Jornal Informa | Ufes | n° 507 | 25/04/2016

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informa Universidade integra estudo internacional sobre tartarugas

Fotos: Rainer Von Brandis

INFORMATIVO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO • 25/abr a 08/mai de 2016 | nº 507

Os resultados serão publicados na revista científica Journal of Heredity

Mapear a rota migratória das populações de tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e atuar com mais precisão para evitar a extinção dessa espécie. Esse é o objetivo da pesquisa internacional de caracterização genética dessa tartaruga marinha, da qual participou a professora do Departamento de Ciências Biológicas da Ufes Sarah Vargas, com mais 13 pesquisadores do Brasil, Austrália, Estados Unidos e Irã. O estudo analisou as variantes genéticas das populações, permitindo rastrear indivíduos com o mesmo padrão em qualquer parte do mundo. Ele é realizado em 13 pontos de desova na Austrália, Irã, Ilhas Seychelles, Ilhas Salomão, Arábia Saudita, Arquipélago de Chagos e Malásia.

O estudo analisou a rota migratória da tartaruga em 13 pontos de desova no mundo

Esses resultados estão na reportagem de capa da edição de maio da revista científica americana Journal of Heredity, publicada pela Oxford University Press para a Associação Americana de Genética. Sarah Vargas ficou seis meses, entre os anos de 2008 e 2009, organizando e processando as 492 amostras de DNA coletadas, extraídas de um pequeno pedaço das nadadeiras das tartarugas, em laboratório na Universidade de Canberra, na Austrália. Em 2015, ela voltou à Austrália para a análise dos dados, desta vez na Universidade de Sydney. Desova – Segundo Sarah Vargas, grande parte das populações de tartaruga-de-pente, no Brasil, já tiveram suas variantes genéticas caracterizadas e seu maior ponto de desova é na Bahia. “Elas também já foram analisadas no Caribe, algumas populações da África e nos Estados Unidos. Faltava caracterizá-las na região conhecida como IndoPacífico. Isso permitiu descobrir que

alguns indivíduos que se alimentam em Fernando de Noronha, Abrolhos e Caribe são da mesma variante genética das Ilhas Seychelles e do Arquipélago de Chagos”, destacou a pesquisadora. Gigantes – Atualmente, Sarah Vargas está trabalhando, em parceria com o projeto Tamar, Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental e Instituto Tartarugas do Delta, na caracterização genética das tartarugas gigantes (Dermochelys coriacea) no Espírito Santo, no Piauí e em regiões de alimentação dessa espécie na costa brasileira. “A Gigante está criticamente ameaçada e tem apenas um ponto de desova regular no Brasil, que está localizado na praia de Regência (Linhares), no Estado. Estamos muito preocupados. Não sabemos quais serão os impactos da lama, que desceu pelo Rio Doce e atingiu o mar, sobre essa espécie. Além disso, temos uma outra grande preocupação: a pesca incidental, que é a principal causa de morte das tartarugas marinhas”.


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