Tribuna do Norte - 19/12/2010

» CLASSIFICADOS DA TN CIRCULAM HOJE COM 32 PÁGINAS E 5.613 ANÚNCIOS FUNDADOR: ALUÍZIO ALVES - 1921 - 2006

Ano 60 • Número 235 • Domingo,19 de dezembro de 2010

ALDAIR DANTAS

LUÍS MORAIS

Cores e cortes para as festas

DIVULGAÇÃO

Wallyson avisa Ceia magra e América nunca mais saborosa

Ano de 2010 vai chegando ao fim e a lista de sucessos para as modelos potiguares é motivo de orgulho para Glam. [ TN FAMÍLIA 8 ]

Ex-craque do ABC afirma que respeita,mas nunca jogaria no América. Atacante vive boa fase no Cruzeiro/MG. [ ESPORTES 5 ]

[ 2011] Rosalba Ciarlini demora a anunciar a equipe, o programa de governo e as medidas iniciais para evitar a bancarrota financeira do RN

EXEMPLAR DO ASSINANTE

Flexibilidade no OGE vai compensar indefinições e dívidas no novo governo A possibilidade de remanejar até15% o Orçamento Geral do Estado, o que representará R$ 1,4 bilhão suplementares, é o principal mecanismo com que a governadora Rosalba Ciarlini

poderá contar para compensar as dívidas que herdará do governo atual (cerca de R$ 900 mil), a falta de programas e as incertezas quanto as medidas iniciais para evitar a bancarrota financeira do

Estado. A única providência anunciada até agora, a 12 dias da posse, é o corte de 30% nos cargos comissionados, considerada “insuficiente” até mesmo por aliados da governadora.[PÁGINAS 3 E 4]

EDUCAÇÃO

RÉUS

COMBUSTÍVEL

Escolas da rede pública fecham cursos noturnos

Justiça solta quatro acusados no caso Bruno

Abastecer com gasolina ainda é mais vantajoso

Apesar da garantia constitucional, jovens e adultos, que buscam cursos noturnos nas escolas públicas de Natal, enfrentam dificuldades.

Algumas escolas estão fechando turmas neste horário. [ NATAL 1 E 2 ]

Os réus tiveram prisão revogada e foram absolvidos da acusação de assassinato de Eliza, pela juíza Marixa Fabiane Lopes, do Tribunal do Júri do fórum de Contagem, em Belo Horizonte. [ GERAL 5]

Sucessivos aumentos no preço do etanol obrigam os donos de veículos bicombustíveis a ficarem mais atentos no momento de abastecer. No RN, é mais vantajoso encher o tanque com gasolina. [ ECONOMIA 7 E 8 ]

É possível elaborar um cardápio menos gorduroso e nocivo à saúde,sem perder o sabor da ceia natalina. [ TN FAMÍLIA 1 E 3 ] BETO BARATA

ESPECIAL

OS ANOS DA ERA LULA Com 83% de aprovação pessoal, o presidente Lula encerra oito anos de governo em plena força do “lulismo”e com indicadores positivos na economia, superando crises políticas que quase o tiram do Planalto. As dúvidas são quanto à continuidade e os desafios da sucessora eleita. [ OS ANOS LULA /PÁGINAS 1 A 16 ]

EMANUEL AMARAL

»VIDA MELHOR Segundo a FGV, 32 milhões de brasileiros ingressaram na classe C desde 2006. Gente como o comerciante Aluízio da Silva que, este ano, terá uma ceia natalina.

[ NATAL 9 E 10 ]

TV GLOBO/RICARDO YAMAMOTO

JORNAL DE WM Virgilio Maia,poeta trovador,tem versos novos na praça já molhada de chuvas. [ PÁGINA 2 ]

ELIANA LIMA Na reta final do governo,Iberê trava peleja séria com procuradores. [ NATAL 14 ]

GAUDÊNCIO

FIM DE ANO

PATROCÍNIOS

Ponte Newton Navarro vai ter show pirotécnico

Lucro milionário no Brasileiro é objetivo do ABC

A Prefeitura vai promover, na passagem de ano, uma queima de fogos na Ponte Newton Navarro. O espetáculo é mais um na programação, mas promete atrair um bom público.[ NATAL 12 E 13]

Pesquisa, feita por empresa especialilzada, apontou um lucro de R$ 374 milhões dos clubes com patrocínio. O ABC deu início a um planejamento para obter uma fatia desse bolo. [ ESPORTES 2]

Se não agir como um grande artista,o político se apequena como mediocre.

»REVISTA DA TV Adriana Esteves grava, em museu

Eu não sou uma unanimidade, graças a Deus!”

[ PÁGINA 7 ]

de Tóquio (Japão), cenas da nova novela das sete. [ RTV 6 E 7]

Roberta Sá, estrela da MPB e potiguar. [ NATAL 11]

110

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2 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

opinião

Domingo | 19 de dezembro de 2010

JOÃO FAUSTINO [ professor da UFRN ]

Jornal de WM WODEN MADRUGA - woden@terra.com.br

Os romances de Virgílio

C

om as chuvas que caem em Limoeiro do Norte, região Jaguaribana, do Ceará, encostada à nossa Chapada do Apodi, recebo de Virgílio Maia, poeta-trovador (no dizer de Natércia Campos), o seu 3 Romances, que acaba de sair das Oficinas de Vladimir Marão, Fortaleza. Os romances são: “Romance: Marialva e Valentina”; “Romance dos Pesqueiros desse Mar” e “Romance Pastoril e Toponímico”. Ocupam 27 páginas, onde incluem ainda dois dedos de prosa do autor que conduzem o leitor às três narrativas poéticas:

“As Histórias contadas no romance Memorial de Maria Moura, de Rachel de Queiroz, têm sua secura lítica irrigada por um comovente veio de ternura: o caso de Marialva e Valentim. Sem se importarem muito com as mortes, os tiros, os incêndios, as traições ou com os amores menores do enredo, os dois mergulharam na própria paixão. A passagem em que Marialva recebe, mandado por Valentim, o bonequinho de madeira que traz pintados no rosto dois grandes olhos verdes e no peito um coração vermelho transpassado por um punhalzinho, é cena, como dizia Pedro Nava, cuja evocação é uma esmagadora oportunidade poética.

Foi aí, em torno disso, que teci este pequeno romance, modesta homenagem a Rachel de Queiroz e ao amor de Valentim e Marialva”.

No livrinho de Virgílio Maia há uma referência ao centenário de nascimento de Rachel de Queiroz (19102010) e a reprodução do ferro de ferrar o gado da Fazenda “Não me deixes”, da família da escritora, localizada no sertão de Quixadá. O ferro tem mais de 200 anos. Na última página, como se fora colofão, está escrito: “Impresso em Fortaleza no mês de 9mbro de MMX Tiragem de duas grosas – Lavs Deo”. Que Deus seja louvado, repito eu. Bom, como uma grosa são 12 dúzias, a edição de “3 Romances” é de 288 exemplares. Me incluo, pois, entre os privilegiados com a amizade do poeta.

Abro o livro no romance de Marialva e Valentim. Valentim falando: “Vou, mais volto, Marialva./ Vou caminhar muitas terras,/ vou passar por tantos vales,/ subindo e descendo serras,/ vagando por povoados,/ pelas feiras e bodegas,/ andando por esse mundo/ sem direito de ter pressa,/ tendo só por companhia/ as cordas desta rabeca, / a poeira das estradas/ e o chouto da burra velha. / Vou vagar, é que eu preciso/ de pagar uma promessa./ Mas carrego nos meus olhos/ o verde que com certeza/ é o mesmo que fica aqui,/ na cor dos teus, à espera/ do dia em que pode-

rei,/ finda então a minha reza,/ regressar ao teu sorriso/ que desde agora me enreda./ Vou, mas volto, Marialva./ E vamos deixar que cresça/ este ramo de saudade/ que entre nós se segreda.”

Adiante, “Marialva cisma a sós”: Vou, mas volto, Marialva”./ Mi“V nha alegria se alegra/ lembrando as palavras dele,/ ditas assim, com firmeza,/ quando por aqui passou/ o bom Valentim Pereira./ Era belo saltibanco,/ mas pagava uma promessa/ de mendigar pela estrada/ colhendo tristes moedas/ para o Senhor do Bonfim,/ tocando triste rabeca./ “Vou, mas volto, Marialva”./ Disse assim e foise nesta/ estrada quase sem fim,/ comprida de muitas léguas,/ deixando guardada em mim/ esta saudade que pesa/ e o verde dos olhos verdes/ que desde então me tem presa./ “Vou, mas volto, Marialva”./ Passou-se o tempo da ferra,/ passou-se o tempo das frutas/ e Valentim não me chega./ “Vou, mas volto, Marialva”./ Palavras que são promessa./ Passou-se o tempo das chuvas,/ passou o tempo da seca,/ passou-se o tempo, passou-se/ já tanto tempo de espera.”

Além de poeta, com um caçuá de livros publicados, entre eles Palimpseto & outros sonetos, Estandartes das Tribos de Israel, Cartilha, Inscrição Mural – Breve memória dos fortes do Ceará, Timbre (D Do sertão mais profundo, em disparada,/ um vaqueiro me trouxe está comenda: / par de esporas antigas, sem emendas,/ que um ourives lavrou na pura prata./ Guarda em si as mais rubras cavalgadas,/ passo tardo e mugidos de mil bois,/ os aboios de outrora e os de depois/ e as aventuras de um tempo que passou,/ que entre matas e pedras pelejou,/ sobre os riscos de sal que Deus dispôs.), Vírgilio Maia bate um bolão nos campos da Etnografia. É autor de um clássico: Rudes Brasões: Ferro e Fogo das Marcas Avoengas, e ainda lhe sobra tempo para advogar em tantos tribunais solenes e prosear pelo mundo afora na simplicidade acolhedora de cupiás e alpendres.

DRAMÁTICA GRAMÁTICA “Um dia, pensei que podia mudar o mundo. Hoje, vivo de recados”. Quem fala assim, sem sotaque, é o poeta Carlos Gurgel. É uma das duas epígrafes que abrem o seu novo livro Dramática Gramática, que será lançado terça-feira que vem, 21, numa noite performática, que certamente sacudirá os salões e alpendres da Bella Napoli, onde tudo acontecerá. A segunda epígrafe você ficará sabendo comprando o livro.

O cara vai, compra o livro e compra, também, se quiser, um CD, um DVD, camiseta e poster. O kit todo custa apenas 80 reais. Uma merreca, pois com 80 paus você não teria acesso nem a geral da frasqueira do show de Roberto Carlos. Mas no lançamento do livro haverá show, também. A cantora Clara vai “brindar a todos com sua música sentimental e faiscante”, como está escrito no cartaz, bolação do Daniel Duarte, o Daniboy. Haverá ainda dramatização de alguns poemas pelos atores Titina Medeiros e César Ferrário, seguindo um roteiro de Eduardo Alexandre.

Daniboy, que é fera em arte gráfica, fez ainda a capa do livro, o seu projeto gráfico e mais a diagramação.Contou com a colaboração da fotógrafa Giovanna Rego, que fez uma foto porreta de Carlos Gurgel de causar inveja a Arnaldo Jabor. A revisão do livro é de Ana Maria Jasiello, filha de Conceição e do poeta Franco Jasiello. A edição tem o selo do Departamento Estadual de Imprensa. Tem orelha de Rodrigo Hammer e prefácio é de Deífilo Gurgel, poeta e pai do poeta filho. Disse no título: “Meu melhor poema: Carlos Gurgel” O livro reúne ainda dois textos de outros grandes poetas (Sanderson Negreiros, que não se considera mais poeta) e Moacy Cirne. Sanderson afirmou: “Carlos Gurgel é capaz de desprezar a gramática do cotidiano e alimentar-se do mel que os místicos provaram nas lonjuras do deserto”. Moacy Cirne: “O lirismo de corte ontológico, em Carlos Gurgel, contém a dureza e a concretude de palavras, sentidos e expressões que alimentaram formal e tematicamente seus poemas”.

Carlos Gurgel abre o livro com um Gorgulho: gritos, estopins, espalha-barras do que o ouvido recolhe pelas ruas desta vida, deste mundo, com remendos do perfil do dia. Assim como uma ventania, lixo que se vê, retalhos de silêncios de seres pedintes, olhos esbugalhados, pela retinta, seca, sem sair voz da boca, ruas apinhadas de gente que não pensa, que nem sei se passa. aglomerado de neuras, boleia de pornografias, saliva que cospe azia, faringite, sinusite, bursite, apocalipsite (...)

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Um pacto pela educação

O

noticiário sobre a educação do Rio Grande do Norte não é nada alentador. São muitas as mazelas que tomam conta do nosso sistema educacional, tudo fruto da incompetência e da irresponsabilidade governamental.

Não precisa ser educador para se constatar que, qualquer iniciativa em educação, aqui ou em qualquer parte do mundo, somente se consegue o resultado desejado a médio e a longo prazos. Nada, absolutamente nada, que se inicie hoje apresentará consequências positivas no amanhã próximo. O nosso sistema educacional, nesses últimos oito anos, foi gerenciado por nove secretários de Educação. Cada um que assumia, vinha com novas idéias, com novas pessoas, com novo estilo de administrar e, assim, no açodamento inevitável, as nossas escolas caminhavam para o fundo do poço e os nossos alunos amargavam a

convivência com o descaso e a inoperância. É lamentável que não tenha existido um projeto para a educação do Rio Grande do Norte, que lhe proporcionasse continuidade de propósitos, que lhe assegurasse resultados crescentes de eficiência. Um projeto onde a escola fosse alvo de todas as preocupações e que, sendo avaliadas expressassem crescentes melhorias e onde os professores se sentissem motivados como formadores de gerações.

Em outubro último, participei, na condição de representante do Senado Federal, da Assembléia Geral da ONU onde o tema principal foi “A Educação no Século XXI”. Nessa ocasião, pude observar como o mundo evoluiu nessa área; como os países mais pobres da África, cresceram e melhoraram os seus sistemas educacionais. A cada testemunho, narrando os avanços alcançados, lembrava-me do processo inverso que vitimava o nosso Rio

Grande do Norte, descendo, cada vez mais, nos conceitos e nas avaliações realizadas pelo próprio Ministério da educação.

O nosso futuro encontra-se ameaçado, ameaçado sim, pois, indaga-se, com muita propriedade: O que se pode esperar de um Estado que tem 87% de sua população jovem matriculada nessa escola do faz de conta e nesse sistema educacional sem projetos, sem perspectivas e sem avanços?

Constata-se, de forma lamentável, que o setor público sozinho não tem condições de enfrentar, com o “sucesso desejado”, os desafios da nossa educação. Somente um grande pacto traduzido pela participação do Estado como seu principal mentor; das entidades empresariais; dos sindicatos e associações; das igrejas; das organizações sociais, será capaz de atuar para que, através de um sistema educacional bem gerido se recupere o tempo perdido.

Amâncio

Cartas Peritos punidos A Polícia Civil no RN - inclusive a Técnica Cíentífica - é praticamente inexistente. O governo do RN nunca se interessou pela PC. Temos, sem dúvida, uma das piores Polícias Civis do Brasil.

Nosso efetivo de policiais e perítos é ínfimo e despreparado... E a estrutura, que estrutura???!!! Não há!!!!!

Júlio

Caso de jovem

PEDRO SIQUEIRA [ diretor de Patrimônio da Riachuelo ]

Um encontro com o Rei Roberto

D

ia 10 de dezembro de 2010, dia do segundo Show no Teatro Riachuelo aberto ao público, seus incontáveis fãs!

Quis o destino que um dia eu conhecesse um Rei! Mais que isso, falasse com ele, mais ainda, fosse ouvido e interagisse com ele. E que Rei! Um Rei com um grandioso trono conquistado por puro talento, trono que há 50 anos é venerado e carregado por milhares de fãs ardorosas, enlouquecidas, onde quer que ele vá!

Eu confesso, sem qualquer problema por revelar, que o admirava de longe (e quem não admira suas canções?), mas não entendia bem o motivo pelo qual causava tanta veneração divina. Desse encontro pessoal, passei a sentir um pouco essa magia. Que gigante eu tinha acabado de ver atuar no palco do Teatro Riachuelo versus um ser humano tão simples, calmo, doce, poderia dizer até de aparência física frágil. Isso foi o que mais me impressionou, depois de conhecêlo pessoalmente! Como aquele ser, de quem eu estava diante, podia ser tão gigante no palco, como eu acabara de testemunhar e me emocionar (de novo) durante o seu segundo e também maravilhoso show no nosso Teatro? Só pode ser magia! Magia dos diferentes, dos seres especiais, magia de Rei! Do fundo da sua tranqüilidade só diferenciada pela voz marcante e bela, ao entrar no seu camarim, ele me perguntou em tom brincalhão, acho que procurando nos descontrair: “e aí, cantei direitinho?”

Com essa “quebra de gelo” até esqueci a frase pronta que levava decorada para cumprimentá-lo. Nem lembro mais o que falei! Acho que apenas sorri! Ele nos deixou muito mais à vontade. Ganhei coragem para falar do Teatro Riachuelo, do desafio que foi dirigir todo aquele projeto e, especialmente, executar aquela obra. Surpresa! Ele se interessou em saber mais, fez perguntas técnicas, quis saber sobre o projeto de acústica, opinou, perguntou-me pelo seu Nevaldo, a quem havia conhecido no dia anterior, falou do prazer em dedicar a ele Nevaldo o show daquela noite, perguntou-me a sua idade e, ao revelar-lhe a idade do seu Nevaldo e também que tinha sido ele próprio quem tinha me pedido para projetar e construir um teatro no seu shopping Midway Mall, o Rei Roberto Carlos, com a sensibilidade de quem já escreveu tanto e tão bem sobre tudo que fala de amor, de emoção, completou: “bicho, que maravilha, não há limite de idade para sonhar e realizar! Esse homem, aos 82 anos, teve um sonho e o realizou com esse projeto. Vocês estão de parabéns (e repetiu), vocês estão de parabéns mesmo por essa obra, esse teatro é uma referencia nacional. Eu já tinha inaugurado várias Casas de Espetáculo, mas nunca um Teatro. Sinto-me feliz pelo convite e por ter participado da festa de ontem. Dos que eu já toquei no Brasil esse foi o máximo!”

A essa altura, eu estava entre perplexo e desconcertado de feliz! Estava acompanhado de cinco mu-

Classificados: Redação Fax Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal ASSINATURA Mensal (à vista) Semestral (à vista) Anual (à vista)

4006-6161 4006-6113 4006-6124 4006-6100 4006-6111 4006-6111 R$ 43,00 R$ 258,00 R$ 516,00

PREÇO DO EXEMPLAR Rio Grande do Norte 3ª a Sábado Domingo Outro Estado 3ª a Sábado Domingo

lheres, entre as quais a minha Patrícia, minha filha Camilla carregando ainda no ventre minha primeira netinha Maria Eduarda, de minha nora, também Camila, da sua mãe Marigilda e da minha cunhada/irmã Monalisa. Olhei de lado e estavam todas paralisadas e boquiabertas acompanhando nossa conversa que transcorria solta com tratamento franco de Roberto pra lá e Pedro pra cá! Foi aí que recebi o primeiro beliscão da minha filha Camilla. Era o “deixa de conversa” e vamos para as fotos! Ainda tive tempo para lhe contar que, dois meses atrás, quando o Teatro já começava a ficar acabado, eu, pessoalmente, havia apresentado ao seu Nevaldo cinco opções de shows para a inauguração. Ele foi claro e direto, apoiado integralmente por sua filha Anne: “Quem vai inaugurar o meu Teatro é o Rei, ponto!” O Rei abriu um sorriso e me disse: “tinham me falado isso”, ao que retruquei ser a mais pura verdade, pois eu tinha sido protagonista dessa cena. Pelo pouco tempo que restava entre aquela vontade do seu Nevaldo e a inauguração do Teatro, e pela sempre concorrida agenda do Rei Roberto Carlos, saí preocupado mas obcecado para cumprir a sua determinação, que conheço bem há mais de trinta anos de trabalho com ele, sempre muito firme. Nossos parceiros da Opus foram fundamentais nessa conquista. Que bom que deu certo!

Um segundo beliscão me fez parar a conversa. Ok filha, vamos às fotos! Foi o que aconteceu em seguida com o Rei sempre carinhoso no tratamento e paciência com todos! Ao final da seção de fotos fui cumprimentá-lo para sair do seu camarim e, novamente, fui surpreendido! Estendendo a mão e esperando apenas o último cumprimento, ele me deu um abraço forte e me disse: “continuem fazendo coisas maravilhosas como essa!”

Apesar da intimidade do momento, eu quis compartilhar com todos os meus amigos e conterrâneos do meu Estado!

Ao seu Nevaldo, o mérito de deixar mais esse legado, entre tantos, agora para a cultura do Rio Grande do Norte! A Natal, um equipamento de primeira grandeza que fica para ajudar a fazer sua história!

Aos artistas consagrados e àqueles que ainda vão desabrochar dentro e fora do Estado, uma casa digna para reprodução dos seus talentos com a mais perfeita qualidade!

Não poderia deixar de agradecer, de coração, a todos, indistintamente, a todos àqueles com quem convivi por esses três anos desafiadores desde o projeto até a construção do Teatro Riachuelo: à minha família, de quem vivi distante muitos dias, em Natal, por força desse compromisso, aos colegas da empresa que souberam entender a minha ausência da Matriz em São Paulo, aos amigos incentivadores e aos profissionais competentes e dedicados que nos ajudaram a erguer essa bela obra!

Parabéns! Ganhamos todos!

Só lembrando que esse Raio X de mãos e punhos só diz qual é a idade óssea, e não a idade cronológica da menina. Como ela já completou todo seu desenvolvimento puberal, é normal que sua idade óssea seja avançada. Com certeza vai está avançada, e isso é normal acontecer em qualquer pessoa.

Jenner Azevedo

Shows natalinos Até que enfim alguém tem uma inicitiva decente nesta cidade, Roberta Sá e os outros artistas, pelo menos são prata da casa, ou posso dizer, ouro da casa, são excelentes artistas, Kristal então é o máximo!!!! Merecem ser prestigiados.

Parabéns ao autor da ideia.

Edna Oliveira

Articulação Alguém acreditou quando ela disse que iria cortar cargos? Ela vai é criar para acomodar tanta gente, afinal, são vários anos fora do poder (DEM) e todos querem uma “boquinha".

Leido

Procuradoria Sabemos que ceder gasolina é crime, mas, com certeza, essa não é uma prática exclusiva dos dois deputados citados. Infelizmente, é mais um fato que todos nós sabemos que existe,sabemos quem são as pessoas que usam artifícios ilegais na campanha, mas a população e a própria Justiça fazem vista grossa a essa situação. É uma pena.

Unaldo Xavier

Deportação Deveríamos ter a mesma postura no Brasil. Aqui, vários estrangeiros chegam para corromper menores e agir como se fosse um país sem leis. É preciso, antes de tudo, reciprocidade entre os países.

Andrea Brida

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FILIADO À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS

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Domingo | 19 de dezembro de 2010

política

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte |

3

[ TRANSIÇÃO ] Autorização para remanejar em até 15% o orçamento deixa o governo com novas possibilidades, mas ausência de programas e incertezas no início da administração são preocupantes

Notas & Comentários colunanotas@tribunadonorte.com.br

Divulgação do secretariado governadora eleita deve acabar com parte do mistério nesta segunda-feira, quando vai divulgar, por intermédio de nota à imprensa, a primeira lista do secretariado. A expectativa é que sejam apresentados pelo menos dez nomes. Se ficar nisso, será pouco para um governo que estará a dez dias de começar. Só na administração direta são 23 cargos de secretário. O anúncio de menos de 50% dos nomes que vão ocupar essas funções seria uma demonstração de indefinição e dificuldade para formação do primeiro escalão.

A

Aumento dos deputados Os deputados estaduais já asseguraram que os salários deles vão acompanhar o aumento dos parlamentares federais. Na última sessão do ano, a Assembleia Legislativa aprovou a resolução que garante aos deputados estaduais, salários equivalentes a 75% dos valores pagos aos con-

gressistas. Como os parlamentares da Câmara e do Senado vão receber, a partir do próximo ano, em torno de R$ 26,7 mil, os deputados estaduais ficarão com os salários em R$ 20 mil. Isso sem as demais vantagens como verbas de gabinete e cota para contratação de assessores.

EXEMPLO DE MINAS A Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou, na sexta-feira, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impede a nomeação de secretários de Estado, subsecretários e diretores de instituições estaduais que forem considerados inelegíveis pelos critérios da chamada Lei Ficha Limpa. Essa lei impede a candidatura de quem foi condenado em decisão transitada, julgamento ou em segunda instância por vários crimes.

EMÍDIA FELIPE/ 24-10-2008

Eleição na FIERN

Sem projetos, novo governo terá orçamento mais flexível ANNA RUTH DANTAS E GUIA DANTAS repórteres

margem de remanejamento em 15% sobre o Orçamento Geral do Estado, aprovada semana passada pela Assembleia Legislativa, está sendo vista como um mecanismo para compensar as dívidas, a falta de programas e a incertezas iniciais do governo Rosalba Ciarlini. A chefe do Executivo eleita está a 12 dias de assumir o governo e a única medida anunciada é o corte de 30% dos cargos comissionados.

Para a oposição, a verba suplementar oferece a elasticidade para a governadora gerir o orçamento e suprir a própria carência de projetos. Para a bancada governistas, o percentual de remanejamento é necessário para garantir a governabilidade. Já a classe empresarial sente falta de medidas mais duras no corte de gasto, além dos 30% dos cargos comissionados.

O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) avalia que a governadora eleita terá uma flexibilidade para administrar porque nos 15% de remanejamento estão excluídas as verbas de operação de crédito e convênio e ainda suplementação para pessoal, saúde e educação. “Isso elastece muito mais ainda. Ela pode se segurar totalmente no orçamento com esse mecanismo”, comentou o petista.

Ele observou que ainda não conhece os projetos da governadora eleita. “Não conhecemos as propostas dela, quanto custa cada uma e vermos o que está no orçamento. Não sabemos quais são as propostas”, disse.

Ele reagiu sem surpresas à de-

A

claração feita por Rosalba Ciarlini de que irá cortar 30% dos cargos comissionados. “Esse é o discurso padrão de todo governante. Esse foi o discurso de Micarla de Sousa. Até agora o que ela (Rosalba Ciarlini) tem feito é repetir o discurso padrão. Não vi nada diferenciado dos demais governantes. Ela tem falado só de generalidade”, destacou.

Fernando Mineiro disse que a proposta de cortar 30% dos cargos comissionados ainda está obscura, já que a governadora não definiu se será 30% do orçamento destinado ao pagamento dos cargos comissionados ou 30% do número de cargos. “Uma coisa é

“

Não vi nada diferenciado dos demais governantes.

Tem se falado em generalidades” FERNANDO MINEIRO Deputado

não nomear 30% dos cargos, outra coisa é extinguir. Além disso, será 30% do número de cargos comissionados ou do valor pago aos cargos comissionados?”, questiona o petista. Ele ponderou que apenas quando ela assumir e realizar as primeiras ações poderá fazer uma avaliação mais concreta.

Para Fernando Mineiro o que a governadora eleita está fazendo agora, ao divulgar números da dívida do Estado, é tirando uma “carta de seguro” para evitar a cobrança da população.

“Ela está criando uma carta de seguro, é como se fosse um mantra em termos de carta de segu-

JÚNIOR SANTOS

ro”, completou.

O deputado estadual Getúlio Rego (DEM) sai na defesa do Governo Rosalba Ciarlini. Para ele, a verba de remanejamento de 15% garante a liberdade para a chefe do Executivo enfrentar a “turbulência” do processo inicial do governo.

“O limite de 15% foi objeto da proposta original do governo atual, nós apenas aprovamos. Agora o governo novo assume com a necessidade de liberdade para enfrentar a turbulência. Esse crédito é ainda mais necessário diante da realidade do Estado”, comentou o parlamentar do DEM. Para Getúlio Rego está provado que o déficit do Estado foi deixado ainda no Governo Wilma de Faria, mas não veio à tona por uma decisão do governador Iberê Ferreira. “Se viesse a público esse déficit, certamente, a eleição teria sido ainda mais catastrófica”, frisou.

Para Getúlio Rego, o corte de 30% nos cargos comissionados é uma demonstração da confiança da governadora eleita em tomar medidas para reequilibrar o Estado. “É uma senha de quem está determinada a cumprir o compromisso”, ressaltou. O deputado do DEM disse que Rosalba Ciarlini não deve ser cobrada ainda pelos projetos.

“Quem deveria apresentar proposta de governo e não fez durante oito anos foi esse governo que está aí, que não cumpriu os compromissos de campanha”, criticou Getúlio Rego.

Ele avaliou que é “cedo” para cobrar os resultados dos projetos. “É cedo para cobrar o resultado de resgatar serviço de saúde, segurança, educação, o tripé estratégico. Vamos dar um ano de tempo para a governadora reorganizar o Estado”, destacou.

APOIO SENADORES O senador do PMDB Garibaldi Filho elogiou a medida anunciada pela governadora eleita Rosalba Ciarlini,de cortar em 30% o número de cargos comissionados.“Não há outra saída para o Estado.Depois dessa situação apresentada tem que cortar despesa e reduzir o custeio”,destacou o parlamentar.Ele ponderou que nem sempre reduzir os cargos comissionados é suficiente,mas “acredito que para o Estado pode ser”. “Estamos aí diante da impossibilidade de aumentar a arrecadação,então é apelar para o corte”,diz Garibaldi Filho.Ele comentou que ainda não conversou em detalhes com a governadora eleita Rosalba Ciarlini sobre as primeiras medidas da próxima gestão.“Ela conversou comigo no geral sobre as medidas,mas não detalhou”,afirma Garibaldi Filho.Em entrevistas à imprensa, o senador José Agripino Maia também disse que concordava com os cortes nos cargos comissionados,mas ponderou que só isso não resolve.O parlamentar do DEM lembrou que é preciso reduzir secretarias, cargos comissionados e destacou que,em 1990,quando assumiu o Governo,chegou a suspender o pagamento de fornecedores.O senador do DEM fez essas declarações,mas ponderando que não tem participado da reunião da governadora eleita com a equipe de transição.

ALDAIR DANTAS

ALDAIR DANTAS

O empresário Amaro Sales de Araújo (foto) foi eleito presidente da Fiern para um mandato de 2011 a 2015 num dos pleitos mais tranquilos da história recente da entidade.

A nova diretoria – eleita com 25 dos 26 votos válidos, de um total de 27 sindicatos filiados (houve uma abstenção e uma ausência) – tem o empresário Pedro Terceiro de Melo como 1º vice-presidente. A eleição foi em chapa única, durante uma assembleia harmônica e tranquila, cujo encerramento contou, inclusive, com a presença do ex-presidente da Fiern e da CNI, o ex-senador Fernando Bezerra.

Liderança do DEM Se não for nomeado para um cargo no secretariado do governo Rosalba Ciarlini e continuar na Câmara, em Brasília, o deputado Betinho Rosado pode entrar na disputa pela liderança do DEM. O nome dele para liderar a bancada do partido, informou a agência de notícias Política Real, surgiu depois que o atual líder da legenda, Paulo Bornhausen (DEM-SC), teria lançado, sem consultas internas,

o nome do ex-presidente da Comissão de Agricultura da Câmara Federal, o deputado Marcos Montes(MG), para ocupar o posto a partir do ano que vem. Um grupo comandado pelos deputados Júlio César Lima (DEM-PI) e Carlos Melles (DEM-MG), exministro da Agricultura, estariam dispostos a organizar uma frente que teria o deputado Betinho Rosado como nome para a liderança da bancada.

DELEGACIAS DO INTERIOR A presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia Civil), Ana Cláudia Saraiva, comemora a aprovação no orçamento do governo de uma emenda de R$ 3 milhões de reais destinada a melhoria das delegacias no interior do estado. A emenda foi aprovada com unanimidade. Agora, a Adepol vai pressionar para a liberação dos recursos no futuro governo de Rosalba Ciarlini.

Segurança e turismo A Assembleia Legislativa aprovou, na última sessão do ano, projetos do deputado Walter Alves (PMDB) que tratam de segurança e turismo. Um dos projetos conhecido como “Saidinha de Banco” prevê a instalação de dispositivos adicionais

de segurança bancária, como divisórias na frente de caixas impedindo a visão do que acontece no local. O outro sugere a “projeção de propaganda turística institucional nas salas de exibição de cinema no âmbito do Rio Grande do Norte”.

DIPLOMAÇÃO A prefeita do Natal, Micarla de Sousa, acompanhou no final da tarde desta sexta-feira (17), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, a solenidade de diplomação da presidente eleita Dilma Rouseff e do seu vice Michel Temer.

Rosalba Ciarlini: necessidade de cortes

Getúlio Rego: defesa do novo governo

Fernando Mineiro: retorno à oposição

“Corte de 30% dos cargos não é suficiente” O empresário Bira Rocha, exsecretário estadual de Planejamento do Governo Garibaldi Filho, avaliou que o corte de 30% nos cargos comissionados, como anunciado pela governadora Rosalba Ciarlini, não trará o equilíbrio financeiro para o Estado. “Ela fez o diagnóstico e prognóstico, mas a receita está fraca”, avaliou.

Ele destacou que para promover um corte significativo a governadora eleita precisa rever o orçamento destinado à publicidade. “Nesse orçamento quanto está destinado a folias e foguetos?

Quanto ela vai destinar ao Meios, que cuida de menores infratores, quando há um número muito maior de maiores infratores? Para cortar o custeiro, só cargo comissionado é muito simbólico”, analisou Bira Rocha.

Ele lembrou que no início do

Governo Garibaldi, com a necessidade de reduzir gastos, a alternativa foi acabar com 50% dos cargos comissionados e liquidar empresas que eram responsáveis por 35% do custeio. “A liquidação da empresa acabou o cargo comissionado. Foi feito (no Governo Garibaldi) também um conjunto de decreto de norma de procedimento da administração”, lembra Bira Rocha.

O empresário avalia que é preciso a governadora se deter mais no orçamento e observar que o cargo comissionado não resolverá o problema do reequilíbrio financeiro. “Tem muita coisa que é para cortar? E cadê a receita? Cargo comissionado é a manchete, mas o grosso não está aí. No Governo Garibaldi Filho viemos uma situação tão ou mais vexatória do que essa e cortamos empresas”, disse o ex-

secretário de Planejamento.

Ele lembrou que quando um gestor enfrenta uma situação financeira delicada a primeira ação é fazer um diagnóstico da situação.

“Isso a equipe dela (Rosalba Ciarlini) fez e mostrou uma dívida de R$ 1,8 bilhão”, disse Bira Rocha.

Para ele, a governadora eleita precisa ter em mãos o que irá dispor de recursos e não o projeto do orçamento aprovado pela Assembleia. “Ela tem que ter em mãos o que irá realmente dispor e não esse orçamento aprovado (pela Assembleia) que é mais injunções políticas do que realidade”, destacou Bira Rocha. ?Ela analisou que para redução do custeio só há uma alternativa, corte de gasto e nisso os cargos comissionados são insuficientes. “Quando Garibaldi fez a extinção das empresas e de seus respectivos cargos comissio-

nados, essas empresas representavam 35% do custeio”, frisou, acrescentando: “a governadora deu o diagnóstico e prognóstico, mas cadê a receita?”.

Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte, Flávio Azevedo, avalia que os gestores quando enfrentam crises financeiras “nunca se preocupam em cortar na própria carne, preferem fazer equilíbrio aumento os impostos”.

Ele elogia a governadora Rosalba Ciarlini com o anúncio de 30% dos cargos comissionados. “Ela poderia optar pelo aumento de imposto. Mas se a governadora no lugar de optar pela solução tradicional, faz o inverso, isso é elogiável. Fico feliz com essa atitude dela”, comentou. [ CONTINUA NA PÁGINA 4 ]

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política

Domingo | 19 de dezembro de 2010

[ TRANSIÇÃO / CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 3 ] No primeiro ano do novo governo, Rosalba Ciarllini terá possibilidade de manejar o orçamento com liberdade maior que os antecessores

Cláudio Humberto E-mail: ch@claudiohumberto.com.br - www.claudiohumberto.com.br

Investigação no Acre

O

Acre vive fortes emoções. O Ministério Público Federal investigava grave denúncia de abuso de poder político dos irmãos Tião Viana, governador eleito, e Jorge Viana, senador eleito, ambos do PT, e acertou no que não viu: o exame de computadores apreendidos pela Policia Federal em 1º de outubro revelou o histórico das supostas relações da dupla com empreiteiras como a baiana Odebrecht.

“

Triste é a oposição sem coragem de conversar com o governo”

Senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG), defendendo “diálogo”sobre temas nacionais

HDS DEVASTADORES Fonte do MPF classificou de “devastador” o conteúdo de oito HDs (hard disc) de computadores apreendidos pela PF em Rio Branco.

BUSCA E APREENSÃO A PF apreendeu computadores no governo do Acre, na Assembleia Legislativa, na prefeitura de Rio Branco, na TV estatal e em um jornal.

NOVO EMPREGO

ESTÁ DIFÍCIL

O destino do ex-jornalista e ministro Franklin Martins (Propaganda) pode ser a diretoria de desenvolvimento da Rede Record.??

A presidenta Dilma resiste à insistência do PMDB do Senado em emplacar o ex-ministro Hélio Costa na presidência de Furnas.

Cabral só deu alegrias a Dilma A presidenta Dilma tem dito a interlocutores que seu melhor momento, após a vitória, foi o desmentido ao governador Sérgio Cabral (RJ) quanto à escolha do ministro da Saúde. Ele sugeriu seu secretário de Saúde para

o cargo e Dilma concordou, mas condicionou a escolha ao acerto dele com o PMDB de Michel Temer. Cabral preferiu criar um “fato consumado”, anunciando o “convite”. Ela adorou desautorizá-lo.

SÓ UMA LOROTA

AQUI MANDO EU

Dois dias depois de desautorizado, Sérgio Cabral pagou o mico de pedir desculpas publicamente a Dilma pela lorota que havia contado.

A um amigo que continuará ministro, Dilma disse que retomou as rédeas do seu futuro governo dando o “chega-pra-lá” em Sergio Cabral.

RIFADO O diretor-geral do DNOCS, Elias Fernandes, apadrinhado do PMDB, já arruma as gavetas, após a entrega do Ministério da Integração ao PSB.

O “INOCENTE”

PROCURA-SE

Os amigos do terrorista Cesare Battisti, que em poucos dias ganhará asilo humanitário de Lula, temem represálias do governo italiano: buscam “lugar seguro” onde possa morar até obter cidadania brasileira.

O ex-deputado federal Pinheiro Landim (PMDB-CE) não paga desde 2003 a dívida de R$ 15,7 mil, por excesso de gastos da verba indenizatória na Câmara, que o procura. Como lá não tem Serasa...

Transformação Os moradores da paupérrima Estrutural, que nasceu em um lixão de Brasília, não perdem por esperar: o governador eleito do Distrito Federal, Agne-

lo Queiroz, planeja surpreendêlos com um volume de investimentos inédito, transformando a cidade em referência de qualidade de vida.

COCEIRA LATINA

O presidente do Uruguai confirmou presença na posse de Dilma, mas onda de ocupações, até do Supremo, e greve dos controladores podem melar a viagem do “companheiro” de esquerda José Mujica.

Herr índio Índios Guarani-Kaiowá, que há anos preferem smartphones a espelhos, se uniram em Weimar (Alemanha) a lideranças das igrejas evangélica e luterana alemãs

contra a hidrelétrica de Belo Monte (PA).

A turma desceu o tacape no BNDES, “cúmplice” da “destruição ambiental”.

REALISMO FANTÁSTICO O produtor Luiz Carlos Barreto quer compensar o fiasco do filme “Lula, o filho do Brasil” com outro, desta vez sobre o deputado e palhaço Tiririca (PR-SP). Aposta de novo na popularidade. Um novo risco.

INEDITISMO O deputado federal e ex-ministro da Previdência Ricardo Berzoini tuitando o recorde de empregos: “Quem já ficou desempregado sabe o valor dessa conquista do governo Lula.” Ele, por exemplo, não sabe.

COINCIDÊNCIA No dia antes da diplomação da presidente eleita Dilma, a Petrobras anunciou que encontrou mais uma enorme reserva de petróleo em águas brasileiras. É o poço mais profundo do Espírito Santo.

PENSANDO BEM... ...o primeiro deputado Tiririca a gente nunca esquece.

Governadora terá R$ 1,4 bi para livre movimentação ALDAIR DANTAS

A

pesar das dificuldades que poderá enfrentar face as dívidas, a capacidade de investimento aquém e a incerteza no que concerne à receita da máquina, a governadora eleita, Rosalba Ciarlini (DEM), já tem em mãos um trunfo. É que para 2011, a polêmica margem de remanejamento (valores que podem ser transferidos de uma rubrica a outra sem necessitar de autorização legislativa) do Orçamento Geral do Estado (OGE) será de 15%, três vezes mais do que recebeu a ex-governadora Wilma de Faria (PSB), em 2010. Isto quer dizer que o futuro governo terá para livre movimentação nada menos que R$ 1,4 bilhão. Na prática, tal cifra ajuda a sanar os gargalos encontrados como quando, em plena execução orçamentária, se percebe que determinada Secretaria recebeu recursos de mais e outra recebeu de menos.

Historicamente os governadores tendem a solicitar à Assembleia Legislativa, ao longo do ano, mais margem para remanejar dentro do OGE. O deputado Fernando Mineiro, do PT, defendeu que fosse mantido o percentual repassado pelos parlamentares nos últimos anos, que foi de 5%.

Para ele, a margem atual é robusta e exclui o legislativo de um maior acompanhamento das finanças do governo.

O deputado José Adécio (DEM), relator da matéria no âmbito do Poder Legislativo, explicou que é necessário expandir os valores para livre circulação dentro do OGE, porque este foi confeccionado pelo atual governo e as prioridades da futura administração podem ser substancialmente divergentes. “É preciso flexibilidade, neste caso. Quem vai utilizar o orçamento é o governo de Rosalba, mas quem estabeleceu valores, gastos e despesas foi a equipe de Iberê”, assinalou José Adécio.

O OGE de 2011 dispõe de uma receita estimada em 9.498.381.

000,00 – um acréscimo de 22% no comparativo com a projeção de 2010.

Deputados aprovaram uma margem mais ampla para o governo abrir crédito suplementar

Déficit corresponde a 11,5% do orçamento de 2010 Rosalba Ciarlini herdará um débito total de R$ 2 bilhões, segundo sua equipe de transição.

A cifra refere-se à divida pública (ou de longo prazo, a qual se arrasta desde administrações anteriores), que é de R$ 1,340 bilhão, e os débitos atuais, referentes ao exercício financeiro de 2010, que estão orçados em R$ 851.455 milhões. Este último valor consiste no déficit do exercício financeiro de 2010 e é aí onde mora o perigo para o governador Iberê Ferreira de Souza (PSB). Se não cobrir o rombo poderá responder por crime de Improbidade Administrativa como define a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Para se ter uma ideia do rompante, a dívida (R$ 851.455 milhões) equivale a

11,5% de todo o orçamento de 2010, que foi de R$ 7,4 bilhões.

Na sexta-feira (17), o deputado estadual Paulo Davim (PV), membro da equipe de transição do futuro governo, afirmou que os trabalhos se voltam agora para a análise técnica dos convênios e contratos firmados pela atual administração. “Os valores são estes. Agora estamos conferindo a legalidade dessas parcerias”, atestou o parlamentar.

Para se ter uma ideia da dimensão dos débitos acumulados pelo Poder Executivo, somente no caso do custeio e investimentos, em 2010, a lacuna chega a R$ 373.064 milhões. Tais valores, somados a contas liquidadas porém não pagas, se traduz nos aproximados R$ 852 milhões. Com uma previsão

de crescimento da receita insuficiente e muitas contas para pagar vai ser preciso muito jogo de cintura para o governo Rosalba Ciarlini manter o equilíbrio financeiro do Estado já no primeiro ano de gestão. Uma prova disso é que a folha de pessoal, que alimenta-se de quase 40% de todo o orçamento (R$ 3,4 bilhões) teve um novo impacto neste final de ano de R$ 15 milhões/mês, resquício da implantação de uma série de Planos de Cargos, Carreiras e Salários do funcionalismo.

“A folha passou de 220 milhões para cerca de 235 milhões”, informou Obery Rodrigues Júnior, coordenador da equipe de transição de Rosalba Ciarlini. Verificou-se, por exemplo, que ainda há restos a pagar do exercício financeiro de 2009, ainda na gestão Wilma de Faria. São R$ 25,87 milhões deixados pela ex-governadora das rubricas relativas a custeio e investimentos.

política

Domingo | 19 de dezembro de 2010

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 5

[ ECONOMIA ]

[ CASO BRUNO ] Dayanne Rodrigues, Fernanda Gomes, o caseiro

AFEGANISTÃO

WIKILEAKS

Paquistão e China fecham acordo de US$ 10 bi

e o "Coxinha" tiveram prisões preventivas revogadas pela Justiça

ATAQUE DE HOMEM BOMBA MATA DOIS CIVIS

EUA NEGAM ACUSAÇÃO DE MAUS-TRATOS

Um suicida acionou uma bomba perto de um veículo que transportava um chefe distrital na cidade de Kandahar, no Afeganistão, matando dois civis - entre eles uma criança - e ferindo outras nove pessoas, segundo autoridades afegãs. O homem-bomba tinha como alvo o carro de Ahmadullah Nazak, que viajava para uma reunião, de acordo com Zalmai Ayubi, porta-voz do governo provincial de Kandahar.

O Pentágono negou denúncia segundo a qual o soldado raso Bradley Manning, mantido em confinamento solitário sob suspeita de ter vazado segredos militares ao WikiLeaks, estaria sofrendo maus-tratos em uma penitenciária da Marinha. Jeff Paterson, diretor do projeto Valor para Resistir, afirmou que Manning tem passado geralmente 23 horas por dia isolado em uma cela com seis metros quadrados.

A

China e o Paquistão concluíram mais um total de US$ 10 bilhões em acordos neste sábado durante visita do primeiroministro chinês, Wen Jiabao. Wen afirmou que a China "nunca vai desistir" do problemático país muçulmano que detém armas nucleares.

Líderes de negócios formalizaram um documento - que se somará aos US$ 20 bilhões em acordos assinados - no hotel Marriott, em Islamabad, onde um grande ataque suicida deixou 60 mortos em 2008.

Aumentar o comércio e o investimento com o empobrecido Paquistão tem sido o principal foco da primeira visita de um premiê chinês ao país em cinco anos. O Paquistão, que é a linha de frente na luta dos EUA contra a Al-Qaeda, considera a China seu aliado mais próximo e acredita que os acordos são muito importantes para uma economia que recebe poucos investimentos do Ocidente e que sofreu com inundações catastróficas neste ano.

Wen e o líder paquistanês, Yousuf Raza Gilani, presidiram uma reunião em que executivos assinaram 22 contratos e 17 memorandos de entendimento, como informou a rede de televisão estatal.

Segundo uma lista fornecida para a imprensa, o maior acordo vale US$ 6,5 bilhões e tem como objetivo desenvolver energia solar e eólica. O Paquistão enfrenta uma crise de energia e produz apenas 80% da eletricidade que precisa.

Embora não tenha sido mencionado, esperava-se que a China fechasse um acordo para construir uma usina de 1 gigawatt no Paquistão, que pretende produzir 8 mil megawatts até 2025.

Justiça solta quatro acusados do caso Eliza Samudio DIVULGAÇÃO

POR MARCELO PORTELA

Q

uatro acusados de envolvimentonodesaparecimentode ElizaSamudio,de25anos,examante do goleiro Bruno Fernandes, foram soltos da cadeia no início da madrugada deste sábado. A ex-mulher do goleiro Bruno Fernandes, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza; outra amante do jogador, Fernanda Gomes de Castro; o caseiro Elenilson Vítor da Silva; e Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha", tiveram as prisões preventivas revogadas pela Justiça.

Os quatro foram absolvidos da acusação de assassinato de Eliza pela juíza Marixa Fabiane Lopes, do Tribunal do Júri do fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Eles foram presos em julho, também por ordem da Justiça, ainda durante as investigações em torno do desaparecimento da jovem.

Apesar de terem sido absolvidos da acusação de assassinato, o quarteto ainda será julgado por sequestro e cárcere privado do bebê de Eliza, que seria resultado da relação com Bruno. Para a polícia e o Ministério Público, a disputa pela paternidade da criança seria o motivo do assassinato de Eliza, cujo corpo nunca foi encontrado.

Fernanda é acusada também de envolvimento no sequestro e cárcere privado da jovem. Os quatro estão à disposição da Justiça e

O caseiro Elenilson foi absolvido da acusação de assassinato

não podem deixar Minas Gerais. A decisão de soltá-los ocorreu na mesma sentença em que Marixa determinou que Bruno, seu braço direito, Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão"; um primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales; e o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", serão julgados por um júri popular por sequestro e assassinato de Eliza. Eles já tiveram vários pedidos de liberdade negados pela Justiça e devem continuar presos até o julgamento, que ainda não tem data marcada .

"A acusação contra eles é gravíssima. Conceder o direito de recorrer em liberdade incutiria no cidadão comum a sensação que o cometimen-

to de crimes não gera a resposta estatal", ressaltou Marixa em sua sentença. Para a juíza, o crime que teria sido cometido pelos acusados "ultrapassa os limites da crueldade, gera perplexidade e intranquiliza a sociedade".

Marixa absolveu de todas as acusações o motorista Flávio Caetano de Araújo, que já havia sido libertado da prisão em 27 de novembro. Depois que Marixa anunciou a decisão, os advogados de Dayanne, Fernanda,"Coxinha"eElenilsonadiantaram que pedirão o desmembramento do processo. Caso o pedido seja acatado pela Justiça, eles não precisarão responder pelas acusações no Tribunal do Júri com os demais réus.

quadrantes

6 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

Domingo | 19 de dezembro de 2010

SANDERSON NEGREIROS [ escritor ]

Homenagem a Zé Dantas s quatro grandes da música popular nordestina — Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Humberto Teixeira e Zé Dantas — cada um a seu modo, deixaram uma produção excepcional, sendo que Zé Dantas, médico e pernambucano sertanejo, imortalizou-se e tem agora seu nome revalorizado através de uma biografia “Zé Dantas Segundo a Letra I”. Esse I é de Iolanda, bela e jovem senhora com seus 80 anos, mãe de nossa doutora Sandra e avó de André e de Marina Elali Intróito feito. Zé Dantas, que deixou tantos sucessos, morreu muito jovem em 1962. E dele transcrevemos a seguir um conto, com linguajar típico, chamado “O Parto da Juvita”, depois musicado por Luiz Gonzaga.

Ei-lo: “Êita! Capitão Barbino do Fundão! Por gosto podia se ver: fazendão, meu irmão.Todo ano havia uma festa, e era festão. Era lá na Serra dos Bezerros, Capitão Barbino reunia o pessoá e vinha gente de longe. Da Serra do Araripe e do Ceará. Tudo pra ver o festejo do Capitão Barbino. Quem ia no Fundão gostava, que era fazendão bonito. Apois bem, era lá que eu vivia. Naquele dia, a flor da canafista tava sortando o pendão e era siná de fim de inverno. Capitão Barbino amanheceu cedo, chegou na

O

porta, abriu os braços, abriu a boca, esfregou o zói e assungou as carça. Passou o dia na labuta, queimou duas broca, chegou de tarde cansado, mai assim mermo ainda acendeu o candeeiro e chamou dona Juvita pa ir pru currá pa inchiquerar os bezerro. Eu espiei pra Totõe e digo: Ô Totõe, patroa tã tão grossa, esses zói morto dela, essas perna inchada, chêa de vêa, esse andazão pesado. Eu acho que doje ela num passa não.

Ele diz: É mesmo, eu acho que não. Adispois essa lua, num é? Pur’u’meno vaca num passa da lua. Ontem foi um serviço danado... O Capitão disse: Ói, então... atravancou a porteira, disse: Ó, Totõe, você e Mané vão dormir hoje no arpende, que eu acho... de meia noite em vante nós vamo precisar de Samarica Parteira. Eu digo: É mesmo patrão, nós já tava mermo vendo isso, nessa lua... Fomo pro arpende, armemo a rede. Totõe armou a rede, eu armei ota. Totõe fumava um cigarro, eu fumava Oto. Quando o galo amiudou a segunda vez, eu ouvi o Capitão escarrar, cuspir e tossir. Eu digo: Ói!. Capitão abriu a porta e disse: Totõe! Eu digo: Pronto, patrão. — Caba danado! Eu quero ver se você é um caboco dos otos tempo, caba. Ói! Eu vou cuspir no chão, e antes do cuspe secar você tem que chegar aqui cum Samari-

ca Parteira. Nessa voz eu voei inriba da bestinha melada, sapequei a espora no vazio e saímo danado: piririco, piririco, piririco, piririco, piririco, piririco, piririco, piririco, piririco...Adiante tinha um lajedo, nós passemo purriba: patataco, patataco, patataco, patataco... Saímo fora: piririco, piririco, piririco, piri... Adiante tinha u’a porteira, porteirão de braúna, eu abri a bicha e ela ficou gemendo atrás: eeehhhmmm... pá!... Piririco, piririco...

Adiante tinha u’a lagoa, lagoão, os sapo era gemendo. Um dizia: Foi. O outro: Num foi. — Foi. — Num foi. Uma discussão infeliz... A bestinha rifugou a água, tangila a espora no vazio, e ela saiu tangendo água nos peito, parecia um vapor dágua: Tchiquitum, tchiquitum, tchiquitum, tchiquitum, tchiquitum... Saímo fora: piririco, piririco, piririco, piririco, piririco... Êpa’ Passamo noto lajedo: patataco, patataco. Patataco... Saímo fora: Piririco, piririco... Ota porteira: eeehhhmmm...pá’... Piririco, piririco, pirico. Êpa! Avistei a casa de Samarica. Os cachorro viero logo me encontrar. Cachorro de gente pobre, num sabe como é, um latido safado: — Uau, uau. — Sai daí, diabo, saí daí diabo. Uau, uau — Sai daí, Não é como o rompister lá da fazenda, aquilo é que é cachorro gordo... Sai daí, diabo... Sartei embaixo: Samarica, o patrão mandou chamar, é pra

CARMEN VASCONCELOS [ poetisa ]

Zé Dantas, que deixou tantos sucessos, morreu muito jovem em 1962. E dele transcrevemos a seguir um conto, com linguajar típico, chamado “O Parto da Juvita”, depois musicado por Luíz Gonzaga: “Êita!

Capitão Barbino do Fundão! Por gosto podia se ver: fazendão, meu irmão.Todo ano havia uma festa, e era festão. Era lá na Serra dos Bezerros, Capitão Barbino reunia o pessoá e vinha gente de longe...”

chegar cedo, a muié tá necessitada. Ela disse: Traga o alazão véi, bote o si’ão inriba que eu chego já. Nessa voz eu peguei o alazão de Samarica. Samarica tinha uma perna de pau e usava um chinelo no pé, era pra lá e pra cá: chiquipó, chiquipó, chiquipó, chiquipó... Disse: Pronto? Digo: Tá tudo pronto! Diz: Me ajude a montá. Peguei na perna de pau de Samarica, quando eu fiz força, ela quase inguiça pu oto lado. Ajeitei a veia e coisa e tal... — Samonte, Samarica, vamo simbora. Sapequemo as espora e saímo danado: piririco-ticotico, piririco-ticotico, piririco-ticotico, piririco-ticotico...

Patataco-tacotaco, patataco-tacotaco... Piririco-ticotico, piririco-ticotico... Ôeeemmm... pá! Piririco-ticotico, piririco-ticotico, piririco-ticotico... tchiquitum, tchiquitum, tchiquitum... Piririco-ticotico, piririco-ticotico. Patataco-tacotaco, patataco-tacotaco... Piriricoticotico... Êpa! Avistei a casa do Capitão Barbino, sartei embaixo e disse: — Pronto Capitão! — Êita! Caba danado! Caboco dos otos tempo. O cuspe inda num secou. Samarica entrou lá pra dento, vestiu logo um vestido verde e amarelo, que era o padrão nacioná. Diz: acenda um incenso, acenda um incenso, bota a muié no cepo, tira a muié do cepo de novo. Bote uma foia verde debaixo da língua dela. Vamo, vamo, muié! Dá uma nargada de fumo pra ela ir mastigando. Mastigue o fumo, muié, e num simporte. Vamo, vamo, mastigue o fumo. Bote um dente de ai na venta dela. Bote uma chave no sei. Vamo, vamo, muié. Bote uma faca fina no dedo grande do pé.

Vamo, muié, mastigue o fumo e num simporte. Bota a muié pra andá de quatro pé. Bote uma cangaia inriba, aperte a sai, aperte a inquiridera, aperte o ramo, mastigue o fumo. Hem! Hem! O menino nasceu, mas nasceu morto. Tem nada não. Bata uma enxada no pé-duvido dele: tengo, tengo, tengo.— Cohen, Cohen... Nessa voz o Capítão Barbino destambocou uma riúna lá fora: Pêêiiii... E ainda na fumaça da porva, entrou dento do quarto e disse: O nome do menino é Bastião.

Humor Fino [ Amâncio ]

NELSON PATRIOTA [ escritor ]

Como se fosse uma nota musical

Um conto de Natal para o nosso tempo

ivros, mármore, quadros, música/me destinam ao que sou. Cheiros e sabores também, como em Proust. Mais a música.

Acordes são máquinas do tempo. Eles transportam. Gosto de quem eu encontro na música? Serei eu mesma? Sim, eu gosto. Concedo, gosto. Gosto daquela pessoa que reconheço na música. Que pode ser mais que uma nota?

Sim, eu gosto, mas não seria aquela pessoa de novo. Há um misto de nostalgia e estranhamento. Voltar a si mesma ou voltar-se para si mesma? Estar diante do que fui, levada pelos acordes de uma canção. Estou diante de alguém que tinha inocência e me sinto grave e febril, como se tivesse atravessado eras. E, sim, atravessei. Atravessei espelhos... Banhei-me em muitos rios. Rios de música. Depois de tantas travessias, de tantas navegações, era claro mudar-me. É, a música é assim: transporta mesmo. Ando ouvindo de novo as músicas da minha vida. Digo assim porque elas me lembram etapas, períodos. Como escavar camadas da existência. Músicas são lugares e nestes lugares há pessoas.

Como sempre fui compulsiva com músicas (quando gosto de uma, ouço mil vezes), cada uma me leva ao tempo em que eu a escutava constantemente.

Na vitrola (com agulhinha e tudo) eu escuto infância e adolescência. Depois, o CD player conta outras tantas histórias. A maior parte dessas histórias, concedo, é para boi dormir. Mas tem umas do boi da cara preta, histórias de assustar nenéns.

Essa história de perder a inocência tem mesmo. Tenho saudades de acreditar em coisas nas quais não creio mais. Mas, ao mesmo tempo, não queria passar de novo pela perda da inocência, esses ritos de passagem são dolorosos.

Devia haver um jeito de pular da candidez para a experiência sem sentir dor. Bem, pelo menos tem um jeito de voltar a certas coisas, sem entrar nelas: é a música.

Penso nessas coisas não só porque liguei a vitrola. Assisti esses dias ao filme de Laís Bodanzky, “As melhores coisas do mundo”. É um filme sobre a adolescência e seus ritos de iniciação e passagem. Fiquei com nós na garganta em várias cenas. É comovente o olhar de “não saber” que têm as pessoas quando estão amadurecendo. Por toda a nossa vida, há momentos em que esse olhar nos vem, mas quando somos jovens ele é constante. É uma sensação de tudo acontecer ao mesmo tempo e de se querer viver tudo o que acontece. É uma pena quando não nos dispomos a olhar “como quem não sabe”, quando fechamos esse olho, quando nos fechamos, quando nos recusamos a aprender.

Mas esse filme também é música. “As melhores coisas do mundo” é conduzido por uma música. Uma música marca a fase da vida do protagonista.

A maioria de nós tem uma vida musical.

Viver é acumular acordes, experimentar ritmos. Há músicas que nos contam, nem que seja só para nós mesmos. E há músicas que nos curam, também com aquelas curas secretas como quando só nós sabemos de nós.

ue tal se Jesus e Cristo houvessem sido duas pessoas distintas, e não uma, como rezam as Escrituras? E mais: se Jesus fosse um homem dominado por uma paixão avassaladora, enquanto Cristo não passasse de um escrevinhador calculista, obcecado da inveja inconfessável pelo irmão e que, por isso, se torna presa fácil de uma conspiração na qual vê apenas bons propósitos?

Seguindo as pegadas do Saramago de “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” e “Caim”, no qual o velho e, em seguida, o novo Testamento são postos de ponta-cabeça, e, em decorrência, os protagonistas desses livros cumprem um roteiro inteiramente novo saído da pena do ficcionista, do mesmo modo, o inglês Philip Pullman reconta, em “O Bom Jesus e o Infame Cristo” (Cia. das Letras, 2010), a história da Natividade, rompendo com um de seus marcos basilares: a unicidade da figura histórica de Jesus Cristo.

Ao contrário, porém, do que acontece nos livros “bíblicos” de José Saramago, onde a Transcendência desempenha um papel-chave, contracenando com suas criações humanas e recaindo nas suas mesmas fraquezas, no livro de Pullman essa variável é dispensada, uma vez que os “milagres” operados por Jesus são postos de tal forma a sempre caberem dentro das possibilidades do real.

Não surpreenderia, portanto, que num contexto tão fluido como é a reconstituição dos personagens bíblicos centrais do drama da Paixão, o autor lance mão de alguns artifícios a fim de mais bem fundamentar sua história. As proverbiais e às vezes obscuras parábolas atribuídas a Jesus no texto canônico, aparecem agora sob a forma de enigmas ainda mais indecifráveis; os diálogos de Jesus com os legistas e com os sacerdotes seguem pela mesma vereda, desconcertando-os e, aos olhos de seu irmão Cristo, soam obscuros e perigosos, uma vez que deturpam a imagem de Deus, pintando-o como um ser injusto, caprichoso e arbitrário nas relações com os homens.

Não demora, assim, que Cristo se veja participando de uma conspiração cujo alvo é sustar a trajetória de Jesus, entregando-o às autoridades romanas, cuja representação máxima na Judeia é o procurador Pôncio Pilatos. Dessa vez, porém, estamos diante de um Pilatos frio e pragmático, que não titubeia ao ordenar a crucificação de Jesus e a libertação de Barrabás, distante anos-luz daquele Pilatos que anima a trama de “O Mestre e Margarida” de Mikhail Bulgákov, com um véu de melancolia. Acometido de uma crise de enxaqueca e corroído de arrependimento, esse outro Pilatos lamenta ter ordenado o fim de Jesus porque, ao fazê-lo, ficara com o vago pressentimento de que não terminara a conversa reservada que havia tido com ele, que não ouvira bem alguma coisa...

No livro de Pullman, a presença de um desconhecido por trás da conspiração contra Jesus e doutrinando Cristo, incentivando-o a preservar as palavras proferidas por Jesus às multidões, mas torneando-as de modo a adaptá-las a um determinado fim, acrescenta à narrativa de Pullman um elemento de mistério que realimenta, sem dúvida, o interesse pela sua leitura. É importante que, enquanto escriba do Reino de que fala Jesus em suas pregações, Cristo entenda que “aquilo que deveria ter sido, tem mais serventia ao Reino do que foi”. Paralelamente a isso, aceita se passar pelo papel que, na versão bíblica, coube a Judas de Kerioth: o de delator, o que recrudesce ainda mais as antinomias entre esses irmãos tão díspares.

A tensão psicológica que marca o andamento desse conto de Natal laico não deixa de oferecer ao leitor contemporâneo novas possibilidades de interpretação do drama da Paixão, drama, aliás, cada vez mais escasso nestes tempos de entronização de outros “deuses”, mercadores de bens mais palpáveis e imediatos do que aquele anunciado pelo protagonista do Gólgota.

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CLÁUDIO EMERENCIANO [ professor da UFRN ]

Paragem do tempo natureza germina uma simbologia sentimental, atávica e nostálgica. Certas árvores identificam um estado de espírito. Evocam fatos, reminiscências, tradições, acontecimentos e relações. O olmo, por exemplo, é notável fonte de inspiração para os que nascem no clima temperado. Foi "À sombra do olmo" que Anatole France concebeu sua "História Contemporânea". Uma das sátiras mais originais e emblemáticas na literatura universal. Também à sombra de um olmo André Malraux escreveu suas "Anti-memórias" e elaborou o elogio fúnebre a Charles de Gaulle com um título magnífico e soberbo: “Quando os robles (carvalhos) se abatem”.

Circunstância que condicionou também escritores ingleses: Somerset Maugham, Charles Morgan, Shelley e Joseph Conrad. Gabriel Garcia Márquez sublimou a goiabeira em "Cheiro de Goiaba". Seria assustador aos homens do clima temperado imaginar que o mandacaru, enquanto a terra simula desolação, possuída pela seca, constitua sinal de resistência. Expressando esperança, ou um último alento do nordestino. A terra, triste e esturricada, desfaz--se do manto cinza aos primeiros salpicos do inverno e explode em vida e encantamento.

Renova-se, permanentemente, essa fantástica relação entre o homem e a terra. Vínculos imperecíveis. Nesse desabrochar do verão nordestino, acodenos a imagem do cajueiro, em cuja sombra tantos e tantas sonham, criam, exultam e extravasam sentimentos e emoções. Há quem fale nos ciprestes. Outros no cedro. E assim por diante. Mas a nossa simbologia, autenticamente nordestina, telúrica, emerge do cajueiro. O caju é a nossa fruta sentimental.

Brota da terra como um desafio. Emoldura uma paisagem, que disputa com a caatinga, geralmente cinzenta nesse período estival, prefigurando a supremacia da vida sobre a morte. Revigora a têmpera de um povo.

Falar em caju e cajueiro é reencontrar Ascenso Ferreira. Poeta, como poucos, da vida nordestina, dos seus hábitos, de suas tradições, dos seus compromissos e dos seus laços eternos. À sombra do cajueiro, dizia Cascudo, inimitável em sua prosa doce, suave, terna, simples, cantante, poética, nós, nordestinos, criamos nossos castelos e nos convertemos em "D. Quixotes", aceitando desafios que sobrepunham os "moinhos de vento". Cascudo mergulhava na cultura do povo e descrevia seus hábitos e costumes . Assim os integrava, universalmente, com va-

A

lores e coisas de povos distantes. Realizava viagens reais ou imaginárias, decantadas em "Prelúdio e Fuga do Real". Como Camus, que desvendou mistérios e decifrou enigmas da Argélia, devassando a alma gerada pela fusão de valores europeus com A natureza germina a cultura do norte da África. uma simbologia Cascudo foi também intérsentimental,atávica prete de uma visão de mune nostálgica.Certas do singular. Sem assumir árvores identificam aquela característica exótium estado de ca, em que as pessoas se inespírito. Evocam sulam do contacto com oufatos, tras culturas e povos. Aqui se reminiscências, manifestou uma alma poputradições, lar receptiva às novas formas acontecimentos e de atividades sociais. É algo relações.O olmo, realmente estranho. É conpor exemplo, é traditório o que se passa em notável fonte de nosso espírito popular. Há o inspiração para os apego à tradição. Irrompe, de que nascem no vez em quando, o medo do clima temperado. desconhecido; o temor de Foi "À sombra do riscos capazes de aumentar olmo" que Anatole incertezas e questionamenFrance concebeu tos. Como o personagem de sua "História Camus em "O Estrangeiro", Contemporânea". o nordestino parece hesitar Uma das sátiras entre vínculos antigos e a mais originais e perspectiva de transformaemblemáticas na ções sem fim. Até quando? literatura universal.

Neste verão, que renova Também à sombra em cada um a temperança, de um olmo André os cajueiros estão floridos.

Malraux escreveu Suas cargas arrastam suas suas "Antifolhas para o chão. A terra memórias" e em derredor se cobre desse elaborou o elogio manto verde, que coexiste fúnebre a Charles com a estiagem. Assim mesde Gaulle com um mo é o estado de espírito que, título magnífico e nesta época do ano, contasoberbo:“Quando gia e se infiltra nas manifesos robles tações culturais mais autên(carvalhos) se ticas e espontâneas. Desse abatem”. modo, por todo o verão, o povo entoa sua ode ao caju e ao cajueiro. Circunstâncias em que cada um pode acordar em si mesmo o que é grande e viver...

Domingo | 19 de dezembro de 2010

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[ CONSUMO ] No sábado que antecede o Natal, o comércio esteve bastante movimentado, levando otimismo aos lojistas. A expectativa é15% de incremento das vendas segundo a CDL

Gaudêncio Torquarto gaudenciotorquarto@tribunadonorte.com.br

A grandeza e a pequenez na política e Gaulle tinha exata noção de que ao político, como ao artista, é necessário o dom, moldado pelo ofício. Cercavase de cuidados com a expressão, ensinando: “os maiores medem cuidadosamente as suas intervenções. Fazem delas uma arte”. Tempos grandiosos aqueles em que as plateias se encantavam com a arte dos grandes mestres da palavra. As sentenças continham boas lições e o poder de mobilizar e atrair a atenção das massas. “Não tenho nada a oferecer-vos senão sangue, sacrifício, suor e lágrimas”, declamava Churchill para ingleses inebriados com o fervor que o primeiro ministro imprimia à convocação de guerra. “Não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer por seu país”, proclamava o presidente John Kennedy em seu discurso de posse, elevando o orgulho norte-americano. Pouco a pouco, a névoa do tempo tornou esquecidas as mais belas páginas da história. A cortina desceu sobre os palcos do esplendor e a era dos tribunos foi fechando portas, sob o eco da locução de Nietzsche no cume do penhasco nos Alpes de Engadine: “vejo subir a preamar do niilismo”. A política apequenou-se. Os atores despiram-se dos mantos litúrgicos que os cobriam de reverência. E assim, os mais altos ideais, torpedeados pelas emboscadas da modernidade política, foram suplantados por interesses mercantilistas.

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“Não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer por seu país”, proclamava o presidente John Kennedy em seu discurso de posse”

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A esfera do discurso é apenas uma das frestas que deixa transparecer o rebaixamento dos padrões da política. A degradação tem sido devastadora, destruindo mitos, corrompendo administrações, sujando reputações, maltratando doutrinas e até invadindo os espaços da privacidade. A baixeza se expande. Governantes de Nações do primeiro mundo veem suas imagens embaladas em escândalos e, pasmem, sob acusações de envolvimento em casos sexuais com menores e garotas de programa. É o que se diz do primeiro ministro Berlusconi, da Itália. Correspondências devassadas pelo WikiLeaks mostram como as potências consideram parceiros e adversários. A uma pauta de preconceitos somam-se digressões sobre o caráter (criticado) de figuras públicas. Por aqui, a corrosão também é intensa. O nosso sistema político, no fluxo da crise que fere a democracia representativa em todo o mundo, é balizado por um conjunto de elementos negativos: fragmentação partidária, desmotivação das bases, pasteurização ideológica, perda de força das casas congressuais e supervalorização dos Executivos. Também entre nós, o campo da expressão é amostra do esburacado estado da arte política.

A cada dia, a galeria de gafes ganha uma nova peça. Semana passada foi a vez do governador Sérgio Cabral, que, puxando o argumento de que o dever conclama a todos a pisar na realidade, assim falou: “Quem aqui não teve uma namoradinha que precisou abortar?" Ao defender a absurda hipótese sob forte convicção – “vamos encarar a vida como ela é” –, talvez lhe tenha escapado a conclusão de que, levando ao pé da letra a peroração para cerca de 400 empresários, tirando as exceções de praxe, a conta dos abortos ultrapassaria a casa dos 300. A maneira improvisada com que se pinçam dados (quase sempre chutados) para arrematar pontos de vista também faz parte do mau trato que se dá à política. Quando o comandante Cabral conclama a plateia a encarar a realidade, certamente o faz com a intenção de expurgar a camada de hipocrisia que reveste partes do corpo político.

O que, convenhamos, seria positivo. Por que, então, é alvo de críticas? Ora, porque sua indagação é uma aleivosia, uma falseta, um exagero; ademais, defender a legalização do aborto sob o argumento de que sua prática

é generalizada é pinçar um sofisma. Por último, a questão da hipocrisia: se há real interesse em extirpar a falsidade que cerca a vida cotidiana, o orador deve incluir outros fatores que não apenas aqueles que realçam um discurso para agradar plateias.

Certos homens públicos esquecem que portam o dever de compartilhar ideário, rotinas e ações com a coletividade. Seu mandato não lhes pertence. É do povo. Portanto, o que pensam e o que dizem devem integrar as demandas da parte da sociedade que os elegeu. O chiste, a piada pronta, a improvisação, o jeito brincalhão de animar audiências – elementos que se imbricam ao modo brasileiro de ser – hão de ser devidamente controlados e ajustados aos momentos, sem firulas, sob pena de se transformarem em bumerangues contra os porta-vozes. Foi assim com o próprio Lula, que, em momentos de descontração, cometeu algumas apelações. Com Maluf, que nunca se livrou do indefectível “estupra, mas não mata”; com Marta Suplicy que, ministra do turismo, não se conteve e, ante o caos aéreo, saiu-se com o “relaxa e goza”; ou com o incontrolável Ciro Gomes, recordista de frases de péssimo gosto.

Exemplo: “Fortaleza é um prostíbulo a céu aberto” (criticando a administração petista em 2008).

Aliás, a dúvida persiste: ministro do governo Dilma, terá controle para dobrar a língua? É sabido que entre a arte (dramática ou política) e o artifício, existem relações. Os políticos como os atores teatrais exercem papéis. Explica-se, assim, como a teatralização da vida pública gera simulação, mentiras ou falsas versões. Sob o abrigo da representação, os atores políticos desempenham também roteiros. Alguns tentam fazê-lo de maneira decente, inspirandose no ideário original da política, que é o de bem servir à comunidade; outros exageram na interpretação do papel, fazendo uma figuração artificial e distante das expectativas de suas bases. E, por fim, existem os figurantes que, a pretexto de defender a verdade, a sinceridade, a expressão do coração, acabam cometendo tolices. A política incorpora uma liturgia própria, com ritos, costumes, semântica e estética. Seus integrantes precisam seguir à risca ditames, valores e princípios que a inspiram.

Sem fazê-la um teatro de ilusão.

Ou palco para representação de sua ópera bufa.

Comércio acentua alta de movimento na reta final FOTOS:ALEX RÉGIS

último final de semana antes do Natal está movimentando bastante o comércio e levando otimismo aos lojistas da capital potiguar.

A expectativa de um final de ano positivo se reflete na estimativa de 15% de incremento das vendas, em relação ao mesmo período de 2009, feita pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Natal. E, caso confirmado, esse percentual fará com que o 2010 tenha o melhor mês de dezembro para o comércio natalense, ao longo de 10 anos.

Nos bairros da Cidade Alta e Alecrim, tradicionais pontos de comércio de rua, a manhã do sábado foi marcada por intenso fluxo de pessoas e veículos, deixando o trânsito bastante confuso.

Situação semelhante podia ser vista no maior shopping da cidade, que pouco após às 10h de ontem já contava com muitos clientes em lojas e corredores, além de ser difícil para os motoristas encontrar vagas no estacionamento.

Bastante otimista com as vendas deste mês, a responsável de uma loja de brinquedos, Priscila Andrade, revela ter a expectativa de vender 30% a mais do que em dezembro de 2009. De acordo com ela, entre os produtos mais comercializados atualmente, destacam-se o Ben 10, Barbie, Zhu Zhu Pet, Patati Patatá, Playmobil e os tradicionais jogos, como Banco Imobiliário e Uno. “Vem muito adulto com crianças na loja. As pessoas não têm medo de trazer os pequenos para escolher o brinquedo, além de ser uma forma de garantir que o presente irá agradar”, conta.

Um pouco mais comedida, a gerente de uma loja de bijuterias e presentes, Jaedna Queiroz, diz

O

Mesmo com horários diferenciados, os shoppings começam o dia já lotados de consumidores

Nos chamados comércios de rua, a movimentação foi intensa

perceber que o movimento se intensificou ao longo da semana

passada e o incremento nas vendas deverá ficar em torno de 15%,

[ PARTIDO ] O diretório estadual do Partido dos Trabalhadores discutiu,

ontem, o processo de expulsão do prefeito de Antônio Martins.

Diretório do PT define situação do prefeito Edmilson Fernandes diretório estadual do Partido dos Trabalhadores discutiu ontem o processo de expulsão do prefeito de Antônio Martins, Edmilson Fernandes. Até o fechamento desta edição, a punição ainda não havia sido votada, mas as principais lideranças do PT dava como certa a saída do prefeito, que na última eleição teria apoiado os candidatos do DEM e PMDB. “Se você participada de uma instituição tem que seguir as regras dela. Caso não concorde, deve sair. Na verdade essa é uma auto-expulsão, pois o próprio prefeito procurou essa situação quan-

O

do ficou contra as orientações do partido”, disse o presidente estadual do PT, Eraldo Paiva.

O deputado estadual Fernando Mineiro, disse que essa era uma situação constrangedora. “Acho que não precisava ter chegado até este ponto. O prefeito deveria ter a consciência de pedir para sair. Se você não concorda com as orientações, o mais correto é deixar o partido. É constrangedor”, disse Mineiro.

O ex-vereador Hugo Manso disse que não há nenhuma polêmica nesse processo. “Nós vamos oficializar a posição do prefeito de Antônio Martins – que quando

não apoiou o partido mostrou sua vontade de sair”, disse Hugo.

A comissão de ética do PT já opinou pela expulsão do prefeito.

Uma das provas anexadas no processo contra os políticos foi o documento chamado “Nota a população de Antônio Martins”, onde estão citados os “candidatos do prefeito” e a nota é assinada pelos cinco parlamentares. Eles declararam apoio a Rosalba Ciarlini (que disputou o Governo pelo DEM), os senadores Garibaldi Filho (PMDB) e José Agripino (DEM) e ainda os deputados federais Henrique Alves (PMDB) e Betinho Rosado (DEM).

em relação ao período de festas do final do ano de 2009. “O movimento está esquentando e esperamos que esta semana ‘bombe’ no comércio”, afirma.

Horário de funcionamento Para atender a quem deixou as compras para a última hora, o comércio natalense está funcionando em horários diferenciados.

A maior parte das lojas do Centro da Cidade e Alecrim funcionará no dia de hoje e estenderá seus expedientes até às 20h, podendo abrir até 22h ao longo desta semana.

Entre os shoppings, alguns abrirão suas portas às 9h e poderão manter o funcionamento até às 2h da manhã. Além disso, supermercados de grandes redes permanecerão abertos por 24 horas, nos dias que antecedem o Natal.

[ URBANA ]

Braseco comenta declarações de Afonso ndignada com as declarações do presidente da Urbana, Bosco Afonso, a BRASECO, empresa que administra o aterro de Ceará-Mirim, garante que a dívida de R$ 6 milhões deverá ser paga pela Prefeitura do Natal. O débito é referente a reajustes não concedidos no período de 2004 a 2008 e em entrevista concedida à TRIBUNA DO NORTE na sexta-feira passada, Bosco Afonso afirmou não reconhecer esta dívida, uma vez que ela foi “adquirida na gestão anterior”. Através do advogado, Marcos Gurgel, a BRASECO reitera que a dívida foi contraída pela administração municipal e seu pagamento independe do gestor que esteja à frente da Prefeitura. “Tanto faz ser a dívida da administração de Carlos Eduardo, Wilma ou Micarla, que também vai deixar dívida”, disse.

De acordo com Gurgel, existe um aditivo que foi reconhecido pelas gestões anterior e atual.

Além disso, durante uma reunião no Ministério Público, o secretário de Planejamento e Finanças de Natal, Augusto Carlos Viveiros, reconheceu a dívida. “Isso consta em ata. A reunião aconteceu em abril ou maio”, completa.

Para o advogado, a Urbana está assumindo uma postura de radicalismo. Na segunda-feira vai procurar o diretor da urbana e o secretário de finanças para saber se esse é o posicionamento da prefeitura. Dependendo do resultado da reunião, a empresa vai sim procurar a justiça.

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Domingo | 19 de dezembro de 2010

economia DÓLAR COMERCIAL Compra R$ 1,713 Venda R$ 1,715 DÓLAR PARALELO Compra R$ 1,78 Venda R$ 1,87

POUPANÇA HOJE AMANHÃ CDB BOVESPA

SALÁRIO MÍNIMO 0,5735% 0,5500% 10,71% -0,72%

R$ 510,00 TAXA SELIC

10,75%

TELEFONES ÚTEIS Receita Federal: 3220-2200 Procon Estadual: 3232-6770 Procon Municipal: 3232-9050 DRT RN: 3220-2000

FISCO

Marco Aurélio Barbosa faz avaliação do trabalho da Receita em 2010.

PÁGINA 3 DÓLAR TURISMO Compra Venda EURO Compra Venda

R$ 1,663 R$ 1,793 R$ 2,254 R$ 2,256

Editor: Vinicius Albuquerque e-mail:vinicius@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 19 de dezembro de 2010

Empresas do segmento ligado à decoração planejam forte expansão concentrada em shoppings populares e cidades de menos de 500 mil habitantes. Classe emergente começa a mostrar interesses antes vistos só na camada A e B [ CONSUMO ]

Decoração ao gosto da classe C RODRIGO SENA

ão Paulo (AE) - A alta da renda e o “boom” da construção ampliaram o público que consome móveis planejados e design no País. Empresas desses segmentos planejam forte expansão concentrada em shoppings populares e cidades de menos de 500 mil habitantes. Para abrir 100 lojas até 2012, a rede de decoração Imaginarium criou lojas compactas para bairros fora do eixo das classes A e B. Líderes em cozinhas, Dell Anno e Todeschini hoje crescem com marcas criadas para atender ao consumidor emergente.

Para atender a um amplo escopo de consumidores, redes de decoração e produtos para a casa se veem obrigadas a melhorar a qualidade de produto de preço mais em conta. A Zelo, rede de 42 lojas de cama, mesa e banho, abandonou recentemente sua tradicional linha de edredons populares, vendida por muitos anos a R$ 45. “O consumidor não queria mais pagar o preço pedido pelo produto, que passou a considerar de inferior”, conta Mauro Razuk, diretor da empresa que vai fechar 2010 com receita de R$ 320 milhões. “O jeito foi criar outra linha, mais cara, de tecido importado, com um toque mais agradável.

Evoluímos com o cliente.”

Apostando na busca do consu-

S

midor por qualidade, a Dell Anno criou, no início de 2009, a cadeia New, para atrair o consumidor que antes consumia os armários vendidos em grandes magazines, como Casas Bahia. Segundo o diretor-presidente da Dell Anno, Frank Zietolie, o cliente está disposto a apertar o orçamento para ter acesso a um produto personalizado.

Prova disso, diz ele, é a expansão da New: em menos de dois anos, foram abertas 400 lojas, e 200 estão previstas para 2011. Hoje, a marca popular já representa 20% dos R$ 400 milhões de faturamento da Dell Anno - e a expectativa é que esse número chegue a 30% no curto prazo. A estratégia de aumentar a oferta de produtos para a classe C também foi adotada pela Todeschini, que já contabiliza 700 pontos de venda de sua bandeira “alternativa”, a Italínea.

Para atender a um público mais amplo, o preço das tradicionais cozinhas planejadas teve de cair drasticamente. De acordo com Zietolie, um projeto “médio” da Dell Anno custa cerca de R$ 25 mil, enquanto na New o valor cai para R$ 6 mil. “A diferença é que a cozinha da classe A é customizada, enquanto a da classe C é básica. O móvel para esse público tem que ser funcional, já que essas pessoas geralmente vivem em imó-

veis menores”, explica. Além disso, com o orçamento mais apertado, o cliente emergente tende a ser “duro na queda” ao negociar: “Eles pesquisam, vão à concorrência, pedem desconto e parcelamento.”

A troca dos velhos armários de cozinha por móveis planejados é vista por Renato Meirelles, sóciodiretor do Instituto Data Popular, como mais um elemento na busca da classe C por qualidade. Esse universo de consumidores, que inclui mais de 50% da população brasileira, costuma ser especialmente criterioso na hora da compra: “A classe C compra menos mercadorias de baixa qualidade do que os ricos. Não existe espaço para erro: se comprar errado, terá de usar aquele item até o fim”, explica. Pesquisa do instituto mostra que a cesta de compras das classes A e B tem 37% de produtos “populares”, proporção que cai a 30% na classe C. À medida que as opções de móveis planejados crescem, quem pode acaba fazendo a casa inteira. É o caso advogada paulistana Pâmela de Lima Lopes, de 28 anos.

De casamento marcado para 2011, ela mandou fazer quarto, escritório, cozinha, lavanderia e sala de estar do apartamento de 80 metros quadrados que financiou no bairro do Tatuapé.

Empresas pegam carona no interesse em alta

De cozinhas planejadas,a mimos para o centro: classe C quer mais

A Imaginarium, rede de Florianópolis que hoje contabiliza 80 lojas no País, resolveu investir pesado em áreas comerciais voltadas à classe C depois da experiência no Norte Shopping, no Rio de Janeiro, onde o faturamento de um quiosque quase se equiparou ao de uma loja “clássica” da empresa de decoração. Com as 100 unidades previstas nos próximos dois anos, a Imaginarium vai mais do que dobrar o número de pontos de venda no País, de acordo com Carlos Zilli, diretor executivo da companhia. O faturamento, hoje em R$ 90 milhões ao ano, deve acompanhar a tendência.

Outra rede que pega carona no interesse da classe C por design é a Tok & Stok, que pretende dobrar o número de lojas nos próximos até 2013 - hoje, são 32 unidades no País. A rede de móveis também reforçou o atendimento em cozinhas planejadas, de olho no mercado imobiliário aquecido.

“Temos produtos de várias faixas de preço, que podem atender a diferentes públicos”, diz Paul Dubrule, diretor financeiro da rede.

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economia

Domingo | 19 de dezembro de 2010

TOMISLAV R. FEMENICK [ AUDITOR INDEPENDENTE E PERITO CONTÁBIL ]

Negócios &Finanças LUIZ ANTÔNIO FELIPE laf@tribunadonorte.com.br

Reformas são urgentes analista da S&P Marko Mrsnik, diz que o Brasil deveria aproveitar sua situação econômica relativamente tranquila para fazer as reformas da previdência. A Ucrânia, Rússia, Brasil e Romênia, segundo o estudo, deverão ter os maiores gastos com pagamento de pensões em 40 anos, devido ao fato de não terem reformado seus sistemas. A estimativa é que o Brasil hoje gaste 13,6% do PIB com pagamento de pensões. Em 2050, essa fatia poderá abocanhar 15,8% do crescimento, acima da média geral de 49 países (10,3%), das economias avançadas (12,2%) e dos países da América Latina (8,6%), só para exemplificar. “É sempre pior fazer reformas em momentos de crise, como a Grécia e Portugal estão fazendo agora. Mas países como Itália, por exemplo, já vinham implementando mudanças graduais e agora enfrentam a crise com maior facilidade”, diz.

O

AMEAÇA Autor do livro “Demografia, a ameaça invisível”, o economista Paulo Tafner diz que o Brasil precisa elevar a idade mínima da aposentadoria para 65 anos, e aumentar o período de contribuição. Ele defende ainda o fim do reajuste das aposentadorias pelo salário mínimo e o acúmulo de benefícios. As mudanças valeriam para novos entrantes, com regras de transição para quem já contribui para a previdência.

Receitas

Décimo

Estados e municípios aguardam com expectativa o repasse amanhã, da segunda parcela do Fundo de Participação de dezembro. O Governo Federal vem acenando com a possibilidade de depositar o reajuste de 18% prometido no final de novembro, especialmente, para os estados e municípios mais pobres da federação.

O servidor estadual recebe amanhã (20), o pagamento do 13º salário e, na semana seguinte, dias 29 e 30, os salários de dezembro. Neste item, a futura governadora Rosalba Ciarlini ficará livre desses compromissos. Também receberão a segunda parcela do décimo, amanhã, os trabalhadores da iniciativa privada.

POUPANÇA O Banco Central fixa o rendimento da poupança para janeiro de 2011. Encerra dezembro com 0,56% de correção e começa janeiro em alta com 0,64%, 0,58% e 0,56%, nos três primeiros dias do ano novo.

Exportações x mercado As exportações deverão crescer moderadamente em 2011, por conta da combinação entre a valorização do preço das commodities e a redução do peso dos produtos industrializados na pauta de vendas do Brasil para o

exterior. Muitas empresas estão se voltando para o mercado interno, que vem consumindo cada vez mais. Se o crescimento econômico do país não sofrer desaleceração, 2011 será mais um ano de comemoração.

TRIBUTOS Mesmo sem a CPMF, a carga tributária aumentou no Brasil. Desde dezembro de 2007, quando foi decretado o fim da CPMF o governo não perdeu nada em suas receitas. Então, decidiu recalibrar outros impostos, como o IOF, aumentando a carga tributária da União de 23,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007 para 24,1% do PIB em 2008.

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Uma psquisa revela que a nova classe C do Brasil já compra quase a metade dos eletro e eletrônicos,e tornandose a principal consumidora dessse produtos,durante o governo Lula da Silva.

Deve fechar o ano responsável por 45% das vendas.Em 2003, essa faixa tinha 27% das compras.Já o consumo das classes A e B caiu de 55% para 37%.

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Quitação de dívidas e investimentos são o melhor destino para a segunda parcela do 13°,aponta o professor de finanças da FGV-EESP (Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas),Samy Dana.

Antes de ir às compras, o aconselhável é quitar dívidas,sobretudo, aquelas com taxas elevadas,sugere o professor.

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O funcionamento bancário para o Natal e fim de ano exige atenção.No dia 24 (sextafeira próxima),véspera de Natal,quando os trabalhadores em geral não dão expediente na parte da tarde,os bancos terão atendimento ao público durante duas horas:das 8h às 10h (horário de Brasília).Na sexta-feira (31),véspera de Ano Novo,os bancos não abrirão.

ENERGIA O Fundo Rio Bravo, que é sócio da Nutriday no RN, capta R$ 300 milhões com um fundo de energia. O Rio Bravo Fip de Energia I sai do papel como o primeiro fundo de private equity criado por um movimento associativo de fundos de pensão patrocinados por empresas do setor de energia, organizado pela Fibra (Fundação Itaipu), Fachesf (Fundação Chesf) e Eletros.

PREÇOS Os promotores de shows e outros eventos artísticos, no Teatro Riachuelo, precisam adaptar os preços à realidade do poder aquisitivo de Natal. Hoje, custa mais caro do que no Rio e São Paulo, embora a casa tenha capacidade para 1,5 mil pesoas. Também não podem esquecer os turistas, através das empresas de receptivo.

AMBIENTE A Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), o Idema de lá aprovou a licença ambiental de seis parque eólicos e de mais resort, o Complexo Turístico Fortaleza Golf, a ser instalado no município de Aquiraz. Os projetos de energia eólica, em cima de dunas, só poderão ser construídos após a emissão da licença de instalação.

REFORÇO O Carrefour garante um reforço nos segmentos de bebidas (espumantes, vodkas, vinhos e whiskys), e nas adegas com mais de 500 rótulos de bebidas de diversas nacionalidades. A expectativa é crescer 15% nas vendas desses itens. Além do Peru, prato dos mais representativos das festas de fim ano, os cortes de Suínos Temperados e Recheados também atraem neste período.

Contendas em empresas familiares nquestionavelmente, a sucessão e a continuidade das empresas de família é um dos problemas recorrentes do mundo empresarial. Três causas se juntam para formar esse distúrbio orgânico no seio das organizações gestadas e geridas no seio familiar: a falta de renovação das ideias (o que as enfraquece perante a concorrência), a desconfiança e a disputa pelo poder. Estes dois últimos casos são motivos de muitas causas judiciais, das quais todos nós temos conhecimento.

Esse tipo específico de processo exige cuidados especiais do Perito Contábil, quando ele é chamado a se pronunciar sobre patrimônio, valores e gestão. Nessas condições, os procedimentos de perícia contábil (segundo a natureza e complexidade da matéria) devem abranger: a) exames e análises de livros e documentos; b) constatação de situações circunstanciais; c) indagações junto a conhecedores do objeto da perícia; d) pesquisas que buscam evidenciar fatos ocultos. Todos esses procedimentos têm por base critérios técnicos tais como o arbitramento, que consiste em determinar valores ou solucionar controvérsia, constatação de despesas e receitas, determinação de valores de bens, direitos e obrigações etc. Ao assim proceder, o perito contábil certifica esses essas ocorrências, que é a informação evidenciada e trazida ao laudo, conferindolhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída ao profissional.

Tratando-se da perícia em causas que envolvam empresas familiares, o perito deve, mais ainda, planejar e organizar os trabalhos de acordo com o conteúdo das provas apresentadas pelas partes ou evidenciadas

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em resultado de seu trabalho. Assim, após o exame dos autos, o perito contábil nomeado em juízo deve manter contato com os peritos assistentes indicados pelas partes, facultando-lhes o acesso aos autos e (sempre que possível em comum acordo), fixando dia, hora e local para o início efetivo das diligências, comunicando-lhes estes dados por escrito e com antecedência.

Concluída as diligências, o perito contábil (nomeado pelo juiz) e os peritos assistentes (escolhidos pelas partes) discutirão o laudo, e havendo unanimidade, o perito contábil o redigirá para ser subscrito por todos.

Note-se que, quando houver divergências e essas não forem substanciais, será lavrado laudo único, também redigido pelo perito contábil, que nele fará constar as ressalvas dos peritos contábeis assistentes. Havendo divergências substanciais, o perito e os assistentes redigirão laudo em separado, dando suas razões.

Muitos desses procedimentos são usuais em todas as pericias contábeis, todavia maior cuidado e rigor deve haver nas pericias em “empresas de família”. Isso porque, enquanto nas outras sociedades os interesses envolvidos quase sempre se limitam ao campo financeiro, nas entidades cujos sócios são parentes há outros componentes, esses irracionais, puramente emocionais, tais como amor e ódio. Por isso, nesses casos, o trabalho dos peritos deve ser cercado de elementos concretos de constatações e evidências, presentes nos laudos técnicos. Também no mesmo contexto, é recomendado que os peritos contábeis do juiz e das partes se reúnam, conferenciando entre si com o objetivo de discutir o laudo, diminuindo as pos-

sibilidades de erros e questionamentos posteriores.

Por outro lado, o perito contábil deve evitar e denunciar qualquer interferência que possa constrangê-lo em seu trabalho, não admitindo, em nenhuma hipótese, subordinar sua apreciação a qualquer fato, pessoa ou situação que possa comprometer sua independência e a natureza de imparcialidade assumida pelas suas conclusões expressas no laudo. Essa observação é especialmente válida para as questões jurídicas que envolvem empresas familiares, onde não é incomum a prática de pressões sobre a tarefa do perito. Primeiro há que contornálas com habilidade; depois, denunciar à autoridade, ao juiz da causa. A quebra da independência não se opera unilateralmente; só do conluio e da conivência ativa e passiva resulta o desvirtuamento de qualquer processo.

Todo o trabalho do perito contábil deve ser descrito no Laudo de Perícia, peça escrita de forma circunstanciada, na qual os peritos expõem as observações e estudos que fizeram e registram conclusões fundamentadas de suas investigações. O perito contábil deve expor, de forma clara e objetiva, a síntese do objeto da perícia, os critérios adotados e as conclusões. Havendo quesitos, estes serão transcritos e respondidos na sequencia em que foram formulados, mencionando, quando houver, a juntada de quadros demonstrativos, documentos ou outros anexos. As respostas aos quesitos serão circunstanciadas, não sendo recomendadas aquelas as do tipo “sim” ou “não”. Não havendo quesitos, a perícia será orientada pelo objeto da causa.

OTOMAR CARDOSO LOPES JÚNIOR [ PROFESSOR DE POLÍTICAS ]

Rico em petróleo, pobre em ICMS Rio Grande do Norte é rico em petróleo; mas, pobre em ICMS do petróleo.

Essa é uma das raras contradições em que a Constituição cidadã de 1988 propaga seus efeitos perversos até os dias atuais: essencialmente em todos os produtos o imposto é cobrado e dividido entre o local de produção e o local de consumo (a energia elétrica, além do petróleo, é outra exceção). O ICMS que pagamos todos os dias para os demais produtos não fica somente no RN, pois parte torna-se receita do estado onde foi vendido ou fabricado. É assim que acontece naturalmente no Brasil.

Há, infelizmente, exceções que nos afetam (muito) diretamente.

O petróleo é uma dessas aberrações legais onde não vale muito a pena se gabar de ser um rico produtor visto que isto não significa, necessariamente, também ser um rico arrecadador. Em outras palavras, todo o petróleo produzido gera muito mais riquezas onde estão as refinarias, a muitos quilômetros de distância de nossas cidades de onde é extraído o “ouro negro”. Essa é a siste-

O

mática: o óleo bruto sai do RN sem pagar seus impostos, segue para a refinaria para ser transformado em gasolina, gerando um enorme valor agregado mas, ao final, nós aqui, quando compramos esse combustível somos obrigados a pagar ICMS para outro Estado sobre um produto que já foi, mesmo enquanto matéria-prima bruta, nosso!

Vejam que contradição: para que outra Unidade da Federação adquira nosso petróleo não precisa nos pagar nada mas, para que nós possamos usufruir de um derivado de um produto explorado e encontrado no Rio Grande do Norte, temos que pagar ICMS. Pagamos, na verdade, outro tipo de royalties. Não aquele que recebemos, considerado como “indenização” pela exploração, mas algo equivalente a um misto de indenização/compensação pela transformação da matéria-prima em um bem de muito maior valor agregado. São royalties absolutamente desnecessários e essencialmente indevidos.

A Constituição que tanto pautou suas mudanças pelos Princípios da Isonomia em que os desiguais, em suas proporcionalidades, devem ser tratados de forma equivalente, já

deveria ter extirpado essa distinção negativa para o Rio Grande do Norte.

O momento de mudar, novamente, é agora. Vamos entrar em um novo ciclo de riquezas no Estado com a energia eólica que, também injustamente, tem seu imposto cobrado diretamente no consumo. Teremos, verdade, os investimentos produtivos e os empregos gerados no Estado que agora deverão interiorizar-se mais ainda com a energia eólica (rumo ao litoral Norte e à região do Mato Grande), ampliando a faixa de produção de energia além das regiões de Guamaré e Mossoró. Mas, poderíamos ter muito mais: essa imensa fortuna em matéria-prima está gerando pouca riqueza na arrecadação de impostos.

Somos ricos em petróleo, pobres em ICMS. Caminhamos para sermos ricos na produção de energia – com os parques eólicos – mas continuaremos a ver passar essa nova riqueza Brasil afora. Conquistamos, há tempo, a idéia nacionalista de que “o petróleo é nosso”; mas a Constituição de 1998 perpetuou que o imposto é apenas para alguns estados; até quando?

SILVIA ALAMBERT [ EDUCADORA FINANCEIRA ]

Mentes criativas planejam o sucesso! entro de sala de aula fica simples observar como a questão financeira é tratada dentro da família, em virtude do comportamento e expressão das crianças durante uma aula de educação financeira. Observo no dia a dia com as crianças que, mesmo com dinheiro de “brincadeira”, a maioria tem medo de investir por medo de perdê-lo. Claro, ninguém gosta de perder dinheiro e já é sabido e provado pela neurociência que quando temos e vemos o dinheiro em nossa mão, o sentimento de não querer “perdê-lo de vista” faz com que gastemos menos (por isso muitas pessoas cometem excessos com o cartão de crédito, porque é um dinheiro que não se vê).

O fato é que parece que as pessoas têm menos medo de gastar, nem que seja com inutilidades, e mais medo de investir dinheiro (quando deveria ser o inverso). Ao deixar de investir dinheiro, seja lá em qual poderia ser o investimento de preferência, cada pessoa deixará para depois a tranqüilidade do futuro. As pessoas parecem preferir sonhar com a ajuda de longos financiamentos, ao invés de sonhar com o dinheiro rendendo e trabalhando para elas no longo prazo, simplesmente por medo de achar que irão perder este dinheiro investido.

Devemos, portanto, procurar conhecer o que é desconhecido para sabermos avaliar os possíveis riscos que poderemos (ou iremos querer) correr ao investir dinheiro em algum tipo de aplicação, ao invés de ficar-

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mos estagnados ou fugindo do assunto ou fechando os olhos para não investirmos dinheiro. Por isso, o mais importante, é transmitir às crianças a importância de investir dinheiro ao longo da vida e que cada pessoa tem um jeito para escolher como quer investir: uns são mais ousados e outros já são mais conservadores.

Por isso, permita que suas crianças tenham a ideia de que até uma simples caderneta de poupança é o melhor rumo para o dinheiro que está parado dentro da carteira ou engordando o porquinho. É importante que a criança saiba que riscos existem para serem administrados. (ei, ao sairmos de casa já estamos nos arriscando.) Não podemos simplesmente fugir deles.

Se você já tem uma caderneta de poupança, uma previdência, investe em ações ou outra forma de investimento para garantir o futuro de sua família ou de seu filho, partilhe isto diretamente com sua criança. Outro detalhe importante é criar sempre atitudes positivas, ou seja, manter sua mente de forma criativa sempre. Fomos criados em uma época bem diferente e, para quem leu “Pai Rico, Pai Pobre”, do Kiyosaki, sabe bem sobre o que estou falando: “Você tem que ir à escola, tirar boas notas, arrumar um bom emprego.” E hoje em dia não dá para limitar nossas crianças com esses conceitos antigos (os postos de trabalho, denominados empregos, estão se reduzindo cada vez mais!!!). Na economia de hoje, precisamos ensinar nossos filhos a pensarem em seu au-

toemprego, porque um bom emprego hoje não é mais garantia de ter um passaporte para a segurança financeira. Até funcionários altamente especializados estão encarando uma incerteza sobre o futuro deles, desejando e rezando para que nada de mal aconteça na economia que possa abalar a situação financeira de seus empregadores ou que não afete o ramo de negócio em que eles trabalham. Por isso, mais e mais, os pais devem se preocupar com a educação financeira de seus filhos.

A verdade é que os pais devem ensinar lições de educação financeira a seus filhos e devem ensinar também a serem empreendedores. Já que toda poupança deve ter um objetivo, levar seu filho a pensar qual tipo de negócio ele gostaria de ter quando crescer e incentivá-lo a conhecer prós e contras (independente do tipo de negócio que ele deseje ter), quanto de dinheiro será preciso para investir em um negócio desses, mostrar a ele que todo negócio requer um investimento inicial, que existem despesas fixas e variáveis, qual material tecnológico e humano ele necessitará, qual o público alvo entre outros, são ensinamentos básicos que precisam ser transmitidos enquanto eles são jovens, entusiasmados e com tempo para mudar de ramo de negócio. Dedique um tempo a educação financeira e ao espírito empreendedor de seu filho. Você poderá descobrir idéias fantásticas de negócios vindas da cabeça do próximo empreendedor do futuro: SEU FILHO!

Domingo | 19 de dezembro de 2010

economia

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3

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economia

Domingo | 19 de dezembro de 2010

Com a previsão de encerrar 2010 com liberação de R$ 146 bilhões, o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social mantém o crescimento, turbinado com aportes do Tesouro, mas reduz o ritmo para encarar seus limites [ INVESTIMENTOS ]

BNDES preparado para pisar no freio DIVULGAÇÃO

io (AE) - Com a rápida recuperação da economia após a crise mundial e a expansão recorde do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, que deve ultrapassar 7%, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pisa no freio.

Com a previsão de encerrar 2010 com liberação de R$ 146 bilhões, o banco mantém o crescimento, turbinado com aportes e empréstimos do Tesouro, mas reduz o ritmo para encarar seus limites.

Em dez anos, o BNDES elevou em 470% seu volume de desembolsos. Em 2007, quando emprestou R$ 64,9 bilhões, já estava entre os maiores bancos de fomento do mundo. Com a crise desencadeada nos Estados Unidos em 2008, foi escalado pelo governo para suprir a retração de crédito que fez despencar os investimentos. Liberou R$ 92,2 bilhões em 2008 e alcançou R$ 137,4 bilhões em 2009.

A expansão marcou ainda mais a distância do BNDES até mesmo de organismos multilaterais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial. O primeiro teve US$ 15,5 bilhões (cerca de R$ 26,3 bilhões) em crédito aprovado para 48 países no ano passado e o segundo, US$ 40,3 bilhões (cerca de R$ 68,5 bilhões) desembolsados no ano fiscal 20092010. O BNDES ganha ainda de similares de outros países, como o banco alemão de desenvolvimento KfW. A instituição estatal liberou 50,9 bilhões (cerca de R$ 117 bilhões) em 2009. Os ativos totais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social somaram R$ 472,4 bilhões no primeiro semestre deste ano, quase três vezes os cerca de US$ 100 bilhões de ativos do KDB, o banco de desenvolvimento da Coreia do Sul. Em 2007, os dois bancos empatavam na comparação desses indicadores.

Novo pacote permitirá redução de desembolsos

R

FINANCIAMENTO Numa comparação feita pelo banco de desenvolvimento da Rússia (VEB) com dados de 2007 e 2008, o BNDES só perdia em ativos para os similares chineses. A diferença entre o banco brasileiro e seus pares, e o que explica o seu tamanho, é a ação excessivamente diversificada para equilibrar so-

Em dez anos, BNDES elevou em 470% seu volume de desembolsos que vai de hidrelétricas a farinha de trigo para fabricar pão

bre os ombros cerca de 70% do financiamento de longo prazo feito no Brasil. Hoje, o BNDES financia do ônibus à hidrelétrica, do estaleiro à farinha para pão francês, da sala de cinema ao estádio de futebol. Viabiliza praticamente sozinho os investimentos do País.

Não foi à toa que o governo reagiu à crise elevando ainda mais o patamar de empréstimos do BNDES. Enquanto o consumo se manteve em alta, o investimento despencou a 16,9% do PIB com a crise. Após os empréstimos do Tesouro Nacional de R$ 180 bilhões que elevaram as liberações do BNDES em 125% entre 2007 e 2010 para acelerar a retomada de projetos, a taxa voltou ao patamar pré-crise, perto de 19% do PIB, mas preservou as limitações ao crescimento da economia.

“Para alcançar um investimento de 23% do PIB e sustentar crescimento acima de 5%, não dá para imaginar que o BNDES financie tudo isso. Podemos ter um constrangimento de financiamento nos próximos anos sem uma alternativa”, alerta o professor Ricardo Carneiro, professor do Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp).

MARCELO CASAL

Coutinho estima fatia ideal para o banco Brasília (AE) - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou na semana passada que seria ideal que a participação do banco de fomento no financiamento dos investimentos no País caísse dos atuais cerca de 25% para algo em torno de 10% a 12% nos próximos quatro anos.

“Seria bom que o mercado ocupasse esse espaço”, afirmou.

Segundo ele, as medidas anunciadas hoje pelo governo ajudarão a redistribuir o peso das alternativas para financiamento dos investimentos, que hoje são o lucro das empresas, emissões de papéis no exterior, mercado de ações, debêntures de longo prazo, crédito no sistema financeiro e, por fim, o próprio BNDES.

Coutinho:“Seria bom que o mercado recuperasse esse espaço”

Segundo Coutinho, metade da necessidade de ampliação dos investimentos nos próximos quatro anos virá do lucro das empresas, mas o restante precisa ser melhor distribuído, com peso crescente para as debêntures por meio da consolidação de um mercado em reais que estimule a poupança de

longo prazo no Brasil.

“Ao invés de haver um peso grande nas emissões no mercado externo, que geram dívida em moeda estrangeira, o ideal é que você traga o investidor internacional para uma aplicação em reais dentro do País”, afirmou o presidente do BNDES.

Rio (AE) - O governo, que vinha sobrecarregando o BNDES para estimular a economia e ainda influenciar empresas como sócio, dá sinais de que também já percebeu os limites do banco. Embora tenha aumentado substancialmente seu funding com ajuda do Tesouro, o seu patrimônio de referência é baixo (cerca de R$ 60 bilhões) para permitir operações elevadas. Recentemente, para oferecer crédito ao trem-bala, recorreu à garantia do Tesouro.

Essa limitação está no sentido do plano de incentivos ao crédito privado de longo prazo que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, promete divulgar na próxima quinta-feira. É preciso dar fôlego ao banco. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já admitiu que, se esse pacote tivesse saído mais cedo, o desembolso do banco já poderia ter sido menor este ano.

Na semana passada, Coutinho afirmou que o crescimento esperado de 6,25% este ano, bem inferior aos 48% de 2009, já deve ser considerado um sinal da decisão de “estabilizar” o tamanho do BNDES. No entanto, indicou que a intenção é mantê-lo no mesmo patamar daqui para frente, “encolhendo um pouco” com a maior participação do setor privado e do mercado de capitais no longo prazo, para focar nos grandes projetos de infraestrutura e na inovação, que têm risco alto.

“O BNDES tem de fazer as tarefas que não são rotineiras, realmente ligadas ao desenvolvimento.

Comprar um caminhão ou uma máquina para produzir sapato envolve um grau de risco muito menor e o setor privado no Brasil já tem condições de fazer isso”, diz o professor Ricardo Carneiro, da Unicamp. Para Marcelo Nonnenberg, do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), a divisão do crédito de longo prazo com o setor privado pode reorientar o banco para o papel de financiamento de longo prazo que têm hoje as instituições similares no mundo.

economia

Domingo | 19 de dezembro de 2010

A Receita divulgou, recentemente, que a arrecadação no país caiu 12% em novembro, com relação ao mesmo período de 2009. Como os números se comportaram no RN? Tivemos um aumento significativo em novembro, mas não temos ainda a análise do mês. Não temos ainda os fatores que contribuíram para o crescimento. O que podemos dizer é que a a arrecadação fazendária foi de R$ 179.065.000,00, enquanto a de 2009, no mesmo período, ficou em R$ 126.013.000,00. A arrecadação fazendária inclui todos os tributos federais, menos a contribuição previdenciária. Entram nessa arrecadação (fazendária) Imposto de Renda, Contribuição Social, PIS, COFINS, IPI, imposto de importação e imposto de exportação. A arrecadação previdenciária, em que entra a contribuição para a previdência social, em 2010 alcançou R$ 133 milhões 742 mil.

Em 2009, em novembro, foram R$ 106 milhões 115 mil. Então tivemos um aumento em novembro de 26%. E de janeiro a novembro o crescimento chegou a 19,5%.

Mesmo que ainda não haja a análise dos números, os índices de crescimento são significativos?

Sim. O crescimento da arrecadação fazendária foi de 42%. O que contribui às vezes para que isso aconteça, quando fazemos a comparação mensal, é que naquele mesmo mês no ano passado pode ter ocorrido uma queda pontual e quando volta ao normal registramos um salto. Mas ainda não temos essa análise consolidada.

De janeiro a novembro, tivemos em 2010 uma arrecadação fazendária de R$ 1 bilhão 553 milhões 224 mil. Em 2009, o número ficou em R$ 1 bilhão 269 milhões 195 mil. Houve um aumento de 22%.

Todo esse crescimento estava dentro do previsto ou superou as expectativas da Receita?

Em termos de arrecadação fazendária estamos 8% acima da meta. Na previdenciária, estamos cerca de 3% acima da meta. É um ano de recorde.

Ao longo do ano o que influenciou a arrecadação?

Foi a recuperação da economia. A própria arrecadação do Brasil cresceu nesse período 15%.

Algum fator específico contribuiu para que a arrecadação do estado tenha sido maior?

Não.

O aumento das importações do RN – o valor cresceu 116,39% entre janeiro e novembro, na comparação com o mesmo período de 2009,de acordo com o Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior – exerceu algum tipo de influência sobre esse crescimento?

O imposto de importação é pouco significativo na arrecadação. O Imposto de Renda é o tributo de maior peso. Ele corresponde a cerca de 27% da arrecadação total. A COFINS é em torno de 18%. O imposto de importação é em torno de 2%.

Nacionalmente, a Receita divulgou a expectativa de fechar o ano com aumento real de 10% a 11% na arrecadação de tributos federais, em relação a 2009.

Qual a previsão para o estado?

Nossa expectativa é em torno de 22%, sem descontar a inflação.

O nosso crescimento real então, descontando a inflação, deve ficar em torno de 15%.

Por que deve crescer mais que o país?

Só vamos ter a análise quando fechar o ano. Fazemos essa projeção com base no comportamento registrado até agora.

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ENTREVISTA/MARCO AURÉLIO BARBOSA/DELEGADO DA RECEITA FEDERAL EM NATAL

“É UM ANO DE RECORDE” RENATA MOURA repórter de economia

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arrecadação de tributos federais no Rio Grande do Norte, sem incluir contribuições previdenciárias, chegou a quase R$ 180 milhões em novembro deste ano, registrando um crescimento de 42% sobre o total recolhido no mesmo período do ano passado e uma tendência inversa à do país, que contabilizou queda no período.

“Deveremos fechar o ano com crescimento real em torno de 15%”, estima o delegado da Receita Federal em Natal, Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, calculando uma alta acima da esperada para o país. Nesta entrevista, ele fala sobre o recorde previsto para 2010, faz projeções para 2011, destaca alterações para a entrega da declaração do Imposto de Renda e orienta os contribuintes que caíram na malha fina. No cargo desde outubro de 2009 – antes de ser delegado ele exerceu a função de chefe da fiscalização - Barbosa também fala sobre mudanças internas no órgão e sobre o aperto na fiscalização a empresas, pessoas físicas e órgãos públicos. Confira os principais trechos da entrevista:

nor por conta disso. Estamos comparando com o ano anterior. E a base anterior foi um período de crise. Como agora em 2010 não foi período de crise em 2011 não deve crescer tanto.

O combate à sonegação tem contribuído para aumentar a arrecadação? Como tem sido feito esse trabalho no RN? A Receita a cada ano tem aperfeiçoado mais os seus controles, o cruzamento de informações dos contribuintes. Nós também fazemos parcerias com o fisco estadual e com os fiscos das principais cidades do RN. Neste mês, estaremos assinando convênio também com o Tribunal de Contas do estado para efetuar intercâmbio de informações. O convênio vai possibilitar que a Receita faça um acompanhamento mais aprofundado em relação aos órgãos públicos, em relação às contribuições previdenciárias, bem como em relação aos fornecedores e prestadores de serviços dos órgãos públicos, tanto do estado quanto das prefeituras.

Qual a necessidade desse convênio agora? A Receita tem alguma suspeita, algum indício sobre fraudes,por exemplo?

Na verdade nós já consultávamos o Tribunal quando havia necessidade. Com esse convênio vamos poder aprofundar esse intercâmbio e isso também vai ser interessante para o Tribunal, porque o Tribunal vai ter acesso a dados cadastrais da base de dados da Receita, tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas, no combate, por exemplo, a fraudes em licitações. Estamos fechando o cerco à sonegação na parte de arrecadação previdenciária e em relação a prestadores e fornecedores dos órgão públicos.

Com base no cruzamento de informações o que a Receita tem descoberto no estado? Qual seria o nível de sonegação hoje?

Não temos como estimar esse número. Existem pesquisas nacionais, mas não com uma confiabili-

dade que a gente possa divulgar. O que podemos dizer é que percebemos que existe a sonegação, que recebemos denúncias, que apuramos.

Algum setor tem exigido mais atenção por parte da Receita?

Não necessariamente. Fizemos em 2010, por exemplo, uma fiscalização no segmento de revenda de veículos. Nas empresas que compram e vendem veículos tanto novos quanto usados. E tivemos um resultado bem significativo.

Muitas empresas foram autuadas por irregularidades. E pretendemos em 2011 dar seguimento a essa fiscalização no setor.

Que irregularidades foram descobertas?

Sonegação. Empresas declarando valores abaixo do que faturavam.

Que punições são previstas para essas empresas?

A empresa tem que pagar o tributo, uma multa, que chamamos de multa de ofício, que varia de 75% (se não houve fraude) a 150% (se houve fraude) sobre o tributo.

Além disso, no caso de fraude, comunicamos ao Ministério Público Federal, fazemos uma representação fiscal para fins penais, e o Ministério Público Federal solicita a abertura de inquérito à Polícia Federal para punir penalmente os responsáveis pelas empresas por crime de sonegação fiscal.

A Receita divulgou nacionalmente que vai intensificar a fiscalização em cima dos maiores contribuintes pessoa física. Há algum trabalho nesse sentido, no gatilho,para o RN? Temos uma equipe que acompanha os maiores contribuintes pessoa jurídica. Isso já vem de alguns anos. A novidade é que em 2011 essa equipe também irá fazer o acompanhamento dos maiores contribuintes pessoa física.

Voltando à questão dos tributos, recentemente foram divulgadas mudanças ligadas ao Imposto

de Renda. Quais seriam as principais e como elas podem beneficiar ou complicar os contribuintes no próximo ano?

Entre as mudanças houve a elevação do limite de obrigatoriedade para entrega de declaração, que passou para R$ 22.487,25 (antes o limite era de R$ 17.215,08). Acabou também a entrega de formulário em papel. A declaração só poderá ser entregue via internet ou em disquete. As declarações em papel continham muitos erros de preenchimento. Além disso, o volume que vinhamos recebendo por meio dessa modalidade era pequeno. Para se ter ideia, este ano recebemos 248 mil declarações e desse total, apenas 280 ou 0,1% do total foram entregues em formulário de papel.

Por que essa tendência de oferecer atendimento e serviços cada vez mais pela internet?

Isso é importantíssimo e vamos, inclusive, investir muito em 2011 para que o contribuinte possa resolver suas pendências sem precisar se descolocar até a Receita.

Isso é bom para todo mundo. Para o contribuinte porque não precisa se deslocar e vai poder resolver de imediato o problema. É bom também para a Receita porque vai ter menos gente para ser atendida

“

Concluímos que 25% dos atendimentos diários feitos em Natal poderiam ser feitos pela internet”.

“

Estamos fechando o cerco à sonegação na parte de arrecadação previdenciária e em relação a prestadores e fornecedores dos órgãos públicos.”

presencialmente e vamos ter condição de atender melhor aqueles que vierem em busca desse atendimento. Vai diminuir o tempo de espera. Fizemos um levantamento e chegamos à conclusão que 25% dos atendimentos diários feitos hoje na Receita em Natal poderiam ter sido feitos pela internet. Como nós atendemos em torno de 550 pessoas por dia, isso significa que em torno de 140 pessoas poderiam ter resolvido o problema que tinham por meio da internet. Por desconhecimento, as pessoas vem fazer os serviços aqui (na sede) e nós não negamos o atendimento. Mas estamos preparando uma espécie de manual para quando o contribuinte chegar mostrarmos que da próxima vez ele pode resolver pela internet, mostrando um passo a passo. Vamos instalar também alguns computadores na sala de espera do atendimento com acesso à página da Receita para que esses contribuintes possam ser orientados.

A segunda via do Cartão CPF, por exemplo, não é mais emitida desde setembro. O novo comprovante de Inscrição no CPF está disponível na Internet e qualquer empresa que receber essa via vai poder checar no site da Receita a autenticidade daquele documento. A tendência é essa, que cada vez mais se use o site. Em relação ao atendimento, gostaria de destacar também que no início de 2011, em janeiro ou fevereiro, estaremos inaugurando as novas instalações do centro de atendimento ao contribuinte de Parnamirim, num prédio que fica ao lado da agência da Previdência Social. Hoje o atendimento no município funciona dentro do prédio da Previdência.

Agora vamos ter um prédio alugado, mas novo, para incrementar esse atendimento.

E a nova sede em Natal.Como anda esse projeto?

Terminou a parte de terraplanagem e demos início à etapa de fundações. Temos previsão de que esteja funcionando em dezembro de 2012.

Quantas pessoas caíram na malha este ano?

Em 2009 foram em torno de 6.500. Em 2010 em torno de 6 mil.

A razão da diminuição foi a facilidade que foi dada para que os contribuintes pudessem, eles mesmos, verificar por meio da internet qual era o problema para que tivessem caído em malha e para que já pudessem fazer a correção necessária.

O que leva o contribuinte a cair na malha fina?

Quem caiu na malha fina tem alguma pendência na declaração do Imposto de renda. Hoje já dá para saber pela internet o motivo. Isso pode acontecer, por exemplo, porque o contribuinte incluiu um dependente que a principio não poderia, porque deixou de declarar algum rendimento que a fonte pagadora informou, porque declarou despesa médica elevada. Não necessariamente quem está na malha cometeu sonegação.

E como resolver isso?

Existem duas maneiras: ou a pessoa vai ser intimida e de posse dessa intimação apresenta os documentos que comprovam o que declarou à Receita ou ela pode se antecipar e, a partir do dia 3 de janeiro, pela internet, fazer o agendamento da data e da hora para vir aqui e trazer os documentos que comprovem o que está alegando na declaração. Por exemplo, o contribuinte que tem despesa médica muito elevada em relação ao seu rendimento pode cair na malha mas pode ter efetuado as despesas e ter todos os comprovantes. Então ele vai ter a oportunidade de entregar a documentação que comprove. Essa documentação vai ser analisada por um auditor fiscal e a declaração ou vai ser liberada da malha ou vai haver um auto de infração, com multa se ele não conseguir comprovar. Quem declarou Imposto de Renda em 2010, tinha imposto a receber e não foi incluído em nenhum dos lotes de restituição necessariamente ficou retido na malha.

O Ministério da Fazenda anunciou esta semana que o secretário da Receita Federal,Otacílio Cartaxo (que assumiu o posto no lugar de Lina Vieira) deverá deixar o cargo. O senhor, permanece como delegado?

Não sei. Temos que aguardar.

Como o senhor enxerga a mudança na secretaria?

Eu diria que a indicação de Carlos Alberto Barreto (substituto de Cartaxo) teve boa repercussão dentro da casa.

FOTOS:RODRIGO SENA

Nacionalmente,a Receita divulgou que espera um ritmo de crescimento em 2011 menor que o deste ano.E no RN? Devemos acompanhar essa tendência. O que acontece é que em 2009 ainda estávamos com reflexos da crise. Como em 2010 houve incremento na economia houve aumento de arrecadação.

Então estamos acreditando que o crescimento em 2011 vai ser me-

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economia

Domingo | 19 de dezembro de 2010

CONTA

economia DÓLAR COMERCIAL Compra R$ 1,713 Venda R$ 1,715 DÓLAR PARALELO Compra R$ 1,78 Venda R$ 1,87

POUPANÇA HOJE AMANHÃ CDB BOVESPA

SALÁRIO MÍNIMO 0,5735% 0,5500% 10,71% -0,72%

R$ 510,00 TAXA SELIC

10,75%

TELEFONES ÚTEIS Receita Federal: 3220-2200 Procon Estadual: 3232-6770 Procon Municipal: 3232-9050 DRT RN: 3220-2000

Consumidor precisa calcular a diferença entre os preços do etanol e da gasolina.

PÁGINA 8

DÓLAR TURISMO Compra Venda EURO Compra Venda

R$ 1,663 R$ 1,793 R$ 2,254 R$ 2,256

Editor: Vinicius Albuquerque e-mail:vinicius@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 19 de dezembro de 2010

Sucessivos aumentos no preço do etanol têm feito com que os proprietários de veículos bicombustíveis fiquem mais atentos no momento de abastecer. Durante 2010, no RN foi mais vantajoso encher o tanque com gasolina [ COMBUSTÍVEL ]

O que escolher: etanol ou gasolina?

ADRIANO ABREU

Dúvida na hora de abastecer: etanol não é mais vantajoso no RN

CARLA FRANÇA repórter

popularização dos carros com motor tipo bicombustível (aquele que aceita tanto etanol como gasolina), tem deixado o consumidor mais atento na hora de abastecer o veículo. Isso se deve aos sucessivos aumentos no preço do combustível vegetal. De acordo com a pesquisa do Procon Natal, no acumulado dos primeiros 11 meses deste ano, o etanol subiu 4,53% contra 4,32% da gasolina. Em novembro, o preço médio do litro de álcool era R$ 1,947 e da gasolina R$ 2,674.

Um bom parâmetro para saber qual a melhor pedida é o Índice de Preços Ticket Car (IPTC), que analisa o valor na bomba em postos de todo o país. De acordo com a última publicação, o etanol é mais vantajoso em apenas seis Estados (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Tocantis). No Rio Grande do Norte, se levarmos em consideração o custo/benefício, o melhor é a gasolina. Em novembro o consumidor pagou, em média, R$ 2 por litro.

Para o coordenador de Produto do Ticket Car, Eduardo Lopes, a alta do etanol é uma questão sazonal. “Nos meses de outubro e novembro acontece o final da safra da cana de açúcar. De novembro até março, é o período de entressafra. Ou seja, nesse período há uma menor produção da matéria prima e aí passa a valer a lei da oferta e da procura. Quanto menos produto circulando, maior é o seu valor de mercado”, explica Eduardo Lopes.

O aumento nas vendas dos carros flex também influencia o aumento do preço do combustível.

Para ter uma ideia, o número de carros bicombustíveis circulando no Rio Grande do Norte é quase duas vezes maior em 2010 do que em 2008. Dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RN) mostram que até o último dia 16, eram 140.062 veículos flex (álcoolgasolina) contra 75.422 no ano de 2008. Esse crescimento também é observado no restante do país.

“O pensamento é o mesmo: mais carros flex circulando aumenta a demanda pelo etanol. Como estamos na entressafra e não temos grande quantidade do produto, aumenta o valor. Mas a tendência é que a partir de abril - período da safra- os preços voltem a cair”, diz Lopes.

Ainda segundo o coordenador de Produto do Ticket Car, parte da produção da cana de açúcar no país é exportada, o que fica no Brasil ainda é divido entre a produção do açúcar e do etanol. O ideal seria incentivar os produtores a plantar mais cana de açúcar pa-

A

NÚMEROS

R$1,94 era o preço médio do litro de etanol em novembro

4,53% é o aumento acumulado do etanol ao longo de 2010

“

Como estamos na entressafra e não temos grande quantidade do produto, aumenta o valor. Mas a tendência é que a partir de abril período da safra- os preços voltem a cair” EDUARDO LOPES Coordenador de Produto do Ticket Car

ra tentar equilibrar a demanda.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE procurou o Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do RN para saber o que provocou o aumento do preço do Etanol no Estado, que se pronunciou através da seguinte nota: “A diretoria do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte, através da Assessoria de Imprensa, informa que não tem qualquer gerência sobre os preços de combustível. Questionado sobre a que se devia o aumento do preço do álcool, a direção da entidade frisou que o preço do combustível é livre e cada revendedor define o valor de acordo com sua planilha de custos”.

DE ONDE VEM? A ALE Combustíveis, uma das maiores distribuidoras do país informou que durante o período de safra da cana de açúcar, a produção de etanol é adquirida nas usinas do Rio Grande do Norte e dos demais Estados do Nordeste, por transporte rodoviário. Já na entressafra, às vezes, é necessário buscar o produto na região Centro-Oeste e Sudeste, também por transporte rodoviário.

No RN, o etanol representa 8,08% da venda de combustíveis da ALE, seguido pelo Diesel, 44,06% e gasolina, 47,86%.

Continua na página 8.

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economia

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Consumidor deve estar atento não só ao preço em si, mas também saber como calcular a porcentagem de diferença e qual combustível é mais vantajoso na hora de abastecer o carro

[ CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 7 ]

Calcule a diferença e faça a escolha as, como saber qual tipo de combustível é mais vantajoso? Basta estar com qualquer valor mais barato para que o etanol seja a melhor opção? A resposta é “não”. Primeiro, é bom saber que com gasolina o motor entrega menos potência.

Em compensação, roda mais antes de abastecer de novo. Portanto, para valer a pena utilizar o álcool, o preço desse tem que ser até 70% do preço da gasolina.

Para saber com certeza qual vale na hora de abastecer, faça a seguinte conta: divida o valor do álcool pelo valor da gasolina e multiplique por 100. Se o resultado for até 70% (0,70) é mais vantajoso abastecer com o etanol. Se o valor for superior, coloque a gasolina.

“Como o rendimento médio de um motor a álcool é 30% menor que o do motor a gasolina, a diferença de preço é da mesma proporção. A gasolina deixa de ser vantajosa quando passa a custar 30% mais que o álcool”, orienta Eduardo Lopes.

Sendo assim, de acordo com o IPTC, no RN é financeiramente mais vantajoso abastecer com gasolina. Isso porque a diferença entre o etanol e a gasolina é de 72,8% já que o preço médio do primeiro combustível é R$2,021 e do segundo, R$2,775.

A administradora Aluênia Medeiros Alves costuma colocar os valores na ponta do lápis e calcular qual o mais vantajo-

ADRIANO ABREU

M

Rendimento de um motor movido a álcool é 30% menor que motor a gasolina. Se o preço do álcool for menor do que 70% do da gasolina, o etanol deve ser a escolha

COMBUSTÍVEIS Saiba como calcular o combustível mais vantajoso para o seu carro Passo 1: Divida o preço do álcool pelo da gasolina.

Passo 2: Multiplique o resultado da operação anterior por 100.

Se for maior do que 70,é melhor abastecer com gasolina.Se for menor, prefira abastecer com álcool.

Exemplo: com o litro da gasolina a R$ 2,30 e o do álcool a R$ 1,15.

Dividindo 1,15 por 2,30, chega-se a 0,50.

Multiplicado por 100, obtém-se o número 50.

Ou seja,nesse caso,o melhor mesmo é o álcool.

Veja calculadora interativa no site da TRIBUNA DO NORTE (www.tribunadonorte.com.br) e avalie se no posto onde abastece é mais vantajoso utilizar o etanol ou a gasolina

Gás metano Gasolina-GNC** Etanol–GNC Gasogênio Diesel-GNV Elétrico-fonte interna GNV

75 55 11 4 1 1 1

Preços dos combustíveis em Natal

Fev

Mar

*GNV:Gás Natural Veicular

Abr

Jun

Jul

Ago

**GNC:Gás Natural Comprimido

Fontes:Detran-RN e Procon Natal

Set Etanol

Out

R$1,947

R$2,674

R$2,674 R$1,955

R$2,675 R$1,959

R$2,675 R$1,956

R$2,675

R$2,675 R$1,880

R$1,883 Mai

R$1,878

R$2,675

(Litro) R$2,675

lores do combustível. “No meu carro eu posso usar os três combustíveis, mas ainda estou dando preferência pelo gás. Como eu rodo bastante pela cidade, sai mais em conta o GNV. Por mês, gasto uma média de R$ 700 com combustível.

Se fosse utilizar a gasolina seria R$ 2,4 mil e R$ 2,7 mil se fosse o álcool”, diz o taxista Erivan Batista. Segundo o presidente da Cooperativa dos Proprietários de Táxis de Natal (Cooptaxi), Genário Torres, dos 1.010 táxis que circulam na capital, cerca de 85% a 90% rodam com GNV. “Quem tem o kit mantém, mas quem vai trocar de carro está preferindo não instalar”, diz.

O taxista Ivan Batalha é um desses. Ele comprou um carro recentemente e, por enquanto, não vai colocar o GNV. “Como o meu carro é flex, prefiro abastecer com o álcool porque se eu fizer a conversão eu perco a garantia de motor e de outras peças de reposição quando é convertido. Além disso, o carro perde potência”.

Gasolina 491.009 Etanol-gasolina 140.059 Diesel 60.328 Etanol 38.823 Gasolina-GNV* 33.031 Etanol-GNV 4.657 Gasolina-etanol-GNV 4.313

R$1,892

ERIVAN BATISTA taxista

Distribuição da frota do RN por tipo de combustível

R$2,675

“

No meu carro, eu posso usar os três combustíveis, mas ainda estou dando preferência pelo gás.”

que com a gasolina. E como o valor é mais baixo para mim, compensa mais o etanol”, diz Diogo Araújo.

No site da TRIBUNA DO NORTE (www.tribunadonorte.com.br) você pode calcular se no posto onde abastece é mais vantajoso utilizar o etanol ou a gasolina.

Veja como é a distribuição da frota potiguar,com base no tipo de combustível utilizado pelos veículos.Além disso, confira o preço do etanol e da gasolina na capital do Estado,entre os meses de fevereiro e novembro deste ano.

R$2,012

O Gás Natural Veicular (GNV), que teve um ‘boom’ no início dos anos 2000, hoje não é mais tão atrativo para o consumidor, com exceção daqueles que rodam bastante. Isso porque o preço do metro cúbico do GNV (R$ 1,789), está muito próximo ao do etanol (R$ 1,947).

Soma-se a isso o alto investimento para instalar os kits gás nos veículos - que varia entre R$ 1,9 mil e R$ 4,5 mil - e os custos de inspeções periódicas. “Chegamos a realizar cerca de oito conversões por dia e hoje a média é de uma.

Acredito que o atual preço do GNV tem influenciado essa baixa. Antes o metro cúbico custava R$ 0,55 e hoje está quase quatro vezes mais caro”, diz o empresário Leonardo Oliveira Barreto, que está no ramo há 10 anos.

A empresa dele foi uma das poucas que resistiram às turbulências no mercado. Para se ter uma ideia, em 2002, o número de empresas registradas para instalar os kits chegou a 32, atualmente está em torno de três oficinas. Para Leonardo Barreto, o alto valor do GNV não tem justificativa, já que, segundo ele, o combustível utilizado vem do município de Guamaré, aqui no RN. “O gás chega aos postos por R$ 0,55, como ele vem do próprio Estado, não precisaria ter um aumento tão grande”, diz Leonardo.

Os taxistas, que atuam desde a época do ‘boom do GNV’, hoje não estão muito satisfeitos com os va-

timo caso.

O veterinário Diogo Araújo também dá preferência ao combustível vegetal. E não é apenas por questões financeiras. “Não sou mecânico e não tenho nada tecnicamente comprovado, mas observo que o desempenho do meu carro é melhor com álcool do

COMBUSTÍVEIS

R$2,746

Diminui número de conversões para Gás Natural Veicular

ras, o técnico em automação industrial, Carlos Soramento, prefere utilizar o etanol para abastecer o seu veículo flex. “Quando estou em Natal eu utilizo o álcool porque gasto menos, cerca de R$ 250 por mês, mas quando estou no Rio Grande do Sul, compensa mais utilizar o GNV. A gasolina só em úl-

R$2,204

so. E nos últimos meses ela tem optado pela gasolina. “Pelo preço que está sendo comercializado o álcool, para mim sai mais em conta a gasolina. Prefiro abastecer com 15 litros de gasolina do que com10 litros de álcool”, diz Aluênia.

Apesar das vantagens financei-

Nov Gasolina

Uma decisão que vai além do preço Para os especialistas, na hora de escolher o combustível para o carro, o consumidor deve levar em consideração não somente a questão financeira, mas também ambiental. E nesse ponto, o álcool leva vantagem. A gasolina é um combustível fóssil, derivada do petróleo, que emite dióxido de carbono (CO2) ao ser queimada nos motores e contribui para o aquecimento global. O etanol, ao contrário, é um combustível renovável, feito de cana-de-açúcar. Embora o álcool também emita CO2 na sua queima, os canaviais absorvem esse gás no processo de fotossíntese. Por isso, do ponto de vista do aquecimento global, o álcool é considerado um combustível limpo.

“O etanol é proveniente da cana de açúcar, que pode ser plantada novamente, ou seja, é uma energia renovável. Além disso, ele reduz as emissões de gases de efeito estufa em mais de 80% em substituição a gasolina. Outra vantagem é que ele ajuda na redução do gás carbônico da atmosfera, através da fotossíntese nos canaviais”, explica o engenheiro quí-

“

Essa questão de qual é o mais vantajoso, é muito relativo. Para o carro, não posso afirmar qual o melhor combustível porque, desde que ajustado, ele promove a combustão de forma adequada. Os impactos maiores são para o meio ambiente e para as pessoas LUZIDELSON RIBEIRO engenheiro químico

mico Luzidelson Baracho Ribeiro.

Diferente do petróleo que é um produto finito, proveniente de fósseis de vegetais e animais que habitaram a Terra há alguns milhões de anos, portanto é uma energia não renovável.

Além disso, algumas substân-

cias químicas presentes na composição da gasolina reagem na combustão - reação do combustível com o oxigênio presente na atmosfera com liberação de energia - formando outros compostos.

“Um exemplo é o enxofre, que reage com o oxigênio ou hidrogênio formando SO2 (gás bastante tóxico e corrosivo, responsável por acidificar a atmosfera) e H2S. A combustão incompleta também produz óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos, aldeídos e particulados, além da fuligem preta típica dos motores mal regulados”, diz o engenheiro.

Vale lembrar que todo produto tem algum tipo de impacto ambiental e social, mas o consumidor pode optar por aqueles que têm mais impactos positivos . “Essa questão de qual é o mais vantajoso é muito relativo. Para o carro não posso afirmar qual o melhor combustível porque desde que ajustado ele promove a combustão de forma adequada. Os impactos maiores são para o meio ambiente e para as pessoas -empregabilidade, integração social”, diz Luzidelson Ribeiro.

BATE-PAPO » Elias Silva Procon Natal

No acumulado do ano,o etanol mostrou um aumento maior do que a gasolina (4,53% contra 4,32%). A que se deve esse aumento?

O preço do etanol no mercado interno está vinculado não só a demanda interna, mas também aos preços dos derivados da canade-açúcar no mercado internacional. O produtor/usineiro procura o que é mais vantajoso para o seu negócio: se o preço do açúcar está mais competitivo no mercado internacional, ele vai direcionar sua produção para o açúcar (exportação) em detrimento do etanol para o mercado interno. Lembramos ainda que estamos no período da entressafra, que perdurará até abril do próximo ano.

Pelo último levantamento do Procon,54 postos (dos 128 pesquisados) praticava o mesmo preço, R$1,990. Isso pode ser considerado cartel?

Podemos considerar que há indícios de cartel, mas não podemos afirmar com certeza. Para isso é necessária uma investigação aprofundada, com o concurso de outros órgãos, como, Procon’s, Ministério Público, Delegacia do Consumidor, e os próprios consumidores (através de denúncias).

Como o consumidor pode denunciar os postos?

Sem dúvida, o consumidor é nosso maior aliado. Ele pode denunciar, inclusive anonimamente, caso venha a ter conhecimento de elementos que comprovem a fraude. Os telefones do Procon Natal são 3232-9050 e 3232-9051.

Qual a orientação do órgão para que o consumidor não seja prejudicado?

O consumidor deve dar preferência aqueles postos onde o preço é menor, mesmo que a diferença seja mínima. Mas, o consumidor também deve ter cuidado ao abastecer, procurando identificar a procedência do combustível, evitando abastecer em postos que não ostentem “bandeira” de alguma distribuidora.

JOÃO MARIA ALVES

Domingo | 19 de dezembro de 2010

economia

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 9

[ FAZENDA] Especialistas fazem análises das

indicações desta semana para o ministério

Nomeação de Holland sugere intervenção no câmbio S ão Paulo (AE) - A nomeação do professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Márcio Holland para a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda sugere alguma intervenção no câmbio, avalia o economista da Tendências Consultoria Integrada Felipe Salto. “Do ponto de vista econômico, o nome de Holland é o mais interessante dentre os anunciados hoje”, avalia, acrescentando que o novo secretário tem um perfil fiscalista e é defensor de intervenções no câmbio.

“São duas tendências que podem ser fortes dentro do governo Dilma, se depender do novo secretário”, pondera Salto.

No que se refere a intervenção no câmbio, diz o analista, a cabeça de Holland é muito parecida com a do ministro Mantega: ele é contra a trajetória de apreciação do real diante do dólar. É no campo fiscal que surgem as dúvidas, uma vez que o ministro nunca adotou, na prática, a austeridade fiscal que vem defendendo mais recentemente, ressalta o analista.

Na semana passada, ao participar de seminário organizado pela Tendências Consultoria Integrada, Márcio Holland, segundo Salto, afirmou que o controle de capitais é uma medida paliativa e defendeu que se evite a “primarização” da economia. “Ou seja, defendeu que o câmbio vá para cima e que a taxa de juros vá para baixo”, contou Para o economista da Tendências, “essa cabeça de Holland, unida com a de Mante-

ga, que também pensa desta forma, deve imprimir intervenções no câmbio no decorrer do governo de Dilma Rousseff”.

Já o cientista político da Tendências, Rafael Cortês, destaca que a manutenção de Arno Augustin à frente da Secretaria do Tesouro Nacional é importante, dado que a questão fiscal é que será o indicador de como a presidente eleita pretende resolver alguns gargalos da economia brasileira e como ela deverá fazer a divisão dos cargos federais.

Cortês lembra que Augustin e Mantega encabeçaram a adoção e a implementação das medidas anticíclicas que levaram ao aumento dos gastos públicos nos últimos dois anos e que eles sempre defenderam que tais medidas eram importantes na área fiscal.

“Portanto, com a manutenção de Mantega e de Augustin, aumentam as incertezas sobre se o governo vai fazer uma política fiscal austera, se o Ministério da Fazenda vai compor o esforço fiscal necessário para trazer a inflação de volta ao centro da meta”, avalia Cortês.

Sobre a troca de Otacílio Cartaxo por Carlos Alberto Barreto na Secretaria da Receita Federal, o analista político avalia que era mesmo muito difícil a permanência de Cartaxo após o desgaste que tanto ele como Dilma sofreram durante a campanha eleitoral com as denúncias dos escândalos de quebra de sigilo de pessoas ligadas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

MARCELO CASAL JR

tn família Manutenção de Arno Augustin no Tesouro Nacional é importante

TODOS OS DOMINGOS NA TRIBUNA DO NORTE

10 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

economia

Domingo | 19 de dezembro de 2010

[ CONTAS EXTERNAS ] A Associação de Comércio Exterior do Brasil

[ SUPERÁVIT ]

(AEB) projeta um aumento de 32,7% das exportações do produto

Novo índice mostra o real esforço fiscal do governo

Abrindo a porteira

CAIO KHAYAN

laf@tribunadonorte.com.br

Avanço do agronegócios

B

A

Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), está projetando um avanço acelerado do campo. Conforme a entidades, as exportações do agronegócio devem alcançar US$ 77,8 bilhões no próximo ano. O atual cenário de picos históricos nos preços das commodities, consumo interno aquecido e custos de produção em baixa devem manter o agronegócio brasileiro em acelerada expansão acima da média histórica em 2011. As análises incluem um cenário de forte demanda externa, sobretudo na China, o que continuará a ajudar o setor mesmo com o dólar barato. O faturamento dos 25 principais produtos agropecuários deve atingir R$ 252 bilhões neste ano e o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio crescerá entre 7% e 7,8%, superando a marca de R$ 800 bilhões, estima o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CepeaUSP). Além disso, as exportações devem somar US$ 76,7 bilhões, com um superávit de US$ 63,4 bilhões neste ano, segundo a CNA.

LÁCTEOS De janeiro a outubro, as exportações de produtos lácteos do Brasil renderam US$ 133,4 milhões, quando foram embarcadas quase 50 mil toneladas de leite e derivados. No ano passado, a receita das vendas externas desses produtos atingiu US$ 167,4 milhões com volume exportado de 69,2 mil toneladas.

Embarques

Inverno

As exportações do agronegócios se aproximam de um novo recorde. De janeiro a novembro, as vendas externas do agronegócio atingem R$ 70 bilhões e encostam na marca histórica de 2008 O valor é 17,7% superior ao volume embarcado no mesmo período de 2009 e, com apenas 11 meses, próximo ao recorde de todo o ano de 2008, quando as exportações totalizaram US$ 71,8 bilhões. A expectativa do Ministério da Agricultura e Pecuária é que as vendas externas superem US$ 75 bilhões em 2010.

São boas as perspectivas de inverno com a atuação do fenômeno La Niña no Sul e Sudeste e as águas do oceano Atlântico mais quentes. O inverno no hemisfério norte e o verão no hemisfério sul começa na próxima terça-feira ((21). Mas, no interior do Nordeste, na faixa que pega o Sul do Piauí e o noroeste da Bahia, as chuvas vem se intensificando. No serão do Ceará, RN e Paraíba as chuvas deverão começar mesmo nos próximos dias.

1

A indústria alagoana de produtos lácteos Valedourado estreia na produção de chocolates e vai investir R$ 360 mil no RN para divulgar produtos, no próximo ano. A linha de chocolates foi lançanda há quatro meses no Nordeste e em alguns pontos do Sudeste.

No mercado há 23 anos, a Valedourado atua no processamento de leite UHT, iogurtes, achocolatados e sucos.

2

Publicado o zoneamento agrícola para o girassol. O estudo indica municípios do Rio Grande do Norte com baixo risco climático para o girassol na safra 2010/2011, segundo a Portaria nº 437, no Diário Oficial da União, de 1º de dezembro. O girassol se adapta a diversos ambientes, podendo ser cultivado em climas temperados subtropicais e tropicais. As baixas temperaturas e a alta umidade favorecem a ocorrência de doenças fúngicas.

3

A Petrobras Biocombustível anuncia avanços para 2011 com o projeto de estruturação produtiva para o Rio Grande do Norte.

Vai promover, entre outras atividades, a correção do solo nas áreas que forem necessárias para a realização do plantio das oleaginosas utilizadas para a produção de biodiesel. O programa de suprimento para a produção de biodiesel, envolve mais de 1.600 agricultores familiares do Rio Grande do Norte.

CARNE O Irã responde por 70% da alta de exportações de carne do Brasil. No total, o Oriente Médio consumiu mais carne em 2010.

A quantidade embarcada para a região avançou 63%, para 372,1 mil toneladas, com o Irã puxando a expansão, com alta de 176%.

Certificação do côco A DNV – Det Norske Veritas, certificou a linha de água de coco com envase asséptico da Ducoco, na norma FSSC 22000 (Food Safety System Certifica-

tion). No mundo já são mais de 80 empresas de alimentos certificadas na FSSC 22000, principalmente de países da Europa e América do Norte.

CONFRATERNIZAÇÃO Será na próxima terça-feira (21), a confraternização de final de ano da Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc). A festa acontece no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, a partir das 21 horas, com uma banda e um show humorístico.

CONSUMO Os brasileiros ricos tomam em média mais que o triplo do leite consumido em um ano pelos pobres, comem quatro vezes o total de frutas, quase cinco vezes a quantidade de iogurte e nove vezes o total de bebida alcoólica por ano. O retrato é da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE, sobre consumo médio de alimentos em casa.

PESCA O curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural do Semi-Árido comemorou o Dia do Engenheiro de Pesca, ocorrido terça-feira (14. Na sexta-feira, teve palestras sobre conquistas do curso de Engenharia de Pesca e, O Engenheiro de Pesca e o Mercado de Trabalho.

Importância: o minério de ferro é hoje o principal produto da pauta de exportação brasileira

País ganhará US$ 38 bilhões com minério de ferro S

ão Paulo (AE) - Apenas o minério de ferro promete contribuir com US$ 9,36 bilhões a mais do que em 2010 para o saldo da balança comercial no próximo ano. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projeta um aumento de 32,7% das exportações do produto, para US$ 37,95 bilhões. Pelo cálculo, o preço médio do minério de ferro exportado subiria de US$ 90 por tonelada este ano para US$ 115 por tonelada em 2011. O minério é hoje o principal produto da pauta de exportação brasileira.

A projeção considera um aumento de apenas 4% nos preços em relação ao praticado no quarto trimestre deste ano. A Vale já sinalizou que a alta pode chegar a 8% apenas no primeiro trimestre.

Se seguir neste ritmo, a contribuição pode ser ainda maior.

O bônus das commodities para a balança comercial brasileira não vai ser restringir a esse produto. Soja, petróleo e carnes também prometem contribuir. O País deve exportar US$ 13,34 bilhões em soja em grão, US$ 2,3 bilhões a mais que em 2010.

“As exportações de commodities refletem o que ocorre no ce-

nário internacional. Qualquer mudança pode tornar o Brasil vulnerável”, diz José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio exterior do Brasil (AEB). Ele não prevê uma recuperação significativa nas exportações de manufaturados.

CHINA O forte aumento do preço das matérias-primas está sendo provocado pela demanda asiática, principalmente da China. De acordo com o departamento econômico do Bradesco, as perspectivas para a economia chinesa se tornaram ainda mais favoráveis nos últimos meses.

O governo chinês está adotando medidas para evitar o superaquecimento da economia, mas preferiu elevar o compulsório dos bancos em vez de subir os juros. A movimentação fez com os analistas revisassem para cima suas expectativas para o avanço da economia da China em 2011. A maioria aponta um aumento de 9% do PIB. Graças ao apetite chinês, os termos de troca, que é a diferença entre os preços dos produtos exportados e das mercadorias importa-

das, estão em níveis recordes no Brasil. Entre janeiro de 2009 e novembro de 2010, os termos de troca subiram 30%. “É um resultado espetacular em qualquer cenário”, disse Fernando Ribeiro, economista-chefe da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Ele ressalta que, se não fosse por esse resultado, a balança comercial brasileira já teria registrado déficit este ano. Os preços de importação, em contrapartida, estão estagnados, por causa da grande capacidade ociosa nos países ricos, que vendem manufaturados para o Brasil.

CONTA CORRENTE Os analistas ponderam que um dos efeitos positivos do saldo comercial mais forte é aliviar a pressão sobre a conta corrente, que começa a registrar déficits expressivos. Em contrapartida, o aumento dos preços das commodities provoca alta da inflação.

As projeções apontam déficit em conta corrente entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões em 2011 - entre 3% e 3,5% do PIB. A conta inclui serviços, viagens e remessas de lucros e dividendos, itens com saldo negativo forte.

rasília (AE) - Diante do recorrente uso de manobras para o cumprimento da meta de superávit primário, a Tendências Consultoria criou um indicador que exclui o efeito da “contabilidade criativa” do resultado fiscal. Segundo o economista Felipe Salto, o novo ‘Primário Efetivo Tendências’ (PET) será divulgado mensalmente. Com base nos números disponíveis até outubro, o PET mostra que o esforço fiscal em 12 meses foi de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB), resultado 1,05 ponto porcentual abaixo dos 2,85% do PIB anunciados pelo governo “Tendo em vista a distorção causada pelo uso da contabilidade criativa nos principais dados utilizados para avaliar a situação fiscal, a Tendências elaborou o PET, que exclui os efeitos das manobras contábeis realizadas nos últimos dois anos do cálculo do superávit primário, criando, assim, uma forma de acompanhar com maior clareza a real situação das contas públicas”, informa a consultoria. “O PET, ainda que imperfeito, serve para mostrar que o esforço fiscal efetivo do governo está bem abaixo do que a série oficial aponta”.

Para reconstruir a série de resultado primário, a Tendências retirou das contas públicas receitas geradas pela “contabilidade criativa” do governo, como os R$ 4,9 bilhões de antecipação de dividendos da Eletrobrás pelo BNDES (que foram divididos em duas parcelas, sendo R$ 3,5 bilhões em dezembro de 2009 e R$ 1,4 bilhão em agosto de 2010) e os R$ 31,9 bilhões obtidos com a engenharia contábil envolvendo a capitalização da Petrobrás.

Esta última manobra foi classificada pela consultoria como o “efeito mais perverso” da contabilidade criativa sobre as estatísticas. “Ora, distorceram-se completamente os objetivos iniciais do governo, de beneficiar as gerações futuras e direcionar os recursos (da exploração do petróleo do pré-sal) de forma equitativa, seguindo princípios definidos por lei, nos moldes do Fundo Social”, salienta a consultoria.

De acordo com a série apresentada pela Tendências, o superávit primário efetivo de 2009 foi de 1,95% do PIB, ante 2,06% do PIB da série original do governo. Mas os cálculos da consultoria levam em conta também quando o esforço fiscal é maior do que o efetivamente mostrado pelas estatísticas governamentais. Em 2008, quando o governo abasteceu o recémcriado Fundo Soberano do Brasil (FSB) com R$ 14,2 bilhões (em torno de 0,5% do PIB), o resultado primário efetivo do setor público foi de 3,9% do PIB, ante os 3,45% do PIB divulgados pelo governo.

Felipe Salto esclarece que nas contas do PET não se levou em consideração as receitas extraordinárias geradas por depósitos judiciais, que deram grande contribuição para o resultado fiscal do governo, especialmente em 2009. Segundo ele, como esses recursos sempre foram utilizados e representam receitas futuras com grande probabilidade de se concretizarem, a consultoria considerou este um recurso “legítimo” para o resultado fiscal.

Além do superávit primário efetivo, a Tendências recalculou também o resultado nominal e a dívida líquida do setor público. Nos 12 meses encerrados em outubro deste ano, o déficit nominal efetivo (NET) está em 3,60% do PIB e a dívida líquida efetiva (DET) fechou outubro em 41,9% do PIB. Os valores originais divulgados pelo Banco Central foram de, respectivamente, 2,5% do PIB e 41,3% do PIB. “O que os resultados destes exercícios sugerem é que a prática sistemática de distorção de resultados, com aumento de receitas, fabricação de primários e utilização de uma verdadeira contabilidade paralela à oficial levou à completa deturpação das informações prestadas pelas estatísticas centrais do setor público consolidado”.

Domingo | 19 de dezembro de 2010

economia

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 11

[ IPEA ]

[ AMÉRICA ]

Metade das famílias possui carro

Crescimento Latino vai desacelerar em 2011

Estudo divulgado na semana passada indica uma mudança do perfil de mobilidade da população brasileira, que vem utilizando cada vez mais o transporte motorizado individual

RODRIGO SENA

ão Paulo (AE) - Quase a metade dos domicílios brasileiros dispõe de automóveis ou motocicletas para atender o deslocamento dos seus moradores. O porcentual de lares com carro ou moto passou de 45,2% em 2008 para 47% no ano passado. Os dados fazem parte do Comunicado número 73 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos resultados de 2009 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o Ipea, o estudo indica uma "mudança do perfil de mobilidade da população brasileira, que vem utilizando cada vez mais o transporte motorizado individual nos seus deslocamentos".

Em 37,5% dos domicílios do País há registro da posse de automóvel. Já 16,2% registram a posse de motocicletas - porcentual que deve subir, segundo o Ipea, em razão do "aumento das vendas, principalmente para a população mais pobre, em função dos preços acessíveis das motocicletas de baixa cilindrada". O instituto mostra preocupação em relação a este movimento, pois alega que o crescimento da posse de motocicletas encontra correspondência no aumento das vítimas de trânsito. Segundo o próprio Ipea, nos acidentes com moto, a probabilidade de ocorrência de vítimas é cerca de três vezes maior, na comparação com os acidentes com automóvel.

Na faixa da extrema pobreza - renda de até um quarto do salário mínimo per capita (por pessoa) -, 17,7% das famílias possuem carro (5,2%), moto (11,4%)

S

rasília (AE) - As economias latinas vão crescer menos em 2011. Relatório divulgado na semana passada pela Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) mostra que a região terá uma expansão de 4,2% no próximo ano, uma desaceleração frente estimativa de crescimento de 6% para 2010.

“Diversos fatores começaram a indicar, a partir do segundo semestre de 2010, um cenário menos otimista para a economia internacional que, somado à diminuição do impulso proveniente dos gastos públicos e o esgotamento da capacidade produtiva ociosa, devem levar a um menor dinamismo das economias da América Latina e o Caribe em 2011”, apontam os técnicos da Cepal, uma das cinco comissões econômicas regionais da Organização das Nações Unidas (ONU), no documento. O Brasil deve crescer 4,6% no próximo ano, seguindo uma expansão de 7,7% estimada para este ano, avaliam os técnicos da Cepal.

A desaceleração prevista para 2011 reflete, segundo os técnicos, a paulatina redução do impulso provocado pelas políticas públicas adotadas durante a crise financeira internacional, que garantiram aos mercados emergentes uma recuperação mais rápida e forte do que registrado nas nações desenvolvidas. Além disso, o crescimento menor estimado para a economia global no próximo ano afetará o comportamento dos países latinos, por conta dos efeitos sobre os fluxos de comércio e investimentos.

B

Em 37,5% dos domicílios do país há registro da posse de automóvel. Já 16,2% registram a posse de motocicletas segundo o Ipea

ou ambos (1,1%). A predominância do registro de motocicletas nessa faixa se dá pelo preço desse tipo de veículo, mais baixo. Já na linha de pobreza, que considera renda de até meio salário mínimo per capita, 24,6% das famílias têm veículos privados. "A tendência é de que nas faixas mais baixas de renda ocorram as maiores taxas de crescimento da posse de veículos privados, em função das demandas historicamente reprimidas, das políticas de aumento de renda”.

Tempo de percurso é de 30 minutos O comunicado do Ipea informa ainda que 68,4% das pessoas que responderam se deslocar de casa para o trabalho diretamente - sem parar em outros lugares -, independentemente da modalidade de transporte, gastam menos de 30 minutos para realizar o percurso.

Outros 9,4% perdem mais de uma hora nesse trajeto. O estudo aponta que os moradores de cidades que pertencem à região metropolitana

gastam mais tempo nos deslocamentos que moradores de municípios não pertencentes às regiões metropolitanas: 50,9% dos que moram em cidades da região metropolitana gastam menos de 30 minutos, ante 77,6% dos que vivem em municípios que não pertencem à região metropolitana.

O Ipea informa, considerando as regiões metropolitanas brasileiras, que Porto Alegre possui o maior

porcentual de trabalhadores que se deslocam diretamente para o trabalho com um tempo inferior a 30 minutos: 67,2%. O instituto sugere que isso ocorre devido à "configuração da metrópole, que apresenta melhor distribuição das atividades econômicas e, consequentemente, dos empregos, além dos atributos positivos do sistema de trânsito e transporte da região metropolitana".

economia 12

Natal | Rio Grande do Norte | Domingo | 19 de dezembro de 2010

[ COMÉRCIO EXTERIOR ] Sete meses após o

anúncio de medidas para o setor, pouco mudou

Pacote das exportações ainda não saiu do papel S

ão Paulo (AE) - Sete meses depois do anúncio oficial em Brasília, o pacote de apoio aos exportadores é um fracasso. Das sete medidas divulgadas, apenas uma se tornou realidade, revela levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo. As demais iniciativas se perderam na burocracia e nas disputas políticas por poder.

O pilar do pacote era acelerar a devolução dos créditos tributários dos exportadores. Estava prevista a devolução de 50% do dinheiro em até 30 dias após a solicitação, mas pouquíssimas empresas conseguiram cumprir todas as exigências para ter acesso aos créditos mais rápido. Uma disputa entre os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento dificultou as negociações sobre o Eximbank desde o início e ainda trava a criação do banco de financiamento à exportação. A dúvida é se o banco também vai conceder seguro.

A Fazenda se recusa a repassar recursos para que o Eximbank exerça essa função, hoje a cargo de um fundo gerido pelo ministério. O “Exim Brasil” foi anunciado como subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é subordinado ao ministério do Desenvolvimento.

Os técnicos da Fazenda preferem montar uma nova estatal de seguro. Como o tema é polêmico e provocou muita confusão, a medida provisória que criaria a Empresa Brasileira de Seguros e o Eximbank não saiu. De carona,

também não se concretizaram o Fundo Garantidor de Infraestrutura e o Fundo Garantidor do Comércio Exterior.

Até mesmo as iniciativas mais simples não vingaram por conta do receio da Receita Federal em abrir mão de arrecadação e dar brecha para fraudes. Uma nova modalidade de “drawback”, que vai permitir que as empresas não paguem impostos por insumos comprados localmente se o produto tiver sido exportado, aguarda uma portaria conjunta de Desenvolvimento e Fazenda. O pacote previa ainda o surgimento do “Simplex”, que exclui as exportações do faturamento total das empresas na hora de enquadrar no Simples.

Até quinta-feira, a medida fazia parte de um projeto de lei na pauta de votação da Câmara, mas foi retirada porque os técnicos da Receita pediram mais tempo para análise. A única iniciativa que saiu do papel foi uma linha de financiamento do BNDES para a exportação de bens de consumo. Até agora, os exportadores já utilizaram R$ 6,7 bilhões dos R$ 7,5 bilhões disponibilizados pelo governo. O pacote de apoio ao exportador foi anunciado no dia 5 de maio, como uma resposta ao câmbio valorizado e ao forte crescimento do déficit em conta corrente.

Estiveram presentes no lançamento do programa os ministros Guido Mantega (Fazenda), Miguel Jorge (Desenvolvimento), e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Para os exportadores, não passou de um evento político.

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PATRIMÔNIO

Jeanne Nesi ressalta importância do centro histórico de Natal PÁGINA 3

TEMPO HOJE

TÁBUA DE MARÉS

FEIRAS-LIVRES

Pode ocorrer chuvas em quase todo o RN Máx.: 29º CO Mín.: 23ºCO

Preamar 00h45 -0.6- 07h08 -2.1 Baixa-mar 13h08 -2.1- 19h38 -2.0

Panorama: hoje 332 bancas/196 feirantes Planalto 186 bancas/97 feirantes

BALNEABILIDADE Impróprias Redinha Maxaranguape

FASES DA LUA Crescente: Hoje Cheia: 21/12 Nascer do sol: 5h21 Pôr do sol: 17h19

Editor: Edilson Braga e-mail: braga@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 19 de dezembro de 2010 ALDAIR DANTAS

ESCOLAS FECHAM TURNO DA NOITE

O

s elevados índices de evasão escolar, aliados à insegurança e ao tráfico de drogas, estão forçando algumas escolas públicas a cancelar o turno noturno. As primeiras escolas a tomar a drástica medida foram Calazans Pinheiro e Padre Miguelinho, no Alecrim; Ulisses de Góis e Winston Churchill, no Centro, e Atheneu, em Petrópolis.

Para o professor Lourival Ribeiro, o

Estado é negligente. “As escolas estão sucateadas. Os gestores não investem na melhoria da estrutura dos prédios e do material didático de apoio, para ter a desculpa de não funcionar mais à noite”. Para tentar amenizar a insegurança, o governo criou o Ronda Escolar, com duplas de policiais militares percorrendo as escolas, inclusive fazendo inspeções internas.

2 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

natal

Domingo | 19 de dezembro de 2010

Apesar de garantido pela Constituição, jovens e adultos que buscam vagas no turno noturno nas escolas públicas de Natal, enfrentam dificuldades. Insegurança e violência são apontadas como causa do fechamento de algumas delas

[ EDUCAÇÃO ]

Por medo, escolas fecham à noite “

RICARDO ARAÚJO repórter

lgumas das mais tradicionais escolas do Rio Grande do Norte estão fechando suas portas no período noturno.

Elevados índices de evasão escolar, insegurança e tráfico de drogas no entorno das instituições de ensino são apontados como causas para o encerramento das atividades do período noturno. Alguns exemplos: Calazans Pinheiro e Padre Miguelinho, no Alecrim; Ulisses de Góis e Winston Churchill, no Centro, e Atheneu, em Petrópolis. Funcionários afirmam que o número de alunos matriculados à noite nestas escolas é aquém do necessário para garantir o funcionamento do turno.

A maioria dos alunos que buscam vagas nas escolas das redes municipal e estadual de educação no

A

horário da noite, trabalham ao longo do dia. São vendedores, comerciantes, donas de casa, que buscam, apesar do cansaço proporcionado pelo trabalho, o direito à educação.

Garantido pela Constituição, o acesso ao ensino de qualidade é responsabilidade da Federação, estados e municípios sob a regência dos órgãos de regulação e fiscalização.

Entretanto, em Natal, algumas escolas deixaram de atender a estes estudantes devido ao fechamento do turno noturno em escolas consideradas âncoras, que atendem uma demanda proveniente de diversos bairros, como as localizadas no Centro. A professora da Escola Estadual Winston Churchill, Maria de Lourdes, disse que as escolas não fazem uma mobilização para manter a oferta de vagas e funcionamento do período. “Nós recebemos uma proposta: angariar alunos para manter o turno aberto”. Ela afirma

As escolas estão sucateadas. Os gestores não investem na melhoria dos prédios e do material didático de apoio, para ter a desculpa de não funcionar mais à noite” LOURIVAL RIBEIRO professor

que a obrigação do professor é lecionar e não ir atrás de estudantes.

“A obrigação é do Estado, através de campanhas de renovação de matrículas e oferta de vagas à noite”.

Para o professor Lourival Ribeiro, o Estado é negligente. “As escolas estão sucateadas. Os gestores não investem na melhoria da

estrutura dos prédios e do material didático de apoio, para ter a desculpa de não funcionar mais à noite”. Ele analisa que os alunos, no início do ano, chegam empolgados e com vontade de estudar.

Porém, quando percebem que não existe nenhum investimento do governo para a melhora do ensino, acabam desistindo, o que aumenta o índice de evasão escolar.

Um outro ponto que contribui para a problemática do encerramento das atividades nas escolas no período noturno, é a falta de segurança em muitas delas. Para salva-guardar professores, alunos e população no entorno das instituições de ensino, o Governo introduziu a Ronda Escolar. Formada por policiais militares, tem o objetivo de manter a segurança e prevenir ações de vandalismo e violência em geral no interior das escolas e regiões circunvizinhas.

O tenente Willame Barbosa, comandante do Ronda Escolar, analisa que desde a implantação do programa, os índices de vandalismo nas proximidades das escolas reduziu. “No início do ano tivemos muitos problemas com brigas programadas por componentes de torcidas organizadas. Hoje, porém, com a ação da polícia em parceria com as escolas, esses confrontos são pontuais e os alunos se sentem mais seguros”.

Estudante da Escola Estadual Professor Severino Bezerra de Melo, Ozanira Tiago, comenta as dificuldades que enfrenta diariamente para estudar. “Moro num bairro pobre, inseguro e tento vir para a aula todos os dias. Sei que existem alunos no período noturno que não querem nada com a vida. Mas eu quero, estou aqui para ser alguém através do estudo”.

ALDAIR DANTAS

Professores e estudantes se sentem intimidados diante da falta de segurança no entorno das escolas,principalmente no turno noturno,o que tem causado evasão escolar

Professor é ameaçado de morte

“Você não tem medo de uma bala?”. Foi desta forma que o professor Lourival Ribeiro, do Projovem Urbano que funciona na Escola Estadual Ulisses de Góis, foi questionado por um dos seus alunos. O motivo da ameaça foi o atraso no pagamento de R$ 100 feito a cada aluno matriculado no programa que alcança média superior a 75% do que é aplicado pelos professores. “Eu fui apenas explicar os motivos pelos quais o pagamento atrasou e o que ele deveria fazer para receber o dinheiro”, afirma o professor. Lourival disse que o aluno o ameaçou na frente dos demais colegas e afirmou ser dele a culpa pelo atraso no depósito da quantia.

COORDENADORA Assustados, professores e alunos chamaram os policiais da Ronda Escolar para que nada pior acontecesse. “A Ronda sempre nos ajuda quando precisamos. Numa situação como aquela, só eles poderiam fazer alguma coisa”, disse a professora Maria Gurgel, coordenadora do Projovem na escola. Os policiais reuniram o aluno, o professor e a coordenadora para uma conversa sobre o caso e tudo foi esclarecido. “O aluno assumiu que estava nervoso e passou dos limites. Hoje está tudo bem”, relata Lourival.

Questionado sobre a gravidade da ameaça e sua permanência na escola, o professor é enfático. “Não tenho medo.

Estou aqui para recuperá-los.

Estes alunos estiveram por muito tempo à margem da sociedade. Nem mesmo os pais deles os incentivaram ao estudo”. Segundo os professores, a maioria dos alunos do Projovem provém de bairros periféricos com um histórico de envolvimento com drogas e crimes diversos.

ALDAIR DANTAS

Ronda Escolar combate violência A violência protagonizada pelos jovens nas escolas é uma realidade inegável. Para combatê-la, foi criado um órgão para atender somente aos chamados das escolas, o Ronda Escolar, que compõe, junto com o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), a Companhia Independente de Prevenção ao Uso de Drogas (Cipred). Em Natal, são três carros para o trabalho de prevenção e combate à violência e ao tráfico de drogas nas instituições e áreas próximas. As principais ocorrências atendidas pelo Ronda em 2010 foram relacionadas a brigas entre grupos estudantis rivais.

A rivalidade entre os grupos de escolas públicas e particulares, está ligada, na maioria dos casos, às torcidas organizadas. Porém, de acordo com informações do comandante do Ronda Escolar em Natal, tenente Willame Barbosa, o

tráfico de drogas e furtos nas proximidades das escolas, contribuem para os casos de insegurança e violência entre os estudantes e pessoas alheias ao ambiente escolar. O início de 2010 foi marcado pelos confrontos agendados entre os membros das torcidas pelas redes sociais, como o orkut, por exemplo. Os confrontos ocorreram em frente a escolas tradicionais, como o Anísio Teixeira, na Praça Pedro Velho. À época, alguns comerciantes fecharam as portas dos estabelecimentos com medo de tiros ou furtos.

“A partir do momento que monitoramos as escolas mais críticas no Centro, o número de ocorrências caiu significativamente”, analisa o tenente. Além de conter as confusões entre alunos e componentes de torcidas diversas, os policiais que atuam no Ronda têm o direito de entrar nas escolas a qualquer momento, para verificar

se tudo está bem. “Nosso objetivo não é intimidar os alunos e sim garantir a segurança de todos”. Porém, a presença da polícia nas escolas divide opiniões.

Para o estudante Diogo Henrique, a presença dos policiais intimida os alunos. “Eles nos olham de uma forma estranha. Eu me sinto constrangido”. Já a aluna Ozanira Tiago apoia e espera que o programa continue por muito tempo.

“Já fiquei com medo de vir a escola por causa das brigas que existiam aqui antes da Ronda”. Diogo e Ozanira são alunos do programa Projovem Urbano na Escola Estadual Professor Severino Bezerra de Melo, em Mãe Luiza.

Herta Viviane, qualificadora do programa, analisa que a violência nas escolas é um reflexo do cotidiano do aluno. “A violência vem das ruas, vem de fora para dentro das escolas”.

RODRIGO SENA

Ronda Escolar, da Polícia Militar, tem dado suporte aos alunos matriculados no turno noturno

MEMÓRIA

Na tarde do dia 20 de maio, 40 estudantes estavam fazendo baderna na rua Trairi com avenida Deodoro da Fonseca, nas proximidades de um supermercado. Os adolescentes soltaram rojões e jogaram pedras uns nos outros. Ninguém saiu ferido, apenas um carro foi atingido.

A confusão começou por volta das 16h quando dois grupos – um da Máfia Vermelha e outro da Gangue Alvinegra – começaram a brigar ainda na Praça Pedro Velho, em Petrópolis. Os comerciantes chamaram a Polícia Militar. Com a chegada das viaturas, os adolescentes se dispersaram pelas ruas do Centro provocando ainda mais tumulto.

A operação terminou nas imediações da Praça André de Albuquerque, Cidade Alta. Os policiais conseguiram prender quatro adolescentes e um adulto. Uma semana antes, um confronto com as mesmas características envolveu estudantes de escolas particulares ligados às torcidas organizadas.

Lourival denuncia descaso com a manutenção dos prédios RODRIGO SENA

Diogo e Ozanira tinham medo de ir à escola por causa das brigas

natal

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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 3

[ PATRIMÔNIO ] Natalense terá a oportunidade, a partir das 15h de hoje, de conhecer o centro histórico da capital, tombado no último dia 9, pelo Instituto do Patrimônio Histórico

Caminhada pela história LUANA FERREIRA repórter

quarta edição da Caminhada Histórica de Natal, que começa hoje às 15h na Praça André de Albuquerque, será o primeiro passeio turístico organizado no Centro Histórico desde que virou patrimônio cultural nacional, há dez dias.

Nem o produtor do passeio, Jarbas Filho, sabia do tombamento, anunciado pelos conselheiros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Brasília. “Ah, foi tombada?

Então um motivo a mais para as pessoas irem!”, comemorou. O Passeio Histórico é uma iniciativa dele, que consegue o apoio das Leis Djalma Maranhão (Governo do Estado) e Câmara Cascudo (Prefeitura Municipal) há três anos. O evento custa R$ 140 mil, sendo que R$ 40 mil são destinados à divulgação. “Eu vi que nós temos um patrimônio lindo, mas que não é valorizado”, explicou o produtor. “Eu comecei a me interessar pelo nosso patrimônio depois de ler uma matéria da TRIBUNA DO NORTE em 2003. Eu pensei: E a gente tem isso?”

Um trio elétrico percorrerá 2,2 quilômetros a partir da Praça André de Albuquerque com um professor de história em cima explicando a importância de 25 monumentos. O percurso, feito a pé, demora no máximo 3h. As pessoas ganham camiseta, guia impresso e uma revista que será lançada na ocasião. Em troca, devem levar dois quilos de alimentos não perecíveis (haverá postos de troca na sacristia da Igreja Nossa Senhora da Apresentação). Na última edição, em julho deste ano, a Caminhada atraiu quatro mil pessoas. A expectativa é que o costumeiro silêncio dominical do novo patrimônio cultural brasileiro seja quebrado hoje por cerca de cinco mil pessoas.

A

ARQUITETURA Um dos argumentos usados pelo Iphan para tombar o Centro Histórico de Natal foi a grande concentração de vários estilos arquitetônicos em um só sítio.

Com o auxílio do Iphan, a TRIBUNA DO NORTE destacou alguns monumentos representativos desses estilos. Nem sempre eles fazem relação com o período arquitetônico que se lê nos livros. “Naquela época, as novidades poderiam demorar um século para chegar até aqui”, explicou Jeanne Nesi, superintendente do Iphan no Rio Grande do Norte. De acordo com o órgão, metade dos prédios do Centro Histórico está descaracterizada ou possui arquitetura contemporânea. O restante se divide em estilos eclético (maior parte), colonial, romântico, neoclássico, art déco e moderno.

VEJA MAPA PASSEIO AO CENTRO HISTÓRICO DE NATAL Conheça os principais monumentos históricos da capital potiguar

Igreja Matriz Nossa Senhora da Apresentação É resultado de várias intervenções na capela construída no início do século XVII para ser matriz da cidade.O frontispício é bem volteado,característica do estilo barroco e a torre,construída no século XIX,é neoclássica.

Outros exemplos de arquitetura barroca:Igreja de Santo Antônio (Igreja do Galo) e Igreja do Rosário.

Memorial Câmara Cascudo Erguido no século XIX,é exemplo do período neoclássico:a arquitetura é severa,simétrica,o jogo de esquadrias é marcante.A platibanda esconde o telhado.Outros exemplos de arquitetura neoclássica:Palácio do Governo,Instituto Histórico e Geográfico do RN e Casa do Estudante.

Iphan É,juntamente com o Sobradinho, exemplo de construção colonial: o terreno é estreito e comprido,as casas são germinadas (coladas), os telhados são bastante visíveis e caem para a frente da rua e para os fundos. O Iphan foi provavelmente um armazém construído no século XVIII.

Palácio Felipe Camarão O prédio da prefeitura de Natal, inaugurado em 1922,é emblemático da arquitetura eclética porque reúne vários estilos. A frente é curvilínea como no barroco,os pináculos (pontas) lembram o estilo gótico,as colunas são trabalhadas como no classicismo.Essa reunião de estilos também pode ser vista no Solar Bela Vista e Palacete da Viúva Machado.

Casa de Câmara Cascudo O estilo chalé da Casa de Câmara Cascudo e do Solar João Galvão ficou mais evidente em Natal no começo do século XX.Os telhados dos prédios se voltam para as laterais dos terrenos,há uma entrada lateral antes da entrada da casa.A casa continua alinhada com a calçada,mas o porão alto dá maior privacidade ao morador.

Prédio da Ordem dos Advogados do Brasileiro Esse prédio, inaugurado em 1906,possui muitos elementos da art nouveau,com gradil imitando folhagens,flores esculpidas nas portas e escadas sustentadas por três pombos.O Teatro Alberto Maranhão e o Grupo Escolar Augusto Severo também possuem elementos deste estilo.

Obs.:Há três prédios emblemáticos do estilo moderno,que chegou a Natal com defasagem temporal em relação ao resto do País: o Tribunal Regional Eleitoral,o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Banco do Nordeste.Eles não fazem parte da Caminhada Histórica de Natal.

BATE-PAPO JEANNE NESI

» superintendente do IPHAN

O que muda com o tombamento?

O status de patrimônio cultural nacional atrai investidores, atrai turismo, você cria possibilidades de geração de emprego e renda.

Natal é a capital do Brasil com maior concentração de estilos arquitetônicos. Nós temos praticamente um museu a céu aberto. Há também linhas especiais de financiamento tanto para bens privados como os públicos, o que incentivará as reformas.

que o tombamento também foi paisagístico. O pouco de visão que existe para o rio, isso não poderá mais ser modificado.

Há alguma restrição em relação à ampliação do Porto de Natal e construção do Terminal Pesqueiro?

Essas obras foram licenciadas muito antes do tombamento provisório, então elas continuam.

Agora, a gente tem que estar atento ao que vai acontecer para não ter uma interferência visual.

O rio Potengi também está protegido?

O rio foi importantíssimo para a história de Natal, mas a cidade foi construída de costas para o rio.

Mas agora ele está tombado, por-

Por que os natalenses são tão desapegados em relação ao seu patrimônio histórico?

Eu preciso fazer um doutorado para descobrir isso (risos). Com a influência americana aqui du-

rante a Guerra Mundial, eu acho que o natalense ficou pensando que a cultura deles era melhor que a nossa e passou a esconder a prata da casa por muitos anos. Mas essa é uma tese minha (risos).

Qual são os próximos passos pós-tombamento?

O Iphan vai elaborar um plano de salvaguarda para identificar os imóveis que estão em risco, quer dizer, que podem literalmente tombar, como o Arperge, o Edifício Paris-Natal. Junto com a prefeitura, vamos ver o que podemos fazer para proteger esses prédios.

Vamos também formar uma Câmara Técnica com a prefeitura e o Governo do Estado para passarmos a trabalhar em conjunto.

EMANUEL AMARAL

Na última caminhada realizada, os natalenses percorreram o centro de Natal para conhecer os prédios históricos, como a prefeitura

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ARTIGO

Poder Judiciário

MARCELO ALVES DIAS DE SOUZA Procurador da República Mestre em Direito pela PUC/SP Doutorando em Direito pelo King’s College London - KCL

ANELLY MEDEIROS

TJ: novo provimento Corregedor do Tribunal de Justiça do RN baixou provimento regulamentando a autuação e a distribuição dos inquéritos policiais. O provimento 66/2010 determina que, quando de sua primeira remessa ao Ministério Público, os inquéritos policiais deverão ser antes encaminhados para a vara competente para ser feito o cadastro, sem que seja realizada distribuição. A idéia do corregedor João Rebouças é desburocratizar a tramitação dos inquéritos em busca de atender a Meta 8 do CNJ que prevê a implantação de um Plano de Gestão das Varas Criminais e de Execução Penal. Pedido de prorrogação de prazo, por exemplo, será encaminhado pela Polícia Civil diretamente ao Ministério Público Estadual, sem a necessidade de intervenção do Poder Judiciário.

A

CNJ analisa situação das crianças As audiências realizadas nos estados pelos conselheiros do Conselho Nacional de Justiça estão possibilitando um levantamento mais aprofundado da situação de abandono das crianças e adolescentes no país.

No último balanço apresentado pelo CNJ, cerca de 30% das crianças e adolescentes que foram acolhidos em abrigos e ins-

tituições diversas, porque viviam em situação de risco no país, aproximadaamente 24 mil, seja por terem sido vítimas de abandono ou de maus tratos, retornaram, este ano, aos seus lares de origem. O conselho deve apresentar nos primeiro semestre de 2011 o relatório final sobre essa situação preoculpante no país.

Guerrilha: Corte condena Brasil O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, negou a possibilidade de rever decisão que declarou a constitucionalidade da Lei de Anistia.

A declaração veio depois do ministro receber a notícia da punição do Brasil na Corte Interamericana dos Direitos Humanos. A condenação, pelo desaparecimento de 62 pessoas na Guerri-

Os novos códigos de processo

lha do Araguaia, abre caminho para novos processos contra militares acusados de matar e torturar na ditadura, segundo os jornais Folha de São Paulo e Jornal do Brasil. Para o juiz ad hoc da Corte, Roberto Calda, “a decisão se aplica a todos os casos de tortura, desaparecimento forçado e execução sumária ocorridos na ditadura”.

DEFENSORIA DO RN ASSEGURADA O presidente da Assembléia, Robson Faria, e os deputados Gesane Marinho, Walter Alves e Poti Júnior foram homenageados pela Defensoria Pública do RN com Medalha “parceiro da Defensoria”, no último dia 14. A homenagem foi em reconhecimento à relevante contribuição para valorização do defensor no estado. Os quatro deputados foram os autores da emenda que garante R$ 2 milhões no Orçamento Geral do Estado para investimentos na Defensoria em 2011.

ma parte da população – e certamente a maioria da comunidade jurídica brasileira – vem acompanhando a notícia de que o Senado Federal recentemente aprovou os projetos de novos códigos de processo civil e penal, a partir de anteprojetos elaborados por comissões de notáveis. Agora a coisa vai para a Câmara dos Deputados para análise, modificações e aprovação (com possível retorno ao Senado, se os Deputados entenderem ser o caso de alguma alteração).

Com um texto definido, os projetos vão para veto ou sanção presidencial e posterior publicação.

Não preciso lembrar a importância desses códigos para o nosso sistema jurídico. Quando em vigor essas leis (um código não deixa de ser uma lei), tudo – ou quase tudo – a ser discutido na Justiça passará por elas como um norma-meio (no sentido de que regerão como o Judiciário irá “trabalhar” para assegurar o Direito aos jurisdicionados). É claro que alguns, sobretudo no que diz respeito ao Código de Processo Civil e menos no que toca ao de Penal, vão perguntar: por que mudar? Se o atual CPP, de 1941, está evidentemente desatualizado, o CPC, de 1973 (com as posteriores reformas), é geralmente ainda tido, apesar de sua visão um quê individualista, como uma lei de apurada técnica.

Não neguemos essa e outras qualidades.

Mas nossos códigos de processos são produtos de tempos já idos (coincidentemente, ditaduras no Brasil). Tempos de viés individualista, sendo que hoje o que se busca é um aparato judicial para atender às necessidades de uma sociedade eminentemente de massa. Ademais, seja no processo penal, seja no civil, há que se enxergar a coisa sob o ângulo externo, com preponderância dos interesses do consumidor dos serviços judiciários (a população) e um empenho pelo efetivo aces-

U

so, às partes (no processo civil), aos réus e às vítimas (no processo penal) a uma ordem jurídica justa. E a maior prova de que havia algo de podre no Reino Processual do Brasil está na abundância de leis extravagantes versando sobre processo e as inúmeras reformas em ambos os códigos.

Até porque não sou pitonisa para adivinhar o que se passará na Câmara dos Deputados e qual será, assim, o texto definitivo dos códigos, por ora vou deixar de lado os aspectos mais técnicos da questão. Coisas como as novidades do juizado de instrução e da efetiva participação da vítima no futuro processo penal. Não que sejam aspectos sem importância. Apenas não acho que isso interesse ao leitor de jornal, mesmo porque, devo confessar, direito processual é assunto chato até para nós “da área” (e olhem que aqui quem fala é um suposto processualista).

Eu apenas quero, além de informar, defender uma posição: dizer que estou esperançoso com a novidade porque, pelo que se comenta, os novos códigos de processo estarão imbuídos da ideia de efetividade, cuja falta,

Policiais Civis comemoram A presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil, Ana Cláudia Saraiva, comemora a aprovação no orçamento do governo de uma emenda de R$ 3 milhões destinada a melhoria das delegacias, principalmente, no interior do estado. A emenda foi aprovada por unanimidade.

A luta, agora, será o de acompa-

nhar a liberação dos recursos no futuro governo de Rosalba Ciarlini. “Continuaremos vigilantes e confiamos no compromisso da governadora em melhorar a situação das delegacias do RN. Por isso, iremos lutar para que esses recursos sejam liberados logo no primeiro semestre”, disse a presidente Ana Cláudia Saraiva.

Pode ser o que não parece Segundo dados da Ordem dos Advogados do Brasil, 46% do candidatos inscritos no Exame da Ordem optaram por Direito Trabalhista, por achar que o conteúdo da disciplina é menos extenso. Mas, é mero engano. Na prática o resultado do exame está apontando que o índice de

aprovação dos candidatos trabalhistas foi menor do que outras áreas. Dos 21.794 que escolheram fazer a prova específica para direito trabalhista, só 5.603 (ou 25,7%) foram aprovados. No caso de Direito Civil, de conteúdo muito mais extenso, 2.052 candidatos passaram( 43,5%).

Prazos processuais suspensos Os prazos processuais estão suspensos até o dia 17 de janeiro. A resolução foi publicada no último sábado, através do Diário da Justiça Eletrônico. Segundo a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça do RN, a determinação atende a solicita-

ção da Ordem dos Advogados do Brasil – Rio Grande do Norte, com o objetivo de possibilitar descanso aos profissionais da Advocacia do RN. O recesso dos magistrados e servidores do Poder Judiciário ficou mantido até o dia 6 de janeiro.

COLUNA ENTRA EM RECESSO Aproveitando a oportunidade, a coluna também entrará em recesso. Agradeço a colaboração de todos que este ano estiveram comigo na elaboração das notícias.

A coluna volta no próximo ano esperando contar com a sua valorosa companhia. FELIZ NATAL E UM ANO CHEIO DE SAÚDE, PAZ E MAIS JUSTIÇA PARA TODOS!!!

autos &

motores

TODAS AS SEXTAS NA TRIBUNA DO NORTE

viver DE SEGUNDA A SÁBADO NA

TRIBUNADO NORTE

apesar de uma bela Constituição, é o grande problema da Justiça Brasileira. Certa vez, em uma exposição para Associação dos Magistrados do RN, citei Carlos Alberto Álvaro de Oliveira para dizer algo mais ou menos assim: “Não é suficiente que a Constituição apregoe a República Federativa do Brasil como um Estado Democrático de Direito (art. 1º, caput), ou assegure a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade (art. 5º, caput). Tampouco satisfaz a simples garantia, no plano do verbo, de acesso ao Poder Judiciário para a apreciação de qualquer ‘lesão ou ameaça a direito’ (art. 5º, XXXV).

Tudo isso será ilusório se o usuário da Justiça não puder obter a satisfação de sua pretensão com um custo razoável, proporcional às suas posses e ao objeto do litígio, e em tempo adequado para que a demora não transforme a justiça em injustiça”.

Espero que os novos códigos de processo ajudem o Judiciário (e os operadores do Direito como um todo) a desempenhar, do melhor modo possível, a função própria que lhe foi confiada e a atingir o seu fim específico de uma “Justiça justa”. Aguardo códigos que enfrentarão a questão da morosidade da Justiça (problema que tem sido atacado prioritariamente em outros países), que cuidem da própria qualidade da prestação jurisdicional (evitando decisões equivocadas, mal fundamentadas ou em descompasso com a realidade) e que ampliem o acesso à justiça (para assegurar o funcionamento da máquina judiciária em proveito de todos, sem discriminações).

E espero de toda a comunidade jurídica que aproveite a chance que será dada para verdadeiramente consagrar essa nova mentalidade: a da justa efetividade do processo, com celeridade, qualidade e ampla acessibilidade.

Problemas virão? Claro. Necessidade de adaptações e atualização dos operadores da lei, interpretações divergentes no início da vigência e, sobretudo, uma luta para que se mudem mentalidades.

De minha parte, já imagino alguns livros desatualizados e, sobretudo, estudar tudo de novo. Como se diz por aí: e o jeito?

natal

Domingo | 19 de dezembro de 2010 ➾ www.tribunadonorte.com.br ➾ tnonline@tribunadonorte.com.br ➾ twitter.com/tribunadonorte

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 7

tn online Fred Carvalho - www.twitter.com.br/fredcarvalhorn

APPLE DAY No dia 20 de dezembro o Rio Grande do Norte poderá contar com preços exclusivos nos produtos da Apple. Durante todo o dia, a Miranda Computação, revendedora autorizada da marca no RN, promove o Apple Day, um dia inteiro oferecendo preços diferenciados de todo o Brasil, degustação dos produtos Apple nas lojas do Midway Mall, Prudente de Morais e Mossoró West Shopping, além do lançamento de novidades Apple no RN. O Apple Day terá uma tarde de palestras com o presidente do grupo de usuários Apple Natal, José Alves, que irá falar sobre novidades da marca como o iPad e iPod Touch 4G. As palestras acontecem no auditório da Siciliano do Midway, às 15h e 17h, e as inscrições podem ser feitas no local, antes de cada palestra.

CHROME Na quarta-feira passada, o Google revelou ferramentas administrativas para seu navegador Chrome. O objetivo da empresa é tão claro quanto ambicioso: transformar a plataforma do browser em uma escolha atraente para ambientes corporativos. Nas palavras do gerente de produtos da Google, Glenn Wilson, “as empresas já podem implementar o Chrome imediatamente”, anunciado em blog corporativo. “Hoje anunciamos que o Chrome oferece controles que permitem sua implementação por parte das TIs para instalar e configurar de maneira fácil o browser em suas empresas”, completou.

DICAS - DICAS - DICAS - DICAS - DICAS - DICAS

Ergonomia A Air Micro, empresa especializada em soluções ergonômicas, oferece o Key pad e o Mouse pad, para uma postura correta diante do PC, corrigindo a posição dos punhos em relação à mesa de trabalho. Os acessórios foram desenvolvidos especialmente para apoiar os punhos, poupando os músculos dos braços e ombros. As bases de apoio são injetadas em espuma de poliuretano macia, que proporcionam um encosto mais alto para alinhar os punhos na altura correta, sem a necessidade de realizar um esforço maior para direcionar o mouse durante suas funções diárias e na hora de digitar.

SMART

MELHORIAS NO PES

A TIM e a Motorola apresentam o Motorola SPICE, novo smartphone Android com pacote completo de recursos. O modelo, que chega às principais lojas da operadora já nesta semana, traz o novo e exclusivo aplicativo Flashback, que permite que o usuário visualize e gerencie suas principais atividades e informações em um único lugar por meio de uma linha do tempo, com o histórico das chamadas, mensagens, eventos, fotos e vídeos. O aparelho será vendido nas principais lojas da TIM por 12 parcelas de R$ 57 em qualquer um dos planos pós-pagos.

Os consumidores que trouxerem o número de outra operadora e optarem pelo TIM Liberty, por exemplo, – que oferece chamadas locais e DDD ilimitadas para números TIM – pagarão R$ 96 mensais por um ano, valor que já contempla a franquia com desconto (R$ 39) e a parcela do aparelho.

A produtora Konami vai disponibilizar na próxima terça-feira uma grande atualização para as versões de PlayStation 3, Xbox 360 e PC do game de futebol “Pro Evolution Soccer 2011”.

A principal adição ao lado de novos uniformes e chuteiras é a Inteligência Artificial dos atletas, principalmente zagueiros e laterais. Com a atualização, os zagueiros irão marcar melhor os adversários, impedindo a marcação de gols fáceis como acontece normalmente e os laterais poderão ser recuados em qualquer momento. Os cruzamentos e a inversão de jogadas serão aprimorados, garantindo uma precisão maior, do mesmo modo que os chutes ao gol.

SUPER COMPATÍVEL Para dar mais mobilidade e facilitar a transferência de arquivos,a Mtek,uma das principais fornecedoras nacionais de suprimentos de informática,acaba de lançar no mercado o CR803,que além da leitura,também grava arquivos de até 71 modelos diferentes de cartões em seus seis slots.

O acessório é compatível com os padrões SD,X-Picture, MS,M2,Microdrive,CompactFlash e T-Flash,incluindo Micro SDHC,ideal para armazenar grandes arquivos de mídia,como músicas e vídeos em celulares e smartphones,pois esse formato possui uma taxa de transferência mais alta que os outros cartões de memória.Leve e compacto,o leitor facilita o transporte e não necessita de instalação,basta plugá-lo na porta USB e transferir os dados.

MOVE A Sony Brasil anunciou na sexta passada,por meio de comunicado à imprensa,que o controle de movimentos PlayStation Move será lançado no País até o final deste ano.No entanto,a fabricante não especificou uma data exata para a chegada do acessório.Com um preço sugerido de R$ 799,o pacote chamado Kit Move trará o controle PS Move,a câmera PlayStation Eye (necessária para utilização do Move) e o game “Sports Champion”, além de versões demo de outros títulos compatíveis com o periférico.Em lojas norteamericanas como a Amazon.com,o mesmo bundle sai por 100 dólares.

FALHA Facebook retirou temporariamente o site do ar na quinta passada após um funcionário da empresa,acidentalmente,deixar vazar novas funcionalidades, que puderam ser vistas por alguns usuários.A rede social,que é utilizada por quase 600 milhões de pessoas ao redor do mundo,esteve offline por cerca 30 minutos,entre 18h e 19h.

CALOR HUMANO A Fujitsu Laboratories desenvolveu um pequeno dispositivo que,ao ser usado em pessoas,converte o calor corporal em energia.Em seguida,armazena essa energia como se fosse uma bateria para uso posterior.E mais:o dispositivo híbrido também consegue captar a energia da luz do sol quando se anda em áreas externas.Este novo empreendimento poderia ter aplicações que ainda não foram testadas.É o primeiro produto que aproveita a energia do calor humano e da luz solar,ao mesmo tempo.

Anteriormente,isso exigia dois dispositivos separados e fiações elétricas ou pilhas.

Acusados de crimes como homicídios e assaltos, sete detentos foram liberados nos últimos 30 dias, em Mossoró, por atraso no processo judicial. Cerca de mais 70 presos também serão soltos nos próximos dias pelo indulto de Natal

[ INDULTO ]

Beneficiados pela morosidade MARCOS GARCIA

ANDREY RICARDO Jornal de Fato

elo menos sete presos acusados de crimes como homicídios e assaltos foram liberados nos últimos 30 dias por atraso no processo judicial. Todos estavam recolhidos na Cadeia Pública Juiz Manoel Onofre de Souza e foram soltos por excesso de prazo – eles aguardavam pelo julgamento. Esse número poderá aumentar ainda mais nos próximos dias, pondo mais criminosos na rua. Além destes, outros cerca de 70 presos também serão soltos nos próximos dias - beneficiados pelo Indulto de Natal.

O relaxamento da prisão dessas pessoas, somado àqueles que terão o direito ao Indulto de Natal, que é um benefício concedido para alguns no fim do ano, tem gerado grande preocupação para as forças policiais da região. Um desses sete presos que foram soltos por excesso de prazo, inclusive, já foi até preso novamente (em flagrante). Alex Gomes de Souza, o “Bobila”, foi detido por policiais militares no dia 7 deste mês. Ele e o comparsa, José Ivanildo Pinheiro de Lima, “Boboia”, foram flagrados portando um revólver calibre 38, drogas e dinheiro. Os dois são acusados de vários crimes.

Assim como Alex Gomes, boa parte desses outros presos que foram soltos por excesso de prazo são considerados perigosos pelas autoridades locais. Bobila estava preso pelo assassinato de Claudiano Santos de Melo, morto a tiros no dia 23 de maio de 2008. Ainda era investigado pelo setor de Inteligência da PM e a Polícia Civil por outros crimes, como homicídios e assaltos, além de tráfico de drogas. Entre os beneficiados pela morosidade da justiça, estão José Lázaro Maia de Oliveira e José Aldo de Souza, acusados de homicídio. Eles estavam presos desde

P

junho de 2009.

Os irmãos Francisco Ednaldo Salvino Leal, “Gambiarra”, e Misael Tavares da Silva, acusados de matar Renato Alves Fernandes, também foram beneficiados pela justiça. Ainda responde ainda por esse mesmo crime o estudante de educação física Antônio Soares Júnior, “Júnior Professor”, que é irmão de Misael e Ednaldo. Ele foi posto em liberdade meses após o assassinato, mas os irmãos continuaram presos, desde o fim de 2008. O crime, na época, teve grande repercussão na cidade. A família da vítima denunciou que eles estavam aterrorizando a todos, fazendo ameaças de morte.

Elenilson Silva Vidal e Francisco Nogueira de Oliveira também são acusados de homicídio. A vítima foi Adriano Souza Pinto, morto com tiros em 30 de dezembro de 2007. Nesse mesmo dia, os dois ainda espancaram dois inimigos no mesmo local. Primeiro espancaram dois jovens e, por fim, passaram a agredir Adriano, que acabou sendo morto a tiros. Elenilson foi preso no dia 3 de janeiro de 2008, enquanto Francisco foi preso em 16 de junho do ano seguinte. Os dois são acusados de cometerem outros assassinatos, todos ligados à briga entre gangues.

Todas essas decisões de liberação por excesso de prazo foram assinadas pelo juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros. A reportagem teve acesso aos despachos do juiz com exclusividade. Numa delas, o juiz afirma que está atendendo a uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que realizou em todo o Brasil o Mutirão Carcerário, revisando processos antigos. Na decisão, o juiz argumenta que “o réu não pode permanecer preso cautelarmente, de forma indefinida, no aguardo do julgamento pelo Tribunal de Júri”. Por isso, ele declara que é necessário relaxar as prisões.

Os sete presos soltos pela Justiça de Mossoró,por excesso de prazo,cumpriam pena na Cadeia Pública Juiz Manoel Onofre de Souza

Polícia tem de monitorar quem já foi solto A expressão “enxugar gelo” é bem antiga, mas reflete bem os trabalhos que serão realizados a partir de agora pelas polícia Civil e Militar da cidade. Com aproximadamente 100 criminosos a mais pelas ruas da cidade neste fim de ano, além de se preocupar com os crimes que já vinham acontecendo, a polícia tem que monitorar esse “reforço” que chegará às ruas em breve.

A Polícia Militar, por exemplo, foi responsável pela maioria das prisões dessas pessoas que estão sendo recolocadas nas ruas – umas por atraso no processo, devendo permanecer até o julgamento, e outras apenas para o fim do ano.

“De certa forma, provoca uma

preocupação grande em nossos policiais. A gente sabe que refaremos o trabalho que foi feito antes. Os policiais que trabalharam na captura dessas pessoas sentem-se até desmotivados. São adversidades que acontecem e que nós temos que entender, levantar a cabeça e fazer nosso trabalho”, disse o tenentecoronel Eliezer Rodrigues, comandante do II Batalhão de Mossoró.

Todas as saídas ocorrem de acordo com o que determina a legislação brasileira. Porém, o Eliezer lembra que existem grandes diferenças entre a prática e a teoria, nesse caso. A lei prevê que infratores sejam presos ao cometer algum tipo de crime. Na prisão, eles têm que passar

por um intenso processo de ressocialização. Após cumprir parte da pena, progressivamente eles são reinseridos na sociedade.

Mas na realidade, nada disso acontece. Eles convivem em situações desumanas e geralmente não têm nenhum tipo de acompanhamento. Passam anos trancados numa cela vendo seus direitos serem desrespeitados pela falta de estrutura das unidades prisionais. “Serviria para ressocializar o criminoso, mas geralmente acontece o contrário. O camarada entra não tão perigoso assim, mas sai bem pior ao entrar em contato com bandidos bem mais perigosos”, disse Eliezer Rodrigues.

A preocupação das autoridades

reside justamente no fato da maior parte desses presos não ter sido ressocializada. Sem outra alternativa, as forças policiais pretendem monitorar essas pessoas. Como todos já foram presos antes, os setores de investigação das forças policiais têm uma série de informações que poderão ajudar na investigação.

“O nosso trabalho é identificar quem são essas pessoas e fazer o monitoramento deles. Se acontecer alguma coisa nesse período, a gente já tem um perfil deles e quem poderia fazer esse crime. Infelizmente, nosso trabalho será realizado nesse sentido. Temos que nos prevenir sobre o que poderá acontecer”, destaca o militar.

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Domingo | 19 de dezembro de 2010

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RÉVEILLON

Coronel Alarico Azevedo prepara esquema para fim de ano PÁGINAS 12 E 13

TEMPO HOJE

TÁBUA DE MARÉS

FEIRAS-LIVRES

Pode ocorrer chuvas em quase todo o RN Máx.: 29º CO Mín.: 23ºCO

Preamar 00h45 -0.6- 07h08 -2.1 Baixa-mar 13h08 -2.1- 19h38 -2.0

Panorama: hoje 332 bancas/196 feirantes Planalto 186 bancas/97 feirantes

BALNEABILIDADE Impróprias Redinha Maxaranguape

FASES DA LUA Crescente: Hoje Cheia: 21/12 Nascer do sol: 5h21 Pôr-do-sol: 17h19

Editor: Edilson Braga e-mail: braga@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 19 de dezembro de 2010

A família de Márcio e Helena no Jardim Progresso é uma das muitas que conseguiram subir de classe nos últimos cinco anos. Segundo estudo da FGV, 32 milhões de brasileiros passaram a viver em condições melhores desde 2006

[ CLASSE MÉDIA ]

De panetone para chester e carneiro EMANUEL AMARAL

MARCO CARVALHO repórter

o dia 24 de dezembro de 2006, a família de Márcio Ricardo do Nascimento e Maria Helena Costa da Cruz passava o seu primeiro natal na casa que conseguiram alugar por R$ 180. A ceia se restringia a um panetone, recém-comprado em um supermercado próximo, e as três filhas dividiam um garfo para conseguir “jantar”.

Quatro anos depois, o natal será diferente. No terreno que compraram há três anos, agora se vê uma casa erguida e o jantar do dia 24 de dezembro será lá. Com direito a chester e carneiro na ceia, Márcio diz que conseguiu vencer na vida.

A família, que mora no loteamento Jardim Progresso, zona Norte de Natal, é mais uma daquelas que nos últimos cinco anos conseguiram subir de classe e melhorar sua condição de vida.

Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a nova classe média agora é 50,5% da população brasileira, com renda domiciliar entre R$ 1.126 e R$ 4.854 mensais. No total, 32 milhões de brasileiros ascenderam

“Tínhamos que segurar o dinheiro”

N

Márcio, ao lado das filhas e da mulher Maria Helena: no natal de 2006 a ceia foi um panetone dividido entre eles, hoje será um chester

de classe social de 2006 para cá.

Márcio, 31, e Maria Helena, 36, há 10 anos são proprietários de um bar na Planície das Mangueiras e de lá tiram o seu sustento.

Nos últimos três anos, eles le-

vantaram a casa de três cômodos, compraram máquina de lavar, computador, televisão e geladeira. Tudo novo.

A casa de portão marrom e muro de cerâmica branca na rua Ema-

nuel Fernandes foi construída em onze meses. “”Ia comprando uma porta, uma janela, os tijolos. Só Deus sabe o que eu passei, mas tudo deu certo no final”, comemorou Márcio.

O estudo da FGV apontou também a melhoria na renda como um dos pontos fundamentais para que o potencial de consumo aumentasse 14,98% no intervalo de tempo de cinco anos.

A classe que já é chamada de “nova classe média” encerrará 2010 responsável por 45% das compras de produtos no país.

Entre os bens de consumo, o computador, que também foi adquirido pela família do Jardim Progresso, foi o que apresentou maior crescimento dentro dos lares brasileiros – passou de 14% em 2002 para para 34% em 2009.

O casal, cujas filhas têm 16, 12 e 5 anos, não hesita quando perguntado se melhorou de vida.

Mas, foi preciso muito esforço.

“Tudo era controlado. Tínhamos que fechar a mão para segurar o dinheiro e ir ajeitando a casa”, disse Márcio.

“Todo dia a gente vinha aqui de noite pra ver como tava a construção. Ficava só olhando as paredes que nem estavam erguidas ainda. Essa é a casa dos meus sonhos” conta Márcio, que convida a reportagem para comprovar a melhoria no dia de natal. “Venham comer o carneiro, estou criando ele aqui de lado para a nossa ceia”.

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Domingo | 19 de dezembro de 2010

Com a economia do país estabilizada, milhões de famílias ascenderam à classe média, como é o caso de Edilson Silva de Souza e Aluízio da Silva. Os dois comemoram a melhoria de vida

[ CLASSE MÉDIA ]

A opção por montar negócio próprio FOTOS:EMANUEL AMARAL

guinada na vida não foi privilégio da família de Márcio e Helena. Perto dali, na Rua dos Anjos, está Edilson Silva de Souza. O homem de 33 anos deixou para trás o emprego na empresa Guararapes para trabalhar como autônomo distribuindo refrigerantes. E deu certo.

Com uma moto modelo Honda Pop, ele distribui os produtos e trabalha o suficiente para sustentar a casa. A família de Edilson faz parte dos 47% dos domicílios brasileiros que dispõem de automóvel ou motocicleta. Número apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). O crescimento foi de dois pontos percentuais em comparação ao ano anterior.

Há quatro meses decidiu fazer ma reforma na casa que mora com a mulher e o filho de 10 anos, construindo uma garagem e um comércio.

A conveniência vende lanches e cereais, e ajuda na renda. “Minha mulher pediu e disse que ia administrar. Vamos ver no que dá”, disse Edilson a respeito do incipiente negócio.

Crescendo na vida, Edilson não pensa em parar. Já está negociando um carro usado em troca de um terreno que tem. “Vou dar o resto do dinheiro, porque o carro é mais caro. Pretendo aumentar ainda mais a minha distribuição”.

Com a renda mais folgada, o presente do filho está garantido.

“Este ano, a gente vai sim comprar alguma coisa para dar para ele. Vamos organizar nossa ceia também”.

O que também está garantido é o pernil na ceia de natal da família de Aluízio da Silva. Pela primeira vez o comerciante vai ter tal “luxo” no dia 24 de dezembro.

Aluízio mora em uma casa dada pelo Governo do Estado no conjunto habitacional Djalma Maranhão, perto de Extremoz. Lá, ele também abriu o próprio negócio: um mercadinho.

Vendendo ovos, detergente, feijão, farinha, dentre outros produ-

Muitos vivem só do Bolsa Família

A

Se muitos tiveram a oportunidade de subir de classe nos últimos cinco anos, outros estagnaram e têm a renda baseada somente no Bolsa Família. O programa do Governo Federal, que transfere diretamente a renda para famílias classificadas como pobres ou extremamente pobres, transformou-se, para alguns, na única saída da miséria.

Tânia Maria dos Nascimento, de 47 anos, mora duas ruas distante do casal Márcio e Helena, no conjunto Jardim Progresso.

Mas não compartilham da mes-

NÚMERO

12 Aluízio da Silva diz que pela primeira vez vai ter “o luxo”de uma ceia com pernil para comemorar o Natal junto com a mulher e os filhos

Edilson Silva trabalhava como industriário, pediu demissão e decidiu montar seu próprio negócio

classificados O seu mercado de serviços todos os dias na TRIBUNA DO NORTE

tn família TODOS OS DOMINGOS NA TRIBUNA DO NORTE

tos, o novo meio de renda ainda rende pouco dinheiro. A maior parte vem dos serviços de frete que agora presta, pois conseguiu comprar há um mês um Fiat Strada a gás para atender aos clientes. O dinheiro veio com a ajuda da mãe.

O carro custou R$ 13 mil e agora ajuda a manter os quatro filhos, dois homens e duas mulheres.

Aluízio morava em um barraco no assentamento do Jacaré, por trás da empresa Ambev e agora vê sua realidade mudar. “Pela primeira vez, eu vou ter um pernil na mesa e dar presente para os filhos, na medida do possível”, disse o comerciante, que recebeu a sua moradia há quatro meses.

Sua mulher recebe R$ 120 do Bolsa Família e também ajuda em casa. Com geladeira e televisão, a alimentação não é mais incerta.

“Não é muito, mas não falta mais comida na mesa”, diz Aluízio na janela da casa azul de portas vermelhas.

milhões de famílias brasileiras são cadastradas no programa Bolsa Família.

ma realidade.

A dona de casa vive com a filha e a neta na casa dada pelo Governo do Estado há 6 anos. E a situação não se alterou muito de lá para cá. A alimentação é irregular para ela e a filha de 19 anos. “Às vezes tem e às vezes não tem condições de botar alguma coisa na mesa”, lamenta Tânia.

Contudo, se a situação hoje é ruim, antes era pior. Ela morava em assentamento no Parque dos Coqueiros, zona Norte, e lá era mais precário. “Só em ter essa casa de alvenaria, pra mim já é um avanço muito grande”.

O Bolsa Família atende mais de 12 milhões de famílias em todo território nacional. Só podem receber o benefício aqueles que têm renda menor que R$ 140. Dependendo do número e da idade dos filhos, o valor do benefício recebido pela família pode variar entre R$ 22 a R$ 200.

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3porquatro

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POR ANNA RUTH DANTAS

ROBERTA SÁ

JÁ NO SEU TERCEIRO CD,A CANTORA POTIGUAR ROBERTA SÁ TEM UMA DEFINIÇÃO ESPIRITUAL PARA O SUCESSO QUE ALCANÇOU EM TÃO POUCO TEMPO DE CARREIRA:“ACHO QUE REZO QUANDO CANTO.É UMA RELAÇÃO DIVINA COM O PALCO,COM A MÚSICA,COM O QUE A MÚSICA ME TROUXE,COM O QUE O PALCO ME TROUXE.““ a

“Acho que rezo quando canto” FOTOS:RODRIGO SENA

Você é apontada como uma das estrelas da nova geração da MPB.A que você credita isso?

Olha, eu não sei. Não sei se é bom acreditar muito nisso. Acho que claro que fico lisonjeada com os elogios. Mas penso muito, levo meu trabalho muito a sério e penso muito no meu trabalho, no meu próximo disco, como vou fazer meu próximo disco, como posso dar um passo além na qualidade do meu trabalho, das gravações que eu faço, na qualidade da escolha do repertório. Estou sempre olhando para frente e pensando no meu próximo passo. Acho perigoso o artista que tenta ou se acostuma com os elogios. Agradeço muitíssimo, fico lisonjeada, mas também tendo não dar tanta atenção. Depois olho para o meu trabalho.

Mas o que conta para você ser apontada como revelação da MPB? É sua música,a voz,a postura no palco?

Demorei muito para entender o que é ser artista. Há pessoas que nascem artistas. Acho que fui me fazendo cantora, o público foi me vendo crescer como cantora. Demorei muito para entender que o que faz um artista é o conjunto, é tudo. É uma voz, tem que tomar cuidado com tudo, com as pessoas que cercam, com os músicos que tocam comigo. Acho que, realmente, o meu grande trunfo são minhas parcerias. Os músicos que tocam comigo no palco desde o primeiro show que fiz na minha vida, meu empresário que é muito meu parceiro e acredita em todas as loucuras que eu faço e que quero fazer. Ele (o empresário) vai lá, acredita, compra o meu barulho. Até gente que compra meu barulho, venha fazer barulho comigo. Acho que isso me dá segurança para ser cantora.

Você disse que seu empresário “compra as loucuras que você quer fazer”. Qual foi a loucura que você já fez na sua carreira?

São delírios. Acho que tudo que fiz até hoje foi um delírio. A gente sempre dá um passo. Gravar o meu primeiro disco foi muito delirante. Eu não era cantora, nunca tinha feito um show profissional na minha vida e resolvi gravar um disco. Tudo foi um pouco assim. O DVD, não sei se era hora de gravar o DVD. A gente está sempre envolvendo gente muito boa, bacana. E isso é sonho, tudo na base do sonho.

Você é uma cantora que cresce muito no palco.O que você leva para o palco que lhe faz ocupar todo aquele espaço?

Eu não sei. Acho que, na verdade, aprendi a estar no palco e me sentir confortável no palco.

Para mim, no começo, era muito difícil. Sofria muito com o palco.

Hoje em dia é o lugar que eu mais gosto de estar. Eu adoro, me sinto muito confortável. E gosto muito da troca com o público. Tenho um público super fiel, que me acompanha desde o primeiro show que fiz para 50 pessoas, agora é para 4 mil pessoas e ele (o público) continua lá. Eu vejo os rostos, eu identifico. Tem algumas pessoas que me acompanham mesmo. Então acho que é o público (que a faz crescer no palco).

Você participou do programa Fama, da Rede Globo. Não ganhou a competição, mas se tor-

gravar um disco sem ser saudosista. Acho que é um olhar para frente, tanto nas letras, letras que falem sobre o mundo de hoje, é procurar a referência do passado, que é importante e me construiu artisticamente, procurar essas referências, mas ao mesmo tempo olhar para a atualidade, o que ocorre no mundo hoje. Tanto o que acontece no mundo hoje, factual, guerra, política, o que acontece com tudo isso, como eu enxergo a humanidade. Essa é uma preocupação que eu tenho e o que musicalmente eu posso acrescentar. É não fazer um som que soe como maravilhoso de antigamente. É pegar música de 1950 e como essa música fala nos dias de hoje.

Os cantores de modo geral têm uma crítica muito aguçada sobre as emissoras de rádio, que tocam músicas muito comerciais.Você endossa essa crítica?

Acho que hoje em dia qualquer um pode fazer sua rádio porque tem a internet, você pode montar sua rádio. Eu escuto pouca rádio.

Acho que só escuto duas rádios, mas acho que isso não interfere mais tanto na vida do artista hoje.

pontada como uma das estrelas da nova geração da MPB, Roberta Sá nem de longe se mostra encantada com o rótulo. Confessa que prefere “não acreditar” e admite que o trabalho realizado até agora começou de “delírio”. Delírios que deram certo, transformaram em realidade o sonho de ser cantora e oferecem hoje a Roberta Sá o espaço destinado a artistas famosas da MPB. “Acho que tudo que fiz até hoje foi um delírio. A gente sempre dá um passo. Gravar o meu primeiro disco foi muito delirante.

Eu não era cantora, nunca tinha feito um show profissional na minha vida e resolvi gravar um disco”, comenta a cantora, que esteve realizando show em Natal promovido pela Agenda Propaganda. Ela observa que acha perigoso o artista que se acostuma com os elogios. “Agradeço muitíssimo (aos elogios), fico lisonjeada, mas também tento não dar tanta atenção”, afirma; uma declaração de uma cantora jovem na idade, mas que estampa aprendizado dos mais experientes. Roberta Sá admite que pouco lê o que publicam sobre o trabalho dela. Confessa que é um mecanismo de autodefesa: não inflar o ego sobre algo muito bom que escrevem sobre ela, mas também não se incomodar com as críticas feitas. A cantora, com fortes raízes potiguares, está no seu terceiro CD. Com a música Roberta tem uma relação que soa divina, de delírio, sonho que virou realidade. “Acho que rezo quando canto. É uma relação divina com o palco, com a música, com o que a música me trouxe, com o que o palco me trouxe. Eu aprendi muito com minha profissão. Sou uma pessoa muito melhor desde que comecei a cantar”, destaca. A convidada de hoje do 3 por 4 é uma artista simples, uma cantora que encanta, e encantada pelo palco, uma potiguar de fortes lembranças da adolescência vivida em Natal, uma profissional focada na carreira e em novos projetos. Com vocês, Roberta Sá:

A

“

Eu vejo os rostos, eu identifico. Tem algumas pessoas que me acompanham mesmo. Então acho que é o público (que a faz crescer no palco).”

nou cantora reconhecida.O que o programa lhe trouxe?

Muita coisa. Você sabe que é curioso que muita gente não sabe que eu fiz o Fama. Tem umas pessoas que não lembram, eu era muito menina, era diferente fisicamente do que eu sou hoje. Mas foi super importante fazer o programa para mim. Primeiro que conheci o Felipe Abreu, que é meu preparador vocal até hoje. Ele (Felipe Abreu) é uma pessoa muito importante na minha vida. |Se quero gravar um repertório, eu escuto com ele. A

opinião dele é muito importante para mim. Ele era preparador vocal do Fama e o conheci lá. É a pessoa que me orienta. Quando eu estou na dúvida, pergunto para ele e faço como ele define.

A crítica é sempre muito favorável a você.Os críticos estão sendo“benevolentes”ou justos com você?

Benevolente, crítico nunca é.

Então eles são justos com você?

Eu não sou uma unanimidade, graças a Deus. Acho isso muito bom. Não sendo uma unanimidade pode ser que tenha justiça. Essa história da crítica a gente não pode muito ler. Eu não leio muito o que sai sobre mim.

Por que você não lê o que publicam sobre você? Auto-defesa?

Não sei. Auto-defesa acho que é. Tanto para não inflar demais o meu ego sobre uma coisa muito boa que falam sobre mim, nem me

Detalhes Roberta Sá,30 anos,nasceu em Natal e aos 9 anos de idade foi morar no Rio de Janeiro.Mas nem por isso perdeu a identificação e o amor pela capital potiguar.Da infância e adolescência lembra com um largo sorriso no rosto dos veraneios no litoral Norte e das festas que freqüentava em Natal.

Cantora reconhecida pela crítica como uma das estrelas da nova geração da MPB, Roberta Sá está no terceiro CD.

“

Tenho uma relação com o Nordeste de amor profundo.

Minhas maiores lembranças de infância estão aqui.”

incomodar demais com uma coisa muito ruim que sai sobre mim.

Talvez seja para não interferir no meu trabalho.

Ruy Castro chegou a dizer que você mostra a visão“contemporânea da MPB”.Você concorda?

Eu vivo no mundo de hoje e acho que sim. Primeiro que concordo com tudo que Ruy diz. A contemporaneidade é a busca, na verdade, de falar com o público de hoje. A MPB é muito rica e é muito difícil você escutar uma música e

Perfil Como você se define: acho que sou determinada Em que acredita: na minha família Sonho concretizado: minha carreira

Então o que interfere na vida do artista?

Independência, criatividade. O artista tem que olhar para sua obra. O jeito de chegar nas pessoas você pode fazer chegar, através dos shows, da internet. Você pode ter postura mais ativa. Não estou dizendo que a peneira não é fina, ela é fina. Tem muita gente boa que não consegue levar a música para um público grande, claro que isso existe. Mas aí tem muito engenheiro bom que não consegue emprego bom. Acho que isso é um pouco da peneira fina do mundo.

Você demonstra muito apego ao Nordeste.Como são as raízes nordestinas que você carrega dentro da sua carreira artística?

Tenho uma relação com o Nordeste de amor profundo. Minhas maiores lembranças de infância estão aqui. Na adolescência, eu vim muito para Natal. Tenho muitas amigas aqui, amiga de farra.

Fui muito a Forró com Turista, pulei muito Carnatal, então fui uma adolescente nordestina. Eu vinha muito para cá. Meu início de vida de adolescente foi todo aqui.

Eu ia para o Arrasta, enquanto meus amigos do Rio iam para boate eu ia para Arrasta. Então isso está em mim como está em qualquer pessoa do Nordeste. Claro que levo isso para minha música.

Tenho uma relação muito forte com os compositores nordestinos.

Lula Queiroga é de Pernambuco, o Moreno Veloso é baiano. Tem essa relação com os compositores nordestinos contemporâneos.

Seu último disco é“Quando canta é reza”.E quando você canta reza,ou quando você reza canta?

Acho que rezo quando canto. É uma relação divina com o palco, com a música, com o que a música me trouxe, com o que o palco me trouxe. Eu aprendi muito com minha profissão. Sou uma pessoa muito melhor desde que comecei a cantar. Não é aquilo de quem canta seus males espanta, é porque a gente trabalha muito duro. Me sinto mais segura. Minha carreira me deu isso, uma segurança, um prazer, uma alegria.

12 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

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Domingo | 19 de dezembro de 2010

[ RÉVEILLON ] Ponta Negra terá também fogos de artifício, mas, pela altura,

o espetáculo na Ponte poderá ser visto por boa parte das zonas Norte e Sul

Queima de fogos será na ponte Newton Navarro RODRIGO SENA

ISAAC LIRA Repórter

uando o relógio marcar meia-noite, entre o dia 31 de dezembro e o primeiro dia de 2011, o grande personagem da queima de fogos em Natal será a Ponte Newton Navarro. Recebendo pela primeira vez a queima de fogos tradicionalmente realizada na Ponta do Morcego, a Ponte Newton Navarro terá seguramente o show de fogos mais visto da noite em Natal. Ponta Negra, como é tradição todos os anos, terá também fogos de artifício, mas, pela localização geográfica, e pela altura, o espetáculo na Ponte poderá ser visto por boa parte da Zona Norte e Zona Sul da cidade.

A modificação implementada pela Prefeitura de Natal no réveillon deste ano foi motivada por dificuldades técnicas na Ponta do Morcego. Como hoje a área normalmente utilizada ganhou a vizinhança de um restaurante, ficaria inviável, até por recomendação do Corpo de Bombeiros, realizar um show pirotécnico naquela localidade. A proximidade do estacionamento e do próprio salão do restaurante representa um perigo. Ainda existe a possibilidade, não confirmada, de colocar fogos de artifício ao longo da orla, culminando com o espetáculo na Ponte Newton Navarro.

A exemplo de Ponta Negra, o show pirotécnico terá a duração de 12 minutos. A Secretaria Municipal de Turismo, responsável pela organização do final de ano, disse não saber exatamente a quantidade de fogos necessária, mas que

Q

Como já é tradição, Ponta Negra também terá queima de fogos

a queima pode inclusive ultrapassar o tempo estimado inicialmente e chegar a 15 minutos. A promessa é utilizar formas bem coloridas e efeitos sonoros também, mas a definição final dos detalhes só será finalizada quando estiver mais próximo das festividades.

A grande vantagem de utilizar a Ponta Newton Navarro é a visibilidade. Com mais de 50 metros de altura, a Ponte possibilitará o colorido da queima de fogos alcançar uma altura de 200 metros, segundo estimativa dos organizadores.

Dessa forma, tanto quem estiver na Redinha como na festa da Praia do Meio poderá assistir ao espetáculo, sem contar com várias localidades da Zona Norte. O Bairro Nordeste é um exemplo.

Já em Ponta Negra a queima de fogos será feita a partir de uma balsa, a exemplo de como é realizado todos os anos. A estrutura contará com o acompanhamento do Corpo de Bombeiros e da Marinha para fiscalizar a segurança do processo. O referencial exato de onde vai partir o show pirotécnico é o bar e restaurante Toca do Caranguejo, na avenida Erivan França.

No mesmo local, só que na areia da praia, estará montado o palco para receber a programação musical da noite.

A noite de réveillon terá três palcos montados pela Prefeitura de Natal, onde vários artistas irão se apresentar. Haverá shows na Praia do Meio e na Redinha, além de Ponta Negra.

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Domingo | 19 de dezembro de 2010

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 13

As festas de fim de ano envolvem importantes vias públicas de Natal, como as avenidas Erivan França e Café Filho e a Ponte Newton Navarro.A preocupação com o trânsito mobiliza um grande esquema [ RÉVEILLON ]

PM trabalha no esquema de segurança lém de organizar a parte festiva do réveillon, ao poder público cabe zelar para que tudo transcorra sem maiores problemas, ocasionados, possivelmente, pela grande concentração de pessoas nas praias durante a virada do ano. As festas envolvem importantes vias públicas de Natal, como é o caso da avenida Erivan França, avenida Café Filho e a Ponte Newton Navarro. A preocupação com o trânsito é algo que mobiliza não só a Secretaria Municipal de Mobilidade, como também os outros órgãos da administração municipal.

O primeiro cuidado é com o trânsito na ponte. Por conta da queima de fogos, realizada no ponto mais alto, o tráfego na ponte precisará ser interrompido. É uma questão de segurança.

Dessa forma, a partir das 22h do dia 31 de dezembro, até às 02h, o tráfego ficará interrompido. Primeiramente a partir do sentido Redinha-Natal e, posteriormente, nos dois sentidos da pista. Segundo os organizadores, esse cronograma poderá ser modificado até o dia 31.

Como não podia ser diferente, em Ponta Negra o tráfego também terá modificações. Desde o início da festa, haverá limitações para os motoristas. A partir da primeira descida para Ponta Negra, que começa na avenida Engenheiro Roberto Freire, logo após a rotatória, e vai até o início da avenida Erivan França, somente hóspedes e pessoas das pousadas e hotéis poderão descer. Já no início da Erivan França, o tráfego de automóveis será proibido.

As pessoas que não dispõem

A

“

Estamos vendo ainda, mas posso garantir que a PM irá fazer a segurança da população como todos os anos ALARICO AZEVEDO coronel da PM

de automóveis poderão ter acesso aos locais de ônibus. Segundo a assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Ônibus (Seturn), haverá um reforço nas linhas referentes a Redinha, Praia do Meio e Ponta Negra, além de que os ônibus devem circular a noite inteira. O mesmo não acontecerá no Natal, por se tratar de uma festa onde as ruas são menos movimentadas. Para os ônibus valem as mesmas limitações relacionadas ao tráfego de automóveis particulares.

A Polícia Militar e a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana ainda não fecharam os seus planejamentos para acompanhar a noite de réveillon. Tratativas com a Secretaria Municipal de Turismo ainda estão sendo realizadas para obter uma definição. “Estamos vendo ainda, mas posso garantir que a PM irá fazer a segurança da população como todos os anos. Só não temos números ainda”, diz o comandante do policiamento da Capital, coronel Alarico Azevedo. Segundo ele, as festas nos últimos anos têm sido tranqüilas, com ocorrências ligadas principalmente ao excesso de bebida.

Já o Samu Natal informa que não haverá nenhuma alteração no seu funcionamento normal, de todos os dias. E mesmo assim, de acordo com a assessoria de imprensa do serviço, os profissionais estarão aptos a atuar até mesmo em imprevistos de grande porte. O Samu Natal trabalha com 12 ambulâncias, sendo três delas aparelhadas com unidades de terapia intensiva, além de seis motocicletas de socorro.

RÉVEILLON Veja o horário das missas de ano novo Redinha: Missa campal e logo após shows com bandas de forró e swingueira.

Horário: Missa a partir das 23h e,logo depois da queima de fogos,o início dos shows.

Previsão de encerramento às 05h.

Ponta Negra: Shows com bandas de Pop/Rock,forró, entre outros ritmos.Terá queima de fogos.

Horário: Inicia às 20h e vai até às 05h.

Praia do Meio: Espaço destinado aos seguidores do candomblé,defronte à estátua de Iemanjá,e shows com bandas de forró, pagode e swingueira.Terá queima de fogos Horário: A partir das 22h até às 05h

Pirangi: Missa campal.Shows com a banda Forró da Pegação e, deposi da virada do ano, com a Orquestra Tropical.

Queima de fogos com duração de 10 minutos.

Horário: Missa a partir das 22h,com os shows iniciando logo em seguida.

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14 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

Domingo | 19 de dezembro de 2010

Eliana Lima elianalima@tribunadonorte.com.br

Do jurista e machadiano Ivan Maciel

JOAONETOFOTOS.COM

» PELEJA...

“

O Direito só atinge seus objetivos quando aplicado de forma competente e com espírito de justiça. Do contrário, não passa de uma farsa...”

JOAONETOFOTOS.COM

A Procuradoria Geral do Estado entrou em choque com o Gabinete Civil do Governo.

“Briga feia”, diz um procurador.

Motivo: a PGE se recusa a assinar pareceres rápidos.

O GCE quer forçar pareceres a processos que, por exemplo, chegam de manhã e estejam prontos à tarde.

A PGE está brecando.

Em mesa de poder, a Abelhinha ouviu o comentário de futuro: - “Se não bastasse a crítica situação financeira do nosso Estado, a governadora Rosalba vai ter que encarar a partir de 1º de janeiro o novo valor do salário mínimo, que contempla um percentual considerável de servidores, aposentados e pensionistas. Além de outras categorias amparadas pelo piso salarial, como os engenheiros e arquitetos”.

» ...DE FINAL...

Sobre as obras da Copa 2014, a PGE sugeriu ao ex-secretário Múcio Sá que o Tribunal de Contas fosse ouvido informalmente. Brados ecoaram do CG. Procuradores enfrentaram. Disseram que são concursados e que o cargo de confiança é transitório, que não manda em procurador...

Bate boca. Clima tenso.

» NO...

Irmãos bonitóns, porém casadóns, na prestigiada posse do juiz Ricardo Procóprio no TRE: Artêmio e Augusto Azevedo

» TRE

Na solenidade, o casal bacana Agnelo Alves e Celina Nunes

ELIANA LIMA

ELIANA LIMA

» ...GOVERNO

Ouvindo a conversa, outro procurador alertou que o desespero do Governo parte do “superendividamento” e corre o risco de cair na rede da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Outro desabafou: - “Somos advogados dos três poderes do Estado, não do governador ou de secretário”.

Mais: - “Os procuradores têm estabilidade. Só podem ser exonerados por sentença judicial, transitada em julgado. Devemos obediência institucional aos chefes dos três poderes, mas nada de subserviência, submissão ou algo semelhante, não”.

Isso!

» BAÚ Outro assunto delicado, e bota delicado nisso, nitroglicerina pura, é a questão do teto salarial do RN. Auditores fiscais, promotores, juízes, desembargadores e procuradores possuem salários bem acima do que recebe atualmente o governador Iberê Ferreira.

» SITUAÇÃO

“Na PGE agora é assim: não se faz nada às pressas não. Tudo será examinado com muito cuidado.

Temos cinco colegas que respondem a ações na Justiça por conta de pareceres ‘apressados’. Isso acabou na PGE”, afirma um procurador.

Além, reclamam que vêm recebendo tratamento indigno do GC.

» CORDA

» BZZZZZ...

Restará à Rosalba, ao assumir, três alternativas: permanecer como está; aumentar os vencimentos dela própria, equiparando ao maior salário recebido por uma destas categorias, ou a decisão mais drásticas e passível de muitas doses de Lexotan: estabelecer que o maior teto será o dela própria, medida que também atingirá as categorias citadas. É o que podemos chamar de “sinuca de bico”.

» SPA...

Chíquimas e em forma, no restaurante do hotel Casa do Mar: Fernanda Moura e Riane Barbosa

» ...DE GARIBALDI Sobre a eleição da senadora que somou quase 20% e levou José Serra para o segundo turno, ele continuou que ela “teve uma vitória moral.

Diz que em política vitória moral não interessa, o que interessa é eleitoral. Eu chego até a concordar que tem que ser eleitoral, mas fique a senhora certa de que teve uma grande vitória”.

» ...NO PARAÍSO

Toda dona Revivare, Ana Carla Barbosa Azevedo recebe a “spaziana”em bela forma Mônica Araújo JOAONETOFOTOS.COM

» LÍDER...

A deputada Márcia Maia, como já se sabe, é quem dará posse à governadora diplomada Rosalba Ciarlini.

Com a renúncia de Robinson Faria, ele preside a Assembleia até fevereiro. À pergunta da coluna sobre a indicação de um nome para disputar a presidência da AL, respondeu, como sempre, discreta: - “Estamos discutindo internamente para definir uma posição em bloco”.

» LUXO Gracinha Vilar deixou sua Mr. Foot ainda mais bonita, agradável e confortável. Ambiente elegantemente repaginado.

Mais um motivo para a agenda sempre cheia. São 12 anos cuidando de pé e de mãos. Além de uma sala zen só para massagem de reflexologia. Tudo de ótimo!

» HOLOFOTES Com a sua loja H Presentes recheada de coisas belas, Ana Virgínia Queiroz recebe amanhã com coquetel para apresentar as novas que trouxe de São Paulo.

» ETERNO

» ...QUAL?

Por falar em subserviência, a coluna não esquece das palavras que ouviu, certo dia – anos atrás -, em Brasília do ministro Marco Aurélio Mello. À pergunta “ministro, o senhor não acha que existe uma duvidosa conivência entre o poder judiciário e os políticos?”, olhar fixo e sorriso no canto da boca, resposta que surpreendeu: - “Não só uma conivência, mas também uma subserviência”.

Coluna: do judiciário ou dos políticos?

Resposta com o ar ainda mais irônico: - “Do judiciário”.

E rápido saiu, para não mais responder perguntas difíceis. Pena!

Apesar de não afirmar nenhum nome, a pessebista acredita que a tendência será mesmo entre Antônio Jácome e Ricardo Motta.

COLMEIA

» IMPORTAÇÃO

» Hapvida fecha 2010 como

Ex-deputado federal que não obteve sucesso nas urnas de outubro para retornar à Câmara, o baiano Benito Gama, que deverá mesmo assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN, realmente não está com muita sorte na sua terra.

Foi exonerado pelo ex-governador Paulo Souto. Pelas informações dos jornais da Bahia, motivado por captação de empresas muito tentadoras.

a 3ª Maior Operadora Privada do País e 1ª no Norte e Nordeste.

» COISAS...

Em parte ao discurso de despedida da senadora Marina Silva, quinta-feira, na tribuna do Senado, Garibaldi Filho foi além de dizer que por pouco, muito pouco, não votou nela para presidente do Brasil.

» O projeto Conexão Felipe Camarão foi um dos escolhidos pela CUFA – Central Única das Favelas para concorrer ao Prêmio Anu 2010.Vote no www.premioanu.com.br

» BZZZZ...

Por falar no próximo governo um rosalbista soprou sobre qualquer coisa de Dácio Galvão para a Fundação José Augusto.

Já que o reitor Ivonildo Rego (UFRN) não quer ser secretário da complicada Educação estadual, tenta-se que ele aceite a Fapern.

Já Isaura Rosado, cunhada da governadora eleita, é cotada para a FJA e para a Fapern.

Se a Emprotur não for extinta, dois nomes correm fortes: Bruno Melo e Alexandre Tawfic. O de BM com mais peso.

» É hoje o I Passeio Ciclístico da Associação dos Ciclistas do RN – ACIRN,na Zona Norte.

» O Projeto Teatro a Bordo,

» TANGENTE À deputada Gesane Marinho, a pergunta foi sobre a declaração do deputado Robinson que a considerou como um bom nome para disputar a prefeitura do Natal em 2012.

Apenas sorriu, alegou calor e saiu.

Se for ao pé do ditado de “quem cala consente”...

» PORTARETRATO

Toda bela à luz do sol, no lançamento do condomínio Punta Del Mar, em Genipabu:Tereza Tinoco

realizado pelo Clowns de Shakespeare e patrocinado pela Cosern,lança amanhã o livro ‘Contos do Mar’, às 18h,na Poty Livros,Salgado Filho.

COLABORAÇÃO DE HELDON SIMÕES

Domingo |

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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte |

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George Azevedo georgeazevedo@digizap.com.br

FOTOS MARCELO BENTO E PACIFICO MEDEIROS

VIVA OS NOIVOS Gabriela Moreira e Stephen Azevedo oficializaram união, no último dia 11 de dezembro, em uma belíssima cerimônia na Capela de São Vicente, e de lá, foram festejar entre amigos queridos no Requinte Buffet. Ela, lindamente vestida por Fátima Carlos, “ fez a festa” e até cantou uma música para o seu amado, que “se derreteu” de emoção.

Festa linda, produzida pela Master com toques de puro glamour. Mais sobre essa festa?

Aguarde a Glam Alto Verão nas páginas de Mossoró.

Gabriela e Stephen Azevedo. Felizes para sempre

A vice-prefeita de Mossoró, Ruth Ciarlini, e o maridão Eduardo Medeiros

Álber Nóbrega e Fatinha. Os pais da noiva

Izaura Amélia, Fafá Rosado e Gustavo

Os noivos recebendo Betinho Rosado e Mary Simone Barroca

Fafá Rosado e Rosalba Ciarlini. Animadíssimas

Fátima Carlos nos últimos retoques da noiva

O Palácio da Cultura foi cenário para o desfile de formatura do curso de estilismo do Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, através do Centro de Educação em Tecnologias Clóvis Motta.

Os 25 formandos apresentaram, na passarela, suas coleções com propostas conceituais, com participação do cast Tráfego Models. Destaque para Melissa Paiva, modelo de sucesso que resolveu apostar na carreira de modista. Ela, apresentou 5 looks inspirados no tema “ O Fantasma da Ópera”.

Os looks carregam um perfume do romântico misterioso, com recortes de rendas inspirados nas vestes femininas da época e um perfume sensual e sombrio, com detalhes em transparência e veludo inspirados nas cortinas do teatro da ópera de Paris e nas vestes masculinas. Melissa desfilou com o apoio da empresária Soraya Simonetti, do cabeleireiro Abiss Fontes, Collezione, e dos modelos Andréia Schultz, Bárbara Varela, Carol Pacheco, Kelly Fonseca, Camila Lemos e Rodolfo Íkaro.

Júlia, Claudinha, Candice e Doca. Queridas

Leonardo Nogueira e Fafá, com o casal Milton Marques e Zilene

Elviro Rebouças, Carlos Augusto Rosado, Alexandrinho Lima e Leonardo Nogueira

A noiva repartindo o buquê

Gabriela com Dayvid Almeida e Débora Carioca

Jerônimo Rosado e Glenda

Gabriela com Dorinha Bulamarqui e Clézia Barreto

Gonzaga Chimbinho e Jandira

FAZENDO MODA FOTOS:JOÃO GILBERTO

A modelo Brenda Pontes mostra look dos alunos do Senai

Melissa Paiva, modelo e agora estilista.

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Natal | Rio Grande do Norte | Domingo | 19 de dezembro de 2010

[ DIÁRIO DE BORDO ]

Homenagem a um marinheiro DIVULGAÇÃO

NELSON MATTOS FILHO velejador-avoante1@gmail.com

9 – 8 – 1947 sextafeira – Acordei às 05:30, tomei café às 06:00, eu soube que às 03:00 passou pelo nosso navio o encouraçado Missouri dos U.S.A. com destino ao Rio de Janeiro. Almocei às 11:30, a todo momento eu me lembro da minha querida esposa, mãe e irmãos. O navio está jogando muito, as chuvas cessaram. Jantei às 17:30, o jazzband fez retreta das 18:00 às 20:00. Armei minha cama às 22:00 e preparei-me para dormir” “30 – 8 – 1947 Sábado – Acordei às 05:30, tomei café pequeno às 06:00. Às 07:30 tomei café com mingau, às 09:00 tocou formar banda de música para afinar. O dia hoje está muito bonito, às 07:00 passou por nós um barco de pesca em direção ao Sul. Almocei às 11:30, vi uma baleia às 13:00.

Houve ensaio do jazz-band das 14:30 às 16:00. Lembro-me muito de minha esposa, jantei às 17:30, fiz uma retreta com o regional de bordo das 18:00 às 20:00. Fiquei no convés do navio até às 22:00 apreciando o luar que estava muito bonito, depois fui armar minha cama e preparei-me

“2

para dormir” “31 – 8 – 1947 Domingo – Acordei às 05:30, tomei café às 06:00. Começou a baldeação a bordo às 06:30. O mar hoje amanheceu um pouco agitado, esta noite sonhei com minha esposa, tomei café com pão às 07:30, terminou a baldeação às 07:15, às 09:00 verificou-se a bordo um incêndio na farmácia, mas em menos de meia-hora foi dominado as chamas, não houve dano pessoal, o navio ficou parado uma hora e trinta minutos, recomeçando sua marcha novamente às 10:30. Estamos na altura da Bahia, o navio esta correndo 8 milhas por hora. Às 12:00 a banda fez retreta a pedido do mestre da mesma, almocei às 11:30, às 14:00 eu e mais quatro colegas arranjamos na cozinha dos guardas-marinhas e comemos no arquivo da banda, acompanhado de quatro cervejas.

O dia hoje está de azar para nós, de manhã ouve incêndio a bordo e agora precisamente às 16:30 as maquinas deram o fora, o navio esta parado em pleno oceano, os mecânicos estão concertando as maquinas, às 18:00 o navio pôsse em movimento, a banda fez retreta das 18:30 às 19:00, às 19:00 começou o cinema a bordo, eu não fui assistir, terminou às 21:00, fi-

quei no convés até às 21:30 apreciando a lua cheia, depois fui dormir”.

Essas passagens são três páginas do diário de bordo de um Sargento-Músico da Marinha do Brasil, na 9ª Viagem de Instrução do Navio Escola Almirante Saldanha, realizada de 28 de Agosto de 1947 a 10 de Maio de 1948. Com a re-

produção dessas páginas, quero homenagear todos os Marinheiros do nosso Brasil, que teve seu dia comemorado dia 13 de Dezembro.

Lê o diário de bordo desse marinheiro apaixonado pela música, pela vida, pela família e pela sua esposa, para mim é uma grande alegria recheada com muita emoção. Ele me transporta atra-

vés das palavras, por um mundo de sentimentos, reconhecimentos e, acima de tudo, de honra.

Esse antigo diário de bordo representa para mim o elo que faltava em minha relação com o mar. É como se a vida estivesse reservando uma enorme e grata surpresa, quando me levou a navegar, e me mostrado um grande tesouro

que até então estava guardado a sete chaves.

Várias situações vividas e relatadas nos mínimos detalhes, nas páginas amareladas pelo tempo senhor da razão, passam como um filme em minha mente e me trazem respostas a muitas perguntas que me faço quando estou sozinho em meus turnos de comando do meu bom e velho Avoante. Acho que nenhuma dessas perguntas teria uma resposta se eu não tivesse sido puxado para tão próximo do mar e seus mistérios.

A vida nos reserva muitas surpresas, mas o mar é mestre absoluto na arte de encantar e mostrar portas entreabertas para um mundo sem respostas. O mar me fez encontrar a verdade nesse mundo tão volátil, e esse antigo diário, desse grande MarinheiroMúsico da Marinha do Brasil, para mim representa o norte da grande bussola da vida.

Esse Marinheiro-Músico que sempre nos contava histórias vividas no mar, a bordo de um belo navio branco, é o meu Pai. Um grande Marinheiro, apaixonado pela Marinha do Brasil. A mesma que hoje representa a minha segurança no mar. Que Deus o tenha a seu lado, grande Marinheiro.

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 19 DE DEZEMBRO DE 2010

Lula OS ANOS

pernambucano Luiz Inácio Lula da Silva, 65, encerra seus oito anos na Presidência com 83% de aprovação, segundo o Datafolha. No pós-ditadura, nenhum presidente eleito diretamente deixou o cargo tão bem avaliado, o que se explica sobretudo pela melhora do emprego, da renda e de sua distribuição.

Entre 2003 e 2010, foram criados 14 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, e a classe C se tornou majoritária. A expansão da transferência de renda pelas vias do Bolsa Família e do salário mínimo e o estímulo ao crédito popular, ações do governo federal, contribuíram para o resultado.

O Brasil dobrou, para 4% ao ano, a média de alta do PIB das duas décadas anteriores, embora tenha crescido menos que quase todos os países emergentes relevantes.

A dívida externa foi superada, graças à pujança da economia mundial, em especial a chinesa, que impulsionou as exportações brasileiras.

Educação e saúde não evoluíram no mesmo ritmo. O Brasil, que subiu quatro posições e é hoje a 8ª maior economia do planeta, registra quase 1 milhão de casos de dengue. Seus alunos ocupam a 53ª posição em leitura e a 57ª em matemática no principal teste internacional de desempenho, que avaliou 65 países.

Não mudaram os costumes políticos, como se viu no mensalão. Os escândalos derrubaram a cúpula do PT e alguns dos auxiliares mais próximos do presidente. Abriram caminho para a tutela personalista de Lula no segundo mandato, o que culminou na imposição da candidatura de Dilma Rousseff, neófita em eleições.

A 40ª presidente herda de Lula um país socialmente mais inclusivo e dinâmico, além de mais destacado no cenário internacional. Recebe também serviços públicos de qualidade medíocre, a despeito da elevada carga de impostos, bem como desequilíbrios crescentes nas despesas do governo e nas contas externas.

O

CRESCIMENTO, AVANÇOS SOCIAIS E ESCÂNDALOS

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| Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte

os anos lula

Domingo | 19 de dezembro de 2010 AGÊNCIA FOLHA

Presidente Lula é abraçado em Teresina,no Piauí,após discurso durante a entrega das obras de ampliação de um instituto educacional. A atuação na área de Educação teve a quarta melhor avaliação popular

FERNANDO RODRIGUES Ag.Folha - de Brasília

uiz Inácio Lula da Silva chegou lá: aos 65 anos, sairá do Palácio do Planalto no dia 1º como o mais bem avaliado ocupante daquela cadeira entre todos os eleitos pelo voto direto pós-ditadura. Está com 83% de aprovação popular.

O Datafolha apurou a popularidade de Lula em uma pesquisa realizada de 17 a 19 do mês passado, em todo o país, com 11.281 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Para 13% dos brasileiros, Lula faz um governo regular. Apenas 4% classificam a administração federal do PT como ruim ou péssima. A magnitude da aprovação de Lula torna-se mais impactante se comparada com as dos antecessores.

Fernando Collor deixou o cargo em 1992, após um processo de impeachment, com meros 9% de

L

QUATRO, EM CADA CINCO BRASILEIROS, CONSIDERAM O GOVERNO LULA ÓTIMO OU BOM aprovação.

Fernando Henrique Cardoso governou o Brasil por oito anos.

Debelou a inflação, criou o real e estabilizou a economia. Ainda assim, deixou o Planalto com 26% de aprovação _57 pontos percentuais abaixo de Lula.

Uma curiosidade: o presidente classificado em segundo lugar como o mais popular ao sair do cargo depois do retorno das eleições diretas foi Itamar Franco. Só que ele não foi eleito. Herdou a cadeira de Collor, em 1992, pois era o vice. Ao passar o cargo a FHC, em 1995, Ita-

mar era aprovado por 41%.

O Datafolha também quis saber se as pessoas acham que o Brasil está melhor, igual ou pior depois de oito anos sob Lula. O resultado é quase idêntico à popularidade do petista: 84% acham que o país está melhor.

Já com FHC ocorreu uma assimetria. Embora 35% dissessem em 2002 que o Brasil estava melhor depois de oito anos administrado pelo tucano, só 26% o aprovavam.

Outro presidente civil do período pós-ditadura foi José Sarney.

Eleito de forma indireta, ele go-

vernou o país de 1995 a 1990, mas o Datafolha não fez pesquisas nacionais naquele período.

MENSALÃO O pior momento de Lula nos oito anos se deu em dezembro de 2005. Sofria os efeitos do mensalão - um esquema no qual congressistas recebiam dinheiro em troca de apoio ao governo.

Na época, segundo o Datafolha, só 28% achavam o governo Lula bom ou ótimo.

A taxa de ruim ou péssimo era de 29%, e 41% classificavam a

gestão como regular. Em 2006, Lula se recuperou. Foi reeleito presidente. Manteve certa estabilidade até 2007. De 2008 em diante veio a arrancada, batendo vários recordes de aprovação.

A crise econômica mundial de 2009 foi só um soluço na popularidade de Lula. Sua taxa recuou cinco pontos no primeiro trimestre daquele ano, de 70% para 65%.

Mas o petista entrou em 2010 já com 73%. Expandiu esse percentual até os atuais 83%.

PIOR E MELHOR

Numa lista montada de maneira espontânea na pesquisa Datafolha sobre o que não vai bem no governo Lula, 23% apontaram o sistema de saúde. A segurança pública vem em segundo lugar, com 19%. Depois, educação, com 7%, e corrupção, 6%.

As áreas nas quais saiu-se melhor foram o combate à fome e à miséria (19%) e a condução da economia (13%).

O presidente petista vai bem no Brasil inteiro, mas há um descompasso entre as avaliações feitas por pobres e ricos. Ou entre Nordeste versus Sul e Sudeste.

Lula é aprovado por 67% dos ricos. Entre os pobres, a taxa vai a 84%. No Nordeste, 88% acham o governo Lula ótimo ou bom. No Sul, 77%. No Sudeste, 79%.

Essas mesmas diferenças, numa gradação um pouco diferente, surgiram nas urnas neste ano _quando Lula usou toda sua popularidade para ajudar eleger Dilma Rousseff como sucessora.

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MUDANÇA.ESSA É A PALAVRA CHAVE. ESSA FOI A GRANDE MENSAGEM DA SOCIEDADE BRASILEIRA NAS ELEIÇÕES DE OUTUBRO.A ESPERANÇA FINALMENTE VENCEU O MEDO” LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA em seu discurso de posse no Congresso Nacional, em 1.jan.2003

NEM FAREI O QUE FEZ GETÚLIO, NEM O QUE FEZ JÂNIO, NEM O QUE FEZ JOÃO GOULART.MEU COMPORTAMENTO SERÁ O QUE TEVE JK: PACIÊNCIA.A VERDADE PREVALECERÁ” LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA sobre o mensalão, em 27.ago.2005

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MUDANÇA.ESSA É A PALAVRA CHAVE. ESSA FOI A GRANDE MENSAGEM DA SOCIEDADE BRASILEIRA NAS ELEIÇÕES DE OUTUBRO.A ESPERANÇA FINALMENTE VENCEU O MEDO” LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA em seu discurso de posse no Congresso Nacional, em 1.jan.2003

NEM FAREI O QUE FEZ GETÚLIO, NEM O QUE FEZ JÂNIO, NEM O QUE FEZ JOÃO GOULART.MEU COMPORTAMENTO SERÁ O QUE TEVE JK: PACIÊNCIA.A VERDADE PREVALECERÁ” LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA sobre o mensalão, em 27.ago.2005

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LULA DEU A PALOCCI 4 DIAS PARA SE LIVRAR DE CULPA KENNEDY ALENCAR DE BRASÍLIA

pesar de ter sido informado de que Antonio Palocci Filho ordenara quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa, Lula deu prazo de quatro dias para o ministro da Fazenda tentar um acordo pelo qual o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, assumiria a culpa.

Lula queria demitir José Dirceu da Casa Civil desde março de 2004, nos desdobramentos do caso Waldomiro Diniz. Mas só agiu quando Roberto Jefferson enviou um recado na Câmara de que deixaria de preservá-lo se Dirceu permanecesse.

Revelações como essas estarão no livro do repórter Kennedy Alencar sobre o governo Lula a ser lançado no ano que vem pela Publifolha. Leia, a seguir, alguns trechos.

A

BOMBA A primeira grande crise do governo Lula começou no aniversário de 24 anos do PT, a sextafeira 13 de fevereiro de 2004. Reportagem da revista “Época” revelava o vídeo no qual Waldomiro Diniz pedia propina, em 2002,

ao empresário do setor de jogos Carlinhos Cachoeira.

Homem de confiança de José Dirceu e subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Waldomiro fora filmado quando presidia a Loterj no Rio de Janeiro.

Na segunda-feira, dia 16 de fevereiro de 2004, Dirceu pôs o cargo à disposição em reunião com Lula e ministros. Pesquisa telefônica do publicitário Duda Mendonça mostrava que a maioria achava “importante” uma CPI no Congresso.

No começo da reunião, Dirceu surpreendeu ao sugerir que poderia sair: “Estou disponível”. O ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) defendeu a permanência. Palocci também.

Lula avaliou que a demissão equivaleria a confissão de culpa e enfraqueceria o governo. Fazia menos de uma semana que dissera que Dirceu era o “capitão” do time. Em recente reforma ministerial, tirara atribuições políticas da Casa Civil e pedira ao ministro que priorizasse o gerenciamento dos ministérios, o que já era muito.

Depois, Lula soube que Dirceu desejava ficar. Antes da reunião em que pôs o cargo à disposição, ele

havia pedido socorro a dois senadores: Antonio Carlos Magalhães, do antigo PFL baiano, e José Sarney (PMDB-AP). Ouviu deles que não deveria sair e que os três atuariam juntos para abafar a CPI. Duas semanas depois, Lula mudaria de opinião. Na manhã de 2 de março de 2004, a Folha manchetava uma pesquisa Datafolha: “Maioria quer afastamento de Dirceu, mas poupa Lula”. Segundo o levantamento, 67% dos entrevistados queriam o afastamento do ministro-chefe da Casa Civil.

Naquela manhã, o ministro da

Fazenda dera entrevista à Rede Globo para repetir pela enésima vez que a política econômica não mudaria. Lula e Palocci estavam contrariados com ações de Dirceu para transferir parte da crise para a área econômica.

O ministro da Casa Civil estimulou documento do PT com crítica à notícia de queda de 0,2% do Produto Interno Bruto em 2003 _depois, esse número seria revisado para 1,1% de crescimento.

Por causa da entrevista, Palocci faltou à tradicional caminhada com Lula no Palácio da Alvora-

da. O ministro pediu a seu assessor Marcelo Netto que telefonasse para o Alvorada e perguntasse se poderia ir lá tomar um café.

Netto não localizou Freud Godoy, secretário particular do presidente. Falou com a telefonista.

Ela consultou Lula, que autorizou a visita.

Sem camisa, de bermuda, passando manteiga no pão para dar à cadela Michelle, Lula discutiu a pesquisa com Palocci: “Precisamos pensar no afastamento do Zé Dirceu. A pesquisa foi muito ruim para ele”. Palocci concordou.

Os dois acertaram que tentariam convencer Dirceu a tirar licença e reassumir o mandato de deputado. No entanto, ao longo do dia, Dirceu teve um aliado inesperado. Após prometer uma bomba, o senador Almeida Lima, então no PDT, fez um discurso vazio e deu argumentos a favor de suposta campanha para desestabilizar o governo derrubando Dirceu. Lula e Palocci recuaram.

ISOLAMENTO Em março de 2005, José Dirceu tinha consciência de que perdera

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ceu. Quando Palocci começou a responder à crítica, Dirceu o interrompeu: “Palocci, aqui não tem nenhum imbecil para aceitar essa explicação”. O ministro da Fazenda se virou para Lula: “Assim não tenho como continuar”. Lula o apoiou: “Está dando certo. O caminho é esse”.

A reunião acabou em constrangimento.

No dia seguinte, Antonio Palocci disse a Jaques Wagner, ministro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que Dirceu havia sido desleal: “Você poderia ter me inquirido daquele jeito. Ele não. Sabe de coisas que eu não posso falar. Sabe de coisas que só falo com ele e com o presidente. Anotei no meu caderno”.

a proeminência política para Palocci. Numa conversa, na residência oficial da Casa Civil, na Península dos Ministros, no Lago Sul, desabafou enquanto tomava café com leite e comia torrada com mortadela. “O Palocci me disse no final do ano que já tinha pedido demissão cinco vezes ao presidente. Filho da puta. Sempre consegue o quer.”

Queixava-se também da indicação de Romero Jucá para ministro da Previdência. “O PMDB está indicando, mas é ladrãããooooo”, falou, com o carac-

terístico sotaque do sul de Minas Gerais. Jucá durou quatro meses como ministro, mas, hábil conhecedor do Congresso, virou um líder do governo no Senado útil durante todo o resto do governo.

Dirceu criticava Lula: “É conservador. Esse pessoal do sindicalismo do ABC sempre teve casa, carro. Não é como o pessoal que viveu clandestino na ditadura. O Lula fala cada coisa. Quando fala em família, fico me controlando para não rir. Já disse para o presidente que fiz a minha parte. Já tive três famílias”.

A irritação era maior com Antonio Palocci. Em 2004, em um intervalo de 20 dias, o chefe da Casa Civil e o ministro da Fazenda tiveram dois embates pesados.

No dia 22 de novembro de 2004, Lula se reuniu com ministros do PT na Granja do Torto. O encontro fora planejado pelo presidente do partido, José Genoino, para discutir os resultados das eleições municipais de outubro. Mas a economia acabou virando o assunto principal.

Ministros atacaram os juros altos. “Enxugamos gelo”, disse Dir-

NA MARRA Lula sempre teve uma relação fria com Dirceu. Mas reconhece seu papel fundamental na vitoriosa estratégia de chegar ao poder com a guinada do PT ao centro na política e na economia. Também considera que Dirceu paga um preço mais alto do que sua culpa pelo mensalão: “Ele não pode nem sair de casa. Não pode andar de avião que é ofendido, como se fosse bandido”.

Quando Jefferson destampou a panela de pressão do mensalão, Lula ficou atordoado. Reservadamente, responsabilizava Dirceu, que queria cuidar do gerenciamento do governo e da articulação política, mas não dava conta do recado. Dirceu culpava Lula pelo veto à aliança com o PMDB na formação do governo, em dezembro de 2002, o que o obrigou a fazer composições políticas no varejo com o pior do Congresso.

Em 12 de junho de 2006, um domingo, Jefferson deu à Folha a segunda de três entrevistas demolidoras. Nela, bombardeou a cúpula do PT, mas resguardou Lula.

No mesmo dia, Lula convocou Dirceu para uma reunião na Granja do Torto. Dirceu chegou às 18h.

Lula foi claro: “Isso não vai parar se você não sair”. O presidente defendeu um afastamento temporário que ambos sabiam definitivo.

Lula dizia que o governo esta-

va paralisado com um chefe da Casa Civil que tinha de se explicar permanentemente. Dirceu resistiu.

Voltou a falar em “confissão de culpa”. Presente, José Genoino lhe deu apoio. O presidente cedeu: “Vamos esperar um pouco mais”. Jefferson socorreria Lula em breve. Na terça, dia 14 de junho, no Conselho de Ética, o presidente do PTB disse: “Zé Dirceu, se você não sair daí rápido, vai fazer réu um homem bom, o presidente Lula”. Recado entendido, Lula reuniu de emergência 16 ministros no dia seguinte. Avaliação unânime: repercussão péssima do depoimento de Jefferson, mas Lula havia sido preservado. Naquela tarde, Lula conversou com Dirceu. “Não dá mais.”

O chefe da Casa Civil negociou a saída para a manhã seguinte. Impediu Palocci de assumir a Casa Civil. Bancou Dilma, então ministra das Minas e Energia.

CONTRA O RELÓGIO A queda de Palocci foi um golpe mais duro para Lula. Tempos depois, o presidente a enxergaria como positiva. Pôde afrouxar o rigor fiscal e monetário com menor resistência interna.

Grato pelo arrocho do primeiro governo, o que julga um dos fundamentos do sucesso de seus oito anos, Lula tirou Palocci do purgatório e o indicou para a Casa Civil de Dilma. Não foi a primeira vez que o ajudou.

Na tarde de 16 de março de 2006, no Palácio do Planalto, Palocci contou ao presidente da Caixa, Jorge Mattoso, que soubera que o caseiro Francenildo Costa havia recebido muito dinheiro. O caseiro dissera ter visto Palocci numa casa frequentada por lobistas em Brasília.

Palocci pediu para Mattoso averiguar a movimentação financeira do caseiro na conta da Caixa. De noite, Mattoso foi à casa do ministro e lhe deu o extrato.

No dia seguinte, sexta, o assessor de imprensa de Palocci, Marcelo Netto, passou o documento para “Época”, que o publicou no blog da revista. Mas a versão do caseiro se sustentou: di-

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nheiro do pai que hesitava em reconhecê-lo como filho. Começava a ruína de Palocci.

Nos dias seguintes, em reuniões com colegas, Palocci negava ter dado a ordem de violação. Mas o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tinha informações em sentido contrário. Para a Polícia Federal, Palocci era culpado. Dois assessores de Thomaz Bastos, que estiveram com Palocci na noite de 16 de março, convidados para uma reunião fora da agenda, responsabilizavam Palocci. Mattoso foi explícito numa conversa com um auxiliar de Lula. Disse que Palocci fora o mandante.

Ciente disso, Lula chamou Palocci e Thomaz Bastos para beber um uísque 12 anos no gabinete presidencial no final da tarde de 23 de março. Nessa conversa, Palocci admitiu ter pedido a Mattoso que levantasse informações sobre a movimentação financeira do caseiro, mas criticava a forma como o presidente da Caixa a efetuara e como o seu assessor de imprensa a divulgara. Palocci disse que não era para a ação ter sido feita daquele jeito.

“Palocci, sabe qual foi o teu erro? Foi ter mentido”, disse Lula.

Para o presidente, se tivesse admitido que fora à casa, o testemunho do caseiro cairia no vazio. “A questão é a seguinte. Se até segunda essa coisa não tiver sido resolvida com o Mattoso, você vai ter de pedir demissão”, advertiu Lula.

“Tá bom”, respondeu Palocci.

Na segunda 27, Thomaz Bastos deu a Lula informações do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda. Em depoimento à PF, Mattoso admitira ter dado a ordem interna na Caixa para quebrar o sigilo e imprimir um extrato. Contou que entregou o documento nas mãos de Palocci. Na hora, o presidente telefonou para Palocci. Disse que ele teria de pedir demissão. O ministro tentou afastamento temporário. Lula refutou. Já escolhera o substituto: Guido Mantega, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

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Domingo | 19 de dezembro de 2010 CELSO JUNIOR

Lula comemora com banho de mar, numa praia do Piauí, em 2006, a volta da popularidade

LULISMO É FENÔMENO POLÍTICO RECENTE E POLÊMICO FERNANDO DE BARROS E SILVA colunista da Folha

O

lulismo é um fenômeno recente. Mais novo que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2002, quando ele se elegeu pela primeira vez, houve, na Folha, apenas quatro menções à expressão “lulismo” nas páginas do jornal.

Em 2006, ano da reeleição, a palavra foi escrita 55 vezes. No ano passado, ela apareceu em 65 ocasiões.

Neste ano, outras 128 até o final de novembro.

O lulismo está relacionado à consagração popular do presidente no segundo mandato. Mas vai além dela. Há quem o veja como sintoma de uma regressão política. Há quem o compare, a partir da empatia e do vínculo direto com as massas, ao getulismo _Vargas era o “pai do pobres”. Isso aproximaria o lulismo da tradição populista.

Há, no entanto, quem discorde tanto da aproximação com Getúlio como do enquadramento populista. O significado político e o legado histórico do lulismo estão abertos e em disputa.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sociólogo de formação, vê diferenças importantes entre Getúlio e Lula: “O Lula passou a se dirigir aos pobres, mais do que aos trabalhadores organizados. Há nele um componente messiânico, um traço de Antonio Conselheiro, mais do que de Getúlio, que era um membro das elites dominantes e incorporou os trabalhadores à política por meio de sindicatos atrelados ao Estado, num contexto de expansão do emprego industrial”.

Segundo FHC, “classe social” é uma categoria que “não entra na cabeça” de Lula: “O negócio dele é a mesa onde exercita a conciliação geral das classes. Para ele, todo mundo é companheiro”.

O cientista político Cláudio Gonçalves Couto, professor da FGV-SP, recusa a caracterização de Lula como político populista.

Diz que o populismo não se define pelo apego à demagogia nem apenas pela liderança carismática: “A marca distintiva do populismo é o seu anti-institucionalismo. E Getúlio governou, de fato, por cima das instituições, destruindo várias e criando outras tantas, que formaram o arcabou-

ço do Estado moderno e da burocracia pública brasileira”.

Lula, lembra Couto, cometeu pecadilhos, como afrontar a legislação eleitoral, mas “nunca colocou sua liderança pessoal acima e à frente das instituições”.

NOVA BASE SOCIAL A discussão sobre o lulismo foi levada a um novo patamar pelo cientista político André Singer.

Porta-voz de Lula no primeiro mandato e hoje professor da USP, ele publicou no final de 2009, na revista “Novos Estudos”, do Cebrap, o ensaio “Raízes Sociais e Ideológicas do Lulismo”, que logo ficou famoso.

Ali, identifica, durante a campanha de 2006, um deslocamento do eleitorado de baixíssima renda na direção de Lula, ao mesmo tempo em que setores das classes médias, historicamente simpáticos ao PT, dele se afastavam, impactados pelo escândalo do mensalão, que eclodiu em meados de 2005.

São dois, portanto, os fenômenos do que Singer chama de realinhamento eleitoral: a mudança da base social que vota em Lula e a desconexão, em 2006, entre as

bases do lulismo e do petismo.

Se é verdade que o presidente, “só depois de assumir o governo, obteve a adesão do segmento de classe que buscava desde 1989” (quando Collor conquistou os “descamisados”), parece menos conclusiva a tese de que Lula e PT representam hoje segmentos sociais distintos.

Couto concorda com a análise de Singer, mas acredita que as bases do lulismo e do petismo tendem a se aproximar e mesmo a se confundir: “Isso em parte já aconteceu agora, na eleição de Dilma. E é o petismo que vai ser avaliado daqui em diante”.

O lulismo, de qualquer forma, surge em 2006 sob os escombros do mensalão, que dizimou a cúpula do PT, lastreado no povão, como expressão política do que o economista Marcelo Neri, da FGV-RJ, chamou de “Real de Lula” _ou seja, a redução em torno de 20% das pessoas abaixo da linha da pobreza entre 2003-2005, índice semelhante ao obtido por FHC nos primeiros anos do Real.

As políticas de inclusão social (Bolsa Família, aumento do salário mínimo e expansão do crédito, além do avanço do emprego formal) convivem, sob Lula, com a defesa ortodoxa da estabilidade econômica, plataforma até então estranha ao PT. O lulismo, diz Singer, “uniu bandeiras que pareciam não combinar” ao “combater a desigualdade dentro da ordem”.

Esse amálgama é o pulo do gato de Lula e corresponde, segundo o autor, a “nada menos que um completo programa de classe”, a partir da construção de “uma substantiva política de promoção do mercado interno voltada aos menos favorecidos”. É claro que essa nova base social “lulista” se soma a setores organizados historicamente ligados ao PT, como o MST e as centrais sindicais, cooptados pelo governo pela transferência de recursos públicos em escala inédita.

VANGUARDA DO ATRASO Singer, em grande medida, escreve contra o diagnóstico de Francisco de Oliveira, sociólogo que se desligou do PT ainda no primeiro mandato e para quem o “lulismo é uma regressão política, a vanguarda do atraso e o atraso da vanguarda”.

Em 2007, num artigo chamado “Hegemonia às Avessas”, ele escreve que Lula “despolitiza a questão da pobreza e da desigualdade” e “funcionaliza a pobreza”, transformando-as “em problema de administração”.

Segundo Oliveira, o lulismo “não é nada parecido com qualquer das práticas de dominação exercidas ao longo da existência do Brasil”, o que o tornaria especialmente nocivo para a esquerda.

Essa é uma visão que foi amplamente derrotada. Nas palavras de Cláudio Couto, “o maior legado do lulismo é um novo regime de políticas públicas voltadas à redução da pobreza”. Talvez fosse preciso acrescentar: e tê-lo feito sem contrariar os interesses dos mais ricos.

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ANOS LULA SE DIVIDEM EM ANTES E DEPOIS DO MENSALÃO RENATA LO PRETE Editora da coluna Painel

F

oram dois mandatos, mas o marco divisório dos oito anos da era Lula é outro: antes e depois do mensalão. Revelado em junho de 2005, o escândalo derrubou o principal ministro do governo, dizimou a cúpula do PT e inaugurou uma temporada turbulenta de CPIs que, um ano mais tarde, viria a ceifar o outro polo de poder na Esplanada.

Reeleito e escaldado, o presidente reconfigurou sua base de sustentação no Congresso Nacional, incorporando oficialmente o PMDB, e impôs a seu partido não apenas a candidatura de Dilma Rousseff como todas as concessões necessárias para elegê-la.

O termo mensalão entrou para o vocabulário político brasileiro na primeira entrevista dada à Folha pelo então deputado Roberto Jefferson. Presidente do PTB, ele se vira exposto, semanas antes, num caso de corrupção miúda e explícita nos Correios.

Convencido de que o Planalto o escolhera como bode expiatório de uma batalha por espaço na estatal, Jefferson, que havia pouco tempo recebera Lula para jantar, foi ao ataque, acusando o PT de operar, sob as ordens de José Dirceu na Casa Civil, um esquema de pagamentos a parlamentares aliados. ‘É mais barato pagar exército mercenário do que dividir poder.’

A segunda entrevista introduziu no noticiário o nome de Marcos Valério Fernandes de Souza, o pagador do mensalão. Apresentado como ‘publicitário’, ele na verdade atuava como captador, intermediário e distribuidor de dinheiro, maximizando, em parceria como tesoureiro petista, Delúbio Soares, papel que desempenhara no governo do tucano Eduardo Azeredo em Minas.

As entrevistas deram início a um período de baixas sequenciais. ‘Sai daí rápido, Zé’, disse Jefferson em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara. E José Dirceu saiu, não sem antes afirmar: ‘Nada fiz, à frente do PT ou da Casa Civil, de que Lula não estivesse informado’.

OS DEGOLADOS Do PT foram degolados, além de Delúbio, o presidente, José Genoino, e o secretário-geral, Sílvio Pereira. Todos em pouco tempo e obedecendo ao mesmo roteiro de negação-evidência-queda.

Na terceira e última entrevista, Jefferson apontou o diretor de Operações de Furnas, Dimas Toledo, como arrecadador de recursos para políticos de diversos partidos. Esse caiu no mesmo dia.

A crise atingiu seu momento mais agudo em 11 de agosto, quando o marqueteiro Duda Mendonça admitiu à CPI dos Correios ter recebido de Valério, num paraíso fiscal, R$ 15,5 milhões relativos à campanha de 2002. O presidente, segusegundo Dirceujehoje estaria dispostox0posto a ajudá-lo a desmontar ‘a farsa do mensalão’_ recorreu a um pronunciamento em cadeia nacional: ‘Eu me sinto traído. Traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento. Estou indignado pelas revelações que aparecem a cada dia e chocam o país’.

Indagado em várias ocasiões, Lula jamais esclareceu por quem teria sido traído.

A aprovação ao governo mergulhou para 31% no Datafolha publicado um dia depois

O ex-deputado Roberto Jefferson faz acusações contra José Dirceu em depoimento à Câmara

do depoimento de Duda e até 28% em outubro (hoje, são 83% os satisfeitos).

VOU SER CLARO: TEVE PAGAMENTO ILEGAL DE RECURSOS PARA ALIADOS? TEVE. É ILEGAL? É.É INDISCUTÍVEL? É.

NÃO PODEMOS ESCONDER ESSE FATO DA SOCIEDADE” JOSÉ EDUARDO CARDOZO Deputado do PT - ex-integrante da CPI dos Correios

DEIXA SANGRAR Foi também nessa altura que a oposição arquivou a ideia de um pedido de impeachment, apostando em ‘deixar Lula sangrar’ até a eleição do ano seguinte.

Do lado do governo, já estava em execução a estratégia concebida por Márcio Thomaz Bastos (fato negado pelo ex-ministro da Justiça): reduzir o dano a crime eleitoral. Tratava-se de martelar a tecla de que não teria havido corrupção, mas apenas caixa dois _’recursos não-contabilizados’, no eufemismo cunhado por Delúbio_ para financiar campanhas. Algo que ‘todo mundo faz’.

Jefferson foi cassado em setembro. Dirceu, em dezembro. Entre as duas votações e ao longo de 2006, 12 deputados que receberam dinheiro vivo do esquema, um deles o ex-presidente da Casa João Paulo Cunha (PT-SP), foram absolvidos por seus pares. Um perdeu o mandato (Pedro Corrêa, PP-PE).

Quatro renunciaram para escapar.

No final de 2005, eram visíveis os primeiros sinais de que o ano eleitoral seria diferente do sonho da oposição.

Em 1º de janeiro, Lula concedeu ao ‘Fantástico’, da Rede Globo, entrevista na qual buscou circunscrever a crise ao assunto caixa dois e projetar a recuperação de sua popularidade na esteira do crescimento econômico. ‘Meu papel é cuidar deste país, dizer à população que a economia vai crescer e que temos a oportunidade única de sair da condição de emergente para desenvolvido.’

Entre janeiro e fevereiro, pesquisas começaram a captar a inversão da curva.

Em abril, o então procuradorgeral da República, Antonio Fernando Souza, apresentou ao STF denúncia contra 40 pessoas envolvidas na ‘sofisticada organização criminosa’, Dirceu à frente do ‘núcleo principal da quadrilha’.

Hoje, 38 respondem por crimes como peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e evasão de divisas.

A notícia não interrompeu a rota ascendente de Lula, tampouco afetada pela saída, no final de março, do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no episódio da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

Terminou em agosto passado a etapa de depoimentos do processo do mensalão, relatado no STF pelo ministro Joaquim Barbosa. A expectativa é que o julgamento ocorra até o final de 2011.

Com Dilma eleita, o presidente voltou a falar sobre o mensalão, retomando o discurso de que tudo não teria passado de ‘tentativa de golpe’. Como isso o aproxima da causa de Dirceu e dos demais petistas pendurados no Supremo, há quem enxergue no movimento o embrião do projeto Lula 2014.

Seja como for, não faltam vozes a desautorizar essa narrativa, a começar pelo futuro ministro da Justiça. Em 2008, na condição de ex-integrante da CPI dos Correios, o deputado petista José Eduardo Cardozo declarou: ‘Vou ser claro: teve pagamento ilegal de recursos para aliados? Teve. É ilegal? É. É indiscutível? É. Não podemos esconder esse fato da sociedade’.

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APÓS DOIS MANDATOS, LULA DEIXA REFORMAS PARA DILMA

AGÊNCIA FOLHA

BERNARDO MELLO FRANCO Ag.Folha - de São Paulo

N

o primeiro discurso com a faixa no peito, o presidente Lula afirmou, no Planalto, que “nenhum momento difícil” o impediria de fazer “as reformas que o povo brasileiro precisa”.

Oito anos depois, ele descerá a rampa do palácio longe de cumprir a promessa. Deixará para a sucessora, Dilma Rousseff, o desafio de modernizar a Constituição nos campos político, previdenciário, tributário e trabalhista. O programa que levou o PT ao poder, em 2002, serve como inventário das ideias esquecidas. Do financiamento público de campanhas ao fim da guerra fiscal, quase todas ficaram na gaveta. Sobre as mudanças, só há um consenso: sem elas, será difícil manter o país na rota do crescimento.

Entre a posse em 2003 e a despedida em 2010, o governo promoveu seminários, criou grupos de trabalho e enviou ao Congresso diferentes propostas de reformas.

No entanto, as iniciativas esbarraram em lobbies contrários, na desarticulação dos aliados e na falta de vontade política do pró-

prio Lula, que deixou de tratar o tema como prioridade depois de garantir a reeleição.

Em seu primeiro ano, a administração petista chegou a aprovar a versão inicial de duas reformas: a tributária, que visava eliminar a cumulatividade de impostos sobre a produção, e a da Previdência, que propunha, pa-

Em 2003, ao lado dos 23 governadores, o presidente Lula leva ao Congresso o pacote de reformas

ra os servidores públicos, um teto de aposentadoria equivalente ao do setor privado. Mas os textos ficaram aquém do script original e não tiveram a continuação prevista.

Em outros campos, o fracasso foi maior. Para formular a reforma sindical, o governo chegou a montar um fórum de 600 integrantes, que levou dois anos para encaminhar relatório à Câmara.

O texto nunca foi votado.

A reforma política, sempre de-

fendida nos discursos presidenciais, também ficou fora da pauta parlamentar. Foi trocada por duas minirreformas eleitorais e pelo ativismo do Judiciário, que instituiu a fidelidade partidária.

Entre aliados, a avaliação é que o escândalo do mensalão, em 2005, selou o abandono das mudanças. O deputado Maurício Rands (PT-PE), ex-líder do partido na Câmara, vê o episódio como decisivo: “A crise do mensalão estagnou o curso das reformas. De-

pois disso, a oposição se radicalizou e o governo canalizou toda a energia política para se defender”.

No segundo mandato, os projetos de reformas perderam espaço para os investimentos de infraestrutura do PAC e os programas sociais.

O governo chegou a apresentar uma minuta de reforma política no ano passado, mas ela também não foi à frente. Agora, o presidente diz que se empenhará fora do poder para aprová-la.

No mesmo tom da posse de Lula, o programa de governo apresentado há oito anos anunciava um ambicioso “programa de reformas”.

A reforma tributária previa a unificação das alíquotas de ICMS dos Estados e o imposto sobre grandes fortunas. No campo trabalhista, o PT se comprometia a dar fim às contribuições obrigatórias. E, na Previdência, a acabar com as distorções entre os setores público e privado. “À medida que a população envelhece, a reforma fica mais urgente”, alerta o economista José Márcio Camargo, da PUC-Rio. “Todos concordam que o sistema atual é inviável.

A pergunta é se a Dilma vai pagar o preço necessário para mudá-lo.”

A exemplo de Lula, a presidente eleita caprichou nas promessas durante a campanha deste ano. Chegou até a fixar prazo de cem dias para a reforma tributária.

Mesmo que se empenhe, enfrentará a oposição dos Estados produtores, já que a cobrança do ICMS será feita nos Estados consumidores. “É o problema de toda reforma no Brasil”, diz Rands.

“No começo todo mundo é a favor. Já na hora de votar...”

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AMBIÇÃO POLÍTICA DEFINIU O TOM DA DIPLOMACIA CLAUDIA ANTUNES Ag.Folha - do Rio de Janeiro

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unta desde 2003, a troica formada pelo presidente Lula, pelo chanceler Celso Amorim e por Marco Aurélio Garcia, assessor do Planalto, mudou a ênfase da política externa brasileira.

Ao foco econômico-comercial predominante desde a redemocratização foi agregado um viés político, definido como uma aposta na multipolaridade e no aumento da projeção do Brasil _com o reforço do pleito à cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. O caminho para esse objetivo ora seguiu regras estabelecidas _como na decisão de aceitar o comando da missão no Haiti, revendo a posição de não participar de forças de intervenção_, ora passou pelo questionamento do status quo, caso do voto contrário às sanções contra o projeto nuclear do Irã. Como instrumento, houve reforço do Itamaraty, com aumentos de 48% no total de diplomatas (para 1.591), de 127% nos salários e de 39% nas representações no exterior _61 foram abertas, a maioria na África, no Caribe e na Ásia.

Domingo | 19 de dezembro de 2010

Para desagrado de quadros antigos, Amorim alçou uma nova geração ao comando da pasta. Hoje, a maioria dos ocupantes de cargos importantes foi promovida a embaixador por ele, entre os quais seu ex-chefe de gabinete Antonio Patriota, que será seu sucessor no governo de Dilma Rousseff.

Os resultados das mudanças são controvertidos; os críticos falam em dispersão de esforços e em confundir prestígio com resultados. Mas os fatores que a embasaram são claros.

Internamente, eles incluem a chegada ao poder do PT, com histórico de desconfiança em relação aos EUA, e a redução da vulnerabilidade econômica externa, que levava a posições defensivas.

Sandra Rios e Pedro da Motta Veiga, do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento, elencam também a afirmação do agronegócio e da mineração como exportadores competitivos e os interesses das multinacionais brasileiras.

No mundo, houve o fim do consenso liberal dos anos 90, a “negligência” dos EUA em relação à América Latina, devido às guerras no Iraque e no Afeganistão, e a consolidação de novos polos econômicos, China à frente.

Combinados, os dois cenários mudaram a geografia comercial

brasileira e resultaram numa proliferação de fóruns, com presença ou de iniciativa do Brasil.

G20 financeiro, G20 comercial, Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) e Unasul (União Sul-Americana de Nações), por exemplo, não existiam em 2002.

Parte desses grupos _a maioria no eixo Sul-Sul_ teve mais efeito no reforço do peso do país do que na promoção de posições comuns, dada a heterogeneidade de seus integrantes.

COMÉRCIO No período, os EUA passaram de segundo destino das exportações nacionais (25,7% do total), logo atrás dos europeus, para o quarto lugar (9,8%) neste ano, em que a Ásia lidera (28,1%), seguida da América Latina.

A relação ambígua com a China _importadora de matérias-primas e competidora das manufaturas nacionais_ vem exigindo um planejamento estratégico que deixou de ser feito.

O governo deu prioridade à Rodada Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio), com o objetivo de abrir os mercados ricos aos produtos agrícolas, mas a crise de 2008 inviabilizou um acordo. Fez, com o Mercosul, poucos tratados comerciais _com Israel, Egito, Índia, andinos

SÓ DEUS SERÁ CAPAZ DE IMPEDIR QUE A GENTE FAÇA ESSE PAÍS OCUPAR O LUGAR DE DESTAQUE QUE ELE NUNCA DEVERIA TER DEIXADO DE OCUPAR” LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA em 24.mar.2002

ESTAMOS PLEITEANDO SER MEMBROS DO CONSELHO DE SEGURANÇA E TEMOS O APOIO DE MUITA GENTE”” LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA em 20.jun.2006

e África Austral.

Há quem reclame uma reorientação do comércio para os países desenvolvidos, mas a eficácia disso é posta em dúvida pelas dificuldades enfrentadas pelos países que privilegiaram a parceria com os EUA, como o México.

Na América do Sul, maior mercado da indústria nacional, o problema é inverso. A Unasul, voltada à coordenação política, é vista como uma “fuga para a frente” diante das dificuldades de avançar na integração econômica regional.

O Brasil acumula superavits com os vizinhos. Mais citado como líder regional, segundo a pesquisa Latinobarómetro, é cobrado pela redução dessa assimetria.

Mas falta consenso interno sobre o custo da liderança sul-americana, como se viu na reação negativa à posição branda do governo na nacionalização da refinaria da Petrobras na Bolívia e à renegociação do preço pago ao Paraguai pela energia de Itaipu.

CONTRADIÇÕES Definido pela revista “Foreign Policy” como “the ultimate soft-power power” (a quintessência da potência de poder brando), o Brasil de Lula e Amorim gosta de enfatizar a paz com os vizinhos, o multilateralismo e a qualidade de mediador neutro, destacada na superativa diplomacia presidencial.

Mas a retórica idealista esbarrou várias vezes na realidade do poder. Foi o que ocorreu no caso do Irã, quando China e Rússia aderiram à posição dos EUA e o americano Barack Obama recuou da carta em que incentivava Brasil e Turquia a negociar.

Foi o que se viu também nas derrotas em disputas por cargos relevantes _as direções da OMC, do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e da OMPI (órgão de propriedade intelectual).

O país aderiu a preceitos do “poder duro”, como no reforço da dissuasão militar e na defesa do desenvolvimento autônomo da tecnologia nuclear. A política de não condenar países acusados de violar direitos humanos é relacionada à expectativa de apoio em disputas futuras.

Criticada pela contradição com os princípios nacionais, a atuação nessa área causou rivalidade entre o círculo de Dilma Rousseff e o Itamaraty. O primeiro atribui a Amorim leniência com violadores, enquanto diplomatas notam que foi Lula quem demonstrou mais efusividade com dirigentes autoritários.

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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 11 AGÊNCIA FOLHA

Rua da Imperatriz, no centro da cidade do Recife (PE), coração do comércio popular que ganhou impulso durante os anos do governo Lula. O cenário internacional promoveu o crescimento da economia

DEMANDA DA CHINA EMPURRA EXPANSÃO DO BRASIL

DESEQUILÍBRIO EXTERNO VOLTA A PREOCUPAR

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

Q

uando Lula completou cem dias de mandato em março de 2003, era aprovado por 43% dos brasileiros. Naquele momento, a saca da soja valia US$ 12,3 no mercado internacional. Oito anos depois, Lula deixa o governo chancelado por 83% dos eleitores, e a commodity é negociada a US$ 28,7. Tanto a popularidade de Lula como o preço da soja dobraram nesse período. O aumento percentual próximo é coincidência matemática. Mas ainda que não seja passível de mensuração, o impacto do salto no preço da soja e de outras commodities que o país exporta sobre o legado lulista é inquestionável.

A principal fonte dessa maré positiva é a China. Crescendo a uma taxa média anual de 10% pelas últimas três décadas, o país se tornou um sorvedouro de alimentos e matérias-primas brutas.

Como principal exportador de minério de ferro e segundo maior de soja do mundo, o Brasil despontou como parceiro ideal.

O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, do Insper, diz que, além da demanda da China, a conjuntura global também era favorável ao Brasil nos anos iniciais do governo Lula, com expansão robusta nos Estados Unidos.

O resultado foi que as exportações brasileiras tiveram um salto três vezes maior no primeiro mandato de Lula do que em toda a era FHC, atingindo US$ 138 bilhões em 2006. Depois alcançaram US$ 198 bilhões em 2008, ano em que eclodiu a crise financeira internacional.

O Brasil sentiu o baque da turbulência externa, mas se recuperou rapidamente. Em parte porque o governo, a partir de 2006, passou a comprar dólares avidamente.

As reservas internacionais (colchão de proteção do país contra choques externos) saltaram de US$ 40 bilhões no fim de 2002 para US$ 205 bilhões em setembro de 2008, quando estourou a crise.

A munição acumulada nos anos

de bonança ajudou a evitar a repetição da história de crises anteriores, quando a desconfiança sobre a capacidade de solvência da economia levava investidores a fugirem em massa.

Em 2008, o risco de calote do Brasil nem foi cogitado porque as reservas internacionais, pela primeira vez, eram superiores ao estoque de dívida externa total.

Mesmo com os países ricos se recuperando lentamente, as exportações brasileiras voltaram a crescer em 2010.

Por trás disso está novamente a China que, neste ano, desbancou os EUA como o país que mais importa do Brasil.

EFEITOS COLATERAIS Os benefícios dos ventos chineses favoráveis ao Brasil são consensuais. Mas alguns efeitos colaterais da conjuntura causam preocupação.

Com o impacto da China, os produtos básicos, que eram 24% das exportações em 2002, hoje somam 45% do total. O peso dos manufaturados na pauta exportadora seguiu o rumo inverso.

Na década de 50, a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) dizia que os países dependentes da venda de commodities estavam fadados ao fracasso, já que historicamente os preços desses produtos básicos

tendiam à queda, e os dos manufaturados, à alta.

Renato Baumann, ex-diretor da Cepal no Brasil, diz que a discussão mudou de tom.

“Não há nada contra a exportação de commodities.” Mas ressalta: “Desde que o país continue agregando valor aos produtos”.

Caroline Bain, editora sênior de commodities da Economist Intel-

ligence Unit, diz que a vantagem do Brasil é ter uma pauta diversificada de commodities. Ela espera que os preços dos produtos básicos, especialmente alimentos, permaneçam altos.

Mas ela e outros analistas, como Michael Pettis, professor de finanças da Escola Guanghua de Administração, da Universidade de Pequim, afirmam que a concen-

tração da pauta exportadora do Brasil em commodities expõe o país ao risco de variações bruscas nos preços desses produtos que tendem a se mover juntos.

Esse cenário poderia ser deflagrado por uma desaceleração forte da economia chinesa. “O Brasil tem se tornado muito dependente do crescimento da China”, resume Pettis.

Mais de dez anos depois, o país volta a enfrentar simultaneamente as três ameaças mais tradicionais à solidez da economia: inflação em alta, desequilíbrio crescente nas transações externas e excesso de gastos públicos. É o que o início do segundo governo FHC tem em comum com o final do segundo governo Lula. Guardadas as proporções: antes, havia o risco imediato de insolvência e recessão; agora, há um muito aguardado ciclo de prosperidade a perder.

A resposta de 1999 foi uma reviravolta nas políticas da Fazenda e do Banco Central, com a adoção do que se convencionou chamar de tripé macroeconômico, composto por superavits primários (despesas com custeio e investimento abaixo da receita), metas de inflação e livre variação do câmbio. Tornou-se lugar comum associar os sucessos dos anos Lula à permanência desses pilares na gestão petista. O tripé, porém, foi desgastado por uma década de uso e não basta mais como resposta às três ameaças.

Ao passar a poupar parte de suas receitas, o governo deteve a escalada da dívida pública _que, do equivalente a 60% da renda nacional oito anos atrás, caiu para pouco acima de 40%, patamar que mantém tranquilos os credores domésticos e estrangeiros.

Os superavits prometidos não são cumpridos desde o ano passado, e anuncia-se um forte corte de despesas para recuperar a credibilidade perdida. O que importa agora não é apenas produzir números capazes de reduzir a dívida. Pelo consenso entre economistas, é preciso correr o risco político de conter gastos sociais para elevar investimentos em infraestrutura.

A livre flutuação do dólar reverteu a perda de reservas em moeda forte e com a disparada dos preços dos produtos primários de exportação, contribuiu para tornar o Brasil mais credor do que devedor externo. Mas o dólar só tem flutuado livremente para baixo, prejudicando as exportações e a indústria. Não há mais o cenário favorável que impulsionou a nossa economia na maior parte dos anos Lula.

Os EUA desvalorizam a moeda para recuperar a exportação e a produção, e os demais países se protegem como podem. Na prática, o câmbio só continua flutuante porque o governo não tem sido capaz de administrar as cotações. Se e quando conseguir, a prejudicada poderá ser a política de controle da inflação.

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EMPREGO E RENDA FORMAM HERANÇA VIRTUOSA FERNANDO CANZIAN de São Paulo

E

m paralelo à rápida melhora no mercado de trabalho, e principalmente por causa dela, os anos Lula trouxeram uma grande transformação, para melhor, nos padrões de consumo e nos negócios das empresas. Por trás das mudanças, algo que não se via em décadas: uma notável melhora no padrão de distribuição de renda brasileiro.

Esse fato vem firmando um ciclo virtuoso no Brasil. Mais empregos estão gerando mais renda, que se transforma em mais consumo, que estimula investimentos produtivos que, por fim, requerem mais empregos para acontecer, reforçando toda a cadeia.

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O estopim desses acontecimentos, nos distantes 2003 e 2004, foram os gastos públicos. Primeiro via Bolsa Família. Depois, por reajustes acima da inflação para o salário mínimo e explosão do crédito consignado (alta de 32% só em 2010), especialmente para aposentados pelo INSS . Hoje é o setor privado que impulsiona o país.

O Brasil deve fechar o ciclo sob o presidente Lula com aproximadamente 14 milhões de novos empregos formais, a maioria privados.

Nas regiões metropolitanas, de cada 10 empregos gerados, 8 são com carteira assinada. Trata-se de uma inversão em relação ao que ocorria nos anos 90 e na segunda metade dos anos 80. É esse o fato que explica especialmente a queda de mais de 40% no total de brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza desde 2003.

O Brasil tem hoje cerca de 30 milhões de pessoas que ainda sobrevivem com menos de R$ 140 ao mês, o equivalente ao preço de um maço de cigarros por dia.

Mas eles seriam mais de 50 milhões se a velocidade da diminuição da pobreza não tivesse se acelerado nos anos recentes.

Na média da década, segundo o Centro de Políticas Sociais da FGV-RJ, a renda do trabalho explicaria 67% da redução da desi-

gualdade; o Bolsa Família, 17%; e os gastos previdenciários, 15,7%.

A grande pergunta a ser respondida com o tempo é se o ritmo de melhora alcançado por Lula vai continuar.

Disso depende o cumprimento da principal promessa de campanha da presidente eleita, Dilma Rousseff: erradicar a pobreza no Brasil.

Pelo critério do Ministério do Desenvolvimento Social, são pobres os 15% de brasileiros que ainda vivem com renda per capita mensal menor do que R$ 140.

Entre eles, 6,5% são considerados miseráveis por viverem ainda pior, com até R$ 70 ao mês (R$ 2,30 ao dia).

Sérgio Mendonça, economista do Dieese, avalia que a fase mais profícua da melhora do mercado de trabalho talvez tenha ficado para trás.

Até 2008, cada ponto de crescimento do PIB significava um aumento equivalente na criação de empregos. Hoje, essa relação é menor, de 1 ponto para 0,5.

“Mesmo assim, se o país puder crescer 5% ao ano, o emprego crescerá mais de 2%, mais até que o aumento do estoque de novos trabalhadores”, diz. “Se isso de fato ocorrer, o desemprego poderá desaparecer da agenda de problemas.”

Ficaria faltando chegar aos po-

bres e miseráveis (não alcançados pelo mercado de trabalho) por meio dos programas sociais. Segundo cálculos do economista Marcelo Neri, da FGV-RJ, isso custaria R$ 21,3 bilhões/ano, além dos R$ 13,4 bilhões já gastos para atender 12,7 milhões de famílias no Bolsa Família.

Essecustoserátantomenorquanto maior for a criação das novas vagas de trabalho, que vem “dando o gás” atual para a economia.

Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, diz que o aumento do emprego faz com que a massa de renda na economia cresça a um ritmo anualizado de 30%. “É isso o que sustenta a migração dos mais pobres para a classe média”, diz. A MB Associados estima que até 2016 a classe média (renda familiar mensal de R$ 1.530 a R$ 5.100) seja maioria no país.

Até lá, é de esperar que, embora com menos ímpeto, o ciclo virtuoso descrito acima mantenha o emprego, a renda e o PIB em rota de crescimento _tudo sobre um patamar de consumo maior.

Para Renato Meirelles, da empresa de pesquisas Data Popular, “Lula sai como o grande responsável pela democratização do consumo no Brasil”. “O que antes era sonho para muitos, virou meta. Isso muda muita coisa.”

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A pequena cidade de Cajuru (SP),com apenas 20 mil habitantes,tem quatro,das cinco melhores escolas públicas do país.A Emeb Aparecida Elias Draíbe foi uma das líderes no ranking do Ideb com nota 9,0

EDUCAÇÃO AVANÇA, E CARÊNCIAS FICAM MAIS PATENTES MARCELO LEITE Ag.Folha - de São Paulo

O

período Lula ficará marcado, no campo educacional, como aquele em que as deficiências do ensino básico (fundamental e médio) entraram de vez na pauta nacional, e não só de governo. A prioridade social se evidencia em fatos de alcance simbólico, como a adoção do piso salarial de professores: não chega a dois salários mínimos, porém.

A escolarização do brasileiro aumentou só um ano, de 6,5 anos de estudo, em 2002 (último ano de FHC), para 7,5, em 2009. No mesmo intervalo, o analfabetismo foi de 11,9% para 9,7%. O ensino superior no país avançou, mas devagar. O ensino técnico, menos ainda. Grosso modo, pode-se dizer que, mesmo nos níveis inferiores, apenas começaram a ser resolvidos os problemas de acesso à educação.

Permanecem sem abordagem comprovadamente eficaz os de fluxo (repetência) e qualidade (conteúdo).

Como resultado, o país está ainda longe de um sistema de ensino capaz de sustentar o surto de inovação necessário para posicionar-se no mercado mundial como algo mais que um grande exportador de commodities.

Com 98% de crianças matriculadas no ensino fundamental 1 e 2, dá-se o serviço por universalizado nesse nível. Ocorre que só 47,6% completam a oitava série até os 15 anos, como deveriam.

Mais da metade dos alunos vai se atrasando e acaba por formar-se tarde _ou nunca.

Com isso, o ensino médio já principia desfalcado. Meros 50,9% dos jovens entre 15 e 17 anos, a idade adequada, estão inscritos no nível secundário.

Repetências e evasões vão se acumulando. Mesmo acima dos 22 anos, só 35% terminam o secundário.

Não admira que só 14,4% dos jovens de 18 a 24 anos frequentem o nível superior. Um avanço sobre os 8,8% de 2002, mas mui-

to aquém do necessário. No Brasil, 11% da população tem diploma universitário, contra 28% nos países mais desenvolvidos.

Parte das mazelas do ensino brasileiro começa nas creches e pré-escolas. Quanto mais cedo a criança inicia a escolarização, melhor se espera que se torne seu desempenho futuro. Apenas 18,2%, no entanto, chegam a ela antes dos quatro anos.

QUALIDADE Ao apresentar uma sinopse de balanço do período Lula, o ministro Fernando Haddad destacou números positivos. O orçamento do MEC quase duplicou, alcançando R$ 52 bilhões em 2009. O investimento em educação foi de 4,1% do PIB a 5%.

Sem instrumentos para afetar diretamente o ensino fundamental e o médio, atribuições dos governos municipais e estaduais, o governo federal colheu parcos resultados em escala nacional.

Obteve a aprovação, no Congresso, do Fundeb, que ampliou o alcance do Fundef de FHC ao incluir o ensino médio no fundo que

complementa o dispêndio educacional dos outros níveis de governo com verbas federais.

Buscou vincular os repasses à adoção de planos de melhora do ensino, mas os resultados são incipientes e de difícil avaliação.

Criou ainda um indicador nacional, o Ideb, para monitorar a qualidade do ensino básico e o cumprimento da meta de chegar à nota 6 (escala de 0 a 10) na próxima década.

O MEC destaca a superação dos objetivos para 2009. A meta para os anos iniciais do ensino fundamental era 4,2, mas ficou em 4,6; nos anos finais, o alvo era 3,7 e se chegou a 4. No ensino médio, respectivamente 3,6 e 3,5.

No principal teste internacional, o Pisa, que avaliou a educação em 65 países em 2009, os estudantes brasileiros melhoraram, mas ainda estão na 53ª posição em leitura e na 57ª em matemática.

Resumo da avaliação: a educação básica brasileira está no vermelho _e melhora menos conforme se ascende nos níveis de ensino.

PROUNI IMPULSIONA EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR O Brasil contava no final de 2009 com 6 milhões de estudantes universitários. Um aumento de 50% sobre os 4 milhões de 2003, quando teve início o primeiro mandato do presidente Lula.

Essa expansão pouco tem a ver com a política de criar novas universidades federais, contudo. O número de vagas oferecidos por elas aumentou em ritmo mais acelerado (71%), é fato, mas passou de 109 mil para 187 mil, meros 3,1% do total.

O crescimento se deu mesmo nos estabelecimentos de ensino superior privados. Eles respondem hoje por 74,5% das vagas oferecidas.

O quarto restante (24,5%) fica com todas as instituições do setor

público juntas (municipais, estaduais e federais). Em 2003, essa participação era de 30%.

O governo Lula, em que pese toda a retórica de ampliação do setor público, reconheceu na prática que o potencial maior de crescimento estava nas universidades particulares. Por meio do ProUni (Programa Universidade para Todos), passou a “comprar” vagas suas, oferecendo bolsas de estudo para alunos de baixa renda em troca de isenções tributárias para escolas que aderissem ao programa.

Entre 2005 e 2010, quase 749 mil alunos foram beneficiados. Hoje são 453 mil bolsistas, quase 2,5 vezes o total de vagas oferecidas nas universidades federais. (ML)

UM METALÚRGICO QUE NÃO TEM UM DIPLOMA UNIVERSITÁRIO VAI PASSAR PARA A HISTÓRIA COMO O PRESIDENTE QUE MAIS FEZ UNIVERSIDADES” LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA em 28.set.2007

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FALTA DE PRIORIDADE CONVERTEU A SAÚDE EM ÁREA CRÍTICA CLAUDIA COLLUCCI De São Paulo

N

o último ano de FHC, o país vivia sua maior epidemia de dengue: 697.998 casos e 151 mortes. No último ano de Lula, os números são ainda mais impactantes: quase 1 milhão de casos e mais de 300 mortes.

Não foram só os números da dengue, no entanto, que pioraram.

Desde 2007, a saúde é o problema que mais incomoda os brasileiros _na última pesquisa Datafolha (veja na página 3), essa é a área de pior desempenho do governo Lula para 23% da população. Em geral, o descontentamento se concentra na dificuldade de acesso e na qualidade da assistência. Faltam vagas nos hospitais, faltam médicos, faltam diagnósticos e terapias rápidas.

Pessoas aguardam cinco anos por cirurgia ortopédica. Na oncologia, a espera por radioterapia chega a seis meses _tempo longo demais quando o inimigo é o câncer.No último ano de FHC, o país vivia sua maior epidemia de dengue: 697.998 casos e 151 mortes. No último ano de Lula, os números são ainda mais impactantes: quase 1 milhão de casos e mais de 300 mortes.

Não foram só os números da dengue, no entanto, que pioraram.

Desde 2007, a saúde é o problema que mais incomoda os brasileiros _na última pesquisa Datafolha (veja na página 3), essa é a área de pior desempenho do governo Lula para 23% da população. Em geral, o descontentamento se concentra na dificuldade de acesso e na qualidade da assistência. Faltam vagas nos hospitais, faltam médicos, faltam diagnósticos e terapias rápidas. Pessoas aguardam cinco anos por cirurgia ortopédica. Na oncologia, a espera por radioterapia chega a seis meses _tempo longo demais quando o inimigo é o câncer.

Para especialistas em saúde pública, os problemas assistenciais se avolumaram em consequência da má gestão dos serviços, do subfinanciamento do setor e da falta de prioridade política.

No recém-lançado livro “Os Anos Lula - Contribuições para um Balanço Crítico 2003-2010” , a médica Ligia Bahia, professora de saúde pública da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro),

considera que a saúde teve uma “participação coadjuvante” no governo Lula.

“O país manteve-se na contramão das tendências mundiais de priorização das políticas sociais baseadas na oferta de bens e serviços públicos e não logrou responder as necessidades e demandas internas da saúde.”

Mas, para Bahia, os problemas não significam uma “piora absoluta”: “As pessoas também passaram a exigir mais. As pessoas estão envelhecendo e passam a usar mais o sistema de saúde”, disse. Dos 190 milhões de brasileiros, a maioria _160 milhões_ depende exclusivamente do SUS. SUBFINANCIAMENTO A fatia do gasto público em saúde vem caindo. Um estudo do médico sanitarista Gilson Carvalho, consultor do Conasems (conselho dos secretários municipais de Saúde), retrata que, em 1995, de todo o dinheiro gasto com saúde no Brasil, 62% era público (União, Estados e municípios) e 38% era privado.

Em 2009, a proporção do gasto público havia caído para 47%, e o privado já respondia por 53%. Não significa que os investimentos totais do SUS tenham diminuído.

Segundo o Ministério da Saúde, o orçamento executado foi de R$ 47,1 bilhões em 2002 e R$ 65,6 bilhões em 2009 (valores atualizados pela inflação). Neste ano, o previsto é de R$ 66,7 bilhões.

“Há uma lógica equivocada norteando o SUS, que passa por

decisões políticas que priorizam o setor privado (prestadores de serviço), não o público. Houve incremento no orçamento em oito anos, mas continuamos com problemas básicos, como a dengue.

Não se investe em prevenção”, alerta Francisco Batista Júnior, presidente do Conselho Nacional de Saúde. É praticamente consenso que o setor precisa de mais recursos e de que isso passa pela regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, que fixa percentuais mínimos de gastos com saúde. Mas como ela não define o que pode ser despesa com saúde, estima-se uma evasão anual de R$ 2 bilhões da área.

“O subfinanciamento é, sim, o principal problema do SUS. Hoje gastamos 3,5% do PIB em saúde.

Temos que dobrar esse percentual.

O modelo de gestão também precisa mudar, tornar-se menos rígido e passar a ser regido por metas e avaliação de desempenho”, diz o ministro José Gomes Temporão (Saúde).

Um das apostas de Temporão para melhorar a gestão e evitar desperdícios foi o projeto que previa transformar hospitais em fundações estatais. Mas a proposta empacou no Congresso, em grande parte por oposição do PT. Modelo parecido são as OSs (organizações sociais), já adotado em vários Estados brasileiros _SP, por exemplo, tem 25 hospitais geridos dessa forma. Uma vez gestoras dos serviços de saúde, essas entidades privadas podem comprar serviços, equipamentos médicos e remédios sem licitação e contratar funcionários sem concurso.

Os defensores dizem que esse modelo dá aos hospitais e postos de saúde públicos uma agilidade que, por exigências e burocracias legais, o poder público não tem.

Já os críticos da terceirização alegam que falta controle sobre o uso do dinheiro público e que os interesses privados prevalecem. Há uma ação direta de inconstitucionalidade no STF contra as OSs. MÉRITOS Os especialistas reconhecem que a saúde também teve méritos na gestão de Lula, como a queda na taxa de mortalidade infantil e a criação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).

Temporão acrescenta o aumento do número de transplantes, de leitos hospitalares e de oferta de medicamentos. Lembra também que o Brasil interrompeu a transmissão do cólera e da rubéola e eliminou o sarampo.

E a dengue, ministro? “Não é um problema apenas da saúde e não se resolve apenas no âmbito do repasse e da fiscalização de recursos. Enquanto não houver uma vacina que imunize a população, não há outro caminho a não ser um enfrentamento multissetorial e uma maior participação popular. Sem isso, não haverá nada que consiga deter a dengue.”

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 15

NOVO MUNDO ABRE AS PORTAS PARA O BRASIL CRESCER VINICIUS TORRES FREIRE Colunista da Folha

A maior parte dos oito anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva combina de modo extraordinário estabilidade política e calmaria social a um nível de crescimento contínuo da renda per capita também raras vezes visto pelo menos na história moderna do país.

Esses anos parecem ainda mais positivamente exóticos se considerado que o país vive em regime democrático, com taxas crescentes de participação política e social (por meio do voto e de associações) e, de quebra, numa rara fase de redução da desigualdade de renda.

Mas, não faz mais que quatro anos, ainda era disseminado o pessimismo sobre as perspectivas de crescimento econômico do país.

Era comum a ideia de que a economia não poderia crescer mais que 3% ano sem que logo ressurgissem sintomas históricos de limitação do crescimento: inflação e/ ou problemas nas contas externas, “deficits externos”, derivados da importação de bens e serviços necessários para suprir o consumo excessivo. No entanto, o país cresceu, para surpresa quase geral.

Como foi possível aumentar o consumo das famílias, investir mais, distribuir renda, reduzir as taxas de juros, reduzir a dívida pública e, ainda assim, o país não padecer da histórica “restrição externa” ao crescimento?

O NOVO MUNDO CHINÊS O governo Lula coincidiu com o momento em que se sentiu de modo mais intenso o efeito de também rara mudança histórica: a ascensão econômica da China e vizinhos. Não se trata de dizer que a China foi o único fator internacional, nem que o progresso brasileiro foi efeito imediato do crescimento chinês. Mas não é possível entender o caráter excepcional dos anos Lula sem entender o novo mundo chinês.

O aumento do consumo e do investimento chineses elevou os preços e as quantidades de bens exportados pelo Brasil. Nos anos de Fernando Henrique Cardoso, as exportações cresciam em torno de 4% ao ano. Nos anos Lula, a mais de 20%. Entre 2003 e 2007, o Brasil teve superavit nas suas transações de bens e serviços com o exterior, quase tantos anos de balança positiva como nos 60 anos anteriores.

A China barateou os preços de produtos manufaturados no mercado mundial. Em suma, ajudou a baixar a inflação mundial e contribuiu para a redução das taxas de juros pelo mundo. A quantidade de dinheiro disponível para investimento aumentou. A política monetária dos países ricos e as inovações financeiras também tiveram papel importante nesse “aumento de liquidez”.

A progressiva abertura comercial e financeira, combinada à produtividade chinesa (salários baixos) e do complexo asiático, também incentivou ainda mais a transferência de unidades produtivas (“fábricas”) do mundo rico para países “emergentes” com custos menores e mercados crescentes.

O Brasil importou mais a preços menores, recebeu mais investimento na produção e em ações, mais crédito a juro menor.

Tornou-se mais capaz de pagar suas contas externas. A “sobra de dólares” permitiu o acúmulo de reservas internacionais em

volume que ao fim de 2007 na prática superava o total da dívida externa. A eterna dívida externa acabou.

O novo mundo chinês, porém, não faz milagres sozinho. O governo Lula tomou a decisão de acumular reservas. Manteve a política de reduzir a dívida pública, mesmo que à base de aumento de receita, não de corte de gastos. Manteve o câmbio flutuante. O câmbio fixo e o risco de brutas e bruscas desvalorizações da moeda sempre foram fatores de incerteza: de dificultar planos de negócios, de afastar investidores e de contribuir para a manutenção de juros altos.

Lula manteve o controle da inflação. Os juros reais caíram da casa dos 16% para 6%.

CONSUMO A folga nas contas externas permitiu financiar consumo e investimentos crescentes sem inflação demasiada, sem que o país vivesse suas recorrentes crises de pagamentos externos.

O gasto do governo, das famílias e o investimento “na produção” cresceram. De 2004 a 2008, anos menos instáveis, o investimento cresceu o dobro do PIB. A despesa total do governo federal cresceu 3,3 pontos percentuais em relação ao PIB. Metade desse crescimento foi dirigido a benefícios sociais: Previdência (via salário mínimo), Bolsa Família, assistência social. Cerca de 15% ao aumento do investimento do governo federal em “obras”.

O governo Lula, pois, tomou a decisão de utilizar a “folga” nas contas do país de modo a financiar a redistribuição de renda. Tal decisão influenciou também a perspectiva de empresários daqui e de fora sobre o potencial do mercado brasileiro, o que atraiu mais investimentos.

Note-se, porém, que a distribuição de renda dos anos Lula deveu-se também a melhorias derivadas da abertura econômica e outras reformas “liberais” dos anos 1990.

CONDIÇÕES Outro porém muito importante é que a economia não teria respondido tão bem ao “novo mundo chinês” caso outras condições estabelecidas de longa data e melhorias incrementais não viessem ocorrendo.

O Brasil tem “commodities” variadas a oferecer (comida, metais e até petróleo) devido a um programa de pesquisas, investimentos estatais e privados e de subsídios que datam dos anos 1970, pelo menos (Embrapa, pós-graduação universitária, Petrobras).

Suas empresas, industriais ou do agronegócio, tornaram-se mais produtivas devido à abertura comercial dos anos 1990, que permitiu a importação de bens de capital e tecnologias avançadas _a abertura também se tornou um modo de evitar inflação, dada a concorrência de produtos estrangeiros.

O crescimento, inédito há 30 anos, aliado à redistribuição de renda via Estado, pacificou os ânimos sociais, já anestesiados pela participação dos movimentos de esquerda e sindicais no governo (ou mesmo seu controle direto pelo governo). O governo Lula também ofereceu programas ou subsídios para parte relevante (ou majoritária) das grandes empresas, o que minou outra possibilidade de oposição. A calmaria sociopolítica tornou-se uma outra condição de melhoria do ambiente econômico.

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os anos lula

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HOJE NA TV

RÁDIO GLOBO NATAL

08h25 – Itallano - UDINESE x Lazio - Espn Brasil 12h45 - Inglês: Chelsea x Man.United - ESPN Brasil

06h - Esporte em debate 11h - Enquanto a bola não rola 20h - Balanço Final

[ FUTEBOL POTIGUAR ] Mesmo com dificuldades,

FNF cumpriu o prometido: calendário cheio

Federação faz balanço positivo da temporada F azendo um balanço da temporada 2010 do futebol potiguar, alguns podem considerar um ano para se esquecer, já que, mesmo com o título do ABC na série C do Brasileiro, o América e o Alecrim foram rebaixados em suas divisões. O primeiro caiu para a Terceira, enquanto o Alviverde desceu para a série D. Mas, o pensamento de quem organiza as competições estaduais, a Federação Norte-riograndense de Futebol, 2010 pode ser considerado um ano para se comemorar.

E o diretor técnico Andrey Valério, explica o motivo.

“Todos cobravam um calendário completo da Federação e agora nenhum clube pode reclamar disso. Tivemos um ano com 11meses e 18 dias de competições, envolvendo futebol profissional, amador e o feminino. Lógico que algumas disputas ainda precisam de uma melhor elaboração, para ter um tempo maior de duração. Mas, o ano de 2010 foi um divisor de águas para o futebol do Rio Grande do Norte. O presidente José Vanildo profissionalizou a FNF e isso facilitou muito o nosso trabalho”, revelou Andrey Valério.

Os números comprovam um calendário bastante movimentado na temporada que se encerrou no último sábado, com o fim da segunda divisão do estadual, vencido pelo ABC e com o Palmeira de Goianinha conquistando a vaga para a série A do Potiguar. Foram seis competições, envolven-

do 54 equipes, tanto masculino, quanto feminino. Mais de 250 jogos e 1.485 atletas envolvidos.

“Foram quase 510 atletas profissionais envolvidos nas competições profissionais. Isso é um número considerável. Imagine se não tivéssemos esse calendário, quantos jogadores iriam ficar desempregados depois do campeonato estadual? A Federação investiu e apoiou todos os campeonatos, seja com bolas para os times treinarem, seja no custeio de arbitragem, em alguns casos. Fizemos de tudo para manter os clubes em atividade e conseguimos”, afirma o diretor técnico da FNF. Mas, mesmo com a ajuda da entidade que comanda o futebol no Rio Grande do Norte, Andrey Valério revela que os clubes vão ter, cada vez mais, que investir nas suas categorias de bases e nas suas estruturas, para não desaparecerem na história.

De acordo com ele, a Federação pode e deve ajudar os clubes, mas eles precisam arranjar recursos para se manterem em atividade durante toda a temporada. “ A sazonalidade dos clubes está com os dias contados. As equipes precisam se profissionalizar o mais rápido possível. Os dirigentes precisam investir, arranjar patrocinadores, colaboradores, para poder se sustentarem. Quem quiser manter um time de futebol, tem que procurar profissionalizar e só assim contar com um calendário atrativo para os jogadores durante todo o ano”, finalizou.

ARQUIVO TN

Diretor técnico da FNF, Andrey Valério, considerou 2011 positivo

CURIOSIDADES Maria Éster Bueno,tenista brasileira,foi campeã mundial de simples,nos anos de 1959/1960 e 1964,em Wimbledon.

DICAS Amanhã,o Baraúnas enfrenta o Potiguar, em partida de futsal beneficente,às 20h,no Ginásio do Sesi/Mossoró.

WALLYSON

Atacante potiguar revela que não jogaria pelo América,maior rival do ABC. PÁGINA 5 NÚMERO 2 anos são o tempo de contrato do atacante potiguarWallyson com o Cruzeiro/MG.

Editor: Itamar Ciríaco e-mail: esporte@tribunadonorte.com.br

NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 19 DE DEZEMBRO DE 2010

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Domingo | 19 de dezembro de 2010

A competição deste ano gerou mais de R$ 374 milhões de patrocínios: master, complementares e fornecedores de materiais. O maior volume de receita (30%) veio dos bancos [ PATROCÍNIOS ]

RODRIGO SENA

ABC DE OLHO NO LUCRO DA SÉRIE B

Pesquisa realizada por empresa especializada na área de marketing esportivo mostrou que quanto maior a torcida, maior o investimento em publicidade, seja nos uniformes ou em placas nos estádios

ma pesquisa realizada pela empresa Trevisan Gestão do Esporte aponta que, entre patrocínios e fornecimento de materiais esportivos, os Campeonatos Brasileiros das Séries A e B geraram cerca de R$ 374 milhões para os clubes. Fora dessas duas competições em 2010, mas de olho em 2011, quando estará na Segunda Divisão, o ABC, campeão da Série C garante que é um bom produto e que, só este ano, em retorno de mídia, teria gerado cerca de R$ 50 milhões em favor de seus patrocinadores.

Corinthians/SP (R$ 59,5 milhões), Flamengo/RJ (R$ 57 milhões), São Paulo/SP (R$ 46 milhões), Palmeiras/SP (R$ 27,7 milhões), Santos/SP (R$ 24,5 milhões), Cruzeiro/MG (R$ 23 milhões), Grêmio/RS (R$ 22,1 milhões), Vasco/RJ (R$ 21,2 milhões), Atlético Mineiro/MG (R$ 21 milhões) e Fluminense/RJ (R$ 18,5 milhões) foram os dez clubes brasileiros que mais arrecadaram com patrocínios na temporada 2010.

No total, foram gerados R$ 175 milhões em patrocínios máster, R$ 85,53 milhões em patrocínios complementares e R$ 113,6 milhões provenientes de fornecedores de materiais esportivos. Resultados constam no estudo “Patrocinadores do futebol brasileiro”, realizado pela Trevisan Gestão do Esporte.

O maior patrocinador-máster (o principal de cada clube) de 2010 no futebol nacional é o banco BMG, com participação de 22,5% em times das séries A e B (6 times

U

na série A e 3 na série B), seguido pela Hypermarcas, com 10% de participação nas camisas – 4 times na série A. Segundo informações da diretoria de marketing do ABC, o Alvinegro está de olho nessa fatia de mercado (bancos). “O ABC elaborou plano comercial para apresentar o clube ao mercado nacional. O Departamento de Marketing, através da Dez Sports, já procurou alguns bancos para ser o patrocinador, mas outros segmentos estão investindo no Mais Querido.

O ramo farmacêutico é um deles.

Nosso patrocinador máster é EMS Pharma, o maior laboratório do país”, comentou Alan Oliveira, superintendente de marketing abecedista.

Desconsiderando os máster, a Unimed é a patrocinadora mais inserida no futebol brasileiro. Ela representa uma fatia de 35% entre as séries A e B (14 times), seguida pela Ambev (17,5% - 7 times), Femsa, TIM e Tramontina (7,5% 3 times cada) e Brahma e Ricardo Eletro (5% - 2 times cada). “Quarenta e um destes patrocínios ficam na camisa (desconsiderando peito – patrocínio master), 19 nas mangas, 16 no calção e 12 no backdrop”, comenta Andressa Rufino, pesquisadora da Trevisan Gestão do Esporte e autora do livro “Arena Multiuso: um novo campo nos negócios”.

“No Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia, os investidores adotaram a estratégia de patrocinar os times locais de maior expressão, para não correr o risco de perder oportunidades com tor-

cedores e clientes da principal área de atuação”, enfatiza.

No Rio Grande do Norte, a estratégia utilizada seria a mesma.

No entanto, o banco que patrocinou o América, não conseguiu fazer o mesmo com o ABC devido a problemas burocráticos com a administração municipal.

Em nível nacionaol, um fator interessante observado na pesquisa é que dentre os dez times que possuem os maiores patrocínios na temporada, os que investiram menos acabaram com melhor aproveitamento. “O Atlético-PR foi o que mais alavancou o investimento, transformando R$ 4 milhões em uma quinta posição no campeonato, um resultado bastante representativo. Já o Fluminense, campeão, respondeu melhor o investimento de R$ 18,5 milhões do que São Paulo e Palmeiras, que investiram R$ 46 milhões e R$ 27,7 milhões, respectivamente”, comenta a pesquisadora.

O trabalho também apresenta uma análise do valor de investimento versus colocação na tabela, que mostra que o valor investido em patrocínio não é convertido em melhoria de posição na tabela. “Existe uma falta de aproveitamento do investimento para manter o clube nas primeiras colocações, que poderia refletir em melhor retorno para os patrocinadores”.

Neste caso, o ABC, que não figurou nas Séries A e B, em 2010, cumpriu bem com o “dever de casa”, uma vez que sagrou-se campeão brasileiro e conseguiu o acesso ao fim da temporada.

América e Alecrim se mobilizam

NÚMEROS DO PATROCÍNIO O futebol brasileiro gera faturamento nas duas divisões do campeonato nacional Faturamento Corinthians

R$ 59,5 milhões Flamengo

R$ 57 milhões São Paulo

R$ 46 milhões Palmeiras

R$ 27,7 milhões

R$ 175 milhões

Santos

R$ 24,5 milhões

Verba patrocínio master

R$ 85,53 milhões Cruzeiro

R$ 23 milhões

Verba outros patrocínios

R$ 113,6 milhões Verba material esportivo

Grêmio/RS

R$ 22,1 milhões Vasco

R$ 21,2 milhões Atlético/MG

R$ 21 milhões Fluminense

R$ 18,5 milhões Fonte: Trevisan Gestão do Esporte

30%

do patrocínio master veio de Bancos A Unimed é a maior patrocinadora não master: 35% entre as séries A e B (14 times) Seguida de:Ambev (17,5% - 7 times) Femsa,TIM e Tramontina (7,5% - 3 times cada) Brahma e Ricardo Eletro (5% - 2 times cada)

SÉRGIO FRAIMAN

Torcida é proporcional a investimento A relação número de torcedores e valor de investimento, possui uma correlação muito forte. Segundo o estudo da Trevisan Gestão do Esporte, ao relacionar as 10 maiores torcidas do futebol brasileiro com o valor do investimento de 2010, notase que apesar do elevado valor nominal de investimento, o valor conseguido não reflete a igualdade na relação investimento versus torcedores (per capita) em todos os times. “Há um grande grau de dispersão entre o número de torcedores e o investimento aplicado. Por exemplo: o Flamengo tem um grande valor de investimento e a maior torcida. Entretanto, teve um resultado pífio no campeonato 2010. Portanto, pode-se dizer que o patrocinador não obteve retorno pelo investimento”, declara Andressa.

Dentre os setores de atividades, o maior volume de patrocínios

(30%) refere-se aos bancos. Seguem-se: organizações de assistência médica e indústrias de bebidas (empatadas com 14,2%); entidades ligadas à área da educação (11,9%); multimarcas (9,5%); autopeças e metalúrgicas (7% cada); outros segmentos (6,2%).

Finalmente, não existe um grande fornecedor de material esportivo para os clubes. O mercado está muito pulverizado. São 18 fornecedores, sendo 14 na série A do Campeonato Brasileiro. As grandes marcas mundiais (Nike, Adidas e Puma) não têm grande representatividade dentre os clubes do País.

Os principais fornecedores são a Kanxa (5 times), Lotto (5), Lupo (4), Penalty (4) e Rebook (3).

No caso do ABC, findo o contrato com a empresa local, Eureka, o Alvinegro deve partir em busca de um novo contrato. O clu-

be irá fechar na próxima semana os patrocínios do uniforme para 2011. “Nossa expectativa é arrecadar, só na camisa de jogo, R$ 240 mil”, antecipou Alan Oliveira superintendente de marketing abecedista. O ABC elaborou plano comercial para apresentar o clube ao mercado nacional. O Departamento de Marketing, através da Dez Sports procura parceiros.

De acordo com o marketing Alvinegro, o ABC oferece ao mercado várias oportunidades de negócios, uma delas é o nome da arena, Naming rights, tendo a marca da empresa em toda comunicação visual do estádio. Além disso, o plano de negócios oferece diversos espaços no estádio Frasqueirão, ações de relacionamento das empresas com os clientes nos jogos. “Uma das novidades para 2011 serão os camarotes coorporativos, festas infantis

Novos produtos,como o troféu do América,são sempre elogiados

com Fantão e Fantinho e o nome de empresa nos módulos do estádio, tudo está sendo muito bem aceito”, diz Alan Oliveira.

De acordo com o superintendente, o retorno do ABC só na Sé-

rie B com Sportv e PFC ultrapassa R$ 10 milhões, caso o clube fosse pagar, de acordo com a tabela comercial. “Estamos finalizando os espaços disponíveis para próxima temporada”, concluiu.

Acompanhando o sucesso do rival ABC, América e Alecrim resolveram descruzar os braços e partir para uma gestão profissional no que diz respeito ao marketing e a busca por sócios, fontes de renda essenciais para a sobrevivência de ambos os clubes.

O Alecrim fechou parcerias com a Siker como fornecedora de material esportivo e renovou o patrocínio com o Shopping Cidade Jardim, local que inclusive cedeu espaço para que funcionasse a “lojinha” do Alviverde.

O diretor de marketing do Alecrim, Marcelo Henrique, viajou para Portugal em busca de novos investidores para a formação do elenco de 2011 e para um trabalho de longo prazo. Em 2010, o clube ficou preso a uma possibilidade de parceria com o Santos, que não avançou e acabou prejudicando a busca por novos parceiros.

AMÉRICA No América, a gestão de marketing começa a tomar forma. O clube entregou o departamento ao profissional Pedro Paulo, que já apresentou um plano estratégico na área. Boa parte dos planos giram em torno da construção do estádio Arena das Dunas, no CT Alvirrubro, em Parnamirim.

O dirigente apresentou parte do projeto que envolve a compra de um troféu, pelos torcedores, assegurando, ao comprador, escrever o seu nome no Memorial à Torcida Americana, que será construído no futuro estádio do clube.

No setor específico de sóciotorcedor, o conselheiro Eduardo Rocha lançou uma proposta que será executada nos próximos dias. Os conselheiros receberão 20 boletos referentes ao mesmo número de sócios-torcedores, a serem comercializados. “Desses 20, 10 já serão apgos antecipadamente pelos conselheiros.

Com isso garantimos, no mínimo 2.020 sócios logo de cara, sem contar com os 800 que já temos associados hoje”, revelou Eduardo Rocha.

Com relação ao material esportivo, o América, que até esta temporada, vestia uniforme da Kanxa, não deve renovar o contrato para 2011. A direção ainda não fechou com outra empresa.

Domingo | 19 de dezembro de 2010

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Distante da série “A” do Campeonato Brasileiro, há 25 anos, o sonho do ABC, a partir de agora é chegar no grupo de elite. Daquela época, apenas o “mordomo” Joca permanece servindo ao Alvinegro

[ BRASILEIRÃO ]

Roupeiro é remanescente da Série A JÚNIOR SANTOS

EVERALDO LOPES repórter e pesquisador

uscar sempre o melhor, mesmo sabendo que não será uma tarefa fácil, eis o foco do ABC FC na temporada 2011. Quem for amigo do presidente Guilherme Dantas e do vice de futebol Flávio Anselmo, não fale em primeiro se ambientar com a ascensão para a “B” e, depois, arrumar a casa e partir para tentar a elite – a sonhada série “A”. Ambos estão focados na “A” e, se não for possível, manter-se (bem) na “B” para 2012. No clube, todos reconhecem que 25 anos são muito tempo para estar distante do alto do Brasileirão, e que a hora é esta mesmo.

B

COMO FOI Em 1985, dia 27/01 o ABC fazia sua estreia na série “A”, aquela que seria a última vez. Eis a ficha técnica: ABC 1x1 Paysandu, o gol alvinegro de Jorge Demolidor, Chico Spina o do Paysandu.

ABC Pavão, Manu, Luiz, Zé Adilson e Sérgio Poti, Baltazar, Dudu e Arildo, Carlinhos Mocotó (Noé Soares), Demolidor (Arié) e Tião.

Tec. Ferdinando.

Ruy Barbosa da Costa era o presidente do ABC, já investido como deputado estadual, reeleito.

Nesse Brasileiro o ABC utilizou quatro treinadores, à moda de hoje com as sucessivas trocas: Ferdinando, Ernesto Guedes, Sebastião Leônidas e Antônio Galvão, falecido recentemente. Na época, o clube fez grandes contratações: Pavão, que era ficha alta em Manaus e o goleiro País, que havia si-

Um dos mais tradicionais funcionários do ABC F.C., Joca já conta com a companhia do filho que também trabalha no Alvinegro

do titular do América carioca, depois o Sport Recife, antes de vir pra Natal, Márcio Ribeiro, ídolo no CRB, Arildo, que havia feito nome no Cruzeiro, Jorge Demolidor retornou ao clube, Carlinhos Mocotó e Capanema. O ABC ainda pegou sobras do América: Baltazar, Saraiva e Valério. O goleador do ABC em 85 foi Arildo, com 12 gols.

Com o apoio de sua grande torcida, o ABC quase lotava em todos os jogos no Machadão, apesar da campanha relativamente fraca. A CBF resolveu que os clubes de menor expressão só participariam do grupo de elite se tivessem ganhado o título estadual.

Por isso, o ABC participou em 72.

Veio a punição, a falta de títulos estaduais e o Alvinegro somente retornou à normalidade em 1976.

Na sua última participação o ABC pegou uma fórmula diferente: dois grupos de 10 e dois de 12 clubes, totalizando 44. O grupo do ABC ficou formado por ABC, Sport, Mixto/MT, Botafogo/PB, CSA/Al, Ceará, Paysandu, Nacional, Flamengo/PI, Sampaio Correa, Sergipe e Remo. Como era lógico esperar, os grandes clubes do Rio, São Paulo, Minas e Rio G. do Sul estavam presentes. Vê-se quen no grupo do Alvinegro não havia nenhum grande clube, quase to-

dos ficaram entre “A” e “B”.

Os resultados do ABC fdoram estes: ABC 1x1 e ABC 1x0 Paysandu, ABC 2x1 e 0x1 no Remo, ABC 0x0 e 4x0 no Mixto, ABC 0x4 e 2x4 Nacional/AM, ABC 1x1 e 1x3 Ceará, ABC 0x3 e 1x3 Sport Recife, ABC 1x2 e 0x0 CSA, ABC 1x2 e 4x1 no Sergipe, ABC 3x0 e 2x2 Botafogo/PB, ABC 1x0 e 1x2 Sampaio Correa, ABC 0x1 e 1x1 Flamengo/PI. O ABC ficou em 34º lugar na pontuação final, deixando bem longe a lanterna e ficando à frente de 10 adversários. Três meses depois, dia 21/04/85, ABC 1 x 2 Flamengo/PI, Arildo fazendo o chamado gol solitário, Carlinhos e Souza o do

time piauiense na última partida, que foi arbitrada por Manoel Amaro de Lima/PE, 1.041 pagantes, renda de Cr$ 2.062.000,00 (na moeda velha) sendo este o time alvinegro, jogo no Machadão: País, (expulso aos 42 do 2º tempo), Tiê, Luiz, Valdecy e Sérgio Poti, Alciney, Tião (Pavão, indo para o gol) e Valério, Tinho, Arildo e Leandro (Rômulo).

Técnico, Galvão. O Flamengo do Piauí, Valdir, Odair, Da Silva, Carlinhos e Valdmar, Zuega, Dias Pereira e Paulo César (Batista), China, Souza (Janiel) e Etevaldo. Técnico, Alberino Paula.

A partir de 1985, nunca mais o ABC teve como participar da Sé-

rie “A”, diante do rigor da CBF criando várias barreiras aos clubes menores. Exemplo: São Paulo tinha direito ao campeão, mais quatro vagas, o mesmo ocorrendo no Rio, os gaúchos tinham duas vagas, os mineiros também.

A partir de 1987, com o surgimento da Copa União, a CBF criou acesso e descenso, e foi com essa fórmula, que o América chegou em 96 (disputando em 97/98), e recentemente em 2006 disputando em 2007, caindo logo em seguida para a “B”, e agora a “C”.

O elenco do ABC na sua última participação na série “A” foi este: Goleiros: Pavão, País, Zezito e Ayala Laterais: Manu, Tiê, Saraiva, Valdecy e Aloisio Zagueiros: Zé Adilson, Darcy, Luiz e Sérgio Poti Volantes: Baltazar, Alciney, Dudu e Ariê Meiocampistas: Valério, Adalberto, Marcio Ribeiro e Alex Atacantes: Capanema, Arildo, Carlinhos Mocotó, Quinho, Jorge Demolidor, Tião, Leandro e Noé Soares. Comissão técnica: (com as respectivas mudanças de treinadores) Ferdinando, Ernesto Guedes, Sebastião Leônidas e Antônio Galvão, fisicultores Cacau, Betinho e Armando Viana, treinador de goleiros, Alberi, médico Heriberto da Cunha, massagista “Furão”, roupeiro Joca, único remanescente desse grupo.

Segundo o pesquisador Newton Alves, que colabora neste levantamento, o ABC precisa ficar atento, quando puder chegar um dia à série “A”, estar bem estruturado financeiramente, já que as grandes equipes integrantes do Clube dos 13 recebem cotas altíssimas, enquanto os recémchegados recebem as sobras. (colaborou Newton Alves)

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[ NATAÇÃO ] Todos os anos a academia Nova Stylo promove aula de natação especial, em meio às piscinas naturais de Pirangi. Bebês, com apenas três meses de vida, podem participar

[ RALI ROTA SOL ] Prova acontece entre os

Crianças treinam no mar

Quadriciclos serão novidades em 2011

ara muitas crianças o primeiro contato com o mar é um momento mágico e que para sempre ficará lembrado.

Descobrir o alto-mar é ainda mais marcante. Além do exótico sabor salgado do oceano, os peixes, corais, algas e pedras ao redor surpreendem a todos e dão aos pequenos a oportunidade de sentirem pela primeira vez a dimensão do atlântico.

“Os nossos alunos mais antigos já estão acostumados com este contato com o mar. Mas para a grande maioria dos calouros ou dos que participam apenas de atividades esporádicas, esta é a primeira vez que entram no mar e têm a oportunidade de fazer isso junto aos pais em uma atividade muito dinâmica e divertida”, disse Kamila Brito, professora de natação da academia Nova Stylo.

Todos os anos a academia Nova Stylo promove uma aula de natação especial, em meio às piscinas naturais da Praia de Pirangi, distante cerca de 25km de Natal. As crianças brincam o tempo todo, tanto no barco a caminho dos Parrachos, quanto na água enquanto nadam. O momento é ainda uma oportunidade ímpar de interação entre pais e filhos.

dias 13 e 15 de janeiro, em Mossoró (RN)

DIVULGAÇÃO

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elo terceiro ano consecutivo um grupo de apaixonados por rally de regularidade vão dar uma pausa nas férias de verão para fazer o que mais gostam, competir. Entre os dias 13 a 15 do próximo mês, eles vão estar reunidos nessa que é considerada uma das mais extensas e técnicas provas de regularidade do país, o Rota Sol. Desta vez, a prova trará uma novidade. Além das três categorias entre os carros, a organização decidiu abrir espaço para os quadriciclos, modalidade que ganha cada vez mais adeptos na região. As inscrições para a prova já estão abertas e podem ser feitas pela internet através do portal webventure.com.br ou pelo link no site oficial www.rallyrotasol.com.br A inclusão dos quadriciclos, de acordo com o organizador Eliatan Machado, foi uma reivindicação dos próprios pilotos, prontamente atendida - já que o rally tem como uma de suas funções promover a confraternização dos amantes do off-road no Nordeste. “Organizamos outras provas e durante todo o ano ouvimos esse questionamento, se o Rota Sol iria oferecer abertura para os pilotos

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Os pais podem participar da aula com as crianças nos corais da praia de Pirangi, litoral sul do RN

“Essa aula é também uma forma de estimular as crianças. Eles na maioria das vezes estão habituados ao espaço da piscina e no mar eles encontram um momento de confraternização, brincam e se divertem com seus pais, em um momento de interação bem diferente do que estão acostumados”, disse Kamila Brito.

Das piscinas para o alto-mar.

Não existe idade para participar de uma aula como esta. Desde bebês, com apenas três meses de vida, até adultos, todos podem participar da atividade recreativa. Cada criança, por sinal, precisa estar acompanhada de seu pai ou responsável para que a aula seja ainda mais divertida.

A aula, realizada todos os anos pela Academia Nova Stylo é uma

grande confraternização entre pais, alunos, professores e funcionários.

E não precisa ser aluno para se inscrever. Todas as pessoas podem participar da atividade que acontece no próximo dia 18, no Marina Badauê.

Crianças até cinco anos não pagam.

Entre seis e 12 anos será cobrada uma taxa de R$20 (vinte reais) por criança, os adultos pagam R$30 (trinta reais) por pessoa.

TAE KWON DO

de quadris. Então decidimos fazer esse teste. Esperamos ter uma boa participação”, disse.

O levantamento e checagem do percurso está em andamento. A tarefa é responsabilidade de um dos grandes nomes do esporte, o navegador Rogério Almeida. Segundo ele, o Rota Sol segue a receita de sucesso dos anos anteriores, com relação ao piso e locais ‘gostosos de andar’. “Aí cada categoria terá o seu nível de dificuldade, sendo uma prova mais técnica para os Graduados e mais fácil para os iniciantes da Turismo e Turismo Light, por exemplo”.

O navegador Rogério Almeida acredita que os competidores devem enfrentar uma média de 8 horas de prova diariamente. O objetivo é que as duplas e pilotos de quadriciclos tenham tempo de sobra entre a largada e o anoitecer, contando com os pontos neutros entre as etapas, e já que se trata de uma prova no período de férias.

O rally promove a abertura do calendário das competições offroad no Nordeste, e concentra uma massa dos principais nomes do rally de regularidade de todos os estados da região.

DIVULGAÇÃO

Marcos Lopes lopesrn@hotmail.com

É sempre a mesma coisa odo o ano é a mesma coisa, o mesmo chororô dos dirigentes de clubes do interior. Reclamam que falta apoio, reclamam que o campeonato é deficitário, reclamam de tudo, e ficam sentados à beira do caminho, reclamando e esperando que apenas e tão somente o Poder Público resolva todos os problemas dos clubes. Eu admito a participação das prefeituras no apoio aos clubes que representam o município no evento, mas este apoio não pode ser a principal fonte de renda ou arrecadação dos clubes. Os dirigentes tem que buscar um pouco mais de profissionalismo, de visão estratégica de marketing que permita que o clube possa caminhar sozinho. Infelizmente o cenário não muda para melhor, e as lamentações são sempre as mesmas. O que não dá para entender, é que quando o clube tem a oportunidade de participar de uma competição em nível nacional, os mesmos dirigentes que choram, não tem alcançam a importância da oportunidade que se abriu. lembram quando o Estadual era seletivo para a Série C? Quantas vezes os clubes do interior “pipocaram” na hora de encarar o desafio? Isso mostra de forma meridiana que o profissionalismo passa longe, mas muito longe dos clubes de futebol do interior do Rio Grande do Norte, e somente agora começou a dar os ares pelos lados do Alecrim, que é um caso a parte. Mas observem que em outros estados, os clubes do interior vem abocanhando fatias importantes dos espaços que se abrem e se firmam cada vez mais no cenário nacional. ASA, Icasa e mais recentemente o Salgueiro, são os exemplos mais recentes. O descalabro é tão grande que os times interioranos que foram campeões, não tiveram nenhum tipo de crescimento: Potiguar de Mossoró, Corintians de Caicó e ASSU. Ganharam o título e não cresceram um centímetro.

T

ALECRIM É OUTRA HISTÓRIA Eu nem colocaria o Alecrim no rol dos clubes que pecam pela falta de profissionalismo.O pecado capital do Alecrim foi se julgar maior e mais importante do que realmente era no Brasileiro da Série C,ter se julgado autosuficiente sob todos os aspectos, além de ter colocado a figura de Ferdinando Teixeira acima do clube.O treinador era colocado como mais importante que o clube,mais importante que a conquista que garantiu o Verdão na Série C.E o final da história todo mundo conhece.O Alecrim foi rebaixado,e além da queda teve o coice de ver escapar alguns milhares de reais,caso tivesse pelo menos permanecido na Terceira Divisão.O vicepresidente Marcelo Henrique que despontou como um dirigente moderno se deixou levar pela soberba e pela idolatria que tomou conta do Alecrim.Tem como mudar o curso,mas tem que voltar a pisar no chão.

AMÉRICA ESTÁ CERTO

Fim de jogo, fim de papo RODRIGO SENA

Seria importante que Eduardo Rocha continuasse na presidência da Liga do Nordeste. O futebol ganharia com a competência, coragem e capacidade de brigar que ele tem.

Não tem como avaliar se as contratações anunciadas pelo América vão dar certo ou não. O que é possível afirmar, é que estão no caminho certo. O discurso que alguns setores fazem, batendo na tecla que o clube está trazendo jogadores desconhecidos é vazio.Tem sim que fugir dos mercados já inflacionados e buscar novas opções. Não dá mais para concorrer com o mercado do sul/sudeste. Ou você acha que dá? É preciso considerar também o aspecto financeiro. Se disputar o título estadual, o América vai ficar parado cerca de 70 dias até o inicio da Série C.

ABC É DESTAQUE NACIONAL Justíssimo o reconhecimento pelo trabalho que o marketing do ABC desenvolveu no inicio da temporada. O clube vai participar de um dos mais importantes eventos da área de marketing esportivo, o Troféu Camisa 13, promovido pela TV RBA, afiliada Band no Pará. Paiva Torres e Alan Oliveira deram show de competência.

O professor de kick boxing,Bruno Thai e seus alunos vem acumulando títulos nos últimos meses.A nova conquista do lutador aconteceu no último domingo,quando ele foi campeão do estadual de Tae Kwon Do,que foi realizado no ginásio da universidade Facex,em Capim Macio.Além dele,outros destaques da equipe são os atletas Allan da Silva,na categoria até 65 kg e Carlos Kellson,da categoria 68kg, que conquistaram o lugar mais alto do pódio no IV Grand Prix do Nordeste e do CBMA de Kick Boxing,além da Seletiva para o Campeonato Brasileiro da modalidade.No dia cinco de dezembro eles foram campeões do Sport Mix Fighter de Kick Boxing.Mas,o maior objetivo de Bruno Thai,no momento,é alcançar o número de 100 lutas na carreira de atleta.Até o momento ele já disputou 92 lutas.Os atletas contam com apoio do Mundo do Borracheiro,Posto Nossa Senhora dos Impossíveis,Nino Peças Diesel,Trevus Motel e Sport Mix.

Domingo | 19 de dezembro de 2010

esportes

Apito Final EVERALDO LOPES - elopes@tribunadonorte.com.br

Fabrício Pedroza, o “pai da criança” eço licença ao leitor, neste domingo sem futebol, para satisfazer a um jovem curioso, que há muito vem esperando a chance desta coluna explicar – num pequeno texto, como aconteceu a chegada do futebol a Natal. Veja, meu caro leitor mirim Cláudio Paiva: “maior memorialista do futebol potiguar - o norteriograndense Gil Soares de Araújo, ex-jogador do América FC, no começo da década passada, não tinha dúvida em dizer que foi Fabrício Pedroza Filho o primeiro natalense a falar e escrever sobre futebol e apresentar a bola adquirida em Londres, aonde estudava. São de Gil Soares as primeiras narrativas sobre a chegada do “foot ball” a esta capital, no ano de 1907, quando Pedroza Filho veio de Londres passar férias em Natal. Na época, era comum famílias mais abastadas mandarem seus filhos estudarem na Europa.

Natal não conhecia ainda uma escola superior, e no Nordeste Recife se destacava pelo prestígio da sua faculdade de Direito, por onde passou o grande tribuno Joaquim Nabuco, ou então Salvador/BA também muito procurada pelo alto nível de sua faculdade de Medicina.

Fabrício Pedroza havia chegado de Londres com uma grande novidade: uma bola de futebol. Apesar de moderna, última palavra quando o assunto era bola, tinha ainda a desvantagem do “pito” externo.

P

Fabrício (2) O pito era a dor de cabeça dos zagueiros, sem trocadilho, ou seja, precisava ficar atento porque uma cabeçada pegando no pito, doía barbaridade, registram os historiadores. Daí, ser moda na época os jogadores de defesa usarem um protetor na testa, geralmente um pano cobrindo toda a

área frontal da cabeça. Fabrício chegou em um fim de semana e logo foi marcando uma palestra sobre o desenvolvimento do futebol, na Inglaterra, país berço do chamado esporte bretão (originário da Bretanha). Em Natal, pouco se falava em futebol, segundo Gil Soares.

FABRÍCIO (3) A bola era tão valiosa, que não devia ser usada com tanta frequência. Só havia uma, porque mandar buscar uma outra era expectativa para alguns meses de espera. Somente a partir de 1907 até 1915 é que o futebol ganhou mais adeptos em Natal.

Quando maior era o entusiasmo, aconteceu uma tragédia em Natal: um jovem de apenas 18 anos, sofreu uma “bolada” no estômago, e faleceu dias depois. Os médicos (que eram poucos aqui) não detectaram o motivo do óbito. O movimento sofreu sério abalo.

Parada

Pau cantou

Para muitos, a morte precoce do jovem atleta foi uma ducha no entusiasmo dos primeiros futebolistas natalenses. Só lentamente, os pequenos jogos iam acontecendo, até que resolveram fundar o ABC, o primeiro e, menos de um mês depois, o América, separados por poucos dias. Natal passou a ter o primeiro jornalista a divulgar em “A República” a boa nova da cidade. O Santa Cruz do Recife foi o primeiro clube de outro estado a jogar em Natal, tendo como local a área da praça Pedro Velho. O intermediador da temporada foi o natalense expresidente da República, Café Filho, que estudava no Recife” Volte sempre, caro Cláudio.

Quando a gente pensa que só o MP do RN é exigente na liberação dos estádios do RN, eis a notícia de que a FPF acaba de vetar 21 estádios paulistas, inclusive Pacaembu e Vila Belmiro. Outros que só poderão ser utilizados após satisfazerem as exigências do Estatuto do torcedor, bombeiros, etc estão o Moisés Lucarelli (Ponte Preta), Anacleto Campanella (São Caetano), Arena Barueri, Palmas Travassos, Nabi Abi Chedid (Bragantino) e outros menos identificados. No RN, o problema ressurge todo começo de temporada, deixando o dirigente José Vanildo perdendo seus últimos fios de cabelo.

Troca-troca Faz tanto tempo, nem lembrava mais, os clubes iniciaram um processo de troca troca de jogadores. Foi um sucesso, na época.

Teve troca troca de quase um time inteiro. Agora, o assunto volta à tona envolvendo Inter e Palmeiras. Negócio seguinte: dirigentes sentam-se à mesa, colo-

cam os nomes disponíveis e iniciam as conversações, um jogador vai, o outro vem, sem qualquer compensação em dinheiro.

O Inter jogou os primeiros nomes: Danny, Marcelo Cordeiro, Alecsandro (irmão do natalense Richarlyson) e Andrezi. Por aqui, não se ouve falar em troca troca.

“BEAU GESTE” Bela atitude a do presidente Clóvis Emídio, em dar mais uma oportunidade a Luisão. Só o fato de dizer que “se ninguém fizer nada pelo atleta, ele jamais se recuperará. Por isso, confiamos em que ele saberá aproveitar a decisão do clube. Depois, vamos tentar reduzir sua punição”, disse o dirigente.

Vantagens

Vantagens (2)

A inesperada decisão da CBF, de incorporar algumas competições tornando-as campeões brasileiros, entre outras vantagens tem a de tornar antigos grandes craques também campeões brasileiros. A turma da velha guarda, como Beline, Gilmar, Zito, Garrincha, Didi, Ademir Menezes.

E ainda, Castilho, Barbosa, Dequinha, Edmilson (Piromba/RN) Jair Rosa Pinto, Baltazar (Corinthians), Luizinho, Oreco, eram apenas conhecidos como campeões estaduais ou do Rio/SP. Com a incorporação, e com o tempo todos poderão aparecer – de justiça, como campeões nacionais.

SOLIDARIEDADE Nesta época do ano a solidariedade aflora por todas as partes. Em Mossoró, até mesmo os rivais Baraúnas e Potiguar/M resolveram dar as mãos para ajudar os mais carentes neste fim de ano. As duas equipes fazem nesta segunda-feira às 20h, no ginásio do Sesi, em Mossoró, uma partida beneficente. As doações serão entregues a Apae da capital do Oeste.

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 5

Por que saiu do Atlético/PR? Aconteceram algumas coisas que eu não gostei. Logo quando fui contratado, o Atlético me prometeu várias coisas que não foram cumpridas e isso me deixou bastante chateado. Aí, eles me ofereceram um contrato de renovação e decidi não aceitar. O clube achou por bem entrar na justiça contra minha pessoa e também entrei contra eles, alegando não cumprimento de acordos e, graças a Deus a justiça foi feita e consegui vencer. Não tenho mágoas de ninguém do clube, até porque já passou. Agora, é bola para frente e tentar me superar em 2011.

Você acha que teve poucas chances no time paranaense?

Não. O problema é que, quando fui contratado, estava passando por um problema grave de contusão e isso me atrapalhou muito. Em 2009 tive minhas oportunidades e acho que fui bem. Infelizmente, esse ano passei por alguns momentos complicados, por causa de contusão e também com os dirigentes e meu futebol não apareceu.

Como surgiu a oportunidade de jogar no Cruzeiro?

Como falei, estava brigado com o Atlético/PR e estava querendo sair do clube. Surgiram algumas propostas de outros clubes, mas, a do Cruzeiro foi melhor para mim. Fora que a estrutura do time mineiro é fantástica. Uma das melhores do Brasil. Lá dispomos de tudo que um jogador precisa para trabalhar bem.

Como foi o momento que você marcou o gol no último jogo do Cruzeiro no Brasileiro, que poderia ter dado o título ?

Foi um momento assim, especial. Quando fiz o gol, tirei a camisa, gritei, comemorei como se fosse o gol do título, já que nossa equipe não sabia do resultado do jogo do Fluminense. Infelizmente o resultado que precisávamos, não veio. Mas, o gol foi muito importante, porque nos deu o vice-campeonato brasileiro e a vaga direta para a Taça Libertadores, que é um objetivo que o Cruzeiro vai tentar buscar.

Ansioso em disputar a Libertadores?

Estou muito confiante em fazer um bom trabalho. Mesmo de férias estou me tratando, mantendo a forma para começar o ano bem. A concorrência no Cruzeiro é muito forte e ninguém pode dormir no ponto. Quero me apresentar bem para poder ter uma sequência de jogos e me firmar de vez no cenário do futebol nacional.

Como é trabalhar com Cuca?

Só tenho a agradecer o Cuca.

Ele me acolheu muito bem, assim como todos do clube. Cuca é como se fosse um paizão para os jogadores. Sabe lidar com todos, é brincalhão e treina um time co-

ALDAIR DANTAS

ENTREVISTA/WALLYSON/JOGADOR DO CRUZEIRO

ou Real Madrid.

“ACHO IMPOSSÍVEL JOGAR NO AMÉRICA”

Seleçãoéumsonhoouumameta?

Sempre pensei em defender o Brasil. Meu pai, que faleceu esse ano, tinha o sonho de me ver jogando com a camisa do Brasil. E vou trabalhar para realizar esse sonho dele. Sei que não vai ser nada fácil, muito pelo contrário, é difícil. Mas, vou fazer de tudo para alcançar esse meu objetivo. E sei que meu pai vai estar olhando por mim.

FELIPE GURGEL repórter de Esportes

maior revelação do futebol potiguar na década, o atacante Wallyson, está em Natal passando férias, depois de ter ajudado seu time, o Cruzeiro/MG, a conseguir o segundo lugar no campeonato brasileiro da série A e com isso garantir uma vaga para a Taça Libertadores da América, em 2011. Nessa entrevista concedida para a TRIBUNA DO NORTE, o jovem atleta fala sobre sua saída conturbada do Atlético/PR, a chegada à equipe mineira, a sua relação com o técnico Cuca, por quem revela ter uma grande admiração, a morte de seu pai e o sonho de chegar à Seleção.

A

mo poucos técnicos. Ele me ajudou e vem me ajudando muito na minha adaptação ao Cruzeiro.

Como foi sua chegada em MG? A cidade é muito tranquila, parecida com Natal. Sei que ainda estou devendo um pouco a torcida, que espera ver um melhor futebol de Wallyson, mas, estou trabalhando forte para que isso aconteça. Passei por um grande problema quando cheguei ao Cruzeiro, que foi a morte do meu pai e isso me abalou muito. Tive também uma contusão que me deixou fora dos gramados, mas, nessa reta final já pude voltar a jogar e espero dar continuidade em 2011.

Jogaria pelo América?

Tenho muito respeito pelo América, sou profissional e nunca posso dizer não para um equipe de futebol. Mas, por tudo que fiz pelo ABC, por todo carinho da torcida por mim e por ser meu clube de coração, acho impossível que eu jogue pelo América. Tenho uma amizade muito grande com o Souza, de quem eu sou fá, mas, não jogaria pelo América.

Você,que já passou pelo Atlético/PR e está no Cruzeiro,dois times com as melhores estruturas para os jogadores, falta muito para ABC e América chegarem a

esse ponto?

Os times daqui ainda estão muito longe das equipes do Sul do país.

Lógico que torço para que os clubes daqui estejam na série B, série A do Brasileiro, mas, ainda falta estrutura para os clubes daqui. O ABC vem trabalhando forte para melhorar sua estrutura, conseguiu voltar para a série B e tem tudo para chegar à série A. Na minha opinião, o ABC poderia ficar mais uns três anos na série B, para se reforçar ainda mais, não só dentro de campo, como também fora, para, quando chegar na série A, ficar um bom tempo. O América também precisa investir na estrutura do clube para poder chegar perto das equipes do sul do país.

Você tem o sonho de jogar em um grande clube da Europa?

Primeiro quero cumprir meu contrato com o Cruzeiro, que vem me dando todo o respaldo para jogar futebol. Assinei por dois anos e pretendo cumprir integralmente.

Lógico que uma transferência para a Europa eu não posso descartar, já que é muito vantajoso, financeiramente falando, para qualquer jogador brasileiro. mas, volta a falar, que primeiro quero ficar no Cruzeiro, ajudar o time a conquistar a Taça Libertadores, o Campeonato Brasileiro e depois, quem sabe, ir jogar na Espanha, por um Barcelona

A família parece ser muito importante para você...

Com certeza. Família é a base de tudo. O jogador tem que ter cuidado com as amizades ruins, que aparecem apenas quando você está por cima. Por isso que o jogador tem que ter os pés no chão e escutar bastante o pai e mãe, porque eles nunca vão querer o pior para o filho. Sou muito ligado a minha família, a minha mãe, meus irmãos, e isso faz toda diferença. Também escuto muito meu empresário, que é como um pai para mim. Andaram falando muitas coisas dele que agora estão tendo que engolir o que falaram.

Tem saudade da torcida do ABC ?

Aqui é minha casa. Sempre que estou triste, que estou chateado com alguma coisa, venho para Natal e sempre dou uma passada aqui no ABC, que foi onde tudo começou. Era fantástico entrar em campo e ouvir a torcida gritando meu nome. O ano de 2007 foi marcante para minha carreira e sinto saudade daquele tempo.

Que conselho você daria para os jovens?

Nunca desistam de seus sonhos. A carreira de um jogador de futebol é muito complicada, o atleta tem que estar viajando direto, sem muito tempo para a família e para fazer o que gosta, mas, vale a pena. Então, digo para os jovens não se envolverem com pessoas erradas e trabalharem forte, com vontade que as coisas acontecem. O que não pode acontecer se realmente eles quiserem ser jogador, é desistir.

esportes 6 | Natal Rio Grande do Norte | Domingo | 19 de dezembro de 2010 [ PRÊMIO ] COB mantém aberta a votação

pela internet até as 21h. Cesar Cielo é favorito

Votação para escolher o melhor do ano acaba amanhã A

inda há tempo para os fãs do esporte olímpico escolherem o Melhor do Ano no Esporte. A votação será encerrada amanhã, aproximadamente as 21h, momentos antes do anúncio dos vencedores, masculino e feminino, durante a cerimônia do Prêmio Brasil Olímpico, no Teatro do MAM, no Rio de Janeiro. A votação pode ser feita no site do Prêmio Brasil Olímpico (www.premiobrasilolimpico.com.br).

No masculino, concorrem os atletas Cesar Cielo (natação), Leandro Guilheiro (judô) e Murilo Endres (vôlei). No feminino, a disputa é entre Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Fabiana Murer (atletismo) e a dupla Juliana e Larissa (vôlei de praia). A definição dos três indicados para concorrer ao Troféu Melhor do Ano no Esporte foi realizada por um júri composto por jornalistas, dirigentes, ex-atletas e personalidades do esporte. Este mesmo júri já apontou os vencedores a melhor do ano, sendo que esses votos terão peso

de 50% na eleição final após computados os votos dos internautas.

Nesta edição o Prêmio Brasil Olímpico tem como tema principal a participação da juventude no esporte e o papel social, de integração e de cidadania que esta atividade pode proporcionar para milhões de jovens brasileiros. Este ano, além de atletas individuais passaram a concorrer ao melhor da modalidade e ao melhor do ano equipes, times, técnicos, duplas, trincas ou quadras, como revezamentos do atletismo e da natação.

Esse novo critério permitiu que a dupla Juliana e Larissa vencesse na modalidade e concorresse ao troféu Melhor do Ano no Esporte.

O Prêmio Brasil Olímpico 2010 homenageará ainda o melhor técnico individual e coletivo, Elson Miranda e Bernardinho, respectivamente, os melhores atletas paraolímpicos, Edênia Garcia e Daniel Dias, entre outras homenagens. Ainda serão oferecidos o Troféu Adhemar Ferreira da Silva e o Troféu COI “Esporte - Inspirando Jovens”.

A REVISTA DA TV É UM SUPLEMENTO DA TRIBUNA DO NORTE. NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

Como são os preparativos do elenco jovem da versão brasileira de “Rebeldes”, da Record.

Na foto, o ator e cantor Chay Sued.

revista da tv

[ PÁGINA 3 ]

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 19 de dezembro de 2010

Mateus Solano, em cena no bairro de Akihabara

Ator e roteirista, Marcius Melhem conta como divide seu tempo entre os programas “Os caras de pau” e “S.O.S emergência”, na TV Globo. [ PÁGINA 11 ]

MADE IN JAPAN EM TÓQUIO, ACOMPANHAMOS AS PRIMEIRAS GRAVAÇÕES DA PRÓXIMA NOVELA DAS SETE [ PÁGINS 6 E 7 ]

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte

revista da tv

Domingo | 19 de dezembro de 2010

TERÇA

QUARTA

QUINTA

SEXTA

Eric contraria o pai e resolve subir no palco para tocar com Cadu. Marcos e outros alunos começam a ofender a banda e eles são forçados a interromper o show. Eric repreende toda a plateia. Lurdes e Geraldo conversam com Lorelai. Maicon sugere que Dodói dê uma roupa mais feminina para Duda. Os jogadores do Nacional cumprimentam Maicon e o goleiro beija Marlene. Cláudia pergunta para Catarina sobre o namoro com Lúcio. Pedro sonha com Catarina. Agenor chega à casa de Cláudia e pede para ficar.

Tentando fazer com que levem uma vida saudável, Agenor distribui ordens para toda a família. Pedro diz a Theo que não consegue esquecer Catarina. Dodói dá o presente que comprou para Duda, mas ela fica furiosa.

Agenor interfere na rotina de Catarina, Cláudia, Fred e Duda, deixando todos incomodados. Maicon vê Dodói e Josiane se beijando e fica furioso. Marlene volta a procurar Maicon e propõe que ele assine uma procuração para que ela seja a dona do passe do goleiro.

Maicon repreende Dodói e Josiane por terem se beijado e Dodói se defende, argumentando que Duda terminou o namoro com ele. Marlene leva Maicon para o clube. Carlito tenta convencer Maicon a aceitar que seu passe seja dividido entre Marlene e Dona Zica. Cláudia convence Duda a se reaproximar de Dodói. Duda compra novas roupas e vai encontrar Dodói com o novo visual. Pedro se encanta com a rápida visão de uma linda moça.

Agenor diz a Catarina que vai se mudar para um asilo.

Pedro sai com uma menina misteriosa. Geraldo, Toni, Fabiano, Theo e Lorelai organizam uma festa surpresa para comemorar o aniversário de casamento de Lurdes. Pedro comenta com Raquel que acredita que já a conhece, mas ela desconversa. Os operários gostam da comida feita por Toni e Fabiano e acabam se divertindo na festa. Pedro fica confuso com Raquel depois de ela demonstrar um grande conhecimento sobre sua vida. Fausto briga com Agenor e afirma que o pai deve ir para um asilo.

Beatriz conta sua história para Terê.

A vidente pede que ela revele logo sua identidade para Solano e conta sobre a maldição que atinge seu filho. Siqueira consegue libertar Solano e Geraldo fica furioso. Mariquita encontra um pedaço de papel no quarto de Estela que comprova que ela rasgou algumas cartas de Fernando. Manuela diz a Fred que eles precisam ir ao hospital com urgência.

Mariquita entrega para Solano o pedaço de papel que encontrou no quarto de Estela.

Solano fica intrigado por Estela ter escondido as cartas de Fernando e pede para Mariquita manter segredo sobre o que encontrou. Estela coloca as cartas que não a comprometem no quarto de Mariquita. Aspásia as encontra e entrega a Solano. Ele lê as cartas de seu pai e estranha por não encontrar nada sobre Estela. Max repreende o delegado por ter falhado em fazer o que ele pediu. Solano fala com Mariquita sobre as cartas de seu pai e Estela ouve a conversa dos dois.

Solano afirma a Mariquita que vai descobrir o segredo de Estela. Max se comporta bem diante da família.

Vitor afirma a Amélia, Manuela e Fred que Solano não é o culpado pela sabotagem em seu avião. Max não acredita na inocência de Pimpinela e exige que Geraldo continue investigando o palhaço. Solano pede para Mariquita fingir que não tem nada contra Estela. Solano diz a Estela que quer acompanhá-la em sua visita ao velho índio que ela ajuda e Estela fica tensa.

Estela tenta convencer Solano a desistir de visitar Ruriá. Fred pede Janaína em casamento. Estela diz para Solano que rasgou algumas cartas de Fernando. Max finge tomar o comprimido para dormir e foge do hospital assim que a enfermeira sai de seu quarto. Estela entra na mata à procura de Ruriá e Solano a observa. Estela se surpreende ao ver Solano sentado em frente à cabana de Ruriá. Amélia pede para Vitor ir embora assim que amanhece. Max encontra Vitor em sua casa.

Ruriá foge ao ver Solano, que corre atrás do índio, mas cai em uma armadilha. Estela salva Solano. Solano pede que Aspásia e Mariquita observem Estela. Estela se prepara para fazer um ritual karuê. Aspásia avisa a Solano que Estela saiu. Solano vê Estela fazendo o ritual na cachoeira. Vitor fala que está apaixonado, mas não revela por quem.

Geraldo aparece na estalagem e avisa que vai prender Pimpinela. Solano confronta Estela e revela que sabe o seu segredo.

Jacques anuncia o início do seu desfile. Valquíria engana Zé Carlos e consegue sair de casa para encontrar Luti.

Ariclenes revela a Suzana que fará seu desfile em uma feira livre. Jorgito e Desirée marcam a data do casamento.

Jacques percebe que seu desfile foi um fracasso. Luti e Valquíria visitam Gabriela. Breno confirma que tem um aneurisma no cérebro. Suzana recusa o convite de Ariclenes para ir ao desfile de Victor Valentim e decepciona o ex-marido. Clotilde planeja acabar com o desfile de Valentim.

Mabi ouve Jacques e Clotilde tramando contra o desfile de Valentim. Jorgito fica com ciúmes ao ver o ensaio de Desirée e Armandinho. Clotilde chega à feira disfarçada. Breno conta para Dorinha que tem um aneurisma e ela o aconselha a mudar de vida. Clotilde oferece dinheiro para que meninos joguem ovos nas modelos e Amanda é atingida. Jaqueline descobre que Jacques e Clotilde estão sabotando o desfile. O desfile de Valentim é um sucesso e Jacques culpa Clotilde por sua derrota.

Edgar questiona Marcela sobre sua aproximação com Renato. Thaísa confessa para Luti que tentou prejudicar seu namoro com Valquíria para ajudar Camila. Júlia procura Marta e afirma que Pedro irá assumir o filho de Gabriela. Suzana cumprimenta Ariclenes pelo desfile e ele reage friamente. Jaqueline e as freiras se preparam para o lançamento da Das Pec. Luti e Camila fazem as pazes. Jacques conta para Clotilde que vai sabotar o desfile de Jaqueline. Os capangas de Jacques chegam ao convento.

Edgar discute com Marcela. Jacques cancela o Natal em sua casa. Jaqueline convida Thaísa, Felipe e Mabi para passarem o Natal no convento. Ariclenes e Luti levam presentes para Cecília. Suzana chega à festa de Natal na casa de Ariclenes e estranha a frieza do ex-marido. Julinho se veste de Papai Noel para as crianças do hospital. Magali vai à casa de Dona Mocinha e se emociona ao encontrar a avó. Felipe e Mabi levam Júlia para passar o Natal com eles no convento. Amanda beija Edgar.

Francis se surpreende ao ver Edgar com Amanda na festa. Magali aconselha Dona Mocinha a contar para Armandinho que eles são filhos de Orlando Bianchi. Suzana fica com ciúmes ao perceber a intimidade de Ariclenes e Marta. Felipe e Mabi distribuem comida aos pobres com as irmãs do convento. Luti pergunta a Ariclenes se ele está interessado em Marta. Suzana desabafa com Luísa. Gabriela exige que Pedro se case com ela. Renato não se conforma com o ciúme de Marcela por Edgar e diz ao pai que quer se separar.

Mimi se declara para Agostina. Totó flagra Antero com Gemma. Clara faz uma cópia do controle remoto de sua garagem e a entrega para Diogo. Laura combina morar no apartamento de Cris. Mauro se desentende com Fred ao ouvi-lo falar mal de Diana e acaba demitido. Bete se preocupa por Mauro continuar rejeitando Vitória.

Antero confessa a Benedetto que ainda ama Gemma e que pretende se divorciar de Brígida. Gerson decide contar seu segredo a Felícia.

Bete diz a Cavarzere que vai esperar a confirmação que Fred roubou o dinheiro de Saulo antes de denunciá-lo. Gerson mostra seu computador a Felícia, que fica chocada com as imagens. Gerson se arrepende de ter contado seu segredo para Felícia. Fred demite Melina e Lorena. Agostina estimula Felícia a não desistir de Gerson. Brígida vai à casa de Gemma. Danilo ouve a conversa de Stela e Agnello. Olga chega ao apartamento de Diogo e se surpreende ao ver Clara.

Clara humilha Olga. Brígida insulta Gemma. Benedetto teme que Antero descubra seu relacionamento com a cunhada. Danilo compra drogas, mas hesita em usar. Danilo implora que seu médico o interne de novo na clínica.

Laura e Arthurzinho temem que a polícia descubra seus falsos depoimentos. Candê incentiva Felícia a esquecer Gerson. Berilo procura Agostina e fica arrasado quando ela diz que está noiva de Mimi. Antero pede o divórcio para Brígida.

Antero resolve contar toda a verdade para a família e Brígida se desespera.

Benedetto tenta fazer seu irmão mudar de ideia quanto ao divórcio. Totó leva Dino à casa de Olavo e faz as pazes com seu pai. Melina decide ir com Diógenes ao hospital para ficar com Vitória. Mimi pede Agostina em casamento. Felícia confessa para Candê que não acredita na mudança de Clara. Bete convence Mauro a ver sua filha. Melina e Diógenes ficam comovidos ao ver Mauro se aproximar de Vitória.

Mauro se emociona ao falar com Vitória. Antero resolve mudar para o quarto de Benedetto. Diógenes repreende o filho por insultar Melina.

Brígida implica com Bete por não estar a seu lado contra Antero. Benedetto conta para Mimi que Antero e Brígida estão separados. Jéssica se surpreende com a proposta que sua madrasta faz para tentar salvar o seu casamento com Berilo. Mauro chega com Vitória em casa. Clara acerta com Diogo o dia em que Totó deve morrer.

Depois de transar com Nicolau, Karina diz a ele que já percebeu que ele quer colocá-la na reserva, mas ressalta que não é mulher para isso. Arminda diz a Joca que talvez seja melhor ela romper o noivado com Nicolau. Newton conta a Mateus que está sendo acusado de ter sabotado o avião.

Karina conta a Zuleide que passou a noite com NicolauNicolau manda Nasinho negociar pesado com Iara.

Nicolau diz a Arminda que faz questão que ela o acompanhe no debate. Ari chega ao Salão Municipal e encara Querêncio. Arminda fala para Nicolau que está sem nenhuma vontade de ir ao debate. Nicolau deixa claro para a noiva que ela vai se dar mal se tentar fazê-lo de otário.

Flores anuncia o início do debate.

Querêncio e Ari já começam a falar zombando um do outro.

Clorís e Léia discutem para ver quem vai cuidar de Flores. O professor agradece às duas, mas diz que prefere ficar sozinho. Preocupado, Joca diz a Sancha que Léia não dormiu em casa. Clorís chega mal-humorada à pousada.

Joca diz a Léia que sabe que ela passou a noite na casa de Flores e deixa claro que precisa ter uma conversa com ela. Joca revela a Léia que quem tentou matá-lo foi o professor Flores.

NÃO HÁ EXIBIÇÃO

SEGUNDA

SÁBADO

Inter TV/Cabugi – Canal 11

MALHAÇÃO ID Cadu não escapa dos motoqueiros. Pedro pergunta a Lurdes como ela descobriu que Geraldo é o homem de sua vida. Marlene aparece no Botecão e pede para ser atendida por Maicon.

Cadu acredita que os motoqueiros estudam no colégio e pede para Lívia tirá-lo de lá. Pedro combina de se encontrar com duas meninas. Dodói se afasta de Duda quando vê Marcos. Ângela fica perplexa ao ver Pedro sair com duas meninas. Cadu aparece para o show, mas Marcelo diz que Eric não se apresentará.

NÃO HÁ EXIBIÇÃO

Inter TV/Cabugi – Canal 11

ARAGUAIA Geraldo prende Solano e Manuela pede ajuda a Vitor para conseguir um advogado. Fred diz a Amélia que não consegue perdoar o pai. Estela avisa a Padre Emílio sobre a prisão de Solano. Manuela conversa com Siqueira sobre o caso de Solano. Geraldo acusa Solano de ser o culpado pela sabotagem no avião de Vitor. Manuela e Fred tentam convencer Geraldo a liberar Solano. Vitor se declara para Amélia.

Terê toca em Beatriz e descobre que ela é a mãe de Solano.

Inter TV/Cabugi – Canal 11

TI-TI-TI Stela e Giancarlo visitam Paulinho no hospital e veem Edgar. Edgar diz a Bruna que Paulinho foi internado. Pedro humilha Gabriela. Mabi ouve Clotilde organizando o desfile de Jacques.

Pedro conta para a avó que Gabriela está grávida. Luti enfrenta Zé Carlos e foge com Valquíria. Jaqueline pede que a Moda Brasil cubra o desfile da Ordem das Pecadoras Redimidas. Mabi descobre que Clotilde mentiu sobre a data do desfile e avisa Luti. Os convidados de Jacques são levados ao local do desfile: um hipermercado.

Inter TV/Cabugi – Canal 11

PASSIONE Mauro fica transtornado com a morte de Diana. Bete e Diógenes tentam confortá-lo. Stela resolve contar para Danilo a história que inventou sobre o assassinato de Saulo. O médico leva Mauro para ver Vitória, mas ele rejeita a filha. Charles diz a Fred que tome cuidado para que o desfalque que fez na metalúrgica não seja descoberto. Orlando mostra a Bete os documentos que provam o desvio de dinheiro da metalúrgica feito por Fred.

Agostina beija Mimi.

RIBEIRÃO DO TEMPO

TV Tropical – Canal 8

2

Diana conta a Joca que se apaixonou por um cara mais velho. Ela explica que tem certeza que o cara a ama, mas não acredita que o que sente é amor. Virgílio chega à pousada todo machucado e conta a todos que foi sequestrado porque os bandidos acharam que ele estava com uma grana alta. Virgílio presta depoimento na delegacia. Arminda e Filó chegam em Ribeirão.

Tito demora a perceber a transformação de Filomena e, quando percebe, não faz nenhum elogio. Filó fica frustrada. Mateus comenta com Newton que acha a relação de Tito e Filomena muito estranha. Arminda diz a Diana que acredita na história que ela contou sobre Nicolau e Karina. Arminda vai até a casa de Joca, que não está.

Mesmo muito irritada, Léia permite que ela entre e o aguarde.

DE VOLTA À ESCOLA

Domingo | 19 de dezembro de 2010

TATIANA CONTREIRAS

ouve um tempo, não muito distante, em que Mia, Roberta, Lupita, Diego, Miguel e Giovanni eram alguns dos nomes mais citados em rodinhas adolescentes. hit na TV mexicana, a novelinha “Rebelde” virou febre no Brasil, quando exibida pelo SBT. Nada mais natural que a trama — que explora a rotina de estudantes em um colégio de elite, sua ligação com a música e suas relações familiares — ganhasse uma versão verde e amarela. Com o mesmo nome do folhetim original, a atração tem estreia prevista para março de 2011 na Record. Mas o jovem elenco capitaneado por Sophia Abrahão, Micael Borges, Lua Blanco, Chay Suede, Melanie Fronckowiak e Arthur Aguiar já se prepara para o que vem pela frente: além de se tornar uma banda de verdade, o grupo fará shows, lançará CDs e estampará uma infinidade de produtos, de cadernos a mochilas.

Parece glamouroso? Para dar vida à Alice (Sophia), Roberta (Lua), Tomás (Suede), Carla (Melanie), Pedro (Borges) e Diego (Aguiar), eles encararam uma batelada de testes. Uma vez aprovados, antes de começarem as gravações, seguiram uma rotina puxada de preparação corporal e vocal. Tudo para não fazer feio diante das câmeras, já que a expectativa (tanto do público quanto da emissora) é alta.

Para Sophia, a responsabilidade também é grande, ela diz. Sua Alice era originalmente interpretada por Anahí, uma das

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revista da tv “rebeldes” mais adoradas do grupo. Apesar de não ser muito experiente quando o assunto é música, a atriz — que despontou em “Malhação” e pôde ser vista recentemente em “Bicicleta e melancia”, no Multishow — foi com cara, coragem e um violão para o teste musical. Passou.

— Não sou cantora... Mas quando as coisas são fáceis demais a gente não dá valor — teoriza ela, que acompanhou o fenômeno “Rebelde” no Brasil, nos idos de 2005: — Lembro que era uma coisa grandiosa, com shows lotados. Eu gostava, assistia. Uma das minhas grandes frustrações era não cantar. Nunca imaginei que um dia faria turnês, gravaria um CD. Ainda não estou acreditando!

Na trama brasileira, Alice é uma das meninas mais populares do colégio.

Doce e sensual (“Mas sem ser vulgar”, Sophia faz questão de ressaltar), ela se envolve com Pedro, personagem de Micael Borges. Em uma dessas coincidências da vida, os dois se tornaram amigos durante “Malhação”: o ator, formado pelo grupo Nós do Morro, foi protagonista de uma das temporadas da

VERSÃO NACIONAL DO SUCESSO MEXICANO, “REBELDE”É A APOSTA JOVEM DA RECORD, COM DIREITO A BANDA, SHOWS, CD E ATÉ PRODUTOS LICENCIADOS

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte 3

novela adolescente da Globo.

— Estava num processo de preparação para um filme quando pintou o teste para “Rebelde”. Pensei “tem gente que canta melhor”, mas me empenhei. No Nós do Morro a gente sempre teve que fazer tudo: dançar, cantar, tocar um instrumento, fazer circo... Isso me ajudou — conta o ator, que faz parte da banda Melanina Carioca: — Todo mundo está esperando “Rebelde”. Sei que 50% vão falar bem, e 50% vão falar mal. Mas o público mais jovem é assim, diz que nunca vai ter uma coisa igual e depois acaba se apaixonando de novo.

Segundo o ator, seu personagem tem “jeito de líder”. Mas Pedro esconde um segredo que envolve seu pai e que será revelado mais adiante. O rapazinho será alvo de Diego (Aguiar), de quem logo depois se tornará amigo. Em seu primeiro grande papel na TV — ele também esteve em “Bicicleta e melancia” —, Aguiar mostrou uma composição própria nos testes. Agradou e ganhou o papel do mauricinho que sofre com o pai, vivido por Juan Alba. — Diego tem um pai muito rico, mas a única coisa que ele queria era um pouco de atenção. Então, acaba fazendo algumas besteiras. Ele tem um certo preconceito com o Pedro, porque ele entra no colégio como bolsista. Mas depois dá abertura para ele — adianta o moço, que tenta não pensar na possibilidade de a novela ser um estrondoso sucesso: — Não queremos ser ícones. O que queremos é mostrar nosso trabalho.

Diego é par romântico de Roberta, interpretada por Lua Blanco. A moça (que também fez participações em “Malhação”) deu um tempo de sua banda, a

Lágrima Flor, para se dedicar exclusivamente à novela. O sobrenome entrega a relação de Lua com a música: ela é neta de Billy Blanco, um dos nomes mais conhecidos da bossa nova. — Roberta é a mais rebelde do grupo. É revoltada com a vida e, por ser filha de uma cantora famosa, tem uma relação conturbada com a mãe. No fundo, é uma menina do bem e muito interessante — revela a atriz, que não viu a versão mexicana: — Já estava na faculdade de Letras, vivia em outro esquema. Depois não quis assistir para não me influenciar.

Dois estreantes fecham a turma da novela: Chay Suede e Melanie Fronckowiak. Conhecido do público, o rapaz foi um dos quatro finalistas de “Ídolos”.

Já Melanie, ex-modelo, emplaca seu primeiro trabalho na TV. Ele é Tomás, que se envolve totalmente com o mundo da música ao longo da trama. Ela é Carla, uma bolsista com quem ele acaba vivendo um romance. — “Rebelde” é uma oportunidade única, não tem como não querer. É muito louco: meu primeiro papel, e já sou protagonista! — vibra o cantor e ator, Melanie também está empolgada: Esse universo adolescente não é desconhecido para mim. Difícil seria interpretar uma mãe sem nunca ter sido. Sempre cantei em coral, mas nunca profissionalmente. Sinto muito orgulho por ter sido escolhida.

Diretor geral da trama, Ivan Zettel conta que foram feitos mais de 600 testes para se chegar ao sexteto de protagonistas. — Nossa maior dificuldade foi a particularidade do elenco: jovens bonitos, que cantassem, dançassem e interpretassem muito bem e com o diferencial de que a personalidade dos atores estivesse em sintonia com a do personagem — conta o diretor, que prefere esperar a recepção do público a “Rebelde” antes de cogitar estendê-la em mais temporadas, como a original mexicana.

Autora da versão de “Rebelde”, Margareth Boury diz que tanto o Brasil quanto o México são países de tradição quando o assunto é novela. Para os jovens telespectadores, ela promete uma trama “ágil, com romance, ação e comédia”.

Turma completa, da esquerda para a direita: Melanie, Chay, Sophia, Micael, Lua e Arthur HUDSON TORRES

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revista da tv

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte

“The good wife”(Universal) está arrebentando.A série tem desenvolvido as tramas paralelas superbem.

SERIAIS

Tudo bem que Clark Kent tem lá seus fãs.Mas alguém ainda aguenta ver “Smallville”(Warner)? Já deu,né?

LÍVIA BRANDÃO - TATIANA CONTREIRAS FOTOS DE DIVULGAÇÃO

ascido e criado numa cidadezinha do Canadá,o ator e roteirista Allan Hawco sempre quis contar uma história ambientada em sua terra natal.

Anos depois,Hawco se vê às voltas com “Republic of Doyle”, série escrita e protagonizada por ele e,adivinhe: gravada em Newfoundland,no Canadá, onde tudo começou. Exibida por aqui pelo Globosat HD (terças,22h),a trama mostra a rotina de Jake,que trabalha como detetive ao lado do pai,Malachy (Sean McGinley),na agência Doyle & Doyle.Juntos,os dois lidam com diferentes casos na cidade,que vem deixando de ser só um porto e se tornando um pólo petrolífero.Além das tramas policiais,a questão familiar dá a liga. — Eu descreveria “Republic of Doyle”como um drama familiar cômico — explica Hawco,por telefone:— E uma das minhas coisas preferidas na série é essa relação entre Jake e seu pai,e que a maioria das pessoas não entende.Eles se amam,mas ao mesmo tempo dizem coisas horríveis um para o outro.E Jake sofre um pouco com isso. Vindo do teatro,Hawco atuou em filmes como “Um amor para toda a vida”e em vários filmes e minisséries para a TV canadense.

Para ele,produzir,escrever e atuar na mesma atração tem suas vantagens: São atividades que se complementam em aspectos diferentes.Atuando,tenho todas as informações que preciso para criar — conta o ator,que se diz bem diferente de seu personagem:— Jake tem uma qualidade que eu não tenho:é extremamente confiante,tem pouco medo e age antes de pensar.Não sou assim. Ao atender o telefone,Hawco pede desculpas por fazer a Revista da TV esperar:na verdade,ele estava em pleno set.Aliás,“Republic of Doyle”já tem segunda temporada garantida: Vai ser como a primeira,mas bem melhor!

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Investigações em família

DIVULGAÇÃO

Allan Hawco escreve “Republic of Doyle”,onde atua ao lado de Sean McGinley

A TV DE....

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ASTRID FONTENELLE

ã de Sílvio Santos e Hebe Camargo,a apresentadora do “Happy hour”(que se despediu da grade do GNT na última sexta-feira e volta reformulado em 2011),Astrid Fontenelle,fala ao telefone enquanto assiste à TV e se diverte com o que considera mais trash na programação.— Adoro“Superpop” e“TV fama”— conta a jornalista, que chama Marília Gabriela de “professora”e diz que Jô Soares salva qualquer entrevista,até quando o convidado é fraco: Mas entrevistado ruim é péssimo para qualquer apresentador.

Qual o melhor programa de debate da TV? O “Estúdio i”é bem bacana.

Uma mistura de telejornal com bate-papo.Quase um “Happy hour”!

Entrevistador que é bom mesmo quando o convidado é ruim.

Jô Soares fica melhor ainda quando o convidado é ruim.Mas convidado ruim é péssimo para qualquer um.

Domingo | 19 de dezembro de 2010

»CANAIS EXIBEM MARATONAS NATALINAS

Papai Noel dá as caras amanhã em episódios de séries do Sony como “The king of queens”, a partir das 21h.No dia 24,é a vez de séries como “30 Rock”e “Community”, às 20h.No Universal,a brincadeira começa no dia 23,com o especial de “House”, às 19h.Já a Fox comemora a passagem do Bom Velhinho com uma seleção de “Os Simpsons”. Dias 24 e 25,às 20h.

MAIS-MAIS Os episódios de Natal inesquecíveis: 1.“The office”.Michael Scott organizou um amigo-oculto entre os funcionários da Dunder Mifflin e,sem noção,ignorou o preço do presente.Ele comprou um iPod, causando o mal-estar do século.

2.“South Park”. Como não citar o simpático Papai Noel feito de fezes — que usava um singelo gorrinho?

3.”The O.C.“. Seth Cohen,meio judeu,meio católico,criou o Hanukkatal,mistura de Hanukkah com Natal.

4.“Will & Grace”.Grace,Jack,Karen e Will espantam o tédio fazendo stripteases na janela de um quarto de hotel.

5.”E.R.”.Entre os mortos e feridos habituais, o destaque ficou com Luka Kovac de Papai Noel.Ai,ai...

E AINDA • COM SAUDADES DE KYRA SEDGWICK? Seis meses após a estreia nos Estados Unidos,o Space apresenta a sexta temporada de “The closer”em novo horário,às quartas,às 21h.Os dois primeiros episódios serão exibidos de uma tacada só.

• BICHOS À SOLTA: “True blood”vai ganhar um novo homem-pantera.Dane DeHaan (“In treatment”) vai encarnar Timbo,um dos moradores do HotShot.

Quais são os apresentadores mais carismáticos da TV? Carisma genuíno que deixa a gente grudada na TV? Silvio Santos e Hebe Camargo.

Melhor programa para ver acompanhada?

Todos e qualquer um.

Adoro ver TV com galera ou no telefone com alguém.

O que mais irrita você num programa de auditório?

Talk show preferido?

Minha professora Gabi (Marília Aplausos forçados e bailarinas ou dançarinas idem.

Gabriela) bate um bolão.

Qual o seu seriado preferido?

Sou péssima de seriado.

Parei no “Sex and the city”.

Programa “mulherzinha”.

As receitas da Ana Maria (Braga,no “Mais você”) Quais são os cinco canais a cabo de que você mais gosta?

GNT,GloboNews, Multishow,Futura e Discovery Kids.

O que faz você rir na TV? CQC e A grande família.

Que atração programaria

para o horário nobre da TV aberta?

Alguma coisa que misturasse música ao vivo com entrevista.Uma mistura do “Globo de ouro” com o “Happy hour”.

Qual programa você vê, mas tem vergonha de admitir?

Adoro uma coisa trash.

“Superpop”,“TV Fama”...

O que você gostaria de ver reprisado no vídeo?

Sou da turma que adoraria rever “Saramandaia”. Uma novela louquíssima do Dias Gomes.

revista da tv

Para Marcos Pigossi,pelo Pedro de “Ti-ti-ti”, de Maria Adelaide Amaral.O ator,que consagrou a expressão “xoquei”com um personagem afetado em “Caras & bocas”, agora está mostrando que é versátil e talentoso num papel bem diferente.

Para o“Pânico”,que anda investindo pesado na capacidade do público de sentir repulsa.No último domingo,os humoristas se empanturraram de feijoada,bobó e comidinhas afins e foram sacudir numa gangorra para...Vomitar, uns em cima dos outros.Isso serve pra quê?

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CONTROLE REMOTO MARCOS SERRA LIMA

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MARIO TESTINO

Domingo | 19 de dezembro de 2010

»PUBLICIDADE

Estrela de “Mad men”, January Jones ama acessórios — roupas nem tanto. Por isso, aceitou posar nua,segurando apenas uma bolsa e usando óculos escuros para a campanha de primavera/verão de 2011 da Versace.Ela foi clicada em Londres por Mario Testino.

PATRÍCIA KOGUT

PEDRO CÉSAR OLIVEIRA: Para Maria Adelaide Amaral,autora de “Ti-ti-ti”. Se ela unir Marcela (Ísis Valverde) e Edgar (Caio Castro) agora,a novela acaba.

CRÍTICA ‘JUNTO & MISTURADO’

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» LÁ VOU EU...

A Globeleza Aline Prado mostrou ao Ego (ego.globo.com) sua rotina de exercícios para enfrentar o carnaval.

Nada muito puxado.“Não posso malhar demais para não aparecer muito grande no vídeo,mas tenho que ter tudo no lugar”,afirma.

»NANDA COSTA AGRADECE

Nascida em Paraty,Nanda Costa passará o réveillon lá com a família.A atriz,que está escalada para “Pisa na fulô”, nova novela das 18h,diz que quer distância da bagunça.E das superstições.“Antigamente,eu fazia pedidos.

Agora,só tenho a agradecer:2011 será um ano de muito trabalho”, diz.

»REALIDADE PARALELA

Roteirista de“Tal filho,tal pai”,Ingrid Savarezzi também fará os dez Twitters dos personagens do programa.No microblog,eles viverão um tempo que antecede os acontecimentos do especial.

»LEVANTAR VOO

No ar como Thaísa,em “Ti-ti-ti”, Fernanda Souza pretende viajar quando a novela das sete chegar ao fim,em março.A atriz passará alguns dias em Los Angeles com a amiga Gisele Itié.Depois,seguirá para a Espanha, onde quer fazer um curso de interpretação.

»...E ESTUDAR

Quem também vai estudar interpretação na Espanha é o colega de Fernanda em “Ti-ti-ti”, Humberto Carrão. O ator,que passou quatro meses lá no início do ano,planeja fazer um curso em Madri ou Barcelona.

»CINEMA

Paulo César Grande fará uma participação especial no filme “Paraísos artificiais”.

Para Lutti (Humberto Carrão) e Valquíria (Juliana Paiva) em “Ti-ti-ti”. Eles não terão a torcida do público.Lutti tem que ficar com Camila (Maria Helena Chira).

DANUZA RANGEL: Para “A liga”, da Band.O programa tem melhorado a cada semana e a abordagem dos temas está sendo feita de forma interessante.

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Para o programa “Tudo é possível”, apresentado por Ana Hickmann,na Record.Nele,tudo é possível mesmo.A atração beira a bizarrice.

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LEANDRO ISMAEL: Para “Afinal,o que querem as mulheres?”. Não só pela interpretação de Michel Melamed,mas pelo conjunto da obra.

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Para o desenrolar de “Passione”. As histórias da novela das 21h da TV Globo estão muito confusas e contraditórias.

FÁBIO ROSSI

rávida de quatro meses e meio de gêmeas, Betty Gofman, a Help de “Ti-titi”, conta que está passando por um momento muito especial da sua vida.

Casada há sete anos, ela tentava engravidar há três. — Queria muito ser mãe.

Agora, quero muito que elas tenham saúde e que, além disso, tenham vocação para olhar a vida de uma maneira bonita, alegre — suspira:

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Como são gêmeas, elas já começam a vida aprendendo a dividir tudo. Isso é importante.

Para manter a forma, Betty não para quieta um minuto. Além de gravar a novela, ela pratica natação três vezes por semana.

Nos outros dias, faz hidroginástica, ioga e pilates: Só vou parar, inclusive de gravar, quando o médico mandar. Agora estou me sentido ótima e muito feliz..

Se não representa uma renovação radical em formatos,“Junto & misturado” mostra que o humor continua vivo e muito bem disposto.Seu elenco é composto de algumas figuras — como Bruno Mazzeo,Fábio Porchat e Gregório Duvivier — que passaram pela stand up comedy e lotaram de adolescentes teatros do Rio e de São Paulo ao lado do craque absoluto Marcelo Adnet,hoje na MTV. Se o leitor empreender uma busca na internet,também encontrará inúmeros vídeos divertidíssimos estrelados por eles.

Não são,portanto,figuras formadas pela televisão,e sim profissionais que foram interceptados por ela.

Sem querer comparar o quilate dos talentos,aconteceu com eles o mesmo que em outros tempos se passou com os “cassetas”ou com o pessoal do “Asdrúbal”(Regina Casé, Luiz Fernando e Evandro Mesquita).As atrizes de “Junto & misturado”— Débora Lamm, Renata Castro Barbosa e Fabíula Nascimento — compõem com o trio masculino uma turma com ótima química.

O programa brinca com temas do cotidiano (assim como no stand up).Aliada ao excelente time de atores,a direção de Maurício Farias é um acerto absoluto.E é na edição que “Junto & misturado”mostra fôlego.Cada bloco tem um tema fartamente explorado.Porém,não há assunto que se arraste.Um quadro não se estende por mais que alguns minutos sem ser logo substituído por outra situação sobre o mesmo tema.Este revezamento de cenas atribuiu ritmo ao resultado final.

Não há ali a descoberta da pólvora, ou revolução.Mas trata-se de um conjunto de acertos e vale dizer antes do fim do texto:Gregório Duvivier é um achado.

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Domingo | 19 de dezembro de 2010

CLÁUDIA SARMENTO de Tóquio

uando pequena, Adriana Esteves nunca foi muito ligada nessa história de dinossauros, tema que fascina crianças de todas as gerações, a começar por seu filho caçula, Vicente, de 4 anos.

Mas ultimamente ela tem decorado nomes de fósseis e andado com um pequeno réptil marinho préhistórico pendurado no pescoço. A corrente com o pingente de ouro é parte do figurino da personagem que levará Adriana de volta às novelas, depois de cinco anos. Julia, uma paleontóloga criada por Walcyr Carrasco, será a protagonista da próxima trama das 19h e já transportou a atriz a um lugar com o qual ela sempre sonhou mas, no fundo, achou que nunca conheceria: Tóquio, seus arredores e suas contradições — cenário que costuma deixar olhos e câmeras em delírio. — A gente sempre imagina como será pisar do outro lado do mundo, né? Mas quando você chega aqui, não acredita. É tudo muito acima das minhas expectativas — diz Adriana ao GLOBO, num intervalo das gravações na capital japonesa.

O Japão dominará os primeiros capítulos da trama de Carrasco, “Morde assopra” (título provisório), cuja sinopse enfatiza o contraste entre o antigo e o moderno — uma das características mais marcantes da sociedade japonesa.

A estreia está prevista para março, mas a logística de filmar num ponto tão distante do Brasil já mobiliza um time grande. Comandadas pelo diretor geral Rogério Gomes, o Papinha, 30 pessoas gravaram no Japão durante 20 dias, com o auxílio de mais 15 do IPC, afiliada internacional da TV Globo no país. É uma operação de peso mesmo para os padrões globais.

— Eu já tinha esquecido como é trabalhar com um grupo tão grande — conta Adriana, que não faz novela desde “A lua me disse”: — É bacana esse clima meio família. Eu me sinto parte de uma banda de rock ou de um timão de futebol, sabe?

A “banda” no Japão incluiu Mateus Solano, também protagonista; Bárbara Paz, Paulo Vilhena e Michel Bercovitch, além de duas atrizes com traços orientais, Luana Tanaka e Camila Chiba, que viverão imigrantes brasileiras (decasséguis).

Seis carros, um microônibus e

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Protagonista da trama, Adriana Esteves gravou no Museu de Ciência e História Natural de Tóquio

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DO OUTRO LADO DO MU um caminhão levaram a equipe e os muitos quilos de equipamento a alguns dos pontos mais conhecidos de Tóquio. Entre eles Ginza, bairro que tem as lojas mais chiques da capital; Akihabara, meca dos eletrônicos; e Roppongi, a área dos bares e baladas. Mas além de cenários urbanos, o público também vai ver um Japão mais tradicional, com templos e jardins. E, ainda, o símbolo maior do país, o Monte Fuji. — É muito impressionante gravar no meio da loucura noturna de Roppongi e, depois, se ver diante do Fuji, com aquela paisagem tomada pela calma — vibra Bárbara.

Há dez anos, Papinha também trabalhou numa novela que começou em Tóquio: “Laços de família”.

— Mas a experiência agora é diferente, porque o país vai ter um pe-

ENTRE DINOSSAUROS E NOVAS TECNOLOGIAS, ELENCO GRAVA PRÓXIMA NOVELA DE WALCYR CARRASCO PELAS RUAS DA CAPITAL JAPONESA

so grande na trama, que falará de paleontologia e robótica — adianta o diretor: A modernidade dessa terra é absurda e a gente quer mostrar bem isso — avisa, definindo a novela como uma comédia romântica.

As locações foram escolhidas por Carrasco, que fez a mesma viagem antes de as filmagens começarem.

— Sempre quis retratar esse universo em uma novela. Fui criado em Marília, no interior de São Paulo, local de grande concentração de imigrantes japoneses. Desde pequeno, convivi com essa cultura, desde a culinária até a pintura. Agora, recentemente, aliei a esse fascínio o meu interesse pela robótica e fui conhecer os avanços tecnológicos japoneses — explica o autor, enfatizando a importância do país para a trama: — Representa a união entre a tradi-

ção e a modernidade, entre antigos sentimentos e futuros possíveis. E tem a questão da tecnologia. Hoje, no Japão, já são construídos androides semelhantes a seres humanos.

Para juntar dinossauros e robôs numa história, o texto de Carrasco vai carregar no humor. Um resumo: Júlia é uma paleontóloga, noiva do inglês John Lewis (Bercovitch). Ela vive em Londres e vai ao Japão fazer escavações aos pés do Fuji, buscando fósseis. Ícaro (Solano), ao contrário, pesquisa o futuro: quer construir um robô igual à mulher que perdeu (Flavia Alessandra). Bárbara e Vilhena interpretam assistentes da protagonista, que vai perder tudo e se mudar para o interior de São Paulo, onde achará um novo amor (Marcos Pasquim).

— A Júlia é um coquetel molotov de Sandra Bullock, Angelina Jolie,

J — v T d g ra a m te P Ju H sa re d tr g tó a

revista da tv

Domingo | 19 de dezembro de 2010 FOTOS TV GLOBO/RICARDO YAMAMOTO

SEM FAZER DRAMA Depois das muitas lágrimas de “Viver a vida”, de Manoel Carlos, Mateus Solano e Bárbara Paz — dupla que teve interpretações elogiadas na trama das 21h,em 2009,na TV Globo — se dizem animados com a chance de voltar às novelas fazendo personagens mais leves.No templo budista Senso-ji — um dos pontos mais turísticos de Tóquio,onde japoneses e estrangeiros se misturam para pedir a benção à deusa Kannon,da bondade — Solano gravou as primeiras cenas como Ícaro, herói da história que vai substituir “Ti-ti-ti”.

— Ele é romântico,mas engraçado. É um cientista,com um jeito meio de artista,excêntrico — conta o ator,enquanto passeia pelas lojinhas do bairro de Asakusa,uma área antiga de Tóquio,onde fica o templo.— Adoro comédia,acho que é uma forma muito eficaz de fazer o público de TV discutir

MUNDO re antigos ssíveis. E gia. Hoje, os androiumanos. e robôs nurrasco vai sumo: Júiva do inh). Ela vio fazer esbuscando contrário, nstruir um erdeu (FlaVilhena inrotagonismudar pande achaPasquim). l molotov lina Jolie,

Jennifer Aniston e Andréa Beltrão — brinca Adriana, louríssima para viver a cientista, que pelo menos em Tóquio desfilava bem chiquezinha, de saia e terninho pretos, botas longas de salto e cabelo chanel.

A atriz já foi uma heroína de Carrasco na bem-humorada “O cravo e a rosa” e diz que fica feliz por poder mergulhar num universo que não tem nada a ver com o seu dia a dia.

Para entender melhor a paixão de Julia, tem frequentado o Museu de História Natural da UFRJ e conversado com a equipe de pesquisadores. — E um cenário como esse ajuda, né? — atesta ela, caminhando entre as galerias cheias de fósseis gigantes do Museu de Ciência e História Natural de Tóquio.

A novela foi gravada em ritmo acelerado, madrugada adentro, e até

a Torre de Tóquio — um marco da cidade — ficou iluminada além do horário normal para uma das cenas.

Nas horas vagas, a equipe virava turista. Com guias e mapas à mão, o marido de Adriana, o ator Vladimir Brichta, de férias, encontrava a mulher no intervalo das gravações e já se mostrava totalmente à vontade num dos metrôs mais movimentados do mundo. A cordialidade e a eficiência dos japoneses foram os pontos mais destacados pelo grupo.

— É um lugar de muitas regras e, no início, a gente estranha, mas, depois, entende que essa é a maneira correta de fazer as coisas aqui e tudo começa a funcionar de um jeito perfeito — compara Papinha.

Bercovitch resume bem o fascínio: O Japão vira a gente do avesso.

Colaborou Tatiana Contreiras

FOTOS TV GLOBO/RICARDO YAMAMOTO

Vilhena, Adriana e Bárbara em cena: restaurante com vista para a Torre de Tóquio

O diretor Rogério Gomes e o ator Paulo Vilhena, nos arredores do jardim do Palácio Imperial

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte

determinadas questões — acredita ele,que depois de ler o livro “A era das máquinas espirituais”, do americano Ray Kurzweil,se convenceu de que o sonho de Ícaro,construir um robô que age como um ser humano, não é tão bizarro assim.

Embora já imagine um futuro onde máquinas e homens sejam divididos por uma linha cada vez mais tênue — tema que fascina os japoneses, apaixonados por robôs — Solano estava impressionado mesmo é com os pequenos gestos que fazem do Japão um lugar bastante especial.

— O ritual da troca de cartões,por exemplo,sempre com as duas mãos estendidas,é de uma delicadeza imensa — observa.

Cabelos curtinhos e escuros, Bárbara se aventurou sozinha num dia de folga e pegou um trem-bala até Kioto,para conhecer alguns dos templos mais famosos do Japão.

— Fiquei horas sentada à beira do

rio,tomei uma sopa de tofu sozinha,olhando aquela paisagem.Foi mágico — conta.

Já sua personagem,a interesseira Virgínia,não será nem um pouco espiritualizada e em nada lembrará a perturbada e sofrida Renatinha,de “Viver a vida”.

— O negócio dela é dinheiro.Olha bem a roupa dela! — diz a atriz, mostrando o macacão moderno, de tecido brilhante,modelo sarouel,coberto por uma jaqueta de couro e complementado por sapatos de salto:— Ela vai estar sempre no salto.Uma coisa que aprendi quando fui dirigida pela Bibi Ferreira foi prestar atenção aos sapatos da personagem.Ela dizia: “Primeiro acha o sapato certo.

Achou? Então agora sobe no palco e começa a andar.”— ensina a atriz,divertindo-se com os saltos finos do sapato de verniz preto, estilo Oxford,um visual comum na bem-vestidíssima Tóquio.

Intérprete de Ícaro, um cientista romântico,Mateus grava numa das ruas do bairro de Asakusa

Bárbara divide a cena com Michel Bercovitch.Na trama,ela trabalha para a noiva dele

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revista da tv

8 Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte

Depois de passar por oito países da América Latina,a segunda temporada de “The amazing race” chega ao fim hoje,no Discovery Channel,às 23h.A dupla vencedora leva US$ 250 mil.

»BANDIIIIDO

O “Faixa musical”, do Canal Brasil,exibe hoje,às 21h,o show “Beijo bandido”, de Ney Matogrosso.A produção é desdobramento do álbum homônimo e foi gravada em agosto,no Theatro Municipal.

O QUE VEM POR AÍ

»SÓ NÃO VAI QUEM JÁ MORREU

Caetano Veloso,Moraes Moreira,Armandinho e o historiador Fred Goes estão no “De lá pra cá”, da TV Brasil,hoje,às 18h.O programa faz uma homenagem aos 60 anos do trio elétrico.

TAÍS BRITTO TV RECORD/MICHEL ÂNGELO

»CORRIDA MALUCA

Domingo | 19 de dezembro de 2010

TV GLOBO/ DIVULGAÇÃO

»BALADÃO...

Na quinta,às 23h,a Record exibe o especial “Balada Baladão”, a história de um bandido (André Mattos,o Fortunato de “Tropa de Elite 2”) que não usa armas para garantir seus privilégios.Quando ele é preso,várias confusões acontecem.

»...E FIM DA ROÇA

Na mesma emissora,chega ao fim nesta terça,às 23h,a terceira edição do reality “A fazenda”. No programa de hoje,um participante será eliminado.

Os três remanescentes disputam a final.Amanhã,os peões ganham um almoço de Natal.

O

“Esporte espetacular”, que vai ao ar hoje a partir das 9h30m,estreia o quadro “EE das estrelas”, que vai mostrar as aptidões esportivas das celebridades.No primeiro episódio,o repórter Renato Cunha entrevista Di Ferrero e Gee Rocha,do NX Zero,e o skatista Sandro Dias,o Mineirinho.Os três são amigos e tiveram que encarar o desafio juntos:enquanto o esportista precisou mostrar que é bom de gogó e cantar as músicas da banda,os músicos evoluíram na pista de skate.No fim das contas,o trio revelou muitas semelhanças.Sandro disse que o som do NX Zero lhe dá vontade de andar de skate.Já Di Ferrero confessou que gostaria de ser skatista se não estivesse na música.

C E NA V I R T UA L þ

EUROCHANNEL/DIVULGAÇÃO

»COLLINS E O GROOVE

O Eurochannel mostra hoje, às 21h,uma entrevista exclusiva com Phil Collins sobre seu mais recente álbum,“Going back”.

Lançado há três meses,o disco é uma coletânea de regravações de hits da soul music americana.Além da entrevista,o especial inclui vídeos de canções do álbum como “Going back”, de Dusty Springfield,e “(Love is like a) heatwave”, de Martha & Vandellas.

DEU NA TV E FEZ SUCESSO NA INTERNET

Fofo.

Paul McCartney foi ao “Saturday night live”e,além de cantar, participou de esquetes.Num deles, dublou a voz de Camilla Rosemary,esposa do Príncipe Charles.

þ

‘La la la la...’

Para celebrar os 80 anos de Sílvio Santos,o SBT exibiu um belo especial com depoimentos de família e amigos do apresentador.

þ

ET,telefone.

A saga do ET Bilu continua.

O “Superpop” foi à mata procurá-lo e,no estúdio,convidados chamavam o caso de farsa.

Ah,cê jura?

revista da tv

Domingo | 19 de dezembro de 2010

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte

Filmes de hoje

ZEAN BRAVO

FOTOS:DIVULGAÇÃO

Programação de tv

ria e calculista que só ela, Miranda Priestly (Meryl Streep) é a editora da influente revista de moda Runway — qualquer semelhança com a poderosa editrix Anna Wintour, da “Vogue”americana, não é mera coincidência. Em ótima performance, Streep vale a sessão deste “The devil wears Prada”(no original), inspirado no livro homônimo. A fita, de 2006, mostra a ascensão profissional da cafoninha Andrea Sachs (Anne Hathaway), cujo maior objetivo de vida é tornar-se uma jornalista respeitada numa frenética Nova York. Por uma ironia do destino, a moça consegue um emprego justamente na Runway, onde precisa engolir uma série de humilhações e desaforos da chefona Priestly. O pulo do gato (melhor, da gata) acontece quando Andrea se transforma numa mulher de estilo — talentosa, ela sempre foi — e começa a conquistar a confiança da editora. Mas não demora muito para que ela tenha que enfrentar um dilema moral. “O DIABO VESTE PRADA” (INTER TV/CABUGI, 14h40m)

F

Sessão de Gala: “Rebobine,por favor” InterTV Cabugi/Globo -11 05:45-Santa Missa 06:45-Sagrado 07:00-Globo Comunidade 07:30-Pequenas Empresas 08:05-Globo Rural 08:55-Auto Esporte 09:30-Esporte Espetacular 12:40-Aventuras do Didi 13:15-O Relógio da Aventura 13:50-Os Caras de Pau 14:40-Temperatura Máxima:O diabo veste Prada 16:50-Domingão do Faustão 20:30-Fantástico 22:55-S.O.S.Emergência 23:25-Domingo Maior:“Anjos da vida — Mais bravos que o mar” 01:30-Sessão de Gala:“Rebobine,por favor” 03:10-Corujão

TV Universitária/Cultura - 5 06:00-Via Legal 06:30-Brasil Eleitor 07:00-Palavras de Vida 08:00-A Santa Missa 09:00-Viola Minha Viola 10:15-Curta Criança 10:30-Esquadrão sobre Rodas 11:00-Castelo Rá Tim Bum 11:30-Janela Janelinha 12:00-ABZ do Ziraldo 12:45-Curta Criança 13:00-Um Menino Muito Maluquinho 13:30-Catalendas 14:00-Dango Balango 14:30-TV Piá 15:00-Stadium 16:00-A‘ UWÊ — Apresentação:Marcos Palmeira 17:00-Ver TV 18:00-De Lá pra Cá 18:30-Cara e Coroa 19:00-Papo de Mãe 20:00-Conexão Roberto D’Ávila 21:00-Esportvisão 22:30-Nova África 23:00-Cine Ibermedia:“En la puta vida” 00:45-A Grande Música 01:45-DOC TV IV 02:45-Curta Brasil

TV Mult tv/Rede TV! - 17 06:00-Ultrafarma 08:00-Tempo de Avivamento 08:30-Igreja Internacional da Graça de Deus 09:00-Helifly 09:30-Pé na Estrada 10:00-Ultrafarma 11:00-Super Papo 11:25-Parceria Publicidade 11:40-Super Papo 11:50-Campeonato Italiano — Chievo x Juventus 13:50-Campeonato Inglês — Chelsea x Manchester United 16:00-Auto Mais 16:45-Olhar Digital 17:15-Carlos Cunha Show

17:45-Pague Menos 18:15-Ritmo Brasil 18:45-Bola na Rede 19:00-Belas na Rede 20:00-O Último Passageiro 21:00-Pânico na TV 23:30-Dr.Hollywood 00:30-É Notícia 01:40-Bola na Rede 02:00-A Hora e Vez da Pequena Empresa 02:10-Super Papo 03:00-Igreja da Graça Nosso Lar 04:40-Igreja da Graça Nosso Lar

TV Potengi/Bandeirantes - 3 05:45-Espaço Vida Vitoriosa 07:00-Mundo Real 07:30-Não foi informado 08:00-Posso Crer no Amanhã 08:30-Liliana Rodriguez 09:00-Multirio 10:00-Full Motor 10:30-Brasil Caminhoneiro 11:00-Infomercial 12:00-Band Kids 14:45-Sessão Livre:“Uma loja muito louca” 16:30-Torneio Internacional Cidade de São Paulo de Futebol Feminino — Final 19:00-Domingo no Cinema:“Salomão” 22:00-Queima de Arquivo 23:30-Canal Livre 00:30-Deles e Delas 01:00-Show Business 01:45-Cine Band:“O preço de uma verdade ” 03:45-Espaço Vida Vitoriosa

TV SBT/Ponta Negra - 13 06:00-Aventura Selvagem 07:00-Pesca Alternativa 08:00-Vrum 08:30-Ganhe Mais Dinheiro com Jequiti 09:00-Clube do Chaves 11:00-Domingo Legal 15:00-Eliana 19:00-Roda a Roda Jequiti 19:45-Programa Silvio Santos 00:00-De Frente com Gabi 01:00-Arquivo Morto — Série 02:00-Desaparecidos — Série 03:00-Estética — Série 04:00-Jornal do SBT

TV Tropical/Record - 8 05:25-Bíblia em Foco 05:55-Desenhos Bíblicos 06:45-Nosso Tempo 07:15-Desenhos Bíblicos 08:00-Record Kids 09:30-Domingo de Prêmios 10:00-Record Kids 12:00-Tudo é Possível 16:00-Programa do Gugu 20:00-Domingo Espetacular 23:15-A Fazenda 00:00-Andy Barker — Série 01:00-Programação IURD

• OS NORMAIS 2 — A NOITE MAIS MALUCA DE TODAS Com Luiz Fernando Guimarães, Fernanda Torres, Alinne Moraes, Claudia Raia. Comédia. Segundo longa-metragem com o carismático casal Rui e Vani. Criados por Alexandre Machado e Fernanda Young originalmente para a TV, os dois, juntos há 13 anos, agora tentam apimentar a relação com um ménage-à-trois.

E buscam a todo custo uma outra mulher para a hora do bem bom. Escrachada como de costume, boa parte da trama gira em torno dessa “caça”. Para deixar o riso solto. TELECINE PREMIUM, 14h10m.

• A PROPOSTA Com Sandra Bullock, Ryan Reynolds, Mary Steenburgen, Craig T. Nelson. Comédia romântica.

Reynolds, o novo solteiro do pedaço — sim, Scarlett Johansson também está disponível, rapaziada! —, aparece aqui ao lado de Sandra nesta simpática comédia. A estrela interpreta Margaret Tate, uma poderosa editora de livros com problemas legais: ela acabou de receber um comunicado que informa sobre sua deportação para o Canadá, sua terra natal. Para contornar a situação, a chefona forja um noivado com seu assistente Andrew Paxton (Reynolds). HBO, 17h18m.

• SALOMÃO Com Ben Cross, Vivica A. Fox, David Suchet, Max Von Sydow. Épico. A Band já entrou no clima do Natal e programou uma série de filmes bíblicos para este fim de ano. O de hoje conta a saga de Salomão (Cross), filho do rei David (Von Sydow) escolhido para continuar o reinado após a morte do pai. A empreitada não é fácil: o herdeiro tem a missão de construir e governar o Templo de Jerusalém. Sete anos mais tarde, com o templo já finalizado, Salomão se apaixona pela rainha de Sheba (Vivica), num enredo repleto de lutas religiosas e conflitos.

POTENGI, 19h.

• EN LA PUTA VIDA Com Mariana

Santangelo, Silvestre, Josep Linuesa, Andrea Fantoni. Drama. A TV Brasil agendou uma série de programas produzidos em nossos países vizinhos como parte do Festival Mercosul, que será encerrado com a fita exibida no “Cine Ibermedia” de hoje. Mistura de comédia e drama, o longa de Flores Silva mostra o empenho de uma jovem em abrir seu próprio salão de cabeleireiro. Mas como a vida não está fácil, a moça acaba tendo um outro destino: vai para Barcelona como imigrante ilegal trabalhar como prostituta. TV BRASIL, 23h.

• ANJOS DA VIDA — MAIS BRAVOS QUE O MAR Com Kevin Costner, Ashton Kutcher, Neal Mcdonough, Melissa Sagemiller. Aventura.

Costner já não tem mais o mesmo prestígio dos anos 80/90.

Kutcher é “o” cara quando se fala de comédia, mas ainda não emplacou um grande sucesso em fitas de outros gêneros. Nesta aventura aquática, os dois unem forças. O veterano interpreta Ben Randall, legendário nadador de resgates que passa a dar aulas para jovens recrutas depois de sofrer um acidente.

Entre seus alunos, está Jake Fisher, personagem de Kutcher, um sujeitinho arrogante, mas com grande potencial para também tornar-se um nadador de resgaINTER tes.

TV/CABUGI, 23h25m.

• REBOBINE, POR FAVOR Com Jack Black, Mos Def, Danny Glover, Mia Farrow. Comédia. Não espere nada convencional do genial Gondry.

Espia só: um homem (papel do sempre energético Black) acaba sendo magnetizado depois de um acidente. Mas isso é só o começo. Ao entrar na locadora de um amigo, ele apaga, sem querer, todas as fitas VHS da loja. Para resolver o problema, a dupla decide refilmar — sim, da maneira mais tosca possível — todas as cenas dos filmes perdidos. Dentre as fitas refeitas estão “Conduzindo Miss Daisy”, “Ghostbusters”, “Hora do rush” e “O rei leão”. NTER TV/CABUGI, 1h30m.

A PROPOSTA

ANJOS DA VIDA — MAIS BRAVOS QUE O MAR

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10 Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte

revista da tv

Domingo | 19 de dezembro de 2010 TV GLOBO/ESTEVAM AVELLAR

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tema pode até ser clássico: relacionamentos. Mas ele ganha roupagem moderninha no especial “Diversão. com”, no ar na quarta-feira, dia 22, logo após “Papai Noel existe”, na TV Globo. Com texto de Juca de Oliveira, a atração reflete de forma ácida e bem-humorada os dilemas da sociedade contemporânea.

Na história, Diversão.com vem a ser o nome de uma empresa de eventos e entretenimento. Comandada por Lisandro, personagem de Marcos Paulo — que também assina a direção —, está cheia de tipos peculiares na sua lista de funcionários: Rodolfo (Márcio Garcia) é aquele conquistador barato, que tem como uma de suas “presas” a jovem Miriam (Jéssika Alves), uma menina muito gentil; Tales (André Gonçalves) é um cara alto-astral, mas sem sorte no amor; Marcos (Cadu Fávero) faz a linha amigo solidário, um hac-

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“DIVERSÃO. COM” VAI AO AR DIA 22.

COM TEXTO DE JUCA DE OLIVEIRA, A ATRAÇÃO REFLETE DE FORMA ÁCIDA E BEM-HUMORADA OS DILEMAS DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA ker nas horas vagas; e Paula (Christine Fernandes) completa o grupo com sua personalidade emocionalmente instável.

— É um humor meio nonsense. É tudo muito enxuto, a gente não procura a piada pela piada, não é rasgado. Acredito que este tipo de

comédia de situação é o futuro da televisão — diz Christine.

Para Oliveira, que escreve seu primeiro texto para a TV, relações interpessoais dão pano pra manga. — A função primordial do ser humano são os relacionamentos. Um simples namoro, um flerte ainda que casual, está na origem de uma importante função biológica — afirma ele, que festeja a inédita parceria com Marcos Paulo: — Somos amigos há séculos e sou fã dele.

O diretor, por sua vez, tem suas razões para ter acumulado dupla função, ao aceitar um dos papéis.

— Já não lembrava como era fazer as duas coisas, mas gostei muito do personagem e acabei topando. Pode ser um pouco complicado porque a gente não vê o que está acontecendo na câmera. Mas foi uma renovação, uma ótima experiência, especialmente a interação com o elenco. Com parte das pessoas eu nunca tinha trabalhado — empolga-se Marcos Paulo.

revista da tv

Domingo | 19 de dezembro de 2010

Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte 11

TV GLOBO/MÁRCIO NUNES

TV GLOBO/ESTEVAM AVELLAR

TATIANA CONTREIRAS

um andar alto de um prédio de flats no Leblon, Zona Sul do Rio, as gargalhadas que vêm de um dos apartamentos são ouvidas do corredor. É lá que Marcius Melhem se reúne com a equipe de redatores de “Os caras de pau”, série de humor escrita e estrelada por ele, ao lado de Leandro Hassum, e que ocupa os domingos na Globo, após “O relógio da aventura”. Mas pensar em novas trapalhadas para a dupla Pedrão e Jorginho não é a única tarefa de Melhem: ele ainda assina outra atração da emissora, “S.O.S. emergência”, no ar no mesmo dia, logo após o “Fantástico”. Como conciliar referências, ideias, piadas e ofícios?

Para Melhem, ator e roteirista, gostar de trabalhar (muito) é o primeiro passo. O segundo, diz ele, é ter uma agenda coordenada.

— Tem que sair pão quentinho o tempo todo — brinca, sobre as cenas de cada programa.

No apartamento, itens do cenário de “Os caras de pau” se juntam a um quadro no qual é anotado o planejamento para a próxima temporada. Ao redor da mesa, Chico Soares (responsável pela redação final, ao lado de Melhem), Paulo Cursino, Rodrigo Salomão, Celso Taddei, Daniela Ocampo, Juca Filho e Claudio Torres Gonzaga analisam cenas e sugerem novos esquetes. O sistema é simples: uma vez por semana, a equipe se reúne durante um dia inteiro para produzir o esboço de cada episódio.

Mas o trabalho, conta Melhem, só começa depois de um “fofocoffee break”. No dia em que a Revista da TV lá esteve, não faltaram suco, água de coco e biscoitinhos.

— Nosso desafio em “Os caras de pau” é manter uma fórmula que deu certo, mas trazendo uma coisa nova, a cereja no bolo — avalia Melhem, que, durante a reunião, ouviu seu telefone tocar cinco vezes e parou para atender ao parceiro de cena, Hassum: — É muito suor. As pessoas acham que a gente improvisa tudo.

Mas se acham que a gente cria na hora é porque está bom, né?

O suor é no sentido figurado, claro. Na redação de “Os caras de pau”, o ar-condicionado ameniza o calor carioca. Depois de 42 programas em 2010 — o último vai ao ar no próximo domingo —, o grupo discute novas esquetes. “Não pode ser uma

N

Ao lado de Leandro Hassum (à esquerda), Melhem ocupa as tardes de domingo

Já a série “S.O.S. emergência” é escrita pelo ator e roteirista

MIL E UMA UTILIDADES ATOR E ROTEIRISTA, MARCIUS MELHEM FALA SOBRE O PROCESSO CRIATIVO DE ‘OS CARAS DE PAU’ E ‘S.O.S.EMERGÊNCIA’, DOIS SUCESSOS DE 2010 colcha de retalhos”, alerta Melhem.

Vale lembrar que a atriz Suzana Pires, que também faz parte da equipe, agora participa das reuniões por e-mail, já que está ocupada com as gravações de “Araguaia”.

— Escrevemos com muita antecedência, dá para preparar bastante coisa. Em um minuto de esquete podemos fazer loucuras e ter uma certa mecânica: no primeiro episódio da temporada nova, vai ter trem, avião... Sempre tem um elemento, um piano na escada. Por aí você vê que dá trabalho fazer algo com historinha, virada e gancho. Pegamos um formato clássico, mas damos a ele a nossa cara

— explica Melhem.

Depois da reunião de brainstorming, o processo criativo segue adiante. Para cada episódio de “Os caras de pau” já gravado, a equipe tem mais quatro prontos. Marcius Melhem diz que pretende terminar 2010 com três episódios para 2011 escritos. Depois de fazer a escaleta (espécie de estrutura de cada história), as cenas são distribuídas entre os roteiristas, que escrevem em dupla ou sozinhos. Dois ou três dias depois, ele e Chico Soares, com quem divide a redação final, revisam o texto e fecham a trama. Para Melhem, ter mais gente pensando a atração faz toda a dife-

rença: Ter uma equipe oxigena o programa. Fiz questão de ter mais gente escrevendo comigo para não ficar aquela coisa de super-homem.

Só consigo fazer tudo isso porque tenho disciplina. É tudo organizado, planejado, com prazos e cronogramas. Caso contrário, não dá.

Durante o encontro, referências cinematográficas e televisivas são mencionadas como quem comenta a final do Campeonato Brasileiro em mesa de bar. De séries como “Friends”, “Seinfeld”, “Two and a half men” e “The Big Bang Theory” a trupes como a dos britânicos do Monty Python e dos brasileiros da saudosa “TV pirata”, MÁRCIO ALVES

A reunião com a equipe de redatores de “Os caras de pau”dura o dia todo

tudo é lembrado na roda. Na nova temporada de “Os caras de pau”, Pedrão e Jorginho vão ganhar um prédio como cenário fixo, além de uma vizinha e um porteiro, que também farão parte da ação — aliás, o começo da nova leva de episódios terá um pé na aventura. Melhem quer “criar amarras, mas sem perder a loucura”.

Mais ou menos como também acontece com “S.O.S. emergência”, cujo último episódio do ano vai ao ar no próximo domingo. Na série, ambientada no universo médico e com Ney Latorraca e Marisa Orth no elenco, Melhem divide a redação final com Daniel Adjafre. Aqui, o esquema é ligeiramente diferente: os dois começam com uma reunião para definir o arco dramático da trama. Em seguida, se encontram com parte da equipe de roteiristas (formada por Adriana Chevalier, Angélica Lopes, Cesar Cardoso, Cláudia Gomes e Felipe Flexa) para debater sobre as histórias dos personagens: Depois fazemos mais duas reuniões, uma de escaleta e outra de cenas.

Cada escaleta tem 22, 23 cenas.

Gravo “Os caras de pau” às segundas, terças e sextas, e participo das reuniões nas brechas. Fincamos um pé bacana com os novos episódios de “S.O.S.”, o programa voltou legal à grade, investindo na vida pessoal dos médicos.

E, no meio disso, o ator ainda rodou o Brasil com “Enfim, nós”, peça escrita por Bruno Mazzeo e Cláudio Torres Gonzaga. Vale lembrar que Melhem é do tipo conectado: acompanha a repercussão de seus dois programas no Twitter e no medidor do Ibope.

— Meu plano para 2010 era fazer só “Os caras de pau”. Aí a Globo perguntou se eu aguentava escrever “S.O.S. emergência”. Continuo viajando com o “Nós na fita” (ao lado de Hassum) uma vez por mês, e comecei a fazer “Enfim, nós” porque queria me dedicar ao teatro — conta o ator.

Em 2011, além das primeiras férias de 30 dias em muitos anos — “Vou alugar uma casa em algum lugar e sumir com a família”, confessa — , Melhem pretende se dedicar a novos projetos. Sim, é verdade: Vou me concentrar em “Os caras de pau” e “S.O.S. emergência”. Mas tenho outro projeto de série mais para a frente. Um dos meus sonhos era pensar em dramaturgia para crianças...

Revista da tv 12

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 19 de dezembro de 2010 TV GLOBO/ALEX CARVALHO

ATORES BARBADOS GANHAM ESPAÇO NAS NOVELAS E DISPUTAM A PREFERÊNCIA DAS MULHERES COM OS MOCINHOS DE CARA LIMPA

TV GLOBO/JOÃO MIGUEL JUNIOR

GALÃ RÚSTICO ZEAN BRAVO

s clássicos heróis de rosto lisinho, com cara de príncipe, como o impecável Mauro (Rodrigo Lombardi), de “Passione”, já não reinam absolutos no posto de bonitões das novelas. Hoje, galãs barbados como Renato (Guilherme Winter), Jorgito (Rafael Cardoso) e Edgar (Caio Castro), de “Ti-ti-ti”, e Fred (Raphael Viana) e Ricardo (Eduardo Coutinho), de “Araguaia”, também disputam a pre-

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ferência das telespectadoras.

— O perfil dos mocinhos mudou — afirma o supervisor de caracterização da trama das sete, Sérgio Azevedo: — O rosto limpo conferia um ar angelical, de príncipe. Na atualidade, procuramos aproximar os personagens do cotidiano real, levando o público à identificação imediata com eles. Mudamos o perfil do herói perfeito porque sabemos que o ser humano é sujeito a erros e acertos.

Agora, não são apenas os personagens cafajestes ou desleixados

que adotam um visual não tão engomado. Os bonzinhos Fred e Ricardo, de “Araguaia”, aposentaram a lâmina de barbear. E playboys convertidos em bons partidos, Jorgito e Edgar, também exibem uma cara menos limpinha, às 19h.

— Estou com a barba bem rala e tenho que fazer a manutenção com máquina 1 semanalmente — conta Guilherme Winter, de “Ti-ti-ti”: — A barba deixa o personagem menos Mauricinho, sem aquele clichê do mocinho de cara limpa.

Os barbudos de “Araguaia”, Ricardo (Eduardo Coutinho) e Fred (Raphael Viana): novos galãs do horário das 18h TV GLOBO/JOÃO MIGUEL JÚNIOR

PEDRO KIRILOS

Em “Ti-Ti-Ti”, Renato (Guilherme Winter) e Jorgito (Rafael Cardoso) adotam o visual mais “sujo”