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Pão nosso de cada dia [ Estômago de avestruz [ Colocar o pão na mesa [ Ter estômago [ Engolir goela abaixo [ Ter o olho maior que a barriga [ Acabou-se o que era doce! [ Apressado come cru [ A última bolacha do pacote [ Cara de quem comeu e não gostou [ Com a faca e o queijo na mão [ Come quieto [ Comer pelas beiradas [ Comeu o pão que o diabo amassou [ Cuspir no prato em que comeu [ Dar uma colher de chá [ Dar um refresco [ Dando sopa [ Dar uma banana [ Dar um bolo [ Descascar um abacaxi [ Em panela que muito se mexe, a comida azeda [ Encher linguiça [ Enfiar o pé na jaca [ Entregar de bandeja [ Escorregar no quiabo [ Farinha do mesmo saco [ Jogar farofa no ventilador [ Mamão com açúcar [
Apresentação A Exposição Migrações à Mesa é o resultado de uma parceria entre o Museu da UFRGS e o Museu da Imigração de São Paulo, aqui adaptada para a região do Rio Grande do Sul. O Museu da UFRGS, museu universitário de caráter interdisciplinar, conta com uma Unidade Educativa que desenvolve diferentes projetos e ações, tendo como foco uma visão interdisciplinar e de acessibilidade. Neste sentido, entendemos que, muito mais que um ato biológico, a alimentação humana, temática da presente exposição, é um ato social e cultural que envolve desde a escolha e classificação dos alimentos até a forma como comemos e com quem compartilhamos nossas refeições. A alimentação é também uma abordagem para conhecer e entender a cultura e a história de um povo. E é dentro desta concepção que apresentamos este caderno, com inspiração poética sobre a exposição Migrações à Mesa. Recheada de ingredientes como Memória, Cultura e Identidades, nossa receita pretende estabelecer e reforçar o necessário diálogo intercultural na compreensão de que entre as diversas etnias encontramos diferenças, semelhanças e aproximações que, longe de nos afastar, podem e devem nos enriquecer e aproximar. Se você é bom de garfo e tem fome de conhecimento, sirva-se deste caderno e aproveite a visita! Você, visitante, é a nossa cereja do bolo!
Equipe Museu da UFRGS
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Bolo de descoberta à moda [ de visita ao museu (OU DELÍCIA DE VISITA)
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Tempo de preparo:
O que n os para um prepara a visita ?
Ingredientes:
- pode durar em torno de 1 hora… pode durar uma tarde inteira... Qu
- 1 copo de água - 500g de desconfiança (opcional) ais con h ecim - 2 xícaras de abertura para o diálogo e exper iências entos - um punhado de crítica podem os aces Rendimento: sar? - lascas de espontaneidade - curiosidade a gosto - entre nenhum e infinito - uma pitada de surpresa sitar vi e d xe ei - 3 colheres de chá de memórias d Não e qu ta or H a - ar Depende da nossa u preparou se u M - 2 dedos de opiniões o qualidade dos irado nesta sp in - 1 colher de respeito ingredientes e da posição. Tem ex - companhia, pimenta e sal a gosto disposição para gal! muita coisa le - confeitos de pontos de vista fazer a receita.
“Este livro encontrei entre tantas outras recordações por ela guardadas. Pensei: um dia eu vou fazer alguma coisa com estas receitas.… um dia quem sabe… quem sabe este dia chegou.” Maria Lúcia Guaspari Barreto (bisneta de Maria Joaquina) – Caderno de Maria Joaquina da Costa.
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modo de fazer:
eu
água
PREPARO 1. Tome o copo d’água. 2. Espreguice; chegue ao local da exposição. 3. Descasque a desconfiança e se pergunte: que museu abriga essa exposição? Que território você está adentrando?
Experim e doce, a nte: se estive dicione r muit o m crítica. Se estiv eio punhado d coloque e er mui to m abertur ais meia xíc amargo, ar a para o diálo a de go.
MASSA
COBERTURA
1. Num recipiente, junte as 2 xícaras de abertura para o diálogo com o punhado de crítica e observe os objetos pensando em sua disposição. Reserve as descobertas.
1. Misture as opiniões com uma colher generosa de respeito. Considere que, independentemente de sua experiência com a exposição ser positiva ou negativa, alguém dedicou tempo e energia para que você participe daquilo.
2. Dilua as lascas de espontaneidade na curiosidade e deixe-se levar pelo percurso que te interessa, sem se importar tanto com a ordem em que você verá as coisas. 3. Caso use a companhia, misture as opiniões e impressões divergentes e leve ao W fogo baixo até ficar homogêneo. kdYW Á Y D
4. Retire a mistura do fogo e incorpore-a aos poucos ao restante da massa. O ideal é chegar a uma textura maleável, nem muito rala nem muito resistente. Se surgir uma camada de preconceito, desconstrua antes que ela engrosse e te impeça de continuar.
2. Reduza o líquido em fogo alto, resgatando qual foi a impressão geral do que você presenciou. antes de seguir 3. Faça furos na massa; abra espaço para que a cobertura despejada escorra por ela e realce os seus sabores. Para enfeitar, use confeitos de pontos de vista. Quanto mais coloridos e de formatos diferentes (estrelinha, coraçãozinho, alteridade), melhor.
5. Tempere com sal, pimenta e surpresa. 6. Confira se as descobertas que havia reservado cresceram. Salpique as suas memórias sobre elas e repare se elas mudam de cor. 7. Aqui, respire o ar aos poucos, para não empelotar. Escolha o elemento dessa exposição que mais chamou a sua atenção. Reserve alguns instantes para reparar apenas nisso.
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e se É recomendável qu a ordem ar er experimente alt de também dos ingredientes. Po tar, aumentar substituir, acrescen tidades. Tem ou diminuir as quan , faz no olho gente que troca tudo h[dZW W [ Á YW j_ce$ D e i[ f f[j_j[ \ hckbWi$$$ [ Xec W
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Memórias à mesa
Hoje, pela manhã, me vieram à mente algumas lembranças de inúmeras ocasiões que envolvem a comida na minha vida… Das tardes de domingo na casa da minha avó, onde o cheiro de bolo quentinho me trazia conforto. Nos almoços de festas, onde a família inteira se reunia, lembro do barulho das crianças correndo em volta da mesa. Tempo bom! Me recordo agora de assistir aos programas de culinária na tV, e de tentar fazer aquelas receitas inovadoras e rebuscadas. Hoje, vi um deles, e recordei desses momentos.
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Ah! E uma vez eu e meu pai estávamos na cozinha preparando um biscoito, mas deixamos muito tempo no forno e, como queimou, ficou com um gosto de carvão adocicado. Nunca comi carvão, mas a tal memória olfativa nos apronta dessas. E quando fazemos uma receita em que um ingrediente muda o gosto de tudo?! Ervas costumam fazer essa mágica! Temperos e especiarias, como amo!
as E vo cê ? Qu ai s sã o em s ia su as m em ór to rn o da m es a?
“Ele vem passando de mão em mão pelas gerações na família, e assim acabou com minha avó materna e agora está comigo. Tem letras da minha trisavó e também da minha avó que adicionou algumas receitas… Minha mãe achou esse caderno guardado em um armário da minha avó, na casa lá da fazenda.” Maria Lucia Ricardo Souto (trineta de Honorina e neta de Maria Antônia). Caderno de Honorina da Conceição Meirelles da Silveira e Maria Antônia de Moraes Ricardo.
“Ao abrir o caderno de receitas de minha mãe mergulhei em um mundo inexplicável de lembranças. Sua letra bem desenhada, as colagens em inúmeras páginas me levaram a fazer relações que até então eu não havia cogitado! Meus olhos passeavam pelas páginas e deliciavam-se com os títulos dessas receitas “Num jantar na Hildinha”, “Bolo da Mamãe”, além de recortes de revistas, fragmentos de fotonovelas, manchinhas secas de um molho, um pozinho de farinha de trigo, o cheiro do papel!” Miriam Tolpolar (filha de Raquele). Cadernos de Raquele Galbinsky, Regina Jovchelovitch e Eva Herskovits.
“Há receitas em português, como o “Pudim de Laranja”; em francês, como o “Poulet Grillé”; e em italiano, como o “Risoto Alla Bergamasca”. Há páginas em branco, supõe-se que denotem espaços de tempo entre a coleta de receitas, ninguém sabe...” Silvia Generali da Costa (filha de Maria e sobrinha de Gemma). Caderno de Maria Helena e Gemma Generali.
“E quando chegava domingo, “tutta la famiglia” se reunia na casa dos avós maternos para almoçar e confraternizar. Era uma família numerosa formada por muitas vozes tradicionalmente italianas - aquela gritaria! - e o cardápio? “Rascatelli al sugo”, um tipo de massa feito à mão com um ferrinho”. Rosária Anele (filha de Angelina). Caderno de Angelina de Anele.
“Éramos doze pessoas sob o mesmo teto. Meus pais e três filhos, minha tia com o marido e mais três filhos e meus avós. Os conflitos eram inevitáveis e frequentes, principalmente entre as crianças. O que nos unia era a espaçosa cozinha de minha avó”. João Tadeu Freitas da Costa (neto de Elvira e filho de Leda). Caderno de Elvira Freitas e Leda Freitas da Costa. 5
“O mocotó era a comida onde os sinhozinhos cortavam os bois, as vacas, comiam as melhores carnes, de primeira, e davam os restos aos escravos: seria o mondongo, a tripa grossa, a coalheira, a pata, o rim, o fígado, que aquilo eles não comiam. Só que os nossos ancestrais foram tão inteligentes, fizeram uma comida tão gostosa, tão boa, que hoje todo mundo come, todo mundo paga até muito caro, porque o mocotó não é barato”. Maria Aparecida Pires Campos, representante da Mocambo –Associação comunitária Amigos e Moradores da Cidade Baixa e Arredores.
“Cada família sabe o que quer plantar: alguém planta melancia, batata doce, aipim, tudo isso. Cria galinha também, para comer... para aprender [a cozinhar], desde criancinha já sabe... e quando cresce mais um pouco, já aprende mais, por isso que eles aprendem bastante.” Arnildo Gonçalves – Vice-cacique Tekoá Pindó Guarani-Mbyá (depoimento).
“Das memórias afetivas que envolvem aromas e sabores, destacam-se: alcachofras, que eram colhidas no quintal e saboreadas por toda a família; sopa de cevada, que era comprada na Maltaria de Guaporé 6
(...) pães e biscoitos assados no forno construído no quintal; chimias feitas no tacho de compotas de frutas, doce de abóbora.” Valeska Conti (neta de Maria). Caderno de Maria Chisté e Attílio Braga.
“E ainda hoje, todos os anos, no Natal, repetem-se as receitas de biscoitos que por décadas distraíram os seis filhos no advento, divertindo-os na cozinha. “Thorner Kathrinchen”, uma massa fácil de fazer e que não utiliza manteiga – portanto sem derreter no manuseio sob o calor brasileiro –, é uma de minhas favoritas quando eu, caçula da família, ainda mantenho a tradição de três gerações.” Annemarie Frank (filha de Isolde). Caderno de Isolde Mohr Frank.
“A hora de cozinhar era também um momento que minha avó usava para estudar com as netas. Minha prima, Maria Adelaide Magalhães, recorda que a vó tomava a tabuada dela enquanto preparava o almoço. Minha prima ficava lavando as verduras e minha vó ia fazendo os pratos quentes. Ela lembra que travava na tabuada do 9 e que uma vez fez uma cola bem pequena na mão para não errar. ‘Ela não
deixava a gente contar nos dedos’, revelou rindo. Ela me disse também algumas expressões que a vó usava com frequência, como: ‘palavras loucas, ouvidos moucos’ e ‘só fala quem tem que lhe diga’.” Tatiana Magalhães Gappmayer (neta de Emília e filha de Maria). Cadernos de Emília Augusta do Carmo Monteiro e Maria Alice Magalhães Gappmayer.
“A gente entende que a natureza dá tudo. Mesmo com essa agressão que ela está passando, ela está dando alimento ainda. Se um dia todo mundo souber, entender que nós também fazemos a parte, a gente vai se salvar, mas do jeito que está andando, nós vamos ser extintos como muitas coisas [
foram extintas. A minha esperança, ainda, é o outro povo entender que enquanto eu estou circulando aqui em cima, no colo de minha mãe terra, essa folha que eu estou segurando aqui, eu não vou comer ela só para comer, eu vou comer ela porque ela vai me fazer bem por dentro. Ela não tem nenhum pingo de tóxico, de veneno. Eu apelo para os estudantes do futuro e para quem vai ver esse vídeo, que lute contra o veneno e dê valor à vida. Porque a história de meu vô, ele sempre dizia: se nós respeitarmos tudo isso que a natureza deu para nós, nós vamos ter a vida eterna.” Iracema Rã-Nga Nascimento – Etnia Kaingang (depoimento).
Lista de medidas
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para não errar a receita
MENOS DE 5 ML Uma pitada, um punhado, um gostinho, um cheiro, um bocado, uma pitada generosa, um chorinho, um chorinho caprichado, um fio de azeite, um pouquinho, um choro.
96 ML A 250 ML xícara de chá, xícara de chá pequena, meia caneca, meio copo, copo americano, Cortado em cubinhos, cortado em tiras, cortado em pedaços grandes, picado.
5 ML A 15 ML Colher de chá, colher de sopa, colher de sopa rasa, colher de sobremesa, meia porção de manteiga, óleo que dê pra cobrir, cubinho de tempero.
250 ML A 1 LITROS Água que dê pra cobrir, água até a metade, água suficiente para cozinhar macarrão. INDEFINIDO O quanto baste, à gosto. 7
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saborES dO SUL
Cada região do Brasil tem suas comidas características. A culinária gaúcha foi moldada na mistura dos sabores originais dos indígenas e pelos imigrantes italianos, alemães, portugueses e espanhóis além dos africanos, entre outros. Os resultados dessa mistura são doces típicos deliciosos, muitos pratos com carnes e massas, além do chimarrão e do pinhão, que se constituem, portanto, como os elementos tradicionais da nossa alimentação. Você já parou para pensar quais as comidas típicas do Rio Grande do Sul? Aqui estão algumas indicações que servem como um convite para você lembrar e pesquisar outras. Chimarrão: Bebida à base de ervamate, que costuma ser compartilhada em roda de amigos e familiares, faz parte da identidade gaúcha. A erva-mate é uma planta nativa das florestas encontradas no sul do Brasil, Argentina e Paraguai. Sua produção e consumo têm origem nos povos indígenas das bacias dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai, entre eles os Guarani e Kaingang. Para fazer um chimarrão você precisa de uma cuia, uma bomba, água quente e a própria erva. Para apreciar a bebida, é muito comum ser convidado com a expressão “tomar um mate”.
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Modo de preparo: Coloque a erva-mate em 2/3 da cuia. Arrume de forma que essa fique assentada de um lado só, deixando um espaço vazio. Bata suavemente na parte externa da cuia, do lado em que a erva está arrumada, para que o pó se desloque para o fundo desse recipiente. Coloque-o na posição vertical, com cuidado para o conteúdo não cair. Despeje um pouco de água morna para inchar a erva e aguarde até a água ser absorvida. Aqueça mais água, mas não a deixe ferver. Coloque a água quente e introduza a bomba até o fundo da cuia, enterrando-a na mistura. Durante esse movimento, mantenha o bocal da bomba fechado com o dedo polegar, até assentá-la adequadamente. Finalmente, tome o chimarrão usando a bomba. Quando a bebida terminar, coloque mais água quente e passe adiante para outro companheiro na roda. Churrasco: Carne assada na brasa, em espetos. O gado foi introduzido no estado por grupos de jesuítas. Com o tempo os rebanhos se reproduziram e esse assado tornou-se parte fundamental da base alimentar dos gaúchos. Costela Assada: Costela de gado ou carneiro assada no fogo de chão. Tem origem nas fazendas onde os patrões matavam os animais para consumo próprio utilizando as carnes consideradas
nobres (picanha, maminha, alcatra, filé mignon) enquanto entregavam aos peões as costelas, consideradas comuns e difíceis de cozinhar no dia-a-dia. Os empregados, enquanto cuidavam os rebanhos do patrão, as preparavam, por sua vez, cravando a carne em lanças de pau fixadas no chão e a deixando assar lentamente, distante do fogo, por horas, utilizando como tempero o sal grosso. Arroz-de-Carreteiro: Comida gaúcha à base de charque (carne bovina salgada e seca ao sol) e arroz criada por mercadores que atravessavam os campos rio-grandenses em carros de boi. Foi incorporado e adaptado a outras culinárias regionais, como a goiana e a mineira. Xis: Lanche montado com um pão em torno de 20 cm, prensado em uma chapa e com espaço para um farto recheio. Possui variados sabores como coração de frango, picanha assada, carne desfiada, bacon e vegetariano. Pode ser considerado o legítimo sanduiche rio-grandense. Tem sua origem no hambúrguer (bife de carne moída) que chegou ao Brasil em 1952. O pão com carne, de preparo rápido, caiu na graça de todos. Com o tempo, o queijo (“cheese”, em inglês) foi acrescentado à comida, mudando o nome para “cheeseburger”. E, da mudança da nomenclatura de “cheese” para o “xis”, fez-se presente a pitada gaúcha.
Massas: Prato típico da culinária italiana, as massas chegaram ao Rio Grande do Sul com os imigrantes vindos da “Velha Bota”. Estão presentes nos cardápios de restaurantes diversos, espalhados pelo estado, e também na mesa do gaúcho. Sagu: O sagu é uma sobremesa simples, originária do uso da fécula de plantas. A palavra “sagu” veio do inglês “sago”, que é o amido extraído da planta dos saguzeiros. No Brasil, os imigrantes europeus, em especial os italianos, substituíram o sagu original pela fécula de mandioca, acrescentaram o vinho tinto e o creme de baunilha e criaram um doce típico dos imigrantes. Tainha na Taquara: Tradicional da região das ilhas do Guaíba e do litoral sul do estado, a tainha na taquara é o prato típico mais vendido na Festa do Mar, que ocorre na cidade de Rio Grande. É também encontrado na Feira do Peixe que acontece no centro de Porto Alegre durante a semana da Páscoa. Trata-se de um peixe bem temperado com sal, limão e alho, colocado em um espeto feito de taquara (tipo de bambu) e assado sobre a lenha em brasas. 9
Pinhão: Fruto da araucária, o pinhão aparece quando as temperaturas caem, sendo um alimento típico de inverno, bastante consumido ao redor do fogo. O fruto precisa ser cozido e em seguida descascado. É bastante utilizado como petisco, embora tenha seu lugar em receitas mais elaboradas - bolos, ensopados e carnes assadas. Aipim Frito: Aipim é uma raiz também conhecida em outras regiões do país como mandioca ou macaxeira. No Rio Grande do Sul, além de ser incluído em pratos mais elaborados, costuma-se comê-lo frito, como aperitivo. Cuca: Pão doce muito comum nas cidades colonizadas por alemães. Em seu recheio comumente misturam-se frutas, como a banana, a uva, o abacaxi e a maçã. Para a sua cobertura, produz-se uma espécie de farofa adocicada, feita a base de farinha de trigo, manteiga, canela e açúcar.
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Vovó-Sentada: Biscoito (ou bolacha) crocante, assado em formato da letra “V”. Trata-se de um petisco tipicamente gaúcho, de nome exótico e pouco conhecido pelo Brasil. Receita de biscoito Vovó-Sentada ou Mignon 1 kg de farinha de trigo 15 gr de fermento biológico 20 gr de sal 20 gr de açúcar 30 ml de óleo 400 ml de água Misture todos os ingredientes, sove bem a massa, passe-a no cilindro (manual ou elétrico), deixe a massa estendida e corte em formato da letra “V”. Deixe crescer e asse por 15 minutos no forno a 180 graus.
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Põe amor neste tempero
“A história dos condimentos naturais está atrelada à da própria humanidade; à sua necessidade de sobreviver, de reinventar os alimentos, de recuperar a saúde, prolongar a juventude, driblar a morte, reverenciar o incompreensível por meio dos rituais mágicos, conquistar terras e amores. (...). As especiarias (...) impulsionaram o longo e obsessivo processo de amalgamento das culturas e traduziram, no final das contas, a eterna busca do homem pela felicidade.” Os antigos latinos chamavam as especiarias de species, plantas especiais, pelo poder aromático e curativo. Já os franceses, no início do século XVII, passaram a denominar com tal palavra os condimentos exóticos do Oriente. O conceito, progressivamente, passou a ser aplicado a “qualquer droga aromática usada para perfumar iguarias”, como consta hoje nos dicionários.
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Cravo-da-Índia – Caracterizado como um botão de flor maduro e dessecado, o cravo é utilizado principalmente na feitura de doces. O craveiro-da-índia nos conduz à Indonésia, cujos habitantes tem o hábito de fumar cigarros misturando o cravo moído ao tabaco. A planta tem uma grande quantidade de óleo essencial, que lhe confere o forte e peculiar aroma floral e o sabor picante. Além disso, a essência de cravo possui propriedades bactericidas e fungicidas marcantes. Pimenta-do-Reino – Pimenta vem do latim piper, que designava essa especiaria cujo uso espalhou-se depois da campanha empreendida por Alexandre, o Grande, até a Índia, país de origem do condimento. Segundo os bons gastrônomos, é melhor moer a pimenta, caso seja necessário, apenas no momento da sua utilização, pois seu perfume e sabor no estado de grão conservam-se indefinidamente.
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Canela – Tudo indica que a cascas enroladas em si mesmas, por analogia com caules ocos de espécies de cana, ganharam o nome de “canela”. O condimento é mencionado na China, na corte do Imperador Chen Nung, dois mil anos antes da era cristã, e, após a sua disseminação na Europa, ao lado da pimenta do reino tornou-se a mais cara e cobiçada das especiarias durante séculos da história ocidental. Deve o seu sabor doce, quente e perfumado a uma essência aromática. É utilizada usada em pó, moída ou em forma de rama.
“Ahhh os aromas! Hoje, é através deles que nos transportamos no tempo, matamos saudades, prestamos homenagens... receitas que eram das bisavós, avós, tias, amigas... pessoas que fizeram parte da história da família e que deixaram um pouco de si nos livros da Tita, que agora são nossos, da internet, de todo mundo....”
Maria do Carmo Bado e Gustavo Bado (filhos). Caderno de Theresa Maria Bado.
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Gengibre – Este caule subterrâneo foi descrito já na Idade Média, por ocasião de uma visita de missionários católicos à China. Porém, os gregos provavelmente já o conheciam por intermédio dos persas, 500 anos antes da era cristã. Hoje, guisados, carnes e sopas cremosas são temperados com pó de gengibre, além de a substância possuir propriedades medicinais, sendo útil no combate a problemas circulatórios, resfriados ou inflamações. Noz-Moscada – A noz-moscada aparece pela primeira vez em Bizâncio, cerca de 600 anos antes de Cristo, disseminando-se posteriormente durante a Idade Média. A noz fornece um óleo essencial bastante perfumado. Muito duras, as nozes podem ser moídas ou raladas. Atualmente, condimentam uma infinidade de pratos salgados, como purês, risotos e sopas, além de doces.
as eus arom eis s s o o ã s dáv Quais iros agra e h c s o , s branças m le preferido a ê c o tem v que reme também a o? e o d a s s n do pa do cotidia s o s o t s o g s momento
O texto desta seção tem como referências as seguintes obras: NEPOMUCENO, Rosa. Viagem ao fabuloso mundo das especiarias. 3ª ed. Rio de Janeiro: José
Olympio Editora, 2004. p. 18. PELT, Jean-Marie. Especiarias e ervas aromáticas: história, botânica e culinária. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. 12
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Uma “provinha” de história do Rio Grande do Sul com ingredientes do nosso acervo
No acervo do Museu da UFRGS – integrado principalmente por imagens e documentos que tratam da história da Universidade, da cidade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul – também podemos buscar alguns ingredientes para adicionar à exposição Migrações à mesa. Produção de alimentos pela mão de obra dos escravizados Você sabia que a partir do século XVIII o Rio Grande do Sul fornecia charque e gado ao restante do país? E que a instalação
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das primeiras charqueadas trouxe a presença de escravizados como mão de obra em grande quantidade para o estado? Pelo trabalho em condições excepcionalmente duras, de forma intensiva, as charqueadas eram consideradas os “purgatórios” dos escravizados. Nas lavouras de trigo, os açorianos, que antes utilizavam a mão de obra familiar, enriqueceram com a venda do produto e também passaram a utilizar mão de obra escrava. Charqueada - gravura de Jean Baptiste Debret
Com o fim da escravidão, àqueles que durante séculos eram a essência da força produtiva – os escravizados –, atribuíramse estigmas associados ao não-trabalho. Sendo assim, seu ingresso no mercado de trabalho foi particularmente mais penoso em relação aos brancos, restando a eles ofícios socialmente menos prestigiados: continuar a trabalhar nas charqueadas, serviços irregulares de biscates, carregamento de mercadorias nas docas, venda de comidas nas ruas e serviços domésticos, entre outros.
Liberto Cozinheiro
Vendedor de Doces -Docas Trabalhadores de charqueada - Guaíba – 1918
Transformações na Capital e novos hábitos alimentares No decurso do século XIX, a cidade de Porto Alegre cresce, impulsionada pela chegada de trabalhadores do interior do Rio Grande do Sul e imigrantes europeus, que passam a morar na capital do estado em busca de oportunidades. Com isso, ocorrem diversas transformações, emergindo uma nova organização e configuração urbana. Praça XV de Novembro - Antiga Praça Conde D’Eu - Porto Alegre Década de 186
Praça XV de Novembro Porto Alegre
Nas ruas da nova Porto Alegre, cafés, restaurantes e confeitarias são palcos de encontros, motivam passeios e reconfiguram a vida urbana e as relações sociais na cidade.
Café América
Café Colombo - Porto Alegre
Aspecto interno do Café Guarany - Porto Alegre
A indústria vende sua imagem – rótulos, marcas e propagandas de alimentos Tanto a agricultura quanto a nascente produção industrial do estado, com destaque para a indústria alimentícia, teve um grande incremento com a chegada de famílias de imigrantes europeus ao Rio Grande do Sul, desde o século XIX até as primeiras décadas do século XX. As imagens a seguir ilustram algumas dessas novas atividades, com trabalho e trabalhadores/as na indústria e no comércio de alimentos.
Mercado Público - Bancas do Mercado - Mercado de frutas e legumes
Fábricas e Firmas - Moinho Pelotense - Vista Externa
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Através dos antigos rótulos e propagandas, é possível conhecer alguns desses empreendimentos, como fábricas de doces, biscoitos, chocolates, banha, laticínios, farinha, vinhos, refrescos e outras bebidas. Alguns deles você pode ver a seguir.
Compota de Pêssego - Guilherme Schramm Filho
Azeite de Oliva Di Lucca
Manteirga especial Geraldo Markus
Laranjinha Girassol - Cristiá & Cia
Semolina Fosfatada - Antonio M. Santos Chá de Erva Mate Familiar - Ervino Scherer 16
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A literatura também pode despertar seu apetite
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Simões Lopes Neto (1865-1916) Contos Gauchescos Melancia – Coco verde
Érico Verissimo (1905-1975) O Continente II A Teiniaguá
(...) “O caso é que o Costinha gostava da moça e a moça gostava dele: tem, é que não atavam nem desatavam... e o velho Severo puxava a pera, torcendo as ventas... O ilhéu às vezes vinha à estância do tio, em carretinha...; veja vancê como ele era ordinário, que nem se avexava de aparecer de carretinha, diante da moça!... E era só cama com lençóis de crivo, para o primo; fazia-se sopa de verdura para o meco; e até bacalhau aparecia, só pra ele! (...) Que isto das nossas comidas, um churrasco escorrendo sangue e gordura e salmoura… uma tripa grossa assada nas brasas… uma cabeça de vaquilhona... uma paleta de ovelha; e mogango e canjica e coalhada... e uns beijus e umas manapanças... e um trago de cana e um chimarrão por cima… e para rebater tudo, umas tragadas dum baio, de naco bem cochado e forte... tudo isso, que é do bom e do melhor, para o ilhéu não valia nem um sabugo!...”
“Entraram duas escravas com bandejas cheias de pratos. Bibiana os foi colocando um por um em cima da mesa. Havia uma travessa cheia de arroz pastoso, levemente rosado e muito luzidio; uma terrina de feijão preto; um prato de galinha assada com batatas; outro de guisadinho com abóbora e finalmente uma travessa de churrasco com farofa. Winter olhava admirado para aquilo tudo. Era simplesmente assustadora a quantidade de pratos que havia nas refeições das gentes remediadas ou ricas da Província. Nunca menos de seis, e às vezes até dez. Não raro numa refeição serviam-se quatro ou cinco variedades de carne, e nenhuma verdura. Por fim, como um pós-escrito a uma longa carta, Natália trouxe uma travessa com mandioca frita.” VERISSIMO, Érico. O Continente (Vol. II). Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2004, p. 109.
LOPES NETO, João Simões. Contos Gauchescos. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1988. p.120-121.
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Depois de comer, é hora de brincar
Jogo das frutas Material: uma bola Formação: os jogadores formam um círculo e um deles vai para o meio da roda. Todos escolhem uma fruta. Desenvolvimento: o jogador que está no meio da roda deve jogar a bola para cima e gritar o nome de uma das frutas. O participante que tiver escolhido essa fruta deve pegar a bola e gritar “salada de fruta”. Os outros os jogadores, que estão correndo, devem parar e o jogador que está com a bola dará três passos, tentando alcançar algum jogador e acertá-lo com a bola. Finalização: o jogador que for acertado irá para o meio do círculo e chamará outra fruta.
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Ovo podre Material: Uma bola Formação: Os jogadores formam uma roda, com todos sentados no chão. Desenvolvimento: Um dos participantes fica fora do círculo, com uma bola na mão, e vai caminhando em volta da roda, cantando: “Ovo podre”. A roda responde: “Está fedendo”. Ele pergunta: “Onde eu coloco?”. E o grupo responde: “Na lata do lixo”. Ele pergunta: “O lixeiro não veio?”. E todos respondem: “Só na semana que vem”. Aquele que está com a bola, que representa o “ovo podre”, tem de deixá-la atrás de um dos participantes. Quando os outros dizem: “fedeu!”, a criança que estava com o ovo tem que dar uma volta completa na roda e sentar no lugar de quem o recebeu. Enquanto isso, a pessoa que recebeu a bola tem que tentar pegar a pessoa que estava do lado de fora antes que ela consiga se sentar. Finalização: Se aquele que inicialmente não integrava a roda conseguir sentar, o participante que ganhou ovo deverá ficar do lado de fora do círculo, cantando a música. Se o primeiro não conseguir, voltará a cantar, até que consiga “livrar-se” do ovo e se sentar no lugar de alguém.
Batata quente Material: Uma batata, uma bola ou outro objeto à disposição. Formação: As crianças formarão um círculo, com uma das crianças sentada no centro da roda com os olhos vendados. Desenvolvimento: As crianças que estiverem formando o círculo devem passar a “batata” (ou aquilo que a representa), para a criança a sua direita. Enquanto a batata circula, todas as crianças cantam: “batata quente, quente, quente”. Em algum momento, o jogador que está vendado no centro da roda deve gritar: “queimou”! Finalização: Quem estiver com a batata nas mãos será o perdedor, trocará de lugar com a criança do centro do círculo, será vendado e gritará “queimou” na próxima rodada. Para o jogo ficar mais divertido, a criança na área central poderá gritar “meia volta” e as crianças deverão começar a passar a batata no sentido contrário, assim como, quando exclamar “com uma mão”, a batata deverá ser passada somente com uma mão. Quem deixar o objeto cair também perde. 19
RECEITA DE [ BISCOITO DOMINÓ
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Convide toda a família para a cozinha, inclusive as crianças, e faça esta deliciosa receita de biscoito-dominó para jogar e comer no final!
As crianças precisam estar familiarizadas desde pequeninas com o ambiente da cozinha, para que possam aprender que colaborar com as tarefas de casa é importante e responsabilidade de todos. Além do mais, cozinhar o que se come é prazeroso e mais saudável do que comer industrializados e fast foods. Mas, quando convidar as crianças para a cozinha, é necessário lembrar: - Elas devem sempre estar acompanhadas por um adulto; - Quanto menor a criança, a atenção e os cuidados devem ser maiores; - Facas e utensílios cortantes devem ficar longe delas; - Acender fogo e ligar tomadas, nem pensar; - Se cair algum ingrediente no chão, limpe logo para elas não escorregarem.
Ingredientes:
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MASSA
GLACÊ REAL
3 xícaras (de chá) de farinha de trigo 1 xícara (de chá) de manteiga à temperatura ambiente (ou margarina) 1 xícara (de chá) de açúcar 1 e 1/2 colheres (de chá) de fermento em pó 1 colher (de chá) de essência de baunilha 1 ovo
2 claras de ovo 3 xícaras (de chá) de açúcar de confeiteiro 1 colher (de sobremesa) de suco de limão
MODO DE PREPARO MASSA
GLACÊ REAL
Bata o açúcar e a manteiga na batedeira, até ficar um creme fofo e esbranquiçado, acrescente o ovo e bata mais um pouco. Junte a baunilha e misture na velocidade baixa. Vá acrescentando a farinha misturada com o fermento aos poucos (+ ou – 2 xícaras). Retire a massa e coloque sobre uma mesa enfarinhada e vá acrescentando o restante da farinha até a massa ficar desgrudando das mãos. Deixe a massa descansar por 20 minutos na geladeira. Depois, sobre a mesa enfarinhada, abra a massa com a ajuda de um rolo. Corte os biscoito com uma faca ou cortador de biscoito no formato de um retângulo. Coloque em uma assadeira forrada com papel manteiga e leve para assar. Quando estiver dourado em baixo (em cima fica branquinho) está pronto, ele fica no forno cerca de 12 a 15 minutos. Deixe esfriar bem antes de decorar.
Misture as claras com uma xícara de açúcar e leve para a batedeira. Bata em velocidade baixa e acrescente o limão. Vá acrescentando o restante do açúcar e aumente um pouco a velocidade da batedeira, bata até ficar bem denso. Divida em porções menores e junte corante alimentício na cor que quiser. Misture bem e reserve. Coloque o glacê em garrafinhas com bico,tipo de ketchup e mostarda. Faça pontinhos de glacê nos biscoitos-dominó.
REFERÊNCIAS
_________ (Coord.). Memória Porto Alegre: espaços e vivências. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS; Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 1991.
KÜHN, Fábio. Breve História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Leitura XXI, 2007. LOPES NETO, João Simões. Contos Gauchescos. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1988. NEPOMUCENO, Rosa. Viagem ao fabuloso mundo das especiarias. 3 ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2004. PELT, Jean-Marie. Especiarias e ervas aromáticas: história, botânica e culinária. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. PESAVENTO, Sandra Jatahy (Coord.). De escravo a liberto, um difícil caminho. Porto Alegre: IEL, 1988. _________ (Coord.). República: verso e reverso. Porto Alegre, IEL; Editora da Universidade/UFRGS, 1989.
Depois que fizer isso, deixe os biscoitos descansando até o glacê secar bem e… está pronto o biscoito-dominó!
(MARTINS, Patty. Biscoito dominó - dá para comer e jogar. Site Aqui na cozinha. Acesso em: 28 set 2016. Disponível em: <http://www.aquinacozinha.com/biscoito-domino-da-paracomer-e-jogar/>)
_________ (Coord.). O espetáculo da Rua. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS; Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 1992. SOARES, Trinity. A Sabedoria do Sabor: gastronomia como ferramenta pedagógica na educação alimentar de crianças e adolescentes. Pprto Alegre: UFCSPA, 2018. TAVARES, Regina Márcia Moura. Brinquedos e brincadeiras: patrimônio cultural da humanidade. Campinas: Pontes, Unesco, 2004. VERISSIMO, Érico. O Continente, (Vol. II). Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2004. Página eletrônica: Quem quer brincar? (Programa de Extensão Universitária, FACED/UFRGS). Disponível em <www.ufrgs.br/quemquerbrincar/>. Acesso em 27.02.2019.
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Migrações à Mesa Projeto original da Exposição: Museu da Imigração do Estado de São Paulo Publicação original: Museu da Imigração do Estado de São Paulo Publicação Museu da UFRGS: Organização: Lígia Ketzer Fagundes Adaptação, textos, seleção de imagens: Diego Speggiorin Devincenzi Eliane Muratore Lígia Ketzer Fagundes Maura Bombardelli Curadoria científica: Maria Eunice Maciel Programação Visual: Alex Medeiros Esta publicação integra a exposição Migrações à Mesa realizada no Museu da UFRGS entre 14/dezembro/2018 e 31/agosto/2019. Depoimentos: Família Anele, Família Bado, Família Chisté/Conti, Família da Costa/ Guaspari, Família Freitas/da Costa, Família Generali, Família Herskovits, Família Magalhães/Gappmayer, Família Mohr/Frank, Família Silveira/Souto, Família Tolpolar/ Galbinsky/Jovchelovitch. Iracema Gãh Té Nascimento e João Ernesto Padilha – Kaingang, Mocambo – Associação Comunitária Amigos e Moradores da Cidade Baixa e Arredores, Comunidade Guarani Mbyá da Tekoa Pindó Mirim. Agradecimento: Centro de Documentação e Acervo Digital da Pesquisa (CEDAP/FABICO)
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