Pelos trilhos fora

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13-04-2017

Tiragem: 93360

Pág: 38

País: Portugal

Cores: Preto e Branco

Period.: Semanal

Área: 18,00 x 27,00 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 1 de 13

PELOS

trilhos

FORA

Percursos, trilhos, passadiços, caminhadas, rotas grandes e pequenas… Nos últimos anos todo um novo léxico entrou nas conversas dos portugueses, que com ele descobriram um País surpreendente, feito de paisagens únicas. Passo a passo, foi também surgindo um outro tipo de oferta turística, mais local e sustentável MIGUEL JUDAS


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País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

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Âmbito: Interesse Geral

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Rio de Frades Um dos muitos trilhos existentes no Arouca Geopark

LUÍS QUINTA

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A

Apesar dos muitos e longos quilómetros já percorridos a pé, pelos montanhosos trilhos dos Alpes, Myriam Rüfenacht precisou de uma manhã para recuperar da caminhada que fez no dia anterior, ao longo das dunas e falésias entre a Zambujeira do Mar e Odeceixe, em mais uma etapa ao longo da Rota Vicentina. “Custa muito caminhar na areia, especialmente para quem está habituado a fazê-lo na montanha”, desabafa a agente de viagens suíça, enquanto preguiça à beira da piscina das Casas do Moinho, uma unidade de Turismo de Aldeia, situada na zona alta de Odeceixe. Myriam, 50 anos, está a caminhar há quatro dias. Começou em Porto Covo e vai até Aljezur, pernoitando, a cada noite, num local diferente. Veio de férias com o companheiro, Daniel, também ele a trabalhar no turismo, e aproveitou para fazer trabalho de casa. É uma das responsáveis de vendas, no seu país, da agência de viagens Olimar, uma das maiores da Europa, e quis ver com os próprios olhos – e sentir nas pernas! – o território para onde envia tantos dos seus clientes. “A Costa Vicentina já é muito conhecida na Europa”, diz Myriam, que não poupa elogios à comida e ao clima, como é comum, mas também à “limpeza e à preservação” deste pedaço de costa “muito bonito e quase virgem”, como já “é raro encontrar”.

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Âmbito: Interesse Geral

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TIAGO MIRANDA

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Pág: 40

TIAGO MIRANDA

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OS “GOLFISTAS” DA COSTA VICENTINA

Myriam e Daniel são apenas uma gota no imenso oceano da Rota Vicentina, que transformou num “novo verão” as chamadas épocas baixas da primavera e do outono. Um pouco mais acima, na Azenha do Mar, no restaurante com nome do pequeno porto de pesca perto da Zambujeira do Mar, a sala de refeições ainda espera pelos clientes que aqui vêm em busca do afamado (e barato) arroz de marisco. Já na esplanada, quase não há mesas para os grupos que chegam de mochila às costas e bastões na mão, para retemperar forças com uma refeição ligeira e seguir caminho, trilho fora. Há quem beba galões e coma torradas, enquanto outros pedem rodadas de cerveja e preferem provar salada de polvo ou de ovas. Gostos à parte, o certo é que esta nova clientela veio dar uma nova dinâmica à economia local. Há até quem já lhes chame os “golfistas” da Costa Vicentina. Segundo Marta Cabral, 41 anos, presidente da Associação Rota Vicentina, passam por estes trilhos qualquer coisa como “90 mil a 100 mil caminhantes por ano”, que deixam na região, em média, “cerca de 500 euros por pessoa”. Um “número 40

VISÃO 13 ABRIL 2017

Arnaldo Couto Criou, na Rota Vicentina, um serviço hoteleiro especial para os caminhantes

apurado empiricamente”, assume, mas ainda assim correspondente com as expectativas “altíssimas” que estiveram na origem deste projeto. Dentro em breve, os cálculos empíricos serão substituídos por uma monitorização dos caminheiros, instalando contadores em locais-chave do percurso. Em diferentes épocas do ano, está também prevista a presença de equipas no terreno, em todas as etapas, de forma a avaliar o perfil dos caminhantes. “Precisamos de perceber quem são as pessoas que nos visitam, como se comportam e que impacto têm a nível social”, sustenta Marta Cabral. Enquanto associação financiada pelas quotas dos sócios, que são cerca de 170 empresas, o objetivo inicial da Rota


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TIAGO MIRANDA

Trilho de Matacães Uma das rotas populares da Greentrekker, uma empresa fundada por três sócios há cinco anos e que hoje já conta com 17 guias para caminhadas

Daniel e Myriam O casal suíço elogia a costa "quase virgem", difícil de encontrar no resto da Europa

3763 565 km

Número de quilómetros de trilhos pedestres homologados em Portugal, correspondendo a 261 percursos

Dimensão do maior trilho, o da Grande Rota das Aldeias Históricas de Portugal, na Região Centro

Vicentina era o de combater a sazonalidade e distribuir os visitantes pelo território. “Tem de ser economicamente viável e as caminhadas são o meio para o conseguir”, sustenta Marta. O mais difícil já foi conseguido, ao envolver num objetivo comum dois campos habitualmente opostos, como é o caso dos ambientalistas e dos operadores turísticos. “Trata-se de um projeto a longo prazo, que ajudou a determinar o futuro. E este passa pelo turismo de natureza, provámos que isso era possível.” Em paralelo com os dois grandes percursos, têm sido também desenvolvidos algumas rotas circulares, que permitem diversificar o aproveitamento da região. “São caminhos que não necessitam de grande preparação logística e aproveitam a notoriedade da rota para promover outras atividades, como o surf, a BTT e os passeios em burros”, sustenta a dirigente, revelando que, para o futuro, está também prevista a promoção de experiências relacionadas com elementos identitários da região, como o pão, a cortiça e a pesca. “Queremos envolver ainda mais a população, porque isto não é só para caminhar.” Outra vitória da Rota Vicentina, no cada vez mais competitivo mercado internacional das caminhadas, foi o de se ter conseguido afirmar pela experiência e não tanto pelo preço. “Não somos uma região low-cost”, alerta Marta, “temos um nível de serviços muito qualificado”. É tempo de voltar às Casas do Moinho, o empreendimento de Turismo de Aldeia que o portuense Arnaldo Couto, 43 anos, e um dos membros fundadores da Rota Vicentina, abriu há cerca de sete anos em Odeceixe. “O projeto foi inicialmente pensado para férias, mas o sucesso da Rota Vicentina obrigou-nos a mudar o paradigma”, diz Arnaldo, que às nove suítes iniciais se viu obrigado a acrescentar outros cinco quartos, “numa lógica mais de bed and breakfast”, numa casa próxima, recuperada para o efeito. “Quem caminha quer apenas um bom quarto e um bom duche, que lhe permita descansar para seguir caminho no dia seguinte. Começámos a ter uma enorme procura de estadas de uma ou duas noites e decidimos apostar também nesse segmento”, diz. Não se pense, no entanto, que estamos perante mais um hostel: a pernoita custa em média 80 euros e dá acesso a todas as mordomias incluídas nas suítes, como a piscina panorâmica e o pequeno-almoço tardio, reforçado com produtos regionais. “Todos fomos obrigados a readaptar-nos, até o mercado de táxis cresceu na região”, admite Arnaldo, que passou, também ele, a ter de se preocupar com uma nova logística, como o transporte de bagagens até ao alojamento seguinte ou a preparação de merendas para o caminho. “Provámos que era possível e agora até já temos o apoio do Turismo de Portugal e das regiões de turismo do Alentejo e do Algarve, na promoção das caminhadas.” ALGARVE ALÉM DO SOL E DA PRAIA

Um dos modelos da Rota Vicentina foi a Via Algarviana, uma grande rota que atravessa o Algarve de lés a lés, desde Alcoutim até ao cabo de São Vicente, ao longo de cerca de 13 ABRIL 2017 VISÃO

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CAMINHADAS ENTRE AMIGOS

Numa manhã de sábado, são cerca de 30 as pessoas que se reúnem à entrada da histórica Quinta da Lapa, perto de Torres Vedras, para uma caminhada de 12 quilómetros pelo trilho de Matacães. Muitos já se conhecem, como se comprova pelos calorosos cumprimentos. Outros, mais tímidos, vêm pela primeira vez, como é o caso de Luís Neves, um soldador de 40 anos. Chega com Arken, um pastor belga que o costuma acompanhar nos passeios pela zona da serra de Montejunto, onde reside. É a sua estreia numa caminhada organizada pela Greentrekker, uma das empresas mais ativas nesta área em Portugal – não só pela quantidade mas também pela variedade. “Sempre gostámos de fazer caminhadas e havia a todo o momento amigos que pediam para nos acompanhar. A dada altura já eram os amigos dos amigos e decidimos fazer desta paixão um negócio”, conta João Sá Nogueira, 50 anos, um dos três 42

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Âmbito: Interesse Geral

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TIAGO MIRANDA

300 quilómetros. O projeto, totalmente pioneiro em Portugal, teve início ainda nos anos 1980, quando a Associação Almargem começou a dar a conhecer o património da serra algarvia… a caminhar. No final da década seguinte, começou-se pela primeira vez a falar na possibilidade de criar uma grande rota, aproveitando os ancestrais caminhos de São Vicente, por onde, ainda no tempo dos árabes, ocorria uma peregrinação das gentes do baixo Guadiana e da serra ao cabo de São Vicente, para venerar as ossadas do santo padroeiro de Lisboa. “A candidatura avançou em 2002 e foi aprovada dois anos mais tarde, através de uma linha de financiamento de combate à desertificação”, recorda João Ministro, 42 anos, sócio da Almargem e na altura o coordenador do projeto. “Passei muitas horas no campo, a ver percursos e sinaléticas, mas também a sensibilizar os habitantes das aldeias, para perceberem quem eram esses caminhantes que para aí vinham”, lembra com humor. A inauguração da Via Algarviana acabou por acontecer em 2009, mas os caminhantes chegaram muito mais cedo. “Três anos antes, já havia gente nos trilhos”, adianta João, atualmente um dos responsáveis pela Proactivetur, uma agência de viagens vocacionada para o ecoturismo, que só no ano passado trouxe ao Algarve mais de 500 pessoas, só para caminhar na Via Algarviana. A maioria, casais acima dos 50 anos, do Centro e do Norte da Europa e que vem “autoguiado”, ou seja, sem guia, mas munido de material informativo sobre o percurso. De acordo com João Ministro, “há também cada vez mais gente em autonomia”, especialmente nos últimos dois anos. E até já há quem tenha vindo morar para a serra, como é o caso de Nuno Pires, que desistiu de uma carreira como chefe de cozinha, num luxuoso restaurante da Quinta do Lago, para regressar a Barranco do Velho, a sua terra natal, onde deu nova vida ao restaurante A Tia Bia, em tempos uma verdadeira instituição na Estrada Nacional 2, quando esta via era uma das principais ligações entre o Algarve e Lisboa. Seguindo mais para o interior, chega-se ao Ameixial, que desde há cinco anos recebe o Ameixial Walking Festival, já considerado um dos melhores da Europa e que transformou a pequena aldeia numa espécie de capital algarvia das caminhadas. O “culpado” é, mais uma vez, João Ministro, que se inspirou nos festivais ingleses de caminhadas para mostrar “um outro Algarve, esquecido e desconhecido”. Este ano realiza-se de 28 de abril a 1 de maio.

País: Portugal

JOSÉ CARLOS CARVALHO

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JOSÉ CARIA

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4 RAZÕES PARA CAMINHAR EXPLICADAS PELA CIÊNCIA

1 Reduz o risco de doenças cardíacas em 9,3%., segundo um estudo da Associação Americana do Coração 2 Estimula a atividade do pâncreas e do fígado, ajudando, assim, a combater o colesterol mau e a diabetes, segundo um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard. 3 Aumenta a absorção de cálcio pelos ossos e combate a osteoporose, informa o Departamento de Saúde dos EUA. 4 Liberta endorfina, hormona que cria sensação de bem-estar, além de ajudar na memória e no sistema imunológico, segundo um estudo da Universidade de Oxford.


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País: Portugal

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Âmbito: Interesse Geral

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PERTO DE 100 MIL CAMINHANTES PERCORREM, POR ANO, A ROTA VICENTINA, AO LONGO DO LITORAL ALENTEJANO E ALGARVIO

D.R.

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Tiragem: 93360

sócios. Iniciaram a empresa há cerca de cinco anos e não se arrependem. Aliás, não só se dedicam a tempo inteiro a esta atividade como já contam com cerca de 17 colaboradores para os diferentes tipos de caminhadas que organizam. “Temos temáticas culturais, passeios fotográficos, roteiros de street art e sessões de meditação”, revela João. A cada fim de semana, organizam entre seis a oito caminhadas, com preços entre os 10 e os 15 euros, a que se juntam mais quatro saídas mensais, como são chamadas as que implicam pernoita, que “tanto pode ser feita num hotel de 4 estrelas como a bivacar”. Que é, como quem diz, ao relento. “Neste momento, os passadiços e as travessias estão na moda, mas não há propriamente uma tendência, o que nos obriga a ser muito diversificados na oferta”, explica João Sá Nogueira, enquanto espera pelos retardatários. É ele quem normalmente faz o reconhecimento no terreno e, por vezes, têm de se “descobrir caminhos até debaixo das pedras”. É caso do trilho de Matacães, em que um percurso municipal, devidamente marcado, deriva na parte final para um caminho “bem mais bonito”, com vista para o vale e para as quintas, como explica João no briefing inicial, tantas vezes ouvido por Carla Chu, uma das clientes mais antigas da Greentrekker. “Foi um amigo que me convidou, em 2011, não sabia ao que ia e quando dei por mim estava a descer até à Praia da Ursa”, recorda a diretora de marketing de 48 anos. Tomou-lhe o gosto e, a partir daí, não parou mais: “Faço cerca de 40 caminhadas por ano com a Greetrekker e trago sempre alguém novo.” Desta vez veio acompanhada pelos irmãos, Sandra e Carlos, ambos em estreia nestas andanças. Começa a caminhada e Arken, fiel aos seus instintos de cão pastor, assume logo a dianteira do grupo. Numa primeira paragem, a bancária Ana Cristina Pereira, 47 anos, distribui pastéis de nata por quem está à volta. “É uma tradição, para nos dar energia para o caminho”, explica com humor, perante o riso das amigas. Entre elas está a engenheira química Ana Sofia Coelho, 48 anos. Foi ela quem as desafiou a entrar nesta coisa das caminhadas. São quatro e vêm sempre juntas, mas entretanto o grupo ganhou mais um elemento masculino. “Foi a 16 de janeiro de 2016”, precisa Ana Sofia, recordando o dia em que, numa caminhada no Alto Alentejo, quando ambos atravessavam a ponte de Belver, conheceu Carlos Cunha, um preparador de carpintarias de 47 anos – hoje seu namorado. O início de um (outro) caminho. 13 ABRIL 2017 VISÃO

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14 rotas

AO NATURAL

Uns são fáceis, com poucos quilómetros, e outros longos, que demoram vários dias a percorrer. Mas há uma característica comum em todos estes trilhos: permitem descobrir, de uma forma única, algumas das mais belas paisagens de Portugal

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País: Portugal

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Área: 18,00 x 27,00 cm²

Âmbito: Interesse Geral

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País: Portugal

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Âmbito: Interesse Geral

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Primeiros passos nível baixo

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ECOPISTA DO RIO MINHO

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ROTA DOS FÓSSEIS

Valença – Monção

Idanha-a-Nova

PONTO DE PARTIDA: Casa da Linha, Ponte Seca

PONTO DE PARTIDA E DE CHEGADA:

Largo da igreja de Penha Garcia DISTÂNCIA: 3 km

(Valença)

PONTO DE CHEGADA: Lugar da Barca, Lodeira

(Monção) DISTÂNCIA: 17 km

Inaugurado em 2004, foi um dos primeiros percursos, a nível nacional, a aproveitar uma antiga linha férrea para fins turísticos. Dois anos depois, foi considerada a quarta melhor ecopista da Europa, graças a um percurso sempre junto ao rio Minho, permitindo visitar diversos monumentos e locais de interesse histórico e cultural, como o Museu Ferroviário e o Centro de Interpretação da Ecopista, em Valença, o Mosteiro Beneditino de Ganfei, o Cemitério Medieval e o Cruzeiro do Adro Velho, a Torre de Menagem de Lapela, os antigos postos aduaneiros e a porta de Salvaterra, por onde se entra para o centro 1 histórico de Monção. Para lá de proporcionar vistas únicas sobre 2 o rio, a ecopista passa ainda por locais de grande interesse paisagístico e ambiental.

Ao olhar, desde a muralha do velho castelo de Penha Garcia, para as escarpadas arribas circundantes, dificilmente imaginará que, em tempos, todo este território esteve submerso por um mar pouco profundo. A prova está lá em baixo, no vale, nos fósseis com cerca de 500 milhões de anos. O percurso segue o desfiladeiro escavado pelo rio Pônsul, que cai em pequenas cascatas, até acalmar numa convidativa piscina fluvial com deck de madeira sobre o vale. Esta pequena rota assume-se assim como uma viagem no tempo, até aos primórdios da vida, ao longo de um dos principais tesouros do Geopark Naturtejo, que tem atraído até esta pequena aldeia beirã, entre muitos outros visitantes, paleontólogos e cientistas de 3 todo o mundo.

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PASSADIÇOS DO PAIVA

PARQUE LINEAR RIBEIRINHO DO ESTUÁRIO DO TEJO 4

Arouca

PONTO DE PARTIDA E CHEGADA: Espiunca

JOEL SANTOS

DISTÂNCIA: 17 km

Vila Franca de Xira

Ao todo, são 17 quilómetros (ida e volta) de passadiços de madeira, a serpentear por árvores e rochas, por vezes suspensos em falésias ou sobre pequenos desfiladeiros, sempre ao longo da margem esquerda do Paiva, considerado o rio mais selvagem de Portugal. Tem início na aldeia de Espiunca, junto à praia fluvial, e o troço inicial é em linha reta e quase plano, o que permite apreciar a paisagem sem grande esforço. Mais ou menos a meio, fica a praia fluvial do Vau, acessível através de uma ponte suspensa. Prossegue-se então para o troço mais espetacular do percurso, que contorna a grande garganta do Paiva e após a qual é necessário vencer cerca de 500 degraus, até a um miradouro, a quase 300 metros de altitude, com vista panorâmica sobre toda a região. A partir daqui é sempre a descer, até à praia do Areinho, onde muitos voltam novamente para trás, até ao ponto de partida.

PONTO DE PARTIDA E CHEGADA:

Parque Linear Ribeirinho DISTÂNCIA: 5,5 km

Até há pouco tempo, esta área era uma lixeira. Tudo mudou com a construção de dois parques urbanos ribeirinhos, que incluem mais de 5 000 metros de trilhos pedonais e cicláveis entre a ribeira da Verdelha, em Alverca, e o cais setecentista da Póvoa de Santa Iria. O centro nevrálgico de toda esta enorme área de lazer é o Parque Linear Ribeirinho do Estuário do Tejo. Daqui parte o Trilho do Tejo, um percurso pedonal de madeira, suspenso sobre estacas, que acompanha, ao longo de 700 metros, a margem do rio em direção a nascente. No sentido oposto, o Trilho da Póvoa conduz ao Parque Urbano da Póvoa de Santa Iria, uma área de sete hectares, com zonas de lazer e o núcleo museológico dedicado às tradições avieiras. 13 ABRIL 2017 VISÃO

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Pág: 46

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 18,00 x 27,00 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 9 de 13

Elevar a experiência nível médio

OLHOS DE ÁGUA DO ALVIELA 5

Alcanena

PONTO DE PARTIDA E DE CHEGADA:

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PEDRO MONTEIRO

Situada na orla do Maciço Calcário Estremenho, a nascente que dá nome a este percurso é uma das mais importantes de Portugal. Aqui, na base de uma escarpa, nasce o rio Alviela, num local conhecido por Olhos de Água, donde, desde 1880, é feito o abastecimento de água para Lisboa. A água, originária da chuva, infiltra-se no Planalto de Santo António e é conduzida até este local por uma complexa rede de galerias subterrâneas. O trilho percorre parte da ribeira dos Amiais, um pequeno afluente do Alviela, que a dada altura desaparece no meio da rocha, continuando o seu curso num leito subterrâneo (observável através de uma janela cársica) até reaparecer à superfície, algumas centenas de metros à frente. Ao longo do trajeto são ainda visíveis grutas, há muito abandonadas pela água, que hoje servem de abrigo a cerca de uma dezena de espécies protegidas de morcegos, razão pela qual o acesso às mesmas está interdito.

VASCO CELIO/STILLS

Olhos de Água do Alviela DISTÂNCIA: 2 km

FISGAS DO ERMELO

Vila Real

PONTO DE PARTIDA E DE CHEGADA: Ermelo

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VISÃO 13 ABRIL 2017

JOSÉ CARIA

JOSÉ CARIA

No ponto de encontro entre Douro, Minho e Trás-os-Montes, este trilho reúne o melhor destas três regiões, num pequeno paraíso natural situado entre os concelhos de Mondim de Basto e de Vila Real, conhecido como serra do Alvão. Trata-se de um cenário natural único, que pode ser explorado e apreciado através deste percurso, com início na aldeia de Ermelo, uma das mais antigas de Portugal. Sempre junto às margens do Olo, acompanha-se a mudança da paisagem, cada vez mais selvagem, à medida que o rio prossegue o seu caminho através de apertadas gargantas, até se precipitar, montanha abaixo, de uma altura de cerca de 400 metros, nas Fisgas do Ermelo, numa das maiores quedas de água da Europa.

D.R.

DISTÂNCIA: 12 km


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13-04-2017

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Tiragem: 93360

Pág: 47

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 18,00 x 27,00 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 10 de 13

TRILHOS DO CONHAL

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Nisa

PONTO DE PARTIDA E DE CHEGADA: Arneiro

Marvão

DISTÂNCIA: 11 km

PONTO DE PARTIDA E DE CHEGADA: Portagem

Uma aldeia piscatória no Norte do Alto Alentejo, com barcos e redes de pesca nas ruas, não é a imagem mais usual, mas é deste improvável cenário que parte um dos mais belos trilhos do País. O ponto de partida fica situado mesmo no centro da localidade de Arneiro, também conhecida pela imensa escombreira de seixos rolados, resultante da exploração do ouro de aluvião pelos romanos – o “conhal”, que dá nome ao trilho. O caminho percorre em seguida parte da serra de São Miguel, continuando depois até ao topo sul do monumento natural das Portas de Ródão, onde se pode apreciar, bem de perto, o majestoso voo dos muitos grifos que ali nidificam. O regresso à aldeia faz-se por uma íngreme descida de rocha, que requer atenção redobrada até se atingir, de novo, “a terra firme” dos montes de seixos. De regresso ao Arneiro, é agora tempo de conhecer outro 8 dos patrimónios deste Tejo alentejano: as sopas de peixe do rio.

DISTÂNCIA: 8 km

A caminhada tem início, encosta acima, pela antiga estrada romana, protegida por uma abóbada de sobreiros, carvalhos e castanheiros que deixam passar apenas alguns raios de sol, até terminar perto da igreja e do antigo convento da Senhora da Estrela, a padroeira da vila de Portagem. Ao longe, avista-se o Alto de São Mamede, ponto mais elevado da serra com o mesmo nome, junto a Portalegre. Ali mesmo ao lado, fica a entrada para a vila amuralhada de Marvão, cuja visita pode ficar adiada para mais tarde, pois o percurso ainda nem vai a meio e há que aproveitar a descida até Abegoa e para Fonte Souto. O caminho de terra batida volta entretanto a encontrar a calçada medieval, sinal de que já falta pouco para voltar para junto do rio Sever.

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5

7

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10 10

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PERCURSO PEDESTRE DE MARVÃO

PERCURSO DOS 7 VALES SUSPENSOS

Lagoa

PONTO DE PARTIDA: Praia de Vale

Centeanes

MONGE

PONTO DE CHEGADA: Praia da

Sintra

PONTO DE PARTIDA E DE CHEGADA: Convento dos

Capuchos

DISTÂNCIA: 4,5 km

Com partida do Convento de Santa Cruz dos Capuchos, fundado no século XVI por frades franciscanos, que aqui queriam viver em “estreita relação com a natureza”, esta é uma rota marcada pela exuberância da vegetação, em especial nas exóticas matas de cedros do Buçaco, salpicadas por carvalhos, medronheiros e urzes. Sempre a subir, chega-se ao marco geodésico, onde a deslumbrante vista impõe uma paragem mais demorada – nos dias limpos consegue-se avistar a linha de costa quase até ao cabo Espichel. Um pouco mais à frente, num dos cumes mais altos da serra, chega-se ao lugar de Tholos do Monge, uma sepultura coletiva pré-histórica orientada a norte.

Marinha

DISTÂNCIA: 5,5 km

Num dos troços de costa mais belos do Algarve, este percurso evolui ao longo de uma linha quase contínua de arribas, ligando a Praia de Vale Centeanes à Praia da Marinha. Esculpidas ao longo de milhões de anos, as arribas são o elemento dominante desta paisagem. Num passado distante, cada um destes vales esteve associado à foz de uma linha de água, dando origem aos denominados “vales suspensos”. O caminho faz-se por alguns trilhos previamente existentes, onde foram criadas guardas de proteção nas zonas de risco e introduzidos miradouros com verdadeiras vistas panorâmicas sobre as arribas. Ao longo do percurso, o visitante tem ainda cerca de duas dezenas de painéis informativos, de diferentes tipos, com explicações sobre a geologia, a fauna e a vegetação local. 13 ABRIL 2017 VISÃO

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Tiragem: 93360

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País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 18,00 x 27,00 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 11 de 13

Provas de resistência n í v e l a lto

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TRILHO DA SERRA AMARELA

Ponte da Barca

PONTO DE PARTIDA E DE CHEGADA: Ermida DISTÂNCIA: 35 km

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ROTA DA GARGANTA DO LORIGA

Seia

PONTO DE PARTIDA: Salgadeiras (ao km 27 da EN338)

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MARCOS BORGA

Com uma cota máxima superior a 1300 metros, a serra Amarela é um dos maiores relevos montanhosos do Parque Nacional da Peneda Gerês, num agreste território granítico, dominado por matos secos de urzes, tojos e giestas, aqui e ali salpicado de carvalhais e manchas de azevinho, que serve de habitat a mais de 200 espécies de vertebrados (como a cabra-montês, o corço e o lobo), além de inúmeras espécies de aves e répteis. É este território único, habitado desde o Neolítico, que esta Grande Rota pretende dar a conhecer. Com início e fim no lugar da Ermida, este percurso desdobra-se por quatro etapas, sendo necessário cerca de dois dias para o completar. A primeira começa por percorrer o Vale de Carcerelha, entre urzais, tojais e giestais. Já a segunda tem como ponto de partida o lugar de Cutelo e prolonga-se até Vilarinho da Furna, numa etapa marcada pela mudança de paisagem. A terceira parte do percurso começa junto à barragem de Vilarinho, construída na viragem da década de 60 para a de 70 e que submergiu por completo a aldeia de Vilarinho da Furna. Avança depois por um território típico de montanha até à Louriça, o ponto mais alto da serra Amarela, a 1361 metros de altitude e de onde parte a última etapa, que marca o regresso ao ponto de partida.

PONTO DE CHEGADA: Loriga

No topo do planalto central da serra da Estrela, este percurso linear percorre o vale da Ribeira da Nave, ligando esta garganta até à vila de Loriga, numa descida de mais de mil metros de altitude através de uma impressionante paisagem, esculpida há mais de 10 mil anos por um glaciar com mais de 6 quilómetros de comprimento. A ação modeladora do gelo, que se acumulava no alto da serra e escoava depois pelo vale, criou aqui uma morfologia glaciar típica, composta por uma sucessão de quatro depressões, designadas localmente por covões. Na primeira parte do percurso, o caminhante é surpreendido por uma típica zona húmida de montanha, com prados de altitude, juncais, turfeiras e vegetação flutuante. Avança-se depois por um passadiço metálico suspenso sobre o espelho de água da barragem, até que, já rodeados de zimbros e urzes, se chega ao topo do Covão do Meio, onde a sede pode ser saciada com a água fresca e pura do riacho que, um pouco mais à frente, cai em cascata junto ao paredão da represa. O passeio continua depois através de antigos trilhos de pastores e caçadores, com passagem por prados verdes e lagoas naturais. Já perto do final, é também obrigatória uma paragem mais demorada na praia fluvial da Ribeira de Loriga, conhecida pela sua sucessão de cascatas de água cristalina. 48

VISÃO 13 ABRIL 2017

LUCÍLIA MONTEIRO

DISTÂNCIA: 9 km


ID: 69055991

13-04-2017

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Tiragem: 93360

Pág: 49

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 18,00 x 27,00 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 12 de 13

CAMINHO DO XISTO DA LOUSÃ

Lousã – Rota das Aldeias

PONTO DE PARTIDA E DE CHEGADA: Castelo da Lousã DISTÂNCIA: 6 km

O castelo da Lousã é o ponto de partida para uma jornada pela serra e pelas aldeias do Talasnal e Casal Novo. A primeira parte do caminho, em alcatrão e a descer, conduz a uma aprazível praia fluvial, encimada pela ermida de Nossa Senhora da Piedade, cada vez mais distante, à medida que se sobe a encosta – primeiro por um trilho escavado na rocha, com uma vista deslumbrante sobre o desfiladeiro, e depois, mais a pique, por um carreiro entre os pinheiros. Com uma altitude máxima superior a 1200 metros, a serra da Lousã é conhecida pelos seus quase intocados espaços naturais, onde é possível avistar corços, veados e javalis. Hoje, as típicas aldeias de xisto, apesar de recuperadas, estão praticamente desabitadas. Entretanto, o caminho de terra batida dá agora lugar a um pequeno trilho, que serpenteia pela floresta – a paisagem é deslumbrante, mas o terreno acidentado obriga a atenção redobrada. Do alto, avista-se já o Talasnal, que ao fim de semana recupera a vida de outrora. É agora tempo de voltar a descer, até à antiga Central Hidroelétrica da Ermida, uma peça de arqueologia industrial que em tempos serviu para iluminar a vila da Lousã. Passadas as águas da Ribeira de São João, que aqui corre em cascata, a estrada volta a alargar e, ao longe, já se vê novamente o castelo.

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ROTA VICENTINA

Santiago do Cacém

PONTO DE PARTIDA: Santiago do Cacém PONTO DE CHEGADA: Cabo de São Vicente

D.R.

DISTÂNCIA: 340 km

Esta grande rota permite conhecer, ao pormenor e de forma sustentada, toda a riqueza cultural, paisagística e social de um dos mais bem preservados troços costeiros da Europa. Com mais de 300 quilómetros de extensão, cruza os concelhos de Santiago do Cacém, Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo, estando dividida em dois percursos: o Caminho Histórico (pelo interior) e o Trilho dos Pescadores (pelo litoral), que se cruzam em Porto Covo e Odeceixe. O Trilho dos Pescadores inclui 4 etapas, que ligam Porto Covo ao cabo de São Vicente, sempre junto ao mar, por entre falésias, enseadas e praias desertas, através dos trilhos usados há gerações para aceder aos pesqueiros. Por sua vez, o Caminho Histórico percorre um itinerário rural, passando por uma paisagem de montado, serra e vales. Conta com um total de 13 etapas e está integrado na Grande Rota Europeia, que liga Sagres a São Petersburgo, na Rússia. Para quem só conhece o litoral, a riqueza da paisagem é surpreendente, revelando locais como o Pego das Pias, onde a Ribeira do Torgal passa por um estreito desfiladeiro, formando um lago com uma enorme pedra no centro. Ou, no caminho entre São Luís e o Cercal, a Rocha de Água de Alto, uma queda de água com mais de 30 metros, situada no sopé na serra do Cercal. visao@impresa.pt 13 ABRIL 2017 VISÃO

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ID: 69055991

13-04-2017

Tiragem: 93360

Pág: 1

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 18,00 x 27,00 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 13 de 13

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Trilhos, passadiços e rotas revelam um País de paisagens surpreendentes. A moda das caminhadas já é um negócio lucrativo e sustentável

14 FOTO: LUÍS QUINTA

PERCURSOS DE SONHO: JUNTO AO MAR, POR SERRAS E EM PARQUES NATURAIS


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