Galinha Preta SkateZine 2ª Ed

Page 1

Nยบ 02


Edit

Editorial

Editorial

Desde que saiu a primeira edição do nosso zine algumas perguntas tem sido bem frequentes. Coisas do tipo: O que é zine? Porque Galinha Preta? Que encosto é esse no final do zine? Voces são macumbeiros? Então vamos as respostas. Primeira pergunta: Zine é abreviação de fanzine que foi feito primeiramente para divulgar filmes de ficção cientifica. Na época não se tinha publicação sobre ficção cientifica e os caras perceberam que eles mesmo podiam fazer isso, criar suas próprias revistas ao invés de esperar algum grande meio de comunicação fazer. Depois eles xerocavam e passavam adiante. Esse é o espirito do zine até hoje e tem zines sobre todo tipo de coisa. Enfim, o zine é livre, você faz como pode, distribui como dá e principalmente se diverte fazendo. Segunda pergunta: Por que Galinha Preta? Voces vão saber nessa edição porque Galinha Preta Skate Zine. Terceira pergunta: O encosto O Movimento Encosto nasceu da nossa vontade de criar cartazes pra conscientizar as pessoas. A gente fazia coisas do tipo “não seja mais um alienado” ou um pastor cheio de dinheiro na maleta, essas coisas. O nome surgiu porque o movimento tinha essa característica de incomodar, tocar na ferida, e de novo eu preciso dizer que não, nós não temos nenhuma conexão com o capiroto. Um dia o Movimento Encosto vai voltar e vocês vão entender bem do que se trata. Agora que eu acho que respondi as perguntas mais comuns vamos a segunda edição. PS: quase esqueço meu apelo. Não deixe de ler o zine por causa do nome ou do desenho do encosto no final. A gente jura que não tá invocando nenhum Exú pra puxar teu pé quando você estiver dormindo. E além do mais, pra alguém que tem tanta fé você não deveria tá com medo de um desenho né? Tércio Fernandes


Edit

I nd ice de skate na Ferrovia

skate Solidário II: A luta continua

hardcore nada colorido com a Filhos Bastardos

Friends and Stuff: Anderson Galisa e Tércio Fernandes Colaboração: Fábio Araujo Contato: galinhapretaco@hotmail.com Orkut: Galinha Preta Skatezine


Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?

por: Anderson Galisa Essa dúvida que frita a muito tempo a cabeça das pessoas nunca foi escrlarecida. Mas na nossa mente poluída das pessoas que fazem parte desse zine, com toda certeza quem nasceu primeiro foi a galinha e nasceu preta. Fruto de uma turma de amigos com as idéias mais insanas possíveis onde foi cultivada uma amizade pro resto da vida a partir do skate e o gosto pelas mesmas loucuras. Tudo começou no carrinho, nos rolês diários das 3hrs até tarde da noite, nos fins de semana de reunião pra ver vídeos ou construir mais obstáculos e também na idéia de sempre se divertir andando de skate. Assim formamos uma crew antes mesmo de saber o que era uma crew que por batismo recebeu o nome de Galinha Preta Skateboard, nome meio tosco e sem criatividade pra uns mas pra gente inspiração e muita alegria. Tudo que se cria tem uma base, referencia, e com a gente não foi diferente. Devido a um projeto que tínhamos de construir uma microramp no quintal de um dos caras que andavam na época, o Bruno, que com o tempo parou de andar para formar a banda Serial Killer, por onde eu também tive uma passagem rápida, acontece que no dia de ver o local foram todos que andavam na época, Clóvis, Chansmillion, Ismaiolon, Lenilson, Marcão Porcão, Nil e eu. Todos respirando o puro skate e cada um com seu lado de projetista, carpinteiro, etc. Chegando na casa de Bruno abrimos a porta do quintal e a surpresa, de cara várias galinhas e todas pequenas e pretas, mais na frente um barril de cachaça da mais pura qualidade. De um



vem a fala mais bem pensada da noite “é a pista da Galinha Preta!”, e o outro grito que se transformou numa explosão sonora foi pra comemorar a cachaça que era do pai do cara. Aí foi cachaça e skate até altas horas pra alegria de toda a galera. Galera que com o tempo foi perdendo parceiros mas felizmente foram aparecendo outros e assim, sempre sobrevivendo as dificuldades. Um deles foi Rogério que se fez presente nas sessions (e tá nessa edição com a Filhos Bastardos) e se tornou parte também da família. E o Tércio que em seguida veio compartilhar a amizade e os bons momentos com a gente e foi um dos caras responsáveis por não de-

ixar o skate acabar aqui no nosso bairro, sempre somando com todos. Os que hoje não estão mais andando farão sempre parte desse galinheiro e os que só de passagem também trouxeram diversão e alegria. Caras como Tampinha que esteve um bom tempo conosco e destruiu as escadarias das praças, o Ernesto “Rufus” que também teve uma passagem marcante sempre serão bem vindos. A galera que por um bom tempo ainda andou, e eu espero que volte para termos outros bons momentos. E assim deixo meu recado e a conclusão de que quem nasceu primeiro foi a galinha, o ovo veio depois mas isso já é outra história


Anderson e Bruno Levando ferro nas costas

Lenilson Fifty numa sess達o bem antiga


Novos Caminhos No dia 1 de novembro alguns skatistas de São Luís saíram numa tour até Pindaré e Santa Inês, uma viagem onde a satisfação e o prazer tem passagem garantida. Texto por : Nil



No dia 1 de novembro alguns skatistas de São Luís saíram numa tour até Pindaré e Santa Inês, uma viagem onde a satisfação e o prazer tem passagem garantida. Foram pra tour: eu, Tércio, Moska, Paulo, Todinho, Tchoze, Xuripita e Tampinha. Ficamos de nos encontrar na estação de trem as 6 da manhã pra compra a passagem e embarcar as 8:00. Mas vamos ao objetivo da tour e ao que interessa a nós que é detonar qualquer tipo de pico que as cidades possam nos apresentar. Chegando em Pindaré encontramos o paraíso, a praça da alimentação com a quadra de tênis, vôlei, quiosques, corrimões, bordas, escadarias, gaps e logo ao lado sua beleza natural, um cais na beira do do rio que dividia a cidade de Pindaré com Monção. Uma vista muito linda e uma paisagem que só se ver em novela da tarde. Um pico perfeito para o street, a borda tinha uma entrada ótima mas a saída era alta e tinha

uma pequena calçada que dificultava ainda mais. Eu, Moska, Xurupita e Paulo ficamos horas tentando acertar umas manobras. Depois de várias tentativas e um capote consegui acertar um backside noseslide. Faltou pouco pra Paulo voltar o dele na borda mais alta. Enquanto isso tampinha tava no gap e voltou um ollie monstro e muito perfeito num gap gigante. A borda e o gap não renderam muito pra nós pois a falta de street pesou na gente. O corrimão nós ficamos só analisando, quem sabe na próxima. Saímos atrás de outros picos, mais adiante encontramos outra praça com uma igreja, na frente dela uma 45° louca(!) quando botamos o skate no pé o vigias da praça embaçaram. Tampinha falou que atrás da igreja tinha uma escada com as bordas de mármore então fomos lá e a sessão correu solta, várias manobras, fifty, grind, nosegrind blunt, crocked, tailslide...



Nil Noseslide


isso até quebrarem a borda. A cidade toda ficou logo sabendo do ocorrido, interior é assim. Passaram-se umas 2 ou 3 horas e nós voltamos a praça e os vigias nos proibiram novamente e nos alertaram que a policia tava atrás da gente por causa da borda quebrada, então como já estava tarde o jeito foi guardar o skate e curtir a noite por que no outro dia iríamos pra Santa Inês. Em Santa Inês o combinado era sair as 16:00hrs pra comprar a passagens antecipadas


Jhonata Tampinha Ollie



Nil Bluntslide



Jhonata “Tampinha” Nosegrind



por causa do feriado, não dava pra deixar pra ultima hora, mas um dos skatistas locais foi comprar as passagens pra gente umas 3 horas, aí deu pra rolar session até as 16:00. Depois do almoço só o Paulo tava com disposição para andar. Achamos uma calçada com borda de mármore e várias outras com cantoneira na mesma rua mas o chão era péssimo. Tchoze mandou u ollie pra rua e Paulo um frontside fifty saindo de 180°, tentou ainda um frontside tailslide mas caiu e quase quebra um dedo. Depois encontramos os skatistas locais, o Andre e o Cabeçudo que levaram a galera no pico do Paraíba, massa, todo de granito, demos um role com eles ai perdemos a noção do tempo e quase perdemos o trem. Chegamos na estação em cima da hora, o trem tava quase saindo e se perdêssemos íamos ficar mais 3 dias na cidade sem nenhum tostão no bolso, ai o bicho ia pegar e eu ia ter mais historia pra contar. Não posso deixar de agradecer a mãe de Tampinha que nos abrigou no primeiro dia e a Tia de Tércio que fez um almoço pra gente no segundo dia já em Santa Inês. Até a próxima tour.


Paulo Hernane FS fifty



Paulo Hernane FS Noseslide


Parabéns ATAMAPAI! por Fábio Araujo

A EAS (Escolinha ATAMAPAI de Skate) comemorou sábado dia 20 de novembro de 2010 o aniversário de cinco anos de vida e um ano de parceria com a SEMA (Secretária de Estado de Meio-Ambiente), ABARÁ (Associação Brasileira de Apoio aos Recursos Ambientais), ATAMAPAI (Associação Turuense dos Amigos da Área de Preservação do Itapiracó) e FMS (Federação Maranhense de Skate). Festa e casa cheia e claro muito skate. A festa começou com as palavras do idealizador e professor da Escolinha Fábio Araujo que fez a abertura explanando os motivos pela qual se dava a comemoração. Paralelamente as crianças do projeto divertiam-se nos pulas-pulas e na rampa de skate. Logo em seguida houve a apresentação de alguns alunos da escolinha com o objetivo de deixar claro ao público os vários níveis de skate e


as diferentes faixas etárias dos alunos. Em seguida o professor Fábio Araujo falou sobre a importância de investimentos em projetos deste porte. Tivemos então a apresentação de alguns atletas amadores tais como: Natanael “Nael” TUCURUÍ-PA, David “Chupado” Belém-PA, Hallysson Moraes São Luís-MA, Pedro “Pepeu” São Luís-MA, Elidalton ”Cangalha” São Luís-MA e do Professor Fábio Araujo. Após a apresentação dos skatista ocorreu a exibição do slide contando a história da Escolinha desde a primeira rampa até

o atual projeto que é a implantação da Praça da Juventude na área onde ocorre as aulas. A Praça da Juventude é um programa do Governo Federal que na verdade é um complexo cultural e esportivo com capacidade para prática de diversas atividades esportivas e culturais. Atendendo perfeitamente aos anseios da comunidade. Por fim a palavra foi dada a Sra. Elisangela França e ao Sr. Marcos Leudy pessoas totalmente comprometidas com a APA do ITAPIRACÓ, com a comunidade do entorno da APA e com a Escolinha de Skate , junto ao Sr. Heider Lemos, a Sra. Nara Raquel e ao Marcos de Souza formam a equipe Abará (Associação Brasileira de Apoio aos Recursos Ambientais). A Escolinha agradece a todos que direta ou indiretamente contribuem nessa caminhada. E gostaríamos de deixar nosso contato escolinhaatamapaideskate@ hotmail.com, fabiooaraujo@ hotmail.com ou 98 88828663.


Manoel “Manel” Crooked


Skate Solidário II: A luta continua

No segundo ano do evento o Skate Solidário mostra que tem tudo pra ser um campeonato no mínimo, anual. O movimento ganha cada vez mais força e só traz benefícios e alegria. Esse ano as palavras de Cacá, que falou em nome da Federação Maranhense de Skate, trouxeram a consciência que falta para o skate do Maranhão e o vídeo em homenagem a Tampinha, a quem o evento foi todo dedicado, colocou lágrima nos olhos de quem conhece e admira esse cara e não só pelo skate. Falamos com Bart, membro da Liga dos Skatistas Solidários (LS2) pra saber como começou essa história toda.


Galinha Preta SkateZine: E ai, como nasceu essa historia de skate solidário? Bart: Surgiu quando olhei na TV um pai com a filhinha nos braços desesperado porque perdeu tudo numa enchente, me coloquei no lugar dele porque tenho uma filha e sei que em condições normais já difícil criar filhos com dignidade ainda mais do jeito que aquele pai se encontrava, isso foi foda mexeu comigo !!!Chamei uns irmãos pra somar na ideia, o Carlinhos Splinter, Jonhatam Tampa, Eli Johndress Those, Paulo Hernani, Elidalton Cangalha, Leandro Peruca,Everton Vertinho, Fernando Beira-Mar, Angelina, Lamartine e o Junior Madre, eles só acrescentaram forças no movimento e deu no que deu conseguimos levar os alimentos, roupas, calçados e talheres para as vítimas da enchente. GP: Vi em algum site que nao lembro agora uma skatista dizendo que “pra um skatista de verdade não basta só andar de skate, ele também tem que fazer pelo skate.” concorda com essa idéia? Bart: Essa é a visão que falta para muitos Skatistas, quando você leva o skate como filosofia de vida ser skatista de verdade significa ser um bom ser humano e fazer o possível para promover o bem sobre quatro rodinhas. Andar bem de skate é importante mas ajudar o próximo é vital. GP: Quais são as principais dificuldades de se fazer um evento aqui em são luis? Bart: Falta de credibilidade por parte dos empresários em nossos trabalhos, pois poucos ajudam e muitos se beneficiam quando atraímos mais atletas com os eventos desse tipo. Talvez se tivéssemos um pouco de reconhecimento pelo que já fizemos seria diferente.


Felipe “Justin Bieber” Ollie Indy


Lucas Muniz Nosegrind


Jo達o Neto FS Tailslide


Lourrant Campos Melon



Kodai Muniz Heelflip


Ricardo Bart Pop-shovit Tailgrab


Manu Flip


Angelina Fakie Ollie


Thiaguinho BS Ollie


GP: Quem são os beneficiados pelo skate solidário? Bart: Procuramos levar ajuda aqueles que mais precisam e nessa segunda edição do evento vamos fornecer todo o alimento arrecadado para a Casa Sonho de Criança, que cuida de crianças com HIV .A verba do evento será convertida para custear um tratamento para o atleta e irmão Jonhatam Stanley “Tampa” que vem perdendo a audição e passa por um momento delicado. GP: Algum agradecimento final? Primeiramente agradeço a Jesus Cristo pela força diária e todos aqueles que acreditam em nós, agradeço a você Tércio pela oportunidade e iniciativa do Zine , à minha família que sempre tá do meu lado, a minha filha Riana fonte da minha inspiração, a FMS (Federação Maranhense de Skate) ,ao Mesa Brasil , a direção do colégio CEGEL e todos aqueles que fazem parte da LS2 (Liga dos Skatistas Solidários). Convido todos a fazer parte da FACÇÃO e entrar nessa corrente de solidariedade.


O campeonato esse ano teve a participação marcante dos nossos quase conterraneos de Teresina PI que levaram muita coisa pra casa. Mas não dá pra chamar só o primeiro lugar de campeão. Os patrocinadores do evento, o público e pricipalmente a Liga dos Skatistas Solidários, esses sim são verdadeiros campeões e exemplos a serem seguidos. Parabéns a todos os envolvidos nesse evento e longa Vida ao Skate Solidário. Ranking: Categoria Mirim: 1º Felipe Augusto (MA) 2º Leonardo “Justin” (MA) 3º Victor Gabriel (MA) Categoria Feminina: 1° Angelina Freitas (MA) 2º Emanuela (PI) 3° Veridiane (PI) Categoria Iniciante: 1º Rubeola (PI) 2º Felipe Lira (MA) 3º Thiaguinho “Surfista” (MA) Categoria Amador: 1º Wanlênio (PI) 2º Caio Torres (PI) 3º Ary Franklin (PI) 4º Manoel “Fantoche” (PI) 5º Jordão Otsuka (MA)


Robledo Rockslide



A partir de agora em todos os zines nós temos como missão descobrir um pico e mostrar aqui pra todo mundo poder desfrutar do lugar. O pico dessa edição de novo não tem nada, mas é o melhor lugar de são luis pra se andar de skate com certeza. Meu amigo Anderson disse logo que era um pico californiano e eu pensei logo em Californian Feelings, agora a gente só se refere ao pico com esses adjetivos. Localizado na orla da Ponta d’Areia, ja perto do Trapiche, o pico tem várias 45º bem altas e que faltam ainda uma entrada e saída pra melhorar a sessão. Nada que com união e força de vontade não possa ser resolvido. É coberto, o que é perfeito pra nossa cidade que passa mais ou menos 6 meses com chuvas constantes e a área é bem grande, com 3 monumentos iguais, ou seja, dá pra todo mundo andar. Agora que já sabe do pico arrume a marmita, porque o lugar é isolado, bastante água e passe um dia lá, dificil é querer voltar!


A Filhos Bastardos se prepara pra lançar a segunda demo e sair em uma grande turnê de divulgação que começa pelo Tocantins, passa por Goiânia, Brasilia e muitas outras cidades. Serão mais ou menos 3 semanas de estrada tocando, se divertindo e divulgando o hardcore maranhense. Essa banda é formada por três skatistas, o que é cada vez mais raro nos dias de hoje, e com certeza o carrinho influencia as composições, o lifestyle e, claro, as referencias sonoras que são trilhas de videos de skate naturalmente. O que a banda tem de melhor é a dose certa entre letras engajadas como “Mulheres do Congo” e “Todo Politico tem Cleptomania” e outras nem tanto como “Quem disse que preciso estudar”. O som é sempre rápido, agressivo, distorcido e com certeza não vão perder essas caracteriscas na nova demo. Agora é só esperar o disco novo e acessar http://www.myspace.com/filhosbastardos pra conhecer o que a banda ja tem..




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.