EU IO IS
EXPOSIÇÃO C O L E T I V A Arlindo Fagundes Emerenciano Lopes da Costa 14mai > 18jul 2015
museu júlio dinis
Arlindo Fagundes
Lopes da Costa
Emerenciano
É com muita honra e especial satisfação que a Câmara Municipal de Ovar acolhe a exposição coletiva de Arlindo Fagundes, Emerenciano e Lopes da Costa, três nomes incontornáveis da cultura contemporânea portuguesa. As obras selecionadas pelo comissário José Rosinhas e reunidas nesta exposição, a decorrer no Museu Júlio Dinis, entre 14 de maio e 18 de julho, representam de forma muito sintética três percursos profissionais de dois artistas plásticos e de um arquiteto, naturais do concelho de Ovar. É premissa do atual executivo apoiar os artistas locais, bem como promover a abertura dos espaços culturais de excelência do Município aos nossos artistas, associações e coletividades. Assim, acolher esta exposição é cumprir com os objetivos definidos, e é sobretudo, reconhecer a obra e homenagear estes três Ovarenses que representam, cada um com a sua forma de linguagem, a identidade contemporânea deste povo. Uma palavra de agradecimento ao Arlindo Fagundes, Emerenciano e Lopes da Costa e ao Comissário José Rosinhas, e ao público um desafio para se associarem a nós neste tributo e para usufruírem da nossa cultura.
O Presidente da Câmara
Salvador Malheiro
Arlindo Fagundes, Emerenciano e Lopes da Costa são três nomes incontornáveis da cultura contemporânea portuguesa. Assim, as obras destes dois artistas plásticos e do arquitecto, que nasceram na cidade de Ovar, juntam-se nesta exposição que pretende acima de tudo homenageá-los e mostrar ao público a sua obra. A obra de ilustração de Arlindo Fagundes (1945) é vastamente conhecida através das suas ilustrações da história “Uma Aventura…” de Isabel Alçada (1950) e Ana Maria Magalhães (1946), mas o artista em causa tem um percurso artístico renascentista, isto é, sendo artista plástico, ceramista, ilustrador e realizador cumpre o papel do artista polivalente e que procura expor o seu pensamento crítico em várias áreas do saber artístico. Em 1987, o seu trabalho na área da cerâmica foi reconhecido com o 1.º Grande Prémio de Design Artesanal da Bienal de Arte de Vila Nova de Cerveira, e em 1997, escreve o “Manual Prático de Introdução à Cerâmica”, publicado pela Editorial Caminho. Em 2003, foi-lhe atribuído o Troféu Zé Pacóvio e Grilinho no Festival da Amadora e, em 2004, recebeu o Troféu Sobredão no Salão-BD da Sobreda. Nesta exposição apresentam-se três ilustrações com o tema os marinheiros, um presépio, e as famosas figuras de barro branco cozido, assinadas Olaria Ágata. Salienta-se ainda na exposição a obra “Jogo de Xadrez” que só foi apresentada uma vez ao público em 1984. Sobre as obras dos marinheiros, os mesmos apresentam-se com um atitude frontal, quase como entrassem em diálogo com o público que os observa. Trata-se de um tema que também está presente na obra de Fernando Pessoa, e que tem a ver com a história de Portugal, um país sempre virado para o mar e para a aventura, os Descobrimentos são um belo exemplo da ligação ao mar. As obras apresentadas de cerâmica são de uma beleza ímpar, o presépio e suas figuras são um novo olhar sobre um acontecimento histórico, uma interpretação muito pessoal e de muito sucesso. As restantes figuras retratam os casais da sociedade portuguesa, o General e sua mulher, o Alentejano e sua mulher, o Frade e a Beata, etc. Figuras estáticas sem sugestão de movimento mas com uma carga simbólica muito forte. Por último ainda patente nesta mostra, um print da prancha da
banda desenhada, ainda inédita, “O Colega de Sevilha - uma aventura de Pitanga”. Barbeiro de luxo a domicílio, Pitanga fez a sua primeira aparição em 1985, nas páginas do extinto jornal "O Diário", protagonizando os episódios de “La Chavalita”. Para mim falar de Emerenciano (1946) é também falar do Prof. Fernando Pernes (1936 – 2010), Director Artístico e Assessor Cultural da Fundação de Serralves. Pois o Professor escreveu alguns textos sobre a obra do artista e eu tive o privilégio de os transcrever/passar para o computador. E foi através da escrita e da sua pintura que conheci o Emerenciano, ambas linguagens tão importantes no seu percurso artístico. Foram vários autores e personalidades da cultura portuguesa que escreveram sobre a sua obra, Adélio Melo, Alfredo S. Oliveira de Sousa, Arsénio Mota, E. M. de Melo e Castro, Fernando Pernes, Maria João Fernandes, Mário Cláudio, Pedro Barbosa, Rui Magalhães, Vasco Graça Moura, e entrevistado por Agostinho Santos, Fernando Pinto. O espectador, ao observar a obra de Emerenciano constata que a escrita, com os seus protagonistas, letra e palavra, estão muito presentes nas suas telas. Escrita + Pintura = Obra de Emerenciano, o que se pode confirmar aquando de uma entrevista dada, ao Fernando Pinto, do Jornal “João da Semana”, em que o artista afirma “A “Escripintura” é a matriz de um trabalho iniciado em 1973, que se transforma à medida que prospero no sentido de uma melhor consciência da realidade pessoal e social, a que não sou indiferente.” O artista é autor de vários livros de desenhos e de poesia: Escutar as Mãos (1992, com poema de Eugénio de Andrade), e “A mão tingida sobre o espelho/chão prisão do Mundo”, com prefácio de Arnaldo Saraiva, entre outros. Está representado na colecção do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e em diversas colecções em Portugal e no estrangeiro, assim como na sua cidade natal com um painel de azulejos no Furadouro e com obras na Biblioteca Municipal de Ovar. Pedro Barbosa e Maria João Fernandes, estão em sintonia quando ambos se referem a uma ideia no trabalho do artista, o de nascer. Para Pedro Barbosa, Emerenciano é o pintor da palavra que quer nascer e para Maria João Fernandes, o feto, que aparece em várias pinturas e desenhos, tem a ver com a imagem do nascimento.
O público poderá ter acesso a uma obra que está presente nesta exposição, que sugere um possível feto, sem título e datada de 2005. Trata-se de uma pintura acrílica sobre papel, que convida o visitante do museu a um retorno. A espiral, que também é o título do seu poema “Espiral-retorno”, é uma constante na obra do artista e que se refere a elas como “as minhas espirais-fechadas”. Assim como palma da mão, a mão pomba que desenha a espiral, também presente neste trabalho, e que Gilbert Lascault, afirma que estas marcas, sinais, selos, poderão ser assinaturas. Escrita figurada e assumida, justificando textos de reflexão e a poesia é o que nos espera aquando de uma visita aos trabalhos de Emerenciano. Licenciado em Arquitectura pela Unité Pedagogique D’Architecture de Bordeaux, em 1984, a obra arquitectónica de Lopes da Costa (1959) cumpre na íntegra um dos objectivos da arquitectura, o utilizador/cliente cria um elo de ligação com o espaço arquitectónico, e o percurso que fazemos nas suas obras evocam sentimentos, ideias e associações. “É perceptível no trabalho de Lopes da Costa a ânsia de manter os sentidos, todos os sentidos, despertos em permanência para a procura de novas soluções, novas propostas, novos materiais, novas formas de entender a casa”. Valdemar Cruz, in atelier d’arquitectura, J. A. Lopes da Costa. O primeiro contacto que tive com a obra de Lopes da Costa, foi através do restaurante Bazaar, no Porto, um projecto datado de 2000/02. E como cliente do espaço nunca passou despercebido o trabalho de relevo do arquitecto, e a sua preocupação de criar uma envolvência de conforto, elegância e de contemporaneidade. Das suas obras destacam-se: a Biblioteca Municipal Ferreira de Castro, em Oliveira de Azeméis, de 2000/07, trata-se de um edifício em forma de “U” em que dialoga harmoniosamente com o espaço envolvente; o Posto de Turismo e Auditório, 2004/05 no Furadouro, Ovar, o próprio Museu Júlio Dinis – Uma Casa Ovarense, onde decorre a exposição, e que as obras de reabilitação e ampliação deste imóvel datam de 2012. Salienta-se também o Lar Residencial Torre Sénior, de Santo Tirso, pelo uso da luz, do espaço aberto e dos materiais nobres como a
madeira. Trata-se de uma área triangular, com um edifício longo que se distribui paralelamente à encosta, e com um corpo perpendicular a este, onde estão o resto dos espaços. Um espaço para a terceira idade, com sessenta quartos, discoteca e piscina, e outras áreas também importantes para a instituição. O papel do arquitecto contemporâneo não é meramente o autor do projecto, “o que desenha casa”, mas o profissional responsável pelo projeto, supervisão e execução da obra. E em alguns casos autor também do equipamento e mobiliário. Dos esboços e desenhos aos estudos prévios, aos projectos de execução, licenciamento, acompanhamento de obras, planos de pormenor, memórias descritivas, operações de desenho em CAD, até à própria gestão interna do atelier, as actividades do arquitecto são em geral muito diversas. O Arquitecto Lopes da Costa, e a sua equipa no seu atelier, trabalham em prol da comunidade e de criar espaços em função da criação artística do arquitecto e do pensamento abstracto do cliente, quando este lhe pede ou os convida para criar um projecto. Ao criar um projecto de arquitectura também estamos a ajudar a criar um projecto de vida de alguém. José Rosinhas Bibliografia consultada: “atelier d’arquitectura”, J. A. Lopes da Costa «TODA A ARTE É CRÍTICA DE ARTE, TAMBÉM !», lembrando Fernando Pernes, texto da autoria de Emerenciano, a propósito da sua exposição individual, em 2010, na Olga Santos galeria. “A mão tingida sobre o espelho | Chão prisão do Mundo”, Emerenciano, Campo das Letras, 1998 “Emerenciano 10 anos de escripinturas – 1973 - 1983”. “A rua chão de escada”, Onaicnereme e Emerenciano, 1993 “Emerenciano”, catálogo da exposição na Galeria da Praça, no Porto, 1991. “Emerenciano – vinte anos de pintura – a aventura de um singo” – Árvore – Cooperativa de Actividades Artísticas, CRL, 1994 “Idade das idades – à procura do tempo que me fizeram perder”, Emerenciano – Edições Caixotim, 2001 Sítios consultados: http://www.arlindofagundes.com/bd1.htm http://www.uma-aventura.pt/ http://bloguedebd.blogspot.pt/2014/11/entrevistas-18-arlindo-fagundes.html http://entrevistasjornaljoaosemana.blogspot.pt/2012/06/emerenciano-artista-inquieto_8016.html http://www.emerenciano-art.com/ http://www.jalopesdacosta.com/ http://www.espacodearquitectura.com https://www.homify.pt/livros_de_ideias/15107/lar-residencial-torre-senior http://www.arquitectos.pt nota: por decisão do autor este texto não respeita o novo acordo ortográfico
Arlindo Terra Fagundes Nasceu a 3 de Julho de 1945 no lugar de São Donato, Ovar. Após os estudos secundários, feitos em Lisboa, no Liceu Camões, teve os primeiros contactos com as artes gráficas trabalhando nas agências de publicidade Hora e APA, enquanto frequentava os cursos de desenho e de pintura da Sociedade Nacional de Belas Artes. Em 1965, foi admitido na Escola Superior de Belas Artes do Porto, tendo-se depois transferido para a de Lisboa cujo curso de Pintura viria a abandonar, partindo para Paris onde, durante o exílio, completaria o curso de realizador de cinema no Conservatoire Libre du Cinéma Français. Regressado a Portugal em Abril de 1974, trabalhou como colaborador externo para os estúdios do Porto da RTP, fixando-se em Prado (Vila Verde) onde viria a reactivar a Olaria Ágata, criada pelos seus cunhados Aníbal Estrada e Nuno Barreto. O seu envolvimento com a cerâmica resultaria numa das etapas mais marcantes e produtivas da sua vida sem o impedir, no entanto, de manter-se activo noutras áreas das artes plásticas, nas artes gráficas e no desenho de imprensa. Em 1985, há muito fixado em Braga, estreia-se, enfim, na Banda Desenhada criando o barbeiro/herói Pitanga e a sua primeira aventura.
O conjunto das obras expostas não faz mais do que evocar a minha produção em diversas das disciplinas a que me tenho dedicado. Não se procure, pois, encontrar nele um fio condutor de carácter cronológico nem de deliberada procura estética. A diversidade das peças apresentadas deve-se obviamente à diversidade dos materiais e tecnologias utilizados mas também à motivação que presidiu à sua feitura. A coerência do conjunto é, no entanto, inegável. Porque é representativa de uma já longa e despretensiosa carreira e porque testemunha à plenitude o meu gosto confesso pela “bonecada”. A selecção das ilustrações expostas permite, sobretudo, revelar um lado menos conhecido da minha actividade nesta área. É constituída por trabalhos a cores, não destinados a publicação comercial e por isso executados ao abrigo de qualquer constrangimento. Considerando ser muito difícil numa exposição como a presente demarcar a fronteira entre Ilustração e Banda Desenhada, permito-me sublinhar o facto de uma banda desenhada não ser uma mera colecção de ilustrações mas antes a resultante de um processo narrativo em que o tempo e os ritmos são uma componente determinante. É isso que a aproxima tanto do cinema e foi por isso que. apesar da consciência das dificuldades, fiz questão de vê-la aqui representada.
foto de Play Bleu
Arlindo Fagundes
nota: por decisão do autor este texto não respeita o novo acordo ortográfico
Por fim, a cerâmica. Uma velha história começada aqui, em Ovar, num universo circunscrito ao Largo da Poça e ao início da Rua do Pinheiro, onde, cada qual com seus atributos, três figuras disputavam o meu deslumbramento: o Zé Santa, o Piquica e o Sr. António Maria (Regalado), o oleiro. Ganhava o último, claramente. Pela simpatia, pela paciência e pela magia do ofício. E, mais interesseiramente, pelos pedaços de barro que eu ia conseguindo nas visitas diárias à olaria. Não terá sido em vão, esse tirocínio infantil. Já homem maduro e longe dali, o meu reencontro com a cerâmica pareceu-me natural e até esperado. Eu estava então em Prado, paredes meias com as freguesias onde se produzia o “figurado de Barcelos”, e dispunha de uma pequena olaria há muito desactivada. Era quase impossível ter escapado à tentação de, literalmente, meter as mãos na massa e fazer bonecos de barro. Em breve, os artistas locais, a Júlia Ramalho, a Júlia Côta, o Mistério, entre outros, passariam de ídolos a mestres, de mestres a amigos e por fim a colegas. Serve esta história para justificar o cariz da minha produção cerâmica aqui presente.
Sem título (série os marinheiros), 2010 Tinta ecoline sobre papel 40x50cm Coleção Miguel Coelho
Sem título (série os marinheiros), 2010 Tinta ecoline sobre papel 33x37cm Coleção Miguel Coelho
Sem título (série os marinheiros), 2010 Tinta ecoline sobre papel 32x32cm Coleção Miguel Coelho
Senhora do Aviador, Frade e Beata, anos 80 Barro branco cozido Nº inventário - 95.1.52, 95.1.56 e 84.38.176 Coleção Museu de Olaria Município de Barcelos
O Gentleman e Senhora do Gentleman, anos 80 Barro branco cozido Nº inventário - 95.1.50 e 95.1.55 Coleção Museu de Olaria Município de Barcelos
O Alentejano e Senhora do Alentejano, anos 80 Barro branco cozido Nº inventário - 95.1.54 e 95.1.49 Coleção Museu de Olaria Município de Barcelos
O General e a Senhora do General, anos 80 Barro branco cozido Nº inventário - 95.1.53 e 95.1.51 Coleção Museu de Olaria Município de Barcelos
Jogo de Xadrez, 1984 Barro vermelho cozido, terracota e barro branco cozido Nº inventário - 86.12.1 Coleção Museu de Olaria Município de Barcelos
Presépio, não datado Barro branco cozido Coleção Miguel Coelho
Prancha da Banda desenhada, ainda inĂŠdita, O Colega de Sevilha -uma aventura de Pitanga argumento e desenho de Arlindo Fagundes e cor de JosĂŠ Pedro Costa
Emerenciano Rodrigues Nasceu em Ovar. Tem o curso de Pintura Decorativa da Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis do Porto. Licenciatura em Artes Plásticas pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, instituição que lhe concedeu ainda um subsídio de investigação e outro de viagem de estudo que realizou a Paris. A partir de 1973 define por aproximação à escrita a sua pintura, desde então o seu percurso é orientado pela motivação da escrita, a escrita figurada e assumida, justificando textos de reflexão e a poesia. Em 1980 iniciou a participação regular em exposições internacionais de Arte-Postal e de Poesia Visual, aceitando os convites que lhe foram dirigidos, e a motivação constituiu factor suficiente de realização. Expôs com regularidade em Portugal e tem participação ao longo do tempo em exposições colectivas também em outros países. Seria demasiado extensa a referencia às exposições individuais que realizou, e o mesmo sucederia com as exposições colectivas, destas, pela sua importância, entre outras, salientam-se: 1972 – 1ª Bienal Nacional dos Artistas Novos – Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão. 1981 – Llibres d’Artista/Artist’s Books – Galeria Metrónom, Barcelona, Espanha. 1983 – 17ª Bienal de São Paulo – São Paulo, Brasil. 1986 – III Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. 1988 – 5e Biennal der Europaischen Grafik Heidelberg – Heidelbergue, Alemanha. 2007 – 50 Anos de Arte Portuguesa – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. 2010 – Quarta Bienal Internacional do Livro de Artista – Biblioteca de Alexandria, Egipto; 2013 – Artistes-Poètes, Poètes-Artistes Poésie et arts visuels du XXè siè cle au Portugal – Centre Calouste Gulbenkian – Paris, França. Em 2000, em representação da Câmara Municipal de Ovar, participou num Plenário Internacional de Artistas que decorreu na cidade de Pernik - Bulgária. A bibliografia também é significativa, de livros sobre e do próprio autor, a que se podem juntar alguns livros que ilustrou Está representado em coleções públicas e privadas.
Percebi o meu começo depois de um curso de pintura e fui professor, condição de que não me liberto, é impossível, investi bastante no homem, ou no filho que o sustenta. Sou filho de mim mesmo, tenho esta percepção, e a designação de artista plástico parece-me desajustada da realidade pragmática como recomeço permanente da vida depois de todas as traições. A primeira traição desviou-me do sonho para fazer algo que está entre as imagens e as palavras, prossigo a aprendizagem, e fazendo jus à condição do homem como animal político, a Obra não pode deixar de ser Impura Atitude sobre o que vai e vem: o puro dizer difícil de dizer, entre o silêncio como forma de demissão, porque é sensato, e a liberdade do grito, porque é oportuno. A dicotomia apresentada liga-se à possibilidade de falar sempre a propósito, a propósito das perplexidades que a vida provoca, também, por isso, em resumo, o que objectivamente está em causa quando raciocino, é a abertura desejável para a construção de um mundo diferente daquele que existe..
Emerenciano
nota: por decisão do autor este texto não respeita o novo acordo ortográfico
Sem título, 2002 Tinta da china sobre papel 29x20,5cm Coleção do artista
Sem título, 2002 Tinta da china sobre papel 29x20,5cm Coleção do artista
Sem título, 2002 Tinta da china sobre papel 29x20,5cm Coleção do artista
Sem título, 2002 Tinta da china sobre papel 29x20,5cm Coleção do artista
Sem título, 2003 Acrílico sobre papel 36x26cm Coleção do artista
Sem título, 2004 Acrílico sobre papel 36x26cm Coleção do artista
Sem título, 2005 Acrílico sobre papel 36x26cm Coleção do artista
Sem título, 2005 Acrílico sobre papel 36x26cm Coleção do artista
Sem título, 2007 Acrílico sobre tela 100x100cm Coleção do artista
Sem título, 2009 Acrílico sobre tela 100x100cm Coleção do artista
Auto Retrato, 1997 Acrílico sobre madeira com tesoura e caneta 30,5x41cm Coleção do artista
José António Lopes da Costa Nasceu em Ovar em 1959. Licenciado em Arquitectura pela Unité Pedagogique D’Architecture de Bordeaux, em 1984. Estagiou no Rio de Janeiro no Atelier Sérgio Bernardes e Associados. Colaborou na elaboração do Plano Director Municipal de Santa Maria da Feira e na Coordenação do Plano Director Municipal de Vale de Cambra. Exerce em Atelier próprio, em Ovar, tendo ganho o 1º prémio em variados concursos, entre os quais o Mercado de Cucujães, o arranjo urbanístico da Marginal do Furadouro com Philippe Berdet, as Bibliotecas de Vale de Cambra, Monção, Estarreja e Oliveira de Azeméis, a Estação Central de Camionagem de Vale de Cambra e os projectos da Quinta da Várzea em Coimbra, os projectos da sub-fase B da cooperativa Habitovar em Ovar, os projectos dos blocos de apartamentos para a “Quinta do Brinçal”, Golden Eagle Golf Club, em Campo Maior e o novo Edifício sede da Ferpinta, com Tiago Meireles. Foi ainda premiado com o 2º prémio nos concursos para a elaboração do projecto da Casa das Artes de Ovar, da Academia de Música de S. João da Madeira e do Centro de Artes de Águeda e com o 3º prémio no concurso para o novo edifício da Câmara Municipal de Vale de Cambra, todos com Tiago Meireles. Recebeu o Prémio de Arquitectura Januário Godinho, com a habitação João Sintra Coelho em Ovar, com Rui Ventura. Desenvolveu o Plano de Pormenor do Parque Desportivo de Aveiro e os projectos de Arranjos exteriores da área envolvente ao Estádio Municipal de Aveiro, para o Euro 2004. Elaborou projectos e tem obra realizada em vários países, nomeadamente França, Itália, Alemanha, Suíça, Croácia, Brasil e Moçambique. Fez parte desde 2006 até 2011 da direcção do NAAV (Núcleo de Arquitectos de Aveiro). Participou em várias exposições colectivas e em conferências em Portugal e no estrangeiro. Tem o seu trabalho publicado em monografia, bem como em várias revistas e sites da especialidade.
4 + 4 (quatro casas + quatro equipamentos)
Lopes da Costa
Os projectos presentes nesta exposição reflectem 2 realidades distintas ambas muito presentes no atelier. As casas, resultantes da encomenda privada e da grande proximidade ao cliente e os edifícios públicos resultantes de concurso ou de seleção por convite. Estas 4 casas e estes 4 equipamentos, representam alguma dessa encomenda construída nos últimos anos em geografias, programas e escalas distintos. Os projectos dependem sempre do contexto e do cliente (sobretudo as casas), mas em todos eles há uma procura de intimidade e recato do exterior, de modo a que os espaços se revelem e surpreendam quando neles se entra. Embora muito diferentes, há nestes projectos um traço comum de pragmatismo e de funcionalidade de um olhar que sem esquecer o poético e o belo se pretende objectivo e atento. São quase sempre marcados por traçados reguladores suportados sobretudo na planta e no gosto pelos alinhamentos. São normalmente marcados pela luz natural que funciona como elemento escultórico. O jogo de volumes, que às vezes deslizam uns sobre os outros, os cheios e os vazios o uso dos materiais para diferenciação cromática e as transparências são normalmente traços comuns a estes projectos. A procura da escala e do conforto doméstico, mesmo nos equipamentos públicos é outra constante nesta forma de projectar. A distância ao objecto que o recuo e o lugar normalmente proporcionam e a presença dos planos de água, nas piscinas e nos lagos, remetem para a paisagem ribeirinha da ria e da beira-mar, como um espelho que reflete a obra. nota: por decisão do autor este texto não respeita o novo acordo ortográfico
Casa V.A. , Torreira atelier d´arquitectura | j.a.lopes da costa
Casa J.D. , Leça do Balio atelier d´arquitectura | j.a.lopes da costa
Casa S.G. , Oliveira de Azeméis atelier d´arquitectura | j.a.lopes da costa
Casa P.l. , Anadia atelier d´arquitectura | j.a.lopes da costa
MUS JÚL DIN
Biblioteca Ferreira de Castro, Oliveira de Azeméis atelier d´arquitectura | j.a.lopes da costa
Museu Júlio Dinis - Uma Casa Ovarense, Ovar atelier d´arquitectura | j.a.lopes da costa
Lar residencial Torre Sénior, Santo Tirso atelier d´arquitectura | j.a.lopes da costa
Escola Macedo Fragateiro, Ovar atelier d´arquitectura | j.a.lopes da costa
Museu Júlio Dinis - Uma Casa Ovarense Rua Júlio Dinis, 81 | 3880-238 Ovar Tel: 256 581 300/ 78 | email: museujuliodinis@cm-ovar.pt Ter. a Sáb das 9h30 12h30 e das 14h00 às 17h00, encerra domingos, segundas e feriados
ovar acontece Câmara Municipal de Ovar | Praça da República | 3880-141 Ovar Tel: 256 581 300| email: gapresidencia@cm-ovar.pt www.cm-ovar.pt câmara municipal de ovar
MUSEU JÚLIO DINIS
EXPOSIÇÃO C O L E T I V A Arlindo Fagundes Emerenciano Lopes da Costa 14mai > 18jul 2015
museu júlio dinis
Arlindo Fagundes
Lopes da Costa
Emerenciano
Museu Júlio Dinis - Uma Casa Ovarense Rua Júlio Dinis, 81 | 3880-238 Ovar Tel: 256 581 300/ 78 | email: museujuliodinis@cm-ovar.pt Ter. a Sáb das 9h30 12h30 e das 14h00 às 17h00, encerra domingos, segundas e feriados
ovar acontece Câmara Municipal de Ovar | Praça da República | 3880-141 Ovar Tel: 256 581 300| email: gapresidencia@cm-ovar.pt www.cm-ovar.pt câmara municipal de ovar