Revista interagir nº 95

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ISSN 1809-5771

Centro Universitário Christus - Ano XII - nº 95 - out/nov/dez 2016

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Núcleo de Educação à Distância

Ensino virtual. Aprendizagem real.


4 Núcleo de Educação a Distância Unichristus

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8 Dedicação e muito estudo…. 9 Aprendizado e oportunidades fizeram o diferencial 11 FisioUnichristus 2016

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14 MEC avalia Unichristus com nota cinco - O mais alto Conceito Institucional (CI) do Ceará, entre Centros Universitários e Universidades, Públicas ou Privadas

17 Comemoração do Dia do Administrador 18 Curso de Ciências Contábeis promove palestra sobre rotinas trabalhistas 19 Aluno do Curso de Sistemas de Informação vence edital e será apoiado pelo BID 20 21 22 23 26 27 28 31 34

em parceria com a Prefeitura de Fortaleza Unichristus participa do XXII Congresso Internacional ABED de Educação a Distância (CIAED) Educação Ambiental com crianças na comunidade de Sabiaguaba: relatando nossas experiências no EDH Núcleo de Educação a Distância promove Encontro de Acolhimento aos alunos Em clima de validação de pesquisa acadêmica Diálogos sobre Arquitetura Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF) I Campeonato Interclasses de Direito e Literatura leva a julgamento personagens clássicos de Herman Melville Participação do Curso de Arquitetura em Conferências Municipais em 2016 Colação de grau do Curso Técnico em Logística

Ano XII – out/nov/dez 2016 Nº 95 ISSN 1809-5771 Distribuição gratuita e dirigida Reitor: José Lima de Carvalho Rocha Núcleo de Comunicação e Marketing do Centro Universitário Christus/Unichristus: Av. Dom Luís, 911 – Fortaleza-CE CEP 60.160-230 – Tel.: (85) 3457-5300 E-mail: revistainteragir01@unichristus.edu.br Editor: Estevão Lima de Carvalho Rocha Coordenação Editorial: Nicole de Albuquerque Vasconcelos Soares

36 Alice no país das maravilhas "O gozo de um delírio moderno" 37 Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática 38 42 46 49 52

"Dê-me 1 kg de compromisso, por favor!" Como utilizar o Excel a seu favor: a implementação de algoritmo numérico para o cálculo de uma ponte treliçada Inovação no varejo: esclarecimentos, dúvidas e propostas A proteção da fauna e a vedação ao tratamento cruel contra os animais no Brasil: da constituição à jurisprudência do supremo tribunal federal 16 de outubro: Dia Mundial da Alimentação

Conselho Editorial: Estevão Lima de Carvalho Rocha, Rogério Frota Leitão, Fayga Bedê, Nicole de Albuquerque Vasconcelos Soares, Francisco Sérgio Souza de Araujo Revisão: Francisco Sérgio Souza de Araujo, Heitor Nogueira da Silva, Maria Gleiciane Araújo, Silvana Rodrigues de Oliveira, Victor Alan Andrade Marques, Helena Cláudia Barbosa, Idália Cavalcanti Parente, Kaline Mendes Diagramação: Juscelino Guilherme Coordenação de Design: Jon Barros Impressão: Gráfica LCR – Tel.: (85) 3105.7900 Fax: (85) 3272.6069 Tiragem: 3.500 exemplares

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"O sal da terra – uma viagem com Sebastião Salgado" "Assalto", de Carlos Drummond de Andrade "Crônica Social", de Clarice Lispector

Revista de valorização e promoção da produção científica e cultural do Centro Universitário Christus/Unichristus. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores.


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editorial

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Caro Leitor,

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esta última edição da Revista Interagir no ano de 2016, reunimos os melhores acontecimentos que abrilhantaram o Centro Universitário Christus (Unichristus). Confesso que não é tarefa fácil compilar tudo em uma edição, mas tentamos. A seção “Especial” nos mostra a importância e a magnitude que a Educação a Distância tem assumido no processo de aprendizagem, crescendo a passos largos e constantes. A título de ilustração, no Brasil, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) relatou que, no ano de 2015, as matrículas em EaD totalizaram mais de 1,4 milhões. Atenta a todo processo que permeia a educação no Brasil, a Unichristus vem trabalhando a Educação a Distância com o Curso de Graduação em Administração e, recentemente, iniciou o Curso Tecnológico em Processos Gerenciais. Ressalte-se que a Educação a Distância da Unichristus utiliza a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e as Metodologias Ativas. O “Destaque” desta edição fica a encargo do reconhecimento do Centro Universitário pelo Ministério da Educação e Cultu-

ra (MEC), com a nota 5, o mais alto Conceito Institucional (CI) entre os Centros Universitários e Universidades Públicas ou Privadas. Todos nós, que fazemos a Unichristus, estamos radiantes de alegrias e tomados pela certeza de que, quando se trabalha de forma íntegra, séria e competente, o reconhecimento torna-se inevitável. Atualmente, contamos com 16 (dezesseis) cursos de Graduação e 2 (dois) Mestrados, além de diversos cursos de Pós-Graduação. Agora galgaremos novos caminhos, rumo à Universidade. Já na “História de Sucesso”, particularmente na edição nº 95, apresentamos dois casos. O primeiro de um egresso do Curso de Fisioterapia, que sonhava em trabalhar na área de oncologia e que, após uma especialização na cidade de São Paulo, retornou às origens e hoje trabalha no Instituto do Câncer do Ceará, reabilitando pacientes oncológicos. O segundo caso de sucesso trata de uma egressa do Curso de Sistemas de Informação que, desde a adolescência, sempre se interessou pelas novidades tecnológicas. Devido a sua dedicação durante a formação acadêmica, por vezes, foi lembrada pelos docentes para oportunidades profissionais.

Nicole de Albuquerque V. Soares Mestre em Administração de Empresas, professora do Centro Universitário Christus/Unichristus e Coordenadora do Editorial da Revista Interagir

Hoje, atua como analista de comunicação estratégica do Instituto Atlântico e cursa MBA em Comunicação Estratégica nas Organizações. Nada melhor que reunir uma coletânea de artigos os quais tratam de temas atuais e interessantes para que possamos nos atualizar. Nesta última edição, os temas transitam nas áreas de inovação do varejo, preservação da fauna sob a ótica jurídica, dentre outros. Tenham todos uma proveitosa leitura e até 2017.

espaço do leitor A Revista Interagir dedica um espaço a você, caro leitor, para que envie sugestões e comentários do conteúdo de cada edição. Sua participação e interação são importantes para a melhoria da nossa publicação. Nosso e-mail é: revistainteragir01@unichristus.edu.br


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especial

Núcleo de Educação a Distância Unichristus

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Educação a Distância, conhecida pela sigla EaD, é uma modalidade de ensino que utiliza as diversas tecnologias da Informação e da Comunicação para potencializar o aprendizado dos alunos. Apesar de seu recente desenvolvimento, a modalidade é muito mais antiga do que pensamos. Alguns relatos trazem iniciativas de fazer educação a distância no antigo Egito, na Mesopotâmia, na Grécia e em outras civilizações antigas. No entanto, quando nos referimos à inciativa organizada e sistematizada de se tentar repassar conteúdos a distância, foi nos Estados Unidos, no longínquo ano de 1728, de que se tem notícia de um curso por correspondência anunciado no jornal Gazette, de Boston. A partir de então, os cursos por correspondência se espalharam em outros países, principalmente na Europa, com ênfase maior nos de ofícios, como taquigrafia, contabilidade, elétrica, mecânica, dentre outros. Logo as universidades despertaram para a modalidade e passaram a oferecer cursos de extensão, por exemplo, Oxford e Cambridge. A novidade se espalhou, chegando às universidades americanas de Chicago e Wisconsin. Nos anos 30, o rádio chega para dar voz e dinamicidade às aulas a distância, sendo a BBC de Londres a pioneira nessa nova tecnologia, mas logo se difundiu em todo o mundo, inclusive no

Brasil. Apesar da facilidade na difusão, o rádio não transmite imagens, mas, com a popularização do aparelho de televisão, na década de 60, várias instituições passaram a transmitir aulas vinculadas à remessa de material impresso pelos correios. No entanto, foi a partir da década de 90 que a Educação a Distância vivencia o início do seu melhor e mais promissor período de desenvolvimento, pois foi com o surgimento das novas tecnologias da informação e da comunicação que se tornou possível potencializar o envio massivo de conteúdos a um custo baixo. O computador pessoal, inventado na década de 60, abriu as portas para que pessoas comuns pudessem elaborar textos, planilhas e outros tipos de do-

cumentos essenciais para o dia a dia. Mais adiante, na década de 90, o surgimento das tecnologias em multimídia ampliou ainda mais as possibilidades de interação, com a reprodução de vídeos e sons, e, no final dessa mesma década, uma nova tecnologia, até então pouco conhecida de grande parte da população, revolucionou a EaD, a Internet. A WWW (World Wide Web) foi realmente a responsável por introduzir um ponto de ruptura no desenvolvimento da EaD, pois o espaço virtual de aprendizagem torna-se totalmente digital, conectado, instantâneo e interativo. Surgem, então, várias iniciativas de ensino a distância com base em novos processos de aprendizagem – aberto, interativo, participativo, centrado no aluno, flexível e inclusivo.


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Desde então, a EaD vem crescendo a passos largos, e a tendência para o futuro é positiva. Para ficarmos somente no Brasil, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) publica anualmente o censo da Educação Superior, que inclui os dados da EaD. De acordo com o último relatório, referente ao ano de 2015, as matrículas em EaD já totalizam quase 1,4 milhões, o que representa 17,4% do total de matrículas do país. Ainda segundo o censo, ingressaram na EaD 694 mil alunos em 2015, de um total de 2,9 milhões, o que representa 24% do total de ingressantes no ensino superior. Considerando a expansão e a importância que a EaD tem para a educação de hoje, a Unichristus instituiu, em 2013, o seu Núcleo de Educação a Distância, um setor responsável por todas as iniciativas de promoção e gestão de cursos, disciplinas e atividades que envolvam as tecnologias digitais. Inicialmente concebido para desenvolver conteúdos digitais, o núcleo iniciou suas atividades com o desenvolvimento de disciplinas para os cursos de Direito, Sistemas de Informações, Ciências Contábeis e Administração. Com o passar do tempo, outras demandas foram surgindo, como os repositórios digitais, ambientes virtuais criados para apoiar os professores nas suas disciplinas, comportando os materiais de acompanhamento, como apresentações, filmes, textos, etc.

No entanto, os trabalhos do núcleo não pararam aí. No final de 2013, a instituição recebeu a comissão para aprovação do seu primeiro curso totalmente a distância, o de Administração, sendo posteriormente aprovado com nota 4. No mesmo ano, as comissões de avaliação de credenciamento para EaD e de polos foram recebidas, todas com aprovações com nota máxima. No final de 2014, a instituição recebe a autorização para iniciar suas atividades acadêmicas e, em abril de 2015, inicia a sua primeira turma de Administração a Distância. O curso é projetado com base em uma matriz modular e flexível, que permite que o aluno progrida no curso com mais facilidade. Além disso, as disciplinas são projetadas para uma carga-horária padrão de 60 horas-aula, o que demanda um tempo de aproximadamente 1 hora de estudo por dia do aluno. O formato utilizado para a modalidade integra tanto material didático virtual como

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o físico (livro didático). Dessa forma, espera-se contemplar tanto aquele aluno que possui maior familiaridade ou acesso à Internet como aquele que trabalha em constante deslocamento ou que não tem tantas condições de acessar o computador para estudar. Além disso, o aluno é acompanhado por uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais com experiência em EaD e tecnologia, que constantemente planejam, acompanham e avaliam as ações pedagógicas dos cursos. O aluno conta com docentes experientes, que constroem os recursos didáticos e os conteúdos, além dos tutores presenciais e a distância, que acompanham de perto a sua evolução, de forma interativa e pessoal. Por fim, uma equipe pedagógica gerencia todos os processos para que o aluno possa potencializar seu aprendizado. Nesse contexto, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) desempenha um papel importantíssimo. De uma maneira resumida, o AVA é um


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conjunto de elementos tecnológicos disponíveis na Internet. É um local virtual em que são disponibilizadas ferramentas permitindo o acesso a um curso ou a uma disciplina além da interação entre alunos, professores e tutores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. No caso da Unichristus, optou-se pela plataforma Moodle, um software Open Source que possibilita a disponibilização de diversas ferramentas de aprendizagem. Como metodologia de ensino, a EaD da Unichristus utiliza a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e a Metodologia Ativa como ponto de partida. Na ABP, os docentes expõem um caso para estudo aos estudantes, que identificam o problema, investigam, debatem, interpretam e produzem possíveis justificações e soluções ou resoluções, ou recomendações. O método ABP é uma estratégia formativa por meio da qual os alunos são confrontados com problemas contextualizados e pouco estruturados e para os quais se empenham em encontrar soluções significativas, permitindo desenvolver o pensamento crítico dos alunos e construindo, em conjunto, soluções mais criativas e novos caminhos já que surgem do trabalho coletivo, mais rico. No AVA, isso é feito por meio das Questões Desafios, que são situações problemas apresentados aos alunos antes mesmos de eles terem contato com o conteúdo de uma disciplina.

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É importante salientar que, após a sua participação na questão desafio, o aluno recebe um feedback do seu tutor, informando até que ponto a resposta está correta e indicando no material didático no qual ele poderá encontrar as respostas para o problema. Ainda no AVA, o aluno encontra espaço para a leitura das aulas, que são apresentadas em formato interativo e na forma de infográficos. À medida que o aluno lê os conteúdos, ele avança nos slides e, ao final, pode responder um quiz, que contém questões para validar seu aprendizado. Após a compreensão dos conteúdos, o aluno tem a oportunidade de testá-los em outros

objetos de aprendizagem. No fórum, por exemplo, as discussões são conduzidas a partir de uma colocação do docente da disciplina, que traz uma problemática relacionada ao conteúdo. A partir daí, alunos e tutores iniciam um debate aberto, mas conduzido a partir de um objetivo de aprendizagem. Os fóruns são ferramentas extraordinárias para promover a interação e a troca de ideias. Além dos fóruns, outras duas ferramentas são utilizadas nas disciplinas EaD, que são a Tarefa e o Questionário. Na Tarefa, o aluno precisa produzir algum tipo de trabalho, por exemplo, uma pesquisa, um diagnóstico, um planejamento, etc. O objetivo

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dessa atividade é que o aluno desenvolva competências práticas que possam ser incorporadas à teoria. Por fim, existem os questionários no fim de cada unidade, que contêm cinco questões para avaliação do aprendizado. As atividades virtuais são complementadas por outras presenciais, como visitas técnicas, seminários, acolhimento, dentre outras. Os alunos são avaliados de acordo com a sua participação virtual e as avaliações presenciais, realizadas sempre aos sábados. Recentemente a instituição iniciou um novo curso a distância, o de Processos Gerenciais, do tipo tecnológico, com duração de 2 anos. O objetivo é proporcionar ao mercado um curso voltado para o mercado de trabalho com curta duração. Com mais de 120 alunos matriculados nos cursos totalmente a distância e mais de 1000 nas disciplinas semipresenciais, repositórios e cursos livres, a Unichristus se posiciona como uma instituição de ponta, conectada com as tendências educacionais proporcionando aos seus alunos um padrão de qualidade com a máxima flexibilidade que a modalidade a distância proporciona.

PARTICIPE DA PESQUISA NA UNICHRISTUS A Unichristus disponibiliza a seus alunos amplo acesso e incentivo à pesquisa por meio dos Programas de Monitoria, Iniciação Científica e dos Encontros de Iniciação à Pesquisa e à Docência e do Encontro de Pesquisadores. No Curso de Direito, são ofertados, ainda, grupos de estudo, e as mais atualizadas discussões ocorrem na Sexta da Pesquisa. Participe! UNICHRISTUS, UM LUGAR DE CONQUISTAS.


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história de sucesso

Dedicação e muito estudo….

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004 foi um ano decisivo! Ano de prestar vestibular para uma Faculdade. Ano de decidir o que eu queria ser para o resto da minha vida. Já sabia, sempre fui muito habilidoso com as mãos e sabia que eu tinha de escolher a Fisioterapia. De todos os meus amigos da 3ª série do Ensino Médio, fui o único que decidiu fazer Fisioterapia. Na época, havia 4 faculdades que disponibilizavam Fisioterapia como a Graduação. Fiz duas seleções, passei nas duas e escolhi a melhor opção, Unichristus. Entrei para Fisioterapia para trabalhar com oncologia. Sempre quis trabalhar com as mãos e com oncologia. À medida que os semestres foram passando, eu ia estudando, lendo artigos, tentando aprender coisas diferentes. Realizei uma visita técnica no Hospital Haroldo Juaçaba - Instituto do Câncer, conheci a rotina, aquilo me fez estudar mais. No Quinto semestre de faculdade, o mais corrido, recebi uma proposta de estágio na Maternidade Escola Assis Chateaubriand para acompanhar a rotina das mulheres mastectomizadas. Fiquei por qua-

se 2 anos nesse estágio e, no sétimo semestre de faculdade, decidi fazer meu trabalho de conclusão de curso e já comecei a procurar temas e algum local onde eu pudesse coletar meus dados. O tema do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) era sobre mulheres mastectomizadas, coletei meus dados no Centro Regional Integrado de Oncologia (CRIO). Enfim, formado! Dois dias após minha festa de formatura, estava em São Paulo fazendo uma prova de Especialização em Oncologia no Hospital A.C. Camargo. Aprovado, tive 20 dias para me mudar e ir morar fora. Minha chegada a São Paulo foi temerosa. Um cearense indo estudar Fisioterapia em Oncologia no A.C. Camargo. No primeiro mês de especialização, pude ter a certeza de quão bem formado eu era, estava atualizado em praticamente tudo, deixando a desejar apenas em alguns aparelhos, que eram mais modernos. Lá, pude pôr em prática tudo o que havia aprendido na faculdade em relação a técnicas manuais e a recursos terapêuticos nos pacientes onco-

lógicos, que era o real objetivo da especialização. Despertei o amor pela Reabilitação em Câncer de Cabeça e Pes►Thiago ► Pinheiro coço e resolvi Sales (Egresso de apresentar meu Fisioterapia) tema sobre a Reabilitação no Paciente Laringectomizado. Após a especialização, fiz uma extensão e incluí Reabilitação Pediátrica em Oncologia, outro amor. Atualmente, trabalho no Hospital Haroldo Juaçaba - Instituto do Câncer do Ceará onde passo todos os dias da semana pelo período da tarde, reabilitando todos os tipos de pacientes oncológicos. Pela manhã, faço um trabalho de home care adulto e pediátrico, em que atuo diretamente no quimioterápico que o paciente está recebendo, objetivando a diminuição de efeitos colaterais. Pretendo montar um centro de Fisioterapia em Oncologia. Um centro destaque Norte-Nordeste e talvez Nacional.

LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA Você sabia que a Unichristus disponibiliza, só no Campus Dom Luís, cinco laboratórios de informática aos seus alunos? Na sala 1105, funciona um laboratório com 18 computadores das 7h15min às 22h30min, diariamente, para atender os alunos que desejem fazer pesquisas, trabalhos e outras consultas. Ao todo, são mais de 100 máquinas à disposição de alunos e professores! UNICHRISTUS, UM LUGAR DE CONQUISTAS.


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Aprendizado e oportunidades fizeram o diferencial

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esde a adolescência, quando ganhei meu primeiro computador, interessei-me pelas novidades tecnológicas daquela época e me dedicava bastante a aprender a utilizá-las da melhor forma possível. Mas o que mais me fascinava era a internet e a possibilidade que ela me dava de conhecer pessoas de qualquer lugar do mundo. Assim, quando estava prestes a decidir qual carreira seguir na época do vestibular, a computação era a área com a qual eu mais me identificava. Com o boom da internet em 2001, coincidentemente o ano em que prestava vestibular, uma faculdade aqui em Fortaleza iniciava um curso superior tecnológico de ambientes virtuais, em outras palavras, web design. Eu estava ansiosa para trabalhar com internet e decidi prestar vestibular para esse curso. Terminei o Curso de Projetos e Implementação em Ambientes de Internet no final de 2003 e, em 2004, consegui meu primeiro emprego na área, como web designer no setor de desenvolvimento de software do Grupo LCR. Assim, durante minha experiência como web designer nessa emprea, conheci um outro mundo além dos sites: o desenvolvimento de softwares. Meus colegas de trabalho, em sua maioria, já tinham formação em Computação ou Sis-

temas de Informação, então eu comecei a sentir que precisava acompanhá-los nessa formação e, como alguns já estudavam na Unichristus, optei em fazer curso nessa IES. Como eu trabalhava em horário comercial e estudava à noite, em alguns semestres, tive de reduzir o número de cadeiras, para poder assimilar melhor o conteúdo, e assim passei mais de quatro anos na faculdade. Nesse sentido, a graduação em Sistemas de Informação foi essencial para minha vida profissional visto que tive oportunidade de conhecer, de forma mais abrangente, as áreas que um profissional de Tecnologia da Informação pode atuar, como programador, analista de sistemas, gerente de projetos, analista de suporte técnico, redes, etc. Durante esse período, também é importante ressaltar os laços que surgem com alunos e professores, que, além da amizade, alguns continuaram em minha vida como colegas e parceiros profissionais. Os professores são o primeiro contato que podemos ter com o mercado de trabalho, e a Unichristus tinha um quadro docente de grandes profissionais. Nesse sentido, fui lembrada por eles algumas vezes para oportunidades profissionais. Sempre tentei me engajar nas atividades da faculdade e participar de eventos externos

►►Ingrid C. Mendes (Egressa do Curso de Sistemas de Informação)

para complementar meus conhecimentos nas áreas de interesse. Sentia-me muito atraída por eventos nas áreas de design , mídias sociais e programação. Foi quando aconteceu um evento promovido pelo Instituto Atlântico*, o Dia Mundial da Usabilidade, e as palestras desse evento estavam relacionadas ao tema usabilidade e design de interação, algo de que eu nunca tinha ouvido falar, mas esse assunto encaixava perfeitamente com o que eu já trabalhava e pretendia trabalhar. Foi assim que defini minha área de pesquisa. Para isso, foquei nos estudos, tanto para faculdade como para minha vida profissional. Entrei para


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um grupo de estudos de design de interação (IXDA - Interaction Design Association**), em que há membros no mundo inteiro, grupos locais estudam e disseminam conhecimento em design de interação e áreas correlatas. Isso me deu a oportunidade de conhecer os líderes do grupo de Fortaleza. Com essa proximidade com a comunidade de design de interação local, oportunidades de projetos e, consequentemente, de um novo emprego surgiram. Fui chamada para participar da seleção para uma vaga para designer no Instituto Atlântico. Vale ressaltar que trabalhar no Instituto Atlântico proporcionou-me um contato maior com outros designers e outros profissionais de TI e ter a cultura de compartilhar conhecimentos, pois estar entre os melhores torna-nos melhores. Em 2015, tornei-me local leader do IXDA Fortaleza, com

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outros colegas de trabalho (Falex Vidal e Bruno Said), e algumas iniciativas foram tomadas com o programa D-Tour, que tinha como objetivo divulgar metodologias, como o Design Thinking a fim de difundir uma visão holística para a solução de problemas no mercado local. Essas iniciativas e participação em eventos levaram ao contato com outros membros do IXDA Brasil, e fui convidada, com o Falex Vidal a apresentar uma palestra no maior evento de UX Design do Brasil, o UXConfBR***, que aconteceu em maio deste ano em Porto Alegre. Continuo trabalhando no Instituto Atlântico, agora como analista de comunicação estratégica, visto que fui adquirindo essa expertise em estudos de marketing digital. Com minha experiência como UX Designer, isso resultou em uma boa combinação, proporcionando-me,

hoje, grandes desafios. Para complementar, estou cursando um MBA em Comunicação Estratégica nas Organizações. Após a participação na UXConfBR, decidimos abrir uma empresa de produção de vídeos com conteúdo digital. Convidamos dois especialistas, Richarley Menescal e Hugo Pierot, para iniciar esse empreendimento. Criamos a Volante Conteúdo Digital****. Pretendo continuar atuando na comunicação estratégica do Atlântico, e, também, em paralelo, crescer com a Volante Conteúdo Digital, aplicando meus conhecimentos em experiência de usuário (UX), design thinking, comunicação e storytelling, engajando e envolvendo pessoas nas histórias que todos temos para contar. Todo o aprendizado que adquiri durante a faculdade e atividades extracurriculares fizeram a diferença em meu currículo, destacando-me diante de muitos, porém isso é consequência, uma vez que, para mim, o mais importante foram as experiências que obtive e a oportunidade que tive de conhecer pessoas e lugares maravilhosos. E isso é contínuo. Links: * Instituto Atlântico: www. atlantico.com.br ** IxDA: http://ixda.org/ *** UXCONFBR: http://www. uxconf.com.br/ **** Volante Conteúdo Digital: https://volantecd.com.br/


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em foco

FisioUnichristus 2016

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Curso de Fisioterapia, sob a Coordenação Geral da professora Romina Mourão, tem celebrado o dia do profissional Fisioterapeuta todos os anos, desde de 2007. Inicialmente como Semana da Fisioterapia, e, a partir de 2009, ao começar a formar primeiros egressos, contemplou a sua importante participação com o I Encontro de Egressos do Curso de Fisioterapia. Em 2014, foi intitulada FisioUnichristus para prestigiar a recente passagem de Faculdade Christus para Centro Universitário Christus. Neste ano, celebramos o profissional Fisioterapeuta com a X FisioUnichristus e o VIII Encontro de Egressos do Curso de Fisioterapia Unichristus, em formato atualizado e preparado para contemplar as necessidades dos nossos acadêmicos que, apesar de se formarem generalistas, desenvolvem interesses nas mais diversas áreas de atuação da Fisioterapia. O evento, que comportou mais de 200 profissionais, acadêmicos e egressos, foi composto por palestras e cursos ministrados por profissionais renomados nas mais diversas áreas e, entre eles, egressos do Curso de Fisioterapia da Unichristus que estão no mercado de trabalho se destacando nas suas respectivas práticas. O evento ocorreu no final do mês de setembro e apresentou como tema principal o seguinte: Fisioterapia: a consolidação da profissão e da consciência de seu papel social, apreciando a impor-

►Palestrante ► e participantes FisioUnichristus 2016

tante realidade da Fisioterapia, assim como de todas as profissões da saúde, de abordarmos os nossos pacientes analisando-os em todos os aspectos. Para o momento de abertura, compuseram a mesa o Magnífico Reitor do Centro Universitário Christus, Dr. José Lima de Carvalho Rocha, a Coordenadora Geral do Curso de Fisioterapia, Romina Mourão, o digníssimo senhor Dr. Ricardo Lotif, Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, e a digníssima Dra. Cintia Rocha, Coordenadora de Pesquisa e Extensão do Curso de Fisioterapia. Neste ano, a FisioUnichristus contou com 15 palestras sensacionais que debutaram com a palestra de abertura sobre Ética nas Mídias Sociais, com o Dr. Ricardo Lotif,

Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional). O evento seguiu com as seguintes palestras: Osteopatia na Corrida de Rua , Dr. André Parente; Prevenção na Pneumonia Hospitalar, Dra. Regizeuda Ponte; O uso da CIF pelo Fisioterapeuta no Diagnóstico Cinesiológico Funcional, Dra. Cristhina Brasil; Fisioterapia Neonatal: Atuação e Desafios, Dra. Pollyana Azevedo; Fisioterapia Baseada em Evidência para Tomada de Decisão Clínica, Dr. Rodrigo Oliveira; Conquistas da Fisioterapia no Mercado de Trabalho no SUS, Dra. Cláudia Gomes; Pilates nas Dores Osteomusculares, Dra. Isabelle Jucá, Ultrassonografia Cinesiológica, Dr. José Goes; Dança Senior como Recurso Profilático e Terapêutico para as Afecções Reumatológicas, Dra. Geruza Baima; Inovações da Fisioterapia na Venti-


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►Prof. ► Luis Cândido na palestra da II SEMEC

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lação Não Invasiva, Dra. Ingrid Correia Nogueira, e os egressos Thiago Pinheiro Sales, Rafael Vieira e Juliana Cintra que proferiram palestras, respectivamente, na Atuação Fisioterapêutica em Câncer de Cabeça e Pescoço, Stress Tibial na Corrida de Rua e Principais Métodos de Tratamento da Medicina Tradicional Chinesa – DRY NEEDLING. O encerramento das manhãs de palestras contou com uma entusiástica palestra, com o Dr. Jorge Brandão, intitulada Fisioterapeutas: em meio a crises, transformem-se. O intuito foi trazer profissionais atuantes de destaque para proferir palestras nas diversas áreas em que a Fisioterapia tem atuado, assim como outros atrativos, por exemplo, o workshop de Yoga no intervalo entre palestras e badalados stands de vendas de livros da área da Saúde, de materiais utilizados na Fisioterapia aplicada a Traumatologia, Ortopedia, Dermatofuncional, Pneumologia, Cardiologia e UTI, além de stands informativos do Centro Acadêmico de Fisioterapia e de Libras. Como resultado, pôde-se constatar alunos presentes

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►Da ► esquerda para a direita Dr. Ricardo Lotif (Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia ocupacional da Regional 6), Profa. Romina Mourão, Dr. José Lima de Carvalho Rocha, Dra. Cintia Rocha (Coordenadora de Pesquisa e Extensão do Curso de Fisioterapia Unichristus)

nos 3 dias de evento, mostrando a maior adesão em eventos do curso até atualmente. Os inúmeros comentários de participantes de diversos semestres mostram a satisfação com o evento: “Foi sensacional!”, “Onde aperta para voltar?” “#esperandofisiounichristus2017ansiosamente”, “Cursos maravilhosos!”, “Muita aprendizagem nas palestras”. Durante as tardes dos 3 dias de evento, houve minicursos em diversas áreas, nos quais os alunos de todos os semestres puderam aprender novas técni-

►Fisioterapia ► Aquática na Osteoartrose, Gerontomotricidade

cas, métodos e aplicações de atividades, que normalmente são possíveis em pós-graduações ou especializações. Todos os cursos foram teórico-práticos, distribuídos nos diversos laboratórios de práticas da Instituição. Para ministrar os cursos, também foi realizada uma seleção criteriosa de profissionais de destaque na Fisioterapia Regional e Nacional. Os cursos ministrados foram Estabilização Vertebral Segmentar, com o professor Isidro Marques; Utrassonografia Cinesiológica com Dr. José Goes; Gerontomotricidade Funcional, com a Dra. Geruza Baima, Fisioterapia Aquática na Osteoartrose, com Dra. Sânia Figueiredo; Pilates Dance, com Dra. Hideniza Baltasar; Fisioterapia nas Doenças Neuromusculares na Pediatria e Adulto: Conceitos e Desafios em Dependências Tecnológicas, com Dras. Jaqueline Braga e Mariana Fernandes; Avaliação e Intervenção Fisioterápica em Unidades Neonatais, com Dras. Mara Marúsia Martins e Ana Karine Albuquerque; Kinesio Taping, com Dr. Rafael Vieira (Egresso do Curso


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►Fisioterapia ► nas Doenças Neuromusculares

Fisioterapia da Unichristus), e Liberação Miofascial – Ventosaterapia, com Dra. Liane Toscano. Para o encerramento, a Comissão de Organização da FisioUnichristus convidou uma atração musical para comemorar o final de mais um evento de muito sucesso para o aprendizado e para a integração acadêmica e profissional e encerrou a FisioUnichristus brilhantemente com muito alto astral. A FisioUnichristus tem sido um evento que muito tem contribuído para o aprendizado e para a integração entre acadêmicos, professores, profissionais, ministrantes, enfim, só tem

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►Curso ► de Kinesio Taping

somado aos níveis de Ensino, Pesquisa e Extensão que a Instituição Centro Universitário Christus preza como um objetivo dos Cursos de Graduação. “Quando achei que a do ano passado tinha sido a melhor de todas, a FisioUnichristus deste ano superou com tudo!!!!”, “Não vejo a hora de chegar 2017 para uma nova FisioUnichristus!”, comentaram alunos do 3º semestre do Curso de Fisioterapia. Para atingir esse nível de excelência, todos os setores do Centro colaboraram para o sucesso desse evento. Por isso a organização geral do evento, liderada

pela professora Romina Mourão, Coordenadora Geral do Curso de Fisioterapia, agradece e reconhece a dedicação e a organização de todos os monitores/acadêmicos de diversos semestres de Fisioterapia, que formaram a Comissão de Organização desse evento, e a todos que, nos bastidores, juntos, cuidaram de toda a infraestrutura e logística, das salas de laboratórios, dos materiais, do audiovisual, dos detalhes de Cerimonial de Eventos, da comunicação e marketing, da secretaria e staff preparado e das recepções de andares. Para um evento grandioso como a FisioUnichristus, o segredo do sucesso está cada vez mais se consolidando como a vontade incessante de aplicar o aprendizado como base para uma prática com excelência. A Fisioterapia da Unichristus procura estar sempre aprimorando e capacitando seus acadêmicos, professores e egressos em eventos que complementem o aprendizado e a habilidade, partes já integrantes no Curso. Que venham mais FisioUnichristus, cada ano ainda melhor!


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destaque

MEC avalia Unichristus com nota cinco - O mais alto Conceito Institucional (CI) do Ceará, entre Centros Universitários e Universidades, Públicas ou Privadas

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entro Universitário Christus (Unichristus) recebeu a visita da Comissão do MEC no período de 16 a 20 de agosto de 2016, com vistas ao seu recredenciamento como Centro Universitário. Para tanto, o MEC precisou reavaliar o Conceito Institucional (CI) da Unichristus, uma das mais complexas modalidades de avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). De fato, entre as cinco modalidades de avaliação realizadas pelo SINAES, o Conceito Institucional (CI) se destaca por ser uma avaliação presencial que põe em julgamento a totalidade da Instituição avaliada, envolvendo todos os seus cursos de graduação e pós, em uma avaliação global, realizada em cinco dimensões, quais sejam:

do uma série de reuniões com gestores, corpo docente, corpo discente e pessoal administrativo, além de outras minuciosas inspeções e auditorias, visando a aferir a veracidade e a consistência das informações prestadas. A Comissão buscou cotejar as metas institucionais previstas no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), contrastando-as com tudo que viu e ouviu de toda a comunidade acadêmica, englobada a graduação e a pós-graduação. Em seu levantamento histórico, a Comissão constatou tratar-se de uma Instituição de Ensino Superior (IES) que já detém 21 anos de trajetória, funcionando regularmente desde a criação da Faculdade Christus, em 1995; cuja abertura, por sua vez, contou com o respaldo de sua vinculação ao Colégio Christus, instituição

Dimensão 1: - PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL Dimensão 2: - DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Dimensão 3: - POLÍTICAS ACADÊMICAS Dimensão 4: - POLÍTICAS DE GESTÃO Dimensão 5: - INFRAESTRUTURA FÍSICA Assim, após compulsar farta documentação, a Comissão do MEC verificou as instalações físicas dos 04 (quatro campi da Instituição1, realizan1 A Unichristus possui quatro Campi, a saber: Campus Dom Luís, Campus Dionísio Torres, Campus Benfica e Campus Parque Ecológico.

tradicional em ensino de qualidade, na cidade de Fortaleza, cuja fundação remonta ao ano de 1951. A Unichristus, que havia sido credenciada como Centro Universitário desde 2011, inicialmente com o Conceito Institucional 4, foi alçada agora, após a visita da Comissão de

recredenciamento, à nota 5 (cinco) - o mais alto Conceito Institucional (CI) atribuível pelo MEC, em uma escala de 1 a 5. Esse novo resultado posiciona a Unichristus em um patamar de excelência no qual apenas 71 Instituições de Ensino Superior se encontram em todo o país, coroando uma série de outros indicadores de excelência que vêm sendo sistematicamente alcançados pela Instituição, como um todo, e pelos seus cursos individualmente considerados. Atualmente, já são 16 cursos de graduação, sendo 15 presenciais – Administração; Arquitetura e Urbanismo, Biomedicina; Ciências Contábeis; Direito; Enfermagem; Engenharia Civil; Engenharia de Produção; Odontologia, Fisioterapia; Gestão Hospitalar; Medicina; Radiologia, Gastronomia e Sistema de Informação – e um curso de graduação por Ensino a Distância (EAD), em Administração; além de vários cursos de pós-graduação lato sensu e dois mestrados profissionais na área de Saúde (stricto sensu). Ao longo das 19 laudas do relatório produzido pelo MEC, durante sua recente visita, observa-se que o menor conceito atribuído à extensa lista de quesitos sob avaliação foi 4 – ao passo que a esmagadora maioria dos quesitos avaliados, em todas as dimensões, recebeu nota máxima 5 (cinco). Por essa razão, desejando celebrar esse grande feito com os nossos


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leitores, sem, no entanto, exauri-los com uma infinidade de dados, é que mencionaremos, de forma tão somente ilustrativa, alguns dos trechos do documento oficial formulado pelo MEC, do qual se podem inferir inúmeros aspectos louvados pela Comissão que nos avaliou, in verbis: 1) Evolução institucional a partir dos processos de Planejamento e Avaliação Institucional: “Justificativa para conceito 5: a demonstração da evolução institucional, considerando os processos de planejamento e de avaliação está caracterizada de forma excelente, pois manifesta este processo avaliativo sob constante espelhamento entre fragilidades e correções com cooperação e integração de toda a comunidade acadêmica.” 2) Coerência entre o PDI e as práticas de extensão: “Justificativa para conceito 5: a IES valoriza e oferece de forma excelente espaços para as práticas de extensão, que refletem as políticas previstas no PDI. Destaque para o atendimento à comunidade na área de saúde, com todas as atividades que realiza, incluindo as práticas de ensino e extensão interdisciplinares, do Direito com a possibilidades de os alunos realizarem seminários no NPJ e nas ciências contábeis, em que há atividades itinerantes entre alunos e professores e público externo.” 3) Coerência entre o PDI e as atividades de pesquisa/iniciação científica, tecnológica, artística e cultural: “Justificativa para conceito 5: há coerência excelente entre o PDI e as atividades implantadas de pesquisa/ iniciação científica, tecnológica, artística e cultural. Relatos de alunos e professores demonstram o engajamento

da IES, especialmente na participação em projetos de iniciação científica. Nas assembleias com professores e alunos, visualizou-se a participação efetiva de alunos de graduação em grupos de pesquisa com publicações de artigos em revistas indexadas e nas próprias revistas da IES, como no caso do Curso de Administração. Visualizou-se, também, a participação de professores em eventos científicos com subsídio institucional e o pagamento de horas de pesquisa para Tempos Integrais (Tis) e Tempos Parciais (TPs).” 4) Coerência entre o PDI e as atividades de ensino de graduação e de pós-graduação. “Justificativa para conceito 5: há coerência excelente entre o PDI e as atividades de ensino implantadas. Os cursos tanto de graduação quanto de pós-graduação são implementados com base em diretrizes previstas no PDI, a exemplo das atividades de ensino desenvolvidas. A instituição pensa como “universidade”, no conceito de academia (embora um Centro Universitário), o que promove esta articulação de segmentos não somente a partir da oferta de cursos, mas da conexão com a pesquisa.” 5) Coerência entre o PDI e as ações institucionais voltadas para o desenvolvimento econômico e social. “Justificativa para conceito 5: as ações implantadas pela instituição contemplam de maneira excelente o desenvolvimento econômico e social e seguem o proposto no PDI. Há uma preocupação bastante clara com projetos envolvendo a comunidade local e regional, seja por meio de projetos de extensão, de clínicas de saúde que atendem à comunidade, do NPJ do Curso de Direito, bastante robusto e atento à realidade local, considerando técnicas de mediação, trazendo a psicologia e as demais áreas para dentro da atuação,

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repercutindo como inovação social; destaque também para a Engenharia que pensa e planeja projetos inovadores, sustentáveis e interdisciplinares.” 6) Políticas de ensino e ações acadêmico-administrativas para os cursos de graduação. “Justificativa para conceito 5: as ações acadêmico-administrativas estão relacionadas de forma excelente com as políticas de ensino para os cursos de graduação. A IES prevê estrutura curricular dos cursos como instrumento dinâmico, acompanhando e antecipando-se às mudanças organizacionais, aos avanços tecnológicos, às mutações dos perfis de mercado e do profissional, atento aos movimentos sociais e econômicos, regionais, nacionais e internacionais. Existe a sistemática de oferta de componentes curriculares na modalidade semipresencial previsto no PDI, além de programas de monitoria, ambas com depoimentos muito positivos com relação às práticas realizadas.” 7) Políticas institucionais e ações acadêmico-administrativas para a pesquisa ou iniciação científica, tecnológica, artística e cultural. “Justificativa para conceito 5: as ações acadêmico-administrativas de pesquisa ou iniciação científica, tecnológica, artística e cultural estão implantadas de maneira excelente, em conformidade com as políticas estabelecidas. [...]. Os relatos de Alunos e Professores descrevem o apoio dado pela instituição, com ênfase para a iniciação científica. 8) Políticas Institucionais e ações de estímulo relacionadas à difusão das produções acadêmicas: científica, didático-pedagógica, tecnológica, artística e cultural. “Justificativa para conceito 5: a IES Promove a divulgação de


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conhecimentos culturais, científicos e técnicos, que constituem patrimônio da humanidade e comunica o saber por meio do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação.” 9) Programas de atendimento aos estudantes: “Justificativa para conceito 5: os programas de apoio aos estudantes (apoio psicopedagógico, programas de acolhimento ao ingressante, programas de acessibilidade ou equivalente, nivelamento e/ou monitoria) estão implantados de forma excelente. A IES possui Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) e Serviço de Apoio Psicopedagógico (SAP) estruturados, com profissionais das áreas para dar suporte aos estudantes e aos professores. Destaques para o atendimento de língua portuguesa que promove as correções de prova pelo conteúdo, pela escrita e pela interpretação [...]. Relatos de alunos e profissionais das áreas demonstram a sua efetividade.” Ressaltamos, ainda, que o Departamento de Língua Portuguesa (DLP) desenvolve atividades com os alunos no intuito de melhorar a atuação linguística, em especial, a escrita desses discentes. Além disso, esse departamento presta assessoria à comunidade acadêmica do Centro Universitário Christus (Unichristus). 10) Sobre o Corpo Docente: 10.1) Política de formação continuada: “Justificativa para conceito 5: a política de formação e capacitação docente está implantada de forma excelente, considerando, em uma análise sistêmica e global, o incentivo/auxílio à participação em eventos científicos/técnicos/culturais, à capacitação (formação continuada), à qualificação acadêmica docente, bem como a devida divulgação

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das ações com os docentes. Ademais, a instituição possui Plano de Capacitação dos Docentes em que estes informam ser cumprido pela IES.” 10.2) Titulação do Corpo Docente de Universidades e Centros Universitários: Enquanto a Lei exige o percentual mínimo de 33% de docentes com pós-graduação stricto sensu, o MEC ressaltou que, “Dos 326 professores da Unichristus, 103 (32%) possuem o título de doutor, 203 (62%) são mestres e 19 (6%) são especialistas, portanto 306 (94%) possuem pós-graduação stricto sensu.” 10.3) Regime de Trabalho do Corpo Docente de Centros Univeristários e Universidades: Enquanto o percentual mínimo exigido em lei para docentes contratados em regime de tempo integral é de 1/3, acentua o MEC que, “Dos 326 professores da Unichristus 155 (48%) estão em regime de tempo integral. Os outros 171 professores (52%) estão contratados em regime de tempo parcial. Não há professores horistas na IES.” 11) Sobre a(s) Biblioteca(s): As instalações físicas, o acervo disponível, a atualidade e o plano de atualização, sistema digital e físico de acesso e empréstimo, além de horários de funcionamento, foram considerados excelentes, avaliados com nota máxima 5. 12) Sobre as instalações físicas de um modo geral e acesso à Internet: A Comissão do MEC atribuiu nota máxima 5 e considerou excelente a infraestrutura física concernente a auditórios, a salas(s) de aula, a salas de apoio de informática, a laboratórios, a ambientes e a cenários para práticas didáticas e o atendimento ao público, em geral, tais como clínicas-escolas, Núcleo de Prática Jurídica (NPJ), la-

boratórios de Engenharias, entre outros, além de espaços de convivência e alimentação, havendo atribuído nota máxima 5 e considerado excelente o acesso à Internet em todos os ambientes dos Campi da Instituição. 13) Sobre os processos de autoavaliação institucional e sobre os processos de internacionalização: De acordo com o MEC, “O PDI prevê e já possui, de forma excelente, muitas atividades voltadas para a cooperação, o intercâmbio e os programas com a finalidade de internacionalização”, havendo sido atribuída nota máxima para os processos de autoavaliação institucional, com menções especiais para o protagonismo da Comissão Própria de Autoavaliação (CPA). Encerramos esta matéria com a sensação de que, mesmo que nos alongássemos ainda mais, páginas e páginas não seriam suficientes para descrever os extraordinários esforços necessários para que chegássemos aos excelentes resultados, aqui compartilhados, com toda a sociedade, de um modo geral, e com a Comunidade Acadêmica em particular. Estamos igualmente conscientes de que muitos dos valiosíssimos trabalhos prestados pela UNICHRISTUS nem sequer figuraram ao longo desse registro, pois a abundância de vitórias impossibilitaria um rol exauriente. Ainda assim, gostaríamos que cada uma dos milhares de pessoas que contribuíram para esse momento de celebração – entre alunos, professores, funcionários e gestores – possam se sentir pessoalmente homenageadas e abraçadas Essa festa também é sua. Somos CINCO. Colaboração: Profa. Dra. Fayga Bedê


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Comemoração do Dia do Administrador

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omo faz todos os anos, o Curso de Administração comemorou o Dia do Administrador, que acontece normalmente no dia 9 de setembro. Devido a essa data cair no período de provas do 1º período, a comemoração foi feita no dia 22 de setembro de 2016. A celebração foi dividida em três partes. Na primeira, o professor Milton Sousa, Doutor pela FGV e Pós-Doutor pela EGADE Bussiness School, em Monterrey, no México, e também um dos fundadores-sócios da 85Labs, uma das poucas aceleradoras de startups do Estado do Ceará, deu um depoimento sobre sua trajetória profissional, com suas vitórias e percalços. Esse depoimento foi muito importante para os alunos, porque é um caso real de um empresário do mercado que tem formação e prática acadêmica em uma universidade local, conseguindo conciliar essas duas dimensões. Além disso, o professor Milton fundou o Núcleo Ceará dos Anjos do Brasil, uma organização que investe

em novos negócios originados de startups. Na segunda parte da comemoração, foi lançado o livro “O ensino da Administração: diversidade de olhares”, organizado pelo Coordenador Geral do Curso de Administração, Eleazar de Castro Ribeiro, com os professores Elnivan Souza, Janina Sanchez e Ellen Sousa. No lançamento, o professor Eleazar destacou o ineditismo que foi lançar um dos primeiros livros publicados pela Editora Unichristus, além de ser também o primeiro publicado por professores do Curso de Administração do Centro Universitário. A última parte da comemoração foi a divulgação do resultado de um prêmio que já se tornou tradicional no Curso de Administração, que é o “Aluno Empreendedor do Ano”. Em 2016, foram escolhidos, pelo turno da manhã, o aluno Francisco Flávio da Silva Filho, um dos sócios da The Burgers on the Table, uma hamburgueria que se expandiu rapidamente na cidade, vendendo sanduíches personalizados. À

noite, o prêmio ficou com o aluno Lucas Bonfim de Carvalho Rocha, proprietário da Truckville Food Park, uma área de trailers vendendo lanches especializados, uma tendência em todo o País. Os alunos deram um pequeno depoimento a respeito dos seus negócios, apresentando a trajetória deles ao longo dos anos. Segundo Flávio, da The Burgers on the Table, iniciar um negócio foi dar uma guinada em sua vida, já que sua primeira carreira foi de ator de teatro. Já Lucas, da Truckville, afirmou que se encontrou no campo da Administração e que se arrepende de não ter se dedicado mais ao curso quando era só estudante, pois agora percebe o quanto ele é importante para a condução do seu negócio. A programação foi encerrada com o sorteio de 5 unidades do livro que foi lançado e mais 5 obras que tratam de empreendedorismo, inovação e negócios. Colaboração: Prof. Eleazar de Castro Ribeiro Coordenador do Curso de Administração


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Curso de Ciências Contábeis promove palestra sobre rotinas trabalhistas

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m 17 de agosto de 2016, ocorreu, no Auditório do Centro Universitário Christus, sede Dionísio Torres, a Palestra Rotinas Trabalhista realizada pelo Curso de Ciências Contábeis em parceria com o Conselho Regional de Contabilidade (CRC). O evento ocorreu “portas abertas”, fazendo parte da semana trabalhista do CRC, contando com a presença de cerca de 150 pessoas, entre estudantes do Curso de Ciências Contábeis da Unichristus e membros da comunidade. O evento possibilitou aos alunos, por meio de palestra dialogada, uma visão sistêmica sobre os processos de admissão, demissão, encargos sociais, contribuição previdenciária, verbas rescisórias e outros processos inerentes às rotinas trabalhistas. O palestrante Johnantan Abreu e os convidados realizaram um momento de perguntas e respostas, promovendo a integração entre discentes e palestrantes, bem como levantando problemáticas do dia a dia das pessoas presentes. Os alunos ficaram motivados com as habilidades e o conhecimento adquiridos e, principalmente, com a parceria entre instituição de ensino e conselho de classe.


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Aluno do Curso de Sistemas de Informação vence edital e será apoiado pelo BID1 em parceria com a Prefeitura de Fortaleza

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Aluno Matheus Bringel do Curso de Sistemas de Informação está liderando uma startup, vencedora em 4° lugar, entre 1800 concorrentes, de um edital de R$ 30.000,00. Os 10 primeiros colocados receberão a premiação cedida pelo BID em parceria com a prefeitura de Fortaleza. O produto central que será lançando se chama School King - O Rei da Escola (Aprender é um jogo, e conhecimento é poder). O Jogo School King Online (O Rei da Escola) está na sua primeira versão, ainda, em fase de prototipação, a versão offline do jogo final, uma versão pronta, comercializável está em fase de testes. Ele faz parte de uma etapa inicial que toda startup precisa passar antes de comercializar o seu produto: validação dos valores. De acordo com Mateus Bringel, os valores do School king consistem em encorajar inúmeras mudanças de comportamento na escola, resumindo: yProvocar y autonomia dos estudantes pela busca por conhecimento. yEncorajar y o compartilhamento do conhecimento. yRecompensar y o aluno socialmente por seus estudos. Tudo o que é preciso fazer é observar a reação de crianças do 6° ano jogando essa versão do School King pela primeira vez e o

►Mateus ► Bringel, Crystal e Adrian (Colaboradores do School King residentes nos Estados Unidos)

desempenho delas em uma segunda chance, uma semana depois. Os primeiros testes serão efetuados com alunos do Colégio Christus de maneira muito simples e com pouca interferência na rotina das aulas. Colaboração: Adail Nunes Coordenador do Curso de Sistemas de Informação 1 Banco Interamericano de Desenvolvimento


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Unichristus participa do XXII Congresso Internacional ABED de Educação a Distância (CIAED)

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Congresso Internacional ABED de Educação a Distância (CIAED) é o maior evento na área de Educação a Distância do Brasil. Realizada anualmente, essa edição aconteceu na cidade de Águas de Lindóia, interior paulista, sendo o tema principal do evento “O contínuo desafio de aumentar a qualidade da EaD”. Segundo estimativas, 2 mil pessoas participaram do evento este ano, que contou com a participação de congressistas nacionais e estrangeiros, como Martin Dougiamas, criador da Plataforma Moodle, que proferiu palestra sobre as tendências da EaD. A Unichristus é uma instituição associada à ABED desde o início deste ano e, há três, vem participando efetivamente do CIAED, por meio do seu Núcleo de Educação a Distância (NEAD), setor

que vem desenvolvendo as ações da modalidade desde 2013, que congrega profissionais e professores de disciplinas e cursos a distância. Neste ano, a participação da instituição foi ainda maior, com a apresentação do artigo científico da aluna do Curso de Administração, Germana Fernandes Rebouças, cujo título é “As causas da evasão e sua relação com o perfil dos alunos de disciplinas semipresenciais de um centro universitário de Fortaleza”. O estudo, fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso, mostrou que foram vários os motivos que levaram os alunos a abandonarem as disciplinas semipresenciais e que há uma predominância de um perfil de evadido. O trabalho foi apresentado pelo coordenador do NEAD, o professor Marcos Ricarte. A convite do evento, a Unichristus participou da mesa redonda que discutiu a questão da Acessibilidade e as exigências da norma ABNT NBR 9050, que estabelece as especificações para garantir acesso aos deficientes e aos portadores de necessidades especiais às estrutu-

ras físicas. Representando a instituição, esteve o coordenador do NEAD, professor Marcos Ricarte, além de um dos mantenedores do grupo Unianchieta de São Paulo, Nelson Figueiredo Filho, da reitora da Laureate EaD, a professora Josiane Maria de Freitas Tonelotto, Aline Bertaglia dos Santos Migliorini e César Augusto da Silva, ambos responsáveis pela célula de acessibilidade da Unianchieta. Por fim, o evento foi marcado por um acontecimento importante para a comunidade de Educação a Distância do Estado do Ceará, pois foi fundado o núcleo ABED Ceará, que terá como missão desenvolver ações e estratégias para o desenvolvimento da modalidade no estado. O núcleo é composto por representantes de várias instituições da região, e a Unichristus, por meio do NEAD, é uma das instituições participantes. A meta é organizar o CIAED em Fortaleza, em 2018. Colaboração: Prof. Marcos Ricarte Coordenador do NEAD.


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Educação Ambiental com crianças na comunidade de Sabiaguaba: relatando nossas experiências no EDH

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o dia 28/09/2016, o Escritório de Direitos Humanos (EDH) iniciou, na comunidade da Sabiaguaba, o Cine Tela Verde, atividade prevista no projeto Promovendo Inclusão à Cidadania e Justiça Socioambiental no litoral leste de Fortaleza – parte II. A atividade se dá em parceria com as entidades Casa Camboa e Instituto Verde Luz (UFC). Nesse dia, saímos da Unichristus do Campus Dom Luís por volta de 16h30min, para chegarmos alguns momentos antes de começarmos a atividade do dia com as crianças da respectiva comunidade. Ao chegarmos à comunidade da Sabiaguaba, alguns integrantes de nossa equipe, Társila Gabriele, Tatiane Matos e Yanna Lia, ficaram responsáveis de arrumar o ambiente em que trabalharíamos com as crianças. A outra parte da equipe, formada pelas alunas Maria Clara, Patrícia Santiago e Sabrina Oliveira, pela a professora Jacqueline Alves e pela moradora da comunidade em questão, Viviane Pinheiro, foram às casas dos moradores ao redor para convidar as crianças para a oficina e conhecer seus pais. A oficina iniciou-se com as crianças às 18h. Primeiramente, fi-

zemos uma dinâmica de apresentação. Para isso, formamos uma roda e cantamos a canção popular “farinhada” para que todos pudessem se apresentar. Posteriormente, colocamos os filmes do Cine Tela Verde e a Lenda das Águas. O assunto a ser trabalhado no dia com as crianças era a poluição às águas causada pelo homem. O primeiro filme de curta duração serviu como introdutório para o segundo, que tratava sobre a Lenda das Águas. A obra suscitava reflexões sobre a poluição nas águas e os efeitos danosos para a natureza e também para toda a população. As crianças se mostraram muito interessadas durante o filme. No final da primeira parte da atividade, fizemos uma brincadeira em que todos iriam aprender a fazer um peixinho de papel e construir o rio limpo delas. É importante destacar que a comunidade da Boca da Barra de Sabiaguaba está localizada na foz do Rio Cocó, que, tendo cruzado toda a cidade, chega bem poluído na sua jusante, no entanto lá ganha um fôlego novo, pois se renova diariamente com a água do mar. Fizemos uma roda e a dupla que ficou responsável pela elabo-

ração do trabalho no dia (Társila e Yanna) foram ensinando a todos o passo a passo de como fazer um peixinho de papel. Quando todos concluíram seus peixinhos, colocamos todos em um “painel” que tinha escrito “Mar Limpo” e finalizamos essa atividade com bastante empolgação da criançada. Após a finalização da atividade de como aprender a fazer um peixinho e de um rápido lanche, fizemos mais uma vez uma nova roda e cantamos a música “Peixinhos do Mar” do Milton Nascimento. Para a despedida, cantamos a música “Peixe Vivo”. No final do trabalho, nossa equipe e as crianças arrumaram o ambiente em que fizemos as atividades e voltamos para a Unichristus, após ter deixado as crianças em casa. Esse dia em que trabalhamos o Cine Tela Verde com as crianças da comunidade da Sabiaguaba foi bastante enriquecedor para nós, alunos. Além de trabalharmos com as crianças sobre um assunto de bastante relevância, podemos estar mais perto delas de forma a perceber o quanto são carinhosas, divertidas e interessadas por assuntos de grande relevância social. Colaboração: Sabrina Sousa de Oliveira e Patrícia Santiago Gomes (alunas do 4º semestre do Curso de Direito) Professoras Orientadoras: Natália Castilho e Jacqueline Alves


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Núcleo de Educação a Distância promove Encontro de Acolhimento aos alunos

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Núcleo de Educação a Distância (NEAD) promoveu, na quinta-feira, dia 6 de outubro, o segundo Encontro de Acolhimento dos alunos de EaD. O evento já faz parte do calendário e acontece trimestralmente, na abertura do período letivo e nesta edição mais de 80 alunos novatos e veteranos marcaram presença no auditório II do Campus Dom Luis e foi transmitido ao vivo através de streaming para aqueles que não puderam comparecer. Ao chegarem ao local do evento, os alunos receberam o material didático das disciplinas, que é composto dos livros produzidos com todos os conteúdos que serão abordados ao longo do trimestre. Em seguida, o coordenador do NEAD, professor Marcos Ricarte, ini-

ciou a sua apresentação sobre o sistema EaD da Unichristus abordando aspectos como matriz curricular, sistema modular de progressão, sistema de avaliação presencial e virtual, calendário acadêmico, dentre outros assuntos. Em seguida, os alunos foram apresentados ao Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, quando se explicou as principais ferramentas de aprendizagem, tais como fóruns, questões-desafio, tarefas e questionários. O evento terminou com o esclarecimento de algumas dúvidas dos presentes e, logo em seguida, realizou-se o sorteio de três livros entre os presentes. Na concepção daqueles que participaram, o evento é uma oportunidade para esclarecer as dúvidas sobre a metodologia a distância,

uma vez que a maioria está fazendo pela primeira vez um curso a distância. Ao mesmo tempo, é uma oportunidade para conhecer melhor os colegas de turma e interagir com a coordenação, professores e tutores. Colaboração: Prof. Marcos Ricarte Coordenador do NEAD


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Em clima de validação de pesquisa acadêmica

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muito clara a missão proposta pelo Centro Universitário Christus no que se refere à formação superior daqueles que buscam a Instituição: Formação de profissionais competentes e atualizados, nos vários campos de conhecimento, com base nas inovações científicas e tecnológicas nacionais e internacionais, valorizando os princípios humanistas e éticos na busca da cidadania plena e universal.1 Trazemos a esse texto, logo em seu início, destaque à “missão” declarada publicamente pela IES, na intenção de confirmar tal assertiva. Professor na Instituição desde sua fundação, em 1995, acompanhei sua transformação de Faculdade Christus para o hoje Centro Universitário Christus. Atesto, então, com segurança, o foco inequívoco em respeitar os compromissos que assume. Dos vinte e um anos de vivência na casa, poderia pinçar diversos exemplos confirmadores de tamanha dedicação; restrinjo-me, porém, a um acontecimento ocorrido no outubro recente, cuja versão inicial se deu há treze anos: o evento acadêmico denominado Semana de Iniciação à Pesquisa e à Docência, que teve agora sua XIII edição. Nessa edição recente da Semana de Iniciação à Pesqui1 Informação colhida diretamente no site da IES, no link “Institucional”, com endereço em: http://unichristus.edu. br/institucional/missao/ Acesso em 05/10/2016.

sa e à Docência, vivi a emoção de participar na qualidade de professor-orientador do Grupo de Estudos e Pesquisa “Letramento na Engenharia Civil”, grupo este que se formou no início do mês de setembro de 2015, com o intuito de desenvolver pesquisa quanto a processos de “letramento” e “multiletramentos” no Curso de Engenharia Civil. Mas, além de professor-orientador, estive também no evento como apreciador de outras relevantes pesquisas em variadas áreas do mesmo curso, às quais tive a oportunidade de assistir. Devido a esse particular, centrarei nesse curso essa minha fala, inserido no ambiente da Semana. Primeiramente, saliente-se que a Engenharia Civil, implantada no âmbito do Núcleo de Tecnologia da IES (com os Cursos de Engenharia de Produção e de Arquitetura e Urbanismo), propõe, em seu escopo, o seguinte perfil para o estudante egresso: [...] engenheiro com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando os seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade. 2 2 Informação colhida diretamente no site da IES, no link “Graduação”, com en-

Como não poderia deixar de ser, na inequívoca e reconhecida diligência em cumprir suas propostas basilares, o Centro Universitário encaminha os estudantes do curso para o desenvolvimento de competências e habilidades tais quais: aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à Engenharia; projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; identificar, formular e resolver problemas de engenharia,3 dentre tantos outros vinculados ao processo de aquisição de amplos conhecimentos durante todo o tempo de duração dos estudos. Tantas competências ampliam os horizontes de muitos educandos. Nesse caminho de formação profissional, o estudante se encontra com potente incentivo à pesquisa, o que dá a ele a condição de ser senhor de seu próprio conhecimento, aprendendo de maneira autônoma, sucessiva e gerando novos conhecimentos a partir do aprendizado desenvolvido, conforme preconizou Paulo Freire e defende Pedro Demo. dereço em: http://unichristus.edu.br/ graduacao/engenharia-civil/ Acesso em 13/10/2016. 3 Informação colhida diretamente no site da IES, no link “Graduação”, com endereço em: http://unichristus.edu.br/ graduacao/engenharia-civil/ Acesso em 13/10/2016.


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Nesse contexto, o XIII Encontro de Iniciação Científica e à Docência e o XI Encontro de Pesquisadores da UNICHRISTUS, eventos ocorridos em concomitância, cujas apresentações se deram exatamente em 5 de outubro, destacaram resultados de pesquisa muito relevantes para os educandos, seus orientadores, a comunidade acadêmica da Engenharia Civil, para nos atermos apenas a esses beneficiados diretos. A seguir, relato brevemente algumas das apresentações por mim vistas.4 Apresentação 1 Título do trabalho: “Métodos estatísticos aplicados à Engenharia: um estudo de ferramentas matemáticas para a melhoria de tráfego no deslocamento urbano”. Seus autores são Emanuel Barreto Rabelo e Yago Pontes Mendes, com orientação do professor Roberto Ferreira Sena. Na pesquisa que redundou no trabalho apresentado, os autores buscaram maior compreensão acerca da utilização de ferramentas matemáticas que contribuam para o alcance de dados estatísticos, os quais possibilitem maiores e melhores condições para a segurança de uma dada construção. No caso específico, o estu4 Devido ao limite de escrita aqui para esse periódico, não houve possibilidade de falar sobre todas as apresentações. Destaco, entretanto, a qualidade de todas, o que só veio a comprovar a qualidade das pesquisas e dos trabalhos delas oriundos, devido ao grande interesse, empenho, dedicação dos alunos-pesquisadores na parceria firmada com seus professores-orientadores.

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do se voltou para a construção de pontes treliçadas. Com foco exemplificativo a partir da construção de uma ponte treliçada, os estudantes deixaram claro que a estatística, evidenciada a partir de muitos cálculos, os quais envolvem conhecimentos de matemática e de física, marcadamente por meio de fórmulas que precisam ser aplicadas para a realização de cálculos com necessidade imperiosa de precisão, é base preciosa para tal tipo de construção civil, além de outras que dela se sirvam. Dentro do contexto apresentado, pôde-se admitir que um engenheiro realize, com adequação e precisão, projetos de deslocamento urbano, no sentido de favorecer a cidade não somente no âmbito da própria mobilidade do tráfego de veículos, mas também na movimentação dos cidadãos, ao dominar os conhecimentos pertinentes às ferramentas destacadas. Apresentação 2 Título do trabalho: “A física das barragens: um estudo introdutório aos princípios hidrostáticos e hidrodinâmicos”. Seu autor é Bertholdo Araújo Melo Ramires, com orientação do professor Roberto Ferreira Sena Filho. Tal trabalho trata de pesquisa realizada acerca da estrutura de barragens com fluidos e rejeitos. Nele, o aluno-pesquisador abordou materiais utilizados na construção de barragens, destacando que, no Estado do Ceará, os tipos de

barragem com maior intensidade de construção são as de terra, havendo poucas com concreto, posto sua construção ser mais dispendiosa economicamente. Além dessa abordagem, Bertholdo, referindo-se à mecânica dos fluidos que estão envolvidas no processo de construção de barragens, estabeleceu distinção entre hidrostática x hidrodinâmica, chegando mesmo a citar princípios físicos de Arquimedes, Pascal, Steven, Bernoulli e, ainda, o da continuidade. Em sua exposição, tornou evidente, no que se refere ao tema estudado, a necessidade de conhecimentos associados vindos da matemática, da física, da química, da geologia, da geografia, entre outros saberes, no sentido de que o profissional engenheiro construtor de uma barragem os tenha, para que possa realizá-la de maneira adequada e eficiente. Apresentação 4 Título: “Experimentos de baixo custo para auxiliar o ensino e a aprendizagem de eletricidade”. Seus autores são os professores Dimitry Barbosa Pessoa e Adriano Oliveira Alves, este o apresentador. Esse trabalho dos professores destacou a preocupação pedagógica que possuem com o ensino de física. Para eles, se há preocupação pedagógica dos professores na preparação de suas aulas, há reflexão dos estudantes a respeito não só dos assuntos estudados, mas também sobre como eles serão


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encaminhados nos trâmites do processo educativo. De acordo com a visão dos docentes, isso torna o processo ensino-aprendizagem mais crítico e valoroso para o estudante. Apresentações 5 e 6 As apresentações 5 e 6 destacaram resultados de pesquisa referente aos processos de “Letramento” e “Multiletramentos” no Curso de Engenharia Civil. Cumpre-nos dizer que a pesquisa ora transcorre abrigada em um grupo de estudos, denominado Grupo de Estudos e Pesquisa “Letramento na Engenharia Civil” estando, nele, desmembrada em dois subgrupos. Devido a esse pormenor, na Semana, dois trabalhos quanto ao tema foram apresentados: “A formação profissional do engenheiro civil na atualidade por meio de multiletramentos”, desenvolvido e apresentado pelas estudantes-pesquisadoras Karine da Rocha de Souza e Natacha Andrade Bezerra; e “Multiletramentos e a formação pluricultural do engenheiro civil – o perfil das estudantes de uma instituição de Ensino Superior cearense”, desenvolvido e apresentado pelas estudantes-pesquisadoras

Marianne Medeiros Dias e Dalila Luz Ferreira da Silva. Em relação aos resultados colhidos por Karine Rocha e Natacha Andrade, observa-se que sinalizam a amplitude do conhecimento do engenheiro para sua atuação profissional, quando no mercado de trabalho, ao evidenciarem-se adequados processos de multiletramentos durante sua formação, uma vez que a amplitude do tema multiletramentos trespassa todas as áreas do conhecimento e, de forma interdisciplinar, expande-se também nos espaços da engenharia. Desse modo, a partir da capacidade de leitura e da capacidade de escrita desenvolvidas pelos estudantes, outros conhecimentos são adquiridos, principalmente em associação aos conhecimentos de mundo, aos conhecimentos sociais e, ainda, aos âmbitos profissionais. Já Marianne Medeiros e Dalila Luz destacaram, em sua apresentação, a importância da formação do engenheiro civil baseada em matriz curricular que privilegie a inter e a multidisciplinaridade, visando aos múltiplos letramentos dos estudantes, acentuando que essa matriz se vê contemplada no Curso de Engenharia Civil da Unichristus.

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Em sua explanação, fizeram ainda referências às ferramentas digitais utilizadas no curso, exemplificando com a oferta costumeira de atividade complementar sobre CAD Básico, por exemplo, que trata do desenvolvimento de desenho assistido por computador. Ao final da fala, as alunas-pesquisadoras destacaram a continuidade da pesquisa, porquanto inconclusa, uma vez que iniciada, recentemente, sua terceira fase, estando, portanto, em andamento. Em nossa conclusão, reputamos o apreço com que o Centro Universitário Christus tem olhado para a formação profissional que diligencia a seus estudantes, incentivando-os e, mesmo, conduzindo-os de maneira sensata, perene e crítica aos meandros da pesquisa científica, possibilitando-lhes conhecimentos de boa raiz, uma vez que despertados a serem protagonistas de seu próprio aprendizado, de seu próprio conhecimento. Colaboração: Professor Sérgio Araujo Docente dos Cursos de Administração, Ciências Contábeis, Engenharia Civil e Engenharia de Produção

O DIREITO NA PRÁTICA O Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) possui prédio próprio, localizado no Campus Dom Luís, com o fim de preparar os alunos do Curso de Direito para a prática da advocacia. Lá, são ministradas as disciplinas de estágio. Além disso, o discente tem a oportunidade de atuar em casos reais, prestando serviço de atendimento à comunidade, junto à Defensoria Pública. UNICHRISTUS, UM LUGAR DE CONQUISTAS.


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Diálogos sobre Arquitetura

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Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unichristus iniciou, no semestre 2016.2, o projeto de extensão “Diálogos sobre Arquitetura”. O projeto consiste em um encontro a cada etapa, no formato de mesa redonda, para o debate acerca da produção arquitetônica e urbanística na atualidade. O objetivo principal do projeto de extensão é o encontro entre estudantes, acadêmicos e profissionais atuantes no mercado para a troca de experiências da prática profissional cotidiana. A proposta prevê a apresentação de projetos de arquitetura, urbanismo e design que sejam relevantes e o debate em torno dos projetos apresentados. No dia 30 de setembro de 2016, foi realizado o 1º Diálogos sobre Arquitetura cujo tema foi A Nova Praça Portugal. Para a apresentação do projeto, foram convidados os arquitetos Francisco Nasser Hissa, sócio diretor da Nasser Hissa Arquitetos Associados, e a arquiteta Laura Rios, diretora do Ateliê Creatore de Arquitetura e da empresa Estar Urbano. A Praça Portugal, reinaugurada no mês de setembro após cerca de quatro meses de obra, foi objeto de muitas discussões desde que a prefeitura apresentou um projeto de reforma que

propunha a retirada da praça original para a abertura de um cruzamento e quatro praças nas esquinas de cada avenida. Em meio a esse cenário, um grupo de arquitetos apresentou uma proposta alternativa que veio a ser então o projeto executado.

Apesar de muita polêmica em torno do projeto, a prefeitura conseguiu a aprovação para retirada da praça e construção do projeto do cruzamento com as praças laterais. No entanto, por limitações financeiras, a proposta não saia do papel, e a prefeitura resolveu adotar o projeto alternativo que manteve a estrutura central da praça, reduzindo em cinco metros o diâmetro desta na proposta inicial, eram apenas 4 metros, mas, na obra, constatou-se a necessidade de reduzir mais um metro. Durante o debate, o arquiteto Francisco Nasser Hissa informou que a construtora C. Rolim responsável pela manutenção da Praça Portugal convidou seu escritório, que se uniu a Laura Rios e Liana Feingold do Ateliê Creatore de Arquitetura, a Oswaldo Souza da Cia de Arquitetura e Ricardo Marinho Paisagismo para desenvolver uma nova

proposta, apresentada voluntariamente à Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA). Aprovado o novo projeto pela Autarquia Municipal de Trânsito de Fortaleza (AMC), a Prefeitura passou a obra para a iniciativa privada, por meio do sistema de adoção de praças. Empresas que possuem empreendimentos no entorno da praça se juntaram à empresa C. Rolim que já fazia a adoção da Praça Portugal para arcar com a execução do projeto alternativo. A arquiteta Laura Rios respondeu a perguntas sobre os projetos de iluminação e sobre o mobiliário urbano desenvolvido para o projeto, desde o conceito, os materiais utilizados e a localização deles em relação ao paisagismo proposto. O 1º Diálogos sobre Arquitetura consistiu em um excelente momento de troca entre acadêmicos e profissionais de arquitetura e urbanismo, promovendo um debate rico e engajado por parte do corpo discente da Unichritus e abrindo o caminho para os próximos debates. Autora: Profa. Germana Câmara Mestra em Urbanismo, professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo Unichristus


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Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF)

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Centro Universitário Christus (Unichristus), no intuito de aproximar os discentes do Curso de Ciências Contábeis ao seu campo profissional, alinha parceria para assinatura de Termo de Compromisso com a Receita Federal do Brasil (RFB), referente à criação do Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), que trata de uma atividade de extensão, proporcionando aos estudantes formação sobre a função social dos tributos, qualificando o futuro profissional por meio de uma vivência prática, visando à complementação de sua formação, com a prática de atividades a serem desenvolvidas no âmbito do NAF que devem ser essencialmente orientativas e voltadas a proporcionar aos acadêmicos a participação em situações reais de vida e trabalho. Além das atividades de atendimento, o NAF poderá ter como atividades de ensino: I - palestras ministradas por servidores da RFB que versem sobre educação fiscal, obrigações tributárias e/ou aduaneiras; II - grupos de estudo sobre matérias contábeis e fiscais, coordenados pelos professores integrantes do projeto; III - minipalestras desenvolvidas e ministradas pelos alunos participantes do NAF sobre assuntos contábeis e fiscais, como também

acadêmicos de outros cursos da Unichristus em pequenas intervenções durante as aulas; IV - criação de um periódico (“jornal”) contábil para divulgação e produção de matérias correlacionadas à área de atuação do NAF; V - visitas guiadas às unidades da RFB, tanto locais (Agências, Delegacias, Alfândegas e Inspetorias) como regionais (Superintendência e Delegacias Regionais de Julgamento (DRJ), Núcleos da Secretaria da Fazenda Estadual e Secretaria de Finanças do Município); A primeira reunião com o Chefe da Divisão de Interação com o Cidadão (DIVIC-RFB), Sr. Daniel Sá da Silva, contou com a presença da Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis, Professora Cristina Castelo Branco, e da Professora Amaurinete Furtado, aconteceu no dia 9 de setembro com o intuito de orientação e apresentação das atividades que o núcleo oferecerá aos alunos e à comunidade, com o objetivo de atender aos princípios de responsabilidade social que norteiam a Unichristus, expressando o compromisso social com a comunidade na qual está inserida. O Curso de Ciências Contábeis já vem realizando atividades de Responsabilidade Social, como atendimento e elaboração de Imposto de Renda Pessoa Física, atendimento ao Microempreendedor. Para o atendimento ao microempreendedor, os alunos do Curso

de Ciências Contábeis receberam preparação por meio de um curso sobre o Microempreendedor Individual (MEI), com o objetivo de capacitar os discentes e levá-los a campo para instruir os empreendedores que se enquadrem como MEI, no dia 10 de setembro. A Unichristus esteve presente na Feira Informal Buraco da Gia no Centro de Fortaleza, contando com a participação de um grupo de alunos com o objetivo de orientação aos feirantes sobre os direitos, os deveres e a formalização do MEI. Reunidos na sala de atendimento aos Microempreendedores na Unichristus,os alunos deram continuidade aos atendimentos da Feira, com ligações para agendamentos e tira-dúvidas dos feirantes interessados a comparecer à IES. Dentre outras iniciativas de atividades de extensão, os alunos do Curso de Ciências Contábeis estiveram presentes, participando de atendimento sobre a formalização do MEI na comunidade do Mondubim no evento de Responsabilidade Social, realizado pela Unichristus no CUCA do Mondubim. Colaboração: Profa. Cristina Castelo Branco, Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis


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I Campeonato Interclasses de Direito e Literatura leva a julgamento personagens clássicos de Herman Melville

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os dias 10 e 13 de outubro, foi realizada a primeira edição do “Campeonato Interclasses de Direito e Literatura”, projeto idealizado e coordenado pela Profa. Fayga Bedê, tendo como seus coorganizadores o advogado Caio Lucas Nicolau Policarpo, egresso da Unichristus, Matheus Cavalcante Lima, monitor de Ética Geral e Jurídica, e Ernani Barreira Porto Neto, monitor de Tópicos Especiais em Direito I. Nessa 1ª edição, estiveram envolvidos alunos do 1º e do 2º semestre do Curso de Direito, provenientes de cinco turmas distintas, relativas às disciplinas ministradas pela professora responsável. No entando, o desejo é de que, em edições futuras, professores de outras disciplinas, inclusive de outros Cursos da IES, tragam novas propostas de obras literárias que possam dar ensejo a debates inter ou transdisciplinares. Dentre os 24 estudantes que se candidataram a participar do campeonato, apenas 10 (dez) conseguiram resistir até o final do processo de capacitação, que contou com diversos encontros, à frente dos quais todos os coorganizadores se revezaram. Ao longo de mais de um mês, os participantes tiveram aulas de argumentação lógico-dialética com o Prof. Caio Lucas Policarpo e aula de performance e ex-

►Alunos ► debatedores. Ao centro, Profa. Fayga Bede, ladeada pelos monitores Ernani Porto Neto e Matheus Cavalcante

pressividade com a Profa. Fayga Bedê, além das capacitações ministradas pelos monitores Matheus Cavalcante e Ernani Barreira Neto. A obra em estudo foi “Bartleby, o escriturário de Wall Street”, obra clássica de Herman Melville, que, embora menos conhecida do grande público do que o seu festejado “Moby Dick”, traz um potencial explosivo em termos de possibilidades analíticas, que a fazem particularmente merecedora de apreciação e debate. Essa novela é narrada em 1ª pessoa, tendo, como seu narrador-personagem, um advogado, cujo escritório mantém alguns empregados a seu serviço. Na condição de copista desse escritório de advocacia, está Bartleby, o personagem cuja estranha história é narrada por um patrão cada vez mais perplexo.

O Bartleby de Melville é, sem nenhum desfavor a Kafka, um dos mais insólitos, esdrúxulos e imperscrutáveis personagens já fabricados pela mente de um escritor. Sua conduta de um modo geral vai tornando-se cada vez mais bizarra e incompreensível, seja aos olhos do seu patrão, seja aos olhos de leitores atônitos, que avançam pelas páginas da novela à espera de respostas satisfatórias que jamais chegam. Nesse contexto, é justamente pela recusa de Melville às tentações do didatismo que a narrativa se mantém aberta às múltiplas possibilidades de atribuição de sentido, desdobrando-se em questionamentos e especulações que permitiriam um belíssimo estudo de caso na Psicologia, só para ficar em um exemplo mais óbvio. Em nosso contexto de trabalho, procuramos apreen-


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der os contornos éticos postos em discussão e, de modo a permitir uma aproximação mais rente à dogmática jurídica, reescrevemos o final (aproveitando que Melville dorme o sono dos justos). Assim, acordamos que, em vez do trágico fim que aguardaria Bartleby na versão original, faríamos um debate entre os advogados de Bartleby e os do patrão, cabendo a estes últimos pleitear em juízo a dispensa com justa causa de Bartleby, motivada pela insubordinação e pela desídia do empregado. Nem precisa dizer que, na visão dos advogados de Bartleby, a dispensa só poderia dar-se sem justa causa, uma vez que Bartleby jamais cometera qualquer falta grave! E, apesar de Bartleby ter um modo muito peculiar de reagir às ordens de seu patrão, limitando-se a responder laconicamente: “Prefiro não fazer”, o fato é que o público presente deu ganho de causa a Bartleby, na 1ª rodada; e ao patrão, na 2ª rodada. Por fim, em nossa percepção, o aspecto mais desafiador para os alunos-debatedores não foi nem mesmo o auditório

lotado, mas decorreu de uma proposta do Caio Lucas Policarpo, de montarmos duas equipes que, além de estarem compostas por alunos oriundos das cinco turmas envolvidas, tivessem a árdua missão de alternarem entre si os clientes envolvidos na questão. Assim, na tarde do dia 10 de outubro, os alunos que advogavam por Bartleby já sabiam que, na noite do dia 13 de outubro, teriam de passar a defender os interesses do empregador – e vice-versa. Isso foi, de certa forma, uma maldade de nossa parte. Mas, a julgar pelos depoimentos de vários participantes, parece que já fomos perdoados. Confira o que alguns desses alunos disseram: “O maior desafio, sem dúvida, consistiu em defender alguém que você já havia acusado... Desconstruir o que já estava consolidado para cada um, ser flexível e perceber que, de ambos os lados, é possível retirar argumentos favoráveis e desfavoráveis... Uma experiência única, marcante e um aprendizado que levaremos para sempre!” (Ana Luiza Perazo - 2° semestre do Curso de Direito) ***

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►Dez ► alunos debatedores enquanto aguardavam o veredito do corpo de jurados

“Uma experiência altamente agregadora, pois mostrou como, de fato, é o mundo jurídico, cheio de reviravoltas, e acho que foi de suma importância entrar em contato com esse mundo desde cedo, no 2º semestre, para saber como se portar diante das futuras adversidades da vida profissional, na qual, um dia, a gente pode sair ganhando e, no outro, perdendo, mas sempre agindo de forma resiliente e, principalmente, de forma ética, para que assim se possa ter uma vida profissional guiada por uma conduta proba e direita. (Felipe Holanda - 2° semestre do Curso de Direito) *** ►I► Campeonato de Direito e Literatura


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►Alunos ► debatedores recebendo capacitação do advogado egresso, Caio Lucas Policarpo

“Eu preferia fazer tudo de novo. Ter a oportunidade de sentir todo o nervosismo, toda a parceria e toda a energia boa que o júri do Bartleby pôde proporcionar. Cada fala, cada análise do livro e cada defesa, ou acusação, muito bem fundadas, mostram como Herman Melville soube brincar com as personagens, com os leitores e com aqueles que se atreveram a defender, em dias diferentes, o patrão ou o escriturário. A experiência foi riquíssima, e, se eu pudesse preferir, preferiria eu não tivesse acabado.” (Jamille Martins Bernardes - 2° semestre do Curso de Direito) *** “Uma das melhores sensações que pude ter durante esse semestre que nem começou direito! Espero ter outras oportunidades para crescer com mais experiências como essa. Todos se mostraram interessados e preparados para encarar um júri, mesmo com o nervosismo na pele, só tenho a agradecer à professora Fayga, aos monitores

e às equipes que, acima de tudo, mostraram-se unidas! (Amanda Jota – 1º semestre do Curso de Direito) *** “Júris são sempre desafios, o nervosismo parece sempre consumir a alma do ator. O lado do advogado ou do promotor ganha voz quando se está no palco. Somos capazes de arrancar sorrisos e lágrimas de acordo com o que for necessário. Talvez algum louco nos chame de sofistas, prefiro os que nos consideram artistas. Às vezes, é necessária uma mudança de lado para entender a outra parte; entre acusações e defesas, vamos nos descobrindo e nos preparando para novos dias.” (Marcelo Victor Alves Coutinho - 2º semestre do Curso de Direito) *** “Como monitor, posso dizer que foi uma experiência magnífica. Um júri é a expressão da diversidade dos muitos argumentos que podem ser levantados para defender os mais variados pontos de vista. A curiosidade comparti-

lhada nos leva a sair de uma visão noturna e ir para a claridade meridiana da verdade. É uma verdadeira honra participar do desafio de capacitar alunos para uma atividade tão complexa, a respeito de uma obra que subverte certas noções trazidas com a modernidade. O sucesso alcançado é a união dos vários esforços e das várias contribuições, mas registramos um agradecimento especial ao egresso Caio Policarpo, pois sua sabedoria foi essencial para a nossa capacitação. O espetáculo chegou ao fim, mas os espíritos elevados permanecerão.” (Matheus Cavalcante Lima - 4° semestre do Curso de Direito – Monitor de Ética) *** Relação dos participantes: yAmanda y Cavalcante Jota - 1º semestre yAna y Luiza Perazo - 2º semestre yCarla y Ferreira Lima - 1º semestre yCleide y Lara de Sá Pereira Diógenes - 1º semestre yFelipe y Tavares Bessa Holanda 2º semestre yFernando y Mesquita Moreira Belém - 2º semestre yJamille y Martins Bernardes - 2º semestre yMarcelo y Victor Alves Coutinho 2º semestre yPedro y Henrique A. Braga - 1º semestre yPedro y Luís de Farias Pereira - 1º semestre. Autores: Profa. Dra. Fayga Bedê (Professora de Ética e Tópicos Especiais em Direito I) Matheus Cavalcante Lima (Monitor de Ética Geral e Jurídica)


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Participação do Curso de Arquitetura em Conferências Municipais em 2016

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o ano de 2016, o corpo docente do Curso de Arquitetura e Urbanismo representou o Centro Universitário Christus em dois eventos importantes sobre a cidade: a 6ª Conferência Municipal da Cidade de Fortaleza e a 2ª Conferência Municipal de Habitação. 6ª Conferência Municipal da Cidade de Fortaleza A Conferência Nacional das Cidades ocorre no Brasil desde 2003. Inicialmente, se davam a cada dois anos, mas, desde 2006, passaram a ocorrer a cada três anos. Esses eventos são importantes espaços para a participação popular, responsáveis por permitir que as decisões sobre as cidades não sejam tomadas de forma ditatorial e autoritária. Importantes avanços foram alcançados durante as Conferências já realizadas, tais como a definição da composição e a eleição do Conselho das Cidades (ConCidades) e a formulação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU). A Conferência Nacional é antecedida por Conferências estaduais, e estas, por sua vez, são antecedidas por Conferências Municipais. As Conferências municipais devem debater propostas e soluções voltadas à realidade local que poderão orientar os gestores quanto às demandas da população e devem indicar propostas prioritárias para serem encaminhadas à discussão na Con-

ferência Estadual, quando serão debatidas propostas voltadas para as políticas Estaduais e para a política Nacional. As Conferências Municipais são públicas e abertas à participação de todos os cidadãos, no entanto o número de delegados participantes deverá obedecer a uma proporcionalidade estabelecida, de acordo com os segmentos sociais:

Para essa edição, foi escolhido o tema “Função Social da Cidade e da Propriedade”, e, portanto, a discussão nas conferências municipais teve de se concentrar nesse tópico. As professoras Amélia Aragão, Germana Câmara, Kelma Pinheiro e Larissa Menescal, docentes do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unichris-

42,3% Poder público. 26,7% Movimentos populares. 9,9% Trabalhadores, por suas entidades sindicais. Empresários relacionados à produção e ao financiamento do 9,9% desenvolvimento urbano. Entidades profissionais, acadêmicas e de pesquisa e conselhos 7% profissionais e Organizações Não Governamentais com atuação na área do 4,2% Desenvolvimento Urbano. Somente os delegados são aptos a votar nas melhores propostas elaboradas durante a Conferência e na eleição dos delegados que irão participar da Conferência Estadual.

tus, participaram da 6ª edição da Conferência Municipal das Cidades que ocorreu nos dias 24 e 25 de junho de 2016 no Hotel Romanos, no bairro Messejana,

►As ► professoras Larissa Menescal, Amélia Aragão, Germana Câmara e Kelma Pinheiro na 6ª Conferência Municipal das Cidades em Fortaleza


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e atuaram ativamente nos debates e na elaboração de propostas para a política urbana. De acordo com o Decreto Estadual Nº 31.890, de 1º de fevereiro de 2016, a 6ª Conferência Estadual das Cidades será em 15, 16 e 17 de março de 2017, em Fortaleza - CE, com a temática: “A Função Social da Cidade e da Propriedade!” e o lema: “Cidades Inclusivas, Participativas e Socialmente Justas”. A Unichristus foi eleita para participar da 6ª Conferência Estadual das Cidades com um Delegado que será um dos 4 representantes de Fortaleza no Segmento Entidades Profissionais, Acadêmicas e de Pesquisa e Conselhos Profissionais. O papel desse delegado é ajudar a escolher as propostas e os delegados que representarão nosso Estado na Conferência Nacional das Cidades que será em Brasília, de 5 a 9 de junho de 2017. A 6ª Conferência Municipal da Cidade de Fortaleza definiu 12 propostas para orientar os gestores locais quanto às demandas da população para a Política Municipal de Desenvolvimento Urbano.

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tação das propostas do eixo na plenária final. A 6ª Conferência Municipal da Cidade de Fortaleza lançou propostas para a política urbana, no entanto, no âmbito municipal, ainda não contamos com um Conselho das Cidades, entidade que poderia acompanhar a implementação dessas propostas. A ausência de um Conselho as Cidades e a falta de regulamentação das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) foram destaques nas discussões entre as entidades. ►Profa. ► Germana Câmara apresentando as propostas do Eixo Mobilidade Urbana e Acessibilidade

As propostas foram elaboradas por grupos de trabalho divididos em quatro eixos temáticos: Grupo 01 – Habitação de Interesse Social e Regularização Fundiária Grupo 02 – Saneamento Ambiental Grupo 03 – Mobilidade Urbana e Acessibilidade Grupo 04 – Planejamento Territorial A representante da Unichristus na Conferência Municipal, Profa. Germana Câmara, participou do grupo 03 - Mobilidade Urbana e Acessibilidade e conduziu o processo de apresen-

►Movimentos ► populares que reivindicam a regulamentação das ZEIS

2ª Conferência Municipal de Habitação No final de janeiro de 2016, ocorreu a 2ª Conferência Municipal de Habitação, reunindo 250 delegados para debater a política habitacional de Fortaleza. O município possui um déficit de habitações de 102,1 mil unidades, ou seja, um dos maiores do país, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Na figura 05, podemos verificar a localização das ZEIS, além de assentamentos precários que não foram mapeados no Plano Diretor Participativo (PDP-For, Lei 062 de 2009).


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Os delegados foram distribuídos entre instituições da sociedade civil, poder público, entidades comunitárias e movimentos populares ligados à habitação. A Unichristus participou da conferência com um delegado e um suplente pelo segmento sociedade civil (academia). Para participarem da conferência, as instituições devem ter reconhecidas legitimidade, representatividade, idoneidade e atuação e afinidade com a política habitacional. O evento debateu e aprovou 30 propostas para a política habitacional do município. As propostas foram discutidas em cinco eixos: 1) desenvolvimento urbano e plano local de habitação de interesse social de Fortaleza (PLHIS-For); 2) Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), regularização fundiária e vazios urbanos; 3) programas habitacionais e interlocu-

ções sociais; 4) financiamento da política habitacional e 5) comissão de conflitos fundiários. Ao final, a conferência deliberou sobre a reativação do Conselho Municipal de Habitação Popular (COMHAP) que estava parado desde 2009, elegendo os conselheiros dentre os representantes na conferência para gestão no período de 2016 a 2018. São atribuições do COMHAP, dentre outros, indicar prioridades orçamentárias à Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional do Município (HABITAFOR) e convocar a Conferência Municipal de Habitação. O colegiado, por ser deliberativo, tem poder de voto nas decisões municipais. O conselho foi empossado no dia 6 de junho de 2016, e os alunos do grupo de estudo sobre processo de projeto da Unichristus assistiram ao evento. Após a posse, o conselho reuniu-se em dois momentos para aprovação do regi-

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mento interno, não tendo iniciados os debates efetivos sobre a política habitacional de Fortaleza. Referências

BRASIL, Amíria Bezerra. A ineficácia das ZEIS: um problema de legislação ou uma questão politíco-social? O caso de Fortaleza. 2016. Tese (Doutorado em Habitat) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. http://obser vatoriodasmetropoles.net/inde x.php?option=com_ k2&view=item&id=1466%3Aconselho - municipal- de - habita%C3%A7%C3 %A3o-popular-%C3%A9-reativado-em-fortaleza&Itemid=164 http://www.cidades.gov.br/ http://www.concidades.pr.gov.br/

Autoras: Profa. Amélia Aragão, Profa. Germana Câmara, Profa. Kelma Pinheiro e Profa. Larissa Menescal (Curso de Arquitetura e Urbanismo)


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Colação de grau do Curso Técnico em Logística

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Centro Universitário Christus realizou mais uma colação de grau do Curso Técnico em Logística. A celebração ocorreu dia 25 de agosto, no Campus Benfica. Foi uma noite cheia de emoções, na qual coordenação, professores, pais e convidados estavam presentes para prestigiar e comemorar a vitória destes 65 alunos. Para a professora homenageada, Ilzenir Freitas, “Participar desta celebração, nos remete a nossa trajetória e nos faz refletir que somos um ser em constante transformação. E isso é divino! Agradecemos imensamente o aprendizado que nos proporcionaram e pela sensação do dever cumprido”. Foi um ano intenso, cheio de desafios, compromisso, dedicação, dificuldades e conquistas. “Que esta cerimônia não represente uma despedida e sim uma

reafirmação das amizades que cultivamos ao longo do tempo e a prova de que nosso esforço e dedicação valeram a pena. Que esta formatura seja uma das muitas vitórias a fazer parte de nossa vida, pois o que alcançamos hoje é uma pequena parte do que ainda vamos conquistar.” Foram as palavras da aluna oradora Samila Ribeiro. O diploma de conclusão do curso foi entregue pelo Mantenedor e Pro Reitor de

Administração e Planejamento da Unichristus, Dr. Estevão Lima, e, para finalizar a cerimônia, foi realizada a premiação do melhor aluno da turma com uma Láurea Acadêmica e bolsa de estudo no curso de graduação no Centro Universitário Christus. Texto: Karoline Sampaio Nunes Barroso Revisão: Lindolfo Ramalho Farias Júnior


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Na Unichristus

unichristus.edu.br/graduacao/gastronomia

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36leitura

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Eu indico... Alice no país das maravilhas “O gozo de um delírio moderno” Autor: Lewis Carroll Editora: Zahar

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lice no país das maravilhas é aparentemente uma história para crianças, mas talvez seja uma das críticas mais severas à racionalidade moderna que podemos evidenciar na literatura. Alice vive em um mundo onde tudo são regras. Existem as regras da etiqueta, as da poesia, as do julgamento, as do palácio, etc. Alice mora na Inglaterra. Quando ela vai para o País das Maravilhas, a menina acredita piamente que as regras da Inglaterra tenham a mesma aplicabilidade e efetividade, ou seja, Alice imagina que as regras racionais são universais e se aplicam a qualquer lugar sem distinção. Essa é a grande loucura do coração da modernidade: acreditar que existe uma noção de verdade absoluta e que uma vez descoberta, esta pode se irradiar pelo mundo afora. Isso se torna bem claro quando se analisa o processo colonial levado a efeito na África e na Ásia, constatando-se todas as grandes violências perpetradas em nome de tal premissa na história da humanidade. Esse é o grande delírio da modernidade – acreditar que a razão é abstrata, universal e independente da condição histórica na qual ela está inserida. No começo do livro, a irmã de Alice está lendo um livro que não tem diálogos, nem figuras. Afinal, pra que serve um livro como esse? Um livro que não tem diálogo nem figura é um livro de teoria. Não é um romance capaz de ser espelho da vida. Alice se interessa pela vida e não pela teoria. Só por isso ela consegue ver o coelho branco passar. Se ela estivesse com o nariz enfiado no livro, nunca teria visto o coelho branco passar. Se não tivesse tido a coragem de se atirar de cabeça num lugar desconhecido, não teria se tornado a heroína de sua própria história. No final da narrativa, ela tem uma epifania. Quando os guardas vêm prendê-la, no julgamento, ela dispara: “Vocês não passam de um bando de cartas”. Quando Alice acorda, várias críticas à modernidade estão lançadas. Por exemplo, qual é o valor da carta 7 no baralho? É uma carta que oferece alguma vantagem de se tirar? Depende do jogo que se está jogando. Se alguém está jogando com você, sabendo das cartas que você tem e estabelecendo as regras do jogo, adivinhe só quem vai ganhar? A vitória será alcançada supostamente em bases racionais. Mas, se uma das partes já estava ciente das cartas dos demais e se estabelecia as regras de acordo com sua própria vontade, não é preciso muito esforço para se saber quem será o vencedor da partida. Esse é o projeto da modernidade que Alice percebe quando foi capaz de tirar o nariz da teoria e colocar o nariz na vida, na prática. Um romance do século XIX aparentemente ingênuo que nos mostra o avesso de uma realidade que ainda hoje nos assombra. Quando, por exemplo, o FMI ou o Banco Mundial dita políticas econômicas em nível global, impondo que a sua receita seja seguida, ou quando temos modelos culturais que são eleitos como melhores e superiores a outros, em parte ainda vemos os ecos dessa menininha pequena que acreditava que as regras da Inglaterra tinham que valer no País das Maravilhas. Podemos rir com ela e dizer: mas isso é loucura. Colaboração: Matheus Cavalcante Lima (Aluno do 4º semestre do Curso de Direito)


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Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática Autor: Luciano Amaral Oliveira Editora: Parábola

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que motivou a elaboração desse livro foi a constatação da grande distância entre, de um lado, as pesquisas realizadas nas universidades e os livros teóricos sobre o ensino de português e, de outro, os professores de português do ensino fundamental e do ensino médio. O livro tem um objetivo bem simples: analisar gramáticas normativas e livros teóricos sobre o ensino de português e de gramática para detectar o que ainda precisa ser dito aos professores de português de forma clara e direta, a fim de diminuir essa distância. Inevitavelmente, o livro rumou para a leitura e para a escrita pela simples razão de a língua só ter sua existência materializada por meio de textos. Fazer os estudantes estudarem gramática sem levar em consideração o papel que as estruturas gramaticais têm no uso da língua, que toma a forma de textos falados e escritos, é contraintuitivo. Coisas que todo professor de português precisa saber traz cinco questões teóricas essenciais para a prática pedagógica, sobre as quais todo professor de português precisa refletir: (1) o que é ensinar; (2) o que é método de ensino; (3) o que é língua; (4) o que é saber português; (5) a razão pela qual se ensina português para brasileiros. Essa discussão sobre teorias da aprendizagem e de ensino nos leva naturalmente a apresentar um conceito operacional muito importante para o ensino: método. Todo professor já ouviu falar em método de ensino. Mas será que ele sabe exatamente o que é um método? Essas questões requerem reflexões teóricas em uma linguagem clara e direta, sem descuidar do rigor necessário. Prof. Sérgio Araújo Docente dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Engenharia Civil e Engenharia de Produção

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artigos

“Dê-me 1 kg de compromisso, por favor!”

É

lógico que essa frase exibida no título não faz sentido.

Primeiro porque as medidas de comprometimento não são feitas por quilogramas. Segundo, porque comprometimento não é algo que possa estar disponível em prateleiras de supermercados. Mas qual o porquê dela? Essa frase partiu de uma reflexão sobre a fala preocupada de um gestor que percebeu que havia uma dificuldade muito grande em contratar ou manter seus talentos, pois a natureza da atividade de sua empresa apresentava um ambiente de muita pressão e cobrança, mas que havia alguns de seus colaboradores que já trabalhavam há anos e mesmo com alguma queixa, permaneciam na empresa. Este gestor, por sua vez, queria identificar se havia um perfil de colaborador mais resiliente e comprometido. A partir daí, comecei a pesquisar sobre o tema e o que encontrei deixou-me feliz, ao descobrir que existem pesquisadores engajados em quantificar e, mais do que isso, propor soluções que norteiem ações para melhorar a qualidade de vida das pessoas nas organizações. Esse texto é um recorte de uma das minhas pesquisas que gostaria de compartilhar

com vocês. A pesquisa tinha como objetivo identificar se havia uma relação entre o profissional mais comprometido e o mais resiliente. Por isso, faz-se necessário entender o conceito de Resiliência e de Comprometimento Organizacional. A resilium é um termo que, em latim, significa resiliência, que se define pela capacidade de voltar ao seu estado original diante de uma situação de pressão e estresse. Segundo Barlach (2008), este termo, originário da física, é usado habitualmente pelas ciências sociais aplicadas para demonstrar a capacidade do indivíduo de suportar a pressão no ambiente, seja este familiar, escolar ou organizacional. O comprometimento no trabalho, ou, especificamente, o comprometimento com a organização empregadora é definida por Bastos (1992) como “uma forma de laço psicológico existente pela pessoa e aspectos do seu ambiente de trabalho”. Para Schein (1982), o comprometimento organizacional seria o produto do contrato psicológico estabelecido ao ingressar na organização e pode envolver uma aceitação de valores e objetivos organizacionais, sentimento de lealdade, intenções de permanecer e trabalhar para a organização. ROBBINS (2002) afirma que o comprometimento organi-

Ilzenir de Freitas S. Araújo

Mestranda do Curso de Psicologia (Linha de pesquisa: Cultura e Assuntos Organizacionais) Especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho, Egressa do Curso de Administração da Unichristus e Docente do curso Técnico em Logística e Multimeios Didáticos pelo Pronatec (Unichristus)

zacional é a identificação que o individuo estabelece com a organização na qual trabalha, desejando manter-se parte dessa organização. À medida que o individuo se envolve com o trabalho pode até está insatisfeito com sua função ou tarefa desempenhada, mas se ele ainda se sente satisfeito com a empresa e se sente pertencente a ela, o mesmo continuará trabalhando. Do contrário, quando a insatisfação atinge a imagem da empresa em si, as pessoas têm maior probabilidade de se demitirem, segundo estudos anteriores. Desta forma, três dimensões do comprometimento foram investigadas neste trabalho: o Comprometimento Organizacional Normativo, o Calculativo e o Afetivo. Segundo Hobbins (2012), o Comprometimento Organizacional Normativo é definido


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como um conjunto de crenças que o individuo tem em “permanecer na empresa por razões morais e éticas.” (p. 70). Siqueira (2005) reforça que o vínculo normativo acaba sendo acompanhado pelos sentimentos de culpa, desconforto e preocupação por parte do colaborador, quando o mesmo pensa ou planeja se retirar da organização. Isso porque ele acredita ter a obrigação e o dever moral para com a organização, devendo se comportar de forma a não vir desaboná-la. O Comprometimento Organizacional Calculativo é aquele em que “as crenças nutridas pelo empregado acerca de sua relação de troca econômica com a empresa, na medida que, sintetiza o pensamento do trabalhador sobre o quanto é vantajoso, ou não, manter relações de trabalho com ela”. (p. 03). Colocando com outras palavras, o comprometimento organizacional calculativo seria dado pela avaliação positiva que o trabalhador faz em razão dos resultados alcançados através da empresa, e isto inclui os benefícios, planos de aposentadoria, o salário, privilégios ocupacionais, enfim, ele avalia mentalmente a possibilidade de perda destas conquistas ou da possibilidade de não conseguir repor, caso se desligasse da organização. O Comprometimento Afetivo, por sua vez, está ligado, portanto, sob o ponto de vista do individuo em assumir postura ativa em favor da organização e ela se alicerça nos sentimentos do empregado, na aceitação de

suas crenças, identificação e assimilação de valores que o mesmo tem da organização. As coletas dos dados na empresa foram realizadas no mês de Abril de 2015, entre os dias 10 e 25. Foram coletadas gradativamente, à medida que o colaborador sentisse a vontade para entregá-lo e foram analisados para que pudessem ser comparadas e então mostrar um resultado concernente com a pesquisa. Participaram da pesquisa 11 (onze) colaboradores, que representavam 100% da população investigada. O proprietário não participou da coleta. Além do questionário demográfico – sem a identificação do participante –, o mesmo respondeu duas escalas, a da resiliência, em que foram numeradas de 01 a 25 questões, e outra para análise do comprometimento organizacional, em que foram elaboradas 27 questões, todas de opções que variavam de 01 a 05, as quais representavam, respectivamente: 1) Discordo totalmente; (2) Discordo pouco; (3) Não concordo nem

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discordo; (4) Concordo pouco; (5) Concordo totalmente, todas distribuídas nas três medidas. O resultado da pesquisa mostrou que a relação das três escalas de comprometimento analisadas conjuntamente traz o ineditismo desta pesquisa, pois nas análises de Siqueira (2008), elas são analisadas separadamente para uma apreciação mais especifica; no entanto, o gráfico 16 mostra a relação das três medidas do comprometimento. Este gráfico mostra a relação das três medidas de forma que facilite a visualização do leitor. Ela revela que há uma aproximação entre as medidas ECOA e ECON e um distanciamento ao ECOC, o que nos faz refletir sobre a necessidade de aprofundamento de pesquisas que apontem mais variáveis e se há uma relação contrária aos aspectos normativos e afetivos, se comparados ao aspecto econômico. Apesar da relação das três medidas apresentarem distanciamento entre si, ela mostra que há uma proporcionalidade delas em função do compro-

►Gráfico ► 1 – Relação das Três escalas do Comprometimento Fonte: Desenvolvido pela Autora


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Resiliência do Grupo 6,5 6 5,5 6

5 5

4,5 4

menor resiliência ►Gráfico ► 2 – Média Geral do Comprometimento Grupal Fonte: Desenvolvido pela Autora

metimento individual, ou seja, as medidas são homogêneas, quando tratadas de comprometimento individual, se em comparação aos demais indivíduos da pesquisa. Nesta perspectiva, os gráficos 2 e 3 mostram a relação direta e não proporcional das medidas da resiliência, se comparadas às medidas do comprometimento. Para poder avaliar o nível de comprometimento do grupo, foi necessário adotar, assim como na resiliência, uma somatória binária para estabelecer uma relação mais assertiva. Pois para a análise do comprometimento, são elencados 5 níveis, como observado nas pesquisas de Siqueira (2008). Nesse novo processo de verificação, foi adotada, como critério, a média das respostas dadas pelos respondentes em cada escala. E o resultado de cada escala formou uma nova média, o que chamei de Média geral do Comprometimento. Para encontrar o valor de mensuração e estabelecer a relação com a resiliência. Foram atribuídos os valores de 1 a 2,9, indicando um perfil de

maior resiliência

►Gráfico ► 3 – Média da Resiliência do Grupo Fonte: Desenvolvido pela Autora

baixo comprometimento, e os valores de 3 a 5 indicando, assim, um comprometimento entre médio e alto. Nesta perspectiva, estes dois indicadores mostraram, em termos percentuais, os seguintes resultados: a população apresentou, de acordo com a pesquisa, 27,27% dos respondentes caracterizados com Baixo Comprometimento e 72,72% de níveis de comprometimento entre Médio e Alto Comprometimento. Na resiliência, o resultado percebido foi que 45,45% dos colaboradores apre-

►Gráfico ► 4 – Relação da Resiliência e do Comprometimento Fonte: Desenvolvido pela Autora

sentavam Menor Resiliência, se colocados em ambientes de maior pressão organizacional, e 54,54% apresentaram uma Maior Resiliência, se colocados na mesma situação. Tudo isso nos mostra que existe uma relação direta entre as duas escalas, mas elas não são proporcionais entre si. O que não inviabiliza a pesquisa, mas propõe que sejam levantadas outras variáveis para tornar o estudo mais preciso. Para melhor visualizar a relação dos dois conceitos e responder o cerne desta pesquisa,


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que é identificar se o profissional mais resiliente é também o mais comprometido, o gráfico 4 nos mostra a proporcionalidade dos dois aspectos comportamentais pesquisados. Para melhor percepção das relações estudadas, o gráfico 4 mostra e responde o pressuposto apresentado pela pesquisa, de que existe, sim, uma relação direta da resiliência e do comprometimento organizacional individual. Para que essa análise pudesse ser percebida pelo leitor, ampliou-se, em 30 vezes, o comportamento da variável comprometimento no gráfico. O que nos mostra a seguinte proporcionalidade: dos 100% dos indivíduos considerados com alto comprometimento, 75% deles apresentam alta resiliência; dos 100% dos indivíduos que apresentam baixo comprometimento, 75% apresentam também baixa resiliência organizacional. A análise do comprometimento não identificou os motivos do comprometimento organizacional, mas de forma geral identificou em qual medida comportamental o colaborador permanece ligado à empresa. A essa pergunta, a pesquisa não mostrou uma resposta clara e objetiva, mas apontou que há, sim, um baixo comprometimen-

to apresentado pelos colaboradores analisados pela Escala de comprometimento Organizacional Calculativo – ECOC. Esse trabalho, apesar de apontar uma relação direta, embora não na mesma proporção das relações pesquisadas, se mostra bastante relevante tanto para a academia, pois traz o ineditismo da pesquisa, quanto para a sociedade e profissionais de Recursos Humanos, pois ele poderá ser usado como instrumento tanto no recrutamento e seleção de pessoas, como para avaliação de clima e desempenho organizacional. Portanto, a pesquisa alcançou os objetivos propostos e respondeu positivamente aos pressupostos identificados. Referências ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2.ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. ARAÚJO, Ilzenir de Freitas- A relação entre o comprometimento organizacional e a resiliência. um estudo de caso em uma empresa privada no município de Fortaleza. (Monografia para obtenção do título de Especialista) – Universidade Estadual do Ceará – 2015 BACCHI, G. A. Entre o Tripalium e a Resiliencia: um estudo sobre a

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correlação entre o assédio moral e a resiliencia. Saarbrücken, 2014. BARLACH, L. O que é resiliência humana? Uma contribuição para a construção do conceito. (Dissertação de Mestrado-Instituto de Psicologia). Universidade de São Paulo, 2005. BASTOS , Antonio Virgilio Binttencourt – Comprometimetno no trabalho: os caminho da Pesquisa e seus desafios metodológicos - UFBA -1995 BASTOS, A. V. B. Comprometimento organizacional: a estrutura dos vínculos do trabalhador com a organização, a carreira e o sindicato. Brasília, 1994. Tese (Doutorado) - Universidade de Brasília. BASTOS, A. V. B. Os vínculos indivíduo-organização: uma revisão da pesquisa sobre comprometimento organizacional. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPAD, 16., 1992, Canela. Anais... Canela: ANPAD, 1992. v. 6. p. 290-304. ROBBINS, Paul Stephen – comportamento Organizacional. Editora Pearson Prentice Hall, 2005 – 11ª Edição SIQUEIRA, M.M.M (2008) – Comprometimento afetivo, calculativo e normativo: Evidências acerca da validade Discriminante de três medidas Brasileiras. São Paulo, 2008. Tese (Doutorado) – Universidade Brasília. SIQUEIRA, Maria Matias Mirlene – Medidas do Comportamento Organizacional: Ferramentas de Diagnostico e de Gestão – Editora Bookman- 2008

Você sabia que a Rede de Apoio à Monografia possui plantões nos três turnos para atender aos alunos e aos professores da Unichristus? As professoras da RAM ficam no 5º andar e estão sempre disponíveis para atendê-lo e orientá-lo quanto aos aspectos metodológicos do seu trabalho científico. U N I C H R I S T U S U M L U G A R D E C O N Q U I S TA S .


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Como utilizar o Excel a seu favor: a implementação de algoritmo numérico para o cálculo de uma ponte treliçada

“U

ma treliça (grifo do autor) é um modelo estrutural reticulado que tem todas as ligações entre barras articuladas, isto é, existem rótulas em todos os nós” Martha (2013). Dependendo do tipo de treliça, é possível calcular os esforços em cada barra, aplicando três fundamentos importantes: 1) somatório das forças horizontais igual a zero (∑Fx = 0); 2); somatório das forças verticais igual a zero (∑Fy = 0); e 3) somatório de momentos externos (torque) igual à zero (∑Mxy = 0). Por meio de treliças, podem ser gerados sistemas lineares, e esses sistemas podem conter diversas varáveis e várias equações, dependendo da magnitude do problema, podendo, a partir dessas equações, formar sistemas lineares e montar uma matriz que agrupe estes sistemas, cujas incógnitas principais são os esforços nas barras. E encontrar essas incógnitas, às vezes, torna-se inviável manualmente, pois, dificilmente alguém tentará resolver matrizes grandes sem a utilização da tecnologia, daí a importância da utilização do computador para implementação de algoritmo. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo mostrar como utilizar o programa Microsoft Excel para calcular os esforços nas barras devido a simulação da passagem de um caminhão, retirado do livro: BEER, Ferdinand P.; EISENBERG, Elliot R.; JOHNSTON JUNIOR, E. Russell; MAZUREK, David F. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática. 9.ed. Porto

Alegre: AMGH, 2013. 622 p. ISBN 978-85-8055-046-7. Português. Para isso, a metodologia usada é a Revisão de Literatura. O pavimento de uma ponte repousa sobre longarinas que são simplesmente apoiadas por vigas transversais. As extremidades da viga estão unidas aos nós superiores de duas treliças, uma das quais é mostrada na Fig. P6. C2. Como parte do projeto da ponte, deseja-se simular o efeito sobre essa treliça da passagem de um caminhão de 12 kN sobre a ponte. Sabendo que a distância entre os eixos do caminhão é b = 2,25 m e supondo que o peso do caminhão está distribuído igualmente sobre suas quatro rodas, use um programa de computador para calcular as forças criadas pelo caminhão nos elementos BH e GH para valores de x variando de 0 até 17,25 m, usando incremen-

Bertholdo Araújo Melo Ramires

Aluno do 7º semestre do curso Engenharia Civil

Caroline Andrade Silveira Capelo

Aluna do curso Engenharia Civil Orientadora: Roberto Ferreira Sena Filho Mestre e professor da UNICHRISTUS

tos de 0,75 m. Dos resultados obtidos, determine (a) a força máxima de tração em BH, (b) a força máxima de compressão em BH, (c) a força máxima de tração em GH. Indique em cada caso o valor correspondente de x. (Nota: os incrementos devem ser selecionados de tal maneira que os valores desejados estejam entre aqueles que você irá tabular.)

Figura 1: cobertura sendo sustentada por treliças1

►Fonte: ► Site “Art Metal Serralheria”


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Figura P6. C2: Simulação da passagem do caminhão sobre a ponte

►Fonte: ► Elaborado pelos autores no Programa Paint.lnk.

Resolução do problema

O peso do caminhão é distribuído entre as rodas, que o transferem para as longarinas, que por sua vez transferem-no para as vigas transversais, as quais ainda o transferem para os nós da treliça. Para cada posição do caminhão, as forças atuantes nos nós, as reações e os esforços nas barras variam. Primeiramente, é preciso encontrar, manualmente, as fórmulas para as forças atuantes nos nós. Em segundo, encontrar as fórmulas para as reações. E, por último, encontrar as fórmulas para os esforços nas duas barras, utilizando o método das seções. Depois de encontrar os valores das forças atuantes e das reações, substituem-se esses valores nas equações dos esforços para montar os sistemas lineares finais destes. Os sistemas lineares, referentes aos esforços nas barras, foram encontrados e montados, conforme se vê abaixo:

3, 75FBH1 − 6, 25FGH1 = 0 1º sistema  0, 8FBH1 − 5FGH1 = 0

3FBH7 − 5FGH7 = −15, 75 7º sistema  3FBH7 + 5FGH7 = 10,125

3FBH2 − 5FGH2 = −2, 25 2º sistema  3FBH2 + 5FGH2 = 1,125

3FBH8 − 5FGH8 = −15, 75 8º sistema  3FBH8 + 5FGH8 = 12, 375

3FBH3 − 5FGH3 = −4, 5 3º sistema  3FBH3 + 5FGH2 = 2, 25

3FBH9 − 5FGH9 = −15, 75 9º sistema  3FBH9 + 5FGH9 = 14, 625

3FBH4 − 5FGH4 = −6, 75 4º sistema  3FBH4 + 5FGH4 = 3, 375

3FBH10 − 5FGH10 = −11, 25 10º sistema  3FBH10 + 5FGH10 = 16, 875

3FBH5 − 5FGH5 = −11, 25 5º sistema  3FBH5 + 5FGH5 = 5, 625

3FBH11 − 5FGH11 = −6, 75 11º sistema  3FBH11 + 5FGH11 = 19,125

3FBH6 − 5FGH6 = −15, 75 6º sistema  3FBH6 + 5FGH6 = 7, 875

3FBH12 − 5FGH12 = −4, 5 12º sistema  3FBH12 + 5FGH12 = 19,125


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Cont... 3FBH13 − 5FGH13 = −2, 25 13º sistema  3FBH13 + 5FGH13 = 19,125

3FBH19 − 5FGH19 = 0 19º sistema  3FBH19 + 5FGH19 = 7, 875

3FBH14 − 5FGH14 = 0 14º sistema  3FBH14 + 5FGH14 = 19,125

3FBH20 − 5FGH20 = 0 20º sistema  3FBH20 + 5FGH20 = 5, 625

3FBH15 − 5FGH15 = 0 15º sistema  3FBH15 + 5FGH15 = 16, 875

3FBH21 − 5FGH21 = 0 21º sistema  3FBH21 + 5FGH21 = 3, 375

3FBH16 − 5FGH16 = 0 16º sistema  3FBH16 + 5FGH16 = 14, 625

3FBH22 − 5FGH22 = 0 22º sistema  3FBH22 + 5FGH22 = 2, 25

3FBH17 − 5FGH17 = 0 17º sistema  3FBH17 + 5FGH17 = 12, 375

3FBH23 − 5FGH23 = 0 23º sistema  3FBH23 + 5FGH23 = 1,125

3FBH18 − 5FGH18 = 0 18º sistema  3FBH18 + 5FGH18 = 10,125

3FBH24 − 5FGH24 = 0 24º sistema  3FBH24 + 5FGH24 = 0

A partir desses parâmetros (coeficientes, termos independentes e incógnitas), monta-se uma equação matricial A.X = B, em que:

A à matriz dos coeficientes X à matriz das incógnitas B à matriz dos termos independentes apresentada abaixo:

A.X = B (1) X = A-¹.B (2) Figura 2: Equação matricial.

►Fonte: ► Elaborado pelos autores no programa Microsoft Excel 2010.lnk


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Isolando X, que é a matriz das incógnitas, na equação (1) encontra-se a equação (2), em que a matriz A é passada para o segundo membro da equação como matriz inversa A-1 multiplicando a matriz dos termos independentes B. E para obter a matriz das incógnitas X é preciso calcular a matriz inversa de A, ou seja, a matriz A-1 e, em seguida, calcular o produto desta com a matriz dos termos independentes, ou seja, a matriz B.

Processo para calcular matriz inversa no Excel

1ª etapa: selecionar o mesmo número de linhas (48) e o mesmo número de colunas (48) da matriz da qual se deseja calcular a sua inversa, em células unidas sem nenhum conteúdo; 2ª etapa: apertar a tecla “F2”; 3ª etapa: digitar a função =MATRIZ.INVERSO, em seguida abrir parêntese, selecionar a matriz desejada e fechar parêntese; 4ª etapa: aperta as teclas: Ctrl + Shift + Enter. São 24 posições diferentes do caminhão sobre a ponte, e para cada uma são duas incógnitas, totalizando 48 incógnitas, por isso a matriz é de 48x48. O último processo a ser feito é multiplicar a matriz inversa A-1, obtida no Excel, pela matriz B.

Processo para calcular o produto das duas matrizes no Excel:

1ª etapa: selecionar 48 linhas e 1 coluna, pois o resultado será uma matriz com o mesmo número de linhas da primeira e mesmo número de colunas da segunda; 2ª etapa: apertar a tecla “F2”; 3ª etapa: digitar a função =MA-

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TRIZ.MULT, em seguida abrir parêntese, selecionar a matriz inversa A-1, apertar a tecla “ponto e vírgula”, selecionar a matriz B e fechar parêntese; 4ª etapa: aperta as teclas: Ctrl + Shift + Enter. Ao fazer isso, o resultado é calculado de uma única vez, logo obtendo todos os valores (em kN) dos esforços nas barras BH e GH para cada posição do caminhão. O resultado será uma coluna com 48 linhas, porém, neste artigo, será apresentado com 8 colunas e 6 linhas, conforme se vê na Tabela 1 posta logo abaixo. Tabela 1: Esforços nas barras 0,0000 -0,9375 -0,1875 2,8125 2,0625 0,5625

0,0000 1,6875 3,0375 2,1375 1,2375 0,3375

-0,1875 -1,3125 0,9375 3,1875 1,6875 0,3750

►Fonte: ► Elaborado pelos autores

0,3375 2,3625 2,8125 1,9125 1,0125 0,2250

-0,3750 -0,9375 2,0625 2,8125 1,3125 0,1875

0,6750 2,5875 2,5875 1,6875 0,7875 0,1125

-0,5625 -0,5625 2,4375 2,4375 0,9375 0,0000

1,0125 2,8125 2,3625 1,4625 0,5625 0,0000

Os valores positivos significam que há tração, e os negativos significam que há compressão, de acordo com o que se lê na Tabela 2. Tabela 2: Esforços máximos

PONTE TRELIÇADA

Barra BH Barra GH

Maior esforço de tração (kN) 3,1875 3,0375

►Fonte: ► Elaborado pelos autores

(x = 9,75m) (x = 6,00m)

A tabela mostra que na barra BH e xistiu tração e compressão, porém, na barra GH só e xistiu tração, o que descarta a possibilidade da ocorrência de flambagem nesta barra. Obser ve-se que os valores dos esforços resultaram bem menores do que o peso do caminhão, o que já era esperado, pois uma das vantagens de se utilizar treliças como estrutura é suportar g randes carregamentos e gerar esforços pequenos e utilizando menos material, o que tor na a obra mais barata.

Maior esforço de compressão (kN) 1,3125

(x = 3,75m) -

REFERÊNCIAS BEER, Ferdinand P.; EISENBERG, Elliot R.; JOHNSTON JUNIOR, E. Russell; MAZUREK, David F. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática. 9.ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 622 p. ISBN 978-85-8055-046-7. Português. Análise de estruturas: conceitos e métodos básicos / Luiz Fernando Campos Ramos Martha. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

NOTAS DE FIM

Análise de estruturas: conceitos e métodos básicos / Luiz Fernando Campos Ramos Martha. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Exemplo retirado do livro do autor Beer (2013).

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Inovação no varejo: esclarecimentos, dúvidas e propostas

A

o falarmos do processo de inovação para um empresário

ou aluno do curso de administração, a imagem gerada na mente dos dois indivíduos – com repertórios e vivências diferentes – parece ser sempre a mesma: “Mais uma pessoa que replica um “chavão” chato e sem aplicação prática!”. Tal percepção não é minoritária entre aqueles que conduzem as organizações privadas no cotidiano de nossas cidades. Parte do problema reside na falta do conhecimento sobre os tipos e meios de inovações possíveis de serem planejadas e realizadas e, a outra parte, na falta de adaptabilidade das soluções inovadoras ao modelo de negócio e estratégia empresarial da empresa requisitante das ideias e processos inovadores. Trocando em miúdos, para cada tipo de estratégia e modelo de negócios que uma empresa adota, existem tipologias de ações inovadoras específicas; estas precisam se adaptar à operação da organização e sua proposta de valor. Explanaremos a temática da inovação em 2 grandes blocos de categorização. Em primeiro lugar, enfocaremos as tipologias de inovação propostas pela escola de empreendedorismo americana, formuladas na obra de Schumpeter (1942), adida das ideias de empreendedorismo social elencadas por Sen (2001) e Appadurai (2003). No segundo bloco, discorreremos sobre os meios de inovação – entendidos nesse ensaio como instrumentos de viabilização dos conceitos inovadores – advindos das práticas do

estudo do comportamento de compra e pesquisa de mercado, realizadas pela Result Varejo e outros institutos / institutos de inovação. Podemos começar esse ensaio afirmando que o processo inovativo ou inovador – pode ser classificado quanto a sua tipologia – a partir de sua intensidade, frequência e estrutura de implementação; nesse contexto, o processo inovativo materializa-se em ciclos longos e curtos de inovação. O primeiro tipo de inovação – inovação radical – supõe que uma organização irá modificar ou criar um novo processo, estrutura ou procedimento de uso de produtos e serviços que outrora não existiam ou eram protótipos. Seriam aqueles saltos de tecnologia que ocorrem a cada ciclo longo de 10 ou 20 anos – esses tendendo a serem cada vez mais curtos; contextualizando, teríamos: fotografia digital, carros autodirigíveis, impressoras 3D, robôs automatizados na linha de produção, nanotecnologia, modal de energia, drones e outros. Percebam que nessa tipologia, o esforço em pesquisa e desenvolvimento é gigantesco e necessita-se de uma soma de recursos financeiros considerável. Schumpeter (1942) classifica essa tipologia como “destruição criativa” do sistema capitalista. É, pois, nesse tipo de inovação que os grandes players de mercado registram suas patentes e passam a cobrar royalties sobre o uso das mesmas. Espera-se que essas inovações sejam realizadas por grandes organizações multinacionais e seus orçamentos significativos em pesquisas experimentais ou em parcerias público-privadas para diluir os custos iniciais do risco de

Christian Avesque

Mestre em Administração de Empresas, Professor universitário

inovatividade. O segundo tipo de inovação – inovação incremental – relaciona-se às modificações marginais nos produtos ou serviços gerados pela onda de mudança de tecnologia ou processo advindo da inovação radical. Aqui, destacamos a alteração estética, o ciclo de moda e a tendência e os pacotes de serviços customizados. Neste tipo, os ciclos de mudança devem ser de curto ou curtíssimo prazo, obedecendo a uma máxima da área de marketing, que vincula o produto ao conceito da obsolescência programada / perceptiva. Em tal contexto, as organizações começam a criar modelos, séries limitadas, embalagens temáticas e todo um arsenal estético com vistas a vender o novo e a novidade! O administrador mais atento pode se perguntar: Por que tal modelo de operação é majoritário e recorrente? Simplesmente porque o consumidor mediano analisa o valor das coisas que compra muito mais pela estética do que pela utilidade! A imensa maioria dos bens que são comprados no cotidiano, menos aqueles de rotina, são avaliados por critérios subjetivos e focados na imagem e significados que as


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marcas evocam. O que se percebe é que o consumidor atribui valor às coisas não pelo que são, mas sim pelo que parecem ser! Se isso ocorre, as inovações incrementais são uma excelente “arma” na mão das organizações. No século XXI, Sen (2001) e Appadurai (2003) disseminam a ideia da inovação socioambiental. Reforçam que as empresas precisam diminuir suas externalidades – ou “malefícios” – para que possam ser vistas como instituições de desenvolvimento social e não somente de crescimento econômico-financeiro. Nessa linha de ação, as empresas passam a focar inovações com ênfase no desenvolvimento e preservação dos hábitos culturais locais, bem como trazem às operações logísticas um termo bastante difundido atualmente: logística reversa. A novidade aqui é o fato de que a arte, a cultura, o folclore, o naturalismo e a gastronomia podem ser incorporados à estratégia empresarial como forma de inovação. Aproximar a marca da comunidade rende frutos maduros, o consumidor passa a desenvolver um vínculo afetivo com a causa/ proposta da marca. Os sucos DO BEM, os produtos orgânicos da MÃE TERRA, as bolsas da cearense CATARINA MINA e as joias da H STERN vendem propostas/causas – ou se preferirem em inglês – são storytelling! Outra percepção errônea sobre o processo inovador é a crença de que sua implementação estará vinculada a nerds, sistemas e computadores! Uma visão deturpada pelo senso comum, porque se associou a imagem de inovatividade às rupturas profundas do seu braço radical! Proponho que discutamos a geração de ideias e que suas respectivas implementações sejam realizadas em categorias. Para tanto, sugiro analisarmos: 1- Níveis de produtos e serviços (Design,

embalagem, materiais e outros); 2- Serviços (conveniência, personalização e facilidade); 3- Layout e PDV (ambientação e atmosfera de loja, interatividade); 4- Comunicação e mídia (novas arenas de comunicação, festivais, eventos, patrocínios); 5- Canal de distribuição (venda automática, drones, venda a granel); 6- Novos formatos de vendas / serviços (co-lojas, co-fretes, uber logístico); 7- Causa ou propósito de marca (comunidade, ecologia, biomas). Nesses processos de inovação ou disrupções, o administrador irá identificar que as mesmas ocorrerão em ondas. O INOVALAB admite que esses ciclos inovativos materializem-se em janelas de 5 a 8 anos, sendo fortemente impactados por macrotendências sociais e econômicas, a saber: a) Saudabilidade e qualidade de vida: retorno ao natural; menos e mais; orgânicos; funcionalidade; celebração da natureza; preservação de biomas; forma física, etc.; b) Co-produção: o consumidor poderá interagir com a empresa e passará a produzir os produtos juntamente com os setores de pesquisa e desenvolvimento de produtos. A tecnologia e as ferramentas de pós- venda das empresas irão ajustar os atributos e acessórios dos produtos de forma customizada. Nas lojas, tecnologia RFDI simplificará a venda; c) Pontos de vendas como pontos de convivência: os pontos de vendas deverão ser agradáveis e com uma atmosfera convidativa para minimizar a expansão do consumo via web. Os PDV´S precisam ser acolhedores e devem refletir – em todos os seus estímulos – a proposta da marca, desde a vitrine a móveis, piso, ilumi-

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nação, etc.; d) Multicanal: o varejo irá se tornar multicanal. Ou seja, o varejista necessita desenvolver vários pontos de contato e vendas com o consumidor. Irá se posicionar onde o consumidor estará se deslocando e/ou se divertindo. Nesse cenário, percebemos que cada vez mais a integração off/ on-line é uma realidade. Adiciono a proposta de que o varejista passe a patrocinar cada vez mais eventos ligados aos hobbies e interesses do consumidor, fazendo, assim, a marca se aproximar do comprador de uma forma sutil e leve como, por exemplo: corridas, festivais, projetos, etc.; e) Convergência digital: é fato dado que as plataformas de venda pela web oferecerão interatividade e níveis de personalização de conteúdo e ofertas que serão complementares àquelas exposições de produtos existentes nos pontos de vendas. Tais conteúdos passarão a ser acessados em vários gadgets (smartphones, tablets, smartwatches, etc) com layout e informações depuradas a cada perfil de usuário. Bem, só nos resta entendermos esse processo e buscarmos uma forma adaptativa de gestão que possa unir lucratividade e bem-estar social. A única certeza de que temos é aquela de que o varejo muda, sempre! Referências APPADURAI, Arjun. Dimensões culturais da globalização. Rio de Janeiro: Edduf, 2003. SCHUMPETER, Joseph. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Zahar, 1942. SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. Rio de Janeiro: Cia das Letras, 2001.


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A proteção da fauna e a vedação ao tratamento cruel contra os animais no Brasil: da Constituição à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal

A

Constituição do Brasil prevê o meio ambiente como

um direito-dever fundamental. Para efetivá-lo, prevê uma série de obrigações ao Poder Público, dentre as quais: “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade” (art. 225, §1º, VII, CF 1988). Em acepção ampla, “fauna” significa o “conjunto de todos os animais de uma região ou de um período geológico, abrangendo aí a fauna aquática, a fauna das árvores e do solo (insetos e micro-organismos) e a fauna silvestre (animais de pelo e de pena)” (SILVA, 2000, p. 201). A proteção constitucional à fauna abrange todos os animais. Contudo, de acordo com as particularidades e necessidades de cada um, deverão receber diferentes tratamentos por parte da legislação infraconstitucional – a qual, embora ainda não esteja plenamente consolidada no que diz respeito a esta temática, já preveja normas específicas de amparo aos animais silvestres (Lei 5.197/1967), de crimes contra a fauna (Lei 9.605/1998)

e de regulamentação de procedimentos para o uso científico de animais (Lei 11.794/2008) (MILARÉ, 2005). Este inciso vai além da anunciação de uma proteção genérica da fauna para proibir expressamente as práticas que coloquem em risco a sua função ecológica, que provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. Segundo Sarlet e Fensterseifer (2014), esta norma constitucional possui natureza de regra, devendo ser aplicada em sua integralidade. Não cabem, portanto, as técnicas de ponderação ou proporcionalidade aplicadas aos princípios. No que diz respeito à interpretação do alcance da proibição do tratamento cruel, é preciso ter cautela, pois se trata de conceito jurídico indeterminado, ou determinável a posteriori. É válido esclarecer, para aclarar a aplicabilidade deste conceito, que o marco ético-normativo ambiental brasileiro é o antropocentrismo alargado ou mitigado, apresentando dispositivos que indicam a necessidade de preservar o ambiente não apenas por seu valor instrumental, mas também pelo seu valor intrínseco (BENJAMIN, 2011). Dessa maneira, é preciso reconhecer algumas circunstân-

Ana Stela Vieira Mendes Câmara

Doutora em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Professora de Direito Ambiental do Centro Universitário Christus

cias em que o uso dos animais por seres humanos será admitido pela ordem constitucional, tais como: a) para o trabalho compatível com a sua força; b) como objeto de pesquisa científica, quando não haja outro modo; e c) para alimentação ou controle biológico. Em todos os casos, “todos os cuidados necessários devem ser tomados para que o animal não sofra além do absolutamente necessário” (FERREIRA, 2010, p. 285). Em outras situações, todavia, o legislador infraconstitucional foi bastante claro nas proibições contra tratamentos cruéis, inclusive criminalizando algumas condutas, a exemplo do art. 32, da Lei 9.605/1998, segundo o qual constitui fato típico: “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:


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Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa”. Alguns relevantes casos envolvendo esta matéria chegaram à apreciação dos Tribunais brasileiros, inclusive ao Supremo Tribunal Federal – STF. Inicialmente, mencionam-se as “brigas de galo”, as quais foram surpreendentemente consideradas regulares pelo Tribunal de Justiça do Mato Grosso1, em 1997, especialmente sob dois argumentos: primeiro, de que os animais em comento não pertenceriam à fauna brasileira e, portanto, não seriam dignos de proteção legal; segundo, que o evento estaria congregando criadores de todo o país e que, portanto, a sua suspensão implicaria em prejuízos econômicos. Contudo, este entendimento não deve prosperar, afinal, há que se considerar que nem a Constituição nem a legislação infraconstitucional restringem a proteção a qualquer espécie animal, independentemente de sua origem. Além disso, o prejuízo econômico decorrente de atividade ilícita não se justifica (FERREIRA, 2010). Nesse sentido, o STF declarou, por unanimidade, a inconstitucionalidade da prática de brigas de galo, nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade – ADI 1.856-RJ e 2.514-7-SC. É o que se desprende da ementa do julgado a seguir: EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - BRIGA DE GALOS (LEI FLUMINENSE Nº 2.895/98) - LEGISLAÇÃO ESTADUAL 1 TJ – MT. MSC 07. Rel. Des. Salvador Pompeu de Barros Filho. Julgado em 2/10/1997.

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QUE, PERTINENTE A EXPOSIÇÕES E A COMPETIÇÕES ENTRE AVES DAS RAÇAS COMBATENTES, FAVORECE ESSA PRÁTICA CRIMINOSA - DIPLOMA LEGISLATIVO QUE ESTIMULA O COMETIMENTO DE ATOS DE CRUELDADE CONTRA GALOS DE BRIGA - CRIME AMBIENTAL (LEI Nº 9.605/98, ART. 32) MEIO AMBIENTE - DIREITO À PRESERVAÇÃO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) - PRERROGATIVA QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA DIMENSÃO) QUE CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE – PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DA FAUNA (CF, ART. 225, § 1º, VII) – DESCARACTERIZAÇÃO DA BRIGA DE GALO COMO MANIFESTAÇÃO CULTURAL - RECONHECIMENTO DA INCONSTITUIONALIDADE DA LEI ESTADUAL IMPUGNADA - AÇÃO DIRETA PROCEDENTE. LEGISLAÇÃO ESTADUAL QUE AUTORIZA A REALIZAÇÃO DE EXPOSIÇÕES E COMPETIÇÕES ENTRE AVES DAS RAÇAS COMBATENTES - NORMA QUE INSTITUCIONALIZA A PRÁTICA DE CRUELDADE CONTRA A FAUNA - INCONSTITUCIONALIDADE.

(...) - A proteção jurídico-constitucional dispensada à fauna abrange tanto os animais silvestres quanto os domésticos ou domesticados, nesta classe incluídos os galos utilizados em rinhas, pois o texto da Lei Fundamental vedou, em cláusula genérica, qualquer forma de submissão de animais a atos de crueldade.

Outro caso que alcançou grande repercussão social e chegou até o STF foi o da “farra do boi”, prática popular exercida em Santa Catarina há pelo menos duzentos anos, por influência dos imigrantes açorianos, na qual um ou mais bois bravos e ariscos são escolhidos para brincadeiras e perseguições – que não raro trazem prejuízos à integridade física dos animais, os quais, ao final, geralmente são mortos2. Discutiu-se em juízo, no Recurso Extraordinário 153.5318-SC, a existência de um suposto conflito entre direitos fundamentais, tendo, por um lado, o direito à livre manifestação da cultura e das tradições, que seria garantido pelo art. 215 da Constituição e, de outro lado, a violação do dispositivo constitucional do art. 225, §1º, VII. Nesta oportunidade, por maioria, a 2ª turma do STF assim se manifestou: COSTUME – MANIFESTAÇÃO CULTURAL – ESTÍMULO – RAZOABILIDADE – PRESERVAÇÃO DA FAUNA E DA FLORA – ANIMAIS – CRUELDADE. A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância da norma do inciso VII do artigo 225 da Constituição Federal, no que veda prática que acabe por submeter os animais à crueldade. Procedimento discrepante da norma constitucional denominado “farra do boi”. 2 Esta definição não é precisa, tem a finalidade de dar uma visão geral sobre o fenômeno. Existem muitos tipos de farras do boi, com características diferentes (LAGOS, 2010).


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Registre-se que, mesmo após a decisão do STF, houve a aprovação da Lei Estadual 11.365/2000, a qual pretendia legalizar a farra do boi. Contudo, o diploma foi vetado pelo então governador Esperidião Amin. A Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina derrubou o veto do governador e, posteriormente, a lei foi declarada inconstitucional perante o Tribunal de Justiça do Estado, em sede da ADI 2000.021138-9 (LAGOS, 2010). E mesmo após a declaração da inconstitucionalidade da lei estadual, algumas leis municipais que tentavam regulamentar a prática também foram declaradas inconstitucionais. Muito recentemente, o Supremo Tribunal Federal se manifestou mais uma vez sobre o tratamento cruel de animais, decidindo, por 6 votos a 5, no âmbito da ADI 4983-CE, pela inconstitucionalidade da Lei 15.299/2013, que regulamenta as vaquejadas no Ceará. Em seu voto, o Ministro Marco Aurélio fundamenta-se pela constatação, por meio de laudos técnicos, de que os animais utilizados são alvos de uma série de danos, como fraturas nas patas e rabo, ruptura de ligamentos e vasos sanguíneos, eventual arrancamento do rabo e comprometimento da medula óssea. Os argumentos para defender a utilização dos animais nestas práticas se assemelham aos levantados para tentar legitimar a farra do boi e a rinha de galo. Nesse sentido, é prudente a consideração de Édis Milaré (2005, p. 211), sobre as distorções que

muitas levam a “acobertar perversidades ou violências sob um manto antropocentrista, sustentado sobre valor cultural ou recreativo que possa representar determinada atividade humana em relação aos animais”. Não deixa de ser, portanto, uma reflexão oportuna em tempos de tantas violências, sejam institucionalizadas, explícitas ou simbólicas, que tipo de atividades nos comovem e nos trazem satisfação, a ponto de nos trazer divertimento. Percebe-se, assim, com este conjunto de decisões apresentadas, que o STF tem tradicionalmente dado a devida aplicabilidade ao texto do art. 225, §1º, VII, da Constituição, de modo a garantir a proibição da crueldade, contribuindo para a construção de uma nova cultura de relação entre o animal humano e os demais. Vale lembrar, ainda, que os rodeios ainda não foram proibidos e encontram-se regulamentados pela Lei 10.519/2002, cuja constitucionalidade em abstrato não foi questionada perante o STF, embora sejam visíveis os maus-tratos aos animais que participam destes eventos. Acredita-se que, com a nova decisão sobre as vaquejadas, seja possível que este tema venha a ser enfrentado em breve. É preciso, portanto, que o operador do direito esteja alerta a estas questões e que possa refletir sobre elas. E não se trata, como alegam alguns, de defender a supervalorização dos animais em detrimento da valorização do humano, mas, so-

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bretudo, de valorar e qualificar a nossa condição humana pelo reconhecimento do valor dos animais, o que é perfeitamente cabível pela própria ótica antropocêntrica. Afinal, nesta linha, já prenunciava Immanuel Kant (1988), que os sentimentos nobres para com os animais irracionais repercutem diretamente em sentimentos humanitários para com a própria humanidade. Busquemo-los, então. REFERÊNCIAS BENJAMIN, Antonio Herman. A natureza no direito brasileiro: coisa, sujeito ou nada disso. Revista Nomos, Fortaleza, v. 31, n. 1, jan./jun. 2011. FERREIRA, Heline Sivini. Política Ambiental Constitucional. In: CANOTILHO, J. J. Gomes; LEITE, José Rubens Morato (org.). Direito Constitucional Ambiental brasileiro. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. KANT, Immanuel. Lecciones de Ética. Barcelona: Critica, 1988. LAGOS, Laís Bibiana. Farra do boi: proibir ou legalizar? Uma análise da legislação sobre a farra do boi nos anos de 1997 a 2008. Monografia (Graduação em História). UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2010. MILARÉ, Edis. Direito do ambiente: Doutrina – jurisprudência – glossário. 4. ed. rev.,ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. SARLET, Ingo Wolfgang; FENSTERSEIFER, Tiago. Direito Constitucional Ambiental: Constituição, direitos fundamentais e proteção do ambiente. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

SILVA, José Afonso da. Curso de direito ambiental constitucional. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2000.


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16 de outubro: Dia Mundial da Alimentação

O

Dia Mundial da Alimentação é comemorado em todos os

continentes e foi instituído em 1945 pela FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, com o objetivo de elevar os níveis de nutrição e desenvolvimento rural. As estimativas indicam que o número de habitantes do planeta vai superar os nove bilhões de pessoas em 2050, e a FAO estima que a produção mundial de alimentos vai ter que aumentar em 60% para poder atender às novas demandas alimentares. Por outro lado, os pequenos agricultores familiares do mundo – os quais produzem a maior parte dos alimentos que consumimos – estão entre os mais afetados pelas altas temperaturas, as secas e os desastres relacionados a uma meteorologia adversa relacionada às mudanças climáticas. Por essa razão, a FAO escolheu como tema para o Dia Mundial da Alimentação em 2016: “O clima está mudando. A alimentação e a agricultura também”.

Um dos grandes problemas relacionados com o clima é a segurança alimentar. As mudanças climáticas que estamos vivenciando estão tornando ainda mais desafiadora a tarefa de alimentar a crescente população mundial. Esse é o momento de repensar nossas ações, mudar nossas posturas atuais, o que inclui novas formas de praticar a agricultura, evitar o desperdício de água, manter solo e água limpos, diminuir a produção de lixo, fazer coleta seletiva de resíduos sólidos, alterar os padrões de consumo, diminuir o desperdício e as perdas de alimentos e encarar o desafio de buscar soluções criativas no enfrentamento dessa problemática. Diariamente milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados em nosso país, desde o campo, passando pela colheita, transporte, venda, e também no prato de cada um de nós, gerando um acúmulo enorme de lixo, poluindo o ambiente e principalmente aumentando a insegurança alimentar de milhões de brasileiros. É chegada a hora de procurar nos alimentarmos de forma

Sara Alencar Xavier Feitosa

Nutricionista e aluna do 2º semestre de Gastronomia Unichristus

consciente, escolhendo alimentos saudáveis e preparações que promovam a saúde, agradem o paladar e beneficiem o meio ambiente com base no aproveitamento integral dos alimentos, usando partes de alimentos que normalmente são desprezadas, tais como cascas, talos, sementes, entrecascas e folhas, desenvolvendo uma alimentação sustentável. Nesse contexto, observa-se grande importância da Gastronomia para a segurança e soberania alimentar da humanidade e responsabilidade social de cada um de nós, futuros chefs de cozinha.

APROVEITANDO O ALIMENTO POR COMPLETO BOLO DE BANANA COM CASCA INGREDIENTES 1 xícara de chá de óleo 3 ovos inteiros 3 xícaras de chá de banana cortada em cubos As cascas das bananas picadas 2 xícaras de açúcar 2 xícaras de farinha com fermento 1 colher de sopa de canela em pó

MODO DE FAZER 1. Coloque o óleo, os ovos e as cascas de banana e bata bem no liquidificador até formar uma massa homogênea. 2. Misture a farinha, o açúcar e a canela e acrescente a massa, misturando bem e, por último, adicione as bananas. 3. Coloque a massa numa forma untada e enfarinhada e ponha para assar em forno médio por aproximadamente 40 minutos.


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“O sal da terra – uma viagem com Sebastião Salgado” Direção de Wim Wenders e Juliano Salgado. 2014. 110 min, colorido.

Documentário sobre a vida e a obra de Sebastião Salgado, focado em seus grandes projetos fotográficos, retrata de modo único a realidade de muitas pessoas ao redor do mundo, o sofrimento delas, e seu modo de vida, além de mostrar a natureza em sua essência no projeto “Gênesis”. O longa metragem também mostra como foi fundado o “Instituto Terra” por Salgado e sua esposa Lélia. Antes desse instituto, eles recuperaram uma enorme área devastada e replantaram milhões de árvores onde era localizada a fazenda de seu pai (na qual o protagonista nasceu). O longa segue um padrão de tempo não linear, intercalando fotos e vídeos juntamente com os comentários de Salgado, o que faz com que o documentário, por mais que seja extenso, prenda a atenção do espectador. Apesar de seus indiscutíveis méritos, o filme merece algumas críticas; entre elas, o fato de mostrar apenas as qualidades do fotógrafo, escondendo seus defeitos durante a jornada, além de não exibir detalhes essenciais à compreensão do contexto em que Salgado está inserido (cultural e artístico, além de sua passagem por agências fotográficas). Eude Rego Luz Acadêmicos do 1º semestre do Curso de Direito

“Assalto”, de Carlos Drummond de Andrade

Ao tomar contato com a crônica de Carlos Drummond de Andrade, desde a leitura do título, o leitor tem a vívida sensação de que está em vias de conhecer uma das mais trágicas narrativas envolvendo um assalto. No entanto, Drummond, com a expertise que lhe é peculiar, surpreende o leitor, retratando uma senhora que, em meio a uma feira, ao se defrontar com os preços absurdos do chuchu, não hesita em protestar sua indignação e revolta, berrando, em altos brados: “– Isto é um assalto!” A razão da gritaria não é bem assimilada pelos transeuntes e feirantes, que, alarmados, julgam que há um meliante em ação. A partir de então, o desenrolar de toda a história é retratado de forma cômica e muito singular, descrevendo os momentos de aflição e balbúrdia vivenciados em plena feira. Vale ressaltar, também, os recursos estilísticos utilizados pelo autor, a fim de enriquecer o seu texto, como, por exemplo: “Na feira, a gorda senhora [...]”. Vejam que não era uma senhora gorda, mas sim, a “gorda senhora”, valendo-se o autor da anástrofe, figura de linguagem por meio da qual busca enfatizar a característica da senhora que a destacava veemente dos demais personagens. Ressaltamos também a utilização da figura de linguagem “anáfora” na expressão “Um assalto! Um assalto!”, com a qual o cronista dá notoriedade ao fato, chamando ainda mais a atenção para a situação e criando um caos na feira que, no decorrer da narrativa, transforma-se num autêntico campo de guerra. Outras figuras de linguagem se encontram no trecho “Aquela voz subindo do mar de barracas [...]”, pelo uso de personificação e metáfora, quando Drummond atribui características inanimadas às barracas e as comparando ao próprio mar. Assim como na comparação traçada entre o grito da senhora e o uivo de um cachorro: “[...] a senhora continuava a exclamar [...], por seu uivo [...].” Por fim, o centro da narrativa aproveita uma coincidência linguística: a frase-interjeição (Isto é um assalto = Isto é um absurdo), que no contexto significa “O preço está muito caro!”, mas, em sentido literal, significa que alguém está anunciando um roubo. A partir disso, segue-se uma sucessão de mal-entendidos até chegar ao “ímpeto da convulsão coletiva”. “Isto é um assalto” é um caso de duplo sentido, de ambiguidade, mas não podemos deixar de reconhecer que há dois propulsores para isso: o item lexical “assalto” e o contexto descrito por Drummond. Márcio José Macêdo Garcia Júnior e Vitória Melo Monteiro Acadêmicos do 1º semestre do Curso de Direito - Manhã

“Crônica Social”, de Clarice Lispector

Clarice, com seu olhar atento, fala de um grupo de senhoras – quem sabe, suas conhecidas e amigas? – que se reúnem socialmente para um almoço. As personagens são figuras bem reais do universo feminino. Todas estão preocupadas em não transparecer que o ambiente de garçons, flores e elegância as intimida, sobrepondo-se a elas. Por isso, agem com grande cuidado, temendo possíveis gafes que, por ventura, venham a cometer. Não é sequer cogitado o desfrutar de um bom momento de lazer entre amigas, em torno de uma mesa. O ambiente é bastante pesado. A própria anfitrioa mostra-se autoritária, tensa, cansada, decepcionada e com a cabeça em outro lugar. A senhora Z, de sorriso fácil, aparentando ser a mais descontraída e feliz, é alvo de críticas, motivo de zombaria e fofoca. Já a senhora K sente-se bem em aparentar grande discrição no falar, no agir, no vestir. Com ela, unem-se outras senhoras e, trocando elogios, elogiam-se a si mesmas. A corporação das discretas adora falar dos filhos (nossas conhecidas “cricris”). Cãezinhos também entram na pauta da conversação. No final do almoço o clima esquenta. O cafezinho vem para suavizar um pouco a farta refeição com cardápio afrancesado. Quem fuma, fuma; e quem não fuma, fuma também, porque, pelo menos, nesse almoço, a fumaça foi compartilhada entre todas. Despedem-se com o resto da tarde estragada (tamanha foi a tensão!). Um almoço cansativo e artificial é narrado com maestria, fidelidade e riqueza de detalhes. Clarice nos revela o artificialismo predominante nesses tipos de eventos sociais. Maria de Fátima de Oliveira Magalhães Acadêmica do 1º semestre do Curso de Direito - Noite Seleção e Edição: Profa. Dra. Fayga Bedê


4 Núcleo de Educação a Distância Unichristus

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8 Dedicação e muito estudo…. 9 Aprendizado e oportunidades fizeram o diferencial 11 FisioUnichristus 2016

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14 MEC avalia Unichristus com nota cinco - O mais alto Conceito Institucional (CI) do Ceará, entre Centros Universitários e Universidades, Públicas ou Privadas

17 Comemoração do Dia do Administrador 18 Curso de Ciências Contábeis promove palestra sobre rotinas trabalhistas 19 Aluno do Curso de Sistemas de Informação vence edital e será apoiado pelo BID 20 21 22 23 26 27 28 31 34

em parceria com a Prefeitura de Fortaleza Unichristus participa do XXII Congresso Internacional ABED de Educação a Distância (CIAED) Educação Ambiental com crianças na comunidade de Sabiaguaba: relatando nossas experiências no EDH Núcleo de Educação a Distância promove Encontro de Acolhimento aos alunos Em clima de validação de pesquisa acadêmica Diálogos sobre Arquitetura Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF) I Campeonato Interclasses de Direito e Literatura leva a julgamento personagens clássicos de Herman Melville Participação do Curso de Arquitetura em Conferências Municipais em 2016 Colação de grau do Curso Técnico em Logística

Ano XII – out/nov/dez 2016 Nº 95 ISSN 1809-5771 Distribuição gratuita e dirigida Reitor: José Lima de Carvalho Rocha Núcleo de Comunicação e Marketing do Centro Universitário Christus/Unichristus: Av. Dom Luís, 911 – Fortaleza-CE CEP 60.160-230 – Tel.: (85) 3457-5300 E-mail: revistainteragir01@unichristus.edu.br Editor: Estevão Lima de Carvalho Rocha Coordenação Editorial: Nicole de Albuquerque Vasconcelos Soares

36 Alice no país das maravilhas "O gozo de um delírio moderno" 37 Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática 38 42 46 49 52

"Dê-me 1 kg de compromisso, por favor!" Como utilizar o Excel a seu favor: a implementação de algoritmo numérico para o cálculo de uma ponte treliçada Inovação no varejo: esclarecimentos, dúvidas e propostas A proteção da fauna e a vedação ao tratamento cruel contra os animais no Brasil: da constituição à jurisprudência do supremo tribunal federal 16 de outubro: Dia Mundial da Alimentação

Conselho Editorial: Estevão Lima de Carvalho Rocha, Rogério Frota Leitão, Fayga Bedê, Nicole de Albuquerque Vasconcelos Soares, Francisco Sérgio Souza de Araujo Revisão: Francisco Sérgio Souza de Araujo, Heitor Nogueira da Silva, Maria Gleiciane Araújo, Silvana Rodrigues de Oliveira, Victor Alan Andrade Marques, Helena Cláudia Barbosa, Idália Cavalcanti Parente, Kaline Mendes Diagramação: Juscelino Guilherme Coordenação de Design: Jon Barros Impressão: Gráfica LCR – Tel.: (85) 3105.7900 Fax: (85) 3272.6069 Tiragem: 3.500 exemplares

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"O sal da terra – uma viagem com Sebastião Salgado" "Assalto", de Carlos Drummond de Andrade "Crônica Social", de Clarice Lispector

Revista de valorização e promoção da produção científica e cultural do Centro Universitário Christus/Unichristus. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores.


ISSN 1809-5771

Centro Universitário Christus - Ano XII - nº 95 - out/nov/dez 2016

9 771809 577109

ISSN 1809-5771

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Ensino virtual. Aprendizagem real.


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