Revista Universo UPF #19 - Setembro e Outubro

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Setembro | Outubro 2017

UniversoUPF

espaço do leitor “A Revista Universo UPF tornou-se um excelente meio de levar ao público leitor um conjunto de informações, fatos e acontecimentos do ‘mundo UPF’. Esse importante veículo consegue repassar a todos da comunidade universitária e da comunidade geral, que tem acesso à revista, a perfeita noção da grandeza, do trabalho, da produção científica, da produção do conhecimento e das atividades de extensão desenvolvidas, diariamente, em nossa Instituição. A última edição, de número 18, publicada nos meses de julho e agosto de 2017, está assim, como as demais, muito bem elaborada, de fácil e rápida leitura, com assuntos atraentes e com boa informação. Sem falar da qualidade do material fotográfico, que, por si só, prende a atenção do leitor”.

Professor Me. Eloi Dalla Vecchia Diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Feac/UPF)

O espaço do leitor recebe comentários, sugestões e impressões sobre a revista Universo UPF. Para participar, escreva um e-mail para imprensa@upf.br. Nossos telefones de contato são (54) 3316-8142 e 3316-8138. Boa leitura a todos! Equipe de produção da revista Universo UPF

nesta

edição

UPF em

NÚMEROS 9 campi instalados em Passo Fundo e região Mais de 150 municípios abrangidos em sua área de atuação 18.045 alunos matriculados na graduação, pós-graduação, extensão, UPF Idiomas e Integrado UPF 14.500 alunos matriculados na graduação 860 alunos regulares matriculados nos programas stricto sensu 941 alunos matriculados em cursos lato sensu 590 alunos matriculados na UPF Idiomas - FUPF 559 alunos matriculados no CEMI - FUPF 756 matriculados na extensão (Creati) 901 professores de Ensino Superior (49,83% Me.; 32,74% Dr.) 1.241 funcionários 60 cursos de graduação em andamento 57 cursos de especialização em andamento 15 cursos de mestrado institucional 6 cursos de doutorado institucional 9 estágios pós-doutorais 74.433 profissionais formados 10 bibliotecas, com 330.417 exemplares de livros disponíveis em 120.663 títulos 22 anfiteatros e auditórios 176 salas para ensino prático-experimental 300 laboratórios 150 clínicas 58 convênios com instituições estrangeiras para intercâmbio acadêmico em 18 países

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n Projeto de Extensão contribui para desenvolvimento do setor moveleiro da região

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n Clínica de Fonoaudiologia: prática a serviço da comunidade

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n Geração de

conhecimento com os olhos no futuro

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A revista Universo UPF é uma publicação da Universidade de Passo Fundo e tem distribuição gratuita

Reitor n José Carlos Carles de Souza Vice-reitora de Graduação n Rosani Sgari Vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação n Leonardo José Gil Barcellos Vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários n Bernadete Maria Dalmolin Vice-reitor Administrativo n Agenor Dias de Meira Junior Gerente de Comunicação e Marketing da FUPF n Cristiano Mielczarski Silva Produção de textos: Alessandra Pasinato (MTb/17292); Camila Guedes (MTb/0017320); Caroline Simor da Silva (MTb/15861); Felipe de Oliveira (MTb/16570); Jéssica França Brietkreitz (MTb/18082); Natália Fávero (MTb/14761); Silvia Brugnera (DRT/13147). Edição e supervisão: Silvia Brugnera (DRT/13147) Revisão de textos: Cinara Sabadin Dagneze Projeto gráfico: Fábio Luis Rockenbach e Luis A. Hofmann Jr. Diagramação: Marcus Vinícius Freitas / Núcleo Experimental de Jornalismo FAC/UPF Foto de capa: Gelsoli Casagrande

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Revista Universo UPF - nº 19 Setembro/Outubro 2017

A Revista Universo UPF também está disponível na versão digital. Ela pode ser lida no site www.upf.br e também em issuu.com/universidadeupf Universidade de Passo Fundo

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extensão Projeto de extensão contribui para o desenvolvimento do setor moveleiro da região Universidade de Passo Fundo promove interação entre estudantes e indústrias por meio de projeto de extensão do curso superior de tecnologia em Design de Produto

Acadêmicos realizam diagnóstico que possibilita que sejam sugeridos ajustes e promovidas mudanças Foto: Divulgação

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curso superior de tecnologia (CST) em Design de Produto da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo Fundo (Fear/UPF) promove, desde o início do ano, o projeto de extensão “Design Colaborativo no setor moveleiro regional”. Desenvolvido na cidade de Lagoa Vermelha, segundo polo moveleiro do estado, o projeto oportuniza que acadêmicos da Universidade vivenciem na prática situações de mercado, proporcionando um conhecimento mais amplo da área. O design colaborativo é um processo de criação de uma estrutura organizacional no qual duas ou mais unidades de negócios trabalham juntas em direção a objetivos comuns. Com isso, o design colaborativo contribui para o desenvolvimento de inovação das indústrias moveleiras seriadas. O CST em Design de Produto tem duração de dois anos e meio e é oferecido desde o ano de 2011 na UPF, capacitando estudantes para atuação no mercado de trabalho. Conforme o coordenador do curso e do projeto de extensão, professor Me. Marcos Antônio Leite Frandoloso, as atividades vêm sendo desenvolvidas primeiramente com visitas técnicas junto à empresa Kind Móveis. “Existem cerca de oitenta empresas do setor na região de Lagoa Vermelha. Por meio do projeto, recebemos recursos do governo do estado e realizamos atividades nos últimos três anos. Mas novas demandas foram aparecendo, e, por esse motivo, estamos promovendo esse projeto de

extensão”, explicou. A colaboração entre a Universidade e a indústria moveleira está sendo realizada por meio do Núcleo de Design (Nudo) e de projetos como o Centro Vocacional de Inovação Tecnológica para a Indústria Moveleira. Segundo Frandoloso, a troca de experiências permite aos envolvidos visualizar possibilidades de inovação nos mais diferentes segmentos, tais como o design, a produção, a gestão e a marca, entre outros. Inovação e tecnologia Atualmente, o projeto está na fase de diagnóstico, e nele atuam alunos que procedem ao levantamento e ao mapeamento de dados, tanto com o propósito de interagir no ajuste da produção quanto com o de contribuir com o desenvolvimento de produtos. “Existem inúmeras formas de inovar. A inovação não é restrita apenas ao resultado de um produto final, ela é ligada a um novo sistema de organização, de gerenciamento de trabalho e de produção. Atua em todo processo de uma indústria, e,

Aprendizado na prática O projeto proporciona que os estudantes conheçam todo o processo produtivo de uma indústria moveleira, desde o desenvolvimento até a comercialização do produto, o que possibilita que eles ampliem os conhecimentos com os quais tiveram contato em sala de aula. “Participar dessa ação vem sendo muito importante na conciliação entre teoria e prática, que é algo essencial para a formação. O projeto em si é de extrema importância, pois a região de Lagoa Vermelha conta com um enorme potencial produtivo, capaz de gerar emprego, renda e qualidade de vida para a população. Contudo, esse potencial não vem sendo explorado ao máximo, ficando à sombra de outros polos do estado. Então, esse trabalho tem como proposta auxiliar a indústria nesse amadurecimento, unindo a Universidade e a indústria em prol da comunidade”, disse o acadêmico do curso de Design de Produto, Lucas Stein da Silva.

para isso necessita da colaboração de pessoas”, destacou Frandoloso. Além do diagnóstico, será realizado um levantamento das inovações propostas e praticadas ao longo dessa atividade de extensão, seja por meio de gráficos comparativos, novos produtos, novos métodos de trabalho ou simplesmente por meio de um questionário para avaliar a percepção das empresas e da comunidade envolvida. Conforme o professor Frandoloso, com isso, serão propostas atividades e processos de inovação a serem implementados nos setores da empresa, integrando equipes de forma participativa e reflexiva. “O projeto oportuniza a prática aos alunos e representa melhoria na qualidade de vida dos funcionários, por meio de um ambiente de criação e produção aberto, criativo e colaborativo”, finalizou, comentando que acadêmicos dos cursos de Engenharia de Produção e Design Gráfico também participam das atividades, o que efetiva a interdisciplinaridade na extensão universitária.

Foto: Jéssica França

Me. Marcos Antônio Leite Frandoloso, professor e coordenador do projeto

Projeto de extensão da UPF atua em parceria com indústria moveleira de Lagoa Vermelha Foto: Divulgação


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Palavra do

Reitor José Carlos Carles de Souza*

O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO E O VALOR DA CONTRIBUIÇÃO DA UPF E DE SEUS PROFESSORES

A

evolução do homem e da própria sociedade sempre esteve diretamente relacionada à democratização do acesso à cultura aos integrantes do grupamento social. Além disso, o elevado nível de conhecimento decorrente de educação e formação de qualidade continua constituindo requisito diferencial para impulsionar carreiras e, consequentemente, o desenvolvimento econômico e social. As permanentes transformações sociais, permeadas por avanços e retrocessos, por crises econômicas e políticas, sempre encontraram nas consistentes políticas da área da educação o vetor principal das suas conquistas, ou o insumo imprescindível para a superação das dificuldades. Em todos esses momentos, a política educacional sempre esteve presente, seja como fator determinante do desenvolvimento, seja como elemento de fomento para a evolução do nível social. Tudo isso é comprovado pela História, que demonstra o relevante papel exercido pela Universidade de Passo Fundo ao longo de quase cinquenta anos, em um trajeto no qual, por intermédio de seus professores, participa ativamente na formação de profissionais e contribui com o desenvolvimento econômico e social das comunidades da sua área de inserção. Assim, ao tempo em que realçamos as nossas ações do passado e do presente, reafirmamos o nosso compromisso ao projetar propostas para os próximos anos, a partir dos nossos valores. Com efeito, o Projeto Político Pedagógico (PPI) e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) indicam os caminhos para avançarmos institucionalmente. Para que as políticas indicadas nesses referentes se concretizem e se transformem em resultados, é necessário estabelecer o planejamento das ações e conceber o plano que norteará os passos de cada curso ou setor da Universidade. Os documentos supramencionados traduzem as nossas aspirações e continuam sinalizando um futuro de suce sso. Assim, cientes do conteúdo do PPI e do PDI, é possível dimensionar os desafios que vamos enfrentar, mormente diante do cenário de incertezas que afeta as atividades educacionais, cotidianamente divulgado. Se, contudo, de um lado, temos um quadro marcado por relevantes desafios, por outro, temos a satisfação de perceber que a UPF conta com a elevada capacidade de reação de seu quadro de colaboradores: tanto de professores, quanto de seus funcionários, os quais, juntos, constituem uma notável reserva de inteligência que poderá ser utilizada na superação das dificuldades, se necessário. Mas, sem sombra de dúvidas, no atual momento, não basta apenas agir, é hora de ousar, utilizando o que a Instituição tem de melhor. Impõe-se, portanto, conceber o Planejamento Estratégico Institucional a partir das várias dimensões de nossa Universidade, contemplando a qualidade de seu corpo docente, a capacidade de seus funcionários, a infraestrutura física disponível – incluindo não apenas os prédios com as salas de aula e auditórios, mas, sobretudo, utilizando as novas metodologias e os espaços dos inúmeros laboratórios, que contam com alta tecnologia –, o amplo e diversificado portfólio de seus cursos de graduação e pós-graduação, o modelo colegiado de gestão e a aplicação da inovação tecnológica em suas atividades, além das ações técnico-culturais envolvendo a sociedade, a fim de avançarmos no meio educacional comunitário, atendendo ao desejo da população. Nesse sentido, é oportuno lembrar que a UPF está realizando vários investimentos voltados a melhorar a utilização de soluções de TI pela Instituição, ação que, além de um facilitador da relação professor-aluno, se consolidou como um indispensável instrumento de gestão econômico-financeira, da comunicação e da área acadêmica. Tudo isso tem razão de ser no fato de que a garantia da segurança da informação está condicionada a uma eficiente integração dos sistemas utilizados, uma vez que a área tecnológica da informação necessita de efetivo controle, pois as organizações, cada vez mais, dependem dela. Portanto, a tecnologia da informação deve gerar resultados na perspectiva de evolução e inovação, com a aplicação de novas tecnologias emergentes para o desenvolvimento e a gestão da educação, e, como não podia ser diferente, a UPF coloca-se em posição de vanguarda e inova também nessa área, garantindo a todo o seu público o acesso ao que há de mais positivo e benéfico para os trabalhos desenvolvidos. Tudo isso foi cuidadosamente projetado para contribuir ainda mais com a excelência na prática docente, já tão peculiar na UPF. Tal investimento, no entanto, não ignora o fato de que se faz necessário considerar que ainda que se adote as melhores tecnologias de ensino para renovar as práticas em sala de aula, é sempre preciso buscar o ponto de equilíbrio na relação professor-aluno, permitindo maior interação, reflexão e criatividade por parte dos acadêmicos, profissionais em formação. Portanto, qualquer que seja o modelo de ensino adotado, a figura do professor sempre estará presente como elemento indispensável à formação do estudante. E, a partir das atividades do professor – amparadas e fortalecidas por uma estrutura de excelência, tanto a nível físico quanto no que diz respeito à constante qualificação de seu quadro funcional e docente –, a Universidade de Passo Fundo promove a formação e o desenvolvimento econômico-social da comunidade na qual está inserida, o que é sempre motivo de orgulho para cada um de nós. (*) Reitor da UPF Cordial abraço.

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Comunidade acadêmica passa a utilizar a plataforma Google A UPF deu um passo importante na área tecnológica, a partir da adesão à plataforma G Suite for Education da Google. Essa ação visa ajudar professores, funcionários e alunos a compartilhar e a aprender de maneira colaborativa e inovadora. O projeto para a implantação da plataforma foi conduzido pela Divisão de Tecnologia da Informação (DTI) da UPF, que, inicialmente, fez um mapeamento do cenário atual para identificar problemas e desafios. A seguir, foi feito um estudo comparativo com as universidades vinculadas ao Consórcio das Universidades Comunitárias do Rio Grande do Sul (Comung) e as diversas alternativas encontradas foram avaliadas. De acordo com o gerente da Divisão, Gilberto Gampert, vários aspectos foram levados em consideração para a definição da plataforma, dentre eles: a facilidade de implantação e manutenção, a quantidade de recursos disponibilizados, a segurança e o custo. A migração para a nova plataforma se deu em fases: o primeiro contato com a nova tecnologia foi da equipe técnica da DTI, em seguida, foram contemplados formadores de opinião, depois, os técnicos administrativos, docentes e, finalmente os discentes. O foco inicial foi nas funcionalidades básicas do Google G Suite for Education: Gmail (e-mail), Calendário, Hangouts (mensagens instantâneas), Contatos e Google Drive (armazenamento na nuvem). Segundo destaca Gampert, o projeto teve como preocupação principal a Gestão da Mudança, ou seja, buscou engajar usuários e promover a colaboração. A funcionária Kalina Lima, do setor de Compras da UPF, destaca os avanços obtidos com o uso da nova ferramenta. "Utilizar as ferramentas Google na UPF, para mim, foi a melhor coisa que aconteceu nos últimos tempos. Particularmente, já utilizo há alguns anos as ferramentas Google e isso facilita muito a minha vida. Quando soube que seria implantado na UPF, tive certeza de que seria excelente. A facilidade de pesquisar e encontrar absolutamente qualquer coisa nos e-mails, arquivos e contatos é perfeita, a comunicação interna pelo Hangouts é muito mais rápida e eficiente. Tudo é intuitivo, simples, prático, e as informações ficam sempre à mão. Ter todos os e-mails, conversas, agenda, contatos e arquivos em qualquer lugar que eu esteja é excelente e tudo à distância de um clique”. O diretor da UPF Campus Carazinho, professor Hélio Büllau, ressalta que a adoção da G Suite for Education é um importante passo que está sendo dado no sentido de agilização e otimização de ferramentas de informática que serão úteis nas mais diferentes possibilidades de relações entre professores, alunos e corpo técnico-administrativo. “No caso específico do Gmail, se tem uma ferramenta mais ágil e, especialmente, com maiores recursos de busca e de marcações ou destaques. Porém, o Gmail é apenas a porta de entrada. Por trás disso tudo e associados a ele estão muitos outros recursos. No trabalho administrativo, se tem a agilidade do Hangout e as facilidades de compartilhar conteúdos em grupos de trabalho através do Drive, sem contar as inúmeras possibilidades de uso da agenda individual e compartilhada. No trabalho em sala de aula, o destaque são os formulários, que permitem elaborar e aplicar questionários sobre o conteúdo desenvolvido, que o aluno pode responder na hora, usando seu smartphone, possibilitando, assim, que o professor tenha um feedback imediato do nível de aprendizagem. Tanto no trabalho administrativo quanto no acadêmico, também é possível o uso da edição de documentos, planilhas e apresentações, de forma individual ou colaborativa”, relata.

Plataforma G Suite for Education

A plataforma G Suite da Google é composta por um conjunto de aplicativos de escritório que incluem Gmail, Docs, Drive, Calendário e Hangouts. Os aplicativos, disponibilizados a toda comunidade, irão promover um sistema de trabalho muito mais eficiente ao incentivar a colaboração, o compartilhamento e a comunicação. Não se trata apenas de um projeto de inovação tecnológica, mas sim de uma mudança em nossa cultura de trabalho. O novo e-mail corporativo da UPF poderá ser acessado de qualquer lugar em que se esteja e a partir de qualquer dispositivo: celulares, tablets e desktops.


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pesquisa e inovação

Erva-mate para o chimarrão,

para o chá e para o pão de queijo Fotos: Gelsoli Casagrande

Sim, é possível, e a UPF está desenvolvendo um projeto que pretende colocar em diferentes alimentos as propriedades funcionais da erva-mate

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ual é o gaúcho que não gosta de fazer um lanche e tomar um chimarrão num fim de tarde? E se, para melhorar esse momento, fosse possível aproveitar as propriedades funcionais da erva-mate também para o famoso pão de queijo? É isso que a Universidade de Passo Fundo, por meio de um projeto de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA), vai fazer. O projeto foi aprovado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul e será desenvolvido dentro da área de abrangência do Conselho de Desenvolvimento da Região da Produção (Corede Produção) – Polo de Inovação Tecnológica da Região da Produção. Intitulada “Erva-mate como componente funcional no desenvolvimento de processos e produtos alimentares”, a pesquisa conta com o apoio da equipe UPFTec. De acordo com a professora que coordena o projeto, Dra. Telma Elita Bertolin, o propósito da pesquisa é quebrar a ideia de que a Ilex paraguariensis St. Hil (erva-mate) pode apenas ser utilizada para o chimarrão e mostrar que ela pode ser ingrediente na construção de novos

Pão de queijo gauchinho

O projeto tem como propósito desenvolver o processo de microencapsulação de extrato de erva-mate para o uso em produtos alimentícios e propõe-se a caracterizar as propriedades funcionais desse extrato. A partir disso, a equipe quer desenvolver o pão de queijo com o uso dessa substância. Com o pão na mesa, eles ainda vão realizar a difusão tecnológica e capacitações ao setor produtivo da região. O nome já foi definido. O produto será chamado de “Pão de queijo gauchinho”. Para que ele saia do papel, os processos de desenvolvimento da microencapsulação já estão em andamento. De acordo com a professora Telma, a partir dessa nova técnica, abre-se um leque para projetar novos produtos. Para a realização desse projeto, foi firmada uma parceria com a empresa Belém Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios (Belemix), de Passo Fundo. “O projeto se propõe a desenvolver o pão de queijo na empresa e, na sequência, colocá-lo no mercado, fazendo também um trabalho de extensão, disponibilizando à comunidade as informações e a formação. Outra parceria firmada foi com a empresa Inovamate, de Ilópolis, que está incubada no UPF Parque e que trabalhará conosco em algumas ações”, lembrou a coordenadora.

Pesquisa vai colocar no mercado um pão de queijo com propriedades da erva-mate

produtos e processos. Segundo a pesquisadora, hoje existem muitos estudos que mostram que a erva-mate tem potencial funcional como antioxidante e como redutor do colesterol e tem perfil lipídico, provocando a aceleração do metabolismo e desencadeando ações anti-inflamatórias. Nesse contexto, a professora ressalta a necessidade de que a indústria de alimentos se potencialize cada vez mais para o desenvolvimento de alimentos que tragam mais saúde para o homem. Com o objetivo de criar uma nova possibilidade, a equipe, que conta com a participação de diversos acadêmicos, inova com a criação de um pão de queijo com erva-mate. “Tivemos a ideia de fazer um produto que tem bastante aceitação no mercado, que é o pão de queijo. O projeto pretende desenvolver processos e produtos alimentares, com a inovação de produzir microcápsulas do extrato de erva-mate que podem ser adicionadas aos produtos, garantindo a manutenção das propriedades funcionais dessa substância”, explicou.

De acordo com a aluna do PPGCTA Cíntia Gris, que integra o grupo de pesquisadores, é possível proteger o extrato da erva-mate de condições ambientais, como luz e temperatura, no intuito de preservar as suas capacidades funcionais. A proposta da encapsulação surge justamente para criar uma forma de proteger essas propriedades e garantir que tanto o pão de queijo quanto qualquer outro produto que venha a ser feito com esse ingrediente seja consumido com os benefícios oferecidos pela planta. “A encapsulação atua como uma técnica de proteção dessas propriedades, para que se consiga adicionar o extrato ao produto de modo que o consumidor possa, de fato, consumir esses benefícios”, destacou.


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Setembro | Outubro 2017 Foto: Gelsoli Casagrande

upf parque

UPF Parque

espaço para o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão

Desde 2013, ano em que inaugurou, o Parque cresceu e abriu espaço para projetos, empresas e ações que envolvem toda a Instituição

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Parque Científico e Tecnológico da Universidade de Passo Fundo (UPF Parque) foi inaugurado em 2013, no Campus I, e, em pouco tempo de atividades, já figura entre os parques de maior destaque do estado. Com vários projetos e com o envolvimento cada vez mais amplo entre o ensino, a pesquisa, a extensão e a inovação, o UPF Parque conta, hoje, com três módulos em pleno funcionamento. Com vinte empresas incubadas e seis empresas residentes, as quais geram cerca de 190 empregos direitos, o espaço conta com instituições que desempenham atividades nas áreas agrícola, de tecnologia da informação (TI), de equipamentos para a área da saúde, energias renováveis, georreferenciamento e vacinas. Para o reitor, José Carlos Carles de Souza, quando idealizado, o UPF Parque tinha o propósito de unir a comunidade, a academia e o poder público. Esse obje-

tivo tem sido cumprido e as conquistas refletem o comprometimento de todos os envolvidos. “Em pouco tempo, conseguimos alcançar muitos objetivos. A vinda de empresas importantes para serem incubadas no Parque, a presença de empresas que tiveram origem no trabalho de alunos e ex-alunos da Instituição e os projetos e produtos que estão sendo desenvolvidos mostram que estamos no caminho certo e que temos todas as condições para avançar”, destacou. A área de inovação de uma universidade é, em si, o reflexo de sua pesquisa. Essa é a opinião do vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Leonardo José Gil Barcellos. De acordo com ele, o crescimento do UPF Parque projeta muitas ações da Universidade, tanto interna, quanto externamente, ampliando também a compreensão do que é inovação e da sua importância social. “Se hoje temos um Parque em pleno funcionamento, é porque temos o incentivo na base, que é a pesquisa. Ao longo desse caminho, conseguimos encontrar o equilíbrio entre a pesquisa, desenvolvida em nossos programas de mestrado e doutorado, e as ações dela decorrentes. Essa ligação resulta no de-

senvolvimento de projetos e parcerias que, hoje, colocam o UPF Parque em destaque no estado”, pontuou. Para a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, professora Bernadete Maria Dalmolin, a ideia de interação entre todas as áreas do conhecimento está presente no UPF Parque de diversas maneiras. Segundo ela, a extensão faz parte do próprio processo de incubação, fazendo assessoramento às incubadas e ajudando a organizar a vida dessas empresas, para que possam se consolidar. “Esse trabalho busca, além de promover debates construtivos sobre o negócio, pensar o plano de negócios, a marca e a inserção da empresa no mercado. Vários projetos de extensão estão juntos nesse trabalho. Essa interação faz com que a sala de aula seja dinâmica, desenvolvendo ações de ensino-aprendizagem com cenários reais. É uma troca constante em que todos os públicos ganham: o aluno, o professor, o empresário e a comunidade”, ressalta. Um conceito multidisciplinar Além das empresas e das pesquisas, o UPF Parque se destaca pelos projetos de extensão nas áreas de computação,


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das engenharias, de administração e das contábeis, que procuram dar o suporte técnico para as empresas incubadas. Para o gestor, professor Dr. Charles Leonardo Israel, o presente tem apontado um futuro ainda melhor. “Nesse primeiro ano de atividades dos módulos II e III, o UPF Parque tornou-se um importante projeto multidisciplinar. Hoje, temos alunos que estruturaram seus empreendimentos e que, mesmo antes de se graduarem, estão com empresa no Parque. Esse é um diferencial que nos coloca em destaque entre os parques tecnológicos de outras instituições”, lembrou. Um exemplo desse trabalho conjunto é a Central de Equipamentos Multiusuários (Cemulti), que agrega e multiplica atividades de pesquisa, extensão e inovação tecnológica da Universidade.

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Empresas incubadas AFK Imunotech Ltda: biotecnologias aplicadas Agroindústria Vale do Espraiado Ltda: alimentos e biotecnologia C2SB: engenharia aplicada à área médico-hospitalar Dr. X Medical Training: material de treinamento médico para área cirúrgica em próteses G-People: plataforma de currículos, banco de dados de pessoas que buscam uma colocação profissional Ilumina Energia: desenvolvimento de tecnologias para otimização de processos e serviços para eficiência energética Inovamate Comércio de Erva-Mate: produtos naturais oriundos da erva-mate Optim Controle e Instrumentação: desenvolvedora de projetos eletrônicos personalizados Micro Cervejaria Truco Bier: produção de cervejas especiais Perittus - Sistemas Periciais: software de perícia, ferramenta de suporte ao médico perito Sagaz Technologies Eireli: software para integralizar a administração imobiliária Sign: soluções em tecnologia da informação Sipagro: Energia sustentável, criação de um protótipo para gerar energia a partir do vento Southbox: desenvolvimento de jogos digitais e de simuladores Splora: pesquisa e desenvolvimento em nu vem com humanização da tecnologia Sucos.Com: industrialização de sucos naturais, com foco na venda e entrega Telig Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos: equipamentos para rastreamento, logística e segurança veicular Vidamax: purificador de águas plu viais, subterrâneas e superficiais Foto: Gelsoli Casagrande

Empresas residentes Agromac: máquinas e equipamentos agrícolas Empresa que atua na área de máquinas e equipamentos agrícolas, a Agromac inova em novos projetos, em especial o ETD, ou Tabela Eletrônica de Dosagem, um produto com grande potencial de penetração nos mercados nacional e internacional, associado ao já existente dosador de precisão FertiSystem.

Pointer/Cielo: prestação de serviços no segmento de gestão de frotas A Pointer/Cielo atua no fornecimento de tecnologia e serviços para o segmento automotivo, seguradoras e frotistas, ofertando serviços que incluem gestão de frotas, gestão de ativos móveis, recuperação de veículos roubados, diagnóstico remoto de veículos e um conjunto de soluções para o mercado de internet das coisas.

Compasso: mercado de IT professional services A Compasso consiste em um Centro de Desenvolvimento de Software em Passo Fundo, Erechim e Rio Grande. Os consultores oferecem serviços para grandes organizações no Brasil, na América Latina e na América do Norte.

Polo Sul: desenvolvimento do setor de Tecnologia de Informação A Polo Sul é uma empresa que fomenta o associativismo e contribui para a inovação tecnológica e a oferta de serviços de qualidade para os mercados nacional e internacional.

Inel: gerenciamento de máquinas agrícolas a partir da integração hardware/software A Inel desenvolve produtos com qualidade e credibilidade e em conformidade com a demanda de seus clientes, tornando cada um deles único, dando total exclusividade aos seus projetos para cada um de seus consumidores. É com esse conceito de inovação tecnológica e personalização que a empresa está inserida no agronegócio brasileiro.

Rast Sat: aplicações Web para segurança veicular A Rast Sat atua na prestação de serviços vinculados (Equipamentos, Callcenter, Softwares, Assistência Técnica de Campo) para atendimento ao segmento de Logística e Segurança Veicular. Desenvolve aplicações Web, nas atividades de rastreabilidade/logística veicular. Busca ampliar a gama de softwares vinculados ao ramo, como gestão de custos, de combustíveis e gestão de entregas, entre outros.


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Setembro | Outubro 2017 Fotos: Gelsoli Casagrande

institucional

Clínica de

Fonoaudiologia:

prática a serviço da comunidade

Espaço oferece avaliações auditivas, tratamento de voz e problemas de linguagem e fala adulto e infantil

A

mpliando a formação integral dos acadêmicos, o curso de Fonoaudiologia da UPF disponibiliza um importante serviço à comunidade, por meio da Clínica de Fonoaudiologia. O espaço oferece avaliações auditivas como audiometria e teste da orelhinha; tratamento para problemas de linguagem e fala, tanto para o público adulto quanto para o infantil; acompanhamento e tratamento de problemas relacionados à musculatura orofacial, a alterações de deglutição, à mastigação e à respiração; tratamento para o ronco, para problemas de voz e para disfagia; além do teste da linguinha.

Curso de Fonoaudiologia O curso de Fonoaudiologia tem um projeto pedagógico atualizado e inovador, que visa à formação generalista, em sintonia com áreas da saúde e com aspectos da aprendizagem. A infraestrutura compreende salas de terapia, salas de observação, laboratório de voz, salas de orientação, consultórios médicos, setor administrativo e área de convivência, além das clínicas de terapia e audiologia, onde a comunidade interessada pode ser atendida.

Coordenadora do curso de Fonoaudiologia, a professora Me. Lisiane L. Siqueira comenta que, inicialmente, o paciente é chamado para uma triagem na qual se determina a área de tratamento necessária para o quadro apresentado. Após, é encaminhado para atendimento. “Os atendimentos são realizados pelos alunos e são orientados pelos professores responsáveis pelos estágios oferecidos durante

Laboratório de voz conta com sala acústica para avaliar e trabalhar a voz

o semestre”, comenta ela, destacando a importância dessa atividade na formação dos acadêmicos, que aprendem na prática a realizar os mais diversos tratamentos. Avaliações auditivas Dentre as avaliações auditivas, a Clínica de Fonoaudiologia da UPF realiza a vectonistagmografia, que avalia a função do labirinto; exames de imitanciometria, audiometria tonal liminar adulto e infantil e audiometria comportamental, que permitem identificar alterações auditivas; e avaliação do processamento auditivo central, que avalia como o cérebro interpreta e reage ao som. “Muitas pessoas escutam bem, mas têm problemas na interpretação do que ouviram. O resultado desse exame pode auxiliar o tratamento de crianças e adultos com problemas de aprendizagem, por exemplo”, explica Lisiane. Outra importante atividade da Clínica é a realização do teste da orelhinha, uma triagem auditiva realizada em bebês, que identifica problemas de audição. “Esse teste deve ser feito ao nascimento ou até o primeiro mês de vida, com retestes realizados quando a criança tiver 1, 2 e 3 anos de idade”, ressalta a coordenadora do curso. Tratamento fonoaudiológico: desde o recém-nascido até o idoso No campo de tratamentos, a Clínica de Fonoaudiologia atua em problemas de linguagem e fala, que podem estar relacionados a trocas de letras ou mesmo ao atraso na aquisição da fala. “Com um ano, iniciam-se as primeiras palavras; com 18 meses, já iniciam-se frases de duas palavras; e, com 2 anos, a criança já tem mais de 200 palavras em seu vocabulário. Com 5 anos, a criança já está apta a falar corretamente todos os sons”, pontua Lisiane. Ainda relacionado à linguagem, a Clíni-

ca atua em tratamentos para alterações na fala por problemas neurológicos (disartria e afasia) e para problemas anatômicos como fissuras palatinas e “língua presa”. Também oferece tratamento da gagueira e de distúrbios de linguagem provocados por síndromes e autismo. No que refere aos problemas de aprendizagem, atua no tratamento de dificuldades de leitura e escrita, disgrafia e dislexia. O tratamento de voz é outra área de atuação da Clínica da UPF, que promove avaliação, diagnóstico e tratamento das disfonias. Nessa área, os acadêmicos também poderão auxiliar profissionais da voz, com técnicas e estratégias de respiração, projeção vocal e uso adequado da voz. “A fonoaudiologia atua na melhoria da comunicação, tanto para profissionais quanto para a população em geral. Dispomos de um laboratório de voz e de uma sala acústica especialmente estruturada para avaliar e trabalhar a voz”, aponta.

Espaço oferece tratamento fonoaudiológico para todas as idades

Serviço à comunidade

A população pode procurar atendimento na Clínica, que está localizada no Campus I da UPF, ou pode entrar em contato com a secretaria do curso de Fonoaudiologia pelo telefone (54) 3316-8498. A Clínica funciona durante o período letivo, nos turnos tarde e noite.

Teste de audiometria permite identificar alterações auditivas

Respiração, mastigação e deglutição O trabalho da Clínica de Fonoaudiologia também abrange o tratamento para adequar a musculatura orofacial e as funções de respiração, mastigação e deglutição. “É importante a adequação da respiração, pois quando uma pessoa respira pela boca, ela gera problemas faciais, dentários, problemas de mastigação, deglutição (ato de engolir os alimentos), fala, DTM e até mesmo problemas de aprendizagem”, revela Lisiane. Outras atividades envolvem ainda tratamento auxiliar nos casos de ronco primário ou de Apneia Obstrutiva do Sono (AOS); trabalho com paralisia facial e tratamento para problemas alimentares, como a disfagia. “Quando as pessoas perdem a capacidade de engolir os alimentos, necessitando de sondas de alimentação, o fonoaudiólogo realiza um tratamento para habilitar novamente a alimentação pela boca de forma segura e eficiente, para que não sejam gerados problemas nutricionais, desidratação ou broncoaspiração do alimento”, explica Lisiane. Além disso, também é possível avaliar crianças que não comem, realizando diagnóstico e tratamento da recusa alimentar.


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institucional Programa

UniverCidade

Educadora

o desafio de pensar a cidade como território pedagógico

Composta por três projetos, inciativa tem ações relevantes na comunidade e organiza o I Encontro sobre Cidades Educadoras e Inteligentes, potencializando o desenvolvimento pedagógico de políticas públicas

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m maio de 2016, com o lançamento do Programa UniverCidade Educadora, a UPF deu um importante passo na promoção de ações educativas relacionadas à prática de cidades educadoras. Idealizada por uma equipe de trabalho capitaneada pela Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC), a iniciativa celebrou seu primeiro ano como um programa institucionalizado e com avanços significativos. Atualmente, o UniverCidade Educadora integra três projetos: Circulando Cidadania; Descaminhos da Escola e Cidades Inteligentes. Conforme o coordenador da Divisão de Extensão da UPF e do Programa, professor Dr. Marcio Tascheto, a iniciativa busca desenvolver a dimensão pedagógica das políticas públicas, independentemente da sua área, em uma perspectiva de formação permanente e integral dos cidadãos. “O programa ainda visa à ampliação da participação social e à qualificação e à revitalização dos espaços públicos. Além disso, tem foco na criança e no idoso como indicadores sociais de impacto com essas diferentes ações”, cita ele. Em 2017, a UPF reafirma a consolidação do Programa UniverCidade Educadora, com a realização de um grande encontro com o tema “Desafios dos Municípios do Século XXI”. O I Encontro sobre Cidades Educadoras e Inteligentes visa promover, qualificar e difundir a concepção de cidade educadora como uma estratégia de desenvolvimento urbano e social nas cidades do norte do Rio Grande do Sul. O evento será realizado nos dias 13 e 14 de setembro e vai contar com a presença da diretora da Associação Internacional das Cidades Educadoras na América Latina, Laura Alfonso. Para debate, será relatada a experiência da cidade de Rosário, na Argentina, que há 20 anos desenvolve essa proposta. O Encontro também contará com a presença de representantes da Rede Brasileira das Cidades Inteligentes, da cidade educadora de Santiago/RS e

da ONG Aprendiz Cidade-Escola, de São Paulo. Projetos integrados Vinculado à Faculdade de Educação (Faed), o projeto Circulando Cidadania desenvolve diferentes ações. Dentre elas, um convênio com a UPFTV para a produção do programa Vidas em Movimento, que retrata as diferentes formas de deslocamento na cidade, seja de cadeirantes, idosos, crianças, estrangeiros, pedestres, motociclistas ou mesmo ciclistas, enfatizando as grandes formas de modais na cidade, a partir da vida das pessoas. Outra ação está vinculada à Sala Futura, desenvolvida em parceria com o Canal Futura e com a Agenda 21 local, que trabalha com a dimensão de cidades sustentáveis em relação às escolas, com foco na mobilidade. Além dessas, ainda está ligada ao projeto a iniciativa denominada Rotas Literárias, em parceria com as Jornadas Literárias, e os cursos de formação e atualização de instrutor de trânsito, em parceria com o Detran. Também integrando o programa UniverCidade Educadora, está o projeto Descaminhos da Escola. Desenvolvida em parceria com a Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Fear), a iniciativa tem foco na criação de rotas escolares que promovam a prática do pedestrianismo das crianças na cidade, motivando o andar a pé. O projeto está dialogando em duas escolas parceiras para desenvolvimento de uma metodologia que cria um “ônibus

humano”, como alCidades Educadoras: ternativa ao uso do o movimento carro. Em parceria com O programa inspira-se no movimento das Cidades Educadoras, que iniciou na década o curso de mestrade 1990 em Barcelona, na Espanha, e tem do, do Programa como objetivo central pensar uma proposta de Pós-Graduação ampliada de educação na/da/com a cidade, em Computação desenvolvendo uma formação permanenAplicada (PPGCA), te dos seus cidadãos. Conforme Tascheto, o do Instituto de programa parte do pressuposto de que, ao Ciências Exatas e reconhecer o potencial pedagógico do espaGeociências (Iceg), ço da cidade, criam-se novas possibilidades o terceiro projeto de práticas urbanas e do exercício de uma vinculado é o Cicidadania de alta intensidade. dades Inteligentes. Em consonância ao movimento internacional, que visa qualificar os serviços das cidades, a partir do uso da tecnologia da informação, a intenção do projeto é humanizar esses espaços públicos e a relação com a cidade, melhorando a qualidade de vida por meio do uso inteligente dos recursos e serviços que a cidade possui. Foto: Gelsoli Casagrande

Por uma UniverCidade Educadora: como surgiu No ano de 2011, a UPF, por meio da Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, constituiu o Fórum de Mobilidade Urbana e Educação, espaço de debate e ação sobre questões relativas à mobilidade urbana de Passo Fundo. Nele, profissionais, entidades e cidadãos se encontram e discutem a construção de subsídios para a formulação de políticas públicas e a promoção do direito humano à cidade, além do desenvolvimento de um conceito de cidade democrática, acessível, educadora e sustentável. A partir desse contexto, esse grupo começou a pensar nas práticas de uma Cidade Educadora, após a elaboração de um documento denominado Circulando Cidadania – que continha um conjunto de percepções a respeito da mobilidade urbana local. O Fórum seguiu atuante, contribuindo, em 2013 e 2014, com o plano setorial de mobilidade urbana da cidade e se envolvendo em discussões importantes como a proposta de criação do Conselho das Cidades em Passo Fundo. Em 2016, surgiu um fruto desse processo como um todo. “O Programa UniverCidade Educadora nasce de uma provocação de pensar a mobilidade urbana de forma coletiva, de várias instituições e cidadãos interessados no tema”, relata Taschetto.


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jornada nacional de literatura

A 16ª Jornada Nacional de Literatura, uma das maiores movimentações literárias da América Latina, reserva muitas surpresas e deve impressionar pelos espaços temáticos

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m dos principais diferenciais da 16ª Jornada Nacional de Literatura e da 8ª Jornadinha Nacional de Literatura, que acontecem de 2 a 6 de outubro, em Passo Fundo/RS, é o envolvimento com a comunidade. Nesta edição, o público não fez apenas a leitura prévia das obras dos escritores que estarão na movimentação literária em outubro. Durante a Pré-Jornada e a Pré-Jornadinha, entre os meses de julho e setembro, além de ler as obras, estudantes, professores e a comunidade em geral puderam interagir com os livros, por meio do JornadApp, aplicativo oficial da Jornada, que tem como base obras literárias. Eles caçaram livros pela cidade e desenvolveram tarefas nas escolas envolvendo personagens da literatura. Além disso, foram realizadas atividades das Estações de Leitura nas escolas e do Jornalendo, e até mesmo a leitura para pacientes internados em instituições hospitalares de Passo Fundo, na ação “Saúde Jornalizada”. E todas essas atividades culminam com a grande festa da literatura na primeira semana de outubro, quando acontece o encontro com os escritores dessas obras literárias. Formar leitores. Essa é a missão das Jornadas Literárias há 36 anos. Ela também é a responsável pelo título que Passo Fundo ostenta como Capital Nacional da Literatura. Isso não é mais novidade, mas é sempre bom ressaltar as conquistas e a importância dessa movimentação literária, que se consolida graças à força da cultura e da literatura. “Passo Fundo é Capital da Literatura porque se preocupa com a formação de leitores. Somos uma das cidades com maior índice de leitores no Brasil. Tudo isso graças às Jornadas Literárias, que estão sempre inovando. E nesta edição, a Jornada está ainda mais interativa e será um grande espetáculo para a comunidade. A Jornada é um patrimônio da comunidade”, destaca o reitor da Universidade de Passo Fundo, José Carlos Carles de Souza.


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Em 2017, as novidades envolvem desde o horário da programação até a reorganização e o “batismo” dos espaços. A Jornada não terá um tema específico. Os debates ganharam novos coordenadores, as lonas e tendas serão temáticas e homenagearão grandes nomes da literatura, as conferências serão realizadas somente à noite, a Jornadinha ganha um espaço especial e as oficinas e seminários acontecem somente à tarde. A expectativa para tudo isso é significativa. “Uma pesquisa feita durante o processo de modernização da Jornada mostrou que a cidade gostaria de ser envolvida diretamente nas ações, ou seja, queria ser ‘jornalizada’. E todo o trabalho que está sendo feito tem como objetivo atender a esse interesse da comunidade. As ações acontecerão tradicionalmente na UPF, mas também serão realizadas em diversos espaços da cidade, beneficiando, inclusive, quem não está inscrito no evento”, revela uma das coordenadoras da Jornada Nacional de Literatura, professora Dra. Fabiane Verardi Burlamaque. A Jornada de Literatura reúne leitores, escritores, artistas, pesquisadores e intelectuais com o objetivo principal de formar leitores. Durante os cinco dias de programação, a Jornadinha deve receber cerca de 20 mil crianças e outros dois mil adultos devem participar da Jornada. Indiretamente, no entanto, o número de atingidos por essa movimentação é muito superior. “A Jornada pertence aos leitores, sejam os que são residentes da cidade, sejam os que viajam até aqui para participar da programação. Desejamos que as pessoas se sintam pertencentes à Jornada, que se envolvam, que disseminem a literatura

Foto: Camila Guedes

e que se tornem leitores multimidiais, críticos e esteticamente sensíveis”, declara o também coordenador da Jornada, professor Dr. Miguel Rettenmaier. Nesse novo formato, o evento dialogará muito mais com os espaços do município de Passo Fundo. Suas ações resultarão na “jornalização” da cidade, marcada pela ocupação dos espaços públicos e culturais por meio dos projetos: Livros na mesa: leituras boêmias; Projeto transversais: rotas leitoras; e Caminho das Artes. “A Jornada Nacional de Literatura fez de Passo Fundo referência. Agora, caminhamos para

concretizar esse novo modelo, que busca seguir as transformações de uma área que está sempre evoluindo, que é a da leitura e da formação de leitores. Sem dúvida é uma das maiores movimentações literárias da América Latina, o que nos orgulha muito. A descentralização das ações das Jornadas também mostra essa evolução e conversa com a revitalização de espaços públicos que fizemos aqui. A leitura já está por todos os cantos da cidade”, salienta o prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo. Despertar a vontade de ler, ampliando o acesso a diferentes formas de cultura


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para desenvolver o senso crítico das pessoas, está entre as principais missões da Jornada. “Incentivar, manter e organizar um projeto dessa magnitude no campo da literatura e do incentivo à leitura é uma tarefa para instituições que acreditam que as transformações efetivas só vão acontecer a partir da capacidade crítica e da ampla cidadania. É um desafio e as constantes dificuldades

são de ordem econômico-financeira, pois grande parte dos recursos é captada via leis de incentivo”, pontua a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, Bernadete Maria Dalmolin. A 16ª Jornada Nacional de Literatura e a 8ª Jornadinha Nacional de Literatura são promovidas pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e pela Prefeitura de

Passo Fundo. Os eventos contam com os patrocínios do Banrisul, da Corsan e da Companhia Zaffari & Bourbon, com o apoio cultural do Sesi e da BSBIOS e a parceria cultural do Sesc. A realização é do Ministério da Cultura. Informações sobre a programação completa podem ser obtidas no portal www.upf.br/16jornada, pelo e-mail jornada@upf.br ou pelo telefone (54) 3316-8368.

Igualdade de gênero, monstros, imagens e grandes nomes da literatura serão destaques no Palco de Debates

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Pedro Gabriel, Rafael Coutinho, Roger Mello e Zeca Camargo

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Affonso Romano de Sant’Anna, Bráulio Tavares, Cintia Moscovich e Nádia Battella Gotlib

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Edegar Pretto, Conceição Evaristo, Federico Andahazi, Marina Colasanti e Nadine Gasman

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Débora Ferraz, Julián Fuks, Mario Corso, Mário Rodrigues e Michel Laub

de outubro

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de outubro

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“Literatura e imagem: além dos limites do real”. Esse é o tema da primeira mesa de debates da 16ª Jornada Nacional de Literatura. Para discutir essa temática, o palco de debates da noite do dia 3 de outubro contará com os escritores Pedro Gabriel, Rafael Coutinho, Roger Mello e Zeca Camargo. Discutir a leitura além do limite verbal. É isso que os organizadores da Jornada e o público esperam na primeira noite de debates do palco principal da Jornada, que, nessa edição, será denominado Espaço Ariano Suassuna. “A pluralidade de textualidades existentes na sociedade, associada à diversidade de suportes com os quais interagimos, comprova uma concepção de leitura aberta, multiplicada. Assim, formar leitores esteticamente sensíveis exige um olhar que contemple o belo que existe tanto na palavra quanto nas demais representações”, justifica o coordenador Rettenmaier.

No dia 4 de outubro, o público poderá conferir o debate “Centauro, pedra, rosa e estrela: Scliar, Suassuna, Drummond, Clarice”. Os escritores Affonso Romano de Sant’Anna, Bráulio Tavares, Cintia Moscovich e Nádia Battella Gotlib se reúnem para debater o tema “Centauro, pedra, rosa e estrela: Scliar, Suassuna, Drummond, Clarice”. O nome da mesa “Centauro, pedra, rosa e estrela” está relacionado a grandes obras dos autores homenageados: centauro, de "O centauro no jardim", de Moacyr Scliar; pedra, uma alusão ao "Romance da Pedra do Reino", de Ariano Suassuna; rosa, uma referência à obra "A rosa do povo", de Carlos Drummond de Andrade; e estrela, do livro "A hora da estrela", de Clarice Lispector. O que o público pode esperar, na opinião da coordenadora Fabiane, é um espaço para falar a respeito da produção literária dos quatro autores, trazendo intelectuais e autores consagrados que sejam profundos conhecedores das obras dos homenageados.

“Por elas: a arte canta a igualdade” será o tema das atividades do dia 5 de outubro. De acordo com a coordenadora Fabiane, a questão da igualdade de gênero é uma temática mundial atual e de relevância mister. “Marina Colasanti é uma das maiores escritoras brasileiras contemporâneas; Conceição Evaristo é uma das principais expoentes da literatura brasileira atual; Federico Andahazi é um dos mais premiados escritores argentinos da atualidade. Já Edegar Pretto é integrante do Comitê brasileiro do Heforshe – Elesporelas e Nadine Gasman é representante da ONU Mulheres no Brasil. O público terá a oportunidade de escutar aclamados escritores e representantes de um movimento global”, destaca.

E no último dia, 6 de outubro, o debate abordará “Monstros e outros medos colecionáveis”, com os escritores Débora Ferraz, Julián Fuks, Mario Corso, Mário Rodrigues e Michel Laub. “Estamos vivendo um momento de crise, que aponta para uma série de receios, desde os temores existenciais aos medos que se encontram nos campos sociopolíticos e culturais”, pontua Rettenmaier.


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Espaços da Jornada homenageiam Suassuna, Drummond, Clarice Lispector e Moacyr Scliar A 16ª edição da Jornada homenageia quatro grandes escritores brasileiros: Ariano Suassuna, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector e Moacyr Scliar, contemplando sua trajetória e as obras que marcaram suas carreiras. Entre as homenagens programadas, está o “batismo” dos quatro ambientes em que acontecem as atividades das Jornadas Literárias. O espaço reservado às atividades da 8ª Jornadinha Nacional de Literatura leva o nome de “Espaço Lendas Brasileiras, Clarice Lispector”. O Espaço Drummond será composto por livrarias e setores da imprensa, ambiente de sessões de autógrafos e estandes de patrocinadores, em um complexo que homenageia o poeta. A frente do complexo, com acesso aos demais ambientes, será chamada de Passo Itabira (alusão a Passo Fundo e à cidade de nascimento de Drummond). O Espaço Suassuna, na grande lona, com capacidade para 2 mil pessoas, é uma homenagem a Ariano Suassuna. A entrada desse ambiente terá nomenclatura associada à obra do autor, o que também ocorre com o palco, chamado Palco da Compadecida. Já o Espaço Moacyr Scliar, no Centro de Eventos da UPF, abrigará as exposições da Jornada e da Jornadinha. A entrada do Centro de Eventos terá nomenclatura associada à obra do autor, bem como o hall de entrada, chamado Hall dos Centauros. Entre os fatores que motivaram a escolha dos escritores como homenageados, está o fato de o ano da Jornada estar relacionado ao nascimento ou ao falecimento desses autores. Moacyr Scliar e Ariano Suassuna nasceram em 1937 (há 80 anos)

e em 1927 (há 90 anos), respectivamente. Já Drummond faleceu em 1987 (há 30 anos), enquanto Clarice faleceu em 1977 (há 40 anos). “Essas datas são importantes para nós, mas mais importante do que isso é alicerçar a literatura contemporânea à tradição”, destaca Rettenmaier. Jornadinha contará com quatro tendas: Yara, Malazarte, Negrinho do Pastoreio e Curupira A programação da 8ª edição da Jornadinha prevê a participação de autores premiados como Daniel Kondo, Lúcia Hiratsuka e Jean-Claude Alphen, além de nomes como Alexandre de Castro Gomes, Edson Gabriel Garcia, Eliandro Rocha, Felipe Castilho, Heloisa Prieto, Luiz Antônio Aguiar, Márcia Leite, o angolano Ondjaki, Pablo Morenno, Pedro Duarte, Renata Tufano, Renata Ventura, Rosana Rios e Selma Maria. O espaço reservado às atividades da 8ª Jornadinha levará o nome de “Espaço Lendas Brasileiras, Clarice Lispector”, composto por quatro tendas com nomes alusivos às personagens de lendas brasileiras transcritas por Clarice Lispector na obra “Como nasceram as estrelas” (1987): Tenda Yara, Tenda Malazarte, Tenda Negrinho do Pastoreio e Tenda Curupira. O público infantil e o juvenil também participarão de atividades no Espaço Suassuna, na grande lona. “Nesse espaço, acontecerão as atividades artístico-culturais, como shows artísticos e contadores de histórias para o público do ensino fundamental I e do ensino fundamental II. Além dos shows artísticos, haverá o slam de ilustração, uma competição/performance entre equipes de crianças lideradas por Roger Mello, Daniel Kondo, Ivan Zigg, Jean-Claude Alphen e Mariana Massarani”, revela a coordenadora Fabiane.

Jornalizando a cidade A partir dessa perspectiva de “jornalizar” a cidade, as atividades, além de serem realizadas no Campus I da Universidade de Passo Fundo, são estendidas por diversos espaços públicos de Passo Fundo, com ações como o “Projeto transversais: rotas leitoras”, o “Livros na mesa: leituras boêmias” e o “Caminho das artes”. A ação “Livros na mesa: leituras boêmias” propõe debates e discussão aberta, para a comunidade em geral, em bares da cidade e espaços culturais no período da Jornada, após as 22h. Até o momento, três bares já confirmaram a parceria: Backstage Pub, Maktub e Quina. A ideia é de que a atividade englobe shows musicais, conversa informal entre escritores e leitores com sessões de autógrafos e lançamentos de livros, entre outras atividades. O “Caminho das artes” deverá acontecer no Centro de Passo Fundo após as 21 horas. Haverá a presença de autores e decoração voltada para a movimentação cultural. A elaboração do Caminho das artes conta com a colaboração do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Emau), projeto de extensão da UPF, coordenado pela professora Dra. Carla Portal Vasconcellos. Além disso, a movimentação cultural contou com o “Projeto transversais: rotas leitoras”, que foi o percurso de leituras, via aplicativo oficial da Jornada (JornadApp), que integrou as atividades da Pré-Jornada e da Pré-Jornadinha. O aplicativo também contou com a função “JornadApp na Escola”, uma espécie de game, destinado aos alunos do ensino fundamental, que desenvolveram tarefas envolvendo as obras dos autores da Jornadinha.


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extensão

Dança para todos Projeto de extensão promove, por meio da dança, acolhimento, atenção e reabilitação de cadeirantes e sujeitos amputados

Fotos: Camila Guedes

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eabilitar, melhorar a qualidade de vida e, claro, divertir. Há três anos, o projeto de extensão “Dança sobre rodas e próteses: exercício físico, reabilitação e prazer”, da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Feff) da UPF, tem transformado a realidade de cadeirantes e sujeitos amputados de Passo Fundo, por meio de acolhimento, atenção, avaliação, orientação e encaminhamento, tendo a dança como principal forma de intervenção. As atividades do projeto, vinculado ao Centro Universitário de Saúde Coletiva (Ceusc), são desenvolvidas com o apoio de professores e acadêmicos dos cursos de Feff. A ideia do projeto, segundo a coordenadora, professora Me. Andrea Bona, nasceu há cinco anos como uma atividade voluntária. “Fui convidada por colegas da Fisioterapia para trabalhar com dança com um grupo de sujeitos amputados durante o tempo de espera entre as consultas. Fiz duas rotinas de aula com o grupo, que respondeu muito bem ao trabalho, e, a partir daí, começamos a ter aulas semanais, quando ainda existia o Centro de Atendimento à Deficiência (CAD) na Clínica de Fisioterapia”, lembra. Com o trabalho, vieram os primeiros resultados. “Tivemos relato dos colegas da fisiotera-

Dança como forma de exercício, reabilitação e inclusão social

As aulas são desenvolvidas dentro dos limites de cada participante, conforme a necessidade e a possibilidade de cada um. Conforme Andrea, com o trabalho, os cadeirantes adquirem maior controle de tronco, autonomia, força, resistência, melhorando a coordenação, a agilidade e o equilíbrio na relação cadeira e corpo. “No grupo, identificamos, a partir de relatos, que todos sofreram algum ‘trauma’ para estarem nessa condição, especialmente relacionados a acidentes de trânsito, domésticos e ferimentos por arma de fogo. O tempo médio em que se encontram na atual condição é de três anos. Por isso, precisam se adaptar e vivenciar outras maneiras de reconhecimento do seu próprio corpo e da relação com e no contexto onde estão inseridos”, explica. Segundo a professora, a dança pode facilitar essas adaptações de uma maneira mais divertida, prazerosa, melhorando a autoestima e, além disso, se constituindo como uma forma de exercício físico, reabilitação e inclusão social. Durante as aulas, são realizadas práticas de alongamento, fortalecimento muscular, deslocamentos diversos e equilíbrio, atividades que respeitam as características e os limites de cada um e que compõem uma aula de dança. “O momento destaque da aula, no entanto, se caracteriza pelo ensaio das coreografias, contexto no qual o prazer é visível nos participantes”, comenta.

pia de que os sujeitos respondiam melhor à movimentação na dança do que quando estavam, exclusivamente, na sessão de fisioterapia, principalmente, por causa da motivação da música e da maneira diferente de propor o exercício”, comenta. A partir dos resultados, cerca de dois anos depois, a iniciativa se tornou oficialmente um projeto de extensão. Atualmente, o projeto conta com aulas que acontecem semanalmente, no ginásio da Feff, por cerca de duas horas. Além da professora Andrea, dois estagiários, um bolsista e um voluntário, ajudam nas aulas. Ampliando parcerias Apesar dos benefícios comprovados da prática da dança, o projeto enfrenta algumas dificuldades. Entre elas, está o deslocamento dos cadeirantes até a UPF. “Temos dificuldade de transporte, assim, os participantes que têm mais autonomia para se deslocarem sozinhos conseguem participar mais efetivamente das aulas, e, por isso, apresentam resultados mais positivos em relação àqueles que faltam

mais vezes, em razão da dificuldade de deslocamento”, conta. A média é de seis a oito participantes no grupo. Na tentativa de melhorar as condições de adesão e fidelização de participantes, a coordenação está firmando parceria com a Associação Cristã de Deficientes Físicos de Passo Fundo (ACD). A ideia é que as aulas sejam realizadas na sede da ACD assim que o novo ginásio ficar pronto. Enquanto a mudança não acontece, os participantes seguem dançando e se preparando para novos desafios: em setembro, o grupo se apresenta no Feff em Dança, evento promovido pelo curso de Educação Física, e, no final do ano, fará uma participação especial no espetáculo de uma escola de dança do município. Para a professora, participações como essas são importantes, já que possibilitam que os participantes ampliem o universo de compreensão de suas potencialidades e os limites e de seu pertencimento a uma sociedade, reconstruindo, ou mesmo fortalecendo seus vínculos sociais, o que representa empoderamento na gestão de suas vidas.


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FUPF

é homenageada na Assembleia Legislativa Fotos: Gelsoli Casagrande

Honraria foi concedida pela passagem dos 50 anos da Fundação, celebrados em 2017

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Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), mantenedora da UPF, do Ensino Médio Integrado e da UPF Idiomas, foi homenageada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A láurea ocorreu no dia 2 de agosto, em Porto Alegre. Representada pela presidente, professora Maristela Capacchi; pelo vice-presidente, professor Alexandre Nienow; e pelo diretor do Integrado, professor Jonir Dalbosco, a Instituição recebeu a medalha da 54ª Legislatura do estado. Durante a solenidade, a professora Maristela Capacchi recebeu das mãos do presidente da Assembleia Legislativa, Edegar Pretto, a honraria. Para ela, essa homenagem consolida o compromisso da Fundação com a comunidade regional. “É uma honra muito grande estar à frente da presidência da FUPF no momento em que comemora 50 anos, pela importância que a Fundação tem e pela importância que a Universidade, a

UPF Idiomas e o Ensino Médio Integrado tiveram no movimento social, educacional e econômico da região. É uma honra estar aqui”, afirmou ela. Propositor da homenagem, o deputado Juliano Roso destacou, em sua fala, a importância da Universidade para o desenvolvimento local, regional e do estado. Segundo ele, reconhecer esse trabalho, que foi iniciado com a criação da Fundação, é fundamental para valorizar o que já foi e o que ainda será feito. “Passo Fundo não seria o que é hoje, o norte do estado não seria o que é hoje – do ponto de vista de desenvolvimento, trajetória, economia, pujança e inteligência colocada na sociedade, na vida privada e na pública – se não fosse pela criação da Fundação nos idos de 1967. Parabenizo a todos que contribuíram com a trajetória da Fundação e desejo que essa instituição possa continuar desempenhando seu papel social junto a uma universidade comunitária que cumpre um papel fundamental para a história da nossa cidade e da nossa região”, disse. O presidente da Assembleia, Edgar Pretto, também ressaltou a importância da Universidade para o de-

senvolvimento regional e estadual. Em sua fala, reforçou a inserção da UPF em ações sociais e no envolvimento com a comunidade, gerando, além do conhecimento e do ingresso de bons profissionais no mercado de trabalho, seres humanos preocupados com o bem-estar social e com o crescimento sustentável.

Novos membros do conselho diretor Em julho, os novos membros do Conselho Diretor da FUPF e seus suplentes foram empossados e diplomados. Os eleitos, que terão mandato de quatro anos – de 10 de julho de 2017 a 12 de julho de 2021 –, a fim de ser cumprido o disposto no Estatuto da Fundação, são: Gerson Luís Trombetta (titular) e Marlova Stawinski Fuga (suplente); Alexandre Augusto Nienow (titular) e Márcia Borba (suplente); Jussara Morandini Strehl (titular) e Charles Leonardo Israel (suplente); e Dirceu Lima dos Santos (titular) e Luiz Fernando Fritz Filho (suplente). Além da posse, também foi realizada a eleição da nova diretoria da FUPF para o mandato 2017-2019. A atual presidente, professora Maristela Capacchi, foi reeleita, assim como o 1º vice-presidente, professor Alexandre Augusto Nienow. Como 2º vice-presidente, quem assume é o professor Dirceu Lima dos Santos. Para o cargo de secretário, a nova Diretoria indicou o professor Sérgio Machado Porto. O Conselho Diretor será constituído pelos seguintes conselheiros titulares: Maristela Capacchi (Presidente), Alexandre Augusto Nienow (1º vice-presidente), Dirceu Lima dos Santos (2º vice-presidente), Sérgio Machado Porto (secretário), Olmiro Cristiano Lara Schaeffer, Rubens Rodriguez, Gerson Luís Trombetta, Jussara Morandini Strehl, Gustavo José Bonotto (Prefeito de Lagoa Vermelha), José Carlos Carles de Souza (membro nato), e seus respectivos suplentes José Eurides Alves de Moraes, Márcia Borba, Luiz Fernando Fritz Filho, Silvio Antonio Bedin, Edmar Vianei Marques Daudt, Gilnei Lopes Pimentel, Marlova Stawinski Fuga, Charles Leonardo Israel, Domingos Claudio Kujawa (Prefeito de Casca) e Agenor Dias de Meira Junior.


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universidade UPF promove Curso de Qualificação Docente discute práticas pedagógicas

qualificação permanente

de seus professores

Fotos: Gelsoli Casagrande

Docentes da Universidade de Passo Fundo participaram da segunda edição do Curso de Qualificação Docente, revendo práticas pedagógicas, discutindo desafios e metodologias de ensino

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Universidade de Passo Fundo (UPF), por meio da Vice-Reitoria de Graduação (VRGRAD), juntamente com o Setor de Apoio Pedagógico (SAP), realizou, no mês de julho, a segunda edição do Curso de Qualificação Docente. A formação contou com um Cine Debate e com 16 oficinas, sobre diferentes temas, que foram ministradas também por professores da UPF, oportunizando momentos de discussão, ensino e reflexão sobre a docência. O Cine Debate foi realizado no auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Feac), com o tema “Os percursos da docência sob a ótica do cinema”. Foram apresentados trechos de sete obras cinematográficas que têm em seu enredo questões ligadas à educação e à dinâmica de sala de aula envolvendo professores e alunos. Participaram do painel de debate os professores Me. Fábio Rochenbach (FAC), Dr. Marcio Taschetto (Faed), Dra. Adriana Bragagnolo (Faed), Dra. Vera Rodrigues (Fear), Me. Marlova Fuga (FD) e Dr. Gerson Trombetta (IFCH). De acordo com a vice-reitora de Graduação e coordenadora do evento, professora Rosani Sgari, a formação continuada é

DEPOI

MEN

TOS

Professora do curso de Filosofia, do Instituto de Filosofia Ciências Humanas, Dra. Cinthia Roso Oliveira “A formação docente é um processo constante de aprendizado. Para auxiliar nesse processo, o curso de Qualificação Docente ocorrido em julho de 2017, promovido pela Vice-Reitoria de Graduação da UPF, foi maravilhoso! A primeira noite de formação, com a reflexão sobre o ser professor, proporcionou-nos refletir sobre o porquê sou professora e o que caracteriza ser professor. As cenas dos filmes debatidos já suscitaram ideias de atividades que podem ser desenvolvidas tanto no ensino quanto na extensão. Foi muito bem organizada a discussão, temperada com deliciosa pipoca! As oficinas do segundo dia foram maravilhosas! As que fiz, ‘Comunicação, expressão e oratória’, ministrada pela equipe Saes, Patrick, Eduarda e Patrycia, e ‘Em tempos de inclusão: como planejar a ação docente?’, ministrada pela Rosane e pela Cláudia, já me auxiliaram a pensar, incrementar e modificar a minha atitude na sala de aula. Que venham mais momentos como esses de formação!” Professora do curso de Serviço Social, da Faculdade de Educação, Dra. Cristina Fioreze “A realização de um curso de formação docente, que se propõe a reunir todos os professores da Universidade, é uma iniciativa que, além de incidir na qualificação dos processos pedagógicos e formativos no ensino, na extensão e na pesquisa, contribui para fortalecer a nossa identidade como professores da UPF, o que entendo como fundamental.” Professora e coordenadora do curso de Jornalismo, da Faculdade de Artes e Comunicação, Me. Maria Joana Chaise “Pensar a qualificação docente é uma estratégia fundamental para garantir qualidade educativa. No contexto de uma instituição de ensino superior, temos um grande número de professores – a maioria, talvez – que possui formação na sua área profissional, mas que pode apresentar dificuldades na definição de estratégias e metodologias para ensinar essa técnica profissional. E nisso reside a importância de pararmos para pensar sobre como estamos ensinando. Como estamos avaliando nossos alunos? Será que há outras formas de ensinar esse componente curricular? E quais os modelos mais atrativos, que alcancem melhores resultados? Ainda mais num tempo em que estamos rodeados de dispositivos que competem com o professor na atenção dos alunos. Precisamos identificar alternativas que facilitem nossa interlocução, nossa interação com os alunos e, por fim, nosso processo de ensino-aprendizagem.”


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UniversoUPF Fotos: Gelsoli Casagrande

Confira as oficinas oferecidas no Curso de Qualificação Docente: n Projeto (re)conhecer: metodologias ativas - Carla Gonçalves e Cristiane Barelli n Como planejar, criar e implementar videoaulas em ações de aprendizagem - Taís Rizzotto, Daniel Dias e Patrícia Zart n Comunicação, expressão e oratória - Equipe Saes, Patrick de Carvalho da Silva, Eduarda Ongarato e Patrycia Sbeghen Zanatta n A internacionalização do ensino superior - Maria Elisabete Mariano dos Santos e Maina Badin Bortoluzzi n Reconectando professores com a natureza: uma experiência pedagógica junto à RPPN/UPF - Jaime Martinez n Familiarizando-se com o currículo Lattes - Simone Basso n Ferramentas Google - Eduarda Aparecida Cadori - LCI n Sensibilização para o Enade: processo e resultados - Sibeli Paulon Ferronato e Fabiano Chiesa n Segurança e privacidade digital - Carlos Schaeffer n Desvendando as relações étnico-raciais - Giovana Henrich e Frederico Santos n Em tempos de inclusão: como planejar a ação docente? - Rosane Rigo De Marco e Cláudia Sanini n UPF Virtual - Inovando as práticas das aulas presenciais utilizando o ambiente virtual de aprendizagem Moodle - Roberto Rabello, Renata Andreolla e Rafaela Bohrz n A utilização das redes sociais no processo de ensino-aprendizagem - Olmiro Cristiano Lara Schaeffer n Curricularização da extensão: case Beira Trilho - Márcio Taschetto n O estágio curricular na graduação - Luiza Facenda, Luciane Bordignon, Clodoaldo da Rosa Neckel e Cleverson Gauer Fernandes n Come Together - Inglês com os Beatles - Luciane Sturm

Foram ofertadas 16 oficinas durante a formação

Cine Debate contou com debates e depoimentos de professores

contemplada no Planejamento Estratégico da UPF, sendo uma ação programada para qualificação permanente dos professores. Uma primeira etapa do Curso de Qualificação Docente já havia sido realizada no início do ano, oportunizando que os professores trocassem experiências, conhecendo novas práticas de ensino. “Além de estar capacitado, o professor precisa sempre estar atualizado, procurando novas metodologias, novas formas de ensinar. Esses encontros servem como uma motivação para iniciarmos o novo semestre recarregados”,

Professor do curso de Ciência da Computação, do Instituto de Ciências Exatas e Geociências, Me. Jaqson Dalbosco “Participei das duas edições do curso de qualificação docente e em ambas achei que foram muito pertinentes os temas abordados. Foi uma ótima oportunidade para poder parar e refletir sobre minhas práticas docentes e abrir a mente para pensar novas formas de atuar e inovar no modo de abordar os conteúdos, tanto em sala de aula como no uso de ferramentas de apoio ao ensino presencial utilizando mídias digitais, redes sociais e ambiente virtual. As oficinas das quais participei nas duas edições foram muito boas e agregam conhecimentos relevantes para melhorar as práticas que adoto nas disciplinas em que atuo. Possibilitaram repensar metodologias e visualizar novas estratégias para atuar de forma mais didática e interativa com os alunos. A diversidade de oficinas oferecidas possibilitou direcionar a participação de acordo com o meu interesse em desenvolver novos conhecimentos para a atuação docente.” Professora do curso de Fonoaudiologia, do Instituto de Ciências Biológicas, Me. Lenita da Silva Quevedo “Acredito que a atualização, a revisão e o aprimoramento de ideias e métodos é fundamental para um bom desempenho na carreira docente. Assim, vi a segunda edição do Curso de Qualificação Docente como um momento de motivação e preparação para os professores da UPF. A integração inicial trouxe reflexão de uma maneira sensível e envolvente. As oficinas mostraram uma gama de opções importantes nas diversas áreas de atuação do professor, dentro e fora da sala de aula. São os professores mais integrados entre si e com a própria UPF.” Professor e coordenador do curso de Educação Física de Soledade, da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Paulo Cezar Mello “Parabenizo a toda equipe da VRGRAD pela oportunidade de crescimento, tanto a nível pessoal quanto profissional, por meio das palestras e oficinas oportunizadas ao corpo docente da UPF neste evento. Também saliento a diversidade nas escolhas dos cursos e oficinas, bem como o dinamismo e o envolvimento dos colegas professores que as ministraram. Acredito que a forma de distribuição da carga horária contribuiu para o sucesso das atividades. Finalizo dizendo que a VRGRAD acertou em priorizar e em concentrar nos turnos da noite o desenvolvimento dos trabalhos. Certamente, há a expectativa de que se mantenha o mesmo sucesso no III Curso de Qualificação Docente.”

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Setembro | Outubro 2017 Fotos: Gelsoli Casagrande

Diversas temáticas foram abordadas nas oficinas

destacou a presidente da Fundação Universidade de Passo Fundo, professora Maristela Capacchi. As oficinas foram realizadas no dia 12 de julho, durante os turnos da tarde e da noite, com diferentes temáticas, possibilitando que os professores revissem práticas pedagógicas e debatessem questões importantes no âmbito da UPF, qualificando ainda mais a docência na Universidade.

“Essa é mais uma etapa de um trabalho que vem sendo construído desde 2011 na UPF, pois, quando nos encontramos e dialogamos sobre os desafios e debatemos questões de metodologia e planejamento, melhoramos a nossa prática docente”, finalizou a coordenadora do Setor de Apoio Pedagógico, vinculado à VRGRAD, professora Me. Rosane Rigo De Marco.

Professor do curso de Gestão Comercial, da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis, Me. Sebastião de Oliveira Leão “A qualidade do docente depende diretamente do seu desenvolvimento constante pessoal e profissional e isso eu garanto que ocorre durante e depois dos Cursos de Qualificação Docente da UPF. Certo dia, um aluno me perguntou como os professores aprendem e se atualizam. A minha resposta foi a seguinte: com os outros professores, pois não existe melhor forma para se atualizar como docente do que aprendendo e interagindo com outros colegas. E é o que tem ocorrido em todos os encontros de Qualificação Docente da UPF.”

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Professor e coordenador do curso de Medicina Veterinária, da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Dr. Eraldo Zanella “Costumamos ouvir que o nosso público mudou, ou seja, as necessidades de nossos alunos se modificaram!!! Mais do que isso, a satisfação de um professor se realiza nas conquistas e nos sucessos de nossos egressos em suas distintas profissões, e, para que isso ocorra, necessitamos nos qualificar periodicamente, interagindo de forma interdisciplinar com outros professores e aprendendo sobre novas metodologias, ou mesmo voltando um outro olhar sobre como contagiar o nosso aluno com a nossa paixão pelo conhecimento em Medicina Veterinária.” Professor do curso de Engenharia Química, da Faculdade de Engenharia e Arquitetura, Dr. Vandré Barboza Brião “A qualificação docente não é um excesso, nem luxo! É uma necessidade! Nós ficamos tão imersos em nossas rotinas de aulas e atividades que muitas vezes não reservamos um tempo para refletir sobre as práticas docentes. Então, esses dois dias de qualificação nos permitem refletir não sobre questões técnicas, mas sobre o ato de ensinar. Isso nos permite repensar em nossos métodos de ensino e no grande motivo de sermos professores: a educação.” Professora e coordenadora do curso de Direito, da Faculdade de Direito,Me. Maira Angélica Dal Conte Tonial “O II Curso de Qualificação Docente foi uma oportunidade fantástica para os professores da UPF, pois, no processo de formação continuada, abre-se a oportunidade para que o docente se insira em um processo permanente de reciclagem e readequação, frente às novas necessidades do mundo do trabalho, bem como frente à compreensão do perfil do aluno contemporâneo.”


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pequisa e inovação

Pesquisa que resulta em melhorias para

toda a Universidade

Por meio dos projetos de pesquisa, dos programas stricto sensu e do UPF Parque, a Instituição já conquistou mais de R$ 30 milhões em recursos

Foto: Arquivo UPF

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om uma participação cada vez mais significativa em editais públicos e privados de fomento à pesquisa, a Universidade de Passo Fundo tem angariado recursos importantes para a melhoria de sua infraestrutura física e pessoal. Ao longo dos últimos anos, com a chegada do UPF Parque e a consolidação dos programas de pós-graduação, já foram conquistados mais de R$ 30 milhões entre projetos institucionais e dos professores, fortalecendo os trabalhos realizados e colocando a Universidade em destaque no estado e no país. Hoje, a UPF conta com mais de 130 laboratórios em todas as áreas do conhecimento e aos poucos vem reestruturando e melhorando suas estruturas com novos e modernos equipamentos. Além das pesquisas desenvolvidas dentro dos programas, em forma de teses e dissertações, a Universidade possui mais de 275 projetos institucionalizados, envolvendo também o ensino e a extensão nos processos de aprendizagem e aplicação prática. Para o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Leonardo José Gil Barcellos, a ideia de fortalecer cada vez mais a pesquisa passa pela preocupação de fazer com que os resultados sejam sentidos em

Projetos que foram contemplados em editais de fomento à pesquisa n Desenvolvimento e melhoria da qualidade do mel da região da produção n Programa de capacitação de profissionais da cadeia produtiva do leite n Alternativa de produção de milho geneticamente modificado resistente a insetos n Valoração do soro do leite através de processos de filtração por membranas e bioprocesso n Profilaxia e diagnóstico de infecções e contaminações de carnes como estratégia para aumentar a segurança alimentar n Erva-mate como componente funcional no desenvolvimento de processos e produtos alimentares n Transformação de resíduos da mineração para uso como artefato de concreto e remineralizador de solo n Implantação do Núcleo de competência em análise, identificação e certificação de minerais n Consolidação do Núcleo Têxtil de capacitação e inovação tecnológica Desenvolvimento da indústria têxtil no APL Sarandi n Centro Vocacional de Inovação Tecnológica da Indústria Moveleira em Lagoa Vermelha

toda a Universidade. “Na medida em que nossos programas se consolidam, conseguimos participar com mais efetividade de editais e, como consequência, somamos mais recursos para serem usados em nossas pesquisas. Tanto essa infraestrutura quanto a pesquisa qualificada ficam disponíveis para todos os acadêmicos e professores e para a comunidade. A cada novo projeto aprovado, a cada novo equipamento adquirido ou técnica instalada, toda a comunidade acadêmica se beneficia”, destaca. UPF Parque: impulso para a pesquisa A partir de 2013, a UPF ganhou uma nova força com a inauguração do Parque Científico e Tecnológico – UPF Parque. Com os três módulos em funcionamento, foram implantados sete novos ambientes de inovação, oito laboratórios e seis espaços dedicados à transferência de tecnologia, o que gerou a participação direta de 59 pesquisadores e 23 problemas solucionados efetivamente a partir dos projetos implementados. Essas ações foram desenvolvidas, principalmente, pela concretização do Habitat de Inovação e Transferência Tecnológica do Parque, a Central Multiuso de Equipamentos e Centro Tecnológico e Incubadora para Agricultura de Precisão, pela implantação do Laboratório de Desenvolvimento e Avaliação de Alimentos Funcionais e Nutracêuticos (Nutra-Ali), pelo Centro Tecnológico e Incubadora Metal-Mecânica e pelo Centro de Inovação em Desenvolvimento de Software. De acordo com Barcellos, todas essas conquistas permitiram o desenvolvimento de bons projetos e de pesquisas qualificadas e resultaram no envolvimento institucional de forma intensa. “Os novos

espaços não servem apenas para a pesquisa, mas são locais em que hoje podemos ver alunos empreendendo, gerando novos empregos e, com isso, vemos os resultados econômicos e sociais desses esforços. A incubadora UPF, por exemplo, além de ser uma opção para empreender, é um valioso cenário de prática, uma vez que toda a assessoria dada às empresas incubadas é feita por meio de projetos de extensão”, pontua. Para a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin, a extensão faz parte desse processo e tem atuado no assessoramento às incubadas, ajudando a organizar a vida dessas empresas para que possam se consolidar. “Esse trabalho busca, além de promover debates construtivos sobre o negócio, pensar o plano de negócios e refletir sobre a marca e a inserção da empresa no mercado. Vários projetos de extensão estão juntos nesse trabalho. Essa interação também transforma a sala de aula, fazendo com que ela seja dinâmica, desenvolvendo ações de ensino-aprendizagem com cenários reais. É uma troca constante em que todos os públicos ganham: o aluno, o professor, o empresário e a comunidade”, ressalta. Para o coordenador do Parque, professor Dr. Charles Leonardo Israel, o local tem ampliado suas ações, transformando-se em um ambiente de compartilhamento entre a pesquisa, a extensão e a inovação. “O Parque tem sido sendo um ambiente que possibilita que o pesquisador tenha um contato direto com as demandas da sociedade no que diz respeito às suas necessidades. Além disso, temos o caráter multidisciplinar, pois as pesquisas de diferentes cursos de graduação e pós-graduação coabitam um mesmo espaço”, destaca.


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curso de graduação

AGRONEGÓCIO atenção ao desenvolvimento da área no Brasil

Graduação visa qualificar alunos com solidez teórica e com experiências da realidade

Foto: Leonardo Andreoli

A Mais informações referentes ao curso de Agronegócio estão disponíveis no Portal UPF: www.upf.br.

Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade de Passo Fundo (Feac/UPF) completa, em 2017, 60 anos. Um dos cursos que fazem parte da história da unidade acadêmica é o de Agronegócio, o qual visa formar profissionais com habilidades para compreender, analisar e tomar decisões, partindo do domínio dos processos de gestão e das cadeias produtivas em meio a um cenário complexo e de extrema competição. Criado em 2008, o curso já formou centenas de tecnólogos em Agronegócio aptos a analisar mercados, elaborar projetos de investimento, formular e implementar estratégias competitivas e cooperativas no setor, e diagnosticar, modelar e operacionalizar atividades de logística e informações gerenciais. Para obter tais competências, os acadêmicos, ao longo de sete semestres, usufruem de uma estrutura curricular que incorpora os aspectos desafiadores do agronegócio ao buscar a qualificação com solidez teórica e com experiências da realidade dos seus alunos, com desenvolvimento de habilidades gerenciais nas estratégias das operações e do posicionamento no mercado adequadas às organizações agroindustriais. Segundo o coordenador, professor Me. Anderson Neckel, a grade curricular proposta está atenta e amparada nas diretrizes que norteiam o desenvolvimento do agronegócio no país, principalmente com o objetivo de viabilizar processos tecnológicos para o desenvolvimento de um agronegócio inovador, com ampliação de novos mercados em uma economia global. Além disso, o curso propõe criar processos tecnológicos que contribuam

para o desenvolvimento sustentável e para a redução dos desequilíbrios regionais e das desigualdades sociais. “Nosso trabalho tem como propósito que esses processos também promovam a melhoria da qualidade de vida da população brasileira, gerando novas empresas de base tecnológica, além de estimular o crescimento do parque empresarial existente no país”, relata. Oportunidades profissionais O mercado de trabalho do Agronegócio é vasto. Segundo Neckel, o tecnólogo poderá atuar na gestão de empresas rurais, cooperativas e associações; em empresas agropecuárias, de comercialização de insumos e produtos agropecuários; empresas de distribuição de produtos do agronegócio e de planejamento; no desenvolvimento de projetos, assessoramento técnico e consultoria; em organizações não governamentais, e em órgãos públicos e instituições de ensino, mediante formação requerida pela legislação vigente. “O

profissional pode executar empreendimentos, projetar mercados estratégicos, analisar indicadores, aferir o desempenho da produção, controlar custos, entre outras atividades”, menciona. Seguir na docência é outra possibilidade que os egressos do curso têm. “Ao concluir o curso de Agronegócio, os recém-formados podem se inserir em cursos de pós-graduação na área de administração, de agronomia, de recursos florestais e de engenharia florestal. Nesse sentido, os alunos formados pela UPF são incentivados a realizar os cursos de MBA ofertados pela Feac e pelas demais unidades acadêmicas da Instituição, bem como os cursos de mestrado em Administração e na área das Ciências Agrárias”, finaliza. Foto: Alessandra Pasinato

Diferenciais enriquecedores

Além das disciplinas oferecidas, que, de acordo com Neckel, privilegiam o processo de ensino-aprendizagem, oportunizando ao aluno conhecer, compreender e aplicar conceitos teóricos e práticos, o curso de Agronegócio da UPF possui outros diferenciais. “O nosso corpo docente, com experiência no meio, é formado por pesquisadores, especialistas, mestres e doutores que enriquecem a metodologia das aulas. Isso reflete nas práticas avaliativas desenvolvidas e coloca o curso em uma excelente perspectiva de contínua atualização, renovação e autorreestruturação. Há, ainda, a ligação com o Centro de Pesquisa e Extensão (Cepeac), capaz de oferecer acesso aos ambientes de pesquisa”, conta. Outras ações, como trabalhos práticos e visitas técnicas, sendo algumas internacionais, e a realização da Semana Acadêmica do Agronegócio, ampliam os conhecimentos e desenvolvem o raciocínio sistêmico dos estudantes

Me. Anderson Neckel coordena o curso de Agronegócio


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curso de graduação Engenharia de Produção: um campo com múltiplas possibilidades Fotos: Divulgação

Estudantes têm contato direto com a prática profissional

Iniciativas de extensão Uma forma de os futuros engenheiros de produção estarem mais próximos da comunidade se materializa por meio dos projetos de extensão desenvolvidos pelos professores e pelos acadêmicos em diferentes setores da sociedade. Dentre esses projetos, destacam-se: “Design colaborativo no setor moveleiro regional”; “Paisagismo produtivo e educação ambiental – Transformando espaços, transformando vidas” e “Projeto de assessoria às empresas incubadas no UPF Parque”.

Curso da UPF já formou egressos que são os principais condutores do desenvolvimento da região Norte do RS

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Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo Fundo (Fear/UPF) se destaca por ser um centro de desenvolvimento de pesquisas e prestação de serviços à comunidade, sendo capaz de oferecer aos acadêmicos uma ampla infraestrutura que permite o exercício da prática profissional desde o início da graduação. Dentre os cursos abrigados pela unidade acadêmica, o de Engenharia de Produção possibilita uma formação sólida nas variadas áreas da engenharia, a qual ocorre por meio das diversas atividades relacionadas à grade curricular e aos projetos de extensão. Com duração de 5 anos, o curso forma engenheiros de produção para atuar em empresas de produção, transportes, distribuição e prestação de serviços, de planejamento, tanto estratégico quanto produtivo e financeiro. Nesse cenário, os profissionais podem trabalhar, por exemplo, com a elaboração de projetos, a modelagem, a implantação, a operação, a manutenção e a melhoria de sistemas produtivos integrados de bens e serviços, ações que envolvem recursos humanos, financeiros e materiais, tecnologia, informação e energia. Além disso, com a ampliação da experiência, eles tendem a ocupar cargos gerenciais. Conforme a coordenadora, professora Me. Juliana Kurek, a Engenharia de Produção da UPF visa atender à demanda e aos anseios da população para além do setor industrial, de forma a contemplar,

também, a carência de profissionais para o setor comercial e de serviços. “Os egressos formados são os principais condutores do desenvolvimento da região Norte do Rio Grande do Sul. De sua parte, a Fear tem uma contribuição decisiva na formação de pessoal qualificado para o parque fabril de Passo Fundo e região. Dessa forma, com a aceleração da demanda de profissionais ligados diretamente à produção, surgiu a necessidade do oferecimento de um curso que prepare profissionais com conhecimentos técnicos e em gerenciamento de produção”, conta. Excelência no ensino O curso de Engenharia de Produção da UPF foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), tendo sido avaliado com conceito 4, em uma escala de 1 a 5. Tal resultado se deve à avaliação didático-pedagógica; à infraestrutura, composta de laboratórios técnicos utilizados para o ensino e para a prestação de serviços; e à dedicação do corpo docente, que, formado por mais de 95% de mestres e doutores, é altamente qualificado e conta com profissionais com experiência no setor industrial e de serviços. “A graduação procura, a partir de sua matriz curricular, proporcionar ao aluno uma formação sólida nas áreas de engenharia de operações e processo, logística, pesquisa operacional, qualidade, engenharia de produto, engenharia econômica, engenharia de trabalho, sustentabilidade e outros conhecimentos típicos da área

que serão aplicados na criação de novos empreendimentos ou na otimização e na gestão de empresas na área industrial, de comércio e serviços”, menciona Juliana. Destaque nacional Recentemente, o curso participou do Desafio Lean Simulation, que tem como propósitos fomentar o conceito de lean e de simulação nas universidades e criar uma solução em que o aluno possa absorver os principais conceitos de duas metodologias que auxiliam na formação acadêmica dos estudantes. A competição foi aberta a docentes e a acadêmicos de instituições de ensino profissionalizante ou superior do país e premiou os melhores projetos para cada uma das categorias existentes. Na categoria Lean Board Game, as equipes formadas no curso de Engenharia de Produção da UPF conquistaram as primeiras colocações, sendo as atuais campeã e vice-campeã. A premiação foi divulgada no último Encontro Nacional de Engenharia de Produção (Enegep), que ocorreu em João Pessoa (PB).

Mais detalhes sobre o curso podem ser encontrados no Portal UPF: www.upf.br.

Coordenadora do curso, professora Me. Juliana Kurek


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Setembro | Outubro 2017 Foto: Gelsoli Casagrande

upf parque

Geração de conhecimento com os olhos no futuro AFK, empresa incubada no UPF Parque, desenvolve pesquisa na área de microbiologia, imunologia e biotecnologia, trabalhando para a viabilidade de kits de diagnóstico e vacinas

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ideia de estruturar uma empresa surgiu durante a participação em um congresso internacional sobre diagnóstico veterinário. Juntos, os professores Dr. Luiz Carlos Kreutz, Dr. Rafael Frandoloso e Dr. Deniz Anziliero pensaram em formar a AFK Imunotech, empresa especializada em desenvolver biotecnologias aplicadas ao diagnóstico e à prevenção de doenças infectocontagiosas que afetam a saúde animal e humana. A empresa é uma das incubadas do UPF Parque e funciona dentro do Laboratório de Microbiologia e Imunologia Avançada, dando suporte a pesquisas científicas desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em Bioexperimentação da UPF. O objetivo do projeto era suprir uma deficiência existente na área e possibilitar que não mais se dependesse de tecnologias estrangeiras para a realização de diagnósticos veterinários e humanos, desde os processos mais simples até os mais sofisticados. Utilizando como base as experiências nas áreas de bacteriologia, virologia, imunologia e biotecnologia, e sabendo das necessidades e carências na área de diagnóstico, a equipe procurou estudar o assunto e a viabilidade de desenvolver um kit de diagnóstico. Segundo Luiz Carlos Kreutz, os processos estão em andamento. “É nessa fase que estamos agora, desenvolvendo kits que têm po-

tencial para entrar no mercado no futuro. Obviamente, isso necessita aprovações de órgãos oficiais como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ou o Ministério da Saúde, dependendo se o kit for para uso na saúde animal ou humana”, explica. Além disso, a AFK pretende estudar determinados patógenos, desenvolver e aprimorar vacinas principalmente para doenças de suínos, e avaliar o uso de novos adjuvantes vacinais. “Esse também é um trabalho demorado, pois, para isso, é necessário estudar profundamente um determinado patógeno e conhecer sua capacidade de mutação e distribuição geográfica, e entender como esse patógeno causa a doença. Para isso, é necessário analisar o material genético do patógeno, classificar, reconhecer os fatores de virulência e, a partir daí, elaborar estratégias para compor vacinas que protejam contra o maior número possível de cepas clínicas”, ressalta Kreutz. Espaço para novas ideias Os processos são feitos em longo prazo, mas não há dúvidas de que os resultados serão sentidos pela comunidade e de que o espaço usado para a criação de novas ideias vai ao encontro dos objetivos institucionais de ensino, pesquisa e extensão. Para Kreutz, o Parque abre ao pesquisador a possibilidade de desenvolver um produto não apenas no sentido da curiosidade científica ou para a resolução de um problema local, mas principalmente para possibilitar que esse produto seja transformado em algo comercializável e que gere recursos para todos os agentes envolvidos no processo.

De acordo com ele, esse é o caminho traçado em diversas universidades no Brasil e no exterior. “É um estímulo ao pesquisador, que vê na empresa uma maneira de continuar suas atividades além da academia. Ver o resultado da pesquisa publicado é gratificante e, para muitos, seria o objetivo final. Porém, ver a pesquisa sendo aplicada em um kit de diagnóstico, por exemplo, é muito mais gratificante, pois, de certa forma, com isso, é possível devolver à sociedade o investimento que se faz na pesquisa e no desenvolvimento, considerando que grande parte dos recursos da pesquisa ainda é oriunda de setores públicos”, explica. Um kit de diagnóstico novo, aprimorado ou genuinamente nacional, tem um impacto positivo no controle de infecções e contribui para a saúde pública. De acordo com o professor, o mesmo pode ser dito para o desenvolvimento de novas vacinas e adjuvantes, ou a formulação de uma determinada vacina que tenha maior cobertura de proteção contra várias cepas do mesmo patógeno, justificando o espaço para a criação dessas novas ideias. “O importante agora é estimular a incubação de empresas, dar condições para os trabalhos, estimular a captação de recursos, preparar pessoas para dar suporte a esse processo de transformação da Universidade, onde há novos paradigmas a serem assimilados. Sim, o processo é lento e tem que ser fomentado continuadamente para obtermos os resultados esperados. Os bons exemplos existem em diversas universidades e nós temos que observar o que deu certo e buscar nosso caminho para atingir os objetivos”, frisa.


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fique por dentro

Balcão do Consumidor é apresentado em conferência internacional

Troca de experiências e novas visões sobre a educação pautam encontro do Comung

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eitores e gestores de parques tecnológicos das instituições que compõem o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) participaram, em julho, de um encontro para troca de experiências. A atividade foi coordenada pelo presidente do Consórcio e reitor da Universidade de Passo Fundo (UPF), José Carlos Carles de Souza, e pela diretoria do Comung. Também estiveram presentes o vice-reitor Administrativo da UPF, Agenor Dias de Meira Junior, e o gestor do UPF Parque, professor Dr. Charles Leonardo Israel. O encontro aconteceu na Tecnopuc, em Porto Alegre. Segundo José Carlos, a ideia do encontro foi oportunizar um momento para que gestores de parques tecnológicos e polos de tecnologia das instituições que integram o Consórcio pudessem buscar exemplos e propor melhorias. “Ouvimos e recebemos a visita de dois professores que coor-

Fotos: Gelsoli Casagrande

denam o Parque Tecnológico de Andalucía, em Málaga, na Espanha, e pudemos conhecer um pouco sobre as suas experiências. O evento também teve a intenção de promover uma conversa sobre a questão do ensino à distância, mas especificamente sobre o ensino híbrido, com os técnicos que nos darão informações e orientações sobre como podemos trabalhar nesse cenário”, ressaltou. A realidade do Parque de Andalucía foi apresentada pela coordenadora Sonia Palomo e pelo vice-reitor da Universidad de Málaga, Victor Manuel Heredia Flores. Eles apre-

Professora da UPF é reconhecida com prêmio pelo Conselho Regional de Farmácia

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trabalho árduo, a dedicação, o c o mp r o m e t i mento e a responsabilidade com a formação farmacêutica e em saúde foram elementos que permearam a trajetória profissional da professora Dra. Carla Beatrice Crivellaro Gonçalves, docente da Universidade de Passo Fundo (UPF). Sua atuação foi reconhecida com o Prêmio Sergio Lamb 2017 – Categoria Ensino, com

indicações recebidas de instituições farmacêuticas do estado e votação realizada pelos Conselheiros do Conselho Regional de Farmácia, em Sessão Plenária realizada no dia 24 de julho. A premiação tem por objetivo incentivar e destacar os farmacêuticos de reconhecida distinção, que sejam profissionais de referência na respectiva área de atuação, que possuam o respeito da comunidade

sentaram os desafios enfrentados até a consolidação do Parque e falaram sobre a importância de desenvolver ações em parceria entre instituições voltadas ao desenvolvimento desses espaços. À tarde, o foco centrou-se no desafio das novas formas de ensino e na educação a distância nas instituições. De acordo com o reitor da UPF, somente com um trabalho conjunto será possível analisar a realidade e encontrar as melhores alternativas, tanto para as universidades quanto para os acadêmicos. “As instituições, de maneira geral, não estão preparadas e precisamos nos capacitar. O aluno que vem à Instituição hoje não quer apenas a possibilidade de ter aulas todas as noites de forma presencial, mas ele quer ver como a instituição oferece a alternativa para que ele possa, também, buscar a sua formação a distância”, destacou. A explanação foi feita pelos representantes do Grupo Ade Educação parceiros do Comung. onde vivem e atuam e que tenham contribuído para o desenvolvimento e o crescimento da profissão no estado e no país. A solenidade de entrega do Prêmio Sergio Lamb e do Jubileu de Ouro será realizada em jantar no dia 23 de setembro, em Porto Alegre. A professora Carla atua há 19 anos como docente, 15 deles na UPF. Ela atribui o reconhecimento à sua disponibilidade em compartilhar experiências e ao conhecimento que foi construindo durante sua trajetória como farmacêutica e docente. “Isso certamente é fruto de fazer o que gosto. Esse reconhecimento dá a certeza de que tudo vale a pena quando nossos objetivos são nobres e nossa conduta é ética”, destaca.

Lançamentos da UPF Editora Bens culturais: da pesquisa à educação patrimonial Org: Ironita A. Policarpo Machado e Gizele Zanotto

Atualização do Plano Estratégico de Desenvolvimento Regional – Corede Produção Org: Munira Medeiros Awad, João Filipe Torres Soares, Ezequiel Shumann Rosa e Marcos Cittolin

*e-book disponível para download gratuito

*livro impresso

O Balcão do Consumidor, projeto de extensão da Faculdade de Direito da UPF, foi apresentado pelos professores Dr. Rogerio da Silva e Dr. Liton Lanes Pilau Sobrinho na 16ª Conferência Internacional Association of Consumer Law 2017 (IACL). O encontro aconteceu em julho, na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O evento contou com a participação de representantes de 31 países e trouxe ao Brasil os principais nomes da defesa do consumidor no mundo. De acordo com Silva, as palestras e os painéis têm refletido o momento atual da defesa do consumidor, marcado por avanços e retrocessos. O professor lembra que, em 2017, o Balcão completa 11 anos de trabalho, com mais de 75 mil pessoas atendidas somente em Passo Fundo, marcando presença nos campi de Carazinho, Casca, Lagoa Vermelha, Sarandi e Soledade. Ele ressalta que a mesa dedicada ao Balcão do Consumidor, como modelo serviço de defesa do consumidor, foi presidida pela professora Dra. Sandra Vial e também contou com a participação da promotora de justiça Carolina Vaz e da diretora do Procon - RS, Maria Elizabeth Pereira. Em suas falas, elas reforçaram que o trabalho desenvolvido na Faculdade de Direito da UPF é hoje modelo para todo o país e que os Procons estão estimulando a criação de Balcões. Pilau Sobrinho e Silva apresentaram um vídeo que resume o trabalho do Balcão do Consumidor da UPF, que, no ano passado, conquistou o prêmio de Responsabilidade Social da Assembleia Legislativa do estado. Os presentes também puderam conhecer um trecho do documentário sobre o surgimento do movimento consumerista no Brasil, a partir dos anos 1970.

Os e-books estão disponíveis em upf.br/editora. No mesmo endereço eletrônico, estão disponíveis informações sobre como adquirir o livro impresso.

Caderno de Atividades VII Org: Fabiane Verardi Burlamaque e Diógenes Buenos Aires de Carvalho

*e-book disponível para download gratuito


FUPF: 50 anos de compromisso com a educação e comunidade Há 50 anos, a Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), mantenedora da Universidade de Passo Fundo (UPF), do Centro de Ensino Médio Integrado e do Centro de Línguas da FUPF (UPF Idiomas), dava início a uma trajetória de sucesso, construída pelo trabalho de muitas mãos e baseada no comprometimento com a educação, o que a constituiu como precursora do desenvolvimento dos municípios da região Norte do Rio Grande do Sul. Para marcar essa data especial, em junho, foi realizada uma solenidade no Centro de Eventos, Campus I da UPF. O evento marcou a homenagem aos ex-presidentes da FUPF, promoveu o lançamento de um livro e contou ainda com a participação do procurador de Fundações do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Keller Dornelles Clós, que ministrou palestra com o tema “A Procuradoria de Fundações e suas atuações”. Confira alguns registros fotográficos da solenidade: Fotos: Gelsoli Casagrande


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