Entrevista do Presidente da RTA ao Diário Económico

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Hotéis do Algarve com 17 milhões de dormidas em 2015

03-02-2016 Paulo Figueiredo

ID: 62962911

Tiragem: 13685

Pág: 19

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Diária

Área: 26,00 x 30,44 cm²

Âmbito: Economia, Negócios e.

Corte: 1 de 1

Os proveitos globais da hotelaria do Algarve deverão ter atingido os 750 milhões de euros no final de 2015.

Turismo Hotéis no Algarve contribuem com mais de 750 milhões de euros para a economia. A meta até 2018 é captar mais e novos turistas. Dírcia Lopes dircia.lopes@economico.pt

Numa altura em que o turismo continua a dar provas de crescimento a região algarvia assume que é um dos principais factores deste sucesso. Em entrevista ao Diário Económico, o presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, não tem dúvidas que “o Algarve é o principal destino turístico do País” e socorre-se do desempenho da região em 2014 e 2015 para provar esta convicção. Depois de, em 2014, o Algarve ter contabilizado mais de 16 milhões de dormidas, Desidério Silva revela que “a tendência para 2015 é de crescimento”. “Os dados até agora apurados apontam para cerca de 17 milhões de dormidas na região.” No que se refere aos proveitos globais da hotelaria do Algarve, os últimos dados oficiais até Novembro do ano passado situavam-se em 744,3 milhões de euros. No entanto, com base nestes dados, a RTA antecipa que tenha ultrapassado os 750 milhões de euros no final de 2015. Face a este desempenho e “tendo em conta que a hotelaria algarvia contribui com mais de 750 milhões de euros por ano para a economia nacional”, a mesma fonte confirma a “importância do Algarve para o crescimento do turismo em Portugal”. No que se refere aos países que têm impulsionado este crescimento, Desidério Silva destaca que os “principais mercados

A prioridade é criar uma oferta turística diversificada para que os meses de época baixa tenham maior ocupação.

emissores em termos de dormidas, por ordem de importância são o Reino Unido, Holanda, Irlanda e Espanha”. Nesta lista, o presidente da RTA sublinha que o “mercado francês tem vindo a registar um crescimento notório”. Isto porque, em 2014, este mercado foi responsável por mais de meio milhão de dormidas no Algarve, o que corresponde a mais 20% do que no ano anterior. “Em 2015 seguiu a mesma tendência e ultrapassou as 600 mil dormidas”. A estratégia definida é de continuar a captar mais turistas. Para tal, a RTA “definiu um Plano de Marketing estratégico para o período entre 2015 e 2018 que tem como principal prioridade a captação do maior número de turistas”. De acordo com Desidério Silva, e com base neste plano, os eixos de actuação passam pela “diversificação da oferta turística da região de modo a combater a sazonalidade, a melhoria das acessibilidades e das ligações aéreas, e ainda a qualificação da mão-de-obra”. Isto porque a prioridade “é criar uma oferta turística diversificada para que os meses de época baixa tenham uma maior taxa de ocupação”, diz o presidente da RTA que sublinha ainda que houve necessidade de “olhar para as potencialidades da Região, estruturá-las e promovê-las de modo a fazer do Algarve um destino para todo o ano”. Para concretizar esta meta, a RTA apostou em novos produtos turísticos, como o turismo de natureza e o desportivo, a gastronomia e vinhos, o auto-caravanismo, entre outros. No terreno continua o trabalho de “melhoria das acessibilidades e abertura de novas rotas aéreas que têm tido um papel fundamental na atracção de novos e mais turistas para o Algarve”. ■

QUATRO PERGUNTAS A... ciente ou ainda há espaço para novos projectos?

DESIDÉRIO SILVA Presidente da Região de Turismo do Algarve

“O Algarve precisa de uma oferta inovadora” O presidente da RTA aplaude o Plano Estratégico Nacional do Turismo definido até 2020, mas espera que sejam introduzidas novas medidas que continuem a impulsionar a actividade turística e a valorização das entidades regionais de turismo.

A hotelaria continua a investir em termos de oferta turística. A existente no Algarve é sufi-

Haverá sempre espaço para novos bons projectos e a hotelaria da Região ainda tem campo para crescer. No entanto, a questão prende-se efectivamente em adaptar a oferta existente às novas exigências dos turistas e do mercado. O Algarve precisa de uma oferta inovadora, e as unidades existentes têm cada vez mais necessidade de serem requalificadas e reajustadas à realidade actual e à procura. A Região precisa ainda de investir em novos segmentos, como é o caso do turismo acessível. Neste âmbito, organizámos no final de Novembro um encontro que visou sensibilizar os agentes hoteleiros da região para a importância das infraestruturas e serviços ajustados às necessidades deste segmento, tendo em conta que o turismo acessível é responsável por mais de 780 milhões de viagens anuais de pessoas com necessidades especiais na União Europeia, número que pode crescer para os 862 milhões em 2020.

O anterior Governo delineou um documento estratégico

para o sector do turismo até 2020. Faz sentido a actual secretaria de Estado de Turismo seguir esse plano estratégico? O Plano Estratégico Nacional do Turismo contém ideias interessantes e medidas assertivas. A RTA espera que estes aspectos positivos do PENT se mantenham no futuro e que sejam introduzidas novas medidas que continuem a impulsionar a actividade turística e a valorização das entidades regionais de turismo.

Quais os mercados-alvo a que se destina o novo vídeo promocional da RTA? Quanto investiram? Lançámos no final de 2015 um novo filme promocional «Algarve. Partilha o segredo…» dirigido ao mercado interno alargado, portugueses e espanhóis. E por isso, o filme está disponível nas duas línguas, e será divulgado nas acções promocionais da RTA, como a BTL e a Fitur, as maiores feiras de viagens da Península Ibérica. Quanto à questão do investimento, pode dizer-se que foi reduzido comparado com o grande sucesso que está a ter ‘online’. D.L.


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