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da União derruba liminar e permite ampliação do BPC
Juízes devem analisar situação de presos
Supremo Tribunal Federal decide que não cabe à Corte recomendar liberação de detentos para prevenir coronavírus
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Oplenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu quarta-feira (18) que não cabe à Corte recomendar que juízes examinem medidas de liberação de presos para regime domiciliar, condicional ou punições alternativas – diante da pandemia do novo coronavírus. Por maioria, o STF não validou decisão do ministro Marco Aurélio Mello. Mais cedo, ele recomendou que juízes analisassem com urgência a situação de grávidas, idosos e doentes. A recomendação foi feita pelo ministro ao negar um pedido do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD).
O plenário considerou que a conclamação pode ser entendida como determinação, o que o Supremo não deve fazer.
Na terça (17), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou diretrizes que podem ser seguidas pelos magistrados caso a caso em relação ao coronavírus. A decisão do STF não interfere nessas recomendações, que continuam valendo. RISCO DE SURTO O pedido foi feito ao Supremo após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar pandemia de Covid-19. O IDDD é parte interessada em uma ação semelhante apresentada em 2015 pelo PSOL ao STF. Marco Aurélio entendeu que o instituto não tem legitimidade como autor na ação, mas fez a recomendação.
Segundo o IDDD, o sistema prisional representa “risco muito alto à sociedade em geral e, muito especialmente, aos detentos”, por ser ambiente “propício à proliferação veloz de um vírus, o coronavírus” e também servir de ponto de alastramento da doença.
O caso foi pautado para julgamento no plenário pouco antes da sessão da tarde desta quarta pelo ministro Dias Toffoli, presidente da Corte. Ao apresentar seu voto, Marco Aurélio Mello esclareceu que não determinou soltura de nenhum preso, e que apenas recomendou que a lei seja cumprida em relação a presos de grupos de risco. “Não determinei a soltura de quem quer que seja.” Ele foi acompanhado o ministro Gilmar Mendes. O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, afirmou que não considera razoável que, num momento de restrições para a população, haja liberdade para presos. “Toda ação estatal deve ser cuidadosa e responsável”, disse.
Já os demais ministros seguiram a divergência, aberta pelo ministro Alexandre de Moraes. “Nesse momento e nas atuais circunstancias, o STF não deve atuar”, afirmou o ministro Luís Roberto Barroso. “Se cada juiz determinar uma internação, um teste, o sistema vai ficar completamente desestruturado. A menor judicialização possível fará melhor para o sistema.”
O ministro Luiz Fux afirmou que a situação é “oportunista”, pois a parte interessada se aproveitou de uma ação de outra para fazer um pedido fora do objeto. “É extremamente perigoso isso”, completou Alexandre de Moraes.
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Ministro Marco Aurélio Mello emitiu recomendação nesse sentido, mas plenário não quis validar decisão
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Davi Alcolumbre realizou a contraprova e testou positivo para o vírus
COVID-19 Presidente do Senado, Alcolumbre testa positivo
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM -AP), testou positivo para covid-19. Ele havia feito um exame que deu negativo, porém, ao fazer um novo teste na noite de quartafeira (17), o resultado foi positivo para o coronavírus. Segundo informações da assessoria de imprensa, o presidente do Congresso “está bem, sem sintomas severos, salvo alguma indisposição, e segue em isolamento domiciliar, conforme determina o protocolo de conduta do Ministério da Saúde” e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O coronavírus chegou às duas casas do Congresso Nacional. Depois de o senador Nelsinho Trad (PTB/ MS) testar positivo para Covid-19, o deputado Cezinha de Madureira (PSD -SP), que teve contato com o senador, também confirmou estar infectado pelo vírus.
Outro caso na Câmara é do deputado Daniel Freitas (PSL-SC). Após testar negativo, ele realizou uma contraprova que detectou resultado positivo para o novo coronavírus. Ele esteve com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a viagem para os Estados Unidos.
Na cúpula do poder em Brasília, diversas autoridades testaram positivo para o vírus. Este também é o caso do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, segundo informou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em coletiva de imprensa na quarta-feira (18).
Bento fez parte da comitiva presidencial que foi aos Estados Unidos e que contou com a presença do secretário de Comunicação da Presidência (Secom), Fábio Wajngarten, que voltou da viagem com covid-19. Das 20 autoridades que integraram a comitiva, 13 apresentaram teste positivo para o vírus. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno também testou positivo.
BPC TCU derruba liminar sobre ampliação
O plenário do Tribunal de Contas da União decidiu ontem suspender, por 15 dias, a liminar do ministro do TCU Bruno Dantas que impedia o aumento do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A decisão do tribunal acontece após um acordo construído entre oposição e governo no Congresso. O TCU pede que em 1o dias o Poder Executivo aponte a fonte das receitas para bancar o aumento do número de famílias que recebem o benefício.
O Congresso ampliou de 1/4 de salário mínimo, para meio salário mínimo o limite da renda familiar per capita para idosos e pessoas com deficiência terem acesso ao benefício, o que traria um impacto anual de R$ 20 bilhões. Deputados e senadores da oposição negociaram acordo com governistas sobre a abrangência do Benefício de Prestação Continuada. A ideia acordada com a oposição é que sejam criadas situações específicas para que as famílias com meio salário mínimo possam receber o BPC, contendo assim o aumento de pessoas a receberem o benefício e diminuindo o impacto previsto inicialmente.
A decisão da liminar de Dantas derrubada pelo TCU era amparada na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e em entendimento do próprio do TCU de que o Legislativo tem de apontar de onde sairá o dinheiro para bancar o impacto fiscal, de R$ 212 bilhões em dez anos.
A ideia da oposição é usar o pedido de calamidade pública do governo durante a crise com coronavírus, que permite ampliar as despesas previstas no orçamento, para manter pelo menos em parte o aumento do BPC.
Na terça-feira (17), Dantas recebeu deputados da oposição para ouvir sugestões de uma solução negociada em torno do tema.
O deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ) fez críticas ao discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que as reformas econômicas tem que ser aceleradas durante a crise do coronavírus. “Tudo suspenso, a gente não consegue se reunir. É absolutamente equivocado achar que dá para votar privatização da Eletrobras e Plano Mansueto. Estou à disposição, cheguei segunda-feira, adiantei o relatório, mas acho que não tem a menor condição. Quem é que vai ter cabeça e sentar agora e pensar em contrapartida disso ou daquilo?”, disse.
O deputado é relator do Plano Mansueto, que dá auxílio financeiro a estados endividados em troca de ajustes fiscais. Ele esteve na terça-feira (18) no Ministério da Economia com o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, para tratar de seu relatório. “Vou deixar pronto, mas a gente está falando de operação de guerra, não de reforma, nem nada”, disse. Para Pedro Paulo, “não faz sentido gastar com coisas que não sejam saúde, assuntos econômicos e proteção social”.
O projeto de lei da privatização da Eletrobras foi um motivo de desavença entre o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), e o líderes partidários. O deputado do PSL relatou na noite de terçafeira (17) no Twitter que a votação da privatização não é aceita neste momento por seus colegas na casa legislativa.
O político do DEM também afirmou ao site que a decisão do governo de pedir ao Poder Legislativo a aplicação de calamidade pública não é medida suficiente para combater a crise com o coronavírus.
Pedro Paulo coordena duas importantes medidas econômicas em tramitação




na Câmara, além do Plano Mansueto, é autor da proposta de emenda à Constituição (PEC) que muda a regra de ouro do orçamento. A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê situações em que a meta de déficit/ superávit pode ser revista. Hoje essa meta é de um déficit de R$ 124,1 bilhões. Se aprovado o estado de calamidade, que conta com amplo apoio de líderes partidários que vão do governo até a oposição, o Planalto quer usar mais R$ 30 bilhões para aquecimento da economia e proteção social durante a crise.
O líder da oposição na Câmara dos Deputados, André Figueiredo (CE), disse a que a iniciativa do governo é necessária. “É um momento que requer atenção redobrada. Creio ser uma decisão necessária, evidentemente dentro de um diálogo relacionado ao enfrentamento do coronavírus”.

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Covid-19 e os transportes públicos
Nos últimos dias houve redução de aproximadamente 30% da demanda de passageiros de transporte público coletivo urbano por ônibus em algumas cidades brasileiras em decorrência das medidas de distanciamento social e de flexibilização das atividades laborais, tais como o trabalho à distância (home office), devido ao avanço do coronavírus no país. Estima-se que metade desse total, 15%, se deve à suspensão das atividades educacionais e fechamento de escolas. O agravamento da situação poderá gerar um impacto de mais de 50% na queda de passageiros, segundo levantamento preliminar da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), que representa o setor. Para fazer frente à esse quadro, a entidade defende a flexibilização temporária da oferta, com readequação da frequência e do número de ônibus, em decisão conjunta
com o poder público local. Numa situação extrema, de limitação de todo e qualquer deslocamento não essencial, como já vem ocorrendo em várias cidades da Europa, a NTU estima que grande parte do serviço de transporte público ficaria ocioso devido à redução de praticamente toda a demanda. Diante desse cenário e com a expectativa de forte redução do número de passageiros tendo em vista o crescimento previsto do número de casos do Covid-19, a NTU reinvidica que sejam adotadas, medidas especiais e emergenciais para assegurar a continuidade do transporte público urbano em todo o país, nas condições estipuladas pelas autoridades públicas, de forma que mesmo em uma situação de queda drástica da receita, as empresas operadoras possam sobreviver frente às obrigações financeiras para manter os serviços em funcionamento.

Billo
Pinheiro: (des)acordo do afundamento
ZOROASTRO NETO
É morador do Pinheiro há mais de 35 anos
Redescobrir o lugar de pertencimento, através da memória, e a partir dos fatos que estão acontecendo após a Braskem “aceitar” a culpa pelo afundamento do bairro Pinheiro para retornar e enfrentar o dia a dia!
Uma situação que se enrola há mais de 2 anos!
Redescobrir porque não temos, nós moradores, uma causa; só os efeitos pós-anúncio de que o bairro irá (ou iria) afundar.A paz da conquista de um patrimônio, da casa própria, ou mesmo de um local para se chamar de casa, não mais existe.
Parafraseando Gilberto Gil, a notícia do afundamento do Pinheiro foi como uma bomba, uma explosão que tirou a paz. Indenização ou revi
talizar o bairro? No cenário da desmedida da culpa, o feitiço da indenização cegou os moradores; e despertou a expressão do Sílvio Santos, “quem quer dinheiro”!
Ainda mais, no abstrato dos fatos e pelas necessidades provocadas pelo capitalismo em uma sociedade pouco esclarecida, indenizar é a forma mais fácil de silenciar.
Além de afastar a comunidade do seu espaço de origem, para depois revitalizar o bairro, reorganizando aquele local “condenado” a afundar, quiçá porque os órgãos públicos não fizeram a parte deles: a de fazer as manutenções necessárias com os impostos.
Sem dúvida, nós moradores do Pinheiro, do Mutange e de Bebedouro estamos vivendo no vento de um tufão: se aceitarmos o “acordo” (que na realidade é a venda do imóvel), temos que desocupar e deixar para trás sonhos e conquistas, a nossa vida, a nossa memória. Além de entregar o imóvel para se receber depois, como desabafou o morador Raimundo Palmeira, em entrevista ao jornal Tribuna Independente. Mais tarde, poderá ressurgir um bairro para atender àqueles com poder aquisitivo alto. Uma manobra do mercado e do mundo dos homens para paralisar e afastar a comunidade menos favorecida, tornando-a mais empobrecida! Oxalá estejamos errados. Mas, é próprio das relações de poder esses momentos de crise para apadrinhar ainda mais os grupos sociais de poder.
E ainda ouviremos: “vocês aceitaram o acordo”; ou, “vocês escolheram a indenização”!
Só nos resta lutar e não ceder, para vencer o inimigo invencível, negando esse acordo, que tem como regra vender!
E assim, após as guerras que iremos enfrentar, seja lá como for, veremos o fim dessa infinita aflição, e todos vão ver as flores das acácias brotando no chão do nosso bairro. (Republicado)
Epidemias x pandemias
JOSÉ VIEIRA PASSOS FILHO (J. CELSO) Sócio efetivo da AML, AAC e do IHGAL
Pandemia é o pior cenário de uma epidemia. Definida como uma doença que se espalhou por diversos países do nosso planeta. Epidemias, definidas quando acontecem numa determinada região, doenças onde os casos são em número superior ao esperado.Segundo a OMS são estas as doenças, ao longo dos séculos, que mais mataram em todo o mundo: Peste Negra, Cólera, Tuberculose, Varíola, Gripe Espanhola, Tifo, Febre Amarela, Sarampo, Malária e Aids.
As epidemias propagam-se com mais voracidade onde há maior concentração de pessoas. Hoje, no mundo globalizado, sua contaminação pode ser muito rápida, incontrolável, principalmente quando é transmitida por meio da água, via oral ou ocular.A Peste Negra (bubônica), ocorreu no séc. XIV (1333-1351), vitimou 50 milhões de pessoas. O rato é o causador da doença.
Com o saneamento das cidades e melhoria da higiene ela foi contida. O Cólera tornou-se uma pandemia no início do séc. XIX (1817-1824). É transmitida pela água. A Tuberculose, em um século, vitimou 1 bilhão de pessoas (1850 – 1950). É uma doença de países pobres.
A Varíola, no período de 1896 a 1980 matou 300 milhões de pessoas. É transmitida por via oral. Uma doença que tem mais de 3 milênios. Com a vacina, foi erradicada desde 1980.
Gripe Espanhola é resultado do vírus influenza. Sua mais forte epidemia foi no período de 1918 – 1919. No Brasil o presidente Rodrigues Alves, foi uma das vítimas, faleceu antes de assumir seu 2º mandato presidencial.
O Tifo (1918-1922) é transmitido pelas fezes da pulga do rato. Provocou milhões de vítimas na Alemanha Oriental e Rússia, na I Guerra Mundial.
A Febre Amarela é transmitida por um tipo de mosquito. Já existe uma vacina.
O Sarampo é uma doença que ataca principalmente crianças, com contaminação oral. Existe vacina. Mata 6 milhões de pessoas por ano.
A Malária é transmitida por um mosquito. Não existe vacina eficaz. Dizima 3 milhões de pessoas por ano.
A Aids surgiu em 1981, nos Estados Unidos, já vitimou 22 milhões de humanos. Ainda não existe vacina.
A pandemia provocada pelo novo coronavirus (Covid-19) – mais uma gripe - vai varrer o mundo, pois sua contaminação, repito, é muito fácil.
Mesmo assim, duvido que faça mais vítimas que as doenças citadas no relato histórico acima. Precisamos nos prevenir com defesas no organismo e ter os cuidados básicos de higiene.
Na próxima recaída da doença, o mundo já terá uma vacina capaz de combatê-la.
Um Sujismundo no Planalto
CYNARA MENEZES Jornalista
Jair Bolsonaro descumpriu a quarentena a que era obrigado por orientação médica, já que até agora 14 membros da sua comitiva aos EUA estão com coronavírus, e colocou em risco a integridade física dos brasileiros ao apertar a mão de dezenas de pessoas neste domingo diante do Palácio do Planalto.
E não só dos que estavam lá, mas de centenas, talvez milhares de outros. Para usar um símbolo da ditadura militar que o “mito” de extrema direita tanto preza, parecia o Sujismundo e não o presidente da República. O Sujismundo foi um personagem criado pelo desenhista Ruy Perotti em 1972 para a campanha “Povo desenvolvido é povo limpo”, que tinha como objetivo melhorar os hábitos de higiene dos brasileiros.
Era um homenzinho simpático porém sujo, que nunca lavava as mãos e jogava lixo no chão, um porcalhão que acabou se transformando em sinônimo de alguém que não preza pela higiene pessoal.
Uma das características do Sujismundo, aliás, era duvidar da eficácia das vacinas.
No último domingo, o Sujismundo foi Bolsonaro. O presidente se comportou como o típico homem que vai ao banheiro e não usa a pia depois, princípio básico de higiene em qualquer tempo, não só quando há risco de contaminação coletiva.
O comportamento de Bolsonaro demonstra que os chamados “cidadãos de bem”, como ele e seus seguidores, carecem do mínimo para serem bons cidadãos de fato: educação doméstica, que se recebe em casa.
Tudo em Bolsonaro e nos bolsominions aponta para gente que não seria motivo de orgulho algum para pais, mães ou avós. O presidente lembra aqueles homens machistas que coçam as partes pudendas em público e depois cumprimentam os outros sem lavar as mãos.
Quem, em sã consciência, teria orgulho de um filho destes? De um marido destes? De um pai destes?
E pensar que na Praça dos Três Poderes não havia nem sequer uma torneira com água e sabão para higienizar as mãos das pessoas que apertaram a mão do sujismundo-mor…
O mau exemplo hoje vem de cima. Não há nada nas atitudes de Bolsonaro que sirva para inspirar pequenos brasileiros.
Não culpo, porém, os progenitores de ninguém. Em qualquer casa podem surgir maus exemplos.
No caso do Brasil, hoje, o mau exemplo vem de cima, do cargo mais alto da nação. Não há nada nas atitudes de Bolsonaro que sirva para inspirar pequenos brasileiros.
Bolsonaro ataca o país, as

mulheres e os filhos de adversários políticos.
Bolsonaro xinga e diz obscenidades para atingir quem não está de acordo com o que pensa. Bolsonaro fala putaria até em lives com os ministros.
Quando o presidente fala, é melhor tirar as crianças da sala. É o presidente desaconselhável para menores de 18 anos. X-Rated. Nem parece militar.
Surgir no domingo, com sua mão porca estendida em direção aos que o esperavam na rampa do Planalto, também eles descumpridores das orientações médicas contra o coronavírus, é só mais um indício do péssimo cidadão que Bolsonaro é.
Ouvido sobre sua atitude insana, o presidente disse que a “responsabilidade” é dele se pegar coronavírus. A responsabilidade, não, a irresponsabilidade é dele.
O problema é que por ela pagamos todos nós.
Covid-19 no Planalto pode afetar terceiriza dos
Mais de 3 mil pessoas trabalham no palácio em meio às autoridades infectadas
AMANDA AUDI THE INTERCEPT
Quem vê de fora não imagina, mas 3.234 pessoas trabalham no Palácio do Planalto, onde despacham Jair Bolsonaro e o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional. O general está infectado pelo coronavírus, assim como outros 17 integrantes da comitiva presidencial que foi aos EUA e confraternizou com o presidente americano, Donald Trump – com direito a calorosos apertos de mão. Nem todos têm contato direto com Bolsonaro – que não publicou os resultados dos exames que fez para a doença, limitando-se a dizer que foram negativos. Mas boa parte dos que têm são pessoas com empregos simples e que recebem baixos salários: secretárias, garçons, copeiros, seguranças, assessores, ajudantes de ordens militares. Além, claro, das faxineiras que limpam os banheiros, copos e xícaras usados pela cúpula do poder.
Até o momento, não há notícia de funcionários com sintomas da covid-19. Pessoas que trabalham no almoxarifado, portaria, garagem e restaurante popular do Planalto com quem conversei disseram saber apenas dos casos de infectados na alta cúpula do governo. Há máscaras apenas no restaurante – mas por determinação do Sesi, que gerencia o estabelecimento, e não do governo. Os demais só têm acesso ao álcool em gel, que já existia por ali desde antes da pandemia. Que se alastra pelos gabinetes de Brasília: no fim da tarde desta quarta, o Senado confirmou que seu presidente, Davi Alcolumbre, do DEM do Amapá, tem o coronavírus.
Apenas no Palácio da Alvorada, onde vivem Bolsonaro e a mulher Michelle, trabalham 107 pessoas, aponta um relatório de julho passado. São cozinheiros, garçons, camareiros, motoristas, faxineiros, roupeiros, piscineiros, jardineiros e seguranças que têm como única função servir à família presidencial, seus parentes e convidados. Dos 107 funcionários, 55 recebiam menos que um salário mínimo, que hoje é de R$ 1.045. Pior: boa parte desses servidores é terceirizada e não conta com a segurança que os servidores públicos, os ministros e a família presidencial possuem. Fornecidos por uma empresa chamada Apece, eles são mal pagos, custam pouco para o governo, têm contratos de trabalho precários e podem ser facilmente substituídos se adoecerem. É exatamente o grupo que mais deve sofrer com o novo coronavírus.

Infectado, Heleno se reuniu 3 vezes com presidente
JOSÉ CRUZ / AGÊNCIA BRASIL
Depois de fazer o teste que apontou diagnóstico positivo para o novo coronavírus,- de ontem, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, esteve três vezes com Jair Bolsonaro e se reuniu com dois ministros e outras 14 pessoas ao longo do dia. Segundo reportagem do Globo, Heleno fez o exame no Palácio do Planalto por volta das 10h de terça, e o resultado saiu na manhã de ontem. Entre as 9h50 e as 10h, ele se reuniu com Bolsonaro. Outro encontro entre os dois aconteceu entre as 11h50 e as 12h10. Depois, das 15h30 às 16h, Heleno participou de reunião com 14 integrantes do GSI sobre “orientações de proteção para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (COVID-19)”.
O último compromisso oficial de Heleno na terça, segundo sua agenda oficial, foi uma audiência com Bolsonaro e os ministros Jorge Oliveira, chefe da Secretaria-Geral da Presidência, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. MASCARADOS O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; da Economia, Paulo Guedes; e da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, quebraram os protocolos sanitários estabelecidos pelo próprio Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto ao uso de máscaras para evitar contaminação do novo coronavírus.
O ato aconteceu durante coletiva de imprensa, ontem. O presidente e os ministros conforme iam falar ao microfone, tiravam a máscara.
A indicação é que usem as máscaras somente pessoas que estão com sintomas ou que estão no mesmo ambiente de pessoas doentes. Quando questionado sobre o motivo do uso de máscaras na coletiva, Bolsonaro se limitou a jogar a pergunta a Mandetta. “Qualquer orientação sanitária é do nosso ministro da saúde. Eu só dou o exemplo”, afirmou.

Bolsonaro e ministros; uso incorreto de máscaras durante a coletiva
Ministro das Minas e Energia contagiado
O presidente Jair Bolsonaro confirmou, ontem, que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, testou positivo para o exame de detecção do novo coronavírus. É o segundo ministro diagnosticado com Covid-19. Mais cedo, foi confirmada a infecção do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
“Por que estamos usando máscaras agora? Além do general Heleno, também

tivemos positivo o teste do ministro das Minas e Energia, o almirante Bento. Então, obviamente, o cuidado tem que ser redobrado”, disse o presidente, ao lado de oito ministros, em coletiva de imprensa para tratar das ações contra a pandemia do Covid-19, no Palácio do Planalto.
Bento Albuquerque, de 61 anos, e Augusto Heleno, com 72, por causa da idade, estão dentro do grupo de risco da doença. Os idosos e pacientes com doenças crônicas fazem parte do grupo que mais causa preocupação com a pandemia de Covid-19. A baixa imunidade os deixa mais vulneráveis à ação do coronavírus e a complicações decorrentes dele. Os dois ministros integraram a comitiva do presidente Jair Bolsonaro que viajou aos Estados Unidos no início do mês. Bolsonaro, familiares e auxiliares que o acompanharam passaram a ser monitorados depois da confirmação de que o secretário de Comuni

cação da Presidência, Fábio Wajngarten, foi diagnosticado com o vírus. Ao menos 16 pessoas da comitiva já testaram positivo para Covid-19.
Já o exame do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, também testado pela segunda vez, deu negativo. Assim como o do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, o Brasil tem 291 casos confirmados da doença e 8.819 em investigação.

CORONAVÍRUS Isolamento pode ser feito no Minha Casa, Minha Vi da
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou ontem que imóveis do programa habitacional Minha Casa Minha Vida ainda desocupados serão reservados para abrigar pacientes que precisem ficar isolados por causa do novo coronavírus. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa do presidente da República, Jair Bolsonaro, e oito de seus ministros. “Fomos instados a colocar à disposição, para eventualidades, unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida, se precisar deixar pessoas em quarentena fora da estrutura dos hospitais”, explicou o ministro. O objetivo


das autoridades é evitar a superlotação de hospitais e unidades de saúde, caso o número de pessoas infectadas seja muito grande.
Além disso, a pasta colocou à disposição do Ministério da Saúde o sistema de envio de mensagens de celular (SMS) e via TV digital utilizado pela Defesa Civil para alertar a população em casos de catástrofes. A ideia é que sejam enviadas mensagens com orientações sanitárias para conter a propagação do vírus.
“São 26 milhões de usuários cadastrados em todo o Brasil, que serão municiados com informações do Ministério da Saúde.