Revista Universo UPF #08 - Novembro/2014

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UniversoUPF

espaço do leitor Acredito que a leitura alimenta nosso cérebro, e é a partir disso que nos sustentamos enquanto ser. A busca de conhecimento e de informação é uma necessidade humana para garantir nossa subsistência. Nesse contexto, a Universidade de Passo Fundo está permanentemente contribuindo com o processo de desenvolvimento e de formação de seus atores, que constroem seus saberes para melhorar seus fazeres e suas atitudes. A revista Universo da UPF protagoniza um importante papel no cenário educacional, levando temas pertinentes e reflexivos a seus leitores, conduzindo-os a novas leituras e a novos olhares, essenciais para a vida. Jonir Dalbosco

Diretor do Centro de Ensino Médio Integrado UPF O espaço do Leitor recebe comentários, sugestões e impressões sobre a revista Universo UPF. Para participar, escreva um e-mail para imprensa@upf.br. Nossos telefones de contato são (54) 3316-8142 e 3316-8138. Boa leitura a todos! Equipe de produção da revista Universo UPF

UPF em

NÚMEROS 9 campi instalados em Passo Fundo e região Mais de 100 municípios abrangidos em sua área de atuação 20.853 alunos matriculados na graduação, pós-graduação, extensão, UPF Idiomas e Integrado UPF 16.985 alunos matriculados na graduação 685 alunos regulares matriculados nos programas Stricto Sensu 1.006 alunos matriculados em cursos Lato Sensu 530 alunos matriculados na UPF Idiomas 867 alunos matriculados no CEMI 780 matriculados na Extensão (Creati) 945 professores de Ensino Superior (49,42% Me., 27,51% Dr.) 1. 331 funcionários 60 cursos de graduação em oferta 53 cursos de especialização em andamento 13 cursos de mestrado institucional 4 cursos de doutorado institucional 9 estágios pós-doutorais 67.288 profissionais formados 10 bibliotecas 303.092 exemplares de livros disponíveis em 115.017 títulos 23 anfiteatros e auditórios 147 salas para ensino prático-experimental 291 laboratórios 150 clínicas 55 convênios com instituições estrangeiras para intercâmbio acadêmico em 16 países

Acompanhe a Universidade nas redes sociais: UniversidadeUPF

nesta

edição Pg 5 e 6

Revista Universo UPF - nº 08 Novembro / 2014

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UPF obteve importantes resultados em avaliações do Guia do Estudante da Editora Abril e do Ranking Universitário Folha

Pg 14 e 15 n Jovens: os protagonistas do mercado de consumo

Pg 17

n Bioprocessos para

melhorar alimentos

Pg 21

n Pós-doutorados resultam em parcerias para pesquisas e consolidam o crescimento institucional

universidadeupf

UPFOficial

Universidade de Passo Fundo

A revista Universo UPF é uma publicação da Universidade de Passo Fundo e tem distribuição gratuita

Reitor: n José Carlos Carles de Souza Vice-Reitora de Graduação: n Rosani Sgari Vice-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: n Leonardo José Gil Barcellos Vice-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários: n Bernadete Maria Dalmolin Vice-Reitor Administrativo: n Agenor Dias de Meira Junior Executivo de Comunicação e Marketing FUPF: n Cristiano Mielczarski Silva Produção de textos: Alessandra Pasinato (MTb/ RS17292); Carla Patrícia Vailatti (MTb/RS14403); Caroline Simor da Silva (MTb/RS15861); Cristiane Sossela (MTb/RS9594); Filippe de Oliveira (MTb/16570); Leonardo Rodrigues Andreoli (MTb/14508); Natália Fávero (MTb/RS14761) e Silvia Brugnera (DRT/13147). Edição e supervisão: Silvia Brugnera (DRT/13147) Revisão de textos: UPF Editora Projeto gráfico: Fábio Luis Rockenbach e Luis A. Hofman Jr. Diagramação: Marcus Vinícius Freitas / Núcleo Experimental de Jornalismo FAC UPF Foto de capa: Gelsoli Casagrande

Universidade de Passo Fundo - BR 285, Bairro São José - Passo Fundo/RS CEP: 99052-900 Telefone: (54) 3316 8100 www.upf.br


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universidade Com pesquisa qualificada,

PÓS-GRADUAÇÃO cresce e se consolida Foto: Gelsoli Casagrande

UPF inscreve para mestrados e doutorados em diferentes áreas do conhecimento pelo site www.upf.br/pos

doenças do trigo, principalmente doenças de espiga.

P

ara oportunizar a continuidade da formação de profissionais capacitados e engajados nas transformações inovadoras da sociedade e fomentar o desenvolvimento da pesquisa qualificada, a UPF oferece novas turmas de mestrado e doutorado, com início previsto para o primeiro semestre de 2015. As inscrições para diferentes programas Stricto Sensu – todos recomendados pela Capes – já iniciaram. Nos últimos anos, o Stricto Sensu tem conquistado um crescimento sem precedentes na UPF. De acordo com o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Dr. Leonardo José Gil Barcellos, a Universidade tem investido no sentido de qualificar os cursos hoje oferecidos e de ampliar cada vez mais a oferta no Stricto Sensu. As ações que pautam esses projetos e a constante qualificação estão sempre em consonância com o Plano Nacional de Pós-Graduação e primam pela internacionalização, pela interdisciplinaridade e pela inovação.

Cursos e datas n Mestrado e doutorado em Agronomia: www.upf.br/ppgagro. Inscrições até 28/11. n Mestrado em Computação Aplicada: www.upf.br/ppgca. Inscrições até 30/11. n Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos: www.upf.br/ppgcta. Inscrições até 30/11. n Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática: www.upf.br/ppgecm. Inscrições até 21/11. n Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental: www.upf.br/ppgeng. Inscrições até 31/12. n Mestrado e doutorado em História: www. upf.br/ppgh. Inscrições até 21/11 para o mestrado e no primeiro semestre de 2015 para o doutorado (conforme edital). n Mestrado e doutorado em Letras: www. upf.br/ppgl. Inscrições até 21/11. n Mestrado em Odontologia: www.upf. br/ppgodonto. Inscrições de 24/11/2014 a 02/03/2015. n Mestrado em Direito: www.upf.br/ppgdireito. Inscrições de 1º/12/2014 a 1º/02/2015.

“Na última avaliação trienal, conquistamos excelentes resultados e esse cenário tende a melhorar, pois estamos aguardando parecer da Capes concernente a novos projetos que já estão em análise”, considera. Qualidade tem reflexo na formação de profissionais A qualidade do Stricto Sensu tem reflexo direto na formação científica dos profissionais e em sua colocação no mercado, seja em empresas, seja em instituições públicas ou privadas. O Programa de Pós-Graduação em Agronomia, pioneiro na Instituição, é um exemplo, com expressiva inserção de seus egressos em cooperativas, consultorias e em empresas de pesquisa e desenvolvimento ou de assistência técnica, além da formação de docentes. A doutora em Fitopatologia Sandra Maria Zoldan destaca que a UPF sempre foi a sua referência no ensino de Agronomia. “Me formei em Agronomia na UPF em 1986. Dez anos depois, decidi que precisava ampliar e reciclar meus conhecimentos, assim, iniciei o mestrado na Instituição. O doutorado e o pós-doutorado, que também levam o selo UPF, me possibilitaram ingressar no universo da pesquisa e do ensino”, enfatiza ela, que atualmente trabalha na empresa OR Melhoramento de Sementes, realizando pesquisas na área de melhoramento genético para resistência às

Todos os programas são recomendados pela Capes

A doutora Sandra destaca que a pós-graduação possibilitou a ela ingressar no universo da pesquisa e do ensino

Diferenciais de qualidade A coordenadora da Pós-Graduação Stricto Sensu, Dra. Rosa Maria Locatelli Kalil, destaca que os programas da Instituição têm muitos diferenciais positivos, dentre os quais cita o acompanhamento e o ajuste às macropolíticas brasileiras e internacionais de pós-graduação e a composição qualificada de seu corpo docente, que constantemente se aperfeiçoa pelo pós-doutorado, resultando na potencialização de articulações com redes de pesquisas nacionais e internacionais. Além disso, merece destaque o fato de que mais de 70% dos alunos dos mestrados e doutorados têm bolsa da Capes, da Fapergs ou da própria Universidade. Para a qualificação das pesquisas, a UPF está integrada à Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e à Rede CAFe, possibilitando o acesso on line a bases de dados internacionais. A professora Rosa salienta que a oportunidade de intercâmbio de conhecimentos está sendo ampliada, com alunos estrangeiros desenvolvendo estudos na UPF e alunos da Universidade realizando doutorado na modalidade sanduíche em instituições internacionais. “Hoje, também, todos os nossos cursos de mestrado acadêmico recebem pesquisadores de outras instituições para fazer o estágio pós-doutoral”, registra, argumentando que a pós-graduação cresce na medida em que a pesquisa se qualifica.

Informações As inscrições aos mestrados e doutorados podem ser feitas no site www. upf.br/pos, onde também podem ser encontradas informações referentes a cada programa.


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Opinião

Palavra do

Percursos para a excelência acadêmica: qualificação docente

Reitor José Carlos Carles de Souza*

Rosani Sgari *

Da construção coletiva à consolidação de uma grande universidade

A

pós a posse da Reitoria, ocorrida no mês de julho passado, já estamos novamente envolvidos com os grandes desafios da Universidade de Passo Fundo, conduzindo a gestão 2014-2018. Com a equipe da Reitoria recomposta, estamos todos imbuídos de grande motivação e, nesse espírito, dedicamo-nos à adoção de medidas visando à elevação dos conceitos dos nossos cursos, a fim de fortalecer a posição da Universidade de Passo Fundo como uma instituição de ensino superior reconhecida e consolidada, para orgulho dos professores, dos funcionários e dos acadêmicos. Para alcançarmos esse desiderato, pretendemos agir com a mesma dedicação e seriedade que pautou nosso trabalho nos primeiros quatro anos, conclamando a todos a participarem das iniciativas que objetivam a excelência acadêmica, investindo na inovação, oferecendo conteúdos programáticos articulados e congregando ações no ensino, na pesquisa e na extensão. Continua sendo nosso propósito oferecer formação diferenciada aos nossos acadêmicos e, para tanto, a UPF tem buscado incessantemente garantir infraestrutura física de qualidade e, sobretudo, tem investido em recursos humanos, a sua maior riqueza. O trabalho voltado a esse propósito é facilmente percebido a partir de ações como: a formação continuada e os investimentos na titulação dos professores; o perfeito funcionamento dos programas de Stricto Sensu; a implantação da política de responsabilidade social e o funcionamento do UPF Parque, com área específica para o desenvolvimento científico e para a inovação tecnológica, articulando tanto a realização da pesquisa acadêmica básica quanto aquela aplicada e direcionada ao interesse do mercado, consubstanciada em projetos de extensão universitária. A essas ações agregam-se outros projetos voltados especificamente para esse novo período, tais como: a facilitação da mobilidade dos veículos e das pessoas no Campus I, priorizando as melhorias na acessibilidade; a estruturação de novos programas de pós-graduação Stricto Sensu; a viabilização da efetiva participação das unidades acadêmicas no complexo tecnológico do UPF Parque; a conclusão da reforma administrativa e a intensificação das ações visando à internacionalização, por meio do intercâmbio de acadêmicos da graduação e da pós-graduação, com um projeto que prevê o oferecimento de cursos de idiomas. Tudo isso, temos certeza, somente é possível com o trabalho congregado e participativo, que será efetivo e eficiente a partir do momento da ciência da existência de particularidades inerentes a cada uma das importantes funções desenvolvidas pelos mais diferentes atores que formam nossa Universidade, bem como das peculiaridades que marcam as tantas áreas que, juntas, compõem uma grande instituição. Esse cenário de crescimento, de consolidação de resultados e de reconhecimento indica a percepção de que o conceito IGC 4 é a tradução da dimensão de nossa Universidade, grande em seus quadros docente e discente, grande em infraestrutura e recursos tecnológicos, e gigante na capacidade de produzir e difundir conhecimentos. Nessa perspectiva, ao olhar para frente e para nossos projetos, constatamos que o fato de sermos uma instituição de ensino superior comunitária exige, além da interação com a sociedade, a construção constante da cultura democrática e, diante dessas premissas, reafirmamos a nossa disposição de seguir o modelo colegiado, objetivando aperfeiçoá-lo constantemente. Desse modo, seguimos enfrentando os novos desafios da educação superior, buscando sempre os melhores rumos em direção a resultados de sucesso. (*) Reitor da UPF

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om a expansão da educação superior vivenciada desde a segunda metade da década de 1990 e com as políticas públicas que ampliaram as possibilidades de acesso da população à universidade, as instituições como a UPF foram desafiadas a repensar a questão da qualidade educativa para além dos aspectos relacionados à infraestrutura, às condições de trabalho ou à titulação do corpo docente. Além disso, as transformações sociais que ocorrem no país, as novas tecnologias da informação e da comunicação, as necessidades do mercado de trabalho têm exigido um profissional não apenas tecnicamente competente, mas também dinâmico, criativo, ético e humano. Tendo em mente esse cenário, a Vice-Reitoria de Graduação vê a necessidade de refletir sobre a prática docente, fortalecendo o diálogo entre os pares, mediante a ampliação do debate acerca do ato de ensinar e de aprender. Assim, uma das propostas traçadas para tanto é a revitalização do Programa de Formação Docente. O programa, criado em 2011, está sendo redesenhado pela VRGRAD, considerando que a qualidade acadêmica é meta a ser continuamente perseguida. Afinal, um ensino de excelência transcende o que é ministrado nas salas de aula, nos laboratórios, nas clínicas, nas orientações de trabalhos, nos estágios, nos ambientes virtuais de aprendizagem. Visando à construção de um projeto dinâmico e articulado, durante esse primeiro semestre, estivemos ouvindo os pares, visitando as unidades, integrando gestores dos diferentes setores ligados à VRGRAD. Esse movimento possibilitou um diagnóstico preciso das potencialidades, das fragilidades e das necessidades para prospectar a gestão dos próximos quatro anos. Desse modo, muitas ações de formação docente, promovidas por meio do Setor de Apoio Pedagógico (SAP), estão sendo programadas para ocorrerem a partir de 2015, dentre as quais destacamos: oficinas, diálogos pedagógicos, workshops, seminários de estudo, aulas magnas e encontros de professores. Além dessas atividades, inserem-se algumas metas, tais como a manutenção e a potencialização de programas em convênio com a Capes, a exemplo do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (Parfor); maior integração dos cursos da área da saúde, incrementando a formação transdisciplinar e humanística; o fortalecimento das licenciaturas e a ampliação dos cursos em EAD. Do mesmo modo, será potencializada a atuação do Serviço de Apoio ao Estudante (SAEs), o qual tem o objetivo de alavancar a qualidade educativa e a imersão dos alunos nos processos educacionais. Sabemos dos muitos desafios imbricados na proposição de um processo de formação coletiva, pois há toda uma peculiaridade no ato de envolver pessoas que já possuem alta qualificação profissional, como doutores, mestres, especialistas em diversas áreas de conhecimento. Lidar com essa pluralidade de trajetórias profissionais que remete a visões de trabalho e de mundo diferenciadas é complexo e desafiador. Entretanto, reconhecemos que o ato educativo não é tarefa finita; exige constante renovação das ações no fazer cotidiano e no contato com os pares. Se considerarmos o perfil dos acadêmicos que hoje integram a Universidade, precisamos todos repensar nossa formação, discutindo novas perspectivas para o ensino, articulando espaços para trocas de experiências de práticas inovadoras. O que não podemos é deixar que a rotina do dia a dia obscureça nosso olhar, nos “endureça” e que, pressionados a vencer conteúdos e exigências, nos desviemos do caminho de formar pessoas cidadãs. Esse é o nosso grande desafio. (*) Vice-Reitora de Graduação da UPF.


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UniversoUPF Foto: Gelsoli Casagrande

universidade

Curso de Agronomia obteve excelentes resultados no RUF e no Guia do Estudante da Editora Abril

Uma Universidade cheia de

ESTRELAS

UPF obteve importantes resultados em avaliações do Guia do Estudante da Editora Abril e do Ranking Universitário Folha, ambas avaliações criteriosas e reconhecidas nacionalmente

O

ano de 2014 foi marcado por importantes conquistas que atestam a qualidade educativa da UPF e evidenciam que a Instituição está trilhando um caminho de sucesso no fortalecimento da integração entre o ensino, a pesquisa e a extensão. O Ranking Universitário Folha (RUF) 2014, por exemplo, apontou o curso de Agronomia como o melhor entre os cursos das universidades privadas do Rio Grande do Sul e o 38º na classificação geral do Brasil, num universo de 194 cursos avaliados. Já na avaliação do Guia do Estudante da Editora Abril, a UPF teve 50 cursos estrelados, dentre os quais Secretariado Executivo e Agronomia, reconhecidos com o conceito máximo, representado por cinco estrelas. Outras graduações dos campi Passo Fundo, Carazinho, Casca, Lagoa Vermelha, Palmeira das Missões, Soledade e Sarandi receberam quatro e três estrelas. Também da Editora Abril, a Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária e

o Instituto de Ciências Biológicas receberam, pela sétima vez consecutiva, o Prêmio Melhores Universidades – Guia do Estudante 2014. Nesta edição do prêmio, a UPF foi destacada na categoria Melhores por Área de Conhecimento – Ciências Biológicas e da Terra, entre as instituições privadas. Os excelentes resultados obtidos pela UPF no ano de 2014, tanto pelas avaliações oficiais do Ministério da Educação (MEC) quanto pelos respeitados RUF e Guia do Estudante, são reflexo do investimento realizado nos últimos anos no ensino, na pesquisa e na extensão. “O trabalho para que uma instituição de ensino superior comunitária seja referência nessas áreas requer investimentos pontuais, determinação e envolvimento de todos. Somos uma Instituição respeitada e com índices sempre crescentes e isso se deve ao trabalho árduo que desempenhamos e à confiança que depositamos nas pessoas que aqui estão nas suas ideias inovadoras e transformado-

ras”, avalia o reitor José Carlos Carles de Souza. A política institucional de formação continuada de professores é outro fator que permite à instituição a constante reflexão docente e a renovação das práticas pedagógicas. A vice-reitora de Graduação, Rosani Sgari, acredita que os constantes investimentos em infraestrutura e as iniciativas de apoio à aprendizagem influenciam positivamente nos resultados obtidos pela Instituição. “Não é só o investimento financeiro. Tenho a convicção de que o esforço e o empenho de cada uma das pessoas que formam esta Universidade têm responsabilidade e mérito nesses resultados. Como universidade comunitária, buscamos cada vez mais devolver à sociedade profissionais éticos, críticos e cientes de seu papel social e cidadão. Esses resultados sinalizam que estamos no caminho certo e nos estimulam a dedicarmo-nos cada vez mais nessa construção coletiva”, analisa.


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UniversoUPF Foto: Arquivo UPF

Cursos Estrelados A UPF teve, ao todo, 50 cursos estrelados pelo Guia do Estudante da Editora Abril, entre os quais Secretariado Executivo e Agronomia, que conquistaram o conceito máximo, cinco estrelas. Outras graduações dos campi Passo Fundo, Carazinho, Casca, Lagoa Vermelha, Palmeira das Missões, Soledade e Sarandi receberam quatro e três estrelas. Os resultados também incluem o conteúdo do Guia do Estudante Profissões Vestibular 2015 publicado em outubro.

Cidade

A Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária e o Instituto de Ciências Biológicas receberam o Prêmio Melhores Universidades – Guia do Estudante 2014

Ranking Folha Os resultados do RUF dão destaque, ainda, aos cursos de Medicina Veterinária e de Pedagogia, os quais ocupam a segunda e a terceira melhores colocações, respectivamente, entre as instituições de ensino superior privadas do estado. De um total de 33 cursos da Instituição avaliados pelo RUF, nenhum está abaixo da 13ª colocação entre as privadas gaúchas, e, destes, nove estão entre os primeiros cinco colocados: Agronomia (1º), Medicina Veterinária (2º), Pedagogia (3º), Engenharia Elétrica (5º), Filosofia (5º), Matemática (5º), Medicina (5º), Odontologia (5º) e Química (5º). O curso de Matemática da UPF também alcançou a classificação geral 58 no Brasil, em uma avaliação que envolveu 344 cursos. Destaque em Inovação e internacionalização Outra importante posição ocupada pela UPF no Ranking da Folha está relacionada aos quesitos Inovação e Internacionalização. Em ambos, a Universidade ocupa a quarta colocação entre as Instituições de Ensino Superior (IES) não públicas do estado. A UPF está, ainda, entre as nove melhores do Rio Grande do Sul, entre as privadas, nos rankings de Avaliação do Mercado e de Ensino. No quesito pesquisa, ocupa a sexta colocação. O RUF é uma avaliação anual do ensino superior do Brasil feita pelo Jornal Folha de São Paulo desde o ano de 2012. Na edição de 2014, há dois produtos principais: o ranking de universidades e o ranking de cursos.

O reitor José Carlos acredita que os a concretização do Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio (UPF Parque) e a ampliação e o fortalecimento dos polos tecnológicos, por exemplo, são fatores importantes para o reconhecimento na área de inovação. Na pesquisa, a criação de novos programas de pós-graduação, e no ensino, os investimentos constantes na formação de professores são determinantes para os resultados, que influenciam positivamente também na internacionalização da UPF. Prêmio Melhores Universidades A Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária e o Instituto de Ciências Biológicas receberam o Prêmio Melhores Universidades – Guia do Estudante 2014, da Editora Abril, pelo sétimo ano consecutivo. Nesta edição do prêmio, a UPF foi destacada na categoria Melhores por Área de Conhecimento – Ciências Biológicas e da Terra, entre as instituições privadas. A premiação tem como objetivo identificar, valorizar, disseminar e recompensar as melhores instituições de ensino superior brasileiras que venham a obter estrelas na avaliação efetuada pelo Guia do Estudante. A Editora Abril divulgou os vencedores de todas as categorias e os detalhes sobre os resultados do Prêmio no Guia do Estudante Profissões Vestibular 2015, que já está nas bancas de todo o Brasil. Na avaliação, os cursos de Agronomia e Medicina Veterinária receberam cinco e três estrelas, respectivamente, e o curso de Ciências Biológicas conquistou quatro estrelas.

Carazinho Carazinho Carazinho Carazinho Casca Casca Casca Lagoa Vermelha Lagoa Vermelha Lagoa Vermelha Lagoa Vermelha Palmeira das Missões Palmeira das Missões Palmeira das Missões Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Passo Fundo Sarandi Soledade Soledade Soledade Soledade Soledade

Curso

Estrelas

Administração Ciências Contábeis Direito Pedagogia Administração Ciências Contábeis Direito Administração Ciências Contábeis Direito Pedagogia Administração Educação Física Pedagogia Administração Agronomia Arquitetura e Urbanismo Ciência da Computação Ciências Biológicas Ciências Contábeis Ciências Econômicas Direito Educação Física Enfermagem Engenharia Ambiental Engenharia Civil Engenharia de Alimentos Engenharia Elétrica Engenharia Mecânica Farmácia Filosofia Fisioterapia Fonoaudiologia Jornalismo Medicina Medicina Veterinária Música Nutrição Odontologia Pedagogia Psicologia Publicidade e Propaganda Secretariado Executivo Serviço Social Administração Administração Ciências Contábeis Direito Educação Física Pedagogia

3 4 3 4 3 3 3 3 3 3 4 3 3 4 3 5 3 3 4 4 3 4 4 4 3 3 3 3 4 3 4 4 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 5 3 3 3 3 3 3 4


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Fotos: Divulgação/UPF

comunidade Oficinas estimulam

aprendizado de alunos da educação básica Projeto é desenvolvido há mais de 14 anos e oferece apoio pedagógico e metodológico a escolas da região

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busca da qualidade do ensino no Brasil é um desafio permanente. Melhorar indicadores e, acima de tudo, garantir que o aprendizado das crianças e dos jovens possa significar desenvolvimento ao país são questões que precisam mobilizar e integrar ações de toda a sociedade. Na vanguarda quando o assunto diz respeito a proposições que melhorem a vida da comunidade da região na qual está inserida, a UPF desenvolve, há mais de 14 anos, um projeto que envolve estudantes e professores de escolas públicas. Ligado ao curso de Matemática, mas contando com a participação de outras graduações da Instituição, o projeto “Integração da Universidade com a Educação Básica”, vinculado à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, tem como objetivo oferecer apoio pedagógico e metodológico para professores e estudantes da educação básica, visando potencializar os processos de ensino e de aprendizagem. A coordenadora do projeto, professora Mestre Eliamar Ceresoli, explica que a metodologia propõe a realização de oficinas pedagógicas. “As atividades

Projeto existe há mais de 14 anos

são preparadas em encontros na Universidade. A cada 15 dias, é a vez de as escolas e entidades receberem as oficinas, que ocorrem em turno inverso ao das aulas”, explica, pontuando que, neste semestre, além do curso de Matemática, também estão envolvidos os cursos de Química e de Letras. Oficinas de aprendizado Uma das escolas que recebe o projeto é o Instituto Estadual Cardeal Arcoverde, de Passo Fundo, parceiro do projeto desde o ano de 2007. A professora Helena da Gloria Pieri destaca que as oficinas estimulam e motivam os estudantes a gostar de matemática por meio da superação de dificuldades no entendimento das operações básicas. “Um número expressivo de alunos consegue melhorar seu rendimento em sala de aula”, comenta. O estudante Alisson Borges dos Santos, do primeiro ano do ensino médio, vem participando das oficinas e destaca: “Eu não tinha muito interesse nem bom desempenho na matemática. Agora, percebo que o projeto está auxiliando no aprendizado e que enfrento menos dificuldade”. Em Carazinho, as atividades são realizadas na Escola Patronato Santo Antônio, desde 2003. A professora Betine Diehl Setti explica que, neste ano de 2014, as oficinas estão focadas na apren-

Oficinas reforçam o aprendizado dos estudantes

Iniciativa oferece apoio pedagógico e metodológico para professores e estudantes da educação básica

Qualificar a formação Na opinião da vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, Bernadete Maria Dalmolin, o projeto é de extrema relevância e tem forte ligação com a comunidade. “A integração de docentes e de acadêmicos com o aluno e o professor da educação básica visa identificar quais áreas estão mais deficitárias e quais metodologias podemos desenvolver para qualificar o processo de ensino-aprendizagem”, argumenta. Para a vice-reitora, esse é um trabalho que vem crescendo muito e que, cada vez mais, testemunha bons resultados, marcados por formas de ensinar mais atrativas ao aluno contemporâneo. Também participam do projeto as escolas estaduais Nicolau de Araújo Vergueiro, Fagundes dos Reis e Anna Luísa Ferrão Teixeira, além da Associação de Pais e Amigos dos Surdos, as Casas de Acolhimento vinculadas à Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social, e a Sala de Recursos.

dizagem e os encontros visam à retomada de conceitos matemáticos elementares. “Desejamos ampliar a compreensão da importância e dos benefícios que a utilização do computador proporciona aos usuários, por meio do estudo de noções iniciais sobre ciência da computação e linguagem de programação, destacando a matemática envolvida nesses processos”, ressalta. Formação diferenciada Possibilitar o aprofundamento teórico-metodológico, aproximando os acadêmicos da realidade também é finalidade do projeto. A estudante do sexto semestre de Química, Renatha Biazus, passou a integrar o grupo de trabalho no início deste ano, movida pela vontade de ter um contato mais próximo com os professores do curso. “Participar dessa iniciativa acrescenta muito à minha formação, pois, além de reforçar os conceitos básicos, acabamos aprendendo com a dúvida dos alunos atendidos, a partir de uma melhor contextualização de conhecimentos”, sintetiza. A coordenadora do curso de Química, mestre Ana Paula Harter Vaniel, comenta que as atividades experimentais propostas às turmas participantes têm o objetivo de permitir aos estudantes relacionar conhecimentos químicos com questões do dia a dia, tais como os concernentes a metodologias utilizadas para a separação dos componentes de sistemas como água e óleo e para a descontaminação de águas.


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Novembro / 2014 Foto: Verno Wobeto

especial

Reitoria 2014 - 2018

Olhos voltados para o

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FUTURO

om 46 anos de história e mais de 66 mil profissionais formados, a Universidade de Passo Fundo (UPF) continua a escrever a sua história de produção e difusão de conhecimentos e tecnologias, e consolida seu caráter comunitário, dentre outros fatores, pela prestação de serviços à região. A Reitoria que comandará os rumos da maior Instituição de Ensino Superior da região vislumbra uma universidade comunitária e regional, formadora de sujeitos críticos, autônomos e comprometidos com seu entorno, com foco na excelência acadêmica, na internacionalização, na inovação e na interação cada vez mais estreita com a sociedade. A gestão do quadriênio 2014-2018 é liderada pelo reitor José Carlos de Souza, pelos vice-reitores de Graduação, Rosani Sgari; de Pesquisa e Pós-Graduação, Leonardo José Gil Barcellos; de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin; e Administrativo, Agenor Dias Meira Junior. Para os próximos quatro anos, o professor José Carlos enfatiza que a intenção é continuar construindo uma grande Universidade, por meio de ações como o programa de gestão acadêmica, que respeita a transversalidade para a formação mais ampla do cidadão, da implantação

do Plano de Responsabilidade Social, da prestação de serviços reforçada, da consolidação do UPF Parque, da ampliação da Biblioteca Central e de investimentos em infraestrutura. Confira a entrevista com o reitor:

Universo UPF – O senhor foi reconduzido ao cargo de Reitor. Ao analisar o quadriênio que se encerra e ao projetar as atividades para mais quatro anos de gestão, quais rumos vislumbra para a UPF para o período 20142018? E, nesse sentido, é possível julgar que os desafios de estar à frente de uma universidade que completará meio século de existência ao final desta gestão fazem dessa uma tarefa mais difícil? José Carlos Carles de Souza-Quero registrar, inicialmente, a minha satisfação pessoal de haver liderado um excepcional grupo de colegas que compreenderam os nossos propósitos para a UPF, se empenharam na construção de um projeto de gestão e participaram, efetivamente, na gestão 2010-2014, exercendo relevantes cargos. Esses colegas apresentaram contribuições significativas em todas as áreas da Universidade. Agradeço e cumprimento a cada um. Essa participação comprometida – percebida por todos –, qualificou a ges-

tão, permitindo que fosse possível, a partir dos resultados obtidos, conceber novo programa para a UPF, com ações mais ousadas, sem, contudo, perder as características centrais que marcam essa administração. Isso se efetivou a partir do restabelecimento do grau de pertencimento, do comprometimento e da participação efetiva nas ações em benefício da nossa Universidade. Merece destaque, aqui, a importância do trabalho de cada professor, funcionário ou acadêmico na consecução dos resultados coletivos. Assim, iniciamos este segundo mandato do mesmo modo e com a mesma motivação da primeira gestão, tendo presente que os desafios continuam numerosos e mais qualificados, porque a comunidade universitária tornou-se mais exigente, o que ocorreu exatamente a partir do momento em que foi possível reverter, em parte, o quadro de dificuldades com o qual convivíamos. Como a gestão é um trabalho que demanda atenção às mais diversas naturezas e aos mais diversos componentes da Instituição, focamos nossa atenção a diferentes perspectivas. Ao avaliarmos questões de estrutura, percebemos a necessidade de permanentes investimentos na melhoria de nossa infraestrutura, cuja defasagem em alguns pontos


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Foto: Gelsoli Casagrande

é conhecida, fato que destoa dos nossos principais diferenciais acadêmicos, e, por isso, estamos trabalhando em importantes e expressivos projetos com vistas a mudar essa realidade. Por outro lado, quando voltamos nosso olhar para o quadro docente e para o seu trabalho, nos imbuímos do mais genuíno sentimento de alento ao perceber que os colegas professores estão apresentando projetos cada vez mais qualificados, coletivos e inovadores, contemplando temáticas transversais e multidisciplinares. Acolher a disposição, a capacidade e a inteligência dos professores, manifestadas em seus trabalhos, e aliar isso ao elevado potencial da infraestrutura da UPF – reconhecida de modo especial por seu qualificado quadro de mestres e doutores, que, juntamente com os seus alunos e/ou orientados, desenvolvem projetos inovadores – constitui uma das receitas do sucesso obtido nesses últimos quatro anos. Por óbvio, as propostas específicas da Reitoria são potencializadas e se coadunam com aquelas oriundas das Unidades Acadêmicas, a fim de alcançar os objetivos institucionais. Nesse propósito, voltaremos nossas ações no sentido de permanecer administrando os interesses da UPF com os mesmos princípios e valores éticos, com um trabalho comprometido, consubstanciado no permanente diálogo e em critérios democráticos, respeitando os vários espaços colegiados. De igual modo, permanecerá presente a exigência de eficiência e de elevados resultados, pautados por metas desafiadoras e factíveis. Assim, será mantido – e aprimorado – o modelo de gestão que proporcionou várias conquistas, focando na permanente busca da excelência acadêmica, a partir da qualificação de nossos recursos humanos e materiais. Implantar a Política de Responsabilidade Social aprovada no ano passado (para o período 20132016) e estruturar novos programas de mestrado e doutorado em áreas estratégicas para a Instituição, um deles específico na área da saúde, são algumas das ações objetivas deste segundo mandato. Estão programadas, ainda, ações que facilitarão a mobilidade das pessoas e dos veículos no Campus I, e se projeta a estruturação de um espaço físico para a realização de grandes eventos. Além disso, está sendo criteriosamente estudada qual a melhor utilidade para os imóveis da instituição localizados no centro da cidade e estão sendo analisados, juntamente com outros projetos e empreendimentos, pedidos de ampliação de algumas Unidades Acadêmicas. Por certo, a gestão que se inicia não deverá ser mais difícil do que a primei-

ra, mas continuará a exigir a participação e o comprometimento de todos para a obtenção dos resultados institucionais projetados. Universo UPF – Na sua visão, o que é preciso para estimular permanentemente a inovação no meio acadêmico? JS-Inovação é a palavra de ordem no cenário universitário contemporâneo. É necessário inovar na metodologia de ensino, na pesquisa e na extensão e, do mesmo modo, é necessário inovar no modelo administrativo de gestão. Na UPF, a preparação dos professores e a adequação de salas de aula a esse propósito já iniciaram, pois temos presente que o desenvolvimento de novos projetos pressupõe o caráter inclusivo e inovador, bem como a sua aplicação no mercado. Nesse aspecto, a Universidade de Passo Fundo dispõe de inúmeros laboratórios equipados com a melhor tecnologia, e, a essa estrutura, une-se a moderna infraestrutura do UPF Parque. Com esse complexo – que tem capacidade para replicar testes e estudos diversos, com tecnologia de ponta, em várias áreas do conhecimento –, a comunidade universitária encontra adequado espaço para desenvolver as suas atividades cotidianas e para produzir resultados inovadores. E é nesse contexto de compartilhamento de conhecimentos e de inserção na comunidade, bem como de análise dos impactos que as ações desenvolvidas dentro de uma instituição de ensino causam em suas relações extramuros que nos questionamos sobre o papel das universidades no século XXI. Assim, ponderamos: a educação superior deve continuar como está? Os cursos superiores estão atendendo convenientemente aos anseios dos acadêmicos e da sociedade? Podemos conceber a função da universidade de outra forma? Ora, no cenário mundial, marcado por profundas transformações, pela intercomunicação e pela interconexão em tempo real, também o espaço acadêmico exige mudanças. Uma delas prevê ações mais compartilhadas entre as instituições, ou seja, entre as universidades do país e do estrangeiro, contemplando a transversalidade dos conteúdos das disciplinas, visando à formação humanística mais completa e ampla de todos os agentes, incluindo diretamente os acadêmicos. Outra atividade, que complementa a anterior, é a interação da universidade com a sociedade, com o mercado e com o Estado. As instituições de ensino superior devem influenciar as políticas públicas e exigir resultados mais efetivos. A esse contexto de ampla formação, aliam-se conhecimentos básicos de empreendedorismo, a fim de fomentar

Reitor José

a criação de startups e/ou de empresas Carlos Carles incubadas, nas mais diversas áreas. de Souza Nesse cenário, a UPF oportuniza a professores, a acadêmicos, ao poder público e a empresários da região o contato com esse importante processo de inovação, o qual se fortalecerá a partir do momento em que for efetivamente compreendida por esses grupos a estupenda capacidade existente no complexo do UPF Parque. Vislumbram-se, assim, duas ações na área da inovação. A primeira, de características eminentemente acadêmicas, desafia o espaço universitário existente, clamando por mudanças pedagógicas pontuais, tais como as concernentes à qualidade na sala de aula, em um cenário de inter-relação entre professor x acadêmico x conteúdo x infraestrutura. A outra, é centrada na forma e na finalidade da realização da pesquisa e da extensão. Importante pontuar que, embora, sabidamente, o conhecimento e a informação tenham deixado de ser responsabilidade exclusiva das universidades, as instituições de ensino superior continuam investindo fortemente no pilar direcionado à pesquisa, à inovação e ao crescimento da ciência de modo geral, com abordagens multidisciplinares na investigação, agregando novos “Voltaremos nossas componentes na realização de esações no sentido de pertudos. manecer administrando Resta evidente, portanto, que o os interesses da UPF com espaço universitáos mesmos princípios e rio está sendo repensado, e, atenta valores éticos, com um a esse fato, a UPF trabalho comprometido, desencadeou um consubstanciado no perconjunto de ações que visam estimumanente diálogo e em lar o encantamencritérios democráticos, to da academia com a inovação respeitando os vários exigida no moespaços colegiados” mento atual.


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Universo UPF– Um dos diferenciais que marcou o primeiro quadriênio em que o senhor esteve à frente da Reitoria foi o grande investimento na internacionalização, revelando a evidente preocupação em formar cidadãos e profissionais aptos para atuar em um mundo cada vez mais globalizado. Ações dessa natureza serão ampliadas ainda mais no próximo período? JS-Na mesma esteira das questões abordadas no item anterior está a internacionalização da UPF, característica que é inerente ao perfil de uma universidade consciente de seu papel no século XXI. Nesse particular, também há ações que potencializam essa política. Além dos vários convênios firmados com universidades estrangeiras e da ampliação dos intercâmbios de alunos da graduação e da pós-graduação por meio dos diversos programas específicos, merece destaque a franca mobilidade de professores de outras nacionalidades que estão na UPF, bem como o elevado número de docentes que fizeram ou estão cumprindo estágios no exterior. Todavia, não se pode falar em internacionalização sem pensar em um proficiente domínio de determinada língua estrangeira e, assim, nos deparamos com uma dificuldade pontual, relacionada ao domínio de idiomas. Nesse passo, a UPF avança, oferecendo formação em língua estrangeira aos seus professores e alunos, em programas específicos que serão desenvolvidos a partir do próximo ano, o que, para nós, marca mais uma conquista.

Diante desse quadro, é lógica a conclusão de que a UPF continuará incentivando ações em parceria com outras universidades, tanto nacionais quanto estrangeiras, envolvendo o corpo discente e o docente, em áreas específicas de formação. Universo UPF – Quais marcas o senhor pretende deixar em sua gestão ao longo dos oito anos de trabalho? JS-As conquistas nos primeiros quatro anos de gestão foram muitas e significativas, o que é tradução de grande crescimento institucional, equilibrando a profissionalização na área administrativa e ações pertinentes e de elevada importância nos três pilares, ensino pesquisa e extensão, de forma indistinta, mas planejada e definida em consonância com as questões estratégicas da UPF, investindo em todos os setores, sem perder o foco. Entretanto, entendo que a marca da minha gestão como reitor é composta pelas inúmeras realizações alcançadas a partir do trabalho coletivo, alicerçado em permanente diálogo com os mais diversos atores. Além disso, a gestão tem a marca da transparência, da retidão e do rigor no cumprimento do que fora planejado. Além disso, entendo que não é muita pretensão deixar como legado à Universidade uma gestão eminentemente profissional, sem rancores, compadrios ou favorecimentos. Nesse contexto, ficarão as marcas de um trabalho que privilegia a capacidade e a meritocracia nas escolhas dos colaboradores, sempre em

benefício dos interesses Institucionais. Justifica-se esse procedimento porque os professores, há muito tempo, dispõem de regramentos específicos que sinalizam a forma e as possibilidades de crescimento profissional e que são periodicamente revisados, e os funcionários, que não contavam com nenhuma normativa sobre progressão, passaram, a partir de 2013, a dispor de quadro próprio de carreira, com respectivos cargos e salários divulgados ostensivamente. Nessas normativas, as possibilidades de crescimento vertical e horizontal estão definidas em regras conhecidas por todos e cada funcionário atua de forma decisiva para o avanço em sua carreira. Há, ainda, outras demandas que gostaria de encaminhar até o ano de 2018: o reconhecimento da UPF como uma universidade consolidada e autossustentável economicamente, a cristalização e o fortalecimento do IGC 4 e a classificação como a melhor instituição de ensino superior comunitária do interior do Rio Grande do Sul. Além disso, estão entre nossos objetivos desenvolver um projeto inovador no campus III, ampliar e modernizar a biblioteca central e encaminhar o projeto de um grande centro de eventos ou um teatro para realização de grandes solenidades e outras programações. Enfim, quero deixar uma universidade forte, reconhecida e pujante, que orgulhe a todos. Por tudo isso, e por ter me proporcionado essa magnífica experiência pessoal e profissional, registro à comunidade universitária a minha profunda gratidão.

Graduação: ações integradas na busca pela excelência acadêmica Foto: Gelsoli Casagrande

Vice-reitora de Graduação, Rosani Sgari

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s ações da Vice-Reitoria de Graduação (VRGRAD) têm sido marcadas pela constante atenção aos desafios e às demandas contemporâneas do universo acadêmico e, a partir da percepção de tal necessidade, essa Vice-Reitoria apresenta, de forma sistemática e efetiva, projetos de desenvolvimento com vistas ao alcance da excelência acadêmica. Em um processo contínuo de aprimoramento permanente e com ações integradas de formação docente e discente, também propõe novos rumos de gestão, a partir de ações diferenciadas de atualização permanente e do estabelecimento de diálogos entre os pares. A vice-reitora de Graduação, Doutora Rosani Sgari, destaca que um dos


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fatores que leva ao sucesso na realização de um trabalho é sua execução de forma integrada e participativa entre os diversos setores envolvidos. Julga, nesse sentido, que os bons frutos colhidos pela Graduação devem-se, em grande parte, pelo trabalho dedicado dos grupos que integram a VRGRAD: Assessoria da Vice-Reitoria de Graduação, Comissão de Graduação, Divisão de Ensino de Graduação, Setor de Apoio Pedagógico (SAP), Setor de Atenção ao Estudante (Saes), Rede de Bibliotecas, Secretaria Geral dos Cursos, Setor de Vestibular, Divisão UPF Virtual, Comissão de Seleção Docente (Comsel) e Assessoria de Estágios. “Queremos fortalecer, ampliar e desenvolver os trabalhos desenvolvidos

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nessas redes de apoio nos próximos quatro anos”, afirma a vice-reitora. Além disso, Rosani pontua que “é compromisso de uma universidade comunitária como a nossa trabalhar pela manutenção e pelo fortalecimento das licenciaturas, especialmente em um período em que constatamos a carência na formação de professores em todo país”. É imbuída desse espírito que a vice-reitora está à frente da constituição de um grupo de sustentação às licenciaturas, que congrega esforços para potencializar, repensar, revitalizar e apoiar essa área. Nessa busca constante por crescimento e aperfeiçoamento acadêmico e profissional, a vice-reitoria de Graduação, ao mesmo tempo em que observa

as necessidades da comunidade acadêmica e regional, direcionando seus trabalhos no intuito de sempre estruturar ações que proporcionem benefícios à região, está sempre atenta às demandas legais do MEC, que regram as atividades do ensino superior. Sobre a perspectiva para os próximos quatro anos, a vice-reitora destacou que, no intuito de levantar as demandas emergentes e de poder prospectar projetos para os próximos anos da gestão, dedicou, nesses primeiros meses em que esteve à frente da VRGRAD, esforços no sentido de intensificar ações de aproximação com gestores, professores e funcionários das diferentes unidades acadêmicas.

Crescimento e consolidação da pesquisa e da pós-graduação norteiam a gestão da Vice-Reitoria

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urante os primeiros quatro anos de gestão (2010 - 2014), as ações da Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação estiveram voltadas para o crescimento do Stricto Sensu e para um trabalho que colocasse em evidência a importância das pesquisas qualificadas e dos projetos bem articulados para a expansão da Universidade de Passo Fundo. Até 2018, esse processo será intensificado e envolverá comunidade, professores e alunos do ensino médio, da graduação e da pós-graduação. Para fortalecer a pós-graduação, toda a equipe ligada à Vice-Reitoria – o que inclui setores como a UPFTec e o UPF Parque – trabalha de forma integrada, com o propósito de possibilitar a qualificação da pesquisa e de ampliar a qualificação e a capacitação docente, a partir do incentivo e do apoio ao pós-doutoramento. De acordo com o professor Doutor Leonardo José Gil Barcellos, à frente da pasta desde 2010, é pela pós-graduação que, por exemplo, o UPF Parque está se qualificando, pois todos os projetos que lá são desenvolvidos estão ligados a algum programa de pós-graduação. “As primeiras ações desenvolvidas no Parque foram realizadas em parceria com o grupo de professores do curso da Ciência da Computação, hoje ampliada para a equipe que integra o Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada. As ações subsequentes con-

Foto: Gelsoli Casagrande

No laboratório, o professor incentiva o trabalho em equipe e a pesquisa qualificada

taram com o Programa de Ciência e Tecnologia de Alimentos e com os programas da Engenharia. Toda essa consolidação embasa o crescimento do Stricto Sensu”, explica. Nesse propósito, no intuito de impulsionar o crescimento da área, a Instituição fez uma série de investimentos, marcados, dentre outras ações, pelo apoio a eventos de formação para redação de artigos em língua inglesa, pela oferta de cursos voltados à qualificação da redação científica e de cursos sobre estatística de alto nível para pesquisa. Além disso, atividades como a Semana do Conhecimento e a Mostra de Iniciação Científica (MIC) proporcionam aos acadêmicos a experiência da pesquisa e dos resultados voltados para a comunidade.

Investimento na formação docente e discente Desde 2010, diversos professores da UPF obtiveram a licença para a realização de formação em nível de pós-doutorado. Com o incentivo da Universidade, um expressivo número de docentes dos programas de mestrado e doutorado realizou ou está realizando estudos em instituições de ensino superior situadas em países estrangeiros, viabilizando parcerias, possibilitando o desenvolvimento de projetos em comum e o crescimento institucional. A internacionalização que ocorre por meio dessa formação também é uma das metas da Vice-Reitoria. Passadas as fases de consolidação do Stricto, de renovação de quadros de professores e de transferência dessa excelência para a graduação, tem-se,


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agora, o objetivo de ampliar as ações, para que cada vez mais essa realidade faça parte da cultura da Instituição. “Pretendemos, para 2015, efetivar a consolidação, a expansão da iniciação científica e o início dos trabalhos para a Mostra de Iniciação Científica Junior, com vinte bolsistas do Integrado atuando nas pesquisas da Universidade. Temos ciência de que esse não é um trabalho a ser realizado a curto prazo, razão pela qual pretendemos promover uma mudança cultural, abrangendo todos os envolvidos nesse processo, apresentando, para a comunidade interna e a externa, as ações e os resultados dos es-

Qualificação dos projetos Uma parte importante desse processo é a qualificação dos profissionais, professores e acadêmicos envolvidos na elaboração de projetos de pesquisa. Na opinião de Barcellos, quanto melhores os projetos, mais recursos serão captados e mais investimentos poderão ser feitos para que a pesquisa na UPF avance. “Temos proposto aos dos professores que vão para o exterior que articulem parcerias e firmem projetos em conjunto, permitindo mostrar a Universidade de Passo Fundo para o mundo, desmistificando a ideia de que quando você vai para exterior está deixando de lado o local. Pelo contrário, a beleza da pesquisa está em criar soluções para problemas que ainda não existem e isso se faz com troca de experiência, liberdade de ciência e conhecimento”, pontua.

forços dispendidos”, observa Barcellos. Segundo o vice-reitor, entre os planos, está quadruplicar os números da

participação na iniciação científica, chegando aos seiscentos alunos envolvidos nos programas e nos projetos. Foto: Arquivo UPF

Extensão: um link com a vida real Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC) da UPF atua em oito áreas prioritárias do conhecimento, com cerca de cem projetos de extensão

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proximar o acadêmico da realidade social é uma das principais metas da Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC) da Universidade de Passo Fundo (UPF). Na formação de profissionais cidadãos, éticos e preparados para as transformações sociais, a interlocução com a “vida real” sustenta um dos pilares que compõem o tripé ensino, pesquisa e extensão. Na UPF, dentre os mais de cem projetos de extensão desenvolvidos por professores e alunos, em um processo de interação com a fundante da extensão universitária – qual seja, a comunidade –, são realizadas atividades que contemplam as oito áreas elencadas pela Política Nacional de Extensão como pilar das atividades extensionistas: comunicação; cultura; direitos humanos e justiça; educação; meio ambiente; saúde; tecnologia e produção; e trabalho. A extensão caracteriza uma oportuni-

Interação com a comunidade A comunidade é um conceito fundamental dentro da proposta de formação acadêmica. “Vivemos em um território. Nós nos constituímos em um lugar. Apesar de hoje sermos hiperconectados, temos raízes importantes que são determinantes na nossa vida pessoal e profissional. Quando eu falo comunidade, falo em interações que dão sentido e vivacidade àquilo que fazemos, por isso considero impossível fazer Universidade de qualidade sem uma profunda interação com a comunidade”, destacou a vice-reitora de Extensão. Conhecer a realidade das pessoas é essencial para o processo de extensão. “Qual o contexto em que as pessoas vivem? O que elas buscam? Se esse conjunto de elementos não for considerado, se terá muita dificuldade em desenvolver qualquer processo. É preciso ajudar o aluno a aprimorar essa relação e a constituir um cidadão profissional que tenha condições de desenvolver um trabalho qualificado”, ressaltou Benadete.

dade para qualificar a formação acadêmica e dialogar com a realidade. “Seu objetivo principal é ajudar na formação. É fazer com que os conhecimentos produzidos na academia possam dialogar com outros que estão em diferentes espaços da sociedade, agregando novos conhecimentos e retornando à comunidade acadêmica, ressignificados. Esse movimento é que aproxima os saberes e possibilita uma formação mais adequada às distintas necessidades das pessoas e dos coletivos. O resultado desse processo é uma formação crítica, reflexiva, cidadã, autônoma e criativa do futuro profissional”, salientou a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Doutora Bernadete Dalmolin. Os projetos de extensão são interdisciplinares e interinstitucionais e são desenvolvidos a partir de parcerias entre a UPF e apoiadores externos (entidades, ONGs, escolas, prefeituras). “Trabalhamos para que todos os nossos alunos tenham vivência de extensão ao longo da sua formação. A qualificação das atividades de extensão passa por processos formativos entre professores e alunos, pela aproximação das atividades com as diretrizes, pela indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão e pela ampliação das experiências de extensão durante a formação acadêmica”, assegurou a vice-reitora. Transformando a realidade A extensão proporciona a difusão do conhecimento e a interação com as realidades e as experiências da comunidade. Esse trabalho contribui com a melhoria

Vice-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, Bernadete Maria Dalmolin

da qualidade de vida da população e subsidia o fazer acadêmico na sua dinâmica de responder às demandas da sociedade, indo ao encontro do comprometimento da UPF com o desenvolvimento sustentável. “Quando o aluno se forma, ele vai se defrontar com a realidade. O profissional vai ter mais habilidades se durante a vida acadêmica pudermos oferecer oportunidades para que ele vivencie na prática e troque experiências com pessoas da comunidade, de empresas e de instituições. A formação ganhará mais sentido e ele estará mais preparado para enfrentar as situações”, argumentou Bernadete. Um dos pilares da extensão é a dialogicidade. A partir da problemática da comunidade, é estabelecida uma relação com o conhecimento já existente, é feita uma investigação a campo e, posteriormente, é possível reconstruir a realidade. “Nesse campo, é preciso conhecer a realidade, a cultura, as pessoas, e, a partir daí, construir uma metodologia de trabalho e uma forma de intervenção que considere todas essas variáveis”, observou a vice-reitora de Extensão. O efetivo contato com o universo pro-


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fissional no qual o aluno irá se inserir ajuda na sua formação técnica e humanística e, nesse sentido, a professora Bernadete Dalmolin destaca:“As vivências fazem com que os alunos tenham compreensão da realidade, desenvolvam melhor as suas práticas, busquem outros profissionais para ajudar. Fazem com que eles repensem e revejam suas concepções. Mudam a realidade da so-

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ciedade, mas mudam a formação profissional e pessoal do aluno”. Ampliando a extensão A UPF está trabalhando para que a extensão possa fazer parte da vida de todos os graduandos, envolvendo, ao mesmo tempo, o ensino, a pesquisa e a extensão, com o objetivo de levar experiências externas para dentro

do universo acadêmico. “A extensão possibilita levar para a sala de aula a realidade. É importante fazer um link com a realidade e esse tipo de conexão é fundamental para enriquecer o currículo e tornar o espaço acadêmico mais aberto, poroso, flexível. Não precisamos ter um formato de ensino entre quatro paredes”, finalizou a vicereitora. Foto: Gelsoli Casagrande

Gestão responsável Vice-Reitoria Administrativa destaca a importância da sustentabilidade acadêmico-financeira

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Vice-Reitoria Administrativa (VRADM) da Universidade de Passo Fundo (UPF) desenvolve seus trabalhos pautada na certeza de que a gestão responsável é fundamental para assegurar a sustentabilidade acadêmico-financeira para implementação das metas e ações da Instituição. Esse processo visa ao alcance da excelência acadêmica e à necessária atenção à responsabilidade social. A VRADM é o órgão executivo que orienta, coordena e fiscaliza as atividades dos órgãos e dos serviços próprios da Universidade. A essa pasta estão vinculadas cinco divisões: Administrativa, Financeira, Controladoria, Recursos Humanos e Tecnologia da Informação e de Marketing. Dentre as atribuições dessa vice-reitoria, estão gerir os recursos financeiros disponíveis, objetivando o equilíbrio e a sustentabilidade da instituição; orientar as ações de marketing para o mercado; disponibilizar capital humano qualificado, competente e comprometido com os trabalhos desenvolvidos e dar suporte e proporcionar funcionalidade às atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão, com infraestrutura moderna, adequada e otimizada. Além disso, está sempre comprometida a criar, desenvolver e promover ferramentas de tecnologia da informação para atender às demandas da Instituição. De acordo com o vice-reitor Administrativo, Doutor Agenor Dias de Meira Junior, a ideia é desenvolver um projeto de Universidade com sustentabilidade acadêmico-financeiro. “A UPF não tem fins lucrativos. A arrecadação é reinvestida na Instituição com objetivo de proporcionar o melhor ensino aos nossos alunos, o que justifica o caráter acadêmico-financeira. A meta é dar suporte a todas as atividades da Instituição, visando a um crescimento de forma sustentável, de acordo com a capacidade orçamentária”, ressaltou o vice-reitor Administrativo.

Fortalecimento Fortalecer as políticas de recursos humanos, o plano de cargos e salários dos funcionários e o desenvolvimento de pessoas também faz parte do projeto de sustentabilidade acadêmico-financeira. O vice-reitor Administrativo destaca que, nos últimos quatro anos, a Universidade de Passo Fundo se preocupou em resolver questões relacionadas a passivos trabalhistas, problema histórico enfrentado pela Instituição. Foram feitos acordos coletivos tanto com o sindicato dos professores, quanto com o de funcionários. Em um segundo momento, procedeu-se a ajustes relacionados ao sistema ponto e, posteriormente, dedicou-se amplo trabalho com vistas a estruturar um efetivo sistema de controle orçamentário. Outro passo importante foi a reforma administrativa, que contemplou questões importantes, dentre as quais a implementação da Política de Carreira, Cargos e Salários dos Funcionários.

Cultura de planejamento Os trabalhos desenvolvidos nesses últimos anos estão voltados ao fortalecimento da cultura de planejamento estratégico em todos os espaços institucionais, de forma descentralizada e participativa. Dentre outros objetivos, está o de consolidar o sistema de gestão, a partir da transparência na elaboração e na execução do orçamento e do controle de despesas. O orçamento é uma das ferramentas essenciais de gestão. “Orçamos tudo. Não deixamos nada de fora. É importante planejar o orçamento de forma precisa, e, depois, fazer o controle daquilo que foi planejado e aprovado nas instâncias colegiadas no Conselho Universitário e no Conselho Diretor. A primeira ferramenta é o orçamento, depois, naturalmente, tem o planejamento de médio e longo prazo, que nos permite um posicionamento estratégico, sabendo onde queremos chegar e onde investir.”, revelou Meira Júnior.

Ferramenta de desempenho A Universidade está implementando o Programa de Avaliação e Desempenho, que, dentre outros objetivos, propõe-se a reconhecer o desempenho dos funcionários e a possibilitar e incentivar o processo de feedback entre o gestor e os componentes de sua equipe. Sua estrutura permite, ainda, que se promova a progressão na carreira e o desenvolvimento pessoal e profissional, bem como que se identifique deficiências no desempenho funcional, de tal forma a viabilizar ações no sentido de aumentar a eficácia das atividades realizadas, subsidiar o Plano de Desenvolvimento de Pessoas da Instituição e amparar decisões relacionadas à política de remuneração e benefícios. “O programa avalia o desempenho do funcionário com o objetivo de identificar em qual ponto ele precisa se desenvolver. É uma ferramenta moderna na área de recursos humanos que em muito contribuirá no processo de crescimento e de valorização do quadro funcional”, afirmou o vice-reitor Administrativo. Construção coletiva Outra meta da Vice-Reitoria Administrativa é ampliar a política de descentralização da gestão, visando à autonomia e à dinamização dos processos acadêmico-administrativos. Sobre mais esse desafio, o vice-reitor assegurou que a estrutura da Universidade permite essa construção coletiva. “Temos estimulado a participação dos grupos colegiados, respeitando as esferas de decisão. Ao usar essa estrutura colegiada, conseguimos fazer a gestão de forma coletiva, discutindo quais são as necessidades e de que forma podemos atendê-las”, pontuou Meira Junior.

Vice-Reitor Administrativo da UPF, Agenor Dias de Meira Junior


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entrevista Cleide Moretto

JOVENS:

OS PROTAGONISTAS DO

MERCADO DE

CONSUMO Foto: Divulgação

n Em uma época em que o “o que tenho” vem antes do “o que sou”, a Dra. Cleide Moretto alerta: não se pode ignorar que há uma outra sociedade, que vai além do consumo

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juventude é uma fase de transição, permeada por incertezas. Conhecer o mundo ou economizar para o futuro? Comprometer-se com o financiamento de um carro ou andar de ônibus? A mordomia da casa dos pais ou a privacidade de morar sozinho? Todas essas escolhas envolvem dinheiro, motivo de constante dilema para os jovens. Os apelos do mercado estão por todos os lados, assim como também estão as possibilidades de crédito. Como a população jovem age nesse contexto? A Dra. Cleide Moretto, economista e professora da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Feac), traz, nesta entrevista, algumas respostas e novos questionamentos sobre a temática.

Para a Dra. Cleide Moretto, consumir de forma imediata tem sido a tônica do comportamento dos jovens, e o mercado responde na mesma velocidade

Como podemos descrever o jovem consumidor brasileiro? No Brasil, essa faixa de consumidores envolve mais de 51 milhões de pessoas, quase 16 milhões de jovens entre 15 e 20 anos e mais de 34 milhões entre 20 e 29 anos de idade, ou seja, 26,9% da população total recenseada em 2010. É uma parcela considerável, que, ou consome diretamente, ou influencia o consumo da família, e que costuma responder a marcas e serviços globais, como podem confirmar os holofotes do comércio internacional. Nosso país é

um dos principais mercados consumidores do mundo! Uma pesquisa divulgada no final de 2013, realizada pelo Núcleo de Tendências e Pesquisa do Espaço Experiência da Famecos/PUCRS, com 1.350 jovens, homens e mulheres, sobre seus hábitos de consumo, lazer e sonhos, identificou que a maioria dos entrevistados mora com os pais, de quem dependem financeiramente, ainda que 54% exerçam algum tipo de atividade remunerada, o que demonstra que estão assumindo responsabilidades mais cedo. Sobre a classe de renda, identificou que quase metade deles pertence às classes B e C e evidenciou que gastam principalmente em alimentação, transporte, educação, festas e roupas. A mesma pesquisa indicou que, em relação ao dinheiro, 80,7% dos entrevistados desejam melhorar financeiramente e 7,7% dizem estar “começando a entrar em pânico” com sua situação. Os jovens pesquisados, representativos das cinco regiões brasileiras, manifestaram não sonhar com riqueza, mas com conforto e simplicidade. Ainda, referem que buscam acumular experiências e não juntar patrimônio. Querem conhecer o mundo (66%), ter felicidade no trabalho (47,9%) e desejam constituir família (38,5%). Para consumir, observam os lançamentos de produtos pela internet (92,0%), pela televisão (52,4%) e


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pela indicação dos amigos (67,9%) e sinalizam preferência por pontos de consumo centralizado, como shoppings e compras pela internet. Em que cenário estão imersos os jovens consumidores? Inicialmente, é oportuno destacar que estamos inseridos em uma sociedade de consumo: para pertencer, você deve consumir, e para consumir, você precisa ter renda. No entanto, mesmo quando não se dispõe de renda, existem formas que facilitam esse processo, as quais possibilitam que se consuma até mesmo a “moeda” que permitirá novos consumos. Portanto, nessa sociedade capitalista orientada para o consumo, nossos desejos, nossas necessidades e nossas expectativas estão sendo avaliados constantemente, em todas as classes, desde a mais baixa até a mais elevada, com o propósito de expandir ainda mais os mercados. Percebemos que esse é um processo que se autoalimenta e o faz em uma direção ascendente. Procure listar os itens que você consome em um único dia, em um mês, em um ano, em uma década. Agora, converse com o seus pais e veja quantos itens eles consumiam com a sua idade nesses espaços de tempo. Vá mais além e veja como os seus avós viviam. A diferença é imensa. Qual a importância de aprender a lidar com dinheiro na transição para a vida adulta? Considerando que vive uma etapa de descobertas, a juventude deve ser ponderada. Essa fase da vida se constitui como um momento em que buscamos uma identidade e, por isso, o autoconhecimento vem acompanhado por alternativas de inserção social e pela compreensão do espaço, portanto, envolve necessidades de experimentação, de associação, de independência, de responsabilidade e de aprovação. A autonomia precisa ser conquistada e o futuro, mais ainda do que o presente, é permeado por incertezas. E nesse sentido, pertinente ponderar: que certezas nós temos de que já passamos dessa etapa? O modo como lidamos com a transição para a fase adulta tem impacto direto no modo como serão tomadas as decisões no futuro, bem como em nosso posicionamento no que diz respeito a assumir riscos e a superar desafios. O contexto socioeconômico é determinante para essa fase, e ter ou não recursos financeiros costuma transcender questões e situações de conflito pessoal e/ou familiar, o que configura a atual dinâmica social. Numa perspectiva intergeracional, podemos afirmar que as gerações X (30 aos 45 anos), Y (20 a 29 anos) e Z (12 aos 19 anos) sinalizam posturas distintas. A família, o grupo de amigos e o trabalho estão entre as suas principais preocupações. Os valores, como diferentes estudos evidenciam, continuam sendo trans-

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“O modo como lidamos com a transição para a fase adulta contará para o modo como tomaremos decisões no futuro, nosso posicionamento no que diz respeito a assumir riscos e superar desafios.” mitidos e apreendidos pelos jovens na/pela família, mas é nesses outros grupos que eles desenvolvem seus papéis, identificam lideranças, exercitam a lealdade, trocam afetos, fazem e desfazem laços. Como o estilo de vida conectado se relaciona com o comportamento de consumo? A tônica do jovem contemporâneo é: conexão, velocidade, inovação. Por isso, precisam estar on, precisam estar conectados e essa conexão deve possibilitar o acesso a tudo o que pode ser diferente, inovador. Sua essência, seus sentimentos, seu imaginário, passam pela possibilidade de pertencerem a uma rede de informação. Percebemos que a racionalidade econômica desse jovem consumidor tem como máxima a diferenciação. Para tudo isso, é imprescindível possuir o melhor equipamento, para ter a garantia de melhor acesso, e, ainda, para poder encontrar primeiro, sugerir, ser referência. Isso tudo está relacionado ao consumo de equipamentos que possibilitam o acesso a redes, tais como celulares, tablets e iphones, bem como ao consumo de serviços de acesso a jogos e à internet. A cultura midiática costuma ser o vetor da socialização inerente a esse contexto, com os jovens entendendo o mundo por meio das imagens. Esse novo cenário permite uma nova tecnologia de consumo, imersa em um mercado repleto de ofertas sedutoras, com bens de consumo marcando a busca de

A faixa de jovens consumidores no Brasil envolve mais de 51 milhões de pessoas, ou seja, 26,9% da população total recenseada em 2010.

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identidades individuais e grupais. Adquirir e consumir coisas têm, de forma imediata, sido a tônica dos questionamentos dessa fase transitória: antes mesmo da resposta para “quem sou”, está em evidência “o que posso”, “o que tenho”, “o que pareço ser” e é por isso que os jovens costumam ser os protagonistas no mercado de consumo. Há que se chamar a atenção, contudo, que a relação entre o mercado e os jovens consumidores não é unívoca: as empresas estimulam/respondem na mesma velocidade a esses novos atributos do consumo. O imediatismo é percebido nesse comportamento? Uma característica que esses jovens herdadaram da cultura de consumo dos brasileiros é o pensamento voltado ao curto prazo. Nesse sentido, o Indicador de Educação Financeira, pesquisa realizada pelo Serasa Experian juntamente com o Ibope Inteligência, traz, para o ano de 2014, informações importantes em relação à tomada de decisão: os jovens que têm entre 16 e 24 anos apresentam percentuais de concordância superiores quando comparados aos entrevistados com mais idade em relação: a ficarem mais satisfeitos em gastar dinheiro agora do que poupá-lo para o longo prazo; a comprarem parcelado em detrimento de esperar para comprar à vista; a admirarem pessoas que possuem bens (roupas caras e automóveis de luxo); a comprarem marcas que os amigos ou parentes irão aprovar; a comprarem sem pensar, tendo, estes últimos, uma proporção significativa em relação às demais faixas etárias. Como os jovens lidam com o futuro? Parte dessas gerações Y e Z conta com a poupança que os pais fazem ou fizeram. Essa realidade se confirma, principalmente dentre aqueles jovens que são oriundos de famílias de renda mais alta e cujos pais têm maior grau de escolarização. Poucos são os jovens que planejam o futuro num prazo maior e muitos são os que costumam recorrer ao crédito para adquirir hoje. Aqueles pertencentes às famílias de mais alta renda costumam contar com o auxílio dos pais, que organizam as suas finanças para dar conta das necessidades e dos desejos dos filhos, para assuntos relacionados desde aos estudos superiores, a estudos complementares e a intercâmbios no exterior, até aqueles concernentes à aquisição de um automóvel, por exemplo. Os demais, proporção não desprezível da população, aliam estudos e trabalho e, mesmo desejando ter seu próprio espaço, permanecem na casa dos pais para dar conta de suas despesas. No limite, esses últimos buscam atingir os níveis de consumo de sua geração. Não podemos ignorar essa realidade, no entanto, há que se abrir os olhos para o fato de que há outra sociedade que vai além do consumo.


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ciência e inovação Aplicativo utiliza tecnologia da informação em prol da qualidade do leite Foto Gelsoli Casagrande

Pesquisa desenvolvida por acadêmico da UPF propõe sistema de rastreabilidade no processo de coleta e transporte do leite

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utilidade do telefone celular já não mais se restringe à comunicação, falada ou escrita. O aparelho, que se popularizou e ganhou muitos adeptos, tornou-se uma ferramenta de conexão com o mundo. Foi a partir dessa percepção que o acadêmico Fernando Rambo, do Curso de Ciência da Computação do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg) da UPF, propôs trazer inovação à cadeia produtiva do leite e aliar a esse setor o uso da tecnologia. Para isso, desenvolveu o projeto "Rastreabilidade no processo de coleta e transporte do leite", uma solução diferenciada para o controle de qualidade da produção leiteira. A proposta, desenvolvida dentro da área de computação aplicada e orientada pelo professor Mestre José Maurício Carré Maciel, compreende um aplicativo mobile para smartphones Android e traz uma solução para os problemas relacionados com a qualidade do leite. Segundo o acadêmico, idealizador da iniciativa, o projeto é resultado de um ano de muita pesquisa, muito desenvolvimento e muitos testes, e põe a Tecnologia da Informação a serviço da qualidade no setor. “Nosso estado está entre um dos melhores produtores de leite do país, tanto no que diz respeito à

Sistema inovador Segundo Rambo, o aplicativo usa a Tecnologia de Informação e a mobilidade dos dispositivos como aliadas ao processo de controle. Ele explica que os transportadores de leite anotam diariamente os dados de coleta em uma planilha física e que, com o aplicativo, todas as informações seriam informatizadas. “Queremos informatizar esse sistema de coleta e, para isso, criamos um aplicativo mobile para smartphones Android, no qual as informações são inseridas junto com dados de geolocalização e sincronizadas, via internet, com um banco de dados central”, explica. Com o sistema informatizado, os dados de coleta ficam disponíveis em tempo real em um portal web, que pode ser acessado por diversos usuários: tanto a indústria, quanto o produtor, ou mesmo o laboratório de análises ou os órgãos fiscalizadores. “A informação passa a ser compartilhada. Nossa proposta, enquanto cientistas da computação, é aplicar o conhecimento adquirido na graduação para melhorar um processo que hoje é totalmente manual e, muitas vezes, falho”, salienta.

Professor José Maurício Carré Maciel e o acadêmico Fernando Rambo

quantidade quanto à qualidade, mas vemos constantemente nos noticiários que a cadeia produtiva do leite vem sendo alvo de inúmeras fraudes, prática de um pequeno grupo que acaba desacreditando todo o setor”, comenta. Processo de desenvolvimento A nova tecnologia foi desenvolvida com o propósito de possibilitar melhorias na cadeia produtiva do leite e, para isso, foram realizadas pesquisas sobre aplicações com foco em rastreabilidade. “No Brasil, o setor no qual mais é usado esse tipo de ferramenta é o de carnes. Ao nos familiarizarmos com o tema, percebemos que, no que dizia respeito à cadeia produtiva do leite, os projetos existentes eram raros e tinham um escopo bastante reduzido, então, desde dezembro de 2013, começamos a modelar e a desenvolver um projeto de pesquisa com objetivo de criar uma ferramenta capaz de realizar o acompanhamento dos dados de coletas de leite em propriedades rurais e seu transporte até a indústria, a fim de minimizar a possibilidade de fraudes”, explica Rambo. A partir dos estudos realizados, o pesquisador identificou a necessidade do setor e desenvolveu um sistema composto por dois módulos: o aplicativo móvel

Android e um portal web para consulta das informações. Foram meses de pesquisa e desenvolvimento e o maior desafio foi a conexão. “Sabemos que nossa rede de internet 3G aqui no Brasil está longe de atingir a cobertura de todas as regiões rurais, por isso, o grande desafio foi criar um aplicativo capaz de trabalhar off-line em determinadas situações e de sincronizar os dados assim que a conexão for estabelecida novamente”, salienta. Ciência e inovação Por acreditar que a investigação científica é indutora do espírito crítico e criativo, da curiosidade, do aprofundamento e da disciplina do ser humano na formação do futuro profissional, a UPF incentiva, por meio da pesquisa, a produção científica. Para o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Doutor Leonardo José Gil Barcellos, a participação dos acadêmicos de graduação na pesquisa desenvolvida pelos professores pesquisadores e pelos alunos de pós-graduação da UPF é um dos pilares na sua formação acadêmica. “Estimular a iniciação científica é fortalecer a formação dos nossos alunos que, através da pesquisa, produzem e aprimoram seu conhecimento com base no método científico”, considera.


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UniversoUPF Foto: Gelsoli Casagrande

ciência e inovação Equipamento auxilia na busca de elementos para novos produtos

Bioprocessos Projeto do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos busca obter produtos a partir do uso de microrganismos em bioprocessos industriais

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bter produtos como alimentos e ingredientes a partir de bioprocessos é um dos objetivos do projeto de pesquisa “Produção de Alimentos, Ingredientes e Produtos de Interesse Industrial por Bioprocessos”, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA) da UPF. A proposta, que foi construída a partir de sugestões dos professores do curso de Engenharia de Alimentos, também busca desmistificar a ideia de que produtos industrializados são prejudiciais e dedica-se a mostrar a profissionais da área que é possível produzir alimentos funcionais, saudáveis e mais baratos. A pesquisa propõe-se, ainda, a contribuir na identificação de produtos que possam ter algum benefício na indústria de alimentos, os quais podem ser, desde microalgas, até ingredientes como emulsificantes e antioxidantes. O projeto conta com a participação de professores e alunos da graduação em Engenharia de Alimentos e do PPGCTA e consolida-se como um espaço para novas ideias dentro da linha de pesquisa "Processos biotecnológicos e não convencionais na produção de alimentos e ingredientes." De acordo com a professora doutora Luciane Maria Colla, responsável pelo projeto, tem-se, como propósito, obter produtos alimentícios, como leites fermentados, probióticos e microalgas, e

ingredientes com propriedades funcionais para a saúde ou que, de alguma forma, melhorem os processos tecnológicos na indústria, tais como ácidos graxos poli-insaturados, pigmentos, bioemulsificantes, antioxidantes e gomas. Com os trabalhos em andamento, a professora ressalta que os resultados serão obtidos em longo prazo. “Trabalhamos as duas vertentes da pesquisa: primeiro, a produção por meio dos bioprocessos, depois, os testes necessários para a viabilização do uso, o que implica a realização da caracterização química e física, bem como a comprovação das propriedades funcionais em laboratório e ainda os testes in vivo, realizados com modelos experimentais, como leveduras, cobaias e mesmo humanos. Essas comprovações são necessárias para ver quais os efeitos que esses materiais terão para a saúde”, explica, lembrando que o objetivo maior do projeto é que os resultados cheguem à comunidade. A título de exemplo, a doutora Luciane menciona a produção de microalgas, que podem ser adicionadas a produtos alimentícios, contribuindo com a produção de alimentos funcionais. Além disso, pondera que, após processos de extração, purificação e de encapsulação, os compostos isolados da biomassa algal podem ser extraídos e usados como nutracêuticos. Conhecimento como ferramenta para uma boa alimentação Corantes, emulsificantes e antioxidantes sintéticos são muito utilizados em alimentos e podem provocar, em algumas pessoas, alergias e intolerâncias, o que evidencia a necessidade da pesquisa e da produção de novos com-

para melhorar alimentos ponentes e aditivos para os alimentos, objetivo ao qual se dedica o projeto “Produção de Alimentos, Ingredientes e Produtos de Interesse Industrial por Bioprocessos”. Luciane enfatiza que “esses aditivos podem ser gerados por meio dos bioprocessos, sendo denominados biocorantes, bioemulsificantes e antioxidantes naturais, apresentando-se como uma possibilidade de substituição de aditivos sintéticos por naturais”. Todo esse desenvolvimento faz parte do aprendizado e da formação do Engenheiro de Alimentos. De acordo com a professora doutora Telma Elita Bertolin, docente do programa, é preciso que os profissionais tenham, desde os primeiros passos na graduação, essa consciência sobre a importância da pesquisa. “O engenheiro de alimentos precisa ter a consciência de que é um agente na indústria para a o desenvolvimento de produtos saudáveis”, observa.

Na prática

Trabalhos nessa área são desenvolvidos constantemente, eis que a temática é contemplada em projetos de alunos de graduação e de pós-graduação. Exemplo disso é o trabalho produzido por um grupo de alunos que, sob a orientação dos professores doutores Luciane Colla e Vandré Brião, desenvolvem Trabalho de Conclusão de Curso utilizando resíduos do processo de filtração por membranas do soro do leite no cultivo de microalgas, com o objetivo de potencializar o acúmulo de carboidratos e lipídios na biomassa algal. A professora explica que os lipídios podem apresentar ácidos graxos poli-insaturados, os quais podem, por exemplo, ser usados nas formulações de leite em pó infantil. Os carboidratos, por sua vez, podem ser usados na produção de bioetanol. Da filtração por membranas do soro, separa-se ainda o concentrado protéico de soro (whey). O uso de microrganismos já é bastante conhecido em várias áreas de pesquisa e o que se pretende com o projeto, segundo Luciane, é realizar estudos para caracterizar novos produtos a partir dessa tecnologia já existente, oferecendo novas possibilidades e encontrando novos espaços na produção industrial.


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comunidade ENVELHECER COM

QUALIDADE DE

Centro de Referência e Atenção ao Idoso (Creati) da UPF desenvolve ações com população idosa

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VIDA

Foto: Gelsoli Casagrande

Treinamento Funcional com Fita de Suspensão Corporal é um dos cursos oferecidos pelo Creati

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chegada da terceira idade deve ser encarada com naturalidade. Recordar o passado e as experiências da vida proporciona uma sensação de nostalgia, no entanto, é preciso viver o presente e perceber que há muito que aprender nessa nova fase. A partir dessa percepção, a UPF, por meio da Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, mantém o Centro de Referência e Atenção ao Idoso (Creati), espaço dedicado à comunidade local e regional, com vistas a proporcionar o debate e o estudo de questões relacionadas ao processo de envelhecimento humano, por meio de um processo de desenvolvimento educativo e permanente e de caráter interdisciplinar. As primeiras ações que culminariam com a criação do Centro ocorreram em 1990, quando representantes do Grupo Pró-Memória solicitaram a atenção da Instituição para com o idoso da região. Nesse mesmo ano, a UPF organizou e sediou o I Seminário Regional da Terceira Idade, evento no qual foram debatidas estratégias de trabalho com o idoso, e, no ano seguinte, foi criado o Creati. Ao longo dessas mais de duas décadas de atuação, diversas ações foram – e ainda são – realizadas com a população que compõe essa faixa etária, tais como atividades educacionais, físicas, técnicas, mentais, sociais, cívicas, culturais e afetivas, sempre impulsionadas pelo intuito de preservar a qualidade de vida na longevidade e de trazer benefícios diante de situações de vulnerabilidade social. O Creati conta com o apoio de programas de pós-graduação que dedicam estudos relacionados ao universo do envelhecer e do envelhecimento humano, oriundos de diversas unidades acadêmicas, e visa à integração da tríade ensino, pesquisa e extensão. Segundo a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Doutora Bernadete Maria Dalmolin, a UPF procura desenvolver ações comunitárias em todas as áreas

do conhecimento e não poderia deixar de manter e qualificar um espaço como o Creati, principalmente num momento em que o perfil demográfico e epidemiológico apresenta em aumento tanto da longevidade quanto das doenças crônicas em geral. “Apresentar uma alternativa a essa população específica, com possibilidades de oferecer ações de acordo com uma avaliação prévia, baseada em evidências científicas, com acompanhamento e monitoramento de uma equipe técnica que faz interface com a graduação, com as residências multiprofissionais e com o Mestrado em Envelhecimento Humano, é uma aposta ganha, uma vez que as interações entre Universidade e comunidade fazem toda a diferença no espaço territorial. Tanto a população quanto a comunidade acadêmica ensinam e aprendem nesse contexto, ampliando as possibilidades de qualificação da vida”, pontua. Iniciativas auxiliam na construção e na afirmação da identidade O eixo principal do Creati está centrado na promoção da saúde, que, segundo conceitua a Organização Mundial da Saúde (OMS), significa bem-estar físico, mental, social e espiritual. Com base nessa premissa, o Centro oferece no Campus III e nos campi Carazinho e Lagoa Vermelha diversas atividades aos cerca de 850 alunos. Dentre as ativida-

des oferecidas, estão os grupos de dança e de canto e as oficinas de alongamento, ginástica, yoga, pilates, informática e origami. Além disso, os alunos contam com a oferta de palestras o engajamento em trabalhos voluntários com entidades da cidade e a participação em viagens, o que viabiliza sua participação em eventos de outras instituições de ensino, em bailes e em comemorações de datas festivas. Ainda, uma vez por mês, ocorrem as atividades do Clube do Idoso. Para a coordenadora, Daniela Bertol, as atividades com os grupos de terceira idade são importantes, pois contribuem com a construção e a afirmação da identidade social. “Tendo em vista que o envelhecimento é uma etapa da vida em que ocorrem modificações de ordem biopsicossocial, a participação em vida social e em grupos de terceira idade é preditiva de satisfação, de melhor controle da saúde, e da presença de maior suporte social e bem-estar subjetivo na velhice. Isso ocorre porque há uma convivência com pessoas da mesma idade, que se ocupam e que contam com profissionais preparados para compreendê-las e atendê-las em suas demandas físicas, mentais e sociais. No Creati, existe a busca da integração com o grupo e a valorização pessoal. O idoso tem a possibilidade de compartilhar suas experiências e conhecimentos adquiridos ao longo da vida”, comenta.

Participação acadêmica Com a intenção de atender a inúmeras demandas sociais presentes nos municípios da região e em instituições de diferentes naturezas, bem como no intuito de ser ferramenta na consolidação de um crescimento científico, social e ético, servindo como um espaço de investigação dos problemas emergentes na área do envelhecimento humano, o Centro de Referência e Atenção ao Idoso oportuniza aos acadêmicos dos cursos de todos os níveis de graduação da UPF um espaço privilegiado para a realização de atividades curriculares e extracurriculares.


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faço parte dessa história Realização conquistada em décadas de trabalho

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profissão de professor nunca deve deixar de ser admirada e respeitada pela sociedade. Além de ensinarem sobre determinados assuntos, muitos educadores ensinam lições de vida para os alunos e ajudam no desenvolvimento das instituições onde atuam. Ao longo dos 46 anos de história, centenas de professores já lecionaram na Universidade de Passo Fundo (UPF), compartilhando seus conhecimentos e suas experiências de vida. Um exemplo é o professor do curso de Medicina Dr. Hugo Roberto Kurtz Lisbôa, que há 39 anos colabora com a formação acadêmica dos futuros médicos e com a qualificação dos serviços em saúde prestados no município e na região. Médico e doutor em Endocrinologia, Lisbôa iniciou suas atividades profissionais na área de Semiologia ou Propedêutica Médica, migrando, posteriormente, para a área da Endocrinologia, na qual permanece até hoje. Além de ministrar

aulas e de ser o coordenador de pós-graduação da Faculdade de Medicina (FM), o professor já esteve vinculado ao mestrado em Envelhecimento Humano. Segundo ele, o início da FM, na década de 1970, foi marcado pela ação voluntária. “Na nossa unidade acadêmica, as pessoas ajudavam voluntariamente e solidariamente, pois acreditavam que a existência da FM contribuiria com o crescimento da comunidade”, comenta. Em uma época caracterizada pelo avanço em vários setores da cidade, o professor viu a Universidade se destacar como uma importante instituição de ensino superior do Rio Grande do Sul e do Brasil, testemunhando o comprometimento sempre presente nas diversas ações. “A preocupação com a qualidade do ensino e com a formação dos profissionais permeou e permeia as reitorias que administraram e administram a UPF, bem como as direções da FM. Há um conjunto de boas intenções que permitiram

Fotos: Gelsoli Casagrande

que a Instituição crescesse e se tornasse reconhecida”, avalia. Orgulhoso por fazer parte da UPF há quase quatro décadas, o docente, que já participou de muitos congressos e seminários, destaca que o primeiro grande curso da UPF foi realizado em 1978. O Curso Internacional de Atualização em Endocrinologia reuniu profissionais da área da saúde de todas as regiões do estado em torno de discussões conduzidas pelos professores espanhóis Antônio Gomes Pan e Jacinto Armenta Gil. Para o médico, esse foi um evento importante para o desenvolvimento do município.

Professor Hugo Lisbôa está vinculado à Faculdade de Medicina

Quando a carreira profissional acompanha o crescimento da UPF

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s instituições de ensino superior não crescem somente com o trabalho e a presença dos professores e acadêmicos. Os serviços prestados por seus funcionários, em diferentes campos do conhecimento, são igualmente fundamentais para que isso aconteça. A trajetória de Dorotéa Marques da Silva, supervisora de graduação na Divisão de Ensino de Graduação da UPF, comprova essa afirmativa. Na Universidade desde 1974, quando, na condição de bolsista, estava vinculada ao Departamento de Matemática, Física e Estatística do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg), Dorotéa foi efetivada como funcionária em 1976 e passou 18 anos na unidade acadêmica, desempenhando a função de secretária. Em 1994, tornou-se secretária na Vice-Reitoria de Graduação e, em 1998, assumiu o cargo de secretária geral dos cursos, no qual permaneceu até 2003, quando se vinculou à Divisão onde hoje atua. Na época de seu ingresso à UPF, exis-

tia, no Campus I, somente a Faculdade de Agronomia, onde, no turno da noite, também aconteciam as aulas do curso de Engenharia de Operações Mecânicas, do qual foi aluna da primeira turma. Assim, Dorotéa acompanhou o desenvolvimento e a construção dos prédios das demais unidades acadêmicas no campus, tendo sido testemunha da migração das Faculdades de Direito, de Administração, de Odontologia e do então Instituto de Artes (hoje Faculdade de Artes e Comunicação), que antigamente funcionavam no Campus III. Além disso, acompanhou a inauguração das sedes da Faculdade de Educação (1978), do Iceg (1979), do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (1982) e do Instituto de Ciências Biológicas (1983). Muitos foram os momentos marcantes vivenciados por Dorotéa nesse percurso, mas, segundo ela, as experiências que teve no Iceg se tornaram especiais. “Sem dúvida, o Iceg foi uma verdadeira escola, acrescentou muitas coisas ao meu coti-

diano. Lá aprendi a valorizar a transparência no trabalho a ser executado e fiz muitos laços de amizade”, conta. Ao ver a Instituição comemorar 46 anos, a funcionária se sente realizada por ter participado da formação de várias gerações de profissionais, podendo, ainda, contribuir e acompanhar a evolução da UPF na região.

Dorotéa Marques da Silva acompanhou a instalação das unidades acadêmicas no Campus I


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profissões Secretário executivo: o profissional que otimiza os processos organizacionais Pelo assessoramento, o profissional graduado em Secretariado Executivo auxilia na administração do negócio, participando do gerenciamento de informações, de documentos e de pessoas

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escolha profissional é comumente marcada por representar um dilema na vida dos jovens que se preparam para ingressar no ensino superior. Isso não foi diferente para a secretária executiva Marli de Camargo, egressa da UPF que registra que sua escolha pelo curso de Secretariado Executivo se deu em razão de que sempre gostou de atuar na área de gestão e de assessoramento. “Concluí o curso em agosto de 2002 e em dezembro de 2005 concluí a especialização em Gestão Secretarial, ambos na UPF”, comenta. A formação acadêmica possibilitou crescimento profissional para Marli, que, em 2007, prestou concurso público para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na área de Secretariado Executivo, obtendo a terceira colocação para Brasília, no Distrito Federal. Em abril de 2008, ela foi convocada para atuar na Embrapa Trigo, em Passo Fundo. “Analisando o passado e comparando-o com o cenário atual, temos a feliz comprovação de que o profissional secretário executivo vem conquistando cada vez mais espaço no mercado de trabalho. A sua atuação multidisciplinar, fundamentada na formação acadêmica, está de acordo com o que as empresas buscam, tanto no setor público quanto no privado”, analisa. Atuação profissional O secretário executivo desempenha um papel indispensável ao prestar assessoria e ao auxiliar na administração do negócio, tendo a responsabilidade de participar ativamente no gerenciamento de informações, de documentos e de pessoas, contribuindo para a melhoria das relações interpessoais e para o aumento da produtividade. O bacharel em Secretariado Executivo pode atuar tanto em organizações privadas quanto em instituições públicas e do terceiro setor, otimizando os processos organizacionais. Pode, além disso, participar de ações relacionadas à gestão empresarial, assessoria admi-

nistrativa, assessoria em marketing, assessoria comercial e assessoria em RH, além das atividades específicas do campo secretarial. No ano em que celebrou 20 anos de formação profissional, o curso de Secretariado Executivo da UPF também comemorou a obtenção de bons índices de qualidade em avaliações do Ministério da Educação e a conquista de cinco estrelas na última avaliação do Guia do Estudante da Editora Abril. Para a coordenadora do curso, professora mestre Josete Passamani Stocco, um dos diferenciais da graduação na UPF é o corpo docente, constituído por professores formados em Secretariado Executivo e por profissionais de outras áreas do conhecimento. Do ensino à extensão Aliar a teoria à prática é uma das propostas do curso de Secretariado Executivo da UPF e, com esse propósito, a Instituição insere seus acadêmicos em projetos de extensão, do que decorre a consequente inserção desses graduandos junto à comunidade. Dentre as ações voltadas a esse fim, está o projeto “Super Ação: secretariado vai à escola”, que, sobre questões relacionadas ao mercado de trabalho. “O trabalho envolve alunos de escolas públicas e auxilia na estruturação desses jovens para ações tais como a participação em uma entrevista de emprego e a organização do currículo. Além disso, lhes oferece uma palestra motivacional, incentivando-os a desenvolverem-se e a seguirem uma carreira profissional”, explica a coordenadora, enfatizando que o projeto envolve anualmente cerca de 15 escolas, com um público superior aos 500 alunos, e conta com

O curso na UPF O bacharelado em Secretariado Executivo da UPF foi criado em 1994 e é vinculado ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). O curso objetiva qualificar profissionais para atuarem em organizações públicas e/ou privadas, nas funções de assessoria e de gestão, bem como para trabalharem de forma autônoma e polivalente em um cenário de mudanças nas organizações.

a participação de mais de dez acadêmicos por edição. Segundo a coordenadora do curso, o desenvolvimento dos acadêmicos também se dá a partir de experiências de trabalho realizadas junto à Secretaria Junior, com a promoção de eventos e com a vivência constante da prática profissional. Além disso, o curso realiza viagens de estudos e diversas visitas e treinamentos em empresas, nos quais os acadêmicos são acompanhados por professores orientadores. Para Josete, essas ações, somadas à composição de qualificado corpo docente, fazem com que o curso de Secretariado Executivo da UPF seja reconhecido e merecedor das cinco estrelas que lhe foram atribuídas pelo Guia do Estudante. “Temos professores titulados, qualificados e comprometidos e ações constantes que contribuem na formação dos acadêmicos. Há, também, um fator externo, que é o mercado de trabalho, o qual é bastante receptivo. As empresas querem profissionais proativos, que tomem decisões e que façam acontecer, e todos os nossos acadêmicos recebem embasamento para desenvolver tais competências”, finaliza.


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internacionalização Pós-doutorados resultam em parcerias para pesquisas e consolidam o crescimento institucional UPF incentiva seu corpo docente a realizar estudos em nível de pós-doutorados, o que qualifica as pesquisas e promove o crescimento da Universidade

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esde 2010, a UPF possibilita a qualificação de diversos professores, com a concessão de licença para a realização de pós-doutorado. Com o incentivo, um expressivo número de docentes dos programas de mestrado e doutorado já realizou ou está realizando estudos em instituições de diferentes países, possibilitando parcerias e fomentando o desenvolvimento de projetos em comum e o crescimento da Universidade. A internacionalização que ocorre a partir dessa formação é uma das metas da atual gestão da UPF e tem conquistado importantes espaços para a produção e o desenvolvimento da pesquisa. Segundo dados da Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, dos 36 docentes que estão realizando ou já concluíram a sua formação em nível de pós-doutorado, 26 conquistaram espaços em instituições dos Estados Unidos, Chile, Espanha, Portugal, França, Argentina, Itália e México. Para o vice-reitor, Doutor Leonardo José Gil Barcellos, a UPF cresce à medida que incentiva seu corpo docente e, consequentemente, qualifica a formação dos seus alunos. “A nossa ideia é também possibilitar a realização do pós-doutorado aqui no Brasil, mas principalmente no exterior, incentivando a produção científica e as parcerias que beneficiam todos os setores da Instituição”, ressalta. Incentivo institucional Os professores que realizam a experiência do pós-doutorado voltam com a certeza de que a soma entre a maturidade profissional e a troca de experiências com outras culturas e realidades amplia possibilidades de novas parcerias e de novos projetos de pesquisa. Doutor em Bioexperimentação, Luiz Carlos Kreutz passou sete meses na University of Wageningen, na Holanda. Durante o período, produziu artigos e desenvolveu pesquisas na área da imunologia. Em sua opinião, a internacionalização propicia aos professores, às

instituições e indiretamente aos alunos o diálogo com novas ideias. Essa troca, segundo Kreutz, abre portas para que mais docentes vinculados ao Stricto Sensu filiem-se às parcerias firmadas, dando continuidade ao trabalho. “O benefício é extremamente grande, não só para o pesquisador, que já tem uma visão mais global da própria prática, mas também para o grupo de pesquisa e para a Instituição, uma vez que esses docentes que buscam formação em nível de pós-doutorado já saem com a perspectiva de buscar determinado conhecimento específico, de formar os vínculos necessários para que se possa manter parcerias com grupos internacionais”, pontua. Para ele, a política institucional da UPF nos últimos anos tem valorizado a pós-graduação e o pós-doutorado, fazendo com que os professores sintam-se motivados a ampliar os horizontes das pesquisas. Experiências concretas e resultados positivos O incentivo da Instituição tem motivado os docentes que atuam nos

cursos de mestrado e doutorado a dar continuidade à sua qualificação. De acordo com o coordenador do Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental (PPGEng), Pedro Prietto, o objetivo do colegiado é de que no mínimo 80% dos professores do Programa saiam para pósdoutorado até 2018, e a condição para que se consiga o apoio da Instituição é a de que o pós-doutorado seja realizado em instituição estrangeira. Para Prietto, a concretização de bons resultados se dá a partir do momento em que o professor se insere em grupos de pesquisa que geralmente têm abrangência internacional, com ramificações inclusive com outras universidades aqui no Brasil. “Isso contribui não só para a participação do Programa de Pós-Graduação numa rede, mas amplia a participação dele nacionalmente”, frisa. Além disso, destaca Prietto, outro resultado positivo é o de que o professor, enquanto está no exterior, aumenta e qualifica sua produção científica, elaborando mais artigos que serão publicados em periódicos importantes, contribuindo para a qualificação do próprio programa. Foto: Divulgação UPF

Professor Kreutz conquistou importantes espaços durante sua passagem pela Holanda


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reconhecimento O legado de um educador que lecionou a essência da prática jurídica Professor da Faculdade de Direito da UPF por 43 anos, Alberi Falkembach Ribeiro é um exemplo de profissionalismo, ética e perseverança Foto: Alessandra Pasinato

Por seu profissionalismo, Riberio obteve diversos reconhecimentos públicos

“É

preciso valorizar a profissão, ter competência e aprimorar-se sempre, mas o mais importante no Direito é ter ética, honestidade e honra”. O ensinamento é de um renomado advogado que deixou sua marca na história da Universidade de Passo Fundo e na de muitos egressos. Alberi Falkembach Ribeiro, consagrado por ser um grande exemplo de dedicação à prática jurídica, seja como docente ou como advogado, leva a vida com muito bom humor. O advogado, além de atuar no universo jurídico, é um exímio pecuarista, que, nas horas vagas, anda a cavalo

pelos campos e, no passado, também foi jogador de futebol. Foi no interior de Marau que o menino de família pobre encontrou força de vontade para vir até Passo Fundo a fim de estudar no Instituto Educacional (IE), onde foi interno por oito anos. Das três linhas de formação que o educandário lhe oferecia, optou pelo ensino clássico, que o direcionava ao Direito e prenunciava a construção de um futuro brilhante. “Aos 15 anos, ingressei no ensino clássico, que seguia na linha do Direito, ensinando latim, filosofia, artes e oratória. Desde jovem, tinha em mente ser advogado e, por isso, fiz Direito”, conta. O docente querido pelos alunos Sempre muito participativo, Ribeiro atuou em vários segmentos. Além de professor, trabalhou como diretor e coordenador, assumindo cargos administrativos na Instituição. “Tive uma passagem muito boa pela UPF, onde lecionei por 43 anos. Tive oportunidade de participar de toda a evolução da Universidade, desde a sua criação. Junto a nomes como Murilo Annes e Alcydes Guareschi, elaboramos o estatuto, que teve modificações, mas que até hoje está em vigor”, destaca. Em uma das paredes do prédio da Faculdade de Direito está o retrato de um dos professores mais lembrados pelos formandos. O docente, que participou da transferência da Unidade do centro para o Campus I, sente-se privilegiado pelas tantas homenagens. “Seja paraninfo, patrono, mestre científico ou amigo da turma, sempre recebi comendas

A formação em Direito Em 1957, Ribeiro finalizou o clássico e prestou vestibular para a Faculdade Direito, ingressando na terceira turma do curso. Sem bolsa de estudos, precisava trabalhar para financiar a graduação. Por isso, fez concurso para a justiça comum no Fórum de Passo Fundo, onde atuou ao longo dos cinco anos de graduação, chegando a ser escrivão substituto. Paralelamente ao trabalho e aos estudos, jogava futebol, integrando o time do Esporte Clube Gaúcho. “Entre o que ganhava nos dois trabalhos, pagava os estudos e a manutenção em uma pensão que dividia com outros amigos aqui em Passo Fundo”, conta. Em 1962, o professor Alberi concluiu a graduação em

Direito e saiu do Fórum, indo trabalhar por dois anos no estado do Paraná. Em 1964, retornou a Passo Fundo, onde trabalhou em um escritório com Murilo Annes. “Nesse período, começou o interesse pela docência acadêmica e pela Faculdade. Fiz didática na Faculdade de Educação para poder lecionar e um concurso para professor substituto assistente”, relembra. Em agosto de 1964, ele deu seus primeiros passos na docência e, um ano mais tarde, tornou-se professor titular, quando passou a ministrar aulas de Processo Civil e Prática Forense, o que fez ao longo de 43 anos, até encerrar suas atividades como docente, em 2008.

dos alunos, porque sempre tive um bom relacionamento com todos eles. É uma satisfação essa convivência, e, como coordenador de estágios, sempre me coloquei à disposição para auxiliar, quando, no mercado de trabalho, eles precisassem de algo”, esclarece. Em suas aulas, Ribeiro ensinava mais do que Processo Civil; educava para a valorização da profissão. “Sempre preguei, nas minhas aulas, falas e discursos de que só se produz trabalhando e, para vencer na vida, não precisa ser o melhor; é preciso conhecimento e ter essas credenciais, ter caráter. Isso não se dá em um dia, um mês ou um ano; é a vida toda. Quem tem essa linha de conduta, vence na vida”, declara o advogado. Reconhecimento profissional e pessoal A dedicação e o profissionalismo exercidos pelo professor Alberi na UPF tiveram reconhecimento público em uma Sessão Solene da Congregação, realizada em 2008, quando a Instituição o homenageou pelas décadas de serviços prestados em prol do ensino do Direito. Sua atuação na prática jurídica também teve reconhecimento público concedido pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Rio Grande do Sul, em 1988, com a distinção Advogado Exemplar e, em 1997, com o Prêmio Mestre Jurídico Orlando de Assis Corrêa. Em 2014, Ribeiro foi condecorado com a Comenda Oswaldo Vergara, distinção concedida pela OAB aos advogados que dignificam a classe com seu trabalho. “Todas essas comendas significam a boa conduta de uma vida dedicada ao trabalho”, frisa o professor Alberi, que, com 76 anos, permanece exercendo suas atividades advocatícias. “Cada um tem a idade que pensa que tem”, brinca. Casado com Maria Elisa, teve dois filhos. Um deles seguiu a carreira do pai, no Direito, e o outro optou pela Medicina Veterinária, área pela qual Ribeiro também tem especial apreço. Atualmente, dedica-se, além do escritório de advocacia, às atividades rurais e, com bom humor, segue trilhando sua trajetória de sucesso.


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fique por dentro

Vestibular de Verão da UPF

Vice-presidente da República visita a UPF Foto: Silvia Brugnera

Comitiva com deputados e lideranças políticas foi recepcionada no gabinete do reitor

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Reitoria da UPF recebeu o vice-presidente da República Michel Temer, que cumpriu agenda em Passo Fundo em outubro. A visita de Temer, que estava acompanhado de deputados e lideranças políticas, teve como propósito o estreitamento de laços com a Instituição. O reitor, José Carlos Carles de Souza, destacou a importância de receber o vice-presidente da República. “Ficamos lisonjeados com a visita de uma figura tão ilustre no cenário político e muito satisfeitos com o fato de que o vice-presidente da República teve a oportunidade de conhecer a UPF e de testemunhar nossa contribuição para o desenvolvimento regional”, afirmou. Os vice-reitores também acompanharam o encontro.

Segundo módulo do UPF Parque será inaugurado ainda em 2014

C

onstantemente dedicada à ampliação e à qualificação das ações na área da pesquisa e da inovação, a UPF está ampliando as atividades do UPF Parque, cujo segundo módulo vai ser inaugurado até o final deste ano. De acordo com os coordenadores do Parque, o módulo II está pronto para ocupação e recebe, neste momento, o setor administrativo. Até o final do ano, os equipamentos serão instalados no novo espaço. Terceiro módulo em construção O UPF Parque avança e se consolida

Foto: Gelsoli Casagrande

também fisicamente com o início das obras do módulo III, em fase de terraplanagem. Com 1.251,09 m², o espaço abrigará o Centro Tecnológico e a Incubadora Metal-Mecânica.

Local irá fomentar a cultura empreendedora

Lançamentos da UPF Editora

*E-book disponível para download gratuito

Ética em pesquisa com animais e seres humanos: bem�estar e dignidade Organizadores: Nadir Antonio Pichler e Ana Cristina Vendrametto Varrone Giacomini

*Disponível na forma impressa e também em e-book, para download gratuito

Panorama da produção leiteira no Rio Grande do Sul: perspectiva e gestão nas propriedades no Corede Produção Autores: Marco Antonio Montoya, Cassia Aparecida Pasqual e Eduardo Belisario Finamore

Política de responsabilidade social 2013 ⁄ 2016 Organizadoras: Bernadete Maria Dalmolin e Clenir Maria Moretto

*Disponível na forma impressa e também em e-book, para download gratuito

A Universidade de Passo Fundo (UPF) disponibilizou, no Vestibular de Verão 2015, vagas em 60 cursos de graduação na estrutura multicampi, em Passo Fundo, Carazinho, Casca, Lagoa Vermelha, Palmeira das Missões, Sarandi e Soledade. A prova do processo seletivo ocorreu no dia 15 de novembro, no Campus I, em Passo Fundo, e nos campi. Nesta edição, a novidade do processo seletivo foi a oferta do curso de Engenharia de Computação, o que atende a uma demanda crescente do mercado de trabalho para a área de Tecnologia da Informação (TI). O curso, que é vinculado ao Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg), será oferecido em parceria com a Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Fear) e formará profissionais habilitados a integrar softwares com equipamentos e componentes eletrônicos, que fazem funcionar, por exemplo, sistemas de monitoramento de culturas, sistemas de controle para hospitais, automação de residências, além de dispositivos móveis, computadores de bordo, robôs, drones e outros dispositivos eletrônicos programáveis.

UPF realiza encontro para constituir Associação de Ex-Alunos Com o intuito de não perder contato com seus egressos e de mantê-los integrados ao cotidiano da Instituição, a Universidade de Passo Fundo (UPF) vem, ao longo do último ano, dedicando-se à criação da Associação de Ex-Alunos. A efetiva criação da Associação será formalizada em um encontro que, sob o slogan “Sempre UPF”, reunirá profissionais graduados e pós-graduados na Universidade. O evento ocorrerá no dia 1º de dezembro, às 19h, no Centro de Eventos, Campus I da UPF. A iniciativa é da Reitoria, que registra seu desejo de que a Associação seja um braço da Universidade e que se compromete a apoiar o trabalho realizado, de forma a possibilitar seu pleno desenvolvimento e atuação, tornando-se um elo permanente entre a UPF e aqueles que por ela passaram em busca de sua formação profissional. O reitor, José Carlos Carles de Souza, acredita que uma instituição de ensino superior, para transcender ao tempo, ser pujante e vencer os embates econômicos e sociais, precisa ter uma alma coletiva, que reflita o espírito de sua época. “Uma universidade constitui-se, sobretudo, de sua história, de suas tradições, de seus usos e costumes e de um legado psicossociológico. Os nossos alunos de hoje serão os egressos de amanhã, razão pela qual é importante que a Universidade não perca o contato com aqueles que contribuíram e que ainda contribuem para a formação dessa alma coletiva”, enfatiza.


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Suas perguntas impulsionam nossas respostas

Mestrado Doutorado

Residência Multiprof issional e Prof issional em Saúde

INSCRIÇÕES ABERTAS MAIS INFORMAÇÕES: www.upf.br/pos informacoes@upf.br (54) 3316-7000

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