UFPB Em Revista 10

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UFPB Ano III . Número 10 - Abril 2015

CAPA Esperança de Ouro Estudante Petrucio Ferreira, atendido em projeto de extensão coordenado por Pedro de Almeida é destaque no cenário internacional e promessa de medalha nas Olimpíadas de 2016.


Sumário

Reitora: Margareth De Fátima Formiga Melo Diniz Vice-Reitor: Eduardo Ramalho Rabenhorst

4 •ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL - Conheça serviços prestados pela UFPB

Chefia de Gabinete: Aline Sá

5• RANKING DE PESQUISADORES - UFPB bem referenciada nacionalmente

Pró-Reitoria de Administração (PRA): Zelma Glebya Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante (PRAPE): Thompson de Oliveira Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PRAC): Orlando Vilar

6 • JOVEM GENETICISTA - Estudante conquista 1ª colocação 8 • PRAPE - Auxílio-creche será implementado 10 • ARTE E CULTURA - Sala Hermano José é inaugurada 12 • UNIVERSIDADE PARTICIPATIVA Assembleias definem aplicação do orçamento

Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP):

14 • Comissão mapeia e incentiva ações de cultura na Instituição

Francisco Ramalho Pró-Reitoria de Graduação (PRG):

16 • ATENDIMENTOS EM 2014 - Cras atende mais de 18 mil e deve ser ampliado

Ariane Sá Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN):

18 • EXTENSÃO - Paraibano é esperança de medalha olimpica em 2016

Marcelo Sobral

20 • ESTRANGEIROS - Estudantes têm boa impressão da UFPB

Pró-Reitoria de Pós Graduação (PRPG): Isac de Medeiros

23•Comunidade Potiguar busca melhora de desempenho acadêmico

Prefeitura Universitária (PU):

24 • ACESSIBILIDADE - Projeto traduz Bíblia para Língua Brasileira de Sinais

Jandir Santana Superintêndencia de

26 • PARECER JURÍDICO - Obras estão paralisadas por inobservância de prazos

Tecnologia da Informação (STI): Pedro Jácome

28 • GLOBAL SERVICE JAM - UFPB recebe edição paraibana

Equipe UFPB em Revista

FOTO CAPA Derval Gólzio CONTATO ufpbemrevista@gmail.com facebook.com/ufpbemrevista

Derval Golzio Editor

Luan Matias Redator/Estagiário

UFPB em revista está vinculada a Assessoria de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa - PB Abril - 2015

Wallyson Costa Redator/Estagiário

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UFPB em revista

Romulo Jefferson Redator/Estagiário

Kamilly Lourdes Projeto Gráfico e Diagramação


Editorial A Prefeitura Universitária deverá implementar conduta que porá fim a elaboração da falta de projetos complementares (hidráulico, elétrico e lógico) nas obras da Universidade Federal da Paraíba. Prática bastante comum na gestão Rômulo Polari, o procedimento ainda prejudica fortemente a conclusão de muitas obras. A prática possibilitava a construção de prédios sem a menor condição de funcionamento. O procedimento resulta em mais ônus, já que um ambiente “concluído” em termos de alvenaria e teto ainda tem que passar pela abertura de espaços para a rede elétrica, rede lógica e rede hidráulica. Se pensado e levado à tomada de preços/licitação, os valores finais seriam bem mais baixos que divididos em etapas. As etapas dos projetos de construção funcionavam da seguinte forma: na primeira estavam os projetos arquitetônicos que eram submetidos à tomada de preços/licitação. Após análise dos valores submetidos pelas empresas concorrentes, uma empresa era considerada vencedora por garantir a edificação com os valores mais baixos.

A obra era tocada e, se alguns contratempos como a interrupção da obra por falta de condições da empresa vencedora não fosse verificado, ela era concluída (não necessariamente dentro do prazo). Os problemas eram ampliados quando o custo de toda a construção havia sido gasto apenas com o a conclusão do projeto arquitetônico, sem que os demais fossem efetivados. Também o prazo de execução da obra representava outro problema, já que ao não estarem incluídos, os projetos complementares demandavam um prazo ainda mais elástico para a conclusão definitiva da obra. Impedida por entendimento legal disposto em perecer jurídico datado ainda da gestão Polari, o contrato com a empresa responsável estava automaticamente encerrado quando excedia o prazo contratual. Esse tipo de situação levava irremediavelmente a necessidade de mais recursos para fazer valer a funcionalidade do ambiente, o que nem sempre é conseguido de modo ágil e dentro das expectativas e necessidades de seus futuros usuários.


ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

Conheça serviços prestados pela UFPB A Universidade Federal da Paraíba é uma das maiores instituições educacionais do Norte-Nordeste. Vinculada ao Ministério da Educação e Cultura, foi criada em 1955 e federalizada em 1960. Atualmente conta com 117 cursos de graduação, 45 programas de Mestrado e 28 programas de doutorado, divididos em quatro campis, nos municípios de João Pessoa, Bananeiras, Areia e Rio Tinto/Mamanguape.

Diante de uma estrutura tão grande, os estudantes que ingressam na UFPB se vêem diante um universo novo e de possibilidades desconhecidas. Pensando nisso, a Equipe da UFPB em Revista preparou esse pequeno resumo para auxiliar os novos alunos sobre o funcionamento de serviços disponibilizados da Instituição.

Restaurantes Universitários - A UFPB hoje conta com quatro restaurantes universitários, que estão situados nos campi de João Pessoa, Bananeiras, Areia, Rio Tinto e Mamanguape. O acesso aos RUs é destinado prioritariamente aos estudantes classificados em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O processo seletivo acontece semestralmente e as refeições são totalmente gratuitas para os alunos cadastrados. Residências Universitárias - Também destinadas prioritariamente a alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Para efetuar o cadastramento, o aluno deve observar as datas marcadas pela Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante. A seleção geralmente acontece em duas etapas: análise de documentação e entrevista. As seleções para Residência e Restaurante Universitário são disponibilizadas no site da Prape: http://www. ufpb.br/prape/. Bibliotecas - A UPFB conta com um sistema de bibliotecas integradas, o Sistemoteca, que engloba uma Central no Campus I e dezesseis setoriais. Todo o acervo pode ser consultado digitalmente. Através do site http://www.biblioteca.ufpb.br/ o aluno pode adquirir informações sobre cadastro, empréstimo de materiais, agendamento do auditório e visitas dirigidas. Além disso, há acesso a periódicos e e-books. Representação Discente - O Diretório Central dos Estudantes - DCE é a entidade responsável por representar os interesses dos alunos da UFPB. A representação específica em cada curso é feita por Centros ou Diretórios acadêmicos. Vale salientar que o DCE é responsável pela confecção das carteiras estudantis. A sede da entidade fica no Centro de Vivência. Pró-Reitorias acadêmicas (PRG, PRAC, PRPG, Prape) - Planejam e coordenam atividades de ensino, pesquisa, extensão e assistência estudantil. Suas atividades são realizadas por meio de programas e projetos que consolidam a fortalecem a formação superior. Pró-Reitorias administrativas (Proplan, PRA, Progep) - Auxiliam a administração superior coordenando área financeiras, material, patrimonial e órgãos da Instituição.

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UFPB em revista


RANKING DE PESQUISADORES

UFPB bem referenciada nacionalmente Reportagem: Wallyson Costa Foto: Rômulo Jefferson

O Webometrics Ranking Web of Universities, portal especializado em estatísticas sobre Universidades de todo o mundo, divulgou recentemente o ranking dos pesquisadores brasileiros mais referenciados de acordo com a plataforma Google Scholar Citations (GSM). O ranking foi construído com base em coleta de dados da primeira semana de fevereiro de 2015. Entre os 3 mil pesquisadores mais citados os professores da UFPB, Dionísio Bazeia, na posição 366, Jason Gallas, 528, e Cláudio Furtado, 795 do Departamento de Física, professor Valdiney Gouveia, 399, do departamento de Psicologia, Maria Gardênnia Fonseca, 1065, do departamento de Química, são os pesquisadores da Instiuição melhor colocados. O Google Scholar Citations é uma plataforma que fornece ao pesquisador uma maneira de manter o controle das citações feitas de seus artigos. O cientista pode verificar quem está citando suas publicações, e criar um perfil público, que fica disponível em buscas do Google Scholar, plataforma de pesquisas acadêmicas do Google. O Professor Valdiney Gouveia, pesquisador na área de Psicologia Social e Psicometria e um dos mais bem referenciados da Instituição afirma que o crédito é dividido e o mérito é dos estudantes. “O crédito é da meninada que trabalha comigo. Eu sou o regente, a ideia é prepará-los para que eles sigam adiante. Para nossa felicidade, estamos formando diversos mestre e doutores. Esse é um projeto coletivo não um projeto meu, pois na verdade não existe ninguém bom sozinho”. Contudo, Valdiney opina sobre a falta de reconhecimento e desestímulo ao meio de pesquisa. “Não existe qualquer reconhecimento. Por exemplo, a Universidade tem seis pesquisadores de nível 1A, eu sou um deles, e isso nunca serviu para nada para

Professor Valdiney Gouveia ocupa a posição 399 do ranking

a universidade, pelo contrário. O que nos move é o desejo de ver a meninada crescer, é uma coisa mais pessoal. Nunca vi a UFPB premiando, laureando ou reconhecendo nenhum pesquisador. Parte-se de uma ideia de que está tudo tranquilo, tudo normal. É um problema de mentalidade”, finalizou. UFPB em revista

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Alanne Rayssa na apresentação oral do trabalho no 20º Congresso Regional de Genética, Campina Grande, 2014

JOVEM GENETICISTA

Estudante conquista 1ª colocação Reportagem: Wallyson Costa Fotos: Divulgação

A estudante Alanne Rayssa Melo conquistou o prêmio “Jovem Geneticista” do 20º Encontro de Genética do Nordeste (Engene). Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular (PPGBCM), e orientada pela professora Dra. Naila Francis, Alanne apresentou seu estudo sobre a exposição solar nos perfis de metilação de dois genes que atuam na pele, na edição 2014 do evento que ocorreu em Campina Grande. O trabalho objetivou basicamente compreender o que fatores 6

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ambientais como a exposição à radiação UV podem causar na pele humana, e se esta radiação pode predispor ao envelhecimento precoce e ao câncer de pele. De acordo com Alanne, pesquisas como estas são importantes para a conscientização da população quanto aos riscos à exposição solar excessiva, a qual nem todos compreendem a importância de se proteger devidamente. O prêmio Engene Jovem Geneticista é apoiado pela Sociedade Brasileira de Genética e concedido a cada dois anos às

modalidades de graduação, mestrado e doutorado. Os critérios estabelecidos pela organização do evento envolveram a relevância do estudo, originalidade do tema, adequação teórico-metodológica, relevância do discente na participação da pesquisa, domínio sobre o tema e apresentação oral do trabalho. Para Alanne, a premiação tem grande relevância na sua carreira acadêmica pois “além de ser um incentivo enorme para que eu continue desenvolvendo pesquisas nessa área, é o primeiro prêmio


desta natureza que ganho e estou muito orgulhosa. Tenho plena consciência que muita gente fez parte desta realização. Durante toda a minha carreira, contei com o apoio, incentivo e conhecimento dos meus orientadores e colegas de laboratório. Este prêmio sem dúvida é dedicado à minha família e a eles que sempre me apoiaram”.

orientada pela Dra. Naila Francis no Laboratório de Genética Molecular Humana, onde desenvolveu a pesquisa que foi agraciada com o prêmio. Para o futuro, Alanne pretende continuar desenvolvendo pesquisas na área da biologia molecular humana. “É o que amo fazer. Além disso, acredito na rele-

vância dessas pesquisas para o aumento da compreensão do genoma humano e consequentemente para o desenvolvimento de terapias inovadoras para o tratamento de patologias até agora não totalmente compreendidas. Este ano pretendo ingressar no doutorado a fim de aprimorar meu conhecimento teórico-prático e experiência na pesquisa científica”.

Na pesquisa foi utilizado o suporte do PPGBCM, que recentemente, adquiriu uma boa estrutura contendo vários laboratórios e equipamentos suficientes para desenvolvimento de pesquisas na área de biologia celular e molecular, através do esforço dos coordenadores, professores do programa e do apoio da UFPB e do Governo Federal. Alanne ressalta que essa foi um grande iniciativa, mas que há a consciência que existe ainda muito a se fazer para o desenvolvimento do programa e que inciativas como estas não devem cessar. Natural de Queimadas e graduada pela UEPB de Campina Grande, Rayssa se interessou por pesquisa na área de genética humana antes mesmo do ingresso à Universidade. Durante a graduação ela participou do programa de iniciação cientifica (Pibic). Já como aluna de mestrado fez parte do programa de pós-graduação em Biologia Celular e Molecular da UFPB como bolsista, sendo

Professora Dra. Ana Maria Benko-Iseppon, tesoureira da Sociedade Brasileira de Genética Regional PE


PRAPE

Auxílio-creche será implementado Reportagem: Luan Matias

Alunos com filhos serão beneficiados por novo auxílio

Fotos: Rômulo Jefferson

A Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante (Prape) vai implantar, em futuro próximo, o Auxílio-creche. Demanda antiga na Universidade Federal da Paraíba, este é um suporte dado aos estudantes que têm filhos e encontram nisso uma ameça a permanência em seus cursos. 8

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“Essa já era uma expectativa da nossa gestão. Não tivemos condições suficientes em termos de orçamento para 2014, mas com muito êxito conseguimos implantar mais esse programa na assistência estudantil da UFPB”, disse o Pró-Reitor da Prape, Thompson Oliveira.

A Pró-Reitoria tem desenvolvido diversas ações para cumprir o seu propósito de garantir a permanência, sobretudo dos alunos classificados em condição de vulnerabilidade socioeconômica, em seus respectivos cursos. O objetivo é ampliar e melhorar os serviços prestados aos estudantes da UFPB.


É o caso das Residências Universitárias, que têm passado por diversas melhorias. Nos campus de Mamanguape e Rio Tinto, quatro blocos, dois em cada cidade, estão em obras e devem ser entregues até o final do ano. No início de 2015 foi entregue uma nova residência masculina no Campus III, em Bananeiras. Já em João Pessoa há uma reforma em curso nas residências feminina e masculina. Um entrave da empresa responsável atrasou o prazo de entrega, mas até junho os serviços devem ser concluídos. Já as reformas na residência feminina no Centro da capital estão praticamente finalizadas. Além das reformas, foram adquiridos equipamentos como fogões, geladeiras, televisões e computadores. Também dentro desse programa de reestruturação, as residências foram contempladas com áreas de lazer. Em 2012 o Campus I contava com 300 residentes, hoje são 410. Em Bananeiras foram abertas 64 novas vagas só em 2015 e uma nova residência, que deverá abrigar 150 alunos, foi licitada. Em Mamanguape e Rio Tinto, após o término das obras, serão 120 novos alunos assistidos. Ainda na área de habitação, a UFPB atende a aproximadamente 950 alunos com o Auxílio-mora-

dia, quase quadruplicando a quantidade de discentes contemplados. Vale salientar a simultaneidade dessa modalidade com o Auxílio-refeição, chegando ao valor de R$ 520,00. Motivos de reclamações por parte dos usuários, os Restaurantes Universitários passam por processos de reestruturação. Existiam várias notificações feitas pelos órgãos de vigilância, mas um trabalho emergencial vem sendo desenvolvido. Mais de 800 mil reais estão sendo investidos no RU do Campus I. Só no horário do almoço, o número de refeições servidas saltou de 1500 para 2200. O RU II (também no Campus I) deverá ser licitado em breve e irá atender de maneira plena as demandas atuais da Instituição. Em Rio Tinto e Mamanguape, um antigo anseio dos alunos foi atendido: no ano de 2013 foi reaberto o restaurante do Campus, que se encontrava fechado. Um outro diferencial diz respeito a qualidade da alimentação servida aos estudantes da UFPB: hoje uma empresa com experiência é responsável pelo fornecimento de um serviço especializado. Há uma preocupação com refeições balanceadas e hoje os vegetarianos dispõem de pratos específicos.

Quanto aos recursos disponíveis para futuras ações, a Prape hoje aguarda a deliberação do orçamento oficial da união, que foi votado em 2014, passou pelo Congresso Nacional em fevereiro e está na mesa da Presidente. A expectativa é de que até o final do mês de maio já se tenha conhecimento do capital disponível para 2015. A UFPB também mudou a sua logística quanto ao acesso dos alunos ao benefício. “Essa era uma inquietação constante da nossa gestão. O procedimento era muito burocrático: alunos precisavam dormir em corredores para garantir acesso ao Restaurante Universitário”, contou o Pró-Reitor. Hoje há um formulário padrão e as inscrições são feitas de maneira descentralizada, passando pelas coordenações dos cursos, o que facilitou e agilizou o processo. Editais, informes e documentações necessárias para participar dos processos e benefícios da Prape estão disponíveis no site http:// www.ufpb.br/prape/, que recentemente foi reformulado. “Nossa Pró-Reitoria não é assistencialista. Ela desenvolve ações acadêmicas em nível de ensino, pesquisa e extensão, dando suporte a comunidade universitária de uma forma geral”, concluiu Oliveira. UFPB em revista

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ARTE E CULTURA

Sala Hermano José é inaugurada Reportagem: Luan Matias Fotos: Derval Gólzio

Pioneiro na construção da pinacoteca da UFPB, Hermano José, esteve na Biblioteca Central para receber homenagem e lançar seu novo livro, Anotações no tempo, 10

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além de participar da inauguração da sala que leva o seu nome e exibe várias peças de sua coleção pessoal, doadas à Instituição. “ É uma grande honraria receber tamanho

tesouro artístico, abrigá-lo e disponibilizá-lo aos sentidos de todos que poderão ser alcançados. A UFPB vive um momento de glória, porque ela é quem é agraciada pelo


Na homenagem prestada ao artista, também estiveram presentes o Vice-Reitor da UFPB, Eduardo Rabenhorst, professores, servidores técnico-administrativos e admiradores. Durante o seu discurso, a Reitora destacou a trajetória e lembrou o fato de Hermano ter doado à Universidade não apenas o seu acervo, mas também a residência onde vive no Bairro do Bessa(esta de maneira pós-morte).

Reitora Margareth Diniz anuncia criação da Casa de Cultura Hermano José

homenageado. Sua figura assegura o engrandecimento da nossa academia”, disse a Reitora Margareth Diniz. Hermano José, artista plástico, poeta, agente cultural, militante ecológico e ex- professor da Universidade Federal da Paraíba se disse esperançoso na continuidade do local: “Quero destacar a sensibilida-

de da nossa Reitora Margareth em retomar a pinacoteca, que preserva a memória e nos permite conhecer a cultura do nosso estado. Tenho a esperança de que esse espaço continue com a sua missão de guardar o acervo histórico e o padrão da pintura. A vida é o outro e não nós. Devemos fazer alguma coisa para que o outro seja visto e respeitado”.

Já existe um acerto para transformar a residência doada na Casa de Cultura Hermano José, onde se encontrará um memorial de grande importância para a cidade de João Pessoa. Além disso, a Sala que leva o seu nome estará na Biblioteca Central de maneira provisória, pois será repassada ao Centro de Arte e Cultura. “A nossa perspectiva é de levar este acervo a um espaço maior, onde poderemos fazer uma grande exposição e permitir ao público conhecer o nosso artista plástico e professor da UFPB”, disse a Reitora Margareth Diniz, que também destacou o fato de uma das primeiras ações do atual reitorado ter sido providenciar o processo e restauração da pinacoteca. Nascido no Engenho da sua avó, na cidade de Serraria, Hermano José também é conhecido por abordar a temática do Meio Ambiente muito antes do assunto se tornar uma preocupação global. Após as homenagens e inauguração da nova Sala, uma sessão de autógrafos envolveu fãs, artistas, amigos e representantes de todos os setores da comunidade universitária. UFPB em revista

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Gustavo Tavares, coordenador do Universidade Participativa, relata os números das demandas da Instituição.

UNIVERSIDADE PARTICIPATIVA

Assembleias definem aplicação do orçamento Reportagem: Rômulo Jefferson

O Programa Universidade Participativa (UP), implantado pela Reitora Margareth Diniz para democratizar o orçamento da Universidade, já tem seu calendário definido para 2015. As audiências iniciarão a partir do dia 22 de Abril, em Bananeiras (CCHSA). Posteriormente, elas serão realizadas no dia 5 de maio, no Litoral Norte, campus IV e no dia seguinte, 6 de maio, no Centro de Ciências Agrárias (CCA)/ Areia. No campus I, João Pessoa, cada centro terá uma data específica para realização das oitivas. Desde que foi iniciado, o Universidade Participativa já des12

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tinou cinco milhões de reais para investimentos em todos os Centros da UFPB, revelam os dados do orçamento da Instituição. Esse valor foi destinado para investimento em compra de equipamentos, montagem de laboratórios, redes de internet, ou qualquer outro gasto necessário para os centros de ensino. Com a participação de Diretores de Centro, Chefes de Departamento, Coordenadores de Pós-Graduação e Graduação, Professores, Técnicos Administrativos e Estudantes, as audiências consistem na eleição de três prioridades pelos participantes da comu-

nidade. Na prática, esse modelo de gestão do orçamento dá mais autonomia aos Centros na forma de utilizarem seus recursos. A visão do UP, segundo Gustavo Tavares, Coordenador do Programa, é criar uma nova cultura no âmbito acadêmico: “Historicamente, nós temos a realidade de um administrador que, junto com seus assessores, decidia onde e como o dinheiro público deveria ser gasto. O que nós queremos agora é que as pessoas participem das decisões e assumam uma co-responsabilidade pela Universidade,” conclui.


Calendário para os Campi II, III e IV

Calendário das Audiências com a Reitora nos Centros em João Pessoa

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Comissão mapeia e incentiva ações de cultura na Instituição Reportagem: Rômulo Jefferson Foto: Wallyson Costa

A comissão de cultura foi criada há um ano para incentivar a agenda de cultura na Universidade. Nascida de um movimento de professores, estudantes e servidores que cobravam a importância de se dar maior atenção às atividades culturais desenvolvidas nos campi, o trabalho da comissão é gerar uma reflexão sobre o tema em toda a comunidade acadêmica e fora dela e apresentar propostas que fomentem atividades voltadas à cultura. Dentre as atividades que já foram desenvolvidas através da comissão, está a organização do1º Seminário Cultura e Universidades, realizado no fim do ano passado. O evento contou com a participação de diversas universidades que se reuniram para discutir política cultural nas universidades. O projeto de mapeamento das atividades e grupos culturais na UFPB também está em fase de conclusão. Através da aplicação de um formulário para obtenção dessas informações, será possível conhecer melhor a dinâmica cul14

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tural existente na Universidade. Também está sendo produzida a página UFPB Cultural, onde será divulgado relatório sobre o mapeamento, com o objetivo de criar no portal da UFPB informações estruturadas sobre cultura. Serão disponibilizadas informações sobre os núcleos, museus, teatros e salas de auditórios existentes no campus. Segundo um dos integrantes da comissão, professor Marco Acco, a página é importante para que a comunidade comece a perceber a expressão cultural da Universidade e gerar uma maior interação entre os grupos e dispositivos culturais. É de responsabilidade da comissão de cultura a apresentação de projeto que concorrerá ao edital Mais Cultura nas Universidades, lançado pelo Ministério da Cultura juntamente com o Ministério da Educação, para fomentar iniciativas das universidades brasileiras no campo da cultura. Com isso será possível a captação de recursos para a realização de novas propostas na Universidade.

Objetivos A comissão já realizou alguns diagnósticos em relação à situação da cultura na Universidade. Segundo o professor Marco Acco, a agenda de cultura nas universidades está restrita a alguns departamentos e setores das universidades, e uma das premissas da Comissão montada na UFPB é quebrar a separação existente entre universidade e fora dela. Outra função desempenhada pela comissão é criar uma política voltada à vida cultural na Universidade. De acordo com Acco, o que se espera é que os setores da UFPB dialoguem de forma mais intensa entre si. Composta por professores, es-


Flávio Lúcio (direita) coordena reuniões com integrantes da Comissão de Cultura para definir ações

tudantes, servidores e membros da administração, a comissão também discute o papel da cultura dentro das universidades. Algumas instituições como a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), já adotaram a cultura como a 4ª dimensão da vida universitária e criaram Pró-reitorias de cultura. Assim, além das três esferas, ensino, pesquisa e extensão, as universidades que optaram pela mudança incluíram a cultura. Isso se justifica, segundo o professor, porque existe atividades que envolvem a cultura no ensino, pesquisa e extensão, mas também expressões culturais que não fazem parte de nenhuma destas dimensões e que são desenvolvidas de forma autônoma. UFPB em revista

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Reportagem e Foto: Rômulo Jefferson

Consulta médica no Centro de Referência em Atenção à Saúde.

ATENDIMENTOS EM 2014

Cras atende mais de 18 mil e deve ser ampliado Reportagem: Rômulo Jefferson

Foto: Wallyson Costa

O Centro de Referência em Atenção à Saúde (Cras) realizou cerca de 1.500 (mil e quinhentos) atendimentos mensais no ano de 2014, nas especialidades de odontologia, clínica médica, psiquiatria, dermatologia, geriatria, nutrição, psicologia, cardiologia, gastrenterologia, otorrinolaringologia, infectologia, radiologia e ginecologia. O Centro possui mais de oito mil pessoas cadastradas, entre servidores, docentes, discentes e funcionários terceirizados, além dos dependentes dos servidores e docentes. De acordo com a coorde16

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nadora do Cras, Cabiará Uchôa Guerra Barbosa, o espaço físico já é insuficiente para a demanda recebida. Para possibilitar a ampliação do número de atendimentos um projeto de construção de novas instalações foi encaminhado ao Governo Federal, com 6.200m². A futura sede possibilitará a assistência de 100 mil pacientes ao ano e a oferta de atendimentos nas áreas de oftalmologia, pediatria, reumatologia, endocrinologia, pneumologia, entre outras. Também com a ampliação serão oferecidas cirurgias bucoma-

xilofaciais e implantes dentários a preço de custo. Hoje uma implante custa aproximadamente R$ 1.500 e os atendidos no Cras poderão realizá-lo pelo valor que deve variar entre R$ 180 a R$ 380 (valor destinado à aquisição do pino para fixação do dente). A perspectiva de que sejam implantadas medicinas alternativas como homeopatia, acupuntura e práticas interativas, disponíveis ainda de forma tímida na rede de saúde pública. O serviço de saúde mental e dependência química (tabagismo, alcoolismo, cocaína, maconha, cra-


ck e outras drogas), que também será oferecido após a construção das novas instalações, transformará o Centro em referência no enfrentamento às drogas. A expansão beneficiará ainda os Campi de Areia, Bananeiras, Rio Tinto e Mamanguape, onde serão instaladas unidades básicas de saúde para atendimentos mais simples. Para os pacientes que necessitarem de atendimento especializado, a Universidade oferecerá transporte gratuito para a realização dos procedimentos cabíveis. Atendimento humanizado O atendimento no Centro de Referência em Atenção à Saúde é feito de forma agendada, sendo necessária a realização de cadastro feito no próprio local e a apresentação do cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). O tempo de espera para a consulta é reduzido, e segundo uma das idealizadoras do Cras, professora Virgínia Lúcia de Siqueira Melo, quando o paciente necessita de algum serviço que não é coberto pelo Centro ele é encaminhado para o Hospital Universitário. Ainda de acordo com a Virgínia Lúcia, é muito importante que a humanização esteja presente no atendimento ao paciente. Para ela, é fundamental oferecer um serviço de qualidade para toda a comunidade acadêmica e acrescenta que todas as pessoas que trabalham no Cras têm essa premissa como meta.

Sede do Cras no Campus I - João Pessoa.

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EXTENSÃO

Paraibano é esperança de medalha olimpica em 2016 Reportagem e Foto: Rômulo Jefferson

A junção de um jovem velocista talentoso, Petrucio Ferreira dos Santos, e um desprendido técnico em atletismo, Pedro de Almeida, resultou na conquista da melhor marca nos 100 metros e segunda nos 200 no país. Petrúcio Santos, 17 anos, natural de São José do Brejo do Cruz/PB é a grande promessa brasileira nos jogos paraolímpicos que acontecem no Brasil, em 2016. Já Pedro de Almeida é coordenador de projeto de extensão da UFPB que busca desenvolver o potencial de jovens atletas das redes municipal e estadual de ensino. 18

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A parceria de técnico e atleta resultou em duas excelentes marcas no atletismo brasileiro e mundial. Detentor de um recorde que marca 10 segundos e 95 centésimos, Petrucio já participou de diversas competições pelo mundo, como o Sulamericano (Chile) e o Campeonato da Europa de Atletismo (França). Apesar dos resultados já alcançados, ele continua correndo para o sucesso. Após entrar para a seleção principal do comitê paralímpico, o atleta se prepara para as competições que antecedem a sua maior prova: as Olimpíadas de 2016.

Antes, ele competirá no Panamericano, na categoria geral, e depois no Parapan, exclusivo para atletas com algum tipo de deficiência física. A trajetória de atleta começou em sua cidade natal, no futsal. Observado por um “olheiro”, que constatou a velocidade com que se locomovia na quadra, Petrucio conta que foi convidado para participar de uma prova na capital. Desde então, entrou para o Projeto de Extensão de Atletismo da UFPB, coordenado pelo servidor Pedro de Almeida Pereira, onde treina diariamente.


Pedro de Almeida (à esquerda) é coordenador do projeto de extensão e treinador de Petrucio Ferreira

Projeto contempla treinamento de 15 estudantes da rede pública

Projeto Voltado prioritariamente para atender estudantes de escolas públicas municipais e estaduais, o projeto atualmente é integrado por 15 estudantes, que realizam atividades em diferentes modalidades. O treinador, Pedro de Almeida, conta que perdeu o período de submissão do projeto ao Programa de Bolsas de Extensão (Probex)/2014 e por isso não receberá os recursos vindos da instituição. Mesmo assim, todas as atividades estão mantidas. O projeto oferece aos estudantes diferentes atividades, como maratona, corridas de 100 e 200 metros, salto em distância, salto em altura e arremesso de disco. Pedro de Almeida expli-

ca que trabalha “avaliando os meninos, vendo quem tem mais aptidão para o atletismo e vou trabalhando, lapidando-os.” A estratégia parece ter dado certo. Além do velocista, Petrúcio Ferreira, outro atleta também ganha destaque no mundo dos esportes. João Luís dos Santos, atleta paralímpico, hoje com 42 anos. Há 10, treina no projeto de extensão desenvolvido na UFPB. Concorrendo no lançamento de disco, ele bateu um recorde no Íbero-americano, em São Paulo. O evento é realizado a cada dois anos e aconteceu de 1 a 3 de agosto, no Brasil.

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Foto: Rômulo Jefferson

Os espanhóis Alberto Sanchez (esquerda) e Julio Phelps: “aqui o ensino é muito mais prático e mais focado no mercado do que na Espanha”

ESTRANGEIROS

Estudantes têm boa impressão da UFPB Reportagem: Wallyson Costa

Anualmente, estudantes de várias partes do mundo aproveitam-se da relação amigável entre países para estudarem em território estrangeiro. Na Universidade Federal da Paraíba, convênios e programas possibilitam além da ida de alunos ao exterior, a chegada de estrangeiros a território paraibano. De acordo com a Assessoria Internacional, nos últimos dois anos foram acolhidos 128 estudantes na Universidade. 20

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Isso demonstra que estrangeiros estão cada vez mais presentes na instituição, em diferentes cursos e localidades, eles trazem possibilidade de interação cultural e acadêmica para ambos os lados. Motivados por novas experiências de vida, oportunidade de enriquecimento cultural, acadêmico e até a diversão no Brasil, eles se multiplicam na instituição, marcam parte de sua história na Paraíba e levam boa impressão da UFPB.

Dentre as motivações principais relatadas por estudantes para a escolha pela UFPB, está a recomendação de amigos que já estiveram aqui, e indicam o ensino da Instituição e a qualidade de vida de João Pessoa. Esse é o caso de Julio Phelps e Alberto Sanchez, espanhóis, estudantes de Engenharia Civil da Universidade de Cantábria, que intercambiam com bolsa Santander na UFPB, os dois ficam no país de agosto de


2014 à agosto de 2015, com uma bolsa total equivalente a seis mil reais para custeio total das despesas. Para Julio as recomendações dos amigos foram importantes para escolha do destino do intercâmbio, e aqui eles encontraram uma relação diferente de ensino. “Aqui o ensino é muito mais prático e mais focado no mercado do que na Espanha, lá é tudo muito teórico e baseado apenas em cálculos sem pensar em prática de mercado, o que no curso de Engenharia Civil é importante”.

Foto: Wallyson Costa

Nereia Mieza, espanhola estudante de Tradução na Universidade de Granada, relata que a experiência acadêmica no Brasil foi enriquecedora e diferente da europeia. “As aulas são muito pessoais. Lá você não fala nada, senta escuta e sai. Aqui estudei, trabalhei e aprendi muito. Lá os professores não sabem os nomes dos alunos”. A relação interpessoal também é um ponto salientado frequentemente entre estrangeiros que estadiam por um período no Brasil. Nereia relata que esse também foi um dos motivos para a escolha do país e facilitou a adaptação. “Aqui as pessoas são mais abertas, embora os espanhóis sejam, facilmente as pessoas convidam vocês para sair, querem ser seus amigos”. Mieza, que terminou seu intercâmbio no Brasil em março, se disse triste por deixar o país, mas extremamente realizada com as experiências que viveu. “Do Brasil

Nereia Mieza: “estudei, trabalhei e aprendi muito”

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levo lembranças, viagens que eu fiz, muitos amigos, mas principalmente uma mudança enorme em mim. De concepção do mundo, da natureza, da vida real, porque estando aqui eu vi como as pessoas lá só seguem a sua rotina do dia sem olhar a vida. Aqui é tudo mais original e natural, vocês realmente vivem”. Não apenas através de intercâmbios os estrangeiros se fazem presentes na UFPB. Estudantes africanos fazem graduação integralmente na instituição através de convênio entre países da África com universidades brasileiras. As vagas são oferecidas pelas universidades e a seleção feita pela embaixada nos vários países africanos.

O estudante precisa comprovar que tem condições de custear seus estudos no Brasil e partir do momento que entra tem os mesmos direitos e deveres dos demais alunos. O estudante Adjif Pinto Ié, de Guiné Bissau, que cursa Ciências Contábeis na UFPB, revela que escolheu o Brasil pois era o país que mais oferecia vagas. “Queria ter mais experiência de vida, outra cultura, além de ter o ensino superior. Na Paraíba já tinham pessoas que conhecia do meu país. Em vez de ir pra um lugar que não tinha contato com ninguém resolvi me aproximar de pessoas do meu país que já estudam aqui”.

Adjif conta que a adaptação foi difícil apenas pela alimentação e algumas particularidades da língua, mas já se encontra ambientado. “Feijão lá não é comum de se comer todos os dias, já aqui é todo dia e no começo foi difícil, mas agora já estou mais habituado”. A multiculturalidade na UFPB pode ser considerada uma realidade com constante suporte e expansão. As experiências trocadas entre estrangeiros e brasileiros só enriquecem a instituição muito além do âmbito acadêmico, aproxima os países e as pessoas, e é parte importante para elas construírem sua concepção profissional e de vida. Foto: Rômulo Jefferson

Adjiff Pinto Ié, estudante de Guiné-Bissau veio à UFPB por recomendação de colegas que já estudavam na Instituição

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Comunidade Potiguar busca melhora de desempenho acadêmico Reportagem e foto: Rômulo Jefferson

A comunidade indígena potiguar na UFPB - cerca de 120 estudantes apenas no campus I - se organiza para buscar soluções que melhorem o desempenho dos alunos (a maioria oriunda do sistema de cotas) nas disciplinas de português, matemática, química e física, que representam a base para vários cursos. A ideia é minimizar a retenção e evasão por parte dos discentes. Em reunião com a Reitora Margareth Diniz, ficou acordado que serão disponibilizadas aulas de tutoria e monitoria para os estudantes. Os alunos se reuniram também com a diretora do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL), Mônica Nóbrega, para definir o projeto que disponibilizará tutores para a disciplina de português. Em outro encontro, com a presença da Ierecê Lucena, diretora do Centro de Ciências Exatas e Naturais (CCEN), ficou definida a estratégia para a oferta das disciplinas de matemática, química e física. De acordo com o aluno de engenharia Bruno Rodrigues, os estudantes sentem necessidade de um acompanhamento como esse para suprir as carências do ensino básico. “Nós somos oruindos de uma escola pública que é indígena e tem um ensino precário.

Então, muitos de nós não conseguimos acompanhar totalmente as turmas porque a gente teve um ensino que não foi tão bom quanto deveria ter sido”, comenta. A partir do entendimento obtido entre os estudantes e a administração, está sendo realizado um levantamento para apontar quantos alunos necessitam das aulas e em que matérias. Além disso, na elaboração do perfil os estudantes terão a possibilidade de escolher entre os horários da manhã e tarde para assistir as aulas de acompanhamento, uma forma de evitar choque de horário com as disciplinas regulares dos cursos. Rodrigues explica que as dificuldades para acompanhar as turmas foram discutidas na própria comunidade, localizada nos municípios de Rio Tinto, Mamanguape e Marcação. Eles entendem também que o problema deve ser sanado ainda no ensino básico, com melhores condições de ensino. A iniciativa dos alunos da comunidade potiguar tem por base o projeto de permanência desenvolvido pela Universidade Nacional de Brasília (UNB), realizado com o objetivo de diminuir a evasão e retenção de estudantes cotistas.

Bruno Rodrigues (esquerda), Tamara Rodrigues e Mônica Nóbrega. diretora de Centro

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Gravações acontecem no estúdio do Departamento de Mídias Digitais

ACESSIBILIDADE

Projeto traduz Bíblia para Língua Brasileira de Sinais Reportagem: Luan Matias

A comunicação é um instrumento de instrução, integração e desenvolvimento, ocasionado por uma informação transmitida entre um emissor e um receptor. Para esse procedimento ocorrer de maneira satisfatória, é necessário que o último elemento tenha condições de compreender a mensagem recebida. Porém, em uma sociedade majoritariamente composta por ouvintes, pessoas surdas 24

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encontram uma barreira diária neste processo. Com base nesta realidade, o projeto Tradução para a LIBRAS de obras literárias, idealizado na Licenciatura em Letras/Libras da UFPB, tem como objetivo traduzir livros consagrados para a Língua Brasileira de Sinais e garantir o acesso das pessoas surdas às obras conhecidas pelos ouvintes.

No ano de 2012, representantes do Curso estiveram em um Congresso em Santa Catarina. No local foi realizada uma pesquisa entre a comunidade surda para saber qual obra deveria ser reproduzida. A Bíblia, o livro mais traduzido do mundo, foi escolhida por unanimidade entre os presentes. Em 2013 teve início um estudo sobre a Bíblia. Um teólogo


Foto: Derval Golzio Foto: Ricardo Pinto

Figurino e encenações são caracteristicas da tradução

foi contactado e alertou a equipe sobre a complexidade em traduzir toda a obra de imediato. Ficou decidido que o Evangelho de João seria o primeiro livro traduzido, seguindo assim uma tendência mundial em comunidades linguísticas. Os ensaios começaram e como não havia verba para as gravações definitivas, acabaram sendo filmados. Neste mesmo ano o programa do Curso de Letras/Libras teve quatro projetos aprovados como ProExt. Com isso foram solicitados materiais para a produção efetiva, como figurino, câmeras e edição, mas a política de liberação financeira atrasou o processo. Para que o trabalho não fosse inter-

rompido, uma parceria com o Departamento de Mídias Digitais, na figura do Coordenador Cleber Morais, surgiu como solução. A estrutura do Demid, que conta com estúdio, laboratórios e câmeras, além de técnicos, alunos estagiários e voluntários, levou a produção a um outro patamar. A parceria foi além do auxílio nas gravações e logo ganhou uma nova faceta: a gravação de áudio, passando assim a ser acessível também a deficientes visuais ou a quem simplesmente queira ouvir a obra. “Já existiam outras versões da Bíblia em Libras, mas eram feitas em paredes neutras e alguém

sentado fazendo uma tradução morta. A literatura surda requer uma vivência da obra, com figurino e encenação teatral. Por essa característica audiovisual, o projeto acabou se tornando um produção cinematográfica”, contou a Coordenadora, Janaina Peixoto. A produção do Evangelho de João está em fase final. Cerca de 2.500 dvds serão gravados. A proposta final é abastecer bibliotecas de instituições que tenham representação de alunos surdos. Após receber um feedback da comunidade, os membros do projeto decidirão se continuam gravando outros livros da Bíblia ou iniciam a produção de uma nova obra. UFPB em revista

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Construção na Escola Técnica de Saúde aguardando conclusão.

PARECER JURÍDICO

Obras estão paralisadas por inobservância de prazos Reportagem: Rômulo Jefferson

A falta de projetos complementares – instalações elétricas, hidráulicas, rede, cabeamento – aliada a um novo parecer jurídico da Procuradoria da UFPB, têm sido os grandes responsáveis pelo atraso na conclusão de obras nos campi da Instituição e pela dificuldade na retomada delas, respectivamente. Para tentar 26

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sanar os problemas enfrentados até agora, Marcelo Diniz, diretor de obras da Prefeitura Universitária (PU), conta que o foco agora é concluir as obras em andamento. Além disso, segundo ele, todas as ordens de serviço serão concedidas quando os projetos complementares e todas as licenças estiverem liberados.


ocorreu e assim concluir a construção, obedecendo uma série de trâmites legais. Esse processo, conhecido como remanescente, gera duas situações distintas, por isso a necessidade de analisar caso a caso. Quando constatado que não houve responsabilidade da empresa pela paralisação da obra ela pode ser novamente contratada para finalizá-la, mas quando ela é culpada pelo atraso é necessário contratar outra empresa além de punir a anterior. No caso da nova empresa, ela recebe exatamente o valor do saldo restante da obra, mas esse valor pode ser reajustado a pedido da empresa um ano após o início do contrato. Marcelo Diniz afirma que algumas dessas obras chegaram a ser reajustadas em cerca de 400 mil reais, mediante o atraso para sua conclusão. A falta de pedidos de aditivos de prazo também está relacionada com o número pequeno de fiscais responsáveis pelas obras. Segundo o diretor de obras da PU, Marcelo Diniz, faltam fiscais, engenheiros e arquitetos para suprir as necessidades que demandam do crescimento da Universidade. A inexistência dos projetos complementares quando as obras são iniciadas faz com que as obras sejam paralisadas, muitas vezes, em fase de acabamento. Ocorre que no entendimento legal anterior, o contrato com a empresa responsável é paralisado assim que uma construção fica parada e volta a contar no momento de sua retomada. Entretanto, um novo parecer jurídico diz que o tempo de contrato e o prazo de conclusão das obras são distintos. Na prática essa decisão fez com que muitas empresas não pedissem tempo adicional para conclusão das obras e tivessem o contrato extinto. Nesse caso é preciso abrir um procedimento para apurar o que

Atualmente estão disponíveis oito arquitetos para a elaboração de mais de 100 projetos na fila de espera, para o diretor de obras da P.U. são necessários 15 para atender a demanda. No MEMO UFPB/PU/DO nº 400/2013 enviado ao gabinete da reitora, o órgão explica os limites de trabalho para cada fiscal, que são três obras e/ou reformas ou; três mil metros quadrados (m²) ou; três milhões de reais. Hoje, constam nos quadros da Prefeitura 12 profissionais, mas seriam necessários 23 para obedecer as normas estabelecidas no memorando. Todos os profissionais necessários para o bom funcionamento da Prefeitura Universitária já foram solicitados à administração, segundo Marcelo Diniz. UFPB em revista

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GLOBAL SERVICE JAM

UFPB recebe edição paraibana Reportagem: Wallisson Costa

A UFPB recebeu no final de semana dos dias 27 e 28 de março, o JampaJam, edição pessoense da iniciativa de design mundial Global Service Jam, realizada anualmente em várias partes do planeta desde 2011, durante os meses de fevereiro e março. O evento consiste em um grupo de pessoas que se reúne em um espírito de experimentação, cooperação e competição amigável, durante 48 horas, para desenvolver novos serviços inspirados em um tema.

ideia prévia, sem conhecer um ao outro, e são estimulados a partir de um tema a trabalhar um projeto de design enquanto conhecem novas pessoas.

Na sua primeira edição, a JampaJam reuniu uma equipe de oito componentes em volta do tema “Uma interpretação de um processo de criação de um brinquedo de papel”. De acordo com Cléber Morais, coordenador do Curso de Comunicação em Mídias Digitais e um dos organizadores da edição pessoense, “A ideia era criar com simplicidade e diversão um processo de serviço para a sociedade. As interpretações mundiais variavam e isso que cria um ecossistema de criação”.

Essa foi a primeira edição realizada na UFPB, com estrutura cedida pelo Departamento de Mídias Digitais, e equipe de organizadores formadas por professores e alunos do Curso de Comunicação em Mídias, onde foram utilizados o auditório e os laboratórios para a produção.

Os idealizadores do Global Service Jam relatam como a principal característica da iniciativa o encorajamento da experimentação e inovação no design. Um sistema em que um grupo se reúne sem 28

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Segundo Cléber Morais, “a principal contribuição para a UFPB é entrar em contato com as dinâmicas de criação do mundo inteiro e poder contribuir também com parte desse processo. O evento é uma maratona global síncrona de criatividade que fomenta a inovação”.

Durante as 48h do evento, foram desenvolvidos protótipos de interação para celular e para web. “As atividades foram bem tranquilas, mas muito trabalho para ser feito em pouco tempo. No sábado a noite já estávamos exaustos, mas conseguimos pelo menos finalizar a proposta até o domingo às 15h. Estamos cogitando continuar esse projeto, incubando-o para gerar um produto”, relata Morais.


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UFPB

Ano II . NĂşmero 9 - Outubro 2014


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