Jornal Informa | Ufes | n° 533 | 10/04/2018

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INFORMATIVO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO • 10/abr a 23/abr de 2018 | nº 533 Fotos: Acervo dos pesquisadores

Os manguezais promovem subsistência econômica e ecológica única para as populações costeiras, segundo o oceanólogo Ricardo Servino

Revista internacional publica estudo sobre impacto de tempestade de granizo no mangue Os autores do estudo são pesquisadores dos departamentos de Oceanografia e Ciências Biológicas

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revista internacional Science of The Total Environment (editora Elsevier), especializada em pesquisa científica sobre o meio ambiente e sua relação com a humanidade, publicou um artigo de pesquisadores da Ufes a respeito de uma investigação sobre impactos de uma tempestade de granizo, ocorrida em 2016, nos manguezais dos estuários do rio Piraquê-Açu-Mirim, em Santa Cruz (Aracruz/ES). A pesquisa concluiu que foram impactados cerca de 500 hectares de florestas de manguezal, sendo que a recuperação das florestas, após 15 meses do evento climático, foi muito pequena ou nula. Os autores do estudo são o professor do Departamento de Oceanografia Ângelo Bernardino; o oceanólogo Ricardo Nogueira Servino; e o doutorando do

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Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal Luiz Eduardo de Oliveira Gomes. Após a tempestade de granizo com rajadas de vento de mais de 100 km por hora, eles também identificaram uma morte de manguezal inédita na região leste brasileira. “Para quantificar a escala do impacto e recuperação de curto prazo (15 meses), utilizamos imagens de satélite e amostragens de campo para avaliar mudanças na estrutura da floresta em áreas impactadas e de controle após a tempestade de granizo. As imagens de satélite revelaram morte de mangue em uma área de mais de 500 hectares, correspondendo a 29,3% da área total de floresta, que foi subitamente impactada após a tempestade. A principal espécie de árvore de mangue afetada foi o mangue-vermelho”, explica Ricardo Servino.

De acordo com o artigo, as perdas econômicas na área de estudo que são provenientes dos serviços ecossistêmicos típicos do manguezal, como provimento de alimento, regulação climática, matéria-prima e berçários, são estimadas em pelo menos US$ 792.624,00 por ano. Segundo Ricardo Servino, “essa é a primeira evidência de um impacto por evento climático extremo em manguezais no Brasil”. A pesquisa conta com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), por meio do Programa Ecológico de Longa Duração/PELD – Habitats Costeiros do Espírito Santo, sediado na Universidade. A íntegra do artigo pode ser acessada por meio do portal da Ufes.

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