JORNAL DA UFOPA ANO II N 7

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Jornal da UFOPA

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[Santarém/PA, abril-maio de 2012 - Ano II, nº 7]

Foto: Daniel Ramalho

CALOUROS Mais de 1.000 novos alunos ingressaram na UFOPA em 2012. A seleção foi pelo Exame Nacional do Ensino Médio Página 6

HONORIS CAUSA [página 4]

DOUTORADOS [página 7]

VISITA DO MINISTRO HONORIS CAUSA FERNANDO BEZERRA [página 5]


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2 Internacionalizando o ensino superior Lançado na Aula Magna da UFOPA livro de Alex Fiúza de Mello

As mudanças no sistema de educação superior europeu, analisadas por Alex Fiúza de Mello durante estágio pós-doutoral nos anos de 2009 e 2010, em Madri (Espanha), teve como resultado “Globalização, sociedade do conhecimento e educação superior: os sinais de Bolonha e os desafios do Brasil e da América Latina”, lançado pela Editora da Universidade de Brasília, em 2011. Durante a Aula Magna deste ano, a UFOPA teve a honra de receber o ex-reitor da UFPA, que abordou aspectos da obra e também lançou o livro em Santarém. Na obra, a dinâmica do mundo contemporâneo, que desafia o papel da educação superior em todo o mundo, é elemento para reflexão. O estudo tipológico do “Processo de Bolonha”, configurado como o esforço que reuniu estados europeus em um sistema de graus acadêmicos comparáveis e compatíveis, visando à criação de um Espaço Europeu de Educação Superior (EEES), evidencia, de acordo com o autor, as tendências do atual momento de reestruturação do capitalismo mundial, o seu novo paradigma tecnológico e seus impactos no modelo universitário tradicional em todo o mundo. Leitura fundamental para professores, alunos e pesquisadores brasileiros de diversas áreas do conhecimento, o livro revela ainda quais os desafios da reforma universitária brasileira e os valores para sua transformação. PERFIL Alex Fiúza de Mello é sociólogo, com doutorado em Ciência Política pela Unicamp e pós-doutorado pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris (França) e pela Universidade Politécnica de Madri (Espanha). Foi reitor da UFPA (2001-2009) e integrou o Conselho Nacional de Educação do MEC (2004-2008). Atualmente é secretário de Ciência e Tecnologia do Pará. Seu livro foi lançado pela Editora da UnB com o apoio da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Serviço – O livro “Globalização, sociedade do conhecimento e educação superior: os sinais de Bolonha e os desafios do Brasil e da América Latina” pode ser adquirido na Pró-Reitoria de Planejamento Institucional (PROPLAN) da UFOPA.

FORMAZON lança livro sobre educação do campo O grupo de Estudo e Pesquisas Formação de Professores na Amazônia Paraense (FORMAZON) publicou pela editora CRV, em janeiro deste ano, o livro intitulado “Formação de Professores: Pesquisas com ênfase na Escola do Campo”, que reúne o resultado de estudos feitos por pesquisadores acerca da escola do campo. “São estudos instigantes que muitas vezes contestam os discursos generalizantes sobre a escola do campo, e por esta razão servem de base para novas pesquisas”, afirmam as organizadoras, Solange XimenesRocha e Maria Lília Imbiriba. Para o lançamento, o Instituto de Ciências da Sociedade (ICED), por meio da Escola de Gestores, convidou o Prof. Dr. Pedro Goergen (que redigiu o prefácio) para proferir a conferência: “A pesquisa como fonte de desenvolvimento humano e social”.

Serviço: O livro custa R$ 35,00 e pode ser adquirido na sala do Grupo de Pesquisa FORMAZON, localizada na sala 321 (3º andar) do Centro Empresarial Amazônia Boulevard (Av. Mendonça Furtado), no horário das 8h às 11h e das 14h às 18h.

E x p e d i e n t e Universidade Federal do Oeste do Pará Reitor: José Seixas Lourenço | Vice-Reitor: Clodoaldo Alcino Andrade dos Santos | Pró-Reitor de Ensino de Graduação: José Antônio de Oliveira Aquino |PróReitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica: Marcos Ximenes Ponte | Pró-Reitor de Planejamento Institucional: Aldo Gomes Queiroz | PróReitora de Administração: Arlete Moraes Coordenadora de Comunicação: Maria Lúcia Morais | Jornalistas Responsáveis: Jussara Kishi (DRT/PA 2309), Lenne Santos (DRT/PR 3413), Maria Lúcia Morais (DRT/MG 6261) e Talita Baena (DRT/PA 1991)| Revisão: Júlio César da Assunção Pedrosa | Fotos: Daniel Ramalho, Guilherme Feijó , Lenne Santos, Luciana Leal, Maria Lúcia Morais, Talita Baena e Ediclei dos Santos | Projeto gráfico e Diagramação: Luciana Leal | Finalização: Ediclei dos Santos Coordenação de Comunicação da UFOPA | Campus Tapajós, Prédio da Reitoria | R. Vera Paz, s/n - Salé - Santarém, PA - 68035-110 | imprensa@ufopa.edu.br, comunicaufopa@gmail.com| Tel. (93) 2101- 4922


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Circular U

Lançamento do programa Jovens Talentos para a Ciência

FOPA

Colóquio de Matemática Foto: Guilherme Feijó - ACS/CAPES

O reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço, participou da reunião de lançamento do programa Jovens Talentos para a Ciência, realizado no dia 5 de março de 2012, em Brasília (DF), pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A iniciativa é destinada a graduandos de todas as áreas do conhecimento e tem o objetivo de inserir precocemente os estudantes no meio científico.

De 6 a 11 de agosto de 2012 a UFOPA recebe o II Colóquio de Matemática da Região Norte, em Santarém (PA). O evento congregará pesquisadores, professores e alunos de Matemática e de áreas afins. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), com apoio do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e das universidades federais da região Norte. Mais informações:

Reitor Seixas Lourenço acompanhado dos diretores da Capes, Jorge Almeida Guimarães, e do CNPq, Glaucius Oliva

w w w . s b m . o r g . b r

e

www.clubedematematica.com.br/coloquionor te2012.

UFOPA firma parceria com universidade americana Estudantes e professores da UFOPA poderão estudar e até realizar pesquisas com a Universidade da Virgínia Ocidental (West Virginia University, WVU), Estados Unidos. O termo de intenção para futura cooperação técnica foi assinado em março de 2012 durante o simpósio intitulado “Recursos Naturais e Saúde na Amazônia”, promovido pela UFOPA e pelo Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES), o qual contou com a parceria da Universidade do Estado do Pará (UEPA), das Faculdades Integradas do Tapajós (FIT) e do Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS/ULBRA). O pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Tecnológica (PROPPIT) da UFOPA, Prof. Marcos Ximenes, que na ocasião representou o reitor, Prof. José Seixas Lourenço, apresentou o modelo acadêmico da UFOPA ao grupo de americanos composto por dois funcionários da reitoria da WUV e três professores ligados às áreas da administração e meio ambiente. Em Santarém, o grupo visitou os campi universitários das instituições de ensino envolvidas no projeto e conheceu as principais linhas de pesquisas que podem vir a se transformar em futuras parcerias. “Discutimos também o intercâmbio de professores, a elaboração de projetos de pesquisa conjuntos, até mesmo a doação de equipamentos, desde que justificado seu uso em pesquisas aqui no Brasil”, afirmou o Prof. Roberto Branco Filho (UFOPA/IEG). “As oportunidades, no entanto, não param por aí. Nosso objetivo é assinar um convênio amplo, que facilite ligações também entre professores que não vieram ao Brasil nesta viagem, mas que, no entanto, possuem interesse em parcerias conosco. Com isso, outras áreas diversas das áreas dos professores que aqui vieram podem fechar parcerias. Um dos integrantes do grupo, George Lies, irá realizar um levantamento de quais professores (e suas respectivas áreas de interesse, por exemplo, engenharia, línguas, etc.) poderiam realizar futuras pesquisas em parceira conosco”, completou o professor. A presidente do Fórum de Pesquisadores das Instituições de Ensino Superior de Santarém (FOPIES), Irene Escher, apresentou a entidade aos pesquisadores americanos e ressaltou a importância de parcerias como esta. “Nós, pesquisadores aqui da região, realizamos pesquisas cujos resultados serão utilizados no processo de tomadas de decisões para melhorar a qualidade de vida na região Oeste do Pará”. A WVU é uma tradicional universidade americana, criada no fim do século XIX, que atua numa perspectiva multidisciplinar. Lá, em vez de institutos, há centros interdisciplinares nas áreas de geociências, biotecnologia, entre outras. Os principais temas desenvolvidos nas pesquisas na WVU envolvem principalmente as áreas da agricultura, recursos naturais, turismo e recreação e gestão de florestas.

ENEM será usado no Processo Seletivo 2013 O Processo Seletivo 2013 da UFOPA adotará como referencial de seleção o maior resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2011 e 2012. O candidato deverá preencher formulário de inscrição específico e informar seus respectivos números de inscrição no ENEM destes anos. O PS 2013 habilitará para admissão à UFOPA no semestre inicial, denominado Formação Interdisciplinar I.

SIG-UFOPA Em breve, a UFOPA terá novo sistema de gestão – o SIG-UFOPA. Com sistemas operacionais integrados, o SIG-UFOPA vem sendo implantado de forma gradual pelo Centro de Tecnologia de Informação e Comunicação (CTIC).Três módulos do sistema já foram lançados – o módulo Férias e o módulo Cadastro do sistema SIGRH, além do módulo Protocolo. Para

informações

e

acompanhamento de todas as fases de implantação do sistema SIG-UFOPA, o CTIC criou um blogue, que o servidor pode acessar no seguinte endereço eletrônico: http://www.ufopa.edu.br/sigufopa/.

Eletronorte apoiará projetos da UFOPA A UFOPA e a Eletronorte firmarão acordo de cooperação e de parceria técnica ainda no primeiro semestre deste ano. A assinatura do termo de parceria entre as duas instituições ocorrerá em junho de 2012, em Santarém (PA). Na oportunidade também será implantada a pedra fundamental da base científica da UFOPA na Hidrelétrica de Curuá-Una.

[ Jornal da UFOPA - Ano II, nº 7 ]


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4 Seminário Amazônia na Rio+20 Novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia O Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará (SECTI), Alex Fiúza de Mello, defendeu uma mudança de foco no que se refere à preservação da Amazônia. “Não podemos defender a Amazônia do ponto de vista apenas da preservação. A Amazônia tem de ser resgatada como sendo o que realmente é: grande celeiro de produção de materiais estratégicos para as necessidades do mundo”. Fiúza foi um dos palestrantes na abertura do I Seminário Amazônia na Rio+20, ocorrido em Santarém, na UFOPA, nos dia 19 e 20 de janeiro de 2012.

Organizado pela UFOPA, Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade do Estado do Pará (UEPA), com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (CAPES), o seminário reuniu representantes de universidades e instituições de pesquisa com sede na Amazônia e instâncias nacionais de fomento ao desenvolvimento da ciência e tecnologia. Entre os debatedores esteve presente o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães. A partir das discussões realizadas durante o Seminário, será elaborado um documento com propostas das instituições de Ciência e Tecnologia da Amazônia, a ser apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a ser realizada na cidade do Rio Janeiro, em junho deste ano. A base para as propostas será o documento já elaborado pela Academia Brasileira de Ciências, intitulado “Amazônia Desafio Brasileiro do Século XXI: a necessidade de uma revolução científico-tecnológica”. “Neste documento estão indicados pontos de fundamental importância e alguns grandes desafios, entre eles a criação de universidades como a UFOPA”, afirmou o reitor da UFOPA, José Seixas Lourenço. Anfitrião do I Seminário, Seixas Lourenço disse que o próximo passo será a consolidação do documento com as propostas debatidas em Santarém.

Fotos: Lene Santos

“É necessário levar em conta também a inclusão social e a aplicação de conhecimento em bases sustentáveis que sejam capazes de gerar um modelo racional de aproveitamento das nossas riquezas renováveis, isso levando em conta a aplicação de Ciência e Tecnologia”, completou o secretário Alex Fiúza de Mello.

“É necessário levar em conta também a inclusão social e a aplicação de conhecimento em bases sustentáveis que sejam capazes de gerar um modelo racional de aproveitamento das nossas riquezas renováveis, isso levando em conta a aplicação de Ciência e Tecnologia.”

HONORIS CAUSA Ao final do evento, foi realizada a solenidade de entrega do primeiro título de Doutor Honoris Causa concedido pela UFOPA; o agraciado foi o presidente da CAPES, Jorge Almeida Guimarães. A concessão de título de Doutor Honoris Causa é uma das mais importantes comendas dentro de todo o ritual universitário. A prática é adotada há pelo menos oito séculos e reflete a importância da pessoa que o recebe na vida de todos os envolvidos no ambiente acadêmico. Jorge Almeida Guimarães preside a CAPES desde 2004, é doutor em Biologia Molecular pela Escola Paulista de Medicina (atual Universidade Federal de São Paulo, Unifesp), com pós-doutorado no National Institute of Health (NHI/EUA). Foi diretor científico do CNPq, diretor nacional e binacional do Centro Brasil-Argentina de Biotecnologia, secretário nacional de Políticas Estratégicas e Desenvolvimento Científico do MCT. Publicou 155 artigos científicos originais, dos quais recebeu mais de 2.100 citações. Orientou 30 mestres e doutores em química de macromoléculas, toxinas proteicas, farmacologia bioquímica e molecular. Já participou também de diversas comissões de avaliação institucional. [ Jornal da UFOPA - Ano II, nº 7 ]

Reitor José Seixas Lourenço e Jorge Guimarães


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5 Ministro da Integração Nacional conhece projetos na UFOPA

Foto: Maria Lúcia Morais

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, conheceu, no dia 11 de maio de 2012, projetos que estão sendo desenvolvidos na UFOPA, em parceira com o ministério, por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), os quais somam cerca de 2 milhões de reais, durante audiência com o reitor da UFOPA, José Seixas Lourenço, da qual participaram também diretores de institutos e pró-reitores, além da prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins. O reitor Seixas Lourenço apresentou ao ministro o modelo acadêmico da UFOPA e os avanços conquistados pela universidade nos últimos dois anos. "Construímos modernas salas de aula com capacidade para 50 alunos, temos também um moderno Reitor Seixas Lourenço apresentou ao ministro da Integração Nacional, auditório que está ajudando a transformar a cidade de Santarém em Fernando Bezerra, projetos desenvolvidos na UFOPA um importante polo de eventos científicos nacionais e internacionais", disse, citando o Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais, a ser realizado no próximo semestre, e o VI Simpósio Brasil/Alemanha de Desenvolvimento, a ocorrer em 2013. Seixas Lourenço também citou a Criação do Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós como um dos principais avanços da UFOPA. "Podemos nos transformar em um polo de produção de fitoterápicos que possa atender, por exemplo, pacientes do SUS de toda a região Oeste do Pará". A referência é apenas a um dos projetos que vão integrar o parque. Outro projeto do PCT e que já está em processo de implantação é o Núcleo Tecnológico em Aquicultura (NTA), resultado de parceria entre a UFOPA e o Ministério da Integração Nacional, por meio da SUDAM. O diretor do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), Prof. Dr. José Reinaldo Pacheco Peleja, fez um breve relato do processo de implantação do Núcleo Tecnológico em Aquicultura, que além de dar suporte aos cursos de graduação e mestrado do ICTA, irá realizar pesquisas que auxiliarão agricultores familiares no manejo das espécies tambaqui e aracucabeça-gorda. "O terreno para a construção da estrutura física já foi adquirido e parte dos equipamentos já está comprada. A previsão é de que até o final do ano de 2013 o projeto esteja concluído". "Ficamos muito felizes em apoiar esse projeto, na área da pesca e aquicultura, por meio da parceira com a SUDAM, que poderá agregar mais emprego e renda aos moradores do Oeste. Projeto esse que no futuro poderá servir de referência para toda a região Norte", afirmou Bezerra Coelho. O ministro deixou aos pesquisadores da UFOPA o desafio de realizar pesquisas que possam contribuir para a elaboração de políticas públicas que beneficiem a população desta região. Desafio imediatamente aceito pelo reitor, que afirmou levar ao conhecimento do ministério os diversos projetos que são desenvolvidos na UFOPA. "Estamos abertos a ampliar a cooperação e os investimentos aqui na região Norte, e com isso cumprir uma meta da presidenta Dilma Roussef, que é intensificar a presença do Ministério da Integração Nacional nas diversas regiões do País", finalizou o ministro.

UFOPA e Santander ampliam parceria Durante audiência ocorrida em maio, em Santarém (PA), da qual participaram o reitor José Seixas Lourenço e a assessora de Relações Nacionais e Internacionais, Profa. Patrícia Chaves, o gerente do Programa Amazônia 2020 das Universidades Federais da Rede Centro-Oeste-Norte do Santander/Universidades, Alexssandro da Silva Lima, informou que o programa está ampliando o número de bolsas que serão ofertadas para a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) em 2012. “Vamos oferecer mais 100 bolsas de estudo de Inglês e mais 200 bolsas de Espanhol, que não estavam previstas inicialmente, isso porque a quantidade de inscrições dos alunos em todos os nossos programas aqui na UFOPA têm chamado a atenção do Santander, o que faz com que olhemos para a UFOPA de forma diferente”. Além das bolsas de estudo, o Santander também irá oferecer à UFOPA uma sala digital, cujo local de instalação está sendo definido. Ao todo serão instalados 16 computadores. O banco será responsável por toda a infraestrutura, como o mobiliário, impressora, escâner, cabeamento etc., além de garantir a manutenção do espaço por 5 anos. Outra parceria foi firmada para a doação, pelo banco, da Targeta Universitária Inteligente (TUI), ou seja, o Santander irá fornecer a professores e técnicos cartão de identificação e, aos alunos, carteira estudantil. “Vamos patrocinar para a UFOPA o TUI, que é uma espécie de identificação inteligente que comporta até 60 funções a serem definidas pela própria Universidade”, afirmou Alexssandro. Com o TUI, os alunos podem, por exemplo, registrar desde a presença em sala de aula até um pagamento de fotocópias, ou ainda pagar sua refeição. Ele reforça que o cartão é da Universidade, e não do banco, portanto não será necessária a abertura de conta para desfrutar dos benefícios. Alexssandro define a parceria com a UFOPA: “Sucesso. Eu fiz questão de trazer pessoalmente a carta do programa assinada pelo Sr. Jamil Hannouche, presidente do programa Santander/Universidades no Brasil. O crescimento desta Universidade é visual. Há um ano estive aqui, e hoje percebo o quanto os espaços foram ampliados. O Santander quer crescer junto com a UFOPA”. [ Jornal da UFOPA - Ano II, nº 7 ]


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6 UFOPA recebe calouros 2012 A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) recebeu, no último dia 27 de fevereiro, mais uma turma de novos alunos. É o segundo processo seletivo da Universidade, criada há dois anos. De acordo com o modelo acadêmico da UFOPA, os calouros ingressam no Centro de Formação Interdisciplinar (CFI), onde cursam módulos do primeiro semestre, cujo conteúdo vai de Língua Portuguesa a Meio Ambiente, passando por Produção de Textos e Estatística, sempre com foco nas questões amazônicas.

O processo seletivo – Em 2011, 16.725 candidatos disputaram uma vaga, dos quais 1.150 foram os aprovados. Destes, 35.65% são oriundos da região Oeste do Pará; quase a metade, ou seja, 38,26%, são da região Metropolitana de Belém; 2,96% do Sul do Pará e 22,52% de outros estados brasileiros. A maior nota neste segundo processo de seleção foi 792,74, e a menor, 624,10.

Fotos: Lene Santos

Ana Paula de Oliveira Bicalho, 20 anos, veio de Paragominas para cursar Geofísica. “É muito diferente do que imaginei. Aqui estudamos, logo no primeiro semestre, Estatística e ao mesmo tempo Meio Ambiente, Língua Portuguesa; enfim, gostei muito dessa metodologia”.

Marlon Vítor Oliveira, calouro 2012: "Escolhi a UFOPA."

A UFOPA oferta 1.200 vagas distribuídas em cinco institutos temáticos. Dessas vagas, 50 são destinadas ao Processo Seletivo Especial Indígena. Em 2012 a Universidade realizou 5 cinco chamadas complementares. A UFOPA não realiza vestibular; utiliza integralmente a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para o acesso dos candidatos. Entre os aprovados para a UFOPA pelo ENEM, o primeiro lugar geral ficou com Clariano Pires de Oliveira Neto. Entre os candidatos da região Oeste do Pará, o primeiro colocado foi Fábio Henrique Dolzany Rosales. Fernando Silva Almeida conquistou o segundo lugar e o terceiro lugar ficou com Jair

O modelo acadêmico Com um modelo acadêmico inovador, a UFOPA se pauta pela interdisciplinaridade. Oferta módulos, em vez de disciplinas isoladas, os quais abrangem as mais diversas áreas do conhecimento. Antes de chegar a um dos cinco institutos temáticos da Universidade, o aluno cumpre um percurso acadêmico que o faz entrar em contato com conhecimentos ligados à área pretendida. É a única universidade brasileira que adota integralmente esse modelo. O panorama das universidades brasileiras, no que se refere à evasão e retenção de vagas, é “cruel”. De cada cem alunos que ingressam, apenas 50 chegam até o final do curso. A afirmação é do pró-reitor de Ensino de Graduação, Prof. José Antonio de Oliveira Aquino. De acordo com ele, nas universidades federais a evasão é de 25%. “Nesses três semestres de funcionamento do modelo acadêmico da UFOPA, a nossa evasão ficou em torno de 15%; isso mostra que estamos no caminho certo”. Aquino afirmou ainda que a evasão alcançou esse patamar por causa do desconhecimento da maioria dos alunos sobre o processo de mobilidade acadêmica interna. “Nosso alunos têm a possibilidade de optar por um percurso acadêmico que os levará ao curso pretendido”, concluiu. Marlon Vítor Oliveira, 20 anos, é um exemplo disso. Em 2011 foi aprovado no curso de Teatro da Universidade Federal do Pará (UFPA), chegou a cursar um semestre e desistiu. “Não era o que eu queria, tinha uma visão errada do curso. Desisti e voltei para a UFOPA, porque aqui terei tempo para me decidir enquanto curso esse primeiro semestre”, disse, ao se referir ao modelo acadêmico da UFOPA, pautado na interdisciplinaridade.

[ Jornal da UFOPA - Ano II, nº 7 ]

É muito diferente do que imaginei. Aqui estudamos, logo no primeiro semestre, Estatística e ao mesmo tempo Meio Ambiente, Língua Portuguesa; enfim, gostei muito dessa metodologia.


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7 UFOPA lança novos cursos de doutorado Focando no objetivo de consolidar o ensino e a pesquisa no coração da região amazônica, a Universidade Federal do Oeste do Pará lançou, nos meses de abril e maio deste ano, dois novos cursos de pós-graduação, nível stricto sensu: o doutorado interdisciplinar em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento e o doutorado interinstitucional em Educação, este em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp). O doutorado em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento será o primeiro doutorado ofertado, integralmente, pela UFOPA. A aprovação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) foi anunciada no mês de abril, durante coletiva de imprensa que teve a participação da coordenadora do curso, Prof. Dra. Tereza Ximenes, e do reitor, Prof. Dr. José Seixas Lourenço. Como esclareceu a coordenadora, o curso será conduzido por uma metodologia interdisciplinar, que buscará a interface entre as ciências sociais e naturais, possibilitando, desta forma, a realização de pesquisas relevantes sobre a região Amazônica. “Este curso será muito importante para a região, pois ele é conduzido pela metodologia interdisciplinar, o que significa a interação entre ciências sociais e ciências naturais. Teremos várias linhas de pesquisa, o que permitirá ao aluno, ao integrar este conhecimento, trabalhar com problemáticas que demandam uma visão holística da realidade”, considera a Profa. Tereza Ximenes. Inicialmente, serão ofertadas 15 vagas e a seleção está prevista para o mês de julho. O início das aulas deverá ocorrer na segunda quinzena do mês de agosto.

Foto: Talita Baena

Dinter em Educação Outra conquista na pós-graduação é na área da Educação. A consolidação de parceria entre a Unicamp e a UFOPA irá possibilitar a oferta de doutorado interinstitucional (Dinter) voltado para a área da Educação. Com a parceria, será atendido um grande anseio por cursos de pós-graduação stricto sensu da comunidade docente em toda a região do Baixo Amazonas. Poderão participar do processo seletivo do Dinter os professores das instituições de ensino superior (IES) que já possuem o título de mestre. O curso terá duração de quatro anos e os aprovados no processo de seleção, que deverá ser realizado durante o mês de junho, cursarão as disciplinas em Santarém, na UFOPA, durante o 2° semestre de 2012 e 1° semestre de 2013. Após esta etapa, o pesquisador deverá deslocar-se até a cidade de Campinas, onde terá a vivência dos grupos de pesquisa da Unicamp, com oferta de bolsa. Esta fase de preparação do pesquisador terá a duração de um ano e, ao término dela, o pesquisador voltará a Santarém para a conclusão de sua tese de doutorado. O edital com as diretrizes do processo seletivo do curso será publicado pela Unicamp ainda este mês. Ao todo serão ofertadas 20 vagas, distribuídas em três linhas de pesquisa: “História e Filosofia em Educação”; “Políticas de Educação e Sistemas Educacionais”; e “Ensino e Práticas Culturais”. De acordo com o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unicamp, Dario Fiorentini, a Unicamp recebeu 15 propostas de parceria interinstitucional, e a escolhida foi a UFOPA. “A parceria com a UFOPA foi vista como uma oportunidade de a Unicamp ter uma experiência diferente de formação de professores e de pesquisadores, devido ao projeto diferente de organização institucional da UFOPA. O Instituto de Ciências da Educação (ICED), por exemplo, é um instituto no qual todas as disciplinas –Matemática, Física, Química, Biologia, História, Letras – enfim, todas estão alocadas em um mesmo instituto, que é o de Educação. E isso nos faz pensar a formação do professor das diferentes áreas de conhecimento de forma mais articulada, integrada, ou seja, pensar a Química, a Física e a Matemática na perspectiva da relação com o outro, com o aluno, com o aprendiz, de modo que essa Matemática, que todo mundo acha chata, possa ter uma outra relação, um outro sentido para os alunos, que esses encontrem, nestes conteúdos, algo de valor, que faça sentido, e portanto passem a se interessar e a gostar, se interessar por este tipo de conhecimento. Enfim, nós vimos aqui a oportunidade de um projeto interessante, e pensamos que podemos contribuir, sim, mas também podemos aprender junto”, avalia o coordenador. Demanda histórica A necessidade de formação continuada para os professores formados em experiências de interiorização, em Santarém, é histórica. De acordo com o Prof. Dr. Anselmo Colares, há uma demanda que se prolonga desde a década de 1980, quando foram ofertados os primeiros cursos de licenciatura. “Essas pessoas que se formaram em licenciatura e permaneceram aqui não passaram do nível da especialização. Alguns dos doutores que aqui encontramos buscaram sua formação em outras cidades, e alguns não voltaram. Ou seja, este Dinter em Educação é de grande importância estratégica para a região e para a universidade, pois a partir dele poderemos alcançar a independência, com a criação do nosso programa de pós-graduação em Educação, atendendo esta demanda antiga por pós-graduação stricto sensu”, destaca. Foi com o intuito de superar estas e outras desigualdades educacionais históricas, vividas pela população do interior da Amazônia, que, da união das unidades da UFPA e da UFRA no Oeste do Pará, surgiu a UFOPA, um marco no que se refere ao ensino superior público na região Amazônica. “Para se ter uma ideia da velocidade com que a UFOPA está se consolidando: estamos caminhando para superar o nível de professores da UFRA, uma das instituições que nos deram origem. Em apenas dois anos alcançamos a marca de 228 professores; a UFRA tem 250, e com a realização de mais de 100 concursos para professor adjunto da UFOPA, daremos um salto que superará uma das instituições que nos deram origem”, salienta o reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço.

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8 Aula Magna recebe novos alunos Em sua Aula Magna, o Prof. Dr. Alex Fiúza de Mello apresentou os desafios das instituições universitárias no século XXI

Antes do início da Aula Magna, proferida pelo Prof. Alex Fiúza de Mello, o reitor felicitou os novos alunos por dois motivos: primeiramente, por terem eles vencido a grande concorrência que é ingressar em um curso universitário; e, segundo, por, a partir de agora, estarem integrados a um projeto universitário inovador e que já se destaca no Brasil e no exterior. “Com pouco mais de dois anos de existência como universidade autônoma, a UFOPA já pode comemorar, além das primeiras obras estruturais, as muitas conquistas na graduação, na pós-graduação, na pesquisa e na articulação com a sociedade, conquistas estas que foram amplamente reconhecidas pela comunidade acadêmica e pela sociedade, manifestadas pelos prêmios conseguidos neste período. É importante registrar que, neste curto período de tempo, conseguimos implantar três mestrados e um doutorado, e com este crescimento qualitativo a UFOPA se consolida como uma genuína universidade, no seu sentido legítimo e legal, já que atualmente cerca de 40% das universidades não cumprem os critérios exigidos pelo MEC”, enfatizou.

Fotos: Ediclei Oliveira

A Universidade Federal do Oeste do Pará recebeu, nesta segunda-feira, dia 27, no Auditório Curuá-Una do Barrudada Tropical Hotel, cerca de 1.200 novos alunos egressos do Enem. A solenidade, que teve a participação do reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço, e do Prof. Dr. Alex Fiúza de Mello, abriu as atividades do ano letivo de 2012.

Mais de mil calouros participaram da cerimônia

Aula inaugural – Após as boas-vindas, foi dada a palavra ao Prof. Dr. Alex Fiúza de Mello, ex-reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e atual secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação. Em seu pronunciamento, enfatizou inicialmente que a oportunidade de proferir a Aula Magna tem simbolismo particular para ele. “Estar aqui e ver realizado um sonho de tantos e durante tanto tempo na busca da constituição desta instituição, que é na verdade um símbolo diferenciado para esta região e para o país. Primeiro, porque é resultado de um trabalho de tantos e de tantas gerações que aspiraram por ela, da sociedade local que aspirou por ela; mas porque a universidade também tem uma característica única e impar e que é histórica, ela é primeira universidade pública do interior da região amazônica”, declarou. O professor lembrou que, tradicionalmente, as universidades se situaram nas capitais. A UFOPA, portanto, por estar no coração da região amazônica, tem um destino diferenciado das tradicionais instituições universitárias. “Se nós tivermos a grandeza de perceber isso, e construirmos nessa perspectiva um destino impar e que pode, na verdade, destacá-la dentro do cenário da educação superior brasileira, e eu diria também no cenário latinoamericano, nós estamos apenas no início de um processo, cujo futuro nós não temos consciência possível para saber”. O orador defendeu a tese de que a universidade, uma das instituições mais antigas da sociedade, vive uma crise, pois seu modelo histórico vem passando por transformações, também vivenciadas pela própria sociedade, marcada pela globalização e pelo conhecimento, que não se dá mais apenas na escola. “A crise é a crise da reestruturação da instituição universitária. Então, a UFOPA, como instituição nova, tem que pensar em constituir-se de uma forma que possa vir a atender a esses novos tipos de demanda que são colocados para as velhas estruturas universitárias. Uma universidade, para ser uma boa universidade e atender à sua finalidade social e histórica, no mínimo tem que ser uma universidade com um quadro de professores bem qualificados, que saibam produzir conhecimento e que saibam ensinar aos alunos a aprender e a conhecer, aplicando o conhecimento universal disponível às necessidades da região onde ela se encontra; isso é que é fundamental para que ela se torne útil e sirva de referência; eu diria que isso já é uma grande agenda para UFOPA”, concluiu. [ Jornal da UFOPA - Ano II, nº 7 ]

Prof. Fiúza de Mello: ‘‘A crise da educação superior é a crise da reestruturação da instituição universitária.’’


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9 UFOPA e CGEE discutem implantação do Parque Tecnológico do Tapajós

Foto: Maria Lúcia Morais

A implantação do Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) do Tapajós foi o tema central de reunião entre os representantes da UFOPA e do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social, sem fins lucrativos, que está realizando um estudo, para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), sobre a

implantação de Parques Tecnológicos e Científicos da Amazônia. Ocorrido em março de 2012, na Reitoria da UFOPA, o encontro contou com a participação de professores, pesquisadores e representantes de diferentes segmentos da sociedade civil, que apresentaram suas expectativas com relação ao PCT Tapajós, que será implantado no Campus da UFOPA, em Santarém (PA). "Essa é uma oportunidade excelente para estabelecermos um intercâmbio maior com o CGEE e a sociedade local", afirmou, durante o encontro, o reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço. "Estamos buscando a nossa própria identidade e estudando a melhor forma de governança para o Parque Tecnológico do Tapajós, que se adeque às necessidades e exigências tanto do governo estadual quanto federal".

Parque - "As definições de Parque Tecnológico são tão amplas que englobam desde incubadoras de empresas até o conceito de tecnópole. No entanto, cada região ou comunidade tem o direito de inventar o seu parque tecnológico, de definir uma identidade própria para este", explicou Roberto Spolidoro, do CGEE. "O Parque Tecnológico deve responder com eficácia aos desafios da economia globalizada e da sociedade do conhecimento. Ele deve ser concebido no âmbito desse novo paradigma". Além de explicar a estrutura acadêmica da universidade, o reitor da UFOPA apresentou as principais áreas indicadas para inovação no âmbito do plano de negócios do PCT Tapajós. São elas: tecnologia da madeira; agricultura tropical e produtos da floresta; pesca e aquicultura; geologia mineral; energias renováveis; e produção de softwares. "Cada parque tecnológico tem uma vocação e o papel da universidade é de fundamental importância na definição dessa identidade", afirmou Seixas Lourenço, ao ressaltar ainda que a UFOPA tem o papel de formar pessoas com espírito empreendedor. "Há uma preocupação muito grande de interagirmos também com as cooperativas populares e de incentivarmos a criação de empresas juniores no PCT Tapajós".

SINFRA integra projeto piloto de Gestão por Competências O grupo de consultores internos da UFOPA, o qual atua no projeto piloto de implantação do Sistema de Gestão por Competências na Superintendência de Infraestrutura (SINFRA), entra na terceira fase. Nesta etapa, está sendo feita a validação do texto das competências referentes aos cargos e a também a competência institucional. Nas fases anteriores, por meio da análise documental e da metodologia de grupo focal, foram redigidas as competências relativas aos cargos. Como competência entende-se “o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição”. A competência institucional da Universidade ficou assim redigida: “O

conjunto de conhecimentos expressos pelos desempenhos didático-científicoadministrativos calcados na interdisciplinaridade que caracterizam a UFOPA no cumprimento de seu papel institucional com foco na natureza, na sociedade e no desenvolvimento da Amazônia”. O que é – A gestão por competências é uma exigência do Decreto 5.707/2006 a todos os órgãos da administração pública federal, o qual a define como a gestão orientada para o desenvolvimento das habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores. Contratada para auxiliar a equipe de consultores internos responsáveis pela implantação do projeto piloto, a Unitalentos, empresa fundada em 2006 e

com sede em Brasília, atua na área de criação, desenvolvimento e gerenciamento de cursos e metodologia para a área de educação corporativa. A ideia de implantar o Sistema de Gestão por Competências na UFOPA surgiu por meio da aprovação do projeto intitulado “Gestão de pessoas com foco em competências: preparando um novo profissional para uma nova universidade na Amazônia”, da Coordenadoria de Desempenho e Desenvolvimento (CDD), junto ao comitê gestor da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRH/MPOG), em outubro de 2010.

[ Jornal da UFOPA - Ano II, nº 7 ]


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10 Novos servidores públicos federais são empossados

Fotos: Luciana Leal

A UFOPA realizou no dia 3 de fevereiro de 2012, no Auditório Wilson Fonseca, a cerimônia de posse dos seus novos servidores. Durante a cerimônia foram empossados 42 servidores públicos federais aprovados nos concursos públicos realizados pela instituição. São 10 professores, 7 técnicos administrativos (nível superior) e 32 assistentes administrativos.

Lílian Oliveira fez o juramento do servidor público e assumiu o cargo de assistente administrativo

Prof. Dr. José Seixas Lourenço empossando novo servidor

Organizada pela Pró-Reitoria de Planejamento Institucional (PROPLAN), por meio da Diretoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (DGDP), a solenidade contou com a participação da comunidade acadêmica e foi presidida pelo reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço, que fez um balanço sobre a atual situação da universidade. A iniciativa faz parte da política de valorização dos recursos humanos da instituição e teve por objetivo proporcionar aos novos servidores públicos federais um momento de acolhimento e de integração com o ambiente institucional e a comunidade acadêmica.

Reitor Seixas Lourenço explicando aos novos servidores sobre a estrutura acadêmica da UFOPA

Comitê de Ética em Pesquisa elege coordenação O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFOPA, durante reunião realizada no último dia 14 de março, elegeu coordenadores e definiu diretrizes para a formação do Conselho de Pesquisa e o seu estatuto. O biólogo Luís Reginaldo Rodrigues e o médico veterinário Kedson Alessandrini Lobo Neves foram eleitos coordenador e vice-coordenador, respectivamente. De caráter consultivo, deliberativo e educativo, com colegiados interdisciplinares, o Comitê de Ética tratará de pesquisas com envolvimento humano e deverá funcionar como um filtro institucional. [ Jornal da UFOPA - Ano II, nº 7 ]

O pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Tecnológica, Marcos Ximenes Ponte, esteve presente à reunião e explicou a origem dos comitês de ética. “Eles têm origem na área da saúde, quando se fazia pesquisa com experimentos clínicos etc. Atualmente, o entendimento dessa matéria ultrapassa esse limite puramente humano do ponto de vista orgânico, e passa também a ter um envolvimento em pesquisas da área de ciências sociais, na qual há envolvimento de pessoas ou grupos sociais. Como essas pessoas são envolvidas com informações pessoais, ou informações do grupo, há a exigência de que se estabeleçam critérios éticos para a realização da pesquisa”,

explica. O próximo passo do comitê será a elaboração do regimento. Nele, serão estabelecidas as normas de operação e as agendas de pesquisa. “Hoje o Conselho de Ética é um elemento muito importante na institucionalidade brasileira na área da pesquisa. Muitos órgãos cobram das instituições a aprovação dos seus projetos em comissões de ética. Já utilizamos outros conselhos de ética instalados fora, para que eles pudessem avaliar os nossos projetos, e isso demonstra que, hoje em dia, a criação de conselhos de ética é uma sistemática que as instituições usam, e nenhuma universidade pode deixar de ter um conselho de ética”, conclui.


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11 ROTEIROS SANTARENOS: Projeto pretende mobilizar sociedade para turismo de conservação

Foto: Talita Baena

A busca por um turismo que vá além do turismo de sol e praia é o que pretende o projeto de extensão Roteiros Santarenos, coordenado pela Profa. Deize Carneiro, geógrafa especializada em dinâmicas fluviais, e também pelo Prof. Eduardo Martins, oceanógrafo que atua na área de sedimentologia. Vinculado ao programa de extensão “Cultura, Identidade e Memória na Amazônia” do Centro de Formação Interdisciplinar (CFI), o projeto é promovido pelo Programa de Ciências da Terra do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG).

Alter do Chão foi a primeira comunidade visitada pelo projeto Roteiros Santarenos

Conhecer, mas também transformar a realidade pesquisada, foi a saída encontrada pelos idealizadores do projeto para solucionar a questão dos professores vinculados ao programa de Ciências da Terra, do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), que ainda não conhecem as características locais. “O programa de Ciências da Terra existe há um ano, e como a maioria dos professores ainda não conhecem as características locais, tivemos a ideia de conhecer os ambientes que iremos explorar nos trabalhos de campo, nas disciplinas, nas pesquisas, considerando a vocação natural, o turismo, que está acontecendo e a necessidade de haver uma educação ambiental e patrimonial, enfim, uma necessidade maior por parte da população. Pensamos então em unir a necessidade de explorar ambientes e abrir a experiência para a comunidade, realizando uma pesquisa tipo pesquisa-ação”, ressalta. Ao todo, estão programadas 10 excursões a lugares de grande potencial turístico de Santarém. Em cada excursão a comunidade poderá participar por meio de inscrição via email, informa a coordenação do projeto.

Foto: Talita Baena

Foto: Talita Baena

A mobilização da comunidade acadêmica e da sociedade santarena em geral, para a necessidade de se conhecer a geologia e a história da formação do lugar, é o objetivo do projeto, que também promoverá um tipo de turismo voltado para a geoconservação, denominado geoturismo. “É uma forma alternativa de fazer educação ambiental, e está dentro de uma área da Geologia, das Ciências da Terra, chamada Geoconservação, uma linha teórica que contribui para a conservação de ambientes abióticos, isto é, rochas, relevos, minerais, ou seja, ambientes não vivos. É todo um movimento, uma linha teórica da Geologia que busca conservar a diversidade desses ambientes abióticos que chamamos geodiversidade. Não temos só a biodiversidade, temos também a geodiversidade, que é a diversidade de monumentos geológicos”, explica a coordenadora.

Conhecendo a terra em pesquisa e ação

Foto: Talita Baena

Os participantes da excursão caminharam até a Serra da Piraoca, onde alunos participaram de aula de geologia ao ar livre

[ Jornal da UFOPA - Ano II, nº 7 ]


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12 Um novo percurso para as Geociências na Amazônia

Geólogo de formação, com um extenso currículo acadêmico-

do Programa de Ciências da Terra e os cursos de Geologia e

profissional, o professor Dr. Bernardino Ribeiro de

Geofísica, como estão sendo propostos hoje.

Figueiredo, da Universidade Estadual de Campinas

Na UFOPA você coordena a pesquisa “Estudos Integrados de

(UNICAMP), faz um balanço sobre sua permanência na

Solo Superficial em Áreas da Amazônia”. Qual o objetivo

UFOPA, onde, nos últimos dois anos, vem contribuindo para

dessa pesquisa e como ela está sendo realizada?

a implantação do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG)

A pesquisa analisa as partes mais superficiais do solo para

e dos cursos de graduação de Geologia e Geofísica. Nascido

verificar como ocorre a influência das deposições

em Belém (PA), Figueiredo possui formação pós-graduada

atmosféricas, ou seja, as deposições dos aerossóis e das

pela Universidade de Uppsala, na Suécia, e atua em

poeiras. Essas poeiras têm diferentes origens: queimadas,

diferentes áreas das Geociências, como Metalogenia,

erupções vulcânicas, ressuspensão de solo por vento, etc.

Geoquímica Ambiental e Geologia Médica. Atualmente tem

Podem se originar também em fontes muito distantes da

focado suas pesquisas para um tema que considera

Amazônia, como o deserto do Saara, onde se originam as

preocupante: os efeitos das poeiras sobre o meio ambiente e

poeiras transoceânicas. Trata-se de uma pesquisa muito

às populações humanas. Qual sua motivação para vir a Santarém atuar como professor na UFOPA? Como está sendo essa experiência? A principal motivação foi o projeto da UFOPA, que é bastante diferenciado no Brasil e vem ao encontro das discussões que se desenvolveram, ao longo das últimas décadas, sobre o que deve ser uma universidade. E também pelo fato de eu ter desenvolvido toda a minha carreira acadêmica na UNICAMP, e ter essa oportunidade de contribuir para uma instituição na Amazônia. Qual sua opinião a respeito do modelo acadêmico interdisciplinar adotado pela UFOPA? É possível formar bons profissionais, principalmente das geociências, por meio desse sistema?

difícil. Temos uma equipe que inclui professores do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará (UFPA), além de vários colegas da UFOPA. Já incorporamos dois bolsistas de iniciação científica e uma pós-doutora, com uma bolsa PRODOC, concedida pela Capes, sob a minha supervisão. O mesmo projeto, com outro nome, “Influência das deposições atmosféricas em solos da Amazônia”, foi aprovado no último edital universal do CNPq, para o período 2012 a 2014. Com a aprovação no CNPq, temos agora um financiamento maior, além de uma equipe ampliada, inclusão de estudantes da UFOPA e da Unicamp, uma pósdoutora e um fortalecimento com os nossos laços de cooperação com o Instituto de Geociências da UFPA.

Há alguns aspectos a se considerar. O primeiro é de que as profissões de geólogos e geofísicos são regulamentadas por lei. Na formulação dos cursos da UFOPA esses regulamentos já estabelecidos têm que ser obedecidos, o que restringe o espaço para grandes inovações ou novidades. A universidade vai conferir o diploma de bacharel em Geologia ou em Geofísica a esses estudantes, que vão ter que se registrar no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) para poder exercer a profissão, e nós não vamos correr o risco de que, no final do curso, por conta de uma série de mudanças, eles sejam impedidos de exercer a profissão por falta de registro no CREA.

normalmente entendido como derivado apenas do substrato

O que acontece, como resultado de todas as discussões no

rochoso. Embora se saiba que existam micro-organismos,

Já coletamos amostras de solo superficial nos municípios de Monte Alegre e Itaituba e na Floresta Nacional do Tapajós. Vamos adquirir um coletor de particulados, que instalaremos nesses locais, de maneira que saberemos a composição química desse material, ao mesmo tempo em que teremos amostras dos solos para comparar e verificar se há indicadores químicos da influência da atmosfera na composição dos solos. Isso é uma novidade, porque o solo é

Brasil e nos países desenvolvidos, é que expor esses alunos a

organismos vivos, vegetais e animais no solo, que existe uma

conteúdos de ciências humanas, de línguas, informática, ou

grande atividade química, formando um sistema onde

seja, de uma série de conteúdos complementares, resultará

ocorre uma enormidade de processos, normalmente se

em um melhor desempenho profissional. Os geólogos têm

esquece das deposições atmosféricas, que podem trazer uma

que ser bons técnicos, porém capazes de também analisar a

série de materiais completamente estranhos àquela área, de

realidade brasileira, o contexto internacional, de dominar

outras partes, e é isso que estamos querendo analisar. Se for

outros conteúdos para melhorar seu desempenho. Nesse

possível, também tentaremos apontar efeitos benéficos ou

sentido, o projeto da UFOPA contribuirá para a formação de

adversos à saúde humana dessas poeiras.

um profissional diferenciado. Você acompanhou a implantação do Instituto de Geociências da Unicamp e hoje está participando da implantação do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da UFOPA. Como foi esse processo na UNICAMP?

Como pesquisador, você atua em diferentes áreas, como Metalogenia, Geoquímica Ambiental e Geologia Médica. Qual a importância de se formar profissionais para atuar nessas áreas, especialmente na região amazônica?

A UFOPA é como um videoteipe daquilo que já vivi, porém em uma escala muito maior, pois já não é a implantação de um instituto, mas de toda uma universidade, uma situação muito mais complexa. Estou recebendo os novos professores e tenho mostrado para eles que todas essas dificuldades por que estamos passando são próprias do momento de implantação.

realizei estudos na década de 1980; enormes jazidas de

Fui um dos pioneiros no Instituto de Geociências da

bauxita e caulim; e, na bacia do Tapajós, inúmeros depósitos

UNICAMP no início da década de 1980. Lá partimos do zero,

de ouro. Esse estudo das províncias metalogenéticas, da

embora a Unicamp já existisse havia uns 15 anos. O Instituto

origem das províncias minerais e do uso racional dos bens

de Geociências da UNICAMP constava apenas dos estatutos.

minerais, é importantíssimo para o nosso curso de Geologia e

Partir do zero significa nenhum laboratório, nenhum espaço

para a região amazônica.

Metalogenia ou Metalogênese é o campo do conhecimento onde se estudam as jazidas minerais, o que para o Pará é algo extremamente importante, porque o estado detém uma das maiores províncias mineral do planeta, Carajás, onde

físico, nada de biblioteca. Começamos formulando os cursos

A Geoquímica tem várias aplicações, inclusive a prospecção

de pós-graduação, elaborando os primeiros projetos de

para a localização de jazidas minerais. A Geoquímica

pesquisa, construindo os primeiros laboratórios e biblioteca,

Ambiental usa os mesmos conhecimentos da Geoquímica, ou

ocupando espaços físicos já existentes na universidade.

seja, a química da crosta terrestre e dos materiais terrestres.

Após 15 anos de curso de pós-graduação, também coordenei

A Geoquímica pode contribuir muito para os estudos

na Unicamp a comissão que criou os cursos de Geologia e

ambientais, identificando fontes naturais de contaminação,

Geografia, e essa experiência está sendo útil aqui, no

de fontes antrópicas, poluição causada pelo homem, dos

momento em que a UFOPA previu a criação do IEG, a criação

[ Jornal da UFOPA - Ano II, nº 7 ]

Foto: Edvaldo Pereira

Professor visitante na UFOPA, Bernardino Figueiredo fala sobre sua trajetória acadêmica, os desafios de uma universidade em construção no interior da Amazônia e os avanços das pesquisas em Geociências, que estão na fronteira do conhecimento

mais variados materiais como águas, solo, poeiras,

Prof. Dr. Bernardino Ribeiro de Figueiredo, da UNICAMP alimentos, objetos de estudos geoquímicos. É a aplicação da Geoquímica em Ciências Ambientais. Há na UFOPA ainda o interesse de aplicar os métodos da Geoquímica em estudos de Geoarqueologia sob a liderança de pesquisadores do ICS. No final de década de 1990, começou-se a difundir no mundo a ideia de utilizar a Geoquímica Ambiental para verificar os efeitos benéficos ou adversos dos materiais terrestres à saúde humana e dos animais. É o que se chama Geologia Médica. Já estive envolvido em pesquisas de populações expostas a substâncias tóxicas, como arsênio, chumbo, excesso de flúor na água, mercúrio, etc. Cada uma dessas substâncias tem efeitos, de maneira que a Geologia Médica pode contribuir para, ao descobrir áreas com anomalias geoquímicas, alertar as populações, por meio de campanhas preventivas sobre o perigo de ingerir determinado tipo de água, em que se descobriu excesso de substância tóxica, ou de se utilizar um solo contaminado por metal para plantação de alimentos. A Geologia Médica passou a ser muito difundida nesse século, a partir do ano 2000. Em 2006, publicamos o primeiro livro de Geologia Médica do Brasil. No momento estou mais preocupado em estudar poeiras, que é um tema de interesse internacional. Fazemos parte de um grupo internacional de pesquisas sobre poeiras, porém não está excluída a possibilidade de estudarmos essas poeiras também do ponto de vista da Geologia Médica, das ameaças e dos perigos que elas podem representar para determinados grupos populacionais. Por que esse tipo de estudo é tão importante? É um tema preocupante. Existem agravos à saúde causados pelas poeiras, principalmente a parte mais fina da poeira, chamada ultrafina, partículas que, uma vez inaladas, têm acesso direto aos alvéolos dos pulmões. Já foi constatado que em São Paulo, onde se queima a palha da cana antes do corte, essas queimadas provocam, além do fechamento de aeroportos e outros transtornos, diversos problemas à saúde humana. Acho preocupante esse nível de poeira que existe em Santarém, pela não pavimentação das ruas, e a Amazônia, assim como o Sudeste e o Centro-Oeste, também é afetada pelas queimadas. Além de material inorgânico, as poeiras também transportam micro-organismos, bactérias e vírus transmissores de doenças, que muitas vezes aparecem nos lugares de maneira inexplicável, porque não houve contágio humano. Essas coisas estão na fronteira do conhecimento. A nossa pesquisa ainda não está entrando nisso. Estamos analisando apenas os materiais inorgânicos, mas a tendência é de aumentar bastante o estudo sobre poeira nos próximos anos.


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