Nº 78 - ANO XX - FEVEREIRO 2015 www.unimedcerrado.com.br
VISITA A MONDRAGÓN
Conhecendo um exemplo mundial de cooperativismo Dirigentes e técnicos da Unimed Cerrado, de Singulares federadas e da Organização das Cooperativas Brasileiras/Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo em Goiás visitam Mondragón e têm a oportunidade de conhecer o modelo de gestão do complexo cooperativo que é considerado um exemplo mundial de cooperativismo.
A realização do V Simpósio da Unimed Cerrado
Personagem do Cooperativismo: Carlos Dell Eugênio
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PALAVRA DO PRESIDENTE
Força na unidade A união é fundamental para assegurar o crescimento e a perenidade do Sistema Unimed e do grande serviço que prestamos à sociedade Com grande satisfação, promovemos, em novembro, o V Simpósio da Unimed Cerrado. Essa foi a quinta edição deste grande evento, realizado pela primeira vez em 2008. Tivemos a honra de contar com a participação de grandes lideranças do Sistema Unimed e novamente reunir os principais dirigentes de Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins. O resultado não poderia ter sido melhor. Durante dois dias, pudemos debater e refletir sobre o cooperativismo de trabalho médico, a saúde no Brasil e o Sistema Unimed e nestes debates ficou evidente a importância da união do sistema, o que reforçou a proposta que temos defendido há tempos: garantir a unidade com respeito à diversidade. O cooperativismo de trabalho médico no Brasil tem uma história marcada por desafios e superações, mas, acima de tudo, fortalecida pela união das cooperativas. União que entendemos ser fundamental para assegurar o crescimento e a perenidade do Sistema Unimed e do grande serviço que prestamos à sociedade. Um dos primeiros desafios que tivemos de vencer foi a resistência de alguns colegas médicos em participar das cooperativas de trabalho que estavam sendo criadas. Como lembra o colega Carlos Dell Eugênio, em entrevista publicada nesta edição no nosso jornal “Unimed Cerrado em Foco”, inicialmente a criação de cooperativas de médicos não foi bem aceita por todos, o que não é de se estranhar, afinal era uma proposta inovadora. Vencemos esse desafio, contando, principalmente, com uma grande aliada: a educação. E continuamos investindo na educação cooperativista para levar informações e conhecimento aos médicos, cooperados, dirigentes, colaboradores e usuários dos nossos serviços, pois a construção do cooperativismo passa por aprendizados e ensinamentos diários. Assim como a sociedade e a vida, o cooperativismo é dinâmico e está em constante aperfeiçoamento. Hoje, o Sistema Unimed conta com 352 cooperativas, 110 mil cooperados e mais de 20 milhões de clientes em todo o Brasil. Em Goiás e no Tocantins, somos 18 Unimeds, que juntas atendem mais de 1 milhão de clientes, reúnem mais de 4,6 mil médicos e contam com cerca de 2,6 mil colaboradores. São números que revelam a grandeza e a força do Sistema Unimed, que devemos nos unir para preservar. Saudações cooperativistas, Dr. José Abel Ximenes Presidente da Unimed Cerrado
Federação das Unimeds dos Estados de Goiás, Tocantins e Distrito Federal Rua 8-A, número 111, Setor Aeroporto, Goiânia (GO) CEP 74075-240 Fonefax (62) 3221 5100 www.unimedcerrado.com.br
Diretoria
Diretor Presidente: Dr. José Abel Ximenes Diretor Administrativo-Financeiro e de Regulação: Dr. Danúbio Antonio de Oliveira Diretor de Integração Cooperativista e Desenvolvimento Institucional: Dr. Walter Cherubim Bueno Diretor de Mercado: Dr. José de Oliveira e Silva
Unimed Cerrado em Foco Órgão informativo da Unimed Cerrado Número 78 Ano XX – Fevereiro 2015 Edição: Santa Inteligência Comunicação Jornalista Responsável: Rosane Rodrigues da Cunha MTb 764/JP Fone (62) 9903 0935 santainteligencia@terra.com.br Fotos: Unimed Cerrado Arte e Impressão: Cir Gráfica Tiragem: 5 mil exemplares
As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Unimed Cerrado em Foco
Encontros de dirigentes Os dirigentes da Unimed Cerrado e das Singulares federadas têm cinco grandes encontros marcados para 2015. Os encontros visam a troca de informações e fortalecimento do relacionamento entre as cooperativas e a Federação. Página 3
Visita a Mondragón
Em setembro, dirigentes e técnicos da Unimed Cerrado e das Unimeds federadas visitaram e conheceram o funcionamento do maior complexo cooperativo do mundo, localizado na Espanha. Páginas 4 a 7
V Simpósio da Unimed Cerrado
Com a participação das principais lideranças do Sistema Unimed, o simpósio foi realizado em Goiânia, no mês de novembro, e debateu vários temas de grande interesse do cooperativismo de trabalho médico. Páginas 8 e 9
Atendimento no interior José Abel Ximenes participa de debate, promovido pela Ahpaceg e Ipasgo, sobre a interiorização do atendimento de alta complexidade em Goiás. Página 10
AINDA NESTA EDIÇÃO Novos serviços.....................................Página 11 Memória do Cooperativismo..... Página 12 Luto na medicina............................... Página 15
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ENCONTRO REGIONAL
Unimeds do Tocantins participam de IX Encontro Regional Promovido pela Unimed Cerrado, o encontro foi realizado em Palmas (TO) com a participação das Unimeds do Estado A Unimed Cerrado promoveu, nos dias 14 e 15 de novembro, o IX Encontro Regional das Unimeds do Tocantins. O evento foi realizado na sede do Sistema OCB/Sescoop, em Palmas (TO), e reuniu dirigentes, advogados e gerentes da Unimed Cerrado e das Unimeds tocantinenses, que debateram temas, como o atendimento de beneficiários de intercâmbio e pacotes de procedimentos em Palmas, o transporte inter-hospitalar e as negociações com a Cooperativa dos Anestesiologistas do Tocantins. No primeiro dia do encontro, encerrado com um jantar de confraternização, também foram debatidas a interação e integração entre as Unimeds Araguaína, Gurupi e Palmas, a situação e o acompanhamento econômico/financeiro destas Singulares tocantinenses, a central de compras de OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) e o Plansaúde. No dia 15, os par-
ticipantes do evento fizeram uma visita técnica ao hospital da Unimed Palmas. Participaram do encontro, o presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes; os diretores Administrativo-Financeiro e de Regulação, Danúbio Antonio de Oliveira; de Mercado, José de Oliveira e Silva, e de Integração Co-
operativista, Walter Cherubim Bueno, além do gerente Helson Mauro Stumpf e do assessor jurídico Daniel Rodrigues Faria. A Unimed Araguaína foi representada por seu presidente Luiz Carlos de Oliveira; o vice-presidente Sebastião Geraldo de Melo e o advogado Emerson Cotini. Repre-
sentando a Unimed Gurupi, participaram o presidente Luiz Paulo da Silveira e a gerente Marisa Rocha. A Unimed Palmas foi representada pelo presidente Ricardo Val Souto; o diretor Administrativo Nemésio Tomasella; o superintendente Eugênio Pacceli e o advogado Alexsander Santos Moreira.
Novos encontros são agendados para 2015 A promoção de encontros regionais faz parte do calendário de eventos da Unimed Cerrado e visa fortalecer o contato entre a Federação e as Singulares federadas e entre as Unimeds de cada região. Para 2015, estão agendados cinco encontros, que acontecerão entre maio e setembro. Confira: 33 22 e 23 de maio: X Encontro Regional das Unimeds do Norte Goiano – Uruaçu (GO) 33 12 e 13 de junho: X Encontro Regional das Unimeds do Sul Goiano - Morrinhos (GO) 33 7 e 8 de agosto: X Encontro Regional das Unimeds do Tocantins – Araguaína (TO) 33 18 e 19 de setembro: XIII Encontro Regional das Unimeds do Sudoeste Goiano e V Encontro Regional das Unimeds do Centro Goiano – Goiânia (GO)
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MONDRAGÓN
Comitiva da Unimed Cerrado visita o Complexo Cooperativo de Mondragón Na segunda quinzena de setembro, dirigentes e técnicos da Unimed Cerrado e de Singulares federadas participaram, na Espanha, de um seminário sobre cooperativismo e visitaram o Complexo Cooperativo de Mondragón Um grupo formado por 25 dirigentes e técnicos da Unimed Cerrado, de Singulares federadas e da Organização das Cooperativas Brasileiras/ Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo em Goiás (OCB/Sescoop) visitou, em setembro, o Complexo Cooperativo de Mondragón, na Espanha, que é considerado o maior grupo
cooperativo do mundo. Os integrantes da comitiva participaram de um seminário sobre cooperativismo e conheceram várias cooperativas do complexo, que conta com mais de cem empresas com atuação em diferentes segmentos econômicos e fortemente ligadas pela intercooperação. A Unimed Cerrado foi representada pelo presidente José Abel Ximenes, pelos diretores José de Oliveira e Silva (Mercado) e Walter Cherubim Bueno (Integração Cooperativista e Desenvolvimento Institucional) e pelos gerentes Helson Mauro Stumpf (Geral) e Fabiana Daniel Neves (Recursos Humanos). Também participaram desta visita técnica, presidentes e diretores das Unimeds Anápolis, Ara-
guaína, Caldas Novas, Catalão, Gurupi, Jataí, Mineiros, Morrinhos, Norte Goiano (Uruaçu), Planalto (Luziânia), Porangatu, Regional Sul (Itumbiara), Rio Verde, Vale do Corumbá (Ipameri) além de técnicos do Sistema OCB/Sescoop-GO. Durante a visita, a comitiva pôde conhecer o modelo de gestão, a organização e a formação das cooperativas do complexo, aprender com o sucesso e até mesmo com insucessos de Mondragón, que em 2014 encerrou as atividades da cooperativa Fagor, que já tinha sido considerada uma das maiores fabricantes europeias de produtos da linha branca, como geladeiras, fogões e lavadoras. Em Barcelona, a comitiva conheceu o hospital vinculado a uma cooperativa de consumo.
A Complexo Cooperativo de Mondragón (MCC) é um grupo de produção industrial e de empresas cooperativas que abrangem os setores educacional, agrícola, de pesquisa, serviços, crédito e consumo e faturam anualmente mais de 13,6 bilhões de euros. Para o presidente da Unimed Cerrado, Mondragón é um exemplo não só de organização, mas também de vivência da cultura cooperativista. Para os diretores José de Oliveira e Walter Cherubim Bueno, muito da experiência de Mondragón pode ser aplicado na Unimed Cerrado e nas federadas, como a educação cooperativista, a modernização da gestão, o planejamento das ações e a intercooperação.
Confira um resumo dos principais eventos da visita 15/09/2014
Visita à cooperativa industrial Copreci
Centro de Formação Cooperativista e Diretivo Recepção aos alunos no Centro de Serviços Educacionais de Formação Cooperativista e Diretivo e apresentação da história, do modelo de organização e do contexto atual do cooperativismo em Mondragón, que conta hoje com 120 cooperativas, sendo 87 industriais, 1 de crédito,1 de consumo, 4 agrícolas, 13 de pesquisa, 6 de serviço e 8 de educação.
Apresentação do mercado de atuação e produtos fabricados pela Cooperativa Industrial de Componentes Eletrônicos, que conta atualmente com 700 cooperados em Mondragón e 1.300 funcionários fora da cidade. Foram apresentados o modelo de gestão da cooperativa, composição do conselho, modelo de realização da assembleia geral, destinação das sobras, utilização do fundo de reserva, entre outros. A comitiva também conheceu as instalações e as indústrias da cooperativa.
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Visita à sede da Mondragón Corporação Cooperativa - MCC
Encontro com ex-cooperados da Fagor Reunião com dois ex-cooperados da cooperativa Fagor Eletrodomésticos, que esclareceram dúvidas da comitiva sobre o modelo de gestão da cooperativa, que foi fechada em 2014. Eles explicaram o modelo de gestão, relataram problemas enfrentados, erros cometidos e o aprendizado que o grupo teve com o fechamento desta cooperativa do complexo.
Apresentação do vídeo institucional da MCC e da estrutura interna de funcionamento, dos aspectos organizacionais e da importância da sinergia na gestão das cooperativas. As atividades do primeiro dia da viagem técnica foram encerradas com a visita à cooperativa de consumo Hiper Eroski.
16/09/2014
Visita à cooperativa industrial Alecop
17/09/2014
Apresentação da Laboral Kutxa Cooperativa de Crédito Foi feita uma apresentação sobre a crise do mercado mundial de crédito, a bolha imobiliária mundial e suas interferências no mercado e na cooperativa de crédito que, apesar da crise mundial, teve um resultado positivo neste período. Foi apresentada também a organização administrativa da cooperativa, que possui sócios proprietários, sócios clientes e sócios de trabalho, sendo que cada grupo tem direito a 1/3 dos votos nas assembleias.
Apresentação do modelo de gestão da cooperativa, que é formada por estudantes e tem 50 anos de atuação. O funcionamento da Alecop é baseado em cooperar jovens universitários e disponibilizá-los às cooperativas participantes do complexo com o objetivo de proporcionar a esses alunos conhecimento prático em suas áreas de atuação e sua inserção no mercado de trabalho. A cooperativa que recebe o jovem cooperado se responsabiliza pelo pagamento da sua remuneração - em média 500 euros mensais - e recebe da Alecop todo o apoio logístico/ acompanhamento deste jovem durante o seu período de formação.
Cultura organizacional em Mondragón
Apresentação da cooperativa Komiker
Apresentação da importância do processo educacional dos cooperados para a continuidade do desenvolvimento cooperativista. O complexo de Mondragón busca sempre o fortalecimento da cultura organizacional cooperativista visando resultados, como a organização da produção, política de gestão de pessoas, plano estratégico, qualidade de seus produtos, redução de custos e inovação (cultura de aprendizagem).
Apresentação da Komiker – cooperativa que presta serviços de consultoria e desenvolve projetos de inovação às cooperativas do grupo Mondragón. Um dos projetos realizados pela Komiker é o desenvolvimento de equipamento para a manipulação de produtos quimioterápicos. A comitiva também visitou a unidade industrial que trabalha em parceria com a Komiker no desenvolvimento destes produtos.
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MONDRAGÓN
A Universidade de Mondragón
19/09/2014
Visita e apresentação da cooperativa Lagun Aro
Apresentação da história da cooperativa de educação, que foi fundada em 1943 como escola politécnica e, posteriormente, foi transformada em faculdade e universidade. A Universidade de Mondragón conta hoje com quatro faculdades localizadas em oito cidades diferentes e com 3.018 estudantes matriculados, sendo que 37% dos seus recursos financeiros são advindos dos estudantes, 13% são repassados pelo governo Basco e 50% pelas empresas privadas/cooperativas através da transferência de conhecimento/projetos.
18/09/2014
A cooperativa Mondragón Health
Apresentação do histórico de fundação da cooperativa de previdência social voluntária, criada em 1959. Apresentação de seus princípios básicos: sistema misto de cobertura, mutualismo e democracia representativa, solidariedade e responsabilidade, gestão competitiva, não objetiva o lucro, transparência e adequação permanente ao mercado. A organização é composta por assembleia geral, conselho de vigilância, conselho diretor, direção, órgãos delegados, comunidade mutualista, conselho de intervenção, comissão de prestadores e junta de aposentados.
O modelo de gestão cooperativa de Mondragón
Apresentação da cooperativa voltada para o desenvolvimento de produtos na área de saúde, impulsionando a geração de soluções mediante a intercooperação. Entre os serviços prestados estão o home care, consultoria e engenharia, logística e serviços de manutenção e serviços educacionais, como a formação em gestão de cuidados de saúde, treinamento de auxiliar de enfermagem e engenharia biomédica.
Visita à cooperativa Saiolan Apresentação da cooperativa Saiolan – incubadora de empresas. Trata-se de um centro de inovação empresarial radicado em Mondragón, com mais de 15 anos de experiência na geração de emprego através da inovação nas empresas. O trabalho da cooperativa é desenvolvido de duas formas: o cooperador tem uma ideia, elabora um projeto e o apresenta à empresa ou a empresa necessita inovar seus produtos, firma um contrato com a Saiolan, elabora um projeto de inovação, busca um grupo emprendedor, cria uma nova cooperativa e/ou incorpora a produção a uma cooperativa existente.
Na apresentação, foram abordados basicamente os pilares do modelo de gestão cooperativista de Mondragón: filosofia, diretrizes, conjunto de ferramentas, procedimentos de atuação e metodologias utilizadas. A Mondragón Corporação Cooperativa (MCC) é uma realidade socioeconômica de caráter empresarial criada por e para as pessoas, inspirada nos princípios básicos da experiência cooperativa local, comprometida com o entorno, a melhoria competitiva e a satisfação do cliente para gerar riqueza na sociedade mediante o desenvolvimento empresarial e a criação de emprego.
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Visita ao Museu de Arizmendiarrieta, em Otalora
O grupo visitou o museu que reúne fotos, documentos e objetos que contam a história do Complexo Cooperativo de Mondragón.
Encerramento do seminário
22/09/2014
Visita ao Hospital de Barcelona
Visita a alguns setores do Hospital de Barcelona, inaugurado em 1989. A comitiva também assistiu a uma palestra do médico José Carlos Guisado, que enfocou o panorama da saúde mundial e em especial o sistema de saúde espanhol. O Hospital de Barcelona é um hospital geral de propriedade da cooperativa de consumo SCIAS, que foi fundada em 1974 por Josep Espriu. A cooperativa é também gestora do hospital de Barcelona e membro fundadora da Fundação Espriu, mantida somente com recursos privados, sendo aberta a cooperativa de médicos e a seus beneficiários/cooperados. (Colaboração: Fabiana Daniel Neves/Gerente de Gestão de Pessoas e Sustentabilidade e Qualidade da Unimed Cerrado)
Conclusão do seminário com validação do modelo apresentado e verificação da possibilidade de transferência/adequação deste modelo à realidade da Unimed Cerrado.
Parceria e visita à Unimed Cerrado No dia 7 de abril de 2015, Mikel Lezamiz, diretor de Difusão Cooperativista do complexo MCC, vai visitar a sede da Unimed Cerrado, dando sequência a essa parceria iniciada com a ida da comitiva de dirigentes goianos e tocantinenses à Espanha e reforçada com a participação do diretor, por videoconferência, no V Simpósio da Unimed Cerrado, realizado no final de novembro, em Goiânia.
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SIMPÓSIO
V Simpósio da Unimed Cerrado é realizado com grande sucesso Realizado em Goiânia nos dias 27 e 28 de novembro de 2014, o evento reuniu as principais lideranças do Sistema Unimed “Um sucesso”. Assim diretores da Unimed Cerrado classificaram a quinta edição do simpósio da Federação das Unimeds dos Estados de Goiás e Tocantins e do Distrito Federal (Unimed Cerrado), realizada em Goiânia nos dias 27 e 28 de novembro com a participação das principais lideranças nacionais e regionais do Sistema Unimed, dirigentes, cooperados e colaboradores. “O V Simpósio da Unimed Cerrado atendeu nossas expectativas e contou com mais de 300 participantes, incluindo dirigentes de todas as Federações da região”, comemorou o presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes. O diretor de Mercado, José de Oliveira e Silva, que coordenou o VI Seminário de Mercado realizado no dia 27, também celebrou o sucesso do simpósio, que debateu temas atuais relacionados à saúde suplementar, à atenção
José de Oliveira (esq.), José Abel Ximenes, Eudes de Freitas Aquino, Danúbio Antonio de Oliveira e Walter Cherubim Bueno: lideranças
integral à saúde, ao cooperativismo de trabalho médico e à educação cooperativista, discutiu diretrizes e apresentou novos produtos e serviços que vão contribuir para melhorar o trabalho das cooperativas. Para o diretor Administrativo-Financeiro e de Regulação da Unimed Cerrado, Danúbio Antonio de Oliveira, o simpósio foi um sucesso total e muito produtivo. Se-
gundo ele, a programação - desenvolvida a partir do tema “Cooperativas: Desafios e Tendências. Força na Unidade” - trouxe muitas informações que os participantes vão poder aplicar em suas Singulares. Diretor de Integração Cooperativista da Unimed Cerrado, Walter Cherubim Bueno, observou que, apesar da realização simultânea de
eventos do Sistema Unimed em outros Estados, a participação do público foi muito expressiva. “O foco principal do simpósio era a integração e a interação entre as Unimeds da região, atingimos nosso objetivo e estamos prontos para fortalecer o diálogo entre as Federações para trabalharmos pelo crescimento do sistema no Centro-Oeste e Tocantins”, disse.
Lideranças presentes Entre os participantes do V Simpósio da Unimed Cerrado estavam o presidente da Unimed do Brasil, Eudes de Freitas Aquino; o vice-presidente Orestes Barrozo Medeiros Pullin; o presidente da Federação das Unimeds de Mato Grosso do Sul, Jamal Nas-
ser Haddad; o presidente da Federação das Unimeds de Mato Grosso, Kamil Hussein Fares; os presidentes da Unimed Cuiabá, João Bosco de Almeida Duarte, e da Unimed Campo Grande, Sarita Garcia Rocha; além de presidentes das Unimeds federadas.
Kamil (esq.), Ximenes, Jamal, Orestes, Sarita e João Bosco: participação
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Projeto Operadora-Prestadora em debate no simpósio Federações abordam as vantagens do projeto, já implantado na Unimed Cerrado Uma das pioneiras no Sistema Unimed na adesão ao Projeto Operadora-Prestadora, a Unimed Cerrado colocou o tema em debate no segundo dia de seu quinto simpósio. A mesa-redonda “Projeto Operadora/Prestadora - Vantagens e Desvantagens” foi presidida pelo diretor de Mercado, José de Oliveira e Silva, que também preside a Unimed Norte Goiano, uma das quatro Singulares prestadoras que têm a carteira administrada pela Unimed Cerrado. O presidente da Unimed do Brasil, Eudes de Freitas
Aquino, participou do debate e afirmou que o modelo atual do Sistema Unimed se depara com a redução das Singulares, exige mudanças e tudo caminha para a adoção deste formato operadora-prestadora. “Mas, não há uma receita pronta para o sucesso deste projeto, há outros modelos que podem caminhar juntos, cada região precisa encontrar sua fórmula e a Unimed do Brasil está à disposição para assessorar as Unimeds nesta busca”, disse. Darival Bringel de Olinda, presidente da Federação das Unimeds do Estado do Ceará, falou das vantagens da implantação do projeto na federação cearense, como o compartilhamento entre as prestadoras de serviços
administrativos, que antes consumiam cerca de 20% da receita das Singulares. Geraldo Rosa da Trindade, gerente de Gestão do Conhecimento da Federação das Unimeds do Estado de Santa Catarina, citou que a adesão ao projeto beneficiou os clientes, os cooperados, a federação e as Unimeds prestadoras, que tiveram um aumento na carteira e na receita. A experiência da Unimed Cerrado foi apresentada pelo diretor Administrativo-Financeiro e de Regulação, Danúbio Antonio de Oliveira. A Unimed Cerrado assumiu a função de operadora em 2004 e atualmente administra as carteiras das Unimeds Goianésia, Norte Goiano, Porangatu e Vale do São Patrício.
Outros temas em pauta A programação do V Simpósio da Unimed Cerrado contou com outras três mesas-redondas: “Modelo de Governança Cooperativa”, que incluiu uma videoconferência internacional com o diretor de Difusão Cooperativista do Complexo Cooperativo de Mondragón, Mikel Lezamiz; “Sistema Unimed na Região Centro-Oeste e Tocantins – Opções de Modelo de Integração Regional” e “Modelo Assistencial - Atenção Integral à Saúde”.
Seminário de Mercado, oficinas e workshops e a feira de negócios integraram a programação A programação do V Simpósio da Unimed Cerrado incluiu também oficinas técnicas nas áreas Contábil, Jurídica, de Recursos Humanos e de Tecnologia da Informação; o VI Seminário de Mercado, o Workshop de Auditoria Médica e o 26º Encontro do Grupo Permanente
de Atendimento (26º GPA), além de reuniões da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do conselho de administração da Unimed Cerrado. Nos intervalos desta programação, os participantes puderam visitar os estandes instalados no Oliveira´ s Place
Festa celebra os 20 anos da Unimed Cerrado A festa anual de confraternização da Unimed Cerrado, realizada na noite de 28 de novembro, marcou o encerramento do V Simpósio e celebrou também os 20 anos da Federação. Dirigentes, colaboradores, coopera-
dos e convidados puderam se divertir e comemorar as conquistas destas duas décadas de trabalho em prol do cooperativismo e do Sistema Unimed em Goiás, no Tocantins e no Distrito Federal.
- como os da Unimed Cerrado, Unimed do Brasil e Uniodonto -, conhecer os produtos e serviços oferecidos, se divertir com brincadeiras e sorteios de brindes. Um dos estandes que chamou a atenção dos participantes do simpósio foi o da Gestão Saúde Administradora, a Cooperati-
va Nacional das Cooperativas de Usuários de Assistência Médica, que foi criada com o objetivo de comercializar planos de saúde coletivos por adesão exclusivamente para as cooperativas Unimed. O trabalho da Gestão Saúde também foi apresentado no VI Seminário de Mercado
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AGENDA
Ximenes participa de debate sobre atendimento hospitalar no interior O “I Debate sobre Atendimento de Alta Complexidade no Interior do Estado” foi promovido pela Ahpaceg e Ipasgo com o objetivo de melhorar e regionalizar a assistência O presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes, participou, no dia 1º de dezembro, do “I Debate sobre Atendimento de Alta Complexidade no Interior do Estado”. O evento foi promovido pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) e pelo Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) e reuniu diretores das duas instituições; o então secretário Estadual de Saúde, Halim Antonio Girade; representantes de hospitais de alta complexidade da capital e de nove hospitais de Catalão, Ceres, Formosa, Jataí, Rio Verde e São Luís de Montes Belos. O objetivo foi discutir a regionalização e a qualificação da assistência hospitalar
Ximenes: trabalho conjunto para melhorar o atendimento
de alta complexidade no interior goiano, visando garantir o atendimento à população em municípios-polo e o encaminhamento a Goiânia apenas dos pacientes que não podem ser atendidos no interior. Nestes casos, a proposta dos organizadores do debate é que as transferências sejam reguladas pelo Ipasgo para que os pacientes sejam encaminhados a hospitais com
o perfil exigido para o atendimento de suas necessidades. Hospitais associados da Ahpaceg, todos certificados e com serviços de alta complexidade, vão integrar a rede de referência. Ximenes ressaltou a importância desta parceria entre o Ipasgo, a Ahpaceg e os hospitais do interior para melhorar o atendimento aos pacientes. Ele observou que
o Sistema Unimed tem um grande compromisso social e também pode fazer parte desta parceira, contribuindo para a melhoria da assistência à população e também da qualificação dos serviços por meio da educação. “Temos uma estrutura para a realização de cursos e treinamentos e o Projeto Sinal, que foi eleito a melhor rede de videoconferência do Brasil”, disse.
Ahpaceg e Ipasgo querem a parceria da Unimed Cerrado O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, agradeceu a presença de Ximenes no simpósio e o interesse da Unimed Cerrado em apoiar esse projeto de integração entre hospitais da capital e do interior. “Muito nos alegra a possibilidade de ver esse projeto iniciado com o Ipasgo ser ampliado com a participação da Unimed Cerrado”, afirmou. Francisco Taveira Neto, presidente do Ipasgo, também agradeceu a participa-
ção de Ximenes e adiantou que o instituto tem interesse em firmar uma parceria com a Unimed Cerrado, inclusive para atender seus beneficiários no Tocantins e no Entorno do Distrito Federal. O presidente do Ipasgo disse ainda que fará uma classificação da rede prestadora, o que resultará no aumento da remuneração dos prestadores de serviços de saúde de acordo com a qualidade e a resolutividade do atendimento prestado.
Taveira Neto (em pé): parceria para o Tocantins e Entorno do DF
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SERVIÇOS
Federação oferece consultoria atuarial às Singulares Uma parceria firmada entre a Unimed Cerrado e a Unimed do Brasil proporciona descontos às Singulares na contratação da Consultoria Atuarial Unimed A Diretoria de Mercado da Unimed Cerrado firmou uma parceria com a Unimed do Brasil para garantir descontos às Singulares federadas na contratação de serviços de assessoria e consultoria atuarial prestados pela Unica (Consultoria Atuarial Unimed). Criada em 2012, a Unica já atende as demandas internas da Unimed do Brasil e 30 Unimeds de todo o País, oferecendo soluções às especificidades do Sistema Unimed no que
diz respeito a questões atuariais. Por meio desta parceria entre a Unimed Cerrado e a Unimed do Brasil, as Singulares federadas que aderirem ao contrato de prestação de serviços, via Federação, vão contar com descontos especiais. Cinco Unimeds já aderiram ao serviço contratado também pela Unimed Cerrado. Outras Singulares estão em negociação com a Federação. Entre os serviços prestados pela Unica estão a gestão atuarial com a avaliação mensal das provisões técnicas e aderência às Normas Técnicas e Notas Técnicas Atuariais; o cálculo de índice de reajuste de planos com base na avaliação analítica da carteira, nas negociações de contrato com prestado-
Unica: soluções às especificidades do Sistema Unimed
res, definição de política de remuneração ao cooperado, alteração de rol de coberturas e segmentação de clientes e assessoria jurídica com orientações técnicas na interpretação e execução das resoluções da ANS.
Para saber mais sobre esse novo serviço oferecido às Singulares, entre em contato com a Federação pelo e-mail fernanda@unimedcerrado.com.br ou pelo telefone (62) 3221 5141.
Unimed Vale do Corumbá adere aos serviços de Call Center e Ouvidoria Os serviços de Call Center/Serviço de Atendimento ao Consumidor e de Ouvidoria prestados pela Unimed Cerrado às federadas já contam com a adesão de mais uma Singular: a Unimed Vale do Corumbá, com sede em Ipameri (GO). Com essa adesão, os serviços implantados em 2013 passam a atender nove Unimeds: Anápolis, Araguaína, Caldas Novas, Catalão, Gurupi, Mineiros, Morrinhos, além da própria Unimed Cerrado e da Unimed Vale do Corumbá. O gerente Administrativo da Unimed Vale do Corumbá, Weslei José, explica que a cooperativa aderiu a esses serviços buscando proporcionar
um melhor atendimento aos beneficiários e prestadores, principalmente fora do horário comercial, fins de semana e feriados. Atualmente, a Unimed Vale do Corumbá conta com 6.993 clientes. “Esperamos que esses serviços consigam atender de forma profissional e responsável as expectativas das pessoas que entrarem em contato com a cooperativa por esse novo canal de atendimento”, diz o gerente. O Call Center/SAC pode ser acessado pelo telefone 0800 642 1640. Ao ligar, o usuário ou prestador poderá esclarecer dúvidas e consultar a situação de procedimentos solicitados, como
autorização e liberação de exames, cirurgias, e também poderá obter outras informações sobre a cooperativa. Esse atendimento funciona 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana. A Ouvidoria pode ser acessada pelo telefone 0800 642 1660, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30, para o registro de reclamações, sugestões e elogios. Esse serviço, que cumpre todos os requisitos legais exigidos, também presta atendimento por e-mail ouvidoria@unimedcerrado. com.br, presencial ou por carta na sede da Federação – Rua 8-A, número, 111, Setor Aeroporto, Goiânia (GO).
Saiba mais... A Ouvidoria e o Call Center/SAC da Unimed Cerrado funcionam na sede da Federação, têm capacidade para atender 78 mil vidas e a possibilidade de ampliar esse número, inicialmente, para até 120 mil usuários. Os serviços estão disponíveis a todas as Singulares federadas.
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MEMÓRIA DO COOPERATIVISMO – PERSONAGENS
CARLOS DELL EUGÊNIO:
“Eu nasci para ser médico” Quando Carlos Dell Eugênio diz que “nasceu para ser médico” não há exageros nesta afirmação. Afinal, dos seus 80 anos de vida – bem vividos e comemorados em novembro de 2014 – quase 60 são dedicados à medicina. Ao longo destas seis décadas, ele nunca se arrependeu da escolha da profissão pela qual começou a se interessar ainda bem jovem, observando o trabalho do pai, que era farmacêutico no interior de São Paulo e inúmeras vezes fazia o papel de médico, atendendo adultos e crianças em busca de tratamento para pequenos males. Aprovado em um vestibular disputado, ele se formou em medicina na capital paulista. Com o diploma na mão e muita disposição para o trabalho, Carlos Dell Eugênio trocou a cidade grande pelo interior goiano. A opção pelo trabalho em Rio Verde, então um pequeno e precário município interiorano, lhe rendeu críticas por parte dos colegas. Mas, essa opção nunca foi alvo de arrependimento do médico, que se orgulha da escolha feita. Nesta edição, o Projeto Memória do
Cooperativismo conta um pouco da história de Carlos Dell Eugênio, que é casado com Mery, “a grande companheira”, e pai das médicas Marisa e Selma, da administradora de empresas Sandra, da enfermeira padrão Raquel e da dona de casa Sílvia e tem 14 netos, quatro deles cursando medicina. O início de tudo Nasci em Taquaritinga, no interior de São Paulo, em 6 de novembro de 1934. Fiz o curso primário em Santos; o então ginásio e científico no Liceu Pasteur, em São Paulo, e ingressei na Faculdade de Medicina da PUC de São Paulo, onde me formei em 1958, aos 23 anos de idade. A vinda para Goiás Quando me formei, não havia residência médica como agora e recebi um convite para trabalhar em Rio Verde, no interior de Goiás. Naquela época, falar em ir para Rio Verde era o mesmo que falar em ir para Serra Leoa ou qualquer lugar distante da África. Era o fim do mundo. Meus parentes e colegas de turma pensaram que eu estivesse perturbado da cabeça por aceitar o convite. Praticamente, não havia estradas, a locomoção para a cidade era muito difícil, mas havia uma coisa fantástica em Rio Verde: o Hospital Evangélico, que tinha à frente o dr. Gordon, médico e pastor americano, que foi meu grande professor em medicina. A grande escola Nós fazíamos cirurgia geral e era cirurgia geral
mesmo. Em Rio Verde, tinha muitos casos de agressões, facadas, tiros e acidentes e, praticamente todos os dias, tínhamos grandes cirurgias. Não existia o que existe hoje: ambulância que leva o paciente para a capital ou outras cidades com mais recursos; não tinha avião que transportasse pacientes, como temos hoje em nossa Unimed; as estradas eram muito ruins e ficavam intransitáveis no período de chuva, que ia de outubro a abril. Assim, tudo tinha que ser resolvido na cidade e a estrutura era mínima. Mas, essas dificuldades se transformaram em uma grande escola para os médicos, pois tínhamos que ser cirurgiões, ortopedistas, anestesistas, obstetras, ginecologistas. Fazíamos tudo. O interesse pelo paciente A equipe médica da cidade era pequena. Hoje, só a Unimed Rio Verde tem cerca de 200 médicos cooperados. Naquela época, éramos seis médicos no Hospital Evangélico, mais três no Hospital Santa Terezinha e um médico, o dr. Correia. Éramos 10 médicos, não tínhamos essa parafernália que tem hoje, com ressonância magnética, ultrassom, tomografia, mas resolvíamos tudo. Era uma medicina muito boa, muito aplicada em relação ao paciente, baseada na clínica, no exame do doente. O dr. Gordon era um grande professor e insistia que examinássemos o paciente totalmente. A ida para Mineiros No fim de 1960, o médico Suhail Rahal, que era um dos donos do Hospital Samaritano, o único de Mineiros, me convidou para trabalhar com ele. Eu, paulista, pretendia voltar para minha cida-
de, mas fui passar uns dias em Mineiros, convencido também pelo dr. Francisco Filgueiras, que era diretor do hospital, a ajudar outro médico durante as férias do dr. Suhail. Falei para minha esposa, Mery, que iria, ficaria uns seis meses e depois iríamos embora. Mas, estou em Mineiros até hoje. Participei do crescimento do Hospital Samaritano, vi a fundação de mais três hospitais muito bons, com colegas muito capacitados e, hoje, vejo Mineiros com uma medicina muito boa, com grande resolutividade, muitas especialidades. Crescemos junto com a medicina na cidade. Realização profissional Acho que me realizei profissionalmente atuando como médico no interior. Se pudesse voltar atrás, faria a mesma escolha, escolheria a mesma medicina que pratiquei até agora. Antes, trabalhávamos demais. Chegávamos a fazer até nove cirurgias por dia e nós que dávamos anestesia, entubávamos, operávamos. Hoje, melhorou muito e continuo trabalhando no consultório, faço algumas cirurgias, mas faço mais clínica. A rotina atual Chego ao consultório às 8h30 e fico até a hora que precisar pela manhã. Depois, retorno às 14h30 e fico até quando for necessário. Muitas vezes, atendo até as 20 horas. Como estou há mais de 50 anos na cidade, tenho uma clínica muito grande, tenho um consultório de medicina geral, atendo muita gestante, paciente de terceira idade. É algo curioso: tenho pacientes que se tratam comigo há 45 anos. Não sei se o médico é bom ou o paciente que é muito paciencioso.
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Os avanços da medicina Quando me formei, havia 28 faculdades em todo o Brasil. Não tinha esse turismo de vestibular, que tem hoje. No fim de 2014, um parente meu chegou a agendar 11 vestibulares. Quando ingressei no curso, contávamos com apenas três faculdades em São Paulo: a Escola Paulista de Medicina, a Faculdade da USP e a PUC. A gente fazia o vestibular só em uma e era mais difícil do que agora, pois era eliminatório, não classificatório. Na minha turma da PUC, tinha 50 vagas e só entraram 27 alunos. Durante o curso, tínhamos muito material para trabalhar. Eu trabalhava em uma enfermaria com 150 pacientes divididos em clínica neurológica, ortopédica, obstétrica. Tínhamos uma base muito boa. O médico saía com uma formação boa. Não vou dizer que saía melhor do que agora, mas saía com uma boa formação em medicina, pronto para fazer uma medicina voltada mesmo para o paciente. Hoje, vejo colegas que veem superficialmente o paciente e já pedem ressonância, ultrassom, 20 exames de sangue em casos que poderiam ser resolvidos com um exame clínico bem apurado. Esse comportamento dos médicos encareceu a medicina. O ingresso no cooperativismo Meu primeiro contato com o cooperativismo foi há 21 anos. Um colega, diretor de nosso hospital, intentou de fundar a Unimed em Mineiros. Não dei fé, pois era tudo muito novo, a Unimed do Brasil tinha 20 e poucos anos, achei que a ideia não iria avançar. Mas, esse colega estava muito entusiasmado e foi me entusiasmando. Logo, vi que era algo importante para os médicos e comecei a participar mais ativamente da Unimed Mineiros, da qual me tornei presidente há cinco anos. Hoje, graças a Deus e não é esforço somente nosso, mas de toda a diretoria, nos-
sa Unimed está indo muito bem, está bem estruturada e nestes últimos anos só tem tido progresso. A cooperativa é pequena, com 70 médicos cooperados e 11 mil vidas, mas muito bem estruturada. A educação continuada Estou fazendo o curso de pós-graduação em Gestão em Cooperativas e tenho estimulado muito os colegas cooperados a participarem da Unimed. Como disse o Portella (ex-ministro da Educação, Eduardo Portella, que afirmou “não sou ministro, estou ministro”), “nós estamos presidentes”, daqui a pouco não seremos mais. Precisa haver uma renovação no quadro de dirigentes. Temos cuidado o máximo possível para nos aprimorarmos no cooperativismo, melhorarmos nossa capacidade de administração e tem dado resultado. As muitas viagens Viajar é um hobby. Tenho um projeto de conhecer o mundo. Minha esposa Mery é uma grande companheira. Começamos as viagens há 40 anos e em 2014 completamos 93 países visitados, Acho que poucas pessoas no Brasil conhecem tantos países, andaram tanto. Em setembro de 2014, estivemos na Letônia, Lituânia e Estônia. Eram os três países da Europa que faltavam. Após essa viagem, passei 20 dias em Lisboa com todas as filhas e visitamos várias cidades portuguesas. Já fui umas dez vezes a Portugal. Já visitamos a África, Oceania, ...., e cada lugar tem uma característica interessante. É difícil dizer qual o melhor. A cidade mais badalada que já conheci é Paris, a mais bonita, que tem mais atrações para visitar. Mas, cada lugar tem seu encanto. (Texto/Edição: Rosane Rodrigues da Cunha)
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SUSTENTABILIDADE
Unimed Cerrado recebe o 1º Prêmio Abap-GO de Sustentabilidade A Unimed Cerrado conquistou o terceiro lugar na categoria Personalidade com o “Projeto Socioambiental” A Unimed Cerrado foi uma das vencedoras do 1º Prêmio Abap-GO de Sustentabilidade, promovido pela Associação Brasileira de Agência de Publicidade – Goiás (Abap-GO) com o apoio do Grupo Jaime Câmara e do Sistema Fieg (Federação das Indústrias do Estado de Goiás). A conquista deste prêmio, entregue no dia 4 de dezembro, é mais um reconhecimento público da importância das ações socioambientais desenvolvidas pela Unimed Cerrado, que em 2014 conquistou também o Selo Ouro de Sustentabilidade, concedido pela Unimed do Brasil. O júri, composto por publicitários, jornalista e um professor de comunicação, avaliou os cases inscritos por empresas e agências e elegeu os três melhores nas categorias Social, Meio Ambiente, Cultura, Inovação e Personalidade. A Unimed Cerrado conquistou o terceiro lugar na categoria Personalidade com o “Projeto Socioambien-
Walter Cherubim Bueno (esq.), José de Oliveira e Silva, Danúbio Antonio de Oliveira e José Abel Ximenes: diretores da Unimed Cerrado com o Prêmio Abap-GO de Sustentabilidade
tal”, que inclui ações desenvolvidas junto a clientes e colaboradores da Federação e das cooperativas federadas. Esse trabalho, realizado ao longo de 2014, visava a conscientização, motivação e envolvimento do público na prática de ações socialmente responsáveis, voltadas para a preservação ambiental, a promoção da saúde e bem-estar e o desenvolvimento da comunidade, princípios do
cooperativismo que fazem parte do cotidiano da Unimed Cerrado. Desenvolvido por meio de comunicação interna, ações promocionais, cursos e eventos, o trabalho teve resultados bem satisfatórios, possibilitando, por exemplo, a redução de gastos por meio do consumo consciente de energia, água e copos descartáveis. Entre as ações desenvolvidas e apresentadas no pro-
jeto premiado, estão o programa “Consumo Consciente”; as campanhas “Eu ajudo na lata” e de doação de sangue; a promoção dos cursos “Cozinha Saudável” e de formação de brigadistas; a instalação da “Tenda da Saúde”; o trabalho da Biblioteca Buriti da Unimed Cerrado e a participação de colaboradores em ações sociais e voluntárias, como o “Dia da Criança” e o “Dia C – Dia de Cooperar”.
Campanha “Eu ajudo na lata” beneficia morador de Campinorte A grande participação de colaboradores, cooperados, dirigentes e clientes da Unimed Cerrado e de Unimeds federadas, a campanha “Eu ajudo na lata” fez a alegria de um morador de Campinorte, no norte de Goiás. Cariolano Ambrósio dos Santos, de 75 anos de idade, é cadeirante há mais de 50 anos e foi be-
neficiado com uma cadeira de rodas nova e adequada as suas necessidades. A cadeira foi adquirida com a venda dos lacres de latas de alumínio arrecadados durante a campanha. A fisioterapeuta Gislene de Souza acompanhou a entrega e contou que o paciente precisava de uma cadeira nova,
mas não tinha condições de adquirir esse equipamento. A doação encheu de alegria não só o “seo” Coriolano, mas todos que participam da campanha. Essa foi a primeira vez que a Unimed Cerrado participou da “Eu ajudo na lata” promovida pela Unimed do Brasil. A participação na próxima edição já está confirmada.
“Seo” Coriolano: cadeira nova com a ajuda da lata
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LUTO
Morre o médico Joffre Marcondes de Rezende Admirador e defensor do cooperativismo de trabalho médico, ele foi um ícone da medicina goiana e um exemplo para toda a classe médica O médico, professor e escritor Joffre Marcondes de Rezende morreu em Goiânia, no dia 26 de janeiro de 2015. Joffre tinha 93 anos de idade e dedicou mais de 60 deles à medicina. Ao longo destas mais de seis décadas de trabalho, ele se destacou como um dos grandes nomes da medicina não só em Goiás, mas em todo o Brasil, com uma reconhecida atuação nas áreas clínica e de pesquisa. Admirador e defensor do cooperativismo de trabalho médico e cooperado da Unimed Goiânia desde
1998, ele foi um dos fundadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, da Academia Goiana de Medicina, da Sociedade Goiana de Gastroenterologia, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e da Sociedade Brasileira de História da Medicina. É autor e coautor de vários artigos e capítulos de livros da área médica publicados no Brasil e no exterior. É também autor dos livros “Linguagem Médica”, “Vertentes da Medicina” e “À sombra do plátano”. Seu último livro, “Seara de Asclépio – Uma Visão Diacrônica da Medicina”, que tem também como organizadores os médicos Gil Perini e Vardeli Alves de Moraes, foi lançado no final de 2013 com o patrocínio da Unimed do Brasil.
Joffre Marcondes de Rezende por ele mesmo Em entrevista ao jornal “Unimed Cerrado em Foco”, no final de 2013, Joffre Marcondes de Rezende falou sobre seu trabalho, o cooperativismo, a medicina, a paixão pela literatura e a família. Em um trecho da entrevista, que faz parte do projeto Memória do Cooperativismo, lançado pela Unimed Cerrado, Joffre se descreveu. Confira: “É muito difícil definir a si próprio. Para ser sintético diria que sou um discípulo de Dom Quixote. A minha vida é uma história de ide-
alismo, de luta permanente em busca de objetivos definidos e na defesa das causas e das ideias que me pareceram corretas e justas. Na trajetória da vida todos nós realizamos apenas parte de nossos projetos; muitos outros ficam pelo caminho, ou porque colocamos muito alto as nossas metas, ou por circunstâncias adversas. Ao final, há sempre um sentimento misto de satisfação pelo que fizemos e de frustração pelo que deixamos de fazer. O importante é que haja um saldo positivo.”
A homenagem da Unimed Cerrado
Muito obrigado, professor Joffre Marcondes de Rezende! A morte do médico Joffre Marcondes de Rezende deixou a medicina e o cooperativismo de trabalho médico goianos enlutados. Perdemos um grande médico, um amigo, um professor, um cooperado, um incentivador, um verdadeiro mestre que ajudou a construir e a contar a história da medicina em Goiás e no Brasil. Sua presença, sua alegria e sua dedicação à medicina vão fazer muita falta. Ficamos com nossa saudade, mas, principalmente, com o seu exemplo de vida e de amor à profissão. Descanse em paz, professor Joffre Marcondes de Rezende! Unimed Cerrado
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ARTIGO - LENA CASTELLO BRANCO
Primeiros hospitais em Goiás
* Lena Castello Branco Ferreira de Freitas é doutora em História, professora Titular (aposentada) da Universidade Federal de Goiás, sócia emérita do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, sócia fundadora da Sociedade Brasileira de História da Medicina. (lenacastelo@uol.com.br)
No início da Idade Moderna, foram criadas pela Irmandade de Nossa Senhora da Misericórdia as Santas Casas, que logo se multiplicaram em Portugal e domínios ultramarinos. Nelas, cuidava-se prioritariamente da salvação das almas; “curar os doentes” era uma das “obras corporais” que deviam ser praticadas pelos Irmãos da Misericórdia, dentre as quais: remir os cativos, visitar os presos, cobrir os nus, dar de comer aos famintos, dar de beber a quem tem sede, dar pouso aos peregrinos, enterrar os mortos. No Brasil, a primeira Santa Casa de Misericórdia (1546) foi erguida em Santos, no litoral paulista; igualmente antigas são as da Bahia, Recife, Rio de Janeiro, Vitória, São Paulo e outras mais. A Capitania de Goiás não contou com essa benemérita instituição. Ou melhor, teve-a somente em 1937, quando era construída Goiânia, a nova capital do Estado. Nos tempos iniciais de
Vila Boa de Goiás, a Irmandade de São Miguel e Almas fazia as vezes das Misericórdias: socorria em vida os pobres, os enfermos e os desamparados; após a morte, cuidava de enterrá-los decentemente. Assistia também os condenados pela Justiça; dava-lhes veste apropriada, providenciava a corda para o enforcamento, promovia a celebração de missas em sufrágio de suas almas e diligenciava para que fossem sepultados como cristãos. Nas turbulentas minas dos Goyazes, eram frequentes as desordens, os assassinatos e as lutas entre colonizadores e índios. Muito cedo, as autoridades portuguesas cuidaram de manter a ordem, deslocando contingentes militares para a nova fronteira. Em 1736 – antes, portanto, da fundação de Vila Boa – chegou o primeiro destacamento de Dragões, soldados de cavalaria que vieram de Minas Gerais; a estes, somaram-se forças auxiliares, com a participação dos homens válidos da Capitania. O Real Hospital Militar de Vila Boa de Goiás foi criado em meados do século XVIII. Sendo reduzidos os efetivos das tropas regulares, não passava de modestas enfermarias sediadas no próprio Quartel dos Dragões e Pedestres, no Largo do Chafariz, o mais antigo prédio público da capital. Diversamente das Santas Casas que privilegiavam o exercício da caridade cristã, nos hospitais militares visava-se à cura dos oficiais e soldados enfermos. Com efeito: a evolução dos exércitos em face do emprego de novos armamentos - que exigiam mais tempo de adestramento e melhor nível de preparo - levou à valorização
desses profissionais, passando a prevalecer a convicção de que não se deveria deixá-los morrer em consequência de ferimentos ou de doenças, mas tratá-los e curá-los. O exército português não tinha corpo de saúde. Cirurgiões eram agregados às tropas, juntamente com físicos (médicos formados), quando os havia, para servirem nos hospitais e enfermarias militares. Todos os corpos de
Diversamente das Santas Casas que privilegiavam o exercício da caridade cristã, nos hospitais militares visava-se à cura dos oficiais e soldados enfermos
tropa dispunham de pelo menos um cirurgião-mor. A maior parte dos que foram destacados para Goiás não eram formados em universidades; prevaleciam os licenciados, cirurgiões aprovados por Juntas Examinadoras oficiais, com patente militar intermediária entre alferes e tenente. O soldo anual de um cirurgião-mor era
de 180$000 - menos de um quinto do que ganhava um capitão da Companhia de Dragões. Na falta de físicos/médicos, o cirurgião-mor podia exercer a medicina junto à população, em geral; com o passar do tempo, foi permitido que, havendo disponibilidade de vagas, pessoas livres, inclusive mulheres e índios, fossem atendidas no Hospital Militar de Vila Boa de Goiás. A administração desse nosocômio era terceirizada mediante “arrematação” (modalidade de licitação). Consultando a documentação pertinente, constata-se a preocupação com a higiene das enfermarias e a alimentação dos enfermos, à base de arroz, feijão, toucinho, carne bovina e, em casos especiais, canja de galinha; frutas e verduras não eram indicadas. Sendo os remédios manipulados, segundo fórmulas prescritas pelo físico ou pelo cirurgião-mor, importavam-se os “símplices”, ingredientes terapêuticos básicos que vinham de Portugal em caixas de botica. No longo trajeto de Lisboa a Vila Boa, alguns se deterioravam, pelo que se tornavam prejudiciais ou inócuos. Os hospitais militares foram extintos no Brasil em 1832, sendo substituídos por hospitais regimentais, destinados à tropa. Em época aproximada, fora criado em Vila Boa o Hospital de Caridade São Pedro de Alcântara, instituído por Carta Régia de 25/01/1825, sob os auspícios do recém-nascido príncipe homônimo, sétimo filho do Imperador Pedro I e da Imperatriz, D. Leopoldina. É o mais antigo hospital de Goiás em funcionamento - mas essa é outra história...
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