GUARANI MBYÁ
Museu da UFRGS
Apresentação
O Museu da UFRGS é um lugar de conhecimentos e de produção e democratização de diferentes saberes. É um equipamento cultural que tem como linha de ação a Memória Social da Universidade, inserida em seu contexto histórico que é amplo e diverso.
Paulo Freire e seu princípio dialógico - onde tanto aluno quanto educador aprendem, nos aponta um caminho em direção a uma escolha de metodologias para nossas ações educativas. Essas ações buscam promover aprendizagens e construção de novos saberes, permitindo a valorização e a difusão da diversidade cultural, promovendo diálogos interculturais e criando uma experiência profundamente decolonial.
Com a intenção de propor um encontro com a Cultura Guarani, preparamos esse material que, esperamos, tenha participação na mudança de “leitura” do mundo, como dizia Freire e, ao mesmo tempo, desperte a curiosidade como forma de inquietação que encaminhe para um processo de ensino e aprendizagem.
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Fotos: Acervo Museu da UFRGS
Em 2015, o Museu da UFRGS inaugurou a exposição “Os Guarani Mbyá”, fruto do encontro entre um Guarani e um “Juruá”(pessoa não indígena para os Guarani). Vherá Poty e Danilo Christidis visitaram cerca de 15 comunidades Guarani Mbyá, numa jornada de aproximadamente 07 anos, fotografando o cotidiano dessas aldeias e trocando saberes entre elas. Essa exposição, com a parceria de diversas universidades e outras instituições sociais, viajou pelo interior do Rio Grande do Sul e também esteve em Rosário (Argentina) e Montevidéu (Uruguai).
O acervo fotográfico, resultado dessa imersão, é muito maior do que o recorte feito para a exposição e, em 2022, volta a ser exposto incorporando fotos inéditas que recompõem essas andanças, essas trocas, esse Tape Porã - um belo caminho.
Exposição em 2015
Exposição em 2022
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Na partilha, no andar juntos, nos silêncios, nas escutas e no olhar nasce um novo percurso. Essa caminhada de Vherá Poty e Danilo Christidis, como um reencontro de si mesmos e dos dois, escreve um “novo texto”, reescreve o anterior, aprofundando a conversa silenciosa entre eles.
Vherá Poty fala sobre os guarani mbyá
Assim como as �lores que atraem os pássaros e os insetos, possibilitando a formação de frutos e sementes que germinarão novas plantas, as belas palavras dos meus avós encantam meu pensamento: cores harmoniosas, No chão batido dos pátios ou no interior de nossas moradas, nos sentamos ao redor do fogo que nunca se apaga – há sempre alguém alentando as chamas inspiradoras com sopros e pequenos galhos –, e realçados pelas labaredas ouvimos, junto com o cocoricar dos galos, o guinchar dos bugios, o crepitar dos gravetos... as falas inspiradas dos anciãos sobre seus conhecimentos, lembranças, experiências.
Para nós, os que partilham a existência terrena, a transmissão de conhecimentos tem lugar privilegiado nos aconselhamentos dos velhos, inspirados pelos deuses, pois Eles se enfeitam e enfeitam o mundo. Suas falas são moderadas, agradáveis, plenas de cuidado, pronunciadas para fazer brotar bons e belos efeitos, voltadas para o bem-estar daqueles com quem se vive junto. Vivemos baseados nos princípios da generosidade e da reciprocidade, que chamamos de mborayu.
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Viver na generosidade, compartilhando o excedente é viver com alegria e beleza.
Alegrar-se não é divertir-se, é estar tranquilo e saudável, com disposição para algum afazer e para o convívio com aqueles que estão por perto. Um mundo sem parentes é impensável.
O simples, o moderado é belo, porã, e divino. Negar o excesso é entendido como um valor prescrito pelos deuses. O que é bonito assim o é porque se assemelha àquilo que é divino ou porque é mesmo divino.
Meu nome é Vherá Poty, Relâmpago Florido, sou Guarani-Mbyá.
Os velhos falam, eu escuto.
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Foto: Vherá Poty e Danilo Christidis.
Cosmo-Ecologia Mbyá-Guarani no Rio Grande do Sul
Diálogos do Percurso:
Por José Otávio Catafesto de Souza
o encontro de Vherá Poty com Danilo Christidis¹
Nem só documento, nem só obras de arte, as fotografias pretendem ser uma ferramenta de mediação, capazes de trazer aos nossos olhares – acostumados ao retrato exótico das populações originárias – a intimidade, a visão cosmológica e a beleza particular do modo de vida Guarani Mbyá. O percurso é formado por uma dupla de fotógrafos: um Mbyá e um juruá – se Danilo ensinou Vherá a fotografar, lá em 2008, Vherá ensinou Danilo a ver com outros olhos.
O resultado dessas trocas de olhares são o retrato da realidade Guarani Mbyá, desconstruída de uma ideia romântica e genérica da imagem indígena. O Modo de Ser Guarani é uma forma de defesa e de luta que incorpora também a dimensão do Território.
Essa experiência imersiva possibilitou dar visibilidade ao cotidiano Guarani Mbyá, permeado por espiritualidade desde o amanhecer até o anoitecer. A fotografia servindo como instrumento de captura dos gestos e relações de convivência.
¹Texto a partir de entrevista concedido ao Nonada Jornalismo Cultural: https://www.nonada.com.br/2015/09/vhera-poty-o-grande-desa fio-hoje-e-desconstruir-a-ideia-generica-que-se-tem-sobre-os-indigenas/
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“Como
que tu fotografas um bom dia? São coisas invisíveis [...]
As fotografias mostram o que a gente enxergava junto e o que eu comecei a compreender com o tempo – a maneira como os Mbyá-Guarani se comunicam, a poética das palavras, das belas palavras. Nhe’e – alma-palavra ou palavra habitante. A palavra é viva, a palavra sou eu.” – Danilo Christidis
“As pessoas ainda estão muito equivocadas quando pensam em uma imagem indígena. Elas pensam em uma pessoa de cocar, pelada, com arco e �lecha. Como você pode perceber, não há nenhuma foto aqui que representa essa imaginação genérica. Não que isso não exista, mas não é a realidade do Guarani.” – Vherá Poty
“Os Mbyá têm uma relação com o belo, que é desde pequeno, que está na palavra deles, na maneira como eles vivem. O entendimento do que é belo existe. E permeia o universo Guarani. Toda sua ancestralidade e a maneira como eles projetam o mundo, e tentam manter a constituição desse mundo. A luta deles é uma luta que eles escolhem travar através da palavra, das belas palavras, conquistando o coração do branco [...] O Poty me falou no início da nossa relação que eles iriam me receber como uma criança que precisava ser ensinada, porque o mundo deles para mim era invisível, que eu iria começar a ver esse mundo a partir dessa minha reeducação, enquanto pessoa, e, obviamente, enquanto fotógrafo.” – Danilo Christidis
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Cosmo-Ecologia Mbyá-Guarani no Rio Grande do Sul
Por José Otávio Catafesto de Souza
As fábulas míticas dos Mbyá apresentam conhecimento filosófico sobre a existência humana, e demonstram um saber detalhado sobre os elementos da paisagem, sobre os ciclos da astronomia, climáticos e meteorológicos típicos do ambiente subtropical em que habitam. O quadrante sul é a direção predominante dos ventos frios de inverno (o Minuano). O norte, a direção dos ventos quentes de verão e para onde se desloca a órbita do sol numa parte do ano.
A bruma e seu frescor são vividos como índices de um novo ciclo de vida, experimentados pelos Mbyá no ambiente da �loresta, logo que cada nova primavera desponta. O leste referencia a aurora e o nascimento de cada novo dia de sol. O oeste representa o equilíbrio trazido pelas chuvas de verão, das águas que aplacam o calor, tranquilizam os ânimos e irrigam a terra, as plantas e os animais.
A mitologia Mbyá reverencia os astros celestes, as plantas e suas �lores, os pequenos animais como o colibri, a coruja, a cigarra, o gafanhoto, o girino, o tatu e o lagarto. Todos são pensados enquanto re�lexos terrenos das forças criativas do cosmos, tendo uma participação importante na composição do sentido integral, cosmológico e existencial do Saber Mbyá.
O conhecimento Mbyá é preciso no mapeamento e designação das diversas regiões que constituem parte de sua territorialidade continental. A toponímia fixada pela geografia histórica e atual o demonstra em todos os países em que habitam, pois abundam palavras com reconhecida origem Guarani para designar acidentes geográficos, rios e lugares.
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A cosmo-ecologia Mbyá-Guarani classifica a Região Platina em quatro grandes unidades geográficas, distribuídas numa sequência que vai do interior do continente até o litoral atlântico. No atual Paraguai se localiza Yvy Mbité, o centro do mundo, ressurgido depois do dilúvio primordial, região outrora recoberta com densas e exuberantes �lorestas, no estilo que os Mbyá acreditam que fosse todo o disco terrestre, no momento da criação.
O substrato aquático não se apartou por completo na terra nova, inundando a região a leste do centro do mundo e constituindo Pará Miri (mesopotâmia Paraná-Uruguai, atualmente Província de Misiones, Argentina). Na banda oriental do rio Uruguai, adentra-se a região do Tape (caminho tradicional), zona de circulação e acesso à borda do estrato aquático, a grande água (Pará Guaçu) que a geografia denomina Oceano Atlântico.
Essas unidades cosmo-ecológicas sobrevivem apesar das intensas lutas de fronteira que culminaram na divisão do território Guarani entre os países do atual Mercosul, depois que muitos deles morreram. Os Mbyá foram espremidos pelas sociedades nacionais, entocados nas últimas �lorestas que ainda existem, depois da devastação madeireira. Eles se afastaram cada vez mais do eixo �luvial de sua antiga vida tribal, vivendo tão à margem da legalidade entre os países quanto o contrabando que se faz pelos rios. Na República do Paraguai, os Mbyá são tratados, até hoje, como selvagens primitivos.
Pará Miri resguarda a dimensão pluvial do antigo modo de ser Guarani, na época em que os rios Paraguai, Paraná e Uruguai escoavam no centro de seu mundo, como suas antigas canoas e casas coletivas, a ornamentar a paisagem. Atualmente, a região de Misiones concentra a maior porção de mata preservada entre as unidades geográficas Mbyá.
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Foto: Vherá Poty e Danilo Christidis.
Apreciar o que Nhanderu nos dá. Respeitar o que Nhanderu nos dá. Agradecer o que Nhanderu nos dá. Preservar o que Nhanderu nos dá! Nhanderu é o dono da terra, o Criador.
Viver em uma �loresta é um modo ancestral, sagrado, é respeitar o que Nhanderu criou. Em sua Mbyá Rekó a espiritualidade acontece. “Tudo se manifesta no sagrado”.
Em observância a isto, a Tekoá não é formada em qualquer lugar. São necessários alguns elementos fundamentais:
*rios de água limpa, com peixes para pescar; *ter mato para caçar e coletar materiais para o dia a dia da comunidade, coletar ervas medicinais e frutas; *terra boa pra plantar
Yvyporã, a terra boa e aconchegante, porque o que vem da �loresta é considerado suficiente para uma boa vida. Em sua cosmogonia, os Guaranis pedem permissão e fazem agradecimento à Nhanderu. Estas ações são primordiais em sua rotina, sendo para a coleta de materiais ou para uma roda de conversa.
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Com a expulsão das comunidades indígenas de suas terras, a especulação da terra, o crescimento do agronegócio e a investida desse setor sobre os territórios indígenas provocando o arrendamento de terras, não só a discórdia no seio da comunidade passa a ser comum, como cada vez mais os povos indígenas seguem sua luta por retomar seus territórios ancestrais.
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Ilustração: Ana Porazzi e Sofia Martinez.
Alimentação
O milho é uma das principais fontes de alimentação e de preservação da cultura Guarani, de seu modo de ser. Eles reconhecem como alimentos sagrados o milho, a mandioca, o amendoim, a batata-doce, o feijão e a carne de caça.
Por isso, os Guarani preservam sementes como as do milho, pois o cuidado com esse alimento, que os acompanha durante as migrações, faz parte da sua dimensão religiosa, cultural e política.
Outros alimentos são consumidos, como o mbojape: pão tradicional Guarani Mbyá feito a partir da mistura de água morna, com farinha de milho (a mais tradicional, mas também é feita com a de trigo), moldada em rolinhos e assada nas cinzas do fogo de chão.
O plantio de todos os alimentos, bem como a colheita, são pensados respeitando os tempos da natureza. Levando em conta a percepção do sagrado que perpassa todas as coisas no mundo, esses atos de plantio e colheita são sempre precedidos de um pedido de permissão para Nhanderú. Assim também é a extração da matéria-prima para as esculturas, cestarias e adornos.
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Foto: Vherá Poty e Danilo Christidis.
Com a diminuição das terras indígenas, a falta de demarcação e legitimação das Retomadas, a alimentação dos Guarani, assim como da maioria das etnias dos povos indígenas que vivem no Brasil, acabam sendo alteradas, levando em conta que nem todas Tekoas estão em ambientes os quais podem fornecer os alimentos tradicionais.
Por outro lado, vemos que muito do que é consumido nas aldeias são produtos comprados no comércio local: arroz, feijão, macarrão, frango, óleo vegetal, o próprio tabaco, a erva-mate e a farinha de milho. Além disso, estudos apontam que se destaca o alto consumo de farinha de trigo. Isso não é apenas consequência das condições territoriais dos Guarani Mbyá, mas também da troca de experiências entre diferentes povos indígenas e, principalmente, com os não indígenas.
A alimentação é sempre um ato coletivo
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Foto: Vherá Poty e Danilo Christidis.
Esculturas
Para os Guarani, os recursos utilizados na confecção dos objetos de arte são escolhidos de acordo com a cosmovisão e as condições de ser e estar no tempo presente. Em conjunto, são práticas cotidianas que possuem significado simbólico e permeiam as relações de bem viver. O modo de ser Guarani é indissociável da espiritualidade, das relações com a natureza e o território e esse todo se manifesta materialmente nas esculturas, cestarias, instrumentos musicais bem como nos grafismos presentes nessas produções artísticas.
O artesanato dos Guarani Mbyá é considerado uma extensão de suas vidas. Geralmente o que será confeccionado é revelado em sonhos e paradas para meditar. Existem artesanatos feitos com o intuito de ensinar, principalmente às crianças, e manter esse conhecimento entre a comunidade. Outras peças são feitas para presentear ou para uso local e para venda na relação com os não indígenas.
Os animais esculpidos em madeira - Mymba Ra’Angaa - são tradicionalmente criados para as crianças brincarem. O processo de criação das peças, desde a retirada da matéria-prima até a fabricação, envolve esse universo cosmológico de proteção e respeito.
A Kurueiaka’y - árvore corticeira em português, é facilmente encontrada no Rio Grande do Sul em áreas de preservação e na beira de estradas. Possuindo uma madeira de fácil manuseio, é utilizada na fabricação das esculturas de animais e outros objetos de madeira. A madeira da guajayví - que conhecemos como guajuvira - também pode ser utilizada para produção dos variados instrumentos musicais e esculturas, mas esse uso é menos comum por ser considerada divina.
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Modo de fazer:
Primeiramente a madeira é cortada com um facão e depois os objetos são esculpidos com canivete bem afiado. O objeto passa pela secagem (a fim de tirar a umidade da madeira) e logo após é queimado com ferro quente para se obter os detalhes em preto que definem o desenho ou as características da pelagem dos animais, por exemplo. Em alguns casos é utilizado o pirógrafo - apenas para pequenos detalhes no objeto.
A forma de esculpir é passada de geração para geração. As crianças aprendem observando os mais velhos. Cada um se dedica a um tipo de objeto, mas existem aqueles que sabem produzir todas as esculturas e instrumentos. Contudo, apesar da autoria dar o traço específico da peça, os elementos principais permanecem em todas as obras.
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Fotos: Ana Porazzi.
Cestarias
A cestaria, Ajaká, também tem um ritual sagrado. Começa pela ida à mata que envolve mulheres e crianças, e o pedido de permissão à mãe Natureza. A partir daí é retirado apenas o material necessário para feitio das cestas, neste caso a taquara. Desta forma as crianças aprendem o processo, valorizando cada etapa e conhecendo a cultura. Durante a confecção é feita uma meditação para saber sobre o grafismo a ser feito naquele momento, partindo assim para o planejamento da base da cesta.
A cestaria está muito conectada às mulheres. Os cestos transportam a fonte da vida(colheita) e carregam a manifestação da vida(crianças). Para o artesanato, também se apresentam as dificuldades geradas pela expulsão das comunidades indígenas de seus territórios ancestrais.
Originalmente, para fazê-lo, são utilizados elementos naturais, tintas e madeiras específicas para o uso e confecção artesanal Guarani. Para isso, a mata existente onde está a Tekoá, deve ter condições para possibilitar o trabalho e a transmissão de saberes que envolvem o artesanato. Contudo, vemos que os artesanatos para a venda, muitas vezes, são confeccionados com materiais plásticos e/ou artificiais imitando penas de animais, madeira ou sementes, por conta da impossibilidade de acesso às matéria-primas encontradas nas matas.
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Glossário
Juruá: Termo utilizado pelos Guarani para designar pessoas não indígenas;
Tape Porã: O belo caminho, o caminho bom;
Nhaderú: Nosso pai criador de todas as coisas;
Ajaká: Cesto no singular;
Ajaká kuery: Cestos, cestaria no plural;
Tekoá: Aldeia;
Mborayu: Solidariedade, bondade;
Nhe´ē : Alma-palavra (com til no e final) "espírito" não em formato de pessoa, mas em formato de som, alma melodia da vida;
Yvy Mbyté: Centro do mundo;
Mbya Rekó: Modo de ser guarani;
Mymba Ra’Angaa: Bichinhos, esculturas de animais.
Consultoria de vocabulário: Vherá Poty e Laércio Karai Gomes.
Créditos
Diretora do Museu da UFRGS: Eliane Muratore
Coordenação e Produção de Conteúdo: Núcleo de Ações Educativas do Museu da UFRGS Claudia Porcellis Aristimunha, Isabel Nepomuceno, José Francisco Flores, Livia Biasotto.
Projeto Gráfico e Editoração: Ana Carolina Cabral, Guilherme Goes e Rodrigo Flores.
Identidade Visual: Ana Carolina Cabral - Baseada em Ajaka Para: Intervenção gráfica de Dani Eizirik sobre cestaria guarani mbyá. Fotos: Vherá Poty e Danilo Christidis.
Fontes de pesquisa: OS GUARANI-MBYÁ - Um livro de Danilo Chritidis e Vherá Poty. Porto Alegre: Wences Design Criativo, 1ª ed.,2015. https://www.danilochristidis.com/os-guarani-mbya CAIXA EDUCATIVA GUARANI MBYÁ DO MUSEU DA UFRGS.
Disponível em: https://www.ufrgs.br/museu/caixa-os-guarani-mbya Acessado em: outubro de 2022.