Ed 68 online

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Empreendedorismo como símbolo de autoestima

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em sala de aula

Olimpíadas

Compreenda o cenário da produção científica do país

Alunos do Curso de Farmácia produzem sabonetes, velas, loções e linha pet. p.11

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Conheça mais sobre as áreas de atuação do físico médico

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A memória como elemento de preservação histórica

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Saiba como os conhecimentos obtido nos cursos de graduação podem ser observados no maior evento esportivo do mundo p. 8 e 9

ano 16 | nº 68 | Santa Maria - RS | julho 2016 | Distribuição gratuita

UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO

CENTRO

JORNAL DO


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EDITORIAL

Mova-se pelo conhecimento

A dinâmica da vida universitária A dinâmica da vida possibilita contínua renovação. Pode-se, comparativamente, afirmar que o ambiente universitário também é um lugar em contínuo movimento, no qual as pessoas se revigoram pelo trabalho, conhecimento e convivência. Considerando a proximidade de se concluir o semestre, observam-se diferentes e complementares movimentos. Há um grupo de estudantes que concluem o semestre letivo e se prepara para renovar seus objetivos de prosseguimento no próximo semestre. Cada um planejando seus propósitos em direção à continuidade dos estudos no curso que escolheu para formar-se profissional. Há o grupo dos que alcançaram a meta ao concluir seu curso técnico, de graduação ou de pós-graduação. Este é, sem dúvida o momento de celebrar a conquista, perceber as transformações realizadas e dispor-se aos novos horizontes que se apresentam. A estes manifestamos os cumprimentos, sabendo que o vínculo institucional construído será permanente. Novos estudantes buscam o ingresso em cursos de graduação e de pós-graduação. O evento do vestibular traduz um movimento de expectativas e de mudança para uma aprendizagem e experiência nova como estudante universitário. Sintam-se bem recebidos pela comunidade universitária e tragam a disposição de desenvolver competências e construir um efetivo crescimento pessoal. Os que vêm integrar um curso de pós-graduação escolhem formas de capacitação e de aprofundamento do saber, mediante o estudo e a pesquisa. Terão oportunidade de aprofundar o conhecimento científico, ampliar a visão teórica e profissional. Que o conhecimento possa transformá-los em pessoas mais realizadas e comprometidas com os valores humanos e sociais. Para conduzir esta dinâmica de construção de vidas e de saberes, o Centro Universitário lhes proporciona condições e incentivo ao desenvolvimento pessoal, na complexa e desafiadora realidade atual. Que em qualquer lugar deste ambiente acadêmico, cada um possa dar sua colaboração e fazer o melhor para a realização pessoal e da sociedade.

Esta edição do Jornal do Centro destaca a apropriação da ciência e da arte como elemento transformador de realidades. Como matéria principal, o tema Jogos Olímpicos ganha destaque. Selecionamos cinco graduações para que os acadêmicos possam perceber o aprendizado de sala de aula inserido no maior evento esportivo televisionado do mundo. Evidenciando a parte física dos atletas, saúde, condicionamento, bem-estar e administração de carreiras esportivas, queremos ilustrar toda apropriação do conhecimento que está expressada neste tipo de competição de alta performance. Como segundo destaque, a transformação da realidade de um grupo de mulheres recicladoras da região Oeste de Santa Maria, que, com apoio do curso de enfermagem, apropriou-se dos conceitos de empreendedorismo. Unidas, conseguiram renda digna, a qual se reflete hoje como sinônimo de autoestima e autonomia. Por fim, uma experiência individual e esteticamente interessante, traduzida pela sensibilidade de um aluno do curso de arquitetura que reproduz grandes obras arquitetônicas em folhas de plátano. Assim nasceu a exposição “Arquitetura em Folhas”. Com minúcia, expressa a autenticidade do artista que se revela para si e para o público em geral. Vale conferir.

EXPEDIENTE Iraní Rupolo Reitora

Manuela Vasconcellos Jornalista

Inacir Pederiva Pró-reitora de Administração

Ariadni Loose Publicitária

Vanilde Bisognin Pró-reitora de Graduação

Jamylle Lima Relações Públicas

Solange Binotto Fagan Pró-reitora de Pó-sgraduação, Pesquisa e Extensão

Mark Braunstein Fotógrafo

Caroline Cechin Chefe de Gabinete

Laura Fabrício

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Carlos Spall Diretor/Jornalista

Iraní Rupolo, reitora do Centro Universitário Franciscano

Gabriela Iensen Estagiária divulgar@unifra.br


PROCESSO SELETIVO

Baixe o aplicativo Guia do Vestibulando

A cada edição do concurso, o Centro Universitário Franciscano amplia esforços para melhor receber candidatos, familiares e amigos. A edição do Vestibular de Inverno 2016, que ocorre em 4 de julho, conta com 2.865 inscritos, que serão recepcionados no Conjunto III da Unifra. A novidade deste ano é o aplicativo para celular Guia do Vestibulando, disponível no App Store do Windows, Android e IOS. Viabilizado pela equipe da Unidade de Tecnologia da Informação da Unifra, o aplicativo conta com local de prova, densidade, gabarito, itinerário de ônibus, telefones de táxis e locais para alimentação. “O objetivo é que seja um notificador de classificação e localizador para o vestibular. No aplicativo, o desempenho na prova será divulgado antes que no site”, explica Daniel Rovadoschi, diretor da TI. Outra novidade é sobre a divulgação do listão. Em 8 de julho, a relação será apresentada no hall do prédio 15, no Conjunto III da Unifra, às 15h, sendo postado para acesso online somente às 16h, no site unifra.br e no app. VESTIBULAR DE INVERNO 2016 - Prova: 4 de julho, das 8h ao meio-dia, no Conjunto III da Unifra - Gabarito: 4 de julho, às 15h - Listão: 8 de julho, às 15h - Matrícula: 12 e 13 de julho - Extravestibular: edital será disponibilizado em 11 de julho no site unifra.br

No Vestibular de Inverno 2016, o curso de

Acessibilidade

Medicina é o mais concorrido entre as graduações que ofertam vagas. São 49,8 candidatos que disputam uma das 40 vagas. Em segundo lugar está Odontologia, com 4,85 concorrentes por vaga.

Do total de inscritos, nove candidatos solicitaram atendimento especial para o processo seletivo. Representantes do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da Unifra (Nacin) fizeram a análise dos documentos desses concorrentes.

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MULTIMÍDIA

Para ler, refletir, transformar... Bruno, Matheus, Jane, Otavio, Fernanda e Luana ‘Indico o programa O Mundo Segundo os Brasileiros, que passa todas as sextasfeiras no canal Bandeirantes à 00h15 e conta com canal no YouTube. O programa retrata a vida e a visão de brasileiros residentes em diversos cantos do mundo. Uma ótima alternativa para quem se prepara para um intercâmbio ou mesmo para quem demonstra curiosidade em conhecer novas culturas e idiomas, e eventualmente, planejar a própria experiência fora do país’. Bruno Abade Möller, Assistente da Assessoria de Relações Acadêmicas Interinstitucionais (ARAI)

‘De origem britânica, Black Mirror possui poucos episódios por temporada, cada um com histórias diferentes, mas com um tema central comum a todos: o superavanço das tecnologias e a forma como isso se choca com as relações em sociedade. Em algumas das histórias, os dispositivos tecnológicos não só fazem parte da vida dos indivíduos como funcionam acoplados ao corpo, atribuindo-lhes um caráter póshumano’. Matheus Oliveira, acadêmico do 7º semestre do curso de Jornalismo

‘Recomendo o livro Os Botões de Napoleão, de Penny Le Couteur e Jay Burreson, que faz uma análise histórica de 17 moléculas químicas e a influência em diferentes áreas, como engenharia, medicina, direito, entre outras, determinando o que hoje comemos, bebemos e vestimos. Por ser um livro interdisciplinar, certamente agradará a todos, com seu roteiro divertido e informativo sobre as moléculas que mudaram o mundo’. Jane Limberger, coordenadora do curso de Farmácia

O filme A Procura da Felicidade, com Will Smith. Como pai, pude sentir um pouco das ações e emoções que o personagem vivencia junto com o filho. Uma das coisas que pude notar é que ele, em toda a situação nunca murmurou ou se queixou, manteve a fé, sempre pensando no bem estar do filho. Otavio Brasiliense, Cinegrafista na TV Unifra

‘Orações para Boby é um filme em que o personagem gay e a família dele, principalmente a mãe, não aceita ter um filho ‘assim’. Ela é de uma religião rigorosa e considera o fato de ser gay uma doença. Todos deveriam assistir, pois Boby não está doente e, sim, vive de acordo com a escolha de vida’. Fernanda de Carvalho, acadêmica do 1º semestre do curso de Odontologia

‘Os fanáticos por literatura vão se aventurar com A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison, de Enéias Tavares. A trama se desenvolve em um cenário retrofuturista do século XIX e une personagens de personalidade excêntrica com clássicos da literatura brasileira, como Rita Baiana e Pombinha, em busca de respostas a um desaparecimento”. Luana Iensen Gonçalves, egressa do curso de Jornalismo e professora da rede particular

Fotos Arquivo Pessoal

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DIGITAL

Cursos de Design e Fisioterapia criam um coração 3D A iniciativa de ir além dos livros resultou na criação de um coração 3D, em tamanho real, para ser utilizado em sala de aula. Foi assim que nasceu uma parceria para a confecção de peças anatômicas por meio de dois cursos de graduação do Centro Universitário Franciscano. Diferentemente do que se possa imaginar, o curso de Design tem tudo a ver com esses objetos. Professores e acadêmicos são responsáveis pela confecção em três dimensões, enquanto que integrantes do curso de Fisioterapia usam as peças como forma de aprendizagem. A impressão do coração 3D ocorreu no Laboratório de Projetos em Design. Conforme os professores, a reprodução do objeto é tão precisa que os filamentos mínimos do órgão podem ser observados. “Estudar o coração além de uma imagem estática é muito positivo. A importância de tocar o objeto e saber a sua constituição, bem como conseguir visualizar todas as estruturas do órgão e palpar cada detalhe, torna a compreensão do estudante muito mais imediata”, conforme a professora de fisioterapia, Laura Rahmeier. Por se tratar de um objeto rico em detalhes, o coração precisou passar por diversos testes antes

de ir para as aulas da disciplina de cardiorrespiratória. Segundo a professora Viviane Pupim, foram necessárias 23 horas de impressão para que o primeiro instrumento ficasse totalmente pronto. “É um processo delicado e demorado também, mas o resultado é incrível”, disse ela. Para a acadêmica do 8º semestre do Curso de Fisioterapia, Pâmela Freitas Pereira, ter um modelo de coração anatômico 3D em aulas teóricas é de grande mérito, porque a aprendizagem se torna mais dinâmica e atrativa. Para a futura fisioterapeuta as aulas ganharam um novo sentido. “Um elemento 3D proporciona uma realidade virtual e inovadora que auxiliará em um melhor desempenho acadêmico”, relata a estudante. O projeto ainda está em andamento e mais três peças estão em trabalho de produção: um crânio, neurônios e pulmão, que está sendo confeccionado para complementar um material do Mais Unifra, na disciplina de Anatomia do Sistema Respiratório. O conteúdo está disponível no site maisunifra.com.br

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SAÚDE

Empreendedorismo como símbolo de autoestima Grupo de mulheres da Vila Pôr do Sol, em Santa Maria, transforma a reciclagem do lixo em sinônimo de autonomia e renda

Os destinos e a visão de estudantes e mulheres que trabalham com a coleta seletiva de lixo mudou após a implantação do projeto “Educação Popular em Saúde por Meio de Práticas Empreendedoras”, o qual se estabelece com a Associação de Recicladoras da Vila Pôr do Sol (Arps). Em um cenário em que não é raro que a feminilidade seja ofuscada pelo trabalho árduo, a possibilidade de aumento de renda própria e harmonia no ambiente de atuação transformou a autoestima de um grupo de mulheres. Estimuladas por professoras e acadêmicos do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano, a realidade dessas moradoras do Bairro Santa Marta mudou no momento em que elas se enxergaram como família, autônomas e confiantes. “Devemos sempre lembrar que essas senhoras são mulheres, esposas, mães, avós e donas de casa, elas têm uma vida fora do seu local de trabalho e precisam viver de forma digna”, considera a coordenadora do projeto, professora Dirce Backes, ao ressaltar que um dos objetivos do projeto é o cuidado com o amor próprio. A professora do curso de Psicologia, Janaína Carlesso, explica que a mulher na atualidade não possui somente a jornada de casa para se ocupar. Muitas trabalham, cuidam dos filhos e da família. No entanto, o cuidado pessoal é fundamental. “A beleza, as unhas feitas e o rímel nos olhos não são primordiais, mas esse tipo de cuidado eleva a autoestima do gênero

feminino, independentemente do ambiente de trabalho. As mulheres precisam tirar um tempo para se cuidar, se a unha estragar, vai lá e pinta novamente, mas o maior erro é se colocar em último lugar”, disse Janaína. Pesquisa acadêmica Por meio do projeto Educação Popular em Saúde por Meio de Práticas Socialmente Empreendedoras, um grupo de discentes amplia conhecimentos técnicos, profissionais e pessoais, contribuindo para a dignidade de mulheres envolvidas no exercício de separação e reaproveitamento de resíduos sólidos. Também, a atuação dos estudantes não se restringe ao ato de trocar ideias, pintar as unhas e ajeitar o cabelo. Eles atuam no apoio psicológico, efetuando dinâmicas dentro de aspectos colaborativos onde é possível cada integrante enxergar-se no lugar do outro. Em comemoração ao Dia das Mães, o grupo foi convidado a vivenciar um “dia diferente”. Elas deixaram de lado o trabalho para compartilharem de um momento especial, pensado e organizado exclusivamente para elas. Fizeram cabelo, maquiagem, receberam flores, participaram de uma confraternização e também assistiram a um desfile de moda organizado pelos alunos do Curso de Tecnologia em Design de Moda da instituição. A coordenadora da Associação, Ana Nara Medianeira, lembrou o quanto é importante se desligar do serviço e pensar em si. “A Unifra nos proporcionou uma grande surpresa. Não

Fotos: Mark Braunstein

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Integrantes da Arps recebem ensinamentos de como valorizar a imagem

sabíamos de nada, foi tudo encantador, nós estamos nos sentindo maravilhosas”, falou a recicladora. O curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano conheceu a Associação de Recicladoras da Vila Pôr do Sol (Arps)

mediante lideranças comunitárias do bairro Nova Santa Marta, em Santa Maria, em função de atividades desenvolvidas na comunidade. Em vista disso, surgiu a ideia de inserir estudantes em uma realidade até então, distante.


TRADIÇÃO

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Para manter viva a identidade Em homenagem aos 61 anos da Unifra, pesquisadores explicam por que é importante preservar a memória

Dificilmente poderíamos dizer quem somos sem o conjunto de sensações que experimentamos e,

Fotos: Mark Braunstein

portanto, sem a memória. Em 2016, o Centro Universitário Franciscano completou 61 anos disseminando que o conhecimento fundamenta a realidade universitária, perpassando diversas gerações de profissionais em diferentes áreas. Em uma homenagem organizada pela Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (Apusm), diferentes tipos de recordações da instituição de ensino vieram à tona. Mas, de onde vem a memória, como ela se forma e por que devemos preservá-la? “A memória depende, entre outros fatores, das sensações e do tempo. Ela é composta pelas sensações passadas presentificadas por alguma razão por alguém. Cada um torna presente aqui e agora aquela experiência que está na ‘profundidade’ da memória. São os bons e maus momentos, sentidos por cada um à sua maneira, que nos distinguem. O fato é que, seja como for, a memória nos

constitui como identidades. Ela é um dos importantes traços de distinção que nos singulariza”, explica o professor Márcio Cervi, do curso de Filosofia. O cultivo de recordações passa pela história. Para Roselaine Casanova, coordenadora do Curso de História da Unifra, quando se busca reviver a memória de um grupo ou sociedade, expressado por meio de falas e vivências, remete-se a um passado ou presente que permite vivenciar a história construída por indivíduos que participam ou participaram direta ou indiretamente dos fatos registrados. “Ao tratarmos do caso das memórias expressas pelos atores/sujeitos que passaram e passam pelo Centro Universitário Franciscano, observamos uma reconstrução do vivido, que permite a nós, refazermos nossa própria história na Instituição por meio de fragmentos diversos, que, juntos, delimitam a identidade da Unifra”, afirma.

Referência histórica A preservação do legado educacional também é importante ser difundido entre os acadêmicos. O curso da Unifra pioneiro no interior do Estado passa a contar com uma disciplina que tem como base a tradição na formação de profissionais críticos e comprometidos. ‘Enfermagem: da gênese a contemporaneidade’ aborda a história da Enfermagem do Centro Universitário Franciscano como ciência e como profissão. A professora Carla Kowalski, que ministra a disciplina,

explica que em sala de aula são vistos temas relacionados ao passado, presente e futuro da profissão, com origens, mitos e perspectivas da área. No campo da enfermagem, a memória pode ser classificada quanto a diferentes aspectos, como o seu conteúdo e o tempo de sua duração. “O cérebro se organiza e se reorganiza em resposta às suas experiências, formando memórias disparadas pelos efeitos das entradas impulsionadas pela experiência, pela educação ou pelo treinamento”, afirma a professora Carla.

A MEMÓRIA COMO MELHORAR

COMO ESTIMULAR

- Procure identificar as pessoas pela voz ao usar o telefone, por exemplo - Memorize números de telefones e senhas - Ao fim do dia, relembre as pessoas com quem falou

- Faça uma atividade física - Pratique jogos de xadrez ou palavras cruzadas - Conte para outras pessoas o que leu no jornal, o capítulo de uma novela ou filme, a passagem de um livro

“Os professores eram muito esforçados e os alunos faziam a sua parte, estando sempre muito interessados nas aulas”

“Sempre lembro do apoio que as irmãs Felicidade e Clarice nos davam, com incentivo ao aperfeiçoamento das nossas profissões”

Ilza de Moraes, exaluna e ex-professora de História da FIC

Ziane Maria Cielo Mahl, ex-orientadora educacional do curso de sociologia da FIC


ESPORTES

Aprendendo com os Jogos Olímpicos

Fotos: Mark Braunstein

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Representantes de cinco graduações da Unifra explicam o quê acadêmicos podem assimilar com as Olimpíadas 2016

As arquibancadas (e o sofá da sua casa)

lotadas pelo público que vai torcer pelos atletas que estarão no Brasil de 5 a 21 de agosto vão se tornar uma grande sala de aula. Isso porque as Olimpíadas 2016 ocorrerão em solo brasileiro, fazendo desembarcar por aqui equipes inteiras que contam com as destrezas do esportista e todo o suporte necessário para fazer com que alcancem o lugar mais alto do pódio. Os Jogos Olímpicos se tornam um importante campo de aprendizado para acadêmicos, servindo para ampliar os conhecimentos de quem almeja uma profissão. Professores de cinco cursos de graduação do Centro Universitário Franciscano são unânimes ao afirmar que nas transmissões das competições deve-se ficar atento a tudo. Como um jogador que se machucou em outra competição conseguiu dar a volta por cima e vencer uma lesão? O que perguntar ao atleta que acabou de receber a medalha de ouro? Como administrar salários bilionários de competidores no auge da carreira? As indagações podem surgir somente quando os futuros profissionais estiverem exercendo os cargos. Saiba aqui como clarear o trabalho desde agora.

Ciências Contábeis e a transparência das contas públicas

Alto rendimento passa pela fisioterapia

“Um dos assuntos discutidos em sala de aula refere-se à disciplina de Contabilidade Pública, mais precisamente ao ato de prestação de contas relacionado às contas governamentais. Nesse sentido, tanto os alunos como a sociedade, devem atentar à prestação de contas relativas aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, conforme lei federal. Outro assunto visto em sala de aula é sobre a questão tributária e Declaração do Imposto de Renda, tema que pode estar relacionado ao esporte, pois o assunto deve ser preocupação constante dos atletas profissionais, visto que eles precisam ter um controle sobre os rendimentos e gastos, sempre orientados por um contador, para que se evite situações como o ocorrido com os jogadores de futebol famosos mundialmente, como Messi e Neymar, que foram acusados de sonegação fiscal.”

“A formação em Fisioterapia prepara o acadêmico para raciocinar clinicamente com competências e habilidades na prevenção e no tratamento de lesões esportivas. Esse olhar permite atuar nos esportes olímpicos e paraolímpicos. Devido a relação próxima do fisioterapeuta com o atleta, a formação permite uma abordagem emocional e motivacional, sendo um pilar de incentivo de superação. Fatores como a mecânica das articulações na produção do movimento e o gasto energético durante o esporte são exemplos para o processo de aprendizagem. O Brasil é uma das maiores potências paraolímpicas do mundo e os atletas são exemplos de superação. Devemos compreender essas histórias como motivação para nossas vidas, sempre lembrar que dificuldades servem para serem superadas, vencer e nos tornar espelho para aqueles que enfrentam problemas. Quanto maior a dificuldade, maior a oportunidade de sermos exemplo de sucesso para a construção de um país melhor”.

Daniele Dias de Oliveira Bertagnolli, coordenadora do curso de Ciências Contábeis

Caio Alexandre Parra Romeiro, coordenador do curso de Fisioterapia


ESPORTES

Jornalismo é um “jogo” feito em equipe

A força da psicologia para a precisão do movimento

Medicina a favor do corpo

“O curso mescla teoria e prática nas disciplinas, numa atividade de participação coletiva dos alunos. Fazer jornalismo é um trabalho em equipe. Depois da pauta, vem a apuração, elaboração da reportagem, comentário e repercussão. O esporte tem modalidades individuais e coletivas, mas ninguém ganha sozinho. Os Jogos Olímpicos reúnem os melhores atletas do planeta e celebram a disputa esportiva entre países. As transmissões servem como ferramenta de análise para alunos que já pensam ou fazem TFGs, se a temática escolhida girar em torno do jornalismo esportivo. Teremos uma disciplina de Jornalismo Esportivo com foco na Olimpíada. É uma área importante de atuação dos futuros jornalistas da Unifra. A maioria almeja cobrir uma Copa do Mundo de Futebol e/ou Olimpíada. O projeto Titular da Rede, do curso de Jornalismo, voltou em 2016 a transmitir os jogos do Inter-SM e do Riograndense por meio da Radioweb Unifra, com uma equipe formada por alunos, técnicos em áudio e professor”.

“O curso trabalha diversos conhecimentos relacionados aos Jogos Olímpicos. Conceitos comportamentais nos ensinam contextos de aprendizagem de uma técnica e reforçadores que podem tornar uma equipe campeã, como quando o treinador reforça os movimentos executados com sua fala, também chamada Técnica de Modelagem do Comportamento. A reação às expectativas e olhares para esse atleta podem ter diferentes impactos, dependendo do perfil emocional e o momento de desenvolvimento. Algumas pessoas podem desenvolver transtornos, como a anorexia ou a vigorexia, também estudados em Psicopatologia. Ao assistir os jogos, o estudante pode observar o impacto da reação da torcida no desempenho do atleta. No curso, ainda temos uma disciplina optativa chamada Psicologia do Esporte. Nela, os alunos têm acesso a conteúdos, como Perfil do Atleta, Emoção e Estresse, Perdas, Frustrações e Capacidade de Resistência, Liderança e Formas de comunicação, entre outros assuntos”.

O curso de Medicina desenvolve conteúdos sobre nutrição e metabolismo durante o exercício físico, que envolve anatomia, fisiologia e bioquímica, entre outras, do sistema ósseo, muscular, cardiovascular e do sistema nervoso. Trabalha também com lesões físicas que podem ser causadas pelo exercício, como reabilitar os atletas lesionados e as atividades que geram estresse, como participação em competições. Nos Jogos Olímpicos, é importante observar quantas horas e quantos dias por semana são exigidos para formação de um atleta de alto nível, que é o caso daqueles que participam das Olimpíadas, e relacionar quanto tempo é necessário para a formação de um profissional de alto nível. Alunos e futuros acadêmicos devem ficar atento a questões como o desenvolvimento da resiliência, o relacionamento com as regras estabelecidas para a formação profissional, trabalho em equipe, apoio emocional no fracasso e como se comportar na hora do sucesso”.

Gilson Piber, professor do curso de Jornalismo da Unifra

Josiane Abaid, coordenadora do curso de Psicologia

Leris Salete Bonfanti Haeffner, coordenadora do curso de Medicina

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FÍSICA MÉDICA Mark Braunstein

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Prática desde o começo Alunos participam do controle de qualidade dos serviços de radiodiagnóstico em hospitais de Santa Maria e região

Ter total certeza que a graduação escolhida realmente é a desejada não é privilégio de muitos. O que pode ajudar

é conhecer o curso na prática logo no começo. Esse é um dos objetivos de um projeto do Curso de Física Médica do Centro Universitário Franciscano, que mantém convênio com hospitais de Santa Maria e região para a atuação de acadêmicos dos primeiros semestres. Nas instituições de saúde, eles participam da gestão da qualidade dos serviços de radiodiagnóstico. “Apresentamos um dos campos de atuação do físico médico. Desta forma, estamos motivando os acadêmicos desde o início para um melhor entendimento das futuras atribuições na especialidade

de radiodiagnóstico”, explica o professor Valnir de Paula. O projeto começou a ser desenvolvido em 2015 com preparações teóricas em sala de aula. Após, são elaborados roteiros de atividades que envolvem, entre outros, a verificação dos índices de exposição das imagens radiológicas e implementação de testes de controle da qualidade nos setores de radiologia hospitalar. Assim, os hospitais podem ser alertados sobre o uso adequado das radiações na obtenção de exames diagnósticos, podendo contribuir para uma melhora no atendimento e na qualidade destes serviços. “Passamos a nos interessar mais pela rotina do profissional e perceber o curso na prática”, relata a acadêmica Luiza Goulart, 22 anos.

Para Martin Feldmann, 19 anos, aluno do 3º semestre, o importante está em levar para a sala de aula o que é aprendido no projeto. “Muita coisa que vimos nos hospitais acabamos discutindo em aula e, ao retornar ao projeto, vamos tendo mais embasamento”, explica. Segundo a Associação Brasileira de Física Médica, a área de radioterapia, outra especialidade da profissão, é um campo promissor, pois não existem muitos profissionais no mercado devido à elevada demanda de serviço em medicina nuclear no Brasil (saiba mais ao lado). Com o aumento dos casos de câncer, o governo federal está adquirindo aceleradores lineares, equipamentos emissores de radiação usados nos diversos tratamentos. Por isso, a tendência é que aumente ainda mais a procura por físicos médicos no país.

ÁREAS DE ATUAÇÃO - Radioterapia: tratamento em que são usadas radiações ionizantes para eliminar total ou parcialmente as células de um tumor. Os profissionais atuam no cálculo da dose de radiação que o paciente vai receber para cada tipo de tratamento - Radiodiagnóstico: envolve exames por imagem. O objetivo é garantir que elas sejam obtidas com alta qualidade e menor dose possível de radiação. Também atua no controle de qualidade de equipamentos médicos - Medicina nuclear: área da parte médica que trata de exames fisiológicos, com uso de materiais radioativos de baixa dose associado a fármacos que são administrados no paciente e permitem evidenciar patologias. O físico médico atua na garantia da qualidade dos procedimentos, efetuando testes que asseguram a aplicação otimizada de radiofármacos e dos equipamentos


COTIDIANO

Produções para o dia a dia

Além de cosméticos, acadêmicos desenvolvem a receita de sorvete para pessoas com intolerância à lactose

Avaliar a demanda e saber o que é tendência são alguns dos

“É todo um conjunto de aprendizados. Aprofundamos cada vez mais nossos conhecimentos e tendo a certeza de que estamos no curso certo”, conta a aluna Pamela Pires, 23 anos. A mesma metodologia da aula ocorre na disciplina Farmacotécnica Veterinária, em que os alunos são instigados a produzir cosméticos para animais de pequeno porte, incluindo biscoitos vermífugos. Um sorvete diferente A quirera, um dos subprodutos do arroz, é a base de um sorvete que não usa leite para a fabricação. A produção é da acadêmica Giane Engel Montagnet, 23 anos, do Curso de nutrição da Unifra, que percebeu a falta de alimentos para intolerantes

à lactose no mercado. “A pesquisa para transformar a quirera em extrato de arroz, ver as quantidades necessárias e verificar a aceitação das pessoas começaram em 2015. Agora, estou na etapa de análise dos componentes de gordura, para que o produto seja mais natural”, explica a aluna, que tem graduação em Tecnologia de Alimentos. A pesquisa é realizada por meio da bolsa de estudos Probic, com a orientação da professora Cátia Storck, que incentiva produções aplicáveis à população. O desenvolvimento do produto também está ajudando Giane em outra área. “A parte teórica também é muito importante. Faço resumos, artigos, apresento em congressos. Tudo traz reconhecimento”, relata.

Mark Braunstein

requisitos que profissionais levam em conta na hora de elaborar produtos. No Centro Universitário Franciscano, os acadêmicos aprendem desde cedo esses ensinamentos, trabalhando também com o diferencial. Exemplos ocorrem nos cursos de Farmácia e Nutrição, em que os alunos desenvolvem produtos de forma responsável e usual. Sabonetes, velas, loções e uma linha pet, além de sorvete de extrato de arroz fazem parte dos aprendizados da sala de aula que podem ser projetados no cotidiano.

Na disciplina optativa Farmacotécnica de Produtos de Perfumaria, Higiene e Aromatizadores, do curso de Farmácia, o laboratório é puro cheiro bom. Também pudera. Os alunos lidam com aromas e perfumes, além de outros produtos, que servem de base para sais de banho, velas de massagem, sabonetes e loções. “Vamos ao encontro do que o mercado pode oferecer a esses futuros profissionais. Por isso, a aula é toda prática”, explica a professora Rosimar da Silveira. Além de serem responsáveis por toda a elaboração, os acadêmicos produzem os rótulos dos produtos e pensam também em formas de apresentação deles, como se estivessem vendendo uma marca própria.

Alunos do curso de Farmácia aprendem a produzir sabonetes, velas, loções, entre outros, além de uma linha pet, destinada aos animais de estimação

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ENTREVISTA Divulgação

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“É preciso desmistificar o perfil do pesquisador para os estudantes do Ensino Básico” Não é de hoje que governantes e setores da sociedade não priorizam com tanta força a pesquisa científica. No Brasil, então,

esse reconhecimento se torna quase nulo, principalmente pela falta de investimentos. Mas ainda há esperança, conforme a doutora em Física, Solange Binotto Fagan. À frente da pró-reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão do Centro Universitário Franciscano há sete anos, Solange fala ao Jornal do Centro sobre o cenário da pesquisa no país e sobre a participação como única representante da América Latina na Interamerican Network os Academies of Science. Jornal do Centro – Como ocorreu o interesse da senhora pela ciência e como isso influenciou a sua carreira profissional? Solange Binotto Fagan – Como nasci em um pequeno

Solange Binotto Fagan fala sobre o cenário da pesquisa no Brasil e o que é realizado no Centro Universitário Franciscano

sítio (Solange nasceu em Ivorá, na região central do Rio Grande do Sul), sempre tive muito contato com a natureza, o que também ajudou a despertar a minha curiosidade científica. Também tive um grande incentivo dos meus professores do Ensino Médio, pois eu gostava muito das disciplinas de Matemática e Física e, desta forma, fui influenciada a seguir a carreira científica. Com esta escolha, logo no início da graduação em Física, percebi que eu havia encontrado minha vocação e devia seguir na busca pela carreira de pesquisadora seguindo meus estudos para o mestrado e o doutorado. JC – Como é o cenário da pesquisa no Brasil? Houve algum tipo de evolução? SBF – O cenário da pesquisa atual no Brasil é bastante preocupante. No ano de 2015 e até agora não tivemos praticamente

nenhum edital de agências de fomento para a pesquisa para custear atividades ou adquirir equipamentos. Em um cenário mundial onde a ciência avança a passos largos, o Brasil vai se distanciando a cada dia e fazendo uma pesquisa cada vez mais superficial em diversas temática fundamentais para o desenvolvimento de tecnologias e inovações nacionais. Mundialmente, os grandes problemas de pesquisa são atacados com equipes multidisciplinares, o que no Brasil ainda é bastante complicado de se obter, tanto pela formação dos pesquisadores, como pela estrutura das instituições de Ensino e Pesquisa. No Centro Universitário Franciscano estamos incentivando parcerias multidisciplinares por meio de eventos, projetos de pesquisa e extensão e cursos de Mestrado e Doutorado.

JC – A senhora acha que atualmente há incentivos suficientes para a realização desses trabalhos? SBF – Não há incentivos suficientes. Entretanto, os pesquisadores buscam alternativas para tentar suprir a insuficiência de recursos para a pesquisa, como trabalhar em parcerias entre instituições, compartilhar equipamentos, etc. No caso da minha pesquisa, especificamente, desenvolvo projetos com modelagem e simulação de nanomateriais e, para isso, preciso de computadores superpotentes e, então, faço uso de centros de processamento de dados, como Centro Nacional de Processamento de Dados (Cenapad), que está situado em Campinas (SP). JC – Há como incentivar a pesquisa voltada para o cotidiano das pessoas desde cedo? SBF – Acho que a primeira etapa é desmistificar o perfil


TV UNIFRA

JC – Quais os incentivos para a pesquisa que o Centro Universitário Franciscano oferece? SBF – O Centro Universitário Franciscano apoia pesquisadores por meio de editais de pesquisa e extensão e setores de apoio para o desenvolvimento de projetos, como o SADEPI, Comitês de Ética, Agência de Inovação. JC – Como foi a experiência da senhora na indicação pela Academia Brasileira de Ciências como representante do Brasil na revista organizada pela Interamerican Network os Academies of Science? SBF – Ser escolhida para representar todas as jovens pesquisadoras brasileiras nesta publicação é gratificante e muito me honrou. Atualmente há um grande esforço de entidades como a Academia Brasileira de Ciências, que me indicou, para elaborar projetos e ações incentivando meninas a seguirem carreira

científica. Tenho trabalhado em diversos projetos na Instituição em parceria com escolas, como visitas, palestras e o Cientista Aprendiz, para mostrar o potencial e atrair jovens brilhantes para fazerem a diferença no mundo como cientistas. Esses projetos também se somaram nesta indicação para esta revista. JC – Atividades como esta são importantes por promover e discutir a pesquisa em diferentes áreas? O que se discute atualmente? O que é tendência na pesquisa hoje em dia? SBF – Atividades como esta revista são importantes para divulgar e mostrar de onde vêm as cientistas e por que escolheram seguir estas carreiras. Muitos desafios estão postos aos pesquisadores, principalmente a cura de doenças, como o câncer, doenças neurológicas, doenças epidêmicas, inovação tecnológica na área de computação e comunicação, novos materiais nano e biotecnológicos, novos processos/metodologias de ensino-aprendizagem, entre tantos outros desafios. Isto deve ser apresentado a sociedade na busca por jovens pesquisadores. JC – Quais os próximos passos do Centro Universitário Franciscano para esta área? SBF – A Instituição tem investido fortemente na pesquisa e pós-graduação em temas como estes que citei anteriormente, este fato mostra a contemporaneidade das temáticas aqui desenvolvidas e estudadas.

Programa ‘Saúde em Foco’ ganha novo formato Repaginado neste primeiro semestre, o

atualidade”, explica a professora Najar Smeha. Transmitido pelo canal 15 da programa ‘Saúde em Foco’, NET desde 2013, o programa da TV Unifra, passou a ser ‘Saúde em Foco’ nasceu em coordenado pelo Mestrado uma disciplina do Curso em Saúde Materno Infantil. de Enfermagem do Centro Ele reúne professores e Universitário Franciscano, a estudantes da graduação e partir do momento em que pós-graduação que dialogam estudantes sobre saúde e docentes e a qualidade sentiram a de vida. Por O programa vai ao ar necessidade meio de nas segundas-feiras em de discutir a uma plateia dois horários, às 19h e saúde e levar composta por as 23h, no canal 15 da esse assunto estudantes, Net. Também pode ser ao público. assuntos conferido no “Esta nova como o da Youtube, no Canal textura do rede de Unifraonline. programa atenção permite o à saúde materno infantil, aprofundamento das a estrutura de educação questões pela composição permanente, alergias do grupo de debates ser de alimentares, gravidez na diversas áreas. Assim, discutir adolescência e autismo já temáticas atuais permite ao ganharam destaque. público e aos estudantes um “A nova versão do Saúde em olhar mais atento para as Foco pretende dinamizar mudanças sociais em que a o programa por meio de saúde enquanto ciência está conversa com profissionais inserida”, acredita o diretor e alunos. Os professores da TV Unifra, José Quintana apresentam e escolhem as Júnior. temáticas, depois ampliamos o assunto com fatos da

Divulgação

do pesquisador/pesquisadora para os estudantes do Ensino Básico e para a comunidade em geral. Mostrar que é uma profissão acessível a todos e que possui grandes desafios, mas que também proporciona grandes realizações profissionais e pessoais. Por outro lado, a alfabetização científica da população brasileira é muito baixa, mesmo entre os mais escolarizados. Isso mostra que a pesquisa e a ciência não são efetivamente inseridas no contexto escolar, afastando as pessoas do conhecimento científico. Para contornar esta situação não há outra solução a não ser o incentivo da capacitação permanente dos professores das escolas com a aproximação também de pesquisadores de grandes instituições neste meio.

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MEIO AMBIENTE Divulgação

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Rumo à Reserva Ecológica do Taim O local é casa de pelo menos 30 espécies diferentes de mamíferos e 250 aves

Professores e alunos do primeiro semestre do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário Franciscano realizaram aula prática na Reserva Ecológica do Taim, que fica localizada 70% no município

de Santa Vitória do Palmar e 30% em Rio Grande, região sul do Rio Grande do Sul. O local foi escolhido devido à diversidade de habitats que a Reserva integra, permitindo a convivência de muitas espécies de animais e vegetais distribuídos em

banhados, campos, lagoas, praias arenosas e dunas litorâneas. Nesta ambiência, além de estudar a natureza e seus impactos foi possível senti-la em sua essência, em sua harmonia, conforme os professores. O momento serviu para

integrar educadores e futuros engenheiros por meio de debates sobre a importância da biodiversidade local e as estratégias empregadas pelos profissionais que atuam na reserva para conservar e proteger a diversidade existente. De acordo com a professora, Noeli Júlia Schüssler, a reserva é um ambiente singular. “Nossa intenção foi realizar um momento diferenciado e atrativo para os ingressantes do curso. Por este motivo, escolhemos uma das mais importantes reservas ecológicas do Rio Grande do Sul”, disse a professora. Na viagem, participaram seis docentes e alunos de diversos semestres. Além de debaterem as áreas de atuação para o engenheiro ambiental e sanitarista ligadas ao meio ambiente, como a conservação e monitoramento de ecossistemas, o momento foi visto como um espaço de lazer e aproximação também. “A viagem me fez decidir ficar definitivamente na Engenharia. A reserva é linda e nos oportunizou muito aprendizado sobre a importância da fauna e da flora local”, relata Alícia Della Pace, 17, acadêmica do 1º semestre.


PÓS-GRADUAÇÃO

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Cursos de Residência ampliam atendimentos Os cursos de Residência são conhecidos pelo ensino de pós-graduação de especialização,

caracterizados por um ensino em serviço. Aos profissionais graduados em algum curso da área da saúde que desejam se especializar para o mercado de trabalho, o Centro Universitário Franciscano oferece sete Programas de Residências Multiprofissional em Saúde, com duração de dois anos, em tempo integral. Os programas buscam o aprimoramento progressivo do modelo profissional e científico dos residentes e a melhoria da assistência à saúde da comunidade nas áreas profissionalizantes sob os pilares do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde maio de 2016, o curso de Residência Multiprofissional em Reabilitação Física realiza encontros com pacientes a fim de promover atividades na área da saúde por meio de dinâmicas. Para os professores, a proposta visa à expansão da rede de apoio conforme a demanda dos envolvidos. O grupo capta não só pacientes que procuram uma reabilitação física, mas também crianças,

adolescentes, adultos e idosos. Para a psicóloga Priscila Soares, o interessante do grupo é que os temas trabalhados são trazidos pelos próprios participantes. “Eles levantam dúvidas sobre determinadas doenças e assuntos e nós preparamos atividades em cima dessa demanda”, explica uma das coordenadoras do programa. Os encontros ocorrem todas as quartas-feiras, às 14h, no prédio 17, no Conjunto III da Unifra. Atendimentos no Samu Outra oportunidade proporcionada pela Unifra está associada à Residência Profissional em Enfermagem, Urgência, Emergência e Trauma. As atividades práticas junto ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (Samu), em Santa Maria, começaram no mês de junho. O programa tem como objetivo proporcionar aos profissionais enfermeiros conhecimentos específicos e qualificados sobre a assistência pré e intra-hospitalar em serviços de urgência, emergência e trauma.

CONFIRA OUTRAS OPORTUNIDADES OFERTADAS PELA UNIFRA: - Residência em Enfermagem Obstétrica: o curso visa qualificar enfermeiras para atuarem no cuidado à saúde da mulher, nos processos de reprodução, gestação, parto e nascimento, puerpério, ao neonato e família, compreendendo aspectos sociais, culturais, emocionais, éticos e fisiológicos. Os atendimentos são realizados nas Unidades de Saúde e Maternidade do Hospital Casa de Saúde - Residência Médica em Clínica Médica: conta com atividades no ambulatório do Hospital Casa de Saúde, na Unidade de ProntoAtendimento (UPA), no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo e na UTI do Hospital São Francisco. Tem por propósito desenvolver recursos humanos especializado em Clínica Médica, contribuindo para o atendimento das necessidades da população e para a melhoria da assistência médica

Mark Braunstein

- Residência Médica em Psiquiatria: as atividades são realizadas no Hospital Casa de Saúde, atendendo adolescentes e mulheres com dependência química ou problemas psiquiátricos, no ambulatório da Casa de Saúde, na Unidade Psiquiátrica do Hospital São Francisco e no Centro Universitário Franciscano, junto ao Curso de

Trabalhar na prática o conhecimento acadêmico é um dos objetivos das Residências na área de saúde

Psicologia e no Serviço de Atendimento Psicossocial (Paip). O programa busca desenvolver recursos humanos especializado em Psiquiatria, promovendo o aperfeiçoamento ético, humano e técnico-científico do profissional médico - Residência Médica em Saúde da Família e da Comunidade: o curso é desempenhado junto à secretaria municipal de Saúde de Santa Maria, na unidade de saúde Pinheiro Machado. O objetivo geral é desenvolver a habilidade na valorização dos fatores somáticos, psicológicos e sociais que interferem na doença, valorizar as ações de saúde de caráter preventivo e de promoção, além de estimular a capacidade de aprendizagem independente e de participação em Programas de Educação Continuada - Residência Multiprofissional em Saúde Mental: integra os cursos de Serviço Social, Psicologia, Terapia Ocupacional e Farmácia. O objetivo é estender competências voltadas para a educação em serviço que vise o aperfeiçoamento para o atendimento integral à saúde dos indivíduos. Os residentes atuam em grupos multiprofissionais na Unidade de Internação do Hospital Casa de Saúde e no CAPS O Equilibrista, em Santa Maria


O acadêmico do curso de Arquitetura e Urbanismo, Jackson Adriano Hoff, 23 anos, é só sucesso

nas redes sociais. Tudo por causa do trabalho meticuloso que nasceu devido ao incentivo de professores e amigos. Aliando o estudo das formas e dos detalhes arquitetônicos de grandes obras históricas com um dom que foi desenvolvendo ao longo do curso, Jackson usa a natureza para expressar a arte. Foi assim que nasceu o trabalho ‘Arquitetura em Folhas’, que já rendeu uma exposição, realizada em abril, no Conjunto III, e diversos likes. “Já faz dois anos que desenvolvo esse trabalho. Descobri que recortar as folhas foi uma maneira de poder estudar as formas e detalhes arquitetônicos e urbanísticos da obra que estava recortando. Tudo começou com uma folha de árvore que achei na rua. Foi algo muito momentâneo, desde o pensar passando projetar o desenho a ser recortado na folha. Após isso, percebi que eu poderia fazer outros recortes. Então, associei as obras mais conhecidas de arquitetura”, explica o acadêmico. As folhas de plátano com as reproduções da Catedral Metropolitana de Brasília ou mesmo do Partenon passaram a ser emolduradas, e a aptidão para o desenho foi se fortalecendo ainda mais. Para isso, uma tesoura e muita paciência bastam para ele para o trabalho ficar bonito. “Foi algo muito surpreendente. As pessoas estavam adorando cada vez mais e isso me satisfazia muito e me animava para sempre inovar em outros tipos de recortes. Hoje posso dizer que o curso é o que realmente quero para minha vida profissional. Eu me descobri na arquitetura, tornei-me criativo, procurando sempre inovar em diferentes aspectos no que se diz respeito às minhas habilidades. Sinto-me realizado”, afirma Jackson.

Fotos: Arquivo Pessoal

Arquitetura em plátano


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