e suas implicações podem afetar o equilíbrio entre receita e lucro dentro da empresa
RECEITA X LUCRO NA CONSTRUÇÃO CIVIL MARCELO FREITAS*
m um cenário econômico tão positivo, a maioria das empresas estão direcionando suas atenções apenas em aumentar seu faturamento, quando na verdade, o foco deveria ser em aumentar seu lucro a partir de aumentos em sua receita. Soa parecido, mas há uma grande diferença. Embora pareça lógico, é importante entender que o lucro é diretamente impactado por duas variáveis: receita e custo. Ao analisar uma indústria que enfrenta um aquecimento repentino de demanda, como a que vem ocorrendo com a construção civil brasileira, o que se observa são os impactos de curto e médio prazo em todos os elos de sua cadeia de valor. É importante focar assim para que possamos entender as oportunidades e os riscos iminentes as empresas do setor. Como todos nós sabemos, a indústria da construção civil no Brasil esta sendo um dos principais responsáveis pela retomada da economia num momento pós-crise. Incentivos do governo (Minha Casa Minha Vida, por exemplo), adicionados a uma enorme demanda reprimida, propiciaram saltos expressivos na produção com
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ênfase no segmento residencial. A partir desses incentivos oficiais (início em março de 2009), só a Caixa Econômica financiou mais que nos anos entre 2003 e 2008, atingindo patamares nunca antes vistos em nosso país. Ora, isso implica em aumento de receita, visto que há mais pessoas para comprar imóveis, aumentando o volume transacionado, e até o preço unitário. Excelente! Sim, mas e daí? Qual o problema então? A questão é não enxergar os riscos de movimentos tão bruscos cujos elos da cadeia de valor não consigam evoluir no mesmo passo. Não chega ainda a ser um problema, mas se não endereçado, poderá se tornar um problema e dos grandes. A cadeia de valor na indústria da construção civil é claramente caracterizada por um supply chain (cadeia de suprimentos: grupo de fornecedores parte da cadeia de valor) onde não há capacidade instalada para atender um aquecimento tão repentino do setor. Ora, com o aumento de demanda por residência, aumenta a oferta de unidades no mercado. Com o aumento da oferta, aumenta a demanda por insumos e mão-deobra para o setor. Este aumento poderá ser tamanho, que chegará
um momento que as empresas construtoras fiquem reféns dos fornecedores. Toda a “força” estará nos fornecedores. A partir daí, aumento de preços e atrasos de entrega serão constantes. As consequências podem ser inúmeras. A questão é que, embora todo fornecedor da construção civil deseje aumentar sua capacidade produtiva para vender mais, isso acarreta investimentos altos e bastante tempo para construção de novas fábricas e/ou linhas de produção. Na falta da possibilidade de se aumentar a produção, o único regulador de demanda existente é o preço. Já vivenciamos isto diariamente com cimento, aço, mas isso é apenas o começo; logo mais, este problema ocorrerá com mais frequência e com outros insumos. A situação é ainda mais preocupante no Norte e Nordeste do país devido a sua distância dos pólos produtivos, aumentando o custo logístico (transporte, manuseio e armazenamento) e assim o preço total de aquisição dos insumos. Isso, sem falar dos desafios de encontrar mão-de-obra para o setor, o que por si só, é tema para outro dia. Portanto, o custo será altamente impactado, podendo não só compensar pelo aumento de receita, mas
até fugir do controle e dar prejuízos a empresas mais despreparadas. Recapitulando, o que estamos dizendo é que a receita subirá, mas os custos podem subir ainda mais, provocando prejuízos em momentos tão positivos. O que fazer? Num cenário de rápido crescimento de demanda, definir uma estratégia de supply chain management (SCM) é tão importante quanto definir sua estratégia de vendas. Para qualquer estratégia de supply chain management bem desenvolvida, é imprescindível a abordagem de quatro pontos: estratégia, oportunidades, risco e implementação. Estratégia: em primeiro lugar é preciso entender a estratégia geral da empresa antes de desenvolver a estratégia de supply chain management, pois a primeira impacta diretamente na segunda. O presidente (ou o dono) suporta esta iniciativa? A empresa quer expandir para outros mercados? Pretende-se crescer organicamente ou via aquisição de novas empresas? Vamos focar em um segmento do mercado ou atacar múltiplos segmentos? As várias respostas a estas e outras perguntas, permitirão entender como a estratégia de SCM deve ser desenvolvida para possibilitar a realização dos planos. Oportunidades: uma estratégia
de supply chain management bem definida também identifica várias oportunidades na cadeia. Boa parte dessas oportunidades estão relacionadas à aquisição de insumos. Para isso, tem-se que entender como comprar melhor: com custo mais baixo, e com melhor nível de serviço (confiabilidade de entrega). Geralmente, a identificação e avaliação dessas oportunidades passam por um diagnóstico de compras e todos os seus processos, apontando áreas de melhoria quando comparadas a melhores práticas do mercado. Há diversas técnicas e abordagens que podem ser usadas como: consolidação de volume (ao longo de uma obra e entre obras); melhoria de processos conjuntamente com o fornecedor (ex: melhor previsão de ordens de compra permitindo planejamento por parte do fornecedor quanto a sua produção); redução das especificações/engenharia de valor (o que de fato agrega valor ao cliente final, pois o que não agrega valor agrega custo); Global Sourcing (expandir geograficamente opções de fornecedores, ex: China, etc.); dentre outros. Riscos: nem sempre haverá oportunidades, em alguns casos, uma estratégia bem definida envolve reduzir os riscos a níveis aceitáveis para evitar um desabastecimen-
to de algum insumo crítico. Por exemplo, cimento em obra é algo crítico, onde o foco da estratégia é mais em garantir o fornecimento do que reduzir valor unitário do produto. É crucial entender os principais riscos de fornecimento envolvidos, segmentá-los e saber como agir caso aconteçam. Duas variáveis são importantes compreender quando elaborando um plano de gerenciamento de riscos, sendo elas a capacidade da empresa em gerenciar/mitigar esses riscos e em seguida os impactos dos riscos identificados nos negócios da empresa. Implementação: uma vez entendido a estratégia geral, identificado as oportunidades e elaborado um plano de mitigação de riscos, é preciso se preparar para fazer com que as mudanças aconteçam e passem a fazer parte da cultura da empresa. De outra forma, corre-se o risco de o programa de SCM (Supply Chain Management) não ser implementado corretamente e vir a ser descontinuado. Portanto alguns pontos precisam ser endereçados, dentre eles: a) investimentos da empresa para realizar o programa de SCM (a empresa precisa, já no início das atividades, entender quanto precisará investir para desenvolver e implementar tais estratégias); b) entendimento da relação custo/benefício de tais investimentos e demais esforços da companhia; c) elaboração de um plano para atacar as oportunidades identificadas, incluindo responsáveis, metas tangíveis e valor a ser capturado; d) criação de indicadores para monitorar e medir se o programa está sendo implementado e se as melhorias estão sendo capturadas ao longo do tempo. * Marcelo Freitas é engenheiro e mestre em administração pela University of Michigan —Stephen M. Ross School of Business.Foi consultor da A.T.Kearney Management Consultants em Chicago, e atualmente é diretor administrativo e financeiro da Ecocil Incorporações S/A, onde representa o fundo RG Salamanca no conselho diretivo da empresa.
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Precursor das mais importantes inovações do mercado imobiliário em Natal, Ricardo Abreu inaugura no Brasil a moda dos feirões virtuais, onde as vendas acontecem por minuto
O TWITTEIRO RICARDO ABREU empresário conservador é aquela que tem horror a inovação, não gosta de mudança e despreza o novo sob qualquer forma que ele se apresente. Não é o caso de Ricardo Abreu, definitivamente. Em fevereiro último, depois de avaliar alguns conteúdos da NRF (National Retail Federation), a maior feira varejista do mundo, realizada em Nova Iorque durante 99 anos, Abreu ficou impressionado com os dados sobre o desempenho da mãe das redes sociais – o Twitter. Ele mesmo já tinha se cadastrado na rede sem nunca ter usado. Mas, dono de uma história feita em cima da evolução da TI (Tecnologia da Informação), não é difícil imaginar o que aconteceu em seguida. Abreu, que em 1997 incorporou sua tradicional imobiliária ao grupo Brasil Brookers e de dono de empresa local virou sócio de uma das maiores redes imobiliárias do Brasil, não pensou duas vezes. Convocou o consultor Fred Alecrim, que acompanhou a feira em NY, para comunicar: “Vamos fazer o primeiro feirão de imóveis pelo Twitter”. Coube a Alecrim imaginar o formato e a estratégia da ação que estava na cabeça de Ricardo
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Abreu. Junto com a Imobiliária Aliança, a Abreu até então era a única do segmento a participar rigorosamente de todos os eventos do Salão Imobiliário de Natal, realizado há uma década. Mas a rigor nunca se pautou muito em organizar eventos para promover os produtos de suas construtoras parceiras. Pois não é que saiu dessa condição para fazer logo o primeiro feirão virtual de imóveis do Brasil e, quem sabe, do mundo. Depois de algumas reuniões, a estratégia já estava pronta. Seria um evento de 12 dias com características de uma aposta e um teste ao mesmo tempo. Ao final desse período de alimentação de expectativa, o feirão virtual propriamente dito aconteceria no dia 27 de fevereiro. Essa era aposta. O teste: não poderiam ser gastos mais do que dois tostões no evento, logo batizado de “Twittão de Imóveis”. Nada de propaganda em jornal, rádio ou tevê; nada além de internet e muita propaganda boca a boca. Na verdade, a extensão do que Ricardo planejou, com a inestimável ajuda de Fred Alecrim, revelou uma estratégia sofisticada, pois ao mesmo tempo em que envolveu os 300 corretores da Abreu
na ocasião, criou como meta estar entre os 10 fatos mais comentados no Twitter nos 10 dias que antecedessem o evento. Ai, é claro, entrou o talento de Ricardo Abreu que sabe como ninguém incentivar colaboradores. “Era preciso o engajamento da empresa toda, desde os corretores à moça do cafezinho”, explica. Quanto ao fato da ação não custar quase nada, bem, houve um pequeno investimento – Ricardo comprou uma dessas câmeras que filmam em alta definição para incorporar aos posts enviados aos Twitter. E garante: não gastou mais de US$ 200 na aquisição. Com o equipamento e um produtor a tiracolo, percorreu pessoalmente todas as construtoras, gravando depoimentos caseiros sobre o evento. Enquanto isso, uma reunião maior seguida de pequenos outras tocava fogo na motivação dos corretores. Explica Ricardo: “Não sabíamos se venderíamos um imóvel, dez, cinco ou nenhum. E transformar o hábito dos corretores para usarem o Twitter já seria o grande desafio”. Só que houve um problema. O dia marcado para desencadear o primeiro feirão virtual do Brasil (e quem sabe do mundo) foi ironicamente o mesmo, o mesmíssi-
mo, do terremoto no Chile. Com isso, o “Twittão” não chegou a ser o primeiro tema mais comentado na rede local, ficando em terceiro, só perdendo para a final do Big Brother Brasil. Essa honrosa medalha de bronze ficou com a Abreu durante os 10 dias que antecederam ao feirão virtual, tamanha a mobilização gerada pelos corretores. Hoje, lembrando daquele 27 de abril, no qual todos trabalharam durante 10 horas seguidas, Ricardo Abreu resume o que o levou a tentar um feirão virtual nunca feito antes. “Foi minha filha, um dia ela me disse: “Paiinho, e-mail é coisa do passado!”. De fato, a geração dela usa o Twitter em operações móveis. É a turma que tecla enquanto anda, enquanto se alimenta, quando está no cinema ou no barzinho. É uma geração mais rápida, direta. E é uma mídia através da qual se pode passar qualquer tipo de arquivo, fotos, vídeos etc. De um dia para o outro, quem não tinha Twitter na Abreu passou a ter. “E nós fizemos várias campanhas de estímulo do tipo “o corretor que tiver mais seguidores ganha um jantar no Camarões ou coisa do gênero. Isso criou a febre. Foram distribuídas as metas em matéria de seguidores que cada um deveria
Não sabíamos se venderíamos um imóvel, dez, cinco ou nenhum. E transformar o hábito dos corretores para usarem o Twitter já seria um grande desafio...”
buscar com suas ofertas. So faltava decidir qual seria o desconto ou oferta especial a ser feita. O teste do Twitter envolveu desde o pessoal de avulsos até lançamentos. Cada corretor deveria trazer cinco a seis ofertas para colocar no evento. Oito horas da manhã de sábado, dia 27 de fevereiro. Cada corretor ficou com a atribuição de fazer 20 posts de oferta. Multiplicado por 300 corretores, foram mais de oito mil ofertas com descontos especiais de ocasião. Uma over dose de negócios que ajudou as construtoras e clientes a esclarecerem melhor seus produtos junto aos próprios corretores. Começaram então as ofertasrelâmpago do tipo “quem comprar a unidade tal do prédio tal ganha um desconto de 20 mil”, só para citar um exemplo. “Enquanto isso nós mandávamos daqui: o corretor que fechar a venda ganha um laptop”, acrescenta Abreu. Quatro minutos depois da abertura desse verdadeiro pregão on line a primeira unidade foi vendida. Uma das construtoras participantes, que todos os meses vendia não mais de quatro unidades, na semana do feirão vendeu 18. Resultado contábil no décimo dia posterior ao evento: R$ 13 milhões em vendas concretizadas e, de quebra, tendo a Abreu como uma das 10 marcas mais faladas no período da ação. A intenção de venda nesses dias foi incalculável. Produtos que estavam hibernando, saíram o sono e as construtoras começaram a perceber que deveriam fazer promoções acopladas a esses produtos. Foi um frisson de 12 horas seguidas, com direito à bons negócios e muitas frustrações. A única coisa certa agora é que a receita se repetirá apenas uma vez por ano pra não se banalizar. Mas as ofertas ficaram no Twitter até hoje. Com um ganho enorme para a cultura da empreas Abreu Brasil Brookkers, que já transformou o “Twittão” em case e pretende estender a experiência por todo o País.
imóveis &Construções Que aconteceu com a Abreu durante e depois da crise do subprime nos EUA? Quando a gente fez o IPO (Oferta Inicial de Ações em 2007 em que a Brasil Brookers captou R$ 730 milhões na Nova Bovespa), tínhamos 40 corretores. Porque já vivíamos um momento de crise, que tinha seu epicentro no mercado internacional. O mercado estrangeiro freou e os corretores começaram a sair porque esse profissional vive da venda. Isso era outubro de 2007 e ficamos até abril de 2008 sem lançamentos. Quando aconteceu o primeiro lançamento da Cyrela, já tínhamos entre 80 a 90 corretores. Era o primeiro lançamento da empresa. Hoje, pelo movimento projetado para este ano, já sabemos que precisaremos ter 600 corretores. Isso quer dizer que estão buscando novos corretores? Positivo.Estamos numa busca incessante por corretores e dar estímulos para que eles fechem negócios e ganhem muito dinheiro. E fazer com que a Abreu atinja seus objetivos, pois as metas da BR Brookers são muito ambiciosas. O senhor poderia dizer um valor de grandeza dessas operações? Em abril último, vendemos 326 imóveis, coisa de R$ 63 milhões. Isso, de vendas fechadas. Você sabe: fechado não é faturado. Faturado, tivemos algo ao redor de 45 milhões. Muitos contratos foram assinados em maio e não entram na conta do mês fiscal. Isso é uma cifra inimaginável para o mercado. Quais são as metas da Br Brookers que o senhor precisa alcançar? Quando eu ingressei na BR Brookers minha meta era gerar R$ 30 milhões/mês. E era coisa prá burro. Hoje vender 60 milhões ao mês é uma cifra até conservadora. Nossa meta atual é buscar 100 milhões por mês. É uma meta e tanto. Qual é o perfil do corretor desejável para participar desse processo? Um dia perguntei a uma das nossas corretoras que estava se sobressaindo o que ela fazia antes de vender imóvel. Era engenheira química. Há corretores de consórcio, ex-empresários, vendedores de plano de saúde, de carros...tem administradores, advogados, enfermeiras, uma diversidade muito grande. E nós precisamos dessa diversidade para atingir diversas camadas da população. O corretor hoje é a pessoa que se preocupa com o bem estar de outras pessoas e não apenas com o fechamento de negócios de ocasião. O corretor é aquele que sabe interpretar as necessidades de seus clientes e, portanto, deve saber ouvir, entender o que ouve, ter sensibilidade para o problema dos outros. Mas precisa também dominar técnicas de venda, pois o mercado de hoje é muito profissio-
Um dia perguntei a uma das nossas corretoras que estava se sobressaindo o que ela fazia antes de vender imóveis. Era engenheira química. Há ex-empresários, vendedores de carros, de planos de saúde, advogados...” nal. Técnicas implicam em saber explicar detalhes sobre o imóvel que está vendendo. E, sobretudo, passar segurança e confiança ao cliente. Antigamente, era forte a idéia de que o corretor era aquele que vendia gato por lebre. Hoje isso é coisa do passado. E o comprador de imóvel em Natal tem uma cara? Hoje, 99% dos que compram imóveis são brasileiros. E, destes, 85% são potiguares ou pessoas residentes na capital e no interior. Na seguinte proporção: 70% natalenses e residentes e 15% do interior. Do interior? Sim, do interior do Estado saem muitos compradores. Tenho uma corretora que apostou numa determinada cidade do interior, bem pequena por sinal, e graças a indicações boca a boa fechou seis negócios num único final de semana. Então, não se enganem, existe o interior para o mercado imobiliário. Porque não só as pessoas nas capitais melhoraram de renda; o interior vem dando saltos visíveis. São famílias cujos fi-
lhos vêm estudar na capital ou que querem passar o fim de semana em Natal. Qual a influência do programa “Minha Casa Minha Vida”nesse processo? Esse programa foi uma grande revolução. Mas eu diria que há poucos desses imóveis ainda sendo vendidos na capital. Muito pouco perto do que pode chegar. Por que o senhor diz isso? O Governo Federal lançou o programa, mas cadê a infraestrutura? Os cartórios não estão preparados, as prefeituras não estão preparadas, a Caixa Econômica não está preparada para o volume com o qual passou a operar. Antes, ela fazia xis de financiamentos e hoje, por acusa do programa, faz xis mais y. Nós sabemos do choque positivo proporcionado pelo programa, mas a Caixa não está preparada. A vontade de fazer a meta por parte do Banco é gigante, mas é tudo ainda muito novo pra Caixa. Não quero de forma alguma desmerecer a instituição cuja importância é extremamente relevante para a história do
crédito imobiliário no Brasil. O Governo Federal deveria fazer isso pela Caixa, patrocinar o seu aparelhamento específico. E não sobrecarregar seu pessoal, obrigando a reformas quando o que está em jogo é uma revolução. É um ótimo programa, veio na hora certa, mas precisa deixar de ser tão político para ser o que é – a volta de uma política habitacional para o País. O que falta, afinal, para destravar o setor imobiliário num ambiente de déficit crônico de moradias? O consumo. Quem está comprando continua sendo a classe média tradicional. Porque, queiramos ou não, o brasileiro ainda paga juros muito altos. E isso faz com que haja inadimplência. Mas no passado não era pior com a inflação alta? No passado, vivemos uma inflação meteórica sim, mas na medida em que havia perdas de dia, havia os ganhos com o over nigth. É verdade, os juros na época batiam os 80% ao mês, mas, se duvidar, os 3 ou 4% de hoje são mais danosos porque não se tem para onde correr. Hoje, se pega o juro e três e aplica-se menos de um. Antes se morria por causa dos juros de uma vez, agora os juros vão te matando aos poucos, em doses homeopáticas. Essa situação pode contaminar o programa“Minha Casa,Minha Vida”? Contaminar propriamente, talvez não. Hoje, o maior problema do “Minha Casa, Minha Vida” é que as pessoas não têm renda comprovada. Há inadimplência, há falta de cadastro. Para se vender 250 unidades do programa você tem que fazer 2 mil, 2.500 cadastros. Existe uma renda informal no Brasil gigante. E nós precisamos encontrar maneiras de incluir mais essa massa no consumo. Mudando um pouco de assunto, uma pergunta clássica: onde Natal está crescendo mais? Natal tem o Rio Potengi, praias, as áreas das Forças Armadas, que tomam muito espaço. Então Natal não tem para onde crescer, exceto numa direção: para Parnamirim e Macaíba. E a Zona Norte não conta? A Zona Norte é uma questão controversa. Desde que fizeram a ponte Newton Navarro, eu talvez tenha sido uma das raras pessoas que não acreditou muito no propalado crescimento da Zona Norte. E não há nenhum elitismo nisso. E sabe por que – porque de lá para cá não houve valorização imobiliária na Zona Norte. Estou lembrado de uma empresa que fez um investimento em Nova Parnamirim, na Maria Lacerda, e vendeu 300 unidades em apenas um mês. E lançou outras 300 unidades na Zona Norte. Não vendeu 50.
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Qual é a saída? Para se mudar a concepção de um bairro é preciso, antes de qualquer coisa, de infraestrutura urbana. A Zona Norte passa por um problema muito sério de latifúndio. Explico: as pessoas compraram do sistema financeiro os conjuntos que existem lá. Com os anos, os imóveis começaram a ser passados para outros e destes para outros, tendo exclusivamente contratos de gaveta como suporte jurídico para essas transações. Enquanto continuar essa informalidade a Zona Norte não vai crescer. Há um ambiente de total insegurança jurídica na Zona Norte. Esse é um ponto. A outra questão é a falta de infraestrutura urbana, como parques, ciclovias, iluminação, esgoto, enfim, infraestrutura urbana. Há o projeto PróTransporte, é verdade, mas em ritmo muito lento para a velocidade da ocupação ali que, diga-se de passagem, é muito superior ao do resto da cidade. Para onde a cidade vai crescer? Ao longo da BR-101 com certeza, pois é onde há áreas grandes disponíveis. Veja o caso do mercado imobiliário do Rio de Janeiro, que estava estagnado há 30 anos. Fazia-se quando muito um predinho aqui e outro acolá. O Rio é uma cidade antiga, tradicional, já foi capital da República. Quando deixou de ser, parou. Com isso, a cidade foi se interiorizando. Foram abertas as linhas Amarela e Vermelha para proporcionar acessos melhores a essa interiorização. Enquanto isso, a Barra era dominada por alguns investidores., que tinham terrenos. E foram investimentos como shoppings que mudaram isso. Esse comércio atraiu a chegada de condomínios grandes com infraestrutura. E hoje a Barra é outra coisa, ela renasceu. Se a Barra fosse uma cidade, seria certamente mais pujante que o próprio Rio de Janeiro. Mal comparando,seria o caso de Parnamirim? Bem comparando, é como eu vejo hoje em Parnamirim. Daqui a pouco será um município tão forte economicamente quanto Mossoró. Porque, guardadas as proporções devidas, Parnamirim já está para Natal como Jaboatãoestá para Recife. Temos ainda Contovelo, Pirangi e outras belíssimas praias que já estão sendo locais não mais de segunda, mas de primeira residência. Já há escolas na Ribeira investindo forte em Nova Parnamirim. E já está totalmente lotada, pelo que eu sei. O Salesiano - que não tem um ano lá – lotado! O epicentro desse terremoto urbano será o viaduto de Ponta Negra. Com o PAC da Copa teremos muito dinheiro para aplicar ali. Hoje, com a velocidade do crescimento da cidade, precisaremos desesperadamente de espaço para estacionamentos, edifícios garagem, as vias livres são irreversíveis. E a cidade já sabe para onde vai.
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Criador do Índice de Velocidade de Vendas (IVV) no começo dos anos 80, Romeu Chap Chap mostra porque a informação compartilhada é tão importante para o mercado como um todo
MEIO SÉCULO DE BONS SERVIÇOS residente do Conselho Consultivo do Secovi-SP, Romeu Chap Chap tem mais de 50 anos ininterruptos de bons serviços prestados ao mercado imobiliário, durante os quais desenvolveu uma centena de projetos de edifícios na cidade de São Paulo, Guarujá e algumas outras do interior de São Paulo. Participou da criação de shoppings centers e, mais recentemente, empreendeu um resort na Bahia. Sempre desenvolvendo produtos para a classe média e média alta, Chap Chap foi presidente do Secovi nos anos 80 por seis anos. Nessa época, ele criou a primeira versão do IVV – Índice de Velocidade de Vendas – para responder uma provocação do então Ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, professor de Economia e banqueiro. “Vocês falam de problemas, mas não de trazem os dados. Cadê os dados?” – perguntava Simonsen com a fala arrastada de carioca. E citava a indústria automobilística como exemplo de boa conduta na prestação de informações setoriais. Ora, pensou Chap Chap, a indústria automobilística tinha na época meia dúzia de fábricas – como reunir informações sobre a construção civil, um setor com milhares de empresas distribuídas pelo País? O fato é que o desafio de Simonsen deu certo e, pouco tempo depois, de maneira embrionária, o Secovi, que na ocasião era apenas um sindicato de São Paulo, criou seu primeiro IVV e passou a dizer ao governo que, atrás de seus problemas, havia uma base de dados para nutrir o debate e as reivindicações do setor. Nos anos de 1980, lembra Chap Chap, a construção civil brasileira convivia com uma paralisação crônica de mais de 20 anos provocada pela inflação galopante e as estratosféricas taxas de juros, que ainda são altas, mas nem de perto comparáveis às daquela época. “Essa paralisia nos deixou à margem de todo o desenvolvimento nos EUA e na Europa”, lembra. Hoje, depois de uma série de medidas adotadas nos governos FHC e Lula, o construtor Chap Chap finalmente pode comemorar a existência de um marco regulatório para diminuir o déficit habitacional e o desemprego no Brasil, trazendo a reboque o in-
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Romeu Chap Chap ouviu certo dia do ex-ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen:“Vocês reclamam, reclamam, mas cadê as informações?”Ele criou então o IVV
Essa paralisia nos deixou à margem de todo o desenvolvimento nos EUA e na Europa” ROMEU CHAP CHAP Presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP
vestimento internacional, que aumentou a oferta de imóveis para a classe média. Nada disso, porém, substituiu a necessidade de estatísticas setoriais confiáveis que permitam ao segmento tanto conduzir seus interesses em diferentes esferas econômicas quanto situar a velocidade de seus lançamentos para produzir melhores resultados às estratégias comerciais de suas empresas. Fala-se hoje até em importar esse modelo Portugal, onde existe uma IVV nacional. Mas isso não é possível no Brasil, lembra Chap Chap, por causa das diferenças regionais e das dimensões continentais do país. “Afinal, no Piauí o índice é diferente de Natal, que é diferente de Ribeirão Preto e por ai afora”, afirma. Para Roméu Chap Chap, o remédio foi criar um IVV em São Paulo e depois ir espalhando a idéia para o resto do País. Em parte do
Nordeste o índice já chegou, menos no Rio Grande do Norte, que curiosamente experimentou uma das maiores taxas de crescimento setorial da construção civil nos últimos anos. Para o empresário paulista, isso tem uma explicação. “A maior parte dos Secovis no Brasil está nas mãos de corretores e administradores de bens e condomínios que não estão muito preocupados com a incorporação imobiliária”. E acrescenta: “Eu fui um dos primeiros presidentes do Secovi incorporador-construtor”. É a partir do IVV que incorporadores e construtores podem planejar a velocidade dos lançamentos, uma vez que eles têm um período de maturação mais longo. Mas para surtir os efeitos desejados e dar resultados para todo o mercado, as informações fornecidas pelas empresas precisam ser confiáveis.
No ano passado, o presidente do Sinduscon do RN, Silvio Bezerra, que representa hoje uma incorporadora associada ao capital inglês, disse que uma de suas grandes frustrações será deixar a entidade, em junho de 2011, sem conseguir implantar o IVV no Rio Grande do Norte. Para Renato Gomes Netto, atual vice-presidente do Secovi-RN, embora índices como o IVV sejam da maior importância, ele admite a existência de certo preconceito por parte do empresariado local em compartilhar dados. Mas isso não o torna menos otimista. Diz Gomes Netto: “Ao contrário de estados como o Rio der Janeiro, onde o Secovi existe há 70 anos, em Natal, onde tem apenas 10 anos, um trabalho intenso é desenvolvido para mostrar que o segmento imobiliário deve, mais do que nunca, trocar informações e experiência e unir-se em ações conjuntas”.
para isso, mas a racionalização dos sistemas produtivos, educação melhor do operário nos canteiros – isso tudo as empresas estão sendo obrigadas a fazer. E essa conduta é seguida pelas empresas menores, que não tem capital na Bolsa, mas fazem parcerias com aquelas que têm.
elas estão fazendo parcerias com as grandes que abriram seu capital e estão estendendo sua influência pelo resto do País. No passado, as grandes montavam filiais e hoje elas fazem parcerias locais. São incorporadoras como a Gafisa e a Cyrela. O resultado dessa sinergia entre grandes e pequenas é que faz com que estas busquem resultados melhores. Isso faz com que empresas mais ou menos familiares, mais ou menos não muito racionalizadas, migrem para processos mais racionais. Estamos numa transição entre o passado, quando havia certo descontrole, para uma fase de competição que obriga a mais redução de custo com graus de eficiência. Aliás, o desperdício não é só de material, passa pela mão de obra; é a produtividade do operário que, produzindo mais, racionaliza também o volume de contratações.
ENTREVISTA // ROMEU CHAP CHAP/ PRESIDENTE DO CONSELHO CONSULTIVO DO SECOVI-SP
QUANDO FALTAR É MELHOR DO QUE SOBRAR O Brasil está entrando numa fase de grande demanda com a Copa do Mundo e o acesso das classes C e D ao consumo.Quais são os riscos disso criar problemas com fornecimento de matéria prima para a indústria? Acho que essa é uma consequência até boa, em outras palavras, é um bom problema. Espero que o Brasil não tenha sobra da produção da sua indústria de material de construção. Mas isso pode acontecer e tomara que aconteça. Porque se for preciso importar, o Brasil tem superávit na balança comercial e precisa
gastar um pouco mais de dólares para diminuir e melhorar o câmbio para os exportadores brasileiros. Hoje, o Brasil produz quase tudo que consome na construção civil. É um dos poucos países que tem recursos naturais ainda abundantes. Pode até importar alguma coisa, como componentes, tintas, etc, mas o mundo está aberto a essas trocas e é fundamental que elas aconteçam. Até cimento pode faltar? Até cimento, sim. Lembro que numa época foi necessário importar. Se isso voltar a ocorrer, que
ocorra! O Sinduscon e a Câmara Brasileira da Construção Civil recentemente conduziram um processo de importação de aço. Ele começou a subir muito o preço e lá fora estava melhor. O senhor realmente espera uma explosão de demanda? Vai haver excesso de demanda, sim, não só em habitação, mas em infraestrutura. Isso, porque o Brasil ficou atrasado muitos anos. E essa mão de obra que está ai no Bolsa Família voltará para a atividade produtiva, recebendo melhores salários. Esse fenômeno já
aconteceu no passado, durante o governo Medici, e poderá acontecer de novo – refiro-me à falta de matéria prima. Mas, quer saber: acho a falta uma coisa abençoada na indústria, melhor que a sobra. A falta significa para a indústria pleno emprego, maior absorção de mão de obra e bons salários para o trabalhador. O Brasil está evoluindo dentro da tecnologia de construir? Acho sim. Essas empresas que abriram capital para a produção de moradias principalmente se obrigam a racionalizar e aumentar sua produtividade por causa da competição do mercado. Isso as obriga também a reduzir custos. E reduzir custo significa eliminar desperdício. E isso, por sua vez, significa impor um grau de racionalização nas obras. Não diria só automatização, pois há um limite
Como anda o desperdício nos canteiros de obra? Antigamente, se falava que o desperdício na construção civil atingia 30%, como se dissessem, 1/3 de uma obra ia para o ralo. Isso nunca foi rigorosamente uma verdade. Claro que a massa caia no chão, a ponta do ferro era danificada, a madeira cortada... Hoje isso tudo já tem um grau de racionalização que até as pequenas empresas que não abriram seu capital estão obrigadas a observar. Por quê? Porque, como já disse,
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Urbanista brasileira radicada nos EUA é contra os condomínios fechados e defende uma teoria polêmica para um país assolado pela violência urbana: cada vez mais integrar os projetos à comunidade
QUANTO MAIS PÚBLICO, MELHOR rquiteta Urbanista, Maria Elisa Mercer é formada pela Universidade Federal do Paraná e natural de Curitiba, uma cidade considerada, sob muitos aspectos, modelo de urbanismo para a América Latina. Mercer é radicalmente contrária a condomínios fechados da forma como são concebidos hoje, como se fossem clubes privados. Maria Rita mora em Miami há sete anos, onde trabalha numa empresa de arquitetos e planejamento urbano, com projetos em vários países e de várias tamanhos - de resorts a bairros inteiros - , além de se dedicar a planejamento regional. Por isso mesmo, seu trabalho também implica no envolvimento com a iniciativa pública em projetos de códigos urbanos e planejamento. Recentemente, Mercer trabalhou na reforma da lei de zoneamento da cidade de Miami em parceria com a Prefeitura da cidade e em projetos regionais para crescimento urbano de cidades e regiões na Inglaterra, Rússia, China e Oriente Médio. Palestrante convidada do Nordeste Invest, em maio último, ela falou para IMÓVEIS & CONSTRUÇÕES sobre novos conceitos de ocupação do espaço urbano que ainda são pouco adotados no Brasil.
A
É notório que você é visceralmente contra condomínios fechados. Qual é o tamanho desse desafio num país como o Brasil? É um desafio e tanto, não é fácil, é um passo a cada vez. No caso, é fazer um projeto integrado com a comunidade e não se voltar contra a cidade, fechando seus muros. Isso implica, entre outras coisas, em cuidar da segurança de maneiras mais inteligentes, através do design, por exemplo. Poderia nos explicar esse conceito na prática? Não faz muito tempo, fizemos um projeto em Campinas que tivemos de usar de vários artifícios tanto arquitetônico quanto de planejamento para obter vários níveis de segurança, sem precisar que ele se transformasse num condomínio fechado. Existem tipos arquitetônicos que favorecem
mais a proteção do morador. Por exemplo? Quando criamos comunidades com maior densidade, construímos mais em menos área, ocupamos mais o solo, podemos subir em altura, mas desperdiçando menos área, ou seja, criando unidades que podem até ser uni-familiares, mas que sejam juntas umas das outras criando espaços privativos dentro de seus lotes. Existe um modelo chamado Casa Pátio, que é muito comum na arquitetura espanhola, onde uma casa ocupa praticamente o lote inteiro, mas dentro tem um jardim interno maravilhoso que dá a impressão de se estar num espaço aberto e completamente privado. Existe outro exemplo de segurança pouco ostensiva? As janelas, elas também podem proporcionar segurança, na medida em que estejam posicionadas de modo a quem está dentro da casa veja o que se passa fora e quem estiver fora não tenha acesso visual a quem está dentro. Isso cria uma sensação de segurança que não é a segurança institucionalizada. O fato de subir a altura de uma janela já proporciona isso. O
recurso pode ser aplicado em casas geminadas que estejam de frente para a rua. É claro que condomínios verticais são mais fáceis de ter segurança, já que se pode limitar o acesso por uma entrada central. Mas o que existe no mercado é uma exigência por variedade de produtos. São conhecidas como tipologias de moradia, ou seja, uma casa, uma casa geminada, um edifício de apartamentos. E isso é que cria a variedade de mercado. O grande negócio hoje é fugir de termos como condomínio horizontal, condomínio vertical, a gente tenta não usar esses jargões, pois o que queremos é criar bairros, comunidades sem ter a etiqueta. No mundo mais desenvolvido economicamente, essas definições que sugerem exclusividade são combatidas? A gente vai pra Paris não apenas pra ver a Torre Eiffel, mas vai pra Paris pra andar pelas ruas. Todos querem opções. Cada lugar tem que oferecer o seu atrativo. Natal não pode só oferecer praias, mas outras opções. Eu mesmo quando cheguei aqui optei por um hotel que tivesse próximo de barzinhos, restaurantes e feiras.
Maria Elisa Mercer desenvolve projetos arquitetônicos que privilegiem a segurança do morador
O grande negócio hoje é fugir de termos como condomínio vertical, condomínio horizontal...”
E uma estrutura de quadras com coisas pra fazer. As amenidades não estão em instituições, mas nas ruas com arvores, praças e vida pulsante. Afinal, imóvel não é carro de luxo. O conceito do imóvel cercado de muros e arame eletrificado é algo que está sumindo do mundo civilizado. Quando o empreendedor não se interessa pelo conceito que você defende,o que fazer? Bem, quando o empreendedor não faz, é o poder público quem deve assumir a responsabilidade. Ou, como diz o Jaime Lerner, que é um grande urbanista, a cidade é solução e não parte do problema. Então, é preciso usar de
Aqui houve tantos projetos de
campos de golfe que se tivessem virado realidades estaríamos nos desviando de bolinhas.Seu conceito não está fora do nosso alcance? Eu diria apenas uma coisa: quem dá conta de delírios urbanísticos, como campos de golfe, é o próprio mercado. Se não houver a demanda de tantos jogadores que mantenham vivo o campo por um ano inteiro, pode ter certeza, ele não acontece. E a área antes destinada a ele vira espaço de moradia. O mercado também cuida muito desses maus passos. A proposta de integrar residências ao meio coletivo não é um delírio, nem é uma realidade, é uma necessidade.
de uma moradia completa com funcionalidade e harmonia, criando um ambiente pronto para ser habitado, no qual são instalados eletrodomésticos, móveis, roupas de cama, mesa e banho, acessórios de banheiro e cozinha, rebaixamento de teto, quadros, adornos entre outras coisas. Às vezes pode acontecer de o cliente se encantar tanto pela decoração e decidir comprar o imóvel como se encontra o decorado. O principal motivo deste acontecimento é a visualização exata de que é a possível transformar um espaço vazio em um lugar bem agradável para se viver. Ao mesmo tempo, o comprador tem noção de que o imóvel poderá comportar todos os móveis e objetos que compõem uma residência. Nos apartamentos decorados
que o nosso escritório executa, procuramos trabalhar com uma decoração limpa e sem excessos, criando um ambiente bem aconchegante. Geralmente imaginamos uma família, criando uma história que justifique o uso de elementos decorativos escolhidos para o espaço de cada morador. De fato, mesmo sendo um cenário, o decorado deve ter memória, cultura e arte. Com criatividade, soltando a imaginação é possível criar um ambiente elegante e confortável. Decorar é uma arte e necessita de muita atenção, principalmente quando o ambiente é compacto mas são os detalhes que fazem a diferença e através da experiência conseguimos chegar hoje com muito mais facilidade no imaginário e sonho dos futuros moradores.
mecanismos que, por meio de planejamento regional, trace objetivos de crescimento para áreas que unam o cultural, o social e o econômico de maneira coordenada. É para isso que existem leis de zoneamento e ocupação do solo. É a escala de pedestres que gera ambientes urbanos mais agradáveis, onde podem trafegar tanto carros como pessoas, porque tem fachadas atraentes, tem lojas, restaurantes e praças...então é esse o ambiente público desejável e qualquer comunidade. É a união do planejamento urbano com o planejamento estratégico de crescimento das cidades.
ARTIGO
APARTAMENTOS DECORADOS MARÍLIA BEZERRA Arquiteta
dealizados como estratégia de marketing das construtoras, os apartamentos decorados servem para ajudar o futuro comprador a visualizar as inúmeras possibilidades que o imóvel oferece. Tudo é pensado de forma a mostrar como é viável ter um imóvel aconchegante. Mas a estratégia também serve de inspiração para muita gente. Os eventos de decoração na nossa cidade muitas vezes não são
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acessíveis a um grande público, já os apartamentos decorados são uma boa opção para a visitação e daí surgem idéias. Quem conhece um apartamento decorado não imagina a eficácia dessa estratégia para o alcance de um bom resultado nas vendas de residências em prédios e condomínios fechados. Aqui em Natal está cada vez mais sendo usado o recurso do apartamento modelo, que encanta e informa os clientes sobre as possibilidades de uso do espaço a ser adquirido. As opções de demonstração são
variadas, definidas conforme o porte, o custo, o local e o espaço disponível para o empreendimento. Na
verdade, a ambientação vai muito além da colocação de objetos decorados, pois significa a montagem
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Com 20 anos de experiência como representante exclusivo de uma das marcas mais respeitadas no mundo, Ney é o homem do móvel modulado
ELE DÁ A RECEITA DO PLANEJAMENTO o longo da vida as pessoas e famílias acumulam histórias pessoais e objetos. Quanto não são utensílios do diaa-dia, usados na cozinha, no banheiro ou no quarto, são roupas, sapatos, documentos. É o jogo de panelas, talheres, pratos, os brinquedos das crianças, livros, o home teather que todo mundo sonha em ter casa, o home office. E como acomodar o computador do filho mais velho? Não é à toa que, nas últimas duas décadas, o segmento de móveis planejados deu um salto vertiginoso. Francisco Ney da Cunha, da Ney Móveis, que o diga. Ele é uma espécie de ícone do segmento dos modulados em Natal que, para ele, cresce à razão de 7% ano. Mas, se considerar que Ney foi o precursor dos móveis planejados no estado, esse crescimento já foi muitas vezes maior - quando a concorrência apenas engatinhava. Revendedor exclusivo da Dell Anno uma das mais tradicionais marcas de móveis planejados do Brasil, Ney acumulou uma experiência invejável de mercado e hoje tem como cliente desde o proprietário de um apartamento de 50 metros quadrados até verdadeiras mansões em condomínios verticais e horizontais. E ainda
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Francisco Ney da Cunha comanda uma bem-sucedida indústria de soluções práticas a partir da franquia da Dell Anno em Natal
atende encomendas em escala para construtoras que acabaram de entregar edifícios com dezenas de unidades. Agora mesmo, está instalando cozinhas e banheiros para um prédio recém entregue de
mais de 89 unidades. Tantos anos de mercado e experiência com a clientela natalense, que conhece como ninguém, fez Ney perceber algumas preferências de sua exigente clientela. “Há so-
luções para todos os gostos, mas há uma tendência grande por ambientes clean, com predominância de tons claros e amadeirados”, diz. Segundo Ney, hábitos trazidos pela presença norte-americana da
Segunda Guerra, quando bases militares se instalaram por aqui, influenciaram profundamente o gosto do público potiguar por soluções racionais quando se trata da organização de interiores.
“O natalense gosta de viver com ordem aliada à beleza e quando se muda para um imóvel novo tem por hábito cuidar em primeiro lugar da cozinha e dos banheiros - depois ele vai para a sala e os quartos”, diz Ney. Com padrões de acabamento e centenas de acessórios e detalhes exclusivos, a Dell Anno representada com exclusividade há 20 anos por Ney móveis cai do céu quando alguém está de mudança para um espaço novo.. Mesmo que o feliz proprietário venha a se transferir para um espaço maior e esteja adquirindo seu mobiliário aos poucos, os espaços planejados que darão suporte à nova residência são de lei. A marca Dell Anno pertence à Unicasa Indústria de Móveis S/A, uma das principais fabricantes de móveis do país. Localizada no maior pólo moveleiro do Brasil, em Bento Gonçalves (RS), a empresa possui um dos mais modernos parques tecnológicos do setor, com máquinas e equipamentos de última geração. Com 800 funcionários e um parque fabril de 65mil metros quadrados, a fábrica produz cerca de 40 mil peças diárias e trabalha orientada a oferecer móveis planejados com versatilidade de tendências e acabamentos. Nos últimos sete anos, a empresa investiu mais de R$ 60 milhões em tecnologia e na expansão de sua fábrica. No Brasil, a Dell Anno está presente em mais de 300 lojas autorizadas, entre elas a Ney Móveis com exclusividade para todo o Rio Grande do Norte. Segundo Francisco Ney da Cunha, o Ney, os clientes podem contar com arquitetos responsáveis por customizar cada projeto. Ou seja, planejar e submeter à aprovação cada espaço planejado. E a satisfação é garantida, pois o reconhecimento da tecnologia Dell Anno no exterior vem de mercados exigentes como os Estados Unidos, Europa, Emirados Árabes, África e diversos países das Américas Central e do Sul.
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Depois de dar um tempo com a crise financeira internacional, a Capuche volta com apetite redobrado e metas de expansão no Nordeste. Tudo como antes
O GIGANTE ACORDOU DE NOVO epois de hibernar durante boa parte do ano passado, adiando o sonho de expandir-se por outras praças do Nordeste, a sexta maior construtora do País em metros quadrados construídos nos últimos seis anos, está de volta com força total. Ela mesma, a Capuche, do empresário Edson Matias, já sentiu o bom momento e reaqueceu as caldeiras. Contratou o carioca Marcelo Ferrari, executivo com experiência tanto do lado da incorporação como da construção. Engenheiro de formação, já passou por importantes construtoras com a OAS e a Lopes. Matias o conheceu no Rio e depois de alguns meses resolveu que ele era o nome para comandar a volta da Capuche à era dos ambiciosos planos de expansão. Depois de concluída a transformação da empresa para S.A, Matias não só viu que era hora de voltar a crescer, como buscar oxigênio em programas como o “Minha Casa, Minha Vida”, sem abandonar sua clientela tradicional na classe média. Sempre na base do “nunca deixar a prateleira sem produtos”. Hoje, a construtora potiguar, dona do maior banco de terras, tem sete lançamentos na agulha em Lagoa Nova, Cidade Satélite, Capim Macio e Ribeira, além de um projeto para o “Minha Casa, Minha Vida” na BR 101 com 360 unidades. Ao que tudo indica, desta vez, Matias não está para brincadeira. Num seminário interno promovido em maio, Marcelo Ferrari, que acumula a direção comercial e de marketing da Capuche, repassou conceitos de uma agressiva política de vendas com a qual o chefe de identifica. Mas ai também tem o dedo do patrão. É de Matias a frase de que comprar um apartamento é o mesmo que adquirir uma camisa na loja da esquina. Se o cliente viu e gostou, a venda tem que sair. Hoje, apesar do aumento considerável de financiamentos da Caixa, a Capuche ainda pratica fortemente o autofinanciamento. A proporção hoje é de 50% de financiamento próprio para 50% com recursos liberados pela Caixa. Com 16 anos de atuação no se-
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Marcelo Ferrari, contratado por Edson Matias para comandar as áreas comercial e de marketing da Capuche, responde por planos ambiciosos resgatados do passado
Vender um apartamento é o mesmo que vender uma camisa...” EDSON MATIAS Comandante da Capuche e uma de suas frases mais célebres
tor de incorporação e produção de imóveis, a Capuche plantou a respeitável cifra de R$ 750 milhões de VGV nas praças de João Pessoa, Natal e Fortaleza. Até que a crise financeira internacional chegou, obrigando o experiente Edson Matias a fazer um recuo estratégico. Com mais de 17 mil clientes ativos, a empresa formada pela união de quatro outras - Capuche Empreendimentos, Ecomax, Viverde e Capuche Style – tinha planos ambiciosos de investir US$ 1,5 bilhão no mercado nordestino. Pois esses planos estão de volta. No ano passado, falando para IMÓVEIS & CONSTRUÇÕES, Matias anunciou que caminharia no ritmo da respiração do mercado. “Quando ele (o mercado) respirar mais lentamente, assim faremos; e quando respirar rapidamente, nós correremos”, declarou o fundador da Capuche.
NÃO É QUE A PARCERIA DEU MESMO CERTO udo que era uma projeção no ano passado, virou realidade neste. A imobiliária Soma, resultado da união de quatro grandes imobiliárias de Natal – Aliança, Peres & Peres, Procuradoria de Imóveis e a NL Imóveis – deve fechar o ano com um resultado de vendas de R$ 200 milhões. Desse total, 60% dos negócios oriundos do programa “Minha Casa, Minha Vida” e 20% de outros financiamentos da Caixa. Só o Portal Potengi, em Bom Pastor, foram 488 unidades quase todas vendidas, diz um dos diretores da Soma, Alexandre Gomes Netto. No ano passado, neste mesmo caderno, Gomes Netto antecipou o modelo de negócios ado-
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tado pela Soma: foco em VGVs altos como forma encontrada para delimitar o mercado de atuação em busca da maximização de lucros com custos compartilhados e manutenção de alto padrão de atendimento. Deu certo. De R$ 150 milhões em VGV de empreendimentos sob sua responsabilidade, a Soma superou essa marca de mais R$ 50 milhões este ano. Fez resultado, mantendo os custos mais do que sob controle – manteve-os reduzidos, como reza a boa cartilha dos negócios em mercados voláteis. Para isso, Gomes Netto e seus sócios focaram seus esforços em empreendimento acima da casa dos R$ 20 milhões de VGV, independentemente se eles estiverem em Petrópolis ou nas Quin-
Alexandre Gomes Netto: refinando os instrumentos de venda
Em conseqüência, dos 16 empreendimentos planejados, apenas 10 saíram da prancheta - entre edifícios residenciais, condomínios horizontais e lotes nos melhores endereços. Desses, apenas seis se concretizaram. O resultado de um reposicionamento comercial, implantado em 2006, trouxe resultados muito antes do que se pensava. Em apenas dois anos a Capuche cresceu cinco vezes seu faturamento, passando de 605 unidades vendidas em 2005, para 1.502 em 2006 e 2.500 em 2007. Os problemas conjunturais começaram em 2008, retardando os planos traçados inicialmente por Matias, obrigado a fazer cortes e reestruturar a parte comercial. Nesse processo, Luis Fernando Fonseca Dias, diretor comercial do Grupo Capuche, deixou o cargo que só voltou a ser ocupado há
seis meses por Marcelo Ferrari, um executivo mais descontraído e menos formal. Quando Luis Antônio Fonseca assumiu, em 2006, um planejamento estratégico, de longo prazo, previu que a Capuche ocuparia todas as principais capitais do Nordeste num período máximo de oito anos. Em 2007 foi João Pessoa; 2008, Fortaleza; 2009, Recife, num plano que pretendia ingressar no competitivo mercado de Salvador até 2016. Edson Matias preferiu um planejamento mais seguro de curto e médio prazo. Afinal, a empresa é dona de um banco de terras respeitável, o que, diga-se, nunca impressionou Matias. Para ele, há uma grande diferença entre estoque de terra e land bank, que é o potencial comercial dessas terras. “Uma coisa definitivamente não é a outra”, ensina.
tas”, como explicou Gomes Netto no ano passado. Segundo ele, este ano, muitos esforços do mercado estão voltados para o bairro de Lagoa Nova, onde a concentração de órgãos federais ligados ao poder judiciário e escritórios de advocacia arrostou para o local um perfil de renda alto, com áreas para serem trabalhadas. “Hoje – analisa Alexandre Gomes Netto – não é exagero nenhum dizer que o mercado voa em céu de brigadeiro”. Ou seja, sem nenhuma nuvenzinha que seja na frente para atrapalhar a visão do piloto. A Soma nasceu de cara com 100 corretores e uma estrutura de cinco escritórios, entre eles o da sede, localizada na área de lojas térreas do Portugal Center. As demais estão nas dependências das quatro imobiliárias donas da Soma. Na sede propriamente dita funciona o plantão com área de corretores e uma confortável sala de reunião no segundo andar. Na escala do corretor há sempre um dia de plantão a ser dado na Soma. Lá serve também acon-
tecem as reuniões clientes. Mas isso não significa que ações de interesse da Soma não possam ser desenvolvidas a partir de qualquer das quatro imobiliárias controladoras. “É um modelo inteligente que valoriza a parceria quando o mercado exige agilidade e qualidade de venda”, explica Alexandre Gomes Netto. Esse modelo flexível de negócio, até agora, tem funcionado a contento, apesar de ainda ninguém tenha se disposto a copiálo no mercado local. Quanto ao relacionamento com a Caixa, se maior suporte de negócios em última análise, Netto é mais do que afável. “Em relação ao que havia no passado e existe hoje, não há termo de comparação – as coisas melhoraram muito”, diz. Trocando em miúdos: os prazos de aprovação na Caixa a que ele se refere já atingiram o patamar de seis meses. E hoje? Ele arrisca: “Eu diria que dá pra matar os problemas em 20 dias, se não houver problema com a papelada da construtora”.
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Não há termômetro melhor no mercado do que agrupar dezenas de estandes num único espaço para ver como fluem as vendas
O MERCADO DOS FEIRÕES PEGA FOGO
Um balanço da Caixa, fechado em 10 de maio, revelou que foram concedidos R$ 21,17 bilhões de crédito habitacional no Brasil. Os feirões foram a principal vitrine dessa incomum oferta de dinheiro
ão teve para quem quis. Com o “Minha Casa Minha Vida”, construtoras e imobiliárias se voltaram maciçamente aos feirões, uma tendência que já vinha se insinuando da metade da década para cá. Mas como nos últimos anos – e especialmente neste – nunca se viu. O entusiasmo chegou a um ponto que dois feirões aconteceram na mesma época – o Fest Imóveis, promovido pela Caio Fernandes e construtoras parceiras e o 5° Feirão da Casa Própria, da Caixa. Mas o Salão Imobiliário, realizado tradicionalmente em maio pelo empresário Ocimar Damásio, emplacou números invejáveis. De 40 estandes até 2005, o Salão Imobiliário saltou hoje para 194 estandes. Saiu do ambiente de shopping e foi para o Centro de Convenções de Natal. E os espaços já estão totalmente esgotados para 2011. O último evento de Damásio produziu meio bilhão em negócios, metade disso por conta do maior indutor de negócios da atualidade – a Caixa Econômica – não tem dúvida do fundador do Salão. As afinidades dele com a Caixa são tantas que o próprio Ocimar organiza os feirões locais do Banco. O Feirão da Caixa, um evento que varre o país de Norte a Sul, este ano ofereceu em Natal 19 empreendimentos e 4.500 unidades habitacionais no valor de R$ 444 milhões - destes, 14 empreendimentos eram do programa “Minha Casa. Minha Vida”, totalizando 3.450 unidades no valor de R$ 306 milhões. O Fest Móvel, de Caio Fernandes, também mostrou a sua força: foram 23 estandes entre 28 de maio a 14 de junho no Natal Shopping com um número incalculável de visitantes, pois tomou praticamente todo o térreo do shopping mais antigo da cidade. E ali ofertas não faltaram - 16 pro-
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dutos em pré-lançamento foram oferecidos, com R$ 360 milhões de VGV. Em 2009, dos sete mil produtos à disposição no Feirão da Caixa havia imóveis novos e usados. Este ano, todos os produtos foram lançamentos – ou seja, novos -, 12 mil dos quais do programa “Minha Casa Minha Vida”. Um balanço da CEF, fechado no dia 10 de maio, revela que foram concedidos R$ 21,17 bilhões em crédito habitacional. Esse montante passou para R$ 24,2 bilhões apenas oito dias depois – uma diferença de mais de R$ 3 bilhões. O volume oferecido pelo banco supera em 3,86% o valor emprestado no mesmo período do ano passado (R$ 23,3 bilhões). Somente nos feirões do Banco em Belém, Fortaleza, São Paulo, Salvador e Curitiba, os negócios movimentaram cerca de R$ 3,8 bilhões – quase o valor total movimentado em todos os feirões no ano passado, de R$ 4,8 bilhões. Se no ano passado, a invasão
imobiliária em Nova Parnamirim foi o fato marcante, embora não propriamente novo, chamou atenção este ano o avanço de negócios em municípios como Macaíba, com incorporadores e construtores partindo decisivamente para produzir dentro do “Minha Casa”. É o caso da Incorporadora Brasil House, do espanhol naturalizado brasileiro, Francisco Javier Aguero, que já havia adquirido há três anos uma área ao lado de um conjunto habitacional financiado com recursos do PAC, em Nova Macaíba. Com casas 79 metros quadrados construídos em lotes de 200 metros quadrados, os apenas cinco quilômetros do futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante foram o mote inicial para as investidas incorporas de Aguero. Diante da possibilidade de produzir sem esperar os tempos normais do mercado, a área incorporada pela Brasil House agora está sendo totalmente voltada pa-
ra o “Minha Casa”. A história de Aguero não é exceção dentro do rol dos estrangeiros que vieram para morar e não apenas investir na região. Ele começou em Ponta Negra, comprando e vendendo, mas teve o bom senso de descolar-se do modelo inicial para buscar o público local. O empresário Ocimar Damásio, que todos os anos visita as maiores feiras do setor no Brasil e no exterior, explica que tanta experiência acumulada pelo mercado nos último anos conduziu o setor imobiliário para uma certa excelência. “Nossas empresas hoje sabem negociar com desenvoltura com qualquer cliente do mundo”, assegura. Esse profissionalismo foi consubstanciado na última década, quando os estrangeiros cederam lugar para investidores com mais tradição no mundo. “Esse foi um processo importante para que as imobiliárias se aparelhassem e pudessem trabalhar em nível global”, diz Damásio.
E O MERCADO DE LOCAÇÕES CONTINUA BEM AQUECIDO
Renato Gomes Netto
Nossas empresas hoje sabem negociar com desenvoltura com qualquer cliente do mundo” OCIMAR DAMÁSIO Empresário
Entre setembro de 2008 a dezembro de 2009, o número de locações aumentou cerca de 30% em Natal em relação ao mesmo período do ano passado. A estimativa é do ex-presidente do Secovi-RN e atual vice-presidente da entidade, Renato Gomes Netto. “Quando as pessoas deixam de adquirir para colocar seus imóveis para a locação, isso é crise”, acredita. Para quem alugou até o ano passado, o lucro girou entre 0.5% a 0.7% do valor venal do imóvel, que Gomes acredita ser uma boa taxa de retorno, melhor do que muitas atualmente disponíveis no País. Em conseqüência, lembra, encontrar um apartamento de três quartos no eixo Tirol-Petrópolis virou quase uma missão impossível. Há intermináveis filas com até 30 clientes interessados em locar a mesma residência. Já em apartamentos com dois quartos o estoque é bem melhor. Logo, a taxa de retorno para quem tem unidades com essas características é bem mais confortável. Os flats , ao contrário de outras praças, nunca foram uma realidade em Natal na visão de Gomes Netto. “Serviam mais para disfarçar a natureza real do imóvel por causa da legislação”, lembra. Os apartamentos de um quarto voltaram a cair nas graças do mercado. Explica Gomes Netto: “É uma tendência mundial, as pessoas estão querendo imóveis funcionais com um bom suporte de serviços agregados”. Em outras palavras: o que se busca são apartamentos que supram minimamente as necessidades do morador, mas com o conforto das áreas de lazer.
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Com empreendimentos imobiliários no bairro histórico da cidade, a possibilidade da revitalização cresce e volta a entrar na pauta do bom senso
RIBEIRA OUTRA VEZ m 2003, o então superintendente da Caixa no RN, Edalmo Porto Real, confessou um sonho: ver a Ribeira transformada num bairro residencial cheio de atrativo e charme. “Lá os terrenos são baratos e existe saneamento, não vejo porque financiar em áreas sem saneamento básico”, disse o carioca Edalmo pouco antes de deixar o cargo. Talvez agora, com a chegada de vários empreendimentos imobiliários ao bairro, seja possível olhar para a Ribeira e dizer: “Por que não?”. O processo, sacudido com a construção da maior torre da cidade, o João Olímpio, com 47 pavimentos, na chamada Ribeira Alta, prossegue agora com uma série de empreendimentos em outros locais do bairro histórico. Esse “up”, por assim dizer, na Ribeira, faz justiça a uma das localidades mais desprezadas pelo desenvolvimento imobiliário, que desde os anos 80 privilegiou Ponta Negra, valendo-se de uma cunha para a especulação imobiliária que foi a construção da Via Costeira. Lembre-se que, nessa época, o alvo era o investidor estrangeiro. Em conseqüência, de bairro onde no passado tudo acontecia, a Ribeira foi relegada ao ostracismo, junto com seus prédios de valor histórico inestimável. Com a lógica da ocupação urbana subvertida, ou seja, crescendo justamente para onde não havia saneamento algum, os investidores passaram a subir prédios onde nem havia asfalto. Exemplo clássico, Capim Macio. Hoje, com a falta generalizada de ter-
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renos na Capital, os investidores voltaram já há algum tempo sua atenção para a velha e boa Ribeira. A inauguração da ponte Newton Navarro, que liga o Forte à Redinha, apressou esse processo. Com a revitalização do bairro, a tendência de valorização da Ribeira é certa e vai atrair maiores investimentos, com restaurantes e bares sofisticados, como aconteceu no bairro do Recife depois da revitalização desencadeada nos anos 90. E, no caso da Ribeira, bons motivos não faltam. Eles atravessam toda a Avenida Duque de Caxias a partir dos prédios dop Ministério da Fazenda, Igreja do Bom Jesus, Grande Hotel, Associação Comercial, Casa de Januário Cicco, Junta Comercial, Teatro Alberto Maranhão, antiga Faculdade de Direito até a primeira sede da Escola Doméstica. Continua na antiga Avenida Junqueira Aires, atual Câmara Cascudo, com o prédio do jornal “A República”, a residência do historiador Câmara Cascudo, o Solar Bela Vista, a Capitania das Artes, o prédio da Ordem dos Advogados do Brasil/RN, a Prefeitura, o antigo Palácio do Governo, o Instituto Histórico e Geográfico/RN e antiga Catedral. Ninguém poderia desejar companhias melhores e mais inspiradoras. Em, Recife, apesar das críticas, transformar o bairro histórico no que ele é hoje custou inúmeras dificuldades . As primeiras propostas efetivas de revitalização ali tiveram origem nos programas de conservação dos Sítios Históricos elaborados ainda na década de 70, devido a grande investida institucional do IPHAN e da Fundação pró-Memória. Em 1976, a Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropoli-
tana do Recife – FIDEM -, elaborou o Plano de Preservação dos Sítios Históricos da Região Metropolitana do Recife , tratando de integrar os Sítios Históricos num complexo processo de desenvolvimento. Mas foi a partir de 1993 que foi deflagrado um projeto de impacto que concentrou na Rua do Bom Jesus e ao seu entorno, espaço mais antigo da cidade, cujo traçado remonta ao Século XVII. O Projeto Cores da Cidade, em parceria com as Tintas Ypiranga e a Fundação Roberto Marinho, ajudou a dar vida ao local, criando um “mix” de uso estabelecidos para as quatro ruas que compõem o Polo Bom Jesus, privilegiando a gastronomia e o lazer. Por que a Ribeira não poderia atrair interesse semelhante? Hoje, em Recife, não há quem não defenda a revitalização do bairro antigo. De lá para cá, museus e comércio locais recebem milhares de turistas todos os anos. É dinheiro em caixa. O shopping inaugurado na região portuária é o mais caro da cidade, frequentado por quem pode pagar R$ 4,00 por uma garrafinha de água mineral. Para recuperar a Ribeira será preciso devolver dignidade ao bairro. E a melhor maneira de fazer isso é transformar o bairro num bom local para se frequentar. Os novos empreendimentos imobiliários na região se encarregarão disso. O condomínio Sun River, do Grupo Capuche (VGV de R$ 40 milhões) foi um dos primeiros projetos instalados na área baixa da Ribeira desde que a Prefeitura de Natal iniciou o projeto de revitalização e reurbanização do bairro. No terreno de 7.086 metros quadrados, onde estão sendo
construídas três torres totalizando 240 unidades, o sonho maior se localiza do quinto andar para cima – uma visão privilegiada de rio e mar. No aspecto das leis, a Ribeira já é protegida como Zona Especial de Proteção Histórica desde o Plano Diretor de Natal de 1984. A partir dos anos 90, surgiram movimentos como o Viva Ribeira e o Fachadas da Rua Chile, mas não tiveram seqüência. Paralelamente, foi lançada a lei de operação urbana, que dá descontos no IPTU e ISS como incentivo para a iniciativa privada construir no local. Só em 2007 houve novo tratamento urbanístico na Ribeira, e apenas na Avenida Duque de Caxias. Já em dos eixos mais importantes, onde estão concentradas as construções de maior valor histórico da Ribeira (o perímetro das ruas Doutor Barata, Tavares de Lira e Frei Miguelinho) nunca nunca receberam grandes investimentos. Em 2008, a pedido do então prefeito, a UFRN fez um estudo completo e elaborou um plano de revitalização para o bairro, em que todos os prédios históricos que devem ser preservados foram catalogados. Batizado de Plano de Reabilitação de Áreas Centrais, ele sugere projetos concretos para criação de um circuito cultural, turístico gastronômico, sem que haja degradação como o que ocorreu como o Pelourinho, na Bahia, o Recife antigo e o Centro Histórico de São Luís, no Maranhão. O plano nunca saiu do papel.
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Em dezembro completa dois anos da associação da Ecocil com o grupo inglês Salamanca Capital. E os resultados não poderiam ser mais promissores
CÉU DE BRIGADEIRO
Sede da Ecocil da avenida da Integração: uma porta gigante guarda uma verdadeira ebulição de negócios trazida pelo aquecimento do mercado e a bem-sucedida entrada dos ingleses
o próximo dia 23 de dezembro, uma parceria internacional que pode ser considerada modelo para o mercado da construção e da incorporação completará dois anos. Nessa data, a Ecocil, uma das mais tradicionais incorporadoras do Brasil, fundada em 1948, associou-se à empresa inglesa Salamanca Capital, um fundo de investimentos inglês com presença
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em vários países. O resultado virou um “case” empresarial não só porque alavancou os negócios até então operados pela família do exsenador Fernando Bezerra, uma das figuras mais influentes do governo Lula. Provou que associações desse tipo oxigenam um negócio, robustecendo metas de longo prazo e ampliando os horizontes comerciais.
Estamos cumprindo à risca os objetivos do acordo firmado com a Ecocil e o futuro nunca nos pareceu tão promissor” RUPERT HAYWAR Diretor do Salamanca Management Holdings
O contrato assinado naquele dia 20 de dezembro de 2008 entre o presidente do grupo E-PAR (Ecocil Participações), Fernando Bezerra e o diretor do Salamanca Management Holdings, Rupert Hayward, em associação com o consultor potiguar Renato Garcia, produziu mudanças decisivas na forma da Ecocil conduzir seus negócios. A criação da Ecocil Incorporadora, além de aumentar consideravelmente a visibilidade da empresa no mercado regional e nacional, encorajou seus principais executivos – entre eles, o presidente da empresa, Silvio Bezerra – a consumar metas ambiciosas. Uma delas é alcançar um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 2,5 bilhões, oriundo de 17 projetos e, assim, construir nos próximos anos 25 mil unidades. Para isso, só faltava o aporte financeiro – e foi o que os ingleses, capitaneados pelo consultor Renato Garcia, presidente da RG Salamanca – fizeram. Em maio último, durante a quinta edição do Nordeste Invest e a primeira realizada em Natal, o próprio Rupert Haywar, em pessoa, expressou sua satisfação com os resultados. “Estamos cumprindo à risca os objetivos do acordo firmado com a Ecocil e o futuro nunca nos pareceu tão promissor”, disse o executivo para uma platéia repleta de jornalistas estrangeiros. A nova empresa, cujo fundo passou a ser custodiado pelo Banco Santander, que agora
tornar-se um investimento atrativo para outros fundos e investidores internacionais no prazo de cinco anos. Em 2015, a Ecocil quer dar novos saltos, levando sua expertise para qualquer parte do País e do mundo. Aliás, bagagem é o que não falta a Ecocil. Só nos últimos 25 anos, a empresa liderou um inovador plano de negócios que foi o Plano 100, construiu o primei-
ro shopping Center de Natal quando ainda não era moda construir shoppings; ganhou todos os prêmios top of minds concedidos ao segmento, sem falhar um ano sequer e, principalmente, constituiu uma marca que chamou a atenção de investidores internacionais. A venda de metade de seus ativos para a Salamanca Capital foi, nesse contexto, uma conseqüência até previsível.
Eles fizeram questão absoluta da nossa presença à frente do novo negócio” SILVIO BEZERRA Presidente da Ecocil
Hoje toda a Ecocil Incorporações tem apenas 12 pessoas trabalhando na sede da Avenida da Integração em Natal – são três diretores, cinco arquitetos e o resto pessoal de operação, entre gerentes subordinados a cada área, uma copeira e uma secretária. O presidente da empresa, engenheiro Silvio Bezerra, dispensa apresentações. É presidente do Sinduscon RN por dois mandatos, vice presidente da Câmara Brasileira da Indústria das Construção Civil (CBIC) e da ADIT Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário). E presidente da Câmara Brasil-Portugal no Rio Grande do Norte. Reponde pelo setor de projetos da Ecocil Incorporadora seu irmão, arquiteto urbanista graduado pela UFRN com mais de 1 milhão de metros quadrados projetados em obras de médio e grande porte e presença constante em bienais e congressos da área do Brasil e exterior. Fechando o grupo executivo principal da Ecocil Incorporadora está o engenheiro Marcelo Freitas, MBA pela Universidade de Michigan e um conhecido consultor em altas finanças de empresas no Brasil e no exterior. A permanência desse time foi a condição imposta pelos ingleses para concretizarem a associação com a família Bezerra. “Eles fizeram questão absoluta da nossa presença à frente do novo negócio”, confirma Silvio Bezerra. E por uma razão altamente valorizada no mercado: a experiência local.
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Atrativos não faltam para o mercado. O foco agora é oferecer mais garantia e menor preço para a classe média, sem se descuidar dos projetos com escala
MD ESTREIA NOVO PRODUTO EM NATAL ompromisso com o orçamento. Com essa poderosa arma de marketing, a construtora pernambucana Moura Dubeux, com a experiência de mais de 27 anos na construção de edifícios através de condomínio fechado, entra com mais esse diferencial no mercado de Natal. A MD esta com um pré-lançamento nesse nicho em Lagoa Nova. Trata-se do condomínio Alice Grilo, duas torres, cada uma com 26 andares, e dois apartamentos por andar. Os apartamentos terão 160 metros quadrados de área, quatro quartos e três vagas de garagem. O metro quadrado no bairro de Lagoa Nova está na faixa de R$ 3,5 mil no sistema de incorporação tradicional. Pelo do condomínio fechado esse valor cai para algo em torno de R$ 2,9 mil o metro quadrado, calcula o diretor da MD para o RN, Fernando Amorim. A venda por meio de condomínio fechado garante uma redução, portanto, de 15% a 20% no valor final do imóvel. No ano passado, dos 15 empreendimentos lançados em Pernambuco pela construtora, 12 foram no sistema de condomínio
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fechado. “É uma expertise da MD, onde o grande diferencial está fundamentalmente no preço”, diz Amorim. “O cliente paga 100% do apartamento durante a obra e com isso todo o custo financeiro que a construtora tem embutida na obra não desonera o comprador”. A carga tributária desaparece porque os valores são pagos diretamente ao condomínio, enquanto a construtora trabalha somente com a taxa de administração. “Já na incorporação tradicional trabalha-se com BDI, impostos e mais lucro”, explica Amorim. O que acontece muito na praça, explica o executivo, é que anuncia-se um preço atrativo por um imóvel para atrair o consumidor e quando ele está dentro do apartamento muda-se a regra do jogo. O problema gerado com mudanças na regra do jogo é a inadimplência, diz ele. “E quando há muitos clientes que não pagam, quem paga tem que cobrir o rombo. Então esses dois pontos cruciais a MD resolveu, criando um compromisso com o orçamento”, assegura Amorim. Exemplo: O Alice Grilo tem
Amorim, diretor da Moura Dubeux para o RN: cuidando de redobrar a tranquilidade do cliente
orçamento previsto de R$ 410 mil por apartamento em 50 parcelas, a variação máxima de orçamento é de 10%. O apartamento poderá chegar no máximo até R$
451 mil. Se ultrapassar esse valor, a diferença é coberta pela construtora – e isso está em contrato. Se houver inadimplência, a construtora resolve os inadim-
plentes. “Assim – explica Amorim -, o cliente só se preocupa em pagar a parcela dele”. E se a construtora construir mais barato? Amorim nem pes-
taneja: “Devolvemos o dinheiro – isso, aliás, já aconteceu em vários prédios da construtora”. Por isso, em Recife, quando a MD lança um condomínio, sua velocidade de venda é muito maior do que na incorporação tradicional, lembra o executivo. Natal é a segunda praça da MD em que o produto “compromisso com o orçamento” é lançado. Mas o apetite da construtora não se volta apenas para projetos de alto padrão. Ela se juntou a MRV Engenharia, dona da maior plataforma de imóveis econômicos do Brasil e nona maior construtora residencial das Américas, para atuar na bandeira Vivex. Em Pernambuco, as duas empresas já iniciaram operações com o lançamento do projeto Praia de Piedade, num terreno de 35 mil metros quadrados adquirido pela Moura Dubeux para erguer 864 unidades residenciais, já enquadrado no Minha Casa, Minha Vida. O projeto tem um VGV estimado em R$ 80 milhões. A MD estima que os lançamentos desses mercados em toda a sua área de atuação no Nordeste, poderão aumentar o seu faturamento em 40% nos próximos anos.
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Com os mesmos associados de anos atrás, o Secovi no RN troca de comando, mas não de princípios – quer beneficiar todos corretores de imóveis das associadas e crescer com qualidade
QUALIDADE, NÃO QUANTIDADE ocovi RN vive uma fase de transição. O atual presidente, Jaison Dantas, dono da imobiliária Padrão, sucedeu poucos meses atrás outro nome forte do setor, Renato Gomes Netto (Procuradoria de Imóveis), que transferiu-se para a vicepresidência da entidade. A idéia de dotar o Secovi-RN de um planejamento estratégico, buscando associados comprometidos com qualidade, continua. O que muda é uma sutil diferença de estilo entre o presidente anterior e o atual. Como Gomes Netto, Jailson Dantas quer integrar de uma vez a entidade ao debate sobre o desenvolvimento da região metropolitana. Ele explica essa intenção em uma frase: “Vivemos hoje uma explosão de crescimento da cidade para todos os lados e precisaremos estar no centro desse debate juntos com outras forças do mercado imobiliários, e dos poderes estadual e municipal de todas as cidade da Grande Natal”. Renato Gomes Netto, que comandou o Secovi-RN por dois mandatos consecutivos, sendo o primeiro empresário a presidi-lo no estado, gastou boa parte de suas gestões estruturando a entidade, que continua com os seus
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pouco mais de trinta associados. A chegada de Jailson Dantas coincide com um período de aquecimento dos negócios imobiliários provocado, entre outros fatores, pelo surgimento do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Sobre o programa, que alavancou os negócios do setor, Jailson só espera que ele seja duradouro e, de preferência, com a vinculação ao salário-mínimo para compor renda, reajustando p preço das unidades – tudo isso, é claro, acompanhado por um grande em saneamento básico e transporte publico de qualidade. “Estamos na hora boa de exigir dos candidatos compromisso com isso”, avisa. Com 25 anos de cancha no ramo de compra e venda de imóveis, o novo presidente do Secovi-RN deve seguir mesmo essa cartilha. “É preciso aproximar o segmento imobiliário de todos os debates ligados à políticas públicas”, diz. O segundo passo em seus planos: estreitar vínculos entre imobiliárias associadas, dividindo informações e estimulando a parceria em novos negócios – esta, aliás, uma causa perseguida desde os tempos de Gomes Netto. “É necessário trabalhar sempre para fortalecer mais ainda o mercado local”, acrescenta. Com a confirmação de Natal
Dantas, da Imobiliária Padrão, assumiu a presidência do Secovi/RN com a missão de estar no centro do debate sobre o crescimento
como uma das sedes da Copa de 2014, o desafio maior do mercado – na visão de Dantas – será transmitir às empresas a necessidade de um corpo de corretores afinados com as tendência e necessidades atuais do mercado. “Precisamos de profissionais
atualizados sobre todas as questões que influenciam o mercado”, resume. Mais do que isso: “O mercado exige corretores informados sobre tudo, que conheçam o Plano Diretor da cidade, tenham boas noções de raciocínio lógico,
dominem a matemática financeira, conheçam soluções arquitetônicas, discutam urbanismo e trânsito, entendam de financiamento imobiliário, tenha conhecimento de uma outra língua”, afirma. O caminho para isso ele tam-
bém já sabe: incentivar as instituições, as empresas e conscientizar os corretores da importância do ensino superior no mercado imobiliário. “Só assim vamos dar um salto de qualidade e ter da sociedade o respeito e a confiança que esse segmento merece”.
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A Albra abre dois novos empreendimentos para a classe média e prova que o ditado popular está certo: devagar e sempre se vai longe...
QUE ALEMÃO QUE NADA! le realmente não tem do que se queixar. Seus dois primeiros empreendimentos iniciados em agosto do ano passado – cuja entrega está prevista para maio de 2012 - estão 99% vendidos. Do último lançamento, no Alto da Ribeira, como VGV de R$ 15 milhões, só restam algumas poucas unidades. De um quarto lançamento, no Alto da Candelária (VGV de R$ 15 milhões) também quase tudo já foi vendido. Nada mal para Pascal Brandalise, diretor da Albra Investimentos Imobiliários. Até quatro anos atrás, o alemão Bradalise jamais pensaria na possibilidade de morar no Brasil e falar o português perfeito que fala. Salvador, o sócio espanhol, engenheiro de uma grande empresa na Espanha, foi o responsável por ele trocar o ramo de restaurações de imóveis antigos e partir para Nordeste – uma guinada de 360 graus na vida. A decisão não foi acertada só para ele, como já está no Brasil o seu irmão, Cristian, uma cópia mais alongada de Pascal. A sociedade continua a mesma e feliz. A parceira Eskol continua firme, erguendo o que a Albra incorpora. Mas o que chama a atenção mesmo no caso de Pascal Bradalise é seu talento em adquirir boas áreas –
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Pascal Brandalise, da Albra: o alemão que fala o português com perfeição só constrói moradias onde ele mesmo gostaria de morar
um ofício que levou à desgraça alguns incorporadores estrangeiros que se aventuraram pelo mercado local. “Eu jamais construiria num local onde eu não quisesse morar”, explica ele. Com simplicidade, Bradalise é
o tipo de pessoa que respeita o dinheiro. Ao contrário de alguns europeus que chegaram aqui esbanjando dinheiro, pensando em mega investimentos imobiliários, ele foi devagar, como se diz na gíria, comendo pelas beiradas. Quase levava à loucura os cor-
retores que o levava para conhecer áreas na cidade. Demorou muito tempo antes de concretizar a primeira compra de terreno. Como bom europeu, dispensou permutas. Agora, já mais abrasileirado, considera seriamente uma boa negociação que
dispense dinheiro na frente. “Hoje é mais fácil, as pessoas me conhecem, sabem até onde podemos ir”, diz Brandalise, com humildade. Essa mesma simplicidade não se traduziu em falta de visão de futuro, quando foi necessário.
Em 2006, quando todos queriam ser incorporadores na Europa, Brandalise previu a hecatombe que seria todos ocupando um mesmo espaço. Ele deveria trabalhar na Bolsa – pois seu prognóstico revelou-se corretíssimo. “Para mim era mais do que evidente que estávamos num mercado em vias explodir”, acrescenta. Modéstia dele. Poucos e bons players do mercado não enxergaram isso e colherem tempestade com o estouro da bolha imobiliária americana. Com a decisão de abrir mão do mercado ibérico, os sócios acabaram aportando em Natal como primeiro e único destino. Não pensaram em nenhum outro lugar e nem cogitam em abrir filiais. “Viemos e gostamos, queremos ficar, somos pessoas que gostam de estar num canto”, diz. Os três primeiros projetos Albra, com VGV de R$ 48 milhões, todos localizados entre o alto da Ribeira e Petrópolis, já são uma realidade com prazo certo de entrega. Erguidos com capital próprio - nada tomado em bancos – eles já pensam no futuro próximo. E, diga-se, nada aventureiro. “Gostamos de trabalhar certinho, sem surpresas ou delírios e o nosso foco continua sendo a classe média”- assegura.
PORQUE A HIPOTECA ESTÁ EM PRIMEIRO LUGAR As primeiras palavras de Leigh Anne Touhy, a milionária interpretada no cinema por Sandra Bullock, que adota um adolescente negro e muda radicalmente a história do menino pobre, falam de duas prioridades de uma dona de casa americana. A primeira é a hipoteca e a segunda, o seguro. No Brasil, a dificuldade crônica produzida pela deficiência de crédito à pessoa física inspirou Álvaro Barreto, um engenheiro civil nascido em Natal e formado no Rio de Janeiro, a construir há 10 anos uma companhia totalmente voltada à primeira prioridade de Leigh Ane Touhy, cuja vida real explodiu nas telas do mundo – a hipoteca. Autorizada e fiscalizada pelo Conselho Curador do FGTS e obrigada a obedecer a todas as regras que regem o uso de recursos públicos no Brasil, a CHB ganhou espaço nos últimos anos liberando rapidamente recursos do FGTS para assalariados que queriam iniciar ou ampliar seu patrimônio. Mas seu público alvo é a classe média. Como os americanos, onde 20% do PIB são recursos oriundos do crédito imobiliário – no Brasil é 2,5% - , Álvaro Barreto é desses que acreditam que a oportunidade tem como base o conhecimento. E, ao contrário do se pensa, a agilidade para se liberar dinheiro de um fundo que é do trabalhador pode estar na base da concretização das melhores oportunidades. O problema é que nem todo mundo sabe disso. “Cada ano de carteira assinada para um trabalhador assalariado representa um salário acrescido de 3% mais TR, que pode ser usado para aquisição de imóveis em produção, ainda não perfomados”, diz Barreto. Ai é que entra o negócio abraçado por Álvaro Barreto – liberar rapidamente os recursos da con-
ta do assalariado para que ele possa consumar a aquisição do imóvel em construção. “Por razões compreensíveis, a Caixa prefere liberar os recursos com o imóvel pronto”, diz Barreto. O negócio da CHB é liberar, na verdade, em prazos recordes de duas semanas. “Quem sabe o que é encarar esse mesmo processo na Caixa, indo todos os dias na agência, sabe que 15 dias é praticamente nada”, afirma. Mas tem custo, é claro. A taxa regulamentada pelo BC nesse tipo de operação é de R$ 800,00 para a aquisição de imóveis de até R$ 130 mil e R$ 1.600,00 para imóveis acima disso até R$ 500 mil. O fato de Terezina, capital do Piauí, realizar junto a CHB 10 vezes mais liberações de FGTS do que Natal tem instigado Barreto a pen-
sar. Por que isso acontece? A partir de agora, a empresa hipotecária vai mudar a estratégia. Começará a informar também os corretores sobre as vantagens da liberação nas negociações da imobiliária. “Afinal – diz Barreto -, o corretor é parte interessada em que o negócio saia, ao encaminhar seu cliente para uma solução que ajude a viabilizar o negócio”. O senhor já disse que o crédito no Brasil só beneficia as empresas.E as pessoas físicas,em que medida são beneficiadas? Numa fase importante de crescimento da nação, quanto maior a oferta de crédito maior serão as taxas de crescimento. Um dos grandes problemas que enfrentamos no País é que as pessoas físicas têm instrumentos muito defi-
O crédito imobiliário no Brasil é de apenas 2,5% do PIB, quando a média mundial é 10, 12%”
Barreto, da CHB: num país que aspira grandeza na economia é inadimissível mais de um indexador
cientes de crédito – diferentemente das pessoas jurídicas. Já as empresas são contempladas com um sistema bancário forte e várias modalidades de concessão de crédito. As pessoas físicas não são atendidas no mesmo nível. Não há linhas específicas. O governo federal reconhece esse cenário? Num estudo recente, o Banco Central reconheceu que no Brasil há 70 milhões de brasileiros sem acesso ao crédito. Isso é muito diferente nos países desenvolvidos ou fase de desenvolvimento. O instrumento que as pessoas físicas têm para acessar o crédito é dando em garantia do financiamento o seu maior bem, que é o imóvel. E isso também deveria acontecer no Brasil, a expansão do crédito imobiliário. O crédito que tem como origem uma garantia imobiliária para concessão de recursos às pessoas físicas. Qual é a situação do crédito imobiliário no Brasil? O crédito imobiliário no Brasil representa apenas 2,5% do PIB brasileiro, quando a média do
mundo representa entre 10 e 12%, alcançando um patamar superior a 20% do PIB nos EUA. Em países em desenvolvimento, como o vizinho Chile, já ultrapassou os 10%. O que existe de funding no Brasil para o crédito imobiliário? Temos o FGTS, recursos da Caderneta de Poupança e o retorno das prestações. O depósito de poupança e o FGTS têm limites e a tendência é os recursos não suprirem mais a explosão de demanda. O grande do funding no mundo é a entrada desses lastros de financiamento no mercado secundário de hipotecas. Isto é, em fundos imobiliários, em certificados de recebíveis imobiliários, em CCIs, que darão lastro aos imóveis financiados. Qual a dificuldade do momento? É a diferença de indexador. Todos são créditos a prazos longos e, por isso, necessita de um indexador. Mas no mercado secundário de hipotecas já existe um indexador, que o IGPM, mais ligado à inflação do que a TR. Em minha opinião, a TR é um indexador Mandrake, que faz hoje em dia com que a remuneração do FGTS
seja negativa e a Caderneta de Poupança também tenha uma remuneração não compensatória. Em minha opinião, os juros da caderneta de poupança são altos, mas o indexador é baixo. Ou seja, o juro é alto para justificar um indexador baixo. No Brasil isso deve mudar? Num período de inflação, de crescimento, que pretende atingir níveis compatíveis às das 10 maiores economia do mundo, é inadmissível que existam indexadores diferentes. O indexador é a ferramenta que garante as pessoas, num período de inflação, a valorização da moeda. Não dá mais prá existir uma TR, um IGPM – tem que se unificar um indexador. Não entendo como a Caderneta de Poupança e o FGTS têm indexadores determinados politicamente por um Ministro, que no caso é a TR. Então eu acho que para se ter essa alavancagem e para não haver freio nesse crescimento vamos chegar ao dia – e isso está perto – que precisaremos ter um mesmo indexador para conviver no mercado, falando o mesmo idioma e a mesma linguagem.
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Eles vieram, viram e compraram. E como compraram. Hoje, depois de amargar grandes prejuízos, investidores de fora aprenderam o que Rubens Ricupero já dizia: “O câmbio mata”
A LIÇÃO DOS ESTRANGEIROS NA SEGUNDA RESIDÊNCIA á pelo menos três anos, pequenos e médios investidoresestrangeiros,muitoacontragosto, inauguraram uma modalidade de negócio: adaptar seus projetos de condomínios aos padrões brasileiros. E foi uma boa medida, pois, ao fazerem isso, eles ganhariam 20% sobre a área do o projeto original. Afinal, a tipologia dos estrangeiros é muito diferente da apreciada pelo público brasileiro. Numa entrevista a este mesmo caderno há dois anos, o construtor Sami Elali , dono da G5, exemplificou o processo: “Se antes da adaptação o empreendimento tinha, por exemplo, 60 unidades, depois dela ganharia 72 unidades”. Pena que não deu tempo – a bolha imobiliária americana chegou ao segundo semestre de 2008, carregando parte do mercado imobiliário europeu para o ralo. Na Espanha, por exemplo, os negócios daquele mercado maduro estão paralisados até agora.
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Mesmo na era Micarla de Sousa, quando a Semurb autorizou novas tipologias a projetos já licenciados, a adaptação de alguns empreendimentos de estrangeiros para atender o público interno de pouco ou nada valeu para a maioria dos investidores estrangeiros individuais. Solapados pelo câmbio (a relação da moeda nacional com a moeda estrangeira), sem compradores para repassar seus caros empreendimentos e ainda esmagados por uma crise financeira global sem precedentes, boa parte deles se retirou do mercado. Podem voltar um dia, mas isso ainda vai demorar. O BRASILEIRO A segunda residência para estrangeiros não morreu no Rio Grande do Norte - apenas diminuiu bastante em interesse. De quanto foi essa retração exatamente, ninguém sabe. IMÓVEIS & CONSTRUÇÕES foi então ouvir a opinião de dois executivos do ramo – um brasilei-
ro e o outro espanhol. Roberto Mitre, executivo da Cyrela Andrade Mendonça, espera o retorno dos estrangeiros com o tempo. Espanhóis, portugueses, italianos e outras nacionalidades, que escolheram a costa do Nordeste para plantar uma segunda residência, fazem parte de um grupo que se machucou muito com a desvalorização de seus imóveis. E mesmo que a conjuntura fosse outra, o câmbio desfavorável afugentaria qualquer pretensão. Ou, como diria o diplomata brasileiro Rubens Ricupero, “o câmbio mata”. Há saída? Mitre acha que sim. Nessa transição, diz ele, as incorporadoras encontraram um modelo razoável para seus investimentos “Não focamos o público de altíssimo padrão, apostamos na classe média”, diz. Seja como for, ele considera que a hibernação pós-crise trará boas consequências no futuro do mer-
cado até para as empresas aperfeiçoarem seus produtos para quando os clientes estrangeiros voltarem. Quando, ninguém sabe. O ESTRANGEIRO José Manoel Galindo , presidente da Asproma – Associação dos Promotopres Imobiliários de Madri e APCE –, viveu de perto a situação da pós-bolha imobiliária na Espanha. Presidente da Associação de Incorporadores e Construtores da Espanha e da Association of Real Estate Promoters of Madri and the Association e Developers and Contrators Spain, Galindo, dá a mão à palmatória. “Com sobra de recursos financeiros na Espanha naquela época, creio que muitos dos nossos chegaram sem conhecer muito bem como as coisas funcionavam no Brasil”, reconheceu numa entrevista a IMÓVEIS & CONSTRUÇÕES. “E, o que é pior, sem imaginar as terríveis consequências da
crise em seu próprio país, o que acabou acontecendo”, acrescenta. Por outro lado, critica Galindo, os projetos espanhóis eram grandes demais, ambiciosos demais. “O resultado foi que muitos tiveram que buscar outros sócios e parceiros ou esperar por uma recapitalização de suas empresas na Espanha, que até agora não veio”, lembra. Hoje, com o efeito Grécia sobre a economia européia, o receio é que muitos países do velho continente não consigam honrar seus compromissos no regime de moeda única. “Isso pode contaminar países que experimentaram grande desenvolvimento, como a Irlanda e a própria Espanha ou Itália”, afirma o espanhol. Diz José Manoel Galindo: “Considero que a reação na Europa foi tardia. Isso vem gerando movimentos confusos, com reflexos na Bolsa, com grandes altas iniciais, tanto na França como na Espanha. E isso mostra um ataque
especulativo por parte dos mercados de capitais, que se volta para um determinado país a fim de obter lucros rápidos”. Quanto à lição que os investidores pequenos tiveram no Nordeste, ele evoca a cartilha da prudência. “A lição que os investidores do Nordeste tiraram de sua experiência aqui mostra que os passos devem ser sempre bem lastreados pelas condições reais de recursos próprios e possibilidades financeiras. Uma empresa não pode ignorar as mudanças sempre presentes na economia e o risco que isso implica para a sua saúde financeira. É a diferença entre a vida e a morte. Tudo depende dos fatores que ela pode ou não controlar. E, principalmente, precisa ter planos alternativos quando as coisas não acontecem como planejaram. Primeira residência é demanda local e a segunda residência também terá essa clientela. Mais brasileiros que estrangeiros.
QUE TAL A COMPRA FRACIONADA? O conceito vale para a aquisição do segundo imóvel e já virou moda para muito o brasileiro que tem como sonho de consumo morar numa aprazível praia do Nordeste. Ao invés de comprá-lo sozinho, o interessado vai adquiri-lo em grupo. Cada proprietário terá uma escritura em que estará registrada a aquisição de uma fração do imóvel e poderá utilizá-lo somente durante determinado período do ano. Nas demais semanas, a casa estará à disposição dos outros proprietários. A fórmula estava nas páginas da revista Exame de março. “Os empreendimentos à venda no Brasil pelo sistema fracionado - dois na Bahia e um no Paraná - também são interessantes para quem gosta de turismo”, diz a revista dirigida a empresários. “Todos fecharam uma associação com o grupo RCI, líder mundial em intercâmbio de férias, que possui uma rede de 4.700 empreendimentos parceiros em várias partes do mundo. Desde que faça a reserva com alguma antecedência, o dono de qualquer fração de um imóvel parceiro poderá se hospedar em outros empreendimentos associados ao RCI sem pagar pelas diárias. Em troca, ele terá de colocar seu próprio imóvel à disposição de outros interessados. Então, ao invés de passar a primeira semana de junho na Bahia, por exemplo, o comprador emprestará sua casa a outra pessoa e se hospedará no imóvel de um terceiro no Caribe. A inexistência de um interessado pelo imóvel na Bahia não impedirá que a troca seja concretizada, mas a ausência de vacância no Caribe, sim. Para que o intercâmbio aconteça, o proprietário de uma fração também terá de arcar com uma taxa de 250 dólares por semana paga à RCI pelo serviço de encontrar um imóvel vago. Além disso, em algumas cidades onde os imóveis são muito caros, é possível que o dono de uma fração de uma casa pouco valorizada no Brasil tenha de oferecer duas semanas de estada em troca de uma semana no exterior, por exemplo”.
Litoral potiguar: atrativos não faltaram para os estrangeiros que, mesmo sem qualquer experiência em negócios de compra e venda, apostaram pesado por aqui
ENTENDA O MECANISMO
Os projetos espanhóis aqui eram caros demais, ambiciosos demais...” JOSÉ MANOEL GALINDO
De acordo com a Lei Brasileira de Capitais Estrangeiros, compreendem-se por capital estrangeiro os bens, máquinas e equipamentos que entraram no Brasil sem dispêndio inicial de divisas, destinados a produção de bens ou serviços, assim como, os recursos financeiros ou monetários trazidos ao País para aplicação em atividades econômicas, desde que pertencentes a pessoas fí sicas ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no exterior. As contribuições em dinheiro para o capital social da empresa devem ser feitas mediante remessas do exterior ou fundo legitimamente adquirido no Brasil. Mas para que elas sejam registradas no Banco Central do Brasil – BACEN – devem ser provenientes de fontes do exterior. Esse registro possibilitará a remessa de dividendos para o sócio estrangeiro e a repatriação do montante de capital pago cumulado com a remuneração ou ganhos de capital, resultantes da alienação ou de outra forma de liquidação do investimento.
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O presidente do Secovi de São Paulo, João Crestana, diz que dentro de dois ou três anos os fundos que financiam a construção no Brasil serão insuficientes
SÓ POUPANÇA E FGTS NÃO DARÃO CONTA o mundo inteiro não há atividade imobiliária que conviva com inflação alta. Foi o que aconteceu no Brasil até o dragão ser extinto pelo Plano Real, em 1995. O problema é que nem tudo mudou. Os dois principais fundos financiadores da casa própria no Brasil – o FGTS e a Caderneta de Poupança - continuam até hoje praticamente sozinhos no mesmo papel. São eles que financiam o grosso da atividade de construção.
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“Daqui a dois ou três anos, quando não estivermos mais financiando 60 bilhões de reais, mas sim 150 bilhões de reais, e trabalhando possivelmente com um saldo de cerca de 12% do PIB (hoje é 3% do PIB), os fundos existentes não darão mais conta”. Palavras de João Crestana, presidente do Secovi de São Paulo, um das mais respeitadas opiniões do mercado. Ele esteve em Natal recentemente participando de um painel
no Nordeste Invest quando foi ouvido por Imóveis & Construções. Segundo Crestana, o Brasil ainda financia timidamente a atividade imobiliária em relação a países de outros continentes e até da América do Sul. “Aqui, os recursos repassados para a construção de moradias representam 3% do PIB, muito pouco perto do Chile com12%, e dos EUA com 20% do PIB”. Ele afirma: “Quando o Brasil financiar o equivalente a 10% do
Crestana, presidente do Secovi/SP: inquietação justificada
O país possui neste momento um sistema equilibrado, sem avanços desordenados” JOÃO CRESTANA Presidente do Secovi de São Paulo
seu PIB, as duas fontes a que me referi – Poupança e Fundo de Garantia – estarão esgotados. Temos, portanto, de quatro a seis anos para estabelecer leis, normatizações e práticas institucionais para operar com outras fontes alternativas. Elas podem ser os Fundos de Pensão, que movimentam hoje no Brasil 500 milhões, pouco aplicados no setor imobiliário e as Seguradoras, ao redor de 400 milhões – também pouquíssimos voltados para essa área”. Hoje, diz o presidente do Secovi de São Paulo, o FGTS entra com R$ 250 milhões e a Poupança com outros R$ 250 milhões no esforço de tirar o país de um déficit superior a oito milhões de moradias. “Não temos acesso nem aos Fundos de Pensão nem a recursos externos”, lembra Crestana. Para ele, o boom imobiliário ainda não chegou por aqui como aconteceu na Europa e nos EUA. “No Brasil, ocorreu um processo lento, iniciado no final da década de 1970 e concluído com a extinção do BNH na década de 80, quando houve um retrocesso dos investimentos imobiliários”. Depois, veio a retomada do mercado na época do governo Fernando Henrique Cardoso, proporcionado pela criação do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer) e do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). “O Brasil possui neste momento um sistema equilibrado, sem avanços desordenados e por isso um crescimento constante na construção civil seria mais do que uma conseqüência esperada”, analisa Crestana.
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Coleta e tratamento de esgoto, um problema crônico em Natal, já fazem a prefeitura pensar em romper total ou parcialmente com a Caern. Será que desta vez vai?
O PROBLEMA ETERNO aneamento básico, esgotamento sanitário, coleta e tratamento de esgoto sempre foram temas que interessaram de perto ao mercado imobiliário. Em Natal, esse processo está, no mínimo, com 10 anos de atraso. Só agora se fala a conclusão de obras de coleta e tratamento de esgoto em áreas nobres da cidade, como Ponta Negra e Capim Macio. Essas áreas foram objeto de altos investimentos do mercado nesta década, enquanto a drenagem, coleta e tratamento de esgoto, não. Rende um IPTU salgado a seus moradores, mas não devolve um serviço considerado tão essencial como a própria oferta de água – que é a coleta e tratamento de esgoto. Pelo ranking do Instituto Trata Brasil, divulgado no ano passado, entre 79 capitais e cidades mais importantes do Brasil, Natal é a 50ª em saneamento básico. Entre as dez cidades brasileiras que apresentaram os melhores indicadores quanto entre as piores, estão operadores municipais, estaduais e privados. Portanto, concluem os técnicos, não é o modelo de gestão que determina a prestação eficiente e sim a capacidade gestora dos operadores. Entre as melhores cidades brasileiras em matéria de saneamento básico estão Franca (SP), primeira colocada, com operação estadual e população de 319 mil de habitantes; Uberlândia (MG), em segundo, com operação municipal e população de 608 mil de habitantes; Sorocaba (SP), em terceiro, também com operação municipal e população de 559 mil de habitantes; Santos, litoral paulista, em quarta posição, com operação estadual e população de 418 mil de pessoas; Jundiaí (SP), em quinta no ranking, com operação municipal e população de 342 mi de habitantes;Niterói (RJ), em sexta posição, com operação privada e população de 474 mil de pessoas; Maringá (PR), com operação estadual e população de 325 mil pessoas; Santo André (SP), com operação municipal e uma população de cerca de 667 mil pessoas, seguida de Mogi das Cruzes (SP) com população de 362 mil de pessoas e operação municipal e Piracicaba (SP), com aproximadamente 358 mil habitantes e também com operação municipal na prestação dos serviços. Entre as melhores cidades, portanto, três têm operações estaduais, seis com operações municipais e uma com operação privada. Em comum, ainda segundo o Instituto Trata Brasil, todas essas cidades realizaram investimentos contínuos nos serviços de coleta e de tratamento de esgoto. O município paulista de Franca é um bom exemplo: ocupava a 25ª posição, em 2003, e investiu 203% no primeiro ano, mantendo regularidade de investimentos com 115% em 2004, 335% em 2005, 334% em 2006 e 290% em 2007. Para se ter uma idéia do atraso de Natal, em 2007 o então prefeito Carlos Eduardo foi obrigado a “colocar sob balanço” bairros como Ponta Negra e provocar a mesma situação na Zona Norte para evitar um descompasso muito grande entre os investimentos imobiliários e a infraestrutura de saneamento básico. Hoje, incomodada com os números produzidos no ano passado pela Agência de Saneamento Básico de Natal (Arsban), a Prefeitura ameaça rever parcial ou integralmente contrato de concessão com a Caern, renovado em 2002.
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Os tubulões espalhados pela rua não definem o grau de planejamento e investimentos em saneamento básico. Reflete apenas a urgência em se “apagar incêndios”
AS CONTAS DIFERENTES No começo de junho, um ofício enviado pelo procurador geral do município, Bruno Macedo, à presidência da Caern, obrigou a concessionária a se defender no canto do ringue. Há três irregularidades no contrato de concessão alegados pelo Município. O primeiro deles é com relação à poluição do estuário do Rio Potengi. Pelo contrato de concessão, a Caern é obrigada a manter o manancial despoluído e não vem fazendo isso. Um relatório da Agência Reguladora de Natal (Arban), produzido no ano passado, denunciou o problema. Documentos, entre os quais farto material fotográfico, indicou a existência de canos de esgoto dentro dos canos de drenagem– o que abre a possibilidade de água da chuva se misturar com o esgoto. E tudo vai para o Rio Potengi, que até a inauguração da Estação do Baldo recebia 60 toneladas de rejeito por dia. O segundo diz respeito aos buracos deixados pela Caern quan-
do ela faz reparos na rede de esgoto. Não é novidade, é uma queixa generalizada da população que acaba sobrando para a Prefeitura. Por contrato, a Caern é obrigada, uma vez executada a obra, a restabelecer o estado anterior do asfalto. E o que se verifica é que os buracos ficam abertos, constituindo-se em perigo constante de acidentes. Segundo o procurador geral do Município, esse fato inclusive, levou o município a elaborar e sancionar uma lei criando multas em caso de descumprimento. Entre as suas obrigações, a Caern é obrigada a levar um cronograma para a Secretaria de Obras e Infraestrutura, informando quanto tempo a obra vai durar, além de afixar uma placa no local informando a população sobre a natureza do serviço. Isso também não vinha acontecendo, motivando a Semopi a multar à Caern. Mas o principal descumprimento, o mais grave, diz respeito às metas da de coleta e tratamen-
NO CAMINHO DO PROGRAMA A precariedade da estrutura de saneamento no país já se reflete no sucesso do programa “Minha Casa Minha Vida”, que prevê a construção de 1 milhão de moradias. Até o final de junho, segundo balanço da Caixa, havia 521 mil propostas contratadas de casas e apartamentos, dos quais 125 000 estavam concluídos - um número formado em boa parte por residências que já estavam em construção antes do lançamento do programa, em fins do primeiro semestre de 2009. A maioria das construtoras prefere tocar projetos na faixa de seis a 10 salários-mínimos onde a remuneração é melhor para dar conta da deficiente estrutura de água e esgoto. O repasse fixado pelo Governo federal para as cerca de 400 mil unidades da faixa de zero a três salários é fixado pelo governo não permite repasses de custos da im-
plantação da rede de água e esgoto no preço do imóvel. Nessa faixa, quase 241 mil propostas de residências foram contratadas, mas apenas 565 ficaram prontas, segundo a Caixa. Segundo as estatísticas oficiais, porém, menos de metade da população brasileira tem acesso a água tratada e coleta de esgoto. Para sanear as próprias empresas de saneamento, o governo cogita uma solução nos moldes do Proer - o programa federal que nos anos 90 socorreu o sistema financeiro nacional. O primeiro passo seria uma parceria da Caixa Econômica com o Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, a maior fonte de dinheiro para saneamento no país. Recentemente, três companhias estaduais assinaram um termo de adesão na Caixa
to de esgoto. O abastecimento d’água não é o grande problema, assegura Macedo, pois desde 2009, quando o contrato prevê 100% do abastecimento, há 98% de cobertura, segundo apurou a Arsban. O grande problema reside na coleta e tratamento de esgoto que é flagrantemente deficiente. Até 2009, segundo o relatório da Arban, a Caern deveria ter 80% de atendimento à população. Os dados revelam que até 2007 havia 9% e que em 2009 tinha apenas 16%. A coleta isoladamente chega a 32%, mas sem tratamento. Segundo a Lei de Concessões, (federal), quando há um descumprimento total ao parcial do contrato ele deve ser imediatamente comunicado ao concessionário. Isso foi feito em 15 de maio de 2009 e respondido pela Caern no dia 18 de junho. Em sua comunicação, a concessionária informou apenas os investimentos que estava realizando para atender às metas do contrato. Isso, ao que parece, irritou o gestor.
“Quer dizer, apenas apresentou projeções, quando o contrato condiciona metas cumpridas”, afirma Bruno Macedo. “Nós não desconhecemos que estão sendo realizadas obras para atingir essas metas, mas de uma coisa eu não tenho dúvida: há o descumprimento do contrato”, assegura. Pela Lei de Concessões, no caso de descumprimento total ou parcial do contrato, poderá haver a declaração de caducidade. Em outras palavras, a extinção total ou parcial do contrato por inexecução. E isso é valido para contratos de maneira geral, quando uma das partes não cumpre com o acordado. Já que o contrato de concessão – explica Macedo - sempre envolve um serviço público relevante, não se pode rescindir o contrato imediatamente. “É garantido um prazo de defesa de 30 dias, previsto em Lei, para que a outra parte se defenda”. Uma vez recebida a defesa da
Caern, caberá à administração julgar se os argumentos da concessionária foram suficientes e se a questão poderá ou não ser superada. Trata-se de um julgamento político e técnico. “Conheci modelos de cidades, como Niterói, onde houve uma nova licitação e, enquanto isso, um contrato temporário foi firmado com a concessionária antiga”, lembra Macedo. À rigor, acrescenta, o município pode declarar a caducidade do contrato e nesse momento abrir uma nova licitação, mantendo o serviço antigo, para evitar uma solução de continuidade. Nesse caso, é um contrato de emergência ou se tolera a empresa. Trata-se de um critério de conveniência até que haja a conclusão da nova licitação. Agora, a Caern teve até meados de julho para apresentar sua defesa. A partir daí, o município terá mais 30 dias para fazer um julgamento. A decisão final, nesse caso, seria por volta de meados de agosto. É aguardar para ver.
para participar do programa de melhoria de gestão e capitalização. Elas são a Cosanpa, do Pará (penúltima colocada no ranking do Trata Brasil, com índice de 1,9% de esgoto tratado na Grande Belém); a Sanesul, do Mato Grosso do Sul, e a Caema, do Maranhão. Se a faxina funcionar, outros estados, entre eles o RN, podem
aderir. Segundo a revista Exame, no que diz respeito à capitalização, há a possibilidade de que a Caixa se torne temporariamente acionista minoritária das empresas. “Quando saneadas, elas deverão abrir o capital para investidores privados.” Diz ainda a publicação: “A fim de ganhar a eficiência e a musculatura necessárias, as
companhias estaduais de saneamento deveriam seguir o exemplo da Sabesp, a primeira colocada do ranking do Trata Brasil e cujo processo de recuperação começou nos anos 90. Antes quebrada, a Sabesp passou a contar com capital privado em 1994 - hoje o governo paulista detém 50,3% das ações e o restante está nas mãos de investidores na BM&F Bovespa e na bolsa de Nova York. Em 2009, a Sabesp deu lucro de 1,3 bilhão de reais. “Hoje tratamos 73% do esgoto de nossa área de atuação e trabalhamos com a meta de universalizar o serviço até 2018”, diz Gesner Oliveira, presidente da Sabesp. Uma meta crucial da Sabesp é despoluir os rios Pinheiros e Tietê, verdadeiros esgotos a céu aberto. Outra grande empresa do setor, a carioca Cedae, há três anos passa por reforma administrativa com a consultoria da Fundação Getulio Vargas. Dilapidada por décadas de incúria, até 2006 a Cedae apresentava déficits mensais superiores a 30 milhões de reais”.
Menos da metade da população tem acesso à água tratada no Brasil”
imóveis &Construções
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE SÁBADO• 14 DE AGOSTO DE 2010
51
DADOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO RIO GRANDE DO NORTE Elaborado por: Ana Adalgisa Dias Paulino, Diretora Executiva do Sinduscon/RN
✱
COMPORTAMENTO DO EMPREGO NO RIO GRANDE DO NORTE 2007 Var.Mensal 0,26% -0,19% -0,10% 1,93% 1,74% 0,41% 1,72% 0,67% 1,04% -1,01% 0,07% -1,79%
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
2008
Var.Acum. 0,26% 0,07% -0,03% 1,93% 3,75% 4,19% 6,07% 5,32% 6,48% 5,33% 5,41% 3,37%
Saldo 62 -46 -24 474 438 107 453 -181 281 -278 19 -462 843
Var.Mensal 2,05% 1,84% 3,26% 0,58% 2,87% 4,05% 5,10% 2,26% 2,82% -2,60% -4,02% -5,39%
2009
Var.Acum. 2,05% 3,93% 7,36% 8,00% 11,21% 15,88% 22,02% 24,91% 28,61% 25,08% 19,72% 12,72%
Var.Mensal -2,50% -1,71% -1,68% -2,00% 1,38% -0,54% 0,99% 0,01% 3,66% 0,35% 1,44% -2,21%
Saldo 485 447 813 152 759 1107 1457 684 876 -835 -1270 -1660 3015
2008
Var.Acum. -2,50% -4,18% -5,83% -7,78% -6,45% -6,98% -6,01% -6,00% -2,28% -1,90% -0,36% -3%
Saldo -739 -500 -488 -577 394 -158 289 3 1102 111 456 -716 -823
Var.Mensal 1,94% 1,10% 4,17% 2,68% 3,09% 0,41%
Var.Acum. 1,94% 3,07% 7,38% 10,25% 13,68% 14,15%
4483
NÚMERO TOTAL DE EMPREGOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
✱
✱
INCC - ÍNDICE NACIONAL DA CONSTRUÇÃO
32.856
ENCARGOS SOCIAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO RN
Grupos
MÊS/ANO
VARIAÇÕES (%)
Saldo 615 357 1365 912 1085 149
GRUPO A A.1 A.2 A.3 A.4 A.5 A.6 A.7 A.8
Discriminação
Porcentagem
ENCARGOS SOCIAIS BÁSICOS Previdência Social – INSS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS Salário Educação Serviço Social da Indústria – SESI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI Serviço de Apoio a Pequena e Média Empresa – SEBRAE Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Seguro contra Acidente de Trabalho – SAT
ÍNDICE (Ago/94=100)
MÊS
ACUMULADO ANUAL
Janeiro/07
344,9430
0,449
0,4490
Fevereiro/07
345,6820
0,214
0,6640
Março/07
346,6170
0,270
0,9370
Abril/07
348,1940
0,455
1,3960
Maio/07
352,2040
1,1520
2,5630
Junho/07
355,4560
0,9230
3,5100
Julho/07
356,545
0,3060
3,8280
Agosto/07
357,4670
0,2590
4,0960
Setembro/07
359,2760
0,5060
4,6230
Outubro/07
361,1020
0,5080
5,1550
Novembro/07
362,4030
0,3600
5,5330
Dezembro/07
364,5250
0,5860
6,1510
Janeiro/08
365,9060
0,379
0,379
Fevereiro/08
367,3820
0,403
0,784
Março/2008
369,8120
0,661
1,450
Abril/2008
373,0310
0,870
2,333
Maio/2008
380,5820
2,024
4,405
Junho/2008
387,906
1,924
6,414
Julho/2008
393,5560
1,457
7,964
Agosto/2008
398,202
1,181
9,239
Setembro/08
401,975
0,948
10,274
Outubro/08
405,0900
0,775
11,128
Novembro/08
407,109
0,498
11,682%
Dezembro/08
407,807
0,171
11,874%
Janeiro/09
409,166
0,333
0,333%
Fevereiro/09
410,262
0,268
0,602%
Março/2009
409,216
-0,255
0,346%
TOTAL DE ENCARGOS DO GRUPO B
14,6%
Abril/2009
409,042
-0,043
0,303%
SUBTOTAL DOS ENCARGOS SOCIAIS
120,3%%
Maio/2009
414,7420
1,393
1,701%
Junho/2009
417,657
0,703
2,415%
Julho/2009
418,7570
0,263
2,685%
Agosto/2009
418,528
-0,050
2,630
Setembro/09
419,147
0,15
2,780
Outubro/09
419,405
0,06
2,840
Novembro/09
420,635
0,290
3,140
Dezembro/09
421,051
0,100
3,240
Janeiro/10
423,74
0,64
0,64
Fevereiro/10
425,628
0,36
1,00
Março/10
428,476
0,75
1,76
Abril/10
432,079
0,84
2,62
Maio/10
439,914
1,81
4,48
Junho/10
444,718
1,09
5,62
✱
TOTAL DE ENCARGOS DO GRUPO A GRUPO B B.1 B.2 B.3 B.4 B.5 B.6 B.7 B.8 B.9 B.10
ENCARGOS SOCIAIS TRABALHISTAS Repouso Semanal Remunerado Feriados Dia do Trabalhador da Construção Civil Férias Gozadas Auxílio-Enfermidade Licença-Paternidade Licença-Maternidade Acidentes de Trabalho Faltas Justificadas 13º Salário
GRUPO C C.1 C.2 C.3 C.4
GRUPO D D.1 D.2
GRUPO E E.1 E.2 E.3 E.4 E.5
ENCARGOS SOCIAIS INDENIZATÓRIOS Depósito por Rescisão sem Justa Causa Férias Indenizadas Aviso-Prévio Indenizado Indenização Adicional
INCIDÊNCIAS CUMULATIVAS Incidência dos Encargos do Grupo A sobre o Grupo B Incidência do FGTS sobre o Aviso Prévio Indenizado
32,0% 13,56% 1,05%
ENCARGOS INTERSINDICAIS Vale Transporte Refeição (Almoço e Café da Manhã) Fardamento Equipamento de Proteção Individual (EPI) Seguro de Vida em Grupo
18,79% 24,41% 2,84% 0,65% 0,52% TOTAL DE ENCARGOS DO GRUPO E
✱
VARIAÇÃO MÊS
VARIAÇÃO ACUM.ANUAL
Janeiro
724,31
0,61%
0,61%
Fevereiro
730,86
0,90%
1,52%
Março
736,21
0,73%
2,27%
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total
Abril
741,22
0,68%
2,96%
MÊS
Maio
741,86
0,09%
3,05%
Junho
742,61
0,10%
3,15%
Julho
745,13
0,34%
3,50%
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total
R8 – Padrão Normal (R8 – N) Pavimento-tipo: Hall de circulação,escada,elevadores, QUATRO apartamentos por andar, com três dormitórios,sendo um suíte,sala estar/jantar, banheiro social,cozinha e área de serviço com banheiro e varanda.
47,2% 167,5%1
COMPORTAMENTOS DO EMPREGO NO RN
MÊS
Valor em R$
Garagem: Escada,elevadores, 64 vagas de garagem cobertas,cômodo de lixo depósito e instalação sanitária
36,4% 5,80% 12,81% 12,41% 1,03%
TOTAL GERAL DOS ENCARGOS SOCIAIS (A+B+C+D+E)
2010
Pilotis: Escada,elevadores,hall de entrada,salão de festas, copa,dois banheiros,central de gás e guarita
19,22% 3,70% 0,37% 0,00% 0,38% 0,18% 0,20% 0,12% 1,11% 11,09%
TOTAL DE ENCARGOS DO GRUPO C
Evoluções dos custos dos projetos - Padrão Residencial Normal (R8)
Composição do Edifício: Garagem,Pilotis e 08 pavimentos-tipos
37,3%
TOTAL DE ENCARGOS DO GRUPO B
ANÁLISES DO CUSTO UNITÁRIO BÁSICO - CUB
MÊS
20% 8,50% 2,5% 1,50% 1,00% 0,60% 0,20% 3,00%
VARIAÇÃO MENSAL 1,27% 3,92% 3,03% 2,88% 2,65% 3,03% 2,16% 2,10% 3,76% -0,49% -0,39% -2,97%
VARIAÇÃO MENSAL 2,05% 1,84% 3,26% 0,58% 2,87% 4,05% 5,10% 2,26% 2,82% -2,60% -4,02% -5,39%
2006 VARIAÇÃO ACUMULADA 1,27% 5,27% 8,52% 11,74% 14,82% 18,45% 21,14% 23,92% 28,86% 28,18% 27,65% 23,56% 2008 VARIAÇÃO ACUMULADA 2,05% 3,93% 7,36% 8,00% 11,21% 15,88% 22,02% 24,91% 28,61% 25,08% 19,72% 12,72%
SALDO
VARIAÇÃO MENSAL
2007 VARIAÇÃO ACUMULADA
234 737 600 594 567 670 497 512 910 -124 0 -755 4442
0,26% -0,19% -0,10% 1,93% 1,74% 0,41% 1,72% 0,67% 1,04% -1,01% 0,07% -1,79%
0,26% 0,07% -0,03% 1,93% 3,75% 4,19% 6,07% 5,32% 6,48% 5,33% 5,41% 3,37%
SALDO
VARIAÇÃO MENSAL
2007 VARIAÇÃO ACUMULADA
SALDO
485 447 813 152 759 1107 1457 684 876 -835 -1270 -1660 3015
-2,50% -1,71% -1,68% -2,00% 1,38% 0,54%
-2,50% -4,18% -5,83% -7,78% -6,45% -6,98%
-739 -500 -488 -577 394 -158
NÚMERO TOTAL DE EMPREGOS NA CONTRUÇÃO CIVIL
SALDO 62 -46 -24 474 438 107 453 -181 281 -278 19 -462 843
-2068
27.128
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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE SÁBADO • 14 DE AGOSTODE 2010
imóveis &Construções
O dia seguinte dos condomínios recém-entregues pelas construtoras, afinal, têm solução
O DEPOIS DA CONSTRUÇÃO m empreendimento entregue não significa uma dor de cabeça a menos para a construtora responsável. Pelo contrário: nos anos seguintes ela responderá por eventuais problemas estruturais da obra que leve sua assinatura. Mas uma outra questão menos tangível começa a preocupar empresas que tem um nome a zelar no mercado – o destino bem sucedido para os moradores que adquiriram unidades. Um grupo de pessoas que acreditou em um lançamento e investiu suas economias merece ocupar um imóvel não apenas bem construído, mas bem estruturado do condomínio. Pensando nesse atrativo como um grande valor agregado de vendas para as construtoras, a Gestcon, uma das últimas administradores de condomínio a se instalar em Natal, inovou. Ela acaba de inserir no mercado local um produto específico para empreendimentos em vias de serem entregues. Para esse segnmento, a empresa se encarrega desde a formação de uma comissão de moradores para gerir o empreendimento, até a introdução das ferramentas tecnológicas necessárias à boa gestão do condomínio. “Acabou o tempo em que uma construtora, ao entregar um prédio, dizia: ‘Toma que o filho é seu!” - decreta um dos diretores
U
Edna Moura e Leonardo Gomes, sócios da Gestcon: novos produtos para resolver antigas dores de cabeça dos condôminos
da Gestcon, Leonardo Alves. Com expertise de administração imobiliária voltada para economia de custos no que se refere à manutenção das áreas comuns dos condomínios, a empresa percebeu que era necessário também atuar junto aos empreendimen-
tos recém-concluídos. “Formatamos o produto e já estamos trabalhando nele há pelo menos três meses”, diz Edna Moura, sócia de Leonardo na Gestcon. O primeiro cliente a acreditar no projeto foi nada menos do que uma das construtoras com maior
número de obras em Natal – a paraibana Planc/ Conside. “Os empreendimentos recémentregues da Planc já trarão mais essa solução em Business Inteligence para os seus clientes – ou seja, terá prédios realmente estruturados para seus futuros moradores.
Edna Moura acredita que esse valor agregado a lançamentos – e que já existe em outras praças – têm um grande futuro pela frente. “Trata-se de um diferencial que pode atrair negócios, influenciando decisivamente na decisão de compra”, afirma.
Com base em poderosos instrumentos de Tecnologia da Informação (TI), a Gestcon especializou-se em administrar imóveis para clientes à distância. “Aprendemos que a tecnologia é um aliado de quem deseja minimizar custos, especialmente quando se está em outros continentes”, diz Leonardo Alves. Executivo de experiência internacional, proficiente em vários idiomas, ele hoje ajuda seus clientes europeus com imóveis em Natal a pagar as contas de seus imóveis com cartão de crédito, economizando até 25% ao ano em taxas. O modelo de negócio da Gestcon trata o condomínio com uma empresa cujo lucro reside na manutenção preventiva do condomínio. Por meio de um inventário detalhado do condomínio – metragens dos espaços comuns, materiais aplicados e dezenas de outras características – ela planeja antecipadamente a aquisição dos insumos necessários e estabelece a política de compras. Esse mesmo software executa pagamentos e a parte de Recursos Humanos, monitorando uma infinidade de rotinas a serem cumpridas. Com isso, a administradora pode oferecer custos competitivos e abole de vez a herança de qualquer administração não profissional – representada pelo papel e relatórios escritos.
imóveis &Construções
Uma construtora da terra dá bons exemplos de como plantar negócios sólidos, valorizando os recursos humanos
A PARAIBANA DE ALMA POTIGUAR empresa foi criada no RN, em 2004, mas foi na Paraíba que ganhou musculatura e um portfólio respeitável Hoje, porém, pode-se dizer que a Alliance, a boa filha, à casa torna e a consolidação da marca está nas áreas mais nobres e disputadas da cidade. Incorporando e construindo para a classe média, a Alliance só produz unidade acima dos 100 metros quadrados, com VGVs médios de R$ 30 milhões por empreendimento. E nessa linha vai muito bem, obrigado. Com uma política institucional baseada na inovação nos projetos e excelência nos serviços, a empresa potiguar e pedigree paraibano tem conquistado expressivas vitórias no competitivo mercado de Natal. As áreas incorporadas pela Alliance são todas localizadas nos eixos mais nobres da cidade, que passaram a ser ferozmente disputados por incorporadoras de todo o País a partir de 2007.
A
Lícia Fagundes Chaves, engenheira responsável pelas obras da construtora Alliance no RN: foco total nos Recursos Humanos
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE SÁBADO • 14 DE AGOSTO DE 2010
Nesse teste de prospecção e desenvolvimento, a empresa foi aprovada com louvor, justificando como obteve rapidamente resultados tão expressivos na Paraíba. Com prospecção em outros estados do Nordeste, a construtora já plantou empreendimentos bem sucedidos em Capim Macio, onde tem o Pallazzo; em Ponta Negra, com o Luxor e em Lagoa Nova, com o Residencial Vivant – sem mencionar o Terraço das Dunas, em pré-lançamento, no Tirol. Mas uma das armas menos visíveis para o público está no arsenal mais poderoso da Alliance – o investimento em responsabilidade social. “Para nós, quanto melhores forem as condições de segurança e saúde, prevenindo acidentes e doenças de trabalho, melhor o resultado final”, diz Lícia Fagundes Chaves, engenheira responsável pelas obras da Alliance no RN. Ela explica: são feitos diversos investimentos em qualidade de vida, que vão desde os cuidados com a alimentação balanceada, palestras educativas, programas de alfabetização e visitas regulares de médicos aos canteiros de obras em Natal. Do ponto de vista comercial, a Alliance já integra o seletíssimo rol das construtoras que apostam no conceito de “showroom” para expor os principais produtos da empresa. O showroom Alliance será brevemente inaugurado na Av. Prudente de Morais para exibir seus lançamentos recentes.
Quanto melhores forem as condições de segurança e saúde, prevenindo acidentes e doenças de trabalho, melhor o resultado final” LÍCIA FAGUNDES CHAVES Engenheira
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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE SÁBADO • 14 DE AGOSTO DE 2010
imóveis &Construções
Aos 15 anos recém-completos, construtora de Natal, especializada em imóveis de alto padrão, segue a tendência e abre os horizontes
CONISA DEBUTA, MAS OS PÉS ESTÃO NO CHÃO om 15 anos recém-completos e uma tradição de sólidos empreendimentos para a classe média no eixo Tirol-Petrópolis, a Conisa finalmente se rendeu à necessidade de diversificar. Dona de uma certificação ISO 9001, além de já trabalhar um empreendimento no Planalto, na Zona Oeste, dentro do programa Minha Casa Minha Vida, a Conisa lança este mês ou-
C
tro na Ribeira – o Professor Jessé Cavalcanti. O último empreendimento da Conisa será entregue em setembro – condomínio João Machado, no Tirol -, completando 19 lançados aos longo dos últimos 15 anos. Mauro Dias Melo, diretor da Conisa, assegura que o mesmo padrão de qualidade usado nos empreendimentos de alto VGV serão aplicados nos projetos
mais populares do Minha Casa Minha Vida. “Os materiais prescritos para imóveis de R$ 90 mil receberão o mesmo tratamento VIP dado por toda a construtora certificada dentro do ISO 9001”, afirma Melo. Em outras palavras, quem ganha com isso é o cliente final, que receberá um produto afinado com as melhores técnicas construtivas do mercado. Construindo prédios peque-
nos, mas com VGV médio de R$ 20 milhões por empreendimento, a Conisa respondeu positivamente ao ambiente de crise vivido pelo setor entre 2008 e 2009. Segundo Mauro Dias Melo, um fator muito importante de sustentação foi a presença da Caixa Econômica. “É nessas horas que um Banco forte como a Caixa faz toda a diferença para quem produz e dá empregos”, comenta.
COMO GARANTIR VIDA LONGA AO SEU IMÓVEL LARISSA DANTAS GENTILE Diretora da Construtora S.Dantas
Tem coisa mais desagradável do que visitar uma casa que já está precisando de uma demão de pintura, mas o proprietário nem pensa nisso? Além de garantir uma boa estética, a pintura também funciona em muitos casos como proteção da alvenaria, o que acarretará uma menor vida útil daquele imóvel, sem falar na depreciação do bem pois o mercado imobiliário leva em consideração a estética na hora de valorar o bem imóvel. Quando compramos um carro, sabemos exatamente as datas que faremos a revisão de 10.000 km ou um ano, 20.000 km ou dois anos, e por ai vai... Mas ao comprarmos um imóvel, quando será necessário fazer estas revisões periódicas que servem como Manutenção Preventiva? Fachadas com revestimentos caindo por não terem sido feitas as manutenções e limpezas necessárias nos rejuntes(que sim, se deterioram pois ficam ao sabor das intempéries como chuva e sol ); ralos de banheiros entupidos pois nunca são limpos (e quando o serviço de assistência da construtora chega lá nota que o “problema técnico” é que a dona da casa está com uma enorme queda de cabelos); geradores e bombas de incêndio sem funcio-
nar pois não são acionados uma vez por mês como orientam os fabricantes; estes são alguns dos problemas frequentes em edifícios e que muitas vezes não existiriam se houver uma boa administração na manutenção preventiva das edificações. MANUAL DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL Atualmente a grande maioria das construtoras, mesmo as pequenas, entregam um “Manual do Proprietário” esclarecendo quais são as manutenções básicas do imóvel, de forma a assegurar boa funcionalidade, e consequentemente uma maior vida útil, de forma a garantir que seu móvel sem-
pre esteja bem valorizado no mercado. É extremamente importante que sejam feitas pelos proprietários as manutenções preventivas, pois a falta delas pode acarretar inclusive a quebra da garantia da construtora devido a uso indevido. É por isso que o serviço de assistência ao cliente vem ganhando cada vez mais destaque entre as construtoras, pois já se sabe que a fidelização deste cliente estará garantida ao se colocar no mercado um imóvel que tenha boa funcionalidade, fácil manutenção e que ofereça uma boa orientação técnica na hora de qualquer dúvida na hora do uso. Para os condomínios, a orientação dos profissionais da cons-
trução é de que haja sempre um profissional técnico (engenheiro civil, arquiteto) para acompanhar as manutenções preventivas dos prédios, inclusive com este se responsabilizando pela execução das mesmas, com o preenchimento de uma ART(Anotação de Responsabilidade Técnica) que é feita no CREA local. Nesta ART assinam o síndico do condomínio e o técnico responsável pela execução da manutenção, e consta uma breve descrição dos serviços realizados naquela data, servindo até para uma melhor monitoração no estado do imóvel. Com profissionais técnicos orientando os serviços de manutenção preventiva, fica mais difícil o empreendimento perder
Quando compramos um carro sabemos exatamente as datas da revisão. E um imóvel, quando elas começam?”
Mauro Dias Melo: comemorando as 15 primaveras da Conisa
a garantia de cinco anos de garantia que as construtoras oferecem. Existem diversas normas que norteiam a confecção deste tal Manual do Proprietário, tais como a “NBR 5674 – Manutenção da Edificação” que pode ajudar os síndicos de edifícios a orientar a realização de seus serviços de forma mais técnica, em caso de dúvida. CUSTOMIZAÇÃO É uma tendência atual a customização do imóvel, ou seja, adaptar o imóvel as reais necessidades do morador, tirando uma parede aqui, criando mais pontos de energia para comportar mais equipamentos quando o morador é muito ligado em tecnologia, e por ai vai. Esta é uma tendência que já é atendida pelas próprias construtoras para imóveis vendidos para as classes A e B. Nestes casos, as construtoras tem que definir datas para entrega de projetos de customização(ou de modificações como são mais comumente chamado) e estas datas tem que ser rigorosamente cumpridas pelos clientes, sob pena de atraso na entrega da obra por culpa do próprio cliente. Nestes casos, é interessante a prestação de serviço das construtoras para realização das modificações no imóvel, pois estas modificações ficam acobertadas pelas garantias. Nestes casos onde as modificações solicitadas pelo cliente são executadas pela construtora, o novo projeto ganha valor de documento, e passa a se chamar “AS BUILT”, que traduzindo literalmente do inglês significa “como foi construído”, pois aquela parte do imóvel não segue o padrão da construtora. Este AS BUILT deve
ficar arquivado junto com o manual do proprietário para futuras manutenções do imóvel. GARANTIAS DO IMÓVEL Quanto ao item garantia do imóvel, ainda há muita polêmica em torno do assunto, pois alguns dizem que são cinco anos, outros, que são apenas seis meses, mas toda essa polêmica, no geral, significa o seguinte: - a garantia é de 06(seis) meses quanto a “vícios ocultos”(são os vícios não detectáveis no momento da entrega do imóvel, e que podem surgir durante a sua utilização); - de 05(cinco) anos com relação a problemas em peças estruturais (lajes, pilares, fundações,vigas e arrimos) e em vedações(paredes de alvenaria ou outro material empregado). Importante ressaltar que estas garantias não incluem os equipamentos que são manufaturados em fábricas, tais como elevadores, bombas de recalque, interfones, que tem suas garantias específicas dadas pelos fabricantes.Também é importante lembrar que as manutenções necessárias decorrentes do uso destes equipamentos e do imóvel não estão inclusos na garantia oferecida pela construtora. A polêmica em torno da garantia do imóvel é compreensível, pois o imóvel é o nosso bem de maior valor em nossas vidas, e que, em tese, deve ser o mais durável pois tem uma vida útil muito longa, o que acarreta muitas expectativas e dúvidas em torno de sua correta manutenção, mas cuidando bem dele e se informando corretamente das suas peculiaridades, certamente ele trará muitas alegrias para você, e para toda sua família.
imóveis &Construções
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE SÁBADO • 14 DE AGOSTO DE 2010
Dona de grandes empreendimentos no eixo TirolPetrópolis, a cearense Colméia reforça seus plano de expansão na Grande Natal
DEZ NOVOS PROJETOS EM TRÊS ANOS
Raimundo Nonato Maia Costa, diretor da construtora Colméia para o RN: com um estoque de lançamentos na agulha, a mais antiga entre as estrangeiras mostra fôlego
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om 30 anos de existência e metade disso em Natal, a mais antiga entre todas as incorporadoras de fora em atuação na cidade, a cearense Colméia, prepara-se para entrar com tudo no programa “Minha Casa, Minha Vida”. O inaugural será em São Gonçalo, onde vai construir 750 unidades distribuídas em quatro torres – 350 unidades por lançamento. São apartamentos entre 45 e 57 metros quadrados, com dois e três dormitórios. Será a primeira vez que a Colméia colocará sua excelência construtiva à serviço de uma produção econômica para a faixa de renda de três a dez salários mínimos. Raimundo Nonato Maia Costa, diretor da empresa para o RN, lembra que a incursão da Colméia por projetos populares remonta aos anos 80. Na última década e meia, porém, a construtora robusteceu seu mercado nas camadas A e AB, especialmente em Natal, notabilizando-se por obras bem acabadas. “Nossa postura em relação aos imóveis econômicos será a mesma”, avisa Nonato. “Mesmo com materiais de outra categoria, o rigor construtivo é sempre uma questão de honra para toda a boa construtora”, acrescenta. Hoje, com 13 edifícios entregues e outros 10 em desenvolvimento para os próximos três anos, a Colmeia já sabe qual o seu foco para o futuro – as novas fronteiras que se abrem para os lados Sul e Leste da cidade. “Temos inteira consciência que a grande premissa, neste momento, é por projetos sustentáveis do ponto de vista ecológico e com muita responsabilidade social envolvida”, diz Nonato.
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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE SÁBADO • 14 DE AGOSTO DE 2010
imóveis &Construções
Com um marketing focado 100% no cliente, a Delphi colhe os bons frutos por entender os gostos de um mercado que escolhe a partir do bom atendimento
TRATAMENTO VIP uando a Delphi Engenharia, fundada há 15 anos, resolveu ampliar uma extensão comercial no principal shopping center da cidade, o Midway Mall, em 2007, juntou o útil ao agradável. Mais do que isso, abraçou uma tendência hoje generalizada em todo o País – incorporar um tratamento de grife à sua marca. Atualmente, com um dobro de área de loja em relação ao que tinha antes e cada dia mais atenta à ações de marketing que atendam aos anseios de uma clientela exigente, a Delphi comemora os excelentes resultados trazidos por sua Delphi Store. Além de desafogar a sede de uma série de atribuições cotidianas ligadas a atendimento, a construtora lincou-se aos interesses do consumidor, já que dentro da loja de 144 metros quadrados não só vendas são feitas, como uma infinidades de outros problemas do cliente são resolvidos. Alessandra Lisboa, gerente da loja, diz que o espaço do shopping, trouxe benefícios não só sobre os negócios da construtora, como repercutiu e muito sobre a qualidade de cada operação realizada. “Aqui, funcionamos como loja, abrindo às 10 horas e fechando às 22 horas e servindo de ponto de apoio para tudo o que os nossos clientes antigos e futuros necessitem”, assegura Alessandra.
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Loja da Delphi do Midway Mall: um show de bom gosto e atendimento eficiente num espaço que abre e fecha com o shopping, como o cliente gosta. Gol de marketing
Ao longo de uma década e meia, a Delphi acompanhou o desenvolvimento do setor da construção civil no Estado com projetos arrojados e uma busca contínua pelas localizações mais nobres que garantam a valorização
permanente de seus imóveis. Além de empreendimentos residenciais, como os edifícios Aldebaran e Mozart Romano, em Areia Preta, ou as Torres de Lagoa Nova, a Delphi também deixa a sua marca em projetos apart-
hoteleiros, como o Natal Plaza Quality Suítes (Ponta Negra), e empreendimentos como o Comfort Suítes (Ponta Negra) gerenciado com o padrão internacional. No portfólio da empresa também fazem parte diversos em-
preendimentos industriais. A empresa está entre as primeiras do Estado certificada e recertificada pelo ISO 9001 em edificações. Também recebeu o selo ISO 14001 de gestão ambiental, e foi classificada no nível A do Pro-
grama Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional – PBQP-H. Desde de 2006 é uma das grandes parceiras do Projeto Tamar, contribuindo para o investimento em pesquisas e projetos educacionais.
viver NOVELA Suzana analisa as fotos de Desirée e gosta do desempenho da modelo. PÁGINA 2
GRAMADO “Diário de uma busca”revela exilados políticos brasileiros fugindo das ditaduras latinas. PÁGINA 4
FESTIVAL DE CINEMA
Jurado potiguar em Gramado diz que experiência foi indescritível. PÁGINA 4
EDUCAÇÃO Secretaria de Educação lança dia 19, projeto exclusivo sobre leitura para o ensino médio. PÁGINA 3
FILME NA TV Record exibe“Ela é o cara”, na programação do Cine Aventura. PÁGINA 2
CINEMA Filme novo de Stallone estreia nas salas locais.Confira. PÁGINA 2
Editora: Cinthia Lopes e-mail: cadernoviver@tribunadonorte.com.br
NATAL | RIO GRANDE DO NORTE Sábado | 14 de agosto de 2010
Um ficcionista
em cada esquina MARIA BETÂNIA MONTEIRO Repórter
s obreiros dos versos, da métrica e da rima não são os únicos no Estado a constituir suas obras a partir da palavra escrita. Contrariando a quadra popular, que diz: “Rio Grande do Norte/ Capital Natal/ Em cada esquina um poeta/ Em cada beco um jornal”, o escritor, membro da Academia Norte-riograndense de Letras e desembargador aposentado, Manoel Onofre Junior lança uma nova edição do livro “Ficcionistas Potiguares”, “revista e muito ampliada, quase como um novo livro”, disse Manoel Onofre. A segunda edição de Ficcionistas Potiguares será lançada na próxima segunda-feira, das 18 às 21hs, na Sede social da Academia Norte-riograndense de Letras. O livro inicialmente publicado em 1995, pelo Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFRN é um ensaio sobre o que se tem feito aqui na área de ficção literária. Desde os velhos ficcionistas, como Polycarpo Feitosa, Aurélio Pinheiro, Martins de Vasconcelos, Afonso Bezerra, José Gomes; até os contemporâneos como Eulício Farias de Lacerda, Francisco Sobreira, Jaime Hipólito Dantas, Luiz Rabelo, Umberto Peregrino, Alex Nascimento e tantos outros estão contemplados na obra. Onofre relaciona 38 autores, sendo Moacyr de Góes e Bartolomeu Correia de Melo dois estreantes nesta edição de Ficcionistas Potiguares. A primeira edição do livro, apesar de ter o selo prestigioso do CCHLA, já não atendia a totalidade das obras escritas, nem todos os autores, já que o livro foi lançado em 1995. “Tratei de fazer na nova edição, a atualização das notas críticas e biográficas”, disse Onofre. Na edição atual houve um acréscimo de obras relacionadas. Nei Leandro de Castro foi um dos autores que ganhou novas páginas nesta segunda edição de Ficcionistas, já que foram adicionadas mais duas de suas obras.
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EDIÇÃO AMPLIADA A ampliação desta segunda edição do livro está relacionada ao aumento de obras publicadas no Brasil e conseqüentemente no Rio Grande do Norte. “Não sei o que contribuiu para o aumento dos escritores, se foi o computador, mas acho isso positivo, sempre a quantidade acaba resultando em quali-
DOS VELHOS FICCIONISTAS,COMO POLYCARPO FEITOSA,ALEX NASCIMENTO E CARLOS DE SOUZA,LIVRO DE MANOEL ONOFRE JR.TRAÇA PANORAMA CRÍTICO DE OBRAS POTIGUARES dade”, disse ele. Segundo o autor, de 1995 para cá houve um desenvolvimento grande na ficção no RN. “Desde o fim do século passado cada vez mais surgem ficcionistas, principalmente contistas e romancistas. Os que já tinham tido experiência no gênero estão ampliando suas atividades”, disse. E se aumenta o número de livros publicados é porque o número de leitores acompanha este crescimento na oferta de novos volumes. Em pesquisa encomendada pela CBL e pelo Sindicato Nacional de Editores de Livros; a Fipe verificou o aumento no índice de leitura no Brasil de 150% nos últimos dez anos, passando de 1,8 livro por ano em média, para 4,7. A pesquisa foi divulgada no início desta semana. Apesar do resultado, Manoel Onofre lamenta o fato de os leitores do estado ainda terem certa prevenção com relação aos autores da terra. “Escrevi este livro, tentando provar que nós temos realmente bons ficcionistas”, pontuou Manoel lembrando que é preciso separar o joio do trigo. “Aqui tem muita mediocridade também. Tem muita coisa que merece um lixo. Não há nada pior que um poema mal escrito”. Inicialmente o livro foi elaborado, colocando os autores em or-
dem alfabética. “Não queria que fizessem com a minha obra, o mesmo que fizeram com a de Cascudo”, disse Manoel, que na segunda edição preferiu organizar os autores em ordem cronológica, de acordo com suas primeiras publicações e a interferência no cenário literário local. “Para não ficar
parecido com um dicionário”. De cada autor, ele elaborou uma pequena biografia e uma apreciação de suas obras literárias. Para ilustrar, ainda foram transcritos trechos das obras citadas, com o objetivo de ressaltar algumas das características mais significativas. Por este traALEX FERNANDES
balho minucioso de levantar as obras ficcionais dos autores potiguares e ainda posicionar-se criticamente em relação a elas, é que o livro de Manoel Onofre se caracteriza como um ensaio literário e não como uma antologia. Além disso, só o fato de o autor ter estabelecido um critério particular na escolha dos autores, já é o suficiente para que “Ficcionistas Potiguares” não seja uma apresentação topicalizada de tudo o que foi escrito neste gênero. “Apesar da transcrição de alguns textos, não se trata de uma antologia. Aqui eu assumo uma postura crítica”, esclarece. Já que os ficcionistas vêm aumentando , Manoel Onofre anuncia que haverá uma futura edição, prevista para 2011, onde deverão ser comentadas a vida e a obra dos autores Afrânio Pires Lemos, Caio Flávio Fernandes, Carlos Newton Júnior, Clotilde Tavares, Dorian Gray, Emanoel Barreto, Nelson Patriota, Carlos Fialho, Pablo Capistrano, Patrício Júnior, Thiago de Góis. SERVIÇO Lançamento do livro Ficcionistas Potiguares.Dia 16,na Sede da ANL - rua Mipibu,443,das 18 às 21hs.Preço:R$ 30,00.
Nísia Floresta também é destaque na ANL Considerada uma pioneira do feminismo no Brasil,Nísia Floresta foi provavelmente a primeira mulher a romper os limites entre os espaços públicos e privados.Ela escreveu textos em jornais,na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Nísia também dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres,dos índios e dos escravos.Em comemoração ao bicentenário de Nísia Floresta e às mulheres potiguares,a Academia Norte-rio-grandense de Letras está promovendo palestra,debate e lançamento de livro na segunda-feira,às 20h30,no Salão Nobre da Academia.“Nísia Floresta faz parte da pré-história do feminismo mundial.Este evento é muito importante”, disse Diógenes da Cunha Lima. O evento em comemoração à Nísia Floresta,que é a patronesse da Academia Norte-rio-grandense de Letras começa com a palestra da Professora-Doutora da Universidade Federal de Minas Gerais,Constância Lima Duarte. Com doutorado em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo,a professora Constância aborda principalmente a literatura de autoria feminina,a crítica literária feminista,a literatura do Rio Grande do Norte e de Minas Gerais.Delas são as obras “Nísia Floresta - Vida e Obra”(1995) e “Literatura Feminina do Rio Grande do Norte:de Nísia Floresta a Zila Mamede”(2001). Em seguida acontece a apreciação literária do acadêmico Ernani Rosado e da escritora Diva Cunha.Em seguida será lançado o livro “Inéditos e Dispersos de Nísia Floresta”, editado pela UFRN e o Núcleo Câmara Cascudo.A organização da obra é de Constância de Lima Duarte.
SERVIÇO Construção da memória do Bicentenário de Nísia Floresta Data:Segunda-feira (16) Hora:20h30 Local:Salão Nobre da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras Informações:3221-1143
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Hoje na TV
viver
Sábado | 14 de agosto de 2010
Canal ZAP
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O “GLOBO UNIVERSIDADE”DE HOJE VISITA O CENTRO DE LÍNGUAS DA USP E CONVERSA COM PESQUISADORES DO QUINTO IDIOMA MAIS FALADO NO MUNDO:O PORTUGUÊS.
Flávia Cirino E-mail para esta coluna: canalzap@cartaznoticias.com.br
JORGE RODRIGUES JORGE/CZN
GLOBO
Harmonia
06h05-Globo Educação 06h25-Globo Ciência 06h50-Globo Ecologia 07h15-Globo Universidade 07h40-Ação 08h05-TV Globinho 09h50-Turma da Mônica 10h10-Hannah Montana 10h35-TV Xuxa 12h00-RN TV - Primeira Edição 12h45-Globo Esporte 13h15-Jornal Hoje 13h45-Estrelas 14h35-Sessão de Sábado:Os Viajantes do Tempo 16h02-Globo Notícia 16h06-Caldeirão do Huck 18h05-Escrito nas Estrelas 19h00-RN TV - Segunda Edição 19h15-Ti-ti-ti 20h15-Jornal Nacional 20h55-Passione 22h00-Show do Criança Esperança 23h55-Altas Horas 02h00-Uma Família da Pesada 03h45-Corujão 04h25-GP de Vôlei Feminino
Em “Araguaia”, próxima novela das seis da Globo, Milena Toscano e Júlia Lemmertz viveram Manuela e Amélia, mãe e filha. A relação das duas será é de muita confiança, já que as duas se dão muito bem. A novela estreia dia 27 de setembro.
BAND 07h00-Local 12h00-Vitória em Cristo 13h00-Popcorn TV 13h55-Família Dinossauros 14h15-Sessão Livre 16h40-As Aventuras de Jeff Corwin 17h40-E24 18h50-Local 19h20-Jornal da Band 20h25-Show da Fé 20h50-Custe o Que Custar 22h00-Busão do Brasil 22h10-Cine Clube 00h15-Show Business 01h00-The Shield - Acima da Lei 02h00-Cine Band Privê 04h15-Grand Prix de Vôlei Femininoh China x Brasil
Transição
Confidências
Como informado por esta coluna, Luigi Barricelli estará no próximo folhetim de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, “Insensato Coração”. Apesar disso, o ator afirma que seu afastamento do “Vídeo Show” não foi para que sua imagem não ficasse marcada, como publicado. “Recebi o convite, conversei com a direção do programa e eles me liberaram. Eu deixei o programa para que meu lado apresentador se distancie do meu lado ator para o público. Mas, com certeza, fica a saudade e uma grande amizade por toda a equipe do programa”, esclarece.
Neste domingo, o “De Frente com Gabi” recebe o piloto Rubinho Barrichello. Durante a entrevista, Rubinho conta a Marília Gabriela que resolveu sair da equipe Ferrari um ano antes de acabar seu contrato pois percebeu que não teria mais espaço lá. Além disso, fala sobre o acidente que sofreu em Ímola, na Itália. “Não existe o medo na hora do acidente. Depois dele, fiquei com receio de passar a ter medo, mas a primeira coisa que quis fazer foi pilotar de novo”, garante. A produção vai ao ar à 0h, no SBT.
Talento do humor
RECORD
Principal suspeito
07h00-Santo Culto em Seu Lar 08h00-Bíblia em Foco 08h30-Fala Brasil Especial 09h30-Hoje em Dia 12h00-Record Notícias 13h00-Esporte Fantástico 14h15-Tudo a Ver 15h00-Cine Aventura:Ela é o Cara 17h00-O Melhor do Brasil 21h15-Jornal da Record 22h00-Legendários 00h30-Série:Lipstick Jungle - Selva de Batom (2ª Temporada) 05h25-Bíblia em Foco 05h55-Desenhos Bíblicos
ewton, personagem de Rafael Calomeni, será o principal suspeito de Silvio, vivido por Rodrigo Phavanello, de sabotar o avião que está pilotando em “Ribeirão do Tempo”. Logo depois de levantar a desconfiança, o avião explode e o piloto morre. “Ele acha que o amigo quer matá-lo pois flagra ele saindo da casa de Ellen. Depois daí, o Silvio entende o porquê de a mulher ter pedido a separação”, adianta Calomeni, referindo-se ao papel de Aline Borges. Apesar das evidências apontarem para Newton, na verdade, a explosão foi causada por conta da conspiração política que pretende fechar a agência de Tito, vivido por Ângelo Paes Leme.
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Amanhã, o “Tudo É Possível”, da Record, estreia o quadro “O Mais Novo Humorista do Brasil”. O objetivo é revelar um novo comediante. Na primeira fase, quatro candidatos serão aprovados para disputar um prêmio de R$10 mil na final. Além disso, Ana Hickmann recebe as duplas João Neto & Federico e Marcos & Belutti, destaques do sertanejo universitário.
■ No quadro “Apagão”do “Eliana”, Milene Domingues e Miranda terão de adivinhar o famoso que está ao lado da apresentadora no palco. Cláudia Leitte é a artista que terá de ser descoberta.A produção vai ao ar amanhã.
Foi bem Vera Holtz e Flavio Migliaccio,a Candê e o Fortunato de “Passione”. A dupla está engraçadíssima e o visível improviso de Flávio deixa a cena bem natural.
Foi mal Marcelo Faria,o Guilherme de “Escrito Estrelas”. A interpretação não convence e quando contracena com Carolina Kasting isso fica ainda mais evidente.
■ Dia 19 de agosto,Cláudio Lins,que interpreta o protagonista Claude em “Uma Rosa com Amor”, apresenta o show Cláudio Lins & Convidados no Teatro Rival,no Rio.Ao lado do cantor estarão Tony Garrido, Lucinha Lins e a banda Tambor Carioca.
De fora Wolf Maia, diretor do “Criança Esperança”, confirmou na coletiva de imprensa do evento que Xuxa não estará nesta edição do filantrópico. Segundo Wolf, a “rainha dos baixinhos” recusou o convite pois não se adaptou ao novo formato da produção da Globo. “ Ela costumava comandar o programa aos domingos e não gostou da idéia de participar de um quadro musical. Mas este ano decidimos que o programa será apresentado apenas no sábado e lamentamos que ela não esteja conosco”, explica o diretor, afastando os rumores de que teria se desentendido com a loura.
■ Marina Ruy Barbosa,a Vanessa de “Escrito nas Estrelas”, estreou ontem o seu blog.A atriz quer estreitar o contato com seus fãs.Para acessar, o endereço é www.bloglog.globo.com/ma rinaruybarbosa.
SBT 06h00-Série 07h00-Imóveis & Cia 07h30-Fonte de Vida 08h00-Vida Abundante Somente Interior 08h00 às 09h00 08h00-Fecomercio 08h30-Riquezas da Terra 09h00-Crescendo de “A”a “Z” 09h30-RN Turismo 10h00-Deguste 10h30-Sábado Animado 12h15-TJ TV 12h20-Viver Bem 12h50-Mais 13h45-Nordeste Mais 18h15-Roda a Roda Jequiti 18h50-Sala VIP 19h30-SBT Brasil 20h15-Novela - Uma Rosa Com Amor 21h15-Supernanny 22h05-Boletim de Ocorrências 22h15-Novela – Ana Raio e Zé Trovão 23h15-Cine Belas-Artes 02h15-Tele 03h45-Encerramento
TVU 07h00-Telecurso – Ensino Médio 07h15-Telecurso Tecendo o Saber 07h45-Reencontro 08h30-Interesse Público 09h00-Mobilização 09h30-Um Menino Muito Maluquinho 10h00-A Turma do Pererê – Nova Série. 10h30-Cidade do Futuro 11h00-Castelo Ra Tim Bum 11h30-Janela Janelinha 12h00-Canal Saúde 13h00-Programa Especial 13h30-I.F.RN em Pauta – reprise. 14h00-Expedições 14h30-Castelo Ra Tim Bum 15h00-Cocoricó 15h15-Curta Criança 15h30-Vila Sésamo 16h00-Café Filosófico 16h30-Olhar Independente 17h00-Musical – TVU – Local. 17h30-Tó Sabendo 18h30-América Latina Tal Como Somos 19h00-Média Nacional 19h30-Paratodos 20h00-DOC TV – RN 21h00-Repórter Brasil – ao vivo. 21h30-Revista do Cinema Brasileiro 22h00-Programa de Cinema 23h45-Ponto Brasil 00h15-Caminhos da Reportagem 01h15-Sem Censura – Melhores momentos.
SIM TV 06h00-Super Papo 07h15-Igreja Mundial do Poder de Deus 08h15-Pokemon 08h30-TV Kids 09h00-TV Kids 1 09h30-UNP em Foco - Reprise 10h00-Solon - Imoveis Auto Show (Ind) 11h00-Primeira Instância 11h30-Paredão 12h00-Meu Carango - Inédito 12h30-TV Kids 2 13h00-TV Kids 13h30-Mulheres Fim de Semana - Inédito 14h00-Batendo Perna - Inédito 15h00-Super Papo 15h35-Apeoesp 15h45-Campeonato Brasileiro Série B - Náutico X Portuguesa 18h05-Ponte Preta X Duque de Caxias 19h45-TV Fama 20h55-Redetvnews 21h55-Good News 22h10-Amaury Jr.Show 23h45-UFC – Sem Limites 00h45-Interligado 02h00-Bola de Neve 02h30-Super Papo 03h00-Igreja da Graça - Nosso Lar 05h00-Super Papo
Hoje nas novelas
Cinema ★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE lESTRÉIA
ESCRITO NAS ESTRELAS Vitória/Viviane pede para Ricardo tentar consertar seu computador e estranha a frieza com que ele lhe responde.Jair acerta com Gerson o telegrama musical para ele reconquistar sua amada.Dona Lucélia liga para Viviane e avisa que sua casa foi destruída.Viviane fica abalada ao saber que Ricardo vai se casar com Jane.Beatriz vai se encontrar com Gilmar.Antônia se assusta ao ver Daniel.
UMA ROSA COM AMOR Nara revela a Raquel que foi obrigada pelo pai a se prostituir.Catarina confessa a Antoninho que o comprou quando era bebê para não perder o marido.Nara diz a Raquel que Beto não é seu filho,mas de uma jovem que Egídio engravidou no Ceará.Ao ver que Elisa ouviu tudo, Nara tenta matá-la,mas o tiro atinge Raquel.Com medo de perder Serafina,Claude percebe que a ama.
TI-TI-TI Camila consegue marcar uma hora com Victor Valentim.Armandinho não concorda que Desirée trabalhe como modelo e termina o noivado. Julinho desiste de ir embora e Marcela fica contente.Jacques dispensa Gigi com medo de seu marido.Suzana analisa as fotos de Desirée e gosta do desempenho da modelo.Ariclenes tenta se aproximar de Cecília,mas ela o rejeita. Gastãozinho Malta invade o ateliê de Jacques.
PASSIONE Bete e Totó se emocionam.Ela diz que fará um jantar para conhecer a esposa Totó.Bete entrega a ele o dossiê sobre Fred.Clara fica nervosa ao saber que Totó se encontrou com Bete.Jéssica segue Berilo até a lanchonete em que ele está com Agostina.Diana surpreende Mauro ao chegar no hotel onde ele está hospedado em Teresina.Totó rasga a procuração que deu para Fred.
Filmes na TV OS VIAJANTES DO TEMPO Globo – 14h35 – Sessão de Sábado França/EUA,2001.Nobre inglês é enfeitiçado por uma bruxa e,depois,transportado para o futuro por um mago.Ao lado de seu servo,ele surge em Chicago,no Século XXI e se surpreende com as novidades dos tempos modernos ELA É O CARA Record – 15h00 – Cine Aventura Viola (Amanda Bynes) é uma boa jogadora de futebol,mas sempre é impedida de jogar com os garotos de sua escola devido ao preconceito de que mulher não pode ser tão boa no esporte quanto um homem.Furiosa,Viola aproveita a viagem de seu irmão Sebastian (James Kirk) e decide se passar por ele em sua escola,jogando no time masculino de futebol.Ela tem apenas duas semanas para mostrar que sabe jogar futebol,mas acaba se apaixonando por Duke (Channing Tatum),seu companheiro de quarto, que acredita que ela é um homem
LARA CROFT - TOMB RAIDER:A ORIGEM DA VIDA SBT - 23h10 - Cine Belas Artes A arqueóloga Lara Croft tem que encontrar a caixa de pandora antes do maníaco cientista Jonathan Ress,o mais perigoso criador de armas biológicas.A relíquia está escondida num local conhecido apenas como “a origem da vida”. Para esta missão ela convoca o mercenário e excomandante da marinha real,Terry Sheridan. DOMINGO - (Amanhã – 15.08.2010) SORTE NO AMOR Globo – 12h50 – Temperatura Máxima EUA,2006.Ashley Albright é a pessoa mais sortuda de Nova York.Tudo o que ela quer,acontece:tem um ótimo emprego e ainda recebe a chance de subir mais na carreira,planejando um baile de máscaras para um grande nome da música.Só que lá ela conhece Jake Hardin,a pessoa mais azarada da cidade.Eles se beijam e,misteriosamente,a sorte deles é trocada.Exibição em HD.
vO BEM AMADO (12 anos,nacional) Moviecom 1.Sessões 15h10,17h20,19h30, 21h40/Cinemark 3.Sessões 11h40 (sab/dom), 14h05,16h35,19h05,21h40,e 0h20 (sab) Baseado na obra de Dias Gomes,“O Bem Amado” conta a história do prefeito Odorico Paraguaçu,que tem como meta prioritária em sua administração na cidade de Sucupira a inauguração de um cemitério. A história passada no início dos anos 60 é narrada por Neco Pedreira (Caio Blat),um jovem que se apaixona por Violeta (Maria Flor),a filha do prefeito, moça moderna que estuda na capital. Direção: Guel Arraes. KICK-ASS – QUEBRANDO TUDO (18 anos, legendado) Moviecom 2.Sessões 14h30,16h50,19h10,21h30. Estudante decide se reinventar,costurar uma fantasia e se tornar um super-herói no mundo real. Kick-Ass,codinome usado pelo inocente garoto, parece fadado ao fracasso por não ter o tipo físico dos heróis e nem as habilidades especiais até perseguir bandidos com suas armas de verdade. Direção: Matthew Vaughn. ENCONTRO EXPLOSIVO (14 anos,legendado) Moviecom 3.Sessões 16h40,21h15. June (Diaz) sempre foi uma mulher solitária.Mas ao conhecer Wilner (Cruise),um agente secreto,dentro de um avião em um encontro às escuras,sua vida muda totalmente. Ele a leva numa violenta viagem pelo mundo,para proteger a chave de uma infinita fonte de energia.Direção: James Mangold. PREDADORES (14 anos,legendado) Moviecom 3.Sessões 14h30, 19h. Royce (Adrien Brody),um mercenário que relutantemente lidera um grupo de combatentes de elite, descobre que eles foram levados para um planeta alienígena para servirem como presas.À exceção de um médico que caiu em descrédito,todos são assassinos a sangue frio: mercenários,mafiosos da Yakuza,presidiários, membros de esquadrões da morte - ou seja, “predadores”humanos que agora serão sistematicamente caçados e eliminados por uma nova raça de Predadores alienígenas.Direção: Nimród Antal.
Clima bom pra quebrar a rotina,engatando programa bonito e diferente,que abra a mente e o coração para novos sonhos e utopias. Companhia de pessoas elegantes e alegres serão seu remédio contra o tédio.Expansão de amizades.
SALT (14 anos,legendado) Moviecom 7.Sessões 14h (sab/dom),16h,18h,20h,
Libra 23/09 a 22/10
Astral bom para moda e artes visuais aquece consumo brasileiro.Lua crescente em Escorpião:16/8
Touro 21/04 a 20/05
A ORIGEM (14 anos,leg/dub) Moviecom 6.Sessões 15h10,18h10, 21h10/Cinemark 2 (leg).Sessões 13h,16h05,19h10, 22h15/Cinemark 5 (dub).Sessões 12h (sab/dom), 15h10,18h15,21h20,e 0h25 (sab). Don Cobb (Di Caprio) é especialista em invadir a mente das pessoas e,com isso,rouba segredos do subconsciente,especialmente durante o sono, quando a mente está mais vulnerável.As habilidades únicas de Cobb fazem com que ele seja cobiçado pelo mundo da espionagem e acaba se tornando um fugitivo.Como chance para se redimir,Cobb terá que,em vez de roubar os pensamentos,implantá-los.Seria um crime perfeito.Mas nenhum planejamento pode preparar a equipe para enfrentar o perigoso inimigo que parece adivinhar seus movimentos. Somente Cobb é capaz de saber o que está por vir. Direção: Christopher Nolan.
Hoje não é dia de se amarrar em compromissos chatos e sim de usufruir a troca energética saudável e equilibradora de amizades e amores fieis.Sensibilidade forte beira a telepatia com seus queridos.Conexões profundas,união de almas.
Horóscopo Aproveite o sábado pra espairecer pra valer! Evite os chatos,e restaure as energias até a noite,para se esbaldar numa boa festa ou reunião de amigos.Encantamentos e conexões emocionais poderosas podem rolar a noite, fique ligado!
SHREK PARA SEMPRE (Livre,dublado) Moviecom 5 (dub).Sessões 14h05 (sab/dom),16h, 17h55,19h50,21h45/Cinemark 4.Sessões 12h10 (sab/dom),15h,17h10. Quarta aventura do ogro Shrek,agora em 3D.Shrek faz um pacto com Rumpelstiltskin para sentir-se como um ogro de verdade novamente,mas ele é enganado e enviado para uma versão distorcida de Far Far Away - onde Rumpelstiltskin é rei,ogros são caçados,e ele e Fiona nunca se encontraram - ele decide restaurar o seu mundo e recuperar seu verdadeiro amor. Direção: Mike Mitchell.
Gêmeos 21/05 a 20/06 Lua e Sol se harmonizam com seu signo de um jeito mágico e intenso,promovendo sábado bom pra reforçar um plano desejado com seu amor. Uma viagem pode nascer de uma boa conversa! Senso estético apurado ajuda em tudo.
Câncer 21/06 a 21/07 Este pode ser um daqueles sábados em que tudo dá certo,até os sonhos mais malucos! De muitas formas misteriosas você está atraindo pessoas dispostas e que vibram na mesma freqüência.Mais intuições enriquecem o amor.
22h/Cinemark 7.Sessões 11h20 (sab/dom),16h15, 18h35,20h55,e 23h20 (sab) Angelina Jolie estrela Salt da Columbia Pictures, um moderno suspense de espionagem. Antes de se tornar agente da CIA, Evelyn Salt (Jolie) prestou juramento de servir e honrar o seu país. Ela colocará o seu juramento em prática, quando um desertor russo a acusa de ser uma espiã russa. Salt foge, usando todas as sua habilidades e anos de experiência como agente infiltrada para conseguir escapar dos seus inimigos, proteger o seu marido e fugir dos seus colegas da CIA. Brian Helgeland (‘Sobre Meninos e Lobos’) roteiriza e Phillip Noyce (‘O Colecionador de Ossos’) dirige. l O APRENDIZ DE FEITICEIRO (10 anos,dublado) Cinemark 1.Sessões 11h30 (sab/dom),14h15, 17h05,19h35,22h05,e 0h30 (sab) Um aprendiz de feiticeiro (Jay Baruchel) é obrigado a cuidar de uma oficina mágica quando seu mestre, Balthazar Blake (Nicolas Cage),a deixa em suas mãos.O problema começa quando o célebre ilusionista Drake Stone (Toby Kebbell) se une ao mago maligno Horvath (Alfred Molina).Direção: Jon Turteltaub. l OS MERCENÁRIOS (16 anos,legendado) Cinemark 4.Sessões 19h20,21h55,e 0h15 (sab) A história de um grupo de mercenários, classificados como dispensáveis,que tem como missão lutar para combater um ditador na América Latina.Juntos eles possuem uma marca,a tatuagem The Expendables.Direção:Sylvester Stallone. l DIREITO DE AMAR (14 anos,legendado) Cinemark 7.Sessões 14h. Dilacerado pela recente morte de seu amante de longa data em um trágico acidente,George Falconer (Colin Firth) mantém as aparências,ainda visto por outros como um homem no controle.Mas em um dia crucial em 1962,no ensolarado sul da Califórnia onde ele criou raízes,este professor universitário urbano se vê no limite da sua vida.Ele vai descobrir os ecos do passado no presente e vislumbrar versões alternativas do futuro incluindo a forte possibilidade de nenhum futuro para si mesmo.Direção:Tom Ford.
Atenção:Este caderno não se responsabiliza pela mudança de horário e de preços de ingressos para os cinemas.Ambos são fornecidos pelas assessorias das redes Cinemark e Moviecom.Antes de ir ao cinema,certifique-se dos horários através dos telefones:Tel.:3236 3350 (Praia Shopping) ou 3620-3530 (Midway Mall).
Gilda Telles
Áries 21/03 a 20/04
MEU MALVADO FAVORITO (Livre,dublado) Moviecom 4.Sessões 13h55,15h50,17h45,19h40, 21h35/Cinemark 6 3D.Sessões 11h (sab/dom), 13h10,15h20,17h30,19h40,21h50,e 0h05 (sab) Gru (Steve Carell) é o maior vilão do momento,mas tem seu posto abalado pelo novato Vetor (Jason Segel).Para recuperar o topo,ele planeja roubar a Lua,auxiliado pelas criaturas Minion.O problema é que três meninas órfãs veem nele a figura de um pai. Diante disso,Gru fica dividido entre roubar a Lua e abandonar as pequenas ou ficar com elas e desistir dos seus planos.Direção: Pierre Coffin/Chris Renaud.
Leão 22/07 a 22/08 Quebre a rotina pra valer hoje,esse é segredo para viver um fim de semana raro e interessante.Se não for possível,vá ao cinema,sonde um novo livro e mergulhe no mundo maravilhoso da arte:um banho de inspirações.
Virgem 23/08 a 22/09 Finalmente aparecem os primeiros sinais de tanto esforço feito nos últimos dias! E parece que você já colhe os primeiros frutos disso,contando com apoios e recursos além dos esperados. Relaxe de noite,e aproveite o astral de afetividade!
Escorpião 23/10 21/11 Bom astral de hoje reflete em disposição agradável e compreensiva,que faz de seus queridos pessoas gratas a sua atenção e gentileza.Hoje é dia de se devotar a quem ama com toda a força.Assim você transmuta pesos e tristezas.
Sagitário 22/11 a 21/12 Animação a mais neste sábado vibra a favor de encontros,festas e eventos sociais em que você se sinta a vontade,então procure seus irmãos de fé,dance com eles e alcance um patamar mais elevado.Alta freqüência amorosa.
Capricórnio 22/12 a 20/01 Dê-se de presente um banho de loja hoje,mude o visual e invista pesado na sua aparência. Sua imagem está sob os holofotes e você não quer circular por ai de qualquer jeito,não é? Assuntos familiares demandam certa atenção também. Aquário 21/01 a 19/02 Mesmo distraído você estará conectado com quem interessa hoje! Qualquer programa será o melhor,já que conta com uma força astral especial que blinda seu coração contra tristezas e tédio.Encontros marcantes podem acontecer.
Peixes 20/02 a 20/03 Sábado bom pra farejar mudanças vindo no horizonte, ler as entrelinhas da vida,investir em arte e cultura.Itens com preços salgados devem ser evitados,não há tentação que neutralize seu desassossego.Isso é da sua essência.
viver
Sábado | 14 de agosto de 2010
Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3
George Azevedo
Chrystian de Saboya comanda a noite,hoje,em Natal,com a festa “Apaixone-se”a partir das 23h00,no Versailles Recepções,com muita ferveção ao som de Preta Gil e DJ Luís Couto sem hora pra acabar.
georgeazevedo@tribunadonorte.com.br TRAFEGANDO.COM
RAIO X
FASHION DAY ...A quinta-feira, 12, foi de muita badalação no Mossoró West Shopping com o lançamento verão 2011 de Marluce Bezerra, que acionou o cast Tráfego Models para exibir looks das marcas: Planet Girls, Lado Avesso, Divina Pele e Ramo Selvagem, ao som do DJ Luigi. Todas usaram acessórios da Nobre Bijoux e tiveram beleza assinada pela equipe de Ângela Santos Visual. Os quitutes foram do Kiko’s Buffet, de Maria José Frota. ...Por lá, registramos: Paulo e Célia Morais, Carla Roberta com a filha Ana Flávia, Renata Barbosa, Fábia Soares, Lindonete Rocha, Sebastião Mota e Zoraide, Luciana Sivini, Ákio Frota, Lenilson Marques e muito mais.
SOLIDARIEDADE Confirmadas as atrações para o Chá Beneficente da Associação de Apoio aos Portadores de Câncer de Mossoró e Região – AAPCMR, que acontece no próximo dia 26, às 19h30, no Requinte Buffet. Radiola Clube e DJ Balinha animam a festa da solidariedade que este ano promete construir a sua farmácia de manipulação.
FESTA DE NAVEGANTES A Festa de Navegantes, em Areia Branca, chega na reta final. Hoje, quem solta o som no Largo da Folia é o cantor Fagner, Forró na Tora, Forró Xamego e Koisa Nossa, a partir das 21h. E amanhã, 15, a cantor Joana encerra com chave de ouro.
Marilene Paiva, aniversariante badalada deste 15 de agosto
Soraya Vieira prepara festa para a filha Luana, hoje, em Pau dos Ferros
TRAFEGANDO.COM
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Fátima Carlos, aniversariante de hoje, ao lado do maridão Evandro Barbosa
Marluce Bezerra com as filhas Rayanne e Marina, lançando seu verão 2011, no West Shopping
NA FORMA DA LEI
TELEJORNALISMO
ENERGÉTICA
Mossoró ganhará no próximo mês a primeira filial do escritório “Fonseca & Advogados”, que se instalará na rua Carina da Costa Almeida, no bairro Nova Betânia. O escritório terá parceria com o Fonseca Vieira & Cruz, especialista na área tributária que atua na cidade há vários anos.
A escola de comunicação do Comunique-se, em João Pessoa, realizará oficina sobre Produção em Telejornalismo, nos dias 21 e 22 de agosto. O conteúdo será ministrado pelo jornalista Sílvio Barbosa, atual editor executivo do Jornal da Gazeta, que trará os principais passos para a construção de reportagens, elaboração de pautas e outras técnicas televisivas.
A colunista Marilene Paiva aniversaria amanhã, 15, e nada de celebrações nesta data, transfere toda badalação para o dia 27 deste mês com a festa “Soul Energia” nos salões do Requinte Buffet com assinatura da Master Produções. A banda Soul Pop, Radiola Club e o DJ Second vão animar os convidados.
» Os colunistas Marilene Paiva, Georgiano Azevedo e Karenine Fernandes deram um pulinho no coquetel de Marluce Bezerra. » Cláudia Matos registrou tudo, tudo da nova coleção de Marluce Modas para o seu programa Conexão, na TCM. » A DJ Fam Matos, queridinha dos natalenses, aterrissa em Mossoró, hoje, e agita a festa “Sábado Eletrônico”, na Boate Number One, ao lado da banda Rádio AM, a partir das 23h. » A loja Riachuelo do Mossoró West Shopping faz coquetel amanhã, 15, para lançar a coleção primavera/verão, das 11h às 13h, com muitas surpresinhas e desfile com cast Tráfego Models. » Hoje é dia de “Feijoada Garbos”, no Garbor Trade Hotel a partir do meio-dia. » O filme Crash – No Limite será exibido, hoje, às 19h30, no Cineclube Mossoró no Hotel Villa Oeste. A entrada é franca. » O casal José Vieira/Soraya faz a festa, hoje, para celebrar os 17 aninhos da filha Luana, na Pizzaria Água na Boca, em Pau dos Ferros. » Mariana Souza ganha festa dos pais Washington Souza e Thaís Spinoza, hoje, para comemorar o oitavo aninhos, às 18h, na área de lazer do Condomínio Dix-Sept Rosado. » Parabéns para Thiago Geudy, Taynara Coutinho e Glenda Negreiros, que estão aniversariando, hoje. » Amanhã, 15, é dia de enviar parabéns para Walter Fonseca, Fátima Carlos e José Maltez Benjamim, pela passagem do aniversário.
[ ENSINO PÚBLICO ] Secretaria Estadual de Educação lança nesta quinta-feira, dia 19, no Hotel Praiamar, Ponta Negra, projeto exclusivo sobre leitura para o ensino médio
Anote
Docentes serão capacitados
TADEU OLIVEIRA - tadeuoliveira@digi.com.br
Macaíba sedia evento educacional partir das 8h, deste sábado, 14 de agosto, Macaíba será sede do encontro dos alfabetizadores e coordenadores do Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos “RN Caminhando”. O objetivo de evento é aprimorar novos conhecimentos e práticas de alfabetização de jovens e adultos. O encontro de hoje contará com a presença de 250 participantes entre alfabetizadores e coordenadores de turmas macaibenses. A programação terá início às 9h, com uma apresentação cultural do arte educador Cláudio Cavalcanti abordando o tema “Leitura Corporal”. Em seguida, a professora Fátima Felipe realizará palestra sobre “EJA na perspectiva da inclusão digital”. O projeto é um programa de alfabetização de jovens, adultos e idosos desenvolvidos com recursos do Governo Federal com a duração de oito meses que teve início em fevereiro e contempla alunos não alfabetizados a partir de 15 anos de idade e que não pertence a nenhuma programação de alfabetização.
A
V ENCONTRO
DE FALHA
Com o tema “Eu faço parte dessa história”, será realizado dia 18 de setembro, no clube da Petrobras, em Cidade Verde, o tradicional encontro dos ex-alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia-IFRN. Esse evento, que acontece pela quinta vez, é transformado em grande festa para quem foi aluno da mais importante instituição de ensino do Rio Grande do Norte.
A Secretaria de Estado da Educação e da Cultura deverá “consertar” uma falha de planejamento de seu organograma: é que finalmente as “Dired´s” - Diretorias Regionais de Educação - serão conhecidas como “Diretorias Regionais de Educação e da Cultura, ficarão assim: “Direc’s”. Com isso, esperase que o setor de esporte escolar tenha sintonia com todas as 16 diretorias pelo interior do estado.
CONCURSOS A Premium Concursos lança uma novidade na área de concursos públicos em Natal. É o sistema Premium Flex, que possibilita aos alunos fazer disciplinas individuais. Com o sistema, o aluno paga apenas pela disciplina escolhida e define o professor e horário para assistir as aulas. CORAÇÃO DE ESTUDANTE Passou o tempo em que no dia de homenagear a classe estudantil, 11 de agosto, entidades estudantis, órgãos de governos e gestores públicos se preocupavam em publicar notas nos jornais impressos. Não vi nenhuma. EMPREGO Até quina-feira, dia 19, o setor de recursos humanos do Senac-RN recebe currículos para preenchimento de seis vagas para os seguintes cargos: bibliotecário e suporte técnico de informática, ambos para a unidade de Mossoró; garçom; tutor para cursos de educação à distância; educação ambiental e artes visuais. Os currículos devem ser enviados para o talentos@rn.senac.br, com a indicação do cargo pretendido e título endereçado ao Núcleo de Desenvolvimento de Pessoas do Senac/RN.
Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC), por meio da Subcoordenadoria do Ensino Médio, vai implantar o Projeto de Leitura do Ensino Médio. Esse será o primeiro projeto de leitura lançado exclusivamente pelo Governo do Estado no Rio Grande do Norte, e faz parte da política de leitura adotada pela Secretaria Estadual de Educação visando à melhoria da qualidade do ensino público na rede estadual e o consequente aumento nos Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). A solenidade de lançamento será realizada no Hotel Praia mar, em Ponta Negra, quinta (19), as 09h. O projeto consiste em capacitar diretores, coordenadores pedagógicos, professores, técnicos da SEEC, das Direds e das escolas no sentido de qualificar os espaços destinados a leitura de forma que eles possam proporcionar melhores condições de aprendizado pa-
DIVULGAÇÃO
A
Projeto consiste em qualificar docentes e melhorar ensino
ra os estudantes. O trabalho vai qualificar 895 educadores de 285 escolas do ensino médio. Os professores também passaram por um processo de qualificação que vai aprimorar suas técnicas de ensino, aprendizado e estratégias de leitura. O Prolem vai beneficiar 133.483 estudantes das diversas regiões do
estado e faz parte de uma das medidas que serão adotadas pelo Governo do Estado para melhorar, além do IDEB, os resultados nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Com o programa, o Governo vai investir R$ 989.720,22. Segundo Salizete Freire, secre-
taria adjunta de educação, o investimento no reforço dos programas destinados a formação do aluno leitor tem como objetivo melhorar a relação do aluno com o livro e a leitura. “Melhorando essa relação também vamos melhorar os índices e as notas dos nossos alunos. Este ano, ficou comprovado que as escolas que trabalham com programas de leitura alcançaram melhores resultados tanto no IDEB quanto no Enem”. Observou. A Educação já trabalha com diversos programas destinados a formação de professores, melhorias do espaço das bibliotecas escolares e democratização do acesso do aluno ao livro. Entre os programas estão o mais educação, Proler, Lendo e Aprendendo e o programa de educação de tempo integral, onde o aluno passa um turno no ensino regular e outro em aulas de reforço e letramento, são programas executados em parceria com o MEC e o FNDE.
[ MISSA SOLENE ] INSTITUTO BRASIL COMEMORA 60 ANOS DE FUNDAÇÃO DIVULGAÇÃO
Será realizada neste domingo, dia 15, as 17h, missa em ação de graças pelos 60 anos de fundação do colégio Instituto Brasil. O evento que será realizado no ginásio de esportes da escola, conta com a presença da diretoria do colégio, professores, pais, alunos e ex-alunos. Dentre as conquistas já alcançadas, estão a ampliação das turmas, implantação de disciplinas complementares na carga horária, bem como, a posição de 3ª escola que mais aprovou no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte no ano passado. Fundada em 15 de agosto de 1950, o Instituto Brasil funciona-
va na rua Coronel José Pinto, Cidade Alta e teve como diretora, a professora de história da antiga
Escola Técnica Federal do RN, Carmem Fernandes Pedroza. Nos primeiros anos, a escola oferecia so-
mente as turmas de 1ª e 2ª série do antigo primário. Em 1982, o colégio passa a funcionar no bairro Cidade Satélite, zona sul de Natal, onde permanece até hoje, sob a diretoria da professora Ana Maria Viana. Atualmente, a escola oferece as modalidades de ensino infantil e médio, e ainda conta com a parceria da Universidade Estadual do Vale do Acaraú - UVA, oferecendo o curso de graduação em pedagogia, parceria que criou o Instituto Brasil de Pesquisa e Ensino Superior-Ibrapes, que tem como diretor o professor Hudson Brandão de Araújo. Cerca de 8 mil professores já foram formados pelo Ibrapes-UVA.
CARPE DIEM!
viver 4
“Vá direto ao ponto, não perca tempo fazendo coisas que parecem essenciais para sua vida e o seu trabalho só porque outras pessoas fazem essas coisas”(COCO CHANEL)
Natal | Rio Grande do Norte | Sábado | 14 de agosto de 2010
PARABÉNS! Cantando parabéns e apagando velinhas o Ecocil Sílvio Bezerra, Wilson Dantas, Nando Queiroz, jornalista Milena Martins, da Extra Comunicação.
GERIÁRICO Reunindo funcionários,amigos e hóspedes,o Solar Residencial Geriátrico comemora 10 anos de fundação,próxima segunda.A data será festejada com o 3º Encontro Anual de Familiares,ás 19h.
Jota Oliveira jotaoliveira@tribunadonorte.com.br ALEX COSTA
CEDIDA
ALEX COSTA
CHUVA DE ARROZ Irrepreensível! Assim foi o nupcial de Andrea e Eduardo do Ó, noite de quinta passada quando se viu o Olimpo Recepções com uma be-la produção, onde as cores branca e laranja predominaram deixando os ambientes suntuosos numa combinação perfeita com a iluminação especial para a ocasião, assinada por Castelo Casado e Rui Soares, from Sampa. Colunas de tecidos iluminadas faziam o caminho para o ambiente da cerimônia, que na sequência virou pista de dança. Ai que tudo! Nas mesas postas para dez lugares, arranjos altos e baixos intercalados completavam o realce do grande salão que também recebeu uma grande mesa/bufê no centro. Nos carrinhos, serviço volante de scotch 12 anos, vinho e borbulhas de Veuve Clicquot, fizeram as cabeças, sem enfado. No palco central, um paredão de folhagens com arranjos lindos de rosas laranjas deram o toque com destaque para a frase Carpe Diem. Na entrada, serviço de manobristas de JPaiva e no ambiente do bolo uma árvore da felicidade caía do teto e no piso inscrições com os nomes dos noivos, muito sal grosso e uma farta mesa de doces finos e bem casados levaram os apreciadores à farra. Dos deuses! Noutro ambiente, café, chá, e uma enorme variedade de charutos para a festa dos baforadores.
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No bolo nupcial, Eduardo e Andrea posam com os pais dela,Thuísa/Luís Flor
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Os nubentes com os padrinhos Raffaela/Felipe Massa
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BLGJOTAOLIVEIRA
ALEX COSTA
COMME IL FAULT!
ELEGANCE
Durante a festa, um festival de boa música completou a felicidade da noite, começando pela seleção antes da cerimônia, durante e após com a apresentação da dupla Taryn Spilan (voz) e Jaime Lidiane (picapes) com repertório da melhor qualidade, elogiado por todos, seguido das picapes do internacional Felipe Venâncio, levando todos aos requebros na pista de dança. Os mínimos detalhes foram cuidados, do vale para sandália, lembrancinhas com toalhinha, acompanhada de sachê de sal grosso e alecrim para chamar bons fluidos e agradecimento, postos nos carros na saída. Um variado cardápio fez os sabores da noite, com serviço à inglesa para as entradas. Enfim, uma noite de felicidade onde se viu convidados da nossa melhor sociedade e de várias capitais do Brasil, amigos dos noivos e seus pais, com requinte e elegância.
Andrea estava linda usando um elegante vestido justo tomara que caia na cor of-white, da badalada marca Rivini. Ah, o detalhe: completando o realce da noiva uma be-la gargantilha de brilhantes da Tiffany&Co. Um lu-xo! O cortejo nupcial foi composto por quatro daminhas e dois pajens. Andrea usou um bonito véu, presente da sogra, da modista pernambucana Luci Botelho. Chique!
FASHION PARTY
Eduardo e Andrea em pose para o álbum nupcial com Caroline Bittencourt/André Bankoff
MOVIMENTO » Com coquetel a partir das 18h30,a loja Frikotes reinaugura recebendo clientes no Midway Mall. » O Guinza movimenta o almoço de sábado com deliciosa feijoada e caipis,a partir das 12h.
Melissa Sousa faz coro de parabéns para o muso Silvio Bezerra, rasgando folhinha hoje
EM NATAL
O cirurgião bucomaxilofacial,Sanderson Lopes,está de malas prontas para Brasília e São Paulo,onde vai se atualizar em cursos de especialização.Na terra dos políticos, Sanderson fará o curso de cirurgia ortognática e em Sampa,a dedicação será aos implantes dentários.
Depois de participar do jantar em homenagem ao governador Sérgio Cabral, oferecido pelo senador Dornelles e pelo casal Maninha/Leleco Barbosa, terça passada no Rio, casal Mônica/Ricardo Faria aterrissou na cidade. Na quinta Ricardo e Monica foram presenças de destaque no nupcial de Andréia Flor e Eduardo Do Ó.
Escolhido na promoção da TRIBUNA DO NORTE para ir ao Festival de Gramado, considera “experiência única, indescritível e gratificante”
“DIÁRIO DE UMA BUSCA”
O júri potiguar no festival DIVULGAÇÃO
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Lucas Galvão diz que viagem possibilitou encontrar e manter contato com diretores de cinema
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É uma conquista poder estar aqui no Festival e conversar com um diretor, ele passar o e-mail, o telefone, e mais tarde poder levá-lo a Natal para uma palestra”.
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Dos nacionais, gostei muito de Bróder, de Jeferson De; e 180°, do Eduardo Vassman. Foram os que me chamaram mais a atenção”. LUCAS GALVÃO, estudante
mo compromisso assistir a todos os filmes das mostras competitivas de curtas e longas-metragens. E diz estar cumprindo a tarefa à risca, com toda seriedade. No final, participará de uma reunião onde, em consenso, seja apontado o filme escolhido pelo júri do qual faz parte. Ele diz ter se surpreendido bastante com os filmes da América do Sul; principalmente o chileno “Mi vida com Carlos”, de German Berger; e o da Argentina “La vieja de atras”, de Plabo Meza. Porém, esperava mais da produção brasileira. “Dos longas nacionais, gostei muito de “Bróder”, de Jeferson De; e “180°”, do Eduardo Vassman. Foram os que me chamaram mais a atenção. Acho que eles têm mais chance de ir para o circuito comercial de cinemas e conquistar uma boa bilheteria.” No geral, ele diz ter achado os filmes latinos um pouco monóto-
Casal fashionista Thaysa/Beto Santos agendou para o próximo dia 25 de agosto, a party de lançamento da coleção primavera/verão 2010/2011da Donna Donna e Donna Donna Homem. Na ocasião, que começa às 19h, presença do badalado estilista Dudu Bertholini, da grife Néon, que fez o desfile mais aplaudido da última SPFW. Aliás, Dudu promete repetir a dose, para alegria da clientela local, apresentando sua nova coleção.
ATUALIZAÇÃO
[ GRAMADO ]
remiado pela TRIBUNA DO NORTE para participar do 38° Festival de Cinema de Gramado, o estudante Lucas Costa Torres Galvão diz estar vivendo uma experiência única, verdadeiramente indescritível, principalmente por poder manter contato com profissionais da área que ele não esperava encontrar tão cedo em sua vida; atores, diretor, produtores. Ele e demais participantes da parceria do evento com jornais de todo Brasil também participam do júri que escolherá os vencedores desta edição. “Está sendo uma experiência muito gratificante. Eu, que sou estudante da primeira turma de cinema de Natal, vou poder levar tudo o que aprendi por aqui e dividir com os meus colegas; conversar com os professores a respeito do festival. É uma conquista poder estar aqui no Festival de Gramado e conversar com um diretor, ele passar o email, o telefone, e mais tarde você poder levá-lo a Natal para dar uma palestra”, diz Lucas, referindo-se ao contato feito com o jovem cineasta Jeferson De, diretor do longa-metragem “Bróder, que se prontificou a fazer um workshop em Natal, na UnP, onde Lucas estuda. “É o início de um caminho que eu pretendo trilhar, já que estou no meio do audiovisual e a gente sabe que Natal precisa muito disso. Existem bons profissionais em nossa cidade; pessoas que batalham, mas que ainda não são formadas, não têm nível superior em cinema”, avalia o estudante. Como retorno à premiação na qual foi agraciado, Lucas tem co-
Em noite de autógrafos de Aluízio Alves Filho, senador Garibaldi Alves Filho, ex-senador Geraldo Melo e o dep. Líder Henrique Alves
nos. “Eles trabalham muito o plano aberto e longo, sem muitos cortes, você não vê muita movimentação de câmera; são poucos closes, têm uma lentidão... Os nacionais são mais agradáveis de assistir; trabalham com temas mais variados, tanto os curtas quanto os longas-metragens. Tem desde filmes de terror; como o curta “Ninja”; até vídeo-arte, em “Ponto Org”; também tem drama, comédia. Os latinos são mais parecidos entre si. Geralmente, são temas familiares, trabalham muito a questão da vida cotidiana”, observa Lucas. “Estou acompanhado a mostra de curtas, longas nacionais e latinos. Assisti também um pouco da Mostra Panorâmica e me surpreendi muito com alguns filmes. Achei alguns excelentes; melhores até que alguns da Mostra Competitiva”, finalizou.
ISAAC RIBEIRO enviado a Gramado As premiações começaram na noite da última quinta-feira,na 38ª edição do Festival de Cinema de Gramado, com a divulgação dos vencedores da Mostra Gaúcha de CurtasMetragens.A atriz Ingra Liberato e o ator Marcos Breda subiram ao palco para anunciar os premiados. Também foram exibidos os filmes “Perpetum Mobile”,do mexicano Nicolas Pereda,e o longa-metragem nacional “Diário de uma busca”,da gaúcha Flávia Castro. Tal qual o chileno “Mi vida con Carlos”, Flávia fez um documentário onde refaz e busca explicações para a morte do pai,o ativista político Celso Afonso Gay de Castro, assassinado aos 41 anos,em Porto Alegre,em situação obscura,no apartamento de um suposto militar nazista — fato até hoje não esclarecido totalmente. Ao contar a tragédia pessoal do pai, e por consequência dela,de seu irmão,Joca, e de sua mãe,Sandra,a diretora reconstitui uma história de exílio e perseguições,fugas das ditaduras da Argentina,do Chile e do Brasil,revelando nuances bastante interessantes,como a vida dos filhos de exilados em meio a esse turbilhão todo.O filme não teve patrocinador e foi realizado de forma totalmente independente. Durante a coletiva de imprensa,foi inevitável a comparação de “Diário de uma busca”com o documentário chileno,de Gérman Berger,sendo este último mais sentimental.Flávia Castro reconheceu a semelhança,mas sem deixar de evidenciar as diferenças. “São filmes totalmente irmãos na busca.A diferença é que ele (Gérman) não conheceu o pai e eu estou reconstruindo o meu com as lembranças que tenho dele.” O filme expõe de forma crua a personalidade de um sonhador, político radical de esquerda,em suas passagens por treinamento de guerrilha em Buenos Aires e em
missões humanitárias no Chile.Na medida em que os regimes autoritários avançam na América Latina,a família de Flávia vai fugindo,em busca de asilo.A cada embaixada,a família vai se desintegrando.A diretora narra tudo em primeira pessoa e vai envolvendo o espectador a cada fato,cada lembrança. No final da narrativa,Celso passa de alegre sonhador a militante derrotado,depressivo e amargurado,usuário de cocaína e desempregado.Ao ler cartas e mais cartas de seu pai,Flávia enfim desmorona.E chora. Curiosidade:durante a entrevista coletiva com a diretora,sua mãe e seu irmão,em meio a tantos jornalistas de vários pontos do Brasil, eis que uma voz,sem sotaque nordestino,anuncia:“Sou da Rádio Cultura,de Parelhas,Rio Grande do Norte,e gostaria de dizer que sua voz é muito bonita e ajudou a narrar muito bem a história.”A reportagem da TN vai cair em campo para descobrir o autor do elogio. CURTAS GAÚCHOS PREMIADOS Os vencedores da Mostra Gaúcha de Curtas-Metragens receberam, cada um,o Troféu Assembléia,e prêmio em dinheiro no valor de R$ 2.500,00.Exceto o escolhido como melhor filme,que além dos prêmios citados ainda lucrou com R$ 6 mil em equipamentos de iluminação. “Um animal menor”foi escolhido melhor filme,além de faturar os prêmios de melhor fotografia (Bruno Spolidoro) e melhor roteiro (Pedro Harres e Marcos Contreras). “Eu e o cara da piscina”ganhou como melhor diretor (William Mayer),melhor direção de arte (Lívia Santos) e melhor montagem (Denise Marchi).Já o curta “Peixe Vermelho”ficou com os troféus de melhor fotografia (Bruno Spolidoro),melhor música (Jean Pierre Caron e Rafael Serpa),melhor edição de som (Gabriela Bervian) e melhor produtor (Adams de Almeida).
HOJE NA TV
16h10 -Série B:América/MG Paraná ;RedeTV 18h30 - Série A:Atlético/GO x Botafogo;SporTV
RÁDIO GLOBO NATAL
12h - Globo Esportivo 1ª Edição 21h - Série B: América x Vila Nova/GO
Técnico da Seleção Brasileira afirma que renovação é gradual. PÁGINA 2
CURIOSIDADES
DICAS
NÚMEROS
A Fifa ,entidade que regulamenta o futebol, reúne hoje mais de 190 nações e 30 milhões de praticantes.
Os ingressos para o jogo entre Alecrim e CRB estão sendo vendidos nas bilheterias do estádio Machadão.
22MILHÕES de euros.Foi quanto o Chelsea/ING pagou para tirar Ramires do Benfica/POR.
Editor: Itamar Ciríaco e-mail: esporte@tribunadonorte.com.br
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Sábado • 14 de agosto de 2010
Sem conseguir vencer jogando no Machadão, América enfrenta o último colocado da competição na tentativa de começar a reagir dentro do campeonato. Em caso de resultado negativo, trabalho de Lula Pereira passa a ser ameaçado
[ SÉRIE B ]
Sem margem para outro tropeço odas as justificativas já foram usadas, todos os erros descobertos e as soluções apontadas. Mas, mesmo assim, o América segue sem vencer na série B do Brasileiro. O time vai ter, mais uma vez, a chance de quebrar esse jejum, que já dura desde a sexta rodada, hoje, às 21h, no Machadão quando vai enfrentar o Vila Nova. O time goiano ocupa a última colocação com apenas quatro pontos, e também está em uma situação delicada, assim como o Alvirrubro potiguar. Para esta partida, o treinador Lula Pereira não vai poder contar com o goleiro Fabiano, que está contundido. Em compensação, vai ter as voltas de Jackson, que cumpriu suspensão na partida diante do Ipatinga e de Saulo, recuperado de lesão. “As dificuldades são muitas e não estamos tendo tempo de trabalhar. Os jogadores precisam descansar dois dias, depois de cada partida e não posso forçar, para não perder algum atleta por contusão. Mas, o time vem melhorando a cada jogo e espero que diante o time consiga vencer. Estamos criando as chances, mas, não estamos tento tranquilidade de transformar as oportunidades em gol. É isso que está faltando”, disse Lula Pereira. O lateral-esquerdo Berg acredita que a pressão vinda de todos os lados, está atrapalhando o time dentro de campo. Para ele, a torcida precisa ter um pouco mais de paciência, nos jogos, para que o time possa desenvolver o futebol e conseguir a primeira vitória no Machadão, na série B do Brasileiro. “É complicado. Estamos jogando bem, criando as oportunidades, e na hora de fazer o gol, acho que falta tranquilidade, principalmente quando
T
jogamos em casa. A torcida vem cobrando, e tem razão, mas, espero que eles tenham um pouco de paciência nesse jogo contra o Vila Nova, que apoie o time, nos incentive, que tenho certeza que o América vai sair com a vitória e vamos começar a reagir dentro da competição”, afirmou Berg. Enquanto isso, nos bastidores, o time Rubro segue tentando mudanças. O atacante Ronny rescindiu contrato e o clube deve anunciar Márcio Mexerica como seu substituto. Além de Mexerica, o clube anunciou a contratação do meia Noberto (exCruzeiro). Mas se ganha reforços, o América também lamenta perdas. O goleiro Fabiano apresentou uma rupturano ligmento do tornozelo esquerdo e o atacante Fábio Neves está fora do jogo de hoje por uma contusão muscular. O jogador terá que ficar para por 10 dias em tratamento. O atacante Chimba é a opção de Lula Pereira para formar a dianteira americana ao lado de Alberto. FICHA TÉCNICA AMÉRICA VILA NOVA Rodolpho; Cléber,Robson e Adalberto;Thoni, Jackson,Fábio Oliveira,Esley e Berg;Chimba e Alberto. Técnico: Lula Pereira.
Weverton, Juninho,Mimica, Cris e Thyago Fernandes; Adilson,Rodrigo Thiesen,David;Gil, Max Santos e Roni. Técnico: Roberto Cavalo.
Estádio: Machadão, Natal/RN Horário: 21h Árbitro: Gleison Ferreira Leite (PE) Assistentes: Kildenn Tadeu Morais de Lucena e Broney Machado (ambos da PB)
RODRIGO SENA
Lateral Berg acha que está faltando tranquilidade ao time do América
Portuguesa e Coritiba brigam pela liderança São Paulo (Agência Estado) – Além do jogo do América, seis jogos complementam a 14.ª rodada da Série B hoje. Coritiba e Portuguesa brigam pela liderança. Com 27 pontos, o time paranaense depende apenas de si para continuar no topo: basta vencer o Bahia, às 16h10, na Arena Joinville. Na última rodada, porém, a equipe alviverde perdeu do São Caetano por 2 a 1. O Bahia, por sua vez, estreia o técnico Márcio Araújo. A Portuguesa, com 26 pontos, terá um duro compromisso pela frente: visita o Náutico, no Estádio dos Aflitos. O time paulista vem embalado por três vitórias consecutivas, enquanto que o per-
nambucano, com 24 pontos, perdeu para o Guaratinguetá na última rodada. A Ponte Preta, com 20 pontos, recebe o Duque de Caxias, às 18h05, no Majestoso. O Guaratinguetá enfrentará seu ex-técnico, Roberval Davino, que estreia no Brasiliense. O jogo será às 16h10, no Serejão. Na zona de rebaixamento, com 13 pontos, o Bragantino recebe o Sport. Derrotados na última rodada, América-MG e Paraná buscam a reabilitação. O time mineiro, com 21 pontos, perdeu para o Santo André por 3 a 0, enquanto que o Paraná, com 19 pontos, caiu diante do Bahia por 2 a 1.
JÚNIOR SANTOS
esportes
FUTSAL
2 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte
esportes
Sábado | 14 de agosto de 2010
ENTREVISTA/MARCOS SORATO/TREINADOR DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL
“Ainda faltam os times do Nordeste” FOTOS:JÚNIOR SANTOS
Como está o Futsal no Brasil? O esporte vem crescendo no país, não só em relação aos números de praticantes, como também a quantidade de times na Liga. Temos 21 equipes na competição, mas ainda faltam os times da região Nordeste, que é um grande celeiro de jogadores. O futsal tem uma gestão própria, com patrocínio próprio, estádios lotados, em todo canto que a Seleção vá jogar. O que falta é o esporte se tornar olímpico. Mas, tenho certeza que, no Brasil, o futsal é modelo de gestão.
É complicado comandar uma Seleção Brasileira,com tantos títulos na história? É difícil e ao mesmo tempo fácil. A pressão em busca dos títulos, dos resultados, sempre vai existir. Mas, o trato com os jogadores, vai tornando as coisas mais fáceis. Temos que assumir as responsabilidades e sabendo que, com o apoio dos jogadores, tudo fica menos difícil. Não podemos, em momento algum, fugir de nossas responsabilidades.
E o que falta para o futsal se tornar uma modalidade olímpica? Apenas vontade política. O esporte tem todos os pré-requisitos para fazer parte das Olimpíadas. É praticando em 160, 170 países, tem tanto no masculino, quanto no feminino, tem regras unificadas, enfim. Como esporte, ele é atrativo, então, o que falta mesmo é vontade política dos organizadores dos Jogos Olímpicos. O futsal não deixa nada a desejar as outras modalidades que são disputadas nas Olimpíadas. O futsal,assim como o futebol, revela vários jogadores. O trabalho nas bases é bem feito para que o esporte possa,cada vez mais,se desenvolver? Como eu falei, o Brasil é modelo, mesmo faltando estrutura, apesar de faltar condições para esses profissionais, ele ainda é moderno, para o resto do país, e por isso faz a diferença. Se formos analisar, o futsal é o grande celeiro do futebol. Robinho, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, todos eles começaram no futsal. A habilidade deles provém daí, do esporte de quadra. Enquanto os outros países não descobrirem isso, o Brasil vai continuar sendo tecnicamente superior aos demais. Qual o motivo dessa troca, do futsal, pelo futebol? A parte financeira pesa? Com certeza. A mídia, a questão financeira, enfim, vários fatores contribuem. O futebol de campo é o esporte rei no Brasil. Mas, sempre que os craques do futebol dão entrevistas, eles valorizam a importância que o futsal teve na sua
apenas com jogadores que atuam no Brasil e em seguida nos juntamos com os outros atletas, que jogam no exterior, na Romênia. Depois, vamos realizar alguns treinamentos para definir os 12 convocados que vão representar o Brasil no Grand Prix, no final do ano. Vamos participar de um mini-mundial, com Argentina, Rússia Itália, Brasil e Portugal e depois disso, vamos definir quem vai participar do Grand Prix.
FELIPE GURGEL repórter de Esportes
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azendo parte da comissão técnica da Seleção Brasileira de Futsal desde 2005, primeiro como auxiliar-técnico, e agora como treinador, Marcos Sorato esteve em Natal para participar de um projeto elaborado pela Secretaria Estadual de Esporte e Lazer que tinha como objetivo trazer grandes nomes do esporte brasileiro para passar um pouco das suas experiências aos profissionais do esporte no Rio Grande do Norte. Entre uma palestra e outra, Sorato recebeu a equipe da TRIBUNA DO NORTE para contar um pouco sobre seu trabalho realizado à frente da Seleção, a troca de experiências com os treinadores e desportistas do Estado, o trato com Falcão e a necessidade do Poder Público em investir no esporte, como ferramenta de transformação social.
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Esta semana foram dois meninos para o Catar. O Japão está levando. Enfim, o brasileiro, pela sua qualidade, sempre é bem visto em qualquer lugar que vá.”
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A habilidade deles provém daí, do esporte de quadra. Enquanto os outros países não descobrirem isso, o Brasil vai continuar sendo tecnicamente superior aos demais.”
formação. E isso para nós, que trabalhamos no esporte, é importante. Vai continuar existindo jogadores de futebol, que começaram no futsal. Como vai continuar existindo aqueles que acabam decidindo em continuar no futsal. Então, para nós, o importante é isso, eles reconhecerem que o futsal foi importante na formação deles, como atletas e jogadores habilidosos. Existe a possibilidade de o futsal impedir que os jogadores migrem para o futebol? É difícil. Ainda não temos Estrutura financeira para que isso aconteça. Temos algumas exceções, como o Falcão, o Lenísio, alguns jogadores que atuam na Europa, mas, ainda estamos longe, muito longe, financeiramente, do futebol. Mas, aquele que acaba ficando, é motivado pelo prazer. Apesar de serem esportes similares, existem muitas diferenças. Aqueles que gostam mesmo do jogo, acabam ficando no futsal.
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Tento, em cada convocação, sempre levar, de 12, oito atletas com idade para disputar o Mundial, em 2013, juntando com os experientes, já que eles ajudam nessa transição.”
O futsal do Brasil perde jogadores não só para o futebol,como também para os países europeus. Tem como evitar esse êxodo? A Itália está levando cada vez mais meninos, e isso é um problema. Eles acham que os garotos estão formando, quando na verdade não estão. Chegam lá e não encontram um trabalho de qualidade, como os treinadores daqui e hoje estamos perdendo muitos jogadores para o mercado Russo. A Rússia é a grande vilã no momento. A Espanha está passando por uma crise, mas, mesmo assim, detém grandes jogadores, nos principais clubes de lá, mas, o mercado russo está cada vez maior. Essa semana foram dois meninos para o Catar, o Japão está levando. Enfim, o brasileiro, pela sua qualidade, sempre é bem visto em qualquer lugar que vá. A CBF criou leis para evitar que os jogadores saíssem muito novos do Brasil.A Confederação de Futsal tem alguma lei que impeça essa saída tão precoce? Infelizmente não tem como segurar. O que existe, é um movimento para limitar esses brasileiros que defendem outras nações. A final da Copa Europa, que teve o Azerbaijão, o time deles, tinha cinco brasileiros como titular e isso acaba denegrindo a imagem da competição. Isso não pode acontecer isso não é esporte. Estamos lutando con-
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É difícil e ao mesmo tempo fácil. A pressão em busca dos títulos, dos resultados, sempre vai existir. Mas, o trato com os jogadores, vai tornando as coisas mais fáceis.”
tra isso. Se o garoto for jovem para um determinado país, se forma culturalmente naquela nação, aí sim, ele pode defender aquela seleção. Mas, aqueles que vão jogar fora do Brasil, e com dois meses já são naturalizados, isso é enganar o torcedor e impedir que o esporte se desenvolva naquele país, já que eles, os presidentes de Confederações, acham mais viável naturalizar jogadores prontos, do que investir na formação de atletas do seu país. Essa troca de informações com profissionais do Futsal de outras regiões do país é positiva? É válida demais. Primeiro, estamos mostrando como é desenvolvido nosso trabalho na seleção brasileira, mostrando um pouco das categorias de base, mesmo não sendo um especialista e também, estou aprendendo muito com eles. Então, é totalmente válido. A partir do momento em que estamos falando de futsal, em qualquer lugar do Brasil e do mundo, estamos proporcionando que o esporte cresça. E isso é o mais importante para a nossa modalidade. Como está a preparação da Seleção para os compromissos deste segundo semestre. Tem dois amistosos marcados contra a Argentina, no final de agosto, não é verdade? Vamos nos apresentar quarta-feira que vem em Manaus,
Trabalhar com jogadores do nível do Falcão,do Lenísio,simplifica ou complica as coisas? É fácil. Qualquer atleta que é convocado, e nisso o Falcão está incluso, já tem uma linha de comando marcada. Todo mundo quer estar na Seleção. Se olharmos hoje, temos cerca de 40 atletas que são convocados constantemente. Para a posição do Falcão, por exemplo, temos cerca de 4, 5 jogadores querendo a vaga. Se ele não estiver bem, vai vir o outro, e assim, sucessivamente. Então, por todos os leques de opções que um treinador do Brasil tem, fica fácil trabalhar na Seleção. Como se dá a renovação na Seleção de Futsal? Tento, em cada convocação, sempre levar, de 12, oito atletas com idade para disputar o Mundial, em 2013, juntando com os experientes, já que eles ajudam nessa transição, nessa filosofia que é implantada na Seleção. A renovação é gradual, mas, todos sabem que a experiência ainda é fundamental. O futsal é um esporte muito praticado nas escolas do Brasil.Essa é a verdadeira base do esporte? É aí que começa tudo. Todo mundo começa jogando no pátio do colégio, para chegar quem sabe um dia, a defender a Seleção Brasileira. A escola é a base. É aqui que precisamos de treinadores preparados. E saber também, que é importante formar o atleta como cidadão e talvez, lá na frente, como jogador. Mas, o mais importante é que eles precisam ter disciplina, aí sim, mais na frente, eles vão poder crescer como atletas ou em qualquer setor da vida. O Brasil vai ser sede da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016. Chegou a hora do Poder Público investir no esporte? Existem empresas que patrocinam times de futebol que nem impostos pagam e deixa de patrocinar atletas, como o Diego Hipólito, enfim, que levam o nome do Brasil mundo afora. Então, a gente espera que o Governo comece a olhar para esse lado e invista nesse pessoal. Não nos atletas que já são consagrados e sim nos que trabalham duram, que invista na estrutura. Às vezes, vamos fazer treinamentos nas cidades, dar palestras, e os clubes e times só possuem uma bola de futsal para 12 atletas. Essas coisas básicas são fundamentais e a gente espera que o Governo, ao apoiar e não fica só mostrando o que é o bonito, na mídia, mas, que vá lá embaixo, nas bases, para ajudar os verdadeiros trabalhadores.
Sábado | 14 de agosto de 2010
esportes
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Competição que será realizada hoje e amanhã, sempre a partir das 13h, é um verdadeiro show que mistura a beleza do esporte e o ritmo do Hip Hop, reunindo equipes potiguares que lutam por vaga na fase nacional
[ BASQUETE DE RUA ]
Liibra RN agita bairro de Lagoa Nova Liga Internacional de Basquete de Rua é reconhecida nacionalmente por reunir esporte, cultura e movimento social em um só palco. Apesar de possuir os mesmos elementos básicos do basquete tradicional, o Basquete de Rua do Brasil tem as suas próprias regras e difere principalmente no ambiente onde é realizado. Como o próprio nome afirma, o Basquete de Rua acontece em locais não convencionais, em áreas públicas, como ruas e embaixo de viadutos. No Rio Grande do Norte, o Palco será a Quadra Esportiva Dimas Batista, na avenida Romualdo Galvão, no bairro de Lagoa Nova hoje e amanhã, a partir das 13h. O grande diferencial do Basquete de Rua para as outras atividades esportivas é o ritmo. O Hip Hop e toda Cultura Urbana estão sempre presentes e durante os jogos motiva os atletas, embala jogadas, e impulsiona passes e dribles que desconcertam os adversários e mantém a torcida sempre animada, transformando a LIIBRA em um verdadeiro show. No Rio Grande do Norte a LIIBRA já está na sua segunda edição e contará com 18 times disputando a Liga masculina e feminina, sendo a equipe masculina vencedora do circuito estadual que irá representar o RN na Etapa Nacional no Rio de Janeiro no mês de setembro, com outras equipes de todo o Brasil. Hoje e amanhã, alem dos jogos de Basquete de Rua, o evento conta com diversas atrações culturais como: Apresentações de Mcs, Dj, Dança de Rua e Graffite, com apoio da Secretaria de Estado do Esporte e do Lazer.
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esportes
Sábado | 14 de agosto de 2010 RODRIGO SENA
Eraldo confirmado no time contra o Campinense
[ SÉRIE C ] O apelido “Preá” dá uma dica da
principal característica do atacante Jorge
Reforço do ABC aumenta a velocidade no ataque O preá é um roedor pequeno, mede no máximo 25 centímetros, e é muito conhecido na região Nordeste do Brasil. Sua principal característica é a rapidez, já que precisa dela para fugir de seus predadores, as aves de rapina. O ABC contratou recentemente um atacante que atende pelo nome de Jorge Preá. Ele mesmo explica a origem dessa alcunha. “Quando eu era pequeno, lá em São Paulo, vivia na rua, brincando e jogando bola. E, você sabe, criança sempre acaba se metendo em confusões, e eu sempre saia correndo. Meu avô dizia que eu parecia um preá, já que corria muito rápido. Daí o apelido. No começo, não gostei. Mas, acabou ficando e agora sou conhecido assim”, revela o jogador. A velocidade parece mesmo ser uma característica comum entre o jogador e o animal. Por onde passou, Jorge Preá sempre foi elogiado pela sua disposição física nos jogos e a rapidez com que passava pelos adversários. Mas, se engana que as coincidências entre ambos termina por aí. O animal é notado pela sua personalidade sociável com os demais da espécie. O jogador do ABC, com apenas uma semana de clube, já conquistou a simpatia de todos os seus companheiros. “Já conhecia o Ricardo Oliveira, por ter jogado com ele, esse ano, no Mogi Mirim, o
que facilitou minha adaptação com os outros. Mas, é tudo tranquilo. Sou uma pessoa que gosta de conversar, de brincar com os companheiros. Então, ficou fácil meu entrosamento com quem já estava aqui”, disse. Quem também está empolgado com o novo reforço é o técnico alvinegro, Leandro Campos, mesmo sem saber o que é um preá, ele confia na qualidade do mais novo atacante do ABC. “Nunca vi um preá na minha vida. Sei que é um animal muito rápido, veloz. Então, se for rápido como o bicho, tenho certeza que vai nos ajudar muito”, afirmou. Mas, a estreia do atleta ainda vai demorar a acontecer. Como vinha apenas mantendo a forma na academia do Palmeiras, clube ao qual é vinculado, Jorge Preá está aprimorando a parte física para poder entrar em campo. A expectativa é de que, contra o Salgueiro, na quinta rodada da série C, o jogador já possa estar em campo. “Temos que esperar um pouco pelo Jorge, já que ele vinha sem jogar. Temos que ter o cuidado para que ele entre 100% nos jogos. É um atleta que pode nos ajudar tanto como jogador de velocidade, pelos lados do campo, como também fazer o papel de um homem mais centralizado, fazendo o papel de pivô. Posso dizer que ele é um atleta misto”, revelou Leandro Campos.
Além da velocidade, Jorge Preá demonstrou muita força física nos primeiros treinos com a equipe
Com a contusão de Éderson, o atacante Eraldo vai fazer sua estreia como titular no time do ABC. A confirmação foi dada pelo técnico Leandro Campos, no último treino da equipe antes da partida de amanhã, contra o Campinense, em Campina Grande. “ O Éderson vinha recuperando a forma física e acabou sentindo o joelho. Para não perder o atleta por mais tempo, decidimos poupá-lo para essa partida. Então, Eraldo vai ter a chance de começar no time principal. Com ele, temos mais oportunidades na bola aérea, tanto com o Lisa, quanto com o Renatinho Potiguar. Espero que ele entre bem, como entrou no jogo contra o Salgueiro”, disse Leandro Campos. Claudemir segue vetado pelo Departamento Médico do clube e com isso Éverton Cézar, que já tinha entrado no último jogo, segue como titular da equipe. “O Éverton (Cézar), fez uma boa partida em Salgueiro. Deu mais pegada no meio-campo e reforçou o setor de marcação. Estou tranquilo em relação aos jogadores que entram”, revelou o técnico. O time segue hoje para a cidade de Campina Grande, e de acordo com o comandante Alvinegro, os jogadores vão buscar a vitória, para voltar de lá mais tranquilo para a sequência do campeonato. “Venho cobrando muito do time que eles tenham equilíbrio dentro das partidas. Mas, não só equilíbrio de jogo e sim emocional, que também decide vitórias e derrotas. Vamos para Campina Grande buscar a vitória, para continuarmos entre os dois classificados, mas, um empate não seria desastroso. O que mais importa é evitar que o Campinense some três pontos e se aproxime do ABC”, finalizou.
esportes
Sábado | 14 de agosto de 2010
Apito Final Vicente Estevam (Interino) - jrvicente@tribunadonorte.com.br
Tem de explicar ma matéria publicada no site futebol alagoano colocou o vice-prefeito de Natal Paulinho Freire, no mínimo, numa situação embaraçosa. O novo patrocinador do América, Banco Bonsucesso, propôs liberar R$ 800 mil para CSA, CRB e Corinthians tendo como contrapartida a formalização de um convênio com a Prefeitura de Maceió para liberar empréstimos consignados aos funcionários públicos da cidade. O negócio não foi a frente pelo fato de a prefeitura da capital alagoana já possuir contrato semelhante com outra instituição financeira. A Procuradoria-geral advertiu que o acordo poderia levar o Município a ter problemas na Justiça por quebra contratual. Em Natal o banco firmou contrato para emissão de cartão de crédito ao funcionalismo municipal e acertou patrocínio com o América, convênios assinados no mesmo dia, detalhe que pode dar um ar de suspeição ao negócio. Seria bom Paulinho (negociador do novo patrocínio pela direção americana) vir a público esclarecer essa situação antes que o fato possa ganhar contorno de escândalo político. Apesar de beneficiado, o América não tem nada a ver com a situação que é meramente política. O Repasse feito ao clube está protegido através de uma cláusula de sigilo no contrato entre as partes.
U
Retorno
Especulações
Depois de uma longa ausência, o meio-campista Saulo volta a ser relacionado para um jogo do América na série B. Apontado como um dos destaques do atual grupo, o atleta que também já criou uma certa identidade com o clube vem padecendo de seguidas contusões e pouco atuou no Brasileiro. Quem também já está trabalhando fisicamente e em breve pode reaparecer é o volante Sandro, apontado como uma jóia rara no futebol, mas que é prejudicado pela limitação física.
Quem convive no meio do futebol sendo dirigente ou integrante da imprensa já era para estar vacinado com as especulações sobre vinda ou saída de jogadores. A reação que a diretoria do ABC vem tendo em relação ao caso Cascata é desproporcional ao problema. O fato de Rubens Guilherme ser um novato nessa engrenagem, talvez seja a resposta para o revide duro que vem dando a esse tipo de notícia. Pelo menos até aqui não vi Flávio Anselmo e Paiva Torres se manifestarem de forma tão veemente.
EXPERIENTE O jogador Cascata também é bem experiente para não se deixar levar por devaneios de quem quer que seja. A situação seria muito mais difícil de se contornada se envolvesse nomes como o goleiro Welligton ou os atacantes João Paulo e Gabriel, jovens cheios de sonho e que ainda têm uma longa estrada para percorrer dentro do futebol. Nós potiguares devemos ter ciência que para os talentos, os clubes locais servirão apenas como uma ponte rumo a outros centros.
Rebaixamento Ainda que vença o compromisso de hoje frente ao América, no Machadão, o Vila Nova não conseguirá largar a última colocação da série B. Apesar de ainda ser considerado muito cedo, pode ser considerar que os goianos estão virtualmente rebaixados para série C de 2011. Caso
queiram modificar essa situação, os eles terão de promover a maior virada da história do futebol brasileiro, conquistando 43 pontos dentro dos 75 que ainda têm a disputar. O Vila está obrigado a alcançar um aproveitamento de 57% e fazer uma campanha de candidato ao título.
Reforçado
Convocação
Necessitando da vitória para ficar em boas condições de lutar por uma das duas vagas do grupo B, para segunda fase da série C, onde as equipes tentarão o acesso para série B do próximo ano, o Campinense terá um reforço importante para enfrentar o ABC, amanhã às 16h no estádio Amigão. O Atacante Juliano foi regularizado e estará à disposição do treinador Suélio Lacerda, para enfrentar o time potiguar, que lidera o grupo e pode armar a classificação em caso de nova vitória.
Roberto Vital, chefe do departamento médico do ABC estará ausente do clube pelo fato de ter sido convocado pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) para integrar a delegação do País no Campeonato Mundial de Natação Paraolímpica, organizado pelo Comitê Paraolímpico Internacional (IPC). A competição será realizada no período de 15 a 22 de agosto, em Eindhovem, na Holanda. Roberto Vital já viajou e só retornará aos trabalhos no Alvinegro no dia 23.
RÁDIO GLOBO O programa Esportes em Debate que vai ao ar hoje de 13h30 às 15h e será reprisado amanhã às 7h, terá como entrevistado o vice-presidente de Marketing do ABC, Paiva Torres. O dirigente vai falar sobre as campanhas que estão sendo desenvolvidas no clube para atrair novos sócios, bem como opinará sobre os recentes acontecimentos no Alvinegro. SALGUEIRO O atacante Paulo Rangel não é mais jogador do clube pernambucano. O atleta revelado no futebol mossoroense decidiu abandonar o clube depois que o presidente de honra do Salgueiro, Clebel Cordeiro, se reuniu com o elenco para cobrar mais empenho e disse que quem estivesse insatisfeito no clube poderia procurar a diretoria para acertar suas contas. Rangel pegou o dirigente pela palavra e está livre no mercado. O Salgueiro é o último colocado no grupo B da série C.
CONTATOS Convidados para participar do casamento do meiocampo da Seleção Brasileira, Júlio Baptista, os empresários Paulo Roberto Bessiani e Daniel Munhoz vão aproveitar a estada na Espanha para iniciar contatos com representantes dos clubes locais no sentido de abrir o mercado europeu para os jogadores potiguares. Os sócios entendem que o mercado exterior é uma grande saída para revelações potiguares que não conseguem destaque no futebol local, famoso por valorizar mais atletas vindos do Sul e Sudeste do país.
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[ BRASILEIRO - SÉRIE A ] O Flamengo recebe o Ceará e ambas as
PORTUGAL
equipes tentam voltar ao caminho das vitórias após rodadas difíceis
PORTO QUER EVITAR O BI DO BENFICA
Adversários em busca de um rumo certo no Maracanã
As principais forças do Campeonato Português entram em campo neste fim de semana pela primeira rodada do Nacional. A grande disputa da temporada será a luta do Porto para impedir o bicampeonato do Benfica. Os dois são os principais favoritos ao título e deverão se revezar nas primeiras colocações. As duas equipes já se enfrentaram na semana passada, na decisão da Supertaça de Portugal, e o Porto levou a melhor, ganhando por 2 a 0.
MÁRCIA FEITOSA/VIPCOMM
io de Janeiro (RJ) - Gazeta Press - O Flamengo recebe o Ceará às 18h30, no Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ), pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. As duas equipes viviam bons momentos na competição até perderem o rumo certo e reencontrá-lo é a maior missão de ambos neste duelo. Os flamenguistas não vencem há quatro jogos e tentam se recuperar da derrota de 1 a 0 para o Corinthians. Com 17 pontos, na décima posição, o Rubro-Negro quer voltar a se aproximar da zona de classificação para a Copa Libertadores. Já os cearenses, que estão no G-4, com 21 pontos e em terceiro lugar, apresentam um quadro de queda livre na tabela de classificação, pois não vencem há seis duelos. Os maus resultados custaram a demissão do técnico Estevam Soares, que dá lugar a Mário Sérgio, estreante da noite nos nordestinos. Rogério Lourenço, técnico do Flamengo, espera que sua equipe consiga se impor desde os primeiros minutos contra o Ceará. O treinador pediu que os flamenguistas se esqueçam dos últimos maus resultados. “Não podemos pensar no que aconteceu, salvo para tirarmos lições. O Flamengo precisa reencontrar o caminho das vitórias neste Campeonato Brasileiro e nada melhor do que uma oportunidade dentro de nossa casa. Temos que nos impor desde os primeiros minutos, atuando com muita personalidade e sempre de maneira ofensiva”, disse Rogério Lourenço. Para os jogadores do Flamengo o apoio dos torcedores é fundamental na luta pelo resultado positivo. Mesmo com o time não rendendo o esperado nos últimos jogos, eles decidiram convocar a torcida. “Nós esperamos muito o apoio dos nossos torcedores contra o Ceará, pois sabemos que o Flamengo fica muito mais forte quando joga em casa e com uma boa presença de público no Maracanã. Os últimos resultados não foram os esperados, mas a nossa sequência realmente era muito complicada. Esperamos que a volta ao Maracanã nos traga as vitórias”, afirmou o lateral direito Leonardo Moura. Para este jogo o Flamengo terá o reforço do meia Renato Abreu e do atacante Leandro Amaral, reforços que contam com a confiança de Rogério Lourenço para que o time reencontre o caminho das vitórias.
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FICHA TÉCNICA FLAMENGO CEARÁ Marcelo Lomba, Leonardo Moura, Welinton,Ronaldo Angelim e Juan; Willians,Correa, Petkovic e Renato; Leandro Amaral e Val Baiano Técnico: Rogério Lourenço
Diego,Fabrício, Anderson e Heleno; Oziel,Michel,João Marcos,Tony e Ernandes; Welington Amorim e Washington Técnico:Mário Sérgio
Estádio: Maracanã Horário: 18h30 Árbitro: Wagner Reway (MT) Assistentes: Emerson de Carvalho (Fifa-SP) e Carlos Berkenbrock (Fifa-SC)
JOGOS DE HOJE Marítimo Naval P.de Ferreira
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Vitória de Setúbal Porto Sporting
INGLATERRA
NOVA TEMPORADA E VELHOS FAVORITOS Começa neste sábado a temporada 2010/2011 do Campeonato Inglês com Chelsea e Manchester United, como de costume, se dividindo na condição de favoritos. As duas equipe, inclusive, decidiram na semana passada o primeiro título deste recomeço, a Supercopa da Inglaterra, com triunfo do Manchester por 3 a 1. O primeiro dos grandes a entrar em ação será o Chelsea, que neste sábado recebe o West Brom. Atual campeão, o Chelsea tenta repetir o desempenho da temporada passada, quando também abocanhou a Copa da Inglaterra, unificando os dois principais títulos da temporada no país. JOGOS DE HOJE Tottenham Aston Villa Blackburn Bolton Sunderland Wigan Wolverhampton Chelsea
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M.City West Ham Everton Fulham Birmingham Blackpool Stoke West Brom
O meia Renato Abreu volta ao clube em um momento complicado
Rodada tem mais três partidas neste sábado São Paulo (AE) - A 14.ª rodada do Campeonato Brasileiro começa neste sábado com a realização de outras três partidas além do jogo entre Flamengo e Ceará no Maracanã. Com exceção à disputa pela liderança, hoje restrita a Fluminense e Corinthians, a luta para entrar no G-4 - grupo dos que hoje estariam classificados à próxima edição da Copa Libertadores da América - e para deixar ou se afastar da zona de rebaixamento engloba as oito equipes que entrarão em campo. Disposto a não ficar seriamente ameaçado de entrar na zona da degola, o Palmeiras enfrenta o Atlético Paranaense, outro que precisa deixar as últimas colocações, no Pacaembu, com o propósito de conseguir a primeira vitória sob o comando do técnico Luiz Felipe Scolari após a sua volta. Em seis partidas até aqui, são quatro empates e duas derrotas. Contando seus últimos jogos na primeira passagem encerrada em 2000, Felipão não vence pelo Palmeiras há 11 partidas. Já na parte de cima da tabela de classificação, o Botafogo quer manter o embalo e entrar, mesmo
VOLEIBOL
BRASIL VOLTA ÀS QUADRAS
que de forma provisória, no G-4 do Brasileirão. Para isso, o time comandado pelo treinador Joel Santana terá de vencer o Atlético Goianiense, fora de casa, para chegar aos 21 pontos e ultrapassar quatro rivais de uma vez só - Santos, Avaí, Cruzeiro e Internacional. Só que os goianos, há muito tempo na lanterna, querem os três pontos para não ficarem tão distantes do 16.º colocado, o primeiro fora da zona de rebaixamento. Por fim, o Atlético Mineiro quer usar a classificação às oitavas de final da Copa Sul-Americana, obtida no meio de semana contra o Prudente, para tentar a reabilitação definitiva no Brasileirão Em Ipatinga, a equipe de Vanderlei Luxemburgo enfrenta o Guarani e a situação é tão incômoda que nem uma vitória tira o time da zona de rebaixamento. JOGOS DE HOJE 18h30 Palmeiras Atlético-GO Flamengo Atlético-MG
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Atlético-PR Botafogo Ceará Guaranio
Com extrema facilidade, a seleção feminina brasileira de vôlei venceu a República Dominicana por 3 sets a 0. No domingo, no mesmo local, as brasileiras terão pela frente a China, às 4h30. No outro jogo da chave do Brasil no início desta fase da competição, as chinesas bateram as holandesas por 3 a 0, também nesta sexta. PROGRAMAÇÃO DA TV 8h45 - Tottenham x Manchester City;ESPN 9h00 - Zenit x Dynamo Moscou;ESPN Internacional 12h00 - Aberto de Tênis de Brasília:final; SporTV 2 13h30 - Chelsea x West Bromwich;ESPN Internacional 13h45 - Ajax x Vitesse;ESPN Brasil 14h00 -Tênis:Masters de Toronto;SporTV 2 15h15 - Naval x Porto;SporTV 16h10 - América-MG x Paraná;RedeTV! 17h00 - Golfe:US PGA Championship; ESPN Internacional 17h10 - Campeonato Paulista Feminino de Handebol:Metodista x Santo André;ESPN Brasil 18h05 - Série B:Ponte Preta x Duque de Caxias;RedeTV! 18h30 - Atlético-GO x Botafogo;SporTV
esportes 6 | Natal | Rio Grande do Norte | Sábado | 14 de agosto de 2010 [ ESPANHA ] Para o jogador, as infiltrações na
Copa da África do Sul não foram inadequadas
Kaká nega ter corrido riscos e contradiz médico adri (AE) - Kaká aumentou nesta sexta-feira a polêmica sobre sua participação na Copa do Mundo da África do Sul. Embora tenha admitido que precisou tomar infiltrações para jogar, o brasileiro negou ter colocado sua carreira em risco, hipótese lançada na semana passada pelo médico belga Marc Martens, que lhe operou o joelho esquerdo. De acordo com Kaká, o médico exagerou ao fazer tal afirmação. “O doutor Martens é um excelente profissional, mas acho que ele exagerou um pouco nas declarações”, afirmou o jogador do Real Madrid ao “Marca”. O brasileiro ainda defendeu a equipe médica da seleção, liderada por José Luiz Runco, que havia sido criticada por Martens. “Ele disse que eu não deveria ter jogado a Copa do Mundo, mas os profissionais que estão na seleção brasileira são muito capacitados”, disse Kaká. O jogador sofreu boa parte da última temporada com uma pubalgia e descobriu no início de agosto deste ano que tinha um sério problema no joelho. Ainda assim, disputou todas as cinco partidas da seleção no Mundial, apesar de ter rendido abaixo do esperado. Kaká disse ainda que se lamenta por não ter feito uma grande temporada pelo Real Madrid e pela seleção brasileira. “Sofro por
M
não poder mostrar quem é Kaká”, lamentou. “Mas espero devolver aos torcedores todo o carinho que eles estão me dando.” Operado na semana passada, ele deve permanecer até quatro meses em recuperação. DECISÃO Sevilla e Barcelona começam a decidir neste sábado, às 16h30 (de Brasília), no Estádio Ramón Sánchez Pizjuán, em Sevilha, o título da Supercopa da Espanha. O Barça se credenciou a essa disputa por ter conquistado o Campeonato Espanhol na temporada passada, quando seu rival ergueu a taça da Copa do Rei. O duelo de volta, em Barcelona, será apenas no dia 21 de agosto. Para o Barcelona a conquista do título vai representar o domínio na Supercopa. Atualmente o Barça divide com o Real Madrid o rótulo de maior ganhador do torneio, com oito conquistas cada um. Inclusive o Barcelona é o atual campeão, tendo superado o Athletic de Bilbao na edição passada. Já o Sevilla sentiu o gostinho de dar a volta olímpica uma vez, em 2007. O Barcelona tem se caracterizado nos últimos anos por ser um papão de títulos. É o atual bicampeão espanhol, em 2008-2009 ganhou ainda a Liga dos Campeões da Europa, o Mundial de Clubes e é o atual campeão da Supercopa da Espanha.