REVISTA BUSINESS PORTUGAL ALGARVE DE EXCELÊNCIA
Algarve: Muito mais do que praia e golfe turismo do algarve A região esteve em destaque nos World Travel Awards 2015 onde arrecadou o galardão de melhor destino de praia da Europa. É a terceira vez que o Algarve vence nesta categoria, os votos de milhões de turistas e de profissionais do setor, de todo o mundo, valeram ainda mais quatro prémios à região. No ano em que a Região de Turismo do Algarve comemora 45 anos, entrevistámos Desidério Silva, presidente da instituição responsável pela zona mais importante do turismo nacional.
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econhecido internacionalmente como um destino de férias por excelência, onde as praias e o golfe são a principal atração, o Algarve tem vindo a consolidar a sua posição mundialmente e, exemplo disso, são os prémios que tem vindo a arrecadar. Os últimos foram na cerimónia dos World Travel Awards, os óscares da indústria do turismo, que se realizaram, na Sardenha, Itália. Para além de ter sido eleito o Melhor Destino de Praia da Europa, o Algarve contou com mais distinções: o Conrad foi considerado o Europe’s Leading Luxury Resort & Spa, pelo 3º ano consecutivo; o Vila Joya foi eleito o Melhor Boutique Hotel; o Hotel Quinta do Lago recebeu a distinção de Melhor Resort de Praia, o Monte Santo
desidério silva Presidente
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Resort ganhou o prémio de Resort Mais Romântico e a Marina de Vilamoura foi escolhida como a Melhor Marina Internacional 2015. Prémios que colocam a região e o país no topo do turismo mundial e que são o reflexo do trabalho de diversos agentes ligados a esta indústria.
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Questionado sobre a importância dos prémios e aquilo que representam para o Algarve, Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve destaca que “procurámos alavancar a região porque ela tem sido importante no contexto da economia e do turismo, em Portugal. Estes prémios têm muito a ver com o esforço e o papel dos empresários, dos municípios e do Turismo do Algarve, naquilo que representa a promoção e a valorização da região. Neste ano dos 45 anos do Turismo do Algarve, há um conjunto de iniciativas e de prémios que vêm confirmar o estatuto da região do Algarve como a mais importante do turismo nacional, aquela que mais contribui para o orçamento geral do Estado, aquela que cria mais riqueza, aquela, que no fundo, acaba por alavancar a economia e tem sido fundamental até para um país que teve este tempo todo em processo de ajustamento”. A nível nacional, o Algarve também foi palco, em setembro, dos Portugal Travel Awards, organizados em parceria com o Turismo do Algarve, onde esteve em destaque o que de melhor se faz no país, nesta área. No discurso de abertura Desidério Silva fez questão de destacar o desenvolvimento e o crescimento do turismo da região, “depois de em 2014
terem sido batidos alguns recordes, em termos de resultados, a título de exemplo, refira-se que passámos por larga margem os 16 milhões de dormidas, tivémos quase 4 milhões de hóspedes e foram movimentados mais de 6 milhões de passageiros no Aeroporto de Faro e, em 2015, felizmente, este processo evolutivo segue uma curva ascendente com o verão a encerrar de uma forma muito positiva”, o que leva a crer que os resultados deste ano vão superar os de 2014. O turismo no Algarve está a consolidar a sua posição de excelência internacionalmente e para tal foi muito importante “o
trabalho de todos os parceiros, procuramos trabalhar em conjunto, uma coisa que antes não acontecia muito na região”, refere o responsável pela Região de Turismo do Algarve, referindo ainda que “é um processo natural para a consolidação de uma região que é claramente diferenciadora, onde os prémios que têm sido atribuídos à região, não são prémios comprados, são prémios entregues em função das votações de milhões de pessoas, de todo o mundo, e concretamente, sobre destinos que são concorrentes connosco, o que faz toda a diferença para a marca Algarve no exterior”, conclui.
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Principal desafio: Combater a sazonalidade O turismo da região continua a registar grandes diferenças entre o verão e o inverno, “a questão da sazonalidade é difícil de esbater, temos uma época muito forte e portanto há que procurar que os outros meses do ano sejam potenciados e subam naquilo que é a sua capacidade de ocupação. Quando registamos mais de 4 milhões de dormidas em agosto e depois temos 350 mil em janeiro há que procurar saber as razões e os motivos para intervir no território”, explica o presidente da Região de Turismo do Algarve. Neste contexto, há uma série de soluções que estão a ser pensadas e colocadas em prática e que passam por diversificar a oferta em termos de atividades, que não contemplem apenas o sol e o golfe, determinantes para o verão algarvio. Os meses de outono e inverno têm outras atrações “em fevereiro e março ninguém faz praia, mas temos o turismo de natureza, a observação das aves, as caminhadas, passeios de bicicleta, o turismo desportivo, o turismo de saúde, a gastronomia, a rota dos vinhos, o património e a cultura, produtos que podem marcar a diferença e que se podem interligar”, explica Desidério Silva, mostrando “um Algarve tranquilo” e diferente. No que toca ao turismo de saúde, existem já uma série de protocolos entre as unidades hoteleiras e unidades de saúde públicas e privadas envolvendo os mercados alemão, holandês e inglês, numa oferta que contempla cuidados e tratamentos, “associado a isso há um conjunto de spas e ginásios, ofertas diferenciadoras e de qualidade que estão a aparecer cada vez mais na região, um mercado que tem muito interesse, até porque, em termos de custos, atinge um nível médio alto o que é importante para o desenvolvimento do Algarve”, explica o presidente da Região de Turismo algarvia. O turismo de natureza, o desporto, as atividades náuticas e o enoturismo são as apostas para elevar e potenciar o destino Algarve, enquanto região de excelência durante todo o ano. Futuro: Mais certezas para o setor Os números são muito favoráveis para o turismo algarvio e Desidério Silva considera que no futuro é necessário “tudo fazer para que haja uma grande interligação entre todos os agentes do público e do privado, um trabalhar em rede onde os investimentos sejam feitos naquilo que é a requalificação, a inovação, a formação, para que o nosso destino marque a diferença pela qualidade, oferecendo emoções e experiências, uma
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ação diferenciadora que não encontram noutros sítios, o turismo é isso, as pessoas levarem na memória o que experienciaram”, destaca o interlocutor. Em 2016, pretendem consolidar posições e para tal o futuro é de muito trabalho “em 2016, seremos destino convidado na BTL e queremos aproveitar essa montra do turismo em Portugal para mostrar diversidade concentrada que nos caracteriza, mas que muitos ainda desconhecem. Os projetos que temos estado a trabalhar em parceria com públicos e privados no âmbito do turismo de natureza, turismo desportivo, turismo náutico, turismo
festival de observação de aves
de saúde, para além da valorização de recursos patrimoniais e culturais e a nossa rica gastronomia. É também em 2016, que vamos retomar o conceito do Algarve Convida, uma feira e uma mostra dedicada inteiramente à oferta turística algarvia que terá lugar em Lisboa”, destaca o presidente da Região de Turismo do Algarve, concluindo que compete também ao Estado apoiar e “atribuir ao Algarve aquilo que ele merece em termos da importância que tem no turismo nacional dando mais certezas para o setor”.