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Dr. José Abel Ximenes Presidente da Unimed Cerrado
EDITORIAL
Cooperativas e Cooperativismo
ÍNDICE O sucesso do XV SUECO A participação ativa de lideranças cooperativistas e cerca de 400
ntramos no novo milênio com 18 cooperativas de primeiro grau e 1 cooperativa de segundo grau nos Estados de Goiás e Tocantins. Foram necessários 22 anos para que chegássemos até aqui.
Mas, estamos convencidos de que construímos apenas as cooperativas. Ainda nos resta a imensa tarefa de construir o cooperativismo. Temos que trocar o singular pelo plural, o eu pelo nós, o individual pelo coletivo, a competição pela cooperação.
São mais de duas décadas de esforço e dedicação de lideranças e de grande parcela da categoria médica destes dois Estados irmãos para que, hoje, pudéssemos dispor desta importante e bem estruturada rede de assistência médicohospitalar.
Precisamos nortear nossas ações pelos valores do cooperativismo, cuja construção passa necessariamente pela incorporação desses valores ao nosso diaa-dia, aos nossos negócios, a nossa vida.
Os benefícios para nós médicos em particular e para as comunidades onde atuam essas cooperativas são imensuráveis, apesar de muitas vezes não serem percebidos e valorizados com a justeza merecida por parte de muitos envolvidos. Tivemos a felicidade e o privilégio de participar ativamente de todo este processo. Somos testemunha do esforço de todos aqueles que lutaram para criar e desenvolver todas estas cooperativas. Foi um trabalho árduo, mas creio, bastante gratificante para todos.
Precisamos nortear nossas ações pelos valores do cooperativismo, cuja construção passa necessariamente pela incorporação desses valores ao nosso dia-a-dia, aos nossos negócios, a nossa vida.
Através do cooperativismo, ao invés de nos subordinarmos às leis de mercado é o mercado que tem de se subordinar aos nossos anseios e necessidades, que vão muito além da mera aquisição de bens de consumo e serviços. Sei que muitos, ao lerem esse editorial, dirão ou pensarão que tudo isso não passa de vã filosofia, de sonhos utópicos jamais possíveis de serem realizados. Ledo engano. Nas discussões que marcaram o XV Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins (SUECO) ficou claro que o cooperativismo é uma realidade. As 800 mil cooperativas hoje existentes no mundo agregam cerca de 800 milhões de cooperantes que, somados a seus familiares totalizam mais de 2 bilhões de pessoas. Ou seja: 1/3 da população mundial está de alguma forma vinculada ao cooperativismo. Nós fazemos parte deste grande movimento mundial e juntos haveremos de construir um presente e um futuro melhor para todos nós e para a comunidade onde exercemos nossa dignificante e importante profissão. Os primeiros passos já foram dados.
profissionais, acadêmicos, prestadores e fornecedores de serviços na área da saúde em cursos e debates sobre temas atuais relacionados ao cooperativismo marcou a realização do XV SUECO e garantiu o sucesso do evento. Página
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Do sonho à realidade A determinação, a persistência e o trabalho sério do médico Edmundo Castilho foram fundamentais para tirar do papel a idéia de criação de uma cooperativa médica na cidade de Santos e dar origem ao Sistema Unimed. Página
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LEIA AINDA NESTA EDIÇÃO
Roberto Rodrigues: intercooperação...............6 Mesas redondas e painéis..............................7
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XV SUECO
Simpósio confirma a força do cooperativismo décima quinta edição do Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins (SUECO), realizada no Centro de Convenções Di Roma, em Caldas Novas (GO), entre os dias 2 e 4 de novembro, foi um sucesso. Ao longo de mais de 20 horas de reuniões, cursos, palestras, conferências e mesas redondas, conferencistas, debatedores e um público formado por cerca de 400 pessoas recordaram a história da doutrina cooperativista, analisaram o crescimento e avaliaram os desafios e perspectivas do setor. O encontro teve como tema a “Integração através da Intercooperação – Unidade na Diversidade” e reuniu os presidentes das federações do Centro-Oeste e Tocantins, diretores e colaboradores do Sistema Unimed na região, além representantes de outras áreas do cooperativismo em todo o País. Durante o simpósio, tanto nos cursos e debates,
quanto nas conversas informais, dois pontos foram enfatizados: a força que tem o cooperativismo e a importância da intercooperação para o crescimento do sistema. Já na abertura do evento, o presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes, ressaltou a necessidade de integração das cooperativas, apontando a intercooperação como o caminho ideal para a superação dos desafios. “Buscamos o tema deste encontro no sexto princípio do cooperativismo: a intercooperação, pois percebemos que precisamos integrar não só o Sistema Unimed, mas promover a união e a integração com cooperativas de outros setores, respeitando as diversidades e as diferenças de cada segmento”, disse Ximenes, que também presidiu o XV SUECO, o primeiro simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins realizado após a reunificação do sistema. Representando o governador Alcides Rodrigues na abertura do XV SUECO, o
Celso Barros cita conquistas e desafios Ainda na solenidade de abertura do XV SUECO, o presidente da Unimed do Brasil, Celso Barros, que participava pela primeira vez do simpósio, ressaltou que a realização do evento coincide com um dos momentos mais ricos dos quase 40 anos de história da Unimed. “Estamos todos envolvidos na reunificação do sistema e o XV SUECO dá um importante passo para a superação das diferenças que separavam as cooperativas”, declarou Barros. Ele enumerou algumas ações da Unimed do Brasil em diferentes áreas e recordou a conquista pela marca de
prêmios, como Top of Mind em planos de saúde. Mas, o presidente também falou de desafios, como a falta de definição do ato cooperativo e a cobrança de impostos sobre serviços das cooperativas. “Esses desafios, que inibem o crescimento do setor, precisam ser discutidos e superados para que a credibilidade da marca Unimed, que foi duramente conquistada, não seja colocada em risco”, disse.
A força das cooperativas foi evidenciada em todos os debates do XV SUECO, que abordou a história, o crescimento, os desafios do cooperativismo e a importância da intercooperação
Ximenes defende a intercooperação na abertura do XV SUECO
secretário Estadual de Saúde, Cairo Alberto de Freitas, reforçou o compromisso do Governo de Goiás com o cooperativismo e adiantou que o ex-governador e senador eleito, Marconi Perillo, será um aliado do setor cooperativista no Congresso Nacional. Para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freiras, o movimento cooperativista deve aproveitar esse momento,
marcado pela renovação de boa parte do Congresso Nacional, para discutir o cooperativismo, a integração e a intercooperação. Ele citou que, hoje, as cooperativas têm a obrigação de gerenciar bem os negócios de seus cooperados, de apresentar bons resultados. “E temos muito o que aprender com a Unimed, que é um orgulho para o sistema cooperativista do País”, declarou o presidente da OCB.
Solenidade prestigiada Na abertura do XV SUECO, o presidente da Unimed de Caldas Novas, Geraldo Rodrigues, destacou a alegria da cidade em receber os participantes do simpósio. Palavras reforçadas pela vice-prefeita, Silvânia Fernandes Eles compartilharam a mesa diretiva da solenidade com o presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes; os presidentes da Unimed do Brasil, Celso Barros; da Federação das Unimeds do Mato Grosso do Sul, Valdmário Rodrigues Júnior; da Unimed Federação do Estado do Mato Grosso, Joaquim Martins Spadoni; da Federação das Unimeds do Distrito Federal e Região Metropolitana, Antônio Carlos Pires Miletto, e o diretor-presidente da Unimed Confederação CentroOeste e Tocantins, Paulo Roberto de Almeida Insfran. Também integraram a mesa, o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas; o secretário Estadual de Saúde, Cairo Alberto de Freitas; o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Eduardo Santana; o segundo vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, Lueiz Amorin Canedo; o presidente da OCB-GO, Antônio Chavaglia; o presidente da Câmara Municipal de Caldas Novas, Wiris Arantes; o diretor da Associação Médica de Goiás, Marcelo Ranulfo, e o presidente da Unicred, Fernando Justo. A próxima edição do SUECO será realizada em 2007, em Brasília.
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FUTUROS COOPERADOS
Acadêmicos participam de encontro O V Enuam reuniu acadêmicos de medicina de vários Estados Eles sequer saíram da faculdade, mas já se mostram bem interessados em assuntos que envolvem o exercício da medicina. E foi para saber mais sobre o cooperativismo na área médica que 38 jovens trocaram o descanso no feriado de 2 de novembro pela participação no V Encontro Unimed de Acadêmicos de Medicina
(Enuam). O evento foi coordenado pelo aluno do quinto ano de Medicina na Universidade Federal de Goiás, Rafael Ximenes. Ele explicou que para alguns participantes, esse foi o primeiro contato com o cooperativismo. Para outros, a chance de debater o assunto com autoridades da área, como
Roberto Rodrigues, Edmundo Castilho, Márcio Lopes de Freitas e Fernando Justo. Acadêmico do quarto ano na Universidade Católica de Brasília, Anderson Duarte nada sabia sobre cooperativismo antes das palestras. Deixou o V Enuam interessado no assunto e disposto a participar de uma cooperativa médica após sua
formatura. É o que pensa também o aluno do quinto ano na UFG, Henrique Esteves, que participava pela terceira vez do Enuam. Defensor do cooperativismo, ele só tem uma reivindicação: a redução do valor cobrado para o ingresso nas cooperativas, principalmente dos recémformados.
Personagens Confira o que alguns participantes do XV SUECO acharam do evento... “O simpósio possibilitou a acadêmicos, profissionais cooperados e grandes líderes cooperativistas a discussão de novas diretrizes para o cooperativismo, como a intercooperação. O resultado foi muito positivo. Pretendo participar dos próximos SUECOs”. Marcelo Ranulfo, diretor da Associação Médica de Goiás.
Quatro momentos do XV SUECO... Marketing Pessoal foi o tema de um dos cursos pré-congresso; no intervalo da programação oficial, a equipe posa para a foto antes do descontraído jogo de futebol; o show da dupla Chrystian e Ralf, que fez o público cantar e dançar no encerramento do simpósio, e o caricaturista, que arrancou aplausos dos visitantes da feira de produtos e serviços da área cooperativa realizada no Centro de Convenções Di Roma.
“A discussão da intercooperação, foi muito oportuna. Não só para o Sistema Unimed, mas para todo o movimento médico, que carece dessa integração”. Eduardo Santana, presidente da Federação Nacional dos Médicos “Adorei as palestras e o curso précongresso de Marketing Pessoal. Aprendi muito”. Márcia Regina Ferreira de Oliveira, coordenadora financeira da Unimed Palmas
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ENTREVISTA - EDMUNDO CASTILHO
“Nunca desisti de nada” Edmundo Castilho foi um garoto tímido, que na infância enfrentou e venceu várias doenças. Na adolescência, foi a vez de enfrentar o pai que o queria no interior de São Paulo, cuidando de fazendas. Disposto a cursar medicina, foi em busca de seu sonho. Aulas de teatro e o trabalho como locutor de rádio o ajudaram a deixar de lado a timidez. A atuação no movimento estudantil melhorou sua retórica. Formou-se pela Universidade Federal do Paraná em 1956. Nos livros, que sempre foram seus grandes companheiros, conheceu o cooperativismo. Visionário, percebeu que aquela doutrina poderia ser aplicada na área médica. Mais uma vez foi atrás de seu sonho. Conversou com colegas, conquistou a simpatia de alguns e se deparou com a indiferença de outros. Mas, não desistiu. Sua coragem e a persistência, que sempre marcaram a vida desse médico, o ajudaram a criar o cooperativismo médico, pioneiro no mundo, e a fundar a Unimed de Santos (SP). A cooperativa nasceu com 60 médicos. Hoje, são mais de 100 mil em todo o Brasil. Um crescimento que Castilho afirma ver com humildade. Aos 77 anos, ele marcou presença no XV Sueco e falou aos participantes do V Encontro Unimed de Acadêmicos de Medicina (Enuam) sobre a criação da Unimed. Nesta entrevista ao Jornal da Federação, Castilho também conta um pouco de sua trajetória. cooperativismo, sobre um sistema no qual quem trabalhasse mais, ganharia mais, muitos não deram ouvidos. Mas, continuei. Como eu adquiri uma experiência de debates, de convencimento na União Nacional dos Estudantes (Une), na qual representava o Paraná, continuei falando. Na Une aprendi bem a dialética, o convencimento, e usei esse conhecimento a favor do cooperativismo.
E como o senhor percebeu que essa proposta poderia ser aplicada na área médica? O cooperativismo é um instrumento extremamente válido em negócios. Vi que o cooperativismo era o caminho ideal para trabalharmos em um sistema no qual o que valeria era o trabalho.
O que os médicos queriam naquela época? Trabalhar por conta própria? Isso mesmo. Eles queriam ser autônomos, não ter patrão, ganhar o máximo possível. Era quase isso que a cooperativa lhes oferecia, mas para terem essas vantagens teriam de trabalhar.
Qual foi a reação de seus colegas médicos quando o senhor lhes apresentou a proposta de criação de uma cooperativa? Houve resistência? O médico, normalmente, é um profissional que acha que sabe tudo. A maioria dos médicos não lê. Para convencer um médico é uma luta. Quando comecei a falar a médicos santistas sobre
Foi difícil mudar a opinião dos que fechavam os ouvidos para o cooperativismo? Muito, muito difícil.
E quando o senhor conseguiu mudar esse pensamento de seus colegas e criar a Unimed de Santos? Quando a crise foi se acentuando. Como dizem: quando a água começa a subir, tudo muda. Foi no período da Revolução Militar, muitos médicos sofriam perseguições políticas. O sistema de saúde passava por mudanças, que acabaram abrindo espaço
também para as cooperativas. Eu já tinha adquirido mais segurança. Tinha um grupo de amigos engajados. Era 1967. Aproveitamos o momento e fundamos a Unimed.
“
Minha teimosia e persistência me ajudaram a vencer as adversidades
“
Como surgiu o interesse do senhor pelo cooperativismo? Lendo sobre Abba Eban – exministro das Relações Exteriores de Israel -, tomei conhecimento do que era o cooperativismo e que a gente poderia usá-lo da melhor forma possível. Eu tinha uns 30 anos. Tinha me formado em medicina quatro anos antes. Percebi o quanto o movimento cooperativista foi importante para a consolidação do Estado de Israel e como ajudou na organização e desenvolvimento dos judeus. Apaixonei-me pelo cooperativismo e comecei a estudá-lo.
A Unimed nasceu com quantos cooperados? Sessenta. Hoje são mais de 100 mil médicos, um sistema que detém 30% do mercado. Como o senhor vê essa situação? Sou católico e vejo tudo com muita humildade. O senhor imaginou que Unimed chegaria a esse ponto? Não. Eu sonhava em sair da minha cidade (Penápolis - SP), queria ser médico e desafiei meu pai que queria que eu fosse cuidar de fazendas. Para vencer a timidez, fui locutor de rádio, fiz teatro. Trabalhei em laboratório. Cursei medicina. Já formado, conheci e acreditei no cooperativismo. Minha teimosia e persistência
me ajudaram a vencer as adversidades e ajudaram na construção da Unimed. Aos poucos, o cooperativismo médico foi se consolidando. Outras cooperativas surgiram e fortaleceram o sistema. Se a Unimed de Santos estivesse sozinha, talvez não existisse mais. Teve algum momento em que o senhor pensou em desistir? Houve vários. Mas, sempre procurei vencer os obstáculos. Nunca desisti de nada e com a proposta de criar o cooperativismo médico também foi assim. Na opinião do senhor quais desafios o sistema cooperativista enfrenta atualmente? O maior deles é a Lei 9656, de 1998 (que regulamenta as atividades das operadoras de planos de saúde na área suplementar). Essa lei foi distorcida. O cooperativismo deve ser isento de tributos. A tributação já matou tantas iniciativas e ameaça o cooperativismo. Ainda é possível reverter essas distorções? Precisamos de uma atuação forte dos cooperados. Precisamos eleger deputados federais, senadores. Deveríamos ter, pelo menos, três ou quatro deputados federais.
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CONFERÊNCIA MAGNA
O cooperativismo é o r humano da economia conferência magna do XV SUECO, que abordou o tema central do encontro, foi ministrada, no dia 3, por uma das maiores autoridades mundiais na área do cooperativismo: o ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Aliança Cooperativista Internacional, Roberto Rodrigues. Por cerca de duas horas, ele falou e debateu com um público atento a “Integração através da Intercooperação – Unidade na Diversidade”, sempre enfatizando o poder do cooperativismo. Atualmente, segundo Rodrigues, 800 milhões de pessoas em todo o mundo – cerca de 5 milhões somente no Brasil – estão ligadas ao cooperativismo. O sistema já foi visto como uma terceira via entre o capitalismo e o socialismo. “Hoje, é a ponte entre esses sistemas, ligando o mercado ao bem-estar”, declarou o ex-ministro, que define as cooperativas como o “rosto humano” da economia, um instrumento capaz de dar sustentabilidade ao desenvolvimento social. O desafio dessa nova fase do cooperativismo, segundo Rodrigues, é colocar as cooperativas em condições de competir com as empresas que visam lucro, mas sem deixar de lado os princípios cooperativistas. Ele citou a Unimed como um exemplo de
Intercooperação Roberto Rodrigues: cooperativas podem competir com empresas que visam lucro
cooperativa de grande competência, eficiência mercadológica e que sabe valorizar sua marca e suas características. Para Rodrigues, outras cooperativas podem seguir o caminho da Unimed. Para isso, ensinou, devem melhorar sua gestão, inovar, crescer, estimular a participação dos jovens e das mulheres no sistema e fazer parcerias estratégicas, como as que a intercooperação proporciona. “Temos de colocar em prática esse princípio, que não tem sido cumprido”, disse, acrescentando que a intercooperação é fundamental para o fortalecimento do cooperativismo. Rodrigues, que também foi um dos palestrantes do V Encontro Unimed de Acadêmicos de Medicina (Enuam), lamentou que muitos cooperados ainda não conheçam a força que têm. A falta de união entre as cooperativas, o excesso de vaidades entre
cooperados e a distância entre a teoria e a prática cooperativista, de acordo com Rodrigues, dificultam a compreensão desta força. “As cooperativas têm um discurso solidário, mas uma prática solitária”, criticou o exministro. Segundo ele, divergências entre cooperados afetam todo o sistema. “O projeto de lei do cooperativismo tramita há 17 anos no Congresso Nacional e ainda não conseguimos aproválo”, disse, atribuindo essa morosidade à inexistência de um acordo entre o setor cooperativista. Rodrigues ressaltou que as cooperativas precisam ser ágeis e profissionais, que os cooperados precisam entender que as cooperativas são deles, que os dirigentes cooperativistas precisam assumir seus papéis de líderes e que os usuários precisam compreender que têm nas cooperativas um diferencial de mercado.
A facilidade de acesso aos financiamentos e às baixas taxas de juros oferecidas pelas cooperativas de crédito, a contratação de uma assistência com a qualidade do Sistema Unimed, a redução de custos operacionais e o aperfeiçoamento da gestão das cooperativas foram algumas vantagens da intercooperação apontadas pelos participantes do painel que debateu a intercooperação entre os diversos ramos do cooperativismo. “Cabe aos líderes identificar os pontos em comum entre as cooperativas e agir”, diss da Unimed do Brasil, João Batista Caetano da Unimed Cerrado, Luiz Antônio Fregone
Responsabilidad cooperativismo
Sistema Cooper
Presidentes e representantes da U Fundação Unimed, Central Nacional Uni Tocantins participaram dos debates sobre o Sistema Cooperativo Unimed. Em pauta: o desempenho do sistema, que tem dados impressionantes, como os 13 milhões de clientes, mais de 100 mil cooperados e R$ 13 bilhões de receita anual com a operação de planos de saúde da Unimed do Brasil.
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rosto
Roberto Rodrigues diz que o cooperativismo é a ponte que liga o mercado ao bem-estar e pode promover o desenvolvimento social
A Carta de Caldas Novas
o em debate
Ao final de cada SUECO, os organizadores do evento sintetizam o que foi discutido em um documento, que também representa um compromisso público de que as diretrizes definidas no simpósio serão seguidas por todos. No encerramento do XV SUECO, o presidente da Unimed Cerrado, cumpriu a tradição. Confira o que diz a Carta de Caldas Novas lida por ele: Com muita alegria e satisfação, Caldas Novas recebeu o XV SUECO. Durante três dias, na cidade das águas quentes, os representantes das Unimeds do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e convidados de outros Estados acompanharam e participaram de um fervilhar de idéias, que em muito enriqueceram o debate sobre o cooperativismo médico. De mais de 20 horas de palestras, cursos e discussões, da diversidade de idéias nasceram propostas para sanar problemas e começaram a ser pavimentados os melhores caminhos para o cooperativismo no setor de saúde. Especialistas e verdadeiras autoridades em outras áreas do cooperativismo, como o ex-ministro Roberto Rodrigues, e o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Lopes de Freitas, deram suas valiosas contribuições aos trabalhos.
se o diretor de Integração Cooperativista o. O diretor- administrativo e financeiro esi, presidiu a mesa diretiva do painel.
de civil e O ministro do Tribunal Superior de Justiça, José Augusto Delgado, abordou a responsabilidade civil pela prática do cooperativismo médico, chamando a atenção para as mudanças impostas pelo novo Código Civil. “A cooperativa é civilmente responsável por erros profissionais dos médicos cooperados”, alertou.
rativo Unimed
Unimed do Brasil, Unimed Seguros, med e Confederação Centro Oeste e
O XV SUECO termina com uma certeza: o cooperativismo é o melhor instrumento para que pessoas comuns possam realizar coisas extraordinárias. É um instrumento de organização, promoção social e distribuição justa de renda e é preciso continuar trabalhando para o crescimento e o fortalecimento desse sistema. O Sistema Unimed, como um claro exemplo de que o cooperativismo na área da saúde pode dar certo, tem um importante papel neste processo. Do sonho e da persistência do Dr. Edmundo Castilho, saímos de uma cooperativa santista criada por cerca de 60 médicos, há quase 40 anos, para um sistema que hoje reúne aproximadamente 110 mil médicos em todo o Brasil e representa 33% do mercado de saúde suplementar. A participação de acadêmicos de Medicina no V ENUAM (Encontro Unimed de Acadêmicos de Medicina), realizado paralelamente ao XV SUECO, é uma prova que os futuros profissionais já começam a despertar para a importância do cooperativismo. Para os futuros médicos, para nós, para toda a sociedade brasileira que confia na marca Unimed, que temos que continuar trabalhando em sua defesa. A integração, o trabalho conjunto com cooperativas de outros ramos, enfim, a intercooperação sobre a qual tanto se falou no XV SUECO, podem engrandecer muito essa luta. Como foi ressaltado por muitos participantes do XV SUECO, não podemos permitir que vaidades e interesses pessoais matem o sonho do cooperativismo que conseguimos tornar realidade. Com respeito às diversidades, temos que trocar o singular pelo plural, o eu pelo nós, o individual pelo coletivo, a competição pela cooperação, o “ou” pelo “e”, porque o “ou” exclui e o “e” agrega, soma. Precisamos afinar o nosso discurso e nossas ações com os valores do cooperativismo: Solidariedade, Eqüidade, Justiça Social, Liberdade e Democracia. Que todos saiam daqui com a convicção de que o cooperativismo não pode ser apenas uma bela teoria, mas uma prática diária capaz de construir um mundo melhor para todos. Comissão Organizadora do XV SUECO
O outro lado da história “A participação do vice-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Gilson Calheman, no XV SUECO, nos trouxe a visão do outro lado, da atuação da agência que regula o setor “, disse o presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes, no encerramento da mesa redonda ANS e Saúde Suplementar.
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PLANEJAMENTO
Unimed Cerrado apresenta propostas para 2007 Na última reunião de 2006 do Conselho de Administração da Unimed Cerrado, realizada no dia 8 de dezembro, foram apresentados alguns tópicos do Plano de Ação 2007. Entre as propostas, apresentadas pelo presidente José Abel Ximenes, estão a intensificação do projeto de intercooperação, a disseminação da cultura cooperativista junto aos acadêmicos de medicina e a ampliação das ações de educação cooperativista, com a promoção de novas turmas dos cursos de perícia, terapia
A Federação Regional das Cooperativas Médicas das Unimeds dos Estados de Goiás e Tocantins tem um novo nome fantasia: Unimed Cerrado. O uso da nova identificação, já adequada ao layout da Unimed do Brasil, foi aprovado na Assembléia Geral Extraordinária, realizada no dia 8 de dezembro.
intensiva e auditoria médica e outros temas solicitados pelas singulares. Desde 1997, mais de 5 mil profissionais já foram capacitados em cursos promovidos pela federação. Ximenes explicou que pretende criar núcleos de discussão sobre os diversos modelos de sistema de saúde. Ele também destacou a responsabilidade social das cooperativas e a importância de parcerias com o setor público na busca de soluções para os problemas de saúde e a prevenção de doenças. Na área de mercado, o
Todo o padrão de identificação visual da federação também será adequado ao layout da Unimed do Brasil. O novo nome faz uma alusão ao bioma presente nos Estados de Goiás e Tocantins e substitui a sigla Fegoto, que vinha sendo usada pela federação.
Alguns projetos da Presidência e das Diretorias de Mercado e AdministrativaFinanceira foram apresentados ao Conselho de Administração
diretor Jonas Ubirajara Husni, citou que estão previstas ações, como o desenvolvimento de um catálogo institucional, realização de um estudo para estruturação da área de vendas, a elaboração de um plano de marketing, a formatação de planos de saúde para as classes C e D e a integração de softwares e da auditoria. Luiz Antônio Fregonesi, diretor Administrativo-Financeiro da Unimed Cerrado, encerrou a apresentação do planejamento citando que, em 2007, a
federação pretende rever sua estrutura organizacional, reformar e adequar a estrutura física, reforçar a identificação das reais necessidades das singulares, desenvolver uma estrutura de indicadores gerenciais e de assessoria para dar suporte às federadas, além de estabelecer estratégias de planejamento econômico e financeiro. Os encontros regionais também devem ser retomados em 2007. Essas propostas serão posteriormente detalhadas na Assembléia Geral Ordinária.
Ximenes integra a Câmara Arbitral do Sistema Unimed O presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes, teve seu nome aprovado pelo Conselho Deliberativo da Unimed do Brasil para integrar a Câmara Arbitral, que vai julgar conflitos no âmbito do Sistema Unimed. A Câmara Arbitral é composta por dirigentes de federações, sete de singulares, dois técnicos das áreas de auditoria médica e intercâmbio,
dois da área jurídica, dois do setor contábil e financeiro e um do administrativo. A escolha dos membros aconteceu no dia 29 de novembro, em São Paulo. Antes, no dia 5 de novembro, José Abel Ximenes foi indicado por unanimidade pelo Conselho de Administração da Unimed Cerrado para integrar a nova Câmara Arbitral.
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SAUDADE
Morre Eliomar Alves Rocha Dezembro é o mês do Natal e, tradicionalmente, uma época de festas e muita alegria. Mas, dezembro de 2006 começou com uma notícia que nenhum funcionário ou diretor da Unimed Cerrado nem das singulares queria receber. Na manhã do dia 1º, Eliomar Alves Rocha, o contador, consultor, professor, colega e amigo de tantos anos, morreu. O expediente estava começando quando os telefones da federação começaram a tocar. Do outro lado da linha, pessoas assustadas, mas esperançosas que a notícia que corria fosse um equívoco, que a vítima tivesse sido um homônimo do amigo querido. Infelizmente, não era assim. O carro que Eliomar dirigia na BR-153, rumo a uma reunião no Sul do Estado, bateu em uma carreta próximo a Morrinhos. O “Coelhinho”, apelido carinhoso recebido dos colegas na juventude, não resistiu ao impacto. Aos 48 anos, morria o amigo de tantas horas, o professor aplicado, o profissional sempre em busca do aperfeiçoamento, o filho carinhoso de dona Damaris, o irmão companheiro de Elisandro, Elinaldo e Eliana, o marido de Helena, o pai de Carolina e Christiane. Recentemente, Eliomar, que era formado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Gestão de Cooperativas e Direito Cooperativo, finalizava um livro. “Está praticamente pronto!”, contou durante o XV SUECO. Estava feliz com mais essa conquista em seu currículo de vencedor. Também contava, com alegria, que logo teria a primeira neta, filha de Carolina. Seus planos, porém, foram interrompidos. Um acidente, uma fatalidade, coisas do destino, vontade de Deus...São muitas as formas de tentar traduzir o que aconteceu, mas apenas uma certeza: não deveria ter acontecido! A dor que tomou conta de todos que o conheciam foi imensa. A saudade será eterna, mas sempre pontuada por boas lembranças do sorriso, da fala apressada e, principalmente, da determinação de quem soube transformar as dificuldades que a vida lhe apresentou em combustível para lutar por seus ideais e concretizar seus sonhos. Ao colaborador dedicado e grande amigo, o reconhecimento, o agradecimento pela valiosa contribuição dada ao Sistema Unimed e a saudade da Diretoria e de toda a equipe da Unimed Cerrado e das singulares. À família e aos amigos, nossa solidariedade. Que os exemplos que ele nos deixou nos fortaleçam na luta por dias melhores para todos.
Homenagem da família a Eliomar Como é grande o vazio que fica... Só não é maior que a alegria de sua presença física, seu sorriso largo, o jeito alto de falar, exagerado quase sempre... Com pressa de viver... Totalmente Eliomar de ser... Que falta você faz aqui! Que Deus o receba e nos ajude aceitar a caminhar sem você... Acreditar no momento em que novamente estaremos juntos, porque, nós sabemos que essa separação é momentânea e tão longa possa nos parecer,a sua duração se apaga diante da eternidade, da felicidade que Deus promete aos seus eleitos... Como é doce e consoloadora a certeza de que não há entre nós senão um véu material que oculta nossa visão. Que você possa estar aqui ao nosso lado, nos ver e ouvir como antes, que nossos pensamentos não cessem de se confundir e que o seu nos siga e nos sustente sempre!!! Que a paz do Senhor esteja com você. Seja Luz onde estiver. Amamos você! Helena, Carolina, Christiane e sua netinha.
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ESCLARECIMENTO
A verdade sobre a liquidação da Aliança Unimed ma série de notícias veiculadas, nos últimos meses, por diretores da Unimed Goiânia, através dos informativos da singular, vem questionando de forma parcial o processo de liquidação da Aliança Cooperativista Nacional Unimed. As informações tendenciosas têm procurado colocar a Unimed Goiânia, que promove ação para receber créditos que seriam devidos pela Aliança, em condição privilegiada perante os demais credores, sem querer aguardar o desfecho final do processo de liquidação que definirá com clareza quem tem a receber e de quem será a responsabilidade pelo pagamento. Também atacam o presidente da Federação das Unimeds dos Estados de Goiás e Tocantins (Unimed Cerrado), José Abel Ximenes, alegando que, por ter sido dirigente da Aliança, em função da liquidação, ele estaria inelegível para cargos diretivos de outras cooperativas, como a Federação Goiás/Tocantins. Neste artigo, o advogado Reginaldo Ferreira Lima e o médico Carlos Henrique Assis de Santa Maria, liquidantes da Aliança, esclarecem alguns tópicos sobre o assunto. Antes, porém, cabe recordar que a Aliança era formada pelas Confederações São Paulo, Norte/Nordeste e Centro-Oeste, esta composta pelas Federações de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Metropolitana, Goiás/Tocantins e suas respectivas associadas. A Confederação São Paulo deixou a Aliança antes do início do processo de liquidação. Quando a liquidação foi aprovada em assembléia, em março de 2006, a Confederação Centro-Oeste indicou o seu advogado, Reginaldo Ferreira Lima, como liquidante, e a Norte/Nordeste, o médico Carlos Henrique Assis de Santa Maria. O presidente da Federação Goiás/Tocantins (hoje, Unimed Cerrado), José Abel Ximenes, ocupou a presidência da Aliança em um mandato tampão de um ano até a Confederação Centro-Oeste e a Norte/Nordeste assumirem o processo de liquidação. Ximenes não concordava com a liquidação, antes que fosse feito o saneamento financeiro da Aliança, quando deixou a diretoria e não aceitou ser reconduzido ao cargo ou ocupar a função de liquidante. Durante seu mandato tampão, Ximenes adotou várias medidas administrativas que muito contribuíram para minimizar as dificuldades financeiras existentes quando ele assumiu. Entre as medidas está a auditoria das contas médicas que, quando concluída, segundo Ximenes, poderá reverter de forma significativa o passivo (dívidas) da Aliança. Portanto, são, no mínimo, estranhas as alegações da Unimed Goiânia, que, recentemente se refiliou à Confederação Centro-Oeste, liquidante da Aliança. A refiliação não mereceu da Unimed Goiânia o mesmo destaque dado pela singular quando deixou a Confederação, alegando entre outras coisas, que a Confederação Centro-Oeste lhe causou prejuízos. Leia o que diz o artigo de Reginaldo Lima e Carlos Henrique Assis sobre a liquidação da Aliança, que tem o aval da Confederação Centro-Oeste, da qual a Unimed Goiânia faz parte:
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ESCLARECIMENTO "A notícia divulgada pela Unimed Goiânia não retrata os fatos na sua inteireza, reportando-se apenas a aspectos parciais, que não refletem a sua realidade, razão pela qual enseja o presente reparo.
dente perigoso que coloca em risco a Unimed como instituição, pois a Agência tenta interferir nas relações jurídicas praticadas internamente entre sociedades cooperativas associadas, pessoas jurídicas de direito privado.
Primeiramente, como a Unimed Goiânia não desconhece, o ato da ANS que decretou a liquidação da Aliança está sendo questionado administrativamente. Os recursos foram impetrados com pedido de efeito suspensivo e ainda não foram julgados, de sorte que o ato não pode ser considerado como definitivo.
As pendências da Aliança serão liquidadas entre os sócios e associadas, na proporção da participação nos contratos celebrados pela Confederação. Assim dispõe o parágrafo primeiro do artigo 1.095, do Código Civil Brasileiro. Tanto a propositura de ações judiciais de cobrança como a habilitação, por parte das cooperativas integrantes do Sistema Unimed, serão medidas inócuas, pois não prosperarão. Nas cooperativas são os sócios, em última análise, os responsáveis pelos compromissos sociais, respondendo não apenas com as quotas-partes do capital (responsabilidade limitada), mas adicionalmente na proporção participativa das atividades que gerarem resultados negativos.
Mesmo que os recursos venham a ser denegados, a Aliança poderá impetrar ações judiciais para anular o ato, tendo em vista a sua flagrante inconsistência jurídica, pois a decisão da ANS foi tomada diante de circunstância insólita. Como todos sabem (e a própria ANS sabia), a Aliança Unimed encerrou suas atividades como operadora de planos de saúde (nacional) desde 12 de outubro de 2005, por decisão da Assembléia Geral Extraordinária realizada em Fortaleza. Depois disso, também por ato da Assembléia Geral Extraordinária, realizada em 29 de março de 2006, a Aliança Unimed decretou sua dissolução e a autoliquidação, oportunidade na qual foram designados os seus liquidantes. O processo de liquidação foi instaurado de acordo com o art. 63, inciso I, da Lei n. 5.764/71, sendo aprovado pela votação de mais de dois terços das cooperativas presentes na Assembléia. Como se observa, a ANS desbordou de sua competência, pois a Aliança já não estava inserida no âmbito das operadoras e já estava – como cooperativa – em processo de auto-liquidação há oito meses. Por outro lado, a Aliança não mantinha (como não mantém) pendências jurídicas com usuários de planos de saúde nem com prestadores de serviços e tampouco demandas trabalhistas ou tributárias. Não ocorreram os pressupostos previstos no art. 24, da Lei n. 9.656/98, necessários para decretar a liquidação da Aliança. Ou seja, a serôdia e inválida liquidação não teve origem em “graves anormalidades”, mas em outros fatores não declinado. A Aliança era uma confederação de cooperativas. Contratava e atuava sempre em nome das unidades que compõem o Sistema Unimed. De acordo com as características legais, a Aliança realizava apenas atos cooperativos com todas as unidades do Sistema Unimed, sócias ou associadas em razão do sistema de intercâmbio. O artigo 79, da Lei n. 5.764/71, define como ato cooperativo tanto os decorrentes da relação das cooperativas com seus sócios, como os atos que tenham origem nas relações entre as cooperativas, para atender aos interesses comuns. Pela norma do parágrafo primeiro do artigo 79, o ato cooperativo não gera operação de mercado nem compra e venda. Dessa forma, a ANS não pode considerar as pendências referentes à realização do ato cooperativo como débitos para a rede credenciada. Aceitar esta interpretação da ANS é uma postura incoerente e até contraditória. Abre um prece-
Ora, se o ato cooperativo abrange não apenas a relação entre sócios, mas inclui as associações entre cooperativas para atender interesses comuns, é claro que o resultado das operações de intercâmbio, caso negativo, também se estenderá às partes (cooperativas) que o integraram. E não se pode dizer que as relações de intercâmbio não caracterizam o ato cooperativo. Basta se constatar a sua origem institucional (Manual de Relacionamento), e a forma como os atos estão escriturados nos demonstrativos contábeis de todas cooperativas participantes. Não geram relação tributária. A relação que se estabelece entre duas cooperativas – para atender aos interesses comuns - não pode ser juridicamente conceituada como de compra e venda.
INELEGIBILIDADE Quanto à notícia de que as pessoas participantes da direção de uma cooperativa em liquidação (ou sob direção fiscal) seriam proibidas de participar da direção de outra Cooperativas (operadoras de planos de saúde), outra vez a Unimed Goiânia aceita uma interveniência perigosa da ANS em nossos direitos como instituição. Esta medida pode até estar servindo a interesses imediatos, mas deveria ser refutada pois constitui indubitavelmente uma agressão aos princípios constitucionais da legalidade e da segurança jurídica. A Unimed, como instituição respeitadora dos princípios básicos da democracia, inscritos na Constituição Federal, deve se posicionar sempre contra esta violência, pois a criação das novas inelegibilidades por texto infralegal (RN 11/ 02) caracteriza ofensa aos fundamentos do Estado Brasileiro. Dessa forma, como a notícia divulgada pela Unimed Goiânia transmite noção incorreta dos fatos, nos vimos obrigados – como liquidantes designados pela Assembléia Geral – a fazer esses reparos, evitando-se que nossa omissão venha a ser interpretada de forma equívoca”. Carlos Henrique Assis de Santa Maria Reginaldo Ferreira Lima (Liquidantes)
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OUTUBRO/DEZEMBRO/2006
CONFRATERNIZAÇÃO
Adeus 2006!
Feliz Ano Novo!!!
A anual festa de confraternização da Unimed Cerrado reuniu diretores, funcionários, cooperados e amigos, que celebraram as conquistas de 2006 e renovaram as energias para iniciar o novo ano
2006 foi um ano muito importante para a Unimed Cerrado: houve a eleição da nova diretoria, Goiás voltou a sediar - com sucesso - o SUECO, vários cursos foram promovidos, o planejamento estratégico da federação entrou em nova fase, houve a reunificação do Sistema Unimed..., enfim, teve muito trabalho e várias conquistas. Para comemorar, diretores, funcionários, cooperados, colaboradores, representantes de entidades da área da saúde e amigos, direta ou indiretamente, ligados à federação reuniram-se na tradicional festa de confraternização promovida pela Unimed Cerrado. O evento, que já faz parte do calendário anual da federação, foi realizado no dia 9 de dezembro, na Mansão Jaó, em Goiânia. Ao som da dupla Rezende & Renato, os convidados se divertiram e dançaram à vontade em um verdadeiro passeio musical por todos os ritmos. Um animado momento de confraternização e renovação das energias para esperar 2007. Confira algumas imagens da festa:
Fotos: Carlos Silva